+ All Categories
Home > Documents > Estrategia diagnostica do nodulo pulmonar solitario · Nodulo Pulmonar Solitario Amostra Medica os...

Estrategia diagnostica do nodulo pulmonar solitario · Nodulo Pulmonar Solitario Amostra Medica os...

Date post: 24-Jul-2020
Category:
Upload: others
View: 2 times
Download: 0 times
Share this document with a friend
14
REV PORT PNEUMOL I (4): 315-328 ARTIGO ORIGINAL Estrategia diagnostica do nodulo pulmonar solitario BAGANHA MF(I). SOUSA MA (I) MARQUES MAT(I).CARVALIIO L (2). TEIXEIRA ML (3). BOTELIIOMF(4). ROBALOCORDEIROC(Il. LOUREIRO 'VIC (I). PEGOA (I). TFLO Dr ROBALOCORDEIROAJA (I) Hospitais da Univcrsidade de Coimbra- Ser vic;o de Pneumologia Centro de Pneumologia da Univcrsi dade de Coimbra (Director- Pr of. Doutor A. J. A. Robalo-Cordeiro RESUMO Na sequencia da de Nodulo Pulmonar Solitario (NPS) os autores analisam a sua etiologia, sa li e ntando oeste contexto os coodicionalismos epidemiologicos que a influenciam, assim como a importancia assumida pelas lesoes tumorai s inf ecciosas, micoticas e parasitarias nas diferentes series publicadas. Seguidamente, abordam a estrategia diagnostica desta clinica, com especial destaque para os exames clinico-radiologico, tomodensitomCtrico, broncofibroscopico e cito-histopatologico. Em as semiologias clinico-radiologica e tomodeositometri- ca, salientam os criterios utilizados na da natureza benigna ou maligna das lesoes. Quanto ao estudo cito-histopatologico, cha mam a para a importancia do material recolhido por broncofibroscopia e para a elevada rendabilidade foroecida pela aspirativa transtoracica. No decurso da sao pontualmente apresentados os resultados de um estudo retrospectivo ef ectuado com os elementos recolhidos dos processos clfnicos, hospitalares e extra-hospitalares, de 72 indivfduos operados por NPS. No ambito desta deram urn especial relevo aos res·ultados fornecidos pela tomodensitometria (nas suas vertentes qualitativa e quantitativa) e pela aspirativa transtoracica e, ainda, a (I) de Poeurnolog1a dos Hosp11a1s da Unaversidade de Coimbm (2) Servu;o de Anatom1a Patol6g1ca dos Hospitais da Univers1dade de Co1mbm (3) Servac;o de lmag1olog1a dos HospitalSda Un1vers1dade de Co1mbm (4) Servic;o de Biofisica da Faculdade de Med1cma de Coimbra Recebido para em 95.6.21 Aceite para em 95.7.28 Julho/Agosto 1995 Vol. I N"4 3 15
Transcript
Page 1: Estrategia diagnostica do nodulo pulmonar solitario · Nodulo Pulmonar Solitario Amostra Medica os resultados de uma revisao de 72 processos clinicos extraidos da casuistica hospitalar

REV PORT PNEUMOL I (4): 315-328

ARTIGO ORIGINAL

Estrategia diagnostica do nodulo pulmonar solitario

BAGANHA MF(I). SOUSA MA (I) MARQUES MAT(I).CARVALIIO L (2). TEIXEIRA ML (3). BOTELIIOMF(4).

ROBALOCORDEIROC(Il. LOUREIRO 'VIC (I). PEGOA (I). TFLO Dr ~IORAISJC(3), ROBALOCORDEIROAJA (I)

Hospitais da Univcrsidade de Coimbra- Servic;o de Pneumologia Centro de Pneumologia da Univcrsidade de Coimbra (Director- Prof. Doutor A.J.A. Robalo-Cordeiro

RESUMO

Na sequencia da defini~ao de Nodulo Pulmonar Solitario (NPS) os autores analisam a sua etiologia, salientando oeste contexto os coodicionalismos epidemiologicos que a influenciam, assim como a importancia assumida pelas lesoes tumorais infecciosas, micoticas e parasitarias nas diferentes series publicadas.

Seguidamente, abordam a estrategia diagnostica desta situa~iio clinica, com especial destaque para os exames clinico-radiologico, tomodensitomCtrico, broncofibroscopico e cito-histopatologico.

Em rela~iio as semiologias clinico-radiologica e tomodeositometri­ca, salientam os criterios utilizados na determina~o da natureza benigna ou maligna das lesoes.

Quanto ao estudo cito-histopatologico, chamam a ateo~ao para a importancia do material recolhido por broncofibroscopia e para a elevada rendabilidade foroecida pela pun~iio aspirativa transtoracica.

No decurso da exposi~iio sao pontualmente apresentados os resultados de um estudo retrospectivo efectuado com os elementos recolhidos dos processos clfnicos, hospitalares e extra-hospitalares, de 72 indivfduos operados por NPS.

No ambito desta avalia~o deram urn especial relevo aos res·ultados fornecidos pela tomodensitometria (nas suas vertentes qualitativa e quantitativa) e pela pun~iio aspirativa transtoracica e, ainda, a rela~io

(I) Sem~o de Poeurnolog1a dos Hosp11a1s da Unaversidade de Coimbm (2) Servu;o de Anatom1a Patol6g1ca dos Hospitais da Univers1dade de Co1mbm (3) Servac;o de lmag1olog1a dos HospitalS da Un1vers1dade de Co1mbm (4) Servic;o de Biofisica da Faculdade de Med1cma de Coimbra

Recebido para publica~io em 95.6.21 Aceite para publica~io em 95.7.28

Julho/Agosto 1995 Vol. I N"4 3 15

Page 2: Estrategia diagnostica do nodulo pulmonar solitario · Nodulo Pulmonar Solitario Amostra Medica os resultados de uma revisao de 72 processos clinicos extraidos da casuistica hospitalar

REV!STA PORTUGUESA DE PNEUMOLOGIA

de alguns parametros (babitos tabagicos, idade, dimensoes, estabilida­de lesional e calcifica~;iio) com a natureza benigna ou maligna das respectivas forma~;oes nodulares.

Finalmente, tecem algumas considera~oes sobre as op~;oes terapeu­ticas destas lesoes, as quais, para alem das situa~;oes que apenas requerem tratamento medico, oscilam entre uma cuidadosa vigilancia e a interven~;iio cirurgica mais ou menos alargada.

Palavras-chave: N6dulo Pulmonar Solitario. Broncolibroscopia. Tomografia Axial Computorizada. Punc;ao Aspirativa Transtoracica.

SUMMARY

Solitary Lung Nodule. Diagnostic strategies

In sequence of the definition of a Solitary Lung Nodule (SLN) the authors referred to its etiology underlining in this context the influence of the epidemiology and the role played by tumour lesions, infections both mycotic and parasitic, in the various series published.

Following this, referal to the diagnostic strategy directed at this clinical situations, with special attention to the clinical, radiological, tomodensitometric, bronchofibroscopy and citological histopathology has made.

In relation to the clinical, radiological and tomodensitometric semiology, the criteria used in determining the benign or malignant nature of the lesions are underlined.

ln the case of the cito-histological studies, attention was drawn to the significance of the material recovered with the bronchofibroscopy and the high rentability furnished by transthoracic aspirating puncture.

Along the exposition, the results of a retrospective study were presented one by one of all the elements recovered from the hospital non hospitalar clinical files of the operated 72 SLN.

In the ambit of this study special attention was given to the results furnished by the tomodensitometry (both quantitatively and qualitati­vely) and the result of the transthoracic aspirative puncture and also the relation of some parameters (smoking habits, age, dimensions, lesion stability and calcifications) of the respective nodular formations with a benign or malignant nature.

Finally, the authors refered to the treatement strategy of tbe lesions which besides from situations that only require medical treatemeot also may require careful vigilance and more or less widened surgical intervention.

Key-words: Solitary Lung Nodule. Bronchofibroscopy. CT-Scan. Transthoracic Aspirating Puncture.

I. INTRODU<;A.o teristicas: opacidade intraparenquimatosa (mica, forma esferica ou ovalar; diametro oscilando entre 0.6

0 N6dulo Pulmonar Solitario (NPS) e uma altera- e 4 a 6 em; eventual presenc;a de calcificac;ao e/ou c;ao defmida radiol6gicamente pelas seguintes carac- cavitac;ao; possivel exjstencia de lesoes satelites,

316 Voi.IW4 JuJho/Agosto 1995

Page 3: Estrategia diagnostica do nodulo pulmonar solitario · Nodulo Pulmonar Solitario Amostra Medica os resultados de uma revisao de 72 processos clinicos extraidos da casuistica hospitalar

ESTRATEGIA DIAGN6STICA DO N6DULO PULMONAR SOLITARIO

embora o n6dulo se encontre invariavelmente envol­vido por parenquima pulmonar (1-4).

Esta defini<;ao impoe, nalguns casos, o diagn6stico diferencial com imagens dependentes de situavoes susceptiveis de simularem o NPS, entre as quais se salientam as seguintes: artefactos (material de con­traste, cintas, amuletos, electrodes de ECG, etc.); projecyao do mamilo; lesoes cutaneas (fibromas, papilomas, etc.); tumores e calcificay()es da mama;

"calo" 6sseo costal; lesoes do angulo inferior da omo­plata; calcificayao da cartilagem costal; exuberancia da primeira articula<;iio condrocostal; tumores e placas pleurais; derrame pleural interlobar (4-5).

0 seu enquadramento etiol6gico espraia-se por urn variado con junto de entidades nosol6gicas (tumorais, infecciosas, mic6ticas, parasitarias, vasculares e outras menos frequentes). No entanto, a constataviio,

· nas diferentes series publicadas, de que as lesoes tumorais, predominantemente malignas, contribuem em cerca de 50% para a globalidade destas situa<;oes (5-15) aconselha a aplicaviio de uma estrategia que permita o nipido esclarecimento da sua etiologia, visando uma correcta terapeutica. E oeste contexto que se aborda o NPS, utilizando com essa finalidade

Nodulo Pulmonar Solitario Amostra Medica

os resultados de uma revisao de 72 processos clinicos extraidos da casuistica hospitalar e extra-hospitalar dos autores, correspondente a doentes cujos diagn6s­ticos foram sempre confirmados por exame histopa­tol6gico ap6s interven<;ao cirU.rgica efectuada numa perspectiva terapeutica.

Este con junto (Fig. 1 ), maioritariamente constitu­ido por individuos do sexo masculino (68.1 %), apresentava uma media de idades de 55.8 (± I 0.5) anos, com uma idade maxima de 76 e uma minima de 24 anos. Nele predominavam os homens particular­mente atingidos pelos Mbitos tabagicos (36/8) em relayao as mulheres (4-24).

As diversas tecnicas semiol6gicas, oportunamente aplicadas, associadas aos exames efectuados sobre as pe<;as operatorias permitiram-nos identificar etiologi­camente este con junto de NPSs pela forma represen­tada no Quadro I.

Nesta serie destaca-se o largo ptedominio das lesoes tumorais (56,9%) e infecciosas (16.7%),

correspondentes, na sua grande maioria, a neoplasias malignas (47.2%) e a tuberculomas (13.9%). Cerca de metade destes tumores (43 .7%) revelaram uma estrutura histol6gica adenocarcinomatosa (Quadro II)

Sexo

ldade (anos) Masculine 50,8 (+/-9,2)

O Femininos • Masculines OTotal de Casos

Julho/Agosto 1995

Feminino 59,2 (+/- 8, 7)

Fig. 1 - Distribuiyao cia Amostra Medica em relayao a idade, sexo e habitos tabagicos.

Vol. I N° 4 317

Page 4: Estrategia diagnostica do nodulo pulmonar solitario · Nodulo Pulmonar Solitario Amostra Medica os resultados de uma revisao de 72 processos clinicos extraidos da casuistica hospitalar

REVISTA PORTUGUESA DE PNEUMOLOGIA

e s6 19.5% apresentava altera~oes do tipo epider- QUADROIJ

moide, enquanto os carcinomas de pequenas celulas Tipo histol6gico das lesoes tumorais

atingiram 3 doentes (7.3% dos casos).

Curiosamente, mas de acordo com os dados TIPO HISTOLOGICO N % (total) % (tumores)

fomecidos pela literatura, os tumores benignos (9.7%

dos casos e 17.1% da totaUdade dos tumores) Tumores malignos 34 47.2 82.9

encontravam-se exclusivamente representados pelos Adenocarcinoma 18 25.0 43,7

hamartomas e pelos hamartocondromas. Bronquiolo-alveolar I 1,4 2,4

A compara~ao da nossa serie com as de outros Pequenas celulas 3 3.2 7.3 autores (Quadro III) pem1ite-nos constatar a existen- Eptdcrmoide 8 II. I 19.5

cia de algumas diferen~as aparentemente resultantes Carcinoide 2 2.8 4.8 dos contextos epidemiol6gicos que influenciaram a Metastases 2 2,8 4 .8 respectiva etiologia e de outras particularidades

Tumores benignos 7 9,7 17. 1 inerentes a certos aspectos vocacionais das suas

Hamartoma 4 5.6 9.8 unidades hospitalares. Assim por exemplo, a serie de

Hamartocondroma 3 3.2 7,3

QUADRO I TOTAL 4 1 56,9 100

Etiologia do nodulo pulmonar solitario

ETIOLOGIA N •;.

QUADRO Il l

Tumoral 4 1 56.9 Ettologia do n6dulo pulmonar soli tario(%)

Maligna 34 47.2 (Estudo comparativo)

Benigna 7

lnfecciosa 12

9.7

16.7 Linder Steele Trunk L. Noronha Baganha

Tuberculosa 10 13.9

Pneum. Cr6ntca ~ 2.8 Tumoral 46.4 43.0 21.9 45.6 56.9

Micotica (Aspergilose) 3 4.2 Malign a 39.1 36.0 16.0 30.4 47.2

Parasttana (Q. Hidauco) 4 5.6 Benig na 5.3 7.0 5.9 15.2 9.7

Vascular 5 6.9 l nfccciosa 49.8 14.0 9.4 37.0 16.7

Vascultte ~ 2.8 TuberculosaJ9.9 14.0 9.4 37.0 13.9

Enfarte Pulmonar 2 2.8 O ut ra 9.9

Fistula Aneno-venosa 1.4 Mic6tica 29.0 65.6 2 .0 4.2

Diversa 7 9,7 Parasitaria 0.8 10.0 5.6

Broncomucelo 2 2.8 Vascular 6.9

Sequestra pulmonar 2 2.8 Oiversa 2.7 3.6 2.9 5.0 9.7

Atelectasia redonda 1.4

Qu1sto broncogenico 1.4

Hemat. pulmonar 1.4

Leite de Noronha ( 13) apresenta urn maior numero de

Tot.al 72 100 casos de etiologia tuberculosa e parasitaria, circuns-

tancia provavelmente dependente do facto de o seu

3 18 Vol. I N"4 Julho/Agosto 1995

Page 5: Estrategia diagnostica do nodulo pulmonar solitario · Nodulo Pulmonar Solitario Amostra Medica os resultados de uma revisao de 72 processos clinicos extraidos da casuistica hospitalar

ESTRA TEGIA DIAGN6STICA DO N6DULO PULMONAR SO LIT ARlO

hospital se ter constituido num antigo sanat6rio aoti­

tuberculoso e de receber, da regiao alentejana, urn

apreciavel numero de doentes portadores de quisto hidatico. Ja as series dos autores norte-americanos,

Steele e Trunk (6-7), contem urn apreciavel numero

de lesoes mic6ticas relacionadas, certarnente, com a

importancia que a histoplasmose asswne nesse pais. No en tanto, da analise das diferentes series, sobressai,

como elemento comurn, a elevada percentagem de

patologia tumoral maligna e tuberculosa.

II. ESTRA TEGIA DIAGNOSTJCA

A estrategia diagn6stica do NPS destina-se a

reconhecer, no mais curto espa9o de tempo, a nature­za benigna ou maligna da lesao e a determinar o seu

enquadramento etiologico.

Estes objectivos implicarn o recurso a urn diversi­

ficado numero de meios semiol6gicos que devem ser aplicados de forma seriada, como se pretende de­

rnonstrar atraves do esquema representado na Fig. 2.

Entretanto, permitimo-nos sublinhar que, numa

fase inicial , o diagnostico destas situa9oes depara

com algumas dificuldades as quais resultam, entre

outros factores, da circunstancia de o NPS constituir,

num elevado numero de casos, urn achado radiol6gico ou de apenas se fazer acompanhar por escassa e

inespecifica sintomatologia e por dirninutas alteray()es funcionais.

De facto, como se pode observar na Fig. 3, 47.2%

dos NPSs correspondentes a nossa casuistica

apresentavam-se assintomaticos e nos restantes 52.8% dos individuos os sintomas rnais frequentes (dor,

hemoptise, tosse e queixas gerais), assim como as

pequenas alterayoes funcionais que os acompanha­

vam (Fig. 4) eram sobreponiveis a urn extenso nume­

ro de outras situa96es patol6gicas do foro respirat6rio. No entanto, estes elementos semiologicos nao

deverao ser menosprezados ja que nalgw1s casos o circunstancionalismo clfnko que envolve a descober­ra de urn NPS, e de que constituem exemplos o

reconhecirnento de uma anterior ou actual neoplasia

maligna situada noutro departamento organico, ou a

NODlJLO PlfLMONAR SOUTARIO

Julho/ Agosto 1995

Coutcxto Ane~nml!stico

DIAGNOSTICO I:TlOLOGlCO

TER!\11NAR

Conlcxto Climco Nilo Significauvo

BRONCOFI BROSCOJ'IA

Negativa

• TAC

IMP. CALC DIFUSA

VlGIAR

Contc'\ln Cli111cn Stgntficativo

SEM DTAGNOSTIC'O

J>UN(AO TRANS f BIOPSIA CIRUR<JICA

Fig. 2 - Esquema representativo da estrategia diagn6stica do N6dulo Pulrnonar Solitario.

319

Page 6: Estrategia diagnostica do nodulo pulmonar solitario · Nodulo Pulmonar Solitario Amostra Medica os resultados de uma revisao de 72 processos clinicos extraidos da casuistica hospitalar

REVISTA PORTUGUESA DE PNEUMOLOGrA

15%

0 Achados radiol6gicos 34 • Cianose + Dispneia I a Queixas gerais 4

artemoptises 2

ClTosse2

CHemopt. + Q. gerais 6 CToracal + hemopi. 4

0 Artralgia I Cl Sindr Gri pal I I

• Toracalgia 7

B.K. na expectorac;ao, as analises serol6gicas dirigi­das ao quisto hjdatico ou os testes imuno16gicos especificos para certas mkoses, entre outros.

Nestas circunstancias e possivel efectuar com alguma probabilidade de exito 0 djagn6stico de metastase, tuberculoma ou quisto hidatico, particular­mente nos NPSs traduzidos radiologicamente por imagens homogeneas, de contornos regulares e com diametro inferior a 3 em.

Ainda neste contexte e habitualmente reconhecida a importancia de alguns elementos de natureza clinica e radiol6gica susceptiveis de diferenciar a natureza benigna ou maligna das lesoes (4-5;16-20). Com efeito

Fig. 3 - Analise da sintomatologia inicial apresentada pelos constituem criterios de benignidade: individuos que integravam a Amostra Medica.

descoberta de uma imunodepressao, podeni constituir informac;ao essencial ao esclarecimento etiol6gico da lesao {4-5).

Tambem a idade, o sexo, os habitos tabagicos e a actividade profissional representarn oeste contexte referencias particularmente importantes ( 4-5).

Assim, e apesar das limitac;oes acima apontadas, urn exaustivo inquerito anarnnestico e uma correcta observac;ao clinica parecem constituir uma et~pa essencial do diagn6stico, justificando a realizac;ao de alguns exames complementares como a pesquisa de

49

C Scm Altera~s 0 Sind. Obstrutivas 0 Sind. Restritivas

- Tdade u1ferior a 50 anos - Ausencia de babitos tabagicos - Diametro inferior a 3 em - Presenc;a de calcifica96es - Existencia de contomos regulares - Estabilidade das suas dimensoes, pelo menos

durante dois anos sucessivos

Pelo contrario, sao apontados como sinais de malignidade as seguintes caracteristicas:

- Idade superior a 50 anos - Existencia de habitos tabagicos - Diametro superior a 3cm, comprovado, alias, em

rnais de 95% dos NPSs malignos

•AJtera~s das PYA • Sind. Mistas

Fig. 4 - Resultados do estudo da funr,:ao respiratoria dos indivi­duos que compunham a Amostra Medica.

320 Vol. I N"4 Julho/Agosto 1995

Page 7: Estrategia diagnostica do nodulo pulmonar solitario · Nodulo Pulmonar Solitario Amostra Medica os resultados de uma revisao de 72 processos clinicos extraidos da casuistica hospitalar

ESTRATEGIA D4\GN6STICA DO N6DULO PULMONAR SOLITARIO

- Existencia de contomos irregulares e espicu1a­dos, observados numa percentagem superior a 88% das lesoes malignas

- Presen<ra de umbilica<;:ao - Ausencia de calcificac;oes - Existencia de escava<;:ao, detectada em cerca de

10% dos NPSs malignos - Extensiio das lesoes a pleura

- Rapido aumento de volume A aprecia<;:iio de alguns destes parametros no

conjunto dos 72 NPSs relativos a nossa casuistica

forneceu os seguintes resultados:

- Dos 31 individuos com idade inferior a 50 anos (Fig. 5), apenas 16.1% (5 casos) apresentavam lesoes malignas, enquanto que dos 4 I com idade superior ou igual a 50 anos, 70.7% (29 casos) correspondiam a

neoplasias.

< so anos

- 31 .9% (23 individuos) dos NPSs continharn calcificac;oes (Fig.-8), mas a sua amilise viria a revelar que, deste grupo, 82.4% ( 19 casos) correspondiam a lesoes benignas, enquanto apenas 17.6% (4 casos) foram identificados como n6dulos malignos. Estes resultados, que alias se encontram de acordo com os fornecidos pela literatura (4-5 e 16-20), ao mesmo tempo que confirmam a relevancia assumida por estes factores como criterios de benignidade ou malignida­de do NPSs e a necessidade da sua pesquisa sistemati­ca devedio ser utilizados com alguma prudencia, na

medida em que algumas das lesoes malignas podem surgir antes dos 50 anos de idade, em individuos niio fumadores, conterem calcifica<;:oes e traduzirem-se porn6dulos com diametro inferior a 3 em (17-21).

De facto, para se afinnar a natureza nao maligna de urn NPS toma-se indispensavel demonstrar a sua

> 50 anos

0 Lesllo M al'8na • Total de Casos

Fig. 5 - Rela9a0 eotre a idade e a natureza benigna ou rnaligna das lesiies estudadas.

-Entre os 3f niio fumadores s6 8 individuos (25% dos casas) se encontravam afectados por lesoes malignas (Fig. 6), ao contrario dos fumadores, onde as neoplasias malignas atingiarn 65% dos doentes (26 em 40 casas).

- Quanta as dimensoes (Fig. 7), 82.4% (28 casos em 34) dos NPSs malignos apresentavam urn diame­tro superior a 3 em e 65.7% ( 25 casos em 38) dos benignos urn diametro inferior a 3cm.

Julho/Agosto 1995

benignidade. E neste contexto que duas tecnicas semiol6gicas - a broncofibroscopia e a tomodensito­metria - assumem uma posi<;:ao particularmente destacada. Na verdade, como se tenta demonstrar atraves da Fig. 2, todos os individuos portadores de NPS devem ser precocemente submetidos a exame broncoendosc6pico, independentemente do contexto anamnestico ou clinico que o envolve.

Esta estrategia assenta na importancia de que por

321

Page 8: Estrategia diagnostica do nodulo pulmonar solitario · Nodulo Pulmonar Solitario Amostra Medica os resultados de uma revisao de 72 processos clinicos extraidos da casuistica hospitalar

REVlSTA P0RTVGUESA DE PNEUMOLOGIA

Fumadores (n=40) o lesao Benigna

Nao Fumadores (n=32)

• Les!o Maligna

F ig. 6 - Relayao entre o upo de lesao e os habitos tabagicos na totalidade da Arnostra Medica.

vezes se reveste o conjunto de infom1ac;oes obtidas atraves do recurso a broncofibroscopia ( 4 e 22-26).

Com efeito, see certo que num apreciave) nfunero de casos este exame (Quadro IV) se apresenta pratica­mente normal (65.3%), noutros, ele podera revelar alterac;oes loco-regionais de apreciavel interesse (inflamacrao; espessamento dos esporoes; abaulamen­to da parede e obstruc;ao parcial ou total dos canais

br6oquicos; presencra de granulomas, etc.) possibili­tando ainda, atraves da aplicacrao de algumas tecnicas subsidjarias, o respectivo diagn6stico etio16gico, particularmente quando o NPS apresenta urn campo-

322

DLesiio Maligns •lesiio Benigna OTotal de Casas

Fig. 7- Relayao entre as d1mensoes das fonnayoes nodulares ~stu­dadas c a natureza benigna ou rnaligna das lesoes.

Lesao Benigna Lesao M a ligna

0 Les3es • Calcifica~tao

Fig. 8 - Relayao entre a presenya de calcificayoes e a natureza benigna ou maligna das lesoes estudadas.

Vol. I No 4 Julho/ Agosto 1995

Page 9: Estrategia diagnostica do nodulo pulmonar solitario · Nodulo Pulmonar Solitario Amostra Medica os resultados de uma revisao de 72 processos clinicos extraidos da casuistica hospitalar

ESTRATEGIA DIAGN6STICA DO N6DULO PULMONAR SO LIT ARlO

ncnte endobronquico ou quando ele rcprcscnta a conscqucncia parcnquimarosa pcriferica de uma lesiio bronquica prox1mal de natureza mflamat6ria ou tumoral.

QUADROIV

BroncofibroscopHl no n6dulo pulmonar solitario

II %

EM AL TERACOES 4l 57

COM AL TERACOES 31 43

lnnama~iio regional isolada 16 22.2

lnnamac;iio regional +

+ l.:spessamento do esporiio 4 5.6

Espessamcnto tsolndo do esponio 5 6.9

Abaulamento da parcdc bronquica 5 6.9

Ob:.truc;iio bronquica segmentar 1.4

Rccolha de celulas maltgnas 4 5.6

Btopsta com sinais de maltgnidade 2 2.8

Presen~a de BK no asptrado 2 2.8

Na nossa serie, a recolha de produto por aspira~iio ou escovado e a realizayao de lavagens e bi6psias, dirigidas ou seriadas, permitiram reconhecer a situa­~ao clinica em oito indjviduos (I I .2% dos casos): dois tuberculomas e seis neoplasias.

Quando a abordagem broncofibrosc6pica niio conscgue identificar a etiologia da formac;:ao nodular irnpoe-se • na sequencia estrategica acima apontada (Fig. 2), a realizac;:ao de urn exame tomodensitomerri­co, tanto na sua vertente qualitativa como quantitativa (4 c 27-33), eventual mente complementado por outras tecnicas semiol6gicas, como a ressonancia magnetica nuclear, a angiopneumografia, a aortografia e as radioisot6picas (34), sempre que as circunstancias clinicas o justifiquem.

Julho/Agosto 1995

Estu etapa afigura-se particularmente importante na cscalada diagn6stica do NPS face ao elevado numcro de informa~ocs habitual mente fomecidas por estes cxames.Na verdade, a tomografta axial compu­torizada pennitc:

- Contirmar a natureza parenquimatosa da lesao - Precisar a sua localiza~ao. dimensoes, contomos

c cventuais relaryoes com a pleura. - Detectar altcrac;oes mediastinicas e pleurais

associadas que pelas suas reduzidas dimensoes nao foram rcconhccidas nos anteriorcs cxames radiol6gi­cos.

- Avaliar a dens1dade da lesao, determinando a sua natureza liquida, gorda, tecidular c calcica. Neste contcxto, a maioria dos autores salienta o facto de uma dcnsidade superior a 164 U.H. traduzir o caracter benigno da lesao.

- Conlirmar a prcsenc;:a de eventual broncograma aerco.

- Rcconhecer e cstudar a repartiryao intra-nodular das calcifica~oes. Com efeito, pode afinnar-se que, num corte de alta resolu<(iio, uma pcrcentagem destas forma~ocs superior a I 0% aponta para a sua natureza benigna.

- Detectar lesoes vasculares, atraves da injecc;:ao de produto de contraste.

- Constituir urn excelente guia da pun<fiiO aspirati­va transtoracica.

A aplicayiio da tomografia axial computorizada ao estudo de 44 dos nossos 72 NPSs (Fig. 9) permitiu- nos estudar pormenorizadamente o seu contomo e reconhe­cer a presen~a de calcificayaes em 31.8% deles ( 14 casos), a extensao a pleura em 25% dos individuos (II casos), assim como a existencia de adenopatias mediastinicas em I 1.4% dos doentes (5 cases) e a natureza vascular da lesao num deles.

Assim, a criteriosa utiliza93o da tomodensitome­tria no estudo do NPS associada a elementos recolhi­dos atraves da observavao cHnico-laboratorial e da broncofibroscopia, pode fomecer alguns diagn6sticos etiol6gicos, entre os quais nos permitimos destacar os seguintes:

- A atelectasia redonda, a qual, num contexte

Voi.IN"4 323

Page 10: Estrategia diagnostica do nodulo pulmonar solitario · Nodulo Pulmonar Solitario Amostra Medica os resultados de uma revisao de 72 processos clinicos extraidos da casuistica hospitalar

REVISTA PORTUGUESA DE PNEUMOLOGIA

C. regular

Extensao A pleura II

Fig. 9 • Resultados do cstudo tomodcnsitometnco tonicico efectuado em 44 individuos que integravam a Amostra Medica.

clinico-radiol6gico de patologia pleural, podc ser reconhecida pela disposiC(ao a rei forme, em cauda de

cometa, do tronco broncovascular que penetra o

n6dulo pelo seu polo inferior.

- 0 lipoma, caracteriza-se por uma densidade

correspondente a gordura, isto e, com baixos valores de atenuaC(ao (5).

- 0 hamartoma, no qual o estudo efectuado

atraves de cortes de alta resoluc;ao pem1ite, nalguns

casos, demonstrar a presenc;a de zonas gordas alter­

nando com outras calcificadas {36-37).

- A fistula arteriovenosa, expressa por uma

densidade sobreponivel a das estruturas cardiovascu­lares aquando da injeccC(ao de produto de contraste

(14), ou de urn "shunt" arteriovenoso detectado por metodos radioisot6picos, nomeadamente num doente

cian6tico e com expressiva dessaturac;ao hemoglobi­

nica periferica {34). Nestes casos, ou noutros em

relaC(ao aos quais foi possivel obter a sua etiologia (Fig. 2), pode-se dar por terminado o estudo semiol6-

gico e iniciar a aplicac;ao das mcdidas terapeuticas que as alteraC(oes clinicas justifiquem.

Nas situaC(oes caracterizadas por uma impregnac;ao

calcica difusa, habitualmente correspondente a tuberculoma, alguns autores preconizam uma atitude

vigilante, particularmente quando existe urn passado

324

ruberculoso de acordo com o posterior desenvolvi­mento desta patologia.

Mas na tnaior parte dos NPSs nao e possivel

cfectuar o seu diagn6stico atraves da metodologia ate aqui analisada, pclo que, no esquema estrategico

deliniado (Fig. 2), se aconselha o recurso a punc;ao

transtoracica ou, na sua falencia, a bi6psia cinirgica.

Em relaC(aO a primeira, pode-se afinnar que ela constitui hoje uma das tecnicas mais importantes e

rendaveis no diagn6stico nao cinirgico do NPS (38-

43), particularmente quando na sua realizayao se

utilizam agulhas adaptadas a recolha de tecido, e a ecografia (4), a intensificayao de imagem (44-45) ou

a tomografia axial computorizada (46-49), para determinar o local da punC(ao e guiar a sua introduyao.

Nestas circunstancias, o numero e a natureza das complicac;oes e rninimo (pneumotorax a necessitar de

aspirac;ao em a pen as 3 a II % dos casos, hemoptises

em 2 a 5% dos individuos e, excepcionalmente, infecc;iio e extensao tumoral). 0 diagn6stico de

malignidade apresenta uma sensibi lidade e uma especificidade que rondam os 94 e 100% respectiva­

mente, e nas lesoes benignas uma especificidade de

50%, permitindo urn expressivo numero de dia­gn6sticos de lesoes tubercuJosas, hamartomatosas e, ainda, de infecc;oes piogenicas (4.43,48).

Julho/Agosto 1995

Page 11: Estrategia diagnostica do nodulo pulmonar solitario · Nodulo Pulmonar Solitario Amostra Medica os resultados de uma revisao de 72 processos clinicos extraidos da casuistica hospitalar

ESTRATEGIA DIAGN6STICA DO N6DULO PULMONAR SOLITARIO

A sua aplicayao, com as habituais reservas (impor­tante insuficiencia respirat6ria, pneumectomia contra­lateral, hipertensao arterial pulmonar e perturbayoes

da hemostase), a 33 dos 72 individuos que constitui­am a nossa serie revelou-se de acordo com os dados fomecidos pela observayao histol6gica da peya cirurgica em 93.9% dos casos (Fig. 10). Os dois falsos positivos referenciados correspondiam a exames citol6gicos e nao histol6gicos.

cujo exame histol6gico p6s-operat6rio vi ria a revelar urn carcinoma bronquiolo-alveolar, precisamente a neoplasia com capacidade de se expressar por esse sinal.

- 0 segundo representa urn NPS exageradamente rico em calcificayoes no qual a bi6psia viria a desco­brir urna estrutura maligna, correspondendo assirn aquelas neoplasias cujo descnvolvirnento nas imedia­yOes das lesoes calciticadas acaba, posteriormente,

Sem maligmdade 14

Com malignidade 17

Falsos positivos 2

Fig. 10 - Resultados da pun~o bi6psia 11anstoracica efectuada em 33 dos individuos que compunham a Amos Ira Med1ca.

Entretanto, julgarnos dever chamar a atenyao para o facto de que alguns destes NPSs, aparentemente benignos face aos padimetros da estrategia utilizada no seu diagn6stico, apresentavam uma estrutura rnaligna, ernbora representassern situavoes rnuito raras.

Com efeito, para alem de certas lesoes adenocarci­nomatosas que apresentam urn ritrno de crescimento extremamente Iento e das metastases de osteosarco­ma, onde a osteogenese local evolutiva esta na base da sua elevada densidade, apresentam-se tres exern­plos suficientemente elucidativos quanto a prudencia

de que se deve revestir a interpretayao de alguns sinais e a analise de certos resultados:

- 0 primeiro corresponde a urn individuo portador de urn NPS no qual a presen9a de urn broncograma aereo faria pressupor uma etiologia infecciosa mas

Julho/ Agosto 1995

por engloba-las no seu interior. - 0 terceiro exemplifica a possibilidade de coexis­

tencia de mais de uma etiologia num mesmo NPS. Tratava-se de uma forma9ao nodular cuja pun9ao transtoracica apontava para urn processo tuberculoso em actividade ao demonstrar a presen~ta de caseum e de B.K. no seu interior: no entanto, a observa9ao histo16gica da peya cirurgica, para alem de confirmar a natureza tuberculosa das Jesoes, viria a reconhecer a existencia concomitante de urn tumor de pequenas celulas.

Ill. CONSIDERACOES FINAlS

A etiologia dos NPSs ira influenciar decisivamen­te a atitude terapeutica (52), embora se reconheya que

325

Page 12: Estrategia diagnostica do nodulo pulmonar solitario · Nodulo Pulmonar Solitario Amostra Medica os resultados de uma revisao de 72 processos clinicos extraidos da casuistica hospitalar

REVISTA POR"'lJGUESA DE PNEUMOLOGIA

outros factores. nomeadamente a sua situac;ao e rela9oes com as estruturas intratoracicas, assim como as condi9oes gerais e funcionais respirat6rias do doente representem, neste contexto, importantcs contributos a uma decisao final (53).

Assim, face as diversificadas possibilidades etiol6gicas acima apontadas, a terapeutica destas situa9oes ira oscilar entre o cxclusivo tratamento medico, particularmente nas lcsoes infecciosas em actividade, especificas ou nao, c a ressec9ao cirurgica mats ou menos alargada, passando por uma rigorosa vtgilancia nas forma9oes bcnignas estabilizadas. sobretudo naquelas em que o cstudo tornodensttornc­trico tenha evidenciado uma imprcgnac;ao calcica di fusamentc distribuida, com rna is de I 0% de calcio

BIBLIOGRAFIA

1. DEMAY C. PII::REON R- Lc problcmc des 1mages rondes intra-pulrnonn1res solitaires l'h· m .. :d 196 7: 48:429-446

HAAS Ch. E LEBRAS FX. CIIOUBRAC P - Les opac1tcs rondes sohta1res mtrapulmona1rcs Condune diagno~uquc ct therapeuuque. Poumunl!t Coeur 1977. 5:315-318.

3. ISRAEL-ASSELA IN R. CHEBA r .I • Les foyer rond~ 1soles du parenchyme pulmonaire. Probl6mes diagnostiqucs et thcrapeutiquelo. Ga: Med. Frunce 1966: 73: 4161 -4 168.

4. MARCIA NOS S. MOVELHI MM. GRI::NIER Ph · D1agno~­

ttc des opacues rondes pulmona1res EMC 1987: 6090A20. 1-11

5 LA:--IGE S- Diagnosuc porIa 1mage de Ia~ enfcrmcdades del torax. Ed Consultu. Barcelona. I '>90: 235-244

6. STEELE JD • The ~ol itary pulmonary nodule. Report of" cooperative ~tudy of resected asymptomatic solitary pulmo­nary nodules 111 males. J. Thor Cardim•u1·c Surg. 1963: 46: 21-39

7 TRU KG. GRACEY DR. BYRD RB- Th!! management and evaluatton of the soli tary pulmonary nodule. CIJe,t. ·1974: 3236-239.

8. TAYLOR RR. RIVIUN LN. SALVI::.R JM- The solitary pulmonary nodult:. A revtew of236 consecutive cases. 1944 to 1956 Annaes Surg. 1958: 147.197-202.

9 W ALSKE BR- The solitary pulmonary nodule. A review of 213 cases. Dts Chest 1966: 49 302-304.

I 0. MOSER KM • Solitary pulmonary nodule. JAMA . 1974: 227:1167-1168.

326

na superficic de corte e urna densidade superior a 164 U.H.

No entanto, urn mais profundo conhecimento semiol6gico dos circunstancionalismos clinico-radio-16gicos que envolvem alguns dos NPSs malignos, proporcionado pelas rnodemas tecnicas irnagiol6gicas c por uma abordagem bi6psica transtonkica mais facilitada c mais esclarecedora, tern suscitado uma esrrategia tcrapeutica cada vez mai!:> intervencionista. Assim se cvitariio, segundo os seus defensores, as consequcncias de diagn6sticos falsamente negativos. da malignizayiio de lesocs primitivamente benignas e tlas compltca<,:ocs loco-regionai rotineiramentc maparentcs (54).

II. LILLINGTON GA - The solilary pulmonary nodule. Am Rl!l Re.~p Di' 1974: II 0: 699-707

1~. HIGGINS GA. SII IELDS TW. KEEliN RJ- The solitary pulmonary nodule. Ten-year follow-up of Veterans Adminis­tration Armed Forces Cooperative study. Arch Surg. 1975: II 0:570-575.

13. GODINHO MTM, NORONHA LL, MOREIRA£, CAMA­RA JA - N6dulo Solitario do pulmiio. Experiencia pessoal. A prop6sito de 250 casos operados.Arq. Soc Port Pat Resp 1990:2:113-125.

14. SIEGELMAN SS.ZERHOUNI EN. LEO FP. KHOURI NF. STITIK FP • CT of solitary pulmonary nodule. ARJ. 1980: 135:1- 13.

15. SIEGELMAN SS. KHOURI NF, LEO FP, FISHMAN EK, BRAVERMAN RM, ZERHOUNI EN- Solilary pulmonary nodules: CTassessemenLRadiology 1986: 160:307-312.

16. KHOURI NF, MEZIANE MA. ZERHOUNI EN, FISHMAN EK. SIEGELMAN SS - The sohtary pulmonarynodule Chest. 1987: 91 : 128-133.

17. ABELES II, CHAVES AD- Thes1gmficance of calcification in pulmonary coin lesions. Radiology. 1952: 58:199-202.

18. NATHAN MH, COLLINS VP, ADAMS RA- Diferentiation ofbenign and malignant pulmonary nodules by growth rate. Radiology. 1962: 79:221-231.

19. NATHAN MH- Management ofsohtary pulmonary nodules - an organtzed aproach based on growth rates and stattsucs JAMA 1974:227:1141-1144.

Julho/Agosto 1995

Page 13: Estrategia diagnostica do nodulo pulmonar solitario · Nodulo Pulmonar Solitario Amostra Medica os resultados de uma revisao de 72 processos clinicos extraidos da casuistica hospitalar

ESTRA TEO IA OIAGN6STJCA DO N6DULO PULMONAR SO LIT ARlO

20. MEYER JA - Growth rate versus prognosis m resected primary bronchogenic carcinomas. Cancer t 973; 31.1468-1472.

2 L GOLDSTEIN MS, RUSH M. JOHNSEN P, SPRUNG CL­Calcified adenocarcinoma of the lung with very high CT numbers. Radiology. 1984: 150:785-786.

22. FULKERSON WJ - Current concepts: fiberoptic bronchos­copy. N. Engl. J. Med. 1984; 311 :511-516.

23. PROPPOVICH JJR. KVALE PA. ERICHENHORN MS, RADKE JR. OHORODNIK JM, FINE G - Diagnostic accuracy of multiple biopsies from flexible fiberoptic bronchoscopy: a comparison of central versus peripheral carcmoma. Am Re~·. Resp- Dis 1982: 125:521-523.

24. CORTESE OA. McDOUGALL JC - Biopsy and brushmg of penpheral lung cancer with fluoroscopic guidance. Chest. 1979; 75:141-145.

25. NAIOICH OP, SUSSMAN R, KUTCHER WL, ARANDA CP. GARAY SM ETENGER NA - Solitary pulmonary nodules. CT - Bronchoscopic corelation. Chest 1988: 93: 595-598.

26. WALLACE JM . DEUTSCH AL - Flexible fiberopttc bronchoscopy and percutaneous needle lung aspirauon for evaluation the solitary pulmonary nodule. Chest. 1982: 81:665-671.

27 _ STRUYVEN J, GEVENOIS PA. CORN I LA- Tomodensito­metrie du thorax.. EMC 1991: 60000 I 0: 11-13.

28. GODWIN JD, SPECKMAN JM, FRAM EK- Distinguishing benign from malignant pulmonary nodules by computed tomography. Radiology. 1982; 144: 349-351.

29. SA GEL SS - The solitary pulmonary nodule: role of CT. AJR. 1986; 147:26-27.

30. ZERHOUNI EA. BOUKADOUM M. SJOOIKJ MA- A standard phantom for quantitative cr analysis of pulmonary nodules. Radiology. 1983; 149:767-773.

31 . ZERHOUNI EA,SPIVEY JF. MORGAN RH LEO FP, STITIK FP, SIELGELMAN SS- Quantitative CT measure­ments or solitary pulmonary nodules. J. Comput. Assist. Tomogr. 1982; 6:1075-1087.

32. PROTO A V, THOMAS SE- Pulmonary nodules studied by computed tomography. Radiology. 1985; 156: 149-153.

33. ZERHOUNI EA, SPIVEY JF, MORGAN RH, LEO FP. STffiK FP. SILGELMAN SS- Factors influencing quantita­tive CT measurements of solitary pulmonary nodules. J Comput. Assist. Tomogr. 1982; 6:1075-1087.

34. LIMA JJP. PEREIRA AMS, RAFAEL JAS. BOTELHO MF - Novos metodos de avalia¥iiO dos caudais sanguineos colatera1s pulmonares em med1cma nuclear Arq. Soc. Port. Pat. Resp. 1989; 2:105-130.

35. ROBALO CORDEIRO AJA • Atelectasia redonda. Via Pneumologica 1988: I :67-71.

Julho/Agosto 1995

36. SfELGELMANN SS, KHOURJ NF. SCOTT WWJr. LEO FP, HAMPER VM. FISHMAN EK- CT of pulmonary hamartomas. Presented at the 84 th Annual Meeting of the American Roentgen Ray Societi, Las Vegas, 1984.

37. LEDOR K, FISH B. CHAJSE L. LEDOR S- CT diagnosis of pulmonary hamartomas. cr. 1981; 5: 343-344.

38. STANLEY JH, FlSH GO, ANDRJOLE - Lung lesions cytolog1c dl3gnosis by fine-needle biopsy. Radiology. 1987: 162:389-391 .

39. LEVlNE MS. WEISS JM. HARRELL LH, CAMERON TJ. MOSER KM - Transthoracic needle aspiration biopsy following negative fiberoptic bronchoscopy in solitary pulmonary nodules. Chest 1988; 6: 1152-1155.

40. ZELCH JV, LALLI AF, McCORMACK U- Asp1ration b1opsy 111 d1agnos1s of pulmonary nodule. Chest I 973: 63: 149-152.

4 1. FONT ANA RS. MILLER WE, BEABOUT JW- Transthora­cic needle aspirations of pulmonary lesions. Med. Clin North. Am. 1970: 54:961-970.

42. MICHEL RP. LUSHPIRAN A. AHMED MN- Pathologic findings of transthoracic needle aspiration m the diagnOSIS of localized pulmonary les1ons. Cancer. 1983: 51:1663- I 672.

43. POE RH, TOBIN RE- Sensitivity and specificity of needle biopsy in lung malignancy. Am. Rev. Resp. Dis. 1980: 12:725-728.

44. STEVENNS OM, WEIGEN JF. LILLINGTON GA- Needle aspiration biopsy of localized pulmonary les10ns with amplified fluoroscopiC gu1dancc. Am J Raentgenol. Radium Ther Nucl. Med. 1968: 103:561-575.

45. COI-lAN RH. NEWMAN GGE. BRAUN SO, OUNNICK­CT assistance for tluoroscopically guided transthoracic needle aspiration biopsy. J. Com put. Assist. Tomogr. 1984: 8: I 093-1098.

46. SENAC JP. GIRON J- Ponction-b1opsie gu1dee par TOM en pathologic thoracique. ln: Tomodensitometrie Thorac1que. Ed. Axone (Montpellier). 1986; 507-528.

47. VAN SOUNENBERG E, CASOLA G. HO M - Difficult thoracic lesions: CT guided biopsy experience in 150 cases. Radiology 1988: 167:457-461.

48. OONGA Y G, LEVADE M. TROCARD J. LAUQUE 0 , LEOPHONTE P, CARLES P- Ponction thoracique dirigee sous tomodensitometrie. Rev. Pneumol. Clin. 1986; 42:63-68.

49. FlNK I, GAMSU G, HARTER LP - CT guided aspiration biopsy of the thorax. J Complll. Assist. Tomogr. 1982; 6: 958-962.

50. SINNER WN -Complications of percutaneous transthoraciC needle aspiration biopsy. Acta Radiologica Diagnosis. 1976; 17:813-828.

51. BERQUIST TH, BAILEY PB, CORTESE DA, MILLER WE

327

Page 14: Estrategia diagnostica do nodulo pulmonar solitario · Nodulo Pulmonar Solitario Amostra Medica os resultados de uma revisao de 72 processos clinicos extraidos da casuistica hospitalar

REVTSTA PORTUGUESA DE PNEUMOLOGIA

-Transthoracic needle biopsy accuracy and complications in relation to location and type of lesion. Mayo Clin. Proc. 1980: 55:475-481 ..

52. LILLINGTON GA. STEVS GM- The solitary nodule. The other side of the coin. Chest. 1976: 70:322-323.

328 Vol. I N• 4

53. CUMMINGS SR, LILLINGTON GA RJCHARD RJ -Managing soli tary pulmonary nodules. The choice of strategy is a "close call". Am Rev. Resp. Dis. 1986; 134:453-460.

54. CORTESE DA- Solitary pulmonary nodule-observe, operate or what'? Chest. 1982: 8 1 :662-663.

Julho/Agosto 1995


Recommended