ESTRATÉGIAS DE ENSINO PARA O PLANEJAMENTO DIDÁTICO PEDAGÓGICO DE UM SISTEMA DE ENSINO A...

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Capítulo publicado no Livro Social Software in Higher Education: Pedagogical Models and Universities Strategies. Youssef A. Youssef & Alejandro Ramirez. Palhoça: Editora Unisul, 2011. 339 p.

ESTRATÉGIAS DE ENSINO PARA O PLANEJAMENTO DIDÁTICO PEDAGÓGICO DE UM SISTEMA DE ENSINO A

DISTÂNCIA MEDIADO PELO AMBIENTE VIRTUAL DE ENSINO APRENDIZAGEM

Madalena P. da Silva1, José Cé Júnior2, Sergio M. Schütz3, Lia Caetano Bastos4 1Programa de Pós Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento

2Programa de Pós Graduação em Ciência da Computação 3Programa de Pós Graduação em Ciência da Informação

4Programa de Pós Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento Universidade Federal de Santa Catarina

1madalena@inf.ufsc.br,

2jcjr@inf.ufsc.br,

3schutzsm@gmail.com,

4lia@ecv.ufsc.br

ABSTRACT

This work shows an EaD (Distance Learning) system for a university. An EaD is a kind of teaching where the actors are separated spatially and temporarily. The didactic intervention mainly occurs by the TICs (Communication Information Technologies). The physical and temporal separation between the agents represents a challenge to be won. This separations points as basic features the strategies used in the elaboration of didactic subjects and in the technological resources for a pedagogical interaction. In this context some inter and multidisciplinary teams must be formed to elaborate the instructional aims, and to adopt teaching strategies in order to help students with their individual studies, constructivist, collaborative and as a partaker – thus favoring knowledge making. Those pedagogical actions were joined with the didactic subjects by AVEA (Virtual Environment of Teaching-Learning). EaD system was designed by merging the cultural-historic and constructivist (interactionist) approaches, and mainly focusing the cognitive process proposed by Bloom´s Taxonomy. Bloom´s Taxonomy has been used to classify instructional aims, to select and organize contents, to manage some activities, to make evaluations, and to choose learning strategies. In the presented system, besides the preoccupation with students´ learning, some teachers´ education practices are approached, as well as the tutorial and evaluation system for students, and finally the evaluation goal concerning students and their course. Constant evaluations help to decide about a better teaching quality. Teaching strategies applied with EaD were planned in order to supply a dynamic and inventive pedagogical work, making the teaching-learning process easier. This practice is closely articulated with the mental resources which teachers have been using to subsidize the learning (achievement) of a certain content.

KEYWORDS: AVEA, EaD, Bloom’s Taxonomy.

RESUMO

Este trabalho apresenta um sistema de EaD (Educação a Distância) de uma instituição de ensino superior. A EaD é uma modalidade de ensino onde os atores estão separados espacial e/ou temporalmente e a mediação didático pedagógica

Capítulo publicado no Livro Social Software in Higher Education: Pedagogical Models and Universities Strategies. Youssef A. Youssef & Alejandro Ramirez. Palhoça: Editora Unisul, 2011. 339 p.

nos processos de ensino aprendizagem ocorre principalmente pelas TICs (Tecnologias da Informação e da Comunicação). A separação física e temporal entre os agentes representa um desafio a ser vencido, apontando como aspectos fundamentais as estratégias empregadas na elaboração dos materiais didáticos e nos recursos tecnológicos de interação pedagógica. Nesse contexto, equipes inter e multidisciplinares foram constituídas para elaborar os objetivos instrucionais e adotar estratégias de ensino que visam auxiliar o aluno no seu estudo autônomo, construtivista, colaborativo e participativo favorecendo a construção do conhecimento. Essas ações pedagógicas foram integradas nos materiais didáticos e no AVEA (Ambiente Virtual de Ensino Aprendizagem). O sistema de EaD foi modelado mesclando as abordagens histórico cultural, construtivista-interacionista e principalmente com foco no processo cognitivo proposto pela Taxonomia de Bloom. A Taxonomia de Bloom foi aplicada para classificar os objetivos instrucionais; selecionar e organizar conteúdos; direcionar atividades; produzir avaliações e escolher técnicas de ensino. No sistema apresentado, além da preocupação com a aprendizagem dos alunos, são abordadas as práticas educacionais dos professores, o sistema de orientação e tutoria dos alunos e a meta avaliação no que se refere ao aluno e ao curso. As avaliações constantes favorecem as tomadas de decisões para a melhoria da qualidade do ensino. As estratégias de ensino aplicadas ao EaD foram projetadas para prover uma prática pedagógica dinâmica e criativa, facilitando o processo de ensino aprendizagem. O uso desses procedimentos está estreitamente articulado aos objetivos e conseqüentemente, com os recursos mentais que as equipes de professores colocaram em movimento para subsidiar a aprendizagem de um determinado conteúdo.

Palavras Chaves: AVEA, EaD, Taxonomia de Bloom.

I. INTRODUÇÃO

A Educação a Distância (EaD) é um recurso de incalculável importância como modo apropriado para atender a grandes contingentes de alunos de forma mais efetiva que outras modalidades e sem riscos de reduzir a qualidade dos serviços oferecidos em decorrência da ampliação da clientela atendida.

A “Educação a Distância promove uma possibilidade de indiscutível eficácia que aponta para impactos positivos no tocante à acessibilidade à educação superior em diversas universidades – as quais apresentam potencialidades rumo à democratização do acesso, o que se comprova pela existência de um parque universitário robusto e malha consolidada de pesquisa. Dessa forma, a modalidade EaD pode contribuir significativamente com o atendimento de demandas educacionais urgentes, dentre as quais, destacam-se a necessidade de formação ou capacitação de mais de um milhão de docentes para a educação básica, bem como a formação continuada, em serviço, de uma grande demanda por esta modalidade” [Mota 2009].

A partir dos anos 90, a EaD começou a distinguir-se como uma modalidade não convencional de educação, capaz de atender, com grande perspectiva de eficiência e eficácia aos anseios de universalização do ensino e, também, como

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meio apropriado à permanente atualização dos conhecimentos gerados de forma cada vez mais intensa pela ciência e cultura humana.

É importante observar que a EaD não pode ser vista como substitutiva da educação convencional, presencial. São duas modalidades do mesmo processo. A educação a distância não concorre com a educação convencional, tendo em vista que não é este o seu objetivo, nem poderá ser.

A EaD, resultando tanto dos avanços da tecnologia, como das aspirações de democratização, constitui-se numa das possibilidades mais promissoras para enfrentar os inúmeros problemas da sociedade, já que vem se tornando um procedimento didático pedagógico eficiente e de qualidade, como bem demonstram as experiências de longa data, em outros países, tais como: Inglaterra, Espanha, Suécia, França, Portugal, Alemanha, Estados Unidos, Canadá, México, Japão, África do Sul, Costa Rica, Argentina, Venezuela, Equador, Colômbia, Peru, entre outros países.

Não muito diferente de dados de países Asiáticos, Europeus, Americanos e outros Latino Americanos, no Brasil o número de alunos que freqüentam cursos a distância cresce constantemente, assim como o número de instituições credenciadas, segundo dados em [Eproinfo 2009]. O crescimento, segundo especialistas da área, deve-se ao impulso que o Ministério da Educação (MEC), através do uso da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação [LDB 1996], oferece a esta modalidade de ensino.

A característica fundamental da EaD é a de permitir que o estudante realize sua formação independente de tempo e de lugar específicos para a aprendizagem, pressupondo a separação geográfica entre o professor e aluno. Além disso, a EaD possibilita a simultaneidade entre o estudo e o trabalho; facilita o acesso ao ensino de uma ampla população muitas vezes geograficamente distante e que, portanto, encontra-se impedida de freqüentar programas educacionais organizados, visando a sua formação para a cidadania e a sua qualificação.

A EaD possibilita, também, aos estudantes percorrerem trajetórias diferentes de estudo, não apenas porque os alunos estabelecem seus horários, mas porque podem realizar estudos diferentes dos indicados pelos professores, de acordo com seus interesses próprios. Além disso, como os estudantes não se encontram vinculados ao mesmo espaço e tempo, abrem-se espaços para estudos em grupo, formação de equipes para juntos sanarem suas dificuldades e compartilharem suas descobertas, pois a necessidade de interação e troca e apoio mútuo se fazem presentes em sua real significação.

Em seu trabalho, o autor [Mota 2009] relata que por meio da EaD pode-se criar uma rede de aprendizagem significativa na qual professores e alunos interagem constantemente, vivenciando experiências inter e multidisciplinares, de construção coletiva e individual do conhecimento, desenvolvendo competências e habilidades, atitudes e hábitos, relativos tanto ao estudo e à profissão quanto à sua própria vida. Nesse sentido, podem-se transformar os educadores e seus respectivos alunos em autores do seu próprio conhecimento com o uso da tecnologia, que

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cada vez mais está próxima da educação, em que se criam e se efetivam possibilidades de seu uso como um valioso instrumento e recurso didático.

Quando as tecnologias são usadas como instrumentos mediadores do processo de ensino aprendizado, o desafio é ainda maior, pois toda informação relacionada com aprendizagem integrada ao AVEA, por exemplo, precisa ter conotação didática, motivadora e desafiadora (na medida certa, respeitando limites e individualidades) para que os alunos possam progredir cognitivamente.

Considerando esses fatos, a instituição na qual o sistema de EaD foi implementado se dispôs a garantir os meios necessários para o alcance desses objetivos, em especial, os meios didáticos, já que estes, nesta modalidade de ensino, assumem maior relevância, requerendo mecanismos de comunicação multidirecional, através de diálogos simulados, aulas presenciais, redes de apoio, tutorial e uso contínuo das TICs [Moran 2000]. A utilização desses diversificados meios visa motivar o aluno, constituindo-se em rico apoio para o seu processo de aprendizagem, objetivando o enriquecimento e a complementação do processo educacional.

O objetivo deste trabalho consiste no uso das abordagens histórico cultural [Melo et al. 2009], cognitivista interacionista [Piaget 1970] e no processo cognitivo da Taxonomia de Bloom [Anderson et al. 2001] para apoiar o planejamento didático pedagógico, definir os objetivos instrucionais, escolher instrumentos de avaliação, selecionar e organizar conteúdos, estruturar o sistema de EaD e construir o AVEA. Os componentes humanos do sistema de EaD são formados por membros pertencentes a equipes inter e multidisciplinares, que trabalhando de maneira colaborativa e integrada mesclaram as metodologias de ensino já difundidas para a consolidação do projeto e a implantação do EaD.

A Taxonomia de Bloom foi aplicada para classificar os objetivos instrucionais; selecionar e organizar conteúdos; direcionar atividades; produzir avaliações e escolher técnicas de ensino.

II. A CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

A instituição de ensino superior onde o sistema de EaD foi implementado considera a EaD uma prática educativa e, como tal, considera esta realidade e compromete-se com os processos de libertação do homem em direção a uma sociedade mais justa, solidária e igualitária.

Trata-se de uma prática mediatizada, em que faz recurso à tecnologia, entendida conforme [Moore e Kearsley 2007] que a “Educação a distância é o aprendizado planejado que ocorre normalmente em um lugar diferente do local do ensino, exigindo técnicas especiais de criação do curso e de instrução, comunicação por meio de várias tecnologias e disposições organizacionais e administrativas especiais.”

A EaD contempla uma organização de apoio institucional e uma mediação pedagógica que garantem as condições necessárias à efetivação do ato

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educativo. A EaD, na concepção do autor [Preti 1996] é constituído pelos elementos:

Distância física entre professor e aluno: a aprendizagem ocorre de maneira virtual, ou seja, sem a necessidade da presença física do professor ou do autor, isto é, do interlocutor, da pessoa com quem o estudante vai dialogar.

Estudo individualizado e independente: reconhece-se a capacidade do estudante de construir seu caminho, seu conhecimento por ele mesmo, de se tornar autodidata, ator e autor de suas práticas e reflexões.

Processo de ensino aprendizagem mediatizado: oferta de suportes e de uma plataforma que viabilizem e incentivem a autonomia dos estudantes nos processos de aprendizagem. E isso acontece “predominantemente através do tratamento dado aos conteúdos e formas de expressão mediatizados pelos materiais didáticos, meios tecnológicos, sistema de Tutoria e de avaliação” [Maroto 1995].

Uso de tecnologias: os recursos técnicos de comunicação (rádio, TV, áudio e vídeo conferência, hipermídia interativa, Internet) permitem romper com as barreiras das distâncias, das dificuldades de acesso à educação e dos problemas de aprendizagem por parte dos alunos que estudam individualmente, mas não isolados e sozinhos. Oferecem possibilidades de estimular e motivar o estudante, de armazenamento e divulgação de dados, de acesso às informações mais distantes e com rapidez.

Comunicação multidirecional: o estudante não é mero receptor de informações, esse tipo de comunicação é de muitos para muitos, ou seja; apesar da distância, busca-se estabelecer relações dialogais, criativas, críticas e participativas em âmbito globalizado de diversas esferas educacionais desta modalidade de ensino.

PRESSUPOSTOS TEÓRICO METODOLÓGICOS NO SISTEMA DE EAD

O conhecimento na modalidade EaD é ativamente construído pelo aluno em cada uma das situações onde ele está inserido. O conhecimento provém da atividade do aluno e forma-se em relação com sua ação e sua experiência do mundo.

A EaD é um processo que prima pela excelência da relação ensino aprendizagem, que ganha relevância quando deixa explícita sua potencialidade de ampliar o acesso à educação, sendo uma forte aliada do processo de democratização da educação e do saber.

O sistema de EaD proposto visa ser um agente social compromissado com a democratização do conhecimento e com o surgimento de sistemas educacionais mais abertos, flexíveis e ágeis. Seus resultados dentro desta linha de pensamento são firmados pela qualidade do serviço educacional proposto.

Alguns educadores usam abordagens distintas para fundamentar o processo de ensino aprendizagem na EaD. As mais significativas estão na Teoria Construtivista – Interacionista [Piaget, 1970], [Bruner 1990], na Teoria da Flexibilidade Cognitiva

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[Spiro e Jehng 1990], na Teoria da Inclusão [Ausubel et al. 1978] e na Teoria Histórico Cultural [Melo et al. 2009]. Outros se apóiam nos pressupostos teóricos do domínio cognitivo, proposto pela Taxonomia de Bloom [Bloom 1956], [Anderson et al. 2001] para definirem, em seus planejamentos educacionais, objetivos, estratégias e sistemas de avaliação.

O projeto do EaD proposto foi modelado mesclando as abordagens histórico cultural, construtivista interacionista e principalmente com foco na abordagem cognitiva proposta pela Taxonomia de Bloom.

Na concepção histórico cultural [Melo et al. 2009], o conceito de EaD compreende um processo em que aluno e professor não são objetos distintos, separados, que se pode por em relação de forma mecânica, mas definem-se mutuamente ao participarem de um processo que é coletivo e mediado pelos instrumentos culturais presentes no meio social.

A abordagem histórico cultural apresenta-se como uma concepção que propõe uma compreensão de indivíduo e de mundo num processo dialético. Não há sentido de consciência sem que seja consciência de algo, nem há sentido de realidade que não realidade percebida, realidade com relação a uma consciência que a percebe e lhe dá sentido. A realidade seria, então, construída na relação indivíduo-mundo. Nesta perspectiva, não há sentido em valorizar a transmissão de informações e sim as ações e operações dos alunos sobre o meio.

Na abordagem teórica histórico cultural [Melo et al. 2009] a EaD caracteriza-se como um processo contínuo e permanente, parte de uma vivência cultural, social e histórica do ser humano. Um processo que considera o indivíduo num movimento ativo e interativo na busca do conhecimento. Que possibilita a criação de zonas de desenvolvimento capazes de elevar as funções psicológicas superiores em níveis de reorganizar a relação pensamento e linguagem. Re-significando como conseqüência às ações do sujeito no mundo.

A teoria histórico cultural em sua contribuição para uma análise da EaD no âmbito da Universidade, foco deste estudo, pauta-se por um compromisso com a realidade do aluno, com a autonomia do aluno, com a reflexão sobre o aluno, com o reconhecimento da ideologia e com a identidade cultural do aluno.

A mais conhecida concepção construtivista da formação da inteligência é explicada pela Teoria Psicogenética [Piaget 1970]. Essa teoria explica como se constrói o conhecimento desde o nascimento, subvertendo as teorias tradicionais. A teoria construtivista, ao contrário do que pressupunha o modelo tradicional, defende que o aluno não aprende por memorização, nem por associação entre estímulo e resposta, ou pela transmissão do conhecimento pelo professor e assimilação pelo aluno.

Essa corrente de pensamente propicia mudanças inovadoras [Rezende 2005], que entende o indivíduo como: “... um sujeito que procura ativamente compreender o mundo que o rodeia e trata de resolver as interrogações que este mundo provoca. Não é um sujeito à espera de alguém que possui um conhecimento para lhe transmitir, por benevolência. É um sujeito que aprende basicamente através das suas próprias ações sobre os objetos do mundo, que constrói suas próprias

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categorias de pensamento ao mesmo tempo em que organiza o mundo” [Ferreiro e Teberosky 1985].

A concepção construtivista [Piaget 1970] não apresenta um método pedagógico ou sugestões de técnicas de como ensinar, e sim uma estratégia de pesquisa. A sua preocupação científica é com a aprendizagem, como o indivíduo aprende. Os métodos de ensino passam a ser considerados passos do ensino e não podem ser confundidos com os processos de aprendizagem [Rosa 1994].

A Taxonomia de Bloom “é um instrumento usado para apoiar o planejamento didático pedagógico, a estruturação, a organização, a definição de objetivos instrucionais e a escolha de instrumentos de avaliação” [Ferraz e Vairo 2010]. Benjamin Bloom e seus colaboradores criaram uma divisão dos objetivos educacionais, separando-os em três domínios: cognitivo, afetivo e psicomotor. Embora todos os três domínios tenham sido amplamente discutidos e divulgados, em momentos diferentes e por pesquisadores diferentes, o domínio cognitivo é o mais conhecido e utilizado.

Em suas publicações [Bloom 1944, 1972] o autor destaca que muitas pessoas reconhecem que a capacidade de aprendizagem do ser humano difere de uma pessoa para outra e, por um grande período, acreditou-se que a razão pela qual uma porcentagem de discentes obtinha desempenho melhor do que outros estava relacionada às situações e variáveis existentes fora do ambiente educacional e que, nas mesmas condições de aprendizagem, todos aprenderiam com a mesma competência e profundidade o conteúdo.

Entretanto, em seus estudos, os autores [Bloom et al. 1971] fizeram uma descoberta que viria a ser de grande notoriedade no meio educacional: nas mesmas condições de ensino (desconsiderando as variáveis externas ao ambiente educacional) todos os discentes aprendiam, mas se diferenciavam em relação ao nível de profundidade e abstração do conhecimento adquirido.

Essa diferença poderia ser caracterizada pelas estratégias utilizadas (que levariam ao estudo de estilos de ensino e aprendizagem) e pela organização dos processos de aprendizagem para estimular o desenvolvimento cognitivo. Naquele momento, o desenvolvimento cognitivo e sua relação com a definição do objetivo do processo de aprendizagem foram a direção tomada para a definição da taxonomia.

De encontro com a Taxonomia de Bloom e a Teoria Construtivista, no sistema de EaD implementado, os alunos são tratados de acordo com suas particularidades cognitivas. A abordagem é construtivista principalmente porque os ajuda a pensar o conhecimento científico na perspectiva do sujeito que aprende. O seu estudo é principalmente centrado em compreender como o aprendiz passa de um estado de menor conhecimento a outro de maior conhecimento, o que está intimamente relacionado com o desenvolvimento pessoal do indivíduo.

No modelo de EaD apresentado esses pressupostos são considerados de forma que o aluno precisa passar de uma situação de receptor passivo e, através de uma postura participativa, reflexiva e interativa, construir seu conhecimento através de um comportamento pró ativo. Assim, o aluno observando, analisando,

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levantando hipóteses, aplicando estratégias, irá elaborar um novo encadeamento de idéias e construir seus próprios esquemas de pensamento, construindo e reconstruindo seu conhecimento, devendo desenvolver maior capacidade em comparar, contrastar, verificar e concluir.

Nessa perspectiva o papel do professor muda, passando a ser o de orientar a aprendizagem, devendo se preocupar em propor atividades que envolvam operações do pensamento, das mais simples às mais complexas. O professor desempenha o papel de um investigador, capaz de realizar as mudanças requeridas para a adequação metodológica.

III. TAXONOMIA DE BLOOM

Benjamin Bloom escreveu a Taxionomia dos Objetivos Educacionais: Domínio Cognitivo [Bloom 1956] e, desde então, sua descrição em seis níveis do raciocínio foi amplamente adotada e usada em inúmeros contextos. Sua lista de processos cognitivos é organizada do mais simples, que é ter a informação, ao mais complexo, que implica julgamento sobre o valor a importância da idéia.

A Taxonomia proposta [Bloom 1956] tornou-se tão importante e trouxe significativas contribuições à área acadêmica pelo fato de que antes dos anos 50 um dos grandes problemas na literatura educacional era a falta de consenso com relação a determinadas palavras usualmente relacionadas à definição dos objetivos instrucionais como, por exemplo, o verbo conhecer era utilizado com o sentido de ter consciência, saber da existência ou para expressar domínio de um determinado assunto [Conklin 2005].

A taxonomia trouxe a possibilidade de padronização da linguagem no meio acadêmico e, com isso, também novas discussões ao redor dos assuntos relacionados à definição de objetivos instrucionais. Neste contexto, instrumentos de aprendizagem puderam ser trabalhados de forma mais integrada e estruturada, inclusive considerando os avanços tecnológicos que podiam prover novas e diferentes ferramentas para facilitar o processo de ensino e aprendizagem [Ferraz e Vairo 2010].

TAXONOMIA DE BLOOM ORIGINAL

No domínio cognitivo, mais utilizado freqüentemente, os objetivos de aprendizagem são divididos em seis níveis, apresentados numa seqüência que vai do mais simples ao mais complexo: conhecimento, compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação. Cada nível utiliza as capacidades adquiridas nos níveis anteriores (Figura 1).

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Figura 1. Categorias da Taxonomia de Bloom Original [Bloom 1956]

A estrutura da Taxonomia de Bloom, com suas categorias, subcategorias e verbos são descritas no Quadro 1.

Quadro 1. Estrutura da Taxonomia de Bloom Original: Domínio Cognitivo

CATEGORIA DECRIÇÃO

1. Conhecimento Definição: Habilidade de lembrar informações e conteúdos previamente abordados como fatos, datas, palavras, teorias, métodos, classificações, lugares, regras, critérios, procedimentos etc. A habilidade pode envolver lembrar uma significativa quantidade de informação ou fatos específicos. O objetivo principal desta categoria é trazer à consciência esses conhecimentos.

Subcategorias: 1.1 Conhecimento específico: de terminologia; tendências e seqüência; 1.2 Conhecimento de formas e significados relacionados às especificidades do conteúdo: de convenção; tendência e seqüência; Conhecimento de classificação e categoria; Conhecimento de critério; Conhecimento de metodologia; e 1.3 Conhecimento universal e abstração relacionado a um determinado campo de conhecimento: de princípios e generalizações; Conhecimento de teorias e estruturas.

Verbos: enumerar, definir, descrever, identificar, denominar, listar, nomear, combinar, realçar, apontar, relembrar, recordar, relacionar, reproduzir, solucionar, declarar, distinguir, rotular, memorizar, ordenar e reconhecer.

2. Compreensão Definição: Habilidade de compreender e dar significado ao conteúdo. Essa habilidade pode ser demonstrada por meio da tradução do conteúdo compreendido para uma nova forma (oral, escrita, diagramas etc.) ou contexto. Nessa categoria, encontra-se a capacidade de entender a informação ou fato, de captar seu significado e de utilizá-la em contextos diferentes.

Subcategorias: 2.1 Translação; 2.2 Interpretação e 2.3 Extrapolação.

Verbos: alterar, construir, converter, decodificar, defender, definir, descrever, distinguir, discriminar, estimar, explicar, generalizar, dar exemplos, ilustrar, inferir, reformular, prever, reescrever, resolver, resumir, classificar, discutir, identificar, interpretar, reconhecer, redefinir, selecionar, situar e traduzir.

3. Aplicação Definição: Habilidade de usar informações, métodos e conteúdos aprendidos em novas situações concretas. Isso pode incluir aplicações de regras, métodos, modelos, conceitos, princípios, leis e teorias.

Verbos: aplicar, alterar, programar, demonstrar, desenvolver, descobrir,

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dramatizar, empregar, ilustrar, interpretar, manipular, modificar, operacionalizar, organizar, prever, preparar, produzir, relatar, resolver, transferir, usar, construir, esboçar, escolher, escrever, operar e praticar

4. Análise Definição: Habilidade de subdividir o conteúdo em partes menores com a finalidade de entender a estrutura final. Essa habilidade pode incluir a identificação das partes, análise de relacionamento entre as partes e reconhecimento dos princípios organizacionais envolvidos. Identificar partes e suas inter-relações. Nesse ponto é necessário não apenas ter compreendido o conteúdo, mas também a estrutura do objeto de estudo.

Subcategorias: Análise de elementos; Análise de relacionamentos; e Análise de princípios organizacionais.

Verbos: analisar, reduzir, classificar, comparar, contrastar, determinar, deduzir, diagramar, distinguir, diferenciar, identificar, ilustrar, apontar, inferir, relacionar, selecionar, separar, subdividir, calcular, discriminar, examinar, experimentar, testar, esquematizar e questionar.

5. Síntese Definição: Habilidade de agregar e juntar partes com a finalidade de criar um novo todo. Essa habilidade envolve a produção de uma comunicação única (tema ou discurso), um plano de operações (propostas de pesquisas) ou um conjunto de relações abstratas (esquema para classificar informações). Combinar partes não organizadas para formar um “todo”.

Subcategorias: 5.1 Produção de uma comunicação original; 5.2 Produção de um plano ou propostas de um conjunto de operações; e 5.3 Derivação de um conjunto de relacionamentos abstratos.

Verbos: categorizar, combinar, compilar, compor, conceber, construir, criar, desenhar, elaborar, estabelecer, explicar, formular, generalizar, inventar, modificar, organizar, originar, planejar, propor, reorganizar, relacionar, revisar, reescrever, resumir, sistematizar, escrever, desenvolver, estruturar, montar e projetar.

6. Avaliação Definição: Habilidade de julgar o valor do material (proposta, pesquisa, projeto) para um propósito específico. O julgamento é baseado em critérios bem definidos que podem ser externos (relevância) ou internos (organização) e podem ser fornecidos ou conjuntamente identificados. Julgar o valor do conhecimento.

Subcategorias: 6.1 Avaliação em termos de evidências internas; e 6.2 Julgamento em termos de critérios externos.

Verbos: Avaliar, averiguar, escolher, comparar, concluir, contrastar, criticar, decidir, defender, discriminar, explicar, interpretar, justificar, relatar, resolver, resumir, apoiar, validar, escrever uma revisão sobre, detectar, estimar, julgar e selecionar.

Fonte: [Bloom 1956, 1986], [Driscoll 2000], [Krathwohl 2002], [Ferraz e Vairo 2010].

Diferentemente do que supostamente ocorria em 1956, hoje, os educadores aprenderam muito mais sobre como os alunos aprendem e os professores ensinam, e agora reconhecem que o ensino e a aprendizagem abrangem muito mais do que o simples raciocínio. Eles envolvem os sentimentos e as crenças de alunos e professores, bem como o ambiente sócio cultural das salas de aulas presenciais ou virtuais.

A Taxonomia de Bloom original [Bloom 1956] tem sido criticada pela relação de dependência e hierarquia entre os níveis no âmbito do domínio cognitivo

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[Rotterdam, 2000]. Para Rotterdam os objetivos de conhecimento não formam uma hierarquia visto que, por exemplo, tarefas de avaliação não têm valor mais alto que tarefas de aplicação. Cada elemento da taxonomia tem seus próprios objetivos e valores.

Uma taxionomia hierárquica implica que cada capacitação mais alta é composta por todas as capacitações que estão abaixo dela; a compreensão requer informação; a aplicação requer compreensão e informação; e assim por diante. Segundo o autor [Marzano 2000], essa simplesmente não é a realidade dos processos cognitivos da Taxionomia de Bloom.

Embora as críticas feitas à Taxonomia de Bloom sejam consideradas válidas, grande número de educadores entende que seu uso pode ser muito útil para o planejamento e desenho de eventos de aprendizagem, como apresentado em [Ferraz e Vairo 2010]. Além do que, ela oferece um bom apoio ao esforço de compatibilizar testes de avaliação com conteúdo de ensino [Waal e Teles 2004].

ALTERAÇÕES NA TAXONOMIA DE BLOOM

Segundo [Krathwohl 2002], os objetivos educacionais, geralmente, declaram o que é esperado que os alunos aprendam e esquecem de explicitar, de forma coerente, o que eles deverão ser capazes de realizar com aquele conhecimento. Os objetivos são descritos utilizando verbos de ação e substantivos que procuram descrever os processos cognitivos desejados, por exemplo: ao final dessa unidade os alunos deverão lembrar (verbo) da Teoria da Relatividade de Einstein (substantivo/conteúdo), mas não esclarecem como será verificado se realmente lembraram e aplicaram esse novo conhecimento.

Os pesquisadores ao analisar a relação direta entre verbo e substantivo chegaram à conclusão de que verbos e substantivos deveriam pertencer a dimensões separadas na qual os substantivos formariam a base para a dimensão conhecimento (o que) e verbo para a dimensão relacionada aos aspectos cognitivos (como).

A dissociação de substantivos e verbos, conhecimento e processos cognitivos, deu um caráter bidimensional à taxonomia original e direcionou todo o trabalho de revisão. Cada uma das partes da estrutura bidimensional foi nominada como Dimensão Conhecimento e Dimensão dos Processos Cognitivos (Figura 2).

Figura 2. Taxonomia de Bloom: Cárater Bidimensional [Ferraz e Vairo 2010]

Dimensão conhecimento

Na taxonomia original [Bloom 1956] o conhecimento compreende: a) habilidade de lembrar especificidades e generalidades de métodos, procedimentos, padrões e

Substantivos (dimensão: conhecimento – o que)

Verbos (dimensão: processos cognitivos – como)

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instruções; e b) habilidade de achar, no problema proposto, sinais, dicas, pequenas informações que efetivamente tragam à consciência o aprendizado prévio adquirido, ou seja, conhecimento é o que é lembrado. De acordo com autor [Anderson 1999] essas duas definições, por si só, já correspondem respectivamente à diferença significativa entre processo e produto. A partir dessa observação, os pesquisadores dividem o conhecimento em dois tipos: (1) conhecimento como processo e (2) conhecimento como conteúdo assimilado.

Como na taxonomia original, a categoria conhecimento está diretamente relacionada ao conteúdo e essa dimensão passou a conter quatro, ao invés das três, subcategorias como mostrado no Quadro 2.

Quadro 2. Adaptações da Categoria Conhecimento na Taxonomia de Bloom

CATEGORIA TAXONOMIA ORIGINAL

TAXONOMIA REVISADA

Conhecimento 1.1 Conhecimento específico.

1.2 Conhecimento de formas e significado relacionados às especificidades do conteúdo.

1.3 Conhecimento universal e abstração relacionados a um determinado campo de conhecimento

1.1 Conhecimento Efetivo: relacionado ao conteúdo básico que o discente deve dominar a fim de que consiga realizar e resolver problemas apoiados nesse conhecimento. Relacionado aos fatos que não precisam ser entendidos ou combinados, apenas reproduzidos como apresentados.

Conhecimento da Terminologia; e Conhecimento de detalhes e elementos específicos.

1.2 Conhecimento Conceitual: relacionado à inter relação dos elementos básicos num contexto mais elaborado que os discentes seriam capazes de descobrir. Elementos mais simples foram abordados e agora precisam ser conectados. Esquemas, estruturas e modelos foram organizados e explicados. Nessa fase, não é a aplicação de um modelo que é importante, mas a consciência de sua existência.

Conhecimento de classificação e categorização; Conhecimento de princípios e generalizações; e Conhecimento de teorias, modelos e estruturas.

1.3 Conhecimento Procedural: relacionado ao conhecimento de “como realizar alguma coisa” utilizando métodos, critérios, algoritmos e técnicas. Nesse momento, o conhecimento abstrato começa a ser estimulado, mas dentro de um contexto único e não interdisciplinar.

Conhecimento de conteúdos específicos, habilidades e algoritmos; Conhecimento de técnicas específicas e métodos; e Conhecimento de critérios e percepção de como e quando usar um procedimento específico.

1.4 Conhecimento Metacognitivo: relacionado ao reconhecimento da cognição em geral e da consciência da amplitude e profundidade de conhecimento adquirido de um determinado conteúdo. Em contraste com o conhecimento procedural, esse conhecimento é relacionado à interdisciplinaridade. A ideia principal é utilizar conhecimentos previamente assimilados (interdisciplinares) para resolução de problemas e/ou a escolha do melhor

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método, teoria ou estrutura.

Conhecimento estratégico; Conhecimento sobre atividades cognitivas incluindo contextos preferenciais e situações de aprendizagem (estilos); e Autoconhecimento.

Fonte: [Driscoll 2000], [Krathwohl 2002], [Ferraz e Vairo 2010]

O conhecimento efetivo, conceitual e procedural foram reorganizadas para usar uma terminologia mais clara e na qual fosse possível reconhecer as diferenças psicocognitivas que seriam desenvolvidas e a quarta e nova subcategoria está relacionada ao conceito de metacognição [Ferraz e Vairo 2010].

Segundo o autor [Anderson et al. 2001], a metacognição envolve o conhecimento cognitivo real assim como a consciência da aprendizagem individual. Essa subcategoria tem se tornado cada vez mais importante na área educacional uma vez que a possibilidade de autoaprendizagem e o controle do aprendizado relacionado à autonomia de aprender deve ser um processo cada vez mais consciente e passível de medição. Isso é possibilitado pela utilização da tecnologia da comunicação na educação, a criação de novas oportunidades educacionais e a popularização da modalidade a distância.

Dimensão Processo Cognitivo

Segundo os autores [Anderson 1999], [Bloom 1956], a taxonomia original foi concebida de maneira hierárquica e unidimensional e relacionava a aquisição de conhecimento com a mudança de comportamento observável relacionada ao objetivo previamente proposto e essas mudanças podem ser medidas em termos de atos e pensamentos. Essa análise detalhada incentivou a alteração da terminologia domínio cognitivo para domínio do processo cognitivo que, de acordo com os pesquisadores, é mais clara e diretamente relacionada ao que acontece no contexto educacional [Ferraz e Vairo 2010].

Na taxonomia original, embora as seis categorias fizessem parte do domínio cognitivo, apenas cinco delas (compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação) estavam diretamente relacionadas a ele, pois a categoria conhecimento, desde sua idealização, estava relacionada ao conteúdo instrucional.

Uma releitura da Taxionomia de Bloom foi realizada [Anderson et al. 2001] gerando uma proposta revisada com seis capacitações da mais simples para a mais complexa, conforme documentado na versão de Bloom. Sendo elas: lembrar, entender, aplicar, analisar, avaliar e criar (Figura 3).

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Figura 3. Categorias da Taxonomia de Bloom Atual [Anderson et al. 2001]

Ao separar, conceitualmente, o conhecimento do processo cognitivo, ocorreram as seguintes mudanças [Krathwohl 2002], [Ferraz e Vairo 2010]:

Os aspectos verbais utilizados na categoria Conhecimento foram mantidos, mas esta foi renomeada para Lembrar; Compreensão foi renomeada para Entender; e Aplicação, Análise, Síntese e Avaliação, foram alteradas para a forma verbal Aplicar, Analisar, Sintetizar e Criar, por expressarem melhor a ação pretendida e serem condizentes com o que se espera de resultado a determinado estímulo de instrução;

As categorias avaliação e síntese (avaliar e criar) foram trocadas de lugar; e

Os nomes das subcategorias existentes foram alterados para verbos no gerúndio (Quadro 3).

Quadro 3. Estrutura da Taxonomia de Bloom Atual: Processo Cognitivo

CATEGORIA DESCRIÇÃO

1. Lembrar Definição: relacionado a reconhecer e reproduzir idéias e conteúdos. Reconhecer requer distinguir e selecionar uma determinada informação. Reproduzir ou recordar está mais relacionado à busca por uma informação relevante memorizada.

Verbos: Reconhecendo e Reproduzindo.

2. Entender Definição: relacionado a estabelecer uma conexão entre o novo e o conhecimento previamente adquirido. A informação é entendida quando o aprendiz consegue reproduzi-la com suas “próprias palavras”.

Verbos: Interpretando, Exemplificando, Classificando, Resumindo, Inferindo, Comparando e Explicando.

3. Aplicar Definição: relacionado a executar ou usar um procedimento numa situação específica e pode também abordar a aplicação de um conhecimento numa situação nova.

Verbos: Executando e Implementando.

4. Analisar Definição: relacionado a dividir a informação em partes relevantes e irrelevantes, importantes e menos importantes e entender a inter relação existente entre as partes.

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Verbos: Diferenciando, Organizando, Atribuindo e Concluindo.

5. Avaliar Definição: relacionado a realizar julgamentos baseados em critérios e padrões qualitativos e quantitativos ou de eficiência e eficácia.

Verbos: Checando e Criticando.

6. Criar Definição: significa colocar elementos junto com o objetivo de criar uma nova visão, uma nova solução, estrutura ou modelo utilizando conhecimentos e habilidades previamente adquiridos. Envolve o desenvolvimento de ideias novas e originais, produtos e métodos por meio da percepção da interdisciplinaridade e da interdependência de conceitos.

Verbos: Generalizando, Planejando e Produzindo.

Fonte: [Anderson et al. 2001], [Ferraz e Vairo 2010]

Na nova estrutura da Taxanomia de Bloom [Anderson et al. 2001] o princípio da progressão da complexidade foi mantido: do simples para o complexo; do concreto para o abstrato. Segundo o autor [Ferraz e Vairo 2010], novamente, foi atribuída mais flexibilidade ao conceito cumulativo e dependente de cada categoria, pois:

Diferentes disciplinas requerem processos cognitivos diferenciados;

Os estilos de aprendizagem possibilitam aos discentes aprenderem melhor num estágio mais elevado e depois serem capazes de entender os anteriores; e

O conceito de metacognição abre espaço para que alunos transitem livremente pelas subcategorias com o objetivo de melhorar seu autoaprendizado [Krathwohl, 2002].

IV. IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

No sistema de EaD proposto, as ações pedagógicas fundamentam-se nas iniciativas dos alunos. Os métodos de EaD que se pretende utilizar, além de propiciar o diálogo, respeitar os interesses e os diferentes estágios do desenvolvimento cognitivo dos alunos, favorecem a autonomia e a transferência de aprendizagem, visando, não apenas ao aprender a fazer, mas, sobretudo, ao aprender a aprender.

O instrumento mediador da aprendizagem que a instituição aplica nos seus cursos de EaD são os materiais impressos e digitais e as tecnologias disponíveis no AVEA. Eles favorecem o desenvolvimento das capacidades de abstração e reflexão sobre a atividade realizada. Assim, não basta que o aluno execute com exatidão uma atividade do domínio teórico ou um processo de trabalho. Ele só vai avançar se for capaz de, conscientemente, justificar e explicar seu próprio procedimento.

As atividades de planejamento e implementação acadêmica dos cursos de EaD são executadas por equipes inter e multidisciplinares. Cada curso proposto terá as seguintes formas de interação e dinâmica de trabalho pedagógico:

Utilização de material impresso e digital, também disponível no AVEA para comunicação e interatividade.

Apresentação da proposta do Curso (metodologia e ferramentas).

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Aula inaugural com apresentação das disciplinas pelo professor e abordando a temática geral do curso.

Oferta de disciplinas por módulos de estudos, com periodicidade semestral para as etapas de avaliação presencial.

Sistema Tutorial de atendimento às duvidas de conteúdo dos alunos.

Avaliações, estágios e defesa de trabalhos de conclusão de curso presenciais nas unidades da universidade e nas instituições conveniadas para a oferta do programa, com supervisão de professores.

O projeto de EaD apresentado inclui o adequado planejamento de infraestrutura tecnológica, desenvolvido com o objetivo de atender as necessidades pedagógicas e de comunicação entre professor, aluno e instituição.

O serviço de Internet, integrado ao ambiente de EaD será empregado de duas maneiras. Por um lado, como uma ferramenta que apóia a aprendizagem pela exploração, propiciando aos estudantes acesso as mais variadas fontes de informações. E, por outro lado, como ambiente interativo de aprendizagem, possibilitando aos estudantes um ambiente de colaboração e ferramenta de comunicação, baseada no computador.

A EaD, globalizante e integradora, caracteriza-se por mediar uma relação em que professor e alunos estão fisicamente separados. A interação dos estudantes com os docentes e entre si, apesar de muitas vezes ter um distanciamento geográfico, será garantida por diferentes meios tecnológicos, resultando em maior eficiência para o processo de aprendizagem. Na busca da formação integral dos alunos, para que se transformem em produtores de conhecimento e não em meros receptores de informações, surge a necessidade de uma comunicação multidirecional, mediada por tecnologias apropriadas. Com esse enfoque pedagógico, a aprendizagem será realizada pelos seguintes meios:

Material atraente e instigante em linguagem adequada.

Atividades relevantes e contextualizadas.

Troca de experiências e interação social.

Fontes de informação de qualidade. O aluno do curso receberá, no momento da matrícula, o manual do aluno, o qual poderá ser acessado pelo AVEA, que o informará sobre a estrutura do curso, métodos de avaliações, acesso a ambientes e materiais, cronogramas de atividades e encontros, flexibilização das grades curriculares dependendo da disponibilidade para o estudo, meios e forma de comunicação entre os atores do sistema de EaD.

Em relação à flexibilização da grade curricular, é adotado um conjunto de procedimentos visando orientar o aluno na escolha de uma trajetória adequada à sua disponibilidade de tempo de estudo e formação. Nessa dinâmica serão envolvidos os professores autores, professores Tutores e as equipes docentes.

Quanto aos encontros presenciais, o procedimento a ser adotado prevê a entrega de um boletim de informação a todos os estudantes do curso no início de cada período letivo. Esse boletim conterá informações sobre horas, datas e programas correspondentes aos encontros presenciais com professores Tutores.

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Todo o material didático correspondente às disciplinas do curso será acompanhado de um guia didático da disciplina. Nesse guia o aluno encontrará orientações sobre:

Cada unidade e cada aula do material impresso.

Tempo mínimo necessário ao estudo de cada aula.

Como ter contato com o Professor Ministrante daquela disciplina.

Critérios de aprovação.

Interação entre ele e seu Tutor e entre ele e seus colegas de disciplina.

EQUIPES MULTI E INTERDISCIPLINARES

Os recursos humanos presentes nessa modalidade de ensino são profissionais de diversas áreas do conhecimento compondo as equipes inter e multidisciplinares, cruciais ao desenvolvimento e gestão dos processos de EaD.

As equipes, em sua grande maioria, caracterizam-se por serem interdisciplinares, pois os profissionais de áreas distintas interagem de forma regular dentro e fora do espaço de trabalho, colaboram na síntese e integração dos métodos e das disciplinas. As perspectivas disciplinares são reconhecidas e tornadas explícitas pelos atores, os pontos de síntese entre disciplinas são desenvolvidos e áreas de conflito são exploradas.

As equipes, apresentadas a seguir, desenvolvem estratégias e procedimentos, visando garantir o acesso de todos os participantes, de acordo com as condições tecnológicas disponíveis.

Equipe Pedagógica: é formada pelos especialistas da área de conhecimento do curso/disciplina, sendo eles: coordenador pedagógico, professor Autor e Ministrante.

Equipe de Apoio: é composta pelas equipes de Tutoria, de produção de materiais e coordenação do AVEA.

Equipe de Infraestrutura: oferece todas as interligações e acessos na estrutura de redes de computadores, telecomunicações e servidores. Está relacionada com os equipamentos e inter conexões que permitem o funcionamento local ou remoto do ambiente virtual de ensino aprendizagem. Nesta equipe atuam Administradores de Redes de Computadores e Comunicação de Dados, Programadores, Analistas de sistema, Designer Gráfico, Designer Instrucional e Desenvolvedores de Softwares.

Equipe de Suporte Administrativo: a equipe de suporte, representado pelos recursos humanos da secretaria, oferece atendimento local ou remoto de questões relacionadas às áreas administrativas e acadêmicas. O apoio da secretaria é exercido pelo Técnico Administrativo, designado para a função de Direção da Unidade, com responsabilidade de acompanhar, registrar e encaminhar toda documentação do curso e da vida acadêmica dos estudantes.

Equipe de Capacitação: essa equipe é responsável pela capacitação de Tutores presenciais e a distância para trabalharem em conjunto com os professores Ministrantes dos cursos, assim como nas habilidades de áudio e videoconferência.

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Equipe de Acompanhamento e Pesquisa: essa equipe é responsável por prestar atendimento, acompanhar o aluno ou dar lhe encaminhamentos necessários relacionados com estudos e pesquisas nos processos didático, cognitivo, metacognitivo, motivacional, afetivo e social. Na maioria das vezes a mediação é realizada pelo professor Mediador e/ou Tutor.

Equipe de Avaliação do Ensino Aprendizagem: essa equipe é responsável por promover as avaliações e avaliar o aproveitamento escolar das atividades pedagógicas propostas. É formada pelos professores Autores, Ministrantes e Tutores.

Equipe de Avaliação do Curso: essa equipe trabalha no processo de confecção e análise das avaliações periódicas do curso. É formada por coordenadores de cursos e professores.

SISTEMA PEDAGÓGICO DE TUTORIA E ORIENTAÇÃO

O sistema pedagógico de tutoria e orientação do EaD proposto é constituído por uma organização institucional de indivíduos (professores e orientadores), procedimentos administrativos, tecnológicos e educacionais que no conjunto objetivam particularmente o atendimento às necessidades de ensino-aprendizagem do aluno, tendo como referência a disponibilização de informações e recursos didático pedagógicos que possibilitem os estudos de forma autônoma com qualidade e promovam a interação humana fundamental para o processo de aprendizagem.

O sistema pedagógico de tutoria e orientação proposto tem como agentes principais os professores autores das disciplinas, os professores tutores e os orientadores.

O Professor Autor tem a responsabilidade de coordenar o desenvolvimento dos conteúdos programáticos de acordo com os tópicos de estudos concernentes as disciplinas, propor recursos didáticos apropriados às necessidades da disciplina, elaborar metodologias de ensino adequadas com os objetivos de cada módulo de conhecimento, avaliar o desempenho da disciplina a partir de seus objetivos e acompanhar continuamente o processo de aprendizagem dos alunos em consonância com o trabalho pedagógico do Professor Ministrante.

Observa-se que na presente proposta de curso o Professor Autor poderá também ser o responsável pelo processo de Tutoria na qualidade de Professor Ministrante. O Professor Autor tem as seguintes atribuições:

Definir os conteúdos programáticos das disciplinas de acordo com os objetivos de cada Módulo sob sua responsabilidade autoral.

Elaborar o material didático do curso, sob orientação de Equipe de produção de Materiais.

Orientar, pedagogicamente, o Professor Ministrante nas questões relativas ao desenvolvimento dos conteúdos.

Participar na elaboração dos instrumentos de avaliação do aluno, juntamente com o Professor Ministrante.

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Emitir parecer sobre os resultados da avaliação do aluno, quando solicitado pelo Professor Ministrante.

Participar do processo de avaliação do curso. O Professor Ministrante ocupa um papel importante no processo educativo por ser um elemento intermediário no sistema, na medida em que, por intermédio do seu apoio, ocorrerá a relação material didático e aluno, ou seja, tem a responsabilidade de propiciar auxílio e apoio pedagógico ao processo de aprendizagem do aluno e viabilizar oportunidades de contatos com os alunos por meio de recursos tecnológicos de comunicação, além de sanar dúvidas nos encontros presenciais, e participar das discussões em grupos sobre os exercícios propostos no final de cada módulo.

Haverá um Professor Ministrante para cada grupo de 50 alunos, estando disponível para o atendimento dos alunos em horários pré fixados, reservados para as comunicações assíncronas (através de fax, correio convencional, e-mail, ferramentas de assessoria do ambiente virtual) e comunicações síncronas (através de telefone, chats).

No sistema de EaD, o Professor Tutor tem um papel fundamental, pois, é através dele que se garante a inter relação personalizada e contínua do educando no sistema e se viabiliza uma articulação entre os elementos do processo, necessária à consecução dos objetivos propostos. Por isso, busca construir seu modelo tutorial que atenda às especificidades regionais e aos programas e cursos propostos, incorporando as novas tecnologias. Mas, o que caracteriza e diferencia a figura do Tutor é fundamentalmente a concepção manifestada quanto à sua função dentro do sistema de EaD. Nas práticas implementadas, aparentemente não são percebidas grandes diferenças, pois, na estrutura do sistema, a tutoria é posta nas instâncias de mediação entre o estudante, o material didático e o professor, na busca de uma comunicação cada vez mais ativa e personalizada, respeitando-se a autonomia da aprendizagem.

A tutoria, muito mais que uma fórmula de enquadramento e de assistência ao estudante, é vista como educação individualizada, cooperativa e uma abordagem pedagógica centrada sobre o ato de aprender que põe à disposição do estudante-adulto recursos que lhe permitem alcançar os objetivos do curso totalmente desenvolvendo a autonomia em sua caminhada de aprendizagem.

A autonomia é algo que se adquire gradualmente, nos diferentes níveis de desenvolvimento. O Professor Ministrante, respeitando a autonomia da aprendizagem de cada educando, estará constantemente orientando, dirigindo e supervisionando o processo de ensino-aprendizagem dos educandos. É através dele que se garante a efetivação da avaliação do curso em todos os níveis.

Para preencher adequadamente seu papel, portanto, o Professor Tutor deve possuir previamente certo número de qualidades, de capacidades ou aptidões. Isso devido à importância e à posição que ocupa dentro de um sistema que compreende a EaD como sendo uma prática educativa, situada e mediatizada.

A participação do Professor Ministrante no curso se dará nos seguintes momentos:

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Na fase de planejamento: o Professor Tutor participa e discute com o Professor Autor os conteúdos a serem trabalhados no curso, o material didático a ser utilizado e o sistema de acompanhamento e avaliação dos alunos. Junto à equipe pedagógica do Centro receberá uma formação específica sobre a modalidade de EaD e conhecerá em detalhes todo o sistema que dará suporte ao educando e serão definidas suas funções e competências.

Na fase de desenvolvimento do curso: o Professor Tutor tem a função primordial de estimular, motivar e orientar o educando, em acreditar em sua capacidade de organizar sua atividade acadêmica e de auto-aprendizagem (função orientadora e motivadora).

Deverá também estar à disposição dos educandos para tirar dúvidas quanto ao conteúdo da disciplina (função didática). Por isso um dos critérios de seleção será sua qualificação, graduação superior e competência profissional naquela área do conhecimento. Nesta fase a Tutoria pode ocorrer de duas formas:

À distância: o educando, individualmente, entrará em contato com o Tutor, através de meios de comunicação estabelecidos, nos horários definidos anteriormente; ou em pequenos grupos de estudo, poderá formular algumas questões ou dúvidas e solicitar ao Tutor que os esclareça utilizando-se de um sistema interativo de comunicação.

Presencialmente: o educando, individualmente ou em pequenos grupos, se encontrará no Instituto ou em outro local conveniado, com o seu Tutor muito mais para discutir e avaliar seu processo de aprendizagem, apresentar os resultados de suas leituras, atividades e trabalhos propostos nos materiais didáticos do que somente para tirar dúvidas.

O sistema de Tutoria busca estimular e fomentar a organização dos estudantes em pequenos grupos para estudarem e desenvolverem as atividades solicitadas. Isso motiva o estudante, facilita a compreensão dos conteúdos nas discussões com os colegas, contribui na superação de dificuldades e faz com que os momentos de desânimo sejam superados. Sugere-se que, os próprios estudantes formem grupos de estudo e criem a figura do monitor, isto é, do colega que “melhor entende o conteúdo”, para coordenar o grupo nas discussões do material didático. O trabalho cooperativo, portanto, permite uma interação maior entre os próprios estudantes e com o Tutor, fazendo com que avancem e cheguem mais longe do que sozinhos, evitando também criar certa “dependência” do Tutor. É um momento onde exercitam a exposição, a verbalização, a organização de seus pensamentos e aprendem a trabalhar coletivamente. O que é de suma importância para uma prática educativa no contexto onde atuam.

Ao final da disciplina, o Tutor poderá promover seminários onde os alunos poderão expor seus trabalhos ou discutir temas educativos de atualidade relacionados com seu trabalho docente, convidando os professores/especialistas do curso a participarem. O contato direto com os professores, com os autores dos materiais didáticos evidencia-se como motivador para o estudante continuar no curso.

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Caberá também ao Tutor avaliar o estudante e informar ao professor autor sobre a necessidade de textos complementares de apoio, não previstos pelo material didático, quando detectadas dificuldades de aprendizagem.

Na fase posterior ao desenvolvimento do curso, o Tutor fará um breve relato, avaliando a disciplina (quanto ao material escrito, à modalidade, à participação do Professor Autor, aos tipos de avaliações realizadas, etc.), bem como o sistema posto à disposição para dar suporte ao processo de ensino-aprendizagem.

O Professor Tutor juntamente com a coordenação do Centro, definirá seu horário de atendimento. Poderá ser à noite ou em fins de semana, cumprindo a carga horária estabelecida e não tendo mais do que 50 alunos sob sua orientação.

O Tutor revela-se, como sendo a figura chave, não simplesmente porque facilita a compreensão do aluno em relação ao material didático tornando mais acessível o processo ensino-aprendizagem, mas porque, ao promover a comunicação e o diálogo, supera as limitações da ausência do Professor Educador, rompe com o possível isolamento do estudante e o introduz em um processo mediado pelos meios tecnológicos.

A formação acadêmica e profissional do Tutor é uma das tarefas mais importantes, devendo receber uma atenção e carinho especial por parte da Equipe Pedagógica na consolidação de qualquer proposta educativa através da modalidade de EaD.

Capacitação de Tutores

O instituição implantou um curso de formação para Tutores realizado pela Equipe de Capacitação, desenvolvido especialmente com uso das Tecnologias de Informação e Comunicação. Trata-se de um curso de extensão à distância, on-line (via Internet), com apoio de material didático impresso e on-line. Este curso é obrigatório para os professores atuantes como ministrantes em cursos oferecidos pelo EaD e disciplinas semi presenciais. O objetivo do curso é o de capacitar o professor para exercer a função de Tutor nos cursos à distância. Como objetivos específicos, a capacitação do Tutor buscará fazer com que estes:

Conheçam as funções do AVEA.

Compreendam as interações nas ferramentas do AVEA.

Conheçam os agentes e seus papéis na EaD.

Compreendam o sistema Tutorial.

Compreendam o papel do Professor Ministrante.

Compreendam o processo de avaliação nos cursos a distância.

AMBIENTE VIRTUAL DE ENSINO APRENDIZAGEM

O AVEA (Ambiente Virtual de Ensino Aprendizagem) é a plataforma que promove a interação e a colaboração pedagógica entre os atores que compõem um sistema de EaD, aluno, professor e Tutor.

O AVEA dispõe de diversos recursos que visam auxiliar o aluno no seu estudo autônomo, participativo e colaborativo. Tem como objetivo oferecer um ambiente

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dinâmico e de fácil navegação, além de propiciar uma maior interatividade entre todos os participantes, ou seja, aluno, professor, Tutor.

Neste ambiente de aprendizagem o aluno terá acesso aos conteúdos das disciplinas e realizará diversas atividades interativas, participativas e colaborativas. Dessa forma, a sua participação no ambiente, a utilização dos recursos e a realização das atividades são fundamentais para o processo de aprendizagem. O aluno perceberá que estudar num curso de EaD com apoio da Internet, consiste em novos desafios, novos olhares para o processo de ensino aprendizagem, novas perspectivas para o processo pedagógico, e isso inclui uma nova postura do professor, do aluno e da relação com um outro sujeito, já bastante conhecido na EaD – o Professor Ministrante.

O AVEA foi modelado e desenvolvido tendo como base a ferramenta de gestão de cursos à distância chamada Moodle [UNB 2010]. O Sistema de Gerenciamento de Aprendizagem Moodle foi concebido para auxiliar instituições de ensino superior que tenham interessem em estruturar cursos de EaD com qualidade.

O projeto de desenvolvimento do Moodle é contínuo e visa apoiar o social construtivismo educacional. O Moodle é Open Source e livre, sendo distribuído sob a GNU Public [GNU 2010]. Isto significa que apesar de possuir um copyright, pode ser redistribuído e o seu código fonte alterado ou desenvolvido para satisfazer necessidades específicas.

Atores do AVEA

Todos os AVEA, independente da base no qual foram construídos, contemplam quatro principais atores: administrador, professor, Tutor e aluno. Os atores são os usuários do sistema que executam ações de acordo com o perfil modelado [UNB 2010]:

Administrador: é o usuário que possui maior nível de privilégio no sistema, responsável pela formação e definição do ambiente do curso, através da definição da estrutura hierárquica das entidades (cursos, disciplinas e turmas), configuração dos recursos e ferramentas do sistema.

Professor: o professor tem como papel a mediação de conhecimentos. Para isso possui habilitação para compor todo ambiente de suas disciplinas, definindo as ferramentas a serem utilizadas na interação com os alunos.

Tutor: o Tutor tem responsabilidade semelhante ao professor em uma turma, porém executa estas atividades em relação a apenas um grupo de alunos.

Aluno: o aluno é o personagem alvo do sistema. Pretende-se que alcance o objetivo de aprendizagem através do ambiente criado para prover ferramentas necessárias a sua motivação.

Interação e colaboração Pedagógica Utilizando o AVEA

O acesso ao AVEA é feito através da digitação da url no navegador, onde o usuário deverá informar suas credenciais de autenticação (usuário e senha). Ao

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entrar no AVEA, o usuário terá informações sobre o Curso, os conteúdos das disciplinas, as formas de contato com os Professores Tutores, além de diversos recursos que propiciarão interatividade e aprendizagem colaborativa. Os recursos do AVEA desenvolvido são apresentados abaixo.

No próprio AVEA o aluno fará uso do correio eletrônico para receber e enviar mensagens. Desta forma, o aluno está sendo permanentemente informado a respeito das questões pertinentes ao seu processo de aprendizagem.

Para um contato de caráter especificamente pedagógico, o AVEA dispõe de uma ferramenta chamada Tutoria. A finalidade da Tutoria é a de oportunizar a interação direta entre o aluno e seu Professor Ministrante. Nesta ferramenta, o aluno manterá com seu Tutor um diálogo pedagógico no qual poderá aprofundar seus estudos, tirar dúvidas, solicitar informações e obter retorno sobre o seu desempenho.

No AVEA, o aluno também encontrará um serviço exclusivo de orientação. Através da orientação, obterá informações sobre o manejo tecnológico das ferramentas pedagógicas existentes no ambiente virtual.

O orientador é o responsável pelo suporte e apoio acadêmico personalizado ao aluno em questões administrativas, técnicas e operacionais, visando satisfazer necessidades que dizem respeito ou não a mediação pedagógica.

O AVEA possui uma midiateca. Na midiateca o aluno encontrará indicações de bibliografias, links, artigos que lhe serão úteis na complementação dos estudos.

O AVEA é composto, ainda, por uma ferramenta própria para o acompanhamento das atividades de avaliação do aluno. Esta ferramenta possibilitará aos alunos enviarem suas atividades diretamente para o Professor Ministrante. O Professor Ministrante, por sua vez, utilizando-se da ferramenta poderá ler, refletir, analisar, avaliar e encaminhar ao aluno suas contribuições e considerações sobre o seu desempenho.

Recursos do AVEA

Disciplinas: recurso utilizado para realizar leitura e estudo do conteúdo de forma interativa e com uma linguagem apropriada, acessar diversos links específicos de cada disciplina, tais como: Agenda, Fórum, Mala Direta, Material de Apoio, Trabalho colaborativo entre outros.

Tutoria: este recurso de caráter especificamente pedagógico tem por finalidade de oportunizar a interação direta entre o aluno e seu Professor Ministrante. Nesta ferramenta, o aluno manterá com seu Tutor um diálogo pedagógico no qual poderá aprofundar seus estudos, tirar dúvidas, solicitar informações e obter retorno sobre o seu desempenho.

Orientação: com este recurso o aluno obterá informações sobre o manejo tecnológico das ferramentas pedagógicas existentes no ambiente virtual.

Biblioteca: esse recurso coloca à disposição do aluno o conteúdo digital estruturado para oferecer bases de apoio pedagógico no que diz respeito ao uso

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dos acervos bibliográficos (livros, revistas) disponíveis na biblioteca física da instituição.

Perfil do Curso: apresenta o perfil desejado do profissional ou que se pretende alcançar ao término do curso em questão, descrevendo as bases tecnológicas, habilidades e competências.

Grade Curricular: ilustra a grade curricular completa das disciplinas e módulos que contemplam o curso.

Manual do Aluno: apresenta um guia de orientação para a aprendizagem à distância. Orientação e técnicas de auto estudo. Informações acadêmicas e administrativas.

Secretaria: é um espaço que permite o acesso do aluno no cronograma das atividades do curso e solicitações de documentos de seu interesse, tais como: atestado de matrícula; atestado de freqüência e declaração de comparecimento em encontros presenciais.

Webmail: serviço usado para facilitar a comunicação através do envio e recebimento de mensagens.

Contato: usado para acessar informações como endereço e telefone da instituição, bem como postar mensagens ao coordenador do EaD. O aluno pode, também, conhecer quem é o Tutor que irá acompanhá-lo em seus estudos.

Dados do Aluno: permite que o próprio usuário possa monitorar e controlar seus dados cadastrais, ou seja, o aluno pode visualizar e alterar seus dados pessoais como nome, endereço, data de nascimento, mantendo-os sempre atualizados.

Agenda: neste recurso o aluno terá acesso aos principais eventos agendados pelos professores da disciplina como datas de provas, envio de atividade e chat.

Fórum: importante ferramenta usada para a participação da discussão de temas relacionados às disciplinas ou realizar atividades propostas pelos professores. O aluno pode acessar o fórum de acordo com suas disponibilidades de horários. No fórum as mensagens são visualizadas em diversos formatos e podem incluir anexos. Os participantes têm a opção de receber cópias das novas mensagens via e-mail e os professores, de enviar mensagens ao fórum com cópias via email a todos os participantes.

Chat: o instrumento chat permite a realização de uma discussão textual via Web em modalidade síncrona. Este instrumento contém instrumentos para a revisão e a administração das discussões. Os encontros por meio do chat são previamente agendados e postados no recurso agenda.

Portfólio: este recurso corresponde a uma atividade de reflexão orientada por um moderador. O professor pede ao estudante que reflita sobre certo assunto e o estudante anota as suas reflexões progressivamente, aperfeiçoando a resposta. Esta resposta é pessoal e não pode ser vista pelos outros participantes. O professor pode adicionar comentários de feedback e avaliações a cada anotação no Diário. Esta deve ser uma atividade constante, como por exemplo, uma atividade deste tipo por semana.

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Lições: uma lição disponibiliza conteúdo de um modo flexível e interessante. Consiste de um número de páginas. Cada página termina normalmente com uma pergunta e um número de respostas possíveis. Dependendo da resposta escolhida pelo aluno, avança-se para a página seguinte ou retorna-se para a página anterior.

Mala Direta: o aluno pode enviar mensagens eletrônicas aos seus colegas mesmo sem saber o e-mail dos mesmos. O recurso Mala Direta exibe uma lista com todos os usuários que participam da disciplina.

Midiateca: serviço de armazenamento de materiais usado para os professores postarem os textos complementares, áudio e vídeo aula das disciplinas, bem como outros materiais que servem para ampliar os estudos, como indicações e sugestões de artigos, bibliografias, pesquisas, links etc. Dependendo da escolha, o aluno pode visualizar o material em tela ou fazer o download do disco remoto para o disco local.

Diário de Classe: esse recurso permite que o responsável por uma entidade possa registrar a freqüência e as notas dos alunos cadastrados.

Trabalho Colaborativo: serviço para upload de arquivos, ou seja, o aluno poderá enviar arquivos para seus colegas e professores. Esse recurso será utilizado principalmente para a postagem de arquivos com as atividades realizadas pelos grupos nas disciplinas.

Avaliação do Curso: este instrumento contém alguns tipos de questionários de avaliação de cursos, específicos para AVEA. Este tipo de atividade favorece a reflexão sobre os processos de aprendizagem durante o curso, permite o levantamento do perfil dos egressos e o conhecimento do grau de satisfação da qualidade dos serviços ofertados.

SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO

As mídias utilizadas para o desenvolvimento dos estudos são os materiais impressos (livro didático, caderno de atividades, guia do aluno e instrumentos de avaliação) e, para comunicação e interatividade entre os alunos, Tutores e orientadores os recursos digitais do AVEA. Todos os materiais foram elaborados a partir de design instrucional especializado, visando à produção de instrumentos mediadores com caráter auto-instrucional, específicos para o ensino individualizado e a distância.

Na Internet, o aluno tem a possibilidade de comunicação e interatividade com os colegas, Tutores e com o suporte técnico, disponível através do AVEA (Tutoria/orientação eletrônica). O aluno tem a sua disposição também via Internet todo o conteúdo dos materiais impressos, novos conteúdos em mídia digital (textos didáticos; exercícios dirigidos; fóruns de discussão; chats para debates on line, entre outras).

O aluno receberá todo o material impresso, referente a cada disciplina no momento da matricula, ou via correio conforme a sua opção. A ele cabe fazer a leitura dos textos e realizar as atividades recomendadas (exercícios dirigidos,

Capítulo publicado no Livro Social Software in Higher Education: Pedagogical Models and Universities Strategies. Youssef A. Youssef & Alejandro Ramirez. Palhoça: Editora Unisul, 2011. 339 p.

trabalhos escritos, provas, elaboração/execução de projetos de investigação científica etc) e comunicar-se com o Professor Ministrante. A comunicação bidirecional entre o aluno e o seu Professor Ministrante poderá ocorrer por via escrita, por telefone/fax (Tutoria telefônica), via AVEA e através de encontros presenciais.

O Professor Ministrante ocupa um papel importante no processo educativo por ser um elemento intermediário no sistema, na medida em que, por intermédio do seu apoio, ocorrerá a relação material didático e aluno. Ou seja, tem a responsabilidade de propiciar auxílio e apoio pedagógico ao processo de aprendizagem do aluno e viabilizar oportunidades de contatos com os alunos por meio de recursos tecnológicos de comunicação. Será responsável pela organização dos encontros presenciais, cuja metodologia de funcionamento deverá também possibilitar a socialização de conhecimentos, o intercâmbio de experiências e produções escritas, a indicação de referenciais bibliográficos complementares.

MATERIAIS DIDÁTICOS

A escolha da tecnologia empregada na EaD está fundamentada nas necessidades dos alunos e no contexto em que se desenvolve o trabalho. No modelo de EaD, além do uso de materiais didáticos impressos, outros meios têm a função de complemento pedagógico, cada um dos quais com um suporte tecnológico distinto: áudio e vídeo aulas, CD-ROM, DVD, e, principalmente, os recursos inseridos no AVEA.

O Professor Autor recorrerá, ainda a outros materiais didáticos complementares, como MP3 e Podcasting (para gravar falas que considera fundamentais, apresentação da disciplina, atendimento individual em casos muito específicos), fitas de vídeo já produzidas para enriquecimento de temas ou aspectos da disciplina e de atividades complementares, redigindo um pequeno guia sobre o tema da fita para que o educando tenha clareza quanto aos objetivos a serem alcançados e que aspectos analisar.

A EaD é uma alternativa pedagógica de grande alcance e que deve utilizar e incorporar as novas tecnologias como meio para alcançar os objetivos das práticas educativas implementadas, tendo sempre em vista as concepções de homem e sociedade assumidas e considerando as necessidades das populações a que se pretende servir.

O modelo de EaD apresentado foi concebido para atender e atingir adeptos de diferentes classes e culturas sociais, promovendo a inclusão digital e social nos mais diversos níveis. O modelo contempla, entre outras funções já descritas, um subsistema de comunicação, ou seja, caracteriza-se pela utilização simultânea de meios.

A entrega do material relativa ao curso pode ser realizada via correio, diretamente ao educando. Este poderá também utilizar este meio para se comunicar com o Tutor ou com o professor autor. Porém, o trabalho de Tutoria a distância será realizado, preferencialmente, utilizando-se o AVEA. O computador poderá ser

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utilizado também para intercâmbio entre a instituição e os Tutores quer do ponto de vista pedagógico quer do ponto de vista administrativo. Os dados relativos ao percurso do educando, bem como das informações de adequações do material, das atividades de Tutoria, das avaliações, etc. serão todos armazenados em disco e gerenciados por um sistema de gerenciamento de banco de dados, criando-se, assim, uma base de dados extremamente útil para funções informativas, de análise e de investigação científica.

O fundamental, porém, não é estar usando este ou aquele meio de comunicação, mas que seja estabelecida, efetivada e dinamizada uma rede interativa constante e contínua que viabilize o diálogo entre todos os componentes envolvidos no processo educativo.

REGIMES DE ESTUDOS

A modalidade da EaD apresenta algumas características peculiares de funcionamento, que possibilita, aos alunos:

Simultaneidade entre estudo e trabalho.

Democratização do acesso aos estudos superiores a uma ampla população geograficamente distante de instituições universitárias.

Possibilidade de percorrer trajetórias diferentes de estudo, na medida em que os alunos estabelecem seus horários.

Possibilidade de realizar estudos diferentes daqueles orientados pelos professores, ampliando-os na medida das suas necessidades.

Realização de estudos individualizados e/ou estudos em grupo.

Formação de equipes para interagir na busca de respostas para as dificuldades, compartilhar descobertas, entre outros.

No modelo de EaD proposto, o conteúdo instrucional foi desenvolvido em módulos, sendo que para cada disciplina com a carga horária de 68 horas/aula tem-se quatro módulos de aproximadamente 17 horas/aula. Paralelamente, o aluno terá atividades de acompanhamento, de assessoria e de avaliação tanto nos encontros presenciais semanais, como também através Internet, via telefônica, fax, postagem de correio.

SISTEMA DE AVALIAÇÃO PERIÓDICA DO CURSO

Se o produto da educação a distância é a aprendizagem, é fundamental efetivar uma avaliação periódica do curso. Avaliar a recepção das mensagens educativas, bem como verificar se os objetivos foram atingidos, isto é, validar os resultados de aprendizagem conhecendo o seu valor e evoluir dando continuidade ou elaborando novos projetos.

A avaliação do curso deverá ser conduzida para verificar, entre outros aspectos:

O nível de satisfação dos alunos.

As características da qualidade do curso que não atendem ao aluno.

Novas características a serem agregadas ao curso para aumentar a satisfação do aluno.

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Avaliação das interfaces que propiciam o ensino aprendizagem (AVEA, materiais, tutoria etc)

O desenvolvimento de um ensino de qualidade se refere aquelas atividades envolvidas no desenvolvimento do curso. É neste instante que se define a qualidade planejada, que pode ou não ser alcançada, dependendo apenas da capacidade do processo. O processo é avaliado para localizar os pontos prioritários para controle (ações corretivas), tendo como referência alterar o padrão técnico de processo ou corrigir as operações, de forma a atingir um “processo perfeito” (garantia de qualidade).

Os cursos de qualidade são desenvolvidos quando os processos em funcionamento estão aptos a satisfazer, continuamente as necessidades do público alvo. Para avaliar os resultados decorrentes da execução e desenvolvimento do curso, estes devem ser avaliados em relação ao desempenho planejado; os desvios devem ser apurados e corrigidos, sempre que possível.

V. TAXONOMIA DE BLOOM APLICADA AO SISTEMA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

SUPERIOR

Para estabelecer um contato mais próximo, facilitando o processo ensino aprendizagem e viabilizando uma prática educativa situada e mediatizada, recorre-se a vários meios: material didático e as mais diferentes TICs [Fidalgo e Fidalgo 2005], [Will 2006], [Oliveira 2001, 2007].

Um dos principais aspectos fundamentais na construção do planejamento e logística do EaD é a validação do material didático. Compondo, junto aos recursos tecnológicos de interação pedagógica, a interface entre os atores sociais envolvidos no processo - alunos, professores e tutores - assim como e entre estes e o conhecimento, o material didático assume um papel de suma importância em EaD.

Em conjunto com os coordenadores dos cursos e equipes inter e multidisciplinares foram programados encontros para discutir as estratégias na escolha dos objetivos instrucionais; na seleção e organização dos conteúdos; nos procedimentos de ensino; na definição de parâmetros de acompanhamento e avaliação.

O maior desafio apontado pelas equipes foi à escolha da metodologia para definir as estratégias educacionais. Em consenso, após exaustivas pesquisas sobre qual melhor metodologia usar, os integrantes envolvidos optaram pelo uso da Taxonomia de Bloom [Bloom 1956], [Anderson et al. 2001].

CONHECIMENTO E PROCESSO COGNITIVO

Na nova estrutura proposta à Taxonomia de Bloom a dimensão conhecimento (conteúdo) e de processos cognitivos foi mais claramente diferenciada, originando um novo modelo de uso que tem como estrutura uma tabela bidimensional denominada de Tabela Bidimensional da Taxonomia de Bloom [Anderson et al. 2001].

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A tabela tem sido freqüentemente utilizada pelas equipes inter e multidisciplinares do EaD com a intenção de melhor estruturar os objetivos educacionais, auxiliar na melhor elaboração do planejamento e na escolha adequada de estratégias e tecnologias educacionais.

Ao estruturar a tabela, os pesquisadores diferenciaram, para cada categoria, o que estaria relacionado à aquisição do conhecimento, desenvolvimento de habilidade e competência (Quadro 4).

Quadro 4. Processo Cognitivo da Taxonomia de Bloom Atual

Dimensão Conhecimento

Dimensão Processo Cognitivo

Lembrar Entender Aplicar Analisar Avaliar Criar

Efetivo/factual Objetivo 1

Conceitual Objetivo 2 Objetivo 2

Procedural Objetivo3

Metacognitivo

Conhecimento Competência Habilidade

Fonte: [Ferraz e Vairo 2010]

Na Tabela Bidimensional, a dimensão conhecimento pertence à coluna vertical e o processo cognitivo à coluna horizontal. Os objetivos são inseridos nas células, formadas pela intersecção das dimensões. Um mesmo objetivo pode ser inserido em mais de uma célula e não é necessário o preenchimento de todas as células consecutivas, como mostra a situação hipotética representada no Quadro 4.

A montagem da tabela deve iniciar a partir da definição dos objetivos específicos da disciplina, curso ou conteúdo. Para a eficiência e eficácia das estratégias, conteúdos e instrumentos de avaliação, os objetivos devem ser pensados em termos de verbos, substantivos e gerúndios. Os verbos de ação da taxonomia original podem ser inseridos nas correspondentes categorias. O verbo no gerúndio é usado para descrever como será alcançado esse objetivo, e, para escolher as estratégias e tecnologias educacionais.

OBJETIVOS INSTRUCIONAIS

Suponha uma disciplina hipotética denominada Redes Neurais dentro da qual é tratado o tópico “Aprendizagem das Redes Neurais Artificiais – RNAs”.

Essa disciplina normalmente aborda outros tópicos e deverá ser dividida em módulos, e os discentes deverão entender os conceitos, a lógica de funcionamento dos algoritmos de treinamento das RNAs, analisar o desempenho dos algoritmos e, avaliar os resultados da capacidade da rede em termos de aprendizagem, reconhecimento de padrões, interpretação de observações após a “Aprendizagem das RNAs” portanto:

Ao final da unidade de RNAs, os discentes deverão ser capazes de:

Lembrar do funcionamento do cérebro humano e listar os componentes básicos de um neurônio biológico, reproduzindo-os na realização de

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exercícios teóricos, incluindo as conexões entre os componentes e o mecanismo de transferência da informação.

Entender a lógica do funcionamento dos algoritmos de aprendizagem das RNAs, comparando o grau de complexidade dos algoritmos;

Escolher e aplicar no mínimo dois algoritmos para treinar uma RNA, implementando sua lógica de funcionamento através de um programa, ou utilizando um aplicativo disponível no mercado;

Avaliar a qualidade das arquiteturas neurais da RNA treinada, escolhendo um conjunto de teste para determinar o desempenho destas redes com dados não utilizados previamente.

Em cada objetivo proposto é empregado o gerúndio do verbo possibilitando que seja esclarecido o “quê” e “como” avaliar, e se o objetivo foi ou não alcançado.

Após a inserção dos objetivos definidos deve-se inseri-los na Tabela. Os verbos definidos no início de cada objetivo facilitam o trabalho de inserção na dimensão processo cognitivo, o passo mais delicado consiste na diferenciação desses na dimensão conhecimento (Quadro 5).

Quadro 5. Inserção Parcial dos Objetivos Instrucionais Propostos

Dimensão Conhecimento

Dimensão Processo Cognitivo

Lembrar Entender Aplicar Analisar Avaliar Criar

Efetivo/factual Objetivo 1

Conceitual Objetivo 2 Objetivo 3 Objetivo 3

Procedural Objetivo 4

Metacognitivo

Conhecimento Competência Habilidade

Não há nenhum problema na ordem dos objetivos inseridos na dimensão do processo cognitivo, entretanto, a ordem da dimensão conhecimento deve ser respeitada de forma hierárquica e, para se ter um maior controle do processo de aprendizagem, é sugerido que não haja colunas em branco, entretanto, ao se observar o Quadro 5, pode ser que haja algum tópico ou assunto específico em determinadas disciplinas no qual o processo de criar independa do analisar.

No exemplo específico, uma análise a partir do preenchimento do Quadro 5 levou a uma redefinição mais precisa dos objetivos (Quadro 6), pois, para que os discentes consigam avaliar os resultados do aprendizado da RNA (objetivo 4, Quadro 5), é necessário que sejam capazes de analisar os resultados de diferentes algoritmos aplicados no treinamento de uma RNA, sendo assim, um novo objetivo instrucional foi inserido a fim de estruturar, adequadamente, o desenvolvimento cognitivo desejado, conforme segue:

Lembrar do funcionamento do cérebro humano e listar os componentes básicos de um neurônio biológico, reproduzindo-os na realização de exercícios teóricos, incluindo as conexões entre os componentes e o mecanismo de transferência da informação.

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Entender a lógica do funcionamento dos algoritmos de aprendizagem das RNAs, comparando o grau de complexidade dos algoritmos;

Escolher e aplicar no mínimo dois algoritmos para treinar uma RNA, implementando sua lógica de funcionamento através de um programa, ou utilizando um aplicativo disponível no mercado;

Analisar a capacidade da RNA treinada, demonstrando qual dos algoritmos testados é o mais adequado para a aprendizagem, para o reconhecimento de padrões e a para a interpretação de observações da RNA;

Avaliar a qualidade das arquiteturas neurais da RNA treinada, escolhendo um conjunto de teste para determinar o desempenho destas redes com dados não utilizados previamente.

Quadro 6. Inserção Total dos Objetivos Instrucionais Propostos

Dimensão Conhecimento

Dimensão Processo Cognitivo

Lembrar Entender Aplicar Analisar Avaliar Criar

Efetivo/factual Objetivo 1

Conceitual Objetivo 2 Objetivo 3 Objetivo 4 Objetivo 3

Procedural Objetivo 4 Objetivo 5

Metacognitivo Objetivo 4 Objetivo 5

Conhecimento Competência Habilidade

Para estimular o desenvolvimento do conhecimento metacognitivo, as equipes interdisciplinares tem apoiado, implementado e implantado estratégias específicas nos objetivos instrucionais das disciplinas dos cursos de EaD.

SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDOS E PROCEDIMENTOS DE ENSINO

As estratégias de ensino aplicadas ao EaD foram projetadas para prover uma prática pedagógica dinâmica e criativa, facilitando o processo de ensino aprendizagem. O uso desses procedimentos está estreitamente articulado aos objetivos e conseqüentemente, com os recursos mentais que as equipes de professores colocaram em movimento para subsidiar a aprendizagem de um determinado conteúdo.

Material Didático

Como existe uma forte relação de dependência entre objetivos e conteúdos, a seleção e organização dos materiais didáticos foram realizadas somente após a definição dos objetivos instrucionais.

Nos materiais didáticos são apresentados os conteúdos mais significativos e relacionados com a prática dos educandos, levando em consideração a delimitação da situação problema; o público alvo; a concepção e suportes do EaD; auxílios internos e externos ao material didático; atividades finais de avaliação e revisão de conteúdos; adaptação da linguagem e estilo de comunicação com o público alvo.

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As atividades propostas privilegiam as interações, as trocas de experiências, o compartilhamento das aprendizagens e, permitem que alunos e professores realizem auto-avaliações do ensino aprendizagem e reflitam sobre suas ações nas respectivas instituições e/ou comunidades.

Para favorecer a construção do conhecimento foi dado ênfase em atividades participativas e colaborativas, previstas em material didático, sobretudo no AVEA. A grande maioria das atividades propostas no AVEA exige a participação ativa, relações e comunicações de todos os alunos, com competente mediação pedagógica docente.

Todo conteúdo do caderno didático e material eletrônico foram estruturados com relações de dependências entre as subcategorias da dimensão conhecimento propostos na Taxonomia de Bloom [Anderson et al. 2001], no entanto, permitindo flexibilidade entre as categorias do processo cognitivo. As atividades acadêmicas, computadas como avaliações, foram planejadas e inseridas no inicio e término de cada unidade programática para favorecer a progressão do estudante em cada etapa do processo cognitivo. Assim como foram inseridas revisões e esquemas de conteúdos ao finalizar e iniciar um novo tópico.

Estratégias de Ensino

Após a definição dos objetivos institucionais e conteúdos dos planos de ensino, as equipes de professores fizeram a seleção dos procedimentos de ensino para subsidiar de forma eficiente e eficaz a aprendizagem dos alunos.

Além das estratégicas tecnológicas incorporadas e já apresentadas no AVEA, praticamente todas as técnicas de ensino conhecidas foram adotadas e inseridas em diferentes contextos no sistema de EaD, sendo elas: estratégia de estudo de texto; seminário; mapa conceitual no ensino; estudo de caso; estratégia de solução de problemas; explosão de idéias; Júri simulado; aula expositiva e dialogada; estudo do meio e estudo dirigido. As técnicas de ensino são apresentas no Quadro 7.

Quadro 7. Estratégias de Ensino

Estratégias de Ensino

Estratégia O que é? Para que serve? Como Avaliar

Estudo de Texto

Consiste em explorar a idéia do autor a partir do estudo crítico de determinado texto, favorecendo a reflexão e devendo estar inserido em um contexto mais amplo de conhecimento do aluno

Propiciar ao aluno aquisição de conhecimentos, habilidades específicas ou atitudes.

Verificar as produções escritas e comentários do aluno, observando as habilidades de compreensão, análise, avaliação, julgamento, inferência e interpretação dos conteúdos fundamentais e as conclusões a que chegou.

Seminário Consiste na formação de grupos de estudantes que sob a orientação de um professor investigam problemas e relatam os resultados para discussão e

Oportunizar situações para o encaminhamento de soluções de problemas colocados em discussão e propiciar condições de trabalho que induzem os

Estabelecer critérios e pontuação para: clareza e coerência; domínio do conhecimento; participação; uso de dinâmicas e/ou recursos audiovisuais;

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críticas. membros do grupo a tomar iniciativas efetivamente.

relação teoria/prática, crítica da realidade

Mapa conceitual

É um diagrama que indica a relação de conceitos em uma perspectiva bidimensional, procurando mostrar as relações hierárquicas entre os conceitos e que derivam da própria estrutura conceitual do conteúdo. Podem ser usados para negociar significados.

Compartilhar, trocar e negociar estratégias de aprendizagem e de avaliação. São usados para investigar mudanças na estrutura cognitiva.

Fazer correções mediante critérios, desde que antes explicitados para o grupo.

Os critérios de avaliação estão relacionados à observação do desenvolvimento das habilidades de compreensão, análise, avaliação do conhecimento e não só do conteúdo trabalhado.

Estudo de caso

É a análise minuciosa e objetiva de uma situação real que foi investigada. O caso permite ampla análise e intercâmbio de relações teóricas, discernimento de conceitos, princípios éticos e práticas relevantes, além de participação de todos para efetuar operações mentais requisitadas.

Enriquecer e dinamizar o processo educacional, desenvolver habilidades cognitivas, de planejamento e, sobretudo, habilidades relacionadas à tomada de decisões. O método do caso liga o processo ensino aprendizagem às realidades do mundo exterior, encorajando uma cultura adaptativa.

Estabelecer previamente um esquema de critérios abrangendo as dimensões conceitual (concepções, objetivos e metas), humana (processo de motivação, liderança e valores éticos) e técnica (aplicação, métodos e equipamentos)

Solução problemas

Estratégia que poderá se realizar individualmente ou em grupos, podendo caracterizar-se como uma atividade de iniciação científica.

Remeter ao desenvolvimento do pensamento reflexivo e crítico, ao levantamento de hipóteses, à descoberta de soluções alternativas para determinado problema e à utilização criativa das capacidades do aluno.

Observar as habilidades dos alunos na apresentação das idéias quanto a sua concisão, logicidade, aplicabilidade e pertinência, bem como de seu desempenho na descoberta de soluções apropriadas ao problema apresentado.

Explosão idéias

Consiste na apresentação de idéias ou alternativas de solução de problemas, propiciando a imaginação criadora, sem a restrição dos esquemas lógicos de pensamento. Somente após colocação de todas as idéias, procede-se à sua análise crítica.

Permite ao aluno estabelecer associações, produzir, avaliar, selecionar, combinar e desenvolver idéias, favorecendo a iniciativa, incentivando o pensamento criador, desenvolvendo a expressão oral e estabelecendo conclusões.

Observar e da analisar a participação dos acadêmicos, propriedade e pertinência das afirmações feitas, críticas e conclusões apontadas, após a explosão de idéias.

Júri simulado Trata-se de uma técnica que a partir do estudo de um determinado assunto, tema ou biografia, simula-se um Júri, em que são apresentados argumentos de defesa e de acusação relativos ao tema.

Analisar e avaliar um fato proposto com objetividade e realismo, crítica construtivista de uma situação determinada e à dinamização do grupo para estudar profundamente um tema real.

Considerar a apresentação concisa, clara e lógica das idéias, a profundidade dos conhecimentos e a argumentação fundamentada.

Aula expositiva e

Preleção verbal do professor aos seus alunos, com o objetivo de transmitir

Proporcionar a aquisição de conhecimentos e favorecer sua análise

Considerar a participação dos alunos; a compreensão e análise dos conceitos

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dialogada conhecimentos, apresentar novos assuntos ou esclarecer princípios e conceitos.

crítica, resultando na produção de novos conhecimentos.

apresentados; observar a apresentação de solução de problemas, logicidade na exposição de idéias e pontos de vista.

Estudo do meio

Consiste no estudo direto do contexto natural e social no qual o aluno se insere.

Criar condições para o contato do aluno com a realidade, propiciar a aquisição de conhecimentos de forma direta, por meio de experiência vivida e desenvolver habilidades de observação, pesquisa, coleta de dados, organização, análise e síntese das informações, elaboração e comunicação de conclusões.

Observar a participação dos alunos ao longo de sua realização e na produção apresentada, considerando as habilidades desenvolvidas pelos integrantes do grupo durante a execução do trabalho.

Estudo dirigido

Ato de estudar sob a orientação de um professor.

Provocar os alunos criticamente a respeito do que a realidade indica; aprofundar o conteúdo do texto didático; buscar a conexão entre o texto didático e seu contexto; desenvolver reflexão, crítica e criatividade; capacitar à leitura.

Avaliar com a colaboração do aluno, mediante os resultados obtidos. O professor observará a necessidade de re-formular e/ou aprofundar o estudo em questão.

Avaliação do Aproveitamento Escolar

O sistema de avaliação do aproveitamento escolar é realizado através das atividades propostas no material didático impresso e AVEA, sendo realizados remotamente e presencialmente. Em adição com a metodologia de Bloom [Anderson et al. 2001], o sistema de avaliação deve refletir os pressupostos que embasam a concepção de educação, conhecimento, perfil do egresso, perfil do professor, objetivos do curso, estrutura curricular e as práticas pedagógicas adotadas pelos docentes.

A verificação do aproveitamento escolar tem por objetivo verificar o rendimento do aluno no decorrer e ao término do conteúdo programático da disciplina.

O uso da Taxonomia de Bloom usado no sistema de EaD tem permitido criar avaliações somativas possibilitando uma visão abrangente do aprendizado, melhorando a aquidade da avaliação em si. No entanto, apesar dos esforços dos pesquisadores e levando em consideração as diferentes formas de aprendizagem dos indivíduos foi observado que não existe uma metodologia genérica que favoreça de forma homogênea a construção do conhecimento.

É preciso que o avaliador tenha a sensibilidade necessária para considerar as diferenças entre os perfis de cada um de seus alunos, não havendo portando uma fórmula mágica, imutável, que permita avaliar qualquer grupo de alunos sem a interação direta do professor munido das informações extraídas por ele durante o

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processo de aprendizagem, sejam essas informações provenientes de outros instrumentos e avaliações ou não.

Os professores envolvidos no processo de avaliação consideram que um conhecimento profundo da Taxonomia de Bloom pode melhorar a capacidade do mediador para modificar funções cognitivas deficientes. Além de identificar dificuldades individuais no desempenho de cada nível do processo cognitivo, pois para ascender a uma nova categoria, é preciso ter obtido um desempenho adequado na anterior.

Duas dimensões não podem ser esquecidas na verificação do aproveitamento escolar. As partes envolvidas na verificação devem participar conjuntamente, ou seja, aluno e professor devem verificar em conjunto o resultado que alcançaram no processo de ensino aprendizagem. Ainda, a verificação do processo de ensino aprendizagem deve ser a mais coerente possível e não esporádica.

Em situações nas quais o Professore Ministrante constatar que o aluno apresenta dificuldades para o desenvolvimento das atividades e avaliações propostas, haverá a possibilidade de uma recuperação. Essa recuperação ocorrerá antes da avaliação final e se dará através da revisão dos conteúdos e das atividades previstas no material pedagógico pelo Professor Ministrante. A modalidade da recuperação, no aspecto revisão de conteúdos e atividades, será a distância, tendo em vista que o Professor Ministrante estará permanentemente acompanhando individualmente os seus alunos, através do AVEA. Portanto, entende-se que a recuperação do aluno deve ocorrer no decorrer do seu processo de estudos.

Caso seja observado que mesmo tendo assessoramento remoto o aluno e ou grupos de alunos continuam apresentando dificuldades no aprendizado e não evoluindo nas etapas do processo cognitivo, a tutoria pode ser realizada presencialmente no pólo onde os alunos estão vinculados.

O Tutor, em síntese, constitui um elemento dinâmico e essencial no processo ensino aprendizagem, oferecendo aos estudantes os suportes: cognitivo, metacognitivo, motivacional, afetivo e social para que estes apresentem um desempenho satisfatório ao longo do curso. Deverá, pois, ter participação ativa em todo o processo. Por isso, é importante que se estabeleça uma vinculação dialogal e um trabalho de parceria entre o Tutor, o Professor Autor e a Equipe Pedagógica. Isso valorizará a figura do Tutor, garantirá a qualidade do ensino oferecido e servirá de “exemplo” aos alunos ao ver ser posto em prática o processo pedagógico e educativo “intencionalmente” proposto no desenho curricular do curso.

VI. CONCLUSÃO

Estruturar um curso de EaD, integrando os inúmeros elementos que o compõem é uma tarefa complexa. O grau de complexidade pode aumentar ainda mais quando profissionais de diferentes áreas do conhecimento se unem para resolver um problema.

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As tarefas tornam-se morosas até que os membros das equipes inter e multidisciplinares estabeleçam o senso comum. No entanto, quando existe colaboração na síntese e integração dos métodos e das disciplinas, as perspectivas disciplinares são reconhecidas e tornadas explícitas pelos atores, os pontos de síntese entre disciplinas são desenvolvidos e áreas de conflito são exploradas, o trabalho torna-se desafiador e os resultados são compensadores.

O sucesso do sistema de EaD apresentado está associado com o trabalho colaborativo e integrado das equipes e com a escolha dos instrumentos usados para apoiar o planejamento didático pedagógico.

O projeto foi modelado e concebido aplicando os métodos das abordagens histórico cultural, construtivista interacionista e principalmente no processo cognitivo proposto pela Taxonomia de Bloom. Os pressupostos teóricos metodológicos apresentados nessas abordagens permitem a concepção de sistemas que preservam a realidade, a autonomia, a reflexão, a ideologia e a identidade do aluno. Os estudos são principalmente centrados em compreender como o aprendiz passa de um estado de menor conhecimento a outro de maior conhecimento, o que está intimamente relacionado com o desenvolvimento pessoal do indivíduo.

Na modalidade de EaD, os professores podem fazer a avaliação da evolução cognitiva dos alunos, usando, por exemplo, softwares de apoio, como é o caso do AVEA. Desde que os recursos embutidos no ambiente (conteúdos, atividades, avaliações etc) tenham sido construídos estrategicamente com métodos didáticos pedagógicos, como é o caso do processo cognitivo da Taxonomia de Bloom, utilizado no modelo de EaD proposto.

No sistema de EaD apresentado, a avaliação do aproveitamento escolar tem sido feita através das atividades propostas no material didático impresso e AVEA, realizadas presencialmente e remotamente. Contudo, apesar da Taxonomia de Bloom permitir criar avaliações cumulativas e fornecer uma visão abrangente do aprendizado, o avaliador precisa ter sensibilidade necessária para considerar as diferentes formas de aprendizagem.

O AVEA apresentado foi utilizado como principal ferramenta mediadora. Todos os recursos e atividades propostas inseridos no mesmo privilegiam as interações, as trocas de experiências, o compartilhamento das aprendizagens e, permitem que alunos e professores realizem auto-avaliações do ensino aprendizagem e reflitam sobre suas ações nas respectivas instituições e/ou comunidades.

As equipes inter e multidisciplares relacionadas com atividades didáticas, pedagógicas e tecnológicas estão estudando a Taxonomia Digital de Bloom para fazer adaptações futuras no modelo atual do AVEA.

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SOBRE OS AUTORES

Madalena Pereira da Silva é doutoranda no Programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (2006-2010). Possui mestrado em Ciência da Computação pela UFSC (2004), Bacharel em Informática pela UNIPLAC - Universidade do Planalto Catarinense (2002) e

Capítulo publicado no Livro Social Software in Higher Education: Pedagogical Models and Universities Strategies. Youssef A. Youssef & Alejandro Ramirez. Palhoça: Editora Unisul, 2011. 339 p.

graduação em Ciências de 1º Grau pela UNIPLAC (1999). Atualmente é Analista de Informática da Fundação de Apoio ao Hemosc e Cepon e professora titular do Centro Universitário UNIVESC nos cursos de Graduação e Pós Graduação em Ciência da Computação, atuando nas áreas de Redes de Computadores, Comunicação de Dados, Programação de Sistemas Distribuídos, Inteligência Computacional aplicada na Web Semântica. Atuou como professora Colaboradora do Projeto de EaD.

José Cé Júnior é Mestre em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Santa Catarina. Especialização em Redes e Sistemas Distribuídos pela Universidade do Planalto Catarinense. Licenciatura Plena em Informática pela Universidade do Alto Vale do Itajaí. Graduação em Informática pela Universidade do Planalto Catarinense. Atualmente é professor no Centro de Educação Profissionalizante - CEDUP Renato Ramos da Silva e no SENAI – unidade Lages. Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Redes e Sistemas Distribuídos e Qualidade de Serviço (QoS) em Redes envolvendo semântica. Atuou como professor Colaborador do Projeto de EaD.

Sergio Murilo Schütz é Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade do Vale do Itajaí (1995), possui Especialização Em Engenharia de Produção e Sistemas na área de concentração em Inteligência Artificial pela UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (2000) e Mestrado em Ciência da Informação pela UFSC (2007). Foi Coordenador dos cursos de Ciência da Computação e do curso de Tecnologia em Redes de Computadores de setembro de 2005 a agosto de 2010, Coordenador Geral do EaD desde o processo de avaliação de autorização do MEC(2008), Coordenador da Pós-Graduação do Núcleo de Tecnologia Aplicada até agosto de 2010 e atualmente é professor titular da Universidade do Planalto Catarinense e dos cursos técnicos e de aprendizagem da unidade SENAI – Lages(SC).

Lia C. Bastos possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (1981), mestrado em Engenharia de Produção pela UFSC (1987) e doutorado em Engenharia de Produção pela UFSC (1994). Atualmente é professora associado da UFSC. Tem experiência na área de Planejamento Urbano e Regional, com ênfase em Técnicas de Planejamento e Projeto Urbanos e Regionais, atuando principalmente nos seguintes temas: sensoriamento remoto, tomada de decisão, sistema de informações geográficas e qualidade da informação.