XXV Congresso da Associaç ão Nacional de Pesquisa e Pós-Gradua ção em Música – V itória – 2!" Na ciranda do Villa: investigação em torno da Ciranda das Sete Notas de Villa-Lobos MODALIDADE: PÔST ER Lamartine T avar es Instituto Federal de Goiás – lamartinea!ote"#otmail$%om &o#nson Ma%#ado 'niversidade Federal de Goiás –(o#nsonma%#ado"#otmail$%om Resumo# Ao $esquisarmos a res$eito de o%ras de com$ositores %rasileiros $ara &agote' escritas no s(culo XX' ine)ita)elmente teremos que dedicar algumas lin*as a uma das o%ras mais e+$ressi)as do re$ ert óri o do ins trumento' a )iranda das Sete *otasde ,eitor Villa-o%os. /n)estigar o cont e+to em qu e es sa o%ra &oi es cr ita requ er um me rg ul *o na at i)idade do com$os it or' $rinci$almente nos anos 2e 0' ($oca em que Vi lla )i)eu entre Paris e 1io de aneiro' se alimentando das ideias do Modernismo. Nosso $rinci$al o%3eti)o nesse estudo &oi conte+tuali4ar a $eça de Vi lla-o%os $or meio de $esquisa %i%liogr5 &ica e de outros materiais que' de alguma &orma nos a3udaram e sem dú)ida a3udarão tam%(m aos leitores' na construção da $er&ormance desta música. Palavras-chave:Villa-o%os6 Ciranda6 7agote. /n 8*e Villa9s Ciranda# 1esearc* on 8*e Ciranda das : ete Notas %; Villa-o%os Abstract# <*ile stud;ing a%out =or>s %; ?ra4ilian com$osers &or %assoon =ritten in t*e t=entiet* centur;' =e =ill ine)ita%l; *a)e to de)ote some lines to one o& t*e most signi&icant =or>s o& t*e instrument@s re$ertoire' t*e Ciranda das :ete Notas %; ,eitor Villa -o%os . /n order to in)estigate t*e conte+t in =*ic* t*is =or> =as =ritten it requires a close attention in t*e com$oser@s acti)it;' mainl; during t*e 2s and 0s ' a time =*en Villa li)ed %et=een Paris and 1io de aneiro' &eeding *imsel& t*roug* t*e Modernism ideas. ur $rimar; goal in t*is stud; =as to conte+tuali4e t*e $iece o& Vi lla-o%os t*roug* literature and ot*er materials t*at some*o= *el$ed us to understand it. /t =ill *el$ also t*e readers to %uild t*e $er&ormance o& t*is music. Ke!ords:Villa-o%os6 Ciranda6 ?assoon. " # $m esc%ndalo chamado &odernismo Na noite de 2B de maio de !B!0' no rec(m-inaugurad o T#+,tre des )#am-s .l/s+es' a sociedade &rancesa testemun*ou um dos mais &amosos escndalos da ,istória da Música. Arquiteta da $o r :e rg ei de Di ag *i le ) E!F2-!B2B H' $o de ro so em$r es 5r io da com$an*ia de dança 0ellets Russes' a estreia do %al( A Sa!ra12o da Primaverado com$ositorrusso /gor :tra)ins>; E!FF2-!B!H' com coreogra&ia de Vasla) Ni3ins>i E!FB-!B"H' se deu em meio a )aias e duras crIticas' $rinci$almente $elo rom$imento desta o%ra com os conceitos tradicionais tanto da música quanto da dança ECJK81.' 2!0H. !
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7/17/2019 1 Na ciranda do Villa - Lamartine Tavares - Johnson Machado.doc
XXV Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música – Vitória – 2!"
Na ciranda do Villa: investigação em torno da Ciranda das Sete Notas deVilla-Lobos
MODALIDADE: PÔSTER
Lamartine Tavares Instituto Federal de Goiás – lamartinea!ote"#otmail$%om
&o#nson Ma%#ado'niversidade Federal de Goiás – (o#nsonma%#ado"#otmail$%om
Resumo# Ao $esquisarmos a res$eito de o%ras de com$ositores %rasileiros $ara &agote' escritas nos(culo XX' ine)ita)elmente teremos que dedicar algumas lin*as a uma das o%ras mais e+$ressi)asdo re$ertório do instrumento' a )iranda das Sete *otas de ,eitor Villa-o%os. /n)estigar oconte+to em que essa o%ra &oi escrita requer um mergul*o na ati)idade do com$ositor'
$rinci$almente nos anos 2 e 0' ($oca em que Villa )i)eu entre Paris e 1io de aneiro' sealimentando das ideias do Modernismo. Nosso $rinci$al o%3eti)o nesse estudo &oi conte+tuali4ar a
$eça de Villa-o%os $or meio de $esquisa %i%liogr5&ica e de outros materiais que' de alguma &ormanos a3udaram e sem dú)ida a3udarão tam%(m aos leitores' na construção da $er&ormance destamúsica.
Palavras-chave: Villa-o%os6 Ciranda6 7agote.
/n 8*e Villa9s Ciranda# 1esearc* on 8*e Ciranda das :ete Notas %; Villa-o%os
Abstract# <*ile stud;ing a%out =or>s %; ?ra4ilian com$osers &or %assoon =ritten in t*e t=entiet*centur;' =e =ill ine)ita%l; *a)e to de)ote some lines to one o& t*e most signi&icant =or>s o& t*einstrument@s re$ertoire' t*e Ciranda das :ete Notas %; ,eitor Villa -o%os . /n order to in)estigatet*e conte+t in =*ic* t*is =or> =as =ritten it requires a close attention in t*e com$oser@s acti)it;'mainl; during t*e 2s and 0s ' a time =*en Villa li)ed %et=een Paris and 1io de aneiro' &eeding*imsel& t*roug* t*e Modernism ideas. ur $rimar; goal in t*is stud; =as to conte+tuali4e t*e
$iece o& Villa-o%os t*roug* literature and ot*er materials t*at some*o= *el$ed us to understandit. /t =ill *el$ also t*e readers to %uild t*e $er&ormance o& t*is music.
Ke!ords: Villa-o%os6 Ciranda6 ?assoon.
" # $m esc%ndalo chamado &odernismo
Na noite de 2B de maio de !B!0' no rec(m-inaugurado T#+,tre des )#am-s
.l/s+es' a sociedade &rancesa testemun*ou um dos mais &amosos escndalos da ,istória da
Música. Arquitetada $or :ergei de Diag*ile) E!F2-!B2BH' $oderoso em$res5rio da
com$an*ia de dança 0ellets Russes' a estreia do %al( A Sa!ra12o da Primavera do com$ositor
russo /gor :tra)ins>; E!FF2-!B!H' com coreogra&ia de Vasla) Ni3ins>i E!FB-!B"H' se deu
em meio a )aias e duras crIticas' $rinci$almente $elo rom$imento desta o%ra com os conceitos
tradicionais tanto da música quanto da dança ECJK8 1.' 2!0H.
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&ato ( que naquele momento A Sa!ra12o da Primavera a%rira de )e4 as $ortas
do modernismo' in&luenciando a $artir de então artistas de )5rias $artes do mundo.
Jm dos artistas &ortemente in&luenciados $ela música de :tra)ins>; &oi o
com$ositor %rasileiro ,eitor Villa-o%os E!FF-!B"BH. Não di&erente das reaçLes causadas $or
:tra)ins>; na 7rança' aqui no ?rasil Villa tam%(m era al)o de duras crIticas' $rinci$almente
a$ós sua e&eti)a $artici$ação na :emana de Arte Moderna' reali4ada na cidade de :ão Paulo
em &e)ereiro de !B22. Km Storia dela Musi%a nel 0rasile da3 tem-i %olonial sino ai nostri
!iorni 456789586;< $u%licado em Milão' no ano de !B2' Cernicc*iaro escre)e so%re o 3o)em
com$ositor#
ue desastre O... $ara um 3o)em de engen*o not5)el e &ecundo' que nos $rimeirosal)ores de sua carreira de com$ositor' a sua arte – se ( que se $ode c*amar de arte
aquela que não tem em )ista a &orma e a %ele4a – se redu4a a toda e qualquer no)idade %rotada de sua estran*a &antasia' a uma coisa )aga e indeterminada' eideias *ostis Q no%re escola da arte' )erdadeira e sincera. O... 5 não *5 dú)idas deque a &atal in&luRncia do modernismo que nos in&esta – e que não tardar5 adesa$arecer – idealidade &eita de dogmas e $edantismos e que 3amais conseguedeliciar )olu$tuosamente a coleti)idade O... condu4 o *5%il Villa-o%os ao camin*ono qual somente a )aidade' o o$ortunismo e a &alta de con)icção encontram re&úgio.Por esta ra4ão' a *istória não $ode se $ronunciar acerca da o%ra de Villa-o%os' $oisse dissesse que esta ( &eita de clare4a' de sentimento' de ins$iração' de &orma' delógica' de es$Irito sereno e t(cnica e+celente' estaria di4endo uma mentira. A
$osteridade $re&ere as o%ras-$rimas iluminadas $elo gRnio &ecundo da arte sincera emelódica' ao in)(s das estran*e4as contra$ontIsticas' as ideias %arrocas da moda' eque com a moda desa$arecem ECK1N/CC,/A1' !B2# "S a$ud V/DK/1A 2!2H.
A$esar do escndalo' a :emana de Arte Moderna de alguma &orma c*amou a
atenção $ara o tra%al*o de Villa-o%os' que no ano seguinte $arte $ara Paris &inanciado $elo
Congresso ?rasileiro. Nessa o$ortunidade' como a&irma Vasco Mari4' o com$ositor não &oi
estudar ou a$er&eiçoar-se' e sim e+i%ir o que 35 *a)ia &eito' com o $ro$ósito de &a4er
$ro$agando da música &eita no ?rasil EMA1/T' !BF!' $. !!SH. Mas como escre)eu uIs Paulo
,orta E!BFH' UNão se $ode minimi4ar a im$ortncia' $ara um artista que esta)a então no
a$ogeu de sua )eia criati)a' do contato com o am%iente musical euro$eu' igualmente em &asede e&er)escRncia' naquele momento E,18A a$ud J:8/' !BB2H. Kssa in&luRncia (
e)idenciada tam%(m na saudação do $oeta Manoel ?andeira ao com$ositor em )irtude de sua
)olta ao ?rasil em !B2"' a$ós um $erIodo de dois anos na ca$ital &rancesa#
Villa-o%os aca%a de c*egar de Paris. uem c*ega de Paris es$era-se que c*eguec*eio de Paris. Kntretanto' Villa-o%os c*egou c*eio de Villa-o%os. 8oda)ia umacoisa o a%alou $erigosamente# a :agração da Prima)era' de :tra)ins>i. 7oi' con&essou-me ele' a maior emoção musical da sua )ida E...H E?ANDK/1A a$ud :AN:W' 2!SH.
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Para usti E!BB2H o encantamento de Villa-o%os $elo solo de &agote na introdução daSa!ra12o E7/G.!H &oi um dos moti)os que o le)aram a com$or mais tarde a )iranda das Sete
*otas< uma 7antasia $ara &agote solo' acom$an*ado de uma orquestra de cordas.
7ig. ! – 8rec*o do solo de &agote na introdução da :agração da Prima)era E!B!0H
As )iagens de Villa $ela Kuro$a entre os anos 2 e 0 deram a ele' al(m da
o$ortunidade de con)i)er com com$ositores como :tra)ins>;' a $ossi%ilidade de tra%al*ar com grandes &agotistas' com$reendendo assim muitas $ossi%ilidades t(cnicas e sonoras doinstrumento. Kssas $ossi%ilidades &oram am$lamente e+$loradas na )iranda das Sete *otas'
$rinci$almente no que di4 res$eito ao registro agudo do &agote' tendRncia entre com$ositores&ranceses do inIcio do s(culo XX EJ:8/' !BB2H.
'- Cirandas( Cirandinhas
termo UCiranda re&ere-se a cançLes e danças do &olclore %rasileiro' elementos
nacionalistas am$lamente e+$lorados $or Villa – como nas s(ries de 5 )irandin#as E!B2"H e
de 5= )irandas E!B2H' $ara $iano solo – %aseados nas e+$eriRncias do com$ositor em
)iagens $elo $aIs e alimentados $elas id(ias de amigos como M5rio de Andrade E!FB0-!BS"H'
a quem Villa-o%os escre)eu em !B2#
1io de aneiro' !2 de a%ril de !B2.
Caro M5rio
Atualmente estou escre)endo coisas que te )ão interessar muito E...H. Kscre)i umalonga s(rie de 2 $eças cu3as &ormas e $rocessos no)os dei o nome de Cirandas. :ãotodas $ara $iano ou $equena orquestra6 e $or &im' uma outra s(rie $ara canto e $iano'intitulada :erestas. E...HKm tudo isso' )en*o com$letando o meu )el*Issimo $rograma de escre)er músicaregional' ou mel*or' de escre)er a música deste grande $aIs' sem estili45-la' nem*armoni45-la' nem tão $ouco ada$t5-la' no am%iente da t(cnica musical euro$eia' tãodi&erente da nossa' que ( )i)ida *5 s(culos nos nossos c*oros EVilla-o%os a$udCK,' 2!"H.
:o%re as 5= )irandas' o $ianista Marcelo ?rat>e E!BH escre)e#
A s(rie de 5= %irandas ( a mais e+tensa o%ra $ara $iano solo de Villa-o%os' $artindo de melodias in&antis $o$ulares que $assam de geração a geração' muitas)e4es as mesmas melodias en&ocadas de maneira mais en+uta na Cirandin*as. Aqui'Villa-o%os não cita o material &olclórico' mas sim o trans&orma' um $rocesso
$er&eitamente ilustrado $or estas o%ras de grande com$le+idade t(cnica e musical' nasquais são e+$loradas dissonncias em$restadas do Modernismo que emergem com
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outras $ro$riedades nascidas da imaginação do com$ositor. As )irandas mostramcomo a im$ressão digital da $oesia de Villa-o%os ( ca$a4 de transcender oselementos nos quais ele encontrou sua ins$iração' desen)ol)endo uma tramacom$le+a $ara atingir um %alanço $er&eito entre sim$licidade e rique4a musicalE?1A8YK' 2!H.
Villa escre)eu sua )iranda das Sete *otas em !B00 e dedicou a sua es$osa Mindin*a
EJ:8/' !BB2' $. !0H. Vale lem%rar que tam%(m no inIcio dos anos 0' Villa-o%os inicia)a
sua gestão Q &rente da :KMA – :u$erintendRncia de Kducação Musical e ArtIstica do Kstado
do 1io de aneiro – onde $Zde desen)ol)er seu am%icioso $ro3eto de educação musical $or
meio do ensino de canto coral nas escolas' con*ecido como canto r&eZnico. Pro3eto este
adotado $osteriormente $elo $residente Getúlio Vargas durante o Kstado No)o E:AN:W'
2!SH. No canto r&eZnico de Villa eram ensinadas cançLes cI)icas e $rinci$almente
&olclóricas' incluindo as 35 )isitadas cirandas.
1e&orçando ainda mais a ati)idade )irandeira nacionalista de Villa em !B00' listamos
algumas o%ras com$ostas no ano anterior. Jtili4amos como re&erRncia o cat5logo de o%ras do
com$ositor' ela%orado desde !B" e atuali4ado em 2B' $elo Museu Villa-o%os#
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consideraçLes a res$eito da inter$retação da $eça. De)os ressalta que Villa dei+a)a %em claro
que tudo que *a)ia escrito $oderia soar e+atamente como o $lane3ado e e+igia isso dos
instrumentistas. :o%re a relação de De)os com Villa-o%os' ca%erão aqui algumas
consideraçLes.
2 - /eitor e o 3agotista 3ranc4s
&rancRs naturali4ado %rasileiro Noel De)os ( um dos &agotistas mais atuantes no $aIs
e se dedica' desde que c*egou ao ?rasil' em !B"2' Q di&usão do re$ertório nacional. :ua
interação com alguns com$ositores %rasileiros' como Villa-o%os e 7rancisco Mignone' &oi
)ital $ara a &ormação do re$ertório nacional $ara &agote. Para a &agotista e $esquisadora
Ariane Petri' De)os ( $eça c*a)e no desen)ol)imento da escola de &agote no ?rasil. A
musicalidade' ca$acidade t(cnica e admiração $ela música %rasileira deste instrumentista
c*amaram a atenção de inúmeros com$ositores durante quase toda a segunda metade do
s(culo XX EPK81/' !BBBH. A estreita relação de De)os com Villa ( relatada em entre)ista
concedida ao o%oIsta ui4 Carlos usti#
De)os - De$ois que eu c*eguei ao ?rasil' a $rimeira )e4 que eu )i Villa-o%os &oicom a dette. A gente mora)a na mesma $ensão' dette e eu' e nós est5)amosestudando a U?ac*ianas e a dette queria tocar logo $ara o Villa-o%os. Klerece%ia as $essoas' não tin*a nen*um $ro%lema em rece%er. Kra muito rece$ti)o'a&5)el. E...H Villa-o%os $ensou que a gente ia tocar l5 na 7rança. 7oi aI que ele &alou o
que $ara mim ( uma &rase c*a)e $ara com$reender a música dele# )ocRs se quiseremtocar $ara mim' de)em sair' ir l5 $ra rua' em%ai+o da min*a 3anela' e tocar como se&osse uma serenata. Mas )ocRs de)em $ensar que $ara tocar na 7rança de)em tocar mesmo tudo muito direitin*o. E...H Kle queria tudo certin*o' mas a música mesmo não( só o que est5 escrito EDKV: a$ud J:8/' 2H.
Ao ler este e tam%(m outros coment5rios de De)os' com$reendemos mel*or a
im$ortncia de suas consideraçLes $ara a com$reensão e inter$retação de $eças %rasileiras
$ara &agote como a )iranda.
5 - Voltando 6 Ciranda
A $artitura da )iranda das Sete *otas &oi $u%licada em !B! $ela :out*ern Music
Pu%lis*ing Com$an;' /nc.' Ne= ]or> EJ:8/' !BB2H. No ano de 2B o $ro&essor de &agote da
Jni)ersidade de :ão Paulo' 75%io Cur;' no encarte de seu disco U)el*as e no)as cirandas#
música %rasileira $ara &agote e orquestra – gra)ado 3untamente com a orquestra Ama4onas
7ilarmZnica so% a regRncia de ui4 7ernando Mal*eiro e Marcelo de esus – escre)e#
A Ciranda mostra o estilo mais es$ontneo de Villa' em que não $arece *a)er um $lane3amento estrutural nem uma $reocu$ação &ormal $r()ia' com$ondo-se a o%ra deuma sequRncia de seçLes de relati)a inde$endRncia' encadeadas li)remente segundo o
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imagin5rio de ins$iração &ortemente melódica do com$ositor e tendo como elementouni&icador mais &orte o moti)o de sete notas que a$arece logo no inIcio e retorna naúltima $arte da com$osição ECJ1]' 2BH.
Al(m da gra)ação de 75%io Cur;' $odemos destacar outras gra)açLes da )iranda
reali4adas at( o momento#
• rquestra de Cmara da 15dio MKC – :olista# Noel De)os – 1egRncia# M5rio 8a)ares6• rquestra de Cmara de ?lumenau – :olista# Noel De)os – 1egRncia Norton Moro4o=is>i6• rquestra de Cmara de eningrado – :olista# e) Petc*ers>i – 1egRncia# Go4man a4are.• Con3unto /nstrumental de Greno%le – :olista# Anders Kngstr_n – 1egRncia# Marc 8ardue.• Knglis* C*am%er rc*estra – :olista# 1ui o$es
:te&an :oltes4.• :tuttgart C*am%er rc*ester – :olista# Milan 8ur>o)ic – 1egRncia# Martin :ieg*art.
7 # 8reve leitura da obra
A )iranda das Sete *otas a$resenta quatro andamentos que se interligam dando
unidade Q $eça. A duração ( de a$ro+imadamente ! minutos. nome da $eça ( 3usti&icado
logo no $rimeiro com$asso com indicação de Alle!ro non tro--o EsemInima igual a !2H'
onde os )iolinos e+ecutam uma escala de sete sons' tema este que ser5 desen)ol)ido $or toda
a o%ra. Nesta $rimeira $arte Villa tra%al*a $assagens r5$idas e em staccato em toda a e+tensão
do &agote E7ig. 2' 0' SH' e+$lorando caracterIsticas do modelo &rancRs' que são' maior
agilidade nas $assagens em sta%%ato e &acilidade de emissão na região aguda E7ig. "H' se
com$arado ao modelo alemão EJ:8/' !BB2' $.!H.
7ig. 2 – Com$assos 2" e 2 7ig. 0 – Com$asso 0 a S
7ig. S – Com$assos B! e B2 7ig. " – Com$assos B e BF
A segunda indicação de andamento &eita $elo com$ositor ( o Piu mosso EsemInima
igual a !SH. Kste se trata de uma )alsa que tra4 em sua $arte central um trec*o em >uasi
Andante de arriscada e+ecução' $or conter trinados na região aguda e ligaduras entre
di&erentes registros do instrumento E7ig. H. De)os di4 que um %om instrumentista conseguedes$re4ar tais ligaduras e ainda $assar $ara o ou)inte a im$ressão dese3ada $elo com$ositor.
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7ig. – Com$assos !SS a !S
A$ós e+$or no)amente a )alsa o com$ositor )olta ao Andante' e este nos dei+a claro a
in&luRncia do solo de &agote da introdução da Sa!ra12o de :tra)ins>; na $eça de Villa. Kste a
tem-o do Andante 4 colc*eia igual a !H < assim como na introdução da o%ra do com$ositor
russo' e+$lora o registro su$eragudo do &agote' e)idenciando o car5ter e+$ressi)o dessa região
do instrumento E7ig. H.
7ig. – Com$assos 2 a 20F
andamento &inal da música' uma modin*a tI$ica %rasileira' causa uma *istórica
con&usão entre os int(r$retes' $or um equI)oco em sua edição EJ:8/' !BB2H E7ig.FH. :o%re
esta $assagem' )ale aqui a re$rodução de mais um trec*o da entre)ista concedida ao o%oIsta
ui4 Carlos usti#
De)os – /sso aI ( realmente um $ro%lema' o andamento. Nessa ciranda' $or e+em$lo'ele escre)eu no &inal – cantando – onde a$arece um tema meio U%ac*iano' e antesdisso tem di)ersos e$isódios so%retudo um – uma es$(cie de )alsa EmetrZnomo b!0H' U$iú mosso' e em seguida a$arece Ucantando EmetrZnomo b FH interessante' ede$ois desse moti)o a F' )em uma dança $ortuguesa' n(' uma 1onde' com indicaçãode Menos' e aca%a &icando muito lento. uando eu toquei' ele me interrom$eu)eemente e disse# - Não' isso aI ( alegre não triste' ( o mesmo tem$o. $orque eles seesqueceram de que este Menos se re&ere ao Piú Mosso anterior e não ao 8em$oanterior. 1ealmente ( mel*or mais r5$ido. Ku mandei uma carta então e+$licando QKditora e aos que gra)aram isso' inclusi)e Milan 8ur>o)ic que tam%(m toca assimlento. Porque eles o%edecem' naturalmente' ao que est5 escrito' :ó que est5 errado.
$ró$rio Villa disse que na editora EKd. Ma+ Ksc*ig' ParisH eles não quiseram corrigir $orque 35 esta)a im$resso. AI tem de corrigir' ele disse' mas eles não corrigiram.Kngraçado' eles não terem interesse em &a4er certo. VocR at( $ode tentar &a4er issoEDKV: a$ud J:8/' 2H.
7ig. F – Com$assos 20B e 2S
7inali4ando a $eça' Villa tra4 no)amente a escala inicial' que ao atingir o si agudo
E:i0H' se sustenta $or cinco com$assos sendo o último uma &ermata que se resol)e no Dó2 emunIssono com a orquestra' e)idenciando assim o &im da o%ra E7ig. BH.
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7ig. B – Com$assos 02 a 00!
9 - Conclusão
Ao &inal desta in)estigação concluImos que os elementos aqui a%ordados &oram de
essencial im$ortncia na com$reensão da $eça' cu3as quais a3udarão tam%(m aos $ró+imos
estudantes quando ine)ita)elmente na)egarão na Ciranda do Villa.
Re3er4ncias:
?1A8YK1' Marcelo. ?eitor @illa9Loos – Ora )om-leta -ara Piano Solo Vl. !. Kncarte deCD. ?iscoito 7ino' 2!.CK,' oão Marcos. Mario de Andrade< o -arteiro das B)irandasB de @illa9Loos. :ãoPaulo# Kstadão' 2!". Dis$onI)el em# *tt$#cultura.estadao.com.%rnoticiasliteratura'mario-de-andrade-o-$arteiro-das-cirandas-de-)illa-lo%os'!02S!. Acesso em# 2"2!".CJK8 1.' Amancio. :tra)ins>;# A :agração da Prima)era. Dis$onI)el em#*tt$#euter$e.%log.%ranalise-de-o%rastra)ins>;-a-sagracao-da-$rima)era. !"2!".CJ1]' 75%io. @el#as e *ovas )irandas: MCsi%a rasileira -ara a!ote e or>uestra . Kncartede CD. Cl5ssicos Kditorial' 2B.J:8/' ui4 Carlos. ConsideraçLes so%re a inter$retação do !f Mo)imento do Duo $ara %o(e 7agote de Villa-o%os' %aseada em entre)ista com Noel De)os. Deates< 1io de aneiro' n.
!' !-BS' 2.J:8/' Vicente de Paulo. De Villa-o%os' Jma Ciranda Al(m das :ete Notas. Revista MCsi%a' :ão Paulo' ).0' n!0-!F0' !BB2.MA1/T' Vasco. ,istória da Música no ?rasil. Vasco Mari4 – 1io de aneiro# Ci)ili4ação?rasileira' ?rasIlia# !BF!. 00!$.MJ:KJ V/A-?: E1io de aneiro' 1H. @illa9Loos< sua ora# cat5logo. 1io deaneiro' 2B' 02$.:AN:W' ui4a. Roteiro @illa9Loos. 1io de aneiro# 8ra)essario' 2!S. Dis$onI)el em# *tt$#tra)essario.comroteiros-sugeridosroteiro-)illa-lo%osh. Acessado em# 2"2!".PADVAN/' os( ,enrique6 7K11AT' :il)io. Proto9#istria< evolu12o e situa12o atual dast+%ni%as estendidas na %ria12o musi%al e na -erorman%e. Musica ,odie' J7G' ).!!' n. 2' $.
!!-0"' 2!!.PK81/' Ariane. %ras de com$ositores %rasileiros $ara &agote solo Vol. !# 8e+to. Vol. 2#Partituras' !BBB' Jni)ersidade do 1io de aneiro. 1io de aneiro# Ariane Petri' !BBB. !0S$.:JTA' Valdir Caires de6 CJ1]' 7a%io6 1AM: < Marco Antonio da :il)a. Jma a%ordagemso%re as t(cnicas estendidas utili4adas no &agote e a im$ortncia da coo$eração do com$ositor e do int(r$rete $ara o a$er&eiçoamento do re$ertório. O-us' Porto Alegre' ). !B' n. 2' $. !0"-!S' de4. 2!0.V/DK/1A' Mario. :o%re a rece$ção de Villa-o%os $or crIticos e *istoriadores damúsica %rasileira E!B2-!B"H. /n# :/MP:/ V/A-?:' //' 2!2' :ão Paulo. Anais$:ão Paulo# KCAJ:P' 2!2. P. 2-F2.
