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A influência do gesto na performance percussiva...

Date post: 27-Nov-2018
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1 A influência do gesto na performance percussiva – apresentação de uma metodologia Ms.Fernando Chaib Universidade de Aveiro [email protected] João Catalão Ensemble Sixtrum/Université de Montreal [email protected] Abstract This paper talks about the influence of the gesture in percussion performance. The subject it is divided in two parts: a vision of types of contacts possibles to established between performer and instrument; an illustration about the methodology that we will follow, in order to prove the influence of the gesture on the musical phrases perception in the percussive repertoire. Key words: Gesture, percussion, contact, stimulus, methodology. Introdução Ao defendermos a idéia de que a performance de um músico em palco é também um modo de relação social, comunicando-se através de atitudes volúveis e variados estados emocionais, admitiremos que a postura corporal e as informações transmitidas através de gestos poderão ser capazes de transformar as dimensões interpretativas relativas ao material sonoro produzido. No repertório destinado à música para percussão percebemos como certos elementos que envolvem o corpo do intérprete durante performance são particulares e imprescindíveis a esse tipo de fazer musical. A primeira parte deste artigo ilustrará as diversas formas da relação contacto/extracção sonora entre instrumentista e instrumento, uma vez que o gesto também será: [...] produtor e transmissor do fenómeno sonoro, fundamental para a realização do som no instrumento acústico e para a execução de abordagens técnicas essenciais à realização de determinadas passagens musicais (Santiago e Meyerewicz, 2009: 85).
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A influência do gesto na performance percussiva –

apresentação de uma metodologia

Ms.Fernando Chaib Universidade de Aveiro

[email protected]

João Catalão Ensemble Sixtrum/Université de Montreal

[email protected]

Abstract This paper talks about the influence of the gesture in percussion performance. The subject it is divided in two parts: a vision of types of contacts possibles to established between performer and instrument; an illustration about the methodology that we will follow, in order to prove the influence of the gesture on the musical phrases perception in the percussive repertoire. Key words: Gesture, percussion, contact, stimulus, methodology. Introdução

Ao defendermos a idéia de que a performance de um músico em palco é

também um modo de relação social, comunicando-se através de atitudes

volúveis e variados estados emocionais, admitiremos que a postura corporal e

as informações transmitidas através de gestos poderão ser capazes de

transformar as dimensões interpretativas relativas ao material sonoro produzido.

No repertório destinado à música para percussão percebemos como certos

elementos que envolvem o corpo do intérprete durante performance são

particulares e imprescindíveis a esse tipo de fazer musical. A primeira parte

deste artigo ilustrará as diversas formas da relação contacto/extracção sonora

entre instrumentista e instrumento, uma vez que o gesto também será: [...] produtor e transmissor do fenómeno sonoro, fundamental para a realização do som no

instrumento acústico e para a execução de abordagens técnicas essenciais à realização de

determinadas passagens musicais (Santiago e Meyerewicz, 2009: 85).

  2  

Uma vez verificada tais possibilidades, acumulamos requisitos para o próximo

passo: estabelecer uma metodologia para comprovar a influência do gesto na

percepção e interpretação das frases musicais, referentes a obras do repertório

percussivo.

I – Estabelecendo de contacto Possibilitando uma grande amplitude sobre a exploração tímbrica a família dos

instrumentos de percussão permite diversos meios de execução, quer o

intérprete esteja ou não em contacto directo com o instrumento. O

percussionista poderá tocar um instrumento directamente com as mãos ou

indirectamente com o auxílio de baquetas e/ou qualquer outro artefacto

manipulável. Desta forma, a relação de contacto com o seu instrumento será

diferente observando o caso de outras famílias de instrumentos. Para o

percussionista o acto de tocar com as mãos estabelecerá uma conexão directa

mas, se observarmos a forma padrão de se extrair o som da maioria desses

instrumentos, perceberemos que a relação táctil não será 100% permanente.

Em certos casos o contacto não será constante, como ocorre com as chaves

de uma flauta, de um trompete ou de um clarinete nas mãos dos respectivos

instrumentistas.

Ao realizarmos uma primeira observação sobre contacto directo e/ou indirecto

estabelecido entre percussionista/instrumento, percebemos uma subdivisão em

dois pontos: contacto constante (consideravelmente permanente) e contacto

inconstante (não permanente). A diferença básica entre essas acções será a

duração do contacto realizado no instrumento para a extracção do som:

1) Contacto Directo Constante (CDC): Execução onde as mãos (ou outra

parte do corpo utilizada para percutir) estabelecem contactos duráveis sobre o

instrumento, fig.1 e ex.1:

  3  

2) Contacto Directo Inconstante (CDI): Execução onde as mãos (ou

outra parte do corpo utilizada para percutir) estabelecem contactos pontuais

sobre o instrumento, fig.2:

3) Contacto Indirecto Constante (CIC): Execução onde objectos

manipulados pelo instrumentista estabelecem contactos duráveis com o

instrumento, fig.3 e ex.2:

4) Contacto Indirecto Inconstante (CII): Execução onde objectos

manipulados pelo instrumentista estabelecem contactos pontuais sobre o

instrumento, fig.4:

  4  

Instrumentos que possuem meios para serem agarrados poderão permitir um

contacto directo durante a sua execução sem obstruir a vibração do seu

“corpo”. No entanto o material que realiza o som não estará, necessariamente,

em contacto com o instrumentista (contactos semi-directos e semi-indirectos):

5) Contacto Semi-Directo Constante (CSDC): Não há influência directa

do instrumentista sobre o material responsável pela extracção sonora. Canção

Simples para Tambor (1990), de Stasi é um bom exemplo. No trecho em

questão devemos fazer circular uma bola de pingue-pongue, sem manipulá-la,

sobre uma caixa: “Gire uma bola de pingue-pongue ao redor da caixa. Com a

mão esquerda segure a caixa, controlando este movimento contínuo”

(Stasi,1990: 03), fig.5:

6) Contacto Semi-Directo Inconstante (CSDI): Podemos citar chocalhos

e apitos como exemplo. Observemos um exemplo da maraca em Ostinati

(1971), de Pires, ex.3:

7) Contacto Semi-Indirecto Inconstante (CSII): Uma mão percutirá sobre

a outra que estará manipulando um objecto qualquer. Este tipo de contacto

  5  

forçará a mão que segura o artefacto a movimentar-se e, consequentemente,

movê-lo por simpatia: Distancie alguns metros do instrumento; Pegue uma longa vara flexível; Numa extremidade

segure-a com a mão esquerda, enquanto a vara apoia-se sobre a pele do instrumento; Bata a

mão direita sobre a esquerda, executando os ritmos abaixo; Obs: O resultado sonoro no

tambor deve ser aleatório (Stasi, 1990: 04).

8) Contacto Semi-Indirecto constante (CSIC): Raspar uma baqueta

contra outra em um membranofone. A baqueta raspada deverá estar apoiada

sobre a pele de uma caixa, por exemplo, que actuará como amplificador desse

som. O contacto será CSIC se considerarmos como instrumento o próprio

membranofone e não a baqueta raspada (caso contrário será um CIC). Um

bom exemplo para a realização de CSIC será em Recycling, de Zampronha,

Tab.1:

Observando o repertório percussivo percebemos existir uma exploração

sobre a fusão, mistura ou convergência das relações de contacto em uma

mesma obra, permitindo-nos designar outras formas:

9) CII + CIC: “No momento do ataque com a baqueta revestida

deveremos deslizar a baqueta dura sobre a lâmina em um movimento contínuo

até o centro da mesma, exercendo uma certa pressão” (Chaib, 2007: 69), ex.4:

10) CII + CDC: Glissando nos tímpanos. A parte do corpo que manterá

contacto directo constante com o instrumento será o pé, influenciando

  6  

directamente o som a ser obtido. Neste caso, o pedal do tímpano deixa de ser

um mero mecanismo de suporte do instrumento tendo como utilidade única a

sua afinação. Aqui ele funciona como parte integral do som extraído.

Observamos isso em Deep Water Music (2002), de Chagas-Rosa, ex.5:

11) CII + CDI + CDC: Toques no repique: “O repique é um tambor [...]

tocado apenas com uma baqueta e a mão” (Bolão, 2003: 62). A mão poderá

realizar toques presos e soltos de forma alternada ou variada, ex.6:

12) CIC + CDI: Extracção de harmónico em uma lâmina de vibrafone: “O

dedo pode manter-se sobre a lâmina, mas o harmónico terá maior projecção

sonora se o retirarmos enquanto o arco é deslizado” (Chaib, 2007: 67), fig.6:

13) CIC + CDC: Vermalung III – Batman de Pena ilustra este tipo de

contacto: “Pratos: Arco – apenas ruído (sem harmónicos – segure e abafe o

prato com uma mão1” (Pena, 2007: 03), ex.7:

                                                                                                                         

1 Tradução livre do Inglês de Fernando Chaib.

  7  

14) CDC + CDI: Les Gutteurs de Sons (1981) de Aperghis exige a

extracção de glissandi nos tambores. Uma mão efectua toques na borda da

pele enquanto realizamos uma certa pressão no centro da mesma com o

cotovelo, ex.8:

15) CSDC + CII: Em Canção Simples para Tambor (1990) estabelece-se

um movimento contínuo da bola de pingue-pongue na borda da caixa. Durante

esse movimento o percussionista executa, com a outra mão, o ritmo escrito

auxiliado por uma vassourinha, ex.9:

16) CSDC + CIC: Ainda em Canção Simples para Tambor, o

percussionista deve “raspar numa direcção” com a vassourinha, o que permite

ao intérprete um CIC entre a vassourinha e a caixa, ex.10:

  8  

17) CSDC + CDI: No 3º sis. do 3º mov. dessa mesma obra, o

percussionista abstém-se do uso de artefactos exigindo um rulo com os dedos.

Note-se que a bola de pingue-pongue segue em movimento contínuo, ex.11:

18) CSDC ou CSDI combinado com outros tipos de contactos: Através

das possibilidades de execução encontradas será possível combinar CSDC e CSDI com todos os outros tipos de contactos possíveis de se estabelecer com

o instrumento.

II – A influência do gesto na percepção do texto musical Estudos realizados por McGurk e McDonald em 1976 comprovaram a

influência da visão sobre a percepção auditiva, classificando o fenómeno como

“Efeito McGurk”. Apesar do mesmo estar relacionado à voz e observação

facial, encontramos nos estudos de Saldaña e Rosenblum mostras de que a

identificação de pizzicatos e arcadas no violoncelo é influenciada pelos

estímulos visuais.

Em 1997 Krumhansl e Shenck reportaram a relação entre os estímulos

auditivos e visuais tendo como parâmetros a estrutura, emoção e tensão

musical. Nesse caso registaram em áudio e vídeo um ballet sobre o

Divertimento n.15 de Mozart exibindo a quatro grupos de indivíduos os

estímulos visuais (primeiro grupo), auditivos (segundo grupo) e

auditivos/visuais (terceiro e quarto grupo). A pesquisa revelou que, mesmo

apresentados separadamente, áudio e vídeo reportavam as mesmas

informações sobre a estrutura da música. As informações sobre a tensão e

emoção transmitidas pela coreografia e pela música foram similares. As

informações visuais reforçaram a sensação de tensão, conforme sua presença.

  9  

II.a – Gesto e percussão

No trabalho de construção da interpretação de uma obra musical o

percussionista, em diversas ocasiões, se utiliza de metáforas inspiradas em

gestos2 realizados por outros instrumentistas ou performers de outras áreas

artísticas. Essa ferramenta auxilia o intérprete na composição do gesto musical

da obra. Ao também orientar o próprio sentido gestual do seu corpo o

percussionista poderá, por exemplo, vincular dois eventos sonoros de curta

duração, sem que esse predicado esteja necessariamente relacionado à

produção sonora. Esses gestos poderão fornecer mais requisitos ao ouvinte,

auxiliando-o a interpretar de uma forma mais complexa o discurso musical

apresentado.

Para comprovar-mos a alteração da percepção do texto musical através do

gesto aplicado no repertório percussivo, procuraremos colectar dados a

respeito das reacções de indivíduos perante a execução de certos trechos

musicais. Para isso alternaremos, nos estímulos exibidos durante a pesquisa,

gestos sobre diferentes perspectivas, permitindo determinar o grau de

influência dos mesmos sobre a informação musical passada.

Relativamente à algumas pesquisas sobre a influência do gesto em percussão,

Schutz e Liptscomb (2004) realizaram um trabalho pertinente sobre a marimba

dentro do estilo de experimentação cross-modal interaction, onde a intenção

era verificar a percepção da articulação do toque sobre esse instrumento.

Foram escolhidos quatro meios expressivos: staccato, abafado, normal e

legato. Os estímulos, gravados em áudio e áudio/vídeo, foram apresentados a

70 participantes divididos em 3 grupos com distintas habilidades musicais (24,

24 e 22 indivíduos). Uma escala com valores de 0 (máximo staccato) a 100

(máximo legato) foi apresentada. Com o auxílio de um cursor, os indivíduos

apontaram a sua sensação relacionada aos estímulos expostos. Durante as

análises de resultados verificou-se que as informações transmitidas pelo gesto

do percussionista faziam os participantes alterarem as percepções do som,

sendo que o mesmo não correspondia à realidade das respostas.

                                                                                                                         

2 Respiração ou articulação realizada por um instrumentista de sopro ou cordas, posição e/ou movimento corporal de um bailarino ou ator, etc.

  10  

Vines e Wanderley (2005) propõe um estudo sobre as informações visuais e

auditivas através de uma performance musical (para clarinete), concentrando

as informações visuais sobre a percepção da estrutura da obra. O registo dos

estímulos ocorreu em áudio, vídeo e áudio/vídeo, sendo as respostas dos

participantes gravadas em tempo real, durante o tempo de duração da exibição

dos estímulos. Para a análise de dados optaram por utilizar a técnica de

functional data analysis, obtendo uma imagem dos resultados em três

dimensões, permitindo estabilizar problemas como a sincronização entre as

respostas dos diferentes participantes.

II.b – Método A obra escolhida será Exil – Shnagai 45 de Michel Longtin, pela composição da

montagem de percussão múltipla incluindo instrumentos de altura

indeterminada. Seu discurso musical permite distintas interpretações, sendo

possível a percepção de variados pontos culminantes nas frases, causados

também pela ausência de um sistema harmónico familiar.

Três extractos dessa obra (1, 2 e 3) serão utilizados em razão da sua

ambiguidade. Todos serão gravados sob duas perspectivas gestuais distintas.

O primeiro gesto será o que acreditamos demonstrar uma performance de um

músico em concerto, ao qual chamaremos gesto expressivo (ge). O segundo

não conterá qualquer intenção interpretativa, procurando exercer o mínimo de

movimento necessário, denominado gesto técnico (gt).

Para a realização deste experimento utilizamos como ferramenta de

metodologia o software MAX/MSP, desenvolvido para pesquisas sobre

linguagem visual em música e multimédia. A colecta de dados será feita

perante a exibição de dois tipos de estímulos (auditivo e visual), de forma

isolada e combinados entre si. Isso nós trará três possibilidades de exibição:

Áudio (A), Vídeo sem áudio (V) e Áudio/Vídeo (AV). Combinados os estímulos

com os três extractos, teremos então dezoito possibilidades distintas de

exibições de estímulos (Tabela de Diferenciação de Estímulos), Tab.2:

  11  

Os estímulos serão apresentados a um conjunto de 30 indivíduos divididos em

três grupos de 10, Tab.3:

Os participantes escolhidos deverão possuir considerável conhecimento

musical, afim de não comprometer os dados adquiridos no experimento, pois

“faz-se necessário o conhecimento de certos termos musicais como frase”

(Vines, 2005: 04). Por tanto, elegeremos músicos com pelo menos cinco anos

de formação musical e que não tenham relação estrita e directa com percussão

a fim de não obtermos respostas induzidas ou premeditadas por indivíduos que

circundam este campo de pesquisa.

Através de uma interface gerada pelo software MAX/MSP (ver PATCH, fig.7)

os participantes serão convidados a exprimir a sua sensação de conclusão de

frase musical activando uma série de 4 cores afixadas às teclas 3, 5, 7 e 9 de

um computador iMac. Os tons escolhidos são Verde, Amarelo, Laranja e

Vermelho, respectivamente, por serem de fácil assimilação pela relação

estabelecida com as regras de trânsito3, representando gradualmente a                                                                                                                          

3 Com excepção do tom laranja.

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sensação de continuidade e paragem. As cores caracterizarão uma escala

subjectiva com quatro valores gradativos onde a ideia de não conclusão

(continuidade) converte-se progressivamente à ideia de conclusão (paragem).

Para obtermos temporalmente as respostas dos participantes, utilizaremos uma

régua na interface (com medida em segundos) articulada às teclas coloridas do

Imac.

Ao pretendermos receber as primeiras sensações dos participantes

relativamente aos estímulos exibidos, não podemos correr o risco de criarmos

uma situação de tensão e/ou pressão emocional. Isso poderá causar uma

indução ao erro uma vez que os mesmos estarão sendo interrogados sobre

algo subjectivo, utilizando uma ferramenta relativamente desconhecida. Assim,

decidimos exibir um vídeo explicativo (não vinculado aos estímulos a serem

exibidos) permitindo também uma pré-utilização do programa pelos

participantes para uma familiarização.

Todos os estímulos serão exibidos duas vezes do início ao fim. A primeira

exibição será feita para recolha dos dados e a segunda para uma eventual

  13  

revisão4 que se queira efectuar sobre as respostas. Realizando uma análise

musical, dividiremos os extractos em trechos5 susceptíveis de causarem uma

mudança na sensação de continuidade de frase. Estes pontos servirão de base

para análise e comparação das respostas entre os participantes.

Catalogaremos as respostas dos participantes como: x = tempo e y = cor. Na

comparação dos resultados faremos uma média das respostas dadas em

relação às suas posições temporais sobre as passagens enumeradas.

Também exporemos a média dos resultados correspondentes à escala

subjectiva proposta, onde a ideia progressiva de conclusão de frase estará

exposta de 1 a 4 (0 significará abstenção de resposta). Os dados poderão ser

equacionados (e ilustrados) através de diferentes técnicas que podem envolver

desde análise factorial de correspondências à escalonamentos ou análise

gráfica estatística.

II.c – Questões a serem observadas 1. Influência dos estímulos num mesmo modo de interpretação.

Observou-se diferenças entre as respostas das pessoas:

• que foram estimuladas apenas auditivamente, das estimuladas

apenas visualmente (At/Vt ou Ae/Ve)?

• que foram estimuladas apenas auditivamente, das estimuladas

auditivamente e visualmente (At/AVt ou Ae/AVe)?

• foram estimuladas apenas visualmente, das estimuladas

auditivamente e visualmente (Vt/AVt ou Ae/AVe)?

• Observou-se diferenças nos resultados entre as diferentes formas

de estímulo num mesmo modo de interpretação (At/Vt/AVt ou

Ae/Ve/AVe)?

2. Inter-correlação entre diferentes modos de interpretação e a mesma

forma de estímulo. O modo de interpretação:

• influencia a percepção entre as pessoas estimuladas auditivamente

(At/Ae)?

                                                                                                                         

4 Somente no caso de não terem procedido correctamente a utilização do programa (atraso no primar da tecla, perda de informações de áudio ou vídeo, etc.). 5 Enumerados com algarismos romanos.

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• influencia a percepção entre as pessoas estimuladas visualmente

(Vn/Ve)?

• influencia a percepção entre as pessoas estimuladas auditivamente

e visualmente (AVt/AVe)?

3. Inter-correlação entre diferentes modos de interpretação e diferentes

formas de estímulo. Observou-se a diferença nos resultados entre diferentes

modos de interpretação entre as pessoas:

• estimuladas apenas auditivamente, das estimuladas somente

visualmente (At/Ve ou Ae/Vt)?

• estimuladas apenas auditivamente, das estimuladas auditivamente e

visualmente (At/AVe ou Ae/AVt)?

• estimuladas apenas visualmente, das estimuladas auditivamente e

visualmente (Vt/AVe ou Ve/AVt)?

Conclusão A metodologia que apresentamos seguramente nos fornecerá dados para a

percepção da influência do gesto sobre as construções de frase na

performance percussiva, uma vez que seguimos certos parâmetros de outros

trabalhos que obtiveram sucesso em semelhante campo de pesquisa. A

observação dos meios de contacto no repertório percussivo, possibilitou-nos

confirmar a particularidade que o percussionista possui relativamente à

extracção sonora do seu instrumento actuando, consequentemente, sobre a

construção gestual do seu corpo. Isso permitiu-nos comprovar o contributo

único que o repertório percussivo poderá trazer para as pesquisas relativas ao

gesto em performance musical.

Lista de abreviaturas: c. – Compasso Cc – Compassos ex. – Exemplo fig. – Figura mov. – Movimento Perc. – Percussionista pg. – página Sec. – Secção sis – Sistema Tab. – Tabela

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Referências bibliográficas

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Notas biográficas Fernando Chaib. Formado na UNESP (Brasil), é Mestre em Música pela Universidade de Aveiro. Venceu prémios como solista e em música de câmara no Brasil e na Itália. Grava CDs e realiza concertos com grupos de música de câmara, a solo e com orquestras. Possui artigos publicados (Per Musi, Opus e Ictus). Actualmente cursa o Doutoramento em Música nas classes de Miquel Bernat e Evgueni Zouldilkine, sendo bolseiro FCT. João Catalão. Formado pela UFSM (Brasil) e com especialização em Strasburgo (França), é Doutor em Música pela Universidade de Montreal, Canadá. Vencedor de prêmios no Brasil, grava CDs e toca como solista e musico de câmara nos continentes americano e europeu. Fundador do grupo KT-Z, atualmente desenvolve pesquisa pelo Sixtrum Ensemble, grupo de percussão residente na Universidade de Montreal.


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