UNIVERSIDADE DO MINDELO
ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE
Mindelo, 2015
CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ANO LETIVO 2014/2015 – 4º ANO
Autora: Ineida Patrícia Recheado Pires, N.º 2571
Ineida Patrícia Recheado Pires
UM OLHAR DA ENFERMAGEM SOBRE O CONSUMO
DO ÁLCOOL NA ADOLESCÊNCIA:
UMA ABORDAGEM PREVENTIVA
UNIVERSIDADE DO MINDELO
Mindelo, 2015
UNIVERSIDADE DO MINDELO
ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE
Mindelo, 2015
CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ANO LETIVO 2014/2015 – 4º ANO
Autora: Ineida Patrícia Recheado Pires, N.º 2571
Ineida Patrícia Recheado Pires
UM OLHAR DA ENFERMAGEM SOBRE O CONSUMO
DO ÁLCOOL NA ADOLESCÊNCIA:
UMA ABORDAGEM PREVENTIVA
Trabalho apresentado à Universidade do Mindelo
como parte dos requisitos para obtenção do grau de
Licenciatura em Enfermagem.
Orientadora: Mestre Denise Oliveira Centeio
Eu, Ineida Patrícia Recheado Pires, atesto a originalidade do trabalho
_____________________________________________________
i
RESUMO
O consumo do álcool tem sido mundialmente um dos principais problemas de saúde
pública. Esta investigação incide sobre esta problemática e visa descrever as
intervenções de enfermagem que corroboram para a prevenção do consumo na
adolescência. Trata-se de uma pesquisa de abordagem quantitativa, descritiva. Fizeram
parte da amostra 80 adolescentes de ambos os sexos, com idade compreendida entre os
12 e os 18 anos, sendo a média de idades 15,49 (DP= 1,765). Os dados foram
recolhidos através de um questionário de auto-relato. Os resultados revelaram que o
consumo teve inicio numa idade bastante precoce, alguns dos quais ainda na infância. A
esmagadora maioria dos participantes que experimentou o álcool em algum momento da
sua vida continua o consumo, especialmente por influência do grupo de pares. Neste
estudo, o consumo entre o grupo de pares, a atitude liberal dos pais e a não fiscalização
das exigências legais foram identificados como fatores de vulnerabilidade da exposição
do adolescente ao álcool. De realçar também que, parte destes adolescentes são de
famílias onde o consumo do álcool é uma realidade, e o envolvimento em
comportamentos de riscos para a saúde, designadamente brigas, acidentes e
comportamento sexual desprotegido figuram como factuais. Genericamente, das
intervenções de enfermagem plausíveis para os diagnósticos levantados, com base nos
resultados, sublinham-se o Aconselhamento, a Educação para a Saúde, a Prevenção e
tratamento do uso do álcool e melhoria do papel parental.
Palavras-chave: álcool, adolescência, prevenção, intervenções de enfermagem.
ii
ABSTRACT
The alcohol consumption has been globally a major public health problem. This
research focuses on this problematic, aiming to describe the nursing interventions that
support for the prevention of consumption in adolescent. This work is a research having
quantiative and descriptive approach. Eighty adolescent of both sex, aged between 12
and 18 years, with average age is 15, 49 (SD= 1,765) participated in this study. The data
were collected through a self-report questionnaire. The results revealed that
consumption of alcohol began at a very early age, some of which still in its infancy. The
overwhelming majority of those who tried alcohol at some point in their life still
consume, especially under the influence of peer group. In this study, consumption
among the peer group, the liberal attitude of the parents and not supervising the legal
requirements have been identified as vulnerability factors of adolescent exposure to
alcohol. Also noted that these teenagers are from families where alcohol consumption is
a reality, and involvement in risk behaviors to health, including fights, accidents and
unprotected sexual behavior appear as factual. Generally, the nursing interventions
plausible rose for the diagnosis, based on the results underline is therapy, Education for
Health, Prevention and treatment of alcohol use and improving the parental role.
Keywords: Adolescent, alcohol, nursing intervention, prevention.
iii
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho especialmente aos meus pais por serem a base da minha
vida e por me darem coragem e força durante este percurso, mesmo nos momentos mais
difíceis, lembrei-me deles e daquilo que cresci escutando deles “A vida é feita de
sacrifícios”.
À minha irmã Vanda Recheado, às minhas filhas Márcia Almeida e Helaine
Lopes, ao meu companheiro Lino Monteiro e à minha amiga Nilza Almeida, pelo apoio
e por estarem sempre comigo nesta caminhada.
iv
AGRADECIMENTOS
Agradecer é reconhecer que este trabalho, que por muitas vezes pareceu tão
solitário, só se tornou possível pela força, incentivo, amizade e amor de muitos.
Infelizmente não há espaço para agradecer nominalmente a todos pela
contribuição direta ou indireta, mas com certeza estão no meu coração.
Primeiramente, agradeço à Deus pela força que me concedeu para abraçar este
desafio e caminhar até chegar a esta meta. À ele agradeço pelos momentos de fraqueza
que transformou em força e me tornou firme para concretizar mais esse desafio da
minha vida.
À Câmara Municipal da Ribeira Grande e À Fundação Caboverdiana de Ação
Social Escolar, por me terem concedido a bolsa de estudo, sem a qual não teria
embarcado nesta aventura. Obrigada!
Certo de que a realização deste trabalho não seria exequível, sem o auxílio e
estímulo de outras pessoas, deixo aqui expresso uma enorme gratidão à Mestre Denise
Oliveira Centeio, pela orientação, apoio, comentários e críticas construtivas,
colaboração e acima de tudo pela disponibilidade manifestada.
Aos Diretores e subdirectores pedagógicos das Escolas Secundarias de São
Vicente, e aos professores. Obrigada pela disponibilidade. a vossa colaboração permitiu
que este estudo se torna-se possível.
Aos adolescentes das Escolas Secundárias muito obrigada pela participação
neste estudo.
Á minha filha Márcia por ter tolerado com paciência esses anos de distância, a
quem esta distância mais dóí.
À minha irmã Vanda, por ser meu verdadeiro alicerce em todos os momentos
da minha existência, pelo contínuo apoio, dedicação, paciência e amor.
Ao meu companheiro pelo apoio, paciência e palavras de coragem durante este
percurso.
Às minhas irmãs – na verdade, irmãs de coração, mas é como se fossem
minhas irmãs – Roseane e Rosemery, por serem meu suporte emocional, pelo estímulo,
apoio, coragem, disposição nos momentos de desânimo e fraqueza que tive durante toda
essa aventura.
À minha família materna pelo apoio e encorajamento ao longo desta jornada.
v
A menos que modifiquemos a nossa maneira de pensar,
não seremos capazes de resolver os problemas causados
pela forma como nos acostumamos a ver o mundo.
(Albert Einstein)
vi
ÍNDICE GERAL
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1
CAPÍTULO I – ENQUADRAMENTO TEÓRICO ..................................................... 7
1.1. Perspetiva histórica do álcool ............................................................................ 8
1.2. Álcool e alcoolismo: Definições e Conceitos .................................................... 9
1.2.1. Álcool ......................................................................................................... 9
1.2.2. Alcoolismo ............................................................................................... 10
1.2.2.1. Alcoolismo Agudo ou Embriaguez .......................................................... 11
1.2.2.2. Alcoolismo Crónico .................................................................................. 12
1.4. Epidemiologia do consumo do álcool .............................................................. 13
1.5. Efeitos do álcool sobre a saúde ........................................................................ 13
1.5. Determinantes do comportamento alcoólico ................................................... 15
1.6. Adolescência .................................................................................................... 18
1.7. Adolescência e consumo de álcool .................................................................. 19
1.8. Políticas Nacionais de prevenção do consumo do álcool ................................ 21
1.9. Intervenções de Enfermagem para o consumo de álcool ................................. 22
1.9.1. Intervenções de Prevenção Primária......................................................... 23
1.9.2. Intervenções de Prevenção Secundária..................................................... 25
1.9.3. Intervenções de Prevenção Terciária ........................................................ 25
CAPÍTULO II – FASE METODOLÓGICA .............................................................. 26
2.1 Tipo de estudo/pesquisa ................................................................................... 27
2.2. Amostra/participantes ...................................................................................... 27
2.3. Instrumento de Recolha de Dados ................................................................... 28
2.4. Campo Empírico .............................................................................................. 29
2.4.1. Caraterização das Escolas Secundarias ..................................................... 29
2.5. Procedimentos metodológicos ......................................................................... 31
vii
CAPÍTULO III – FASE EMPÍRICA .......................................................................... 34
3.1. Apresentação e interpretação de resultados ..................................................... 35
3.2. Diagnósticos e Intervenções de Enfermagem…………………………...........56
3.2.1. Diagnósticos e Intervenções de Enfermagem para os adolescentes .......... 56
3.2.2. Diagnósticos e Intervenções de Enfermagem para os Pais/ Famílias ....... 56
3.3. Discussão e considerações finais ..................................................................... 58
Referências Bibliográficas ............................................................................................ 62
Apêndices………………………………………………………………………………69
Anexos …………………………………………………………………………………91
viii
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1. Consumo do álcool ......................................................................................... 35
Gráfico 2. Idade do primeiro consumo ............................................................................ 36
Gráfico 3. Bebida do primeiro consumo ......................................................................... 37
Gráfico 4. Motivo da experimentação ............................................................................. 37
Gráfico 5. Sensação do primeiro consumo ...................................................................... 38
Gráfico 6. Consumo atual ................................................................................................ 39
Gráfico 7. Frequência de consumo .................................................................................. 39
Gráfico 8. Bebida de consumo atual ................................................................................ 40
Gráfico 9. Aquisição da bebida ....................................................................................... 41
Gráfico 10. Sensação após consumo de álcool…………………………………………42
Gráfico 11. Ressaca após o consumo .............................................................................. 42
Gráfico 12. Conhecimento do consumo por parte dos familiares ................................... 43
Gráfico 13. Atitude dos familiares face ao consumo ...................................................... 44
Gráfico 14. Companhia de consumo ............................................................................... 44
Gráfico 15. Motivo do consumo ...................................................................................... 45
Gráfico 16. Acessibilidade ao álcool ............................................................................... 46
Gráfico 17. Consequências do consumo do álcool .......................................................... 46
Gráfico 18. Consumo de grupos de pares ........................................................................ 47
Gráfico 19. Consumo familiar ......................................................................................... 48
Gráfico 20. Familiares que consomem ............................................................................ 48
Gráfico 21. Família com problema com o álcool ............................................................ 49
Gráfico 22. Bebidas consumidas pelos familiares ........................................................... 49
Gráfico 23. Conflitos familiares ...................................................................................... 50
Gráfico 24. Tipos de conflito ........................................................................................... 51
Gráfico 25. Consumo de álcool como solução de problemas.......................................... 51
ix
Gráfico 26. Percepção das consequências do consumo de álcool ................................... 52
Gráfico 27. Percepção dos tipos de consequências ......................................................... 52
Gráfico 28. Prevenção do alcoolismo nas Escolas .......................................................... 53
Gráfico 29. Estratégias preventivas do alcoolismo nas Escolas ...................................... 54
Gráfico 30. Prevenção do alcoolismo nas Comunidades ................................................ 54
Gráfico 31. Estratégias preventivas do alcoolismo nas Comunidades…………………55
x
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
a. C antes de Cristo
AVC Acidente Vascular Cerebral
CAP’s – ad Centro de Atenção Psicossocial – álcool e drogas
CCCD Comissão de Coordenação e Combate à Droga
CID Classificação Internacional de Doenças
DSM Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders
IDNT Inquérito Sobre Fatores de Risco para Doenças não Transmissíveis
MAS Assembleia Mundial da Saúde
MS Ministério da Saúde
NANDA North American Nursing Diagnostic Association
NIC Classificações das Intervenções de Enfermagem
NUCDC Nações Unidas Contra a Droga e o Crime
OMS Organização Mundial da Saúde
ONG Organização Não Governamental
PALOP Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa
PJ Policia Judiciaria
PN Policia Nacional
PNDS Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário
SNC Sistema Nervoso Central
SPSS Statistical Package for the Social Science
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
1
INTRODUÇÃO
A presente investigação intitulada “Um olhar da enfermagem sobre o
consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva”, surge no âmbito
da conclusão do curso de licenciatura em Enfermagem pela Universidade do Mindelo.
A escolha do tema deve-se, por um lado, às oportunidades de prestar
assistência à utentes etílicos durante os ensinos clínicos e, por outro, às experiências
vividas no seio familiar. Durante os ensinos clínicos verificou-se que são vários os
casos de utentes etílicos que procuram pelos serviços de saúde e, acometidos pelas mais
diversas complicações alcoólicas. Perante o cenário ergueu-se a preocupação em
desenvolver uma investigação que focaliza o consumo de álcool sob o ponto de vista da
enfermagem na sua grandeza preventiva. Assim, esta investigação incide sobre a
adolescência, uma vez que os estudos que debatem este problema de saúde pública têm
revelado que o primeiro contacto com o álcool ocorre particularmente na adolescência.
A adolescência é um período de notórias mudanças biopsicossocial. Nesta fase,
os adolescentes têm a seu cargo as tarefas de procurar a identidade e conquistar a
independência. Nisto absorve atitudes, ações e costumes do meio envolvente. Essas
exigências evolutivas oferecem oportunidades de auto-exploração que, por vezes,
culminam em comportamentos de risco como a experimentação do álcool.
Acredita-se que nesta fase o consumo seja na sua maioria pela obtenção de
uma sensação de bem-estar. Contudo, tal sensação incentiva o indivíduo a abusar do
álcool constantemente, evoluindo para a dependência. Esse uso indevido acarreta
consequências nocivas tanto para o organismo jovem como para o desenvolvimento
cognitivo e psicossocial do adolescente, além do impacto a nível da saúde mental.
Portanto, urge ilustrar as ações/estratégias de prevenção que podem reduzir os
comportamentos de riscos e o consumo precoce.
Assim, para descrever e melhor compreender o problema, definiu-se, antes de
mais, a pergunta de partida: Quais são as intervenções de enfermagem na prevenção
do consumo de álcool na adolescência?
Para responder à questão norteadora, os objectivos assumem-se de suma
importância, em nível operacional. Assim, os objectivos enunciados foram:
Objectivo geral: Descrever as intervenções de enfermagem na prevenção do
consumo de álcool na adolescência.
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
2
Objectivos específicos:
Identificar as características sociodemográficas da amostra;
Conhecer os factores que incitam o consumo do álcool nos adolescentes;
Descrever os efeitos do álcool sobre a saúde;
Identificar as intervenções de enfermagem na prevenção do consumo do
álcool na adolescência.
Espera-se que esta investigação proporcione conteúdo que sirva para alargar e
aperfeiçoar conhecimentos tanto à comunidade estudantil como ao profissionais de
saúde, e traga ferramentas valiosas para a prática preventiva do uso/abuso precoce do
álcool.
O presente estudo encontra-se estruturado em três capítulos distintos.
Inicialmente, apresenta-se a introdução e, a esta segue-se o Capítulo I que versa o
enquadramento teórico. Este contempla uma breve perspectiva histórica do álcool,
definições e conceitos relacionados com o álcool e o alcoolismo. Contempla também
uma explanação sobre as especificidades da adolescência assim como o consumo de
álcool na adolescência. Por fim, o capítulo aborda as intervenções de enfermagem com
ênfase em estratégias preventivas do alcoolismo. O Capítulo II consagra a metodologia
onde será apresentado o tipo de estudo, o perfil dos participantes, o método de recolha
de dados, a descrição do campo empírico e todos os procedimentos metodológicos. O
Capítulo III versa a fase empírica. Neste serão apresentados os resultados obtidos com
base na análise estatística descritiva e será apresentado também os diagnósticos e
intervenções de enfermagem identificados na sequência dos resultados encontrados. A
seguir ao Capítulo III apresenta-se as discussões dos resultados, as considerações finais
e as propostas. O trabalho apresenta também referências bibliográficas, apêndices e
anexos.
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
3
JUSTIFICATIVA
O consumo de bebidas alcoólicas tem assumido grandes proporções no mundo
inteiro, e vem sendo uma das grandes preocupações da sociedade, governos, instituições
governamentais e não-governamentais e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Actualmente, o seu consumo maior pelos jovens adolescentes tem chocado e
preocupado a sociedade civil pelas verdadeiras tragédias que inúmeras famílias têm
vivido em consequência do uso desenfreado de álcool por seus filhos. Porém, estes
continuam a beber arrebatadamente, sem pensar nos riscos que correm.
Muitas vezes o seu consumo é incentivado e a sua iniciação dá-se no seio
familiar. O aumento deste consumo pelos adolescentes deriva não somente pelo estilo
de vida, mas também do fenómeno de socialização, por estar bem arraigado na nossa
cultura.
Como referido anteriormente, a escolha do tema foi motivado pelas vivências
durante os ensinos clínicos e por questões familiares.
PROBLEMÁTICA
O consumo de álcool na adolescência tem sido cada vez mais merecedor de
atenção no nosso País, pela morbi-mortalidade, incapacidade e impato hostil nas várias
esferas da vida social que lhe estão asociadas, não só nesta faze como em fases mais
avançada do ciclo da vida. Há um conjunto de indícios que deveras apontam para um
aumento de consumo de drogas lícitas e ilícitas (Nações Unidas Contra a Droga e o
Crime – UNODC, 2012).
Em 2012, a UNODC, em parceria com o Ministério da Justiça de Cabo Verde,
fez o primeiro inquérito Nacional sobre a prevalência de consumo de substâncias
psicotrópicas na população em geral (apresentado em Maio de 2013) e os dados
revelaram que o primeiro contato com o álcool ocorre na adolescência. O inquérito
indica que o álcool é a substância lícita mais consumida na população geral e que
apresenta uma prevalência de 63,5% ao longo da vida. O primeiro contacto com bebidas
alcoólicas verificou-se entre os 7 e os 17 anos, sendo a cerveja a substância mais
frequentemente consumida, depois o vinho, licor, por último, o aguardente
(CCCD/Ministério da Justiça, 2013:s/p.).
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
4
Para além do inquérito nacional sobre a prevalência de consumo de substâncias
psicotrópicas na população em geral que, revelou que o consumo do álcool dá-se em
idades precoces, outro inquérito que analisou o consumo de substâncias psicoactivas nas
escolas secundárias de Cabo Verde, vai ao encontro do que foi dito anteriormente,
revelando o álcool a substância lícita preferencialmente consumida pela população
estudantil. Cerca de 45,4% já experimentou pelo menos uma bebida alcoólica, ao longo
da vida, evidenciado um consumo preferencial de bebidas espirituosas e de cerveja,
depois aguardente e vinho. No que diz respeito às idades de iniciação ao consumo do
álcool, respectivamente cerca de 6%, 8% e 12% de alunos tiveram a primeira
experiência de consumo de cerveja, de vinho e de bebidas espirituosas antes dos 10 anos
de idade. No que diz respeito a comportamentos de risco, a experiência de embriaguez
acontece em idade precoce (antes dos 13 anos de idade) (CCCD/Ministério da Justiça,
2013, s/p.).
Segundo a OMS (2004:s/p) cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo consomem
bebidas alcoólica e que cerca de 76,3 milhões tem diagnóstico de problemas
relacionados com o álcool. Numa perspetiva de saúde pública, a carga da mortalidade e
morbilidade relacionada com o consumo do álcool é significativa.
O álcool foi responsável por 3,8% (2,5 milhões) de mortes no mundo em 2004,
mais do que a SIDA e a Tuberculose e, está entre os três principais fatores de risco de
morte prematura e incapacidades no mundo. Constitui o principal fator de risco de
morte nos homens com idade compreendida entre 15/59 anos. Cerca de 6,2% de todas
as mortes nos homens são atribuídas ao álcool, e 1,1% nas mulheres (OMS, 2010:s/p).
Em 2011, a OMS registou os mais altos níveis de consumo na Europa
Ocidental e do Leste, na Argentina, Austrália e Nova Zelândia. Registou nesse mesmo
ano níveis de consumo médio na África Austral onde a Namíbia e a África do Sul
apresentaram níveis mais elevados e, os mais baixos níveis de consumo foram
registados nos países do Norte da África, na África subsahariana, na região do
mediterrâneo oriental, no Sul da Ásia e no Oceano Indico (OMS, 2011: s/p).
Em todo o mundo, não apenas os que consomem álcool são vítimas das
consequências do uso do álcool mas também outras pessoas próximas ou da
comunidade como nos casos de violência ou agressões (OMS, 2004: s/p). O álcool está
ligado aos acidentes de viação mas está também fortemente associado aos acidentes
domésticos, acidentes de trabalho, brigas e afogamentos (Alimi e Chenu, 2003: s/p).
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
5
Em Cabo Verde o consumo de bebidas alcoólicas está bastante enraizado na
cultura e existe um ambiente propício para a livre circulação, produção e distribuição,
oferta e ingestão de bebidas alcoólicas (Ministério da Saúde, 2014). Todas as ocasiões
constituem pretexto para consumo de bebidas alcoólicas, sejam momentos de alegria, ou
de tristeza.
Segundo o plano preliminar de ação contra o alcoolismo aprovado pelo
Ministério da Saúde, o consumo abusivo do álcool, para além de ser um fator de risco
para várias doenças crónicas, acarreta, pelas consequências conhecidas, embora não
suficientemente quantificada, distúrbios mentais e comportamentais, mortes violentas e
incapacidades por acidentes de trânsito ou agressões, violência doméstica, absentismo e
incapacidade para trabalho, abandono escolar entre outros (PNDS, 2012/2016).
Dados do inquérito sobre as Despesas Familiares em 2001/02 mostram que em
Cabo Verde, as famílias reservam igual percentagem (2%) do seu orçamento quer para o
consumo de bebidas alcoólicas como para as despesas de saúde e que,
comparativamente com as despesas da educação, parte do orçamento familiar dedicado
ás bebidas alcoólicas é mais do que o dobro.
De acordo com o Inquérito sobre Fatores de Risco para Doenças não
Transmissíveis (IDNT) 2007/08 o consumo perigoso (40-60mg/dia para homens e 20-
40mg/dia para mulheres) de álcool é de 6,35% entre os homens e de 2,4% nas mulheres
na faixa etária dos 25 à 64 anos de idade. O consumo nocivo, com valores maiores do
que 60mg/dia para homens e menor que 40mg/dia para mulheres, é de 2,9% entre
homens e 0,2% nas mulheres.
Dados mais recentes do I Inquérito Nacional sobre a Prevalência de Consumo
de Substâncias Psicoativas na População Geral, realizado em 2012 pela Comissão de
Coordenação do Combate à Droga, em parceria com o Escritório das NUCDC,
revelaram que a droga lícita mais consumida é o álcool, com 63,5% ao longo da vida.
Ainda de acordo com esse inquérito, as prevalências de consumo variam entre
as ilhas/concelhos, sendo a percentagem de pessoas com experiência de consumo de
bebidas alcoólicas mais elevada nas ilhas de São Vicente (84,5%), S. Antão (80,9%) e
Maio (80,7%), valores claramente acima do valor nacional (63,5%). A substância mais
frequentemente consumida pelos inquiridos é a cerveja (86%), seguindo-se os
licores/cocktails (71%), o vinho (68%), o grogue (41%) e, por último, as bebidas
espirituosas (39% dos consumidores).
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
6
Cerca de 37% dos inquiridos tiveram o primeiro contacto com bebidas
alcoólicas com idades situadas entre os 7 e 17 anos. Esta situação reflete a constatação
de casos de alcoolismo, mas não contempla os casos decorrentes de ações praticadas sob
o efeito de álcool de que resultam intervenções dos serviços de saúde para reparação de
agravos, nomeadamente as situações de violência doméstica, acidentes de viação, lesões
relacionadas, lesões sobre terceiros, acidentes de trabalho, entre outros (INPCSPP,
2012)
Ainda, em relação à Cabo Verde, o Relatório da Situação Global sobre Álcool
e Saúde (2014) aponta para uma situação social e de saúde pública muito grave. Os
dados dão claros sinais de alarme que impõe respostas urgentes. O Relatório explica
ainda que Cabo Verde tem um consumo médio per capita de álcool superior à média
africana, a mais alta taxa de mortes associadas ao álcool entre os Países Africanos de
Língua Portuguesa (PALOP), e a maior percentagem de perturbações mentais ligados ao
consumo do álcool.
CAPÍTULO I – ENQUADRAMENTO TEÓRICO
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
8
Antes de entrar concretamente em fundamentações teóricas, julga-se
importante explanar, ainda que seja de uma forma breve, uma abordagem histórica
sobre o álcool e alguns conceitos relacionados com o alcoolismo.
1.1. Perspetiva histórica do álcool
A produção e o consumo do álcool são práticas muito antigas. A história da
humanidade mostra que desde sempre o homem apresentou certo apetite pela bebida
alcoólica devido ao seu efeito euforizante (Mello, Barrias e Breda, 2001:11).
Segundo Mello e colaboradores (2001: 11), desde os primórdios que se
conhecem os efeitos patológicos causados pelo uso de bebidas alcoólicas. Elementos
arqueológicos e bibliográficos permitem pensar que a utilização das bebidas alcoólicas
pelo homem e o conhecimento dos seus efeitos no indivíduo remontam ao período ante
Cristã. Uma das referências mais antigas diz respeito a um baixo-relevo feito, muito
provavelmente, 30000 a C. Admite-se que, no período paleolítico, o ser humano tomou
conhecimento, de forma acidental, das consequências da ingestão do produto
fermentado a que o mel, recolhido e armazenado em vasilhas artesanais, dera origem.
No período neolítico, a fabricação da cerveja já era do conhecimento do homem.
De acordo com Tovar (1995:56), também os Egípcios, Gregos e Romanos são
exemplos de povos que conheceram e desenvolveram o fabrico de bebidas alcoólicas,
assim como as consequências do seu uso pelo ser humano.
A partir do século XI, a destilação do vinho deu origem a bebidas mais
alcoólicas generalizando na Europa tomando em França, por exemplo, extraordinário
vulto com as facilidades concedidas pelo estado aos “destiladores” (Mello et al,
2001:11,).
Ademais, Pinto (2010: 40) refere que, pelos efeitos e virtudes extraordinários, o
álcool era considerado como tendo origem divina, pelo que o estado de embriaguez era
visto como “sagrado”, na medida em que se pensava que, por um lado, o estado de
embriaguez dava azo de aliança com as divindades e, por outro, conferia imortalidade.
Por tais razões, as bebidas alcoólicas eram reservadas aos sacerdotes e chefes, e a sua
produção feita por ocasiões de festas religiosas (Pinto, 2010:40).
O primeiro registo de embriaguez que se tem conhecimento, acha-se na Bíblia.
Esta mostra que, depois do dilúvio em que Noé principiou como lavrador e passou a
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
9
plantar um vinhedo, começou a beber do vinho e ficou embriagado (Géneses, 9:20,21).
De acordo com (Pinto, 2010:41/42), até a Idade Média a produção do álcool era
especialmente caseira e a sua produção fazia-se por via da fermentação de cereais. A
partir do século XVI, com a introdução da técnica de destilação pelos árabes, essas
bebidas ganharam maior teor do álcool e tornaram-se produtos comerciais de grande
vulto e passou a ser produzido e consumido em grande escala.
No século XVIII, com a Revolução Industrial, o álcool tornou-se um produto
comercial de escala mundial devido a generalização do seu consumo (Breda,1994:40).
Durante muito tempo, o álcool foi sempre como uma moeda de duas faces. A
produção e comercialização do álcool rendia grandes quantidades de dinheiro para os
produtores e comerciantes, sobretudo, após a revolução industrial, com a inserção de
novas técnicas de destilação de cereais, fazendo com que vários países se
desenvolvessem economicamente (Borges e Filho, 2004: s/p).
O álcool é utilizado como fonte propulsor de desenvolvimento económico,
fonte de prazer e facilitador de desinibição social, principalmente para jovens e
adolescentes em vários locais de diversões. Devido ao seu efeito desinibidor, os jovens
sentem, cada vez mais, necessidade do seu consumo, progredindo de um simples
consumidor casual ou social para um consumidor pesado ou dependente (Marques,
1997: s/p).
Com esta configuração histórica, mais recentemente, considerou-se que o álcool
seduz algumas sociedades e condimenta as relações sociais das mais diversas camadas
sociais (A PONTE, 2013:5).
1.2. Álcool e alcoolismo: Definições e Conceitos
Para uma melhor compreensão do objecto de estudo, seguidamente apresentar-
se-á algumas definições e conceitos relacionados com o consumo de álcool.
1.2.1. Álcool
O termo álcool tem a sua origem na palavra árabe al-kuhul que designava
colírio feito de pó de um semimetal chamado antimónio, usado particularmente em
cosmética, para as mulheres pintarem as pálpebras de tom branco azulado. No século
XVI, a palavra “alkol” derivada do latim dos alquimistas passou a designar não só a
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
10
substância química, mas também toda e qualquer substância obtida por destilação
(Machado, apud Martins, 2009: 4).
Entende-se por álcool a substância etanol ou álcool etílico, principal
componente das bebidas alcoólicas e cuja fórmula química é CH3CH2OH. É uma
substância psicotrópica produzida através de fermentação ou destilação de cereais, cujo
consumo pode conduzir à dependência física ou psicológica (A PONTE, 2013:23).
O álcool das bebidas alcoólicas é uma substância incolor, com gosto ardente e
aroma característico. Este é proveniente da fermentação de alguns açúcares,
designadamente glucose e frutose, por ação de microorganismos chamados leveduras ou
fermentos, mais precisamente de uma enzima que estas leveduras segregam (Borges e
Filho, 2013:8).
Ades e Lejoyeux (1997:29) afirmam que o efeito do álcool sobre as endorfinas
variam em função da quantidade ingerida. Assim, baixas concentrações dessa substância
aumentam a retenção da morfina e estimulam a atividade opióide cerebral, enquanto
concentrações mais elevadas a inibem.
Schuckit (1991:79) argumenta que o álcool é um depressor do Sistema Nervoso
Central (SNC) com o potencial de alterar quase todos os sistemas corporais, interferindo
com o funcionamento das membranas celulares, respiração intracelular ou
processamento de energia na maioria das células do corpo, especialmente do SNC.
Além disso, o mesmo autor frisa que doses excessivas de álcool são verdadeiros
anestésicos.
1.2.2. Alcoolismo
A terminologia foi introduzida em 1849 pelo sueco Magnus Huss. Para o
sueco, o alcoolismo refere-se à um conjunto de manifestações patológicas do sistema
nervoso, nas suas esferas psíquica, sensitiva e motora (Ades e Lejoyeux, 1997:35).
Contudo, foi em 1952, com a primeira edição do Diagnostic and Statistical
Manual of Mental Disorders (DSM – I), que o alcoolismo passou a ser considerado
como patologia. Anos mais tarde, o conceito, enquanto patologia, foi abordado na VIIIª
Conferência Mundial de Saúde e então introduzido, pela Organização Mundial de
Saúde (OMS), na Classificação Internacional das Doenças (CID - VIII) (Pinto, 2013:5).
Kaplan e Sadock (1986:462) caracterizam o alcoolismo como uma perturbação
crónica de comportamento que inicia da ingestão frequente de álcool passando a
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
11
exceder o uso moderado e dietético da sociedade, interferindo na saúde do indivíduo e
no seu funcionamento físico e psíquico.
A Sociedade Americana de Toxicomania e Alcoologia (1990, apud Ades e
Lejoyeux, 1997:37) refere ao alcoolismo como uma patologia primária, crónica,
caracterizada pela perda de controlo devido a ingestão de álcool, pela preocupação
constante com o mesmo e por um consumo persistente de álcool ao ponto de surgir
efeitos negativos, por uma distorção da sua perceção e por uma negação das
alcoolizações.
Segundo a OMS (apud A PONTE, 2013:1), o alcoolismo é considerado a
terceira causa de morte no mundo, perdendo somente para as neoplasias e doenças
cardiovasculares.
O álcool, após ser ingerido, é totalmente absorvido pelas membranas do
aparelho digestivo sobretudo no estômago. Cerca de 5-15% são excretados diretamente
pelos pulmões, urina e suor e o restante é metabolizado no fígado. Ao contrário do que
sucede com os alimentos, o álcool é absorvido atravessando a mucosa digestiva sem
sofrer prévia digestão e, dessa forma, órgãos nobres como o fígado, rins e cérebro são
rapidamente afectados (Schuckit,1991:87).
1.2.2.1. Alcoolismo Agudo ou Embriaguez
Trata-se de conjunto de perturbações físicas e psíquicas apresentado pelo o
indivíduo (ébrio) como resultado de uma dose excessiva de uma bebida alcoólica. O
quadro de embriaguez é peculiarmente caracterizado por um estado de euforia, de
desinibição e excitação, perda de controlo de palavras, acções, equilíbrio e até mesmo
de consciência (Mello, 2010:18).
Refere o autor que tal quadro pode complicar-se por crises convulsivas, e por
outros sintomas que agravam a situação, levando à embriaguez “patológica” que
apresentam sintomas de excitação e delírio. Nisso, o autor distingue três formas de
embriaguez: a primeira, designada alucinatória, caracteriza-se pela presença de
alucinações visuais e auditivas e episódios de violência durante a embriaguez; a segunda
– delirante – caracteriza-se pelas ideias de perseguição, megalomanias, ciúme, etc.; e a
terceira – excito-motora – caracteriza-se pela excitação verbal e de movimentos,
atitudes furiosas e agressivas e, não raro, condutas perigosas.
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
12
1.2.2.2. Alcoolismo Crónico
Alcoolismo crónico é o estado decorrente do uso habitual e repetitivo de
bebidas alcoólicas, mantendo-se o organismo continuamente sob a ação de quantidades
de álcool que, podendo ser em pequenas doses, somam, contudo, diariamente, uma
quantidade superior àquela que o fígado pode destruir. Assim o estado de alcoolismo
agudo/ embriaguez pode ocorrer no alcoolismo crónico, dependendo do nível de álcool
no sangue e não da alcoolização continuada do organismo (Mello, 2001:18/19).
As perturbações, ligadas ao alcoolismo, manifestam-se sobre os vários sistemas
do indivíduo, levando-o a dar entrada nos hospitais por doença, direta ou indiretamente
ligada ao uso abusivo do álcool (Rozin e Zagonel, 2012:315).
Mello (2001:35) sublinha que o consumo abusivo e exagerado de álcool está
altamente relacionada com as principais causas de morte no mundo, nomeadamente com
as doenças cardiovasculares e oncológicas, acidentes, suicídios, cirrose hepática, etc.
Acrescenta o autor que a mortalidade ligada ao álcool é óbvia na diminuição da
esperança média de vida do bebedor excessivo, quando comparada com a do bebedor
normal.
1.3. Dependência do alcoólica
O decurso da dependência do álcool desenvolve-se como qualquer outra
dependência de substâncias psicoativas (Lemos, 2008:53).
Caçador e Antunes (2012:5) e Schuckit (1991:24), definem a dependência
alcoólica como uma necessidade frequente e contínua de consumo de bebida alcoólica
para obtenção de uma sensação prazerosa. O dependente é caracterizado pela falta de
auto controle no que tange ao consumo.
Schuckit (1991:24) diferencia dependência física da psicológica, postulando que
esta última corresponde ao uso abusivo do álcool, em que o usuário necessita de
consumir para atingir um nível de relaxamento ou sentimento de bem-estar, enquanto, a
dependência física caracteriza-se pela adaptação fisiológica do uso crónico dessa droga,
apresentando sinais e sintomas (cf. Anexo I) quando é interrompida bruscamente ou
este para de consumir ou interrompe o seu consumo. Esta dependência é promovida por
dois aspetos importantes: Por um lado, a tolerância – a qual Townsend (2009: 459)
explica que, o organismo precisa de doses cada vez maiores para atingir os efeitos
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
13
desejados, ou seja o sujeito torna-se dependente dessa substância com a capacidade de
suportar doses maiores, criado originalmente por uma dose menor, e por outro, a
síndrome de abstinência alcoólica que, para Schuckit (1991:25), é caracterizada por
um conjunto de sinais e sintomas que surgem quando um indivíduo ingere grandes
quantidades de álcool todos os dias e de repente para de fazer o uso dessa substância.
1.4. Epidemiologia do consumo do álcool
Dados estatísticos sobre o consumo de álcool nos adolescentes a nível mundial
mostram que o início do consumo é feito da passagem da infância para a adolescência e
que o álcool é utilizado, pelo menos uma vez por mês, por mais de 50% dos estudantes
do último ciclo nos Estados Unidos, onde 31% embriagam-se mensalmente. O consumo
varia tendo em conta algumas especificidades individuais e, nisso, nos rapazes, esse
consumo parece associado com uma enorme frequência à criminalidade (Caron e Rutter,
1991; Clark, Watson e Reynolds; 1995).
Nos países ocidentais, aproximadamente 50% das mulheres e 2/3 dos homens
não bebem ocasionalmente. A faixa etária onde se regista maior consumo per capita é a
dos 16 aos 25 anos. Porém, parece haver uma maior diminuição do consumo com a
idade (Schuckit, 1998:90).
Segundo Mello e colaboradores (apud Martins 2009:23) em Portugal, mais de
60% dos jovens com idades entre 12 e 16 anos e mais de 70% acima dos 16 anos
consomem bebidas alcoólicas regularmente.
Segundo os mesmos autores, o consumo do vinho tem vindo a reduzir, mas o
consumo de cerveja e bebidas destiladas tem vindo a aumentar. O consumo nos homens
e significativamente superior comparativamente ao consumo nas mulheres, embora
nestas tem-se verificado uma tendência de aumento.
O álcool é uma das substâncias psicoativas mais precocemente consumido pela
população jovem. O seu uso abusivo é quase endémico, contudo os adolescentes são
aqueles mais vulneráveis (Soares, 2006:s/p).
1.5. Efeitos do álcool sobre a saúde
O alcoolismo é uma patologia que causa danos em diferentes vertentes,
nomeadamente físico, psíquico e social que acarreta inúmeros problemas para o próprio
indivíduo (Mello, 2013:18).
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
14
No SNC, o álcool começa por produzir inicialmente depressão das funções
superiores exercidas pelos lobos frontais, responsáveis pela manutenção dos valores e
auto-perceção. Além disso, provoca efeitos maléficos sobre o juízo critico, a capacidade
de tomar decisões e o tempo de reação do indivíduo. Conforme a dose, poderá chegar a
uma síncope respiratória e levar à morte (Goodman, 1997:128).
Como referido anteriormente, grande parte do álcool ingerido é metabolizado
no fígado. Acontece que quando este órgão é constrangido a metabolizar enormes
quantidades de álcool, produz gorduras que se acumulam de tal modo que o fígado
aumenta de tamanho e fica sobrepesado de gordura, ocorrendo assim, o chamando
fígado gordo. Este causa a destruição de células hepáticas sadias com formação de
tecido fibroso e causa a chamada Cirrose hepática, doença fatal (Murad, 1998:158).
Para Goodman (1997:129), existe um conceito popular de que o álcool “seria
útil ao coração e aos vasos por causa de sua possível ação vasodilatadora”. O que de
fato acontece é que, a possibilidade de aumentar os níveis de lipoproteínas de alta
densidade no sangue, reduz um pouco os riscos de ataque cardíaco, nas pessoas que
bebem pouco álcool. Nos bebedores habituais e nos alcoólatras, ele produz efeitos
prejudiciais ao sistema cardíaco, elevando a carga de trabalho do coração e reduzindo o
fluxo sanguíneo nas artérias coronárias destinado ao músculo cardíaco.
Corroborando o parecer de Goodman, Murad (1998:159) acrescenta que ao
nível do miocárdio, além da diminuição do rendimento cardíaco, há também uma
redução da contratilidade das fibras musculares do coração, alterando sua força e
regularidade dos batimentos cardíacos, causando arritmias fatais, pressão arterial,
angina, flebite e acidente vascular cerebral (Murad, 1998:159).
Ainda Goodman (1997:129) mostra que, indivíduos que bebem apresentam
maior risco de neoplasia de boca, esófago, estômago, bexiga, pulmão, pâncreas intestino
e próstata. Além disso, podem aparecer também pancreatite e lesão de nervos
periféricos.
Murad (1998:160) frisa que “álcool ao ser metabolizado no organismo libera
proximamente 7 calorias por grama”. Sendo, portanto, um produto calórico mas sem
qualquer valor nutritivo, pois não possui proteínas nem vitaminas ou outros
componentes vitais. Assim as pessoas que bebem apresentam um risco muito maior de
sofrerem de deficiências da nutrição e de doenças correlatas, incluindo anemia,
obesidade, carências de vitaminas do complexo B, niacina, tiamina, ácido fólico,
potássio, zinco e magnésio.
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
15
Face aos alcoólatras crónicos, Mello e colaboradores (2001: 53-54) expõem
que, ao nível do sistema hemático, há em regra, uma diminuição de plaquetas,
alterações da série branca e da coagulação do sangue.
Os mesmos expõem que o aparelho locomotor é também alvo de complicações
do álcool pois, não raro, os alcoólatras crónicos relatam perturbações músculo-
esquelético, nomeadamente traumatismo e atrofia óssea.
Ao exposto, Townsend (2009: 464-5659 acrescenta encefalopatia de Wernicke,
psicose de Korsakoff, varizes esofágicas, e enfatiza que o consumo de álcool durante a
gravidez pode resultar em uma síndrome denominada de síndrome alcoólica fetal que
causa danos no desenvolvimento físico e psíquico do feto.
Por seu turno, Mello (2013: 19) aponta que o alcoolismo crónico acarreta
fundamentalmente problemas do trato grastrointesntinal mormente náusea, vómitos,
azia e dores abdominais. Adicionalmente, ou autor refere a impotência sexual como
outra complicação do abuso crónico de álcool. Todavia, o autor realça que, além dos
órgãos do corpo, a saúde mental também é afetada pelo alcoolismo crónico.
Assim, das complicações psíquicas mais frequentes do abuso crónico de álcool
destacam-se o delirium tremens, demência alcoólica, dificuldade em raciocinar,
comprometimento do senso moral e de responsabilidades, enfraquecimento da vontade,
alteração do humor e do carácter, irritabilidade, alucinose alcoólica, ciúme patológico,
perturbações ansiosas e depressivas, etc. (Mello, 2010: 27).
Na óptica de Barrias (2006:314), a ingestão desmedida de álcool expõe o
indivíduo à comportamentos que aumentam a sua probabilidade de ferir e até morrer,
nomeadamente condução de veículos motorizados e consequentes acidentes, mas
também acidentes de trabalho e envolvimento em brigas e delinquência.
1.5. Determinantes do comportamento alcoólico
O comportamento alcoólico foi objeto de estudo de várias áreas e correntes
teóricas, nomeadamente a Neurobiológica, Psicopatologia e áreas afins, porém, até
agora, nenhuma delas foi capaz de explicar plenamente o fenómeno. Tal facto faz crer
que o consumo abusivo de álcool tem uma etiologia multicausal (Townsend, 2009:459-
60).
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
16
Assim, sem pormenorizar teorias explicativas do consumo de álcool, alguns
fatores parecem justificar o consumo de álcool. Dentre esses faotres pode-se destacar: i)
fatores biológicos ou genéticos; ii) fatores psicológicos, e iii) fatores socioculturais.
i) Fatores biológicos ou genéticos
Para Townsend (2009:460), a genética tem um grande impacto no
desenvolvimento de distúrbios relacionados com o álcool. Segundo o autor, os filhos de
alcoólatras têm três vezes mais propensão, que as outras crianças, de se tornarem
alcoólatras”.
Uma segunda hipótese biológica prende-se com a possibilidade do álcool
produzir substâncias semelhantes a morfina no cérebro e que são responsáveis pela
dependência de álcool (Pacheco, 2009:35).
As probabilidades de fatores genéticos envolvidos nos aspetos de dependência
química são de grande importância na contemporaneidade, uma vez que as pesquisas
genómicas têm apontado particularidades para o fato de funções neurobiológicas
tornarem o indivíduo propenso ao uso de eventuais substâncias ilícitas (Abraão,
1999:6).
ii) Fatores Psicológicos
Em alguns casos, encontra-se ligado também à transtornos de ansiedade e
timidez, em que o indivíduo usa o álcool como remédio, servindo de desinibidor.
Mesmo para o bebedor moderado, o álcool proporciona, quase sempre, sensação de
relaxamento e bem-estar e, tal sensação pode perfeitamente incentivar o indivíduo a
abusar do álcool constantemente (Gomes, s/a: 43).
Pode-se dizer que a personalidade influencia também o uso de álcool, estando o
uso abusivo de substâncias associado à personalidade anti-social. O consumo de álcool
constitui forte arma, ajudando assim os indivíduos com personalidade anti-social a se
inserirem na sociedade. Pessoas que apresentam baixa auto-estima ou depressão tendem
a consumir de forma abusiva o álcool para se sentirem eufóricos, como também para
evitar problemas e diminuir a ansiedade (Gomes, s/a: 43).
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
17
Indivíduos ressentidos, frustrados, com sentimento de culpa, e outras
experiências e sentimentos geradores de ansiedade, poderão recorrer ao uso excessivo
do álcool como forma de aliviar-se deles ou na tentativa de afastar os seus fantasmas
inconscientes (Townsend, 2009:461).
iii) Fatores socioculturais
Segundo Wallon O homem é um ser geneticamente social (apud Tourrette e
Guidetti, 2012: 23).
Esta sua natureza faz com que procure constantemente aproximação de
diferentes grupos e, viva de acordo com normas estabelecidas nos grupos em que se vai
inserindo. Primeiramente na família – socialização primária e, posteriormente com
outros grupos (escola, grupo de pares, etc.) – socialização secundária. É por meio da
socialização em diferentes grupos sociais que se aprende as regras de conduta que são
observadas pelos membros do grupo e, portanto, as formas de agir e pensar que são
fundamentais para o indivíduo conviver em sociedade. É durante a socialização primária
que o homem aprende as principais regras de conduta, normas, valores, posições éticas e
relações pessoais e de afectividade que irá possivelmente manter ao longo da vida.
De acordo com Ramos (2004:56), a família é a primeira instituição com quem
a criança tem contato e os hábitos, nomeadamente os de saúde, que adquire dependem
em larga medida desse ambiente. Segundo o autor, a família é um espaço de proteção,
desenvolvimento, carinho, organização estrutural, emocional e identitária, mas também
é um lugar de opressão, de conflito, de desestruturação e de violência, podendo
constituir ora como fator de proteção ora como fator de risco.
Explica (Ramos, 2004:177) que uma criança que se encontra inserida num
meio onde existem diversos problemas como alcoolismo, tem maior possibilidade de
desenvolver hábitos alcoólicos.
Por outro, é notório o consumo de álcool entre os adolescentes devido à
pressão dos grupos. É nos grupos de pares que o adolescente afirma as suas diferenças
geracionais e se obriga muitas vezes a grandes exigências identificativas, constituindo
num fator de incentivo a novas experiências pra o consumo e outros riscos (Pinto,
2013:45).
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
18
Sabe-se também que o comportamento alcoólico está relacionado com várias
crenças, tradições, falsos conceitos e superstições. Crê-se, por exemplo, que o álcool
aquece o organismo, mata a sede, dá força, facilita a digestão e funciona como um
remédio” (Mello, 2013:22/26). Contudo tais crenças, não são mais do que meros mitos
em torno do álcool.
Em suma, o alcoolismo é uma patologia que integra aspetos biológicos,
psicológicos e sociais e, a interacção destes aspetos bem como, as decisões do
comportamento do indivíduo, podem determinar o processo no qual a pessoa ficaria,
gradualmente, ao longo dos anos, dependente do álcool (Townsend, 2009:461).
1.6. Adolescência
O termo adolescência advém do verbo latino “adolescere” que significa crescer
para adulto (Simões, apud Caçador e Antunes, 2012:1).
A OMS (2007: s/p) e não só, conceitua a adolescência como o período de
transição da infância para a idade adulta.
Segundo Outeiral (1994:46), a exactidão na definição e calendarização da
adolescência, no que se refere ao ponto inicial e ponto final, é alvo de diversas
discussões devido a influência de fatores genéticos, sociais, culturais e fenómenos
sociológicos.
Para Sampaio (1997:s/p), foi a partir de do século XX que a adolescência
tomou contornos mais esclarecidos, através das investigações realizadas, na qual tornou-
se compreensível que a adolescência carateriza-se por modos peculiares de pensar,
sentir e agir e com tarefas evolutivas claramente definidas: conquista da autonomia e
procura da identidade.
Relativamente à autonomia, Fleming (1993:87) aclara que após o longo
período de dependência e proteção, isto é, da infância, o adolescente vive um rápido
crescimento que através de mudanças biológicas, fisiológicas, cognitivas e outras o
prepara para a autonomia. Conforme Rozin e Zagonel (2012:314), nesta conquista, o
adolescente desprende-se progressivamente dos pais e lança-se no mundo.
Porém, ao deixar para trás os papéis infantis, o adolescente preocupa-se em
encontrar a sua identidade.
Acerca da identidade, Sampaio (1997:s/p) refere que o compromisso principal
do adolescente é a procura de uma identidade. Para o autor, a identidade resulta da
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
19
assimilação e rejeição das identificações suportadas ao longo da vida, assim como das
interações entre o desenvolvimento pessoal e as influências sociais.
Para Fonseca (2002:67), a tarefa identitária opera pela identificação do
adolescente com o seu grupo de tal modo que se veste, fala e se comporta como os
outros elementos do grupo.
1.7. Adolescência e consumo de álcool
Nem sempre a procura da identidade se processa de forma suave.
De acordo com Rozin e Zagonel (2012:315) a inserção do adolescente no meio
social, deixa-o exposto à situações diversas, nomeadamente ao álcool. Acerca disso,
Freyssint, Dominjon e Wagner (2006) referem que o fácil acesso ao álcool e o facto de
o seu consumo estar intimamente ligado à atividades prazerosas, quer festivas ou de
outra natureza, confluem no contacto precoce do adolescente com o álcool.
Além do mais, como explica Fonseca (2002:67), por um lado, a autonomia
alcançada possibilita uma maior auto-exploração através da experimentação de novas
sensações e interessando por condutas que envolvem o risco. Por outro, a necessidade
de adesão, afirmação e aceitação nos grupos de pares é tanta que procuram novas
sensações no mundo que os rodeia, sendo, por isso, bastante influenciáveis pelos grupos
de pares vulneráveis.
A preferência pelo consumo de álcool por adolescentes ocorre pelos efeitos da
substância que, no início, é de bem-estar. Além disso, proporciona satisfação, fácil
inserção no grupo e fonte de alívio para o stress familiar e escolar (Simões, 2006: 148).
Muitos adolescentes consomem bebidas alcoólicas em busca de uma sensação
de desinibição, sentindo-se auto-suficiente para evitar ou resolver todos os tipos de
problemas. Porém essa sensação é momentânea e substituída rapidamente por
sonolência, visão turva, diminuição motora, problema em recordar o que aconteceu,
problemas estomacais, vesicais e intestinas, intoxicação, etc. (Mello, apud Martins
2009:19).
Um episódio de consumo exagerado de álcool pode causar um “blackout” ou
perda de memória por acontecimentos que ocorreram durante o episódio de bebida. A
perda de consciência é temporária mas pode persistir durante algum tempo depois do
episódio de bebida que a causou (Ziegler, Wang, Yoast, Dickinson, Mcaffree,
Robinowitz e Sterlina, 2005: s/p).
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
20
Para Bellé, Sartori e Rossi (2007:120) os adolescentes mais vulneráveis que
consomem álcool, têm a tendência de ter diminuição da coordenação motora e dos
reflexos comprometendo a capacidade de locomoção, podendo levar a situações grave.
Nesta mesma sequência, Pechanky, Szobot e Scivoletto (2004:14) citam alguns
sintomas do consumo abusivo do álcool na adolescência como: lapsos graves da
memória, aprendizado e inteligência. Segundo estes autores, os danos associados ao
álcool estendem-se ao longo da vida e, os seus efeitos repercutirão na neuro-química
cerebral, em pior ajustamento social e no retardo do desenvolvimento de suas
habilidades, já que um adolescente ainda não está estruturado em termos biológicos,
sociais, pessoais e emocionais.
De salientar que os prejuízos decorrentes do uso do álcool em um adolescente
são diferentes dos prejuízos evidenciados em um adulto. Os danos são maiores no
organismo do adolescente uma vez que o organismo deste não tem a capacidade de
metabolizar o álcool tanto quanto ao do adulto, como também as especificidades
existenciais da própria etapa ou pelo amadurecimento do cérebro (Sílvia, 2010:13).
Rozin e Zagonel (2012:317), afirmam que a autopercepção do abuso do álcool,
não é vista, na maioria das vezes, pelos adolescentes, como uma substância com enorme
potencial de riscos à saúde, além de muitos não o entenderem como droga.
A literatura revela que a pressão dos amigos ou grupos de pares que consomem
álcool, a estrutura e o ambiente familiar, a excessiva tolerância dos pais, a publicidade, a
própria cultura da sociedade, o fácil acesso e baixo custo do álcool são os principais
motivos por que os jovens adolescentes consome álcool (Carvalho, Lemos, Raimundo,
Costa e Cardoso 2007:32).
Por conseguinte, Harnett, Herring e Kelly (2000:62), mostram suas
preocupações relativamente aos padrões de consumo de álcool adotados pelos
adolescentes. Segundo estes autores existem oito estilos de consumo de álcool:
i. Chilhood – quando o consumo do álcool acontece em casa com os pais, durante
uma refeição ou um momento festivo;
ii. Adolescent – ocasiões em que estão com os amigos, na ausência de familiares;
iii. Experimental – associado a maioridade e à possibilidade de frequentar
discotecas, caracteriza-se pela procura de novas experiências com o álcool,
novos tipos de bebidas, novos contextos e talvez, novos amigos
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
21
iv. Sociable – o consumidor vê o consumo como um facilitador de relações sociais
e, portanto, o consumo é moderado;
v. Recreational – onde geralmente ocorre “ mistura de bebidas”, o consumidor
desperta o gosto pela embriaguez e planeia encontros com amigos para se
embriagarem;
vi. Safe – o indivíduo pretende conservar o seu bem-estar físico e social,
procurando minimizar os riscos de causar danos tanto a si como aos outros,
diminuindo o consumo para manter a lucidez e eficiência mental;
vii. Therapeutic – o consumo tem por objetivo aliviar algum tipo de mal-estar ou
sintoma “ beber para esquecer, vencer timidez ou insónia”;
viii. Structural – o consumo está relacionado com outros fatores estruturantes da
vida do consumidor, “ estudo, emprego”, e o objetivo é esquecer, mesmo que
seja por um curto período de tempo.
1.8. Políticas Nacionais de prevenção do consumo do álcool
O governo de Cabo Verde, consciente do consumo de álcool e do agravamento
a nível mundial, tem investido esforços no combate a esse flagelo, junto com a
comunidade internacional. Ciente disto a “Assembleia Mundial da Saúde (AMS),
aprovou em 2010 uma resolução transferindo estratégias global para tratar do uso
abusivo do álcool referindo a políticas públicas de controlo do álcool (A PONTE,
2014:4).
Do ponto de vista governamental, o Ministério da Justiça, através da Comissão
de Coordenação de Combate à Droga (CCCD), o Ministério da Saúde, a Policia
Nacional (PN) e a Policia Judiciaria (PJ), o Plano Preliminar de Luta Contra o
Alcoolismo (2009), a Política Nacional de Saúde e outros, sobressaem-se no país como
entidades de referência no combate ao álcool.
O Ministério da Saúde de Cabo Verde tem desenvolvido várias ações e
políticas de combate ao álcool, nomeadamente no que tange a prevenção e diagnóstico
precoce.
Na aplicação rigorosa da lei que proíbe a venda, distribuição de bebidas
alcoólicas entre menores e a publicidade das mesmas (lei nº 271/V/97);
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
22
Na implementação de instrumentos de eficácia comprovada, a nível da atenção
primária para o diagnóstico precoce do risco de dependência;
Na informação da sociedade sobre a gravidade do risco e sobre a necessidade e
formas de combate aos efeitos nefastos resultante do consumo excessivo do
álcool.
O Ministério da Saúde desenvolveu um Plano Nacional de Desenvolvimento
Sanitário (PNDS) para os anos de 2012/2016, que visa a luta contra os efeitos nefastos
resultantes do consumo abusivo do álcool. O documento, encoraja ações conjuntas
intrassectoriais para uma abordagem integrada aos problemas relacionados com o uso
abusivo do álcool e o alcoolismo. Cabo Verde, conhecendo a complexidade do
alcoolismo, admitiu em 1998, um programa inteirado no combate à droga considerando
os domínios da prevenção das toxicomanias, do tratamento, reabilitação e inserção
social do toxicómano e do combate ao tráfico.
No que diz respeito às leis que regem o consumo do álcool, a lei nacional não
proíbe a produção, apenas regula as condições que ela deve ocorrer, e em relação ao
consumo, a legislação proíbe a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos. (cf.
Anexo II)
Do ponto de vista não-governamental, das ações e iniciativas de combate e
controlo do álcool, destacam-se as Organizações Não-Governamentais (ONG) e as
Organizações da Sociedade Civil que na sua pluralidade têm influência na intervenção
de planos de luta conta o álcool, destacando-se a Associação Cabo-verdiana de
Prevenção do Alcoolismo (Barros, 2014:49).
Neste âmbito foram definidas intervenções prioritárias no combate a esse
flagelo (A PONTE, 2014:5). (cf. Anexo III)
1.9. Intervenções de Enfermagem para o consumo de álcool
Por intervenções de enfermagem entende-se quaisquer ações autónomas de
acordo com os pressupostos técnicos e científicos da profissão, seguindo o percurso
predito pelo diagnóstico de enfermagem com o estabelecimento de metas a serem
alcançadas, de modo a atingir os objectivos de auxilio do cliente (Bulechek e
McCloskey, 1985:10).
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
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Na perspetiva de Abreu (2008;s/p.), as intervenções de enfermagem consistem
na concretização lógica de todo o processo racional e sistemático de assistência,
transferindo para o campo clínico o pensamento, o planeamento e definição da
estratégia terapêutica.
Para que tal aconteça é necessário que os enfermeiros tenham uma formação
pessoal, teórica e prática adequada que lhe permita também intervir de forma adequada
(Townsend, 2009:800).
Em casos de alcoolismo, é necessário uma abordagem multidisciplinar
abrangendo diversos profissionais como psiquiatria, assistente social, psicólogo,
terapeuta ocupacional e enfermeiro. O enfermeiro deve trabalhar em cooperação
continuamente com essa equipa e devem assegurar a continuidade do cuidado
(Townsend, 2009:800).
Mesquita, Halpern e Buccreichi (s/a:134) apontam que a enfermagem não só
trabalha na reabilitação do utente alcoólico, como também deve traçar estratégias de
atuação junto a população de risco visando a prevenção do abuso de álcool. O principal
objetivo da prevenção, no campo dos problemas relacionados ao consumo de drogas
psicotrópicas, é procurar que os membros de uma dada população não abusem de drogas
e, consequentemente, não causem danos sociais relacionados a este abuso nem prejuízos
que daí possam decorrer.
1.9.1. Intervenções de Prevenção Primária
Para Townsend (2009:782), a enfermagem atua na atenção primária de saúde
com o intuito de traçar estratégias que visam a prevenção do alcoolismo e
consequentemente a diminuição de distúrbios mentais na sociedade, definindo
prevenção primária como serviços com o objetivo de reduzir a incidência do consumo
do álcool na população.
Mesquita, Halpern e Buccareichi (s/a:135) apresentam uma definição mais
abrangente ao explicarem que a prevenção primária são “quaisquer atos destinados a
diminuir a incidência de uma doença numa população reduzindo o risco de casos
novos”.
Nesta fase o enfermeiro centra-se em sinalizar os grupos em maior risco de se
tornarem alcoólatras e delinear planos de ação adequados, focando-se na abordagem de
grupos em risco e no provimento de programas educacionais (Townsend, 2009:782).
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
24
Para complementar, Mesquita, Halpern e Buccareichi (s/a:137) afirmam que, a
população-alvo da prevenção primária é, por um lado, uma pessoa que ainda não adotou
hábitos de consumo, por outro, um produto cujas consequências negativas ainda não são
comprovadas e, por fim, um meio ambiente mais ou menos incitativo de um consumo
insalubre.
Assim, os objectivos últimos da prevenção primária incluem não só evitar/
reduzir o consumo excessivo de álcool, mas também prevenir consequências sociais. O
enfermeiro dispõe de várias actividades educacionais que constituem estratégias de
prevenção primária (Mesquita, Halpern e Buccareichi, s/a:137).
Townsend (2009:782) exemplifica o ensino dos efeitos biopsicossociais do
álcool e outras drogas à crianças em idade escolar como tipo de serviço que o
enfermeiro presta na comunidade no âmbito da prevenção primária.
Mesquita, Halpern e Buccareichi (s/a:136), referem que as informações
transmitidas durante as sessões de Educação para a Saúde (EpS) chegam à cada
indivíduo de forma diferente. Apesar de ter somente um objetivo, as intervenções
apresentam um carácter individual, mesmo quando endereçada ao coletivo. É a pessoa
que deve ser conscientizada e que aprender a fazer escolhas saudáveis e responsáveis.
Os mesmos autores (s/a:137/140) referem que a prevenção primária abarca
questões individuais e sociais, tendo os seguintes objetivos:
Promover o bem-estar individual;
Favorecer o funcionamento harmonioso da sociedade;
Conscientização da população geral;
Conscientização da pessoa sobre a sua forma de ser;
Adoção de atitude saudável com respeito ao álcool;
Formação de hábitos adequados;
Identificar rapidamente as situações problemáticas;
Reconhecer e classificar informações pertinentes ao problema;
Delimitar uma sequência de ações razoáveis;
Melhorias do meio ambiente;
Desenvolvimento biopsicosocial.
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva
25
1.9.2. Intervenções de Prevenção Secundária
Na prevenção secundária, o enfermeiro tem a incumbência de detetar possíveis
sinais e sintomas do alcoolismo na sua fase inicial e prestar tratamentos, ou
encaminhamentos da pessoa para outros serviços quando a necessidade se centra fora do
âmbito da enfermagem (Townsend, 2009:782, 800).
Se as intervenções de enfermagem acontecerem atempadamente, há maiores
probabilidades de se evitar que a pessoa entre num estado de dependência. Assim, a
prevenção secundária consiste em intervenções rápidas para evitar que um estado de
dependência se estabeleça (Mesquita, Halpern e Buccareichi, s/a:140).
A deteção do alcoolismo na sua fase inicial e o respetivo encaminhamento não
é função somente dos enfermeiros, mas também de outros profissionais que
averiguarem essa situação (Townsend, 2009:782/783).
1.9.3. Intervenções de Prevenção Terciária
Mesquita, Halpern e Buccareichi (s/a:136) definem prevenção terciária como
“quaisquer atos, destinados a diminuir a prevalência das incapacidades crónicas numa
população, reduzindo ao mínimo as deficiências funcionais consecutivas a doença”,
visando, portanto, a reabilitação do alcoolismo.
Assim, de acordo com Townsend (2009:783), a enfermagem na prevenção
terciária foca-se na ajuda aos clientes no sentido de aprenderem ou reaprenderem
comportamentos socialmente apropriados, de modo a que possam alcançar um papel
satisfatório na comunidade.”
A enfermagem tem uma função extremamente importante na reintegração do
indivíduo na sociedade. As intervenções devem ir no sentido de tornar o indivíduo o
mais autónomo possível.
CAPÍTULO II – FASE METODOLÓGICA
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
27
2.1 Tipo de estudo/pesquisa
Trata-se de um desenho de investigação descritivo e uma abordagem
quantitativa, baseada numa lógica de pesquisa dedutiva na base de uma filosofia de
investigação positivista. Em relação ao tempo, trata-se de um estudo de carácter
transversal.
Segundo Prodanov e Freitas (2013: 52), um estudo descritivo consiste em
descrever as caraterísticas de determinada população ou fenómeno ou o estabelecimento
de relações entre variáveis.
Neste estudo, pretende-se, particularmente descrever o fenómeno do consumo
do álcool entre adolescentes e, a partir dessa descrição descrever as intervenções de
enfermagem na prevenção do uso do álcool.
Segundo Fortin (1999:22), a abordagem quantitativa, é um processo metódico
de colheita de dados observáveis e quantificáveis. A autora frisa que este tipo de
abordagem permite ter precisão e objetividade, possibilitando também a comparação,
reprodução e generalização para casos semelhantes.
O raciocínio dedutivo na base do positivismo proporciona controlar e antedizer
fenómenos. Este tipo de raciocínio implica que a verdade é absoluta e que os factos e os
princípios existem autonomamente dos contextos históricos e social. Se uma coisa
existe ela pode ser medida (Fortin, 2009:19).
Quanto ao horizonte de tempo, trata-se de um estudo transversal na medida em
que os dados foram recolhidos junto dos participante deste estudo num dado momento,
não havendo, portanto, período de seguimento ou acompanhamento dos adolescentes.
2.2. Amostra/participantes
A amostra é definida por um conjunto de sujeitos, a quem se recolhe os dados e
deve ter as mesmas características da população de onde foi retirada (Coutinho,
2011:85).
O método de amostragem utilizado foi não probabilístico. Mais
especificamente, trata-se do método de amostragem acidental ou de conveniência.
Os critérios de inclusão dos participantes no estudo foram: (i) idade
compreendida entre os 12 e os 18 anos inclusive e, (ii) participação voluntária.
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
28
Fizeram parte da amostra 80 adolescentes, sendo 41 (51,3%) do sexo feminino
e 39 (48,8%) do sexo masculino. A idade dos participantes variou entre os 12 e os 18
anos, com uma média de idades de 15,49 anos (DP = 1,765).
Os 80 (100%) adolescentes que constituem a amostra são estudantes e
encontram-se equitativamente distribuídos pelos seguintes estabelecimentos de ensino
secundário: 20 (25%) frequentam a Escola José A. Pinto, 20 (25%) estão na Escola
Jorge Barbosa, 20 (25%) estudam no Liceu Ludgero Lima e os outros 20 (25%)
estudam na Escola Industrial e Comercial do Mindelo.
A amostra abrange adolescentes de todos os ciclos do ensino secundário (1º, 2º
e 3º ciclos), estando 34 (42,5 %) no 3º ciclo (11º e 12º), 24 (30,1%) no 2º ciclo (9º e 10º
ano) e 22 (27,6 %) no 1º ciclo (7º e 8º ano).
Em relação à área de residência, a esmagadora maioria dos participantes mora
em zonas centrais (77 – 96,3%) e, apenas uma minoria reside em zonas periféricas (3 -
3,8%). Relativamente ao agregado familiar, a maioria dos inquiridos (44 – 55%) vive
com a família nuclear, 33 (41,3%) vivem com a família alargada e os restantes 3 (3,8%)
vivem no seio de uma família recomposta.
No tocante ao agregado familiar, 18 (22,5%) vivem numa família composta por
cinco membros, 16 (20%) vivem numa família com quatro membros e apenas 2 (2,5%)
vivem numa família numerosa, isto é, composta por doze e treze membros,
respectivamente, sendo o número médio de membros do agregado familiar de 5,08
(DP=2,073).
Todos os participantes têm irmãos sendo o número médio de ordem na fratria
de 2,21 (DP =1,289). No que toca a existência de filhos, 4 (5,1%) dos participantes
relataram a experiência de maternidade. Relativamente à religião, 26 (32,5%)
responderam religiosos e 54 (67,5%) responderam não religiosos.
2.3. Instrumento de Recolha de Dados
Neste estudo, o instrumento de recolha de dados utilizado foi o questionário.
Este comporta por 43 questões de tipo dicotómico, escolha múltipla e perguntas-filtro.
Questões essas concernentes às características sócio demográficas, ao consumo do
álcool, à história de consumo familiar e ao conhecimento das implicações do consumo
sobre a saúde. (cf. Apêndice I)
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
29
2.4. Campo Empírico
O campo de pesquisa foi as Escolas Secundárias de São Vicente. Assim far-se-
á de seguida uma descrição genérica das Escolas que serviram de campo empírico do
Estudo.
2.4.1. Caraterização das Escolas Secundarias
i) Escola Jorge Barbosa
A Escola Secundária Jorge Barbosa situa-se no bairro do Madeiralzinho, na
ilha de São Vicente, em Cabo Verde, nas proximidades do Comando da IIª Região
Militar e da sua oficina. A escola funciona em instalações novas, construídas de raiz.
Mas a sua história remonta-se ao período pós independência, período em que o extinto
Ciclo preparatório deixou de ser ministrado pelo Liceu Ludgero Lima. Trata-se de uma
instituição pública, logo encontra-se sob a tutela do Ministério da Educação e Desporto.
(cf. Apêndice II)
A escola passou por diversas fases, em que de 1975 – 1978 funcionou com o
nome de Escola Preparatória do Mindelo. A partir de 1978 e durante muitos anos
denominou-se Escola Preparatória Jorge Barbosa, e funcionou num edifício centenário
(antigo Liceu Gil Eanes) no centro histórico do Mindelo. Na decorrência da reforma do
sistema educativo implementado no país, a Escola passou, a partir de 1996, a designar-
se Escola Secundária Jorge Barbosa.
Recebeu este nome em homenagem ao Poeta Jorge Barbosa, um dos expoentes
da literatura cabo-verdiana.
Neste ano lectivo, a escola dispõe de 113 professores, e 1850 alunos
distribuídos por 61 turmas, 31 turmas de manhã e 30 à tarde.
ii) Escola Industrial e Comercial do Mindelo
A Escola Industrial e Comercial do Mindelo, outrora denominada de Escola
Elementar Técnica do Mindelo pelo Decreto nº 40 198 de 22 de Junho de 1955, nasceu
com o intuito de colmatar a necessidade que se fazia sentir em Cabo verde nesta altura
em termos de formação profissional. Assim, o artigo1º do nº 3º do artigo 150º da então
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
30
Constituição decreta através do Ministro do Ultramar a criação da Escola Industrial e
Comercial do Mindelo que começou a funcionar no início do ano letivo 1958/1959,
onde se ministrou os seguintes cursos: a) Ciclo preparatório; b) Industrias: formação de
serralheiro, carpinteiro-marceneiro e montador electricista; c) Comerciais: geral de
comércio e formação feminina.
A Escola Industrial e Comercial do Mindelo situa-se na cidade do Mindelo, na
Avenida Professor Alberto Leite, em frente ao Instituto Universitário da Educação (ex.
Instituto Pedagógico do Mindelo). (cf. Apêndice III)
Criada com a finalidade de atuar no desenvolvimento económico e social e
em consonância com a política global de desenvolvimento do país e da educação. É uma
escola antiga (a primeira escola Técnica do país) que conta já com 58 anos de
existência, que lhe confere uma larga experiência na educação/ formação de quadros
que outrora satisfizeram as demandas do mercado de trabalho nos domínios vários.
Neste momento a escola tem um corpo docente de 97 professores e um corpo discente
de 1397 alunos.
iii) Escola José Augusto Pinto
Essa escola é uma instituição de ensino público, situada na ilha de São Vicente,
funcionando com as vias gerais do Ensino secundário- do 7ºao 12º anos de escolaridade-
técnica.
Foi criada ao abrigo da portaria nº60/98 de 2 de Novembro inaugurada aos 15
dias do mês de Maio de 1999 na zona de Chá de Monte Sossego, recebendo o nome
atual, em homenagem ao professor José Augusto Monteiro Pinto, um profissional
competente que dedicou à causa do ensino em São Vicente, que inicialmente funcionava
como anexo do Liceu Jorge Barbosa.
A escola começou a funcionar no ano escolar de 1998/99 em condições
relativamente precárias, com 1880 alunos do 7º ao 9º ano de escolaridade. Desde então
tem funcionado com os 3 ciclos. Tem no momento um corpo docente de 119
professores e um corpo discente de1647 alunos. (cf. Apêndice IV)
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
31
iv) Escola Ludgero Lima
O Liceu Nacional de Cabo Verde, com sede em São Vicente é criado pela Lei
nº 701, publicado no Diário do Governo (actual Boletim Oficial) nº 93, Iª Série, de 13
de Junho de 1917, e no Suplemento do Diário do Governo nº 173, Iª Série, de 8 de
Outubro de 1917, com designação de “Liceu Central do Infante D. Henrique”.
Essa instituição de ensino secundário foi extinta pelo Decreto nº28114, de 26
de Outubro de 1937, não chegando, no entanto, a haver interrupção no seu
funcionamento, porque essa medida impopular foi revogada pelo Decreto nº 28229, de
24 de Novembro de 1937, passando a designar-se de “Liceu de Gil Eanes”.
O Liceu Nacional de Cabo Verde iniciou as suas actividades numa casa
pertencente ao Senador Augusto Vera-Cruz, sita na Praça Nova, passando mais tarde
para outra instalação atrás do Palácio, o Liceu Velho e, finalmente, para um edifício
construído de raiz, sito em Chã de Monte Sossego, inaugurado no ano lectivo de
1967/68, no qual se mantém até hoje.
Aquando da revolução da vida nacional cabo-verdiana, com a queda do Estado
Novo, 1933-1974, em Portugal, era necessário mudar de patrono.
Assim, a partir de 19 de Maio de 1975, por despacho ministerial, publicado no
BO nº 21, de 24 de Maio de 1975, passa a designar-se “Liceu Nacional Ludgero
Lima”, em homenagem ao combatente da liberdade da pátria e ex-funcionário deste
Estabelecimento de Ensino, de nome de baptismo, Ludgero Lima. Matricularam-se nos
3 (três) Ciclos do Ensino Secundário, via geral, no presente ano lectivo 2015/16, 1403
alunos e um Corpo Docente constituído por 95 professores. (cf. Apêndice V)
Realça-se que as informações descritas no campo empírico foram facultadas
pelos Subdiretores das referidas escolas.
2.5. Procedimentos metodológicos
Como dito anteriormente, tratou-se de uma amostra de conveniência na medida
em que a pesquisadora considerou conveniente recolher a amostra de adolescentes junto
as escolas secundarias.
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
32
Para a recolha dos dados, primeiramente solicitou-se a permissão para recolha
de dados, aos respectivos Diretores das escolas, por meio de um requerimento (cf.
Apêndice VI) no mês de Outubro (cf. Apêndice VII)
Após a obtenção da autorização, a pesquisadora retornou as escolas para um
encontro com os Subdiretores pedagógicos a fim de lhes informar sobre as modalidades
de participação no estudo, os procedimentos éticos e os critérios de inclusão.
Aproveitou-se o ensejo para deixar um questionário devidamente acompanhado
do termo de consentimento informado para que conhecessem o questionário que os
estudantes estariam preenchendo.
O termo de consentimento informado acompanhou o questionário e
contemplava o objetivo da investigação, a explicação das modalidades de participação,
garantia no que concerne a protecção do anonimato e da confidencialidade das
informações pessoais; liberdade de participação e possibilidade de abandonar o estudo.
(cf. Apêndice VIII)
Nas escolas Jorge Barbosa e Industrial e Comercial do Mindelo, após obter a
autorização, agendou-se o dia e horário para o contato com os estudantes, através dos
professores responsáveis pelas disciplinas que decorriam nos respetivos horários. No
primeiro contato com os estudantes foi explicado os objetivos do estudo e as questões
éticas envolvidas (conforme o termo de consentimento informado). Nestas escolas,
preenchimento dos questionários decorreu em contexto sala de aula de manha e a tarde
num ambiente sem ruído com iluminação e arejamento satisfatório. Os adolescentes
foram devidamente informados de todos os aspetos éticos conforme o termo do
consentimento informado verbalmente e através do termo que acompanhou o
questionário.
Realça-se que na Escola Secundária Jorge Barbosa houve estudantes que
preencheram o questionário na biblioteca da escola e houve relutância de um estudante
em participar no estudo por se tratar de um tema relacionado ao consumo de álcool.
Na escola José A. Pinto e Liceu Ludgero Lima recolheu-se os dados
igualmente após o aval positivo dos Subdiretores e depois de terem agendado o dia e a
hora. Nestas escolas os participantes já haviam sido selecionados pelo que, o primeiro
contato foi numa sala onde os participantes (de diferentes anos escolares) e os
professores responsáveis estiveram reunidos com a pesquisadora para o preenchimento
dos questionários.
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
33
Em todas as situações de recolha de dados o preenchimento dos questionários
deu-se individualmente, na presença e sob vigia da pesquisadora. É importante realçar
que durante o preenchimento do questionário a pesquisadora não interferiu em nenhum
momento de maneira que não influencia-se nas respostas dos participantes. A colheita
dos dados foi feita no mês de Outubro, durante uma semana e não houve casos de
desistência. O preenchimento individual dos questionários teve duração média de 15
minutos.
Após a recolha de dados, os questionários foram codificados e as variáveis
foram operacionalizadas, num dicionário de variáveis, de modo que facilitassem a
introdução dos dados brutos na base de dados. (cf. Apêndice IX)
Os dados foram introduzidos num banco de dados em Statistical Package For
Social Sciences (SPSS), versão 20.0 para Windows e, com base nessa ferramenta
procedeu-se às análises estatísticas.
CAPÍTULO III – FASE EMPÍRICA
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
35
3.1. Apresentação e interpretação de resultados
De realçar que os dados que de seguida serão apresentados foram obtidos
especialmente com base em analises estatísticas descritivas e interpretados à luz da
literatura existente sobre o tema.
Consumo do álcool
Os resultados apontam que 68,75 % da amostra já consumiu álcool pelo menos
uma vez.
Vários estudiosos desta matéria, entre os quais Morel, Hervé, e Fontaine
(1999:51), vêm mostrando suas preocupações no que diz respeito à exposição dos
adolescentes às drogas, frisando que este fenómeno inicia-se nesta fase de vida, que é
por si só uma fase de vulnerabilidade.
Gráfico 1. Consumo do álcool
Fonte: Elaboração própria
Idade do primeiro consumo
Pode-se observar, através do Gráfico 2, que dos 55 que já experimentaram, 19
(23,8%) consumiram na infância e 36 (45,2%) na adolescência. A média de idade do
primeiro consumo é de 12,51 anos (DP=2,631).
Estes resultados estão em conformidade com dados estatísticos sobre o
consumo de álcool nos adolescentes à nível mundial que apontam que o início do
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
36
consumo é feito da passagem da infância para a adolescência (Caron, Rutter, 1991;
Clark, Watson, Reynolds; 1995).
Gráfico 2. Idade do primeiro consumo
Fonte: Elaboração própria
Bebida do primeiro consumo
Relativamente à bebida do primeiro consumo, 38 (47,5%) consumiram ponche,
8 (10%) cerveja, 3 (3,75%) vinho, 2 (2,5%) stomperod, 2 (2,5%) cerveja e ponche, 1
(1,5%) cerveja e vinho e 1 (1,5%) ponche, vinho e stomperod.
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
37
Gráfico 3. Bebida do primeiro consumo
Fonte: Elaboração própria
Motivo da experimentação
Em relação ao motivo da experimentação, 35 (43,75%) dos adolescentes
relataram ter experimentado por curiosidade, 15 (18,75%) experimentaram pela
excitação de festa/convívio e 5 (6,25%) experimentaram por influência de amigos.
Canavez, Alves e Canavez (2010:61) frisam a curiosidade e a influência dos
grupos de pares como os principais agentes motivadores para a experimentação inicial
de qualquer substância.
Gráfico 4. Motivo da experimentação
Fonte: Elaboração própria
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
38
Sensação do primeiro consumo
No que concerne à sensação do primeiro consumo, 30 dos participantes
(37,5%) afirmaram ter sido normal, 11 (13,8), relataram mal-estar, 8 (10%) relataram
ter tido a sensação de euforia, 4 (5%) revelaram sensação de desespero e 2 (2,5%)
relataram sensação de bem-estar.
Sobre a sensação do consumo, a literatura mostra que a preferência pelo
consumo de álcool por adolescentes ocorre pelos efeitos da substância que inicialmente
é de bem-estar. Além disso, proporciona satisfação, fácil inserção no grupo com os
amigos e fonte de alívio para o estrese em relação aos fatores familiares e escolares
(Simões, 2006: 148).
Gráfico 5. Sensação do primeiro consumo
Fonte: Elaboração própria
Consumo atual
Daqueles que afirmaram ter consumido, 32 (38,75%) relataram continuar a
consumir.
Teixeira (sd., p.42) frisa que os usuários ocasionais na maioria das vezes, passa
dum simples consumo ocasional para um consumo frequente sem se aperceber dos
riscos, tornando um vício que pode levar à dependência.
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
39
Gráfico 6. Consumo atual
Fonte: Elaboração própria
Frequência de consumo
No que diz respeito à frequência de consumo, 20 (25%) dos participantes
relataram o consumo uma a duas vezes por mês, 11 (13,75%) afirmaram só nos fins-de-
semana, 1 (1,5%) relatou consumo três a quatro vezes por semana.
Gráfico 7. Frequência de consumo
Fonte: Elaboração própria
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
40
Bebida de consumo atual
Os resultados mostram que das bebidas prediletas dos participantes que
consomem actualmente, o ponche é aquela que está no topo do ranking, assumindo
36,25%, de seguida a cerveja com 22% e o aguardente a menos consumida, com 1,25%.
Gráfico 8. Bebida de consumo atual
Fonte. Elaboração própria
Aquisição da bebida
No que tange à aquisição da bebida, 13 (16,25%) dos participantes relataram
adquirir bebidas na rua,10 (12,5%) relataram aquisição pela oferta, 5 (6,25%) revelaram
aquisição por meio de compra e 4 (5%) relataram ter sido adquirido em casa.
Carvalho, Lemos, Raimundo, Costa e Cardoso (2007:32) já haviam frisado que
os fatores que mais têm contribuído para o consumo do álcool nos adolescentes são: a
publicidade, o fácil acesso e o baixo custo.
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
41
Gráfico 9. Aquisição da bebida
Fonte: Elaboração própria
Sensação após consumo de álcool
Da sensação após consumo, 8 (10%) dos participantes revelaram ter visão turva
e sonolência, 8 (10%) afirmaram ter apenas sonolência, 4 (5%) relataram visão turva e
problemas estomacais, 3 (3,75) só visão turva, 3 (3,75) alegaram ter visão turva e
problemas em recordar o que aconteceu e 2 (2,5%) revelaram apenas problemas
estomacais.
Tais sensações não são invulgares. Conforme citam Mello e colaboradores
(apud Martins 2009:19), Após ingestão de álcool, inicialmente o indivíduo sente-se
auto-suficiente, porém, rapidamente passa a desencadear certos desconfortos no
organismo como sonolência, visão turva, diminuição motora, problema em recordar o
que aconteceu, problemas estomacais, vesicais e intestinas, intoxicação e até a morte,
quando consumido em doses excessivas.
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
42
Gráfico 10. Sensação após consumo de álcool
Fonte: Elaboração própria
Ressaca após o consumo
Dos inquiridos que consomem atualmente, 16 (20%) relataram ter
experienciado ressaca após o consumo.
Gráfico 11. Ressaca após o consumo
Fonte: Elaboração própria
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
43
Conhecimento do consumo por parte dos familiares
Constata-se que o conhecimento e desconhecimento dos familiares face ao
consumo de álcool por parte dos seus adolescentes distribuiu-se de forma igualitária
(20%).
Gráfico 12. Conhecimento do consumo por parte dos familiares
Fonte: Elaboração própria
Atitude dos familiares face ao consumo
Relativamente aos 16 inquiridos que afirmaram que os familiares sabem do
consumo 5 (6,25%) relataram que os pais mostram-se indiferentes, 5 (6,25%) alegam
que os familiares são liberais e 4 (5%) relatam que os familiares acham normal.
Acerca dessas atitudes parentais, Canavez, Alves e Canavez, (2010:62)
postulam que a atitude liberal e a falta de limites por parte dos pais contribui, de forma
negativa, na vida do adolescente, estimulando-o a experimentar álcool e tornando-o
num potencial viciado.
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
44
Gráfico 13. Atitude dos familiares face ao consumo
Fonte: Elaboração própria
Companhia de consumo
Do Gráfico 13, constata-se que a maioria dos participantes afirmou como
companhia de consumo os grupos de pares (29 - 36.25%) e 3 (3,75%) dos inquiridos
tendo como companhia de consumo os familiares.
Estes resultados estão em consonância com a literatura. Pois, esta tem revelado
que dentre os factores que mais contribuem para o consumo na adolescência, a pressão
dos amigos ou grupos de pares tem assumido um lugar de destaque (Carvalho, Lemos,
Raimundo, Costa e Cardoso 2007:32), na medida em que na busca da identidade o
adolescente tenta afirmar-se no seio do grupo onde, por vezes, para o fazer, precisa de
se comportar como os demais elementos do grupo.
Gráfico 14. Companhia de consumo
Fonte: Elaboração própria
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
45
Motivo do consumo
O Gráfico 15 mostra que, dos participantes que ainda consomem álcool, 15
(18,75%) consomem devido à influência de amigos, 10 (12,5%) consomem por
curiosidade e 3 (3,75%) relatam consumir por influência de outros familiares
nomeadamente primos e tios.
O abuso de álcool tem aumentado entre os adolescentes devido a pressão dos
grupos. É nos grupos de pares que o adolescente afirma as suas diferenças geracionais e
se obriga muitas vezes a grandes exigências identificativas; sendo estes tão importante
para o adolescente, constituindo num fator de incentivo a novas experiências para o
consumo e outros riscos (Pinto, 2013:45).
Gráfico 15. Motivo do consumo
Fonte: Elaboração própria
Acessibilidade ao álcool
Vinte e dois dos participantes (27,5%) relataram que o álcool é de fácil acesso
e 10 (12,5%) relataram que o álcool é de difícil acesso.
Freyssint, Dominjon e Wagner (2006) postulam que o facto do álcool estar
presente em todas as atividades prazerosas, festas ou convívios de outra natureza
contribui para o consumo precoce dos mais jovens. Além disso, acredita-se que a falta
de fiscalização das leis também contribui para que os adolescentes tenham facilmente
acesso ao consumo de bebidas alcoólicas.
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
46
Gráfico 16. Acessibilidade ao álcool
Fonte: Elaboração própria
Consequências do consumo do álcool
Os resultados revelaram que em decorrência do consumo 11 (13,8%) dos
participantes que consomem álcool faltaram aulas, 6 (7,5%) envolveram-se em brigas, 5
(6,25%) relataram ter comportamentos de risco (esquecimento do preservativo ou o uso
indevido), 1 (1,3%) teve acidente de trânsito.
Trindade e Correia (1999:s/p) afirmam que o consumo de álcool influencia de
forma direta, a médio e a longo prazo, a diminuição do rendimento escolar, além de
influenciar comportamentos de risco para a saúde, no âmbito de comportamentos
sexuais de risco e de comportamentos de risco na condução de veículos motorizados.
Gráfico 17. Consequências do consumo do álcool
Fonte: Elaboração própria
Fácil
acesso Difícil
acesso
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
47
Consumo de grupos de pares
O Gráfico 18 evidencia que 43 (53,75%) dos inquiridos revelaram que os
amigos não consomem bebidas alcoólicas e 37 (46,25%) relataram que os amigos
consomem-nas.
Gráfico 18. Consumo de grupos de pares
Fonte: Elaboração própria
Consumo familiar
A análise do consumo no seio familiar revela que, 70 (87,5%) dos participantes
relataram ter familiares que consomem bebidas alcoólicas, e 10 (12,5%) dos
participantes relataram não ter elementos no seio familiar que consomem álcool.
Um indivíduo que cresce num meio onde o uso de qualquer tipo de substância
é comum tem possibilidades de vir a experimentar substâncias e até de se tornar viciado
(Canavez, Alves e Canavez 2010:61).
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
48
Gráfico 19. Consumo familiar
Fonte: Elaboração própria
Familiares que consomem
No que toca aos familiares que consomem álcool, 80,25% revelaram que o
consumo é feito pelos seus progenitores, 18,75% relataram o consumo feito pelos
irmãos, 32,5% afirmaram o consome feito pelos tios, avos e primos.
Gráfico 20. Familiares que consomem
Fonte: Elaboração própria
Família com problema com o álcool
Daqueles que afirmaram o consumo na família, 49 (61,25%) relataram não
terem familiares com problemas ligadas ao álcool e 22 (27,5 %) relataram problemas
com o álcool.
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
49
Gráfico 21. Família com problema com o álcool
Fonte: Elaboração própria
Bebidas consumidas pelos familiares
No tocante as bebidas consumidas pelos familiares, 65% dos participantes
revelaram o vinho como sendo a bebida alcoólica de eleição dos familiares, 53,75%,
relataram a cerveja, 37,5% afirmaram o ponche a bebida alcoólica consumida pelos
familiares, o stomperod e o aguardente a menos consumida, correspondendo à 2,5% dos
participantes.
Gráfico 22. Bebidas consumidas pelos familiares
Fonte: Elaboração própria
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
50
Conflitos familiares
Referente à questão de conflitos familiares, 61 (76,25%) dos participantes
relataram ausência de conflitos familiares e 12 (15%) relataram conflitos familiares em
decorrência do consumo do álcool.
Gráfico 23. Conflitos familiares
Fonte: Elaboração própria
Tipo de conflitos
No que diz respeito aos tipos de conflitos, dos participantes que revelaram
conflitos familiares, 8 (10%) afirmaram ter havido violência verbal, 2 (2,5%) referiram
violência física e 2 (2,5%) alegaram outros tipos de violência.
Pode-se dizer que, o meio familiar e social influencia o comportamento do
indivíduo, uma criança que se encontra inserida num meio onde existem diversos
problemas com alcoolismo, violência tanto verbal como física, abandono escolar e
dificuldades económicas tem maior possibilidade de ser dependente alcoólico (Ramos,
2004:177).
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
51
Gráfico 24. Tipos de conflito
Fonte: Elaboração própria
Consumo de álcool como solução de problemas
Os resultados apontam que a maioria dos participantes está consciente que o
álcool não é solução para os problemas. Contudo, 2 (2,5%) referiram o álcool como
solução de problemas.
Gráfico 25. Consumo de álcool como solução de problemas
Fonte: Elaboração própria
Percepção das consequências do consumo de álcool
Relativamente à percepção das consequências do consumo do álcool, a maior
parte (76 - 95%) reconhece que o abuso do álcool traz consequências à saúde e 4 (5%)
relataram que o consumo do álcool não traz consequências a saúde.
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
52
Gráfico 26. Percepção das consequências do consumo de álcool
Fonte: Elaboração própria
Percepção dos tipos consequências
Das consequências que o consumo do álcool traz à saúde, a maior parte dos
participantes (34-42,5%) evidenciou consequências psicológicas, físicas, familiares,
académicas e económicas; 18 (22,5%) dos inquiridos referiram consequências físicas,
psicológicas, familiar e académicas; e 1 (1,25%) referiu consequências físicas,
familiares e económicas.
Gráfico 27. Percepção dos tipos de consequências
Fonte: Elaboração própria
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
53
Prevenção do alcoolismo nas Escolas
No que se refere à prevenção do consumo de álcool na nas escolas, 50 (62,5%)
relataram, que as escolas desenvolvem atividades de prevenção do alcoolismo e outros
comportamentos de risco e 30 (37,5%) afirmaram que as escolas não fazem quaisquer
atividades de prevenção do alcoolismo.
Gráfico 28. Prevenção do alcoolismo nas Escolas
Fonte. Elaboração própria
Estratégias preventivas do nas Escolas
Pode se observar pelo Gráfico 31 que 31 (38,75%) dos inquiridos revelaram
palestra/cartazes enquanto atividades estratégias para prevenção do alcoolismo; 16
(20%) alegaram palestra/cartazes e documentários/ filme e 1 (1,25%) palestra/cartazes e
visitas de estudos a instituições contra álcool e droga.
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
54
Gráfico 29. Estratégias preventivas do alcoolismo nas Escolas
Fonte: Elaboração própria
Prevenção do consumo de álcool nas Comunidades
Cinquenta (62,5%) dos participantes relataram não terem conhecimentos de
actividades de prevenção do alcoolismo nas suas comunidades e 29 (36,25%) afirmaram
que fazem atividades de prevenção do álcool nas suas comunidades.
Gráfico 30. Prevenção do alcoolismo nas Comunidades
Fonte: Elaboração própria
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
55
Estratégias preventivas do alcoolismo nas Comunidades
A maioria dos inquiridos (24 - 30%) relatou que fazem palestras e uso de
cartazes preventivos; 3 (3,75%) afirmaram ter visto documentários/ filmes e 1 (1,25%)
revelou ter feito visita de estudo as instituições de álcool e droga.
Gráfico 31. Estratégias preventivas do alcoolismo nas Comunidades
Fonte: Elaboração própria
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
56
3.2. Diagnósticos e Intervenções de Enfermagem
Após a explanação dos resultados e antes de partir à discussão dos mesmos
considerou-se pertinente levantar os diagnósticos de enfermagem com base no North
American Nursing Diagnosis Association (NANDA) e a Uniformização da linguagem
dos diagnósticos de enfermagem da NANDA: sistematização das propostas do II SNDE
e as intervenções/actividades segundo as Classificação das Intervenções de Enfermagem
(NIC).
Dos resultados expostos, considerou-se necessário identificar os diagnósticos
tanto para os adolescentes como para seus familiares. Embora os diagnósticos e as
intervenções adolescentes/família aparecem separados, ambos são necessários e
complementares.
3.2.1. Diagnósticos e Intervenções de Enfermagem para os Adolescentes
Para os adolescentes, os diagnósticos identificados foram: i) adaptação
prejudicada, ii) déficit do conhecimento, iii) manutenção da saúde alterada e, iv)
proteçao alterada. Como possíveis intervenções, ressaltam-se:
Identificação de risco;
Educação para a saúde;
Ensino: sexo seguro;
Aconselhamento sexual prevenção contra o uso de substâncias;
Tratamento do uso de substância;
Tratamento do uso de substância abstinência de álcool;
Grupo de apoio;
Modificação do comportamento;
Proteção contra infeçao;
3.2.2. Diagnósticos e Intervenções de Enfermagem para os Pais/Famílias dos
Adolescentes
Para os Pais/Famílias, o diagnóstico identificado foi: Processo familiar alterado
e, como possíveis intervenções, ressaltam-se:
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
57
Educação para a saúde
Melhora de papel papel parental
Aconselhamento
Para levar as intervenções a cabo, propõe-se a concretização de um conjunto de
actividades. (Apêndice X)
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
58
3.3. Discussão e considerações finais
Este estudo pretendeu descrever as intervenções de enfermagem na prevenção
do consumo de álcool na adolescência. Para tal foram enunciados os seguintes
objectivos específicos: i) Identificar as caraterísticas sociodemográfico da amostra; ii)
Conhecer os factores que incitam o consumo do álcool nos adolescentes; iii) Descrever
os efeitos do álcool sobre a saúde, e iv) Identificar as intervenções de enfermagem na
prevenção do consumo do álcool na adolescência.
O primeiro objectivo especifico foi alcançado. Em linhas gerais, tratou-se de
uma amostra de adolescentes de ambos os sexos, com uma média de idade de 15,49
anos, todos estudantes do ensino secundário, maioritariamente residentes em zonas
centrais da ilha de São Vicente.
Tais dados apontam que o consumo de bebidas alcoólicas ocorre em todos os
segmentos da sociedade, independentemente do nível socioeconómico.
Relativamente ao segundo objetivo, este foi alcançado e pode-se frisar que a
influência dos amigos ou grupos de pares que consomem álcool, a permissividade dos
pais, as crenças relacionadas com o álcool, o fácil acesso e baixo custo do álcool são os
incitadores do consumo de álcool nos adolescentes que compõem esta amostra. Estes
resultados vão precisamente ao encontro dos postulados de Carvalho, Lemos,
Raimundo, Costa e Cardoso (2007:32).
Quanto ao terceiro objectivo, dizer que são amplas as implicações do alcoolismo
sobre a saúde designadamente cancro, esofagite, gastrite, cirrose hepática, ascite,
encefalopatia, etc. No entanto, é de referir que os adolescentes que fizeram parte da
amostra, embora tenham percepção dos efeitos do álcool sobre a saúde e sobre outras
dimensões da vida, não têm a exata noção dos danos que o álcool possa causar a saúde.
O quarto obetivo também foi alcançado. Em conformidade com os resultados
obtidos e os diagnósticos decorrentes dos resusltados, traçou-se as intervenções de
enfermagem. Resumidamente, pode-se dizer que consistem em indentificar riscos,
educar para a saúde, tratar o uso de substância, fomentar grupos de apoio, modificar
comportamentos e melhorar o papel parental.
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
59
Um resultado a discutir prende-se com o fácil acesso ao álcool relatado, por
compra inclusive. Sabe-se que as leis que vigoram no contexto nacional proíbem a
venda de álcool a menores de 18 anos. Assim, crê-se que a compra ocorre em contextos
de venda clandestina, ou os vendedores em estabelecimentos registados passam por
cima das leis vigentes. De qualquer modo, é indiscutível que a fiscalização ou não tem
funcionado ou não tem surtido o efeito desejado.
Outro aspecto importante a referir relaciona-se com a fraca percepção das
actividades empreendidas nas escolas e nas comunidades no combate ao uso de álcool.
Este dado mostra a insuficiência das estratégias empreendidas quer pelas escolas quer
pelas comunidades.
Não obstante, informações que circulam sobre os malefícios do álcool são
muitas. Mesmo assim, sabe-se que uma das principais causas dos internamentos no
hospital local deve-se à doenças relacionadas com o consumo de álcool. Isto mostra que
a informação é importante mas não suficiente. Em matéria de prevenção e combate ao
uso abusivo de álcool é necessário, mais que informar, persuadir. É necessário
Educação para a Saúde e educação pressupõe profissionais que o saibam fazer.
Igualmente, outro aspeto a considerar nos resultados obtidos relaciona-se com a
permissividade dos pais em relação ao consumo de álcool da sua prol adolescente.
Sobre este assunto, Alves e colaboradores (2008; s/p) haviam referido que as
experiências vividas no quotidiano familiar, relacionadas aos sentimentos, à educação
para a independência, compreensão dos limites, experiências de liberdade e de
responsabilidade podem constituir ora fatores de proteção, ora factores de risco dos
jovens, quanto a forma de se relacionarem com as ofertas químicas de satisfação e
autonomia.
Não obstante alcançar dos objectivos, salienta-se as limitações encontradas no
decurso desta investigação, nomeadamente ao nível da pouca experiência na matéria de
investigação, ao nível da amostra e instrumento de recolha de dados.
Como já referido, tratou-se de uma amostra de conveniência e, com isso, não se
concedeu possibilidade dos adolescentes fora do sistema educativo participarem no
estudo. Além de que o tamanho da amostra não é representativa dos adolescentes em
São Vicente.
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
60
Sobre o método de recolha de dados, por se tratar de um questionário de auto-
relato, os adolescentes podem simplesmente ter deixado transparecer uma imagem
favorável em vez de responder as questões com sinceridade. Assim, para investigações
futuras propõem-se: alargar o tamanho da amostra de modo que seja representativa da
população; utilização de um método de amostragem probabilístico de modo todos os
adolescentes tenham igual probabilidade de participar no estudo e com isso poder
generalizar os resultados; estudos comparativos de forma que seja compreendida os
factores de vulnerabilidade; estudos correlacionais com a intenção de seleccionar as
várias que se relacionam com o consumo de álcool e realização de estudos
longitudinais e experimentais na medida em que possibilitam testar a eficácia dos
programas preventivos.
Embora as limitações deste, pode-se afirmar, em jeito de conclusão, que este
trabalho alcançou as respostas para a questão norteadora. Acredita-se que estes
resultados contribuem para motivar e reforçar o desenvolvimento de novas pesquisas e
oferece estratégias de prevenção do álcool para acção de enfermagem, enquanto
recurso à disposição da comunidade.
Este trabalho, que tantas aprendizagens trouxe, não é mais que um ponto de
partida no percurso da investigação.
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
61
Propostas
Implementação de programas preventivos tendo como público-alvo crianças que
ainda estão em formação da sua personalidade e que não adquiriram maus hábitos,
podendo ser implementadas nas escolas.
Reforçar os programas de combate ao álcool já existentes.
Continuidade dos programas em contextos laborais e comunidade, sempre em
cooperação com profissionais de outras áreas nomeadamente dos competentes em
matéria de mudança de comportamento.
Fiscalização (mais) exigente das leis vigentes.
Adoção de novas políticas preventivas.
Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção
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Plano preliminar de combate ao alcoolismo
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de agosto de 2015 as 18h55
https://salesedson.wordpress.com/ consultado 25 de outubro de 2015
http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/enciclopedia+da+saude/ministeriosaude/estil
os+de+vida/dependenciaalcool.htm consultado em 20 de outubro de 2015 as 15h40
69
APÊNDICES
APÊNDICE I – Instrumento de recolha de dados: Questionário
APÊNDICE II – Escola Jorge Barbosa
APÊNDICE III – Escola Industrial e Comercial do Mindelo
APÊNDICE IV – Escola José Augusto Pinto
APÊNDICE V – Liceu Ludgero Lima
APÊNDICE VI – Requerimento para recolha de dados
APÊNDICE VII – Cronograma de trabalho
APÊNDICE VIII – Termo de Consentimento Informado
APÊNDICE IX – Dicionário de Variáveis
APÊNDICE X – Diagnósticos, Intervenções e Actividades de Enfermagem
70
APÊNDICE I – Instrumento de recolha de dados: Questionário
A. Características Sociodemográficas
1. Sexo: F M
2. Idade: _____anos
3. Grau académico:
7ºano 9ºano 11ºano
8ºano 10ºano 12ºano
4. Qual é a escola que frequentas?
Escola José A. Pinto Escola industrial e comercial do Mindelo
Escola Jorge Barbosa Escola Ludgero Lima
5. Trabalhas?
Sim Não
6. Onde moras?______________________
7. Moras com quem? (marca um (x) nos membros com quem vives)
Mãe Irmãos Primo
Pai Tios Avos
Outros familiares? _______________
8. Quantas pessoas moram na tua casa, contando contigo?________ pessoas
9. Qual é o nº de ordem na fratria (se és 1º, 2º filho etc )?____________
10. Tens filhos?
Sim Não
Se sim, quantos?________
11. Pertences a alguma religião?
Sim Não
71
B. Informações sobre ti e seus amigos/ colegas em relação ao álcool
12. Já consumiste álcool? (Se não consomes, passe para a pergunta 24)
Sim Não
13. Que idade tinhas quando consumiste álcool pela primeira vez? _________ anos
14. Qual foi a 1ª bebida que consumiste pela primeira vez?
Cerveja Ponche “ Stomperod”
Aguardente Vinho Outro? ___________
15. Em que situação consumiste álcool pela 1ª vez?
Curiosidade? Influencia dos pais? Influência de amigos?
Para aliviar stress? Busca de sensação de desinibição?
Festa/convívio?
16. O que sentiste ao experimentar álcool pela 1ª vez?
Normal? Euforia? Mal-estar
Desespero? Bem-estar?
17. Atualmente consome álcool?(Se não, passe para a pergunta 30)
Sim Não
18. Com que frequência consomes álcool?
Todos os dias? Só aos fins-de-semana?
Várias vezes ao dia?
19. O que é que consomes?
Cerveja Ponche “ Stomperod”
Aguardente Vinho Outro? ___________
20. Como arranjas o álcool?
Em casa? Oferta?
Na rua? Compra?
21. Como se sente após beber álcool?
Visão turva Sonolência Insegurança no andar
Problemas estomacais Problema em recordar o que aconteceu
22. Alguma vez teve ressaca após o consumo?
Sim Não
23. Seus familiares sabem que consomes álcool?
Sim Não
72
24. Se sim, o que acham em consumires álcool?
Não tem nenhuma diferença É normal
Não dizem nada porque são liberais
25. Com quem consomes álcool?
Sozinho? Com familiares?
Com amigos? Outro Quem?___________
26. Por que motivo consome álcool?
Influencia dos pais Influência de outros familiares
Influência de amigos Curiosidade
27. As bebidas alcoólicas são de fácil acesso para ti?
Sim Não
28. Em decorrência do consumo do álcool alguma vez já
Faltou as Aulas Teve acidente de trânsito Envolveu-se em briga
Teve comportamento sexual de risco (uso indevido ou esquecimento de
preservativo) Nenhum item referido
29. A maioria dos teus amigos consome álcool?
Sim Não
C. Informações em relação aos teus familiares, sobre o consumo de álcool 30. Algum membro da tua família consome álcool? (Se não, passa a pergunta 33).
Sim Não
31. Se sim, quem ou quais consomem álcool?
Pai Irmão
Mãe Outro ________
32. Na família algum membro tem problema com o álcool? (que bebem até
embriaguez)
Sim Não
33. Qual a bebida que consomem em tua casa?
Cerveja Ponche “ Stomperod”
Aguardente Vinho Outro? ___________
34. Há conflitos em tua casa por causa do álcool?
Sim Não
35. Se sim assinala com um (x) os tipos de conflitos que surge na tua casa devido ao
álcool?
Violência verbal Violência física Outro tipo de violência
D. Aspetos sociais e de saúde
36. .Achas que o álcool pode ser solução para os teus problemas?
Sim Não
73
38 .Tens à noção que consumir álcool traz várias consequências para a saúde?
Sim Não
39. Se sim assinala com um (x) as consequências que o álcool pode trazer a saúde e o
bem-estar do individuo?
Cancro Diminuição do rendimento escolar Acidentes
Envolver em comportamentos de risco Doenças mentais e Suicídio
Pobreza e exclusão social Hipertensão Arterial Desestruturação familiar
40 .Na escola que frequentas costumam fazer actividades para a prevenção do uso/abuso
do álcool?
Sim Não
41. Se sim, assinala com (x) as que fazem parte da conduta da tua escola
Palestras/cartazes
Visitas de estudo as Instituições (Alcoólicos Anónimos, Centro de Atenção
Psicossocial – álcool e drogas)
Documentários/Filmes
42. Na sua comunidade costumam fazer actividades para a prevenção do uso/abuso do
álcool?
Sim Não
43. Se sim, assinala com (x) as que fazem parte da conduta da tua Comunidade?
Palestras/cartazes Visitas de estudo as Instituições (Alcoólicos Anónimos,
Centro de Atenção Psicossocial – álcool e drogas)
Documentários/Filmes
OBRIGADA!
74
APÊNDICE II – Escola Jorge Barbosa
Fonte Própria
Fonte Própria
75
APÊNDICE III – Escola Industrial e Comercial do Mindelo
Fonte Própria
Fonte Própria
76
APÊNDICE IV – Escola José Augusto Pinto
Fonte Própria
Fonte Própria
74
APÊNDICE V – Liceu Ludgero Lima
Fonte Própria
Fonte Própria
75
APÊNDICE VI – Requerimento para recolha de dados
76
77
78
75
APÊNDICE VII – Cronograma de trabalho
Fase inicial Atividades Meses
Outubro Novembro Dezembro
Janeiro
Fevereiro Março Abril
Maio
Junho Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Tema
Pesquisa
P.de partida e
Justificativa
Objetivos
Escolha da abordagem
Const. da problemática
Enquadramt. Teórico
Apresentação do
projeto
Fase de
execução
Procedimentos éticos
Iniciar a
investiga
ção
Trabalho de pesquisa
Método e instr. de
recolha de dados
Participantes
Campo Emp.
Recolha de dados
Tratamento de dados
Apresentação dos
resultados
Interpretação dos
resultados
Fase de
encerramento
Introdução
Considerações Finais
Resumo
Enviar o TCC ao
orientador
Revisão e tradução
Entregar ao SAA 20
75
APÊNDICE VIII – Termo de Consentimento Informado
UNIVERSIDADE DO MINDELO
Sapientia Ars Vivendi
12 ANOS PROMOVENDO A QUALIDADE
CONSENTIMENTO INFORMADO
Eu, Ineida Patrícia Recheado, numero 2571, aluna do 4ºano do curso de
licenciatura em Enfermagem da Universidade do Mindelo, pretendo realizar uma
investigação científica, para a obtenção do grau de licenciatura, cujo tema é, Um olhar
da enfermagem sobre o consumo do álcool nos adolescentes: uma abordagem
preventiva. O estudo visa, Identificar as intervenções de enfermagem na prevenção do
consumo do álcool nos adolescentes.
A sua participação é importante, sendo assim, solicito sua participação
respondendo o questionário de forma mais sincera possível. As suas respostas só serão
analisadas no âmbito desta investigação, e juntamente com as respostas de muitos
outros participantes.
A confidencialidade e o anonimato são garantidos em todo o momento do
estudo e o preenchimento do questionário não comporta quaisquer riscos. As vantagens
prendem-se com o fato da enfermagem, com base nos resultados encontrados, poder
contribuir para o delineamento de estratégias que permitem intervir na prevenção do
consumo de álcool na adolescência.
A sua participação é livre e voluntária podendo abandonar o estudo a qualquer
momento se assim desejar.
Desde já agradeço a sua colaboração colocando-me a disposição para o
esclarecimento de eventuais dúvidas.
Agradeço a sua colaboração
A Pesquisadora: Ineida Recheado contato 9750709
78
APÊNDICE IX – Dicionário de Variáveis
Nº de células Definição por extenso Valor que assume Missing value Tipo de escala
Sexo 1 Sexo Fem-1
Masc-2
99 Nominal
Idade 1 Idade Valor real 99 Intervalar
H_lit
1 Habilitações literárias 1-7º Ano
2-8ºAno
3-9º Ano
4-10º Ano
5-11º Ano
6-12ºAno
99 Ordinal
Esc_Sec 1 Escola Secundária 1-Escola José Augusto Pinto
2-Escola Jorge Barbosa
3- Escola Industrial e Comercial do Mindelo
4- Escola Ludgero Lima
99 Nominal
Sit_lab 1 Situação laboral 1-Sim
2-Não
99 Nominal
Resid 1 Residência 1-Zona Central
2-Zona Periférica
99 Nominal
Ag_fam 1 Agregado familiar 1-Família Nuclear
2-Família Recomposta
3-Família Alargada
99 Nominal
Nr_fam 1 Número do agregado
familiar
Valor real 99 Nominal
Nr_ord Número de ordem na fratria Valor Real 99 Intervalar
79
Exist_Fil 1 Existência de Filhos 1-Sim
2- Não
99 Nominal
Nr_Fil 1 Número de filhos Valor Real 99 Intervalar
Relig Religião 1-Sim
2-Não
99 Nominal
Cons 1 Consumo 1-Sim
2-Não
99 Nominal
I_PCons Idade do primeiro consumo Valor real 99 Intervalar
B_PCons 1 Bebida do primeiro
consumo
1-Cerveja
2-Aguardente
3-Ponche
4-Vinho
5-Stomperod
6-Outro
99 Nominal
Mot_Exp 1 Motivo da experimentação 1-Curiosidade
2- Influência de amigos
3-Busca de sensação de desinibição
4-Festa/convívio
5- Aliviar stress
99 Nominal
Sens_PCons 1 Sensações do primeiro
consumo
1-Normal
2-Euforia
3- Mal-estar
4- Desespero
5-Bem estar
99 Nominal
Cons_At 1 Consumo atual 1-Sim
2-Não
Nominal
FreqCons 1 Frequência do consumo 1-Todos os dias
2- Só nos fins de semana
3-1-2 Vezes por semana
99 Ordinal
80
4- 3-4 Vezes por semana
5-1-2 Vezes por mês
BebConsAt 1 Bebidas de consumo atual 1-Cerveja
2-Aguardente
3-Ponche
4-Vinho
5-Stomperod
6-Outro
99 Nominal
Aq_Beb 1 Aquisição da bebida 1-Em casa
2-Na rua
3-Oferta
4-Compra
99 Nominal
DC_Beb 1 Dinheiro para compra da
bebida
1-Oferecido
2-Roubo
3-Venda de qualquer objecto
99 Nominal
Sens_Cons 1 Sensação após consumir
bebidas
1-Visão Turva
2- Sonolência
3- Insegurança no andar
4 Problemas Estomacais
5 Problemas em recordar o que aconteceu
99 Nominal
Ress_Cons 1 Ressaca após consumo 1-Sim
2-Não
99 Nominal
ConhCF 1 Conhecimento do consumo
por parte dos familiares
1-Sim
2-Não
99 Nominal
Atit_FC 1 Atitude dos familiares face
ao consumo
1-Não tem nenhuma diferença
2-É normal
3-Não dizem nada porque são liberais
99 Nominal
CompCons 1 Companhia de consumo 1-Sozinho
2-Com Familiares
3-Com amigos
99 Nominal
81
4-Outro
Mot_Cons 1 Motivo do Consumo 1-Influência dos pais
2- Influência de outros familiares
3-Influência de amigos
4-Curiosidade
99 Nominal
FacAcess 1 Fácil Acesso 1-Sim
2-Não
99 Nominal
Dec_Cons 1 Decorrência de consumo 1-Faltou as aulas
2-Teve acidente de trânsito
3- Envolveu-se em briga
4- Teve comportamento sexual de risco
5-Nenhum item referido
99 Nominal
ConsGP 1 Consumo de grupo de pares 1-Sim
2-Não
99 Nominal
Cons_Fam 1 Consumo familiar 1-Sim
2-Não
99 Nominal
Fam_Cons 1 Familiares que consumem 1- Pai
2-Mãe
3-Irmão
4-Outros familiares
99 Nominal
P_ConsF 1 Problema de consumo
familiar
1-Sim
2-Não
99 Nominal
BCFam 1 Bebidas consumidas pelos
familiares
1-Cerveja
2-Aguardente
3-Ponche
4-Vinho
5-Stomperod
6-Outro
99 Nominal
ConfFam 1 Conflitos familiares 1-Sim
2-Não
99 Nominal
82
T_ConfF 1 Tipo de conflito familiar 1-Violência verbal
2-Violência física
3-Outros tipos de violência
99 Nominal
BebRP 1 Bebidas alcoólicas como
resolução de problemas
1-Sim
2-Não
99 Nominal
Beb_Saúd 1 Bebidas alcoólicas e
consequências a saúde
1-Sim
2-Não
99 Nominal
TipConsq 1 Tipos de Consequências 1-Consequências Físicas
2-Consequências Psicológicas
3- Consequências Familiar
4- Consequências Académica
5- Consequências Económicas
99 Nominal
AtvEPrev 1 Atividades escolares na
prevenção do álcool
1-Sim
2-Não
99 Nominal
T_AtvE 1 Tipos de atividades
escolares na prevenção do
álcool
1-Palestras/cartazes
2-Visitas de estudos as instituições
3-Documentários/Filmes
99 Nominal
AtvCPrev 1 Atividades na comunidade
na prevenção do álcool
1-Sim
2-Não
99 Nominal
T_AtvC 1 Tipos de atividades na
comunidade na prevenção
do álcool
1-Palestras/cartazes
2-Visitas de estudos as instituições
3-Documentários/Filmes
99 Nominal
79
APÊNDICE X – Diagnósticos, Intervenções e Atividades de
Enfermagem
80
Diagnósticos Intervenções Atividades
ADOLESCENTES
1- Adaptação prejudicada
Definição: estado em que o indivíduo é
incapaz de modificar o seu comportamento
ou estilo de vida de modo compatível com
uma mudança no seu estado de saúde
Caratrísticas definidoras: Verbalização de
não aceitação da mudança no estado
de saúde; inabilidade, ou habilidade mal
sucedida para envolver-se na solução dos
problemas e no estabelecimento de metas.
Fatores relacionados: sistema de suporte
inadequado,
2- Déficit do conhecimento
Definição: estado em que o individuo não
Identificação de risco
Educação para a saúde
Ensino: sexo seguro
Aconselhamento sexual
prevenção contra o uso de
substâncias
Tratamento do uso de
substância
Tratamento do uso de
substância abstinência de
álcool
Grupo de apoio
Modificação do
comportamento
Proteção contra infeçao
Determinar à presença e a qualidade de
apoio familiar
Priorizaras áreas de redução de risco
junto como individuo/grupo
Planejar atividades de redução de risco
junto com o individuo
Determinar os recursos comunitários
adequados, as necessidades básicas de
vida e saúde
Ensinar estratégias que podem ser usadas
para resistir a comportamentos não
saudável ou a assunção de riscos, ao invés
de aconselhar evitar ou a mudar o
comportamento
Incorporar estratégias que intensifiquem a
81
tem a informação correta/completa sobre
aspetos necessários para manter ou
melhorar seu bem-estar
Caratrísticas definidoras: Verbaliza a
carência de conhecimento ou informação;
Manifesta perceção errada acerca do estado
de saúde; Não desempenha correctamente
uma conduta de saúde desejada.
3- Manutenção da saúde alterada
Definição: estado no qual o indivíduo
apresenta incapacidade para
identificar/resolver problemas de saúde, ou
buscar ajuda para manter a saúde.
Caratrísticas definidoras: falta demostrada
de conhecimento sobre as práticas básicas
de saúde: abuso do álcool
Fatores relacionados: Relacionado à falta
auto estima do público-alvo
Identificar fatores internos e externos
capazes de acentuar ou reduzir a
motivação para comportamentos de riscos
saudáveis
Estabelecer grupos de alto risco e
variações etárias que possam beneficiar-
se ao máximo da educação de saúde
Usar palestras para transmitir a maior
quantidade de informação, quando
adequado
Usar instrumentos auxiliados por
computadores (televisão, vídeos
interactivos e outras tecnologias para
transmitir as informações
Envolver indivíduos, famílias e grupos
no panejamento e implementação dos
planos para modificações do modo de
vida e no comportamento
Influencia o desenvolvimento de políticas
82
de educação sobre factores relativos à
idade (Adolescência) abuso de álcool e
outras drogas.
4- Protecção alterada
Definição: estado em que o indivíduo tem
diminuição da capacidade de defender-se
de ameaças internas ou externas tais como
doença ou injuria.
Caratrísticas definidoras: resposta ineficaz
ao stress, imunidade insuficiente
Fatores relacionados: abuso de álcool,
nutrição inadequada
que garantam educação de saúde como
um benefício ao empregado
Discutir as atitudes do paciente sobre os
vários métodos contracetivos
Orientar o paciente sobre a correta
aplicação e remoção de contracetivos,
quando adequado
Encorajar o paciente com alto risco para
doença sexualmente transmissíveis a
fazer exames regular
Planejar aulas de educação sexual para
grupos de pacientes, quando adequado
Orientar o paciente sobre praticas sexuais
de baixo risco, como os que evitam a
penetração no corpo ou a troca de liquido
corporais, quando adequado
Discutir com o paciente as maneiras de
convencer os parceiros a usarem
contracetivos
Encorajar o paciente a verbalizar seus
83
medos e a fazer perguntas
Oferecer a privacidade e garantir a
confidencialidade
Informar o paciente antecipadamente na
relação que a sexualidade é a parte
importante da vida e que doença,
medicamentos e stress (outros
problemas/eventos que o paciente possa
estar vivenciando) costuma
frequentemente alterar a função sexual
Discutir as modificações necessárias na
atividade sexual, quando adequado
Providenciar informações fatuais sobre
mitos e informações factuais equivocadas
que o paciente possa verbalizar
Incluir o cônjuge/parceiro(a) o mais
possível no aconselhamento, quando
adequado
Oferecer segurança no sentido de que as
práticas sexuais atuais ou novos são
84
saudáveis, quando adequado
Reduzir o isolamento social, quando
adequado
Pressionar para o aumento da idade
permitida para ingerir bebida alcoólica
Apoiar medidas que regulam a venda e a
distribuição de álcool a menores
Recomendar possíveis mudanças nos
currículos sobre álcool e drogas no ensino
fundamental
Conduzir programas em escolas para
evitar o uso de álcool e drogas como
atividades recreativas
Encorajar a tomada de decisões
responsável sobre a escolha do modo de
vida
Recomendar campanhas na mídia sobre
questões a respeito do uso de substância
na comunidade
Determinar a história do uso do álcool
85
Identificar com o paciente os fatores
(genético, sofrimento, psicossocial e
stress) que contribuem para a
dependência química
Determinar quais a (s) substância (s)
usada (s)
Discutir com o paciente o impacto do uso
de substância do uso de substâncias na
clinica media ou na saúde em geral
Auxiliar o paciente a identificar os efeitos
negativos da dependência química sobre a
saúde, a família e o funcionamento diário
Facilitar o apoio de pessoas significativa
Oferecer apoio a família ou pessoas
significativas, quando adequado
Determinar se existem relações de co-
dependencia na família
Identificar grupos de apoio na
comunidade para tratamento de abuso de
substância a longo prazo
86
Monitorar delirium tremens
Monitorar os sinais vitais durante a
retirada do álcool
Abordar o comportamento abusivo do
paciente de forma neutra
Oferecer segurança verbal, quando
adequado
Tratar as alucinações de forma
terapêutica
Monitorar o consumo escondido de álcool
durante a desintoxicação
Orientar o paciente no sentido de que
depressão e fadiga costumam recorrer
durante a retirada do álcool
Encorajar a expressão de ajuda mútua
Enfatizar a responsabilidade e o controle
pessoais
Encorajar encaminhamentos adequados a
profissionais na busca de informações
Manter estimulo positivo para mudanças
87
de comportamento
Incluir a família/pessoas significativas,
quando adequado
Estabelecer a necessidade de um
programa
Definir a (s) população (ões)
potencialmente alvos
Desenvolver novos materiais educativos e
atividade de aprendizagem
Listar possíveis estratégias de ensino,
materiais educativos e atividade de
aprendizagem
Auxiliar o paciente a identificar
elementos positivos e reforça-los
Reforçar decisões construtivas sobre as
necessidades de saúde
Oferecer reforços positivos a decisões
que o paciente tomou independentemente
Encorajar o paciente a examinar o próprio
comportamento
88
Identificar o problema do paciente em
termos de comportamento
Examinar todas as visitas em busca de
doenças transmissível
Administrar agente imunizador, quando
adequado
Ensinar ao paciente/família sobre os
sinais e sintomas de infeçao e o momento
de relata-lo ao provedor de cuidado de
saúde
Ensinar ao paciente e aos familiares a
forma de evitar infeçao
Relatar cultura positivo a funcionário do
controle de infeçao
PAIS/FAMÍLIAS
5- Processo familiar alterado
Definição: as funções psicossociais
espirituais e fisiológicas da unidade
Educação para a saúde
Melhora de papel
Aconselhamento
Servir como modelo de papel para a
aprendizagem de novos comportamentos,
quando adequado
Facilitar a oportunidade do paciente
89
familiar estão cronicamente
desorganizadas, levando ao conflito,
negação de problemas, a resistência a
mudanças, resolução ineficaz de problemas
e uma série de crises auto perpetuadas.
Caratrísticas definidoras: conhecimentos
deficientes sobre o alcoolismo, abuso do
álcool, abuso de outras substâncias, as
ocasiões especiais da família são centradas
no álcool, baixa perceção de apoio
materno/ paterno
Fatores relacionados: abuso de álcool,
história familiar de alcoolismo,
personalidade que dispõe ao vício,
predisposição genética
desenvolver novos comportamentos
Auxiliar o paciente a identificar os
períodos de transição de papéis ao longo
do ciclo de vida
Facilitar as inteirações no grupo
indicando como parte da aprendizagem
de novos papéis
Orientar os pais sobre a importância do
exemplo no abuso de substância
Determinar a presença e a qualidade de
apoio familiar
Orientar pais e professores quanto a
identificação de sinais e sintomas de
dependência
Orientar os pais no sentido de apoiarem
políticas escolares que proíbem o
consumo de álcool e de drogas em
atividades extracurriculares
Oferecer apoio na família ou pessoas
significativa, quando adequado
90
Fonte: Adaptado: Diagnóstico – NANDA (2007-2008); Carpenito (1997), Uniformização da linguagem dos diagnósticos de enfermagem da
NANDA: Sistematização das propostas do II SNDE (1992) e Intervenção e actividade – NIC (2004).
Determinar se existem relações de co-
dependência na família
Oferecer apoio emocional ao
paciente/familiares, quando adequado
91
ANEXOS
ANEXO I – Sintomas da dependência alcoólica
ANEXO II – Leis de proibição do consumo do álcool
ANEXO III – Intervenções Prioritárias no Combate Ao Álcool
92
ANEXO I
Sintomas da dependência alcoólica
Sentir grande necessidade de consumir bebidas alcoólicas;
Incapacidade para controlar o consumo, seja o início, o fim ou os níveis de
consumo;
Síndrome de abstinência – estado de abstinência fisiológica quando se para ou
reduz os consumos;
Tolerância ao álcool;
Abandono progressivo de interesses alternativos em favor do uso da substância;
Persistência no uso da substância, apesar da evidência de consequências
manifestamente nocivas.
93
ANEXO II
Leis de proibição do consumo do álcool de menores
Lei nº 27/V/97
Interdita a venda de bebidas alcoólicas a menores – Boletim Oficial I S nº 24, de
23 de Junho de 1997;
Portaria nº 54/97
Aprova os planos e as dimensões das placas de avisos das proibições de entradas
e permanência de menores de 18 anos em locais de venda, a oferta ou o
fornecimento de bebidas alcoólicas, bem como discoteca, bares e locais de
diversões onde se vendam bebidas alcoólicas- Boletim Oficial I S nº 34,
suplemento de 9 de Setembro de 1997.
94
ANEXO III
Intervenções Prioritárias no Combate ao Álcool
Formular e implementar políticas de controlo do álcool;
Liderança, coordenação e mobilização dos parceiros;
Consciencialização e ação comunitária;
Educação do público;
Melhorar respostas do sector de saúde;
Vigilância e investigação;
Aplicação afectiva da legislação sobre condução sob o efeito do álcool;
Regulamentar o mercado do álcool;
Combater o acesso ao álcool;
A redução da disponibilidade e acessibilidade;
O combate a produção legal e informal do álcool;
A mobilização de recursos;
Sua afetação adequada;
Uma abordagem integrada.