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cópia de 312-701-1-SM

Date post: 18-Dec-2015
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68 Artigos Os indicadores-chave de desempenho como aliados da análise criminal Bilmar Angelis de Almeida Ferreira e André Di Lauro Rigueira Rev. bras. segur. pública | São Paulo v. 7, n. 2, 68-88 Ago/Set 2013 Bilmar Angelis de Almeida Ferreira Mestre em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação (Universidade Católica de Brasília), Pós-Graduado em em Gestão de Segurança Pública (Academia de Polícia Militar de Brasília) e em Direito Público (Instituto Processus); Especialista em Análise e Projeto de Sistemas e Tecnologia da Informação, Graduado pelo Curso de Formação de Oficiais (CFO) (Academia de Polícia Militar de Brasília) e Bacharel em Direito (Instituto Processus). Atua como Oficial da PMDF e como docente de ensino superior na Universidade Católica de Brasília e no Instituto Superior de Ciências Policiais (ISCP). [email protected] André Di Lauro Rigueira Pós-graduado em Análise Criminal pela Universidade Católica de Brasília, pós-graduado em Segurança Pública Policiais pela Academia de Polícia Militar de Brasília. Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade de Brasília e graduado pelo Curso de Formação de Oficiais da Academia de Polícia Militar de Brasília. Atua profissionalmente como Oficial da Polícia Militar do Distrito Federal. [email protected] Os indicadores-chave de desempenho como aliados da análise criminal Resumo A análise criminal, apesar de bastante difundida em vários países e ter uma história que ultrapassa os 170 anos, somente agora começa a ser difundida e utilizada no Brasil. Como uma matéria que encontra enorme apelo, por se tratar-se de questão que afeta o cotidiano das pessoas, o tema ganha a cada dia mais força, principalmente junto às instituições policiais que já assumiram o compromisso de atender à sociedade com excelência. Dentro desta ótica, a busca por maximizar os resultados torna-se uma constante e, neste cenário, surgem os indicadores de desempenho como um mecanismo de monitoramento de resultados e de melhoria de gestão. A despeito de seu enfoque meramente gerencial, o presente artigo procura mostrar de que forma esses indicadores, e principalmente as ferramentas e técnicas utilizadas para prover esse monitoramento, podem se associar à atividade de análise criminal, potencializando seus resultados, especialmente no aspecto preventivo, contribuindo assim para a redução da criminalidade. Palavras-Chave Análise criminal; Indicadores de desempenho; Criminalidade; Aplicação da lei.
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    Bilmar Angelis de Almeida FerreiraMestre em Gesto do Conhecimento e Tecnologia da Informao (Universidade Catlica de Braslia), Ps-Graduado em em

    Gesto de Segurana Pblica (Academia de Polcia Militar de Braslia) e em Direito Pblico (Instituto Processus); Especialista

    em Anlise e Projeto de Sistemas e Tecnologia da Informao, Graduado pelo Curso de Formao de Oficiais (CFO) (Academia

    de Polcia Militar de Braslia) e Bacharel em Direito (Instituto Processus). Atua como Oficial da PMDF e como docente de ensino

    superior na Universidade Catlica de Braslia e no Instituto Superior de Cincias Policiais (ISCP).

    [email protected]

    Andr Di Lauro RigueiraPs-graduado em Anlise Criminal pela Universidade Catlica de Braslia, ps-graduado em Segurana Pblica Policiais pela

    Academia de Polcia Militar de Braslia. Bacharel em Administrao de Empresas pela Universidade de Braslia e graduado pelo

    Curso de Formao de Oficiais da Academia de Polcia Militar de Braslia. Atua profissionalmente como Oficial da Polcia Militar

    do Distrito Federal.

    [email protected]

    Os indicadores-chave de desempenho como aliados da anlise criminal

    Resumo

    A anlise criminal, apesar de bastante difundida em vrios pases e ter uma histria que ultrapassa os 170 anos, somente

    agora comea a ser difundida e utilizada no Brasil. Como uma matria que encontra enorme apelo, por se tratar-se de

    questo que afeta o cotidiano das pessoas, o tema ganha a cada dia mais fora, principalmente junto s instituies policiais

    que j assumiram o compromisso de atender sociedade com excelncia. Dentro desta tica, a busca por maximizar os

    resultados torna-se uma constante e, neste cenrio, surgem os indicadores de desempenho como um mecanismo de

    monitoramento de resultados e de melhoria de gesto. A despeito de seu enfoque meramente gerencial, o presente artigo

    procura mostrar de que forma esses indicadores, e principalmente as ferramentas e tcnicas utilizadas para prover esse

    monitoramento, podem se associar atividade de anlise criminal, potencializando seus resultados, especialmente no

    aspecto preventivo, contribuindo assim para a reduo da criminalidade.

    Palavras-ChaveAnlise criminal; Indicadores de desempenho; Criminalidade; Aplicao da lei.

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    A segurana pblica, no Brasil, vive no tlimiar de muitas crises, vrias delas resultantes de problemas estruturais, outras fa-bricadas pela mdia que acaba corrompendo a opinio pblica, atribuindo s polcias mazelas da sociedade e do prprio sistema, quando, medida que a criminalidade aumenta e, con-sequentemente, a sensao de segurana dimi-nui, o Estado, por intermdio de seus diversos aparelhos, no consegue controlar e conter os problemas relacionados segurana pblica.

    Observa-se, neste contexto, uma organiza-o gradual do crime, com aumento exponen-cial dos ndices de criminalidade, diretamente proporcional ao grau de desorganizao do Estado, que mal consegue manter um fluxo de comunicao interdisciplinar e multidire-cional, quando se fala na integrao das foras policiais do Estado.

    O cenrio atual nos remete a muitas cer-tezas e algumas incertezas. fato que, mesmo diante de tantos problemas, os rgos de segu-rana pblica, mesmo que de maneira isolada e se valendo de esforos descomunais, tentam, na medida do possvel, dar uma resposta so-ciedade, ainda que agindo praticamente o tem-po todo de maneira reativa.

    A iminncia de alteraes radicais na es-trutura atual do sistema de segurana pblica brinda-nos com discursos de oportunidade,

    tais como os da unificao das polcias, da desmilitarizao, da criao do ciclo comple-to, entre outros, criando uma instabilidade no cenrio, o que no muito favorvel, uma vez que acaba por gerar uma inrcia nos movimen-tos e aes, enquanto se espera a definio do cenrio futuro.

    Ao mesmo tempo, a sociedade tambm se organiza e exige uma ao dos rgos de segu-rana pblica, pois, na era do conhecimento, a informao circula a uma velocidade inima-ginvel, pressionando o sistema a agir, mesmo este no tendo mtodos.

    Combater a criminalidade por meio da preveno, mais do que uma obrigao cons-titucional, o maior desafio que as instituies policiais enfrentam no dia-a-dia. Acompanhar a evoluo do fenmeno criminoso e trabalhar os recursos humanos, materiais e de intelign-cia policial tem sido o desafio enfrentado por todas aquelas instituies policiais que primam pela segurana pblica e pelo mister de fazer com que a sociedade sinta-se segura.

    Para tanto, no basta simplesmente saturar uma rea de homens e recursos para conseguir alcanar estes objetivos. Em tempos em que a exploso demogrfica caminha em um ritmo muito maior do que o poder pblico pode acompanhar em termos de infraestrutura b-sica do Estado para suprir as necessidades da

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    populao, a consequncia invariavelmente o surgimento de um indicador perverso que o aumento da criminalidade.

    Neste sentido, deve-se questionar quais so as alternativas para a conteno da esca-lada criminosa e a recuperao do status quo. Ao mesmo tempo, preciso estudar a maneira pela qual o Estado pode trabalhar para reduzir os ndices criminais e efetivamente ter condi-es de trabalhar de maneira preventiva, em vez de reativa, majoritariamente presente em situaes dessa natureza.

    Partindo-se da premissa de que no pos-svel gerenciar aquilo que no se mede, o de-senvolvimento de uma poltica de gesto de organizaes de segurana pblica baseada em indicadores pode permitir uma avaliao e um desenvolvimento respaldados pelo mtodo cientfico para proporcionar a melhoria dos sistemas de modo continuado.

    Neste artigo, parte-se da hiptese de que os indicadores-chave de desempenho para anlise criminal so ferramentas que efetiva-mente auxiliam o profissional de segurana pblica a perceber fenmenos que interferem no sucesso da atividade policial, e que podem contribuir no aspecto preditivo de alguns ti-pos de eventos criminosos, para, ento, tentar avaliar a importncia e os benefcios que tais recursos podem representar como auxiliares ao processo de diminuio da criminalidade e efetividade do servio policial, a partir do emprego adequado de recursos humanos e materiais, objetivos estes buscados incessan-temente pelos rgos de segurana pblica do mundo inteiro.

    O desenvolvimento do tema justifica-se pelo fato deste ser um recurso valioso do qual as ins-tituies de segurana podem se valer quando da busca pela excelncia e na consecuo de tais objetivos. Analisar padres, identificar locais, horrios, pessoas e condies propensas ao en-volvimento com aes criminosas se traduzem em uso da informao como ferramenta im-portantssima no processo de entendimento do fenmeno criminoso e, consequentemente, na sua preveno. Entretanto, outras variveis, pre-sentes no dia-a-dia das instituies, podem con-tribuir e at mesmo aumentar a taxa de sucesso do processo de anlise criminal, resultando na efetiva reduo dos ndices criminais.

    A utilizao de indicadores-chave de de-sempenho na rea de segurana pblica no Brasil, assim como a prpria anlise criminal, tema relativamente novo. Utilizam-se muito estatsticas e sries histricas que apenas afir-mam que determinado crime aumentou ou diminuiu, todavia, a consolidao de dados demorada e apenas indica o fluxo do crime, no provendo o acompanhamento do fenme-no como um todo, com a tentativa de identifi-car os atores deficitrios do sistema.

    O presente trabalho identifica quais so os indicadores de desempenho vlidos e teis para a anlise criminal. Para tanto, pretende--se: levantar a importncia de indicadores de desempenho nas organizaes; enumerar os benefcios que o seu uso pode representar para as organizaes; inferir a viabilidade de uso de indicadores para a anlise criminal; e distin-guir em que momento do processo de anlise criminal os indicadores-chave de desempenho podem ser utilizados.

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    Para alcanar tais objetivos, foi desenvolvi-da pesquisa aplicada, dirigida soluo de pro-blemas especficos, de natureza utilitria e com finalidade imediata, sendo tambm considera-da pesquisa exploratria, j que se trata de uma primeira aproximao com o tema e tem por finalidade conhecer os fatos e fenmenos rela-cionados ao assunto, a partir de levantamento documental e bibliogrfico.

    A partir da reviso de conceitos e teorias acerca do tema, pretende-se dar sustentao argumentao, seguindo uma linha de racio-cnio que partir do correlacionamento para subsidiar concluses derivativas, podendo culminar em proposta de ao para utilizao e mesmo adoo de indicadores-chave de de-sempenho como ferramenta essencial no pro-cesso de anlise criminal.

    Anlise criminalO combate criminalidade um tema

    sempre atual e, mais do que isso, uma preo-cupao das polcias e dos governos e um cla-mor da sociedade. A criminalidade surge como consequncia perversa da prpria ineficincia do Estado, que no consegue prover condies sustentveis para as necessidades bsicas de seu povo: infraestrutura, educao, sade, desen-volvimento econmico sustentvel e gerao de emprego e renda so algumas das variveis sociais que acabam por potencializar o aumen-to da criminalidade.

    Passou o tempo em que combater a crimina-lidade era saturar uma rea com policiamento, colocar policiais fardados andando pelas ruas, e viaturas patrulhando determinada regio. A sociedade evoluiu e cresceu em demasia para

    que este tipo de ao, realizada aleatoriamente, seja, por si s, suficiente. neste sentido que a anlise criminal surge como alternativa tcnica no sentido de reduzir os ndices criminais, com base no cientificismo e na busca pela eficincia, empregando de forma coerente os recursos hu-manos e materiais.

    A anlise criminal uma atividade praticada muito antes de tornar-se uma profisso. Segun-do a Fundacion Paz Ciudadana (2010, p. 30), algumas das funes mais essenciais da anlise criminal, como identificar lugares de alto risco (hot spots1) para realizar patrulhas extras, j eram realizadas no passado. Na era moderna, a Pol-cia Metropolitana de Londres, a primeira fora policial moderna, utilizou tcnicas de anlise criminal durante o sculo XIX. No incio de 1840, detetives identificaram pela primeira vez padres de crime e, na segunda metade do scu-lo XIX, surgiu o conceito de modus operandi,2 na Polcia Metropolitana de Londres.

    Em primeira instncia, define-se anlise criminal, segundo o Ministrio Pblico de So Paulo (SO PAULO, s.d.), como um conjun-to de tcnicas e procedimentos cuja finalidade processar informaes relevantes para a pre-veno ou a represso ao crime.

    Para Miranda (2008), anlise criminal entendida como um conjunto de processos sistemticos direcionados para o provimento de informao oportuna e pertinente sobre os padres do crime e suas correlaes de tendn-cias, ou seja, trata-se da aplicao da cincia na anlise de fenmenos que surgem diante de ns e que devemos explic-los (UNIVERSI-DADE CATLICA DE BRASLIA, 2010).

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    De acordo com a Massachusetts Associa-tion of Crime Analysts (2005), a anlise cri-minal depende de uma cuidadosa comparao do crime atual com o crime passado. Atravs deste mtodo, o analista detecta padres e ten-dncias. Para esta associao, anlise criminal uma disciplina de anlise de segurana pblica, que fornece informaes de suporte para as mis-ses da aplicao da lei ou agncias de justia criminal, que envolve:

    t o estudo de incidentes criminais;t a identificao de padres de criminali-dade, tendncias do crime e os problemas de criminalidade;t a anlise desses padres, tendncias e problemas;t a divulgao de informaes para uma agncia de polcia para que a agncia possa desenvolver tticas e estratgias para resolver os padres, tendncias e problemas.

    J para a International Association of Cri-me Analysts (2011), anlise criminal ao mesmo tempo uma profisso, quanto um con-junto de tcnicas. Os profissionais que fazem a anlise criminal e as tcnicas utilizadas ajudam os departamentos de polcia a se tornarem mais eficazes, atravs de uma melhor informao.

    Souza (2005) assevera que com a utiliza-o da anlise criminal possvel identificar, avaliar e acompanhar sistematicamente o fe-nmeno da criminalidade de massa, algo hoje prevalente, no s no Brasil, mas tambm em vrios outros pases do mundo.

    Nesta linha, identificam-se vrias verten-tes da anlise criminal, que se diferenciam de acordo com o produto final, o pblico a quem interessa a informao e as medidas que de-

    vero ser tomadas aps a produo desta in-formao. Assim, possvel classificar anlise criminal nos seguintes ramos:

    t Anlise Criminal Ttica: O estudo de in-cidentes criminais recentes e a atividade cri-minal potencial a fim de identificar padres criminais, conduzir investigaes, identificar suspeitos e esclarecer casos. (BOBA, 2009 apud UNIVERSIDADE CATLICA DE BRASLIA, 2010).t Anlise Criminal Estratgica: O estudo dos problemas de crime e outras questes relacionadas segurana pblica para deter-minar padro de atividades de longo prazo (tendncias), bem como para avaliar os pro-cedimentos e a responsividade das organi-zaes de segurana pblica (BOBA, 2009 apud UNIVERSIDADE CATLICA DE BRASLIA, 2010).t Anlise de Operaes: O estudo ana-ltico dos servios prestados pela orga-nizao de segurana pblica, realizado para prover aos comandantes e gestores policiais uma base cientfica para a to-mada de deciso ou ao que possibilite a melhoria da alocao de recursos e da qualidade das operaes. (GOTTLIEB, 1998 apud UNIVERSIDADE CATLI-CA DE BRASLIA, 2010).t Anlise Criminal Administrativa: A apre-sentao dos resultados de um estudo ou pes-quisa sobre crime, baseados em preocupaes legais, polticas e prticas, para informar di-ferentes pblicos sobre o que lhes interessar sobre o crime e desordem. (BOBA, 2009 apud UNIVERSIDADE CATLICA DE BRASLIA, 2010).t Anlise Criminal Investigativa: O pro-cesso investigativo que identifica as princi-

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    pais caractersticas de personalidade e com-portamento de um criminoso, baseado nos crimes que ele (ou ela) tenha cometido (GOTTLIEB, 1998 apud UNIVERSIDA-DE CATLICA DE BRASLIA, 2010).t Anlise de Inteligncia: Coleta, avalia-o, anlise, integrao e disseminao sis-temticas de informao sobre criminosos, especialmente em relao s suas associa-es e sua identificao com grupos e ati-vidades criminosas de natureza organizada (GOTTLIEB, 1998 apud UNIVERSIDA-DE CATLICA DE BRASLIA, 2010).

    Bruce (2005) apresenta uma segmentao interessante, que desmembra em nveis os di-

    versos tipos de anlise criminal, separando as anlises investigativa e de inteligncia das de-mais, colocando-as em um nvel acima, con-forme mostra a Figura 1.

    Para Bruce (2005), as anlises de intelign-cia e investigativa no pertencem ao ramo da anlise criminal, especificamente, mas juntam--se a ela para formar o conjunto de anlises utilizadas no processo de aplicao da lei. Esta classificao interessante do ponto de vista do tipo de informao que ser produzida e para quem essa informao ser til, condensando sob uma classificao as tcnicas que possuem formas de desenvolvimento, em alguma medi-da, semelhantes.

    Figura 1 - Estrutura da anlise criminal

    Fonte: Bruce (2005).

    Anlise para Aplicao da Lei

    Anlise Investigativa

    Anlise Ttica

    Anlise Estratgica

    Anlise Administrativa

    Anlise de Operaes

    Anlise Criminal

    Anlise de Inteligncia

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    Indicadores de desempenhoMuito se fala em medir desempenho, prin-

    cipalmente na iniciativa privada que precisa, a todo momento, dar uma resposta aos empre-srios, acionistas e gestores acerca do desem-penho. Deste modo, surgiram os indicadores de desempenho, ferramentas utilizadas por or-ganizaes de toda natureza especialmente as da iniciativa privada, na busca de melhorar sua eficincia, seus processos e consequentemente seus resultados.

    De acordo com o Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao (Gesp-blica), indicador o dado que representa ou quantifica um insumo, um resultado, uma ca-racterstica ou desempenho de um processo, de um servio, de um produto ou da organizao (BRASIL, 2009).

    Rozados (2005, p. 62) define indicador como uma ferramenta de mensurao, utili-zada para levantar aspectos quantitativos e/ou qualitativos de um dado fenmeno, com vistas avaliao e a subsidiar a tomada de deciso, ou seja, basicamente, um indicador de desem-penho funciona empregando um valor de refe-rncia, ou de partida, com o apontamento da tendncia esperada, seja esta de aumento, de diminuio ou de estabilidade.

    Takashina e Flores (apud LIMA, 2004) afirmam que os indicadores so essenciais ao planejamento, possibilitando o estabelecimen-to de metas quantificadas e o seu desdobra-mento na organizao, bem como ao controle dos processos das organizaes, uma vez que os resultados apresentados por meio dos indica-dores so fundamentais para anlise crtica do

    desempenho da organizao, tomada de deci-ses e re-planejamento.

    Lima (2004) assinala que os indicadores desempenham papel fundamental, pois os In-dicadores esto intimamente ligados ao con-ceito da qualidade centrada no cliente. Eles devem ser gerados a partir das necessidades e expectativas dos clientes, traduzidas atravs das caractersticas da Qualidade do produto ou servio, sejam elas tangveis ou no.

    Gerao de indicadoresPara desenvolver esta atividade de monito-

    ramento, no basta simplesmente criar indi-cadores e resolver medi-los. Existe uma gran-de diferena entre bons e maus indicadores; aqueles que efetivamente traro informaes significativas e permitiro aos gestores acom-panhar os processos e adotar as medidas ne-cessrias para corrigi-los, quando preciso. fundamental que a definio dos indicadores esteja alinhada com a estratgia da empresa, contribuindo para que ela consiga atingir seus objetivos, com base na misso e na viso da empresa.

    Takashina e Flores (apud LIMA, 2004) apontam os seguintes critrios para a gerao de bons indicadores:

    t seletividade ou importncia com o obje-tivo de captar um requisito-chave do produto ou do processo;t simplicidade e clareza para que haja uma fcil compreenso, para a consequente aplicao nos diversos nveis da organizao, numa linguagem acessvel;t abrangncia objetivando ser suficien-temente representativa, inclusive em termos estatsticos, do produto ou do processo a que

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    se refere; devendo priorizar indicadores repre-sentativos de situao ou contexto global;t rastreabilidade e acessibilidade para per-mitir o registro e a adequada manuteno e disponibilidade dos dados, resultados e me-mrias de clculo, incluindo os responsveis envolvidos, sendo, neste caso, essencial a pesquisa dos fatores que afetam o indicador (os dados podem ser armazenados em meio eletrnico, relatrios e outros); t comparabilidade permitindo a facilida-de para realizar comparao com referenciais apropriados, tais como o melhor concorrente, a mdia do ramo e o referencial de excelncia; t estabilidade e rapidez de disponibilidade pois o indicador precisa ser perene e gerado com base em processamentos padronizados, incorporados s atividades do processador, permitindo fazer uma previso do resultado, quando o processo est sob controle; t baixo custo de obteno utilizando uni-dades adimensionais ou dimensionais sim-ples, tais como percentagem, unidades de tempo e outros.

    O conceito de indicador mostra a flexibili-dade para medir diversos tipos de fenmenos e, portanto, um indicador pode ser qualitativo e quantitativo. Definir corretamente o indica-dor de desempenho a ser utilizado pela orga-nizao o primeiro passo para compreender tanto o seu significado para a instituio como a amplitude de sua aplicao. Para Rosa e Scar-tezini (apud SILVA; CARMO, 2008):

    indicador de desempenho pode ser definido como uma forma de representao quantifi-cvel das caractersticas de um processo ou de um produto/servio. So utilizados pelas organizaes para controlar e melhorar a

    qualidade e o desempenho ao logo do tem-po. Pode ser definido ainda como a relao entre variveis representativas de um proces-so que permitem o seu gerenciamento. Os indicadores tm como objetivo dimensionar o comportamento de um processo, inclusive como seus resultados.

    Uma das diferenas entre indicadores de qualidade e de desempenho est na forma de se fazer sua medio, que subjetiva, para o pri-meiro, e objetiva, para o segundo. Independen-temente do tipo de indicador que se pretende utilizar, essencial que se tenha uma viso sist-mica, integrada, de todos os processos que esto envolvidos, para que a implementao reflita a lgica da estratgica, permitindo que os indica-dores sejam efetivamente utilizados no processo de tomada de deciso, incorporando as prticas de gesto em todos os seus nveis.

    Como afirmam Silva e Carmo (2008, p. 20), a utilizao de indicadores cientficos essencial para o gerenciamento de qualquer negcio. O seu uso reduz a subjetividade em qualquer tipo de avaliao, no gerando d-vidas sobre a eficcia das aes operacionais.

    O Ministrio do Planejamento, Oramen-to e Gesto instituiu em 2005, por intermdio do Decreto n 5.378, o Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao (Ges-pblica), com a finalidade de contribuir para a melhoria da qualidade dos servios pblicos prestados aos cidados e para o aumento da competitividade do pas.

    Neste programa, um dos pontos-chave justamente a elaborao de indicadores

    Vinicius Bastos

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    de desempenho, que serviro para acompa-nhar a evoluo e o desenvolvimento das polticas de desburocratizao e de melho-ria da gesto.

    Assim, as diretrizes do programa, no que diz respeito elaborao de indicadores de de-sempenho. apresenta-se como uma alternativa interessante para nortear a construo de indi-cadores de forma geral, j que traz um roteiro de dez passos bsicos que devem ser seguidos, demonstrados na Figura 2.

    A partir dos conceitos apresentados, pode-

    -se assumir que os indicadores so, conforme proposta do prprio Programa Gespblica, instrumentos de gesto essenciais nas ativida-des de monitoramento e avaliao das organi-zaes, assim como de seus projetos, progra-mas e polticas, pois permitem acompanhar o alcance das metas e identificar avanos, me-lhorias de qualidade, correo de problemas, necessidades de mudana, etc.

    Deste modo, pode-se dizer que os indica-dores possuem, minimamente, duas funes bsicas: a primeira descrever por meio da ge-rao de informaes o estado real dos aconte-

    Figura 2 - Etapas de medio e os dez passos para a construo de indicadores

    Fonte: Brasil (2009).

    Comunicao

    Mensurao

    Anlise dos dados

    Passo 1 - Identificao do nvel, dimenso, subdimenso e objetos de mensurao

    Passo 2 - Estabelecimento de indicadores de desempenho

    Passo 3 - Anlise e Validao Intermediria dos Indicadores com as partes envolvidas

    Passo 4 - Construo de frmulas, mtricas e estabelecimento de metas

    Passo 5 - Definio de responsveis

    Passo 6 - Gerao de sistema de coleta de dados

    Passo 7 - Ponderao e Validao dos indicadores com as partes envolvidas

    Passo 8 - Mensurao de resultados

    Passo 9 - Anlise e interpretao dos indicadores

    Passo 10 - Comunicao dos resultados

    Coleta deinformaes

    Como mensurar?

    O que mensurar?

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    cimentos e o seu comportamento; a segunda de carter valorativo, que consiste em analisar as informaes presentes com base nas anterio-res de forma a realizar proposies valorativas.

    Balanced scorecard (BSC)Desenvolvido pelos professores da Harvard

    Business School, Robert Kaplan e David Nor-ton, como uma metodologia de medio e ges-to de desempenho, o BSC uma ferramenta de gerenciamento que ajuda as organizaes a traduzir suas estratgias em ao. Segundo Ka-plan e Norton (1996), O BSC traduz a mis-so e estratgia da organizao em uma lista

    compreensiva de medidas que prov a estrutu-ra para a mtrica estratgica e a administrao do sistema.

    De acordo com o Business Intelligence Centre (s.d.), scorecard uma medida de de-sempenho do negcio, mais usada em nvel de alta gerncia para identificar o desempenho dos negcios, por meio de indicadores.

    Um dos aspectos mais inspiradores do dese-nho do BSC o das suas quatro perspectivas: do consumidor; dos processos internos; financeira; e do crescimento e da aprendizagem (Figura 3).

    Figura 3 - Quatro Perspectivas do BSC

    Fonte: Kaplan e Norton (1996).

    VisoEstratgica

    FinanceiroPara sermos

    bem sucedidos financeiramente,

    como deveramos ser vistos pelos nossos

    acionistas?

    Processos InternosPara satisfazermos nossos clientes, em que processos de

    negcios devemos alancar a excelncia?

    ClientesPara alanarmos nossa viso, como

    deveramos ser vistos pelos nossos clientes?

    Aprendizado e Crescimento

    Para alanarmos nossa viso, como

    sustentaremos nossa capacidade de mudar

    e melhorar?

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    Segundo a SoftExpert (s.d.), muitas em-presas tm identificado os benefcios do BSC tais como:

    t melhora a comunicao, tanto interna quanto externa;t d maior nfase na estratgia e nos resul-tados da organizao;t proporciona feedback estratgico e aprendizado; t integra o planejamento estratgico com a gesto; t conduz a execuo da estratgia; t esclarece a estratgia e a operacionaliza;t identifica e alinha as iniciativas estratgicas;t relaciona oramento com a estratgia; t conduz revises peridicas do desempe-nho estratgico para aprendizado e aprimo-ramento estratgico;t reduz a grande quantidade de informao dos processos da empresa, focando em infor-maes essenciais.

    Assim, o BSC pode ser considerado um sistema de gesto que usado extensivamen-te nas empresas e indstrias, no governo e em instituies sem fins lucrativos de todo o mundo para alinhar as atividades do negcio viso e estratgia da organizao, melhorar a comunicao interna e externa e monitorar o desempenho da organizao conforme as me-tas estratgicas determinadas.

    Key performance indicators (KPI)Alguns autores no fazem distino entre

    BSC e key performance indicators, ou em portu-gus indicadores-chave de desempenho.

    Para o Business Intelligence Centre (s.d.), o KPI mede o desempenho do negcio. E este

    seria parte integrante da tcnica de BSC, usada para medir o sucesso em cada uma das reas do negcio a partir de uma mtrica predefinda, com metas e ndices ideais a serem atingidos.

    Os indicadores so medidas selecionadas para prover visibilidade de desempenho do ne-gcio e permitir que os tomadores de deciso ajam com o objetivo de conduzir os negcios para o rumo das metas a serem alcanadas, funcionando como um termmetro das ativi-dades e do desempenho dos negcios.

    Em resumo, pode-se dizer que no se h dvidas de que tanto o BSC como os KPI, ou indicadores-chave de desempenho, so ferra-mentas importantes para mensurar o desem-penho financeiro e de processos das empresas.

    Painis de controle (dashboards)Outro recurso bastante utilizado para mo-

    nitorar o desempenho so os painis de con-trole ou dashboards, que permitem especialistas operacionais e supervisores monitorar e agir sobre eventos quando eles ocorrem, pois mos-tram dados detalhados no exato momento que os usurios precisam v-los, geralmente com frequncia diria ou mais de uma vez durante o dia, apresentando de forma visual o desem-penho, a partir de grficos, tabelas e outros ti-pos de painis de controle. Eckerson (2011), classifica os dashboards em trs tipos:

    t operacionais so usados para con-trolar a atividade operacional e fazer com que processos continuem dentro dos limites predefinidos de produtivida-des, qualidade e eficincia. Tipicamen-te, o pessoal da ponta usa os dashboards operacionais para monitorar eventos do

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    negcio medida que eles acontecem (a cada minuto, hora ou dia), a partir do exame da transao de dados do ncleo do sistema e agindo imediatamente para abordar as condies de exceo;t tticos monitoram e gerenciam pro-cessos departamentais e projetos. Executivos usam dashboards tticos para rever e fazer benchmark na performance de grupos parcei-ros por meio da empresa, enquanto gerentes utilizam para monitorar e otimizar processos; t estratgicos monitoram a execuo de objetivos estratgicos e frequentemente so implementados usando a metodologia do BSC. Executivos usam dashboards estrat-gicos para comunicar a estratgia e rever a

    performance nas reunies estratgicas men-sais, ou revises operacionais.

    Em resumo, os dashboards nada mais so do que aplicaes grficas que permitem a exposio de in-dicadores de maneira mais visual e de entendimento mais rpido, o que se traduz em um recurso inte-ressante, principalmente, nas situaes em que uma interveno rpida requerida e no h tempo para fazer a anlise de tabelas e resultados.

    A Figura 5 apresenta um exemplo de dash-board utilizado pela Polcia Militar do Distrito Federal em seu Centro de Controle Operacio-nal, para medir o desempenho de recursos em sua atividade finalstica.

    Figura 4 EFigura 4 - Mapeamento de usurios para os dashboards

    Fonte: Eckerson (2011).

    Funcionalidade Usurios

    ExecutivosMonitoramento

    Detalhamento Operadores

    Anlise Gerentes | Analistas

    DashboardEstratgico

    DashboardTtico

    DashboardOperacional

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    Indicadores para anlise criminalA anlise criminal lida o tempo todo com o

    tratamento de dados. Dependendo do tipo de anlise criminal que se realiza, o resultado pode ser imediato e, consequentemente, a necessi-dade de visualizar essa informao de maneira exata e sem precisar da interpretao de gran-des volumes de dados faz com que a gerao de indicadores de desempenho e a utilizao de dashboards, ou painis de controle, tornem-se uma alternativa atraente para se imprimir um ritmo fluido de trabalho e criar uma dinmica de disseminao da informao.

    Neste sentido, se tais ferramentas se apre-sentam como um diferencial para que em-presas dos mais diversos ramos de atividade

    tenham capacidade de monitorar seu desem-penho e apontar rumos a serem tomados, por que no utilizar tais tcnicas e ferramentas no processo de anlise criminal, agregando infor-maes de desempenho referentes atividade policial como fator a ser includo na anlise das ocorrncias e tendncias criminosas?

    Esta argumentao toma fora quando se considera a teoria do crime e observa-se, no triangulo do crime, um vis que aponta para a falha de um ou mais atores/recursos envolvidos como sendo o motivador para a ocorrncia de um evento criminoso.

    Recapitulando, a teoria do triangulo do cri-me afirma que:

    Figura 5 - Exemplo de painel de controle (dashboard)

    Fonte: Polcia Militar do Distrito Federal.

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    [...] o tringulo externo, representa a idia de que existem certos tipos de controle cuja presena ou ausncia poder produzir opor-tunidade ou no para a ocorrncia de crimes. Os cuidadores ou controladores so aque-les indivduos cuja ao, e por sua relao com o ofensor/criminoso, tm condies de exercer algum controle sobre ele. Dentre os potenciais cuidadores/controladores esto: pais, professores, cnjuge, funcionrios do sistema de justia criminal encarregados de fiscalizao de liberdade condicional.

    J os administradores/responsveis so in-divduos que detm responsabilidade de admi-nistrao e cuidados sobre o local de potencial ocorrncia de eventos criminosos. Dentre es-ses esto os sndicos de edifcios, os adminis-tradores de shoppings, os administradores de locais de alta concentrao de pblico como estaes rodovirias, por exemplo. O ltimo componente, vigilante/guardio, aquele cuja ausncia (por presena ou monitoramento ati-vo) oferece oportunidade para a ocorrncia de evento criminoso. (CLARK & ECK apud CA-TOLICA, 2005).

    O uso de indicadores-chave de desempe-nho pode ser um grande aliado no processo de anlise criminal, j que permite organizao identificar falhas e vulnerabilidades de gesto que acabam por influenciar diretamente na capacidade preventiva da fora policial, dando abertura para que o crime ocorra.

    Da mesma forma que a anlise criminal olha para elementos como condies climti-cas, fases da lua, perodos/dias de pagamento, alm de outros fatores que de alguma manei-

    ra podem se relacionar com o aumento ou diminuio da incidncia criminal, o que su-gerimos que indicadores de gesto passem a fazer parte deste pool de elementos a serem analisados, pois refletem diretamente no nvel da capacidade operativa do prprio processo de policiamento preventivo e de policiamento orientado ao problema.

    Deste modo, os indicadores podem ser di-vididos em trs categorias, que sero descritas a seguir, juntamente com sugestes de compo-sio e mtrica.

    Indicadores bsicos Classificam-se como bsicos alguns indi-

    cadores demogrficos e sociais, que, de forma geral, serviro de base para a composio dos demais indicadores, incluindo os de anlise criminal. Tais indicadores no so medidos pelas organizaes policiais, mas sim acom-panhados, servindo de base para a anlise de outras questes.

    Para esta classificao os principais indica-dores a serem considerados so:

    t ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) considerado o indicador socioecon-mico mais amplo e mais completo porque leva em conta trs aspectos: a expectativa de vida, o grau de escolaridade e a renda per capita;t taxa de crescimento real ou efetivo a diferena entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade, bem como a diferena entre a imigrao e a emigrao. No caso do Distri-to Federal, esta taxa deve ser considerada para cada uma das cidades satlites e tambm para as cidades do entorno do Distrito Federal;t grau de urbanizao indica a proporo

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    da populao total que reside em reas urba-nas, segundo a diviso poltico-administra-tiva estabelecida pelas administraes regio-nais, tendo como um dos objetivos subsidiar processos de planejamento, gesto e avaliao de polticas pblicas, para adequao e fun-cionamento da rede de servios sociais e da infraestrutura urbana;t populao total indica a populao to-tal, bem como sua distribuio por regies; no caso do Distrito Federal, mostra a distribuio por cidades satlites. Este ndice serve como referncia para se ter uma base para a distribui-o do efetivo policial, considerando a reco-mendao da Organizao das Naes Unidas (ONU), que indica como ideal a existncia de um policial para cada 450 habitantes.

    Indicadores diretosOs indicadores diretos so aqueles que di-

    zem respeito diretamente atividade policial e normalmente j medidos e acompanhados no dia-a-dia da anlise criminal, avaliando o de-sempenho operacional, bem como a situao da criminalidade.

    Nesta classificao, os principais indica-dores so:

    t tempo mdio de resposta calcula o tem-po mdio entre o acionamento, via rdio, pela central de operaes e a chegada ao local da ocorrncia;t nmero de furtos em residncia por 1.000 residncias identifica as taxas de furto em residncias por regio/localidade;t taxa de homicdios por 100.000 habitantes mede a quantidade de homicdios por regio;t nmero de crimes por 100.000 habitantes avalia de forma geral a quantidade de

    crimes. Sugere-se a utilizao da lista dos principais tipos de crimes, com base no Relatrio Padro de Crime, do Federal Bureau of Investigation (FBI), que define os oito principais delitos, sendo quatro violentos (leso corporal, estupro, homicdio e roubo) e quatro contra a propriedade (incndio, furto, arrombamento e furto de veculo) como base para a medio;t taxa de vitimizao por lares elaborada a partir da pesquisa de vitimizao, tem por objetivo ajudar a segurana pblica, forne-cendo dados mais realistas sobre a crimina-lidade e a violncia. Trata-se de instrumento importante do planejamento estratgico da polcia, indicando tipos de crime e reas, bem como pessoas mais expostas;t ndice de recuperao de armas por dia verifica o percentual de armas recuperadas, por regio;t prises efetuadas por tipo de crime con-tabiliza a quantidade de prises realizadas para cada tipo de crime.

    Indicadores indiretosA novidade, ento, est nos indicadores in-

    diretos que no esto diretamente ligados par-te operacional, mas relacionam-se aos processos de gesto, seja esta administrativa ou do prprio negcio, passando pelas polticas institucionais e pelo relacionamento com a comunidade.

    Estes indicadores podem ter um papel muito importante no sentido de mostrar falhas do processo a tempo de serem cor-rigidas de maneira eficaz, contribuindo, assim, para o desenvolvimento do trabalho de preveno, mote principal das foras po-

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    liciais, que deveriam trabalhar no s para combater o crime, mas para fazer que ele no chegue a ocorrer.

    Assim apresentam-se alguns indicadores que representam importante papel neste pro-cesso de melhoria da gesto e da prpria ativi-dade-fim da polcia:

    t percepo de segurana da sociedade identificada a partir de pesquisa (survey), tem por objetivo medir a confiana que a socieda-de tem acerca da eficincia da polcia;t ndice de emprego do efetivo operacional a finalidade deste indicador demonstrar a maneira como a polcia tem empregado o efetivo, ao mesmo tempo identificando in-chao da atividade-meio, com a consequente reduo da fora efetivamente empregada no policiamento ordinrio. Este instrumento, apesar de ser um indicador de gesto, diz res-peito a um dos principais pontos abordados no triangulo do crime;t ndice de indisponibilidade de viaturas da mesma forma que o anterior, este indica-dor de gesto tambm permite medir o nvel da atividade policial, a partir da percepo da quantidade de viaturas disponveis para reali-zar o patrulhamento e consequentemente o trabalho preventivo; t participao em reunies comunitrias a integrao entre polcia e comunidade algo que apresenta resultados muito positivos, alm de oportunizar o desenvolvimento de uma poltica vinculada anlise criminal ad-ministrativa e, com isso, passar informaes de extrema importncia para a comunidade local, no sentido de serem adotadas medidas preventivas e ao mesmo tempo coletar infor-maes necessrias prpria anlise criminal.

    O monitoramento da quantidade das reu-nies com a participao da polcia permite indicar uma eventual necessidade de maior integrao entre a polcia e a comunidade;t absentesmo identificar a indisponibili-dade de policiais para o trabalho, bem como diagnosticar os motivos de tais indisponibili-dades, agrega-se ao ndice de emprego do efe-tivo operacional, oportunizando, com isso, manter nveis aceitveis e, de preferncia, ter noo de emprego do efetivo;t aes sociais desenvolvidas pela polcia so inegveis os benefcios que as aes sociais desenvolvidas pelas polcias representam para a integrao com a comunidade e, conse-quentemente, para a reduo do crime, em especial aqueles praticados por jovens, que so muitas vezes tirados das ruas e atendi-dos por tais programas sociais. Acompanhar a evoluo deste indicador tem por objetivo priorizar aes e at mesmo investimentos nas atividades preventivas, nesse caso por in-termdio de aes sociais.

    ConclusoO assunto extremamente complexo, alm

    de extenso, e no se esgota somente com as eventuais respostas aos questionamentos feitos neste trabalho, que apenas uma pequena par-te de toda uma poltica social e gerencial que deve ser adotada pelo Estado, alm de aes complexas a serem realizadas em diversos n-veis de governo e em suas organizaes.

    A diminuio da criminalidade ser sem-pre um objetivo a ser buscado pelos rgos de segurana pblica do mundo inteiro. Ainda que no se consiga, efetivamente, diminuir tais ndices, pelo menos a manuteno de ndices

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    aceitveis algo que estar sempre em pauta.

    O estudo de indicadores-chave de desem-penho como consolidadores de tais atributos e como mtrica palpvel para a visualizao da situao apresenta-se como uma excelente fer-ramenta de trabalho, que pode se traduzir em um virtual ganho de produtividade e de efici-ncia na atividade de preveno, pois, como diz o jargo, no se pode gerenciar aquilo que no se mede.

    importante considerar que a definio de indicadores de desempenho, sejam estes es-tratgicos ou operacionais, e sua medio tm que estar alinhadas com a estratgia da orga-nizao, pois, se no se sabe onde quer chegar, se no existem metas a serem alcanadas, qual seria ento o objetivo de se medir algo? Neste sentido a estratgia de ao fundamental para que se tenham parmetros definidos de onde se quer chegar.

    Existem inmeras tecnologias que, agregadas, criam interessantes e complexas alternativas para se alcanar este objetivo. Vrias organizaes policiais e mesmo en-tidades civis no exterior j vm adotando tais recursos e tm conseguido resultados substanciais na reduo da criminalidade a partir das aes preventivas e orientadas aos problemas.

    Todavia, importante ter em mente que os painis de controles (dashboards) ou mes-mo o BSC no tomaram decises sozinhos. Ao contrrio, estes mecanismos apenas ajudam o gestor e, neste caso, o gestor de segurana pblica a perceber como anda o desempe-

    nho organizacional, seja este no aspecto dos resultados operacionais, tticos ou estratgi-cos, emitindo alertas quando a execuo e os resultados obtidos no correspondem ao que foi planejado.

    A anlise criminal, por si s, j um grande avano no que diz respeito a aumentar a efi-cincia do Estado, e porque no dizer dos r-gos envolvidos com a aplicao da lei, j que, a partir de suas atividades, busca antever aes criminosas, com base em padres e tendncias, e com isso alocar de maneira coordenada e ra-cional os recursos humanos e materiais de que dispe, com o objetivo de maximizar seus re-sultados a partir da preveno.

    Apesar de ser uma atividade relativamente nova no Brasil, a anlise criminal tem em suas tcnicas e mtodos comprovada eficcia em pases que j se renderam necessidade de dar uma resposta altura das investidas criminosas e principalmente para a sociedade, de uma ma-neira mais tcnica, planejada e eficiente.

    Neste artigo, procurou-se ir um pouco alm das j conhecidas potencialidades da anlise cri-minal em agir como tcnica e recurso poderoso para o combate ao crime, por intermdio da preveno, mas mais do que isto, utilizar tcni-cas modernas de mensurao do desempenho, a partir do emprego de indicadores de desem-penho do processo de gesto e mesmo dos re-cursos operacionais, como sendo um poderoso aliado da anlise criminal na tarefa de identificar vulnerabilidades que permitam o acontecimen-to de eventos criminosos, oportunizando as for-as policiais a agirem em tempo hbil para que tais eventos no venham a ocorrer.

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    preciso deixar claro que a complementari-dade dos indicadores poder permitir ao gestor uma viso abrangente do ponto de vista geren-cial dos recursos, ao mesmo tempo que se podem analisar alguns dos resultados que interferem e influenciam diretamente no processo decisrio.

    A ideia principal da proposio foi demons-trar que mecanismos, recursos e ferramentas j consagrados no ambiente privado, como me-canismos de controle e de gesto, podem ser grandes aliados e agregar elevado valor ao pro-

    cesso de gesto e operao da segurana pbli-ca no mbito de suas instituies policiais.

    Obviamente, a teoria proposta necessita de comprovao cientfica, a partir de rigorosa an-lise de dados e informaes, apesar de o modelo, por si s, indicar como sendo uma vantagem competitiva a custos extremamente baixos, po-dendo contribuir para a melhoria dos resultados apresentados e, principalmente, auxiliar como provedor de informaes complementares a todo o processo de anlise criminal.

    1. Livremente traduzidos como pontos quentes, ou locais de maior concentrao de determinadas ocorrncias registradas nos

    sistemas de informaes de segurana pblica.

    2. Modo de operao dos que cometem delitos.

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    Os indicadores-chave de desempenho como aliados da anlise criminal

    Bilmar Angelis de Almeida Ferreira e Andr Di Lauro Rigueira

    Los indicadores clave de rendimiento como aliados del

    anlisis criminal

    El anlisis criminal, a pesar de estar muy difundido en varios

    pases del mundo y de tener una historia de ms de 170

    aos, tan solo se empieza a difundir y utilizar ahora en Brasil.

    Como materia que encuentra enorme apelo, por tratarse

    de algo que afecta al cotidiano de la gente, el tema cobra

    cada da ms fuerza, principalmente en las instituciones

    policiales que ya asumieron el compromiso de atender a la

    sociedad con excelencia. Dentro de esta ptica, la bsqueda

    por maximizar los resultados se convierte en una constante,

    y en este escenario surgen los indicadores de rendimiento

    como un mecanismo de monitoreo de resultados y de

    mejora de gestin. Pese a su enfoque meramente gerencial,

    el presente artculo intenta mostrar de qu forma esos

    indicadores, y principalmente las herramientas y tcnicas

    utilizadas para proveer ese monitoreo, pueden asociarse a la

    actividad de anlisis criminal, potencializando sus resultados,

    principalmente en el aspecto preventivo, contribuyendo de

    este modo a la reduccin de la criminalidad.

    Palabras clave: Anlisis criminal; Indicadores de

    rendimiento; Criminalidad; Aplicacin de la ley.

    ResumenKey Performance Indicators as allies in Criminal Analysis

    Although criminal analysis has been adapted by several

    countries and has existed for over 170 years, it is only now

    beginning to become widespread and be used more widely

    in Brazil. It is an absorbing topic in that it addresses an issue

    that affects peoples everyday lives, and it is gaining strength

    constantlyabove all in police institutions that have adopted a

    commitment to serving society with excellence. In this context

    the attempt to maximize results is a constant, and performance

    indicators arise in this scenario as a mechanism for monitoring

    results and enhancing management. Despite having an

    exclusively managerial focus, the present article aims to show

    how these indicatorsabove all the tools and techniques used

    to enable monitoringcan be associated with the activity of

    criminal analysis, boosting its results, above all preventively,

    thus helping reduce crime rates.

    Keywords: Criminal Analysis; Performance Indicators; Crime;

    Law enforcement.

    Abstract

    Data de recebimento: 05/10/2012

    Data de aprovao: 11/06/2013


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