Bibliografia
1. “Wastewater Engineering – Treatment and reuse”, Metcalf & Eddy Inc., 4th ed. Rev. por Tchobanoglous, G; Burton, F.L. e Stensel, H.D., McGraw-Hill, USA, 2003
2. “Environmental Biotechnology: Concepts andApplications”, H.-J. Jördening e. J. Winter, Wiley-VCH, Darmstadt, Germany, 2005
3. “Environmental Applications”, Vandevivere, P. e Verstraete, W., cap. 24 in “Basic Biotechnology”, Ratledge, C e Kristiansen, B. (Eds.) 2nd ed., Cambridge University Press, Cambridge, UK, 2001
4. Material recolhido da internet
15-04-2010 2Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros
Biotecnologia Ambiental?• Definição da International Society for Environmental
Biotechnology (ISEB):
Desenvolvimento, uso e regulação de sistemas biológicos para a remediação de ambientes contaminados (solo, ar, água) e para processos amigos do ambiente (tecnologias de produção “verdes” e desenvolvimento sustentável).
http://www.gate2biotech.com/international-society-for-environmental/
A Definição pode ser alargada para incluir a aplicação da biotecnologia ao estudo do ambiente natural
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 3
Principais aplicações da biotecnologia ambiental
• Tratamento de águas:- Residuais (efluentes): - Domésticas
- Industriais- Contaminadas: - Subterrâneas
- Superficiais
• Remediação de solos contaminados
• Tratamento de lamas orgânicas e resíduos sólidos
• Tratamento de emissões gasosas
• Aplicação a processos sustentáveisExemplos: Uso de resíduos de uma actividade como matéria prima de outra (biorefinarias, biocombustíveis de 2ª geração)
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 4
Tratamento de águas
Objectivo:
• Remoção da carga poluente, convertendo-a em gases não poluentes ou em sólidos que podem ser separados da água.
15-04-2010 BM tratamento de efluentes - Raúl J. Barros 5
Principais tipos de poluentes e respectiva importância:
• Matéria orgânica degradável: Provoca abaixamento do teor de oxigénio
• Sólidos suspensos: Provocam acumulação de lamas e condições de anaerobiose
• Organismos patogénicos: Transmitem doenças infecciosas
•Nutrientes (N, P): Provocam eutrofização (crescimento excessivo de espécies aquáticas indesejadas)
• Metais pesados: Provocam toxicidade, acumulação na cadeia alimentar
• Matéria orgânica recalcitrante (tensioactivos, pesticidas, fenóis): Provoca toxicidade, acumulação na cadeia alimentar
• Poluentes prioritários: Compostos com efeitos tóxicos agudos, carcinogénicos ou mutagénicos
• Matéria inorgânica dissolvida: (Cálcio, sódio, sulfato, etc.) Se presente em excesso impede a reutilização da água, por exemplo para rega.
Tratamento de águas
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 6
Caracterização de água - Definições
• A água é caracterizada segundo uma série de parâmetros:
– Físicos
–Químicos (orgânicos e inorgânicos)
–Biológicos
15-04-2010 BM tratamento de efluentes - Raúl J. Barros 7
Parâmetros Físicos
• Teores e tipo de sólidos
• Turbidez, Cor, Transmitância
• Odor
• Temperatura
• Massa específica
• Condutividade eléctrica
15-04-2010 BM tratamento de efluentes - Raúl J. Barros 8
Parâmetros Físicos - Sólidos• Os sólidos na água são classificados de acordo com o seguinte
esquema:
Para além disso existe ainda o conceito de sólidos sedimentáveis, que são os que podem ser separados por gravidade15-04-2010 BM tratamento de efluentes - Raúl J. Barros 9
Sólidos Totais(TS)
Voláteis(TVS)
Fixos(TFS)
Suspensos(VSS)
Dissolvidos(VDS)
Suspensos(FSS)
Dissolvidos(FDS)
Sólidos Suspensos Totais(TSS)
Sólidos Dissolvidos Totais(TDS)
Parâmetros Químicos Inorgânicos
• Teores de azoto
• Teores de Fósforo
• pH
• Alcalinidade
• Cloreto
• Sulfato
• Metais (As, Cd, Ca, Cr, Co, Cu, Pb, Mg, Hg, Mo, Ni, Se, Na, Zn)
• Gases (O2, CO2, NH3, H2S, CH4)
15-04-2010 BM tratamento de efluentes - Raúl J. Barros 10
Teores de Azoto e Fósforo• Os azoto e o fósforo pode na água são classificados de acordo
com a natureza dos compostos presentes:
15-04-2010 BM tratamento de efluentes - Raúl J. Barros 11
Azoto Total(TN)
Azoto Kjeldahl(TKN)
Nitrato(NO3
-)
Amónio(NH4
+)
Azoto orgânico(Org N)
Fósforo total(TP)
Inorgânico(Inorg P)
Orgânico(Org P)
Nitrito(NO2
-)
Parâmetros Químicos Orgânicos
• Carência Bioquímica de Oxigénio (CBO, BOD)
– 5 dias (BOD5) ou derradeira (BODu)
• Carência Química de Oxigénio (CQO, COD)
• Carência de Bioquímica de Oxigénio devida ao azoto (NBOD)
• Carbono orgânico Total (TOC)
• Classes específicas de compostos orgânicos (exemplos:
para diferentes tipos de tensioactivos MBAS – reactivos ao azul de metileno; CTAS – reactivos ao tiocianato de cobalto; voláteis, emergentes, pesticidas, etc.)
15-04-2010 BM tratamento de efluentes - Raúl J. Barros 12
Parâmetros Biológicos
• Coliformes (indicadores de contaminação
potencialmente patogénica)
• Microrganismos específicos (bactérias,
protozoários, vírus)
• Toxicidade (aguda, crónica)
15-04-2010 BM tratamento de efluentes - Raúl J. Barros 14
O que contém a água a tratar?Composição típica de águas residuais domésticas:
15-04-2010 BM tratamento de efluentes - Raúl J. Barros 15
Tratamento de águas residuais
• Grande parte do tratamento baseia-se em actividade biológica.
• São os agentes biológicos usados nas estações de tratamento de águas residuais (ETAR) que removem através do seu metabolismo grande parte da matéria orgânica e dos nutrientes das águas contaminadas
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 16
Classificação de sistemas
• Os sistemas biológicos podem ser classificados de acordo com o tipo de metabolismo prevalente em:
– Aeróbicos (oxigénio como aceitador de electrões)
– Anóxicos (nitrato ou outras espécies como aceitador de electrões,
potencial redox positivo)
– Anaeróbicos (potencial redox negativo, forma-se metano e
dióxido de carbono, se presente, o sulfato actua como aceitador de electrões, reduzindo-se a sulfureto)
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 18
Degradação Aeróbica
Na presença de oxigénio a matéria orgânica é convertida em dióxido de carbono, água e biomassa:
Mat. Org + O2 → CO2 + H2O + Biomassa (+ NH4+ + PO4
3-)
O amónio é oxidado a nitrito e depois a nitrato:
NH4+ → NO2
- → NO3-
Nas ETAR esta degradação é feita em filtros percoladores, discos biológicos ou sistemas de lamas activadas
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 19
Degradação aeróbica
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 22
Filtros percoladores: Diferentes enchimentos
Degradação AeróbicaVantagens:
- Boa eficiência de remoção de BOD5 (mesmo para teores iniciais baixos)
- Boa remoção de nutrientes (N e P)
- Velocidades de degradação elevadas
- Baixo custo de construção
Desvantagens:
- Gasto de energia elevado (arejamento)
- Produção de lamas elevada (até 0,5 kg por kg de BOD5 removido)
- Área ocupada pelos equipamentos grande
- Biomassa filamentosa diminui a fiabilidade da sedimentação
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 24
Degradação Aeróbica
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 25
Flocos de Biomassa:(sludge bulking)
Degradação Aeróbica
Existem diferentes espécies microbianas capazes defazer a degradação aeróbica completa de diferentestipos de matéria orgânica degradável(carbohidratos complexos, gorduras, proteínas).Normalmente a hidrólise de moléculas complexas éo passo limitante, sendo os produtos desteprocesso prontamente metabolizados.
A presença de protozoários no sistema pode servantajosa, pois ao consumirem bactériasminimizam a produção de lamas.
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 27
Degradação Anaeróbica
Em condições anaeróbicas a matéria orgânica é convertida em dióxido de carbono e metano, formando-se pouca biomassa:
Mat. Org → CH4 + CO2 + H2O (+ Biomassa + NH4+ + PO4
3-)
O processo ocorre em 3 passos: Hidrólise, Fermentação para a produção de ácidos orgânicos (inclui Acetogénese para a conversão de espécies reduzidas em acetato) e Metanogénesepara a produção de metano.
A degradação (digestão) anaeróbia é usada para tratar águas com elevada carga orgânica ou resíduos sólidos ou lamas
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 28
Degradação AnaeróbicaVantagens:
- Baixo gasto energético (balanço positivo com aproveitamento do metano)
- Produção de lamas baixa (< 0,1 kg por kg de BOD5 removido)
- Reactores relativamente pequenos
- Baixo custo de operação
Desvantagens:
- Eficiência de remoção de BOD5 baixa (requer tratamento aeróbio posterior)
- Tempos de arranque elevados
- Não remove nutrientes (N e P)
- Necessário aumentar alcalinidade (devido ao CO2)
- Sensível a variações de T e à presença de tóxicos
- Potencial produção de odores e gases corrosivos
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 31
Degradação Anaeróbica
Para fazer a degradação anaeróbica completa dediferentes tipos de matéria orgânica degradável(carbohidratos complexos, gorduras, proteínas)é necessária uma comunidade com diferentestipos de espécies microbianas. Os passosnecessários são: hidrólise, fermentação,acetogénese e metanogénese, sendo cada umdeles feito por grupos específicos de m.o.´s quese encontram em simbiose (efeito sintrófico).
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 33
Degradação Anaeróbica
Microbiologia:
A hidrólise e fermentação é levada a cabo pormicrorganismos anaeróbios estritos ou facultativosdos géneros Clostridium, Peptococcus,Bifidobacterium, Desulphovibrio, Corynebacterium,Lactobacillus, Actinomycetes, Staphylococcus eEscherichia.
A metanogénese é realizada por microrganismosdos géneros Methanobacterium, Methanobacillus,Methanococcus, Methanothrix e Methanosarcina.
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 34
Degradação Anaeróbica
O calor libertado pelo metabolismo anaeróbionão é suficiente para manter a temperaturasuficientemente elevada para a operação (acimade 30oC).
Por outro lado o biogás formado é usado paracogeração (electricidade + calor): A electricidadeé usada na ETAR, e o calor usado para oaquecimento do digestor.
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 39
Degradação Anaeróbica
Há um balanço muito apertado no que respeitaà produção e consumo de H2 num digestoranaeróbio. Por um lado este gás inibe afermentação e a acetogénese (pois é produtodessas reacções), por outro é necessário comosubstrato na metanogénese. Este balançosignifica que a digestão anaeróbica só podefuncionar com 10-5 atm < pH2 < 10-4 atm.
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 40
Degradação Anaeróbica
A necessidade da presença simultânea de vários gruposde microrganismos torna o tempo de arranque dosdigestores anaeróbicos longo. Torna também ofuncionamento destes equipamentos muito sensível àscondições de T, pH e presença de compostos tóxicos. Deespecial relevância é o metabolismo de sulfato-redutoras,que produzem H2S em condições anaeróbicas napresença de sulfato. Isto é totalmente indesejado, poisesse metabolismo compete favoravelmente com asmetanogénicas pelo hidrogénio, impede o consumo deacetato, o que provoca abaixamento de pH, e esse gás étóxico para as fermentativas, precipita vestígios de metaisessenciais às bactérias, é corrosivo e tem um odorextremamente desagradável.15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 41
Remoção de Azoto
• O azoto está presente em águas residuais sob duas formas: Orgânico (ácidos nucléicos e proteínas) e Amónio (resultante da hidrólise enzimática da ureia, que por ser muito rápida ocorre no sistema de recolha de esgotos antes ainda do efluente entrar na ETAR).
• Nos tratamentos destinados a remover matéria orgânica também há remoção de parte deste azoto, por incorporação na biomassa (lamas) formada (menos extensa nos tratamentos anaeróbicos). A biomassa seca tem como fórmula típica C5H7NO2, pelo que há 14 g de N por cada 113 g de biomassa (≃12,4%).
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 42
Remoção de Azoto
Nos tratamentos biológicos na ETAR as proteínassofrem proteólise, e os oligopéptidos,aminoácidos e nucleótidos sofrem diferentestipos de reacções de amonificação (mecanismoshidrolíticos, oxidativos, redutivos oudesaturativos) que libertam o azoto sob a formade ião amónio.
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 43
Remoção de Azoto
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 44
Caso seja necessário remover mais azoto que aquele que é assimilado pela biomassa, isso é conseguido por nitrificação e desnitrificação sequenciais:
Nitrificação: NH4+ + O2 → NO2
-
Nitração: NO2- + O2 → NO3
-
(processos aeróbios)
Desnitrificação: Mat. Org. + NO3- → N2 + H2O + CO2
(processo anóxico)
Remoção de Azoto
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 45
A nitrificação é efectuada por espécies autotróficas dosgéneros Nitrosomonas, Nitrosococcus, Nitrosolobus,Nitrosospira e Nitrosovibrio, ao passo que a nitração éefectuada por espécies dos géneros Nitrobacter,Nitrococcus e Nitrospira.
Algumas bactéria heterotróficas dos génerosArthrobacter, Flavobacterium e Thiosphaera sãocapazes de converter directamente azoto orgânico anitrato.
Remoção de Azoto
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 46
A desnitrificação é efectuada por uma larga gama de bactériasdos géneros Achromobacter, Acinetobacter, Agrobacterium,Alcaligenes, Arthrobacter, Bacillus, Chromobacterium,Corynebacterium, Flavobacterium, Hypomicrobium, Moraxella,Neisseria, Paracoccus, Propionibacterium, Pseudomonas,Rhizobium, Rhodopseudomonas, Spirillum e Vibrio.
A nitrificação (incluindo a nitração) ocorre favoravelmente porexemplo nos sistemas de lamas activadas. No entanto o efluentedesse passo não contém substrato orgânico suficiente parasuportar a desnitrificação. Para isso há que adicionar uma fontede carbono externa, o que é contrário aos objectivos dotratamento de água.Assim há muito interesse em desenvolver processos comconfigurações alternativas, onde os dois passo possam ocorrerno mesmo equipamento, ou com reacções bioquímicasalternativas, tal como o processo Annamox.
Remoção de Azoto
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 48
Processo Annamox:
Parte do amónio parcialmente oxidado a nitrito:
NH4+ + O2 → NO2
- (processo aeróbico)
Amónio restante reage com nitrito
NH4+ + NO2
- → N2
Minimiza necessidade de oxidação do amónio e evitaconsumo de substrato orgânico na desnitrificação.
Nitrificação e desnitrificaçãono mesmo floco de biomassa
Remoção de Fósforo
• O fósforo está presente sob duas formas: Orgânico e fosfato inorgânico. Nos tratamentos destinados a remover matéria orgânica também há remoção de parte deste fósforo, por incorporação na biomassa (lamas) formada (menos extensa nos tratamentos anaeróbicos). O teor de fósforo na biomassa seca é cerca de um quinto do teor de azoto, e portanto representará sensivelmente 2,5% do peso seco da biomassa.
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 49
Remoção de Fósforo• Remoção adicional de fósforo pode ser conseguida
por precipitação química (com cal, ferro ou alumínio) ou usando organismos acumuladores de polifosfatos: EBPR (enhanced biological phosphate removal).
15-04-2010 BM tratamento de efluentes - Raúl J. Barros 50
Remediação de solos e águas subterrâneas
A descontaminação de solos, sedimentos e águas subterrâneas por métodos biológicos é chamada biorremediação.Os contaminantes mais comuns destes sistemas são solventes clorados, hidrocarbonetos, policlorobifenilos e metais pesados – muitos destes compostos que podem ser biodegradados ou bioacumulados, mas em escalas temporais relativamente longas.De entre centenas de milhar de locais contaminados só na Europa estima-se que o custo para a limpeza dos mais perigosos será da ordem de centenas de MM€ nos próximos 20 anos.
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 51
Remediação de solos e águas subterrâneas
Possíveis estratégias para biorremediação:
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 52
Ácido benzóico/PCB´s
Remediação de solos
Técnicas de biorremediação mais comuns:
• Bioremediação in situ
– Sem escavar o solo;• “bioventing”, circulação forçada de ar
• Fitoremediação
• Landfarming
– Solo removido e tratado num reactor em fase sólida
• Bioreactores em fase de “lama”
– Solo removido e tratado num reactor em fase líquida, por mistura com água
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 53
Tratamento de lamas orgânicas
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 55
O excesso de lamas orgânicas tais como estrume ou lamas de ETAR éum problema grave em muitos países desenvolvidos, onde otradicional uso na agricultura começa a ser limitado por falta decapacidade desta actividade para absorver tanto material. A digestãoanaeróbica em reactores de mistura completa é um processo deestabilização e valorização adequado. Os resíduos sólidos orgânicossão tratados em reactores em fase sólida (compostagem anaeróbica).
Tratamento de Resíduos Sólidos
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 56
Os resíduos sólidos orgânicos biodegradáveisrepresentam cerca de 60% dos resíduos sólidos urbanos.
Para minimizar a deposição em aterros e a incineração,estão em operação em vários países europeusinstalações de separação e compostagem, querecuperam materiais valiosos (areia, brita, ferro, metaisnão ferrosos, cartão e papel, plásticos), e transformam afracção orgânica em composto e biogás.
A compostagem aeróbica é um processo bemconhecido, mas a compostagem anaeróbica levada acabo em reactores em fase sólida tem vindo a ganharterreno.
Tratamento de Emissões gasosas
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 58
A remoção de poluentes orgânicos presentes ememissões gasosas, com particular ênfase nocontrolo de odores é uma área de interessecrescente
– Esses poluentes estão presentes em teores da ordemde mg/m3
– Estão em desenvolvimento técnicas biotecnológicasde limpeza de emissões gasosas, controlo de odores epurificação do ar em edifícios, que se baseiam nocultivo e manutenção de organismos capazes deremover uma gama alargada de poluentes a muitobaixas concentrações
Tratamento de Emissões gasosas
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 59
A remoção de compostos orgânicos voláteis (VOC)pode ser feita por métodos biológicos com evidentevantagem do ponto de vista energético quandocomparada com a incineração.
Álcoóis, cetonas, aldeídos, ácidos orgânicos oucompostos orgânicos azotados são normalmenteremovidos de forma rápida, ao passo que aremoção de fenóis, hidrocarbonetos ou solventesclorados é mais lenta, e a de hidrocarbonetospolihalogenados ou poliaromáticos é mesmo muitolenta.
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 60
Designs de sistemas de tratamento:
Os biofiltros são os sistemas maissimples e baratos, mas ocupammuita área, não permitem umeficiente controlo de parâmetroscomo o pH, e podem eles própriosgerar odores desagradáveis.
Os outros designs eliminam estesproblemas.
Tratamento de Emissões gasosas
Remoção biológica de óxidos de azoto e dióxido de enxofre de gases de combustão
15-04-2010 Biotecnologia Ambiental - Raúl J. Barros 61
1. Solubilização num pulverizador delavagem de gases (“scrubber”)contendo um quelante para solubilizaros óxidos de azoto.
2. Desnitrificação anóxica
3. Sulfato-redutoras num UASBSO3
2- → H2S
4. Oxidação de sulfureto a enxofre (sólido)H2S → S0
5. Separação de sólidos e recirculação dafase líquida ao “scrubber”