Documento confidencial e de uso exclusivo do cliente.
i
Rio de Janeiro
Novembro/2015
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
Documento 4 – Componente 2
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
ii
Consórcio:
QUADRO DE REVISÕES DO DOCUMENTO
No DA REVISÃO DATA VERIFICADO POR VISTO DO COORDENADOR
00 01/2014
FINAL 11/2015
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
iii
Consórcio:
FICHA TÉCNICA
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
GOVERNADOR: Luiz Fernando de Souza
VICE-GOVERNADOR: Francisco Oswaldo Neves Dornelles
SECRETARIA DE ESTADO DE TRANSPORTES (SETRANS)
SECRETÁRIO: Rodrigo Goulart de Oliveira Vieira
SUBSECRETÁRIO: Oswaldo de Andrade Dreux
SUBSECRETÁRIO: Delmo Manoel Pinho
COMPANHIA ESTADUAL DE ENGENHARIA DE
TRANSPORTES E LOGÍSTICA (CENTRAL)
DIRETOR PRESIDENTE: Roberto Marques da Costa Neto
EQUIPE TÉCNICA (SETRANS)
Supervisão Geral: Delmo Manoel Pinho
Gestor do Contrato: Roberto Amarante Campos
Fiscalização do Contrato:
André Luiz Siqueira de Aguiar
Diogo da Silva Martins
Eduardo Duprat Ferreira de Mello
Vicente de Almeida Junior (Suplente)
CONSÓRCIO EXECUTOR LOGIT / SYSFER / DB
Coordenação Geral:
Wagner Colombini Martins
Coordenação Adjunta:
Regina Amélia Oliveira
CONSULTORES ESPECIALISTAS:
Antônio Edmundo Rezende
Bento Lima
Newton Rabello de Castro
Olivier Girard
EQUIPE CHAVE:
Ana Beatriz Figueiredo de Castro Monteiro
Beatriz Berti da Costa
Fernando Augusto Howat Rodrigues
Kátia Regina Santos Oliveira Custódio
Marcelo Gomes Ramos
Mario Eduardo Garcia
Osires Nogueira Beverinotti
Saul Germano Rabello Quadros
Sergio Henrique Demarchi
Ubiraci de Souza Leal
Wolfgang Franz Pelousek
EQUIPE TÉCNICA LOGIT:
Adam Sussumu Tamura
Andre Kennusar
André Minoru Oda
Augusto Pirani Ghilardi
Carlos Antonio Aires Gaspar
Diego Lopes da Silva Ferrette
Diogo Barreto Martins
Dong Hui Kim
Douglas Francisco Capelossi
Fabiana Takebayashi
Fernando Kuninari
Fuad Jorge Alves José
Giancarllo Curi Babbini
Hélio Benedito Costa
Ivanice Schütz Veiga
Lucas Coppieters
Luiz Henrique Altopiedi
Manoel Henrique Gollegã Placido
Mario Sergio Beloni Ramunno
Mauro Yochikaz Okada
Pedro Correia Tredezini
Roberto Camanho
Rodrigo Deusdará Laboissière
Rubens Augusto de Almeida Junior
Thiago Affonso Meira
Yosef Mentzer
EQUIPE TÉCNICA SYSFER:
Fábio Souza Ramos
Jorge Fernando Monte Pinto
José Carlos Soares Leitão Filho
Marcelo Correa do Monte Pinto
Mario Valverde
Paloma Dias dos Santos
Rodrigo Chaloub Dieguez
EQUIPE TÉCNICA DB:
Eduardo Wiens
Marcelo Perrupato
Peter Kurt Mirow
Sthael Matolla
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
iv
Consórcio:
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................................... 7
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................................................................. 8
1.1. OBJETIVO ........................................................................................................................................................ 9
1.2. ESTRUTURA DO RELATÓRIO ................................................................................................................................ 9
2. METODOLOGIA DE TRABALHO ...................................................................................................................... 9
3. PLANEJAMENTO DAS PESQUISAS EM CAMPO .............................................................................................. 11
3.1. PESQUISAS DE TRÁFEGO RODOVIÁRIO ................................................................................................................ 12
3.2. DEFINIÇÃO DA METODOLOGIA DE COLETA DE DADOS ............................................................................................ 14
3.2.1. Contagem Volumétrica e Classificatória – CVC ................................................................................. 14
3.2.2. Pesquisa de Origem e Destino – O/D ................................................................................................ 16
3.3. DEFINIÇÃO DOS LOCAIS DAS PESQUISAS .............................................................................................................. 17
3.3.1. Zoneamento de Tráfego .................................................................................................................... 20
3.3.2. Localização dos Postos de Pesquisa .................................................................................................. 21
3.3.3. Método para Distribuição de Postos de Pesquisas ........................................................................... 25
3.3.4. Abrangência Territorial dos Postos de Pesquisa ............................................................................... 30
3.3.4.1. Determinação do Volume de Tráfego de Referência .................................................................................... 35
3.4. DEFINIÇÃO DO PLANO AMOSTRAL ...................................................................................................................... 39
3.4.1. Modelos de Amostragem .................................................................................................................. 40
3.4.1.1. Tamanho da Amostra .................................................................................................................................... 41 3.4.1.2. Tamanho de Amostra por Posto de Pesquisa ................................................................................................ 43 3.4.1.3. Representatividade da Amostra na Pesquisa O/D ......................................................................................... 45 3.4.1.4. Fatores de Expansão ...................................................................................................................................... 45 3.4.1.5. Erro de Amostragem e Intervalo de Confiança.............................................................................................. 46 3.4.1.6. Consistência dos Dados ................................................................................................................................. 47
3.5. DEFINIÇÃO DOS FORMULÁRIOS E EQUIPAMENTOS PARA AS PESQUISAS...................................................................... 48
3.5.1. Contagens Volumétricas e Classificatórias – CVC ............................................................................. 48
3.5.1.1. Equipamentos e Metodologia de Coleta ....................................................................................................... 51 3.5.1.2. Dimensionamento da Equipe de Campo ....................................................................................................... 54
3.5.2. Pesquisa de Origem e Destino das Viagens ...................................................................................... 55
3.5.2.1. Equipamentos e Metodologia de Coleta ....................................................................................................... 56 3.5.2.2. Dimensionamento da Equipe de Campo ....................................................................................................... 64
3.5.3. Treinamento dos Pesquisadores ....................................................................................................... 66
3.6. PROCEDIMENTO DE CAMPO E CRONOGRAMA DE PESQUISAS ................................................................................... 67
3.6.1. Reconhecimento de Campo dos Postos de Coleta ............................................................................ 68
3.6.2. Realização de Contagens Volumétricas ............................................................................................ 68
3.6.3. Realização de Pesquisa Origem e Destino – O/D .............................................................................. 69
3.6.4. Cronograma das Pesquisas ............................................................................................................... 73
3.7. TABULAÇÃO, CONSISTÊNCIA E ORGANIZAÇÃO DOS DADOS LEVANTADOS EM CAMPO ................................................... 75
3.8. OBTENÇÃO DAS AUTORIZAÇÕES E APOIO PARA EXECUÇÃO DAS PESQUISAS ................................................................ 83
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................................................. 85
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
ii
Consórcio:
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................................................... 86
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
iii
Consórcio:
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.1 – Localização dos postos de pesquisa, conforme TR. ............................................. 23
Figura 3.2 – Segmentação da rede rodoviária pelo método do Polígono de Thiessen.............. 37
Figura 3.3 – Matriz de O/D que representa o volume de viagens do posto k. ........................... 46
Figura 3.4 – Formulário CVC: passeios leves, caminhão simples, ônibus e motos. .................. 49
Figura 3.5 – Formulário CVC: semirreboques, veículos combinados e reboques. .................... 50
Figura 3.6 – Exemplos de leitura do radar. ............................................................................... 51
Figura 3.7 - Exemplo de das telas de dados exportados a partir da leitura do radar. ................ 53
Figura 3.8 - Exemplo de telas do aplicativo de contagem volumétrica classificatória. ............... 53
Figura 3.9 – Exemplo de relatório e gráfico de resumo de volumes por dia e posto. ................ 54
Figura 3.10 – Primeira rotina da pesquisa de O/D: identificação visual dos veículos. ............... 58
Figura 3.11 – Segunda rotina da pesquisa de O/D: caracterização dos veículos...................... 59
Figura 3.12 – Terceira rotina da pesquisa de O/D: caracterização da viagem. ......................... 60
Figura 3.13 – Terceira rotina da pesquisa de O/D: motivação da viagem de veículos leves. .... 61
Figura 3.14 – Terceira rotina da pesquisa de O/D: motivação da viagem de veículos médios e
pesados. .................................................................................................................................. 62
Figura 3.15 – Exemplo de telas do aplicativo da pesquisa de origem e destino. ...................... 63
Figura 3.16 – Exemplo do esquema de ocupação de um posto básico de pesquisa. ............... 70
Figura 3.17 – Exemplo de relatório de picos e distribuição horária por posto. .......................... 76
Figura 3.18 – Exemplo de estrutura de tabulação da contagem volumétrica classificatória por
turno e sentido. ........................................................................................................................ 77
Figura 3.19 – Exemplo de gráfico com o resumo da contagem de tráfego por turno: ambos os
sentidos A/B e B/A. .................................................................................................................. 79
Figura 3.20 – Exemplo de gráfico de volumes totais por posto por dia. .................................... 79
Figura 3.21 – Exemplo de relatório e gráfico percentual de volumes por dia e posto. .............. 80
Figura 3.22 – Exemplo de relatório de acompanhamento das entrevistas realizadas por posto –
distribuição percentual por categoria. ....................................................................................... 81
Figura 3.23 – Exemplo de relatório resumo de entrevistas por posto. ...................................... 81
Figura 3.24 – Exemplo de relatório de controle de realização de pesquisas de O/D por dia e por
posto. ....................................................................................................................................... 82
Figura 3.25 – Exemplo de relatório de resultados totais de CVC versus resultados totais de O/D
por posto. ................................................................................................................................. 82
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
iv
Consórcio:
LISTA DE QUADROS
Quadro 3.1 – Postos de pesquisa no cordon line da Região Metropolitana e barreiras fiscais. 24
Quadro 3.2 – Postos da pesquisa nas rodovias federais do Estado do RJ – 2011. .................. 25
Quadro 3.3 – Postos de pesquisa no cordon line da Região Metropolitana e barreiras fiscais. 38
Quadro 3.4 – Equipe mínima por posto de pesquisa CVC e O/D. ............................................ 66
Quadro 3.5 – Exemplo estrutura de tabulação: resumo da contagem de tráfego por turno:
ambos os sentidos A/B e B/A. .................................................................................................. 78
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
v
Consórcio:
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 – Tamanhos de amostra para valores de . .................................................... 42
Tabela 3.2 – Relação dos postos com o número de amostra recomendada para a pesquisa de
O/D, considerando-se erro de 3%. ........................................................................................... 44
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
vi
Consórcio:
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AGETRANSP – Agência Reguladora dos Serviços Públicos Concedidos de Transportes
Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro
ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres
CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento
CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito
CVC – Contagem Volumétrica e Classificatória de Veículos
DER/RJ – Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Rio de Janeiro
DNER – Departamento Nacional de Estradas de Rodagem
DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
GEIPOT – Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPR – Instituto de Pesquisas Rodoviárias
MT – Ministério dos Transportes
O/D – Pesquisa de Origem e Destino
PAC – Programa de Aceleração do Crescimento
PDNEP – Plano Diretor Nacional Estratégico de Pesagem
PDTU – Plano Diretor de Transporte Urbano
PELC/RJ 2045 – Plano Estratégico de Logística e Cargas do Estado do Rio de Janeiro
PNLT – Plano Nacional de Logística e Transportes
PNV – Plano Nacional de Viação
PRF – Polícia Rodoviária Federal
RMRJ – Região Metropolitana do Rio de Janeiro
RNTRC – Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga
SETRANS – Secretaria de Estado de Transportes
SNV – Sistema Nacional de Viação
VMDA – Veículos Médios Diários Anuais
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
7
Consórcio:
APRESENTAÇÃO
A elaboração deste Relatório do Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas, dentro
das atividades do Plano Estadual de Logística de Cargas do Rio de Janeiro – PELC/RJ
2045 – encontra-se prevista no Plano de Trabalho aprovado para o projeto, como parte
das atividades do Componente 2.
O Componente 2 – Definição das Pesquisas, Montagem da Rede de Transportes,
Projeções de Demanda e Matrizes O/D, no escopo do qual este documento se insere,
trata-se de uma das principais etapas do projeto e, sem dúvida, um dos mais difíceis de
serem executados, em função das pesquisas necessárias, sendo as de campo as mais
complexas, uma vez que o Termo de Referência prescreve a existência de 12 pontos
de contagem de tráfego rodoviário, e mais 5 barreiras fiscais.
Assim, neste documento são tratados os aspectos referentes ao planejamento das
pesquisas de campo, desde a seleção dos postos de coleta a partir da análise da rede
rodoviária estadual e das informações pré-existentes, cálculo amostral e condições
para execução do trabalho de campo.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
8
Consórcio:
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A pesquisa de tráfego rodoviária trata de um serviço específico para suprir a
necessidade de informações sobre viagens de cargas e passageiros e de volumes de
veículos nas rodovias do Estado do Rio de Janeiro. Tais pesquisas promovem,
também, a coleta de informações socioeconômicas dos usuários das rodovias, bem
como as origens e os destinos das suas viagens.
Essas informações suprem diversos tipos de estudos e análises no setor de transportes
e, particularmente, são fundamentais para a avaliação de investimentos em
infraestrutura rodoviária.
Considerando-se a utilização de modelos de transportes no desenvolvimento do
PELC/RJ 2045, informações atualizadas sobre o fluxo de veículos, mercadorias e
pessoas também se mostram relevantes para a calibração dos modelos e o
aprimoramento dos resultados utilizados no planejamento estratégico de transportes,
bem como para elaboração de estudos estratégicos que visam detalhar cadeias
produtivas específicas de interesse ao desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro.
Contudo, o conhecimento dos volumes médios diários de tráfego nas rodovias, suas
sazonalidades, origens e destinos e principalmente dados sobre as características das
cargas transportadas e as motivações das viagens de passageiros, atualmente, carece
de mecanismos permanentes para coleta de dados, o que traz prejuízos técnicos para
o planejamento estratégico dos transportes.
Para sanar tal deficiência de informações, faz-se necessário que sejam utilizados
alguns dados disponíveis, como, por exemplo, os registros de passagens de veículos
em cabines de pedágio rodoviário, bem como levantar as informações das demais
pesquisas de tráfego localizadas em alguns segmentos rodoviários do Estado do Rio
de Janeiro utilizados em estudos de viabilidade econômica, entre outros.
Para que haja consistência das informações, tanto a quantidade como a qualidade
dessas pesquisas demandam estudos específicos, uso de sistemas, modelos e
realização de eventos de campo com significativo grau de complexidade logística e
operacional.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
9
Consórcio:
Assim, este relatório se presta a descrever o detalhamento técnico do planejamento
para a realização de pesquisas de tráfego nas rodovias do Estado do Rio de Janeiro,
considerando sempre o foco dos estudos previstos para PELC/RJ 2045.
1.1. OBJETIVO
O objetivo do documento é apresentar os procedimentos utilizados para definição dos
locais de pesquisa, da metodologia de coleta de dados, do plano amostral, dos
procedimentos e mecanismos a serem utilizados, que irão compor o treinamento dos
pesquisadores que atuarão nas pesquisas de campo nas rodovias do Estado do Rio de
Janeiro, atendendo dessa forma à Atividade 2.1 do Componente 2 do Plano de
Trabalho.
1.2. ESTRUTURA DO RELATÓRIO
O presente relatório se subdivide em quatro capítulos. O primeiro apresenta as
considerações iniciais, apontando os objetivos gerais e a estrutura do trabalho; no
segundo capítulo é definida a metodologia de trabalho.
O terceiro capítulo apresenta o planejamento das pesquisas em campo, definindo a
metodologia de coleta de dados, a localização dos postos, o plano amostral, os
formulários e equipamentos que serão utilizados e as autorizações e apoio
necessários.
O quarto capítulo apresenta as considerações finais sobre o que foi apresentado neste
Relatório, seguido da bibliografia utilizada para o desenvolvimento das atividades aqui
descritas.
2. METODOLOGIA DE TRABALHO
O procedimento metodológico utilizado no desenvolvimento do PELC/RJ 2045 baseia-
se na modelagem de transportes em rede, a partir de informações obtidas por meio de
levantamentos de dados e de pesquisas de tráfego. Farão parte da base de
informações que deverá dar suporte ao projeto, os resultados das pesquisas de tráfego
aliados às informações secundárias obtidas por meio de entrevistas, que são utilizados
para os estudos e projeções de demandas por transportes.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
10
Consórcio:
Os trabalhos de campo, que têm por objetivo a prospecção de opiniões e expectativas
dos agentes intervenientes no processo de transporte de cargas (embarcadores,
operadores logísticos, etc.) e o levantamento de informações para caracterização do
tráfego no ano inicial dos estudos pertinentes ao projeto, normalmente são divididos em
três tipos de pesquisas distintas:
Pesquisas qualitativas (no escopo do PELC serão feitas entrevistas com os
operadores – incluindo embarcadores, grandes geradores de carga, órgãos de
Governo e entidade e associações de classe na área de infraestrutura de
transporte e logística);
Pesquisa de origem e destino de viagens; e
Contagens volumétricas e classificatórias.
As pesquisas qualitativas estão associadas à atividade de realização das oficinas
regionais, das reuniões regionais complementares das entrevistas individuais e, assim,
não constam deste documento. Serão detalhadas posteriormente no Relatório D21 de
consolidação das informações levantadas durante os seminários, oficinas e entrevistas.
Dentre outras informações, as entrevistas com os stakeholders, grupo de grandes
geradores de carga, possibilitarão que se conheça melhor o processo de escolha
modal. Além disso, as questões de localização dos centros de produção e consumo,
bem como os fluxos das principais cadeias produtivas serão verificadas nestas
entrevistas. Desta forma, os elementos principais que possibilitam ajustar os
parâmetros do modelo de escolha modal poderão ser calibrados com o resultado
destas pesquisas.
Para execução das pesquisas de tráfego, é necessário que se definam segmentos
rodoviários específicos, localizados estrategicamente no território do Estado do Rio de
Janeiro, para contagem e classificação das viagens durante 24 horas consecutivas, por
pelo menos uma semana, e associando a essa pesquisa a coleta de informações de
origens e destinos de veículos, por meio de entrevistas diretamente com os usuários
dessas vias.
1 Relatório D2 – “Relatório conclusivo das oficinas regionais e dos seminários de abertura (1º e 2º), faz
parte da Componente 1 – “Identificação da Infraestrutura Logística de carga e das metas desejadas”.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
11
Consórcio:
Para auxiliar a caracterização da rede rodoviária do Estado, está prevista ainda uma
pesquisa de levantamento de características para as principais vias, cujo detalhamento
será apresentado em documento específico.
Neste contexto, o planejamento das atividades de campo, aqui apresentado, é
essencial para a definição da quantidade e localização dos postos de pesquisa ou da
quantidade e perfil dos entrevistados, além de um adequado dimensionamento do
tamanho das equipes de pesquisadores. Neste planejamento devem-se prever também
estratégias para garantir uma maior eficiência e qualidade das entrevistas.
3. PLANEJAMENTO DAS PESQUISAS EM CAMPO
O planejamento de transporte necessita da estimativa do tráfego futuro, que terá como
ponto de partida a avaliação do tráfego atual, obtido por meio de pesquisas de campo.
Sua projeção ao longo do período de projeto poderá basear-se em taxas de
crescimento do tráfego e no conhecimento de eventuais alterações previstas para o
sistema de transporte nacional.
Uma pesquisa de tráfego busca conhecer, por intermédio de métodos sistemáticos de
coleta de dados de tráfego e modelagem de transportes, o quantitativo de veículos que
circulam por uma determinada via, assim como a origem e o destino das viagens
realizadas pelos diferentes tipos de veículos em uma determinada rede de transporte,
em um período específico de tempo.
Considerando ainda a necessidade de se estimar o volume médio diário anual – VMDA
do tráfego nas principais rodovias inseridas no Estado do Rio de Janeiro, as pesquisas
de tráfego devem ser ajustadas para fatores de sazonalidades inerentes ao transporte.
As pesquisas de tráfego são divididas em contagem volumétrica classificatória de
veículos – CVC e pesquisa de origem/destino – O/D.
A CVC permite definir a composição do fluxo de transporte por classe e categoria de
veículo que passa por um segmento selecionado da rede rodoviária, em determinado
período de tempo. Já a pesquisa O/D permite definir as viagens entre pares de zonas
de tráfego, tornando possível apurar as linhas de desejo, e obter informações
socioeconômicas.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
12
Consórcio:
Com essas duas pesquisas, pode-se promover um processo de expansão das
amostras coletadas com as entrevistas de origem e destino, por meio das informações
da CVC, permitindo, assim, estimar o tráfego em diversos outros trechos rodoviários,
além daqueles nos quais essas coletas de dados ocorrem.
Para tanto, a definição da metodologia de coleta, o plano amostral, os locais e
cronograma das pesquisas, bem como outros elementos estruturantes desse processo,
compõem, juntos, o planejamento da pesquisa de campo.
Além destas pesquisas, serão realizados em campo, no âmbito da atividade 2.7 –
Caracterização da rede viária, levantamentos visuais das condições das principais
rodovias do Estado.
3.1. PESQUISAS DE TRÁFEGO RODOVIÁRIO
Os procedimentos normalmente utilizados na engenharia de tráfego para levantamento
de dados primários são as pesquisas de campo, que podem ser realizadas mediante
apropriação de tecnologias, entrevistas e observação direta.
O objetivo principal das pesquisas de tráfego é conhecer, por intermédio de métodos
sistemáticos de coleta de dados de tráfego e modelagem de transportes, o quantitativo
de veículos que circulam por uma determinada via, assim como as origens e os
destinos das viagens realizadas pelos diferentes tipos de veículos em uma determinada
rede de transporte, em um período específico.
Por intermédio de pesquisas de tráfego rodoviário, contagem volumétrica classificatória
– CVC e pesquisa de origem/destino de viagens é possível estimar:
A composição do fluxo de transporte por classe e categoria de veículo que
passa por um e/ou vários segmentos selecionados da rede rodoviária, em
determinado período de tempo;
As zonas de onde se originam os veículos rodoviários e para onde se destinam,
tornando possível apurar as linhas de desejo.
Em conjunto com essas pesquisas de campo, que fornecem dados originários sobre a
solicitação de tráfego rodoviário, e por meio do conhecimento da forma de geração e
distribuição desse tráfego, obtém-se o prognóstico das necessidades de circulação
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
13
Consórcio:
para o horizonte do estudo, que deverão ser complementadas pelos cenários
macroeconômicos. Essas informações, cruciais para o planejamento de transporte,
também permitem:
Identificar desvios de tráfego provenientes de alterações do sistema viário;
Determinar as cargas dos veículos transportadas nas rodovias;
Determinar os fatores que influenciam a geração de viagens;
Estimar taxas de crescimento de tráfego;
Apurar a necessidade de construção ou aumento de capacidade para novos
trechos ou corredores rodoviários;
Estimar os custos operacionais, custos de manutenção e outras variáveis que
são aplicadas aos estudos de viabilidade técnica e econômica de obras e
concessões rodoviárias;
Determinar quantitativamente a capacidade das vias e, em consequência, o
estabelecimento dos meios construtivos necessários à melhoria da circulação ou
das características de seu projeto;
Apurar os principais corredores de transporte rodoviário.
Considerando as necessidades de informações sobre o tráfego nas rodovias federais,
em atendimento ao Ministério dos Transportes e ao DNIT, em 2011 o Exército
Brasileiro executou, em três períodos distintos do ano, a Pesquisa Nacional de Tráfego
(2011). As pesquisas permitiram que o PNLT embasasse seus resultados quanto aos
fluxos médios anuais de veículos nas rodovias nacionais, o que resultou, juntamente
com outras informações estudadas, na justificação de cenários de investimento no
setor de infraestrutura de transportes.
No levantamento realizado em 2011, foram localizados seis postos de pesquisa nas
rodovias federais do Estado do Rio de Janeiro, contemplando boa parte dos
movimentos possíveis entre os pares OD do Estado e deste com outros. Por serem
dados recentes, para os estudos do PELC/RJ 2045 os dados destes postos de
pesquisa serão utilizados como ponto de partida das análises de modelagem.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
14
Consórcio:
3.2. DEFINIÇÃO DA METODOLOGIA DE COLETA DE DADOS
Para definição da metodologia de coleta de dados é necessário tratar cada uma das
pesquisas que serão realizadas de forma separada, destacando os aspectos de cada
uma, a iteração entre elas, bem como sua importância para os resultados do PELC/RJ
2045.
O detalhamento e a forma de levantamento das informações, bem como o uso de
equipamentos em cada uma das pesquisas serão apresentados na seção que trata dos
formulários e equipamentos.
3.2.1. CONTAGEM VOLUMÉTRICA E CLASSIFICATÓRIA – CVC
A contagem volumétrica e classificatória visa determinar a quantidade e a composição
do fluxo de veículos, por sentido de rodovia, que passam pelos postos representativos
dos segmentos rodoviários selecionados, obedecendo ao momento e à temporalidade
determinada para o período de pesquisa. Nessas contagens são registrados os
volumes de tráfego para os vários tipos ou classes de veículos.
Essas informações podem ser usadas para a classificação das rodovias, análises de
capacidade, avaliação das causas de congestionamento e acidentes, dimensionamento
do pavimento, planejamento rodoviário, projeto geométrico de estradas, estudos de
viabilidade e projetos de construção e conservação. Permitem, ainda, aglomerar dados
essenciais para a obtenção de séries temporais para análise de diversos elementos,
tais como a tendência de crescimento do tráfego e variações de volume.
Tornam possível o conhecimento das variações diárias e horárias do tráfego. Nessas
pesquisas são anotados todos os veículos, correlacionando essa anotação com o
respectivo período horário em que estes forem verificados.
Assim, por meio das contagens volumétricas é possível estimar o comportamento do
tráfego de um determinado trecho de rodovia ao longo dos dias. Estes volumes
classificados por tipo de veículo são a base para posterior cálculo do Volume Diário
Médio Anual – VDMA que serve de base para a calibração do modelo de simulação e,
principalmente, para os ajustes das matrizes origem e destino.
Além disso, permitem que se obtenham coeficientes de expansão para aplicação aos
resultados das entrevistas aplicadas à pesquisa de origem e destino.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
15
Consórcio:
Para tanto, na mesma semana em que for realizada a pesquisa de origem e destino,
devem ser realizadas as contagens volumétricas classificadas, preferencialmente
durante sete dias consecutivos.
A classificação de veículos deve distinguir três categorias de veículos: passeio (auto e
moto), passageiros (ônibus) e carga (caminhões). Para a categoria de veículos de
carga, a classificação mínima útil à avaliação do tráfego compreende as seguintes
subclasses: caminhão leve, caminhão médio, caminhão pesado, reboque/
semirreboque. No entanto, é preferível que a classificação seja mais detalhada, pois
podem ocorrer expressivas variações na capacidade de carga de determinada
subclasse, em função do tipo de veículo e de sua rodagem.
Estas contagens serão realizadas durante 24 horas de forma automática, nos mesmos
locais de realização das pesquisas de origem e destino. Mesmo com o uso de
equipamentos para a realização das contagens, este tipo de pesquisa tem que contar
com o monitoramento constante para o registro de eventuais anomalias no fluxo do
tráfego ou no funcionamento dos equipamentos, em relatórios de ocorrência (eventos
atípicos, tais como acidentes ou interrupção da via, etc.).
Os dados coletados serão devidamente transferidos para meio digital e serão
analisados por técnicos especializados. Caso seja constatado que alguma discrepância
identificada comprometa a qualidade dos resultados finais do trabalho, por segurança,
novas pesquisas e contagens serão realizadas.
Cabe ressaltar que o comportamento do tráfego é normalmente influenciado por
variações sazonais, o que torna equivocado o uso de resultados de contagens de curta
duração sem a prévia correção sazonal.
Assim, para avaliação de sazonalidade, devem-se verificar as variações nos fluxos de
produção e consumo, bem como na correspondente circulação de viagens rodoviárias
na rede do Estado do Rio de Janeiro, com base em uma investigação mais detalhada
de dados históricos de praças de pedágios rodoviários, movimentações portuárias de
cargas, dados da receita tributária (ICMS), entre outras informações, para se verificar
uma variação mensal, durante o ano, se possível e disponível, para séries históricas.
Contudo, sabe-se a priori que as cargas que passam ou são destinadas/originadas no
Estado do Rio de Janeiro não são majoritariamente cargas típicas do setor primário, e
que, portanto, não estão sujeitas a variações sazonais relevantes.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
16
Consórcio:
Tendo em vista que o que se quer verificar é o impacto do veículo na rodovia, é
necessário considerar, como referência principal para avaliação da sazonalidade do
tráfego rodoviário na rede do Estado do Rio de Janeiro, os índices estabelecidos e
periodicamente publicados pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias
– ABCR.
Ressalta-se que a ABCR produz um índice específico para as rodovias concedidas do
Estado do Rio de Janeiro. Considerando que tais rodovias concedidas constam
daquelas que formam as principais rotas entre a capital carioca e os demais Estados
limítrofes, bem como entre os principais municípios do próprio Estado do Rio de
Janeiro, a sazonalidade do tráfego dado por esse índice possui uma considerável
confiança estatística para os fins de ajuste do VMDA esperado para o PELC/RJ 2045.
Assim, idealmente a localização dos postos deve ocorrer em rodovias com significativo
volume de tráfego, e cuja abrangência das viagens seja a maior possível, permitindo
que a expansão das matrizes de origem e destino resulte, com consistência estatística,
em distribuição de volumes médios diários na maior extensão rodoviária possível, por
sentido de fluxo e por categoria de veículo.
3.2.2. PESQUISA DE ORIGEM E DESTINO – O/D
Uma das etapas de grande importância em estudos para projeção de tráfego e
circulação de mercadorias é a determinação da quantidade de deslocamentos
realizados entre as diversas zonas de origem e destino. Tradicionalmente, o número de
viagens entre diferentes locais é expresso em matrizes bidimensionais, denominadas
matrizes origem e destino (O/D), na qual cada elemento da matriz representa o número
de viagens entre uma origem e um destino específico.
As matrizes origem e destino são definidas a partir dos resultados de entrevistas
conduzidas em campo com usuários de rodovias, que são aleatoriamente escolhidos e
parados no posto de pesquisa.
Essa pesquisa consta da execução de entrevistas com uma amostra dos usuários de
veículos particulares ou comerciais, retirados dos fluxos de veículos existentes no
trecho da rodovia definidos para localização do posto de pesquisa, com o intuito de
identificar os locais de origem e destino da viagem, a frequência, tipo de produto
transportado, motivos de viagem, dentre outros atributos.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
17
Consórcio:
As pesquisas de origem e destino possibilitam, por meio de amostra, o conhecimento
do perfil médio das viagens que passam pelo posto de pesquisa. A partir dos volumes
totais identificados nas contagens classificatórias, é possível obter coeficientes de
expansão para aplicação aos resultados das entrevistas de O/D. Assim, as pesquisas
de O/D, associadas às de CVC de 24 horas, possibilitam a compreensão geral dos
hábitos de transportes da rede rodoviária.
As pesquisas de origem e destino serão conduzidas por um período de 12 horas
consecutivas, que pode ser o período das 6 às 18h, ou dependendo da luminosidade,
começando e encerrando com alguma defasagem deste, em local próximo ao posto da
contagem volumétrica classificatória.
Nessas pesquisas, os condutores dos veículos são abordados sobre questões
relacionadas à viagem realizada, que variam de acordo com o tipo de veículo. As
características do veículo, em grande parte, são identificadas pelo pesquisador de
forma visual, sem necessidade de perguntas ao condutor. Tais informações são
relevantes para análises e aplicações de modelos de transportes.
As informações obtidas nas entrevistas são anotadas em formulários contendo campos
específicos para automóveis, ônibus ou caminhões. Finalmente os dados levantados
em campo são então tabulados em planilhas e encaminhados para análise e
consolidação final dos resultados da pesquisa de origem e destino.
3.3. DEFINIÇÃO DOS LOCAIS DAS PESQUISAS
A localização dos postos de pesquisa deve considerar diversos fatores que envolvem
questões técnicas e os resultados das pesquisas já realizadas, cujos dados sejam
possíveis de aproveitamento pelo PELC/RJ 2045.
Idealmente, os locais selecionados para instalação de postos de coleta de dados de
tráfego rodoviário concebem três situações:
a) em postos de pesagem ativos ou não;
b) em postos de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal – PRF;
c) em trechos rodoviários dotados de acostamentos pavimentados.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
18
Consórcio:
Nas situações mencionadas nos itens “a” e “b”, são aproveitadas as facilidades que
esses locais oferecem, tais como larguras excedentes, além dos acostamentos, faixas
de aceleração e desaceleração e sinalização já implantada nesses locais.
Na situação referente ao item “c”, deve ser efetuada uma visita prévia ao segmento
rodoviário definido para localização do posto de pesquisa, no intuito de caracterizar as
áreas contíguas, buscando enquadrar a localização do posto para que este ofereça
boas condições de segurança (visibilidade, segmento em tangente e nivelado e dotado
de acostamento pavimentado em condições adequadas para instalação do posto).
De maneira geral, os seguintes parâmetros são levados em consideração para a
localização dos postos de pesquisa:
a) Definição da área de estudo e zoneamento de transportes – Todo o território
do Estado do Rio de Janeiro, considerado como área de estudo, deve ser
subdividido, primariamente, com base nos recortes geográficos dos Municípios,
para representarem polos geradores de tráfego (zonas de tráfego). Algumas
zonas de tráfego externas devem ser consideradas para permitir avaliar o
comportamento das viagens que se originaram ou se destinaram, a locais que
se encontravam fora da área de estudo.
b) Tipos de pesquisa – Serão realizados dois tipos de pesquisa: de contagem
volumétrica classificatória de veículos – CVC e de origem/destino – O/D. As
pesquisas rodoviárias a serem executadas deverão considerar a contagem por
sentido de fluxo das vias e pela classificação por tipo de veículo, anotados em
períodos de quartil de hora, ou seja, a cada 15 minutos.
c) Classificação funcional das rodovias – Considerando como referência a
classificação definida pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes – DNIT, os postos de pesquisa devem ser posicionados
essencialmente em rodovias do tipo arterial, em todas as suas classes de
projeto, e também em rodovias coletoras com classe funcional primária e classe
de projetos II. Isso é indicado para que ocorra um melhor aproveitamento da
cobertura territorial dos postos de pesquisas, que são em quantidade limitada.
Caso necessário, devem-se indicar postos de pesquisas em rodovias de classes
inferiores às citadas.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
19
Consórcio:
d) Avaliação dos principais corredores de transporte rodoviário – A
classificação a ser definida pelos estudos de macroeconomia do PELC-RJ 2045
pode ser utilizada para avaliar os principais corredores de transporte rodoviário.
A localização dos postos de pesquisa deve considerar, na medida do possível, as
principais rotas de cargas (e de passageiros) no sistema rodoviário do Estado.
e) Análise de rede – A partir das bases de dados georreferenciadas que serão
elaboradas deve-se promover uma análise de rede, com o objetivo de avaliar as
localizações dos postos de pesquisa, no sentido de se identificar se os trechos
rodoviários com maiores fluxos de tráfego estão sendo contemplados com
coletas de dados. A representação matemática da rede rodoviária do Estado do
Rio de Janeiro pode-se estabelecer com o zoneamento adotado e associado
(conectado à rede citada) às matrizes de origem e destino os meios técnicos
adequados à avaliação das rotas de menor custo (tempo, distância e/ou custo
operacional) e assim, possibilitar decisões para melhor posicionar os postos de
pesquisa nos segmentos dessa rede. Com essas matrizes é possível simular
também, alocações de fluxo de tráfego, para avaliar a cobertura dos segmentos
rodoviários candidatos a receberem postos de pesquisa. A cobertura é
representada pelo número de pares de origem/destino que utilizam o segmento
como passagem na definição do caminho mínimo que os unem.
f) Análise da abrangência territorial – Entende-se como abrangência territorial a
quantidade de pares de zonas de transportes que utilizam um determinado
segmento rodoviário como integrante das suas rotas de menores custos (tempo,
distância e/ou custo operacional). Os segmentos com maiores abrangências são
classificados como os mais favoráveis à localização dos postos de pesquisas.
Assim, a melhor distribuição de um conjunto de postos de pesquisa é aquela
cujo somatório das abrangências territoriais de cada um seja a máxima possível
de se cobrir com tais postos. Pelo uso de software do tipo TransCAD pode-se
executar essa tarefa, por meio de sua ferramenta denominada link analysis.
g) Avaliação dos volumes de tráfego – O volume de tráfego e sua composição
são elementos importantes na localização dos postos de pesquisas. Dessa
forma, utilizar as informações de pesquisas realizadas anteriormente e/ou de
outras fontes de contagens de tráfego, para obtenção do volume médio diário e
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
20
Consórcio:
da distribuição por classe de veículo é um dos procedimentos utilizados como
parâmetro para subsidiar as decisões sobre a localização dos trechos
rodoviários para instalação de pesquisas.
h) Estudos existentes – Deve-se considerar, para aproveitamento do êxito,
informações e pesquisas de tráfego já estabelecidas pelo Estado do Rio de
Janeiro ou pelo Governo Federal (no Estado do Rio de Janeiro) para que sejam
otimizadas as localizações dos postos, considerando a possibilidade de se
instalá-los em locais onde já ocorreram, recentemente, pesquisas semelhantes,
o que possibilita a integração dessas informações com as que serão coletadas.
Definido previamente no Termo de Referência, a Matriz O/D de Cargas, visando
caracterizar a demanda e o tráfego nas principais rotas rodoviárias de cargas no
território fluminense, deverá contemplar 12 postos de contagem no cordon line da
Região Metropolitana, definidos no PDTU 2011, e mais cinco postos localizados nas
barreiras fiscais das divisas com os Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e São
Paulo.
3.3.1. ZONEAMENTO DE TRÁFEGO
No caso das pesquisas de tráfego, para fins práticos de entrevistas de origem e destino
(O/D) que serão coletadas com abordagens diretas aos condutores dos veículos
selecionados do fluxo, nos dias de contagens, será considerado como zoneamento de
tráfego os recortes de municípios, identificados em relação aos Estados da federação
aos quais pertencem.
Este recorte é necessário nas pesquisas, pois define a tabela de dados que servirá de
consulta e registro nos Equipamentos Tablets que serão utilizados pelos
entrevistadores das pesquisas O/D, quando da identificação da origem e destino das
viagens.
O motivo e justificativa que definem esse zoneamento da pesquisa como o recorte
geográfico municipal, considerando a codificação do IBGE, são baseados no fato de
que, por exemplo, uma entrevista de campo, na pesquisa O/D, na abordagem com o
motorista, a única e objetiva maneira na compreensão dele, para informar qual a
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
21
Consórcio:
origem da viagem e o seu destino é indicar o município do qual saiu, e ao qual
pretende chegar.
Um zoneamento mais agregado nesta etapa poderia gerar dificuldades e imprecisão na
identificação dos locais de início e término das viagens.
Contudo, ainda que na pesquisa de tráfego seja adotado este procedimento, pelo
motivo e justificativa indicados, deve-se ressaltar que no processo de modelagem, as
informações fora do Estado do Rio serão agregadas em microrregiões, mesorregiões,
estados e regiões propriamente ditas, dada a distância dessas áreas em relação ao
cordão da área principal de estudo (Estado do RJ). Desse modo, o zoneamento da
pesquisa não se confunde com o zoneamento da modelagem, que será detalhado e
validado pela SETRANS no âmbito do produto D5, que inclui a elaboração das matrizes
O/D (atividade 2.4).
Desta forma, as matrizes de viagens rodoviárias resultantes das pesquisas de tráfego
nas rodovias fluminenses serão formadas sempre com base em um zoneamento
estruturado nos recortes geográficos municipais, e as agregações serão promovidas no
processo de modelagem e alocação de tráfego, de acordo com o necessário para o
melhor resultado dessas informações quando tratadas em sistemas de redes.
3.3.2. LOCALIZAÇÃO DOS POSTOS DE PESQUISA
As contagens volumétricas e classificatórias, bem como as entrevistas de origem e
destino do PELC/RJ 2045, seguindo as diretrizes do Termo de Referência serão
realizadas nos 12 postos de coleta da cordon line da Região Metropolitana do Rio de
Janeiro – RMRJ, estabelecida nos estudos do PDTU 2011, e outros 5 nas barreiras
fiscais, que representam a cordon line do Estado do RJ como um todo.
Conforme PDTU 2011, a identificação do cordon line (cordão externo) da RMRJ tem
como principal objetivo a delimitação de uma área de estudo a fim de garantir que a
coleta de dados seja feita de maneira eficiente, homogênea e com economia de
recursos e de tempo. Esses movimentos, com origem fora dessa área e que a cruzam,
serão pesquisados nos seus pontos de cruzamento tanto com as rodovias federais
como com as estaduais. A localização exata de cada posto foi a mais próxima possível
dos limites municipais, a fim de permitir que essas viagens sejam bem representativas
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
22
Consórcio:
do comportamento da demanda, bem como, que esses locais tenham a possibilidade
de oferecer segurança ao trânsito dos veículos, pedestres e pesquisadores.
Estes 12 (doze) postos de pesquisas localizados nesse cordão externo situam-se nos
seguintes pontos:
BR-101 - Próximo a Conceição de Jacareí (depois do acesso a Mangaratiba);
BR-116 - Próximo à Ponte Coberta, antes da Serra das Araras;
RJ-127 - Próximo a Engenheiro Paulo de Frontin;
RJ-125 - Entre Japeri e Conrado;
BR-040 - Próximo ao Belvedere (sentido Itaipava);
BR-040 - Próximo ao Belvedere (sentido Rio de Janeiro);
RJ-107 - Rodovia Serra da Estrela, em Meio da Serra, na interseção com a
rodovia Vila Inhomirim – Petrópolis;
BR-116 - Próximo ao Garrafão, depois da Parada Modelo;
RJ-116 - Entre Sambaetiba e o Posto da Polícia Rodoviária Federal;
BR-101 - Em Tanguá, perto do Rio Tanguá e do posto da Polícia Rodoviária
Federal;
RJ-106 - Rodovia Amaral Peixoto (Serra de Mato Grosso);
RJ-122 - Próximo da área urbana de Guapimirim, sentido Cachoeiras de
Macacu.
As 5 barreiras fiscais do Estado do Rio de Janeiro, onde também devem ser feitas
coletas de dados de tráfego para o PELC/RJ 2045, são:
Posto Fiscal de Angra dos Reis (BR 101 – Rodovia Rio-Santos – Km 489);
Posto Fiscal de Levy Gaspariam (BR 040 – Rodovia Rio-Belo Horizonte – Km 6);
Posto Fiscal de Mato Verde (BR 101 – Rodovia Governador Mário Covas – Km 45);
Posto Fiscal de Nhangapí (BR 116 – Rodovia Presidente Dutra – Km 324);
Posto Fiscal de Timbó (RJ 186 – BR 356 – Trevo de Itaperuna – Km 489).
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
23
Consórcio:
A localização dos 17 postos de pesquisa no Estado do Rio de Janeiro, delimitando uma
cordon line na Região Metropolitana e uma segunda cordon line no território estadual,
pode ser observada na Figura 3.1.
Figura 3.1 – Localização dos postos de pesquisa, conforme TR.
A partir da definição dos locais, foram identificados os segmentos viários, definindo os
códigos SNV de cada posto para localização dos mesmos na rede georreferenciada,
identificados conforme Quadro 3.1.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
24
Consórcio:
Quadro 3.1 – Postos de pesquisa no cordon line da Região Metropolitana e barreiras fiscais.
Posto Rodovia Código SNV Descrição
01 BR-101/RJ 101BRJ3350 BR-101 - Próximo a Conceição de Jacareí
02 BR-116/RJ 116BRJ1950 BR-116 - Próximo à Ponte Coberta, antes da Serra das Araras
03 RJ-127 127ERJ0030 RJ-127 - Próximo a Engenheiro Paulo de Frontin
04 RJ-125 125ERJ0150 RJ-125 - Entre Japeri e Conrado
05 BR-040/RJ 040BRJ9510 BR-040 - Próximo ao Belvedere (sentido Itaipava)
06 BR-040/RJ 040BRJ0910 BR-040 - Próximo ao Belvedere (sentido Rio de Janeiro)
07 RJ-107 107ERJ0050 RJ-107 - Rodovia Serra da Estrela - Petrópolis
08 BR-116/RJ 116BRJ1610 BR-116 - Próximo ao Garrafão, depois da Parada Modelo
09 RJ-116 116ERJ0010 RJ-116 - Entre Sambaetiba e o Posto da Polícia Rodoviária Federal
10 BR-101/RJ 101BRJ3010 BR-101 - Em Tanguá, perto do Rio Tanguá e do posto da PRF
11 RJ-106 106ERJ0130 RJ-106 - Rodovia Amaral Peixoto (Serra de Mato Grosso)
12 RJ-122 122ERJ0010 RJ-122 - Próximo da área urbana de Guapimirim
13 BR-040/RJ 040BRJ0670 Posto Fiscal de Levy Gaspariam (Rodovia Rio-Belo Horizonte – Km 6)
14 BR-101/RJ 101BRJ2710 Posto Fiscal de Mato Verde (Rodovia Gov. Mário Covas – Km 45)
15 BR-101/RJ 101BRJ3370 /
494BRJ0430 Posto Fiscal de Angra dos Reis (Rodovia Rio-Santos – Km 489)
16 BR-116/RJ 116BRJ2170 Posto Fiscal de Nhangapí (Rodovia Presidente Dutra – Km 324)
17 RJ-186 186ERJ0190 /
393BRJ0095B
Posto Fiscal de Timbó (RJ 186/BR 356 – Trevo de Itaperuna – Km
489)
Além destes, como mencionado anteriormente, serão considerados nas análises os
postos de pesquisa de tráfego da Pesquisa Nacional de Tráfego 2011, promovida pelo
Ministério dos Transportes e DNIT. No Quadro 3.2 tem-se a localização destes 6
postos da pesquisa em rodovias federais.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
25
Consórcio:
Quadro 3.2 – Postos da pesquisa nas rodovias federais do Estado do RJ – 2011.
Posto Rodovia Código SNV UF Município
073 BR-040 040BRJ0730 RJ Areal
074 BR-101 101BRJ2930 RJ Casimiro de Abreu
075 BR-116 116BRJ2130 RJ Resende
076 BR-356 356BRJ0310 RJ Itaperuna
077 BR-393 393BRJ0330 RJ Sapucaia
117 BR-116 116BRJ1670 RJ Magé
Fonte: MT – Pesquisa Nacional de Tráfego (2011).
3.3.3. MÉTODO PARA DISTRIBUIÇÃO DE POSTOS DE PESQUISAS
Quando não existem dados de contagens de tráfego permanente em uma rede
rodoviária, a pesquisa de tráfego é fundamental e de suma relevância para os estudos
de investimentos e operações rodoviárias. Nesse contexto, destaca-se:
Na ausência de informações permanentes de contagens de tráfego a
distribuição de postos de pesquisas deve ser metodologicamente estabelecida
em uma rede viária;
A execução de contagens volumétricas e classificatórias, acompanhadas de
pesquisas amostrais de origens e destinos das viagens (além de outras
informações) subsidia a modelagem de tráfego em rede;
Essa modelagem permite que os dados pontuais coletados nas seções
rodoviárias dos postos de pesquisas, sejam expandidos por todos os arcos que
compõem a rede viária de estudo.
O número de postos de pesquisas deve permitir a mais ampla “cobertura”
territorial das rotas (de menor caminho) que ligam os pares de origens e
destinos conectados à rede viária;
Para tanto, devem ser avaliadas as principais rotas de tráfego (rotas de cargas),
bem como os tipos de vias existentes (rodovias duplicadas, pista simples, etc);
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
26
Consórcio:
Havendo informações anteriormente estabelecidas sobre o tráfego, avaliar as
referências de volumes de tráfego em cada arco (trecho) da rede viária
(rodoviária) e observar aqueles com maiores volumes (normalmente existem
dados de tráfego rodoviário disponíveis, contudo, essas informações se
concentram em rodovias pedagiadas ou em trechos isolados relacionados com
projetos).
Assim, dada a importância das pesquisas de tráfego para o desenvolvimento de um
Plano Estadual de Logística de Cargas, o planejamento e a localização dos postos de
pesquisa são itens fundamentais para a qualidade do mesmo.
Observando as descrições paramétricas estabelecidas no item 3.3 deste documento,
pode-se tomar de métodos matemáticos para otimizar a distribuição de uma quantidade de
postos de pesquisas, em uma rede rodoviária definida para os estudos do citado plano.
Com base em funções de otimização em sistema de rede (Pesquisa Operacional)
pode-se estabelecer a quantificação e distribuição dos postos de pesquisa na rede
rodoviária de estudo.
Essa distribuição, baseada em um conceito de otimização, relaciona-se com a
abrangência territorial que cada posto de pesquisa, em sua localização, pode
estabelecer.
Essa abrangência, portanto, trata do número de rotas de viagens rodoviárias distintas
que utilizam o trecho rodoviário de localização de um posto de pesquisa, com base em
caminhos de menor custo (tempo, distância, custo operacional, etc.).
Nesse contexto, utilizando-se da regra de separação O/D, tem-se sempre dois modelos
cujos objetivos são baseados em localização de contagem de tráfego e pode ser
declarado como:
Para determinar o número mínimo das estações de contagem de tráfego; ou
Escolher os locais ideais de um determinado número de estações de contagem
para obter o maior número de pares de origem-destino possível.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
27
Consórcio:
Ambos os modelos assumem que não há estação (postos) de contagem de tráfego
existente na rede. Em um planejamento de pesquisa, ambos podem ser utilizados,
considerando as fases do estudo e as respectivas tomadas de decisões.
De forma mais específica, tem-se que:
Modelo 1: determinar o número ideal e localização dos postos de contagem de
tráfego para pares O/D distintos, em uma rede;
Modelo 2: Determinar as localizações de um determinado número de estações
de contagem de tráfego (postos de pesquisa) para maximizar o número de pares
de OD distintos que utilizam os trechos dessas localizações como elementos de
suas rotas.
Neste caso, Modelo 1:
Expressão 3.1 – função objetivo Modelo 1
∑
| |
Sujeito a:
Expressão 3.2 – primeira restrição Modelo 1
∑
| |
Expressão 3.3 – segunda restrição Modelo 1
( )
Onde Rw é o conjunto de caminhos entre um par OD w, e é um indicador de
caminho-link denotando uma ligação que recebe 1 se está no caminho r entre o par OD
w, e 0 caso contrário. Com isso, tem-se:
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
28
Consórcio:
A função objetivo (Expressão 3.1Expressão 3.1) é o de minimizar o número de
estações de contagem de tráfego necessárias para separar todos os pares O/D
na rede;
A Expressão 3.2 garante que todos os pares de O/D devem passar por, pelo
menos, uma estação de contagem de tráfego (posto de pesquisa);
A Expressão 3.3 restringe a solução para ser um número inteiro binário;
– Considera-se a rede conectada se existe pelo menos um caminho
direcionado simples (um caminho que não contém arcos e nós repetidos )
entre cada par O/D w W a partir de origem i terminando no destino j .
Se o número de estações de contagem de tráfego disponível é menor do que o número
exigido para atender a todos os pares OD, formula-se o Modelo 2:
Expressão 3.4 – função objetivo Modelo 2.
∑
| |
Sujeito a:
Expressão 3.5 – primeira restrição Modelo 2.
∑
| |
Expressão 3.6 – segunda restrição Modelo 2.
∑
| |
Expressão 3.7 – terceira restrição Modelo 2.
( )
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
29
Consórcio:
Expressão 3.8 – quarta restrição Modelo 2.
( )
Onde é uma variável binária inteira com 1 denotando se o par O/D w pertence ao
conjunto de contagem de tráfego e 0, caso contrário. Assim, tem-se:
Ao contrário de Modelo 1, a função de objetivo (Expressão 3.4) do Modelo 2 é
determinar as localizações das estações de contagem de tráfego (postos) para
maximizar o número de pares O/D distintos;
A Expressão 3.5 deternina se o par O/D w é pertence ou não ao conjunto de
locais de contagem de tráfego selecionados;
A Expressão 3.6 restringe o número total de postos de contagem de tráfego a
serem localizados a um valor menor ou igual a um valor máximo L;
A Expressão 3.7 e a Expressão 3.8 restringem a solução a um número inteiro
binário.
Ressalta-se que, normalmente, a limitação de estações de contagem de tráfego
(postos de pesquisas) está associada à limitação de recursos, tempo e/ou capacidade
operacional.
Assim, o planejamento da pesquisa de tráfego apresenta um “bom” roteiro, quando
considera as limitações impostas para recursos, tempo e capacidade de execução
(operacional) definida, segundo as características de cada projeto.
Dessa forma, não se pode desassociar a aplicação do modelo de localização e
distribuição de postos de pesquisas de aspectos e parâmetros que caracterizem o uso
dessas informações a serem coletadas.
Considerando esses elementos, o “melhor” resultado de uma pesquisa de tráfego,
consta de se estabelecer com a melhor precisão possível, na fase de planejamento:
Objeto e justificativa de cada tipo de pesquisa;
Principais usos e seus limites;
Possibilidade de utilização de informação de tráfego previamente estabelecidas
e disponíveis;
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
30
Consórcio:
Elaboração e/ou revisão, calibração, de uma rede rodoviária georreferenciada da
região de estudo;
Definição dos métodos e processos de tratamento dos dados coletados;
Padrões de formação de sistema e base de dados;
Definição de formulários, tipos e usos de materiais e equipamentos para coleta
de dados em campo;
Treinamento, capacitação e outros procedimentos práticos com a equipe de
pesquisa.
Utilizando-se desses conceitos e diretrizes descritos, pode-se estabelecer uma
distribuição dos postos de pesquisas a serem executados para fins de subsídio aos
estudos do PELC/RJ 2045, considerando a distribuição otimizada de uma quantidade
específica, pré-definida, ou ainda, indicar qual o número de postos (quantidade) mais
adequado, bem como a sua localização, que permitiria cobrir a maior abrangência
possível de viagens rodoviárias com rotas distintas.
Contudo, como pode ser verificado nos próximos itens, constam, pré-definidos, para
fins dos estudos e pesquisas do PELC/RJ, tanto a quantidade, como localização dos
postos de pesquisas rodoviários. Nesse contexto, a aplicação dos métodos descritos
fica limitada.
Assim, salvo acordo de mudança, oficialmente acertado entre a SETRANS e o
Consórcio, cabe tratar as pesquisas de tráfego com base nos pontos previamente
definidos, conforme consta do Edital e da Proposta Técnica apresentada pelo
Consórcio.
3.3.4. ABRANGÊNCIA TERRITORIAL DOS POSTOS DE PESQUISA
É definida como abrangência territorial a quantidade de pares de zonas de transportes
que utilizam um determinado trecho rodoviário como integrante das suas rotas de
menores custos (tempo e/ou distância). Os trechos com maiores abrangências são
classificados como os mais favoráveis à localização dos postos de pesquisas.
A abrangência territorial é fator fundamental para que a amostra possua a maior
diversidade possível de pares origem e destino.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
31
Consórcio:
Nesse contexto, a garantia quantitativa de obtenção da amostra representativa não é
um critério suficiente em termos de modelagem de transportes, sendo importante que
nessa quantidade haja diversidade de pares de origem e destino, que é garantida pela
localização geográfica do posto na rede rodoviária, considerando que esta tem elevada
abrangência territorial.
Em outras palavras, para determinada amostra mínima, a confiança estatística (erro
admissível adotado) deve ser garantida; contudo, os dados de origens e destinos que a
compõem devem cobrir o maior número possível de pares de zonas.
Essa questão está diretamente associada à etapa da modelagem de transporte
classificada como “expansão” das amostras, com a qual se dá a montagem das
matrizes de origens e destinos das viagens que servirão ao processo de alocação de
tráfego em sistemas de redes.
Seguindo esse critério, a melhor distribuição de um conjunto de postos de pesquisa é
aquela cujo somatório das abrangências territoriais seja a máxima abrangência
possível de se cobrir com tais postos.
A distribuição de um conjunto de postos na rede rodoviária pode ser, então,
estabelecida pelo critério de obtenção da maior abrangência, limitada a um número
definido de postos de pesquisa.
Para determinar uma abrangência territorial, utilizam-se meios computacionais; assim,
este trabalho foi executado com o suporte do software TransCAD, da Caliper.
Sobre tal questão, pode-se afirmar que existem dois tipos de análises possíveis para a
abrangência territorial, uma teórica e outra real, sendo ambas executadas por um
processo de link analysis com o uso do software TransCAD.
O primeiro tipo de identificação corresponde ao território definido pelos pares de zonas
de origens e destinos que utilizam determinado trecho rodoviário, considerando, para
tanto, a ocorrência de pelo menos uma viagem entre todos os pares de zonas
definidos.
No segundo caso, por meio de uma pesquisa anterior, considerada consistente em
termos de informações de pares de zonas de origens e destinos, verificam-se quais
pares de zonas efetivamente foram coletados em um posto (trecho) durante o período
das entrevistas, definindo, assim, a abrangência real identificada na pesquisa em
determinado momento.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
32
Consórcio:
A técnica de link analysis permite, a partir de um conjunto de origens e destinos, avaliar
o comportamento do fluxo entre os pares O/D em torno de um determinado segmento
rodoviário candidato a receber um posto de pesquisa. Com esses dados, são
levantadas árvores de caminhos mínimos. Dessa forma, identificam-se possíveis
pontos de dupla contagem e as áreas de influência de cada posto de pesquisa.
Na técnica de link analysis, os locais candidatos para instalação dos postos de
pesquisa são aqueles trechos com maior concentração de rotas de caminhos mínimos.
A técnica aplicada subsidiou a seleção dos trechos rodoviários onde serão instalados
os novos postos de pesquisa para coleta de tráfego.
De acordo com IBGE (2012) o Estado do Rio de Janeiro é formado por 92 municípios.
Os movimentos intermunicipais dentro do Estado geram um total de 8.464 pares O/D.
Desconsiderando 92 pares com origem e destino no mesmo município, tem-se um total
de 8.372 pares O/D possíveis.
Inseridos nos principais eixos rodoviários entre o Estado do Rio de Janeiro com seus
Estados limítrofes, os seis postos de pesquisa realizados em 2011 pelo MT geraram
um conjunto de informações, com base nas suas contagens e entrevistas, que
permitem um melhor aproveitamento para os novos 12 postos de coletas que devem
ser implantados e executados, privilegiando-se, então, que os mesmos
complementassem ao máximo possível, as demais rotas de viagens entre pares de
origem e destino, não cobertos pela pesquisa de 2011, dos municípios do Estado do
Rio de Janeiro.
Os seis postos de pesquisa de tráfego implantados na rede rodoviária do Estado do Rio
de Janeiro, pelo Ministério dos Transpores – MT, cujas coletas de informações
ocorreram em setembro de 2011, com contagens volumétricas e classificatórias – CVC
realizadas vinte e quatro horas por dia, durante sete dias consecutivos, como também,
as entrevistas de origem e destino das viagens, ocorridas simultaneamente à pesquisa
CVC, durante doze horas (das 06:00 às 18:00), localizaram-se em trechos de rodovias
federais pertencentes às rotas rodoviárias de 3.728 dos pares distintos de origem e
destino entre as zonas de tráfego, definidas pelos recortes de municípios pertencentes
ao Estado do Rio de Janeiro.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
33
Consórcio:
As localizações desses postos permitem, ainda, cobrir um considerável número de
rotas entre outros municípios com origem e destino para fora do Estado do Rio de
Janeiro, podendo ser tráfego de passagem, de saída ou de entrada no Estado.
Considerando os postos do Quadro 3.1, pode-se efetuar uma avaliação segundo um
processo de link analysis, por meio do software TransCAD, o que resultou em uma
área de cobertura territorial de 4.509 pares distintos de origens e destinos somente no
interior do Estado do Rio de Janeiro.
Em outras palavras, a localização dos postos, definidas conforme descrito
anteriormente, encontram-se em trechos de rotas rodoviárias, por caminho de menor
tempo (com base nas informações da base de dados do Plano Nacional de Logística e
Transportes - PNLT e da Pesquisa Nacional de Tráfego – 2011) que ligam 4.509
municípios do Estado do Rio de Janeiro.
Isso indica que, das rotas de menor caminho existentes para realização das viagens de
8.372 pares de origens e destinos distintos existentes no Estado do Rio de Janeiro, a
área de cobertura dos postos definidos no Quadro 3.1, equivale a aproximadamente
53,9% desse total.
Ressalta-se que essas abrangências não devem ser interpretadas, considerando que
as pesquisas de tráfego, de origens e destinos, a serem realizadas, coletarão dados de
viagens rodoviárias sobre essas 4.509 rotas.
A correta interpretação deve ser restrita a considerar que existe, hipoteticamente, para
a condição de execução de rotas por caminho de menor tempo, na rede rodoviária do
Estado (sob as informações da base de dados utilizada), a possibilidade de se capturar
no máximo, viagens com 4.509 pares de origens e destinos distintos.
Existem, contudo, viagens que contrariam essa regra, quando são executadas por meio
de rotas predefinidas, que não consideram a regra mais comum de executar uma
viagem no menor tempo. Isso ocorre em viagens comerciais, principalmente por meio
de veículos coletivos (ônibus) que atendem a rotas pré-definidas, transporte de cargas
(coleta e entrega) e algumas outras motivações específicas de viagens rodoviárias.
De qualquer forma, a indicação anterior, dada as condições descritas de uso das
informações, indicam que as localizações tendem a cobrir na maioria das viagens, com
base em rotas de menor tempo, uma abrangência territorial das origens e destinos
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
34
Consórcio:
internos ao Estado do Rio de Janeiro de aproximadamente 54,0% do total possível
desses tipos de viagens.
Esse índice permite avaliar o grau de cobertura territorial promovido pela distribuição
dos postos de pesquisas definidos execução da coleta de dados de tráfego em campo.
Quanto maior for esse percentual, maiores as garantias de se coletar uma amostra de
dados na pesquisa de origem e destino que permita uma modelagem do tráfego, com
fatores de expansão mais confiáveis, e com isso, maior confiança estatística nos
resultados da alocação de tráfego em rede. Caso contrário, ou seja, quanto menor,
esse percentual, essa análise inverte.
As viagens com origens e/ou destinos fora do Estado do Rio de Janeiro possuem alta
probabilidade de serem capturadas nas entrevistas amostrais, devido essas
localizações dos postos de pesquisas descritos no Quadro 3.1, pois os mesmos
encontram-se nos principais corredores rodoviários, principalmente para as viagens
que se originem ou se destinem aos municípios da Região Metropolitana e/ou a Capital
do Estado.
Além disso, tomando-se como pesquisas já executada recentemente, e que podem ser
aproveitadas para o PELC/RJ, aquelas realizadas pelo MT e o DNIT, em seis postos,
conforme descrito no Quadro 3.2, apresentam uma significativa amostra de pares de
viagens entre os municípios do Estado do Rio de Janeiro com municípios de outros
Estados da Federação.
Dessa forma, com o uso dessas informações, possíveis deficiências de cobertura dos
17 postos definidos no Quadro 3.1 em viagens rodoviárias entre origens e destinos que
saem ou entram no Estado ficam sanadas, de forma satisfatória, com as informações já
consolidadas e tratadas pelos postos descritos no Quadro 3.2.
Independente das considerações feitas e da avaliação da cobertura territorial dos 17
postos definidos no Quadro 3.1, bem como do uso das informações existentes dos
postos de pesquisa descritos no Quadro 3.2, recomenda-se que a tomada de decisão
final sobre a localização definitiva dos postos de pesquisas, seja executada entre o
Consórcio e a SETRANS em uma (ou mais) reunião técnica, visando ampliar o
entendimento mútuo quanto a validade das análises metodológicas produzidas e
descritas neste documento, como também sobre a forma correta de utilizar o trabalho
de pesquisa já produzida no PDTU 2011, para que sejam otimizados o uso das
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
35
Consórcio:
informações desse plano e a realização da pesquisa de tráfego desses 17 novos
postos (Quadro 3.1).
Cara ressaltar, por fim, que esse consórcio promoveu um conjunto de avaliações em
distintos cenários de localização dos novos postos de pesquisas de tráfego, resultando
em abrangências territoriais mais amplas do que aquela apresentada pelas posições
definidas no Quadro 3.1. A localização destes postos foi apresentada à SETRANS na
ocasião da entrega das minutas de ofício de apoio às pesquisas pela Polícia Rodoviária
Federal e pela Polícia Militar.
Assim, recomenda-se, também, que esse aspecto seja tratado e avaliado em conjunto
pelo Consórcio e a SETRANS, para que os subsídios definitivos à tomada de decisão
dos locais de pesquisas considerem esgotados os elementos que envolvem as análises
de localização de postos de pesquisa de tráfego, descrito anteriormente no item 3.3.
Entre outros aspectos, cabe ressaltar ainda, que nem todos os postos do Quadro 3.5
atendem da melhor forma aos aspectos descritos sobre o tema no item 3.3.
Não podendo, contudo, alterar as definições de localização dos 17 postos do Quadro
3.1, pois os mesmos são estabelecidos ainda no Termo de Referência do Edital e
acatados na proposta técnica, cabe a esse Consórcio, para melhor atender ao Estado,
recomendar à SETRANS que todos esses aspectos sejam tratados em reunião técnica
específica.
3.3.4.1. DETERMINAÇÃO DO VOLUME DE TRÁFEGO DE REFERÊNCIA
A partir da definição dos postos de pesquisa, é necessário que seja avaliado o Volume
Médio Diário – VMD de tráfego para que se possa calcular a amostra de referência
para as entrevistas O/D, e então avaliar o tamanho da equipe necessária para cada
posto.
Para definição do tráfego (Volume Médio Diário Anual – VMDA) de referência
necessita-se, normalmente, de contar com informações de contagens anteriores, sejam
elas pontuais ou permanentes, preferencialmente no trecho rodoviário de localização
do posto de pesquisa, ou então, em trecho da mesma rodovia, o mais próximo
possível.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
36
Consórcio:
Não sendo possível contar com esses elementos históricos, opta-se por outras fontes,
como estudos de tráfego em rodovias da mesma classe, na mesma região do trecho
rodoviário onde se deseja pesquisar.
Em determinados casos, essas duas fontes de dados podem não existir ou ainda, não
estarem disponíveis para consulta.
Parte-se, então, para avaliar dados secundários existentes, disponíveis, que possam
servir de referência, ou ainda, para uma pesquisa de contagem classificatória, de um
dia, em caráter piloto, visando aferir um valor real e atualizado da rodovia no qual será
empreendido esforços maiores para realização de pesquisas de contagens e de coleta
amostral por meio de entrevistas de origem e destino.
No caso desse trabalho, existem algumas fontes de dados que podem ser consultadas,
como fontes secundárias, que tratam de resultados de pesquisas e modelagem de
tráfego em rede, obtidos por estudos recentes, na rede rodoviária do Estado do Rio de
Janeiro.
Uma dessas fontes é da própria SETRANS, que elaborou o PDTU 2011, executando
pesquisas de contagens volumétricas e classificatórias em trechos próximos àqueles
inicialmente definidos para os 17 postos de pesquisas contidos no Quadro 3.1.
Outra fonte de informações consta da base de dados do Plano Nacional de Logística e
Transportes – PNLT, o qual revisou a sua rede rodoviária nacional, inclusive aquela
inserida no Estado do Rio de Janeiro, quando da execução de uma pesquisa realizada
em todo o Brasil, com seis postos localizados em trechos rodoviários do Estado, e da
qual se pode extrair informações sobre estimativa de tráfego diário médio anual,
produzidas por meio de modelagem de tráfego, e com resultados de alocações em
arcos rodoviários, estruturados por meio de uma base de dados georreferenciada.
Como o Consórcio possui acesso a essas informações, optou-se, inicialmente, para o
desenvolvimento desse relatório, na indicação referencial do tráfego para estimativa da
amostra a ser considerada na pesquisa de origem e destino de cada posto, valores de
tráfego médio diário anual – VMDA contido naquela base de dados.
Visando estabelecer um processo de avaliação de tráfego em rede, sendo a rede
rodoviária do PNLT tratada com atribuições de valores para o VMDA de diversos de
seus segmentos, optou-se por verificar duas informações sobre esse parâmetro, ou
seja:
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
37
Consórcio:
O VMDA atribuído pelo PNLT por seu processo de modelagem de tráfego,
exatamente no trecho onde se indica no Quadro 3.1 (código SNV) a localização
dos novos 17 postos de pesquisa;
O maior VMDA dos trechos de uma sub-rede rodoviária associada a cada posto
de pesquisa, considerando que deve ser um trecho de mesma classe rodoviária
onde o posto de pesquisa se insere (Figura 3.2)2
Avalia-se com base em outras observações de rede, qual dessas referências
pode melhor representar o tráfego de referência para o posto, e com isso, adota-
se um dos valores de VMDA.
Figura 3.2 – Segmentação da rede rodoviária pelo método do Polígono de Thiessen.
Cabe ressaltar que as informações do PDTU 2011 podem ser mais adequadas
como referências para os VMDA’s de referências, a serem adotados na estimativa
da amostra, principalmente para os postos localizados no cordão da Região
Metropolitana, em trechos rodoviários pertencentes ao Estado do Rio de Janeiro,
enquanto para trechos de rodovias federais, os dados do PNLT em sua Pesquisa
2 Pelo método de delimitação de zonas estabelecido conforme Polígono de Thiessen, tendo como base a rede rodoviária do PNLT
e os pontos de localização dos postos de pesquisas geograficamente associados aos trechos rodoviários (Quadro 3.1) divide-se
para cada ponto, a sua sub rede rodoviária, e na qual se pode observar, para trechos de mesma classe de rodovia daquela onde o
posto de insere, qual apresenta o maior valor de VMDA estimado, sendo esse observado como um tráfego de referência.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
38
Consórcio:
Nacional de Tráfego – PNT realizada em 2011 tendem a servir de forma mais
confiável como referência de VMDA para fins da citada estimativa amostral.
De qualquer forma, registra-se que os valores ideais de VMDA de cada posto, a
serem tomados como referências serão aqueles estimados (calculados) somente
depois da primeira fase das pesquisas, pois serão originários de dados primários e
atualizados, exatamente no local dos 17 postos de contagem de tráfego.
Com base nas argumentações anteriores, e considerando as fontes de dados
utilizadas para elaboração deste relatório, no Quadro 3.3 registram-se os valores
considerados como referências de VMDA para os trechos dos 17 postos de
pesquisas.
Quadro 3.3 – Postos de pesquisa no cordon line da Região Metropolitana e barreiras fiscais.
Posto Rodovia Código SNV Tipo de Pista VMDA de referência
01 BR-101/RJ 101BRJ3350 PAV 1.235
02 BR-116/RJ 116BRJ1950 DUP 14.262
03 RJ-127 127ERJ0030 PAV 6.410
04 RJ-125 125ERJ0150 PAV 5.951
05 BR-040/RJ 040BRJ9510 PAV 10489
06 BR-040/RJ 040BRJ0910 DUP 10489
07 RJ-107 107ERJ0050 PAV 4.500
08 BR-116/RJ 116BRJ1610 PAV 6.619
09 RJ-116 116ERJ0010 PAV 4.560
10 BR-101/RJ 101BRJ3010 DUP 18.615
11 RJ-106 106ERJ0130 PAV 4.691
12 RJ-122 122ERJ0010 PAV 4.303
13 BR-040/RJ 040BRJ0670 DUP 9.018
14 BR-101/RJ 101BRJ2710 PAV 3.388
15 BR-101/RJ 101BRJ3370 / 494BRJ0430 PAV 1.468
16 BR-116/RJ 116BRJ2170 DUP 32.313
17 BR-393/RJ 186ERJ0190 /393BRJ0095B PAV 6.620
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
39
Consórcio:
Com base nisso, passa-se no próximo item ao cálculo para estimativa da amostra
diária de coleta de entrevistas socioeconômicas associadas à identificação das origens
e destinos das viagens rodoviárias, que deverão ser executadas nos 17 postos listados,
para fins de montagem da respectiva matriz de origem e destino.
3.4. DEFINIÇÃO DO PLANO AMOSTRAL
As coletas de informações amostrais, para formação de matrizes de origem e destino
das viagens, ocorrem por meio de abordagens aleatórias aos usuários (motoristas) de
veículos que trafegam pelo trecho do posto de pesquisa. Para tanto, o plano amostral
define a forma de se estabelecer o processo de abordagem descrito, bem como dos
mecanismos práticos para que o condutor do veículo selecionado aleatoriamente
efetue o procedimento de parada e estacionamento, necessários para as atividades
dos entrevistadores.
Estudos envolvendo amostra estão sujeitos a dois tipos de erros: erro sistemático –
viés – e erro aleatório. O erro sistemático pode ocorrer, por exemplo, pela não
aleatoriedade da amostra ou, ainda, pela má formulação de pergunta do questionário,
induzindo a resposta. Esse erro (sistemático) é o mais grave, porque, em geral, o
pesquisador ignora sua existência, trazendo consequências graves ao estudo
desenvolvido. É premissa de qualquer processo amostral a inexistência desse tipo de
erro, embora, na prática, isso seja apenas uma meta a ser perseguida. Assim, qualquer
erro deve ser atribuído ao erro aleatório. O erro aleatório é natural de qualquer
processo envolvendo amostra e é mantido sob controle.
O modelo de amostragem – método pelo qual se pretende selecionar a amostra – tem
grande influência no tamanho da amostra. Um modelo de amostragem é mais eficiente
que outro se para uma mesma precisão exigir tamanho de amostra menor.
Entretanto, geralmente, na prática, a definição do modelo a ser adotado deve-se às
características operacionais da pesquisa, que, em geral, inviabilizam a adoção de
diversos modelos. Também, em um projeto de pesquisa por amostragem, devem-se ter
claramente definidos a população e os parâmetros a serem estimados – média,
percentual, etc.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
40
Consórcio:
Além disso, são estabelecidos procedimentos para que as amostras estimadas sejam
selecionadas, durante as abordagens das entrevistas de origem e destino, visando
manter o conceito citado anteriormente de aleatoriedade simples. Isso será necessário
para que não ocorra uma tendência de escolha de uma ou mais classes de veículos em
relação a outras, e com isso, haja coerência entre a distribuição percentual das classes
observadas na CVC com aquelas que formarão a amostra.
O plano amostral define, ainda, medidas estatísticas para que amostra, que será
coletada em períodos de doze horas consecutivos, normalmente nos horários de luz
natural (06:00 às 18:00) represente o tráfego da CVC correspondente no mesmo posto,
no processo de expansão para fins de modelagem de transporte. Além disso, trata da
definição de parâmetros e conformidades técnicas para avaliação dos dados e
procedimentos de campo também constam do plano amostral.
3.4.1. MODELOS DE AMOSTRAGEM
Neste projeto, para dimensionamento da amostra das entrevistas de origem e destino –
O/D, adota-se o modelo de amostra aleatória simples, pela sua praticidade – adapta-se
facilmente às características operacionais da pesquisa – e porque, do ponto de vista
teórico, é mais simples. O modelo de amostra aleatória simples pode ser com e sem
reposição. Como as “viagens” feitas pelos veículos passam pelo posto e não há como
inseri-las novamente na população, para que possam tornar a ser selecionadas, tem-se
o modelo sem reposição.
Nesta pesquisa, os elementos da população não são bem definidos, uma vez que se
tem um processo dinâmico, em que os veículos estão passando pelo posto de
pesquisa durante o período da CVC. Entretanto, pode-se definir a população estudada
como sendo “viagens feitas pelos veículos que passaram pelo posto de pesquisa no
período de contagem”.
Embora não se possam numerar todos os elementos da população para, por meio de
uma tábua de números aleatórios, selecionar a amostra, garantindo-se, assim, a
aleatoriedade, é factível considerar que as chegadas das viagens feitas pelos veículos
ao posto se procedam de modo aleatório. Assim, selecionando-se os veículos
exclusivamente pela ordem de chegada, de acordo com a disponibilidade dos
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
41
Consórcio:
pesquisadores, que é limitada, pode-se considerar que a amostra estudada se
comporta como se houvesse sido selecionada aleatoriamente.
Essa limitação relaciona-se com o tamanho máximo de intervenções no tráfego dos
veículos que o posto de pesquisa ocasiona, o que resulta na limitação da área de
estacionamento da rodovia, que normalmente não pode exceder a mais de quatro
pesquisadores entrevistados simultaneamente. Esse procedimento não permite a
formação de fila, o que inviabiliza a aplicação de uma seleção sistemática.
3.4.1.1. TAMANHO DA AMOSTRA
O plano amostral considera referências de volumes de tráfego já identificados, por
classes de rodovias, para que o tamanho da amostra seja inicialmente definido, com
posterior tratamento estatístico, visando avaliar os reais graus de confiança que foram
estabelecidos com os resultados de campo.
Dessa forma, para o cálculo do tamanho da amostra para a estimativa de para o
modelo aleatório simples, sem reposição – como de fato tem de ser pelos motivos já
expostos, o plano amostral terá como fundamentação a formulação da Expressão 3.9.
Expressão 3.9 – tamanho da amostra – formulação base.
⁄ ( )
( ) ⁄
( )
tamanho da amostra;
tamanho da população;
⁄ valor obtido na curva normal, para um dado valor α;
nível de significância adotado;
proporção a ser estimada;
erro de amostragem máximo tolerável.
Entretanto, a população pesquisada – viagens feitas pelos veículos que passam pelo
posto de pesquisa no período da pesquisa – não é bem determinada, não se sabendo
o tamanho da população. A resolução desse problema obtém-se supondo a população
infinita ( ) – na prática assim considerada populações com mais de 5.000 elementos –,
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
42
Consórcio:
calculando-se, então, o limite de quando tende para infinito. Obtém-se, então, a
Expressão 3.10.
Expressão 3.10 – tamanho da amostra.
⁄ ( )
Resolve-se o problema, uma vez que já não se necessita do valor de , para o cálculo
de , mas, depara-se com novo problema. Verifica-se pela fórmula que para a
determinação de é necessário que se conheça , que é justamente o que se deseja
estimar. Contudo, esse fato pode ser contornado observando-se que o valor máximo de
ocorre quando . Nesse caso, está-se maximizando o tamanho da amostra e,
consequentemente, minimizando o erro.
Na determinação do tamanho de amostra, tem-se, ainda, de definir qual o erro de
amostragem considerado tolerável ( ) e o coeficiente de confiança desejado ( ).
Para um coeficiente de confiança igual a 95% ( ), tem-se, pela distribuição
normal, ⁄ . A Tabela 3.1 apresenta os tamanhos de amostra para e
e populações infinitas – grandes –, variando-se o erro de amostragem
admitido.
Tabela 3.1 – Tamanhos de amostra para valores de .
0,010 9.605
0,015 4.269
0,020 2.401
0,025 1.537
0,030 1.068
0,035 784
0,040 601
0,045 475
0,050 385
Verifica-se, pela Tabela 3.1, que, se for admitido como tolerável um erro igual a 3%,
necessita-se uma amostra de pelo menos 1.068 viagens de veículos.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
43
Consórcio:
Na verdade, o número de viagens de veículos a ser pesquisado será calculado para
cada posto em função da estimativa de tráfego de veículos de cada posto, conforme
será mostrado adiante.
Estimou-se, de acordo com a quantidade de dados do formulário da O/D, que cada
entrevista seria realizada em cerca de três minutos, considerando-se o uso de
equipamentos computacionais portáteis, conforme descrito no Plano de Trabalho e
detalhado mais adiante neste documento. Assim, parece ser possível a adoção de um
erro de amostragem igual a 3%, de modo que esse será o erro de amostragem adotado
para o cálculo do tamanho de amostra.
O tamanho de amostra de cada posto é apenas uma diretriz a ser seguida. O
procedimento que se irá adotar é contar o máximo de veículos possíveis no período da
pesquisa e, posteriormente, com o resultado da amostragem, calcular o erro de
amostragem cometido – podendo-se utilizar para isto, a Expressão 3.9 porque já se
terá o valor de N pela CVC.
3.4.1.2. TAMANHO DE AMOSTRA POR POSTO DE PESQUISA
Conforme visto anteriormente, estimou-se o tamanho da amostra para o caso de
populações infinitas, em que o tamanho da população não influencia o tamanho da
amostra. Assim, esse tamanho de amostra independe do volume de tráfego do posto,
de modo que pode ocorrer que em determinado posto o tráfego circulante seja inferior
ao tamanho da amostra desejada.
Entretanto, utilizando como referência de tráfego o volume médio diário anual – VMDA
obtido a partir do carregamento da rede da Pesquisa Nacional de Tráfego 2011,
conforme apresentado no item 3.3.4.1, é possível determinar o tamanho de amostra em
função do volume de tráfego estimado para o posto.
Assim, pode-se ajustar o tamanho de amostra obtida inicialmente, em que não se
considera o volume de tráfego do posto. A Tabela 3.2 mostra os diversos tamanhos de
amostra ( ), calculados em função de , para os postos de pesquisa, para um erro
admissível de 3%, adotado na pesquisa. O valor de refere-se ao tamanho de
amostra calculado anteriormente, supondo a população infinita.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
44
Consórcio:
Tabela 3.2 – Relação dos postos com o número de amostra recomendada para a pesquisa de O/D, considerando-se erro de 3%.
No do Posto Código PNV
Tipo de Pista
VMD Referencial
⁄ ( )
( ) ⁄
( )
01 101BRJ3350 PAV 1.235 1.068 573
02 116BRJ1950 DUP 14.262 1.068 993
03 127ERJ0030 PAV 6.410 1.068 915
04 125ERJ0150 PAV 5.951 1.068 905
05 040BRJ9510 PAV 10489 1.068 969
06 040BRJ0910 DUP 10489 1.068 969
07 107ERJ0050 PAV 4.500 1.068 863
08 116BRJ1610 PAV 6.619 1.068 919
09 116ERJ0010 PAV 4.560 1.068 865
10 101BRJ3010 DUP 18.615 1.068 1.009
11 106ERJ0130 PAV 4.691 1.068 870
12 122ERJ0010 PAV 4.303 1.068 855
13 040BRJ0670 DUP 9.018 1.068 954
14 101BRJ2710 PAV 3.388 1.068 812
15 101BRJ3370 /
494BRJ0430 PAV 1.468 1.068 618
16 116BRJ2170 DUP 32.313 1.068 1.033
17 186ERJ0190 /
393BRJ0095B PAV 6.620 1.068 919
Observa-se que para um erro amostral de 3% (conservador), a quantidade de
entrevistas por posto de pesquisa varia entre 500 e 1.000 entrevistas/dia.
A amostra apresentada na Tabela 3.2 serve apenas como referência para avaliação do
desempenho em campo, e dimensionamento de equipe, não como meta a ser atingida
pelos pesquisadores. Isto porque a coleta é aleatória e ao longo de 12 horas
consecutivas, considerando um tempo de entrevista médio de 3 minutos para cada
entrevista.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
45
Consórcio:
Deve-se levar em conta ainda, que o VMDA utilizado para o cálculo da amostra de
cada posto é referencial e, portanto, provavelmente diferente daquele que será
verificado em campo.
O acompanhamento por meio de um sistema de monitoramento, carregado a partir dos
dados coletados em campo e transmitidos diariamente, permitirá que se avalie o
tráfego de cada dia e, se a amostra de O/D coletada naquele mesmo dia atinge a
quantidade suficiente para que se trabalhe com o erro amostral de 3%, ou, de pelo
menos 5%, que é um erro menos conservador, mas igualmente aceitável.
A experiência mostra que, se a coleta em campo transcorrer como planejado, com a
equipe dimensionada trabalhando continuamente e apresentando desempenho dentro
da média, as amostras de campo tendem a ser maiores que as projetadas e, portanto,
dando estatisticamente uma confiabilidade maior aos dados.
3.4.1.3. REPRESENTATIVIDADE DA AMOSTRA NA PESQUISA O/D
Embora se tenham tomado todos os cuidados técnicos na determinação do tamanho
da amostra e sua seleção – definição do modelo de amostragem, fixação do erro
máximo de amostragem, determinação do coeficiente de confiança, método de seleção
da amostra etc. – para evitar a ocorrência de tendências, tem-se o fato de a amostra de
O/D ser coletada somente 12 horas por dia. Essa limitação deve-se principalmente à
segurança do pessoal de campo e dos veículos, uma vez que à noite há maior
exposição a riscos (acidentes, assaltos etc.).
Entretanto, a escolha do horário noturno para viajar provavelmente deve-se a fatores
como clima – no verão é mais confortável viajar à noite – ou volume de tráfego – à
noite há menos veículos trafegando. É pouco provável que fatores como origem/destino
da viagem, motivação da viagem (lazer, trabalho, estudo etc.), frequência da viagem
etc., que são os que interessam na pesquisa de O/D, tenham influência no fato de a
viagem ser à noite. Assim, o fato de a pesquisa ser de 12 horas pressupõe que o
volume durante o dia garanta a representatividade da amostra.
3.4.1.4. FATORES DE EXPANSÃO
Com a amostra da pesquisa de O/D coletada, a percentagem é o fator de
expansão do número de viagens com origem e destino , do posto , das viagens
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
46
Consórcio:
observadas na amostra e onde
⁄ . Nesse caso, é o número de viagens
observadas na amostra, no posto , com origem e destino , e é o tamanho de
amostra do posto . Esse fator de expansão multiplicado pelo volume de viagens
obtido pelas CVC permitirá a obtenção do elemento da matriz de viagem do posto
de contagem , à época da pesquisa. Assim tem-se: , em que é o
volume de viagens verificadas no posto com origem i e destino j, e é o volume
de viagens ocorridas no posto , durante o período da pesquisa.
Pode-se montar, então, a matriz de O/D , que representa o volume de viagens do
posto , como mostra a Figura 3.3.
Figura 3.3 – Matriz de O/D que representa o volume de viagens do posto k.
Com isso, pode-se obter, também, uma única matriz O/D do total de postos utilizados
na pesquisa, cujos elementos deverão ser calculados ponderando-se os fatores de
expansão. Essa decisão cabe ao especialista em transporte no momento da aplicação
dos dados para a obtenção de fluxos em rede.
3.4.1.5. ERRO DE AMOSTRAGEM E INTERVALO DE CONFIANÇA
O erro de amostragem das pesquisas O/D será obtido para cada característica da
viagem, por sentido de rodovia, sendo as principais características de interesse a
origem e o destino do veículo. Assim, ter-se-á, nesse caso, para cada proporção
estimada , em que refere-se ao posto de pesquisa, , à origem, e ao destino do
veículo, o erro de amostragem obtido pela Expressão 3.11, oriunda da Expressão 3.9.
1 2 …j… …..r
1 a1,1 a1,2 . a1,r
2 a2,1 a2,2 . .
MK = . . . a2,1 .
i . . ai,j .
. . . . .
r ar,1 . . ar,r
Origem
Destino
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
47
Consórcio:
Expressão 3.11 – fatores de ajustamento sazonal.
⁄ √ ( )( )
( )
O intervalo de confiança da estimativa de é dado por ̂ , cuja interpretação é que
a probabilidade de que o intervalo ( ̂ ̂ ) contenha o verdadeiro valor de é de
95%.
3.4.1.6. CONSISTÊNCIA DOS DADOS
Dois erros principais podem ocorrer no processo de coleta da amostra:
Dupla contagem – esse tipo de erro pode ocorrer quando um veículo é
selecionado em um posto e posteriormente, na mesma viagem, é selecionado
em outro. Os dados da viagem coletados na amostra da pesquisa de O/D são
todos anotados de modo eletrônico, por meio de equipamento tipo tablet, em
que são arquivadas, também, informações de controle, como placa do veículo,
dia e hora da contagem e código do posto de contagem. Assim, quando do
processamento dos dados, feito por sistema computacional que recebe essas
informações, esse tipo de erro é detectado;
Erro de digitação – esse tipo de erro é o mais difícil de ser detectado.
Entretanto, o equipamento computacional portátil (tablet) impossibilita o tipo de
erro ocasionado quando a informação digitada não corresponde ao caractere
que o “campo” destinado à informação espera receber. Por exemplo, se o
“campo” espera receber apenas caracteres numéricos e é digitada uma letra, o
equipamento habilita somente o tipo de caractere adequado. Erros de digitação
grosseiros, como, por exemplo, número de passageiros de veículo de passeio
igual a 50, são assinalados pelo sistema computacional. Entretanto, o
treinamento da equipe e a projeção do número de pesquisadores de cada
equipe de modo que não haja pressão em relação ao tempo e ao número de
entrevistas diminuem consideravelmente esse tipo de erro, focando-se a
qualidade dos dados. É importante observar, não como um erro, mas como
informação que interfere na modelagem de transporte, o número de viagens com
origem e destino iguais.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
48
Consórcio:
3.5. DEFINIÇÃO DOS FORMULÁRIOS E EQUIPAMENTOS PARA AS
PESQUISAS
Nesta seção são apresentados os formulários das pesquisas CVC e as características
presentes no formulário de O/D, para os quais serão desenvolvidos formulários
eletrônicos para Tablet.
São descritos ainda os equipamentos utilizados nas coletas de informações e forma de
leitura e interpretação dos dados.
3.5.1. CONTAGENS VOLUMÉTRICAS E CLASSIFICATÓRIAS – CVC
Para definição dos formulários das contagens volumétricas e classificatórias, utiliza-se
como referência o Quadro de Fabricantes de Veículos, disponibilizado pelo DNIT/IPR
no documento intitulado Manual de Estudos de Tráfego (2006), que reúne as
informações gerais necessárias para determinação dos dados de tráfego. O manual
apresenta a classificação dos veículos comerciais que circulam no País e as
características específicas dos veículos dos diversos fabricantes instalados no Brasil.
A classificação dos veículos adotada pelo DNIT apresenta as configurações básicas de
cada veículo ou combinação de veículos, bem como número de eixos, seu peso bruto
total máximo e sua classe. Entende-se por configuração básica a quantidade de
unidades que compõem o veículo, os números de eixos e grupos de eixos,
independentemente da rodagem, apresentados sob a forma de silhueta.
A Figura 3.4 apresenta uma identificação estruturada básica de referência, para
orientar a montagem dos formulários da pesquisa de contagem volumétrica e
classificatória, para veículos de passeios/leves, caminhões simples, ônibus e motos. A
Figura 3.5 ilustra para semirreboques, veículos combinados e reboques.
A utilização de classificações desagregadas nas classes apresentadas nas figuras
podem não ser necessária para determinados tipos de estudos. Contudo, servindo de
exemplo, toda e qualquer agregação das mesmas, devem considerar a estrutura
apresentada nessas figuras, como máxima referência de desagregação das classes
que podem ser contabilizadas em uma pesquisa de CVC.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
49
Consórcio:
Figura 3.4 – Formulário CVC: passeios leves, caminhão simples, ônibus e motos.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
50
Consórcio:
Figura 3.5 – Formulário CVC: semirreboques, veículos combinados e reboques.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
51
Consórcio:
Observa-se que a contagem deve condensar os valores dos fluxos das viagens
classificadas de 15 em 15 minutos, necessários para que os métodos de avaliação do
Nível de Serviço e Capacidade rodoviária possam ser utilizados, independente do nível
de agregação a ser definido para classificação final da CVC.
Recomenda-se que seja adotada uma agregação das classes dos veículos ilustrados
na Figura 3.4 e na Figura 3.5, principalmente para os veículos “caminhões”.
De qualquer forma, a estrutura apresentada, segue as definições técnicas e normativas
indicadas.
3.5.1.1. EQUIPAMENTOS E METODOLOGIA DE COLETA
A pesquisa CVC será realizada com apoio de equipamentos específicos que
possibilitam maior precisão e qualidade nos levantamentos de dados.
A tecnologia adotada para as coletas consta de um radar de longo alcance, com
conectividade wireless, que garante a segurança operacional durante a instalação e a
recuperação dos dados, combinada com uma coleta de informações por Tablet, onde a
estrutura dos formulários ilustrados na Figura 3.4 e na Figura 3.5 será implementada,
servindo de referência para o tratamento dos sistemas de identificação, principalmente
quanto aos tipos e quantidades de eixos.
O radar que será utilizado é dotado de memória de estado sólido com a possibilidade
de armazenar o registro de até 100 mil veículos individuais em até quatro faixas de
tráfego bidirecional. Este aparelho permite a coleta de forma bidirecional, unidirecional
e bidirecional estendida como mostra a Figura 3.6.
Figura 3.6 – Exemplos de leitura do radar.
Plano de Execução dos Trabalhos
52
Consórcio:
Os equipamentos a serem instalados às margens das pistas, no trecho de pesquisa,
possibilitam a contagem dos veículos, a medição de suas velocidades e a classificação
em três classes veiculares com precisão de 97%. É importante destacar que as
informações de fluxo das 24h de cada dia, coletadas por meio de radar, serão
complementadas e validadas, com o levantamento manual simultâneo utilizando
Tablet.
A contagem manual com uso de Tablet prevê o preenchimento, por um pesquisador, de
formulários eletrônicos, sendo que o pesquisador deve identificar cada veículo que
passa, registrando sua classificação no campo específico do formulário da pesquisa.
As informações são acumuladas a cada 15 minutos pelo próprio sistema de registro.
A partir dos dados registrados no levantamento manual simultâneo à leitura do radar, é
possível expandir a classificação obtida pelo radar. Além disso, será desenvolvido
aplicativo específico para os Tablets dotados de conexão 3G, que permitem a
sincronização de informações em tempo real, para realização das contagens,
classificação dos veículos leves e pesados, e expansão dos dados levantados pelo
radar pelas respectivas categorias. O software a ser utilizado permitirá exportação dos
dados lidos pelo radar para uma planilha de Excel, possibilitando a criação de gráficos,
como os apresentados da Figura 3.7.
Para fins de segurança, além de equipamentos reserva, são previstos formulários em
papel para uso em caso de problemas.
A Figura 3.8 apresenta um exemplo das telas do aplicativo em desenvolvimento para
utilização na contagem volumétrica classificatória manual.
As informações coletadas nessa pesquisa serão armazenadas em um banco de dados,
adequadamente desenvolvido e testado, visando garantir a segurança e confiança nas
informações coletadas.
Para tanto, o Consórcio apresentará a SETRANS, para sua aprovação, um sistema de
informações da pesquisa de tráfego, o que incluirá além dos dados da CVC, as
informações da pesquisa de origem e destino.
Um exemplo de como essas informações poderão ser acessadas, após a tabulação
das informações coletadas, é ilustrado pela Figura 3.9.
Plano de Execução dos Trabalhos
53
Consórcio:
Figura 3.7 - Exemplo de das telas de dados exportados a partir da leitura do radar.
Figura 3.8 - Exemplo de telas do aplicativo de contagem volumétrica classificatória.
Plano de Execução dos Trabalhos
54
Consórcio:
Figura 3.9 – Exemplo de relatório e gráfico de resumo de volumes por dia e posto.
3.5.1.2. DIMENSIONAMENTO DA EQUIPE DE CAMPO
Conforme descrito anteriormente, a execução da pesquisa de contagem volumétrica e
classificatória – CVC, por meio de radar, será complementada e validada, com uma
pesquisa manual simultânea, utilizando Tablet.
A realização da pesquisa com radar necessita da instalação prévia de equipamentos de
contagem e classificação automática e será realizada por equipe independente e
especializada, responsável também pela checagem periódica dos equipamentos.
Plano de Execução dos Trabalhos
55
Consórcio:
A contagem manual prevê o preenchimento, por um pesquisador, de formulário
eletrônico para complementação e validação da leitura do radar, e será realizada por
pelo menos dois dias durante a semana de pesquisa, com equipamentos tipo Tablets e
correspondente aplicativo. Para este levantamento é necessário um pesquisador por
sentido.
O Quadro 3.4, na página 66, apresenta um resumo da equipe necessária por posto de
pesquisa e função, agregando o dimensionamento de equipe da pesquisa CVC ao
dimensionamento da equipe da pesquisa OD.
3.5.2. PESQUISA DE ORIGEM E DESTINO DAS VIAGENS
As pesquisas de origem e destino possibilitam, por meio de amostra, o conhecimento
do perfil médio das viagens que passam pelo posto de pesquisa. A partir dos volumes
totais identificados nas contagens classificatórias de 24 horas, é possível obter
coeficientes de expansão para aplicação aos resultados das entrevistas de O/D.
Nessas pesquisas, os condutores dos veículos são abordados sobre questões
relacionadas à viagem realizada, que variam de acordo com o tipo de veículo. As
características do veículo, em grande parte, são identificadas pelo pesquisador de
forma visual, sem necessidade de perguntas ao condutor.
A pesquisa de O/D tem como principal objetivo identificar as origens e os destinos das
viagens observadas diariamente, no período de uma semana, no trecho rodoviário de
localização dos postos de pesquisa. Agregam-se a essas informações outras, tais
como:
Caracterização das viagens: motivo da escolha da rota, frequência da viagem
etc.;
Tipos de veículos e cargas;
Caracterização dos veículos: ano, tipo de combustível, propriedade etc.;
Motivações das viagens: lazer, trabalho, estudo etc.
Tais informações são relevantes para análises e aplicações de modelos de transportes.
Plano de Execução dos Trabalhos
56
Consórcio:
3.5.2.1. EQUIPAMENTOS E METODOLOGIA DE COLETA
Para a pesquisa de origem e destino está prevista a utilização de equipamento
computacional portátil, com rotina de entrevistas implementada para facilitar a
aplicação do questionário.
Foi observado que, devido à evolução tecnológica dos computadores portáteis, que
ampliou seu poder de processamento, interface com usuário, longa duração da bateria
e leveza do produto, tornou-se padrão, na nova geração desses equipamentos, o tipo
tablet, sendo também confiáveis e de custo acessível. Assim como o hardware, o
software, ou melhor, o sistema operacional para tablets também evoluiu, e por meio
dele se podem desenvolver aplicativos para atender às necessidades específicas de
cada usuário, com confiabilidade e conectividade flexível, em que os dados gerados
pela aplicação podem ser transmitidos para outros dispositivos de forma transparente.
Todas essas características permitem:
Reduzir tempo e custo com treinamento, pelo uso de interface touchscreen;
Alta confiabilidade, por ser uma tecnologia amadurecida, tendo sido o primeiro
tablet comercializado em 2001, e por usar padrões de armazenamento e
conectividade amplamente testados;
Maior precisão durante a coleta de dados, por possuir uma tela de dimensões
semelhantes a um caderno e usar tecnologia touchscreen capacitiva,
minimizando possíveis erros durante a entrada de dados.
Assim, acredita-se que os equipamentos a ser utilizados nas pesquisas (equipamentos
computacionais portáteis tipo tablet) facilitem a coleta e a armazenagem de dados pela
possibilidade de introdução de interfaces gráficas que, por intermédio de barras de
rolagem, podem conferir maior agilidade e confiabilidade às pesquisas.
A escolha de um equipamento computacional portátil tipo tablet foi baseada na
possibilidade de se trabalhar com uma tela ampliada em relação aos PDAs/palmtops
utilizados em pesquisa anterior, possibilitando maior agilidade na realização das
entrevistas. O modelo encontrado no mercado e adotado para pesquisa de
origem/destino possui tela de 9,7 polegadas, permitindo maior conforto e segurança na
leitura das informações. Destacam-se o tamanho da tela, que excede a do
equipamento do tipo palmtop em mais de duas vezes, e a tecnologia do tipo
Plano de Execução dos Trabalhos
57
Consórcio:
touchscreen, que permite uso do sistema de dados com toques manuais diretamente
na tela do equipamento.
Com o equipamento portátil do tipo tablet, conforme descrito, o desempenho dos
técnicos entrevistadores (responsáveis pela execução das pesquisas rodoviárias de
origem e destino) tende a ser superior em relação ao mesmo tipo de pesquisa quando
se utiliza o palmtop.
Outros ganhos técnicos e de qualidade dos dados ocorrem pela facilidade do
equipamento em fornecer uma interface com o usuário que permite, em uma mesma
tela, tratar um conjunto maior de dados e ao mesmo tempo ter instruções sobre como
proceder (dicas) em cada etapa da pesquisa. Por fim, todos os aspectos descritos
resultam em maior confiabilidade da informação pesquisada, pois ela se efetua em um
tempo médio que garante ao longo da sua execução, pelo número de entrevistadores
utilizados, a amostra mínima exigida.
Na eventualidade de pane de um dos equipamentos de coleta de dados, haverá
sempre outro de reserva para tomar o seu lugar. Caso haja pane em mais de um dos
equipamentos do mesmo posto, a pesquisa poderá transcorrer normalmente com o
emprego de formulário em papel contendo as mesmas informações apresentadas pelos
equipamentos eletrônicos.
Assim, entre a Figura 3.10 e a Figura 3.14 apresenta-se a estrutura lógica de
realização da pesquisa de origem/destino utilizada para desenvolvimento do aplicativo
para o equipamento computacional portátil (Tablet).
Plano de Execução dos Trabalhos
58
Consórcio:
Figura 3.10 – Primeira rotina da pesquisa de O/D: identificação visual dos veículos.
IDENTIFICAÇÃO VISUAL DO VEÍCULO
PESADOS
LEVES
ÔNIBUS
TANQUE
PESADOS
TIPO DE VEÍCULO
SIM/NÃO
CONTEINER
1 X 20 PÉS
2 X 20 PÉS
1 X 40 PÉS
1 X 20 E 1 X 40 PÉS
REBOQUE SIM/NÃO
PLACA DO VEÍCULO
ESTRANGEIRA SIM/NÃO
NÚMERO
PESADOS
VERMELHA SIM/NÃO
RNTRC
NÚMERO
ÔNIBUS
VEÍCULOS PASSEIO
CAMINHÕES
REGISTRAR NRO
PESADOS
CARGA PERIGOSA
NÚMERONRO DE RISCO
NRO DA ONU NÚMERO
IDENTIFICAR PERGUNTA FINAL
Plano de Execução dos Trabalhos
59
Consórcio:
Figura 3.11 – Segunda rotina da pesquisa de O/D: caracterização dos veículos
CARACTERIZAÇÃO DO VEÍCULO
ANO DE FABRICAÇÃO
PROPRIEDADE DO VEÍCULO
DIESEL
LEVES
PROPRIO
ALUGADO / FRETADO
EMPRESA
TAXI
SERVIÇO PÚBLICO
OUTROS
PESADOS
TRANSPORTADORA
EMPRESA / FROTA PRÓPRIA
PRÓPRIO / PARTICULAR / AUTÔNOMO
AGREGADO
NÃO
TRANSPORTADORA
EMPRESA / FROTA PRÓPRIA
COMBUSTÍVEL
LEVES / ÔNIBUS
GASOLINA
ALCOOL
DIESEL
GNV
BI-COMBUSTÍVEL
OUTROS
PESADOS
ÔNIBUS
PROPRIO
ALUGADO / FRETADO
EMPRESA
SERVIÇO PÚBLICO
OUTROS
Plano de Execução dos Trabalhos
60
Consórcio:
Figura 3.12 – Terceira rotina da pesquisa de O/D: caracterização da viagem.
CARACTERIZAÇÃO DA VIAGEM
ORIGEM
LEVES
PESADOS
PAÍS DA AMÉRICA LATINA
BRASIL
ESCOLHER UF
ESCOLHER MUNICIPIO
REGISTRAR LOCALIDADE
DESTINO
PAÍS DA AMÉRICA LATINA
BRASIL
ESCOLHER UF
ESCOLHER MUNICIPIO
REGISTRAR LOCALIDADE
MOTIVO ESCOLHA DA ROTA
CAMINHO MAIS CURTO
ASFALTO E SINALIZAÇÃO
SEGURANÇA
PROXIMIDADE HOTEIS E POSTOS
TURISMO / PAISAGEM
OUTROS
CAMINHO MAIS CURTO
ASFALTO E SINALIZAÇÃO
SEGURANÇA
PROXIMIDADE HOTEIS E POSTOS
ORDENS DA EMPRESA
OUTROS
NRO VEZES PASSA TRECHO
FREQUÊNCIA DA VIAGEM
POR DIA
POR SEMANA
POR MÊS
POR ANO
EVENTUAL
NÚMERO
Plano de Execução dos Trabalhos
61
Consórcio:
Figura 3.13 – Terceira rotina da pesquisa de O/D: motivação da viagem de veículos leves.
(CONTINUAÇÃO)
LEVES
MOTIVAÇÃO VIAGEM
MOTIVO DE VIAGEM
NÚMERO DE PESSOAS NO VEÍCULO NÚMERO
RENDA MÉDIA ENTREVISTADO
ENTRE R$ 0,00 E R$ 1.000,00
ENTRE R$ 1.001,00 E R$ 2.000,00
ENTRE R$ 2.001,00 E R$ 4.000,00
MAIS DE R$ 4.001,00
LAZER
TRABALHO
ESTUDO
SAÚDE
COMPRAS
PESSOAIS
OUTROS
QDO NÃO UTILIZA CARRO, COMO FAZ A VIAGEM
SÓ DE CARRO
ÔNIBUS
AVIÃO
OUTROS
PESQUISA DE PREFERÊNCIA DECLARADA
PARA ESCOLHA MODAL (COLETIVO)
SE POSTO DE PESQUISA ESTÁ EM UMA ROTA
Plano de Execução dos Trabalhos
62
Consórcio:
Figura 3.14 – Terceira rotina da pesquisa de O/D: motivação da viagem de veículos médios e pesados.
(CONTINUAÇÃO)
ÔNIBUS
MOTIVAÇÃO VIAGEM
TIPO DE VIAGEM / SERVIÇO
REGULAR / COMERCIAL
TURISMO
FRETADO / PARTICULAR
OUTROS
PESADOS
TIPO DE CARGA
PESO DA CARGA
VALOR DO FRETE EM R$
VERIFICA NO CONHECIMENTO CARGA / NOTA
VERIFICA SE ESTÁ NA LISTA
CARGAS PRÉ-DEFINIDAS
OUTRAS CARGAS
PERGUNTA AO CONDUTOR
CARGA PERIGOSA: NRO RISCO E ONU ANOTADOS
PERGUNTA SE UTILIZA PARADA ESPECIAL SIM / NÃO
KG / TON
NÚMERO
NÚMERO
PESO DA CARGA
VALOR DO FRETE EM R$
KG / TON
NÚMERO
NÚMERO
NÚMERO DE PESSOAS NO VEÍCULO NÚMERO
ESCOLHE
REGISTRA
Plano de Execução dos Trabalhos
63
Consórcio:
O conjunto final das informações a serem preenchidas dos questionários eletrônicos
será validado oportunamente, quando for apresentado o aplicativo desenvolvido para o
equipamento computacional portátil a ser utilizado na pesquisa de origem e destino.
O aplicativo será desenvolvido de forma a facilitar o preenchimento das pesquisas por
meio da seleção de questões e alternativas em função do tipo de veículo e
características da viagem.
Além disso, o uso do equipamento permitirá a sincronização das informações coletadas
com o banco de dados de pesquisa pelo uso da tecnologia 3G. O uso da tecnologia de
transmissão de dados em tempo real possibilita que o acompanhamento de campo seja
feito de forma remota, pelo acesso aos dados coletados no escritório, garantindo a
qualidade das informações pelo monitoramento constante dos mesmos. Na Figura 3.15
é apresentado um exemplo de tela para este tipo de levantamento.
Figura 3.15 – Exemplo de telas do aplicativo da pesquisa de origem e destino.
Plano de Execução dos Trabalhos
64
Consórcio:
As informações coletadas nas entrevistas de origem e destino devem ser transferidas,
ao final de cada dia, para um sistema de dados, previamente estabelecido e testado,
visando a segurança e garantia da informação da pesquisa de origem e destino.
Esse sistema deve ser associado com o banco de dados da pesquisa de contagem
volumétrica e classificatória, conforme descrito anteriormente. A informação de maior
relevância nas entrevistas de origem e destino das viagens rodoviárias, depois do
veículo classificado, consta daquelas de caracterização da viagem, onde são
informados os pontos de origem e destino da viagem.
Esse tipo de equipamento minimiza de forma significativa os erros de anotações dos
entrevistadores, pois diversas informações fazem parte do banco de dados instalados
nos mesmos, e com isso, por exemplo, o nome de todos os Municípios brasileiros, com
seus respectivos Estados Federativos, pode ser acessado por um processo de
identificação relacional, no qual, escolhido uma UF, aparecem somente os nomes dos
Municípios que lhe pertencem; digitando as primeiras letras do nome indicado pelo
entrevistado, o sistema se incumbe de reduzir a seleção somente para os Municípios
que possuem essas características nos seus nomes, facilitando a inserção final dessa
informação.
Nesse padrão, outras informações serão previamente definidas para facilitar à dinâmica
e reduzir ao máximo possível, o tempo de entrevistas de origem e destino.
3.5.2.2. DIMENSIONAMENTO DA EQUIPE DE CAMPO
Para dimensionar a equipe necessária para cumprir a amostra mínima da pesquisa de
O/D, tomar-se-á por base, os tempos de entrevista registrados em pesquisas
anteriores, com o uso de Tablets. Isso será avaliado por tipo de rodovia e volume de
viagens diárias. Dessa forma, por posto de pesquisa é possível definir a quantidade de
entrevistadores, por sentido de fluxo.
Considerando a realização da pesquisa O/D durante 12 horas consecutivas, os
pesquisadores serão divididos em dois turnos de seis horas, de forma a dar
continuidade à coleta de dados sem perder a qualidade das entrevistas.
Assim, em função dos volumes de tráfego referenciais observados no
dimensionamento da amostra, adota-se a seguinte regra geral:
Plano de Execução dos Trabalhos
65
Consórcio:
a) Rodovia Pista Simples, dois pesquisadores por sentido, em um total de quatro
pesquisadores, por turno;
b) Rodovia Pista Dupla, três pesquisadores por sentido, em um total de seis
pesquisadores, por turno.
A regra poderá ser revista e ajustada caso necessário, a partir do reconhecimento de
campo, na hipótese de se observem fluxos de tráfego significativamente diferentes
daqueles referenciais, sempre se levando em conta a necessidade de uma amostra
coletada de forma aleatória.
Cada posto de pesquisa de tráfego deverá ter um coordenador que responderá pela
dinâmica e execução tanto da CVC como da O/D, além de ser o responsável perante
os órgãos intervenientes e representantes de Polícia. São atribuições principais do
coordenador:
Supervisionar o andamento das pesquisas, tirando dúvidas dos pesquisadores,
e verificando se as anotações estão sendo feitas corretamente;
Organizar as substituições dos pesquisadores nas trocas de turno, e substituir
temporariamente os pesquisadores quando necessária pausa para descanso;
Recolher, conferir e guardar os equipamentos, ao término dos turnos;
Elaborar um relatório com as ocorrências de campo que possam influenciar nas
pesquisas, ou qualquer outra particularidade.
O coordenador do posto de pesquisa é responsável ainda pela substituição de
equipamentos que apresentarem problemas operacionais, como superaquecimento ou
esgotamento da bateria.
Além da equipe de coleta, conforme detalhado na seção que trata da Obtenção das
Autorizações e Apoio para Execução das Pesquisas, de forma a garantir a boa
execução dos trabalhos, bem como a segurança dos usuários da via e dos
pesquisadores e minimizando os impactos no tráfego rodoviário, é necessário o apoio
em cada posto de pesquisa, de pelo menos 2 Policiais, um para cada sentido, por
turno.
Plano de Execução dos Trabalhos
66
Consórcio:
O Quadro 3.4 apresenta o resumo da equipe necessária, por posto de pesquisa e
função, agregando o dimensionamento de equipe da pesquisa CVC ao
dimensionamento da equipe da pesquisa O/D.
Quadro 3.4 – Equipe mínima por posto de pesquisa CVC e O/D.
No de dias de
pesquisa por
posto
Pesquisadores por turno Total de
Pesquisadores
(2 turnos)
Pesquisador CVC 2 1 1 4
Pesquisador OD 7 2 – 3 2 - 3 8 (pista simples)
12 (pista dupla)
Coordenador 7 1 1
Policiais 7 1 1 4
3.5.3. TREINAMENTO DOS PESQUISADORES
Como o trabalho de pesquisa depende fundamentalmente da qualificação da mão-de-
obra, é de fundamental importância ministrar treinamentos e adotar medidas de
controle para que as pessoas envolvidas estejam tecnicamente preparadas para o
serviço e estejam conscientes da importância de se obter e registrar informações
qualitativas e quantitativas com segurança e confiabilidade.
A composição básica de cada posto de pesquisa, considerando dois turnos de
trabalho/dia, conta em média com 11 pesquisadores (um coordenador, 2
pesquisadores de contagem volumétrica e classificatória, de 8 pesquisadores de
origem/destino) envolvidos 7 dias consecutivos. Se considerarmos a realização de 4
postos simultâneos, por exemplo, teremos 44 pessoas envolvidas na coleta de dados.
Assim, o treinamento visa a dar os conhecimentos básicos que nortearão as atividades
ligadas diretamente à engenharia de tráfego, possibilitando aos treinados um amplo
domínio de todas as tarefas correlatas, aplicações tecnológicas às pesquisas e
segurança de dados e dos equipamentos.
Após definidos e validados os postos de pesquisa e a metodologia de coleta de dados,
a preparação da pesquisa inclui o recrutamento e a elaboração do treinamento dos
pesquisadores.
Plano de Execução dos Trabalhos
67
Consórcio:
3.6. PROCEDIMENTO DE CAMPO E CRONOGRAMA DE PESQUISAS
A execução de pesquisa em campo é um procedimento que se inicia com o
planejamento das pesquisas. Com isso, definem-se os elementos e conformidades
técnicas e operacionais que servirão de orientação para os pesquisadores.
Contudo, as ações práticas e rotineiras, que se estabelece nos postos de pesquisas,
devem também seguir procedimentos, que em determinados aspectos, extrapolam as
diretrizes do próprio planejamento.
Considerando que as pesquisas de campo constam das contagens volumétricas e
classificatórias e das entrevistas de origens e destinos, as descrições sobre
procedimentos técnicos e operacionais devem considerar a separação por esses dois
tipos de pesquisas.
O reconhecimento de campo é o procedimento que inicia efetivamente o processo
decisório sobre o exato local de realização das pesquisas, definido anteriormente de
forma mais abrangente.
A instalação dos postos de pesquisas deve seguir orientações de sinalização, bem
como outros elementos que permitam que as pesquisas ocorram com segurança, tanto
para os usuários das vias, como para os pesquisadores. Deve ser executada após o
consórcio receber da SETRANS as garantias institucionais de que o planejamento está
em conformidade técnica e por ela aprovada, e a confirmação de apoio da Polícia
Rodoviária.
Em campo, somente após a disposição de todos os equipamentos de segurança e de
instruções sobre o modo de como abordar os usuários e dos padrões e dispositivos de
segurança pode-se levar a efeito a realização das pesquisas.
Para que as mesmas tenham o seu início no dia e hora planejada, as ações em campo
devem ser preparadas, um ou dois dias antes desse início. Esse processo consta do
planejamento das instruções e procedimentos de mobilização.
Dessa forma, a realização das contagens volumétricas e classificatórias e entrevistas
de origens e destinos constam das pesquisas a serem efetuadas em campo, nos
trechos rodoviários.
Plano de Execução dos Trabalhos
68
Consórcio:
3.6.1. RECONHECIMENTO DE CAMPO DOS POSTOS DE COLETA
Após a definição e validação pela SETRANS da localização dos postos de pesquisa, é
necessário destacar uma equipe para visitar a região onde o posto será instalado.
Nessa visita, são levantados os locais mais próximos ao posto que possam servir de
apoio logístico às pesquisas. São levantados, ainda, os restaurantes, hotéis, locais
onde haja a possibilidade de efetuar ligações telefônicas e conexões via Internet,
hospitais, posto da PRF mais próximo, telefones de apoio (PRF, Polícia Militar,
hospitais etc.).
Nessa visita, cabe identificar e, dentro do possível a entrega, em mãos, às autoridades
policiais da sede do Município onde se localiza o posto de pesquisa (PRF ou Batalhão
de Polícia Rodoviária da PMERJ, dependendo da jurisdição da rodovia) de ofício
encaminhado pela SETRANS, informando a ocorrência de pesquisas de tráfego na
rodovia durante sete dias ininterruptos, assim como da necessidade de instalação de
equipamentos de apoio às margens da via.
As posições dos postos de pesquisa ao longo dos trechos rodoviários (identificados
pelos códigos do Sistema Nacional de Viação) passam por um reconhecimento prévio,
em que se identifica se tal localização contém, efetivamente, as condições
estabelecidas para manutenção da segurança e parada de veículos a serem
entrevistados, conforme estabelecido pelo planejamento técnico.
Esse reconhecimento é executado com antecedência em relação ao período das
pesquisas, considerando a necessidade de comunicação e aprovação pelos
especialistas em transportes das opções de nova localização, caso sejam identificados
impedimentos na localização proposta.
3.6.2. REALIZAÇÃO DE CONTAGENS VOLUMÉTRICAS
Durante as etapas de planejamento de pesquisa de campo para levantar os dados
primários de tráfego, determina-se, além do dimensionamento das equipes, como deve
ser efetivada a operação dos postos de pesquisa. Isso propicia o estabelecimento de
uma sistemática visando à elaboração dos principais procedimentos de pesquisa para
o disciplinamento operacional da mesma.
O equipamento de contagem deve ser instalado às margens da rodovia e testado com
pelo menos um dia de antecedência pela equipe responsável. Começada a pesquisa, à
Plano de Execução dos Trabalhos
69
Consórcio:
zero hora do dia a ser previamente informado pela coordenação de pesquisa,
inicialmente é mobilizada a primeira equipe de contagem volumétrica classificatória,
que deve chegar aos postos com antecedência mínima de uma hora. Às 6 horas do
mesmo dia, ou no horário que for convencionado o início das pesquisas de origem e
destino, é iniciada a pesquisa CVC com Tablet.
Durante as pesquisas, principalmente nos dois primeiros dias, o acompanhamento das
equipes é de fundamental importância para que se esclareçam eventuais dúvidas e
possíveis fontes de erros possam ser minimizadas. Para tanto, caberá aos
coordenadores de cada posto atuarem junto aos pesquisadores de CVC.
O preenchimento dos formulários é simples. O pesquisador deve identificar cada
veículo que passa, registrando sua classificação no campo específico do formulário
eletrônico da pesquisa. Com o uso de Tablet para as contagens, os dados acumulados
em períodos de 15 minutos são automaticamente registrados.
3.6.3. REALIZAÇÃO DE PESQUISA ORIGEM E DESTINO – O/D
As pesquisas de origem e destino serão conduzidas por um período de 12 horas
consecutivas, que pode ser o período das 6 às 18h, ou dependendo da luminosidade,
começando e encerrando com alguma defasagem deste, em local próximo ao posto da
contagem volumétrica classificatória. Antes do início das pesquisas, com apoio da
Polícia Rodoviária ou da Polícia Militar, a área deverá ser devidamente sinalizada,
tendo como exemplo a montagem de posto ilustrada na Figura 3.16.
Plano de Execução dos Trabalhos
70
Consórcio:
Figura 3.16 – Exemplo do esquema de ocupação de um posto básico de pesquisa.
Antes do início da pesquisa de origem e destino, já contando com a presença dos
representantes da Polícia Rodoviária, devem ser colocados os equipamentos de
segurança (cavaletes e cones).
As pesquisas somente se iniciam após a conferência prévia das instalações, da
segurança e dos equipamentos. O chefe de pesquisa realiza a prática de conferência
da instalação e materiais, com antecedência mínima de 30 minutos do horário previsto
para início das pesquisas, e de vistoria dos procedimentos necessários à pesquisa.
Durante as pesquisas, principalmente nos dois primeiros dias, o acompanhamento das
equipes é de fundamental importância. Para tanto, caberá ao chefe de pesquisa atuar
para que os procedimentos ocorram em conformidade com o planejado.
Para realização da pesquisa de origem e destino, o tráfego deverá ser desviado para o
acostamento, e, no caso dos postos de pesagem existentes ou postos da Polícia
Rodoviária, para a área interna dessas instalações. A Polícia Rodoviária, em comum
acordo com o coordenador do posto de pesquisa e conforme sua orientação, deve
sinalizar para que alguns veículos se dirijam para a área de entrevistas. Os demais
veículos podem seguir viagem.
Plano de Execução dos Trabalhos
71
Consórcio:
Todos os pesquisadores deverão ser orientados para evitar cruzar a pista. Também
deverão ser orientados a respeito da maneira pela qual deverão ser feitas as
abordagens dos motoristas, sempre com gentileza e buscando a objetividade na coleta
dos dados. Os pesquisadores devem reter os veículos pelo menor tempo possível para
que seja entrevistado o maior número possível de usuários.
Inicialmente, os veículos, escolhidos de forma aleatória, devem ser conduzidos a uma
área segura onde possam parar. Os procedimentos básicos a serem seguidos após a
abordagem do veículo devem ser os seguintes:
Identificação das informações gerais do posto de pesquisa, local, sentido, data,
condições do tempo;
Enquanto os veículos se posicionam, é realizado o preenchimento das
características do veículo, o que pode ser feito com a observação visual deste.
Com a utilização dos equipamentos computacionais portáteis, a primeira
atividade é marcar o tipo de veículo. Em função disso, o questionamento será
imediatamente direcionado àquele tipo de veículo.
Algumas informações poderão ser coletadas antes do início do questionamento
ao usuário, pois podem sê-lo visualmente, como:
Anotação dos dados relativos à identificação do veículo (placa e Registro
Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga – RNTRC);
Também deve ser identificado o tipo de carroceria, sendo anotadas,
quando for o caso, as características de carga perigosa impressas na
lateral do veículo.
Após a caracterização externa do veículo, deve-se abordar o condutor para
coletar as demais características. O pesquisador deve se apresentar e solicitar a
colaboração do usuário para o preenchimento do questionário.
Solicitar as informações apresentadas nas telas dos equipamentos
computacionais portáteis, referindo-se a:
Características complementares dos veículos, como tipo de combustível
utilizado, ano de fabricação e propriedade do veículo;
Informações a respeito da viagem, identificando Município de início da
viagem (origem) e de seu término (destino); motivo para escolha da rota;
Plano de Execução dos Trabalhos
72
Consórcio:
e frequência com que realiza essa viagem. É importante ressaltar que é
disponibilizada nos equipamentos computacionais portáteis a relação de
todas as cidades/UF existentes no País e não somente do Estado do Rio
de Janeiro e UF’s limítrofes.
Solicitar, no caso de transporte de passageiros (individual ou coletivo), o número
de pessoas no veículo. No caso de transporte individual de passageiros, pedir
ao motorista que informe a sua faixa de renda média; o motivo da viagem; e com
qual modo de transporte ele realiza essa viagem quando não de modo
individual.
No caso de transporte coletivo de passageiros, solicita-se ao motorista a
estimativa do número de passageiros embarcados e o tipo de viagem, se
regular, turismo, fretado ou outro.
Para transporte de cargas, caracterizar a carga transportada, preenchendo o
campo respectivo quanto à sua natureza. Quando se tratar de carga perigosa,
identificar se é utilizada parada especial. Em se tratando de veículo de carga,
solicitar ao motorista, informações ou a sua estimativa sobre o peso da carga
(ou, em alguns casos, pela nota fiscal) e valor do frete.
Finalmente, o entrevistador deverá agradecer a atenção dispensada e liberar o
usuário, solicitando-lhe que tenha cuidado ao reingressar na pista.
O tratamento de eventos externos que venham a interferir ocasionalmente na coleta da
amostra usualmente é apresentado no relatório de resultados da pesquisa, em que se
pode efetivamente descrever se tal evento ocasionou ou não perda das premissas
estatísticas estabelecidas.
Entende-se que eventos naturais que tragam diminuição do tráfego de veículos, em
dias específicos da pesquisa em alguns postos, não necessariamente resultaram em
uma amostra inferior à mínima, e considerando-se o número de possibilidades e de
análises que podem ser aplicadas não se teria uma determinação do procedimento
correto para tal situação sem os resultados da pesquisa.
É importante destacar que toda amostragem coletada é orientada para se tratar a
média de tráfego diário anual, e, portanto, a principal observação sobre a questão trata
Plano de Execução dos Trabalhos
73
Consórcio:
de analisar se cada posto, independentemente de ações externas, apresenta um
resultado que atenda às premissas estatísticas de avaliação da média de veículos.
Apenas em caráter de exemplo, no caso de algum evento de interdição da pista, o
posto deve ser deslocado para um ponto mais próximo possível que apresente fluidez
do tráfego.
Seguindo essa lógica, como exemplo ainda, no caso de um acidente no posto ou
próximo dele, deve ser paralisada a pesquisa até que o socorro atenda às vítimas e
então retomada a atividade normal da pesquisa.
No caso de algum usuário agir de forma violenta, a pesquisa deve ser paralisada para
que os procedimentos policiais sejam praticados, e os pesquisadores devem buscar
segurança nos abrigos mais próximos.
Em todos esses exemplos, só se pode saber a extensão do efeito negativo à
amostragem após os resultados, e, com isso, verificar se em tal posto, considerado
com outros postos cujos resultados não foram afetados, haverá a necessidade de
aplicação de algum método ou procedimento para correção dos dados da pesquisa.
A equipe de pesquisadores das entrevistas de origem e destino das viagens rodoviárias
deve ser orientada e fiscalizada pelo coordenador do posto de pesquisa, e a execução
monitorada, para que possíveis equívocos e/ou erros de inserção de informações nos
formulários eletrônicos, bem como da forma de abordagem com os usuários
(motoristas) sejam corrigidos e adotadas medidas para serem evitados.
Os pesquisadores devem manter um ritmo adequado para que a qualidade,
aleatoriedade e quantidade amostral das entrevistas coletadas estejam de acordo com
o planejado. Para tanto, o regime de turnos e períodos de descanso deve ser seguido e
testado previamente em pesquisa piloto, antes do início das entrevistas.
3.6.4. CRONOGRAMA DAS PESQUISAS
O cronograma de pesquisa deve levar em consideração alguns fatores, entre ele, os
mais relevantes são:
Tempo para preparação dos materiais a serem utilizados em campo nas
pesquisas de tráfego;
Prazo para que os sistemas de dados e equipamentos computacionais estejam
adequados para utilização em campo, nas pesquisas de tráfego;
Plano de Execução dos Trabalhos
74
Consórcio:
Elaboração do plano de treinamento e capacitação dos pesquisadores;
Definição de datas e prazos para realização do treinamento e capacitação dos
pesquisadores;
Realização do treinamento e capacitação dos pesquisadores;
Identificação dos períodos do ano no qual a execução das pesquisas de tráfego
seria inadequada, por conta de fatores atípicos que distorcem os volumes
médios de tráfego;
Definições de quantos postos de pesquisa de tráfego devem ser executadas
simultaneamente, e qual o período de realização pesquisas (sete dias);
Definição e execução dos procedimentos de autorização e apoio
interinstitucional para execução das pesquisas;
Definição das datas de realização das pesquisas, considerando todos os fatores
listados.
Baseado nestas premissas se propõe para realização das pesquisas, a segunda
quinzena do mês de março, com intervalo de uma semana após o carnaval para que se
tenha tempo de organizar as equipes de campo e ajustar os procedimentos de apoio da
Polícia Rodoviária e da Policia Militar.
Desta forma, após definida e treinada a equipe de campo, serão definidos os grupos de
postos de pesquisa a serem pesquisados simultaneamente. Considerando-se a
princípio a ocorrência das pesquisas durante 3 semanas, os 17 postos seriam
separados em 3 grupos, sendo realizadas assim, pesquisas simultâneas em grupos de
5 ou 6 postos, durante sete dias consecutivos, com uma folga de dois dias entre os
grupos de pesquisa.
Assim nos dias 06 a 14 de março seriam realizadas as pesquisas no primeiro grupo de
6 postos de pesquisa, de 17 a 25 de março no segundo grupo de outros 6 postos e
finalmente entre os dias 28 de março e 07 de abril o último grupo com 5 postos de
pesquisa.
O calendário final deve ser definido assim que o contato com a Polícia seja feito,
tentando adequar as datas e locais à disponibilidade de apoio e sua dinâmica.
Plano de Execução dos Trabalhos
75
Consórcio:
3.7. TABULAÇÃO, CONSISTÊNCIA E ORGANIZAÇÃO DOS DADOS
LEVANTADOS EM CAMPO
A tabulação das informações da pesquisa de O/D segue inicialmente os critérios
estruturantes estabelecidos para a identificação das informações do tráfego contado e
classificado nas rodovias. Com essa tabulação, têm-se condições de proceder às
avaliações comparativas, principalmente para os dois grupos de viagens, ou seja, de
passageiros e de cargas.
As informações da pesquisa de O/D se prestam, principalmente, à formação de uma
matriz de viagens, por meio de dados amostrais, estabelecendo uma relação entre os
pares de zonas de tráfego identificados e o tráfego total contado. Essa relação permite
que a matriz de pares de zona de tráfego (origem e destino das viagens) seja
expandida e ajustada para gerar uma matriz com base nos quantitativos reais do
tráfego observado, contado e classificado.
Como cada viagem entrevistada registra informações adicionais, têm-se condições de
interpretar tecnicamente tendências e/ou predominâncias do tráfego contado e de sua
distribuição entre os pares de zonas que formam a matriz de O/D. Para tanto, deve-se
proceder, com a base de dados, ao tratamento das informações, para que seja possível
estabelecer tabulações com obtenção de resultados consistentes.
Assim, para que sejam retiradas da base de dados informações inutilizadas durante a
atividade de campo (eventos previstos e que ocorrem por diversos fatores),
caracterizadas principalmente por entrevistas que foram interrompidas durante a
pesquisa, motivadas pela não colaboração do usuário, entre outras questões, o sistema
de dados deve ser adequado para permitir que o pesquisador aborte a entrevista e, o
mais rápido possível, iniciasse outra.
Esse procedimento deve ser testado, aprovado e constar do sistema de dados das
pesquisas, além de suas instruções no processo de treinamento dos pesquisadores.
Por outro lado, equívocos de anotações dos pesquisadores, podem resultar em dados
que podem não apresentar, inicialmente, uma consistência esperada, o que também
carece de tratamento as informações coletadas nas pesquisas antes de seu efetivo uso
para fins de estimativa do Volume Médio Diário Anual – VMDA.
Dessa forma, a tabulação das informações deve ser promovida com a estrutura do
próprio banco de dados utilizado para armazenagem das informações coletadas, por
Plano de Execução dos Trabalhos
76
Consórcio:
meio de mecanismos de acesso a elas, que permitam promover testes de validação e
consistência das mesmas.
Assim, as regras de validação e consistência das informações das pesquisas de CVC e
O/D, devem ser previamente elaboradas, desenvolvidas, estruturadas como elementos
do sistema de dados e possuir compatibilidade com os bancos de dados utilizados para
armazenar as informações em campo.
Para a pesquisa CVC, a tabulação e organização das informações deverão constar no
desenvolvimento do sistema de dados as seguintes estruturas, ilustradas pelos
exemplos entre a Figura 3.17 e a Figura 3.21, e a estrutura do Quadro 3.5. Todas as
informações ilustradas e apresentadas devem referenciar, sempre, o posto de pesquisa
na qual foram coletadas.
Figura 3.17 – Exemplo de relatório de picos e distribuição horária por posto.
Fonte: Ministério dos Transportes – MT, Pesquisa Nacional de Tráfego (2011).
Plano de Execução dos Trabalhos
77
Consórcio:
Figura 3.18 – Exemplo de estrutura de tabulação da contagem volumétrica classificatória por turno e sentido.
Fonte: DNIT – Plano Diretor Nacional Estratégico de Pesagem – PDNEP (2005).
Plano de Execução dos Trabalhos
78
Consórcio:
Quadro 3.5 – Exemplo estrutura de tabulação: resumo da contagem de tráfego por turno: ambos os sentidos A/B e B/A.
Sentido
Períodos Horários e Turnos
Total %
1° Turno 2° Turno 3° Turno 00:0
0-0
1:0
0
01:0
0-0
2:0
0
02:0
0-0
3:0
0
03:0
0-0
4:0
0
04:0
0-0
5:0
0
05:0
0-0
6:0
0
06:0
0-0
7:0
0
07:0
0-0
8:0
0
08:0
0-0
9:0
0
09:0
0-1
0:0
0
10:0
0-1
1:0
0
11:0
0-1
2:0
0
12:0
0-1
3:0
0
13:0
0-1
4:0
0
14:0
0-1
5:0
0
15:0
0-1
6:0
0
16:0
0-1
7:0
0
17:0
0-1
8:0
0
18:0
0-1
9:0
0
19:0
0-2
0:0
0
20:0
0-2
1:0
0
21:0
0-2
2:0
0
22:0
0-2
3:0
0
23:0
0-2
4:0
0
A B 2 1 2 3 13 42 67 58 52 64 56 54 53 44 52 50 36 38 25 18 17 7 5 3 762 51,7%
B A 6 0 1 0 2 7 32 43 31 29 31 38 40 36 54 59 61 70 57 42 35 18 13 6 711 48,3%
Ambos 8 1 3 3 15 49 99 101 83 93 87 92 93 80 106 109 97 108 82 60 52 25 18 9 1473 100,0%
Fonte: Adaptado de DNIT – Plano Diretor Nacional Estratégico de Pesagem – PDNEP (2005).
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
79
Consórcio:
Figura 3.19 – Exemplo de gráfico com o resumo da contagem de tráfego por turno: ambos os sentidos A/B e B/A.
Fonte: DNIT – Plano Diretor Nacional Estratégico de Pesagem – PDNEP (2005).
Figura 3.20 – Exemplo de gráfico de volumes totais por posto por dia.
Fonte: Ministério dos Transportes – MT, Pesquisa Nacional de Tráfego (2011).
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
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Consórcio:
Figura 3.21 – Exemplo de relatório e gráfico percentual de volumes por dia e posto.
Fonte: Ministério dos Transportes – MT, Pesquisa Nacional de Tráfego (2011).
Para a pesquisa O/D, a tabulação e organização das informações deverá constar no
desenvolvimento do sistema de dados as seguintes estruturas, ilustradas pelos
exemplos entre a Figura 3.22 e a Figura 3.25.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
81
Consórcio:
Figura 3.22 – Exemplo de relatório de acompanhamento das entrevistas realizadas por posto – distribuição percentual por categoria.
Fonte: Ministério dos Transportes – MT, Pesquisa Nacional de Tráfego (2011).
Figura 3.23 – Exemplo de relatório resumo de entrevistas por posto.
Fonte: Ministério dos Transportes – MT, Pesquisa Nacional de Tráfego (2011).
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
82
Consórcio:
Figura 3.24 – Exemplo de relatório de controle de realização de pesquisas de O/D por dia e por posto.
Fonte: Ministério dos Transportes – MT, Pesquisa Nacional de Tráfego (2011).
Figura 3.25 – Exemplo de relatório de resultados totais de CVC versus resultados totais de O/D por posto.
Fonte: Ministério dos Transportes – MT, Pesquisa Nacional de Tráfego (2011).
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
83
Consórcio:
Para que não ocorram incoerências entre os dados da CVC e O/D, principalmente no
período do dia em que as entrevistas ocorrem faz-se necessário promover uma
consistência geral dos dados.
O principal tipo de incoerência que deve ser evitada trata-se, por exemplo, de a O/D
apresentar registros de uma classe específica de veículo, em um período, e nesse
mesmo período, a CVC não registrar a contagem de nenhuma viagem executada pela
dita classe.
Outras consistências que devem ser tratadas na O/D, consideram a qualidade das
informações, tanto nos aspectos dos registros (nomes corretos de Municípios, cujos pares
de origem e destino possuam relação com a rota que passa no posto de pesquisa), como
também, na quantidade de informações coletadas por período, e sua convergência com as
distribuições percentuais das classes contadas e classificadas na CVC.
Toda essa preocupação técnica descrita visa estabelecer um conjunto de dados da
CVC e O/D, que apresentem consistências qualitativas, quantitativas e respondam de
forma correta aos graus de confianças estatísticas definidos no plano amostral.
Dessa forma, a tabulação e organização dos dados coletados estão diretamente
relacionadas com a estrutura do sistema de informações e seus bancos de dados
desenvolvidos. Sem isso, a avaliação da consistência das informações da CVC e O/D,
torna-se de difícil execução.
Assim, para que não ocorram tais dificuldades, o Consórcio desempenhará atividades
preliminares às pesquisas de tráfego em si, pelo desenvolvimento do sistema de dados
para armazenamento, tabulação e organização das informações coletadas,
considerando um conjunto de regras, procedimentos, parâmetros e critérios que
permitam automatizar ao máximo esses aspectos, e com isso, garantir a confiança
técnica no processo de consistência das informações.
3.8. OBTENÇÃO DAS AUTORIZAÇÕES E APOIO PARA EXECUÇÃO DAS
PESQUISAS
Os procedimentos normalmente utilizados para levantamento de dados primários são
as pesquisas de campo, que podem ser realizadas mediante apropriação de
tecnologias, entrevistas e observação direta.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
84
Consórcio:
Para realização da pesquisa de CVC e das entrevistas de O/D são necessários
procedimentos a serem realizados no acostamento das rodovias, muitas vezes em
rodovias com elevado tráfego de veículos.
De forma a garantir a boa execução dos trabalhos, bem como a segurança dos
usuários da via e dos pesquisadores e minimizando os impactos no tráfego rodoviário,
é necessário o apoio da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Estadual (Militar) para
que seja feita a abordagem e para dos veículos para realização das entrevistas.
O apoio das instituições de Polícia deve prever pelo menos um policial por sentido de
tráfego, para auxiliar a parada dos veículos, considerando ainda a solicitação de
equipamentos de segurança complementares quando possível, sendo prioritários os
cones (10 cones por sentido).
Assim, independente da localização dos postos de pesquisas, deve-se estabelecer, por
meio da SETRANS, um processo oficial de comunicação com a Polícia Rodoviária
Federal, a Polícia Estadual (Militar) e as instituições responsáveis pelos postos de
fiscalização, informando sobre a necessidade de autorização e principalmente do apoio
para que em período previamente definido, as pesquisas planejadas possam ocorrer
em conformidade com as definições técnicas e operacionais.
Além disso, no caso das rodovias federais, deve ser realizada, previamente, por
técnicos do consórcio, inclusive para execução das vistorias de campo, dos locais das
pesquisas, visita aos postos da PRF visando entregar ofício de solicitação de apoio,
além de tratativas diretas com os chefes desses postos.
Dessa forma, parte da comunicação de solicitação para se obter as autorizações e
apoio às execuções das pesquisas de tráfego rodoviário, devem ser direcionadas aos
superintendentes e responsáveis diretos pelos postos de polícia instalados nas
rodovias, especificamente àqueles em que se pretende utilizar como base de
instalação para um posto de pesquisa.
Contudo, para que o apoio da Polícia ocorra é fundamental que a SETRANS contribua
no processo de comunicação institucional. Para tanto, de forma a promover a
autonomia de execução das pesquisas de tráfego seria relevante que a SETRANS
provesse, por meio de acordo com a Secretaria de Segurança do Estado do Rio de
Janeiro a disponibilidade de uma equipe de quatro Policiais Militares que seriam
integrantes das equipes de pesquisas, por posto, inclusive nas rodovias federais,
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
85
Consórcio:
solicitando à Polícia Rodoviária Federal – PRF autorização para as equipes de Polícias
Militares do Estado do Rio de Janeiro atuarem no controle do tráfego.
As definições de quais equipes da Polícia Militar estariam disponíveis deveria ser
encarada em caráter de urgência pela SETRANS.
A identificação das instituições e o cronograma de ações e envios de correspondências
para fins das autorizações descritas devem ser desenvolvidos e orientar as diretrizes
de conformidade entre o consórcio e a SETRANS no envio e contato institucional.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente relatório especificou as etapas da definição do plano amostral e do
planejamento das pesquisas de campo, descrevendo as ações que serão
desenvolvidas, as metodologias a serem empregadas, a forma de trabalho aplicada e a
necessidade de ações institucionais de apoio à execução dos trabalhos.
Foram apresentados ainda, neste documento, a localização dos postos de pesquisa,
conforme definido no Termo de Referência, bem como a análise de abrangência destes
postos. Para a pesquisa de O/D foi definido o plano amostral, baseado nos VDMA
estimados para os postos. Na definição metodologia de coleta de dados foram
descritos os equipamentos e procedimentos de campo.
Este documento tem caráter propositivo e qualquer eventual necessidade de alteração
de critérios ou métodos será amplamente discutida com os contratantes, e somente
será aplicada mediante consenso e aprovação.
Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
86
Consórcio:
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e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília,
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Plano Amostral e Planejamento das Pesquisas
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