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Cheshvan / Kislev 5773 1 - Revista NascenteCheshvan / Kislev 5773 9 26 Mussar “Riqueza, Orgulho e...

Date post: 15-Dec-2020
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Cheshvan / Kislev 5773 1
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O livro Tif’êret Hayahadut explica que há duas espécies de valores: os quantitativos e os qualitativos, e que a relação entre eles é a mesma que existe entre o natural e o sobrenatural.

Os valores quantitativos estão expressos no material, nos elementos que não possuem san-tidade (divrê chol). Os qualitativos estão expressos no espiritual, nos elementos que possuem santidade e na Torá de Yisrael.

Durante o domínio greco-assírio, que conspirou para impor restrições aos valores judaicos, deflagrou-se uma rebelião liderada pelos chashmonaim – que culminou com a reinauguração do Templo de Jerusalém, no ano 3595, e hoje é comemorada por nós durante os oito dias da festa de Chanucá.

Nessa ocasião, houve um sério confronto entre estes dois valores. Os ideais gregos obje-tivavam o esquecimento dos valores qualitativos, que são eternos, expressos no Povo de Israel e na sua Torá. A cultura grega endeusava os elementos naturais, amava o materialismo e su-blimava a inteligência, esquecendo-se de que sem a força do Criador, o cérebro seria incapaz de funcionar.

A cultura judaica confia na sabedoria que D’us dá aos homens, conforme rezamos diaria-mente: “Atá chonen leadam dáat” – Tu (o Criador) dás ao homem sabedoria.

Assim, os gregos queriam anular a cultura de Israel e declararam guerra contra o es-piritual. A vitória da minoria fraca judia sobre a maioria forte grega representa a vitória da qualidade sobre a quantidade.

Este mesmo princípio manifestou-se no milagre da ânfora de azeite. A pequena quantidade de azeite durou oito dias. O milagre aconteceu porque a pequena quantidade de azeite possuía uma grande qualidade espiritual – o lacre selado do cohen gadol.

Este é o principal ponto do milagre de Chanucá – a descoberta da força qualitativa so-brenatural!

Estes valores também se encontram em cada ser humano: a qualidade e a quantidade, a santidade e o profano, a luz e a escuridão, o natural e o sobrenatural.

Os valores quantitativos, materiais, revelam-se por meio dos desejos superficiais e dis-tantes da santidade. Os valores qualitativos manifestam-se baseados em um ponto central de santidade e provêm de uma centelha de fé herdada de nossos antepassados. Correto seria se as forças da qualidade sempre prevalecessem, e as outras servissem apenas como ferramentas para os elementos qualitativos.

Às vezes, porém, os vícios apagam a kedushá – o ímpeto e o desejo que cada pessoa tem para se aproximar da Torá. Os “gregos” entram no “hechal” do ser humano – sua alma – e impurificam o “azeite” – os pensamentos e os anseios corretos. Mas restará sempre um pe-queno recipiente oculto com o lacre da santidade. Aquele que se empenhar em sua busca, irá encontrá-lo – assim como os chashmonaim.

Mesmo se esta procura for fraca a princípio – com conteúdo para iluminar “apenas um dia” – o milagre de Chanucá se repete e ela arderá por muitos dias.Os dias de Chanucá são propícios para encontrarmos o “azeite” em nossos corações. Após o acendimento das chamas de Chanucá, temos uma excelente oportunidade para transmitir a nossos filhos os conceitos de Chanucá. Com isso, estaremos acendendo também a chama do próprio judaísmo!

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Expedienteprojeto gráfico e editoração: Equipe Nascente

editora: Maguen Avraham

tiragem: 11.500 exemplares

O conteúdo dos anúncios

e os conceitos emitidos nos artigos

assinados são de inteira responsa bilidade

de seus autores, não representando,

necessariamente, a opinião da diretoria ou

de seus associados.

Os produtos e estabelecimentos casher

anunciados não são de responsabilidade da

Revista Nascente. Cabe aos leitores indagar

sobre a supervisão rabínica.

a Nascente contém termos sagrados.

Por favor, trate-a com respeito.

47 Datas e DadosDatas e horários judaicos, parashiyot e haftarot para os meses de cheshvan e kislev.

10 Espaço do LeitorSeu espaço para sugestões, críticas, idéias, colabora-ções e novidades. A sua colaboração é fundamental para que a Nascente possa concretizar sua proposta, que é a de informar, escla-recer e ser um intermediá-rio para a implantação de sugestões da coletividade.

28 Leis e Costumes“Halel”.Rabino I. Dichi

18 Comemorando I“Simchat Bêt Hashoevá”.

44 Comemorando II“O Acendimento da Chanukiyá”.

51 De Criança para Criança“Heroísmo”.Chayim Walder

Nº 122

Capa: Chanucá Seção Comemorando II, pág. 44.

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26 Mussar“Riqueza, Orgulho e Hu-mildade”.Rabino Zvi Miller

25 Pensando Bem I“Pensamentos”.

42 Pensando Bem II“A Neve Esquenta as Orelhas”.

16 Portal Judaico Brasileiro

“Novidades do Portal Ju-daico Brasileiro”.

14 Variedades“15 Passos – Apesar de Tudo, Prossiga!”.

22 Visão Judaica“Proximidade aos Sá-bios”.Rabino I. Dichi

12 Dinheiro em Xeque“O Cartão de Crédito”.A lei judaica sobre casos monetários polêmicos do dia a dia.

54 Infantil“A Vaca, a Parede e os Líderes”.

30 Nossa GenteAcontecimentos que foram destaque na colônia.

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Prezados Senhores,Gostaria de continuar recebendo

esta maravilhosa publicação sobre nosso povo, nossa cultura e a milenar sabedoria do Povo Judeu.

Por favor, alterem meus dados cadastrais. Sou ativa participante da comunidade judaica e por isso acho imprescindível continuar a receber a revista, maravilhosa expressão de “Am Yisrael”.

Grata,

Pérola Ethel MindrychSão Paulo

* * *

Prezado Editor,Gostaríamos de comunicar à nos-

sa comunidade que já temos duas sa-las do Bikur Cholim em São Paulo. A

primeira no Hospital Albert Einstein. E, agora, a recém-inaugurada sala no Hospital Samaritano, localizada no piso térreo – os interessados po-dem retirar a chave com o segurança da recepção.

Em nossas salas encontra-se um ambiente agradável com lanches 100% casher, um lugar para des-canso, para tefilot e tudo necessário para Shabat.

Maiores esclarecimentos podem ser obtidos com as senhoras: Zissy Kohn (99949-5428), Jennifer Sassoun (99614-8288) e Ayala Zajac 3061-9858.

Atenciosamente,

Equipe Bikur CholimSão Paulo

* * *

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Agradecemos a todos os amigos que nos enviaram mensagens de shaná tová e desejamos que seus anseios e os de todo o Povo de Israel sejam atendidos pelo Todo-Poderoso letová velivrachá:

Rabino M. A. Iliovits e família, Rabino Elyahu Baruch Valt e família, R. Aarão Zagury e família, R. Elie Bahbout, Abel Zimberknopf e família, Alberto Maurício Danon, All Kosher, Arquivo Histórico Judaico, Asteca Corretora de Seguros, Avraham Roizenblit, Banco Rendimento, Banco Safra, BDK, Beni Sendrovich, Benoir Wertzner e família, Bernardo Kuperszmit e família, Binyan Olam Institutions, Blue Bay Comercial, Carla Chisman, Carasso Seguros, Casas Bahia, Construtora Atlântica, Damm Produtos Alimentícios, David de Andrade, Eddy Levi e Família, Edmond Khafif, Eduardo Presman e família, Embaixador Rafael Eldad, Emunah Brasil, Enrique Mandelbaum e família, Eshet Chail, Etilux, Família Ejzenbaum, Família Kignel, Família Sterenfeld, Família Pluznik, Federação Israelita do Estado de São Paulo, Federação Israelita do Rio de Janeiro, Floriano Pesaro, Francisco Kirchenchteyn, Fundo Jovem Tsedaká, Gup’s Jeans, Henrique Szajnbrum, HFPJC Avoyseinu, Instituto Educacional Beit Yakov, Jacob Freilich e Família, James Bakery, Jones Gomide e Família, Kehilá & Kashrus, Kehilat Mizrachi, Koshermap Brasil, Leo e Celia Eliza Wolfisz, Line Cartuchos, Maison Menorá, Mash, Meliá Hotels, Menahem S. Khafif, Meor Hashabat Fax, Mordekhai Moas e Família, Mordko Meyer, Noemi Weksler, Reynaldo Eisenstadt e família, Sacolão Higienópolis, Shaarei Dáat, Simon Alouan e família, Sueco, Super K, Tecnisa, Track Empreendimentos, Templo Israelita Brasileiro Ohel Yaacov, Tzvi Szajnbrum, Unibes, Vrasalon, Wizo de São Paulo, Yad Vashem Museum, Yaffie Begun, Yeshivá Guevohá Beer Avraham, Yeshivá Or Torah, Yeshivat Ateret Yisrael, Zaraplast, Zegman Imóveis e Zets.

Agradecimentos

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Efráyim e ReuvenEfráyim e Reuven estavam caminhando

juntos pela rua após um dia de trabalho.

De repente, eles passaram na frente de uma

linda joalheria.

Efráyim, vendo um belíssimo relógio na

vitrine, lembrou-se que era o dia do aniversário

de sua esposa. Imaginou que seria uma grande

surpresa levá-lo como presente para ela. Ficou

imaginando como ela ficaria contente por ele

ter lembrado da data especial e por ter compra-

do um presente de tamanho bom gosto.

O Cartão de CréditoTodas as dúvidas e divergências monetárias de nossos dias

podem ser encontradas em nossos livros sagrados!

Mas Efráyim não tinha dinheiro suficiente

para adquirir o presente. A joalheria não acei-

tava cheques e ele estava sem seu cartão de

crédito.

Efráyim virou-se para seu bom amigo Reu-

ven e pediu-lhe que pagasse a conta com seu

cartão de crédito. Garantiu que dentro de três

dias pagaria integralmente a dívida, já que re-

ceberia seu salário em dinheiro.

Reuven concordou. Pagou com seu cartão

a quantia de mil reais para adquirir o relógio

Dinheiro em Xeque

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para seu amigo.

Após três dias, quando Reuven foi

cobrar a dívida, Efráyim disse que não

pagaria um tostão.

Efráyim argumentou o seguinte:

“Você não perdeu nada! Certa-

mente você não precisará pagar os

mil reais para a companhia do cartão

de crédito. Todos sabem o que acon-

teceu naquela hora! Saiu em todos os

jornais!

“Justamente naquele dia e naquele

horário em que estivemos na joalhe-

ria, ocorreu uma pane nos computa-

dores da empresa de cartão de crédito.

Todas as compras efetuadas naqueles

poucos momentos não foram compu-

tadas, e a empresa decidiu abrir mão

da difícil cobrança.

“Sendo assim, não preciso devol-

ver-lhe os mil reais!”

De fato, ao conferir o extrato do

cartão, Reuven constatou que não foi

efetuada a cobrança do relógio.

Mesmo assim, Reuven argumentou

a Efráyim que foi ele quem teve a sorte

de ter sido “contemplado” com alguns

minutos de “compras de presente”.

Como o cartão era dele, Reuven, a

sua cobrança é que foi anulada. E não

a cobrança de Efráyim.

Portanto, Reuven continuou exi-

gindo a devolução dos mil reais....

Quem deve ficar com os mil reais?

Efráyim ou Reuven?

O Veredicto

Neste caso, os “presentes” foram

dados somente aos portadores de car-

tões de crédito.

A empresa do cartão de crédito

resolveu “presentear” seus clientes,

abrindo mão de cobrá-los.

Efráyim recebeu o relógio graças

ao pagamento efetuado com o cartão

de Reuven. Neste momento, Efráyim

ficou obrigado a pagar o valor para

seu amigo. Independente de Reuven

ter sido contemplado com uma isen-

ção de cobrança, Efráyim continua de-

vedor.

Assim, quem pegou emprestado

tem que pagar. Efráyim precisa pa-

gar o dinheiro para Reuven mesmo

sem este precisar pagar qualquer va-

lor para a companhia. Foi Efráyim que

ganhou o presente, e não Reuven.

Do semanário “Guefilte-mail”

([email protected]). Traduzido de aula ministrada pelo Rav

Hagaon Yitschac Zilberstein Shelita Os esclarecimentos dos casos estudados

no Shulchan Aruch Chôshen Mishpat são facilmente mal-entendidos. Qualquer detalhe omitido ou acrescentado pode

alterar a sentença para o outro extremo. Estas respostas não devem ser utilizadas na

prática sem o parecer de um rabino com grande experiência no assunto.

Dinheiro em Xeque

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Novidades do PortalAlgumas das últimas inserções no Portal Judaico Brasileiro

Daf Hayomi

As aulas de Daf Hayomi, o curso de uma folha

do Talmud por dia, está com um novo projeto.

Agora, na página Daf Hayomi do Portal, o

estudante do Talmud encontra quatro opções

para o seu estudo:

1. Ícone de filmadora:

Clicando na filmadora, aparece o vídeo da

aula e também as páginas da Guemará relacio-

nadas com a aula.

2. Ícone “flecha play”.

Clicando na flechinha começa a funcionar

apenas o áudio.

Esta opção pode ser recomendável para

alguém que tenha a Internet muito lenta para

assistir o vídeo. Além disso, o áudio não é desa-

bilitado quando se navega pelo site.

3. Ícone download (flecha para baixo).

Clicando nesta flecha, começa o download

do áudio da aula.

Esta opção é recomendável para quem quer

levar a aula para ouvir no carro ou em seus apa-

relhos eletrônicos. É uma opção importante, pois

é a única que funciona nos iPhones e iPads.

4. Ícone livro.

Clicando no livro, abre a massêchet na ín-

tegra.

Além disso, há uma janela na Home Page

Portal Judaico Brasileiro

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com 15 aulas de Daf Hayomi

Todas as folhas do Tratado de Be-

rachot e as 25 primeiras folhas do Tra-

tado de Shabat estão à disposição. O

Tratado de Berachot é uma excelente

sugestão para os iniciantes no estudo

do Talmud.

Vídeos

Novos vídeos do R. Daniel Faour

sobre parashat hashavua.

Doze vídeos com a leitura da Torá

dos dias de semana. Agora são 36 as

parashiyot disponíveis.

Áudios

Três importantes novos cursos do

Rabino Isaac Dichi seguindo o livro Sif-

tê Chayim: Um curso sobre tefilá – ora-

ções – com 32 arquivos. Um curso sobre

a virtude de zerizut – a agilidade – com

13 áudios, e um curso sobre mafsidê

hazehirut – os cuidados com a caracte-

rística de “zelo” – em 12 aulas.

Cinco novos áudios do Rabino I. Di-

chi sobre Pirkê Avot: Três sobre o capí-

tulo 5 e dois sobre o capítulo 6.

Ainda do Rabino Dichi, 3 novas

aulas sobre as famosas “Hilchot Deot”,

leis de boa conduta, ética e boas virtu-

des do Rambam.

A última aula do R. Daniel Faour

sobre Parashat Beshalach e as 8 pri-

meiras sobre Parashat Yitrô. Nestes

áudios são explicados com detalhes os

4 primeiros dos Dez Mandamentos.

Três palestras de Clement Aboulá-

fia. Mais 9 “Curtas e Boas”.

Gente

Centenas de novas fotos e dezenas

de filmes de eventos ocorridos no últi-

mo bimestre.

Trinta e duas “novas” fotos antigas

e quatro filmes na nova Galeria Randô-

mica Recordar.

Leis e Costumes

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Simchat Bêt HashoeváComemoração em lembrança de Simchat Bêt

Hashoevá em chol hamoed Sucot

Comemorando I

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Na parashá ShofetimRabino Isaac Dichi

Proximidade aos Sábios Devemos seguir com zelo as determinações dos nossos sábios.

Na parashá Shofetim consta uma passagem

esclarecendo que seguir as determinações dos

sábios da Torá também é um preceito da Torá

(Devarim 17:11): “Lô tassur min hadavar asher

yaguídu lechá yamin usmol” – Não te desviarás

da sentença que te anunciarem nem para a di-

reita nem para a esquerda.

A Guemará, no tratado de Sucá (44b), traz o

seguinte episódio: Um yehudi se aproximou de

dois sábios daquela época, Aybo e Rabi El’azar

ben Rabi Tsadoc com uma dúvida. Ele pergun-

tou aos sábios se os seus empregados podiam

comer um pouco de azeitonas e uvas dos seus

campos, apesar de estarem em um ano sabáti-

co – o ano em que a terra deve descansar. Rabi

El’azar respondeu que não. Então, o homem

imediatamente foi acatar a determinação do sá-

bio; foi ordenar aos trabalhadores que não mais

comessem as frutas.

Sobre este episódio, Aybo conta que Rabi

El’azar disse que já fazia 40 anos que era rabino

naquele lugar e que nunca vira uma pessoa tão

aplicada como aquele homem no cumprimento

das palavras dos sábios.

Depois de algum tempo, o mesmo homem

voltou, dizendo que já ordenara que seus empre-

gados parassem de comer e perguntou como de-

veria proceder então. Rabi Elazar respondeu que

ele deveria fazer “hefker” dos seus campos; ou

seja, abrir as portas para os pobres. Desta forma

eles também poderiam comer as frutas. Além

disso, o empregador deveria pagar o salário de-

vido aos seus empregados já que, naquele ano,

as frutas não poderiam servir como salário.

Sobre este caso da Guemará, Rabi Yisrael

Missalant zt”l pergunta por que Rabi El’azar ben

Rabi Tsadoc ficou impressionado com aquele ho-

mem. Afinal, era apenas um episódio de acato a

uma decisão rabínica, a uma interpretação da

lei. Normalmente, quando uma pessoa pergun-

ta alguma coisa a um sábio, tem a intenção de

cumprir a recomendação à risca. Então, o que

aquele homem fez de peculiar que impressionou

o sábio?

A resposta de Rabi Yisrael Missalant a isso

é que realmente o caso dele foi especial. Aquele

homem foi acatar a decisão do sábio imediata-

mente após ouvir sua determinação, agindo com

zelo e diligência. Somente depois de corrigir a

situação, que ele foi perguntar como deveria

proceder daí para frente.

Sobre respeitar o conselho dos sábios, o Mi-

chtav Meeliyáhu (vol I, pág 59) explica que o

Todo-Poderoso, com Sua bondade, fez com que

cada geração possuísse os seus guias espirituais,

os sábios da Torá, de abençoada memória. Todo

aquele que analisa os conselhos destes sábios

percebe o quanto suas palavras são claras e suas

condutas adequadas, dignas de pessoas “yesha-

rim” – corretas.

O Rambam cita sobre isso, que alguém que

toma decisões sem consultar primeiramente os

sábios é comparado a uma pessoa que anda na

escuridão.

O Michtav Meeliyáhu explica ainda que to-

dos aqueles que desejam, podem aproveitar dos

conhecimentos, da sabedoria dos eruditos da

Torá. Basta seguir seus passos e sempre ques-

tioná-los sobre qual deve ser a conduta correta.

Desta forma, fica fácil perceber que as opiniões

destes sábios são claras e diretas, até mesmo em

coisas pequenas, em conselhos corriqueiros. Os

verdadeiros sábios são os que seguem os passos

dos mestres anteriores, recebendo assim uma

influência direta destes.

O Rav Aharon Kôtler, no livro Mishnat Rabi

Aharon (vol. 1, pág. 211) explica que muitas pes-

Visão Judaica

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soas são levadas a pensar que, em uma

geração na qual a Torá está mais en-

fraquecida, as pessoas podem se con-

tentar com pouco. Em um lugar onde

o nível de Torá está fraco, poderíamos

pensar da seguinte forma: “Vamos in-

centivar um procedimento ‘meio erra-

do’, que é melhor do que nada”. Este

raciocínio, segundo o judaísmo, não é

correto. Vemos na Guemará, que os

sábios têm uma visão diferente desta.

Justamente nos pontos onde a Torá

está mais fraca é que deve haver um

esforço maior.

No Talmud (Massêchet Eruvin 6a)

consta que Rav “viu um precipício e fez

uma cerca”. Rashi explica esta passa-

gem dizendo que este sábio percebeu

que havia pessoas desconhecedoras

da Torá, que desprezavam as mits-

vot, e recomendou que elas seguissem

um procedimento mais rigoroso, para

protegê-las do pecado. Este “cuidado

adicional”, instituído por Rav, foi com-

parado com uma cerca ao redor de um

buraco perigoso.

Vemos, portanto, que em uma si-

tuação na qual existe um afrouxamen-

to da Torá, devemos estabelecer mais

uma cerca para nos protegermos. Esse

conceito de “cerca” depende de cada

um. Cada pessoa sabe em que pontos

do cumprimento da Torá e das mitsvot

está mais fraca. A melhor maneira de

conseguir fazer uma cerca é por inter-

médio do estudo da Torá. Quando nos

esforçamos no estudo da Torá, auto-

maticamente é levantada uma barreira

diante dos pecados.

Sobre este conceito, encontramos

um comentário do Rabi Yoel Missátmer

no livro Divrê Yoel (pág. 35): Algumas

pessoas argumentam que o fato de a

senhora que cuida do micvê ser rigoro-

sa na verificação das frequentadoras,

poderia inibir o comparecimento ao

Visão Judaica

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micvê. Sobre isso, o Rabi Yoel explica,

então, que não podemos relaxar em

nada por esse tipo de argumentação.

Nós temos que fazer nosso papel. Jus-

tamente nos pontos onde há um afrou-

xamento das mitsvot é que devemos

ser mais cuidadosos.

Um comentário parecido com esse

encontramos no Shut Igrot Moshê do

Rav Moshê Feinstein. Segundo a lei ju-

daica, uma mulher que recebe o guet,

o divórcio, deve esperar pelo menos

92 dias para se casar novamente. Este

livro traz o caso de uma mulher que

já esperava há muitos anos que o seu

marido lhe desse o guet. Quando final-

mente ela o recebeu, não queria mais

esperar para se casar novamente. O

rabino que acompanhava o caso per-

guntou ao Rav Moshê Feinstein sobre

como proceder, argumentando que se

ele não acatasse o desejo da mulher,

ela talvez fosse procurar algum outro

lugar, não idôneo, para se casar. O

Rav Moshê Feinstein respondeu então:

“Nós precisamos fazer nossa obrigação

e seguir as recomendações dos nossos

sábios, devemos esperar os 92 dias.”

A Guemará cita em Massêchet

Avodá Zará (35a) algo muito interes-

sante. Em Êrets Yisrael, quando os sá-

bios estipulavam um decreto, eles não

revelavam seu verdadeiro motivo du-

rante o primeiro ano. A Guemará men-

ciona, ainda, que existem pessoas que

acabam desprezando as palavras dos

sábios. Sobre esta passagem, o comen-

tarista Rashi escreve que, se os sábios

explicassem o motivo do decreto, mui-

tas pessoas poderiam argumentar que

não concordam totalmente com ele ou

tirar conclusões enganadas que achas-

sem cabíveis em seus casos particula-

res. Poderiam até concluir que o decre-

to não se aplica a eles. Na realidade,

além do motivo aparente que levava

nossos sábios a estipularem um decre-

to, existiam outros. Desta forma, não

revelando um motivo único, exclusivo,

do decreto, ficava subentendido que

há uma explicação clara para a atitude

dos sábios, mesmo que não fosse per-

feitamente compreensível por todos.

Assim, as pessoas acatavam com mais

cuidado o que era determinado.

O Rav Mordechay Gifter Shlita traz

a seguinte ponderação sobre o concei-

to de “emuná” – crença: De uma forma

geral, por natureza, em nosso cotidia-

no existe uma crença mútua entre as

pessoas. Quando uma pessoa compra

algo a prazo, por exemplo, o vendedor

acredita que receberá o pagamento no

mês seguinte. Num táxi, igualmente,

ninguém pergunta se o motorista pos-

sui carteira de habilitação. Da mesma

forma, confia-se que o piloto do avião

seja competente para pilotá-lo. Se as

Visão Judaica

pessoas não acreditassem um pouco

umas nas outras, não haveria possibili-

dade de convivência entre os seres hu-

manos. O Rav Gifter pergunta, então,

por que com relação à crença em D’us

e nos nossos sábios esta convicção não

é tão natural. Por que existe a dúvida?

Por que quando o rav fala algo, as pes-

soas questionam tanto?

Sobre isso, o Rabênu Yoná explica

que a crença em D’us é algo totalmente

contrário à natureza humana. Exclusi-

vamente segundo a natureza, a pessoa

não acreditaria em D’us. É obrigação

de cada pessoa dominar seus maus

instintos, lutar contra a sua natureza e

procurar a verdade.

Neste sentido, para fortalecer a

“emuná”, a crença em D’us, e dominar

os instintos naturais do “yêtser hará”,

o mau instinto, é indispensável estar

sempre próximo dos sábios da Torá,

aconselhando-se para resolver eventu-

ais dificuldades e esclarecer dúvidas.

Conforme consta no Talmud: “Ha-

col bidê shamáyim chuts meyir’at

shamáyim” – Tudo está nas mãos de

D’us, exceto o temor a D’us. Tudo o

que ocorre depende dos decretos Divi-

nos, exceto acreditar em D’us, na Torá

e na palavra dos sábios. Isso é algo que

depende somente das pessoas. Para

conseguir atingir esta crença, é neces-

sário um trabalho interior constante de

dominação dos instintos naturais.

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Pensando Bem I

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26 Cheshvan / Kislev 5773

Riqueza, Orgulho e Humildade

Rabino Zvi Miller

Seu crescimento pessoal depende dos maravilhosos

ensinamentos do mussar

Mussar

A escada

“Era uma vez uma escada com dez degraus

encostada na lateral de uma casa.

Mesmo sendo todos os degraus exatamente

da mesma dimensão e feitos da mesma madeira,

o mais alto sentia-se superior a todos os outros.

Embora tivesse um sentimento de arrogância em

relação aos degraus mais baixos, ele era particu-

larmente insolente com o degrau inferior, o mais

baixo da escada, que estava apenas a uma curta

distância da terra.

Olhando com arrogância para os demais de-

graus, ele gritou: “Eu fui escolhido para ficar

acima de vocês e, portanto, sou o degrau maior

e mais importante de todos!”.

Enquanto o degrau superior fazia suas ob-

servações sem sentido, um vizinho passou e ou-

viu a sua arrogante declaração. Ele rapidamente

estendeu a mão e começou a virar a escada de

ponta-cabeça.

Logo, o degrau mais baixo viu-se voar até o

topo. Enquanto o degrau mais alto, de repente,

viu-se caindo do ponto mais alto ao mais baixo!

Quando o degrau arrogante viu o que acon-

teceu, ele imediatamente se arrependeu de toda

a sua presunção. O degrau mais baixo, que ago-

ra se encontrava no topo da escada, tomou mui-

to cuidado de não nutrir nenhum sentimento de

orgulho, pois não queria sofrer o mesmo destino

do degrau orgulhoso.”

A escada nesta parábola é uma alusão à

dinâmica espiritual da riqueza neste mundo. A

partir de nossa perspectiva terrena, parece que

o dinheiro vem às nossas mãos por meio dos

esforços que fazemos; ou seja, nosso trabalho,

criatividade ou profissão. Na verdade, cada cen-

tavo que entra em nossas mãos foi decretado an-

teriormente nos Céus. D’us sozinho decide quem

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Cheshvan / Kislev 5773 27

deve ser rico e quem deve ser pobre.

Se uma pessoa é rica, que lembre

que foi o Todo-Poderoso sozinho Quem

a abençoou com toda a sua prosperi-

dade.

Ao refletirmos sobre essa verdade,

a arrogância não trará a reversão de

nossa sorte. Pelo contrário, mantere-

mos um sentimento de humildade e

permaneceremos com nossas posses

e riquezas.

Humildade

“Rabi Meir disse: ‘Todo aquele

que estuda Torá com intenção pura,

merecerá muitas coisas. Não só isso,

mas o mundo inteiro valeu a pena

ter sido criado por sua causa. O es-

tudo da Torá o reveste de humildade

e reverência aos Céus’” (Pirkê Avot 6,

1).

O Talmud (Eruvin 13b) nos ensina

que as duas principais escolas legisla-

Mussar

doras das leis da Torá foram Bêt Hilel

e Bêt Shamai.

Nossos sábios determinaram que,

nos casos em que há discussão entre

as academias de Bêt Hilel e Bêt Sha-

mai sobre alguma lei, que os rabinos

seguissem a decisão promulgada por

Bêt Hilel como halachá. A razão pela

qual o parecer dos sábios de Bêt Hilel

foi escolhido, é porque Hilel e seus dis-

cípulos seguiram o caminho da humil-

dade, enquanto Shamai e seus discí-

pulos seguiram o caminho da exatidão

e rigor.

No entanto, surge uma pergunta:

Por que a determinação da lei deveria

ser baseada no atributo de humilda-

de? Sabemos que a verdade é adquiri-

da por meio da acuidade intelectual e

erudição. Portanto, no que diz respei-

to à lei, não deveríamos seguir a visão

de Bêt Shamai, que eram conhecidos

por sua destacada erudição e mente

afiada?

A Torá revela que há uma relação

direta entre o raciocínio e a humilda-

de. A magnífica virtude da humildade

desperta méritos para que a pessoa

perceba e entenda a verdade. Portanto,

a humildade de Hilel e seus discípulos

facilitou a sua compreensão da verda-

de. Não apenas isso, mas o mérito da

humildade reforçou a sua capacidade

de captar a verdade além do que con-

seguiram os discípulos mais intelectu-

almente dotados de Bêt Shamai.

Que possamos seguir o caminho de

Hilel e estudar a Torá com humildade.

Aí teremos o mérito de ter característi-

cas agradáveis, bem como conhecer as

grandes verdades da sagrada Torá!

Baseado nos comentários do

Chidá – Rabino Chayim Yossef David

Azulay (Israel e Itália, 1724–1806) –

sobre o Pirkê Avot

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28 Cheshvan / Kislev 5773

As berachot

Todo Rosh Chôdesh* recitamos o Halel Be-

dilug.

* Com exceção de tishri, que é Rosh Hasha-

ná e não se diz Halel, e de tevet, que sempre

coincide com Chanucá, quando se recita o Halel

completo.

Os sefaradim, quando lêem o Halel Bedilug,

não fazem berachá antes de sua leitura. Quando

recitam na íntegra, antes de seu início recitam a

berachá de Baruch... asher kideshánu... ligmor

et hahalel.

Os ashkenazim, tanto quando recitam o Ha-

lel Shalem ou o Chatsi Halel recitam antes a

berachá de Baruch... asher kideshánu... licrô

et hahalel.

Os sefaradim, quando lêem o Halel Bedilug,

não recitam o último parágrafo (Yehalelucha),

aquele que contém a berachá final Baruch... mê-

lech mehulal batishbachot. Somente o recitam

nos dias que se pronuncia o Halel Gamur.

Os ashkenazim falam esta berachá tanto nos

dias que se diz o Halel Shalem como nos dias

que se diz o Chatsi Halel.

Há ainda uma opinião (para os ashkenazim),

segundo a qual nos dias que se diz o Chatsi Halel

(bedilug) somente o chazan pronuncia a primei-

ra e a última berachá tendo a intenção de exi-

mir os presentes – e estes tendo a intenção de

eximirem-se (veja cap. 15 par. 3).

A seguir, a relação dos dias nos quais recita-

se o Halel Gamur (Shalem):

- Os dois primeiros dias de Pêssach.

- Os dois dias de Shavuot.

- Os sete dias de Sucot.

Halel Há ocasiões em que recitamos o “Halel Gamur” (ou Shalem – na íntegra)

e há ocasiões que recitamos o “Halel Bedilug” (Chatsi Halel – sem os

trechos que iniciam com Lô lánu e Ahávti ki yishmá).

Rabino Isaac Dichi

- Shemini Atsêret.

- Simchat Torá.

- Os oito dias de Chanucá.

Perfazendo um total de vinte e um dias por

ano.

Nos seis dias restantes de Pêssach, bem

como em Rosh Chôdesh, recitamos o Halel Be-

dilug (Chatsi Halel).

Regras gerais

É necessário dizer o Halel em pé e é reco-

mendável não se apoiar em nada.

É necessário dizer o Halel com alegria, pau-

sadamente, com tom de canto e agradecimento

ao Todo-Poderoso.

É proibido interromper o Halel com conver-

sas durante a sua leitura.

O Halel deve ser recitado, um capítulo logo

após o outro, sem interrupção. Também não se

deve esperar em silêncio no meio da leitura um

período de tempo equivalente ao necessário para

recitar todo o Halel.

Mas caso seja feita alguma interrupção,

mesmo falando, não será necessário repetir o

Halel.

Interrupção durante o Halel para respon-

der devarim shebicdushá

Em Rosh Chôdesh e do terceiro dia de Pêssa-

ch em diante, quando se recita o Halel Bedilug

(incompleto), durante sua leitura deve-se respon-

der Cadish, Kedushá, Barechu, Modim anáchnu

Lach e amen de berachot. Mas não se responde

“baruch Hu uvaruch Shemô”. Os sefaradim, que

não recitam berachá nestes casos, respondem

Leis e Costumes

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Cheshvan / Kislev 5773 29

inclusive os amenim posteriores aos

cinco primeiros do Cadish.

Nos dias que se recita o Halel com-

pleto, no meio da recitação dos capítulos

deve-se responder Kedushá, Barechu,

Modim anáchnu Lach e alguns amenim

do Cadish. Para os sefaradim deve-se

responder os cinco primeiro amenim

do Cadish. Para os ashkenazim deve-se

responder apenas dois amenim do Ca-

dish: amen yehê shemêh rabá... e amen

de “daamiran bealma”. Os ashkenazim

também respondem amen de Hael Ha-

cadosh e de Shomea Tefilá.

Nos dias que se recita o Halel com-

pleto, entre os capítulos (conforme a

divisão do Sêfer Tehilim) responde-se

também amen sobre qualquer bera-

chá.

Se, ao chegar à sinagoga, o tsibur

estiver prestes a dizer o Halel, deverá

dizê-lo com o tsibur, contanto que com

isto não perca o zeman de Keriat She-

Leis e Costumes

má e o zeman tefilá.

Se estiver no meio de Pessukê De-

zimrá (os salmos compreendidos entre

Baruch Sheamar e Yishtabach) e o tsi-

bur começou a recitar o Halel:

- Nos dias que se recita Halel Be-

dilug (Chatsi Halel), os ashkenazim

interrompem e acompanham o tsibur

com o Halel, não fazendo nenhuma be-

rachá, nem no inicio nem no final.

- Nos dias que se recita Halel Ga-

mur não se deve interromper, deixando

para falar o Halel com as devidas bera-

chot após a Amidá.

- O costume dos sefaradim é não

interromper para dizer nem mesmo o

Halel Bedilug.

Do livro “Vaani Tefilá”.

Todas as fontes pesquisadas são citadas na referida obra. Os interessados podem adquirir gratuitamente um exemplar na

secretaria da Congregação.

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42 Cheshvan / Kislev 5773

A reza de ShabatA reza de Shabat se encerrara.

Pelas portas da sinagoga saíam todos os que

estavam rezando enrolados em seus taletot.

O movimento da rua borbulhava, já que as

lojas dos não judeus estavam abertas.

Ainda na frente da sinagoga, os yehudim se

despediam sorridentes desejando Shabat sha-

lom antes de se dispersarem.

O rabino andava pelas ruas em passos cal-

mos. Sobre seus ombros o talet. A sua imagem

inspirava a santidade do Shabat. Eis que em

sua frente caminhava Menachem, um rico judeu,

fumando. Ele era conhecido por realizar pecados

da Torá propositadamente em público.

– Shabat shalom, senhor Menachem! – cum-

primentou-o o rabino advertindo-o em seguida:

– Você não sabe que é proibido fumar no

Shabat? Como pode um judeu com um coração

A Neve Esquenta as Orelhas

quente como o seu desprezar o Shabat em pú-

blico?

– Ora, rabino! Então o senhor não ouviu

como eu ajudei ontem os judeus perante o go-

verno? Não vê tudo o que faço pelos judeus? Mais

do que todos os que cumprem o Shabat nesta

cidade! Como o senhor pode me advertir desta

maneira?

Assim respondeu o homem, cheio de alti-

vez.

O rabino encarou Menachem fixamente e

falou:

– Você gostaria de ouvir uma história?

O rico assentiu com um leve gesto da cabeça

e o rabino iniciou seu relato:

“Certa vez, um sujeito chamado José viajava

em uma carroça numa noite fria de inverno. O

caminho estava coberto de neve branca e um

Pensando Bem II

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Cheshvan / Kislev 5773 43

vento gelado balançava os galhos das

árvores na floresta próxima.

– Ai! – resmungou José, seguran-

do suas orelhas, azuis de tanto frio. –

Minhas orelhas doem tanto! Acho que

elas congelaram de tanto frio!

O cocheiro parou os cavalos e fa-

lou: ‘Desça da carroça, pegue com

suas mãos uma grande quantidade

de neve e esfregue-a nas suas orelhas

até que elas esquentem. Não se preo-

cupe! Depois disso as orelhas voltarão

ao normal e tudo ficará bem.’

José pulou da carroça e pegou um

punhado de neve em suas mãos. Esfre-

gou em suas orelhas uma, duas vezes,

e... Fantástico! A dor passou.

Os cavalos continuaram seu cami-

nho e José ficou contente e risonho.

– Que sorte que minhas orelhas

congelaram no inverno e não no verão!

– Falou animado para o cocheiro. – Se

fosse no verão, como eu conseguiria

encontrar neve nos campos! Minhas

orelhas continuariam congeladas para

sempre e não ficariam curadas nun-

ca!”

– Há! Há! Há! – gargalhou o rico

que ouvia a história. – Que piada! O seu

José é um tolo de primeira!

– Realmente, meu caro – falou o ra-

bino em tom sério.

O senhor Menachem logo percebeu

que o rabino queria continuar falando

algo muito importante. Então parou de

rir e ouviu algo que não esperava:

– Se eles não estivessem no inverno

– disse o rabino – não seria necessária

a neve para esquentar as orelhas do

José. Mas saiba que muitas pessoas

pensam de forma análoga ao José. Por

acaso você sabe por que nos últimos

tempos são determinados maus decre-

tos para o Povo de Israel? Por causa de

pessoas que desprezam nossa Torá! E

principalmente por causa de pessoas

que incitam outros ao pecado. Essas

pessoas são como o frio que congela

a chama da sagrada Torá. Se nós to-

dos cumpríssemos as mitsvot como se

deve, não existiriam estes “invernos”;

não haveria decretos ruins para que

vocês tivessem que nos ajudar junto ao

governo!

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44 Cheshvan / Kislev 5773

A fim de recordar

Comemorando II

O Acendimento da ChanukiyáA fim de recordar e de fazer saber o grande

milagre de Chanucá, nossos sábios determina-

ram que acendêssemos as chamas de Chanucá

durante as oito noites da festa. Geralmente, co-

loca-se a chanukiyá sobre uma mesinha, ao lado

esquerdo da porta de entrada, frente à mezuzá

– que está do lado direito – para envolver a en-

trada da casa com mitsvot. Há ainda aqueles que

costumam colocar a chanukiyá na janela que dá

para a via pública, de maneira tal que seja visível

aos transeuntes. Contudo, não se deve colocá-la

acima de 9,3 metros do solo.

A luz da chanukiyá é sagrada pelo fato de

que é com ela que recordamos o acendimento

da Menorá do Bêt Hamicdash. Ela não pode ser

utilizada para outro fim, como para fazer algum

trabalho ou para ler. Por isso, acrescentamos

uma vela extra chamada shamash, cuja luz pode

ser utilizada em caso de necessidade.

As luzes da chanukiyá devem estar alinha-

das numa mesma fileira e todas devem ficar na

mesma altura. As luzes devem estar distantes o

suficiente para que as chamas não se toquem. No

caso de usar velas de cera, deve-se aumentar a

distância entre elas, para que uma não derreta

a outra.

Na primeira noite de Chanucá (25 de kislev),

acende-se uma vela; na seguinte, duas, na ter-

ceira, três e assim sucessivamente até a oitava

noite, na qual acendem-se as oito velas (mais

a vela piloto – shamash – que é acesa todas as

noites). Assim decidiu Bêt Hilel, para que os

transeuntes pudessem reconhecer – conforme o

número de luzes – qual era o dia da festa. Não

obstante, aquele que, por algum motivo, acende

uma só vela todas as noites, pode acendê-la com

as bênçãos correspondentes.

As luzes de Chanucá devem permanecer

acesas pelo menos durante meia hora após o

aparecimento das estrelas. Antes de acendê-las,

devemos nos certificar de que temos a quantida-

de suficiente de azeite, ou no caso de usarmos

velas, que estas sejam bastante grandes para que

permaneçam acesas durante o tempo necessário.

É preferível acender a chanukiyá com azeite a

acendê-la com velas.

De preferência, acende-se a chanukiyá ime-

diatamente após o aparecimento das estrelas.

Porém, se não puder acender imediatamente

após a saída das estrelas, poderá acender mais

tarde, mas não muito tarde a ponto de não ha-

ver mais transeuntes nas ruas ou membros da

família acordados em casa, para cumprir com

a obrigação de divulgar o milagre de Chanucá.

Durante a primeira meia hora, por respeito ao

acendimento das velas, devemos tratar de não

realizar nenhum trabalho – especialmente as

mulheres, que tiveram participação decisiva re-

lacionada com os acontecimentos da história de

Chanucá.

Os sefaradim costumam acender uma cha-

nukiyá por casa, devendo, de preferência, ser

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Cheshvan / Kislev 5773 45

Comemorando II

acesa pelo chefe da família com a pre-

sença de todos.

As mulheres têm a mesma obriga-

ção que os homens de acender as velas.

Portanto, num lugar onde só moram

mulheres, uma delas deve acender a

chanukiyá e recitar as respectivas bên-

çãos.

Os ashkenazim têm o costume de

que cada membro da família acende

sua própria chanukiyá, exceto as mu-

lheres. As esposas devem acender so-

mente quando o marido está ausente.

Na sexta-feira, véspera do Shabat,

as velas de Chanucá são acesas antes

daquelas que correspondem ao Shabat.

Deve-se preparar uma maior quanti-

dade de azeite ou velas de tamanho

maior, a fim de assegurar que ardam

até meia hora após o nascer das es-

trelas. Sábado à noite, motsaê Shabat,

acendem-se as luzes depois do término

do Shabat – após a Havdalá.

Neste ano, a primeira vela de Cha-

nucá deve ser acendida na noite de sá-

bado, dia 8 de dezembro. A vela deve

ser posicionada no lado direito da cha-

nukiyá.

A partir da segunda noite, acres-

centa-se, a cada noite, uma nova vela

à esquerda das primeiras. Costuma-se

colocar as velas na chanukiyá da di-

reita para a esquerda, mas devem ser

acendidas da esquerda para a direita

(veja ilustração). Ou seja, acende-se

primeiro a vela correspondente àquela

noite e, em seguida, a que foi acesa na

noite anterior.

Deve-se sempre acender as velas da

esquerda para a direita. Quando pro-

nunciar a berachá, a vela mais próxima

de quem recita a berachá deverá ser a

vela daquela noite – a da esquerda.

Todas as noites recita-se as seguin-

tes berachot (pronunciar os hífens nos

nomes de D’us como a letra “o”).

Baruch Atá Ad-nay El-hênu Mêle-

ch haolam asher kideshánu bemits-

votav vetsivánu lehadlic ner Chanu-

cá (os ashkenazim terminam com: ner

shel Chanucá).

Baruch Atá Ad-nay El-hênu Mêle-

ch haolam sheassá nissim laavotênu

bayamim hahem bazeman hazê.

Que significam:

A fonte das bênçãos és Tu, Hashem

nosso D’us, Rei do Universo, Que nos

santificou com Seus preceitos e nos or-

denou acender a vela de Chanucá.

A fonte das bênçãos és Tu, Hashem

nosso D’us, Rei do Universo, Que fez

milagres para os nossos antepassados

naqueles dias nesta época.

Na primeira noite acrescenta-se

uma terceira berachá antes de acen-

der. Aqueles que, por algum motivo,

deixaram de acender na primeira noi-

te, quando acenderem pela primeira

vez, também devem recitar a terceira

berachá:

Baruch atá Ad-nay El-hênu Mêle-

ch haolam shehecheyánu vekiyemá-

nu vehiguiyánu lazeman hazê.

Que significa:

A fonte das bênçãos és Tu, Hashem

nosso D’us, Rei do Universo, Que nos

deu vida e nos fez existir e nos fez al-

cançar esta época.

Há quem costuma acender as velas

com o auxílio do shamash e há os que

utilizam uma outra vela. De qualquer

forma, as bênçãos devem ser proferi-

das imediatamente antes do acendi-

mento da vela da noite (e não antes do

shamash).

Se uma vela se apagar durante o

período da meia hora desde o apareci-

mento das estrelas, exceto no Shabat,

costuma-se reacendê-la sem recitar

novamente as bênçãos. É permitido

apagar as velas ou mudá-las de lugar

depois que arderam o tempo mínimo

necessário de 30 minutos, exceto na

sexta-feira à noite.

Se, por qualquer motivo, alguém

não pôde acender as velas de Chanucá

em uma das noites, deverá continuar a

acender na noite seguinte conforme o

número correspondente. Por exemplo:

se não acender na quarta noite, deverá

acender cinco velas na quinta noite.

Também na sinagoga deve-se

acender as velas de Chanucá, pro-

clamando assim o milagre ocorrido;

porém, nenhum dos presentes, nem

mesmo o encarregado de acendê-las,

fica por isso isento de acender as velas

em sua casa.

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Cheshvan / Kislev 5773 47

Datas e Dados

Cheshvan5773

Cheshvan 17 de Outubro a

14 de Novembro de 2012

5773

ROSH CHÔDESHTerça e quarta, 16 e 17 de outubro.Não se fala Tachanun no dia e em Minchá da véspera.Acrescenta-se Yaalê Veyavô nas amidot e no Bircat Hamazon.Acrescenta-se Halel Bedilug em Shachrit.Acrescenta-se a oração de Mussaf.

BIRCAT HALEVANÁPERÍODO PARA A BÊNÇÃO DA LUA

Início (conforme costume sefaradi): Segunda-feira, 22 de outubro, a partir de 19h44m (em São Paulo, no horário de verão).

Final: Toda a noite de segunda-feira e madrugada de terça-feira, 30 de outubro, até as 05h03m (em São Paulo, no horário de verão).

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CHANUCÁDe 9 a 16 de dezembro de 2012.

Primeira vela - sábado, 8 de dezembro à noite.Oitava vela - sábado, dia 15 de dezembro à noite.

Em Chanucá é proibido jejuar.Durante os dias de Chanucá não se diz Tachanun,

recita-se o Halel completo e faz-se as leituras especiais na Torá.Nesta festa, instituída por nossos sábios, celebramos a grande salvação que D’us proporcionou aos

macabeus, que apesar de serem poucos, se comparados com as forças helenísticas, derrotaram-nas. Comemoramos também o milagre da ânfora de azeite, cujo conteúdo bastava para um único dia,

mas que durou oito – o tempo necessário para a produção de novo azeite puro.Chanucá quer dizer inauguração (ou consagração) e refere-se à reconsagração do Templo ao serviço

Divino, após ter sido profanado com imagens e práticas pagãs durante o domínio greco-assírio.Chanucá é observada durante oito dias, a partir do dia 25 de kislev,

com o acendimento da chanukiyá ao anoitecer.De preferência, acende-se a chanukiyá imediatamente após o aparecimento das estrelas e não muito tarde a ponto de não haver mais transeuntes nas ruas ou membros da família acordados em casa, para cumprir a obrigação de divulgar o milagre. Durante meia hora após o acendimento, em honra às luzes de Chanucá, evitamos realizar qualquer trabalho – especialmente as mulheres, pois elas tiveram participação decisiva

no desfecho dos acontecimentos da história de Chanucá.Tanto os homens quanto as mulheres têm obrigação de acender as luzes de Chanucá. Porém, mulheres

casadas somente devem acender quando o marido está ausente.Os sefaradim costumam acender uma chanukiyá por casa, devendo, de preferência, ser acesa pelo chefe

da família com a presença de todos. Os ashkenazim têm o costume de cada membro da família acender a sua própria chanukiyá, exceto as mulheres.

Costuma-se colocar as velas na chanukiyá da direita para a esquerda, mas devem ser acesas da esquerda para a direita. Há quem costuma acender as velas com o auxílio do shamash e há os que utilizam uma

outra vela. De qualquer forma, as bênçãos devem ser proferidas antes do acendimento da vela do dia – e não antes do acendimento do shamash.

Kislev5773

Kislev15 de Novembro a

13 de Dezembro de 2012

5773

ROSH CHÔDESHQuinta-feira, 15 de novembro.Não se fala Tachanun no dia e em Minchá da véspera.Acrescenta-se Yaalê Veyavô nas amidot e no Bircat Hamazon.Acrescenta-se Halel Bedilug em Shachrit.Acrescenta-se a oração de Mussaf.

BIRCAT HALEVANÁPERÍODO PARA A BÊNÇÃO DA LUA

Início (conforme costume sefaradi): Terça-feira, dia 20 de novembro, às 23h25m (em São Paulo, no horário de verão).

Final: Quarta-feira, 28 de novembro, às 6h11m da manhã (em São Paulo, no horário de verão).

BARECH ALÊNUComeça-se a recitar o trecho de Barech Alênu (veten tal umatar) nas amidot a partir do Arvit de terça-feira, dia 4 de dezembro.

Datas e Dados

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Cheshvan / Kislev 5773 49

Horário de Acender as Velas de Shabat em São PauloJá considerando o horário de verão

19 de outubro - 17h53m26 de outubro - 18h56m02 de novembro - 19h00m09 de novembro - 19h05m16 de novembro - 19h09m

23 de novembro - 19h14m30 de novembro - 19h19m07 de dezembro - 19h24m14 de dezembro - 19h28m21 de dezembro - 19h32m

Parashat Hashavua20 de outubro - Parashat: Noach Haftará: Roni Acará27 de outubro - Parashat: Lech Lechá Haftará: Lama Tomar Yaacov03 de novembro - Parashat: Vayerá Haftará: Veishá Achat10 de novembro - Parashat: Chayê Sará Haftará: Vehamêlech David17 de novembro - Parashat: Toledot Haftará: Massá Devar Hashem24 de novembro - Parashat: Vayetsê Haftará: Veami Teluim (sefaradim)01 de dezembro - Parashat: Vayishlach Haftará: Chazon Ovadyá (sefaradim)08 de dezembro - Parashat: Vayêshev Haftará: Cô Amar Hashem15 de dezembro - Parashat: Mikets Haftará: Roni Vessimchi (Chanucá)22 de dezembro - Parashat: Vayigash Haftará: Vayhi Devar Hashem

Minchá de Êrev ShabatJá considerado o horário de verão

Minchá de Shabat Já considerado o horário de verão

Horário das TefilotShachrit - De segunda a sexta-feira - 20 min. antes do nascer do Sol (vatikim), 06h20m (Midrash Shelomô Khafif), 06h50m (Zechut Avot), 07h15m (Ôhel Moshê) e 07h50m (Midrash Khafif). - Aos sábados - 08h15m (principal), 08h20m (Zechut Avot), 08h40m (infanto- juvenil) e 08h45m (ashkenazim). Aos domingos e feriados - 20 min. antes do nascer do Sol, 07h30m e 08h30m.Minchá - De domingo a quinta - 18h35m e 19h00m.Arvit - De domingo a quinta - 19h15m e 20h00m.

19 de outubro - 17h53m26 de outubro - 18h56m02 de novembro - 19h00m09 de novembro - 19h05m16 de novembro - 19h09m

20 de outubro - 17h30m27 de outubro - 18h35m04 de novembro - 18h40m10 de novembro - 18h45m17 de novembro - 18h50m

Próximas Comemorações Judaicas

23 de novembro - 19h14m30 de novembro - 19h19m07 de dezembro - 19h24m14 de dezembro - 19h28m21 de dezembro - 19h32m

24 de novembro - 18h55m01 de dezembro - 19h00m08 de dezembro - 19h05m15 de dezembro - 19h05m22 de dezembro - 19h10m

Datas e Dados

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50 Cheshvan / Kislev 5773

Tabela de Horários • Cheshvan / Kislev 5773Acrescentar 1 hora na vigência do horário de verão

São Paulo

DiaNets

Hachamá (nasc. Sol)

Zeman Tefilin

Alot Hashá-

charChatsot

Sof Zeman Keriat Shemá Sof Zeman Amidá Sof Zem. Mussaf Pêleg Haminchá Shekiá (pôr-

do-sol)

Minchá Guedolá de alot

a tsetdo nets à shekiá

de alot a tset

do nets à shekiá

de alot a tset (72m)

de alot a tset

do nets à shekiá

do nets à shekiá

de alot a tset

Dez

embr

oN

ove

mb

roO

utu

bro

4:224:214:204:194:194:184:174:164:154:144:134:124:124:114:104:094:084:084:074:064:064:054:044:044:034:024:024:014:014:004:003:593:593:593:583:583:573:573:573:573:563:563:563:563:563:563:563:563:563:563:563:563:563:563:563:563:563:57

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1718192021222324252627282930311 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 2122232425262728293012345678910111213

12:5512:5512:5512:5512:5512:5512:5512:5512:5512:5512:5512:55 12:5512:5512:5512:5512:5512:5512:5612:5512:5612:5612:5612:5612:5612:5612:5712:5712:5712:5812:5712:5812:5812:5812:5912:5913:0013:0013:0013:0113:0113:0113:0213:0213:0213:0313:0413:0413:0413:0513:0513:0613:0613:0613:0713:0813:0813:08

Datas e Dados

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Cheshvan / Kislev 5773 51

Chayim Walder

Heroísmo

De Criança para Criança

Meu nome é Dani.Estudo na terceira série. Não sou um garoto saudável. Desde que nasci, tenho uma grave doença que prejudica

meu desenvolvimento físico.Não posso comer nem beber tudo o que desejo. Minha dieta é limitada.Tenho dificuldade em andar. Mas não é só isso. De forma geral, também sou vaga-

roso em todos os movimentos. Todas as ação que vocês realizam com facilidade – para mim são muito difíceis.

Na primeira série, quando entendi que eu era diferente dos outros, fiquei amargura-do: Por que eu não era como todas as outras crianças? Com o tempo, porém, aprendi a resignar-me à realidade e entendi que D’us tem as Suas próprias contas. Ele tem Seus motivos para tudo. Mesmo que às vezes não os entendemos.

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52 Cheshvan / Kislev 5773

De qualquer forma, tenho tantas coisas sobre as quais agradecer a D’us! Por exem-plo, que minha mente não foi afetada. Graças a D’us, entendo tudo o que me ensinam na classe e sei responder a todas as perguntas que nos fazem.

É verdade, tenho dificuldade para escrever. Eu já lhes disse que sou vagaroso, não? Mas eu sento nos recreios ou depois das aulas, durante longas horas, e escrevo devaga-rinho, uma letra e mais uma, até terminar todas as lições.

O professor me disse que não tenho obrigação de preparar todas as lições. Mas eu quero provar a ele, e a mim mesmo, que eu consigo.

Às vezes, vejo crianças que tentam esquivar-se de preparar lições, e eu definitiva-mente não as entendo... Afinal, agradeço tanto a D’us por ter a possibilidade de saber as respostas e escrevê-las, mesmo sendo difícil para mim – como estas outras crianças recusam o presente que D’us lhes deu!

Posso sair quando quiser da classe. Sabem por quê? No começo do ano, ouvi o dire-tor dizer ao meu professor:

– Você deve deixar o Dani sair quando quiser. Ele tem um problema.No começo, pensei: “Que legal! Posso sair a hora que quiser!”. Mas depois pensei

que, se eu ficar saindo muitas vezes, só prejudicarei a mim mesmo, pois perderei matéria e não ficarei sabendo o que foi estudado. Por isso, só saio quando realmente preciso.

Parece-me que as crianças à minha volta não agradecem o suficiente a D’us por tê-las feito sãs e saudáveis. Se elas soubessem quão difícil é para mim, elas usariam seus corpos somente para fazer o bem.

Como estamos falando de crianças, gostaria de contar a vocês sobre as crianças da minha classe. Elas são simplesmente maravilhosas! Tratam-me de forma tão bonita, ajudam-me sempre que podem. Tratam-me como se eu fosse completamente normal, como qualquer outra pessoa.

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Nunca aconteceu de alguém me ofender por causa de meu problema. Pelo contrário: quando ando pela rua com amigos e algum estranho goza de mim, eles imediatamente fazem com que a criança se desculpe e peça meu perdão. Eles realmente são muito bons comigo.

Certa vez, o professor me deu licença para sair com mais um garoto para beber água. Quando estávamos voltando, fiz ele parar no corredor e pedi-lhe que apostássemos uma corrida.

O garoto concordou. Contei até três e corri com todas as minhas forças em direção à classe. Vocês podem imaginar que, quando eu corro “com todas as minhas forças”, é igual quando vocês andam devagar. O garoto “correu” e acabou chegando três segundos depois de mim.

– Ganhei! – exclamei a ele com alegria.E ele respondeu:– Verdade! Você realmente venceu, Dani!Contei a toda a classe sobre minha vitória, e ele confirmou a história.Depois disso, quando me acalmei, entendi que o garoto conseguia correr muito mais

rápido do que eu; mas ele diminuiu a velocidade de propósito, só para eu ganhar. Fiquei muito emocionado. Eu sei como é difícil para um garoto perder. E ele ainda perdeu de propósito, só para fazer com que eu me sentisse bem.

No recreio, aproximei-me dele e abracei-o com meus dois pequenos braços. Ele fingiu que nem entendeu o porquê, mas deu-me uns tapinhas amistosos nas costas sorrindo.

Tomara que vocês, crianças, saibam ser boas como os garotos de minha classe!

Tradução de Guila Koschland WajnrytPermissões exclusivas para a Nascente

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Num determinado diaNum determinado dia, o profeta Eliyáhu

surgiu para Rabi Yehoshua ben Levi. O sábio lhe

pediu permissão para acompanhá-lo e observar

como ele realiza suas missões Divinas. Desta

forma, quem sabe, conseguiria entender os ca-

minhos de D’us e Sua supervisão do mundo.

A Vaca, a Parede e os Líderes

Rabi Yehoshua ben Levy pediu para acompanhar

Eliyáhu Hanavi em suas missões aqui na Terra, mas não

conseguiu entender seus caminhos.

O profeta Eliyáhu consentiu, porém com

uma condição. Ele disse ao rabino: “Saiba que,

quando você estiver me acompanhando, verá

muitas coisas que o surpreenderão. Mesmo

assim, você precisa se comprometer a não

questionar meus atos. No dia em que você pedir

Infantil

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explicações, ir♥emos nos separar.”

Rabi Yehoshua consentiu e os dois

partiram em caminhada.

Em nenhum lugar eles se reve-

lariam como Eliyáhu Hanavi e Rabi

Yehoshua ben Levi. Seriam somente

mais “dois pobres estranhos”.

Ao anoitecer, avistaram uma an-

tiga casa de madeira. Ao lado dela

havia uma vaca.

Ao aproximarem-se do local, fo-

ram calorosamente recepcionados pe-

los donos da casa, um casal de idosos.

Apesar da pobreza, o casal os convi-

dou para que pernoitassem com eles e

deram do melhor que possuíam para

fazê-los sentirem-se confortáveis.

Ao amanhecer, antes de partirem,

Eliyáhu Hanavi foi rezar. E qual não

foi a surpresa de Rabi Yehoshua quan-

do escutou que Eliyáhu, em sua reza,

pediu para que a única vaca do casal

morresse!...

Mal partiram da casa e escutaram

o choro da idosa senhora exclamando:

“Nossa única vaca, o que vai ser de

nós?!”.

Ao anoitecer, chegaram a uma lu-

xuosa casa pertencente a um homem

rico.

Bateram à porta, porém ninguém

abriu. Eliyáhu disse: “Pode ser que

não nos escutaram, vamos tentar en-

trar”.

Entraram e viram o dono da casa e

sua esposa sentados à mesa. Era uma

linda mesa, comprida, com louças e

talheres caros. Havia variados tipos de

comidas finas sobre a mesa. Ao redor,

havia vários servos para servi-los.

O dono da casa, ao perceber a

presença dos ilustres visitantes, não os

cumprimentou nem os convidou para

sentarem-se à mesa com eles. Com

raiva, desprezou-os e disse para a es-

posa que teriam que fechar melhor a

entrada da casa, para que não entras-

sem mais pessoas como aquelas.

Além de ser uma pessoa má e ego-

ísta, naquele dia, em especial, estava

muito nervoso. Uma das paredes da

casa havia caído e os operários que

ele tinha chamado para reconstruírem

não foram fazê-lo.

Quando os dois visitantes pediram

para pernoitar em sua casa, o dono

consentiu com muita resignação.

Apontou para um banco de pedra,

que ficava no pátio externo da casa.

Tampouco ofereceu comida ou bebida

para eles.

No dia seguinte, novamente antes

de partirem, Eliyáhu foi rezar. Ele

preferia rezar antes de sair para não

precisar fazê-lo no meio do caminho.

Novamente Rabi Yehoshua es-

cutou com espanto as palavras que

saíram da boca de Eliyáhu Hanavi:

Infantil

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Para que D’us fizesse um milagre e a

parede destruída da casa fosse recons-

truída rapidamente. Dito e feito! No

mesmo instante a parede ficou nova

como antes!

Rabi Yehoshua se conteve mais

uma vez e não perguntou nada.

Novamente caminharam por todo

o dia. Ao anoitecer, chegaram numa

cidade grande.

“Vamos até a Sinagoga”, disse

em seus lugares. Assim, os dois sábios

apertaram-se num determinado canto

até o término da reza noturna.

Finalmente uma das pessoas que

estava rezando deu-se conta dos dois

rabinos e disse para o companheiro:

“Veja só! Outra vez vieram pobres para

cá. Quem vai alimentá-los agora?”

O amigo respondeu: “Não é ne-

cessário convidá-los para a casa de

ninguém. Basta trazer para eles um

pouco de pão, sal e água”.

As outras pessoas que estavam na

sinagoga também não deram atenção

a eles e ninguém os convidou para

suas casas nem os tratou com respei-

to.

O dia amanheceu. Após terem

pernoitado e rezado na sinagoga, os

rabinos partiram novamente em cami-

nhada, separando-se dos habitantes

da cidade.

Antes de se afastarem, Eliyáhu

Hanavi disse: “Que seja a vontade Di-

vina que tod♥♥os vocês sejam líderes e

importantes!”.

Isso incomodou muitíssimo Rabi

Yehoshua. Ele quis perguntar ao pro-

feta Eliyáhu o que estava acontecendo,

porém se lembrou do trato que haviam

feito e novamente se calou.

Eis que o Sol se pôs e eles chega-

ram em outra cidade.

Desta vez os habitantes os re-

cepcionaram com alegria e respeito,

acolhendo-os numa casa grande e

agradável. Trouxeram-lhes do melhor

das comidas e bebidas e sentaram-se

com eles, alegrando-se com os convi-

dados que haviam chegado.

De manhã, ao partirem, Eliyáhu

rezou abençoando-os: “Que seja a von-

tade Divina que vocês tenham apenas

um líder!”.

Dessa vez, Rabi Yehoshua ben

Levi não pôde se conter com os com-

portamentos “sem sentido” do profeta

Eliyáhu. Logo que partiram da cidade,

Infantil

Eliyáhu. “Talvez alguém que reza lá

nos convide para sermos hóspedes

em sua casa”.

Os dois entraram na sinagoga e

viram que era bela e luxuosa. Era

evidente que os habitantes daquela

cidade eram muito ricos. Cada um

sentava-se num lugar especial, desig-

nado segundo a posição de prestígio

que possuía. Eles se incomodavam ao

verem uma pessoa estranha sentada

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dirigiu-se a ele dizendo: “Não posso

mais presenciar coisas tão estranhas;

aos bons você reza para que aconte-

çam coisas ruins e aos maus, ao con-

trário, você reza para que aconteçam

coisas boas! Por favor, me revele seus

atos!”.

O profeta Eliyáhu virou-se para

Rabi Yehoshua e respondeu:

“Eis que você quebrou o trato que

havíamos feito. De agora em diante

vamos nos separar. Porém, antes dis-

so, explicarei para você o que eu fiz.

“Eu sabia que havia sido decretado

para a esposa do senhor idoso que nos

hospedou, que ela morreria na manhã

seguinte. Portanto, rezei para D’us que

ela continuasse viva e, em seu lugar,

morresse a vaca. É verdade que sofre-

ram muito com a perda da vaca que

era a posse única que tinham, porém o

idoso senhor não daria tudo para que

sua esposa continuasse viva?

“O rico pão-duro não sabia que

embaixo da parede quebrada estava

escondido um tesouro. Se ele a recons-

truísse acabaria descobrindo-o. Agora,

ele nunca mais saberá desse tesouro.

“Em relação à comunidade de

esnobes e orgulhosos, rezei para que

todos fossem líderes. Com isso haverá

discórdia, pois ninguém vai ceder sua

liderança para o companheiro. Com

isso não haverá paz nem bênçãos para

eles.

“Em relação à comunidade que

nos recebeu tão bem, rezei para que

tenham apenas um líder em que

depositem sua confiança. Com isso

viverão em paz e alegria com sua boa

liderança.

“Fique sabendo que os caminhos

de D’us são ocultos dos homens. Nem

tudo que parece ser bom, é bom de

verdade; e nem tudo que parece ser

ruim, é ruim de verdade!”

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