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8/18/2019 Barragens de Terra Como Alternativa No Combate à Seca No Nordeste
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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁCAMPUS LIMOEIRO DO NORTE
TECNOLOGIA EM SANEAMENTO AMBIENTAL
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
BARRAGENS DE TERRA COMO UMA ATERNATIVA PARA MINIMIZAR OSPROBLEMAS HÍDRICOS CAUSADOS PELA SECA
LUIS FILIPE FREITAS
Limoeiro do Norte – CE
Fevereiro de 2016
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LUIS FILIPE FREITAS
BARRAGENS DE TERRA COMO UM MÉTODO PARA MINIMIZAROS PROBLEMAS HÍDRICOS CAUSADOS PELA SECA
Projeto apresentado à coordenação do Curso de
Tecnologia em Saneamento Ambiental, como
cumprimento parcial das exigências para conclusão
do curso.
Orientador: Luiz Cristiano Campos Monteiro
IFCE – CAMPUS LIMOEIRO DO NORTE
FEVEREIRO DE 2016
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IFCE – CAMPUS LIMOEIRO DO NORTE
LUIS FILIPE FREITAS
BARRAGENS DE TERRA COMO UM MÉTODO PARA MINIMIZAR OSPROBLEMAS HÍDRICOS CAUSADOS PELA SECA
Monografia apresentada a coordenação do curso de
Tecnologia em Saneamento Ambiental como
comprimento parcial das exigências para a
conclusão do curso.
Aprovado em ____ de __________________ de 20___.Conceito:__________________(___________________).
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Prof. Mestre Luis Cristiano Campos Monteiro (Orientador/IFCE)Prof. Mestre Luiz Cristiano Campos Monteiro (IFCE)Orientador
Profª. Mestre Adrissa Figueiró Moreira (IFCE)
Profª. Doutora Andréa Pereira Cysne (IFCE)
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RESUMO
A água, sem sombra de dúvidas, é o fluido mais essencial e importante para a manutenção davida no planeta, portanto a sua presença no cotidiano em quantidade e qualidade satisfatória éde suma importância tanto para a sociedade (que necessita da mesma para a realização de suasatividades) quanto para o meio ambiente como um todo, assumindo um papelfundamentalmente importante quando se trata da modificação estrutural dos ecossistemas,sendo que, para isso, a mesma deve apresentar características físicas, químicas e biológicasadequadas para a sua utilização, apresentando substâncias essencialmente indispensáveis àvida, sendo que a mesma deve se mostrar de uma forma isenta de componentes que, de algummodo, possam denegrir a saúde daqueles que a consumem. Apesar de sua abundância amesma não está igualitariamente distribuída no mundo, é tanto que existem áreas altamente
deficitárias quanto a disponibilização hídrica, sendo o clima, como ocorre no semiárido do Nordeste do Brasil, o principal responsável pelo déficit hídrico. Para se conviver nessasregiões escassas é necessário mecanismos de adaptação ao meio, possibilitando a ofertahídrica para a população Uma das alternativas consideradas de grande importância e útil paraconfrontar os problemas da seca são a construção de barragens de terra (açudes), que visam oacúmulo de água para a utilização da população abrangida pela barragem, para fins demúltiplos usos como consumo humano, animal, irrigação e técnicas de usos não-consultivosda água como a piscicultura. Visando essa questão é que o seguinte trabalho se mostra comobjetivo de estudar as barragens de terra e demonstrar a sua eficiência no combate à seca no
Nordeste do Brasil.
ABSTRACT
Water, without a doubt, is the most essential and important fluid for the maintenance of lifeon the planet, so its presence in the daily quantity and satisfactory quality is of paramountimportance for society (which needs the same to perform of its activities) and for theenvironment as a whole, taking a fundamentally important role when it comes to the structural
modification of ecosystems, and for this, it must present physical, chemical and biologicalright for your use, featuring essentially indispensable to life substances, and it must show in away free of components that, somehow, would detract from the health of those who consume. Despite its abundance the same is not equally distributed in the world, it is such that there arehighly loss-making areas as water availability, and the weather, as in the semi-aridnortheastern Brazil, the main reason for the drought. To live in these sparse regions isnecessary in half adaptation mechanisms, allowing the water supply to the population One ofthe alternatives considered very important and useful to confront the drought problems are theconstruction of earth dams (dams), aimed at accumulation of water for use in the populationcovered by the dam for the purpose of multiple uses, such as food, feed, irrigation and non-technical advisory uses water as the fish. Aiming at this point is that the next job shown in
order to study the earth dams and demonstrate their efficiency in the fight against drought innortheastern Brazil.
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SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO.......................................................................................................06
2.0 JUSTIFICATIVA....................................................................................................07
3.0 CONSIDERAÇÕES INICIAIS..............................................................................08
3.1 Um breve histórico da seca no semiárido.......................................................11
4.0 PRINCIPAIS BENEFÍCIOS TRAZIDOS PELA AÇUDAGEM.......................13
5.0 GESTÃO INTEGRADA DOS RECURSOS HÍDRICOS PARA A MELHOR
UTILIZAÇÃO DOS VOLUMES HÍDRICOS OFERTADOS PELOS AÇUDES......
.........................................................................................................................................16
5.1 Gestão dos recursos hídricos no Ceará...........................................................175.2 Uso e conservação do meio ambiente e da biodiversidade............................18
6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................19
REFERÊNCIAS............................................................................................................21
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1.0 INTRODUÇÃO
A água, sem sombra de dúvidas, é considerada como um dos recursos naturais
mais necessário para a humanidade e para a própria sobrevivência das formas de vida no
planeta. De fato, ela é responsável quase que instantaneamente pela manutenção da vida nos
ecossistemas, levando em conta que um imenso número de espécies de seres vivos possuem
em seu corpo mecanismos que só funcionam com a presença deste fluido tão essencial.
Podendo ser encontrada em variadas formas, a água é a substância mais comum presente na
natureza, encontrando-se especialmente em meio líquido, considerando-se assim, um recurso
natural renovável, já que sua reposição se dá através do ciclo hidrológico. A água assume um
papel fundamentalmente importante quando se trata da modificação estrutural dosecossistemas, para isso, a mesma deve apresentar características físicas, químicas e biológicas
adequadas para a sua utilização, apresentando substâncias essencialmente indispensáveis a
vida, sendo que a mesma deve se mostrar de uma forma isenta de componentes que, de algum
modo, possam denegrir a saúde daqueles que a consumem, evitando efeitos deletérios aos
indivíduos e consequentemente aos componentes da cadeia alimentar (BRAGA, et al. 2010).
Apesar de sua abundância na natureza, Braga (2010) afirma que nem todo recurso
hídrico é apropriado ao consumo humano. Um bom exemplo são as águas oceânicas que não podem ser utilizadas diretamente em sistemas de abastecimento público, irrigação de áreas
agriculturáveis, dessedentação animal, dentre outros, necessitando de tecnologias e métodos
um tanto quanto caros, que são responsáveis pelo processo de dessalinização, tendo seu custo
bem mais elevado quando comparado aos sistemas tradicionais utilizados para o tratamento e
dessalinização de águas continentais. Outro fator limitante é a distribuição dos recursos
hídricos pelo planeta, além da parcela de água doce ser ínfima, a sua distribuição é
demasiadamente desuniforme, ou seja, existem áreas com elevadas taxas hídricas e outrasonde este recurso é praticamente raro e bastante disputado.
Voltando-se para o cenário brasileiro, é bastante perceptível o contraste na
distribuição hídrica no país, principalmente entre as regiões Norte e Nordeste, onde uma
possui rios perenes e caudalosos, chuvas intensas e regulares, enquanto a outra sofre com
longos períodos de estiagens que se estendem por meses e até por anos, prejudicando tanto a
população quanto a economia regional respectivamente. Se tratando da problemática da seca
no Nordeste, Ferreira Neto (2003) afirma que a seca é um problema de longa data que atinge
o sertão brasileiro, logo por ser um fenômeno natural, não pode ser extinta ou até mesmo
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barrada por ações humanas, exigindo da população nordestina uma adaptação a esses longos
períodos de estiagem.
Atualmente existem alguns métodos que possibilitam a captação e o
armazenamento de água para consumo humano. No semiárido brasileiro, por exemplo, é
comum a presença de cisternas, poços e outros reservatórios que tem como principal objetivo
a captação e a acumulação de água para a utilização humana e animal. Porém, os longos
períodos de estiagem que atingem a região dificultam a captação da água, regrando e, muitas
vezes, impossibilitando a sua utilização para outros fins. Uma das alternativas consideradas de
grande importância e útil para confrontar os problemas da seca são a construção de barragens
de terra, que visam o acúmulo de água para a utilização da população abrangida pela
barragem, para fins de múltiplos usos como consumo humano, animal, irrigação e técnicas deusos não-consultivos da água como a piscicultura. Visando essa questão é que o seguinte
trabalho se mostra com objetivo de estudar as barragens de terra e demonstrar a sua eficiência
no combate à seca no Nordeste do Brasil.
2.0 JUSTIFICATIVA
O assunto seca sempre esteve em pauta nas instâncias populares egovernamentais, já que essa é uma realidade bem visível e que atinge uma grande parcela da
população brasileira. O estudo sobre a construção de barragens para fins de acúmulo de água
para o combate à seca é um assunto de grande relevância, já que este é um método que já vem
sendo utilizado no Brasil há algum tempo e que vem mostrando excelentes resultados quando
executado de uma forma correta que propicie benefícios tanto para a população em forma de
abastecimento, quanto para os meios de cultura da região onde se localiza a barragem,
permitindo aos moradores circunvizinhos a execução de projetos de irrigação como aagricultura irrigada que vem ganhando destaque no semiárido, a pecuária e as técnicas de
piscicultura que vem se tornando uma fonte de renda para alguns produtores familiares.
É importante ressaltar que as barragens no semiárido, além de garantir o
abastecimento hídrico no período seco do ano, podem ser consideradas como um equipamento
de segurança hídrica já que as mesmas possuem a capacidade (dependendo de sua dimensão,
localização e finalidade) de armazenar água para longos períodos de estiagem, funcionando
em algumas ocasiões como reservatórios de emergência para suprir a ausência de chuva em
estiagens que se arrastam por vários anos, evitando assim a interrupção do abastecimento
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público, projetos de irrigação e facilitando a convivência do homem com o meio árido. Por
conta desses fatores é que o estudo das barragens se torna essencialmente importante nos dias
atuais, já que o Nordeste Brasileiro vem sofrendo com longos períodos de estiagem em um
curto espaço de tempo o que está prejudicando principalmente a sua população e sua
economia anual.
3.0 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Um dos fenômenos naturais que mais castiga o povo nordestino, sem sombra de
dúvidas, é a seca. As longas estiagens obrigam a população a conviver principalmente com a
escassez de água o que traz sérios danos aos atingidos pela estiagem. Historicamente a secatraz consigo diversos impactos negativos para a população, tendo as perdas produtivas na
agricultura e na agropecuária como uma de suas vastas consequências. É nesse contexto que
Carvalho (2012, p.46) escreve:
“Secas como as de 1915,1932,1958 e 1970 impuseram prejuízos demagnitude e natureza variada sobre os viventes nas áreas semiáridas do
Nordeste. [...] Antes daquelas secas, por seus impactos paradigmáticos,reconhecidos em todo o país, a mais notada foi a de 1877-1879. Isto ocorreu
não apenas por seus efeitos sobre os seres humanos mortos, o número deanimais dizimados e o destroçamento da frágil economia sertaneja. Assimtambém foi por causa das descrições e registros efetuados sobre aquele três
anos, em proporção ampla, comparados às descrições produzidas sobre secas plurianuais anteriores, como a de 1791-1794. Apesar de intensa,
pouco se escreveu sobre aqueles anos de extrema dificuldade. Interessante énotar que essas secas têm sido dadas e tidas como mais comuns ao Ceará doque a outras províncias das áreas afetadas pelas secas no espaço hojeconhecido como Nordeste do Brasil.”
A estiagem, apesar de atingir diferentes áreas da Região Nordeste, possui uma
maior intensidade em uma região denominada de Polígono das Secas, área que compreende
partes dos estados de Minas Gerais, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Bahia, Piauí,
Alagoas, Pernambuco e Sergipe, onde seus efeitos tornam-se mais visíveis, causando o
completo desaparecimento de cursos hídricos como rios, riachos e lagoas, mortandade de
animais por conta da falta de alimentação e água, prejuízos para a agricultura e agropecuária
e, principalmente, danos ao abastecimento público gerando transtornos à população que
convive com este fenômeno.
Segundo Soares (2013), o Polígono das Secas se caracteriza pela baixa pluviosidade, inferior a 800 mm/ano, pela média de temperatura estimada quase sempre entre
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23º C e 27º C e por possuir áreas pediplanizadas especialmente drenadas por rios temporários
(que secam no período da seca) e cobertas pela vegetação típica do Nordeste brasileiro, a
Caatinga. Soares (2013) ainda afirma que tais condições climáticas e a ausência abundante de
água na região são fatores que inviabilizam a sobrevivência do sertanejo em condições dignas,
gerando um cenário até então bem conhecido na região Nordeste do Brasil, famílias inteiras
vivendo em situações insalubres gerando episódios de fome e pobreza. Vale-se ressaltar que a
estiagem não é a única causa do quadro de subdesenvolvimento vivenciado pela região, deve-
se levar em conta outros fatores como políticas públicas e o gerenciamento que, na maioria
das vezes, não ocorre de forma integrada prejudicando a parcela mais pobre da população. A
figura abaixo mostra a área que compreende o denominado Polígono das Secas.
Se por um lado, as perdas econômicas já causam um grande prejuízo para
economia, por outro, os impactos no abastecimento hídrico também inserem um verdadeiro
desconforto nas áreas atingidas pela estiagem, obrigando a população a utilizar água de forma
demasiadamente controlada.
Figura 01: Polígono das Secas
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Uma das principais alternativas para o combate e a convivência com o período de
seca são as barragens que, segundo Sperling (1999), são áreas alagadas provenientes da
interrupção ou barramento, de maneira artificial, de um curso hídrico, tendo como principal
objetivo o acúmulo de água para diversos fins de utilização, principalmente para o
abastecimento de centros urbanos, indústrias e irrigação, ou ainda para garantir uma altura de
queda d’água suficiente para a geração de energia elétrica.
As barragens ganham uma importância incontestável no quesito abastecimento
público, já que, na região Nordeste, este é o principal intuito e objetivo dos atuais barramentos
dos cursos hídricos existentes. De fato, é de suma importância a chamada segurança hídrica
em um estado, pois com o relevante crescimento da população brasileira (principalmente as
que habitam em regiões metropolitanas como Fortaleza), cresce também as exigências e ademanda hídrica no estado por conta do crescimento dos polos industriais, perímetros de
irrigação e áreas produtoras voltadas para exportação.
Atualmente no Estado do Ceará, a questão hídrica sempre vem ganhando
relevância em meio aos debates sobre o desenvolvimento, já que ficou claro que o
desenvolvimento econômico e social de toda e qualquer região depende da disponibilidade
hídrica, com isso o estado vem lutando pela estruturação de sua malha hídrica, ou seja,
buscando alternativas para enfrentar as problemáticas causadas pela estiagem. Uma dasalternativas mais viáveis adotadas pelo estado é a construção de açudes e barragens para fins
de múltiplos usos, tendo o abastecimento público e a irrigação suas principais atividades que
demandam um crescente volume de água.
Pode-se considerar, ainda que necessite de mais investimentos, que o Estado do
Ceará possui uma grande estrutura hídrica voltada para açudagem, contando com uma série de
reservatórios espalhados por várias regiões do estado que suprem a população em épocas de
grandes e prolongadas estiagens. Tais açudes assumem uma ampla importância no cenáriohídrico do Ceará, pois o estado sofre constantemente com secas prolongadas que atingem
negativamente a sua economia, agricultura/pecuária e principalmente a população que vive
nas áreas mais secas e escassas do estado como a região dos sertões.
Tais açudes mostram-se como uma excelente alternativa no combate à seca,
suprindo as comunidades circunvizinhas em longos períodos de estiagem, tornando-se
ferramentas de segurança hídrica para o estado, construídos primordialmente para atender a
população em geral beneficiada pelos mesmos.
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No quadro abaixo, pode-se observar alguns dos principais açudes públicos do
Ceará (Bacia do Médio Jaguaribe) gerenciados pela Companhia de Gerenciamento de
Recursos Hídricos (COGERH) e pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca
(DNOCS), órgãos públicos responsáveis pelo monitoramento, gestão e obras voltadas aos
recursos hídricos no estado do Ceará.
PRINCIPAIS BENEFÍCIOS TRAZIDOS PELA AÇUDAGEM
3.1 Um breve histórico da seca no semiárido
Como já mencionado anteriormente, a seca é um fenômeno que vem atingindo a região do
semiárido a bastante tempo, particularmente o Estado do Ceará que se encontra
territorialmente incluído nos limites do Polígono das Secas. Desde que foi descoberta e
colonizada, a região Nordeste foi marcada por vários períodos de estiagem severos, dos quais,
de acordo com o Centro Universitário de Estudos e Pesquisas Sobre Desastres (CEPED,
2016), podem-se destacar:
AÇUDE MUNICÍPIO DOMINIALIDADE CAPACIDADE (M³)Castanhão Alto Santo DNOCS 6.700.000.000Riacho do Sangue Solonópole DNOCS 61.420.000Joaquim Távora Jaguaribe DNOCS 24.100.000
Riacho da Serra Alto SantoGoverno do Estado -SRH/COGERH 23.470.000
JenipapeiroDep. IrapuanPinheiro DNOCS 17.000.000
Ema Iracema DNOCS 10.390.000Potiretama Potiretama DNOCS 6.330.000
Santa Maria ErerêGoverno do Estado -SRH/COGERH 5.866.800
Adauto Bezerra PereiroGoverno do Estado -SRH/COGERH 5.250.000
Nova Floresta Jaguaribe DNOCS 5.190.000
Tigre Solonópole
Governo do Estado -
SRH/COGERH 3.510.000
Madeiro PereiroGoverno do Estado -SRH/COGERH 2.810.000
Santo Antônio dosBastiões Iracema
Governo do Estado -SRH/COGERH 832.000
Quadro 01: açudes cearenses monitorados pela COGERH/DNOCS
Fonte: tabela adaptada da cartilha Conhecendo a sub-bacia do Médio Jaguaribe
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Seca de 1583 – 1585: o primeiro relato de seca descrito pelo padre Fernão Cardin, que
segundo o mesmo, a severidade da seca foi tamanha que fez os índios abandonarem a
região por um determinado tempo.
Seca de 1692: de acordo com o historiador Frei de Vicente do Salvador, a seca atingiu
principalmente os estados do Rio Grande do Norte e Paraíba trazendo consigo
enormes prejuízos à população.
Seca de 1720: uma severa seca que se estendeu desde 1720 até o ano de 1727.
Segundo descrições do Senador Pompeu de Souza Brasil, essa seca atingiu os estados
do Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba, trazendo grandesconsequências como a estagnação de rios.
Seca de 1790: uma seca extremamente severa principalmente para o Estado do Ceará.
Com a falta de chuva e consequentemente a falta de água e de pasto, levou quase que
todo o rebanho bovino cearense a óbito, prejudicando a produção de carne seca. Nesse
ano foi criada a Pia Sociedade Agrícola, primeira organização de caráter
administrativo, cujo principal objetivo era dar assistência aos flagelados pela seca.
Seca de 1877: sendo considerada umas das mais severas secas que atingiu o Nordeste,
obrigou a população a migrar para outras regiões. Nesse período, Fortaleza chegou a
contar com cem mil habitantes, todos reunidos para abandonarem o estado. Em
Juazeiro do Norte, Padre Cícero Romão se desdobrava para tentar salvar seus fiéis da
fome e das pestilências trazidas pela seca.
Seca de 1980: a estiagem que se iniciou em 1980 perdurou por 7 anos, tendo seu augeem 1981. Deixou na região um enorme rastro de pobreza, fome, pestes, lavouras
perdidas, rebanhos dizimados. Sem ter outra alternativa, uma parte da população optou
em saquear feiras, armazéns e comércios para amenizar a fome.
Seca de 1998: a década de 90 foi deveras sofrida pela seca, tendo estiagens nos anos
de 1993, 1996, 1997, 1998 e 1999. Os efeitos dessa seca, embora prevista tempos
antes, não foram tão diferenciados dos anos anteriores: fome, miséria epobreza.
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Seca de 2001: pode-se considerar a seca de 2001 como resquícios das secas da década
de 90, que teve uma pequena trégua apenas no ano 2000. O Rio São Francisco sofreu
drasticamente com a falta de chuva, causando uma drástica diminuição em seu volume
prejudicando a população que dele necessitava.
Seca de 2012: considerada a pior seca dos últimos 30 anos, a seca de 2012 trouxe
demasiadamente enormes prejuízos à população nordestina, principalmente aos
agricultores e pecuaristas.
4.0 PRINCIPAIS BENEFÍCIOS TRAZIDOS PELA AÇUDAGEM
Sem sombra de dúvidas, a construção de açudes e barragens podem ser
considerados métodos excelentes no combate à seca, pois os mesmos propiciam, dependendo
de sua capacidade, grandes reservas de água em sua bacia hidráulica, podendo a mesma ser
aproveitada para diversos fins dependendo da finalidade para que reservatório foi construído.
Dentre as principais vantagens trazidas pela construção de açudes e barragens, pode-se
ressaltar os seguintes benefícios trazidos pelo reservatório:
Processo de perenização de trechos de rios ou riachos onde a bacia
hidráulica do reservatório está implantada:
Com a construção do açude (geralmente em um curso de um rio ou riacho), o
mesmo, dependendo de sua capacidade hídrica, poderá efetuar o processo de perenização do
corpo hídrico onde o mesmo está inserido. Como naturalmente os rios cearenses (e a maioria
dos rios nordestinos) são considerados temporários, ou seja, secam parcial ou completamente
no período de estiagem, tornam-se praticamente inúteis no período da seca, prejudicando
principalmente a população e os animais que se utilizam do corpo hídrico dificultando a
obtenção de água para o consumo.
Com a construção do reservatório poderá efetuar-se a perenização de longos
trechos de rios onde a bacia hidráulica está instalada, como ocorre em cursos hídricos
cearenses como o rio Jaguaribe que possui cerca de 150 km de leito perenizado através do
açude Castanhão (COMITÊ DE SUB-BACIA HIDROGRÁFICA, 2011). Assim como como
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o rio Jaguaribe, outros rios cearenses possuem longos trechos perenizados por conta da
construção de açudes, como pode-se observar no quadro a seguir.
AÇUDE MUNICÍPIO RIO BARRADOTRECHO PERENIZADO
(Km)
Canafístula Iracema Riacho Foice (foz) 2,50
Castanhão Alto Santo Rio Jaguaribe 150,0
Ema Iracema Riacho Bom Sucesso 2,92
JenipapeiroDep. IrapuanPinheiro Riacho Jenipapeiro 16,19
Nova Floresta Jaguaribe
Riacho Manoel D.
Lopes 6,0Riacho doSangue Solonópole Riacho do Sangue 27,93
Santa Maria Ererê Riacho do Amparo 4,87
Tigre Solonópole Riacho do Tigre 5,77
Suprimento hídrico e abastecimento da população em épocas de estiagem:
Outra vantagem, e talvez a mais importante, trazida pela açudagem é a capacidade
de abastecimento hídrico para a população mesmo em longos períodos de estiagem. Carvalho
(2012, p. 46) afirma que, apesar do nordeste brasileiro ter sofrido grandes estiagens como as
dos anos de 1877-1879, a de 1915, e até mesmo a de 1932, outras secas que também
ganharam notoriedade em particular, como as de 1958, 1970, 1976, 1979-1983 e 1997-1998 e
contando ainda que no século XXI, houve cinco secas: em 2001, 2002, 2005, 2007 e 2010,
seus impactos foram visivelmente minimizados por conta da maior efetividade da rede de
infraestrutura hídrica que veio sabiamente sendo construída no estado do Ceará e no Nordeste
como um todo, tendo como uma das bases, a construção de açudes públicos para o
abastecimento da população.
A construção desses equipamentos possibilita a implantação de sistemas de
transposição de águas para regiões metropolitanas e/ou regiões com escassez, como ocorre no
Ceará através do Canal da Integração, que nasce no açude Castanhão e tem como principal
finalidade levar água para abastecer a Região Metropolitana de Fortaleza e o Canal do
Trabalhador, construído em uma situação de emergência para abastecer Fortaleza, que tem
Fonte: tabela adaptada da cartilha Conhecendo a sub-bacia do Médio Jaguaribe
Quadro 02: trechos de rios perenizados pela construção de açudes no Ceará
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sua nascente no Rio Jaguaribe, na altura do município de Itaiçaba, e que tem por finalidade
levar água para a capital cearense e abastecer áreas irrigáveis de agricultura e agropecuária ao
longo de seu curso. Sem sombra de dúvidas, a maioria dos reservatórios construídos no
estado do Ceará tem como principal objetivo a segurança hídrica e o abastecimento público
em períodos de secas, já que o clima da região (semiárido) favorece a predominância da
estiagem por longos períodos, ocorrendo, esporadicamente, exorbitância chuvosa. Com a
devida construção desses equipamentos, a disponibilidade hídrica no estado fica mais
relevante, tendo na açudagem um dos principais pilares para a segurança hídrica no estado.
Desenvolvimento de culturas no interior e/ou nos arredores da baciahidráulica:
A bacia hidráulica do reservatório, além de propiciar água pra o abastecimento
público, pode ser aproveitada para outros fins importantes como irrigação, usos não
consultivos da água como: desenvolvimento de técnicas de aquicultura que vem ganhando
espaço no cenário cearense, tanto que se pode observar a grande produção de peixes no
estado, mais especificamente no Açude Castanhão que, segundo o DNOCS (2015), apesar daseca enfrentada pelo estado que perdura quatro anos, o mesmo apresentou no ano de 2014
uma produção de cerca de 12.901.400 (doze milhões novecentos e um mil e quatrocentos)
quilos de peixe que renderam aos produtores um valor de R$ 79.833.800,00 (setenta e nove
milhões, oitocentos e trinta e três mil e quatrocentos reais) sendo a cultura um grande e
importantíssimo contribuinte para economia local, ajudando na renda familiar e no
crescimento da região do Vale do Jaguaribe.
Irrigação:
Outro benefício trazido pela açudagem é a possibilidade de se investir em
perímetros irrigados para a produção de vegetais como frutas e verduras. O Ceará atualmente
se destaca no cenário nacional como um polo produtor de frutas, sendo que, no ano de 1999,
quando o estado começou a sua produção de frutas, ocupava a 12ª posição no país, após 12
anos (2011) o estado já ocupava o 3º lugar no ranking e, atualmente, é o responsável por
40,1% das frutas brasileiras que ingressam no mercado exterior (NAANDANJAIN, 2016).
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Com o advento da agricultura irrigada, o estado poderá, através do
aproveitamento dos recursos hídricos disponibilizados pelos açudes, ampliar as suas áreas de
irrigação, aumentando a sua produção e consequentemente beneficiando tanto a renda dos
produtores quanto a economia do estado.
5.0 GESTÃO INTEGRADA DOS RECURSOS HÍDRICOS PARA A MELHOR
UTILIZAÇÃO DOS VOLUMES HÍDRICOS OFERTADOS PELOS AÇUDES
De fato, a açudagem assume uma grande importância no cenário hídrico do
estado, trazendo muitos benefícios que auxiliam a população direta e indiretamente em várias
épocas do ano, inclusive nas mais escassas, como nos períodos de estiagem. Porém, a
utilização da água presente nos reservatórios construídos tem que ser feita de forma a
conciliar a crescente demanda hídrica e a pequena disponibilidade de água ofertada pelo
estado, evitando a geração de conflitos pelo seu uso.
Nesse contexto entra em cena uma das mais importantes ferramentas de
gerenciamento dos recursos hídricos, a gestão integrada, que busca estudar e resolver
conflitos (ou até mesmo evitá-los) quando se trata do uso da água. A Política Nacional dos
Recursos Hídricos é de fundamental importância na gestão integrada dos recursos hídricos,
tanto que, por conta de sua transversalidade, a mesma acabe se relacionando com as outras
políticas, como afirma Viana et al. (2012, p.75):
“[...] As características intrínsecas da água a tornam indispensável à sobrevivência de qualquer ser vivo. Sua importância para a humanidadevem se tornando cada vez maior, tendo em vista o aumento de sua escassezrelativa e os diversos bens e serviços produzidos a partir dela – energiaelétrica, alimentos, transporte, turismo, etc. Essa diversidade de usos fazcom que a política de recursos hídricos, por sua transversalidade, acabenaturalmente se relacionando com várias outras políticas. No entanto, nem sempre essa articulação se dá de forma sistematizada e planejada.”
Sabe-se que muitas foram as tentativas iniciadas pelo poder público para
implementar o uso consciente e respeitoso da água, buscando preservá-la em todo o custo,
sendo que a mesma é essencial para a sobrevivência, principalmente em lugares onde ela é
extremamente escassa. Solidificando o fato da existência de tais tentativas para a preservação
da água feita pelo poder público, Pereira (2011, p. 31) escreve:
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“ Não foram poucas, no passado, as tentativas do Poder Público deimplementar obras e regulamentar usos a respeito dos nossos recursoshídricos. Há registros de iniciativas governamentais neste sentido desde a primeira metade do século dezenove. Entre 1859-1861, esteve no Ceará, a primeira Comissão Científica de Exploração, chefiada pelo engenheiro
Giácomo Raja Gabaglia, tendo como um dos seus mais ilustres membros o Barão de Capanema, Guilherme S. de Capanema, que publicou umimportante trabalho sobre a região “A Seca do Norte” [...].”
Visando-se o ponto de gestão dos recursos hídricos, é importante ressaltar que a
mesma, para sua melhor execução, deve ser feita de forma descentralizada, integrada e a nível
de bacia hidrográfica, buscando analisar cada especificidade ocorrida em cada bacia de cada
região. Uma boa e correta gestão dos recursos hídricos, principalmente dos armazenados em
açudes, implicará em uma melhor e igualitária distribuição para a população em geral, para a
indústria, agricultura e comércio, evitando assim conflitos severos pelo consumo de água
mesmo em períodos deficitários.
Uma iniciativa, tanto auxiliar da gestão quanto emergencial, é o processo de
açudagem em cooperação que, de acordo com Pereira (2011, p. 37), é um modelo que
estabelece bases, levando-se em conta a necessidade de água em pontos dispersos no sertão,
da primeira norma de relação entre o setor público e o proprietário rural. Na açudagem em
cooperação Pereira (2011, p. 37) ressalta que:
“Nesse sistema não havia desapropriação de terras, e o proprietário
comprometia-se a dar manutenção à obra e permitir o acesso à água pelas populações circunvizinhas, para o abastecimento de pessoas e animais, sendo excluída, entretanto, a pesca. No sistema de cooperação com as prefeituras competia a estas a indenização dos terrenos, no caso de sernecessária a desapropriação [...].”
5.1 Gestão dos recursos hídricos no CearáDurante muitos anos, achou-se que o cenário de estiagem vivido pelos Ceará e
pelos demais estados da Região Nordeste era fruto simplesmente das condições físicas e
naturais dadas da própria região. Com o passar dos anos, essa ideia foi perdendo essência e
atualmente essa escassez deixa de ser exclusivamente um fator natural para ser, também, de
crescente demanda. Isso é possível pelo seguinte motivo: no território cearense passaram a ser
desenvolvidas atividades, dentre as quais cita-se a agricultura irrigada e a indústria,
dependentes de grandes quantidades de água para sua realização (LINS, 2011).
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Lins (2011) também afirma um ponto um tanto quanto importante na prevenção à
seca, visando e criticando a ideia de gerenciamento fixo da água que perdurou por muitos
anos no cenário estadual:
“ Por décadas o gerenciamento dos recursos hídricos do Estado do Ceará ficou sob a responsabilidade do DNOCS, mas esse gerenciamento se davade maneira incompleta, sobretudo porque as ações deliberadas por talinstituição eram limitadas à construção de fixos (açudes, barragens e poçosartesianos, por exemplo) implantados sem as devidas observações das particularidades locais, sejam elas ambientais ou socioeconômicas. Atualmente o departamento é responsável pela implantação de perímetrosirrigados e pela construção de fixos federais associados ao abastecimento
de água.”
Disposto dessa situação, Lins (2011) afirma que o Estado do Ceará atuou com pioneirismo na criação de sua companhia de gestão das águas e em conjunto com os estados
de São Paulo e Rio Grande do Sul também foi pioneiro na criação e na instituição de Comitês
de Bacias Hidrográficas. Com a criação da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos
(COGERH), passou-se para a tutela da mesma os assuntos relacionados aos recursos hídricos
do estado, cabendo-lhe responder, ainda, por um dos pontos mais polêmicos e sensíveis do
gerenciamento dos recursos hídricos como um todo: a outorga e a cobrança pela captação da
água bruta.
5.2 Uso e conservação do meio ambiente e da biodiversidade
Outro aspecto de muita importância é a questão ambiental estudada no processo
de construção das barragens e açudes. Logo, tem-se em mente que esses equipamentos irão,
de certa forma, denegrir e prejudicar ao máximo as condições ambientais do local de sua
implantação. Porém é necessário visar que, apesar dos impactos causados pelas obras, pode-se
existir um plano para que os mesmos sejam mitigados e o ambiente não sofra severas
consequências durante e depois das obras. Entre todos os meios de prevenção ambiental,
pode-se destacar o utilizado no Prognóstico da Gestão Ambiental da Área de Influência Direta
do Açude Castanhão, onde apontou-se pontos que sugerem e incentivam a preservação
ambiental. Os dados obtidos foram retirados do IPECE (Instituto de Pesquisa e Estratégia
Econômica do Ceará), através de documentos sobre Os Recursos Hídricos do Ceará:
integração, gestão e potencialidades (2011), destacando-se os seguintes pontos:
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Implementação da Estação Ecológica do Castanhão (levando-se em conta o açude) e
de outras unidades de uso sustentável ou de proteção integral, representativas das fitofisionomias
regionais e locais e da biodiversidade do bioma das caatingas, das matas secas e das matas ciliares;
Estímulo à participação governamental e não governamental (ONG’s, população e
demais) na criação e gestão das áreas protegidas;
Implementação de programas contra desmatamentos desordenados e extração ilegal de
madeira na região;
Exercer controle e prevenção de queimadas e incêndios no bioma das caatingas e dasmatas ciliares, pontuando e fiscalizando os possíveis focos;
Incentivo à recomposição de áreas de preservação permanente (APP’s) com ênfase
para as matas ciliares das planícies fluviais;
Demarcação e delimitação de áreas prioritárias dos sertões de Jaguaribe, Jaguaretama,
Nova Jaguaribara e nas serras secas visando à implementação de planos de manejo agroflorestais ou
agrossilvopastoris.
6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Analisando os fatos já mencionados acima, pode-se perceber que a estiagem é um
fenômeno natural que castiga a região semiárida do Brasil desde os primórdios e, como
fenômeno natural, não pode ser barrada tampouco extinguida. Por se tratar de uma região
deficitária de recursos hídricos por natureza, a convivência nesse meio se torna um tanto
quanto difícil e problemática, exigindo-se alternativas e métodos para a convivência com a
seca.
Ainda que seja difícil a convivência e a produção econômica na área semiárida
nordestina, englobada dentro do Polígono das Secas, já descrito anteriormente, existem
alternativas que minimizam os problemas trazidos pela estiagem, sendo a açudagem um
método bastante viável para o acúmulo de água para abastecimento público e outras
atividades que influenciarão positivamente na economia local e regional.
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Em virtude dos fatos mencionados leva-se a crer que a construção de barragens de
terra para fins de acúmulo de água é um excelente método para minimizar os problemas
trazidos pela seca no semiárido brasileiro. Compreende-se também que a açudem funciona
como uma reserva de segurança hídrica alternativa no semiárido, sendo uma importante fonte
de água nos períodos de estiagem, suprindo atividades como agricultura, aquicultura,
pecuária, dentre outras e, principalmente, para o abastecimento da população nos períodos de
seca.
Ressalta-se também a importância da aplicação da gestão dos recursos hídricos,
sendo a mesma de forma integrada, descentralizada e a nível de bacia hidrográfica,
contribuindo para uma boa utilização dos volumes de água presentes nas represas, dispondo
água para a população, indústria, agropecuária e outros que necessitam do recurso paraexecutar suas atividades, evitando assim, conflitos tão comuns em épocas de secas, onde o
volume de água é baixo e em contrapartida o aumento da demanda é exorbitante. Uma boa
conservação dos recursos hídricos garante, sem sombra de dúvidas, água suficiente tanto para
os usos indispensáveis quanto para a produção econômica.
REFERÊNCIAS
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FERREIRA, N. C. Estudos de história jaguaribana. Fortaleza: Premius, 2013.
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LINS, C. dos S. Gerenciamento dos Recursos Hídricos no Estado do Ceará: Princípios e
Práticas. Fórum Ambiental da Alta Paulista. v. 07, N 02, 2011. NAANDANJAIN. FRUTICULTURA IRRIGADA NO CEARÁ. Disponível em: <http://www.naandanjain.com.br/index.php/en/news/noticias/81-fruticultura-irrigada-no-ceara>. Acesso em: 19 de jan. de 2016.
PEREIRA, H. História da água no Nordeste. In: Conviver: nordeste semiárido. v. 4, n7, jun.2012. Fortaleza: DNOCS/BNB-ETENE,2003.
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SPERLING, von E. Morfologia de lagos e represas. Belo Horizonte: DESA/UFMG, 1999.35.