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8.2 - Os Chakras-C.W.leadbeater

Date post: 20-Oct-2015
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  • http://groups.google.com/group/digitalsource

  • CC.. WW.. LLEEAADDBBEEAATTEERR

    OOSS CCHHAAKKRRAASSOOSS CCEENNTTRROOSS MMAAGGNNTTIICCOOSS

    VVIITTAAIISS DDOO SSEERR HHUUMMAANNOO

    REV. C. W. LEADBEATER

    Traduo de

    J. GERVSIO DE FIGUEIREDO

    EDITORA PENSAMENTO

    So Paulo

  • Ttulo do original: The Chakras

    Edio original de

    The Theosophical Publishing House Adyar, Madras ndia

    Capa de PEDRO GAMBAROTTO

    Ano

    02-03-04-05-06-07-08-09

    Direitos reservados

    EDITORA PENSAMENTO-CULTRIX LTDA.

    Rua Dr. Mrio Vicente, 368 - 04270000 - So Paulo, SP

    Fone: 272-1399 - Fax: 2724770

    E-mail: [email protected]

    http://www.pensamento-cultrix.com.br

  • NDICEPREFCIO

    CAPTULO I OS CENTROS DE FORA

    Significado da palavra. Explicaes preliminares. O duplo etrico. Os

    centros. Forma dos vrtices. As pranchas. O chakra fundamental. O chakra

    esplnico. O chakra umbilical. O chakra cardaco. O chakra larngeo. O

    chakra frontal. O chakra coronrio. Outros dados referentes aos chakras.

    CAPTULO II AS ENERGIAS

    A energia primria ou energia da vida. O fogo serpentino. Os trs condutos

    espinais. Casamento das energias. O sistema simptico. Os gnglios

    espinais. Vitalidade. O glbulo de vitalidade. Proviso de glbulos. Energias

    psquicas.

    CAPTULO III A ABSORO DE VITALIDADE

    O glbulo de vitalidade. Os raios. Os cinco vayus prnicos. Vitalidade e

    sade. Os tomos descarregados. Vitalidade e magnetismo.

    CAPTULO IV DESENVOLVIMENTO DOS CHAKRAS

    Funes dos chakras despertos. Chakras astrais. Sentidos astrais. Despertar

    do kundalini. Despertar dos chakras etricos. Clarividncia eventual. Perigo

    da atualizao prematura. Experincia pessoal. A tela etrica. Os efeitos do

    lcool e narcticos. Efeitos do tabaco. Abertura das portas.

    CAPTULO V A LAYA-IOGA

    Os livros hindus. Srie hindu dos chakras. As figuras dos chakras. O chakra

    cardaco. As ptalas e as letras. Os Mandalas. Os Yantras. Os animais. As

    divindades. Os ns. O ltus secundrio do corao. Efeitos da meditao. O

    kundalini. Atualizao do kundalini. Ascenso do kundalini. O objetivo do

    kundalini.

    CONCLUSO1

    1 Este livro foi digitalizado e distribudo GRATUITAMENTE pela equipe Digital Source com a inteno de facilitaro acesso ao conhecimento a quem no pode pagar e tambm proporcionar aos Deficientes Visuais aoportunidade de conhecerem novas obras.Se quiser outros ttulos procure por http://groups.google.com/group/Viciados_em_Livros. Ser um prazer receb-lo em nosso grupo.

  • NDICE DE ILUSTRAESFrontispcio Chakra coronrio

    PRANCHA

    I. Chakra raiz ou bsico

    II. Chakra do bao

    III. Os chakras, segundo Gichtel

    IV. Chakra do umbigo

    V. Chakra do corao

    VI. Os chakras e o sistema nervoso

    VII. Chakra larngeo

    VIII. As correntes de vitalidade

    IX. Chakra frontal

    FIGURAS

    1. Os chakras

    2. Representaes do chakra coronrio

    3 As trs emanaes ou ondas de vida

    4. Os condutos espinais

    5. Configurao das energias

    6. Forma das energias combinadas

    7. tomo fsico ultrrimo

    8. Constituio do oxignio

    9. Corpo pituitrio e glndula pineal

    10. Diagrama hindu do chakra cardaco

    TABELAS

    1. Os Chakras

    2. Os Chakras e os Plexos

    3. A Vitalidade e os princpios humanos

    4. Os cinco vayus prnicos

    5. Cores das ptalas

  • 6. Alfabeto snscrito

    7. Formas simblicas dos elementos

    PPRREEFFCCIIOO

    Quando um homem comea a aguar os sentidos, que ento lhe

    permitem perceber algo mais do que os outros percebem, desdobra-se diante

    dele um mundo novo e fascinante. Os chakras so as primeiras coisas desse

    novo mundo que lhe chamam a ateno. As pessoas se lhe apresentam sob

    um novo aspecto, nelas descobrindo muita coisa que antes permanecia oculta

    sua vista; e portanto, capaz de compreender, apreciar e, nos casos

    necessrios, auxiliar o prximo muito melhor do que lhe era possvel antes. Os

    pensamentos e emoes das pessoas surgem a seus olhos com toda a clareza

    de forma e cor, e o grau de sua evoluo e as condies de sua sade so

    para ele evidentes em vez de conjeturveis. O brilhante colorido e o rpido e

    incessante movimento dos chakras colocam as pessoas sob a imediata

    observao do investigador, que naturalmente deseja conhecer o que so e

    que significam.

    O objetivo desta monografia elucidar esse ponto e dar queles que

    no tm tentado desenvolver suas faculdades latentes, uma idia desta

    pequena parte do que seus irmos mais felizes vem e, na medida do possvel,

    compreendem.

    A fim de evitar desde j qualquer mal-entendido, convm no perder

    de vista que nada h de fantstico, nem contra a natureza, quando potncia

    visual que capacita alguns para perceber mais que outros, pois consiste

    simplesmente numa extenso das faculdades com que estamos

    familiarizados, e aquele que atinge essa extenso pode perceber vibraes

    mais rpidas que aquelas a que os sentidos fsicos esto normalmente

    habituados a responder.

  • No transcurso da evoluo e a seu devido tempo todos ampliaro

    suas faculdades ordinrias, mas h aqueles que se deram ao trabalho de

    agu-las antes que os demais, custa de um labor muito mais rduo do que

    a generalidade das pessoas quereria empreender.

    Bem sei que ainda h muitssimas pessoas to atrasadas a respeito

    da marcha do mundo, que negam tal amplitude de faculdades, exatamente

    como h aldees que nunca viram uma locomotiva, ou selvagens da frica

    Central que no crem na solidificao da gua.

    Faltam-me tempo e espao para argir contra to invencvel

    ignorncia, e restrinjo-me a recomendar minha obra, Clarividncia, e outras de

    diferentes autores que tratam do mesmo assunto, a todos os que o desejarem

    investigar. A Clarividncia tem sido comprovada centenas de vezes, e no

    pode duvidar dela quem seja capaz de ponderar o valor das provas.

    Muito se tem escrito sobre os chakras, mas tudo isso em snscrito

    ou nalgum dos vrios idiomas vernculos da ndia, e at mui recentemente

    no se havia publicado nada sobre eles em ingls. Mencionei-os pelo ano de

    1910 em A Vida Interna, e depois disso apareceu a magnfica obra The

    Serpent Power, de sir John Woodroffe, e traduziram-se alguns tratados

    hindus. Em The Serpent Power reproduzem-se os desenhos simblicos dos

    chakras usados pelos iogues hindus; mas tanto quanto alcano, as ilustraes

    que exornam esta monografia so a primeira tentativa para representar os

    chakras tal como efetivamente aparecem ante os olhos daqueles que os podem

    ver.

    Na verdade, moveu-me principalmente a escrever esta monografia o

    desejo de mostrar os formosssimos desenhos traados por meu amigo Rev.

    Edward Warner, a quem manifesto o muitssimo que devo pelo tempo e

    trabalho empregados em tal tarefa. Tambm me cabe agradecer ao meu

    infatigvel colaborador, professor Ernest Wood, a compilao e cotejo dos

  • valiosos informes que, a respeito das opinies dominantes na ndia sobre o

    nosso assunto, contm o captulo V, segundo ver o leitor.

    Como me achava atarefado noutra obra, minha primeira inteno foi

    limitar-me a colecionar e reimprimir tudo quanto desde muito tempo atrs

    havia eu escrito sobre os chakras, e d-lo como texto explicativo das

    ilustraes. Mas ao repassar os artigos, ocorreram-me algumas observaes, e

    alguma investigao me fez conhecer pontos adicionais que inseri

    devidamente. Um dos mais interessantes que no ano de 1895 a doutora

    Annie Besant observou a vitalidade do globo e o anel kundalini, e os

    catalogou como hipermetaproto elementos, ainda que ento no houvesse sido

    bastante extensa a investigao para descobrir a relao de ambos os

    elementos entre si e o papel importante que desempenham na economia da

    vida humana.

    C. W. L.

  • CCaappttuulloo II

    OOSS CCEENNTTRROOSS DDEE FFOORRAA

    SSIIGGNNIIFFIICCAADDOO DDAA PPAALLAAVVRRAA

    A palavra chakra snscrita, e significa roda. Tambm se usam

    vrias acepes figuradas, incidentais e por extenso, como nas lnguas

    ocidentais. Da mesma forma como falamos da roda do destino ou da fortuna,

    assim tambm os budistas falam da roda da vida e da morte, e designam

    com o nome de Dhammachakkappavattana Sutta1 ao primeiro sermo em

    que o Senhor Buda pregou a Sua doutrina, nome esse que o professor Rhys

    Davids traduz poeticamente pela expresso: "por em marcha as rodas da

    regia carroa do Reino da justia". Este o exato significado da expresso

    para o budista devoto, ainda que a traduo literal das palavras seja "o giro

    da roda da Lei". O uso em acepo figurada da palavra chakra. de que

    tratamos neste momento, refere-se a uma srie de vrtices semelhantes a

    rodas que existem na superfcie do duplo etrico do homem.

    EXPLICAES PRELIMINARES

    Como possivelmente este livro cair em mos de pessoas no

    familiarizadas com a terminologia teosfica, no ser demais uma explicao

    preliminar.

    Nas conversaes comuns e superficiais, o homem costuma falar

    de sua alma como se o corpo, por intermdio do qual ele fala, fosse o seu

    1 Chakka o equivalente pli do snscrito chakra.

  • verdadeiro ser, e que a alma, uma propriedade ou feudo do corpo, algo

    semelhante a um globo cativo a flutuar sobre o corpo, a ele ligado de certo

    modo. Esta afirmao vaga, inexata e errnea, pois a inversa que

    verdadeira. O homem uma alma que possui um corpo, ou em realidade

    vrios corpos, porque alm do corpo visvel, por cujo meio desenvolve seus

    negcios neste baixo mundo, tem outros corpos invisveis viso ordinria,

    com os quais se relaciona com os mundos emocional e mental. Contudo, por

    ora no trataremos desses outros corpos.

    Durante o sculo passado houve um enorme avano no

    conhecimento dos pormenores do corpo fsico; e os fisilogos esto agora

    familiarizados com as suas desconcertantes complexidades e tm, pelo

    menos, uma idia geral de como funciona seu mecanismo assombrosamente

    intrincado.

    O DUPLO ETRICO

    Os fisilogos tm limitado sua ateno parte do corpo fsico

    bastante densa para que a vejam os olhos, e a maioria deles desconhece

    provavelmente a existncia daquele grau de matria, tambm fsica, ainda

    que invisvel, a que em Teosofia chamamos etrica1. Esta parte invisvel do

    corpo fsico de suma importncia para ns, porque o veculo pelo qual

    fluem as correntes vitais que mantm vivo o corpo, e serve de ponte para

    transferir as ondulaes do pensamento e a emoo do corpo astral ao corpo

    fsico denso. Sem tal ponte intermediria no poderia o ego utilizar as

    clulas de seu crebro. O clarividente o v como uma distinta massa de

    neblina gris-violeta debilmente luminosa, que interpenetra a parte densa do

    corpo fsico e se estende um pouco mais alm deste.

    A vida do corpo fsico muda incessantemente, e para viver

    necessita de contnua alimentao de trs fontes distintas. Precisa de

    comida para a digesto, de ar para a respirao e de trs modalidades de

    1 No se deve confundir este grau superior de matria fsica com o verdadeiro ter no

    espao, do qual a matria negao.

  • vitalidade para a assimilao. Esta vitalidade essencialmente uma fora,

    mas quando est revestida de matria parece-nos um elemento qumico

    sumamente refinado. Existe essa fora ou energia em todos os planos

    embora no momento, e para atender ao objetivo que nos ocupa, s

    consideraremos a sua manifestao e expresso no plano fsico.

    Para melhor compreenso de tudo isto, convm conhecer algo da

    constituio e ordem da parte etrica de nosso corpo. H muitos anos tratei

    deste assunto em diversas obras, e o comandante Powell coligiu

    recentemente tudo quanto se tem escrito at agora sobre esse particular,

    publicando-o em seu livro O Duplo Etrico1.

    OS CENTROS

    Os chakras, ou centros de fora, so pontos de conexo ou enlace

    pelos quais flui a energia de um a outro veculo ou corpo do homem. Quem

    quer que possua um ligeiro grau de clarividncia, pode v-los facilmente no

    duplo etrico, em cuja superfcie aparecem sob forma de depresses

    semelhantes a pratinhos ou vrtices. Quando j totalmente desenvolvidos,

    assemelham-se a crculos de uns cinco centmetros de dimetro, que

    brilham mortiamente no homem vulgar, mas que, ao se excitarem

    vividamente, aumentam de tamanho e se vem como refulgentes e

    coruscantes torvelinhos maneira de diminutos sis. s vezes falamos

    destes centros como se toscamente se correspondessem com determinados

    rgos fsicos; mas em realidade esto na superfcie do duplo etrico, que se

    projeta ligeiramente mais alm do corpo denso.

    Se olharmos diretamente para baixo da corola de uma

    convolvulcea, teremos uma idia do aspecto geral do chakra.

    O pecolo da flor brota de um ponto do pednculo, de modo que

    segundo outro smile (prancha VIII). a espinha dorsal se assemelharia a um

    talo central, do qual de trecho em trecho brotam as flores com suas corolas

    na superfcie do corpo etrico.

    1 J traduzido para o portugus. (N. do T.)

  • A figura representa os sete centros de que tratamos e a Tabela 1 d

    os seus nomes em snscrito e portugus.

    Todas estas rodas giram incessantemente, e pelo cubo ou boca

    aberta de cada uma delas flui continuadamente a energia do mundo

    superior, a manifestao da corrente vital dimanante do Segundo Aspecto do

    Logos Solar, a que chamamos energia primria, de natureza stupla, cujas

    modalidades in totum agem sobre cada chakra, ainda que com particular

    predomnio de uma delas segundo o chakra. Sem esse influxo de energia no

    existiria o corpo fsico.

    Portanto, os centros ou chakras atuam em todo ser humano, ainda

    que nas pessoas pouco evoludas tardo o seu movimento, o estritamente

    necessrio para formar o vrtice adequado ao influxo de energia. No homem

    bastante evoludo refulgem e palpitam com vivida luz, de maneira que por

    eles passa uma quantidade muitssimo maior de energia, e o indivduo

    obtm como resultado o acrscimo de suas potncias e faculdades. 2

    2 Este livro foi digitalizado e distribudo GRATUITAMENTE pela equipe Digital Source com a inteno de facilitaro acesso ao conhecimento a quem no pode pagar e tambm proporcionar aos Deficientes Visuais aoportunidade de conhecerem novas obras.Se quiser outros ttulos procure por http://groups.google.com/group/Viciados_em_Livros. Ser um prazer receb-lo em nosso grupo.

  • SITUAO NOME SNSCRITO NOME PORTUGUS

    Na base da espinha dorsal Muladhara Chakra raiz ou bsico

    1 Chakra do bao

    No umbigo, sobre o plexo solar Manipura Chakra do umbigo

    Sobre o corao Anahata Chakra do corao

    Na frente da garganta Vishuddha Chakra larngeo

    1 O chakra do bao no est indicado nos livros da ndia, e em seu lugar aparece um

    centro chamado Swadhisthana, situado na vizinhana dos rgos genitais ao qual se assinalam as

    mesmas seis ptalas. Em nosso entender o despertamento deste centro deve considerar-se como

    uma desgraa pelos graves perigos com ele relacionados. No plano egpcio de desenvolvimento se

    tomavam esquisitas precaues para evitar tal despertamento. (Veja-se A Vida Oculta da Maonaria

    de C. W. Leadbeater, Ed. Pensamento, So Paulo, 1956.)

  • Entre as sobrancelhas Ajna Chakra frontal

    No alto da cabea Sahasrara Chakra coronrio

    TABELA 1 OS CHAKRAS

    FORMA DOS VRTICES

    A divina energia, que do exterior se derrama em cada centro,

    determina na superfcie do corpo etrico, e em ngulo reto com a sua prpria

    direo, energias secundrias em movimento circular ondulatrio, da mesma

    forma que uma barra imantada introduzida numa bobina de induo

    provoca uma corrente eltrica que flui ao redor da bobina em ngulo reto

    com a direo do m.

    Depois de haver entrado no vrtice, a energia primria volta a

    irradiar de si mesma em ngulos retos, mas em linhas retas, como se o

    centro do vrtice fosse o cubo de uma roda e as radiaes de energia

    primria os seus raios, que enlaam guisa de colchetes o duplo etrico com

    o corpo astral. O nmero de raios difere em cada um dos centros e

    determina o nmero de ondas ou ptalas que respectivamente exibem. Por

    isso os livros orientais costumam comparar poeticamente os chakras a

    flores.

    Cada uma das energias secundrias que fluem ao redor da

    depresso semelhante a um pratinho, tem sua peculiar longitude de onda e

    uma luz de determinada cor. Mas em vez de se mover em linha reta como a

    luz, move-se em ondas relativamente amplas de diversos tamanhos, sendo

    cada uma delas o mltiplo de menores ondulaes que abrange. O nmero

    de ondulaes est determinado pelo de raios da roda, e a energia

    secundria ondula por baixo e por cima das radiaes da energia primria,

    maneira de um trabalho em vime entretecido ao redor dos raios de uma roda

    de carruagem. As longitudes de onda so infinitesimais, e provavelmente

    cada ondulao as contm aos milhares.

    Segundo fluem as energias ao redor do vrtice, as diferentes

    classes de ondulaes se entrecruzam umas com as outras, como num

    trabalho em vime, e produzem uma forma semelhante corola de

  • convolvulcea a que antes me referi.

    Contudo, os chakras ainda se parecem mais a uma galheta de

    ondulado cristal iridescente como as que se fabricam em Veneza. Todas

    estas ondulaes ou ptalas tm o acatassolado e trmulo brilho da concha,

    ainda que geralmente cada uma delas ostente sua cor predominante,

    segundo o mostram as ilustraes. Este nacarino aspecto argntico costuma

    ser comparado nos tratados snscritos ao tremeluzir da lua na superfcie

    das guas do mar.

    AS PRANCHAS

    As pranchas que exornam o texto representam os chakras tal como

    os percebe um clarividente muito evoludo e discreto que tenha j

    disciplinado suficientemente os seus para atuarem ordenadamente.

    Evidentemente, nem as cores das pranchas nem nenhuma cor deste mundo

    tm a suficiente luminosidade para igualar do chakra respectivo; mas o

    desenho d pelo menos uma idia do verdadeiro aspecto destas rodas de luz.

    Pelo j exposto se compreender que os centros diferem de

    tamanho e brilho segundo a pessoa, e ainda num mesmo indivduo podem

    ser uns mais vigorosos que outros. Todos esto desenhados em tamanho

    natural, exceto o sahasrara, ou centro coronrio; que foi conveniente

    ampliar-se para destacar sua assombrosa riqueza de pormenores.

    No caso de um homem que se sobressai excelentemente nas

    qualidades expressas por meio de determinado centro, no s aparecer em

    tamanho muito maior, mas especialmente radiante e emitindo flgidos raios

    de ouro. Exemplo disto nos oferece a precipitao que da aura de Stainton

    Moseyn fez a senhora Blavatsky, conservada no santurio da Sede Central

    da Sociedade Teosfica em Adyar, e reproduzida, embora muito

    imperfeitamente, na obra do coronel Olcott, Old Diary Leaves1.

    Os chakras se dividem naturalmente em trs grupos: inferior,

    1 Traduzida pata o francs e espanhol com o ttulo Histria Autntica da Sociedade

    Teosfica. (N. do T.)

  • mdio e superior. Podem denominar-se, respectivamente, filosfico, pessoal e

    espiritual.

    Os chakras primeiro e segundo tm poucos raios ou ptalas, e sua

    funo transferir para o corpo duas foras procedentes do plano fsico.

    Uma delas o fogo serpentino da terra, e a outra a vitalidade do sol. Os

    centros terceiro, quarto e quinto, que constituem o grupo mdio, esto

    relacionados com foras que o ego recebe por meio da personalidade. O

    terceiro centro as transfere atravs da parte inferior do corpo astral; o quarto

    por meio da parte superior do mesmo corpo, e o quinto, pelo corpo mental.

    Todos estes centros, alimentam determinados gnglios nervosos do corpo

    denso. Os centros sexto e stimo, independentes dos demais, esto,

    respectivamente, relacionados com o corpo pituitrio e a glndula pineal, e

    somente se pem em ao quando o homem alcana certo grau de

    desenvolvimento espiritual.

    Ouvi dizer que cada ptala dos chakras representa uma qualidade

    moral, cuja atualizao pe o chakra em atividade. Por exemplo, segundo o

    upanichade de Dhyanabindu, as ptalas do chakra cardaco representam

    devoo, preguia, clera, pureza e outras qualidades anlogas. De minha

    parte no observei ainda nada que comprove esta afirmao, e no se

    compreende facilmente como pode ser assim, porque as ptalas resultam da

    ao de certas foras claramente distinguveis, e em cada chakra esto ou

    no ativas, segundo se tenham ou no atualizado essas foras. De modo que

    o desenvolvimento das ptalas no tm mais direta relao com a moralidade

    do indivduo do que a que possa ter o robustecimento do bceps. Observei

    pessoas de moralidade no muito alta, nas quais alguns chakras estavam

    plenamente ativos, enquanto que outras pessoas sumamente espirituais e de

    nobilssima conduta os tinham escassamente vitalizados, pelo que me parece

    no haver necessria conexo entre ambos os desenvolvimentos.

    No entanto, observam-se certos fenmenos em que bem poderia

    apoiar-se to estranha idia. Ainda que a semelhana com as ptalas esteja

    determinada pelas mesmas foras que giram ao redor do centro,

    alternativamente por cima e por baixo dos raios, diferem estes em carter

    porque a fora ou energia influente se subdivide em suas partes ou

  • qualidades componentes; portanto, cada raio emite uma influncia peculiar,

    mesmo dbil, que afeta a energia secundria que por ele passa, e lhe altera

    um tanto o matiz. Vrios destes matizes podem denotar uma modalidade da

    energia favorvel ao desenvolvimento de uma qualidade moral; e depois de

    fortalecer esta qualidade, so mais intensas as vibraes correspondentes.

    Em conseqncia, a densidade menor ou maior do matiz denotar a posse

    em menor ou maior grau da respectiva qualidade.

    O CHAKRA FUNDAMENTAL

    O primeiro centro, o radico ou fundamental (prancha I), situado na

    base da espinha dorsal, recebe uma energia primria que emite quatro raios.

    Portanto, dispe suas ondulaes de modo que paream divididas em

    quadrantes alternativamente vermelhos e alaranjados com vazios entre eles,

    resultando da estarem como que assinalados com o sinal-da-cruz. Por isso

    se costuma empregar a cruz como smbolo deste centro, e uma cruz s vezes

    flamgera para indicar o fogo serpentino residente neste chakra.

    Quando atua vigorosamente, de gnea cor vermelho-alaranjada,

    em ntima correspondncia com o tipo de vitalidade que lhe transfere o

    chakra esplnico. Com efeito, observaremos, em cada chakra,

    correspondncia anloga com a cor de sua vitalidade.

    O CHAKRA ESPLNICO

    O segundo chakra (prancha II) est situado no bao, e sua funo

    especializar, subdividir e difundir a vitalidade dimanante do sol. Esta

    vitalidade surge do chakra esplnico, subdividida em sete modalidades; seis

    correspondem aos seis raios do chakra, e a stima fica concentrada no cubo

    da roda. Portanto, tem este chakra seis ptalas ou ondulaes de diversas

    cores, e muito radiante, pois fulge como um sol. Em cada uma das seis

    subdivises da roda predomina a cor de uma das modalidades da energia

    vital. Estas cores so: vermelha, alaranjada, amarela, verde, azul e violcea;

    isto , as mesmas cores do espectro solar menos o ndigo ou anil.

  • O CHAKRA UMBILICAL

    O terceiro chakra (prancha IV) est situado no umbigo, ou melhor

    diramos, no plexo solar, e recebe a energia primria que se subdivide em

    dez radiaes, de modo que vibra como se estivesse dividido em dez

    ondulaes ou ptalas. Est intimamente relacionado com sentimentos e

    emoes de ndole diversa. Sua cor predominante uma curiosa combinao

    de vrios matizes do vermelho, ainda que tambm contenha muito do verde.

    As divises so alternativas e principalmente vermelhas e verdes.

    O CHAKRA CARDACO

    O quarto chakra (prancha V), situado no corao, de brilhante

    cor de ouro, e cada um de seus quadrantes est dividido em trs partes, pelo

    que tem doze ondulaes, pois sua energia primria se subdivide em doze

    raios.

    O CHAKRA LARNGEO

    O quinto centro (prancha VII) est situado na garganta e tem

    dezesseis raios correspondentes a outras tantas modalidades da energia.

    Embora haja bastante do azul em sua cor, o tom predominante o prateado

    brilhante, parecido com o fulgor da luz da lua quando roa o mar. Em seus

    raios predominam alternativamente o azul e o verde.

    O CHAKRA FRONTAL

    O sexto chakra (prancha IX), situado entre as sobrancelhas, parece

    dividido em duas metades; uma em que predomina a cor rosada, ainda que

    com muito do amarelo, e a outra em que sobressai uma espcie de azul-

    purpreo. Ambas as cores se correspondem com as da vitalidade que o

    chakra recebe. Talvez por esta razo dizem os tratados orientais que este

    chakra s tem duas ptalas; mas se observarmos as ondulaes anlogas s

  • dos chakras anteriores, veremos que cada metade est subdividida em

    quarenta e oito ondulaes, ou seja, noventa e seis no total, porque este o

    nmero das radiaes da energia primria recebida pelo chakra.

    O brusco salto de dezesseis para noventa e seis raios, e a ainda

    maior variao sbita de noventa e seis a novecentos e setenta e dois raios

    que tem o chakra coronrio, demonstram que so chakras de uma ordem

    inteiramente distinta da ordem dos at agora considerados. No conhecemos

    ainda todos os fatores que determinam o nmero de raios de um chakra;

    mas evidente que representam modalidades da energia primria, e antes

    que possamos afirmar algo mais sobre esse particular, ser necessrio fazer

    centenas de observaes e comparaes, repetidamente comprovadas.

    Entretanto, no resta dvida de que enquanto as necessidades da

    personalidade podem ser satisfeitas com limitados tipos de energia, nos

    superiores e permanentes princpios do homem encontramos uma to

    complexa multiplicidade, que requer, para sua expresso, muito maiores e

    seletas modalidades de energia.

    O CHAKRA CORONRIO

    O stimo chakra (veja-se o frontispcio) no alto da cabea, o mais

    refulgente de todos, quando est em plena atividade, pois oferece

    abundncia de indescritveis efeitos cromticos e vibra com quase

    inconcebvel rapidez. Parece conter todos os matizes do espectro, ainda que

    no conjunto predomine o violeta.

    Os livros da ndia denominam-no "a flor de mil ptalas", e esta

    denominao no dista muito da verdade, pois so novecentas e sessenta as

    radiaes da energia primria que recebe. Cada uma destas radiaes

    aparece fielmente reproduzida na prancha do frontispcio, embora seja muito

    difcil assinalar a separao das ptalas. Alm disso, este chakra tem uma

    caracterstica que no possuem os outros, que consiste numa espcie de

    subalterno torvelinho central, de um branco fulgurante e com o ncleo cor

    de ouro. Este vrtice subsidirio menos ativo e tem doze ondulaes

    prprias.

  • Geralmente, o chakra coronrio o ltimo que se atualiza. No

    princpio no difere em tamanho dos demais; mas medida que o homem se

    adianta na senda do aperfeioamento espiritual, vai aumentando pouco a

    pouco, at cobrir toda a parte superior da cabea.

    Outra particularidade acompanha o seu desenvolvimento. No

    princpio , como todos os demais chakras, uma depresso do duplo etrico,

    pela qual penetra a divina energia procedente do exterior. Mas quando o

    homem se reconhece rei da divina luz e se mostra magnnimo com tudo que

    o rodeia, o chakra coronrio reverte, por assim dizer, de dentro para fora, e

    j no um canal receptor, mas um radiante foco de energia, no uma

    depresso, mas uma proeminncia ereta sobre a cabea como uma cpula,

    como uma verdadeira coroa de glria.

    As imagens pictricas e esculturais das divindades e excelsas

    personagens do Oriente, costumam mostrar esta proeminncia, como se v

    na esttua do Senhor

    Buda em Borobudur (ilha de Java) reproduzida na figura 2

    (esquerda). Este o mtodo usual de representar a proeminncia, e de tal

    forma aparece sobre a cabea de milhares de imagens do Senhor Buda no

    mundo oriental.

    Nalguns casos, dois teros deste chakra so representados em

    forma de abbada, constituda pelas novecentas e sessenta ptalas, e em

    cima outra abbada menor, constituda pelas doze radiaes do vrtice

    subalterno. Assim aparece na cabea direita da figura 2, que a da

    esttua ou imagem do Brama no Hokkaido de Todaiji de Nara (Japo), cuja

    Antigidade remonta ao ano 749. O tocado desta cabea representa o chakra

    coronrio com a grinalda de chamas que brotam dele, e diferente da

    representao do mesmo chakra na cabea da esttua de Buda.

    Tambm se nota essa proeminncia na simbologia crist, como,

    por exemplo nas coroas dos vinte e quatro ancies, que as retiravam diante

    do trono do Senhor.

    No homem muito evoludo, o chakra coronrio fulgura com tanto

  • esplendor, que cinge a sua cabea como uma verdadeira coroa; e o

    significado da passagem da Apocalipse acima citada que tudo quanto o

    homem conseguiu, o magnfico karma acumulado, toda a assombrosa

    energia espiritual que engendra, tudo deita perpetuamente aos ps do Logos,

    para que o empregue em Sua obra. Assim freqentemente retira diante do

    trono do Senhor sua urea coroa, porque continuamente restaura a energia

    proveniente de seu interior.

    OUTROS DADOS REFERENTES AOS CHAKRAS

    Os Upanichades menores, os Puranas, as obras tntricas e

    algumas outras da bibliografia snscrita, costumam descrever sete chakras,

    e hoje em dia os utilizam muitos iogues hindus. Um amigo meu,

    familiarizado com a vida ntima da ndia, me assegurou que existe nesse pas

    uma escola que faz livre uso dos chakras e conta com 16 000 scios,

    esparsos por um extenso territrio. Das fontes indianas de informao se

    obtm dados mui valiosos referentes aos chakras, que procuraremos

    compendiar no ltimo captulo da presente monografia.

    Tambm parece que alguns msticos europeus conheceram os

    chakras, segundo denota a obra Teosofia Prtica do mstico alemo Johann

    George Gichtel, discpulo de Jacob Boehme, que talvez tenha pertencido

  • sociedade secreta dos rosa-cruzes1. Essa obra foi publicada pela primeira

    vez em 1696, e diz-se que as ilustraes da edio de 1736, descritas no

    texto do volume, se estamparam em 1720, dez anos aps a morte do autor,

    ocorrida em 1710. No se deve confundir a obra citada com a coleo de

    cartas de Gichtel que tem o mesmo ttulo de Teosofia Prtica, pois o volume a

    que nos referimos no se acha em forma de cartas, mas na de seis captulos

    concernentes mstica regenerao que era dogma to importante entre os

    rosa-cruzes.

    A prancha VII, que damos nesta monografia, uma reproduo

    fotogrfica do desenho intercalado na traduo francesa de Teosofia Prtica,

    publicada em 1892 pela Biblioteca Chacornac de Paris, no volume nmero 7

    da biblioteca Rosa-cruciana.

    Gichtel nasceu no ano de 1638 em Ratisbona (Baviera). Estudou

    teologia e jurisprudncia, e exerceu a advocacia; mas pouco depois, ao

    reconhecer seu interior mundo espiritual, renunciou a todo interesse

    mundano e iniciou um movimento mstico cristo. Sua oposio ignara

    ortodoxia de sua poca lhe atraiu o dio daqueles a quem combatia, pelo

    que, por volta do ano de 670, o desterraram do pas e lhe confiscaram os

    bens. Por fim conseguiu refugiar-se na Holanda, onde permaneceu os

    quarenta anos restantes de sua vida.

    Evidentemente considerava Gichtel de natureza secreta as figuras

    estampadas em sua obra Teosofia Prtica, e as manteve reservadas para

    seus discpulos durante alguns anos, pois, como ele prprio disse, eram o

    resultado de uma iluminao interior, provavelmente o que agora chamamos

    clarividncia. Na introduo do livro, diz Gichtel que : "Uma breve exposio

    dos trs princpios dos trs mundos do homem, representados em claras

    imagens, que demonstram como e onde tm seus respectivos centros no

    homem interno, segundo o qual o autor observou a si mesmo em divina

    contemplao, e o que sentiu, experimentou e percebeu."

    Contudo, como todos os msticos de seu tempo, Gichtel carece da

    exatido que deve caracterizar o ocultismo e misticismo, e ao descrever as

    1 Com amvel permisso do editor, reproduzimos da citada obra a prancha III.

  • figuras se desvia em prolixidades, embora s vezes faa digresses

    interessantes sobre as dificuldades e problemas da vida espiritual. Portanto,

    no o seu livro uma obra mestra no concernente descrio das figuras se

    bem que talvez no se atreveu a dizer demasiado, ou quis induzir seus

    leitores a que aprendessem a ver por si mesmos aquilo que descrevia.

    Assim mesmo infere-se de sua conduta verdadeiramente espiritual,

    que havia atualizado bastante clarividncia para ver os chakras, mas que,

    incapaz de conhecer o seu genuno carter e servio, lhes aplicou, em sua

    tentativa de os explicar, o usual simbolismo da escola a que pertencia.

    Como se notar, trata Gichter do natural homem terreno submerso

    nas trevas, pelo que se deve desculp-lo de ser um tanto pessimista a

    respeito dos chakras. No se detm a comentar o primeiro e o segundo,

    talvez porque sabia que estavam principalmente relacionados com o

    processo fisiolgico; mas qualificava o plexo solar de assento da ira, como de

    fato o . Considera o chakra cardaco cheio de amor-prprio, o larngeo, de

    inveja e avareza, e no coronrio s v radiante orgulho.

    Tambm atribui planetas aos chakras. A Lua ao fundamental;

    Vnus ao umbilical; o Sol ao cardaco1; Marte ao larngeo; Jpiter ao frontal

    e Saturno ao coronrio. Alm disso, nos diz que o fogo reside no corao, a

    gua no fgado, a terra nos pulmes, e o ar na bexiga, ainda que tudo isso

    em linguagem simblica.

    Convm notar que Gichtel traa uma espiral da serpente enroscada

    at o corao, passando sucessivamente por todos os chakras; mas no se

    percebe razo alguma da ordem em que a espiral passa por eles. O

    simbolismo do co corredor no est explicado, e temos, portanto, liberdade

    de interpret-lo segundo nos agrade ou de deduzir qualquer interpretao.

    O autor nos oferece por ltimo uma ilustrao do homem

    regenerado pelo Cristo, que esmagou completamente a serpente; mas

    substitui o sol pelo Sagrado Corao, horrivelmente sangrante.

    O interesse que para ns tem esse desenho no consiste nas

    interpretaes do autor, mas em demonstrar, sem deixar margem dvida,

    1 Ainda que se notar ter uma serpente enroscada.

  • que pelo menos alguns msticos do sculo XVII conheciam a existncia dos

    chakras e suas respectivas situaes nas diversas regies do corpo humano.

    Adicional prova do primitivo conhecimento dos chakras nos

    oferecem os rituais manicos cujos pontos capitais remontam a um tempo

    imemorial, pois os monumentos arqueolgicos demonstram que tais pontos

    rituais j se conheciam e praticavam no antigo Egito. e foram fielmente

    transmitidos at os dias de hoje. Os maes incluem-nos entre os seus

    segredos, e ao utiliz-los, estimulam positivamente algum chakra para o

    propsito de seu trabalho manico, enquanto no geral pouco ou nada

    conheam do que ocorre alm do campo ordinrio da viso.

    -me impossvel dar aqui explicaes mais claras, mas j disse

    muito do que permitido dizer, em minha obra A Vida Oculta na Maonaria2.

    CCaappttuulloo IIII

    AASS EENNEERRGGIIAASS

    AA EENNEERRGGIIAA PPRRIIMMRRIIAA OOUU EENNEERRGGIIAA DDEE VVIIDDAA

    A Divindade emite de Si mesma diversas modalidades de energia.

    Qui haja centenas dessas modalidades completamente desconhecidas

    para ns, mas tem-se observado algumas que se manifestam

    apropriadamente em cada um dos nveis alcanados pelo observador,

    conquanto por ora s as consideraremos tal como se manifestam no mundo

    fsico. Uma delas a eletricidade, outra o fogo serpentino, outra a vitalidade,

    e ainda outra a energia de Vida, totalmente distinta da vitalidade, como

    2 Editora Pensamento, So Paulo, 1956.

  • depois veremos.

    Pacientes, longos e continuados esforos necessita fazer quem se

    proponha a descobrir a origem destas energias e sua mtua relao. Quando

    coligi em minha obra The Hidden Side of Things as respostas s perguntas

    formuladas durante anos anteriores nas conferncias de Adyar, j conhecia

    a manifestao no plano fsico da energia de vida, do fogo serpentino e da

    vitalidade, mas ainda ignorava sua relao com as trs ondas ou efuses de

    vida, e por isso as descrevi como se fossem inteiramente distintas e

    estivessem separadas dessas efuses. Ulteriores investigaes me

    capacitaram a sanar esta deficincia, e me comprazo em ter agora ocasio de

    corrigir a inexatido em que ento incorri.

    Pelos chakras fluem trs principais energias que podemos

    considerar como representativas dos trs aspectos do Logos. A energia que

    penetra pela boca em forma de sino do chakra e que com relao a si mesma

    estabelece uma energia secundria, uma das manifestaes da segunda

    onda de vida, oriunda do segundo aspecto do Logos, ou seja, a corrente de

    vida que este segundo aspecto do Logos infunde na matria j vitalizada pela

    primeira efuso procedente do terceiro aspecto de Logos. isto o que

    simbolizam^ os ensinamentos cristos ao dizerem que Cristo encarnou (isto

    , tomou forma) do Esprito Santo e da Virgem Maria.

    A segunda onda se subdividiu em um nmero quase infinito de

    graus e ainda se diferenciou de si mesma, talvez pela "maya" ou iluso com

    que a vemos atuar. Difunde-se por meio de inumerveis bilhes de canais e

    se manifesta em todos os planos e subplanos de nosso sistema, ainda que

    essencialmente seja sempre a mesma energia, que se no deve confundir

    com a primeira onda que elaborou os elementos qumicos com os quais

    formou a segunda onda de seus veculos em cada plano. Parece como se

    suas manifestaes fossem mais graves ou densas por empregar matria

    tambm mais grave ou densa. No plano bdico se manifesta como o

    princpio do Cristo, que pouco a pouco, imperceptivelmente, se vai

    desenvolvendo no interior da alma humana.

    Vemos que vivifica as diversas camadas de matria dos corpos

  • astral e mental de modo que na parte superior do astral se manifesta em

    forma de nobres emoes e na parte inferior como um mero impulso de vida

    que anima a matria do corpo astral.

    Em sua nfima manifestao vemos que se envolve num vu de

    matria etrica, e do corpo astral se transfere por meio dos chakras ao corpo

    fsico, onde encontra outra energia, chamada fogo serpentino ou kundalini,

    que misteriosamente surge do corpo humano.

    O FOGO SERPENTINO

    Esta energia a manifestao no plano fsico da primeira onda de

    vida dimanante do terceiro aspecto do Logos. Existe em todos os planos, que

    mais ou menos conhecemos, mas nos cingiremos a consider-la quando

    manifesta na matria etrica. No se transmuta na primeira energia j

    mencionada nem na vitalidade procedente do sol, e parece no ser afetada,

    de nenhum modo, por qualquer modalidade de energia fsica. J vi carregar

    o corpo de um homem com uma corrente eltrica de 1250 volts, de sorte

    que, ao dirigir os braos para a parede, brotavam enormes chamas de seus

    dedos. E contudo, no experimentava nenhuma sensao estranha, nem era

    possvel que ficasse carbonizado em semelhantes circunstncias enquanto

    no tocasse nenhum objeto estranho, mas nem sequer to enorme potencial

    eltrico afetava, por mnimo que fosse, ao fogo serpentino.

    Desde muitos anos sabemos que nas entranhas da terra h o que

    poderamos chamar o laboratrio do terceiro aspecto do Logos. Ao investigar

    as condies do centro da terra, encontramos ali um volumoso globo de to

    formidvel energia, que no podemos aproximar-nos. Foi-nos possvel to-

    somente tocar as camadas externas, e inferimos que evidentemente esto em

    simptica relao com as camadas de kundalini no corpo humano.

    H muitssimos sculos que penetrou no centro da terra a energia

    do terceiro aspecto do Logos, mas ainda continua ali elaborando

    gradualmente novos elementos qumicos, com crescente complexidade de

    formas e intensa vida ou atividade interna cada vez maior.

    Os estudantes de Qumica conhecem a Tabela Peridica composta

  • pelo qumico russo Mendeleiev no ltimo tero do sculo passado, na qual os

    elementos qumicos conhecidos esto dispostos em ordem de seus pesos

    atmicos, comeando pelo mais leve, o hidrognio, cujo peso atmico 1, e

    terminando pelo urnio, cujo peso atmico 238,5, sendo o mais pesado dos

    elementos conhecidos.

    Nossas investigaes qumicas pessoais nos revelaram que os

    pesos atmicos so quase exatamente proporcionais ao nmero de tomos

    ultrrimos de cada elemento, segundo consta da obra Qumica Oculta, onde

    tambm aparecem a forma e composio de cada elemento.

    Na maior parte dos casos em que examinamos os elementos com

    vista etrica, as suas formas denotavam, como tambm denota a Tabela

    Peridica, que se haviam desenvolvido em ordem cclica, em espiral

    ascendente, e no em linha reta. Foi-nos dito que o hidrognio, oxignio e

    nitrognio, que constituem aproximadamente a metade da crosta terrestre e

    quase toda a atmosfera, pertencem tambm a outro sistema solar maior que

    o nosso. Mas sabemos que os demais elementos qumicos tm sido

    elaborados pelo Logos de nosso sistema, que est prolongando a espiral mais

    alm do urnio em inimaginveis condies de presso e temperatura.

    Gradualmente, segundo o Logos v formando novos elementos qumicos, os

    impele para a superfcie da terra.

    A energia do kundalini ou fogo serpentino de nosso corpo, procede

    do laboratrio do Esprito Santo, oculto nas entranhas da terra, e parte do

    formidvel globo gneo geocntrico.

    Esta energia contrasta profundamente com a vitalidade oriunda do

    sol, que logo explicaremos, e pertence ao ar, luz e aos vastos espaos

    livres, enquanto que o fogo serpentino muito mais material, como o do

    ferro enrubescido ou do metal incandescente.

    Esta tremenda energia tem o aspecto ainda mais terrvel de

    produzir a impresso de descer sempre mais profundamente na matria,

    com lenta mas irresistvel progresso e implacvel segurana.

    O fogo serpentino no a poro de energia do terceiro aspecto do

    Logos com a qual est elaborando elementos cada vez mais densos. A ndole

    do fogo serpentino antes uma ulterior modalidade dessa energia, reside no

  • 3ncleo vital dos corpos radioativos como o rdio. Forma parte da ao da

    primeira onda de vida depois de chegar ao seu nfimo ponto de involuo,

    onde comea a ascender s alturas de que desceu. J sabemos que a

    segunda onda de vida procede do segundo aspecto do Logos, desce matria

    atravs dos trs reinos elementares at chegar ao mineral, donde ascende

    pelos reinos vegetal e animal at o reino humano, onde conflui com a

    terceira onda de vida proveniente do primeiro aspecto do Logos. Assim o

    representa a figura 3, em que a segunda onda desce pela esquerda, alcana

    seu nfimo ponto no fundo do diagrama e ascende pela direita at confluir no

    plano mental com a terceira onda de vida que, procedente do primeiro

    aspecto do Logos, desce ao seu encontro pela direita.

    Quanto primeira onda de vida oriunda do terceiro aspecto do

    Logos e representada pela linha vertical no diagrama, temos de imaginar

    que, chegada ao seu nfimo ponto no reino mineral, ascende pelo mesmo

    caminho por onde desceu. Pois bem, kundalini ou o fogo serpentino esta

    primeira onda de vida em seu caminho ascendente, e atua nos corpos dos

    seres evolucionantes, em ntimo contacto com a primeira energia j

    mencionada, de sorte que ambas conduzem mancomunadamente o animal

    ao ponto onde h de receber a efuso do primeiro aspecto do Logos e

    converter-se em ego, em homem, em cujos veculos continua atuando.

    Assim absorvemos a potente energia de Deus tanto por baixo, da

    terra, como por cima do cu. Somos filhos da terra e tambm do sol. A

    energia que da terra sobe e a que do sol desce, confluem em ns e cooperam

    mancomunadamente para nossa evoluo. No podemos possuir uma

    energia sem a outra, e h muito risco no excessivo predomnio de uma delas.

    Daqui o perigo de avivar as camadas inferiores do fogo serpentino antes de

    purificar e refinar a conduta.

    Muitas coisas ouvimos dizer acerca deste misterioso fogo e do

    perigo de aviv-lo prematuramente, e indubitavelmente verdadeiro muito

    do que ouvimos dizer. Certamente h gravssimo perigo em despertar os

    3 Este livro foi digitalizado e distribudo GRATUITAMENTE pela equipe Digital Source com a inteno de facilitaro acesso ao conhecimento a quem no pode pagar e tambm proporcionar aos Deficientes Visuais aoportunidade de conhecerem novas obras.Se quiser outros ttulos procure por http://groups.google.com/group/Viciados_em_Livros. Ser um prazer receb-lo em nosso grupo.

  • aspectos superiores desta formidvel energia antes que seja o homem capaz

    de a dominar e haver adquirido a pureza de conduta e pensamento que lhe

    permita liberar impunemente to tremenda potncia.

    O fogo serpentino desempenha na vida quotidiana uma parte

    muito mais importante do que a que at aqui havamos suposto, pois h

    dessa energia uma suave manifestao, j desperta em todo homem, que

    no s inofensiva, mas benfica, e que atua dia e noite levando a cabo a

    sua obra, ainda que estejamos inconscientes de sua presena e atividade.

    certo que j se havia observado esta energia fluir pelos nervos,

    chamando-a fluido nervoso, mas sem saber o que realmente. Ao estud-la

    e descobrir a sua fonte, averiguou-se que penetra no corpo humano pelo

    chakra fundamental.

    Como as demais modalidades de energia, kundalini invisvel; mas

    no corpo humano se alberga num curioso ninho de ocas esferas concntricas

    de matria astral e etrica, uma dentro da outra como as bolas de um

    quebra-cabea chins. Essas esferas parecem ser sete, dentro do chakra

    fundamental e ao redor da ltima cmara ou oco da espinha dorsal, perto do

    cccx; mas s na esfera externa est ativa a energia no homem comum. Nas

    demais "dormita", como dizem alguns livros orientais, unicamente quando o

    homem tenta atualizar a energia latente nas camadas internas, se mostram

    os perigosos fenmenos do fogo serpentino. O inofensivo fogo da epiderme

    externa da esfera flui pela coluna vertebral acima, simultaneamente pelas

    trs linhas de sushumna, ida e pingala, segundo at agora o demonstram as

    investigaes.

  • Fig. 3 As trs emanaes ou ondas de vida

    OS TRS CONDUTOS ESPINAIS

    Das correntes que fluem pelo interior e em torno da coluna

    vertebral de todo ser humano, diz Blavatsky na Doutrina Secreta:

  • A Escola transinmalaica situa a sushumna, o principal dos trs

    nadis, no canal medular da coluna vertebral, e o ida e o pingala so

    simplesmente os sustenidos de bemis do F da natureza humana, os quais,

    quando pulsam devidamente, despertam as sentinelas de ambos os lados, o

    manas espiritual e o fsico kama, e subjuga a natureza inferior por meio da

    superior.

    O puro akasha passa pelo sushumna acima e seus dois aspectos

    fluem por ida e pingala. Estes so os trs ares vitais simbolizados no cordo

    bramnico, e regidos pela vontade. O desejo e a vontade so o aspecto

    inferior e superior da pureza dos canais ou condutos. De sushumna, ida e

    pingala se origina uma circulao que do canal central se distribui por todo

    o corpo.

    Ida e pingala funcionam ao longo da encurvada parede do cordo

    em que est sushumna. So semimateriais, um positivo e outro negativo, sol

    e lua, e pem em ao a livre e espiritual corrente de sushumna. Tm

    distintos e peculiares condutos, pois do contrrio irradiariam por todo o

    corpo.

    Em A Vida Oculta na Maonaria1 dissemos, a respeito do uso

    manico destas energias:

    Faz parte do plano da Maonaria estimular a atividade destas

    foras no corpo humano, a fim de apressar a evoluo. Aplica-se este

    estmulo no momento em que o V. M. cria, recebe e constitui o candidato. No

    Primeiro Grau o domnio das paixes e emoes.

    No Segundo Grau afeta o pingala ou seu aspecto masculino, e o

    fortalece a fim de facilitar o domnio da mente.

    No Terceiro Grau se desperta a energia central, o sushumna, e abre

    caminho para a influncia superior do esprito.

    subindo por este canal de sushumna que o iogue deixa o seu

    1 Editora Pensamento, So Paulo, 1956.

  • corpo fsico vontade, de modo que ele pode conservar plena conscincia e

    recordar suas experincias nos planos superiores ao retornar ao plano fsico.

    As figuras expostas mais abaixo indicam toscamente o modo como

    as foras etricas fluem atravs do corpo humano. O ida sai da base da

    espinha dorsal, esquerda do sushumna, e o pingala direita (bem

    entendido, esquerda e direita do homem e no do espectador; mas na

    mulher esto invertidas estas posies). As linhas terminam na medula

    ablongada.

    Na ndia chamam Bramadanda, ou basto de Brama, espinha

    dorsal, e o desenho representado na figura 4d demonstra que tambm o

    original do caduceu de Mercrio com as duas serpentes que simbolizam o

    kundalini ou serpente gnea, que se move ao longo do canal medular,

    enquanto que as asas representam o poder, conferido pelo fogo, de se elevar

    aos planos superiores.

    A figura 4a representa o ida estimulado depois da iniciao no

    Primeiro Grau, e a linha carmesim. Ao passar para o Segundo Grau, se

    acrescenta a linha amarela do pingala, segundo o representa a figura 4a e

    quando da exaltao ao Terceiro Grau, completa-se a srie com a linha azul

    intenso do sushumna, representada na figura 4c.

    O kundalini, que flui por estes trs canais, especializa-se de duas

    maneiras durante o seu fluxo ascendente. H no kundalini uma estranha

    mistura de qualidades positivas e negativas, que quase poderiam chamar-se

    masculinas e femininas. Em conjunto prepondera grandemente o aspecto

    feminino, e este a razo de os tratados hindus aplicarem o pronome ela a

    esta energia. Talvez pelo mesmo motivo se chame em Voz do Silncio o lar da

  • Me do mundo a certa "cmara do corao", onde algumas modalidades de

    Ioga concentram o kundalini. Mas quando o fogo serpentino surge de seu

    foco e, entrando pelo chakra fundamental, flui para cima pelos trs canais

    mencionados, observa-se que a energia ascendente por pingala quase toda

    ela masculina, enquanto que a que sobe por ida quase inteiramente

    feminina. A corrente caudalosa que passa por sushumna acima, parece que

    conserva suas propores originrias.

    A segunda diferenciao do kundalini, ou fogo serpentino, durante

    a sua ascenso pela coluna vertebral, consiste em que se impregna

    intensamente da personalidade do homem. Entra como uma energia geral e

    ao chegar em cima se transmuta no particular fluido nervoso humano, com

    o selo das especiais qualidades e idiossincrasias de cada indivduo,

    manifestas nas vibraes dos gnglios espinais, que se podem considerar

    como as razes dos talos dos chakras superficiais.

    CASAMENTO DAS ENERGIAS

    Ainda que a boca em forma de sino do chakra esteja na superfcie

    do corpo etrico, o talo desta espcie de flor surge de um centro ou gnglio

    da coluna vertebral. A estes centros, e no corola ou boca em forma de

    sino, se referem os livros hindus ao falarem dos chakras. Em todos os casos,

    um talo etrico, geralmente encurvado para baixo, liga a raiz situada no

    centro espinal com o chakra externo. (Veja-se a prancha VI). J que os talos

    de todos os chakras brotam da coluna vertebral, compreende-se que o fogo

    serpentino flua por esses talos at chegar campnula do chakra onde

    encontra a energia divina que pela boca da campnula flui, e a presso

    resultante do encontro determina a radiao horizontal de ambas as

    energias mescladas pelos raios do chakra.

    As superfcies das correntes da energia primria e do kundalini se

    roam em seu encontro e giram em direes opostas, maneira dos dois

    discos da mquina eltrica de Wimshurst (embora estes nunca se toquem),

    resultando disso uma presso extraordinria.

  • Este fenmeno tem sido simbolizado pela expresso "casamento"

    da energia primria, essencialmente masculina, com kundalini, que se

    considera sempre como distintamente feminino, e combinada energia da

    resultante se chama o magnetismo pessoal do homem, que vivifica os

    gnglios ou plexos imediatos a vrios chakras; flui pelos nervos e mantm a

    temperatura do corpo.

    Ao se combinarem ambas as energias, como acabo de dizer,

    entrelaam-se algumas de suas respectivas molculas. A energia primria

    parece capaz de ocupar diferentes classes de formas etricas, e a que geral-

    mente adota um octaedro, constitudo por quatro tomos dispostos em

    quadrado e um tomo central em constante vibrao para cima e para baixo

    em meio do quadro e em ngulo reto com este. O fogo serpentino se aloja

    usualmente num disco plano de sete tomos, enquanto que o glbulo de

    vitalidade, tambm composto de sete tomos, se acomoda em disposio

    anloga da energia primria, mas forma um hexgono em vez de um

    quadrado.

    Fig. 5 Configurao das energias

    A figura 5 da idia destas disposies. A e B so as formas

    adotadas pela energia primria; C a do glbulo de vitalidade; e D a do

    kundalini. E mostra o efeito da combinao A e D; e F o da de B e D, Nas

    formas A, B e C o tomo central est constantemente vibrando em ngulo

    reto com a superfcie do papel, salta dela at uma altura maior que o

    dimetro do disco, e depois se afunda debaixo do papel a igual distncia,

    repetindo vrias vezes por segundo este movimento de lanadeira1. Em D o

    1 Logo se compreende que falo em sentido relativo e no literalmente, porque em

    realidade a esfera representada pelos crculos do desenho to pequena que no se pode ver nem

    com o mais potente microscpio. Mas em proporo ao seu tamanho, vibra como descrevi.

  • movimento to-somente uma constante procisso ao redor do crculo,

    conquanto haja enorme quantidade de energia latente que se manifestar

    to logo se efetuem as combinaes, como procuramos representar em E e F.

    Os dois tomos positivos A e B prosseguem depois da combinao em sua

    violenta atividade anterior e seu vigor se intensifica grandemente, enquanto

    que os tomos em D, embora ainda se movam em sentido circular aceleram

    to enormemente a sua velocidade que deixam de ser visveis como tomos

    separados, e por causa de um fenmeno de iluso tica, aparecem com um

    refulgente anel luminoso.

    As primeiras quatro molculas antes descritas pertencem ao tipo

    de matria que na obra Qumica Oculta a doutora Besant denomina

    hipermetaprotoelemental. Mas E e F so compostos e devem ser

    considerados atuantes no imediato subplano que a doutora Besant chama

    superetrico, pelo que seriam de metaprotomatria. O tipo B muito mais

    comum que o A, e infere-se naturalmente disso que o fluido nervoso,

    resultado final da combinao ou casamento de ambas as energias, se

    acham mais molculas do tipo F que do tipo E. Portanto, o fluido nervoso

    uma corrente de vrios elementos, que contm molculas de cada um dos

    tipos representados na figura 4, isto , simples e compostas, casadas e

    solteiras, e pares conjugais que fluem todos conjuntamente.

    O movimento pasmosamente enrgico de lanadeira para cima e

    para baixo do tomo central nas combinaes E e F d-lhes uma desusada

    configurao dentro de seu campo magntico, como mostra a figura 6.

    A parte superior desta figura parece-me mui semelhante ao linga

    que costuma adornar as frentes dos templos de Siva na ndia. Foi-me dito

    que o linga um emblema do poder criador e que os hindustas devotos o

    consideram como se se estendesse para baixo do solo tanto quanto se

    estende para cima. Tenho conjecturado se os hindus conheciam esta

    molcula especialmente ativa e sua imensa importncia no sustento da vida

    animal e humana, e igualmente se esculpiam o smbolo em pedra qual

    expresso de seu conhecimento oculto.

  • O SISTEMA SIMPTICO

    A anatomia descreve dois sistemas nervosos no corpo humano: o

    cerebrospinal e o simptico.

    O cerebrospinal comea no crebro, prossegue pela medula espinal

    e se distribui por todo o corpo mediante gnglios de que saem os nervos

    entre duas vrtebras contguas.

    O sistema simptico consiste em dois cordes estendidos por quase

    toda a longitude da coluna vertebral, de um e outro lado dela e um pouco

    adiante de seu eixo.

    Dos gnglios destes dois cordes, no to numerosos como os da

    coluna vertebral, saem os nervos simpticos que formam os plexos, dos

    quais, por sua vez, como os ramais das estaes mais importantes, derivam

    outros nervos que formam gnglios menores com as arborizaes terminais.

    Contudo, ambos os sistemas esto relacionados por diversos meios

    e por to grande nmero de nervos conectores, que no possvel consider-

    los como dois organismos nervosos independentes.

    Ademais, temos um terceiro sistema, chamado vagai, formado por

    dois nervos que saem da medula oblonga e descem distintamente para muito

    dentro do corpo, entremesclando-se constantemente com os nervos e plexos

    dos outros dois sistemas.

  • A medula espinal, o cordo simptico esquerdo e o nervo vago

    esquerdo esto representados na prancha VI, que mostra as conexes

    nervosas entre os gnglios espinais e simpticos, e os canais por onde os

    ltimos ramificam os nervos que formam os principais plexos do sistema

    simptico. Observar-se- que os plexos tendem a inclinar-se para os gnglios

    de que se originam. Assim, por exemplo, o plexo solar depende

    principalmente do grande nervo esplnico, que na prancha aparece derivado

    do quinto gnglio simptico torcico, e este ligado, por sua vez, com o quarto

    gnglio torcico espinal, que est quase ao nvel horizontal do corao. Mas

    o nervo desce para unir-se com os nervos esplnicos menor e mnimo, que

    saem do gnglio torcico inferior, o qual atravessa o diafragma e se enlaa

    com o plexo solar. H tambm outros enlaces entre este plexo e os cordes,

    mostrados de algum modo na prancha mas demasiado complicados para

    serem descritos. Os principais nervos que vo ao plexo cardaco, inclinam-se

    para baixo, de maneira anloga. No caso do plexo larngeo existe apenas

    uma leve inclinao, e o plexo cartido ascende do nervo cartido interno,

    proveniente do gnglio simptico cervical superior.

    OS GNGLIOS ESPINAIS

    Anloga inclinao se observa nos talos etricos que ligam a corola

    do chakra, situada na superfcie do duplo etrico, com os seus

    correspondentes gnglios espinais, situados aproximadamente nas posies

    assinaladas em vermelho na prancha VI e explicadas na Tabela 2. Os raios

    dos chakras proporcionam aos plexos simpticos a energia suficiente para

    desempenhar sua funo subsidiria, e no atual estado de nossos

    conhecimentos, parece-me temeridade identificar os chakras com os plexos

    como, sem suficiente fundamento, o tem feito alguns autores.

    Os plexos hipogstricos ou plvicos esto indubitavelmente

    relacionados com o chakra swadhisthana, situado perto dos rgos genitais

    e mencionado pelos livros hindus, mas no consta nem se usa em nosso

    plano de desenvolvimento. Os plexos agrupados na regio plvica esto, na

    maioria, subordinados ao plexo solar em tudo que se refere atividade

  • consciente, pois tanto aqueles dois como o plexo esplnico esto muito

    intimamente relacionados com o plexo solar por numerosos nervos.

    Nome do

    chakra

    Situao na

    Superfcie do

    duplo etrico

    Situao

    aproximada do

    gnglio espinal

    Picados

    simpticos

    Principais plenos

    subsidirios

    FundamentalNa base da

    espinha dorsal

    Quarta

    vrtebra sacraCoccgeo

    Esplnico Sobre o baoPrimeira

    lombarEsplnico

    UmbilicalSobre o

    umbigo

    Primeira

    torcicaSolar

    Heptico,

    pilrico, gstrico,

    mesentrico, etc.

    CardacoSobre o

    coraoOitava cervical Cardaco

    Pulmonar,

    coronrio, etc.

    Larngeo Na gargantaTerceira

    cervicalFarngeo

    FrontalEntre as

    sobrancelhas

    Primeira

    cervicalCartico

    Cavernoso e em

    geral os

    enceflicos

    TABELA 2 OS CHAKRAS E OS PLEXOS

    O chakra coronrio no est relacionado com nenhum plexo

    simptico do corpo fsico, mas o est com a glndula pineal e o corpo

    pituitrio, como veremos no captulo IV. Tambm influi no desenvolvimento

    do sistema cerebrospinal.

    Sobre a origem e as relaes entre os sistemas crebro-espinal e

    simptico, diz a doutora Annie Besant em sua obra Estudo Sobre a

    Conscincia:

    Vejamos como se inicia e desenvolve a formao do sistema

    nervoso pelos impulsos vibratrios oriundos do plano astral. Notamos um

    diminuto grupo de clulas nervosas enlaadas por tnues ramificaes. Este

    grupo se forma pela ao de um centro previamente aparecido no corpo

    astral... ou seja, uma agregao de matria astral disposta de modo a formar

  • um centro destinado a receber impulsos do exterior e responder a eles. As

    vibraes passam deste centro astral para o corpo etrico, determinando

    pequenos vrtices etricos que incluem partculas de matria fsica densa e

    acabam por constituir uma clula nervosa e grupos delas. Estes centros

    fsicos recebem vibraes do mundo exterior e devolvem impulsos aos

    centros astrais cujas vibraes aumentam, de modo que os centros fsicos e

    astrais agem e reagem reciprocamente, e cada um deles torna-se mais

    complicado e eficaz. medida que transcendemos o reino animal,

    encontramos em constante aperfeioamento o sistema nervoso fsico como

    fator cada vez mais predominante no corpo. E este primitivo sistema se

    converte, nos vertebrados, no grande simptico que governa e dinamiza o

    corao, os pulmes, o aparelho digestivo e demais rgos vitais. Por outro

    lado, vai formando pouco a pouco o sistema crebro-espinal, intimamente

    relacionado em suas operaes inferiores com o simptico, e aumenta

    gradativamente seu predomnio at transformar-se em seu mximo

    desenvolvimento, no rgo normal da "conscincia desperta". O sistema

    cerebrospinal se forma por impulsos originados no plano mental, no no

    astral, com o que indiretamente se relaciona por meio do sistema simptico

    cuja formao provm do plano astral1.

    VITALIDADE

    Todos ns experimentamos alegria e bem-estar ao beijo do sol, mas

    s os ocultistas conhecem o porqu desta agradvel sensao. Da mesma

    forma que o sol inunda de luz e calor o seu sistema, assim tambm derrama

    perpetuamente sobre ele outra energia ainda no suspeitada pela cincia

    moderna, a que se tem dado o nome de "vitalidade", que atinge todos os

    planos e se manifesta nos planos fsico, emocional, mental, etc.

    Contudo, limitar-nos-emos a consider-la no plano fsico, onde

    penetra alguns tomos cuja atividade aumenta imensamente, e de

    1 Annie Besant, Estdio sobre Ia Conscincia, pgs. 136/38, Editorial Teosfica, 1922,

    Barcelona.

  • maravilhosa maneira os anima e faz brilhar.

    No se deve confundir a vitalidade com a eletricidade, pois, embora

    tenham alguns pontos de semelhana, a vitalidade atua bem distintamente

    da eletricidade, do calor e da luz. Qualquer destas outras energias determina

    a oscilao do tomo em conjunto, e o tamanho da oscilao enorme,

    comparado com o do tomo; mas a vitalidade chega ao tomo vinda do

    interior e no do exterior.

    O GLBULO DE VITALIDADE

    O tomo em si no mais que a manifestao de uma energia. O

    Logos quis alojar a Sua energia numa forma determinada, a que chamamos

    tomo fsico ultrrimo (Fig. 7), e pelo esforo de Sua vontade se mantm na

    referida forma.uns catorze bilhes de borbulhas.

    Convm ressaltar o fato de que do esforo de vontade do Logos

    depende inteiramente a coeso das borbulhas em tal forma, de modo que se

    por um instante o Logos retirasse a Sua vontade, se separariam as

    borbulhas, e todo o mundo fsico cessaria de existir em espao menor que o

    da durao de um relmpago.

    Eis por que, mesmo deste ponto de vista, o mundo inteiro no passa de uma

    iluso, sem contar que as borbulhas constituintes do tomo so agulheiros

    no koilon ou verdadeiro ter do espao.

    Portanto, a vontade do Logos continuamente exercida mantm em

    coeso os tomos, e ao examinar a ao desta energia volitiva, vemos que

  • no penetra no tomo de fora, mas que surge de seu interior, o que significa

    que se infunde no tomo procedente de dimenses superiores. O mesmo

    sucede com a vitalidade, que surge do interior do tomo, acompanhada da

    energia que o mantm em coeso, em vez de penetr-lo do exterior, como a

    luz, o calor e a eletricidade.

    Quando a energia vital se infunde assim no tomo, dota-o de vida

    suplementar e comunica-lhe fora de atrao, de modo que nesse ponto atrai

    para si outros seis tomos fsicos ultrrimos dispostos em definida forma de

    um elemento subatmico ou hipermetaproto, como j expliquei.

    Mas este elemento difere de todos os at agora observados, em que

    a energia que o origina e mantm em coeso os seus componentes, procede

    do primeiro aspecto do Logos e no do terceiro. Este glbulo de vitalidade

    (figura 5c) o pequeno grupo que constitui o sumamente brilhante grnulo

    na serpente masculina ou positiva do elemento qumico oxignio, assim

    como igualmente o corao do globo central do rdio.

    Estes glbulos de vitalidade distinguem-se pelo brilho e extrema

    atividade de todos quantos flutuam na atmosfera, pois denotam vida muito

    intensa, e provavelmente so as vias gneas to amide mencionadas por

    Blavatsky na seguinte passagem da Doutrina Secreta:

    Diz-se que toda mudana fisiolgica, isto , a prpria vida, ou

    melhor, os fenmenos objetivos da vida, produzidos por certas condies e

    mudanas dos tecidos do corpo que obrigam a vida a atuar nesse corpo, se

    devem atribuir aos invisveis "Criadores" e "Destruidores", geralmente

    chamados micrbios. Caberia supor que as vidas gneas e os micrbios da

    cincia sejam idnticos; mas isto no verdadeiro. As vidas gneas so a

    stima c superior subdiviso do plano fsico, e correspondem-se no indivduo

    com a Vida nica do universo, ainda que s no plano fsico.

    Se bem que a energia que vivifica os glbulos de vitalidade seja

    completamente distinta da luz, parece que depende da luz em seu poder de

    manifestao. Quando o sol brilha em todo o esplendor, renova-se

    copiosamente a energia vital e se forma incrvel nmero de glbulos,

    enquanto que em dias nublados diminuem consideravelmente, e durante a

  • noite fica em suspenso a operao, segundo as observaes at agora

    efetuadas. Portanto, durante a noite vivemos a expensas das reservas de

    vitalidade acumuladas durante o dia, e ainda que parea realmente

    impossvel o esgotamento das reservas, devem diminuir notavelmente

    quando est o cu nublado durante muitos dias seguidos. Uma vez

    carregado, o glbulo atua como elemento subatmico e no est exposto a

    transmutao ou perda de energia at que o absorva um ser vivo.

    PROVISO DE GLBULOS

    A vitalidade, como a luz e o calor, dimana continuamente do sol,

    mas s vezes surgem impedimentos a obstar que toda a proviso chegue

    terra. Nos invernais e melanclicos climas impropriamente chamados

    temperados, costuma haver uma longa sucesso de dias cinzentos em que o

    cu fica coberto com um sudrio de cerradas nuvens que afeta tanto a

    vitalidade como a luz, pois que ainda que no a intercepte por completo,

    diminui notavelmente a sua quantidade. Portanto, nos tristes dias sombrios

    decresce a vitalidade, e todos os seres vivos anelam instintivamente o fulgor

    do sol.

    Quando os tomos vitalizados esto assim mais escassamente

    difundidos, o homem de robusta sade acrescenta o seu poder de absoro,

    estende-o a uma rea mais vasta e desta forma mantm seu vigor no nvel

    normal. Mas os invlidos e pessoas de escassa energia nervosa so

    incapazes deste acrscimo de absoro, pelo que costumam sofrer

    gravemente e se pem de mau humor, debilitando-se ainda mais sem

    compreender a causa. Pela mesma razo a vitalidade mais baixa no

    inverno que no vero, pois ainda que o curto dia invernal seja de sol, o que

    raro, as noites so muito compridas, e durante elas temos de viver a

    expensas da vitalidade acumulada na atmosfera durante o dia. Pelo

    contrrio, os longos dias de vero, se esto limpos e com sol, carregam a

    atmosfera to plenamente de vitalidade que esta pouco diminui nas curtas

    noite do estio.

    Do estudo deste assunto da vitalidade, o ocultista no pode deixar

  • de inferir que, independentemente da temperatura, o ar ensolarado um dos

    mais importantes fatores da conservao da perfeita sade, pois nenhum

    outro pode compens-lo. Uma vez que a vitalidade se difunde por todos os

    mundos e no exclusivamente pelo fsico, evidente que, quando em outros

    aspectos se cumprem as necessrias condies, a emoo, a mente e a

    espiritualidade recebero influncia muito favorvel do sol, num dia de cu

    limpo e claro.

    ENERGIAS PSQUICAS

    As trs energias mencionadas a primria, a vitalidade e o

    kundalini no esto diretamente relacionadas com a vida mental e

    emocional do homem, mas to-somente com o seu bem-estar corporal. Mas

    tambm penetram pelos chakras energias que podem qualificar-se de

    psquicas e espirituais. Os dois primeiros chakras no manifestam nenhuma

    destas energias, mas o chakra umbilical e os demais situados acima do

    corpo so portas de entrada para as energias que afetam a conscincia

    humana.

    Num artigo sobre os centros mentais, inserto na obra A Vida

    Interna, expus que os pensamentos so coisas mui definidas que ocupam

    lugar no espao. Os pensamentos sobre um mesmo assunto e da mesma

    natureza, propendem a agregar-se; portanto, para alguns assuntos h na

    atmosfera um centro mental, um espao definido, ao qual so atrados, e

    todos os demais pensamentos sobre o mesmo assunto aumentam sua

    extenso e influncia. Deste modo o pensador pode contribuir para

    fomentar um centro mental mas por sua vez, recebe dele influncia, e esta

    uma das razes pelas quais o povo pensa como rebanhos de carneiros. A um

    homem de mentalidade preguiosa muito mais fcil aceitar um

    pensamento elaborado por outra mente, do que empregar suas faculdades

    na considerao dos vrios aspectos de um assunto at chegar deciso de

    seu prprio discernimento.

    O que assim sucede no plano mental a respeito do pensamento,

    acontece tambm, com devidas modificaes, no plano astral a respeito dos

  • 4sentimentos. O pensamento voa com a rapidez do raio pela sutil matria do

    plano mental, de modo que os pensamentos unnimes do mundo inteiro

    sobre determinado assunto, podem facilmente congregar-se num centro e

    serem acessveis a quem quer que pense sobre o mesmo assunto.

    A matria astral, conquanto muito mais sutil que a fsica, no

    entanto, mais densa que a mental, de maneira que as volumosas nuvens de

    "formas emocionais" que no mundo astral engendram os intensos senti-

    mentos, no se renem todas num s centro, seno que se "entrefundem"

    com outras vizinhas da mesma natureza, resultando disso enormes e

    potentssimos blocos de emoo que flutuam por toda a parte, e podem

    influir em quem com eles se ponha em contato.

    A relao deste assunto com o nosso tema capital consiste em que

    a referida influncia se exerce por meio de um ou outro chakra. Para

    demonstr-lo tomemos como exemplo um homem cheio de medo. Aqueles

    que tiverem lido o livro O Homem Visvel e Invisvel, recordaro que a sua

    prancha XIV representa a condio do corpo astral do tmido. As vibraes

    de um corpo astral em semelhante estado atrairo as nebulosas formas

    emocionais de temor que flutuem pela vizinhana. Se o indivduo consegue

    recuperar-se e vencer o temor, as nuvens desta emoo se afastaro

    enfraquecidas; mas se o temor subsiste e aumenta, as nuvens descarregaro

    sua acumulada energia por meio do chakra umbilical, com risco de que o

    temor degenere em pnico e o indivduo perca a cabea, precipitando-se

    cegamente no perigo.

    Da mesma maneira, aquele que se agasta e irrita, atrai nuvens de

    clera e se expe a um influxo emocional que transmuta sua indignao em

    fria, de modo que, inconscientemente, pode cometer um homicdio por

    obcecao e arrebatamento. Analogamente, aquele que cede depresso de

    nimo arrisca-se a cair num estado de permanente melancolia, como

    tambm quem se deixa dominar por desejos bestiais pode converter-se num

    monstro de luxria e sensualidade, e cometer crimes que o horrorizaro ao

    4 Este livro foi digitalizado e distribudo GRATUITAMENTE pela equipe Digital Source com a inteno de facilitaro acesso ao conhecimento a quem no pode pagar e tambm proporcionar aos Deficientes Visuais aoportunidade de conhecerem novas obras.Se quiser outros ttulos procure por http://groups.google.com/group/Viciados_em_Livros. Ser um prazer receb-lo em nosso grupo.

  • recuperar a razo.

    Todas estas indesejveis correntes chegam ao homem pelo chakra

    umbilical. Felizmente h outras e superiores possibilidades nas nuvens de

    amor e devoo, cuja energia receber pelo chakra cardaco quem sinta to

    nobres emoes, e as intensificar admiravelmente, segundo o mostram as

    pranchas XI e XII da obra O Homem Visvel e Invisvel. As emoes que

    afetam o chakra umbilical do modo mencionado, esto indicadas na obra

    Estudo Sobre a Conscincia, da doutora Besant, que divide as emoes nas

    duas grandes classes de amor e dio.

    As emoes de dio afetam o chakra umbilical e as de amor, o

    cardaco.

    Diz a doutora Besant:

    Vemos que o desejo tem duas expresses capitais: atrao para

    possuir ou por-se em contato com um objeto que de ante-mo proporcionou

    prazer, e repulso para repelir ou evitar o contato com um objeto que

    previamente infligiu dor. Vimos que a atrao e a repulso so as duas

    modalidades do desejo que domina o Eu.

    Como a emoo o desejo entremesclado com o intelecto,

    inevitavelmente tem de oferecer a mesma diviso em duas modalidades.

    Chama-se amor a emoo de ndole atrativa que prazerosamente une dois

    objetos. a energia integrante do universo. Chama-se dio a emoo de

    ndole repulsiva que dolorosamente separa dois objetos. a energia

    desintegrante do universo. Tais so os dois troncos da raiz do desejo e deles

    brotam, como ramos, todas as emoes.

    Disto deriva a identidade das caractersticas do desejo e emoo. O

    amor anela atrair o objeto atrativo ou vai emps dele para unir-se a ele ou

    ser por ele possudo. Da mesma forma que o desejo, liga com laos de prazer

    e felicidade, mas estes laos so mais complicados e duradouros por serem

    compostos de mais numerosas e sutis fibras muito complexamente

    entretecidas, se bem que o enlace de ambos os objetos, a essncia do desejo

    atraente, seja a mesma essncia do amor ou emoo atrativa. De igual

    maneira, o dio procura eliminar de si o objeto repulsivo, ou foge para

    apartar-se dele, e repeli-lo ou ser repelido por ele. Separa pela dor e desdita;

  • e assim a essncia do desejo repelente, da separao dos objetos, a mesma

    essncia do dio ou emoo repulsiva. Amor e dio so as elaboradas e

    intelectivas formas dos dementais desejos de possuir e afastar1.

    Mais adiante expe a doutora Besant, em sua citada obra, que

    cada uma destas duas capitais emoes se subdivide em trs partes,

    segundo a fora ou debilidade de quem as sinta.

    A benevolncia o amor que olha para baixo, para o inferior e para

    o dbil; a venerao o amor que olha para cima, para o superior e o forte.

    Assim, benevolncia e venerao so as universais caractersticas comuns ao

    amor entre superiores e inferiores.

    As relaes ordinrias entre esposos e irmos nos oferecem campo

    onde estudar as manifestaes do amor entre iguais. Aqui vemos como o

    amor se mostra em mtua ternura e confiana, em considerao, respeito e

    desejo de comprazer, no esforo de cumprir os gostos alheios, em

    magnanimidade e doura.

    Tambm aqui se acham os elementos das emoes de amor entre

    superiores e inferiores, mas com o carter de reciprocidade nelas impresso.

    Assim calha dizer que a caracterstica comum do amor entre iguais o

    desejo de auxlio mtuo.

    Temos, portanto, que a benevolncia, o mtuo auxlio e a

    venerao so as trs divises capitais da emoo de amor, e delas se

    derivam as demais emoes amorosas, pois todas as relaes amorosas se

    resumem nestas trs ordens: de superior para inferior, de igual para igual e

    de inferior para superior2.

    Depois explica, analogamente, as emoes de dio e diz:

    O dio ao inferior menosprezo, e ao superior medo. Igualmente,

    o dio entre iguais se manifesta em clera, hostilidade, desateno,

    violncia, agressividade, inveja e insolncia, isto , todas as emoes que

    repelem os rivais que se acham frente a frente e no lado a lado. A

    1 Annie Besant, Estudio sobre La Conciencia, pgs. 286/8, Editorial Teosfica, 1922, Barcelona.

    2 Annie Besant, Estdio sobre Ia Conciencia, pgs. 210/1, Editorial Teosfica, 1922, Barcelona.

  • caracterstica comum do dio entre iguais , pois, de mtuo agravo, e as trs

    caractersticas capitais da emoo de dio so menosprezo, agravo mtuo e

    medo1.

    1Annie Besant, Estdio sobre Ia Conciencia, pgs. 292, Editorial Teosfica, 1922, Barcelona.

  • CCaappttuulloo IIIIII

    AA AABBSSOORROO DDEE VVIITTAALLIIDDAADDEE

    OO GGLLBBUULLOO DDEE VVIITTAALLIIDDAADDEE

    Embora inconcebivelmente diminuto, to brilhante o glbulo de

    vitalidade, que at os no clarividentes costumam v-lo. Olhando para o

    horizonte longnquo, especialmente no mar, notaro alguns que roa com o

    firmamento certo nmero de pontinhos de luz, que se mexem por todos os

    lados com pasmosa rapidez. So os glbulos de vitalidade, constitudos, cada

    um deles, por sete tomos fsicos ultrrimos segundo o mostra a figura 5c.

    So as vidas gneas ou grnulos carregados com a energia a que os hindus

    chamam prana.

    muito difcil compreender o exato significado desta palavra

    snscrita, porque os mtodos didticos dos, hindus diferem muitssimo dos

    nossos, mas parece-me que, sem risco de erro, podemos tomar a palavra

    prana por equivalente de vitalidade.

    Quando o glbulo de vitalidade cintila na atmosfera, de brilho

    quase incolor, e refulge com luz branca ou ligeiramente dourada. Mas

    quando entra no vrtice do chakra esplnico, se decompe e quebra em raios

    de diversas cores, conquanto no com a mesma gradao ou gama dos raios

    do espectro solar. Os tomos componentes do glbulo de vitalidade voltejam

    impelidos pelo vrtice do chakra e cada raio deste prende um daquele, de

    modo que o tomo amarelo fica preso num raio do chakra, o verde em outro

    e assim sucessivamente, enquanto que o stimo tomo desaparece absorvido

    pelo centro do vrtice, semelhante ao cubo de uma roda. Os raios se

    prolongam ento em diferentes direes e cada qual efetua seu trabalho

    especial, na vitalizao do corpo. A prancha VII representa

    diagramaticamente as direes do prana difundido.

  • Como disse, as cores da vitalidade ou prana no so exatamente as

    mesmas das do espectro solar, mas se parecem antes com as combinaes

    cromticas que vemos nos corpos causai, mental e astral. A cor anil se

    reparte entre o violeta e o azul, de modo que em vez de trs cores achamos

    s duas; mas, em compensao, o vermelho se diferencia em duas cores;

    vermelho-rosado e vermelho-escuro. Portanto, as cores dos seis raios so:

    violeta-azulado, verde, amarelo, alaranjado e vermelho-escuro, enquanto que

    o stimo tomo, cor-de-rosa, passa adiante pelo centro do vrtice1.

    Assim vemos que a constituio da vitalidade stupla; mas flui

    pelo corpo em cinco correntes principais, segundo o expuseram alguns

    tratados hindus, porque o azul e o violeta se fundem num s raio, e o

    alaranjado e o vermelho-escuro em outro raio, quando saem do chakra

    esplnico.

    OS RAIOS

    1. Violeta-azulado. Dirige-se para a garganta, onde parece

    separar-se, de modo que o azul-plido passa pelo chakra larngeo e o aviva,

    enquanto que o violeta e o azul-escuro prosseguem para o crebro, em cujas

    partes inferior e central fica o azul-escuro, seguindo o violeta at a parte

    superior para vigorizar o chakra coronrio e difundir-se pelos novecentos e

    sessenta raios desse chakra.

    2. Raio amarelo. Dirige-se para o corao e, depois de efetuada

    ali a sua obra, uma poro passa para o crebro e o satura, difundindo-se

    pelos doze raios do centro do chakra coronrio.

    3. Raio verde. Este raio inunda o abdmen, e conquanto se

    centralize principalmente no plexo solar, vivifica o fgado, os rins, os

    intestinos e todo o aparelho digestivo em geral.

    1 A rigor, este tomo rosa o primeiro, porque nele aparece originariamente a energia.

  • 4. Raio rosa. Este raio circula por todo o corpo ao longo dos

    nervos e evidentemente a vitalidade do sistema nervoso; um indivduo pode

    infundi-la a outro que a tenha deficiente. Se os nervos no recebessem esta

    vitalidade rosada, seriam impressionveis at irritao, e assim que

    quando no a recebe suficientemente, o enfermo no pode permanecer muito

    tempo na mesma posio e no sente alvio ainda que tome outra. O mais

    leve rudo o atormenta e ele se acha num contnuo sofrimento. Mas se uma

    pessoa s banha-lhe os nervos com vitalidade rosada, logo se alivia e

    experimenta uma salutar sensao de sossego e paz.

    Um indivduo de boa sade absorve e adapta muito mais vitalidade

    rosada do que a necessria ao seu corpo; por isso est continuamente

    irradiando uma torrente de tomos rosados, de modo que inconscientemente

    infunde vigor nas pessoas fracas mais prximas, sem que isso diminua sua

    vitalidade. E tambm por um esforo de sua vontade pode acumular a

    energia restante e infundi-la deliberadamente em quem deseje auxiliar.

    O corpo possui certa conscincia peculiar, instintiva e cega, a que

    costumamos chamar o elemental fsico, correspondente no mundo fsico ao

    elemental do desejo no mundo astral. Essa conscincia instintiva ou

    elemental fsica procura sempre resguardar o corpo de todo perigo ou lhe

    proporcionar o de que necessita. completamente distinta da conscincia do

    homem e funciona igualmente quando o ego se aparta do seu corpo fsico. A

    este elemental fsico ou conscincia instintiva deve-se atribuir todos os

    nossos movimentos e atitudes instintivos como tambm o incessante

    funcionamento do sistema simptico, sem que de tal nos apercebamos nem

    pensemos.

    Enquanto nos acharmos no estado de viglia, o elemental fsico est

    em constante vigilncia, em atitude de defesa, e mantm em tenso

    msculos e nervos. Durante o sono relaxa-os e dedica-se assimilao da

    vitalidade para restaurar as foras do corpo fsico, e com maior eficcia

    cumpre esta funo durante a primeira metade da noite, quando h

    plenitude de vitalidade, porque de madrugada j est quase toda consumida

    a vitalidade que o sol emitiu durante o dia. Tal o motivo da sensao de

    moleza que nos acomete de madrugada, e tambm a acusa de muitos

  • enfermos morrerem nessas horas. Por isso diz acertadamente a sabedoria

    popular que uma hora de sono antes de meia-noite equivale a duas depois

    dessa hora.

    A ao do elemental fsico explica a influncia restauradora do

    sono, que se pode observar ainda aps ligeiro cochilo.

    A vitalidade o alimento do duplo etrico, e este a necessita to

    imperiosamente como o corpo denso necessita do sustento material. Disso

    resulta que quando, por enfermidade, fadiga ou decrepitude, o chakra

    esplnico incapaz de preparar o alimento para as clulas do corpo, o

    elemental fsico procura extrair para seu prprio uso a vitalidade preparada

    em corpos alheios. E assim ocorre quando nos sentimos dbeis e como que

    esgotados depois de havermos estado durante certo tempo junto de uma

    pessoa com falta de vitalidade, porque essa pessoa nos tomou os tomos

    rosados antes que pudssemos assimilar sua energia.

    O reino vegetal tambm absorve esta vitalidade, ainda que em

    muitos casos parece que s utiliza uma pequena parte. Algumas rvores

    extraem da vitalidade quase exatamente os mesmos constituintes que extrai

    a parte superior do duplo etrico do homem, e uma vez absorvidos os

    necessrios, expelem precisamente os tomos rosados de que necessitam as

    clulas do corpo fsico do homem.

    Isso ocorre com rvores como pinho e o eucalipto, razo pela qual

    sua vizinhana infunde sade e vigor nos neurticos necessitados de

    vitalidade. So neurticos porque as clulas do seu corpo esto famintas e a

    nervosidade s pode apaziguar-se alimentando-as, o que si conseguir-se

    mais facilmente proporcionando-lhes do exterior a vitalidade rosada de que

    necessitam para se restabelecerem.

    5. Raio laranja-avermelhado. Penetra pelo chakra fundamental,

    donde vai para rgos genitais, com os quais est intimamente relacionada

    uma parte de seu funcionamento. Este raio no s contm as cores

    alaranjada e vermelha, mas tambm algo de purpreo intenso, como se o

    espectro solar desse a volta em crculo e as cores comeassem de novo em

    mais baixa escala.

  • No indivduo normal este raio aviva os desejos carnais, e parece

    que tambm penetra no sangue e ajuda a manter o calor do corpo. Mas se o

    indivduo persevera em repelir os incentivos de sua natureza inferior, este

    raio pode, mediante longos e deliberados esforos, desviar-se para o crebro,

    onde suas trs cores constituintes experimentam notvel modificao, por-

    que o alaranjado se transmuta em amarelo puro e intensifica as faculdades

    intelectuais; o vermelho--escuro se converte em vermelho-vivo ou carmesim,

    que aumenta po


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