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ÍNDICE
INTRODUÇÃO...............................................................................................................................3
1.OBJECTIVOS..............................................................................................................................4
1.1. Objectivo geral......................................................................................................................4
1.2. Objectivos específicos...........................................................................................................4
2. Metodologia.............................................................................................................................4
3. MERCADO DE DERIVATIVOS...............................................................................................5
3.1. Derivativos............................................................................................................................5
3.2. Mercados de derivativos: conceitos básicos.........................................................................6
4. PARTICIPANTES DOS MERCADOS DE DERIVATIVOS....................................................6
5. TIPOS DE MERCADOS DE DERIVATIVOS..........................................................................8
5.1. Mercado a termo...................................................................................................................8
5.2. Mercado futuro......................................................................................................................9
5.3. Mercado de opções..............................................................................................................10
5.4. Mercado de swap................................................................................................................10
6.diferença entre derivativos não padronizados e padronizados................................................10
7. CLASSIFICAÇÃO DOS DERIVATIVOS...............................................................................11
7.1. Contratos em aberto e abertura de posição.........................................................................12
7.2. Como são liquidadas as operações com derivativos...........................................................12
7.3. Participantes do mercado de derivativos.............................................................................13
8. BENEFÍCIOS DE DERIVATIVOS..........................................................................................14
8.1. Derivativos agrícolas...........................................................................................................14
8.2. Derivativos financeiros.......................................................................................................15
8.3. A importância dos derivativos............................................................................................15
8.4. Características dos derivativos............................................................................................16
8.5. Utilidade dos derivativos....................................................................................................17
8.6. Uso dos instrumentos financeiros derivativos....................................................................18
Conclusão......................................................................................................................................19
Bibliografia....................................................................................................................................20
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho de pesquisa, aborda sobre Mercado de Derivativos, como sendo contratos
que derivam a maior parte de seu valor de um activo subjacente, taxa de referência ou índice. O
activo subjacente pode ser físico (café, ouro, etc.) ou financeiro (acções, taxas de juros, etc.),
negociado no mercado à vista ou não (é possível construir um derivativo sobre outro derivativo).
Os derivativos podem classificados em contratos a termo, contratos futuros, opções de compra e
venda, operações de swaps, entre outros, cada qual com suas características.
Os derivativos, em geral, são negociados sob a forma de contratos padronizados, isto é,
previamente especificados (quantidade, qualidade, prazo de liquidação e forma de cotação do
activo-objecto sobre os quais se efectuam as negociações), em mercados organizados, com o fim
de proporcionar, aos agentes económicos, oportunidades para a realização de operações que
viabilizem a transferência de risco das flutuações de preços de activos e de variáveis
macroeconómicas.
Neste tópico, além desta introdução, apresentaremos um breve resumo dos três tipos mais
conhecidos de contratos derivativos citados acima, quais sejam, os contratos a termo, os
contratos futuros e os contratos de opções. Registando que existem outros tipos, como as
operações de swap, as opções flexíveis, entre outros.
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1.OBJECTIVOS
1.1. Objectivo geral
Fazer uma análise acerca do mercado de derivativos sem se esquecer de fazer menção dos
benefícios e características desse instrumento financeiro.
1.2. Objectivos específicos
Destacar as principais características dos derivativos;
Estudar a importância e as formas de compra e venda de derivativos;
Mencionar os benefícios sem se esquecer da utilidade de derivativos.
2. Metodologia
Para elaboração deste trabalho foi feito uma revisão bibliográfica. Onde foi usado o método
indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de algo particular
para uma questão mais ampla, mais geral.
Para Lakatos e Marconi (2007:86), Indução é um processo mental por intermédio do qual,
partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou
universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objectivo dos argumentos indutivos é
levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais nos
baseia-mos.
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3. MERCADO DE DERIVATIVOS
3.1. Derivativos
Derivativo é um contrato no qual se estabelecem pagamentos futuros, cujo montante é calculado
com base no valor assumido por uma variável, tal como o preço de um outro activo (e.g. uma
acção ou commodity), a inflação acumulada no período, a taxa de câmbio, a taxa básica de juros
ou qualquer outra variável dotada de significado económico. Derivativos recebem esta
denominação porque seu preço de compra e venda deriva do preço de outro activo, denominado
activo-objecto.
No início do desenvolvimento dos mercados financeiros, os derivativos foram criados como
forma de proteger os agentes económicos (produtores ou comerciantes) contra os riscos
decorrentes de flutuações de preços, durante períodos de escassez e superprodução do produto
negociado, por exemplo.
Actualmente, no entanto, a ideia básica dos agentes económicos, ao operar com derivativos, é
obter um ganho financeiro nas operações de forma a compensar perdas em outras actividades
económicas. Desvalorização cambial e variações bruscas nas taxas de juros são exemplos de
situações que já ocorreram na economia, nas quais os prejuízos foram reduzidos ou até se
transformaram em ganhos para os agentes económicos que protegeram os seus investimentos
realizando operações com derivativos.
Entre os derivativos mais populares encontram-se as opções e, sobre estas, existem diversos
modelos teóricos de valorização. Dentre estes modelos, um dos mais difundidos é o Modelo de
Black & Scholes, publicado por Robert C. Merton e denominado em honra a Fischer Black e
Myron Scholes, cuja formulação rendeu o Nobel de Economia aos seus autores, Merton e
Scholes (Black já tinha falecido quando o prémio foi dado). Os mercados futuros e de opções são
extremamente importantes no mercado financeiro. Utilizados por hedgers, especuladores e
arbitradores, a sua formação de preços deriva de mercadorias e de activos financeiros. Os
derivativos actualmente ocupam 20 vezes o espaço da economia mundial.
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3.2. Mercados de derivativos: conceitos básicos
Os derivativos são operados no mercado financeiro com as seguintes finalidades principais:
Hedge (protecção)
Proteger o participante do mercado físico de um bem ou activo contra variações adversas de
taxas, moedas ou preços. Equivale a ter uma posição em mercado de derivativos opostos à
posição assumida no mercado a vista, para minimizar o risco de perda financeira decorrente de
alteração adversa de preços.
Alavancagem
Diz-se que os derivativos têm grande poder de alavancagem, já que a negociação com esses
instrumentos exige menos capital do que a compra do activo a vista. Assim, ao adicionar
posições de derivativos a seus investimentos, você pode aumentar a rentabilidade total destes a
um custo mais barato.
Especulação
Tomar uma posição no mercado futuro ou de opções sem uma posição correspondente no
mercado a vista. Nesse caso, o objectivo é operar a tendência de preços do mercado.
Arbitragem
Tirar proveito da diferença de preços de um mesmo produto/activo negociado em mercados
diferentes. O objectivo é aproveitar as discrepâncias no processo de formação de preços dos
diversos activos e mercadorias e entre vencimentos
4. PARTICIPANTES DOS MERCADOS DE DERIVATIVOS
É importante entender que a existência e a actuação dos três participantes são imprescindíveis
para o sucesso do mercado de derivativos. As funções de uns complementam as de outros em
uma relação activa e permanente. Somente isso garante um mercado de derivativos forte e
líquido. Os participantes são:
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Hedger
O objectivo do hedger é proteger-se contra a oscilação de preços. A principal preocupação não é
obter lucro em derivativos, mas garantir o preço de compra ou de venda de determinada
mercadoria em data futura. Por exemplo: o importador que tem passivo em dólares e compra
contratos cambiais no mercado futuro porque teme alta acentuada da cotação dessa moeda na
época em que precisar comprar dólares no mercado a vista.
Arbitrador
O arbitrador é o participante que tem como meta o lucro, mas não assume nenhum risco. Sua
actividade consiste em buscar distorções de preços entre mercados e tirar proveito dessa
diferença ou da expectativa futura dessa diferença. A estratégia do arbitrador é comprar no
mercado em que o preço está mais barato e vender no mercado em que está mais caro, lucrando
um diferencial de compra e venda completamente imune a riscos, porque sabe exactamente por
quanto irá comprar e vender.
Especulador
O especulador é um participante cujo propósito básico é obter lucro. Diferentemente dos
hedgers, os especuladores não têm nenhuma negociação no mercado físico que necessite de
protecção. Sua actuação consiste na compra e na venda de contratos futuros apenas para ganhar o
diferencial entre o preço de compra e o de venda, não tendo nenhum interesse pelo activo-
objecto.
O conceito de especulador tem recebido conotação muito depreciativa, talvez devido ao fato de o
participante visar apenas o lucro. Todavia, a presença do especulador é fundamental no mercado
futuro, pois é o único que toma riscos e assim viabiliza a outra ponta da operação do hedger,
fornecendo liquidez ao mercado.
Como já foi demonstrado, o arbitrador também não assume riscos. O único participante que
assume risco é o especulador, que entra no mercado arriscando seu capital em busca de lucro.
Dessa forma, o fato de os especuladores abrirem e encerrarem suas posições a todo o momento
faz com que o volume negociado aumente, trazendo liquidez para o mercado. Como as posições
assumidas pelos especuladores são muito arriscadas e eles não precisam do activo-objecto, não
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costumam permanecer por muito tempo no mercado e dificilmente carregam suas posições até a
data de liquidação do contrato. A operação de especulação mais conhecida é a day trade, que
consiste na abertura e no encerramento da posição no mesmo dia.
5. TIPOS DE MERCADOS DE DERIVATIVOS
São quatro: o termo, futuro, de opções e de swap. Alguns analistas não consideram os swaps uma
modalidade de derivativo devido a sua semelhança com o mercado a termo. De uma forma bem
sintética, temos:
5.1. Mercado a termo
Como comprador ou vendedor do contrato a termo, você se compromete a comprar ou vender
certa quantidade de um bem (mercadoria ou activo financeiro) por um preço fixado, ainda na
data de realização do negócio, para liquidação em data futura. Os contratos a termo somente são
liquidados integralmente no vencimento. Podem ser negociados em bolsa e no mercado de
balcão.
De acordo com Niyama e Gomes (2000, p.105), as operações do contrato a termo podem ser
realizadas em bolsa ou no mercado de balcão com diversas finalidades, dentre as quais destacam-
se proteção contra riscos de oscilação de preços (hedge), especulação e captação/aplicação de
recursos, por meio de operações de compra e venda a termo ou da combinação de operações à
vista e a termo.
Os forwards são contratos de futuros não-padronizados. Carvalho (1996, p.50) comenta que os
mais comuns hoje, no mercado internacional, são:
forward rate agreements (FRA’s) - contratos onde duas partes avençam sobre a taxa de
juros a ser paga em uma data futura, com base em um valor nominal (notional value),
para um vencimento especificado;
forward foreign exchange contracts - contratos que contemplam pagar (ou receber)
montantes combinados de moedas estrangeiras, em uma data futura, a uma taxa cambial
pré-contratada; e
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forward commodity contracts - contratos que obrigam, tais como os de câmbio, o
comprador e o vendedor à entrega de uma commodity a um preço e uma data futura
predeterminados.
5.2. Mercado futuro
Deve-se entender o mercado futuro como uma evolução do mercado a termo. Você se
compromete a comprar ou vender certa quantidade de um bem (mercadoria ou activo financeiro)
por um preço estipulado para a liquidação em data futura. A definição é semelhante, tendo como
principal diferença a liquidação de seus compromissos somente na data de vencimento, no caso
do mercado a termo. Já no mercado futuro, os compromissos são ajustados financeiramente às
expectativas do mercado referentes ao preço futuro daquele bem, por meio do ajuste diário
(mecanismo que apura perdas e ganhos). Além disso, os contratos futuros são negociados
somente em bolsas.
Os contratos futuros, segundo Lima e Lopes (1999, p.16), “exercem uma enorme importância
como forma de assegurar tranquilidade a produtores e compradores de determinado produto”.
Seguem, na sua essência, o mecanismo dos contratos a termo, onde são especificados o bem
(tipo, peso, quantidade), o volume, a data de liquidação e a data e o local de entrega, em
conformidade às bolsas de futuros.
A padronização, característica principal dos contratos a futuro, afirmam Niyama e Gomes (2000,
p.108), facilita a transferência do contrato entre os participantes do mercado, implementa a
liquidez, bem como permite ampliar ou encerrar a qualquer instante a posição anteriormente
assumida.
No entanto, de acordo com Carvalho (1996, p.31), estes contratos não possuem a mesma
flexibilidade existente nos contratos a termo no que diz respeito à adaptação às necessidades do
produtor ou comprador.
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5.3. Mercado de opções
No mercado de opções, negocia-se o direito de comprar ou de vender um bem (mercadoria ou
activo financeiro) por um preço fixo numa data futura. Quem adquirir o direito deve pagar um
prémio ao vendedor tal como num acordo de seguro.
5.4. Mercado de swap
No mercado de swap, negocia-se a troca de rentabilidade entre dois bens (mercadorias ou activos
financeiros). Pode-se definir o contrato de swap como um acordo, entre duas partes, que
estabelecem a troca de fluxo de caixa tendo como base a comparação da rentabilidade entre dois
bens. Por exemplo: swap de ouro x taxa prefixada.
Se, no vencimento do contrato, a valorização do ouro for inferior à taxa prefixada negociada
entre as partes, receberá a diferença a parte que comprou taxa prefixada e vendeu ouro. Se a
rentabilidade do ouro for superior à taxa prefixada, receberá a diferença a parte que comprou
ouro e vendeu taxa prefixada. Você deve observar que a operação de swap é muito semelhante à
operação a termo, uma vez que sua liquidação ocorre integralmente no vencimento.
6.diferença entre derivativos não padronizados e padronizados Os contratos negociados em balcão, cujas especificações (como preços, quantidades, cotações e
locais de entrega) são determinadas directamente entre as partes contratantes, não são
intercambiáveis. Dificilmente o participante conseguirá transferir sua obrigação a outro porque
esse contrato foi negociado para satisfazer às necessidades dos participantes que o celebraram, de
modo que as partes ficam amarradas umas às outras até a data de vencimento do contrato.
Já os contratos padronizados e negociados em bolsa são muito líquidos porque, sendo uniformes,
atendem às necessidades de todos os participantes do mercado. Tais contratos são
intercambiáveis, isto é, podem ser repassados a outros participantes a qualquer momento. No
comparativo, você poderá notar as diferenças dos ambientes de negociações de um derivativo
não padronizado: a opção.
Tradicionalmente, as opções eram negociadas em ambiente de over the counter (OTC), isto é, em
balcão. Os negócios eram bilaterais, sendo o risco de contrapartida (risco de inadimplência)
assumido por ambas as partes. Com o surgimento dos mercados organizados de opções, na
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década de 1970, a câmara de compensação passou a interpor-se entre as partes e assumir esse
risco.
A BM&FBOVESPA possui mercados organizados para variada gama de produtos nos quais se
podem ser negociados títulos privados e públicos, acções, moedas e contratos derivativos sobre
acções, commodities e outros activos financeiros, como índices, taxas e moedas. Para a
liquidação das operações realizadas nesses mercados e em outros mercados de balcão, a
BM&FBOVESPA conta com quatro clearings: de acções, de derivativos, de títulos públicos e
privados e de câmbio. Os negócios são realizados em pregões electrónicos.
O acesso dos investidores aos pregões é facilitado pelo modelo de DMA (Acesso Directo ao
Mercado) implementado pela Bolsa e que admite diversas variantes. Por meio da Internet,
investidores devidamente cadastrados junto aos agentes intermediadores podem visualizar, em
tempo real, o livro de ofertas dos diferentes mercados e também enviar ordens de compra e de
venda. Essas ordens se transformam em ofertas se atenderem a todos os requisitos legais e
operacionais (por exemplo, margens de garantia) e se estiverem compreendidas dentro dos
limites operacionais (por exemplo, número de contratos ou de activos negociados) definidos pelo
intermediador em função da cobertura de risco de crédito existente.
7. CLASSIFICAÇÃO DOS DERIVATIVOS
Existem três principais categorias diferentes:
Derivativos agro-pecuários: têm como activo-objecto commodities agrícolas, como
café, boi, milho, soja e outros.
Derivativos financeiros: têm seu valor de mercado referenciado em alguma taxa ou
índice financeiro, como taxa de juro, taxa de inflação, taxa de câmbio, índice de acções e
outros.
Derivativos de energia e climáticos: têm como objecto de negociação energia eléctrica,
gás natural, créditos de carbono e outros.
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7.1. Contratos em aberto e abertura de posição
Os contratos em aberto reflectem a posição líquida em determinada data de todas as operações
ainda não liquidadas pelo investidor, isto é, a natureza do compromisso (compra ou venda) de
um participante por contrato e vencimento. Uma posição em derivativos pode ser definida como
o saldo líquido dos contratos negociados pelo mesmo contratante para a mesma data de
vencimento.
O participante abre uma posição quando assume uma posição comprada ou vendida em
determinado vencimento que anteriormente não possuía. Classifica-se um participante em
vendido (short) ou comprado (long) de acordo com sua posição líquida em determinado
vencimento. Se o número de contratos vendidos for maior que o número de contratos comprados,
sua posição será vendedora (short); caso contrário, a posição será compradora (long). É
importante frisar que a posição líquida é fixada para um único vencimento do mesmo contrato.
7.2. Como são liquidadas as operações com derivativos
As operações com derivativos não padronizados são liquidadas directamente entre as partes
contratantes, sendo os riscos de não cumprimento das obrigações dos contratos assumidos por
ambas as partes, sem o amparo de sistema de garantia que assegure o cumprimento do contrato.
As operações com derivativos padronizados são liquidadas em câmaras de compensação ligadas
às bolsas ou aos sistemas de negociação cuja estrutura de garantias garante o cumprimento de
todas as obrigações assumidas pelas partes.
Independentemente de a operação ser padronizada ou não, há duas formas de liquidação:
financeira e física.
Liquidação financeira: é feita por diferença financeira. Utilizando-se o preço de
referência, no dia de vencimento do contrato, registam-se uma venda para o comprador
original e uma compra para o vendedor original. A diferença apurada é liquidada entre as
partes, sem que haja entrega física do activo negociado.
Liquidação física: o negócio é liquidado mediante a entrega física do activo negociado.
A liquidação física, mais comum nos mercados agro-pecuários e de energia, consiste na entrega
física do activo em negociação na data de vencimento do contrato. Em muitas situações, a
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liquidação física pode ser muito dispendiosa ou, ainda, indesejável, pois o participante pode não
ter nenhum interesse pelo activo-objecto, sendo seu único intuito a obtenção do valor do
diferencial entre a compra e a venda desse activo (especulador). Nesses casos, opta pela
liquidação financeira.
7.3. Participantes do mercado de derivativos
Os mercados futuros e de opções, nos últimos anos, ganharam importância para as áreas de
finanças e de investimentos. Assaf Neto (1999, p.301) afirma que esses mercados favorecem os
investidores tomar decisões de forma mais técnica, o que melhora na compreensão do mercado
com relação ao desempenho de alternativas de investimento em condições de risco. Faz-se
necessário aos profissionais dessas áreas compreender o funcionamento dos instrumentos
financeiros, sua utilização e factores que afectam a formação de preços futuros.
Os mercados futuros são importantes uma vez que os preços de bens e serviços (produtos)
dependem dos produtores saber controlar o risco. Fazendo uso, pois, desses mercados, os
produtores podem minimizar seus riscos, bem como diminuir seus custos. Essas economias são
repassadas para os consumidores através de preços mais baixos nos produtos e commodities ou
retornos melhores nos fundos de investimento e pensão. Ademais, os produtores dispõem de um
instrumento de previsão e segurança ao assumirem uma ponta futura inversa à sua posição no
mercado à vista.
Nos mercados futuros são assumidos compromissos padronizados de compra e venda, ou seja,
contratos de determinada mercadoria, activo financeiro ou índice económico, para serem
liquidados numa data futura preestabelecida. Uma característica relevante e peculiar do mercado
de futuro é a coexistência, conforme Forbes (1994, p.17), de duas figuras exponenciais de
participantes: o hedger e o especulador. “Aquele não existe sem este, e vice-versa, e o mercado
não se forma nem evolui sem qualquer dos dois.”
Em se tratando do mercado de opções, vale ressaltar que ali não são negociadas acções e sim
direitos sobre as mesmas. São direitos de uma parte comprar e vender a outra, até determinada
data, uma quantidade de acções a um preço preestabelecido.
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Tanto os mercados futuros como os de opções têm tido um êxito notável. Um dos motivos do
sucesso destes é que eles atraem vários tipos de participantes, também chamados de agentes,
dentre os quais destacam-se: os clientes (hedgers, especuladores e arbitradores); os market
makers; as corretoras; e as câmaras de compensação.
8. BENEFÍCIOS DE DERIVATIVOS
8.1. Derivativos agrícolas
O mercado de derivativos responde a uma necessidade genuína da comercialização de
determinadas mercadorias. Por exemplo, nos Estados Unidos, a colheita de trigo é
realizada apenas durante algumas semanas, enquanto o consumo do cereal ocorre o ano
todo.
Somente o mercado de derivativos pode oferecer ao agricultor (que pretender vender sua
produção, assim que efectuar a colheita, pelo melhor preço) e ao processador/usuário do
produto (que espera comprar o produto no decurso do ano, pelo melhor preço) os meios
de garantir sua necessidade de fixação de preço, por meio de operações de hegding.
Grandes volumes de capital de risco são atraídos. O mercado de derivativos possibilita
mecanismos eficientes para que os especuladores forneçam o capital indispensável à
absorção das mudanças nos níveis de preços das mercadorias.
Visibilidades de preços. Embora as alterações nos preços futuros das mercadorias sejam
rápidas e contínuas, a interacção permanente de compradores e vendedores, em um
mercado competitivo e aberto, estabelece velozmente quanto cada mercadoria vale, a
todo o momento. Como os preços são disseminados instantaneamente para a sociedade, o
menor usuário do mercado sabe tanto quanto seu maior concorrente qual o valor exacto
da mercadoria que pretende vender ou comprar.
O custo da mercadoria para o público diminui. O hedge permite ao produtor e ao
processador da mercadoria operar com custos mais baixos. Esse ganho operacional, na
maioria das vezes, é repassado ao consumidor.
O custo de financiamento dos estoques cai. As instituições financeiras preferem financiar
estoques a taxa menores a quem faça hedge.
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8.2. Derivativos financeiros
A principal aplicação dos derivativos financeiros diz respeito à possibilidade de
protecção (hedge).
Empresas que tenham contratos de exportação, importação ou que, de alguma forma,
possuam créditos a receber ou obrigações a cumprir em moedas estrangeiras podem
proteger-se contra variações adversas na moeda que impactem negativamente seus
activos e passivos.
A mesma situação ocorre com empresas que estejam sujeitas às taxas de juro
internacionais ou que queiram proteger-se da volatilidade dessas taxas.
Investidores individuais e fundos de investimento financeiro possuidores de carteiras de
acções podem utilizar os derivativos de índice de acções para proteger o valor de suas
carteiras diante das oscilações de preço das acções. Existem muitas outras aplicações para
derivativos que não foram exploradas neste folheto.
Mas o que você precisa saber é que os derivativos são poderosos instrumentos de transferência
do risco, permitindo que empresas e indivíduos tenham um fluxo de caixa mais previsível e,
portanto, com mais planeamento.
8.3. A importância dos derivativos
Não há números exactos sobre este mercado. No entanto, o Bank for International Settlements
(BIS), com sede na Suíça, divulga trimestralmente os valores referenciais dos contratos
negociados em bolsa ou no mercado de balcão (fora da bolsa).
De acordo com o folheto da BM&FBOVESPA, os derivativos movimentaram 57,80 trilhões em
bolsas (base Setembro de 2013) e 369 trilhões no mercado de balcão. Vale ressaltar que os
derivativos, assim como as acções, também são negociados em mercados balcão.
A maior parte das negociações da economia mundial usa este instrumento financeiro para
protecção - conhecido pelo termo em inglês hedge - contra riscos de preços, taxas de juros e
variação de câmbio. Os derivativos são, portanto, de grande importância. Mas também trazem
riscos elevados. "Esses instrumentos fazem parte de uma cadeia de operações que pode estar
amparando contratos comerciais em diferentes partes do mundo".
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8.4. Características dos derivativos
Derivativos são instrumentos financeiros que se originam do valor de outro activo financeiro ou
mercadoria, tido como activo de referência. Um contrato de derivativo não apresenta valor
próprio, derivando-se do valor de um bem básico.
Em vez dos próprios activos serem negociados no mercado, os investidores apostam em seus
preços futuros e, por intermédio de contratos, assumem compromissos de pagamento e entrega
físicas futuras. Os activos objectos dos contratos de derivativos devem ter seus preços livremente
estabelecidos pelo mercado.
Os negócios com derivativos são realizados nos mercados futuro, a termo, opões, swaps, etc. As
operações com os derivativos, mercados futuros e de opções oferecem também protecção
(hedge) contra prejuízos ocasionados por alterações desfavoráveis nas cotações dos activos. As
operações nos mercados futuros e de opções permitem que os investidores não integralizem os
investimentos em seus vencimentos, desde que as cotações de mercado lhes sejam adversas.
Mesmo que possam perder o depósito efectuado, o prejuízo pode apresentar-se menor do que se
fosse obrigado ao pagamento futuro.
Na prática, as operações de derivativos no mercado financeiro oferecem, entre outras, as
seguintes vantagens:
Maior atracção ao capital de risco, permitindo uma garantia de preços futuros para os
activos;
Criar defesas contra variações adversas nos preços;
Estimular a liquidez do mercado físico;
Melhor gerenciamento do risco e, por conseguinte, redução dos preços dos bens;
Realizar negócios de maior porte com um volume relativamente pequeno de capital e
nível conhecido de risco.
Em Moçambique, o BVM é o mercado formalmente estabelecido para negociar os diversos
instrumentos. Inicialmente negociando mercadorias ou produtos primários, evoluiu-se para
negociação com derivativos de ouro e metais preciosos, obrigações e títulos governamentais,
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moedas estrangeiras, petróleo, madeira compensada, suco de laranja, índices de acções e outros
bens, activos ou indicadores.
Os derivativos geralmente são negociados em bolsas específicas (Bolsas de Mercadorias e de
Futuros) e os volumes transaccionados atingem volumes fantásticos. Nos mercados futuros e de
opções, como o de soja, negociam-se várias vezes a colheita anual, porém, a liquidação física
(entrega) dos contratos é uma percentagem mínima dos negócios.
8.5. Utilidade dos derivativos
Os mercados de derivativos são muito úteis para todos os agentes económicos participantes do
mercado. As utilizações usuais dos derivativos pelos agentes económicos são as seguintes.
Protecção contra um determinado risco financeiro;
Antecipação de uma compra num determinado preço, com a aquisição de uma opção de
compra, ou de uma venda, com a aquisição de uma opção de venda;
Transformações das características de um instrumento financeiro, transformando uma
taxa de juros variável por uma taxa de juros fixa, por exemplo;
Especulação em função das antecipações de mercado; e
Alavancagem de uma determinada posição especulativa.
Os agentes podem ser classificados em três categorias de operadores (hedger, especulador e
arbitrador) e duas categorias de entidades participantes que garantem o bom funcionamento dos
mercados de derivativos (câmara de compensação e demais agentes operacionais).
O hedger é o participante que contrata instrumentos derivativos com o objectivo exclusivo de
protecção.
O especulador é o participante que compra ou vende derivativos com o objectivo de realizar
lucros em curto prazo em decorrência das variações dos factores de mercado. Os especuladores
realizam lucros com previsões bem sucedidas de preços. Eles estão dispostos a assumir riscos
que os “hedgers” querem eliminar ou reduzir.
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O arbitrador é o operador que observa os preços à vista e preços futuros com o objectivo de
realizar ganhos com risco reduzido aproveitando quebras pontuais da relação dos preços futuros
e dos preços à vista.
A câmara de compensação “clearing house” é uma câmara através da qual as transacções são
casadas durante o pregão da bolsa, em função das ordens de compra ou de venda dos
participantes. A câmara de compensação, além de executar as transacções, garante também a boa
conduta dos participantes através da emissão de convenções de mercado e chamadas de margens
de garantia que reduzem os riscos de contraparte nas transacções.
Os demais agentes operacionais são principalmente os “market makers” que são bancos ou
corretoras especializados em determinados segmentos do mercado, assumindo posições próprias
e a relação com os clientes. Esses participantes têm preferência e custos reduzidos nos negócios e
garantem a liquidez do mercado.
8.6. Uso dos instrumentos financeiros derivativos
Os derivativos podem ser usados com diversos objectivos como especulação, protecção,
arbitragem, alavancagem de posições, diversificação de investimentos ou transformação das
características de instrumentos financeiros. O uso mais comum dos derivativos consiste em
realizar operações de protecção, as quais podem ser chamadas operações de cobertura financeira
ou operações de “hedge”.
Nas operações de protecção (hedge), o objectivo da contratação de instrumentos financeiros
derivativos consiste em contratar uma posição simétrica num determinado instrumento derivativo
a exposição que é objecto de cobertura financeira (hedge).
A contratação do derivativo tem como objectivo de eliminar ou reduzir significativamente o
risco financeiro decorrente da volatilidade do preço do activo coberto, que é objecto de hedge e
que está sendo protegido pelo derivativo. Quando o hedge é perfeito, a perda financeira incorrida
no item objecto de hedge é compensada integralmente por um ganho financeiro simétrico que é
realizado no instrumento derivativo e vice-versa.
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Conclusão
Chegando o fim deste trabalho, conclui-se que, o mercado de derivativos tem crescido de forma
impressionante nos últimos anos, seja em termos de volume ou em termos de instrumentos
financeiros disponíveis. Para se fazer um bom uso dos derivativos financeiros, não basta somente
ter uma boa administração do empreendimento; é preciso conhecer as características desse
mercado que é visto por muitos como muito complexo.
Através do uso de contratos futuros é possível um planeamento e um relacionamento muito mais
harmonioso entre as partes envolvidas, e pode-se estabelecer uma administração dos riscos da
actividade. Nesse trabalho, nosso objectivo se concentrou nas definições do que vem a ser um
instrumento derivativo e dá ênfase na importância que têm os derivativos financeiros para o
desenvolvimento dos mercados económicos.
Os derivativos são excelentes ferramentas para gestão de risco e desenvolvimento económico,
mas a falta de informação dos mecanismos de operações desse mercado, fazem com que estes
apresentem seus próprios riscos.
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Bibliografia
ALVES, José Mauro T. De Lima. Estratégia Financeira no Agro negócio: Uma Análise das
Alternativas de Comercialização Baseadas em Derivativos. Porto Alegre, 2008.
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CARVALHO, Luiz Nelson Guedes de. Uma contribuição à auditoria do risco de derivativos. São
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CAVALCANTE FILHO, Francisco Silva, MISUMI, Jorge Yoshio. Mercado de capitais. 4.ed.
Belo Horizonte: CNBV, 1998.
COMISSÃO NACIONAL DE BOLSAS DE VALORES. Vocabulário de mercado de capitais.
Belo Horizonte: CNBV, 1993.
Nome: Sérgio Alfredo Macore / 22.02.1992
Naturalidade: Cabo Delgado – Pemba – Moçambique
Contactos: +258 826677547 ou +258 846458829
Formado em: Gestão de Empresas / Gestão Financeira
E-mail: Sergio.macore@gmail.com / helldriverrapper@hotmail.com
Facebook: Helldriver Rapper Rapper, Sergio Alfredo Macore
Twitter: @HelldriverTLG
Instituição de ensino: Universidade Pedagogica Nampula – Faculdade = ESCOG.
Boa sorte para você…….
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