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As Crônicas Da Torre Norte

Date post: 17-Nov-2015
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  • As Crnicas da Torre Norte

    Sumrio

    Os Contos da Torre Sul 1 - A Iluminao - O Incontestvel 2 - O Mercador da Conquista 3 - A Lista (primeira parte) 4 - Os Filhos de Horus (parte 1) 5 - Os Filhos de Horus (parte final) 6 - A Lista (parte Final) 7 - O Pistoleiro 8 - Sobre Ns 9 - A ltima Iluminao 10 - As Torres de Fogo - A Irmandade (parte 1) 11 - A Irmandade (parte 2) 12 - O Nascimento de Razier

  • 13 - A Irmandade - Crise Celeste (parte 3) 14 - O Jri (A Irmandade Cai - Final dos Tempos que Conhecemos) 15 - O Conflito (A Saga Continua)

    As Crnicas da Torre Norte. Novo Testamento (A Consagrao)

    16 - O Aprendiz 17 - A Sede 18 - O Senhor da razo (O Acerto de Contas) 19 - A Jornada (Os Quatro Lados da Moeda) 20 - O Florista (parte 1) 21.1 - Revelaes 21.2 - Uma Histria Contada por Miguel 22 - O Florista (parte 2) 23 - Cheque-Mate 24 - A Entrada (Os Quatro Lados da Moeda ) 25 - A Priso 26.1 - Um Acaso Chamado Fome 26.2 - O Devorador de Sonhos

  • 27.1 - O Imigrante 28 - A Fria da Irmandade 29 - O Contgio 27.2 - O Substituto 30.1 - O Destruidor e o Infiel 30.2 - Uma Histria Contada a Abel (A destruio do destruidor) 31 - Um Acaso Chamado Peste

    32 - O Senhor das Armas

    33 - O Legado 34 - A Nova Iluminao 35 - O Chaveiro 35.1 - Uma Histria Contada a Irmandade. (A Ordem do Caos) 36 - A Balana da Justia (A Primeira Iluminao dos Anjos) 37.1 - O Usurpador (revele-se) 37.2 - Criado Pelo Caos 38 - O Corredor dos Sentimentos 39 - A Floresta 39.1 - A Floresta (Eu Vi, Ouvi e depois Morri) 40 - A Torre Norte.

    41 - Hamir se encontra com a Morte

  • 35.2 - O Chaveiro encontra Samael. 42 - A Descida do Substituto 43 - O Pndulo. 44 - A Chegada do Pistoleiro. 45 - O Santo. 46 - Venatus.* 47 - As Trs Irms. 48 - A Misericrdia. 49 - A Nova Caada. - O Reencontro 50 - Revelaes.

  • Prefcio.

    No nasci em bero dourado e tambm nunca estudei literatura, ao contrrio do que muitos pensam, este livro no um apenas um

    projeto de vida cujo qual me dediquei anos a fio para faz-lo. Este material muito mais do que uma simples histria ou romance, tudo que aqui est descrito aconteceu de uma forma ou outra dentro

    dos anseios de um louco pensador. Algum que vive uma vida normal dentro de sua prpria concepo alucinada de verdade e procura. Busca essa que se lana fora do universo em que vivemos e traz

    como prova de sua existncia a realidade que desconhecemos por completo, pois tudo o que nos dado de conhecimento sobre o oculto se reflete em uma grande manipulao de respostas para perguntas

    que ainda nem temos. Uma fabrica de questionamentos, exatamente isso, que tudo

    que j foi publicado se tornou, fazendo com que nossas perguntas no sejam sanadas e sim que novas interrogaes surjam em nossas

    mentes ansiosas por algumas verdades. Pois em verdade eu vos digo meus amigos, neste livro no ser

    diferente, pois aqui mais perguntas vocs iram encontrar. Perguntas estas que no sero apenas suas e sim de muitos que a este romance iro ler, fazendo com que a grande verdade sobre o

    universo seja modificada. Aqui eu descrevo os dois lados da historia contada de uma forma bem diferente da que todos os seres desta terra conhecem, tornando

    assim meus pensamentos livres para voar dentro de suas almas inquietas e sedentas por um vazio que no conseguimos descobrir de

    onde vem, mas sabemos que ele existe, pois dentro ns possvel senti-lo.

    Por tanto aqueles que embarcarem neste grande jornada estaro conhecendo a mente de mais um curioso que brinca com uma historia contada de tantas maneiras diferentes que at mesmo o diabo poderia

    us-la a seu favor. E voc? No que voc acredita?

    Bem vindo as Crnicas da torre norte...

    Guito Vargas

  • Agradecimentos.

    Muitas foram as noites em claro pesquisando, argumentando e buscando solues prticas e eficientes para a concluso desde grande insanidade e de muitos amigos precisei para executar tal

    empreitada. Debates extensos e rigorosos nos perseguiram durante o calor

    das noites de vero do ano que se passou. Noites estas que no pude me aconchegar no colo de minha amada esposa e muito menos

    apreciar um bom caf ou vinho de meu gosto, pois como j foi dito o calor era mesmo de matar.

    Logo o que me restava era mesmo regar nossas reunies com sucos refrigerantes e outras bebidas geladas.

    Quero com esse relato mostrar minha eterna gratido a todos os que mesmo com seus dias turbulentos e afazeres fundamentais,

    perdiam suas preciosas noites de sono e descanso com minhas idias malucas e muitas vezes sem sentido, fazendo-me parecer um tolo

    sonhador em meio a lees de imenso conhecimento e desenvoltura. Estes que aqui citarei foram os verdadeiros escritores que me

    direcionavam ao caminho certo dentro de minha prpria criao, pois sem eles no haveria ao menos como me encontrar dentro da total

    escurido que habitava minha mente.

    Aos meus bons amigos...

    Luccas Dick, por seus conselhos msticos e sobrenaturais e por suas broncas sobre literatura e erros de portugus.

    Vanessa Domingues, por suas noites em claro corrigindo e opinando sobre tudo que eu escrevia, fazendo minhas noites se

    tornarem ainda mais extensas e interessantes.

    Lorenzo Martineli, por ser meu companheiro de pensamentos filosficos e msticos, e por ter me manipulado para contar o final

    desta obra.

    Andr Souza, por ilustrar e dar vida a est grande viajem cujo qual convidei-o e lhe prometi que no haveria mais volta.

  • Liliam Volkweis, a melhor amiga que um homem pode ter. Me, companheira, cone de sabedoria e compaixo, que me ensinou a

    amar, respeitar e ser o homem que sou hoje. Pessoa est que mesmo distante, se encontra comigo todos os dias

    nos sentimentos mais profundos do meu intenso corao fazendo-me perceber que a fora de um homem renasce todos s vezes que ele

    escuta uma palavra de conforto e amor.

    Ademir Volkweis por me desdenhar, nunca me apoiar e excluir-me de sua vida amorosa, mostrando-me que o caminho mais fcil aquele se que percorre sozinho. Trazendo-me fora para continuar e

    provando mais uma vez que minha linhagem no digna de sua companhia.

  • Dedicatria

    Dedico este livro a pessoa mais preciosa de minha humilde existncia, que sempre me apoiou, amando-me com compreenso, carinho, ateno e fazendo de mim o compositor e escritor que sou hoje.

    E Que mesmo no auge de seu cansao aguardava calmamente o termino de minhas leituras complexas e extensas em horrios nada

    oportunos, impedindo seu repouso e fazendo com que muitas vezes a despertasse do seu sono por completo.

    Companhia que desde o primeiro conto at agora, buscava compreender o quanto tudo isto importante para mim, no deixando

    que eu perdesse as esperanas e continuasse em frente at o fim desde livro.

    Este dedicado a minha linda e maravilhosa esposa Greiciely de Oliveira, pois sem o seu apoio, carinho e amor, nada disto seria

    possvel.

    Obrigado a todos que comigo embarcaram nesta grandiosa e mgica caminhada.

    Guito vargas.

  • OS CONTOS DA TORRE SUL

    Gnesis

    1- A Iluminao - O Incontestvel

    A felicidade se move com uma folha no vento, vai do alto ao baixo em segundos... E tudo que se move no depende s de um fator e sim de

    vrios. Desdo peso do objeto que se move at mesmo da fora do vento... Eles medem foras e o mais rpido, gil e forte vence, e arrasta o

    inimigo, a felicidade tambm assim... arrastada por varias foras, e todas tem de trabalhar juntas para que a felicidade seja extrema.

    O problema e que eu sozinho no tenho foras pra levantar algo to pesado e muito menos velocidade pra ser rpido quanto o vento, no consigo mais contar com minhas forcas, ento obrigarei aos outros que me ajudem a levantar a to pesada felicidade, farei de tudo um

    muito para que eu consiga ser o mais forte, nem que pra isso tenha de causar a tristeza de muitos, pois somente muito tristes ele conseguiro

    encontrar a felicidade. Que eles caiam de alturas memorveis, mas que eu permanea

    grande e l no alto... Eu sempre busco as conquistas do meu modo, pois a vitria est ligada a felicidade e fao disso meu voto e minha convico... Serei eu agora mais rpido que o vento? Por ter eles

    comigo? Na verdade nunca serei to gil nem forte quanto ele, mas por um

    momento me sentirei assim e ento farei da minha fora um monstro.

    Ele to gigante ser, que ningum conseguira par-lo apenas eu,quando me cansar de obrig-los a serem apenas meus,durante a exatido da minha procura, meus atos sero mesquinhos e eles no me barraram, nem com suas leis nem com moralidade, aos berros se

  • bem me lembro, nada conquistei, mas com a fora bruta ah essa sim... Muitos eu curvei sobre meus ps.

    Fiz da tortura emocional uma arma sem igual... Traio, dio, melancolia fazem parte da minha dvida, as uso sempre que posso.

    Busco de toda a forma construir o gigante das cumplicidades... Mas como posso ser cmplice de algum que no busca a felicidade?

    Simples basta roub-la de algum que j a possui.

    Mais fcil que isso se chega a felicidade causando a tristeza e fazendo dela uma aliada forte e brutal

    Que possa arrastar com qualquer lugar por onde ela passa no como um simples vento mais sim como um tornado que avassala qualquer campo florido e fazendo desse mar de angstia o soldado perfeito

    para alcanar a felicidade...

    Um soldado no apenas, um exrcito com vrias almas tristes e dilaceradas e dilaceradas por mim, que eles tanto iram ajudar... Usarei

    destes mesmos soldados para criar meu gigante para criar meu exrcito... Um exrcito de um homem s, que unio de vrios

    homens que buscam um nico sentimento.

    Hoje encontrei um anjo, e ele logo veio me abraar; eu sorrindo corri em sua direo, mas ao invs de abra-lo o derrubei e arranquei

    suas asas, depois de v-lo partir, vesti as tais assas e hoje brinco de ser anjo, o problema que tais asas longe de seu dono perdem fora,

    envelhecem e morrem. Agora minhas asas esto sem vida e sem brilho, simples terei de arranjar asas novas.

    Um anjo sem asas se torna infeliz, um homem com asas se torna um pensador.

    Logo tornei a rezar para que assim mais um anjo aparecesse, mas no apenas um apareceu e sim dois deles, um com asas brilhantes e

    reluzentes j o segundo sem asas, plido doente e sem vida, seguidamente ps as mos em meus ombros e exclamou:

    - Devolva minhas asas para que eu possa ter novamente a

    felicidade plena. - Felicidade? disse, vesti as tais asas e de nada me serviram

    para me trazer tal coisa, o primeiro como que em um susto gritou, gritou to alto que a terra tremeu em um grito estridente e potente como um rugido um grito de desespero, suas asas se apagaram

  • murcharam e morreram.

    - Mas como? Como a fora de uma palavra pode machucar um anjo? Disse ele.

    - Respondo com a verdade. Disse eu, cada um busca a felicidade em algo que acredita, mas a mesma no esta em tudo, e j

    quase no acredito na sua real existncia e provo! Acrescentei. Me leve at onde ele repousa,o senhor dos senhores se que ele

    existe, diga-me quando foi a ultima vez que o viu? Nunca o vi. Disse o anjo. Sei onde ele fica, mas nunca fui at

    ele. Acreditar significa no precisar ver, apenas crer. Mas o levarei e ouvirei o que tens a dizer ao mestre.

    A luz imensa ento se fez e levou o gigante j ento completo e agora com mais dois aliados em busca do tal sentimento.

    Que eles caiam de alturas memorveis, mas que eu fique de p, pensei,derrubarei ate mesmo ele se assim for.

    Atravessamos os campos floridos e todas as florestas maravilhosas cheias de alegria at chagarmos ao mestre, adentramos a porta e l

    estava ele, gigantesco em seu rebanho, onipotente onipresente e onisciente, ao chegar a tal ser ergui minha cabea e quando olhei ao

    redor percebo no rosto dos meus acompanhantes a fisionomia de espanto ao ver a cena, atentei-me a olhar a frente e ao contrrio deles

    um sorriso imenso abri... Ser possvel? Ser mesmo possvel? Ele, o mestre? O senhor dos

    mundos? Chorando? O senhor do universo chorava, pergunto-te por que choras senhor dos

    mundos? Fiz a terra o mar o cu os seres que nela habitam e me senti alegre,

    mas ainda no feliz, no sei onde est a felicidade que eu tanto busquei quando criei todo esse universo!

    Mas ainda mesmo com esse vasto plano eu ainda choro e estou triste. - Deus est triste? E por isso todos os seres do mundo tambm

    esto! Para que possam se unir ao seu gigante, e ajud-lo a buscar a to pesada felicidade!

    Agora tudo faz sentido. Bem. Mas se Deus esta triste e deixa todas as pessoas tambm tristes para que elas o ajudem a encontrar sua

    felicidade, acho que agora eu estou feliz...

  • 2 - O Mercador da Conquista

    No importa o quanto eu tente fugir, o quanto eu ande; j mudei de

    direo muitas vezes e continuo aqui em um deserto gigantesco onde ningum jamais passar.

    O sol escaldante queima e a areia incendeia minha alma.

    A solido refletida na gua dos osis que vejo atravs das miragens por causa do sol infernal, mas isso j no importa por que estou s e isso faz com que eu continue caminhando e assim ser por inmeros

    anos a fio...

    Apesar dos dias durarem centenas de anos, na minha mente o sol ainda no se abriu por mais calor que faa dentro de mim ainda

    inverno e noite. Noite nublada cujo no posso ver a lua. Pergunto-me ainda como um mercador to simples como eu consegui

    me perder dentro de um deserto to imenso? O fato no como, e sim quando por aqui me perdi e fui esquecido.

    Tome, pegue e guarde consigo, um presente ele diz...

    Mas senhor, parece ser caro no posso aceitar! E por fim no consegui terminar o trabalho, no havia mais as runas que o Sr.

    precisava! No h problema ele diz, sei que voc se esforou pra conseguir

    minha encomenda. Fique e guarde consigo... E faca bom uso disse ele saindo da loja

    sorrindo. Peguei ento o tal presente, era estranho, mas muito bonito todo feito de ouro com um formato de caixa, cheio de pedras crivadas parecidos com diamantes e rubis perecia valer muito! Mas o que eu tinha comigo

    j era de bom grado estava satisfeito com minha vida e no havia nada mais a se fazer por mim.

    Durante anos me dediquei a essa loja e a todos meus amigo queridos que me rodeavam e a eles tudo eu fiz.

  • Tempos se passaram e ainda no havia conseguindo abrir a tal caixa que eu havia ganhado. Faa bom uso disse ele sorrindo, mas por

    qu? No havia nada a se fazer com tal objeto se no a venda eminente,

    mas eu relutei e com a caixa fiquei.

    Visitas frequentes vinham a minha casa, sempre rodeada de amigos e conhecidos, minha vida boa pensava eu. Estava feliz e satisfeito o

    senhor me presenteara com uma boa vida! Na loja havia dois ajudantes que a mim trabalhavam por toca de

    comida e pouso, Hamir e Tarram, eram maus ajudantes, cada um com uma historia, sempre vinham a mim esses seres esquecidos e muito

    sofridos com historias realmente tristes, por que no ajud-los? Porque no ser bom se o pai me recompensar no futuro assim eu

    pensava. Certo dia estvamos a fechar, as vendas iam mal, mas eu continuava

    feliz, limpvamos a loja para o prximo dia de trabalho e conversvamos sobre sonhos e realidade Hamir me falava sobre o

    sonho de ser escritor e Tarram sobre a sua dana e a arte que queria saber ao menos como funcionava! Adoro quando me contam seus

    sonhos, pois eu no tenho nenhum! Tenho tudo o que Deus quer que eu tenha dizia, sentei-me com os dois e disse Hamir se voc quer ser escritor escreva! O que lhe impede? Sou analfabeto diz ele, e logo eu

    disse voc vai aprender um dia espera e ver! Tarram se queres danar dance! Sei que sers um grande danarino um dia tenho

    certeza!

    O sorriso era lindo em seus rostos e com paz no corao fomos dormir.

    No dia futuro nada vendemos. O pior dia de todos os tempos! Meio sem crer ainda, fui at o fundo da loja e pude perceber que a tal caixa

    havia sido aberta, fui at meus meninos, lhes disse: - Quem abriu minha caixa?

    - Ningum, disse Tarram ela j estava aberta pela manh, achamos que havia sido o senhor!

    No fui eu! Disse fechando novamente e caixa e notando que nada havia dentro e o silncio se fez...

    Onde est Hamir no o vi o dia todo? Escrevendo. Diz Tarram. Escrevendo? Perguntei.

  • Sim. Diz ele. Fui onde Hamir repousava e me deparei com algo incrvel. Hamir

    havia escrito centenas de pginas contando uma histria, at ai tudo bem, o problema era que Hamir no sabia escrever muito menos ler!

    Com um sorriso imenso ele me diz: Agora eu posso, o Sr. tinha razo!

    Logo as coisas tomaram forma ds daquele dia. Nada mais saiu da minha loja. Ningum frequentou mais minha loja, muito menos

    comprou algo. No terceiro dia Hamir saiu de minha morada indo trabalhar com um escritor que leu suas histrias, o prximo foi Tarram

    que desde ento danara como nunca! E ainda por cima foi encontrada por um homem que disse que o deixaria muito rico e assim o fez, e eu j estava falido recolheram minha loja minhas mercadorias e tudo mais, mas a tal caixa continuava ignorada, logo agora s com

    minha casa estava realmente pobre mais feliz pelos meus que descobriram seus talentos.

    Certo dia em minha casa finalmente um amigo retornou, vinha-me falar sobre as novidades. Havia anos que no nos falvamos e de

    passagem na cidade veio ento me visitar, e me contar sobre sua filha que logo nasceria, mas estava muito doente, ainda dentro da barriga

    da me. J havia contrado uma doena gentica muito sria, pegando em seu ombro e bebendo um pouco de vinho que era a nica bebida

    que eu tinha disse-lhe: Calma amigo... Tudo dar certo! Sua filha vai ficar bem!

    Estendi o sentimento e o fiz ficar melhor, depois de longas horas de conversa. Logo ele se foi assim como todo o meu vinho. Ao retornar

    ao meu quarto vi que a tal caixa estava novamente aberta. Dois dias se passaram o amigo retorna com a filha nos braos

    extremamente saudvel! Meu corao se encheu de alegria, assim como o de todos ao nosso redor, mas apesar da alegria a dor e o medo tomaram conta do meu corpo. Mais dois dias e eu acordara, com os gritou de uma multido. Ao abrir a porta me deparo com

    centenas de pessoas em frente a ela! ele! Diz um campons. O santo que salvou a menina e que

    tambm ajudou os dois que com ele trabalhavam a adquirir riqueza e fama!

    O que? Santo? Eu? No pode ser possvel! Se julgar santo pecado mortal!

    Mas eles no me ouviram e logo foram adentrando minha porta

  • pedindo conselhos e bnos, falando de seus problemas a mim. E mesmo sem entender recebi a todos e por incrvel que parea todos

    os que eu aconselhei e estendi o ombro amigo tiveram seus problemas resolvidos e sonhos realizados. No inicio no entendia, mas

    aps um tempo acabei por entender e fiquei feliz por ajudar tanta gente. Mas quanto mais eu ajudava mais coisas ruins me aconteciam. Meses aps perdi minha casa, meu lar, minha vida inteira. Para cada um que eu ajudava uma coisa eu perdia e at as coisas que no me faziam falta me foram tiradas, como os prdios as ruas as vielas e

    tudo que nelas existia.

    Hoje estou em meio a esse deserto escaldante e infinito. Hoje apenas no tenho mais nada como tambm vivo em meio ao nada. Tudo foi

    me tirado e agora sei o que tal homem me dizia quando me entregara a caixa que ainda carrego comigo use com sabedoria, pois bem, hoje no h mais ningum aqui para mim ajudar, simplesmente pois eu no

    tenho nada a perder.

    Mas e ao longe o que eu vejo? Ser mais uma miragem? No! diz o homem vindo ao longe No sou uma de suas iluses! Reconheceria a sua voz mesmo que se passassem centenas de anos,

    disse a ele.

    Me deste uma caixa do demnio! Gritei esbravecido. No! Diz ele - Ao contrrio! Dei-te uma ddiva, mas meu caro

    mercador tu saste pior que a encomenda, nem pareces um mercador de verdade!

    Como? Disse eu. Ajudei, cuidei e mostrei a todos como alcanarem suas conquistas e hoje nada tenho, nem mesmo o pouco que tinha, e nem ao menos um agradecimento eu tive. E o pior, at a morte de mim foi tirada! Pois h

    anos vago por aqui sem comida ou gua! E continuo vivo! O que fiz de errado?

    Simples, disse o homem. Sabes qual o preo de um sonho? No. No sei.

    Ele responde: Foi por isso que os deu e no os vendeu...

  • 3 - A lista

    No ando... No vejo... No toco...

    Meu mundo visto atravs de uma pequena janela e esta mesma janela a minha passagem para o mundo l fora. Mundo esse que eu

    s vejo quando h algum para me tirar de dentro dos meus mais profundos pensamentos e da minha mais profunda desgraa.

    Mas para todos aqueles que pensam que eu sempre fui assim, esto enganados. J fui cheia de vida, de esperana e de vontade. No

    existia em mim o medo nem mesmo um pensamento ruim. Mas muito de mim se perdeu h muito tempo. Ainda corro pelos

    campos mesmo que somente dentro da minha mente, ainda escuto a msica que sara um dia de minha gaita de boca, que enchia minha

    alma de amor e de convico, ainda sinto o cheiro dele, da maciez dos seus cabelos e de sua pele, ainda sinto o gosto do tal beijo e sinto

    todo o seu amor, ainda que ele tenha se acabado. Durante todo meu tratamento, a esperana ainda dominava meu ser,

    tinha mesmo vontade de melhorar e de no deixar essa coisa me dominar...

    - Doena do sangue. Disse ele. Doena? Do sangue? Sim muito rara, mas ainda pode ser contida, mas devemos comear agora, o tratamento caro e demorado, mas temos chance! Disse ele a mim, olhando a uma das enfermeiras que comigo estavam. J estava a dias no hospital e no me sentia nada bem, minhas pernas e braos doam e o cansao e as tonturas eram freqentes, j havia dias que no via meu namorado ele havia vindo apenas uma vez para ver-me at agora. E meus pais h muito no

    tinha notcias, sempre afastados de mim. No os via h muito tempo. Graas ao hospital e todos os tratamentos tive de parar de trabalhar, de estudar, parar de viver, e novamente fiquei s. Mas mesmo assim continuava feliz, logo isso acabaria e se Deus quer assim, que assim

    seja no ? Estou satisfeita com o que tenho e sei que logo isso passar.

    J se foram dois dias e ningum veio at a mim, tento ligar e localizar

  • as pessoas que me rodeavam, mas ao procurar s vejo dois nmeros em meu telefone, do meu emprego e de Moiss meu namorado, esse

    cujo no atende h dias... As tonturas pioraram e minhas pernas e braos doem muito, pra

    completar os remdios me do nuseas e tonturas. Como estamos indo Doutor? Pergunto.

    Bem, bem responde ele olhando exames respirando fundo. Sei que nada est bem Doutor, me diga logo.

    Ah. diz ele Seu namorado veio aqui est manh e te deixou rosas. Disse que no veio antes por que no conseguiu parar de tanto

    trabalhar. Ele disse que pagar seu tratamento. Ele esteve aqui? E por que no me chamaram? Disse.

    Porque estava sedada e dormindo. Disse o Dr. Mas logo ele vira novamente me disse ao sair. Vou buscar tuas

    rosas. E rapidamente saiu do quarto. Meu rosto se encheu de alegria e felicidade. Ele veio no me

    esqueceu e ainda se esforando para me ajudar. Obrigado Pai! Pensei. s caridoso e bondoso comigo e sempre me faz bem. Rezei

    ao senhor dias a fio e vejo que adiantou. E fui dormir em paz.

    No dia seguinte l estavam elas lindas e maravilhosas, as minhas rosas com um carto lindo sem escritas com um poema maravilhoso

    que falava em sempre ser bom! Que devemos ser sempre maravilhosos com nossos amigos e irmos que eles sempre devem

    receber o melhor de ns e que ns deveramos sempre respeit-los e am-los perdoando-os sempre, no importa o que faam.

    No fim do carto uma dica! Faa uma lista de pessoas que voc ama

    muito e faa com que elas sejam felizes. Passa-se um dia e as notcias no so boas:

    Temos que avis-la. Diz a enfermeira. Temos e eu farei isso diz o doutor saindo da sala.

    Da maneira mais correta e justa fiquei sabendo do meu problema, ele sentou e disse:

    Temos um problema, a doena se agravou, por isso das dores e tonturas no temos mais o mesmo fluxo de sangue nos membros

    superiores e inferiores do seu corpo, por isso da dor e formigamento. Meus olhos se encheram de lgrimas.

    E Moises j sabe? Perguntei. Entraremos em contato com ele pela tarde. Disse saindo o mdico.

  • Em menos de um dia as coisas pioraram, a febre se agravou as dores aumentaram. A doena j estava generalizada. As cirurgias eram

    inevitveis. Estava s...

    As rosas continuavam chegando com os mesmos cartes, mas ningum aparecia.

    Em trs dias eu estava sem as pernas e braos, pois precisaram ser amputados com urgncia, meu corao estava triste magoado e agora

    sim sem ningum. As coisas mudaram muito rpido e s pioravam. Estava pedindo

    socorro e no havia ningum para me socorrer. Finalmente aqui estou no meu quarto novamente.

    No ando... No vejo... No toco...

    Bom dia! Como vai minha paciente?

    Bem respondo ao doutor poderia me fazer um favor? Claro! diz ele O que posso fazer por voc?

    - Pegue este papel. H uma lista de pessoas aqui. Pessoas que devem ser felizes. Por favor, veja se h algo que ainda possa fazer por

    elas. Me responda minha jovem... Est sozinha, isolada, sem ningum

    nem uma pessoa se quer veio v-la pessoalmente aqui neste hospital, e ainda tens uma lista de nomes de pessoas que devem ser felizes?

    Sim. Disse eu. E quero que cada uma delas faa essa uma lista dessas, para que todas essas pessoas que nela esto tirem a sorte

    grande de ter algum por elas. O mdico responde: Sim, mas por qu?

    Simples caro doutor, um dia ainda quero estar na lista de algum. Baixando a cabea ele saiu do quarto levando o papel consigo, uma

    de suas enfermeiras comenta com o mdico no corredor: O que fizeram com essa menina? Como pode algum fazer isso?

    Mandar flores com mensagem de bondade e nem ao menos ter vindo ve-la, isso prova que palavras so apenas palavras. Diz.

    Sim. At poderiam ser somente palavras, se no houvesse sido eu que lhe enviei as flores.

    (Continua...)

  • 4 - Os Filhos de Horus (parte 1)

    Na aventura da vida, nos tomamos fortes, incansveis e firmes. Aprendemos sobre o prximo e descobrimos suas mgoas e seus

    segredos para que suas fraquezas sejam no futuro nossa fortaleza...

    Do meu envolvimento surgiram dois. Estes que eu chamo de meus, que com orgulho digo que saram do meu entendimento e a eles eu

    chamei de Abel e Sila.

    E quase no crendo no que estava por vir novamente, adormeci. Apenas imaginando como seria o amanh...

    Irmo s tu? Irmo? Dizia Sila. Abel? s tu? Ests acordado? Mas

    nenhuma voz se ouvia. Ao levantar do cho onde dormia, viu que sozinha estava novamente. H tempo o mesmo sonho, o mesmo despertar e sempre do mesmo

    jeito. Era difcil conviver com tal mgoa. J na porta batia o velho:

    Levanta-te Sila. hora de trabalhar! Dizia o velho pai. Jabor era mesmo muito rgido com Sila. Acordar cedo e ajudar na funilaria era

    mesmo algo extremamente cansativo, e em demasia um servio pesado, mas Sila j estava acostumada.

    Pai! Ainda no estou pronta! Diz Sila saindo pela porta ainda vestindo parte da roupa e mordendo um pedao de po!

    Trabalhar, trabalhar, trabalhar! s nisso que ele pensa. Reclamava, chegando ainda mastigando o po Sila agora com 16 anos j fazia o

    papel de futura herdeira de um imprio que no se orgulhava em pertencer. A empresa de seu pai j havia tido muitos funcionrios, mas

  • depois do acontecido mais nenhum trabalhara para o velho. Dizem que ele ficou louco aps a perda da mulher e depois que o filho sumiu ento... Ai sim as coisas se agravaram. Dizem as ms lnguas que o

    filho fugiu dos maus tratos do pai e que desde ento a pequena Sila cuidava de tudo.

    Sila apesar de tudo no e uma menina infeliz, sempre cheia de vida e de esperana, nunca deixou com que o pai deixasse de acreditar nos

    negcios da famlia, as coisas no iam bem h tempos. As encomendas pararam e tudo no se passava de meros pedidos que

    resultassem em alguns trocados.

    Bom dia!!! Como vai o velho mais talentoso desta cidade? Diz o fidalgo.

    Muito bem e trabalhando. Est tentando sobreviver. Responde sorrindo.

    O fidalgo diz: Ento bom que tome nota, pois o pedido grande e tenho um prazo curto para cumpri-lo.

    Sou todo ouvidos. Responde o velho com o papel e caneta nas mos.

    Correndo com muita euforia o velho grita com ar de felicidade no rosto:

    Sila! Temos trabalho! Muito trabalho! Correndo vem a jovem segurando algumas ferramentas: - O que foi

    pai? - Leia! Temos dois dias!

    Pegando o papel a menina esbanja felicidade. Mas pai isso muito! Dar-nos- recursos pra trazer todos os

    antigos funcionrios e mais o suficiente para manter-nos. Mas dois dias muito pouco tempo!!! Diz ela.

    No importa! Comearemos agora, chame Abel e comearemos. Esquea todo o resto isso mais importante.

    Comearam logo os trabalhos. O jovem Abel muito sbio e gil fazia do tal trabalho uma diverso. Ria, resmungava e brincava o tempo

    todo, mas mesmo assim fazendo com que o trabalho rendesse e se transformasse em resultados muito competentes.

    Bate, corta, esquenta. Essas foram as ltimas coisas que Abel fez. Trabalhava rindo como sempre, concentrado e esbanjando talento,

  • seguia exatamente como o pai dizia tudo como o velho ensinara. Mas a mente de Abel no estava nada satisfeita. Pensava muito diferente de seu pai. A histria na mente de Abel era outra, no

    conhecera sua me, pois muito jovem ele era quando se fora. Ouviu muitas histrias de como o pai a maltratara durante sua gravidez e sua

    infncia quase nula graas ao trabalho forado desde cedo na empresa do pai.

    A irm caula sofria os destratos do velho que sempre calada mantinha seus pensamentos sempre guardados pra si. Ainda eram

    jovens crianas e no conseguiam se defender.

    - Que isso Abel? Perguntava o velho. Isto servio que se apresente? O pai embravecido aos gritos que

    eram sempre seguidos por socos e muitos empurres. - Mas pai a pea esta perfeita! Veja.

    No, no est! Refaa seu preguioso, incompetente. Disse Jabor.

    Abel recomeava o trabalho j pensando em como se vingar do pai, trabalhando e ouvindo as mesmas palavras agora ditas para a irm.

    Assim se passou o primeiro dia de uma longa data inesquecvel. J se passava das 22hs da noite, aps comer algumas sobras do dia

    anterior repousvamos em nosso quarto aguardando o sono que parecia insistir em no chegar, recostados no cho onde dormamos,

    conversvamos sobre a vida.

    No sei como ainda aguento! Como estou aqui! As coisas s pioram a cada dia! Sei que eles tm razo. Papai s pode estar louco, olha

    como nos trata como nos agride! Diz Abel. Sim. Sei que as coisas no vo bem, mas daremos um tempo para

    que ele possa melhorar, sabemos de seus problemas. Diz Sila. Tempo? J faz dez anos que as coisas esto assim e no irei mais

    aqui permanecer! Colocando algumas roupas dentro da mochila rasgada de cor parda

    que guardava em baixo balco Abel comeou a tramar sua fuga. Sila o mesmo tornou a fazer, colocando os poucos pertences dentro

    de uma sacola. Apertando firme a mo de Sila, Abel lhe diz:

    Irm, no tenha medo, tudo dar certo e juntos ficaremos para sempre!

    Como podes ter certeza Abel? Diz Sila.

  • Simples. Basta desejar e tudo, tudo ficara bem. Diz Abel. Olhando fundo em seus olhos, segurando forte as mos do irmo, Sila

    diz: Eu desejo que fiquemos eternamente juntos e sendo assim saram lentamente de seus quartos, para que o velho Jabor no os ouvisse.

    Ao sair dos quartos era inevitvel a passagem pela funilaria at a sada, pois a mesma ficava em frente morada que eles tanto

    repudiavam.

    Abrindo lentamente a porta principal, Abel indicava o caminho a ser seguindo a irm. A escurido se fazia presente a todo o momento

    dentro do gigante galpo com fornalhas imensas que sempre estavam borbulhando prontas para serem usadas.

    Entrando no galpo e subindo as escadas de ferro que davam at a sada, uma voz se estufa ao fundo como que um rugido de raiva: Onde vocs esto seus infelizes no se escondam, pois eu os

    encontrarei e quando o fizer lhes ensinarei uma lio! Gritava Jabor na entrada do galpo.

    Na medida em que eles corriam mais perto a voz indignada chegava: Voltem seus inteis aqui dentro no h um s esconderijo que eu

    no conhea! Diz o velho. A respirao ofegante dos irmos era visvel e se ouvia ao longe.

    Logo continuaram a subir as escadas. Abel foi primeiro, pois tinha de mostrar o caminho. Aps subir virou-se para pegar Sila que estava logo atrs, subindo nos degraus e segurando a mo do irmo, Sila

    sente seu p pesar. Ao olhar para baixo v que Jabor havia os alcanado.

    Achou que fugiria? Gritava Jabor menina, segurando firme em seu p e puxando a menina para baixo. Abel vendo o desespero de Sila segurou-a pela mo puxando-a para o lodo oposto do pai, como em um reflexo Sila chutou o rosto de Jabor fazendo com que seu p se

    soltasse. Sila subiu as escadas, mas no se viu livre do pai. As sombras do

    velho aumentavam iluminadas pelas incandescentes fornalhas que ali estavam agora abaixo deles.

    Gritando esbravecido, Jabor acerta a menina, que cai ao cho, desacordada. Ao procurar Abel, Jabor recebe a pancada sendo

    acertado por ele com um pedao de ferro, deixando o atordoado.

    Sabes o quanto eu esperei por isso? Diz Abel.

  • Quantas surras, quantas magoas, quanto eu ouvi voc batendo nela e todo o resto que eu sei que acontecia? E agora Jabor o que fars?

    Diz Abel apontando o ferro agora em brasa para o pai. Sorrindo com um ar de deboche Jabor acerta Abel com um chute nos ps, o ferro ainda em brasa voa das mos do menino jogando o contra o parapeito das escadas. Segurando-se no mastro que suspendia as

    escadas, vendo seu corpo suspenso agora em cima das fornalhas ardentes.

    Filho!!! Gritou Jabor vendo seu filho agora em real perigo,

    estendendo a mo para tentar peg-lo. Segure-se Abel, no queremos isso. Diz o Jabor.

    Me d a sua mo. Quem disse que no isso que eu quero? Diz Abel soltando suas

    mos das do pai e com um simples sorriso afunda na fornalha borbulhante. Jabor sente seu mundo ruir e tudo ir pelos ares. Vendo o filho sumir em meio ao ferro derretido da fornalha.

    E nesse momento o desespero mudou a vida de um homem para sempre...

    Dias se passam e Sila conduzida pelo velho, acha que o irmo fugiu a

    deixando-a para traz assim como a vida que ele tanto detestava. E assim muitos anos se foram... Jabor agora era um pai doce, mas

    ainda enrgico. Ainda pobres e falidos, mas agora com muita compreenso e amor, tudo o que ele no havia feito ao filho fazia a

    menina, mas mesmo assim sendo muito duro nas questes do trabalho.

    E a vida tomava forma...

    Irmo s tu? Irmo? dizia Sila Abel? s tu? Ests acordado?

    E acordava novamente de um sonho que assistia a todas as noites, mas hoje era diferente.

    Estou aqui Sila! Diz uma voz, estou aqui com voc. Sempre estive. Nunca a deixei.

    Mas como possvel? Onde ests? Ser que estou louca?! Exclama a jovem.

    No. No est! Diz a voz. Estou realmente aqui dentro do seu corpo. Duas almas dividindo a mesma carne, os mesmo sentidos e agora tenho verdades a te contar, sobre minha morte e sobre como

  • voltei. Mas como isso possvel? Como fez isso? Voc morreu? Diz Sila com lgrimas nos olhos e destilando palidez sem crer no que ouvira.

    Mas como? Como o fez? Simples! Diz a voz. Estou realizando seu desejo e cumprindo minha promessa que fizemos h tanto tempo e depois de tudo isso

    temos coisas a fazer. Coisas? O que faremos agora Abel? Diz a irm.

    Agora? Agora vamos nos vingar.

    De todo o entendimento se criou Sila e Abel. E de todo sofrimento nasceu a IRA. E ningum tem culpa de possu-la, pois as pessoas

    mudam. Os sentimentos no.

    (Continua...)

  • 5 - Os Filhos de Horus (parte final)

    Maldito dia! Dizia a si mesmo. Que mil demnios me amaldioem pelo que fiz! No pensei que fosse real!

    Era tudo to fantstico. Tais palavras me moldaram e me convenceram de tal coisa... Agora magia? Crena? Isso nunca fora

    meu forte. Gigante era minha vontade, mas ao mesmo minha dvida era imensa, como meu desejo se realizaria atravs de uma coisa to

    pequena? Mesmo assim fui at o tal santo. Chegando a casa do velho, era visvel sua pobreza, as filas eram enormes e dobravam dzias de

    ruas, mas l estava ele, o santo. Durante dias tentei visit-lo, tentei toc-lo, mas era intil. Todos os dias uma nova e enorme fila se formara. No era possvel esperar

    tanto.

    Ests h muito tempo ai meu menino? Diz a bela jovem de cabelos loiros e longos.

    Sim, h muito... Diz Jabor. Muito mesmo, Mas j estou de sada. Isso loucura! Santo? - Sorriu Jabor com ar de deboche - No creio

    em deuses, diz. Pois acho que deveria! Responde a jovem Um pouco de f no ruim. E mais, se no tentares ter um pouco de crena, nem mesmo em

    sua obra voc acreditar. Fechando os olhos Jabor suspira fundo, pensando em algo relevante a

    tal resposta. Ao abri-los em meio a fila, novamente estava e bem distante da companhia da tal mulher que sumira ao longe sem que ele

    percebesse. Ainda sem compreender nada do que se passara, Jabor decide ficar

    de vez por todas. Ansiosamente aguardando o tal encontro esperou horas em meio a

  • multido. Todos que saiam do lugar no expressavam nenhuma reao, apenas saiam calados.

    Entrando pela porta de frente, se via o velho bastante conhecido na cidade.

    O que posso fazer por voc, meu amigo? Diz o velho. Nada tenho meu senhor, nem ao menos a felicidade de que tanto se

    fala, vejo por todos os lados jovens casais juntos e unidos. Jovens famlias e vejo que do jeito que as coisas vo nunca nada disso terei. Meu caro... Diz o velho. s jovem e ainda h muito tempo para

    que as coisas se ajeitem para vs. Sobre a mesa havia apenas uma pequena caixa, feita de ouro com

    pedras e brilhantes. Tocando em meu ombro esquerdo o velho, contou-me que eu

    conseguiria tudo o que eu realmente sonhava e que logo tudo estaria bem.

    Para minha surpresa a pequena caixa se abrira logo o termino das palavras ditas pelo velho santo.

    Ele levantou fechou a caixa e apontando a porta me indicou o caminho para realizao de meus sonhos.

    Alguns dias se passaram e algo que realmente nunca imaginei

    aconteceu. Em meio ao calor e a sujeira em que trabalhava me esquivando de um servio a outro pela frente da porta da fabrica de meu pai, passara a

    linda jovem de cabelos loiros que a muito no deixava meu pensamento.

    Saindo as pressas pela rua e vendo seu lindo vestido azul cruzar pelas ruas a avenidas lotadas, era como se o tempo parasse, se as coisas

    antes sem cor reluzissem alegria, e como se tudo que estivesse morto ganhasse vida prpria.

    Corri o mais rpido que pude e ao ver que ao outro lado da rua um homem a esperava e que com um grande e doce beijo a recebeu.

    Meu mundo cara, minha vida acabara de terminar naquele instante, toda alegria que eu pensei em ter ganhado em tal momento se fora

    com o gosto de um adocicado beijo. Caminhando longe de mim j estavam, mas eu motivado sabia onde

    encontrar a resposta, correndo em direo oposta sai, quase perdendo os sentidos e nem ao menos sabendo que realmente eu estava

    fazendo. Encontrando meu destino final, l ele estava novamente sentado em

  • sua mesa dentro de sua humilde casa, o velho santo.

    Entrei correndo, sem ligar para fila ou pessoas que h dias estavam a aguardar, tirei-os do meu caminho e fui logo gritando:

    Meu senhor, meu senhor ajude-me agora disse. Levantando-se o velho santo responde: Calma irmo, ontem voc foi ouvido agora h muitos l que precisam de minhas palavras aguarde.

    Acalme-se.

    No! No posso! Quero mudar meu desejo. Meu sonho! gritei esbravecido. Um sonho no se muda do dia pra noite. Diz o velho. Agora deixe que eu continue aqui com os meus e pense no que esta dizendo, sempre a tempo pra pensar.

    Saindo com um enorme peso nas coisas e ouvindo os gritos de todos

    os que aguardavam, deixei minhas esperanas irem embora assim como ela e seu lindo vestido azul danando junto com seus cabelos

    loiros e lindos.

    Jovem! Diz o velho fidalgo a mim. Senhor! Respondo tirando meu velho chapu.

    Sempre a tempo pra se pensar, mas sempre tempo de se mudar de ideia! Diz o fidalgo.

    Venha comigo, ouvi sua conversa com o tal santo estava bem a porta ao seu lado direito e posso lhe ajudar.

    Levando-me ao longe da multido, pegou minhas mos e disse:

    Se queres esta mulher, ter bastar soprar em punhos e desta mulher desfrutar!

    Mas claro. Isso tem um preo, dentro de alguns anos quando seus lindos filhos grandes estiverem uma encomenda eu farei a vs, e ela

    lhe transformara em algo ainda melhor do que s hoje! Aceita?

    Como que em uma ventania soprei seus punhos e fiz todos meus desejos se realizarem. Passaram-se algumas semanas e logo eu j estava nos braos de Katrina que era a dona do ilustre vestido azul.

    Do meu envolvimento surgiram dois. Estes que eu chamo de meus, que com orgulho digo que saram do meu entendimento e a eles eu

  • chamei de Abel e Sila.

    Mas de toda a felicidade surgiu a desgraa...

    A condio de Jabor agora era a sentena de viver s. A mulher muito nova o deixou cedo, logo aps o nascimento dos filhos. Ele culpa a si

    e a seus filhos pela grande perda. Tudo se fora e ele perdera at mesmo as coisas que mais amava. O

    trabalho, a mulher e a confiana daqueles que nele acreditavam.

    Ao contrrio do que se pensa Jabor no era de tal modo ruim. Criado pelo pai ao mesmo modo que criou seus filhos, sempre esteve sozinho

    solitrio e amargurado, no havia esperana em seu corao e em sua alma.

    Parecia no haver lugar para Jabor nem mesmo dentro de seus prprios sonhos.

    J na porta batia o velho: Levanta-te Sila hora de trabalhar! Pai! Ainda no estou pronta! Diz Sila saindo pela porta ainda

    vestindo parte da roupa e mordendo um pedao de po! Bom dia! Diz o velho com semelhana mpar, vim buscar minha

    encomenda. Sila vem entrando pela porta junto do pai com um ar assustador.

    Encomenda? Diz Jabor. , mas no a pedido seu, meu senhor! Claro que existe a encomenda meu caro Jabor, somente estendi o

    prazo para vir busc-lo diz o velho. Perante tais palavras Jabor reconhece seu cliente to elegante.

    Claro agora me lembro s tu miservel, tu vieste a meu encontro

    duas vezes em minha vida! A primeira me deixaste soprar teus punhos, a segunda me trouxeste

    a encomenda que levou meu filho e acabou com minha mente. No meu caro funileiro, eu disse que virias, lembra? E que lhe faria

    uma encomenda que lhe deixaria algum melhor. Melhor? Acabaste com o resto de minha vida e deixaste-me crer que

    meus filhos assim como a mim prprio ramos culpados por tudo!

    Sila agora ainda olhando para o pai se junta a conversa.

    Veja seus filhos. Sila no esta s diz o velho fidalgo. E eu vim

  • busc-la. Nunca! diz o Jabor. No tomaras mais nada de mim!

    Sila ainda sem entender escuta apenas a voz do irmo dentro de sua alma e se sente compilada a ir com o velho partindo em direo a ele,

    Jabor v seu mundo novamente cair.

    Escolhes o diabo ao invs de teu pai? Diz Jabor a menina. Nem todo o que veste asas de anjo voa aos cus meu pai. Mas todo aquele que permanece na terra tem a chance de domin-la. Diz Sila.

    Virando se a porta o fidalgo j segurando Sila pelas mos, diz ao velho

    Jabor: Teu destino est traado Diz o diabo, busque tua felicidade e teu

    caminho onde nenhum homem j foi, seno tem asas para voar as roube de algum e no permita que ningum o conteste, pois existem

    apenas trs leis:

    O homem tem direito de amar como ele quiser; O homem tem direito de ser quem ele quiser;

    O homem tem direito de matar aqueles que o impeam de cumprir as duas primeiras leis.

    Comprido essas regras ter a felicidade e sers ento o

    INCONTESTVEL.

  • 6 - A Lista (parte final)

    Depois de muitos anos eu me dediquei a entender o que realmente se passou durante todo aquele tempo. Tentei compreender o porqu de

    mesmo eu tendo me dedicado e me esforado ainda assim no encontrei o que eu tanto procurava.

    Oh meu Deus divino! Por que me abandonastes? Por que apesar de eu lhe entregar todo o meu amor, minhas esperanas e minhas

    crenas o senhor me abandonou?

    No tenho dvidas sobre a sua existncia, mas simplesmente no o tenho mais como pai!

    Um pai jamais desampara um filho!

    Sei que no fui perfeita, nem ao menos tentei, mas tambm no fui mal e no prejudiquei os meus. Por que me deixaste na treva?

    Pergunto-me todos os dias o porqu de ter deixado minha famlia para traz, mas a voz de Abel era to clara como a luz e to quente quanto o

    sol. E nela eu busquei aconchego, pois a sua meu caro Deus, no mais

    me aquecia na frieza de minha alma.

    Meses fiquei a fio dentro daquele hospital, onde muitas almas se entregaram a ti! Assim como ao diabo!

    Lembro-me muito bem do dia em que segurei nas mos que meu pai um dia soprou pedindo a felicidade, mas l s encontrei desgraa e

    morte. Fui iniciada em diversos ritos malficos pelo homem que me jurou paz

  • e luz.

    Por que meu pai, por qu?

    As rosas que recebi foram enviadas pelo mdico que me cuidava, no pelo homem que eu amava.

    As batidas na porta eram ouvidas do meu quarto, Mirna era a gentil

    senhora que me cuidava nos dias e nas noites quentes daquele vero.

    Bom dia senhor! Em que posso ajud-lo? Disse Mirna. Vim falar com a jovem que nada v e nada toca. Diz o fidalgo.

    Encaminhando o jovem homem como que enfeitiada por tais palavras

    Mirna o leva aos meus aposentos.

    Ao ver as lgrimas que corriam de meu rosto e o medo tomou conta de mim.

    O que queres aqui? Digo eu agora em estado de ira.

    Vim busc-la jovem Sila! Sinto muito com pelo que aconteceu com voz.

    A voz dele era limpa e sonora. Potente e cativante. Mas eu sabia o que havia por traz de tal voz.

    Nunca mais disse eu! Se estivesse mesmo preocupado estarias l ao meu lado, mas fez como todos os outros e l no estava.

    - Como no disse o fidalgo, at rosas lhe enviei!

    Voc? Disse eu. As rosas me foram mandadas por um medico! Gritei ao demnio.

    Pois o mdico era eu jovem Sila! Disse o homem. Por que me maltrataste tanto? Gritei chorando ao demnio. Por que de novo me enganastes como fez ao meu pai e ao

    mercador da caixa! Nunca os enganei. A felicidade est em nossas escolhas!!!

    E se flores lhe enviei eram pra lhe deixaram melhor, pois j no tinhas mais esperana!

    De que adianta esperana se j mais nada tenho? Disse Sila. Simples diz o jovem demnio vestido de homem , um corao

    sem esperana como um livro j escrito. Possui conhecimento

  • limitado, j um corao esperanoso como um livro cheio de pginas em branco, que se pode encher de conhecimento!

    Conhecimento? Diz Sila. Diga-me infame, o que me ensinastes? O fidalgo responde: Ensinei-lhe o maior conhecimento de todos!

    Como podemos estar felizes se no conhecermos o sentimento mais bsico que existe?

    O sentimento que nos mostra o quo a felicidade e importante, o sentimento da DOR.

  • 7 - O Pistoleiro

    O frio intenso desta cela nem ao menos se compara com o gelo do

    meu corao. Estremecendo o horizonte, atravessando o pensamento e caando os

    sentimentos bem no fundo da minha alma, descobri o mais puro e sincero de todos eles, o amor...

    Uma vida com algum se torna mais completa, passa a ter um novo sentido, como se todos os dias o sol acordasse com mais brilho,

    com mais calor, como se o cu por mais que escuro e nublado sempre estivesse limpo e cristalino. Todas as coisas ao seu redor deixam de

    ser individuais, pois tudo o que lhe foi dado se torna divisvel a algum que se ama.

    Jovem e audacioso, o jovem Hamir j cedo havia descoberto seus talentos de escritor, trabalhara com um velho senhor que o abrigara e lhe dera de comer em troca do seu trabalho em seu pequeno negcio.

    Ainda criana saiu do bero do nobre e gentil anfitrio, buscando seguir seu caminho e sonho.

    Muitos livros e histrias criadas por ele movero geraes e fortuna o deixando extremamente famoso e rico, Hamir possua dinheiro, fama,

    talento e agora um novo amor, que o enchia de felicidade e alegria completando agora o livro mais importante de sua carreira, o livro da

    sua vida. Durante anos a linda Sav acompanhara o brilhante escritor em sua

    carreira de sucesso e alegria, cada conquista era como se fosse dela assim como do talentoso mestre do papel.

    Mas o que ela mal poderia imaginar era que um mesmo papel poderia resultar em tal desgraa...

    Ento eu estava certo? Ela me esconde algo? Diz Hamir. Sim, esconde, meu velho escritor, algo que j era para voc ter

    descoberto. E eu, meu amigo sei como lhe ajudar, beije meu anel, e assim

    poderei solucionar o seu problema, disse o pomposo e vidente cigano. Beijando e segurando o anel mais brilhante de suas mos, Hamir viu

    ali seu alivio. Retirando por debaixo da mesa uma caixa o cigano lhe diz:

    Meu grande pensador, que no papel descarrega sua obra, aqui est

  • a soluo de seu problema, procure sua amada e use sem medo, mas somente abra a caixa quando ela estiver presente, ento descarregue

    sua angstia. Levando a caixa consigo, Hamir vai ao encontro de sua amada, cheia

    de segredos... Cada degrau que eu subia era como se meu corao batesse mais

    forte, e l no alto do arranha-cu ao bater na porta sentia cada batida como uma contagem regressiva ao meu tormento.

    Ao abrir a porta ela me recebera com um sorriso imenso que quase no cabia em seu rosto.

    Ol! Que surpresa meu amor. Diz a linda e doce Sav. Ao entrar nem uma palavra eu lancei, colocando a caixa sobre a

    mesa, levemente fui abrindo-a e do meu bolso direito retirei o maldito papel rasgado e amassado exatamente como eu o encontrei, em voz alta gritei o que nele havia rabiscado Ao meu amor eterno e secreto

    eu entrego esse verso. Virando-me em direo a ela fiz exatamente o que o cigano me

    ordenara e usei o que na caixa havia sido colocado, disparando contra Sav o nico tiro que havia dentro da pequena arma de cor dourada

    que na caixa repousava... Visita! Diz o guarda de uniforme negro que cobria o turno naquela

    noite. Das sombras negras que guardavam o corredor via-se a enorme

    silhueta do cigano que com a caixa me presenteara. Como tens coragem de vir aqui seu demnio vestido de santo! Diz

    Hamir. Me enganaste e me fizeste de tolo, fazendo com que eu extinguisse

    da terra meu maior amor. Eu? Diz o demnio. - Eu nada fiz. Voc que no soube interpretar

    tais palavras! No seja hipcrita! Doente, tudo o que me disseste foi muito claro,

    que ela me escondia algo! Disse ao demnio. O que eu lhe disse meu caro escritor, era que ela lhe escondia algo que voc j deveria saber, mas voc ouviu o que queria ouvir apenas

    isso. Disse o demnio. - E por isso venho lhe trazer isso.

    Batendo nas mos do demnio Hamir grita: De voc nada mais quero, pois me deste uma arma com apenas

    uma bala para que eu a tirasse a vida! Se disseste um grande pensador, mas a bala que usaste no era

  • para Sav e sim para voz. Diz o demnio saindo e sorrindo. Ajoelhado ao cho Hamir v um pequeno pedao de papel amassado e rasgado, lembrando ento do tal verso escrito por Sav que at hoje guarda consigo, juntando os dois papis agora lavados em lgrimas

    ele agora completa o verso:

    Ao meu amor eterno e secreto eu entrego esse verso, quero manter em segredo meu amor por voz, pois tudo o que o alheio descobre ele

    cobia e esse amor secreto eu desejo somente para mim

    HAMIR EU TE AMO!

  • 8 - Sobre Ns

    Primeira carta enviada aos principados.

    Sobre ns...

    Ao ver os seres criados pelo senhor dos mundos, percebemos que a humanidade no digna do amor do seu gentil mestre, percebemos tambm que tais seres, lavados de dio, raiva e dvidas, nunca tero

    paz ou ao menos salvao. Em tais circunstncias, decidimos intervir, enviando a eles o mais

    astuto dos seres de nossa morada, lhes enviamos aquele que tudo sabe a nosso ver e que s o brao direito de nosso mestre, o nosso

    prncipe da luz. Digo a voz tambm que no somos seus inimigos e junto a isso segue

    a todos os seres de luz uma proposta. Usaremos seus irmos e os testaremos com toda nossa fria e ira, e com isso veremos at onde ir seu amor verdadeiro pelo seu criador, ns os tentaremos e os humilharemos at que sucumbam a nossas propostas, e a todos aqueles que assim o fizerem sero nossos e

    arcaro com as conseqncias de seu falso amor. Mas aqueles que realmente forem fiis tero seu esforo

    recompensado e assim tero a paz eterna e tudo que almejam lhes ser dado por vocs e no por ns.

    Somos aqueles que todos rejeitam e que todos desprezam, mas a todos que assim pensam ns dizemos:

    Somos a povo da luz iluminamos os caminhos daqueles que precisam e fazemos de tudo para que este ser compreenda o quanto

    importante a sobriedade de seus atos. E ns ao contrrio do que todos sabem, no fomos criados pelo

    renegado, ns, somos a criao da humanidade! Pelo que nos parece, pouco ainda se sabe sobre o poder da palavra, mesmo nos dias de hoje, as palavras possuem poder e emanam sua fora para todo o universo, e elas no podem ser direcionadas a um

    nico ser, pois as mesmas so lanadas a todos aqueles que as querem ouvir.

    Ns somos os filhos do lamento do sofrimento e da angstia ns

  • somos a treva, e esta mesma escurido est dentro de todos os seres humanos, dotados de luz e de amor, assim como esto mergulhados

    em lamuria e veneno. Por tanto o que posso falar sobre ns?

    Tenham cuidado! Pois ns provemos de suas lamentaes e dores, ento quando orarem ao pai ou rezarem aos mortos sejam cautelosos,

    pois ouviremos as suas palavras e nelas nos fortaleceremos, ns somos os filhos renegados que nascem dos seus mais secretos

    desejos.

    RAZIER - O Espectro da Dor.

    Fim da carta aos Principados.

    Resposta dos principados aos renegados:

    EM NOME DELE EU VOS DIGO:

    NS ACEITAMOS A SUA PROPOSTA.

    MIGUEL - O Senhor dos Arcanjos.

  • 9 - A ltima Iluminao

    Por quanto tempo ainda terei de conviver com isso? Quantas vezes irei me arrepender das escolhas que fiz?

    As flores em minha volta, o sol iluminando meu caminho, minha vida cada vez menos amarga, sem dor, sem tristezas e sem sofrimento,

    apenas paz, calmaria e luz! muito querer isso? Eu posso ajud-lo darei a voc a to querida felicidade, j que sua

    msica no mais te satisfaz! Diz o jovem fidalgo que a tempo se fazia presente na vida de Tarram.

    No se trata da msica. diz Tarram. A msica ainda me alimenta, mas o problema o que passo aos outros com ela.

    Tenho dvidas sobre quem eu realmente sou... Sobre o que realmente quero e assim passo minando a cabea das pessoas com

    todo o lixo que escrevo! O que buscas Tarram? O que queres? Deseje! Pois dentro de seus

    desejos ns adormecemos. Diz o velho fidalgo. Quero a verdade. Diz Tarram olhando profundamente nos olhos do

    demnio vestido de homem. O fidalgo pensa por um breve instante e diz:

    Te darei a verdade jovem artista, mas tem certeza de que pagaras o preo?

    Farei o que preciso for. Diz Tarram convicto em sua resposta. V est moeda? Preste bem ateno no seu centro e aqui vers

    toda a verdade, quando tudo novamente estiver escuro ters aqui a sua resposta.

    O nobre artista por sua vez fixou os grandes olhos castanhos na linda e dourada moeda do demnio e l viu toda a verdade.

    Tarram? Tudo bem? Grita o homem vestindo terno e gravata. O jovem Tarram parece no ouvir os gritos de desespero do velho

    homem.

    Desde muito pequeno Tarram descobriu seus anseios e talentos pela arte da dana e como se era de consume se aventurou em outras

    reas, como o canto e l fez a sua fama e fortuna. Vindo de uma infncia cheia de sonhos e esperana Tarram viu em

    um breve conselho seu futuro se transformar. Saindo da pequena loja que trabalhara durante anos com um velho

  • mercador sentiu partir dali sua vida de migalhas se esvair em um sonho que parecia no ter fim.

    Comeara a danar em um grupo de crianas com grande prestigio e talento, fazendo seu nome se exaltar ao mais alto lugar.

    Tarram tinha grande amor e seriedade pelo seu trabalho e arte, fazia tudo como se fosse a ltima vez.

    Comeando assim a escrever canes para o mesmo grupo que

    pertencera e que agora dirigia. Dali surgiu as primeiras obras e composies que o ergueram at as

    alturas. Durante toda a trajetria em sua vida se fez presente a solido e a tristeza. Solido essa, coberta por uma luz cinza que transformava

    tudo em desamor e depresso, dinheiro, fama, mulheres e tudo mais no traziam, mas a felicidade que ele tanto almejava.

    Tarram hoje era escravo da fama e arte, mesmo com tudo o que

    desejava ainda se via triste e amargurado, precisava da to sonhada alegria.

    E neste momento l estava ele paralisado em meio ao conflito do

    sculo, em meio verdade catica e absoluta. Calado e paralisado em frente luz dourada que emanava da tal

    moeda.

    O que voc v jovem Tarram? Pergunta o demnio. Eu? Bem meu caro RAZIER! Eu vejo que minha busca ftil e

    desnecessria, pois no existe para mim a to preciosa felicidade! Pois quanto mais triste o corao e o dia a dia, mais bela a cano

    e a melodia!

  • 10 - As Torres de fogo - A Irmandade (parte 1)

    Corre pelas torres de fogo o boato mais esperado de todos os tempos, dizem que ele est triste! Explica o Prncipe da Luz.

    Sim, e pelo que sei verdade. Responde Razier. Pois bem meu caro menino, agora a hora de ento chegarmos a

    ele. Diz o lord da Torre Sul. Acenando a cabea sugerindo dvida, Razier ento responde:

    Sim, mas o senhor bem sabe que somente os puros podem adentrar no reino do Senhor dos Mundos.

    Como que em estado de ira, o Prncipe responde: Achas que sou tolo filho? Sei com quem e aonde lutaremos, por isso irs at as almas boas e puras que levaste a runa e de l trars o teu convite aos grandes portes do paraso e assim chegaremos a ELE. Sem lanar um olhar ou indagar uma s palavra Razier sai em busca

    das almas dilaceradas. Dizem que o Filho da Luz tem o poder de se dividir em vrios seres

    pensantes ao mesmo tempo e assim fazer dezenas de feitos na mesma hora facilitando assim o rduo trabalho e deste mesmo modo Razier se fez, dividindo-se em seis seres de mesmo poder e astucia,

    partindo ento em busca do que ele mesmo chamou de a IRMANDADE.

    Lembro-me bem onde deixei uma das almas, que por sinal tambm foi

    uma das ultimas a serem iluminadas por mim! Fui at a mais longe priso j construda pelo homem, adentrei at a mais glida cela e pude novamente ver o rosto de terror, a me ver e

    toda a raiva que no mesmo estava guardado. No importava o quo fria fosse aquela cela. Ele ainda estava preso dentro de mais perigoso calabouo, ele estava preso dentro de sua

    prpria dor e agonia, sentia ainda culpado por ter arrancado da existncia a seu to almejado amor.

    Chegando at a cela senti sua repulsa e dio quando me olhara de um jeito fatal e meticuloso, agarrando-o com meus braos pelo outro lado da cela serrei-me eu seus ouvidos e como em uma cano eu disse:

    Queres sair daqui meu querido Hamir? Ou devo cham-lo de o

  • PISTOLEIRO.

    No mesmo momento do outro lado do planeta eu estava l com uma moeda dourada nas mos iluminando o ultimo dos meus soldados,

    aquele cuja voz era inigualvel! E ele era a pea essencial do meu jogo.

  • 11- A Irmandade (parte 2)

    Tudo no universo acontece com um propsito no importando se

    sers para o bem ou para o mal... Tudo comandado por aquele que tem interesse em ganhar-nos para o seu lado, somos vtimas da luta do sculo, e nela somos obrigados a escolhermos um lado, pois se no o fizermos no final padeceremos,

    um jogo de sorte em que devemos torcer para que o lado que ns buscamos seja o correto.

    Mas nem todos tm a mesma sorte... Com os novos soldados prontos, s me restava coloc-los na posio

    certa, e com essa misso ento eu subi acompanhado dos meus novos gigantes, a Luxria e a Ira.

    Portando agora o total conhecimento me dado pelo Lord da Torre Sul, eu j havia me prevenido, no havia como adentrar nos portes do

    paraso sem antes derrubarmos o Anjo da Arte! L estava ele, lindo e maravilhoso, este anjo era o guardio dos

    portes e ao contrrio do que se imagina no portava nenhuma arma, sua mais potente artilharia era um instrumento invisvel, a sua VOZ. Eternamente ordenado a cantar em frente aos portes indicando ao senhor dos mundos que tudo estava bem. Enquanto a sua voz era

    ouvida os portes estavam seguros. Levando ento comigo os dois pecados, indiquei ao primeiro os

    portes da libertao e disse: Oh Santo Pistoleiro, para adentrarmos no paraso e buscar sua

    libertao precisamos antes neutralizar este poderoso guardio, tome este presente, daqui tirars tua liberdade!

    Hamir agora com o nome de PISTOLEIRO pegou a pequena caixa dourada, que ele por sinal j havia visto, abridela viu reluzir a linda

    pistola dourada de apenas uma bala que ele mesmo usara para arrancar sua amada da existncia.

    Sentindo seu ego pulsar e sua vingana ali tomar forma, apostou a arma a Razier, que logo disse:

    Eu sabia que voc era a pessoa certa, mas lhe digo que este tiro nada me far e se tens alguma dvida dispare, mas no esquea,

    existe somente um disparo se o desperdiar no ter mais sua liberdade. E ai voltar para sua cela gelada e ali ficars eternamente.

  • Pensando por um breve momento, o PISTOLEIRO tornou-se a virar contra o guardio mirando e disparando o nico tiro que lhe foi dado.

    No mesmo momento, o guardio cai ao cho do paraso coberto de luz e tendo suas asas arrancadas e secas pela morte.

    Agora meu caro PISTOLEIRO, pode ir. Siga sua jornada em liberdade. Disse Razier o arremessando a Terra tendo a certeza de

    sua morte eminente ao tocar o cho. E eu meu caro Razier qual ser meu fim? Diz Tarram ao ver o amigo

    de infncia sendo arremessado a Terra. Voc meu caro amigo? Diz Razier. Eu lhe prometi a mais triste

    cano, e aqui est ela, pois no h nada mais triste que cantar eternamente no lugar de um anjo para se enganar a Deus.

    E l Razier deixou o grande artista fazendo o seu trabalho, cantar para o Senhor dos Mundos pensar que tudo estava bem.

    (Continua...)

  • 12 - O Nascimento de Razier

    A ele foi concedido o poder da iluminao, do esclarecimento e a

    forma que tudo isso seria aplicado ficou ento a sua escolha... Certa vez uma luz ofuscou minhas vistas e me fez anjo... Anjo este com asas de ao puro forjado pela luz do grande mestre, em minha

    condio de iluminado tornei a oferecer meus feitos e ideais a toda a humanidade, e assim ento o fiz.

    Andando pelo mundo do criador passei a ajudar a todos que de mim precisavam, pois ns anjos estamos sempre ao lado dos aflitos.

    E foi em meio a bondade que vi meu renascer surgir. Adentrando nos pensamentos alheios pude v-lo, l estava ele

    amargurado e triste, sem saber por quais caminhos seguir, e como foi me dito pelo pai devemos abraar a todo o ser que em tragdia se

    encontra. Fui ento ao seu encontro e logo fui abra-lo, ao ver aquele homem morrendo e sofrendo fazendo de sua conscincia seu maior punidor.

    Estendi a ele meu colo, mas ao contrrio do que entreguei recebi uma extrema punhalada, aquele homem afogado em agonia me mutilou

    arrancando minhas asas jogando-me contra o mais glido piso. Sem entender acordei em meio ao calor sentindo o imenso mar de fogo e logo percebi que l estava eu dentro da TORRE DE FOGO.

    Em minha frente um gigantesco ser vestindo mantos dourados cobertos de vermelho, estendendo-me a mo disse:

    Bem vindo meu filho! Bem vindo seja a TORRE SUL. Sem compreender como eu, um anjo do Senhor havia adentrado nos

    portes das torres eu logo perguntei ao Lord da Torre Sul: Como eu um simples ser do grande criador dos mundos est aqui?

    Como por aqui me perdi? Com um ar sincero e gracioso o Lord me respondeu:

    Simples meu caro amigo voc j no mais um anjo, um anjo quando perde as asas ao contrrio do que se pensa nem sempre

    morre, tu estendestes tua mo e mesmo assim recebeste uma punhalada fatal.

    Pois fique sabendo que todos os que morrem ajudando ou entregando-se as causas do prximo no morrem nem mesmo vo ao

    paraso perto do altssimo.

  • Confuso, perguntei ao Lord: No? Mas ento? O que aconteceras comigo?

    Antes de qualquer coisa disse o Lord, deixe que eu lhe conte um pouco sobre este lugar;

    Aqui o lugar que ns chamamos de as Torres de Fogo, esta a parte Sul da nossa morada e aqui eu sou o Senhor Supremo somente

    abaixo do Prncipe da Luz que aqui tudo domina. - Digo-te meu caro, que todos os que morrem com atos de maldade

    aqui vem repousar, mas como l em cima na Terra todos aqueles que estendem a mo e so aoitados sem reconhecimento viram meus filhos para que possam se vingar e trazer mais soldados a nosso

    exrcito, e exatamente assim que surge o mal na Terra, como uma cpia perfeita das Torres de Fogo.

    Sem escolha ou poder algum eu perguntei ao Lord: Mas e agora meu Senhor o que acontecers?

    Simples meu caro jovem, disse ele, voltars a Terra e de l continuars ajudando aos outros como antes fazia, mas ao contrrio dos anjos ti provars aos seres humanos que tudo de ruim que a eles acontece por inteira culpa de si prprios e no nossa ou do arquiteto

    do Universo nosso Pai. Tome para si estas novas asas feitas de astcia e talento, para que

    sua misso seja comprida com xito, a partir de agora trocars de nome e no sers mais anjo e sim espectro!

    Mas como me chamarei meu Lord? Disse eu ansioso pelo novo trabalho e com sede de vingana.

    Chamar-se- RAZIER, O ESPECTRO DA DOR.

  • 13 - A CRISE CELESTE - A Irmandade (parte 3)

    Agora com os portes livres para minha entrada, levei minha mente quase por completa at minhas outras cpias que l estavam com os

    outros Iluminados... Lembrei-me ento de uma velha amiga e at ela me lancei.

    Chegando em sua morada pela terceira vez, eu a toquei, e seu semblante era novamente de espanto e repulsa, ainda sem poder se mover e agora cega pelo aumento de sua doena, Sila parecia cada

    dia morrer um pouco mais, mas ela era uma pea essencial para mim agora e a condio em que se encontrava era primordial...

    Sabia eu atravs do Prncipe da Luz que aps os portes celestiais, um gigantesco canteiro de flores me aguardava e somente aqueles

    que fossem acolhidos pelo guardio da entrada poderiam nele passar sem se ferir, pois o canteiro era coberto por rosas mortais que

    continham em suas ptalas e espinhos o mais letal veneno, o veneno da conscincia.

    Era de tal fora que aqueles que no tiveram seus pecados perdoados e tentassem por ali passar em instantes seriam arrancados da

    existncia e enviados ao lado Norte das Torres de Fogo, esse que ningum sabe como , ou onde fica, pois de l ningum voltou at

    hoje. Simples em meu pensamento Sila era a nica que as rosas podia

    tocar, e ao outro lado avanar, ainda mais agora que possua a alma ptrida e j dominada de seu irmo Abel dentro de seu corpo.

    Abel tambm faria sua parte, com o grande poder de destruio que a ele eu concedi quando comigo ficar, era possvel que com um

    simples olhar de Abel, as rosas e tudo nelas estaria destrudo, pois aquele que no mais tem conscincia, de nada se arrepende, nem mesmo de destruir o poder de julgamento do grande Senhor dos

    Mundos. Sentindo-me ento profundamente Sila exclamou:

    Por que meu Deus? Por que ainda me perseguiste por que no me libertas deste sofrimento meu pai?

    Depois de tudo que eu passei, de tudo que me foi feito ainda estou aqui provando que sou forte e digna do senhor.

  • Olhando friamente a ela disse: Por isso vais comigo Sila, tu e Abel teu passageiro que dentro de ti

    viajas, libertarei a voz e a teu irmo se comigo vir. No acreditarei mais em tuas histrias seu demnio vestido de

    Santo, como poderia acreditar? Disse Sila. Eu claramente respondi:

    No se trata de crer em mim, e sim de escolhas ou arriscas ao ficaras nesta cama at a morte!

    - Me diga Sila, qual teu maior desejo? Sila responde:

    Tenho por vontade, correr novamente e sentir o cheiro das rosas mais belas em meu caminho.

    E Razier sorriu dizendo: Ento comigo vais aos cus e l eu te darei como caminhar e sentir

    as rosas em teus passos. E na influencia do feitio de Razier novamente Sila compilada por Abel estendeu a mo ao demnio e a vontade de Razier em seguida se fez

    Envolvidos na sombra de meu manto seguimos ao cus, e l estavam

    os portes agora abertos com ele meu grande guardio de voz aveludada Tarram,cantando para enganar o senhor dos mundo e

    lamentando a morte de seu amigo que fora jogado dos cus por mim.

    Adentrando os portes vi o grande jardim com as rosas da conscincia e logo disse:

    Se queres liberdade, olhe para si e veja como podes agora correr por este lindo jardim...

    Com lgrimas nos olhos Sila partiu em direo ao corredor de flores que a ela esperava, sentindo novamente a vida serrada sobre seus

    ps com a conscincia limpa e extremamente feliz Sila adentrou dentro do julgamento divino e de l sairia com vida.

    No meio do caminho, Abel lanou-se para fora do corpo de Sila e pousou sobre as flores do julgamento e como j se era de esperar

    lanou apenas um olhar fulminante sobre o jardim que logo murchou secou e morreu deixando o caminho livre para razier que

    tranquilamente caminhava em rumo ao castelo de portas douradas, portas essas que guardavam o grande mestre.

  • Sila por sua vez vendo que novamente fora enganada gritou: Seu demnio traioeiro! Enganaste-me com seu feitio, agora eu

    quero minha felicidade! Aproximando-se da menina razier pergunta:

    devota de teu Deus, mulher? Sila responde:

    De toda minha ALMA! Ento segues a risca as suas leis no ? Disse Razier, logo sabes que teu senhor prega a bondade e a paz e que deves ajudar sempre

    ao prximo que de ti precisa? Pois muito bem, acabastes de me ajudar a entrar no paraso e daqui arrastarei teu mestre para as torres de

    fogo! Como pude ser to ingnua disse Sila, como? Como pude ajud-lo

    seu monstro? Simples disse Razier estendendo um pequeno pedao de papel as mos de Sila, lembra-te da lista que escreveste? Tratei de escrever

    meu nome nela pra voc...

  • 14 - O jri - A Irmandade cai.

    (Final dos Tempos que Conhecemos)

    Alimentando-se da tristeza de todos a sua volta, Razier entrava nos grandes portes do paraso, lentamente andava como se sua glria

    jamais se acabaria Vendo-se dentro do palcio celestial procurou a sua volta por ELE, o

    senhor dos mundos e quase que inacreditavelmente l estava ele sentado em seu trono absoluto.

    Seu semblante era plido e dolorido, carregando mgoa e dvida. Ao seu lado havia um homem que ao contrrio do grande mestre no

    estava triste e sim feliz!

    Ao ver o intruso em seu castelo o mestre ergueu a mo direita apontando ao demnio e disse:

    Razier! Filho da treva! No s bem vindo aqui! O demnio respondeu:

    Meu caro senhor, eu vim em nome daquele que foi exilado por vs e condenado a iluminar a humanidade por sua prpria escolha! E digo

    mais, vim a mando dele para lev-lo comigo, mas antes deves receber meu presente!

    O Mestre responde: Presente? Vens a minha casa, invade meu lar, me desapontando e

    desrespeitando-me e me traz um presente? Sim. Diz o demnio!

    Em seguida um velho homem com uma pequena caixa adentra silenciosamente no palcio.

    Entregue ao senhor est caixa meu amigo mercador! Diz Razier. Estendendo a mo ao senhor dos mundos o mercador diz: Esta caixa contm a felicidade que o senhor tanto almeja!

    Como que em um disparo, o homem ao lado de DEUS que atendia

    pelo nome de incontestvel, pulou com todas as suas foras em cima do grande mercador tomando a caixa de suas mos.

  • Eu busco a felicidade mais que qualquer um! Disse o incontestvel. Abrindo rapidamente a caixa, uma enorme luz avermelhada cobriu o

    palcio e quando a luz brandou, l estava ele amarado com sete cordas forjadas pela prpria humanidade!

    Sem compreender os outros olharam a volta e entenderam que agora

    o senhor dos mundos estava preso!

    Percebendo que amarrado estava o senhor disse sorrindo: Amarras? Sorriu alto quase que em um grito.

    Achas que conseguira me amarrar com simples cordas? Mas Razier rapidamente respondeu:

    No so simples amarras meu caro, so as sete amarras mais fortes do universo cuja quais nem o senhor controla!

    Estas amarras so os sete pecados capitais da humanidade que assim como ao senhor tambm amarrou todas as pessoas da terra!

    O senhor por sua vez usou de sua fora e sabedoria infinita para

    destruir as amarras, mas nada aconteceu.

    Puxando ento o senhor dos mundos pelas amarras, Razier arrastou o senhor at a sada do paraso sem que ele pudesse se soltar e disse:

    Eu o levarei agora ao lugar mais justo j criado. Eu o levarei as

    Torres de Fogo. Viajaremos a Torre Sul e l eles o aguardam! Quando estavam prestes a descer as torres Razier foi encarado por todos aqueles que ainda l estavam e que foram amaldioados por

    ele.

    Razier sabia o que eles queriam. Era simples. Queriam suas vidas de volta, mas com apenas um olhar meticuloso e arrogante ele lhes

    deixou um recado: Por milhares de anos a humanidade inteira queria estar no paraso e agora aqui vocs ficaram e quando seu DEUS voltar talvez isso deixe

    de ser o deserto que acabou de virar sem aquele que sempre lhe trazia vida infinita, por tanto, ADEUS.

    E l eles permaneceram por toda eternidade ou at o dia em que seu

    mestre voltar...

  • Chegando a torre sul, um grande jri aguardava o senhor dos mundos, jri esse cujo qual ele era o ru!

    Sem nenhuma palavra l estavam eles aguardando o grande momento, estavam o prncipe da luz e o mestre da torre sul

    acompanhados de centenas de outras almas amarguradas como eles,

    Colocando Ento o ru de joelho o prncipe se pronunciava: Durante toda a sua vida voc julgou os seres inferiores como se

    fossem culpados por tudo, sendo que nem sempre eles eram... E hoje caro senhor dos mundos o senhor ser o ru!

    Levantando sua cabea lentamente o grande mestre do universo

    responde:

    Est errado. Durante toda minha vida eu fui condenado a ser culpado por tudo o que acontecia com as pessoas e com os seres, como se fossem escolhas minhas, quando na verdade eram escolhas deles

    prprios. Quando um ser falha ou conquista algo, no minha culpa ou nem

    ao menos interveno divina e sim consequencia do seu prprio esforo. Mas mesmo assim eu lhe agradeo!

    Agradece?! Indaga o Prncipe.

    Sim, agradeo. Diz o senhor.

    Agradeo por hoje estar sendo julgado e no ter mais de ser o JUIZ...

  • 15 - O Conflito. E a saga continua...

    Ento e mesmo verdade Razier?

    Ele est mesmo nas torres de fogo? Sim ele est, responde o astuto espectro ao jovem ajudante da Torre

    Sul. Era mesmo inevitvel que este boato se espalhasse pelas grandes

    torres.

    Rpido com uma serpente se esgueirando pelas paredes uma sombra vem ao encontro dos dois seres que conversavam na porta do palcio.

    Senhor! Dizia o mensageiro de forma voraz, lhe trouxe algo, e eu humildemente recomendo que tome conhecimento com bastante

    rapidez! Por que deveria me preocupar com tal encomenda? dizia Razier

    pegando o tal papel das mos do mensageiro. O que h de to urgente?

    A questo no somente o que, mas sim de onde ele veio. Diz o mensageiro.

    Razier tornou a abrir o papel, e seu semblante de espanto revelou a

    razo do mensageiro estar to preocupado.

    Temos que levar isso a conhecimento do grande mestre. Pensou Razier entrando rapidamente no palcio. Chegando ento a grande

    sala onde o Prncipe da Luz ainda apreciava a sua vitria.

    Mestre. Diz Razier com ar de seriedade, estendendo o tal papel ao prncipe.

    Ao olhar com ateno o mesmo rapidamente ordenou aos gritos com

    grande fria e ira:

    DESAM AT A GRANDE CELA DOBREM A GUARDA E NO

  • DEIXE QUE NADA ENTRE! PONHAM OS GENERAIS SE FOR PRECISO!

    E sem demora os quatro generais se deslocaram a grande cela. Eram eles as quatro pragas da humanidade: A peste, a guerra, a fome e a

    morte.

    O grande prncipe enfurecido amassou o papel e jogou ao cho com tanta raiva que arrasou o solo como se fosse uma pedra de peso

    extremamente sobre-humano. E saiu da grande sala expelindo seu dio.

    O jovem ajudante que acompanhava Razier ficar sozinho na grande

    sala e sem poder lutar foi acometido pelo maior dos pecados a CURIOSIDADE.

    Vendo ento que apesar de coberto pelos escombros do buraco

    deixado pelo mestre, o papel continuar intacto e com seu sentimento incontrolvel o agarrou e o leu com toda sua vontade.

    Cada frase era tida como um golpe de revolta em sua frgil e

    destruda alma e l dizia:

    Carta dos Principados aos Renegados

    Tnhamos um acordo entre ns sobre a humanidade, mas nada dentro dele mencionava sobre o stio e o rapto de nosso maior e mais

    precioso ser, o nosso pai. Devemos anunciar que neste exato momento, os cus choram e clamam por nosso ente mais querido e que a tristeza em grande

    quantidade acaba trazendo consigo a ira, a raiva e o medo, por tanto em verdade voz digo:

    NS IREMOS AO RESGATE DELE.

    Por tanto, preparem suas almas fteis e seus pensamentos

    meticulosos, chamem seus exrcitos embebidos em enxofre e dor, e clamem para que ELE esteja bem, pois ns traremos de volta aquele que nunca deveria ter sado de nosso recanto e no ouviremos seus pedidos de clemncia nem mesmo de misericrdia. E quanto mais

  • vocs pedirem mais grave sero suas feridas feitas por nossas espadas de fogo e luz!

    POIS AGORA NS TEMOS ALIADOS QUE POSSUEM A MAIOR

    DAS ARMAS A SEDE DE VINGANA, AGORA NS SOMOS PARTE DO QUE VOES MESMO CHAMARAM DE...

    ... A IRMANDADE.

    E no pouparemos nem mesmo aqueles que ai esto por engano...

    O Incontestvel - COMANDANTE DA FRIA MONTADA.

    Tarram - LIBERTADOR DA PRONUCIA.

    O Mercador - PORTA VOZ DA GUERRA.

    Gabriel - O VINGADOR - GENERAL DOS EXRCITOS DA GLRIA.

    Miguel - LDER DOS ARCANJOS.

    Vendo tal carta o pequeno ajudante sai em disparada buscando abrigo e alguns ouvintes para espalhar a tal histria.

    Ao chegar cela o Prncipe da Luz encontra Razier e seus generais

    em total apreenso... O que houve? Diz o mestre.

    Senhor, diz Razier. ele no esta mais entre ns!

    ELE FUGIU...

  • AS CRNICAS DA TORRE NORTE

    O Novo Testamento. (Consagrao)

    16 - O aprendiz

    Sinto um cheiro forte, denso extremamente ruim e sufocante. Ouo os gritos de agonia de centenas de vozes amargas. Percebo correndo por minha pele suor, lgrimas e sangue. Percebo que esta no minha casa... ...Mas afinal, onde mesmo o meu lar? Ao abrir os olhos, deitado em meio a vastido do lugar, viu ainda turvo e destorcido a imagem de um homem, aparentava ter seus quarenta anos em mdia. Vestia um manto cinza muito velho rasgado com cortes que arrastavam ao cho. Sua fisionomia era curiosa, cabelos extremamente brancos, no como grisalhos e sim tingidos como se fossem pintados. Olhos grandes e intuitivos, cobertos por um tom forte de intenso castanho, rosto liso sem barba segurando uma caneca que continha algo cheiroso e aparentemente bem quente. Ao perceber, que realmente no estava s o jovem garoto ainda atordoado por motivos desconhecidos, levanta-se lentamente com o corpo extremamente dolorido e ferido. Ao ver ento com mais calma o tal homem, ele ento o questiona: Onde estou? Que lugar esse? Com ar de seriedade o anfitrio responde: Tens sorte de estar bem meu jovem. Se eu no tivesse lhe

  • encontrado, logo estaria aos pedaos... Algum l em cima gosta muito de voc. Diz o homem. Este lugar possui vrios nomes meu caro, h aqueles que o chamam de tribunal. H tambm os que o chamam de priso. Existem os mais bravos que nomeiam como inferno, eu modestamente prefiro cham-lo apenas de lar. O menino ainda sem entender, antes mesmo que o homem pudesse terminar indaga novamente: Inferno? Isso quer dizer que eu morri? Mas como possvel? Vejo que gosta muito de perguntas meu rapaz, logo tomarei a liberdade de lhe responder com outra. Diz o homem de cabelos claros. Morrer no o fim e sim um novo comeo, mas a questo primordial disto tudo , se voc realmente morreu e veio para c, o que de to grave voc fez para merecer isto? O silncio tomou o recinto para si a calmamente o jovem olha bem o local onde estava, um lugar aconchegante semelhante a castelos medievais com livros por todo o lado e, muito mal iluminado. Possua cheiro de velho, de mofo com mais alguns odores que no eram conhecidos pelo seu olfato. Um som abafado o atrai para uma das enormes janelas e ao olhar para o horizonte v tal cena, percebe onde estava naquele momento. Viu ao longe em meio a montanhas um cu completamente cinza e morto, com centenas de aves e seres alados voando em volta de uma torre extremamente distante, cujo mal se via. No solo havia uma imensa floresta extremamente fechada e coberta de neblina negra, de dentro da mata se ouvia gritos de terror e aflio, como se a tortura eminente estivesse dentro. Vidrado e assustado com sua viso ele delirava com o que assistia surpreso e perdido em meio a tantos pensamentos sentiu um leve toque ao seu ombro esquerdo. Toque esse que o fez voltar a realidade olhando ento o nobre homem que agora no segurava apenas uma caneca e sim duas, cuja uma delas lhe era oferecida.

  • Beba e ento faremos as devidas apresentaes. Disse o homem. O jovem sentindo grande fome e fraqueza tomou a caneca em suas mos e bebeu sem demora. Pois muito bem, como devo cham-lo meu rapaz?Pergunta o nobre. Com os lbios lambuzados por tal bebida ele diz: Sinceramente, no recordo do nome cujo qual o senhor deves me chamar! Com espanto o homem responde: No recordas do teu nome? No! Nem ao menos sei quem sou e muito mesmo por que estou aqui. E vejo que tens razo, gosto mesmo de perguntas, pois tenho centenas em minha cabea neste momento. Diz o jovem. Comecemos pela primeira, mas antes devo me apresentar. Explica o homem. Antes mesmo de qualquer palavra a mais ser pronunciada ouvia-se de longe um grito ensurdecedor. BARRAMOTH! BARRAMOTH! A tal voz gritava do lado mais baixo de onde se encontravam. Ao ouvir tal chamado, o homem de cabelos brancos corre em direo a janela mais prxima e sem que pudesse evitar o menino l estava ao seu lado. Em meio ao vasto arvoredo que parecia servir de abrigo a multides sendo flageladas sem cessar, um ser era visto ao longe, quanto mais ele se aproximava mais dele se podia ver, vindo em grande pressa correndo como se fugisse desesperadamente de algo. Vestia uma tnica velha e suja como se houvesse andado por dias dentro da mata com um mendigo sujo e sofrido, ps descalos cheios de feridas e leses como se houvesse passado por centenas de espinhos por onde andava.

  • Em poucos segundos se perdia a viso do tal homem que parecia assustado e esgotado por de baixo da enorme torre que eles se encontravam. Com um semblante de seriedade o homem diz: Entre aqui e no abra a boca pra nada! Mostrando um enorme ba ate ento despercebido em um canto da sala. A porta dava seu sinal de que algum estava chamando, antes mesmo da terceira batida ser proferida o homem a abrira. O jovem assustado, mas ao mesmo tempo curioso abria lentamente a tampa do ba para poder observar o que ali se passava. BARRAMOTH, guardio da fronteira norte! Diz o viajante prestando reverencia. Tenho uma mensagem a voc vinda dos generais apedido do grande Prncipe da Luz. Segurando ento tal mensagem, o guardio como foi chamado faz apenas um sinal com as mos. Pode ir agora. Diz Barramoth. Vendo a sada de tal servial o jovem sai de seu esconderijo ftido e apertado. Barramoth esse seu nome? Pergunta o rapaz ao homem. Sim me chamo BARRAMOTH. Diz o guardio ainda lendo a tal mensagem trazida a seus cuidados. Vendo o modo com que Barramoth lia tal carta a curiosidade mais uma vez se fez presente. O que diz ai? E muito srio? Posso ver? Diz o garoto. Mais srio do que eu esperava, vamos descer quero saber mais

    sobre como veio parar aqui. Descendo a torre onde estavam, andaram por um curto caminho que

    os levava at a floresta e o jovem continuava suas perguntas a Barramoth.

    Mas quem era o aquele homem? Que dizia na carta que lhe mandara?

    Barramoth responde ao garoto: Ele um escravo um mensageiro, trabalha a mando do Prncipe que

  • comanda todo esse lugar e me trouxe a informao de que um de nossos prisioneiros conseguiu escapar. Por isso irei dar uma olhada

    pra ver se tudo est bem. Fugiu? Algum fugiu do inferno? Ento possvel escapar daqui?

    Pergunta o jovem.

    No meu rapaz, ningum sai das torres. impossvel fugir daqui, nosso prisioneiro no est longe, deve estar por aqui em algum lugar

    desse grande territrio. Reponde o guardio.

    E l chegando o jovem garoto pode tirar suas dvidas sobre o que havia ali. Entrando na floresta ele v quase na total escurido as rvores que ele parecia ouvir gritar l de cima das torres. Foi quando percebeu rostos nos troncos que observava e de repente uma rvore move um de seus galhos em direo a outra arrancando-lhe um pedao de grande de sua casca deixando o caule a mostra. A rvore por sua vez disparou um grande e dolorido grito como se a houvesse ferido muito. Um grito de horror e de dor como a de quem perdeu um importante pedao do corpo. Em seguida ao grito a mesma rvore fez exatamente o que a outra havia feito, mas com outra que estava do lado, que tambm disparou seu grito de dor. O jovem ento acometido por grande medo se ps em um canto e ao sentar ao cho viu um pequeno pedao de papel cair de seu bolso, ao abri-lo encontra a seguinte mensagem: Querias a liberdade? Ento ai est ela meu caro Hamir. Atirastes no s em tua amada como tambm nos anjos do senhor, pois agora receba meu presente, a verdade! Razier o espectro da dor. Vendo tal carta, o garoto pensou em voz baixa: Hamir? Esse meu nome? Mas quem Razier? Atirar? Amada? E com medo de ser descoberto, o jovem que agora tomou o tal nome

  • como seu, esconde novamente o pap


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