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Enciclopedia de apologética- norman geisler.pdf

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DIGITALIZADO POR: PRESBÍTERO (TEÓLOGO APOLOGISTA) PROJETO SEMEADORES DA PALAVRA VISITE O FÓRUM http://semeadoresda palavra.forumeiro s.com/forum
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    DIGITALIZADO POR: PRESBTERO

    (TELOGO APOLOGISTA) PROJETO SEMEADORES DA PALAVRA

    VISITE O FRUMhttp://semeadoresdapalavra.forumeiros.com/forum

    http://semeadoresdapalavra.forumeiros.com/forumhttp://semeadoresdapalavra.forumeiros.com/forum
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    N O R M A N G E I S L E R ^

    E N C I C L O P D I A D EA P O L O G T I C A

    r e s p o s t a s a o s c r t i c o s d a f c r i s t

    t r a d u o

    L a i l a h d e N o r o n h a

    te/Vida

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    AgradecimentosQuero agradecer s pessoas que contriburam significativamente na preparao deste manuscrito. Entreelas se acham Steve Bright, Jeff Drauden, Scott Henderson, Mark Dorsett, Holly Hood, Kenny Hood,David Johnson, Trevor Mander, Doug Potter, Mac Craig, Larry Blythe, Jeff Spencer e Frank Turek.

    Sou muito grato a Joan Cattell pelas horas incontveis dedicadas reviso do manuscrito completo.Tambm merecem agradecimentos especiais meu filho, David Geisler, por coletar a vasta bibliografia,e minha secretria fiel, Laurel Maugel, que 0 digitou e revisou cuidadosamente.

    Acima de tudo, quero agradecer a minha dedicada esposa, Barbara, seu amor, apoio e sacrifcio,que tornaram possvel a realizao deste projeto.

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    Abreviaesr a Almeida Revista e Atualizada, segunda edioa t Antigo Testamentoa t r Anglican Theological Reviewba The Biblical Archaelogistba r Biblical Archaelogical ReviewBib. sac. Bibliotheca Sacrab jr l Bulletin oh the John Rylands Librarybr Bible Reviewc. cerca decap. captulocf. confira, confrontec n b b Traduo bblica oficial da Conferncia

    Nacional dos Bispos do Brasil c r i Christian Research Journalc t Christianity Todaye.g. exempli gratia, por exemploEB Encyclopaedia bblicaer e Encyclopaedia of religion and ethicsfr. francsg o t r Greek Orthodox Theological Reviewgr. gregoi.e. id est, isto IE] Israel Exploration Journalingl. inglsisbe International standard bible encyclopaedia

    ja ma Journal of the American Medical Association ja sa Journal of the American Scientific Affiliation je t s Journal ofthe Evangelical Theological Societylat. latiml x x

    Septuagintam. data da morten. data do nascimentoNT Novo Testamenton t c e r k New twentieth century encyclopaedia of

    religious knowledge n v i Nova Verso Internacionals. seguintese Studia Evanglicav. veja; versculow t j Westminster Theological Journal

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    Aaacas o. 0 conceito deacaso evoluiu em significado. Aca -so paraA r i s t t e l e se outros filsofos clssicos era ap enas a interseo fortuita de duas ou m ais linhas de ca usalidade. Nos tempos modernos, no entanto, o termoassumiu dois significados diferentes. Alguns vem oacaso como a ausncia de qualquer causa. ComoMortimer Adler afirmou, alguns interpretam o acasocomo o que acontece sem n enhum a causa o absoluto esp ontn eo ou fo rtuito (Sproul, xv).

    Outros vem o acaso como a gran de causa, apesarde ser cega, e no-inteligente. Os na turalistas e ma terialistas geralmente falam de ssa m aneira. Por exem plo, desd e DavidH u me , o argumento teleolgico temsido confrontado pela alternativa de que o universoresultou do acaso, no da criao inteligente. Apesarde o pr prio H ume no t-lo feito, alguns enten dera mque isso significava que o universo foi causado peloacaso, no po r Deus.

    Acaso e te sm o. 0 acaso, concebido ou pela faltade um a causa ou como a prpria, causa, incom patvel com o tesmo. Enquanto o acaso reinar, ArthurKoestler observ ou,D eus um an acron ismo (ibid., p.3). A existncia do acaso tira Deus do seu trono csmico. Deus e o acaso so m utua m ente excludentes. Seo acaso existe, Deus no est no controle total do un iverso. No p ode nem existir um Criador inteligente.

    A na tu reza do acaso. A definio da palav raaca-so depende parcialmente da cosmoviso a emprega.Dois usos geralmente so confundidos quando falamos sobre a origem das coisas: acaso como p r o b a b i l id a d em atem tica e acaso como ca usa real. O primeiro apenas abstrato. Quando um dado jogado, aschances so de u m em seis que da r o nm ero seis. A pro babil id ade d e 1 em 36 que d se is nos dois dados

    e 1 em 216 que d trs seis se jogarm os trs dados.Essas so probabilidades matemticas. Mas o acasono fez que os trs da dos dessem seis. O que interferiufoi a fora e o ngulo do lanamento, a posio inicialna m o, como os dado s batera m contra objetos na sua

    trajet ria e outros resultado s da inrcia. O acaso no teveinflun cia sobre o pro cesso. Como Sproul disse: O aca

    so no tem o pod er de fazer nada . Ele csmica, total ecomp letamente impotente (ibid., p. 6).

    Para que ningu m pense qu e viciamos os dadosao citar um testa, oua as palavras de Hume:

    O acaso, quando examinado estritamente, apenas um a palavra negativa, e no significa qua lque r poder real que tenha existncia em qualquer parte. [...] Apesar de no h averacaso no mundo, nossa ignorncia da causa real de qua lquer evento tem a mesma influncia na compreenso, e gerauma mesma espcie de crena ou opinio (Hume, Seo 6).

    A tr ib u ir po d er c ausal ao acaso . H erbert Jaki, emGod an d the cosmologists [Deus e os cosm logos], ap resenta um captulo p ene trante intitulado Dados viciado s. Ele se refere a Pierre Delbe rt, que disse: 0 ac aso aparec e hoje com o lei, a ma is geral de toda s as leis(De lbert, p. 238).

    Isso mgica , no cincia. As leis cientficas lidamcom o regular, no o irreg ular (como o acaso ). E asleis da fsica no causam nada; apenas descrevem amaneira como as coisas acontecem regularmente no

    mundo como resultado de causas fsicas. Da mesmaforma, as leis da m atem tica no causam nada. Elasapenas insistem em que, se eu colocar 5 moedas nomeu bolso direito e colocar mais 7, terei 12 moedasali . As leis da matem tica nunca colocaram um a m oeda no bolso de ningum.

    0 erro bsico de fazer do acaso um poder causaifoi bem colocado por Sproul: 1.0 acaso no umaentidade. 2. N o-entidades n o tm pod er porque noexistem. 3. Dizer que algo acontece ou causado peloacaso a tribuir po der instrum en tal ao nad a Ip. 13 .

    Mas absurdo afirm ar que na da pro duziu algo. O nadaseque r existe e, logo, no tem po de r para cau sar algo( v . c a u s a l i d a d e , p r in c i p i o d a ) .

    Ca usa(s) inteligente(s) e resultados do acaso . N em to d o s os even to s do aca so aco n tec em p o r

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    acognosticismo 10

    fe n m en os naturais. Causas inteligentes pod em ius-tapor-se ao acaso. Dois cientistas, trabalh and o in de pendente m en te a pa rtir de abord agens difere nte s, fazem a mesm a descoberta. Um ser racional enterra umtesouro. Outro o enc ontra p or acaso ao cavar o alicerce de um a casa.

    O que parece ser um a m istura aleatria no estnecessariamente isento de propsito racional. H um pro psi to ra cio nal por tr s da criao de um a m is tura aleatria de seqncias num ricas num sorteio deloteria. H um propsito racional para a mistura aleatria de dixido de carbono que expelimos no ar nossa volta; seno voltaramos a respir-lo e mo rreramo sde falta de ar. Nesse se ntido, D eus, o Criador, e o acasono so conceitos incom patveis. Contudo, falar sobrea causa do acaso absurdo.

    Concluso. Estritamente falando, o acaso no podecausar ou originar o Universo e a vida. Todo evento temum a causa ad equad a. As escolhas so cau sas inteligentesou causas no-inteligentes,causas natura is ou causas no-naturais. A nica m ane ira de sabe r de qual delas se trata pelo tipo de efeito prod uzid o (v.o r i g e n s , c i n c i a d a s ) .Jque o universo manifesta criao inteligente, razovelsup or um a causa inteligente (v.t e l e o l g i c o , a r g u m e n t o ) .Oacaso ou a casualidade aparente (como a loteria ou a mis

    tura de molculas de ar) pode ser parte de um desgniogeral, inteligente, na criao.

    FontesP.Delbe r t , La science et la realit.}. Gleick, Caos: a cria o de uma nova cincia.D. Hume , Investigao sobre o entendimento

    humano.S. Ja k i, God and the cosmologists.R. C. Sproul ,Not a chance.

    ac og no st ic ism o. No deve ser confundido com oa g n o s t i c i s m o .O agnosticismo afirma que no po dem osconhecer a Deus; o acognosticismo afirma que no po-demos fa la r significat ivam en te (cognitivamente) sobreDeus. Este conceito tam bm chamad o no-cognosci-vismo ou atesmo semntico.

    O acognosticismo de A.J. A y e r . Seguindo a distino feita porH u m eentre afirmaes definidoras eem prica s, A. J. Ayer ofereceu o prin cpio da verifica-

    bil idade em pric a. Esse p rincp io considerava qu e, paraas afirmaes serem significantes, devem ser analti

    cas, a relao de idias (David Hum e) ou sintticas(o que Hume chamou questes de fato) , is to ,definidoras ou empricas (Ayer, cap. 1). Afirmaesdefinidoras no tm contedo e nada dizem sobre omu ndo; afirmaes empricas tm contedo, mas no

    dizem na da sobre qualque r suposta realidade alm dom und o emprico. So apenas provveis quanto suanature za e nun ca filosoficamen te segu ras (v.C e r t e z a /S e g u r a n a ) .As afirmaes d efinidoras so teis em assuntos empricos e prticos, mas n ada po dem inform ar sobre a realidade em q ualqu er sentido metafsico.

    A au sncia de sentido na discusso sobre Deus. Oresultado do positivismo lgico de Ayer to de vastador pa ra o tesmo quanto o agnosticismo tradicional. No poss v el conhecer a Deus , nem expre ss-lo. Naverdade, o termoDeus no tem significado. Portanto,at o agnosticismo tradiciona l insustentvel, j queo agnstico presum e ser impo rtante perg un tar se Deusexiste. Mas, para Ayer, a palavraDeus, ou qualquerequivalente transcenden te, no tem significado. Assim, impossvel ser agnstico. O term oDeus no nemanaltico nem sinttico. No oferecido pelos testascomo u m a definio vazia e sem contedo, que a nadacorresponde na realidade, nem um termo cheio decontedo em prico, j que Deus supostam ente umser supra-emprico. Portanto, literariamente sem sentido falar sobre Deus.

    Ayer acab ou p or rev isar seu princpio de verifica- bil id ade (v. ib id ., cap. lOss.). Essa nova form a adm it iua possibilidade de algum as experincias em pricas se

    rem seguras, tais como as produzidas p or um a nicaexperincia sensorial, e que haja um terceiro tipo deafirmao com alguma verificabilidade analtica oudefinidora. Ele no chegou a admitir que a discussosobre Deus fosse s ign i f ica t iva . As exper inc iasverificveis n o se riam verdad eiras, falsas, nem reais,ma s ape nas significativamen te definidoras. Ayer reconheceu que a eliminao eficiente da metafsica deveser apoiada pela anlise detalhada dos argumentosmetafsicos (Ayer,cap. 16).M esmo um princpio revisado de verificabilidade em prica torna ria impossvel

    fazer afirmae s significativamen te verdadeiras sobrea realidade transem prica como Deus. No h conhecimento cognitivo de Deus; devemos permanecer a-cognsticos.

    Inexpressvel ou mstico. Seguindo a l inha p roposta por LudwigW i t t g e n s t e i n(1889-1951) na obraTractatus log ico philosophcus, Ayer afirmava que, em

    bora Deus possa se r experim enta do, ta l experinciano pode ser expressa em termos de s ignif icado.W ittgenstein acreditava que a m an eira em q ue as coi-sas so no mundo uma ques to abso lu tamente

    irrelevante para o que superior. Deus no se revelano mundo. Pois realmente existem coisas que no podem se r explica das co m pala vra s [...] Elas compreendem o que m stico, e o que no p odem os expressarcom palavras devemos consignar ao silncio.

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    11 acognosticismo

    Se Deus pud esse expressar-se po r meio de nossas pala vra s, seria um livro que explo dir ia to dos os livros, mas isso impossvel. Portanto, alm de noexistir nenhu m a revelao proposicional, tam bm no

    existe nen hum ser cogniscivelmente transcenden tal.P o r t an t o , q u e r s e c ons ide r e o p r i nc p io daverifkabilidade do positivismo lgico mais rgido, queras limitae s lingsticas mais am plas de Wittgenstein,a discusso sobre Deus me tafisicam ente desprovidade sentido.

    W ittgenstein acreditava que os jogos de linguagemso possveis, at me smo jogos de linguag em religiosa. A discusso sobre Deus po de acontecer e acontece,mas no metafsica; ela no diz nada sobre a existncia e a natureza de Deus.

    desastroso para o testa que Deus no p ossa serconhecido (como em ImmanuelK a x t )e no possaser objeto de expresso (como em Ayer). Tanto oagnost ic ismo tradicional quanto o acognost ic ismocontemporneo nos deixam no mesmo di lema f i losfico: no h base para afirmaes verdadeiras so

    bre Deus . A no fa ls ifi cabilidade das cren a s re ligiosas . 0

    outro lado do princpio da verificabilidade o dafalsificabilidade. Com base na parbola do jardineiroinvisvel de John Wisdom, Antony Flew lanou o se

    guinte desafio aos crentes: 0 q ue prec isaria ter acontecido p ara co nstituir para voc um a prova con tra oamor de Deus ou contra a existncia de Deus? (Flew, p. 99 ). A ra zo disso que no se pode p erm iti r quealgo seja um ponto a favor da f em Deus a no serque haja disposio de pe rm itir que sirva como provacontra ela. Tudo o que tem significado tambm falsificvel. No h diferena en tre um jardineiro invisvel, indetectvel, e ne nh um jardineiro. Da me smaforma, um Deus que no faz diferena verificvel oufalsificvel no Deus. A no ser que o crente possa

    m ostrar como o mund o seria diferente se no hou vesse Deus, as condies do mu ndo no pode m ser usadas com o evidncia. Pouco imp orta se o tesmo se b aseia numa parbola ou num mito, o crente no temcon hec ime nto significativo ou verificvel de Deus. Isso pouco, ou nada, acre sc enta ao agnosticis m o tr ad ic ional de Kant.

    A valiao. Como seu primo, o agnosticismo, oacog nosticismo passvel de duras crticas.

    Resposta ao acognosticismo de Ayer. Como j foidito, o princpio da verificabilidade emprica de m on s

    trado por Ayer contraditrio. No nem puramentedefinio nem estritamente fato. Ento, pela prpriadefinio, cairia na terceira categoria de afirmaesdesprovidas de sentido. Ayer recon hece u esse prob lem ae lanou mo de uma terceira categoria para a qual

    no reivindicava valor de verdade. A verificabilidade,defendia ele, analtica e definidora, ma s no arb itrria ou ve rdadeira. metacognitiva, ou seja, est almda verificao de ex atido ou falsidade. apen as til

    como guia para o significado. Essa uma tentativadestinada ao fracasso por duas razes. Em primeirolugar, ela no chega a elim inar a p ossibilidade de fazerafirmaes metafsicas. Na verdade, admite que nose pode legislar significado a rbitrariam ente , ma s que preciso considerar o significado das supostas afirmaes metafsicas. Mas isso significa que possvelfazer afirma es significativas sobre a realidade, a negao do agnosticismo e acognosticismo completos.Em segundo lugar, restringir o que significativo limitar o que poderia ser verdadeiro, j que apenas osignificativo p ode ser verdadeiro. Ento, a tentativa delim itar o significado ao d escritivo ou verificvel afirm ar qu e a verdade deve, ela me sma , estar sujeita a algum teste. Se ela no po de ser testada , ento n o podeser falsificada e , pelos prp rios pa dre s, um a crenasem sentido.

    Resposta ao misticismo de Wittgenstein. LudwigW it tgens te in prom oveu o acog nos t ic i smo au to-ridicularizador. Ele tentou definir os limites da lin gu agem de tal forma qu e fosse impossvel falar cognitiva-mente sobre Deus. Deus literalmente inexprimvel. Esobre o que no se pode falar, sequer se deveria tentarfalar. Mas Wittgenstein teve to pouco sucesso na restrio dos limites lingsticos quan to Kant na delim itao do mbito dos fenm enos ou d a aparncia. A pr pria tenta tiva de negar to das as afi rm aes so bre Deusconstitui um a afirmao.

    No se pode delim itar a l in guagem e o pensam ento sem transc end er esses m esmos limites. con traditrio expressar o argumen to de que o inexprimvel no pode se r expre ssado. Da m esm a fo rm a, at m esm o pensar que o im pens vel no pode ser p ensado contraditrio. A linguagem (pensamento) e a realidadeno podem ser mutuamente excludentes, pois todatentativa de separ-las co mp letamente implica alguma in terao en tre elas. Se um a escada foi usad a parachegar ao alto de uma casa, no se pod e nega r a cap acidade da escada de levar o indivduo at l (v.v e r d ad e , n a t u r e z a d a ) .

    Resposta no falsificab ilidade de Flew. Duas coisas devem ser ditas sobre o princpio d a falsificabilidade de Flew. Em primeiro lugar, no sentido restrito da

    no-falsificabilidade em prica, ela m uito restritiva. Nem tu do pre cisa se r em pir ic am ente falsificve l. Naverdade, mesmo esse princpio no empiricamentefalsificvel. Mas no sentido mais amplo do que testvel e argumentv el, certame nte o princpio til.

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    acomodao, teoria da 12

    A no ser que haja critrios pa ra dete rm inar verdade efalsidade, nenhu m a afirmao sobre a verdade pod e serdefendida. Tudo, incluindo-se posies diametralmen teopostas, pode ser verdadeiro.

    Em segundo lugar, nem tudo o que verificvel pre cis a ser falsificvel da m esm a m aneir a . Como JohnHick demonstrou, h uma relao assimtrica entreverificabilidade e falsificabilidade. possvel algumverificar a imo rtalidad e pessoal ao observar conscientem ente seu prp rio funeral. Mas no possvel provar que a imortalidade pessoal seja falsa. Quem nosobrevive mo rte no est l para refuta r nada. E outra pessoa no pod eria refutar a imo rtalidade de um aterceira sem ser onisciente. Mas, se necessrio su porque exista um a men te onisciente ou um Deus onisci

    ente, ento seria eminentemente contraditrio usar oargumento da falsificao para refutar a existncia deDeus. Assim, podem os concluir que toda afirmao so bre a verd ade deve se r testvel ou arg ument vel, masnem todas as afirmaes sobre a verdade precisam serfalsificveis. 0 estado de inexistncia total de qua lque rcoisa seria impossvel de falsificar, j que no haverianingum nem maneira de refut-lo. Por outro lado, aexis tncia de algo tes tvel por experincia ouinferncia.

    FontesA .J.Ay f . r ,Language, truth and logic.H .F f j g f . l ,L o g i c a l p o s i t iv i s m a f t e r t h i rt y - f v e

    y e a r s ,P T , W i n te r 19 6 4 .A . F l e w , T h e o l o g y a n d f a l s i f ic a t io n , e mNew

    essays in philo soph ical theology. N . L .G f . i s i . e r ,Christian apologetics, ca p. 1. ___,Philosophy ofreligion.J.H i c k ,The existence ofGod .I . R a m s a y ,Religious language.J.W is d o m , G o d s , A . F l e w , o r g .,Logic and

    language I.L.W i tt g e n s t e i n ,Tractatus logico philosophicus.

    aco m od a o , t eo r ia d a . Na apolog t ica , es te te rmo pod e se re fe rir a duas posi es: u m a de la s a ce itvel aos evang licos, e a segun da rejeitad a po r eles.A expresso pod e se refer ir acomod ao que Deusfez da sua revelao s nossas c ircunst ncias finitasa f im de com unicar-se conosco, como na Bblia ouna Encarnao de Cristo (v.B b l i a , E v i d n c i a s a f av o r d a ; C a l v i n o , J o o ; C r i s t o , d i v i n d a d e d e ) .Am bas so

    formas de acomod ao au to l im i tadora da par te deDeus a fim de com unicar-se com cr ia turas f initas .Crticos negativos da Bblia (v.C r t i c a d a B b l i a )

    acreditam qu e Jesus se acom odou a posies errn eas dos judeus de sua poca q uanto sua convico de

    que as Escrituras eram inspiradas e infalveis (v.B - b l i a , P o s i o d e J e s u s e m r e l a o ) .Telogos ortodoxosrejeitam essa forma de acomodao.

    D ois tip os d e a com odao. A acomo dao legti

    ma pode ser mais bem denom inada adaptao. Deus, por causa de su a in fi nitude, seadapta ao nosso en tendim ento finito p ara se revelar. Mas o D eus que a verdade nun ca se acomod a ao erro hum ano. As diferenas vitais so observad os facilmente quan do esses conceitos so comp arados:

    AdaptaoAdaptao ao entendi-mento finitoFinitudeVerdades parciaisVerdade revelada nalinguagem humanaCondescender coma verdadeAntropomorfismos sonecessriosA natureza de Deus reveladaO que parece ser

    AcomodaoAcomodao ao errofinitoPecaminosidadeErros verdadeirosVerdade mascarada nalinguagem humanaComprometer a verdade

    Mitos so verdades

    A atividade de Deus reveladaO que realmente

    A Bblia ensina a transc end nc ia de Deus. Seus caminhos e pensamentos so muito mais altos que osnossos (Is 55.9; Rm 11.33). Os seres hum an os so m insculos diante da infinitude de Deus. Deus precisatornar-se menor para falar conosco, mas esse atodivino de adaptao nossa finitude jamais envolveacomodao ao nosso pecado, pois Deus no pode pecar (H b 6.18) . Deus usa antropom orfi sm os (e xpre sses verdadeiras de quem Deus descritas em termoshum ano s) pa ra falar conosco, mas no usa mitos. svezes nos d apenas parte da verdade, mas essa verdade pa rcial jam ais co nstitui erro (IC o 13.12). Ele se revela progressivam ente, mas nun ca e rroneam ente (v.R e v e l a o P r o g r e s s iv a ) .Ele nem sempre nos diztudo, mas tudo o que nos diz verdadeiro.

    Jesu s e a acom odao. Sabe-se bem que non tJesus expressou uma concepo m uito elevada das Escrituras (v.B b l i a , a p o s i o d e J e s u s e m r e l a o ) .Eleaceitava a autoridad e divina (M t 4.4,7,10), a validadeetern a (M t 5.17,18), a inspirao d ivina (M t 22.43), aimuta bilidade (Jo 10.35), a suprem acia (M t 15 .3,6), ainerrn cia (Mt 22.29; Jo 17.17), a confiabilidade his

    trica (Mt 12.40; 24.37,38) e a preciso cientfica (Mt19.4,5) das Escrituras. Para ev itar a concluso de queJesus estava realmen te afirm and o que tud o isso verdade , alguns crticos insistem qu e ele estava apena s seacomodando crena judaica da poca, sem tentar

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    Ado, h i s to r ic idad e de 14

    sabia. 0 fato de Jesus desconher, como hom em, a hiptese doc um entria (teoria j e d p )sobre a au toria da Leiuma coisa. Mas bem diferente dizer que Jesus estavaerrad o qua nd o afirm ou que Davi escreveu o salmo 110

    (Mt 22 .43) ,que Moiss escreveu a Lei (Lc 24.27; Jo 7.19,23), ou que Daniel escreveu u m a p rofecia (M t 24.15; v.B b l i a , a p o s i o d e J e s u s e m r e l a o ) .As limitaes deJesus sobre coisas que no sabia como homem no oimpediam de afirmar verdadeiramente o que de fatosabia (v.P e n t a t e u c o , a u t o r i a m o s a ic a d o ; p r o f e c i a , c o m o p r ov a d a B b l i a ) .

    O que Jesus sabia, ensin ou co m au toridad e divina.Ele disse aos seus discpulos:

    Foi-me dada toda a autoridade nos cus e na terra. Por

    tanto, vo e faam discpulos de todas as naes, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do esprito santo, ensinan-do-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estareisempre com vocs, at o fim dos tempos (Mt 28.18-20).

    Ele ensinou com nfase. No evangelho de Joo, Jesus disse 25 vezes: Digo-lhe a verdade ... (Jo 3.3,5,11).Ele afirmou que suas palavras va liam tanto qu anto asde Deus, ao declarar: Os cus e a terra passar o, m asas min has palavras jama is pa ssaro (Mt 24.35). Almdisso, Jesus ensinou apenas o que o Pai lhe ordenaraensinar. Ele disse: ... nada fao de mim me smo ; m asfalo exatam ente com o o que Pai me ensin ou (Jo 8.28b). E acrescentou: Por mim me smo , na da posso fazer; eu

    ju lgo apenas confo rm e ou o , e o m eu ju lg am ento ju sto, pois no procuro ag radar a mim m esmo, mas quele que me enviou (Jo 5.30). Assim, acusar Jesus deerra r ac usar Deus Pai de errar, j qu e ele s falava oque o Pai lhe dissera.

    R esu m o. No h evidncia de que Jesus tenha seacomodado ao erro humano em qualquer coisa queens inou . Nem h qua lquer ind icao de que suaautolimitao na Enc arna o tenha resultado em erro.Ele jamais ensinou algo nas reas em que a Enca rnaoo limitara como h om em. E o que ensinou, afirmou coma autoridad e do Pai, detend o toda autorid ade no cu ena terra.

    FontesA c c o m m o d a t i o n . i s B E .

    N .L .G e is l e r , Christian apologetics, cap . 18 .E .Renan, The life of Jesus.J. W.W e n h a m ,

    Christ and the Bible.

    Ad o, his tor icid ad e de. E studiosos da crtica bblicageralmente consideram os pr imeiros cap tulos deGnesis mito (v.a r q u e o l o g i a d o a t ; d i l u v i o d e N o , m i t o

    e ). Eles ind icam o estilo po tico do texto, o paralelism odos primeiros captulos de Gnesis com outros mitosantigos, a suposta con tradio e ntre o texto com a evoluo (v.e v o l u o b i o l g i c a ; e v o l u o h u m a n a )e a data

    recente de Ado na Bblia (c. 4000 a.C.), que contr ria datao cientfica dos primeiros hum ano s como m uitomais antigos. Consideram tudo isso evidncia de que ahist ria de Ado e Eva mtica. No entan to, a Bblia apresenta Ado e Eva como pessoas reais, que tiveram filhos reais, dos quais descend eu o restante da raa hum an a (cf. Gn 5.1 ss.).

    A do e Eva his t ricos. H bons motivos para crerque Ado e Eva foram p ersona gens histricas. Em p rime iro lugar, Gnesis 1 e 2 apre senta m -nos como pe ssoas reais e at narram os eventos impo rtantes da vida

    deles. Em segundo lugar, geraram filhos literais quefizeram o m esm o (Gn 4,5). Em terceiro lugar, o m esmo tip o de frase (Este o registro, so estas as geraes), usad a pa ra registrar a histria m ais tarde emGnesis (e.g., 6.9; 10.1; 11.10,27; 25.12,19), usada para o re gis tro da cri ao (2 .4) e para Ado e Eva eseus descendentes (Gn 5.1; v.P e n t a t e u c o , a u t o r i am o s a ic a d o ) .Em quarto lugar, outras cronologias posteriores doa tcolocam Ado encabe and o as listas (Gn5.1; lCr 1.1). Em q uin to lugar,o n tdesignaAdo o pr imeiro dos ancestrais literais de Jesus (Lc 3.38). Emsexto lugar, Jesus referiu-se a Ado e Eva com o os p rimeiros homem e mu lher literais, fazendo da uniodeles a base para o casamento (Mt 19.4). Em stimolugar, Rom anos d eclara que a mo rte literal foi trazidaao m undo por um homem real Ado (5.12,14). Emoitavo lugar, a comparao de Ado (o primeiroAdo ) com Cristo (o ltim o Ado) em 1 Corntios15.45 manifesta que Ado era considerado pessoa literal e histrica. Em no no lugar, a declarao d e Paulo: prim eiro foi formad o Ado, e depois Eva (U m2.13,14) revela tratar-se de pessoa s reais. Em d cimolugar, logicam ente dev ia haver o primeiro pa r real deseres hum anos, home m e mulher, seno a raa no pode ria con tinuar. A Bblia ch am a esse ca sal literal Adoe Eva, e no h m otivo para d uv idar de sua verda deira existncia.

    Obje es his toric ida de . O estilo potico de Gnesis 1. Apesar da pressuposio comum do contrrio e da

    bela linguagem de Gnes is 1 e 2, o registro da criaono poesia. Apesar de haver u m possvel paralelismode idias entre os trs prim eiros e os trs ltimos dias,

    essa no a form a tpica da poesia hebraica, que envolve o uso de duplas em paralelismo. A comparaocom Salmos ou Provrbios mo strar claram ente a diferena. Gnesis 2 no possui nenhum paralelismo potico. Pelo contr rio , o re g is tr o da cri ao igual

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    15 agnosticismo

    a qualquer outra na rrativa h istrica noa i .O reg istro introduzido como outros regis t ros his tr icos emGnesis, com a frase Esta a hi st ri a ... (Gn 2.4; 5.1).Jesus e autores don t referem-se aos eventos da criao como histricos (cf. Mt 19.4; Rm 5.14; ICo 15.45;U m 2.13,14) . As tabuinh as en con tradas em Eblaacrescentaram um testemunho antigo e extrabblicosobre a criao divinaex nihilo (v.c r i a o , t e o r i a s d a ) .

    Contradio com a evoluo. O registro da criaode Gnesis contradiz a macroevoluo. Gnesis na rraa criao de Ado do p da te rra, no de sua evoluoa partir de outros animais (Gn 2.7). Fala da criaodireta e imediata por ordem de Deus, no por longos pro cessos natu ra is (c f.Gn 1.1 ,3 ,6 ,9 ,21,27). Eva foi criada a pa rtir de Ado; ela no evoluiu separad am ente.

    Ado era um ser inteligente que sabia falar uma lngua, era capaz de estudar e nom ear os anim ais, e realizar atividades para sustentar-se. Ele no era umsemiprimata ignorante (v.e v o l u o t e s t a ) .

    No en ta n to , a in da que se adm ita o fa to do reg istro de G nesis con tradizer a m acroevoluo, concluirque Gnesis est errado e a evoluo est certa incorrer no erro conhecido por petio de princpio. Na verd ade, h ev id ncia s cie nt ficas su ficiente s paracriticar a macro evo luo e suas afirma e s. V. a rt igos sob o tpicoe v o l u o .

    Objeo data recente, A data bblica, tradicional para a cria o de Ado (c. 4000 a.C.) muito rece nte para se encaixar na ev idncia de fsseis an tigos de aparncia humana, que variam de dezenas de milhares acentena s de milhares de anos. A data m ais antiga pa ra osurgimento da hum anidade baseia-se em mtodos cientficos de datao e na a nlise de fragm entos sseos.

    No enta nto , h suposies fa lsas ou contestv eisnessa objeo. Em primeiro lugar, supe-se que bastaadicionar todos os registros genealgicos de Gnesis5 e 11 e, assim , chegar data a pro xim ada de 4000 a.C.

    para a criao de Ado. Isso , todavia , b aseado na fa lsa suposio de que no e xistam lacunas nessas listas,qu e de fato existem (v.g e n e a l o g i a s a b e r t a sou f e c h a d a s ) .

    Essa objeo tambm supe que o mtodo dedatao de fsseis hum ano s antigos preciso. Mas esses mtodo s esto sujeitos a mu itas variveis, incluindo-se a mu dan a de condies atmosfricas, a contaminao de amostras e mudanas da taxa de decom posio (v.c i n c i a e a B b l i ae d a t a o c i e x t f i c a ) .

    Presume -se que os fsseis antigos de aparncia h umana descobertos realmente seriam seres humanoscriados imagem de Deus. Mas essa um a p ressuposio questionvel. Muitas dessas de scobertas esto detal modo fragmentadas de modo que a reconstruo mu ito especulativa. O cham ado "hom em de Nebraska

    foi elaborado, na verdade, a partir de um dente deum a raa ex tinta de porcos! A identificao fora baseada n um nico dente. O hom em de Piltdown era um afraude. Identificar um a criatu ra pelos ossos, aind a mais por fragmento s sseos, altamente especulativo.

    Pode ter havido criaturas de aparncia quase hum ana que eram m orfologicamente semelhantes aos seres hum ano s, ma s no foram criadas imagem de Deus.A estrutu ra ssea no pode provar que havia uma almaimo rtal feita imagem de Deus den tro do corpo. A evidncia da fabricao de ferramentas simples no provanada. Sabe-se que animais (macacos, focas e pssaros)so capazes de usar ferramentas simples.

    Essa objeo tambm pressupe que os dias deGnesis so dias solares de 24 horas. Isso no certe

    za, j quedia em Gnesis usado para todos os seisdias (cf. Gn 2.4). E o stimo dia, em que Deus descansou, ainda continua, milhares de anos depois (cf.Hb 4.4-6;v . G n e s i s , d i a s d e ) .

    impossvel afirmar que Gnesis no histrico. Na verdade, dadas as pressuposies no pro vadas, ahistria de m interpreta o dos fsseis antigos e a pres-supos i o e r rnea de que no ha j a l a cunas na sgenealogias bblicas de Gnesis 5 e 11, os argum entoscontra a historicidad e de Ado e Eva so falhos e falsos.

    FontesG . L.Arch er, J r. Enciclopdia de temas bblicosA. C l stance, Genesis and early man. N . L.Geis l e r &T, H o w e , Manual popu lar de dvidas, enigm ase

    contrad iesda Bblia.R. C.N f .w m a n , Genesis and the origin o f the

    earth.B.R a m m , The Christian view o f Science and

    Scripture.

    agn osticism o, Este termo provm de duas p alavras gre

    gas (a , no; gnsis conhec imento) . O te rmoagnosticismo foi criad o po r T. H. Huxley. Significa lit e r a lm e n t e n o - c o n h e c i m e n t o , o o p o s t o d egnosticismo (Huxley, v. 5; v.g n o s t i c i s m o ) .Logo, oagnstico algum q ue alega no conhecer. Quan doaplicado ao conhecim ento de Deus, h dois t ipos b sicos de agnsticos: os que afirm am que a existnciae a natu reza de Deus r^e- so co nhe cidas, e os queacred itam que no se pod e conh ecer a Deus (v.a n al o g i a , p r i n c p i o d a ;D e u s , e v i d n c i a s d e ) .J que o primeiro tipo no elimina todo o conhecimento religioso, daremos ateno aqui ao segundo.

    Mais de cem anos antes de Huxley (1825-1895),as obras de DavidH u me (1711-1776) e ImmanuelK a n t(1724-1804) l anaram a base f i losf ica do

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    agnosticismo 16

    agnost ic ismo. Grande par te da f i losofia modernasimp lesmen te pressupe a validade geral dos tipos deargum entos que eles estabeleceram.

    O ceticismo de H um e. 0 prprio Kant era racio-

    nalista( v . r a c i o n a l is m o )at que foi de spe rtado do sonodog m tico ao ler Hume. Tecnicamente falando as posies de Hume so cticas, mas servem aos propsitos agnsticos. 0 raciocnio de Hume baseia -se na afirmao de que h apenas dois t ipos de af i rmaessignificantes.

    Se tomarm os nas nossas mos qualque r livro, de teologia ou metafsica, por exemplo, ele conter qualquer raciocnio abstrato relativo a quantidade ou nmero? No. Contm algum raciocnio experimental relativo aos fatos e exis

    tncia? No. Ento lance-o no fogo, pois no pode conternada alm de sofismas e iluso(Investigao sobre o enten-dimento humano).

    Qualquer afirma o que no seja puram ente a relao de idias (definidoras ou m atem ticas) por umlado, nem uma questo de fatos (empricos ou reais), po r outro, in signif ic ante . claro que nenhum a dasafirmativas sobre Deus se encaixa nessas categorias,logo o conhecimento de Deus torna-se impossvel (v.A C O G N O S T I C I S M O ) .

    Atomismo emprico. Alm disso, todas as sensaesso vivenciadas totalmente soltas e separadas. Conexes causais so feitas pela mente s depois de observada a conjuno constante dos elementos constantes da experincia . O que a pessoa realmentevivncia apenas uma srie de sensaes desconexase separadas. Na verdade, no h co nhecimento diretonem do prprio eu, porque tudo o que sabemo s so bre ns m esm os o conju nto desc onexo de im presses sensoriais. Faz sentido falar de conexes feitasapenas na mentea priori ou independentemente daexperincia. Ento, a partir d a experincia no podehaver conexes conhecidas e, certamente, no h conexes necessrias. Todas as questes experimentaisimplicam na p ossvel realidade que lhe contrria.

    Causalidade baseada no costume. Segundo Hum e,todo racioc nio relativo a questes de fato parece serfunda me ntado na relao decausa e efeito [...] S pormeio dessa relao podem os ir alm da evidncia danoss a m em ria e dos no ssos sen tidos (Hum e iv, p. 2;V. C A U S A L I D A D E , P R I N C P I O D A J P R I M E I R O S P R I N C P I O S ) .E 0 C O -

    nhe cime nto da relao de causa e efeito no a priori, mas surge inteiramente a partir da experincia. Sem pre h a poss ib ilid ade da falc ia pos t hoc ou seja, quecertas coisas acontecem geralmentedepois de outroseventos (at regularmente), mas no so realmente

    causadas por eles. Por exemplo, o sol nasce regularmente depois que o galo canta, mas certamente no

    po rque o galo canta. No possvel conhecer as con exes causais e, sem o conhecimento da Causa deste

    mundo, por exemplo, tudo o que resta ao indivduo o agnosticism o a respeito desse sup osto Deus.

    Conhecimento por analogia. Mesmo supondo quetodo evento causado, no pode mo s ter certeza sobreo que o causa. Assim, no famoso Dilogos sobre a reli

    gio natural, Hume defende que a causa do universo pode ser: 1) d iferen te da in te lign cia hum ana, j que asinvenes hu m ana s so diferentes da natureza; 2) finita,

    j que o efeito finito e s necessrio in fe ri r a causaade qua da pa ra o efeito; 3) imperfeita, j que ex istem im pe rfeies na natu reza; 4) mlt ip la , pois a criao domundo se parece mais com o produto de tentativas eerros de muitas divindades em cooperao; 5) masc ulina e feminina, j que essa a m aneira de os hu ma nosserem gerados; e 6) antropom rfica, com m os, nariz,olhos e outras partes do corpo com o as de suas criaturas. Logo, a analog ia nos deixa no ceticismo sob re a natureza de qualquer suposta Causa do mu ndo.

    A gnosti cis m o de K ant. As obras de Hume influenciaram mu ito o pensam ento de Kant. Antes de l-las, Kant defendia um a forma de racionalismo segun

    do a tradio de Go ttfriedL e i b n i z(1646-1716 ). Leibniz, bem co mo Chri st ia n F reih err vonW o l f f(1679-1754),que o seguiu, acreditava que a realidade podia ser conhecida racionalmente e que o tesmo era dem onstrvel.Foram as obras de Kant que acabaram a brup tame ntecom esse tipo de pen sam ento no m und o filosfico.

    A impossibilidade de conhecer a realidade. Kant concedia tradio racional de Leibniz uma d imen so racional,a priori, do conhecimento, ou seja, a forma detodo con hecimento inde pende nte da experincia. Poroutro lado, Kant concordava com Hume e com os

    emp iristas que o contedo de todo tipo de conhec imentovinha por meio dos sentidos. A matria-prima do conhecime nto fornecida pelos sentidos, mas a estru turado conhecimento adquirida posteriormente na m ente . Essa s n tese c r ia t iva reso lv ia o p rob lema doracionalismo e do empirismo. No entanto, o resultadoinfeliz dessa sntese o ag nosticismo, pois, se no po ssvel saber nad a antes que seja estruturado pela sensao (tem po e espao) e pelas categorias do conhecim ento(tais como un idade e causalidade), ento no h com o

    ir alm do prp rio ser e saber o que realmente era antesde o termo s assim formado. Isto , a pessoa s po de sa ber o que o obje to para ela, mas nunca o que ele defato . Somente o aspecto fenomenolgico, mas no onumnico, pode ser conhecido. Devemos permanecer

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    agn sticos sobre a realidade. S sabem os que algo existe, ma s nu nc a sabe rem os o que (Kant. p. 173ss.).

    As antinomias da razo humana. Alm de existirum abismo intransponvel entreconhecer e ser, entreas categorias do nosso conhecimento e a natureza da realidade, contradies inevitveis tam bm resultamquando comeamos a atravessar esse limite (Kant, p.393ss.). Por exemplo, h a a ntino m ia da causalidade. Setodas as coisas so cau sadas, ento no pode haver umacausa inicial, e sries causais devem com ear no in finito. Mas impossvel que a srie seja infinita e tam bmtenh a comeo. Esse o paradoxo qu e resulta da aplicao da categoria da causalidade realidade.

    Esses a rgumentos no esgotam o a rsena l doagnstico, mas so a base do argum ento Deus no podeser conhecido. No entanto, mesm o alguns que no esto dispostos a admitir a validade desses argumentosoptam peloagnosticismo mais sutil. Tal o caso da linh a de pensam ento ch ama da positivismo lgico.

    P osit iv is m o lgico . Tambm cham ado emp irismolgico um a filosofia de lgica e linguag em que pr ocura descrever toda realidade em termos sensoriaisou experim entais. Suas idias originais foram de senvolvidas pelo filsofo AugusteC o m t f .(1798-1857).Suas imp licae s teolgicas fora m de scritas p or A. J.A y e r( 1 9 1 0 - 1 9 8 9 ) m e d i a n t e s e u p r i n c p i o d averificabilidade em prica. Ayer alegava que seres hum anos no pod em anal isar ou def inir o Deus inf inito, logo tudo o que se fala sobre Deus tolice. A idiade conhecer ou versar sobre um ser numnico absurda. No se deve nem usar o termoDeus. Assim,at o agnost ic ismo tradicional insustentvel . Oagnstico pergunta se Deus existe. Para o positivista,a prp ria pe rgun ta insignificante. Assim, imp ossvel ser agn stico.

    Por incrvel que parea, oa c o g n o s t ic i s m ode Ayerno negava automaticamente a possibilidade da ex peri ncia re ligio sa , co mo o agnosticism o. poss velexperimentar Deus, mas esse contato com o infinito

    ja m ais poderia se r e xpre sso de fo rm a significat iva, ento intil, exceto pa ra o rece ptor dessa ma ravilha. O posi ti vis ta lgico LudwigW i t t g e n s t e i n(1889-1951)talvez tenha sido mais coerente ao propor um tipodes ta de rest r io ao pensamento posi t ivis ta (v.d e s m o ) .Se improfcuo falar sobre Deus ou mesmousar o termo, ento qualquer ser infinito teria o mesmo problem a com relao ao que fsico. W ittgensteinnegava que Deus pudesse estar preocupado com om un do o u revelar-se a ele. Entre os mbitos num nicoe fenomeno lgico s po de ha ver silncio. Em resumo, para os no-cognitiv is ta s relig iosos Ayer e Wittgenstein ,o acognosticismo metafsico o resultado final daan lise da linguagem (v.a n a l o g i a , p r i n c p i o d a ) .

    N o-fa ls if ic vel. AntonvF l e wdesenvolveu umafilosofia agnstica a partir de outra nuana das l imitaes da linguagem e da conscincia do divino.Pode ou n o ex istir um Deus; no possvel provarqualquer das duas teses empiricamente. Ento, no possvel acredi tar legit ima me nte em n enhu m a delas. Para ser verificvel, um argumento deve ser ca paz de se r dem onstr ado falso. D eus d ev e se r d em onstrado, de um jeito ou de outro, para fazer diferena.A no ser que o testa possa enfrentar esse desafio, aimpresso que fica que ele tem o que R. M. Elaredenominou blik, ou falha de raciocnio (Flew, p.100). Isto ,ele tem um a cren a no-falsificvel (p ortanto injustificada) em Deus, apesar de todos os fatos ou condies circunstanciais.

    Lg ic a do a g n o s tic ism o . H duas formas deagnosticismo. A forma fraca simplesm ente afirma qu eDeus descon hecido. Isso, claro, abre a p ossibilidade de conhece r a Deus e torn a possvel que alguns conheam a Deus. Assim, esse agnosticismo no am eaa o tesmo cristo. A forma m ais forte de agnosticism o o cristianismo so incompatveis entre si, pois elaafirma que Deus incognoscvel.

    Ou tra distin o deve ser feita: existe o ag no sticismo ilimitado e o l imitado. O primeiro afirma que ta nto Deus qua nto tod a realidade so incognoscveis. Osegundo a f i rma apenas que Deus parc ia lmenteincognoscvel dadas as l imitaes da finitude e do p e ca d o h u m a n o s . E sta s e g u n d a fo rm a deagnost ic ismo pode ser adm itida por c r is tos como possvel e d ese jvel.

    Isso deixa trs alternativas bsicas relativas ao conhecimen to de Deus.

    1. No pod em os sab er nad a sobre Deus; ele incognoscvel.

    2. Podem os saber tudo sobre Deus; ele pod e serconhecido plenamente.

    3. Podem os saber algum a coisa, ma s no tudo;Deus parcialm ente cognoscvel.

    A primeira posio agnosticismo; a segunda,dogmatismo, e a ltim a,realismo. A posio dog m tica improvvel. necess rio ser infinito para conhec er plenamente o Ser infin ito . Poucos te stas (provavelmen tenenhum deles) defenderam seriamente esse tipo dedogmatismo.

    No enta nto , os te s ta s (v.t e s m o )s vezes argu m entam como se o agnosticismo parcial tamb m fosse errado. A forma que esse argumento assume e que oagnosticismo errado simplesmente porque no se

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    agnosticismo 18

    pode saber se algo re lativo re alidade incognosc velsem ter algum conh ecim ento sobre ele. Mas essa lgica est errada. No h co ntradio em dizer: Eu sei osuficiente sobre a realidade para afirmar que existemalgum as coisas sobre ela que eu no p osso sa ber . Porexemplo, pod em os sab er o suficiente sobre tcnicas deobserva o e relato para d izer que impossvel sabe rmos a populao exata do mundo num determinadoinstante (incognoscibilidade na prtica). Da mesmaforma, podem os sab er o suficiente sobre a natureza d afmitude para dizer que impossvel a seres finitos conhe cer com pletam ente um ser infinito. Ento, o cristos tem controvrsia com o ag nstico pleno, que descarta na prtica e na teoria todo conhe cimento de Deus.

    Agnos ticism o co ntrapr od uc en te . 0 agnost ic ismo

    com pleto redu z-se afirma o auto destrutiva: (v.a f i rm a e s c o n t r a d i t r i a s )conh ecem os o suficiente sobrea realidade para afirmar que nada pode ser conhecidosobre ela (v.l g i c a ) .Essa afirmao contraditria.Quem sabe algo sobre a realidade no p ode a firmar aomesmo tempo que toda realidade incognoscvel. Equem no sabe absolutamente nada sobre a realidadeno tem base para fazer uma afirmao sobre a realidade. No suficiente dizer que o conhec imento d a realidade s pod e ser p ura e com pletamente negativo, isto, o conhe cime nto s po de dizer o que a realidade no .

    Toda afirmao negativa pressupe um a afirmao positiva; no se pod e afirm ar significativamente que algum a coisa no e estar comp letamente desprovido de conhecim ento dessa coisa. Conclui-se que o agnosticismototal derrota a si mesmo . Ele presum e o conh ecimento d arealidade para ne gar todo o conhecim ento dela.

    Alguns j tentaram evitar essa crtica trans form ando seu ceticismo em pergunta: O que eu sei sobre arealidade?. Mas isso s adia o dilema. Agnsticos ecristos devem responder essa pergunta, mas a res posta separa o agnst ic o do re alista: Eu posso saberalguma coisa sobre Deus bem diferente de No posso sa ber nad a so bre Deus . Quando a s egunda res posta dada, u m a afi rm ao contr adit ri a foi ev id entemen te apresentada.

    Nem ad ia n ta re corr er m udez e no diz er nada.Os pensam entos po dem ser to auto-ridicularizantesquanto as af i rmaes. Quem assume a postura demu dez sequer pode pen sar que no sabe absolutame nte nada sobre a realidade sem que isso implique conhecim ento sobre a realidade.

    Algum pode estar disposto a admitir que o conhec imen to sobre a realidade finita possvel, ma s nosobre a realidade infinita, o tipo de realidad e em q uesto n o tesmo cristo. Nesse caso, a posio n o maisagn osticismo co mpleto, pois afirma qu e algo pode ser

    conhecido sobre a realidade. Isso d espao para discutir se a realidade finita ou infinita, pessoal ou im p essoa l. E ssa d iscu ss o vai a l m da q u e st o doagno sticismo p ara deb ater o desmo finito e o tesmo.

    O agnosticismo contraproducente de Kant. O arg umen to proposto po r Kant de que as categorias de pe nsamento (tais como unidade e causalidade) no seaplicam realidad e tam bm falho. A no ser que ascategorias da realidade correspondessem s categorias da mente, nenhu m a afirmao po deria ser feita so bre a realidade, nem mesm o a a fi rm ao feita por Kant.A no se r que o m un do real fosse inteligvel, ne nh um aafirmao sobre ele se aplicaria. necess ria um a pr-formao da mente realidade para falar algo sobreela positivo ou negativo. De outra forma , estare

    mos pen sando sobre uma realidade inimaginvel.Pode-se apresentar o argumen to de que o agnsticono precisa fazer nen hum a afirmao sobre a realidade, mas ap enas d efinir os limites do que pod emo s sa be r. M esm o ta l arg um ento , no entanto , contraditrio.Dizer que algum no pode saber mais que os limitesdo fenmeno ou da aparnc ia como ten tar fazer um alinha na areia com as duas perna s. Estabelecer limitesto firme s equivale a ultrapa ss-los. No possvel afirm ar que a aparncia term ina aqui e a realidade comeaali a no ser q ue se possa ver at certa distncia do ou

    tro lado. Como algum pode saber a diferena entre ap arncia e realidade se no viu o suficiente da a par ncia eda realidade p ara fazer a comparao?

    Outra dimenso contrditria sugerida na admisso de Kant: o nmero existe, mas no sabeo que . Ser possvel saber que algo existe sem sabe r nadasobre ele? O conhecimento no implica algum conhecimento das caractersticas? Mesmo u m a criatura est ranha nunca v i s ta an te r io rmente s poder ia se ridentificada se tivesse algumas caractersticas reconhecveis como tam anh o, cor ou movim ento. At algoinvisvel deve deixar algu m efeito ou vestgio para serobservado. No preciso conhecer a origem ou funo de uma coisa ou um fenmeno. Mas certamenteele foi observado, ou o observador no poderia saberque ele existe. No possvel declararque algo existesem simultaneamente afirmaro que ele . Alm disso ,Kant reconheceu no nmero a fonte incognoscvelda aparncia que recebemos. Tudo isso informativosobre o real; existe um a fonte real, essencia l de imp resses. Isso men os qu e o agno sticismo com pleto.

    Outras fo rm as de ceticismo. O ceticismo de Hume. A tentativa ctica geral de anular todo julgamento so bre a re alidade ta m bm contraditrio, j que im plica ju lg am ento so bre a re alidade. De que ou tr a m aneir aalgum sab eria que suspende r todo julgam ento sobre

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    19 agnosticismo

    a realidade o melhor caminho, a no ser que realme nte sou besse que a realidade incognoscvel? O ceticismo implica agnosticismo; conforme demonstrado acima, o agnosticismo implica conhecimento so bre a realidade. O ceticismo il im itado que elogia a s us pens o de to do o julg am ento so bre a re alidade im plica um julgam ento dem asiado abrangente sobre a realidade. Por que desestimular todas as tentativas dechegar verdade, a no ser que se saiba de antemoque so fteis? E como se pode ter essa inform ao deantem o sem j saber algo sobre a realidade?

    A alegao feita por H ume de que toda s as afirm aes significativas so um a relao de idias ou qu estes de fato queb ra suas pr prias regras. A afirmaono se encaixa em ne nhu m a das du as categorias. Logo,

    por defini o, se m sentido. N o poderia se r abso lutam ente um a relao de idias, porqu e nesse caso nodescreveria a realidade, como d a entender. No puramente uma afirmao fatual porque alega cobrirmais que assu ntos em pricos. Em resum o, a distinode Hum e a base p ara o princpio da verificabilidadeemprica de Ayer, e o princpio da verificabilidade emsi no empiricamente verificvel (v. Av e r ,A. J.)

    O atomism o emp rico radical de Hume no qual todos os eventos so completamente desconexos e separados, e o prprio eu apenas um am ontoad o de im

    pre sses senso riais inexeqve l. Se todas as co isas fo ssem desconectadas, no haveria nem como fazer essaafirma o especfica, j que ce rta u nida de e conexo sosugeridas na afirmao de que tudo desconectado.Afirmar que eu no sou nada alm de impresses so bre m im mesm o contraditrio, pois ex iste se mpre asuposta unidade do eu que faz a afirmao. Mas nose pode assu m ir um eu unificado a fim de neg-lo.

    Para respostas ao acognosticismo, a forma m stica que W ittgenstein lhe deu e o princpio de falsifica- bil id ade de Flew,v . a c o g n o s t i c is m o .

    A lg um as a lega es agnst ic as espec ficas . Humenegava o uso tradicional da causalidade e analogiacomo meio de conhecer o Deus do tesmo. A causalidade baseada no costume e a analogia levaria a umdeus finito e hum ano ou a um Deus totalmente diferente do suposto anlogo.

    A ju st ificat iva da cau sa lidad e. Hume nunc a negouo princpio da causalidade. Ele admitiu que seria absurdo afirmar que as coisas surgem sem uma causa(Hume, i. p. 187). O que ele de fato tentou negar foi aexistncia de qualqu er m an eira filosfica deestabele-cer o princpio da causalidade. Se o princpio causalno mera relao analtica de idias, mas a crena

    basead a na conju no hab it ua l de evento s tr iv ia is ,ento no h necessidade dele. No se pode us-lo

    como justificativa filosfica. J vim os, no enta nto, quedividir todas as afirmaes de co ntedo nessas duasclasses con traditrio. Ento, possvel que o prin c pio causa l tenha conte do e seja necessrio.

    A prpria negao da necessidade causal implica anecessidad e dela. A no ser que haja um a razo (ou causa) necessria para a negao, ela no necessariamen tevlida. E se h um a razo ou causa para a negao, nessaeventualidade, seria usa da um a conexo causal necessria para n egar a ex istncia conexes causais necessrias.

    Alguns j tentaram evitar essa objeo limitandoa necessidade realidade d a lgica e das proposiese negando que a necessidade se aplique realidade emsi. Isso no fun ciona; pa ra que essa afirma o excluaa necessidad e do m bito da realidade, precisa ser uma

    afirma o n ecess ria sobre a realidade. Na verdad e issofaz o que alega que no pod e ser feito.Um fundamento para a analogia. Da mesm a for

    ma, Hume no pode negar toda semelhana entre omundo e Deus, porque isso implicaria que a criaodeve ser totalm ente diferente do Criador. Isso significaria que os efeitos devem ser com pletame nte diferentes da causa. Essa afirmao tam bm autodestrutiva;a no ser que haja algum conh ecimento da causa, no pode haver fu ndam ento para negar to da sem elh anaentre a causa e o efeito. Mesm o a com para o ne gati

    va implica conhecimento positivo dos termos com parados. Ento, ou no h base para a afirma o de queDeus deve ser totalm ente diferente, ou pod e haver conhecimen to de Deus em termos da nossa experincia,e nesse caso Deus no completamente diferente doque conhecemos pela experincia.

    preciso ter cuidado aqui para no exagerar naconcluso desses argumen tos. Uma vez demo nstradoque o agnosticismo total contraproducente, no segue ipso fac to que Deus exista ou que se tenha conhecimento de Deus. Esses argumentos d em onstram ape

    nas que, se Deus existe, no se pode afirmar que eleno pode ser conhecido. Disso conclui-se apenas queDeus pode ser conhecido, no quesabemos algo sobreele. A refutao do agno sticismo no , ento, a provado realismo ou tesmo. O agn osticismo a pen as se des-tri e possibilita a formula o do tesm o cristo. A defesa positiva do conhecimento cristo de Deus ainda pre cisa ser fo rm ula da (v.D e u s , e v i d n c i a s d e ) .

    As antinomias de Kant. Em cada uma das supostas antinomias de Kant h um erro. No resulta emcontradies inevitveis falar sobre a realidade em termos de condies necessrias do pensam ento hu m ano. Por exemplo, um erro o pina r que tudo precisa deum a causa, pois nesse caso haveria um a infinidade decausas, e at Deus precisaria de uma causa. Apenas

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    Agostinho 20

    coisas limitadas, mutveis e contingentes precisam decausas. Qua ndo se chega ao Ser Necessrio, ilimitadoe imutvel, no h mais ne cessidade de um a causa. Ofinito deve ser causado, ma s o ser infinito no -causa -

    do. As outras antinomias de Kant tambm so invlida s (v.K a n t , Im m a n t e l) .Concluso. Existem dois t ipos de agno sticismo :

    o limitado e o i l imitado. O primeiro compatvelcom as af i rmaes cr is ts de conhecimento f ini todo Deus infinito. Mas o agnosticismo ilimitado autodestrutivo: implica conhecim ento sobre a realidade pa ra n egar a possibilidad e de sua ex istncia. Tanto oceticismo quanto os no-cognitivismos (acognosticism o) podem ser reduzidos ao ag nost ic ismo. A no se r queseja impossvel conhec er o real, desn ecess rio ab rir

    mo da poss ib i l idade de qua lquer conhec imentocognitivo ou dissuadir os homens de fazer qualquer

    ju lg am ento so bre ele.O agnosticismo ilimitado uma forma sutil de

    dogmatismo. Ao descar tar completamente a possi b il id ade de qu a lq uer conhec im ento do que re al, elefica no extremo oposto da posio que afirma o conhecimento total da realidade. Ambos os extremosso dogm ticos. Am bos so posiesobrigatrias relativas ao conhecimento, contrastantes com a posio de podermos sabe r ou sa be rm os algo sobre a realidade. Simplesmente no h processo alm da onis-cincia que perm ita fazer afirma es to abrangen tese categricas. O agnosticismo dogmatismo negativo, e todo negativo pressupe um positivo. Logo, oagnost ic ismo total no apenas autodestrut ivo; autodivinizador. Apenas a mente onisciente poderiaser totalmente agnstica, e homens finitos evidentem ente no so oniscincientes. Assim, a porta p ermanece aberta para a lgum conhecimento da real idade. A realidade no incognoscvel.

    FontesJ.Coi . i . i x s ,God in modem philosophy, c a p s . 4 e 6.A . F l b v , T h e o l o g y a n d f a l s i f ic a t i o n , A . F i. fw, e t

    a l ., o rg s . ,New essays in philosophical theology.

    R .?UKt,Agnosticism.R .G a r r k .o l -L a g r a n c k , God: his existence an d his nature.S .H a c k e t t , The resurrection oftheism. P a r t e 1.D . H u M t ,A l e t te r f r o m a g e n t l e m a n t o h i s f r i e n d

    i n E d i n b u r g h , e m E . C . M o s s n e r , e t a l. , o r g s . ,

    The letters o) David Hume. ___, Investigao sobre o entendimentohumano.

    ___,Dilogos sobre a religio natural.T. H.H u x l e y , Collected essays, v. 5.

    I . K a n t ,Crtica da razo pura.L.S t e p h e n , An agnost ics apology.J. W a r d ,Naturalism and agnosticism.

    Agostinho. Bispo de Hipona (354-430), fez sua peregrinao esp iritual do paga nismo grego, passan do pelodua l i sm o m an ique s ta , pe lo neo p l a ton i sm o (v.P l o t i n o ) ,e finalmente ao tesmo cristo. Sua mente privilegia da e e norm e produo li te r ria fizera m de leum dos telogos mais influentes do cristianismo.

    F e ra z o. C omo todos os grand es filsofos cristos, Agostinho lutou p ara e nten der a relao en tre fe razo. Muitos apologistas tende m a destacar a nfase de Agostinho sobre a f e menosprezar sua valorizao da razo na proclamao e defesa do evangelho

    (v. f id e s m o ; a p o l o g t i c a p r e s s u p o s i c i o n a l ) .Enfatizam pass agens em que o b is po de H ip ona colocou a f antes da razo, como: Creio para que possa entender. Na verd ade, Agost in ho disse : P rim eiro crer , depoisentender(Do Credo, 4). Pois, se desejamos saber edepois crer, no conseguiremo s ne m saber nem crer(Do evangelho de Joo, 27.9).

    Se tomadas separadamente, essas passagens pod e m p a s s a r u m a i m p r e s s o e r r n e a a c e r c a d oensinam ento de Agostinho sobre o papel da razo naf crist. Agostinho tam bm acreditava que h u m sentido em que a razo vem antes da f. Ningum realmente acredita em alguma coisa antes de achar queela merece crdito. Logo, necessrio que tudo emque se acredita seja aceito depois de o pensamentoabrir o cam inho(O livre-arbtrio, 5) .

    E le p roc lamou a super ior idade da razo qu ando escreveu:

    impossvel que Deus odeie em ns o atributo pelo qualnos fez superiores aos demais seres vivos. Devemos, portanto,recusar-nos a crer de um modo que no receba ou no busque razo para nossa crena, uma vez que sequer poderamoscrer se no tivssemos almas racionais (Cartas, 120.1).

    Agostinho chegou a usar a razo para elaborar um aprova d a ex istncia de Deus. EmO livre-arbtrio, eleargum entou que existe algo acima da razo hum ana(Livro ii, cap. 6). Alm de p od er pro var qu e Deus ex iste, a razo til no entend imen to do contedo d a m ensagem crist. Pois, como pode algum crer naqueleque proclama a f se (para n o m encionar outros fa

    tores) no entende r a prpria lngua daquele que a proclama? (Citado em Przywara, p. 59).Agostinho tam bm usou a razo para remover ob-

    jees f crist. R efe rindo-se a alg um que tinha d vidas antes de se converter, escreveu: razovel que

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    21 Agostinho

    ele tenha perguntas sobre a ressurreio dos mortos antes de ser adm itido aos sacram entos cristos.Ainda mais ,

    talvez tambm lhe deva ser perm itido in sistir em discusses preliminares quanto questo proposta a res pe ito de Cristo po r que ele te ria vindo to ta rd ia m ente na histria mundial, bem como a algumas perguntassrias, s quais todas as outras so subordinadas(Car-tas 120.1,102.38).

    Em resumo, Agostinho acreditava que a razo h um ana era usad a antes, duran te e depois de algum de positar su a f no evange lho.

    Deu s. Para Agostinho, Deus auto-existente, oe u

    sou oq u e s o u .Ele substncia no-criada, imutvel,eterna, indivisvel, e absolutamente perfeita (v.D e u s ,n a t u r e z a d e ) .Deus no uma fora impessoal (v. p a n t e s m o ) ,m as sim um Pai pessoal. Na verdade, ele tripesso al: Pai,Filho e Espirito Santo (v.t r i n d a d e ) . Nessa substncia eterna no h nem confuso de pessoasnem diviso de essncia.

    Deus onipotente, onipresente e onisciente. eterno, exis tente antes do tem po e a lm do tempo. absolutamente t ranscendente em relao ao universo e , ao mesmo tempo, imanente em toda par te

    dele como sua causa susten tadora. Apesar de o m undo ter um comeo (v.k a l a m , a r g u m e n t o c o s m o l g i c o ) ,nunca houve um tempo em que Deus no existisse.Ele um Ser Necessr io que n o dep ende de nada,mas de quem tudo m ais depende para sua ex istncia: Sendo, pois, Deus su m a ess ncia, isto , sendoem sum o grau e , po rtanto, imutvel , pde dar o sers coisas que criou do nada.. .(A cidade de Deus, livro xii, cap. 2).

    Origem e na tureza do universo. Segundo Agostinho,o mu nd o foi criadoex nihilo (v.c r i a o , p o s i e s s o b r e a ) ,do nada. A criao vemde Deus mas no parte de Deus.... [tu] criaste do nada o cu e a terra, duas realidades,um a gran de e ou tra pequen a. S tu existias, e nada mais(Confisses, 12.7). Assim, o mu nd o no eterno. Teve comeo, no no tempo , mas com o tempo . Pois o tempo come ou com o mu ndo. No havia temp o antes do tempo.Quan do lhe pergu ntaram o que Deus fazia antes de criaro m und o do n ada, Agostinho retrucou que, j que Deusera o autor de todo o tempo, no havia tempo a ntes queele criasse o mund o. No foi criaono tempo m as a criao

    do tem po qu e Deus executou nos seus atos iniciais

    (ibid., 11.13). Ento Deus no fazia (agia, criava) nadaantes de criar o m undo. Ele apenasera Deus.

    0 m und o tempo ral e mutvel, e a partir dele podemos ver que deve haver um ser eterno e imutvel.

    O cu e a terra existem e, atravs de suas m ud an as evariaes, proclam am que foram criados.

    No enta nto ,

    ...o que foi criado e [...] existe,em si nada tem que antesno existisse. Do contrrio, sofreria mudanas e variaes.E todaS as coisas proclamam que no se fizeram por si mesmas (ibid., 11.4).

    M ilagr es . J que Deus fez o mund o, pode interv irnele (v.M i l a g r e ) . Na verd ade o que cham am os n a tureza apenas a ma neira em que Deus age regularmentena sua criao.

    ... Quando isso acontecer de modo regular, por assim d izer, como o rio sem fim das coisas que passam, fluem, permanecem e depois passam das profundezas para a superfcie, da superfcie para as profundezas, dizemos que na tural. Quando, porm, tais acontecimentos se apresentam aosobservadores em desusada mudana para servir de avisoaos homens, ento, os denominados milagres (ATrindade, livro ui,cap.6).

    Mas at as atividades regulares da natureza soobra s de Deus. Pois:

    Quem faz elevar-se a umidade dos cachos de uva atravs da raiz da videira e produz o vinho, seno Deus que d ocrescimento, quando o homem planta e rega? (1 Cor 3,7). Masquando, a uma indicao do Senhor, a gua se converte emvinho de modo instantneo, at os insensatos concordamque houve interveno direta do poder divino (Jo 2,9). Quemcobre os arbus tos de folhagem e flores, seno Deus? Contudo, quando floresceu a vara do sarcedote Aaro, foi a divindade que se fez ouvir deste modo inusitado ao homem queduvidava (Nm 17,8). (ibid., livro m, cap. 5)

    Seres huma nos. A huma nidade, como o resto domu ndo, no eterna. Os hum anos foram criados porDeus e so semelhantes a ele. So compostos de umcorpo m ortal e de um a alm a imo rtal (v.i m o r t a l i d a d e ) .Depois da m orte, a alma ag uarda a reunio com o cor po num estado de ale gria consc iente (c u) ou de to rmento contnuo (inferno). Essas almas sero reunidas com seu s corpos n a ressurreio. E, depo is da ressurreio, o corpo, agora totalme nte sujeito ao esprito, viver em perfeita paz por toda a eternidade(Da doutrina crist, 1.24).

    Para Agostinho, a alma, ou a dimenso espiritualhumana de maior valor que o corpo. Na verdade, na dimen so espiritual que a hum anida de feita imagem e semelhana de Deus. Portanto, os pecadosda alma so piores que os pecados do corpo.

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    2 2Agostinho

    voluntariamente todas as coisas por am or ao objeto amado; justia 0 amor servindo apenas ao objeto amado,e portantogovernando corretamente; prudncia 0 amor distinguindoastutamente entre0 que0 impede e0 que0 ajuda.

    Assim,

    temperan a 0 amor mantendo -se inteiro e incorrupto para Deus; justia 0 amor servindo apenas a Deus, e assimgovernando bem tudo mais, ainda que sujeito ao homem; prudncia 0 amor fazendo a distino correta entre0 que0 impulsiona em direo a Deus e0 que0 impede de faz-lo(Da moral da Igreja Catlica, p. 15).

    O objeto desse amor Deus, 0 Bem Supremo. Ele

    amor absoluto, e a obrigao absoluta do ser humano expressar amor em todas as reas de atividade, primeiro para com Deus e depois para com 0 prximo.

    Histria e destino. No clssico c idad e de D eus Agostinho elaborou a primeira grande filosofiacrist da histria. Ele disse que h duas cidades(reinos), a cidade de Deus e a cidade do homem.Essas duas cidades tm duas origens diferentes(Deus e Satans), duas naturezas diferentes (amora Deus e amor prprio, orgulho) e dois destinos diferentes (cu e inferno).

    A histria caminha para 0 fim. Quando 0 tempo terminar, haver a vitria definitiva de Deus sobre Satans, do bem sobre 0 mal. O mal ser separado do bem, eos justos sero ressuscitados com corpos perfeitos paraviver no estado perfeito. O paraso perdido no comeoda histria ser reconquistado por Deus no final.

    A histria de Deus. Deus est realizando seu piano soberano, e no final derrotar 0 mal e aperfeioar0 homem.

    Assim, temos uma resposta ao problema de por que

    Deus teria criado os homens, quando antecipadamente sa- bia que estes iriam pecar. Foi po rque tanto neles quanto pormeio deles ele poderia revelar quanto merecia a culpa dohomem e quanto a graa de Deus perdoou, e tambm por-que a harmonia de toda a realidade que Deus criou e con-trola no pode ser deformada pela perversa discrdia dosque pecam(A cidade de Deus, 14).

    Avaliao. Agostinho foi criticado por muitas coisas, mas talvez mais por aceitar acriticamente 0 pensarnento platnico e neoplatnico (v. Plot ixo) . Ele at

    mesmo rejeitou algumas das primeiras posies piatnicas no seu livro Ret r at aes, escrito perto do fimda sua vida. Por exemplo, por algum tempo ele aceitou a doutrina platnica da preexistncia da alma e dalembrana das idias da existncia prvia.

    O mal. O mal real, mas no uma substncia (v.mal, problema do). A origem do mal a rebelio dascriaturas livres contra Deus (v. .mal, problema do). Naverdade, 0 pecado de tal forma um mal voluntrio

    que no pecado a no ser que seja voluntrio (D a verda deir a religi o, 14). claro que Deus criou boastodas as coisas e deu s suas criaturas morais 0 bompoder do livre arbtrio. Mas 0 pecado surgiu quando... [a vontade] peca, ao se afastar do bem imutvel ecomum, para se voltar para 0 seu prprio bem particular, seja exterior, seja interior (O l i vr e-arbt r io , livro 11, cap 19).

    Ao escolher 0 bem menor, criaturas morais trouxeram a corrupo s substncias boas. Assim, por natureza, 0 mal a falta ou a privao do bem. O mal noexiste sozinho. Como um parasita, 0 mal existe apenascomo a corrupo das coisas boas.

    Pois quem pode duvidar de que a totalidade do que sechama mal nada mais que corrupo? Males diferentes po-dem, sem dvida, receber nomes diferentes; mas0 mal de to-das as coisas em que qualquer mal seja percebido acorrupo (Contra a epstola dos maniqueus,38).

    O mal a ausncia do bem. como podrido parauma rvore ou ferrugem para 0 ferro. Corrompe coisas boas sem ter natureza prpria. Dessa maneiraAgostinho respondeu ao dualismo da religiomaniquesta que afirmava que 0 mal era uma realidade igualmente eterna, mas oposta ao bem.

    Etica. Agostinho cria que Deus amor por natureza. J que a obrigao humana devida ao Criador ser semelhante a Deus, as pessoas tm 0 dever moralabsoluto (v. moralidade, natureza absoluta da) de amara Deus e ao prximo, feito imagem de Deus.

    Pois esta a lei do amor que foi imposta pela autoridadedivina: Amars ao prximo como a ti mesmo, mas Amarsao Senhor teu Deus de todo0 teu corao e de toda a tua almae de todo0 teu entendimento(Da doutrina crist, 1.22).

    Logo, devemos concentrar todos os pensamentos,a vida e a inteligncia naquele de quem derivamos tudoque temos. Todas as virtudes so definidas em termosdesse amor.

    Agostinho disse:

    Quanto virtude que nos conduz vida feliz, afirmo quea virtude nada mais que0 perfeito amor a Deus. A qudru- pia diviso da virtude considero ser extrada de quatro for-mas de amor: [...] Temperana 0 amor se entregando in-teiramente ao que ama; perseverana 0 amor sofrendo

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    23 Albrigh t, William F.

    Infelizmente, houve outras idias platnicas queAgos t inho jamais repudiou . Ent re e las es tava odualismo platnico do corpo e da alma em que os seres humanoss o almas e apenastm corpos. Junta

    mente com isso, Agost inho defendia uma posiomuito asctica dos desejos fsicos e do sexo, mesmodentro do contexto do casamento.

    Alm disso, a epistemologia de Ago stinho sobre asidias inatas foi contestada por empiristas modernos(v. H u m e , D a v i d ) ,assim como sua posio sobre oiluminis-mo. E mesm o alguns testas questionam seo argumento dele para provar a existncia de Deus a p a rtir da verd ade realm ente funcio na, pergunta ndo por que a M en te abso lu ta necess ria como fonte daverdade absoluta.

    At algumas pessoas que aceitam o tesmo clssico de Agostinho de stacam sua incoerncia em no dem on strar a unicidade (singularidade) das idias divinas. Isso resultou da aceitao das idias como formas platnicas irredutivelmente simples, mu itas dasquais no so possveis numa substncia simples (v.u m e m u i to s , p r o b l e m a d e ) .Esse problem a foi resolvidomais tarde po r Toms de Aquino com a distino entre realidade e potencialidade na ordem da existncia(v.m o n i s m o ) ,que foi expressa na do utrin a da analogia.

    FontesA g o s t i n h o , Contra a epstola d os inaiiiqueus._____ , Da do utrina crist._____ , A cidade de Deus._____ , Confisses._____ , Cartas._____ ,D a verda de ira rel igio._____ , 0 livre arbtrio._____ , Da predestinao._____ , Do credo._____ , Do evangelho de Joo._____ ,D a mor al d a Igre ja Catl ica ._____ ,.4 TrindadeN. L. Ge is l l r , What Augustine says.E. Przy'.vara,.4/i Au gustine synthesis.

    Alb right, W illiam F.Foi chamado o deo dos arquelogos bblicos am ericanos. Filho de m issionrios metodis tas e nascido no Chile (1891-1971) ,

    o b t e v e s e u d o u t o r a d o n a U n i v e r s i d a d e J o h nHopkins em 1916. Entre suas pr incipais obras esto From StoneAge to Chnstiamty [Da Idade da Pe-dra ao cristianismo], Archaeology and the religion o f Israel [/I arqueolog ia e a religio de Israel], The

    archaeology ofPalestine and the Bible [A arqueolo- gia da Pale st in a e a B b lia ], Yahweh an d thegods o f Canaan [Iav e os deuses de Can a], The excavation at Tell BeitM irsim [A escava o em TellBeitMirsim]

    e A rchaeolo gy ofP alestin e [A rqueolo gia da Pale sti-na], Escreveu vr ios ar t igos e usou sua inf lunciacomo edi tor doBulletin of the American School of Oriental Research [Boletim da Escola Am ericana de Pesquisas Orientais] de 1931 a 1968. Foi um dos lderes da Escola Am ericana de P esquisas Orientais( e a p o ) po r quase 40 anos.

    Im port ncia ap olog tica . A influncia de Albrightna apolog tica bblica foi eno rme e refletiu sua m udan a do liberalismo teolgico p ara o co nservado rismo p rotestante. Seu trabalho destruiu m uitas proposies de crticos liberais antigo s (v.C r t i c a d a B b l i a ) ,que agora podem ser chamad as pr-arqueolgicas. Pormeio de suas pesquisas e descobertas, Albright chegou a vrias confirma es vitais:

    Autoria mosa ica do Pentateuco.

    O contedo doPentateuco , em geral, muito mais an tigo que a data em que foi editado; novas descobertas continuam a confirmar a preciso histrica da literatura antigaem cada um de seus mnimos detalhes. Mesmo quando necessrio admitir adies posteriores ao ncleo originalda tradio mosaica, essas adies refletem o crescimentonormal das instituies e prticas antigas ou o esforo feito por escribas posteriores de salvar o mximo possvel dastradies existentes sobre Moiss. Assim, puro exagero dacrtica negar o carter substancialmente mosaico da tra dio do Pentateuco(Archaeology ofPalestine, p. 225).

    Ahistoricidad e dos patriarcas.

    As narrativas dos patriarcas, de Moiss e do xodo, daconquista de Cana, dos juizes, da monarquia, do exlio e darestaurao, todas foram confirmadas e ilustradas de ummodo que eu pensava ser impossvel h 40 anos(Christian century, p. 1329).

    Excetuando-se alguns obstinados entre os eruditos maisvelhos, no h quase nenhum historiador bblico que noesteia impressionado com o acmulo rpido de dados queapoiam a historicidade substancial da tradio patriarcal(Biblical per iodA ).

    Abrao, Isaque, e Jac no parecem mais p ersonagensisoladas, muito menos reflexos da histria israelita po sterior; agora eles parecem mais verdadeiros filhos da suapoca, com nomes semelhantes aos de seus contempor-

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    24Albright, William F.

    D at ao do nt. Na minha opinio, cada um doslivros do Novo Testamento foi escrito por um judeubatizado entre os anos 40 e 80 do sculo 1 a d. (muitoprovavelmente entre 50 e 75 d.C.) (ibid., p. 359).

    J podem os dizer com certeza que no h mais baseslida para d atar q ualque r livro do Novo Testamento de- po is de meados de 80 d.C., duas geraes completas an tesda data en tre 130 e 150 proposta pelos atua is crticos maisradicais do Novo Testamento(Recent discoveries in Bible lands, p. 136).

    No artigo Descobertas recentes na Palestina e 0evangelho de so Joo, Albright argumentou que aevidncia em Qumran mostra que os conceitos, terminologia e mentalidade do eva ngel ho de Joo provavelmente pertenceram ao incio do sculo 1 (v. NovoTestamento, datao do).

    Co ncl uso. Do ponto de vista apologtico, 0 eminente e respeitado arquelogo apia com firmeza ascolunas mestras da apologtica histrica. Com alguma incerteza sobre a transmisso do registro oral doPentateuco, Albright acredita que as evidncias atuaise descobertas previstas demonstraro que ambos ostestamentos so historicamente precisos. As datas desses livros so antigas. A profecia preditiva do at e ahistoricidade das narrativas a respeito de Cristo e daigreja primitiva no n t so validadas pela arqueologiamoderna (v. Ato s, historicidade de; Bb lia, evidncias da;D O C U M E N T O S D ON0V0T E S T A M E N T O , C O N F IA B IL ID A D E D O S ;N0V0T E S T A M E N T O , H IS T O R IC ID A D E D 0 ) .

    FontesW. F. A lb r igh t , Archaeology and the religion o f

    Israel.

    _____ , Rec en t d i scove r i e s i n Pa le s t ine and

    the G ospe l o f S t. John , em W. D . Dav ies e D .

    Daube, orgs., The background o f the New Testament and its eschatology.

    _____ , To w a r d a m o r e c o n s e r v a t i v e v i e w,

    e m c t (18 d e j a n e i r o d e 1963)._____ , En t r e v i s t a , Christianity Century (19 / 11/1958).___ ,Recent discoveries in Bible lands.___ , The biblical period.___ , The archaeology o f Palestine.___ ,

    From Stone Age to Christianity. . H . Vo s , A l b r i g h t W i l li a m F o x w e l l, e m W.

    Elw e l l , o rg ., Enciclopdia histrico teolgica da igreja crist.

    neos, deslocando-se pelo mesmo territrio, visitando asmesmas cidades (principalmente Har e Naor), praticando osmesmos costumes que seus contemporneos. Em outras pala-vras, as narrativas patriarcais tm um ncleo histrico com- pleto, embora seja provvel que um a longa transmisso oral dos poemas originais e sagas em prosa posteriores que subjazemno texto atual de Gnesis tenha refratado consideravelmente oseventos originais(Archaeology ofPalestine, p. 236).

    Evidncia a fav or d oa t . No resta dvida de que aarqueologia j confirmou a historicidade substancialda tradio do Antigo Testamento ( Archaeolog y and the religion o f Israel, p. 176).

    A medida que0 estudo crtico da Bblia for mais e maisinfluenciado pelo novo e rico material relacionado ao Ori-ente M dio antigo, veremos0 aumento gradual do respei-to pela signifcncia histrica de passagens negligencia-das ou rejeitadas atualmente noa t e no n t (From Stone

    Age to Christianity, p. 81).

    Os rolos do mar Morto provam

    conclusivamente que devemos trata r0 texto consonantalda Bblia hebraica com0 maior respeito e que a emenda li-vre de passagens difceis a que muito eruditos crticos mo-dernos se entregaram no pode mais ser tolerada

    (Recent discoveries in Bible lands [Recentes descobertas nas terras bblicas],p. 128).

    Graas s descobertas de Qumran,0 Novo Testamento prova se r na verdade0 que acreditavam que fosse:0ensinamen to de Cristo e de seus seguidores imediatos en tre25 e 80 d.C(From Stone Age to Christianity, p.23).

    Os dados bblicos histricos so muitos mais precisosque as idias dos estudantes crticos modernos, que tendemsistematicamente a errar para

    0 lado da crtica exacerbada(. Archaeology o f Palestine, 229).

    A unidade d e Isaas. Sobre a teoria antiga e popularde que havia dois autores de Isaas (v. Deutero Isaas),Albright fez a seguinte objeo numa entrevista:

    Pergun ta:Muitas passagens em Isaas 40-66 denunci-am a idolatria como um mal atua l em Israel (e.g., 44.9-20;51.4-7; 65.2,3; 66.17). Como elas podem ser conciliadas coma teoria de autoria ps-exlica, j que a idolatria certam ente

    no foi reintroduzida em Jud aps a restaurao ..?Resposta: Eu no creio que qualquer parte de Isaas 40-66seja posterior ao sculo vi a.C.(Toward a more conservative view, p. 360).

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    Alcoro, suposta origem divina do 26

    Na m elh or das h ip te ses poss vel te n tar a rgum en tar que, se Deus falou, ele deve ter falado da forma mais eloqente. De qualquer m aneira, seria umafalcia arg um enta r que o simples fato de o Alcoro ser

    eloquen te implica qu e Deus teria sido o seu autor. Osseres hum anos podem falar eloqentemente, e Deus pode fa la r na linguagem comum.

    Outras religies usaram o belo estilo literrio desuas obras como sinal da origem divina. Os muulmanos acei tar iam a inspirao dessas obras? Porexemplo, o fundador persa do maniquesmo, Mani,supostamente afirmou que os homens devem crernele como o Parcleto [Auxiliador que Jesus prom eteu em Joo 14] porque ele prod uziu um livro ch am ado Artand, cheio de belas figura s. Alm d isso,ele dis

    se que o livro lhe foi dado p or Deus, que ne nh um home m vivo poderia desenh ar as figuras com tanta beleza e que, portanto, evidentemente viera do prprioDeus (Pfander, p. 264). Mas nenhum muulmanoaceitaria essa afirmao. Ento por que os no-m u-ulmanos devem aceitar beleza literria como testevlido para a au toridad e divina do .-L.v\;o?

    Argum ento do analf abe:i ;" ic .; Maom. Alm doseu es tilo, a fonte hu m an a e :con ted o do Alcoro so pro va da su a oricem div in a. Eles in sis te m em que n enhum livro co ~ essa mensagem po deria ter vindo de

    u ~ rrcreta analfabeto como Maom.E ouestionvel que Maom tenha sido realmenteanalfabeto. Como certa autoridade observou, as palavras rabesal unmi, que q uerem dizer o profeta inculto no Alcoro (7.157), podem [significar] pago emvez de analfab eto. Pfan der prefere a trad u o o profeta gentio, concordand o que o termo n o implica analfabe tismo (Pfand er, p. 254).

    A evidncia sugere que Maom no era analfabeto.Por exemplo, quando o Tratado de Hudaibah foi assinado, Maom pegou a pe na de Ali, riscou as palavrasnas quais Ali o desig nara o enviado de D eus e substi-tuiu-as com a prpria mo pelas palavras filho deAb dallah . E, segundo a tradio, quan do estava m orrendo, Maom pediu pena e tinta para escrever umaordem designand o seu sucessor, mas sua fora acabouantes d e o m aterial ser trazido (Pfander, p. 255).

    W. M ontgomery Watts inform a que muitos hab itantes de m eca sab iam ler e escrever, e portan to p ressupe-se que u m comerciante eficiente como Maomenten dia um pouco d as arte s (Watt, p. 40). Mesm o telogos mu ulm ano s referem-se a Maom como o pe rfeito em intelecto (Gudel, p. 72). Se Maom no tevetreiname nto formal na juventude, no h razo paraque um a pessoa to inteligente no pudesse ap rendersozinha mais tarde.

    Em terceiro lugar, me smo supon do q ue M aom fosseanalfabeto, isso n o significa que o Alcoro tenha sidoditado po r Deus. Existem o utras ex plicaes possveis.Ainda que no formalme nte treinado, Maom era um a

    pessoa inteligente, de g ra nde habilidade. Seu esc riba p oderia ter compensado suas deficincias ao estilizar aobra. Tal prtica era comum . Homero era cego; logo, provavelmente, no escreveu seus picos sozinho. Algunscrticos argum entam que possvel que a primeira im pre sso de Mao m es tivesse ce rta, que ele tive sse rece bido a in fo rm ao de um esp r ito maligno, que podeter potencializado sua capa cidade (v.M a o m , s u p o s t o c h am a d o d ' v : n o d e ) .

    Argumento da p re serv ao do Alcoro. A pre serv ao perfeita do Alcoro prova sua alegad a insp irao d i

    vina? Os muulmanos do a entender que o Alcoro existente hoje idntico aos m anu scritos originais, o quecoloca ria o livro acim a da Bblia. Os crticos do Alcoro discordam disso. Primeiro, geralmente h um srio exagero com relao preservao do Alcoro. Apesar deser verdade que o Alcoro atual quase um a cpia perfeita do seu original do sculo vn, no verdade qu e sejaexatamente igual ao que veio de Maom.

    O Alcoro foi originariam ente ditado por M aom emem orizado po r seus seguidores devotos, a maioria dosquais foi morta logo aps a mo rte de Maom. Segundo

    a antiga tradio, os escribas de Maom escreveram em pedaos de papel, pedra s, fo lhas de palm eira, ossos e pedaos de couro. Os m uulm anos acre ditam que durante a vida de Maom o Alcoro j estav a escr ito. M as,segundo o testemunho de Zayd, contemporneo e seguidor de M aom, Abu Bakr pediu-lhe pa ra procu raro Alcoro [diversos captulos e versos] e reuni-lo. Elerespondeu: Ento, pesquisei o Alcoro: eu o reuni a parti r de folhas de palm eira, e pedra s finas e bra ncas e peitos de homens. .. (Pfander, p. 25 8-9 ). Na dcada de650, dura nte o reinado de Otm an ibn Affan, o terceirocalifa mu ulma no, relatou-se que vrias com unidadesislmicas estavam u sando verses diferentes do Alco-ro. Mais um a vez, Zayd foi cham ado p ara p repa rar averso revisada oficial. essa verso que permaneceuuniforme e intacta, no a verso original vinda d iretame nte de Maom.

    No livro M ater ials fo r the history o fth e text o f the Quran [Materiais da histria do texto do Alcoro], oarquelogo europeu Arthur Jeffry revelou sua desco berta de um a das tr s cpia s conhecid as de alg um asobras islmicas antigas chamadas Masahif. Esses livros relatavam o estado do texto do Alcoro antes da padro niz ao, prom ovid a por O tm an. Isso revela, aocontrrio da reivindicao dos mu ulman os, que existiram vrios textos diferentes antes da reviso de

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    Otman. Na real idade, como Dasht i indica, a lgunsversculos do A lcor o foram mudados por sugestodos escribas a Maom, e outros por causa da influncia de Omar i , segundo califa do Imprio Muul

    mano , sobre M aom.Jeffry conclui que a recen so de O tman foi o to

    que poltico nec essrio para estabelecer o texto pad ro para to do o im prio . J que havia gra ndes div erg ncias entre as verses de Medina, Meca, Basra, Kufa eDam asco, a soluo de O tma n foi cano nizar oCdice de Medina e ordenar que todos os outros fossemdestrudos. Portanto, ele conclui: resta pouca dvida de que o texto canonizado por Otman foi apenasum dentre vrios tipos de texto existentes na poca(Jeffry, p. 7-8).

    Nem to dos os m uulm anos atu alm ente aceitam ame sma verso do Alcoro. Os muulma nos sunitas aceitam a tradiosahih de M asud como autoritria. Masudfoi uma das poucas pessoas autorizadas por Maom aensinar o Alcoro. Mas oCdice de Ibn M asud do Alco-ro tem um grande nmero de variaes em relao recenso de Otman. S na seg und a surata h quase 150variaes. Jeffry precisou de aproxim adam ente 94 p ginas para de m on strar as variaes entre os dois. Eletam bm destaca que as leituras variantes no so apenas questo de pequen as variaes lingusticas, como

    muitos m uulm anos afirmam. Jeffry conclui que o texto de Otman que foi canonizado era apenas um entrevrios, eh suspeita grave de que Otm an possa ter editado seriam ente o texto que cano nizou (Jeffry, ix-x).

    A tradi o islmica revela certas coisas que no seencontram no Alcoro atual. Uma de las que Ayishah,um a das esposas de Maom, disse:

    Entre o que foi enviado do Alcoro estavam dez(versculos) bem conhecidos sobre amamentao, que era proibida: depois foram anulados po r cinco bem conhecidos.

    Ento o enviado de Al faleceu, e eles so o que se recita do Alcoro (Pfander,p.256).

    Outro exemplo de algo que no encontrado no Al-coro atual o que Om ar disse:

    Em verdade Al enviou Maom com a verdade, e fezdescer para ele o Livro, e da mesma forma o Versculo doApedrejamento era p arte do que o Altssimo enviou: o enviado de Al apedrejava, e apedre jamos como ele, e no Livro de Deus o apedrejamento o castigo do adltero

    (Pfander, p. 256).

    Essa revelao original foi aparentemen te m udada,e uma centena de chibatadas substituiu o apedrejam entocomo castigo pelo adultrio (24.2).

    Os denom inados versculos satnicos i lustramoutra m udan a no texto or iginal . Segundo u m a verso desses vers culos , Maom teve uma revelaoem M eca, que pe rm it ia a intercesso de cer tos do

    los, que dizia:

    Considerastes al-Hat e al-UzzaE al-Manat, o terceiro, o outro?Estes so os cisnes exaltados;Sua intercesso esperada;Seus desejos no so negligenciados (Watt,p. 60).

    Pouco tempo depois disso Maom recebeu outrarevelao cancelando os trs ltimos versculos e subst i t u indo o que encon t r amos ago ra na su r a t a 5 3versculos 21-23 que omitem a parte sobre intercesso desses deuses. Segundo Watt, am bas as verses haviam sido reci tadas em pbl ico. A expl icao deMaom fo i que Sa tans o enganou e inser iu osversculos falsos sem que ele soubesse!

    W. St. Clair-Tisdall, que trab alho u p or m uito te m po entre os m uulm anos, in dic ou que m esm o no Al-coro atual existem algumas variaes.

    Dentre as diversas variaes podemos mencionar: 1) Na sura ta 28.48, alguns ap resentamSahirani em vez deSihrani; 2) na surata 32.6, depois deummahatuhum umtexto acrescenta as palavraswahua abun lahum; 3) nasurata 34.18, em vez derabbana baid, algumas verses trazem rabuna baada; 4) na sura ta 38.22, em vez detisun outro texto colocatisatun , 5) na surata 19.35, em vez detantaruna alguns contmyamtaruna (Cla ir-Tisdall, p. 60).

    Apesar de os muulmanos xiitas serem minoria,so o segundo m aior grupo islmico do m undo , comma is de cem milh es de seguidores. Eles afirmam que

    o cal i fa Otman el iminou intencionalmente muitosversculos do Alcoro que m encionavam Ali.L. Bevan Jones resum iu bem a questo n o livroThe

    people o f the mosq ue [O povo da mesquita], quandodisse:

    apesar de ser verdadeiro que nenhum a outra obra pe rmaneceu durante doze sculos com um texto to puro, provavelmente tambm verdadeiro que nenhuma outra so-freumudanas to drsticas (Jones,p.62).

    Mesmo que o Alcoro fosse cpia perfeita do original dado por M aom, isso no prova ria que o original foi inspirado po r Deus. Tudo o que d em on straria que o A lc oro atual uma cpia idnt ica do queMaom disse . No dir ia ou provaria nada sobre a

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    28 Alcoro, suposta origem divina do

    Mas0 Alcoro ensina a doutrina da abrogao pela qualrevelaes posteriores anulam


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