Date post: | 31-Mar-2016 |
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São
Paul
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Ano
90
- Nº 2
3.97
3R$
1,4
0
Será a eleiçãoda sonhática Xr ealizáticaPara os petistas, quem mais devese preocupar com a uniãoMarina-Campos é o PSDB deAécio Neves. Mas são os petistasos que mais reagem à novarealidade. Estão usando termosmarineros e criando outros,como realizática, para Dilma.E voltaram ao baú de onde tiramos boatos de privatização.Campos, o alvo agora, não vaipoupar nem o BNDES. Pág. 5
Shoppings'brincam' no Dia
das CriançasOtimistas com a data – a Alshopcalcula que as vendam cresçam
12% –, os centros comerciaistratam de criar atrações e
reforçar o pessoal –contratação de temporários
deve aumentarquadro em 15%. Pág. 17
PEIXEÀ MODALUSALuis Ricardo (centro)abriu o placar eGilberto marcouduas vezes paracompletar a goleadano Canindé.Atlético-MG e Timãoficaram no 0 a 0.Esporte. Págs. 13 e 14
Mauro Horita/AGIF
Egito festeja 40 anosda guerra contraIsrael. E morrem 51.Os militares celebravam a "vitória" naguerra de 1973. A Irmandade Muçulmanaapareceu para protestar. O choque, pág. 7
Amr Abdallah Dalsh/Reuters
Os caixões? Porum líbio raptado.Os EUA prenderam líbio caçado há 15 anos.Vingança: 15 soldados mortos. Pág.7
Sabri Elmhedwi/Efe
Procon põed e t e t i ve snas ruas
Fiscais percorremlojas checando as
normas. Pág. 22
Lei daPa l m a d a :
puxa-puxa.Parlamentares
divididos diante doveto ao castigo. Pág. 6
Presentão?Educaçãof i n a n c e i ra .Ensinamentos na
infância ficam paratoda a vida. Pág. 15
O espião queamava DilmaA presidente'esquece' asalianças políticas eretoma o tema daespionagem. Pág. 5
Página 4
2 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013
Em sua rápida e recen-
te viagem a Nova
York, para o discurso
de abertura da As-
sembleia Geral das Nações
Unidas, a presidente Dilma
Rousseff compareceu a um se-
minário para empresários,
promovido pe la rede Bandei-
rantes de TV, aos quais expôs
sua concepção sobre a dire-
ção da economia e sobre as di-
retrizesda política brasileira,
convidando-os a participar
dos investimentos na infraes-
trutura do País.
Dilma deixou claro aos po-
tenciais investidores que "nós
precisamos nãosomente dos
recursos, mas da gestão do se-
tor privado, que é mais eficien-
te, mais ágil e constrói com o
menor custo".
Presidente fez também
declarações de funda-
mental interesse aos
empresários para que possam
confiar um pouco mais na eco-
nomia brasileira. Foi muito en-
fática ao afirmar que, para ela,
o equilíbrio fiscal é condição
prioritária para que se faça o
crescimento econômico. Este
é um compromisso que adqui-
riu singular importância de-
pois das artes que foram feitas
na contabilidade fantasiosa e
que tiraram um pouco a credi-
bilidade da política fiscal.
Nós não estamos em situa-
ção ruim em matéria fiscal,
mas preocupa o nível da dívi-
da bruta, que está em 60% do
PIB; o déficit continua em
2,5%, o que em si mesmo não
significa um mau sinal.
Quando se olha, no entanto,
para a perspectiva de equilí-
brio fiscal em um prazo um
pouco mais longo e se conhe-
ce o absurdo das propostas de
despesas que estão na Câma-
ra Federal, além da dúvida so-
bre a capacidade de lidar com
o problema grave da Seguri-
dade Social, cria-se uma difi-
culdade enorme. Daí a impor-
tância das pessoas compreen-
derem, pelo menos, que o go-
verno entende as limitações
das finanças.
A presença da presidente
nos encontros com os empre-
sários deverá resultar, certa-
mente, em ampliar o interesse
de investidores do exterior
nos projetos de infraestrutura
no Brasil. O aumento do núme-
ro de competidores e o suces-
so de leilões de concessões
bem conduzidos serão funda-
LOROTAS EM NOVIORQUE
PresidenteRogério Amato
Vice-PresidentesAlfredo Cotait NetoAntonio Carlos PelaCarlos Roberto Pinto MonteiroCesário Ramalho da SilvaEdy Luiz KogutJoão Bico de SouzaJosé Maria Chapina AlcazarLincoln da Cunha Pereira FilhoLuciano Afif DomingosLuís Eduardo SchoueriLuiz Gonzaga BertelliLuiz Roberto GonçalvesMiguel Antonio de Moura GiacummoNelson Felipe KheirallahNilton MolinaRenato AbuchamRoberto Mateus OrdineRoberto Penteado de CamargoTicoulatSérgio Belleza FilhoWalter Shindi Ilhoshi
Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira ([email protected]). Editor de Reportagem: José Maria dos Santos([email protected]). Editores Seniores: chicolelis ([email protected]), José Roberto Nassar([email protected]), Luciano de Carvalho Paço ([email protected]), Luiz Octavio Lima([email protected]), Marcus Lopes ([email protected]) e Marino Maradei Jr. ([email protected]).Editores: Cintia Shimokomaki ([email protected]), Heci Regina Candiani ([email protected]), Tsuli Narimatsu([email protected]) e Vilma Pavani ([email protected]. Subeditores: Rejane Aguiar e Ricardo Osman.Redatores: Adriana David, Evelyn Schulke, Jaime Matos e Sandra Manfredini. Repór teres: André de Almeida, Karina Lignelli, KetyShapazian, Lúcia Helena de Camargo, Mariana Missiaggia, Paula Cunha, Rejane Tamoto, Renato Carbonari Ibellis e Sílvia Pimentel.Editor de Fotografia: Agliberto Lima. Arte e Diagramação: José dos Santos Coelho (Editor), André Max, Evana Clicia Lisbôa Sutilo,Gerônimo Luna Junior, Hedilberto Monserrat Junior, Lino Fernandes, Paulo Zilberman e Sidnei Dourado.
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Esta publicação é impressa em papelcertificado FSC®, garantia de manejo florestalresponsável, pela S.A. O Estado de S. Paulo.
FALE CONOSCO
Fundado em 1º de julho de 1924
Credito
A presidente fez declarações aos empresários para que confiem um pouco mais na economia brasileira.Delfim Netto
INJEÇÃO NA VEIA
DELFIM NETTO
A presença dapresidente nosencontros com osempresáriosdeverá resultar naampliação dointeresse deinvestidoresexternos nosnossos projetosde infraestrutura.
mentais para reacender a dis-
posição do setor privado de
correr riscos e realizar novos
investimentos, cujo efeito so-
bre a produtividade será ime-
diatamente antecipado.
A retomada do crescimento
depende hoje basicamente
do resultado da contratação
das obras essenciais na recu-
peração da sacrificada malha
rodoviária e no aumento da
capacidade operacional dos
aeroportos e dos serviços por-
tuários, sem o que não será
desatado o estrangulamento
logístico da nossa economia.
Além da infraestrutura de
transportes devem ser acres-
cidos os investimentos em ge-
ração e transmissão de ener-
gia, do que depende o escoa-
mento da crescente produção
da agropecuária nas novas
fronteiras do extremo oeste e
do norte, e o próprio bem estar
das populações nas regiões de
produção. É nesse contexto
que se insere o interesse de
utilizar o mercado e cooptar os
e m p re s á r i o s .
Obra de infraestrutura,
hoje, é a única forma
capaz de dar um novo
começo ao desenvolvimento.
Ela injeta aumento de produti-
vidade na veia do processo de
crescimento da economia. O
sucesso nos leilões da infraes-
trutura será decisivo para des-
pertar o "espírito animal" dos
empresários, reacender a
confiança na economia e levá-
los a investir de novo.
ANTÔNIO DELFIM NE T TO É
P RO F E S S O R E M É R I TO DA F E A - U S P,EX-M I N I S T RO DA FA Z E N DA , DA
AG R I C U LT U R A E DO PL A N E JA M E N TO
Depois do discurso da presidente Dilma
Rousseff na ONU, acusando os EUA de
espionar o Brasil, talvez ela devesse
tomar graves decisões quanto às relações
com "usamericanus".
Pode-se pensar que aqui se fala brincando,
mas dentro do raciocínio da presidente e dos
petralhas, ela deveria romper pra valer com
os Estados Unidos (Maduro, da Venezuela, já
falou para a ONU mudar da Big Apple. Quem
sabe para o Gabão?).
Primeira sugestão à presidente: acabar
com esta história de a burguesia nacional ter
de pegar visto para curtir a terra do Tio Sam.
Qual é? É um absurdo trocar nossas belezas
naturais, com nossa "fantástica estrutura tu-
ristica", por bobagens ianques.
Apresidente, batendo na mesa, falaria à
Nação que agora o buraco é mais embai-
xo: sem essa de torrar o sofrido dinheirinho
em Orlando, Miami e "Noviorque" (como Pau-
lo Francis chamava NY em evidente gozeira ao
nosso provincianismo).
Além de nossas "excelentes" opções de tu-
rismo interno, Dilma sugeriria à classe média
aproveitar as delícias do paraíso do planeta
Terra chamado Cuba, onde a ditadura Castro,
há décadas no poder, conseguiu a proeza de
deixar o país livre do capitalismo e espalhar a
doutrina da pobreza por toda América Latina
através do Foro de São Paulo, que dita diretri-
zes ao governo brasileiro, seu mais forte alia-
do. Nada como curtir os carros antediluvianos
que rodam em Havana…
Outra dica: incentivar os brasileiros a visi-
tarem a Venezuela, mas com um alerta
para que levem estoque reforçado de papel
higiênico, produto em falta na terra do "mor-
to/vivo" Hugo Chavez, a ponto de seu suces-
sor acusar os EUA pela tragédia que vive o país
na hora do descarrego fisiológico.
Depois do pronunciamento da presidente,
"nosso" Goebbels, João Santana, soltaria
campanha publicitária sobre inconveniên-
cias de viagens aos EUA, um país que privile-
gia a competição, a livre iniciativa e o espírito
empreendedor. Um absurdo!
Só mesmo apelando ao non sense para la-
mentar o triste papel do governo brasileiro e
sua presidente no discurso de abertura da
conferência anual da ONU, deferência que
herdamos pelo empenho de Oswaldo Aranha
na criação da entidade para debate dos pro-
blemas mundiais pós-2a. Guerra.
Pelo menos em respeito à atuação do ilustre
brasileiro pela paz, ela não deveria ter abusa-
do de privilegio tão honroso dado ao Brasil.
Mas ela preferiu o discurso que mal conseguia
ler em duplo power point, invenção "demo-
níaca" dos americanos. Na verdade, dirigia-
se ao eleitor brasileiro, em jogo de cena para
mostrar aos menos informa-
dos que é poderosa e corajosa
de peitar a maior potência
mundial, e assim dar força à
sua campanha eleitoral pela
reeleição. Aliás, não faz outra
coisa na vida, orientada pelo
ex e co-presidente ele, sem-
pre ele.
No outro dia, toda mansa, a
presidente promoveu
reunião com investidores de
países emergentes, pedindo
pelo amor de Deus que ve-
nham para o Brasil mas sem
tocar no fracasso que tem si-
do as ofertas de concessão
para obras de infraestrutura e
exploração do pré-sal (com
indícios, neste caso, de "car-
tas marcadas" com os chine-
ses.
Antes de retornar, ainda
deu uma fugidinha até o Mo-
MA para se encantar com a ar-
te exposta no museu novaior-
quino, como se fosse somen-
te dela o privilégio que turistas brasileiros
nunca deveriam deixar de usufruir. Franca-
mente…
Talvez ainda devesse, ao seu feitio, passar
um pito na classe média brasileira pela "ver-
gonha" de ver tanta gente gastar uma nota
preta em dólar com badulaques burgueses
em shoppings e parques americanos, onde
tudo é mil vezes mais barato do que no Brasil.
Triste fase vive a nação brasileira…
MÁRIO RI B E I RO É J O R N A L I S TA E PUBLICITÁRIO
MÁRIO RIBEIRO
Eric Thayer/Reuters
sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013 DIÁRIO DO COMÉRCIO 3
ZIGUE-ZAGUE P A U L I ST A NOAgliberto Lima/DC
E U A S E R I A M I N G Ê N U O S E M A P O S T A R N A F R A Q U E Z A D O I R Ã .
Sem cair na ingenuidadeVALI R. NASR
PAULO SAAB
A Rússia é vista como aliadovital de Assad, mas o Irã garante
sua sobrevivência. Aesperança de que a Turquia e os
aliados árabes do EUAformariam uma aliança queisolaria o Irã não aconteceu.
Centro da cida de está totalmente abandonado e sujo
Oacordo internacio-
nal para destruir o
arsenal de armas
químicas da Síria
colocou a diplomacia nova-
mente no centro da política
externa norte-americana. No
entanto, impor a "restrição"
americana na Síria é apenas
um prelúdio para lidar com a
maior e mais ampla restrição
do programa nuclear no Irã.
Na semana passada, a ofensi-
va sedutora do novo presiden-
te do Irã, Hassan Rouhani, com
a sua aparente apresentação
de flexibilidade, é bem auspi-
ciosa com relação a uma solu-
ção diplomática.
Entretanto, os Estados Uni-
dos seriam ingênuos em pre-
sumir que o Irã está negocian-
do a partir de uma posição de
fraqueza. Pelo contrário, o Irã
saiu da Primavera Árabe me-
lhor posicionado do que todos
os seus rivais regionais, e a
agitação na Síria, seu aliado,
paradoxalmente o fortaleceu
ainda mais. Veja as declara-
ções de Rouhani que distin-
guiu o Irã dos seus vizinhos
árabes e afirmou que o país es-
tava em posição única para al-
cançar uma solução.
Nos últimos cinco anos,
os EUA pensaram que
somente um Irã enfra-
quecido pelas sanções econô-
micas aceitaria um acordo nu-
clear. A economia do Irã está
de fato em má situação, o que
ajuda a explicar a decisão do
seu líder supremo, o Aiatolá Ali
Khamenei, apresentar Rouha-
ni, antigo negociador de ar-
mas nucleares, como seu in-
terlocutor com o Ocidente.
Também é verdade que o
Irã, isolado como o teor sectá-
rio da guerra civil na Síria, in-
dignou a população na maio-
ria de sunitas do país contra os
xiitas iranianos e seus clien-
tes: os governos da Síria, do Lí-
bano e do Iraque.
A flexibilidade diplomática
do Irã é séria; entretanto, não
deve ser confundida com a
disposição de se render.
O Irã não se vê como derro-
tado. O seu sistema político
ainda é o mais firme e resisten-
te da região. O país está feste-
jando uma recém-encontrada
estabilidade sustentada por
uma eleição presidencial sur-
preendentemente tranquila.
Não houve manifestações
nas ruas em Teerã este ano,
como as que paralisaram Tee-
rã em 2009, Cairo em 2011 e
Istambul este ano. De fato, o
governo de Rouhani, ao liber-
tar prisioneiros políticos e po-
tencialmente relaxar os con-
troles da imprensa e das mí-
dias sociais, está demonstran-
do sua confiança.
Não obstante a ira ára-
be, existe concordân-
cia na região de que o
apoio iraniano ao presidente
da Síria, Bashar Assad, foi efi-
caz. Esse consenso reforça a
reivindicação iraniana de for-
ça regional e de influência. A
Síria mostrou que o Irã é o úni-
co ator regional capaz de co-
mandar com sucesso uma
guerra em outro país – e um
com o qual ele não tem frontei-
ra. O Irã forneceu ao regime de
Assad dinheiro e armas, insta-
lou combatentes na Síria e
criou uma aliança regional
com o governo dos xiitas no
Iraque e com a sua milícia por
delegação, o Hezbollah, no Lí-
bano para ajudar Assad. O Oci-
dente pensa na Rússia como
um aliado vital de Assad, mas
é o Irã quem dá as cartas para a
sua sobrevivência.
A esperança de que a Tur-
quia e os aliados árabes do
EUA formariam uma aliança
que isolaria o Irã não aconte-
ceu. Esses aliados ficaram di-
vididos sobre o que fazer com
o Egito, e agora a Síria. A Ará-
bia Saudita, Qatar e Turquia
estão brigando sobre quem
apoiar na Síria. O apoio saudi-
ta aos generais do Egito, que
destituíram o presidente islâ-
mico eleito democraticamen-
te Mohamed Morsi em julho,
alienou a Turquia, o que
apoiou Morsi e a sua Irmanda-
de Mulçumana, atualmente
banida.
Há décadas as monarquias
do Golfo Pérsico compraram o
apoio da Irmandade Muçul-
mana. Atualmente, os gover-
nantes islâmicos e do Golfo es-
tão competindo por apoio do
mundo árabe sunita. Isso ofe-
rece ao Irã uma oportunidade
estratégica para explorar o
seu papel como um mediador
re g i o n a l .
A principal nêmese do Irã,
contudo, continua sendo os
Estados Unidos. A retirada dos
americanos do Iraque e do
Afeganistão, e o seu "pivô" es-
tratégico na direção da Ásia,
foram notícias bem recebidas
em Teerã. A permanência
americana na região afetou a
decisão da administração de
Obama de não impor as restri-
ções contra a utilização de ar-
mas químicas da Síria. Isso
criou uma abertura para o alia-
do principal do Irã, a Rússia,
desempenhar um papel críti-
co nas Nações Unidas como
um mediador diplomático.
Enquanto isso, após um
telefonema histórico
(embora breve) de Oba-
ma com Rouhani, a pressão de
Israel levou Obama a reiterar,
após se reunir com o Primeiro
Ministro de Israel, Benjamin
Netanyahu, que ele não des-
cartaria o uso da força para im-
pedir um Irã com armas nu-
cleares. Netanyahu, perante
as Nações Unidas classificou
Rouhani como "um lobo em
pele de ovelha".
Em resumo, enquanto os
Estados Unidos abordam con-
versações com o Irã sobre o
seu programa nuclear, eles
não devem presumir que o Irã
está pronto a se render. A re-
duzida credibilidade america-
na no Oriente Médio, devido à
tergiversação acerca da Síria,
é uma dinâmica igualmente
importante na equação.
Os EUA não irão para a
mesa de negociação
sem uma ameaça de
guerra plausível, enfrentando
um Irã descansando na estabi-
lidade doméstica recuperada
e se beneficiando com o seu
papel fundamental na Síria. As
negociações entre os dois, pe-
la primeira vez, não podem ser
fundamentadas em ameaçar
o Irã a se submeter, mas em
persuadi-lo a um meio-termo.
Isso exige dos EUA uma abor-
dagem que combine com a
"flexibilidade heroica" a qual o
Aiatolá Khamenei apelou.
Não espere um grande ne-
gócio com o Irã no curto prazo,
mas sim, a suspensão de san-
ções específicas em troca de
medidas concretas para desa-
celerar o programa nuclear
iraniano e a sua abertura para
o escrutínio internacional. Is-
so seria um primeiro passo im-
portante, o que pode criar
uma confiança bilateral e dar a
diplomacia o ímpeto que ela
precisa para ter sucesso.
VALI R. NASR É R E I TO R DA ESCOLA
DE ESTUDOS IN T E R N AC I O N A I S
AVA N Ç A D O S JOHNS HOPKINS E
COLABORADORDO NYT. THE NEW
YORK TIMES NEWS
SE RV I C E /SY N D I C AT E .
Apopulação da classe
média paulistana,
esquecida pelos
governantes que optaram
pelas camadas mais pobres
da população em suas
prioridades e demagogias
oficiais, é a que mais tem
perdido em termos de
segurança, conforto,
qualidade de vida mesmo, e
para ficar no termo da moda,
sustentabilidade na nossa
grande metrópole. Ninguém
tem coragem de falar nisso.
Virou tabu.
Os políticos não falam por
medo de perder voto dos
populares. A média não
reclama de forma ostensiva
por falta de lideranças
capazes de, com
credibilidade, mobilizar e
protestar. E os movimentos
de rua foram engolidos pela
violência, provocada
justamente para afastar das
ruas as pessoas de bem em
seu protesto legítimo – e
agora calado.
Aclasse média da cidade,
prejudicada na
formulação de políticas de
governo, paga o preço da
inconstância, das
alternâncias, do zigue-zague
dos governantes da cidade.
O prefeito, atualmente, é o
“poste” Fernando Haddad,
do PT. Antes dele, foi Gilberto
Kassab, do DEM e depois
PSD. Anteriormente foi José
Serra, do PSDB. Antes deste,
Marta Suplicy, do PT. Antes
ainda tivemos Pitta e Paulo
Maluf, do PP.
Se formos voltando em
nossa história ,
verificaremos que a cada
quatro ou oito anos a cidade
muda radicalmente de rumo.
Deixa de lado prioridades
anteriores e assume novas.
Cada vez mais populistas,
estagnadas de modo a
refrear o andamento de
qualquer programa que
possa dar certo.
Exemplo recente: o
“Cidade Limpa”implantado
por Kassab e que lhe rendeu
a reeleição (antes era vice de
Serra), aplaudido até pelo
mundo civilizado, está sendo
abandonado, de modo que,
na atual gestão petista,
deixou de ter prioridade e a
cidade volta ser porca,
imunda, cheia de
propaganda ilegal.
A cidade de São Paulo está
de novo esburacada. Além
de ser quase um canteiro de
obras do Metrô, o que
complica ainda mais o
espremido transito, ainda
não tem limpeza, e viu
milhares de viciados em
crack e despossuídos,
tomarem os baixos dos
viadutos, as calçadas e as
vias públicas.
Na campanha, os
candidatos prometem tudo.
Depois não cumprem nada.
Haddad fez demagogia,
pressionado pelos
movimentos de rua, e voltou
atrás no preço da tarifa dos
ônibus. Vai manter o preço
em 2014, mas, em
compensação, imporá um
brutal aumento do IPTU, um
imposto que alcança em
cheio a classe média. Tudo
para sustentar a passagem
do ônibus.
Ônibus virou prioridade
na gestão da Tatolândia,
em detrimento dos
automóveis. Beneficia, em
tese, quem anda de coletivo,
e prejudica de forma
monumental o trânsito dos
carros particulares, que
pagam IPVA, Inspeção
Veicular, multas, e só são
maioria porque o serviço de
transporte público é
deficiente, deprimente
m e s m o.
Perguntem a qualquer
usuário de ônibus sobre
seu sonho de consumo. Se
não for a casa própria, é o
veículo particular. Tivessem
os governantes políticas
constantes,
suprapartidárias, e com
transporte público decente,
minimamente decente, eu
seria o primeiro a deixar o
carro na garagem.
Agora Haddad, além de
espremer os carros, criar
faixas de ônibus, onde
passam poucos coletivos,
ainda vai recriar o cabide de
empregos da CMTC. Vem aí o
ano eleitoral.
É preciso ter onde abrigar
os companheiros que farão
campanha para o PT e
aliado$.
Oprefeito foi de ônibus do
Paraíso, onde mora, até
o Viaduto do Chá. Levou 30
minutos. Parabéns. Faça isso
todo dia vindo da Vila
Brasilândia.
Um prefeito começa uma
coisa, outro a destrói.
Enquanto a cidade agoniza,
os políticos, todos eles,
discutem meios de tomar
e/ou ficar no poder.
Aumentem-se impostos,
danem-se os cidadãos de
bem!
Não há sentido público.
Não há coerência.Só a busca
desbragada, despudorada,
pelo voto da próxima
e l e i ç ã o.
Algo está muito errado em
nossa democracia
re p re s e n t a t i v a .
No zigue-zague dos
desencontros dos políticos
eleitos, o paulistano,seja ele
pobre ou remediado, sofre
por igual.
PAU L O SAAB É J O R N A L I S TA E
E S C R I TO R
sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013 DIÁRIO DO COMÉRCIO 5
BIOMETRIAO TSE estima que 22 milhões dos140 milhões de eleitores sejam
identificados pela biometria naseleições de 2014. 2014.
Somoso primeiropar tidoclandestinocriado emplenademocracia.Agradeçoaoscompanheiros do PSB a chancela política e eleitoralque a Justiça Eleitoral não nos deu.
Marina Silva
Para mim não foi surpresa alguma, nunca foiuma questão de fé, Deus não joga nesta liga,
mas de lucidez e conhecimento baseado naexperiência pregressa. Eu tinha certeza absoluta quese não tivéssemos uma a uma as assinaturascertificadas, carimbadas, validadas pela repartiçãocartórios de zonas eleitorais íamos levar bomba.
Alfredo Sirkis, deputado (PV-RJ)
Marina não teve a capacidadeque o PROS teve. Tem gente que
não gosta de atuar nas bases.Givaldo Carimbão, deputado e líder do PROS (AL)
Hoje há no Brasil um sentimento deimpunidade. Essa talvez seja a herança
mais perversa do governo do PT.Aécio Neves, senador (PSDB-MG)
A minha prioridade é derrotar o PT, cujaprática e projeto já comprometem o
presente e ameaçam o futuro do Brasil. OPSDB, partido que ajudei aconceber e a fundar, serápara mim a trincheiraadequada para lutarpor esse propósito.
Ex-governador JoséSerra, via Facebook,dizendo que fica no
PSDB, "que é atrincheira adequada
para seu principalobjetivo: derrotar o PT".
Todo menino que iniciana política ou no esporte
quer jogar para milhões depessoas. O PT é esse grandetime que emprega. Eu estavajogando no Madureira e voupara um time grande.
Marcelinho Carioca,
ao se filiar ao PT
Meu Deus do céu, validarmilhares de assinaturas?
Aí fica muito difícil. É uma coisaque deve ser feita por inúmeroscartórios, não por órgãos únicos.
Marco Aurélio Mello,ministro do Tribunal
Superior Eleitoral arespeito das assinaturas
da Rede Sustentabilidade.
Se fosse indicar hoje um ministro para oSupremo Tribunal Federal teria "mais critério.
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
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onteúdo
Planalto reavaliaestratégia para 2014
Desembarque de Marina Silva no PSB de Eduardo Campos obriga PT e aliados a reavaliarem acordos
Novo jogo – O PSB, autor da
façanha de unir Campos com
Marina e forçar a lógica da
campanha, terá de modificar
seus planos. O líder do partido
na Câmara, deputado Beto Al-
buquerque (RS), afirma que a
nova parceria levará à revisão
dos acordos que a legenda
costurava. "Tudo merece ser
reexaminado diante desse fa-
to novo, que coloca em revisão
todos os acordos e pré-acor-
dos", diz.
Ele avalia que as alianças ti-
das como incômodas pelo gru-
po de Marina, como a parceria
com a família Bornhausen, em
Santa Catarina, e o líder rura-
lista e deputado federal Ronal-
do Caiado, do DEM, em Goiás,
não causam preocupação por-
que "não se pode excluir" pes-
soas da aliança. Os dirigentes
do PSB esperam que a presen-
ça de Marina traga força para o
objetivo do partido de conse-
guir visibilidade para Campos
em São Paulo e Minas Gerais,
maiores colégios eleitorais do
País. A ideia é que o PSDB, no
controle dos dois Estados,
abra um "palanque duplo" pa-
ra Campos. Em São Paulo, por
exemplo, os dois partidos
comporiam a chapa para a re-
eleição do governador tucano
Geraldo Alckmin, mas os polí-
ticos de cada legenda defen-
deriam os seus candidatos
próprios à Presidência. "A
prioridade é o apoio ao gover-
nador Alckmin. Se não tiver
palanque, teremos que pen-
sar em alternativas", avalia o
deputado federal Márcio Fran-
ça (SP).
Os tucanos paulistas falam
de um "esforço compartilha-
do" das legendas. "Se o PSB ti
ver um candidato, é natural
que haja um trabalho conjunto
para fortalecer as oposições",
diz o deputado Duarte Noguei-
ra (PSDB-SP). Em São Paulo,
Aécio Neves terá o desafio de
garantir o apoio real e prático
do ex-governador José Serra.
Dilma espionagem – Ontem,
a 'realizática' Dilma ignorou as
alianças e voltou a comentar
em sua conta no Twitter a es-
pionagem dos EUA. Contou ter
recebido o livro 'The Shadow
Factory: The Ultra-Secret NSA
from 9/11 to the Eavesdrop-
ping on America', do jornalista
James Bamford, sobre o siste-
ma de espionagem america-
no, publicado em 2008: "Vem
ocorrendo há mais tempo o
que apareceu agora: espiona-
gem a cidadãos brasileiros (in-
clusive eu), cias e ministé-
rios." (Estadão Conteúdo)
Fernando Bizerra Jn./EFE
Marina Silva anunciou no sábado seu ingresso no PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
PSB acusa PT deboataria na internet
No dia seguinte ao anún-
cio da aliança entre
Eduardo Campos e Ma-
rina Silva, integrantes do PSB
identificaram na internet ata-
ques à coligação, aos quais
atribuem a uma guerrilha vir-
tual do PT. Dos boatos divulga-
dos, o que mais incomodou os
aliados de Campos foi o de que
o governador de Pernambuco
poderia privatizar o Banco do
Brasil, a Caixa Econômica Fe-
deral e até o Banco Nacional
de Desenvolvimento Econô-
mico e Social (BNDES).
Dirigentes do PSB identifi-
caram a afirmação em perfis
simpáticos ao governo federal
no Twitter. "Se Marina for elei-
ta corremos o risco de ter gen-
te do Itaú na Fazenda e BC? E
os juros altos voltarão? BB,
CEF e BNDES serão vendi-
dos?", afirmou o usuário
@stanleyburburin. A mensa-
gem foi replicada por usuários
com o mesmo perfil.
Para o vice-presidente da
Câmara, André Vargas (PT-
PR), as suspeitas do PSB não
têm fundamento. "As pessoas
estão falando por elas mes-
mo. Não tem nada a ver com
PT", disse. "O PSB nem filiou a
Marina e já está se fazendo de
vítima", afirmou.
O líder do PSB na Câmara,
Beto Albuquerque (RS), re-
clamou pelo Twitter: "Come-
çaram os ataques, o jogo de
baixo nível. O que nós vamos
fazer é administrar melhor
estes bancos. No caso do BN-
DES, por exemplo, o prejuízo
registrado nos últimos anos
é gigante por operações co-
mo as realizadas com Eike
Batista."
O ataque sobre a privatiza-
ção dos bancos públicos de-
riva do fato de Marina ter co-
mo uma das pessoas de sua
confiança Maria Alice Setu-
bal, uma das herdeiras do
Banco Itaú. Ela faz parte da
comissão nacional provisó-
ria da Rede. A acusação de
que os adversários teriam di-
reito de vender empresas foi
usada pelo PT contra o PSDB
nas duas últimas eleições
presidenciais, em 2006 e
2010. (EC)
Petistas tentam digerir impacto
Oex-ministro José
Dirceu, ainda in-
fluente no PT, de-
fendeu a tese de en-
fraquecimento de Aécio Ne-
ves. "Na ocasião, em abril,
chamávamos atenção para o
fato de a Rede enfrentar difi-
culdades para sua criação. E
que a candidatura de Marina
não atendia a estratégia da
oposição. Daí a união com um
candidato da oposição De
qualquer forma, essa mudan-
ça do quadro eleitoral não é
necessariamente contra a
presidenta Dilma Rousseff e o
PT. Pode ser que Aécio Neves
seja o principal perdedor. Bas-
ta avaliar o novo cenário, se
tudo se confirmar no final do
prazo legal", escreveu Dirceu
em seu blog na internet. "Mas
sem dúvida a aliança Marina-
Eduardo muda o quadro elei-
toral de 2014", afirmou.
Líder do PT na Câmara, o de-
putado federal cearense José
Nobre Guimarães, bateu na
mesma tecla no Twitter.
"Quem deve estar muito preo-
cupado com essa aliança é o
PSDB", escreveu o petista.
Zeros – Secretário da Saúde
do governo de seu irmão Cid
Gomes no Ceará, o ex-minis-
tro Ciro Gomes cutucou Mari-
na e Campos . "Eles não têm
proposta para o Brasil. São
dois zeros. O Brasil precisa de
reflexão. O debate que está aí
é alienado. Exceto Dilma,
quais dos pré-candidatos têm
propostas? O que Marina en-
tende de economia? O Brasil
tem jeito e para cada desafio
tem quatro soluções, mas os
candidatos não têm essas so-
luções. Não têm plano", afir-
mou Ciro, que até a semana
passada integrava o PSB. Ago-
ra, ele está filiado ao recém-
criado PROS.
Ciro é cotado para coorde-
nar a campanha de Dilma no
Nordeste. (Estadão Conteúdo)
Aaliança do governa-
dor de Pernambuco,
Eduardo Campos com
a ex-senadora Marina
Silva, anunciada pelo PSB no
fim de semana, mudou o mapa
dos palanques e os discursos
dos partidos para a disputa de
2014. O PT já esboça uma cam-
panha pela reeleição de Dilma
Rousseff em que a presidente
aparece como uma candidata
"realizática", num ataque à
"sonhática" Marina, e o PSDB
do senador mineiro Aécio Ne-
ves tenta a pacificação em São
Pa u l o.
No Palácio do Planalto e no PT,
a avaliação é que Marina leva
para o palanque de Campos o
carisma e também o problema
de um discurso contra os inves-
timentos na infraestrutura. Ago-
ra, a chapa PSB-Rede terá de
mostrar como é possível garan-
tir o crescimento da economia
com a visão "sustentável" de
Marina. Outro problema, segun-
do um auxiliar de Dilma, é a pres-
são dos aliados de uma candida-
ta a vice que tem mais nome e
peso eleitoral que Campos.
Para um ministro do PT, é pre-
ciso mostrar uma Dilma "reali-
zática" e não "sonhática", com
um discurso oposto ao de Mari-
na. Ele avalia que a presidente
não irá reforçar o discurso na
área ambiental, mas expor
ações do governo de proteção
ao meio ambiente. A presiden-
te não terá problemas para co-
mentar obras como a da hidre-
létrica de Belo Monte, no Pará,
que na avaliação do ministro
alia desenvolvimento com
preocupação ambiental. A
campanha deve expor o que o
governo faz nas áreas social e
ambiental.
6 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013
A palmada adestra, mas a função de um pai não é adestrar o filho e sim contribuir para formação da personalidade.Izabella Monteiro, psicóloga
Palmada pode custar caro aos paisSe aprovada, a Lei da Palmada pode doer no bolso dos pais que optarem pela coerção física. Cada multa vai de 3 a 20 salários e dobra em caso de reincidência.
Victória Brotto
Nenhuma criança ou
adolescente poderá
ser castigada fisica-
mente por seus
pais. É o que prevê o projeto de
lei 7672/10, conhecido como
Lei da Palmada. Aprovado em
2011 na Câmara dos Deputa-
dos, o projeto está parado des-
de então na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) da
Casa, onde já saiu e entrou da
pauta mais de 14 vezes por fal-
ta de quórum e por fortes dis-
cordâncias entre os deputa-
dos. Nas duas últimas sema-
nas de setembro, o projeto
quase chegou a entrar na
agenda da CCJ.
A polêmica em torno do pro-
jeto se dá não pela punição
que já acontece com a perda
da guarda e até a prisão dos
pais nos casos de extrema vio-
lência doméstica , mas sim pe-
la proibição de castigos físicos
vistos como mais leves, entre
eles a palmada.
"Esse é um projeto demagó-
gico. Vai criar conflito de con-
sequências imprevisíveis en-
tre filhos e pais, é uma lei que
incute, ainda muito cedo, o an-
ti-valor da impunidade, isto
quer dizer, os filhos sabem
que poderão abusar da tole-
rância dos pais, alguns até fa-
zendo-os de reféns de capri-
chos, ameaçando-os de levar
ao Judiciário, caso ousem dar-
lhes uma palmada. Mas, va-
mos continuar trabalhando
para que essa lei e muitas ou-
tras não sejam aprovadas",
disse o deputado federal Mar-
cos Rogério (PDT-RO).
"Crianças e adolescentes
têm o direito de serem educa-
das e cuidadas sem o uso de
qualquer forma de violência,
configurando-se dever do Es-
tado garantir esse direito",
disse a então deputada Teresa
Surita (PMDB-RR).
O que mudará, caso a Lei da
Palmada seja aprovada e san-
resulte em sofrimento ou le-
são à criança ou adolescente
ou tratamento cruel ou degra-
dante: conduta ou forma cruel
de tratamento que humilhe,
ameace gravemente ou ridi-
cularize a criança ou o adoles-
cente."
Para a bancada do Partido
Social Cristão (PSC) na Câma-
ra, o projeto é "insípido" e só
mostra o interesse do governo
federal em agradar algumas
instituições internacionais de
direitos humanos.
Segundo o deputado fede-
ral Costa Ferreira (PSC-MA), "o
governo não tem a vivência do
cotidiano para orientar os fi-
lhos". Em contraponto, a rela-
tora do projeto, diz que é papel
do Estado garantir o direito da
criança e do adolescente de
integridade física e moral.
QUESTÃO DE EDUCAÇÃOA reportagem do Diário do
Comércio conversou também
com psicólogos educacionais,
professores e diretores de
Conselhos Tutelares para en-
tender como a criança e o ado-
lescente reagem à palmada e
como podem ser educados
sem ela.
"Muitas vezes a agressão
dentro de uma família já virou
uma modalidade de resolução
de problemas", disse a psicó-
loga supervisora do curso de
psicologia da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, Iza-
bella de Paiva Monteiro.
Segundo ela, a educação de
um filho deve ser completa-
mente baseada na conversa.
E quando o pai usa da violên-
cia, mesmo que seja pequena,
ele mostra que não tem mais
argumentos. "Uma criança
menor de 7 anos ainda não for-
mou uma noção de moralida-
de, mas não é por isso que o pai
vai bater nela. O que deve ser
feito neste caso é sempre usar
a expressão facial, usar um
tom de voz mais alto para mos-
trar que aquilo foi errado. A
criança nessa idade observa
muito a ex-
pressão cor-
poral e apren-
de por ela."
Para o vice-
p re s i d e n t e
nacional do
Partido Social
Cristão, Eve-
raldo Pereira,
a criança de-
ve ser corrigi-
da. "Salomão
[autor do li-
vro bíblico de Provérbios] nos
deixou vários ensinamentos.
Dentre eles, que a vara e a cor-
reção dão sabedoria, mas
uma criança entregue a si
mesma envergonha a sua
mãe". Ele acrescenta que o
partido defende a punição da
agressão, mas que a correção
deve ser direito de todo o pai.
A psicóloga Izabella Montei-
ro reconhece que a palmada
molda o comportamento e for-
ma a personalidade. "A pal-
mada adestra, mas a função
de um pai não é adestrar o filho
e sim contribuir para forma-
ção da personalidade". Ela
acrescenta que não importa a
intensidade do castigo físico,
mas o ato em si que causa um
"cenário aterrorizante" para o
menor. "É a cara de raiva, o gri-
to que vem junto. É todo o ce-
nário, o cenário é muito aterro-
rizante. Você observa que não
rara as vezes, mesmo sendo
fraca [a palmada], a criança
chora, se sente humilhada,
coagida."
Ao receber um castigo físi-
co, a criança, segundo Izabel-
la, vai resignificar a figura dos
pais. "A figura que era admira-
da começa a se tornar amea-
çadora", afirma.
Para José Leon Crochík, psi-
cólogo da aérea de aprendiza-
do e desenvolvimento do Insti-
tuto de Psicologia da USP, o
castigo físico só tende a au-
mentar, porque o menor se
adapta à violência e não a vê
mais como consequência gra-
ve. "A criança reage obede-
cendo não porque aprendeu,
mas por questão de sobrevi-
vência", diz ele.
Para a psicóloga da Univer-
sidade Mackenzie, educar é
uma questão de apostas. E o
castigo físico é uma aposta
pouco segura. Os efeitos da
violência podem ser desde a
baixa autoestima à perpetua-
ção da violência para a resolu-
ção de conflitos. "Trata-se de
educação a longo prazo e não
fazer com que o filho pare de
agir daquela forma por um
curto período de tempo."
Segundo o Fundo das Na-
ções Unidas para a Infância
(UNICEF), a violência domésti-
ca é uma das mais preocupan-
tes entre as violações de direi-
tos de um menor. No Brasil, da-
dos da Secretaria de Direitos
Humanos , de 2011 para 2012,
indicam que houve aumento
de 58,35% no número de de-
núncias de violência domésti-
ca, totalizando 130.029 casos
no ano passado.
Os Estados de São Paulo, Rio
de Janeiro e Bahia foram os
que tiveram mais registros –
São Paulo e Rio com mais de 15
mil e Bahia com mais de 14 mil.
Ao ser denunciado, no número
de telefone 100, o caso é enca-
minhado para o Conselho Tu-
telar mais adequado e lá os fis-
cais apuram a situação.
Segundo Fábio Silvestre, co-
ordenador de políticas para
criança e adolescente do Esta-
do de São Paulo, depois do
Conselho Tutelar averiguar, a
família é encaminhada para o
Centro de Referência Especia-
lizado de Assistência Social,
onde ela – incluindo o menor –
é assistida por médicos, psicó-
logos e aconselhamentos.
Hoje, a punição contra pais
que agem violentamente já
existe. Dependendo do grau
de violência, um pai ou uma
mãe pode sofrer desde medi-
das socioeducativas até a per-
da da guarda dos filhos.
cionada pela presidente Dil-
ma Rousseff, será a punição
para qualquer tipo de castigo
físico com o pagamento de
três a vinte salários mínimos,
aplicando-se o dobro em caso
de reincidência.
A ministra da Secretaria de
Direitos Humanos, Maria do
Rosário, é uma das principais
lideranças do governo em fa-
vor da aprovação do projeto.
Segundo a relatora do proje-
to, a deputada Érika Kokay (PT-
DF), castigo físico é entendido
como "qualquer ação de natu-
reza disciplinar ou punitiva
com o uso da força física que
O governonão tem avivência docotidianopara orientaros filhos.CO S TA FERREIR A,
D E P U TA D O FEDER AL (PSC-MA)
Trinta países proíbem castigos
Arainha Sílvia, da
Suécia, veio ao Bra-
sil para participar
de sessão sobre a
lei da Palmada na Câmara
dos Deputados, em agosto
de 2011. Sílvia apoiou a lei
brasileira, mas ressaltou que
a determinação por si só não
era suficiente para acabar
com a violência.
Na época, deputados da
oposição criticaram a pre-
sença da rainha e muitos fa-
laram que o projeto era "para
inglês ver". "O País tem pro-
blemas muito mais sérios,
como a questão do analfabe-
tismo, mas parece que a úni-
ca coisa que interessa à Pre-
sidência é agradar a rainha
Sílvia", disse o vice-presi-
dente do Partido Social Cris-
tão, Everaldo Pereira.
Os suecos foram os primei-
ros do mundo a proibirem os
castigos físicos, em 1979.
Desde então mais de 29 na-
ções aprovaram medidas se-
melhantes. O Código da Fa-
mília e dos Filhos da Suécia
(do inglês, CPC) diz que "to-
das as crianças têm direito a
cuidados, segurança e uma
boa educação". "Crianças
devem ser tratadas com res-
peito pela sua pessoa e indi-
vidualidade e não podem ser
submetidas a castigo corpo-
ral ou qualquer outro trata-
mento humilhante."
Nele, as penas não são de-
terminadas, mas no Código
Penal do país, o adulto que
for indiciado por suspeita de
agressão ao filho pode ser
preso podendo pegar até
dois anos de regime fechado
ou, em casos mais leves, de-
verá pagar uma multa.
Pesquisas feitas para indi-
car o grau de aceitação da lei
entre as famílias suecas indi-
caram que mais de 90% dos
pais entrevistados se disse-
ram conscientes da necessi-
dade da lei. No ano 2000,
apenas 1,5% das crianças ti-
nha apanhado em casa.
Nova Zelândia– A Nova Ze-
lândia possui um dos índices
mais altos de violência con-
tra crianças e adolescentes
registrado entre os países
desenvolvidos.
Em 2007, a lei anti-palma-
da entrou em vigor, mas, dois
anos depois, ela foi rejeitada
por 54% dos neozelandeses
em referendo feito pelo pró-
prio governo. Nele, a seguin-
te pergunta era feita:
"A palmada nos filhos, co-
mo parte de uma punição
apropriada por parte dos
pais, deve ser considerada
um crime na Nova Zelân-
dia?".
Quase 87,6% votaram pe-
la extinção da lei, contra
11,8% a favor.
Apesar da forte oposição,
o governo decidiu manter a
lei. John Key, então primeiro-
ministro, disse que o resulta-
do da consulta popular não
obrigava o governo a anular
uma determinação já sancio-
nada e em vigor no país. Mas
também ressaltou que have-
ria " cuidado extra" para que
não ocorressem punições in-
justas – muitos chegaram a
falar que os "bons pais" se-
riam punidos por dar apenas
"algumas palmadas".
Considerada uma das leis
mais rigorosas entre os paí-
ses que adotaram a medida,
além do tapa nas nádegas,
outras formas de agressão
como beliscões, chacoa-
lhões e puxões de orelha,
passaram a render ao agres-
sor sueco o pagamento de
multas, o encaminhamento
a programas de reabilitação
e até mesmo à prisão. (VB)
Renata Araújo/ Ag.Câmara
sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013 DIÁRIO DO COMÉRCIO 7
SÍRIAInsp etores
inter nacionaiscomeçam a destruir
armas químicas
VENEZUEL ALíder opositorCapriles acusaMaduro de levarpaís 'à falência'
Caça àAl-Qaedana África
Dois anos após a dramática operação no Pa-
quistão que matou o fundador da Al-Qaeda,
Osama bin Laden, os Estados Unidos voltaram
a atacar líderes da rede terrorista. Desta vez, os
alvos estavam em dois países africanos: Líbia e
Somália. A operação de maior sucesso ocorreu
na Líbia, onde forças dos EUA capturaram Na-
zih al-Ragye, mais conhecido pelo nome de
Abu Anas al-Libi (foto menor, à esq.), acusado de
ter participado, em 1998, dos atentados contra
as embaixadas norte-americanas na Tanzânia
e no Quênia. Os dois ataques mataram mais de
220 pessoas.
Com medo de uma reação islâmica, o governo
da Líbia exigiu ontem uma explicação para o
"sequestro" de um dos seus cidadãos. As auto-
ridades locais também declararam não ter ne-
nhum conhecimento prévio da ação norte-
americana, ao contrário do que afirmou uma
fonte do governo ouvida pela rede CNN.
Abdullah al Ragye, filho de Abu Anas, disse que
seu pai estava chegando em casa, em Trípoli,
quando quatro carros pararam o suposto líder
da Al-Qaeda e o arrastaram do veículo.
"Os homens tinham aparência e sotaque de lí-
bios. Eles o tiraram do carro após quebrarem a
janela, o colocaram num Mercedes e saíram."
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry,
afirmou ontem que a ação, que envolveu mili-
tares e membros da CIA e do FBI, mostra o es-
forço de Washington para caçar os líderes da Al-
Qaeda em todo o mundo.
"Os membros da Al-Qaeda e outras organiza-
ções terroristas podem, literalmente, correr,
mas não podem se esconder", disse Kerry. "Nós
esperamos que isto deixe claro que os EUA ja-
mais cessarão os esforços para prender os res-
ponsáveis pelos atos de terrorismo", afirmou.
Segundo oficiais ouvidos pelo jornal TheWashington Post, a ação foi realizada sob leis
formuladas após os atentados do 11 de Setem-
bro que garantiriam este tipo de operação.
Abu Anas al-Libi, cuja recompensa era de até
US$ 5 milhões por uma informação que levasse
a sua captura, "está agora legalmente detido
por militares norte-americanos em um local se-
guro fora da Líbia", anunciou o Pentágono.
Militares - A captura de Abu Anas ocorreu no
mesmo dia em que um posto militar ao sul de
Trípoli foi atacado. Pelo menos 15 soldados
morreram (foto maior, acima à esq.). Este foi um
dos ataques mais violentos registrados na Lí-
bia desde a queda, há mais de dois anos, do fa-
lecido ditador Muamar Kadafi. (Agências)
E F E / E PA / F B I
TIROS E FOGO NO EGITONovas manifestações em
apoio e contrárias ao presi-
dente deposto do Egito, Moha-
med Morsi, terminaram em
mais violência ontem. Pelo
menos 51 pessoas morreram
e mais de 240 ficaram feridas
em enfrentamentos entre os
islamitas apoiadores de Morsi
e policiais pelo país.
Os confrontos ocorreram em
meio ao feriado que celebrou o
aniversário de 40 anos da
guerra contra Israel, quando
as forças egípcias cruzaram o
Canal de Suez em 1973.
Partidários de Morsi e inte-
grantes da Irmandade Muçul-
mana marcharam em várias
cidades para denunciar a der-
rubada do líder do poder pelos
militares, enquanto milhares
festejavam o Exército.
Em diversos bairros do Cairo,
manifestantes atiraram co-
quetéis molotov na polícia,
que respondeu com tiros e gás
lacrimogêneo (acima).
O Ministério do Interior classi-
ficou os protestos como uma
tentativa da Irmandade Mu-
çulmana de "arruinar as cele-
brações e provocar atritos
com as pessoas".
Segundo o Ministério da Saú-
de, a maioria das mortes –
cerca de 40 – ocorreu na capi-
tal. As outras foram registra-
das em Beni Suef e na provín-
cia de Minia, ao sul. A maior
parte dos corpos apresentava
ferimentos a bala.
Este foi o dia mais sangrento
no Egito desde 14 de agosto,
quando as autoridades ataca-
ram dois acampamentos pró-
Morsi no Cairo, deixando cen-
tenas de mortos. (Agências)
Amr Abdallah Dalsh/Reuters
Caiu, bateu.E um mês
de repouso.
A presidente da Argentina,
Cristina Kirchner, ficará um
mês afastada do governo de-
vido a complicações decor-
rentes de um traumatismo
craniano. O vice-presidente
Amado Boudou vai assumir a
presidência no período.
Durante um exame de rotina
no sábado, médicos detecta-
ram que ela tem um hemato-
ma subdural crônico decor-
rente de um traumatismo cra-
niano. O governo disse que a lí-
der bateu a cabeça no dia 12
de agosto, um dia após as elei-
ções primárias. (Agências)
EFE - 30/09/13
EFE/EPA/Sabri Elmhedwi
Na Somália,caos até nasinfor mações.A segunda operação norte-americana
ocorreu na Somália, reduto do grupo radi-
cal Al Shabab, responsável pelo ataque em
um shopping no Quênia que deixou ao me-
nos 69 mortos. Segundo o jornal The NewYork Times, o governo norte-americano
acredita que o líder do grupo ligado à Al-
Qaeda tenha morrido na ação - informação
negada por militantes da facção islâmica.
Eles afirmam que não havia nenhuma auto-
ridade no momento da ação.
Lançada na madrugada de sábado, a inva-
são das forças especiais na Somália parece
ter começado com um pouso em uma
praia, que foi seguido por um tiroteio pro-
longado. Autoridades dos EUA disseram
que membros da equipe SEAL realizaram o
ataque que matou combatentes da Al Sha-
bab. Segundo a polícia somali, sete pes-
soas foram mortas durante a operação.
Militantes do Al Shabab afirmaram ontem
que não havia nenhuma autoridade de alto
escalão presente na casa que foi alvo da
operação norte-americana.
"A informação dos EUA de que uma autori-
dade sênior do Al Shabab estava na casa é
falsa", disse o porta-voz militar do grupo,
Abdiasis Abu Musab, à Reuters. "Combaten-
tes comuns moravam na casa e bravamen-
te contra-atacaram e caçaram os agresso-
res. O apóstata governo somali não é nada
na Somália, ninguém lhe pede permissão
para levar a cabo um ataque."
O governo da Somália, apoiado pelo Oci-
dente, ainda luta para estabelecer sua au-
toridade depois de duas décadas de guerra
civil e tem pouca influência em Barawe,
que fica a 180 km ao sul de Mogadíscio.
Questionado sobre seu envolvimento na
ação dos EUA, o primeiro-ministro Abdi Farah
Shirdon disse: "Nós estamos em colaboração
com o mundo e com os países vizinhos na luta
contra a Al Shabab." (Agências)
8 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013
O trânsito de São Paulo é ruim?Vá até a Cidade do México.
Com 20 milhões de habitantes distribuídos em cerca de 4 milhões de carros, passar seis horas no trânsito é comum na capital mexicana.
Damien Cave *
Cidade do México – Do
topo de um prédio al-
to em uma noite cla-
ra, o trânsito aqui pa-
rece uma correnteza de luz
branca como neve seguindo
uma direção e vermelha como
rubi seguindo outra. No chão,
no entanto, é dolorosamente
óbvio que a verdade é o opos-
to: praticamente todo mundo
está preso.
O quão preso varia, mas
aqui, em uma cidade de 20 mi-
lhões de pessoas e cerca de 4
milhões de carros, trajetos de
seis horas não são incomuns.
Algumas cerimônias de casa-
mento terminam mais do que
o tempo que se leva para diri-
gir 20 quilômetros às 18h.
Estrangeiros tendem a ficar
pasmos. No YouTube, dezenas
de vídeos mostram turistas
maravilhados em longas filas
de carros que se movem tanto
quanto um cadáver, ou moto-
ristas que ignoram o sinal ver-
melho enquanto agentes de
trânsito assistem.
Moradores locais também
reclamam, claro. Porém, ge-
ralmente eles apenas aguen-
tam. Os carros ainda são con-
siderados símbolo de status,
são preferência mesmo quan-
do o transporte público é mais
rápido. E os motoristas geral-
mente aceitam o tempo perdi-
do e o ar mais poluído causado
por carros demais em rodo-
vias engarrafadas.
"Há uma resignação quan-
do o assunto é trânsito", disse
Bernardo Baranda Sepúlveda,
diretor na América Latina do
Instituto de Políticas de Trans-
porte e Desenvolvimento,
uma organização internacio-
nal sem fins lucrativos que
promove um trânsito susten-
tável. "Por um lado é bom, por-
que senão estaríamos matan-
do uns aos outros, mas tam-
bém é frustrante porque as
pessoas não estão reclaman-
do e demandando melhores
opções", completa Bernardo.
Ao invés de agir como meio
de ligação, muitas ruas e ave-
nidas se transformaram em
bacias de retenção. Especia-
listas dizem que os motoristas
têm ficado cada vez mais pre-
sos em um mar de carros em
marcha lenta, enquanto a
classe média cresce e compra
carros. Junte a isso protestos
de rua frequentes – incluindo
passeatas recentes de milha-
res de professores tentando
impedir uma revisão no siste-
ma de educação – e não é de
espantar que cenas bizarras
aconteçam onde quer que o
trânsito enlouquecedor possa
ser encontrado.
Assaltos – Nos lugares onde
andar é mais rápido do que di-
rigir (incluindo as rodovias),
um ecossistema de classe,
criatividade e comércio se de-
senvolveu. Artistas de rua e
ambulantes vendendo uma
variedade de produtos que
não para de crescer, de mata-
mosquitos a filhotes de ca-
chorro, podem ser encontra-
dos ao lado de criminosos que
tentam alcançar janelas aber-
tas. Há também as novidades,
como mulheres em roupas co-
ladas entregando amostras
do último energético, ou segu-
rando placas gigantes com
propagandas de telefones ce-
lulares ou televisões.
No centro disso tudo, ape-
sar do aumento no uso de bici-
cletas, ainda está o motorista.
"Um carro é uma bolha", Ba-
randa observou, e do lado de
dentro, milhões de pessoas
batalham contra o tédio de es-
tar preso. Isso geralmente en-
volve tecnologia. Na hora do
rush, em muitos bairros, rece-
ber um e-mail no celular é um
jogo frustrante contra a sorte
por causa da
demanda es-
magadora.
Uma lei mu-
nicipal proíbe o
uso do apare-
lho de celular,
mas é ampla-
mente ignora-
da. Recente-
mente em uma
manhã, no cru-
zamento entre
Paseo de la Re-
forma e a Ave-
nida Hidalgo, um policial pa-
rou em um semáforo dentro de
um carro prata, conversando
bastante, com um telefone
preso à orelha.
Cada semáforo vermelho
revelava algo parecido – dis-
trações ao volante em meio ao
caos. Em certo ponto, uma
mulher descascando uma la-
ranja chegou ao farol verme-
lho e outro motorista manda-
va mensagens de texto con-
forme um homem com um
moicano corria com seu cão
bassê através do amplo cruza-
m e n t o.
Um pouco
atrás, uma via-
tura de polícia
tentava passar
pelo emara-
nhado de car-
ros; sua sirene
competia com
buzinas e can-
ções católicas
que saíam de
uma igreja na
esquina. Desa-
fiando tudo is-
so, um mendigo dormia no
canteiro central.
Alguns semáforos mais pa-
ra frente, um táxi quebrou na
pista da direita, complicando
ainda mais a bagunça. Um
vendedor de chicletes empur-
rou o carro para fora do cami-
nho, embora tenha demorado
um pouco por causa do trânsi-
to. "Os estrangeiros vivem me
pedindo para ir mais rápido",
disse o motorista, Roberto
Garcia, de 40 anos. "Apenas
não é possível."
Ele disse ter acabado de vir
de Aragon, um bairro a cerca
de oito quilômetros de distân-
cia, embora ele tenha insistido
que deveria ser o triplo dessa
distância: "Eu levei 40 minu-
tos para chegar aqui", disse
ele. "Deveria ter levado 10."
Ta x í m e t r o –Questionado so-
bre o que os motoristas de táxi
fazem quando ficam presos no
trânsito, Garcia disse que ele
simplesmente olha a tabela
de preços. Porém, muitos ou-
tros olham para si mesmos. O
Instagram está cheio de au-
torretratos, ou "selfies", de
pessoas presas no trânsito da
Cidade do México.
O Vimeo e o YouTube reve-
lam sinais ainda maiores de
criatividade. O humor é inevi-
tável. Mas também há música,
algumas delas boas. Na ver-
dade, se há uma coisa boa na
chocante impotência do trân-
sito pode ser o clipe de Jenny
and the Mexicats tocando em
sua van, alguns meses atrás.
Marronzinhos – "Onde estão
os agentes de trânsito?", al-
guém pode perguntar. Ausen-
tes, na maior parte das vezes.
Se eles, por acaso, estiverem
em um cruzamento, raramen-
te são levados a sério. Em en-
trevistas, alguns dizem que
seus chefes não lhes dão nem
um bloco de multas para se-
rem aplicadas.
Alguns Chilangos, como são
chamados os moradores da
Cidade do México, de saco
cheio, começaram a preen-
cher o vazio. Alunos do ensino
médio e de faculdades, ao la-
do do Ministério da Juventude
do México, às vezes, coman-
dam o trânsito vestidos de mí-
micos, usando a sugestão de
uma abordagem criativa uma
vez usada em Bogotá, Colôm-
bia. Ao redor de Reforma, um
jovem usando uma máscara
de Lucha Libre, que se autoin-
titula Peatónito – pedestre pe-
queno – também pode ser en-
contrado empurrando carros
para fora da calçada, em um
esforço pessoal de melhorar a
segurança. (Cerca de 1.300
pessoas morrem anualmente
na Cidade do México, vítimas
de acidentes; mais de metade
são pedestres ou ciclistas)
Contudo, grande parte do
trabalho de lembrar os moto-
ristas de prestar atenção é
perdida para aqueles que es-
tão tentando arrancar dinhei-
ro de janelas abertas. Cerca de
6 entre 10 trabalhadores no
México trabalham na econo-
mia informal, de acordo com
dados do governo, e alguns
especialistas dizem que, co-
mo os carros e o trânsito au-
mentaram, mais pessoas fo-
ram às ruas fazer a vida às cus-
tas dos que estão presos.
Ao menos, dizem ambulan-
tes e vendedores, a variedade
do que está sendo vendida ex-
pandiu. Uma lista incompleta,
hoje, inclui: violões, ervas,
mapas mundiais, carregado-
res de celular, água, pamo-
nha, tacos, rosas, jornais,
guarda-chuvas, bandejas de
café da manhã, bonequinhos
do Homem-Aranha, cigarros
soltos, cobertores e redes.
Os criminosos também ade-
riram, roubando pessoas pre-
sas no trânsito, assim como
grandes empresas, incluindo
a Samsung, com homens e
mulheres atraentes entregan-
do folhetos de promoções ou
segurando placas em cruza-
mentos. E, não surpreenden-
temente, funciona. Para quem
não tem nada melhor para fa-
zer, um panfleto brilhante e
uma leve interação humana
parecem ser bem-vindos. Afi-
nal de contas, eles não vão a
lugar algum tão cedo.
* The New York Times
Fotos: Rodrigo Cruz-Perez/The New York Times
Carros ainda são considerados símbolo de status e preferência nacional, mesmo quando o transporte público é mais rápido. Criminosos aproveitam para roubar motoristas.credito
Nos lugares onde andar é mais rápido do que dirigir, ambulantes vendem uma variedade de produtos que não para de crescer.
Há uma resignaçãoquando o assunto étrânsito. Por umlado é bom, porquesenão estaríamosmatando uns aosoutros.BERNARDO SE P Ú LV E D A
Os estrangeirosvivem mepedindo para irmais rápido.Apenas não épossível.RO B E RTO GAR CIA, TA XISTA,SOBRE O T R Â N S I TO.
sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013 DIÁRIO DO COMÉRCIO 9
Ipiranga premia empreendedoresDurante cerimônia de entrega do Prêmio Visão Empresarial 2013 foi comemorado também o aniversário de 429 anos do bairro
André de Almeida
Ipiranga, berço do Brasil.
Onde o sol da liberdade
despontou. Despertando
a nação pra sua glória. Da
Colina um brado heróico eco-
ou". Quando esta primeira es-
trofe do hino do tradicional
bairro paulistano tocou no sa-
lão principal do Clube Atlético
Ipiranga, em 27 de setembro,
as centenas de pessoas lá pre-
sentes não estavam apenas
comemorando mais um ani-
versário do Ipiranga, que com-
pletava 429 anos, mas tam-
bém, homenageavam alguns
dos empresários responsá-
veis por manter a boa dinâmi-
ca da economia da região.
Promovido pela Distrital Ipi-
ranga da Associação Comer-
cial de São Paulo (ACSP), o Prê-
mio Visão Empreendedora
2013 homenageou empresá-
rios que mais se destacaram.
"Ser empresário no Brasil não
é uma tarefa fácil. São muitos
os desafios. Portanto, home-
nagear esses empreendedo-
res é motivo de grande satisfa-
ção. Parabenizo a todos e ao
bairro do Ipiranga", disse o
presidente da Federação das
Associações Comerciais do
Estado de São Paulo (Facesp) e
da ACSP, Rogério Amato.
Premiados - Os empresários
receberam seus prêmios de
Rogério Amato, do vice-presi-
dente da ACSP e coordenador
Institucional das Sedes Distri-
tais, Roberto Mateus Ordine, e
do superintendente da Distri-
tal Ipiranga, Sérgio Yamada. O
primeiro homenageado foi
Brasilio Lopes Esteves, da Bra-
silio Lopes Imóveis, instalada
no bairro desde 1998.
Em seguida, o homenagea-
do foi Sérgio Cimatti, da Ci-
matti Construção Civil. Ape-
nas este ano, a empresa já lan-
çou mais de sete mil metros
quadrados em salas comer-
ciais. Até dezembro serão lan-
çadas unidades residenciais,
comando mais 7 mil metros
quadrados. Outro homena-
geado do mesmo setor foi José
Ross Tarifa, da Construtora
Tarjab. Fundada em 1983, a
empresa atua no Estado de
São Paulo e Curitiba (PR).
O superintendente regional
da Caixa Econômica Federal,
José Luiz Pavanelli, também
foi premiado. Com uma unida-
de no bairro, o Hirota Super-
mercados foi o representante
do setor na premiação, por
meio do gerente de RH da em-
presa, Luis Nascimento. A re-
de tem hoje 12 lojas e um cen-
tro de distribuição na cidade.
Completaram a lista Lean-
dro Munhoz e Wanderley Mu-
nhoz, sócios-proprietários da
Padaria Larsol e da Pizzaria
Empório 167, e Jorge Taba, da
Invel, que desenvolve, há 14
anos, roupas terapêuticas pa-
ra melhorar a circulação san-
guínea, como camisetas e lu-
vas. "É uma honra homena-
gear estes empreendedores.
A escolha foi mais do que jus-
ta", ressaltou Sérgio Yamada.
No final do evento, a distrital
ainda homenageou a profes-
sora Maria Angélica Cardelli e
o médico Carlos Alexandre
Ayoub, por seus trabalhos de-
dicados à comunidade local,
além de coordenadores da Co-
missão de Festejos de Aniver-
sário de 429 anos do Bairro.
José Carlos Barreta/Hype
Entrega do prêmio aconteceu no Clube Atlético Ipiranga. Foram homenageados empreendedores que trabalharam para manter a boa dinâmica da economia da região.
HojenJabaquara –Às 11h, reunião
Empreender –Beleza. Avenida
Santa Catarina, 641.
nPinheiros –Às 19h30, reunião
Conseg. R. Simão Álvares, 517.
nTatuapé –Às 19h30, 9ª reunião
ordinária e palestra: "As
Atividades dos Contabilistas e
Serviços em Geral". R.
Apucarana, 1.388.
AmanhãnCentro –Às 18h30, palestra
em parceria com o FJE: "Homem
e Mulher: Diferen-ças e seus
Reflexos nos meios familiar,
social e profis-sional". Rua
Galvão Bueno, 83
nTatuapé –Às 18h30, reunião
Coordenação Regio-nal Leste.
Apucarana, 1.388.
nPinheiros –Às 19h, reunião
Diretoria Executiva e Cons.
Diretor. R. Simão Álvares, 517.
nabaquara –Às 19h30, 9ª
reunião ordinária da Diretoria
Executiva e Conselho Diretor.
Av. Santa Catarina, 641.
Quar tanSanto Amaro - Às 10h, reunião
da Comissão dos Educadores.
Av. Mario Lopes Leão, 406.
n Jabaquara –Às 15h30,
Empreender –Gastronomia e
palestra "Administração –Como
mapear os processos de sua
empresa". Avenida Santa
Catarina, 641.
nMooca –Às 19h, 8ª reunião
ordinária da Dir. Executiva,
Cons. Diretor e Conselheiros
Natos. R. Madre de Deus, 222.
nButantã –Às 19h30, palestra
Sebrae: "Saiba como fazer um
Plano de Marketing". R.
Alvarenga, 591.
QuintanNoroeste –Das 9h às 13h,
oficina Sebrae: "Aprenda a Fazer
um Fluxo de Caixa". Rua Luis
Braille, 8.
nCentro –Às 17h30, 9ª reunião
ordinária Dir. Executiva/Cons.
Diretor. Rua Galvão Bueno, 83.
nPinheiros –Às 19h, palestra
"Saiba como fazer um plano de
Marketing", Sebrae. R. Simão
Álvares, 517.
SábadonPinheiros –Das 9h às 16h,
inscrições para o 26º Salão de
Artes. R. Simão Álvares, 517.
COMEMORAÇÃO DUPLA – A Distrital Jabaquara realizou uma comemoração dupla. No mesmo dia foi feito o descerramento do retratooficial da ex-diretora-superintendente Etles Maziero e festejados os 17 anos da entidade. O evento aconteceuno auditório da distrital e dele participaram o subprefeito do bairro, Dirceu de Oliveira Mendes, o superintendente da Distrital Jabaquara,Eurico Marcus Marques Mattos, o presidente da ACSP e da Facesp, Rogério Amato, a ex-superintendente Etles Maziero, e o subprefeito daCidade Ademar, Francisco Lo Prete Filho (na foto, da esquerda para a direita).
M u l h e re sno comando
OConselho da Mulher da Associação Comercial
de São Paulo (ACSP), em parceria com o
Sebrae-SP e a Facesp, realizou, semana
passada, O "Road Show Empreendedor",
com a palestra "A realidade das MPEs e a
participação das mulheres no universo
empreendedor", com o superintendente do Sebrae-
SP, Bruno Caetano. O evento aconteceu na sede da
ACSP, no Centro da capital.
Qual o perfil do empreendedor? Estamos no
caminho certo para o crescimento das pequenas e
médias empresas? Estas e outras questões foram
respondidas na exposição de Bruno Caetano, que
contou com a presença de 150 pessoas, a
maioria formada de mulheres empresárias.
Participaram do evento o presidente da ACSP e da
Facesp, Rogério Amato, o vice presidente da
ACSP Carlos Monteiro, a coordenadora-geral do
Conselho da Mulher, Marly Baruffaldi, e a
coordenadora do Conselho da Mulher
Empreendedora da Faces, Fadua Sleiman.
Divuglação
Doismomentosdo RoadShow: amesa de
trabalhos ea plateia.
Encontro foip ro m o v i d o
pelo Conselhoda Mulherda ACSP.
Divuglação
10 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013
PRIMEIRA FASEEm uma primeira
fase, 100companhias serão
i n s t a l a d a s.
Mais tecnologia para São CarlosO primeiroparquetecnológicode terceirageração doPaís estásendoconstruído nacidade:espaços del a z e r,moradia eser viçosintegrados aum complexoempresarial ede negócios.
André de Almeida
Acidade de São Car-
los, a 230 quilôme-
tros da capital paulis-
ta, inaugurará ainda
este mês um empreendimen-
to que já está sendo considera
do o primeiro parque tecnoló-
gico de terceira geração do
País. Nele, espaços de lazer,
moradia e serviços estarão in-
tegrados a um complexo em-
presarial e de negócios. O Par-
que Eco Tecnológico Damha
(da empresa Damha Urbani-
zadora – responsável pela im-
plantação do complexo),
quando estiver concluído,
abrigará cerca de 200 empre-
sas de base tecnológica, com
predomínio para a área de en-
genharia de materiais, tecno-
logia da informação e equipa-
mentos médicos.
A primeira empresa a se
instalar no complexo, até o fi-
nal do mês, será o Instituto de
Materiais do Brasil (da sigla
inglesa MIB), especializada
em engenharia de materiais.
"São Carlos está muito bem
localizada e que tem uma
grande vocação na área de
ciência e tecnologia, com en-
genheiros e uma forte tradi-
ção acadêmica, fato que ga-
rante mão de obra qualifica-
da", disse um dos sócios da
companhia, Marcelo Milan.
"Apostamos no conceito do
empreendimento, já que
reunirá moradia, trabalho e
lazer no mesmo espaço,
evitando longos desloca-
mentos e melhorando a qua-
lidade de vida".
Estrutura -O complexo será
o terceiro parque tecnológico
de São Carlos e ocupará uma
área de 13 milhões de metros
quadrados, dos quais, cerca
de um milhão será destinado
para as empresas. "Em uma
primeira fase, aproximada-
mente 100 companhias esta-
rão instaladas em 460 mil me-
tros quadrados. O espaço res-
tante (540 mil metros quadra-
dos) será utilizado por mais
100 empresas, mas apenas
quando o parque tecnológico
for expandido, a partir de
2015", disse o engenheiro
José Octávio Armani Paschoal,
presidente do Instituto Inova,
responsável pela gestão
do parque.
De acordo com ele, a esti-
mativa é que a fase de insta-
lação das empresas nesta
primeira etapa envolva in-
vestimentos da ordem de R$
500 milhões. A área restante,
de aproximadamente 12 mi-
lhões de metros quadrados, é
formada pelo Parque Eco Es-
portivo Damha – um comple-
xo imobiliário com sete con-
domínios residenciais, tri-
lhas ecológicas, ciclovia, hí-
pica, restaurante, farmácia,
padaria, centro de eventos,
mini shopping, campo de gol-
fe e 3,6 milhões de metros
quadrados de mata nativa. Já
foram lançados quatro con-
domínios, cada um com 500
lotes. Mais de 1,5 mil famílias
já moram no local, pagando
condomínio de R$ 300.
"Para quem vem de São Pau-
lo, como eu, creio que se torna
bastante atrativo ter toda es-
sa estrutura e comodidade a
um preço acessível", afirmou
Paschoal, que se mudará em
breve para um dos condomí-
nios do Parque Eco Tecnológi-
co Damha. O empreendimen-
to localiza-se a apenas quatro
quilômetros do centro da cida-
de e tem proximidade com a
Universidade Federal de São
Carlos (UFSC). Além desta ins-
tituição, o município tem dois
campi da Universidade de São
Paulo (USP) e duas unidades
da Embrapa.
A ideia, segundo Paschoal, é
que todas estas instituições
estejam presentes no Centro
de Ciência, Inovação e Tecno-
logia em Saúde (Citesc), que
ainda está sendo construído
dentro do parque. O local terá
também um Núcleo de Inova-
ção, que abrigará a sede do
Instituto Inova, incubadoras
de empresas e laboratórios de
pesquisa. "Daremos priorida-
de para as empresas que es-
tão comprometidas com a
sustentabilidade e também
com a preservação do meio-
ambiente", reforçou o enge-
nheiro. O novo empreendi-
mento já está em fase de cre-
denciamento no Sistema Pau-
lista de Parques Tecnológicos.
Otimismo - Na opinião do
presidente da Associação Co-
mercial e Industrial de São
Carlos (Acisc), Alfredo Maffei
Neto, o novo parque tecnoló-
gico é muito bem vindo e já
traz efeitos positivos para a ci-
dade. "Além da vinda de novas
empresas de base tecnológica
e da geração de emprego e
renda, o local certamente
atrairá turistas devido à quali-
dade do seu campo de golfe",
disse. "Sem dúvida alguma
o empreendimento já está
sendo um dos grandes res-
ponsáveis pelo crescimento
e desenvolvimento do eixo
norte do município", concluiu
o dirigente.
Fotos: Divulgação
Ao alto, area do Parque Eco Tecnológico Damha que, quando concluído, abrigará cerca de 200 empresas de base tecnológica. Acima, projeto de um dos empreendimentos.
Daremos prioridadepara as empresascompro-metidascom asustentabilidade.JOSÉ OCTÁVIO PA S C H OA L ,PRESIDENTE DO IN S T I T U TO IN OVA ,G E S TO R DO PAR QUE.
Projeto de construção no novo parque, o terceiro instalado em São Carlos.
sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013 DIÁRIO DO COMÉRCIO 11
Os 10 mais de Tarantino
A arte de recuperar a arteErik Jacobs / The New York Times
'Russian Schoolroom', de Norman Rockwell, hoje no Museu Nacional de Ilustração, em Newport, foi listado como roubado pela Art Loss Register.
Kate Taylor e Lorne Manly, The New York Times
Pela manhã bem cedo no dia
11 de maio de 1987, que-
braram as portas de vidro
do Museu de Arte Moderna, Esto-
colmo, Suécia, tiraram um Matis-
se da parede e fugiram.Bastou ter
ousadia e uma marreta.
O paradeiro da pintura – Le Jar-din – permaneceu um mistério até
a obra ser achada no ano passado
e ter feito uma viagem de come-
moração na volta para casa, em
janeiro. A polícia, porém, não de-
sempenhou papel nenhum. O re-
torno foi facilitado pela Art Loss
Register, empresa londrina que
nas duas últimas décadas cresceu
em um setor pouco notado, mas
cada vez mais uma parte integral
da investigação de arte.
Fruto da imaginação de Julian
Radcliffe, ex-consultor de risco
com formação em Oxford que dis-
se ter espionado para a inteligên-
cia britânica, a Register ajuda a
preencher um vácuo: obras de ar-
te no valor de bilhões de dólares
são roubadas todo ano, segundo
uma estimativa do FBI, mas a po-
lícia tem poucos recursos para
priorizar sua procura.
Para Radcliffe, cuja outra em-
presa ajuda a recuperar equipa-
mentos de construção roubados,
essa foi uma oportunidade natu-
ral. Desde que abriu as portas 22
anos atrás, a Register criou um
dos maiores bancos de dados de
arte roubada do mundo, permitin-
do a recuperação de US$ 250 mi-
lhões em peças, ganhando comis-
sões de seguradoras e vítimas de
roubo. Durante o processo, a em-
presa atraiu críticas segundo as
quais suas táticas inflexíveis pres-
sionam os limites éticos e, por ve-
zes, legais. Mesmo assim, a Regis-
ter continua a contar com agentes
da manutenção da ordem pública
entre seus defensores.
"Para mim, eles são uma ferra-
menta muito importante e útil",
afirmou Mark Fishstein, policial
especializado em arte do Depar-
tamento de Polícia da Cidade de
Nova York.
A empresa de Radcliffe atua nos
recessos sombrios do mundo da
arte onde a prevalência do roubo,
falsificação e obras de procedên-
cia obscura deram origem a mui-
tas empresas as quais prometem
auxiliar os clientes a navegar por
esse mercado lucrativo, mas em
grande medida desregulamenta-
do. Para a Register, porém, apesar
do nome que parece oficial e do
papel decisivo como monitor, o lu-
cro não veio fácil e seu futuro pare-
ce cada vez mais nebuloso, amea-
çando um protagonista importan-
te na recuperação de obras de ar-
te roubadas.
Radcliffe disse esperar que a
Register equilibrasse as finanças
neste ano, mas que perdeu dinhei-
ro nos últimos seis e que somente
não afundou graças às suas inje-
ções de dinheiro. Entre os inciden-
tes que provocaram críticas, a Re-
gister orientou de forma equivo-
cada um cliente que queria verifi-
car a procedência de uma pintura
antes de comprar, afirmando que
era legítima quando na verdade
era roubada, de tal forma que ele a
comprou e, inconscientemente,
ajudou a firma a ganhar uma co-
missão pela sua recuperação.
A companhia é conhecida por
pagar a intermediários e infor-
mantes por pistas sobre obras
roubadas, prática que incomoda
gente da manutenção da ordem
pública, alegando que isso pode
estimular roubos. E a empresa
muitas vezes se comporta como
um caçador de recompensas, co-
brando comissões de até 20% do
valor da obra pela sua devolução.
"Eles atendem a um propósito,
sendo o único banco de dados pri-
vado", disse Robert K. Wittman,
investigador particular de arte
que antes chefiou a Equipe de Cri-
mes de Arte do FBI. "O problema é
quando ultrapassam esse papel e
tentam agir como se fossem a po-
lícia", afirmou
Poucos concorrentes – Po u c o s
países, como a Itália, dão alta prio-
ridade ao roubo de arte, mas são a
exc e ç ã o.
As cidades de Nova York e Los
Angeles, entroncamentos do co-
mércio de arte, têm um detetive
dedicado aos crimes de arte. O FBI
designou 14 agentes com treina-
mento para investigar crimes no
setor, embora a maioria também
tenha outras funções. A unidade
de artes e antiguidades da Sco-
tland Yard tem três agentes.
"Não é um crime violento", dis-
se Saskia Hufnagel, pesquisadora
do Conselho de Pesquisa Austra-
liano do Centro de Excelência em
Polícia e Segurança. "Não há víti-
mas, pelo menos não as que o pú-
blico considera vítimas. Boa parte
da perda é coberta pelo seguro."
As autoridades também têm di-
ficuldades com os dados limitados
e incompletos. O banco de dados
gerenciado pela Scotland Yard lis-
ta aproximadamente 57.500 ob-
jetos roubados. O banco de dados
de peças roubadas da Interpol gira
em torno de 40 mil obras. O banco
de dados do FBI soma menos de oi-
to mil objetos em parte porque a
agência conta com a polícia local
para preencher as lacunas.
"Não é um banco de dados com-
pleto", disse Bonnie Magness-
Gardiner, responsável pelo pro-
grama de arte roubada do FBI.
"Nós recebemos o que eles deci-
dem nos enviar."
Cada banco de dados lista itens
baseados em protocolos indivi-
duais e a maioria das agências po-
licias não se comunica com as ou-
tras; assim, quem está verifican-
do se uma obra foi roubada teria
de falar com várias agências.
A Register, em contrapartida,
informa que seu banco de dados
inclui mais de 350 mil pelas rouba-
das, saqueadas ou desapareci-
das. Além de uma equipe interna
com cerca de dez pessoas, a em-
presa usa uma firma indiana para
vasculhar o mundo em busca de
correspondentes entre o banco de
dados e artigos à venda em leilões
e feiras de arte.
As vítimas de roubo pagam pa-
ra listar seus itens na Register,
que também cobra de mar-
chands, colecionadores e segura-
doras interessadas em consultar o
banco de dados para saber se uma
peça está limpa.
Para a polícia, os recursos da
Register são claramente úteis. A
polícia pode consultar gratuita-
mente o banco de dados e a em-
presa ajudou a treinar a Equipe de
Crimes de Arte do FBI.
"Se eu fosse à Art Loss Register
e perguntasse se eles têm alguma
informação sobre certa pintura,
eles me entregariam 30 docu-
mentos", disse James McAndrew,
ex-agente federal que rastreava
arte roubada. "Eles teriam tudo is-
so, e o policial em patrulha não sa-
beria nem como perguntar."
Detetives particulares e lucros –
Aos 65 anos, Radcliffe é uma figu-
ra alta, pálida e que parece uma al-
ma penada, com queda pela tea-
tralidade de capa e espada. Por
exemplo, pressionado no ano pas-
sado a divulgar mais a respeito de
um caso nos Bálcãs, ele falou: "Tal-
vez a resposta seja levá-lo por aí
um dia e apresentá-lo aos interes-
sados para ver no que dá." Depois,
ele riu sardonicamente.
Certamente seus esforços e os
de outros levaram a um bom nú-
mero de recuperações bem-suce-
didas da Register, incluindo o re-
gresso de um valioso Cézanne,
uma das sete obras roubadas de
uma casa em Stockbridge, Massa-
chusetts, em 1978.
A pintura foi encontrada mais
de 20 anos mais tarde depois que
o Lloyd's de Londres entrou em
contato com a Register com a per-
gunta: uma empresa panamenha
tentava fazer o seguro de um qua-
dro de Cézanne para transporte.
Era roubado?
O banco de dados informou que
sim, então Radcliffe abordou o
proprietário, Michael Bakwin. Sua
obra fora localizada. Ele estava
disposto a pagar uma comissão
pela recuperação? Bakwin acei-
tou, e Radcliffe negociou um acor-
do com a firma panamenha.
Bakwin recebeu seu Cézanne em
1999. Ele vendeu a obra, "Jarro e
Frutas", poucos meses depois na
Sotheby's por US$ 29,3 milhões. A
Register embolsou uma comissão
de US$ 1,6 milhão.
Anos depois, quando algumas
das outras obras apareceram, o
vendedor foi desmascarado co-
mo Robert M. Mardirosian, advo-
gado aposentado de Massachu-
setts, que chegou a representar
o ladrão e ficou com a posse das
pinturas quando ele foi morto em
1979. A seguir, de acordo com os
registros do tribunal, ele criou a
empresa panamenha de facha-
da. Em 2008, Mardirosian foi con-
denado por posse de proprieda-
de roubada e forçado a devolver
os quadros.
Radcliffe admite que para exe-
cutar tal feito recorreu a um artifí-
cio. Quando as pinturas adicionais
apareceram e a Sotheby's lhe per-
guntou se eram roubadas, ele
mentiu, dizendo que não. Assim,
elas puderam ser despachadas
para a Sotheby's de Londres, onde
foram confiscadas.
Radcliffe afirmou só ter menti-
do duas vezes sobre pinturas se-
rem roubadas ou não, e não pede
desculpas, comparando à tática
da polícia confundir um suspeito
durante a investigação. "Quando
se está envolvido nesse tipo de
coisa, você não diz para o outro
que está mentindo."
“Sua voz é doce, encorpada; o
timbre, grave, agradável; a
afinação, acurada; as divisões rít-
micas, cuidadosas; a pronúncia,
impecável; a instrumentação,
concisa.” Com essas palavras eu
iniciei meu comentário sobre o
disco Chanson Française 2, de Fá-
bio Jorge, a quem à época enalte-
ci como o chansonnier do século
21.
Ao lançar agora Edith (indepen-
dente, com produção de Bruno
Pompeu), Fábio está melhor, já
que a tudo ele adicionou o seu
amor delirante por Edith Piaf.
Louco amor que permite desva-
rios; amor ensandecido que tris-
ca a extravagância sem, no
entanto, se importar que as-
sim pareça. Salve o intérprete
que ousa aloucar em nome de
uma paixão. Amor barroco, roco-
có... Amor eterno. Amor sem eira
nem beira, desacorçoado amor.
Fábio Jorge ama Edith.
Ao vê-lo refletir sua música à
sua imagem e semelhança, Edith
Piaf também amaria Jorge. Ven-
do-o derrubar barreiras em busca
de declarar-lhe seu amor, Edith
ofereceria ao chansonnier seus
versos de L’hymne à L’amour: Peu
m’importe les problemes/ Mon
amour, puisque tu m’aimes.
Ao que ele gritaria: "Que me
importa a vida tediosa, posto que
há o seu amor? Pouco importa a
solidão, esse amor avassalador
me preenche e gratifica".
Os arranjos de ba-
se, criados pelo pia-
nista Alexandre
Vianna, somados
aos arranjos para
cordas, escritos por
Daniel Bondaczuk
(ele coproduziu o
trabalho), reprodu-
zem, fielmente, a declaração de
amor musical pretendida por Fá-
b i o.
Pode-se até dizer que, aqui e
ali, há algum exagero na dramati-
cidade quase teatral no uso das
cordas e do coro – louco amor,
não há excesso onde palpita uma
candente paixão. Pode-se até
achar meio over a
grandiloquência ex-
pressa na voz de Fá-
bio Jorge – ah, o
amor! Não cabe co-
medimento ao pro-
clamá-lo. Derrama-
do em prantos ou
em risos nervosos, o
que importa é narrá-lo, fazer com
que a musa inspiradora derreta-
se por ele, e, se possível, que o re-
tribua com igual intensidade.
L'accordéoniste (Michel Emer) é
uma das belas canções do CD. Lá
está, como se à beira do rio Sena,
o acordeom de Toninho Ferragut-
ti, e também o baixo acústico de
Decko Telles e o piano vigoroso
de Alexandre Vianna. Grande ar-
ranjo. Fábio arrasa na calorosa in-
terpretação dos versos.
Também de Michel Emer, ÀQuoi Ça Sert L’amour, um animado
cancã, é destaque pela presença
de Claudette Soares. Seu duo
com Fábio é pleno de graça. O cla-
rinete de Ubaldo Versolato dá ain-
da mais charme à música.
La Vie en Rose (Louiguy e Edith
Piaf) tem o flugelhorn como pro-
tagonista do arranjo. Fábio canta
como se olhasse nos olhos de
Piaf. Acho que, ao final, ela pisca o
olho para ele... Louco amor.
Mesmo uma declaração de
amor, alegre ou triste, tem de ter
um ponto final. Para tal, Fábio sa-
biamente escolheu L’hymne àL’amour (Marguerite Monnot e
Edith Piaf), ode ao amor louco
varrido que, buscando o sonho
impossível, encontra a realidade
e, reverente, atira-se a seus pés.
Salve o cantor popular que se
rende ao delírio de fazer do seu
amor um canto maior.
Aquiles Rique Reis,músico e vocalista do MPB4.
Louco, louco amor.Aquiles Rique Reis
Judy Goffman Cutler, co-fundadora do Museu Nacional de Ilustração.
O cineasta Quentin Tarantino divulgou sua lista de melhores filmes de 2013, com independentes pouco vistose longas detonados pela crítica, como O Cavaleiro Solitário, da Disney. Entres os indies, Frances Ha, financiado
pela RT Features, do paulista Rodrigo Teixeira. Convira o ranking (em ordem alfabética): Afternoon Delight, de Jill Soloway; Antes da Meia-Noite, deRichard Linklater; Blue Jasmine, de Woody Allen; Drinking Buddies, de Joe Swanberg; É o Fim, de Seth Rogen e Evan Goldberg; Frances Ha, de NoahBaumbach; Gravidade, de Alfonso Cuarón; Invocação do Mal, de James Wan; Kick Ass 2, de Jeff Wadlow; O Cavaleiro Solitário, de Gore Verbinski.
CD
12 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013
Rolandoos dadosMilhares de dados
usados como pe-
ças de mosaico
compõem as es-
culturas de Antho-
ny Cragg.
http://goo.gl/fr xSM6
.R..EDES SOCIAIS
5% das contas doTwitter são falsasO Twitter estimou que
cerca de 5% de seus
215 milhões de perfis
são falsos (robôs ou
contas criadas por um
usuário para aumentar
seu número de segui-
d o re s ) .
.I..NTERNET
Museu do Futebol terá acervo onlineO Museu do Futebol, em
São Paulo, inaugurou na
sexta-feira em suas ins-
talações o Centro de Re-
ferência do futebol brasi-
leiro, um espaço que reu-
nirá as centenas de livros
e revistas que fazem par-
te de seu acervo sobre o
esporte. A proposta é de
que esse acervo esteja
disponível em um banco
de dados interativo onli-
ne. O banco de dados terá
fotos, vídeos e histórias
do esporte, além de infor-
mações sobre clubes pro-
fissionais e amadores, e
poderá ser ampliado com
sugestões dos próprios
usuários. Na página do
Museu na internet haverá
uma seleção de 1,7 mil li-
vros que trazem informa-
ções sibre o esporte em
todas as regiões do Brasil
e de alguns outros paí-
ses. A criação do banco
de dados, que em breve
poderá ser acessada in-
tegralmente pelo site,
exigiu três anos de pes-
quisas.
w w w. m u s e u d o f u t e b o l . o r g . b r
.C..R I AT I V I D A D E
Esculturas de chicleteO artista francês Jeremy Laffon se
inspira na arquitetura para criar
suas esculturas. Ele elegeu como
matéria-prima chicletes em tiras.
http://goo.gl/mGtzLh
.R..ECICLAGEM
Ilha ecológicaA empresa de arquite tura uniu um engenheiro civil e um
arquiteto naval para criar o protótipo de uma ilha artificial
feita de lixo marítimo reciclado. A ideia: limpar os mares e
criar novos espaços de diversão.
http://whim.nl/
.T..RANSPOR TE
Mais 20,5 km deônibus à direita
Mais 20,5 km de faixas
exclusivas para ôni-
bus à direita entram
em operação hoje. Com isso, o
total chega a 224,6 km, supe-
rando a meta de 220 km. As
multas nos novos trechos co-
meçarão a ser aplicadas em
duas semanas. A infração,
considerada leve pelo Código
de Trânsito Brasileiro (CTB), é
de R$ 53,20 e rende três pon-
tos na carteira.
Das vias contempladas com
o dispositivo estarão 2,4 km
de avenidas do entorno do Par-
que do Ibirapuera, na zona sul.
Na Pedro Álvares Cabral, a fai-
xa funcionará nos dois senti-
dos entre a Rua Manuel da Nó-
brega e o acesso à Avenida Ibi-
rapuera. A medida valerá das
6h às 22h, de segunda a sexta-
feira, assim como na Avenida
Professor Ascendino Reis, no
sentido centro, entre a Rua Es-
tado de Israel e a Pedro Álvares
Cabral. Na Avenida Ibirapue-
ra, a restrição vigorará no sen-
tido bairro, no mesmo perío-
do, entre a Pedro Álvares Ca-
bral e o Largo Mestre de Aviz.
Na zona norte, a Av. Nova
Cantareira ganhará 1,6 km de
faixa exclusiva para ônibus
entre a Água Fria e a Rua Maria
Amália Lopes de Azevedo. No
sentido Tucuruvi, o mecanis-
mo funcionará das 6h às 9h.
No sentido oposto, das 17h às
20h (segunda a sexta-feira).
Também na zona norte, a Av.
Itaberaba passará a ter 200
metros de faixa restrita para
ônibus, de segunda a sexta-
feira, das 6h às 9h, entre as
avenidas Inajar de Souza e Pa-
rada Pinto, no sentido centro.
Já na zona leste, a Av. São Mi-
guel receberá 1,4 km de faixa
só para ônibus entre a Praça
do Forró e a Av. Doutor Custó-
dio de Lima, no sentido centro.
No sentido oposto, será entre
as ruas Taiuvinha e João José
Rodrigues. A medida valerá
das 6h às 20h, de segunda a
sexta-feira. Na mesma região,
mais 3,5 km de faixas à direita
para os ônibus serão imple-
mentadas em avenidas como
Boturussu e Paranaguá.
J.Duran Machfee/Futura Press
SOLITÁRIO – Um elefante inflável foi colocado na calçada da Avenida Paulista, ao lado do
MASP, ontem, pela ONG internacional Elephantvoices.org, com sede na Noruega, em protesto
contra a matança de elefantes na África (proibida desde 1989) e o comércio de marfim no mundo.
s
Missa para os bichos em SPCachorrinhos, gatinhos e
passarinhos estiveram ao
lado de seus donos em
missas celebradas na úl-
tima sexta-feira, Dia de
São Francisco de Assis. A
foto mostra um fiel West
Highland White Terrier,
conhecido no Brasil como
o cachorrinho do IG, no in-
Paris versusNova York
O artista gráfico Vah-
ram Muratyan é autor
de um livro de imagens
sobre Paris e Nova
York. A maior parte das
imagens está em seu
blog. Para conhecê-las
ou adquirir o livro, visi-
te o site.
w w w. v a h r a m m u r a t y a n . c o m
Amor parisiensee amor nova-iorquino
Bordeaux em Paris,Cosmopolitan em NY
terior da Paróquia de São
Francisco de Assis na rua
Borges Lagoa, na Vila Cle-
mentino, na Capital pau-
lista. O frei José Francisco
deu a benção aos ani-
mais. Na festa dos bichos,
foram servidos muitos do-
ces e salgados para os hu-
manos.
Blog AnimaisOk
sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013 15
CAIXA 1O seu consultor financeiro
Crianças: educação financeira épresente para a vida inteira.
A data de consumo pode ser umaoportunidade para ensinar aos filhos a
importância de poupar. Livros e cofrinhos sãoaliados nesse processo, que deve ser
conduzido de forma lúdica e divertida.
Rejane Tamoto
Moedinhas, notas e muitos sonhos.Divulgação
Maria Eduarda e seus dois cofrinhos:hábito começou há 4 anos.
Maria Eduarda, de 8 anos,
ainda não decidiu o que
quer ganhar no Dia das Crian-
ças, mas tem uma certeza: se
encher seus dois cofrinhos po-
derá comprar as bonecas que
gosta. Todos os dias ela espera
moedas dos pais, o troco das
pequenas despesas, para
poupar. "Já comprei patinete e
uma casa de boneca. Fiquei
muito feliz", conta.
A prática começou bem ce-
do, quando Maria Eduarda ti-
nha apenas quatro anos de
idade. Com o tempo, apren-
deu a esperar para guardar
mais dinheiro e comprar brin-
quedos de maior valor. "Ela
prefere encher o cofrinho para
comprar algo melhor", conta a
mãe, a economiária Maristela
Zanetti, de 44 anos.
Quando o cofrinho enche,
Maristela o abre na loja, junto
com a filha, para comprar algo
que a menina deseja. "Muitas
vezes o valor do item que ela
quer é maior do que o montan-
te que ela guardou, mas eu
completo. O importante é que
ela aprendeu a poupar e espe-
rar. Não faço isso para que ela
seja rica no futuro, mas para
que aprenda a lidar com di-
nheiro. Não quero que ela te-
nha problemas financeiros
quando crescer", diz a mãe.
Com essa preocupação, a
estratégia de Maristela foi pre-
sentear a filha com um cofri-
nho temático. "Percebi que ela
adorava as Princesas e com-
prei um com este tema. Hoje
ela tem dois, um para moedas
e outro para notas, onde guar-
da a mesada de R$ 10", diz.
A mãe conta que um com-
plemento para ensinar à filha
noções sobre a importância de
guardar dinheiro para realizar
sonhos foi a utilização de livros
de estórias infantis que abor-
dam o tema. Além disso, Maria
Eduarda também tem aulas
de educação financeira na es-
cola que frequenta, em Brasí-
lia. "Os livros ajudaram muito.
Mas acho que o que mais pe-
sou é que já valorizávamos a
educação financeira. O hábito
de economizar para ter as coi-
sas já era algo da nossa famí-
lia", completa Maristela. (RT)
ODia das Crianças
está chegando e o
clima de empolga-
ção por presentes
pode ser uma oportunidade
para os pais ensinarem aos fi-
lhos noções de boas práticas
financeiras. Claro que isso não
significa dizer às crianças que
o preço do presente é alto, e
nem de iniciar um discurso
cheio de palavras difíceis, co-
mo juros e orçamento. Espe-
cialistas em educação finan-
ceira sugerem que, além do
tradicional presente, os pais
aproveitem a data para dar co-
frinhos e livros de literatura in-
fantil que abordem finanças.
Juntos, os mimos extras po-
dem despertar na criança o
desejo de poupar para realizar
seus outros tantos sonhos de
consumo. "A melhor oportuni-
dade de fazer isso é no Dia das
Crianças porque o assunto
surgirá naturalmente. Não
adianta dar livros e cofrinhos
isoladamente. O ideal é entre-
gá-los junto com o presente.
Os pais podem dizer à criança
que o livro e o cofrinho serão
úteis para que ela consiga no-
vos presentes no futuro", diz
Reinaldo Domingos, educador
financeiro e presidente da
DSOP Educação Financeira e
Editora DSOP.
No entanto, é preciso caute-
la para tratar desse assunto
com os pequenos. "Cuidado
para não dar só livro e cofri-
nho. Criança quer presente",
lembra Domingos. Afinal, é
preciso conduzir o tema da im-
portância de poupar de forma
lúdica. É necessário ser sutil
para não defender a avareza e
explicar que o ato de poupar é
um caminho para a realização
de desejos. "Desde cedo é pre-
ciso poupar com objetivos de-
finidos. Por isso, defendo que
as crianças tenham três cofri-
nhos: um pequeno para objeti-
vos de curto prazo, um maior
para os de médio prazo e um
grande para os de longo pra-
zo", ressalta o educador.
Dinheiro é um assunto para
ser tratado de forma oportuna
e leve, aproveitando as ativi-
dades, assuntos e momentos
da criança. "O ideal é falar so-
bre dinheiro na hora em que a
criança está interessada nele.
E a data comemorativa é um
grande gancho", lembra Álva-
ro Modernell especialista e só-
cio-fundador da Mais Ativos
Educação Financeira.
Segundo ele, dinheiro é um
assunto chato para crianças e,
por isso mesmo, a abordagem
dos adultos deve ser natural.
"Não dá para falar para uma
criança o quanto é importante
ter a casa própria se ela só con-
segue pensar na casa de bo-
neca", disse Modernell duran-
te palestra no 1º Congresso
Nacional de Educação Finan-
ceira nas Escolas (Conefe), no
mês passado.
O melhor momento, a lin-
guagem adequada e o respei-
to aos interesses das crianças
são as dicas do especialista
para iniciar uma boa conver-
sa. Uma sugestão de Moder-
nell, que também é autor de li-
vros infantis, é a utilização da
literatura para abordar as no-
ções de finanças. Para as
crianças que não sabem ler,
mas que já têm desejos, os
pais podem contar estórias.
"Há muita literatura que pode
ser aproveitada para entrar no
assunto e muitos desses livros
não são novos. Exemplos es-
tão nas Fábulas de Esopo. A Ci-garra e a Formiga ensina a pou-
par e A Galinha dos Ovos de Ou-ro mostra que é importante
evitar a ganância", diz.
Modernell lembra que há
uma infinidade de livros infan-
tis. "Embora seja autor de mui-
tos deles, apoio a diversidade
literária. Exemplos de clássi-
cos para crianças que já leem
são obras de Ruth Rocha e Co-
ra Coralina", diz.
O livro Como se Fosse Dinhei-ro (Editora Salamandra), da
autora Ruth Rocha, conta as
aventuras do menino Cata-
pimba e de como ele aprende
a diferença entre o troco em
moeda e em bala.
Já a obra A menina, o cofrinhoe a vovó(Editora Global), da es-
critora Cora Coralina, conta a
história de uma avó que preci-
sa comprar uma geladeira pa-
ra produzir doces e vendê-los.
Na estória, a neta oferece o di-
nheiro de seu cofrinho para
ajudar a avó.
Outro livro recomendado
por Modernell é o O homemmais rico da cidade (Mais Ati-
vos), de Jonas Ribeiro, que
conta a história de dois ho-
mens que entram em uma dis-
puta para saber quem é o mais
rico. O livro mostra que exis-
tem riquezas mais importan-
tes do que as materiais.
Para Domingos, autor dos li-
vros das séries O Menino e o Di-nheiro (DSOP), e O Menino doDinheiro (DSOP), mais impor-
tante do que comprar livros, é
lê-los para os filhos. "Por isso,
junto com minhas obras vem o
suplemento do pai, que dá di-
cas para tornar a experiência
mais enriquecedora. Sugiro
que os pais, durante a leitura,
estabeleçam relações entre
os lugares da estória com a rua
onde moram e que comentem
suas semelhanças e diferen-
ças", diz.
O importante é que na leitu-
ra de um livro, ou na hora de
encher cofres, os pais procu-
rem interagir com os filhos. "É
essencial que essas ferramen-
tas não sejam utilizadas isola-
damente", conclui Domingos.
André Massaro, educador fi-
nanceiro e consultor, lembra
que os pais são exemplos para
os filhos. "Não adianta ensinar
a poupar e depois gastar de-
senfreadamente", completa.
Ele explica que a educação fi-
nanceira para crianças é uma
área recente de estudos e, por
isso, é feita de experimentos.
"Seja qual for o método, não
vai fazer mal. O importante é
que as experiências para ensi-
nar finanças aos filhos os le-
vem a não associar o dinheiro
a coisas chatas. Vale a pena
comprar brinquedos com um
viés educacional, para ensi-
nar a criança a lidar com os re-
cursos de forma econômica e
divertida", afirma.
sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013 DIÁRIO DO COMÉRCIO 17
Shoppings festejam com os pequenosImportante data no calendário dos lojistas, o Dia da Criança estimula shoppings a criar atrações.
Paula Cunha
Lojistas de shopping
centers estão extre-
mamente otimistas
com o Dia da Criança,
que se comemora no próximo
sábado. A data deverá elevar
12% em média as vendas em
relação ao ano passado em to-
do o Brasil, na expectativa da
Associação Brasileira de Lojis-
tas de Shopping (Alshop). Nes-
te ano, a entidade acredita na
ajuda até da valorização do
dólar, que poderá contribuir
para que mercadorias de fa-
bricação nacional, com preços
mais competitivos, ganhem a
preferência dos consumido-
re s .
Representantes da Alshop
informam que, em razão da
boa expectativa, os lojistas
contrataram mão de obra
temporária, aumentando, em
média, 15% do quadro de fun-
cionários.
Na capital paulista, empre-
endimentos de diversas re-
giões criaram promoções. O
shopping Pátio Paulista, por
exemplo, localizado no bairro
do Paraíso, está apostando no
interesse das crianças por tec-
nologia e criou um espaço in-
terativo, chamado "Desafio
de gênio", composto por qua-
tro estações equipadas com
um iPad cada, para os peque-
nos de 6 a 12 anos. No apare-
lho, há um jogo de memória
que apresenta sequências de
cores e sons em sessões que
duram 20 minutos e que de-
vem ser memorizados pelos
j o g a d o re s .
A promoção se estenderá
até o dia 13 e a cada tarde será
anunciado o vencedor do jo-
guinho daquele dia, que leva-
rá como prêmio um vale-com-
pra no valor de R$ 100 para ser
trocado na loja de brinquedos
Laura. No final do evento, o jo-
gador com o maior número de
pontos obtidos em todas as
competições ganhará um va-
le-presente de R$ 300. Anco-
rado nessa e em outras pro-
moções, a expectativa do Pá-
tio Paulista é de elevar em 8%
as vendas em relação ao mes-
mo período de 2012.
Também otimista, o Vila
Olímpia, na zona Sul da capi-
tal, espera aumento de 11%
nas vendas, em comparação
com as do ano passado. O
shopping investiu R$ 200 mil
em ações para divulgar a data,
que incluem a exposição "O
Mundo dos Dinossauros", com
nove réplicas em tamanho na-
tural dos animais. A exposição
está aberta de segunda a sá-
bado, das 10h às 22h, e aos do-
mingos e fe-
riados, das
14h às 20h. A
direção do Vi-
la Olímpia não
divulga a ex-
pectativa de
fluxo de públi-
co durante o
período da
p ro m o ç ã o.
A superin-
tendente do
Pa r k S h o p p i n g
São Caetano,
Beatriz Alves,
também par-
tilha este oti-
mismo. Se-
gundo ela, o
espaço locali-
zado no muni-
cípio do ABC
paulista de-
verá receber
11% mais visi-
tantes do que
no período do
Dia da Criança do ano passa-
do, com o que haverá um au-
mento de 10% nas vendas.
Uma verba de R$ 230 mil foi
destinada para promover as
atrações criadas em redes so-
ciais e em painéis distribuídos
nas regiões de Santo André e
Bernardo do Campo. Inspira-
das pelo filme “Av i õ e s ”, da Dis-
ney, cabines com jogos de me-
mória e espaços interativos
com atividades como pinturas
e desenhos serão oferecidas a
crianças de 3 a 12 anos na pra-
ça de eventos até 13 de outu-
bro em diversos horários.
Apoio do teatro – Va l o r i z a n -
do atividades mais lúdicas, o
Central Plaza Shopping ofere-
cerá até o dia 13 deste mês
uma Oficina de Dedoches e
um Teatro de Fantoches, com
sessões gratuitas realizadas a
cada 30 minutos em um espa-
Tecnologia e tradiçãoconvivem em harmonia
Para atender as crianças
mais sintonizadas com
a evolução tecnológica,
a PBKids Brinquedos aposta
para este Dia das Crianças
em tablets que estão
expostos em displays
especiais. A rede, composta
de 189 unidades em todo o
País, espera que a data
provoque um aumento de
vendas de 12% frente ao ano
passado. Para alcançar esse
objetivo, também oferece as
linhas de brinquedos
relacionadas aos
personagens de desenhos e
séries mais famosos do
momento como Monster
High, Galinha Pintadinha e
Furby, entre outros, dentro da
campanha batizada "Solte a
sua imaginação".
A rede, que pertence à Ri
Happy desde o ano passado,
é a segunda maior varejista
de brinquedos o País e tem
nas classes B e C a principal
clientela. Segundo o diretor
de marketing do
empreendimento, Mário
Honorato, as classes
emergentes, graças ao
aumento do poder aquisitivo
nos últimos anos, incluíram a
aquisição de brinquedos,
games e tablets no
orçamento familiar. Por isso,
além dos games e tablets, o
empreendimento também
oferece os jogos tradicionais
como Lego e as bonecas
para as meninas, com
destaque para a linha de
princesas Disney.
Segundo Honorato, a
PBKids acompanhou a
evolução das crianças e
ampliou o leque de itens
oferecidos, com destaque
para os com maior apelo
tecnológico. Na opinião dele,
as adolescentes não
brincam mais de bonecas,
mas a variedade de
brinquedos também cresceu
e acompanhou o maior
número de crianças com
acesso a ela e atende as
preferências de todas as
faixas etárias.
Neste ano, a rede criou
uma promoção, que vai até
sábado, durante a qual a
cada R$ 100 em compras que
incluem brinquedos
relacionados aos
personagens Ben 10, Hora de
Aventura ou Meninas
Superpoderosas, os clientes
concorrem a dois automóveis
Ford Fiesta 0 Km, que têm
valor de R$ 33 mil. Eles serão
entregues aos sorteados
com um estoque de
brinquedos no valor de R$ 2
mil. A campanha para
divulgar a iniciativa teve
custo de R$ 1 milhão e será
veiculada na TV e através de
encartes. (PC)
Tina Cezaretti/Hype
Atraçõesoferecidas nosshoppings sãovariadas, comjogoseletrônicos,exposições debonecosgigantes deanimais ebrincadeirastradicionais.
ço especial-
mente criado
para eles. No
teatro, atores
i n t e r p re t a r ã o
personagens
clássicos de
histórias como Branca de Ne-
ve e os Sete Anões, Os Três Por-
quinhos e Chapeuzinho Ver-
melho, entre outras. Repre-
sentantes do espaço têm ex-
pectativa de aumento de
vendas e de público da ordem
de 7%. Segundo eles, os inves-
timentos em promoção soma-
ram R$ 120 mil.
Também no Shopping Ibira-
puera, o teatro é uma das atra-
ções oferecidas para conquis-
tar as crianças. A Mostra de
Teatro, que estreou no sábado
e se prolongará até o dia 3 de
novembro, segundo o estima-
do, fará aumentar em 4% o flu-
xo de visitantes. Ricardo Por-
tela, gerente de marketing, in-
forma que o Dia da Criança
neste ano estimulará um au-
mento de 8% nas vendas ante
o mesmo período do ano pas-
sado. “O público infantil tem
ampliado o seu poder no mo-
mento da compra. Eles sabem
o que querem e isso influencia
muito na decisão dos pais",
afirma Portela.
O Anália Franco, localizado
na zona Leste da capital, deci-
diu se inspirar em um sucesso
do cinema de animação. A Pra-
ça de Eventos será decorada
com os personagens do filme
"Tá Chovendo Hamburguer 2".
Para crianças de 4 a 12 anos foi
criado um circuito de aventura
com atividades com duração
aproximada de 20 minutos.
Nele, há um jogo onde o obje-
tivo é desligar uma máquina
que controla criaturas que
tentam engordar o mundo. O
empreendimento não divul-
gou previsões de público e de
vendas.
Divulgação
Divulgação
sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013 DIÁRIO DO COMÉRCIO 19
Estou disposto a apostar que há votos suficientes para garantir que os EUA não vão acabar se tornando caloteiros.Barack Obama, presidente dos EUA
LONGE DOS FALSIFICADORES – O Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos,divulgou ontem imagem da nova nota de US$ 100, que entra em circulação amanhã e traz novosdispositivos de segurança. O retrato de Benjamin Franklin está cercado de segredos. "Nosso trabalho étornar mais difícil a ação dos falsificadores", disse Michael Lambert, diretor do Fed. (EFE)
Impasse eleva risco de calote nos EUALíder republicano endurece o tom e ameaça não votar um aumento para o teto da dívida dos Estados Unidos. Prazo termina dia 17 deste mês.
Opresidente da Câ-
mara dos Deputa-
dos dos Estados
Unidos, John Boeh-
ner, afirmou ontem que não
iria elevar o teto da dívida nor-
te-americana sem uma "con-
versa séria" sobre o que está
levando à dívida, enquanto os
democratas, do partido do
presidente Barack Obama,
disseram que aumentar a pos-
sibilidade de um calote era ir-
responsável e imprudente.
"O crédito do país está em
risco por causa da recusa da
administração em sentar e ter
uma conversa", afirmou o re-
publicano John Boehner du-
rante o programa "This Week",
da rede ABC, acrescentando
que não há votos suficientes
na Câmara dos Deputados pa-
ra aprovar um projeto de lei
"limpo" para o limite da dívida,
sem quaisquer condições de-
finidas.
Perguntado se isso signifi-
cava que os Estados Unidos
estavam na direção de um ca-
lote, caso o presidente Barack
Obama não negociasse, o re-
publicano Boehner respon-
deu: "Este é o caminho que es-
tamos seguindo".
O prazo para votação da
ampliação do teto da dívida
dos EUA é dia 17 de outubro.
Se não for criado um novo teto
para a dívida, os EUA correm o
risco de não ter como pagar
seus credores.
Endurecidos – Os comentá-
rios parecem estar mais endu-
recidos desde a semana pas-
sada quando foi noticiado que
Boehner teria afirmado aos re-
publicanos em privado que ele
trabalharia para evitar o calo-
te, mesmo que isso significas-
se contar com votos de demo-
cratas, como ele fez em agos-
to de 2011.
Republicanos e democratas
também divergem sobre a cul-
pa por uma paralisação que
tem levado ao fechamento de
grande parte dos serviços do
governo, e de pontos turísti-
cos como a Estátua da Liber-
dade. Na segunda-feira pas-
sada, à meia-noite, venceu o
prazo para votação do novo
orçamento no Congresso.
Sem a votação, o governo fe-
deral não tem como pagar o
pessoal. A batalha sobre o fi-
nanciamento do governo fe-
deral parece que irá se juntar à
discussão sobre o teto da dívi-
da, que precisa ser elevado
até a semana que vem.
Os republicanos estão em
busca de concessões em troca
do aumento do teto da dívida
do país de US$ 16,7 trilhões.
Se o limite de empréstimo não
for aumentado, os Estados
Unidos poderiam ir a "de-
fault", o que, segundo autori-
dades e economistas, com
graves consequências para as
economias globais.
O secretário do Tesouro, Ja-
ck Lew, alertou sobre as sérias
consequências "caso o impen-
sável acontecesse, para se ter
um calote dos EUA. "É irres-
ponsável e imprudente correr
esse risco. Por isso, o Congres-
so precisa agir", disse ele.
Pressionado pela promessa
de Obama de não negociar o li-
mite da dívida, Lew disse: "O
presidente sempre esteve
procurando uma forma de ne-
gociar, de encontrar um meio-
termo razoável, com um gru-
po bipartidário de membros e
senadores para fazer a coisa
certa para a população norte-
americana. Ele aprovou um
orçamento que, na verdade,
exigiu um grande passo para
ser realizado. O presidente es-
tá aberto a negociações".
Calote – O presidente Bara-
ck Obama disse que não espe-
ra ter que tomar nenhuma me-
dida extraordinária para evi-
tar que os EUA deem um calote
em sua dívida, porque acredi-
ta que o Congresso vai aumen-
tar o teto da dívida antes do
prazo, o dia 17 de outubro.
"Não espero chegar até es-
se dia", disse Obama em en-
trevista para a agência de no-
tícias Associated Press. "O
presidente da Câmara, John
Boehner, deu pelo menos al-
guns indícios de que está dis-
posto a garantir que não ocor-
ra o calote", disse Obama. "E
estou muito disposto a apos-
tar que há votos suficientes no
Congresso agora para garan-
tir que os Estados Unidos não
vão acabar se tornando calo-
teiros", concluiu o presidente
dos EUA. (Reuters)
Michael Reynolds/EFE
O presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, John Boehner, está em queda de braço com Barack Obama.
20 -.ECONOMIA/LEGAIS DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013
sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013 DIÁRIO DO COMÉRCIO ECONOMIA/LEGAIS - 21
22 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013
Ao notarmos que uma empresa está com uma prática que contraria o Código de Defesa do Consumidor, poderemos iniciar uma fiscalização.Luciano Sousa, do Procon-SP
FIQUE POR DENTRO
Angela Crespo é jornalista especializada em consumo; e-mail:[email protected]
Br inquedosper igososfora decirculação
Neste ano, na fis-
calização do Dia
das Crianças, o
Inmetro determinou que
todos os órgãos delega-
dos (Ipems) do País per-
corressem o comércio
varejista e atacadista
para checar se brinque-
dos, mamadeiras e chu-
petas portavam o selo
de identificação da con-
formidade e se aten-
diam aos requisitos es-
tabelecidos na regula-
m e n t a ç ã o.
Em São Paulo, o balan-
ço do Ipem na Operação
Especial Dia das Crian-
ças resultou na apreen-
são de 2.719 brinquedos
em 59 das 280 lojas visi-
tadas na capital e nas ci-
dades de Lins, Ribeirão
Preto, Rio Claro, Piraci-
caba, Taubaté e Votupo-
ranga. Mamadeiras,
chupetas e bicos de ma-
madeira foram exami-
nados, mas não foram
encontrados erros.
A maioria da apreen-
são de brinquedos foi em
decorrência da falta de
selo do Inmetro, informa
a Assessoria de Impren-
sa do Ipem-SP. Eles se-
rão inutilizados e as lojas
que comercializavam os
produtos irregulares se-
rão autuadas.
Gol é condenada por cancelamentoindevido de passagens
PA R C E R I AA Secretaria Nacional do
Consumidor (Senacon) e o Conselho
Federal de Psicologia (CFP) firmaram
parceria para o Conselho auxiliar nas
investigações sobre publicidade
abusiva, com a emissão de pareceres
técnicos. O acordo estabelece um
canal de comunicação direta entre os
órgãos, prevendo outras ações na
área de defesa do consumidor. No
último ano, a Senacon já vinha
contando com o apoio técnico do CFP
na emissão de pareceres para
investigações sobre publicidade
abusiva, com conteúdo
potencialmente racista ou sexista,
entre outros.
PROIBIÇÃOO consumo de álcool em
postos de combustível da capital
paulista poderá ser proibido. É
que foi aprovado projeto de lei na
semana passada na Comissão de
Saúde, Promoção Social,
Trabalho e Mulher, da Câmara
Municipal de São Paulo. De
autoria do vereador George
Hatto (PMDB), a proposta já
passou pelas comissões de
Constituição, Justiça e Legislação
e de Assuntos Econômicos. Falta
ser avaliada pela comissão de
Finanças e Orçamento para
depois seguir para dupla votação
no plenário.
CRÉDITOBancos e outras
instituições, como
concessionárias de
veículos, poderão ser
impedidos de negar
crédito ou compartilhar
dados sobre
consumidores que já
questionaram dívidas
na Justiça. A proibição
está prevista no PL
4423/23, do ex-
deputado Professor
Victório Galli, aprovado
na semana passada
pela Comissão de
Defesa do Consumidor.
A proposta, conforme a
Agência Câmara, pune
com multa ou até com a
cassação da licença do
estabelecimento quem
desobedecer a regra.
Segundo o relator na
comissão, deputado
Paulo Freire (PR-SP), a
ideia é evitar a negativa
de crédito com base em
eventuais “listas
negras” levantadas
para identificar os
clientes que, embora
não estejam
registrados em
cadastros restritivos
como SPC ou Serasa,
simplesmente
exerceram seus direitos
e pediram revisão
judicial de contratos de
financiamento ou
e m p ré s t i m o.
Estudo do Idec e da
Market Analysis mostra
que a maioria dos
brasileiros já ouviu falar
do Código Brasileiro do
Consumidor, mas
poucos recorrem a ele
quando p recisam
solucionar problemas.
De 20 entrevistados,
19 disseram saber da
existência de um código
(95%) que protege seus
direitos como
consumidor e 63%
afirmam consultá-lo e
45% afirmaram “não ter
conhecimentos
suficientes”. A pesquisa
pode ser acessada no
site da entidade.
Aempresa aérea terá de pagar indeniza-
ção por danos morais e materiais a dois
consumidores, conforme decisão da 5ª
Turma Recursal do Fórum Dolor Barreira.
No ano passado, os dois clientes adquiriram,
por meio de código promocional na internet,
passagens (ida e volta) de Fortaleza para São
Luís, no valor de R$ 389,00. Eles fizeram o pri-
meiro trecho da viagem, mas no momento do
check-in da conexão foram informados de que
os nomes não constavam na lista de passagei-
ros do voo de volta para a Capital cearense.
Foram obrigados a adquirir outros bilhetes,
por R$ 595,77 cada. Ao solicitarem o reembol-
so das quantias, a Gol respondeu que a devolu-
ção seria de R$ 185,00, re-
ferente à passagem pro-
mocional sem as taxas de
embarque. Entraram, en-
tão, com ação na Justiça
pedindo indenização por
danos morais e materiais.
Na contestação, a empre-
sa disse que o código pro-
mocional era destinado a
um grupo específico, mas
vazou na internet e terceiros teriam se aprovei-
tado e comprado bilhetes.
Decisão do 9º Juizado Especial Cível e Crimi-
nal de Fortaleza, reconhecendo a falha na pres-
tação de serviço e o transtorno sofrido pelos
consumidores, determinou pagamento de re-
paração material no valor de R$ 595,77, além
de R$ 6 mil, a título de danos morais, para cada
um dos passageiros.
Inconformada, a Gol interpôs recurso sob a
alegação de que as passagens foram obtidas
de forma fraudulenta. Mas, ao julgar o proces-
so, a 5ª Turma Recursal decidiu pela manuten-
ção da sentença. O relator destacou que “a fa-
lha na prestação de serviço da companhia aé-
rea restou caracterizada no momento em que
cancelou arbitrariamente as passagens, ape-
nas ao argumento de que havia suspeita de
fraude, ainda mais porque deixou de informar
ao consumidor”.
Fonte: Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE)
As ações do Procon e doIpem não se restringem adatas como o Dia dasCrianças, festejado
nesta semana.
A fiscalização que está todo dia na ruaA
s operações espe-
ciais do Dia das
Crianças promovi-
das pela Fundação
Procon-SP e pelo Instituto de
Pesos e Medidas do Estado de
São Paulo (Ipem-SP) foram
praticamente finalizadas na
semana passada. Mas isso não
significa que os comerciantes
estão fora do alcance dos fis-
cais dos dois órgãos públicos
de proteção e defesa do con-
sumidor. Isso porque os fiscais
percorrem diariamente o co-
mércio varejista e atacadista
para checar se as normas de
proteção e defesa do consumi-
dor estão sendo cumpridas.
Além da rotina de fiscaliza-
ção, o Procon-SP acata denún-
cias dos mais diferentes públi-
cos. “Realizamos inspeções
após provocação de outros ór-
gãos públicos, como o Ipem”,
informa Luciano Sousa, assis-
tente técnico da Diretoria de
Fiscalização do Procon-SP. “Se
na ação desse órgão for verifi-
cada alguma irregularidade
que compete ao Procon coibir,
ela é oficializada e pode gerar
uma ação por parte da Direto-
ria de Fiscalização”.
São também fontes do ór-
gão público de defesa do con-
sumidor o Poder Judiciário, a
Polícia Civil, o Ministério Públi-
co, a mídia. Mas, salienta o téc-
nico, o maior volume de de-
núncias parte do próprio con-
sumidor. “A Diretoria de Fisca-
lização acompanha as
demandas registradas no
atendimento. Mesmo sendo
questões individuais, ao no-
tarmos que uma determinada
empresa está com uma práti-
ca que contraria o Código de
Defesa do Consumidor, pode-
remos iniciar uma fiscaliza-
ç ã o. ”
Os varejistas, fabricantes e
importadores podem se livrar
dos autos de infração, cujas
multas, hoje, vão de R$ 400 a
R$ 7 milhões, se cumprirem
com as determinações legais.
No caso de produtos para
crianças, o Procon verifica se a
informação sobre a faixa etá-
ria está estampada na emba-
lagem e se o manual de infor-
mação está em português. Ve-
rifica outros itens como a qua-
lidade da informação na
vitrine, se há exemplar do Có-
digo de Defesa do Consumidor
no estabelecimento, as for-
mas de pagamento aceitas
pela loja, etc. “Basicamente, é
o que está estabelecido no ar-
tigo 31 do CDC”, acrescenta
Sousa.
Ele explica que, verificada
uma infração, é lavrado o au-
to de infração, que inaugura o
processo sancionatório. De-
pendendo da situação, as pe-
nas podem chegar ao fecha-
mento do estabelecimento.
“As sanções estão elencadas
no artigo 56 do CDC.”
Durante uma operação de
fiscalização, seja em datas
especiais, como o Dia das
Crianças, ou de rotina, os fis-
cais do Procon podem detec-
tar situação específica, que
será trabalhada em detalhes
posteriormente pelo órgão
ou por uma de suas câmaras
técnicas. “Essa situação pode
culminar em uma sanção e o
importador ou o fabricante se-
rem chamados para a assina-
tura de um Termo de Ajusta-
mento de Conduta (TAC)”,
acrescenta o técnico.
Pro t e ç ã o
A maioria dos produtos des-
tinados ao público infantil é de
certificação obrigatória pelo
Inmetro, cabendo aos Ipems
dos Estados verificar se o que
está disponível à venda no
mercado cumpre a legislação
e porta o selo do Inmetro. A ra-
zão para tanto controle é o ris-
co que eles representam às
crianças. Os dados do Sistema
Inmetro de Monitoramento de
Acidentes de Consumo (Sin-
mac) mostram que os produ-
tos infantis representam 15%
do total de registros por consu-
midores e lideram o ranking de
acidentes. “Estamos atuando
de forma constante na regula-
mentação, fiscalização e
conscientização sobre o uso
de produtos destinados ao pú-
blico infantil”, assinala Alfredo
Lobo, diretor de Avaliação da
Conformidade do Inmetro.
Desde 1992, a certificação
de brinquedos é compulsória
no Brasil. A obrigatoriedade
visa a propiciar a confiança de
que o produto foi fabricado a
partir de requisitos mínimos
de segurança. “Um brinquedo
que não obedece às normas
pode conter, por exemplo, tin-
ta tóxica ou componente que
contamine o organismo da
criança”, acrescenta a Asses-
soria de Imprensa do Inmetro.
O selo do Inmetro é concedi-
do depois que o brinquedo
passa por vários ensaios reali-
zados por laboratórios acredi-
tados pelo órgão. É feita a ava-
liação de itens de segurança
como impacto e queda (pon-
tas cortantes e agudas); mor-
dida (partes pequenas que po-
dem ser levadas à boca); quí-
mico (metais nocivos à saú-
de); inflamabilidade (risco de
combustão em contato com o
fogo); e ruído (níveis acima
dos limites estabelecidos pela
legislação).
É para esses itens de segu-
rança que os lojistas devem
atentar antes de colocar um
brinquedo à venda em seu es-
tabelecimento. Caso contrá-
rio, estarão não só sujeitos a
multas (vão de R$ 100 a R$ 1,5
milhão), como à apreensão de
todos os itens irregulares, con-
forme a Lei nº 9.933/99.
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