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CLASSES DE CARACTERÍSTICAS SEMÂNTICAS E FUNCIONAIS … · Ex.: Após o concurso, descansarei um...

Date post: 23-Jul-2020
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CLASSES GRAMATICAIS CLASSES DE PALAVRAS CARACTERÍSTICAS SEMÂNTICAS E FUNCIONAIS Substantivo Nomeia seres, coisas e ideias. O substantivo concreto nomeia seres de existência independente. Ex.: Os corredores do prédio pareciam intermináveis. O substantivo abstrato nomeia conceitos que dependem de um ser para manifestar-se (ações, estados, qualidades). Ex.: A luta contra a violência deve ser diária. Artigo Precede o substantivo, indicando-lhe o gênero e o número. O arti- go definido determina, especifica o substantivo; o artigo indefinido generaliza-o. Ex.: O funcionário foi premiado. Ex.: Um funcionário foi premiado. Adjetivo Caracteriza o substantivo, atribuindo-lhe estado, qualidade ou mo- do de ser. Ex.: Os colares autênticos eram vendidos lá mesmo. Pronome Substitui (pronome substantivo) ou acompanha (pronome adjetivo) o nome. Pode ser pessoal, possessivo, demonstrativo, relativo, indefinido ou interrogativo. Ex.: Alguém bateu à porta. Ex.: Aquela aluna escreve bem. Numeral Indica a quantidade dos seres. Pode ser cardinal, ordinal, multipli- cativo ou fracionário. Ex.: Hoje são vinte e sete de novembro. Verbo Exprime ação, estado ou fenômeno da natureza. Ex.: Não me interessam pessoas pessimistas. Ex.: Nossa amizade ficou abalada. Ex.: Chovia muito naquele dia. Advérbio Modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, exprimindo uma circunstância (lugar, tempo, modo, dúvida, intensidade, etc.). Ex.: Logo falaremos sobre o assunto. Preposição Liga palavras ou termos de uma oração, estabelecendo variadas relações entre eles. Preposições: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, durante, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás. Ex.: Após o concurso, descansarei um pouco. Conjunção Liga termos de mesma função e orações. Pode ser coordenativa ou subordinativa. Ex.: Confirmei a presença no evento, entretanto não pude compa- recer. Ex.: Ainda que tivesse confirmado presença, não pude comparecer
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Page 1: CLASSES DE CARACTERÍSTICAS SEMÂNTICAS E FUNCIONAIS … · Ex.: Após o concurso, descansarei um pouco. Conjunção Liga termos de mesma função e orações. Pode ser coordenativa

CLASSES GRAMATICAIS

CLASSES DE PALAVRAS

CARACTERÍSTICAS SEMÂNTICAS E FUNCIONAIS

Substantivo

Nomeia seres, coisas e ideias. O substantivo concreto nomeia seres de existência independente. Ex.: Os corredores do prédio pareciam intermináveis. O substantivo abstrato nomeia conceitos que dependem de um ser para manifestar-se (ações, estados, qualidades). Ex.: A luta contra a violência deve ser diária.

Artigo

Precede o substantivo, indicando-lhe o gênero e o número. O arti-go definido determina, especifica o substantivo; o artigo indefinido generaliza-o. Ex.: O funcionário foi premiado. Ex.: Um funcionário foi premiado.

Adjetivo

Caracteriza o substantivo, atribuindo-lhe estado, qualidade ou mo-do de ser. Ex.: Os colares autênticos eram vendidos lá mesmo.

Pronome

Substitui (pronome substantivo) ou acompanha (pronome adjetivo) o nome. Pode ser pessoal, possessivo, demonstrativo, relativo, indefinido ou interrogativo. Ex.: Alguém bateu à porta. Ex.: Aquela aluna escreve bem.

Numeral

Indica a quantidade dos seres. Pode ser cardinal, ordinal, multipli-cativo ou fracionário. Ex.: Hoje são vinte e sete de novembro.

Verbo

Exprime ação, estado ou fenômeno da natureza. Ex.: Não me interessam pessoas pessimistas. Ex.: Nossa amizade ficou abalada. Ex.: Chovia muito naquele dia.

Advérbio

Modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, exprimindo uma circunstância (lugar, tempo, modo, dúvida, intensidade, etc.). Ex.: Logo falaremos sobre o assunto.

Preposição

Liga palavras ou termos de uma oração, estabelecendo variadas relações entre eles. Preposições: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, durante, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás. Ex.: Após o concurso, descansarei um pouco.

Conjunção

Liga termos de mesma função e orações. Pode ser coordenativa ou subordinativa. Ex.: Confirmei a presença no evento, entretanto não pude compa-recer. Ex.: Ainda que tivesse confirmado presença, não pude comparecer

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ao evento.

Interjeição

Utilizada para comunicação diária, com variados objetivos. Ex.: Cuidado!

EXERCÍCIOS 1. Dê a classe gramatical dos termos ou expressões destacados. a) Os alemães concordaram com os termos do acordo. b) Os povos alemães apresentam hábitos diferenciados. c) De que serve o dinheiro se não traz felicidade? d) Estávamos à procura de um patrocinador. e) Sem teu apoio, meu desempenho seria péssimo. f) Eu desempenho relativamente bem as minhas atribuições. g) Precisamos ficar mais atentos, para que possamos perceber os erros. h) Não entendi o que tu falaste. i) O local onde será construído o prédio está sendo preparado. j) Ele sabe que nos aborrece. l) Há pessoas cujas conversas são aborrecidas. m) Nós a defenderemos até o fim.

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n) Reinou sempre harmonia entre os companheiros. o) Entre e fique à vontade! p) Cuidado! Esta avenida é perigosa!

SINTAXE DA ORAÇÃO SUJEITO – é o ser da oração ou a quem o verbo se refere e sobre o qual se faz uma declara-ção. Pode ser Simples – apresenta um só núcleo. Ex.: Ainda restam algumas vagas para o turno da manhã. Um grupo de torcedores vaiou o juiz. Corrigiram-se as redações. Alguém discordou daquela proposta. Composto – apresenta dois ou mais núcleos. Ex.: Caminhavam em direção à loja o gerente e os funcionários. Indeterminado – existe o sujeito, mas não pode ser identificado. Ocorre em duas situações:

verbo na 3a pessoa do plural sem antecedente expresso. Ex.: Aceitaram todos os argumentos sem hesitação.

verbo na 3a pessoa do singular + se – Essa construção ocorre com ver-bos transitivos indiretos, verbos intransitivos ou de ligação. Ex.: Luta-se por melhores salários. Mora-se bem naquele bairro. Era-se menos preocupado naqueles tempos.

Inexistente (oração sem sujeito) – ocorre quando há verbos impessoais na oração. São im-pessoais

haver significando existir, ocorrer, acontecer ou indicando tempo decorrido. Ex.: Haverá mais concursos neste ano. Deve haver mais interessados naquela vaga. Há meses, não vou ao teatro.

fazer indicando tempo ou temperatura. Ex.: Amanhã fará dois dias que me inscrevi no curso. Irá fazer quatro meses que terminamos o namoro. Faz dias muito quentes no mês de março.

estar indicando clima. Ex.: Estava muito quente no dia da prova.

ser indicando hora, data ou distância. Ex.: Agora são 15 horas. Hoje são 20 de março. Daqui a minha casa, são quatro quadras. verbos que indicam fenômenos meteorológicos.

Ex.: Choveu bastante no verão passado. Está anoitecendo.

Que(m) é quê?

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Obs.: quando esses verbos forem empregados em sentido conotativo, haverá sujeito. Ex.: Choveram gritos naquela sessão de votação.

EXERCÍCIOS 1. Sublinhe e classifique o sujeito das orações abaixo. a) Um profundo exame das contas dos administradores revelou irregularidades. b) Mantiveram-se as orientações iniciais. c) Amanhã avisaremos aos primeiros colocados os resultados das provas. d) Talvez ainda haja ingressos para o show. e) Será preciso que façamos o apelo. f) Nesta faculdade, acolhem bem os alunos. g) Trata-se de questões complexas. h) Apela-se para os mais favorecidos. i) Um homem alto e mal-encarado vigiava a entrada. j) Vão aparecer novas soluções. OBJETO DIRETO – complemento que se liga ao verbo sem preposição. Ex.: Transferi ao engenheiro a incumbência. Coragem nunca tivemos. Convide-o hoje mesmo.

O quê? Quem?

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OBJETO INDIRETO – complemento que se liga ao verbo com preposição.

Ex.: Ninguém vai acreditar em tuas palavras. Vamos entregar-lhe as encomendas ainda hoje. PREDICATIVO – complemento que atribui característica ou estado ao sujeito ou ao objeto direto. Normalmente, acompanha um verbo de ligação. Pode ser do sujeito – Ex.: Os alunos pareciam tranquilos. Alguns alunos escreviam preocupados. do objeto – Ex.: O professor julgou a prova fácil. 2. Sublinhe e classifique os complementos das orações abaixo. a) O combatente voltou da guerra traumatizado. b) Alguns fatos relatou-nos aquele turista. c) O diretor ofereceu-lhe um cargo. d) Procurei-o a noite toda. e) “Assaltaram a gramática, assassinaram a lógica...” (Lulu Santos e Waly Salomão) f) Talvez ainda haja opções seguras. g) Entregaram-me a documentação. h) O discurso foi interessante. i) Sempre ocorrem imprevistos naqueles eventos.

Preposição + quê? Preposição + quem?

Verbos de Ligação – ser, estar, parecer, permanecer,

ficar, continuar, andar, tornar-se, virar.

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j) Ele caminhava com ares de rei. COMPLEMENTO NOMINAL – termo preposicionado que completa o sentido de um nome (ad-jetivo, advérbio ou substantivo abstrato). Ex.: A sala de aula estava repleta de alunos. Não gostamos de ficar perto de pessoas maldosas. Somos contrários ao endeusamento dos ídolos. ADJUNTO ADNOMINAL – termo que acompanha o substantivo, caracterizando-o. Pode ser expresso por artigos, adjetivos, locuções adjetivas, pronomes ou numerais. Ex.: Os meus dois melhores amigos viajaram. Comprei alguns livros de ficção. Complemento Nominal Adjunto Adnominal Sempre preposicionado Nem sempre preposicionado Completa adjetivo, advérbio ou substanti-vo abstrato.

Refere-se a substantivo concreto ou abs-trato.

Sentido passivo Sentido ativo Obs.: Normalmente, confundem-se o complemento nominal e o adjunto adnominal quando se referem a substantivos. Para resolver, basta determinar se apresentam sentido ativo ou passi-vo. Ex.: A crítica do juiz não foi bem recebida. A expulsão do jogador irritou os torcedores. ADJUNTO ADVERBIAL – termo que exprime circunstância, modificando o sentido de um ver-bo, de um adjetivo ou de outro advérbio. É constituído por um advérbio ou por uma locução adverbial. Ex.: Na semana passada, encerraram-se as inscrições. O gerente caiu com dignidade. Todos estavam extremamente irritados. A final do campeonato ocorrerá na nossa cidade. APOSTO – termo que apresenta uma explicação extra a respeito de outro, cujo intuito é o es-clarecimento. Ex.: Porto Alegre, a cidade sorriso, aguarda você. Chegaram todos: pais, amigos e demais parentes. VOCATIVO – termo que evidencia o ser a quem nos dirigimos. Ex.: Companheiros, a jornada é longa. A ordem, meus amigos, é a base do governo. 3. Identifique as funções sintáticas sublinhadas (complemento nominal, adjunto adnomi-nal, adjunto adverbial, aposto ou vocativo). a) O cientista procurava, com avidez, a solução do problema. b) A dedicação dos alunos alegrou o professor. c) O consulado foi imediatamente cercado de soldados.

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d) Derrubaram mais árvores, belo ornamento das ruas. e) Ela agia contrariamente às expectativas dos outros. f) Era-lhe desagradável aquela situação. g) Beijei-lhe o rosto com firmeza. h) As paredes da casa estavam manchadas. i) A venda da casa finalmente foi concretizada. j) Há sempre uma confusão lá na vila. 4. Dê a função sintática dos termos sublinhados. a) Aconteceram, naquela esquina, vários atropelamentos. b) Diferentemente de qualquer outra pessoa, ele não tem medo de barata. c) Consideraram-se as novas idéias. d) Na época das férias, argentinos animados invadem nossas praias. e) Caso se concretizasse o desabamento, ficaríamos soterrados. f) Foram-lhe difíceis aqueles anos. g) Ele virou presidente do sindicato.

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h) Os funcionários atrasaram-se propositadamente. i) O pai da noiva e o noivo choravam. j) Assustado, o assaltante recuou.

NEXOS – SINTAXE DO PERÍODO

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS – unem orações independentes. As orações podem ser * assindéticas – não se unem por meio de conjunção. Ex.: Chegou em casa, ligou a tevê, descansou um pouco. * sindéticas – unem-se por meio de conjunção. Classificam-se como aditivas (adição) - e, nem, não só...mas também, não somente...mas ainda. Ex.: Bati-lhe e fiquei arrependida. adversativas (contraste) - mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entan-to, não obstante. Ex.: Comprou o livro, entretanto não o leu imediatamente. alternativas (alternância, escolha) - (ou)...ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja, umas vezes...outras vezes. Ex.: Fale agora, ou cale-se para sempre. conclusivas (conclusão) - pois (posposto ao verbo), logo, portanto, por isso, por conseguinte, assim, então Ex.: O carro é teu, logo deves cuidá-lo. explicativas (explicação) - pois (anteposto ao verbo), porque, que. Ex.: Não façam barulho, pois estou estudando. EXERCÍCIOS 1. Classifique as orações coordenadas que estão sublinhadas. a) Falem baixo, pois há pessoas descansando. b) Ia pagar a conta; não tinha, entretanto, um centavo. c) Os livros não somente instruem, mas também divertem. d) Saíram de casa, pois não há sinal de movimentação.

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e) Pensou muito, tomou a decisão, mas não estava tranqüila. CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS – unem uma oração principal a uma subordinada. As ora-ções podem ser SUBSTANTIVAS (CONJUNÇÕES INTEGRANTES QUE/SE) Podem ser * subjetivas = sujeito Ex.: Foi imprescindível que ele retornasse no mesmo dia. * objetivas diretas = objeto direto Ex.: O fiscal disse que só faltavam quinze minutos para o término da prova. * objetivas indiretas = objeto indireto Ex.: Os eleitores acreditavam em que o candidato fosse honesto. * completivas nominais = complemento nominal Ex.: Os eleitores tinham crença em que o candidato fosse honesto. * predicativas = predicativo Ex.: O certo é que ninguém se responsabilizou pelo relatório. * apositivas = aposto Ex.: Isto é certo: que seremos aprovados. 2. Classifique as orações subordinadas substantivas. a) Direi aos alunos que amanhã irão receber a redação corrigida. b) Estamos cientes de que os incentivos fiscais foram abundantes. c) O mais provável é que ressurja a epidemia. d) Aceitou-se que a construção da ponte fosse concluída. e) Perguntou-me se eu aceitaria o desafio. ADVERBIAIS – CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS NÃO INTEGRANTES Podem ser

causais (causa) - porque, que, visto que, já que, uma vez que, pois (anteposto ao ver-bo), porquanto, como, posto que.

Ex.: Aceitei a proposta, visto que vem ao encontro dos meus interesses. comparativas (comparação) - como, mais...(do) que, menos...(do) que, tão...como,

tanto...quanto, assim como, como se. Ex.: Os nossos alunos são mais inteligentes que os outros.

concessivas (concessão) - embora, ainda que, mesmo que, se bem que, posto que, conquanto, apesar de que.

Ex.: Embora não pretendesse, inscreveu-se no concurso.

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condicionais (condição) - se, caso, sem que, se não, uma vez que, a não ser que, contanto que.

Ex.: Contanto que seja vantajoso, assinaremos o contrato. conformativas (conformidade) - conforme, consoante, como, segundo.

Ex.: Segundo decidimos, o horário será modificado. consecutivas (consequência) - de modo que, de maneira que, tão...que, tal...que,

tamanho...que, tanto que. Ex.: Falaram tão rapidamente, que não conseguimos entendê-los.

finais (finalidade) - para que, a fim de que, de modo que, de maneira que. Ex.: Estudarei bastante, a fim de que seja aprovado.

proporcionais (proporção) - à proporção que, à medida que, ao passo que. Ex.: À proporção que chovia, as ruas ficavam alagadas.

temporais (tempo) - quando, enquanto, assim que, logo que, sempre que, depois que, desde que, mal.

Ex.: Enquanto conversávamos, o telefone tocava. 3. Classifique as orações subordinadas adverbiais. a) Posto que me peça de joelhos, não emprestarei o carro. b) Tal era o seu talento, que logo foi promovida. c) Enquanto a mulher trabalha, o marido lava a roupa. d) Caso diga a verdade, serei absolvido. e) Como era eficiente, candidatou-se ao cargo. Adjetivas – pronomes relativos (que / quem / qual / cujo / onde / como / quando / quanto) Podem ser

Restritivas – delimitam o sentido do substantivo antecedente (sem vírgula). Encerram uma qualidade que não é inerente ao substantivo.

Ex.: Os alunos que estudaram obtiveram ótima classificação. Explicativas – explicações ou afirmações adicionais ao antecedente já definido ple-

namente (com vírgula). Encerram uma qualidade inerente ao substantivo. Ex.: O homem, que é racional, percebe a verdade. Obs.: A oração adjetiva explicativa é pouco freqüente. Pronomes relativos – referem-se a um nome e o substituem. QUE – refere-se a pessoa ou coisa, por isso é o mais freqüente. Ex.: Preciso de alguém que me compreenda. Preciso dos livros que encomendei. Foram eles que fizeram o comentário. Não entendi aquilo que ela disse. Não entendi o que ele disse. QUEM - refere-se apenas a pessoa. Ex.: O amigo a quem confiei meus segredos traiu-me.

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QUAL – equivale ao relativo QUE. Sempre vem antecedido de artigo. Ex.: Preciso dos livros os quais encomendei. ONDE – refere-se a lugar. Quando indica movimento, exige preposição A. Ex.: O bairro onde ela mora é perigoso. A praia aonde ela pretende ir parece deserta. CUJO – apresenta algumas características específicas.

indica posse; apresenta um substantivo como antecedente e como conseqüente; não é antecedido ou seguido de artigo; não é seguido de preposição; concorda com o substantivo seguinte.

Ex.: Refiro-me à escola cujo objetivo é preparar para o vestibular. O aluno de cuja redação gostei foi aprovado. COMO – refere-se a modo. Ex.: Ninguém aprovou a maneira como ela se exprimiu. QUANDO – refere-se a tempo. Ex.: O desentendimento ocorreu no período quando estudávamos. QUANTO – apresenta como antecedente um pronome indefinido (tudo, todos, todas). Ex.: Conquistamos tudo quanto imaginávamos. 4. Determine a classificação das orações subordinadas adjetivas. Especifique quais DEVEM ser explicativas ou restritivas e quais PODERIAM apresentar as duas classifica-ções. a) Os presidentes brasileiros cujo mandato é de quatro anos são eleitos pelo povo. b) Os funcionários que aderiram à greve receberam uma advertência. c) As pessoas que são honestas destacam-se na sociedade. 5. Classifique as orações abaixo. a) Volte logo, que precisamos conversar. b) Caso ele telefone, diga que o espero no aeroporto. c) Uma amizade sincera vale mais que uma conta bancária. d) As notícias que foram divulgadas ontem deixaram a população perplexa. e) É preciso que a segurança seja reforçada.

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f) Decidiram conversar em outro horário, precisavam de tempo. g) Tínhamos convicção de que o resultado seria positivo. h) A fim de que possamos finalizar o projeto, trabalharemos com afinco. i) O resultado da pesquisa é que os homens são mais infiéis. j) Voltei a estudar, porquanto sei que é imprescindível para a vida profissional.

PONTUAÇÃO

Não se pode partir do pressuposto de que os sinais de pontuação representam, na escrita, apenas as pausas e as melodias da língua falada: não é esse o papel dos si-nais de pontuação. Eles participam da organização lógica do texto escrito. Sendo as-sim, ao usá-los, é necessário considerar a estrutura sintática e significativa das frases escritas. São, pois, um poderoso instrumento na busca da clareza, da coesão e da coerência nos textos. VÍRGULA Na ordem direta da oração (sujeito + verbo + complemento(s) + adjunto adverbial), NÃO use vírgula entre os termos. Isso só ocorrerá ao deslocarem-se o predicativo ou o adjunto adverbial. Ex.: Todos os alunos entregaram as redações ao professor no término da aula. Todos os alunos entregaram ao professor as redações no término da aula. Ao professor todos os alunos entregaram as redações no término da aula. As redações entregaram todos os alunos ao professor no término da aula. ENTRE OS TERMOS DA ORAÇÃO

para separar itens de uma série. Ex.: Alegrias, tristezas, fracassos e êxitos fazem parte da vida.

para assinalar supressão de um verbo. Ex.: Ele prefere cinema; eu, teatro.

para separar o adjunto adverbial deslocado. Ex.: Naquele exato momento, lembrou o nome dela. Obs.: Se o adjunto adverbial for pequeno, a utilização da vírgula não é necessária, a não ser que se queira enfatizar a informação nele contida. Ex.: Ontem lembrou o nome dela.

para separar o aposto. Ex.: Naziazeno, personagem do romance “Os Ratos”, precisava arrecadar dinheiro para pagar o leiteiro.

para separar o vocativo. Ex.: Senhores passageiros, desliguem os celulares.

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para separar o predicativo deslocado (sua posição normal é após o ver-bo).

Ex.: Irritado, ouviu tocar o celular do vizinho. para separar expressões explicativas, retificativas, continuativas, conclu-

sivas ou enfáticas (aliás, além disso, com efeito, enfim, isto é, em suma, ou seja, ou melhor, por exemplo, etc).

Ex.: Falar ao celular no cinema é, em suma, manifestação de falta de respeito. ENTRE AS ORAÇÕES

para separar orações coordenadas assindéticas. Ex.: Deu a volta na quadra, encontrou a vaga, estacionou o carro.

para separar orações ligadas por conjunções coordenativas (exceto e). Ex.: Fizemos todas as projeções necessárias, entretanto tivemos prejuízo.

para separar orações coordenadas sindéticas ligadas por “e”, desde que os sujeitos sejam diferentes.

Ex.: Estacionou o carro, e logo o guarda infligiu a multa. para separar orações coordenadas sindéticas ligadas pelo nexo “e”, des-

de que tenha valor adversativo. Ex.: Acertei a maioria das questões, e a minha nota não foi satisfatória.

para separar orações adverbiais, especialmente quando forem longas.

Ex.: Em determinado momento, ele ficou bastante estressado, porque não encontrava vaga para estacionar.

para separar orações adverbiais antepostas à principal ou intercaladas, tanto desenvolvidas quanto reduzidas.

Ex.: Quando terminou a prova, sentiu-se aliviado. Terminada a prova, sentiu-se aliviado.

para isolar orações subordinadas adjetivas explicativas. Ex.: A telefonia móvel, que facilitou a vida do homem moderno, provocou também si-tuações constrangedoras. PONTO E VÍRGULA

para separar orações que contenham idéias opostas ou independentes entre si.

Ex.: A partida não seria um desastre; via-se que os jogadores estavam preparados para vencer. Aproximei-me; todos continuavam calados.

para separar orações que contenham várias enumerações já separadas por vírgula ou que encerrem comparações e contrastes.

Ex.: Os jogadores estavam suados, nervosos, procurando a vitória; os espectadores gritavam, incentivavam o time, exigiam resultados; o treinador angustiava-se, projetava substituições.

para separar orações em que as conjunções adversativas ou conclusivas estejam deslocadas.

Ex.: Sem dúvida, jogaram bem; não conseguiram, no entanto, a vitória.

DOIS PONTOS para anunciar uma citação.

Ex.: Os eleitores desabafam: “Não agüentamos mais ouvir promessas de campanha.” para anunciar uma enumeração, um aposto, uma explicação, uma conse-

qüência ou um esclarecimento.

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Ex.: Encontramos vários amigos: alguns da infância e outros atuais. Não há motivo para preocupações: tudo já está resolvido.

Observações É possível substituir vírgulas que isolem apostos, adjuntos adverbiais ou ora-

ções adverbiais deslocados por travessões ou parênteses, conferindo maior ênfase à informação.

Ex.: Os vestibulandos – depois da prova – comentaram sobre o tema da redação. Também é possível substituir a vírgula que isola o aposto terminativo por dois-

pontos. Ex.: Precisamos ficar atentos a um detalhe: o olhar.

A vírgula após as conjunções adversativas ou conclusivas em início de período é facultativa.

Ex.: Portanto, não desistimos. / Portanto não desistimos. Não se usa vírgula após as conjunções adversativas “mas” e “porém”.

Ex.: Porém não concordamos com qualquer idéia. Os parênteses podem ser utilizados para destacar expressões, frases explica-

tivas, reflexões, digressões, pensamentos subentendidos, etc. Ex.: O primeiro beijo (creio) é dado com os olhos.

As aspas podem destacar citações, neologismos, gírias, expressões populares, afirmações irônicas, etc.

Ex.: Eu “adoro” fazer redações.

EXERCÍCIOS

1. Pontue e justifique. a) Aos convidados os anfitriões oferecerão uma lembrança após a festa. b) Assustado o candidato preenchia a folha de respostas. c) Tu gostarias de falar sobre política por exemplo? d) Levei bastante tempo. Mas finalmente terminei de ler “O Tempo e o Vento”. e) Minha mãe sempre dizia Nossa vida é o que fazemos dela. f) Porto Alegre capital do pôr-do-sol é hospitaleira. g) Se os homens soubessem o valor que têm as mulheres viveriam de joelhos a seus pés. h) Vamos comer gente?

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i) O dia da festa estava próximo e as obras ainda não haviam terminado. j) Organizamos a festa e conseguimos patrocinadores. l) Ao perceber a confusão saíram correndo. m) Quem não quer raciocinar é um fanático quem não sabe raciocinar é um tolo quem não ousa raciocinar é um escravo. n) Como já havia tomado a sua decisão fez a inscrição. o) Poucos compareceram ao evento embora a imprensa o tenha divulgado insistentemente. p) Eram frustradas insatisfeitas além disso seus conhecimentos eram duvidosos. q) As mulheres levarão os doces os homens os salgados. r) O homem inventou a máquina e ela passou a escravizá-lo. s) Resolvido o assunto todos saíram. t) Fiz a inscrição e não participei do congresso. u) Nós o encontraremos não fique pois estressado.

REGÊNCIA VERBAL

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Estuda a relação entre o verbo e o seu complemento. Alguns verbos apresentam regência especial.

ASPIRAR a) VTD – inspirar, respirar. Ex.: Os moradores aspiravam aquele odor desagradável.

b) VTI (a) – desejar, almejar. Ex.: Os alunos aspiram à aprovação.

Não aceita o oblíquo LHE(S). Ex.: Os alunos aspiram a ela.

ASSISTIR a) VTD – ajudar, prestar assistência.Ex.: Os enfermeiros assistiam os pacientes de forma muito gentil.

b) VTI (a) – ver, presenciar. Ex.: Tu assististe ao espetáculo de ontem?

Não aceita o oblíquo LHE(S). Ex.: Tu assististe a ele ontem?

ESQUECER E LEMBRAR a) VTD – quando não forem pronominais. Ex.: A idosa esqueceu a senha.

b) VTI (de) – quando forem pronominais. Ex.: A idosa esqueceu-se da senha.

OBEDECER E DESOBEDECER São verbos transitivos indiretos (a). Ex.: Obedeça à sinalização.

Não admite o oblíquo LHE(S). Ex.: Obedeça a ela.

CHEGAR E IR São intransitivos. Constroem-se com adjunto adverbial de lugar precedidos de prepo-sição “a”.

Ex.: Eu chego ao trabalho todos os dias às 8h. / Pretendo ir ao teatro no sábado.

IMPLICAR a) VTD – acarretar, produzir como conseqüência. Ex.: O trabalho implica deveres e direitos.

b) VTI (com) – antipatizar, ter implicância. Ex.: Ela implica com o colega há muito tem-po.

PREFERIR É verbo transitivo direto e indireto (a).

Ex.: Prefiro teatro a cinema. / Prefiro o vôlei à natação.

PAGAR, PERDOAR E QUERER VTD – quando não se referem a pessoas. Ex.: Perdoei as tuas ofensas.

VTI (a) – quando se referem a pessoas. Ex.: Perdoa a teu irmão, para que não te arre-pendas depois.

INFORMAR, AVISAR, NOTICIAR, NOTIFICAR, COMUNICAR, ANUNCIAR São verbos transitivos diretos e indiretos.

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Ex.: Comunique os candidatos das (ou sobre) as normas do concurso.

Comunique as normas do concurso aos candidatos.

NAMORAR É verbo transitivo direto. Ex.: Ela namorava o colega há bastante tempo.

USUFRUIR É verbo transitivo direto. Ex.: O funcionário pretendia usufruir as férias na praia.

RESPONDER VTI (a) – quando o complemento não é uma oração. Ex.: Responda às questões a seguir.

VTD – quando o complemento é uma oração. Ex.: Respondemos que não estávamos de acordo com a decisão.

VISAR VTD – dar visto ou mirar. Ex.: O gerente do banco visou o cheque. / Ela visava o alvo.

VTI (a) – pretender, ter por objetivo. Ex.: Todos visam à felicidade.

ATENDER VTD – quando se refere a pessoas. Ex.: Sempre atendemos os clientes gentilmente.

VTI (a) – quando se refere a pessoas ou coisas. Ex.: Sempre atendemos aos clientes com gentileza. / Tu não vais atender ao telefone?

SOBRESSAIR É verbo intransitivo quando significa “distinguir-se”; NÃO é pronominal.

Ex.: Neste vestibular, certamente você sobressairá.

PROCEDER VTI (a) – iniciar, dar andamento. Ex.: Logo procederemos à reunião.

VTI (de) – originar-se. Ex.: Ele procede de boa família.

VI – ter lógica. Ex.: Teus argumentos não procedem.

PRECISAR VTI (de) – necessitar. Ex.: Algumas pessoas precisam de mais tempo para aprender.

VTD – indicar, determinar. Ex.: Não sei precisar o horário da reunião.

REGÊNCIA NOMINAL

Estabelece relação entre um substantivo, adjetivo ou advérbio e seu respectivo complemento nominal. Essa relação é intermediada por uma preposição. Ex.: Este assunto é análogo ao anterior.

- alheio a, de - liberal com - ambicioso de - apto a, para - análogo a - grato a

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- bacharel em - indeciso em - capacidade de, para - natural de - contemporâneo a, de - nocivo a - contíguo a - paralelo a - curioso a, de - propício a - falto de - sensível a - incompatível com - próximo a, de - inepto para - satisfeito com, de, em, por - misericordioso com, para com - suspeito de - preferível a - longe de - propenso a, para - perto de - hábil em

EXERCÍCIOS

1. Preencha os espaços, se necessário, com a preposição adequada.

a) Ela preferia passar fome _____ pedir favores aos parentes. b) Ontem assistimos _____ duas palestras sobre poluição ambiental. c) A omissão do proprietário implica _____ sua responsabilidade pela infração. d) O presidente informou _____ os reitores de que o assunto já estava sendo discutido. e) O presidente informou _____ os reitores que o assunto já estava sendo discutido. f) O jovem assistia _____ todos os julgamentos, pois aspirava _____ as mesmas funções do pai. g) O governo assistirá _____ as populações flageladas. h) Cláudio jamais desobedeceu _____ as ordens de seus superiores. i) Sei perfeitamente _____ onde você pretende chegar. j) Ele não costumava atender _____ os pedidos dos pais. k) Tu já foste _____ a Usina do Gasômetro? l) Jamais me esquecerei _____ aquela visão. m) Todos pareciam ter esquecido _____ o acordo. n) Não te perdoarão _____ a dívida? o) Responda _____ as questões que seguem.

2. Complete os espaços, com a preposição adequada. a) Precisamos de um chefe _____ cujas ordens todos obedeçam. b) Vou apresentar-lhe a pessoa _____ cuja casa me hospedei. c) É pelo estudo que conquistará o posto _____ que aspiras. d) A fazenda _____ que fomos ontem pertence a um amigo. e) Devemos respeitar as pessoas _____ quem convivemos. f) Os livros _____ que preciso são estes. g) O número _____ que não consigo lembrar é o da identidade. h) O jogo _____ que presenciamos foi emocionante. i) A mesa _____ que nos sentamos fica no fundo do salão. j) Não são muitas as pessoas _____ que confio.

CRASE

Ocorre quando a preposição “a” se encontra

com o artigo “a(s)”. Ex.: Ele chegou à sala da prova.

com o “a” de “aquele(s), aquela(s), aquilo, a que, a qual, as quais”.

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Ex.: Ele se refere àquela aluna.

Não conheço a aluna à qual se referiu.

Substituição 1) Para termos certeza de que ocorre crase, devemos substituir a palavra feminina por outra masculina correlata. Se, diante da palavra masculina, aparecer AO, é sinal de que devemos colocar acento indicativo de crase sobre o A. Ex.: Ele trabalha em uma clínica que se dedica à recuperação de alcoólatras. A posição à qual aspiro depende de meus esforços. Sua prova está curiosamente igual à do vizinho. 2) No caso dos pronomes demonstrativos “aquele(s), aquela(s), aquilo”, devemos substituí-los, respectivamente, por “este(s), esta(s), isto; se, diante destes, aparecer A, é sinal de que devemos empregar o acento indicativo de crase naqueles. Ex.: Entreguei os pareceres àquele funcionário. 3) No que se refere a nomes de localidades, usa-se o verbo VOLTAR para descobrir se ocorre crase. Se aparecer VOLTAR DA, ocorrerá. Se aparecer VOLTAR DE, não ocorrerá crase. Ex.: Iremos à Alemanha. / Iremos a Portugal. Obs.: Se o nome da localidade estiver caracterizado, ocorrerá crase. Ex.: Iremos à Portugal do vinho do porto.

SEMPRE OCORRE CRASE nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas cujos núcleos sejam pala-

vras femininas. Ex.: às claras, às escondidas, à noite, às vezes, à direita, à primeira vista, à toa, à von-tade, às três horas, à espera de, à procura de, à frente de, à medida que, à proporção que, etc.

Ex.: Ele chegou à noite e saiu às seis horas.

Ele continua à procura de emprego.

O tempo esfria, à medida que escurece.

nas expressões “à moda, à maneira, editora, sociedade” ou nome anteriormen-te citado.

Ex.: Ele canta à Renato Russo.

Enviei uma carta à Globo.

Li o livro da página 2 à 43.

NÃO OCORRE CRASE antes de palavras masculinas.

Ex.: Talvez cheguemos a tempo.

antes de verbos. Ex.: Estávamos dispostos a ajudar na organização da festa.

antes de artigo indefinido UMA. Ex.: Chegaremos logo a uma conclusão.

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antes de pronomes pessoais, indefinidos e demonstrativos. Ex.: Entregamos a ela todas as fotos.

Podemos ir a qualquer lugar.

Refiro-me a esta aluna.

antes de QUEM e CUJA. Ex.: A funcionária a quem pedi auxílio foi promovida.

A aluna a cuja redação me referi é aquela.

antes de pronomes de tratamento iniciados por SUA ou VOSSA. Ex.: Enderecei a correspondência a sua senhoria.

quando o A estiver no singular e a palavra seguinte no plural. Ex.: Não falo a pessoas desinteressadas.

entre palavras repetidas. Ex.: Depois de muito tempo, ficaram frente a frente.

depois de preposição. Ex.: Estou à espera dele desde as 20h.

A CRASE É FACULTATIVA antes de nomes próprios femininos.

Ex.: Entreguei os livros a Marta (ou à Marta).

antes de pronomes possessivos femininos singulares. Ex.: Referiu-se a sua prova (ou à sua prova).

depois da palavra ATÉ. Ex.: Estudou apenas até a (ou à) página 20.

OCORRE CRASE EM “CASA, TERRA, DISTÂNCIA” SE a palavra CASA estiver especificada.

Ex.: Retornou à casa da praia.

a palavra TERRA estiver especificada, for possível substituir por “solo” ou esti-ver empregada como planeta.

Ex.: Dirigiu-se à terra dos avós. / Os soldados atiraram-se à terra. / Os astronautas enviaram notícias à Terra.

a distância for determinada. Ex.: Sua casa fica à distância de duas quadras daqui. 3. Empregue o sinal de crase, quando couber.

a) Em atenção a insistentes apelos, ele candidatou-se a deputado federal. b) Comunique as pessoas presentes que, por motivos de força maior, a visita as novas instalações foi

suspensa. c) Nossos esforços visam a conquista de uma posição mais vantajosa no mercado interno. d) A obediência as leis é fator indispensável a boa administração de qualquer entidade. e) Há fatos que não revelaria, cara a cara, a ninguém. f) Opões-se as reformas e dedica-se a criticá-las asperamente.

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g) Responda a essas cartas imediatamente, pois se referem a problemas que devem ser resolvidos antes de minha viagem a Brasília.

h) Agradeço a Vossa Excelência a oportunidade de manifestar-me a respeito do assunto. i) A servidora gestante será concedida uma licença de quatro meses. j) Quanto a mim, estou disposto a dar meu apoio a qualquer campanha beneficente. k) Atendemos de segunda a sexta-feira, das 8h as 18h. l) A rua a que me refiro é paralela a que leva a sede do sindicato. m) A reunião que se realizaria as 17 horas foi adiada para as 20 horas. n) Encerrada a assembleia, os sócios foram a uma churrascaria, onde comemoraram a decisão a que

haviam chegado. o) Já se havia habituado aquela vida, quando resolveram submetê-lo a uma intervenção cirúrgica.

CONCORDÂNCIA NOMINAL

REGRA GERAL – o artigo, o numeral, o adjetivo e o pronome concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem.

Ex.: As duas questões mais difíceis da prova foram anuladas.

REGRAS ESPECIAIS OBRIGADO - adjetivo. Ex.: A funcionária respondeu: “Obrigada”! QUITE – adjetivo. Ex.: Eu estou quite com as minhas obrigações. ANEXO, INCLUSO, APENSO – adjetivos. Ex.: Anexos ao relatório vocês en-

contrarão diversos documentos importantes. Obs.: A expressão “em anexo” é invariável.

MENOS – apesar de ser adjetivo, é INVARIÁVEL. Ex.: Ontem havia menos a-lunos em sala de aula.

MEIO – adjetivo (metade). Ex.: Não aceito meias verdades. - advérbio(um pouco). Ex.: Aquela aluna parece meio tímida.

BASTANTE – adjetivo (muito, muita, muitos, muitas). Ex.: Tínhamos bastantes razões para desconfiar dele.

- advérbio (muito). Ex.: Todos pareciam bastante cansados. SÓ – adjetivo (sozinho, sozinha). Ex.: Ela se sentia só naquele casarão.

Obs.: A expressão “a sós” é invariável. - advérbio – (apenas, somente). Ex.: Ele só pretendia ser gentil.

ADJETIVO LIGADO A SUBSTANTIVOS DE GÊNEROS DIFERENTES - o adjetivo anteposto concorda com o substantivo mais próximo. Ex.: Famosas atrizes e atores chegaram ao local. - o adjetivo posposto concorda com o substantivo mais próximo ou com os dois. Ex.: Atores e atrizes famosas chegaram ao local. Atores e atrizes famosos chegaram ao local.

É NECESSÁRIO, É BOM, É PERMITIDO, É PROIBIDO - o adjetivo ficará invariável quando o sujeito não estiver determinado. Ex.: Não é permitido entrada de animais. - o adjetivo será flexionado se o sujeito estiver determinado. Ex.: Não é permitida a entrada de animais.

TODO, TODA, TODO O, TODA A - todo / toda – qualquer. Ex.: Todo cidadão merece respeito. - todo o / toda a – inteiro.

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Ex.: Todo o governo desconfiou das declarações. Obs: Todos os / Todas as – a utilização do artigo é obrigatória. Ex.: Recebemos o pagamento de todos os participantes do congresso.

EXERCÍCIOS 1. Utilize as palavras entre parênteses, flexionando-as, se necessário. a) Ele tornou _____________ todos os meus sonhos. (possível) b) Não vieram _____________ pedidos. (todo) c) _____________ alunos não acreditavam que existisse esse plural. (bastante) d) Faz duas horas e _________ que ela chegou. (meio) e) Considerei algumas observações __________ maldosas. (meio) f) É ___________ muita paciência com os alunos. (necessário) g) São cada vez ___________ os políticos confiáveis. (menos) h) Decidiu-se que ficaria ___________ à herdeira a posse dos bens. (assegurado) i) Tiveram paciência e coragem ________________. (extraordinário) j) Não me importo que ele faça ______________ comentários. (qualquer) l) Senhor Deputado, Vossa Excelência é muito _______________ nesta comunidade. (estima-do) m) Elas _____________ providenciaram os atestados. (mesmo) n) Em qualquer profissão, é ________________ perseverança. (necessário) o) Ficamos ____________ com as mensalidades (quite) p) ____________ irão as primeiras conclusões. (anexo)

CONCORDÂNCIA VERBAL

REGRA BÁSICA – o verbo concorda com o sujeito (claro ou subentendido) em núme-ro e pessoa. Ex.: Não existem outras reclamações. VERBOS IMPESSOAIS Haver – com sentido de “existir, ocorrer, acontecer” ou indicando tempo decorrido. Ex.: Naquela época, houve vários casos de epidemia. Há muitos anos, eles se conheceram. Hoje vai haver palestras inéditas. Fazer – tempo decorrido ou fenômeno meteorológico. Ex.: Amanhã fará dois anos que comecei a faculdade. Vai fazer três meses que comecei a estudar. Verbos que indicam fenômenos da natureza – sentido denotativo. Ex.: Em São Paulo, chove muito há dois meses. Obs.: Se forem utilizados no sentido conotativo, concordarão com o sujeito. Ex.: Naquela empresa, choviam críticas ao seu trabalho. “SE” – ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO

O verbo fica na 3a pessoa do singular. Acompanha verbos transitivos indiretos, intransitivos ou de ligação.

Ex.: Desconfiava-se daqueles resultados. Mora-se bem neste bairro. Era-se menos estressado há alguns anos. “SE” PARTÍCULA APASSIVADORA

O verbo concorda normalmente com o sujeito. Ex.: Aceitam-se todos os cartões de crédito. VERBO SER

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hora, data ou distância – concorda com a expressão numérica. Ex.: Vamos logo, já são 9 horas! Hoje são 10 de abril. Daqui ao escritório, são três quadras.

expressões que indicam quantidade (é muito, é pouco, é demais, é mais de, é menos de, é suficiente, etc) – o verbo fica na 3a pessoa do singular.

Ex.: Duas semanas é pouco para ficarmos juntos. sujeito + predicativo – se o sujeito ou o predicativo forem “coisas”, o verbo

poderá concordar com qualquer um. Se um deles estiver no plural, o verbo também irá para o plural.

Ex.: A velhice seriam apenas recordações? sujeito + predicativo – se o sujeito ou o predicativo forem “pessoas”, o verbo

concordará com a pessoa. Ex.: Os filhos são a preocupação dela. SUJEITO COMPOSTO – NÚCLEOS LIGADOS POR “OU”

O verbo irá para o plural se a informação não indicar exclusão. Ex.: Gramado ou Canela são ótimos locais para visitar.

O verbo ficará no singular se a informação indicar exclusão. Ex.: Inter ou Grêmio será o vencedor do campeonato.

SUJEITO FORMADO PELOS PRONOMES RELATIVOS “QUE” E “QUEM”

QUE – o verbo concordará com o sujeito. Ex.: Fui eu que cheguei primeiro. QUEM – o verbo concordará com o sujeito ou com o pronome.

Ex.: Fui eu quem cheguei primeiro. / Fui eu quem chegou primeiro.

SUJEITO FORMADO POR EXPRESSÕES PARTITIVAS OU FRACIONÁRIAS

O verbo poderá ficar no singular ou ir para o plural. Ex.: A maioria dos alunos não gostou do novo horário.

A maioria dos alunos não gostaram do novo horário.

EXPRESSÃO MAIS DE UM

O verbo ficará no singular. Ex.: Mais de um candidato sentiu-se injustiçado. Obs.: Quando o verbo indicar reciprocidade, ele deverá ir para o plural.

Ex.: Mais de um candidato cumprimentaram-se emocionadamente.

PARECER + INFINITIVO

O verbo poderá concordar com “parecer” ou com o infinitivo. Ex.: Alguns alunos parecem estar desatentos. / Alguns alunos parece estarem desa-tentos.

EXPRESSÕES DE TRATAMENTO

O verbo irá para a 3a pessoa do singular. Ex.: Vossa Senhoria estará presente na reunião?

2. Complete os espaços com uma das opções entre parênteses.

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a) Sabes quantos meses ______ que não vou ao cinema? Pois hoje ______ fazendo dois me-ses e meio. (faz-fazem; está-estão) b) _____________-se todas as proposições iniciais. (mantém-mantêm) c) Fui eu quem ____________ a favor dos ocupantes. (intervim-interveio) d) Embora se ____________ de pessoas honestas, participaram de negócios escusos. (trate-tratem) e) Entre mim e vocês não _____________ desentendimentos. (existe-existem) f) _______-se obtido ótimos resultados. (tem-têm) g) Caso ___________ novidades, avisem-me. (haja-hajam) h) Caso ___________ novidades, avise-me. (ocorra-ocorram) i) Duas horas ______ suficiente para escrever um bom texto. (é-são) j) Aquele presidente ______ as esperanças do povo. (foi-foram) l) Grande parte dos convidados ____________ mal. (passou-passaram) m) Dirigimo-nos a Vossa Senhoria para solicitar-____ ____ apoio à nossa iniciativa. (lhe-vos; seu-vosso) n) Aos dias de amargura ______________ de suceder momentos de intensa felicidade. (have-ria-haveriam) o) Diante de certos sofrimentos, ____________ palavras de consolo. (falta-faltam) p) Cada vez mais me ___________ pânico essas concentrações de massa. (causa-causam)

FLEXÃO VERBAL

EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS Verbo é a palavra que indica ação, estado ou fenômeno da natureza.

Conjugação Verbal

Há três conjugações para os verbos da língua portuguesa:

1ª conjugação: verbos terminados em - ar. 2ª conjugação: verbos terminados em - er . 3ª conjugação: verbos terminados em - ir .

Obs.: O verbo pôr e seus derivados pertencem à 2ª conjugação, por se originarem do antigo verbo poer.

Classificação dos Verbos

Os verbos classificam-se em

regulares - são aqueles que não sofrem alterações no radical. Ex.: cantar, pular, temer, vender, partir, rir.

irregulares - são aqueles que sofrem pequenas alterações no radical. Ex.: fazer, medir.

anômalos - são aqueles que sofrem grandes alterações no radical. Ex.: ser.

defectivos - são aqueles que não possuem conjugação completa. Ex.: abolir, demolir,colorir, explodir, falir.

abundantes - são aqueles que apresentam duas formas de mesmo valor. Ge-ralmente ocorrem no particípio. Os verbos no particípio regular (-do) devem ser

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utilizados com os auxiliares TER ou HAVER. Os verbos no particípio irregular devem ser utilizados com os auxiliares SER ou ESTAR.

Ex.: O livro foi impresso recentemente.

Eu já havia imprimido esse material. Obs.: Os verbos abrir, cobrir, dizer,escrever, fazer, pôr, ver e vir só possuem o particí-pio irregular Ex.: aberto, coberto, dito, escrito, feito, posto, visto e vindo.

Os particípios dos verbos gastar, ganhar e pagar são GASTO, GANHO e PAGO.

Modos Verbais Há três modos verbais em Português: o indicativo, o subjuntivo e o imperativo.

Indicativo - é usado quando se toma como real ou verdadeiro aquilo que se fa-la ou se escreve.

Ex.: Todos aprovaram as novas medidas.

Subjuntivo - é usado quando se toma como provável, duvidoso ou hipotético o conteúdo daquilo que se fala ou escreve.

Ex.: Talvez ela possa vir amanhã.

Imperativo - é usado quando se ordena ou se expressa pedido. Ex.: Não se esqueça de voltar cedo.

INDICATIVO presente - exprime processos verbais que se desenvolvem simultaneamente

ao momento em que se fala ou se escreve. Ex.: Sinto-me feliz agora. Também exprime

a) processos habituais. Ex.: Acordo cedo.

b) narração de fatos passados. Ex.: Em 1500, Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil. c) fato futuro de realização considerada certa . Ex. : Vou ao cinema domingo.

d) suavização de imperativo. Ex.: Vê se escreve corretamente.

pretérito perfeito - exprime processos verbais concluídos e localizados num momento ou período definido do passado.

Ex.: Ele falou sobre as eleições. Também exprime

a) quando composto, processos que se prolongam ou se repetem até o presente.

Ex.: Tenho-me dedicado aos estudos.

pretérito imperfeito - transmite idéia de continuidade, de processo não con-cluído; indica o que no passado era contínuo ou freqüente.

Ex.: Nós jogávamos basquete naquele ginásio. Também exprime

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a) processo que estava em andamento quando da ocorrência de outro.

Ex.: O dia clareava quando chegamos à cidade.

b) coloquialmente, no lugar do Futuro do Pretérito, para denotar cortesia.

Ex.: Você podia corrigir isto pra mim?

pretérito mais que perfeito - exprime processo que ocorreu antes de outro processo passado.

Ex.: Quando abri a porta de casa , percebi que alguém invadira (ou havia invadido) a sala e remexera (ou havia remexido) tudo.

Obs.: O uso da forma composta é mais comum.

futuro do presente - exprime os processos certos ou prováveis que ainda não se realizaram no momento em que se fala ou se escreve.

Ex.: Estudarei amanhã. Também exprime a)suavização do imperativo . Ex.: “Aceitarás teu destino.”

b) dúvida ou incerteza em relação aos fatos do momento presente. Ex.: Será que ela vem? c) possibilidade de realização dos processos que julgamos prováveis quando se rela-ciona com o Futuro do Subjuntivo (expressa condição).

Ex.: Se me convidarem , irei à festa.

futuro do pretérito - exprime processos posteriores ao momento passado a que estamos nos referindo.

Ex.: Concluímos o curso, pois faríamos vestibular.

Também exprime a) futuro que não se realizou. Ex.: Nós iríamos, mas o tempo não ajudou.

b) nas expressões de condição, relaciona-se com o Pretérito do Subjuntivo para indi-car processos que acreditamos de difícil realização (futuro condicionado).

Ex.: Se eu pudesse viajaria agora.

SUBJUNTIVO presente - exprime processos que se desenvolvem no momento da fala ou da

escrita. Ex.: É uma pena que tudo seja tão caro!

Também exprime

a)fatos ainda não realizados no momento em que se fala ou se escreve.

Ex.: Talvez ele faça os relatórios hoje.

pretérito imperfeito - exprime processos de limites imprecisos, anteriores ao momento em que se fala ou se escreve.

Ex.: A crise social não permitiu que muitas crianças tivessem vida digna.

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futuro - indica possibilidades ainda não realizadas no momento em que se fala ou se escreve.

Ex.: Quando quiser, farei os exercícios.

IMPERATIVO afirmativo – utiliza os tempos presente do Indicativo (2a pessoas do singular e

do plural, menos o “s”) e do Subjuntivo (pessoas restantes) para a sua forma-ção.

Ex.: Diga logo o que quer.

negativo – utiliza o presente do subjuntivo para a sua formação. Ex.:Não diga isso a ela.

FORMAS NOMINAIS DO VERBO Infinitivo (ar / er / ir) - exprime o processo verbal em si mesmo; é a forma pela

qual se nomeiam os verbos; não apresenta noção de tempo ou modo. Ex.: Caminhar faz bem para a saúde.

Obs.: é comum a sua substantivação pelo artigo. Ex.: O caminhar dela é esquisito.

Particípio (do) - funciona como adjetivo; é usado nas locuções verbais e nas orações reduzidas.

Ex.: O problema será resolvido até 2ª feira.

Calado num canto, observava-nos.

Teve papel destacado nas audiências.

Gerúndio (ndo) - desempenha a função de advérbio; é usado nas locuções verbais e orações reduzidas; indica um processo incompleto ou prolongado; in-dica, também,circunstância de modo.

Ex.: Estou lendo o livro que você comprou.

Chorando muito, os meninos saíram da sala.

EXERCÍCIOS

1. Complete com as formas verbais adequadas. a) É preciso que nós ___________________ auxílio para eles. (providenciar - presente do sub-juntivo) b) Sua proposta não __________________ aos empregados. (convir - presente do indicativo) c) O tempo _________________ as mágoas e __________________ a raiva. (extinguir e apa-ziguar - presente do indicativo) d) O árbitro não ________________. (intervir – pretérito perfeito do indicativo) e) Talvez nós não __________________ no elevador. (caber – presente do subjuntivo) f) Não __________________ tempo preocupando-te com a vida alheia. (perder – negativo im-perativo) g) ________________ o trabalho como achares melhor. (fazer – afirmativo imperativo) h) Elas _________________ cultura, mas nem todos ________________ isso. (ter e ver – presente do indicativo) i) Seria essencial que __________________ os horários antigos. (manter – pretérito imperfeito do subjuntivo) j) Se eles _________________ e nos ________________ aqui, ficarão surpresos. (vir e ver – futuro do subjuntivo)

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VOZES DO VERBO

Indicam se o sujeito da oração pratica ou recebe a ação do verbo. Classificam-se em

ATIVA – o sujeito pratica a ação indicada pelo verbo, ou seja, o sujeito é um agente.

Ex.: A maioria dos alunos acertou várias questões. A maioria dos alunos continua acertando várias questões.

PASSIVA – o sujeito recebe a ação do verbo, ou seja, o sujeito é um paciente. Ela se classifica em dois tipos:

passiva analítica – a estrutura é formada, no mínimo, por dois verbos: SER + PARTICÍPIO. O termo que pratica a ação é chamado AGENTE DA PASSIVA. Ex.: Várias questões foram acertadas pela maioria dos alunos. / Várias ques-tões continuavam sendo acertadas pela maioria dos alunos.

passiva sintética – VERBO NA 3a PESSOA + SE (partícula apassivadora). Não apresenta agente da passiva. Ex.: Acertaram-se várias questões. / Conti-nuam-se acertando (ou Continuam acertando-se) várias questões.

REFLEXIVA – o sujeito pratica e sofre a ação expressa pelo verbo. O sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo. Admite as expressões A MIM MESMO, A TI MESMO, A SI MESMO.

Ex.: O aluno enganou-se.. TRANSFORMAÇÃO DA ATIVA PARA A PASSIVA ANALÍTICA

objeto direto – sujeito SER no tempo do verbo + particípio sujeito – agente da passiva

A passiva analítica SEMPRE terá um verbo a mais que a ativa.

TRANSFORMAÇÃO DA ATIVA PARA A PASSIVA SINTÉTICA

verbo no mesmo tempo e modo que na ativa + se objeto direto – sujeito paciente

O número de verbos é o mesmo que na ativa.

OBSERVAÇÕES

1. Só podem ser as apassivadas as orações que, na ativa, têm OBJETO DIRETO.

2. Os verbos ASSISTIR e OBEDECER, embora não devessem ser apassivados, pois exigem objeto indireto, são usados na voz passiva na linguagem coloquial.

3. Os verbos TER, HAVER e POSSUIR, a despeito de exigirem objeto direto, NÃO podem ser apassivados.

EXERCÍCIOS

1. Passe as orações da voz ativa para a passiva analítica e vice-versa. a) Os clientes podem examinar todas as mercadorias.

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b) Este escritor tem publicado poucos livros. c) Os comentários teriam sido feitos pelo palestrante. d) Os poemas de Mário Quintana continuam sendo apreciados por leitores de todo o Brasil. e) Na festa de aniversário, as crianças eram entretidas pelos palhaços. f) Integrantes de movimentos sociais faziam invasões frequentemente. g) Pessoas desinformadas continuam elegendo políticos corruptos. h) Em um passado recente, o governo destinava mais verbas para a educação. i) Os policiais continuam a perseguir os traficantes. j) A professora criava muitas frases sem sentido. l) Alguma vez eu te magoei?

DISCURSO DIRETO E INDIRETO

A transformação implica alterar alguns pronomes, advérbios e formas verbais na passagem do discurso direto para o indireto ou vice-versa. No entanto, nessa passagem, algumas estrutu-ras mantêm-se inalteradas. * Elocução – maneira como o narrador se exprime ao indicar ou informar a fala do persona-gem. NÃO ocorrem alterações nessa estrutura (oração principal). Ex.: A professora afirmou: “Tu fizeste uma bela redação.” A professora afirmou que ele fizera (havia feito) uma bela redação. * Determinadas indicações de tempo – se, no discurso direto, houver o pronome “este” indi-cando tempo presente definido (mês, ano), não haverá mudança nessa palavra, nem no tem-po verbal ao operar-se a transformação para o indireto. Ex.: Ela disse: “Neste ano de 2011, pretendo me dedicar aos estudos.” (presente do indicativo) Ela disse que, neste ano de 2011, pretende se dedicar aos estudos. (presente do indicati-vo)

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Discurso Direto Discurso Indireto Reproduz a fala diretamente. A fala é informada por um narrador. Travessão, vírgula, aspas, dois-pontos isolam a fala da personagem.

A pontuação é substituída, geralmente, pelos nexos QUE e SE.

Presente do indicativo Pretérito imperfeito do indicativo Pretérito perfeito Pretérito mais que perfeito simples ou com-

posto Futuro do presente Futuro do pretérito Presente do subjuntivo Futuro do subjuntivo Imperativo

Pretérito imperfeito do subjuntivo

Eu, mim comigo Ele (ela), se, o, a, lhe, consigo Nós, nos, conosco Eles (elas), os, as, lhes Este, esta, isto Aquele, aquela, aquilo Aqui, cá Ali, lá Agora, hoje Naquela ocasião, naquele dia Ontem No dia anterior Amanhã No outro dia, no dia seguinte Obs.: É comum o uso do presente do indicativo para designar ação futura. Nesse caso, na transposição para o discurso indireto, também está correto o uso do verbo no futuro do pretéri-to. Ex.: Amanhã vamos viajar, resolveu ela. Ela resolveu que iam (ou iriam) viajar no dia seguinte. EXERCÍCIOS 1. Passe as frases abaixo do discurso direto para o indireto e vice-versa. a) O cliente falou que denunciaria a descortesia do vendedor. b) Caso eu tenha tempo, farei os exercícios hoje, afirmou o aluno. c) Não faça afirmações impensadas, sugeriu-me o meu amigo. d) O diretor afirmou que, neste ano de 2011, pretende reorganizar a escola. e) O funcionário sempre afirmava que, no ano seguinte, não iria mais se atrasar.

COLOCAÇÃO DOS PRONOMES OBLÍQUOS

VERBO * Próclise – o pronome oblíquo vem antes do verbo. Ocorre nos seguintes casos:

- conjunções subordinativas – Ex.: Quando me contaram, não acreditei. - pronomes relativos – Ex.: Essas foram as pessoas que nos ajudaram.

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- pronomes interrogativos – Ex.: Quem se acusará? - pronomes indefinidos – Ex.: Alguém me contou isso. - advérbios – Ex.: Jamais se entenderam. - pronomes pessoais, formas de tratamento e vocábulos pequenos quando o su-

jeito vem logo antes do verbo. – Ex.: Eu te amo. - gerúndio precedido de preposição EM. – Ex.: Em se tratando de médicos, to-

dos são eficientes. - orações optativas ou exclamativas. – Ex.: Os céus te protejam!

* Mesóclise – o pronome coloca-se no meio do verbo, quando a próclise não for obri-gatória. Utiliza-se a mesóclise quando os verbos estiverem no

- futuro do presente – Ex.: O presidente sentir-se-á honrado com a homenagem. - Futuro do pretérito – Ex.: O presidente sentir-se-ia honrado com a homenagem.

* Ênclise – o pronome vem depois do verbo. Ocorre quando

- a oração é iniciada por verbo. – Ex.: Empresta-me o livro, por favor. - O verbo está no afirmativo imperativo. – Ex.: Amigo, esqueça-se do fato!

LOCUÇÃO VERBAL O pronome não pode ficar solto entre os verbos da locução; deve-se ligar a um deles ou vir antes de ambos.

auxiliar + infinitivo = três colocações. auxiliar + gerúndio = três colocações. auxiliar + particípio = duas colocações ( a ênclise não é admi-

tida).

Ex.: Não me consegui esquecer daquele fato.

Não consegui-me esquecer daquele fato.

Não consegui esquecer-me daquele fato.

Obs.: Na utilização dos pronomes o, a, os ,as, observe as seguintes transformações:

- quando o verbo terminar em R, S ou Z, eliminam-se essas letras e acrescen-tam-se lo, la, los, las. Ex.: Precisamos comprar o livro. / Precisamos comprá-lo.

- Quando o verbo terminar em M, ÃO ou ÕE, acrescentam-se no, na, nos, nas. Ex.: Fizeram a redação. / Fizeram-na.

EXERCÍCIOS

1. Complete com o verbo e o pronome oblíquo que estão nos parênteses. a) Policiais e bandidos _____________________________ no morro. (enfrentaram + se) b) Por favor, ______________________________________ calmos ! (mantenham + se ) c) Nós _____________________________________ com o barulho. (assustamos + nos) d) Todas essas flores __________________________ em perfume. (transformarão + se) e) Os juízes _________________________________ no salão principal. (reuniram + se ) f) Enquanto _______________________________, começou a chover. (esperava + a) g) Quem _____________________________________________ ? (candidatará + se) h) Nunca ________________________________ esse fato ? (contaram + te) i) Hoje ____________________________________ apoio. (pediram + nos) j) Se ___________________________ , _________________________ . (denunciarem + te) – (apoiarei + te)

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2. Quanto à colocação ou o emprego de pronomes, coloque C (certo) ou E (errado). a) ( ) Não há nada entre mim e aquela funcionária. b) ( ) Meus colegas pediram para mim fazer o discurso. c) ( ) Ela entregou o pacote para eu guardar. d) ( ) Não falem sem eu autorizar. e) ( ) Tu podes emprestar esse livro para mim ? f) ( ) Esse é um problema entre mim e ti. g) ( ) Permaneceu na sala com nós. h) ( ) Eu vi ela ontem à tarde. i) ( ) Preciso urgentemente falar consigo. j) ( ) Parece que ele vai viajar com nós.

ORTOGRAFIA

Ditado 1.

6.

2.

7.

3.

8.

4.

9.

5.

10.

Por que, normalmente, temos dificuldades quanto à ortografia? As razões mais significativas são a possibilidade de alguns fonemas admitirem grafias diferentes, a origem das palavras e a pronúncia equivocada.

Sufixos -ÊS, -ESA - sufixos que indicam nacionalidade, procedência ou origem, ori-undos de substantivos. Ex.: chinês, chinesa.

Sufixos -ESA, -ISA - sufixos que indicam gênero feminino. Ex.: burguesa, poetisa.

Uso do J e do G J: em certos vocábulos de origem árabe, tupi e africana e nos verbos terminados em –JAR. Ex.: berinjela – origem árabe. G: nas terminações -AGEM, -IGEM, UGEM, -EGE, -OGE. Ex.: garagem. G: nas terminações -ÁGIO, -ÉGIO, -ÓGIO E –ÚGIO; depois da inicial –A. Obs.: pajem; palavras derivadas por prefixação de outras com J inicial (a + jeito + ar = ajeitar). Ex.: refúgio, agitar. Pôr e Querer - todas as formas verbais dos verbos PÔR e QUERER. Ex.: puser, quis. Uso do E e do I -OE e -UE, na 3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo dos verbos terminados em -OAR e –UAR. Ex.: perdoar – perdoe.

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-EAR, em verbos que, no indicativo, apresentam terminações -EI. Ex.: frear – eu freio -ÓI e -UI, na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo dos verbos terminados em -UIR. Ex.: construir - constrói -IAR, em verbos que, no indicativo, apresentam as terminações -IO, -IAS. Ex.: premiar – premio.

Terminações -SINHO e –ZINHO - se a palavra primitiva tiver S na sílaba final, este permanecerá ao se acrescentar -INHO para a formação do diminutivo. Caso contrário, receberá Z, acrescentando-se -ZINHO ou -INHO se a palavra primitiva já tiver Z. Ex.: lapisinho, pãozinho.

S depois de ditongo - Ex.: maisena

Uso do C e do Ç - C ou Ç em vocábulos de origem árabe, tupi e africana; depois de ditongos e nos sufixos -AÇA, -AÇO, -IÇA, -IÇO, -NÇA, -UÇA, e -UÇO. Ex.: caçula – origem africana.

Terminações -ÇÃO, -SSÃO, ou –SÃO -ÇÃO: nos substantivos derivados dos verbos terminados em -T(ER), -T(IR), -D(ER), -M(IR); com terminações diferentes dessas, quando tais terminações não desapare-cem na formação dos substantivos. Ex.: render - rendição -SSÃO: nos substantivos derivados dos verbos terminados em -D(ER), -D(IR), -T(ER), -T(IR), -M(IR); quando tais terminações desaparecem na formação dos substantivos. Ex.: submeter – submissão -SÃO: nos substantivos derivados dos verbos terminados em -T(ER), -T(IR), -D(ER), -D(IR), quando tais terminações desaparecem na formação dos substantivos e o som /S/ vier depois de N ou R. Ex.: diversão Sufixos -OSO e –OSA - sufixos que ocorrem em adjetivos derivados de substantivos. Ex.: ansioso Sufixos -EZ e –EZA - substantivos abstratos formados com base em adjetivos. Ex.: beleza

Verbos terminados em -ISAR ou –IZAR - -ISAR para verbos derivados de palavras que têm S na última sílaba. -IZAR para casos em que isso não ocorrer. Ex.: analisar, canalizar Exceção - catequese, catequizar. Uso do X e do CH -X: em vocábulos de origem árabe, indígena e africana; depois de ditongo; depois de ME- inicial e depois de EN- inicial. Ex.: enxaqueca – origem árabe -CH: em certas palavras de origem estrangeira, exceto se tiverem SH no original.

M – mediar (medeio)

A – ansiar (anseio)

R – remediar (remedeio

I – incendiar (incendeio)

O – odiar (odeio)

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Ex.: sanduíche Exceções: mecha e seus derivados; quando o prefixo EN- anexa-se a palavras come-çadas por -CH (encher/cheio).

OS PORQUÊS

PORQUÊ – quando estiver substantivado, ou seja, antecedido de um determinante (artigo, pronome, numeral ou adjetivo). Ex.: Talvez ele explique o porquê de sua indignação. POR QUÊ – quando estiver em final de frase, ao lado de um sinal de pontuação. Ex.: Está indignado, por quê? PORQUE – usado em explicações, justificativas, respostas. Nesse caso, funciona co-mo conjunção. Ex.: Estou indignado, porque os projetos não foram aprovados. POR QUE – usado em três situações: a) perguntas diretas. Ex.: Por que está indignado? b) perguntas indiretas. Ex.: Explique por que está indignado. c) Quando for substituível por “pelo qual, pelos quais, pela qual, pelos quais, pelas quais, por qual, por quais”. Ex.: os motivos por que estou indignado não te interessam. EXERCÍCIOS 1. Complete com os porquês. a) Esta é a pior fase ___________________ passei. b) Não concluí o trabalho, ________________ tive um compromisso. c) Filosofar é procurar os ________________ de tudo. d) Ficou furiosa e ninguém entendeu ________________. e) Não saíste comigo ___________________ estás zangado? f) Todos nos empenhamos _________________ queríamos a vitória. g) Qual o ________________ da sua revolta? h) As cidades ______________ passamos eram muito pobres. i) Ficaremos aqui _________________ ele precisa da nossa ajuda. j) Um __________________ pode ser escrito de quatro modos. l) Não há _________________ pensarmos nisso agora. m) São grandes as transformações ______________ está passando a sociedade brasileira. n) _____________ caminhos estávamos andando, ninguém sabe.

PARÔNIMOS E HOMÔNIMOS

PARÔNIMOS – vocábulos que têm grafia e pronúncia semelhantes, mas significados diferentes. Ex.: ratificar (confirmar), retificar (consertar, corrigir).

HOMÔNIMOS – vocábulos que têm grafia ou pronúncia igual, mas significados dife-rentes.

- perfeitos – grafia e pronúncia idênticas.

Ex.: são (santo), são (sadio), são (verbo ser).

- homófonos – pronúncia igual e grafia diferente.

Ex.: concerto (sessão musical), conserto (reparo).

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- homógrafos – pronúncia diferente e grafia igual.

Ex.: o almoço (substantivo), eu almoço (verbo).

1. acerca de .................................................................... a respeito de a cerca de ................................................................... aproximadamente há cerca de ................................................................. tempo passado ou existir 2. a fim ............................................................................ finalidade, intenção afim ............................................................................. semelhante, análogo 3. ao encontro de ............................................................ para junto de, favorável de encontro a .............................................................. contra, em prejuízo de 4. ao invés de .................................................................. ao contrário de em vez de .................................................................... em lugar de 5. deferir ........................................................................... conceder diferir ............................................................................ divergir 6. flagrante ....................................................................... evidente fragrante ....................................................................... aromático 7. haja ............................................................................... forma do verbo haver aja ................................................................................. forma do verbo agir 8. perda ............................................................................. substantivo perca ............................................................................. forma do verbo perder 9. mandado ....................................................................... ordem judicial mandato ........................................................................ delegação de poder 10. mal ............................................................................... advérbio oposto a bem mau .............................................................................. adjetivo oposto a bom 11. soar .............................................................................. produzir som suar .............................................................................. transpirar 12. sessão .......................................................................... reunião seção ............................................................................ setor cessão .......................................................................... ato de ceder 13. tachar ........................................................................... censurar, atribuir defeito taxar ............................................................................. regular o preço, lançar imposto 14. descriminar ................................................................... inocentar, isentar de crime discriminar .................................................................... diferenciar, separar 15. emigrar ......................................................................... sair da pátria imigrar .......................................................................... entrar em outro país para viver 16. despercebido ................................................................ não visto, não notado desapercebido .............................................................. desprevenido, desprovido 17. censo ............................................................................ recenseamento senso ............................................................................ juízo 18. estrato ........................................................................... divisão extrato ........................................................................... resumo

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19. casual ............................................................................ ocasional causal ............................................................................ relativo a causa 20. estalado ......................................................................... partido estrelado ........................................................................ em forma de estrela (ovos estrelados) 21. onde.................................................................................lugar / estático aonde...............................................................................lugar / movimento 22. em princípio......................................................................em tese, teoricamente a princípio.........................................................................no início 23. a par...................................................................................ciente ao par..................................................................................sem ágio 24. tampouco..............................................................................nem, também não “tão pouco”............................................................................pouquíssimo (informal) 25. iminente.................................................................................prestes a acontecer, muito pró-ximo eminente................................................................................célebre, importante 26. espectadores..........................................................................que vê, que assiste expectadores..........................................................................que tem expectativa 27. empossar.................................................................................tomar posse empoçar...................................................................................estar na poça d’água 28. vultosa......................................................................................de expressão, significativa, grande vultuosa....................................................................................rosto inchado 29. infringir........................................................................................burlar, transgredir infligir..........................................................................................aplicar pena, multa 30. delatar.........................................................................................denunciar dilatar.........................................................................................expandir 31. há...............................................................................................tempo decorrido a.................................................................................................tempo por vir 32. se não........................................................................................caso não senão........................................................................................a não ser 33. ascender...................................................................................subir, elevar-se acender.....................................................................................atear fogo 34. concerto.....................................................................................apresentação musical conserto.....................................................................................reparo, correção 35. cassar........................................................................................tornar sem efeito caçar..........................................................................................perseguir animais, buscar 36. emergir.......................................................................................vir à tona Imergir........................................................................................afundar, esconder-se EXERCÍCIOS

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Escolha a forma adequada. 1. _______________ quinze minutos do final do espetáculo, um forte temporal caiu sobre a cidade. (acerca de – a cerca de – há cerca de) 2. ______________ resolver o problema, chegou mais cedo. (afim de – a fim de) 3. Este prédio foi ______________ construído. (mal – mau) 4. Ela passou ________________. (despercebida – desapercebida) 5. O poder público, ______________ ser econômico, é esbanjador. (em vez de – ao invés de) 6. Não se sabe exatamente _______________ ele quer chegar. (onde – aonde) 7. A idéia, _______________, não parece má. (a princípio – em princípio) 8. O funcionário daquele setor foi _____________ de desleal. (taxado – tachado) 9. Estávamos _______________ do assunto. (a par – ao par) 10. Inscrevi-me no concurso, pois vem _______________ meus interesses. (ao encontro dos – de encontro aos) 11. Ocorreu ontem a _____________ do jogador a outro time. (sessão – seção – cessão) 12. Não fiz o exercício, ______________ a prova. (tão pouco – tampouco) 13. Queria saber _____________ todos foram embora. (porque – por que – porquê – por quê) 14. Notam-se crises nos diversos _______________ populacionais. (extratos – estratos) 15. Está _____________ a mudança da legislação salarial. (eminente – iminente) 16. Os _______________ aplaudiram de pé os atores locais. (expectadores – espectadores) 17. Ao fim das investigações, a verdade ______________. (emergiu – imergiu) 18. A morte daquele ator foi uma _________ muito grande para o meio artístico. (perca – per-da) 19. Grupos de mulheres desenvolvem uma campanha que visa à ______________ do aborto. (discriminação – descriminação) 20. Os novos prefeitos serão ______________ em janeiro. (empoçados – empossados) 21. As despesas com a reforma do prédio serão ______________. (vultosas – vultuosas) 22. Ele não veio ______________ estava doente? (porque – por que – porquê – por quê) 23. Nesse caso, o partido estaria _______________ a lei eleitoral. (infligindo – infringindo) 24. Concluído o _______________ do deputado, voltou à atividade empresarial. (mandado – mandato) 25. A presença da polícia era a prova evidente de que ele o _______________. (dilatara – de-latara) 26. Estou aqui ____________ mais de duas horas. (a – há – à) 27. O partido, ______________ lhe convinha, mudou a estratégia. (porque – por que – porquê – por quê) 28. Tenha calma, _____________ o caso se tornará ainda mais difícil. (se não – senão) 29. Isso é atitude própria de _____________ elemento. (mal – mau) 30. Ninguém ______________ o irmão da vítima compareceu ao hospital. (se não – senão) 31. O conferencista falou ______________ quatrocentas pessoas. (acerca de – a cerca de – há cerca de) 32. Preciso ______________ aquela nota, pois está incorreta. (ratificar – retificar) 33. É ______________ a preferência dela pela língua inglesa. (fragrante – flagrante) 34. Estuda muito, pois pretende _____________ na profissão. (acender – ascender) 35. Preciso descobrir qual é minha _____________ eleitoral. (sessão – seção – cessão) 36. É inadmissível que se _______________ pessoas por religião, sexo ou cor. (descriminem – discriminem) 37. A viatura permaneceu no ______________ uns vinte dias. (concerto – conserto) 38. Parece que haverá, neste ano, outro ______________. (senso – censo) 39. No verão, ela _____________ muito. (soava – suava) 40. O governo revolucionário __________ os mandatos de diversos políticos. (cassou – caçou) 41. Talvez ainda ______ ingressos para o jogo. (aja – haja) 42. Seu pedido foi ___________. (deferido – diferido) 43. Nosso encontro ___________ deixou-me muito feliz. (causal – casual) 44. O edital para este concurso é _________. (iminente – eminente)

ACENTUAÇÃO

PROPAROXÍTONAS – todas são acentuadas. Ex.: escrevêssemos, ridículo.

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PAROXÍTONAS – acentuam-se as terminadas em USEI UM LIRÃO NX PS DITONGO CRESCENTE. Ex.: lápis, negócio.

OXÍTONAS - acentuam-se as terminadas em O(S), E(S), A(S), EM, ENS. Ex.: consertá-lo, refém. MONOSSÍLABAS – acentuam-se as tônicas terminadas em O(S), E(S), A(S). Ex.: três, nó.

DITONGO ABERTO – acentuam-se os ditongos abertos ÓI(S), ÉU(S), ÉI(S) em pala-vras monossílabas e oxítonas. Ex.: pastéis, dói. HIATO – acentuam-se as letras I e U desde que - formem sílabas sozinhas ou seguidas de S; - formem hiato com a vogal anterior; - não sejam seguidas de NH (bainha); - não sejam paroxítonas antecedidas de ditongo (feiura). Ex.: caíram, Camboriú. ACENTO DIFERENCIAL pôr (verbo) por (preposição) pôde (verbo – passado) pode (verbo – presente) têm (sujeito plural) tem (sujeito singular) vêm (sujeito plural) vem (sujeito singular) Obs.: fôrma ou forma (substantivo) – acento opcional

EXERCÍCIOS

Se retirarmos os acentos das palavras abaixo, quais delas continuarão a existir em Lín-gua Portuguesa? Reproduza-as sem acento. a) crítica b) experiências c) através d) é e) periódica f) aí g) denúncia h) burguês i) refém j) autêntico

l) país m) agência n) nós o) cômodo p) fórmula q) família r) veículo s) monólogo t) está

Marque as opções em que as palavras são acentuadas seguindo a mesma regra. a) ( ) magnífico - básica b) ( ) português - saí c) ( ) gaúcho – renúncia d) ( ) eliminatória – papéis e) ( ) rápido – assédio f) ( ) nó – após g) ( ) renováveis – água h) ( ) distribuído – saísse i) ( ) realizará – invés j) ( ) escarcéu – sóis l) ( ) alguém – túnel m) ( ) avô – pôr n) ( ) ânsia - aluguéis

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o) ( ) contém - soubésseis p) ( ) imbatível – efêmera

TIPOS DE TEXTO

Qualquer que seja a modalidade de redação exigida, o que se exige do candidato é a capacidade de expressar, por meio da escrita, o que pensa. Os critérios de correção variam de acordo com a tipologia do texto, mas, em última análise, é a habilidade de escrever o que importa.

descrição – enumeração de características. A descrição é estática, sem mo-vimento, desprovida de ação. Na descrição, o ser, o objeto ou o ambiente são importantes, ocupando lugar de destaque na frase o substantivo e o adjetivo. O emissor capta e transmite a realidade por meio de seus sentidos, fazendo uso de recursos linguísticos. A caracterização é indispensável, por isso existe uma grande quantidade de adjetivos no texto.

Exemplo: A sua estatura era alta e seu corpo, esbelto. A pele morena refletia o sol dos trópicos. Os olhos negros e amendoados espalhavam a luz interior de sua alegria de viver e jovialidade. Os traços bem desenhados compunham uma fisionomia calma, que mais parecia uma pintura.

narração – enumeração de fatos. Consiste na elaboração de um texto inserin-do episódios, acontecimentos.A narração difere da descrição. A primeira é to-talmente dinâmica, enquanto a segunda é estática e sem movimento. Os ver-bos são predominantes num texto narrativo.

Exemplo: Numa noite chuvosa do mês de agosto, Paulo e o irmão caminha-vam pela rua mal-iluminada que conduzia à sua residência. Subitamente foram abordados por um homem estranho. Pararam, atemorizados, e tentaram saber o que o homem queria, receosos de que se tratasse de um assalto. Era, entre-tanto, somente um bêbado que tentava encontrar, com dificuldade, o caminho de sua casa.

dissertação – discussão de problemas por meio de um texto opinati-vo/argumentativo. Consiste em abordar o tema, buscando convencer o leitor a respeito de uma opinião, de um ponto de vista. Para tanto, a linguagem usada deve ser denotativa e demonstrar a capacidade do autor de articular informa-ções consensuais e de posicionar-se por meio de um texto organizado, coeren-te e coeso.

Exemplo: Tem havido muitos debates sobre a eficiência do sistema educacio-nal. Argumentam alguns que ele deve ter por objetivo despertar no estudante a capacidade de absorver informações dos mais diferentes tipos e relacioná-las com a realidade circundante. Um sistema de ensino voltado para a compreen-são dos problemas socioeconômicos e que despertasse no aluno a curiosidade científica seria por demais desejável.

Obs.: o texto dissertativo pode ser apenas expositivo, em que não há discus-são de ideias, somente informação.

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Exemplo: Em seres humanos, os sintomas de gripe A (H1N1) são semelhantes aos da gripe e síndrome gripal em geral, nomeadamente, calafrios, febre, gar-ganta dolorida, dores musculares, dor de cabeça forte, tosse, fraqueza, des-conforto geral e, em alguns casos, náusea, vômito e diarreia.

editorial - textos presentes nos jornais que exibem a opinião da empresa acer-ca de um certo tema.

crônica – texto que obedece a uma ordem temporal. Há vários tipos de crôni-ca. Dentre elas, estão a descritiva, a narrativa, a dissertativa, a narrativo-descritiva, a humorística, a lírica, a poética, a jornalística e a histórica.

artigo - fundamentado em impressões pessoais do autor do texto e, por isso, fácil de contestar.

Qualidades do Texto

Para que o texto seja bem redigido, seguem algumas dicas. Concisão: é aquele que transmite sua ideia com o mínimo de palavras possível. É escrito de maneira direta, objetiva. Correção: deve estar de acordo com a norma culta da língua, observando todos os aspectos gramaticais. Clareza: deve ser redigido de maneira que o leitor compreenda facilmente o que está sendo abordado. Coesão: é conexão, ligação, harmonia entre os elementos de um texto. Percebemos tal defini-ção quando lemos um texto e verificamos que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, um dando continuidade ao outro.

Coerência: é a relação lógica entre as ideias, pois devem complementar-se, é o resultado da não contradição entre as partes do texto.

Estrutura do Texto - Introdução É um bom início de texto que desperta no leitor vontade de continuar a lê-lo. Na introdução é que se define o que será dito, e é nessa parte que o escritor deve mostrar que seu texto merece atenção. O assunto a ser tratado deve ser apresentado de ma-neira clara. Existem alguns que abrem espaço para definições, citações, perguntas, exposição de ponto de vista oposto, comparações, descrição. A introdução pode apresentar, por exemplo, - afirmação geral sobre o assunto; - consideração do tipo histórico-filosófico; - citação; - comparação;

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- uma ou mais perguntas; - narração. - Desenvolvimento É nesse momento que o escritor desenvolve o tema, seja através de argumentação por citação, comprovação ou raciocínio lógico, tomando sua posição a respeito do que está sendo discutido. O conteúdo do desenvolvimento pode ser organizado de diversas maneiras, depende-rá das propostas do texto e das informações disponíveis.

Um mecanismo que pode auxiliar na produção desta parte do texto é fazer lista-gem de ideias, seleção de argumentos. - Conclusão A conclusão é a parte final do texto, um resumo forte e breve de tudo o que já foi dito, cabe também a essa parte responder à questão proposta inicialmente, expondo uma avaliação final do assunto.

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Interpretar um texto não é simplesmente saber o que se passa na cabeça do autor quando ele escreve, mas também inferir. Se dissermos: “Levei meu primo caçula ao cinema.”, pode-se inferir que tenho mais de um primo. Ou seja, inferir é retirar informa-ções implícitas e explícitas do texto. Devemos tomar cuidado, entretanto, com o que chamamos de “conhecimento de mundo”, que são as informações armazenadas ao longo da vida. É muito comum confundirmos essas informações com as do texto.

Para ler e interpretar um texto, é preciso observar dois níveis de leitura: a informati-va (de reconhecimento) e a interpretativa. A primeira deve ser feita cuidadosamente, por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se informações e preparando-se para a leitura interpretativa. Durante a interpretação, é importante grifar palavras-chave, passagens importantes; ligar uma palavra à ideia central de cada parágrafo. A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e opções de respostas.

Para que um texto seja compreendido, deve apresentar ideias seletas e organiza-das por meio de parágrafos. É composto pela ideia central, argumentação e/ou desen-volvimento e conclusão do texto.

Dicas para lidar com as questões de intelecção de textos:

a leitura atenta do texto é essencial antes de começar a responder às pergun-tas. Em um primeiro momento, como já foi explanado, deve ser feita a leitura informativa; em um segundo momento, a leitura interpretativa, com o destaque de palavras e ideias significativas;

depois de ler atentamente o texto, o reconhecimento das questões é essencial (compreensão, interpretação, inferência, ideia principal, secundária);

observe bem o que exige a questão (correta, incorreta) e destaque palavras decisivas;

não disperdice tempo em questões mais difíceis, passe adiante; depois de resolvida a maioria, volte para aquelas mais complexas; evite os seguintes erros de leitura:

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extrapolação ou ampliação – a questão abrange mais do que o texto diz.

redução ou limitação – a questão reduz a amplitude do que diz o texto.

contradição – a questão diz o contrário do que diz o texto.

desvio ou deturpação – desvio de informação de um aspecto para outro.

NÍVEIS DE LINGUAGEM

A língua não é regida por normas fixas e imutáveis. Ela pode transformar-se atra-vés do tempo, e, se compararmos textos antigos com atuais, perceberemos mudanças significativas no estilo e nas expressões. Para entender por que as pessoas se comu-nicam de formas diferentes, é necessário considerar inúmeros fatores: época, região geográfica, ambiente e “status” sociocultural dos falantes.

LÍNGUA CULTA – usada por pessoas de instrução, nivelada pela escola. Obedece à gramática da língua padrão. É mais restrita, pois constitui privilégio e conquista cultural de um número reduzido de pessoas. Ex.: Temos conhecimento de que alguns casos de delinquência juvenil no mundo hodierno decorrem da violência que se projeta, por intermédio dos meios de comunicação, com programas que enfatizam a guerra, o rou-bo e a venalidade.

LÍNGUA COLOQUIAL – é espontânea, usada para satisfazer as necessidades de comunicação do falante, sem muita preocupação com as formas linguísticas. É a lín-gua cotidiana, que comete pequenos – mas perdoáveis – deslizes gramaticais.

LÍNGUA VULGAR OU INCULTA – é própria das pessoas sem instrução. É natural, expressiva, livre de convenções sociais. Infringe totalmente os preceitos gramaticais. Ex.: Nóis cheguemo tarde porque fiquemu jogando bola.

LÍNGUA REGIONAL – como o nome indica, está circunscrita a regiões geográficas. Tem patrimônio vocabular próprio.

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LÍNGUA TÉCNICA OU JARGÃO – existem tantas quantas forem as ciências e as profissões. Ex.: um diagnóstico médico, um documento judicial, etc.

GÍRIA – ao contrário do que muitos pensam, a gíria não constitui um flagelo da lingua-gem. O mal maior reside na sua adoção como forma permanente de comunicação, desencadeando um processo não só de esquecimento, como de desprezo do vocabu-lário oficial. Usada no momento certo, porém, a gíria é um elemento de linguagem que denota expressividade e revela grande criatividade, desde que, naturalmente, adequa-da à mensagem, ao meio e ao receptor. Ex.: Ô, meu, pinta lá na minha baia, tá ligado?

LÍNGUA LITERÁRIA – é o instrumento usado pelos escritores. Para os leigos, as in-correções gramaticais ocorrem por desconhecimento da norma. Em contrapartida, para os escritores, eventuais deslizes representam estilo. Ex.: Macunaíma ficou muito contrariado. Maginou, maginou e disse pra velha...(Mário de Andrade)

VÍCIOS DE LINGUAGEM

A gramática é um conjunto de regras que estabelecem determinado uso da língua, denominado norma culta ou língua padrão. No entanto, as normas estabelecidas pela gramática normativa nem sempre são obedecidas pelo falante. Quando o falante se desvia do padrão para alcançar uma maior expressividade, ocorrem as figuras de linguagem. Quando o desvio se dá pelo não conhecimento da norma culta, temos os chamados vícios de linguagem. BARBARISMO - consiste em grafar ou pronunciar uma palavra em desacordo com a norma culta. pesquiza (em vez de pesquisa) prototipo (em vez de protótipo)

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SOLECISMO - consiste em desviar-se da norma culta na construção sintática. Fazem dois meses que ele não aparece. (em vez de faz ; desvio na sintaxe de con-cordância) AMBIGUIDADE OU ANFIBOLOGIA - trata-se de construir a frase de um modo tal que ela apresente mais de um sentido. O guarda deteve o suspeito em sua casa. (na casa de quem: do guarda ou do suspei-to?) NEOLOGISMO - é a criação desnecessária de palavras. Segundo Mário Prata, se adolescente é aquele que está entre a infância e a idade adulta, envelhescente é aquele que está entre a idade adulta e a velhice. ARCAÍSMO - consiste na utilização de palavras que já caíram em desuso. Vossa Mercê me permite falar? (em vez de você) ECO - trata-se da repetição de palavras terminadas pelo mesmo som. O menino repetente mente alegremente.

GERUNDISMO - Gerundismo ? O que é isso ? Pode ser o fato de você estar repetin-do uma forma nominal que não precisaria estar aparecendo tão frequentemente. En-tretanto, caso você possa não estar entendendo mesmo assim, logo estaremos expli-cando. É só você ficar prestando atenção e tudo vai estar se esclarecendo.

Enfim, é a repetição desnecessária do gerúndio (-ndo). O jornalista Ricardo Freire criou até um manifesto contra o gerundismo. Ex.: Este artigo foi feito especialmente para que você possa estar recortando e pos-sa estar deixando discretamente sobre a mesa de alguém que não consiga estar fa-lando sem estar espalhando essa praga terrível da comunicação moderna: o gerun-dismo. (...) (...) Mais do que estar repreendendo ou estar caçoando, o objetivo deste movimen-to é estar fazendo com que esteja caindo a ficha nas pessoas que costumam estar falando desse jeito sem estar percebendo. (...) (...) “A nível de” linguagem, “enquanto pessoa”, o que você acha de “tá” insistindo em “tá” falando desse jeito ? (...) CACÓFATOS - são sons desagradáveis ou impróprios resultantes de determinadas sequências de palavras. Ex.: na vez passada, por cada, uma mão, um guri lá, boca dela, não pense nunca nisso, nosso hino, etc. PLEONASMO – consiste na repetição desnecessária de palavras ou de ideias. Ex.: Há alguns anos atrás, a pessoa humana não convivia junto com o seu próprio eu interior. A cada dia que passa, para crescer como pessoa, precisa buscar experiências anteriores que a ajudem a encarar de frente as surpresas inesperadas. Às vezes, é necessário repetir de novo, ao amanhecer o dia e anoitecer a noite, que os fatos reais trazem-nos certeza absoluta a respeito de que é preciso manter o sorriso nos lábios e fazer planos para o futuro. Em todos os países do mundo, a verdade é esta: é preciso evoluir para melhor.

ESTRANGEIRISMOS - a palavra estrangeira, na sua forma original, só deve ser usa-da quando for absolutamente indispensável. O excesso de termos de outro idioma torna a informação pretensiosa e pedante. Se a palavra ou expressão não tiver cor-

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respondente em Português, ou se o termo for pouco usado, recorra, então, ao termo estrangeiro. Entretanto, não empregue no idioma original palavra que já tenha sido aportuguesada.

O trecho abaixo enumera apenas algumas palavras estrangeiras já incorporadas ao nosso léxico.

Michael Jackson da Silva enfrentou um dia de stress. Encarou um rush danado e chegou atrasado à empresa onde trabalha. Antes do workshop com o expert em mar-keting, foi servido um breakfest. À tarde, entrou em alguns sites. Pegou sua pick up e seguiu para o point onde estava marcada uma happy hour. Mais tarde, no flat, pediu um milk shake, enquanto assistia ao Discovery Channel. À noite, pôs sua camisa mais fashion e foi assistir a um show. Antes de dormir, fez uma refeição light e tomou um drink. Tudo ok.

COLOQUIALISMOS, EXPRESSÕES POPULARES E GÍRIAS – dependendo das cir-cunstâncias da comunicação, vocábulos coloquiais e expressões populares são total-mente inadequados. Ex.: Se o sistema estiver fora do ar, nos bancos, não tira extrato, não pagam-se contas, e fazer depósito, nem pensar; nem que a vaca tussa eu vou resolver esse troço hoje.

DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

O sentido denotativo é aquele encontrado nos dicionários e é, teoricamente, o mesmo para todas as pessoas. Já o conotativo consiste no sentido figurado, emocio-nal, avaliativo das palavras.

DENOTATIVO CONOTATIVO A ESTRELA brilha no céu.

Ela foi a ESTRELA da festa.

Ele bateu a CABEÇA. Ele foi o CABEÇA da gre-ve.

PARALELISMO SINTÁTICO E SEMÂNTICO

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Notadamente, a construção textual é concebida como um procedimento dotado de grande complexidade, haja vista que o fato de as ideias emergirem com certa facilida-de não significa transpô-las para o papel sem a devida ordenação. Tal complexidade nos remete à noção das competências inerentes ao emissor diante da elaboração do discurso, dada a necessidade de este se perfazer pela clareza e precisão. Infere-se, portanto, que as competências estão relacionadas aos conhecimentos que o usuário tem dos fatos linguísticos, aplicando-os de acordo com o objetivo pre-tendido pela enunciação. De modo mais claro, ressaltamos a importância da estrutura discursiva se pautar pela pontuação, concordância, coerência, coesão e demais requi-sitos necessários à objetividade retratada pela mensagem. Atendo-nos de forma específica aos inúmeros aspectos que norteiam os já citados fatos linguísticos, ressaltamos determinados recursos cuja função se atribui por confe-rirem estilo à construção textual – o paralelismo sintático e semântico. Caracterizam-se pelas relações de semelhança existente entre palavras e expressões que se efeti-vam tanto de ordem morfológica (quando pertencem à mesma classe gramatical), sin-tática (quando há semelhança entre frases ou orações) e semântica (quando há cor-respondência de sentido entre os termos). Exemplos Durante as quartas-de-final, o time do Brasil vai enfrentar a Holanda. Durante as quartas-de-final, o time do Brasil vai enfrentar a seleção da Holanda. não só... mas (como) também: A violência não só aumentou nos grandes centros urbanos, mas também no interior. Percebemos que tal construção confere-nos a ideia de adição em comparar ambas as situações em que a violência se manifesta. Seja... Seja; Quer... Quer; Ora... Ora: A cordialidade é uma virtude aplicável em quaisquer circunstâncias, seja no ambiente familiar, seja no trabalho. Confere-se a aplicabilidade do recurso mediante a ideia de alternância. Tempos verbais: Se a maioria colaborasse, haveria mais organização. Como dito anteriormente, houve a concordância de sentido proferida pelos verbos e seus respectivos tempos. Nós precisamos de apoio, dedicação e comprometimento. Nós precisamos de apoio, de dedicação e de comprometimento. TESTES CESGRANRIO Tintim Durante alguns anos, o tintim me intrigou. Tintim por tintim: o que queria dizer aquilo? Imaginei que fosse alguma misteriosa medida de outros tempos que sobrevivera ao sistema métrico, como a braça, a légua, 5. etc. Outro mistério era o triz. Qual a exata definição de um triz? É uma subdivisão de tempo ou de espaço. As coisas deixam de acontecer por um triz, por uma fração de

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segundo ou de milímetro. Mas que fração? O triz talvez correspondesse a meio tintim, ou o tintim a um décimo de 10. triz. Tanto o tintim quanto o triz pertenceriam ao obscuro mundo das microcoisas. Há quem diga que não existe uma fração mínima de matéria, que tudo pode ser dividido e subdividido. Assim como existe o infinito para fora - isto é, o espaço sem fim, depois que o Universo 15. acaba - existiria o infinito para dentro. A menor fração da menor partícula do último átomo ainda seria formada por dois trizes, e cada triz por dois tintins, e cada tintim por dois trizes, e assim por diante, até a loucura. Descobri, finalmente, o que significa tintim. 20. É verdade que, se tivesse me dado o trabalho de olhar no dicionário mais cedo, minha ignorância não teria durado tanto. Mas o óbvio, às vezes, é a última coisa que nos ocorre. Está no Aurelião. Tintim, vocábulo onomatopaico que evoca o tinido das moedas. 25. Originalmente, portanto, “tintim por tintim” indicava um pagamento feito minuciosamente, moeda por moeda. Isso no tempo em que as moedas, no Brasil, tiniam, ao contrário de hoje, quando são feitas de papelão e se chocam sem ruído. Numa investigação feita hoje da 30. corrupção no país tintim por tintim ficaríamos tinindo sem parar e chegaríamos a uma nova concepção de infinito. Tintim por tintim. A menina muito dada namoraria sim-sim por sim-sim. O gordo incontrolável progrediria pela vida quindim por quindim. O telespectador habitual 35. viveria plim-plim por plim-plim. E você e eu vamos ganhando nosso salário tin por tin (olha aí, a inflação já levou dois tins). Resolvido o mistério do tintim, que não é uma subdivisão nem de tempo nem de espaço nem de matéria, resta o triz. O Aurelião não nos ajuda. 40. “Triz”, diz ele, significa por pouco. Sim, mas que pouco? Queremos algarismos, vírgulas, zeros, definições para “triz”. Substantivo feminino. Popular. “Icterícia.” Triz quer dizer icterícia. Ou teremos que mudar todas as nossas teorias sobre o Universo ou teremos que mudar 45. de assunto. Acho melhor mudar de assunto. O Universo já tem problemas demais. VERÍSSIMO, Luís Fernando. Comédias para se ler na escola. 1 Considerando a semelhança percebida pelo cronista entre as expressões “tintim por tintim” e “triz”, pode-se afirmar que: (A) dois trizes correspondem a um tintim. (B) a menor fração da menor partícula do átomo seria formada por 2 trizes. (C) a exata definição de um triz é: subdivisão de tempo ou de espaço. (D) cada triz é formado por 2 tintins e cada tintim, por 2 trizes. (E) tanto tintim quanto triz pertenceriam ao obscuro mundo das microcoisas. 2 O aspecto “óbvio” a que se refere o cronista em “Mas o óbvio, às vezes, é a última coisa que nos ocorre.” (l. 22-23) deve-se ao fato de que: (A) se deve recorrer ao dicionário para descobrir o sentido de palavras desconhecidas. (B) uma investigação da corrupção no Brasil hoje levaria muito mais tempo do que antes. (C) o vocábulo “tintim” só podia mesmo referir-se ao barulho de moedas. (D) a ignorância do cronista poderia ter durado menos tempo. (E) as moedas no Brasil tiniam antigamente porque eram feitas de cobre. 3 A relação de significado entre os componentes da expressão “tintim por tintim”, presente tam-bém nas criações do cronista “sim-sim por sim-sim” e “quindim por quindim”, é de:

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(A) oposição. (B) seqüencialidade. (C) dimensionamento. (D) alternância. (E) subtração. 4 No Texto I, a palavra concepção (l. 31) tem o mesmo significado que: (A) criação. (B) geração. (C) idéia. (D) história. (E) projeção. 5 A sentença “Resolvido o mistério do tintim,” (l. 37) significa: (A) como aprendi a solucionar mistérios. (B) por mais que o tintim resolva o mistério. (C) haja vista as divisões de espaço e tempo. (D) já que eu descobri o que tintim quer dizer. (E) apesar de haver um sentido oculto em tintim. 6 Indique a opção em que a concordância NÃO está de acordo com as regras da norma culta. (A) Gosto de viajar para lugares o mais exóticos possível. (B) Compramos um sofá, uma poltrona e uma mesa antigos. (C) A maioria das pessoas espera conseguir bons empregos. (D) Um dos cientistas que estudam a memória chegou ao Brasil. (E) Mais de um funcionário vão pedir promoção no mês que vem. 7 Assinale a única afirmação correta acerca de verbos encontrados no texto. (A) As palavras “queria” (l. 2) e “namoraria” (l. 32) estão no mesmo tempo verbal. (B) Tanto “Imaginei” (l. 2) quanto “indicava” (l. 25) são formas verbais do pretérito perfeito. (C) Pode-se substituir “sobrevivera” (l. 4) por tem sobrevivido sem mudança de sentido. (D) As formas verbais “correspondesse” (l. 9) e “diga” (l. 11) estão no modo subjuntivo. (E) Uma outra maneira de se dizer “Queremos” (l. 41) e “teremos” (l. 43) é vamos querer e va-mos ter. 8 Assinale a opção em que as orações estão, respectivamente, nas vozes ativa e passiva. (A) "o tintim me intrigou." (l. 1) e "As coisas deixam de acontecer ..." (l. 6-7) (B) "se tivesse me dado o trabalho ..." (l. 20) e "minha ignorância não teria durado tanto." (l. 21-22) (C) "... que fosse alguma misteriosa medida..." (l. 2-3) e "quando são feitas de papelão ..." (l. 28) (D) " E você e eu vamos ganhando nosso salário ..." (l. 35-36) e "... e se chocam sem ruído." (l. 28-29) (E) "O Aurelião não nos ajuda." (l. 39) e "Ou teremos que mudar todas as nossas teorias ..." (l. 43-44) 9 Classifique como Verdadeira (V) ou Falsa (F) cada afirmação abaixo sobre acentuação gráfica. A seqüência correta é: ( ) O substantivo pólo tem acento para se diferenciar de polo, aglutinação da preposição por com o pronome arcaico lo. ( ) É necessário o acento em raínha para indicar que se trata de um hiato. ( ) Palavras terminadas em u ou i, como urubu e caqui, não têm acento na vogal final, mesmo sendo a sílaba forte. ( ) As palavras boemia, hieroglifo e projetil apresentam flutuação na pronúncia, podendo ou não ser acentuadas. (A) V – V – F – V (B) V – F – V – F (C) V – F – V – V

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(D) F – F – V – V (E) F – V – F – F 10 Marque a opção em que a lacuna pode ser adequadamente preenchida com uma forma sim-ples flexionada do verbo entre parênteses. (A) É provável que muitas empresas _____ com as novas medidas econômicas. (falir) (B) Atualmente, todos se _____ contra as oscilações decorrentes de planos mal sucedidos. (precaver) (C) Nós _____ todos os documentos e contrato perdidos durante a mudança, na semana pas-sada. (reaver) (D) É uma pena que o vice-presidente da empresa _____ por causa de pequenos problemas. (explodir) (E) Os funcionários ficarão mais bem dispostos caso a firma _____ as salas de cores claras. (colorir) A tal de demanda social Está para voltar (...) o critério da “demanda social” para abertura de cursos superiores. Para um economista puro-sangue é uma contradição de palavras. Demanda tem a ver com gente querendo pagar. Social teria a ver com 5. interesse coletivo. Juntando as duas coisas só pode ser apagão intelectual. Mas deixemos as querelas teóricas. A idéia de buscar “demanda social” para autorizar um curso é antiga (...). O critério é um sobrevivente anacrônico da época em que para cada novo graduado 10. havia um emprego descrito por uma palavra com a mesma raiz. Para os médicos, haveria empregos de médico, para os advogados, de advogado, e por aí afora. Mas já no censo de 1991 bem mais da metade dos graduados do ensino superior tinha empregos distantes 15. do que estava escrito no seu diploma. Hoje, é ainda maior a proporção dos “desprofissionalizados”. A muitos, dá gosto pôr a culpa em fatores externos. Mas, se é assim também nos Estados Unidos e na Europa, é porque o número de diplomados do ensino superior tende a cres- 20. cer bem mais rápido do que a economia. No fundo é simples. As profissões tradicionais crescem pouco. Em contraste, com as mudanças tecnológicas, é célere a expansão das “genéricas”, em que é preciso cursar os quatro anos do ensino superior, 25. mas não faz muita diferença o que nele se estuda. Envolvem comprar, vender, mandar, organizar, comunicar- se etc. As competências requeridas são ler, escrever, usar números, resolver problemas e trabalhar em grupo. Em suma, pensar analiticamente e aprender rápi- 30. do o que quer que apareça pela frente. Diplomas como os de Medicina e Odontologia continuam levando às ocupações correspondentes. Mas em outras matérias, como Economia, nem sequer 10% dos graduados trabalham na função. Os filósofos têm 35. apenas 5%. Saturação dos mercados? Longe disso, as estatísticas mostram que entre os diplomados nessas áreas as taxas de desemprego são pelo menos a metade da média nacional e os níveis de rendimento pelo menos o dobro dos auferidos por quem não tem diploma. E, 40. afora o choque inicial de descobrir que o emprego terá outro nome, se é que tem nome, não há evidências de que gere menos satisfação profissional. Diante disso, como poderemos dizer se há ou não demanda social? Se definirmos o termo pela existência

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45. de empregos com o nome do diploma, há varias décadas não há demanda social nem para 10% dos cursos superiores. Se admitirmos que pode sobrar gente sem um determinado emprego, qual a proporção mágica acima da qual não haverá demanda social? Por outro lado, e as 50. outras ocupações que requerem diploma superior, mas não curso específico? São muitas centenas. Teríamos de criar um curso superior para cada uma? As conclusões são inevitáveis. Não há critério prático para dizer se há ou não demanda social - de resto 55. nem para dizer o que é isto. CASTRO, Cláudio de Moura. A tal da demanda social. Revista Veja, 10 mar. 2004 (com adaptações) 11 A opinião que o autor do Texto II tem sobre a expressão “demanda social” é de que: (A) é de fácil entendimento, por já ter sido usada anteriormente. (B) é insatisfatória para os intelectuais, em geral. (C) encerra uma incoerência, especialmente para os economistas. (D) viola aspectos sintáticos do português. (E) se justifica por uma querela teórica. 12 De acordo com o sentido dado no Texto II à palavra, “desprofissionalizados” (l. 16) são aque-les: (A) que não têm profissão. (B) que não têm formação específica. (C) que não têm espaço no mercado profissional. (D) cuja profissão é genérica. (E) cujo título não tem relação lexical com a ocupação. 13 No Texto II, os significados de “querelas” (l. 6) e “anacrônico” (l. 9), respectivamente, são: (A) debates e hodierno. (B) discussões e retrógrado. (C) queixas e histórico. (D) questões e discordante. (E) mazelas e ultrapassado. 14 Assinale a opção que mostra adequadamente o sentido transmitido pela palavra “se” em cada oração. (A) “se é assim também nos Estados Unidos e na Europa,” (l. 17-18) – justificativa (B) “... o que nele se estuda.” (l. 25) – localização (C) “se é que tem nome,” (l. 41) – conseqüência (D) “... se há ou não demanda social?” (l. 43-44) – condição (E) “Se definirmos o termo pela existência...” (l. 44) – interrogação 15 Assinale a opção em que a oração subordinada é substantiva. (A) “... em que para cada novo graduado havia um emprego descrito por uma palavra com a mesma raiz.”( l. 9-11) (B) “... porque o número de diplomados do ensino superior tende a crescer bem mais rápido ...” (l. 18-20) (C) “... em que é preciso cursar os quatro anos do ensino superior,” (l. 23-24) (D) “... que o emprego terá outro nome,” (l. 40-41) (E) “... que requerem diploma superior,” (l. 50) 16 Na oração “Diplomas como os de Medicina e Odontologia continuam levando às ocupações correspondentes.” (l. 31-32), a presença da preposição, marcada graficamente pela crase, é obrigatória porque: (A) caracteriza a existência de locução adjetiva. (B) especifica o sentido do verbo pela regência.

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(C) todos os usos do verbo "levar" exigem preposição. (D) a expressão “ocupações correspondentes” é feminina. (E) a regência do verbo auxiliar “continuar” a exige. 17 No título do artigo “A tal da demanda social”, a classe de palavra de “tal” é: (A) pronome. (B) adjetivo. (C) advérbio. (D) substantivo. (E) preposição. 18 A única opção em que os pares estão grafados corretamente é: (A) acima – encima. (B) de cima – debaixo. (C) a trás – de fora. (D) num repente – derrepente. (E) em baixo – em frente. 19 Indique a opção em que somente a palavra “cujo” preenche corretamente a lacuna, de acordo com a norma culta. (A) O escritor _________ estilo eu não gosto vai lançar mais duas obras este ano. (B) A empresa _________ o nome foi decidido em Assembléia vai ser inaugurada amanhã. (C) A professora _________ livro foi reeditado trabalhou em uma universidade estrangeira. (D) A universidade _________ vestibular meu filho se preparou fica no centro da cidade. (E) O rapaz, o _________ pai encontrei, trabalha na minha empresa. 20 Os trechos abaixo foram retirados do Texto II, tendo sua pontuação modificada com o acrésci-mo de um sinal de dois pontos (:). Assinale a opção em que este sinal NÃO se mostrou ade-quado. (A) No fundo é simples: as profissões tradicionais crescem pouco. (B) As competências requeridas são: ler, escrever, usar números, resolver problemas e traba-lhar em grupo. (C) Em suma: pensar analiticamente e aprender rápido o que quer que apareça pela frente. (D) Mas em outras matérias, como: Economia, nem sequer 10% dos graduados trabalham na função. (E) Saturação dos mercados? Longe disso: as estatísticas mostram que entre os diplomados nessas áreas as taxas de desemprego são pelo menos a metade de média nacional. GABARITO 1 – E 2 – A 3 – B 4 – C 5 – D 6 – E 7 – D 8 – C 9 – C 10 – C 11 – C 12 – E 13 – B 14 – A 15 – D 16 – B 17 – A 18 – B 19 – C 20 – D

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CESPE A leitura 1 A cada livro que lemos nos transformamos um pouco mais, e em algo melhor. Dizia Borges que o livro não passa de papel e tinta, o que lhe dá vida e relevo é o que acontece na mente 4 do leitor. A leitura é um processo tão complexo que talvez não possa ser totalmente explicado. Parece ser a relação mais íntima 7 que pode existir entre duas pessoas, pois o autor revela-se em sua plenitude, e o leitor descobre a verdade ali contida. Nessa comunhão secreta e tantas vezes apaixonada, a mente do leitor 10 aprende a funcionar de uma nova maneira, ampliando suas possibilidades de raciocínio e sua percepção. A verdade do autor, por sua vez, torna-se uma nova verdade, ampliando-se, recebendo 13 e incorporando a cada leitura uma nova interpretação. Cada leitor transforma o livro, e a cada geração de leitores o livro se amolda, vindo ao encontro das necessidades interiores e das relativas ao 16 tempo, à época. A mobilidade de um livro é tão extraordinária quanto a de um leitor. A leitura de um livro se dá em vários níveis, e processos 19 acontecem ao mesmo tempo, em intensidades que variam de leitor para leitor. Há a leitura da trama, talvez a mais superficial; a leitura dos sentimentos dos personagens e do autor, que possibilita 22 ao leitor experimentar novas emoções ou emoções esquecidas e não realizadas na vida cotidiana; a leitura da linguagem que o livro apresenta, em que desenvolvemos nossa percepção 25 lingüística, e a de significados; a leitura das palavras em si e da forma como se organizam nas frases, da cadência da escrita, que provoca em nós um sentimento de prazer estético e que refina 28 nossos sentidos; a leitura ideológica, que nos faz pensar em nossas próprias crenças e nas alheias; a leitura filosófica, que nos leva a questões da existência humana; a leitura religiosa e a ontológica, 31 que nos aproxima de Deus. A leitura, enfim, da literatura nos traz toda a história do espírito humano. Assim, aprendemos a ler, a falar, a pensar, a escrever, a olhar, a imaginar, a sonhar, a viver, 34 enfim. Ana Miranda. A leitura. In: Caros amigos. São Paulo, n.º 93, dez./2004, p. 10 (com adaptações). Com base no texto acima, julgue os seguintes itens. 1 Da perspectiva da autora, existe a possibilidade de que um tipo de leitura tenha mais valor de que outro. 2 Segundo a autora, os livros transformam os homens na mesma medida em que os homens transformam os livros. 3 A autora defende a tese de que lendo se aprende a viver. 4 O ponto de vista desenvolvido pela autora é o de que a leitura de um livro sempre traz resul-tados positivos para o leitor. 5 A conclusão que deve ser tirada da leitura do texto é a de que um livro não tem qualidades intrínsecas, suas qualidades nascem das interações desse com seus leitores. 6 O pronome se, caso fosse inserido logo depois de “incorporando” (l.13), teria a mesma fun-ção sintática do pronome “se” na construção “ampliando-se” (l.12) e não causaria nenhuma mudança no sentido do texto.

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7 A marca gráfica de crase é facultativa na seguinte passagem: “A mobilidade de um livro é tão extraordinária quanto a de um leitor” (l.16-17). 8 Na linha 21, o termo “do autor” está coordenado a “dos sentimentos dos personagens”. 9 Na linha 21, a troca de “possibilita” por possibilitam altera a interpretação do pronome “que”. 10 A retirada do conector “e” (l. 27) e a inserção de uma vírgula em seu lugar alteram a confi-guração sintática e o sentido do período em que esse conector aparece. Ministério do Planejamento Secretaria de Controle Interno Aviso n.º 048/1989 Brasília, 2 de maio de 1989 Ao Senhor Ministro Juliano Pereira Ministro da Fazenda Assunto: Criação da Secretaria Geral de Controle Interno Senhor Ministro, Informo a Vossa Senhoria que, no dia 20 de maio deste ano, será realizada, na sala de reuniões da Secretaria de Controle Interno do Ministério do Planejamento, a primeira reunião de trabalho para a criação da Secretaria Geral de Controle Interno do Poder Executivo, da qual devem participar representantes de todos os Ministérios. A indicação do representante de vosso Ministério deverá ser feita até o dia 18 de maio deste ano, junto a esta Secretaria. Respeitosamente, Geraldo Espíndola Secretário de Controle Interno do Ministério do Planejamento Com base no texto fictício acima e nos princípios que regem as comunicações oficiais do Poder Executivo brasileiro, julgue os itens a seguir. 11 A modalidade de comunicação utilizada não está adequada à situação descrita no próprio documento. 12 Com relação à forma, a apresentação do destinatário da correspondência foi feita de manei-ra incorreta, sendo a maneira correta a seguinte: A Vossa Excelência o Senhor Ministro Juliano Pereira. 13 Do ponto de vista formal, a palavra “vosso” deveria ser substituída pela palavra seu na pas-sagem “A indicação do representante de vosso Ministério”. 14 Levando em consideração apenas a hierarquia dos agentes públicos envolvidos no texto, está adequado o fecho que foi ali utilizado, sendo, no entanto, igualmente adequado o fecho Atenciosamente em casos como esse. 15 A expressão “esta Secretaria” refere-se à Secretaria Geral de Controle Interno do Poder Executivo. Num piscar de olhos 1 O mapeamento das funções cerebrais requer ferramentas inovadoras. Com um eletroencefalógrafo, pesquisadores analisam correntes elétricas para identificar atividades cerebrais em alta 4 velocidade. E a ressonância magnética pode mostrar quais regiões reagem a estímulos ou comportamentos específicos. “Olhar um objeto parece simples”, explica Jacopo 7 Annese, do Laboratório de Neuroimagem da UCLA. Mas o cérebro está processando informações muito complexas enquanto você olha. “Módulos separados do córtex visual interpretam a

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10 imagem segundo informações sobre cores, formas e orientação. O resultado vai até áreas especializadas, que analisam os componentes e interpretam aspectos mais abrangentes da imagem. 13 “Antigamente se comparava o cérebro a um computador”, diz Arthur Toga, diretor do laboratório. “Mas as imagens são, primeiro, decompostas e, depois, recompostas. Tudo 16 é bem distribuído, parece mais a Internet.” National Geographic Brasil. São Paulo, n.º 60, março/2005, p. 44 (com adaptações). Considerando as informações contidas no texto acima, julgue os seguintes itens. 16 Do ponto de vista de Arthur Toga, comparar o cérebro com um computador é diferente de comparar o cérebro com a Internet. 17 Infere-se do texto que a eletroencefalografia e a ressonância magnética são meios inovado-res de se mapear as funções cerebrais. 18 De acordo com o texto, as informações sobre cores, formas e orientação de uma imagem são interpretadas por módulos do olho humano. 19 A construção “pesquisadores analisam correntes elétricas para identificar atividades cere-brais em alta velocidade” (l. 2-4) é ambígua e dá margem a mais de uma análise sintática. 20 Na construção ‘Antigamente se comparava o cérebro a um computador’ (l.13-14), não está expresso o termo com que concorda a forma verbal ‘comparava’, uma vez que o sujeito dessa oração está indeterminado, segundo a gramática tradicional. 1 “Lingüística.” É o que geralmente respondo quando me perguntam sobre minha área de pesquisa. A resposta mais precisa seria “neurolingüística”, mas 4 esta suscita a maior confusão. Isso porque nos últimos 20 anos essa palavra tem sido usada para definir dois campos de atuação radicalmente diferentes. 7 Um deles tem objetivos terapêuticos e propõe estratégias de programação do inconsciente para favorecer o bem-estar físico e psicológico do indivíduo: 10 é a programação neurolingüística (ou PNL). Essa subárea da psicologia foi fundada nos Estados Unidos nos anos 70 por John Grinder e seu aluno Robert 13 Bandler e entrou no Brasil especialmente com os cursos, palestras e livros do médico Lair Ribeiro. As pessoas procuram a PNL para conhecer e dominar a 16 “engenharia da autopersuasão”. Desejam reforçar a autoconfiança, melhorar a memória, fazer emergir sua verdadeira vocação, suprimir medos, desprogramar 19 padrões perturbadores auto-impostos e programar padrões promotores de saúde e equilíbrio emocional. Enfim, a PNL se propõe a atuar na solução de 22 problemas existenciais do ser humano. A neurolingüística que eu faço é uma área da neurociência que pesquisa os mecanismos 25 neurofisiológicos responsáveis pela aquisição e uso da linguagem. Ou seja, nesse campo do saber, temos de ser capazes de problematizar algo que funciona tão 28 automaticamente que tomamos como trivial: a linguagem humana. Aniela Improta França. Neurolingüística. In: Ciência Hoje. Rio de Janeiro, n.º 212, jan.-fev./2005, p. 20 (com adaptações).

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Com relação ao texto acima, julgue os itens subseqüentes. 21 A autora explicita no texto que não há nenhum ponto em comum entre a neurolingüística (parte da neurociência) e a programação neurolingüística (parte da psicologia). 22 A autora não desqualifica a programação neurolingüística, embora observe que a neurolin-güística que faz tenha um caráter diferente daquela. 23 Infere-se do texto que a PNL é capaz de solucionar problemas existenciais do ser humano. 24 Segundo a autora, o funcionamento da linguagem não é necessariamente automático e trivial. 25 O objetivo principal do texto é apresentar a programação neurolingüística e contrastá-la com a neurolingüística (parte da neurociência). 26 Mais de uma regra determina a acentuação das palavras “indivíduo”, “área” e “saúde”. 27 No contexto em que aparece, “quando” (l. 2) é uma palavra interrogativa. 28 A inserção de vírgula logo depois de “porque” (l. 4) e de “anos” (l. 5) não altera a função sintática de “nos últimos 20 anos” (l. 4-5) nem o sentido do período em que essa expressão aparece. 29 Os vocábulos “autoconfiança” (l.17) e “auto-impostos” (l.19) pertencem a diferentes classes de palavras. 30 A inserção de uma vírgula logo após “neurociência” (l. 24) não altera o sentido do texto. GABARITO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 C E C C E E E E C C C E C E E C C E C E E C E C E C E C C E


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