+ All Categories

071013

Date post: 31-Mar-2016
Category:
Upload: diario-do-comercio
View: 224 times
Download: 7 times
Share this document with a friend
Description:
Será a eleição da sonhática X realizática --------- Shoppings 'brincam' no Dia das Crianças
Popular Tags:
22
São Paulo, sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de outubro de 2013 Conclusão: 23h55 www.dcomercio.com.br Jornal do empreendedor Ano 90 - Nº 23.973 R$ 1,40 Será a eleição da sonhática X realizática Para os petistas, quem mais deve se preocupar com a união Marina-Campos é o PSDB de Aécio Neves. Mas são os petistas os que mais reagem à nova realidade. Estão usando termos marineros e criando outros, como realizática, para Dilma. E voltaram ao baú de onde tiram os boatos de privatização. Campos, o alvo agora, não vai poupar nem o BNDES. Pág.5 Shoppings 'brincam' no Dia das Crianças Otimistas com a data – a Alshop calcula que as vendam cresçam 12% –, os centros comerciais tratam de criar atrações e reforçar o pessoal – contratação de temporários deve aumentar quadro em 15%. Pág. 17 PEIXE À MODA LUSA Luis Ricardo (centro) abriu o placar e Gilberto marcou duas vezes para completar a goleada no Canindé. Atlético-MG e Timão ficaram no 0 a 0. Esporte. Págs. 13 e 14 Mauro Horita/AGIF Egito festeja 40 anos da guerra contra Israel. E morrem 51. Os militares celebravam a "vitória" na guerra de 1973. A Irmandade Muçulmana apareceu para protestar. O choque, pág.7 Amr Abdallah Dalsh/Reuters Os caixões? Por um líbio raptado. Os EUA prenderam líbio caçado há 15 anos. Vingança: 15 soldados mortos. Pág.7 Sabri Elmhedwi/Efe Procon põe detetives nas ruas Fiscais percorrem lojas checando as normas. Pág. 22 Lei da Palmada: puxa-puxa. Parlamentares divididos diante do veto ao castigo. Pág.6 Presentão? Educação financeira. Ensinamentos na infância ficam para toda a vida. Pág. 15 O espião que amava Dilma A presidente 'esquece' as alianças políticas e retoma o tema da espionagem. Pág.5 Página 4
Transcript

São

Paul

o, sá

bado

, dom

ingo

e se

gund

a-fe

ira, 4

, 5 e

6 d

e ou

tubr

o de

201

3Co

nclu

são:

23h

55w

ww

.dco

mer

cio.

com

.br

Jorn

al d

o e

mp

reen

ded

or

Ano

90

- Nº 2

3.97

3R$

1,4

0

Será a eleiçãoda sonhática Xr ealizáticaPara os petistas, quem mais devese preocupar com a uniãoMarina-Campos é o PSDB deAécio Neves. Mas são os petistasos que mais reagem à novarealidade. Estão usando termosmarineros e criando outros,como realizática, para Dilma.E voltaram ao baú de onde tiramos boatos de privatização.Campos, o alvo agora, não vaipoupar nem o BNDES. Pág. 5

Shoppings'brincam' no Dia

das CriançasOtimistas com a data – a Alshopcalcula que as vendam cresçam

12% –, os centros comerciaistratam de criar atrações e

reforçar o pessoal –contratação de temporários

deve aumentarquadro em 15%. Pág. 17

PEIXEÀ MODALUSALuis Ricardo (centro)abriu o placar eGilberto marcouduas vezes paracompletar a goleadano Canindé.Atlético-MG e Timãoficaram no 0 a 0.Esporte. Págs. 13 e 14

Mauro Horita/AGIF

Egito festeja 40 anosda guerra contraIsrael. E morrem 51.Os militares celebravam a "vitória" naguerra de 1973. A Irmandade Muçulmanaapareceu para protestar. O choque, pág. 7

Amr Abdallah Dalsh/Reuters

Os caixões? Porum líbio raptado.Os EUA prenderam líbio caçado há 15 anos.Vingança: 15 soldados mortos. Pág.7

Sabri Elmhedwi/Efe

Procon põed e t e t i ve snas ruas

Fiscais percorremlojas checando as

normas. Pág. 22

Lei daPa l m a d a :

puxa-puxa.Parlamentares

divididos diante doveto ao castigo. Pág. 6

Presentão?Educaçãof i n a n c e i ra .Ensinamentos na

infância ficam paratoda a vida. Pág. 15

O espião queamava DilmaA presidente'esquece' asalianças políticas eretoma o tema daespionagem. Pág. 5

Página 4

2 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013

Em sua rápida e recen-

te viagem a Nova

York, para o discurso

de abertura da As-

sembleia Geral das Nações

Unidas, a presidente Dilma

Rousseff compareceu a um se-

minário para empresários,

promovido pe la rede Bandei-

rantes de TV, aos quais expôs

sua concepção sobre a dire-

ção da economia e sobre as di-

retrizesda política brasileira,

convidando-os a participar

dos investimentos na infraes-

trutura do País.

Dilma deixou claro aos po-

tenciais investidores que "nós

precisamos nãosomente dos

recursos, mas da gestão do se-

tor privado, que é mais eficien-

te, mais ágil e constrói com o

menor custo".

Presidente fez também

declarações de funda-

mental interesse aos

empresários para que possam

confiar um pouco mais na eco-

nomia brasileira. Foi muito en-

fática ao afirmar que, para ela,

o equilíbrio fiscal é condição

prioritária para que se faça o

crescimento econômico. Este

é um compromisso que adqui-

riu singular importância de-

pois das artes que foram feitas

na contabilidade fantasiosa e

que tiraram um pouco a credi-

bilidade da política fiscal.

Nós não estamos em situa-

ção ruim em matéria fiscal,

mas preocupa o nível da dívi-

da bruta, que está em 60% do

PIB; o déficit continua em

2,5%, o que em si mesmo não

significa um mau sinal.

Quando se olha, no entanto,

para a perspectiva de equilí-

brio fiscal em um prazo um

pouco mais longo e se conhe-

ce o absurdo das propostas de

despesas que estão na Câma-

ra Federal, além da dúvida so-

bre a capacidade de lidar com

o problema grave da Seguri-

dade Social, cria-se uma difi-

culdade enorme. Daí a impor-

tância das pessoas compreen-

derem, pelo menos, que o go-

verno entende as limitações

das finanças.

A presença da presidente

nos encontros com os empre-

sários deverá resultar, certa-

mente, em ampliar o interesse

de investidores do exterior

nos projetos de infraestrutura

no Brasil. O aumento do núme-

ro de competidores e o suces-

so de leilões de concessões

bem conduzidos serão funda-

LOROTAS EM NOVIORQUE

PresidenteRogério Amato

Vice-PresidentesAlfredo Cotait NetoAntonio Carlos PelaCarlos Roberto Pinto MonteiroCesário Ramalho da SilvaEdy Luiz KogutJoão Bico de SouzaJosé Maria Chapina AlcazarLincoln da Cunha Pereira FilhoLuciano Afif DomingosLuís Eduardo SchoueriLuiz Gonzaga BertelliLuiz Roberto GonçalvesMiguel Antonio de Moura GiacummoNelson Felipe KheirallahNilton MolinaRenato AbuchamRoberto Mateus OrdineRoberto Penteado de CamargoTicoulatSérgio Belleza FilhoWalter Shindi Ilhoshi

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira ([email protected]). Editor de Reportagem: José Maria dos Santos([email protected]). Editores Seniores: chicolelis ([email protected]), José Roberto Nassar([email protected]), Luciano de Carvalho Paço ([email protected]), Luiz Octavio Lima([email protected]), Marcus Lopes ([email protected]) e Marino Maradei Jr. ([email protected]).Editores: Cintia Shimokomaki ([email protected]), Heci Regina Candiani ([email protected]), Tsuli Narimatsu([email protected]) e Vilma Pavani ([email protected]. Subeditores: Rejane Aguiar e Ricardo Osman.Redatores: Adriana David, Evelyn Schulke, Jaime Matos e Sandra Manfredini. Repór teres: André de Almeida, Karina Lignelli, KetyShapazian, Lúcia Helena de Camargo, Mariana Missiaggia, Paula Cunha, Rejane Tamoto, Renato Carbonari Ibellis e Sílvia Pimentel.Editor de Fotografia: Agliberto Lima. Arte e Diagramação: José dos Santos Coelho (Editor), André Max, Evana Clicia Lisbôa Sutilo,Gerônimo Luna Junior, Hedilberto Monserrat Junior, Lino Fernandes, Paulo Zilberman e Sidnei Dourado.

E-mail para Cartas: [email protected] E-mail para Pautas: e d i t o r @ d c o m e r c i o. c o m . b rE-mail para Imagens: [email protected] E-mail para Assinantes: c i r c u l a c a o @ a c s p. c o m . b r

Publicidade Legal: 3180-3175. Fax 3180-3123 E-mail: l e g a l d c @ d c o m e r c i o. c o m . b rPublicidade Comercial: 3180-3197, 3180-3983, Fax 3180-3894

Central de Relacionamento e Assinaturas: 3180-3544, 3180-3176

REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911, São PauloPABX (011) 3180-3737 REDAÇÃO (011) 3180-3449 FAX (011) 3180-3046, (011) 3180-3983

HOME PAGE http://www.acsp.com.br E-MAIL [email protected]

CONSELHO EDITORIAL Rogério Amato, Guilherme Afif Domingos, João Carlos Maradei, Marcel SolimeoDiretor de Redação Moisés Rabinovici ([email protected])

Gerente Executiva e de Publicidade Sonia Oliveira ([email protected])Gerente de Operações Valter Pereira de Souza ([email protected])Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estadão Conteúdo, Folhapress, Efe e ReutersImpressão S.A. O Estado de S. Paulo.Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 1,60

Esta publicação é impressa em papelcertificado FSC®, garantia de manejo florestalresponsável, pela S.A. O Estado de S. Paulo.

FALE CONOSCO

Fundado em 1º de julho de 1924

Credito

A presidente fez declarações aos empresários para que confiem um pouco mais na economia brasileira.Delfim Netto

INJEÇÃO NA VEIA

DELFIM NETTO

A presença dapresidente nosencontros com osempresáriosdeverá resultar naampliação dointeresse deinvestidoresexternos nosnossos projetosde infraestrutura.

mentais para reacender a dis-

posição do setor privado de

correr riscos e realizar novos

investimentos, cujo efeito so-

bre a produtividade será ime-

diatamente antecipado.

A retomada do crescimento

depende hoje basicamente

do resultado da contratação

das obras essenciais na recu-

peração da sacrificada malha

rodoviária e no aumento da

capacidade operacional dos

aeroportos e dos serviços por-

tuários, sem o que não será

desatado o estrangulamento

logístico da nossa economia.

Além da infraestrutura de

transportes devem ser acres-

cidos os investimentos em ge-

ração e transmissão de ener-

gia, do que depende o escoa-

mento da crescente produção

da agropecuária nas novas

fronteiras do extremo oeste e

do norte, e o próprio bem estar

das populações nas regiões de

produção. É nesse contexto

que se insere o interesse de

utilizar o mercado e cooptar os

e m p re s á r i o s .

Obra de infraestrutura,

hoje, é a única forma

capaz de dar um novo

começo ao desenvolvimento.

Ela injeta aumento de produti-

vidade na veia do processo de

crescimento da economia. O

sucesso nos leilões da infraes-

trutura será decisivo para des-

pertar o "espírito animal" dos

empresários, reacender a

confiança na economia e levá-

los a investir de novo.

ANTÔNIO DELFIM NE T TO É

P RO F E S S O R E M É R I TO DA F E A - U S P,EX-M I N I S T RO DA FA Z E N DA , DA

AG R I C U LT U R A E DO PL A N E JA M E N TO

[email protected]

Depois do discurso da presidente Dilma

Rousseff na ONU, acusando os EUA de

espionar o Brasil, talvez ela devesse

tomar graves decisões quanto às relações

com "usamericanus".

Pode-se pensar que aqui se fala brincando,

mas dentro do raciocínio da presidente e dos

petralhas, ela deveria romper pra valer com

os Estados Unidos (Maduro, da Venezuela, já

falou para a ONU mudar da Big Apple. Quem

sabe para o Gabão?).

Primeira sugestão à presidente: acabar

com esta história de a burguesia nacional ter

de pegar visto para curtir a terra do Tio Sam.

Qual é? É um absurdo trocar nossas belezas

naturais, com nossa "fantástica estrutura tu-

ristica", por bobagens ianques.

Apresidente, batendo na mesa, falaria à

Nação que agora o buraco é mais embai-

xo: sem essa de torrar o sofrido dinheirinho

em Orlando, Miami e "Noviorque" (como Pau-

lo Francis chamava NY em evidente gozeira ao

nosso provincianismo).

Além de nossas "excelentes" opções de tu-

rismo interno, Dilma sugeriria à classe média

aproveitar as delícias do paraíso do planeta

Terra chamado Cuba, onde a ditadura Castro,

há décadas no poder, conseguiu a proeza de

deixar o país livre do capitalismo e espalhar a

doutrina da pobreza por toda América Latina

através do Foro de São Paulo, que dita diretri-

zes ao governo brasileiro, seu mais forte alia-

do. Nada como curtir os carros antediluvianos

que rodam em Havana…

Outra dica: incentivar os brasileiros a visi-

tarem a Venezuela, mas com um alerta

para que levem estoque reforçado de papel

higiênico, produto em falta na terra do "mor-

to/vivo" Hugo Chavez, a ponto de seu suces-

sor acusar os EUA pela tragédia que vive o país

na hora do descarrego fisiológico.

Depois do pronunciamento da presidente,

"nosso" Goebbels, João Santana, soltaria

campanha publicitária sobre inconveniên-

cias de viagens aos EUA, um país que privile-

gia a competição, a livre iniciativa e o espírito

empreendedor. Um absurdo!

Só mesmo apelando ao non sense para la-

mentar o triste papel do governo brasileiro e

sua presidente no discurso de abertura da

conferência anual da ONU, deferência que

herdamos pelo empenho de Oswaldo Aranha

na criação da entidade para debate dos pro-

blemas mundiais pós-2a. Guerra.

Pelo menos em respeito à atuação do ilustre

brasileiro pela paz, ela não deveria ter abusa-

do de privilegio tão honroso dado ao Brasil.

Mas ela preferiu o discurso que mal conseguia

ler em duplo power point, invenção "demo-

níaca" dos americanos. Na verdade, dirigia-

se ao eleitor brasileiro, em jogo de cena para

mostrar aos menos informa-

dos que é poderosa e corajosa

de peitar a maior potência

mundial, e assim dar força à

sua campanha eleitoral pela

reeleição. Aliás, não faz outra

coisa na vida, orientada pelo

ex e co-presidente ele, sem-

pre ele.

No outro dia, toda mansa, a

presidente promoveu

reunião com investidores de

países emergentes, pedindo

pelo amor de Deus que ve-

nham para o Brasil mas sem

tocar no fracasso que tem si-

do as ofertas de concessão

para obras de infraestrutura e

exploração do pré-sal (com

indícios, neste caso, de "car-

tas marcadas" com os chine-

ses.

Antes de retornar, ainda

deu uma fugidinha até o Mo-

MA para se encantar com a ar-

te exposta no museu novaior-

quino, como se fosse somen-

te dela o privilégio que turistas brasileiros

nunca deveriam deixar de usufruir. Franca-

mente…

Talvez ainda devesse, ao seu feitio, passar

um pito na classe média brasileira pela "ver-

gonha" de ver tanta gente gastar uma nota

preta em dólar com badulaques burgueses

em shoppings e parques americanos, onde

tudo é mil vezes mais barato do que no Brasil.

Triste fase vive a nação brasileira…

MÁRIO RI B E I RO É J O R N A L I S TA E PUBLICITÁRIO

MÁRIO RIBEIRO

Eric Thayer/Reuters

sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013 DIÁRIO DO COMÉRCIO 3

ZIGUE-ZAGUE P A U L I ST A NOAgliberto Lima/DC

E U A S E R I A M I N G Ê N U O S E M A P O S T A R N A F R A Q U E Z A D O I R Ã .

Sem cair na ingenuidadeVALI R. NASR

PAULO SAAB

A Rússia é vista como aliadovital de Assad, mas o Irã garante

sua sobrevivência. Aesperança de que a Turquia e os

aliados árabes do EUAformariam uma aliança queisolaria o Irã não aconteceu.

Centro da cida de está totalmente abandonado e sujo

Oacordo internacio-

nal para destruir o

arsenal de armas

químicas da Síria

colocou a diplomacia nova-

mente no centro da política

externa norte-americana. No

entanto, impor a "restrição"

americana na Síria é apenas

um prelúdio para lidar com a

maior e mais ampla restrição

do programa nuclear no Irã.

Na semana passada, a ofensi-

va sedutora do novo presiden-

te do Irã, Hassan Rouhani, com

a sua aparente apresentação

de flexibilidade, é bem auspi-

ciosa com relação a uma solu-

ção diplomática.

Entretanto, os Estados Uni-

dos seriam ingênuos em pre-

sumir que o Irã está negocian-

do a partir de uma posição de

fraqueza. Pelo contrário, o Irã

saiu da Primavera Árabe me-

lhor posicionado do que todos

os seus rivais regionais, e a

agitação na Síria, seu aliado,

paradoxalmente o fortaleceu

ainda mais. Veja as declara-

ções de Rouhani que distin-

guiu o Irã dos seus vizinhos

árabes e afirmou que o país es-

tava em posição única para al-

cançar uma solução.

Nos últimos cinco anos,

os EUA pensaram que

somente um Irã enfra-

quecido pelas sanções econô-

micas aceitaria um acordo nu-

clear. A economia do Irã está

de fato em má situação, o que

ajuda a explicar a decisão do

seu líder supremo, o Aiatolá Ali

Khamenei, apresentar Rouha-

ni, antigo negociador de ar-

mas nucleares, como seu in-

terlocutor com o Ocidente.

Também é verdade que o

Irã, isolado como o teor sectá-

rio da guerra civil na Síria, in-

dignou a população na maio-

ria de sunitas do país contra os

xiitas iranianos e seus clien-

tes: os governos da Síria, do Lí-

bano e do Iraque.

A flexibilidade diplomática

do Irã é séria; entretanto, não

deve ser confundida com a

disposição de se render.

O Irã não se vê como derro-

tado. O seu sistema político

ainda é o mais firme e resisten-

te da região. O país está feste-

jando uma recém-encontrada

estabilidade sustentada por

uma eleição presidencial sur-

preendentemente tranquila.

Não houve manifestações

nas ruas em Teerã este ano,

como as que paralisaram Tee-

rã em 2009, Cairo em 2011 e

Istambul este ano. De fato, o

governo de Rouhani, ao liber-

tar prisioneiros políticos e po-

tencialmente relaxar os con-

troles da imprensa e das mí-

dias sociais, está demonstran-

do sua confiança.

Não obstante a ira ára-

be, existe concordân-

cia na região de que o

apoio iraniano ao presidente

da Síria, Bashar Assad, foi efi-

caz. Esse consenso reforça a

reivindicação iraniana de for-

ça regional e de influência. A

Síria mostrou que o Irã é o úni-

co ator regional capaz de co-

mandar com sucesso uma

guerra em outro país – e um

com o qual ele não tem frontei-

ra. O Irã forneceu ao regime de

Assad dinheiro e armas, insta-

lou combatentes na Síria e

criou uma aliança regional

com o governo dos xiitas no

Iraque e com a sua milícia por

delegação, o Hezbollah, no Lí-

bano para ajudar Assad. O Oci-

dente pensa na Rússia como

um aliado vital de Assad, mas

é o Irã quem dá as cartas para a

sua sobrevivência.

A esperança de que a Tur-

quia e os aliados árabes do

EUA formariam uma aliança

que isolaria o Irã não aconte-

ceu. Esses aliados ficaram di-

vididos sobre o que fazer com

o Egito, e agora a Síria. A Ará-

bia Saudita, Qatar e Turquia

estão brigando sobre quem

apoiar na Síria. O apoio saudi-

ta aos generais do Egito, que

destituíram o presidente islâ-

mico eleito democraticamen-

te Mohamed Morsi em julho,

alienou a Turquia, o que

apoiou Morsi e a sua Irmanda-

de Mulçumana, atualmente

banida.

Há décadas as monarquias

do Golfo Pérsico compraram o

apoio da Irmandade Muçul-

mana. Atualmente, os gover-

nantes islâmicos e do Golfo es-

tão competindo por apoio do

mundo árabe sunita. Isso ofe-

rece ao Irã uma oportunidade

estratégica para explorar o

seu papel como um mediador

re g i o n a l .

A principal nêmese do Irã,

contudo, continua sendo os

Estados Unidos. A retirada dos

americanos do Iraque e do

Afeganistão, e o seu "pivô" es-

tratégico na direção da Ásia,

foram notícias bem recebidas

em Teerã. A permanência

americana na região afetou a

decisão da administração de

Obama de não impor as restri-

ções contra a utilização de ar-

mas químicas da Síria. Isso

criou uma abertura para o alia-

do principal do Irã, a Rússia,

desempenhar um papel críti-

co nas Nações Unidas como

um mediador diplomático.

Enquanto isso, após um

telefonema histórico

(embora breve) de Oba-

ma com Rouhani, a pressão de

Israel levou Obama a reiterar,

após se reunir com o Primeiro

Ministro de Israel, Benjamin

Netanyahu, que ele não des-

cartaria o uso da força para im-

pedir um Irã com armas nu-

cleares. Netanyahu, perante

as Nações Unidas classificou

Rouhani como "um lobo em

pele de ovelha".

Em resumo, enquanto os

Estados Unidos abordam con-

versações com o Irã sobre o

seu programa nuclear, eles

não devem presumir que o Irã

está pronto a se render. A re-

duzida credibilidade america-

na no Oriente Médio, devido à

tergiversação acerca da Síria,

é uma dinâmica igualmente

importante na equação.

Os EUA não irão para a

mesa de negociação

sem uma ameaça de

guerra plausível, enfrentando

um Irã descansando na estabi-

lidade doméstica recuperada

e se beneficiando com o seu

papel fundamental na Síria. As

negociações entre os dois, pe-

la primeira vez, não podem ser

fundamentadas em ameaçar

o Irã a se submeter, mas em

persuadi-lo a um meio-termo.

Isso exige dos EUA uma abor-

dagem que combine com a

"flexibilidade heroica" a qual o

Aiatolá Khamenei apelou.

Não espere um grande ne-

gócio com o Irã no curto prazo,

mas sim, a suspensão de san-

ções específicas em troca de

medidas concretas para desa-

celerar o programa nuclear

iraniano e a sua abertura para

o escrutínio internacional. Is-

so seria um primeiro passo im-

portante, o que pode criar

uma confiança bilateral e dar a

diplomacia o ímpeto que ela

precisa para ter sucesso.

VALI R. NASR É R E I TO R DA ESCOLA

DE ESTUDOS IN T E R N AC I O N A I S

AVA N Ç A D O S JOHNS HOPKINS E

COLABORADORDO NYT. THE NEW

YORK TIMES NEWS

SE RV I C E /SY N D I C AT E .

Apopulação da classe

média paulistana,

esquecida pelos

governantes que optaram

pelas camadas mais pobres

da população em suas

prioridades e demagogias

oficiais, é a que mais tem

perdido em termos de

segurança, conforto,

qualidade de vida mesmo, e

para ficar no termo da moda,

sustentabilidade na nossa

grande metrópole. Ninguém

tem coragem de falar nisso.

Virou tabu.

Os políticos não falam por

medo de perder voto dos

populares. A média não

reclama de forma ostensiva

por falta de lideranças

capazes de, com

credibilidade, mobilizar e

protestar. E os movimentos

de rua foram engolidos pela

violência, provocada

justamente para afastar das

ruas as pessoas de bem em

seu protesto legítimo – e

agora calado.

Aclasse média da cidade,

prejudicada na

formulação de políticas de

governo, paga o preço da

inconstância, das

alternâncias, do zigue-zague

dos governantes da cidade.

O prefeito, atualmente, é o

“poste” Fernando Haddad,

do PT. Antes dele, foi Gilberto

Kassab, do DEM e depois

PSD. Anteriormente foi José

Serra, do PSDB. Antes deste,

Marta Suplicy, do PT. Antes

ainda tivemos Pitta e Paulo

Maluf, do PP.

Se formos voltando em

nossa história ,

verificaremos que a cada

quatro ou oito anos a cidade

muda radicalmente de rumo.

Deixa de lado prioridades

anteriores e assume novas.

Cada vez mais populistas,

estagnadas de modo a

refrear o andamento de

qualquer programa que

possa dar certo.

Exemplo recente: o

“Cidade Limpa”implantado

por Kassab e que lhe rendeu

a reeleição (antes era vice de

Serra), aplaudido até pelo

mundo civilizado, está sendo

abandonado, de modo que,

na atual gestão petista,

deixou de ter prioridade e a

cidade volta ser porca,

imunda, cheia de

propaganda ilegal.

A cidade de São Paulo está

de novo esburacada. Além

de ser quase um canteiro de

obras do Metrô, o que

complica ainda mais o

espremido transito, ainda

não tem limpeza, e viu

milhares de viciados em

crack e despossuídos,

tomarem os baixos dos

viadutos, as calçadas e as

vias públicas.

Na campanha, os

candidatos prometem tudo.

Depois não cumprem nada.

Haddad fez demagogia,

pressionado pelos

movimentos de rua, e voltou

atrás no preço da tarifa dos

ônibus. Vai manter o preço

em 2014, mas, em

compensação, imporá um

brutal aumento do IPTU, um

imposto que alcança em

cheio a classe média. Tudo

para sustentar a passagem

do ônibus.

Ônibus virou prioridade

na gestão da Tatolândia,

em detrimento dos

automóveis. Beneficia, em

tese, quem anda de coletivo,

e prejudica de forma

monumental o trânsito dos

carros particulares, que

pagam IPVA, Inspeção

Veicular, multas, e só são

maioria porque o serviço de

transporte público é

deficiente, deprimente

m e s m o.

Perguntem a qualquer

usuário de ônibus sobre

seu sonho de consumo. Se

não for a casa própria, é o

veículo particular. Tivessem

os governantes políticas

constantes,

suprapartidárias, e com

transporte público decente,

minimamente decente, eu

seria o primeiro a deixar o

carro na garagem.

Agora Haddad, além de

espremer os carros, criar

faixas de ônibus, onde

passam poucos coletivos,

ainda vai recriar o cabide de

empregos da CMTC. Vem aí o

ano eleitoral.

É preciso ter onde abrigar

os companheiros que farão

campanha para o PT e

aliado$.

Oprefeito foi de ônibus do

Paraíso, onde mora, até

o Viaduto do Chá. Levou 30

minutos. Parabéns. Faça isso

todo dia vindo da Vila

Brasilândia.

Um prefeito começa uma

coisa, outro a destrói.

Enquanto a cidade agoniza,

os políticos, todos eles,

discutem meios de tomar

e/ou ficar no poder.

Aumentem-se impostos,

danem-se os cidadãos de

bem!

Não há sentido público.

Não há coerência.Só a busca

desbragada, despudorada,

pelo voto da próxima

e l e i ç ã o.

Algo está muito errado em

nossa democracia

re p re s e n t a t i v a .

No zigue-zague dos

desencontros dos políticos

eleitos, o paulistano,seja ele

pobre ou remediado, sofre

por igual.

PAU L O SAAB É J O R N A L I S TA E

E S C R I TO R

4 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013

sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013 DIÁRIO DO COMÉRCIO 5

BIOMETRIAO TSE estima que 22 milhões dos140 milhões de eleitores sejam

identificados pela biometria naseleições de 2014. 2014.

Somoso primeiropar tidoclandestinocriado emplenademocracia.Agradeçoaoscompanheiros do PSB a chancela política e eleitoralque a Justiça Eleitoral não nos deu.

Marina Silva

Para mim não foi surpresa alguma, nunca foiuma questão de fé, Deus não joga nesta liga,

mas de lucidez e conhecimento baseado naexperiência pregressa. Eu tinha certeza absoluta quese não tivéssemos uma a uma as assinaturascertificadas, carimbadas, validadas pela repartiçãocartórios de zonas eleitorais íamos levar bomba.

Alfredo Sirkis, deputado (PV-RJ)

Marina não teve a capacidadeque o PROS teve. Tem gente que

não gosta de atuar nas bases.Givaldo Carimbão, deputado e líder do PROS (AL)

Hoje há no Brasil um sentimento deimpunidade. Essa talvez seja a herança

mais perversa do governo do PT.Aécio Neves, senador (PSDB-MG)

A minha prioridade é derrotar o PT, cujaprática e projeto já comprometem o

presente e ameaçam o futuro do Brasil. OPSDB, partido que ajudei aconceber e a fundar, serápara mim a trincheiraadequada para lutarpor esse propósito.

Ex-governador JoséSerra, via Facebook,dizendo que fica no

PSDB, "que é atrincheira adequada

para seu principalobjetivo: derrotar o PT".

Todo menino que iniciana política ou no esporte

quer jogar para milhões depessoas. O PT é esse grandetime que emprega. Eu estavajogando no Madureira e voupara um time grande.

Marcelinho Carioca,

ao se filiar ao PT

Meu Deus do céu, validarmilhares de assinaturas?

Aí fica muito difícil. É uma coisaque deve ser feita por inúmeroscartórios, não por órgãos únicos.

Marco Aurélio Mello,ministro do Tribunal

Superior Eleitoral arespeito das assinaturas

da Rede Sustentabilidade.

Se fosse indicar hoje um ministro para oSupremo Tribunal Federal teria "mais critério.

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Evel

son

de Fr

eita

s/Es

tadã

o C

onte

údo

Did

a Sa

mpa

io/E

stadã

o C

onte

údo

Renato Araujo/Agencia Brasil

Nel

son

Jr./S

CO

/STF

JF Diorio/Estadão C

onteúdo

Planalto reavaliaestratégia para 2014

Desembarque de Marina Silva no PSB de Eduardo Campos obriga PT e aliados a reavaliarem acordos

Novo jogo – O PSB, autor da

façanha de unir Campos com

Marina e forçar a lógica da

campanha, terá de modificar

seus planos. O líder do partido

na Câmara, deputado Beto Al-

buquerque (RS), afirma que a

nova parceria levará à revisão

dos acordos que a legenda

costurava. "Tudo merece ser

reexaminado diante desse fa-

to novo, que coloca em revisão

todos os acordos e pré-acor-

dos", diz.

Ele avalia que as alianças ti-

das como incômodas pelo gru-

po de Marina, como a parceria

com a família Bornhausen, em

Santa Catarina, e o líder rura-

lista e deputado federal Ronal-

do Caiado, do DEM, em Goiás,

não causam preocupação por-

que "não se pode excluir" pes-

soas da aliança. Os dirigentes

do PSB esperam que a presen-

ça de Marina traga força para o

objetivo do partido de conse-

guir visibilidade para Campos

em São Paulo e Minas Gerais,

maiores colégios eleitorais do

País. A ideia é que o PSDB, no

controle dos dois Estados,

abra um "palanque duplo" pa-

ra Campos. Em São Paulo, por

exemplo, os dois partidos

comporiam a chapa para a re-

eleição do governador tucano

Geraldo Alckmin, mas os polí-

ticos de cada legenda defen-

deriam os seus candidatos

próprios à Presidência. "A

prioridade é o apoio ao gover-

nador Alckmin. Se não tiver

palanque, teremos que pen-

sar em alternativas", avalia o

deputado federal Márcio Fran-

ça (SP).

Os tucanos paulistas falam

de um "esforço compartilha-

do" das legendas. "Se o PSB ti

ver um candidato, é natural

que haja um trabalho conjunto

para fortalecer as oposições",

diz o deputado Duarte Noguei-

ra (PSDB-SP). Em São Paulo,

Aécio Neves terá o desafio de

garantir o apoio real e prático

do ex-governador José Serra.

Dilma espionagem – Ontem,

a 'realizática' Dilma ignorou as

alianças e voltou a comentar

em sua conta no Twitter a es-

pionagem dos EUA. Contou ter

recebido o livro 'The Shadow

Factory: The Ultra-Secret NSA

from 9/11 to the Eavesdrop-

ping on America', do jornalista

James Bamford, sobre o siste-

ma de espionagem america-

no, publicado em 2008: "Vem

ocorrendo há mais tempo o

que apareceu agora: espiona-

gem a cidadãos brasileiros (in-

clusive eu), cias e ministé-

rios." (Estadão Conteúdo)

Fernando Bizerra Jn./EFE

Marina Silva anunciou no sábado seu ingresso no PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

PSB acusa PT deboataria na internet

No dia seguinte ao anún-

cio da aliança entre

Eduardo Campos e Ma-

rina Silva, integrantes do PSB

identificaram na internet ata-

ques à coligação, aos quais

atribuem a uma guerrilha vir-

tual do PT. Dos boatos divulga-

dos, o que mais incomodou os

aliados de Campos foi o de que

o governador de Pernambuco

poderia privatizar o Banco do

Brasil, a Caixa Econômica Fe-

deral e até o Banco Nacional

de Desenvolvimento Econô-

mico e Social (BNDES).

Dirigentes do PSB identifi-

caram a afirmação em perfis

simpáticos ao governo federal

no Twitter. "Se Marina for elei-

ta corremos o risco de ter gen-

te do Itaú na Fazenda e BC? E

os juros altos voltarão? BB,

CEF e BNDES serão vendi-

dos?", afirmou o usuário

@stanleyburburin. A mensa-

gem foi replicada por usuários

com o mesmo perfil.

Para o vice-presidente da

Câmara, André Vargas (PT-

PR), as suspeitas do PSB não

têm fundamento. "As pessoas

estão falando por elas mes-

mo. Não tem nada a ver com

PT", disse. "O PSB nem filiou a

Marina e já está se fazendo de

vítima", afirmou.

O líder do PSB na Câmara,

Beto Albuquerque (RS), re-

clamou pelo Twitter: "Come-

çaram os ataques, o jogo de

baixo nível. O que nós vamos

fazer é administrar melhor

estes bancos. No caso do BN-

DES, por exemplo, o prejuízo

registrado nos últimos anos

é gigante por operações co-

mo as realizadas com Eike

Batista."

O ataque sobre a privatiza-

ção dos bancos públicos de-

riva do fato de Marina ter co-

mo uma das pessoas de sua

confiança Maria Alice Setu-

bal, uma das herdeiras do

Banco Itaú. Ela faz parte da

comissão nacional provisó-

ria da Rede. A acusação de

que os adversários teriam di-

reito de vender empresas foi

usada pelo PT contra o PSDB

nas duas últimas eleições

presidenciais, em 2006 e

2010. (EC)

Petistas tentam digerir impacto

Oex-ministro José

Dirceu, ainda in-

fluente no PT, de-

fendeu a tese de en-

fraquecimento de Aécio Ne-

ves. "Na ocasião, em abril,

chamávamos atenção para o

fato de a Rede enfrentar difi-

culdades para sua criação. E

que a candidatura de Marina

não atendia a estratégia da

oposição. Daí a união com um

candidato da oposição De

qualquer forma, essa mudan-

ça do quadro eleitoral não é

necessariamente contra a

presidenta Dilma Rousseff e o

PT. Pode ser que Aécio Neves

seja o principal perdedor. Bas-

ta avaliar o novo cenário, se

tudo se confirmar no final do

prazo legal", escreveu Dirceu

em seu blog na internet. "Mas

sem dúvida a aliança Marina-

Eduardo muda o quadro elei-

toral de 2014", afirmou.

Líder do PT na Câmara, o de-

putado federal cearense José

Nobre Guimarães, bateu na

mesma tecla no Twitter.

"Quem deve estar muito preo-

cupado com essa aliança é o

PSDB", escreveu o petista.

Zeros – Secretário da Saúde

do governo de seu irmão Cid

Gomes no Ceará, o ex-minis-

tro Ciro Gomes cutucou Mari-

na e Campos . "Eles não têm

proposta para o Brasil. São

dois zeros. O Brasil precisa de

reflexão. O debate que está aí

é alienado. Exceto Dilma,

quais dos pré-candidatos têm

propostas? O que Marina en-

tende de economia? O Brasil

tem jeito e para cada desafio

tem quatro soluções, mas os

candidatos não têm essas so-

luções. Não têm plano", afir-

mou Ciro, que até a semana

passada integrava o PSB. Ago-

ra, ele está filiado ao recém-

criado PROS.

Ciro é cotado para coorde-

nar a campanha de Dilma no

Nordeste. (Estadão Conteúdo)

Aaliança do governa-

dor de Pernambuco,

Eduardo Campos com

a ex-senadora Marina

Silva, anunciada pelo PSB no

fim de semana, mudou o mapa

dos palanques e os discursos

dos partidos para a disputa de

2014. O PT já esboça uma cam-

panha pela reeleição de Dilma

Rousseff em que a presidente

aparece como uma candidata

"realizática", num ataque à

"sonhática" Marina, e o PSDB

do senador mineiro Aécio Ne-

ves tenta a pacificação em São

Pa u l o.

No Palácio do Planalto e no PT,

a avaliação é que Marina leva

para o palanque de Campos o

carisma e também o problema

de um discurso contra os inves-

timentos na infraestrutura. Ago-

ra, a chapa PSB-Rede terá de

mostrar como é possível garan-

tir o crescimento da economia

com a visão "sustentável" de

Marina. Outro problema, segun-

do um auxiliar de Dilma, é a pres-

são dos aliados de uma candida-

ta a vice que tem mais nome e

peso eleitoral que Campos.

Para um ministro do PT, é pre-

ciso mostrar uma Dilma "reali-

zática" e não "sonhática", com

um discurso oposto ao de Mari-

na. Ele avalia que a presidente

não irá reforçar o discurso na

área ambiental, mas expor

ações do governo de proteção

ao meio ambiente. A presiden-

te não terá problemas para co-

mentar obras como a da hidre-

létrica de Belo Monte, no Pará,

que na avaliação do ministro

alia desenvolvimento com

preocupação ambiental. A

campanha deve expor o que o

governo faz nas áreas social e

ambiental.

6 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013

A palmada adestra, mas a função de um pai não é adestrar o filho e sim contribuir para formação da personalidade.Izabella Monteiro, psicóloga

Palmada pode custar caro aos paisSe aprovada, a Lei da Palmada pode doer no bolso dos pais que optarem pela coerção física. Cada multa vai de 3 a 20 salários e dobra em caso de reincidência.

Victória Brotto

Nenhuma criança ou

adolescente poderá

ser castigada fisica-

mente por seus

pais. É o que prevê o projeto de

lei 7672/10, conhecido como

Lei da Palmada. Aprovado em

2011 na Câmara dos Deputa-

dos, o projeto está parado des-

de então na Comissão de

Constituição e Justiça (CCJ) da

Casa, onde já saiu e entrou da

pauta mais de 14 vezes por fal-

ta de quórum e por fortes dis-

cordâncias entre os deputa-

dos. Nas duas últimas sema-

nas de setembro, o projeto

quase chegou a entrar na

agenda da CCJ.

A polêmica em torno do pro-

jeto se dá não pela punição

que já acontece com a perda

da guarda e até a prisão dos

pais nos casos de extrema vio-

lência doméstica , mas sim pe-

la proibição de castigos físicos

vistos como mais leves, entre

eles a palmada.

"Esse é um projeto demagó-

gico. Vai criar conflito de con-

sequências imprevisíveis en-

tre filhos e pais, é uma lei que

incute, ainda muito cedo, o an-

ti-valor da impunidade, isto

quer dizer, os filhos sabem

que poderão abusar da tole-

rância dos pais, alguns até fa-

zendo-os de reféns de capri-

chos, ameaçando-os de levar

ao Judiciário, caso ousem dar-

lhes uma palmada. Mas, va-

mos continuar trabalhando

para que essa lei e muitas ou-

tras não sejam aprovadas",

disse o deputado federal Mar-

cos Rogério (PDT-RO).

"Crianças e adolescentes

têm o direito de serem educa-

das e cuidadas sem o uso de

qualquer forma de violência,

configurando-se dever do Es-

tado garantir esse direito",

disse a então deputada Teresa

Surita (PMDB-RR).

O que mudará, caso a Lei da

Palmada seja aprovada e san-

resulte em sofrimento ou le-

são à criança ou adolescente

ou tratamento cruel ou degra-

dante: conduta ou forma cruel

de tratamento que humilhe,

ameace gravemente ou ridi-

cularize a criança ou o adoles-

cente."

Para a bancada do Partido

Social Cristão (PSC) na Câma-

ra, o projeto é "insípido" e só

mostra o interesse do governo

federal em agradar algumas

instituições internacionais de

direitos humanos.

Segundo o deputado fede-

ral Costa Ferreira (PSC-MA), "o

governo não tem a vivência do

cotidiano para orientar os fi-

lhos". Em contraponto, a rela-

tora do projeto, diz que é papel

do Estado garantir o direito da

criança e do adolescente de

integridade física e moral.

QUESTÃO DE EDUCAÇÃOA reportagem do Diário do

Comércio conversou também

com psicólogos educacionais,

professores e diretores de

Conselhos Tutelares para en-

tender como a criança e o ado-

lescente reagem à palmada e

como podem ser educados

sem ela.

"Muitas vezes a agressão

dentro de uma família já virou

uma modalidade de resolução

de problemas", disse a psicó-

loga supervisora do curso de

psicologia da Universidade

Presbiteriana Mackenzie, Iza-

bella de Paiva Monteiro.

Segundo ela, a educação de

um filho deve ser completa-

mente baseada na conversa.

E quando o pai usa da violên-

cia, mesmo que seja pequena,

ele mostra que não tem mais

argumentos. "Uma criança

menor de 7 anos ainda não for-

mou uma noção de moralida-

de, mas não é por isso que o pai

vai bater nela. O que deve ser

feito neste caso é sempre usar

a expressão facial, usar um

tom de voz mais alto para mos-

trar que aquilo foi errado. A

criança nessa idade observa

muito a ex-

pressão cor-

poral e apren-

de por ela."

Para o vice-

p re s i d e n t e

nacional do

Partido Social

Cristão, Eve-

raldo Pereira,

a criança de-

ve ser corrigi-

da. "Salomão

[autor do li-

vro bíblico de Provérbios] nos

deixou vários ensinamentos.

Dentre eles, que a vara e a cor-

reção dão sabedoria, mas

uma criança entregue a si

mesma envergonha a sua

mãe". Ele acrescenta que o

partido defende a punição da

agressão, mas que a correção

deve ser direito de todo o pai.

A psicóloga Izabella Montei-

ro reconhece que a palmada

molda o comportamento e for-

ma a personalidade. "A pal-

mada adestra, mas a função

de um pai não é adestrar o filho

e sim contribuir para forma-

ção da personalidade". Ela

acrescenta que não importa a

intensidade do castigo físico,

mas o ato em si que causa um

"cenário aterrorizante" para o

menor. "É a cara de raiva, o gri-

to que vem junto. É todo o ce-

nário, o cenário é muito aterro-

rizante. Você observa que não

rara as vezes, mesmo sendo

fraca [a palmada], a criança

chora, se sente humilhada,

coagida."

Ao receber um castigo físi-

co, a criança, segundo Izabel-

la, vai resignificar a figura dos

pais. "A figura que era admira-

da começa a se tornar amea-

çadora", afirma.

Para José Leon Crochík, psi-

cólogo da aérea de aprendiza-

do e desenvolvimento do Insti-

tuto de Psicologia da USP, o

castigo físico só tende a au-

mentar, porque o menor se

adapta à violência e não a vê

mais como consequência gra-

ve. "A criança reage obede-

cendo não porque aprendeu,

mas por questão de sobrevi-

vência", diz ele.

Para a psicóloga da Univer-

sidade Mackenzie, educar é

uma questão de apostas. E o

castigo físico é uma aposta

pouco segura. Os efeitos da

violência podem ser desde a

baixa autoestima à perpetua-

ção da violência para a resolu-

ção de conflitos. "Trata-se de

educação a longo prazo e não

fazer com que o filho pare de

agir daquela forma por um

curto período de tempo."

Segundo o Fundo das Na-

ções Unidas para a Infância

(UNICEF), a violência domésti-

ca é uma das mais preocupan-

tes entre as violações de direi-

tos de um menor. No Brasil, da-

dos da Secretaria de Direitos

Humanos , de 2011 para 2012,

indicam que houve aumento

de 58,35% no número de de-

núncias de violência domésti-

ca, totalizando 130.029 casos

no ano passado.

Os Estados de São Paulo, Rio

de Janeiro e Bahia foram os

que tiveram mais registros –

São Paulo e Rio com mais de 15

mil e Bahia com mais de 14 mil.

Ao ser denunciado, no número

de telefone 100, o caso é enca-

minhado para o Conselho Tu-

telar mais adequado e lá os fis-

cais apuram a situação.

Segundo Fábio Silvestre, co-

ordenador de políticas para

criança e adolescente do Esta-

do de São Paulo, depois do

Conselho Tutelar averiguar, a

família é encaminhada para o

Centro de Referência Especia-

lizado de Assistência Social,

onde ela – incluindo o menor –

é assistida por médicos, psicó-

logos e aconselhamentos.

Hoje, a punição contra pais

que agem violentamente já

existe. Dependendo do grau

de violência, um pai ou uma

mãe pode sofrer desde medi-

das socioeducativas até a per-

da da guarda dos filhos.

cionada pela presidente Dil-

ma Rousseff, será a punição

para qualquer tipo de castigo

físico com o pagamento de

três a vinte salários mínimos,

aplicando-se o dobro em caso

de reincidência.

A ministra da Secretaria de

Direitos Humanos, Maria do

Rosário, é uma das principais

lideranças do governo em fa-

vor da aprovação do projeto.

Segundo a relatora do proje-

to, a deputada Érika Kokay (PT-

DF), castigo físico é entendido

como "qualquer ação de natu-

reza disciplinar ou punitiva

com o uso da força física que

O governonão tem avivência docotidianopara orientaros filhos.CO S TA FERREIR A,

D E P U TA D O FEDER AL (PSC-MA)

Trinta países proíbem castigos

Arainha Sílvia, da

Suécia, veio ao Bra-

sil para participar

de sessão sobre a

lei da Palmada na Câmara

dos Deputados, em agosto

de 2011. Sílvia apoiou a lei

brasileira, mas ressaltou que

a determinação por si só não

era suficiente para acabar

com a violência.

Na época, deputados da

oposição criticaram a pre-

sença da rainha e muitos fa-

laram que o projeto era "para

inglês ver". "O País tem pro-

blemas muito mais sérios,

como a questão do analfabe-

tismo, mas parece que a úni-

ca coisa que interessa à Pre-

sidência é agradar a rainha

Sílvia", disse o vice-presi-

dente do Partido Social Cris-

tão, Everaldo Pereira.

Os suecos foram os primei-

ros do mundo a proibirem os

castigos físicos, em 1979.

Desde então mais de 29 na-

ções aprovaram medidas se-

melhantes. O Código da Fa-

mília e dos Filhos da Suécia

(do inglês, CPC) diz que "to-

das as crianças têm direito a

cuidados, segurança e uma

boa educação". "Crianças

devem ser tratadas com res-

peito pela sua pessoa e indi-

vidualidade e não podem ser

submetidas a castigo corpo-

ral ou qualquer outro trata-

mento humilhante."

Nele, as penas não são de-

terminadas, mas no Código

Penal do país, o adulto que

for indiciado por suspeita de

agressão ao filho pode ser

preso podendo pegar até

dois anos de regime fechado

ou, em casos mais leves, de-

verá pagar uma multa.

Pesquisas feitas para indi-

car o grau de aceitação da lei

entre as famílias suecas indi-

caram que mais de 90% dos

pais entrevistados se disse-

ram conscientes da necessi-

dade da lei. No ano 2000,

apenas 1,5% das crianças ti-

nha apanhado em casa.

Nova Zelândia– A Nova Ze-

lândia possui um dos índices

mais altos de violência con-

tra crianças e adolescentes

registrado entre os países

desenvolvidos.

Em 2007, a lei anti-palma-

da entrou em vigor, mas, dois

anos depois, ela foi rejeitada

por 54% dos neozelandeses

em referendo feito pelo pró-

prio governo. Nele, a seguin-

te pergunta era feita:

"A palmada nos filhos, co-

mo parte de uma punição

apropriada por parte dos

pais, deve ser considerada

um crime na Nova Zelân-

dia?".

Quase 87,6% votaram pe-

la extinção da lei, contra

11,8% a favor.

Apesar da forte oposição,

o governo decidiu manter a

lei. John Key, então primeiro-

ministro, disse que o resulta-

do da consulta popular não

obrigava o governo a anular

uma determinação já sancio-

nada e em vigor no país. Mas

também ressaltou que have-

ria " cuidado extra" para que

não ocorressem punições in-

justas – muitos chegaram a

falar que os "bons pais" se-

riam punidos por dar apenas

"algumas palmadas".

Considerada uma das leis

mais rigorosas entre os paí-

ses que adotaram a medida,

além do tapa nas nádegas,

outras formas de agressão

como beliscões, chacoa-

lhões e puxões de orelha,

passaram a render ao agres-

sor sueco o pagamento de

multas, o encaminhamento

a programas de reabilitação

e até mesmo à prisão. (VB)

Renata Araújo/ Ag.Câmara

sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013 DIÁRIO DO COMÉRCIO 7

SÍRIAInsp etores

inter nacionaiscomeçam a destruir

armas químicas

VENEZUEL ALíder opositorCapriles acusaMaduro de levarpaís 'à falência'

Caça àAl-Qaedana África

Dois anos após a dramática operação no Pa-

quistão que matou o fundador da Al-Qaeda,

Osama bin Laden, os Estados Unidos voltaram

a atacar líderes da rede terrorista. Desta vez, os

alvos estavam em dois países africanos: Líbia e

Somália. A operação de maior sucesso ocorreu

na Líbia, onde forças dos EUA capturaram Na-

zih al-Ragye, mais conhecido pelo nome de

Abu Anas al-Libi (foto menor, à esq.), acusado de

ter participado, em 1998, dos atentados contra

as embaixadas norte-americanas na Tanzânia

e no Quênia. Os dois ataques mataram mais de

220 pessoas.

Com medo de uma reação islâmica, o governo

da Líbia exigiu ontem uma explicação para o

"sequestro" de um dos seus cidadãos. As auto-

ridades locais também declararam não ter ne-

nhum conhecimento prévio da ação norte-

americana, ao contrário do que afirmou uma

fonte do governo ouvida pela rede CNN.

Abdullah al Ragye, filho de Abu Anas, disse que

seu pai estava chegando em casa, em Trípoli,

quando quatro carros pararam o suposto líder

da Al-Qaeda e o arrastaram do veículo.

"Os homens tinham aparência e sotaque de lí-

bios. Eles o tiraram do carro após quebrarem a

janela, o colocaram num Mercedes e saíram."

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry,

afirmou ontem que a ação, que envolveu mili-

tares e membros da CIA e do FBI, mostra o es-

forço de Washington para caçar os líderes da Al-

Qaeda em todo o mundo.

"Os membros da Al-Qaeda e outras organiza-

ções terroristas podem, literalmente, correr,

mas não podem se esconder", disse Kerry. "Nós

esperamos que isto deixe claro que os EUA ja-

mais cessarão os esforços para prender os res-

ponsáveis pelos atos de terrorismo", afirmou.

Segundo oficiais ouvidos pelo jornal TheWashington Post, a ação foi realizada sob leis

formuladas após os atentados do 11 de Setem-

bro que garantiriam este tipo de operação.

Abu Anas al-Libi, cuja recompensa era de até

US$ 5 milhões por uma informação que levasse

a sua captura, "está agora legalmente detido

por militares norte-americanos em um local se-

guro fora da Líbia", anunciou o Pentágono.

Militares - A captura de Abu Anas ocorreu no

mesmo dia em que um posto militar ao sul de

Trípoli foi atacado. Pelo menos 15 soldados

morreram (foto maior, acima à esq.). Este foi um

dos ataques mais violentos registrados na Lí-

bia desde a queda, há mais de dois anos, do fa-

lecido ditador Muamar Kadafi. (Agências)

E F E / E PA / F B I

TIROS E FOGO NO EGITONovas manifestações em

apoio e contrárias ao presi-

dente deposto do Egito, Moha-

med Morsi, terminaram em

mais violência ontem. Pelo

menos 51 pessoas morreram

e mais de 240 ficaram feridas

em enfrentamentos entre os

islamitas apoiadores de Morsi

e policiais pelo país.

Os confrontos ocorreram em

meio ao feriado que celebrou o

aniversário de 40 anos da

guerra contra Israel, quando

as forças egípcias cruzaram o

Canal de Suez em 1973.

Partidários de Morsi e inte-

grantes da Irmandade Muçul-

mana marcharam em várias

cidades para denunciar a der-

rubada do líder do poder pelos

militares, enquanto milhares

festejavam o Exército.

Em diversos bairros do Cairo,

manifestantes atiraram co-

quetéis molotov na polícia,

que respondeu com tiros e gás

lacrimogêneo (acima).

O Ministério do Interior classi-

ficou os protestos como uma

tentativa da Irmandade Mu-

çulmana de "arruinar as cele-

brações e provocar atritos

com as pessoas".

Segundo o Ministério da Saú-

de, a maioria das mortes –

cerca de 40 – ocorreu na capi-

tal. As outras foram registra-

das em Beni Suef e na provín-

cia de Minia, ao sul. A maior

parte dos corpos apresentava

ferimentos a bala.

Este foi o dia mais sangrento

no Egito desde 14 de agosto,

quando as autoridades ataca-

ram dois acampamentos pró-

Morsi no Cairo, deixando cen-

tenas de mortos. (Agências)

Amr Abdallah Dalsh/Reuters

Caiu, bateu.E um mês

de repouso.

A presidente da Argentina,

Cristina Kirchner, ficará um

mês afastada do governo de-

vido a complicações decor-

rentes de um traumatismo

craniano. O vice-presidente

Amado Boudou vai assumir a

presidência no período.

Durante um exame de rotina

no sábado, médicos detecta-

ram que ela tem um hemato-

ma subdural crônico decor-

rente de um traumatismo cra-

niano. O governo disse que a lí-

der bateu a cabeça no dia 12

de agosto, um dia após as elei-

ções primárias. (Agências)

EFE - 30/09/13

EFE/EPA/Sabri Elmhedwi

Na Somália,caos até nasinfor mações.A segunda operação norte-americana

ocorreu na Somália, reduto do grupo radi-

cal Al Shabab, responsável pelo ataque em

um shopping no Quênia que deixou ao me-

nos 69 mortos. Segundo o jornal The NewYork Times, o governo norte-americano

acredita que o líder do grupo ligado à Al-

Qaeda tenha morrido na ação - informação

negada por militantes da facção islâmica.

Eles afirmam que não havia nenhuma auto-

ridade no momento da ação.

Lançada na madrugada de sábado, a inva-

são das forças especiais na Somália parece

ter começado com um pouso em uma

praia, que foi seguido por um tiroteio pro-

longado. Autoridades dos EUA disseram

que membros da equipe SEAL realizaram o

ataque que matou combatentes da Al Sha-

bab. Segundo a polícia somali, sete pes-

soas foram mortas durante a operação.

Militantes do Al Shabab afirmaram ontem

que não havia nenhuma autoridade de alto

escalão presente na casa que foi alvo da

operação norte-americana.

"A informação dos EUA de que uma autori-

dade sênior do Al Shabab estava na casa é

falsa", disse o porta-voz militar do grupo,

Abdiasis Abu Musab, à Reuters. "Combaten-

tes comuns moravam na casa e bravamen-

te contra-atacaram e caçaram os agresso-

res. O apóstata governo somali não é nada

na Somália, ninguém lhe pede permissão

para levar a cabo um ataque."

O governo da Somália, apoiado pelo Oci-

dente, ainda luta para estabelecer sua au-

toridade depois de duas décadas de guerra

civil e tem pouca influência em Barawe,

que fica a 180 km ao sul de Mogadíscio.

Questionado sobre seu envolvimento na

ação dos EUA, o primeiro-ministro Abdi Farah

Shirdon disse: "Nós estamos em colaboração

com o mundo e com os países vizinhos na luta

contra a Al Shabab." (Agências)

8 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013

O trânsito de São Paulo é ruim?Vá até a Cidade do México.

Com 20 milhões de habitantes distribuídos em cerca de 4 milhões de carros, passar seis horas no trânsito é comum na capital mexicana.

Damien Cave *

Cidade do México – Do

topo de um prédio al-

to em uma noite cla-

ra, o trânsito aqui pa-

rece uma correnteza de luz

branca como neve seguindo

uma direção e vermelha como

rubi seguindo outra. No chão,

no entanto, é dolorosamente

óbvio que a verdade é o opos-

to: praticamente todo mundo

está preso.

O quão preso varia, mas

aqui, em uma cidade de 20 mi-

lhões de pessoas e cerca de 4

milhões de carros, trajetos de

seis horas não são incomuns.

Algumas cerimônias de casa-

mento terminam mais do que

o tempo que se leva para diri-

gir 20 quilômetros às 18h.

Estrangeiros tendem a ficar

pasmos. No YouTube, dezenas

de vídeos mostram turistas

maravilhados em longas filas

de carros que se movem tanto

quanto um cadáver, ou moto-

ristas que ignoram o sinal ver-

melho enquanto agentes de

trânsito assistem.

Moradores locais também

reclamam, claro. Porém, ge-

ralmente eles apenas aguen-

tam. Os carros ainda são con-

siderados símbolo de status,

são preferência mesmo quan-

do o transporte público é mais

rápido. E os motoristas geral-

mente aceitam o tempo perdi-

do e o ar mais poluído causado

por carros demais em rodo-

vias engarrafadas.

"Há uma resignação quan-

do o assunto é trânsito", disse

Bernardo Baranda Sepúlveda,

diretor na América Latina do

Instituto de Políticas de Trans-

porte e Desenvolvimento,

uma organização internacio-

nal sem fins lucrativos que

promove um trânsito susten-

tável. "Por um lado é bom, por-

que senão estaríamos matan-

do uns aos outros, mas tam-

bém é frustrante porque as

pessoas não estão reclaman-

do e demandando melhores

opções", completa Bernardo.

Ao invés de agir como meio

de ligação, muitas ruas e ave-

nidas se transformaram em

bacias de retenção. Especia-

listas dizem que os motoristas

têm ficado cada vez mais pre-

sos em um mar de carros em

marcha lenta, enquanto a

classe média cresce e compra

carros. Junte a isso protestos

de rua frequentes – incluindo

passeatas recentes de milha-

res de professores tentando

impedir uma revisão no siste-

ma de educação – e não é de

espantar que cenas bizarras

aconteçam onde quer que o

trânsito enlouquecedor possa

ser encontrado.

Assaltos – Nos lugares onde

andar é mais rápido do que di-

rigir (incluindo as rodovias),

um ecossistema de classe,

criatividade e comércio se de-

senvolveu. Artistas de rua e

ambulantes vendendo uma

variedade de produtos que

não para de crescer, de mata-

mosquitos a filhotes de ca-

chorro, podem ser encontra-

dos ao lado de criminosos que

tentam alcançar janelas aber-

tas. Há também as novidades,

como mulheres em roupas co-

ladas entregando amostras

do último energético, ou segu-

rando placas gigantes com

propagandas de telefones ce-

lulares ou televisões.

No centro disso tudo, ape-

sar do aumento no uso de bici-

cletas, ainda está o motorista.

"Um carro é uma bolha", Ba-

randa observou, e do lado de

dentro, milhões de pessoas

batalham contra o tédio de es-

tar preso. Isso geralmente en-

volve tecnologia. Na hora do

rush, em muitos bairros, rece-

ber um e-mail no celular é um

jogo frustrante contra a sorte

por causa da

demanda es-

magadora.

Uma lei mu-

nicipal proíbe o

uso do apare-

lho de celular,

mas é ampla-

mente ignora-

da. Recente-

mente em uma

manhã, no cru-

zamento entre

Paseo de la Re-

forma e a Ave-

nida Hidalgo, um policial pa-

rou em um semáforo dentro de

um carro prata, conversando

bastante, com um telefone

preso à orelha.

Cada semáforo vermelho

revelava algo parecido – dis-

trações ao volante em meio ao

caos. Em certo ponto, uma

mulher descascando uma la-

ranja chegou ao farol verme-

lho e outro motorista manda-

va mensagens de texto con-

forme um homem com um

moicano corria com seu cão

bassê através do amplo cruza-

m e n t o.

Um pouco

atrás, uma via-

tura de polícia

tentava passar

pelo emara-

nhado de car-

ros; sua sirene

competia com

buzinas e can-

ções católicas

que saíam de

uma igreja na

esquina. Desa-

fiando tudo is-

so, um mendigo dormia no

canteiro central.

Alguns semáforos mais pa-

ra frente, um táxi quebrou na

pista da direita, complicando

ainda mais a bagunça. Um

vendedor de chicletes empur-

rou o carro para fora do cami-

nho, embora tenha demorado

um pouco por causa do trânsi-

to. "Os estrangeiros vivem me

pedindo para ir mais rápido",

disse o motorista, Roberto

Garcia, de 40 anos. "Apenas

não é possível."

Ele disse ter acabado de vir

de Aragon, um bairro a cerca

de oito quilômetros de distân-

cia, embora ele tenha insistido

que deveria ser o triplo dessa

distância: "Eu levei 40 minu-

tos para chegar aqui", disse

ele. "Deveria ter levado 10."

Ta x í m e t r o –Questionado so-

bre o que os motoristas de táxi

fazem quando ficam presos no

trânsito, Garcia disse que ele

simplesmente olha a tabela

de preços. Porém, muitos ou-

tros olham para si mesmos. O

Instagram está cheio de au-

torretratos, ou "selfies", de

pessoas presas no trânsito da

Cidade do México.

O Vimeo e o YouTube reve-

lam sinais ainda maiores de

criatividade. O humor é inevi-

tável. Mas também há música,

algumas delas boas. Na ver-

dade, se há uma coisa boa na

chocante impotência do trân-

sito pode ser o clipe de Jenny

and the Mexicats tocando em

sua van, alguns meses atrás.

Marronzinhos – "Onde estão

os agentes de trânsito?", al-

guém pode perguntar. Ausen-

tes, na maior parte das vezes.

Se eles, por acaso, estiverem

em um cruzamento, raramen-

te são levados a sério. Em en-

trevistas, alguns dizem que

seus chefes não lhes dão nem

um bloco de multas para se-

rem aplicadas.

Alguns Chilangos, como são

chamados os moradores da

Cidade do México, de saco

cheio, começaram a preen-

cher o vazio. Alunos do ensino

médio e de faculdades, ao la-

do do Ministério da Juventude

do México, às vezes, coman-

dam o trânsito vestidos de mí-

micos, usando a sugestão de

uma abordagem criativa uma

vez usada em Bogotá, Colôm-

bia. Ao redor de Reforma, um

jovem usando uma máscara

de Lucha Libre, que se autoin-

titula Peatónito – pedestre pe-

queno – também pode ser en-

contrado empurrando carros

para fora da calçada, em um

esforço pessoal de melhorar a

segurança. (Cerca de 1.300

pessoas morrem anualmente

na Cidade do México, vítimas

de acidentes; mais de metade

são pedestres ou ciclistas)

Contudo, grande parte do

trabalho de lembrar os moto-

ristas de prestar atenção é

perdida para aqueles que es-

tão tentando arrancar dinhei-

ro de janelas abertas. Cerca de

6 entre 10 trabalhadores no

México trabalham na econo-

mia informal, de acordo com

dados do governo, e alguns

especialistas dizem que, co-

mo os carros e o trânsito au-

mentaram, mais pessoas fo-

ram às ruas fazer a vida às cus-

tas dos que estão presos.

Ao menos, dizem ambulan-

tes e vendedores, a variedade

do que está sendo vendida ex-

pandiu. Uma lista incompleta,

hoje, inclui: violões, ervas,

mapas mundiais, carregado-

res de celular, água, pamo-

nha, tacos, rosas, jornais,

guarda-chuvas, bandejas de

café da manhã, bonequinhos

do Homem-Aranha, cigarros

soltos, cobertores e redes.

Os criminosos também ade-

riram, roubando pessoas pre-

sas no trânsito, assim como

grandes empresas, incluindo

a Samsung, com homens e

mulheres atraentes entregan-

do folhetos de promoções ou

segurando placas em cruza-

mentos. E, não surpreenden-

temente, funciona. Para quem

não tem nada melhor para fa-

zer, um panfleto brilhante e

uma leve interação humana

parecem ser bem-vindos. Afi-

nal de contas, eles não vão a

lugar algum tão cedo.

* The New York Times

Fotos: Rodrigo Cruz-Perez/The New York Times

Carros ainda são considerados símbolo de status e preferência nacional, mesmo quando o transporte público é mais rápido. Criminosos aproveitam para roubar motoristas.credito

Nos lugares onde andar é mais rápido do que dirigir, ambulantes vendem uma variedade de produtos que não para de crescer.

Há uma resignaçãoquando o assunto étrânsito. Por umlado é bom, porquesenão estaríamosmatando uns aosoutros.BERNARDO SE P Ú LV E D A

Os estrangeirosvivem mepedindo para irmais rápido.Apenas não épossível.RO B E RTO GAR CIA, TA XISTA,SOBRE O T R Â N S I TO.

sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013 DIÁRIO DO COMÉRCIO 9

Ipiranga premia empreendedoresDurante cerimônia de entrega do Prêmio Visão Empresarial 2013 foi comemorado também o aniversário de 429 anos do bairro

André de Almeida

Ipiranga, berço do Brasil.

Onde o sol da liberdade

despontou. Despertando

a nação pra sua glória. Da

Colina um brado heróico eco-

ou". Quando esta primeira es-

trofe do hino do tradicional

bairro paulistano tocou no sa-

lão principal do Clube Atlético

Ipiranga, em 27 de setembro,

as centenas de pessoas lá pre-

sentes não estavam apenas

comemorando mais um ani-

versário do Ipiranga, que com-

pletava 429 anos, mas tam-

bém, homenageavam alguns

dos empresários responsá-

veis por manter a boa dinâmi-

ca da economia da região.

Promovido pela Distrital Ipi-

ranga da Associação Comer-

cial de São Paulo (ACSP), o Prê-

mio Visão Empreendedora

2013 homenageou empresá-

rios que mais se destacaram.

"Ser empresário no Brasil não

é uma tarefa fácil. São muitos

os desafios. Portanto, home-

nagear esses empreendedo-

res é motivo de grande satisfa-

ção. Parabenizo a todos e ao

bairro do Ipiranga", disse o

presidente da Federação das

Associações Comerciais do

Estado de São Paulo (Facesp) e

da ACSP, Rogério Amato.

Premiados - Os empresários

receberam seus prêmios de

Rogério Amato, do vice-presi-

dente da ACSP e coordenador

Institucional das Sedes Distri-

tais, Roberto Mateus Ordine, e

do superintendente da Distri-

tal Ipiranga, Sérgio Yamada. O

primeiro homenageado foi

Brasilio Lopes Esteves, da Bra-

silio Lopes Imóveis, instalada

no bairro desde 1998.

Em seguida, o homenagea-

do foi Sérgio Cimatti, da Ci-

matti Construção Civil. Ape-

nas este ano, a empresa já lan-

çou mais de sete mil metros

quadrados em salas comer-

ciais. Até dezembro serão lan-

çadas unidades residenciais,

comando mais 7 mil metros

quadrados. Outro homena-

geado do mesmo setor foi José

Ross Tarifa, da Construtora

Tarjab. Fundada em 1983, a

empresa atua no Estado de

São Paulo e Curitiba (PR).

O superintendente regional

da Caixa Econômica Federal,

José Luiz Pavanelli, também

foi premiado. Com uma unida-

de no bairro, o Hirota Super-

mercados foi o representante

do setor na premiação, por

meio do gerente de RH da em-

presa, Luis Nascimento. A re-

de tem hoje 12 lojas e um cen-

tro de distribuição na cidade.

Completaram a lista Lean-

dro Munhoz e Wanderley Mu-

nhoz, sócios-proprietários da

Padaria Larsol e da Pizzaria

Empório 167, e Jorge Taba, da

Invel, que desenvolve, há 14

anos, roupas terapêuticas pa-

ra melhorar a circulação san-

guínea, como camisetas e lu-

vas. "É uma honra homena-

gear estes empreendedores.

A escolha foi mais do que jus-

ta", ressaltou Sérgio Yamada.

No final do evento, a distrital

ainda homenageou a profes-

sora Maria Angélica Cardelli e

o médico Carlos Alexandre

Ayoub, por seus trabalhos de-

dicados à comunidade local,

além de coordenadores da Co-

missão de Festejos de Aniver-

sário de 429 anos do Bairro.

José Carlos Barreta/Hype

Entrega do prêmio aconteceu no Clube Atlético Ipiranga. Foram homenageados empreendedores que trabalharam para manter a boa dinâmica da economia da região.

HojenJabaquara –Às 11h, reunião

Empreender –Beleza. Avenida

Santa Catarina, 641.

nPinheiros –Às 19h30, reunião

Conseg. R. Simão Álvares, 517.

nTatuapé –Às 19h30, 9ª reunião

ordinária e palestra: "As

Atividades dos Contabilistas e

Serviços em Geral". R.

Apucarana, 1.388.

AmanhãnCentro –Às 18h30, palestra

em parceria com o FJE: "Homem

e Mulher: Diferen-ças e seus

Reflexos nos meios familiar,

social e profis-sional". Rua

Galvão Bueno, 83

nTatuapé –Às 18h30, reunião

Coordenação Regio-nal Leste.

Apucarana, 1.388.

nPinheiros –Às 19h, reunião

Diretoria Executiva e Cons.

Diretor. R. Simão Álvares, 517.

nabaquara –Às 19h30, 9ª

reunião ordinária da Diretoria

Executiva e Conselho Diretor.

Av. Santa Catarina, 641.

Quar tanSanto Amaro - Às 10h, reunião

da Comissão dos Educadores.

Av. Mario Lopes Leão, 406.

n Jabaquara –Às 15h30,

Empreender –Gastronomia e

palestra "Administração –Como

mapear os processos de sua

empresa". Avenida Santa

Catarina, 641.

nMooca –Às 19h, 8ª reunião

ordinária da Dir. Executiva,

Cons. Diretor e Conselheiros

Natos. R. Madre de Deus, 222.

nButantã –Às 19h30, palestra

Sebrae: "Saiba como fazer um

Plano de Marketing". R.

Alvarenga, 591.

QuintanNoroeste –Das 9h às 13h,

oficina Sebrae: "Aprenda a Fazer

um Fluxo de Caixa". Rua Luis

Braille, 8.

nCentro –Às 17h30, 9ª reunião

ordinária Dir. Executiva/Cons.

Diretor. Rua Galvão Bueno, 83.

nPinheiros –Às 19h, palestra

"Saiba como fazer um plano de

Marketing", Sebrae. R. Simão

Álvares, 517.

SábadonPinheiros –Das 9h às 16h,

inscrições para o 26º Salão de

Artes. R. Simão Álvares, 517.

COMEMORAÇÃO DUPLA – A Distrital Jabaquara realizou uma comemoração dupla. No mesmo dia foi feito o descerramento do retratooficial da ex-diretora-superintendente Etles Maziero e festejados os 17 anos da entidade. O evento aconteceuno auditório da distrital e dele participaram o subprefeito do bairro, Dirceu de Oliveira Mendes, o superintendente da Distrital Jabaquara,Eurico Marcus Marques Mattos, o presidente da ACSP e da Facesp, Rogério Amato, a ex-superintendente Etles Maziero, e o subprefeito daCidade Ademar, Francisco Lo Prete Filho (na foto, da esquerda para a direita).

M u l h e re sno comando

OConselho da Mulher da Associação Comercial

de São Paulo (ACSP), em parceria com o

Sebrae-SP e a Facesp, realizou, semana

passada, O "Road Show Empreendedor",

com a palestra "A realidade das MPEs e a

participação das mulheres no universo

empreendedor", com o superintendente do Sebrae-

SP, Bruno Caetano. O evento aconteceu na sede da

ACSP, no Centro da capital.

Qual o perfil do empreendedor? Estamos no

caminho certo para o crescimento das pequenas e

médias empresas? Estas e outras questões foram

respondidas na exposição de Bruno Caetano, que

contou com a presença de 150 pessoas, a

maioria formada de mulheres empresárias.

Participaram do evento o presidente da ACSP e da

Facesp, Rogério Amato, o vice presidente da

ACSP Carlos Monteiro, a coordenadora-geral do

Conselho da Mulher, Marly Baruffaldi, e a

coordenadora do Conselho da Mulher

Empreendedora da Faces, Fadua Sleiman.

Divuglação

Doismomentosdo RoadShow: amesa de

trabalhos ea plateia.

Encontro foip ro m o v i d o

pelo Conselhoda Mulherda ACSP.

Divuglação

10 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013

PRIMEIRA FASEEm uma primeira

fase, 100companhias serão

i n s t a l a d a s.

Mais tecnologia para São CarlosO primeiroparquetecnológicode terceirageração doPaís estásendoconstruído nacidade:espaços del a z e r,moradia eser viçosintegrados aum complexoempresarial ede negócios.

André de Almeida

Acidade de São Car-

los, a 230 quilôme-

tros da capital paulis-

ta, inaugurará ainda

este mês um empreendimen-

to que já está sendo considera

do o primeiro parque tecnoló-

gico de terceira geração do

País. Nele, espaços de lazer,

moradia e serviços estarão in-

tegrados a um complexo em-

presarial e de negócios. O Par-

que Eco Tecnológico Damha

(da empresa Damha Urbani-

zadora – responsável pela im-

plantação do complexo),

quando estiver concluído,

abrigará cerca de 200 empre-

sas de base tecnológica, com

predomínio para a área de en-

genharia de materiais, tecno-

logia da informação e equipa-

mentos médicos.

A primeira empresa a se

instalar no complexo, até o fi-

nal do mês, será o Instituto de

Materiais do Brasil (da sigla

inglesa MIB), especializada

em engenharia de materiais.

"São Carlos está muito bem

localizada e que tem uma

grande vocação na área de

ciência e tecnologia, com en-

genheiros e uma forte tradi-

ção acadêmica, fato que ga-

rante mão de obra qualifica-

da", disse um dos sócios da

companhia, Marcelo Milan.

"Apostamos no conceito do

empreendimento, já que

reunirá moradia, trabalho e

lazer no mesmo espaço,

evitando longos desloca-

mentos e melhorando a qua-

lidade de vida".

Estrutura -O complexo será

o terceiro parque tecnológico

de São Carlos e ocupará uma

área de 13 milhões de metros

quadrados, dos quais, cerca

de um milhão será destinado

para as empresas. "Em uma

primeira fase, aproximada-

mente 100 companhias esta-

rão instaladas em 460 mil me-

tros quadrados. O espaço res-

tante (540 mil metros quadra-

dos) será utilizado por mais

100 empresas, mas apenas

quando o parque tecnológico

for expandido, a partir de

2015", disse o engenheiro

José Octávio Armani Paschoal,

presidente do Instituto Inova,

responsável pela gestão

do parque.

De acordo com ele, a esti-

mativa é que a fase de insta-

lação das empresas nesta

primeira etapa envolva in-

vestimentos da ordem de R$

500 milhões. A área restante,

de aproximadamente 12 mi-

lhões de metros quadrados, é

formada pelo Parque Eco Es-

portivo Damha – um comple-

xo imobiliário com sete con-

domínios residenciais, tri-

lhas ecológicas, ciclovia, hí-

pica, restaurante, farmácia,

padaria, centro de eventos,

mini shopping, campo de gol-

fe e 3,6 milhões de metros

quadrados de mata nativa. Já

foram lançados quatro con-

domínios, cada um com 500

lotes. Mais de 1,5 mil famílias

já moram no local, pagando

condomínio de R$ 300.

"Para quem vem de São Pau-

lo, como eu, creio que se torna

bastante atrativo ter toda es-

sa estrutura e comodidade a

um preço acessível", afirmou

Paschoal, que se mudará em

breve para um dos condomí-

nios do Parque Eco Tecnológi-

co Damha. O empreendimen-

to localiza-se a apenas quatro

quilômetros do centro da cida-

de e tem proximidade com a

Universidade Federal de São

Carlos (UFSC). Além desta ins-

tituição, o município tem dois

campi da Universidade de São

Paulo (USP) e duas unidades

da Embrapa.

A ideia, segundo Paschoal, é

que todas estas instituições

estejam presentes no Centro

de Ciência, Inovação e Tecno-

logia em Saúde (Citesc), que

ainda está sendo construído

dentro do parque. O local terá

também um Núcleo de Inova-

ção, que abrigará a sede do

Instituto Inova, incubadoras

de empresas e laboratórios de

pesquisa. "Daremos priorida-

de para as empresas que es-

tão comprometidas com a

sustentabilidade e também

com a preservação do meio-

ambiente", reforçou o enge-

nheiro. O novo empreendi-

mento já está em fase de cre-

denciamento no Sistema Pau-

lista de Parques Tecnológicos.

Otimismo - Na opinião do

presidente da Associação Co-

mercial e Industrial de São

Carlos (Acisc), Alfredo Maffei

Neto, o novo parque tecnoló-

gico é muito bem vindo e já

traz efeitos positivos para a ci-

dade. "Além da vinda de novas

empresas de base tecnológica

e da geração de emprego e

renda, o local certamente

atrairá turistas devido à quali-

dade do seu campo de golfe",

disse. "Sem dúvida alguma

o empreendimento já está

sendo um dos grandes res-

ponsáveis pelo crescimento

e desenvolvimento do eixo

norte do município", concluiu

o dirigente.

Fotos: Divulgação

Ao alto, area do Parque Eco Tecnológico Damha que, quando concluído, abrigará cerca de 200 empresas de base tecnológica. Acima, projeto de um dos empreendimentos.

Daremos prioridadepara as empresascompro-metidascom asustentabilidade.JOSÉ OCTÁVIO PA S C H OA L ,PRESIDENTE DO IN S T I T U TO IN OVA ,G E S TO R DO PAR QUE.

Projeto de construção no novo parque, o terceiro instalado em São Carlos.

sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013 DIÁRIO DO COMÉRCIO 11

Os 10 mais de Tarantino

A arte de recuperar a arteErik Jacobs / The New York Times

'Russian Schoolroom', de Norman Rockwell, hoje no Museu Nacional de Ilustração, em Newport, foi listado como roubado pela Art Loss Register.

Kate Taylor e Lorne Manly, The New York Times

Pela manhã bem cedo no dia

11 de maio de 1987, que-

braram as portas de vidro

do Museu de Arte Moderna, Esto-

colmo, Suécia, tiraram um Matis-

se da parede e fugiram.Bastou ter

ousadia e uma marreta.

O paradeiro da pintura – Le Jar-din – permaneceu um mistério até

a obra ser achada no ano passado

e ter feito uma viagem de come-

moração na volta para casa, em

janeiro. A polícia, porém, não de-

sempenhou papel nenhum. O re-

torno foi facilitado pela Art Loss

Register, empresa londrina que

nas duas últimas décadas cresceu

em um setor pouco notado, mas

cada vez mais uma parte integral

da investigação de arte.

Fruto da imaginação de Julian

Radcliffe, ex-consultor de risco

com formação em Oxford que dis-

se ter espionado para a inteligên-

cia britânica, a Register ajuda a

preencher um vácuo: obras de ar-

te no valor de bilhões de dólares

são roubadas todo ano, segundo

uma estimativa do FBI, mas a po-

lícia tem poucos recursos para

priorizar sua procura.

Para Radcliffe, cuja outra em-

presa ajuda a recuperar equipa-

mentos de construção roubados,

essa foi uma oportunidade natu-

ral. Desde que abriu as portas 22

anos atrás, a Register criou um

dos maiores bancos de dados de

arte roubada do mundo, permitin-

do a recuperação de US$ 250 mi-

lhões em peças, ganhando comis-

sões de seguradoras e vítimas de

roubo. Durante o processo, a em-

presa atraiu críticas segundo as

quais suas táticas inflexíveis pres-

sionam os limites éticos e, por ve-

zes, legais. Mesmo assim, a Regis-

ter continua a contar com agentes

da manutenção da ordem pública

entre seus defensores.

"Para mim, eles são uma ferra-

menta muito importante e útil",

afirmou Mark Fishstein, policial

especializado em arte do Depar-

tamento de Polícia da Cidade de

Nova York.

A empresa de Radcliffe atua nos

recessos sombrios do mundo da

arte onde a prevalência do roubo,

falsificação e obras de procedên-

cia obscura deram origem a mui-

tas empresas as quais prometem

auxiliar os clientes a navegar por

esse mercado lucrativo, mas em

grande medida desregulamenta-

do. Para a Register, porém, apesar

do nome que parece oficial e do

papel decisivo como monitor, o lu-

cro não veio fácil e seu futuro pare-

ce cada vez mais nebuloso, amea-

çando um protagonista importan-

te na recuperação de obras de ar-

te roubadas.

Radcliffe disse esperar que a

Register equilibrasse as finanças

neste ano, mas que perdeu dinhei-

ro nos últimos seis e que somente

não afundou graças às suas inje-

ções de dinheiro. Entre os inciden-

tes que provocaram críticas, a Re-

gister orientou de forma equivo-

cada um cliente que queria verifi-

car a procedência de uma pintura

antes de comprar, afirmando que

era legítima quando na verdade

era roubada, de tal forma que ele a

comprou e, inconscientemente,

ajudou a firma a ganhar uma co-

missão pela sua recuperação.

A companhia é conhecida por

pagar a intermediários e infor-

mantes por pistas sobre obras

roubadas, prática que incomoda

gente da manutenção da ordem

pública, alegando que isso pode

estimular roubos. E a empresa

muitas vezes se comporta como

um caçador de recompensas, co-

brando comissões de até 20% do

valor da obra pela sua devolução.

"Eles atendem a um propósito,

sendo o único banco de dados pri-

vado", disse Robert K. Wittman,

investigador particular de arte

que antes chefiou a Equipe de Cri-

mes de Arte do FBI. "O problema é

quando ultrapassam esse papel e

tentam agir como se fossem a po-

lícia", afirmou

Poucos concorrentes – Po u c o s

países, como a Itália, dão alta prio-

ridade ao roubo de arte, mas são a

exc e ç ã o.

As cidades de Nova York e Los

Angeles, entroncamentos do co-

mércio de arte, têm um detetive

dedicado aos crimes de arte. O FBI

designou 14 agentes com treina-

mento para investigar crimes no

setor, embora a maioria também

tenha outras funções. A unidade

de artes e antiguidades da Sco-

tland Yard tem três agentes.

"Não é um crime violento", dis-

se Saskia Hufnagel, pesquisadora

do Conselho de Pesquisa Austra-

liano do Centro de Excelência em

Polícia e Segurança. "Não há víti-

mas, pelo menos não as que o pú-

blico considera vítimas. Boa parte

da perda é coberta pelo seguro."

As autoridades também têm di-

ficuldades com os dados limitados

e incompletos. O banco de dados

gerenciado pela Scotland Yard lis-

ta aproximadamente 57.500 ob-

jetos roubados. O banco de dados

de peças roubadas da Interpol gira

em torno de 40 mil obras. O banco

de dados do FBI soma menos de oi-

to mil objetos em parte porque a

agência conta com a polícia local

para preencher as lacunas.

"Não é um banco de dados com-

pleto", disse Bonnie Magness-

Gardiner, responsável pelo pro-

grama de arte roubada do FBI.

"Nós recebemos o que eles deci-

dem nos enviar."

Cada banco de dados lista itens

baseados em protocolos indivi-

duais e a maioria das agências po-

licias não se comunica com as ou-

tras; assim, quem está verifican-

do se uma obra foi roubada teria

de falar com várias agências.

A Register, em contrapartida,

informa que seu banco de dados

inclui mais de 350 mil pelas rouba-

das, saqueadas ou desapareci-

das. Além de uma equipe interna

com cerca de dez pessoas, a em-

presa usa uma firma indiana para

vasculhar o mundo em busca de

correspondentes entre o banco de

dados e artigos à venda em leilões

e feiras de arte.

As vítimas de roubo pagam pa-

ra listar seus itens na Register,

que também cobra de mar-

chands, colecionadores e segura-

doras interessadas em consultar o

banco de dados para saber se uma

peça está limpa.

Para a polícia, os recursos da

Register são claramente úteis. A

polícia pode consultar gratuita-

mente o banco de dados e a em-

presa ajudou a treinar a Equipe de

Crimes de Arte do FBI.

"Se eu fosse à Art Loss Register

e perguntasse se eles têm alguma

informação sobre certa pintura,

eles me entregariam 30 docu-

mentos", disse James McAndrew,

ex-agente federal que rastreava

arte roubada. "Eles teriam tudo is-

so, e o policial em patrulha não sa-

beria nem como perguntar."

Detetives particulares e lucros –

Aos 65 anos, Radcliffe é uma figu-

ra alta, pálida e que parece uma al-

ma penada, com queda pela tea-

tralidade de capa e espada. Por

exemplo, pressionado no ano pas-

sado a divulgar mais a respeito de

um caso nos Bálcãs, ele falou: "Tal-

vez a resposta seja levá-lo por aí

um dia e apresentá-lo aos interes-

sados para ver no que dá." Depois,

ele riu sardonicamente.

Certamente seus esforços e os

de outros levaram a um bom nú-

mero de recuperações bem-suce-

didas da Register, incluindo o re-

gresso de um valioso Cézanne,

uma das sete obras roubadas de

uma casa em Stockbridge, Massa-

chusetts, em 1978.

A pintura foi encontrada mais

de 20 anos mais tarde depois que

o Lloyd's de Londres entrou em

contato com a Register com a per-

gunta: uma empresa panamenha

tentava fazer o seguro de um qua-

dro de Cézanne para transporte.

Era roubado?

O banco de dados informou que

sim, então Radcliffe abordou o

proprietário, Michael Bakwin. Sua

obra fora localizada. Ele estava

disposto a pagar uma comissão

pela recuperação? Bakwin acei-

tou, e Radcliffe negociou um acor-

do com a firma panamenha.

Bakwin recebeu seu Cézanne em

1999. Ele vendeu a obra, "Jarro e

Frutas", poucos meses depois na

Sotheby's por US$ 29,3 milhões. A

Register embolsou uma comissão

de US$ 1,6 milhão.

Anos depois, quando algumas

das outras obras apareceram, o

vendedor foi desmascarado co-

mo Robert M. Mardirosian, advo-

gado aposentado de Massachu-

setts, que chegou a representar

o ladrão e ficou com a posse das

pinturas quando ele foi morto em

1979. A seguir, de acordo com os

registros do tribunal, ele criou a

empresa panamenha de facha-

da. Em 2008, Mardirosian foi con-

denado por posse de proprieda-

de roubada e forçado a devolver

os quadros.

Radcliffe admite que para exe-

cutar tal feito recorreu a um artifí-

cio. Quando as pinturas adicionais

apareceram e a Sotheby's lhe per-

guntou se eram roubadas, ele

mentiu, dizendo que não. Assim,

elas puderam ser despachadas

para a Sotheby's de Londres, onde

foram confiscadas.

Radcliffe afirmou só ter menti-

do duas vezes sobre pinturas se-

rem roubadas ou não, e não pede

desculpas, comparando à tática

da polícia confundir um suspeito

durante a investigação. "Quando

se está envolvido nesse tipo de

coisa, você não diz para o outro

que está mentindo."

“Sua voz é doce, encorpada; o

timbre, grave, agradável; a

afinação, acurada; as divisões rít-

micas, cuidadosas; a pronúncia,

impecável; a instrumentação,

concisa.” Com essas palavras eu

iniciei meu comentário sobre o

disco Chanson Française 2, de Fá-

bio Jorge, a quem à época enalte-

ci como o chansonnier do século

21.

Ao lançar agora Edith (indepen-

dente, com produção de Bruno

Pompeu), Fábio está melhor, já

que a tudo ele adicionou o seu

amor delirante por Edith Piaf.

Louco amor que permite desva-

rios; amor ensandecido que tris-

ca a extravagância sem, no

entanto, se importar que as-

sim pareça. Salve o intérprete

que ousa aloucar em nome de

uma paixão. Amor barroco, roco-

có... Amor eterno. Amor sem eira

nem beira, desacorçoado amor.

Fábio Jorge ama Edith.

Ao vê-lo refletir sua música à

sua imagem e semelhança, Edith

Piaf também amaria Jorge. Ven-

do-o derrubar barreiras em busca

de declarar-lhe seu amor, Edith

ofereceria ao chansonnier seus

versos de L’hymne à L’amour: Peu

m’importe les problemes/ Mon

amour, puisque tu m’aimes.

Ao que ele gritaria: "Que me

importa a vida tediosa, posto que

há o seu amor? Pouco importa a

solidão, esse amor avassalador

me preenche e gratifica".

Os arranjos de ba-

se, criados pelo pia-

nista Alexandre

Vianna, somados

aos arranjos para

cordas, escritos por

Daniel Bondaczuk

(ele coproduziu o

trabalho), reprodu-

zem, fielmente, a declaração de

amor musical pretendida por Fá-

b i o.

Pode-se até dizer que, aqui e

ali, há algum exagero na dramati-

cidade quase teatral no uso das

cordas e do coro – louco amor,

não há excesso onde palpita uma

candente paixão. Pode-se até

achar meio over a

grandiloquência ex-

pressa na voz de Fá-

bio Jorge – ah, o

amor! Não cabe co-

medimento ao pro-

clamá-lo. Derrama-

do em prantos ou

em risos nervosos, o

que importa é narrá-lo, fazer com

que a musa inspiradora derreta-

se por ele, e, se possível, que o re-

tribua com igual intensidade.

L'accordéoniste (Michel Emer) é

uma das belas canções do CD. Lá

está, como se à beira do rio Sena,

o acordeom de Toninho Ferragut-

ti, e também o baixo acústico de

Decko Telles e o piano vigoroso

de Alexandre Vianna. Grande ar-

ranjo. Fábio arrasa na calorosa in-

terpretação dos versos.

Também de Michel Emer, ÀQuoi Ça Sert L’amour, um animado

cancã, é destaque pela presença

de Claudette Soares. Seu duo

com Fábio é pleno de graça. O cla-

rinete de Ubaldo Versolato dá ain-

da mais charme à música.

La Vie en Rose (Louiguy e Edith

Piaf) tem o flugelhorn como pro-

tagonista do arranjo. Fábio canta

como se olhasse nos olhos de

Piaf. Acho que, ao final, ela pisca o

olho para ele... Louco amor.

Mesmo uma declaração de

amor, alegre ou triste, tem de ter

um ponto final. Para tal, Fábio sa-

biamente escolheu L’hymne àL’amour (Marguerite Monnot e

Edith Piaf), ode ao amor louco

varrido que, buscando o sonho

impossível, encontra a realidade

e, reverente, atira-se a seus pés.

Salve o cantor popular que se

rende ao delírio de fazer do seu

amor um canto maior.

Aquiles Rique Reis,músico e vocalista do MPB4.

Louco, louco amor.Aquiles Rique Reis

Judy Goffman Cutler, co-fundadora do Museu Nacional de Ilustração.

O cineasta Quentin Tarantino divulgou sua lista de melhores filmes de 2013, com independentes pouco vistose longas detonados pela crítica, como O Cavaleiro Solitário, da Disney. Entres os indies, Frances Ha, financiado

pela RT Features, do paulista Rodrigo Teixeira. Convira o ranking (em ordem alfabética): Afternoon Delight, de Jill Soloway; Antes da Meia-Noite, deRichard Linklater; Blue Jasmine, de Woody Allen; Drinking Buddies, de Joe Swanberg; É o Fim, de Seth Rogen e Evan Goldberg; Frances Ha, de NoahBaumbach; Gravidade, de Alfonso Cuarón; Invocação do Mal, de James Wan; Kick Ass 2, de Jeff Wadlow; O Cavaleiro Solitário, de Gore Verbinski.

CD

12 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013

Rolandoos dadosMilhares de dados

usados como pe-

ças de mosaico

compõem as es-

culturas de Antho-

ny Cragg.

http://goo.gl/fr xSM6

.R..EDES SOCIAIS

5% das contas doTwitter são falsasO Twitter estimou que

cerca de 5% de seus

215 milhões de perfis

são falsos (robôs ou

contas criadas por um

usuário para aumentar

seu número de segui-

d o re s ) .

.I..NTERNET

Museu do Futebol terá acervo onlineO Museu do Futebol, em

São Paulo, inaugurou na

sexta-feira em suas ins-

talações o Centro de Re-

ferência do futebol brasi-

leiro, um espaço que reu-

nirá as centenas de livros

e revistas que fazem par-

te de seu acervo sobre o

esporte. A proposta é de

que esse acervo esteja

disponível em um banco

de dados interativo onli-

ne. O banco de dados terá

fotos, vídeos e histórias

do esporte, além de infor-

mações sobre clubes pro-

fissionais e amadores, e

poderá ser ampliado com

sugestões dos próprios

usuários. Na página do

Museu na internet haverá

uma seleção de 1,7 mil li-

vros que trazem informa-

ções sibre o esporte em

todas as regiões do Brasil

e de alguns outros paí-

ses. A criação do banco

de dados, que em breve

poderá ser acessada in-

tegralmente pelo site,

exigiu três anos de pes-

quisas.

w w w. m u s e u d o f u t e b o l . o r g . b r

.C..R I AT I V I D A D E

Esculturas de chicleteO artista francês Jeremy Laffon se

inspira na arquitetura para criar

suas esculturas. Ele elegeu como

matéria-prima chicletes em tiras.

http://goo.gl/mGtzLh

.R..ECICLAGEM

Ilha ecológicaA empresa de arquite tura uniu um engenheiro civil e um

arquiteto naval para criar o protótipo de uma ilha artificial

feita de lixo marítimo reciclado. A ideia: limpar os mares e

criar novos espaços de diversão.

http://whim.nl/

.T..RANSPOR TE

Mais 20,5 km deônibus à direita

Mais 20,5 km de faixas

exclusivas para ôni-

bus à direita entram

em operação hoje. Com isso, o

total chega a 224,6 km, supe-

rando a meta de 220 km. As

multas nos novos trechos co-

meçarão a ser aplicadas em

duas semanas. A infração,

considerada leve pelo Código

de Trânsito Brasileiro (CTB), é

de R$ 53,20 e rende três pon-

tos na carteira.

Das vias contempladas com

o dispositivo estarão 2,4 km

de avenidas do entorno do Par-

que do Ibirapuera, na zona sul.

Na Pedro Álvares Cabral, a fai-

xa funcionará nos dois senti-

dos entre a Rua Manuel da Nó-

brega e o acesso à Avenida Ibi-

rapuera. A medida valerá das

6h às 22h, de segunda a sexta-

feira, assim como na Avenida

Professor Ascendino Reis, no

sentido centro, entre a Rua Es-

tado de Israel e a Pedro Álvares

Cabral. Na Avenida Ibirapue-

ra, a restrição vigorará no sen-

tido bairro, no mesmo perío-

do, entre a Pedro Álvares Ca-

bral e o Largo Mestre de Aviz.

Na zona norte, a Av. Nova

Cantareira ganhará 1,6 km de

faixa exclusiva para ônibus

entre a Água Fria e a Rua Maria

Amália Lopes de Azevedo. No

sentido Tucuruvi, o mecanis-

mo funcionará das 6h às 9h.

No sentido oposto, das 17h às

20h (segunda a sexta-feira).

Também na zona norte, a Av.

Itaberaba passará a ter 200

metros de faixa restrita para

ônibus, de segunda a sexta-

feira, das 6h às 9h, entre as

avenidas Inajar de Souza e Pa-

rada Pinto, no sentido centro.

Já na zona leste, a Av. São Mi-

guel receberá 1,4 km de faixa

só para ônibus entre a Praça

do Forró e a Av. Doutor Custó-

dio de Lima, no sentido centro.

No sentido oposto, será entre

as ruas Taiuvinha e João José

Rodrigues. A medida valerá

das 6h às 20h, de segunda a

sexta-feira. Na mesma região,

mais 3,5 km de faixas à direita

para os ônibus serão imple-

mentadas em avenidas como

Boturussu e Paranaguá.

J.Duran Machfee/Futura Press

SOLITÁRIO – Um elefante inflável foi colocado na calçada da Avenida Paulista, ao lado do

MASP, ontem, pela ONG internacional Elephantvoices.org, com sede na Noruega, em protesto

contra a matança de elefantes na África (proibida desde 1989) e o comércio de marfim no mundo.

s

Missa para os bichos em SPCachorrinhos, gatinhos e

passarinhos estiveram ao

lado de seus donos em

missas celebradas na úl-

tima sexta-feira, Dia de

São Francisco de Assis. A

foto mostra um fiel West

Highland White Terrier,

conhecido no Brasil como

o cachorrinho do IG, no in-

Paris versusNova York

O artista gráfico Vah-

ram Muratyan é autor

de um livro de imagens

sobre Paris e Nova

York. A maior parte das

imagens está em seu

blog. Para conhecê-las

ou adquirir o livro, visi-

te o site.

w w w. v a h r a m m u r a t y a n . c o m

Amor parisiensee amor nova-iorquino

Bordeaux em Paris,Cosmopolitan em NY

terior da Paróquia de São

Francisco de Assis na rua

Borges Lagoa, na Vila Cle-

mentino, na Capital pau-

lista. O frei José Francisco

deu a benção aos ani-

mais. Na festa dos bichos,

foram servidos muitos do-

ces e salgados para os hu-

manos.

Blog AnimaisOk

sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013 DIÁRIO DO COMÉRCIO 13

14 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013

sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013 15

CAIXA 1O seu consultor financeiro

Crianças: educação financeira épresente para a vida inteira.

A data de consumo pode ser umaoportunidade para ensinar aos filhos a

importância de poupar. Livros e cofrinhos sãoaliados nesse processo, que deve ser

conduzido de forma lúdica e divertida.

Rejane Tamoto

Moedinhas, notas e muitos sonhos.Divulgação

Maria Eduarda e seus dois cofrinhos:hábito começou há 4 anos.

Maria Eduarda, de 8 anos,

ainda não decidiu o que

quer ganhar no Dia das Crian-

ças, mas tem uma certeza: se

encher seus dois cofrinhos po-

derá comprar as bonecas que

gosta. Todos os dias ela espera

moedas dos pais, o troco das

pequenas despesas, para

poupar. "Já comprei patinete e

uma casa de boneca. Fiquei

muito feliz", conta.

A prática começou bem ce-

do, quando Maria Eduarda ti-

nha apenas quatro anos de

idade. Com o tempo, apren-

deu a esperar para guardar

mais dinheiro e comprar brin-

quedos de maior valor. "Ela

prefere encher o cofrinho para

comprar algo melhor", conta a

mãe, a economiária Maristela

Zanetti, de 44 anos.

Quando o cofrinho enche,

Maristela o abre na loja, junto

com a filha, para comprar algo

que a menina deseja. "Muitas

vezes o valor do item que ela

quer é maior do que o montan-

te que ela guardou, mas eu

completo. O importante é que

ela aprendeu a poupar e espe-

rar. Não faço isso para que ela

seja rica no futuro, mas para

que aprenda a lidar com di-

nheiro. Não quero que ela te-

nha problemas financeiros

quando crescer", diz a mãe.

Com essa preocupação, a

estratégia de Maristela foi pre-

sentear a filha com um cofri-

nho temático. "Percebi que ela

adorava as Princesas e com-

prei um com este tema. Hoje

ela tem dois, um para moedas

e outro para notas, onde guar-

da a mesada de R$ 10", diz.

A mãe conta que um com-

plemento para ensinar à filha

noções sobre a importância de

guardar dinheiro para realizar

sonhos foi a utilização de livros

de estórias infantis que abor-

dam o tema. Além disso, Maria

Eduarda também tem aulas

de educação financeira na es-

cola que frequenta, em Brasí-

lia. "Os livros ajudaram muito.

Mas acho que o que mais pe-

sou é que já valorizávamos a

educação financeira. O hábito

de economizar para ter as coi-

sas já era algo da nossa famí-

lia", completa Maristela. (RT)

ODia das Crianças

está chegando e o

clima de empolga-

ção por presentes

pode ser uma oportunidade

para os pais ensinarem aos fi-

lhos noções de boas práticas

financeiras. Claro que isso não

significa dizer às crianças que

o preço do presente é alto, e

nem de iniciar um discurso

cheio de palavras difíceis, co-

mo juros e orçamento. Espe-

cialistas em educação finan-

ceira sugerem que, além do

tradicional presente, os pais

aproveitem a data para dar co-

frinhos e livros de literatura in-

fantil que abordem finanças.

Juntos, os mimos extras po-

dem despertar na criança o

desejo de poupar para realizar

seus outros tantos sonhos de

consumo. "A melhor oportuni-

dade de fazer isso é no Dia das

Crianças porque o assunto

surgirá naturalmente. Não

adianta dar livros e cofrinhos

isoladamente. O ideal é entre-

gá-los junto com o presente.

Os pais podem dizer à criança

que o livro e o cofrinho serão

úteis para que ela consiga no-

vos presentes no futuro", diz

Reinaldo Domingos, educador

financeiro e presidente da

DSOP Educação Financeira e

Editora DSOP.

No entanto, é preciso caute-

la para tratar desse assunto

com os pequenos. "Cuidado

para não dar só livro e cofri-

nho. Criança quer presente",

lembra Domingos. Afinal, é

preciso conduzir o tema da im-

portância de poupar de forma

lúdica. É necessário ser sutil

para não defender a avareza e

explicar que o ato de poupar é

um caminho para a realização

de desejos. "Desde cedo é pre-

ciso poupar com objetivos de-

finidos. Por isso, defendo que

as crianças tenham três cofri-

nhos: um pequeno para objeti-

vos de curto prazo, um maior

para os de médio prazo e um

grande para os de longo pra-

zo", ressalta o educador.

Dinheiro é um assunto para

ser tratado de forma oportuna

e leve, aproveitando as ativi-

dades, assuntos e momentos

da criança. "O ideal é falar so-

bre dinheiro na hora em que a

criança está interessada nele.

E a data comemorativa é um

grande gancho", lembra Álva-

ro Modernell especialista e só-

cio-fundador da Mais Ativos

Educação Financeira.

Segundo ele, dinheiro é um

assunto chato para crianças e,

por isso mesmo, a abordagem

dos adultos deve ser natural.

"Não dá para falar para uma

criança o quanto é importante

ter a casa própria se ela só con-

segue pensar na casa de bo-

neca", disse Modernell duran-

te palestra no 1º Congresso

Nacional de Educação Finan-

ceira nas Escolas (Conefe), no

mês passado.

O melhor momento, a lin-

guagem adequada e o respei-

to aos interesses das crianças

são as dicas do especialista

para iniciar uma boa conver-

sa. Uma sugestão de Moder-

nell, que também é autor de li-

vros infantis, é a utilização da

literatura para abordar as no-

ções de finanças. Para as

crianças que não sabem ler,

mas que já têm desejos, os

pais podem contar estórias.

"Há muita literatura que pode

ser aproveitada para entrar no

assunto e muitos desses livros

não são novos. Exemplos es-

tão nas Fábulas de Esopo. A Ci-garra e a Formiga ensina a pou-

par e A Galinha dos Ovos de Ou-ro mostra que é importante

evitar a ganância", diz.

Modernell lembra que há

uma infinidade de livros infan-

tis. "Embora seja autor de mui-

tos deles, apoio a diversidade

literária. Exemplos de clássi-

cos para crianças que já leem

são obras de Ruth Rocha e Co-

ra Coralina", diz.

O livro Como se Fosse Dinhei-ro (Editora Salamandra), da

autora Ruth Rocha, conta as

aventuras do menino Cata-

pimba e de como ele aprende

a diferença entre o troco em

moeda e em bala.

Já a obra A menina, o cofrinhoe a vovó(Editora Global), da es-

critora Cora Coralina, conta a

história de uma avó que preci-

sa comprar uma geladeira pa-

ra produzir doces e vendê-los.

Na estória, a neta oferece o di-

nheiro de seu cofrinho para

ajudar a avó.

Outro livro recomendado

por Modernell é o O homemmais rico da cidade (Mais Ati-

vos), de Jonas Ribeiro, que

conta a história de dois ho-

mens que entram em uma dis-

puta para saber quem é o mais

rico. O livro mostra que exis-

tem riquezas mais importan-

tes do que as materiais.

Para Domingos, autor dos li-

vros das séries O Menino e o Di-nheiro (DSOP), e O Menino doDinheiro (DSOP), mais impor-

tante do que comprar livros, é

lê-los para os filhos. "Por isso,

junto com minhas obras vem o

suplemento do pai, que dá di-

cas para tornar a experiência

mais enriquecedora. Sugiro

que os pais, durante a leitura,

estabeleçam relações entre

os lugares da estória com a rua

onde moram e que comentem

suas semelhanças e diferen-

ças", diz.

O importante é que na leitu-

ra de um livro, ou na hora de

encher cofres, os pais procu-

rem interagir com os filhos. "É

essencial que essas ferramen-

tas não sejam utilizadas isola-

damente", conclui Domingos.

André Massaro, educador fi-

nanceiro e consultor, lembra

que os pais são exemplos para

os filhos. "Não adianta ensinar

a poupar e depois gastar de-

senfreadamente", completa.

Ele explica que a educação fi-

nanceira para crianças é uma

área recente de estudos e, por

isso, é feita de experimentos.

"Seja qual for o método, não

vai fazer mal. O importante é

que as experiências para ensi-

nar finanças aos filhos os le-

vem a não associar o dinheiro

a coisas chatas. Vale a pena

comprar brinquedos com um

viés educacional, para ensi-

nar a criança a lidar com os re-

cursos de forma econômica e

divertida", afirma.

16 -.ECONOMIA DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013

sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013 DIÁRIO DO COMÉRCIO 17

Shoppings festejam com os pequenosImportante data no calendário dos lojistas, o Dia da Criança estimula shoppings a criar atrações.

Paula Cunha

Lojistas de shopping

centers estão extre-

mamente otimistas

com o Dia da Criança,

que se comemora no próximo

sábado. A data deverá elevar

12% em média as vendas em

relação ao ano passado em to-

do o Brasil, na expectativa da

Associação Brasileira de Lojis-

tas de Shopping (Alshop). Nes-

te ano, a entidade acredita na

ajuda até da valorização do

dólar, que poderá contribuir

para que mercadorias de fa-

bricação nacional, com preços

mais competitivos, ganhem a

preferência dos consumido-

re s .

Representantes da Alshop

informam que, em razão da

boa expectativa, os lojistas

contrataram mão de obra

temporária, aumentando, em

média, 15% do quadro de fun-

cionários.

Na capital paulista, empre-

endimentos de diversas re-

giões criaram promoções. O

shopping Pátio Paulista, por

exemplo, localizado no bairro

do Paraíso, está apostando no

interesse das crianças por tec-

nologia e criou um espaço in-

terativo, chamado "Desafio

de gênio", composto por qua-

tro estações equipadas com

um iPad cada, para os peque-

nos de 6 a 12 anos. No apare-

lho, há um jogo de memória

que apresenta sequências de

cores e sons em sessões que

duram 20 minutos e que de-

vem ser memorizados pelos

j o g a d o re s .

A promoção se estenderá

até o dia 13 e a cada tarde será

anunciado o vencedor do jo-

guinho daquele dia, que leva-

rá como prêmio um vale-com-

pra no valor de R$ 100 para ser

trocado na loja de brinquedos

Laura. No final do evento, o jo-

gador com o maior número de

pontos obtidos em todas as

competições ganhará um va-

le-presente de R$ 300. Anco-

rado nessa e em outras pro-

moções, a expectativa do Pá-

tio Paulista é de elevar em 8%

as vendas em relação ao mes-

mo período de 2012.

Também otimista, o Vila

Olímpia, na zona Sul da capi-

tal, espera aumento de 11%

nas vendas, em comparação

com as do ano passado. O

shopping investiu R$ 200 mil

em ações para divulgar a data,

que incluem a exposição "O

Mundo dos Dinossauros", com

nove réplicas em tamanho na-

tural dos animais. A exposição

está aberta de segunda a sá-

bado, das 10h às 22h, e aos do-

mingos e fe-

riados, das

14h às 20h. A

direção do Vi-

la Olímpia não

divulga a ex-

pectativa de

fluxo de públi-

co durante o

período da

p ro m o ç ã o.

A superin-

tendente do

Pa r k S h o p p i n g

São Caetano,

Beatriz Alves,

também par-

tilha este oti-

mismo. Se-

gundo ela, o

espaço locali-

zado no muni-

cípio do ABC

paulista de-

verá receber

11% mais visi-

tantes do que

no período do

Dia da Criança do ano passa-

do, com o que haverá um au-

mento de 10% nas vendas.

Uma verba de R$ 230 mil foi

destinada para promover as

atrações criadas em redes so-

ciais e em painéis distribuídos

nas regiões de Santo André e

Bernardo do Campo. Inspira-

das pelo filme “Av i õ e s ”, da Dis-

ney, cabines com jogos de me-

mória e espaços interativos

com atividades como pinturas

e desenhos serão oferecidas a

crianças de 3 a 12 anos na pra-

ça de eventos até 13 de outu-

bro em diversos horários.

Apoio do teatro – Va l o r i z a n -

do atividades mais lúdicas, o

Central Plaza Shopping ofere-

cerá até o dia 13 deste mês

uma Oficina de Dedoches e

um Teatro de Fantoches, com

sessões gratuitas realizadas a

cada 30 minutos em um espa-

Tecnologia e tradiçãoconvivem em harmonia

Para atender as crianças

mais sintonizadas com

a evolução tecnológica,

a PBKids Brinquedos aposta

para este Dia das Crianças

em tablets que estão

expostos em displays

especiais. A rede, composta

de 189 unidades em todo o

País, espera que a data

provoque um aumento de

vendas de 12% frente ao ano

passado. Para alcançar esse

objetivo, também oferece as

linhas de brinquedos

relacionadas aos

personagens de desenhos e

séries mais famosos do

momento como Monster

High, Galinha Pintadinha e

Furby, entre outros, dentro da

campanha batizada "Solte a

sua imaginação".

A rede, que pertence à Ri

Happy desde o ano passado,

é a segunda maior varejista

de brinquedos o País e tem

nas classes B e C a principal

clientela. Segundo o diretor

de marketing do

empreendimento, Mário

Honorato, as classes

emergentes, graças ao

aumento do poder aquisitivo

nos últimos anos, incluíram a

aquisição de brinquedos,

games e tablets no

orçamento familiar. Por isso,

além dos games e tablets, o

empreendimento também

oferece os jogos tradicionais

como Lego e as bonecas

para as meninas, com

destaque para a linha de

princesas Disney.

Segundo Honorato, a

PBKids acompanhou a

evolução das crianças e

ampliou o leque de itens

oferecidos, com destaque

para os com maior apelo

tecnológico. Na opinião dele,

as adolescentes não

brincam mais de bonecas,

mas a variedade de

brinquedos também cresceu

e acompanhou o maior

número de crianças com

acesso a ela e atende as

preferências de todas as

faixas etárias.

Neste ano, a rede criou

uma promoção, que vai até

sábado, durante a qual a

cada R$ 100 em compras que

incluem brinquedos

relacionados aos

personagens Ben 10, Hora de

Aventura ou Meninas

Superpoderosas, os clientes

concorrem a dois automóveis

Ford Fiesta 0 Km, que têm

valor de R$ 33 mil. Eles serão

entregues aos sorteados

com um estoque de

brinquedos no valor de R$ 2

mil. A campanha para

divulgar a iniciativa teve

custo de R$ 1 milhão e será

veiculada na TV e através de

encartes. (PC)

Tina Cezaretti/Hype

Atraçõesoferecidas nosshoppings sãovariadas, comjogoseletrônicos,exposições debonecosgigantes deanimais ebrincadeirastradicionais.

ço especial-

mente criado

para eles. No

teatro, atores

i n t e r p re t a r ã o

personagens

clássicos de

histórias como Branca de Ne-

ve e os Sete Anões, Os Três Por-

quinhos e Chapeuzinho Ver-

melho, entre outras. Repre-

sentantes do espaço têm ex-

pectativa de aumento de

vendas e de público da ordem

de 7%. Segundo eles, os inves-

timentos em promoção soma-

ram R$ 120 mil.

Também no Shopping Ibira-

puera, o teatro é uma das atra-

ções oferecidas para conquis-

tar as crianças. A Mostra de

Teatro, que estreou no sábado

e se prolongará até o dia 3 de

novembro, segundo o estima-

do, fará aumentar em 4% o flu-

xo de visitantes. Ricardo Por-

tela, gerente de marketing, in-

forma que o Dia da Criança

neste ano estimulará um au-

mento de 8% nas vendas ante

o mesmo período do ano pas-

sado. “O público infantil tem

ampliado o seu poder no mo-

mento da compra. Eles sabem

o que querem e isso influencia

muito na decisão dos pais",

afirma Portela.

O Anália Franco, localizado

na zona Leste da capital, deci-

diu se inspirar em um sucesso

do cinema de animação. A Pra-

ça de Eventos será decorada

com os personagens do filme

"Tá Chovendo Hamburguer 2".

Para crianças de 4 a 12 anos foi

criado um circuito de aventura

com atividades com duração

aproximada de 20 minutos.

Nele, há um jogo onde o obje-

tivo é desligar uma máquina

que controla criaturas que

tentam engordar o mundo. O

empreendimento não divul-

gou previsões de público e de

vendas.

Divulgação

Divulgação

18 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013

sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013 DIÁRIO DO COMÉRCIO 19

Estou disposto a apostar que há votos suficientes para garantir que os EUA não vão acabar se tornando caloteiros.Barack Obama, presidente dos EUA

LONGE DOS FALSIFICADORES – O Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos,divulgou ontem imagem da nova nota de US$ 100, que entra em circulação amanhã e traz novosdispositivos de segurança. O retrato de Benjamin Franklin está cercado de segredos. "Nosso trabalho étornar mais difícil a ação dos falsificadores", disse Michael Lambert, diretor do Fed. (EFE)

Impasse eleva risco de calote nos EUALíder republicano endurece o tom e ameaça não votar um aumento para o teto da dívida dos Estados Unidos. Prazo termina dia 17 deste mês.

Opresidente da Câ-

mara dos Deputa-

dos dos Estados

Unidos, John Boeh-

ner, afirmou ontem que não

iria elevar o teto da dívida nor-

te-americana sem uma "con-

versa séria" sobre o que está

levando à dívida, enquanto os

democratas, do partido do

presidente Barack Obama,

disseram que aumentar a pos-

sibilidade de um calote era ir-

responsável e imprudente.

"O crédito do país está em

risco por causa da recusa da

administração em sentar e ter

uma conversa", afirmou o re-

publicano John Boehner du-

rante o programa "This Week",

da rede ABC, acrescentando

que não há votos suficientes

na Câmara dos Deputados pa-

ra aprovar um projeto de lei

"limpo" para o limite da dívida,

sem quaisquer condições de-

finidas.

Perguntado se isso signifi-

cava que os Estados Unidos

estavam na direção de um ca-

lote, caso o presidente Barack

Obama não negociasse, o re-

publicano Boehner respon-

deu: "Este é o caminho que es-

tamos seguindo".

O prazo para votação da

ampliação do teto da dívida

dos EUA é dia 17 de outubro.

Se não for criado um novo teto

para a dívida, os EUA correm o

risco de não ter como pagar

seus credores.

Endurecidos – Os comentá-

rios parecem estar mais endu-

recidos desde a semana pas-

sada quando foi noticiado que

Boehner teria afirmado aos re-

publicanos em privado que ele

trabalharia para evitar o calo-

te, mesmo que isso significas-

se contar com votos de demo-

cratas, como ele fez em agos-

to de 2011.

Republicanos e democratas

também divergem sobre a cul-

pa por uma paralisação que

tem levado ao fechamento de

grande parte dos serviços do

governo, e de pontos turísti-

cos como a Estátua da Liber-

dade. Na segunda-feira pas-

sada, à meia-noite, venceu o

prazo para votação do novo

orçamento no Congresso.

Sem a votação, o governo fe-

deral não tem como pagar o

pessoal. A batalha sobre o fi-

nanciamento do governo fe-

deral parece que irá se juntar à

discussão sobre o teto da dívi-

da, que precisa ser elevado

até a semana que vem.

Os republicanos estão em

busca de concessões em troca

do aumento do teto da dívida

do país de US$ 16,7 trilhões.

Se o limite de empréstimo não

for aumentado, os Estados

Unidos poderiam ir a "de-

fault", o que, segundo autori-

dades e economistas, com

graves consequências para as

economias globais.

O secretário do Tesouro, Ja-

ck Lew, alertou sobre as sérias

consequências "caso o impen-

sável acontecesse, para se ter

um calote dos EUA. "É irres-

ponsável e imprudente correr

esse risco. Por isso, o Congres-

so precisa agir", disse ele.

Pressionado pela promessa

de Obama de não negociar o li-

mite da dívida, Lew disse: "O

presidente sempre esteve

procurando uma forma de ne-

gociar, de encontrar um meio-

termo razoável, com um gru-

po bipartidário de membros e

senadores para fazer a coisa

certa para a população norte-

americana. Ele aprovou um

orçamento que, na verdade,

exigiu um grande passo para

ser realizado. O presidente es-

tá aberto a negociações".

Calote – O presidente Bara-

ck Obama disse que não espe-

ra ter que tomar nenhuma me-

dida extraordinária para evi-

tar que os EUA deem um calote

em sua dívida, porque acredi-

ta que o Congresso vai aumen-

tar o teto da dívida antes do

prazo, o dia 17 de outubro.

"Não espero chegar até es-

se dia", disse Obama em en-

trevista para a agência de no-

tícias Associated Press. "O

presidente da Câmara, John

Boehner, deu pelo menos al-

guns indícios de que está dis-

posto a garantir que não ocor-

ra o calote", disse Obama. "E

estou muito disposto a apos-

tar que há votos suficientes no

Congresso agora para garan-

tir que os Estados Unidos não

vão acabar se tornando calo-

teiros", concluiu o presidente

dos EUA. (Reuters)

Michael Reynolds/EFE

O presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, John Boehner, está em queda de braço com Barack Obama.

20 -.ECONOMIA/LEGAIS DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013

sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013 DIÁRIO DO COMÉRCIO ECONOMIA/LEGAIS - 21

22 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de outubro de 2013

Ao notarmos que uma empresa está com uma prática que contraria o Código de Defesa do Consumidor, poderemos iniciar uma fiscalização.Luciano Sousa, do Procon-SP

FIQUE POR DENTRO

Angela Crespo é jornalista especializada em consumo; e-mail:[email protected]

Br inquedosper igososfora decirculação

Neste ano, na fis-

calização do Dia

das Crianças, o

Inmetro determinou que

todos os órgãos delega-

dos (Ipems) do País per-

corressem o comércio

varejista e atacadista

para checar se brinque-

dos, mamadeiras e chu-

petas portavam o selo

de identificação da con-

formidade e se aten-

diam aos requisitos es-

tabelecidos na regula-

m e n t a ç ã o.

Em São Paulo, o balan-

ço do Ipem na Operação

Especial Dia das Crian-

ças resultou na apreen-

são de 2.719 brinquedos

em 59 das 280 lojas visi-

tadas na capital e nas ci-

dades de Lins, Ribeirão

Preto, Rio Claro, Piraci-

caba, Taubaté e Votupo-

ranga. Mamadeiras,

chupetas e bicos de ma-

madeira foram exami-

nados, mas não foram

encontrados erros.

A maioria da apreen-

são de brinquedos foi em

decorrência da falta de

selo do Inmetro, informa

a Assessoria de Impren-

sa do Ipem-SP. Eles se-

rão inutilizados e as lojas

que comercializavam os

produtos irregulares se-

rão autuadas.

Gol é condenada por cancelamentoindevido de passagens

PA R C E R I AA Secretaria Nacional do

Consumidor (Senacon) e o Conselho

Federal de Psicologia (CFP) firmaram

parceria para o Conselho auxiliar nas

investigações sobre publicidade

abusiva, com a emissão de pareceres

técnicos. O acordo estabelece um

canal de comunicação direta entre os

órgãos, prevendo outras ações na

área de defesa do consumidor. No

último ano, a Senacon já vinha

contando com o apoio técnico do CFP

na emissão de pareceres para

investigações sobre publicidade

abusiva, com conteúdo

potencialmente racista ou sexista,

entre outros.

PROIBIÇÃOO consumo de álcool em

postos de combustível da capital

paulista poderá ser proibido. É

que foi aprovado projeto de lei na

semana passada na Comissão de

Saúde, Promoção Social,

Trabalho e Mulher, da Câmara

Municipal de São Paulo. De

autoria do vereador George

Hatto (PMDB), a proposta já

passou pelas comissões de

Constituição, Justiça e Legislação

e de Assuntos Econômicos. Falta

ser avaliada pela comissão de

Finanças e Orçamento para

depois seguir para dupla votação

no plenário.

CRÉDITOBancos e outras

instituições, como

concessionárias de

veículos, poderão ser

impedidos de negar

crédito ou compartilhar

dados sobre

consumidores que já

questionaram dívidas

na Justiça. A proibição

está prevista no PL

4423/23, do ex-

deputado Professor

Victório Galli, aprovado

na semana passada

pela Comissão de

Defesa do Consumidor.

A proposta, conforme a

Agência Câmara, pune

com multa ou até com a

cassação da licença do

estabelecimento quem

desobedecer a regra.

Segundo o relator na

comissão, deputado

Paulo Freire (PR-SP), a

ideia é evitar a negativa

de crédito com base em

eventuais “listas

negras” levantadas

para identificar os

clientes que, embora

não estejam

registrados em

cadastros restritivos

como SPC ou Serasa,

simplesmente

exerceram seus direitos

e pediram revisão

judicial de contratos de

financiamento ou

e m p ré s t i m o.

Estudo do Idec e da

Market Analysis mostra

que a maioria dos

brasileiros já ouviu falar

do Código Brasileiro do

Consumidor, mas

poucos recorrem a ele

quando p recisam

solucionar problemas.

De 20 entrevistados,

19 disseram saber da

existência de um código

(95%) que protege seus

direitos como

consumidor e 63%

afirmam consultá-lo e

45% afirmaram “não ter

conhecimentos

suficientes”. A pesquisa

pode ser acessada no

site da entidade.

Aempresa aérea terá de pagar indeniza-

ção por danos morais e materiais a dois

consumidores, conforme decisão da 5ª

Turma Recursal do Fórum Dolor Barreira.

No ano passado, os dois clientes adquiriram,

por meio de código promocional na internet,

passagens (ida e volta) de Fortaleza para São

Luís, no valor de R$ 389,00. Eles fizeram o pri-

meiro trecho da viagem, mas no momento do

check-in da conexão foram informados de que

os nomes não constavam na lista de passagei-

ros do voo de volta para a Capital cearense.

Foram obrigados a adquirir outros bilhetes,

por R$ 595,77 cada. Ao solicitarem o reembol-

so das quantias, a Gol respondeu que a devolu-

ção seria de R$ 185,00, re-

ferente à passagem pro-

mocional sem as taxas de

embarque. Entraram, en-

tão, com ação na Justiça

pedindo indenização por

danos morais e materiais.

Na contestação, a empre-

sa disse que o código pro-

mocional era destinado a

um grupo específico, mas

vazou na internet e terceiros teriam se aprovei-

tado e comprado bilhetes.

Decisão do 9º Juizado Especial Cível e Crimi-

nal de Fortaleza, reconhecendo a falha na pres-

tação de serviço e o transtorno sofrido pelos

consumidores, determinou pagamento de re-

paração material no valor de R$ 595,77, além

de R$ 6 mil, a título de danos morais, para cada

um dos passageiros.

Inconformada, a Gol interpôs recurso sob a

alegação de que as passagens foram obtidas

de forma fraudulenta. Mas, ao julgar o proces-

so, a 5ª Turma Recursal decidiu pela manuten-

ção da sentença. O relator destacou que “a fa-

lha na prestação de serviço da companhia aé-

rea restou caracterizada no momento em que

cancelou arbitrariamente as passagens, ape-

nas ao argumento de que havia suspeita de

fraude, ainda mais porque deixou de informar

ao consumidor”.

Fonte: Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE)

As ações do Procon e doIpem não se restringem adatas como o Dia dasCrianças, festejado

nesta semana.

A fiscalização que está todo dia na ruaA

s operações espe-

ciais do Dia das

Crianças promovi-

das pela Fundação

Procon-SP e pelo Instituto de

Pesos e Medidas do Estado de

São Paulo (Ipem-SP) foram

praticamente finalizadas na

semana passada. Mas isso não

significa que os comerciantes

estão fora do alcance dos fis-

cais dos dois órgãos públicos

de proteção e defesa do con-

sumidor. Isso porque os fiscais

percorrem diariamente o co-

mércio varejista e atacadista

para checar se as normas de

proteção e defesa do consumi-

dor estão sendo cumpridas.

Além da rotina de fiscaliza-

ção, o Procon-SP acata denún-

cias dos mais diferentes públi-

cos. “Realizamos inspeções

após provocação de outros ór-

gãos públicos, como o Ipem”,

informa Luciano Sousa, assis-

tente técnico da Diretoria de

Fiscalização do Procon-SP. “Se

na ação desse órgão for verifi-

cada alguma irregularidade

que compete ao Procon coibir,

ela é oficializada e pode gerar

uma ação por parte da Direto-

ria de Fiscalização”.

São também fontes do ór-

gão público de defesa do con-

sumidor o Poder Judiciário, a

Polícia Civil, o Ministério Públi-

co, a mídia. Mas, salienta o téc-

nico, o maior volume de de-

núncias parte do próprio con-

sumidor. “A Diretoria de Fisca-

lização acompanha as

demandas registradas no

atendimento. Mesmo sendo

questões individuais, ao no-

tarmos que uma determinada

empresa está com uma práti-

ca que contraria o Código de

Defesa do Consumidor, pode-

remos iniciar uma fiscaliza-

ç ã o. ”

Os varejistas, fabricantes e

importadores podem se livrar

dos autos de infração, cujas

multas, hoje, vão de R$ 400 a

R$ 7 milhões, se cumprirem

com as determinações legais.

No caso de produtos para

crianças, o Procon verifica se a

informação sobre a faixa etá-

ria está estampada na emba-

lagem e se o manual de infor-

mação está em português. Ve-

rifica outros itens como a qua-

lidade da informação na

vitrine, se há exemplar do Có-

digo de Defesa do Consumidor

no estabelecimento, as for-

mas de pagamento aceitas

pela loja, etc. “Basicamente, é

o que está estabelecido no ar-

tigo 31 do CDC”, acrescenta

Sousa.

Ele explica que, verificada

uma infração, é lavrado o au-

to de infração, que inaugura o

processo sancionatório. De-

pendendo da situação, as pe-

nas podem chegar ao fecha-

mento do estabelecimento.

“As sanções estão elencadas

no artigo 56 do CDC.”

Durante uma operação de

fiscalização, seja em datas

especiais, como o Dia das

Crianças, ou de rotina, os fis-

cais do Procon podem detec-

tar situação específica, que

será trabalhada em detalhes

posteriormente pelo órgão

ou por uma de suas câmaras

técnicas. “Essa situação pode

culminar em uma sanção e o

importador ou o fabricante se-

rem chamados para a assina-

tura de um Termo de Ajusta-

mento de Conduta (TAC)”,

acrescenta o técnico.

Pro t e ç ã o

A maioria dos produtos des-

tinados ao público infantil é de

certificação obrigatória pelo

Inmetro, cabendo aos Ipems

dos Estados verificar se o que

está disponível à venda no

mercado cumpre a legislação

e porta o selo do Inmetro. A ra-

zão para tanto controle é o ris-

co que eles representam às

crianças. Os dados do Sistema

Inmetro de Monitoramento de

Acidentes de Consumo (Sin-

mac) mostram que os produ-

tos infantis representam 15%

do total de registros por consu-

midores e lideram o ranking de

acidentes. “Estamos atuando

de forma constante na regula-

mentação, fiscalização e

conscientização sobre o uso

de produtos destinados ao pú-

blico infantil”, assinala Alfredo

Lobo, diretor de Avaliação da

Conformidade do Inmetro.

Desde 1992, a certificação

de brinquedos é compulsória

no Brasil. A obrigatoriedade

visa a propiciar a confiança de

que o produto foi fabricado a

partir de requisitos mínimos

de segurança. “Um brinquedo

que não obedece às normas

pode conter, por exemplo, tin-

ta tóxica ou componente que

contamine o organismo da

criança”, acrescenta a Asses-

soria de Imprensa do Inmetro.

O selo do Inmetro é concedi-

do depois que o brinquedo

passa por vários ensaios reali-

zados por laboratórios acredi-

tados pelo órgão. É feita a ava-

liação de itens de segurança

como impacto e queda (pon-

tas cortantes e agudas); mor-

dida (partes pequenas que po-

dem ser levadas à boca); quí-

mico (metais nocivos à saú-

de); inflamabilidade (risco de

combustão em contato com o

fogo); e ruído (níveis acima

dos limites estabelecidos pela

legislação).

É para esses itens de segu-

rança que os lojistas devem

atentar antes de colocar um

brinquedo à venda em seu es-

tabelecimento. Caso contrá-

rio, estarão não só sujeitos a

multas (vão de R$ 100 a R$ 1,5

milhão), como à apreensão de

todos os itens irregulares, con-

forme a Lei nº 9.933/99.

PESQUISA


Recommended