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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Faculdade de Odontologia de Piracicaba
PATRICIA XAVIER DA COSTA NOBRE
PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À MÁ OCLUSÃO NA
DENTIÇÃO DECÍDUA: SB BRASIL 2010.
PREVALENCE AND ASSOCIATED FACTORS WITH MALOCCLUSION
IN THE PRIMARY DENTITION: SB BRASIL 2010.
PIRACICABA
2017
PATRICIA XAVIER DA COSTA NOBRE
PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À MÁ OCLUSÃO NA DENTIÇÃO DECÍDUA: SB BRASIL 2010.
PREVALENCE AND ASSOCIATED FACTORS WITH MALOCCLUSION IN THE PRIMARY DENTITION: SB BRASIL 2010.
Dissertação de mestrado profissionalizante apresentada à Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestra em Odontologia em Saúde Coletiva. Dissertation of professional master presentes to the Piracicaba Dentistry School of the University of Campinas in partial fulfillment of the requirements for the degree of Master in Public Health Dentistry.
Orientadora: Profª. Drª. Gisele Pedroso Moi.
ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA PATRICIA XAVIER DA COSTA NOBRE, E ORIENTADA PELA PROFª. DRª. GISELE PEDROSO MOI.
PIRACICABA
2017
DEDICATÓRIA
Aos meus amados pais, Maria Aparecida Xavier da Costa, meu amor maior e
Sebastião Rodrigues da Costa (in memorian), eterno pai, que me ensinaram com muito amor o que existe de mais sagrado nessa vida a FAMILIA.
Ao meu esposo, José dos Santos Nobre Júnior, pelo amor, carinho compreensão e companheirismo, TE AMO.
Aos meus irmãos, Marcius Xavier Rodrigues da Costa, Alessandra Xavier da Costa, Susiane Xavier da Costa e Eduardo Xavier da Costa, meus
ETERNOS IRMÃOS amigos.
Aos meus queridos e lindos sobrinhos, Ivan Augusto Xavier Araújo, Lívia Flores da Costa e João Victor Flores da Costa, pelo amor incondicional,
minha RAZÃO DA VIDA.
Aos meus queridos “pai” e “mãe”, José dos Santos Nobre e Arlete Costa Nobre, pelo enorme AMOR.
As minhas cunhadas lindas, Inês Flores da Costa, Flávia Cristina de Jesus Xavier e Elisabete Costa Nobre pelo CUIDADO amor e carinho.
Ao meu cunhado, Romecy Alberto Toldo pelo AMIGO que és.
Aos meus amigos, Jéssica da Silva Campos, Edsséia Regina Mendes, Glaucia Gonçalves, Orisvaldo Gomes, Marcos Rodrigues, Patricia Martinelli,
Adimilson Assunção, Artur Dudziak, Tatiane de Jesus Souza SEMPRE presentes em meu coração.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
A Deus, pelo DOM da vida.
A minha orientadora, Profª. Dra. Gisele Pedroso Moi, pelo profissionalismo,
pelo exemplo de ética e dedicação, por despertar em mim a sua essência de
pesquisadora, por ser essa pessoa maravilhosa e especial, AMIGA, muito
OBRIGADA.
Ao Prof. Dr. Ageo Mário Candido Silva, pela excepcional competência
profissional, obrigada pela sua essencial participação neste trabalho.
Ao Prof. Dr. Antonio Carlos Pereira, pela pessoa sábia, símbolo para muitos,
grande Mestre da Saúde Coletiva, agradeço a oportunidade em conhecê-lo e a
possibilidade de aprender mais com o Mestrado Profissional.
AGRADECIMENTOS
À Universidade Estadual de Campinas e à Faculdade de Odontologia de Piracicaba,
nas pessoas de seu reitor, o Prof. Dr. JOSÉ TADEU JORGE, e do diretor da faculdade, o
Prof. Dr. GUILHERME ELIAS PESSANHA HENRIQUES.
Ao Prof. Dr. ANTONIO CARLOS PEREIRA, pelo seu enorme e contagiante amor pela
Saúde Coletiva.
À Profa. Dra. LUCIANE MIRANDA GUERRA, coordenadora do Mestrado
Profissionalizante em Odontologia em Saúde Coletiva da FOP/UNICAMP, pelo seu lindo trabalho em
equipe de dedicação integral e amor à Saúde Coletiva.
Às Profas. Dra. JAQUELINE VILELA BULGARELI e Dra. MARIA PAULA MACIEL
RANDO MEIRELLES, por fazerem parte dessa etapa da minha vida profissional, agradeço.
Aos PROFESSORES DO CURSO DE MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM
ODONTOLOGIA EM SAÚDE COLETIVA DA FOP/UNICAMP, pelos conhecimentos e
experiências tão importantes para o meu crescimento profissional.
Aos meus COLEGAS DO MESTRADO, pela oportunidade de conhecê-los e fazerem parte
desse ciclo de amizades da Saúde Coletiva, em especial as amigas inesquecíveis Lívia Probst
e Flávia Maschietto.
À JESUS CRISTO
“PORQUE DELE, E POR ELE, E PARA ELE, SÃO TODAS AS COISAS”
(RM. 11:36)
RESUMO
A prevalência global de má oclusão na dentição decídua varia de 26,0% a 87,0% e sua
presença pode ser considerada fator preditivo de má oclusão na dentição permanente.
Tornando-se importante o diagnóstico e tratamento precoce, bem como uma avaliação mais
abrangente e rigorosa das suas dimensões epidemiológicas e clínicas. O objetivo deste estudo
foi analisar e explorar possíveis associações dos aspectos epidemiológicos da má oclusão em
pré-escolares brasileiros. Este estudo de base populacional, transversal, baseado em
amostragem probabilística de conglomerados, analisou dados secundários obtidos de
entrevistas e exames de condição oclusal de crianças com idade índice de 5 anos que
participaram da Pesquisa Nacional de Saúde Oral - SB Brasil 2010 (N = 7045). A variável
dependente deste estudo foi a condição oclusal da dentição decídua e as variáveis
independentes foram consideradas o índice ceo-d e as incluídas no questionário composto por
três blocos da SB Brasil: (a) caracterização demográfica e socioeconômica da família; (B) uso
de serviços odontológicos e morbidade oral referidos à criança; (C) autopercepção e impactos
na saúde bucal da criança. As perguntas foram aplicadas ao chefe de família para obter
informações sobre a criança. A prevalência de má oclusão foi observada em 50,32% dos pré-
escolares brasileiros. Os resultados da análise ajustada sugerem uma associação entre a
presença de má oclusão ea presença de alguma manifestação clínica de doença de cárie (p
<0,001), observando-se associação semelhante entre crianças com morbidade bucal referida
(p <0,001), presença de dor (P <0,001) e residem no interior (p <0,001). Estes resultados têm
importância estratégica para o planejamento de ações preventivas e curativas que possam
interferir na ocorrência e gravidade dessa condição, já que a presença desta na dentição
decídua pode ser considerada fator preditivo de má oclusão na dentição permanente.
PALAVRAS-CHAVE: Epidemiologia. Má Oclusão. Pré-Escolares. Fatores de Risco.
ABSTRACT
The global prevalence of malocclusion in the deciduous dentition ranges from 26.0% to
87.0% and ist presence in the deciduous dentition can be considered a predictive factor of
malocclusion in the permanent dentition. It is becoming interest its diagnosis and early
treatment, as well as a more comprehensive and rigorous assessment of its epidemiological
and clinical dimensions. It was to analyze and explore possible associations of the
epidemiological aspects of malocclusion in Brazilian preschool children.. This population-
based, cross-sectional study, based on probabilistic cluster sampling, analyzed secondary data
obtained from interviews and occlusal condition examinations from 5-year-old individuals
who participated in the National Oral Health Survey - SB Brazil 2010 (N = 7045). The
dependent variable of this study was the occlusal condition of the deciduous dentition and the
independent variables were considered the ceo-d index and those included in the
questionnaire composed of three blocks of SB Brazil: (a) family demographic and
socioeconomic characterization; (B) use of dental services and oral morbidity referred to the
child; (C) self-perception and impacts on the oral health of the child. The questions were
applied to the head of household to obtain information about the family and the child. The
prevalence of malocclusion was observed in 50.32% of Brazilian pre-scholars. The results of
the adjusted analysis suggest an association between presence of malocclusion and presence
of some clinical manifestation of caries disease (p <0.001), a similar association was observed
among children that presented referred buccal morbidity (p<0.001), presence of tooth pain (p
<0.001) and resided in the interior (p<0.001). These results have strategic importance for the
planning of preventive and curative actions that may interfere in the occurrence and severity
of this condition, since the presence of this in the deciduous dentition can be considered a
predictive factor of malocclusion in the permanent dentition.
Keywords: Epidemiology, Malocclusion, Child, Preschool, Risk Factors.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 12
2 ARTIGO: Prevalência e Fatores Associados à Má Oclusão em Pré-Escolares
Brasileiros: Estudo de Base Populacional 17
3 CONCLUSÃO 35
REFERÊNCIAS 36
ANEXOS
Anexo 1: Comitê de Ética 41
Anexo 2: Comprovante de Submissão 45
12
1 INTRODUÇÃO
A má oclusão dentária é o terceiro maior problema odontológico de saúde pública,
após a cárie e a doença periodontal e apresentam uma elevada prevalência, tanto na dentição
decídua quanto na permanente (OMS, 1997; Cavalcanti et al., 2008, Marcenas, 2013).
A etiologia da má oclusão é complexa e variável e inclui fatores hereditários e
ambientais (Mossey, 1999, Proffit, Fields, Sarver, 2013). A significativa influência de fatores
epigenéticos, biomecânicos ou funcionais na infância, pode ser, pelo menos em parte,
explicada pelos aspectos quantitativos e qualitativos do crescimento craniofacial nestes
estágios de desenvolvimento.
Segundo Corruccini (1980), o consumo de uma dieta ocidental, ou "Dieta Industrial"
pode ser um dos fatores responsáveis pela epidemia de má oclusão nas populações humanas
modernas nos países ocidentais. Contudo, segundo Silva (2012), estudo em crianças pré-
escolares a co si st ia dos a ime tos o su midos ã o afetou a o usão o se ti do
tra sver sa , verti a ou a ter oposterior, por m os h it os de su ão ut ritivos e ã o utrit ivos
ai da sã o fortes determi a tes a ausa de o usopatias
Fleischer-Peters, Scholz (1987) afirma que as má oclusão têm uma influência sobre o
desenvolvimento da dentição e sobre as funções ligadas à fisiologia do desenvolvimento, tais
como mastigação, deglutição, fala e respiração. Não raro, eles são precipitantes para situações
de conflitos psicológicos posteriores.
De maneira geral, os estudos indicaram que a má oclusão na dentição decídua não
afeta de forma negativa na qualidade de vida das crianças. Conforme revisão realizada por
Moreira et al (2015) verificou-se que a má oclusão não interfere de maneira significativa na
qualidade de vida das crianças e seus familiares. Apenas Kramer et al (2013) indicou
interferência negativa da má oclusão na qualidade de vida das crianças. A maior parte dos
trabalhos que investigam o impacto da malo usão a qua idade de vida a sa de u a estão
focados em adolescentes e adultos jovens. (Bernabe et. al, 2007; Bernabe e Flores-Mir, 2007;
Johal et al., 2007; Seehra et al., 2011). Assim, quando o foco são os dentes permanentes, esse
quadro muda completamente, indicando que a má oclusão interfere, e muito, de maneira a
diminuir a qualidade de vida dos indivíduos, isso foi o ser vado por oursa d em
13
ado es e tes om ma o us es gr aves e muito graves
Escassos estudos brasileiros de avaliação populacional sobre a prevalência de
preditores de dor de dente em pré-escolares são encontrados na literatura (Oliveira e Colares,
2009; Moure-Leite, 2011; Boeira et al, 2012; Gomes et al, 2014). Segundo Ortiz et al (2014) a
dor dentaria afeta negativamente a qua idade de vida re a io ad a a sa de u a e est
asso ia da om e pe ri ia de arie, idade e uso de servi os odo to gi o
Moyers (1991) apontou a cárie dentária como a principal causa isolada de má oclusão
localizada. Tomita, Bijella, Franco (2000) relatam que as lesões extensas de cárie, não
tratadas, atuam como fatores agravantes para má oclusão A cárie pode desenvolver-se até
ocasionar a perda dentária, ao se perder um dente decíduo precocemente, pode haver a perda
do espaço para seu sucessor permanente ou o retardo da irrupção do mesmo, em função da
formação de tecido ósseo acima do germe do permanente (Moyers, 1991). Nas últimas
décadas houve significativo declínio mundial na prevalência da cárie dentária (Marcenes
2013). Apesar desta redução significativa no índice de ceo-d, cerca de 80% de sua
composição é representado por dentes cariados não tratados (Brasil, 2010). Portanto, se
justifica a implementação de medidas de promoção de saúde das doenças mais prevalentes na
criança desde a gestação.
Snodell, Nanda e Currier (1993) observaram que várias regiões da face de uma
criança, apresentam, aos seis anos de idade, cerca de 80% (oitenta por cento) de suas
dimensões transversais de adulto. Segundo Nanda (1988), o padrão de crescimento em cada
forma facial é estabelecido em idade muito precoce, bem antes da erupção dos primeiros
molares permanentes e muito antes do surto pré-puberal de crescimento. A alta capacidade de
remodelação óssea na infância favorecem ainda mais as alterações esqueléticas nos estágios
iniciais (Graber, Rakosi, Petrovic, 1997). Sendo assim um aspecto importante é a necessidade
de intervenções cada vez mais precoces visando a estimulação adequada e a orientação do
crescimento e desenvolvimento do Sistema Estomatognático, buscando contudo o tratamento
e prevenção de má oclusões com participação de componente esquelético.
Grande parte das má oclusões não se autocorrigem (Silva Filho et al., 1990; Almeida
et al., 2011). tre ta to, o ar ter auto or retivo de a gu s tipos de ma o usão tem sido a vo
de dis uss e s Tomita, Bijella, Franco, 2000). Com a realização do diagnóstico na dentição
decídua, antes do inicio da irrupção dos dentes permanentes têm-se as vantagens de poder
14
interceptar, simplificar tratamentos futuros e, principalmente, prevenir má oclusões na
dentição permanente (Raupp, 2003). Desta maneira a presença de má oclusão na dentição
decídua pode ser considerada um fator preditivo de má oclusão na dentição permanente
(Kerosuo, 1997; Bhayya et al., 2012). Uma vez que a oclusão decídua influencia o
desenvolvimento de oclusão permanente na medida em que suas características e anomalias
são muitas vezes refletidas na oclusão permanente (Onyeaso e Sote, 2002).
No levantamento epidemiológico de Saúde Bucal Nacional - SB Brasil 2003,
possibilitou a avaliação da condição bucal da população brasileira, e com relação à
prevalência de má oclusão apontaram que 36,5% das crianças de cinco anos de idade
apresentaram má oclusão (Brasil, 2004). Posteriormente no levantamento epidemiológico da
Pesquisa Nacional de Saúde Bucal – SB Brasil 2010 (Brasil, 2010) apontaram que 66,7 % das
crianças, aos 5 anos, apresentaram problemas de oclusão.
A prevalência global da má oclusão em pré-escolares é alta (Chevitarese et al, 2002,
Bhat et al, 2012, Normando et al, 2015). Dados epidemiológicos deste agravo mostram
grandes variações, dependendo particularmente da população pesquisada e do método de
registro assim os dados epidemiológicos sobre a prevalência de má oclusão devem ser vistos
com algumas reservas (Tschill et al 1997). Segundo Almeida et al (2011) a incidência elevada
das má oclusões se dá pelo fato de que parte das popu a e s estudadas aprese tar em a gum
desvio da orm a idade o usa , os quais são mi u iosame te ata ogados, i depe de te da
sua mag itude studos om resu tados ategori ados ape as em o usão normal ou alterada
dificultam o planejamento de servi os p i os a rea ortod t i a , entertanto a gravidade da
m o usão, defi iria a rea e essidade de tratame to ortod t i o ra dã o, ; u ia o e t
al, 2007).
Segundo Oliveira (2004) e Cavalcanti (2008), a avaliação da oclusão considerando
aspectos de saúde pública tem dois objetivos principais: primeiro, avaliar a necessidade e
prioridade de tratamento; segundo, obter informações para planejar adequadamente os
recursos necessários para o fornecimento de tratamento ortodôntico para suprir a demanda da
população. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) não assiste efetivamente problemas
de oclusão. Como uma parcela significativa da população depende exclusivamente desse
sistema público espera-se que muitos pacientes portadores de má oclusões não estejam sendo
assistidos (Brito et al., 2009). Suliano et al (2007) sugere que para o planejamento do serviço
a priorização ao atendimento dos casos mais graves em detrimento dos mais simples seja
15
garantindo pelo serviço especializado vinculado ao SUS assim como a implementação de
ações preventivas e interceptavas. Segundo Alves et al (2009) julga necessário a
implementação de políticas públicas para prevenção e tratamento ortodôntico nas crianças.
Em 2004, o Ministério da Saúde lançou o Programa Brasil Sorridente, com o objetivo
de garantir as ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal dos brasileiros.
Com a ampliação e qualificação da atenção especializada, novos procedimentos na tabela do
SUS foram instituidos, através da portaria 718/SAS (Brasil, 2010), procedimentos como
aparelhos ortodôntico/ortopédico poderão ser realizados nos Centros de Especialidades
Odontológicas (CEOs) - Brasil Sorridente, e os procedimentos como mantenedor de espaço e
plano inclinado poderão ser realizados na atenção básica (Brasil, 2013), sendo que a relação
custo-efetividade em serviços de saúde o financiamento público é de interesse dos gestores
(Brasil, 2004; Deans et al., 2009).
O gestor pode optar em oferecer estes serviços não sendo necessária a apresentação de
projeto (Brasil, 2013). Segundo Hebling (2007) a organização e inclusão de procedimentos
ortodônticos são possíveis de ser aplicadas com o gerenciamento dos recursos físicos,
humanos e financeiros e o estabelecimento de critérios para acesso aos serviços. A utilização
de protocolo de assistência e o correto planejamento das ações ortodônticas podem
possibilitar a realização de ações preventivas e interceptoras nas próprias Unidades Básicas de
Saúde (UBSs), enquanto maiores recursos possam ser alocados para a criação de Centros de
Referência de Especialidades, com a possível implantação de procedimentos em Ortodontia
Corretiva.
Diante da alta prevalência das má oclusões e disfunções craniomandibulares, dentre as
doenças bucais, e suas implicações sobre o indivíduo, estes problemas tornam-se objetos de
interesse da saúde pública no Brasil. Conhecendo a situação epidemiológica, é possível
planejar e executar com equidade os serviços (Cunha, 2002). Analisar, não somente os fatores
biológicos, mas os psicossociais, econômicos e relacionados à gravidade da má oclusão
dentária devem ser contemplados. Assim a importância de avaliar a associação entre a
prevalência e gravidade da má oclusão em crianças de 5 anos de idade com as variáveis
individuais, faz-se necessário, para determinar o perfil da população em idade precoce e sua
prevalência a respeito da má oclusão. Possibilitando-se avaliar, priorizar, planejar, e implantar
programas coletivos de saúde bucal, eficazes e resolutivos nos casos a principio de maior
severidade de demanda dessa população estudada e consequentemente a intervenção em idade
precoce poderá diminuir a severidade de um problema instalado podendo ser facilitado o
16
tratamento em idades mais avançadas ou até mesmo ser resolutivo na idade precoce.
Existe um interesse crescente no diagnóstico e tratamento precoce das más oclusões,
bem como uma avaliação mais abrangente e rigorosa das dimensões epidemiológicas e
clínicas deste agravo bucal (Almeida et al., 2008). A determinação da prevalência e fatores
associados da má-oclusão na dentição decídua representa uma importante ferramenta
epidemiológica para o planejamento de ações preventivas e curativas que pode interferir na
ocorrência e severidade deste agravo (Onyeaso, Denloye e Taiwo, 2003), tanto na dentição
decídua quanto na permanente (Kerosuo, 1997; Onyeaso e Sote, 2002; Bhayya et al., 2012). O
objetivo deste estudo foi analisar e explorar as possíveis associações dos aspectos
epidemiológicos da má oclusão em pré escolares brasileiros segundo a Pesquisa Nacional de
Saúde Bucal o SB Brasil 2010.
17
2 ARTIGO: MÁ OCLUSÃO EM PRÉ-ESCOLARES BRASILEIROS E FATORES
ASSOCIADOS: ESTUDO DE BASE POPULACIONAL
Artigo submetido ao periódico Revista de Saúde Pública (Anexo 2)
Costa-Nobre PX1,3
Silva AMC2,3
Pereira AC1
Moi GP1,3*
1 Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Universidade Estadual de Campinas –
FOP.UNICAMP 2Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal do Mato Grosso - ISC.UFMT 3 Centro Universitário de Várzea Grande – UNIVAG
*Autor correspondente: Gisele Pedroso Moi. Rua Nossa Senhora da Guia, 504, apto.901-II -
Jardim Santa Matha, Cuiabá, MT- CEP 78043-605. e-mail - gisele.pedroso.moi@gmail.com
Resumo
A prevalência global de má oclusão na dentição decídua varia de 26,0% a 87,0% e sua
presença pode ser considerada fator preditivo de má oclusão na dentição permanente.
Tornando-se importante o diagnóstico e tratamento precoce, bem como uma avaliação mais
abrangente e rigorosa das suas dimensões epidemiológicas e clínicas. O objetivo deste estudo
foi analisar e explorar possíveis associações dos aspectos epidemiológicos da má oclusão em
pré-escolares brasileiros. Este estudo de base populacional, transversal, baseado em
amostragem probabilística de conglomerados, analisou dados secundários obtidos de
entrevistas e exames de condição oclusal de crianças com idade índice de 5 anos que
participaram da Pesquisa Nacional de Saúde Oral - SB Brasil 2010 (N = 7045). A variável
dependente deste estudo foi a condição oclusal da dentição decídua e as variáveis
independentes foram consideradas o índice ceo-d e as incluídas no questionário composto por
três blocos da SB Brasil: (a) caracterização demográfica e socioeconômica da família; (B) uso
de serviços odontológicos e morbidade oral referidos à criança; (C) autopercepção e impactos
na saúde bucal da criança. As perguntas foram aplicadas ao chefe de família para obter
informações sobre a criança. A prevalência de má oclusão foi observada em 50,32% dos pré-
18
escolares brasileiros. Os resultados da análise ajustada sugerem uma associação entre a
presença de má oclusão ea presença de alguma manifestação clínica de doença de cárie (p
<0,001), observando-se associação semelhante entre crianças com morbidade bucal referida
(p <0,001), presença de dor (P <0,001) e residem no interior (p <0,001). Estes resultados têm
importância estratégica para o planejamento de ações preventivas e curativas que possam
interferir na ocorrência e gravidade dessa condição, já que a presença desta na dentição
decídua pode ser considerada fator preditivo de má oclusão na dentição permanente.
Palavras-chave: Epidemiologia, Má Oclusão, Pré-escolares, Fatores de Risco.
19
Abstract
The global prevalence of malocclusion in the deciduous dentition ranges from 26.0% to
87.0% and ist presence in the deciduous dentition can be considered a predictive factor of
malocclusion in the permanent dentition. It is becoming interest its diagnosis and early
treatment, as well as a more comprehensive and rigorous assessment of its epidemiological
and clinical dimensions. It was to analyze and explore possible associations of the
epidemiological aspects of malocclusion in Brazilian preschool children.. This population-
based, cross-sectional study, based on probabilistic cluster sampling, analyzed secondary data
obtained from interviews and occlusal condition examinations from 5-year-old individuals
who participated in the National Oral Health Survey - SB Brazil 2010 (N = 7045). The
dependent variable of this study was the occlusal condition of the deciduous dentition and the
independent variables were considered the ceo-d index and those included in the
questionnaire composed of three blocks of SB Brazil: (a) family demographic and
socioeconomic characterization; (B) use of dental services and oral morbidity referred to the
child; (C) self-perception and impacts on the oral health of the child. The questions were
applied to the head of household to obtain information about the family and the child. The
prevalence of malocclusion was observed in 50.32% of Brazilian pre-scholars. The results of
the adjusted analysis suggest an association between presence of malocclusion and presence
of some clinical manifestation of caries disease (p <0.001), a similar association was observed
among children that presented referred buccal morbidity (p<0.001), presence of tooth pain (p
<0.001) and resided in the interior (p<0.001). These results have strategic importance for the
planning of preventive and curative actions that may interfere in the occurrence and severity
of this condition, since the presence of this in the deciduous dentition can be considered a
predictive factor of malocclusion in the permanent dentition.
Keywords: Epidemiology, Malocclusion, Child, Preschool, Risk Factors.
20
Introdução
A má oclusão é a terceira patologia bucal mais prevalente na população mundial
superada apenas pela cárie dentária e doença periodontal17. Caracteriza-se pelo
relacionamento anormal dos arcos dentários decíduos, mistos ou permanentes em qualquer
um dos planos anatômicos 24. Este relacionamento anormal é desencadeado pelas adaptações
do crescimento do complexo craniofacial frente à influência dos fatores genéticos, ambientais
e locais 8,11,18. Este agravo bucal é considerado um problema de saúde pública capaz de
impactar negativamente tanto nos indivíduos quanto na sociedade em termos de desconforto,
qualidade de vida e limitações sociais e funcionais 11,22.
A prevalência global da má oclusão na dentição decídua varia entre 26,0% e
87,0% 10. Este amplo intervalo em sua prevalência pode ser devido a variações dos fatores
etiológicos aos quais as populações estão expostas ou ainda aos diferentes critérios de
interpretação deste agravo bucal 16. A presença de má oclusão na dentição decídua pode ser
considerada um fator preditivo de má oclusão na dentição permanente 4,15. Uma vez que a
oclusão decídua influencia o desenvolvimento de oclusão permanente na medida em que suas
características e anomalias são muitas vezes refletidas na oclusão permanente 20.
Existe um interesse crescente no diagnóstico e tratamento precoce das más
oclusões, bem como uma avaliação mais abrangente e rigorosa das dimensões
epidemiológicas e clínicas deste agravo bucal 2. A determinação da prevalência e fatores
associados da má-oclusão na dentição decídua representa uma importante ferramenta
epidemiológica para o planejamento de ações preventivas e curativas que pode interferir na
ocorrência e severidade deste agravo 20, tanto na dentição decídua quanto na permanente4,15,19.
Assim, o objetivo deste estudo foi analisar e explorar possíveis associações dos aspectos
epidemiológicos da má oclusão em pré escolares brasileiros, segundo a Pesquisa Nacional de
Saúde Bucal o SB Brasil 2010.
21
Metodologia
O Este estudo transversal de base populacional, aprovado pela Comissão Nacional de
Ética em Pesquisa sob protocolo nº 55296116.5.0000.5692, analisou dados secundários do da
Pesquisa Nacional de Saúde Bucal7 que foi realizada pelo Ministério da Saúde. Este inquérito
epidemiológico aferiu a partir de uma amostra de conglomerado probabilístico as condições
de saúde bucal da população brasileira (N=37.519) em diferentes grupos etários, nas áreas
urbanas e rurais, em 26 capitais estaduais, no Distrito Federal e em 30 municípios do interior
de cada uma das macrorregiões brasileiras (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul). Os
participantes do SB Brasil foram entrevistados e examinados em seus domicílios. Maiores
detalhes sobre a metodologia empregada no SB Brasil 2010 podem ser encontradas em Brasil
(2012) 7 e Roncalli et al (2012) 21.
Para o presente estudo foram selecionados os dados obtidos a partir das entrevistas e
exames oriundos dos indivíduos com idade-índice de 5 anos que participaram da Pesquisa
Nacional de Saúde Bucal – SB Brasil 2010 (N= 7217), sendo excluídos aqueles que não
possuíam dados sobre a oclusão (n=172). Esta idade-índice foi selecionada por ser
recomendada pela Organização Mundial da Saúde para a determinação dos níveis de doenças
bucais na infância, uma vez que a dentição decídua pode exibir mudanças em um período de
tempo menor que a dentição permanente nas outras idades-índice 21. O banco de dados gerado
nesta pesquisa é de domínio público e tem livre acesso em uma página eletrônica do
Ministério da Saúde.
A variável dependente deste estudo, representada pela condição da oclusão na dentição
decídua, foi registrada com o emprego do Índice de Foster e Hamilton (1969) 13 e
categorizada em normal (sem anormalidade) e alterada (oclusopatia) quando pelo menos uma
alteração oclusal estivesse presente. Este índice leva em consideração os seguintes critérios: a)
chave de caninos (classe I, classe II, classe III), b) sobressaliência (normal, aumentado, topo-
a-topo, cruzada anterior), c) sobremordida (normal, reduzida, aberta, profunda), d) mordida
cruzada posterior (ausência ou presença).
Como variáveis independentes foram consideradas o índice de ceo-d (cárie dentária,
dicotomizada em presença e ausência de algum dente cariado perdido e obturado: 1 - ceo-d
>= 1 e 2 - ceo-d = 0) e aquelas constantes no questionário composto por três blocos 21: (a)
caracterização demográfica e socioeconômica familiar: Macrorregiões Brasileiras, (norte,
nordeste, sudeste, sul e centro-oeste); local de domicílio (capital e interior); sexo (masculino,
feminino); cor de pele/raça (branca, preta, amarela, parda e indígena); renda familiar
22
(considerando a distribuição da variável, em que a faixa de R$ 501,00 a R$ 1.500,00
correspondia a 58,04% da amostra, foram criadas duas categorias: 1 - ≤ R$ 5 , e - >
R$ 1.500,00); número de bens (dicotomização pela mediana nas categorias: 1 - ≤ 6 e s e -
> 6 bens); aglomeração domiciliar (dicotomização pela média das categorias: 1 - > 1,67
pessoas por cômodo e 2 - ≤ ,67 pessoas por modo ), (b) utilização de serviços
odontológicos: uso de serviços de saúde bucal (não e sim), frequência de uso de serviços de
saúde bucal (Dicotomização frequência de ida ao dentista: 1 - ≥ 1 ano e 2 - < 1 ano); motivo
do uso do serviço de saúde bucal (Dicotomização pela motivo da última consulta: 1 -
Tratamento odontológico e/ou outros e 2 - Revisão, prevenção e check-up); prevalência de
dor de dente (presença e ausência), morbidade bucal referida da criança (presença e ausência);
(c) autopercepção e impactos em saúde bucal da criança. As perguntas foram aplicadas ao
responsável por domicílio para obtenção de informações relativas à família e à criança,
qualidade de vida (Dicotomizada em presença e ausência de interferência na qualidade de
vida: 1 - OIDP>0 e 2 - OIDP = 0).
Para a análise estatística foram realizadas análises bivariada e múltipla por meio dos
programas Epi-Info versão 7.0 e Stata versão 11.0. Na análise bivariada foram identificadas as
associações brutas entre a variável dependente (condição da oclusão) e as demais variáveis
independentes (Figura 1).
Para o verificação da existência de associação utilizou-se o teste de Qui-quadrado com
intervalo de 95% de confiança pelo método de Mantel-Haenszel (IC 95%), ou teste exato de
Fisher quando indicado.
Após esta etapa, foi realizada a análise múltipla por meio da Regressão de Poisson,
sendo incluídas todas as variáveis que apresentaram associações com p-valor <0,20 a partir da
análise bruta, utilizando-se o método de retirada progressiva das variáveis (stepwise
backward). No modelo final foram mantidas as variáveis com nível de significância menor ou
igual a 0,05.
23
Resultados
A prevalência de oclusopatia na dentição decídua foi 57,35% (IC95% 56,19;58,50). As
peculiaridades da condição da oclusão na população analisada estão ilustradas na figura 1. A
freqüência de sobressaliência mais observada neste estudo foi a aumentada (22,5% IC 21,57 -
23,61), seguida da topo a topo (6,9% IC 6,35 - 7,59). Apenas 3,1% das crianças apresentaram
sobressaliencia negativa. Em relação ao trespasse vertical, a sobremordida reduzida (12,7%
IC 11,95 - 13,58) e a mordida aberta (11% IC 10,25 - 11,79) foram as condições mais
prevalentes, seguidas da profunda (10% IC 9,95 - 11,46). A freqüência de presença de
mordida cruzada posterior foi de 81,42% (IC 80,49 - 82,31).
Este estudo contemplou 7045 pré-escolares brasileiros (Tabela 1), sendo 50,32%
(IC95% 49,15;51,49) do sexo masculino, 45,22% (IC95% 44,06;46,39) e 44,32% (IC95%
43,16;45,48) de cor de pele/raça branca e parda, respectivamente. A maior parte das crianças
(75,37% IC95% 74,32;76,38) pertencia à domicílios com renda familiar mensal com até três
salários mínimos para o ano de 2010, com até 6 bens (57,10% IC95% 55,94; 58,26), com mais
de duas pessoas por cômodo (71,52% IC95% 5% 70,46;72,56). Cerca de 79% (IC95% 78,1;80,0)
das crianças deste estudo não possuíam de dor de dente, 56,8% (IC95% 55,6;57,9) não
necessitavam de tratamento odontológico, 54,0% (IC95% 52,9;55,2) possuíam alguma
manifestação clínica da doença cárie (ceo-d= 2,40 ±dp=3,33), 52,94% (IC95% 51,77; 54,11)
nunca foram ao dentista e apenas 24,13% (IC95% 23,15; 25,14) das crianças apresentaram
alguma interferência na qualidade de vida diária decorrente de sua saúde bucal (OIDP=0,61
±dp=1,43).
24
Tabela 1. Frequência, porcentagem e intervalo de confiança de 95% das variáveis independentes
analisadas na população de pré-escolares brasileiros, 2010.
VARIÁVEIS INDEPENDENTES Frequência (n)
Percentagem (%) IC 95%
MACRORREGIÕES BRASILEIRAS
Norte 1768 25,10 24,10 - 26,12
Nordeste 1950 27,68 26,65 - 28,74
Centro Oeste 1281 18,18 17,30 -19,10
Sudeste 926 13,14 12,38 - 13,95
Sul 1120 15,90 15,06 - 16,77
LOCAL DO DOMICÍLIO
Capital 5364 76,14 75,13 - 77,12
Interior 1681 23,86 22,88 - 24,87
SEXO
Masculino 3545 50,32 49,15 - 51,49
Feminino 3500 49,68 48,51 - 50,85
COR DE PELE/RAÇA
Branca 3186 45,22 44,06 - 46,39
Preta 547 7,76 7,16 - 8,41
Amarela 138 1,96 1,66 - 2,31
Parda 3122 44,32 43,16 - 45,48
Indígena 52 0,74 0,56 - 0,97
RENDA FAMILIAR (R$)*
≤ R$ 5 , 5057 75,37 74,32 - 76,38
> R$ 1.500,00 1653 24,63 23,62 - 25,68
NÚMERO DE BENS
≤ 6 e s 3995 57,10 55,94 - 58,26
> 6 bens 3001 42,90 41,74 - 44,06
AGLOMERAÇÃO DOMICILIAR
> 2 pessoas por cômodo 5038 71,52 70,46 - 72,56
≤ pessoas por cômodo 2006 28,48 27,44 - 29,54
25
Tabela 1. Frequência, porcentagem e intervalo de confiança de 95% das variáveis independentes
analisadas na população de pré-escolares brasileiros, 2010.
(conclusão)
VARIÁVEIS INDEPENDENTES Frequência (n)
Percentagem (%) IC 95%
PRESENÇA DE DOR DE DENTE
Presença 1462 20,92 19,98 - 21,89
Ausência 5526 79,08 78,11 - 80,02
MORBIDADE BUCAL REFERIDA
Presença 3818 56,79 55,6 - 57,97
Ausência 2905 43,21 42,03 - 44,40
USO DE SERVIÇOS DE SAÚDE BUCAL
Não 3682 52,94 51,77 - 54,11
Sim 3273 47,06 45,89 - 48,23
FREQUÊNCIA DE USO DE SERVIÇOS DE SAÚDE BUCAL
mais de um ano (arrumar 939 25,87 24,47 - 27,32
menos de 1 ano 2691 74,13 72,98 - 75,53
MOTIVO DO USO DE SERVIÇOS DE SAÚDE BUCAL
Tratamento odontológico e/ou outros 1826 50,07 48,45 - 51,69
Revisão, prevenção ou check-up 1821 49,93 48,31 - 51,55
CÁRIE DENTÁRIA
ceo-d = 0 3236 45,93 44,77 - 47,10
ceo-d > 0 3809 54,07 52,90 – 55,23
QUALIDADE DE VIDA
OIDP > 0 1700 24,13 23,15 - 25,14
OIDP = 0 5345 75,87 74,86 - 76,85
26
Os resultados da análise bivariada da presença de oclusopatia e fatores associados são
apresentados na Tabela 2. Houve associação significativa entre a presença de má oclusão e as
macrorregiões Sul (RP=1,35; IC95%1,26;1,43; p<0,001), Sudeste (RP=1,23; IC95%1,16;1,31;
p<0,001) e Nordeste (RP=1,18; IC95%1,11;1,25; p<0,001) brasileiras, comparadas à
macrorregião Norte. A má oclusão foi mais prevalente no sexo feminino (RP=1,05;
IC95%1,01;1,09; p=0,0105), em crianças residentes no interior do país (RP=1,04; IC95%1,01;
1,09; p=0,045), com renda familiar de até três salários mínimos para o ano de 2010 (RP=1,06;
IC95%1,01;1,11; p=0,0095), com até 6 bens no domicílio (RP=1,07; IC95%1,02;1,11;
p=0,0011), com mais de duas pessoas por cômodo (RP=1,03; IC95%1,01;1,07; p=0,0072 ), não
havendo diferença em sua distribuição entre a cor de pele/raça (p>0,05). A má oclusão
apresentou associação significativa com presença de dor de dente (RP=1,22; IC95%1,17;1,28;
p<0,0001), presença morbidade bucal referida (RP=1,08; IC95%1,03;1,13; p<0,0001), e uso de
serviços de saúde para tratamento odontológico e/outros (RP=1,08; IC95%1,02;1,14;
p=0,0003). A presença de alguma manifestação clínica da doença cárie (RP=13,99;
IC95%12,36;15,85; p<0,0001) e presença de alguma interferência na qualidade de vida diária
decorrente de sua saúde bucal (RP=1,11; IC95%1,07;1,16; p<0,0001) também foram
associadas com oclusopatia.
Os resultados ajustados pelo modelo de regressão múltipla de Poisson Robusta são
apresentados na Tabela 2. As variáveis que permaneceram associadas a oclusopatia após
análise foram: residir no interior do país (RPa=1,02;IC95%1,01;1,03;p <0,001*), presença de
alguma manifestação clínica da doença cárie (RPa=37,39;IC95%30,18;46,32; p <0,001*),
presença morbidade bucal referida (sim RPa=1,10;IC95%1,009;1,03;p <0,001*) e presença de
dor de dente (RPa=1,10; IC95%1,08;1,12; p <0,001*).
27
Tabela 2. Distribuição da condição da oclusão na população de pré-escolares brasileiros e fatores associados. Variáveis do modelo inicial e razão de prevalência bruta (RP) pela análise
bivariada da presença de oclusopatia e fatores associados e variáveis do modelo final e razão de prevalência ajustada por regressão de Poisson Robusta (RPa) múltipla associadas à oclusopatia,
com seus respectivos intervalos de confiança (IC) de 95% e valor de p, Brasil, 2010.
VARIÁVEIS
Condição da Oclusão RP (IC95%)
Bruta p RPa (IC 95%) Ajustada
Oclusopatia Sem anormalidade p
N % n %
MACRORREGIÃO
Norte 888 50,23 880 49,77 ref
Nordeste 1158 59,38 792 40,62 1,18 (1,11 - 1,25) p<00001
Centro Oeste 575 51,34 545 48,66 1,02 (0,95 - 1,10) p=0,2801
Sudeste 793 61,90 488 38,10 1,23 (1,16 - 1,31) p<00001
Sul 626 67,60 300 32,40 1,35 (1,26 - 1,43) p<00001
LOCAL
Capital 3106 57,90 2258 42,10 ref Ref
Interior 934 55,56 747 44,44 1,04 (1,01– 1,09) p=0,045 1,02(1,01 a 1,03) <0,001
SEXO
Masculino 1985 55,99 1560 44,01 ref
Feminino 2055 58,71 1445 41,29 1,05 ( 1,01 – 1,09) p=0,0105
RENDA FAMILIAR (R$)**
> R$ 1500,00 905 54,75 748 45,25 ref
≤ R$ 5 , 2935 58,04 2122 41,96 1,06 (1,01 - 1,11) p=0,0095
NÚMERO DE BENS
> 6 bens 1655 55,15 1346 44,85 ref
≤ 6 e s 2349 58,80 1646 41,20 1,07 (1,02 - 1,11) p=0,0011
28
AGLOMERAÇÃO DOMICILIAR
≤ pessoas por modo 1993 56,46 1537 43,54 ref
> 2 pessoas por cômodo 2038 58,18 1465 41,82 1,03 (1,01 - 1,07) p=0,0072
PRESENÇA DE DOR DE DENTE
Ausência 3011 54,49 2515 45,51 ref Ref
Presença 974 66,62 488 33,38 1,22 (1,17 - 1,28) p<0,0001 1,00 (1,08 a 1,12) <0,001
MORBIDADE BUCAL REFERIDA
Ausência 1536 52,87 1369 47,13 ref Ref
Presença 2182 57,17 1636 42,85 1,08 (1,03 - 1,13) p<0,0001 1,00 (1,01 a 1,03) <0,001
MOTIVO DO USO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
BUCAL
Revisão, prevenção ou check-up 990 54,37 831 45,63 ref
Tratamento odontológico e/ou outros 1074 58,82 752 41,18 1,08 (1,02 - 1,14) p=0,0003
CÁRIE DENTÁRIA
ceod=0 231 7,14 3005 92,86 ref Ref
ceo-d>0 3806 99,92 3 0,08 13,99 (12,36 – 15,85) p<0,0001* 37,39 (30,18 a 46,32) <0,001
QUALIDADE DE VIDA
OIDP=0 1058 62,24 642 37,76 ref
OIDP>0 2982 55,79 2363 44,21 1,11 (1,07 – 1,16) p<0,0001
*Teste Exato de Fisher. ** R$ 1,00 = US$ 1,66 no ano de 2010.
RP: razão de prevalência bruta pela análise bivariada da presença de oclusopatia e fatores associados RPa: razão de prevalência ajustada pelo modelo de regressão de Poisson Robusta com seleção de variáveis pelo método de backward. IC: intervalo de confiança: significante ao nível de 5%.
29
DISCUSSÃO
Apesar de não terem se mantido no modelo final, a associação de maior
prevalência de má oclusão entre as crianças oriundas de famílias com menor número de bens,
menor renda e maior aglomeração domiciliar, há relatos na literatura que no Brasil as
limitadas ações de saúde bucal para todas as faixas etárias, faz com que ocorra polarização de
acúmulo de necessidades de tratamento e aumento de todas as morbidades de saúde bucal, em
especial a má oclusão1. É notória a pior qualidade de saúde em geral e, em especial, a saúde
bucal, voltando mais uma vez ao problema da baixa oferta e pouco acesso aos serviços de
assistência odontológica do SUS. Além disso, os usuários do serviço público frequentemente
possuem menos anos de estudos, menor renda familiar, menos uso diário de fio dental e de
colutórios, levando também a piores quadros de saúde bucal 3
Outra variável que se manteve associada à maior prevalência de má oclusão
apenas no modelo bruto foi pertencer ao sexo masculino. Apesar da plausibilidade desta
ocorrência ainda não estar bem esclarecida, alguns autores não encontraram associação ao
sexo5, sendo que outros encontraram associações com o sexo feminino24,14 e ainda, outros, a
mesma associação deste estudo 9
A plausibilidade da associação entre má oclusão e o sexo ainda não está bem
esclarecida na população brasileira, uma vez que as evidência tem demonstram maior
prevalência de má oclusão tanto no sexo masculino9 quanto no feminino24,14, assim como
nenhuma diferença de prevalência entre os sexos 5. No presente estudo, a maior prevalência
de má oclusão no sexo masculino foi evidenciada apenas no modelo bruto. Nas últimas
décadas houve significativo declínio mundial na prevalência da cárie dentária17. Esta mesma
tendência tem sido observada na população pré-escolar brasileira, com redução significativa
de 35,71% nos índices de ceo-d na população infantil6,7. Apesar desta redução significativa no
índice de ceo-d, cerca de 80% de sua composição é representado por dentes cariados não
tratados7. Sugerindo que as crianças de menor idade não estão tendo acesso necessário aos
serviços odontológicos, caracterizando uma expressiva demanda reprimida por tratamento
odontológico aos 5 anos de idade 7. Ao se discutir acesso aos serviços odontológicos é
relevante destacar que no Brasil existem desigualdades no perfil dos atendimentos, havendo
escassez de atendimentos nas áreas mais afastadas dos grandes centros 21.
Este estudo apresenta uma importância peculiar por conter dados de base
populacional do último Inquérito Nacional Brasileiro de Saúde Bucal da idade índice de 5
anos7. Possibilitando o estabelecimento da prevalência e fatores que encontram-se associados
30
à má oclusão nesta idade. Porém, o índice utilizado neste inquérito para mensurar a má
oclusão aos 5 anos não permitiu que fosse determinado a sua severidade e consequentemente
a determinação da real necessidade de intervenção ortod t i a nesta população. O que seria
de grande relevância para o estabelecimento de metas e diretrizes de implementação de
políticas públicas para prevenção e tratamento ortodôntico nesta população.
A interpretação das associações de causalidade deste estudo requer parcimônia já
que fatores de exposição e o desfecho são determinados simultaneamente 12, condição inerente
ao desenho utilizado no presente estudo. Assim, um possível viés de memória dos familiares
ao responderem o questionário com dados referentes aos seus dependentes também pode ter
ocorrido.
Os resultados deste estudo sugerem que os pré-escolares com alguma
manifestação clínica da doença cárie possui razão de prevalência 37,39 vezes maior de
apresentar má oclusão na dentição decídua do que as crianças livres de cárie. Adicionalmente,
crianças que residiam no interior, apresentavam morbidade bucal referida e presença de dor
de dente são mais suscetíveis à má oclusão na dentição decídua. Estes dados possuem
importância estratégica para o planejamento de ações preventivas e curativas que possam
interferir na ocorrência e severidade deste agravo, uma vez que a presença deste na dentição
decídua pode ser considerada um fator preditivo de má oclusão na dentição permanente.
31
CONCLUSÃO
A prevalência da má oclusão na população dos escolares brasileiros neste estudo foi de
57,35%. A presença de má oclusão apresentou associação positiva com morbidade bucal
referida, com presença de alguma manifestação clínica da doença cárie (ceo-d>0), com a
presença de dor de dente e com residir no interior do Brasil.
Estes resultados possuem importância estratégica para o planejamento de ações
preventivas e curativas que possam interferir na ocorrência e severidade deste agravo, uma
vez que a presença deste na dentição decídua pode ser considerada um fator preditivo de má
oclusão na dentição permanente.
32
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35
3 CONCLUSÃO
A prevalência de má oclusão nos pré-escolares brasileiros analisados neste estudo foi
57,35%. A análise bruta demonstrou associação significativa entre a presença de má oclusão e
as macrorregiões Sul (p<0,001), Sudeste (p<0,001) e Nordeste (p<0,001) brasileiras,
comparadas à macrorregião Norte. A má oclusão foi mais prevalente no sexo feminino
(p=0,0105), em crianças residentes no interior do país (p=0,045), com renda familiar de até
três salários mínimos para o ano de 2010 (p=0,0095), com até 6 bens no domicílio
(p=0,0011), com mais de duas pessoas por cômodo (p=0,0072 ), não havendo diferença em
sua distribuição entre a cor de pele/raça (p>0,05). A má oclusão apresentou associação
significativa com presença de dor de dente (p<0,0001), presença morbidade bucal referida
(p<0,0001), e uso de serviços de saúde para tratamento odontológico e/outros (p=0,0003). A
presença de alguma manifestação clínica da doença cárie (p<0,0001) e presença de alguma
interferência na qualidade de vida diária decorrente de sua saúde bucal (p<0,0001) também
foram associadas com oclusopatia. O resultado da análise ajustada sugerem associação entre
presença de má oclusão e presença de alguma manifestação clínica da doença cárie (p
<0,001*), associação semelhante foi observada entre as crianças que apresentavam morbidade
bucal referida (p <0,001*), presença de dor de dente (p <0,001*) e residiam no interior do
Brasil (p<0,001*). Estes resultados possuem importância estratégica para o planejamento de
ações preventivas e curativas que possam interferir na ocorrência e severidade deste agravo,
uma vez que a presença deste na dentição decídua pode ser considerada um fator preditivo de
má oclusão na dentição permanente.
36
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41
ANEXO I – COMITÊ DE ÉTICA
42
43
44
45
ANEXO II – COMPROVANTE DE SUBMISSÃO
Submission Confirmation Thank you for your submission
Submitted to Revista de Saúde Pública
Manuscript ID RSP-2017-0003
Title MÁ OCLUSÃO EM PRÉ-ESCOLARES BRASILEIROS E FATORES ASSOCIADOS: ESTUDO DE BASE POPULACIONAL
Authors Costa-Nobre, Patricia
Silva, Ageo Moi, Gisele
Date Submitted 03-Jan-2017