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Comentario Biblico Atos Antigo Testamento - John H. Walton Victor H Matthews Mark W Chavalas

Date post: 24-Jul-2015
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C O M E N T Á R I O B Í B L I C O f l I O S ANTIGO TESTAMENTO
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Walton, John H„ 1952- Comentário bíblico Atos: Antigo Testamento / John H. Walton, Victor H. Matthews,
Mark W. Chavalas; [tradutor Noemi Valéria Altoé]. - Belo Horizonte: Editora Atos, 2003.
Título original: The IVP Bible background commentary: Old Testament. Bibliografia. ISBN 85-7607-025-1
_
índices para catálogo sistemático: 1. Antigo Testamento: Bíblia: Comentários 221.7 2. Comentários: Antigo Testamento: Bíblia 221.7
Comentário Bíblico Atos — Antigo Testamento Copyright © 2003 Editora Atos
Tradução de The IVP Bible Background Commentary: , Copyright © 2000 p o r John H. Walton, Victor . The IVP B ible Background Commente , Walton e Victor H. M atthews
Noemi Valéria Altoé da $ij
Supervisão dt Walkyria F reitar*
Revisão ( '\ { We) Nems Lima
'ayfe Vilas Boas
1euteronomy © 1997 p o r John H.
Projeto grá fico Rodrigo Ortega
Julio Carvalho
Editora Atos Ltda. (11) 33123330 Caixa Postal 402 30161-970 Belo Horizonte MG www. editoraatos. com. br
Sumário
Pentateuco: Introdução ....................................................................................................................... 21
GÊNESIS .............................................................................................................................................. 27 A mitologia do Antigo Oriente Próximo e o Antigo Testamento ................................................ 30 Relatos diluvianos do Antigo Oriente Próximo ............................................................................ 36 A religião de A braã o ......................................................................................................................... 45 Principais rotas de comércio no Antigo Oriente Próximo ........................................................... 70
ÊXODO ................................................................................................................................................ 77 A data do Êxodo ............................................................................................................................... 86 M a p a .................................................................................................................................................. 87
LEVÍTICO ............................................................................................................................................. 121 NÚMEROS ...........................................................................................................................................147
JUÍZES ................................................................................................................................................... 249 Contexto político na Idade do Ferro Antiga ...................................................................................269
RUTE ..................................................................................................................................................... 285 1 SAM UEL.............................................................................................................................................291
2 SA M U EL.............................................................................................................................................333 I R E I S .....................................................................................................................................................367
2 R E IS ..................................................................................................................................................... 397 As campanhas de Tiglate-Pilese III no Ocidente, 734-732 ......................................................... 415
1 CRÔNICAS ...................................................................................................................................... 425 Significado das genealogias no período Pós-Exílio ........................................................................425
2 CRÔNICAS ...................................................................................................................................... 433 As inscrições de Senaqueribe ........................................................................................................467 L á q u is .................................................................................................................................................468
ESD RA S.................................................................................................................................................473
SALMOS ............................................................................................................................................... 539 PROVÉRBIOS .......................................................................................................................................579
ECLESIASTES....................................................................................................................................... 591 CÂNTICO DOS CÂNTICOS ...........................................................................................................597
JEREMIAS ............................................................................................................................................. 663 Selos e bulas .......................................................................................................................................668
LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS .................................................................................................... 707 Lamentos pela queda de cidades no mundo an tigo .........................................................................708
EZEQUIEL............................................................................................................................................. 711 D AN IEL..................................................................................................................................................751
A G EU ......................................................................................................................................................825 ZACARIAS ...........................................................................................................................................827
Literatura apocalíptica ..................................................................................................................... 828 Resumo das relações entre a construção do templo e as visões de Zacarias ................................832
MALAQUIAS ...................................................................................................................................... 840
Prefácio da edição em inglês
Esta obra tem o objetivo de preencher uma lacuna existente no vasto campo dos comentários bíblicos. Em vez de abordar os variados aspectos da teologia, da estrutura literária, do signi­ ficado das palavras, da história da erudição e assim por diante, nosso desafio principal foi oferecer informações sobre os contextos histórico, geográfico e cultural do Antigo e do Novo Testamento.
Alguns talvez questionem até que ponto as informações relacionadas a esses contextos são importantes para a interpretação do texto. O que esperamos proporcionar ao leitor a partir das informações contidas nesse comentário? Tem sido corretamente demonstrado que o conteúdo teológico da Bíblia não depende do conhecimento de localidades geográficas ou do contexto cultural. Também é correto afirmar que é possível reunir todas as evidências históricas e arqueológicas que, por exemplo, atestam a ocorrência do êxodo israelita do Egito, sem, contudo, comprovar que Deus foi quem o orquestrou - e certamente o envolvimento de Deus é o aspecto mais importante para o autor do texto bíblico. Por que então, deveríamos investir tanto tempo e esforço tentando entender o contexto cultural, histórico, geográfico e arqueológico de Israel?
O objetivo desta obra não é apologético, embora algumas das informações aqui apresen­ tadas possam ser usadas em discussões nesse campo. No entanto, não foi o interesse apologético que orientou nossa seleção e apresentação dos dados. Em vez disso, procuramos lançar luz sobre a cultura e a cosmovisão israelitas. Por quê? Quando lemos a Bíblia sob a ótica da fé, queremos extrair do texto o máximo de conteúdo teológico possível. Como resultado, as pessoas tendem a enxergar significados teológicos até mesmo nos detalhes. Se não estiver­ mos atentos às diferenças existentes entre nossa maneira de pensar e a maneira de pensar do povo hebreu, estaremos inclinados a fazer uma leitura do texto bíblico com base em nossas próprias perspectivas e visão de mundo, na tentativa de entender seu significado teológico. O vasto mundo do antigo Oriente Próximo torna-se significativo na medida em que, muitas vezes, serve como janela para a cultura israelita. Ao oferecer uma compreensão correta do modo de pensar israelita ou do antigo Oriente Próximo, as informações contidas neste livro podem evitar algumas conclusões equivocadas por parte do estudioso. Assim, por exemplo, o significado teológico da coluna de fogo ou do bode expiatório ou o uso do Urim e Tumim pode ser interpretado de uma nova forma, a partir de sua relação com a cultura geral do antigo Oriente Próximo.
Não limitamos a identificação das relações de similaridade apenas a períodos precisamen­ te definidos. Reconhecemos plenamente que a ocorrência de alguma característica cultural na cidade de Ugarit, em meados do segundo milênio pode não ter nenhuma relação com a maneira de pensar dos israelitas que viveram em meados do primeiro milénio. Não obstante, nosso interesse, muitas vezes, foi simplesmente mostrar a existência de certas idéias ou con­ ceitos nas culturas do antigo Oriente Próximo. Há possibilidades de que tais idéias possam representar aspectos da matriz cultural geral do mundo antigo, por isso procuramos simples­ mente citá-las como exemplos do tipo de pensamento existente no mundo antigo. Essas informações, porém, devem ser usadas com cautela, porque não podemos asseverar a exis­ tência de uma homogeneidade através das eras ou entre as regiões ou grupos étnicos do antigo Oriente Próximo. Seria o mesmo que falar atualmente de uma "cultura européia", dada nossa consciência das diferenças significativas entre italianos e suíços, por exemplo. Procuramos assim demonstrar certa sensibilidade nessas questões, mas não impusemos limi­ tações estritas sobre as informações oferecidas.
O assunto em questão não é se os israelitas adotaram ou não algumas características de seus vizinhos. Não estamos procurando descobrir uma linha literária, nem acreditamos que seja necessário comprovar que os israelitas estivessem familiarizados com uma determina­ da obra a fim de adotar temas similares. Evitamos o uso de termos como "influência" ou "impacto" para descrever a maneira como as informações eram partilhadas porque tenta­ mos destacar aqueles elementos que podem simplesmente ter sido parte da herança cultu­ ral do antigo Oriente Próximo. Essa herança pode estar refletida em diversas obras literári­ as, mas os israelitas talvez não tivessem conhecimento delas ou sofrido influência dessa lite­ ratura, que é simplesmente uma parte da matriz cultural comum. O processo pelo qual Deus se revelou a nós exigiu que Ele se irmanasse conosco, assumisse a nossa humanidade e se expressasse numa linguagem e através de metáforas familiares. Não devemos nos surpre­ ender então, pelo fato de muitos elementos comuns da cultura da época terem sido adotados, algumas vezes adaptados, outras totalmente modificados, mas de qualquer forma, usados para cumprir os propósitos de Deus. Na verdade, o contrário é que seria surpreendente. Para haver comunicação, é preciso compartilhar de um círculo de convenções e entendi­ mentos comuns. Quando falamos de "horário de verão", presumimos que quem está nos ouvindo entenda essa convenção estritamente cultural, sem necessidade de explicação. Al­ guém de uma época ou cultura diferente, que não tivesse o costume de ajustar o horário num determinado período do ano, ficaria totalmente perdido quanto ao significado da ex­ pressão e teria de familiarizar-se com nossa cultura a fim de entendê-la. O mesmo acontece quando tentamos penetrar na literatura israelita. Portanto, se a circuncisão deve ser enten­ dida no contexto israelita, é útil entendê-la na forma como era praticada no antigo Oriente Próximo. Se quisermos aquilatar o valor dos sacrifícios em Israel, é bastante útil comparar e contrastar o que representavam esses sacrifícios no mundo antigo. Embora algumas vezes essa busca por conhecimento resulte em problemas difíceis de serem resolvidos, permane­ cer na ignorância não significa que esses problemas desapareceriam. Na maioria das vezes, novos conhecimentos trazem resultados positivos.
As vezes, algumas das informações apresentadas são meras curiosidades. Como profes­ sores, no entanto, temos aprendido que grande parte de nossa tarefa é despertar em nossos alunos uma curiosidade acerca do texto e então, procurar satisfazê-la, pelo menos até certo nível. Nesse processo, quase sempre é possível dar vida ao mundo bíblico, auxiliando-nos a sermos leitores atentos e informados. Quando alguma informação é fornecida em um verbe­ te, isso não significa necessariamente que ela irá ajudar a interpretar a passagem; talvez esteja ali apenas para fornecer dados que possam ser pertinentes à interpretação daquele trecho. Assim, as informações encontradas no comentário sobre Jó 38 relacionadas às imagens mito­ lógicas da criação no antigo Oriente Próximo não estão sugerindo que o ponto de vista presente no Livro de Jó deva ser considerado nos mesmos termos. Os dados estão ali simples­ mente a título de comparação.
Esta obra é dirigida a um público leigo, e não tem a pretensão de atender às comunidades acadêmica e erudita. Se fôssemos apresentar notas de rodapé para cada uma das informações aqui apresentadas, de maneira que nossos colegas pudessem verificar as fontes e as publica­ ções originais, acabaríamos com uma obra em diversos volumes, detalhada demais para ser usada por leigos, a quem desejamos oferecer esse trabalho. Embora muitas vezes tenha sido doloroso omitir referências bibliográficas de alguns periódicos e livros, reconhecemos nossa dívida para com nossos colegas e esperamos que as poucas referências bibliográficas ofereci­ das possam conduzir o leitor interessado na consulta às fontes por nós utilizadas. Além disso, procuramos agir com cuidado quanto à autoria de idéias e informações, a fim de que fosse mantido um padrão de integridade e ética. Outra conseqüência de adotarmos como público-
9 PREFÁCIO DA EDIÇÃO EM INGLÊS
alvo o leitor leigo é que nossas referências às fontes primárias foram, de certa forma, vagas. Em vez de citar a obra de referência e a data de publicação, tivemos de nos contentar em dizer: "As leis da Babilônia contêm..." ou "Os regulamentos hititas incluem..." ou ainda "Os relevos egípcios mostram...". Conscientes de que o leitor leigo geralmente não tem oportunidade nem interesse de procurar as fontes, e sabendo que muitas citações seriam obscuras e inaces­ síveis a esse tipo de leitor, concentramos nossos esforços em fornecer informações pertinen­ tes, em vez de oferecer um roteiro de pesquisa bibliográfica. Reconhecemos que isso poderá gerar uma certa frustração naqueles que gostariam de seguir em busca de mais informações. Só nos resta recomendar a essas pessoas que retomem a bibliografia indicada e que, a partir daí, iniciem sua pesquisa. Para auxiliar os leitores que não estão familiarizados com certos termos que aparecem repetidamente, fornecemos um glossário no final da obra. Os asteriscos (*) no texto indicam ao leitor quais os termos que podem ser encontrados nesse glossário.
E possível que, ocasionalmente, algumas informações causem certa confusão ao leitor leigo. Nosso objetivo foi apenas oferecer as informações, sem entrar em detalhes sobre o modo como podem ser usadas ou o que comprovam ou refutam. Muitas vezes, o leitor talvez faça a seguinte pergunta: "Para que serve essa informação?". Em muitos casos, para nada em especial, mas ter acesso àquele dado específico pode evitar que alguém dê uma interpretação errada ao texto bíblico. Por exemplo, informações concernentes à "redondeza da Terra" citada em Isaías 40.22 (edição Revista e Atualizada) podem não resolver os dilemas dos leito­ res em relação a como considerar teologicamente o uso nas Escrituras das idéias do mundo antigo quanto ao formato da Terra, mas darão ao leitor dados suficientes para evitar a concep­ ção errônea de que o texto bíblico contém, em suas entrelinhas, conceitos científicos moder­ nos. De modo geral, mesmo que um dado específico não possa ser aplicado a nenhum contex­ to, permitirá ao leitor um melhor reconhecimento dos vários modos como Israel e o Antigo Testamento refletem a herança cultural do antigo Oriente Próximo.
Referências bibliográficas sobre o contexto cultural do Antigo Testamento
A relação a seguir fornece ao leitor algumas fontes importantes, que consideramos úteis para o desenvolvimento das informações apresentadas nesta obra. Não se trata de uma bibliogra­ fia "básica", visto que algumas das referências alistadas são de natureza bastante técnica e avançada. Tampouco pode ser considerada uma bibliografia exaustiva - muitas obras impor­ tantes, até mesmo de destaque, foram omitidas. Não obstante, essas podem ser consideradas as principais obras de consulta, caso o leitor queira obter mais informações sobre os tópicos apresentados.
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PENTATEUCO
Introdução Existem várias razões para se considerar o Pentateuco uma obra literária única e dotada de unidade, no entanto, os elementos pertinentes ao contexto de cada Livro diferem grandemente. Em vista disso, oferecemos separadamente uma introdução para cada um dos cinco Livros.
Gênesis O Livro de Gênesis geralmente é dividido em duas partes principais (capítulos 1 -1 1 e 12 - 50). O material de contexto de maior utilidade para compreender a primeira parte é a literatura mitológica do antigo Oriente Próximo. Tanto a mitologia mesopotâmica como a egípcia for­ necem uma grande quantidade de material que referendam as perspectivas contemporâneas da criação do mundo e dos seres humanos. Essas obras incluem o Enuma Elish e o Épico Atrahasis, bem como uma série de mitos sumérios* da região da Mesopotâmia. No Egito há três textos principais sobre a criação, um em Mênfis, outro em Heliópolis (nos Textos Pirami­ dais) e mais um em Hermópolis (nos Textos dos Esquifes). Além desses, existem diversas narrativas sobre o dilúvio na região da Mesopotâmia, encontradas no Épico de Gilgamés e no Épico Atrahasis. O exame dessa literatura nos ajuda a observar as várias semelhanças e dife­ renças entre os conceitos do antigo Oriente Próximo e de Israel. As semelhanças nos permiti­ rão perceber a base comum existente entre Israel e os povos vizinhos. Por vezes, a semelhan­ ça estará nos detalhes da narrativa (por exemplo, soltar pássaros da arca) ou em aspectos do texto que passaram despercebidos (como dar nome às coisas, em combinação à sua criação). Outras semelhanças podem nos levar a questionar se enfatizamos demais o significado teoló­ gico em certos elementos do texto (por exemplo, a criação da mulher de uma costela), ou se deixamos de notar a importância teológica de alguns detalhes do texto (por exemplo, o passeio de Deus no jardim, quando "soprava a brisa do dia"). Em geral, tais analogias nos ajudam a entender os relatos bíblicos através de uma perspectiva mais ampla.
As diferenças entre a literatura do antigo Oriente Próximo e a literatura bíblica nos ajuda­ rão a avaliar algumas das características tanto da cultura de Israel como da fé bíblica. Também aqui estarão incluídos alguns detalhes específicos (formato da arca, duração do dilúvio), bem como conceitos fundamentais (o contraste entre a visão bíblica da criação através da Palavra de Deus e a visão mesopotâmica que associava a criação do mundo ao nascimento das divin­ dades cósmicas). Em muitos casos, as diferenças relacionam-se (direta ou indiretamente) à fé monoteísta de Israel, sem paralelo entre outros povos.
É possível encontrar semelhanças e diferenças num único elemento. A idéia da humanida­ de sendo criada: (1) a partir da argila da terra e (2) à imagem da divindade, é predominante no antigo Oriente Próximo, mas Israel concede a esse conceito um caráter ímpar, colocando-se assim numa esfera totalmente diferente.
Porém, nem sempre é possível identificar as diferenças e semelhanças de forma tão clara ou conclusiva como gostaríamos. Muitos eruditos terão opiniões divergentes das implicações de alguns conceitos por vezes devido às suas próprias pressuposições. As questões, muitas vezes, são bastante complexas e as conclusões pessoais de um erudito podem ter um caráter altamente interpretativo. Por essa razão, é mais fácil oferecer informações do que respostas satisfatórias.
Finalmente, a literatura comparativa não apenas apresenta informações paralelas a alguns dos relatos encontrados em Gênesis 1 - 11, mas também oferece uma comparação sobre a
estrutura total dessa parte. No épico mesopotâmico Atrahasis, assim como em Gênesis 1 -11, encontramos um resumo da criação, três ameaças e uma resolução. Observações como essas nos ajudam a entender os aspectos literários ligados a essa porção da Bíblia. Além disso, se esse paralelo for legítimo, pode nos ajudar a enxergar as genealogias sob uma ótica diferente. Ao apresentar as genealogias, o texto bíblico está refletindo a bênção de frutificar e multipli­ car-se, presente no Livro de Gênesis, enquanto que no texto paralelo do Atrahasis, os deuses se mostram aborrecidos com o aumento da população humana e tentam refreá-lo.
Encontrar paralelos literários para o trecho de Gênesis 12 - 50 é um desafio maior. Embora os eruditos tenham tentado atribuir diversos termos descritivos às narrativas patriarcais (tais como "sagas" ou "lendas"), qualquer terminologia moderna é inadequada para abranger a natureza da literatura antiga e pode tanto servir de ajuda como prejudicá-la. Não existe nenhum paralelo na literatura do antigo Oriente Próximo para as histórias dos patriarcas. O material mais próximo encontrado no Egito é a Saga de *Sinuhe, embora esse relato seja restrito à vida de um homem, sem acompanhar as gerações seguintes e sem nenhuma relação com a posse da terra ou com o relacionamento com Deus. Até mesmo a história de José, se considerada à parte, é difícil de ser classificada e comparada. Novamente, podem ser feitas comparações com as histórias de Sinuhe, *Wenamon ou *Ahiqar (todas relacionadas à vida e época dos cortesãos reais), mas as semelhanças são bastante superficiais.
As informações contextuais que nos ajudam a entender essas narrativas originam-se de diferentes tipos de materiais. Esses capítulos tratam da vida dos patriarcas e de suas famíli­ as, à medida que se dirigem da Mesopotâmia para Canaã e daí para o Egito, durante o processo de formação da aliança. Vários documentos (*Nuzi, *Mari, *Emar, *Alalakh) des­ cobertos na Síria e na Mesopotâmia fornecem informações sobre a história, a cultura e os costumes do antigo Oriente Próximo durante o segundo milênio, permitindo uma melhor compreensão dos eventos políticos e do povoamento histórico da região. Também nos aju­ dam a entender como as famílias viviam e por que faziam certas coisas que hoje nos pare­ cem estranhas. Paralelamente, obtemos informações importantes que nos ajudam a estabe­ lecer comparação com o material bíblico. Por exemplo, geralmente procuramos uma orien­ tação ética no comportamento dos personagens bíblicos (embora esse procedimento nem sempre seja produtivo).
A fim de entender por que as pessoas agem de determinada maneira e por que tomam certas decisões, é importante conhecer os padrões da cultura em que estão inseridas. Ao analisarmos alguns aspectos da cultura israelita, podemos descobrir, então, que determinadas atitudes dos patriarcas resultam de alguns costumes que não entendemos bem e que poderíamos facilmente interpretar erroneamente. Na maioria das vezes, esses documentos fornecem informações que permitem corrigir esses equívocos.
Uma das conclusões interessantes a que se pode chegar a partir desse tipo de análise é a compreensão de que a visão de mundo dos patriarcas e de suas famílias se diferenciava muito pouco da visão comum das culturas do antigo Oriente Próximo da época. Novamente, uma compreensão da cultura geral pode nos ajudar a identificar quais os elementos do texto bíblico que realmente contêm significado teológico. Por exemplo, a compreensão da prática da '"cir­ cuncisão dentro do contexto do antigo Oriente Próximo pode fornecer diretrizes úteis para a avaliação que fazemos dessa prática na Bíblia. Observações sobre o uso de tochas e incensórios em *rituais praticados no antigo Oriente Próximo podem ser a chave para descobrir o sentido de Gênesis 15. Até mesmo a compreensão que Abraão tinha de Deus pode ser melhor esclarecida pelas informações contidas em documentos do antigo Oriente Próximo.
Ao nos deparamos com tal quantidade de informação, o que nos chama a atenção é a freqüência com que Deus usa algo familiar para fazer pontes até o seu povo. A medida que
nos familiarizamos com os hábitos, costumes e crenças do povo de Israel, somos capazes de entender melhor o texto bíblico. Por outro lado, é importante entender que os propósitos do Livro de Gênesis ultrapassam em muito o de qualquer literatura disponível do antigo Oriente Próximo. O fato de existirem semelhanças não sugere, de maneira nenhuma, que a Bíblia seja simplesmente uma compilação de segunda mão ou de segunda categoria, de textos do antigo Oriente Próximo. Ao contrário, as informações relacionadas ao contexto bíblico nos ajudam a enxergar o Livro de Gênesis como uma obra teológica ímpar, ligada a pessoas e eventos inseridos num contexto cultural e histórico específico.
Êxodo O Livro de Êxodo contém uma rica variedade de gêneros literários, incluindo textos narrati­ vos, mandamentos e leis, além de instruções de arquitetura, todos harmoniosamente combi­ nados para narrar a seqüência de eventos que levou um povo, que se sentia abandonado por Deus, a compreender que era o povo escolhido de Deus. Como resultado, existem várias fontes primárias que podem nos servir de ajuda.
Como seria esperado, o Livro de Êxodo apresenta mais conexões com as fontes egípcias do que qualquer outro Livro. Infelizmente, a incerteza quanto à data dos eventos e a ausência de dados sobre alguns períodos relacionados à história egípcia deixam muitas questões sem resposta. Conseqüentemente, dependemos não só dos textos de literatura histórica do Egito, mas de todas as fontes que contêm informações geográficas ou culturais. Conseguir localizar as cidades e lugares mencionados no texto bíblico é uma tarefa difícil, de forma que algumas dúvidas permanecem; no entanto, algumas das lacunas têm sido preenchidas gradualmente, conforme o avanço das investigações arqueológicas nos locais importantes.
As passagens que relatam as leis no Livro de Êxodo podem ser comparadas à ampla variedade de códigos de leis da Mesopotâmia, incluindo os textos das leis *sumérias, tais como a reforma de Uruinimgina (ou Urucagina), as leis de *Ur-Namu e as leis de *Lipite-Istar. São textos fragmentados que datam do final do terceiro milênio e início do segundo milênio a.C.. Os textos mais extensos são as leis de *Esnuna e *Hamurabi (do período *babilônico antigo, 18° século a.C.), as leis *hititas do século 17 e as leis medo-assírias, do século 12. Essas coletâne­ as legais, conforme indicam os parágrafos que as introduzem, tinham como objetivo testificar aos deuses o quanto o rei tinha sido bem-sucedido em estabelecer e manter a justiça em seu reino. Desta forma, as leis eram elaboradas de maneira a refletir as decisões mais sábias e justas que o rei poderia imaginar. Assim como um candidato em campanha eleitoral, em nossos dias, procura reivindicar como sendo de sua autoria todo e qualquer projeto de lei que possa encontrar, também o rei queria apresentar-se da melhor forma possível.
Essas leis nos ajudam a enxergar que a legislação que determinava o modelo da sociedade israelita não era tão diferente, na superfície, daquela que teria caracterizado as sociedades assíria e babilónica. A diferença estava no fato de que para Israel, a lei era vista como parte da revelação de Deus e de seu caráter. Os babilônios tinham proibições tão severas em relação ao homicídio quanto os israelitas, mas a diferença era que enquanto os babilônios refreavam o impulso para cometer esse crime para não quebrar a ordem social e os princípios da civiliza­ ção, os israelitas refreavam seus impulsos assassinos por saberem quem era Deus. As leis podem parecer iguais, mas a base do sistema legal era notavelmente diferente. Para os israelitas, *Yahweh, o seu Deus, era a origem de toda a lei e o fundamento de todas as normas sociais. Na Mesopotâmia, o rei era investido de autoridade tanto para conceber como para estabele­ cer a lei. Os deuses não tinham um padrão moral, nem exigiam um comportamento moral, embora esperassem que os humanos preservassem os valores da civilização e, portanto, agissem de maneira ordenada e civilizada.
Assim, o caso em questão é que a lei dada no monte Sinai não necessariamente representa uma nova lei. Essa legislação, na verdade, talvez fosse bem parecida com as leis sob as quais o povo de Israel havia vivido no Egito, e era similar às leis encontradas em outras sociedades do antigo Oriente Próximo. A novidade está na revelação de Deus consumada através da institucionalização da lei como parte da *aliança entre Deus e Israel. A comparação da lei bíblica com os códigos de leis do antigo Oriente Próximo pode nos ajudar a entender tanto o conceito de lei e ordem, como seu embasamento teológico e filosófico.
Quando chegarmos na parte do Livro de Êxodo relacionada à construção do tabernáculo, talvez nos seja proveitoso entender o uso e a forma de construção dos santuários (móveis ou fixos) no antigo Oriente Próximo. A descrição detalhada dos materiais usados na construção do tabernáculo pode ser melhor entendida à medida que conhecermos o valor que a cultura atribuía a esses materiais. Por exemplo, considere o valor que nossa sociedade atribui a um casaco de pele de marta, a uma escrivaninha de madeira de lei, a uma poltrona de couro ou a um colar de brilhantes. Além dos materiais, também valorizamos o local, como no caso de um apartamento de cobertura, um escritório num bom ponto comercial ou uma casa nas monta­ nhas. Assim, à medida que nos familiarizarmos com os materiais e lugares valorizados pelos antigos israelitas, poderemos avaliar o que motivou certos detalhes. Novamente, constatare­ mos que em grande parte dos casos, o motivo é mais cultural do que teológico. Uma vez que entendemos os elementos culturais, poderemos evitar atribuir um significado teológico ina­ dequado a alguns aspectos do texto.
Levítico O Livro de Levítico contém instruções concernentes à manutenção do Lugar Santo, um local separado para a presença de Deus, incluindo detalhes do sistema sacrificial, instruções para os sacerdotes e leis concernentes à *purificação. No mundo antigo acreditava-se que a *impureza criava uma situação propícia à possessão demoníaca, assim a *purificação precisava ser mantida, sendo obtida geralmente através de um processo que envolvia certos *rituais e encantamen­ tos. Para os israelitas, a *purificação era um valor positivo que incluía tanto regras para um comportamento ético, como normas de etiqueta.
O material do antigo Oriente Próximo que melhor pode nos servir para a compreensão do Livro de Levítico é aquele que oferece informações sobre sacrifícios, rituais e instruções para sacerdotes e sobre o tratamento dado à *impureza. Essas informações geralmente não estão reunidas em um único documento, portanto, foi preciso extrai-las de diferentes fontes. Exis­ tem, no entanto, alguns textos rituais importantes que servem como fontes significativas de informação. Embora a literatura *hitita esteja repleta de textos relacionados aos rituais, o texto Instruções para os Oficiais do Templo, de meados do segundo milênio, é um dos mais úteis, fornecendo detalhes dos recursos que deveriam ser usados para proteger o santuário contra invasões e impedir que fosse profanado. As fontes mesopotâmicas também são numerosas.
Os textos maqlu contêm oito tabuletas de encantamentos e uma de rituais ligados aos encantamentos. Esses encantamentos, na maior parte, eram uma forma de opor-se aos pode­ res da feitiçaria. Outras importantes séries incluem os textos shurpu, relacionados à purifica­ ção, os textos bit rimki, relacionados à ablução real e os rituais namburbu, que visavam à destruição.
A maioria desses textos estava inserida num contexto de magia e adivinhações, em que a feitiçaria, as forças demoníacas e os encantamentos representavam ameaças poderosas à so­ ciedade. As crenças israelitas não compartilhavam dessa cosmovisão e seus conceitos de *pu- rificação e *impureza apresentavam diferenças marcantes. Não obstante, o estudo desse
material pode trazer à tona muitas facetas da cosmovisão do mundo antigo compartilhadas por Israel. Embora a literatura bíblica tenha eliminado o elemento mágico dos rituais, as práticas institucionalizadas e a terminologia usada para descrevê-los ainda contêm em certos aspectos, alguns resquícios da cultura mais ampla.
Certamente as crenças e os costumes israelitas estavam mais próximos dos conceitos de ritual, magia e *purificação do antigo Oriente Próximo, do que da nossa própria concepção sobre rituais e magias. Por termos uma compreensão limitada em relação à visão de mundo israelita, freqüentemente somos inclinados a fazer uma leitura bastante inadequada dos con­ ceitos teológicos ou dos simbolismos de algumas de suas práticas e regras. Essa atitude, muitas vezes, acaba gerando uma visão equivocada da natureza e dos ensinamentos contidos no Livro. Ao tomarmos conhecimento da visão de mundo do antigo Oriente Próximo, pode­ mos evitar esse tipo de erro e ter uma compreensão do texto mais próxima da maneira como os israelitas o entendiam.
Números O Livro de Números contém instruções para a jornada do povo pelo deserto e sobre como erguer um acampamento, bem como registros dos eventos que aconteceram durante aproxi­ madamente os quarenta anos que o povo de Israel passou no deserto, além de incluir uma série de trechos sobre rituais e leis. Várias fontes que auxiliam o entendimento dos Livros de Êxodo e Levítico também fornecem informações sobre o contexto do Livro de Números. Além disso, itinerários encontrados em documentos egípcios podem ajudar a localizar diver­ sos lugares alistados durante a peregrinação de Israel. Esses itinerários encontram-se em uma série de documentos distintos, incluindo os Textos da *Abominação ou Execração (onde os nomes de certas cidades eram escritos em vasos que eram espalhados em rituais de maldição; 12a Dinastia, Idade d& Bronze *Média) e as listas topográficas esculpidas em relevo nas pare­ des dos templos, como em Karnak e Medinet Habu (Idade do Bronze Moderna). Esses regis­ tros apresentam mapas em forma de listas, permitindo encontrar o nome de cada cidade de acordo com o itinerário da viagem. É interessante que alguns lugares bíblicos, cuja existência é colocada em dúvida por alguns arqueólogos pela ausência de vestígios desse período no local, são citados nos itinerários egípcios dessa mesma época.
Números, como outros Livros do Pentateuco, contém informações sobre o calendário ritual de Israel. Essas informações sobre festas e rituais são abundantes no antigo Oriente Próximo, porque os calendários geralmente eram determinados pelos sacerdotes. No entan­ to, é difícil deslindar alguns detalhes importantes de suas práticas e, principalmente, descobrir o que está por trás da formação das tradições institucionalizadas nesses calendários. Embora haja evidências da existência de trocas culturais ou mesmo dependência em muitas áreas, é arriscado tentar estabelecer alguma relação entre festivais de diferentes culturas.
Deuteronômio O Livro de Deuteronômio acompanha o formato dos acordos entre as nações, conforme descrito na nota de rodapé intitulada "A Aliança e os Tratados no Antigo Oriente Próximo". Nesses pactos da Antigüidade, o trecho mais longo geralmente tratava das condições do acordo e detalhava as obrigações do vassalo, incluindo o que se esperava dele, de modo geral, - lealdade, por exemplo -, assim como alguns itens mais específicos, tais como paga­ mento de impostos e prover alojamento para as tropas que ocupavam o território. Não era permitido ao vassalo dar acolhida a fugitivos nem fazer alianças com outras nações. Além
disso, ele também era obrigado a colaborar para a defesa da nação suserana e honrar seus representantes.
Em Deuteronômio, as cláusulas são apresentadas na forma de leis, que detalham tanto as obrigações como as proibições. Alguns estudiosos acreditam que as leis apresentadas nos capítulos 6 a 26 (ou 12 a 26) estão organizadas de acordo com os Dez Mandamentos. Assim como os antigos códigos de leis tinham um prólogo e um epílogo, a fim de lhes conferir uma estrutura literária (ver a introdução a Êxodo), aqui é a aliança que concede à lei mosaica uma estrutura literária. A estrutura literária das leis de *Hamurabi nos ajuda a entender que esse código de leis não foi planejado apenas para estabelecer regras, mas para demonstrar o quanto o reinado de Hamurabi era justo. Do mesmo modo, a estrutura literária de Deuteronômio nos permite ter uma idéia do porquê dessas leis terem sido compiladas. A lei é apresentada no Livro de Deuteronômio não como um conjunto de regras, mas como uma *aliança.
Quando os povos do antigo Oriente Próximo concordavam com um tratado, eram obri­ gados a submeter-se aos termos e condições desse tratado. Seria o mesmo nível de obrigação relacionado às leis de uma nação, mas a diferença está na maneira como fun9
ciona, pois não está inserida no sistema legal. Por exemplo, no mundo moderno cada país tem suas próprias leis, aprovadas pelos órgãos legislativos, e que devem ser obedecidas pelos cidadãos daquele país.
Mas existem também leis internacionais que, em parte, foram estabelecidas por órgãos mundiais, muitas vezes como resultado de acordos ou tratados. Essas leis internacionais devem ser obedecidas pelas partes envolvidas no acordo. O tipo de compromisso exigido em Deuteronômio está mais ligado ao tratado do que à lei (ou seja, mais ligada à aliança do que às leis). Isso significa que as obrigações do povo de Israel estavam relacionadas à ma­ nutenção do relacionamento disposto na aliança. Se eles fossem realmente o povo de Deus (da aliança), deveriam se conduzir de acordo com as normas apresentadas (cláusulas).
Assim, não devemos entender essas leis como sendo apenas um conjunto de regras para a nação (embora elas tenham sido). Os israelitas não deveriam cumprir a lei apenas por obediência à lei, mas sim por ela ser um reflexo da natureza e do caráter de Deus. A lei revelava o que Deus esperava dos israelitas como seu povo e como eles deveriam obedecê-lo para desfrutarem de um relacionamento com Ele.
Uma característica adicional do Livro de Deuteronômio é o fato dele se apresentar na forma de exortações de Moisés ao povo. Conseqüentemente, Moisés é visto como o media­ dor da aliança, pois como mensageiro ou representante de Deus, é ele quem determina os termos do tratado. Nos tratados *hititas, consideravam-se apenas as determinações firmadas pelo acordo, sem dar importância à pessoa que enunciara os termos do tratado. Outros textos, porém, nos ajudam a entender melhor o papel do mediador. De modo geral, o mediador apresentava sua mensagem verbalmente, mas possuía também uma cópia escrita para fins de documentação e registro. As palavras de Moisés advertindo o povo a ser leal aos termos da aliança seguem a mesma linha daquilo que se esperava de um representante real. O vassalo deveria considerar um privilégio poder participar do acordo, portanto, deveria ser prudente e refrear qualquer ação que pudesse colocar em risco esse privilégio.
G Ê N E S I S
v 1 .1 - 2.3 Criação 1.1. no princípio. Um texto egípcio de Tebas, ao refe­ rir-se à criação, fala do deus Am on que, no princípio, ou "n a primeira ocasião", expandiu-se. Os egiptólo- gos interpretam essa expressão não como uma idéia abstrata, mas como uma referência a um evento que aconteceu pela primeira vez. Do mesmo modo, a pa­ lavra hebraica traduzida como "princípio" geralmen­ te refere-se não a um determinado ponto no tempo, m as a um período inicial. Isso sugere que o período inicial são os sete dias do capítulo um. 1.2. sem form a e vazia. Na concepção egípcia sobre as origens, o conceito de "inexistente" pode ser bastante próximo a essa expressão encontrada em Gênesis. É a idéia de algo que ainda não foi diferenciado, ao qual não foi atribuída função, e cujos limites e definições ainda não foram estabelecidos. O conceito egípcio, porém , tam bém traz a idéia de potencialidade e a qualidade de um ser absoluto. 1.2. o Espírito de D eus. Alguns hermeneutas traduzi­ ram essa expressão como um vento sobrenatural ou impetuoso (a palavra hebraica traduzida como "E spí­ rito" às vezes é traduzida como "v en to" em outras passagens), que tem um paralelo no Enum a Elish babilónico. Nesse texto, o deus do céu, Anu, cria os quatro ventos que agitam as profundezas e sua deu­ sa, Tiam at. N esse caso, é um vento rom pante que provoca agitação. O mesmo fenômeno pode ser visto na visão de Daniel sobre os quatro animais, em que "o s quatro ventos do céu agitavam o Grande M ar" (7.2), causando perturbação aos animais. Se esse em­ prego do termo estiver correto, então o vento seria parte da descrição negativa do versículo 2, em parale­ lo com as trevas. 1.1-5. a tarde e a m anhã. O relato da criação não tem a pretensão de apresentar um a explicação científica moderna sobre a origem de todos os fenômenos natu­ rais, e sim abordar os aspectos mais práticos da criação que cercam nossas experiências de vida e sobrevivên­ cia. Ao longo deste capítulo, o autor narra como Deus instituiu períodos alternados de luz e trevas - a base do tem po. A narrativa m enciona prim eiram ente a tarde, porque o primeiro período de luz está se fin­ dando. O autor não se aventura num a análise das propriedades físicas da luz, nem está preocupado com sua fonte ou energia geradora. A luz é o que regula o tempo.
1.3-5. luz. Os povos do mundo antigo não acredita­ vam que a luz se originasse do Sol. Na época, desco­ nhecia-se o fato de que a lua simplesmente reflete a luz do Sol. Além do mais, não há nenhum indício no texto de que a "lu z do dia" fosse causada pela luz do Sol. O Sol, a Lua e as estrelas eram vistos como porta­ dores de luz, mas a luz do dia estava presente mesmo quando o sol estava atrás das nuvens ou num eclipse. Ela chegava antes do nascer do sol e perm anecia após o pôr-do-sol. 1.6-8. firm am ento. De m aneira semelhante, a exten­ são (às vezes chamada de "firm am ento") instituída no segundo dia é o regulador do clima. As culturas do antigo O riente Próxim o entendiam o cosm os como um a estrutura composta por três camadasios céus, a terra e o m undo inferior. O clim a se originou nos céus, e a extensão era considerada o mecanismo que controlava a umidade e a luz do sol. Embora no mun­
do antigo a extensão geralmente fosse concebida de maneira mais concreta do que a entendemos hoje, não é a sua composição física que realmente importa, mas sim sua função. No épico babilónico da criação, Enuma Elish, a deusa que representava esse oceano cósmico, Tiamat, é dividida em duas por M arduk para formar as águas acima do firmamento e as águas que ficavam debaixo. 1.9-19. função do cosm os. Assim como é D eus quem estabelece o tempo e determina o clima, Ele também é responsável por estabelecer todos os outros aspectos da existência humana. A disponibilidade de água e a capacidade da terra produzir vegetação; as leis da agricultura e os ciclos das estações; o desem penho específico de cada uma das criaturas de Deus - tudo isso foi ordenado por Deus. E tudo era bom, não tirâ­ nico ou ameaçador. Isso reflete o entendimento antigo de que os deuses eram responsáveis por estabelecer um sistema de operações. O funcionamento do cos­ mos era muito mais importante às pessoas do mundo antigo do que sua form a física ou composição quími­ ca. Elas descreviam o que viam, e o mais importante, aquilo que experim entavam do m undo criado por Deus. O fato de que tudo foi considerado "b o m ", reflete a sabedoria e justiça de Deus. Ao mesmo tem­ po, o texto mostra algumas sutis discordâncias com a concepção do antigo Oriente Próximo. O m ais notável é o fato da narrativa evitar o uso das palavras sol e lua, que eram os nomes das divindades correspondentes
entre os povos vizinhos de Israel; e em vez disso, refere-se a eles como luminares m aior e menor. 1.14. sin ais para m arcar estações, dias e anos. No prólogo de um tratado astrológico dos sumérios, os deuses principais, An, Enlil e Enki, posicionam a lua e as estrelas a fim de determinar dias, meses e pressá­ gios. No famoso Hino Babilónico a Shamash, o deus sol, também se faz m enção a seu papel de controlar as estações e o calendário de m odo geral. É intrigante que ele seja tam bém o patrono da adivinhação. A palavra hebraica usada para "sin al" tem um cognato na palavra acadiana usada para presságios. A pala­ vra hebraica, no entanto, tem um sentido m ais neu­ tro, e novam ente o autor esvazia os elem entos do cosmos de seus traços m ais personificados. 1.20. répteis de alm a vivente (ARC). No Hino Babiló­ nico a Shamash, o deus sol recebe louvor e honra até m esm o dos piores grupos. Incluídos na lista estão os temíveis monstros do mar. Logo, o hino sugere que há uma submissão total de todas as criaturas para com Sham ash, exatam ente com o o relato da criação do Gênesis mostra que todas as criaturas feitas por Yahweh estão subm issas a Ele. O m ito de Labbu registra a criação da serpente do mar, cujo comprimento era de sessenta léguas. 1.20-25. categorias de anim ais. As categorias de ani­ mais incluem diversas espécies: seres que vivem nas águas, aves, criaturas que vivem na terra, subdividi­ das em animais domésticos e selvagens e ainda "cria­ turas que se arrastam no solo" (talvez os répteis e/ou anfíbios) e, por ultimo, os seres humanos. Os insetos e o mundo das criaturas microscópicas não são mencio­ nados, mas as categorias são abrangentes o suficiente para inclui-los. 1 .26 -31 . fu n çã o d as p esso a s . Em bora o en foque organizacional ou funcional do relato da criação tenha semelhanças com a perspectiva do antigo Oriente Pró­ ximo, a razão subjacente é bastante diferente. No an­ tigo O riente Próxim o, os deuses criaram o m undo para seu próprio deleite e p ara nele viverem . As pessoas foram criadas apenas como uma decisão de última hora, quando os deuses precisaram de traba­ lho escravo para suprir as comodidades da vida (por exemplo, abrir sulcos de irrigação). N a Bíblia, o cos­ m os foi criado e organizado para funcionar a serviço das pessoas, idealizadas por Deus como peça central da sua criação. 1.26-31. criação da hum anidade nos m itos do antigo O riente Próxim o. Nos relatos sobre a criação da anti­ ga M esopotâmia, uma população inteira já civilizada é criada por m eio de uma m istura de argila e sangue de um deus rebelde. Essa criação acontece como resul­ tado do conflito entre os deuses, obrigando o deus organizador do cosmos a controlar as forças do caos,
trazendo assim a ordem ao mundo criado. O relato do Gênesis retrata a criação não como parte de um confli­ to entre forças oponentes, m as como um processo de­ terminado por Deus, controlado e sereno. 1.26, 27. im agem de D eus. Quando Deus criou o ho­ mem, colocou-o como responsável por toda a criação. Ele foi feito à sua imagem e semelhança. No mundo antigo, acreditava-se que um a im agem continha a essência do que representava. A im agem de um a divindade, m esma terminologia aqui empregada, era usada na adoração porque continha a essência daque­ la divindade. Isso não significava que a imagem pu­ desse fazer o m esm o que a divindade, nem que se parecesse com ela. Ao contrário, a obra da divindade era desempenhada através do ídolo. De m odo seme­ lhante, a obra de governar o mundo deveria ser de­ sempenhada pelo homem, criado à imagem de Deus. Mas isso não é tudo. Gênesis 5.1-3 compara a imagem de Deus em Adão à im agem de Adão em Sete. Isso ultrapassa a noção de plantas e animais se reprodu­ zindo de acordo com sua espécie, embora certamente os filhos compartilhem das características físicas e da natureza básica (geneticamente) de seus pais. A rela­ ção entre a imagem dos ídolos e a imagem dos filhos é o conceito de que a imagem capacita a criatura não apenas para servir no lugar de Deus (representando- o com sua essência), mas também para ser e agir como Ele. As ferram entas que Ele providenciou para que pudéssemos dar conta dessa tarefa incluem a consci­ ência ou razão, a autopercepção e o discernim ento espiritual. As tradições m esopotâm icas falam de fi­ lhos à imagem de seus pais (*Enuma Elish), mas não falam de seres humanos criados à imagem de Deus; m as o texto egípcio, as Instruções de M erikare, identifi­ ca a hum anidade como formada por imagens de Deus, de cujo corpo se originaram. Na M esopotâmia, pode- se apreender um significado para imagem no costu­ me que os reis tinham de erigir imagens de si m es­ mos em lugares onde queriam estabelecer sua autori­ dade. A parte disso, apenas outros deuses são feitos à imagem dos deuses (ver comentário em 5.3). 2.1-3. descanso no sétim o dia. No relato egípcio da criação, em Mênfis, o deus criador Ptah descansa, após terminar sua obra. A criação dos hum anos pelos deu­ ses da Mesopotâmia também é acompanhada de des­ canso. N a Mesopotâmia, porém, os deuses descansam porque as pessoas foram criadas para fazer o trabalho outrora feito por eles. Não obstante, o desejo de des­ cansar é um dos elementos m otivadores dessas narra­ tivas da criação. A destruição ou o controle de forças cósmicas caóticas, que constitui com freqüência a par­ te central das narrativas da criação do m undo antigo, culmina no descanso, na paz ou repouso dos deuses. Do mesmo modo, o Dilúvio é resultado da impossibi­
lidade de os deuses encontrarem descanso em meio ao barulho e tumulto causados pela humanidade. Em todos os relatos, fica evidente que as ideologias anti­ gas consideravam o descanso como um dos principais objetivos dos deuses. Na teologia israelita, Deus não precisa descansar por causa de certos incômodos cósmi­ cos ou provocados pelo homem, mas Ele busca des­ canso em um lugar de repouso (ver especialmente SI 132.7, 8, 13, 14). 2.1. o sábado como divisor do tempo. O costume de dividir o tempo em períodos de sete dias ainda não foi comprovado nas demais culturas do antigo Oriente Próximo, em bora na M esopotâmia alguns dias parti­ culares do mês eram considerados de mau agouro, e freqüentem ente ocorriam com um intervalo de sete dias (ou seja, o sétimo, o décimo quarto dia do mês, etc.). A celebração do sábado em Israel não estava determinada a certos dias do mês, nem estava ligada aos ciclos da lua ou a qualquer outro ciclo da natureza; simplesmente era celebrado a cada sete dias.
2 .4 -2 5 O homem e a mulher no jardim 2.5. categorias de plantas. Encontramos apenas des­ crições gerais de plantas. Árvores, arbustos e plantas são mencionadas, mas nenhum gênero específico. Sa­ bemos, porém, que as principais árvores encontradas no Oriente Próximo eram a acácia, o cedro, o cipreste, a figueira, o carvalho, a oliveira, a tamareira, a romã- zeira, a tamargueira e o salgueiro. Os arbustos inclu­ íam o oleandro e o junípero. Os principais grãos culti­ vados eram o trigo, a cevada e a lentilha. A descrição das plantas nesse versículo difere daquela do terceiro dia em que são mencionadas plantas cultivadas e ár­ vores frutíferas. Não se trata, porém, de um período anterior ao terceiro dia, mas sim ao fato de que ainda não havia a prática da agricultura. 2.5. descrição das condições. Um texto de Nippur apre­ senta o cenário da criação dizendo que as águas não ti­ nham ainda jorrado pela abertura da terra e que nada crescera e nenhum a porção de terra fora lavrada. 2.6. s istem a de irrigação. A expressão usada para descrever o sistema de irrigação no versículo 6 ("bro­ tava água da terra") é de difícil tradução, aparecendo apenas em Jó 36.27. Um a palavra semelhante aparece no vocabulário *babilônico originado do *sum ério, num a menção ao sistem a subterrâneo de águas, os lençóis de água que deram origem aos rios. O mito sumério de *Enki e Ninhursag também menciona um sistema de irrigação semelhante. 2.7. o hom em do pó da terra. A criação do primeiro homem do pó da terra é semelhante ao que encontra­ m os na mitologia do antigo Oriente Próximo. O Épico A trahasis retrata a criação da hum anidade feita de
argila m isturada ao sangue de uma divindade. A s­ sim como o pó na Bíblia representa o que o corpo se torna na m orte (Gn 3.19), a argila, no pensam ento *babilônico, era o que o corpo voltava a ser. O sangue da divindade representava a essência divina na hu­
manidade, um conceito semelhante ao sopro de vida que D eus colocou em Adão. No pensamento egípcio, as lágrimas dos deuses são misturadas à argila para form ar o hom em , em bora as Instruções de M erikare tam bém m encionem deus soprando a vida no nariz do homem. 2.8-14. localização do Éden. Com base na proximida­ de dos rios Tigre e Eufrates, e na lenda *suméria da terra mística e utópica de *Dilm un, m uitos eruditos identificam

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