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Ernest Henry Shackleton

Date post: 15-Apr-2016
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Ernest Henry Shackleton foi um explorador polar queliderou três expedições britânicas à Antárctida, e uma dasprincipais figuras do período conhecido como Idade Heroicada Exploração da Antártida.
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Ernest Henry Shackleton Ernest Henry Shackleton CVO, OBE, RSG (Kilkea, condado de Kildare, 15 de fevereiro de 1874 Geórgia do Sul, 5 de janeiro de 1922) foi um explorador polar que liderou três expedições britânicas à Antárctida, e uma das principais figuras do período conhecido como Idade He- roica da Exploração da Antártida. Nascido no Condado de Kildare, na Irlanda, Shackle- ton e a sua família anglo-irlandesa [1] mudaram-se para Sydenham, uma zona dos subúrbios de Londres, quando ele tinha dez anos de idade. A sua primeira experiência nas regiões polares foi como terceiro-oficial na Expedição Discovery liderada pelo capitão Robert Falcon Scott, em 1901–04, durante a qual foi enviado para casa mais cedo devido a problemas com escorbuto. Determinado a dar a volta a este insucesso pessoal, regressou à Antárctica em 1907 à frente da Expedição Nimrod. Em Janeiro de 1909, ele e mais três companheiros efectuaram uma mar- cha para sul que estabeleceria uma nova marca Farthest South - latitude 88° 23′ S, a 180 km do Polo Sul. Por esta conquista, Shackleton recebeu o título de cavaleiro pelo rei Eduardo VII quando regressou a casa. Depois da corrida ao Polo Sul ter terminado em Dezem- bro de 1911, com a conquista de Roald Amundsen, Shac- kleton virou a sua atenção para aquele que ele considerava ser o restante grande objectivo da exploração antárctica: atravessar o continente de mar a mar, passando pelo polo. Para prosseguir com este projecto, Shackleton preparou a Expedição Transantártica Imperial (1914–17). A ex- pedição não correu bem, com o navio, Endurance a ficar preso no gelo e, posteriormente, a ser lentamente esma- gado mesmo antes da tripulação conseguir desembarcar. Seguiu-se uma série de explorações, e um salvamento in- extremis sem, no entanto, perdas humanas, que daria o estatuto de herói a Shackleton, embora não tivesse sido imediatamente claro. [2] Em 1921, regressou à Antárctida, na Expedição Shackleton–Rowett, com a intenção de le- var a cabo um programa científico. Antes mesmo de a expedição ter começado os seus trabalhos de pesquisa, Shackleton morreria de ataque cardíaco enquanto o seu navio, Quest, estava ancorado na Geórgia do Sul. A pe- dido da sua esposa, foi enterrado ali. Fora das expedições, a vida de Shackleton era, geral- mente, agitada e unfulfilled. Na sua busca por soluções para o seu bem-estar e segurança, ele criou vários negó- cios, mas nenhum teve sucesso. Os seus assuntos finan- ceiros eram habitualmente confusos; quando morreu, es- tava significativamente endividado. Após a sua morte, foi elogiado pela imprensa, acabou por ser, em larga me- dida, esquecido, enquanto a reputação do seu rival Scott foi mantida por muitas décadas. No século XX, Shackle- ton foi “redescoberto”, [3] tonando-se uma figura de culto, um modelo de liderança que, em circunstâncias extremas, mantinha a coesão na sua equipa numa história de so- brevivência, descrita pela historiadora polar, Stephanie Barczewski, como “incrível”. [4] As suas qualidades de liderança chamaram a atenção no início do século XXI, principalmente devido ao sucesso obtido nas operações de salvamento da Expedição Tran- santáctica Imperial. O seu carácter é resumido na última frase do livro Shackleton’s Boat Journey de F A Wors- ley, capitão do Endurance como “As suas características mais marcantes são o seu cuidado e atenção para com o bem-estar de todos os seus homens.” 1 Primeiros anos Dulwich College, Sul de Londres. 1.1 Infância Ernest Shackleton nasceu no dia 15 de Fevereiro de 1874 em Kilkea perto de Athy, Condado de Kildare, na Irlanda, a cerca de 46 milhas (74 km) de Dublin. O pai de Er- nest chamava-se Henry Shackleton, e a sua mãe Henrietta Letitia Sophia Gavan. A sua família paterna era de ori- gem anglo-irlandesa, originária de Yorkshire, Inglaterra. O seu lado materno era irlandês, dos condados de Cork e Kerry. [5] Ernest era o segundo de dez filhos, e o primeiro de dois rapazes; o segundo, Frank, ficou famoso por ter sido suspeito (mais tarde ilibado), em 1907, do roubo das Jóias da Coroa Irlandesa. [6] Em 1880, quando Ernest ti- nha seis anos, Henry Shackleton desistiu da sua vida de proprietário para estudar Medicina no Trinity College, Dublin, mudando-se com a sua família para a cidade. [7] Quatro anos mais tarde, a família mudou-se, de novo, da Irlanda para Sydenham, nos subúrbios de Londres. Em 1
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Ernest Henry Shackleton

Ernest Henry Shackleton CVO, OBE, RSG (Kilkea,condado de Kildare, 15 de fevereiro de 1874 — Geórgiado Sul, 5 de janeiro de 1922) foi um explorador polar queliderou três expedições britânicas à Antárctida, e uma dasprincipais figuras do período conhecido como Idade He-roica da Exploração da Antártida.Nascido no Condado de Kildare, na Irlanda, Shackle-ton e a sua família anglo-irlandesa [1] mudaram-se paraSydenham, uma zona dos subúrbios de Londres, quandoele tinha dez anos de idade. A sua primeira experiêncianas regiões polares foi como terceiro-oficial na ExpediçãoDiscovery liderada pelo capitão Robert Falcon Scott, em1901–04, durante a qual foi enviado para casa mais cedodevido a problemas com escorbuto. Determinado a dara volta a este insucesso pessoal, regressou à Antárcticaem 1907 à frente da Expedição Nimrod. Em Janeiro de1909, ele e mais três companheiros efectuaram uma mar-cha para sul que estabeleceria uma nova marca FarthestSouth - latitude 88° 23′ S, a 180 km do Polo Sul. Por estaconquista, Shackleton recebeu o título de cavaleiro pelorei Eduardo VII quando regressou a casa.Depois da corrida ao Polo Sul ter terminado em Dezem-bro de 1911, com a conquista de Roald Amundsen, Shac-kleton virou a sua atenção para aquele que ele consideravaser o restante grande objectivo da exploração antárctica:atravessar o continente de mar a mar, passando pelo polo.Para prosseguir com este projecto, Shackleton preparoua Expedição Transantártica Imperial (1914–17). A ex-pedição não correu bem, com o navio, Endurance a ficarpreso no gelo e, posteriormente, a ser lentamente esma-gado mesmo antes da tripulação conseguir desembarcar.Seguiu-se uma série de explorações, e um salvamento in-extremis sem, no entanto, perdas humanas, que daria oestatuto de herói a Shackleton, embora não tivesse sidoimediatamente claro.[2] Em 1921, regressou à Antárctida,na Expedição Shackleton–Rowett, com a intenção de le-var a cabo um programa científico. Antes mesmo de aexpedição ter começado os seus trabalhos de pesquisa,Shackleton morreria de ataque cardíaco enquanto o seunavio, Quest, estava ancorado na Geórgia do Sul. A pe-dido da sua esposa, foi enterrado ali.Fora das expedições, a vida de Shackleton era, geral-mente, agitada e unfulfilled. Na sua busca por soluçõespara o seu bem-estar e segurança, ele criou vários negó-cios, mas nenhum teve sucesso. Os seus assuntos finan-ceiros eram habitualmente confusos; quando morreu, es-tava significativamente endividado. Após a sua morte,foi elogiado pela imprensa, acabou por ser, em larga me-dida, esquecido, enquanto a reputação do seu rival Scott

foi mantida por muitas décadas. No século XX, Shackle-ton foi “redescoberto”,[3] tonando-se uma figura de culto,ummodelo de liderança que, em circunstâncias extremas,mantinha a coesão na sua equipa numa história de so-brevivência, descrita pela historiadora polar, StephanieBarczewski, como “incrível”.[4]

As suas qualidades de liderança chamaram a atenção noinício do século XXI, principalmente devido ao sucessoobtido nas operações de salvamento da Expedição Tran-santáctica Imperial. O seu carácter é resumido na últimafrase do livro Shackleton’s Boat Journey de F A Wors-ley, capitão do Endurance como “As suas característicasmais marcantes são o seu cuidado e atenção para com obem-estar de todos os seus homens.”

1 Primeiros anos

Dulwich College, Sul de Londres.

1.1 Infância

Ernest Shackleton nasceu no dia 15 de Fevereiro de 1874emKilkea perto deAthy, Condado deKildare, na Irlanda,a cerca de 46 milhas (74 km) de Dublin. O pai de Er-nest chamava-se Henry Shackleton, e a sua mãe HenriettaLetitia Sophia Gavan. A sua família paterna era de ori-gem anglo-irlandesa, originária de Yorkshire, Inglaterra.O seu lado materno era irlandês, dos condados de Cork eKerry.[5] Ernest era o segundo de dez filhos, e o primeirode dois rapazes; o segundo, Frank, ficou famoso por tersido suspeito (mais tarde ilibado), em 1907, do roubo dasJóias da Coroa Irlandesa.[6] Em 1880, quando Ernest ti-nha seis anos, Henry Shackleton desistiu da sua vida deproprietário para estudar Medicina no Trinity College,Dublin, mudando-se com a sua família para a cidade.[7]Quatro anos mais tarde, a família mudou-se, de novo, daIrlanda para Sydenham, nos subúrbios de Londres. Em

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2 2 EXPEDIÇÃO DISCOVERY, 1901–03

parte, esta mudança deveu-se a uma procura de melho-res perspectivas profissionais como licenciado em Medi-cina; mas outro factor poderá ter sido o facto de não sesentir à vontade com as suas origens anglo-irlandesas, nasequência do assassinato de Lorde Frederick Cavendish,Secretário-Chefe britânico para a Irlanda, por um nacio-nalista irlandês, em 1882.[7]

1.2 Educação

Desde pequeno que Shackleton era um leitor insaciável,um gosto que lhe criou uma paixão pela aventura.[8] Atéaos onze anos de idade, estudou com uma educadora,passando, depois, a estudar na Escola Preparatória deFir Lodge, em West Hill, Dulwich, a sudeste de Lon-dres. Com 13 anos, entrou para o Dulwich College.[7]Como estudante, Shackleton foi um aluno médio afir-mando sentir-se “entediado” pelos estudos.[7] Mais tardeterá dito: “Nunca aprendi muita Geografia na escola ... ALiteratura, também, consistia na dissecação, na análisede certas passagens dos nossos grandes poetas e roman-cistas ... os professores deveriam ter cuidado para nãoestragar-lhes [aos alunos] o gosto pela poesia para sem-pre, tornando-a uma tarefa e uma imposição.”[7] No finaldo seu tempo de escola, no entanto, ficou em quinto lugarnum total de 31 alunos.[9]

1.3 Oficial da Marinha Mercante

Shackleton em 1901, aos 27 anos.

A ansiedade de Shackleton na escola era tal que foi-lhepermitido sair aos 16 anos, e ir para o mar.[10] As op-ções disponíveis eram a Marinha Real, no HMS Britan-

nia, mas que o Dr. Shackleton não podia pagar; a ma-rinha mercante no Worcester e no Conway; ou um lu-gar como aprendiz num veleiro. Foi escolhida a terceiraopção.[10] O seu pai conseguiu-lhe um lugar na NorthWestern Shipping Company, a bordo do veleiro Hogh-ton Tower.[10] Durante os quatro anos seguintes no mar,Shackleton aprendeu o seu ofício visitando os cantos maislongínquos da Terra, e conhecendo uma grande diversi-dade de povos, com as mais variadas experiências, o quelhe deu uma aprendizagem de como estar com vários ti-pos de pessoas.[11] Em Agosto de 1894, passou no examepara segundo-oficial, e aceitou um lugar como terceiro-oficial num navio-a-vapor da Welsh Shire Line.[11] Doisanos mais tarde, passou a primeiro-oficial e, em 1898, re-cebeu a certificação para Master Mariner, qualificando-opara comandar qualquer navio britânico em qualer partedo mundo.[11]

Em 1898, Shackleton ingressou na Union-Castle Line,empresa de transporte de passageiros e correio que ope-rava entre Southampton e a Cidade do Cabo. Ele era,como recorda um companheiro de bordo, “diferente donosso habitual jovem oficial ", satisfeito com a sua pró-pria empresa, embora não distante, “citando passagens deKeats [e] Browning”, ummisto de sensibilidade e agressi-vidade mas, apesar disso, compreensivo.[12] No início daGuerra dos Bôeres em 1899, Shackleton foi transferidopara o navio de transporte de tropas Tintagel Castle onde,em Março de 1900, conheceu um tenente do exército,Cedric Longstaff, cujo pai, Llewellyn W. Longstaff, erao principal patrocinador financeiro da Expedição Nacio-nal Antárctica que estava a ser organizada emLondres.[13]Shackleton aproveitou o conhecimento com o filho paramarcar uma entrevista com o seu pai, procurando obterum lugar na expedição. Longstaff, impressionado peloentusiasmo de Shackleton, recomendou-o a Sir ClementsMarkham, o líder máximo da organização da expedição,salientando, de modo muito claro, que queria que Shac-kleton fosse aceite.[13] A 17 de Fevereiro de 1901, a suaescolha para terceiro-oficial do navio da expedição Dis-covery foi confirmada; pouco depois, recebeu a patentede sub-tenente na Reserva da Marinha Real.[14] Embora,oficialmente, tivesse obtido uma licença da Union-Castlepara se juntar à expedição, de facto, o serviço prestadona Marinha Mercante terminou para Shackleton.[13]

2 Expedição Discovery, 1901–03

Ver artigo principal: Expedição DiscoveryA Expedição Nacional Antárctica, conhecida comoExpedição Discovery, segundo o nome do seu navioDiscovery, foi pensada por Sir Clements Markham, pre-sidente da Real Sociedade Geográfica, e esteve muitosanos a ser preparada. Foi liderada por Robert FalconScott, um tenente da Marinha Real especialista em tor-pedos, mais tarde promovido a Comandante,[15] e tinhaobjectivos tanto científicos como geográficos.[16] Embora

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O navio da expedição, Discovery nas águas da Antárctida.

o Discovery não fosse uma unidade da Marinha Real,Scott solicitou à tripulação, oficiais e pessoal científicoqe aceitassem, voluntariamente, as condições do Decretoda Disciplina Naval, e o navio e a expedição seriam diri-gidas de acordo com as orientações da Marinha Real.[17]Shackleton aceitou as condições, embora preferisse, deacordo com a sua experiência, um estilo mais informalde liderança.[18] As tarefas de Shackleton foram redigi-das como: “Responsável das análises da água do mar.Ward-room caterer. Encarregado do aprovisionamento[...] Também organiza os entretenimentos.”[19]

O Discovery partiu de Londres no dia 31 de Julho de1901, chegando à costa da Antárctida, via Cidade doCabo e Nova Zelândia, a 8 de Janeiro de 1902. Depois dedesembarcar, Shackleton fez parte de um voo experimen-tal em balão, a 4 de Fevereiro.[20] Também participou,com os cientistas EdwardWilson e Hartley Ferrar, na pri-meira viagem de trenó desde os aposentos de Inverno, noEstreito de McMurdo, que tinha por objectivo estabele-cer uma rota segura na Grande Barreira de Gelo.[21] Du-rante o Inverno antárctico, 1902, confinado ao Discovery– preso no gelo -, Shackleton editou a revista da expedi-ção The South Polar Times.[22] Segundo Clarence Hare,criado de bordo, “ele era o mais popular dos oficiais en-tre a tripulação, dando-se bem com todos”,[23] embora asalegações de que isto representaria uma liderança infor-mal face a Scott, não são justificadas.[24] Scott escolheuShackleton para o acompanhar juntamente com Wilsonna expedição para sul, umamarcha em direcção a sul paraatingir a latitude mais elevada até ao Pólo Sul. Esta mar-cha não tinha como objectivo o pólo, embora o alcançaruma nova latitude fosse de grande importância para Scott,e a inclusão de Shackleton indicava um elevado grau deconfiança pessoal.[24][25]

O grupo partiu no dia 2 de Novembro de 1902. Amarchafoi, como Scott escreveumais tarde, “uma combinação desucessos e fracassos”.[26] Foi atingido um novo FarthestSouth de 82° 17′, ultrapassando o anterior recorde, es-

Capitão Scott

tabelecido em 1900, por Carsten Borchgrevink.[nota 1][27]A viagem foi marcada pelo fraco desempenho dos cães,cuja comida ficou contaminada, e que ficaram doentes.[28]Todos os 22 cães morreram durante a marcha. Os trêshomens sofreram de cegueira da neve, queimaduras pelogelo e de escorbuto. Na jornada de regresso, Shackle-ton entrou em “colapso” e teve de ser ajudado até aofim.[29] Mais tarde, negou a afirmação de Scott na TheVoyage of the Discovery, de que teria sido transportadonum trenó.[30] Contudo, o seu estado era bastante sério;uma entrada no diário de Wilson, datada de 14 de Ja-neiro, refere: “Shackleton não está em condições, e hojeestá ainda pior, com falta de ar e a tossir constantemente,e com outros sintomas que não vou detalhar, mas que sãode significativa importância a uma distância de cento esessenta milhas do navio ".A 4 de Fevereiro de 1903, o grupo alcançou, finalmente,o navio. Depois de ser examinado pelo médico (que nãochegou a nenhuma conclusão),[31] Scott decidiu enviarShackleton para casa no navio de apoio Morning, quetinha chegado ao Estreito de McMurdo em Janeiro de1903. Scott escreveu: “Ele não se deve esforçar maisno seu actual estado de saúde.”[31] Existe alguma espe-culação de que Scott escolheu esta opção devido à po-pularidade de Shackleton entre a tripulação, e que o seufraco estado de saúde serviu de desculpa para o afastar daexpedição.[32] Alguns anos depois das mortes de Scott,Wilson e Shackleton, Albert Armitage, o segundo-no-comando da expedição, alegou ter havido um desenten-dimento durante a viagem ao sul, e que Scott disse aomédico de bordo que “se ele [Shackleton] não for paracasa doente, regressará em desgraça.”[31] Não existe pro-vas da história de Armitage. A relação de Shackleton eScott manteve-se amigável, pelo menos até à publicaçãodo relato de Scott da viagem ao sul em The Voyage of

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4 4 EXPEDIÇÃO NIMROD, 1907–09

the Discovery.[30] Embora em público a sua relação fossecordial, [33] de acordo com o biógrafo Roland Huntford,a atitude de Shackleton para com Scott tornou-se num“desprezo e antipatias latentes"; salvar o orgulho feridoobrigava a “um regresso à Antárctida e a uma tentativade se sobrepor a Scott”.[30]

3 Entre as expedições Discovery eNimrod, 1903–07

Emily Dorman, esposa de Shackleton.

Após um período a convalescer na Nova Zelândia, Shac-kleton regressou a Inglaterra via São Francisco e NovaIorque.[34] Como primeira pessoa a regressar da Antárc-tida, foi informado de que era muito requisitado; em par-ticular, o Almirantado que consultá-lo sobre a forma deresgatar o Discovery.[35] Com o apoio de Sir ClementsMarkham, aceitou um cargo temporário para aconselharos trabalhos de preparação do Terra Nova para a se-gunda operção de salvamento do Discovery, mas recu-sou a proposta de ser o seu oficial-chefe. Também fezparte da equipa que estava a equipar o Uruguay, que es-tava a receber alterações para ir resgatar a Expedição An-tárctica Sueca liderada por Otto Nordenskjöld.[34] À pro-cura de um trabalho mais seguro e permanente, Shackle-ton candidatou-se para prestar serviço regular na Mari-nha Real, pela Lista de Suplementares,[36] mas, apesar dainfluência de Markham, e do presidente da Royal Soci-ety, não foi bem-sucedido.[34] Em vez disso, tornou-sejornalista do Royal Magazine, mas não lhe era de todosatisfatório.[37] Entretanto, foi-lhe proposto um lugar, queaceitou, como secretário na Real Sociedade GeográficaEscocesa (RSGE), em 11 de Janeiro de 1904.[37]

Em 1905, Shackleton tornou-se acionista de uma em-presa especulativa que pretendia fazer fortuna com otransporte de tropas russas para case desde o Far East.Apesar das suas garantias a Emily de que “o negócioera praticamente seguro ", os resultados não foram osesperados.[38] Shackleton também tentou uma hipótese

na política, mas sem sucesso, como candidato do PartidoLiberal pelo círculo eleitoral de Dundee às eleições geraisde 1906.[nota 2][39] Entretanto, começou a trabalhar como industrial milionário de Clydeside, William Beardmore(mais tarde Lorde Invernairn), with a roving commissionque envolvia entrevistar potenciais clientes e receber osamigos de negócios de Beardmore.[40] Por esta altura,contudo, Shackleton não fazia segredo da sua ambiçãode voltar à Antárctida à frente da sua própria expedição.Beardmore estava impressionado com Shackleton, o su-ficiente para lhe dar apoio financeiro,[nota 3][41] mas, osoutros donativos foram mais difíceis de obter. Apesardisso, em Fevereiro de 1907, Shackleton apresentou osseus planos para uma expedição à Antárctida à Real So-ciedade Geográfica; os seus detalhes, com a designaçãode Expedição Antárctida Britânica, 1907–09, foram pu-blicados na revista da Real Sociedade, Geographic Jour-nal.[9] O objectivo era a conquista tanto do Polo sul geo-gráfico como do magnético. Shackleton esforçou-se porconvencer mais alguns amigos com dinheiro a contribuir,como Sir Phillip Lee Brocklehurst, que entregou 2000libras (em 2011: 157 000 libras) para assegurar um lu-gar na expedição;[42][43] o autor Campbell Mackellar; e obarão da Guinness, Lord Iveagh, cujo contributo foi asse-gurado menos de duas semanas antes da partida do navioNimrod.[44]

4 Expedição Nimrod, 1907–09

Ver artigo principal: Expedição NimrodNo dia 1 de janeiro de 1908, o Nimrod partiu para a

Grupo do Polo Sul da Expedição Nimrod (da esquerda para adireita): Wild, Shackleton, Marshall e Adams.

Antárctida do Lyttelton Harbour, Nova Zelândia. Shac-kleton’s original plans had envisaged using the old Disco-very base in McMurdo Sound to launch his attempts onthe South Pole and South Magnetic Pole.[43] No entanto,antes de deixar Inglaterra foi pressionado para prometer aScott que não instalaria a sua base na zona de McMurdo,a qual Scott afirmava ser o seu campo de trabalho. Shac-

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kleton, relutantemente, aceitou procurar um local parapassar o Inverno ou na numa entrada na Barreira (visi-tado pelo Discovery em 1902) ou na Terra do Rei Edu-ardo VII.[45]

Para conservar as suas reservas de carvão, o navio foi re-bocado durante 1 650 milhas (2 655 km) pelo navio-a-vapor Koonya até ao gelo antárctico, depois de Shackle-ton ter convencido o governo neozelandês e a Union Ste-amship Company a partilhar os custos.[46] De acordo coma promessa de Shackleton a Scott, o navio rumou parao sector oriental da Grande Barreira de Gelo, onde che-gou no dia 21 de Janeiro de 1908. Ali, descobriram quea entrada na Barreira se tinha transformado numa largabaía, na qual nadavam centenas de baleias, o que deu ori-gem ao nome daquela área, baía das Baleias.[47] Verifica-ram que as condições do gelo eram instáveis, impedindo ainstalação ali de uma base segura. Depois de efectuaremuma longa pesquisa por um local seguro pela Terra do ReiEduardo VII, desistiram, e Shackleton foi forçado a que-brar a promessa feita a Scott, e partiu para o estreito deMcMurdo, uma decisão que, de acordo com o segundo-oficial Arthur Harbord, foi “ditada pelo bom senso” faceàs dificuldades da pressão do gelo, pouco carvão e faltade uma base conhecida por perto.[47]

O Nimrod chegou ao estreito de McMurdo no dia 29 deJaneiro, mas foi impedido de continuar devido ao geloa 26 km a norte da antiga base do Discovery, em HutPoint.[48] Depois de vários atrasos devido ao tempo, abase de Shackleton foi instalada em cabo Royds, a cercade 39 km a norte de Hut Point. Apesar das difíceis con-dições, o moral dos membros da expedição era elevado;a capacidade de Shackleton de se relacionar com cadaum dos seus homens, manteve o grupo entusiasmado econcentrado.[49]

A “Great Southern Journey” (“Grande Viagem aoSul”),[50] como Frank Wild lhe chamava, começou a 19de Outubro de 1908. A 9 de Janeiro do ano seguinte,Shackleton e três companheiros (Wild, Eric Marshall eJameson Adams) chegaram a uma nova latitude sul de88° 23′ S, a apenas 112 milhas (180 km) do Polo.[nota 4]No caminho para o Polo Sul, o grupo descobriu o glaciarBeardmore, (assim designado em homenagem ao patronode Shackleton),[51] e tornaram-se as primeiras pessoas aver e a viajar pelo Planalto Polar Sul.[52] A sua viagem deregresso ao estreito de McMurdo foi uma corrida contrao tempo devido à falta de alimentos – a ração diária pas-sou a metade em quase todo o caminho. A certo ponto,Shackleton deu o seu único biscoito diário a Frank Wild,que escreveu no seu diário: “Todo o dinheiro que nuncafoi cunhado, não teria sido suficiente para comprar aquelebiscoito, e a recordação daquele sacrifício nunca mais medeixará ".[53] Chegaram a Hut Point mesmo a tempo deapanhar o navio.As outras conquistas da expedição incluem a primeirasubida ao monte Érebo, e a descoberta, aproximada, doPolo Sul magnético, alcançado a 16 de Janeiro de 1909

por Edgeworth David, Douglas Mawson e Alistair Mac-kay.[54] Shackleton regressou ao Reino Unido como umherói, e pouco depois publicaria a sua história da expedi-ção,Heart of the Antarctic. Mais tarde, Emily Shackletonrecordaria: “O único comentário que me fez, por não terchegado ao Polo foi “um burro vivo é melhor que um leãomorto, não é verdade?" e eu respondi “Sim, querido, noque a mim me diz respeito”.[55]

Em 1910, Shackleton fez três gravações onde descreveua expedição, utilizando um fonógrafo Edison.[56]

Várias caixas contendo uísque e brandy, deixadas paratrás em 1909, foram recuperadas em 2010, para seremanalisadas por uma destilaria. A formula antiga para estasbebidas foi colocada à venda, sendo uma parte da vendapara beneficiar o New Zealand Antarctic Heritage Trusto qual descobriu as bebidas perdidas.[57][58][59] [60]

5 Entre expediçõess, 1909–14

Shackleton efectuou diversas palestras não só para falar da suaexperiência polar, mas também para discursar sobre as de Scotte Amundsen.

5.1 Herói popular

No seu regresso a casa, Shackleton, recebeu várias ho-menagens. O rei Eduardo VII recebeu-o a 10 de Ju-

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6 6 EXPEDIÇÃO TRANSANTÁRCTICA IMPERIAL, 1914–17

lho e concedeu-lhe o título de Comandante da Real Or-dem Vitoriana;[61][62] na lista de aniversário do rei, emNovembro, ele foi feito cavaleiro tornando-se Sir ErnestShackleton.[63][64] Foi homenageado pela Real SociedadeGeográfica, que lhe entregou uma Medalha de Ouro –uma proposta para que a medalha fosse mais pequena queaquela entregue anteriormente a Scott, não foi aceite.[65]Todos os membros da da equipa terrestre da expediçãoNimrod receberam a Medalha Polar de prata.[63] Shac-kleton foi nomeado Irmão Mais Novo da Trinity House(organização governamental responsável pela Gestão emanutenção dos faróis e luzes de navegação) de Ingla-terra, País de Gales e outras águas territoriais britânicas),uma honra importante para os marinheiros britânicos.[61]

Para além das honras oficiais, os feitos de Shackletonforam saudados, no Reino Unido, com grande entusi-asmo. Ao propor um brinde ao explorador, num almoçoem honra de Shackleton, oferecido pela Royal SocietiesClub, o Lorde Halsbury, antigo Lord Chancellor, disse:“Quando pensamos pelo que já passámos, não acredita-mos na decadência da raça britânica. Não podemos crerque perdemos o sentido de admiração pela coragem eresistência”.[66] Este heroísmo também foi felicitado naIrlanda: o jornal de Dublin, Evening Telegraph publicouna primeira página “Polo Sul quase alcançado por um ir-landês ",[66] enquanto o Dublin Express chamava a aten-ção para as “qualidades que eram a sua herança como ir-landês ".[66] Também outros exploradores expressaram asua admiração; Roald Amundsen escreveu, numa cartaenviada para ao secretário da RSG, John Scott Keltie,que “a nação inglesa conquistou, por este feito de Shac-kleton, uma vitória que nunca poderá ser superada ".[67]Fridtjof Nansen enviou uma entusiástica carta privada aEmily Shackleton, felicitando a “expedição única que foium complete sucesso em todos os seus aspectos ".[67] Narealidade, a expedição deixou Shackleton com muitas dí-vidas, e incapaz de cumprir com as garantias bancáriasacordadas com os seus financiadores. Apesar dos seus es-forços, foi necessária a intervenção do governo, na formade uma garantia de 20 000 libras (valor em 2008: 1,5milhões de libras), para pagar as dívidas mais urgentes.

5.2 Tempo de espera

Depois do seu regresso, Shackleton passou grande partedo seu tempo em aparições públicas, palestras e reuniõessociais. Em seguida, procurou o lucro com a sua famafazendo fortuna no mundo dos negócios.[68] Entre os em-preendimentos que esperava promover, estavam incluí-das uma empresa de tabaco,[69] um esquema para venderselos a colecionadores com a impressão “King EdwardVII Land” (com base no seu cargo de chefe dos correiosda Antárctida, autorizado pela Nova Zelândia),[70] e a ex-ploração de uma mina na Hungria que ele tinha adqui-rido perto da cidade de Nagybanya (actual Roménia).[71]Nenhum destes projectos teve sucesso, e a sua principalfonte de rendimento eram as palestras. Ele continuava

a pensar em regressar ao sul, embora, em Setembro de1910, depois de se ter mudado com a sua família paraSheringham, em Norfolk, tenha escrito a Emily: “Nuncamais irei ao Sul, o meu lugar é em casa”.[68] Shackletontinha tido várias conversas com Douglas Mawson acercade uma expedição científica à costa da Antárctida entre ocabo Adare e Gaussberg, e tinha escrito à RSG sobre estaideia em Fevereiro de 1910.[nota 5][72]

Qualquer decisão futura de regressar ao Polo Sul depen-dia dos resultados da Expedição Terra Nova de Scott,a qual partiu de Cardiff em Julho de 1910. Na Prima-vera de 1912, soube-se que o Polo Sul tinha sido alcan-çado por Roald Amundsen. Por esta altura, o destino daexpedição de Scott ainda não era conhecido. A mentede Shackleton virou-se para um projecto que tinha sidoanunciado, e depois abandonado, pelo explorador escocêsWilliam Speirs Bruce, para uma travessia continental, apartir do mar de Weddell, via Polo Sul, até ao estreitode McMurdo. Bruce, que não conseguiu reunir apoiosfinanceiros, ficou contente por Shackleton ter adoptadoos seus planos,[73] os quais eram semelhantes ao do ex-plorador alemão Wilhelm Filchner. Filchner tinha par-tido de Bremerhaven em Maio de 1911; em Dezembrode 1912, ficou a saber-se que que a expedição tinha tinhafracassado.[nota 6][73] A viagem transcontinental era, naspalavras de Shackleton, “um dos grandes objectivos dasviagens antárcticas” ainda por explorar, e agora disponí-vel para ele.[74]

6 Expedição Transantárctica Im-perial, 1914–17

Ver artigos principais: Expedição Transantártica Im-perial, Grupo do Mar de Ross e Lista dos membros daExpedição Transantártica Imperial, do James Caird e doAurora; rota dos depósitos terrestresdo Grupo do Mar de Ross; e percurso planeado do Grupodo mar de Weddell liderado por Ernest Shackleton na suaexpdição transantárctica de 1914–15:

Viagem do EnduranceDeriva do Endurance no geloDeriva no gelo após afundamento do Endurance sinksVoyage of the James CairdRota planeada para a travessia transantárcticaViagem do Aurora à AntárctidaRegresso do AuroraRota dos depósitos de provisões

]]

6.1 Preparativos

Shackleton publicou os detalhes da sua nova expedi-ção, intitulada de “Expedição Transantárctica Imperial”

Page 7: Ernest Henry Shackleton

6.2 Tripulação 7

Endurance

no início de 1914. Seriam utilizados dois navios; oEndurance transportaria o grupo principal até ao marde Weddell, seguindo para a baía Vahsel de onde par-tiria uma equipa de seis homens para atravessar o conti-nente. Entretanto, um Segundo navio, o Aurora, levariaum grupo de apoio, liderado pelo capitão Aeneas Mac-kintosh, para o estreito de McMurdo, no lado oposto docontinente. Este grupo teria a seu cargo a instalação dedepósitos de provisões (com combustível e alimentos) aolongo da Grande Barreira de Gelo, até ao glaciar Beard-more, para permitir à equipa de Shackleton efectuar atravessia de 2900 km pelo continente.[74]

Shackleton fez uso das suas capacidades de angariadorde fundos, e a expedição foi financiada, em grande parte,por donativos de particulares, apesar de o governo bri-tânico lhe ter dado 10 000 libras (cerca de 680 000 em2008). O milionário escocês de juta, Sir James Caird,entregou 24 000 libras; o industrial Frank Dudley Doc-ker doou 10 000 libras; e a herdeira das fábricas de ta-baco Janet Stancomb-Wills, de um montante não divul-gado, mas “generoso”.[75] O interesse público na expe-dição era considerável; Shackleton recue mais de 5000candidaturas.[76] As suas entrevistas e métodos de selec-ção eram consideradas excêntricas; considerando que ocarácter e o temperamento eram tão importantes comoas capacidades técnicas,[77] fazia perguntas pouco con-vencionais. O médico Reginald James foi questionadosobre se sabia cantar;[78] outros foram logo aceites por-que Shackleton gostou do seu aspecto, ou logo depois debreves perguntas.[79] Shackleton também flexibilizou al-gumas das hierarquias tradicionais, esperando que todosos homens, incluindo os cientistas, dividissem as tarefasa bordo. No fim, tinham sido seleccionados 56 homens,

metade para cada navio.[80]

Apesar do começo da Primeira Guerra Mundial a 3 deAgosto de 1914, o Endurance teve ordem do First Lord ofthe Admiralty, Winston Churchill, para “continuar”,[nota 7]e deixou as águas britânicas no dia 8 de Agosto. Shac-kleton atrasou a sua própria partida até 27 de Setembro,encontrando-se com o navio em Buenos Aires.[81]

6.2 Tripulação

Enquanto Shackleton liderava a expedição, o Endurancetinha à sua frente o capitão F. Worsley DSO. O tenente J.Stenhouse DSC era o capitão do Aurora.No Endurance, o imediato era o experiente exploradorFrankWild. Ometeorologista era o capitão L. Hussey. ODr. McIlroy era o coordenador do pessoal científico, queincluía. O Dr. Macklin era o veterinário, encarregadoda saúde de 70 cães. Tom Crean era o responsável geralpelos cães. Entre outros membros estavam James, Hus-sey, Greenstreet, Clark (o biólogo) e o fotógrafo FrankHurley.

6.3 Perda do Endurance

O Endurance partiu da Geórgia do Sul para o mar deWeddell a 5 de Dezembro, em direção à baía de Vahsel.À medida que o navio se dirigia para sul, foram encon-trando gelo, o que lhe impedia de navegar mais rápido.No mar de Weddell, as condições foram piorando gradu-almente até que, a 19 de Janeiro de 1915, o Enduranceficou preso num banco de gelo.[82] A 24 de Fevereiro,verificando que o navio iria ficar preso até à Primaveraseguinte, Shackleton deu ordem para alterar a rotina abordo, passando o navio a ser o abrigo para o Inverno.[83]Nos meses seguintes, o navio ficou à deriva, lentamente,para norte. Quando a Primavera chegou, em Setembro,o quebrar do gelo e os seus movimentos, exerciam umaforte pressão no casco da embarcação.[84]

Até esta altura, Shackleton esperava que o navio, quandose soltasse do gelo, pudesse voltar à baía Vahsel. A 24 deOutubro, contudo, começou a entrar água no navio. De-pois de alguns dias, a 69° 5′ S, 51° 30′W, Shackleton deuordem para abandonar a embarcação dizendo, “O naviovai afundar !"; e os homens, provisões e equipamentos fo-ram transferidos para acampamentos no gelo.[85] No dia21 de Novembro de 1915, o Endurance desapareceu naágua gelada.[86]

Durante quase dois meses, Shackleton e os seus homens,acamparam numa placa de gelo esperando que esta des-lizasse até à ilha Paulet, a cerca de 402 km de distância,onde era suposto haver depósitos de provisões.[87] Depoisde tentativas fracassadas de marchar pelo gelo até àquelailha, Shackleton decidiu estabelecer outro acampamentomais permanente (Patience Camp) numa outra placa degelo, esperando que derivasse até um local seguro.[88] A

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8 6 EXPEDIÇÃO TRANSANTÁRCTICA IMPERIAL, 1914–17

Shackleton depois da perda do Endurance

17 de Março, o seu acampamento encontrava-se a 97 kmda ilha Paulet [89] mas, separados por uma barreira degelo, era impossível de se chegaraté lá. No dia 9 de Abril,a placa de gelo onde se encontravam partiu-se em dois,e Shackleton deu instruções para os membros da expe-dição entrarem para os barcos salva-vida e se dirigirempara a terra mais próxima.[90] Depois de cinco difíceisdias no mar, os homens exaustos desembarcaram na ilhaElefante, a 557 km de distância do Endurance.[91] Era aprimeira vez, em 497 dias, que punham os pés em terrafirme.[92] A preocupação de Shackleton era tal que deuas suas luvas ao fotógrafo Frank Hurley, que as tinhaperdido durante a viagem de barco; Shackleton acaboupor sofrer de queimaduras provocadas pelo gelo nos seusdedos.[93]

6.4 Viagem de barco salva-vidas

Ver artigo principal: Viagem do James CairdA ilha Elefante era um local inóspito, afastado de qual-

Lançamento à água do James Caird da costa da ilha Elefante,24 de Abril de 1916.

quer rota marítima. Consequentemente, Shackleton de-cidiu arriscar e efetuar uma viagem de barco salva-vidasnuma distância de quase 1300 km, até à à estação baleeira

da Geórgia do Sul, onde ele sabia que haveria ajuda.[94]O mais forte dos pequenos barcos salva-vidas, seis me-tros, chamado de James Caird (em homenagem ao prin-cipal patrocinador da expedição) foi escolhido para aviagem.[94] O carpinteiro do navio, HarryMcNish, fez vá-rias melhorias na embarcação, incluindo o aumento doslados, reforço da quilha, construção de um convés impro-visado com Madeira e lona, e selando as ligações comóleo de plantas e sangue de foca.[94] Shackleton esco-lheu cinco companheiros para a viagem: Frank Wors-ley, capitão do Endurance, responsável pela navegação;Tom Crean, que “implorou para ir "; dois marinhei-ros, John Vincent e Timothy McCarthy; e o carpinteiroMcNish.[94] Shackleton tinha entrado em confronto comMcNish durante o período em que estavam presos no gelomas, apesar de não ter esquecido a insubordinação do car-pinteiro, Shackleton reconheceu o seu valor para aqueletrabalho em particular.[nota 8][95][96]

Shackleton recusou abastecer o barco para mais de quartosemanas, partindo do pressuposto de que, se não tivessemchegado à Geórgia do Sul naquele período de tempo, en-tão, o barco e a tripulação ter-se-iam perdido.[97] O JamesCaird partiu no dia 24 de Abril de 1916; nos 15 dias quese seguiram, navegou pelas águas do oceano sul, sendofustigado por mares tempestuosos, em constante perigode se virar. A 8 de Maio, graças à capacidade de navega-ção de Worsley, avistaram as montanhas da Geórgia doSul, mas ventos com a força de um furacão impediu-os dedesembarcarem. O grupo foi forçado a enfrentar a tem-pestade no mar, sempre em risco de serem esmagados deencontro às rochas. Mais tarde ficariam sabendo que omesmo furacão tinha afundado um navio a vapor de 500toneladas que se dirigia desde a Geórgia do Sul para Bu-enos Aires.[98] No dia seguinte, conseguiram, finalmente,desembarcar na costa sul. Depois de um período de des-canso e recuperação, em vez de tentarem seguir por marpara as estações baleeiras na costa norte, Shackleton deci-diu tentar uma travessia por terra. Embora fosse possívelque, anteriormente, pescadores noruegueses já tivessematravessado a ilha em esquis, ainda ninguém tinha tentadoesta rota em particular.[99] Deixando McNish, Vincent eMcCarthy na zona de desembarque da Geórgia do Sul,Shackleton andou 51 km [91] com Worsley e Crean porterreno montanhoso, por mais de 36 horas até chegar àestação baleeira de Stromness no dia 20 de Maio.[100]

Só passados alguns anos, emOutubro de 1955, é que seriaefetuada nova travessia, bem-sucedida, da ilha, pelo ex-plorador britânico Duncan Carse, que percorreu a mesmarota de Shackleton. Em sua homenagem escreveu: “Nãosei como conseguiram, exceto que tinham de o fazer –três homens da idade heroica da exploração da Antártidacom 16 metros de corda entre eles – e uma plaina de car-pinteiro ".[101]

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All Safe, All Well (“Todos salvos, todos bem!"), alegada re-presentação do regresso de Shackleton à ilha Elefante, Agostode 1916. No entanto, uma fotografia do James Caird emAbril foi adulterada pelo fotógrafo Frank Hurley para criar estaimagem.[102]

6.5 Resgate

De imediato, Shackleton enviou um barco para resga-tar os três homens do outro lado da Geórgia do Sul, en-quanto organizava o salvamento dos seus homens que es-tavam na ilha Elefante. As primeiras três tentativas dedesembarcar na ilha foram bloqueadas pelo gelo do mar.Shackleton solicitou a ajuda do governo chileno, que lhedisponibilizou o Yelcho, um pequeno rebocador da mari-nha. O Yelcho e o baleeiro britânico Southern Sky, che-garam à ilha Elefante no dia 30 de Agosto de 1916, dataque marcava quarto meses e meio de isolamento dos 22homens.[103] O Yelcho levou a tripulação para Valparaiso,no Chile, onde a multidão os recebeu de forma acolhe-dora.Por resgatar ficaram os homens do Grupo do Mar deRoss, que estavam encalhados em cabo Evans, no estreitode McMurdo, depois de o Aurora ter sido arrancado dolocal onde estava ancorado, por uma tempestade, e levadopara para alto mar, incapaz de regressar. O navio, depoisde uma deriva de vários meses, regressou à Nova Zelân-dia. Shackleton viajou para o país, para se juntar ao Au-rora, e rumou para o cabo Evans para salvar o restante dosseus homens. Este grupo, apesar de muitas dificuldades,instalou os depósitos de provisões, mas perderam três ho-mens, incluindo o seu líder, Aeneas Mackintosh.[104]

7 Primeira Guerra Mundial

Quando Shackleton regressou a Inglaterra em Maio de1917, a Europa encontrava-se em plena guerra. Com pro-blemas de coração, agravados pelas duras viagens, e de-masiado velho para ser recrutado, ainda assim ofereceu-se como voluntário para o exército. Solicitando, por vá-rias vezes, ser colocado na frente emFrança,[105] Shackle-ton passava por um momento em que bebia muitas bebi-

das alcoólicas.[106][107] Em Outubro de 1917, foi enviadopara Buenos Aires para divulgar propaganda britânica naAmérica do Sul. Sem qualificações para ser diplomata,não conseguiu convencer a Argentina e o Chile a entrarna Guerra no lado Aliado.[108] Regressou a casa em Abrilde 1918.Depois do seu regresso, Shackleton esteve envolvido, porpouco tempo, numa missão em Spitsbergen para ali es-tabelecer uma presença britânica ocultada sob a formade operações de exploração de minas.[109] Durante estaoperação, ficou doente em Tromsø, possivelmente de-vido a um ataque cardíaco. Devido a uma expediçãomilitary a Murmansk, viu-se obrigado a regressar a casaantes de seguir para a região Norte da Rússia.[109] Qua-tro meses depois da assinatura do armistício de 11 deNovembro de 1918, voltou a Inglaterra com muitos pla-nos para o desenvolvimento económico do Norte da Rús-sia. Enquanto procurava angariar financiamento, viuos seus planos frustrados pela tomada do poder pelosbolcheviques.[110] Shackleton retomou o seu circuito depalestras, e publicou o seu relato da expedição do Endu-rance, South, em Dezembro de 1919.[111] Pelos seus es-forços na região Norte da Rússia, Shackleton foi nome-ado Oficial da Ordem do Império Britânico (OBE).[112]

8 Última expedição e morte

Ver artigo principal: Expedição Shackleton–RowettEm 1920, cansado de tantas palestras, Shackleton come-

O Quest, passando por debaixo da Tower Bridge, Londres.

çou a ponderar a possibilidade de uma última expedição.Pensou em ir à região do mar de Beaufort, no Árctico,uma zona ainda por explorar, e transmitiu esta ideia aogoverno canadense.[113] Com o financiamento do seu an-tigo colega de escola, John Quiller Rowett, comprou umnavio de pesa de focas de 125 toneladas, Foca I, ao quallhe alterou o nome para Quest.[113][114] O plano foi alte-rado; o destino passou a ser a Antárctida, e o projectopassou a ser definido por Shackleton como uma “expe-

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10 9 LEGADO

dição oceanográfica e sub-antárctica”.[113] Os objectivosdo novo empreendimento não eram claros, mas incluíamuma circumnavegação do continente antárctica e a pes-quisa de algumas ilhas sub-antárcticas “perdidas”, comoa Tuanaki.[115][116]

Rowett concordou em financiar toda a expedição, quepassou a ser designada por Expedição Shackleton–Rowett, e que deixou Inglaterra no dia 24 de Setembrode 1921.[115]

Apesar de muitos dos antigos tripulantes ainda não te-rem recebido o pagamento devido pela expedição doEndurance, muitos deles aceitaram fazer parte do novoprojecto.[115] Quando o grupo chegou ao Rio de Janeiro,Shackleton terá sofrido um ataque cardíaco.[117] No en-tanto, recusou receber um exame médico apropriado, e oQuest continuou em direcção a sul, chegando à Geórgiado Sul no dia 4 de Janeiro de 1922.

Sepultura de Sir Ernest Shackleton emGrytviken, Geórgia do Sul.

Às primeiras horas do dia seguinte, Shackleton chamou omedico da expedição, Alexander Macklin,[118] à sua ca-bina, queixando-se de doras nas costas e outros sintomas.Segundo o relato deMacklin, este disse-lhe que se andavaa esforçar muito, e que devia “levar uma vida mais calma"; Shackleton respondeu-lhe: “Estão sempre a dizer-mepara eu desistir das coisas, de que devo eu desistir?" “Doálcool, Chefe”, respondeu Macklin. Mais tarde, às 2h50de 5 de Janeiro de 1922, Shackleton sofreu um ataquefatal.[118]

Macklin, responsável pela autópsia, concluiu que a causada morte foi um "ateroma das artérias coronárias" agra-vado por “esforço durante um período de maior debi-

lidade ".[119] Leonard Hussey, um veterano da Expedi-ção Transantártica Imperial, ofereceu-se para acompa-nhar o corpo até à Inglaterra; contudo, enquanto estavaem Montevideo, a caminho de Inglaterra, recebeu umamensagem de Emily Shackleton pedindo que o seu ma-rido fosse enterrado na Geórgia do Sul. Hussey regres-sou à Geórgia do Sul com o corpo noWoodville e, a 5 deMarço de 1922, Shackleton foi sepultado no cemitério deGrytviken, após um pequeno serviço fúnebre na IgrejaLuterana.[120] Macklin escreveu no seu diário: “Pensoque era esta a forma que “o Chefe” gostaria de ser en-terrado, sozinho numa ilha longe da civilização, rodeadode mares tempestuosos, e na vizinhança do local de umadas suas grandes explorações.”A 27 de Novembro de 2011, as cinzas de Frank Wild fo-ram enterradas à direita da sepultura de Shackleton. Nainscrição no bloco de granito pode ler-se “Frank Wild1873–1939, Shackleton’s right-hand man.” (“FrankWild1873-1939, o braço direito de Shackleton ")[121]

9 Legado

Antes do regresso do corpo de Shackleton à Geórgia doSul, teve lugar um serviço em sua memória, com hon-ras militares, na Igreja da Santíssima Trindade, em Mon-tevideo, e, a 2 de Março, realizou-se outro serviço naCatedral de São Paulo, em Londres, no qual o rei, e ou-tros membros da família real, estiveram presentes.[120] Aprimeira biografia,The Life of Sir Ernest Shackleton, deHugh Robert Mill, foi publicada no espaço de um ano.Este livro, para além de prestar homenagem ao ecplo-rador, foi uma tentativa de ajudar a sua família; quandoShackleton morreu, deixou uma dívida de 40 000 libras(valor em 2011: 1,6 milhões de libras).[42][122] Outra ini-ciativa foi a criação do Fundo Memorial de Shackleton,para apoiar a educação dos seus filhos e da sua mãe.[123]

Nas décadas seguintes, o estatuto de Shackleton comoherói popular foi ofuscado pelo do capitão Scott. Porvolta de 1925, Scott já tinha sido homenageado, no ReinoUnido, com mais de 30 memoriais, na forma de estátuas,vitrais, bustos e placas comemorativas.[124] Uma das es-tátuas de Shackleton, desenhada por Sir Edwin Lutyens,foi inaugurada na sede da Royal Geographical Societyem Kensington, em 1932,[125] mas os memoriais públi-cos a Shackleton eram em pequeno número. Do mesmomodo, o mesmo sucedia com o material impresso sobreScott – um único livro de 40 páginas, publicado em 1943por OUP, parte integrante de uma série de “Great Ex-ploits”, é descrito pela historiadora Stephanie Barczewskicomo sendo “um exemplo solitário de tratamento literá-rio de Shackleton, num mar de tratamentos semelhan-tes a Scott”. Esta situação manteve-se até à década de1950.[126]

Em 1959, Alfred Lansing publicou Endurance: Shac-kleton’s Incredible Voyage. Este trabalho foi o pri-

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Estátua de Sir Ernest Shackleton, no exterior da sede da RealSociedade Geográfica, em Londres.

meiro de vários livros sobre Shackleton que começa-ram a surgir, retratando-o de uma forma muito posi-tiva. Ao mesmo tempo, a opinião geral face a Scottcomeçou a mudar para uma visão mais crítica, culmi-nando com o livro de Roland Huntford, Scott and Amund-sen, de 1979, descrito por Barczewski como um “ataquedevastador”.[127] Esta imagem negativa de Scott tornou-seo novo paradigma,[128] à medida que o tipo de heroísmoque Scott representava decaia vítima das mudanças cultu-rais dos finais do século XX.[127] Com o passar dos anos,Scott foi ultrapassado por Shackleton na opinião pública;a popularidade do primeiro decrescia, enquanto a desteúltimo estava em ascensão. Em 2002, num inquérito re-alizado pela BBC para determinar os “100 Maiores Bri-tânicos” (“100 Greatest Britons”), Shackleton ficou em11.º lugar, enquanto Scott alcançou o 54.º.[129] Em 2007,a Fundação Shackleton foi criada para homenagear o le-

gado de Ernest Shackleton, transmitindo o seu espírito deluta e e tentando fazer a diferença de um modo positivo.Em 2001, Margaret Morrell e Stephanie Capparell trans-mitiram o exemplo de Shackleton como um modelo aseguir ao nível das hierarquias de liderança no seu li-vro Shackleton’s Way: Leadership Lessons from the GreatAntarctic Explorer. Nele escreveram: “Shackleton re-sonates with executives in today’s business world. Asua abordagem da liderança centrada nas pessoas, podeser um guia para qualquer um que esteja numa po-sição de autoridade”.[130] Outros escritores de Gestãotambém seguiram esta nova linha de pensamento, uti-lizando Shackleton como exemplo para trazer a ordemdo caos. O Centro de Estudos para a Liderança daUniversidade de Exeter (Reino Unido) lecciona um cursosobre Shackleton, que também está incluído nos progra-mas de pedagogia administrativa de várias universida-des americanas.[131] Em Boston, foi criada uma “Escolade Shackleton " de acordo com os princípios "OutwardBound", com o lema “The Journey is Everything” (“a Vi-agem é Tudo”).[131] Shackleton também tem sido refe-rido como modelo de liderança pela Marinha dos Esta-dos Unidos e, em um texto sobre liderança no Congresso,Peter L Steinke caracteriza Shackleton como o arquétipode “líder não-ansioso " cuja “calma, atitude reflexiva setorna no aviso antibiótico da toxicidade de um compor-tamento reactivo”.[131] Em 2001, o Athy Heritage Centre-Museum, emAthy, Condado de Kildare, na Irlanda, crioua Escola de Outono de Ernest Shackleton, que tem lugaranualmente, para homenagear o explorador e comemoraro período heróico da exploração polar.[132]

A morte de Shackleton marcou o fim da Idade Heróicada Exploração da Antárctida, um period de descobertascaracterizado por viagens de exploração científica e geo-gráfica num continente praticamente desconhecido, semutilização dos modernos métodos de transporte ou de co-municação por rádio. No prefácio so seu livro The WorstJourney in the World, Apsley Cherry-Garrard, um mem-bro da equipa de Scott na Expedição Terra Nova, escre-veu: “Para um projecto conjunto científico-geográfico,deem-me Scott; para uma viagem no Inverno, Wilson;para ir ao Pólo, e mais nada, Amundsen: e se eu estiverenfiado num terrível buraco, e de lá quiser sair, deem-mesempre Shackleton ".[133]

Em 2002, o Channel 4 produziu Shackleton, uma série detelevisão que retratou a expedição de 1914 com KennethBranagh no papel principal. Passado nos Estados Unidos,na A&E Network, ganhou dois prémios Emmy.[134] A 15de Fevereiro de 2011, o 137.º aniversário do Nascimentode Shackleton, foi celebrado com um Google Doodle napágina de busca da empresa.[135] Em 2011, num leilãoda Christie’s em Londres, um biscoito que Shackleton dea “um companheiro de viagem esfomeado " na Expedi-ção Nimrod de 1907–09, foi vendido por 1250 libras.[136]Em Janeiro de 2013, uma equipa conjunta de britânicos eaustralianos partiu para reproduzir a viagem de Shackle-ton de 1916 através do Southern Ocean. Liderado pelo

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12 11 REFERÊNCIAS

explorador e cientista ambiental Tim Jarvis, a equipa foiorganizada a pedido de Alexandra Shackleton, neta deErnest, para homenagear o legado do seu avô.[137]

Shackleton é o nome de uma das divisões da residênciados Oficiais-Cadetes da Marinha Mercante da AcademiaMarítima Warsash, uma das escolas de formação da ma-rinha mercante britânica.

10 Notas[1] Calculos recentes, baseados nas fotografias de Shackleton,

e nos desenhos de Wilson, colocam o ponto mais a sulcomo 82° 11′.

[2] Shackleton foi candidate politico por Dundee, mas ficouem quarto lugar entre cinco candidatos, com 3865 votosface ao 9276 do vencedor

[3] A ajuda de Beardmore concretizou-se na forma de garan-tir um empréstimo do Clydesdale Bank, nummontante de7000 libras (valor em 2008: 350 000 libras), e não numaentrega de dinheiro

[4] A distância ao Polo é habitualmente calculada em 97 ou98 milhas, sendo a distância em milhas náuticas.

[5] Esta expedição como líderMawson, sem a participação deShackleton, com a designação Expedição Antártica Aus-tralasiática (1911–13)

[6] Filchner trouxe informação geográfica que seria bastanteútil para Shackleton, incluindo a descoberta de um possí-vel local para desembarque na baía de Vahsel.

[7] Churchill enviou a Shackleton um telegrama com umaúnica palavra a 3 de Agosto – Proceed

[8] Para um relato da “revolta” de McNish, ver Huntford, pp.475–76. Apesar dos actos heróicos de McNish durante aviagem do James Caird, Shackleton recusou recomendá-lopara a Medalha Polar.

11 Referências[1] BBC, Shackleton.

[2] Barczewski, p. 146.

[3] Jones, p. 289.

[4] Barczewski, p. 295.

[5] Byrne, p. 852.

[6] Huntford, pp. 227–28.

[7] Huntford, pp. 6–9.

[8] Kimmel, pp. 4–5.

[9] Mill, pp. 24, 72–80, 104–115, 150.

[10] Huntford, p. 11.

[11] Huntford, pp. 13–18.

[12] Huntford, pp. 20–23.

[13] Huntford, pp. 25–30.

[14] Huntford, p. 42.

[15] Savours, p. 9.

[16] Fisher, pp. 19–20.

[17] Fiennes, p. 35.

[18] Crane, pp. 171–72.

[19] Fisher, p. 23.

[20] Wilson, p. 111.

[21] Wilson, pp. 115–118.

[22] Fiennes, p. 78.

[23] Huntford, p. 76.

[24] Fiennes, p. 83.

[25] Fisher, p. 58.

[26] Fiennes, p. 104.

[27] Crane, pp. 214–15.

[28] Crane, p. 205.

[29] Fiennes, pp. 101–02.

[30] Huntford, pp. 143–44.

[31] Preston, p. 68.

[32] Huntford, pp. 114–18.

[33] Crane, p. 310.

[34] Fisher, pp. 78–80.

[35] Huntford, pp. 119–20.

[36] Huntford, p. 123.

[37] Huntford, pp. 124–28.

[38] Fisher, pp. 97–98.

[39] Morrell & Capparell, p. 32.

[40] Fisher, p. 99.

[41] Riffenburgh 2005, p. 106.

[42] Measuring Worth.

[43] Riffenburgh 2005, p. 108.

[44] Riffenburgh 2005, p. 130.

[45] Riffenburgh 2005, pp. 110–16.

[46] Riffenburgh 2005, pp. 143–44.

[47] Riffenburgh 2005, pp. 151–53.

[48] Riffenburgh 2005, pp. 157–67.

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13

[49] Riffenburgh 2005, pp. 185–86.

[50] Mills, p. 72.

[51] Mills, pp. 82–86.

[52] Mills, p. 90.

[53] Mills, p. 108.

[54] Riffenburgh 2005, p. 244.

[55] Huntford, p. 300.

[56] My South Polar Expedition.

[57] USA Today, century-old whisky.

[58] AP, century-old scotch.

[59] BBC News,Whisky recreated.

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[62] London Gazette, 16 de Julho de 1909.

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[64] London Gazette, 24 de Dezembro de 1909.

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[66] Huntford, pp. 298–99.

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[72] Riffenburgh 2005, p. 298.

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[80] Alexander, p. 16.

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[87] Shackleton, South, p. 100.

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[101] Fisher, p. 386.

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Leitura adicional

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• Lansing, Alfred. Endurance: Shackleton’s Incredi-ble Voyage. London: Weidenfeld &Nicolson, 2001.ISBN 978-0-297-82919-5

• Mill, Hugh Robert. The Life of Sir Ernest Shackle-ton. London: William Heinemann, 2006.

• Shackleton, Jonathan; MacKenna, John. In: Jo-nathan. Shackleton: an Irishman in Antarctica.[S.l.]: University of Wisconsin Press, 2002. ISBN978-0-299-18620-3

• Turley, Charles. The Voyages of Captain Scott. Lon-don: Smith, Elder & Co, 1914.

• Worsley, Frank A.. Shackleton’s Boat Journey. Lon-don: Pimlico, 1999. ISBN 0-7126-6574-9

• Kent Archaeological Society.

13 Ligações externas• Endurance: relato da heróica jornada de Sir ErnestShackleton à Antárctica.

Page 16: Ernest Henry Shackleton

16 14 FONTES, CONTRIBUIDORES E LICENÇAS DE TEXTO E IMAGEM

14 Fontes, contribuidores e licenças de texto e imagem

14.1 Texto• Ernest Henry Shackleton Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ernest_Henry_Shackleton?oldid=44341078 Contribuidores: Robbot, Rec-

canello, Mschlindwein, Rodrigo Santos, LeonardoRob0t, NTBot, RobotQuistnix, Leslie, João Carvalho, Agil, Carlos Luis M C da Cruz,Chobot, YurikBot, Redrag, Chlewbot, Dantadd, Leonardo.stabile, LijeBot, Rei-bot, Escarbot, Leoberaldo, JAnDbot, CommonsDelinker,Bot-Schafter, Luckas Blade, Carlos28, TXiKiBoT, VolkovBot, SieBot, Francisco Leandro, BOTijo, Hermógenes Teixeira Pinto Filho,Kaktus Kid, DragonBot, Vmss, Theus PR, SilvonenBot, Numbo3-bot, Luckas-bot, LinkFA-Bot, LaaknorBot, Ptbotgourou, Juuuliiia, Sale-bot, Xqbot, Darwinius, RibotBOT, RafaTavares, EmausBot, JackieBot, Eonzoikos, MerlIwBot, Rodrigolopes, Legobot, Antonio BezerraCavalcanti e Anónimo: 16

14.2 Imagens• Ficheiro:AllSafeAllWell.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8e/AllSafeAllWell.jpg Licença: Public domainContribuidores: This photograph was published in the United States in Ernest Shackleton’s book, South, in 1919. Artista original: FrankHurley

• Ficheiro:Antarctica_(orthographic_projection).svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f2/Antarctica_%28orthographic_projection%29.svg Licença: CC-BY-SA-3.0 Contribuidores: Este(a) desenho vetorial foi criado(a) com Inkscape.Artista original: <a href='//commons.wikimedia.org/wiki/User:Heraldry' title='User:Heraldry'>Heraldry</a>

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• Ficheiro:Discoveryboat.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/19/Discoveryboat.jpg Licença: Public domainContribuidores: livre publié avant 1923: The Voyage of the Discovery, Smith Elder & Co London 1905 Artista original: Des-conhecido<a href='//www.wikidata.org/wiki/Q4233718' title='wikidata:Q4233718'><img alt='wikidata:Q4233718' src='https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/ff/Wikidata-logo.svg/20px-Wikidata-logo.svg.png' width='20' height='11' srcset='https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/ff/Wikidata-logo.svg/30px-Wikidata-logo.svg.png 1.5x, https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/ff/Wikidata-logo.svg/40px-Wikidata-logo.svg.png 2x' data-file-width='1050' data-file-height='590'/></a>

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• Ficheiro:LaunchingTheJamesCaird2.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/89/LaunchingTheJamesCaird2.jpg Licença: Public domain Contribuidores: This photograph was published in the United States in Ernest Shackleton’s book, South, WilliamHeinemann, London 1919. Artista original: Probably Frank Hurley, the expedition’s photographer

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• Ficheiro:Scott_of_the_Antarctic_crop.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/62/Scott_of_the_Antarctic_crop.jpg Licença: Public domain Contribuidores: Crop of File:Scott of the Antarctic.jpg (Robert Falcon Scott in full regalia: this was re-produced as a frontispiece for Scott’s The Voyage of the Discovery (London 1905).[1]. Source:http://www.royalcollection.org.uk/egallery/object.asp?maker=13292&object=661277&row=0. Date:1905) Artista original: Henry Maull (1829–1914) and John Fox (1832–1907)

• Ficheiro:Shackleton’{}s_Ship_Quest_1921.JPG Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3c/Shackleton%27s_Ship_Quest_1921.JPG Licença: Public domain Contribuidores: Popular Mechanics Magazine 1921 Artista origi-nal: Desconhecido<a href='//www.wikidata.org/wiki/Q4233718' title='wikidata:Q4233718'><img alt='wikidata:Q4233718'src='https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/ff/Wikidata-logo.svg/20px-Wikidata-logo.svg.png' width='20'height='11' srcset='https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/ff/Wikidata-logo.svg/30px-Wikidata-logo.svg.png 1.5x,https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/ff/Wikidata-logo.svg/40px-Wikidata-logo.svg.png 2x' data-file-width='1050'data-file-height='590' /></a>

• Ficheiro:Shackleton-tour.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/86/Shackleton-tour.jpg Li-cença: Public domain Contribuidores: Scan of original from Christies’ Auction 2000 Artista original: Desconhe-cido<a href='//www.wikidata.org/wiki/Q4233718' title='wikidata:Q4233718'><img alt='wikidata:Q4233718' src='https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/ff/Wikidata-logo.svg/20px-Wikidata-logo.svg.png' width='20' height='11'

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14.3 Licença 17

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• Ficheiro:Shackleton.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/63/Shackleton.jpg Licença: CC BY-SA 3.0 Contri-buidores: Obra do próprio Artista original: Michel wal

• Ficheiro:Shackleton_Endurance_Aurora_map2.png Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a9/Shackleton_Endurance_Aurora_map2.png Licença: Public domain Contribuidores: Based on Image:ShackletonEnduranceBlank.png, which is amodification by User:Like tears in rain of Image:Antarctica Map.png, a U.S. government work in the public domain, further modified byUser:Finetooth Artista original: Finetooth, Like tears in rain, U.S Central Intelligence Agency

• Ficheiro:Shackleton_Grave_SouthGeorgia.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f4/Shackleton_Grave_SouthGeorgia.jpg Licença: CC BY-SA 3.0 Contribuidores: Obra do próprio Artista original: Lexaxis7

• Ficheiro:Shackletonhead.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4b/Shackletonhead.jpg Licença: Publicdomain Contribuidores: Transferred from en.wikipedia; transferred to Commons by User:Billinghurst using CommonsHelper.Artista original: Desconhecido<a href='//www.wikidata.org/wiki/Q4233718' title='wikidata:Q4233718'><img alt='wikidata:Q4233718'src='https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/ff/Wikidata-logo.svg/20px-Wikidata-logo.svg.png' width='20'height='11' srcset='https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/ff/Wikidata-logo.svg/30px-Wikidata-logo.svg.png 1.5x,https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/ff/Wikidata-logo.svg/40px-Wikidata-logo.svg.png 2x' data-file-width='1050'data-file-height='590' /></a> Original uploader was Brianboulton at en.wikipedia

• Ficheiro:Shackletonold.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a8/Shackletonold.jpg Licença: Public domainContribuidores: Scanned from Ernest Shackleton: South, William Heinemann, London 1919 Artista original: Not known. Not the expedi-tion’s photographer Frank Hurley, who appears in the full photograph

• Ficheiro:Symbol_question.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e0/Symbol_question.svg Licença: Public do-main Contribuidores: ? Artista original: ?

• Ficheiro:TheSouthernParty.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4a/TheSouthernParty.jpg Licença: Publicdomain Contribuidores: “The Heart of the Antarctic”, Volume I, by E. H. Shackleton, 1909. P. 364. Downloaded from http://www.coolantarctica.com/Antarctica%20fact%20file/History/images/shackleton_the_pole_party.htm Originally from en.wikipedia; descriptionpage is/was here. Artista original: probably James Murray (1865–1914)

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