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Caderno Do GT HSP

Date post: 05-Jul-2018
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  • 8/16/2019 Caderno Do GT HSP

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    Diálogos ANPEPP – Sociedade / 

    GT História Social da PsicologiaNome da Atividade: Histórias da Psicologia no Nordeste. 

    Tipo de Atividade: Palestras, exposição e debate de filme 

    Descrição da Atividade:

    debate sobre a história social da psicologia. Serão realizadas quatro apresentações sobre estatemática.

    Público Alvo: Profissionais com atuação social, pesquisadores e estudantes das ciênciashumanas e sociais. 

    Objetivo:Refletir sobre a história social da psicologia, ressaltando discussões referentes à história social da

    psicologia no nordeste.

    Local: Universidade Estácio, Av. Pio XII, 70, Jatiúca, CEP: 57035-560, manhã será na sala 03e durante a tarde na sala 10. Contato no local: profa. Luciana. 

    Duração da atividade: 09:00 às 18:00 horas. 

    Materiais necessários para realização da atividade: Datashow,computador com leitor de DVD, microfone, caixa de som.

    1. Apresentação 1: Práticas comunitárias e história social da psicologia. | Sala 3

    Descrição: Apresentação oral do relato de pesquisa sobre o tema.

    Objetivo: Refletir sobre questões que emergem nas práticas comunitárias de 2010 até o momento atual,

    visando contribuir para uma história social da psicologia.

    Duração: 50 minutos. (de 9:00 às 10:00 h) 

    Responsável: Lurdes Oberg (UFF) ([email protected]).

    2. Apresentação 2: História da Psicologia Comunitária no Nordeste. | Sala 3

    Descrição: Apresentação e discussão sobre a história da psicologia comunitária no Nordeste, em especial,

    nas décadas de 1970 e 1980.

    Objetivo: Produzir uma reflexão sobre a história da Psicologia Comunitária no Nordeste e o impacto da

    mesma nas práticas psicossocials comunitárias contemporâneas.

    Duração: 3 horas. (de 10:00 às 12:00 h) 

    Responsável: Julio Cesar Cruz C. da Rocha (UCP) ( [email protected]).

    3. Apresentação 3: Degeneração como instrumento de controle social. Os saberes psi de Canudos à higiene

    mental. | Sala 10

    Descrição: Apresentação e discussão da questão histórica da degeneração. Canudos e o projeto de

    branqueamento, o problema da raça e do ambiente no seculo XIX, a higiene mental e os saberes psi.  

    Objetivo: Refletir a história das ressonâncias dos saberes psi com processos de ordenamento e exclusão

    social.

    Duração: 90 minutos. (de 14:00 às 15:30 h) 

    Responsável: Cristiana Facchinetti (COC/FIOCRUZ) ([email protected]) e Marcela FranzenRodrigues ([email protected]).

    4. Apresentação 4: Ulisses Pernambucano em seu tempo - propostas alternativas em Saúde Mental e na

    Escola. | Sala 10

    Descrição da atividade: A atividade consiste na apresentação da obra de Ulisses Pernambucano, com

    exibição de vídeo produzido pelo CFP, exposição oral e debate sobre o tema.

    Objetivo: divulgar o trabalho de Ulisses Pernambucano, referência na Reforma Psiquiátrica e na história da

    psicologia.

    Duração: 2 horas, final da tarde (de 16:00 às 18:00) 

    Responsáveis: Ana Maria Jacó Vilela (UERJ) ( [email protected]) e Maria Lúcia Boarini (UEM)

    ([email protected]).

    1

    Grupo de Trabalho História Social da Psicologia

    XVII Simpósio e Pesquisa e Intercâmbio Científico da ANPEPP

    Maceió, 2016

    Sumário

    Projeto do Grupo de Trabalho História Social da Psicologia (GT HSP) ..................... 2

    As cartas sobre a loucura de Francisco Montezuma: a pobreza como psicopatologia e as justificativas para a internação no Asylo de Alienados na Fortaleza do século XIX 21

     Aluísio Ferreira de L ima

    Psicologia, Política, organizações sociais – a construção de um imaginário psi ......... 27 Ana Maria Jacó-Vil ela e Sergio Luis Braghini

    Os desafios postos à psicologia crítica brasileira pelo encerramento do ciclodemocrático-popular .................................................................................... 36

    Filipe Boechat

    Por que fazer uma História Social da Psicologia? ................................................. 45Francisco Teixeira Portugal, Cristiana Facchinetti e Alexandre de Carvalho Castro

    Articulação entre aspectos teóricos, políticos e históricos na produção científica dapsicologia social brasileira sobre temas políticos .............................................. 52

    Frederico Alves Costa

    Notas sobre a psicologia social durante a ditadura civil-militar no Brasil: perseguições,fugas, capturas e invenções ......................................................................... 61

     Julio Cesar Cruz Coll ares-da-Rocha

    Do assistencialismo à ética da solidariedade: Desafios e embates da psicologia nahistória ...................................................................................................... 66

    Lurdes Oberg 

    Eliezer Schneider: algumas incursões na Juventude Comunist a ............................. 75Maira Allucham Goulart Naves Trevisan Vasconcellos

    Desnaturalizar a psicologia é preciso ................................................................ 80Maria Lucia Boarini

    Algumas considerações sobre os trabalhos apresentados no 1º Congresso Afro-Brasileiro de 1934 ....................................................................................... 88

    Marcela Franzen Rodrigues 

    Políticas do currículo em psicologia: a psicanálise nas universidades de Buenos Aires edo Rio de Janeiro ........................................................................................ 96

    María Eugenia González  

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    Projeto do Grupo de Trabalho História Social da Psicologiaapresentado ao XVII Simpósio e Pesquisa e Intercâmbio

    Científico da ANPEPP | Maceió, 2016.

    1. Denominação do Grupo de Trabalho: História Social da Psicologia

    2. Coordenador: Francisco Teixeira Portugal, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    (UFRJ).3. Vice coordenador: Márcio Luís Costa, Universidade Católica Dom Bosco (UCDB)

    e Universidad de San Buenaventura, Campo Grande/MS e Medellin/Colômbia.

    4. Lista dos participantes1. Adriana Tavares Carrijo, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ),

    Rio de Janeiro/RJ.2. Alexandre de Carvalho Castro, Centro Federal de Educação Tecnológica Celso

    Suckow da Fonseca (CEFET/RJ), Rio de Janeiro/RJ.1 3. Aluísio Ferreira de Lima, Universidade Federal do Ceará (UFC), Ceará/RJ.4. Ana Maria Jacó-Vilela, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ),

    Rio de Janeiro/RJ.5. Cristiana Facchinetti, Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro/RJ.

    7. Fernando Lacerda Júnior, Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia/GO.8. Filipe Milagres Boechat, Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia/GO.9. Frederico Alves Costa, Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Maceió/AL.10. Hildeberto Vieira Martins, Universidade Federal Fluminense (UFF), Rio das

    Ostras/RJ.11. Hugo Klappenbach, Universidad Nacional de San Luis, San Luis/Argentina.12. João Henrique Queirós Araujo, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

    (UERJ), Rio de Janeiro/RJ.13. Julio Cesar Cruz Collares da Rocha, Universidade Católica de Petrópolis

    (UCP), Petrópolis/RJ.14. Lidiane de Oliveira, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio

    de Janeiro/RJ.15. Lurdes Oberg, Universidade Federal Fluminense (UFF), Campos dos

    Goytacazes/RJ.16. Maira Allucham Goulart Naves Trevisan Vasconcellos, Universidade do

    Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro/RJ.17. Marcela Franzen Rodrigues, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

    (UERJ), Rio de Janeiro/RJ.

    1 Não participará do Simpósio 2016 por questões de saúde.

    3

    18. Maria Eugênia González, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ),Rio de Janeiro/RJ e Universidad Nacional de Córdoba, Argentina.

    19. Maria Lúcia Boarini, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá/PR.20. Mariana Alves Gonçalves, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).21. Renato Sampaio Lima, Universidade Federal Fluminense (UFF), Volta

    Redonda/RJ.

    Apresentamos a seguir a distribuição geográfica dos membros do GT:Do Nordeste: Ceará e Alagoas – 1 membro cada.Do Sudeste: Rio de Janeiro – 14 membros.Centro-Oeste: Goiás e Mato Grosso do Sul – 1 membro cada.Sul: Paraná – 1 membro.Argentina – 1 membro.

    5. Resumo em português, inglês (abstract) e espanhol (resumen) (100 a 150 palavras) Resumo

    O GT História Social da Psicologia aglutina pesquisadores que estudam ahistória da psicologia enfatizando as suas condições de emergência e como os saberes psi expressam/ articulam questões sociais. Os membros do GT participam em eventos

    comuns (atividades de diversas entidades brasileiras e latino-americanas) eapresentam um histórico de publicações e atividades conjuntas. Com a continuidadedo GT espera-se aprofundar estudos sobre as múltiplas relações entre história social e psicologia por meio da promoção de redes, nos níveis nacional e internacional, de pesquisas e a publicação de trabalhos sobre a história social da psicologia. O ponto de partida para as atividades do GT será o debate da história da psicologia valorizandoseus aspectos políticos e buscando a explicitação histórica das construções subjetivas.

     Abstract

    The workgroup Social History of Psychology reunites researchers studying thehistory of psychology highlighting its conditions of emergence and how the field of psychological knowledges expresses/articulates social issues. The members of theworkgroup attend common conferences (from different Brazilian and Latin American

    associations) and published diverse joint scientific productions. With the continuityof the workgroup it is expected to develop more profound studies about the multiplerelations between Social History and Psychology through the building of national andinternational research networks, and also the publication of papers related to theSocial History of Psychology. The departure point of the activities of the workgroupwill be the debates about history of psychology valuing its political aspects andseeking historical explanation of the subjective structures.

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     Resumen

    El GT Historia de la Psicología Social reúne a investigadores que estudian lahistoria de la psicología destacando sus condiciones de emergencia y cómo lossaberes psi expresan / articulan los temas sociales. Los miembros del GT participanen eventos comunes (actividades de diversas entidades de Brasil y de AméricaLatina) y que tienen un historial de publicaciones y actividades conjuntas. Con la

    continuidad del GT, se espera profundizar los estudios sobre las múltiples relacionesentre la historia social y la psicología a través de la promoción del trabajo en red anivel nacional e internacional, a través de la investigación, y el incremento de publicaciones sobre la historia de la psicología social. El punto de partida para lasactividades del grupo de trabajo será el debate sobre la história de la psicologíavalorando sus aspectos políticos y la búsqueda de la explicación histórica de lasconstrucciones subjetivas.

    6. Histórico do GT.O debate sobre a história da psicologia tem sido uma constante desde o final da

    década de 1970, aspecto que motivou a criação do Grupo de Trabalho (GT) Históriada Psicologia, da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia(ANPEPP) em 1996. As ações deste grupo visando à consolidação do campo e acrescente demanda acadêmica por reflexões históricas qualificadas constituem o ricomanancial da história de nosso campo e exigem aprimoramento de nossas pesquisas enovas preocupações quanto à formação de pesquisadores e psicólogos. Emconsequência do desenvolvimento do campo houve um rápido crescimento tanto donúmero de integrantes do GT quanto das abordagens e perspectivas históricas alielaboradas.

    Se estes aspectos, em si mesmos, já indicariam a necessidade de divisão doGT, o principal fator para a criação do Grupo de Trabalho História Social daPsicologia baseou-se em uma justificativa teórico-metodológica. Os pesquisadoresdeste GT que participaram do simpósio de 2014 – dos quais 5 (cinco) vieram do GTHistória da Psicologia – trabalham, há alguns anos, sob a perspectiva comum dascondições de emergência dos saberes psi e de suas articulações com diversos

     processos socioculturais de (re)invenção de cotidianos, práticas, conceitos erepresentações. Pode-se notar certa valorização da história dos saberes psi no Brasil,nos países latino-americanos e iberoamericanos e do debate da circulação, recepção e produção do conhecimento psi.

    O GT apresenta uma diversidade de abordagens na análise histórica que indicaa existência de muitos modos de pensar e fazer história. A necessidade, particularmente, de repensar o tema em termos da história dos saberes e de suas práticas, aparece, porém, como um desafio instigante. Contudo, deve ficar bem claro

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    que a questão não é a de resgatar um dado recorte histórico ou mesmo umametodologia específica como mais verdadeiro ou legítimo para a análise, mas, passando ao largo deste tipo de avaliação, buscar entender o ambíguo e contraditório processo que constituiu um saber de feição múltipla, e, consequentemente, suasdiversas materializações. Esta proposição visa, portanto, aprimorar e enriquecer a produção em história da psicologia realizada atualmente no âmbito da pesquisa

    qualificada.

    7. Relatório de atividades realizadas pelo GT no biênio.O GT História Social da Psicologia surgiu em 2014 no XV Simpósio da

    ANPEPP realizado em Bento Gonçalves. Naquela ocasião o GT se formou para traçar planos de ações conjuntas desde de sua origem. Número significativo dos pesquisadores integrava o GT História da Psicologia e a formação de um novo GTrelacionou-se ao tamanho do grupo anterior mas, principalmente, à perspectiva socialno modo de pensar e produzir a história da psicologia. A valorização da perspectivahistórica da psicologia coincide, em parte, com a compreensão própria à trajetória em psicologia social de parte dos membros. As configurações subjetivas encaradas do ponto de vista da psicologia social têm fortes ressonâncias com as leituras históricasda subjetividade e das práticas psicológicas. Seis dos membros atuais têm fortes

    ligações com a Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) e suaabordagem histórico-social-política da subjetividade.

     No primeiro encontro foram produzidos textos a partir da questão disparadora“Como entendo e faço história da psicologia” a fim de dar consistência às diferençasem relação ao GT anterior. Tal debate se mostrou profícuo e deu vazão a trabalhosconjuntos quer na forma de publicações conjuntamente elaboradas, quer na forma de proposição de GT em encontros e composição de mesas em eventos acadêmicosconforme descrito no item 10 desta proposta.

    Considerando os aspectos histórico-sociais da psicologia e o grupo percebeu arelevância de um debate mais aprofundado sobre os aspectos e/ou envolvimentos políticos do fazer psicológico em suas práticas cotidianas, em especial, suasconceituações.

    Alguns pesquisadores migraram de GT, como foram os casos de OswaldoYamamoto que decidiu centrar seus esforços nas políticas acadêmicas e CandidaDantas que optou voltar-se provilegiadamente para as questões da pobreza e daruralidade. Houve a entrada de Aluísio Ferreira de Lima no GT foram integradosnovos pós-docs e doutorandos.

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    8. Objetivos para o XVI Simpósio.a. Problematizar a pesquisa histórica em psicologia considerando, de um lado, o

    debate com a história das ciências e, por outro lado, os aspectos políticosidentificáveis em suas emergências e em seus investimentos no contemporâneo.

     b. Debater diferentes modos de fazer história e historiografia da psicologia naAmérica Latina;

     b. Aprofundar e promover o diálogo interdisciplinar no estudo dos processoshistóricos e intensificar os vínculos com redes internacionais de colaboraçãocientífica;

    c. Construir um espaço de articulação entre pesquisadores de História da Psicologia,oriundos de diferentes regiões e instituições, possibilitando a construção de uma produção compartilhada que contribua para o desenvolvimento do campo no Brasile na América Latina;

    d. Divulgar as discussões elaboradas no âmbito do GT através de participação emeventos e publicação em periódicos científicos e/ou coletânea, conforme definidoao final do encontro.

    9. Proposta de trabalho.O tema comum selecionado para orientar os debates no encontro de 2016 do

    GTHSP é: “História da psicologia, política e subjetivação”. Sua operacionalizaçãoocorrerá da seguinte forma:a. cada participante enviará até 30 de março de 2016 aos demais membros do grupo

    um texto, de 5 a 10 páginas (sem considerar as referências bibliográficas), em papel A4, fonte TNR, 12, com exposição de um dos dois temas tendo comoobjetivo estabelecer projetos comuns de atividades até o próximo simpósio: 1. políticas da psicologia na história ou 2. as relações entre Psicologia e Ditadura.

     b. A coordenação do GT organizará textos visando o debate e, especialmente, asarticulações das propostas com o objetivo de elaborar consistentemente projetosconjuntos de trabalho para o próximo biênio. O resultado deste esforço será objetode análise do GT na duas primeiras sessões. Seu objetivo principal, vale repetir,consiste na construção de uma agenda de trabalho compartilhada pelos membros

    nos anos subsequentes. Por razões operacionais, espera-se agrupar os textos emdois grupos aglutinadores dos temas apresentados. Pretende-se, portanto,aprofundar reflexões sobre o amplo espectro da história da psicologia tendo como problematizadores a dimensão política e a subjetividade. Tal procedimento leva emconsideração a trajetória dos integrantes do GT e visa facilitar e produzir aaproximação em diferentes planos dos pesquisadores com questões e experiênciasassemelhadas.

    c. A terceira e última sessão do GT envolverá:

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    • avaliação do GT, de seu modo de funcionamento,• proposta de atuação para o próximo biênio, com encaminhamentos objetivos para

    divulgação e publicação dos trabalhos apresentados, envolvendo tanto publicaçãode coletânea ou outra forma de edição, além de apresentação em eventos, como oXII Encontro Clio-Psyché, o XIV Encontro Argentino de História da Psiquiatria,Psicologia e Psicanálise e outros congressos nacionais e internacionais (Cheiron,

    Esocite, Encontro Helena Antipoff entre outros); participação na RedeIberoamericana de Pesquisadores em História da Psicologia;

    • eleição do novo coordenador e vice coordenador.

    10. Produção vinculada ao GT.Os currículos individuais indicam que o grupo já possui uma importante

     produção articulada. Alguns detalhes, todavia, escapam à observação imediata e aeles conferimos destaque abaixo:a. Vários participantes mais jovens foram orientados por participantes seniores do

    GT, o que auxiliou na composição inicial do grupo. Assim: Ana Maria Jacó-Vilelafoi orientadora de Alexandre de Carvalho Castro e Renato Sampaio Lima, FranciscoTeixeira Portugal foi orientador de Adriana Carrijo, Filipe Boechat e Júlio Rocha.

     b. O Programa de Pós-graduação em Psicologia Social da UERJ oferece uma

    disciplina, Seminário em História da Psicologia, desde 2011 tendo como docentesem diferentes composições ao longo dos anos os professores Ana Maria Jacó-Vilela-Vilela, Francisco Teixeira Portugal, Cristiana Facchineti, Alexandre de CarvalhoCastro e Hildeberto Vieira Martins;

    c. como produto da primeira reunião do GT em 2014 Francisco Portugal, AlexandreCastro, Cristiana Facchinetti, Fernando Larcerda Jr., Hildeberto V. Martins e RenatoSampaio estão finalizando um livro sobre como, porque e para que fazer história da psicologia dirigido a alunos de graduação com lançamento planejado para o próximo Simpósio.

    d. Ana Maria Jacó-Vilela e Márcio Luís Costa propuseram e coordenaram o GT“Implicações éticas e políticas dos saberes psicossociais no Brasil: reflexõeshistóricas” durante o XVIII Encontro Nacional da ABRAPSO, em Fortaleza, em

    2015.e. O  Dicionário Histórico de Instituições da Psicologia no Brasil   (2011), particularmente, exemplifica a articulação de produção entre os participantes dogrupo. Essa obra, aprovada pelo Edital PROCAD da CAPES e coordenada por AnaMaria Jacó-Vilela, com apoio do Conselho Federal de Psicologia, contou com ampla participação dos integrantes do GT de História da Psicologia e muitos integrantesdeste GT de História Social da Psicologia. Francisco Teixeira Portugal foi ocoordenador do Rio de Janeiro. Cristiana Facchinetti produziu três verbetes

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    (Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro, Sociedade Psicanalítica doRio de Janeiro e Hospital Nacional de Psicopatas), Alexandre de Carvalho Castro produziu outros sete, sendo 3 deles em co-autoria (Escola Técnica Nacional(CEFET-RJ), Instituto de Doenças Nervosas e Mentais, Abrigo João Viana,Associação Brasileira de Psicologia Aplicada, Associação Brasileira de Psicologia,Sociedade de Análise Transacional do Rio de Janeiro), Alexander Jabert publicou

    um verbete (Instituições Espíritas no Brasil); Ana Maria Jacó-Vilela é responsável por 3 verbetes, sendo 2 em co-autoria (Associação Brasileira de Psicologia Social(ABRAPSO), Serviço de Psicologia Médica (COJ), Faculdade de Medicina daUniversidade Federal do Rio de Janeiro), Francisco Teixeira Portugal elaborou 3verbetes em co-autoria (Centro de Psicologia da Pessoa (CPP), Centro Juvenil deOrientação e Pesquisa (CEJOP) e Clínica de Orientação Infantil (COI)) e MariaLúcia Boarini é responsável por 2 verbetes, um em co-autoria (Instituto de EducaçãoEstadual de Maringá.; Sanatório Maringá Ltda).

    g. A articulação da produção ocorre também mediante a participação regular dosmembros deste grupo em eventos. Os encontros do Programa de Estudos ePesquisas em História da Psicologia – Clio-Psyché, da UERJ (Universidade doEstado do Rio de Janeiro), frequentemente contam com a atuação de diversos participantes do grupo, muitos deles nas comissões organizadora e científica. Hugo

    Klappenbach tem sido um participante assíduo destes Encontros, tendo estado presente no III, V, VIII, IX, X e XI Encontro Clio-Psyché;

    h. Aluísio Ferreira Lima, Ana Maria Jacó-Vilela, Cristiana Facchinetti, FranciscoPortugal e Hugo Klappenbach são membros da Sociedade Interamericana dePsicologia (SIP) participando de seus encontros e ocupandos cargos derepresentação e coordenação. Este contato regular propiciou que um grupo de pesquisadores brasileiros, argentinos e peruanos, principalmente, com o apoio docolombiano Rubén Ardila e dos espanhóis Helio Carpintero e Annette Mulberger,criasse a Rede Iberoamericana de Pesquisadores em História da Psicologia(RIPeHP). Esta Rede é coordenada atualmente por Cristiana Facchinetti e participam dela os seguintes membros do GTHSP: Francisco Teixeira Portugal,Alexandre de Carvalho Castro, Aluísio Ferreira Lima, Cristiana Facchinetti, Hugo

    Klappenbach, Marcio Luís Costa e Renato Sampaio Lima. A Rede visa favorecer oconhecimento e intercâmbio entre pesquisadores do tema e congrega, atualmente,137 interessados de 16 diferentes países.

    i. Ana Maria Jacó-Vilela coordena o Projeto Memória da Psicologia Brasileira doConselho Federal de Psicologia que conta com a participação de Fernando LacerdaJr. e Maria Lúcia Boarini.

     j. Cristiana Facchinetti e Ana Maria Jacó-Vilela juntamente com Ana Maria Talak eHugo Kappenbach foram os editores convidados do volume 13, número 5 do

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    Universitas Psychologica (2014), integralmente dedicado à história da psicologia.Além da participação de membros do GT na organização do número especial, quatroartigos da edição foram elaborados por Maria Lucia Boarini, Ana Maria Jacó-Vilelae Alexandre de Carvalho Castro.

    k. Fernado Lacerda Jr., Aluísio Ferreira de Lima e Francisco Teixeira Portugal participaram do VIII Encontro da Regional Rio de Janeiro da ABRAPSO com o

    tema O Psicólogo social na cidade: ações territoriais, lutas políticas e subjetividade.l. Os artigos, livros e capítulos listados abaixo também dão mostra dessa atuação

    conjunta, uma vez que representam trabalhos publicados em co-autoria porintegrantes do GTHSP:

    Boechat, F. M., & Portugal, F. T. (2014). Construcionismo social. In S. F. Araújo, F.Caropreso, G. A. Castañon, & R. T. Simanke. (Eds.),  Fundamentos filosóficos da

     psicologia contemporânea (pp. 309-346). Juiz de Fora: Editora UFJF.Boechat, F. M., & Portugal, F. T. (2014). Uma réplica a Castañon. In S. F. Araújo, F.

    Caropreso, G. A. Castañon, & R. T. Simanke. (Eds.),  Fundamentos filosóficos da psicologia contemporânea (pp. 367-376). Juiz de Fora: Editora UFJF.

    Fachinetti, C., & Reis, C. S. (2014). O Hospício Nacional: arquitetura, política e população(1852-1902) (pp. 95-123). In A. M. Jacó-Vilela, & F. T. Portugal (Eds.), Clio-

     Psyché. Instituições, História, Psicologia. Rio de Janeiro: Outras Letras.

    Lacerda Jr., F. (2015). Podem as políticas públicas emancipar?. In A. F. de Lima, D. C.Antunes e M. G. A. Calegare (Eds.),  A Psicologia Social e os atuais desafios ético- políticos no Brasil  (pp. 111-128). Porto Alegre: ABRAPSO Editora.

    Jacó-Vilela, A. M., & Portugal, F. T. (2014). Clio-Psyché. Instituições, História, Psicologia.Rio de Janeiro: Outras Letras.

    Jacó-Vilela, A. M., & Portugal, F. T. (2014). Instituições e Psicologia (pp. 10-17). In Clio- Psyché. Instituições, História, Psicologia. Rio de Janeiro: Outras Letras.

    Jacó-Vilela, A. M.; Castro, A. C. (2015). A escrita da história da psicologia em tempos de produtivismo acadêmico: o cenário brasileiro. In A. M. Talak (Ed.),  Psicologia y Política  (pp. 59-81). La Plata: Editora da Universidad Nacional de La Plata. No prelo.

    Apresentamos, a seguir, um mini curriculum dos integrantes do GTHSP:

     Adriana CarrijoDoutora (2010) em Psicologia pelo PPGP/UFRJ. Pós-doutorado PPGP/UFRJ(PNPD/CAPES). Professora Adjunta no Curso de Educação da Universidade doEstado do Rio de Janeiro (UERJ). Coordenadora do Núcleo Rio de Janeiro daRegional Rio de Janeiro da ABRAPSO e do MAGMA (Groupe d'études sur l'Imaginaire).Atualmente desenvolve pesquisas na interface da psicologia, da história e daeducação no Brasil refletindo as práticas historicamente constituídas de abordagem dainfância e da juventude.

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     Alexandre de Carvalho Castro

    Doutor (2005) em Psicologia Social pelo PPGPS/UERJ. Professor permanente doPrograma de Pós-Graduação em Tecnologia e do Programa de Pós-Graduação emRelações Etnicorraciais do CEFET-RJ. Atualmente desenvolve pesquisa sobreaspectos históricos relativos ao campo da Psicologia do Trabalho quando daorganização da Escola Técnica Nacional, particularmente as contingências do

    surgimento da aplicação do teste de nível mental, na década de 1940, voltado aidentificar os alunos com aptidões específicas para a aprendizagem de ofíciostécnicos.

     Aluísio Ferreira de Lima

    Doutor (2009) em Psicologia Social pela PUCSP. Pós-doutorado na PUCSP. Vice-coordenador do PPGP/UFC. Membro do Mestrado Profissional em Saúde da FamíliaUFC/FIOCRUZ/RENASF. Avaliador credenciado na Comissão Nacional deResidência Multiprofissional em Saúde CNRMS/MS/MEC. Presidente da ABRAPSO(2014-2015) e do CRP-11. Representante do Brasil na Sociedade Interamericana dePsicologia (SIP) (2013-2015). Professor Investigador Visitante no DepartamentoInterfacultativo de Psicología Social da Universidad Complutense de Madrid,UCM/Espanha (2012) e no Programa de Fundamentos Históricos y Políticos de las

    Prácticas Psicológicas del Instituto de Fundamentos y Métodos en Psicología daUniversidad de la Republica, UDELAR/Uruguai (2011 e 2013). Bolsista de produtividade pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico eTecnológico (FUNCAP) (2010-2012). Investiga os processos construção histórica e política da identidade humana.

     Ana Maria Jacó-Vilela

    Doutora (1996) em Ciências (Psicologia) pela USP, com estágio pós-doutoral emHistória e Historiografia da Ciência na Universidad Autónoma de Barcelona (2004).Professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social daUERJ. Bolsista de Produtividade do CNPq 1D, Cientista do Nosso Estado daFAPERJ, Procientista da UERJ. Presidente da ANPEPP (2010-2012) e daABRAPSO (2005-2007). Coordenadora da Área de Psicologia da FAPERJ (2012-

    2014). Membro da Diretoria da SIP (2013-2015). Filiada à Sociedade Interamericanade Psicologia (SIP), à Sociedade Brasileira de História da Ciência (SBHC), àSociedade Brasileira de História da Psicologia (SBHP), à International Association ofApplied Psychology (IAAP), à Science and Technology in the European Pheriphery(STEP). Desenvolve pesquisas em história da psicologia no Brasil. Investigaatualmente a presença do condutismo no país durante as décadas de 1930 a 1960entre as formas de psicologia existentes nas Forças Armadas, nas cátedras e na IgrejaCatólica.

    11

    Cristiana Facchinetti

    Doutora em Teoria Psicanalítica pela UFRJ (2001), com estágio pós-doutoralem História das Ciências pela Fiocruz (2006). Pesquisadora do Departamento dePesquisa da COC/FIOCRUZ. Docente do Programa de Pós-Graduação em Históriadas Ciências e da Saúde (COC/FIOCRUZ) e do Programa de Mestrado Profissionalem Atenção Psicossocial (IPUB/UFRJ) e do Curso de Especialização Técnica de

     Nível Médio em Saúde Mental (EPSJV/ Fiocruz). Coordenadora da Rede Ibero-Americana de Pesquisadores em História da Psicologia (2014-2016). Desenvolve pesquisas sobre psicologia, psiquiatria e psicanálise em suas relações com a cultura brasileira. Atualmente coordena pesquisa sobre o Hospício Nacional de Alienadoscom apoio do CNPq, da Rede Ibero-Americana de História da Psiquiatria, daANPUH e da SBHC.

     Fernando Lacerda Júnior

    Doutor (2010) em Psicologia como Profissão e Ciência pela PUC-Campinas.Professor adjunto da Universidade Federal de Goiás (UFG). Foi membro daCoordenação do Núcleo Goiânia da ABRAPSO (2012-13), presidente da AssociaçãoBrasileira de Psicologia Política (2015/2016). Membro do Comitê Editorial dasrevistas Teoría y Crítica de la Psicología  e  Journal of Social and Political

     Psychology. Membro do núcleo de estudos e pesquisas Crítica, Insurgência,Subjetividade e Emancipação (CRISE) na UFG. Pesquisa as relações entre questãosocial, lutas sociais e o desenvolvimento de ideias e práticas psicológicas articuladascom o marxismo na América Latina.

     Filipe Milagres Boechat

    Doutor (2014) em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),com estágio doutoral na Universitat Autònoma de Barcelona (UAB). BolsistaPNPD/CAPES, realiza estágio pós-doutoral (2015) no Programa de Pós-graduaçãoem Psicologia da Universidade de Goiás (PPGP-UFG), onde atua como ProfessorColaborador. Membro da Rede Ibero-americana de Pesquisadores em História daPsicologia, do GT de História Social da Psicologia da Associação Nacional dePesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP) e do Núcleo de Estudos e

    Pesquisas Crítica, Insurgência, Subjetividade e Emancipação (CRISE). Realizaexame histórico-sistemático dos pressupostos ideológicos e sócio-ontológicos da psicologia social, interessa-se pelas seguintes áreas de conhecimento: PsicologiaSocial, Psicologia Social Crítica, História das Ciências Sociais, Filosofia da Ciência eCiência Política. Membro do Núcleo de Educação Popular 13 de maio, reflete sobreos métodos, os objetivos e os problemas relacionados com a educação popular a partir da prática de cursos básicos de formação política para a classe trabalhadora.

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     Francisco Teixeira Portugal

    Doutor (2002) em Psicologia pela PUC-Rio. Bolsista CAPES de pós-doutorado noScience in Human Culture, Northwestern University em 2009-2010. Membro permanente do PPGP/UFRJ. Bolsista de Produtividade do CNPq 2 e Cientista de Nosso Estado pela FAPERJ. Membro da Comissão Qualis Livros da CAPES. Diretoradjunto de Pós-Graduação do Instituto de Psicologia (2012-2014) e Coordenador de

    Integração de Pós-Graduação do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFRJ.Vice-Presidente da regional Rio de Janeiro da ABRAPSO (2012-2015). Membro doGT História da Psicologia da ANPEPP (2006-2013), da Sociedade Interamericana dePsicologia (SIP). Foi coordenador do Blog da RIPeHP (2011-2013). Realiza pesquisas em história da psicologia social e da história da psicologia e da educação.Atualmente investiga a emergência da psicologia no Brasil na Primeira Repúblicarelacionada à constituição ao projeto educacional proposto pelo Estado.

     Frederico Alves Costa

    Doutor em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Doutoramento-Sanduíche no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa(CAPES/PDSE). Professor Colaborador no Programa de Pós-Graduação emPsicologia da Universidade Federal de Alagoas, no qual realiza estágio pós-doutoral

    (PNPD/CAPES). Secretário Regional (2012-2013) e Representante-Estudante (2008-2008) na Vice-Presidência Regional Minas Gerais da ABRAPSO. Coordenador do Núcleo ABRAPSO UFMG (2010-2011). Tem experiência na área de Psicologia, comênfase em Psicologia Social e Psicologia Política, atuando principalmente nosseguintes temas: teoria democrática, movimentos sociais, subjetivação política, participação política, análise de produção científica. Investiga, atualmente, aarticulação entre aspectos teóricos, políticos e históricos na análise de temas políticos por pesquisadores do campo da psicologia social brasileira.

     Hildeberto Vieira Martins

    Doutor em Psicologia Social (2009) pela Universidade de São Paulo. ProfessorAdjunto da Universidade Federal Fluminense (PURO-UFF). Membro do GTPsicologia e Relações Raciais no Brasil: aspectos históricos, teóricos e metodológicos

    da ABRAPSO. Pesquisa as relações raciais no Brasil, história da psicologia, psicologia social e processos de produção de subjetividade.

     Hugo Klappenbach

    Doutor em História pela Universidad de Buenos Aires. Professor Titular de Históriada Psicologia da Universidad Nacional de San Luis (UNSL), Argentina. InvestigadorPrincipal do Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (CONICET)e Docente-Investigador do Programa de Incentivos a la Investigación. PresidenteElecto de la Sociedad Interamericana de Psicologia (SIP) (2013-2015). Investiga

    13

    história da psicologia na Argentina, em especial, a história das publicações em psicologia, da formação do psicólogo e da profissionalização da psicologia.

     João Henrique Queirós Araujo

    Mestre (2016) e doutorando pelo Programa de Pós Graduação em Psicologia Socialda UERJ. Participa do núcleo de pesquisa em História da Psicologia Clio Psyché,UERJ. Realiza pesquisas na área da Psicologia, com ênfase em História daPsicologia. Tem como principais temas de interesse as relações entre os campos daarte, loucura e saúde mental. Sua pesquisa atual trata das narrativas sobre a arte e aloucura encontradas em museus situados em instituições psiquiátricas.

     Julio Cesar Cruz Collares da Rocha

    Mestre (2007) e Doutor (2013) em Psicologia pelo Programa de Pós-graduação emPsicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pós-Doutor emPsicologia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)(PNPD/CAPES). Professor Adjunto no Mestrado e Graduação em Psicologia daUniversidade Católica de Petrópolis (UCP). Realiza pesquisas na área de Psicologia,com ênfase em história da psicologia, psicologia social, psicologia comunitária, psicologia grupal e psicologia das emergências e dos desastres.

     Lidiane de OliveiraMestre em Psicologia (2008) pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE),doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social na UniversidadeEstadual do Rio de Janeiro (UERJ). É membro da Rede Ibero-Americana dePesquisadores em História da Psicologia (RIPeHP) e do GT de História Social daPsicologia da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia(ANPEPP). Atua na área de Psicologia, com ênfase em História da Psicologia ePsicologia Social. Atualmente desenvolve pesquisa sobre a relação entre a Psicologiae outras ciências humanas entre os anos de 1930 a 1960 a partir da trajetória profissional de Gioconda Mussolini.

     Lurdes Oberg

    Doutora em Psicologia pela PUC Rio (2007). Professora da Universidade Federal

    Fluminense/Campos dos Goytacazes. Membro da Comissão Nacional de Psicologiana Assistência Social do CFP. Realiza pesquisas na área da psicologia, com ênfaseem psicologia social e psicologia comunitária.

     Maira Allucham Goulart Naves Trevisan Vasconcellos

    Mestre em Psicologia (2012) pela Universidade de São Paulo (USP-Ribeirão Preto),doutoranda no Programa de Pós-graduação em Psicologia Social da Universidade doEstado do Rio de Janeiro (UERJ). É membro da Rede Ibero-Americana de

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    Pesquisadores em História da Psicologia e do GT de História Social da Psicologia daAssociação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP). Filiadaà Sociedade Interamericana de História da Psicologia (SIP) e à Sociedade Brasileirade História da Psicologia (SBHP). Atualmente desenvolve pesquisas em História daPsicologia no Brasil e na Argentina no Programa de Estudos e Pesquisas em Históriada Psicologia - Clio-Psyché (UERJ).

     Marcela Franzen Rodrigues

    Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul;mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade doEstado do Rio de Janeiro e doutoranda do mesmo programa. Participa do núcleo de pesquisa em História da Psicologia Clio Psyché, na UERJ. Seus estudos são voltados principalmente para as áreas da história da psicologia, psicologia e educação,religiões afro-brasileiras, gênero e sexualidade. Atualmente pesquisa as relações entremística, loucura e religião na obra de Roger Bastide.

     Márcio Luís Costa

    Doutor (2000) em Filosofia na Facultad de Filosofía y Letras da Universidad Nacional Autónoma de México. Coordenador do Programa de Pós-Graduação emPsicologia da UCDB. Editor da Revista  Psicologia e Saúde  do PPGP/UCDB.

    Presidente do Comitê de Ética em Pesquisa da UCDB. Professor convidado o Cursode Doctorado en Psicología de la Universidad de San Buenaventura, Medellín,Colômbia. Coordenador do Grupo de Pesquisa Modelos Históricos-epistemológicos eProdução de Saúde (CNPq/UCDB). Desenvolve pesquisa e estudos sobre ascondições hermenêutico-fenomenológicas do tratamento e da análise de dadosqualitativos na construção do conhecimento científico no campo da Psicologia eSaúde e investiga, sob perspectiva histórico-epistemológica, a forma como aFenomenologia vem sendo apropriada pela pesquisa no campo da Psicologia.

     Maria Eugenia González

    Graduação em Ciência Política e Administração Pública pela Universidade Nacionalde Cuyo (2008), Mendoza, Argentina. Mestre em Psicanálise pela Universidade doAconcagua (2015). Mendoza, Argentina. Doutoranda em Psicologia na Universidade

     Nacional de Córdoba, Córdoba, Argentina. Estágio de Doutorado Sanduíche noPrograma de Pós-Graduação em Psicologia Social na Universidade do Estado do Riode Janeiro (UERJ). Tem experiência na área de Psicologia e Psicanálise, com ênfaseem História da Psicologia e Políticas do Currículo em Psicología.

     Maria Lúcia Boarini

    Doutora em Psicologia pela USP (1993). Professora do Programa de Pós-Graduaçãoem Psicologia da Universidade Estadual de Maringá. Criou o periódico científico

    15

    Psicologia em Estudo (Qualis A1) e permaneceu como sua editora no período de1996-2005. Líder do Grupo de pesquisa e estudo sobre higienismo e eugenia noBrasil/GEPHE. Investiga aspectos históricos de temas relacionados à higiene mentale eugenia. Estes temas são estreitamente relacionados ao desenvolvimento eestabelecimento da psicologia enquanto ciência, em solo brasileiro.

     Mariana Alves Gonçalves

    Doutoranda e Mestre em Psicologia pelo PPGP/UFRJ. Coordenadora do NúcleoCarioca da Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) e professora doCentro Universitário Celso Lisboa. Tem experiência em Psicologia, com ênfase emPsicologia Social, história da Psicologia Social Comunitária e Políticas Sociais.

     Renato Sampaio Lima Doutor (2008) em Psicologia Social pelo PPGPS/UERJ. Foi professor adjunto naUniversidade Federal de Sergipe entre 2009 e 2013, onde desenvolveu pesquisassobre a temática história de psicologia em Sergipe. Atualmente é professor adjunto naUniversidade Federal Fluminense/Volta Redonda e desenvolve pesquisa nas áreas de psicologia social e história da psicologia.

    Produção individual dos participantes do grupo:

    O GTHSP se caracteriza por contar com um núcleo de investigadores seniores, pesquisadores jovens inseridos mais recentemente na pós-graduação e outro grupoainda não pertencente formalmente como professores ou pós-doc em programas de pós-graduação. Considerando-se os que atuam como professores permanentes de programas de pós-graduação – exatamente a metade do grupo, 8 pesquisadores –vemos que sua contribuição na formação de novos pesquisadores é intensa. Jáformaram 110 mestres e doutores e estão em andamento a formação de outros 34, oque caracteriza, sem dúvida, uma excelente contribuição à pós-graduação.

    OrientadorDoutoradoconcluído

    Mestradoconcluído

    Doutorado emandamento

    Mestrado emandamento

    Alexandre de C. Castro - 3 - 6

    Aluísio Ferreira de Lima 1 11 2 6

    Ana Maria Jacó-Vilela 17 17 5 2

    Cristiana Facchinetti 4 9 4 3

    Fernando Lacerda Jr. - - - 5

    Filipe Milagres Boechat - - - 2

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    Francisco Teixeira Portugal 6 12 7 5

    Hugo Klappenbach 4 - 5 -

    Julio Cesar C. C. da Rocha - 1 - 5

    Márcio Luís Costa - 8 5 2

    Maria Lúcia Boarini - 25 2 4

    TOTAL:32 86 30 40

    118 70

    Quanto à produção bibliográfica, listamos abaixo somente aquela que não foimencionada como produção conjunta, já citada acima.

    Andrade, M. V., Lima, A. F., & Santos, M. E. A. (2014). A razão e a loucura na literatura:um estudo sobre ‘O alienista’, de Machado de Assis.  Revista Psicologia e Saúde, 6 (1), 37-47.

    Arruda, A., & Portugal, F. T. (2015). Organização da Edição Especial: Psychologie et

    intervention sociale au Brésil. Bulletin de Psychologie, 68(2).Benevides, P. S., Barreto, D. R. D., & Lima, A. F. (2015). Ciladas da cultura e da diferença:

    sobre a discussão racial no Brasil. Cuadernos de Psicologia, 17 (1), 7-18.Boarini, M. L., Borges, R. F., Rosalem, R., & Barros, C. F. (2015). Controle social e saúde:

    a importância da participação da Psicologia. Contato, 17 (1), 13-17.Boechat, F. M. (2015). Dissenso epistemológico na Psicologia Social contemporânea. In E.

    Lourenço, M. C. Guedes, & R. H. F. Campos (Eds.),  Psicologia, Psicanálise e Educação (pp. 40-52). Belo Horizonte: PUC-Minas.

    Bolonhes, R. C. M., & Boarini, M. L. (2015). Comunidades terapêuticas: novas perspectivase propostas higienistas.  História, Ciências, Saúde-Manguinhos.  Artigo aceito para publicação.

    Borges, R. F., & Boarini, M. L. (2014). La clínica de higiene mental infantil en Brasil. La psicología como recurso. Universitas Psychologica, 13(1), 1697-1708.

    Carrijo, A. (2014). Fantaisie et fiction: observations sur un cas clinique. Caietele Echinox,26 , 14-36.

    Carrijo, A. (2015). L'Enfance contemporaine: des significations imaginaires en temps bio-identitaires. Caietele Echinox, 28, 73-76.

    Castro, E. M. A., & Lima, A. F. (2014). Freudismo e Escola de Frankfurt: ensaio sobre arelação entre metapsicologia e Teoria Crítica em seus aspectos filosóficos,sociocríticos e críticos culturais. Revista de Psicologia da UFC, 5, 108-123.

    Castro, R. D., & Facchinetti, C. (2015). A psicanálise como saber auxiliar da psiquiatria noinicio do século XX: O papel de Juliano Moreira. Culturas Psi, 4, 24-52.

    Castro, T. C., & Lacerda Jr., F. (2014). A relação Psicologia Comunitária e Behaviorismo:

    17

    das críticas às propostas de diálogo.  Estudos e Pesquisas em Psicologia, 14(3), 732-755.

    Cavalcante, F. G., Dias, M., & Oberg, L. P. (2014). Garantia de direitos e prevenção daviolência na escola: a formação de gestores e diretores no âmbito global e local. In E.Schimanski, & F. G. Cavalcante (Ed.),  Pesquisa e extensão: experiências e

     perspectivas interdisciplinares (pp. 155-182). Ponta Grossa: UEPG.Costa, F. A. (2015). Construção de lutas políticas na sociedade brasileira: dificuldades e

     possibilidades da ampliação de direitos democráticos por movimentos sociais nocontexto do governo Lula. In F. V. Machado, G. Massola, & M. A. T. Ribeiro (Eds.), Estado, ambiente e movimentos sociais. Coleção Práticas Sociais, Políticas Públicas eDireitos Humanos, vol. 8 (p. 11-21). Florianópolis: ABRAPSO Editora/Edições doBosque CFH/UFSC.

    Costa, F. A. (2015). Estereótipo. In E. Fleury, & S. Meneguel (Eds.),  Dicionário femininoda infâmia: acolhimento e diagnóstico de mulheres em situação de violência  (pp.131-131). Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ.

    Costa, F. A. (2015). Luta política. In E. Fleury, & S. Meneguel (Eds.),  Dicionário Femininoda Infâmia: acolhimento e diagnóstico de mulheres em situação de violência   (pp.208-209). Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ.

    Costa, F. A. (2015). Sistema de subordinação/exploração. In E. Fleury, & S. Meneguel(Eds.). Dicionário Feminino da Infâmia: acolhimento e diagnóstico de mulheres em

     situação de violência (pp. 331-331). Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ.Costa, F. A. (2015). Violação de direitos. In E. Fleury, & S. Meneguel (Eds.),  Dicionário

     Feminino da Infâmia: acolhimento e diagnóstico de mulheres em situação deviolência (pp. 368-369). Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ.

    Costa, F. A. (2016). Análise das políticas públicas na produção científica da psicologiasocial brasileira (1986-2011). In M. E. O. Lima, D. X. França, & A. R. Torres (Eds.),

     Níveis de análise e formas de intervenção em Psicologia Social . Lisboa: Imprensa deCiências Sociais. Prelo

    Cunha, C. C., & Boarini, M. L. (2015). A medicina com o voto de minerva: o louco infrator. Psicologia & Sociedade. Artigo aceito para publicação.

    Ericeira, R. C. S., & Jacó-Vilela, A. M. (2015). O Brasil é a terra do pandeiro: um estudodas contribuições de diferentes expressões artísticas para a representação do samba edo carnaval como ícones nacionais. Memorandum, 28(1), 88-109.

    Facchinetti, C. (2015). Júlio Pires Porto-Carrero: a psicanálise como ferramenta para a Idadede Ouro no Brasil. In G. Hochman, & N. T. Lima. (Eds.),  Médicos intérpretes do

     Brasil (pp.241-261). São Paulo: Hucitec.Facchinetti, C., & Castro, R. D. (2015). Die Psychoanalyse als psychiatrisches Werkzeug:

    Die Rolle Juliano Moreira (1900-1930). In C. Santos-Stubbe, P. Theiss-Abendroth,H. Stubbe (Eds.), Psychoanalyse in Brasilien: Historische und aktuelle Erkundungen(pp. 1-24). Gie en: Psychosozial-Verlag.

    Facchinetti, C., & Castro, R. D. (2015). The Historiography of Psychoanalysis in Brazil: thecase of Rio de Janeiro. Dynamis, 35, 13-34.

    Faggion, M. O., & Boarini, M. L. (2015). Planejamento familiar, um estudo do seu carátereducativo e eugênico (pp. 197-214). In  Psicologia Social, Violência, Subjetividade.Florianopolis: Editora do Bosque.

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     18

    Feitosa, J. B., & Boarini, M. L. (2014). The Defense of Socio-Educational Internment:Feature of the Hygienist Principles. Paidéia, 24(1), 125-133.

    Ferrari, F., & González, M.E. (2015). El psicoanálisis en los programas universitarios delInstituto de Filosofía de Córdoba (1934-1958). In Caycho Rodríguez, T. (Ed.),

     Estudios de historia de la psicología en América Latina. Lima: Universidad IncaGarcilaso de la Vega.

    Figueira, F. F., & Boarini, M. L. (2014). Psicología e higiene mental en Brasil: la historia

     por contar. Universitas Psychologica, 13(1), 1697 - 1708.Gonçalves Neto, J. U., & Lima, A. F. (2014). Fundamentação linguística do conceito deidentidade pessoal: contribuições de Jürgen Habermas para a psicologia social.

     Revista FSA, 11, 346-364.González, M. E. (2014). Las encrucijadas actuales del psicoanálisis. Culturas Psi, 3(1), 123-

    129.González, M. E. (2014). Observaciones en torno a los debates curriculares en psicología y

    las políticas universitarias en Argentina.  Psiencia. Revista Latinoamericana deCiencia Psicológica, 7 (1), 35-40.

    González, M. E. (2014). Políticas de evaluación y acreditación en las universidadesargentinas. Revista Argentina de Educación Superior, 6 (8), 268-275.

    González, M. E. (2015). Complejidad de la psicología: perspectivas actuales y alcances parala formación universitaria. In H. Klappenbach (Ed.),  Avances y desafíos para la

     psicología. Facultad de Psicología. Universidad Nacional de San Luis.González, M. E. (2015). El psicoanálisis en la universidad argentina. Tesis Psicológica.

    Artigo aceito para publicação.González, M. E. (2015). Las carreras de Psicología, universidad y democracia en Argentina:

     Notas para una historia reciente. Procesos Históricos, 27(1), 111-125.Hur, D. U., Lacerda Jr., F., & Resende, M. R. S. (2015). Psicologia e transformação: Uma

     postura crítica e ético-política. Em D. U. Hur, F. Lacerda Jr., & M. do R. S. Resende(Eds.), Psicologia e transformação: Intervenções e debates contemporâneos (pp. 7-12). Goiânia: Editora UFG.

    Hur, D. U., Lacerda Jr., F., & Resende, M. R. S. (Eds.). (2015).  Psicologia e transformação: Intervenções e debates contemporâneos. Goiânia: Editora UFG.

    Jacó-Vilela, & Rocha, L. F. D. (2014). Uma perspectiva católica da psicologia no Brasil:análise de artigos da revista 'A Ordem'. Psicologia em Pesquisa, 8(1), 115-126.

    Jacó-Vilela, A. M. (2014) Una breve historia de la psicología en Brasil (pp. 63-80). In Historias de la Psicología en América del Sur. Diálogos y Perspectivas. La Serena: Nueva Mirada.

    Jacó-Vilela, A. M. (2014). Emilio Mira y López (1896-1964). La psicotécnica al serviciodel hombre. Boletin de la SIP , 97 , 13-19.Jacó-Vilela, A. M. (2014). Psychological Measurement in Brazil in the 1920s and 1930s.

     History of Psychology, 17 (1), 237-248.Jacó-Vilela, A. M. (2014). Sobre indivíduos e instituições (pp. 80-95). In A. M. Jacó-Vilela

    & F. T. Portugal (Eds.), Clio-Psyché. Instituições, História, Psicologia. Rio deJaneiro: Outras Letras.

    Jacó-Vilela, A. M., & Braghini, S. L. (2015). Psicologia, Política, organizações sociais. Aconstrução de um imaginário psi.  Psicología básica y aplicada. Artigo aceito para

    19

     publicação.Jacó-Vilela, A. M., & Portovales, V. (2015). Medición psicológica en Brasil: la recepción

     particular de las técnicas de evaluación. In R. Mardones (Ed.),  Historia local de la psicología. Discusiones teóricas, metodologicas y experiencias de investigación (pp.). Santiago de Chile: RIL Editores/Editorial UST. No prelo.

    Jacó-Vilela, A. M., & Rodrigues, I. T. (2014). Emilio Mira y López: uma ciência para alémda academia. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 66 (3), 149-160.

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    Lacerda Jr., F. (2014). Socialism. In T. Teo (Ed.),  Encyclopedia of Critical Psychology (pp.1815-1820). New York: Springer.

    Lacerda Jr., F. (2015). Insurgency, theoretical decolonization and social decolonization:Lessons from Cuban Psychology. Journal of Social and Political Psychology, 3(1),298-323.

    Lacerda Jr., F. (2015). Marxism, Critical Psychology and Human Emancipation: IdentifyingCatalysts for Building Critical Social Theory. In S. C. Tuleski (Ed.),  Liberation

     Psychology in Brazil (pp. 41-54). New York: Nova Publishers.Lacerda Jr., F. & Dobles, I. (2015). Organização da Edição Especial: La Psicología de la

    Liberación 25 años después de Martín-Baró. Teoría Y Crítica de la Psicología, 6 .

    Lacerda Jr., F., & Dobles, I. (2015). La Psicología de la Liberación 25 años después deMartín-Baró: memoria y desafíos actuales. Teoría Y Critica de la Psicología, 6 , 1-5.

    Lima, A. F., & Pontes, M. V. A. (2015). O Caso Damião Ximenes e sua transformação na primeira condenação internacional do Brasil na Corte Interamericana de DireitosHumanos. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental, 7 , 1-13.

    Lima, A. F., Ricarte, C. S., Rocha Fº, A. A. O., & Ponte, F. D. R. (2015). O diagnóstico dedepressão nas cinco edições do DSM: A hipertrofia da dimensão orgânica emdetrimento dos aspectos psicossociais. Revista FSA, 12(1), 182-199.

    Martins, H. V. (2014). Da África às faculdades de medicina: um estudo do elemento negrona sociedade brasileira. In Identidade, branquitude e negritude: contribuições para a

     psicologia social no Brasil: novos ensaios, relatos de experiência e de pesquisa (pp.5-32). São Paulo: Casa do Psicólogo.

    Martins, H. V. (2014). Uma história da psicologia em revista: retomando Mira y López. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 66 (3), 5-19.

    Mendonça, G. S., & Lacerda Jr., F. (2015). A psicologia da libertação e as questõeshabitacionais: história e constituição. Teoría Y Critica de la Psicología, 6 (1), 102-121.

    Montefusco, E. V. R., & Lima, A. F. (2015). Jovem para sempre! Publicidade em revistasfemininas e suas promessas de administração do tempo.  Revista Psicologia e Saúde,7 (1), 18-29.

    Muniz Neto, J. S., Lima, A. F., Miranda, L. L., & França, L. C. (2014). Vigiar e assistir:reflexões sobre o direito à assistência da 'adolescência pobre'.  Psicologia em Estudo, 19, 321-331.

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    Oberg, L. P. (2015). Esqueça a casa e o trabalho/a vida fica lá fora: reflexões de uma práticacomunitária. Polêm!ca, 14(1), 113-128.

    Oberg, L. P. (2015). O conceito de comunidade: problematizações a partir da psicologiacomunitária. Estudos em Psicologia. Artigo aceito para publicação.

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    R. S. Resende (Eds.),  Psicologia e transformação: Intervenções e debatescontemporâneos (pp. 247-268). Goiânia: Editora UFG.

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    As cartas sobre a loucura de Francisco Montezuma: apobreza como psicopatologia e as justificativas para a

    internação no Asylo de Alienados na Fortaleza do século XIX

     Aluísio Ferreira de Lima | Universidade Federal do Ceará 

    A recordação restitui possibilidade ao passado, tornando irrealizado o acontecido erealizado o que não foi. A recordação não é nem o acontecido nem o não acontecido,

    mas seu potenciamento, o seu tornar-se de novo possível. (Agamben, 2015, p. 46).

    O cenário da província de Fortaleza (Ceará), em fins do século XIX, eracaótico. As ruas estavam ocupadas por pobres, escravos libertos, órfãos, idosos,mendigos e, principalmente, retirantes da seca. Os relatórios da Província nãofalavam de outra coisa que não fosse a necessidade de ordenamento do território, a partir do controle das multidões famintas e abandonadas. Não por acaso, esse períodofoi marcado com a construção de três instituições totais que tinham como intuito ocontrole dos pobres, dos órfãos e dos loucos, respectivamente: o Asylo deMendicidade, a Colônia Christina e o Asylo de Alienados.

    O lugar destinado aos loucos, que fora denominado “Asylo de Alienados SãoVicente de Paulo”, foi construído entre anos de 1874 e 1886 após a grande campanhade arrecadação de recursos liderada pela Santa Casa de Misericórdia e pela Cadeia

    Pública de Fortaleza e, ao contrário do que ocorrera em outras partes do país, nãocontou com uma campanha de alienistas, que eram inexistentes na província. Aliás,sua construção seguiu em direção contrária aos interesses da população, que estavamuito mais preocupada com a construção e a inauguração de asilos para mendigos ealbergues para miseráveis abandonados, conforme assinalou a matéria publicada no jornal “O Libertador”, em 24 de fevereiro de 1886, data de inauguração do Asylo deAlienados:

    Hospício de loucos

    (...) D’ahi accentuou-se o programma de sua glorificação pelo asylo de alienados, emArronches. Havia um prédio construído; o imposto sobre a roleta provincial deixavamargem relativamente larga para algumas despezas imprescindíveis, diversos

     partidários do grupo que apóia o governador permaneciam desempregados ce a exigirdos amigos a recompensa, em ordenados pagos pelo thesouro, dos sacrifícios da suadedicação e lealdade. S. Exc. Viu tudo isso menos por alcance da própria percepção

    do que pelas sugestões dos interessados. E cahiu-lhe a sopa no mel. Com umasofreguidão infantil prepararam-se as figuras para a inauguração da casa dos doudos.É certo que o presidente não procurou saber si havia alienados e alienistas, si amanutenção do estabelecimentos estaria garantida, si era com effeito aquella uma dasmais urgentes necessidades da província. Um puff para a guarda de honra do seunome condemnado a completo esquecimento e pretendia o Sr. DesembargadorCalmon. Decretou por tanto, que no dia 1° de março se fizesse a instalação que temde symbolizar o marco de sua passagem pela administração do Ceará. Entretanto S.Exc. Já deve ter notado o nenhum entusiasmo com que foi acolhida a sua única e tãoanimada ideia.  Ninguém bateu palmas; ninguém deu vivas ao presidente louco

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    A ideia de grandeza, superioridade, e o egoísmo predominam na monomaniaambiciosa. Uns julgam-se imperadores, reis, generais, trazem coroas, fabricamvestuários como d’aquelles personagens e com elles adornam-se, condecorações

     pendem-lhes do peito, andam pausada, gravemente e com fronte erguida, fallam pouco, mandam com império, gostam do beija-mão, desprezam os que consideramseus subalternos, tudo n’elles respira altivez, tudo n’elles traduz magestade. (...)Alguns elevam sua hierarquia a um ponto tal que julgam-se amados por princesas,rainhas, imperatrizes e, ainda mais, esta louca diz-se a virgem Maria, aquelle

    alienado julga-se Jesus Christo.Cada um dos tipos de monomania determinava a forma como o louco deveria

    ser tratado no Asylo de Alienados, os considerados mais calmos poderiam ter umisolamento parcial, com passeios e horas de lazer; os considerados mais violentos:monomaníacos de paixões violentas como orgulho, ciúme e o amor, recebiam comoforma de tratamento o isolamento completo.

    Sua contribuição, nesse sentido, foi essencial para a legitimação em potencialdo alienismo no Ceará, mesmo que ainda não existisse na época essa figura. A produção de Montezuma definiu papéis sociais e políticas de identidade e construiuuma nova forma de reconhecimento para os retirantes da seca e demais indesejadosque perambulavam pelas ruas de Fortaleza. A monomania humilde, por exemplo,explicava a própria pobreza, ou melhor, disposição para a pobreza.

    A monomania humilde o alienado mostra uma abnegação sem limites, é pobre,

    humilde, paciente, sofredor, sujeita-se aos trabalhos os mais peniveis, as funcções asmais servis, as condições mais humildes, há por assim dizer a resignação evangélica(Montezuma, 1882, Cartas Sobre a Loucura, 6a. carta).

    Se considerarmos que as chamadas doenças mentais são, além de“um acontecimento biológico”, um acontecimento narrativo, produzido porconstruções verbais e jogos de linguagem que refletem a história intelectual einstitucional dos saberes “psi”, as cartas de Montezuma, articuladas com o estudo dosacontecimento sociais e políticas do período em que foram publicadas, oferecem umaimportante contribuição para a compreensão dos modos como foram sendoconsolidados os discursos sobre o normal e o patológico no Ceará, assim como, oselementos que justificaram a internação no Asylo de Alienados.

     Na presente pesquisa pretendemos analisar o conteúdo das cartas deMontezuma articulando-as com as demais publicações acerca da loucura no período(uma vez que os prontuários dos internos do Asylo de Alienados foram todosdestruídos nos últimos anos). A análise nesse primeiro momento pretende ter comofoco a construção e a apresentação de sua interpretação das monomanias, sobretudo amonomania humilde, que legitimava a internação dos pobres.

    O modelo proposto por Ian Hacking (1998), denominado “doença mentaltransitória”, parece oferecer elementos importantes para essa pesquisa. Sobretudoquando consideramos que a proposição das monomanias foram apresentadas ao

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     público em um tempo e lugar determinado, desaparecendo posteriormente sem deixarrastros, se enquadrando nos vetores que esse autor apresenta como sendo necessários para a legitimação da doença mental: 1) vetor linguístico-taxonômico; 2) vetor de polaridade cultural; 3) vetor de observação e 4) vetor de liberação-agregação.

    Vetores que de forma sintética estão relacionados ao fato de que 1) a “novadoença” deve encaixar-se em um sistema taxonômico, um lugar específico no

    contexto da classificação nosológica já estabelecida (deve ser nomeada e reconhecidade acordo com uma linguagem científica em uso); 2) a doença deve estar entredicotomias: bem e mal, vício e virtude, sendo objeto da observação e testemunhocoletivo de determinado período histórico; 3) a doença deve ser “reconhecível” comodesordem, anomalia, sofrimento etc., como “comportamento patológico”, tanto paraos especialistas como para a população em geral e 4) a denominada doença deve permitir alcançar objetivos vitais que seriam impossíveis de alcançar de uma maneiranormalizada, justificando as diferentes intervenções na vida do sujeito diagnosticado(Hacking, 1998).

    A análise das cartas e sua influência na legitimação do Asylo de Alienados pode contribuir de forma significativa com a compreensão do desenvolvimento dossaberes psicológicos no Ceará. Afinal, os arquivos do Asylo foram todos destruídos pela instituição nos últimos anos, embora a estrutura do prédio tenha resistido ao

    tempo e se atualizado na forma de hospital psiquiátrico (em 2016 completará seus130 anos).

    Referências

    Agamben, Giorgio. (2015). Bartleby, ou da contingência. Belo Horzonte: Autêntica Editora,2015. Almeida, Miguel Calmon Du Pin. (1874). Relatório do presidente da provínciado Ceará do dia 12 de junho de 1874.

    Chernoviz, Pedro Luiz Napoleão. (1890). O Dicionário de medicina popular e das ciênciasacessórias. A Roger & F . Chernoviz. Hacking, Ian. (1998).  Mad Travelers:Refflections on the Reality of Transient Mental Illnesses. Charlot-tesville & London:University Press of Virginia.

    Fontes consultadas

    Fonte 1 - Local: Instituto Histórico e Geográfico do Ceará Assunto: Cartas sobre a

    Loucura Autor: Dr. Francisco Ribeiro Delfino Montezuma Fonte: Jornal Gazeta do Norte

    Período: 1° semestre – ano: 1882 Página – 3 Total: 10 cartas distribuídas no primeirosemestre do jornal no ano de 1882.

    Fonte 2 Local: Instituto Histórico e Geográfico do Ceará Relatórios de Província doCeará Período: 1874 a 1886.

    Fonte 3 Local: Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel Setor: hemeroteca Jornais:Cearense, Libertador e Gazeta do Norte. Período: 1874 a 1886.

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    Referências consultadas

    Câmara, José Aurélio Saraiva. (1970). Fatos e Documentos do Ceará Provincial. Fortaleza:Imprensa Universitária da Universidade Federal do Ceará. Campos, Eduardo. (1985).Capítulos de história da Fortaleza do séc. XIX (O social e o Urbano). Fortaleza:Edições UFC (PROED).

    Capanema, Guilherme Schurch de. (2006).  Estudos sobre a seca. Fortaleza: Secretária deCultura do Estado do Ceará/ Museu do Ceará. Guimarães, Maria Regina Cotrim.

    (2005). Chernoviz e os manuais de medicina popular no Império. Niterói:FIOCRUZ.

    Leal, Vinícius Barros (1979).  História da Medicina no Ceará. Fortaleza: Secretária deCultura e Desporto. Lemenhe, Maria Auxiliadora. (1991).  As razões de uma cidade:Conflito de hegemonias. Fortaleza: Stylus Comunicações.

    Oliveira, Carla Silvino. (2007). Cidade (in) salubre: ideias e práticas médicas em Fortaleza(1838-1853). Dissertação (Mestrado em História Social). Universidade Federal doCeará. Fortaleza. Oliveira, Cláudia Freitas. (2011). O Asilo de Alienados São Vicentede Paula e a institucionalização da loucura no Ceará (1871 - 1920). Dissertação(Mestrado em História), Recife.

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    Psicologia, Política, organizações sociais –a construção de um imaginário psi

     Ana Maria Jacó-Vilela | Universidade do Estado do Rio de Janeiro Sergio Luis Braghini | Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo

    Diversos países da América Latina vivenciaram, na segunda metade do século

    XX, violentas ditaduras militares. Estas representavam, em sua quase totalidade, umcaráter de aliança entre as forças militares destes países e o sistema econômico, comforte dependência da estrutura financeira internacional, naquele momento, dosEstados Unidos, líder do então “bloco capitalista”, em contraposição ao “blococomunista” representado pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) eos países de sua área de influência. As ditaduras latinas tinham, portanto, vinculaçãoà ideologia capitalista, exercendo opressão, muitas vezes extrema, aos seusopositores. Tal opressão – começando pelos inicialmente mais visíveis e depois seespraiando por todos os cantos – é bem descrita na literatura dos diferentes países (cf, por exemplo, Gaspari, 2003; Gravito, 2007; Vallina, 2008).

    A ditadura, assim, instaura um regime de governo em que cabe ao Estado adeterminação dos pormenores da vida coletiva e individual. Para tanto, utiliza-se deinstrumentos variados, desde legislação específica, passando pela criação de órgãos

     para a devida vigilância bem como da conformação dos meios de comunicação aosseus interesses. Criou também sistemáticas para lidar com os oponentes, desde a suainvisibilidade enquanto alternativa política no plano institucional (a restrição àexistência de partidos políticos de oposição, pequena ou grande, ao regime), acensura às produções artísticas, culturais e acadêmicas (programas de rádio ou TV,livros, revistas, peças teatrais), o afastamento de seus oponentes dos órgãosvinculados ao Estado3, a tortura sistemática daqueles considerados “inimigos doregime”.

    Como qualquer poder efetivo, a ditadura, em seu papel coercitivo, produziucoisas - vigiando, instaurou o medo e o cuidado no agir e no falar, criou modos de sere compreender o outro. 4 Ela produziu, portanto, também psicologizações, por suadivulgação das práticas e saberes psicológicos e os transformando em parte do sensocomum de explicação de si, dos outros, e da vida. A psicologia se tornou,efetivamente, uma ciência social, na expressão de Ross (1998).

    Cabe então à psicologia (e seus saberes afins, como a psiquiatria e a psicanálise) explicar o mundo, conferindo-se aos seus profissionais, aqueles que

    3 No Brasil, os professores das universidades públicas considerados “não confiáveis” foram afastados de suasfunções pela aposentadoria compulsória.4  Em belíssimo texto da época, Gilberto Velho se refere às duas “categorias de acusação da sociedade

     brasileira contemporânea”, o drogado e o subversivo, interpretados como frutos da “família desestruturada”quando não havia espaço público para o jovem.

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    constroem o saber psicológico, seja por meio do discurso acadêmico ou de suas práticas, um poder peculiar nestas circunstâncias.

    Assim, é um raciocínio linear e óbvio considerar a total vinculação da psicologia à ditadura. À constatação de opressão pelo Estado e da utilização dossaberes e práticas psicológicas como consequencias/justificativas desta opressão,conclui-se que tais saberes e práticas foram “cúmplices”, “aliados” daquela opressão,

    ao nível tanto das teorias quanto das práticas dos profissionais.Se concordamos com esta perspectiva - afinal, a psicologia se tornou uma“ciência social”, como Ross afirmou - parece-nos que esta não é a única. Existemoutras formas de relação, bem mais sutis, e pouco exploradas na literatura. Referem-se especificamente ao uso que uma certa “esquerda” pode fazer desta aproximaçãoentre psicologia e ditadura para construir um discurso altamente desqualificador detoda psicologia, firmando-se como única alternativa na construção de uma psicologia“comprometida com o social”.

    Assim, em vez de fazermos mais uma discurso crítico sobre a vinculação da psicologia e de seus agentes a “governos fortes”, nosso objetivo neste texto é apontarcomo as práticas e os saberes psicológicos foram altamente estigmatizados como parte de uma estratégia de legitimação de um determinado grupo político. Ao ocuparo poder, este grupo reconstruiu a história da profissão no Brasil como aliada à

    ditadura, da qual só se afasta com a ascensão deste grupo. Vamos apresentar nossaanálise, aqui, do caso brasileiro entre os anos de 1980 e a atualidade. Para isto, estetexto versará inicialmente sobre a história dos Conselho Federal e ConselhosRegionais de Psicologia no Brasil; em seguida, apresentaremos as formulações quevinculam claramente tais Conselhos à ditadura militar – como o diploma de psicólogoconcedido a Médici e discursos sobre a prática dos psicólogos vinculada à ditaduraou, mais específicamente, à tortura.

    “Com essa esquerda, quem precisa de direita?”

     Na esteira da democratização das instituições após os anos de ditadura civil-militar no Brasil (1964-20015), a proposta de eleições diretas se tornou –ingenuamente, talvez, em análise retrospectiva – o apanágio da democracia. Emdecorrência deste clima favorável às propostas de democratização, surgiram ideias e propostas para mudanças no modo como os Conselhos de Psicologia estavamorganizados. Segundo a Lei 5.766 de 1971, deveria haver uma Assembleia deDelegados Regionais, composta por dois delegados de cada Conselho Regional dePsicologia, escolhidos para esses fim, que indicariam, entre si, os nove membrosefetivos e nove suplentes que seriam, então, os membros do Conselho Federal (CFP).Enquanto isso, os Conselheiros Regionais seriam eleitos diretamente em escrutíniosecreto. Apesar de haver eleição direta para os Conselhos Regionais, o entendimento

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    de parte do grupo que iria disputar os espaços institucionais naquele momento (1988),era que a Psicologia era elitista, restrita, e colada aos setores dominantes de nossasociedade. E que, após as greves operárias no final dos anos 70 - capitaneadas porLula, que viria a ser Presidente do Brasil -, ensejava-se um novo período para os psicólogos. Junto a estas ideias, surgiu uma proposta de governança em queCongressos Regionais e Nacional, compostos por delegados psicólogos, escolheriam

    o rumo político que essas instituições deveriam seguir, bem como fariam aconstrução de um dispositivo de controle interno de suas ações. A governança,aprovada, seria a Assembleia de Políticas Administrativas e Financeiras (APAF), quefoi implementada. Havia também a proposta de alteração da lei federal citada,modificando o  status de Conselho Federal para Conselho Nacional e também, aconstrução de um Conselho Regional por Estado, visando descentralizaçãoadministrativa e participação política da categoria.

    Após um período de transição, que culminou na eleição direta para oCFP - por um consenso interno, visto a lei não ter sido aprovada - , é possível notaralguns problemas resultantes da proposta acima. Alguns de seus itens não seguiramadiante: nem a modificação para Conselho Nacional de Psicologia, nem a proposiçãode um Conselho Regional por Estado, nem a utilização democrática dos recursosfinanceiros. Além disso, o modelo propiciou que um grupo político assumisse a

    direção do CFP, influenciasse nas eleições Regionais e, ao consolidar a hegemonia,controlasse as instâncias – que deveriam ser autônomas - de controle político eadministrativo dos Conselhos. Este grupo, que se autodenomina “posição política”,tem o propósito explícito de controlar o campo da psicologia no país, pelo domíniosobre as demais instituições da Psicologia A boa efetivação de suas propostas de ação permitiu que, eleitos pela primeira vez em 1998, tivessem o controle do CFP - e demuitos CRPs - durante quase vinte anos.

    Como já apontou Hirschman (1997), os progressistas também podem se utilizarda retórica reacionária para fabricar seus argumentos. Utilizando a retórica do risco eadvogando a “história a seu lado”, o grupo citado manteve seu projeto fechando as portas às práticas e saberes da psicologia que pudessem levá-los a “perder o queganharam”. Tal como Hirschman mostrou, o que se pode perder, torna-se mais precioso do que se ganha.

    Para isso fizeram uso de estratégias com vocação totalitária. ParafraseandoRaymundo Lima (2007) utilizaram uma razão instrumental cínica, nunca ingênua.Seguindo a referência de Zizek (2005), é possível notar na escolha do “nome do partido”, a luta ideológica e politica pela hegemonia, apropriando-se de termos quesão espontaneamente vivenciados como apolíticos. Neste caso, trata-se daautodenominação “Cuidar da Profissão”. Como ser contra este cuidado, estareferência aos problemas, dificuldades que a profissão enfrenta? Como diz Zizek: “ A

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    luta pela hegemonia ideológica e política é sempre a luta pela apropriação dos

    termos que são espontaneamente vivenciados como apolíticos…”(Zizek, 2005, p. 14)Mas para funcionar como hegemônico, um discurso particular de um grupo

    deve, em sua costura dos pontos nodais , “incorporar pelo menos dois conteúdos particulares: o conteúdo popular autêntico e sua distorção pelas relações de

    dominação e exploração”(Zizek, 2005, p.12)

    Isto nos leva ao outro  slogan deste “partido”, posição: compromisso social.Com uma retórica agressiva, e apostando no carisma de seus líderes, este  slogangarante a simpatia de seus militantes – e espera atrair incautos –, utilizando-se de uma proposta oriunda dos fortes debates do início dos anos de 1980 sobre o que era aidentidade do psicólogo. Assume a questão do “lutar contra a desigualdade social”como sua, cria o  slogan, e busca ocupar todos os espaços institucionais com seusmilitantes, prometendo “distribuir os privilégios do narcisismo a todos aqueles queestão unidos pelo mesmo laço”  (Melman, 2000, p. 189). Dessa estratégia, muitasvezes se valem de meias-verdades, de interpretação equivocada de fatos, visando,mais que prejudicar seus adversários e desafetos, criar um imaginário entre os psicólogos de que, antes do surgimento desta “posição política”, toda a psicologia,seus saberes e práticas, estavam vinculados a uma perspectiva de “direita política”,com forte contribuição à ditadura. Somente com esta nova “posição”, os saberes e

     práticas psicológicos reconhecem seu erro anterior e se dirigem - de forma mágica -ao “compromisso social”.

    Vamos analisar algumas estratégias utilizadas.

    O diploma a Médici

    Emilio Garrastazu Médici (1905-1985), militar que chegou ao cargo degeneral, foi, nesta condição, indicado pelas Forças Armadas para ser o 28º Presidentedo Brasil. É importante lembrar, neste contexto, que a ditadura civil- militar brasileirateve, entre suas características específicas, manter o ritual democrático de eleição presidencial a cada quatro anos. Entretanto, não seria eleição direta, mas peloCongresso Nacional. E o candidato - somente um - era um general escolhido pelasForças Armadas. Com o Congresso Nacional expurgado de seus elementos“perigosos”, foi possível a eleição de Médici, indicado pelas Forças Armadas 5.Exerceu o cargo de presidente do Brasil entre 1969-1974, sendo considerado oPresidente da Ditadura miliar em sua fase mais autoritária e brutal. Em seu período

    5 O primeiro presidente da ditadura militar foi Humberto de Alencar Castelo Branco (1964-1967), seguido por Arthur Costa e Silva (1967-1969), depois uma junta militar por conta de doença d este último e que ficoudois meses no poder, depois Médici. Em seguida, foram presidentes Ernesto Geisel (1974-1979 ) e JoãoBaptista Figueiredo (1979-1985 ). No ano final do mandato deste, houve eleição indireta (ou seja, peloCongresso Nacional) para Presidente. Tancredo Neves foi eleito, mas morreu antes de assumir o mandato.Sarney assumiu em seu lugar, para o período de 1985 - 1990, quando recomeçaram as eleições diretas.

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    governamental, ocorreu controle total das atividades políticas, artísticas e culturais,com pouca autorização para manifestações de opinião contrárias ao sistema. Foi o período em que houve um uso sistemático não só da censura como também datortura, desaparecimento e assassinato dos opositores ao regime, o que possibilitouque sua estada na presidência fosse conhecida popularmente como “anos dechumbo”.

    O fato de adotar teoricamente o marxismo, em sua versão stalinista, e Vigotskycomo seu representante na Psicologia, levou a que o Cuidar da Profissão secompreendesse como interessado em História e, mais que isto, capaz de construiruma narrativa historiográfica. Sem atentar para a questão metodológica de quehistória se faz com fontes - sejam documentos escritos, imagens, entrevistas formaisou não -, construíram uma história da psicologia durante a ditadura sem os cuidados básicos do historiador.

    Assim, Silva (2005) cita equivocadamente a Associação Brasileira dePsicólogos como responsável pelo encaminhamento do projeto de regulamentação da profissão e dos cursos - quem o fez foi a Associação Brasileira de Psicotécnica - e, para demonstrar o quanto a profissão já nasceu “atrelada ao Estado”, aponta que oenvio ao Congresso Nacional foi feito pelo Ministério da Educação. Isto ocorre emum texto em que esquece - intencionalmente? - os processos tipicamente brasileiros

    de regulamentação de profissões, que implicam o parecer do referido Ministério paraenvio ao Congresso.

     No mesmo texto, Silva nos apresenta sua análise do motivo pelo qual alegislação de criação do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Psicologiafoi aprovada. Esquecendo-se das relações de amizade e parentesco que norteiam a política brasileira, enfatiza o fato de que uma psicóloga, parente de Filinto Müller, personagem conhecido por sua posição política de direita e com influência naquelecomeço dos anos de 1970, havia solicitado este “favor” ao tio. A Lei 5.766 é de 1971e Muller faleceu em um desastre de avião em 1973.

    Sem atentar para esta discrepância de datas, a interpretação de Silva é que o“Congresso Nacional, para homenagear o recém-falecido senador, aprova o projetosem muita discussão. Assim, a criação de nosso conselho é uma homenagem daqueleCongresso Nacional da ARENA, o maior partido político do ocidente, todocontrolado pelos militares” (Silva, 2005, p. 26).

    Finalmente, ainda no texto citado, Silva afirma que o Conselho Federal dePsicologia, “Em 1974, concede o título de psicólogo honorário a Emílio GarrastazuMédici. O mais brutal dos torturadores da ditadura militar ganhou, de presente dos psicólogos, a condição de psicólogo honorário porque era o ditador de plantão queassinou e promulgou a lei apresentada por Filinto Muller” (Silva, 2005, p. 26). Esta

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    informação constava até bem recentemente na página web  do movimento Cuidar daProfissão, mas hoje não é mais encontrada.

    Parece que, embora nos idos de 2005 Silva já estivesse quase uma décadacomo membro do Plenário do Conselho Federal de Psicologia, não houve possibilidade de pesquisar nos arquivos do Conselho. Isto, a nova gestão, de oposiçãoa este grupo que ocupou por 17 anos o Conselho Federal, fez em menos de um ano.

    Foram encontradas somente algumas atas tratando do tema de concessão dehomenagens a membros do governo. Uma, de 15 de maio de 1977, diz que:Título de psicólogo honorário - O sr. Presidente lembrou a seus Pares que, emreunião anterior, foi aprovada a concessão do título de Conselheiro honorário do CFPao Sr. Ministro do Trabalho, ARNALDO PRIETO, interrogando sobre váriasmaneiras e datas para essa solenidade. Vários conselheiros pronunciaram-se. tendosido lembrada a necessidade de (...). Depois de amplamente debatido o assunto peloPlenário, ficou decidido fazer uma consulta ao Consultor Jurídico sobre a viabilidadede tal procedimento por parte do CFP. (Ata da Sessão do Plenário do ConselhoFederal de Psicologia, 15 de maio de 1977).

    A ata de junho de 1977, em seu item 6, trata da proposta de homenagem ao“Exmo. Sr. Ministro do Trabalho, Arnaldo Prieto - ficou decidido conceder umdiploma, em forma de pergaminho, em homenagem e agradecimento pelaregulamentação da Lei 5.766” (Ata da Sessão do Plenário do Conselho Federal de

    Psicologia em 30 de junho de 1977). O presidente era, então, o psicólogo AyresSaldanha.Finalmente, na ata de agosto de 1977, consta que: “Foram apresentados ao

    Plenário, pelo Conselheiro Rodrigues, os pergaminhos que serão entregues aosExmos. Srs. Presidente da República e Ministro do Trabalho. ” (Ata da Sessão doPlenário do Conselho Federal de Psicologia, 12 de agosto de 1977).

    Era presidente do Brasil em 1977 o general Ernesto Geisel (ver nota 3), quehavia proposto a “distensão”, o primeiro sinal da ditadura de que os próprios militaresviam o governo Médici como tendo ultrapassado os limites, por eles aceitos, do avalà repressão. Ou seja, apesar da incoerência presente nas atas, não há menção aMédici, o grande fantasma da ditadura. E não se trata de “título honorário de psicólogo”, mas de “conselheiro honorário”.

    Por outro lado, a única cópia de diploma que se obteve, existente no Conselho

    Regional de Psicologia da Bahia, é a em homenagem a Arnaldo Prieto, entãoMinistro do Trabalho. Apesar de todos os esforços, ainda não se localizou nenhumacópia de diploma concedido a Geisel, embora conste em ata um ofício do Ministro doTrabalho “agradecendo a homenagem prestada pelo CFP ao Senhor Presidente daRepública e ao Titular da Pasta do Trabalho” (Ata da Sessão do Plenário do ConselhoFederal de Psicologia, 11 de novembro de 1977). 

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    O psicólogo, agente da ordem

    Entendemos que uma referência não explicitada na análise anterior é aFoucault e sua análise dos “saberes psi” como continuidade da perspectiva moral presente nas filosofias gregas que foram fundamentais para o desenvolvimento docristianismo. A vinculação da moral com determinado  status hegemônico em dada

    sociedade é aceita tacitamente pelas mais diferentes abordagens psicossociais hoje emdia. Muitas das teorias da área de Ciências Humanas e Sociais têm este caráter. Nocaso da Psicologia, isto é óbvio quando muitas de suas teorias enfatizam a “adaptaçãoao meio”, dentro da perspectiva funcionalista que norteia boa parte deste campo.

    Criou-se, foucaultianamente, a expressão “agentes da ordem”, como síntese daideia de que a ciência e a profissão se constituíram - e continuam se constituindo -como saberes e práticas a serviço da ideologia de um grupo, colaborando no domíniodeste grupo sobre os demais grupos sociais.

     Não questionamos esta interpretação. Afinal, o psicólogo dos anos 1960-1980era oriundo das camadas altas ou médias da população e partilhava, tal como seuscolegas dessas camadas, de uma posição de elite sob o prisma da qual analisava oscomponentes dos demais setores da sociedade. O que consideramos equivocado é acompreensão de que este “olhar de classe” fosse um olhar estritamente do psicólogo.

    Até onde nossa pesquisa pode obter dados, há um único texto que vincula os psicólogos, enquanto agentes empíricos - e não na perspectiva de atuação moral -, aoregime militar. É de Coimbra, cuja tese de doutorado fo


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