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ABDI-EPS-Automotivo-Relatorio-Perspectivas.pdf

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    Relatrio de Perspectivas

    Estudo Prospectivo Setorial

    Automotivo

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    Automotivo

    Relatrio de Perspectivas

    Braslia

    Julho, 2009

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    Centro de Gesto e Estudos Estratgicos

    PresidentaLucia Carvalho Pinto de Melo

    Diretor Executivo

    Marcio de Miranda Santos

    Diretores

    Antnio Carlos Filgueira GalvoFernando Cosme Rizzo Assuno

    ()

    2 1102/1103

    70712900 ,

    .: (61) 3424.9600 / 3424.9666 : (61) 3424.9671

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    71

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    1. Introduo

    Este relatrio tem como objetivo relatar e analisar o resultado das

    atividades desenvolvidas no mbito do projeto Estudo Prospectivo do Setor

    Automotivo. Trata-se de um segundo relatrio, que se segue ao intituladoPanorama do Setor Automotivo, no qual se descreve e analisa o setor nos

    mbitos internacional e local, a partir de diversos elementos: Mercado,

    Investimento, Infraestrutura Poltico-Institucional, Tecnologia, Talentos e

    Infraestrutura Fsica para Apoio Inovao. Um ltimo relatrio ser ainda

    desenvolvido para finalizar o Estudo Prospectivo e este se referir ao Mapa

    Tecnolgico e ao Mapa Estratgico. Estes dois Mapas sero construdos com

    a participao de representantes do setor com o objetivo de orientar a busca

    do aproveitamento das oportunidades identificadas no presente relatrio.

    importante ressaltar que a partir da discusso dos resultados do

    primeiro relatrio (Panorama do Setor Automotivo), a ABDI, em conjunto com

    o CGEE, houve por bem se focar o segmento das autopeas de capital

    nacional. Desta forma, tanto a discusso das perspectivas do setor bem

    como a elaborao dos Mapas Tecnolgico e Estratgico tem como

    pressuposto priorizar o tratamento destas empresas.

    As seguintes atividades foram desenvolvidas no Estudo de

    Perspectivas do Setor Automotivo (Figura 1):

    - Levantamento da Percepo de Lideranas do Setor Automotivo;

    - Levantamento e anlise das Tendncias relativas ao Setor

    Automotivo;

    - Realizao da 1a. Oficina de Trabalho do Estudo Prospectivo. A

    oficina se consistiu de uma reunio com a participao de

    representantes de empresas-chave do setor de autopeas,

    entidades de classe, BNDES e ABDI. Durante esta oficina, foram

    gerados Cenrios Futuros para os anos de 2022 e 2034;

    - Identificao de Oportunidades Tecnolgicas para o setor de

    autopeas por meio de consulta online.

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    Nas sees 2, 3, 4 e 5 a seguir, cada uma destas etapas, bem como

    seus resultados, sero apresentados em maiores detalhes.

    Figura 1 Atividades desenvolvidas no Estudo de Perspectivas do Setor Automotivo.Fonte CGEE

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    2. Principais pontos da Pesquisa da Percepo de Lideranas do Setor

    Conforme apresentado na Introduo deste relatrio, a metodologia de

    trabalho do Estudo Prospectivo do Setor Automotivo contemplou a execuo

    de uma pesquisa exploratria com lideranas relevantes do setor no pas,com o objetivo de levantar suas percepes sobre fatores-chave que

    pudessem contribuir para uma melhor discusso acerca do posicionamento

    das empresas de autopeas nos prximos vinte e cinco anos. As informaes

    levantadas foram utilizadas como subsdio para gerao de cenrios durante

    a Oficina Identificao de Oportunidades.

    Nesta pesquisa, foram entrevistados executivos das montadoras GM

    (gerente), FORD (diretor), FIAT (diretor), dos sistemistas Delphi (diretor),

    BOSCH (vice-presidente) e Magneti Marelli (presidente e diretor comercial).

    Tambm foram ouvidos representantes de Associaes do setor, como a

    Associao Brasileira de Engenharia Automotiva - AEA (presidente), a

    Associao Nacional dos Fabricantes de Veculos Automotores ANFAVEA

    (vice-presidente) e do Centro das Indstrias do Estado de So Paulo - CIESP

    (ex-presidente). Alm destes, o consultor Luc de Ferran tambm foi

    entrevistado.

    Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, com perguntas abertas

    e agrupadas nos seguintes temas: Mercado, Tecnologia, Incentivos, Polticas

    Pblicas, Competncias e Talentos. O relatrio completo da pesquisa

    encontra-se disponvel no Anexo I. A seguir, ser feito um sumrio das

    principais concluses sobre cada tema abordado.

    Mercado

    Foram elaboradas as seguintes questes com o objetivo de captar a

    percepo dos lderes sobre o mercado nacional, regional e global

    atualmente e nos prximos 25 anos:

    Na sua viso, quais so os fatores que movem a poltica de

    desenvolvimento, produo e insero nos mercados das montadoras?

    Qual ser o diferencial competitivo das autopeas brasileiras nos

    prximos 25 anos?

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    Como o setor brasileiro de autopeas deve se posicionar para se

    manter competitivo no cenrio global (em quais nichos, tipo de produtos,

    tecnologias, diferenciais competitivos)?

    Na viso dos entrevistados, o Brasil atualmente uma plataforma

    atrativa para desenvolvimento e produo local, se comparado a outros

    pases emergentes, pois possui infraestrutura instalada, situao poltico-

    econmica estvel, potencial de ampliao do mercado consumidor interno e

    disponibilidade de pessoal qualificado, tanto nas montadoras quanto nas

    autopeas. Alm disso, as autopeas nacionais tm caractersticas mais

    similares s europias do que suas concorrentes na China, Rssia e ndia, o

    que facilita o relacionamento com as matrizes das montadoras durante as

    etapas de negociao e o desenvolvimento de produtos.

    A ampliao dos investimentos locais, especialmente em novos

    desenvolvimentos, estaria condicionada disponibilidade de incentivos,

    benefcios fiscais e financiamentos da natureza da tecnologia a ser

    desenvolvida e do contedo tecnolgico do mercado alvo.

    Para manter e ampliar a posio competitiva nos prximos anos, as

    autopeas brasileiras deveriam focar o desenvolvimento em solues

    voltadas ao mercado regional, com baixo custo e procurando integrao e

    parceria pr-ativa com as montadoras.

    Em termos de posicionamento de mercado, as autopeas nacionais

    podem se manter competitivas no cenrio global por meio de inovao e

    focando suas estratgias em solues de baixo custo, eletrnica e

    entretenimento (tendo em mente as restries de renda do mercado),

    bicombustveis (etanol e biodiesel) e tecnologias de motorizao compatveis.Alm disso, dever pensar na cadeia como um todo, procurando parceiras a

    montante na cadeia, como com produtores de resinas plsticas e aos, por

    exemplo.

    Tecnologia

    Foram formuladas as seguintes com o objetivo de captar a percepo

    dos lideres sobre as caractersticas tecnolgicas do setor nos prximos 25anos:

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    Qual ser a forma de propulso predominante nos prximos 25 anos?

    Quais sero as tecnologias crticas?

    Temos condies (tecnolgicas e empresariais) de fabricar motores

    brasileiros (com tecnologia e empresa de capital brasileiro)? De que tipo de

    tecnologia (eltricos, combusto interna?)? Por qu? Onde/quem?

    Quais sero as caractersticas tecnolgicas dos produtos

    desenvolvidos para os mercados emergentes? At que ponto as engenharias

    localizadas nestes pases se ocuparo do projeto destes produtos? H

    interesse das montadoras neste sentido?

    O que se pode desenvolver no Brasil e levar para outras partes do

    mundo? Quais so os nichos tecnolgicos em que estas empresas

    podem/devem se concentrar? O que as empresas de autopeas brasileiras j

    podem ou deveriam ser estimuladas a desenvolver?

    Na opinio dos entrevistados, no haveria mais uma forma

    hegemnica de propulso, como foi o motor a combusto movido a derivados

    de petrleo durante o sculo XX. Diferentes solues, como biocombustveis,

    propulso eltrica com bateria de ltio, hidrognio e hbridos, apresentam-se

    como alternativas ao uso de gasolina e diesel, tanto para veculos leves como

    comerciais. A tendncia seria de adoo de solues adaptadas a diferentes

    faixas de mercado e necessidades regionais. Isto pode ser bastante benfico

    para o Brasil, uma vez que o pais um centro de competncia mundial em

    biocombustveis (etanol de cana de acar e biodiesel).

    Ainda assim, na opinio dos entrevistados, dificilmente o pas tem

    condies de produzir sozinho tecnologia de motorizao completa, ou seja,

    as empresas precisam estabelecer cada vez mais parcerias com montadorase outras empresas do setor ou mesmo de fora dele.

    Alm da questo da propulso, h a tendncia de segmentar o

    desenvolvimento tecnolgico dos veculos de acordo com o mercado a ser

    atendido. O Brasil j reconhecido como plataforma de desenvolvimento

    para veculos destinados a mercados emergentes e deve focar este

    segmento. Em resumo, o potencial de desenvolvimento tecnolgico do setor

    no pas estaria em tecnologias ligadas a biocombustveis, veculos popularese design de interiores.

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    Incentivos / Polticas Pblicas

    Sobre a questo de quais incentivos e polticas pblicas poderiam ser

    benficos para o fortalecimento futuro do setor, foram colocadas as seguintes

    questes:

    Quais so as empresas de capital nacional que tm maior chance de

    desenvolver competncias relevantes para a cadeia produtiva do setor, no

    curto e principalmente no longo prazo? Como polticas e iniciativas pblicas

    podem contribuir neste processo em um horizonte de 25 anos?

    Quais polticas e iniciativas pblicas melhor contribuem para fortalecer

    os centros de engenharia sediados no Brasil? Elas so suficientes quanto

    proposta e aos recursos alocados? At que ponto a colaborao com centros

    de desenvolvimento estrangeiros auxilia neste processo?

    Quais incentivos podem aumentar a atratividade daquelas empresas?

    A opinio geral dos entrevistados de que houve avanos nos marcos

    regulatrios e polticas de incentivo inovao nos ltimos anos no pas, mas

    para que seus impactos sejam positivos no longo prazo, h necessidade de

    maior divulgao e de serem melhor exploradas pelas pequenas e mdias

    empresas do setor. Alm disso, o investimento e incentivo formao de

    engenheiros e profissionais especializados no setor garante a manuteno e

    ampliao de atividades de desenvolvimento no pas.

    Para aumentar a atratividade do mercado, os incentivos e polticas do

    governo deveriam ser focados em:

    - Menores custos de produo e logstica: atravs de desonerao

    fiscal, investimentos em infraestrutura e disponibilidade definanciamento;

    - Alianas com sistemistas externos, para garantir

    internacionalizao dos mercados;

    - Acordos internacionais para autopeas, similar aos existentes comAlemanha e Mxico.

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    Talentos e Competncias

    Sobre talentos e competncias requeridas para o desenvolvimento

    futuro do setor, as seguintes questes foram feitas:

    Quais competncias sero demandadas das empresas de autopeas

    brasileiras nos prximos 25 anos? Estas competncias j esto disponveis

    no Brasil, ou requerem ateno especial de polticas pblicas de

    capacitao/formao de pessoal?

    Como intensificar os contatos e a colaborao entre empresas e

    instituies ligadas a pesquisa e desenvolvimento, sejam aquelas localizadas

    no Brasil, sejam as estrangeiras? Como reduzir as dificuldades que marcam

    estes processos e que explicam a baixa freqncia deste relacionamento?

    No que se referem a competncias, perspectivas diversas foram

    apontadas, das quais podem-se destacar as reas metal-mecnica,

    eletrnica, design, produo e materiais, alm de gesto de empresas, como

    sendo prioritrias para incentivo a formao e qualificao. H a percepo

    de que faltam engenheiros bem formados e qualificados e que esta tendncia

    poderia ser prejudicial no horizonte pesquisado (25 anos). H tambm a

    percepo de que o Brasil, especificamente as autopeas, ainda est aqum

    do nvel de competncia demandado pelo mercado global.

    A interao entre empresa e universidades e instituies de pesquisa

    outro tema relevante que deveria ser priorizado. Alm disso, modelos que

    incentivem a formao de empresas de base tecnolgica, agncias de

    inovao e o fomento de maior contato entre estes atores devem ser

    incentivados.

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    3. Anlise de Tendncias do Setor Automotivo

    Outra etapa do desenvolvimento do estudo prospectivo foi a

    identificao e anlise das tendncias relativas ao setor. Tendncias podem

    ser definidas como direcionamentos ou vetores que possuem certa fora edurabilidade e cujo conjunto vai indicar como um setor vai se comportar no

    futuro. So foras restritivas e/ou propulsoras que criam uma trilha de

    desenvolvimento futuro para um setor e cujo desenvolvimento pode gerar

    cenrios mais otimistas, realistas ou pessimistas. (Figura 2)

    Para este trabalho, foram coletadas tendncias nas diversas

    publicaes tcnicas, bem como eventos tcnicos do setor.

    Figura 2 Influncia das tendncias em um dado setor.

    Fonte CGEE

    A anlise do grau de relevncia das tendncias para o setor foi

    realizada em uma consulta realizada via internet. Foram enviados convites a129 atores relevantes do setor dos quais 35 responderam, incluindo

    representantes de montadoras, sistemistas, academia e de associaes

    como Sindipeas, SAE e ANFAVEA. A pgina da internet foi construda

    tendo-se como base tendncias identificadas em estudos anteriores e

    eventos tcnicos do setor.

    Nesta consulta, foram avaliados trs momentos: atual (2009), 2022 e

    2034. Os respondentes avaliaram o grau de relevncia de cada tendncia

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    nas reas de Mercado, Infraestrutura, Meio Ambiente, Ambiente Poltico,

    Social e Tecnologia, em cada momento. A relevncia foi medida com notas

    entre 0 (muito baixo) a 5 (Muito Alto). As informaes levantadas foram

    utilizadas como subsdio para gerao de cenrios durante a Oficina

    Identificao de Oportunidades. Um resumo do resultado da pesquisa

    discutido abaixo. Seu resultado completo est disponvel no Anexo II.

    Mercado

    As tendncias identificadas para o Mercado nos prximos 25 anos

    foram:

    1. Consumidores buscam veculos mais compactos, eficientes e

    silenciosos;.

    2. Veculos eltricos mais acessveis aumentam a competio com

    veculos combusto;

    3. A oferta de novas fontes de energia se intensifica (ex.

    biocombustveis, eltrica, hidrognio);

    4. Indstrias, sensibilizadas pelo aquecimento global e pelas

    mudanas nos hbitos de consumo direcionam esforos para

    projetos de produtos novos com apelo "verde";

    5. China avana como lder na fabricao mundial de veculos;

    6. Acesso eletricidade aumenta mundialmente;

    7. Dependncia energtica intensifica a demanda por novas

    solues de propulso;

    8. Vendas de automveis crescem mais nos pases emergentes;

    9. Cresce participao de biocombustveis e gs natural;

    10. Fornecimento do petrleo continua instvel;11. Biocombustveis apoiam a transio entre a Era do Petrleo e a

    Era do Hidrognio;

    12. Empresas brasileiras de autopeas adquirem controle de outras

    empresas no exterior;

    13. Montadora Brasileira emerge e ganha presena internacional.

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    A relevncia das tendncias de nmero 1 a 8 foram avaliadas como

    muito alta, enquanto que as de 9 a 11 foram consideradas de alta relevncia

    e 12 e 13 de baixa relevncia para os prximos 25 anos.

    As tendncias de relevncia muito alta referem-se s mudanas no

    perfil do mercado automotivo global que refletem mudanas no perfil

    socioeconmico do mercado como um todo crescimento de demanda nos

    pases emergentes e, portanto, maior necessidade de solues compactas e

    de baixo custo e mudanas causadas pelo maior apelo ambiental e pela

    presena da China como playerimportante no mercado global.

    As tendncias 2, 5 e 8 so discutidas em maiores detalhes a seguir,

    porque apresentaram como resultado uma diferena significativa de grau de

    relevncia entre os anos de 2009, 2022 e 2034, o que pode indicar uma

    oportunidade de desenvolvimento para o setor. A tendncia 2 - Veculos

    eltricos mais acessveis aumentam a competio com veculos

    combusto., apresentou tendncia 1.69 (baixa) em 2009, mas com evoluo

    significativa em 2022 (3.59) e 2034 (4.65), indicando uma oportunidade para

    o desenvolvimento de sistemas de propulso eltricos.

    J a tendncia China avana como lder na fabricao mundial de

    veculos, recebeu a seguinte pontuao 3.00 em 2009, 3.95 em 2022 e 4.25

    em 2034. Nesse caso, a relevncia j evidente hoje e deve continuar nos

    prximos 25 anos. Tal tendncia revela uma ameaa atual que deveria ser

    considerada hoje e no futuro, no desenvolvimento de tecnologias e

    estratgias futuras.

    Outra tendncia a ser destacada Vendas de automveis crescem

    mais nos pases emergentes que foi pontuada como altamente relevante hoje

    (3.71) e de muito alta relevncia em 2022 e 2034 (4,05 e 4,02,respectivamente), corroborando dados j apresentados no Panorama

    Setorial, indicando uma oportunidade para desenvolvimento de tecnologias

    mais baratas e eficientes, prprias para mercados consumidores com renda

    mais baixa, o que positivo para o Brasil, que j possui certa expertiseneste

    segmento.

    O sentimento do setor sobre esses assuntos para os prximos anos

    reflete mudanas j em curso atualmente, como a relevncia dos mercados

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    emergentes e a busca por novas tecnologias de propulso mais eficientes e

    limpas.

    O resultado tambm aponta que os biocombustveis podem ser

    alternativas de transio entre a petrleo e outras fontes, mas com

    crescimento menor em 2034.

    Os respondentes consideram de mdia relevncia o crescimento das

    empresas nacionais de autopeas no exterior e o surgimento de uma

    montadora nacional com presena global. Este resultado reflete o sentimento

    de que, mais importante do que a predominncia do capital seria a formao

    de parceiras com empresas internacionais e que haveria na prtica - pouco

    espao para formao de uma nova montadora nacional.

    Infraestrutura

    As tendncias para a Infraestrutura nos prximos 25 anos foram:

    1. Avanos nos meios de comunicao, tecnologias da informao e

    processamento computacional melhoram controles de frota,

    roteirizadores e anlise de transporte;

    2. Aumenta a demanda por sistemas de transporte (passageiros e

    carga);

    3. Melhora dos padres de infraestrutura e servios, a partir de

    parcerias pblico-privadas para a construo e manuteno de

    novas rodovias;.

    4. Crescem os investimentos para desenvolver e manter estradas e

    sistemas de transporte;

    5. Crescimento continuado de infraestrutura em pases emergentes

    aumenta a mobilidade individual e as oportunidades de emprego.As tendncias 1, 2 e 3 foram apontadas como sendo de muito alta

    relevncia para os prximos 25 anos e as de nmero 4 e 5 como sendo de

    alta relevncia, o que corrobora a percepo sobre crescimento de mercado

    nos pases emergentes e a percepo das lideranas (discutidas no captulo

    anterior) sobre aumento na demanda por solues integradas em eletrnica,

    mesmo nos pases emergentes.

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    Eletrnicos e Telemtica) para o controle de trnsito e da

    poluio;

    4. Aumento do uso de peas reciclveis;

    5. O conceito do "Green Design" avana e oferece grande potencial

    para novos negcios;

    6. Tecnologias de transporte urbano reduzem danos ao meio

    ambiente e espao construdo;

    7. Postura refratria s questes ambientais nos pases emergentes

    continua;

    8. Emisses de CO2 aumentam no mundo.

    As tendncias 1, 2, 3, 4 e 6 foram apontadas como sendo de

    relevncia muito alta para os prximos 25 anos, enquanto que a de nmero 5

    foi considerada de alta relevncia, o que demonstra a crescente preocupao

    com a indstria com questes relativas sustentabilidade ambiental.

    As quatro primeiras tendncias - Mudanas climticas e questes de

    sustentabilidade pressionam o esforo de desenvolvimento de novos

    produtos, Desenvolvimento urbano gera preocupao com questes de meio

    ambiente e pressionam pelo estabelecimento de regras mais duras no

    trfego, Consumo de combustvel e emisso de gases txicos so

    beneficiados por novas tecnologias (ex. Software, Sensores, Eletrnicos e

    Telemtica) para o controle de trnsito e da poluio e Aumento do uso de

    peas reciclveis, apresentam grau de importncia crescente entre os anos

    de 2009 e 2034, indicando a crescente tendncia de adoo de tecnologias e

    regras-legislao de desenvolvimento considerando aspectos de

    sustentabilidade ambiental.Esta postura reforada pelo fato de as tendncias 7 e 8 que

    sinalizam na direo oposta, terem sido consideradas como de mdio

    impacto.

    O aumento do rigor nas regulaes relativas emisses nos pases da

    Europa e Japo j uma realidade, enquanto que os Estados Unidos esto

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    discutindo um plano de reduo das emisses2. Estas normas certamente

    refletiro nos pases emergentes e na demanda por desenvolvimento de

    solues mais sustentveis devem crescer em todo o mundo.

    Estes resultados demonstram a importncia crescente das

    preocupaes da sustentabilidade ambiental como importante direcionador

    do desenvolvimento tecnolgico e de mercado nos prximos anos

    Poltico

    As tendncias identificadas para o cenrio poltico e institucional nos

    prximos 25 anos foram:

    1. Legislao prioriza produo vinculada reduo do impacto

    ambiental (ex. veculos com taxas de emisso menores e

    seguindo os parmetros europeus);

    2. Intensificao das restries ambientais devido aos problemas do

    efeito estufa e das mudanas climticas;

    3. Polticas rgidas de regulao e legislao estimulam a evoluo

    tecnolgica para solucionar problemas de congestionamento,

    emisses, segurana e resduos;

    4. Sistemas de taxao para racionalizar perodos de alto

    congestionamento se intensificam: populaes passam a

    depender mais do transporte pblico e veculos so mais usados

    no fim de semana.

    Todas as 4 tendncias acima foram consideradas de relevncia muito

    alta para o setor nos prximos 25 anos. Estes resultados corroboram os

    resultados dos itens Mercado, Infraestrutura e Meio Ambiente quanto maior

    preocupao com sustentabilidade ambiental, maior concentrao urbana e

    maior acesso ao uso de veculos por uma grande parcela da populao.

    2Vide notcia sobre o plano do governo americano para controle de emisses:http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/06/090627_eualeiemissoesfn.shtml

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    Esses resultados tambm vo ao encontro da percepo das

    lideranas do setor, quanto maior demanda por desenvolvimento de

    tecnologias limpas e quanto ao desenvolvimento de solues em mobilidade

    que atenda aos desejos de individualidade, mas que sejam viveis para uso

    em grandes concentraes urbanas.

    As tendncias 1 - Legislao prioriza produo vinculada ao impacto

    ambiental (ex. veculos com taxas de emisso menores e seguindo os

    parmetros europeus) e 3 - Polticas rgidas de regulao e legislao

    estimulam a evoluo tecnolgica para solucionar problemas de

    congestionamento, emisses, segurana e resduos apresentam grau de

    relevncia crescente na percepo dos participantes da pesquisa(2,63/3,75/4,40 e 2,38/3,52/4,14, respectivamente), indicando oportunidades

    de desenvolvimento de tecnologias ligadas segurana e meio ambiente, via

    a adoo de regulaes mais rgidas por parte do governo, a exemplo do que

    j ocorre na Europa e nos EUA atualmente.

    Social

    As tendncias para o cenrio social nos prximos 25 anos foram:

    1. Meios alternativos de comunicao so estimulados para reduzir o

    nmero de viagens;

    2. Trnsito intenso nas cidades beneficiado por novos

    desenvolvimentos em Software, Sensores, Eletrnicos e em

    Telemtica;

    3. Renda per capita brasileira cresce;4. Congestionamentos crescem e geram novos problemas para a

    mobilidade;

    5. Regies metropolitanas concentram maiores iniqidades sociais;

    6. Maior migrao intrarregional e de curta distncia afetam sistemas

    de transporte e estimulam vendas de veculos;

    7. Populao brasileira aumenta (42 milhes at 2030);

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    8. Escalada do crime continua para veculos comerciais e de passeio:

    sistemas inteligentes baseados no reconhecimento dos

    passageiros minimizam os crimes;

    9. Utilizao decrescente do transporte pblico.

    Das tendncias 1 a 8 foram todas consideradas de alta relevncia,

    enquanto que a tendncia 9 foi considerada de mdia relevncia.

    Os resultados demonstram o fato de que a maior concentrao urbana

    e o crescimento do mercado no pas traro novos desafios para a indstria

    automotiva, como o que se refere ao desenvolvimento de veculos

    inteligentes, isto , dotados de sistemas eletrnicos e de comunicao

    integrados, mas que ainda assim estejam de acordo com um patamar de

    renda compatvel com a realidade nacional. Alm disso, como j discutido no

    item Mercado e Meio Ambiente, estas solues em mobilidade devem

    considerar uma maior preocupao com a concentrao urbana e as

    especificidades para os usurios (veculos para trabalho ou fim de semana,

    individual ou com a famlia, etc).

    interessante destacar a tendncia 4 (Congestionamentos crescem e

    geram novos problemas para a mobilidade), que j apresenta relevncia alta

    atualmente, mantendo patamares elevados para os prximos anos (4,00 /

    4,21 / 3,64) indicando que preocupao com sistemas inteligentes de

    controle de trfego, solues em transporte coletivo e alternativas ao veculo

    comum so oportunidades para desenvolvimento do setor nos prximos

    anos.

    TecnologiaAs tendncias para Tecnologia nos prximos 25 anos foram:

    1. Simulao computacional reduz tempo e custo de

    desenvolvimento;

    2. Nanotecnologia traz peas no txicas, mais durveis,

    impermeveis, prticas, antimicrobianas, inteligentes e resistentes

    ao fogo, luminosidade e ao risco;

    3. Intensificao de materiais alternativos, leves e de melhordurabilidade;

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    4. Veculos eltricos ganham fora baseados em baterias eficientes e

    acessveis;

    5. Aumento da convergncia tecnolgica e do uso das tecnologias

    eletrnicas e de comunicao direcionam esforos da engenharia

    do produto;

    6. Crescem as solues e avanos na interao homem veculo;

    7. Segurana veicular recebe maior nfase: sistemas avanados so

    capazes de monitorar o ambiente externo e interagir com o

    motorista para reduzir acidentes e seus efeitos;

    8. Engenharia experimental se torna fundamental na busca por

    carros mais eficientes;

    9. Design e aprimoramentos atendem nichos de mercado;

    10. Telemtica contribui para novos sistemas que, em sintonia com a

    infraestrutura e/ou taxao, amenizam os problemas da

    mobilidade urbana (ex. congestionamentos, consumo de espao e

    combustvel);

    11. Brasil se consolida como sede de projeto das montadoras;

    12. Carros hbridos funcionam como ponte para utilizao do

    hidrognio como fonte alternativa de combustvel.

    As tendncias de 1 a 10 foram consideradas como de relevncia muito

    alta sobre o desenvolvimento futuro do setor nos prximos 25 anos, o que

    corrobora com os resultados da pesquisa de percepo de lideranas quando

    identifica que as grandes tendncias em tecnologia para o setor nos prximos

    anos esto no desenvolvimento de sistemas eletrnicos de comunicao e

    interao com o ambiente, desenvolvimento de materiais alternativos, com

    grande uso de nanotecnologia e de tecnologia de propulso.

    Alm disso, demonstra a tendncia de desenvolvimento segmentado

    por regies e nichos de mercado, com diferentes solues adaptadas a

    diferentes necessidades em termos de custo e mercado.

    As tendncias 2 e 3 - Nanotecnologia traz peas no txicas, mais

    durveis, impermeveis, prticas, antimicrobianas, inteligentes e resistentes

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    ao fogo, luminosidade e ao risco eIntensificao de materiais alternativos,

    leves e de melhor durabilidade apresentam crescente importncia para os

    prximos anos e tambm merecem destaque porque so tecnologias que

    permitem avanos nas questes de emisses, segurana, conforto e reduo

    de custos em veculos.

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    4. Cenrios Futuros 2022 e 2034

    Dentro da dinmica do Estudo Prospectivo, aps a pesquisa de

    percepo de lideranas e anlise da relevncia das tendncias, foi realizada

    a Oficina de trabalho Identificao de Oportunidades, cujo resultado foi aelaborao de trs cenrios alternativos Otimista, Conservador e

    Pessimista.

    Participaram da Oficina profissionais de empresas selecionadas

    (autopeas de capital nacional com capacidade de desenvolvimento local) e

    de representantes da ABDI, BNDES, e entidades de classe ligadas ao setor

    (SAE e Sindipeas).

    Os convidados receberam antecipadamente o Relatrio Panorama

    Setorial, o Resultado sobre a Consulta de Tendncias (Anexo II) e um

    Timeline do futuro, com dados sobre o Setor automotivo para os prximos 25

    anos, obtidos junto a diversos trabalhos e fontes do setor. Durante a Oficina,

    foi realizada uma discusso com todos os participantes, procurando

    identificar quais seriam as variveis mais importantes para a construo dos

    cenrios futuros. As variveis selecionadas pelo grupo foram: Concentrao

    Urbana, Novos Modelos de Negcios, Social e Meio Ambiente, Tecnologia,

    Recursos e Infraestrutura Poltico-Institucional.

    Em seguida, aps 2 rodadas de discusses em que os presentes

    foram divididos em grupos, foram elaborados 3 cenrios. Nestas discusses,

    os participantes descreveram oportunidades e ameaas, expectativas de

    consumo, lacunas e incertezas em 2022 e 2034, usando como guia as

    variveis apresentadas acima.

    Os resultados dos cenrios Conservador e Otimista, de onde foram

    derivadas as oportunidades tecnolgicas discutidas no prximo captulo,

    sero apresentados abaixo.

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    acidentes. Com as mudanas climticas cada vez mais evidentes, h maior

    fiscalizao da legislao (maiores exigncias aos padres de emisso,

    reciclagem, reutilizao, etc.) e o preo do petrleo situa-se em nveis

    elevados (US$70-100). Em 2034, a legislao e educao reduzem

    efetivamente os acidentes. Novas tecnologias atendem a novos padres (ex.

    grande nmero de empresas com selo verde). Preo do petrleo mais

    elevado (US$100+) viabiliza os combustveis alternativos e a gerao de

    novas tecnologias alternativas.

    Tema - Tecnologia

    Em 2022, Brasil mantm espao como desenvolvedor de tecnologia

    (ex. cmbio automtico e automatizado) e manufatura. Empresas da cadeia

    se reposicionam em funo das mudanas tecnolgicas incrementais e se

    integram s lderes que repassam parte do desenvolvimento a elas. Tal

    movimento continua a contribuir com a diminuio do nmero de pequenas e

    mdias empresas da cadeia. Redes de conhecimento, tecnologia intra e

    interindstria e as prprias empresas buscam o aprimoramento tecnolgico.As tecnologias de controle de trfego, navegao e infraestrutura viria so

    orientadas para situaes mais crticas. A adoo de tecnologias de

    entretenimento compatvel com a legislao. Muitas solues tecnolgicas

    so utilizadas somente em nvel regional (ex. caso do etanol no Brasil). Em

    2034, a velocidade de desenvolvimento tecnolgico aumenta e as empresas

    esto bem posicionadas globalmente em funo de mudanas tecnolgicas

    radicais. A produo e desenvolvimento compartilhado atendem mercados

    globais. Tecnologias de controle de trfego e de navegao nos veculos

    generalizada e compatvel com solues de interao homem-veculo-

    estrada e infraestrutura viria.

    Tema - Recursos

    Em 2022, laboratrios e talentos em nmero e qualidade aumentam.H atrao de alunos e profissionais para o setor e as associaes

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    profissionais ganham importncia (SINDIPEAS, SAE, AEA e etc.), em

    cooperao com as universidades. Em 2034, h maior disponibilidade de

    talentos e recursos reduzindo o custo de desenvolvimento de novos produtos

    e processos.

    Tema - Infraestrutura Poltico-institucional

    At 2034, h manuteno da Infraestrutura poltico institucional em

    relao a 2009. H continuidade das polticas e iniciativas pblicas e

    fortalecimento das instituies que gerem estas iniciativas. H aprimoramento

    da legislao trabalhista e tributria, bem como maior agilidade do Judicirioe no processo de registro de patentes. Estabilidade econmica e do comrcio

    internacional permanece.

    4.2. Cenrio Otimista

    Tema - Concentrao Urbana

    Em 2022, a concentrao urbana aumenta em relao a 2009 e os

    Governos investem na infraestrutura (vias urbanas, metrs, estradas, etc.).

    Aglomeraes urbanas, nas imediaes dos grandes centros, criam efeito

    positivo sobre demanda de carros mais baratos para trajetos curtos,

    viabilizando acesso aos meios de transporte (metr, nibus, etc). Grandes

    empresas investem no desenvolvimento de carros menores e de propulso

    alternativa, uma vez que o trajeto mdio dos carros diminuiu e viabiliza mais

    facilmente carros eltricos ou com outros combustveis alternativos. Os

    veculos de cargas de menores dimenses tm sua demanda acelerada

    estando focados no transporte urbano. Veculos de carga maiores tero

    acesso muito limitado aos centros urbanos. A conjuntura aumenta a demanda

    por servios de inteligncia de trfego e veicular e a importncia da

    sustentabilidade (ex. reciclagem de materiais, baseados em tcnicas mais

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    eficientes). H maior rigor na legislao de trnsito, na inspeo veicular e na

    qualidade de servios das empresas de controle de trfego.

    Em 2034, comeam proliferar solues variadas de mobilidade. O

    trfego nos grandes centros se mantm, mas solues alternativasaparecerem e so apropriadas por alguns atores. O cenrio urbano inclui

    uma mescla de algumas mega-metrpoles com novos centros urbanos (de

    menor porte) que foram crescendo orientadas por polticas pblicas. No

    ambiente das mega-metrpoles, as pessoas trabalham perto de suas

    residncias ou desenvolvendo trabalho distncia em relao ao

    empregador, com eventuais reunies presenciais. O carro usado

    principalmente para o lazer e a sustentabilidade incorporada na vida daspessoas. Os processos de reciclagem e de reaproveitamento do automvel

    e/ou veculo de cargas chega a 80 por cento do total possvel de ser feito. A

    fonte geradora de energia de um carro suficiente para gerar energia

    domstica.

    Tema - Novos modelos de negcios

    Em 2022, fruto da crise das grandes montadoras em 2009, novas

    formas de colaborao entre fornecedores se consolidam, com surgimento de

    montadoras menores, em modelos de rede de colaborao entre sistemistas,

    autopeas e empresas de tecnologias distintas da automotiva, mas

    fundamentais em um novo modelo de produto (como fornecedores de

    baterias). Vrios modelos de produtos e tecnologias emergem (propulso

    eltrica, biocombustveis, hidrognio, etc) adaptados s especificidades decada regio e contribuindo para insero de empresas nacionais na nova

    cadeia global de fornecimento. Em 2034, cada vez mais a lgica do servio

    prevalece e passa a ser a nfase das concessionrias, montadoras, etc. Nas

    relaes de fornecimento, prevalece a concentrao de players, onde as

    relaes de parcerias, co-design etc. de 2009 passa a valer para toda a

    cadeia (os sistemas de EDI so vitais).

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    Tema - Social e Meio Ambiente

    Em 2022, a renda mdia da populao, maior que em 2009, ocasiona

    o aumento da demanda por veculos de maior valor agregado, bem como de

    veculos de entrada. Isto diminui a idade mdia da frota, traz benefcios parao trnsito e fora a prtica da sustentabilidade que, por consequncia,

    estimula a criao de legislao e de mecanismos que foram a renovao

    da frota. As mudanas climticas, cada vez mais evidentes, estimulam a

    criao de uma legislao mais rigorosa e aumentam o consumo consciente.

    Ambos estimulam a gerao de tecnologias de recuperao de energia

    gerada pelo carro que foram desprezadas no incio dos anos 2000. A

    legislao ambiental fora o desenvolvimento de novas tecnologias e a buscade um destino para sucatas e assemelhados. O pas se alinha legislao de

    outros pases, o que colabora com esforos de exportao e homologao de

    produtos para estes pases. Em 2034, o perfil do usurio de um carro se

    expande. Crianas menores de 16 anos so autorizadas a dirigir e os mais

    idosos tm melhores condies para fazer o mesmo; comandos distncia

    facilitam o processo. O mercado consumidor potencial maior.

    Tema - Tecnologia

    Em 2022, o preo do petrleo em alta (pela dificuldade de extrao,

    desastres naturais, guerras, etc.) viabiliza combustveis e novas tecnologias

    alternativas. As inovaes tecnolgicas em novos materiais, propulso e

    eficincia energtica esto em alta. As empresas da cadeia conseguem se

    reposicionar, antecipar as mudanas tecnolgicas e se manterem ativas nacadeia de fornecimento. Diversos recursos foram disponibilizados para estas

    empresas investirem em novas tecnologias. As solues globais so objeto

    de adaptao para a sua implementao regional. Algumas empresas lderes

    de projetos conseguem integrar a elas grupos restritos de pequenas e mdias

    empresas e a elas repassam parte das atividades de projeto do produto.

    Esses movimentos aumentam a demanda de tecnologias voltadas para

    fatores de sustentabilidade (energia e questes ambientais) e reforam anecessidade de se integrar a acordos e legislao internacional de

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    metrologia. Em 2034, as solues de propulso alternativa ao petrleo, j

    viveis do ponto de vista tcnico e econmico, esto voltadas para

    fornecimento de energia em geral. A integrao tecnolgica consolidada,

    tendo como base a microeletrnica. Os plsticos e metais so substitudos

    pelos materiais sintticos biodegradveis; a nanotecnologia passa a ser

    incorporada, por exemplo, para adaptar o carro automaticamente s

    diferentes estaes do ano. Os produtos so mais personalizados,

    diferentemente dos pacotes de opes que existiam em 2009. Os carros so

    voltados para necessidades e desejos de indivduos diferentes, seja um

    vendedor, pessoa idosa, num nmero muito grande de opes.

    Tema - Recursos

    Em 2022, com mais e melhores laboratrios, um nmero maior de

    talentos disponibilizado para o setor automotivo. A concentrao de

    empresas no Setor acarreta aumento em nmero e em importncia das

    associaes do setor automotivo (SINDIPEAS, SAE, AEA e outros). Esse

    movimento estimula o crescimento da associao de empresas comuniversidades e centros de pesquisa, no Brasil e no Exterior. Em 2034, o grau

    de nacionalizao do projeto de carros produzidos no Brasil aumenta e a

    customizao em boa parte regional, para necessidades locais. Quem

    conhecia o mercado brasileiro e continuou oferecendo solues para este

    mercado conseguiu sobreviver. O Brasil continua adaptando carros

    pequenos, absorvendo as novas tecnologias e sendo referncia neste nicho,

    em funo de seu histrico de competncias em projeto.

    Tema - Infraestrutura Poltico-institucional

    Em 2022, h continuidade das polticas e iniciativas iniciadas em 2009

    (do tipo lei do bem, lei da inovao e outras), com o fortalecimento das

    instituies que fazem a gesto destas iniciativas. Como resultado, h um

    aumento da confiana dos atores, especialmente das empresas, de que

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    estas iniciativas no so passageiras, mas vieram para ficar. Cresce a

    importncia de um plano nacional de transporte (integrao de modais etc.).

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    5. Anlise das Oportunidades Identificadas para o Setor

    A partir da sistematizao dos cenrios gerados na 1a. Oficina, foi

    realizada a etapa de Identificao das Oportunidades Tecnolgicas mais

    importantes para a competitividade do setor de autopeas nacional para osprximos 25 anos.

    A identificao de oportunidades tecnolgicas foi feita atravs de uma

    consulta qualitativa da percepo dos especialistas do Setor. A consulta foi

    realizada entre os dias 10 e 22/06/2009, atravs de uma pgina da Internet

    com convite enviado via e-mail para os especialistas. Dos 137 consultados,

    25 responderam (18,25%). Entre os consultados, estavam representantes do

    setor privado (montadoras, sistemistas, autopeas, consultores e entidadesde classe) e do setor pblico (MCT, MDIC, APEX, ABINEE, MME, BNDES).

    Durante a consulta virtual, dezoito pginas apresentavam os cenrios

    gerados na 1 Oficina e solicitava aos respondentes que identificassem as

    oportunidades tecnolgicas numa nica sentena para cada cenrio. Foram

    geradas 213 sentenas de contedo. As respostas dos especialistas foram

    analisadas e compiladas inicialmente em 10 reas de Oportunidades

    Tecnolgicas, descritas abaixo. As cinco primeiras (em negrito), por sua

    abrangncia e relevncia, foram selecionadas como as principais para a

    competitividade futura do setor de autopeas no pas nos prximos 25 anos:

    - Novos Materiais;

    - Eletrnica Integrada;

    - Produo Limpa;

    - Tecnologias de Reduo de Peso e Tamanho;- Tecnologias de Propulso Hbridas / Eltrica / Alternativas;

    - Inteligncia de Trfego;

    - Reduo de Custo;

    - Parcerias Universidade e Empresa;

    - Tecnologias Verdes;

    - Motores e Transmisso.

    O contedo gerado na consulta encontra-se no Anexo III.

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    Novos Materiais

    As demandas por veculos mais leves, econmicos, compactos,

    durveis, com design e funcionalidades diferenciados, alm de menos

    custosos e agressivos ao meio ambiente, leva intensificao dedesenvolvimento de materiais alternativos, mais leves, com melhor

    durabilidade e que sejam reciclveis e de baixo impacto ambiental. Portanto,

    uma importante oportunidade tecnolgica para o setor o desenvolvimento

    de novos materiais de construo para a indstria automotiva e novas

    aplicaes para materiais j utilizados, como os plsticos, por exemplo.

    Uma importante rea dentro de Materiais o uso da Nanotecnologia,

    melhorando a funcionalidade e design das peas utilizadas.

    O desenvolvimento de novos materiais leva as autopeas a intensificar

    o estabelecimento de parceiras de desenvolvimento fora da cadeia

    automotiva, como universidades, institutos de pesquisa e fornecedores como

    indstria de ao, alumnio e petroqumicas.

    Eletrnica Integrada

    O aumento da convergncia tecnolgica de sistemas de comunicao

    dentro e fora do veculo, o uso de tecnologias eletrnicas e de comunicao,

    visando maior conforto, desempenho e especialmente segurana ao dirigir

    significativo nos prximos 25 anos.

    Posto que o Brasil no possui atualmente competncia significativa

    nesta rea, para evitar dependncia futura e manter ou at mesmo aumentar

    a competitividade do setor de autopeas, faz-se necessrio investir no

    desenvolvimento de capacidade de desenvolvimento nesta rea.

    Produo Limpa

    Um dos eixos de desenvolvimento de tecnologias para os prximosanos (e que j est ocorrendo atualmente) o das Tecnologias Verdes ou

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    Limpas, ou seja, que minimizem os impactos sobre o meio ambiente e

    considerem como prioritrios os aspectos de sustentabilidade ambiental.

    O desenvolvimento de novos materiais, de novas formas de

    motorizao e de transporte devem considerar aspectos ambientais desde a

    sua concepo. Este conceito engloba o conceito de reciclabilidade, uso de

    materiais reciclados ou remanufaturados, baixo (ou nulo) ndice de emisses

    de CO2 e outros gases do efeito estufa.

    importante destacar que a considerao de uma tecnologia como

    verde deve ser feita considerando todo seu ciclo de vida, ou seja, considerar

    todo o balano energtico de gases emitidos em toda sua cadeia produtiva.

    Este conceito traz uma srie de oportunidades de desenvolvimento para o

    setor, lembrando que o Brasil j um centro de competncia de

    desenvolvimento de tecnologias de motorizao verdes, como o etanol e o

    biodiesel, alm do uso de materiais verdes (como o plstico derivado de

    etanol e de glicerina, por exemplo).

    Tecnologias de Reduo de Peso e Tamanho

    Como foi mencionado nos cenrios e nas tendncias, a maior

    concentrao urbana, o crescimento de mercados emergentes e de baixa

    renda e a necessidade de maior eficincia energtica, traz a necessidade de

    veculos mais compactos, leves e eficientes no consumo de combustveis.

    Este fato traz a oportunidade de desenvolvimento de materiais

    diferenciados e o uso de eletrnica, como j foi acima discutido, alm de

    trazer oportunidades de novos designs e arquitetura, alm de formas de

    utilizao de veculos inovadoras.

    Tecnologias de Propulso Hbridas / Eltrica / Alternativas

    Como j discutido no item de Meio Ambiente, a questo do

    desenvolvimento sustentvel, alm da incerteza sobre o fornecimento futuro

    de petrleo, traz como oportunidade o desenvolvimento de tecnologias de

    propulso inovadoras.

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    Como surgiu na discusso de cenrios e tendncias, dificilmente

    haver um nico paradigma de motorizao, como foram os motores de

    combusto interna no sculo passado. Com isso, as oportunidades

    tecnolgicas se multiplicam, dependendo da aplicao (veculos comerciais /

    leves), do mercado (mercados de entrada / premium) e das condies

    logsticas e institucionais regionais (como etanol no Brasil, por exemplo).

    O Brasil, com sua competncia j consolidada em etanol e biodiesel,

    pode ampliar seu leque de opes, desenvolvendo solues em motorizao

    eltrica e a hidrognio, por exemplo.

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    Anexo I Relatrio da Pesquisa Exploratria Percepo de Lideranas

    Relatrio da Pesquisa ExploratriaPERCEPO DE LIDERANAS

    Junho, 2009

    Contextualizao e objetivo da pesquisa

    Considerando as incertezas e a velocidade das ltimas transformaes

    no Setor automotivo, a atividade de antecipao de futuros se torna ainda

    mais necessria, de modo a preparar as empresas e o governo para as

    surpresas e descontinuidades que vem pela frente. O objetivo desta

    pesquisa levantar percepes sobre fatores-chave que possam contribuir

    para uma melhor discusso acerca do posicionamento das empresas de

    autopeas nos prximos vinte e cinco anos. As informaes levantadas

    serviro de subsdio para gerao de cenrios futuros e a formulao de

    estratgias para o Setor durante a Oficina Identificao de Oportunidades.

    Lideranas representadas neste relatrio

    Perspectivas de lideranas da GM (gerente), FORD (diretor), FIAT

    (diretor), Delphi (diretor), BOSCH (vice-presidente), Magneti Marelli

    (presidente e diretor comercial), Associao Brasileira de Engenharia

    Automotiva - AEA (presidente), Associao Nacional dos Fabricantes de

    Veculos Automotores ANFAVEA (vice-presidente), Centro das Indstrias

    do Estado de So Paulo - CIESP (ex-presidente) e do consultor Luc de

    Ferran fazem parte deste relatrio.

    Metodologia da pesquisa

    A equipe realizou pesquisa de campo por meio de entrevistas

    semiestruturadas, com perguntas abertas e agrupadas por temas. A durao

    de cada entrevista foi de aproximadamente quarenta minutos. As entrevistas

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    com lideranas da GM e Delphi ocorreram na sede da Sociedade de

    Engenheiros da Mobilidade (SAE) em So Paulo. A entrevista com a

    liderana da FIAT e ANFAVEA ocorreu no escritrio de assuntos

    institucionais da FIAT em Braslia. A entrevista com as lideranas da Magneti

    Marelli ocorreu na fbrica de Mau, em So Paulo. As entrevistas com

    representantes da FORD, BOSCH, AEA, CIESP e com o consultor Luc de

    Ferran foram feitas por telefone.

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    Biografia das lideranas entrevistadas

    Rogerio Vollet gerente da Engenharia de Tecnologia e

    Arquiteturas Eltricas Avanadas da GM do Brasil. Foi da GMAlemanha e lder de projetos globais. Possui MBA e mestre em

    engenharia eltrica pela Universidade de So Paulo (USP).

    Flvio Campos diretor de engenharia da Delphi para a

    Amrica do Sul e diretor da SAE Brasil, seo So Paulo. lder Black

    Belt Six Sigma e atua em estratgia, planejamento, desenvolvimento e

    inovao na empresa.

    Virgilio Cerutti engenheiro italiano, presidente da Magneti

    Marelli Powertrain no Brasil e o responsvel pelas operaes do Grupo

    no Mercosul.

    Flavio Gussoni o atual diretor comercial-corporativo da

    Magneti Marelli e foi diretor comercial da diviso Powertrain.

    Luc de Ferran foi mentor de uma srie de automveis FORD,

    entre eles o Corcel II, Del Rey, Pampa, Escort, Fiesta, Ka, Courrier,Escort XR3 e EcoSport e o motor Rocan. formado em engenharia

    pela Escola Politcnica da USP e pai de Gil de Ferran, campeo de

    Indianpolis na Frmula Indy.

    Cludio Vaz economista e atua no setor automotivo desde os

    anos 70. Dedicou a diversas empresas de autopeas e participou na

    poltica industrial do setor. Foi presidente do SINDIPEAS (1992-1994)

    e do CIESP.Antnio Srgio Martins Mello diretor de Relaes

    Institucionais da FIAT e vice-presidente da ANFAVEA. Atuou como

    Secretrio do Desenvolvimento da Produo do Ministrio do

    Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC) e

    superintendente da Superintendncia da Zona Franca de Manaus

    (Suframa).

  • 8/13/2019 ABDI-EPS-Automotivo-Relatorio-Perspectivas.pdf

    40/72

    Besaliel Botelho o vice-presidente executivo para a Amrica

    Latina da BOSCH e presidente da SAE BRASIL. Botelho engenheiro

    de Eletrnica e Telecomunicao pela Universidade de Karlsruhe na

    Alemanha e iniciou sua carreira no Grupo BOSCH em 1985.

    Jos Parro presidente da Associao Brasileira de

    Engenharia Automotiva (AEA) e foi representante de Relaes

    Governamentais da Delphi na Amrica do Sul. engenheiro mecnico

    e atua no aprimoramento da engenharia automotiva.

    Rogelio Golfarb diretor de Assuntos Corporativos e

    Comunicao da FORD para Amrica do Sul. Atua no setor desde

    1981, tendo ocupado posies em Engenharia, Finanas, Marketing e

    presidncia da ANFAVEA (2004-07). Formado em engenharia pela

    FEI, tem curso de estratgia de produto e negcios pela Duke

    University, EUA.

  • 8/13/2019 ABDI-EPS-Automotivo-Relatorio-Perspectivas.pdf

    41/72

    Questes de mercado

    Na sua viso, quais so os fatores que movem a poltica de

    desenvolvimento, produo e insero nos mercados das montadoras?

    De acordo com os entrevistados, os fatores que movem a poltica de

    desenvolvimento, produo e insero nos mercados das montadoras so:

    O potencial de mercado (renda per capta e proporo de veculos por

    habitantes);

    A disponibilidade de pessoal com capacidade de inovar, criar solues

    e desenvolver propostas de reduo de custo;

    A disponibilidade de incentivos, benefcios fiscais e financiamentos;

    A natureza da tecnologia a ser desenvolvida;

    O contedo tecnolgico do mercado alvo.

    A estabilidade poltico-econmica e as taxas de juros praticadas no

    pas, pois servem como parmetro de financiamentos, fomento e

    alavancagem para aquilo que o mercado consumidor vai estabelecer como

    linhas de crdito. A poltica econmica, adequada e vivel em relao aos

    outros pases, estabelece uma plataforma atrativa para o Brasil.

    Dependendo dos fatores levantados acima, a poltica das montadoras

    pode priorizar a engenharia global ou regional. A infraestrutura instalada foi

    outro fator decisivo para futuros investimentos no pas do ponto de vista das

    montadoras.

    Qual ser o diferencial competitivo das autopeas brasileiras nos

    prximos 25 anos?

    Os diferenciais indicados para as autopeas brasileiras nos prximos

    25 anos so:

    Desenvolver engenharia e tecnologias locais a custos mais baixos e

    apresentar propostas de valor. Essa necessidade pode ser atribuda baixa

    lucratividade das montadoras tradicionais na ltima dcada devido reduo

    do percentual de rentabilidade;

  • 8/13/2019 ABDI-EPS-Automotivo-Relatorio-Perspectivas.pdf

    42/72

    Dar suporte de engenharia antes, durante e depois do

    desenvolvimento, atuando de forma integrada com a montadora no

    desenvolvimento de novos produtos;

    Capacidade de tirar proveito das vantagens tributrias que o Estado

    Brasileiro j criou e deve criar no futuro;

    Apresentar solues adequadas ao mercado regional (incluindo as

    Amricas; rea de grande interesse para as empresas do pas);

    Insero no mundo tecnolgico se comparado s autopeas chinesas

    que ainda so nacionalistas, sem capital estrangeiro e sem o know-how

    global;

    Em relao Rssia, China e ndia, as autopeas brasileiras tm

    caractersticas da cultura europia, o que facilita na negociao com as

    montadoras durante o desenvolvimento de processos e tecnologias;

    Atuar no segmento de componentes eletroeletrnicos que j vem

    ganhando suporte do governo e existem pequenas empresas trabalhando

    nessa possibilidade. Com relao ao conceito de autopeas brasileiras, as

    empresas de capital nacional precisariam de um aporte de capital

    considervel para se tornarem competitivas. O mais provvel, e por uma

    questo de convenincia, seria considerar empresas mistas pelo fato de

    serem brasileiras;

    Alavancar insumos bsicos para oferecer produtos especficos

    manufaturados, como as mineradoras ao estender sua cadeia de valor para

    produtos estampados, forjados e fundidos. No Sul de Minas Gerais j h um

    caso. Os produtores de resinas poderiam abranger plsticos injetados, vcuo

    formados, etc;

    Fomentar a sustentabilidade de ferramentarias modernas ecompetitivas, considerando que a competio com a Coria do Sul, China e

    ndia ser grande. Minas Gerais possui casos de sucesso.

    Como o setor brasileiro de autopeas deve se posicionar para se

    manter competitivo no cenrio global (em quais nichos, tipo de produtos,

    tecnologias, diferenciais competitivos)?

  • 8/13/2019 ABDI-EPS-Automotivo-Relatorio-Perspectivas.pdf

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    Na viso dos entrevistados, o setor de autopeas pode se manter

    competitivo no cenrio global por meio da inovao e atuao estratgica,

    focando em:

    Solues de menor custo, considerando que o mercado brasileiro

    est ansioso por tecnologia e, ao mesmo tempo, tem restries de consumo;

    Solues em eletroeletrnica, pelas necessidades de comunicao

    do mundo moderno e de reduo de emisses;

    Solues em entretenimento de forma geral, lembrando que ser

    necessria uma padronizao para utilizar aparelhos externos e uma

    proposta de valor baseada em uma plataforma comum para os fabricantes

    interessados;

    Solues em powertrain, devido a nossa diversidade de combustvel

    e necessidade de inovao nesse ramo;

    Solues em bicombustveis, pela tradio do pas nesse campo e a

    quantidade de veculos flex em circulao. No curto e mdio prazo, a

    tecnologia dever necessariamente respeitar o meio ambiente no

    consumir mais do que o ambiente pode gerar e focar em novos materiais

    cada vez mais reciclveis e menos poluentes. Os veculos devero ser

    adequados ao trnsito e cidade ao oferecer um pouco menos de contedo

    tecnolgico do que se viu nos ltimos anos no mercado norte-americano com

    veculos grandes. No longo prazo, pode-se pensar no hidrognio e em

    algumas aes que veem sendo desenvolvidas e que demandam

    investimentos pesados em pesquisa. A ressalva que o mercado brasileiro

    ainda no tem aporte econmico para fazer pesquisa profunda nesse tipo de

    tecnologia.

    Montar cadeia de valores a partir de produtos bsicos, com menosparticipantes e com fluxo de caixa e lucratividade mais favorvel, a exemplo

    das montadoras japonesas que so mais verticais e mantm um certo

    domnio sobre sua cadeia de valores. Alm disso, deve se preocupar com a

    cadeia produtiva como um todo, observando questes sensveis como o

    trabalho degradante e escravo.

  • 8/13/2019 ABDI-EPS-Automotivo-Relatorio-Perspectivas.pdf

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    Questes de tecnologia

    Qual ser a forma de propulso predominante nos prximos 25 anos?

    Quais sero as tecnologias crticas?

    Diversas vises sobre as formas de propulso veicular nos prximos

    25 anos foram relatadas, algumas mais conservadoras, outras mais ousadas,

    mas todas apostando na ideia de que no haver uma nica soluo. O

    pensamento comum aponta para a quebra da hegemonia da propulso por

    petrleo, seja ela por solues eltricas, clula-combustvel, motor Otto

    otimizado para combustveis biomassa, etc. As vises levantadas sobre esse

    tema incluem:

    O Brasil dever continuar usando o lcool, por ser mais barato e ter

    tradio. As outras solues (hibrido e eltrico) ainda so caras no momento

    para entrar no mercado brasileiro;

    O eltrico est ganhando fora em alguns pases desenvolvidos

    porque a eletricidade subsidiada, assim como o gs subsidiado no Brasil;

    Inexistncia de um padro dominante global, com solues mistas

    devido aos custos da energia em cada regio. Deve haver uma

    disponibilidade de tecnologias multicombustveis aplicados em escala. O

    Brasil rico em recursos hdricos e talvez cause menos emisses se a opo

    por energia eltrica for utilizada nos carros. Pases com petrleo abundante

    devem continuar usando aquela fonte de energia. Pode-se prever no mdio e

    longo prazo um misto de fuelcells, bi-combustveis e eletricidade;

    Em 2034, a matriz energtica estar ainda mais diversificada e a

    eletrificao deve crescer no pas. No curto prazo (05 anos), o veculo

    movido a motor de combusto interna (Otto ou diesel) continuar dominante,

    mesmo que seja para amortizar investimentos passados. Em um horizonte de

    25 anos e talvez antes (2022), podemos ver dois caminhos para pases

    emergentes:

    Veculos plug-in eltricos com bateria de ltio (carro igual ao

    celular, mas ao invs de falar, ele anda), isto se aplica a veculos de duas

    rodas e carros de passageiros das classes A e B. Seria uma soluo de baixo

  • 8/13/2019 ABDI-EPS-Automotivo-Relatorio-Perspectivas.pdf

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    custo para um veculo de uso dirio em torno de 150 a 250 km e recarga nos

    intervalos. Interessante ressaltar o fornecimento de baterias ltio e quem est

    por trs disso atualmente. Tem ltio na Argentina, Paraguai, Chile. No Brasil

    tem que desenvolver e deixa mais favorvel o carro eltrico. Junto com o

    carro eltrico, sero necessrios painis solares. Nesse conceito, tambm

    foram citados para o longo prazo os veculos hidroeltricos (movidos a

    hidrognio) que se pretende testar no mbito do projeto de colaborao entre

    Fiat, Itaipu e Mes-Dea para desenvolvimento do carro eltrico;

    Veculos hbridos combusto + eltrico, apesar de serem caros,

    pois tm as duas solues. De todo modo, o Brasil deve continuar com os

    motores movidos a etanol ou derivados de biomassa, com ciclo Otto, porm

    sero extremamente inteligentes e otimizados, seja no ganho do combustvel

    ou no powertrain. Como o etanol um combustvel em abundancia no pais,

    no devemos abdicar dessa riqueza econmica e de meio ambiente;

    Veculos comerciais - prev-se uma forte participao de hbridos

    eltricos de grande porte, como o caso hoje das locomotivas ferrovirias e

    equipamentos pesados de minerao. Essas solues tambm poderiam ser

    miniaturizadas e aplicadas nos carros de passeio.

    Temos condies (tecnolgicas e empresariais) de fabricar motores

    brasileiros (com tecnologia e empresa de controle de capital brasileiro)? De

    que tipo de tecnologia (eltricos, combusto interna?)? Por qu?

    Onde/quem?

    Para os entrevistados, o capital puramente nacional algo quase

    invivel em qualquer pas do mundo. Mesmo que o proprietrio da empresaseja brasileiro, ele vai recorrer a investimentos de bancos internacionais que

    tero participao de fundos e, portanto, estar alavancando o capital

    externo, principalmente para desenvolver inovao no setor automotivo.

    Quando se fala de motor, empresas dedicadas precisaro estabelecer

    parcerias com as montadoras, j que os fabricantes de motores no pas

    so as prprias montadoras, que devem manter esse domnio.

    Fabricantes independentes faro, como j fazem hoje, contratos de mdio elongo prazo com algumas montadoras.

  • 8/13/2019 ABDI-EPS-Automotivo-Relatorio-Perspectivas.pdf

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    O Brasil tem poucas restries do ponto de vista tecnolgico.

    Temos engenheiros e pesquisadores j engajados no setor e temos fortes

    universidades que podem tanto trabalhar na parte de combusto como em

    mquinas eltricas e seus controles.

    A capacidade de desenvolver motores vai depender da qualidade do

    projeto, visando uma plataforma de produo que deve suprir o mercado

    nacional e internacional. Vai depender tambm de quanto o Brasil consegue

    investir na mesma velocidade, seja em tecnologia, seja em capacidade, para

    poder competir mundialmente. Neste caso, no se pode pensar em proteo

    do governo para barrar produtos de fora. Os pases cresceram e tiveram xito

    porque enxergaram a necessidade de investir em tecnologia adequada e

    estavam abertos para o mercado mundial.

    Num primeiro momento, imaginam-se empresas desenvolvendo

    motores com um grau de inovao tecnolgica que permita com que as

    montadoras estabeleam parcerias sempre apostando numa tecnologia

    inovadora. Num estgio mais avanado, imagina-se trabalhar para produzir

    motores a hidrognio, visando um retorno em 20 anos ou 30 anos.

    Quais sero as caractersticas tecnolgicas dos produtos

    desenvolvidos para os mercados emergentes? At que ponto as engenharias

    localizadas nestes pases se ocuparo do projeto destes produtos? H

    interesse das montadoras neste sentido?

    Para os entrevistados, as caractersticas dos produtos desenvolvidos

    para os mercados emergentes sero diferenciadas em funo das

    necessidades de mobilidade, que divergem grandemente das necessidadesdos pases mais ricos. Elas incluem:

    Carros que atendam a base da pirmide social, ou seja, para

    aqueles cidados com menor renda. Trata-se do carro popular que poderia

    ampliar a base de consumo. O Brasil deveria fazer o carro verdadeiramente

    popular, de 6 a 7 mil Dlares;

    Avanos que devem obedecer ao conhecimento e s

    necessidades locais, utilizando tecnologias sofisticadas, possivelmentebarateadas ao ganhar escala nos mercados desenvolvidos. Cada vez mais

  • 8/13/2019 ABDI-EPS-Automotivo-Relatorio-Perspectivas.pdf

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    caminharemos para plataformas globais, principalmente com o aumento de

    legislao em combustveis, segurana e reciclagem, que vai demandar

    novos projetos e produo de novos veculos. A consolidao de plataformas

    globais ser chave para que as empresas possam sobreviver. Nesse

    contexto, a engenharia que j se ocupa com produtos para os mercados

    emergentes deve continuar no futuro;

    Requisitos especficos dos mercados: longas distncias, trfego

    pesado, vias precrias, sobrecarga, combustveis inconstantes, problemas

    com segurana, regulamentao complexa e no compatvel, custos altos de

    licenciamento e seguro, manuteno do valor de revenda;

    Com relao a ocupao do projeto pelas engenharias localizadas nos

    mercados emergentes, os entrevistados acreditam que se trata de um fator

    crtico, mas preciso levar em considerao o contedo tecnolgico de cada

    pas.Todos os mercados tm um conjunto mnimo de contedo tecnolgico.

    Nesse sentido, a diferena est no que o mercado comporta, em termos de

    capacidade de compra. No Brasil esse contedo ainda bastante inferior em

    relao aos mercados desenvolvidos, considerando que alguns itens, como

    ar condicionado, ABS e outros, se tornaram mais comuns apenas

    recentemente.

    medida em que o contedo tecnolgico aumenta, cresce tambm a

    pesquisa e desenvolvimento no pas. Quem investir antes ter uma vantagem

    competitiva no longo prazo, principalmente se aproveitar o GAP tecnolgico

    que se assemelha ao da ndia, Rssia e outros pases emergentes. O Brasil

    tem hoje capacidade para desenvolver produtos com rapidez, flexibilidade e

    menor investimento. Trata-se de um pas emergente com caractersticas deoutros pases emergentes, mas refinamento de alguns pases desenvolvidos.

    A fora de trabalho boa, tem uma cultura europia bem desenvolvida,

    profissionais com flexibilidade, altamente motivados, que aceitam desafios e

    adoram se internacionalizar. Essas so vantagens competitivas com relao

    aos outros pases do mundo que algumas montadoras j descobriram e,

    portanto, uma oportunidade para que o pas faa projetos automotivos.

  • 8/13/2019 ABDI-EPS-Automotivo-Relatorio-Perspectivas.pdf

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    O que se pode desenvolver no Brasil e levar para outras partes do

    mundo? Quais so os nichos tecnolgicos em que estas empresas

    podem/devem se concentrar? O que as empresas de autopeas brasileiras j

    podem ou deveriam ser estimuladas a desenvolver?

    Os entrevistados vislumbraram algumas reas que podem ser

    desenvolvidas e levadas para outras partes do mundo. Entre elas incluem:

    Os biocombustveis: As solues em biocombustveis so uma

    realidade. Se a exportao de carros biocombustveis aumenta, temos

    condies de aumentar a produo de etanol tambm. Pases com condies

    de produzir o etanol (espalhados pela frica e America Latina em geral)

    podem ser um mercado em potencial por ser uma aptido natural da regio.

    O Brasil est frente dos outros, porm corre risco de os EUA superarem a

    vantagem competitiva, j que esto se organizando e estruturando suas

    pesquisas;

    Os veculos populares: O conhecimento de como desenvolver um

    veculo pequeno tem valor e os pases desenvolvidos j tomam proveito

    disso. As solues mais simples com menos requisitos so aceitveis e

    tendem a crescer. No curto e mdio prazo, o Brasil pode se destacar em

    relao aos outros pases pelo perfil do veculo que se apresenta como

    soluo. No longo prazo, vai depender mais das tendncias tecnolgicas;

    O design de interiores: ainda pouco explorado, o Brasil tem

    condies e capacidade de desenvolver competncia nessa rea para levar

    para outros pases, mas deve ser competitivo.

    Face as oportunidades, as dificuldades para exportar ainda sograndes e foram lembradas, pois os pases desenvolvidos so exigentes e

    contam com profissionais extremamente qualificados. Por outro lado, a

    engenharia brasileira est bastante capacitada para desenvolver produtos e

    apresenta potencial para inseri-los em pases da frica, China, Mxico, etc.

    Com relao rea de ferramentaria, trata-se de um negcio que no

    mais rentvel hoje, at pela ociosidade da capacidade de produo.

  • 8/13/2019 ABDI-EPS-Automotivo-Relatorio-Perspectivas.pdf

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    Questes de incentivos

    Quais so as empresas de capital nacional que tm maior chance de

    desenvolver competncias relevantes para a cadeia produtiva do setor, nocurto e principalmente no longo prazo? Como polticas e iniciativas pblicas

    podem contribuir neste processo em um horizonte de 25 anos?

    Os entrevistados evitaram responder a primeira pergunta, indicando

    que os fornecedores (autopeas) so diversos, de capacidades especficas

    em cada segmento do setor automotivo.

    Com relao ao conceito de capital nacional, muitos apresentaram a

    viso de que, se o capital for exclusivamente nacional, seria muito difcil ter a

    chance de desenvolver competncias relevantes no contexto global. Isso

    porque comum entre as empresas de autopeas se associarem ou serem

    adquiridas por conglomerados mundiais, at mesmo pelas novas exigncias

    globais das montadoras. Seria preciso analisar o porte da empresa,

    considerando um limite mnimo de 50 milhes de Reais e disponibilidade de

    massa critica qualificada para iniciar um desenvolvimento adequado. Caso

    haja um financiamento para pesquisa alocando recursos humanos e

    financeiros adequados, a empresa nacional poderia se equiparar em termos

    de know-howa uma empresa internacional.

    Com relao s polticas e s iniciativas pblicas que podem contribuir

    para o processo de desenvolvimento de competncias nacionais nos

    prximos 25 anos, deve existir uma disponibilidade no s recursos

    financeiros, mas tambm de tecnologias e de conhecimento. Existem uma

    srie de aes ligadas promoo do know-how que precisam de suporte,

    desde a disponibilidade ao investimento. Isso tudo pode fazer uma grande

    diferena no futuro e, quanto mais rpido o Brasil investir na capacitao

    tecnolgica, mais rapidamente ele estar apto a poder jogar de igual pra igual

    em qualquer mercado.

    Quais polticas e iniciativas pblicas melhor contribuem para fortalecer

    os centros de engenharia sediados no Brasil? Elas so suficientes quanto

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    proposta e aos recursos alocados? At que ponto a colaborao com centros

    de desenvolvimento estrangeiros auxilia neste processo?

    O arcabouo legal definido pelo governo competitivo em relao ao

    mundo. As polticas pblicas so adequadas para o setor, mas poderiam ser

    mais divulgadas e melhor exploradas para que as pequenas e mdias

    empresas pudessem acess-las.

    Existem diversos pases com competncia tcnica e a questo custo

    de desenvolvimento pode ser um diferencial para o Brasil. Se for mais barato

    para desenvolver aqui, provavelmente ser feito no Brasil. A capacitao

    tcnica das universidades outro um fator de deciso para escolher

    parceiros no desenvolvimento de produtos, considerando que as

    universidades privadas ainda no se mostram preparadas para fazer

    pesquisa.

    Hoje no Brasil so formados 30 mil engenheiros anualmente voltados

    para a rea automotiva e ainda muito pouco se comparado com a China

    que coloca 600-700 mil a cada ano. O Brasil precisa trabalhar na estrutura e

    motivao dos estudantes.

    As necessidades atuais vo demandar muitos engenheiros e a

    tendncias que isso acontea nos pases onde tradicionalmente os

    produtos j so desenvolvidos. Quanto mais investirmos agora, mais

    estaremos abrindo as portas para a inovao no futuro. De maneira geral,

    no vamos definir a engenharia, mas precisamos criar o ambiente propicio

    para a inovao. Devemos estar mais preocupados com o processo do que

    com o produto final.

    A Lei da Inovao e do Bem j foi um grande passo que despertou ointeresse do empresrio e comea gerar projetos de pesquisa no Brasil.

    Ainda existe burocracia, mas que uma questo de amadurecer o programa.

    Alm dessas, existe muito espao para crescer e inovar. O setor automotivo

    mereceria uma Lei Rouanet para o desenvolvimento da engenharia.

    Quais incentivos podem aumentar a atratividade daquelas empresas?

  • 8/13/2019 ABDI-EPS-Automotivo-Relatorio-Perspectivas.pdf

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    Em resumo:

    Menores custos de produo e logstica. Nas autopeas, precisaremos

    reduzir os custos, ampliar o volume e ganhar escala. Ser necessrio capital

    de giro, engenharia e ajuste fiscal (menores taxas de financiamento).

    Existncia de alianas com sistemistas externos que tenham atuao

    global para importar e/ou produzir peas em mais de um pas. Se a aliana

    com outra empresa existir, ela deve estar vinculada a empresa de autopeas

    de modo transparente para a montadora.

    Acordos internacionais para autopeas. Os acordos hoje se restringem

    Argentina e ao Mxico. Precisaremos de polticas para ampliar o leque de

    acordos internacionais, que possam fomentar a engenharia. Isso ser ainda

    mais vital para as autopeas.

    Algumas linhas de financiamento foram apontadas como formas de

    incentivar a atratividade das empresas, apesar das dificuldades enfrentadas

    para obter tais financiamentos (ex. BNDES e Financiadora de Estudos e

    Projetos - FINEP). Para um grande nmero de empresas, essas ferramentas

    de fomento ainda so pouco utilizadas, talvez por desinteresse do

    empresrio.

  • 8/13/2019 ABDI-EPS-Automotivo-Relatorio-Perspectivas.pdf

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    Questes de talentos

    Quais competncias sero demandadas das empresas de autopeas

    brasileiras nos prximos 25 anos? Estas competncias j esto disponveisno Brasil, ou requerem ateno especial de polticas pblicas de

    capacitao/formao de pessoal?

    Perspectivas diversas foram apontadas quanto s competncias que

    sero demandadas das autopeas brasileiras nos prximos 25 anos. So

    elas:

    O pas ainda est aqum do conhecimento que existe l fora em todas

    as autopeas. Com a globalizao, pode se ganhar acesso a conhecimentos

    externos, mas o processo lento e muitas vezes o representante no Brasil

    no consegue ter a mesma fluncia no assunto. comum a montadora pular

    a autopea nacional, indo direto para o fornecedor externo. A competncia

    tcnica das autopeas deixa a desejar e elas devem investir muito em

    treinamento e tambm num rodzio para trazer especialistas externos para

    trabalhar no pas e vice-versa.

    A agilidade e flexibilidade para absorver demandas muito volteis. O

    grande desafio no ser especfico a uma tecnologia, mas sim ao seu custo e

    qualidade que pode ser trabalhada com ferramentas do tipo 6-Sigma e

    estrutura de relacionamento (TVM-total value management que olha a cadeia

    de valor para deix-la mais transparente).

    As reas mais demandadas devem ser metal mecnico,

    eletroeletrnica, design, produo e materiais. Nessas reas, ser preciso

    criar cursos para capacitar mais rapidamente o engenheiro automotivo. Hoje

    o treinamento atende, mas precisa de um processo para acelerar a formao

    do profissional e cortar pela metade o tempo de formao. preciso

    estimular processos de capacitao, onde o governo poderia ter um papel

    maior, e capacitar num nvel mais avanado j que graduao esta num nvel

    bastante razovel.

    A gesto de empresas tambm outra rea para ser trabalhada no

    futuro. O Brasil j tem nos seus cromossomos uma capacidade de gerenciar

  • 8/13/2019 ABDI-EPS-Automotivo-Relatorio-Perspectivas.pdf

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    com flexibilidade, mas na gesto de empresas preciso competncia e uma

    base de formao.

    No horizonte do estudo (2034), preciso identificar adolescentes com

    talento para as cincias exatas e criar um currculo de crescimento ao longo

    de sua juventude. necessrio rever o currculo de crescimento e uma

    ligao escola-indstria bem cedo na vida dos brasileiros, algo similar ao

    modelo de ensino de TheoPrax em Stuttgart na Alemanha, onde os

    adolescentes trabalhavam na resoluo de problemas industriais.

    Como intensificar os contatos e a colaborao entre empresas e

    instituies ligadas a pesquisa e desenvolvimento, sejam aquelas localizadas

    no Brasil, sejam as estrangeiras? Como reduzir as dificuldades que marcam

    estes processos e que explicam a baixa freqncia deste tipo de

    relacionamento?

    Olhando o Brasil como um todo, a colaborao entre empresas e

    instituies de P&D precisa de maior desenvolvimento. No longo prazo, um

    fator estratgico sempre vai ser a qualidade das pessoas, da formao, da

    educao. Quando se tem boas universidades, tem jovens que vo nascer

    com novas ideias de negcios. O Venture Capital um modelo interessante

    que escolhe boas ideias fora das empresas e boas pessoas para

    desenvolver. Hoje temos Campinas que tem um bom nvel de relacionamento

    entre as empresas e as universidades. Mas, considerando o tamanho do

    Brasil, sua populao e o comparativo com os Estados Unidos e Japo,

    percebe-se um GAP muito importante. Novas polticas deveriam desenvolver

    a estratgia do Venture Capital.As agncias de inovao das universidades so o canal de entrada

    para acessar os pesquisadores, por mapeamento das patentes, e para se ter

    controle e tornar visvel o que se pode fazer. Talvez se possa fazer um

    treinamento de pessoal para entender qual o papel da universidade e do

    pesquisador e os tipos colaborao. Na viso das grandes empresas, o papel

    da universidade nessa situao trabalhar junto com a indstria para ajudar

    no desenvolvimento de pesquisas. A universidade ganha com aporte derecursos privados para comprar equipamentos, distribuir bolsas e atrair mais

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    pesquisadores. A sociedade ganha ao gerar mais conhecimento e a empresa

    ganha com o direito de explorar a patente. Do lado das empresas, existe

    ainda ignorncia sobre todos esses mecanismos disponveis. Talvez seja o

    caso de enviar equipes de treinamento que possam ajud-las e trein-las

    tambm.

    A colaborao na inovao foi apontada como um ponto fundamental,

    mas para os entrevistados (dois deles) os mecanismos e nvel de

    colaborao ainda so incipientes. preciso incentivar mecanismos de

    interlocuo (como o IMETRO, por exemplo) para estreitar a relao entre a

    indstria e a universidade. A melhor forma seria estimular palestras e contato

    colaborativo para gerar esse tipo de situao. Palestras poderiam ser, por

    exemplo, em melhoria de produtividade, ou frum para discutir o carro de

    2030, ou como vai ser o carro brasileiro de 2020, etc. Se no estimular essa

    discusso, no existe raciocnio, no se sabe como as pessoas se

    relacionam ou quem so os players, no se consegue criar uma viso de

    longo prazo com vistas a novas oportunidades e no h colaborao entre

    empresrios. Outra linha de ao seria estimular contatos para gerar clusters,

    j que no tem poltica voltada para isso.

    E finalmente, os contratos de cooperao com universidades devem

    ter metas claras e estarem atrelados a qualidade do projeto, tendo uma

    cobrana rigorosa. Para fazer uma engenharia tem que investir muito dinheiro

    e cobrar duramente do outro lado. O desenvolvimento da engenharas passa

    por formar mais engenheiros, expandir a capacidade tecnolgica das

    universidades e criar carreiras em Y.

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    Anexo II Resultado da Pesquisa Avaliao do Grau de Relevncia dasTendncias

    Tendncias Automotivas - Mercado

    Tendncias Automotivas Infraestrutura

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    Tendncias Automotivas Meio Ambiente

    Tendncias Automotivas Poltico

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    Tendncias Automotivas Social

    Tendncias Automotivas Tecnologia

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    Anexo III Resultado da Consulta de Anlise de Cenrios eoportunidades

    Frases Cenrio Grp 1 Grp 2

    Em 2034, home office e escritrio presencial se igualam. A rendamaior aumenta ainda mais a demanda por veculos e a questosustentabilidade estar cada vez mais presente para a maioria dapopulao. As empresas desenvolvem carros incorporandotecnologias de ponta a menor custoe haver maior avano dapropulso alternativa ou mista.

    Conserv Parti GOV

    2022 - Fabricao de peas para carros movidos acombustveis diferenciados: etanol, energia eltrica, outros.2034 - Oferta de servios especializados para adequao depeas aos novos modelos. - Oferta de alternativas para odesenvolvimento de novos modelos - interface direta commontadoras e fabricantes de veculos automotores.

    Conserv Parti GOV

    Adaptao de carros para acomodar novas exigncias, 2028. Conserv Parti GOV

    Desenvolvimento de novos motores= 2016 Conserv Parti Acad

    At 2022: adoo de prticas e de certificaes necessrias internacionalizao, requisitos essenciais para a sobrevivncia emmercados com maior escala e em uma estrutura produtiva maisglobalizada. Nesse cenrio, considero a tendncia de reduo doprotecionismo.

    Conserv Parti GOV

    At 2024, ser areduo o tamanho dos veculos e tecnologiade comunicao nos caros propriamente dita. Para 2034teremos uma utilizao maior de transporte urbano. Os veculossero maiores e utilizados para o laser, apresentando miastecnologias de segurana e etc.

    Conserv G20 Auto

    2022 Autopeas podem desenvolver novos modelos deautomveis mais compactos e econmicos, em parceria com

    outra empresas do setor e montadoras

    Conserv G20 Acad

    Peas e ferramentas para a substituio autnoma das partessem a necessidade de apoio de terceiros. Peas de fcilsubstituio com qualidade.

    Conserv Parti GOV

    As indstrias de autopeas tm grande oportunidade de participardos saltos tecnolgicos que se aproximam. Para isso elasprecisam fortalecer a busca de novos conhecimentostecnolgicos, principalmente atravs de participao emcongressos, eventos de entidades do setor (como a SAE), elicenas tcnicas para fabricao e desenvolvimento no Brasil.

    Conserv Parti Acad

    Produo de biodiesel Conserv G20 Auto

    Desenvolvimento de inteligncia veicular que propicie interaocom sistemas de inteligncia de trafego. Ex. controle de

    congestionamentos e sistemas de direo autnomos para baixasvelocidades. O desenvolvimento de motores eltricos de todos ostipos e tamanhos dever ser um caminho. Somem-se a isto itenscomo sensores e outros sistemas de captao de dados.

    Conserv G20 Auto

    Investimentos em nanotecnologiapara que as empresas deautopeas forneam produtos cada vez mais leves, resistentese adequados ao tamanho dos novos veculos.

    Conserv Parti GOV

    Aproveitamento da expertise brasileira na construo de carroscompactose biocombustveis, podendo ser realizadas pesquisaspara insero de carros mistos (lcool e eltrico).Apopularizao de alguns opcionais propiciar o fornecimento deitensmais tecnolgicos a preos menores. Desenvolvimentode produtos com menor custo , com tecnologia adaptada aonovo conceito de veiculo e que utilizem materiais alternativos apartir dos recursos naturais existentes no pais.

    Conserv Parti Acad

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    As autopeas tero que estar reposicionadas em termostecnolgicos para que possam continuar a participar da cadeia defornecimento, de forma competitiva. Para tanto, tero que tercompetncias internas e parcerias externas que viabilizemesta condio.

    Conserv Parti Acad

    Veculos menores, capazes de transportar uma ou duas pessoas,dotados de segurana, conforto, eltricosdevero ser alternativa:

    ocupam menos espaos na via, fceis de estacionar etc. Viagens:carros convencionais alugados para aquele uso. Para autopeas:itens de conforto HVAC baratos, baterias, compostos leves.Acredito no conceito de que o veiculo deve ser vinculado ao uso: adona de casa que s vai ao supermercado pode ter um pequenocarro eltrico para isso; o executivo que sempre anda sozinhono precisa deslocar um veiculo de uma tonelada para lev-lo aoservio e assim por diante

    Conserv G20 Auto

    Mobilidade compartilhada por sistemas de carro para carro semnecessidade de infra-estrutura externa ou compartilhada por meiode cidades digitais. Sistemas indicam origem e destinos deencontro ou interesse. Cidades digitais permitem acesso emveiculo a qualquer contedo disponvel via internet ou meio digitalprivado.

    Conserv Parti Sistemista

    Miniaturizaoe sistemas eficientes de alternativas de rotas (GPS inteligente) Conserv Parti GOV

    Fornecimento de peas construdas com e somente materialreciclado devido a escassez de recursos naturais. Motor ahidrognio e seus componentes. A automao em estradas eavenidas. Infraestrutura. A diversificao do transporte pblico.Trens de alta velocidade. Transporte ferrovirio de cargas. Anisvirios interligando armazns de cargas.

    Conserv Parti Sistemista

    Como as empresas de Autopeas so, majoritariamente,multinacionais, somente, um fomento governamental faria comque desenvolvimentos fossem iniciados no Brasil. Vide Pr-lcool,por exemplo. O Brasil deveria disputar a liderana do pas maisverde do mundo.

    Conserv Parti Auto

    Considero que o fator mais importante para as empresasaumentarem sua competitividade seria o desenvolvim


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