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Recuperação Biotecnológica do Solo Inerte em Extinta Área de Erosão no Residencial Geovanni Braga na Cidade de Anápolis no Estado de Goiás
Welvis Furtado da Silva1, Ernane Rosa Martins2
1Department of Environmental Engineering, Metropolitan College of Anápolis Goyaz, Anápolis, Brazil 2Coordination of Information Technology Area, Federal Institute of Education Science and Technology Goiaz, Luziânia, Brazil
Email address: welvisfurtado@anapolis.go.gov.br (Welvis Furtado da Silva), ernane.martins@ifg.edu.br (Ernane Rosa
Martins),
Abstract: Este artigo tem como objetivo apresentar as práticas biotecnológicas utilizadas na recuperação do Solo Inerte em
extinta área de erosão no Residencial Geovanni Braga, pela Prefeitura Municipal de Anápolis no Estado de Goiás, por meio de
técnicas de revegetação com adubação e plantio de forrageira braquiária para melhorar a cama da vegetal e estrutura
microbiológica e química do solo. Os procedimentos metodológicos adotados compreenderam revisão bibliográfica, para
fundamentar as atividades desenvolvidas e trabalho de campo, para levantamento de dados, caracterizando-se como descritiva
em relação à natureza do objetivo, já que tem como propósito principal descrever a recuperação do solo degradado pela erosão.
Os resultados obtidos mostraram-se surpreendentes, não apresentando nenhum foco erosivo e o impacto visual do local foi
sensivelmente melhorado, agradando a população vizinha a erosão. Os custos de execução foram menores que as técnicas
tradicionais, demostrando que as técnicas utilizadas foram adequadas, eficientes e econômicas.
Keywords: Degradação ambiental, erosão do solo, meio ambiente, áreas degradadas, biotecnologia.
1. Introduction
As erosões destacam-se como os maiores processos
degradantes do solo, causando danos ambientais irreversíveis,
produzindo prejuízos econômicos e sociais [1]. Ao longo do
tempo, imensas áreas que anteriormente eram cobertas por
vegetação nativa, foram sendo destruídas pelas erosões. O
problema é que as ações antrópicas expõem o solo
comprometendo rapidamente toda a área [2].
As voçorocas são um tipo mais acentuado de erosão [3],
constituindo o estágio mais avançado de uma erosão e,
portanto, mais difícil de ser contida. São produtos de águas
superficiais que, correndo na superfície, provocam desgaste,
desbarrancamentos, arrastamentos de solos, podendo também
ser provocadas por águas profundas que, infiltrando-se no solo,
caminham pelo perfil adentro, mais ou menos verticalmente,
até encontrar uma camada impermeável ou menos permeável
onde se acumulam e se deslocam no sentido horizontal,
causando deslizamentos e desmoronamentos [4].
Para proporcionar a redução da velocidade da água da
chuva na cabeceira da voçoroca, são construídos terraços, que
são uma espécie de canal [5, 6]. É importante o
desenvolvimento de estudos direcionados a elaboração de
estratégias que visem controlar a degradação ambiental, visto
que, caso não sejam tomadas medidas adequadas para a
recuperação da área degradada, todo o ambiente é colocado
em risco, comprometendo, os recursos naturais [7].
A técnica de revegetação atua na ciclagem de nutrientes, na
fertilidade e sombreamento do solo, melhorando as condições
ecológicas e facilitando o desenvolvimento de espécies [8].
Outra técnica é o reflorestamento que atua na redução do
impacto da chuva sobre o solo e fornecem nutrientes para
organismos presentes no local, favorecendo a fixação de
nitrogênio pelas leguminosas [9].
O plantio de mudas é importante porque logo após surgir às
primeiras plantas, o solo é coberto por serrapilheira e húmus, o
que atrai animais dispersores de sementes e dessa forma
auxiliam no processo de recuperação da área degradada.
Com base no que foi exposto, este artigo tem como objetivo
apresentar as práticas utilizadas na Recuperação
Biotecnológica do Solo Inerte em Extinta Área de Erosão no
Residencial Geovanni Braga, pela Prefeitura Municipal de
Anápolis no Estado de Goiás, por meio de técnicas de
revegetação com adubação e plantio de forrageira braquiária
para melhorar a cama da vegetal e estrutura microbiológica e
química do solo. Esta pesquisa justifica-se pela escassa
literatura encontrada sobre a recuperação do solo degradado
por erosão e pelas técnicas empregadas. A metodologia
adotada compreendeu revisão bibliográfica, para
fundamentar as atividades desenvolvidas e trabalho de campo,
para levantamento de dados.
Este artigo está estruturado em cinco seções, nesta presente
seção apresenta-se além da introdução, a definição da
problemática de pesquisa, o objetivo, a justificativa e
importância do estudo e a estrutura da presente pesquisa. A
seção dois (2) traz o referencial teórico, com a formação de
uma base conceitual e teórica, que fornecem subsídios para o
desenvolvimento deste estudo. Na seção três (3) são
apresentados o método empregado e as técnicas e
procedimentos metodológicos utilizados para a realização do
estudo. Na seção quatro (4) são apresentadas as análises e
discussões dos resultados obtidos na pesquisa. Por fim, na
seção cinco (5) são apresentadas as conclusões.
2. Literature Review
A restauração ecológica é um processo a longo tempo, pois
existem espécies de plantas nativas que demoram até 32 anos
para estarem formadas da mesma maneira que a espécie
presente no local antes da degradação [10]. A biorremediação
é um método que utiliza microrganismos presentes ou
inseridos no local para realização da degradação bioquímica
de contaminantes [11]. A manutenção da fertilidade do solo é
fundamental para a persistência das pastagens. Para restaurar
a fertilidade do solo, geralmente é necessário compensar as
deficiências nutricionais, aplicando fertilizantes [3].
A qualidade do solo depende da extensão em que o solo
será utilizado para o benefício humano, relacionado com as
práticas intervencionistas do homem [12]. A revegetação
consiste na cobertura vegetal do solo, a fim de reduzir a ação
das chuvas e do vento evitando, o desenvolvimento de
processos erosivos que favorece o carreamento de partículas
e a degradação do ambiente [13, 14].
Para a cobertura do solo podem ser utilizadas diversas
espécies [15, 16], tais como: Amarathus cruentus (amaranto),
Avena strigosa (aveia), Cajanus cajan (guandu-super e
guandu normal), Canavalia ensiformes (feijão de porco),
Eleusine coracana (capim pé-de-galinha), Guizotia abyssinica
(niger), Hybiscus cannabinus (kenaf), Pennisetum glaucum
(milheto), Raphanus sativus (nabo forrageiro), Sesamun
indicus (gergelim), Stizolobium aterrimum (mucuna-preta)
[17]. Os vegetais formam uma barreira no solo, reduzindo a
incidência de raios solares, aumentando a umidade e a
temperatura. Afetando a germinação de sementes [18].
Um método utilizado para reduzir o vento excessivo,
protegendo a área, é a técnica de quebra-ventos que consiste
no plantio de fileiras de árvores e arbustos a fim de reduzir o
vento excessivo, reduzindo a velocidade do vento,
minimizando os efeitos deste sobre o solo, protegendo-o do
processo de erosão eólica, além de, reduzir a incidência de
raios solares que retiram a umidade do solo [19].
O plantio direto é uma técnica que consiste na manutenção
do solo coberto por vegetação em desenvolvimento e restos
vegetais, visando protegê-lo contra o impacto da chuva,
reduzindo o carreamento de nutrientes pelo processo de
lixiviação e erosão hídrica [20]. Para a prevenção e o
controle do escoamento superficial e de sedimentos, bem
como para a minimização das consequências negativas
provocadas pela intervenção antrópica, pode-se implantar
caixas de contenção, para garantir a estabilização dos
processos decorrentes da produção de sedimentos, bem como
recuperar as áreas degradadas [21].
Outra técnica para a revegetação do terreno é o plantio em
curvas de nível, que consiste em um manejo mais sustentável
do solo, evitando os processos erosivos por meio do plantio
da vegetação seguindo as curvas do terreno [22]. As curvas
de nível são implantadas a partir da marcação de pontos da
mesma altura, conforme o nível do ambiente a ser plantado e
a direção inversa do escoamento pluvial ou irrigação [23].
É imprescindível para o desenvolvimento e implantação de
técnicas de recuperação do solo, realizar pesquisas sobre as
diferentes condições ambientais, metodologias para recuperar
cada local, avaliar o ecossistema e os processos ecológicos
que ocorrem no ambiente [24].
As técnicas de recuperação de ambientes degradados são:
as técnicas de revegetação, técnicas de remediações e
geotécnicas. A técnica de revegetação consiste no plantio
localizado de espécies vegetais que não ocorriam mais ou
nunca ocorreram no local. Já as tecnologias de remediação
são desenvolvidas a partir de métodos de tratamentos
químicos ou biorremediação destinados a neutralizar ou
eliminar contaminantes no solo e na água. As geotécnicas
envolvem a construção de estruturas de contenção e retenção
visando à estabilidade física do ambiente [25, 13].
A técnica de remediação na recuperação de ambientes
degradados consiste na tentativa de reduzir os níveis de
contaminação conforme o indicado a saúde humana e ao
meio ambiente [26]. Tem ainda, a lavagem do solo que é
realizada com auxilio de soluções de tensoativos [27]. E a
biorremediação, que utiliza microrganismos presentes ou
inseridos no local para realização da degradação bioquímica
de contaminantes [11].
3. Research Methodology
O trabalho foi realizado na área que comportava a
voçoroca Geovane Braga que estava localizada ao sul de
Anápolis no bairro de mesmo nome, inserida na bacia do
córrego Góes tributário pela margem direita do rio das Antas,
no município de Anápolis no Estado de Goiás.
O surgimento da erosão teve uma forte relação com o
lançamento à meia encosta de águas pluviais captadas a
montante. Esse lançamento não conta com dissipação da
energia dos fluxos d’água que erodiram com facilidade o solo
pouco espesso sobre saprólito muito friável existente no local
que também conta com declividades acentuadas.
A erosão tinha limitação em aproximadamente cerca de 53
metros do limite com a Rua 04 com aproximadamente 75
metros de comprimento, conforme apresentado na Figura 1.
Figura 1: Voçoroca Geovane Braga.
Os procedimentos metodológicos adotados
compreenderam revisão bibliográfica, para fundamentar as
atividades desenvolvidas e trabalho de campo, para
levantamento de dados.
Este estudo caracterizou-se como descritivo em relação à
natureza do objetivo, já que tem com o propósito descrever a
recuperação do solo degradado pela erosão no residencial
Geovane Braga em Anápolis no Estado de Goiás [28].
4. Analysis and discussion of the results
A área erodida foi isolada com cercas de arame para que
animais, máquinas e pessoas não circulassem por ela ou em
áreas vizinhas (sobretudo à montante). As atividades
agrícolas no entorno da área foram interrompidas por
intensificarem a degradação no local. Foram construídos
aceiros em volta das cercas para proteger a vegetação
implantada de possíveis queimadas.
O nível de degradação do solo foi definido a partir da
determinação da espessura de horizonte superficial e
posterior comparação com outros perfis de solos de áreas
próximas que apresentam as mesmas características da
avaliada, mas que ainda se encontram com cobertura vegetal.
Segundo informações contidas no Manual Técnico de
Pedologia do IBGE, a área degradada por erosão em questão
estava na fase erodida, que apresenta classe de erosão
extremamente forte, ou seja, o solo apresenta sulcos muito
profundos (voçoroca) [29].
A área foi dividida em subáreas com características
homogêneas, considerando-se o sistema de drenagem natural,
o estágio dos processos erosivos, diferenças na cor e textura
do solo, posicionamento no relevo, vegetação presente na
área e histórico de uso.
Após a subdivisão, amostras de terra das diferentes
subáreas foram enviadas para análise físico-química em
laboratório, para avaliar a fertilidade de cada uma e, assim,
estabelecer a melhor estratégia para sua recuperação
conforme ilustra a Figura 2.
Figura 2: Recolhimento de amostras para análise físico-química.
Para a análise foi utilizada uma amostra composta de cada
subárea, formada por 10 a 20 amostras simples. As amostras
de terra simples foram retiradas ao acaso, seguindo caminho
em zigue-zague, sendo colhidas por meio de uma pá de corte.
O material coletado de cada subárea foi bem misturado em
um balde e, posteriormente, retirou-se de 300 a 500g de terra
para formar a amostra composta que foi encaminhada ao
laboratório para análise. A profundidade de coleta foi de,
aproximadamente 20 cm.
Algumas das características do solo da erosão são descritos
na Figura 3.
Figura 3: Resultados de uma das analises de solo.
Para estabilização de áreas afetadas pelo processo de
voçorocamento, optou-se por, conduzir adequadamente as
águas provenientes do escoamento superficial na área à
montante, de forma a reduzir sua velocidade e aumentar sua
infiltração.
Esta situação ocorreu devido à locação de estradas em
áreas impróprias, com canais de drenagem mal
dimensionados, sem qualquer dreno.
Para que as águas fossem desviadas e escoassem de forma
ordenada para fora das áreas erodidas, aplicaram-se técnicas
de terraços em desnível associados a canais escoadouros
vegetados, para reter a água forram usados terraços. A
escolha da melhor técnica a ser utilizada levou em
consideração as características do local, o tipo de solo,
declividade do terreno, disponibilidade de máquinas e
intensidade das precipitações, entre outros fatores.
Como não foi possível desviar ou reter totalmente as águas
que escoriam para dentro da voçoroca, utilizaram-se técnicas
que reduziu sua velocidade quando percorre a parte interna,
como o uso de paliçadas.
Para reduzir custos e por apresentarem maior diâmetro, as
escoras foram feitas com manilhas de agua e esgoto como
apresentado na Figura 4. Para evitar que a água abrisse
caminho por baixo das paliçadas, causando seu solapamento,
colocou-se pedras no fundo da paliçada e posteriormente
encaixaram-se estacas de bambu na vertical.
Figura 4: Paliçada de manilhas de agua e esgoto instalado na voçoroca.
Em seguida, acomodaram-se pneus disponíveis na região
para absorver o impacto da água que atravessavam a paliçada
como apresentado na Figura 5.
Figura 5: Pneus utilizados dentro da voçoroca.
É importante destacar que o uso desses materiais impediu
que a água fizesse uma enculturação após a paliçada,
comprometendo a sua estrutura.
Como nas voçorocas ocorrem partes com barrancos e/ou
taludes instáveis, foi necessário à realização da
reconformação para garantir sua estabilização e permitir o
plantio e estabelecimento da vegetação conforme ilustra a
Figura 6.
Figura 6: Reconformação da voçoroca.
Para isto usou-se máquinas, por causa da extensão e da
altura do barranco ou talude. Esse trabalho foi realizado no
período mais seco, de forma a ter a área toda preparada para
receber o plantio no início do período chuvoso.
Após a realização das práticas mecânicas, como a
construção de paliçadas e a reconformação de taludes e
barrancos, aplicaram-se restos vegetais para a formação de
cobertura morta sobre a superfície erodida até que as espécies
herbáceas, arbustivas e arbóreas implantadas se
estabelecessem e garantissem boa proteção ao solo. Para isso,
foram usados resíduos de origem vegetal disponíveis na
região, dando preferência a materiais mais fibrosos, para
recobrir o solo por mais tempo, tais como: palhas, cascas,
serragem e todo tipo de material disponível. Aliado a isso, o
plantio de leguminosas herbáceas e gramíneas de
crescimento rápido deram proteção ao solo exposto em pouco
tempo, além de melhorar as características físicas e químicas
do solo. Utilizaram-se espécies de leguminosas e gramíneas
de acordo com o clima da região.
Em toda área erodida, predominou a baixa fertilidade do
solo, e essa característica limitou o estabelecimento das
plantas. Assim, o uso de plantas da família das leguminosas
(Angico, Garapa, Pau Jacaré, Vinhático, Farinha Seca etc.)
foi priorizado. Essa escolha se justifica pela formação de
simbiose entre suas raízes e bactérias (rizóbios), que fixam o
nitrogênio atmosférico e o disponibilizam para as plantas, e
também com fungos (micorrizas), que aumentam a área de
absorção das raízes, fazendo com que a planta consiga
aproveitar melhor os nutrientes do solo. É recomendável o
uso de adubos minerais e orgânicos na época do plantio para
garantir o estabelecimento e o desenvolvimento da vegetação
implantada. Utilizaram-se as espécies nativas como parte do
plano de recuperação, em menor porcentagem, porque
serviram para atrair animais dispersores de sementes (aves e
morcegos), que trazem sementes de outras espécies,
enriquecendo a biodiversidade e contribuindo para o
processo de sucessão. O plantio dessas espécies foi feito com
espaçamento de 2x2 metros para que a vegetação recubra a
área o mais rápido possível. As covas tiveram dimensão de
30x30x30cm, e o plantio foi feito em nível, de forma que
uma linha fica-se desencontrada da outra, formando um
triângulo entre as plantas.
Para a recuperação da fertilidade do solo foram utilizados
fertiliza
ntes
orgânof
osforad
os, e
implant
ação da
Braquiá
ria como cobertura vegetal, após a recomposição do solo, na
área degradada.
Foram utilizados para adubação o composto Ciclofértil
como condicionador de solo e o fertilizante
Orgânofosforados para adubação de base no plantio do capim
Braquiária, conforme apresentado na Figura 7.
Figura 7: Fertilizante e sementes utilizadas no plantio.
A semente a ser utilizada foi a de Brachiaria Bizantha
(Braquiarão) com Valor Cultural (VC) de 50% aplicada na
quantidade demostra na Tabela 1.
Conforme Branco, Murgel e Cavinatto (2001) a Brachiaria
Bizantha adubada com organo fosfatado apresentam teores de
proteínas 19,75% maiores que plantas adubadas com
químicos e com custo 40,2% menor. A atividade microbiana
no processo de compostagem do lixo municipal permitiu a
solubilização da rocha fosfática. Os microrganismos
envolvidos nessa atividade são bactérias e fungos saprófitos
que, por carência de fósforo, são capazes de solubilizar
formas insolúveis de fosfatos, tornando o fosforo disponível
para o crescimento bacteriano e para o desenvolvimento de
plantas superiores. Para o desenvolvimento dessa microflora
saprófita é indispensável à presença de matéria orgânica
como fonte de carbono e energia. Formando um fertilizante
organo-fosfatado de baixo custo, alta eficácia e que contribui
para
solucio
nar o
problem
a do
lixo
orgânic
o
presente
na
erosão.
Além da capacidade de solubilizar eficazmente o fosforo,
estes também contribuem para o enriquecimento do solo por
fixar nitrogênio [30].
O fertilizante utilizado apresentou eficiência idêntica ou
superior, em termos de produtividade, aos adubos químicos,
além de beneficiar significativamente a composição foliar
especialmente no que diz respeito aos teores de proteínas,
importante para a qualidade de gramíneas forrageiras. A
continuidade de sua aplicação poderá resultar a um longo
prazo no aumento do teor de matérias húmicas do solo [30].
O fósforo oferecido pelos fertilizantes comuns não condiz,
em tempo, com as necessidades da planta. Isso, pois, quando
o fosforo é adicionado ao solo ele passa a reagir com o ferro
e alumínio presentes neste, tornando-se novamente
indisponível para o consumo da planta. Como é feito a partir
de matérias orgânicas, o fósforo contido no
Orgânofosforados é mais resistente às reações com o ferro e
o alumínio. Não reagindo, ele fica disponível para o consumo
da planta por mais tempo e em períodos que condizem com
as necessidades da planta, conforme demostrado na Figura 8.
Figura 8: Diferença na recepção da planta ao fosforo. Fonte IFB (2016)
Conforme apresentado no primeiro gráfico da Figura 8,
utilizando fertilizantes comuns o fósforo em pouco tempo
torna-se indisponível para o consumo das plantas. Quando
utilizando o Orgânofosforados IFB (segundo gráfico da Figura
8), por ser feito a partir de matéria orgânica, este fica
disponível por mais tempo, conforme as necessidades das
plantas.
Tabela 1: Quantidade de Pontos de Valor Cultural, por hectare de cada espécie, baseado nas condições de semeadura.
QUANTIDADE DE VC NECESSÁRIO PARA PLANTAR 48400 m2 (ha)
Sementes Condições
Ideais
Condições
Médias
Condições
Adversas
Profundidade
plantio
Brachiárias 350 450 550 1,0 a 2,0cm
Andropogon 350 450 550 0,5 a 1,0cm
Panicuns 300 350 400 0,5 a 1,0cm
Fonte: Descrição da embalagem do orgânofosforado
O Valor Cultural (VC) representa um índice que articula
dois dos principais parâmetros de qualidade de semente.
Percentual de pureza física (P%) e o seu percentual de
germinação (G%), e é calculado da seguinte forma:
100
%%)( xGPVC
Pois bem, aplicando essa fórmula para os padrões mínimos
indicados acima, teríamos um VC de 50% (P-84% x G-60%).
O padrão mínimo para a germinação ser de 60%, a grande
maioria das sementes sai do campo de produção com 80% a
85% de germinação. Assumindo o valor de G-80%, que é o
mais utilizado para a comercialização, teríamos um VC de 48%
(P-60 x G-80%). Para o projeto adotamos G-84 %.
A dose recomendada para o plantio da Braquiária nas
condições das áreas é:
A adubação foi realizada com aplicação a lanço de 10 ton./ha
de composto Ciclofértil, para adubação orgânica e 1.200 kg/ha
de Fertilizante organofosofrado na adubação de base,
aplicados a lanço.
A semente foi aplicada a lanço manualmente na dose de 11
kg/ha. Para facilitar a distribuição recomendado misturar a
semente com o orgânofosforado.
O fósforo oferecido no tempo que a planta precisa,
contribui para o crescimento prematuro da raiz, como
apresentado na figura 9.
Figura 9: Crescimento da raiz com o Orgânofosforados. Fonte IFB (2016)
O crescimento prematuro da raiz proporciona maior
resistência e maior quantidade de ‘canais’ de abastecimento de
alimentos. Além do que, contribui com o meio ambiente, pois
reutiliza o adubo produzido pela área, evitando o desperdício
e acúmulo.
A deficiência de zinco é a mais comum para o
desenvolvimento das gramíneas, e mais evidente em solos de
cerrado. Alguns trabalhos apresentam aproximação de
interpretação deste micronutriente. Assim, é incluídas classes
de fertilidade para zinco, manganês, ferro e cobre, extraídos
com o extrator Mehlich-1, e para boro, extraído com água
quente.
Os valores encontrados na análise de solo realizada pelo
laboratório da SOLOCRIA Laboratório Agropecuário Ltda
para os nutrientes Ca+Mg, Ca, MG, Al, H+Al, K em
cmolc/dm3 (mE/100 ml) e P(Melich) mg/dm3 (ppm) mais o
micronutriente Zn em mg/dm3 (ppm) considerando dados
complementares para CTC Sat.Bases Sat.Al Ca/Mg Ca/CTC
Mg/CTC K/CTC H+Al/CTC e Mat.Org. Carbono g/dm3,
justificam o uso do fertilizante orgânofosforado no plantio
plantio da forrageira do gênero Brachiaria, família Poaceae,
reino Plantae e domínio Eukaryota.
Para a avaliação do Potencial hdrogênionico no solo (pH),
considerou características de acidez ativa ( pH ) mais alumínio
trocável, observando a saturação por alumínio e por bases, a
acidez potencial e o teor de matéria orgânica, que estão
relacionadas entre si. Observa também para a acidez do solo a
disponibilidade do cálcio e magnésio, manganês, ferro, cobre
e zinco descritas nas Tabelas 2, 3 e 8.
ha
sementedeKg
CulturalValor
espéciedaCulturalValordePontoshasementedeKg
11
11
550/
(2)
(1)
Tabela 2: Classes de interpretação para a acidez ativa do solo
Classificação química
Acidez
muito
elevada
Acidez
elevada
Acidez
média
Acidez
Fraca
Neutra Alcalinidade
fraca
Alcalinidade
elevada
> 4,5 4,5 - 5,0 5,1 - 6,0 6,1 - 6,9 7,0 7,1 - 7,8 >7,8
Classificação agronômica
Muito baixo Baixo Bom Alto Muito alto
< 4,5 4,5 - 5,4 5,5 - 6,0 6,1 - 7,0 > 7,0
Fonte: ALVAREZ V.et al.(1999).pH em H2O,relação 1:2,5,Terra Fina Seca ao Ar (TFSA):H2O.
Tabela 3: Classes de interpretação de fertilidade do solo para. a matéria orgânica e para o complexo de troca catiônica
Característica
Unidade 1
Classificação
Muito
baixo
Baixo Médio 2 Bom Muito
Bom
Carbono orgânico
(C.O.) 2
dag/kg <0,41 0,41 - 1,16 1,17 - 2,32 2,33 - 4,06 > 4,06
Matéria orgânica (M.O.) 3 dag/kg <0,71 0,71 - 2,00 2,01 - 4,00 4,01 - 7,00 > 7,00
Cálcio trocável (Ca2+) 4 cmolc/dm3 <0,41 0,41 -1,20 1,21 - 2,40 2,41 - 4,00 > 4,00
Magnésio trocável
(Mg2+)4
cmolc/dm3 <0,16 0,16 - 0,45 0,46 - 0,90 0,91 - 1,50 > 1,50
Acidez trocável (Al3+) 4 cmolc/dm3 <0,21 0,21 - 0,50 0,51 - 1,00 1,01 - 2,0011 > 2,00 11
Soma de bases (SB) 5 cmolc/dm3 <0,61 0,61 - 1,80 1,81 - 3,60 3,61 - 6,00 > 6,00
Ac. Potencial
(H + Al) 6
cmolc/dm3 <1,01 1,01 - 2,50 2,51 - 5,00 5,01 - 9,0011 > 9,00 11
CTC efetiva (t) 7 cmolc/dm3 <0,81 0,81 - 2,30 2,31 - 4,60 4,61 - 8,00 > 8,00
CTC pH 7 (T) 8 cmolc/dm3 <1,61 1,61 - 4,30 4,31 - 8,60 8,61 - 15,00 > 15,00
Saturação por Al3+(m) 9 % <15,1 15,1 - 30,0 30,1 - 50,0 50,1 - 75,011 > 75,0 11
Saturação por bases (V) 10 % <20,1 20,1 - 40,0 40,1 - 60,0 60,1 - 80,0 > 80,0
Fonte: ALVAREZ V. et al. (1999)
Para interpretação desta tabela, é importante subentender que:
1- dag/kg = % (m/m); cmol c /dm3;
2- O limite superior desta classe indica o nível crítico.;
3- Método Walkley & Black; M.O. = 1,724 x C.O.;
4- Método KCl 1 mol/L;
5- SB = Ca 2+ + Mg 2+ + K + + Na + ;
6- H + Al, Método Ca(OAc) 2 0,5 mol/L, pH 7;
7- t = SB + Al 3+ ;
8- T = SB + (H + Al);
9- m = 100 Al 3+/t;
10- V = 100 SB/T;
11- A interpretação dessas características nessas classes deve ser alta e muito alta em lugar de bom e muito bom.
Tabela 4: Classes de interpretação da disponibilidade para o fósforo, de acordo com o teor de argila do solo ou do valor de fósforo remanescente (P-rem) e para
o potássio
Característica Classificação
Muito baixo Baixo Médio Bom Muito bom
(mg/dm3)1
Argila (%) Fósforo disponível (P)2
60 - 100 <2,7 2,8 - 5,4 5,5 - 8,03 8,1 - 12,0 > 12,0
35 - 60 <4,1 4,1 - 8,0 8,1 - 12,0 12,1 - 18,0 > 18,0
15 - 35 <6,7 6,7 - 12,0 12,1 - 20,0 20,1 - 30,0 > 30,0
0 - 15 <10,1 10,1 - 20,0 20,1 - 30,0 30,1 - 45,0 > 45,0
P-rem4 (mg/L)
0 - 4 <3,1 3,1 - 4,3 4,4 - 6,03 6,1 - 9,0 > 9,0
4 - 10 <4,1 4,1 - 6,0 6,1 - 8,3 8,4 - 12,5 > 12,5
10 - 19 <6,1 6,1 - 8,3 8,4 - 11,4 11,5 - 17,5 > 17,5
19 - 30 <8,1 8,1 - 11,4 11,5 - 15,8 15,9 - 24,0 > 24,0
30 - 44 <11,1 11,1 - 15,8 15,9 - 21,8 21,9 - 33,0 > 33,0
44 - 60 <15,1 15,1 - 21,8 21,9 - 30,0 30,1 - 45,0 > 45,0
Potássio disponível (K)2
<16 16 - 40 41 - 70 71 - 120 > 120
Fonte: ALVAREZ V. et al. (1999).
Para interpretação desta tabela, é importante subentender que:
1- mg/dm 3 = ppm (m/v);
2- Método Mehlich-1;
3- Nesta classe apresentam-se os níveis críticos de acordo com o teor de argila ou com o valor do fósforo remanescente. O
limite superior desta classe indica o nível crítico. P-rem = Fósforo remanescente. Não serão consideradas faixas de
disponibilidade do fósforo obtido pela Resina, pois não houve análise por esse método.
Tabela 5: Classes de interpretação da disponibilidade para o enxofre 1 , de acordo com o valor de fósforo remanescente (P-rem)
P-rem Classificação
Muito baixo Baixo Médio2 Bom Muito bom
mg/L (mg/dm3)3
Enxofre disponível (S)
0 - 4 <1,8 1,8 - 2,5 2,6 - 3,6 3,7 - 5,4 > 5,4
4 - 10 < 2,5 2,5 - 3,6 3,7 - 5,0 5,1 - 7,5 > 7,5
10 - 19 <3,4 3,4 - 5,0 5,1 - 6,9 7,0 - 10,3 > 10,3
19 - 30 <4,7 4,7 - 6,9 7,0 - 9,4 9,5 - 14,2 > 14,2
30 - 44 <6,5 6,5 - 9,4 9,5 - 13,0 13,1 - 19,6 > 19,6
44 - 60 8,9 9,0 - 13,0 13,1 - 18,0 18,1 - 27,0 > 27,0
Fonte: ALVAREZ V. et al. (1999).
Para interpretação desta tabela, é importante subentender que:
1- Extrator Ca(H2PO4)2, 500 mg/L de P, em HOAc 2 mol/L.
2- Esta classe indica os níveis críticos de acordo com o valor de P-rem.
3- mg/dm 3 = ppm (m/v).
Tabela 6: Classes de interpretação da disponibilidade para os micronutrientes
Micronutrientes Classificação
Muito baixo Baixo Médio1 Bom Muito bom
mg/L (mg/dm3)2
Zn disponível (Zn) 3 <0,5 0,5 - 0,9 1,0 - 1,5 1,6 - 2,2 > 2,2
Mn disponível (Mn) 3 <3,0 3 - 5 6 - 8 9 - 12 > 12
Fe disponível (Fe) 3 <9,0 9 - 18 19 - 30 31 - 45 > 45
Cu disponível (Cu) 3 <0,4 0,4 - 0,7 0,8 - 1,2 1,3 - 1,8 > 1,8
B disponível (B) 4 <0,16 0,16 - 0,35 0,36 -0,6 0,61 - 0,9 > 0,90
Fonte: ALVAREZ V. et al. (1999).
Para interpretação desta tabela, é importante subentender que:
1- O limite superior desta classe indica o nível crítico.
2- mg/dm 3 = ppm (m/v).
3- Método Mehlich-1.
4- Método água quente.
Tabela 7: Interpretação das classes de teores de P no solo indicadas para gramíneas
Classe textural do solo1 Extrator de fósforo Classes de teor de fósforo no solo
Baixo Médio Alto
ppm
Argilosa (36 a 60%) Mehlich-1 < 6 6 a 10 > 10
Média (15 a 35%) Mehlich-1 < 11 11 a 20 > 20
Arenosa (< 15%) Mehlich-1 < 21 21 a 30 > 30
Resina < 16 16 a 40 > 40
Fonte: COELHO & FRANÇA (1995).
Para interpretação desta tabela, é importante subentender que: 1 Porcentagem de argila.
Tabela 8. Exemplos de efeitos interiônicos
Íon Segundo Íon Presente Efeito do Segundo sobre o Primeiro
Cu Ca Antagonismo
Mg, Ca K Inibição competitiva
H2PO4 Al Inibição competitiva
K, Ca, Mg Al Inibição não competitiva
H2BO3 NO3, NH4 Inibição competitiva
K Ca (alta concentração) Inibição competitiva
SO4 SO4 Inibição competitiva
SO4 Cl Inibição competitiva
MoO4 SO4 Inibição competitiva
Zn Mg Inibição competitiva
Zn H2BO3 Inibição competitiva
Fe Mn Inibição competitiva
Zn H2PO4 Inibição não competitiva
K Ca (baixa concentração) Sinergismo
MoO4 H2PO4 Sinergismo
Cu MoO4 Inibição não competitiva
Fonte: (MALAVOLTA, et al. 1997).
CORRÊA & HAAG (1993), citam vários estudos
conduzidos no sentido de determinar as exigências de P de
forrageiras que procuraram relacionar características dos solos
como teor de argila, com os níveis críticos de P para as plantas
forrageiras. Os resultados não têm sido satisfatórios,
dificultando a extrapolação dos resultados para outros tipos de
solos e, aliado a esse fato, a maioria dos estudos dessa
natureza foi realizado em casa de vegetação que segundo
COPE & EVANS (1985), tem limitado valor como base para
se fazer recomendação de fertilizantes. A extrapolação de
dados de produção obtidos em casa de vegetação é arriscada,
por causa das diferenças no grau de exploração das raízes das
plantas confinadas no vaso e da cultura no campo. Os níveis
dos nutrientes nos quais as plantas respondem, podem ser
muito mais elevados em casa de vegetação do que em
experimentos a campo [34, 35].
As raízes das plantas são capazes de absorver fosfato de
soluções com concentrações muito baixas desse ânion [36].
Geralmente o conteúdo de fosfato nas células das raízes e na
seiva do xilema é cerca de 100 a 1000 vezes maior que o da
solução do solo. Isso mostra que o fosfato é absorvido pelas
células da planta, contra um gradiente de concentração muito
grande e, portanto, a absorção é ativa. A absorção de fosfato é
considerada como sendo feita por intermédio de
H+cotransportador [37].
Em observância a análise de solo pode-se realizar
comparativos com as tabelas supracitadas (Tabelas 2 a 8).
Onde os valores dos elementos: Ca se apresenta em doses 3,3
cmolc/dm3 com diagnóstico adequado, Mg 0,5 cmolc/dm3
com diagnóstico baixo, K 0,12 em mg/dm3 com diagnóstico
baixo, Matéria Orgânica 80% alta, Zn 1,7 em mg/dm3 alto,
pH CaCl2 6,4 muito alto e argila 80% muito argilosa.
CTC é a capacidade de troca de cátions que
o solo possui. Solos tropicais têm menor capacidade de
realizar essa troca em comparação a solos temperados, a
decomposição da matéria orgânica é mais rápida e a absorção
de água pelas plantas é maior nos com menor CTC. A
participação dos nutrientes analisados no solo de interesse
oferecendo a CTC pH 7,0 será: Ca 80%, H + Al 20,83%, K
0,01 e Mg 10,42%. E a participação efetiva será: Ca 86,84%,
Mg 13,86% e K 0,01%.
Observando o alto teor de matéria orgânica contida no solo
e a porcentagem de fósforo, se aceita a adubação mais
indicada para a cultura das gramíneas para esse solo sendo a
adubação organofosfatada, pois em toda atividade
decompositora há uma produção de CO2 contribuindo para o
enriquecimento do solo nesse composto. Nessas condições, as
seguintes reações são possíveis:
C6H12O6 + 6O2 ———— 6CO2 + 6H2O
Isto é, a glicose resultante do metabolismo dos seres
decompositores combina-se ao oxigênio, na respiração
aeróbia, formando gás carbônico e água. Esse gás carbônico
combina-se ao fosfato tricálcico, insolúvel, formando fosfato
dicálcico, através da reação:
Ca3(PO4)2 +CO2 + H2O— Ca2 (HPO4)2 + CaCO3
Finalmente, o fosfato dicálcico, em presença de excesso de
CO2 reage com este, formando o fosfato bicálcico, solúvel,
através da reação:
Ca2(HPO4)2+ CO2 + H2O ——— Ca (H2PO4)2+ CaCO3
Essas reações não se dão em condições normais de
laboratório, a não ser sob temperatura e pressão muito
elevadas. Em presença dos microrganismos elas se realizam
com facilidade, fazendo uso, provavelmente, da energia que
obtêm com a metabolização da matéria orgânica. Neste caso, a
solubilização dos fosfatos se dá independentemente da
demanda específica de fósforo dos microrganismos
envolvidos e passa a ser proporcional às quantidades de rocha
fosfática existentes bem como, naturalmente, das
disponibilidades de matéria orgânica a ser degradada, como
fonte de carbono e de energia.
Em relação aos gastos ocorridos, registrou-se que em todo
o processo de recuperação da área estes foram de 4593,25
(quatro mil quinhentos e noventa e três reais e vinte e cinco
centavos) referentes aos produtos Ciclofértil, BioAtivo e as
sementes de brachiária, conforme apresentado na Tabela 9.
Tabela 9: Orçamento total
Produto R$ / kg e ton ton / ha Área (ha) Kg e ton / ha Total (R$)
Ciclofértil 115,00 ton 10 ton / ha 2,5 25 ton / ha 2.875,00
BioAtivo 482,00 ton 1,2 ton / ha 2,5 3 ton / ha 1.446,00
brachiária 9,90 kg 11 kg / ha 2,5 27,5 kg 272,25
TOTAL 4.593,25
Fonte: Descrição da embalagem do orgânofosforado
Foi registrada baixa manutenção em relação a replantio e
não foram necessárias novas fertilizações na área recuperada.
Os resultados foram avaliados, por três vezes: imediatamente
após a execução dos serviços, em seis e doze meses.
Na avaliação realizada logo após a realização do trabalho
sobre a qualidade e segurança do serviço executado, não
foram constatados pontos de fragilidade que pudesse
ocasionar novos focos erosivos, apresentando aspecto visual
agradável, cuja avaliação dos moradores locais foi de que
jamais houve intervenção do homem neste local.
Na avaliação realizada com seis meses após a adubação e
plantio, o Especialista em Ciências Biológica, Química e Meio
Ambiente, da prefeitura Municipal de Anápolis constatou o
completo estabelecimento da vegetação, pois já havia coberto
toda área, como apresentado na Figura 10.
Figura 10: Área recuperada da voçoroca.
Nesta avaliação já haviam ocorrido várias chuvas fortes, e
percorrendo toda a área não se encontrou nenhum foco erosivo
e nem mesmo carreamento de sedimentos mostrando assim a
eficiência das técnicas utilizadas.
5. Conclusion
Esta pesquisa teve como objetivo apresentar as práticas
utilizadas na recuperação do solo degradado pela erosão no
residencial Geovane Braga em Anápolis no Estado de Goiás,
por meio de técnicas de revegetação com adubação e plantio
de forrageira braquiária para melhorar a cama da vegetal e
estrutura microbiológica e química do solo.
O Instituto de Fosfato Biológico (IFB) possui os
fertilizantes orgânofosforados e compostos que recuperam as
características físicas, química e microbiológica do solo
fornecendo matérias orgânicas e nutrientes, recuperando a
fertilidade e favorecendo implantação da cobertura vegetal.
Conclui-se que a aplicação dos processos e tecnologias de
recuperação de áreas degradadas proporciona ganhos
socioambientais, como: Minimização e/ou erradicação do
risco de acidentes por deslizamentos de encosta com a
população menos abastada que invade essas áreas,
reaproveitamento de área, manutenção da fauna e flora nativa,
(3)
(4)
(5)
manutenção da qualidade dos corpos hídricos.
Ressalte-se ainda, o ganho na qualidade de vida e a
consequente elevação da região no ranking de qualidade
ambiental, haja vista que áreas verdes, áreas de preservação e
menores índices de degradação são indicadores positivos que
elevam, de um modo geral, a qualidade de vida e saúde
ambiental de uma região.
As técnicas utilizadas e os resultados mostraram-se
surpreendentes, não apresentando nenhum foco erosivo, além
disso, o impacto visual do local foi sensivelmente melhorado.
Os custos de execução foram menores que as técnicas
tradicionais, ou seja, concluiu-se que as técnicas utilizadas
foram adequadas, eficientes e econômicas.
Os resultados agradaram a população vizinha à erosão
melhorando o visual não apresentando que houve intervenção
do homem naquele local. Com o uso das técnicas de
bioengenharia não há grandes movimentações de terra,
utiliza-se produtos biodegradáveis ocorrendo mais infiltração
de água, o solo fica totalmente protegido e oferece condições
a natureza de recomposição da vegetação original num
período de tempo mais curto.
Para continuidade desta pesquisa sugere-se a realização de
estudos semelhantes em outras regiões com erosões.
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