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Apostila Citologia 9 Ano Prof Luca

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Colégio Batista do Cariri – 9º ano Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos 1 APOSTILA DE BIOLOGIA 9º ANO FUNDAMENTAL Prof. Luis Carlos
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Colégio Batista do Cariri – 9º ano

Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos

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APOSTILA

DE

BIOLOGIA

9º ANO FUNDAMENTAL

Prof. Luis Carlos

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Colégio Batista do Cariri – 9º ano

Apostila de Biologia – Prof. Luis Carlos

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COMPOSIÇÃO QUIMICA DOS SERES VIVOS

Todos os seres vivos são constituídos por substâncias químicas, que além de formá-lo, ainda

permite sua manutenção. Os elementos químicos que participam da composição da matéria viva

estão presentes também na matéria bruta. Entretanto, nesta última, os átomos se dispõem de forma

mais simples e muitas vezes não chegam a formar moléculas. É o que acontece com substâncias

como o cloreto de sódio (NaCl – sal de cozinha).

Costuma-se classificar as substâncias em dois grupos: as substâncias inorgânicas e as

substâncias orgânicas. Estão incluídos no grupo dos inorgânicos a água e os sais minerais; e

fazendo parte das substâncias orgânicas temos: as proteínas, vitaminas, ácidos nucléicos,

carboidratos e lipídeos.

Na natureza dos seres viventes, a água é o componente químico que entra em maior

quantidade, mas as substâncias orgânicas predominam em variedade, pois é grande o número de

proteínas, ácidos nucléicos, lipídios e carboidratos diferentes que formam a estrutura das células e

dos organismos. Sais minerais e vitaminas participam em doses pequenas, mas também

desempenham papéis importantes.

O estudo da composição química dos organismos tem a sua maior parte fundamentada na

bioquímica celular ou citoquímica. Afinal, os seres viventes têm a sua estrutura basicamente

organizada e estabelecida na célula.

PERCENTUAL DE SUBSTÂNCIAS NO ORGANISMO

Principais elementos :

Oxigênio 65,0%

Carbono 18,0%

Hidrogênio 10,0%

Nitrogênio 3,05

Subtotal 96,0%

Principais Substâncias

Cálcio (Ca) 1,80% Fósforo (P) 1,20% Potássio (K). 0,35% Enxofre (S) 0,25% Sódio (Na) 0,15% Cloro (Cl). 0,15% Magnésio (Mg) 0,05% Flúor (F). 0,007% Ferro (Fe) 0,005% Subtotal 3,962% Outros(Zn,Br,Mn,Cu,I,Co) 0,038% TOTAL 100,00

Água 65% Proteínas 15% Lipídios 8% Carboidratos 6% Sais Minerais 5% Outros 1% TOTAL 100

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1. COMPOSTOS INORGÂNICOS

1.1. ÁGUA

POR QUE A ÁGUA É TÃO FUNDAMENTAL?

Na verdade, ela é um dos melhores solventes que existem na natureza; em outras palavras,

dissolve uma infinidade de tipos de substâncias. Grande parte das substâncias dos seres vivos fica,

então, dissolvida na água.

Todo transporte de substâncias tanto dentro das células (meio intracelular) como fora das

células (meio extracelular) dependem da água. Alimentos, gases da respiração, excretas, tudo isso se

difunde nesse líquido e é por ele carregado.

A excreção (eliminação) de substâncias que não são mais necessárias ao organismo e a

produção de substâncias que o corpo elimina de alguma forma são formadas, em sua grande maioria,

usando-se água. É a base do sangue, da linfa, dos líquidos intersticiais nos tecidos e das secreções

como a lágrima, o leite e o suor.

A água favorece a ocorrência de reações químicas. As moléculas nela dissolvidas ficam em

constante movimento, podendo se “encontrar” e reagir quimicamente.

O metabolismo depende sem dúvida da água. Em um nível de organismo, a água tem muita

importância na manutenção da temperatura de animais e plantas terrestres.

A água é obtida através da ingestão de alimentos sólidos

ou pastosos, de líquidos e da própria água. Alguns animais

nunca bebem água, eles a obtêm exclusivamente através dos

alimentos.

Ao fim das reações químicas de fabricação de proteínas,

glicídios e lipídios, bem como ao final do processo respiratório e

da fotossíntese, ocorre a formação de moléculas de água.

Por isso a quantidade de água na célula é proporcional à

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atividade celular, ou seja, varia de acordo com o metabolismo da célula. Quanto maior for sua

atividade, maior a necessidade de água.

Nos tecidos muscular e nervoso, sua proporção é de 70% a 80%, enquanto que no tecido

ósseo é de cerca de 25%.

Além da atividade da célula ou tecido, a quantidade de água em um organismo depende

também da espécie considerada. Nos cnidários (águas-vivas) a quantidade de água pode chegar a

98%, nos moluscos (polvo) é um pouco maior do que 80%, na espécie humana varia entre 60 e 70%.

A proporção varia também com a idade do indivíduo. Nos embriões, a quantidade de água é

maior do que nos adultos.

1.2. SAIS MINERAIS

Os sais minerais são substâncias que auxiliam na regulação das atividades celulares e

participam da formação de diversos componentes, sendo encontrados tanto nas células vivas quanto

na natureza não-viva.

Os sais também são usados como componentes de estruturas esqueléticas: neste caso são

pouco solúveis em água. É o caso dos esqueletos das cascas de ovos, das carapaças de insetos e

caranguejos.

Eles são obtidos pela ingestão de água e junto com alimentos como frutos, cereais, leite, peixes,

etc.

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FUNÇÕES DOS SAIS MINERAIS

• Têm participação nos mecanismos de regulação da quantidade de água, estimulando a saída

ou a entrada de água dentro da célula. Quanto maior for a concentração de sais, maior será a

quantidade de água usada para dissolvê-los, quanto menor for sua concentração, menor será

sua necessidade de água.

• A concentração dos sais na célula determina o grau de densidade do material intracelular em

relação ao meio extracelular.

IMPORTÂNCIA DOS SAIS MINERAIS

• Os sais de ferro são importantes para a formação da hemoglobina. A deficiência de ferro no

organismo causa um dos tipos de anemia.

• Os sais de iodo têm papel relevante na ativação da glândula tireóide, cujos hormônios

possuem iodo na sua fórmula. A falta de sais de iodo na alimentação ocasiona o bócio.

• Os fosfatos e carbonatos de cálcio participam na sua forma cristalina da composição da

substância intercelular do tecido ósseo e do tecido conjuntivo da dentina. A carência desses

sais na alimentação implica no desenvolvimento anormal de ossos e dentes, determinando o

raquitismo. Como íons isolados, os fosfatos e carbonatos atuam no equilíbrio do pH celular.

• Os íons de sódio e potássio têm ativa participação na transmissão dos impulsos nervosos

através dos neurônios.

• Os íons cálcio atuam na contração das fibras musculares e no mecanismo de coagulação

sangüínea.

• Os íons magnésio participam da formação da molécula de clorofila, essencial para a

realização da fotossíntese.

• Os íons fósforo fazem parte da molécula do ATP (composto que armazena energia) e integra

as moléculas de ácidos nucléicos (DNA e RNA).

Os sais mais comuns na composição da matéria viva são os cloretos, os carbonatos, os fosfatos,

os nitratos e os sulfatos (de sódio, de potássio, de cálcio, de magnésio e outros).

⇒ Sódio: Sua concentração na célula é sempre menor do que a externa. As membranas

celulares expulsão constantemente o sódio que tende a penetrar na célula.

⇒ Potássio: Inversamente ao sódio, é mais abundante dentro das células do que fora

delas. Sódio e potássio se relacionam com fenômenos de condução nervosa.

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⇒ Cálcio: Necessário para ação de certas enzimas, como na coagulação, por exemplo.

⇒ Magnésio: Presente na clorofila, portanto necessário ao processo de fotossíntese.

⇒ Ferro: Presente na hemoglobina, que transporta o oxigênio. Faz parte dos citocromos,

substâncias importantes que participam do processo de respiração celular.

TABELA DE SAIS MINERAIS

Sal mineral Função Sua falta provoca Fontes

Cálcio Atua na formação de

tecidos, ossos e dentes; age

na coagulação do sangue e

na oxigenação dos tecidos;

combate as infecções e

mantém o equilíbrio de ferro

no organismo

Deformações ósseas;

enfraquecimento dos

dentes

Queijo, leite, nozes,

uva, cereais integrais,

nabo, couve, chicória,

feijão, lentilha,

amendoim, castanha

de caju

Fósforo Atua na formação de ossos

e dentes; indispensável para

o sistema nervoso e o

sistema muscular; junto com

o cálcio e a vitamina D,

combate o raquitismo

Maior probabilidade de

ocorrência de fraturas;

músculos atrofiados;

alterações nervosas;

raquitismo

Carnes, miúdos, aves,

peixes, ovo,

leguminosas, queijo,

cereais integrais

Ferro Indispensável na formação

do sangue; atua como

veiculador do oxigênio para

todo o organismo

Anemia Fígado, rim, coração,

gema de ovo,

leguminosas,

verduras, nozes,

frutas secas, azeitona

Iodo Faz funcionar a glândula

tireóide; ativa o

funcionamento cerebral;

permite que os músculos

armazenem oxigênio e evita

que a gordura se deposite

nos tecidos

Bócio; obesidade,

cansaço

Agrião, alcachofra,

alface, alho, cebola,

cenoura, ervilha,

aspargo, rabanete,

tomate, peixes, frutos

do mar vegetais

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Cloro Constitui os sucos gástricos

e pancreáticos

É difícil haver carência e

cloro, pois existe em

quase todos os

vegetais; o excesso de

cloro destrói a vitamina

E e reduz a produção

de iodo

Potássio Atua associado ao sódio,

regularizando as batidas do

coração e o sistema

muscular; contribui para a

formação as células

Diminuição da atividade

muscular, inclusive a do

coração

Azeitona verde,

ameixa seca, ervilha,

figo, lentilha,

espinafre, banana,

laranja, tomate,

carnes, vinagre de

maçã, arroz integral

Flúor Forma ossos e dentes;

previne dilatação das veias,

cálculos da vesícula e

paralisia

A necessidade de flúor

é muito pequena; ele é

recomendado apenas

para gestantes para

crianças durante a

formação da segunda

dentição

Agrião, alho, aveia,

brócolis, beterraba,

cebola, couve-flor,

maçã, trigo integral

Sódio Impede o endurecimento do

cálcio e do magnésio, o que

pode formar cálculos biliares

ou nefríticos; previne a

coagulação sangüínea

Cãibras e retardamento

na cicatrização de

feridas

Todos os vegetais

(principalmente

salsão, cenoura,

agrião e cebolinha

verde), queijo, nozes,

aveia

Zinco Atua no controle cerebral

dos músculos; ajuda na

respiração dos tecidos;

participa no metabolismo

das proteínas e carboidratos

Diminui a produção de

hormônios masculinos e

favorece o diabete

Carnes, fígado, peixe,

ovo, leguminosas,

nozes

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1.3. CARBOIDRATOS

Também conhecidos como açúcares, glucídios ou hidratos de carbono, os carboidratos são

moléculas orgânicas constituídas por carbono, hidrogênio e oxigênio, são as principais substâncias

produzidas nas plantas durante o processo da fotossíntese. De modo geral, são utilizados pelas

células, como combustível, ou seja, fonte de energia; sendo, ainda, participadores de algumas

estruturas de diversos organismos.

Os carboidratos são classificados em grupos de acordo com o tamanho e a função do açúcar.

1. OS MONOSSACARÍDEOS (oses) - São os carboidratos que apresentam um número de

carbono variando 3 a 7:

• Trioses – três átomos de carbono na molécula de açúcar

• Tetroses – quatro átomos de carbono na molécula de açúcar

• Pentoses – cinco átomos de carbono na molécula de açúcar

• Hexoses – seis átomos de carbono na molécula de açúcar

• Heptoses – sete átomos de carbono na molécula de açúcar

Os monossacarídeos que iremos destacar apresentam alto valor biológico, sendo eles:

Pentoses Desoxirribose – participa da

formação da molécula de

DNA.

Ribose – participa da

formação da molécula de

RNA.

Hexoses Glicose – principal fonte

energética.

Frutose – açúcar das frutas.

Galactose

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Frutose é o açúcar das frutas Desoxirribose é o açúcar que faz

parte do material genético

2. OS DISSACARÍDEOS - São carboidratos formados pela união de duas moléculas de

monossacarídeos. Os principais são a maltose, a sacarose e a lactose. A maltose (glicose +

glicose) é um produto da quebra do amido. A sacarose (glicose + frutose) é o açúcar da cana-

de-açúcar e da beterraba. A lactose (glicose + galactose) é o açúcar do leite.

3. OS POLISSACARÍDEOS - São moléculas constituídas pela união de vários

monossacarídeos. Os monossacarídeos unem-se por uma reação em que ocorre saída de

uma molécula de água por cada ligação química realizada (síntese por desidratação). Os

polissacarídeos são moléculas enormes, às vezes ramificadas, constituídas por numerosos

monossacarídeos, que são classificadas em dois grupos:

Polissacarídeos de

reserva – são

carboidratos de

reserva energética.

Nos animais o excesso de

carboidratos é armazenado sob a

forma de um polissacarídeo

chamado de glicogênio,

principalmente nos músculos e no

fígado.

Já nos vegetais, o

polissacarídeo de reserva é

conhecido como amido. E é

encontrado na mandioca,

batatas, trigo, arroz, milho, etc.

Polissacarídeos

estruturais – são

os que participam

da constituição

física de alguns

seres vivos

A celulose é o principal

componente da parede das

células vegetais, onde serve de

proteção e sustentação.

A quitina é o polissacarídeo

que forma a carapaça dos

artrópodes (insetos, aracnídeos

e crustáceos) e forma a parede

das células dos fungos.

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A madeira é rica em celulose sendo

fonte de matéria prima para a produção

do papel

O pão, o macarrão e outros produtos à

base de cereais são ricos em amido.

A quitina é um polissacarídeo

encontrado na carapaça de

besouros.

1.4. LIPÍDEOS

São substâncias muito abundantes em animais e

vegetais. Compreendem os óleos, as gorduras, as ceras, os

lipídeos compostos e finalmente os esteróides, que apesar

de estruturalmente diferentes dos outros lipídios, ainda assim

são considerados lipídios.

Os lipídios são também compostos energéticos,

pois, na falta de glicose, a célula os oxida para liberação de energia. Uma molécula lipídica fornece o

dobro da quantidade de calorias em relação ao que oferece uma molécula glicídica. Entretanto, por

ser mais fácil a oxidação de uma molécula de glicose, os lipídios só são metabolizados na falta desta.

Na célula eles têm também um papel estrutural. Participam da formação da estrutura da

membrana plasmática e de diversas outras.

Nos animais homeotermos (temperatura corporal constante), existe uma camada adiposa sob

a pele que tem a função de isolante térmico, evitando a perda excessiva de calor.

Os lipídios atuam como solventes de algumas vitaminas (A, D, E, K) e outras substâncias

ditas lipossolúveis, de grande importância para os organismos.

Uma característica importante de todos os lipídios é a circunstância de não se dissolverem na água,

sendo solúveis apenas nos chamados solventes orgânicos como o álcool, o éter, o clorofórmio e o

benzeno.

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CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDIOS

TRIGLICERÍDEOS – Compreendem as gorduras e os óleos.

Possuem elevados teores energéticos e são os principais

componentes lipídicos da dieta humana. Em mamíferos que vivem

em regiões polares, como a baleia, a gordura forma uma espessa

camada subcutânea ou "colchão adiposo", que envolve o corpo e

permite o isolamento térmico do animal em relação ao ambiente frio.

As gorduras se mostram sólidas à temperatura ambiente, enquanto

os óleos se apresentam líquidos. Existem gorduras animais (banha de porco) e gorduras

vegetais (gordura de coco), bem como óleos animais (óleo de fígado de bacalhau) e óleos

vegetais (de oliva, soja, milho, etc.).

CERÍDEOS – Embora tenha valor econômico, não têm a mesma

importância que as gorduras e óleos. Os cerídeos ou ceras

abrangem produtos de origem animal (cerúmen do ouvido e cera de

abelha) e de origem vegetal (cera de carnaúba e babaçu). Auxiliam

na impermeabilização das folhas impedindo a perda excessiva de

água e na proteção do organismo (cera do ouvido e da pele).

⇒ CAROTENÓIDES – São pigmentos lipídicos amarelos e vermelhos sintetizados pelas

plantas, encontrados em cenoura, abóbora, tomate e mamão. O carotenóide de maior

importância biológica é o beta-caroteno que origina a vitamina A (retinol), necessária ao

bom funcionamento da visão.

ESTERÓIDES – Os esteróides têm estrutura química bastante

diferente do resto dos lipídios. São todos semelhantes à molécula do

colesterol, da qual derivam. Uma parcela do colesterol precisa ser

obtida pela dieta e a outra é fabricada pelo corpo, principalmente no

fígado, que reúne o colesterol com triglicerídios e proteínas para

formar o HDL (lipoproteína de alta densidade) e o LDL (lipoproteína de

baixa densidade). Além do colesterol, temos como exemplos de

esteróides os hormônios sexuais, a vitamina D e os esteróis. Além de componentes das

membranas animais, os esteróides funcionam como hormônios importantes no metabolismo

animal.

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⇒ OS FOSFOLIPÍDIOS – possuem um radical fosforado, integrando uma cadeia

nitrogenada. Formam a camada dupla da membrana celular. A molécula do fosfolipídio

reage, ao mesmo tempo, com a água e com os lipídios. Isso é possível porque possui

uma porção hidrófila (afeição a água), o fosfato, e uma porção hidrófoba (aversão a água)

constituída pelas cadeias lipídicas. Os principais exemplos de fosfolipídios são a lecitina e

a cefalina.(Importância Biológica).

Escultura à base de ceras

especiais

Entupimento de uma artéria por acúmulo

de lipídeo.

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O PERIGO DO USO DE ESTERÓIDES ANABOLIZANTES

Apesar do alerta de médicos, o consumo de esteróides anabolizantes

não é raro entre atletas e freqüentadores de academias. A venda desses

produtos sem receita é proibida, mas o produto é comprado facilmente. Entre

os efeitos nocivos dessas substâncias estão doenças cardíacas, que levam a

morte súbita, e mau funcionamento do fígado e dos rins.

A responsabilidade pelo consumo de anabolizantes não é só de atletas e alunos de academias. Alguns

médicos receitam essas drogas para fins estéticos ou visando ao aumento do rendimento de atletas. Nas

academias, tem aumentado muito o índice de mulheres, com mais de 30 anos, que usam esses produtos.

.

No Brasil, as substâncias mais vendidas são o Winstrol, o Primobolan e o Anavar, com preços entre R$ 150

e R$ 300. As fórmulas em ampolas custam entre R$ 5 e R$ 10 cada. Nos Estados Unidos, os anabolizantes

são considerados drogas e o comércio ilegal está sendo investigado pelo FBI. A grande procura por

anabolizantes pode ser explicada, em parte, pela valorização do culto ao corpo.

Os anabolizantes só devem ser indicados em casos de deficiência nutricional grave, que ocorre em pessoas

com AIDS, anemia crônica, má absorção das proteínas, câncer com metástase, deficiência de hormônios

androgênicos nos homens e em alguns casos de osteoporose. Além do risco de morte súbita e do mau

funcionamento do fígado e dos rins, os anabolizantes prejudicam o crescimento, causam hipertensão, doenças

hormonais, alteração da libido e de humor. Autópsias em atletas na faixa dos 20 anos mostraram cardiomiopatia

hipertrófica e fibrose no miocárdio.

O primeiro e mais evidente efeito, reversível a médio prazo, é o aumento do colesterol ruim (LDL) e da taxa

de triglicerídeos. A longo prazo, pode ocorrer diminuição do colesterol bom (HDL). Esteróides contribuem ainda

para o desenvolvimento de câncer de próstata, testículos e fígado ou lesões irreversíveis no fígado. Em alguns

casos é necessário o transplante. Nas mulheres, observam-se alterações do ciclo menstrual, hipertrofia

irreversível do clitóris, mudanças na voz e nascimento de pêlos.

Os efeitos colaterais dos anabolizantes também devem ser observados. Uma das substâncias mais

perigosas é o Clembuterol, cuja indicação nos Estados Unidos se limita ao tratamento de pacientes asmáticos.

No Brasil, o produto vem sendo usado por atletas e praticantes de musculação. Como a venda é ilegal no país,

o Clembuterol só é conseguido através de contrabando ou em algumas farmácias de manipulação. Ele aumenta

a pressão arterial e a freqüência cardíaca, causa falta de ar e tremores. Em casos graves, leva ao coma e pode

matar.

Recentemente, um paciente de 35 anos ficou no CTI por uma semana, devido aos efeitos colaterais

causados pela ingestão de uma única cápsula de Clembuterol. O paciente disse que o produto tinha sido

recomendado por um professor de musculação. O mesmo aconteceu com uma mulher de 40 anos, que ficou 15

dias em coma.

Além de inúmeros problemas de saúde, os esteróides interrompem abruptamente o crescimento e podem

levar um pré-adolescente a consumir outros tipos de drogas no futuro. As epífises ósseas, responsáveis pelo

crescimento, fecham precocemente, diminuindo a estatura final.

Uma pesquisa recente, realizada com estudantes do estado de Massachusetts (EUA), revelou que 3% das

crianças com mais de 10 anos usam ilegalmente esteróides para aumentar a massa muscular e melhorar a

performance em competições esportivas. E 38% dessas crianças foram influenciadas por amigos a comprar os

anabolizantes. Estudos da Universidade de Oklahoma revelaram que um milhão de pessoas já usavam

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anabolizantes há mais de cinco anos. Outra pesquisa, do Hospital Pediátrico de New Orleans, mostra que o

consumo entre os jovens aumentou 300% nos últimos cinco anos.

Fonte: Jornal O Globo de 18/10/98

Artigo de Hélio Ventura e João Michel El-Khouri, médicos especialistas em medicina do exercício e cardiologia,

respectivamente

COLESTEROL: ENTENDA COMO ELE AGE E QUANDO É UM PERIGO À

NOSSA SAÚDE

Um dos vilões em moda no final deste século é o colesterol. Popularizado

em várias matérias jornalísticas, este elemento da nossa alimentação

também tem seu valor e precisa ser entendido como age em nosso

organismo. Ele é nada mais que uma gordura e pode ser recebido pelo

nosso corpo de duas maneiras, pelos alimentos de origem animal e como um produto fabricado pelo próprio

fígado.

Sua função é fundamental para a vida. Ele age na composição da membrana que envolve todas as nossas

células, necessário para a formação dos nossos hormônios sexuais, ácidos biliares e vitamina D. Ele circula por

todo o corpo e não é solúvel no sangue. Utiliza uma proteína, a lipoproteína, para se movimentar. Depois de

fazer viagem do fígado para os tecidos o excesso deve ser eliminado.

Aí Está o Problema

O excesso ocorre se a pessoa ingere alimentos que contenham colesterol em demasia, como carnes gordas

e ovos, quando o fígado o produz demais ou o somatório dos dois. Este excesso pode se depositar nas artérias

endurecendo a parede e formando placas que gradualmente as entopem. Esse processo é conhecido, pois

pode gerar doenças como a arteriosclerose, isquemia cerebral e obstrução das veias das pernas.

As pessoas sedentárias, obesas e que ingerem alimentos ricos em colesterol são mais propensas a ter

níveis elevados. Os homens correm mais riscos do que as mulheres, já que o organismo feminino fica menos

exposto devido à ação do hormônio estrógeno. Ele equilibra a proporção dos dois tipos de lipoproteínas que

fazem o transporte do colesterol. As altas taxas de colesterol no organismo não mandam avisos prévios. Os

sintomas só aparecem depois que as placas já se formaram. Para evitar que isto ocorra o ideal é fazer exames

periódicos para que se possa controlar o nível de colesterol no organismo.

Tratamentos

Em alguns casos apenas uma dieta específica e equilibrada, à base de alimentos que ajudam a diminuir a

dosagem de colesterol, basta para manter os níveis aceitáveis de colesterol. Exercícios físicos leves como,

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caminhadas e natação também auxiliam. Mas nem sempre é tão fácil corrigir o problema. Quando o aumento se

deve a uma produção excessiva do fígado, há necessidade de uso de medicamentos indicados pelo

endocrinologista. Cuidados preliminares podem combater este risco do excesso. Exames periódicos a partir dos

20 anos de idade, correção de hábitos alimentares e uma melhor distribuição das refeições são fundamentais.

Caso exista a necessidade de refeições fora de casa, o uso de pratos com pouca ou nenhuma gordura é o

ideal.

Apenas um exame de sangue indica a taxa de colesterol no organismo. O nível considerado bom é de 200

mg/dl. A faixa limite é entre 200 mg e 240 mg/dl. Acima disto, o risco de ter obstruções nas artérias e problemas

cardíacos aumenta. A relação entre o risco de aterosclerose cardíaca e os níveis séricos de lipoproteínas

encontra-se bem estabelecida. Níveis elevados de colesterol total e de colesterol ruim (LDL), assim como níveis

baixos de colesterol bom (HDL), estão associados a um risco elevado. Em algumas situações, tais como

diabetes melito e níveis elevados de triglicerídeos são também um indicador do aumento do risco de doença

cardiovascular.

Atenção

1. Alimentos que você pode consumir à vontade: Cereais, legumes e verduras, frutas, iogurte desnatado, aveia,

gelatina, farinhas em geral, pão, queijo branco e outros.

2. Alimentos com moderação: Sementes oleaginosas (nozes e amendoim), óleos (soja, milho e girassol) e

margarina.

3. Alimentos com alto risco: Carnes gordas, pele de frango, camarão, lagosta, carne de porco. miúdos

embutidos, ovos, chocolate, leite integral, creme de leite, bacon, empanados, frituras, presunto, mortadela,

salame, queijos amarelos e outros.

Fonte: Manual de Terapêutica Clínica - 28a. Ed. - 1996.

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1.5. PROTEINAS

Elas constituem o componente orgânico mais abundante na célula e isso se explica

porque são as principais substâncias sólidas que formam praticamente todas as estruturas celulares.

As proteínas são formadas pela união de várias unidades chamadas de aminoácidos,e

podem ser agrupadas em várias categorias de acordo com a sua função. De uma maneira geral, as

proteínas desempenham nos seres vivos as seguintes funções: estrutural, enzimática, hormonal,

de defesa, nutritivo, coagulação sangüínea e transporte.

• FUNÇÃO ESTRUTURAL OU FUNÇÃO PLÁSTICA - participam da estrutura dos tecidos.

Plástico é uma palavra grega que pode ser traduzida como algo fácil de moldar. Por essa

característica das proteínas é que elas entram na constituição física dos organismos.

- Colágeno: proteína de alta resistência, encontrada na pele, nas cartilagens, nos ossos e tendões.

- Actina o Miosina: proteínas contráteis, abundantes nos músculos, onde participam do mecanismo

da contração muscular.

- Queratina: proteína impermeabilizante encontrada na pele, no cabelo e nas unhas.

- Albumina: proteína mais abundante do sangue, relacionada com a regulação osmótica e com a

viscosidade do plasma (porção líquida do sangue).

• FUNÇÃO ENZIMÁTICA - toda enzima é uma proteína. As enzimas são fundamentais como

moléculas reguladoras das reações biológicas.

- Lipases: enzimas que transformam os lipídios em sua unidades constituintes, como os ácidos

graxos e glicerol.

• FUNÇÃO HORMONAL - muitos hormônios de nosso organismo são de natureza protéica.

Resumidamente, podemos caracterizar os hormônios como substâncias elaboradas pelas

glândulas endócrinas e que, uma vez lançadas no sangue, vão estimular ou inibir a atividade

de certos órgãos.

- Insulina: hormônio produzido no pâncreas e que se relaciona com e manutenção da glicemia (taxa

de glicose no sangue).

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• FUNÇÃO DE DEFESA - existem células no organismo capazes de "reconhecer" proteínas

"estranhas" que são chamadas de antígenos. Na presença dos antígenos o organismo

produz proteínas de defesa, denominados anticorpos. O anticorpo combina-se,

quimicamente, com o antígeno, de maneira a neutralizar seu efeito. A reação antígeno-

anticorpo é altamente específica, o que significa que um determinado anticorpo neutraliza

apenas o antígeno responsável pela sua formação.

• FUNÇÃO NUTRITIVA - as proteínas servem como fontes de aminoácidos, incluindo os

essenciais requeridos pelo homem e outros animais. Esses aminoácidos podem, ainda, ser

oxidados como fonte de energia no mecanismo respiratório.

• COAGULAÇÃO SANGÜÍNEA - vários são os fatores da coagulação que possuem natureza

protéica, como por exemplo:

Fibrinogênio.

Globulina anti-hemofílica.

• TRANSPORTE - pode-se citar como exemplo a hemoglobina, proteína responsável pelo

transporte de oxigênio no sangue.

O ovo é rico em albumina As unhas são feitas de queratina

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COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS PROTEÍNAS

Na composição das proteínas comuns que formam a matéria viva são comumente encontrados

cerca de 20 aminoácidos diversos. Nos animais, um aminoácido é considerado essencial quando não

pode ser sintetizado pelas células, tendo que ser absorvido através da alimentação, e natural quando

pode ser sintetizado pelas células. Nos seres humanos, o fígado é o responsável pelas reações de

síntese de aminoácidos.

Os aminoácidos se unem entre si através de ligações químicas chamadas de ligações

peptídicas. Nesse tipo de ligação, dois aminoácidos se ligam ocorrendo a perda de uma molécula de

água. Quando ocorre perda de água na união de moléculas, dizemos que houve uma síntese por

desidratação. Síntese devido a formação de uma substância maior pela união de partículas menores

e desidratação porque ocorre a perda de água.

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Classificação dos Aminoácidos nos Seres Humanos

A seqüência de aminoácidos forma uma cadeia peptídica que pode conter dois (dipeptídios),

três (tripeptídios) ou mais aminoácidos. A partir de 4 aminoácidos a cadeia peptídica é chamada de

polipeptídio. Geralmente as proteínas podem conter mais de mil aminoácidos em cadeia

polipeptídica, ligados em uma seqüencia variável, ou seja, os vinte aminoácidos podem se encontrar

em quantidades diferentes e também em ordens diferentes, o que justifica o número incalculável de

proteínas diferentes na natureza. Às vezes, basta uma inversão na posição entre dois aminoácidos, a

ausência de um ou a presença de mais um, em qualquer ponto da seqüência, para que já se tenha

uma nova proteína, com propriedades diversas.

TIPOS DE PROTEÍNAS

Algumas moléculas protéicas se mostram como finos e longos filamentos que são insolúveis

em água. Essas são as proteínas fibrosas como o colágeno e a fibrina. Na maioria dos casos, a

molécula protéica é formada por cadeias enroscadas como um novelo, assumindo aspecto globular,

formando as proteínas globulares. Estas participam das estruturas celulares (na membrana

plasmática, no colóide citoplasmático, na formação dos cromossomos e genes, etc.) ou têm ação

ativadora das reações químicas (enzimas).

As proteínas podem ser simples, sendo formadas apenas pelo encadeamento de

aminoácidos, ou podem ser proteínas complexas, em cuja composição se encontra também um

radical não protéico. São as glicoproteínas, as lipoproteínas, as cromoproteínas e as nucleoproteínas.

Essenciais

Fenilalanina(FEN)

Isoleucina (ILE)

Leucina (LEU)

Lisina (LIS)

Metionina (MET)

Treonina (TRE)

Triptofano (TRI)

Valina (VAL)

Naturais

Alanina (ALA)

Ácido aspártico(ASP)

Ácido glutâmico (GLU)

Arginina (ARG)

Asparagina (ASN)

Cisteína (CIS)

Glutamina (GLN)

Glicina (GLI)

Histidina (HIS)

Prolina (PRO)

Serina (SER)

Tirosina (TIR)

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Os glóbulos vermelhos do sangue possui

uma proteína globular chamada de

hemoglobina

O colágeno une os tecidos, auxiliando na

elasticidade da pele e impedindo o

aparecimento das rugas

As proteínas necessitam de temperaturas e pH específicos. Alterações muito grandes na

temperatura ou no pH podem inativar ou desnaturar as proteínas, fazendo com que ela não funcione.

Ao se tornar inativa ela deixa de realizar suas funções. Algumas proteínas podem voltar ao normal se

o meio se tornar propício, outras não. Ao se desnaturar ela perde a sua forma e função

características e não mais retorna à condição inicial.

AS ENZIMAS

Enzimas são proteínas especiais que têm ação catalisadora (facilitadoras de reações

químicas), estimulando ou desencadeando reações químicas importantíssimas para a vida, que

dificilmente se realizariam sem elas. São sempre produzidas pelas células, mas podem evidenciar

sua atividade intra ou extracelularmente. Realizada a sua ação, a enzima permanece intacta. Ela

acelera a reação, mas não participa dela. Assim, uma mesma molécula de enzima pode atuar

inúmeras vezes.

São características das enzimas:

• Atividade específica na relação enzima-substrato: Cada enzima só atua em uma determinada

substância. Os substratos são as substâncias sobre as quais agem as enzimas. Cada

enzima atua exclusivamente sobre determinado ou determinados substratos, não tendo

qualquer efeito sobre outros.

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• Intensidade de ação proporcional à temperatura: Dentro de certos limites, a intensidade de

ação da enzima aumenta ou diminui quando a temperatura se eleva ou abaixa. O ponto ótimo

de ação das enzimas varia de um organismo para outro. Variações muito grandes de

temperatura levam à inativação ou desnaturação da enzima.

• Intensidade de ação relacionada com o pH: Algumas enzimas só agem em meio ácido, outras

somente em meio alcalino. Mudanças no pH podem inativar ou desnaturar a enzima.

OS ANTICORPOS

Outro grupo importante de proteínas são os

anticorpos. Quando uma proteína estranha (antígeno)

penetra em um organismo animal, ocorre a produção de

uma proteína de defesa chamada anticorpo. Eles são

produzidos por células do sistema imunológico

(linfócitos).

Os anticorpos são específicos; determinado

anticorpo age somente contra aquele antígeno (proteína

estranha) particular que induziu a sua formação. Desde

que um certo antígeno tenha penetrado uma primeira vez

no organismo, provocando a fabricação de anticorpos, o organismo guarda uma “lembrança” da

proteína invasora. Ocorrendo novas invasões, o organismo se defende com os anticorpos formados.

Diz-se que o organismo ficou imunizado.

Se a ação do antígeno for muito rápida, perigosa ou letal (mortal), a ciência recorre a vacinas

e soros.

As vacinas vão induzir o organismo a produzir anticorpos contra determinado antígeno. Elas contém o

antígeno morto ou enfraquecido, que estimula o organismo a se defender (esse processo é chamado

de imunização ativa). Os soros são diferentes das vacinas, pois contêm o anticorpo específico

(processo chamado de imunização passiva).

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1.6. VITAMINAS

São substâncias orgânicas especiais que atuam a

nível celular como desencadeadores da atividade de enzimas

(coenzimas). Elas são atuantes em quantidades mínimas na

química da célula, com função exclusivamente reguladora.

São produzidas habitualmente nas estruturas das

plantas e por alguns organismos unicelulares. Os seres mais

desenvolvidos necessitam obtê-las através da alimentação.

Algumas vitaminas são obtidas pelos animais na forma de provitamina, substância não ativa,

precursora (antecessora) das vitaminas propriamente ditas. Assim acontece com a vitamina A, que é

encontrada como provitamina A ou caroteno; e a vitamina D (calciferol), obtida de certos óleos

vegetais na forma de ergosterol ou provitamina D. A falta de determinada vitamina no organismo

humano causa distúrbios que caracterizam uma avitaminose (falta de vitaminas) ou doença carencial

(carência de vitaminas). A melhor forma de se evitar as avitaminoses é consumir uma dieta rica em

frutos, verduras, cereais, leite e derivados, ovos e carnes.

As vitaminas se classificam em hidrossolúveis e lipossolúveis, conforme sejam solúveis em

água ou lipídios (óleos e gorduras).

• São lipossolúveis as vitaminas que são dissolvidas em lipídeos – A, D, E e K;

• As demais são hidrossolúveis, isto é, são dissolvidas em água.

VITAMINA

FUNÇÃO

SUA PRESENÇA

FONTES

Vitamina A (Retinol)

Atua sobre a pele, a retina dos olhos e as mucosas; aumenta a resistência aos agentes infecciosos

Fortalecimento de dentes, unhas e cabelos; prevenção de doenças respiratórias

Manteiga, leite, gema de ovo, fígado, espinafre, chicória, tomate, mamão, batata, cará, abóbora

Vitamina B1 (tiamina)

Auxilia no metabolismo dos carboidratos; favorece a absorção de oxigênio pelo cérebro; equilibra o sistema nervoso e assegura o crescimento normal

Alívio de dores musculares e cólicas da menstruação; pele saudável

Carne de porco, cereais integrais, nozes, lentilha, soja, gema de ovo

Vitamina B2 (riboflavina)

Conserva os tecidos, principalmente os do globo ocular

Benefícios para a visão e diminuição do cansaço ocular; bom estado da pele, unhas, cabelos e mucosas

Fígado, rim, lêvedo de cerveja, espinafre, berinjela

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Vitamina B3 (niacina)

Possibilita o metabolismo das gorduras e carboidratos

Produção de hormônios sexuais; auxílio no processo digestivo

Lêvedo, fígado, rim, coração, ovo, cereais integrais

Vitamina B5 (ácido

pantotênico)

Auxilia o metabolismo em geral

Prevenção da fadiga; produção do colesterol, gorduras e glóbulos vermelhos

Fígado, rim, carnes, gema de ovo, brócolis, trigo integral, batata

Vitamina B6 (Piridoxina)

Permite a assimilação das proteínas e das gorduras

Melhora de sintomas da tensão pré-menstrual; prevenção de doenças nervosas e de afecções da pele

Carnes de boi e de porco, fígado, cereais integrais, batata, banana

Vitamina B9 (ácido fólico)

Atua na formação dos glóbulos vermelhos

Prevenção de defeitos congênitos graves na gravidez; prevenção do câncer

Carnes, fígado, leguminosas, vegetais de folhas escuras, banana, melão

Vitamina B12

(cobalamina)

Colabora na formação dos glóbulos vermelhos e na síntese do ácido nucléico

Melhora na concentração e memória; alívio da irritabilidade

Fígado e rim de boi, ostra, ovo, peixe, aveia

Vitamina C (Ácido

ascórbico)

Conserva os vasos sangüíneos e os tecidos; ajuda na absorção do ferro; aumenta a resistência a infecções; favorece a cicatrização e o crescimento normal dos ossos

Produção de colágeno; redução do efeito de substâncias que causam alergia; previne o resfriado

Limão, laranja, abacaxi, mamão, goiaba, caju, alface, agrião, tomate, cenoura, pimentão, nabo, espinafre

Vitamina D (Calciferol)

fixa o cálcio e o fósforo em dentes e ossos e é muito importante para crianças, gestantes e mães que amamentam

Prevenção da osteoporose e do raquitismo

Óleo de fígado de peixes, leite, manteiga, gema de ovo, raios de sol

Vitamina E (Tocoferol)

Antioxidante; favorece o metabolismo muscular e auxilia a fertilidade

Alívio da fadiga; retardamento do envelhecimento; prevenção de abortos espontâneos e cãibras nas pernas

Germe de trigo, nozes, carnes, amendoim, óleo, gema de ovo

Vitamina K (Filoquinona)

Essencial para que o organismo produza protombrina, uma substância indispensável para a coagulação do sangue

Formação de determinadas proteínas

Fígado, verduras, ovo

Fonte: Enciclopédia Conhecer 2000, Nova Cultural, 1995

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1.7. ÁCIDOS NUCLÉICOS

Existem dois tipos básicos de ácidos nucléicos: O ÁCIDO DESOXIRRIBONUCLÉICO (DNA)

e o ÁCIDO RIBONUCLÉICO (RNA).

Os ácidos nucléicos compõem o nosso material genético e são encontrados em todos os

seres vivos. Essa regra não vale para os vírus, que possuem apenas um tipo de ácido nucléico, ou

possuem o DNA ou RNA, nunca os dois. Os ácidos nucléicos constituem a base química da

hereditariedade.

O ácido desoxirribonucléico (DNA) é uma molécula formada por duas cadeias na forma de

uma dupla hélice (escada em caracol). Essas cadeias são constituídas por um açúcar (desoxirribose),

um grupo fosfato e uma base nitrogenada (T-timina, A-adenina, C-citosina ou G-guanina).

O ácido ribonucléico (RNA) é uma molécula também formada por um açúcar (ribose), um

grupo fosfato e uma base nitrogenada (U-uracila, A-adenina, C-citosina ou G-guanina). Um grupo

reunindo um açúcar, um fosfato e uma base é um "nucleotídeo".

O DNA e os genes

Código genético - A informação contida no DNA, o código genético, está registrada na

seqüência de suas bases nitrogenadas na cadeia (timina sempre ligada à adenina, e citosina sempre

com guanina). O nome dessa informação contida no DNA é o gene. Podemos considerar um gene,

de um modo simplificado, como a região do cromossomo que contém o código para produzir uma

substância específica que a célula, e, portanto o organismo, precisa para viver.

O gene é a parte funcional do DNA. No código genético humano são encontrados milhares de

genes e cada uma armazena uma informação que pode ser traduzida do DNA para a montagem de

uma molécula específica de proteína. Os genes, portanto, são seqüências especiais de centenas ou

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até milhares de pares (do tipo A-T ou C-G) que oferecem as informações básicas para a produção de

todas as proteínas que o corpo precisa produzir.

A seqüência de base em um determinado gene indica outra seqüência, a de aminoácidos -

substâncias que constituem as proteínas. O DNA não é o fabricante direto das proteínas; para isso

ele forma um tipo específico de RNA, o RNA mensageiro, no processo chamado transcrição. O

código genético, na forma de unidades conhecidas como genes, está no DNA, no núcleo das células.

Já a "fábrica" de proteínas se localiza no citoplasma celular em estruturas específicas, os ribossomos,

para onde se dirige o RNA mensageiro. Na transcrição, apenas os genes relacionados à proteína que

se quer produzir são copiados na forma de RNA mensageiro. Cada grupo de três bases (ACC, GAG,

CGU etc.) é chamado códon e é específico para um tipo de aminoácido. Um pedaço de ácido

nucléico com cerca de mil nucleotídeos de comprimento pode, portanto, ser responsável pela síntese

de uma proteína composta de centenas de aminoácidos. Nos ribossomos, o RNA mensageiro é por

sua vez lido por moléculas de RNA transportador, responsável pelo transporte dos aminoácidos até o

local onde será montada a cadeia protéica.

O papel do RNA

O RNA é encontrado tanto no núcleo como no citoplasma, embora sua função de controle da

síntese de proteínas seja exercida exclusivamente no citoplasma. São encontrados no núcleo,

formando os nucléolos e no citoplasma, formando os ribossomos. Os RNA são formados modelando-

se em moléculas de DNA (transcrição). O RNA, formado no molde do DNA, passa ao citoplasma,

levando consigo a mensagem do DNA. No citoplasma ele vai cumprir o seu papel, determinando a

síntese de uma proteína (tradução). Essa proteína terá um papel na manifestação do caráter

hereditário condicionado pela presença daquele DNA nas células do indivíduo. Logo, o DNA tem uma

função eminentemente genética, mas que só é exercida pela atividade dos RNA, que são

sintetizadores de proteínas.

COMPOSIÇÃO DO ÁCIDO NUCLÉICO

As unidades estruturais de um ácido nucléico são as mesmas, tanto numa bactéria como em

um mamífero. Todos os ácidos nucléicos são constituídos de filamentos longos nos quais se

sucedem, por polimerização, unidades chamadas nucleotídeos.

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Cada nucleotídeo é constituído por um fosfato (P), uma pentose (ribose ou desoxirribose) e

uma base nitrogenada (adenina, guanina, citosina, timina ou uracila).

As bases nitrogenadas são de dois tipos: bases púricas e bases pirimídicas.

• As bases púricas são a adenina (A) e a guanina (G), ambas encontradas tanto no DNA

como no RNA.

• As bases pirimídicas são a citosina, encontrada no DNA e no RNA; a timina (T),

encontrada no DNA; e a uracila (U), encontrada no RNA.

No DNA, encontramos sempre duas cadeias paralelas de nucleotídeos. No RNA, só há uma

cadeia de nucleotídeos. As cadeias de ácidos nucléicos são longas e encerram muitas centenas de

nucleotídeos. A molécula de DNA tem a forma de uma espiral dupla, assemelhando-se a uma

escada retorcida (caracol), onde os corrimões seriam formados pelos fosfatos e pentoses e cada

degrau seria uma dupla de bases ligadas às pentoses. A seqüência das bases nitrogenadas ao longo

da cadeia de polinucleotídeos pode variar, mas a outra cadeia terá de ser complementar sabendo

que Adenina se liga com Timina e que Guanina se liga com Citosina.

Se numa das cadeias tivermos: A T C G C T G T A C A T

Na cadeia complementar teremos: T A G C G A C A T G T A

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2. CITOLOGIA

O COMEÇO DA CITOLOGIA

O conhecimento biológico sempre esteve ligado a uma série de métodos que se

desenvolveram, principalmente, com a Física e a química. Devemos ter sempre em mente o

paralelismo constante que existe entre as diferentes ciências, cada uma auxiliando o

desenvolvimento das demais.

Dentro da Biologia, um típico deste paralelismo é a Citologia, que não teria surgido sem o

progresso da Física e da Química. Hoje, a imagem que se tem da célula é muito mais complexa e

diversa daquela que se tinha há 20 ou 30 anos, quando os citologistas não podiam ter certos

conhecimentos que podem adquirir hoje, pois naquela época não havia condições técnicas para tal.

A citologia de 20 anos atrás era muito mais morfológica (forma) que a atual, que com o

desenvolvimento das técnicas e dos métodos de estudo oferece possibilidades cada vez maiores de

traduzir os termos morfológicos da célula para termos fisiológicos (função), ou seja, correlacionar

forma-função como um todo.

O SURGIMENTO DO MICROSCÓPIO – UM SALTO NA BIOLOGIA!

O crédito pela invenção do microscópio é dado ao holandês

Zacharias Jansen, por volta do ano 1595. Como era muito jovem

na época, é provável que o primeiro microscópio, com duas lentes,

tenha sido desenvolvido pelo seu pai, Hans Jansen. Contudo, era

Zacharias quem montava os microscópios, distribuídos para realeza

européia. No início, o instrumento era considerado um brinquedo,

que possibilitava a observação de pequenos objetos.

O século XVII foi um período de grande interesse pelos microscópios. A própria palavra

microscópio foi oficializada na época pelos membros da Academia dei Lincei, uma importante

sociedade científica. Contudo, ainda havia dúvidas sobre a importância do instrumento para a ciência.

A magnificação dos objetos obtida, em torno de nove vezes, não permitia observar coisas realmente

novas. Ainda não se suspeitava que uma estrutura presente em todos os tecidos vivos logo estaria ao

alcance dos nossos olhos, com a ajuda dos microscópios: a célula.

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Modelo de microscópio italiano,

possivelmente utilizado por

volta do ano 1600. Os modelos

italianos eram simples e pequenos

A geração seguinte

No final do século XVII, os microscópios sofreram uma

mudança em seu desenho básico. Devido provavelmente à

instabilidade do sistema lateral de sustentação, um tripé de apoio

passou a ser utilizado. O primeiro esquema de microscópio com

tripé foi divulgado na Alemanha em 1631. Contudo, somente em

1683, o microscopista inglês John Yarwell construiu o primeiro

modelo de que se tem notícia.

Fonte: www.invivo.fiocruz.br

HISTÓRIA DAS LENTES

Citam os historiadores que no século XV, era moda entre os juízes esconder o olhar e

encobrir as reações que lhes produziam os relatos expressados pelos réus, advogados e promotores,

e utilizavam para isto cristais fumês. Dessa forma mantinham à margem de tornar publicas suas

expressões, o que evitava também que nas entrelinhas, os autores e réus dos juízos não pudessem

se aproveitar e acomodar os relatos de acordo com as expressões que viam no magistrado. Os

cristais fumês eram de enorme ajuda para que os juízes também pudessem manter imparcialidade

ante o júri e a deliberação deste, já que não tinham sido influenciados pelas reações do magistrado.

E foi antes de se formularem as leis da óptica, que os chineses já dominavam a arte de

produzir lentes simples manufaturando cristais de quartzo e outros materiais, inclusive armações de

diferentes materiais. Alguns destes óculos eram para fins ornamentais e outros para fins medicinais.

Mas sabe-se que os primeiros óculos foram fabricados pelo italiano Salvino D'Armato em

1285. Uma inscrição lapidária no sepulcro em Florença o atesta. O escrito diz: - "Aqui jaz Salvino

D'Armato de Amati de Florença. Inventor dos Óculos. Deus perdoe os seus pecados. A. D. 1317". -

Tudo isto se refere à fabricação ou construção dos óculos, pois não é menos certo que as

"propriedades ópticas das superfícies curvas de cristais" já foram conhecidas pelo mesmo Euclides,

390 a.C. e por Cláudio Ptolomeo, 127-151 d.C.

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Séculos depois apareceu o eminente matemático árabe Alhazen (965-1038), que refutou e

emendou a teoria que desde a época de Euclides se mantinha como veraz, que consistia na crença

"que os raios visuais procediam de um ponto dentro do olho e que estes se espalhavam formando um

cone visual cuja base descansava sobre o objeto", Abu-Ali al-Hasan demonstrou o contrário,

indicando que "os raios visuais passam do objeto ao olho" e insinuou a "verdadeira conduta da luz ao

passar de um meio tênue a um meio denso". A fim de explicar e descrever o resultado de seus testes

costumava utilizar pequenos segmentos de cristal em forma oval.

Graças à descoberta das primeiras lentes, que se produziu a lupa e o microscópio, para o

qual há ciências baseadas exclusivamente nestes descobrimentos. A medicina, a biologia, a história

natural, a química entre outras são bons exemplos.

Posteriormente, e com destino a pesquisa científica, apareceram as lentes ou lupas e o

microscópio "simples" com dispositivos especiais e com um poder de ampliação da imagem

observada de não mais de quarenta diâmetros. Oportuno é consignar aqui que tanto os óculos como

as lupas ou lentes (antecessores do microscópio) operam como microscópios simples. Praticamente

são iguais.

Imaginemos que sem as lentes e por sua vez sem a lupa, o microscópio, ficariam a margem

da ciência o estudo das coisas e dos seres, ou entidades sumamente pequenas, microscópicas e

impossíveis de serem estudadas pelo olho humano. Os diminutos indivíduos viventes que abundam a

milhares em uma gota de água, tem sido o assombro científico em todos os tempos.

A comprovação experimental de que a textura de animais e plantas em última análise se

reduz a uma confederação de tecidos e estes por sua vez de células confederadas, potencialmente

capazes cada uma delas de vida independente, com uma organização e estrutura complexas; assim

como o fato comprovado de que a soma total de energias elaboradas por cada um destes

microscópicos componentes celulares, imprimem a totalidade do individuo, vegetal ou animal, o selo

específico de sua estirpe na escala correspondente, é, repetimos, coisa que maravilha e causa

sensação ao cientista.

O microscópio nos dá imagens

invertidas, ou seja que o lado direito do objeto

amplificado aparece à esquerda na imagem

óptica, e a cara superior daquele se vê na

parte inferior desta. Goza de um enorme poder

de amplificação, podendo sobrepor a vários

milhares de diâmetros. Fundamentalmente

consiste seu mecanismo na adaptação de

sistemas de lentes de aumento (lentes

convergentes) nas extremidades de um tubo

cilíndrico enegrecido interiormente. As lentes

colocadas na parte superior do tubo se chamam oculares e as do extremo inferior, objetivas.

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A denominação de "microscópio" foi dada por Johann Giovanni Faber (1570-1640) de

Bamberg em 1624; médico residente em Roma e a serviço do papa Urbano VI I. O vocábulo provêem

de dois vocábulos gregos: - "micros, pequeno e skopein, ver, examinar".

Parece evidente que o microscópio "composto" foi inventado no final do ano de 1590 por

Hans (pai) e Zacarias (filho) Janssen, de Middelbourg, Holanda; principalmente por Zacarias, que

asseguram, combinava duas lentes simples convergentes: uma operava de "objetiva" e a outra de

"ocular".

Não obstante, a paternidade do microscópio tem sido muito discutida e disputada. Temos por

exemplo que os italianos atribuem o singular invento a seu compatriota o famoso Galileu Galilei,

(1564-1642), natural de Pisa, eminente físico e matemático. Segundo testemunhos, o que Galileu fez,

fundador do método experimental e da ciência dinâmica foi, em 1609, combinar as lentes ou cristais

de aumento em um tubo de chumbo ou papelão, construído por ele mesmo, aplicando-as ao estudo

da astronomia, mas afirmam, em conhecimento já do aparato óptico inventado pelos Janssen.

Tal aparato de Galileu, conseguiu com que aumentasse trinta vezes é considerado como o

primeiro telescópio produzido. Mas parece ainda não ser este o seu descobridor, pois sabe-se que

seu contemporâneo Hans Lippershey tinha um telescópio e que Galileu indagou sobre seus

fundamentos, e em posse destes construiu o seu, aprimorando-o. - O fato de haver construído seus

próprios microscópios, como aconteceu com Galileu, Fontana, Drebbel, Kircher, Hooke,

Leeuwenhoek, etc., não lhes credita obter a patente de inventores como seus biógrafos pretendem.

Pelas computações cronológicas, como veremos, o progenitor do invento sem disputa pertence aos

Janssen.

O famoso Anton van Leeuwenhoek, considerado como o pai ou progenitor da Microscopia,

que em 1675 relatou ter descoberto “animaizinhos” na água da chuva e afirmava que "eram dez mil

vezes menores que as moscas de água" vistas por Swammerdan. Suas numerosas observações

microscópicas e descrições que delas constituem um positivo valor científico, pese a seu profundo

espírito mercantil. Leeuwenhoek biólogo, nasceu na Holanda em 1632. A princípio, construiu

microscópios por distração. Chegou a construir mais de 400 deles. O mais potente aumentava os

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objetos 275 vezes. Conseguiu descobrir os animais unicelulares. Também foi o primeiro em ver as

células vermelhas nos seres humanos e animais.

Em 1827, Karl Ernest von Baer (1792-1876) descobriu o óvulo dos mamíferos. Em 1831,

Roberto Brown (1773-1858) observou pela primeira vez o núcleo celular das orquídeas. Em 1835,

James Paget (1814-1899) e Richard Owen (1804-1892) descrevem a traquina de um verme

nematóide parasitário que estava enquistado no tecido muscular, de preferência na carne de porco.

No mesmo ano, 1835, Agostino Bassi fala sobre "Os descobrimentos dos agentes patogênicos", e

reconheceu em um fungo a causa da enfermidade dos bichos de seda. Em 1836, Charles Caignard

da Tour (1777-1859) descobriu a importância do fungo na levedura em fermentação. E a cabeça de

todos eles, em sitial cimero da ciência biológica, figuram Mathías Jacob Schleiden (1804-1881) e

Theodor Schwann (1810-1882), que formularam e preconizaram a famosa doutrina sobre a "Teoria

Celular". Isto ocorreu nos anos de 1838 e 1839.

A Bausch & Lomb, primeira empresa óptica

americana, foi fundada em 1850 por dois amigos,

J.J. Bausch e H. Lomb. Em 1853, quando John

Jacob Bausch, alemão, abriu uma pequena ótica em

Rochester, Nova York, necessitou mais dinheiro para

manter o crescimento do negócio e pediu

emprestados 60 dólares para o seu amigo Henry

Lomb, a quem prometeu torna-lo sócio se o negócio

desse certo. Em 1920, a Força Aérea dos Estados

Unidos fez uma encomenda: - Produzir uma proteção

ocular para os seus pilotos de caça, que enfrentavam

sérios problemas de visibilidade. Depois de dez anos de pesquisa, apresentaram óculos com lentes

verdes, que refletiam os raios solares. Somente em 1936 a novidade foi batizada de Ray-Ban e

começou a ser vendida ao grande público.

Fonte: www.sdr.com.br

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ENTENDENDO O FUNCIONAMENTO DA CÉLULA.

A célula pode ser comparada, de maneira bem simples, com uma fábrica. Através das portas

da fábrica chega o material que será usado para a fabricação de seus produtos, esse processo

requer o emprego de energia e funcionários devidamente preparados para sua função específica.

Contudo para que haja um bom funcionamento da fábrica é necessário um corpo administrativo,

responsável por organizar o trabalho de cada funcionário e pelo contato com o mundo exterior.

Tudo isso ocorre no interior da fábrica, que é delimitada por seus muros. De maneira

semelhante encontraremos a vida celular. Delimitada por uma membrana (membrana plasmática),

responsável por separar o conteúdo interno da célula do meio externo. Dentro da fábrica, isto é, no

citoplasma celular, encontraremos as organelas (espécie de funcionários com atividades

específicas), e o núcleo, que funciona como o corpo administrativo mantendo o bom funcionamento

da célula e administrando o contato com o meio exterior. Veja abaixo um exemplo de uma célula

animal.

MEMBRANA PLASMÁTICA

CITOPLASMA

NÚCLEO

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Conhecendo a membrana plasmática

A membrana plasmática é uma estrutura celular de grande importância. Ela é responsável

não apenas por determinar os limites de uma célula, mas também, porque regula a entrada e saída

de substâncias da mesma.

Basicamente a membrana plasmática é constituída de moléculas de proteína e lipídios,

segundo o modelo mais aceito hoje em dia (Modelo do Mosaico Fluido de Singer e Nicholson).

É a membrana plasmática quem é responsável pelos processos de transporte de substâncias

(que estudaremos mais adiante). Esse controle só é possível porque a membrana plasmática possui

uma característica denominada permeabilidade seletiva.

Nessa imagem observamos a dupla camada lipídica com moléculas de proteína anexas,

destas expande-se estruturas que lembram uma "árvore", na verdade trata-se de uma estrutura

envolvida em processos de reconhecimento de estruturas estranhas, denominado glicocálix.

TRANSPORTE ATRAVÉS DA MEMBRANA

Muitas das substâncias (gases, íons, açúcares, etc.) dissolvidas dentro (intracelular) ou fora

(extracelular) da célula, podem atravessar a membrana celular e passar de um compartimento a

outro. Existem várias formas através das quais as diversas substâncias podem atravessar a

Dupla camada de lipídios

Proteínas

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membrana celular. As principais e mais bem conhecidas são: Difusão simples, osmose, difusão

facilitada e transporte ativo. O transporte de substâncias pode ou não gastar energia

• DIFUSÃO SIMPLES – Neste tipo de transporte a substância passa de um meio a outro (do

intracelular para o extracelular ou do extracelular para o intracelular) simplesmente devido ao

movimento aleatório (desordenado) e contínuo de suas partículas. As substâncias tendem a

passar de onde tem em maior quantidade ( meio mais concentrado) para o local de menor

concentração de partículas. Em tal meio de transporte não ocorre gasto de ATP (gasto de

energia) e nem ajuda de carreadores.

o EXEMPLO: Gases como oxigênio ou

dióxido de carbono atravessam a

membrana celular com grande facilidade,

simplesmente se dissolvendo na matriz

lipídica desta membrana (oxigênio e

dióxido de carbono são lipossolúveis).

• OSMOSE – Neste tipo de transporte, a água (solvente) passa, por difusão, do local onde ela

está em maior concentração para o local onde ela está em menor concentração. Com isso, a

água passa para o local onde se encontra a maior concentração de solutos (substâncias

capazes de ser dissolvidas). Nesse tipo de transporte não ocorre gasto de energia.

o EXEMPLO: Se a concentração de

solutos dentro de uma hemácia (glóbulo

vermelho) aumenta, a água passa para

o seu interior na tentativa de dissolver

os solutos encontrados ali. Se a

quantidade de solutos fora da célula for

maior, ocorre a passagem da água do

interior para o exterior da célula. O

equilíbrio ocorre quando a concentração

de solutos dentro e fora da célula for

igual.

Meio Hipertônico

Meio Hipertônico

Meio isotônico

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• DIFUSÃO FACILITADA – Neste tipo de transporte a substância se utiliza também de seus

movimentos aleatórios e contínuos nos líquidos corporais e passa também de um lado a outro

da membrana celular. Porém, por ser insolúvel na membrana plasmática (não lipossolúvel) e

de tamanho molecular grande demais para passar através dos diminutos "poros" que se

encontram na membrana celular, a substância atravessa de um lado para o outro através de

proteínas específicas encontrada na membrana celular. Essas proteínas formam canis que

consegue facilitam a locomoção da substância através da membrana plasmática. Em tal

transporte também não há gasto de ATP

(energia).

o EXEMPLO: A glicose, importante

monossacarídeo, atravessa a membrana

celular de fora para dentro da célula (do

meio de maior concentração para o meio

de menor concentração de glicose) ligada

a uma proteína carreadora específica para

glicose.

• TRANSPORTE ATIVO – Neste tipo de transporte a substância é levada de um meio a outro

através da membrana celular por uma proteína carreadora que é capaz, inclusive, de

transportar esta substância contra um gradiente de concentração, de pressão ou elétrico (a

substância pode, por exemplo, ser transportada de um meio de baixa concentração para um

de alta concentração da mesma). Para tanto, O carreador liga-se quimicamente à substância

a ser transportada através da

utilização de enzima específica,

que catalisaria (aceleraria) tal

reação. Além disso há um

consumo de ATP (energia) para

transportar a substância contra

um gradiente de concentração.

o EXEMPLO: Bomba de

Sódio e Potássio -

transporta

constantemente, nas

células excitáveis,

através da membrana,

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íon sódio de dentro para fora e íon potássio de fora para dentro da célula. Ambos os

íons são transportados contra um gradiente de concentração, isto é, de um meio

menos concentrado para um mais concentrado do mesmo íon.

ENDOCITOSE – FORMAS DE ENTRAR NA CÉLULA

Em algumas células ocorrem processos que permitem a entrada de partículas (sólidas ou

líquidas) do meio exterior para o meio interior da célula. Esses processos são chamados de

endocitose. A endocitose pode ocorrer de duas maneiras: por fagocitose ou por pinocitose.

FAGOCITOSE – Processo utilizado pela célula para

englobar partículas sólidas, que lhe irão servir de alimento.

A célula produz expansões da membrana plasmática

(pseudópodes) que envolvem as partículas e as englobam.

No interior da célula (citoplasma) a partícula fica em uma

bolsa, chamada fagossomo, onde recebe a ação de

enzimas digestivas. Ocorre a digestão e os materiais úteis

são aproveitados pela célula.

Esse processo é utilizado por seres unicelulares, como forma de alimentação, mas também

pode ser visto em leucócitos, que defendem o nosso organismo usando-se da fagocitose para

destruir corpos estranhos.

PINOCITOSE – Processo semelhante ao da

fagocitose, pelo qual certas células ingerem

líquidos ou pequenas partículas através de

minúsculos canais que se formam em sua

membrana plasmática. Quando as bordas desse

canal se fecham, contendo o alimento em seu

interior, forma-se uma bolsa membranosa

chamada de pinossomo. Posteriormente esses

materiais são digeridos e aproveitados pela célula. No organismo humano, por exemplo, é através do

processo de pinocitose que as células do intestino delgado capturam gotículas de lipídios resultantes

da digestão.

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CLASMOCITOSE – O caminho inverso também

pode ser percorrido por determinadas substâncias

que devem ser eliminadas da célula. Isto ocorre, por

exemplo, através de um processo chamado de

clasmocitose e que garante a eliminação de

resíduos celulares não digeridos. Os resíduos

envoltos em uma bolsa membranosa são levados

até a membrana plasmática, onde a bolsa se funde

a ela, eliminando seu conteúdo para o exterior da

célula.


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