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AS CORRENTES DA ENGENHARIA NA CANOAGEMprojfeup/submit_13_14/uploads/relat_1M8... · Canoe Club e...

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AS CORRENTES DA ENGENHARIA NA CANOAGEM Projeto FEUP 2013/2014 1º Semestre Data de Entrega: 4 de Novembro de 2013 Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Turma 1M8 Equipa 1M8_03 Supervisor: Ana Reis – DEMec – [email protected] Monitor: Marieta Rocha – [email protected] Coordenador MIEM: Teresa Duarte – [email protected] Coordenador Geral: Armando Sousa – [email protected] Membros da Equipa: Luís Carlos da Silva Lobo – [email protected] Carlos Daniel Pires Rodrigues – [email protected] Rodrigo Sá Morais Campos Costa – [email protected] João Pedro Duarte Galileu – [email protected]
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AS CORRENTES DA

ENGENHARIA NA CANOAGEM

Projeto FEUP 2013/2014

1º Semestre

Data de Entrega: 4 de Novembro de 2013

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica

Turma 1M8

Equipa 1M8_03

Supervisor: Ana Reis – DEMec – [email protected] Monitor: Marieta Rocha – [email protected]

Coordenador MIEM: Teresa Duarte – [email protected]

Coordenador Geral: Armando Sousa – [email protected]

Membros da Equipa:

Luís Carlos da Silva Lobo – [email protected]

Carlos Daniel Pires Rodrigues – [email protected]

Rodrigo Sá Morais Campos Costa – [email protected]

João Pedro Duarte Galileu – [email protected]

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 2

MIEM/FEUP

Agradecimentos Todo este trabalho não teria sido realizado sem a colaboração de

diversas pessoas. Portanto queremos reconhecê-las e dar os nossos sinceros

agradecimentos, visto terem contribuído para que conseguíssemos alcançar o

objetivo predefinido de forma gratificante.

Primeiramente, agradecemos à professora da unidade curricular “Projeto

FEUP” Ana Rosanete Lourenço Reis e supervisora do projeto, por toda a ajuda

prestada, ensinamentos e dicas para a elaboração deste relatório.

Da mesma forma, gostaríamos de gratificar a monitora Marieta de Sousa

Rocha, que desde o início do projeto demonstrou empenho e disponibilidade

para solucionar qualquer problema que surgisse durante a realização do

projeto.

Gostaríamos ainda de dar o nosso sincero agradecimento à aluna

Fernanda Daemon, número 201305407 pela sua dedicação em nos ajudar

voluntariamente, apesar de não fazer parte deste grupo.

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 3

MIEM/FEUP

Resumo

O presente trabalho aborda o tema “As correntes da Engenharia na

Canoagem”. É apresentado um resumo da história e evolução dos diversos

tipos de canoas (competição, turismo, fitness, freestyle, entre outras).

Neste trabalho, iremos ver que as canoas em estudo têm um formato

diferenciado de modalidade para modalidade, sendo que umas são feitas para

competição e outras apenas para lazer. No que diz respeito à estabilidade de

uma canoa, estudaram-se as diferentes formas de casco da canoa (plano,

redondo, arqueado e modificado em forma de V), relacionando-as com os

respetivos fins.

Foi dado foco a canoagem de competição, onde são apresentados os

materiais que as constituem e os processos de fabrico das canoas,

identificando-se as principais diferenças entre elas. São apresentadas as

principais caraterísticas numa canoa de competição e os seus requisitos.

Foi ainda abordado o tema “Canoa versus Kayak” em que se

apresentam as suas diferenças e se relacionam essas características com a

sua performance.

Quando falamos sobre performance na canoagem necessitamos

obrigatoriamente de recorrer à engenharia presente na sua construção, desde

minimização das perdas de energia através da sua forma, os materiais que é

constituída, até o tipo de impulso que os remos fazem no sentido de mover o

kayak/canoa o mais rápido possível (no caso das provas de velocidade).

Palavras-Chave

Canoa Partes Engenharia

Kayak Kevlar Jogos olímpicos

Fabrico Casco Lazer

Materiais Quilha Competição

História Proa

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 4

MIEM/FEUP

Índice

1. Introdução .............................................................................................................................. 6

1.1. O que é a canoagem? ................................................................................................. 6

1.2. Canoagem vs. Remo ................................................................................................... 6

2. História e evolução .............................................................................................................. 7

2.1. Antes vs Agora ............................................................................................................. 8

2.2. Futuro ............................................................................................................................. 9

2.3. Curiosidades ................................................................................................................. 9

3. Modalidades ........................................................................................................................ 10

3.1. Freestyle ...................................................................................................................... 10

3.2. Kayak polo ................................................................................................................... 10

3.3. Kayak surf .................................................................................................................... 11

3.4. Waveski Surfing .......................................................................................................... 11

3.5. Longa distância .......................................................................................................... 12

3.6. Regatas em linha ....................................................................................................... 12

3.7. Slalom .......................................................................................................................... 12

3.8. Canoagem Polinésia ou Va’a ................................................................................... 13

3.9. Paracanoagem ........................................................................................................... 13

3.10. Canoagem Oceânica ............................................................................................... 14

3.11. Canoagem Rafting ................................................................................................... 14

3.12. Barco-Dragão ........................................................................................................... 15

3.13. Turismo de Aventura ............................................................................................... 15

4. Formas e partes de uma canoa ...................................................................................... 16

4.1. Diferentes partes de uma canoa comum................................................................ 16

4.2. Formas das canoas e suas relações com a estabilidade .................................... 17

4.3. Curiosidade ................................................................................................................. 18

5. Materiais usados no fabrico de canoas ....................................................................... 18

5.1. Alumínio ....................................................................................................................... 18

5.2. Madeira ........................................................................................................................ 19

5.3. Plástico ........................................................................................................................ 19

5.4. Compósitos ................................................................................................................. 23

5.4.1. Fibra de Vidro .......................................................................................................... 24

5.4.2. Carbono .................................................................................................................... 26

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MIEM/FEUP

5.4.3. Kevlar ........................................................................................................................ 29

6. Os Kayaks ............................................................................................................................ 32

6.1. Kayak e Canoa (diferenças e semelhanças) ......................................................... 32

6.2. Introdução à performance dos kayaks .................................................................... 33

6.3. Caraterísticas gerais de um kayak .......................................................................... 33

6.4. Estabilidade vs. Performance ................................................................................... 35

7. Conclusão ............................................................................................................................ 36

8. Referências bibliográficas ............................................................................................... 37

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MIEM/FEUP

[Tab.1] Diferenças entre o remo e a canoagem.

1. Introdução

1.1. O que é a canoagem?

A canoagem é um desporto náutico praticado em canoas ou kayaks.

Desde a existência do Homem que foram criadas canoas para transporte,

pesca e deslocação. Foi em 1936, que ela se tornou um desporto olímpico.

Existem diferentes variantes da canoagem, como estilo livre, slalom, kayak

polo, kayak surf, regatas em linha, entre outras.

1.2. Canoagem vs. Remo

Apesar de ambos os desportos serem exercidos mundialmente por um

número elevado de pessoas, ainda existem muitos que os confundem. É

importante distinguir o remo da canoagem. A principal diferença está no uso de

membros inferiores de forma mais intensiva na vertente de remo. Outra

diferença é na canoagem o remo (objeto, e não o desporto) ser composto por

duas pás, uma em cada ponta, nos kayaks, e nas canoas cada pessoa usar um

remo com uma só pá, em lados alternados da embarcação. No remo não

sucede o mesmo, pois cada pessoa usa dois remos com uma pá cada.

A partir desta informação apercebemo-nos que o trabalho muscular

exercido para cada modalidade é específico.

Desporto Tipos Remos Características

Remo Canoas Remos – 2

por atleta

- Timoneiro (líder) no sentido da canoa

- Remadores no sentido contrário

- Esforço maioritariamente dorsal

- Movimento de membros inferiores

Canoagem

Kayaks Pagaia – 1

por atleta

- Esforço

maioritariamente

abdominal

- Bastante leves

- Remadores no

sentido da embarcação

- Flutuam

logo abaixo

da água

- Deck

semifechado

Canoas Remos – 1

por atleta

- Flutuam à

superfície

- Deck

aberto

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MIEM/FEUP

[Fig.1] Movimentação de um canoísta.

[Fig.3] Canoa feita a partir de troncos de árvores.

[Fig.2] Músculos exercitados no remo.

2. História e evolução

A história da canoagem é complexa e detalhada, pois envolve uma

evolução em muitos aspetos. Entre estes estão o comprimento, o peso e a

versatilidade. Desde os primórdios da civilização humana, que canoas e kayaks

são usados por diversos povos, como meio para pesca, guerra ou apenas

transporte. Ainda hoje, a canoagem move multidões de pessoas, tanto em

termos de lazer como em competição.

Nos primeiros tempos as

canoas eram feitas de

troncos de árvores que

eram tornados ocos para

que pudessem ser

usados para acomodar

pessoas. Foi na América

do Norte que se iniciou a

criação de canoas

semelhantes às dos dias

de hoje. Estas eram construídas com casca de árvore de bétula (ou por vezes

de cedro e olmo) assente numa estrutura de madeira.

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 8

MIEM/FEUP

O kayak (que significa “homem-barco” em inuíte) foi primeiramente

usado na Gronelândia pelo povo nativo, neste caso, os esquimós. Por outro

lado, estes possuíam na sua constituição ossos de baleia, pedaços de madeira

e pele de animais (e gordura) no seu interior para o manter à prova de água.

Após alguns séculos, os povos mais desenvolvidos começaram a usar

este tipo de embarcações para outras atividades, que não as referidas

anteriormente. A competição de canoagem é mundialmente conhecida e

atualmente é também realizada nos Jogos Olímpicos. Tudo começou em 1866,

quando foi formado um clube de canoagem em Londres, intitulado The Royal

Canoe Club e proporcionou a primeira regata.

Só em 1936 é que as competições de canoas tiveram lugar nos Jogos

Olímpicos, ao longo dos anos estas foram-se adaptando à evolução das

canoas em si, permitindo um aumento da qualidade destas.

Existem dois tipos de canoas, os kayaks, que são normalmente usados

por uma pessoa e são impulsionados através de um só remo com uma pá de

cada lado. As canoas, são construídas com uma grande variedade de

materiais, são mais longas que os kayaks e o seu peso depende dos materiais

utilizados. Ao contrário dos kayaks, são para uso de duas pessoas, em que

cada uma usa um remo com uma só pá para impulsionar a embarcação. [3] [17]

[21] [22]

2.1. Antes vs Agora

Não há muito tempo, tanto as canoas, como os kayaks eram criados por

quem os iria utilizar, com os materiais disponíveis nas redondezas.

Posteriormente, e com o aparecimento de diferentes materiais, tudo se tornou

muito mais estandardizado e especializado na busca de cada vez melhores

embarcações para cada situação, jogando com todas as variáveis que advêm

deste desporto. “Hoje os kayaks e canoas modernos são construídos, na sua

maioria, em resina de poliéster reforçada com fibra de vidro, ou resina epóxido

com kevlar e/ou fibra de carbono, e ainda plástico injetado ou rotomoldado -

polietileno.” (Pedro Dias, Análise Estrutural de um Kayak de Competição).

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 9

MIEM/FEUP

As empresas que produzem estes “pequenos barcos” trabalham com

softwares avançados de forma a desenharem o melhor e mais especializado

kayak possível para diferentes situações. Uma dessas empresas é portuguesa

e chama-se NELO, são uma das maiores e melhores empresas do mundo

neste ramo e já produziram mais de 30000 embarcações. [19] [20]

2.2. Futuro

O futuro da canoagem é imprevisível como qualquer futuro nos dias de

hoje, devido a todo o avanço tecnológico a que assistimos diariamente. Espera-

se que haja uma evolução bastante significativa, procurando aproximar a

natureza, na busca de materiais mais inovadores (biomimicry), biodegradáveis

e leves. Poderão existir rios criados artificialmente só para o uso de canoas ou

canoas mais pequenas que nem se assemelhem às canoas de agora, mas que

consigam realizar o seu trabalho de forma mais eficaz, sem alterar o prazer e

função da própria embarcação. [18]

2.3. Curiosidades

- Em 2005, foi descoberta em Kuahuqiao, no sul da China, uma canoa

com 8000 anos;

- A primeira fábrica de canoas conhecida foi criada pelos Franceses em

Trois-Rivieres, no Quebec, por volta do ano 1750;

[Fig.4] Praticantes de kayak nos Jogos Olímpicos 2004.

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MIEM/FEUP

- O ICF (International Canoe Fundation) foi formado em 1924 na

Copenhaga, Dinamarca, na verdade, só passou a ser designado ICF em 1946,

sendo que antes era o IRK (Internationale Repräsentantenschaft Kanusport);

- Apesar de só ser ter sido considerada desporto olímpico em 1936, a

canoagem surgiu como desporto de demonstraçã0 nos jogos olímpicos de

1924;

- A Federação Portuguesa de Canoagem foi formada em 1979, só

obtendo aprovação para ser membro da ICF em 1982, no Congresso de

Belgrado.

3. Modalidades

3.1. Freestyle

O freestyle é uma das mais recentes modalidades da canoagem. Apesar

desta variante não integrar os Jogos Olímpicos, existem competições nacionais

e internacionais reconhecidas pela Federação Internacional de Canoagem

(ICF).

Esta modalidade realiza-se em caiaques e canoas de plástico sem

tamanho definido, e o seu objetivo é a execução de manobras e de

movimentos rápidos com a embarcação numa onda ou no escoamento de um

rio dentro do tempo de 40 segundos, para assim, conseguir uma pontuação

baseada na variedade e quantidade de movimentos realizados na onda. Todas

as manobras são pontuadas de acordo com tabelas estabelecidas.

3.2. Kayak polo

O kayak polo é uma competição com bola entre duas equipas, cada uma

com 5 jogadores que utilizam kayaks de polo para se movimentarem pela área

de jogo e marcar golos contra o adversário, sendo disputada em rios, lagos ou

piscinas.

Hoje disputam-se campeonatos nacionais masculinos e femininos em

quase todos os países da Europa, Austrália, Sudeste da Ásia e a África d o Sul,

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 11

MIEM/FEUP

contudo, esta modalidade surgiu há aproximadamente 30 anos na Inglaterra

quando jogadores da canoagem de descida de rios e slalom começaram a

treinar as técnicas de remadas e controles de barco em piscinas durante o

inverno e quando os rios estavam secos. [5]

3.3. Kayak surf

O kayak surf surgiu através dos nadadores-salvadores da Austrália e da

África do Sul que utilizavam os kayaks para se locomoverem no mar. Nesta

modalidade da canoagem adotam-se as mesmas regras de pontuação do surf,

com o objetivo de analisar a dificuldade da manobra executada pelo canoísta

ao descer a onda.

Esta variante da canoagem pratica-se nos clássicos modelos de kayak

sit-in (fechados), que podem ser construídos de fibras ou até de carbono com

quilhas, que permitem manobras excelentes no mar.

3.4. Waveski Surfing

O waveski surfing entrou como modalidade no Circuito Nacional de

Kayaksurf em 2010, contudo surgiu em 1962, na Austrália. Ele combina a

prática de kayak com o desempenho do surf.

Os waveskis são os modelos mais aproximados da prancha de surf, e

tem a finalidade de manter uma flutuação e estabilidade maior na onda. Além

disso, são resistentes, leves e possuem um assento, com pequenas

quilhas, cintas de segurança e finca pés, permitindo que o praticante se mova

para efetuar as manobras.

As competições são realizadas como no surf, julgando-se as melhores

performances e manobras dos surfistas em um período de 20 minutos. [7]

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MIEM/FEUP

3.5. Longa distância

A modalidade Longa Distância abrange as Maratonas e o Kayak-Mar. É

uma competição que envolve espírito de sacrifício, persistência, tenacidade e

grande esforço físico por parte dos canoístas, e envolve remar grandes

distâncias em águas calmas

A Maratona é a variante que disputa-se com as mesmas embarcações

das regatas em linha, apenas diferindo no facto de serem mais leves. As

competições realizam-se em distâncias entre os 36 e os 21 km. Durante a

prova, os canoístas podem atravessar rios com ou sem obstáculos e

interrupções, represas, pedras e águas rasas, lagos, estuários, mar aberto, e

são obrigados a realizar um ou mais trajetos em terra correndo com a

embarcação na mão, percurso durante o qual aproveitam para se alimentar e

hidratar.

O Kayak Mar, apesar de ser a variante mais recente, já possui um

campeonato nacional. Esta vertente da canoagem decorre no mar e/ou

estuários, em embarcações específicas, com um ou dois lugares.

3.6. Regatas em linha

Regatas em linha é a modalidade mais conhecida e é tida como a

disciplina “rainha” da canoagem. A competição decorre habitualmente em

canais, construídos artificialmente, com aproximadamente 2.000 metros de

comprimento e 03 metros de profundidade, sendo todo o percurso delimitado,

permitindo a montagem de nove pistas.

Para esta modalidade, utilizam-se embarcações muito elegantes e

rápidas, mas muito instáveis, denominadas de: Kayak (K1, K2 e K4) e

Canoa (C1 C2 e C4): nas canoas apenas competem os homens.

3.7. Slalom

A canoagem slalom é a modalidade mais difícil e espetacular em termos

visuais. Nela, os remadores têm que navegar o kayak ou a canoa por entre as

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MIEM/FEUP

"portas" suspensas sobre o plano da água, sendo as de cor verde para remar a

favor da correnteza e as de cor vermelha remar contra a correnteza, num

percurso que varia de 250 a 400 metros. Vence a competição quem fizer o

percurso em menos tempo, incluindo todas as penalidades resultantes da

transposição incorreta das portas.

As competições realizam-se para os homens em embarcações kayak

monolugar (k1) e canoas mono e bilugar (C1 e C2). As mulheres competem

apenas em embarcações Kayak monolugar.

3.8. Canoagem Polinésia ou Va’a

A canoagem Polinésia, ou Va’a, tem origem nas Ilhas da Polinésia e

Micronésia. Nesta modalidade, o respeito pelas tradições da Polinésia é

fundamental. O desporto destaca o trabalho de equipa. A sincronia entre os

remadores, a técnica da remada e potência permitem que a canoa chegue a

atingir velocidades superiores a 24 km por hora em uma onda.

A Federação Internacional de Va’a adotou a letra V e um número para

caracterizar as categorias de canoa de acordo com o número de remadores.

São elas: V1, V2, V3, V4, V6 e V12. No caso da V1 e V2 são nomenclaturas

dadas às canoas tradicionais, sem leme. Já as que possuem leme, a

nomenclatura tem o acréscimo da letra R (Rudder), uma pequena concessão

para os ingleses que utilizam o leme em suas canoas. Sendo assim a

nomenclatura fica V1R e V2R, contudo na maioria dos países, o leme não é

usado.

3.9. Paracanoagem

A Paracanoagem é a modalidade de canoagem bastante recente e que

é executada por pessoas com deficiência (PCDs). Ela tem como objetivo o

lazer ou a competição, e é um excelente desporto a ser praticado, já que dentro

de um caiaque ocorre uma igualdade de possibilidades, visto que juntos todos

têm iguais condições de liberdade para locomoção, sendo que o desempenho

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MIEM/FEUP

técnico e físico depende exclusivamente da própria pessoa, por isso, todos

visam alcançar a maior autonomia possível.

O praticante pode usar adaptações que auxiliem a sua pratica, sendo ela

por segurança ou na melhora do seu rendimento. Estas adaptações podem ser

nos barcos ou externas, ou seja, gestos, comunicação por sons especiais, etc.

Esta variante da canoagem torna possível o acesso das pessoas com

deficiência à prática desportiva, despertando o gosto pelos desportos e

afastando assim o preconceito da sociedade para com o deficiente. [4]

3.10. Canoagem Oceânica

A canoagem oceânica apresenta um elevado grau de dificuldade e tem

como objetivo percorrer um percurso já definido em carta náutica, em águas

marinhas, no menor tempo possível. São utilizadas embarcações específicas,

devido às variadas condições que se pode encontrar ao decorrer da prova.

3.11. Canoagem Rafting

O Rafting é modalidade que implica a descida de rios em botes infláveis.

Os integrantes da embarcação remam sob o comando de um instrutor,

responsável pela orientação do grupo durante o percurso.

[Fig.5] Praticante de canoagem oceânica.

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 15

MIEM/FEUP

3.12. Barco-Dragão

Barco-Dragão é uma modalidade da canoagem inspirada nos costumes

orientais. São competições realizadas em barcos-dragão, grandes canoas

abertas decoradas com dragões de madeira na proa, e são disputadas por

equipas de dez ou vinte remadores, além de um timoneiro e de outro

componente que dita o ritmo do tambor. Vence a equipa que cumprir o

percurso que normalmente varia de 500 a 1.000 metros, no menor tempo.

3.13. Turismo de Aventura

Turismo e aventura é uma modalidade da canoagem que não se

enquadra nos padrões de desporto de competição. O seu objetivo principal é a

aproximação do homem com a natureza favorecendo a compreensão da sua

grandiosidade e consequentemente o respeito a mesma, transformando-os em

agentes multiplicadores dessa ação. Ao mesmo tempo, na sua prática, não

despreza os benefícios gerados pela atividade desportiva, pois esta

modalidade traz enormes benefícios ao sistema cardiopulmonar, requerendo

dos praticantes que mantenham-se com um bom nível de aptidão física.

Esta modalidade pode ser desenvolvida em diversos lugares, tais como

rios, represas, lagos, mares e oceanos, sendo necessária a escolha da

embarcação mais adequada para a situação a ser enfrentada. [6]

[Fig.6] Praticantes de turismo de aventura.

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 16

MIEM/FEUP

[Fig.7] Constituição de uma canoa comum.

4. Formas e partes de uma canoa

4.1. Diferentes partes de uma canoa comum

Casco1 - Superfície exterior da canoa que entra em contato com a água

Quilha2 - Estrutura ao longo do casco, desde a proa até à popa

Bordas3 - Vão desde a proa à popa e protegem os materiais da canoa

Assentos4 - Fixos nas bordas, servem para o remador se sentar

Proa - Parte da frente da canoa

Popa - Parte de trás da canoa

Deck plate5 - Desenhado para proteger o material e também funciona

como pega.

Thwarts6 - Pequenas barras fixas nas bordas da canoa para a mesma

manter a forma

(1)

(2)

(3) (4) (4)

(5) (5)

(6)

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 17

MIEM/FEUP

[Fig.8] Diferentes tipos de cascos.

4.2. Formas das canoas e suas relações com a estabilidade

Os cascos das canoas podem ter vários formatos: planos, redondos,

arqueados e modificados em forma de V. Isto acontece pois as canoas usadas,

por exemplo para lazer, não têm as mesmas especificações que as canoas

usadas para competição!

O casco plano é sobretudo usado nas

canoas recreativas, que podem ser usadas

para a prática da pesca, e para passeios, por

exemplo. Isto acontece pois, nessas

atividades, é exigida à canoa uma grande

estabilidade em condições mais calmas. São,

precisamente, as canoas mais fáceis de usar

no que à estabilidade diz respeito.

Quanto ao casco arqueado, este é usado nas canoas que são feitas

para condições mais adversas, tais como vento forte e correntes. É o design

ideal para quem compete em corridas nos rios pois ajuda a canoa a seguir uma

linha reta enquanto desloca a água.

Nos cascos arqueados, as paredes laterais da canoa são, sobretudo,

planas e verticais.

Por sua vez, ter um casco redondo vai fazer com que as paredes laterais

da canoa sejam arredondadas, o que faz com que a largura máxima das

paredes do casco seja maior do que a largura das bordas da canoa, adquirindo

esta uma estabilidade reforçada. Esta caraterística faz ainda com que seja

mais fácil remar, pois não é preciso afastar muito a pá das bordas da canoa.

Por último, a quilha do barco, ou seja, a curvatura do casco, pode ter

várias formas, sendo que duas delas são lisa e curva. Quanto mais curvada é a

quilha, mais manobrável será a canoa, o que é ideal em condições adversas,

em que há corrente, ondas ou outros objetos que têm de ser transpostos, ao

passo que, quanto mais lisa for a quilha, mais área do casco estará em contato

com a água, o que ajuda em viagens mais longas em linha reta.

A estabilidade é também afetada pelo centro de gravidade do remador e

pela carga na canoa. Se o assento for rebaixado, vai haver maior estabilidade,

Redondo

Plano

Modificado em

forma de V

Arqueado

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 18

MIEM/FEUP

[Fig.9] Canoa em alumínio.

visto que o centro de gravidade fica mais baixo. Isto apenas deve ser feito se o

remador continuar a ter uma posição confortável a remar. Se a carga estiver

mal distribída pela canoa, a estabilidade vai ser afetada negativamente.

Resumindo, conclui-se que existem muitos fatores que afetam a

estabilidade de uma canoa. As caraterísticas da mesma, o tipo de carga, a

distribuição desta pela canoa, são apenas alguns dos exemplos destes

fatores.[12] [13] [14] [23] [24]

4.3. Curiosidade: Alguns homens com ombros largos (e que, por

conseguinte, carregam muito peso acima da cintura) podem achar certos tipos

de canoas particularmente instáveis, sendo que mulheres que carreguem muito

do seu peso abaixo da cintura se sentem seguras nos mesmos barcos! [25]

5. Materiais usados no fabrico de canoas

Atualmente existem diferentes tipos de canoas, destinadas às diferentes

modalidades da canoagem. Para responder às exigências de cada uma, são

utilizados diferentes tipos de materiais na sua construção. Assim, o material

escolhido para o fabrico é aquele que permite aliar, de forma mais eficaz, as

características pretendidas.

5.1. Alumínio

As canoas fabricadas em

alumínio são pretendidas pela sua

durabilidade. São resistentes à

corrosão, requerem pouca

manutenção e não se deterioram quando expostas ao sol. São indicadas para

rios e lagos pois oferecem uma alta resistência a furos. Contudo são

extremamente pesadas, fazendo delas lentas. Por outro lado são caras e

barulhentas, e o seu brilho pode constituir um problema. Consoante as

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 19

MIEM/FEUP

condições meteorológicas e devido à elevada condutividade térmica do

alumínio são desconfortavelmente quentes ou frias.

5.2. Madeira

A madeira é um material tradicional e tipicamente artesanal. O processo

de lixar e esculpir usado para construir barcos de madeira oferece a

oportunidade de personalização única. Embora difíceis de perfurar são

pesadas e caras. Este tipo de canoas é normalmente mais atraentes do que as

outras pela sua estética.

5.3. Plástico

O plástico é popular no mercado da canoagem pois é leve, tranquilo e

resistente. Canoas de plástico de alta qualidade são desejadas pois exigem

pouca manutenção e têm todas as vantagens dos outros materiais. O peso

varia com o modelo de construção, que, normalmente, é espuma rodeada pelo

material plástico. Comparando-as com as de alumínio são menos resistentes.

Já as de fibra de vidro têm aproximadamente o mesmo peso mas são menos

duráveis. Estes barcos têm a desvantagem de serem caros. [47]

Plásticos utilizados na produção de canoas:

1. Polietileno

I. Polietileno termoformado;

II. Polietileno em 3 camadas.

2. ABS-Acrilonitrila-Butadieno-Estireno

I. Royalex.

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 20

MIEM/FEUP

[Fig.10] Reação de polimerização que dá origem ao polietileno.

1 – Polietileno

O polietileno tem sua cadeia constituída basicamente por carbono e

hidrogênio e é um material translúcido, maleável e inflamável. É flexível, já que

possui temperatura de transição vítrea bem abaixo das temperaturas ambiente

usuais. Pode ser produzido com diferentes densidades e nas formas linear,

ramificada ou reticulada, apresentando campos de aplicação comercial

diversificados. É um termoplástico barato e de fácil processamento. [43]

Existem vários tipos de polietileno:

Polietileno de baixa densidade (PEBD);

Polietileno de alta densidade (PEAD);

Polietileno linear de baixa densidade (PELBD);

Polietileno de ultra baixa densidade (PEUBD);

Polietileno de ultra alto peso molecular (PEUAPM)

No fabrico de canoas o tipo de polietileno mais utilizado é o de alta

densidade pois possui propriedades que o tornam o mais adequado para

produção de canoas, visto ser rígido, resistente a tração e possuir moderada

resistência ao impacto. [41]

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 21

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Tipo de PE PE de baixa densidade

PE de alta densidade

Tipo de polimerização Radicais livres Coordenação

Pressão de polimerização

(atm) 1000-3000 1-30

Temperatura reacional, ºC 100-300 20-100

Tipo de cadeia Ramificada Linear

Densidade, g/cm3 0,93-0,94 0,94-0,97

Cristalinidade, % 50-60 Até 95

Tm, ºC 110-125 130-135

[Tab.3] Comparação entre PEBD e PEAD.

I – Polietileno termoformado

O polietileno sofre um processo de termoformação (fig.13). Este

processo consiste no aquecimento de uma folha de plástico até uma

temperatura próxima do seu ponto de fusão seguido pela sua colocação num

molde. O material, entrando em contacto com o molde arrefecido pela

circulação de um fluido (geralmente água), vai arrefecer e fica com a forma que

o molde lhe deu. No final procede se à abertura do molde e retira-se a peça.

Este processo é vantajoso por se tratar de um processo barato relativamente

aos outros processos, tanto no preço dos moldes como do restante

equipamento.

Estas canoas possuem apenas uma camada de polietileno de alta

densidade que é diretamente retirado do processo de termoformação. As

canoas feitas de polietileno termoformado têm como grande vantagem o facto

de serem produzidas canoas de alta qualidade a um preço reduzido. O

polietileno termoformado é um material com elevada durabilidade, resistente à

abrasão, e é mais resistente que muitos materiais que são utilizados na

produção de canoas mais complexas. [44] [45]

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 22

MIEM/FEUP

[Fig.11] Processo de termoformação.

[Fig.12] Polietileno em três camadas.

II – Polietileno em três camadas (Three Layer Polyethylene)

Este material possui três camadas distintas que fornecem à canoa

características especificas como uma elevada resistência, durabilidade e

redução do relativamente às canoas em polietileno feitas apenas numa

camada. O material possui três camadas distintas: uma camada linear exterior,

um núcleo de espuma e uma camada interna.

Este tipo de material é usado para produzir canoas através de um

processo de rotomoldagem. A rotomoldagem é um processo industrial de

transformação de termoplásticos. Pela rotação de um molde que possui o

material dentro, vai se obter as canoas. [46]

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 23

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[Fig.13] Composição em camadas do Royalex.

2 – ABS

I – Royalex

O Royalex é um material compósito também dividido por múltiplas

camadas sendo a sua base o plástico ABS (Acrilonitrila-Butadieno-Estireno). É

um material usado para a produção de canoas pois é bastante leve, muito

resistente às radiações UV provenientes da luz solar, muito rígido e possui uma

estrutura mais resistente do que a estrutura dos não compósitos como o

polietileno. Contudo é um material muito mais caro comparativamente com o

polietileno nas canoas por moldagem e rotomoldagem.

Este material tem na sua composição várias camadas, sendo uma

mistura de ABS, espuma de ABS e vinil reticulado que fornece resistência ao

exterior da canoa. [42] [48]

5.4. Compósitos

As canoas mais modernas são fabricadas em materiais compósitos.

Estes materiais são constituídos por um reforço, que é constituído por fibras

(elemento de reforço), dispersa numa matriz (resina), que se agregam físico-

quimicamente após um processo de cura.

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 24

MIEM/FEUP

[Fig.14] Canoa em fibra de vidro.

[Fig.15] Fibra de vidro.

5.4.1. Fibra de Vidro

A fibra de vidro é o material mais utilizado no fabrico de canoas. Têm um

custo baixo a moderado. A sua qualidade pode variar consoante três níveis de

preços, que dependem da qualidade da fibra e da resina utilizadas. São leves

e, embora perfuráveis por um golpe, resistem a uma quantidade moderada de

pressão. A fibra de vidro é utilizada, por exemplo, para canoas de pesca. [10]

Tipos

Fibra de vidro é, como o nome indica, vidro em forma de fibra. Há cinco

grandes tipos de fibra de vidro: “A-glass”

(vidro alcalino), que tem boa resistência

química, mas propriedades elétricas mais

baixas. C-glass (vidro químico) que tem

uma resistência química muito elevada. E-

glass (vidro elétrico), que é um excelente

isolante e resiste a ataques de água. S-

Glass (vidro estrutural), que é otimizado

para as propriedades mecânicas. D-glass (vidro dieléctrico), que tem as

melhores propriedades eléctricas, mas não tem as boas propriedades

mecânicas quando comparados com a fibra de vidro do tipo E e S. E-glass e S-

glass são, de longe, os tipos mais comuns encontrados em compósitos. Estes

tipos têm boas combinações de resistência química, propriedades mecânicas e

propriedades de isolamento. Dos dois, o E-glass oferece a economia mais

atrativa enquanto S-glass oferece um melhor desempenho mecânico. [31] [34]

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 25

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Características gerais

Em função da sua densidade das fibras de vidro (reforço) e das resinas,

a fibra de vidro é um material leve, que oferece também boa resistência

mecânica. Apresenta uma condutividade térmica baixa, o que constitui uma

vantagem para a canoagem. É também um material com ampla flexibilidade,

possibilitando a moldagem, sem emendas. Devido ao baixo coeficiente de

dilatação térmica e à baixa absorção de água, as peças em fibra de vidro

mantêm inalteradas as suas formas e dimensões em condições extremas de

uso, nomeadamente em grandes variações de temperatura e humidade. Possui

ainda uma boa resistência química, pelo que não enferruja e resiste a

ambientes altamente agressivos aos materiais convencionais. A fibra de vidro

pode ser laminada em moldes simples e baratos, o que possibilita a

comercialização de peças grandes e complexas, com baixos volumes de

produção. Mudanças no projecto são facilmente realizadas nos moldes de

produção, dispensando a construção de moldes novos. É um material com a

possibilidade de ser moldado na cor desejada, dispensando, deste modo,

pintura de acabamento, tornando o custo deste capítulo baixo. Devido à

resistência e à inercia química do material, também a manutenção apresenta

um custo reduzido. É ainda um material possível de reciclar.

Tendo em vista todas as características referidas, pode-se afirmar que a

fibra de vidro é um bom material para a construção de canoas. Embora não

seja o melhor dos materiais compósitos é o material mais utilizado no fabrico

de canoas, apresentando um custo baixo a moderado. A sua qualidade pode

variar consoante diferentes níveis de preços, que dependem da qualidade da

fibra e da resina utilizadas. [4] [32] [33]

Propriedades Gerais da fibra de vidro

Densidade (g/cm3)

Resistência à tração (MPa)

Tensão de Cedência

(MPa)

Módulo de elasticidade

(GPa)

Condutivida-de térmica

(W/m.K)

Coeficiente de dilatação

térmica (10-6 m/m K)

1.6-2.0 220 220 21 0,04 30-40

[Tab.2] Propriedades Gerais da fibra de vidro.

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 26

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[Fig.16] Estrutura de cristais de grafite e suas direções.

5.4.2. Carbono

Fibras de carbono

A fibra de carbono é composta por átomos de carbono que ligados

formam uma longa cadeia. Algumas das características gerais destas fibras

são a sua baixa densidade, excelentes propriedades de tensão, boa condução

térmica e elétrica e resistência à deformação. Estas fibras são usadas de forma

intensiva em compósitos.

A estrutura atómica é semelhante à da grafite, e consiste em camadas

de átomos de carbono dispostas num padrão hexagonal (figura 1). Conforme

os processos de fabrico, os planos de camadas das fibras de carbono podem

ser diferentes, como por exemplo, grafíticos ou com estrutura híbrida.

As fibras de carbono são também muito frágeis. As suas camadas são

formadas por fortes ligações covalentes e a sua agregação em camadas, como

folhas de papel permite a fácil propagação de fendas na estrutura.

Elas são muito fortes. Normalmente, apura-se o benefício da força de

um material, relacionando-se a rigidez com o peso. A rigidez de um material é

calculada em módulos de elasticidade. Os módulos das fibras de carbono são,

geralmente, 20 msi (138 Gpa) e sua resistência máxima 500 ksi (3,5 Gpa).[2]

[27] [28]

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 27

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Características:

- Força física, resistência específica, leve.

- Bom amortecimento de vibrações, força e dureza.

- Elevada estabilidade dimensional, baixo coeficiente de expansão térmica,

baixa abrasão.

- Condutividade elétrica.

- Inerte a fatores biológicos e químicos.

- Resistência à fadiga, auto lubrificação, alto amortecimento.

- Propriedades eletromagnéticas.

- Permeável a raios-x, elevada resistência à corrosão. [26] [29] [30]

Propriedades Gerais das fibras de carbono

Densidade (g/cm3)

Tenacidade (KN/mm2)

Alongamento na rutura

Elasticidade Resistência à

fricção Resistência

ao calor

1,95 1,8-2,4 0,5% Fraca Boa Boa

[Tab.4] Propriedades Gerais das fibras de carbono

[1]

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 28

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Comparação de propriedades de diferentes materiais

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 29

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[Fig.17] Canoa em kevlar.

[Fig.18] Disposição molecular do kevlar.

5.4.3. Kevlar

O kevlar é utilizado numa parte limitada do mercado de canoa. É um

material com alta resistência química e mecânica. É também o mais leve mas

também o mais caro, uma vez que não está disponível em grande quantidade e

que o mercado é compartilhado com o dos coletes à prova de bala. Este tipo de

barco é indicado para águas calmas e é muito utilizado em canoagem de alta

competição, nomeadamente em velocidade. [9] [11]

O kevlar é uma fibra sintética de para-aramida (fig.18) muito resistente e

leve. Trata-se de um polímero resistente ao calor e sete vezes mais resistente

que o aço por unidade de peso. O kevlar é usado na fabricação de cintos de

segurança, cordas, construções aeronáuticas, velas, coletes à prova de bala,

linhas de pesca, na fabricação de alguns modelos de raquetes de ténis, na

composição de alguns pneus, etc. O tanque de combustível dos carros

de Fórmula 1 é composto deste material, a fim de evitar que objetos

pontiagudos perfurem os tanques numa eventual colisão. [37] [38] [39]

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 30

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[Fig.19] Kevlar.

[Fig.20] Molde em fibra de vidro.

Características:

Providencia propriedades força-peso

proeminentes;

Elevado módulo de elasticidade;

Elevada resistência à tração;

Baixa deformação;

Baixo alongamento de rutura (~3.5%);

Difícil de pintar. [40]

Processo de fabrico de uma canoa em kevlar

Este material é muitas vezes ligado ao fabrico de coletes à prova de

bala, mas, no caso das canoas, não é usada uma densidade tão grande como

a dos coletes.

Uma canoa de kevlar pesa, sensivelmente, metade de uma canoa de

madeira ou de alumínio e praticamente não precisa de manutenção.

As canoas são construídas com várias camadas do tecido de kevlar,

coladas umas às outras para criar um material laminado sólido.

Tudo começa com um molde em

fibra de vidro (compósito que também

abordamos neste relatório) do casco da

canoa.

O primeiro passo é passar resina no

seu interior. Após este passo, é colocada

uma camada de tecido de kevlar no interior do molde e esta é ajustada contra

as paredes do mesmo, sendo bem esfregada para expulsar qualquer bolha de

ar. Depois é retirado o tecido em excesso.

Canoa de kevlar

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 31

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[Fig.21] Produto final, canoa de kevlar.

Qualquer resina em excesso é retirada enquanto o tecido é esticado

contra as paredes no molde. Este processo assegura que a camada fica bem

forte e lisa.

Este processo é depois repetido para uma segunda camada de kevlar,

onde é usado um rolo de pintura para colar bem uma camada à outra e retirar

qualquer excesso de resina.

Quanto aos componentes estruturais, são colocados pedaços de

espuma densa no “chão” da canoa, que são colados uns aos outros e ao

casco. Alguns dos pedaços são aquecidos para serem dobrados e colocados

nas paredes do casco, para fazerem as “costelas” da canoa.

Depois da estrutura da canoa estar feita, é aplicada uma terceira

camada de tecido de kevlar com a ajuda de um pressurizador a vácuo.

Funciona como se envolvêssemos a canoa num saco plástico gigante e

retirássemos todo o ar de lá de dentro. Ao fazê-lo, o saco vai empurrar as

camadas umas contra as outras

e, por sua vez, contra o molde.

Este processo demora entre 8 a

10 horas a estar concluído.

Com essa conclusão vem

a extração da canoa do molde,

já com a forma pretendida.

Depois de um controlo de qualidade, são finalmente colocadas as bordas, os

assentos e todas as outras partes constituintes de uma canoa. [35] [36]

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 32

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6. Os Kayaks

Para falar sobre a performance na canoagem decidimos optar por

explorar as provas de velocidade visto ser uma área mais interessante para

falar sobre as características das embarcações e como é melhorada a sua

performance para serem boas opções para competir em provas de velocidade

6.1. Kayak e Canoa (diferenças e semelhanças)

Quando nos referimos a canoagem, existem duas áreas distintas que

muitas vezes são confundidas: Kayaking (Kayak) e Canoeing (canoagem

propriamente dita).

O Kayak e a Canoagem são áreas muito similares tanto na estrutura dos

barcos como na forma como é praticada. Neste relatório vamos apresentar as

semelhanças e as diferenças técnicas entre kayaking e canoagem.

No sentido mais técnico da canoagem, o kayak pode ser considerado

um tipo de canoa no entanto, a actividade “canoagem” pode se referir a remar

uma canoa ou um kayak. De facto, tanto a canoa como o kayak são

embarcações geralmente muito leves que podem ser usadas em lagos, rios ou

até no mar, ambas podem ter uma ou mais pessoas a remar e podem ser

usadas para diversos fins. A definição exacta de quando se deve chamar a

uma canoa de kayak não é bem clara e para distinguir vamos expor algumas

das diferenças entre elas:

Existem algumas divergencias entre os remos dos kayaks e das canoas.

Nas canoas os remos possuem apenas uma pá e exige do atleta uma remada

específica e complexa para que a canoa se mova em linha recta (visto que

apenas se rema de um lado). Nos kayaks os remos têm duas pás e o remador

impulsiona o kayak alternando entre os lados sem ter que fazer movimentos

muito complexos.

As canoas tipicamente flutuam na superfície, enquanto os kayaks têm

uma estrutura que faz com que flutuem logo abaixo da água obrigando a água

a afastar-se enquanto se movem.

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 33

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Como o kayak flutua logo abaixo da superfície da água, necessita de ter

um deck semi fechado (para evitar a entrada de água) onde o atleta se senta,

ao contrario das canoas que possuem um deck aberto onde o atleta rema de

joelhos ou sentado (nas provas de alta competição, normalmente de joelhos).

Nas principais competições de canoagem existem provas de canoagem

(C1,C2,…) e provas de kayak (K1,K2,…) mas em termos gerais normalmente

as canoas são mais usadas para passeios visto que possibilitam o transporte

de pessoas e suplementos, enquanto que os kayaks são usados também para

recreação mas principalmente para provas por terem características que não

possibilitam carregar um elevado numero de pessoas ou suplementos. [15]

6.2. Introdução à performance dos kayaks

As provas de sprint na canoagem, consistem numa corrida em que os

atletas competem num kayak ou numa canoa sozinhos ou em grupo contra

outros atletas numa corrida, tentando fazer no menor tempo possível um

determinado trajeto retilinto (num canal delimitado) para bater os adversários.

Na canoagem, mais especificamente, nas provas de sprint, é necessário um

elevado esforço físico do atleta aliado a embarcações fabricadas através de

altas tecnologias baseadas em estudos que visam melhorar a performance do

barco.

O rendimento das canoas é diretamente influenciado por todas as suas

componentes aliando-se à capacidade física do atleta. Neste desporto todas as

perdas de energia são significativas e a qualidade da canoa pode muitas vezes

ser a barreira entre o sucesso e o fracasso.

Nesta parte vamos associar determinadas características com o seu

papel na performance do kayak. [16]

6.3. Caraterísticas gerais de um kayak

Kayaks de corrida:

· São construídos visando a velocidade (provas de velocidade) ou no

manuseamento em rápidos de rios (provas de slalom)

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 34

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· O casco é arqueado.

· São produzidos geralmente para uma ou duas pessoas

· O comprimento varia entre 4,5 e 5,5 metros

· O peso aproxima-se dos 12 Kg

Kayaks de lazer:

· construídos a pensar no conforto e em longas viagens em oceanos, rios ou

lagos.

· O casco é arredondado

· São produzidos para carregar um maior número de pessoas.

· O comprimento varia entre os 6 e 7 metros

· O peso aproxima-se dos 35 Kg

Kayaks de corrida Quando falamos de performance recorremos imediatamente à

engenharia dos kayaks. Esta engenharia passa pelos materiais utilizados, pela

forma do kayak, e pelas componentes técnicas do kayak em si.

Como já foi explicado anteriormente existem canoas e kayaks

produzidos com diferentes tipos de materiais. O kevlar é, um dos materiais

mais usados na produção de kayaks de competição pois é um material

bastante leve e resistente. Este material oferece aos kayaks características

quase ideais (em termos de peso, resistência mecânica e química) aos kayaks

de competição, sendo por isso o mais utilizado nessa área. Contudo, existem

outros materiais que são aliados ao kevlar que fornecem aos kayaks

propriedades que este não oferece, visando melhorar a sua performance.

Na construção em kevlar, existe uma placa de espuma numa forma de

diamante imprensado entre folhas de kevlar na parte de trás da canoa para

prevenir a sua deslocação quando o utilizador rema. Desta forma não é perdida

energia pois essa parte do kayak é flexível. Isto significa que todo o esforço

que o remador faz para mover o kayak é, efetivamente, para a sua deslocação,

sendo a quantidade de energia que a canoa absorve reduzida. Quase toda a

energia do remador é utilizada para mover a canoa, sendo as perdas muito

reduzidas. Estas Canoas são tipicamente muito difíceis de mudar de direção

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 35

MIEM/FEUP

[Fig.22] Prova de K1 feminina, nos Jogos Olímpicos de Londres.

pois todos os mecanismos que existem nos outros kayaks, não existem neste

para evitar mudanças de direção causadas pelo vento ou perdas de

velocidade.

Os kayaks de velocidade têm também uma propriedade que faz

contornar certos obstáculos. Estes kayaks tendem a "cortar" a onda em vez de

subir e descer a mesma, fazendo reduzir a distância entre dois pontos (o kayak

move-se sempre em linha reta). Por outro lado este sistema pode ser um

problema no caso de a ondulação ser superior à altura do kayak.

A forma arqueada do casco é também essencial para a melhoria do

kayak. Esta forma permite que o kayak corte a linha da água reduzindo o atrito

da mesma mas, ao mesmo tempo, impede o kayak de mudar de direção (o que

pode ser considerada uma vantagem em provas de sprint!) [8]

6.4. Estabilidade vs. Performance

Os kayaks de alta competição são embarcações com níveis de

estabilidade muito reduzidos. Tal facto deve se à fisiologia do kayak que de

forma a aumentar a performance necessita de abdicar de certos componentes

existentes noutro tipo de kayaks (a quilha por exemplo).

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 36

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7. Conclusão

A engenharia é uma ciência presente em muitos campos da nossa vida,

e o desporto não é exceção. Com este trabalho, conseguimos perceber todas

as vertentes envolvidas no planeamento e construção de uma canoa, seja ela

para que modalidade for.

Na construção das mesmas, é necessário terem-se em conta os fatores

determinantes para uma boa performance e para a segurança dos utilizadores.

Se queremos uma canoa para competição, por exemplo, é necessário perceber

todas as condições com que nos deparámos e fazer o nosso melhor para as

evitar, se estas forem adversas, ou para nos aproveitarmos das mesmas, se

estas forem favoráveis.

Os materiais são também importantes e são adaptados a cada canoa

segundo a sua finalidade. Existem diversos tipos de materiais usados para a

construção das canoas, mas um que se tem vindo a destacar devido à sua alta

resistência química e mecânica, que permitem um melhor aproveitamento das

qualidades do atleta e, por conseguinte, o levam a melhores resultados.

Concluímos assim que o kevlar é o futuro no que diz respeito à

construção de canoas, apesar de ainda ser um material bastante caro.

De um modo geral, o Projeto FEUP foi uma atividade que permitiu uma

preparação para o mundo da engenharia e um maior desenvolvimento das

capacidades de apresentação de ideias e conhecimentos.

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 37

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8. Referências bibliográficas

Bibliografia:

[1] Donnet, Jean-Baptiste, and Roop Bansal. Carbon Fibers. New York: Marcel Dekker, Inc., 1990.

[2] Huang, Xiaosong. 2009. "Fabrication and Properties of Carbon Fibers."

Materials 2, no. 4: 2369-2403, doi: 10.3390/ma2042369

[3] Dias, Pedro Alexandre Ferreira; Vaz, Mário Augusto Pires; Análise estrutural de um kayak de competição; Tese de Mestrado Integrado. Engenharia Mecânica.

Webgrafia:

[4] http://www.canoagem.org.br/pagina/index/nome/regulamento/id/140

[5] http://www.fpcanoagem.pt/Portals/0/Regulamentos/FPC.RegulamentoKayakPol

o20130319.pdf

[6] http://www.travinha.com.br/esportes-aquaticos/52-canoagem/73-canoagem-as-modalidades

[7] https://pt.wikipedia.org/wiki/Waveski

[8] http://www.epickayaks.com/technology

[9] http://fateczl.edu.br/TCC/2010-1/tcc-107.pdf

[10] http://blog.frontenac-outfitters.com/canoes/canoes-materials-of-construction

[11] http://www.ehow.com/info_8452344_comparison-materials-canoes-made.html

[12] http://www.redrockstore.com/canoeshop/

[13] http://www.faqs.org/sports-science/Ba-Ca/Canoe-Kayak-Hydrodynamics.html

[14] http://www.roguepaddler.com/choose.htm

[15] http://wonderopolis.org/wonder/whats-the-difference-between-canoes-and-

kayaks/

[16] http://www.madehow.com/Volume-2/Kayak.html

[17] http://adventure.howstuffworks.com/outdoor-activities/water-sports/canoeing6.htm

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[20] http://www.canoeicf.com/icf/London2012/Canoeing-at-the-Olympic-Games.html

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 38

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[21] http://www.olympic.org/canoe-kayak-sprint-equipment-and-history?tab=history

[22] http://www.canoe.ca/AllAboutCanoes/canoe_history.html

[23] http://www.redrockstore.com/canoes/characteristics/stability.htm

[24] http://www.paddlingpartner.com/

[25] http://www.youtube.com/user/oldtowncanoeandkayak/

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[27] http://www.engr.utk.edu/mse/Textiles/CARBON%20FIBERS.htm

[28] http://www.dragonplate.com/sections/technology.asp

[29] http://textilelearner.blogspot.pt/2012/03/carbon-fiber-characteristicsproperties.html

[30] http://www.automateddynamics.com/content/types_fiber_reinforcement_composites

[31] http://www.modelglass.net/fibradevidro.htm

[32] http://fep.if.usp.br/~profis/experimentando/diurno/downloads/Tabela%20de%20Condutividade%20Termica%20de%20Varias%20Substancias.pdf

[33] http://www.rishon-inter.lv/?l=6&item_id=11

[34] http://www.engineeringtoolbox.com/linear-expansion-coefficients-d_95.html

[35] http://www.crabcoll.com/journal/canoe.html

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[37] http://www.fibreglast.com/product/Kevlar_Plain_Weave_Fabric_2469

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[39] http://pt.wikipedia.org/wiki/Kevlar

[40] http://en.wikipedia.org/wiki/Para-aramid#Para-aramids

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[42] http://www.madrivercanoe.com/news_item/index/news_and_events/news_listing/royalex_or_3_layer_polyethylene/

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[44] http://www.eddyline.com/technology-innovation/thermoforming-the-new-kid-on-the-block/

1M8_03 As correntes da engenharia na canoagem 39

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[45] http://www.intraplas.pt/aprender/processo.asp

[46] http://www.oldtowncanoe.com/craftsmanship/canoe_materials/

[47] http://www.tudosobreplasticos.com/moldes/moldes.asp

[48] http://en.wikipedia.org/wiki/Royalex

Imagens:

Imagem da capa: http://www.redbubble.com/people/laurieminor/works/6437217-the-red-canoe

[1] http://www.dragonglobe.com/wp-content/uploads/2008/10/compression.gif

[2] http://crossfitexchange.com/wp-content/uploads/2011/11/rowstroke4_color.jpg

[3] http://www.canoeing.com/canoes/choosing/images/Canoe-Icon-

Terminology2.gif

[4] http://0.tqn.com/d/paddling/1/0/O/0/-/-/Conveyor.jpg

[5] http://www.donegalcanoeclub.com/images/birch-bark-canoe.jpg

[6] http://www.mar-kayaks.pt/images/uploads/10587_342930495809947_883069792_n.jpg?rand=287462389

[7] http://www.vivaboats.com/img/photos/739/old_town_canoe_koru_limited_edition_fiberglass_large_187739.jpg

[8] https://secure.touchnet.com/C21564_ustores/web/images/store_4/canoe_aluminum.jpg

[9] http://www.infovisual.info/05/069_es.html

[10] http://www.fazfacil.com.br/materiais/fibra_vidro_laminacao.html

[11] http://www.oldtowncanoe.com/craftsmanship/canoe_materials/

[12] http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/1a/Glass_reinforcements.jpg

[13] http://www.canoeicf.com/icf/NewsGallery/News-Archive/July-2011/Ocean-Racing/main/0/imageBinary/askr_forsia.jpg

[14] http://potenciaresorts.com.br/blog/wp-content/uploads/2012/07/Turismo-aventura.jpg

[15] http://farm9.staticflickr.com/8429/7761001090_b921949832_z.jpg

[16] http://www.intraplas.pt/aprender/processo.asp


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