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ANTROPOMETRIA E COMPOSIÇÃO CORPORAL DE CRIANÇAS …

Date post: 14-Mar-2022
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Artigo original Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano ISSN 1980-0037 Adair da Silva Lopes 1 Cândido Simões Pires Neto 2 1 Prof. Dr. Centro de Desportos/UFSC 2 Prof. Dr. NuCIDH ANTROPOMETRIA E COMPOSIÇÃO CORPORAL DE CRIANÇAS COM DIFERENTES CARACTERÍSTICAS ÉTNICO-CULTURAIS NO ESTADO DE SANTA CATARINA, BRASIL ANTHROPOMETRY AND BODY COMPOSITION OF CHILDREN FROM DISTINCT ETHNIC-CULTURAL BACKGROUNDS IN THE STATE OF SANTA CATARINA, BRAZIL RESUMO Este estudo objetivou analisar variáveis antropométricas e da composição corporal em crianças, de 7 a 10 anos de idade, de 3 diferentes grupos étnico-culturais e um grupo miscigenado do Estado de Santa Catarina, Brasil. Participaram da amostra 1.757 crianças, sendo 858 do sexo masculino e 899 do sexo feminino, divididos em 3 grupos étnico-culturais (Portugueses n = 439; Alemães n = 434; Italianos n = 443) e um grupo miscigenado (n = 441). A amostra foi selecionada de forma intencional quanto aos locais e escolas, que atendiam à caracterização étnico-cultural desejada e conglomerada por sala de aula. Foram analisadas variáveis antropométricas (massa corporal, estatura corporal e diâmetros ósseos) e variáveis da composição corporal (percentual de gordura, massa de gordura, massa corporal magra, somatório de dobras cutâneas e índice de adiposidade). As variáveis antropométricas e da composição corporal foram analisadas via SPSS (1988), utilizando-se a estatística descritiva, a ANOVA ONE-WAY e o teste de comparação múltipla de Tukey (p < 0,05). De modo geral, os resultados permitem concluir que: a) nas variáveis antropométricas, nas idades de 7 e 10 anos, no sexo masculino, os grupos étnico-culturais italiano e alemão apresentaram resultados superiores ao grupo étnico-cultural português e similares ao grupo miscigenado. Poucas variáveis apresentaram diferenças estatisticamente significativas nas idades de 8 e 9 anos. No sexo feminino, embora em um número menor de variáveis, os grupos alemão e italiano também apresentaram resultados superiores ao grupo português. b) nas variáveis da composição corporal poucas diferenças foram verificadas entre os grupos, exceto na massa corporal magra, na qual o grupo português masculino apresentou resultados inferiores aos grupos étnicos alemão e italiano, aos 7 anos de idade, e resultados inferiores a todos os grupos, aos 10 anos de idade. Já no sexo feminino, somente na idade de 10 anos, o grupo português apresentou resultados inferiores ao grupo alemão na massa corporal magra. A maioria das crianças encontrava-se dentro do índice de adiposidade classificado como ótimo. Entretanto, verificou-se incidência de obesidade em torno de 10% da amostra, nos 4 grupos em ambos os sexos. Palavras-chave: antropometria, composição corporal, grupos étnicos, crianças. ABSTRACT The objective of this study was to analyze anthropometric and body composition variables of children aged 7 - 10 years old with distinct ethnic-cultural backgrounds, from the state of Santa Catarina, Brazil. Data were collected from 1,757 children (males = 858; females = 899) from 3 different ethnic-cultural groups (Portuguese = 439; German = 434; Italian = 443) and one Ad-mixture group (n = 441). The sample was intentionally selected according to towns’ and schools’ predominant ethnic-cultural backgrounds and then cluster sampled by classroom. Anthropometric (body mass, stature and bone widths) and body composition variables (% fat, fat mass, lean body mass, sum of skinfolds and adiposity index) were analyzed by group, age and Sex. Anthropometric and body composition data were processed using SPSSPC for descriptive statistics, one-way ANOVA and Tukey’s post hoc test (p < 0.05). The results obtained made it possible to draw the following conclusions: a) The values of anthropometric variables for males aged 7 or 10 in the Italian and German ethnic-cultural groups were shown to be greater than those for the Portuguese group and were similar to the Ad-mixture group. Few statistically significant differences were observed between males aged 8 or 9. Females in the German and Italian groups also exhibited greater values than the Portuguese group, although for a smaller number of variables. b) Few of the body composition variables could be statistically differentiated between groups, but it was found that the Portuguese group had lower values for lean body mass than the German and Italian ethnic-cultural groups at some ages. The majority of children were within the adiposity index range classed as excellent. However, 10% of all children were found to be obese. Key words: anthropometry, body composition, ethnic groups, children.
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Artigo original

Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano ISSN 1980-0037

Adair da Silva Lopes 1

Cândido Simões Pires Neto 2

1 Prof. Dr. Centro de Desportos/UFSC2 Prof. Dr. NuCIDH

ANTROPOMETRIA E COMPOSIÇÃO CORPORAL DE CRIANÇAS COMDIFERENTES CARACTERÍSTICAS ÉTNICO-CULTURAIS NOESTADO DE SANTA CATARINA, BRASIL

ANTHROPOMETRY AND BODY COMPOSITION OF CHILDREN FROM DISTINCTETHNIC-CULTURAL BACKGROUNDS IN THE STATE OF SANTA CATARINA, BRAZIL

RESUMO

Este estudo objetivou analisar variáveis antropométricas e da composição corporal em crianças, de 7 a 10 anos de idade, de 3 diferentes grupos étnico-culturais e um grupo miscigenado do Estado de Santa Catarina, Brasil. Participaram da amostra 1.757 crianças, sendo 858 do sexo masculino e 899 do sexo feminino, divididos em 3 grupos étnico-culturais (Portugueses n = 439; Alemães n = 434; Italianos n = 443) e um grupo miscigenado (n = 441). A amostra foi selecionada de forma intencional quanto aos locais e escolas, que atendiam à caracterização étnico-cultural desejada e conglomerada por sala de aula. Foram analisadas variáveis antropométricas (massa corporal, estatura corporal e diâmetros ósseos) e variáveis da composição corporal (percentual de gordura, massa de gordura, massa corporal magra, somatório de dobras cutâneas e índice de adiposidade). As variáveis antropométricas e da composição corporal foram analisadas via SPSS (1988), utilizando-se a estatística descritiva, a ANOVA ONE-WAY e o teste de comparação múltipla de Tukey (p < 0,05). De modo geral, os resultados permitem concluir que: a) nas variáveis antropométricas, nas idades de 7 e 10 anos, no sexo masculino, os grupos étnico-culturais italiano e alemão apresentaram resultados superiores ao grupo étnico-cultural português e similares ao grupo miscigenado. Poucas variáveis apresentaram diferenças estatisticamente signifi cativas nas idades de 8 e 9 anos. No sexo feminino, embora em um número menor de variáveis, os grupos alemão e italiano também apresentaram resultados superiores ao grupo português. b) nas variáveis da composição corporal poucas diferenças foram verifi cadas entre os grupos, exceto na massa corporal magra, na qual o grupo português masculino apresentou resultados inferiores aos grupos étnicos alemão e italiano, aos 7 anos de idade, e resultados inferiores a todos os grupos, aos 10 anos de idade. Já no sexo feminino, somente na idade de 10 anos, o grupo português apresentou resultados inferiores ao grupo alemão na massa corporal magra. A maioria das crianças encontrava-se dentro do índice de adiposidade classifi cado como ótimo. Entretanto, verifi cou-se incidência de obesidade em torno de 10% da amostra, nos 4 grupos em ambos os sexos.

Palavras-chave: antropometria, composição corporal, grupos étnicos, crianças.

ABSTRACT

The objective of this study was to analyze anthropometric and body composition variables of children aged 7 - 10 years old with distinct ethnic-cultural backgrounds, from the state of Santa Catarina, Brazil. Data were collected from 1,757 children (males = 858; females = 899) from 3 different ethnic-cultural groups (Portuguese = 439; German = 434; Italian = 443) and one Ad-mixture group (n = 441). The sample was intentionally selected according to towns’ and schools’ predominant ethnic-cultural backgrounds and then cluster sampled by classroom. Anthropometric (body mass, stature and bone widths) and body composition variables (% fat, fat mass, lean body mass, sum of skinfolds and adiposity index) were analyzed by group, age and Sex. Anthropometric and body composition data were processed using SPSSPC for descriptive statistics, one-way ANOVA and Tukey’s post hoc test (p < 0.05). The results obtained made it possible to draw the following conclusions: a) The values of anthropometric variables for males aged 7 or 10 in the Italian and German ethnic-cultural groups were shown to be greater than those for the Portuguese group and were similar to the Ad-mixture group. Few statistically signifi cant differences were observed between males aged 8 or 9. Females in the German and Italian groups also exhibited greater values than the Portuguese group, although for a smaller number of variables. b) Few of the body composition variables could be statistically differentiated between groups, but it was found that the Portuguese group had lower values for lean body mass than the German and Italian ethnic-cultural groups at some ages. The majority of children were within the adiposity index range classed as excellent. However, 10% of all children were found to be obese.

Key words: anthropometry, body composition, ethnic groups, children.

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INTRODUÇÃO

A região sul do Brasil, mais especificamen-te o Estado de Santa Catarina, tanto em funçãoda posição estratégica de defesa de sua Ilhacosteira, quanto pela semelhança climática comalguns países europeus, em diferentes etapasda sua história, foi local de chegada eredistribuição de levas de imigrantes, os quaisforam responsáveis pelo povoamento e coloni-zação do seu território. Dessa forma, SantaCatarina é um Estado étnica e culturalmentediversificado. A paisagem geográfica facilitou oisolamento de núcleos coloniais e de etnias niti-damente diferenciados (Santos, 1995). Os di-ferentes grupos étnicos são identificáveis pelasua individualidade “nacional”, além de possuirum elevado número de mestiços devido à mis-cigenação entre os mais diversos grupos e ra-ças (Seyferty, 1982).

A região litorânea, principalmente a Ilha deSanta Catarina, foi marcada pela presença dopovo lusitano, que imigrou desde o descobri-mento do Brasil e em grande número no séculoXVIII, principalmente proveniente do Arquipéla-go dos Açores e em menor número da Ilha daMadeira. Esses portugueses instalaram-se emforma de freguesias (menor porção do comple-xo administrativo da Monarquia Portuguesa –(Piazza, 1992, p. 446) e se expandiramdemograficamente. Mesmo assim, perpetuam,até hoje, traços culturais, embora modificadose adaptados pela dinamicidade da cultura. Es-ses traços são marcantes no modo de ser, fa-lar, agir e pensar dos seus habitantes (Piazza,1992).

Por outro lado, as demais colonizaçõesestrangeiras de Santa Catarina abrangeram umterritório não litorâneo, até então não ocupadopelas correntes migratórias brasileiras ou luso-brasileiras. A ocupação dessas terras ocorreucom o intuito de desenvolvimento e defesa dasterras não litorâneas, tendo em vista, entre ou-tros motivos, o constante avanço dos espa-nhóis. A ocupação ocorreu, principalmente, pelaimigração italiana e alemã, constituindo, dessaforma, as culturas não portuguesas, ou não luso-brasileiras (Dias Júnior, 1980).

Os estudos sobre a formação e a evolu-ção de populações e de grupos imigrados emSanta Catarina, especificamente no que se re-fere às variáveis antropométricas e da compo-sição corporal, podem ser realizados utilizan-

do-se da Cineantropometria como área de co-nhecimento. A Cineantropometria (kines = mo-vimento, anthropos = homem e metria = medi-da), foi definida por Beunen e Borms (1990),como sendo uma especialização científica queestá envolvida com medidas e avaliações dediferentes aspectos do homem em movimento,e com as características físicas do ser huma-no, com o objetivo de estudar as variações en-tre grupos, influência de etnias, regiões e cultu-ras, no decorrer do tempo.

Essas variações, na ontogênese huma-na, são profundamente marcadas nas duas pri-meiras décadas de vida, por alteraçõesantropométricas, na composição corporal e sãodecorrentes tanto do processo de crescimentogeométrico, resultante do aumento no número(hiperplasia), no tamanho (hipertrofia) das célu-las e aumento de substâncias intercelulares,quanto em decorrência das diferenciações fun-cionais dos tecidos que levam a alterações fun-cionais e à maturação (Malina, 1975).A antropometria tem sido largamente utilizadacomo procedimento para avaliação da compo-sição corporal, por ser um procedimento nãoinvasivo, econômico e prático, que permite emum curto espaço de tempo o exame de muitascrianças, jovens ou adultos (Roche et al. 1996).Os valores de variáveis antropométricas, prin-cipalmente da massa e estatura corporal, têmsido a forma mais utilizada e aceita para a ava-liação do status nutricional de crianças e jovens(WHO, 1986). Entretanto, a antropometria apre-senta valores totais de variáveis corporais, quepodem apresentar limitações, pois são resul-tantes do somatório de diferentes tipos de teci-dos como músculos, ossos, gordura e vísceras.Por isso, são necessários outros procedimen-tos que especifiquem a proporção dos diferen-tes tecidos corporais.

Dessa forma, o estudo da composiçãocorporal, principalmente a avaliação da quanti-dade de gordura corporal e da massa corporalmagra, é muito importante durante a infância eadolescência, pois pode especificar essas pro-porções.

O risco de doenças cardiovasculares eoutras complicações para a saúde é relativa-mente grande quando meninos e meninas ul-trapassam, respectivamente, a faixa de 25% e30% de gordura corporal relativa. Crianças ejovens, com gordura corporal relativa acimadesses valores, apresentam maior pressão

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arterial sangüínea sistólica e diastólica, elevadocolesterol total e relação do nível do colesterolde baixa densidade, LDL, com o colesterol dealta densidade, HDL (Williams et al. 1992). Poroutro lado, padrões de gordura corporal muitobaixos, menos de 10% da massa corporal total,podem estar associados à desnutrição (Brooks& Fahey, 1987; Lohman, 1992).

Segundo Lohman (1992), a composiçãocorporal de crianças e jovens está mudando emuma direção desfavorável. As crianças são maisobesas do que eram há 20 anos atrás. As mu-danças nos padrões de atividade física e nutri-ção de hoje são responsáveis por essa altera-ção. Gortmaker et al. (1987), em seus estudossobre a prevalência da obesidade nos EstadosUnidos, verificaram um aumento de 61% e 46%,respectivamente, para meninos e meninas, en-tre os anos 1963-1965 e 1976-1980, para asidades entre 6 e 11 anos.

Daí a importância de se incluir a avalia-ção antropométrica e da composição corporaldesde cedo nas escolas, academias, clubes,clínicas e hospitais, para detectar os possíveisproblemas de saúde o mais precocemente pos-sível e sugerir ações que possam auxiliar na pro-moção do bem-estar da criança e do jovem.Assim, por ser Santa Catarina um Estado comdiversas características étnico-culturais, distri-buídas em regiões geográficas específicas ecom hábitos de vida marcadamente diferencia-dos, questiona-se até que ponto essas diferen-ças podem influenciar nas variáveisantropométricas e na composição corporal decrianças, com características étnico-culturaisportuguesas, italianas, alemãs e de um grupodecorrente da miscigenação étnico-racial.Diante da necessidade de investigar variáveisantropométricas e da composição corporal e doestilo de vida em crianças de 7 a 10 anos deidade, dos principais grupos étnico-culturais eda miscigenação entre grupos na formação doEstado de Santa Catarina, Brasil, realizou-se

este estudo com o objetivo de analisar, utilizan-do-se de uma abordagem transversal, variáveisantropométricas e da composição corporal emcrianças, de 7 a 10 anos de idade, de diferentesorigens étnico-culturais, no Estado de SantaCatarina, Brasil.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta pesquisa caracteriza-se, conformeGay (1987), por ser do tipo causal-comparati-va. Neste estudo, as variáveis independentes(causas) são caracterizadas pelos diferentesgrupos e suas origens étnicas, e as variáveisdependentes (efeitos) são as variáveisantropométricas e da composição corporal.

População

A população alvo deste estudo abrangeucrianças de 7 a 10 anos, de ambos os sexos,descendentes de grupos étnico-culturais portu-guês, alemão, italiano e um grupo miscigenado,residentes no Estado de Santa Catarina, Brasil.Conforme relatório do IBGE (Santa Catarina,1991a), a população geral do Estado de SantaCatarina, nesta faixa etária, era de 416.825 cri-anças, distribuídas conforme Tabela 1.

Seleção da amostra

A amostra, tendo em vista a falta de dados so-bre o número de crianças na faixa etária de 7 a10 anos em relação aos grupos étnico-culturais,foi selecionada de forma intencional quanto aoslocais e escolas, que atendiam à caracteriza-ção étnico-cultural desejada e conglomerada porsala de aula. Optou-se por uma amostraestratificada dos quatro grupos para que hou-vesse semelhança de representação por idadee sexo. O tamanho da amostra, por grupo, ida-de e sexo, é apresentado na Tabela 2; conside-rou-se a idade decimal sugerida por Ross e

Tabela 1 - População do Estado de Santa Catarina, na faixa etária de 7 a 10 anos, conforme IBGE (Santa Catarina, 1991a).

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Marfell-Jones (1982), para as idades de 7 a 10anos: 6,50 a 7,49 = 7 anos; 7,50 a 8,49 = 8 anos;8,50 a 9,49 = 9 anos; 9,50 a 10,49 = 10 anos; aamostra foi composta por crianças nascidasnos locais selecionados para a coleta de dadosou em cidades com a predominância do mes-mo grupo étnico-cultural, sendo seus pais e avós

do grupo étnico-cultural predominante no local,exceto para o grupo miscigenado, o qual foiconstituído por crianças oriundas da miscige-nação entre etnias e raças que não se enqua-dravam na amostra dos grupos português, ale-mão e italiano.

Tabela 2 - Tamanho da amostra por grupo, faixa etária e sexo.

Os dados foram coletados nos seguinteslocais:

Portugueses: Florianópolis, parte insular,nas localidades de Santo Antônio de Lisboa, AltoRibeirão da Ilha e Ribeirão da Ilha. No continen-te: Governador Celso Ramos; no Município dePalhoça: nas localidades de Enseada do Britoe Praia da Pinheira. Os dados do grupo étnico-cultural alemão foram coletados nos Municípi-os de São Pedro de Alcântara; Águas Mornas(Centro) e nas localidades de Colônia Santa Isa-bel, Löffelscheidt, Santa Cruz da Figueira,Vargem Grande, Angelina, São Bonifácio ePomerode. A coleta de dados dos descenden-tes de Italianos foi realizada nos Municípios deRodeio (Centro) e na localidade de Rodeio 32;Nova Trento (Centro) e na localidade de TrintaRéis e no Município de Ascurra (Centro). O gru-po miscigenado foi formado por crianças quenão se encaixavam na amostra de portugueses,alemães e italianos.

Protocolo de mensuração

Para a medição da massa corporal e daestatura corporal seguiu-se o protocolo deGordon et al. (1991). A massa corporal (MC) foi

registrada em quilogramas, utilizando-se umabalança da marca Filizola, com precisão de 100gramas.

A Estatura corporal (EST) foi medida utili-zando-se uma fita métrica aderida à parede. Oponto zero da fita estava ao nível do solo. Pro-curou-se fixá-la em uma parede aparentemen-te sem inclinação e com solo regular. A estatu-ra foi medida em apnéia, após uma inspiraçãomáxima.

Para a determinação dos diâmetros ós-seos foi utilizado o protocolo de Wilmore et al.(1991). Utilizou-se um paquímetro do tipoVernier Caliper, com precisão de 0,1 mm.Para a estimação do Percentual de gordura(%G) utilizou-se a equação de regressão apre-sentada por Lohman (1986), para estimar a gor-dura corporal relativa em crianças e jovens de7 a 16 anos (% G = 1,35 (TR + SE) - 0,012 (TR+ SE)2 - C*). Onde: *C = constantes por sexo,raça e idade. Utilizou-se as constantes sugeridaspor Lohman (1986) e, ainda, as constantes in-termediárias por sexo, idade e raça, sugeridaspor Pires Neto e Petroski (1996), numa tentati-va de facilitar e dar maior precisão na estima-ção do % G, Tabela 3.

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Tabela 3 - Constantes por sexo, idade e raça, para o cálculo da gordura corporal relativa em crianças e jovens,utilizadas nas equações sugeridas por Lohman (1986)

A gordura corporal também foi avaliadaatravés do somatório de quatro dobrascutâneas: S (SE + TR + ABV + PAM). As do-bras cutâneas (SE, TR e PAM) foram medidassegundo o protocolo de Harrison et al. (1991), ea ABV, segundo o protocolo de Pollock eWilmore (1993), utilizando-se um adipômetro damarca CESCORF, com escala de 0,1 mm.

A massa de gordura (MG, kg) e a massacorporal magra (MCM, kg) foram padronizaçõessegundo Behnke e Wilmore (1974).

A Massa de gordura (MG) foi obtida multi-plicando-se a massa corporal total pela fraçãodo percentual de gordura (MG = MC x (% G /100).

A Massa corporal magra (MCM, kg) foi es-timada subtraindo a massa de gordura (MG) damassa corporal (MC), (MCM = MC – MG)No índice de adiposidade (IA) os níveis de gor-dura corporal relativa foram classificados con-forme Lohman (1987), conforme Tabela 4.

Tabela 4 - Classificação da gordura corporal relativa (%G).

Procedimentos gerais para a coleta de da-dos

Para a realização desta pesquisa foramutilizados os equipamentos do Laboratório deEsforço Físico da Universidade Federal de San-ta Catarina.

Antes de iniciar propriamente a coleta dedados, foi solicitada permissão às Secretariasde Educação do Estado de Santa Catarina edos Municípios envolvidos, bem como foramconsultados todos os diretores das escolas en-volvidas.

Na etapa subseqüente foi preenchida a fi-cha para coleta de dados antropométricos.

Tratamento estatístico

No tratamento estatístico, utilizou-se osseguintes procedimentos do pacote estatísticoSPSSPC: análise descritiva; ANOVA ONE-WAY,

utilizando-se o fator grupo como critério de clas-sificação (variável independente) por idade esexo. Como procedimento “post hoc”, utilizou-se o teste de comparações múltiplas de Tukeypara localizar entre quais médias ocorreram di-ferenças significativas em nível p < 0,05.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Variáveis antropométricas

Os resultados da análise de variáveisantropométricas podem caracterizar o estadode evolução ontogênico atual, resultante de fa-tores genéticos e ambientais. A infância e a ado-lescência são marcadas por surtos de secre-ções hormonais que levam ao crescimento edesenvolvimento, caracterizando as diferentesfases de crescimento físico (Tanner, 1971).Os dados descritivos e os resultados da ANOVAONE-WAY, das variáveis antropométricas, en-

* Adaptado de Lohman (1987).

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tre os grupos masculinos, são apresentados nasTabelas 5, 6, 7 e 8, enquanto que nas Tabelas 9,10, 11 e 12 são apresentados os resultados dosexo feminino, respectivamente, para as idadesde 7, 8, 9 e 10 anos.

A massa corporal manteve-se crescentedos 7 aos 10 anos de idade em todos os gru-pos e para ambos os sexos. No sexo masculi-no, o aumento anual médio foi de 2,02 kg/anopara o grupo étnico-cultural português; 2,44 kg/ano para o grupo alemão; 2,11 kg/ano para ogrupo italiano e de 2,66 kg/ano para o grupomiscigenado.

No sexo feminino, a taxa de aumento anu-al da massa corporal foi superior àquela obser-vada no sexo masculino. Os resultados eviden-ciaram um aumento de 2,77 kg/ano para o gru-po português; 2,94 kg/ano para o grupo alemão;3,23 kg/ano para o grupo italiano e de 3,30 kg/ano para o grupo miscigenado.

Estes resultados eram esperados devidoao crescimento anual, dentro da faixa de norma-lidade, para esta faixa etária. Segundo Tanner(1975), o aumento da massa corporal é quaseconstante desde a idade de 3 anos até a puber-dade, com incrementos médios de 2,0 a 3,0 kg/ano. Uma evolução na massa corporal destamagnitude, também foi verificada por Nahas etal. (1992), em um estudo longitudinal com crian-ças do Colégio de Aplicação da UniversidadeFederal de Santa Catarina, Florianópolis, e, porGuedes (1994), através de estudo transversal,com crianças de Londrina, PR.

Quando se comparou a massa corporal,entre os grupos, por idade e sexo, poucas dife-renças estatisticamente significativas foram en-contradas. No sexo masculino, o grupo portu-guês apresentou resultados inferiores quandocomparado com os valores médios dos gruposalemão e italiano aos 7 anos (Tabela 5) e inferi-or aos demais grupos aos 10 anos (Tabela 8).Já no sexo feminino, não foram detectadas di-ferenças estatisticamente significativas entre osgrupos na variável massa corporal.

O comportamento da estatura corporaltambém foi crescente para todos os grupos, de7 a 10 anos e em ambos os sexos. No sexomasculino, verificou-se um incremento médiona estatura corporal de 3,91 cm/ano para o gru-po português; 4,96 cm/ano para o grupo alemão;3,99 cm/ano para o grupo italiano e de 4,60 cm/ano para o grupo miscigenado. No sexo femini-no, verificou-se um aumento de 5,22 cm/ano

para o grupo português; de 5,65 cm/ano para ogrupo alemão; de 5,59 cm/ano para o grupo ita-liano e de 5,65 cm/ano para o grupomiscigenado.

Os resultados do sexo masculino, em re-lação à estatura corporal, estão abaixo do valor5 cm/ano sugeridos por Tanner (1975), para afaixa etária de 5 anos até a adolescência, o quenão ocorreu com o sexo feminino. Nesta faixaetária, para ambos os sexos, os valores de 5 a6 cm/ano também foram sugeridos porShephard (1982).

Esta diferença na estatura entre os se-xos pode ter suporte nos resultados do estudode Duarte (1993), quando verificou que o picode crescimento ocorreu em idade mais preco-ce em meninas (11,55 anos), do que em meni-nos (13,99 anos) e que o início do estirão já podeser percebido por volta de um ano de antece-dência.

Ao estudar o pico de crescimento de cri-anças de São Caetano do Sul, SP, França et al.(1988) também constataram que o início doestirão do crescimento já pode ser percebidopor volta de 9 anos de idade para meninas e 10anos para meninos.

Mesmo assim, tanto os resultados dosexo masculino, quanto os do sexo feminino,são superiores aos apresentados pelo INAN(1990), que embora não tenha separado porgrupo étnico, verificou uma defasagem de 3,5cm/ano na idade de 7 anos em crianças brasi-leiras quando comparadas com o critério doNCHS (Hamill et al., 1979). Também são supe-riores aos resultados verificados por Sobrinhoe Gomes (1984) e Benigna et al. (1987), reali-zados com crianças do nordeste brasileiro, queapresentaram um déficit superior aos encontra-dos neste estudo. Os autores justificaram estedéficit devido à carência alimentar (desnutriçãoprotéico-calórica) e ao baixo nível sócio-econô-mico, verificados nas crianças do Norte-Nordes-te brasileiro.

O fato de os resultados encontrados se-rem superiores aos verificados em outras regi-ões brasileiras, podem ser embasados nasconstatações de Eveleth (1986), quando cita quena infância o crescimento longitudinal parece sermais sensível a fatores ambientais e na adoles-cência a fatores genéticos. Dentre os fatoresambientais, pode-se destacar o aspectonutricional, nível sócio-econômico, meio ambi-ente, crescimento secular, nível de atividade fí-

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sica, doenças e clima, como os maioresinfluenciadores do crescimento longitudinal.

Quando se comparou a estatura corporalentre os grupos por idade e sexo, verificou-se,para o sexo masculino, que os grupos italiano ealemão apresentaram resultados superiores eestatisticamente significativos (p < 0,05), quan-do comparados com o grupo português aos 7anos de idade (Tabela 5); entre o grupo italianoe o português aos 8 anos de idade (Tabela 6);na idade de 10 anos, o grupo alemão apresen-tou resultados superiores aos grupos italiano emiscigenado. Ainda na idade de 10 anos, o gru-po português apresentou resultados inferioresaos demais grupos estudados (Tabela 8).

Na estatura corporal, sexo feminino, dife-renças estatisticamente significativas foram en-contradas entre o grupo português e alemão aos7 anos de idade (Tabela 9); alemão emiscigenado aos 8 anos de idade (Tabela 10);português em relação aos grupos alemão e ita-liano aos 10 anos de idade (Tabela 12). Paratodas as diferenças encontradas, em ambos ossexos, o grupo português apresentou resulta-dos inferiores aos demais grupos.

Segundo Waterlow (1994) e Richmond(1995), o crescimento corporal está associadoao potencial genético em crianças e jovens e ésimilar em diferentes grupos étnicos, com omesmo padrão de estilo de vida. As diferençasraciais/étnicas são pequenas quando compa-radas com aquelas impostas pelo ambiente.

Devido ao fato da massa corporal refletirtodos os tipos de tecidos, também foram anali-sados os diâmetros ósseos para explicar pos-síveis diferenças entre os grupos nas variáveisantropométricas e na composição corporal.

Quanto aos diâmetros ósseos, no sexomasculino, as diferenças mais expressivas fo-ram constatadas aos 7 e 10 anos de idade (Ta-belas 5 e 8). Os diâmetros ósseos apresenta-ram diferenças similares às verificadas nas va-riáveis massa corporal e estatura corporal, comos grupos italiano e alemão apresentando re-sultados superiores e estatisticamente signifi-cativos, quando comparados aos resultados dogrupo português.

Os resultados nos diâmetros ósseos dosexo feminino, de modo geral, foram similaresaos verificados no sexo masculino. Os grupositaliano e alemão apresentaram resultados sig-nificativamente superiores (p < 0,05), quandocomparados com os do grupo português. Emalgumas variáveis, diâmetro rádio-ulnar, aos 8

anos (Tabela 10); diâmetro biepicondiliano doúmero, aos 9 anos (Tabela 11), o grupo alemãoapresentou valores superiores, quando compa-rado com o grupo miscigenado. Já na variáveldiâmetro bicondiliano do fêmur, aos 7 anos, ogrupo italiano também apresentou resultadossuperiores ao grupo miscigenado (Tabela 9).

Com relação às variáveisantropométricas, de modo geral pode-se inferir,para o sexo masculino que, nas idades de 7 e10 anos, os grupos italiano e alemão apresen-taram resultados superiores e estatisticamentesignificativos (p < 0,05), quando comparadoscom os resultados do grupo português (Tabe-las 5 e 8). Na idade de 7 anos, os resultadosmais expressivos foram encontrados no grupoitaliano, seguido do grupo alemão. As evidênci-as parecem indicar que os grupos italiano e ale-mão apresentaram resultados superiores aogrupo português, em decorrência do segundoestirão de crescimento mais acentuado nosgrupos italiano e alemão, influenciados princi-palmente por fatores ambientais, sociais e cul-turais.

Os resultados apresentados por Habichtet al. (1974), parecem dar suporte a essasinferências, quando concluíram que as condi-ções sócio-econômicas são responsáveis pelocontrole do potencial máximo de crescimentoindependentemente da região geográfica. A in-terferência étnica sobre o crescimento é de ape-nas 6% para a massa corporal e de 3% para aestatura corporal, enquanto que os aspectossócio-econômicos influenciam 30% na massacorporal e 12% na estatura corporal.

Com relação ao segundo estirão de cres-cimento, Duarte (1993) cita que o primeiroestirão de crescimento ocorre após o nascimen-to, o segundo ocorre por volta de 6 a 8 anos e oterceiro na puberdade.

Foram identificados quatro picos de velo-cidade de crescimento durante o período pré-pubertário por Butler et al. (1990). O segundoestirão foi observado em 100% do meninos e98,2% das meninas estudados. A idade médiado pico do estirão intermediário aconteceu aos7,03 ± 0,67 anos nos meninos e aos 6,66 ± 0,69anos nas meninas.

Resultados similares no estirão de cres-cimento intermediário também foram detecta-dos por Gasser et al. (1993), no “Zurich Longi-tudinal Growth Study”. Os resultados relatados,para meninos e meninas, foram respectivamen-te: na estatura aos 7,01 e 6,68 anos; na massa

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corporal aos 7,79 e 8,13 anos; no perímetro dobraço aos 7,45 e 7,51 anos; no perímetro daperna aos 7,72 e 7,41 anos.

Na idade de 10 anos (Tabela 8), o grupoalemão e o grupo italiano destacaram-se dosdemais grupos nas variáveis antropométricas.Estes resultados indicaram um provável aumen-to nas variáveis antropométricas, devido aoestirão pubertário mais precoce nos grupos ale-mão e italiano. Porém, poucas diferenças esta-tisticamente significativas foram detectadas nasidades de 8 e 9 anos: na estatura, aos 8 anos(Tabela 6), com o grupo alemão apresentandoresultados superiores ao grupo português; diâ-metro rádio-ulnar, com os grupos alemão emiscigenado apresentando resultados superio-res ao grupo português e, aos 9 anos (Tabela7), no diâmetro rádio-ulnar, com o grupo italianoapresentando resultados superiores ao grupoportuguês.

No sexo feminino, embora em um núme-ro menor de variáveis antropométricas, houvetambém uma tendência dos grupos alemão eitaliano apresentarem valores superiores (p <0,05), em relação ao grupo português. Porém,foram poucas diferenças estatísticas detecta-das entre os grupos italiano e alemão quandocomparados aos resultados do grupomiscigenado: no diâmetro bicondiliano do fêmur,aos 7 anos (Tabela 9), com valores superioresdo grupo italiano. Na estatura e diâmetro rádio-ulnar, aos 8 anos (Tabela 10), com valores su-periores do grupo alemão. Aos 9 anos (Tabela11), no diâmetro biepicondiliano do úmero, comvalores superiores do grupo alemão.

Nas variáveis antropométricas, para am-bos os sexos, verificou-se uma tendência dogrupo miscigenado apresentar valores médios

sempre mais próximos do grupo português, en-quanto que os grupos italiano e alemão apre-sentaram valores médios similares. Essa ten-dência pode ser explicada, devido ao fato daamostra do grupo miscigenado ser oriunda, prin-cipalmente da miscigenação do grupo étnico-cultural português com os demais grupos étni-cos e raciais. Isto se deve, tanto pelo fato dosportugueses serem os primeiros colonizadores,estando mais tempo em terras catarinenses(Piazza & Hübener, 1989), pela localização ge-ográfica privilegiada (Piazza, 1992; Farias,1996), quanto pela maior facilidade histórico-cultural do português miscigenar (Caldas Filho,1995). O que não ocorreu, com tanta ênfase,com os grupos étnicos alemão e italiano, quepor circunstâncias da colonização, tenderam aformar grupos mais isolados geograficamente,em regiões de mais difícil acesso (Piazza, 1983;Dall’Alba, 1983; Sachet & Sachet, 1997), e tam-bém pela própria característica do povo alemãoe italiano em manter, marcadamente no inícioda colonização, maior hegemonia étnico-racial(Richter, 1992).

Ainda em relação às variáveisantropométricas, pode-se inferir, devido aos for-tes indícios nos resultados encontrados, que,além da provável influência genética, as diferen-ças encontradas entre os grupos deste estudo,foram decorrentes, preponderantemente dasvariações ambientais, especialmente do nívelsócio-econômico e da nutrição, influenciada pelaquestão cultural. Estas inferências foram apoi-adas nos resultados dos estudos de Habicht etal. (1974); Malina (1990); Butler et al. (1990);Matsudo (1992); Gasser et al. (1993); Bogin(1993); Waterlow (1994); Marcondes (1994);Bongin e Loucky (1997), que também verifica-ram que as variáveis ambientais influenciam, deforma significativa, o crescimento de criançase jovens.

TABELA 5 - Valores médios e desvios padrões das variáveis antropométricas e da composição corporal com os valores deF da comparação entre os grupos masculinos, na idade de 7 anos.

Médias com letras diferentes foram estatisticamente diferenciadas pelo teste de Tukey (p < 0,05).

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TABELA 6 - Valores médios e desvios padrões das variáveis antropométricas e da composição corporal com os valoresde F da comparação entre os grupos masculinos, na idade de 8 anos.

TABELA 7 - Valores médios e desvios padrões das variáveis antropométricas e da composição corporal com os valores deF da comparação entre os grupos masculinos, na idade de 9 anos.

TABELA 8 - Valores médios e desvios padrões das variáveis antropométricas e da composição corporal com os valores deF da comparação entre os grupos masculinos, na idade de 10 anos.

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TABELA 9 - Valores médios e desvios padrões das variáveis antropométricas e da composição corporal com os valores deF da comparação entre os grupos femininos, na idade de 7 anos.

TABELA 10 - Valores médios e desvios padrões das variáveis antropométricas e da composição corporal com os valoresde F da comparação entre os grupos femininos, na idade de 8 anos.

TABELA 11 - Valores médios e desvios padrões das variáveis antropométricas e da composição corporal com os valoresde F da comparação entre os grupos femininos, na idade de 9 anos.

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TABELA 12 - Valores médios e desvios padrões das variáveis antropométricas e da composição corporal com os valoresde F da comparação entre os grupos femininos, na idade de 10 anos.

Variáveis da composição corporal

Nas variáveis da composição corporal(Tabelas 5 a 12), verificou-se uma tendência deaumento gradativo com o aumento da idade. Emambos os sexos, foram constatadas poucas di-ferenças estatisticamente significativas. No sexomasculino, verificaram-se diferenças na idadede 7 anos (Tabela 5), com os grupos italiano ealemão apresentando massa corporal magrasuperior ao grupo português; na variável gordu-ra de membros o grupo alemão também apre-sentou resultados superiores ao grupo portugu-ês. Na idade de 10 anos, também na variávelmassa corporal magra, todos os grupos apre-sentaram resultados superiores ao grupo por-tuguês (Tabela 8).

Já no sexo feminino, só foi verificada dife-rença estatisticamente significativa, na variávelmassa corporal magra, aos 10 anos de idade,com o grupo alemão apresentando resultadossuperiores ao grupo português (Tabela 12).Na comparação entre os grupos, não foramconstatadas diferenças estatisticamente signi-ficativas, em todas as idades e, respectivamen-te, para o sexo masculino e feminino, nas variá-veis percentual de gordura, massa de gordurae somatório de quatro dobras cutâneas (Tabe-las 5 a 12).

As diferenças encontradas na massa cor-poral magra (grupos masculinos aos 7 e 10anos; grupos femininos aos 10 anos), parecemindicar que as diferenças detectadas nas variá-

veis massa corporal (grupos masculinos aos 7e 10 anos), e estatura corporal (grupos mascu-linos aos 7, 8 e 10 anos; grupos femininos aos7, 8 e 10 anos), foram decorrentes de uma mai-or massa óssea, observada nos diâmetros ós-seos e provavelmente maior massa muscular.Assim, pode-se inferir que os valores superio-res observados nos grupos alemão e italiano,quando comparados com o grupo português,nas variáveis antropométricas, foram em decor-rência da massa corporal magra e não da mas-sa de gordura corporal. Esta diferença pode tersuporte genético (Bouchard, 1991; Moll et al.1991), em fatores preponderantementeambientais (Malina, 1988; Bogin, 1993;Richmond, 1995; Bogin & Loucky, 1997), ou ain-da através da interação entre estes dois fatores(Eveleth, 1986; Bouchard, 1988a; Bogin, 1992;Waterlow, 1994).

Quanto ao índice de adiposidade, no sexomasculino (Tabela 13), verificou-se que na ca-tegoria ótima de adiposidade (de 10% a 20% degordura corporal), classificaram-se 69% dosmeninos portugueses, 69% dos alemães, 65%dos italianos e 68% dos miscigenados. Consi-derando-se os valores extremos inferiores, nacategoria muito baixa (até 6% de gordura), veri-ficou-se que nenhuma criança do sexo mascu-lino classificou-se nesse índice. No nível baixo(de 6 a 10% de gordura corporal) encontrou-se15% dos portugueses, 11% dos alemães, 11%dos italianos e 12% dos miscigenados. Já a taxapercentual de meninos com excesso de gordu-

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ra corporal, somando-se os índices considera-dos alto (25,1% a 31% de gordura) e muito alto(acima de 31% de gordura), classificaram-se8% dos portugueses, 14% dos alemães, 12%dos italianos e 12% dos miscigenados.

No sexo feminino (Tabela 14), verificou-se que na categoria ótima (de 15,1% a 25% degordura corporal), classificaram-se 58% dasmeninas portuguesas, 64% das alemãs, 58%das italianas e 71% das miscigenadas. Consi-derando-se os valores extremos inferiores, noíndice muito baixo (até 12% de gordura corpo-ral), classificaram-se 1% das crianças do gru-po étnico-cultural português, 5% das alemãs,1% das italianas e 4% das miscigenadas. Noíndice baixo (de 12,1 a 15% de gordura corpo-ral), verificou-se um percentual de 17% das cri-anças portuguesas, 8% das alemãs, 12% dasitalianas e 9% das miscigenadas. Porém, so-mando-se a categoria alta (de 30,1% a 35,5%de gordura corporal relativa) e a categoria mui-to alta (acima de 35,6% de gordura corporal),encontrou-se 12% das meninas portuguesas,11% das alemãs, 13% das italianas e 7% dasmiscigenadas com excesso de gordura corpo-ral.

Resultados superiores aos deste estudo,na categoria ótima, para ambos os sexos(79,16% para meninos e 78,94% para as meni-nas), foram verificados por Waltrick (1996), comcrianças de Florianópolis, SC. Entretanto, es-tas diferenças nos resultados podem ser devi-do à utilização da equação de Boileau et al.(1985), para o cálculo do percentual de gorduracorporal. Neste estudo, utilizou-se a equaçãode Lohman (1986), que embora tenha a mes-ma origem da equação de Boileau et al. (1985),apresenta constantes diferenciadas por idade,sexo e raça.

Através de um estudo comparativo entreequações para estimar a gordura corporal emcrianças, Lopes e Pires Neto (1996a, 1996b) ve-rificaram que as equações apresentadas porLohman (1986) e Slaughter et al. (1988), pare-cem estimar com maior precisão a gordura cor-poral do que as equações de Haschke et al.(1981); Mukherjee e Roche (1984); Lohman etal. (1984a, 1984b) e Weststrate e Deurenberg(1989).

Utilizando a mesma equação desta pes-

quisa, Lopes e Pires Neto (1997), analisandocrianças de escolas públicas de Santa Maria,RS, encontraram resultados semelhantes aosdeste estudo para ambos os sexos.

Além disso, como neste estudo, a incidên-cia de índices de obesidade, para ambos ossexos, também foi detectada por Waltrick (1996)e Lopes e Pires Neto (1996a, 1996b, 1997).

Segundo Bouchard et al. (1988) e Dietz(1995), o excesso de gordura corporal na infân-cia e juventude geralmente leva à obesidade navida adulta, com todas as conseqüências e ris-cos para a saúde.

Dentre os riscos para a saúde, Williamset al. (1992), verificaram que a incidência de do-enças cardiovasculares e outras complicaçõespara a saúde é consideravelmente alta quandomeninos e meninas ultrapassam 25% e 30%de gordura corporal relativa. Em seu estudo, ascrianças com excesso de gordura apresenta-ram maior pressão arterial sangüínea sistólicae diastólica, elevado colesterol total e relaçãodo nível de colesterol de baixa densidade (LDL),com o colesterol de alta densidade (HDL).

Segundo Bouchard (1991), as dietas ri-cas em gordura, alto consumo de energia com-binado com baixo nível de atividade física habi-tual, são os principais fatores de riscos para odesenvolvimento de sobrepeso e obesidade. Aquantidade de gordura corporal é 45% resultan-te de fatores não transmissíveis, 30% decorren-tes da transmissão cultural e 25% influencia-dos por fatores genéticos.

Os resultados do índice de adiposidadeindicaram, para ambos os sexos, que deve ha-ver uma preocupação, tanto com as criançasque apresentaram índices muito baixos e bai-xos de gordura corporal, chamado de magrezaexcessiva por Heyward e Stolarczyk (1996), quepodem levar a deficiências do crescimento e de-senvolvimento das crianças, causadas peladesnutrição (Malina, 1990; Waterlow, 1994),quanto com os índices alto e muito alto, que ca-racterizam a obesidade e levam aos riscos dedoenças crônico-degenerativas (Brooks &Fahey, 1987; Bouchard et al., 1988; Lohman,1992; Baumgartner & Jackson, 1995).

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CONCLUSÕES

De modo geral, com base nos resultadosdeste estudo, pode-se concluir que:

Quanto às variáveis antropométricas:

No sexo masculino, nas idades de 7 e 10anos, os grupos étnico-culturais italiano e ale-mão apresentaram resultados superiores, quan-do comparados com o grupo étnico cultural por-tuguês e similares ao grupo miscigenado. Naidade de 7 anos, os resultados mais expressi-vos foram encontrados no grupo italiano, segui-do do grupo alemão. Na idade de 10 anos, ogrupo alemão apresentou resultados mais ex-pressivos, seguido pelo grupo italiano. As evi-dências parecem indicar que estes resultadossão decorrentes do segundo estirão de cresci-mento mais acentuado no grupo italiano e ale-mão, influenciados principalmente por fatoresambientais, sociais e étnico-culturais.

No sexo feminino, embora em um núme-ro menor de variáveis, os grupos alemão e ita-

liano também apresentaram resultados superi-ores ao grupo português.

Nas idades de 8 e 9 anos, poucas dife-renças foram encontradas entre os grupos emambos os sexos.

Tanto no sexo masculino, quanto no sexofeminino, verificou-se uma tendência do grupomiscigenado apresentar valores médios inter-mediários, entre o grupo étnico português e osgrupos étnicos italiano e alemão. Esta tendên-cia pode ser explicada devido ao fato da amos-tra miscigenada ser oriunda, predominantemen-te, da miscigenação entre grupo étnico portu-guês e os demais grupos étnicos e raciais.

Quanto às variáveis da composição corporal:

Na comparação entre os grupos, paraambos os sexos, não foram constatadas dife-renças na maioria das variáveis da composi-ção corporal (percentual de gordura, massa degordura e somatório de 4 dobras cutâneas).

No sexo masculino, aos 7 anos, verificou-se que os grupos étnico-culturais italiano e ale-

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mão apresentaram massa corporal magra su-perior ao grupo português. Já aos 10 anos deidade, também na massa corporal magra, to-dos os grupos apresentaram resultados supe-riores ao grupo português.

Entretanto, no sexo feminino, somente namassa corporal magra aos 10 anos de idade, ogrupo alemão apresentou valores superiores aogrupo português.

Com base nos resultados da composiçãocorporal, pode-se inferir que as diferenças nasvariáveis antropométricas, quando os grupos ét-nicos italiano e alemão apresentaram resulta-dos superiores ao grupo português, foram de-correntes de uma maior massa corporal magrae não decorrentes do componente gorduroso,onde não foram encontradas diferenças entreos grupos.

Quanto ao índice de adiposidade, no sexomasculino, verificou-se que a maioria da amos-tra encontra-se na categoria ótima (69% portu-gueses, 69% dos alemães, 65% dos italianos e68% dos miscigenados). Entretanto, nas cate-gorias alta e muito alta, caracterizando exces-so de gordura corporal, encontram-se 8% dosportugueses, 14% dos alemães, 12% dos itali-anos e 12% dos miscigenados.

No sexo feminino, verificou-se que no ín-dice ótimo de gordura corporal encontram-se58% das portuguesas, 64% das alemãs, 58%das italianas e 71% das miscigenadas. Porém,12% das crianças portuguesas, 11% das ale-mãs, 13% das italianas e 7% das miscigenadasapresentaram excesso de gordura corporal.

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Endereço dos Autores

Dr. Adair da Silva LopesUniversidade Federal de Santa CatarinaCentro de DesportosDepartamento de Educação FísicaCampus Universitário – CP - 47788.010-970 – Florianópolis/SC


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