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AS CONTRIBUIÇÕES DO MÉTODO ABA PARA O … CONTRIBUIÇÕES D… · ABA para o desenvolvimento...

Date post: 03-Apr-2020
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AS CONTRIBUIÇÕES DO MÉTODO ABA PARA O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E PEDAGÓGICO DA CRIANÇA COM AUTISMO SILVIO FERREIRA PASSOS GONCALVES CONTRIBUTIONS OF THE APPLIED BEHAVIOR ANALYSIS METHOD TO THE COGNITIVE AND PEDAGOGICAL DEVELOPMENT OF CHILDREN WITH AUTISM RESUMO O espectro do autismo é um transtorno comportamental que percorre como transtorno de desenvolvimento causando sérios prejuízos cognitivos e se caracteriza por dificuldades de socialização, linguagem e de atividades imaginativas expressa em comportamentos repetitivos. Algumas características podem indicar a existência do transtorno já entre o primeiro e terceiro ano de vida da criança. Assim, esse estudo aborda o espectro do autismo, dando ênfase ao método de intervenção “Análise do Comportamento Aplicada” (Applied Behavior Analysis - ABA) que investiga a eficácia desse método para o desenvolvimento cognitivo e pedagógico de crianças com autismo. Para tanto, utilizou-se a pesquisa de campo e a bibliográfica a partir de artigos científicos, revistas e materiais disponíveis na Internet que versam sobre o tema. Apoiando em uma análise com intuito de compreender o autismo e mostrar os benefícios que uma intervenção por meio do método ABA pode trazer para o bem-estar da pessoa com autismo. Palavras-chave: Autismo; Comportamento; Intervenção ABSTRACT The spectrum of autism is a behavioral disorder that runs as developmental disorder, causing serious cognitive loss and is characterized by difficulties of socialization, language, and imaginative activities expressed in repetitive behaviors. Some characteristics may indicate the existence of the disorder between the first and third year of the child's life. Thus, this study approaches the spectrum of autism, emphasizing the intervention method "Applied Behavior Analysis" ABA that investigates the efficacy of this method for the cognitive and pedagogical development of children with autism. For that, field and bibliographical researches were used from scientific articles, journals and materials available on the Internet that deal with the subject. Supporting in an analysis with the intention of understanding autism and show the benefits that an intervention through the ABA method can bring to the well-being of the person with autism. Keywords: Autism; Behavior; Intervention
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AS CONTRIBUIÇÕES DO MÉTODO ABA PARA O

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E PEDAGÓGICO DA

CRIANÇA COM AUTISMO

SILVIO FERREIRA PASSOS GONCALVES

CONTRIBUTIONS OF THE APPLIED BEHAVIOR ANALYSIS

METHOD TO THE COGNITIVE AND PEDAGOGICAL

DEVELOPMENT OF CHILDREN WITH AUTISM

RESUMO

O espectro do autismo é um transtorno comportamental que percorre como transtorno de

desenvolvimento causando sérios prejuízos cognitivos e se caracteriza por dificuldades de

socialização, linguagem e de atividades imaginativas expressa em comportamentos repetitivos.

Algumas características podem indicar a existência do transtorno já entre o primeiro e terceiro

ano de vida da criança. Assim, esse estudo aborda o espectro do autismo, dando ênfase ao

método de intervenção “Análise do Comportamento Aplicada” (Applied Behavior Analysis - ABA)

que investiga a eficácia desse método para o desenvolvimento cognitivo e pedagógico de

crianças com autismo. Para tanto, utilizou-se a pesquisa de campo e a bibliográfica a partir de

artigos científicos, revistas e materiais disponíveis na Internet que versam sobre o tema.

Apoiando em uma análise com intuito de compreender o autismo e mostrar os benefícios que

uma intervenção por meio do método ABA pode trazer para o bem-estar da pessoa com autismo.

Palavras-chave: Autismo; Comportamento; Intervenção

ABSTRACT

The spectrum of autism is a behavioral disorder that runs as developmental disorder, causing

serious cognitive loss and is characterized by difficulties of socialization, language, and

imaginative activities expressed in repetitive behaviors. Some characteristics may indicate the

existence of the disorder between the first and third year of the child's life. Thus, this study

approaches the spectrum of autism, emphasizing the intervention method "Applied Behavior

Analysis" – ABA that investigates the efficacy of this method for the cognitive and pedagogical

development of children with autism. For that, field and bibliographical researches were used from

scientific articles, journals and materials available on the Internet that deal with the subject.

Supporting in an analysis with the intention of understanding autism and show the benefits that

an intervention through the ABA method can bring to the well-being of the person with autism.

Keywords: Autism; Behavior; Intervention

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METODOLOGIAS DISRUPTIVAS NA EDUCAÇÃO: FORMAS INOVADORAS DE ENSINAR E APRENDER| 2

Anais do Congresso de Tecnologia na Educação

Brasil | Caruaru | Setembro de 2019

INTRODUÇÃO

A inclusão escolar tem como objetivo inserir, sem distinção, todas as crianças e adolescentes

com variados graus de comprometimento social e cognitivo na “escola comum”, com intuito de

diminuir o preconceito e estimular a socialização das pessoas com desenvolvimento atípico para

que desfrutem dos espaços e ambientes comunitários.

Contudo, o educador que se depara com tal demanda, tem a obrigação de educá-la, em um

ambiente onde já esteja estabelecida uma metodologia de ensino específica, muitas vezes criada

para um padrão determinado de aluno. Portanto, ao se deparar com a criança com autismo e

com o cenário que ela compõe, questiona-se, se de fato, tais educadores estão ou não, aptos

para suprir as necessidades do aluno com autismo, com suas limitações, singularidades e

peculiaridades.

Face ao exposto, nosso trabalho busca adentrar em métodos utilizados no cenário

internacional, que visam mediar o desenvolvimento cognitivo e pedagógico em crianças com

autismo, envolvendo não só a comunidade escolar, mas também uma equipe multidisciplinar.

Esses métodos vêm alcançando resultados positivos, com ganhos expressivos nos aspectos

sociais, cognitivos e pedagógicos.

É sabido, que o autismo é uma condição crônica, caracterizado pela presença de prejuízos

em áreas do desenvolvimento, por esta razão o tratamento deve ser contínuo e envolver equipe

multidisciplinar (Schwartzman, 2003).

Para crianças com autismo clássico, isto é, aquelas crianças que tem

maiores dificuldades de socialização, comprometimento na linguagem

e comportamentos repetitivos, fica clara a necessidade de atenção

individualizada. Essas crianças já começam sua vida escolar com

diagnóstico, e as estratégias individualizadas vão surgindo

naturalmente. Muitas vezes, elas apresentam atraso mental e, com

isso, não conseguem acompanhar a demanda pedagógica como as

outras crianças. Para essas crianças serão necessários

acompanhamentos educacionais especializados e individualizados.

(Silva, 2012, p. 109)

Sabe-se que uma boa intervenção consegue reduzir comportamentos inadequados e

minimizar os prejuízos nas áreas do desenvolvimento. Os tratamentos de crianças com autismo

visam tornar os indivíduos mais independentes em todas as suas áreas de atuação, favorecendo

uma melhoria na sua qualidade de vida e de suas famílias.

O tema autismo é muito amplo, delimitaremos, portanto, sobre as contribuições do Método

ABA para o desenvolvimento cognitivo e pedagógico da criança com autismo, tomando como

base, a aplicação desse método no Espaço Evolução, localizado na Rua Dom Pedro Henrique,

70, Santo Amaro, Recife/PE.

A metodologia ABA (Applied Behavior Analysis, na sigla em inglês) é usada como um método

de intervenção comportamental no tratamento dos sintomas do autismo, que é a análise do

comportamento aplicada.

Dessa forma, a estrutura desse trabalho, fundamenta-se na problemática: “Por que

crianças com autismo, que utilizam o método ABA, melhoram significantemente sua condição

comportamental, e consequentemente seu desenvolvimento cognitivo e pedagógico?”

Nosso objetivo é perceber como as crianças com autismo, que utilizam o método ABA,

melhoram significantemente sua condição comportamental, e consequentemente seu

desenvolvimento cognitivo e pedagógico. E nessa perspectiva, identificar qual o nível de

conhecimento, as necessidades e dificuldades dos educadores acerca do autismo e da pessoa

com autismo.

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Anais do Congresso de Tecnologia na Educação

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Para obter informações, utilizamos a pesquisa de campo, com auxílio da tecnologia, através

de um questionário eletrônico desenvolvido na plataforma da Google – o Google Formulários

(google forms), que pode ser acessado do smartphone, notebook ou computador, que foi

aplicado com educadores, atendentes terapêuticos, terapeutas e pais de crianças com autismo.

O levantamento de dados foi com ênfase nos tópicos: a) conhecimento acerca do autismo e

da pessoa com autismo; b) nível das necessidades e dificuldades dos educadores em relação à

inclusão desses alunos na sala de aula; c) aspectos da aprendizagem do aluno com autismo,

com foco no desenvolvimento social, comportamental e cognitivo; e, d) as contribuições do

método ABA quando aplicadas junto à comunidade escolar e família em crianças com autismo.

REFERENCIAL TEÓRICO

Segundo Melo (2007), o termo autismo foi descrito pela primeira vez em 1943 pelo Dr. Leo

Kanner, um médico austríaco, residente em Baltimore, nos EUA, que escreveu um artigo

chamado “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”, onde descreve 11 casos de crianças com

sintomas.

Melo (2007), ainda sobre a origem do autismo, afirma que em 1944, outro médico austríaco,

formado na Universidade de Viena - a mesma em que estudou Leo Kanner, chamado Hans

Asperger, escreveu outro artigo com o título “Psicopatologia Autística da Infância”, fazendo uma

alusão a crianças bastante semelhantes às descritas por Kanner. Conforme Melo (2007), ao

contrário do artigo de Kanner, o de Asperger levou muitos anos para ser amplamente lido. A

razão mais comumente apontada para o desconhecimento do artigo de Asperger é o fato dele

ter sido escrito originalmente em alemão.

Conceituar o termo “autista” é complexo e ousado, uma vez que apesar de ser uma palavra

pequena, há uma imensidão de fatores que norteiam um indivíduo nessa condição, os quais

definirão seu grau de autismo. Conforme Schwartzman (2003), autismo é uma condição crônica,

ou seja, que independe de tempo, que tem como principal característica a presença de

importantes prejuízos nas áreas do desenvolvimento, e justamente por esta razão, considera que

o tratamento deve ser de forma continuada e que envolva uma equipe multidisciplinar. Para Melo

(2007), autismo pode ser definido como:

“Autismo é um distúrbio do desenvolvimento que se caracteriza por

alterações presentes desde idade muito precoce, tipicamente antes

dos três anos e idade, com impacto múltiplo e variável em áreas nobres

do desenvolvimento humano como as áreas de comunicação,

interação social, aprendizado e capacidade de adaptação. (Melo, 2007,

p. 16)

Segundo Melo (2007), essas áreas são como desvios, e afirma que é muito difícil de

compreender estes desvios juntos, e dentro dessa afirma faz comparação com um exercício

proposto por uma pesquisadora, que demonstra tal dificuldade:

É muito difícil imaginar estes desvios juntos. Um exercício que pode

ajudar é o proposto em palestra no Brasil pela pesquisadora Francesca

Happé, de imaginar-se na China, ou em um país de cultura e língua

desconhecidas, com as mãos imobilizadas, sem compreender os

outros e sem possibilidades de se fazer entender. É por isso que o

autismo recebeu também o nome de Síndrome de “Ops! Caí no Planeta

Errado!”. (Melo, 2007, p. 16)

Estudos recentes sobre o autismo mostram uma maior frequência em meninos. Incide

igualmente em famílias de diferentes raças, credos ou classes sociais. Em 2009 o pesquisador

canadense Eric Fombonne publicou uma revisão de 43 estudos sobre a incidência do autismo

publicados desde 1966, chegando à conclusão que a incidência do autismo é muito maior do que

o que se imaginava.

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Apesar da dificuldade de comparar estudos utilizando metodologias tão diversas, estudos

recentes já mostram que a incidência de autismo aumentou bastante nos últimos anos. Segundo

um novo levantamento feito pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos

Estados Unidos, constatou que 1 em cada 45 nascidos estão dentro do transtorno do espectro

autista (o que representa cerca de 2,25%).1 Sobre as causas do autismo, ainda são desconhecidas. Acredita-se que esteja ligada com

anormalidades em alguma parte do cérebro ainda não definida de forma conclusiva e,

provavelmente, de origem genética.

Segundo Melo (2007), a manifestação do autismo pode acontecer desde os primeiros dias de

vida, muito embora, muitos pais relatam que a criança passou por um período de normalidade

anterior aos sintomas. Na maioria dos casos, os pais suspeitam que a criança quando ainda bebê

tem algum comprometimento quando percebem excessiva calma e sonolência, choro sem

consolo por períodos de tempo prolongados, quando rejeitam colo e aconchego. Nos primeiros

anos de vida, percebem outros fatores, como não imitar ou atender comandos simples, não

demonstrar sentimentos ou sensações e principalmente, não se comunicar com gestos

comumente observados na maioria das outras crianças.

Geralmente, estas crianças não procuram o contato ocular ou o

mantêm por um período de tempo muito curto. É comum o

aparecimento de estereotipias, que podem ser movimentos repetitivos

com as mãos ou com o corpo, a fixação do olhar nas mãos por períodos

longos e hábitos como o de morder-se, morder as roupas ou puxar os

cabelos. (Melo, 2007, p. 18-19)

Numa perspectiva de grandes desafios para pais e familiares de crianças com autismo, são

diversos os tipos de tratamentos que existem no contexto atual, que podem ser usados para

ajudar. A maioria dos especialistas no assunto defendem que quanto antes o tratamento

começar, os ganhos serão mais efetivos. Ressaltam ainda, que as terapias devem ser adaptadas

às necessidades específicas de cada criança e a eficácia desse tratamento deve ser medida de

acordo com os avanços da mesma.

Segundo Bosa (2006), para que o tratamento de uma criança autista tenha eficácia, é

imprescindível considerar a experiência e o conhecimento dos profissionais sobre o autismo, e

principalmente a habilidade de trabalhar em equipe e com a família. É importante ressaltar que

todo tratamento com pessoas com autismo tem por principal objetivo tornar esses indivíduos

mais independentes em todas as áreas de atuação, focando na melhoria da qualidade vida, tanto

da pessoa com autismo, quanto de suas famílias, e por essa razão, uma intervenção eficaz fará

toda diferença para reduzir comportamentos inadequados e minimizar prejuízos nas áreas do

desenvolvimento.

Como já abordamos, o autismo é um rótulo usado para crianças que exibem certos tipos de

déficits e excessos comportamentais e de desenvolvimento.

Para fazer a classificação do autismo, existem alguns sistemas utilizados para esse

diagnóstico:

CID-10 significa "Classificação Internacional de Doenças", e o número 10 indica a versão, ou seja, já foram realizadas 10 atualizações e revisões desse código;

DSM-5 é uma sigla inglesa, Diagnostic and Statistical Manual, que significa Manual de Diagnóstico e Estatística e o número 5 da sigla é usado para indicar que já foram feitas cinco revisões.

Esses dois critérios diagnósticos servem para ajudar o profissional de saúde a classificar os

problemas relacionados ao uso de substância em questão.

1 Dados disponíveis em www.google.com.br/amp/s/revistacrescer.globo.com/amp/Voceprecisa-

saber/noticia/2015/11/autismo-pesquisa-aponta-que-1-em-cada-45-criancas-estao-

noespectro.html, acesso em 01/10/2018.

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A CID-10 é o critério adotado no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ele abrange

todas as doenças, incluindo os transtornos mentais, e foi elaborado pela Organização Mundial

de Saúde (OMS).

O DSM-5 abrange apenas os transtornos mentais e tem sido mais utilizado em ambientes de

pesquisa, porque possui itens mais detalhados, em forma de tópicos. Foi elaborado pela

Associação Americana de Psiquiatria.

Na verdade, “autismo” é um diagnóstico observacional dado a um conjunto de

comportamentos. A partir da nova versão do DSM-5 tem sido usado o termo “Transtorno do

Espectro Autista”, reconhecendo-se que as crianças podem ter diferentes graus de

comprometimento e, mais importante, que pode ser possível que as crianças “movimentem-se”

ao longo do espectro, ou seja, que suas habilidades e comportamentos fiquem mais próximos do

esperado para sua idade cronológica. Algumas crianças até “saem” do espectro. Para ajudar

essas crianças a aprender e progredir, é preciso dedicação a alguns dos desafios específicos

que essas crianças apresentam na escola ou na situação de ensino, conforme representamos

na imagem abaixo, as quais definiremos a seguir:

Figura 1 – dificuldades específicas apresentados por crianças com autismo em seu

desenvolvimento cognitivo e pedagógico

a) Dificuldade de Comunicação – apresenta pequena ou nenhuma linguagem expressiva

(fala) ou receptiva (compreensão), podem ser ecolálicas (repetindo palavras ou frases)

ou mesmo ter um modo peculiar de falar.

b) Dificuldade de Sociabilização – evita totalmente o contato social ou são desajeitadas

ou inseguras na interação social. Nesse caso, regras sociais dão sentido de arbitrárias,

complexas e desnorteantes.

c) Falta de habilidades para brincar – não explorar ou brincar com os brinquedos da

mesma maneira que faria uma criança com um desenvolvimento típico. Tornar-se

obcecadas por um determinado brinquedo ou objeto. Normalmente é difícil que brinquem

com amigos.

d) Dificuldade de processamento visual e auditivo – muito pouco reativos esses

sentidos, com resposta nula ou pequena a pistas visuais ou auditivas. Demonstram ser

hipersensíveis a alguns sons e estímulos visuais, causando-lhes perturbação.

e) Auto estimulação - O comportamento pode envolver o corpo todo (isto é, balançar o

corpo, abanar as mãos, girar em círculos, etc.), usar brinquedos de forma incomum ou

inadequada, ter obsessões – como precisar que pessoas e objetos fiquem sempre no

mesmo lugar ou que os acontecimentos sigam um padrão previsível.

f) Reforçadores incomuns – Reforçadores podem não ser eficazes para crianças com

autismo. Elas podem necessitar de reforçadores altamente idiossincráticos, muito

pessoais, com os quais o educador precisará trabalhar para motivar a criança a aprender.

g) Dificuldade em aprender pela observação do outro – podem não aprender pela

observação da maneira com que as crianças típicas aprendem, pois têm dificuldades

com o aprendizado incidental ou ambiental.

h) Aprendizado mais lento – o ritmo de aprendizado das crianças com autismo

normalmente é mais. A manutenção do foco e da atenção no aprendizado pode ser um

grande desafio, e usualmente requer uma grande dose de repetições para que os

conceitos sejam dominados.

Fonte: Gonçalves (2018)

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Considerando os tópicos acima, denotados aqui como dificuldades e/ou desafios de

aprendizagem, percebemos como pode ser difícil para uma criança com autismo prestar atenção

e aprender da maneira que uma criança com desenvolvimento típico faz.

Dentro desse contexto, abordaremos sobre a metodologia ABA, a qual vem sendo usada

como um método de intervenção eficaz do comportamento da pessoa com autismo, que dentre

tantos benefícios, corrobora para ganhos no desenvolvimento cognitivo e pedagógico dessas

crianças.

A Análise do Comportamento Aplicada (Applied Behavior Analysis) é um termo advindo do

campo científico do Behaviorismo2, que observa, analisa e explica a associação entre o ambiente,

o comportamento humano e a aprendizagem. Uma vez que um comportamento é analisado, um

plano de ação pode ser implementado para modificar aquele comportamento.

A análise do comportamento aplicada, ou ABA é uma abordagem da psicologia que é usada

para a compreensão do comportamento e vem sendo amplamente utilizada no atendimento a

pessoas com desenvolvimento atípico, como os transtornos invasivos do desenvolvimento

(TIDs). (Lear, K., 2004)

De acordo com Anderson (2007), a metodologia ABA:

É o uso cientifico dos princípios da abordagem comportamental para

desenvolver, manter e aumentar comportamentos desejados e diminuir

comportamentos indesejados. Envolvendo uma serie de diferentes

estratégias, que podem ser utilizadas em variadas situações para

modificar ou ensinar novos comportamentos.

(Anderson, 2007, p.10)

As experimentações originais da terapia comportamental trouxeram algumas vantagens

importantes ao clínico: ele foi treinado na observação de comportamentos verbais e não verbais,

tanto em casa, como na escola ou no consultório, o que é fonte de dados relevantes. Ele estuda

o papel que o ambiente desempenha – ambiente este onde é possível interferir e verificar as

hipóteses levantadas. Outra habilidade é o entendimento do que é observado como um processo

comportamental, com contínuas interações e, portanto, sujeito a mudanças (Windholz, 2002).

Segundo Windholz (1995), existe uma relação direta terapeuta e educador, pois, para o

analista do comportamento ser terapeuta significa atuar como educador, uma vez que o

tratamento envolve um processo abrangente e estruturado de ensino-aprendizagem ou

reaprendizagem.

Para Meyer (2003), um dos princípios básicos da metodologia ABA é que um comportamento

é determinado por qualquer ação que pode ser observada e contada, tendo sempre uma

frequência e uma duração. Segundo ele, este comportamento pode ser explicado pela

identificação do que antecedeu e das possíveis consequências deste. Ou seja, é a identificação

das relações entre os eventos ambientais e as ações do organismo. Nesse contexto, estes

comportamentos são motivados, de forma prazerosa. Tendo uma função exclusiva, ou seja, a de

servir para conseguir algo que se deseja. É sabido, que todo comportamento de um modo geral

é aprendido, seja ele, “bom” ou “mal”. Isso não significa que alguém intencionalmente nos

ensinou a exibir um determinado tipo de comportamento ruim, mas, aprendemos que eles são

eficazes para conseguirmos o que queremos.

Dentro dessa perspectiva, entendemos que o método ABA pode intencionalmente ensinar a

criança a exibir comportamentos mais adequados no lugar dos comportamentos ruins, ou ditos,

problemas.

Comportamentos estão relacionados a eventos ou estímulos que os precedem, que são os

antecedentes e a sua probabilidade de ocorrência futura está relacionada às consequências que

os seguem.

2 O Behaviorismo concentra-se na análise objetiva do comportamento observável e mensurável

em oposição, por exemplo, à abordagem psicanalítica, que assume que muito do nosso

comportamento deve-se a processos inconscientes. Ivan Pavlov, John B. Watson, Edward

Thorndike e B.F. Skinner foram os pioneiros que pesquisaram e descobriram os princípios

científicos do Behaviorismo”.

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Para Moreira e Medeiros (2007), todo comportamento é modificado através de suas

consequências. Para ele, estamos sempre tentando fazer coisas, e se elas funcionam, faremos

novamente, quando nossas ações não funcionam é menos provável que as realizemos

novamente.

Por esta razão, e frente a essa quebra de paradigmas na mudança de comportamentos, na

metodologia ABA, os objetivos da intervenção são representados na figura abaixo, em forma de

infográfico:

Fonte: Gonçalves (2018)

Segundo Moreira e Medeiros (2007), essa intervenção, representada na figura 2, é baseada

em uma análise funcional, ou seja, analisa a função do comportamento determinante, visando

eliminar os comportamentos socialmente indesejáveis. Este por sua vez, é um ponto central para

entendermos qual é o propósito do comportamento “problema” que a criança está apresentando

e, através disso, montarmos a intervenção para modificá-lo. Se o comportamento é influenciado

por suas consequências, podemos manipulá-las para entendermos melhor como essa sequência

se dá e também modificar os comportamentos das pessoas, programando consequências

especiais para tal.

Daí, entendemos que para se resolver um comportamento “problema”, o primeiro passo é

identificar a sua função. Se não soubermos por que uma criança deve se engajar em um

comportamento adequado (qual a função ou propósito), será difícil saber como devemos ensiná-

la.

Pais, terapeutas e educadores tendem a imaginar ou achar um motivo para o comportamento

e isso incorrerá no insucesso da intervenção. A avaliação comportamental é a fase da

descoberta, e visa à identificação e o entendimento de alguns aspectos relativos à criança com

autismo e seu ambiente. Alguns dos objetivos da avaliação são:

Figura 3: Infográfico que representa os objetivos da avaliação do método ABA

Uma vez identificada as possibilidades de intervenção, pontuados as fragilidades e pontos de

atenção da avaliação, conseguimos, com base nesses dados, partir para o planejamento

associado a metodologia ABA, que seria traçar pequenos objetivos a curto prazo, visando à

Figura 2: Infográfico que representa os objetivos da i ntervenção do método ABA

Fonte: Gonçalves (2018)

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ampliação de habilidades e eliminação de comportamentos inadequados, realizando a

manipulação dos antecedentes. Esse plano, é o que se denomina de estratégias de prevenção.

É importante considerar, que na perspectiva da metodologia ABA, que modificando os

antecedentes podemos prevenir que o comportamento ruim aconteça, e para que isso aconteça,

pode-se fazer a prevenção de diferentes formas, tais como procuramos relacionar na imagem

abaixo:

Figura 4: Evolução de uma intervenção na metodologia ABA

Quanto a aplicação da metodologia através das estratégias de intervenção, é importante que

seja feita gradualmente, a fim de diminuir a intensidade dos comportamentos indesejáveis e

assim alcançar êxito para que a criança com autismo possa se concentrar e alcançar outros

ganhos, que ajudarão no seu desenvolvimento cognitivo e pedagógico.

Para Bosa (2006), isto é feito pelo estabelecimento de regras claras e consistentes; uma

modificação gradativa; identificação de funções subjacentes, tais como ansiedade ou incerteza;

modificações ambientais e transformação das obsessões em atividades adaptativas.

Outrossim, ao realizar essa intervenção, não podemos perder o foco de que a aprendizagem

deve ser prazerosa e divertida para a criança, podendo-se ainda usar reforçadores para mantê-

la motivada. Tais reforços serão consequências que aumentarão a probabilidade de esta

resposta acontecer novamente. Caso contrário, quando um comportamento é fortalecido, a

probabilidade que ele ocorra no futuro será maior.

No método ABA, além do uso dos reforçadores, é usado o que chama-se de “hierarquia de

dicas”, que se da seguinte forma: ao iniciar o ensino de qualquer comportamento, a criança é

ajudada a realizá-lo com a dica necessária, que pode ser verbal (total ou parcial), física, leve,

gestual, visual ou auditiva. Além disso, é feito um planejamento para a retirada dessa dica até

que a criança por si só, seja capaz de realizar o comportamento de maneira independente.

Outro fator fundamental no método ABA é a elaboração de programas de ensino baseado na

singularidade de cada criança. Os programas de ensino são individualizados, ocorrendo em

situação de “um para um”, envolvendo as diversas áreas do desenvolvimento: escolar,

linguagem, social, verbal, motora, o brincar, pedagógica e atividades de vida diária.

A metodologia ABA e seus procedimentos são constantes e padronizados, o que possibilita

que mais de um educador, juntamente com os AT’s (Acompanhante Terapêutico) e demais

profissionais envolvidos no programa trabalhem de forma alinhada com a criança.

Segundo Melo (2007), a principal crítica ao ABA é a de supostamente robotizar as crianças,

o que não nos parece correto, já que a ideia é interferir precocemente o máximo possível, para

promover o desenvolvimento da criança, de forma que ela possa ser maximamente independente

o mais cedo possível.

Fonte: Gonçalves (2018)

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Vale ressaltar, que cada pessoa com autismo tem suas singularidades e peculiaridades, no

entanto, reconhecemos que em tempos atuais nunca se ouviu tanto falar no termo “autista”, e

Kupfer (1999), já dizia que o autista de hoje, não é o mesmo dos tempos antigos:

O autista de hoje não é o mesmo que poderia ter surgido no mundo

antigo, porque esse nome moderno, criado por Kanner, recorta e cria

um novo discurso que o situa e lhe dá lugar no mundo contemporâneo.

Cria, com o poder de criação do significante, um novo autista. Que

prolifera, vai à mídia, aos filmes, que enternece. Significa algo para

sociedade de hoje, e é por ela significado a partir das modelizações

sociais à sua disposição. (Kupfer, M. C. 1999, p.

100)

Portanto, consideramos que este programa não é aversivo e rejeita qualquer tipo de punição.

O método ABA é uma alternativa de grande abrangência para o tratamento do espectro do

autismo, mas que, a participação de toda família no programa é de grande contribuição para seu

sucesso, pois assegura a generalização e manutenção de todas as habilidades aprendidas pela

criança.

METODOLOGIA

A metodologia utilizada nessa pesquisa baseou-se inicialmente na pesquisa bibliográfica para

fundamentação do conceito de autismo e identificação de métodos de intervenção nessa área,

que objetivassem trazer ganhos quanto aos aspectos cognitivos e pedagógicos no

desenvolvimento da aprendizagem da criança com autismo, e logo após essa etapa, adotamos

a pesquisa de campo.

Além da pesquisa bibliográfica, surgiu a necessidade da pesquisa de campo, para subsidiar

nossas premissas, quanto a eficácia do método, quando aplicada com crianças com autismo,

devido aos resultados perceptíveis nas crianças frequentadoras do Espaço Evolução.

Face ao exposto, e considerando a finalidade dos objetivos no que diz respeito a pesquisa,

adotamos a pesquisa prática ou pesquisa de ação, por queremos verificar uma situação social.

Quanto à forma de estudo, adotamos a pesquisa explicativa, pois, tivemos a necessidade de

buscar algo concreto, a razão e o porquê da eficácia do método ABA.

Com relação ao objeto pesquisado, optamos pela pesquisa de campo, pela possibilidade de

elaborar um questionário com questões objetivas que fundamentem nossa problemática, com

vistas a utilização da tecnologia através do formulário eletrônico, onde podemos acessar as

pessoas em ambiente diversificados.

A abordagem nessa pesquisa é a mista, pois nossa meta é adquirir dados não somente

quantitativos, mas qualitativos para subsidiar e fundamentar nossos objetivos.

Nossa pesquisa será no ambiente virtual, na plataforma da Google, usando tecnologia

associação aos processos educativos, todavia, atingindo os mais diversos ambientes, dentre

eles, o Espaço Evolução – Clínica, localizada na Rua Dom Pedro Henrique, 70, bairro de Santo

Amaro, cidade do Recife/PE, local de tratamento e aplicação da metodologia ABA em crianças

com autismo, bem como nos mais variados ambientes que possa alcançar uma vez que o

formulário é eletrônico e passível de acesso a qualquer momento.

Os sujeitos de nossa pesquisa, são pais de crianças com autismo, cuidadores, responsáveis,

Acompanhante Terapeuta (AT), Terapeutas na área de Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional,

Pedagogia, Psicopedagogia, Musicoterapia, Fisioterapia, Educação Física, Especialistas em

Aplicação da metodologia ABA.

Para a coleta de dados, utilizamos um instrumento específico que ajudou no alcance dos

objetivos almejados. Associado à tecnologia, através da plataforma da Google, o Google

Formulários (Google forms).

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O levantamento de dados e opiniões podem ser facilmente realizados no Google Forms, um

dos aplicativos que faz parte do Google Drive. Através do mesmo criamos um questionário onde

temos a possibilidade de tornar a(s) pergunta(s) obrigatória(s), de modo que o questionário só

poderá ser enviado se todas as questões obrigatórias estiverem respondidas.

O formulário construído nos dá a possibilidade de disponibilizá-lo através de um endereço

eletrônico ou link, que facilmente é enviado por e-mail, ou pelas redes sociais, facilitando o

processo de alcance dos respondentes.

RESULTADOS

O questionário foi aplicado por meio da plataforma da google, através de Google Formulários,

contemplando um público de 23 (vinte e três) respondentes todos envolvidos no âmbito do

tratamento com a metodologia ABA, na Clínica Espaço Evolução, no bairro do

Recife/PE, onde foi enviado o link para acesso ao questionário

https://goo.gl/forms/c2GSDwiyTymGlbtj1, disponível para respostas no período de 27/09 à

12/10/2018.

Analisando os dados, destacamos a tabela sobre o perfil dos respondentes:

Tabela 01 – Perfil dos Respondentes

Perfil Quantidade

Faixa etária 23 a 43 anos

Sexo Feminino 83%

Sexo Masculino 17%

Frequentam o Espaço Clínica Evolução 100%

É mãe e/ou pai de criança com autismo 57%

Atua como terapeuta de criança com autismo 35%

Se interessa pelo assunto 8%

Fonte: Gonçalves (2018)

A faixa etária é bem variada, os respondentes estão entre 30 e 43 anos. Na sua maioria, as

mulheres estão mais envolvidas no processo de tratamento de crianças com autismo. Ficou

evidente que mais da metade dos respondentes foram pais e mães de crianças com autismo

(57%), e logo após, um percentual relevante de terapeutas que atuam com a metodologia ABA

(35%), além de um público que mesmo não tendo vínculo com criança autista, se interessa pelo

assunto.

Considerando os objetivos propostos de nossa pesquisa, e com vista a perceber o nível de

compreensão que o nosso público alvo tem sobre o que é o Autismo, perguntamos se é uma

doença, uma condição de vida, um transtorno do desenvolvimento ou simplesmente um padrão

estabelecido em que todos autista são iguais. Após a análise dos dados obtivemos os seguintes

resultados:

Gráfico 01 – Qual a compreensão sobre o Autismo pelos respondentes?

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Fonte: Gonçalves (2018)

O gráfico acima demonstra o nível de compreensão dos respondentes acerca do que é

autismo, e para tanto utilizamos três indicadores (1-concordo; 2-discordo totalmente; e 3-não sei

responder) para quatro níveis de compreensão, a saber: a) Autismo é uma doença; b) Autismo é

uma condição de vida; c) Autismo é um transtorno do desenvolvimento; e d) Autismo é um padrão

estabelecido e todos os autistas são iguais

Analisando os dados percebemos que a maioria dos respondentes (91%) não consideram o

autismo como uma doença, apenas uma parcela pequena de respondentes (9%) entende que o

autismo é uma doença. Já para a questão de ser uma condição de vida, os respondentes se

dividem entre ser e não ser o autismo uma condição de vida. No entanto, 100%, ou seja, todos

entendem que autismo não é um padrão estabelecido e que uma pessoa com autismo não é

igual a outra. Isso só vem a confirmar o que nos diz Schwartzman (2003) e Melo (2007), autores

que citados na revisão bibliográfica, que trazem um conceito de autismo que nos desprende de

que seja uma “doença”, ou “uma condição de vida” e principalmente que “existe um padrão

estabelecido”.

Gráfico 02 – Nível de compreensão sobre terapias no tratamento de pessoas com autismo

Fonte: Gonçalves (2018)

Para testar esse nível de compreensão, destacamos 5 (cinco) métodos utilizados:

Treinamento dos pais; Análise Aplicada do Comportamento (método ABA); Tratamento e

Educação para Crianças Autista e Crianças com Déficit relacionados com a Comunicação

(método TEACCH); Terapia Cognitivo-comportamental (TCC); e Tratamento farmacológico para

sintoma-alvo.

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Interpretando o gráfico, percebemos o bom nível de compreensão dos atuais tratamentos

pelos respondentes, onde a média fica em torno de 53%, ou seja, os métodos são conhecidos e

testados por mais da metade das pessoas que lidam especificamente com crianças com autismo.

O índice de que nunca ouviram falar é muito baixo, tornando-se irrelevante para nossa pesquisa.

Lear (2004), sobre a metodologia ABA, afirma que esta é usada para a compreensão do

comportamento e por isso vem sendo amplamente utilizada. E no tratamento de crianças com

autismo, o gráfico nos apresenta a resposta a essa premissa, evidenciando um nível de

compreensão bem elevado, com 83% que conhecem o método e utilizam e apenas 17% que

conhecem e nunca utilizaram. Esse percentual demonstra o nível não só de compreensão, mas

da importância e reconhecimento da metodologia ABA para os respondentes quanto ao

tratamento da criança com autismo, devido a sua eficácia e aplicabilidade.

Para cada método adotado, buscamos investigar utilizando 04 (quatro) indicadores: a)

excelente; b) bom; c) regular; e d) não conheço., como os respondentes consideram a aplicação

de cada método na perspectiva de promover melhoras no desenvolvimento social,

comportamental e cognitivo da criança com autismo. Obtivemos então o gráfico abaixo:

Gráfico 03 – Percepção das metodologias utilizadas no tratamento de pessoas com autismo

Fonte: Gonçalves (2018)

Conforme Windholz (1995), Meyer (2003), o gráfico acima, traduz de forma clara a percepção

dos respondentes quanto a eficácia dos métodos no tratamento da criança com autismo, em

especial a Metodologia ABA, que se destaca como excelência, com 96% dos respondentes

atestando que sua aplicabilidade melhora o desenvolvimento social, comportamental e cognitivo

desse público, sobressaindo-se sobre os demais métodos. Outra análise que observamos no

gráfico é que para os respondentes, além da aplicação da metodologia ABA, quando associada

aos medicamentos (tratamento farmacológico) e treinamento dos pais, sua eficácia será melhor,

uma vez que como já vimos, o método requer um trabalho multidisciplinar, que envolve a família,

terapeutas, escola e sociedade de forma geral, como afirma Schtwartzman (2003), quando diz

que essas crianças necessitam de acompanhamentos educacionais especializados e

individualizados.

Analisando a tabela 02 abaixo, podemos estabelecer uma relação entre o diagnóstico e início

do tratamento no método ABA, comprovando que o diagnóstico muitas vezes é tardio, entre 2 e

4 anos. Outro fator é que apesar do método ser eficaz, o valor financeiro impede muitas vezes

as famílias de aderirem, e tentam outros métodos mais baratos. Quanto ao tratamento em curso

das crianças atendidas na Clínica Espaço Evolução, nossa amostragem nos dá um resultado

consistente, uma vez que 65% delas iniciaram o tratamento há pelo menos 1 anos e no máximo

3 anos.

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Tabela 02 – Relação diagnóstico e tratamento

Indicadores Valores

Faixa etária das crianças com autismo De 4 a 10 anos

Idade média de diagnóstico pela equipe médica Entre 2 e 4 anos

Iniciou outros métodos após o diagnóstico 78%

Iniciou o método ABA logo após o diagnóstico 22%

Utiliza o método ABA a menos de 1 ano 35%

Utiliza o método ABA entre 1 e 2 anos 43%

Utiliza o método ABA a mais de 3 anos 22%

Fonte: Gonçalves (2018)

Sobre qual a motivação dos respondentes em buscar a metodologia ABA, as respostas foram

na sua maioria: a) por indicação médica; b) indicação de alguma família que já utilizava e

comprovava sua eficácia; c) conhecimento sobre o método; e, d) ainda pela proposta de uma

equipe multidisciplinar trabalhando em conjunto em prol da criança.

Quando nos referimos a aplicação do Método ABA e sua influência na qualidade de vida da

criança com autismo, de forma a identificar em quais questões comportamentais, cognitivas,

pedagógicas e sociais essas crianças estão avançando no seu desenvolvimento, utilizamos 10

(dez) questões norteadoras:

1) Frequência e intensidade de comportamentos de birra ou indesejáveis

2) Agressividade, estereotipias e outros que dificultam o convívio social e a aprendizagem

3) Desenvolvimento de habilidades sociais

4) Desenvolvimento de habilidades comunicativas

5) Desenvolvimento de habilidades cognitivas e acadêmicas

6) Adaptação ao meio

7) Comportamentos socialmente desejáveis

8) Em casa, consegue realizar tarefas simples (se vestir, se higienizar, comer, beber, etc)

9) Na escola, consegue desenvolver atividades 10) Relação com o brinquedo

Os dados obtidos (Gráfico 04), reforçam o que diz Moreira e Medeiros (2007), quando afirma

que todo comportamento é modificado através de suas consequências, e a intervenção em

função do comportamento é determinante, uma vez que visa a eliminação de comportamentos

socialmente indesejáveis.

Gráfico 04 – O método ABA e influência no desenvolvimento cognitivo, comportamental,

pedagógico e social da criança com autismo.

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Fonte: Gonçalves (2018)

Observa-se que para as questão 01 - “Frequência e intensidade de comportamentos de birra

ou indesejáveis” e questão 02 – “Agressividade, estereotipias e outros que dificultam o convívio

social e a aprendizagem”, que abordam a questão comportamental da criança com autismo, na

maioria das crianças atendidas pelo método ABA, esses mal comportamento estacionaram,

regrediram ou não apresentam em 70% e 75% dos casos respectivamente, o que nos leva a

perceber a eficácia, mas ao mesmo tempo evidencia que em alguns casos esses

comportamentos avançaram em 30% e 35%, isso porque o tratamento é a longo prazo, e a

maioria das crianças utilizam o método a pouco tempo.

Para as questões que tratam do desenvolvimento social, comunicação, pedagógico, do

brincar, e de atividades cotidianas, que são das questões 03 a 10, o gráfico mostra que em todas,

as crianças estão avançando, ou seja, 87% estão desenvolvendo suas habilidades sociais, 83%

estão melhorando o processo de comunicação, 78% estão se desenvolvendo pedagogicamente

falando, melhorando seu desenvolvimento cognitivo e acadêmico, 83% estão se adaptando

melhor ao meio, apresentando comportamentos socialmente desejáveis, e em casa, estão

conseguindo realizar tarefas simples como se vestir, se higienizar, comer, beber, dentre outras,

bem como manter uma relação com o brinquedo, enquanto que 87% estão fazendo atividades

escolares adaptadas e tendo êxito.

Essa reflexão nos faz perceber a eficácia do método, não como mágica, mas como uma

alternativa para famílias que se deparam com o autismo, e que quando aplicada de forma correta,

consegue trazer uma qualidade de vida melhor para a criança e sua família. Como fruto dessa

reflexão, obtivemos alguns relatos de experiência, e dentre todos, destacamos alguns que nos

marcaram devido à complexidade desse transtorno e a doçura que ele provoca na vida dos

envolvidos:

“Meus filhos nos ensinam todo dia que limitações não só é uma condição de vida, mas uma

luta diária de conquistas, perdas, retornos, regressões, avanços e conquistas e muitas

superações tanto do autistas quanto para todos os familiares. Paciência e Dedicação São

indispensáveis para seu desenvolvimento”.

“Adquirir conhecimento, buscar ser cada vez mais humano e entender e aproveitar cada

momento que a vida possa te oferecer da forma mais humilde com o olhar deles isso é

maravilhoso. Aprender com cada uma delas”.

“Minha vida mudou de cabeça para baixo, costumo dizer que hoje vivo por ele e para ele. As

vezes, sinto-me aprisionado, numa prisão sem muros, mas ao mesmo tempo, tenho a

oportunidade todos os dias de ser uma pessoa melhor, mais sensível ao "outro", e isso me faz

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refletir sobre a missão que nos foi dada, que aos meus olhos não consigo entender. Por isso,

sigo caminhando para tornar a vida de meu filho linda e independente”.

(Depoimentos de mães e pais de criança com autismo da Clínica Espaço Evolução)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao chegarmos ao final desse trabalho, percebemos um longo caminho trilhado, cheio de

dificuldades, mas de aprendizado que superaram nossas expectativas. Inicialmente, não tivemos

medo em abordar um tema tão complexo e amplo, uma vez que vivenciamos na prática, ao me

deparar no ano de 2008 com o diagnóstico de autismo em meu filho, personagem motivador e

central dessa pesquisa.

A problemática inicial, se deu através da percepção desse mundo “azul” que envolve a família

e a criança com autismo, onde em meio ao obscuro, buscam tratamentos e alternativas que

venham a amenizar o sofrimento causado por um transtorno do comportamento, até então,

incurável, mas que na qualidade de vida, encontram condições humanas de vida e dignidade.

A metodologia ABA busca exatamente isso, promover a qualidade de vida da criança e da

família vítima do autismo. E adentrando nesse método, buscamos entender por que crianças com

autismo, que utilizam o método ABA, melhoram significantemente sua condição comportamental,

e consequentemente seu desenvolvimento cognitivo e pedagógico? E através dessa pesquisa,

demonstramos essa eficácia, com os resultados obtidos, que expressam que o público alvo

dessa pesquisa atendida pelo Espaço Evolução Clínica que atua com a metodologia da Análise

do Comportamento Aplicado – ABA, melhoram significantemente sua condição comportamental,

e consequentemente seu desenvolvimento cognitivo e pedagógico, configurando um método

seguro por oferecer uma equipe multidisciplinar que atua com programas específicos para o bem

estar das crianças com autismo.

Nessa perspectiva, identificamos o nível de conhecimento, as necessidades e dificuldades

acerca do autismo e da pessoa com autismo pelos diversos profissionais, mães e pais,

cuidadores e terapeutas, de forma a contribuir para que a aplicação desse método seja assertiva,

uma vez que envolve todo esse público, e que nos leva a entender que não é um trabalho

somente no âmbito hospitalar, mas familiar, escolar, e em todas as esferas possíveis.

Analisar cada dados levantado, perceber os depoimentos dos respondentes, experimentar as

questões levantadas, foi como juntar parte de um quebra-cabeça que nos levou a formalizar o

que pensamos sobre essa condição neurológica, que acomete família mundo à fora, com

aumento das estatísticas de casos de nascimentos de pessoas com autismo, e que de certa

forma, nos leva a entender que é possível a criança com autismo se desenvolver bem, adquirir

habilidades cognitivas, se relacionar, se socializar, estudar, ler, realizar tarefas, trabalhar, e

exercer sua cidadania.

Sabemos que cada caso é diferente do outro, mas que há tratamento específico e cabe a nós

enquanto pesquisadores, levantarmos hipóteses, estudarmos, testarmos e evidenciarmos para

o bem da sociedade em que vivemos, como agentes transformadores do mundo, podemos

influenciar e sensibilizar para essa questão que é tão séria e que necessita de ampla divulgação

para que haja o respeito e acima de tudo, o amor pela pessoa com autismo.

Gostaria de findar com as palavras tocantes de uma respondente, terapeuta de criança com

autismo, quando diz que: “Hoje meu trabalho faz muito sentido, pois a cada dia aprendo como

lidar com as diferenças, entendendo que cada um tem seu jeito único de ser. E, é super

gratificante contribuir para o avanço no seu desenvolvimento. As trocas diárias são fantásticas.

Cada momento é único e nos dar a possibilidade de ensino e aprendizagem constantemente.

Como diz Paulo Freire (2002), em Pedagogia da Autonomia, “quem ensina aprende ao ensinar,

e quem aprende ensina ao aprender”, a vida é isso, um eterno aprendizado e somos moldados

a cada dia pelo que somos e pelo fazemos, e se fazemos o melhor, que o façamos com amor,

amor à vida, amor ao próximo.

REFERÊNCIAS

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