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Comparacao Regulamento e a Norma Europeia 12056-2

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  • 5/24/2018 Comparacao Regulamento e a Norma Europeia 12056-2

    SISTEMAS PREDIAIS DE DRENAGEM DEGUAS RESIDUAIS DOMSTICAS

    Estudo comparativo entre o Regulamento Geral ea Norma Europeia 12056-2

    MARIA INS CARVALHO SOUSA FERREIRA

    Dissertao submetida para satisfao parcial dos requisitos do grau de

    MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL ESPECIALIZAO EM CONSTRUES

    Orientador: Professor Doutor Carlos Alberto Baptista Medeiros

    JUNHO DE 2013

  • 5/24/2018 Comparacao Regulamento e a Norma Europeia 12056-2

    MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL 2012/2013

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

    Tel. +351-22-508 1901Fax +351-22-508 1446

    [email protected]

    Editado por

    FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO

    Rua Dr. Roberto Frias

    4200-465 PORTO

    Portugal

    Tel. +351-22-508 1400

    Fax +351-22-508 1440

    [email protected]

    http://www.fe.up.pt

    Reprodues parciais deste documento sero autorizadas na condio que sejamencionado o Autor e feita referncia a Mestrado Integrado em Engenharia Civil -2012/2013 - Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade

    do Porto, Porto, Portugal, 2013.

    As opinies e informaes includas neste documento representam unicamente o ponto devista do respetivo Autor, no podendo o Editor aceitar qualquer responsabilidade legal ououtra em relao a erros ou omisses que possam existir.

    Este documento foi produzido a partir de verso eletrnica fornecida pelo respetivo Autor.

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    Aos meus Pais

    No h caminhos fceis para quem responsvel

    Eugnio de Andrade

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    Sistemas prediais de drenagem de guas residuais domsticas

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    Sistemas prediais de drenagem de guas residuais domsticas

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    AGRADECIMENTOS

    Em primeiro lugar agradeo ao meu orientador, Professor Doutor Carlos Alberto Baptista Medeiros,por toda a disponibilidade e apoio prestado durante a realizao deste trabalho.

    Agradeo minha famlia, em particular aos meus pais, irmo e tio por todo o apoio incondicional,amor e compreenso no s durante a realizao da tese mas tambm durante todo o percursoacadmico.

    Agradeo a todos os meus amigos por todo o apoio ao longo da minha caminhada.

    Agradeo ao meu namorado por todo o apoio, ajuda e motivao que me deu.

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    RESUMOA presente dissertao surge na sequncia da crescente necessidade da adoo de Normas Europeiasno sentido de generalizar os critrios de clculo no espao europeu, bem como no desenvolvimento eaplicao de novos equipamentos. O objetivo consiste no estudo comparativo dos mtodos de

    dimensionamento de sistemas prediais de drenagem de guas residuais domsticas, de acordoRegulamentao Portuguesa e a Norma Europeia.

    Estes dois mtodos de dimensionamento so aplicados a dois projetos, um edifcio unifamiliar e umedifcio multifamiliar.

    Numa primeira fase analisa-se o estado da arte em relao instalao e traado das redes prediais dedrenagem de guas residuais domsticas, nomeadamente os tipos de sistemas possveis, osconstituintes do sistema, bem como os dispositivos a instalar e os materiais das tubagens.

    Na fase seguinte so apresentados os mtodos em estudo. Descreve-se os mtodos de clculo para odimensionamento das redes prediais de acordo com a Regulamentao Portuguesa e com a NormaEuropeia, EN 12056-2.

    Na terceira e ltima fase da dissertao, para a anlise comparativa dos mtodos apresentados, efetua-se o traado e o dimensionamento das redes prediais de drenagem de guas residuais domsticas deambos os edifcios.

    PALAVRAS-CHAVE: redes prediais, drenagem guas residuais domsticas, dimensionamento,RGSPPDADAR, EN 12056-2.

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    ABSTRACT

    This dissertation was devised in the light of the increasing need for the adoption of European standardsin order to generalize the calculation criteria in Europe, as well as the development and application ofnew equipment. The goal is a comparative study of methods for building system domestic wastewater

    drainage, according Portuguese Regulation and Europeans Standards.

    These two methods of building are applied to two projects, a building unifamily and a multifamilybuilding.

    Initially analyzes the state of the art regarding the installation and layout of building system domesticwastewater drainage, including the types of possible systems, the constituents of the system and thedevices to be installed and piping materials.

    In the next phase describes the methods in study. Describes the calculation methods for the design ofbuilding networks in accordance with the General Regulations and with the European Standard EN12056-2.

    In the third and final phase of the dissertation, for the comparative analyses of the methods presents,makes up the layout and dimensioning of building system domestic wastewater drainage of domesticsewage of both buildings.

    KEYWORDS: building net, domestic wastewater drainage, sizing, General Regulations, EN 12056-2.

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    NDICE GERAL

    AGRADECIMENTOS ...................................................................................................................................i

    RESUMO .................................................................................................................................iiiABSTRACT ...............................................................................................................................................v

    1 INTRODUO................................................................................................................... 171.1CONSIDERAES PRVIAS ............................................................................................................ 17

    1.2OBJETIVOS ................................................................................................................................ ..... 17

    1.3ORGANIZAO DO DOCUMENTO ................................................................................................... 18

    2 EVOLUO HISTRICA........................................................................................ 192.1CONTEXTO HISTRICO DOS SISTEMAS DE DRENAGEM DE GUAS RESIDUAIS .......................... 19

    3 SISTEMAS PREDIAIS DE DRENAGEM DE GUASRESIDUAIS DOMSTICAS ....................................................................................... 233.1INTRODUO .................................................................................................................................. 23

    3.2LANAMENTO DE GUA NOS SISTEMAS DE DRENAGEM PBLICA .............................................. 25

    3.3SISTEMAS DE DRENAGEM DE GUAS RESIDUAIS DOMSTICAS .................................................. 25

    3.4CONSTITUIO DOS SISTEMAS DE DRENAGEM ............................................................................ 27

    3.5 TIPOS DE ESCOAMENTO DOS SISTEMAS PREDIAIS DE DRENAGEM DE GUAS RESIDUAISDOMSTICAS ......................................................................................................................................... 28

    3.6REGRAS DE INSTALAO E TRAADO DAS REDES...................................................................... 29

    3.6.1 RAMAIS DE DESCARGA .................................................................................................................... 29

    3.6.2 RAMAIS DE VENTILAO .................................................................................................................. 30

    3.6.3 TUBOS DE QUEDA ........................................................................................................................... 31

    3.6.4 COLUNAS DE VENTILAO ............................................................................................................... 32

    3.6.5 COLETORES PREDIAIS ..................................................................................................................... 32

    3.7 ACESSRIOS .................................................................................................................................. 33

    3.7.1 SIFES..33

    3.7.2 RALOS...34

    3.7.3 CMARAS DE INSPEO .................................................................................................................. 35

    3.7.4 VLVULAS DE ADMISSO DE AR........................................................................................................ 35

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    3.8INSTALAES COMPLEMENTARES................................................................................................ 37

    3.8.1 INSTALAES ELEVATRIAS ............................................................................................................ 37

    3.8.2 CMARAS RETENTORAS .................................................................................................................. 38

    3.9CONFORTO E QUALIDADE NOS SISTEMAS .................................................................................... 39

    3.9.1 RUDO39

    3.9.2 ODORES40

    3.9.3 ACESSIBILIDADE DOS SISTEMAS ....................................................................................................... 43

    3.9.4 COEFICIENTES DE SIMULTANEIDADE................................................................................................. 43

    3.10 MATERIAIS DAS TUBAGENS E ACESSRIOS ............................................................................... 43

    3.10.1 TUBAGENS METLICAS .................................................................................................................. 44

    3.10.2 TUBAGENS TERMOPLSTICAS ........................................................................................................ 45

    3.10.2.1 Policloreto de vinilo (PVC)....................................................................................................... 45

    3.10.2.2 Polietilieno de alta intensidade (PEAD)................................................................................... 45

    3.10.2.3 Polipropileno (PP).................................................................................................................. 456

    3.10.3 TUBAGENS DE GRS CERMICO ..................................................................................................... 46

    3.10.4 ACESSRIOS ................................................................................................................................ 46

    4 REGULAMENTO GERAL PORTUGUS -

    DIMENSIONAMENTO ..................................................................................................... 494.1CAUDAIS DE DESCARGA ................................................................................................................ 49

    4.2CAUDAIS DE CLCULO................................................................................................................... 50

    4.3RAMAIS DE DESCARGA .................................................................................................................. 51

    4.4TUBOS DE QUEDA .......................................................................................................................... 55

    4.5COLUNAS DE VENTILAO ............................................................................................................ 58

    4.6COLETORES PREDIAIS ................................................................................................................... 59

    5 NORMA EUROPEIA EN 12056-2 - DIMENSIONAMENTO .... 615.1TIPOS DE SISTEMAS E CONFIGURAES ...................................................................................... 61

    5.2ELEMENTOS DE BASE PARA DIMENSIONAMENTO ........................................................................ 64

    5.3RAMAIS DE DESCARGA .................................................................................................................. 66

    5.3.1 RAMAIS DE DESCARGA NO VENTILADOS .......................................................................................... 66

    5.3.2 RAMAIS DE DESCARGA VENTILADOS ................................................................................................. 70

    5.3.3 VLVULAS DE ADMISSO DE AR........................................................................................................ 73

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    5.4TUBOS DE QUEDA .......................................................................................................................... 74

    5.4.1 VLVULAS DE ADMISSO DE AR PARA TUBOS DE QUEDA .................................................................... 75

    5.4.2 TUBAGENS DE VENTILAO ............................................................................................................. 75

    5.5COLETORES PREDIAIS ................................................................................................................... 755.6DIMETROS DE CLCULO .............................................................................................................. 77

    6 CASOS DE ESTUDO.................................................................................................. 806.1INTRODUo .................................................................................................................................. 80

    6.2EDIFCIO UNIFAMILIAR ................................................................................................................... 81

    6.2.1 DIMENSIONAMENTO DOS RAMAIS DE DESCARGA INDIVIDUAIS ............................................................. 85

    6.2.2 DIMENSIONAMENTO DOS RAMAIS DE DESCARGA NO INDIVIDUAIS ...................................................... 86

    6.2.3 DIMENSIONAMENTO DOS TUBOS DE QUEDA....................................................................................... 87

    6.2.4 DIMENSIONAMENTO DOS COLETORES PREDIAIS ................................................................................ 88

    6.3EDIFCIO MULTIFAMILIAR ............................................................................................................... 89

    6.3.1 DIMENSIONAMENTO DOS RAMAIS DE DESCARGA INDIVIDUAIS............................................................. 92

    6.3.2 DIMENSIONAMENTO DOS RAMAIS DE DESCARGA NO INDIVIDUAIS...................................................... 94

    6.3.3 DIMENSIONAMENTO DOS TUBOS DE QUEDA....................................................................................... 95

    6.3.4 DIMENSIONAMENTO DOS COLETORES PREDIAIS ................................................................................ 96

    6.4CONCLUSES PRELIMINARES ....................................................................................................... 99

    7 CONCLUSES ............................................................................................................... 101

    BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................................. 1023

    ANEXOS...105

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    NDICE DE FIGURAS

    Fig. 2.1 Seco-tipo de coletores implantados em Lisboa em 1884 [5] ............................................ 20

    Fig. 3.1 - Esquematizao das guas residuais domsticas................................................................ 23

    Fig. 3.2 - Fases de execuo do projeto dos sistemas prediais de drenagem de guas..................... 24

    Fig. 3.3 Drenagem Gravtica [9] ......................................................................................................... 26Fig. 3.4 Drenagem com Elevao [9] ................................................................................................. 26

    Fig. 3.5 Sistema misto [9] ................................................................................................................... 27

    Fig. 3.6 Elementos constituintes de um sistema de drenagem de guas residuais domsticas [9].. 28

    Fig. 3.7 Trechos horizontais [10] ........................................................................................................ 28

    Fig. 3.8 Relao ar/gua dos tubos horizontais [10].......................................................................... 29

    Fig. 3.9 Trechos verticais [10] ............................................................................................................ 29Fig. 3.10 Ramais de descarga [8] ...................................................................................................... 30

    Fig. 3.11 Esquema de ramal de ventilao [8]................................................................................... 31

    Fig. 3.12 Traado dos tubos de queda [10] ....................................................................................... 32

    Fig. 3.13 Traado dos coletores prediais [10]. ................................................................................... 33

    Fig. 3.14 Tipos de sifes [8] ............................................................................................................... 34

    Fig. 3.15 Ralo de pavimento sifonado com descarga lateral [11]...................................................... 35Fig. 3.16 Vlvula de admisso de ar para topo dos tubos de queda [13].......................................... 36

    Fig. 3.17 - Vlvula de admisso de ar para ramais [13]........................................................................ 36

    Fig. 3.18 Funcionamento das vlvulas de admisso de ar [13]......................................................... 37

    Fig. 3.19 Vlvula de admisso de ar combinada com sifo [18]........................................................ 37

    Fig. 3.20 Esquema de auto-sifonagem [13] ....................................................................................... 41

    Fig. 3.21 Sifonagem induzida e sobrepresso [13]............................................................................ 42Fig. 3.22 Ao do vento no topo do tubo de queda [11].................................................................... 43

    Fig. 4.1 Determinao dos caudais de clculo em funo dos caudais acumulados [8]................... 51

    Fig. 4.2 Distncia mxima entre o sifo e a seco ventilada [8] ...................................................... 52

    Fig. 4.3 Escoamentos a meia seco em tubagens de PVC (K=120 m1/3/s) [9]................................ 53

    Fig. 4.4 Escoamentos a seco cheia em tubagens de PVC (K=120 m1/3/s) [9]............................... 54

    Fig. 4.5 Esquema de diagrama de presses no tubo de queda [14] ................................................. 56Fig. 4.6 Dimensionamento dos tubos de queda [2]............................................................................ 58

    Fig. 5.1 Sistemas com ventilao primria [4] ................................................................................... 62

    Fig. 5.2 Sistemas com ventilao secundria [4]............................................................................... 62

    Fig. 5.3 Ramais de descarga no ventilados [4]................................................................................ 63

    Fig. 5.4 Ramais de descarga ventilados [4] ....................................................................................... 63Fig. 5.5 Ramais de descarga no ventilados nos sistemas I, II e IV [4] ............................................ 68Fig. 5.6 Ramais de descarga ventilados nos sistemas I, II e IV [4] ................................................... 71

    Fig. 6.1 Corte da habitao unifamiliar .............................................................................................. 82

    Fig. 6.2 Traado da rede de drenagem de guas residuais domsticas no piso 0 do edifcio

    unifamiliar .............................................................................................................................................. 83

    Fig. 6.3 - Traado da rede de drenagem de guas residuais domsticas no piso 1 do edifcio

    unifamiliar .............................................................................................................................................. 84Fig. 6.4 Corte do edifcio multifamiliar em estudo.............................................................................. 90

    Fig. 6.5 - Traado da rede de drenagem de guas residuais domsticas do r/cho do edifcio

    multifamiliar ........................................................................................................................................... 91

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    Fig. 6.6 - Traado da rede de drenagem de guas residuais domsticas do 1 e 2 andar do edifcio

    multifamiliar ........................................................................................................................................... 91

    Fig. 6.7 - Traado da rede de drenagem de guas residuais domsticas do 3 andar do edifcio

    multifamiliar ........................................................................................................................................... 92

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    NDICE DE TABELAS

    Tabela 3.1 Dimetro de sifes ........................................................................................................... 33

    Tabela 3.2 Dimetro de sifes (Continuao).................................................................................... 34

    Tabela 3.3 Acessrios........................................................................................................................ 47Tabela 4.1 Caudais mnimos de descarga dos aparelhos sanitrios ................................................ 49

    Tabela 4.2 Dimetros de ramais de descarga ................................................................................... 54

    Tabela 4.3 Dimetros mnimos dos ramais de descarga individuais [2]............................................ 55

    Tabela 4.4 Taxas de ocupao de tubos de queda sem ventilao secundria [2].......................... 57

    Tabela 4.5 Dimensionamento dos tubos de queda [9] ...................................................................... 57

    Tabela 4.6 Dimensionamento das colunas de ventilao [9]............................................................. 59Tabela 4.7 Dimensionamento de coletores prediais [9] ..................................................................... 60

    Tabela 5.1 Unidades de descarga dos aparelhos sanitrios [4] ........................................................ 64

    Tabela 5.2 Fatores de frequncia ...................................................................................................... 66

    Tabela 5.3 Dimetros nominais (DN) para ramais de descarga no ventilados em funo da

    capacidade hidrulica (Qmx) ................................................................................................................. 67Tabela 5.4 Limitaes para ramais de descarga no ventilados....................................................... 67Tabela 5.5 Limitaes para ramais de descarga no ventilados no sistema III ................................ 68

    Tabela 5.6 - Dimetros nominais (DN) para ramais de descarga ventilados em funo da capacidade

    hidrulica (Qmx) .................................................................................................................................... 70

    Tabela 5.7 Limitaes para ramais de descarga ventilados.............................................................. 71

    Tabela 5.8 Limitaes para ramais de descarga ventilados no sistema III ....................................... 71

    Tabela 5.9 Caudais mnimos de ar para vlvulas de admisso de ar em ramais de descarga ........ 74Tabela 5.10 Dimetros nominais de tubos de queda sem ventilao secundria em funo dos

    caudais mximos................................................................................................................................... 74

    Tabela 5.11 - Dimetros nominais de tubos de queda com ventilao secundria em funo dos

    caudais mximos................................................................................................................................... 75Tabela 5.12 Capacidade dos coletores prediais e respetivas velocidades de escoamento para uma

    taxa de ocupao de ......................................................................................................................... 76Tabela 5.13 - Capacidade dos coletores prediais e respetivas velocidades de escoamento para uma

    taxa de ocupao de ......................................................................................................................... 76

    Tabela 5.14 Dimetros nominais e dimetros interiores mnimos apresentados pela EN 12056-2.. 77

    Tabela 5.15 - Dimetros nominais e Dimetros interiores de tubos de PVC-U [17]............................. 78

    Tabela 6.1 Correspondncia dos dimetros da EN 12056-2 com os dimetros comerciais............. 80

    Tabela 6.2 Elementos base ao dimensionamento dos ramais de descarga individuais ................... 85Tabela 6.3 Dimetros nominais dos ramais de descarga individuais do edifcio unifamiliar............. 86

    Tabela 6.4 Caudais de clculo e dimetros nominais dos ramais de descarga no individuais....... 86

    Tabela 6.5 Comparao dos dimetros nominais dos ramais de descarga no individuais do edifciounifamiliar resultantes dos dois mtodos em estudo ............................................................................ 87

    Tabela 6.6 Dimensionamento dos tubos de queda pelo RGSPPDADAR ......................................... 87

    Tabela 6.7 - Dimensionamento dos tubos de queda pela EN 12056-2................................................ 88Tabela 6.8 - Comparao dos dimetros nominais dos tubos de queda do edifcio unifamiliar

    resultantes dos dois mtodos em estudo.............................................................................................. 88

    Tabela 6.9 - Dimensionamento dos coletores prediais pelo RGSPPDADAR....................................... 88

    Tabela 6.10 - Dimensionamento dos coletores prediais pelo EN 12056-2........................................... 89

    Tabela 6.11 - Comparao dos dimetros nominais dos coletores prediais do edifcio unifamiliar

    resultantes dos dois mtodos em estudo.............................................................................................. 89Tabela 6.12 - Elementos base ao dimensionamento dos ramais de descarga individuais .................. 93

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    Tabela 6.13 - Dimetros nominais dos ramais de descarga individuais do edifcio multifamiliar......... 93

    Tabela 6.14 - Caudais de clculo e dimetros nominais dos ramais de descarga no individuais...... 94

    Tabela 6.15 - Comparao dos dimetros nominais dos ramais de descarga no individuais do

    edifcio multifamiliar resultantes dos dois mtodos em estudo ............................................................. 94

    Tabela 6.16 - Dimensionamento dos tubos de queda pelo RGSPPDADAR ........................................ 95Tabela 6.17 - Dimensionamento dos tubos de queda pela EN 12056-2 .............................................. 95

    Tabela 6.18 - Comparao dos dimetros nominais dos tubos de queda do edifcio multifamiliar

    resultantes dos dois mtodos em estudo.............................................................................................. 96

    Tabela 6.19 - Dimensionamento dos coletores prediais pelo RGSPPDADAR..................................... 96

    Tabela 6.20 - Dimensionamento dos coletores prediais pela EN 12056-2........................................... 97Tabela 6.21 - Comparao dos dimetros nominais dos coletores prediais do edifcio multifamiliar

    resultantes dos dois mtodos em estudo.............................................................................................. 98

    Tabela 7.1 Comparao dos resultados obtidos para o edifcio unifamiliar .................................... 101

    Tabela 7.2 Comparao dos resultados para o edifcio multifamiliar .............................................. 101

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    SMBOLOS, ACRNIMOS E ABREVIATURAS

    v - velocidade [m/s]

    viscosidade cinemtica (m2/s)

    Qccaudal de clculo (m3/s)

    Qacaudal acumulado (m3/s)

    Qtotcaudal total de clculo (l/s)

    Qesgcaudal de guas residuais domsticas (l/s)

    Qcontcaudais contnuos (l/s)

    Qbombcaudais de bombagem(l/s)

    Qmxcaudal mximo (l/s)

    kcoeficiente de simultaneidade

    Krugosidade da tubagem (m1/3/s)

    Aseco da tubagem (m2)

    Rraio hidrulico (m)

    iinclinao (m/m)

    tstaxa de ocupao

    sesseco ocupada pelo caudal de esgoto

    sarseco ocupada pelo caudal de ar

    RGSPPDADAR - Regulamento Geral dos Sistemas Pblicos e Prediais de Distribuio de gua e deDrenagem de guas Residuais

    DUunidades de descarga

    DNDimetro Nominal

    DEC - Departamento de Engenharia Civil

    ETAR - Estao de Tratamento de guas Residuais

    CEN - Comit Europeu de Normalizao

    PVC - Policloreto de vinilo

    PVC-U - Policloreto de vinilo no plastificado

    PEADPolietileno de alta intensidade

    PPPolipropileno

    FigFigura

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    xvi

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    Otimizao de sistemas prediais de drenagem de gua

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    1INTRODUO

    1.1 CONSIDERAES PRVIAS

    As instalaes prediais de guas e esgotos constituem uma das principais origens de problemas emedifcios, mesmo nos casos de construo recente. Os erros e defeitos de conceo e/ou construotraduzem-se, em regra, em fatores de desconforto para os utilizadores, o caso por exemplo de rudos emaus cheiros e em durabilidades reduzidas, com consequentes problemas de roturas e humidades,obrigando a intervenes em geral de custo significativo e elevada incomodidade [1].

    Muitos destes erros e defeitos frequentes so de carcter sistemtico, exigindo-se, para a minimizaodeste problema, a implementao de medidas de diversos tipos (legais, tcnicas e processuais) aconsiderar nas fases de projeto e/ou construo [1].

    O Regulamento Geral dos Sistemas Pblicos e Prediais de Distribuio de gua e de Drenagem deguas Residuais [2], denominado daqui em diante por RGSPPDADAR, o regulamento atualmente

    em vigor em Portugal, que estabelece as regras de implementao e dimensionamento das redesprediais de distribuio de gua e de drenagem de guas residuais.

    A nvel europeu, as instalaes prediais de distribuio de gua e drenagem de guas residuais tmsido objeto de uma evoluo, quer ao nvel dos materiais, dispositivos e equipamentos, quer ao nvelda conceo e dimensionamento, visando, essencialmente, preocupaes de carcter econmico eaumento dos nveis de conforto, em todos os seus aspetos [3].

    Ao nvel da conceo e dimensionamento, o CEN (Comit Europeu de Normalizao) com o objetivode uniformizar o clculo em todo o espao europeu aderente, tem estabelecido mtodos gerais declculo. Sendo assim, ao nvel da conceo e dimensionamento de sistemas de drenagem predial comescoamento gravtico, surge a Norma Europeia EN 12056:2000 [4].

    Apesar de a Norma EN 12056 [4] j ter sido subscrita por Portugal, ainda no foi traduzida e adotadano sentido de ser divulgada e implementada.

    1.2 OBJETIVOS

    O principal propsito desta dissertao efetuar uma comparao do dimensionamento de redesprediais de guas residuais domsticas, de acordo com duas metodologias de clculo distintas:

    Regulamento geral dos sistemas pblicos e prediais de distribuio de gua e de drenagem deguas residuais [2], e,

    Norma EN 12056-2:2000 [4].

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    Para efetuar a comparao entre os mtodos de clculo acima referidos, desenvolveram-se doisprojetos de dimensionamento de redes prediais de guas residuais domsticas. O primeiro consiste nodimensionamento de uma habitao unifamiliar, enquanto o segundo diz respeito a um edifciocoletivo. Para cada um dos projetos, procedeu-se ao dimensionamento das redes segundo as duas

    metodologias de dimensionamento, no sentido de possibilitar a realizao de uma anlise ecomparao entre estes.

    1.3 ORGANIZAO DO DOCUMENTO

    Esta dissertao encontra-se dividida em seis captulos, os quais so descritos de seguida.

    O primeiro captulo introdutrio, na qual se faz o enquadramento e a definio dos objetivos darealizao desta tese.

    No captulo 2 apresentada uma evoluo histrica sobre os sistemas de drenagem de guas residuais.

    O terceiro captulo caracteriza os sistemas prediais de drenagem de guas residuais domsticas.Enumeram-se as regras de instalao e traado da rede, abordando cada componente da redeseparadamente. So tambm descritos os materiais utilizados nas redes de drenagem de guasresiduais domsticas.

    O quarto captulo apresenta as metodologias de clculo propostas pelo RGSPPDADAR e pela EN12056-2. Refere, tambm, as regras e imposies relativas ao dimensionamento de cada um dosconstituintes das redes.

    No captulo 5 so apresentados dois projetos que servem de exemplos de dimensionamento de acordocom a metodologia definida no RGSPPDADAR em vigor em Portugal e com a metodologiaapresentada pela EN 12056-2.

    No ltimo captulo apresentam-se as concluses do trabalho desenvolvido.

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    2EVOLUO HISTRICA

    2.1 CONTEXTO HISTRICO DOS SISTEMAS DE DRENAGEM DE GUAS RESIDUAIS

    Desde sempre que a gua um elemento essencial vida humana, estando, consequentemente, ligadaaos sucessivos progressos histricos da drenagem de guas residuais.

    Segundo Webster, o primeiro sistema de drenagem de guas residuais corresponde ao aglomerado deMohengo-Doro constitudo por coletores principais e drenos. Este sistema situa-se no atual PaquistoOcidental e foi desenvolvido pela Civilizao Hindu 3000 A.C.. Este sistema destinava-se drenagem de escorrncia das vias, destacando-se, tendo em considerao a altura em que foiconstrudo, os cuidados com a sua construo [5].

    A Civilizao Mesopotmica tambm teve um papel importante nos anos 2500 A.C. na construo deinfraestruturas de drenagem e saneamento nas cidades de Ur e Babilnia, introduzindo sarjetas esumidouros para a recolha de guas de superfcie e encaminhamento para os coletores, com recurso aotijolo e asfalto.

    Em [6] referido que, no ano 600 A.C. a Civilizao etrusca foi responsvel pela construo decidades bem organizadas na Itlia Central. Destaca-se a cidade de Marzobotto pela boa adaptao dosistema de drenagem s condies topogrficas.

    Em cidades da Civilizao Chinesa tambm se destacam runas de sistemas de evacuao de guasresiduais datadas do ano 200 D.C.

    A Cloaca Mxima de Roma foi a primeira obra de dimenso relevante devido a motivaes dequalidade de vida urbana. Cloaca um termo latino que significa condutor de drenagem urbana. Otermo coletor que provm do latim co-lego, significa juntar, reunir, traduzindo o conceito da formaode rede de drenagem constituda por coletores interligados que se renem e depois transportam as

    guas afluentes.Segundo [5], desde o Imprio Romano at ao sculo XVII, no se verificaram avanos significativosdesta matria na Europa, destacando-se uma parte da Idade Mdia que se fala em regresso pois oscuidados de higiene e limpeza eram escassos neste perodo. No sculo XVIII, mesmo nas grandescidades, a percentagem de casas que possuam casa de banho era muito reduzida, talvez inferior a10%.

    Em Portugal os primeiros registos histricos remontam ao sculo XV sob o reinado de D. Joo II.Devido peste que se instalou no pas, D. Joo II ordenou a limpeza nos canos que inicialmenterecebiam as guas da chuva mas que continham todo o tipo de estercos e imundcies, refere-se em [5].

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    Desde o sculo XVI at ao terramoto de 1755, o considervel aumento populacional na cidade deLisboa levou ao agravamento das condies de higiene e sade, bem como das inundaes.

    Na segunda metade do sculo XIX, as epidemias que assombravam a cidade de Lisboa, como a clerae a peste, tambm se registavam em algumas cidades europeias. Face a esta situao aumentou a

    preocupao com a sade pblica e o tratamento dos efluentes, surgindo a corrente higienista,destacando a necessidade de planeamento e construo de infraestruturas de drenagem urbana. EmLisboa, Ressano Garcia foi influenciado por esta corrente e executou em 1884, entre outros, osprojetos de renovao da rede de esgotos, como referido em [5]. A figura 2.1 ilustra as seces-tipodos coletores implantados no projeto de Ressano Garcia.

    Fig. 2.1 Seco-tipo de coletores implantados em Lisboa em 1884 [5]

    Posteriormente, em incios do sculo XX, surgiram os coletores de beto, que substituram oscoletores de alvenaria de pedra, com juntas fechadas de argamassa de cimento, possibilitando aosistema condies de autolimpeza e estanquidade. As redes de drenagem de guas pluviais passaram areceber tambm as guas residuais domsticas (rede unitria), substituindo a soluo dos canecos porta de casa com os dejetos que eram de seguida recolhidos por viaturas municipais.

    Em meados do sculo XX, os sistemas de drenagem separativos, inicialmente exclusivos do ReinoUnido, tornaram-se universais. Esta evoluo est associada quantidade de poluentes que as guaspluviais transportam como slidos em suspenso e materiais pesados. O primeiro sistema separativoconstrudo no Pas foi na cidade do Porto, cujo projeto de execuo foi da autoria de ingleses [5].

    Em Portugal, nos ltimos 40 anos o nmero de estaes de tratamento das comunidades quasetriplicou. A implementao de normas por decreto-lei conduziu a alteraes substanciais no controloda poluio nas guas residuais de forma a salvaguardar a sade pblica e produzir um efluente tratadocom caractersticas compatveis para a sua utilizao para fins industriais, na rega e para usorecreativo, refere-se em [7].

    Atualmente, os esgotos dos grandes aglomerados apenas so lanados, sem tratamento, em rios degrande caudal regular ou no mar. Nos demais casos so tratados em estaes de tratamento de guas

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    residuais (ETAR), que digerem as lamas tornando-as incuas pela mineralizao das matriasorgnicas. Aps o tratamento a parte slida pode ser aproveitada como adubo e a parte lquida, apstratamentos complementares, pode ser utilizada para diversos fins, inclusive a alimentao [8].

    Com a evoluo dos sistemas de drenagem de guas aliado preocupao com a sade pblica, o

    primeiro regulamento publicado em Portugal, relacionado com as instalaes prediais de guas eesgotos, surgiu em 1880 denominado de Regulamento dos Encanamentos Particulares. Nesta pocaprevia-se a separao das guas negras das guas cinzentas, conceito que persistiu at aos anos 30 dosculo passado. A partir desta altura generalizou-se a conceo dos sistemas com um nico tubo dequeda acompanhado por uma coluna de ventilao lateral [15].

    Em 1943 e 1946 foi publicado o Regulamento Geral das Canalizaes de guas e Esgotos, tendo-semantido quase at atualidade, servindo de suporte no dimensionamento das redes prediais da maioriadas construes atualmente existentes [15].

    Posteriormente, nos anos 50, as solues evoluram para sistemas sem ventilao secundria, apenascom um tubo de queda. Apesar de tal soluo no ter sido legalizada de imediato em Portugal, teve

    grande adeso por parte dos profissionais, visto ser uma soluo implementada em vrios pases ereconhecida pelo Laboratrio Nacional de Engenharia Civil.

    Em 1994 foi publicado o Decreto-Lei n207/94 de 6/8 que veio atualizar a legislao existente emrelao aos sistemas pblicos e prediais de distribuio de gua e de drenagem de guas residuais,aprovando as atividades de conceo, instalao e explorao dos sistemas pblicos e prediais.

    Em 1995 foi aprovado o RGSPPDADAR no Decreto-Regulamentar n23/95 de 23/8.

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    SISTEM

    3.1 INTRODUO

    Os sistemas prediais de drenadrenagem, so sistemas separatiduas redes distintas sendo umadrenagem das guas pluviais.recolhem e encaminham as caracteriza-se as guas residuais

    Fig. 3.1 -

    Sistemas prediais de drenagem de guas

    S PREDIAIS DE DRENAGEMRESIDUAIS DO

    em de guas, independentemente do tipo de sios a montante das cmaras de ramal de ligao. Selas destinada drenagem das guas residuais doOs sistemas prediais de drenagem de guas resuas residuais domsticas para o coletor pblic

    domsticas.

    Esquematizao das guas residuais domsticas

    residuais domsticas

    23

    3 E GUAS

    MSTICAS

    stema pblico de o constitudos por

    sticas e a outra iduais domsticas o. Na figura 3.1

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    Para uma correta instalao dos sistemas prediais de drenagem de guas residuais domsticas necessrio ter em conta diversos aspetos, no s a nvel regulamentar como tambm a nveleconmico, e a interligao com os restantes sistemas implementados no edifcio, com o objetivo daotimizao do desempenho funcional. Um traado adequado e correto to importante quanto um

    correto dimensionamento de modo a cumprir as exigncias dos edifcios, como a segurana, higiene econforto dos utilizadores.

    A execuo do projeto dos sistemas prediais de drenagem de guas baseia-se em trs fases distintas(Fig. 3.2). A primeira fase corresponde anlise da informao existente do projeto em questo, comoa planta do edifcio e os projetos das restantes especialidades. Na segunda fase procede-se elaborao do traado da rede bem como a identificao e localizao dos acessrios e instalaescomplementares necessrios. A terceira e ltima fase consiste na execuo dos clculos do traadoescolhido, obtendo-se assim o dimetro das tubagens e as dimenses dos acessrios e instalaes.

    Fig. 3.2 - Fases de execuo do projeto dos sistemas prediais de drenagem de guas

    Numa fase inicial da execuo do projeto deve-se ter em ateno as seguintes questes [10]:

    Existe rede pblica? Onde? Ponto de ligao? Sentido de escoamento, cotas de soleira, dimetros? Topografia local? Posio dos tubos de queda: est garantida a continuidade dos alinhamentos verticais? Tipo de laje? Os ramais de descarga cabem na espessura de enchimento?

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    Caixas visitveis e rede enterrada: necessria? Aparece em zonas que no so tcnicas? Temimplicaes com sapatas e lintis?

    Existem caves? H coletores suspensos? Intersectam vigas salientes?

    3.2 LANAMENTO DE GUA NOS SISTEMAS DE DRENAGEM PBLICA

    Segundo o RGSPPDADAR [2], as guas de lavagem de garagens de recolha de veculos, de descargasde piscinas e de instalaes de aquecimento e armazenamento de gua podem ser lanadas na rededomstica ou na rede pluvial, conforme as condies locais e a afinidade.

    Nos sistemas de drenagem pblica de guas residuais no permitido o lanamento, diretamente oupor meio de canalizaes prediais, de:

    Matrias explosivas ou inflamveis; Matrias radioativas em concentraes consideradas inaceitveis pelas entidades competentes; Efluentes de laboratrios ou instalaes hospitalares que, pela sua constituio, so

    considerados perigosos para a sade pblica ou para a conservao das tubagens; Entulhos, areias ou cinzas; Efluentes que excedam os 30C; Lamas extradas de fossas spticas, gorduras e leos provenientes de cmaras retentoras,

    resultantes das normais operaes de manuteno; Restos de comida e outros resduos que possam obstruir ou danificar os coletores e os

    acessrios, e impedir o processo de tratamento dos esgotos; Efluentes provenientes de unidades industriais que possuam matrias interditas

    regulamentarmente.

    3.3 SISTEMAS DE DRENAGEM DE GUAS RESIDUAIS DOMSTICASA drenagem das guas residuais domsticas pode ser efetuada por trs processos diferentes conforme onvel da recolha das guas residuais domsticas em relao ao nvel do arruamento onde est instaladoo coletor pblico, sendo eles:

    Drenagem gravtica: Drenagem com elevao; Sistema misto.

    Nos sistemas de drenagem gravtica a recolha das guas residuais domsticas feita apenas pela aoda gravidade. Aplica-se a todas as guas que so recolhidas acima ou ao mesmo nvel do arruamentoonde se encontra instalado o coletor pblico (Fig. 3.3).

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    Fig. 3.3 Drenagem Gravtica [9]

    Se a recolha das guas residuais domsticas se processar a um nvel inferior ao do arruamento, como o caso de caves, mesmo que se localizem acima do nvel do coletor pblico, devem ser elevadas pormeios mecnicos para um nvel igual ou superior ao do arruamento. Esta condio necessria devidoao possvel funcionamento em carga do coletor pblico e consequentemente o alagamento dos pisoslocalizados a nvel inferior ao arruamento. Este processo designa-se por drenagem com elevao(Fig.3.4).

    Fig. 3.4 Drenagem com Elevao [9]

    Nos casos em que verifiquem, no mesmo edifcio, a recolha de guas residuais em nveis superior einferior ao do arruamento onde est instalado o coletor pblico utiliza-se um sistema misto (Fig.3.5).Este dever seguir as indicaes referidas anteriormente, para cada uma das situaes.

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    Fig. 3.5 Sistema misto [9]

    3.4 CONSTITUIO DOS SISTEMAS DE DRENAGEM

    Os sistemas de drenagem de guas residuais domsticas so constitudos pelos seguintes elementos:

    Ramais de descarga: canalizao com a finalidade de transportar as guas residuais dosaparelhos sanitrios para o tubo de queda ou coletor predial;

    Ramais de ventilao: canalizao de ventilao que liga um ramal de descarga coluna deventilao de modo a assegurar o fecho hdrico, quando necessrio; Tubo de queda: canalizao vertical destinada a receber as guas residuais dos diferentes

    ramais de descarga e o consequente transporte at ao coletor predial. Colunas de ventilao: canalizao vertical qual ligam os ramais de ventilao destinada a

    completar a ventilao feita pelos tubos de queda; Coletores prediais: canalizao destinada recolha das guas residuais provenientes de tubos

    de queda, de ramais de descarga e de condutas elevatrias existentes, e conduo destas parao ramal de ligao ou para outro tubo de queda;

    Ramal de ligao: canalizao compreendida entra a cmara de ramal de ligao e o coletor dedrenagem pblico;

    Acessrios: dispositivos que possibilitam as operaes de manuteno e conservao e areteno de matrias slidas, de modo a garantir a habitabilidade dos espaos ocupados.

    Na figura 3.6 esto representados os diversos elementos do sistema de drenagem de guas residuaisdomsticas.

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    Fig. 3.6 Elementos constituintes de um sistema de drenagem de guas residuais domsticas [9]

    3.5 TIPOS DE ESCOAMENTO DOS SISTEMAS PREDIAIS DE DRENAGEM DE GUAS RESIDUAISDOMSTICAS

    O tipo de escoamento nos sistemas de drenagem de guas residuais domsticas varia consoante ostrechos sejam horizontais ou verticais. Nos trechos horizontais, como o caso de ramais de descarga ecoletores, o escoamento em canal. A figura 3.7 ilustra o escoamento nos trechos horizontais.

    Fig. 3.7 Trechos horizontais [10]

    O correto dimensionamento das redes de drenagem fundamental para evitar situaes desobredimensionamento das tubagens em que o caudal insuficiente, originando bloqueios, ousituaes de subdimensionamento para o caudal em questo, onde no existe circulao de ar

    provocando a auto-sifonagem. Como se pode constatar pela figura 3.8, importante ter em conta arelao ar/gua dos tubos horizontais.

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    Fig. 3.8 Relao ar/gua dos tubos horizontais [10]

    Nos trechos verticais, como os tubos de queda, o escoamento anelar, ou seja, a lmina de gua escoajunto s paredes do tubo em forma de anel, e no interior deste existe circulao de ar. A figura 3.9ilustra este tipo de escoamento.

    Fig. 3.9 Trechos verticais [10]

    3.6 REGRAS DE INSTALAO E TRAADO DAS REDES

    Para um traado adequado, tendo em conta as limitaes impostas pelas restantes especialidades, fundamental ter em conta as regras definidas no RGSPPDADAR para os diferentes elementosconstituintes do sistema. De seguida so apresentadas as respetivas regras e recomendaes para cadaum dos componentes do sistema.

    3.6.1 RAMAIS DE DESCARGAO traado dos ramais de descarga deve ser executado por troos retilneos unidos por curvas deconcordncia ou caixas de reunio, de modo a permitir a limpeza sem necessidade de desmontagemdas peas sanitrias.

    Em caso algum o troo vertical de um ramal de descarga pode exceder a altura de 2 m.

    A ligao de vrios aparelhos sanitrios a um mesmo ramal de descarga deve efetuar-se por forquilhasou caixas de reunio (Fig. 3.10).

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    Os ramais de descarga das guas de sabo ou de urinis s podem ser ligados aos ramais de descargadas bacias de retrete, desde que seja assegurada a ventilao secundria aos ramais de descarga dasguas de sabo de modo a impedir a sifonagem induzida.

    Nos sanitrios coletivos, os conjuntos de lavatrios, mictrios e bacias de retrete podem ser instalados

    em bateria desde que o ramal de esgoto que rene os ramais de descarga de todos os aparelhos sejafacilmente inspecionado. De trs em trs aparelhos obrigatrio instalar um ramal de ventilaoexceto para as bacias de retrete em que o ramal de ventilao obrigatrio para todos os aparelhosinstalados.

    A ligao dos ramais de descarga aos tubos de queda deve ser feita atravs de forquilhas e a ligaoaos coletores prediais por forquilhas ou cmaras de inspeo.

    Os ramais de descarga de bacias de retrete devem ser ligados ao tubo de queda em planos horizontaisdiferentes dos ramais de descarga de guas de sabo. Caso tal no se verifique, deve-se usar forquilhasde ngulo de insero no superior a 45.

    Fig. 3.10 Ramais de descarga [8]

    3.6.2 RAMAIS DE VENTILAO

    A figura 3.11 ilustra o traado do ramal de ventilao. Estes devem ser retilneos, ascendentes everticais, at uma altura mnima de 0,15 m acima do nvel superior do aparelho sanitrio mais elevadoa ventilar. A ligao coluna de ventilao deve ser executada por troos com inclinao ascendentede pelo menos 2% de modo a facilitar o escoamento da gua condensada para o ramal de descarga. Adistncia entre o sifo a ventilar e a insero do ramal de ventilao no ramal de descarga deve serigual ou superior ao dobro do dimetro do ramal de descarga. O dimetro dos ramais de ventilao nodeve ser inferior a dois teros do dimetro dos ramais de descarga respetivos.

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    Fig. 3.11 Esquema de ramal de ventilao [8]

    3.6.3 TUBOS DE QUEDA

    Os tubos de queda devem ter dimetro uniforme e, se possvel, um traado num nico alinhamentoreto vertical. Nas situaes em que no possvel evitar desvios da vertical, estes devem serexecutados por curvas de concordncia. A extenso deste desvio no deve ser superior a dez vezes odimetro do tubo de queda. Nas situaes em que excedido este valor, o troo de fraca pendentedever ser dimensionado como coletor predial (Fig.3.12).

    A concordncia dos tubos de queda com os troos de fraca pendente d-se com curvas de transio deraio igual ou superior ao triplo do seu dimetro ou com duas curvas de 45.

    Os tubos de queda devem ser prolongados at ao exterior da cobertura do edifcio, assegurando assima ventilao primria do sistema de drenagem de guas residuais domsticas.

    A insero dos tubos de queda nos coletores prediais faz-se atravs de forquilhas ou cmaras deinspeo, caso se trate, respetivamente, de coletores acessveis ou enterrados. Caso a distncia do tubode queda ao coletor predial exceda dez vezes o seu dimetro obrigatrio garantir a ventilaosecundria, ou a instalao de uma caixa de visita ou uma soluo equivalente que assegure aventilao primria.

    necessrio a instalao de bocas de limpeza nos tubos de queda prximo das curvas deconcordncia, prximo da mais alta insero dos ramais de descarga e no mnimo de trs em trs pisosjunto da insero dos ramais de descarga. O dimetro das bocas de limpeza no deve ser inferior ao dorespetivo tubo de queda e devem estar posicionadas em locais de fcil acesso.

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    Fig. 3.12 Traado dos tubos de queda [10]

    3.6.4 COLUNAS DE VENTILAO

    O traado das colunas de ventilao deve ser vertical e as mudanas de direo devem ser obtidas portroos retilneos ascendentes ligados por curvas ascendentes.

    As colunas de ventilao devem ter a sua origem no coletor predial, a uma distncia dos tubos dequeda de cerca de 10 vezes o dimetro destes. Devem ainda terminar superiormente nos tubos dequeda a uma distncia no inferior a 1 m acima da insero mais elevada de qualquer ramal dedescarga.

    Devero ser ligadas ao respetivo tubo de queda no mnimo de trs em trs pisos, atravs de troos detubagem retos ascendentes ligados por curvas de concordncia.

    No caso de no existirem tubos de queda, as colunas de ventilao devero ter incio nas extremidadesa montante dos coletores prediais.

    As colunas de ventilao e os tubos de queda devero, preferencialmente, ser instaladas em galerias

    verticais facilmente acessveis.

    3.6.5 COLETORES PREDIAIS

    O traado dos coletores prediais deve ser constitudo por troos retilneos, tanto em planta como emperfil.

    Quando os coletores prediais so enterrados, devem ser implantadas cmaras de inspeo no incio docoletor, nas mudanas de direo, de inclinao, de dimetro e nas confluncias de ramais.

    Quando os coletores prediais estiverem instalados vista ou em locais facilmente acessveis, ascmaras de inspeo devem ser substitudas por curvas de transio, redues, forquilhas e por bocas

    de limpeza localizadas adequadamente e em nmero suficiente de modo a garantir um servio demanuteno eficaz.

    A distncia entre as cmaras ou bocas de limpeza consecutivas no deve ser superior a 15 m como seilustra na figura 3.13.

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    Fig. 3.13 Traado dos coletores prediais [10].

    3.7 ACESSRIOS

    3.7.1 SIFES

    Os sifes so dispositivos integrados nos aparelhos sanitrios ou inseridos nos ramais de descarga como objetivo de impedir a passagem de gases para o interior dos edifcios.

    Estes dispositivos devem ser instalados na vertical de modo a assegurar o fecho hdrico, e colocadosem locais acessveis para facilitar as operaes de limpeza e manuteno.

    Quando no esto integrados nos aparelhos sanitrios, os sifes no devem ser instalados a umadistncia superior a 3 m.

    Os sifes coletivos podem servir vrios aparelhos sanitrios em simultneo, desde que todos produzamguas de sabo. J no caso de instalaes em bateria cada aparelho deve ser servido de um sifoindividual.

    proibido a dupla sifonagem, ou seja, cada aparelho sanitrio apenas pode ser servido por um nicosifo.

    Segundo [8] o interior dos sifes deve ser formado por superfcies lisas e sem arestas vivas, de modo aevitar a reteno de matrias. Devem ser munidos de bocas de limpeza ou ter em considerao a suafacilidade de montagem e desmontagem.

    Os dimetros dos sifes no devem ser superiores aos dos ramais de descarga, evitando assim rudos ea diminuio do fecho hdrico.

    Nas guas residuais domsticas, o fecho hdrico deve estar compreendido entre os 50 e os 75 mm.

    Na tabela 3.1 indica-se os dimetros mnimos dos sifes nos diferentes aparelhos sanitrios.

    Tabela 3.1 Dimetro de sifes

    AparelhoDimetro

    mnimo (mm)

    Fecho hdrico

    (mm)

    Bacia de retrete Incorporado 50

    Banheira 30 50

    Bid 30 50

    Chuveiro 30 50

    Lavatrio 30 50

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    Tabela 3.2 Dimetro de sifes (Continuao)

    AparelhoDimetro

    mnimo (mm)Fecho hdrico

    (mm)

    Mquina lava-loua 40 50Mquina lava-roupa 40 50

    Mictrio de espaldar 60 50

    Mictrio suspenso Incorporado 50

    Pia lava-loua 40 50

    Tanque 30 50

    Na figura 3.14 so apresentados os tipos de sifes existentes e possveis para os diferentes aparelhos

    sanitrios.

    Fig. 3.14 Tipos de sifes [8]

    3.7.2 RALOS

    Os ralos so dispositivos que tm como objetivo impedir a passagem de matrias slidas transportadaspelas guas residuais, devendo retirar-se estas matrias periodicamente.

    Todos os aparelhos sanitrios, exceo das bacias de retrete, devem ser providos de ralos. Nos lava-louas os ralos destes devem ser equipados com cestos retentores de slidos. Nas zonas de lavagem depavimentos, o caso por exemplo de garagens, tambm devem colocados ralos.

    Quando se preveja uma grande quantidade de areias transportadas pelas guas drenadas deve-se usarsistemas de reteno associados aos ralos.

    Os ralos devem possuir uma rea til mnima de dois teros da rea da seco dos respetivos ramais dedescarga. Na figura 3.15 ilustra-se um ralo de pavimento sifonado com descarga lateral.

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    Fig. 3.15 Ralo de pavimento sifonado com descarga lateral [11]

    3.7.3 CMARAS DE INSPEO

    As cmaras de inspeo tm como objetivo assegurar as condies de limpeza e manuteno doscoletores. So constitudas por:

    Soleira; Corpo formado pelas paredes, assentes na soleira, com disposio em planta normalmente

    retangular ou circular; Cobertura, plana ou tronco-cnica assimtrica com uma geratriz vertical na continuao do

    corpo para facilitar o acesso; Dispositivo de acesso ao interior, formado por degraus encastrados ou escada fixa ou

    amovvel, devendo esta ltima ser utilizada apenas para profundidades iguais ou inferiores a1,7 m;

    Dispositivo de fecho resistente.

    A dimenso em planta das cmaras de inspeo, para alturas inferiores a 1 m, no deve ser inferior a0,8 da sua altura, medida desde a soleira at ao pavimento. Para alturas superiores a 1 m, a dimenso

    em planta no deve ser inferior a 1 m ou 1,25 m, conforme a sua profundidade seja inferior a 2,5 m ouigual ou superior a este valor.

    3.7.4 VLVULAS DE ADMISSO DE AR

    As vlvulas de admisso de ar so dispositivos que permitem a entrada de ar nas tubagens quando severificam presses negativas, mas no permitem a sada de gases ou odores.

    Estes dispositivos so frequentemente utilizados nos pases europeus tanto nos tubos de queda comonos ramais dos aparelhos sanitrios pela EN 12056-2, prevendo-se assim uma adoo destes sistemascada vez maior em Portugal.

    Existem duas opes de instalao das vlvulas de admisso de ar, quanto s dimenses e localizao das mesmas. Uma das opes a colocao deste dispositivo no topo dos tubos de queda,evitando assim a necessidade de prolongar o tubo de queda at ao exterior da cobertura para assegurara ventilao. Na figura 3.16 ilustra-se uma vlvula de admisso de ar para o topo dos tubos de queda.

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    Fig. 3.16 Vlvula de admisso de ar para topo dos tubos de queda [13]

    As vlvulas de admisso de ar tambm podem ser instaladas nos ramais. Com dimenses inferiores scolocadas no topo dos tubos de queda, asseguram a ventilao dos ramais dispensando assim ainstalao de colunas e ramais de ventilao secundria. Na figura 3.17 est representado estedispositivo para ramais.

    Fig. 3.17 - Vlvula de admisso de ar para ramais [13]

    As duas opes possveis apresentam o mesmo mecanismo de funcionamento. Quando ocorremdepresses no interior do ramal de esgoto, o diafragma abre permitindo a entrada de ar para o mesmo,equilibrando assim a presso no sistema e protegendo o fecho hdrico dos sifes. Quando tal equilbrio atingido o diafragma fecha, evitando assim a passagem de odores pelo dispositivo ou pelo fechohdrico. O funcionamento das vlvulas de admisso de ar esquematizado na figura 3.18.

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    Fig. 3.18 Funcionamento das vlvulas de admisso de ar [13]

    Quanto conceo, para alm das vlvulas de admisso de ar, existem tambm dispositivoscombinados com sifes. Este dispositivo de admisso de ar constitudo por um sifo combinado comuma vlvula de admisso de ar permitindo que durante a descarga a tubagem esteja cheia e garantindoa ventilao necessria para anular efeitos de suco. Na figura 3.19 apresenta-se este dispositivo deadmisso de ar.

    Fig. 3.19 Vlvula de admisso de ar combinada com sifo [18]

    3.8 INSTALAES COMPLEMENTARES

    3.8.1 INSTALAES ELEVATRIAS

    Como j referido anteriormente, as guas residuais recolhidas a um nvel inferior ao do arruamento,mesmo que localizadas acima do coletor pblico, devem ser elevadas por meios mecnicos, evitando opossvel funcionamento em carga do coletor pblico. Assim, e com o considervel aumento deedifcios com caves, surgem as instalaes elevatrias.

    Os grupos de elevao devero ser constitudos por dois elementos de bombagem funcionando comoreserva ativa mtua, que quando necessrio funcionam em conjunto aumentando assim a capacidadede elevao, e dotados de dispositivos de comando, segurana e alarme.

    Os tipos de sistemas de bombagem mais utilizados so os seguintes:

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    Bombagem submersvel: sistema em que a cmara de bombagem constituda apenas poruma clula onde coabitam os elementos de bombagem e os caudais efluentes;

    Bombagem instalada em cmara seca: sistema em que a cmara de bombagem constitudapor duas clulas, uma destinada instalao da bomba e a outra para a recolha dos efluentes.

    Os efluentes dos aparelhos sanitrios devem passar por uma cmara de inspeo antes de darementrada na cmara de bombagem.

    As cmaras de bombagem devem estar localizadas de modo a permitir a fcil inspeo e manuteno edotadas de dispositivos de fecho resistente de modo a minimizar os efeitos de eventuais resduos,cheiros ou vibraes. Devem ainda ser dotadas de ventilao secundria, realizada atravs de tubagenscom dimetro no inferior ao da tubagem de compresso.

    A geometria da cmara depender do equipamento elevatrio escolhido e deve garantir que o nvelmximo da superfcie livre, no interior da cmara de bombagem, no ultrapasse a cota de soleira damais baixa canalizao afluente.

    O volume da cmara de bombagem deve ser calculado em funo do nmero horrio de arranques dosequipamentos de elevao, com o objetivo de evitar tempos de reteno que excedam cinco a dezminutos para os caudais afluentes.

    Para a escolha de uma eficiente instalao elevatria necessrio ter em ateno alguns aspetos taiscomo o caudal a elevar, que igual ao caudal afluente acrescido de uma margem de caudal quegaranta a segurana adequada das instalaes, a altura manomtrica de elevao e o nmero dearranques admitido.

    recomendvel, como medida de segurana, que o dimetro interior das condutas de elevao, sejasuperior a 100 mm. A velocidade mnima de escoamento deve ser de 0,70 m/s.

    3.8.2 CMARAS RETENTORAS

    As cmaras retentoras tm como objetivo separar e reter, no seu interior, matrias transportadas pelasguas residuais que sejam suscetveis de originar obstrues, incrustaes ou outros danos nascanalizaes.

    Na drenagem de guas residuais domsticas, aplicam-se os seguintes tipos de cmaras:

    Cmara de reteno de elementos pesados: destinadas a reter no seu interior substnciasslidas eventualmente transportadas pelos caudais drenados, geralmente utilizadas emsistemas de drenagem hospitalar;

    Cmaras de reteno de gorduras: destinadas a reter no seu interior as gorduras

    transportadas pelos caudais residuais, usualmente presentes em sistemas de drenagem deguas residuais de instalaes industriais de confeo de comida; Cmara de reteno de hidrocarbonetos: destinadas a reter no seu interior os

    hidrocarbonetos existentes em determinadas instalaes industriais e postos de lavagem deviaturas.

    As cmaras retentoras devem ser dimensionadas de forma a que o seu volume e rea de superfcielivre sejam adequados ao caudal afluente e s substncias a reter, podendo a sua construo serexecutada de raiz no local ou pr-fabricada. Devem ser impermeveis e ventiladas, dotadas dedispositivos de fecho resistente e que vedem a passagem de gases para o exterior e dotadas de sifoincorporado ou localizado imediatamente a jusante caso os aparelhos no sejam sifonados.

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    No permitida a descarga de guas residuais provenientes de bacias de retrete ou de urinis.

    A localizao das cmaras retentoras deve ser o mais a mais prxima possvel dos locais de origem

    dos efluentes a tratar e em zonas acessveis, de modo a facilitar a inspeo peridica e a remoo dassubstncias retidas.

    3.9 CONFORTO E QUALIDADE NOS SISTEMAS

    Para alm dos conceitos relacionados com o dimensionamento das redes de drenagem de guasresiduais domsticas, impostos pelos regulamentos, necessrio ter em conta alguns fatores quecondicionam os nveis de conforto e qualidade dos sistemas, tais como:

    Rudo; Odores; Acessibilidade dos sistemas; Coeficientes de simultaneidade.

    3.9.1 RUDO

    O rudo um dos fatores que mais condiciona os nveis de conforto e qualidade nos edifcios.

    Segundo [12], o maior problema que causa rudo a criao de zonas de cavitao nas canalizaes.No dimensionamento dos tubos de queda, a considerao de taxas de ocupao inadequadas provocavariaes de presso, originando descargas ruidosas.

    A instalao dos dispositivos sanitrios e das tubagens ligadas diretamente aos elementos de suporte,aumenta inevitavelmente os rudos de percusso nos edifcios. Este facto percebe-se se um objeto

    vibratrio estiver ligado um largo painel, em que neste caso a energia transfere-se mais facilmentepara sons areos, do que se o objeto estiver isolado, em que a rea de ar colocada em movimento muito pequena [12].

    As instalaes elevatrias produzem vibraes que consequentemente se transmitem ao edifcio.Tambm a utilizao de materiais muito rgidos nas tubagens provocam rudos de choque eressonncia [9].

    necessrio ter em conta algumas medidas de modo a reduzir o rudo nos edifcios tais como:

    Correto dimensionamento dos tubos de queda, tendo em conta as taxas de ocupaoestabelecidas regulamentarmente;

    Utilizao de tubagens de materiais pouco rugosos com caractersticas absorventes; Evitar traados com mudanas bruscas de calibre ou de direo; Utilizao de equipamentos menos ruidosos (autoclismos; bombas, etc.); Instalaes elevatrias localizadas o mais afastado possvel das habitaes; Atravessamento de elementos estruturais com interposio de isolantes com caractersticas

    elsticas; Instalao de tubagens com ligaes flexveis aos elementos de suporte; Evitar velocidades excessivas de escoamento (v

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    3.9.2 ODORES

    Durante a descarga de um aparelho sanitrio, a ocorrncia de certos fenmenos podem provocar adestruio parcial ou total do fecho hdrico dos sifes, contribuindo assim para a passagens de odoresdesagradveis para o interior das habitaes.

    Um dos fenmenos que pode originar a passagem de maus cheiros designa-se por auto-sifonagem,que consiste na formao de um tampo no respetivo ramal de descarga, ocasionada pela descarga doaparelho sanitrio, provocando uma aspirao e consequentemente uma reduo na altura do fechohdrico do sifo, o que origina a passagem de maus cheiros.

    Na figura 3.20 est apresentado o desenvolvimento da formao deste fenmeno.

    .

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    a) Cuba cheia de gua

    b) Inicio do escoamento

    c) Estabelecimento da pressonegativa do escoamento

    d) O fecho hdrico aspirado e o arpassa a borbulhar atravs do sifo.O borbulhamento arrasta a gua do

    fecho hdrico

    e) Restabelecimento do fechohdrico, com o equilbrio depresses, o fecho hdrico oscila

    f) Estabelecimento do fecho hdricoresidual

    Fig. 3.20 Esquema de auto-sifonagem [13]

    A sifonagem induzida igualmente outro fenmeno de reduo do fecho hdrico de um sifo, com adiferena de ser ocasionada pelo escoamento de outros aparelhos sanitrios que no esto ligados eeste sifo. Por outro lado, quando se verificam presses positivas a jusante do fecho hdrico surge asobrepresso nos sifes. Este fenmeno provoca o refluxo da gua no sifo e ocorre nas mudanasbruscas de direo do tubo de queda. A figura 3.21 ilustra estes dois fenmenos.

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    (+) Presso positiva

    (-) Presso negativa

    (1) Aparelhos sujeitos auto-sifonagem

    (2) Sifonagem induzida, devido aofluxo no ramal

    (3) Sifonagem induzida, devido aoescoamento no tubo de queda

    (4) Sobrepresso

    Fig. 3.21 Sifonagem induzida e sobrepresso [13]

    Estes fenmenos podem ser evitados dotando os sistemas com ventilao secundria, ou ter em contaas distncias mximas admissveis entre o sifo e a seco ventilada. tambm importante umadequado dimensionamento dos ramais de descarga e a escolha do sifo a instalar [9].

    Para alm destes fenmenos decorrentes das descargas dos aparelhos sanitrios, existem outros quecondicionam o fecho hdrico e so independentes do sistema estar em funcionamento, tais como atiragem trmica, a ao do vento no topo do tubo de queda e a evaporao [13].

    A tiragem trmica funo da diferena de temperatura do ar no interior das canalizaes(temperatura interna) e no meio ambiente (temperatura externa). Caso a temperatura interna sejasuperior temperatura externa, ocorrem depresses no interior do tubo de queda visto que o ar tende asair do tubo de queda para atingir o meio ambiente. Se a temperatura interna for inferior temperaturaexterna, inverte-se o sentido do fluxo do ar estabelecem-se sobrepresses no interior do tubo de queda[13].

    A ao do vento no topo do tubo de queda pode provocar depresses ou sobrepresses no interior do

    sistema. Como ilustra a figura 3.22, estes efeitos dependem da posio do tubo de queda em relao cobertura do edifcio [13].

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    Fig. 3.22 Ao do vento no topo do tubo de queda [11]

    A reduo da altura do fecho hdrico por evaporao mais frequente em locais com altas

    temperaturas e baixos valores de humidade relativa do ar. Uma outra situao a salientar ocongelamento do fecho hdrico em regies com baixas temperaturas [13].

    3.9.3 ACESSIBILIDADE DOS SISTEMAS

    A fcil acessibilidade aos sistemas de drenagem de guas residuais domsticas traz vantagens a longoprazo. Facilitando o acesso em situaes de conservao, manuteno e reparao dos sistemas, reduz-se o tempo destas operaes. Uma fcil acessibilidade tambm facilita a identificao de eventuaisanomalias, reduzindo assim o tempo de interdio [9].

    3.9.4 COEFICIENTES DE SIMULTANEIDADE

    Os caudais a atribuir aos aparelhos sanitrios devem estar de acordo com o fim especfico de cada ume os seus valores devem ser, no mnimo, iguais aos caudais de descarga sugeridos regulamentarmente.Na determinao do caudal de clculo deve ter-se em conta a possibilidade de funcionamento nosimultneo da totalidade dos equipamentos sanitrios, considerando-se o coeficiente desimultaneidade.

    Como se percebe, a definio dos caudais de descarga dos respetivos aparelhos sanitrios e ocoeficiente de simultaneidade so relevantes para o desempenho dos sistemas prediais de drenagemprojetados, pois do origem a maiores ou menores caudais de clculo e consequentemente a maiores

    ou menores dimetros das canalizaes [9].

    3.10 MATERIAIS DAS TUBAGENS E ACESSRIOS

    Para alm de um correto dimensionamento e conceo das redes de drenagem de guas residuaisdomsticas, a escolha dos materiais das tubagens tambm um aspeto importante na otimizao dossistemas e na melhoria dos nveis de conforto. Uma incorreta escolha dos materiais pode provocar umadurabilidade reduzida das redes.

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    Os principais fatores a considerar na escolha do material so de ordem econmica e condies deaplicao, mas tambm a reao do material com as guas drenadas visto que o comportamentomecnico das tubagens varia face composio e temperatura das guas residuais drenadas.

    Na primeira metade do sculo XX, o grs dominava nas redes de esgotos embora o ferro fundido e o

    fibrocimento tambm tinham algum campo de aplicao.

    Era frequente o uso de chumbo nas ligaes das tubagens, no entanto aps serem descobertos os seusprejuzos para a sade pblica, como a diminuio do coeficiente da inteligncia, atrasos naaprendizagem da linguagem, lacunas na capacidade de coordenao motora, este material foi extintodas novas instalaes e surgiu a preocupao de o substituir em instalaes j existentes.

    Os materiais plsticos, como o polietileno, de baixa intensidade e posteriormente de alta intensidade, eo policloreto de vinilo (PVC) tiveram uma evoluo relevante nas dcadas de 60/70 pela facilidade deinstalao, o baixo custo, a baixa rugosidade e a sua leveza.

    O PVC tornou-se o material termoplstico mais utilizado na grande maioria dos sistemas de drenagem

    predial em Portugal, exceto casos especiais como hospitais que permaneceu o uso de tubagensmetlicas (ferro fundido revestido).

    A aplicao do PVC na generalidade das construes levou necessidade de publicar a primeiraNorma Portuguesa sobre tubagens de PVC para drenagem de guas residuais, a NP-1487, que definiaas principais caractersticas e requisitos a cumprir pelo material das tubagens. No entanto, com autilizao de tubagens de PVC da srie fria, de acordo com a NP-1487, surgiram algumas questesque levaram reviso das suas caractersticas.

    Segundo a NP-1487, as caractersticas especificadas referem-se apenas aos casos em que atemperatura do lquido a transportar no excede, em regime permanente, 40C e, em curtos perodos,60C. Porm tal no se verifica no caso de mquinas de lavar roupa, em que a descarga das guasresiduais ocorre com temperaturas perto dos 90C pelo que j no seria permitido a aplicao do PVCem cumprimento do estabelecido na NP-1487.

    Perante estas limitaes surgiram novos produtos para a drenagem predial e a necessidade de publicarnormalizao europeia relativa ao PVC, destacando-se a NP EN 1329:1, Sistemas de Tubagens emPlstico para Esgoto (temperatura baixa e elevada) no interior dos Edifcios , publicada em setembrode 2002 em Portugal.

    A NP EN 1329 impe um aumento da espessura das tubagens de PVC em 40% devido s elevadastemperaturas registadas com as mquinas de lavar roupa e loua, revelando este aumento tambmvantagens como melhor isolamento acstico, maior resistncia a depresses internas e menor dilataotrmica. Contudo, na grande parte dos casos, a aplicao do PVC ainda se faz de acordo com a NP-1487 o que provoca graves problemas.

    A qualidade das tubagens deve ser garantida atravs de certificados de garantia emitidos por entidadescompetentes. De seguida so enunciados os diferentes materiais utilizados nas redes de drenagem deguas residuais.

    3.10.1 TUBAGENS METLICAS

    O ferro fundido o metal mais utilizado nas redes de drenagem de guas residuais domsticas. Aproteo destas tubagens conseguida atravs da deposio de revestimentos betuminosos, tintas de

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    zinco, tintas asflticas e tintas epxicas, garantindo uma maior capacidade contra a oxidao. Postoisto, a sua escolha deve ser em funo do tipo de proteo e do tipo de gua a drenar.

    Estas tubagens, geralmente so comercializadas em varas de 0,5 a 3 m quando providas deabocardamento e em varas de 3 m sem abocardamento, com dimetros nominais entre 50 e 300 mm.

    A ligao entre os diversos troos da tubagem deve ser efetuada com acessrios do mesmo material.No caso de sistemas com abocardamento a ligao efetuada atravs do encaixe de juntas deelastmero, as quais devem ser lubrificadas com produto adequado de modo a receber o elementomacho. Estas juntas so importantes pois absorvem deslocamentos causados por fenmenos dedilatao. Nos sistemas sem abocardamento a ligao dos elementos conseguida pela sua colocaotopo a topo, unidos por juntas de elastmero e fixadas por abraadeiras metlicas. Este sistema maisrgido que o anterior.

    As tubagens de ferro fundido podem ser instaladas vista, ou embutidas, em caleiras, galerias ou tetosfalsos. Nos sistemas sem abocardamento, a fixao destes deve ser garantida por um nmero suficienteelementos de suporte ou amarrao, como as abraadeiras, e possibilitando a ocorrncia de contraes

    ou dilataes trmicas.

    3.10.2 TUBAGENS TERMOPLSTICAS

    3.10.2.1 Policloreto de vinilo (PVC)

    Como j referido anteriormente, o PVC o material termoplstico mais utilizado nos sistemas prediaisde drenagem de guas residuais domsticas. Devido ao seu coeficiente de dilatao trmica, necessrio ter em ateno o uso deste material nas guas residuais quentes, temperaturas superiores a20C, recorrendo a sries especiais com o aumento da espessura das tubagens.

    Estas tubagens so comercializadas, geralmente, em varas de 6 m, com dimetros nominais entre 32 e400 mm.

    A ligao entre os troos da tubagem pode ser feita por abocardamento com anis de estanquidade oupor colagem.

    A ligao com anis de estanquidade consiste na colocao de anis de neoprene no abocardamento,lubrificados antes de a pea macho ser introduzida, a qual deve ser cortada deixando um chanfro com15, removendo rebarbas e quebras das arestas.

    A ligao por colagem consegue-se atravs de uma cola base de tetra-hidrofurano, o que faz com queo PVC amoleca e se funda, provocando a soldadura dos elementos.

    Antes da aplicao da cola, as superfcies de contacto devem ser lixadas para melhorar as condies de

    aderncia. As tubagens s podero ser instaladas aps a secagem da cola.

    As tubagens de PVC podem ser instaladas vista ou embutidas em caleiras, galerias ou tetos falsos.No caso de se situarem vista e no exterior devem ser protegidas por pintura com tinta adequada demodo a evitar problemas de deteriorao.

    3.10.2.2 Polietileno de alta intensidade (PEAD)

    O polietileno de alta intensidade outro material termoplstico disponvel para utilizar nos sistemasprediais de drenagem de guas.

    Existem dois tipos de polietileno, o PE 80 e o PE 100. Estas tubagens podem ser comercializadas emrolos at DN100 mm ou em varas de 6 ou 12 m.

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    A ligao entre troos do mesmo material pode ser assegurada por soldadura topo a topo, porelectrofuso ou por flanges.

    No caso da soldadura topo a topo, as extremidades dos tubos so interligadas atravs do aquecimento ecompresso de uma placa de aquecimento.

    Na ligao por electrofuso os tubos so interligados por uma corrente eltrica em que se d oaquecimento necessrio para que as paredes em contacto se fundem.

    3.10.2.3 Polipropileno (PP)

    O polipropileno pertence famlia dos polmeros poliolefnicos, na qual tambm pertence o PEAD,apresentando uma resistncia trmica superior a este.

    O polipropileno um material de gerao mais recente, revela caractersticas interessantes como aelevada resistncia temperatura, resistncia aos agentes qumicos e impactos. Destaca-se, porm abaixa resistncia aos raios ultravioletas e grande dilatao com o aumento de temperatura.

    3.10.3 TUBAGENS DE GRS CERMICO

    As tubagens de grs cermico devem ser utilizadas apenas em redes enterradas, com um recobrimentosuperior a 0,5 m e deve ser evitada a sua instalao perto de veios subterrneos de gua a menos de2m.

    A ligao dos diversos troos deve garantir a estanquidade do sistema, recorrendo a anis depoliuretano.

    As tubagens devem ser assentes num leito perfeitamente regularizado, de modo a garantir quedisponham de um apoio contnuo. Aps a instalao da tubagem no leito, a vala deve ser cheia de areiaat ao plano axial horizontal, procedendo-se de seguida compactao. Enche-se de novo a vala com

    areia at 0,15 m acima da geratriz superior do tubo, procedendo-se novamente compactao. Porfim, enche-se o resto da vala com material de escavao compactado em camadas de 0,30 atpreencher a vala na totalidade.

    3.10.4 ACESSRIOS

    A ligao dos diversos troos das tubagens, ou entre as tubagens e os aparelhos sanitrios faz-seatravs dos acessrios representados na tabela 3.2.

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    Tabela 3.3 Acessrios.

    Designao Tipo

    Curvas a 45

    Curvas a 8730

    Forquilha a 45

    Forquilha dupla a 45

    T a 8730

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    4REGULAMENTO GERAL PORTUGUS -

    DIMENSIONAMENTO

    O RGSPPDADAR organizado do seguinte modo:

    Ttulo I: Disposies Gerais; Ttulo II: Sistemas de distribuio pblica de gua; Ttulo III: Sistemas de distribuio predial de gua; Ttulo IV: Sistemas de drenagem pblica de guas residuais; Ttulo V: Sistemas de drenagem predial de guas residuais; Ttulo VI: Estabelecimento e explorao de sistemas pblicos; Ttulo VII: Estabelecimento e explorao de sistemas prediais.

    Para o estudo do dimensionamento dos sistemas prediais de drenagem de guas residuais domsticasaborda-se, nesta seco, o ttulo V que refere os elementos de base a considerar no dimensionamento,como os caudais de descarga e os caudais de clculo, e as regras de dimensionamento de cada um dosconstituintes da rede predial de drenagem.

    4.1 CAUDAIS DE DESCARGA

    Os caudais de descarga so os caudais descarregados pelos aparelhos sanitrios para as redes prediaisde drenagem [9]. Segundo [2], os valores mnimos a considerar nos aparelhos e equipamentossanitrios esto indicados na tabela 4.1 e devem estar de acordo com o fim especfico de cada um.

    Tabela 4.1 Caudais mnimos de descarga dos aparelhos sanitrios

    Aparelho Sanitrio

    Caudal de

    descarga(l/min)

    Bacia de retrete 90

    Banheira 60

    Bid 30

    Chuveiro 30

    Lavatrio 30

    Mquina lava-loua 60

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    Tabela 4.1 Caudais mnimos de descarga dos aparelhos sanitrios (continuao)

    Aparelho Sanitrio

    Caudal de

    descarga(l/min)

    Mquina lava-roupa 60

    Mictrio de espaldar 90

    Mictrio suspenso 60

    Pia lava-loua 30

    Tanque 60

    4.2 CAUDAIS DE CLCULOOs caudais de clculo a considerar no dimensionamento das redes de drenagem resultam do somatriodos caudais de descarga atribudos aos aparelhos sanitrios (caudais acumulados). No entanto, admite-se a possibilidade de todos os aparelhos e equipamentos sanitrios no funcionarem em simultneo nomesmo edifcio, pelo que o caudal de clculo afetado por um coeficiente de simultaneidade quetraduz a probabilidade desta ocorrncia.

    O coeficiente de simultaneidade, numa dada seco, a relao entre o caudal mximo admissvel,isto o caudal de clculo, e o caudal acumulado de todos os dispositivos que drenam at secoconsiderada.

    Q = k Q (4.1.)

    No caso de escolas, balnerios, recintos desportivos, quartis, entre outros, em que se preveja autilizao simultnea dos aparelhos sanitrios o coeficiente de simultaneidade igual unidade [9].

    O coeficiente de simultaneidade pode ser obtido por via analtica ou grfica, com base em dadosestatsticos. De seguida enuncia-se o mtodo proposto pelo RGSPPDADAR para a obteno destecoeficiente.

    O RGSPPDADAR apresenta um mtodo grfico atravs de uma curva que, tendo em conta os

    coeficientes de simultaneidade, permite obter de forma direta os caudais de clculo para edifcios dehabitao corrente atravs dos caudais acumulados (Fig.4.1).

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    Fig. 4.1 Determinao dos caudais de clculo em funo dos caudais acumulados [8]

    4.3 RAMAIS DE DESCARGASegu


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