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Borja da Costa

Date post: 27-Jul-2016
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A poesia de Borja da Costa, compilada neste livro, transcreve a rebeldia educacional e religiosa a par com as ideias revolucionárias do poeta, autor do hino nacional de Timor-Leste. Os seus poemas foram escritos sobretudo para sensibilizar o povo explorado e a sua linguagem está enquadrada no espírito da época anti-colonial e na luta social através da revolução. Na sua poesia não foram esquecidos os problemas regionais a nível educacional e do desenvolvimento. Podemos encontrar a influência dos movimentos de libertação africanos e dos estudantes da Casa de Timor em Lisboa, bem como a perceção das injustiças e desigualdades com que se foi deparando na convivência com os portugueses na tropa e aquando do seu trabalho na administração pública. Esta obra reúne os poemas de Borja da Costa, em edição bilingue – Português/Tétum ou Tétum/Português, conforme a língua do original – traduzidos pelo seu irmão Luís Costa que os organizou e ainda aperfeiçoou algumas traduções já existentes.
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Page 1: Borja da Costa
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Page 3: Borja da Costa

LISBOA — PORTOe-mail: [email protected]

http://www.lidel.pt (Lidel on-line)(site seguro certificado pela Thawte)

Borja da CostaSelecção de Poemas

Klibur Dadolin

AutorLuís Costa

Page 4: Borja da Costa

EDIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO

ESCRITÓRIO: Rua D. Estefânia, 183 r/c Dto., 1049-057 LisboaInternet: 21 354 14 18 – [email protected] Revenda: 21 351 14 43 – [email protected]ção/Marketing: 21 351 14 48 – [email protected]/[email protected]. Línguas/Exportação: 21 351 14 42 – [email protected]: 21 357 78 27 – 21 352 26 84Linha de Autores: 21 351 14 49 – [email protected]: 21 352 26 84

LIVRARIAS: LISBOA: Avenida Praia da Vitória, 14, 1000-247 Lisboa – Telef. 213 541 418 - Fax 213 173 259 – [email protected]: Rua Damião de Góis, 452, 4050-224 Porto – Telef. 225 573 510 - Fax 225 501 119 – [email protected]

Copyright © Setembro 2009LIDEL – Edições Técnicas, Lda.

Pré-impressão: Milarte Atelier Gráfico, Lda.Impressão e acabamento: Rolo & Filhos II, S. A. – Indústrias GráficasDepósito legal n.° 299034/09Fotografias: Lidel – Edições Técnicas, Lda.Tradução: Luís Costa

Capa: José Manuel ReisIlustração: Pintura do Borja, de António Domingues oferecida à Fundação Borja da Costa.

ISBN: 978-972-757-642-5

Este pictograma merece uma explicação. O seu propósito é alertar o leitor para a ameaça que representa para o futuro da escrita, nomeadamente na área da edição técnica euniversitária, o desenvolvimento massivo da fotocópia.O Código do Direito de Autor estabelece que é crime punido por lei, a fotocópia sem autorização dos proprietários do copyright. No entanto, esta prática generalizou-se sobretudono ensino superior, provocando uma queda substancial na compra de livros técnicos. Assim, num país em que a literatura técnica é tão escassa, os autores não sentemmotivação para criar obras inéditas e fazê-las publicar, ficando os leitores impossibilitados de ter bibliografia em português. Lembramos portanto, que é expressamente proibidaa reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização da editora.

A edição desta obra só foi possível graças ao apoio daSecretaria de Estado da Cultura, República Democrática de Timor-Leste

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Borja da Costa ............................................................................................................................................................................................................................ 5

Nota prévia/Lia badak .................................................................................................................................................................................................................. 9

Certidão de baptismo/Surat sarani .............................................................................................................................................................................................. 10

Cartão de identificação/Surat identidadi...................................................................................................................................................................................... 11

1. Foho Ramelau/Monte Ramelau ............................................................................................................................................................................................ 13

2. O povo Maubere não pode ser escravo de mais ninguém/Povu Maubere la bele tenik ema seluk nia atan ...................................................................... 14

3. O rasto da tua passagem/Tuir o ain klor .............................................................................................................................................................................. 17

4. Povu kiak/Povo pobre .......................................................................................................................................................................................................... 19

5. Kole lele mai/Kole lele mai .................................................................................................................................................................................................. 20

6. Kdadalak/Regatos ................................................................................................................................................................................................................ 21

7. O grito do soldado maubere/Soldadu maubere nia lian ...................................................................................................................................................... 23

8. Ela vencerá/Feto sei manán.................................................................................................................................................................................................. 29

9. Um minuto de silêncio/Nonók minutu ida .......................................................................................................................................................................... 31

10. O amor/Domin .................................................................................................................................................................................................................... 33

11. Pátria, Pátria/Patria, Patria .................................................................................................................................................................................................... 35

12. Os ventos do teu dorso/Anin susuut o kotuk ...................................................................................................................................................................... 36

13. Fitu mutin /Estrela d’Alva ...................................................................................................................................................................................................... 37

14. Demagogicamente/Hateten ibun boboot ............................................................................................................................................................................ 39

Bibliografia/Halibur tuir .............................................................................................................................................................................................................. 40

Índice

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Borja da Costa – Selecção de Poemas/Klibur Dadolin

Borja da Costa

Francisco Borja da Costa nasceu em Fatu-Belak, no dia 14 de Outubro de 1946; filho de António da Costa, liurai do reino de Fatu-Berliu, e deAlcina da Costa fez, como muitas crianças da época, a sua instrução primária completa (ABC, Cartilha e 1ª a 4ª classe) no colégio diocesano D. Nuno Álvares Pereira, em Soibada, frequentando, depois, até ao 2.° ano, o Curso de Professores Catequistas, no Colégio de S. FranciscoXavier, em Dare, Díli.

No ano lectivo de 1963/64, ingressou no Liceu Francisco Machado. Em 1965 interrompeu o curso liceal atacado por uma pleuresia líquida.Sem ser tratado em Díli, regressou a casa (Fatu-Belak) onde por falta de cuidados médicos a saúde piorava de dia para dia. A pedido de seu pai,o Administrador José Santa enviou o seu jeep para o transportar para o hospital de Same. Em 1967, sem acabar o 7° ano liceal (actual 11° ano),entrou para a função pública a título experimental. De 1968 a 1971 cumpriu o serviço militar obrigatório, na Companhia de Laklubar e, findo este,regressou à função pública, na categoria de aspirante da Repartição de Gabinete, como atesta o cartão de identidade n.° 23/B/1973.

Por volta de 1970, começou a despertar em alguns jovens um certo espírito anti-colonialista porque o timorense não usufruía de igualdade deoportunidades e as suas habilitações literárias pouco serviam nos concursos públicos. Na sequência do aparecimento de artigos do locutor daRádio Timor, Jaime Neves, e de outros portugueses que ridicularizavam as tradições culturais, um grupo de intelectuais timorenses – Xavier doAmaral, Nicolau Lobato, Borja da Costa e, mais tarde, o português Inácio de Moura – começou a publicar artigos, no Boletim Diocesano, SEARA,debatendo e contestando o desrespeito pela cultura tradicional do povo. Aquilo que a princípio era um debate cultural passou para o campopolítico, facto que levou o governo a fechar temporariamente o Boletim SEARA.

Em 1973 esteve em Lisboa de licença onde frequentou a Casa de Timor. Aproveitando a estadia de seis meses na capital fez alguns estágiosem jornalismo e, da convivência com jornalistas de alguns jornais da época, como Diário de Lisboa e Popular, foi adquirindo experiência eliberdade de expressão jornalística e poética.

De regresso a Díli participou mais activamente nos encontros nacionalistas e, quando se deu o 25 de Abril de 1974, entrou para o movimentoASDT (Associação Social Democrática Timorense).

No dia 7 de Dezembro de 1975, como a maioria dos responsáveis da Fretilin, Borja da Costa também não acreditou na invasão indonésia comoanunciara, muitas vezes, a UDT através da Rádio Kupang. Assim, nessa madrugada, desprevenido e sem possibilidade de fugir para asmontanhas como o saudoso Nicolau Lobato e outros membros do movimento nacionalista, Borja da Costa e um companheiro foramassassinados à frente da sua residência em Kolan-ibun, Bairro dos Grilos. O seu corpo, juntamente com o de outros membros da Fretilin e daApodeti (Associação Popular Democrática de Timor) foi lançado ao mar, tendo sido enterrado, posteriormente, na praia entre Lecidere e a ponteSantana, segundo dizem, ao pé de um coqueiro. Mas ninguém confirmou que o corpo seja mesmo do Borja.

Nos poemas de Borja da Costa podemos encontrar a influência dos movimentos de libertação africanos e dos estudantes da Casa de Timorem Lisboa, bem como a percepção das injustiças e desigualdades com que se foi deparando na convivência com os portugueses na tropa e na

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Borja da Costa – Selecção de Poemas/Klibur Dadolin

administração pública. As poesias de Borja da Costa onde se nota um deslumbramento por Pablo Neruda, Marx (luta operária), Mao Tse Tung eSamora Machel, foram escritas sobretudo para sensibilizar o povo explorado, combinando as formas tradicionais (cantigas para o tebe/dahur)com as ideias nacionalistas. Os problemas regionais a nível educacional e do desenvolvimento não foram esquecidos. Juntamente com AbílioAraújo criou poemas para cantar o sentimento nacional, recorrendo a melodias tradicionais timorenses.

Alguns dos seus poemas transcrevem a sua rebeldia educacional e religiosa a par com as ideias revolucionárias de então. Na luta por umnacionalismo e afirmação cultural torna-se radical, afirmando que a cultura portuguesa e a fé cristã trazem opressão e obscurantismo, comoatesta o poema ‘no rasto da tua passagem’. Como grito de liberdade, Borja da Costa apresenta o poema ‘o povo maubere não pode ser escravode mais ninguém’, baseado em imagens que contrapõem a luta de sobrevivência no campo e a presença colonial.

Legou-nos poemas cujo rigor métrico se encaixa nas regras da poesia tradicional e manifesta uma sábia apropriação da simbologia doselementos naturais (Kdadalak e Fitun Mutin) para cantar o combate libertador e cuja linguagem está enquadrada no espírito da época anti-coloniale na luta social através da revolução.

Estes são aqui publicados como originalmente, em português e/ou em tétum (tetun-los), e Luís Costa organizou e traduziu respectivamentepara tétum e português e aperfeiçoou ainda algumas traduções já existentes.

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Borja da Costa – Selecção de Poemas/Klibur Dadolin

Borja da Costa

Francisco Borja da Costa moris iha Fatu-Belak, iha loron 14, fulan Otubru, tinan 1946; António da Costa, liurai reinu Fatu-Berliu, no Alcina da

Costa, sira nia oan, hanesan labarik seluk iha tempu ne’e, nia hasai matenek eskola primariu tomak (ABC, Cartilha no klase 1 to’o 4) iha dioseze

nia kolejiu D. Nuno Álvares Pereira, iha Soibada, hodi tuir, afoin, to’o tinan daruak, Eskola Profesór Katekista, iha Kolejiu S. Francisco Xavier, iha

Dare, Díli.

Iha tinan eskola 1963/64, nia tama ba Liseu Francisco Machado. Iha tinan 1965 nia husik tiha kursu iha liseu tan moras todan ho bé iha aten

book (pleuresia). Tan la bali iha Dili, nia fila hikas ba uma (Fatu-Belak) iha ne’ebé moras todan liu tan, tan la iha doutór atu bali, nia moras hetok

aat loron ba loron. Tan nia aman husu, Emboot José Santa haruka nia kareta jeep atu lori nia ba ospitál Same. Iha tinan 1967, la hotu tinan eskola

dahituk iha liseu (ohin tinan dasanuluk ida), nia tama ba sirbisu iha funsaun publiku hodi koko de’it. Hosi tinan 1968 to’o 1971 nia laran nia tuir

tropa nu’udár haruka, iha Kompañia Laklubar, hotu tiha, nia fila hikas ba funsaun publiku, hanesan aspiranti iha Gabineti Repartisaun nian,

hanesan surat nr. 23/B/1973 fo tada.

Iha tinan 1970 nia laran, hahú mosu neon foun iha klosan balu hasoru kbiit malae mutin tan timoroan haré katak nia la hanesan malae no

malae oan sira, ninia matenek la sura uainhira buka sirbisu publiku. Tan mosu artigu ruma ne’e be lokutór Radiu Timor, Jaime Neves, no malae

mutin balu hakereke hodi hase’i rai Timor nia liasan, klibur oan matenek rai na’in, hanesan – Xavier do Amaral, Nicolau Lobato, Borja da Costa,

ikus mai, malae Inácio de Moura – nia hahú fo sai artigu, iha Buletín Dioseze nian, SEARA, hodi haksesuk no hasala lia tan la respeita povu nia

lisan matenek. Buat ne’e be hahú hanesan haksesuk lia kona rai nia lisan tama ba politiku, tan ne’e emboot haruka taka, iha uain balu nia laran,

Buletín SEARA.

Iha tinan 1973 nia bá lisensa iha Lisboa hodi bá fila-fila Casa de Timor. Iha fulan neen nia laran iha kapitál iha tuir estajiu balu kona jornalismu,

hadulur malu ho jornalista sira iha jornál balu iha tempu ne’e, hanesan Diário de Lisboa no Popular, hodi manán neon foun, hodi hakerek ho

liberdadi hanesan jornalista sira, hodi haka’as-an tuir rai Timor nia dadolin.

Fila fali ba Dili nia tama ho laran hodi halibur ho maluk nasionalista sira, uainhira to’o loron 25, fulan Abril, tinan 1974, nia tama ba klibur ASDT

(Associação Social Democrática Timorense).

Iha loron 7, fulan Dezembru, tinan 1975, hanesan matadalan Fretilin nian tomak, Borja da Costa mos la fiar katak tropa indonesia bele tama

nudár, dala barak, UDT fo sai iha Radiu Kupang. Nune’e, iha dadér ne’e, la ho neon, la iha biban atu halai ba foho hanesan doben matebian

Nicolau Lobato no matadalan seluk, Borja da Costa no nia maluk ida ema oho sira iha sira nia uma oin iha Kolan-ibun, Bairro dos Grilos. Nia isin,

hamutuk ho maluk balu Fretilin no Apodeti (Associação Popular Democrática de Timor) ema soe ba tasi, ikus mai, ema hakoi besik tasi ibun, iha

Lesidere no janbata Santana sira leet, besik nu ida hun nudár ema haktuir. Maibé ema ida la dehan los katak mate ne’e Borja nia isin duni.

Iha Borja da Costa nia dadolin sira ita bele hetan klibur sira ne’e be hakarak ukun rasik an iha Afrika nia iis no istudanti sira iha Casa de Timor,

iha Lisboa, nia hanoin, hanesan mos nia neon nakloke ba justisa la iha no moris la hanesan, uainhira nia dulur malu ho malae iha tropa, iha sirbisu

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Borja da Costa – Selecção de Poemas/Klibur Dadolin

fatin. Borja da Costa nia dadolin sira hatudu nia ksolok tuir Pablo Neruda, Marx (mahalok nia luta), Mao Tse Tung no Samora Machel,nia hakerek

dadolin sira liu-liu atu fo neon ba povu ema haneha, hodi kahur dadolin nia fuan (dadolin ba tebe/dahur) ho hanoin nasionalista. Nia la haluha

susar kona eskola no tan sa rai la buras iha ida-idak nia knua laran. Hamutuk ho Abílio Araújo nia halo dadolin atu hananu hanoin nasionál, hodi

tau liman ba timoroan nia knananuk fuan.

Ninia dadolin balu hatudu nia neon kro’at kona eskola no kona fiar hanesan mos kona hanoin tuir revolusaun iha tempu ne’e. Uainhira luta ba

nasaun ida no fo sai lia kona kultura nia dadolin sai kro’at liu, hodi dehan katak Portugál nia matenek no fiar sarani haneha ema, taka ema neon,

nu’udár bele haré iha dadolin ‘tuir o ain klor’. Hanesan lian ida haklaken liberdadi, Borja da Costa fo dadolin ‘povu maubere la bele tenik ema seluknia atan’, hodi tau liman ba ilas ne’e be hasala lia kona knaar buka moris iha knua ho malae sira nia hahalok.

Nia husik mai ita dadolin sira ne’e be la’o tuir dadolin liana’in sira hanorin, nia kaer ho matenek liafuan kona buat hale’u ita (Kdadalak, Fitu Mutin)

atu hananu luta be soi ita, dadolin nia liafuan la’o tuir neon iha tempu ne’e be luta hasoru malae, luta atu hetan di’ak ba ita rain.

Dadolin sira fo sai dadaun hakerek nanis ho lia português no/ka lia tetum (tetun-los), Luís Costa ne’e halibur hodi fila tui-tuir ba português no

tetum, hodi halolo dolin balu ne’e be fila tiha ona.

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Borja da Costa – Selecção de Poemas/Klibur Dadolin

Nota prévia

À memória do Borja da Costa cuja vida foi ceifada pelo agressor indonésio. Os poemas que nos legou mostram o Ser, profundo conhecedordas regras da poesia (dadolin) tradicional. Esta breve colectânea pretende ser um sopro de consciência nacional e um elo de ligação com o seufilho Nur Tiago Borja da Costa que só conheceu o pai através de fotografia e dos relatos familiares.

Luís Costa

Lia badak

Hodi hanoin Borja da Costa ne’e be liman kro’at indonesia taka kotu nia moris. Dadolin ne’e be nia husik hatudu katak nia hatene mos dadolin

timor nia regra. Dadolin klibur ne’e hakarak hato’o hanesan iis atu hetan neon nasionál no lima-rohan ba nia oan Nur Tiago Borja da Costa ne’e

be hatene nia aman tuir ilas iha foto no lia ne’e be familia sira haktuir.

Luís Costa

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Certidão de baptismo/Surat sarani

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Borja da Costa – Selecção de Poemas/Klibur Dadolin

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Cartão de identificação/Surat identidadi

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Borja da Costa – Selecção de Poemas/Klibur Dadolin

1.Foho Ramelau

Eh! Foho Ramelau, foho Ramelau eh!Sa be aas liu o tutun, Sa be bein liu o lolon eh!

Tan sa timoroan hakru’uk beibeik?Tan sa timoroan atan uai-uain?

Tan sa timor ulun sudur uai-uain?Tan sa timoroan ata uai-uain?

Hadér, rai hun mutin ona la!Hadér, loro foun sa’e ona la!

Loke matan, loro foun to’o iha o knuaLoke matan, loro foun iha ita rain

Hadér, kaer rasik kuda talin eh!Hadér, ukun rasik ita rain eh!

1.

Monte Ramelau

Oh! monte Ramelau, monte Ramelau oh!

O que é mais alto que o teu cume,

O que é maior que a tua imponência!

Porque é que o timorense há-de curvar a cabeça para sempre?

Porque é que o timorense há-de ser escravo para sempre?

Porque é que o timorense há-de curvar-se para sempre?

Porque é que o timorense há-de ser escravo para sempre?

Acorda, que a madrugada já desponta!

Acorda, que o novo dia já desponta!

Abre os olhos, o novo dia chegou à tua aldeia

Abre os olhos, o novo dia chegou à nossa terra

Acorda, toma conta do teu destino oh!

Acorda, governemos nós próprios a nossa terra oh!

N.B.: Abílio Araújo tau muzik ba dadolin ne’e be Fretilin hili nu’udár ninia Inu ba funu. Hala’o tuir ton lima, nu’udárknananuk fuan timoroan nian, hahú hananu neineik hodi sa’e, hameno atu sai hosi nakukun laran hodi tama ba liberdadi– hadér, rai hun mutin ona.

N.B.: Musicado por Abílio Araújo ficou consagrado como hino da revolução da Fretilin. A melodia desenvolve-se em

escala pentatónica, própria das melodias timorenses e, em ascendente movimento, exorta a saída do obscurantismo

para aceder à libertação – hadér, rai hun mutin ona.

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