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2 Cronicas - N. Comentario

Date post: 20-Mar-2016
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NOVO COMENTÁRIO DA BÍBLIA Intervarsity Press (Leicester, Inglaterra)
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2 CRÔNICAS Introdução Plano do livro Capítulo 1 Capítulo 10 Capítulo 19 Capítulo 28 Capítulo 2 Capítulo 11 Capítulo 20 Capítulo 29 Capítulo 3 Capítulo 12 Capítulo 21 Capítulo 30 Capítulo 4 Capítulo 13 Capítulo 22 Capítulo 31 Capítulo 5 Capítulo 14 Capítulo 23 Capítulo 32 Capítulo 6 Capítulo 15 Capítulo 24 Capítulo 33 Capítulo 7 Capítulo 16 Capítulo 25 Capítulo 34 Capítulo 8 Capítulo 17 Capítulo 26 Capítulo 35 Capítulo 9 Capítulo 18 Capítulo 27 Capítulo 36 INTRODUÇÃO I. A SUA POSIÇÃO NO CÂNON DO VELHO TESTAMENTO As versões portuguesas seguem a Septuaginta e a Vulgata, colocando Crônicas imediatamente a seguir a Reis, mas na Bíblia hebraica o livro de Crônicas é o último do Velho Testamento, posição que já deveria ocupar no tempo de Cristo (ver nota a 2Cr 24.20 e seguintes). Em hebraico, trata-se de um único livro (embora nas Bíblias hebraicas impressas se tenha adotado a tradição cristã); a divisão em dois livros remonta à Septuaginta. II. TÍTULO E DATA Devemos o nome que damos a este livro, Crônicas, a uma sugestão de São Jerônimo. Constitui ele uma tradução aceitável do título hebraico dibhre hay-yamim, isto é, "os acontecimentos dos dias", ou "anais", mas não exprime com justeza o caráter ou finalidade deste livro (ver abaixo o parágrafo IV, Finalidade).
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2 CRÔNICAS

Introdução Plano do livro Capítulo 1 Capítulo 10 Capítulo 19 Capítulo 28 Capítulo 2 Capítulo 11 Capítulo 20 Capítulo 29 Capítulo 3 Capítulo 12 Capítulo 21 Capítulo 30 Capítulo 4 Capítulo 13 Capítulo 22 Capítulo 31 Capítulo 5 Capítulo 14 Capítulo 23 Capítulo 32 Capítulo 6 Capítulo 15 Capítulo 24 Capítulo 33 Capítulo 7 Capítulo 16 Capítulo 25 Capítulo 34 Capítulo 8 Capítulo 17 Capítulo 26 Capítulo 35 Capítulo 9 Capítulo 18 Capítulo 27 Capítulo 36

INTRODUÇÃO

I. A SUA POSIÇÃO NO CÂNON DO VELHO TESTAMENTO As versões portuguesas seguem a Septuaginta e a Vulgata,

colocando Crônicas imediatamente a seguir a Reis, mas na Bíblia hebraica o livro de Crônicas é o último do Velho Testamento, posição que já deveria ocupar no tempo de Cristo (ver nota a 2Cr 24.20 e seguintes). Em hebraico, trata-se de um único livro (embora nas Bíblias hebraicas impressas se tenha adotado a tradição cristã); a divisão em dois livros remonta à Septuaginta.

II. TÍTULO E DATA Devemos o nome que damos a este livro, Crônicas, a uma

sugestão de São Jerônimo. Constitui ele uma tradução aceitável do título hebraico dibhre hay-yamim, isto é, "os acontecimentos dos dias", ou "anais", mas não exprime com justeza o caráter ou finalidade deste livro (ver abaixo o parágrafo IV, Finalidade).

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 2 O próprio livro de Crônicas, no capítulo 36.22, indica uma data

terminal evidente, a saber, 537 A. C. Todavia, parece haver evidência conclusiva de que Crônicas e Esdras-Neemias constituíam originalmente um só livro, o que avançaria a data para depois de 430 A.C. A lista dos descendentes de Zorobabel (1Cr 3.19-24) até à sexta geração sugere uma data não anterior a 400-340 A. C., mas veja-se a nota referente a esta passagem. Em Ne 12.10 e seguintes, e Ne 12.22 e seguintes, a lista dos sumo-sacerdotes chega a Jadua, que viveu cerca de 332 A. C. Rudolph (Esra und Nohemia, 1949) afirma o que intrinsecamente é bem possível que se trata de adições feitas por escribas e atribui ao livro a data de pouco depois de 400 A. C. Albright (J.B.L., 1921, págs. 104-124) chega à mesma data, partindo de premissas diferentes. Seja como for, podem-se excluir, por improváveis, datas posteriores a 300 A.C.

III. AUTOR Os fatos que acabamos de apresentar, tornam muito difícil aceitar

a atribuição judaica da autoria a Esdras, como o tornam, também, a descrição fragmentária da atividade dessa personalidade histórica; mas parece que a tradição foi mal compreendida e que só se lhe atribuem as genealogias (1Cr 1.9; ver Jewish Enc., ad loc.). Nesse caso, a opinião de Delitzsch, de que Esdras foi o compilador de grande parte do material utilizado pelo cronista, pode estar certa, ou, até, a de Welch (Schweich Lectures, 1939), de que a maior parte do livro é anterior ao exílio. Em qualquer dos casos, continuamos a desconhecer o nome do cronista.

IV. FINALIDADE Uma crônica difere de uma história por ser um registro de

acontecimentos transitórios feito sem qualquer critério seletivo quanto ao que se inclui ou ao que se omite. O "cronista" escreve obviamente histórias, pois há um princípio muito claro que ressalta tanto do que acrescenta a Samuel e a Reis como do que exclui. Os seus acrescentamentos referem-se principalmente ao templo e seus atos de

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 3 culto e aos acontecimentos que exaltavam o aspecto religioso de estado sobre o civil; é óbvio que se preocupava sobretudo com Israel como comunidade religiosa. As suas omissões mostram que o seu interesse se concentrava no desenvolvimento de duas instituições divinas: o templo e a linhagem davídica de monarcas. Por isso, só se menciona a morte de Saul, omitindo-se o seu reinado, o pecado de Davi, a rebelião de Absalão, a tentativa de usurpação feita por Adonias. A história do reino do norte, que se revoltou contra ambas estas instituições de Deus, é mencionada só até ao ponto em que se relaciona com os destinos de Judá.

É por isso que se diz que o livro de Crônicas representa o ponto de vista sacerdotal, preocupando-se com a realização do que Deus determinara e não, ao contrário de Samuel e Reis, com o ponto de vista profético, de como Deus tratou o Seu povo e Se revelou.

Não é difícil descortinar os motivos que levaram à feitura do livro de Crônicas. A comunidade posterior ao exílio tinha de compreender como surgira, que era uma verdadeira continuação do reino anterior ao exílio (o que explica na presença das genealogias), e qual o papel do dom de Deus - o templo e seus atos de culto - que lhe fora confiado. Da omissão de tantas cenas familiares de Samuel e Reis ressalta que, embora fossem poucos os que haviam regressado do exílio, Deus sempre eliminara da história do Seu povo os elementos que contra Ele se revoltavam.

Numa era em que é cada vez mais forte a tendência de pôr de parte a antiga revelação de Deus nas Escrituras, o livro de Crônicas tem uma mensagem de encorajamento e advertência para todos nós.

V. FONTES É evidente que a fonte principal do livro de Crônicas se encontra em

Samuel e Reis. Além disso, faz-se referência a várias outras fontes - vinte ao todo - a saber, 1Cr 5.17; 9.1; 23.27; 27.24; 29.29; 2Cr 9.29; 12.15; 13.22; 24.27; 26.22; 27.7; 33.19; 35.25 etc. Embora não haja necessidade

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 4 de pôr em dúvida a existência destas fontes, não se segue que o cronista tenha necessariamente feito uso direto delas, pois pode ter-se servido de um ou mais documentos nelas baseados. Normalmente, segue muito de perto Samuel e Reis, embora, de quando em quando, não hesite em fazer alterações; não há qualquer motivo para supor que não tenha seguido as suas outras fontes com igual proximidade, embora existam provas de que não hesitava em vazar a sua linguagem noutros moldes.

VI. VALOR HISTÓRICO É evidente que, lido isoladamente, o livro de Crônicas daria uma

perspectiva desequilibrada da história israelita; mas não é menos claro que o autor partia do princípio que os seus leitores estavam familiarizados com Samuel e Reis, pelo que a crítica baseada neste argumento é destituída de validade. Mais difícil de explicar é o grande número de discrepâncias entre Crônicas, por um lado, e Samuel e Reis, por outro, algumas verdadeiras, outras imaginárias. Talvez seja por este motivo que o Talmude põe em dúvida a sua exatidão histórica, embora não a sua canonicidade.

Em tempos modernos, duvidou-se da autenticidade de todos os passos ausentes de Samuel e Reis (foram, até, considerados invenções do cronista). Mas, nos poucos casos em que a arqueologia estava apta a dar a sua opinião, esta tendia a ser favorável, e agora as críticas feitas pelos comentadores são normalmente muito mais cautelosas. Não há motivo para duvidar da exatidão essencial do cronista e suas fontes. Algumas das discrepâncias podem ser devidas a corrupção textual na origem e em vários pontos o texto de Crônicas foi deficientemente transmitido.

Um dos principais problemas de Crônicas é o dos números que contém. Muitos destes são impossivelmente grandes, outros estão em desacordo com Samuel e Reis, enquanto que outros, ainda, são incompatíveis com as descobertas da arqueologia. Todavia, outros algarismos há que não apóiam a hipótese geralmente aventada de que se trata pura e simplesmente de autênticos exageros, como, por exemplo, os

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 5 trezentos carros de guerra em 2Cr 14.9, por contraste com um milhão de soldados de infantaria. A solução mais evidente é que se trata, sim, de corrupção textual, quer nas fontes, quer na transmissão do livro de Crônicas. O estudo das variantes encontradas nas genealogias mostrará até que ponto tal corrupção existiu. Há, todavia, outro aspecto a considerar. A partir de mil, os números eram usados não só como números redondos mas também em sentido figurado. Assim, em vários dos casos mencionados no comentário, pretendia-se talvez exprimir apenas um número grande, ou muito grande.

Quanto à cronologia do período abrangido por 1 e 2Crônicas, ver introdução a 1 e 2Reis.

PLANO DO LIVRO

I - O REINADO DE SALOMÃO - 2Cr 1.1-9.31 a. Salomão confirmado no reino por Deus (1.1-17) b. A construção do templo (2.1-5.1) c. A dedicação do templo (5.2-7.22) d. A glória de Salomão (8.1-9.31) II - OS REIS DE JUDÁ - 2Cr 10.1-36.23 a. Roboão (10.1-12.16) b. Abias (13.1-22) c. Asa (14.1-16.14) d. Josafá (17.1-20.37) e. Jeorão e Acazias (21.1-22.9) f. Joás (22.10-24.27) g. Amazias (25.1-26.2) h. Uzias (26.3-23) i. Jotão (27.1-9) j. Acaz (28.1-27) l. Ezequias (29.1-32.33)

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 6 m. Manassés (33.1-20) n. Amom (33.21-25) o. Josias (34.1-35.27) p. Queda e restauração (36.1-23) I. O REINADO DE SALOMÃO - 2Cr 1.1-9.31. O cronista dá-nos muito poucas informações que não venham em

Reis, embora algumas das suas adições se revistam de importância. Algumas das omissões (como o golpe de estado de Adonias, e a apostasia de Salomão e seus resultados) estão de acordo com o seu objetivo geral; chegamos a ter a impressão de que a maior parte delas visa apenas a poupar espaço. É sobretudo notável ver como, em vez de se cingir rigorosamente ao livro de Reis, o cronista repetidamente refunde, expande e resume o texto desse livro.

2 Crônicas 1 a) Salomão confirmado no reino por Deus (1.1-17). 1. O SACRIFÍCIO INICIAL DE SALOMÃO E A VISÃO DE

GIBEOM (1.1-13). A maior parte do conteúdo dos versículos 1-6 só ocorre em Crônicas. Os versículos 7-13 resumem 1Rs 3.5-15. Em 1Rs 3.4-15 vem o comentário principal.

Veio a Jerusalém do alto (13), versão esta de acordo com a Septuaginta.

2. AS RIQUEZAS DE SALOMÃO (1.14-17). Ver 1Rs 10.26-29,

passagens estas em que existe uma identidade verbal praticamente exata, e compare-se com 2Cr 9.13-28.

2 Crônicas 2 b) E edificação do templo (2.1-5.1).

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 7 Com referência a esta seção, ver 1Rs 5.1-7.51. O cronista omite

pormenores referentes a outras construções de Salomão (1Rs 7.1-12), e também ao próprio templo.

1. SALOMÃO E HIRÃO (2.1-16). Ver 1Rs 5.1-12. O cronista

apresenta uma versão consideravelmente expandida da correspondência trocada. Uma vez que os versículos 7,13 e seguintes têm todo o aspecto de serem autênticos (comparar com 1Rs 7.1), é provável que a versão de Reis seja condensada. O versículo 2 é uma duplicação de 2.18.

Hirão, rei de Tiro (3). Aliás, a forma vulgarmente empregada no texto hebraico de Crônicas é Hurão.

Um homem sábio para trabalhar em ouro... e que saiba lavrar ao buril (7); a arqueologia dá testemunho do atraso de Israel nas artes plásticas naquela época.

Cedros, faias e algumins do Líbano (8); ver 1Rs 5.8, nota; 1Rs 10.11 e seguintes, notas, e o paralelo de 2Cr 9.10 e seguintes. Quanto às quantidades de provisões indicadas no versículo 10, ver 1Rs 5.11, nota.

Fizeram-se objeções à autenticidade da resposta de Hirão (11-16) por ele empregar uma linguagem religiosa. Numa sociedade politeísta, a delicadeza para com a divindade de um vizinho nada custava.

Hirão Abiú (13); ver nota referente a 1Rs 7.13 e seguintes. Não há quaisquer razões em que nos apoiemos para escolher entre Hurão e Hirão; tem-se dito que o seu nome era Hurão-Abi (ou Abiv), o que é possível, mas mais provavelmente deveria traduzir-se: "Hurão, meu (ou seu) conselheiro de confiança".

2. A PREPARAÇÃO DOS MATERIAIS (2.17-18). Ver também

os versículos 1 e 2, e as notas sobre 1Rs 5.13-18. 2 Crônicas 3 3. A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO (3.1-4). Ver notas sobre 1Rs

6.2-10. Em Crônicas, o relato vem estranhamente truncado.

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 8 Monte de Moriá (1); compare-se com Gn 22.2; o único local

onde o Monte de Sião ou o Monte do Templo são assim chamados. Deve-se seguir a Septuaginta, a Vulgata, etc., e traduzir: "Davi, seu pai, no lugar que Davi tinha preparado, na eira...".

A altura de cento e vinte (4); se o alpendre tinha a forma de um pilão egípcio, a altura é plausível. Se era um pórtico, o que parece mais provável, temos que omitir os cem e considerá-los uma corrupção acidental.

4. O INTERIOR DA CASA (3.5-14). Ver notas sobre 1Rs 6.14-35. Uma vez mais, a descrição vem grandemente abreviada, embora surjam alguns pormenores novos.

A casa grande (5), isto é, o lugar santo. Madeira de faia (5); Reis não menciona o material do teto. Cadeias (5); no hebraico, uma palavra que só se aplica a cadeias ornamentais, sendo os elos constituídos por flores; ver 1Rs 6.18,29. Segundo outra tradução, "grinaldas".

Parvaim (6), talvez na Arábia, mas não identificado. Seiscentos talentos (8); segundo um cálculo mais provável, quase

30.000 quilos, um algarismo aparentemente improvável (ver nota sobre 1Cr 29.1-9). Isto parece ser confirmado pelo peso dos pregos (9). Cinqüenta siclos, isto é, menos dum quilo, o que é impossivelmente pouco se o peso total do metal estiver correto. Os cenáculos (9); compare-se com 1Cr 28.11. Não se sabe ao certo a que se refere o autor.

O véu (14); não vem mencionado em Reis, assim como Crônicas não menciona as portas.

5. AS COLUNAS DE BRONZE (3.15-17). Ver notas sobre 1Rs

7.15-22. Também fez as cadeias, como no oráculo (16, omitindo uma tradução a palavra "como"); a palavra utilizada no versículo 5, não a de 1Rs 6.21; traduza-se, com uma ligeira modificação do texto: "fez cadeias como um colar".

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 9 2 Crônicas 4 6. O ALTAR DE BRONZE (4.1). Não ocorre em 1Reis. Ver nota

adicional sobre 1Rs 7. 7. O MAR E AS PIAS (4.2-6,10). Ver notas sobre 1Rs 7.23,29;

vem omitida a difícil descrição dos pedestais das pias em 1Reis. Figuras de bois... Tinha duas carreiras de bois, fundidos (3);

um erro óbvio de copista; traduza-se "botões", como em 1Rs 7.24. Três mil batos (5); em 1Rs 7.26, "dois mil"; ver nota respectiva. 7. O MAR E AS PIAS (4.2-6,10). Ver notas sobre 1Rs 7.23,29;

vem omitida a difícil descrição dos pedestais das pias em 1Reis. Figuras de bois... Tinha duas carreiras de bois, fundidos (3);

um erro óbvio de copista; traduza-se "botões", como em 1Rs 7.24. Três mil batos (5); em 1Rs 7.26, "dois mil"; ver nota respectiva. 8. OS CASTIÇAIS (4.7). Compare-se com 4.20 e seguintes, e ver

nota adicional de 1Rs 7. Note-se que, em Crônicas, o agente é Salomão, não Hirão, como na passagem paralela de 1Reis. Por isso, não há qualquer sugestão de que os objetos de ouro tivessem sido feitos por Hirão.

9. AS MESAS (4.8). Compare-se com 4.19 e 1Rs 7.48; ver nota

adicional de 1Reis 7. 10. OS PÁTIOS (4.9). Ver nota sobre 1Rs 7.1-12. 11. SUMÁRIO DA OBRA DE HIRÃO (4.11-18). Virtualmente

idêntico a 1Rs 7.40-47 (que convém consultar). 12. OS VASOS DE OURO (4.19-5.1). Virtualmente idêntico a 1Rs

7.48-51 (veja-se esta passagem).

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 10 As mesas sobre as quais estavam os pães da proposição (19);

em 1Rs 7.48 temos apenas uma mesa, o que é obviamente correto; ver a nota adicional a 1Rs 7.

2 Crônicas 5 c) A dedicação do templo (5.2-7.22). Este trecho é virtualmente idêntico ao correspondente em 1Rs 8.1-

9.9, facultando os poucos acrescentamentos informativos de ordem principalmente litúrgica.

1. A DESLOCAÇÃO DA ARCA (5.2-14). Cf notas sobre 1Rs 1-11. Os levitas levantaram a arca... os sacerdotes e os levitas os

fizeram subir (4-5). Crônicas transforma sacerdotes (1Rs 8.3) em levitas no versículo 4, e no versículo 5 omite, no original, o "e" entre sacerdotes e levitas. É evidente que, nesta época, não se obrigava a uma distinção rigorosa entre os descendentes de Arão e os outros membros da tribo de Levi; ver também nota sobre Dt 18.1-8.

Os versículos 11-13 constituem um acrescentamento que só se encontra em Crônicas e que exprime a pompa do acontecimento; todos os sacerdotes e levitas estavam de serviço, e não apenas a turma quinzenal (compare-se com 1Cr 24). O toque das trombetas era especificadamente um dever sacerdotal (Nm 10.8).

2 Crônicas 6 2. A DEDICAÇÃO (6.1-7.3). Ver 1Rs 8.12-61, em relação ao qual

este trecho só apresenta ligeiras diferenças. Uma base de metal (13), ou melhor, uma plataforma. Este

pormenor é omitido em Reis. Os versículos 40-42 ocupam o lugar de 1Rs 8.50-53. Como de forma alguma constituem alternativas, é provável que os versículos finais de Reis tenham sido esquecidos por um erro de

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 11 copista em Crônicas. Por outro lado, Reis omitiu, talvez de propósito, a conclusão em Crônicas. O trecho 7.1-3 não ocorre em Reis.

2 Crônicas 7 Desceu o fogo do céu (7.1); ver Lv 9.24; 1Cr 21.26; 1Rs 18.24,38.

O resto constitui uma ampliação de 5.13-14. Crônicas omite a bênção de Salomão sobre o povo (1Rs 8.54-61), talvez por não aprovar que o rei usurpasse funções sacerdotais. O rei sempre se sentiu fortemente tentado a assumi-las, imitando os seus vizinhos pagãos (ver 1Sm 13.8-14; 2Cr 26.16-20; ver também nota sobre 1Rs 12.26-33 e Apêndice I de Reis).

3. OS SACRIFÍCIOS E A FESTA (7.4-10). Ver 1Rs 8.62-66. Altar de metal (7); ver nota adicional de 1Rs 7. E ao dia oitavo... e no dia vigésimo terceiro (9-10), passo este

dificilmente conciliável com 1Rs 8.65 e seguintes, onde parece haver um festival consagratório de sete dias (8 a 14 de Tisri), seguindo-se a festa dos tabernáculos (15 a 21 de Tisri), e a despedida do povo no dia seguinte. Crônicas, verificando nas suas fontes subsidiárias que o povo fora despedido em 23 de Tisri, concluiu acertadamente que houvera um dia a mais. Reis calcula uma festa de dedicação de sete dias com o dia da propiciação (10 de Tisri) no meio, isto é, de 8 a 15 de Tisri, seguindo-se a festa dos tabernáculos um dia depois, isto é, de 16 a 22 de Tisri. Crônicas calcula que a festa da dedicação inclui o dia de propiciação, isto é, de 8 a 14 de Tisri, seguindo-se a festa dos tabernáculos (15 a 21 de Tisri) mais o festival de encerramento do oitavo dia (Lv 23.36). Assim, o problema é o da divisão dos festivais, e talvez não se tivesse estabelecido uma linha nítida de separação por haver pouca ou nenhuma distinção entre as duas metades.

4. A RESPOSTA DE DEUS A SALOMÃO (7.11-22). Ver 1Rs

9.1-9. As diferenças verbais são muito pequenas, exceto no que respeita

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 12 aos versículos 13-16, que constituem uma simples expansão do que vem implícito em 1Rs 9.3.

d) A glória de Salomão (8.1-9.31). Ver 1Rs 9.10-10.29; 11.41-43. As diferenças entre Reis e Crônicas

são, na sua maioria, insignificantes. Não ocorre 1Rs 9.11-16, enquanto que 2Cr 8.13-16 não tem paralelo em Reis.

2 Crônicas 8 1. AS TRANSAÇÕES DE SALOMÃO COM HIRÃO (8.1-2). Ver

1Rs 9.10-14. Afirma-se freqüentemente que, neste passo, Crônicas contradiz Reis. É mais provável que o cronista não aprovasse as transações de Salomão com Hirão, mencionando, apenas, o seu incidente final, que, porém, não vem mencionado em Reis (ver notas ad loc).

2. O RECENSEAMENTO DE SALOMÃO E A SUA

ATIVIDADE URBANÍSTICA (8.3-11). Ver 1Rs 9.15-24. A campanha contra Hamate (3) só vem mencionada em Crônicas. Hamate pagava voluntariamente tributo a Davi (2Sm 8.9 e seguintes) e provavelmente tirou partido da sua morte para procurar recuperar a independência. Esta campanha - a única desencadeada por Salomão - foi talvez muito breve.

Tadmor no deserto (4), interpretada por todas as versões como sendo Palmira, a cerca de meio caminho entre Damasco e o Eufrates. Tadmor existia já no tempo de Tiglate-Pileser I da Assíria, cerca de 1.100 a.C., e por isso talvez estivesse na posse de Salomão. Uma vez, porém, que em 1Rs 9.18 a versão correta é, sem dúvida, Tamar (ver nota ad loc), a menção de Hamate pode ter induzido qualquer copista em erro. As "cidades das munições" que edificou em Hamate (4) talvez se destinassem a proteger os acessos setentrionais de Israel (ver nota a 1Rs 8.65). A discrepância entre os duzentos e cinqüenta do versículo 10 e os quinhentos e cinqüenta de Reis não exige comentário; o número, sem dúvida, não teria permanecido constante em todo o reinado. Na

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 13 realidade, se somarmos os algarismos de 1Rs 5.16 com 9.23 obtemos o mesmo total que se somarmos 2Cr 2.18 com 8.10. É difícil compreender a referência à filha de Faraó (11). Minha mulher não morará... induz em erro, pois sugere que a objeção se baseava no fato de ela ser estrangeira; na realidade, deveríamos traduzir: "Nenhuma mulher minha morará...". Já não é possível reconstituir as circunstâncias.

3. A ADORAÇÃO DE SALOMÃO (8.12-16). Pareceria do

versículo 16 que este passo punha originalmente termo à descrição da edificação do templo. Todos os comentadores modernos concordam em como é preferível seguir a Septuaginta, pelo menos em parte, pelo que respeita ao versículo 16: "Assim se realizou toda a obra de Salomão desde o dia da fundação da casa do Senhor até se acabar. Assim se concluiu a casa do Senhor".

4. O COMÉRCIO DE SALOMÃO COM O MAR VERMELHO

(8.17-18). Ver 1Rs 9.26-28. Então foi Salomão (17), passagem esta que não se deve

interpretar literalmente assim como não se deve interpretar literalmente a passagem paralela em Reis: "E fez o rei Salomão uma frota".

E enviou-lhe Hirão... navios (18). É absurdo supor que esses navios tivessem sido transportados por terra. É tanta a falta de madeira em torno do Golfo de Acaba que ela seria levada da Fenícia, sendo provavelmente já semi-trabalhada.

2 Crônicas 9 5. A VISITA DA RAINHA DE SABÁ (9.1-12). Verbalmente

quase idêntico a 1Rs 10.1-13, que convém consultar. 6. O COMÉRCIO E RIQUEZAS DE SALOMÃO (9.13-28). Ver

1Rs 10.14-29. 1Rs 10.26-29 vem duplicado em 2Crônicas, nomeadamente 2Cr 1.14-17; 9.25-28.

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 14 Quanto ao peso dos trezentos escudos (16), ver nota em 1Rs

10.17. Um estrado de ouro (18) constitui mera deturpação do texto de

1Rs 10.19 (ver nota ad loc.). Os navios do rei... a Társis (21). O cronista conhecia apenas o

tráfego que tinha como base Eziom-Geber (8.17; 9.10) e, uma vez que o versículo 21 é obviamente o mesmo que 1Rs 10.22, temos aqui, sem dúvida, mais um descuido de copista. Os navios podiam ir até à Índia, mas não circunavegavam a a África para atingir o Mediterrâneo, onde ficava Társis (Jn 1.3), nem os produtos trazidos eram do Mediterrâneo. O mesmo erro se introduziu em 20.36-37.

7. SUMÁRIO DO REINADO DE SALOMÃO (9.29-31). Ver 1Rs

11.41-43. O cronista omite a descrição da idolatria e perplexidades de Salomão, assim como, pela mesma razão, omitiu a do pecado de Davi e suas conseqüências. Interessa-lhe mais a monarquia como instituição do que os defeitos pessoais dos que se sentavam no trono.

II. OS REIS DE JUDÁ - 2Cr 10.1-36.23. a) Roboão (10.1-12.16). Crônicas apresenta-nos vários pormenores interessantes, e alguns

de certa importância, que não vêm mencionados em Reis. 2 Crônicas 10 1. O ROMPIMENTO (10.1-19). Ver 1Rs 12.1-20. Note-se a

omissão propositada de 1Rs 12.20. Nem sequer se menciona a ascensão de Jeroboão ao trono. Para o cronista, o reino do norte é apóstata desde o início.

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 15 2 Crônicas 11 2. A GUERRA CIVIL EVITADA (11.1-4). Ver 1Rs 12.21-24.

Note-se a inclusão de: A todo o Israel, em Judá e Benjamim (3). O cronista insiste constantemente em que sempre existiram elementos das tribos do norte que permaneceram fiéis ao rei davídico.

3. A ORGANIZAÇÃO DE JUDÁ (11.5-12). Não ocorre em Reis.

Logo que Jeroboão conseguisse organizar o reino do norte, este seria necessariamente mais forte do que Judá, quer pela sua população, quer pelos seus recursos naturais. Jeroboão era um homem ambicioso que, muito provavelmente, não se contentaria com o que Deus lhe dera e, assim, Roboão envidou todos os esforços para fortalecer o seu reino reduzido.

Edificou (6), isto é, tornou a fortificar. Isto pode ter sido depois da invasão por Sisaque, pois todas as cidades ficavam no sul.

4. IMIGRAÇÃO DE ISRAEL (11.13-17). Compare-se com 1Rs

12.31; 13.33. A menção, não só de Jeroboão, mas também de seus filhos, ou seja, dos seus sucessores (14), revela que, enquanto que a maior parte da imigração de sacerdotes e levitas se iniciou imediatamente, ela se prolongou durante certo período, o que é apoiado pela construção da frase em hebraico, no versículo 13.

Os lançaram fora (14). Podemos ter a certeza de que Jeroboão gostaria de os conservar, mas, com a sua insistência sobre uma versão cananeizada da adoração de Jeová (ver Apêndice I de Reis), tornara a permanência impossível àqueles que se queriam manter fiéis. Podemos estar certos de que alguns puseram o interesse material acima da sua consciência, continuando onde estavam.

Demônios (15; em hebraico se'irim) são os demônios ou espíritos que se supunha habitarem nos lugares desertos e ermos; julgava-se que eram seres cobertos de cabelo ou com forma animal; por isso, outras traduções dizem "bodes", "sátiros" (ver Lv 17.7). O regresso aos cultos

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 16 naturalistas implicava um retrocesso para as velhas superstições. E para os bezerros que fizera (15); este passo é importante, pois mostra que Crônicas parte do princípio que o livro de Reis é já conhecido. A interpretação natural dos versículos 16 e 17 é que alguns dos que haviam desobedecido à proibição de Jeroboão foram a Jerusalém adorar e ali fixaram residência; compare-se com 15.9.

5. A FAMÍLIA REAL (11.18-23). A primeira esposa de Roboão

chamava-se Maalate (18), e seus pais eram Jerimote, filho de outro modo desconhecido de Davi, e Abiail (18; antes deste nome deve-se pôr a preposição de, em vez de a), sobrinha de Davi. Mas a sua mulher favorita era Maaca (20), ou Micaía (13.2), neta de Absalão (comparar 20 com 13.2).

2 Crônicas 12 6. A IDOLATRIA DE ROBOÃO (12.1). Ver 1Rs 14.21-22. Não

se percebe por que razão não temos quaisquer pormenores, pois vêm claramente implícitos em 14.2-3. Todo o Israel significa em Crônicas o reino do sul.

7. A INVASÃO DE SISAQUE (12.2-12). Compare-se com 1Rs

14.25-28. Na parede exterior do templo de Carnaque temos um relato desta invasão pelo próprio Sisaque. Estas e outras provas de natureza arqueológica mostram que não só Israel mas também Judá foram invadidas e que até Eziom-Geber foi provavelmente destruída; também a hegemonia egípcia deve ter durado alguns anos. É provável que não se oferecesse qualquer resistência.

Líbios (3); habitantes do país do mesmo nome, em África. Suquitas (3); não se conseguiram identificar. Lhes darei lugar de escaparem (7), ou, melhor: "Dar-lhes-ei

livramento dentro em breve"; os egípcios não conseguiram manter os seus esforços durante muito tempo.

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 17 Para que conheçam a diferença da Minha servidão (8); ou

seja, que "a Minha servidão é melhor do que as outras". Ainda em Judá havia boas coisas (12). É evidente que, enquanto

que o norte aceitava alegremente a deturpação cananita do culto de Jeová apoiada por Jeroboão, só nos reinados de Acaz e Manassés é que ela se implantou em Judá.

8. SUMÁRIO DO SEU REINADO (12.13-16). Comparar com

1Rs 14.29-31. Na relação das genealogias (15); expressão obscura, talvez

resultante de deturpação do texto. 2 Crônicas 13 b) Abias (13.1-22). Compare-se com 1Rs 15.1-8. Não se encontrou qualquer

explicação satisfatória para a diferença entre as formas Abias (1) em Crônicas e Abião em Reis, pelo que não podemos formar uma opinião concreta acerca do verdadeiro nome deste monarca. Quanto a sua mãe (2), ver a nota referente a 11.20. O quantitativo dos exércitos (3) deveria ser comparado com os dados do recenseamento (2Sm 24.9; 1Cr 21.5). Tratava-se de um esforço supremo de conquista.

Monte de Zemaraim (4); compare-se com Js 18.22. Um concerto de sal (5) não podia ser violado (Nm 18.19). Abias

estava longe de praticar o que pregava (1Rs 15.3), mas o que constituía uma política religiosa definida no norte continuava a ser uma mera aberração em Judá. O seu quadro do rompimento (6-7) é algo fantasioso. Abias afirma que se trata de uma guerra santa.

Tocando com as trombetas (12); traduza-se: "com as trombetas de alarme", e compare-se com Nm 10.9.

Deus feriu (15); parece ter havido qualquer intervenção sobrenatural.

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 18 Interpretemos os 500.000 homens escolhidos (17) como

sinônimo de "grande número", pois o único resultado da vitória foi a tomada de algumas vilas fronteiriças que Asa em breve perdeu (ver nota sobre 1Rs 15.16-22).

c) Asa (14.1-16.14). 2 Crônicas 14 1. A REFORMA DE ASA (14.1-5; 15.16-18). Ver 1Rs 15.9-15.

Não há motivo para pensar que a reforma de Asa teve realmente lugar em duas fases. Essa impressão resulta da forma como o material de Reis foi ligado a outras fontes.

O ídolo (15.16) de Maaca deve ter sido destruído imediatamente. Se juntarmos 1Rs 15.28 e 16, torna-se evidente que os dez anos (1) constituem apenas números redondos. Os versículos 3 a 5 apenas tornam explícito o que está implícito em 1Rs 15.12.

Tirou os altares dos deuses estranhos, e os altos (3). Afirma-se, que temos aqui uma contradição propositada de 1Rs 15.14 (ver nota ad loc.). A consistência de Crônicas é então defendida, sugerindo-se que 2Cr 15.17 constitui uma adição mais tardia a partir de Reis, ou que Israel significa ali o reino do norte. A explicação mais razoável é que se deve relacionar estranhos com altos assim como com deuses; fez desaparecer esses altos, que não tinham razão legítima de existir (ver Apêndice I de Reis).

Imagens (5), ou, segundo uma tradução mais correta, "altares de incenso". O reino esteve quieto diante dele (5), ou melhor, "o reino teve repouso sob o seu cetro".

2. AS MEDIDAS DEFENSIVAS DE ASA (14.6-8). Não vem em

Reis, mas compare-se com 1Rs 15.23.

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 19 3. A VITÓRIA DE ASA SOBRE ZORÁ (14.9-15). Não ocorre em

Reis. Zorá tem sido geralmente identificado com o Faraó Osorcom I ou II, e há alguns indícios arqueológicos que favorecem uma invasão pelo último. No entanto, chamam-lhe ha-Kushi, ou seja o cusita. Cuxe é a Etiópia, isto é, o Sudão, ou então parte da Arábia (Gn 10.7; 2Cr 21.16). Uma vez que a 22a dinastia do Egito não era etíope, embora possa ter dominado parte do Sudão, é bem possível que se tratasse de uma invasão árabe mas com apoio egípcio (ver 16.8, com a sua referência aos líbios). Note-se a natureza do despojo (15), que indicaria uma invasão árabe.

Os trezentos carros (9) constituem prova suficiente de que os números não são inventados; portanto, mil milhares significa provavelmente apenas um número muito grande.

Gerar (13-14) e as cidades próximas eram filistéias; provavelmente haviam prestado auxílio a Zerá. Não surgiu qualquer explicação satisfatória para malhadas do gado (15).

2 Crônicas 15 4. A EXORTAÇÃO DE AZARIAS E OS SEUS RESULTADOS

(15.1-15). Não ocorre em Reis. A idéia principal da passagem é suficientemente clara.

Azarias (1) explicou a vitória dizendo: "O Senhor esteve convosco por vós estardes com Ele" (2), e, assim, animou-os a prosseguir até ao fim (7) na reforma que, até então, só fora levada a cabo a um nível oficial. Esta foi selada numa grande reunião popular no Festival das Semanas (10). Os versículos 3 a 6 levantam uma dificuldade. Parecem descrever o estado de coisas sob o regime dos juízes, constituindo um comentário, ao que se pensa, sobre a última parte do versículo 2. Todavia, se se trata de palavras de Azarias ou de um comentário pelo cronista, eis o que não se percebe bem.

No décimo quinto ano (10). Comparando com 14.1, verifica-se que não se procura estruturar uma cronologia completa do reinado de Asa; ver também a nota referente a 15.19.

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 20 E ajuntou... os estrangeiros de Efraim e Manassés, e de

Simeão (9). Podiam ter emigrado para Judá, especialmente na época conturbada em que Baasa extirpara a casa de Jeroboão (1Rs 15.27-29); mas por que Simeão? Não há provas de viverem senão no sul, e fizeram sempre parte de Judá (compare-se com a nota sobre 1Rs 11.30). Ou isso implica que, até então, o seu coração estivera com o norte, ou, mais provavelmente, trata-se de uma correção pouco inteligente de um antigo erro de copista.

5. A GUERRA DE ASA COM BAASA (15.19-16.6). (Com

respeito a 15.16-18, ver o parágrafo c 1, supra). Ver 1Rs 15.16-22. Os algarismos em 15.19; 16.1 são impossíveis, pois Baasa morreu no vigésimo sexto ano de Asa. Sugeriu-se já que o texto original era: "...No trigésimo sexto ano, isto é, no ano dezesseis de Asa", mas isto é mais plausível do que convincente.

2 Crônicas 16 6. HANANI CENSURA ASA (16.7-10). Este passo não ocorre em

Reis. Quanto às razões mais profundas que motivaram esta censura, ver o Apêndice II de Reis. Hanani diz a Asa que, se tivesse confiado, teria desbaratado os exércitos combinados de Baasa e dos sírios (7). A resposta de Asa foi pô-lo, não numa prisão, mas na casa do tronco (10).

Quando ele oprimiu, ou melhor, torturou, alguns do povo (10), talvez fosse por haver quem simpatizasse com a causa de Hanani. É este o primeiro caso registrado de mau tratamento infligido a um profeta.

7. SUMÁRIO DO REINADO DE ASA (16.11-14). Compare-se

com 1Rs 15.23-24. Se, como é provável, os médicos (12) eram estrangeiros, a

condenação é fácil de compreender, por os seus tratamentos serem mais de feitiçaria do que de medicina.

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 21 Queima mui grande (14); não o cremaram, mas queimaram

especiarias (compare-se com Jr 34.5); acentua-se que foi funeral condigno de um digno monarca.

d) Josafá (17.1-20.37) 2 Crônicas 17 1. O CARÁTER DO SEU REINADO (17.1-6). Nos primeiros caminhos de Davi seu pai (3). A versão dos

Setenta está, quase certamente, correta ao omitir Davi (comparem-se os capítulos 14 e 15 com 16).

Tirou os altos (6); compare-se com 20.33 e com a nota referente a 14.3. A falta de pormenores acerca da reforma de Josafá mostra que ela não foi mais do que a retificação do desleixo que se introduziu desde a reforma instaurada por Asa (compare-se com 19.4).

2. A GRANDEZA DE JOSAFÁ (17.10-19). Os arábios (11). Se Zerá era árabe (14.9, nota), isto pode ter sido

resultado da vitória de Asa. Os números respeitantes ao exército de Josafá (14-18) figuram entre os de Crônicas que já não podemos explicar. São demasiado elevados comparados com os de que Acabe dispunha e com os algarismos provavelmente exagerados dados por Salmaneser III no seu relato da batalha de Carcar (ver Apêndice III) e, até, comparados com as descobertas da arqueologia. Se dividirmos cada algarismo por dez, atingimos um total de 112.000 soldados treinados, não milícias, o que estaria dentro das possibilidades de Judá na altura da sua prosperidade e é comparável com a milícia de meio milhão de homens nos tempos de Davi (2Sm 24.9).

2 Crônicas 18 3. A ALIANÇA ENTRE JOSAFÁ E ACABE (18.1-34). Ver 1Rs

22.1-38. Excetuando os versículos 1 e 2 e os pormenores que se seguem

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 22 à morte de Acabe (1Rs 22.36-38), que nada têm que ver com Josafá, os paralelos são quase idênticos. As principais alterações visam a dar a Josafá um lugar mais central na cena.

Aparentou-se com Acabe (1); fez com este rei uma aliança de casamento; ver 2Rs 8.18,26; compare-se com 1Rs 3.1n.

2 Crônicas 19 4. CENSURADA A ALIANÇA DE JOSAFÁ (19.1-3). Em paz (1), isto é, incólume; ver 1Rs 22.27, nota: Jeú, filho de

Hanani (2). Em 1Rs 16.1, Jeú, filho de Hanani, pronuncia a condenação de Baasa; em 2Cr 16.7, Hanani, o vidente, admoesta Asa. Este Jeú é provavelmente neto do seu homônimo de 1Rs 16.1. Em algumas famílias, não raro, certos nomes alternavam assim.

Por isso, virá sobre ti grande ira (2); esta profecia teve o seu cumprimento com a invasão de 20.1.

5. ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA (19.4-11). Habitou, pois, Josafá em Jerusalém (4), isto é, não mais visitou

Israel. Fez com que tornassem ao Senhor Deus de seus pais (4); a pureza da religião só podia ser adquirida ao preço da vigilância eterna.

Um estudo mais pormenorizado da legislação mosaica mostrará que é incompleta, embora os fariseus, mercê de uma exegese engenhosa, conseguissem fazer com que ela abrangesse todos os aspectos da vida. Isto se torna especialmente óbvio, comparando essa legislação com um código antigo como o de Hamurábi. Por outras palavras, não substituiu inteiramente a lei tribal existente, mas mostrou como ela tinha de ser modificada e ampliada, o que significa que coexistiram desde o princípio juízes civis (Êx 18.25-26) e religiosos (ver Êx 21.6; 22.8-9). Isto vem claramente legislado em Dt 16.18; 17.8-12. Na sua forma, Josafá nomeou juízes civis para todo o país (5), provavelmente porque o antigo sistema, baseado nos chefes de família, havia soçobrado. Em Jerusalém,

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 23 existia um tribunal misto de recurso (8); sobre o juízo do Senhor, isto é, casos abrangidos pela lei de Moisés; causas, ou seja, causas civis.

Havia dois juízes principais (11), Amarias, o sumo-sacerdote (1Cr 6.11) e Zebadias; representava este o rei, que se alheava cada vez mais da administração da justiça em si, mas ocupando uma posição que lhe permitia verificar se ela era, de fato, bem administrada.

2 Crônicas 20 6. UMA INVASÃO POR MOABITAS E SEUS ALIADOS (20.1-4).

Esta invasão deve ter sido anterior à campanha de 2Rs 3, que pode bem ter constituído o seu seguimento.

Alguns outros dos amonitas, uma tentativa de contornar uma dificuldade óbvia; leia-se, com os Setenta, "e alguns dos meunitas", mencionados em 1Cr 4.41 e 2Cr 25.7. Se não eram edomitas, habitavam em Edom, e nos versículos 10 e 22 são relacionados com o Monte Seir. O motivo porque o nome de Edom não vem mencionado é que, nessa altura, Edom estava sob o domínio de Judá (1Rs 22.47, n.; 2Rs 3.9, n.). Eram alguns dos habitantes que aderiram aos invasores à medida que estes cruzavam o seu território.

De além do mar e da Síria (2). Leia-se "de Edom". Para atravessar o mar, isto é, o Mar Morto, haviam contornado a sua extremidade meridional, atravessando Edom.

Então Josafá temeu (3), pois sabia que esta invasão exprimia a cólera divina (19.2).

7. A ORAÇÃO DE JOSAFÁ E A RESPOSTA DIVINA (20.5-19). Diante do pátio novo (5); ver nota sobre 1Rs 7.1-12. É evidente

que, desde o tempo de Salomão, se tinham feito alterações de que não somos advertidos.

Ladeira... vale (16). A razão da forma especial que a vitória prometida iria assumir é que Jeová trouxera os invasores como castigo. Uma vez que estes já haviam realizado os Seus propósitos, Jeová retirá-

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 24 los-ia Ele mesmo: isto é tanto mais digno de nota se se tiver em vista a força de Josafá.

8. O LIVRAMENTO (20.20-30). A confiança de Josafá manifesta-

se na forma como se entoou o louvor antes da realização da promessa (21).

A majestade santa (21); aqui, como noutros pontos (1Cr 16.29; Sl 29.2, 96.9, 110.3), "em santo trajo" ou "em santo vestuário".

O Senhor pôs emboscadas (22); excluem-se os esforços de Josafá. Este versículo pode referir-se à atuação dos habitantes da zona ocupada, mas, mais provavelmente, à atuação de agentes sobrenaturais, aliás não especificados. Foram desbaratados (22) é explicado pelo versículo 23.

Atalaia do deserto (24), ou, melhor, "ponto de observação". Cadáveres em abundância (25); o texto é pouco claro; é

preferível seguir a versão de sete manuscritos hebraicos, dos Setenta e outras, segundo as quais, em vez de cadáveres, teríamos: "e vestuário".

Beraca (26), isto é, bênção; ainda hoje este nome existe perto do Tecoa.

9. SUMÁRIO DO REINADO DE JOSAFÁ (20.31-37). Ver 1Rs

22.41-50. Não se percebe por que é que Crônicas destaca a passagem acerca da frota de Josafá (35-37); eram navios de Társis que iam para Ofir; ver 9.21n.

e) Jeorão e Acazias (21.1-22.9). 2 Crônicas 21 1. O REINADO DE JEORÃO (21.1-10). Ver 2Rs 8.16-22.

Excetuando os versículos 2 a 4, esta passagem é idêntica à de Reis. Não se sugere qualquer explicação para o ato de Jeorão. O fato de ele não se limitar aos seus irmãos, matando também diversos dos príncipes de

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 25 Israel (4; Moffatt traduz corretamente "da nobreza em Israel" - sendo Israel, como geralmente em Crônicas, o reino do sul), sugere que procurava libertar-se de adversários que se opusessem à política religiosa que planejava.

2. A APOSTASIA DE JEORÃO E SEUS RESULTADOS (21.11-

20). Não ocorre em Reis. Uma vez que, em 23.17 (2Rs 11.18), só se menciona um templo de Baal, é provável que Jeorão se preparasse deliberadamente para introduzir a adoração de Baal promovendo uma versão deturpada do culto de Jeová (11). Note-se que o nome de seu filho, Acazias, contém o elemento Jah.

E até a Judá impeliu (11); expressão demasiado forte: "e desencaminhou Judá". A carta de Elias (12-15) suscita uma dificuldade: é que Elias tinha já indubitavelmente morrido por esta altura (ver 2Rs 3.11, no reinado de Josafá). Podemos unicamente supor que foi escrita antes do seu arrebatamento para o céu para que, quando Atalia tentasse pôr em prática a política de sua mãe em Judá, foste confrontada com a recordação do grande oponente dela.

Dos arábios, que estão da banda dos etíopes (16); ver nota sobre 14.9.

Toda a fazenda que se achou na casa do rei (17); como não capturaram Jerusalém, é melhor traduzir: "que pertencia à casa do rei", comparando com 22.1.

Senão a Jeoacaz, o mais moço de seus filhos (17). Não há aqui contradição nenhuma com 22.1. Jeoacaz = Iá + Acaz, Acazias = Acaz + Jah; ambos significam "Jeová empunhou".

O seu povo lhe não queimou aromas (19); ver 16.14, nota. 2 Crônicas 22 3. ACAZIAS (22.1-9). Ver 2Rs 8.25-29. Os versículos 7-9 não

têm nenhum paralelo próximo em Reis. Com respeito ao versículo 1, comparar com 21.16-17.

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 26 Os moradores de Jerusalém (1); ver nota adicional de 2Rs 11. É

possível que a gente do campo se opusesse de tal forma à política da corte que estivesse disposta a transferir a coroa para qualquer outro ramo da família davídica.

Quarenta e dois anos (2); sem dúvida um erro de copista; compare-se com 21.20; 2Rs 8.26. Quanto a notas sobre os versículos 2-6, ver a passagem paralela em Reis.

Tornou a curar-se (6); Jeorão, como é óbvio. Azarias (6); um erro de copista; correto em várias versões e seis manuscritos hebraicos.

O versículo 7 pressupõe conhecimento de 2Rs 9.1-28, mas o versículo 9 é irreconciliável com 2Rs 9.27-28, e o versículo 8 (leia-se com a Septuaginta "os irmãos de Acazias", isto é, os seus parentes) com 2Rs 10.12-14, se presumirmos que Crônicas tenciona fazer a sua morte preceder a de Acazias. É provável que tenhamos aqui grande confusão no texto. O que não podemos fazer é atribuir ao cronista uma contradição propositada, pois, como é seu costume, já no versículo 7 apontou ao leitor interessado o livro de Reis, onde se encontrariam mais pormenores.

E não tinha já a casa de Acazias ninguém que tivesse força para o reino (9). A carnificina de 21.17; 22.8, eliminara todos aqueles que se poderiam opor a Atalia.

f) Joás (22.10-24.27). 1. ATALIA RAINHA (22.10-12). Ver 2Rs 11.1-3. 2 Crônicas 23 2. A CONSPIRAÇÃO CONTRA ATALIA (23.1-15). Ver 2Rs 11.4-16. 3. O CONCERTO (23.16-21). Ver 2Rs 11.17-20. 2 Crônicas 24 4. AS OBRAS NO TEMPLO (24.1-14). Ver 2Rs 11.21-12.16.

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 27 5. A APOSTASIA DE JOÁS (24.15-22). Não ocorre em Reis,

embora se lhe faça alusão indireta. É muito estranho que alguns comentadores ponham em dúvida a autenticidade desta seção. Por que motivo desejaria o cronista prejudicar tão gratuitamente a reputação de um monarca como Joás? O silêncio misericordioso de Reis é mais facilmente compreendido à luz desta passagem.

Conforme explicado nos comentários a 2Rs 11.21-12.16, especialmente na nota adicional sobre o capitulo II, o derrubamento de Atalia e as reformas que se lhe seguiram foram, em grande parte, obra dos camponeses ("o povo da terra").

Depois da morte de Joiada, vieram os príncipes de Judá (17), ou, melhor "os nobres de Judá". Os herdeiros da antiga tradição da corte surgiram e fizeram-no regressar aos velhos hábitos (18). As imagens do bosque e os ídolos (18); ver 1Rs 14.23, nota.

Zacarias, filho do sacerdote Joiada (20) . . . e o apedrejaram com pedras... no pátio da casa do Senhor (21); compare-se com Mt 23.35; Lc 11.51. A referência de Nosso Senhor a Zacarias mostra que, no Seu tempo, Crônicas figurava no cânon hebraico, como agora, onde ocupa o último lugar. Conspiraram contra ele (21); talvez qualquer acusação inventada, como no caso de Nabote (1Rs 21.8-13). No pátio da casa do Senhor (21); "entre o templo e o altar" (Mt 23.35). A tradição rabínica considera este assassinato um dos principais motivos da destruição do templo do Salomão. Não há dúvida de que, espiritualmente, Judá nunca se recompôs por completo da apostasia de Acaz.

6. CASTIGO PELA APOSTASIA E MORTE DE JOÁS (24.23-

27). Ver 2Rs 12.17-21. Na história do livro dos reis (27); compare-se com 13.2. Não se

sabe ao certo qual a autoridade a que aqui se faz referência.

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 28 g) Amazias (25.1-26.2). 2 Crônicas 25 1. AMAZIAS SOBE AO TRONO (25.1-4). Ver 2Rs 14.1-6. 2. A VITÓRIA SOBRE EDOM (25.5-13). Compare-se com 2Rs

14.7. O recenseamento de Amazias (5) acusou considerável declínio desde os tempos de Asa (14.8).

Também de Israel tomou a soldo cem mil varões valentes (6). À luz de 2Rs 13.7, é evidente que temos aqui, uma vez mais, algarismos redondos sinônimos de um grande número.

Israel, a saber, com os filhos de Efraim (7). O termo "Israel" vem assim definido por ser normalmente aplicado ao reino do sul em Crônicas. A Septuaginta parece indicar deturpação no versículo 8. Tal como o temos, diz ele a Amazias que, faça este rei o que fizer, será derrotado. Certas traduções podem ter razão ao fazerem uma pequena inserção e preferirem: "Vai sozinho, desfere o teu próprio golpe, sê corajoso na batalha; Deus não te deixará cair perante o inimigo".

Ao vale do sal (11); compare-se com 2Sm 8.13; provavelmente o vale que corre a sul do Mar Morto. A identificação usual de Sela (2Rs 14.7) com Petra está longe de ser segura, sobretudo por não haver indícios de Jocteel (2Rs 14.7), nome depois posto a Sela e relacionado com Petra.

Dez mil (12); a razão do massacre de dez mil cativos não nos é indicada, mas veja-se Am 1.11, que pertence a uma época não muito posterior. É provável que a vitória de Amazias lhe desse apenas o domínio da estrada até Elate (2Rs 8.22, n.; 14.22, n.). Os mercenários tinham regressado encolerizados à pátria (10).

Ao chegarem a Samaria (13), e sendo informados de que Amazias estava em Edom, assaltaram Judá. Embora os três mil, em certas traduções, pareçam referir-se às cidades, tanto a gramática

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 29 hebraica como a região de Judá nos vedam tal interpretação; entenda-se "feriram três mil homens".

3. A IDOLATRIA DE AMAZIAS (25.14-16). Este trecho não

ocorre em Reis, mas vem uma sugestão em 2Rs 14.3. A Bíblia nunca se preocupa com justificar as ações de alguém, mas apenas com essas ações. A atitude algo desdenhosa de Amazias ante o aviso profético (16) mostra que ele encarou todo o incidente por outro prisma. No seu entender deformado, Jeová (ver Apêndice I do livro de Reis) era o Deus supremo, mas, mesmo assim, um deus entre outros.

A sua vitória sobre os edomitas provara apenas o triunfo de Jeová sobre os deuses de Edom (acerca dos quais não temos quaisquer informações). No entanto, eram deuses, apesar da sua derrota e, assim, levou as suas imagens para Jerusalém (14) para privar os edomitas do seu auxílio.

Mas os deuses, mesmo cativos, merecem respeito e, por isso, prostrou-se diante deles e queimou-lhes incenso (14). Todavia, isso não era, para Amazias, equivalente a uma rejeição de Jeová. Para os profetas, Jeová era único e colocar outros deuses ao seu lado ou, até, abaixo dEle, era sinônimo de O rejeitar.

4. O ENCONTRO DE AMAZIAS COM JOÁS (25.17-24). Ver

2Rs 14.8-16, passagem virtualmente idêntica. E, tendo tomado conselho, Amazias (17); foi este o

desencaminhamento divino (compare-se com 1Rs 22.19-23). 5. SUMÁRIO DO REINADO DE AMAZIAS (25.25-26.2). Ver

2Rs 14.17-22, passo virtualmente idêntico.

Page 30: 2 Cronicas - N. Comentario

2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 30 2 Crônicas 26 h) Uzias (26.3-23). 1. INTRODUÇÃO AO SEU REINADO (26.3-5). Ver 2Rs 15.1-4. 2. AS GUERRAS E GRANDEZA DE UZIAS (26.6-15). Quanto aos meunitas (7), ver o capítulo 20.1, n. O que se sabe

acerca da cidade de Jerusalém antes do exílio é insuficiente para interpretar o versículo 9 com segurança.

As torres (10) eram para proteção do gado. Nos vales (10), a Sephelah, ou serras baixas entre a Judéia e a planície da Filístia. Nas campinas (10), ou, segundo outra tradução, no planalto, provavelmente da Transjordânia (compare-se com o versículo 8).

3. O PECADO DE UZIAS E SEU CASTIGO (26.16-23).

Comparar com 2Rs 15.5-7. O desejo de Uzias de desempenhar funções sacerdotais era, na realidade, a tentação constante dos reis de se considerarem divinos; ver 1Rs 12.27 n., e Apêndice I de Reis. A doença que o atingiu foi a lepra e não qualquer outro mal, por ser a lepra considerada sinal de castigo divino.

2 Crônicas 27 i) Jotão (27.1-9). Ver 2Rs 15.32-38. Ofel (3) um esporão do monte do templo em Jerusalém. 2 Crônicas 28 j) Acaz (28.1-27). 1. A APOSTASIA DE ACAZ (28.1-4).Ver 2Rs 15.1-4.

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 31 2. O ATAQUE SIRO-EFRAIMITA (28.5-19). Ver 2Rs 16.5-6.

Temos aqui, também, informações acerca dos idumeus e filisteus (17-18) e acerca do tratamento que Israel dispensou aos prisioneiros (6-15). Parece que alguns dos habitantes do reino do norte se converteram, mas quando já era demasiado tarde; compare-se com 2Rs 17.2 n.

Apontados por seus nomes (15), ou nomeados. À cidade das palmeiras (15); comparar com Jz 1.16; 3.13.

3. O APELO PARA A ASSÍRIA E SEU RESULTADO (28.16,20-

25). Ver 2Rs 16.7-16. Aos reis da Assíria (16); uma tradução mais correta preferiria o

singular. Tilgate-Pilneser (20); Tiglate-Pileser (compare-se com 1Cr

5.6,26; 2Rs 15.19 n.). Opôs em aperto (20), sem dúvida pelo montante do tributo exigido.

Sacrificou aos deuses de Damasco, que o feriram (23). Os versículos 22 e 23 são, na realidade, parentéticos e referem-se à época do ataque sírio; isto não tem qualquer ligação com 2Rs 16.10.

Acaz... fez em pedaços os vasos da casa de Deus (24), passagem esta que, provavelmente, se refere ao incidente de 2Rs 16.17, com talvez outros objetos também; 29.18-19 mostra que não tinha havido grande destruição dos vasos do templo. Acaz... fechou as portas da casa do Senhor (24). Conforme explicado nas notas de Reis, Acaz continuou a adorar Jeová à sua maneira, e 2Rs 16.12-16 indica claramente que os átrios do templo continuavam a ser usados. Acaz pode ter considerado impróprio para a adoração o santuário despido de imagens, suposição apoiada pelo uso continuado do templo na apostasia ainda pior de Manassés.

l) Ezequias (29.1-32.33). Mais da metade dos elementos contidos em Crônicas são

peculiares a este livro e, quando há passagens paralelas, em 2Rs e Is 36-

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 32 39, verifica-se que tais elementos foram, em grande parte, abreviados e refundidos. Pelo que respeita a certos problemas de ordem geral relacionados com este reinado, ver a introdução à Seção 29 de Reis.

2 Crônicas 29 1 O REINADO DE EZEQUIAS (29.1-2). Ver 2Rs 18.1-3. 2. A PURIFICAÇÃO DO TEMPLO (29.3-19). Esta passagem

não tem paralelo em 2 Reis. Ele... abriu as portas da casa do Senhor (3); ver 28.24, n. Na

praça oriental (4), ou no lugar amplo a oriente. A imundície (5), a sujidade acumulada durante anos de desleixo.

Também fecharam as portas do alpendre (7); ver a nota referente a 28.24.

Não queimaram incenso nem ofereceram holocaustos (7), o que, à primeira vista, está em contradição direta com 2Rs 16.15. Assim como os profetas se recusavam a considerar o culto canonizado de Jeová como qualquer outra coisa que fosse culto de Baal, assim também Ezequias se recusava a considerar como oferecidos a Jeová os sacrifícios que tinham lugar num altar assírio; para ele, eram sacrifícios feitos aos deuses assírios.

Grande ira do Senhor (8); ver os desastres citados no capítulo 28. Que façamos um concerto com o Senhor (10); compare-se com 15.12; 23.16; 34.31. O motivo era bom, mas faltavam as forças para observar o concerto. A lista de nomes de levitas (12-14) confirma o que sabemos de outras fontes (como, por exemplo, Pv 25.1), que a época de Ezequias se caracterizou por intensa atividade literária que nos legou consideráveis monumentos.

Ao ribeiro de Cedrom (16); compare-se com 15.16; 30.14. Que o rei Acaz... lançou fora (19); ver 28.24 n.; "lançou fora" é

uma tradução demasiado forte do original hebraico; seria melhor traduzir: "pôs de parte como inúteis".

Page 33: 2 Cronicas - N. Comentario

2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 33 3. A RENOVAÇÃO DA ADORAÇÃO NO TEMPLO (29.20-36).

Não existe paralelo em 2Reis. O culto inaugural foi de expiação, e nele sete bodes (23) foram apresentados como oferta pelo pecado, e sete carneiros, sete novilhos e sete cordeiros (22) como oferta queimada. Um estudo cuidadoso mostrará que a oferta pelo pecado era sempre acompanhada de uma oferta queimada.

A escolha dos sete animais podia ter sido determinada pelas idéias relacionadas com esse número, ou dever-se ao fato de o povo estar dividido em sete categorias, das quais três vêm mencionadas no versículo 21 - o reino designa a casa real, o santuário os sacerdotes e os levitas. Menciona-se a música (25-26), talvez por Acaz ter alterado a música do templo juntamente com o restante ritual. Desde, pelo menos, os tempos de Davi, ou antes, até, que devia haver acompanhamento musical durante a oferta queimada (25-26; compare-se com 1Cr 23.5; 25.1).

O canto do Senhor (27); é agora quase universalmente reconhecido que a maior parte dos Salmos foi escrita para utilização em diversas cerimônias do templo; o versículo 30 mostra bem o que se cantava.

Os maiorais (30); provavelmente, neste contexto, os principais sacerdotes (compare-se com 1Cr 25.1 n. O número relativamente pequeno de oferta; em semelhantes circunstâncias (32-33) mostra como Judá decaiu no reinado de Acaz. Normalmente (Lv 1.5-6), matar e esfolar a oferta queimada incumbia ao adorador; a exceção que aqui se nota (34) pode ser devida ao fato de se tratar de ofertas de uma congregação (32) mais do que de ofertas pessoais.

Eram, porém, os sacerdotes mui poucos (34). Urias, o sumo sacerdote (2Rs 16.10 e seguintes), nada fizera para se opor a Acaz, antes dera a sua cooperação. Provavelmente arrastou consigo muitos outros sacerdotes, enquanto que a maior parte dos levitas talvez se mantivesse indiferente.

Page 34: 2 Cronicas - N. Comentario

2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 34 2 Crônicas 30 4. O CONVITE PARA CELEBRAR A PÁSCOA (30.1-12). Este

trecho não ocorre em 2Reis. A escolha da Páscoa (1), mesmo tendo de ser celebrada no

segundo mês (2) - compare-se com Nm 9.10-11 - foi propositada. A principal festa do culto cananeizado de Jeová era a dos tabernáculos (ver 1Rs 12.32), o grande festival naturalista do Novo Ano, mas a Páscoa era o festival do Novo Ano do Jeová sobrenatural que dominava a história (ver Apêndice I de Reis). Como o revela claramente a introdução à seção XXIX de 2Reis, a destruição de Samaria ocorreu quando Ezequias era co-regente com seu pai; assim, Efraim e Manassés (1) refere-se, aos que não haviam sido levados para o cativeiro (2Rs 17.6 n. e nota adicional a 2Rs 17). Como Ezequias pagava tributo à Assíria, os novos colonos não deviam ter feito objeções. O fato de os mensageiros de Ezequias só chegarem a Zebulom (10) sugere que, muito ao norte da Galiléia, os elementos israelitas já haviam desaparecido.

5. A CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA (30.13-27). Não vem em

2Reis. Assim como os sacerdotes haviam purificado o templo, assim também o povo purificou agora a cidade (14).

No ribeiro de Cedrom (14); compare-se com 15.16; 29.16. O zelo do povo envergonhou os sacerdotes e levitas remissos (15), de forma que se santificaram a tempo. A sobrecarga para eles era maior do que de costume, pois os levitas tinham de matar os cordeiros, em vez de serem os adoradores a fazê-lo (17), pois muitos destes estavam ritualmente impuros (18). Em muitos casos, essa impureza necessitava de sete dias de purificação e os peregrinos não chegavam a Jerusalém a tempo de cumprir com as normas.

O Senhor... sarou o povo (20), isto é, perdoou-o (compare-se com Sl 41.4; Jr 3.22; Os 14.4).

Traduza-se o versículo 22 como se segue: "Ezequias dirigiu palavras de estímulo a todos os levitas que se mostraram eficientes no

Page 35: 2 Cronicas - N. Comentario

2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 35 serviço do Senhor. Assim, o povo comeu o alimento do festival durante sete dias, sacrificando ofertas de paz e dando graças ao Senhor...".

A festa dos pães asmos durou o dobro (23). As ofertas vêm mencionadas no versículo 24 por se tratar

sobretudo de ofertas de paz principalmente consumidas pelos adoradores.

2 Crônicas 31 6. DESTRUIÇÃO DOS SANTUÁRIOS IDÓLATRAS (31.1).

Compare-se com 2Rs 18.4. Estátuas... bosques (1); ver 1Rs 14.23 n. Sendo uma

manifestação puramente popular, os representantes da Assíria na província da Samaria não tinham motivos para se oporem.

7. A ORGANIZAÇÃO DOS SACERDOTES E LEVITAS, E O

SEU SUSTENTO (31.2-21). Não há paralelo em 2Reis. Ezequias regulou os turnos de sacerdotes e levitas (2), a contribuição oficial para os sacrifícios (3) e os dízimos (4). Tudo isto foi trazido com grande generosidade (5-10).

Dízimos das coisas sagradas (6); parece que qualquer escriba

incluiu aqui mecanicamente "dízimos"; omita-se. Esta generosidade, havia muito não exercida, tornava necessário organizar ou reorganizar o controle dos dízimos, o que implicava a preparação de um registro daqueles que tinham direito de os receber.

Uma tradução mais clara dos versículos 17 e 18 seria: "A inscrição dos sacerdotes era feita consoante às famílias a que pertenciam: a dos levitas a partir dos vinte anos de idade... Os sacerdotes eram registrados com todos os seus filhos pequenos...".

Page 36: 2 Cronicas - N. Comentario

2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 36 2 Crônicas 32 8. PREPARATIVOS PARA A INVASÃO DE SENAQUERIBE

(32.1-8). Há contactos insignificantes com 2Reis, mas compare-se com a seção XXIX C em Reis. Quanto aos versículos 3 e 4, ver 2Rs 20.20 n.

E edificou todo o muro quebrado até às torres (5); o texto hebraico está deturpado e quase intraduzível. Segundo a Vulgata, "e edificou torres sobre ele". Milo (5); compare-se com 1Rs 9.15 n. Armas (5); "armas de arremesso" (Moffatt). Conosco (7-8); talvez um eco da profecia de Isaías referente a Emanuel ("Deus conosco") (Is 7.14).

9. AS AMEAÇAS DE SENAQUERIBE (32.9-23). Um sumário

de 2Rs 18.17-19.37. Note-se que 2Rs 19.9-13 vem intercalado parenteticamente no versículo 17; o versículo 18 constitui a continuação do versículo 16.

A oração de Ezequias (20) vem em 2Rs 19.15-19; a oração de Isaías não vem mencionada em 2Reis. É característico o fato de o cronista entrar em pormenores, quando se trata de reis maus, cujas derrotas menciona, só aludindo vagamente à magnitude dos problemas enfrentados pelos reis bons.

10. SUMÁRIO DO REINADO DE EZEQUIAS (32.24-33).

Quanto ao versículo 24, ver 2Rs 20.1-11. Quanto aos versículos 25-26,31, ver 2Rs 20.12-19. Quanto ao versículo 30, ver 2Rs 20.20. Com o versículo 27, pode-se comparar 2Rs 20.13.

No mais alto dos sepulcros (33); na ladeira dos sepulcros, ou na parte superior dos túmulos.

2 Crônicas 33 m) Manassés (33.1-20). Compare-se com 2Rs 21.1-18. Quanto aos versículos 1-10, ver

2Rs 21.1-15; Crônicas omite os pormenores da mensagem de Deus. No

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2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 37 versículo 6 lemos filhos, enquanto que Reis diz "filho". É possível que não devemos insistir neste pormenor, aceitando antes a linguagem nos seus termos gerais.

No vale do filho de Hinom (6); compare-se com Jr 7.31. Crônicas, que acentua o aspecto religioso, omite as matanças (2Rs 21.16).

No final do seu reinado (648-647 a.C.) houve uma revolta contra Assurbanipal a favor do irmão deste, vice-rei em Babilônia. Quer Manassés estivesse verdadeiramente implicado quer existissem simples suspeitas, foi levado "entre os espinhais", amarrado com cadeias e levado para Babilônia (11). Quanto a este costume, ver 2Rs 19.28 n. Assurbanipal estava em Babilônia provavelmente por causa da rebelião que se acabara de dominar. Só decorrido algum tempo pôde voltar-se para o ocidente e, assim, Manassés foi levado já numa fase bastante tardia do seu reinado para Babilônia e o resto desse reinado depois do seu regresso deve ter sido muito breve. Isto explica por que razão o seu arrependimento e reforma (12-13,15-17) não vêm mencionados em Reis e não deixaram impressão duradoura.

Deve-se notar também que Crônicas não menciona a remoção dos altares dos exércitos celestes. Tendo aceitado outrora esses sinais do domínio assírio, não ousaria rejeitá-los agora.

A sua oração ao seu Deus (18), . . . e a sua oração (19). A

oração de Manassés nos apócrifos não tem o direito de ser considerada autêntica. O versículo 14 não pode ser interpretado com segurança por não conhecermos suficientemente bem a Jerusalém anterior ao exílio.

n) Amom (33.21-25). Há apenas variantes secundárias em relação a 2Rs 21.19-26, que

convém ler.

Page 38: 2 Cronicas - N. Comentario

2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 38 o) Josias (34.1-35.27). 2 Crônicas 34 1. INTRODUÇÃO (34.1-2). Compare-se com 2Rs 22.1-2. 2. A REFORMA (34.3-7,33). Ver as seções XXXII f, h, em Reis.

Enquanto que Crônicas situa toda a reforma antes das obras do templo e da descoberta do livro da lei, exceto por implicação no versículo 33, Reis situa-a toda depois disso. Em ambos os casos, atendeu-se à conveniência da narrativa. Nas seções respectivas em Reis encontrar-se à a maior parte das notas necessárias.

Imagens (4); imagens (7); tradução correta: "altares de incenso" (compare-se com 14.5).

3. AS OBRAS DO TEMPLO (34.8-14). Ver notas sobre 2Rs 22.3-

7. A menção de Manassés e de Efraim e de todo o resto de Israel (9) refere-se provavelmente àquelas pessoas das tribos do norte que se haviam fixado no sul (11.16; 15.9), mais do que àqueles que tinham ficado no norte, pois, ao contrário do reinado de Ezequias (30.11), não há qualquer menção especial de gente do norte na Páscoa de Josias.

4. A DESCOBERTA DO LIVRO DA LEI (34.15-19). Ver notas

sobre 2Rs 22.8-11. 5. A MENSAGEM DE HULDA (34.20-28). Ver notas sobre 2Rs

22.12-20. Abdom, filho de Mica (20); em 2Rs 22.12 temos, corretamente:

"Acbor, filho de Micaías". Filho de Tocate, filho de Hasra (22); 2Rs 22.14, corretamente:

"filho de Ticvá, filho de Harás".

Page 39: 2 Cronicas - N. Comentario

2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 39 6. O CONCERTO (34.29-32). Ver nota sobre 2Rs 23.1-3. A

omissão dos profetas no versículo 30 é propositada; ver 2Rs 22.14 n. 2 Crônicas 35 7. A PÁSCOA DE JOSIAS (35.1-19). Compare-se com 2Rs

23.21-23. Quanto ao significado da observância da Páscoa, ver 30.1-2 n. Ponde a arca sagrada na casa... (3); o que parece, tinha sido

retirada durante as obras. Possivelmente linguagem figurada, significando: "Não penseis no passado, mas servi conforme dito nos versículos 4-6".

Conforme à prescrição de Davi... (4); ver 1Cr 23-26. Conforme à prescrição de Salomão (4); compare-se com 8.14.

Imolai a Páscoa (6); compare-se com 30.17, mas, uma vez que não se aplicava a mesma razão, é provável que não devemos forçar o sentido.

Bois (7)... bois (8). Eram para as ofertas de paz durante a festa dos pães asmos; compare-se com 30.24 n. Dá a impressão que, nos versículos 11-13, se amalgamaram por uma questão de brevidade os sacrifícios da Páscoa propriamente ditos e os sacrifícios realizados mais tarde na mesma semana.

Nunca... se celebrou tal Páscoa (18); compare-se com 30.26. A Páscoa tinha sido posta na sombra pela festa dos tabernáculos celebrada como festa do Ano Novo (ver Apêndice I de Reis).

8. A MORTE DE JOSIAS (35.20-25). Cf. notas sobre 2Rs 23.29-30. Jeremias fez uma lamentação sobre Josias (25), que não

chegou até nós. É evidente que nada tem que ver com o livro de Lamentações.

9. SUMÁRIO DO REINADO DE JOSIAS (35.26-27). Ver notas sobre 2Rs 23.25-28.

2 Crônicas 36 p) Queda e restauração (36.1-23).

Page 40: 2 Cronicas - N. Comentario

2 Crônicas (Novo Comentário da Bíblia) 40 1. JEOCAZ (36.1-4). Ver notas sobre 2Rs 23.30-34. Condenou a

terra (3), isto é, "multou-a"; como castigo, o tributo era mais pesado do que normalmente.

2. JEOAQUIM (36.5-8). Ver notas sobre 2Reis 23.34-24.7. Ao que parece, deveríamos considerar o versículo 7 como uma antecipação do versículo 10, embora possa aludir ao incidente de Dn 1.2. Foi devido aos pecados e rebelião de Jeoaquim que Jerusalém foi tomada e o templo assolado.

3. JOAQUIM (36.9-10). Ver notas sobre 2Rs 24.8-16. 4. ZEDEQUIAS (36.11-13). Ver notas sobre 2Rs 24.17-25.7. Com

o rei legítimo no exílio e o templo despojado, o cronista não tem motivos para descrever a agonia final de Jerusalém. A derradeira geração residente na cidade encontra um símbolo adequado no seu rei perjuro (13).

5. A DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM (36.14-21). Crônicas dá apenas um sumário geral mostrando como a destruição da cidade foi o resultado inevitável do seu pecado.

Dele e de seus filhos (20) isto é, dos seus sucessores Evil-Merodaque (2Rs 25.27), Neriglissar e Nabonido, sendo os dois últimos usurpadores.

Até que a terra se agradasse dos seus sábados (21). A idéia implícita é que o ano sabático não era observado na monarquia (compare-se com Lv 25.1-7; 26.34-35).

Setenta anos (21). Judá esteve sujeita a Babilônia desde a batalha de Carquemis (605 a.C., Dn 1.1) até à queda de Babilônia (538 a.C.), isto é, sessenta e sete anos, sendo setenta um número redondo.

6. RESTAURAÇÃO (36.22-23). Estes versículos são idênticos aos versículos de abertura de Esdras; ver as notas respectivas.

H. L. Ellison


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