Universidade de Aveiro 2007
Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial
Eva Sofia Cruz Andrade
Recursos Web no 1.º Ciclo do Ensino Básico: Estudo Comparativo entre o Litoral e o Interior
Universidade de Aveiro
2007 Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial
Eva Sofia Cruz Andrade
Recursos Web no 1.º Ciclo do Ensino Básico: Estudo Comparativo entre o Litoral e o Interior
dissertação apresentada à Universidade de Aveiro para cumprimento dos
requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Gestão da
Informação, realizada sob a orientação científica da Professora Doutora
Manuela Barreto Nunes, Professora Convidada do Departamento de Economia,
Gestão e Engenharia Industrial da Universidade de Aveiro
o júri
presidente Prof. Dr. Carlos Manuel dos Santos Ferreira professor associado com agregação da Universidade de Aveiro
Prof. Dr. António José Mendes Osório professor auxiliar do Instituto de Estudos da Criança da Universidade do Minho
Prof.ª Dr.ª Maria Manuela Barreto Nunes professora auxiliar da Universidade Portucalense
agradecimentos
Muitas foram as pessoas que me apoiaram, de forma directa ou indirecta, na
concretização deste trabalho. A todos quero deixar aqui os meus sinceros
agradecimentos.
Um agradecimento especial ao meu Batista pelo apoio, incentivo e
principalmente pela compreensão diária. Aos meus pais e irmãs pela força e
pelo carinho que me dão todos os dias.
À Cláudia, por não me ter permitido desistir deste trabalho, pelo estímulo e
acompanhamento constante. À Ivone, pela força e pela ajuda no tratamento
dos dados estatísticos.
O meu profundo reconhecimento à minha orientadora nesta dissertação,
Professora Doutora Manuela Barreto Nunes, pelo seu incentivo e pela sua
disponibilidade, facultando-me toda a sua experiência e conhecimento.
Não posso deixar de agradecer aos amigos, familiares e colegas, pelas ideias,
sugestões e trocas de experiências que, em muito contribuíram para este
trabalho.
palavras-chave
Tecnologias da Informação e da Comunicação, Internet, Sociedade da
Informação, Ensino Básico, Recursos WEB, Programas de Apoio.
resumo
Este trabalho de investigação tem por objectivo analisar o impacto e a real
utilização dos recursos Web no 1.º ciclo do Ensino Básico e verificar a
existência, ou não, de diferenças de utilização entre o Litoral e o Interior de
Portugal.
Numa época em que a maior parte da Sociedade recorre diariamente às
Tecnologias da Informação e da Comunicação e da Internet para a realização
de inúmeras actividades, a introdução destas novas ferramentas de
comunicação nos estabelecimentos de ensino surge como um imperativo a
cumprir.
É aqui que as Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico têm um papel
preponderante. Incorporar as Tecnologias da Informação e da Comunicação e
a Internet no processo ensino-aprendizagem é uma tarefa inevitável. No
entanto, existem ainda inúmeras barreiras a ultrapassar, que serão
apresentadas ao longo deste trabalho.
Pretendeu-se ainda, com a realização deste estudo, verificar em que
condições e com que apoios, nomeadamente de programas institucionais, os
professores recorrem às novas ferramentas de comunicação, com que
finalidade as utilizam em sala de aula e com que dificuldades se deparam.
Por forma a obtermos um melhor conhecimento da realidade existente no
Litoral e no Interior, elaborámos um estudo de caso, com apresentação de
questionários a todas as Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico dos distritos de
Aveiro e Guarda.
Cientes da existência de algumas limitações ao estudo julgamos que o mesmo
reflecte um pouco a realidade existente nos distritos em análise e poderá
contribuir para a introdução de medidas de melhoria em programas de apoio
futuros.
keywords
Information and Communication Technologies, Internet, Information Society,
Primary Education, WEB resources, Supporting Programmes.
abstract
The objective of this research paper is to analyse the impact and the true
application of Web resources in primary school and also to determine whether
there are differences in use between the more urban littoral areas and the
more rural inland ones of Portugal.
In an era when the majority of the society uses Information and Communication
Technologies and the Internet on a daily basis to perform different activities, it
is imperative to introduce these communication tools in educational
establishments.
In this process, primary schools have a preponderant role. To incorporate the
Internet and the Information and Communication Technologies in the teaching-
learning process is unavoidable. However, there are yet many barriers to
overcome that will be presented in this paper.
Another objective of this study was to determine in what conditions and with
which supports, namely from institutional programmes, teachers use the new
communication tools, the purpose which they are used in the classroom and
the difficulties teachers find.
In order to know the reality of the urban littoral area and the more rural inland
one better, we performed a case study by presenting a questionnaire to all the
primary schools of the districts of Aveiro and Guarda.
Though we are aware of the existence of some limitations to this study, we
think it reflects a small part of the reality of the districts analyzed and will
possibly contribute to introduce improving measures in future supporting
programmes.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................21 1.1 Contexto do Estudo .................................................................................................21 1.2 Estrutura da Dissertação .........................................................................................23
2. A INTERNET E A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO .....................................................25 2.1 A Revolução das Tecnologias da Informação e Comunicação ...............................25 2.2 A Internet .................................................................................................................28
2.2.1 Breve História: da ARPANET à World Wide Web ............................................29 2.2.2 A Internet em Portugal ......................................................................................30 2.2.3 A Internet no ensino Português ........................................................................33 2.2.4 A Nova Web......................................................................................................38
2.2.4.1 Critica à WEB 2.0.......................................................................................40 2.3 A Sociedade da Informação ....................................................................................40
2.3.1 A Ameaça da Info-exclusão..............................................................................49 2.3.2 O Desafio da Info-inclusão................................................................................52
2.3.2.1 Info-inclusão nas crianças..........................................................................52 3. NOVAS PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO NA ERA DA INTERNET...........................57
3.1 O Papel do Professor ..............................................................................................63 3.2 Recursos Web para o 1.º Ciclo do Ensino Básico ...................................................66
3.2.1 – Apresentação de Recursos............................................................................67 3.2.1.1 - Mosaico.edu.............................................................................................67 3.2.1.2 – Júnior.te.pt ..............................................................................................68 3.2.1.3 - Portalis .....................................................................................................69 3.2.1.4 – Sitio dos Miúdos......................................................................................70 3.2.1.5 – Zonix .......................................................................................................71 3.2.1.6 – Escola Virtual – Porto Editora .................................................................72 3.2.1.7 – Mundo da Água.......................................................................................73 3.2.1.8 – Catraios...................................................................................................74 3.2.1.9 – Nónio – Eu sei.........................................................................................75 3.2.1.10 – Fixe.clix .................................................................................................76
3.2.2 – Critérios de Avaliação dos Recursos Web.....................................................76 3.3 Aspectos Positivos e Negativos da Internet na Educação ......................................80
3.3.1 Aspectos Positivos............................................................................................81 3.3.2 Aspectos Negativos ..........................................................................................83
11
3.3.2.1 Riscos da introdução da Internet nas Escolas ...........................................88 3.3.3 Medidas a tomar ...............................................................................................89
4. PROGRAMAS DE APOIO À INTRODUÇÃO DA INTERNET E DAS TIC NA EDUCAÇÃO ......................................................................................................................91
4.1 Minerva ....................................................................................................................92 4.2 Programa Nónio – Século XXI.................................................................................93 4.3 Programa Internet@EB1 – Acompanhamento da utilização da Internet nas escolas públicas do 1.º ciclo do ensino básico ...........................................................................95
4.3.1 O Programa Internet@EB1 no distrito de Aveiro ..............................................98 4.3.2 O Programa Internet@EB1 no distrito da Guarda ..........................................101 4.3.4 Balanço do Programa a nível nacional ...........................................................104
4.3.4.1 Boas Práticas ...........................................................................................111 4.3.4.2 Dificuldades Sentidas...............................................................................117
4.4 CBTIC@EB1..........................................................................................................120 4.4.1 Alguns números: .............................................................................................122
5. ESTUDO......................................................................................................................124 5.1 Metodologia da Investigação .................................................................................124
5.1.1 Hipóteses........................................................................................................126 5.1.1.1. Formulação e Operacionalização da Hipótese de Investigação .............127
5.1.2 Método de recolha de dados ..........................................................................127 5.1.3 Definição da População..................................................................................128 5.1.4 Definição da Amostra......................................................................................128 5.1.5 Recolha de Dados ..........................................................................................129 5.1.6 Objectivos, recursos e constrangimentos do estudo ......................................129 5.1.7 Metodologia utilizada para..............................................................................130 5.1.8 Formulação e Operacionalização das questões.............................................131 5.1.9 Sequência e formatação do questionário .......................................................132 5.1.10 Avaliação, aprovação, pré-teste e revisão do questionário ..........................132 5.1.11 Implementação do questionário e recolha de dados ....................................133
5.2. Apresentação e Discussão dos Resultados .........................................................133 5.2.1 Distribuição de frequências para todas as variáveis do questionário – Distrito da Guarda................................................................................................................134 5.2.1.1 Conclusões do Distrito da Guarda...............................................................137 5.2.2 Distribuição de frequências para todas as variáveis do questionário – Distrito de Aveiro..................................................................................................................138
5.2.2.1 Conclusões do Distrito de Aveiro .............................................................140
12
5.2.3 Proporção do nº de professores e os que utilizam os recursos web – Distrito da Guarda.....................................................................................................................143 5.2.4 Proporção do nº de professores e os que utilizam os recursos web – Distrito de Aveiro.......................................................................................................................144 5.2.5 Relação de professores que utilizam a Internet versus Obtenção de formação – Distrito da Guarda....................................................................................................145 5.2.6 Relação de professores que utilizam a Internet versus Obtenção de formação – Distrito de Aveiro......................................................................................................146 5.2.7 Percentagem de professores que utilizam a Internet e destes quais a utilizam na sala de aula – Distrito da Guarda .......................................................................147 5.2.8 Percentagem de professores que utilizam a Internet e destes quais a utilizam na sala de aula – Distrito de Aveiro .........................................................................149 5.2.9 Frequência dos Alunos que acedem à Internet versus Escolas que têm a Biblioteca integrada na Rede de Bibliotecas Escolares – Distrito da Guarda .........151 5.2.10 Frequência dos Alunos que acedem à Internet versus Escolas que participam no Projecto Internet nas Escolas – Distrito da Guarda ............................................152 5.2.11 Frequência dos Professores que acedem à Internet versus Escolas que têm a Biblioteca integrada na Rede de Escolas Escolares – Distrito da Guarda ..............153 5.2.12 Frequência dos Professores que acedem à Internet versus Escolas que participam no Projecto Internet nas Escolas – Distrito da Guarda ..........................154 5.2.13 Frequência dos Alunos que acedem à Internet versus Escolas que têm a Biblioteca integrada na Rede de Escolas Escolares – Distrito de Aveiro ................155 5.2.14 Frequência dos Alunos que acedem à Internet versus Escolas que participam no Projecto Internet nas Escolas – Distrito de Aveiro..............................................156 5.2.15 Frequência dos Professores que acedem à Internet versus Escolas que têm a Biblioteca integrada na Rede de Escolas Escolares – Distrito de Aveiro ................157 5.2.16 Frequência dos Professores que acedem à Internet versus Escolas que participam no Projecto Internet nas Escolas – Distrito de Aveiro ............................158 5.2.17 Relação entre a formação que os Professores receberam apoio externo para a utilização de Recursos Web e a existência do projecto Internet nas Escolas - Distrito da Guarda....................................................................................................159 5.2.18 Relação entre a formação que os Professores receberam apoio externo para a utilização de Recursos Web e a existência do projecto Internet nas Escolas - Distrito de Aveiro......................................................................................................161 5.2.19 Os alunos estão motivados para a utilização das TIC e, em especial da Internet, nas actividades escolares – Distrito da Guarda versus distrito de Aveiro .162
5.3 Conclusões Gerais do Estudo ...............................................................................163 6. CONCLUSÃO GERAL.................................................................................................166
6.1 Reflexões sobre o Estudo......................................................................................170 6.2 Outras Pistas de Investigação ...............................................................................171
7. BIBLIOGRAFIA............................................................................................................172 8. ANEXOS......................................................................................................................181
13
8.1 Anexo 1 - Distribuição de frequências para todas as variáveis do questionário – Distrito da Guarda........................................................................................................181 8.2 Anexo 2. Distribuição de frequências para todas as variáveis do questionário – Distrito de Aveiro .........................................................................................................197 8.3 Anexo 3. Inquérito enviado às Escolas do 1º ciclo do ensino Básico dos distritos da Guarda e de Aveiro......................................................................................................214
14
Índice de Figuras
Figura 1 - Posse de computador, ligação à Internet e ligação através de banda larga nos
agregados domésticos, 2002-2006 (%).............................................................................31
Figura 2- Número de computadores e de computadores com ligação à Internet, por
natureza do estabelecimento e por nível de ensino (01/02, 04/05, 05/06)........................35
Figura 3 - Número de alunos por computador e por computador com ligação à Internet,
natureza do estabelecimento e por nível de ensino (01/02, 04/05, 05/06)........................36
Figura 4 - Escolas ligadas à Internet pela Rede Ciência, Tecnologia e Sociedade (RCTS)
(1997/1998-06/07), Escolas Públicas do Ensino Básico e Secundário (1º ao 12º ano) ....37
Figura 5 - Evolução da sociedade moderna ......................................................................42
Figura 6 - Modelo da Sociedade da Informação................................................................44
Figura 7 - Desenvolvimento da Sociedade da Informação................................................46
Figura 8 - Mosaico.edu......................................................................................................67
Figura 9 - Junior.te.pt.........................................................................................................68
Figura 10 - Portalis.pt ........................................................................................................69
Figura 11 - Sitiodosmiudos,pt ............................................................................................70
Figura 12 - Zonix................................................................................................................71
Figura 13 - Escola Virtual – Porto Editora .........................................................................72
Figura 14 - Mundo da Água...............................................................................................73
Figura 15 - Catraios ...........................................................................................................74
Figura 16 - Nónio – Eu Sei ................................................................................................75
Figura 17 - Fixe.clix ...........................................................................................................76
Figura 18- Escolas Sede e Escolas Associadas do Programa Nónio – Século XXI .........95
Figura 19 – Site do Programa Internet nas Escolas da Universidade de Aveiro...............98
Figura 20 – Site do Programa Internet nas Escolas da Escola Superior de Educação da
Guarda.............................................................................................................................101
Figura 21 – Motivação dos Alunos para a utilização das TIC e da Internet – Distrito da
Guarda.............................................................................................................................162
Figura 22 – Motivação dos Alunos para a utilização das TIC e da Internet – Distrito de
Aveiro...............................................................................................................................163
15
Índice de Tabelas
Tabela 1 - Diferenças entre as aulas tradicionais e aulas tecnologicamente equipadas ..60
Tabela 2 – Páginas das Escolas – Universidade de Aveiro ............................................100
Tabela 3 – Diploma de Competências Básicas em TIC – Universidade de Aveiro .........101
Tabela 4 – Páginas das Escolas .....................................................................................102
Tabela 5 – Diploma de Competências Básicas em TIC - ESEG .....................................103
Tabela 6 - Alguns números do CBTIC@EB1 ..................................................................122
Tabela 7 – Número de Respostas por Distrito.................................................................129
Tabela 8 - Proporção do nº de professores e os que utilizam os recursos web – Distrito da
Guarda.............................................................................................................................143
Tabela 9 - Proporção do nº de professores e os que utilizam os recursos web – Distrito de
Aveiro...............................................................................................................................144
Tabela 10 - Relação de professores que utilizam a Internet versus Obtenção de formação
– Distrito da Guarda.........................................................................................................145
Tabela 11 - Relação de professores que utilizam a Internet versus Obtenção de formação
– Distrito de Aveiro ..........................................................................................................146
Tabela 12 - Percentagem de professores que utilizam a Internet e destes quais a utilizam
na sala de aula – Distrito da Guarda ...............................................................................147
Tabela 13 - Histograma – Alunos - Guarda .....................................................................148
Tabela 14 - Histograma – Professores - Guarda.............................................................148
Tabela 15 - Percentagem de professores que utilizam a Internet e destes quais a utilizam
na sala de aula – Distrito de Aveiro .................................................................................149
Tabela 16 - Histograma – Alunos - Aveiro.......................................................................150
Tabela 17 - Histograma – Professores - Aveiro...............................................................150
Tabela 18 - Frequência dos Alunos que acedem à Internet versus Escolas que têm a
Biblioteca integrada na Rede de Bibliotecas Escolares – Distrito da Guarda .................151
Tabela 19 - Frequência dos Alunos que acedem à Internet versus Escolas que participam
no Projecto Internet nas Escolas – Distrito da Guarda....................................................152
Tabela 20 - Frequência dos Professores que acedem à Internet versus Escolas que têm a
Biblioteca integrada na Rede de Escolas Escolares – Distrito da Guarda ......................153
Tabela 21 - Frequência dos Professores que acedem à Internet versus Escolas que
participam no Projecto Internet nas Escolas – Distrito da Guarda ..................................154
Tabela 22 - Frequência dos Alunos que acedem à Internet versus Escolas que têm a
Biblioteca integrada na Rede de Escolas Escolares – Distrito de Aveiro........................155
16
Tabela 23 - Frequência dos Alunos que acedem à Internet versus Escolas que participam
no Projecto Internet nas Escolas – Distrito de Aveiro......................................................156
Tabela 24 - Frequência dos Professores que acedem à Internet versus Escolas que têm a
Biblioteca integrada na Rede de Escolas Escolares – Distrito de Aveiro........................157
Tabela 25 - Frequência dos Professores que acedem à Internet versus Escolas que
participam no Projecto Internet nas Escolas – Distrito de Aveiro ....................................158
Tabela 26 - Relação entre a formação que os Professores receberam apoio externo para
a utilização de Recursos Web e a existência do projecto Internet nas Escolas - Distrito da
Guarda.............................................................................................................................159
Tabela 27 - Relação entre a formação que os Professores receberam apoio externo para
a utilização de Recursos Web e a existência do projecto Internet nas Escolas - Distrito de
Aveiro...............................................................................................................................161
Tabela 28 - Qual o Nº de Computadores na Escola?......................................................181
Tabela 29 – Todos os computadores estão ligados à Internet?......................................181
Tabela 30 - Quantos Professores utilizam regularmente recursos web? ........................182
Tabela 31 – Normalmente, os Professores utilizam a Internet onde?.............................182
Tabela 32 - Qual o grau de dificuldade de utilização das TIC em ambiente educativo?.183
Tabela 33 – De que forma os Professores utilizam os recursos Web?...........................185
Tabela 34 – Quantas vezes, por semana, os Alunos acedem à Internet? ......................185
Tabela 35 - Quantas vezes, por semana, os Professores acedem à Internet?...............186
Tabela 36 – Os alunos recorrem à Internet para…? .......................................................187
Tabela 37 – Portal mais utilizado para pesquisa de informação para as actividades
escolares .........................................................................................................................188
Tabela 38 - http://www.sitiodosmiudos.pt ........................................................................188
Tabela 39 - http://www.junior.te.pt ...................................................................................189
Tabela 40 - http://www.zonic.pt.vu...................................................................................189
Tabela 41 - http://www.mundodaagua.com.....................................................................189
Tabela 42 - http://nonio.eses.pt .......................................................................................190
Tabela 43 - http://www.catraios.pt ...................................................................................190
Tabela 44 - http://netin.ese.ipcb.pt ..................................................................................190
Tabela 45 - http://www.portalis.co.pt ...............................................................................191
Tabela 46 - http://www.fixe.clix.pt ....................................................................................191
Tabela 47 - http://www.cercifaf.org.pt ..............................................................................192
Tabela 48 – Outros (não especificados)..........................................................................192
17
Tabela 49 - Os alunos estão motivados para a utilização das TIC e, em especial da
Internet, nas actividades escolares? ...............................................................................193
Tabela 50 - Os professores receberam algum apoio externo para a utilização dos
recursos web? .................................................................................................................193
Tabela 51 – N.º de Professores a leccionar ....................................................................194
Tabela 52 - Nº de Alunos do 1º Ano................................................................................194
Tabela 53 - Nº de Alunos do 2º Ano................................................................................194
Tabela 54 – N.º de Alunos do 3.º Ano .............................................................................195
Tabela 55 - Nº de Alunos do 4º Ano................................................................................195
Tabela 56 - Nº de Auxiliares de Acção Educativa ...........................................................195
Tabela 57 - A Biblioteca da Escola está integrada na Rede de Bibliotecas Escolares ...196
Tabela 58 - A Escola participa no Projecto Internet nas Escolas? ..................................196
Tabela 59 - A Câmara Municipal disponibiliza aos alunos da Escola horas
complementares sobre as TIC?.......................................................................................196
Tabela 60 - Qual o Nº de Computadores na Escola?......................................................197
Tabela 61 - Todos os computadores estão ligados à Internet?.......................................197
Tabela 62 – Quantos Professores utilizam regularmente recursos Web? ......................198
Tabela 63 – Normalmente, os Professores utilizam a Internet onde?.............................199
Tabela 64 – Qual o grau de dificuldade de utilização das TIC em ambiente educativo? 200
Tabela 65 – De que forma os Professores utilizam os recursos Web?...........................202
Tabela 66 - Quantas vezes, por semana, os Alunos acedem à Internet?.......................203
Tabela 67 - Quantas vezes, por semana, os Professores acedem à Internet?...............203
Tabela 68 – Os alunos recorrem à Internet para…? .......................................................204
Tabela 69 – Portal mais utilizado para pesquisa de informação para as actividades
escolares .........................................................................................................................205
Tabela 70 - http://www.sitiodosmiudos.pt ........................................................................206
Tabela 71 - http://www.junior.te.pt ...................................................................................206
Tabela 72 - http://www.zonic.pt.vu...................................................................................206
Tabela 73 - http://www.mundodaagua.com.....................................................................207
Tabela 74 - http://nonio.eses.pt .......................................................................................207
Tabela 75 - http://www.catraios.pt ...................................................................................207
Tabela 76 - http://netin.ese.ipcb.pt ..................................................................................208
Tabela 77 - http://www.portalis.co.pt ...............................................................................208
Tabela 78 - http://www.fixe.clix.pt ....................................................................................208
Tabela 79 - http://www.cercifaf.org.pt ..............................................................................209
18
Tabela 80 - Outros (não especificados)...........................................................................209
Tabela 81 - Os alunos estão motivados para a utilizaçãp das TIC e, em especial da
Internet, nas actividades escolares? ...............................................................................210
Tabela 82 – Os professores receberam algum apoio externo para a utilização dos
recursos web? .................................................................................................................210
Tabela 83 – N.º de Professores a leccionar ....................................................................211
Tabela 84 – Número de Alunos do 1.º Ano .....................................................................211
Tabela 85 - Nº de Alunos do 2º Ano................................................................................211
Tabela 86 – Número de Alunos do 3.º Ano .....................................................................212
Tabela 87 – Número de Alunos do 4.º Ano .....................................................................212
Tabela 88 - Nº de Auxiliares de Acção Educativa ...........................................................212
Tabela 89 – Integração da Biblioteca da Escola na Rede de Bibliotecas Escolares.......213
Tabela 90 – Participação da Escola no Projecto Internet nas Escolas ...........................213
Tabela 91 – Disponibilização de horas complementares sobre as TIC pela Câmara
Municipal..........................................................................................................................213
19
Índice de Quadros
Quadro 1 - Resumo das ideias-chave do projecto das instituições.................................108
Quadro 2 - Diplomas de Competências Básicas .............................................................108
Quadro 3 - Páginas produzidas pelas escolas ................................................................109
Quadro 4 - Número de visitas efectuadas às escolas e horas de formação ...................110
Siglas e Abreviaturas
CBTIC – Competências Básicas em TIC
CRIE – Computadores, Redes e Internet na Escola
DCB – Diploma de Competências Básica
EB1 – Escola Básica do 1.º Ciclo
ESEG – Escola Superior de Educação da Guarda
FCCN – Fundação para a Computação Científica Nacional
GIASE – Gabinete de Informação e Avaliação do Sistema Educativo
IES – Instituições de Ensino Superior
INE – Instituto Nacional de Estatística
MCT – Ministério da Ciência e da Tecnologia
ME – Ministério da Educação
MINERVA – Meios Informáticos No Ensino: Racionalização/Valorização/Actualização
MSI – Missão para a Sociedade da Informação
POSI – Programa Operacional Sociedade da Informação
RCCN – Rede da Comunidade Científica Nacional
RCTS – Rede Ciência, Tecnologia e Sociedade
TIC – Tecnologias da Informação e da Comunicação
UA – Universidade de Aveiro
20
1. INTRODUÇÃO
1.1 Contexto do Estudo
A importância das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e, em especial,
da Internet é já reconhecida por grande parte da sociedade. Recorremos as estas
tecnologias diariamente e já nem nos conseguimos imaginar sem estes recursos, seja no
nosso local de trabalho, nos estudos ou até mesmo a comunicar com aqueles que não
estão próximos fisicamente.
Estas novas ferramentas provocaram inúmeras alterações na vida dos cidadãos
facilitando, em larga escala, várias actividades, como sendo o acesso à informação em
tempo real, a marcação de consultas, a reserva de viagens, compras diversas, consulta à
conta bancária, entre tantas outras.
Na área da educação, as TIC e a Internet ocupam já um lugar de destaque, sendo
utilizadas em quase todos os níveis de ensino. Esta tem sido uma das etapas mais
importantes da política de informatização massiva que se iniciou há alguns anos atrás.
Tal como nos afirmam Pouts-Lajus e Riché- Magnier (2000, p. 189):
“A multimédia e a Internet constituem o mais recente episódio da saga da informática
educativa. As profecias que acompanham esta nova geração tecnológica não são
nada modestas: apresentada como o cavalo de Tróia de uma renovação radical das
práticas pedagógicas, ela constituiria o processo ideal para pôr em prática o principio
tantas vezes reivindicado de um aluno no centro do sistema educativo, actor da sua
própria aprendizagem e de uma escola aberta sobre o mundo”.
A evolução das Novas Tecnologias exige que, quer os professores, quer os alunos,
quer as entidades públicas, e até mesmo a sociedade em geral, actualizem
constantemente os seus conhecimentos, de modo a que nos tornemos competitivos,
numa sociedade cada vez mais exigente. Nesse sentido, a formação ao longo da vida
surge-nos como uma necessidade imprescindível.
As tecnologias de que hoje dispomos possibilitam à Escola a dinamização de um
ensino cada vez mais colaborativo e participativo em espaços comunitários que facilitam
a troca de informações e de experiências.
21
O estudo que apresentamos toma, como ponto de partida, a utilização das TIC e da
Internet por professores e alunos do 1.º Ciclo do Ensino Básico. Para o efeito, e de forma
a comparar a realidade existente no Litoral e no Interior, realizámos um questionário para
todas as escolas dos Distritos de Aveiro e da Guarda.
Na sequência deste ponto foi estabelecida a seguinte pergunta de partida:
Existem diferenças de utilização da Internet nas Escolas do 1.º Ciclo do Ensino
Básico do Litoral e do Interior?
Esta pergunta levou-nos a colocar outras questões mais específicas, tais como:
Com que periodicidade e finalidade os professores e alunos recorrem às TIC e à
Internet?
Com que motivação os alunos utilizam estas ferramentas?
Que formação foi facultada aos professores para a utilização das TIC e da
Internet?
O objecto de estudo foi assim definido como as situações de utilização da Internet
por parte de professores e alunos do 1.º Ciclo do Ensino Básico, tendo sido estabelecidos
os seguintes objectivos de investigação:
Identificar o impacto das TIC e da Internet, nomeadamente dos Recursos Web
no 1.º Ciclo do Ensino Básico;
Comparar a sua utilização num Distrito do Interior (Guarda) e num Distrito do
Litoral (Aveiro);
A adopção e integração das TIC e da Internet no processo do ensino-aprendizagem
implica repensar o ensino em geral, ensino esse que tem de se adaptar à realidade
existente, abrindo-se para o exterior e reformulando-se tendo em conta o futuro dos
alunos. É necessário conciliar o ensino com os novos rumos da vida moderna, com os
meios informáticos, com as novas tecnologias da informação e da comunicação, com o
recurso às redes.
Recorrer às TIC e à Internet significa derrubar as paredes da sala de aula e deixar
que o mundo exterior invada estes espaços de ensino que, durante anos, se encontraram
22
afastados da restante sociedade. O facto de alunos e professores poderem comunicar
livremente, quer entre eles, quer com alunos e professores de outros pontos do mundo
abre um leque incalculável de oportunidades e faculta uma imensidão de informação.
1.2 Estrutura da Dissertação
A presente dissertação encontra-se dividida em cinco capítulos:
No primeiro capítulo, “Introdução” é feita uma breve apresentação sobre a temática
da dissertação, a importância da Internet e das TIC na sociedade actual, a sua introdução
nas inúmeras actividades do nosso dia-a-dia e a necessidade de se inserir estas novas
ferramentas nas escolas, nomeadamente nas escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico.
Ainda neste capítulo contextualiza-se e apresenta-se o estudo, apresentam-se as
questões que nos levaram à realização da investigação e refere-se a metodologia
utilizada.
No segundo capítulo, “A Internet e a Sociedade da Informação”, fazemos referência
à revolução que as Tecnologias da Informação e da Comunicação provocaram na
sociedade actual e abordamos, de forma resumida, a história da Internet e a sua
evolução até à chamada “Nova Web”, a Web 2.0. No que concerne a sociedade da
Informação fazemos referência à Resolução do Conselho de Ministros n.º 16/96 de 21 de
Março de 1996, que cria a “Missão para a Sociedade da Informação”. Esta Missão foi
formada com o objectivo de promover um amplo debate sobre o tema Sociedade da
Informação e de reconhecer a importância das TIC em Portugal. Cientes de que as TIC e
a Internet ainda não se encontram acessíveis a todos, debruçamo-nos ainda sobre a
ameaça da info-exclusão e apresentamos medidas que combatam esse perigo.
O capítulo três, “Novas Perspectivas da Educação na Era da Internet”, faz
referência às alterações que a introdução das TIC e da Internet vieram provocar no
processo do ensino-aprendizagem e à importância do Professor nesta nova Era. São
igualmente apresentados alguns dos recursos Web mais utilizados pelos alunos do 1.º
Ciclo do Ensino Básico, bem como critérios de avaliação de recursos Web. Neste capítulo
são ainda apresentadas as duas perspectivas dominantes relativamente ao uso da
Internet e das TIC: a daqueles que consideram que ela traz vantagens para as crianças
23
no seu processo de aprendizagem, e a contrária, segundo a qual estas ferramentas são
negativas para o desenvolvimento das crianças.
No quarto capítulo, “Programas de Apoio à Introdução da Internet e das TIC na
Educação”, fazemos uma breve apresentação de alguns dos programas promovidos pelo
Governo que vieram possibilitar o acesso a estas novas ferramentas a crianças do 1.º
Ciclo do Ensino Básico de todo o país. Entre eles, abordamos o Programa Minerva, o
Programa Nónio – século XXI, o Programa Internet@EB1 (sobre o qual nos iremos
debruçar mais pormenorizadamente, tendo em conta que, quando o estudo foi realizado,
este era o programa que se encontrava em vigor) e o recente CBTIC@EB1.
No quinto capítulo, “Estudo”, apresentamos todo o processo seguido para a
realização desta investigação, a metodologia utilizada, o público-alvo, a recolha de dados
e os principais resultados dos dois distritos em análise.
No último capítulo, “Conclusão”, apresentamos as conclusões gerais do estudo,
fazemos uma breve reflexão sobre alguns dos aspectos mais pertinentes desta
investigação e apresentamos algumas sugestões para futuros estudos e até mesmo para
futuras iniciativas de integração das TIC e da Internet nas Escolas do 1.º Ciclo do Ensino
Básico.
24
2. A INTERNET E A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
2.1 A Revolução das Tecnologias da Informação e Comunicação
As Tecnologias da Informação e Comunicação são geralmente entendidas como
uma força revolucionária e transformadora da nossa sociedade. Elas são muitas vezes
comparáveis a grandes invenções do passado, tais como a invenção da máquina a
vapor, a invenção do motor de combustão, do dínamo eléctrico, entre outros. Tal como
aconteceu com a Revolução Industrial, no século XVIII, no final do século XX iniciou-se
um período caracterizado pela transformação da chamada “cultura material”, baseada
num novo paradigma organizado em torno das tecnologias da informação e
comunicação.
“As novas tecnologias fizeram a humanidade entrar na era da comunicação
universal; abolindo as distâncias, concorrem muitíssimo para moldar a sociedade do
futuro, que não corresponderá, por isso mesmo, a nenhum modelo do passado. As
informações mais rigorosas e mais actualizadas podem ser postas ao dispor de quem
quer que seja, em qualquer parte do mundo, muitas vezes, em tempo real, e atingem
as regiões mais recônditas.” (Delors, 1996, p. 39)
A revolução provocada pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação teve
um impacto sem fronteiras. Segundo Manuel Casttels (2002, p. 8), para esta revolução, a
informação tecnológica é o que as novas fontes de energia foram para as sucessivas
revoluções industriais, da máquina a vapor à electricidade, aos combustíveis fósseis e até
mesmo à energia nuclear, uma vez que a produção e distribuição de energia foi o
elemento principal na base da sociedade industrial.
Já Marques (1998, p. 85) refere que esta realidade, que tem vindo a crescer ao
longo dos últimos trinta anos, com particular incidência e aceleração na década de
noventa baseia-se na conjugação de alguns dados objectivos que originaram novas
tendências: o primeiro passo, porventura decisivo, deu-se com a transformação da
informática e das telecomunicações em protagonistas decisivos dos tempos modernos. A
sua dessacralização e a generalização, estimuladas pelo conceito de «amigável» e pela
redução imparável do preço e da dimensão, a que se somaram os recursos multimédia e
a crescente capacidade de armazenar e gerir dados, transformaram radicalmente o
cenário da informação e da comunicação.
25
Com todas estas alterações, aconteceu a natural expansão da informática: “o que
caracteriza a actual revolução tecnológica não é a centralidade do conhecimento e da
informação, mas a aplicação deste conhecimento e informação na produção de
conhecimentos e de dispositivos de processamento/comunicação da informação, num
ciclo de realimentação cumulativo entre a inovação e o seu uso.” (Dizard, cit por Castells,
2002, p. 36)
E ao contrário do que aconteceu com outras revoluções industriais e tecnológicas,
as novas tecnologias da informação e comunicação propagaram-se pelo mundo à
velocidade da luz em menos de duas décadas, entre os anos 70 e 90. Pese embora
ainda não tenham chegado a todos os segmentos da população, as tecnologias da
informação e comunicação ligam o mundo numa escala nunca antes vista.
Segundo Castells (2002, p. 75) “se a primeira Revolução Industrial foi britânica, a
primeira Revolução da Tecnologia da Informação foi norte-americana, com um acento
californiano. Nos dois casos, cientistas e industriais de outros países tiveram um papel
muito importante tanto na descoberta como na difusão das novas tecnologias.”
Considera-se que a difusão destas tecnologias aumenta o seu poder à medida que os
utilizadores se apropriam dela e a redefinem.
Nos últimos anos, particularmente após a expansão e vulgarização da Internet, as
novas Tecnologias da Informação e Comunicação despontaram como um tema
recorrente na definição de novas políticas económicas e sociais, tendo levado à
reabilitação e construção de termos próprios, como o da Sociedade da Informação, a
globalização, entre outros, bem como ao desenvolvimento de novas áreas de
investigação.
Por outro lado, as novas Tecnologias da Informação e da Comunicação oferecem,
como instrumentos de educação de crianças e adolescentes, uma oportunidade sem
precedentes de responder com toda a qualidade necessária a uma procura cada vez
mais intensa e diversificada. As possibilidades e vantagens oferecidas pelas Tecnologias
da Informação e da Comunicação no campo pedagógico são consideráveis. Segundo a
Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, no seu relatório para a
UNESCO, as TIC são ferramentas valiosas para a educação, o recurso ao computador e
aos sistemas multimédia permite traçar percursos individualizados em que cada aluno
pode progredir de acordo com o seu ritmo. Oferecem igualmente aos professores a
possibilidade de organizar mais facilmente as aprendizagens em turmas de nível
heterogéneo” (p. 190). O recurso às TIC constituiu, deste modo, um meio para colmatar o
26
insucesso escolar, promovendo em certa medida a motivação dos alunos, quando têm a
oportunidade de recorrer a estas tecnologias.
Vários impactos, interiores e exteriores às organizações resultam da utilização dos
sistemas de informação aliados às tecnologias de informação. Seguem-se alguns
exemplos que elucidam o modo como estes novos sistemas interferem directamente nas
empresas e nas Instituições de Ensino Superior (IES). Esses impactos, como factores de
competitividade e produtividade, podem ser divididos em dois blocos, a nível interno das
organizações, e a nível externo:
• NÍVEL EXTERNO:
o Nas relações com os clientes;
o Sobre os concorrentes;
o Sobre os produtos;
o Nas relações com os fornecedores.
• NÍVEL INTERNO:
o Nas relações do sistema tecnológico;
o No sistema da própria organização.
O impacto das Tecnologias de Informação e Comunicação não afecta apenas as
empresas e as Instituições de Ensino Superior; na grande maioria das vezes o impacto é
verificado inicialmente nas pessoas mudando as suas próprias atitudes e valores e
criando posteriormente mudanças na sociedade. As designadas Novas Tecnologias da
Informação trouxeram novas oportunidades, criando maior competitividade, relações
sociais sem fronteiras e infra-estruturas fundamentais para o desenvolvimento dos
países, possibilitando a competitividade internacional.
As TIC são já parte integrante do nosso quotidiano; invadiram as nossas casas,
locais de trabalho e de lazer. Oferecem instrumentos úteis para as comunicações
pessoais e de trabalho, para o processamento de textos e de informação sistematizada,
para o acesso a bases de dados e à informação distribuída nas redes electrónicas
27
digitais. Para além de se encontrarem integradas em numerosos equipamentos do dia-a-
dia, em casa, no escritório, na fábrica, nos transportes, na educação e na saúde.
2.2 A Internet
A Internet é uma realidade de tal forma enraizada nos dias de hoje, que muitos são
aqueles que já questionam como é que se vivia antes deste fenómeno. A Internet
possibilita a comunicação a uma escala global, onde o tempo, o espaço e a distância se
desvanecem.
A Internet conduziu a uma verdadeira revolução em toda a sociedade. “A Internet
está a mudar o mundo em que vivemos. Esta mudança não é menos importante do que
a revolução industrial dos séculos XVIII e XIX. Nas últimas duas décadas, as tecnologias
da informação e a Internet transformaram o modo como as empresas funcionam, os
estudantes estudam, os cientistas realizam trabalhos de investigação e as
administrações públicas fornecem serviços aos cidadãos” (Comissão Europeia, 2003,
p.3).
Evidenciando as suas potencialidades, a sua dimensão global, o seu poder na
mudança dos hábitos e modos de funcionamento na sociedade, várias são as
possibilidades de definir a Internet.
A Internet é “uma rede que interliga progressivamente a maior parte das redes de
computadores que existem no planeta, ou seja, uma rede de redes de computadores”
(Peixoto, 2005, p.30).
Para Teresa Almeida d’Eça (1998, p.23), falar da Internet é falar de uma sala de
aula sem paredes, de uma gigantesca biblioteca, de uma gigantesca base de dados, de
um gigantesco museu, de um incomensurável volume de informação, de uma interacção
sem precedentes de computadores e pessoas, acessível vinte e quatro horas por dia.
Além de permitir o acesso à educação, informação e entretenimento com
possibilidades sem precedentes, “a sua atracção reside provavelmente no facto de
qualquer utilizador poder ser emissor e receptor de informação a nível mundial” (Ali &
Ganuza, 1996, p.ix).
Castells compara a Internet com a rede eléctrica: “Se as tecnologias de informação
são o equivalente histórico do que foi a electricidade na era industrial, na nossa era
28
poderíamos comparar a Internet com a rede eléctrica e o motor eléctrico, dada a sua
capacidade para distribuir o poder da informação por todos os âmbitos da actividade
humana. E mais, tal como as novas tecnologias de geração e distribuição de energia
permitiram que as fábricas e as grandes empresas se estabelecessem como as bases
organizacionais da sociedade industrial, a Internet constitui actualmente a base
tecnológica da forma organizacional que caracteriza a Era da Informação: a rede” (2004,
p.15).
Para Castells pode-se mesmo falar em Galáxia Internet: “A Internet é um meio de
comunicação que permite, pela primeira vez, a comunicação de muitos para muitos em
tempo escolhido e a uma escala global. Do mesmo modo que a difusão da imprensa no
ocidente deu lugar ao que McLuhan denominou de «Galáxia Gutenberg», entramos agora
num novo mundo da comunicação: a Galáxia Internet. A utilização da Internet como
sistema de comunicação e como forma organizacional teve a sua explosão nos últimos
anos do segundo milénio” (2004, p.16).
Mas como sublinha Teresa Almeida d’Eça, independentemente do modo como a
imaginamos ou descrevemos, “relevante mesmo é que a interligação e ramificação de
redes, sistemas e computadores que a Internet gerou, permitiu a globalização das
comunicações e da informação, e reduziu o nosso planeta àquilo que Marshall McLuhan
denominou a “global village”. Esta rede global, que é afinal a Internet, permite-nos estar
em contacto com praticamente qualquer zona do planeta” (1998, p.23).
2.2.1 Breve História: da ARPANET à World Wide Web
A origem da Internet remonta aos anos sessenta, a uma rede de comunicação, do
governo americano, denominada ARPANET- Advanced Research Projects Agency
Network.
Com o objectivo de conseguir uma superioridade tecnológica militar sobre a União
Soviética, que em 1957 lançou para o espaço o primeiro satélite artificial na história da
humanidade (o Sputnik), o Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América
criou, em 1958, a agência Advanced Reasearch Projects Agency (ARPA). A principal
finalidade desta agência governamental era financiar projectos avançados de
29
investigação (relacionados com a informática interactiva), provenientes do mundo
universitário, que permitissem benefícios no contexto militar.
Em Setembro de 1969, a ARPA criava uma rede de comunicações - a ARPANET-
com o objectivo de “repartir o tempo de trabalho on-line dos computadores entre os vários
centros de informática interactiva e grupos de investigação da agência” (Castells, 2001,
p.26). Apresentada publicamente num Congresso Internacional, em Washington, em
1972, a ARPANET foi considerada a primeira rede informática descentralizada do mundo.
Depois de vários avanços tecnológicos que permitiram a progressão da Internet
(como a criação de um sistema de conexão de dados - Transmission Control
Protocol/Internet Protocol), o seu grande “salto mundial” deu-se em 1990 com a criação
da World Wide Web, pelo programador Tim Berners-Lee do Centro de investigação de
física de alta energia (CERN).
Como destaca Teresa Almeida d’Eça (1998), a Web trazia consigo uma
característica inovadora - permitia navegar a Internet através de texto, imagem e som
com um simples clique do rato. Nascia a interactividade da Internet, que veio a constituir
a sua faceta amigável.
Deste modo, a Internet passa a ser uma realidade e transforma-se num sistema
mundial de redes de computadores, em que qualquer pessoa em qualquer lugar se pode
conectar.
Com a crescente evolução e vulgarização da Internet, hoje as principais actividades
económicas, sociais, políticas e culturais de todo o mundo já “vivem” através da Internet.
Em 1993, existiam cerca de meia centena de sites em www. Hoje o número de sites
ronda os milhões.
“Em finais de 1995, o primeiro ano da utilização generalizada da World Wide Web,
havia cerca de 16 milhões de utilizadores das redes de comunicação informática em
todo o mundo. No início de 2001, havia mais de 400 milhões, as previsões mais
fiáveis apontam para 1.000 milhões de utilizadores em 2005 e é provável que, até
2010, rondemos o número de 2.000 milhões" (Castells, 2004, p.17).
2.2.2 A Internet em Portugal
Foi na década de oitenta que a Internet se desenvolveu em Portugal, com a
instalação do primeiro nó da EARN (European Academic and Research Network) e do nó
30
português da EUnet, uma das mais importantes empresas fornecedoras de serviços para
Internet. Contudo, foi a criação da FCCN (Fundação do Cálculo Científico Nacional), em
1986, que deu início à instalação da primeira rede de âmbito nacional, a RCCN (Rede da
Comunidade Científica Nacional).
Apesar de todo este desenvolvimento, no início da década de noventa, apenas
algumas pessoas, principalmente na comunidade académica e científica tinham a
possibilidade de fazer uso regular da Internet. Esta situação manteve-se por alguns anos,
começando a alargar-se a sua utilização através das Universidades e dos Centros de I&D
(Investigação e Desenvolvimento). Mais tarde, com o aparecimento de diversos ISP
(Internet Service Providers), deu-se a ligação à rede de um número cada vez maior de
empresas, organismos públicos e utilizadores individuais.
De acordo com o Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da
Comunicação pelas Famílias 2006, elaborado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
a 9 de Novembro de 2006, no primeiro trimestre de 2006, 45,4% dos agregados
domésticos possuíam computador; 35,2% dispunham de ligação à Internet em casa e
para 24% esta ligação efectuava-se através de banda larga. A proporção de agregados
com computador e Internet tem vindo a aumentar: face a 2002, observa-se um
crescimento anual médio de 25,2% na existência de ligação à Internet a partir de casa e
de 15,7% na posse de computador.
Figura 1 - Posse de computador, ligação à Internet e ligação através de banda larga nos
agregados domésticos, 2002-2006 (%)
A ligação à Internet através de banda larga apresenta, no período de 2003 a 2006,
um crescimento expressivo, fixando-se em 47,4% a taxa média de crescimento anual
31
deste indicador. A percentagem de agregados que dispõem de ligação por banda larga
triplicou face a 2003, situando-se actualmente em 24%, o que corresponde a 68,3% do
total de agregados com acesso à Internet.
A observação dos meios de acesso à Internet evidencia que para 82,2% dos
agregados domésticos com acesso à Internet, o computador é o principal meio de
ligação. O telemóvel constitui-se como meio de acesso para 42,3% dos que se ligam à
Internet, apresentando, a nível regional, maior expressão no Alentejo: 53,3% dos
agregados da região efectuam o acesso através de telemóvel.
Quanto ao perfil do utilizador de Internet em Portugal, os resultados do inquérito
mostram que: a proporção de homens que utiliza a Internet é superior à de mulheres;
verifica-se que os homens apresentam maiores níveis de utilização: 46% dos inquiridos
do sexo masculino utilizam o computador e 39,2% acedem à Internet. A utilização por
parte das mulheres situa-se cerca de sete pontos percentuais abaixo, para ambos os
indicadores, existindo 39,1% que utilizam o computador e 32,2% a Internet. Há uma forte
utilização no escalão etário dos 16-24 anos; na condição perante o trabalho, os
estudantes são o grupo que mais acede à Internet.
Relativamente a locais e frequência de utilização verifica-se que tanto o computador
como a Internet, são utilizados todos ou quase todos os dias, essencialmente a partir de
casa, mas também no local de trabalho. As utilizações diárias destas tecnologias são
referidas por 72,2% e 62,4%, respectivamente, dos utilizadores de computador e de
Internet. 75,9% dos utilizadores de computador fazem-no em casa e 51,2% no local de
trabalho; entre os utilizadores de Internet, 65,1% efectuam o acesso em casa e 45,9% no
local de trabalho.
Analisando os objectivos de utilização da Internet, conclui-se que a pesquisa de
informação sobre bens e serviços (83,8%) e a troca de mensagens através de e-mail
(80,9%) são as funções mais utilizadas. Além destas, actividades como jogar ou fazer
download de jogos, imagens ou música; e ler ou fazer download de jornais ou revistas
online constituem a preferência de, respectivamente, 45,6% e 44,5% dos utilizadores de
Internet.
É de referir que as competências adquiridas na utilização da Internet são, para
41,7% dos indivíduos entre os 16 e os 74 anos de idade, obtidas através da auto-
aprendizagem realizada no decurso da utilização. 40,2% recorrem à ajuda de colegas,
familiares ou amigos e 25,6% indicam a pesquisa de informação em livros, CD-ROM ou
outro material como meio de obtenção de competências. Refira-se ainda que
32
aproximadamente um quarto (23,8%) dos inquiridos nunca frequentou qualquer curso ou
acção de formação em informática.
2.2.3 A Internet no ensino Português
A Internet abriu e alargou horizontes nunca antes imaginados e impossíveis de
alcançar com outros meios de comunicação. Segundo Teresa Almeida d’Eça (1998, p.
29), a Internet “permite desenvolver a capacidade de resolução de problemas (…),
aspecto fundamental para a adaptação ao mundo em permanente mudança que é o
nosso e que será o do futuro. Ela permite encaminhar os alunos para a lifelong learning, a
educação/formação contínua, cada vez mais necessária no mundo de hoje e, certamente,
no de amanhã, pois nem um nem outro se compadecem com estagnações.”
O desenvolvimento da Internet trouxe grandes transformações ao sistema de
ensino português. A utilização das novas tecnologias da informação passou a ser uma
orientação das várias políticas governamentais a partir da década de oitenta, apostando
na formação de recursos humanos e da instalação de equipamentos informáticos nas
escolas.
O ano de 1985 acaba por ser o marco desta nova fase do ensino em Portugal, já
que surge, pela primeira vez, um projecto para a introdução e investigação das
tecnologias da informação e da comunicação nos ensinos básico e secundário - o
Projecto Minerva.
Em 1996 é lançado o Programa Nónio Século XXI para dar continuidade ao
projecto Minerva, intervindo na formação de professores, na criação de software
educativo e na criação de Centros de Competência no domínio da acreditação de
projectos em áreas pedagógicas e tecnológicas e na difusão de experiências a nível
internacional. Segue-se, em 2002, o Programa Internet na Escola, que tinha como
principal objectivo instalar equipamentos informáticos e ligações à Internet nas escolas.
Em 2006 surge o CBTIC, que se enquadra na iniciativa “Ligar Portugal” que, na
sequência da Estratégia de Lisboa visa fazer da sociedade da informação e do
conhecimento uma alavanca para a coesão social e a modernização económica e
33
tecnológica do País. A apresentação e descrição destes programas será efectuada mais
detalhadamente no capítulo 4.
Estes projectos têm tido um papel essencial no aumento da utilização das novas
tecnologias no ensino. É evidente a evolução, quer em termos de computadores quer em
relação à Internet. De acordo com os dados de um inquérito feito, em 1997, às escolas do
1º, 2º e 3º ciclos do ensino básico, 76% das escolas não tinham computadores, sendo
que no 1º Ciclo do Ensino Básico a percentagem era de 90% (Fazendeiro, 1998, p.30).
Já em 2000, de acordo com dados do Departamento de Avaliação Prospectiva e
Planeamento, 90,2% das escolas tinham computador e no 1º Ciclo do ensino básico esse
valor já atingia os 35,6%. Relativamente à ligação à Internet, verificava-se que 89,2% das
escolas já estavam ligadas, sendo de 10,6% no 1º Ciclo do ensino Básico.
De acordo com o Estudo do Ministério da Educação “A Sociedade da Informação
em Portugal 2006”, o número de computadores e de computadores com ligação à
Internet, utilizados no ensino português, aumentou significativamente em três anos
lectivos, entre 2001 e 2006. Como se verifica na Figura 2, os 79 407 computadores no
ano lectivo de 2001/2002 evoluíram para 125 756 em 2005/06. Quanto à ligação à
Internet verificou-se ainda um crescimento mais acentuado, contando-se mais do dobro
das ligações à Internet entre os referidos anos lectivos: de 40 573 passou-se para 94 644
computadores com ligação à Internet.
Concretizando a análise no que diz respeito ao ensino no 1º ciclo do ensino básico,
verifica-se uma situação semelhante quer na evolução do número de computadores quer
nas ligações à Internet: de 15 906 computadores em 2001/02, dos quais 8 132 têm
ligação à rede passa-se para 26 166 em 205/06, com 15 744 com ligação à Internet.
34
Computadores Computadores com ligação à Internet
01/02 04/05 05/06 01/02 04/05 05/06
Total 79 407 113 921 125 756 40 573 82 780 94644
Público 63 084 90 389 100 273 30 911 63 694 73 251
1.º Ciclo do Ensino Básico 15 906 18 175 26 166 8 132 10 828 15 744
2.º Ciclo do Ensino Básico 11 267 18 759 19 244 5 710 13 812 15 085
3.º Ciclo do Ensino Básico 17 713 27 918 30 507 8 633 20 436 23 598
Secundário 18 198 25 537 24 356 8 436 18 618 18 824
Privado 16 323 23 532 25 483 9 662 19 086 21 393
1.º Ciclo 3 015 4 692 5 104 1 206 3 066 3 533
2.º Ciclo 1 745 2 735 2 983 944 2 165 2 471
3.º Ciclo 2 502 4 349 4 999 1 380 3 487 4 182
Secundário 9 061 11 756 12 397 6 132 10 368 11 207
Fonte: GIASE/ME
Figura 2- Número de computadores e de computadores com ligação à Internet, por natureza do
estabelecimento e por nível de ensino (01/02, 04/05, 05/06)
Apesar desta significativa evolução, quando se calcula o número de alunos por
computador e por computador com ligação à Internet (ver Figura 3), verifica-se ainda uma
situação de desequilíbrio entre o número de alunos e o número de equipamentos
disponíveis: contabiliza-se 17.3 alunos por computador em 2001/02, 11.7 em 2004/05 e
10.5 em 2005/06. Mas esta decomposição de aluno por computador, quando centrada na
questão da ligação à Internet, comprova, de uma forma ainda mais evidenciada, a
evolução das ligações à Internet atrás referida: se em 2001/02 havia um computador
ligado à Internet para 33,8 alunos, em 2005/06 esse número diminui para 14,0.
É interessante observar que o ensino privado, devido às suas especificidades,
apresenta uma situação de maior equilíbrio entre o número de alunos e o número de
35
computadores, apresentando em 2005/06 um cenário de 6,8 alunos por computador
(contra os 11.5 alunos no ensino público) e de 8.1 alunos por computador com ligação à
Internet (contra os 15.7 alunos no ensino público).
Se se analisar os diferentes níveis de ensino, constata-se que há uma maior aposta
das novas tecnologias no ensino secundário, quer no ensino público (8.6 alunos por
computador; 11.1 alunos por computador com ligação à Internet) quer no ensino privado
(4.4 alunos por computador; 4.8 alunos por computador com ligação à Internet).
É no 1.º Ciclo do Ensino Básico que se verifica uma maior discrepância entre o
número de alunos e número de equipamentos: 16 alunos por computador; 26.6 alunos
por computador com ligação à Internet).
Alunos/Computadores Alunos/Computadores com ligação à Internet
01/02 04/05 05/06 01/02 04/05 05/06
Total 17.3 11.7 10.5 33.8 16.1 14.0
Público 19.1 12.8 11.5 38.9 18.2 15.7
1.º Ciclo do Ensino Básico 26.7 22.9 16.0 52.3 38.4 26.6
2.º Ciclo do Ensino Básico 19.6 11.5 10.9 38.6 15.6 14.0
3.º Ciclo do Ensino Básico 17.6 10.7 10.3 36.1 14.6 13.3
Secundário 13.4 8.9 8.6 29.0 12.2 11.1
Privado 10.4 7.3 6.8 17.6 9.0 8.1
1.º Ciclo 15.9 9.8 9.3 39.7 15.1 13.5
2.º Ciclo 16.1 10.3 9.5 29.8 13.0 11.5
3.º Ciclo 15.6 9.6 8.8 28.2 12.0 10.5
Secundário 6.1 4.8 4.4 9.0 5.4 4.8
Fonte: GIASE/ME
Figura 3 - Número de alunos por computador e por computador com ligação à Internet, natureza
do estabelecimento e por nível de ensino (01/02, 04/05, 05/06)
36
No ano lectivo 2006/2007 o número de ligações de escolas à Internet, através de
Banda Larga ascendia às 7219 ligações. Por forma a percebermos melhor o impacto e o
crescimento destes números salienta-se o facto de que, no ano lectivo de 2004/2005, o
número de ligações rondava as 600.
Número de escolas
Número de ligações de escolas à Internet
RDIS Banda Larga
1997/1998 10466 1623 -
1998/1999 10270 2113 -
1999/2000 10174 2352 -
2000/2001 9937 8845 -
2001/2002 9865 10592 -
2002/2003 9497 10902 -
2003/2004 9212 10902 -
2004/2005 8733 9043 618
2005/2006 8584 3468 8618
2006/2007 7068 - 7219
Fonte: GIASE/ME e FCCN.
Figura 4 - Escolas ligadas à Internet pela Rede Ciência, Tecnologia e Sociedade (RCTS)
(1997/1998-06/07), Escolas Públicas do Ensino Básico e Secundário (1º ao 12º ano)
Nota: o nº de ligações é o de Janeiro do correspondente ano lectivo, com excepção de 2006/07
em que é de Outubro de 2006
37
2.2.4 A Nova Web
Numa altura em que a Internet faz já parte do dia-a-dia de grande parte da
sociedade e quando se assiste a uma evolução (quase que à velocidade da luz) destas
novas tecnologias, começa-se a falar de uma nova Internet, mais interactiva e que
permite uma maior participação por parte dos seus utilizadores: a chamada Web 2. O
termo foi inicialmente utilizado em 2004, pela O’Reily Media e pela Medialive
International, como nome de uma série de conferências sobre o tema, popularizando-se
rapidamente a partir de então.
“Web 2.0 is a set of social, economic, and technology trends that collectively form the
basis for the next generation of the Internet - a more mature, distinct medium
characterized by user participation, openness, and network effects.” (John Musser e
Tim O’Reilly, 2007)
Christian Van Der Henst S. define a Web 2.0 como “la transición que se ha dado de
aplicaciones tradicionales hacia aplicaciones que funcionan a través del web enfocadas al
usuário final. Se trata de aplicaciones que generen colaboración y de servicios que
reemplacen las aplicaciones de escritório”1
De modo a compreendermos melhor esta nova Internet, baseemo-nos em algumas
regras, sugeridas por O´Reilly (2007) que ajudam a definir sucintamente a Web 2.0:
“Harnessing Collective Intelligence
Create an architecture of participation that uses network effects and algorithms to
produce software that gets better the more people use it.
Data Is the Next “Intel Inside”
Use unique, hard-to-recreate data sources to become the “Intel Inside” for this era in
which data has become as important as function.
Innovation in Assembly
Build platforms to foster innovation in assembly, where remixing of data and
services creates new opportunities and markets. 1 http://www.maestrosdelweb.com
38
Rich User Experiences
Go beyond traditional web-page metaphors to deliver rich user experiences
combining the best of desktop and online software.
Software Above the Level of a Single Device
Create software that spans Internet-connected devices and builds on the growing
pervasiveness of online experience.
Perpetual Beta
Move away from old models of software development and adoption in favor of
online, continuously updated, software as a service (SaaS) models.
Leveraging the Long Tail
Capture niche markets profitably through the low-cost economics and broad reach
enabled by the Internet.
Lightweight Models and Cost-Effective Scalability
Use lightweight business- and software-development models to build products and
businesses quickly and cost-effectively.”
O termo web 2.0 refere-se à mudança para uma Internet como plataforma e um
entendimento das regras para obter sucesso nestas novas plataformas. Estas regras já
foram amplamente discutidas antes do surgimento do termo, sob outros nomes como
infoware, the Internet operating system e the open source paradigm shift e são produto de
um consenso entre empresas de grande sucesso e estudiosos da Web e da consolidação
do que realmente traz resultado na Internet.
Com a Web 2.0 criaram-se novas tecnologias que facilitam o recurso por parte do
utilizador com interfaces rápidas e muito fáceis de utilizar. Os softwares são
desenvolvidos de forma a que se tornem melhores, quanto mais forem utilizados. Na Web
2.0 os softwares funcionam pela Internet, por forma a que vários programas se possam
integrar formando uma grande plataforma. Nesta nova Internet, os programas são
abertos, ou seja, uma parte do programa pode ser utilizado por qualquer pessoa para se
fazer outro programa.
39
2.2.4.1 Critica à WEB 2.0
A Web 2.0 representa uma transição para um novo paradigma, onde a colaboração
ganha força suficiente para concorrer com os meios tradicionais de geração de
conteúdos. No entanto, muitas vozes se têm levantado contra esta nova designação de
Internet, referindo-se que se trata apenas de um rótulo para uma Web mais colaborativa
que, tal como se esperava atravessa um processo de evolução natural e
acompanhamento das necessidades dos seus utilizadores.
Muitos especialistas discordam do termo, do conceito e das ideias envolvendo o
termo Web 2.0. Alegam que o conceito é demasiado extenso, subjectivo, abrangente e
vago, não existindo na Web 2.0 nenhuma nova tecnologia, conceitos e/ou ideias. Estes
críticos consideram que não existe uma segunda geração de aplicativos Web, apenas
uma evolução natural, promovida essencialmente pelo aumento do número de
utilizadores.
Até ao momento não existe consenso sobre o que é exactamente a Web 2.0 e as
definições variam de forma a incluir determinadas características/conceitos de acordo
com o entendimento de cada especialista. Para resolver estas questões alguns
especialistas sugerem o uso do termo Webware, relacionando estes aplicativos da
Internet a verdadeiros softwares on-line.
2.3 A Sociedade da Informação
Numa altura em que as novas Tecnologias da Informação e da Comunicação
invadiram grande parte das nossas vidas, tornando-nos quase que dependentes das
suas potencialidades, falar em Sociedade da Informação é talvez o termo que melhor
identifica a sociedade dos nossos dias.
“Nos encontramos cada día más inmersos en una economía basada en la
información y el conocimiento. Un conocimiento que se deriva de la interpretación y la
contextualización de dicha información, a la que accedemos gracias a un uso más
40
fácil e intensivo de las nuevas Tecnologías de la Información y la Comunicación (TIC)
de las que actualmente disponemos..” (Telefonica2, 2006)
Nos últimos anos, o termo “Sociedade da Informação” tem sido amplamente
utilizado. No entanto, a sua origem remonta já aos anos sessenta, quando a sociedade
se apercebeu que caminhava na direcção de um novo modelo de organização, onde o
controle e a optimização dos processos industriais eram substituídos pelo processamento
e utilização da informação como chave económica.
O primeiro passo para o surgimento do termo Sociedade da Informação, e talvez o
mais decisivo, ocorreu com a transformação da informática e das telecomunicações em
protagonistas dos tempos modernos. Com as inúmeras alterações ocorreu a natural
expansão da informática, transportando-a para vários campos de intervenção, para além
das empresas, estabelecimentos de ensino e gabinetes de investigação.
O discurso em volta do termo Sociedade da Informação ganhou maior visibilidade
em Portugal com a criação da iniciativa nacional “Missão para a Sociedade da
Informação”. Foi criado, por Resolução do Conselho de Ministros, em 1996, um
organismo presidido por um representante do Ministério da Ciência e da Tecnologia
(MCT) que teve como uma das principais incumbências elaborar um Livro Verde com
propostas que garantissem a criação de condições ao desenvolvimento da Sociedade da
Informação em Portugal.
Segundo o Ministério da Ciência e da Tecnologia Português, no Livro Verde para a
Sociedade de Informação em Portugal, a expressão Sociedade da Informação refere-se a
um modo de desenvolvimento social e económico em que a aquisição, armazenamento,
processamento, valorização, transmissão, distribuição e disseminação de informação
conducente à criação de conhecimento e à satisfação das necessidades dos cidadãos e
das empresas, desempenham um papel central na actividade económica, na criação de
riqueza, na definição da qualidade de vida dos cidadãos e das suas práticas culturais.
(MSI, 1997, p.9).
A UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento – define Sociedade da
Informação como uma sociedade onde a componente da informação e do conhecimento
desempenha um papel nuclear em todos os tipos de actividade humana em
consequência do desenvolvimento da tecnologia digital, e da Internet em particular,
induzindo novas formas de organização da economia e da sociedade.
2 Telefónica – Empresa Espanhola de Telecomunicações, com presença em vários países do mundo
41
A telefónica define Sociedade de informação como:
“un estadio de desarrollo social caracterizado por la capacidad de sus
miembros (ciudadanos, empresas y administraciones públicas) para obtener y
compartir cualquier información, instantaneamente, desde cualquer lugar y en la
forma que se prefiera. Se trata de un nuevo tipo de sociedad donde la creación,
modificación y distribución de la información forma parte esencial de su actividad
económica y social. Se considera específico de esta sociedad el uso de las
tecnologías de la información aplicadas a la economía y al proceso productivo”.
Bell (cit. por Lyon, 1988, p. 3), defende que a sociedade da informação está a
desenvolver-se no contexto do pós-industrialismo, e prevê o desenvolvimento de um
novo quadro de referência social baseado nas telecomunicações, que poderão ser
decisivas no que diz respeito ao modo como as mudanças económicas e sociais são
conduzidas, à forma como o conhecimento é criado e obtido, e ao carácter do trabalho e
das ocupações a que os homens se dedicam.
Para melhor compreensão do aparecimento e desenvolvimento desta sociedade
são referenciadas, na figura 5, as etapas que antecedem a mesma, a sociedade industrial
e a sociedade pós-industrial.
Fonte: (Adaptado de Telefónica, 2000)
Figura 5 - Evolução da sociedade moderna
42
Através da figura 5, podemos perceber que a etapa que se segue é a do profundo
conhecimento e benefício da Sociedade da Informação, cedendo-nos um acesso ilimitado
de recursos de informação.
O termo Sociedade da Informação deriva da resposta da União Europeia aos EUA
que, através do programa HPCC3 em 1991/1992, definiu o início do processo desta
sociedade. Nos Estados Unidos o programa estava inicialmente voltado para o avanço
das tecnologias de redes e computação e com um propósito exclusivamente académico,
expandindo-se a partir de 1993/1994 através da iniciativa elaborada pelo presidente
Clinton, designada por NII4 e posteriormente designada por GII5, lançando assim a infra-
estrutura global de informação segundo refere o Ministério da Ciência e da Tecnologia
(MCTB, 2000, p.107).
Seguindo a base dos EUA, a Comissão Europeia, em 1993, criou a indicação para
o início da Sociedade da Informação. Posteriormente, em 1994, através do Bangman’s
Report desenvolveu-se o Relatório da Sociedade da Informação Global. Só no final do
ano de 1994 se desenvolveu o plano de acção para caminhar para a Sociedade da
Informação, baseando-se a iniciativa na estruturação de mega programas de acções
políticas de várias naturezas, tal como a privatização de telecomunicações, cabendo
nestas políticas componentes de investigação e desenvolvimento e infra-estruturas de
redes.
De acordo com a Telefónica, existem quatro elementos principais na configuração
da Sociedade da Informação, conforme se pode verificar na figura que se segue:
3 High Performance and Computing and Comunications – Alta Performance de Computadores e Comunicação 4 National Information Infrastructure – Infra-estrutura Global de Informação 5 Global Information Infrastructure – Infra-estrutura Global de Informação
43
Fonte: Telefónica, 2000
Figura 6 - Modelo da Sociedade da Informação
A figura 6 apresenta o modelo da Sociedade da Informação. Considera-se, no
entanto que este modelo não é exacto, nem contém todos os elementos que a compõem.
Trata-se apenas de um esquema simplificado da realidade, que constitui uma ferramenta
de grande utilidade para melhor compreender o complexo mecanismo a que faz
referência a expressão “Sociedade da Informação”.
O modelo apresentado compõe-se de quatro factores fundamentais e diferenciados:
Utilizadores – pessoas ou organizações que têm acesso aos conteúdos por meio
de infra-estruturas;
Infra-estrutura – meios técnicos que permitem aos utilizadores ter acesso de
maneira remota aos conteúdos;
Conteúdo – informação, produtos ou serviços aos quais os utilizadores podem
ter acesso sem a necessidade de se deslocar a um lugar determinado;
Meio – factores ou agentes diversos que podem influenciar em qualquer
fenómeno que aconteça na sociedade e, portanto, podem afectar a orientação e
o ritmo de desenvolvimento da Sociedade da Informação.
44
O Relatório do Conselho Nacional de Educação salienta que a Sociedade da
Informação exige o desenvolvimento das seguintes aptidões: (cit. por Silva e Pestana)
Uma cultura do saber científico e tecnológico;
Um espírito empreendedor e uma capacidade de inovação;
A capacidade de auto-aprendizagem ao longo da vida, criando estímulos para a
melhoria da produtividade individual e de grupo/equipa;
A capacidade estratégica e de visão sobre novas oportunidades de negócios ou
novas actividades;
A capacidade de liderança, de organização por processos e de gestão por
projectos;
A inovação.
A Sociedade da Informação corresponde, por conseguinte, a uma sociedade cujo
funcionamento recorre crescentemente a redes digitais de informação. Caracterizada por
uma sociedade de mercado, a mesma assume um papel importante no desenvolvimento
e transformação das empresas e das instituições. Trata-se de um novo tipo de sociedade
com oportunidades para explorar novas áreas de negócios através do uso avançado de
tecnologias de informação e comunicação em qualquer país.
A expansão da Sociedade da Informação originou mutações a vários níveis. Na
Economia, a posse da informação, bem como a operacionalização do conhecimento com
vista à inovação sobrepuseram-se face ao capital e às matérias-primas. De igual modo,
ao nível social e político, esta expansão provocará o crescimento da interculturalidade.
A Sociedade da Informação utiliza como principal recurso as Tecnologias de
Informação e da Comunicação. As designadas novas tecnologias, instaladas na
sociedade e no trabalho levaram a inúmeras transformações, quer ao nível social, quer
ao nível individual ao influenciarem consideravelmente a vida humana, o tempo e o
espaço. De acordo com Gouveia & Gaio (cit. por Gouveia, 2004), a Sociedade da
Informação tem como características:
Utilização da Informação como recurso estratégico;
Utilização Intensiva das Tecnologias da Informação e Comunicação;
45
Baseada na interacção entre indivíduos e instituições ser predominantemente
digital;
Recorrer a formas diversas de «fazer as (mesmas e novas) coisas» baseadas no
digital.
Em suma, esta sociedade refere-se a um modo de desenvolvimento social e
potencial económico, que conduz à criação do conhecimento e à satisfação das
necessidades humanas através da aquisição, armazenamento, valorização, transmissão
e distribuição de informação, com vista à criação de uma nova forma de organização
económica e social.
Apresenta-se, na figura 7, um pequeno esquema sobre o desenvolvimento da SI.
Fonte: Adaptado de MCTB, 2000
Figura 7 - Desenvolvimento da Sociedade da Informação
Para a UMIC6, “o desenvolvimento da Sociedade da Informação está
intrinsecamente ligado aos principais desafios da sociedade portuguesa e tem os
seguintes objectivos principais:
Promover uma cidadania moderna, em que as Tecnologias da Informação e da
Comunicação (TIC) são um instrumento normal de acesso à informação, à
educação, ao trabalho cooperativo e à discussão pública;
6 www.umic.pt
46
Garantir a competitividade do mercado nacional de telecomunicações, ao nível
das melhores práticas europeias;
Assegurar a eficiência, simplicidade e transparência da Administração Pública
em todos os seus actos;
Promover a utilização crescente das TIC pelo tecido empresarial, indispensável
à competitividade internacional;
Estimular o desenvolvimento científico e tecnológico, promovendo a I&D em
colaboração internacional.”
A informação está no centro desta nova sociedade pelo que é fulcral que todos lhe
possam aceder. É igualmente necessário que a sociedade saiba utilizar essa informação
em seu proveito próprio e que a aceite como parte integrante do seu quotidiano. No
entanto, para que a Sociedade da Informação seja uma realidade acessível a todos é
necessário que sejam criadas condições que facilitem esse mesmo acesso. Apresentar
iniciativas e objectivos a alcançar é apenas o primeiro passo para um sem número de
actividades que educadores, encarregados de educação e governo necessitam colocar
em prática.
“A Sociedade da Informação tem de ser uma Sociedade para todos. Na definição das
medidas de política para a construção da Sociedade da Informação devem-se
estabelecer condições para que todos os cidadãos tenham oportunidade de nela
participar e desse modo beneficiar das vantagens que este novo estádio de
desenvolvimento tem para oferecer. Para isso, é indispensável que todos possam
obter as qualificações necessárias ao estabelecimento de uma relação natural e
convivial com as tecnologias da informação e que seja possível o acesso em locais
públicos sem barreiras de natureza económica que contribuam para acentuar a
estratificação social existente.” (MSI, 1997, p. 16)
O acesso à informação e ao conhecimento é essencial para o desenvolvimento de
um país. É por isso imprescindível que os computadores e as redes electrónicas estejam
em todos os locais: escolas, bibliotecas, serviços públicos.
“Mobilizar a sociedade de informação passa por melhor articular e definir o papel do
Estado e do poder local … é, portanto, necessário perceber o papel do Estado e das
administrações locais para além da implementação de infra-estruturas tecnológicas
na administração pública, central e local, como motor da construção da sociedade da
informação e mobilizar uma base social de apoio estendida a todos os cidadãos,
47
escolas públicas e privadas, empresas e associações.” (Heitor, Freitas, Moura &
Gago, 2005, p. 1)
As Instituições de Ensino Superior devem contribuir como entidades dinamizadoras
das redes digitais quer usando-as como meio de transmissão de conhecimento científico
e cultural, quer prestando apoio aos professores e escolas criando, deste modo, o
aparecimento de novos suportes electrónicos.
A escola e os professores confrontam-se com novas tarefas como a aquisição,
actualização e utilização dos conhecimentos, acedendo a múltiplos dados e factos. Esta
nova educação tem como objectivo fornecer, a todos, meios para melhorar a
aprendizagem.
A Comissão Europeia, através da iniciativa i2010 – Uma Sociedade da Informação
Europeia para 2010, define como principais prioridades:
“Realização de um espaço europeu único da informação que promova um
mercado interno aberto e competitivo para a Sociedade da Informação e os
meios de comunicação social;
Reforço da inovação e do investimento na investigação sobre as TIC;
Sociedade da Informação Europeia baseada na inclusão e que conceda a
prioridade à melhoria dos serviços públicos e da qualidade de vida.”7
Para que as prioridades apresentadas alcancem o seu objectivo é indispensável
estimular a participação activa de todos, principalmente daqueles que detêm
responsabilidades na área da educação. Para Marques (1998, p. 89), os desafios
associados à revolução que a Sociedade da Informação provocará nos planos educativo,
social e cultural podem ser definidos em três linhas principais:
“A Sociedade de Informação, se construída tendo como prioridade a dimensão
humana, não pode gerar novas exclusões sociais ou acentuar as já existentes. A
Escola pode e dever ser o principal espaço de afirmação deste paradigma.
A Sociedade de Informação não deve permitir a criação, ou o reforço de
predominâncias culturais, ideológicas ou económicas de alguns protagonistas,
7 www.europa.eu
48
dependendo ao inverso a diversidade e a interdependência entre as
comunidades.
Os primeiros passos da Sociedade de Informação ainda em fase de afirmação,
devem acentuar o carácter democrático e solidário da sua essência, sendo útil
que os projectos mais relevantes se afirmem de utilidade evidente e universal,
bem como de fácil acesso.”
Com o início da Sociedade da Informação surge a necessidade de melhorar a
qualidade de ensino. É urgente responder às necessidades de formação dos cidadãos,
principalmente das crianças, para que estas se consigam integrar facilmente numa
sociedade cada vez mais exigente e competitiva.
2.3.1 A Ameaça da Info-exclusão
"A nossa sociedade e os nossos sistemas escolares
estão numa encruzilhada. Há dois caminhos: o da
inclusão e o da exclusão"
Susan Stainback e William StainbacK (1999)
Pese embora as vantagens inerentes à Sociedade da Informação e à consequente
introdução das Tecnologias da Informação e da Comunicação e da Internet no dia-a-dia
da sociedade, este conceito comporta algum tumulto que é necessário ter em
consideração. A ideia de que o acesso à informação permitirá esbater desigualdades,
nomeadamente sociais é muito optimista quando se tem em conta as diferenças entre o
rácio de computadores existentes em países desenvolvidos e em países onde estas
novas tecnologias ainda não se encontram inseridas.
“A Sociedade de Informação encerra em si uma potencial contradição: valoriza o
factor humano no processo produtivo, ao transformar o conhecimento e a informação
em capital, mas simultaneamente desqualifica os novos «analfabetos» das
tecnologias de informação, podendo dar origem a uma nova classe de excluídos.”
(Lima, 2004, p. 17)
49
A ameaça da info-exclusão é, certamente, um dos maiores problemas provocados
pelo emergir da Sociedade da Informação. Nos dias de hoje e, cada vez mais, a falta de
conhecimentos no que diz respeito às Tecnologias de Informação e Comunicação
corresponde ao analfabetismo e, embora as TIC e a Internet tenham chegado a grande
parte da sociedade, existe ainda um número considerável de pessoas que não têm
acesso a essas tecnologias.
Para aqueles que não conseguirem acompanhar a evolução da Sociedade da
Informação, manuseando as ferramentas que as Tecnologias da Informação e
Comunicação colocaram ao nosso dispor a desvantagem competitiva, quer ao nível do
emprego quer ao nível da cidadania será enorme.
A divergência entre os que têm e os que não têm acesso à Internet amplia ainda
mais o hiato da desigualdade e da exclusão social, numa complexa interacção que
parece aumentar a distância entre a promessa da Era da Informação e a crua realidade
na qual está imersa ainda grande parte da população mundial (Casttels, 2001).
O mesmo autor refere ainda que a rápida difusão da Internet está a avançar de
maneira desigual por todo o planeta. Em Setembro de 2000, de um total de 378 milhões
de utilizadores da Internet (que representavam 6,2% da população mundial), 42,6%
estavam na América do Norte, 23,8% na Europa, enquanto que na Ásia se encontravam
20,6% do total (Japão incluído), 4% na América Latina, 4,7% na Europa de Leste, 1,6%
no Oriente Médio e em África uns exíguos 0,6% (com a maior parte dos utilizadores na
África do Sul).
E esta ameaça, infelizmente, tem a sua razão de ser. Os níveis de literacia
tecnológica em Portugal são ainda muito baixos, nomeadamente nas classes mais
desfavorecidas o que poderá alargar o fosso já existente entre as diferentes classes: “há
o perigo dos portugueses ficarem divididos em dois novos grupos: um com acesso aos
benefícios da sociedade da informação e do conhecimento e o outro arredado dessa
oportunidade em consequência de não poder utilizar, nem ter os conhecimentos
necessários, ou a abertura cultural, para aceder a estas novas tecnologias.” (MSI, 1997,
p.19)
Esse risco terá de ser combatido activamente através de um conjunto de políticas
de iniciativa pública, ou de associações privadas que partilhem preocupações de
equidade entre os cidadãos. Um aspecto determinante é o do acesso aos instrumentos
da Sociedade da Informação.
50
Castells (2001, p.296) considera que “o facto de o aumento da Internet ter tido lugar
em condições de desigualdade social no acesso em mundo inteiro pode ter
consequências duradouras na estrutura e conteúdo do meio, de um modo que ainda não
podemos compreender totalmente”. O mesmo autor chama a atenção para a
necessidade de compreendermos que a Internet não é apenas uma tecnologia, mas um
“instrumento tecnológico e a forma organizativa que distribui o poder da informação, a
geração de conhecimentos e a capacidade de ligar-se em rede em qualquer âmbito da
actividade humana.” (idem, p. 311)
Marques (1998) refere que a sociedade da informação, se construída tendo como
prioridade a dimensão humana, não pode gerar novas exclusões sociais. Pelo contrário,
deve servir para anular ou minorar as já existentes. Assim, a idade, o sexo ou o nível
sócio-económico não devem ser limites ou obstáculos no acesso e no usufruto da
Sociedade da Informação, pelo que, desde a sua geração, devem estar previstos
mecanismos que contrariem esse perigo real:
“Mas é bom não esquecer que os ventos da exclusão do ciberespaço atingirão
sobretudo os que não têm recursos financeiros para aceder a este mundo, que ainda
é excessivamente caro. A Sociedade de Informação não pode cavar mais o fosso
entre ricos e pobres, entre os que têm meios financeiros para aceder às TIC e os que
não têm, atendendo a que a informação é a riqueza maior do século XXI, dai
resultariam ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres.” (idem, p. 18)
O agravamento da desigualdade tecnológica na era da informação ocorre por
factores históricos, económicos e políticos, mas é sustentado pela exclusão do conjunto
da população no acesso às tecnologias e do seu desenvolvimento. A sociedade não pode
negar o risco de as tecnologias da informação contribuírem para reforçar o poder dos
mais fortes e enfraquecer aqueles que já se encontram numa situação mais debilitada.
Num mundo onde a velocidade da transformação e mudanças tecnológicas
ocorrem de forma fenomenal, os excluídos sociais ficam cada vez mais distantes da
informação e do conhecimento. Países subdesenvolvidos ficam cada vez mais distantes
de países que dominam as tecnologias da informação. Se o combate à exclusão digital
for ignorado, no futuro o mundo poderá estar dividido entre os “ricos em formação” e os
“pobres em informação” (Silva, Palhares & Rosa, 2005, p.6).
Os autores consideram ainda que o ritmo de evolução tecnológica poderá, em certa
medida, agravar as diferenças e a aceleração vertiginosa da sociedade da informação e
51
aumentar todos os dias o potencial de exclusão tornando a sociedade cada vez mais
heterogénea e desigualitária se não forem tomadas medidas compensatórias.”
É importante ter em consideração que a sociedade da informação deve ser antes
de tudo uma sociedade para todos, e os cidadãos com necessidades especiais, que
atingem um número considerável da população (deficientes, idosos, acamados, entre
outros), para além de não poderem ficar excluídos deverão usufruir de todas as
oportunidades que as Tecnologias da Informação e Comunicação oferecem para a sua
integração na sociedade.
2.3.2 O Desafio da Info-inclusão
Proporcionar o acesso das TIC e da Internet à Sociedade é um dever de todos,
principalmente daqueles que têm responsabilidades educativas, sejam eles educadores,
encarregados de educação ou governantes.
Tendo em consideração a temática deste trabalho e, principalmente, o público-alvo
a que o mesmo se refere, esta obrigação é ainda maior na medida em que as crianças
devem ser incentivadas desde cedo a conhecer e trabalhar com estas novas ferramentas,
para que as diferenças entre os que sabem operar com as TIC e a Internet e os que não
sabem sejam diluídas.
2.3.2.1 Info-inclusão nas crianças
A Info-inclusão, também chamada de Inclusão digital, deve ser parte essencial do
processo de escolarização, podendo prosseguir através de instâncias de educação
continuada. Devem ser elaboradas políticas públicas para utilização de recursos visando
integrar as TIC no processo do ensino-aprendizagem.
As crianças que hoje chegam ao Ensino Básico, que cresceram na era
informacional, não pensam do mesmo modo nem sabem o mesmo que as crianças de há
52
vinte anos atrás. As crianças (apesar de ainda não serem todas as crianças) já
aprenderam muitas coisas pela televisão e pelas redes de computadores.
Um meio privilegiado de actuação para promover a info-inclusão é o sistema de
ensino. As escolas do ensino básico e secundário terão de desempenhar um papel
fundamental na eliminação de assimetrias com origem nas diferentes condições de
acesso no lar, consequência do estrato económico familiar. Se os alunos, nestes graus
de ensino estiverem excluídos do acesso aos meios de interacção com a sociedade da
informação no interior dos seus estabelecimentos de ensino, resultará irremediavelmente
uma estratificação entre aqueles que têm acesso no lar e os que não usufruem desse
benefício.
“Cabe à escola promover aprendizagens para combater a info-exclusão ou o
analfabetismo funcional da Informação, que significa, em traços gerais, a não
aquisição das competências básicas a nível das TIC. A escola tem que saber lidar
com a diferença, seja ela qual for, contribuindo para a adequada integração dos
jovens na vida activa.” (Silva & Pestana, 2006, p. 222)
Da mesma forma, a Missão para a Sociedade da Informação (1997, p.44) considera
que “a Escola pode contribuir de um modo fundamental para a garantia do princípio de
democraticidade no acesso às novas Tecnologias de Informação e Comunicação e pode
tirar partido da revolução profunda no mundo da comunicação operada pela digitalização
da informação, pelo aparecimento do multimédia e pela difusão das redes telemáticas.”
Uma política de info-inclusão deve ter como um dos seus objectivos principais
formar pessoas preparadas para a cidadania activa também na Internet, preparando
desse modo os cidadãos para serem actores na rede mundial de computadores,
produtores de conteúdo local e não apenas consumidores de informação produzida por
outras instâncias de conhecimento e poder.
No Livro Verde para a Sociedade da Informação em Portugal, a MSI (1997, p. 19)
apresenta como medidas:
Apetrechar os Estabelecimentos Escolares para a Sociedade da Informação;
Equipar as Bibliotecas e Arquivos Públicos com computadores multimédia;
Promover Programas de Informação ao cidadão;
Apoiar as Associações Culturais, Centros de Juventude e Colectividades de
Cultura e Recreio;
53
Fomentar iniciativas de Autarquias Locais para a Democratização do Acesso à
Sociedade da Informação;
Dar prioridade a programas de Integração na Sociedade da Informação dos
cidadãos com Deficiências.
De acordo com Silva, Palhares e Rosa, “promover a infoinclusão significa também
formar pessoas capazes de usar as Tecnologias de Informação e Comunicação para a
transformação social, económica, política e cultural – o que pode tornar a Internet um
espaço de empoderamento de indivíduos e comunidades – processo que passa
necessariamente pela educação e possibilidade de expressão de cultura e valores
locais.”
Da mesma forma que se defende o acesso universal à educação e à saúde
devemos defender com a mesma veemência o acesso facilitado e, se possível gratuito,
às TIC em espaços públicos devidamente equipados, como sendo as escolas, as
bibliotecas, as associações, entre outros.
É necessário levar a cabo medidas que evitem a divisão da sociedade entre
aqueles que têm acesso à sociedade da informação e aos seus benefícios e os outros
que dela estão arredados. Para alcançar este objectivo é indispensável um conjunto
concertado de políticas do sector público que combatam este fenómeno de exclusão.
“Hoje, que a Internet veio pôr na ordem do dia o desejo de uma Sociedade de
Informação para todos, devemos ocupar-nos do essencial: a liberdade de informar e
de comunicar, a liberdade de pensar e de exprimir livremente as ideias, a liberdade
de aceder à informação, a liberdade de ensinar e de aprender. E também, e
especialmente, a capacidade concreta de aceder ao exercício efectivo dessas
liberdades. Os pobres, os oprimidos, as vítimas, os excluídos por causa das suas
ideias ou crenças, das suas deficiências físicas, todos são parte da sociedade da
informação que apenas se realiza se os incluir a todos.” (Gago, 2005)
A Oficina para a Inclusão Digital (Martins, Afonso, Assumpção & Barcellos, 2001)
refere que as acções de inclusão digital devem:
a) Envolver a comunidade na utilização de equipamentos e programas básicos,
bem como na identificação e criação de aplicativos que atendam às suas
necessidades.
54
b) Trabalhar linguagens diversificadas para segmentos, públicos, níveis de acesso
e níveis de conhecimento diferentes.
c) Ser realizadas imediatamente com os recursos disponíveis, sem aguardar
soluções consideradas ideais.
d) Fortalecer a presença da língua portuguesa na Internet.
e) Estimular o uso de padrões que garantam acesso universal e simplifiquem a
utilização de equipamentos, programas de computador e navegação.
f) Estimular o uso de soluções tecnológicas de baixo custo (equipamentos, redes e
aplicativos).
g) Estimular parcerias e articulações entre governos, empresas privadas,
organizações não governamentais, institutos de pesquisa e universidades para
tornar disponíveis equipamentos à população.
h) Levar em consideração a infra-estrutura de redes existentes.
i) Contar com alternativas de interligação de pontos remotos e de redes esparsas
com as espinhas dorsais da Internet.”
É necessário unir esforços para que todos os cidadãos participem activamente
nesta nova sociedade. Para Silva e Pestana (2006) a sociedade tenderá a ser cada vez
mais competitiva, criando mais riqueza e consequentemente qualidade de vida, tornando-
se numa sociedade mais livre, evitando a exclusão do cidadão, convidando-o a participar.
Mas para que isso seja possível e não se criem maiores dissimetrias sociais, as políticas
educativas desempenham um papel primordial.
Um dos espaços de intervenção prioritário é a Escola, que deve incluir no seu meio
Tecnologias de Informação e Comunicação, nomeadamente a Internet. As escolas de
ensino básico e secundário terão de desempenhar um papel preponderante na
introdução destas ferramentas nos seus estabelecimentos de ensino, de forma a diminuir
ou até mesmo eliminar as assimetrias que possam existir entre os seus alunos. Estas
assimetrias acontecem muitas vezes pelo facto de muitos dos alunos não possuírem
ainda computador com ligação à Internet nas suas casas. Essas lacunas devem ser
colmatadas nas Escolas.
Mas não basta que os alunos sejam capazes de realizar alguns procedimentos
elementares no uso das TIC e da Internet. O desempenho básico neste domínio
55
pressupõe que desenvolvam, de forma flexível e faseada, processos de aprendizagem
transdisciplinar, com um tempo considerável de prática que lhes garanta alguma
autonomia no uso destas novas ferramentas. E para que se alcance este nível, é
necessário o empenho das escolas e dos professores. E isso implica que o uso das TIC
esteja presente em várias áreas curriculares para que seja assegurado um percurso
coerente de formação e a aquisição de um conjunto de competências.
“A educação tem o desafio de preparar o cidadão (…) para uma boa utilização
das novas tecnologias e combater a info-exclusão. O Estado deverá dar o exemplo
positivo nesta matéria, munindo a administração pública de todos os meios para
acompanhar o desenvolvimento da sociedade da informação e à escola caberá
promover a própria sociedade da informação.” (Santos, 2004)
Num esforço de dinamizar o uso da Internet nas Escolas, vários projectos têm sido
desenvolvidos nesse sentido. No início de 2002 foi lançado o programa que viria a ser
conhecido por Internet@EB1 e que promoveu o acompanhamento da utilização educativa
da Internet por todas as escolas do 1.º Ciclo por parte de instituições do ensino superior
envolvidas na formação de professores (Escolas Superiores de Educação e
Universidades), por via de monitores que se deslocaram a todas as escolas.
A info-exclusão fundamental não se mede pelo número de ligações à Internet, mas
sim pelas consequências que tanto a ligação como a falta de ligação comportam, porque
a Internet não é apenas uma tecnologia: é o instrumento tecnológico e a forma
organizativa que distribui o poder da informação, a geração de conhecimentos e a
capacidade de ligar-se em rede em qualquer âmbito da actividade humana. Já em 2001
Castells previa uma difusão rápida do acesso à Internet por grande parte do mundo.
Segundo este autor, grosso dos novos utilizadores virá seguramente dos países em vias
de desenvolvimento, pela simples razão de que é ali que vive mais de 80% da população
mundial (Casttels, 2001).
Em Portugal espera-se que, com a continuação dos Programas do Governo para
facilitar o acesso e a utilização das TIC e da Internet às crianças e jovens, o hiato e as
desigualdades existentes na nossa sociedade se venham a desvanecer.
56
3. NOVAS PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO NA ERA DA INTERNET
A introdução das TIC e da Internet nas escolas é ainda motivo de preocupação e de
dúvidas em alguns países, preocupação essa acentuada com o surgimento dos primeiros
modelos de formação e programas do governo com o intuito de facilitar o acesso e a
utilização destas novas ferramentas em ambientes educativos. Ainda antes da introdução
da Internet nas escolas já muito se especulava sobre o papel que as tecnologias
informáticas poderiam ter nas escolas. Desde essa altura até agora é possível
identificarmos duas perspectivas quanto à mudança que a utilização da Internet nas
Escolas provocará. A primeira é a perspectiva daqueles que consideram que a utilização
da Internet irá produzir mudanças positivas no funcionamento das escolas. A segunda
perspectiva chama a atenção para o facto de a Internet poder aumentar as desigualdades
já existentes em grande parte dos estabelecimentos de ensino.
“A natureza das actuais TIC perspectiva-as como um elemento que contribui
fortemente para condicionar e estruturar a ecologia cognitiva e organizacional das
sociedades, estimulando transformações noutros níveis do sistema sociocultural
(educativo, económico, político, social, religioso, cultural, etc.).” (Silva, s/d, p. 22)
A Educação na Sociedade da Informação caminha para uma aproximação, nunca
antes vista, entre o presencial e o virtual, entre o ensino tradicional e o ensino
colaborativo. Numa altura em que a Internet já faz parte do vocabulário e do dia-a-dia de
grande parte da sociedade, a sua introdução nos estabelecimentos de ensino,
nomeadamente no 1.º Ciclo do Ensino Básico era, em certa medida, previsível.
Ao longo dos últimos anos, muitas questões têm sido colocadas, quer pelos
professores, quer pelos encarregados de educação, quer pela sociedade em geral
relativamente à utilização da Internet na Educação e às alterações que a mesma pode
provocar no processo ensino/aprendizagem. Ajustar o ensino face à Sociedade da
Informação é um dos desafios de professores, educadores, políticos, entre outros. Na
realidade, “pensar a educação na Sociedade da Informação exige considerar um leque
de aspectos relativos às tecnologias de informação e comunicação, a começar pelo papel
que elas desempenham na construção de uma sociedade que tenha a inclusão e a
justiça social como uma das prioridades principais”. (MCTB, 2000, p. 45)
57
Formar o cidadão significa capacitar as pessoas para a tomada de decisões e para
a escolha informada acerca de todos os aspectos na vida em sociedade que as afectam,
o que exige acesso à informação e ao conhecimento. Tendo em consideração a faixa
etária do 1.º Ciclo do Ensino Básico, é necessário ter uma atenção redobrada com estas
temáticas. Segundo Cândido Freitas (1997), “estamos a viver (…) uma época sem
paralelo na história da humanidade, na qual a aceleração parece ser a constante. Temos
de arcar com todas as consequências disso, positivas e negativas, e temos sobretudo de
ser muito lúcidos no que se refere àquelas que dizem respeito à educação.”
Segundo Rangel (1998, p. 81), “nunca a Escola foi tão julgada e criticada. Pede-se-
lhe que acompanhe, seja pioneira e até motor de mudança, mas, simultaneamente,
inquietamo-nos e exigimos-lhe que assegure o que do passado nos parece dar
segurança para o presente.” É necessário encarar o facto de que a Internet veio para
ficar e a sua utilização pelas crianças, quer seja na sala de aula, quer seja em casa é já
uma realidade na maioria dos casos. Os agentes educativos não podem ficar indiferentes
e apáticos face a esta situação. Têm forçosamente de acompanhar esta evolução e tirar
partido dela.
Hoje, escola e professores encontram-se confrontados com novas tarefas: fazer da
Escola um lugar mais atraente para os alunos e fornecer-lhes as chaves para uma
compreensão verdadeira da sociedade de informação. Ela tem de passar a ser encarada
como um lugar de aprendizagem em vez de um espaço onde o professor se limita a
transmitir o saber ao aluno; deve tornar-se num espaço onde são facultados os meios
para construir o conhecimento, atitudes e valores e adquirir competências. A Escola tem
de agir e responder aos desafios da actualidade, recorrendo cada vez mais a estes novos
meios de informação e comunicação como parte integrante das actividades curriculares e
extracurriculares, de modo a irem ao encontro das motivações das crianças e dos jovens,
dos seus desejos e das suas necessidades de informação. Para além disso, a Escola tem
o compromisso de preparar as crianças para o futuro, fomentando nelas o gosto pela
aprendizagem individual e colaborativa, e demonstrando a necessidade e a utilidade de
uma constante actualização.
No entanto, e como bem sabemos, a Internet é ainda uma ferramenta recente,
sendo por isso natural que os professores, mesmo os que já conhecem o seu enorme
potencial para o processo do ensino-aprendizagem, não possuam eles próprios a
preparação e formação necessárias para a poderem integrar nas suas práticas
educativas.
58
Embora se defenda a promoção da autonomia dos alunos na aprendizagem, no
caso específico da Internet não basta que os professores incentivem à sua utilização,
esperando que os alunos procurem a informação que os livros não possuem.
Para além de, na maior parte das vezes, ser necessário que os professores
procedam a uma análise e interpretação prévias do material existente na rede,
especialmente para uso de crianças mais novas, é também importante que os
professores ajudem os alunos a utilizar e a tirar partido das poderosas ferramentas de
pesquisa de informação: preparar uma pesquisa criteriosa, maximizar os resultados
dessa pesquisa, avaliar criticamente a informação obtida (validade, pertinência,
relevância, etc.), saber utilizá-la e mesmo referenciá-la são algumas competências
fundamentais e que todos os alunos deveriam adquirir e aprofundar.
Nesse sentido, segundo Freitas (1997) “A escola não deve ignorar estes meios
porque eles já existem fora dela com todas as potencialidades e com o grande defeito de
poderem ser usadas sem o discreto controlo do professor. A escola não deve ignorar
estes meios (…) porque eles são de facto riquíssimas fontes de informação capazes de
potenciar as capacidades dos alunos para lhes provocar aprendizagens duradouras e
gratificantes.”
Na verdade, face ao conjunto riquíssimo de potencialidades que a Internet nos
oferece seria um erro crasso que a Escola ignorasse esse enorme potencial e não
preparasse as crianças e os jovens para a sua utilização esclarecida, por forma a que os
mesmos possam retirar o máximo proveito desta nova ferramenta, não apenas em
termos imediatos, mas sobretudo como contributo decisivo para a sua integração efectiva
na chamada Sociedade da Informação e do Conhecimento.
O computador, com as suas diversas potencialidades, permite às crianças e aos
jovens realizar as suas apetências quer para a mudança, quer para a inovação. As
crianças de hoje nasceram já numa era electrónica e a sua intuição para esse mundo é
fabulosa, comparativamente com os adultos. Nasceram também numa era em que a
informação e a comunicação tudo dominam:
“Inicialmente um desafio, a utilização das tecnologias de informação depressa
se tornou uma obrigação, fazendo com que os educadores se preocupem em
acompanhar a acelerada evolução tecnológica, a qual é hoje característica inegável
do dia-a-dia da nossa sociedade. Por outro lado, o espaço tecnológico em que os
educadores se movimentam é um espaço no qual os actuais jovens já nasceram e do
qual fazem parte integrante.” (Morais, Miranda, Almeida & Dias, s/d)
59
De acordo com Pollard e Pollard (cit. por Rodrigues, p. 5), as principais
características do ensino tradicional em contraste com as vantagens oferecidas por um
ensino com recurso à tecnologia são as seguintes:
Aula convencional Aula tecnólogicamente equipada
Centrada en el profesor Centrada en el alumno
Profesor especialista en el contenido Profesor como especialista en aprendizaje
Alumnos pasivos Alumnos activos
Profesor proporciona conocimento Profesor facilita y organiza el conocimiento
Alumnos com acceso limitado a libros y otros
materiales impresos
Alumnos com acceso a una gran cantidad de
información
Aislamiento en el aula Entorno de aprendizaje sin limites ni fronteras
Alumno como receptor de información Alumno como usuário de información y
solucinador de problemas
Énfasis em el rendimiento individual Énfasis en actividades de colaboración y en
proyetos
Profesores atienden a cuestiones
administrativas gran parte del tiempo
La tecnologia de los ordenadores liberando a
los profesores de las tareas administrativas
El acceso a las nuevas tecnologias se
restringe a las clases de informática y alguna
que outra actividade extra clase
La incorporatión de las nuevas tecnologías en
el aula permitirá la igualdad de oportunidades
entre hombres y mujeres y ayudará a romper
algunos estereótipos
Priman algunos estereótipos que inducen a la
vinculación del hombre a la tecnologia, y
etiqueta a la mujer como una inepta para la
informática
La integración de las nuevas tecnologías en
la educación impulsa la igualdad, a medida
que obliga a los alumnos, sin distinción de
género, a aprender a manejarlas
Tabela 1 - Diferenças entre as aulas tradicionais e aulas tecnologicamente equipadas
O trabalho colaborativo entre as crianças e a Internet fomenta a cooperação e
contribui para um melhor entendimento e compreensão universal. Por outro lado, ao
permitir aprender de uma forma natural, não tradicional, acaba por realçar a parte
60
agradável, enquanto o útil vai ser assimilado de uma forma mais despercebida mas, no
entanto, pedagogicamente correcta.
São inúmeras as vantagens que a utilização da Internet pode proporcionar aos
alunos. “Os intercâmbios electrónicos são, de facto, um meio privilegiado de estabelecer
elos de ligação com outras comunidades educativas; de alargar visões e perspectivas do
Mundo; de estimular a colaboração entre os diversos intervenientes; de ajudar a
converter a informação em conhecimento; de pôr alunos a falar uns com os outros, logo,
a conhecerem-se.” (Eça, 2000).
O computador pode favorecer a realização prática de algumas actividades,
expandindo as tradicionais possibilidades de execução. É importante reafirmar que um
resultado favorável à educação das crianças certamente dependerá dos programas que
se escolherem para trabalhar com elas, da interacção com os professores, com os
colegas, com os pais, entre outros. É nesse sentido que Morais et al. (s/d, p. 333)
consideram que “a criação de perspectivas de utilização da Web no contexto educativo
continua a ser um desafio para muitos educadores, independentemente do nível de
ensino em que exercem a sua actividade. Tal desafio justifica-se não só por se acreditar
que a escola deve acompanhar a evolução da sociedade, mas também por se entender
que deve ser ela própria um laboratório de consolidação de saberes e de experimentação
de novidades”.
O uso apropriado da Web em educação deve observar aspectos pedagógicos,
tecnológicos, organizacionais e institucionais, entre outros. É necessário estimular e
incentivar que cada escola, cada professor e cada criança possam ser efectivamente
produtores de conhecimento, em vez de simples consumidores de informação. A Escola
deve funcionar como um pólo de redes e relações, um espaço activo de produção de
cultura e conhecimento. De acordo com Maria Manuela Novais Santos (1997), a Escola
não poderá deixar de proporcionar aos alunos estas novas tecnologias como ferramentas
de aprendizagem que, se a tornam mais eficaz, tornam-na também, certamente, muito
mais aliciante.
É incontestável que os alunos aprendem melhor fazendo, interagindo com materiais
verdadeiros e concretos, o que faz com que a Internet possua um potencial enorme no
processo do ensino-aprendizagem. De acordo com Teresa Almeida d’Eça (1998), a
integração da Internet na sala de aula possibilita atingir inúmeros objectivos, entre os
quais:
61
Gerar e desenvolver a comunicação à escala global, aspecto central que
permitirá alargar os horizontes do processo de ensino-aprendizagem em geral, e
dos alunos em particular;
Aproximar a escola do mundo real, quebrando o isolamento das quatro paredes
da sala de aula;
Aumentar o volume de informação disponível e a sua actualidade;
Centrar a aprendizagem essencialmente no aluno, afinal o alvo principal de todo
o processo;
Responsabilizar cada vez mais o aluno pela sua própria aprendizagem tornando-
o mais autónomo e independente, permitindo-lhe inclusive determinar os
conhecimentos que pretende adquirir;
Desenvolver capacidades de interacção social, de aprendizagem colaborativa e
cooperativa;
Desenvolver o sentido de responsabilidade pelo trabalho de equipa;
Aumentar a motivação e o sentido de realização dos alunos;
Começar a preparar os alunos do ensino primário para o novo milénio, levando-
os a compreender e a pensar sobre ideias e conceitos, a aplicar o que
aprendem, a saber pôr questões e a resolver problemas.
As expectativas em relação à efectiva utilização da Internet, no enriquecimento de
ambientes de aprendizagem, diferem muito de pessoa para pessoa. No entanto, é já
comummente aceite a importância das tecnologias da informação, em particular, da
Internet, como veículo de comunicação, de aprendizagem e de inovação, tendo em conta
que:
“las nuevas generaciones saben más de estos artilugos que el profesor médio
y esto genera una paradoja en las aulas. Por outra parte, estas “aulas” ya no pueden
quedar reducidas a las cuatro paredes tradicionales, el concepto de aula debe ser
redefinido y trespasar las limitaciones de dichas cuatro paredes” (Ali, I. & Ganuza, J.
L., 1997, p. 207).
O papel do educador na era da Internet deve consistir, e já consiste em muitos
casos, em indicar caminhos tirando até algum partido da experiência dos alunos para que
os objectivos a atingir sejam consistentes e fundamentados.
62
3.1 O Papel do Professor
“O Papel do Professor é criar as condições para a invenção,
em lugar de fornecer conhecimentos já consolidados”
(Papert, 1997, p. 75)
A realidade das escolas portuguesas mostra-nos ainda que o processo de
integração das TIC e da Internet é lento e distinto de estabelecimento de ensino para
estabelecimento de ensino.
A importância do papel do professor nunca foi tão importante como nos dias de
hoje. Os professores têm um papel preponderante na formação de atitudes, positivas e
negativas, face ao processo de ensino - aprendizagem. Devem despertar a curiosidade,
desenvolver a autonomia, estimular o rigor intelectual e criar as condições necessárias
para o sucesso da educação formal e da educação permanente. De uma maneira geral,
os professores têm alguma desconfiança das novidades que lhes possam parecer uma
ameaça, ameaça essa ao nível da sua autoridade, segurança ou até mesmo à sua
profissão. Como refere Manuela Novais (1997, p. 21) “embora as crianças os dominem,
em muitos casos melhor que os professores, estes não devem recear os novos media.
Deverão antes preparar-se para os utilizar, aceitando como incontestável que a
interactividade e o multimédia obrigam a uma nova pedagogia, em que a criança está no
centro da aprendizagem”.
Já Baptista (1997, p.38) considera que “nenhum professor poderá competir com as
tecnologias de informação e comunicação em termos quantitativos e pouquíssimos o
poderão fazer em termos qualitativos, se entendermos por qualidade o rigor aprofundado
de saberes especializados, com a possibilidade permanente e imediata de integração e
sistematicamente actualizados”.
Os professores deverão ter um mínimo de conhecimento destas novas tecnologias,
reconhecendo as suas implicações pedagógicas, sabendo procurar e orientar a procura
da informação desejada em cada tipo de situação, entre outros. Por outro lado, devem
encarar as tecnologias da informação e da comunicação e a Internet como facilitadores
de uma aprendizagem construtiva.
63
“… los ordenadores solo son herramientas que nos pueden ayudar en nuestro
trabajo y liberarnos en parte de la tarea de ser menos transmisores de información y
hacen que podamos dedicarnos más a las labores de tutória o de guia, podemos en
parte ser más educadores. (…) Por otra parte hace que los estudiantes se sientan
más implicados en su propria formación y dejan de ser meros receptores pasivos”
(Ali, I. & Ganuza, J. L., 1997, p. 207).
Desde logo, uma das competências necessárias é o domínio de conhecimentos na
área da informática para a sua utilização com os alunos. Mas, os conhecimentos e as
competências nesta área são, no entanto, meramente técnicos e implicam, de igual
modo, uma visão critica em relação às suas potencialidades e uma utilização criteriosa
em função das necessidades dos alunos.
Cândido Freitas (1997, p. 17) refere que “o professor deve pois estar atento ao que
tem à sua disposição para decidir como o usar. Ninguém advogará que se esqueça dele
próprio; pelo contrário, há uma certa unanimidade na conclusão de que a figura do
professor será sempre indispensável no processo educativo”.
Já Lucena e Fuks (2000) chamam a atenção para as transformações no papel do
professor, o qual deve mudar o seu papel actual de provedor de conteúdo para o de
facilitador – de solista para maestro. É necessária alguma familiaridade com o uso de
tecnologia como forma de ligação primária entre professor e aluno, porque a principal
comunicação será através do uso de tecnologia da informação. ”
Os professores devem estar familiarizados com as novas tecnologias da informação
e da comunicação e com a Internet, como forma de ligação com os seus alunos.
Conforme nos referem ainda Lucena & Fuks (2000, p. 72), “(…) eles devem ser
preparados para trabalhar como facilitadores, tutores e até mesmo provocadores de
participação. O professor não tem mais a missão de transmitir conhecimento e, sim, de
orientar o aluno e ajudá-lo na busca do conhecimento. Essas são as novas tarefas do
professor: estipular metas, planejar e estar atento para que os recursos estejam
disponíveis. Comparando com o mundo empresarial, o professor é o líder e não mais o
antigo gerente”.
Com o recurso à Internet é possível ao professor facultar uma maior interacção e
uma maior qualidade de ensino. O professor passa a ser um animador de conteúdos e os
alunos começam a trabalhar activamente uns com os outros.
Perante a aproximação a várias fontes de informação que o acesso à Internet
permite, o professor deixa de ser encarado como um “depósito interminável de saber”; a
64
sua imagem tenderá a assemelhar-se a “uma pessoa falível, que procura aplicar e
expandir o seu saber, tal como os alunos” (Schfield, cit. por Viseu, 2003, p. 40).
As metas do professor têm de se orientar para as seguintes direcções:
“Enseñar a buscar, para poder investigar com discernimiento en una oferta
desbordante;
Enseñar a entender, captando la esencia de los conceptos, relacionando causas
y consecuencias, infiriendo conclusiones de interés e integrando lo aprehendido
en los en los conocimientos de los que anteriormente ya se disponía;
Enseñar a aplicar el sentido crítico para discernir, para matizar, para avanzar, y
aplicar dicho sentido crítico a uno mismo y a su propria actuación personal;
Enseñar a comunicar, a expresar las proprias ideas en un marco abierto al
diálogo y al respeto mutuo.” (Pérez, 2000, p. 37).
Na realidade, os meios de comunicação e informação de que hoje dispomos
provocam uma mudança de atitudes e os intercâmbios culturais adquirem
potencialidades impensáveis até há bem pouco tempo, o que os torna instrumentos de
aprendizagem muito mais diversificados e estimulantes, bem como um meio de contacto
humano extremamente abrangente e universal (Eça, 2000).
Neste sentido, é fulcral que os professores tenham um mínimo de conhecimento
sobre como trabalhar e ensinar com as novas tecnologias e a Internet: “a formação dos
professores apresenta-se ao mesmo tempo como uma condição imperiosa e, dada a
imensidão da tarefa, como o obstáculo mais sério para a utilização das tecnologias na
educação”. (Pouts-Lajus & Riché-Magnier, 1998)
A educação baseada na Internet estimula o pensamento criativo, o pensamento
crítico e a aprendizagem colaborativa, o que faz com que os alunos tenham uma papel
muito mais participativo do que no ensino tradicional. O sucesso de uma educação
baseada na Internet depende muito mais da iniciativa do aluno. Ou seja, depende do grau
de iniciativa e de algum nível de auto aprendizagem. O aluno deve ter a oportunidade de
interagir, reflectir a aplicar o que está a aprender:
“Deve-se enfatizar o «aprender a aprender» no sentido de ser uma actividade
vitalícia, que ocorrerá, na maioria das vezes, fora de uma instituição tradicional de
ensino. É importante gerar ambientes nos quais a aprendizagem seja activamente
encorajada e facilitada. Neste contexto, a Internet pode ser usada para proporcionar
as oportunidades para o desenvolvimento de experiências de aprendizagem
65
cooperativa, desfrutando de um universo de informação digital em constante
expansão.” (Lucena & Fuks, 2000, p. 119)
3.2 Recursos Web para o 1.º Ciclo do Ensino Básico
A exploração de recursos Web facilita aos professores um conjunto de
possibilidades para o enriquecimento das actividades a leccionar. Existem muitas
oportunidades de integrar as crianças na cultura, na arte, nas tecnologias, na ciência e na
educação através da exploração de recursos na Internet. Os recursos Web com jogos
têm sido a actividade mais comum na utilização do computador na escola, fomentando o
interesse das crianças para aprenderem de uma forma mais colaborativa e participativa,
colocando em prática as matérias leccionadas.
Muitos recursos Web para crianças têm simultaneamente secções dirigidas para os
pais e encarregados de educação que vão ao encontro de uma variedade de interesses
específicos e fornecem referências úteis sobre uma variedade de temas.
Em seguida apresentamos uma série de recursos em língua portuguesa disponíveis
na Web para a aprendizagem autónoma dos alunos, alguns deles facilitando também
espaços virtuais de apoio para pais e professores.
66
3.2.1 – Apresentação de Recursos
3.2.1.1 - Mosaico.edu
Figura 8 - Mosaico.edu
Cercifaf (2007). Mosaico.edu [em linha]. Consultado em 26 de Novembro de 2006:
http://www.cercifaf.org.pt/mosaico.edu/
O Mosaico.edu é um espaço informativo polivalente e diversificado num quadro de
apoio ao ensino e aprendizagem no 1.º Ciclo de Ensino Básico. Tem como objectivo
funcionar como um espaço de cariz pedagógico, promotor da utilização das Tecnologias
da Informação e Comunicação em contextos educativos. Contém informação relativa às
diferentes disciplinas leccionadas, desde a Língua Portuguesa, o Estudo do Meio, a
Matemática e as Expressões.
67
3.2.1.2 – Júnior.te.pt
Figura 9 - Junior.te.pt
Tex Edi Net (2001). Júnior. [em linha]. Consultado em 29 de Novembro de 2006:
http://www.junior.te.pt
O espaço Júnior.te.pt, através das três áreas acessíveis a partir da página principal
– Jardim, Rua e Bairro – contém informação que pode ser útil tanto nas tarefas escolares
como nas actividades lúdicas. A Rua dispõe de informação para o 1.º Ciclo do Ensino
Básico sobre Portugal, Ambiente, Concursos, Vamos Fazer, Jogos, Música, Famosos,
Desporto, Sabias que…, Mundo Animal, Notícias e Construir Histórias.
68
3.2.1.3 - Portalis
Figura 10 - Portalis.pt
Portalis [em linha]. Consultado em 20 de Outubro de 2006: http://www.portalis.co.pt/index.htm
Os objectivos das actividades do Portalis, rede formada pelos sites Polis, Artis,
Netis e S.O.S.is são a formação e a informação de crianças e jovens em áreas
consideradas fundamentais para o seu desenvolvimento pessoal e social. Trata-se de um
recurso que tem como preocupação sensibilizar as crianças para a arte, a Internet, a
cidadania e a segurança.
69
3.2.1.4 – Sitio dos Miúdos
Figura 11 - Sitiodosmiudos,pt
Porto Editora (s/d). Sítio dos Miúdos. [em linha]. Consultado em 29 de Novembro de 2006: http:// www.sitiodosmiudos.pt
O Sitio dos Miúdos contribui para fazer do fantástico mundo da Internet um
interessante e divertido espaço de educação e de criatividade. Concebido para crianças
de vários grupos etários: Mini Click (até aos 8 anos), Planeta Click (dos 8 aos 10 anos) e
Super Click (para maiores de 10 anos), este recurso, da responsabilidade da Porto
Editora, apresenta uma grande diversidade de temas e actividades.
70
3.2.1.5 – Zonix
Figura 12 - Zonix
Zonix (s/d). Sala de Estudo Virtual. [em linha] Consultado em 20 de Outubro de 2006:
http://www.zonix.pt.vu/
A página do Zonix apresenta-se muito dinâmica e divertida e, embora não contenha
informação específica para áreas leccionadas no 1.º Ciclo do Ensino Básico, desperta o
utilizador pela imagem e pela música. Trata-se de uma sala de estudo virtual onde a
criança encontra exercícios para praticar relativos a diversas matérias.
71
3.2.1.6 – Escola Virtual – Porto Editora
Figura 13 - Escola Virtual – Porto Editora
Porto Editora (2006). Escola Virtual. [em linha]. Consultado em 26 de Novembro de 2006:
http://www.escolavirtual.pt
A Escola Virtual é um projecto de educação da Porto Editora que introduz um
modelo de aprendizagem inovador, orientado para o sucesso escolar dos estudantes. A
Escola Virtual destina-se a crianças do 1.º, 2.º e 3.º Ciclos e jovens do Ensino
Secundário.
Na secção do 1.º Ciclo, as informações encontram-se distribuídas pelos diferentes
anos de ensino, de modo a facilitar a selecção das actividades a desenvolver. Dentro de
cada ano, o professor pode encontrar informações sobre as diferentes matérias a
leccionar (Língua Portuguesa; Estudo do Meio; Matemática e Sala de actividades).
72
3.2.1.7 – Mundo da Água
Figura 14 - Mundo da Água
Seara (s/d). Mundo da Água. [em linha]. Consultado em 26 de Novembro de 2006:
http://www.mundodaagua.com/
A página do Mundo da Água é uma página da responsabilidade das Águas de São
Cristóvão com uma secção destinada a “miúdos” e outra destinada a “graúdos”. Na
secção das crianças, pode-se obter informações sobre a água, o ambiente, bem como
aceder a curiosidades e a Jogos da Água. Mesmo não se tratando de uma página com
informação específica sobre as matérias leccionadas tem informação que se enquadra
essencialmente com a área do Estudo do Meio.
73
3.2.1.8 – Catraios
Figura 15 - Catraios
Escola Superior de Educação de Bragança (2004). Portal dos Catraios. [em linha]. Consultado em
26 de Novembro de 2006: http://www.catraios.pt/
O Portal dos Catraios é um portal dirigido à Educação de Infância e Ensino Básico.
Na página principal o utilizador pode seleccionar entre a Família dos Castanhos
(informação para os pais); o Bilhó (1.º Ciclo do Ensino Básico); a Casquinha (Jardim de
Infância), o Professor Babuchas (Professores e Educadores) e o Avô Cantinhos (histórias
e Contos).
Este projecto tem como finalidade favorecer a comunicação entre as Escolas do 1.º
Ciclo do Ensino Básico e de Educação de Infância e, destas, com a comunidade em geral
e com as crianças e seus pais ou encarregados de educação em particular,
nomeadamente através de ferramentas colaborativas, conteúdos lúdico-didácticos e
conteúdos de divulgação e promoção.
74
3.2.1.9 – Nónio – Eu sei
Figura 16 - Nónio – Eu Sei
Escola Superior de Educação de Santarém (s/d). Eu Sei. [em linha]. Consultado em 26 de
Novembro de 2006: http://nonio.eses.pt/eusei/
A página Eu Sei foi concebida e realizada pela equipa do Centro de Competências
Nónio Século XXI da Escola Superior de Educação de Santarém. Contém informações e
actividades para alunos do Jardim-de-infância, 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico. Para os
alunos do 1.º Ciclo existem jogos, actividades com aplicação nas áreas do Estudo do
Meio, da Língua Portuguesa, do Inglês, entre outros.
75
3.2.1.10 – Fixe.clix
Figura 17 - Fixe.clix
Novis Telecom (s/d). Fixe.clix. [em linha]. Consultado em 26 de Novembro de 2006:
http://fixe.clix.pt/index.htm
O canal Fixe do Clix disponibiliza às crianças secções de jogos, notícias, histórias,
novidades, agenda, porquês, páginas fixes, etc. Não se tratando de um recurso
trabalhado e organizado de modo a ir ao encontro das matérias leccionadas no 1.º Ciclo
do Ensino Básico faculta actividades lúdicas e de interacção para uma educação mais
colaborativa.
3.2.2 – Critérios de Avaliação dos Recursos Web
A utilização de Recursos Web no ensino, especialmente em crianças do 1.º Ciclo
do Ensino Básico requer uma avaliação prévia dos mesmos. Utilizar recursos bem
76
estruturados, com informação bem apresentada e escrita em bom português são critérios
a ter em consideração aquando da sua utilização em contexto educativo.
Da mesma forma que os educadores devem avaliar a informação que encontram
em livros, revistas e jornais, também a informação recolhida na Internet deve ser avaliada
antes de ser utilizada e dada a conhecer aos alunos. L. Anne Clyde refere que a
informação é criada por pessoas e todas as pessoas têm as suas próprias opiniões,
interesses, potencialidades e níveis de conhecimento. A Informação da Internet reflecte
essa realidade, com o acréscimo de que qualquer pessoa com ligação à Internet se pode
transformar num editor, criando as suas próprias páginas com os seus pontos de vista.
(Clyde, A. s/d)
Para avaliar Recursos Web, o professor ou educador pode e deve observar e
experimentar o recurso, perceber se os futuros utilizadores irão ter dificuldade em
navegar pela página e se a mesma responde às necessidades de aprendizagem das
crianças.
Para além da observação existem ainda outras técnicas que poderão ser utilizadas.
Neste capítulo iremos abordar as heurísticas de Jacob Nielsen (1999).
1. Visibilidade do estado do sistema
O sistema deve informar os utilizadores acerca do que se está a passar, recorrendo
a um feedback apropriado e no tempo certo (o sistema deve informar o utilizador
evidenciando o local onde este se encontra no site).
2. Correspondência entre o sistema e a realidade
O sistema deve corresponder à linguagem do utilizador usando palavras, frases e
conceitos que lhe sejam familiares, mais do que recorrendo a palavras ou termos
orientados unicamente para o sistema. Deve seguir as convenções da realidade fazendo
com que a informação surja com uma ordem natural e lógica (existência de metáforas
que facilitem a compreensão do conteúdo do site, proporcionando uma melhoria da
interface entre humano-máquina).
77
3. Controlo e liberdade por parte do utilizador
Os utilizadores escolhem as funções do sistema por acção/erro e necessitam de
uma “saída de emergência”, claramente evidenciada para deixarem o estado em que
estavam sem terem de seguir um diálogo extenso. O sistema deve suportar o undo e o
redo.
4. Consistência e Standards
Os utilizadores não devem ter de adivinhar quando é que as diferentes palavras,
situações ou acções significam o mesmo. O sistema deve disponibilizar um discurso
coerente e consistente.8 Contextos ou situações similares devem ter tratamento e/ou
apresentação similares.
5. Prevenção de erros
Melhor do que mensagens de erro bem elaboradas, é a atenção com o design que
previne a ocorrência de problemas. Antes de se enviar informação deve ser pedida a
confirmação de envio, ao utilizador, para minimizar os possíveis erros. Devem existir
todos os mecanismos que permitem evitar ou reduzir a ocorrência de erros, assim como
corrigir os erros que porventura ocorram.
6. Reconhecer em vez de memorizar
Deve-se minimizar o recurso à memória do utilizador tornando os objectos, acções
e opções visíveis. O utilizador não se tem de lembrar da informação, de uma parte do
diálogo para a outra. As instruções para a utilização do sistema devem estar visíveis ou
serem facilmente intuitivas para uso apropriado (o sistema deve utilizar ícones que sejam
facilmente reconhecidos pelo utilizador). Colocar os objectos, acções e opções visíveis;
facilitar ao utilizador instruções e ajudas evitando a memorização.
8 Consistência refere-se à homogeneidade e coerência na escolha de opções durante o projecto de interface do portal - denominação, localização, formato, cor, linguagem.
78
7. Flexibilidade e eficiência de utilização
Os aceleradores podem ser invisíveis para o utilizador inexperiente, no entanto são
uma forma de interacção para os utilizadores experientes. Facilitam a navegação aos
utilizadores experientes e permitem-lhes moldar a sua utilização. Diz respeito à
capacidade do portal em se adaptar ao contexto e às necessidades e preferências do
utilizador, tornando a sua utilização mais eficiente.
8. Estética e design minimalista
Os diálogos não devem conter informação que seja irrelevante ou raramente
utilizada. Qualquer unidade extra de informação, num diálogo, confunde as unidades
relevantes de informação e diminui a sua visibilidade. Dentro das características que
podem dificultar ou facilitar a leitura e a compreensão do conteúdo disponível no portal,
destacam-se a legibilidade, a estética e a densidade informacional.
9. Ajudar os utilizadores a Reconhecer, Diagnosticar e Recuperar a informação a partir dos erros.
As mensagens de erro devem estar expressas em linguagem simples (sem
códigos), de forma a identificarem precisamente o problema e a apresentarem uma
solução para o ultrapassar.
10. Ajuda e documentação.
Apesar de o ideal ser a utilização do sistema sem se recorrer à documentação, será
necessário existirem os tópicos “ajuda” e “documentação”. Qualquer tipo de informação
deve ser de fácil pesquisa e focalizada na tarefa do utilizador, listando passos concretos
a serem seguidos, não devendo estes ser muito extensos.
79
3.3 Aspectos Positivos e Negativos da Internet na Educação
Como referimos no início deste capítulo existem duas perspectivas, que não podem
ser descuradas, sobre a introdução das TIC e da Internet na Educação, especialmente
nas Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico. No domínio educativo são, por exemplo
sublinhadas as virtudes de hiper aprendizagem pelas novas possibilidades de acesso à
informação. Para os mais cépticos, o efeito poderá ser justamente o oposto (Viseu, 2003,
p. 38).
A extensa lista de serviços que encontramos actualmente em linha está em
constante crescimento, facultando aos utilizadores, um manancial de informação e de
recursos que, até há bem pouco tempo, eram impensáveis. Como instrumento educativo
e recreativo, a Internet dá aos utilizadores a possibilidade de aprenderem virtualmente
sobre qualquer temática, participar em cursos à distância, jogar, visitar museus, entre
tantas outras possibilidades.
A cultura actual está mergulhada no digital, onde computadores e Internet
desempenham um papel cada vez mais importante nas nossas vidas. A utilização da
tecnologia, em casa e na escola, está a afectar o desenvolvimento social, emocional,
psicológico, intelectual e físico das crianças. A utilização da Internet, principalmente nos
estabelecimentos de ensino do 1.º ciclo do Ensino Básico, tem levantado muitas
questões e preocupações, quer em encarregados de educação, quer em educadores,
quer ainda na Administração Pública Local e Central. Embora, ao longo deste trabalho, já
tenham sido mencionadas algumas das inúmeras vantagens da Internet na Escola, há
ainda quem considere prematuro e perigoso introduzir as novas tecnologias em crianças
do 1.º Ciclo do Ensino Básico.
Neste subcapítulo iremos apresentar os dois cenários existentes. Iniciaremos com a
apresentação de alguns dos aspectos positivos na introdução da Internet na Escola e
terminaremos com a perspectiva daqueles que consideram a Internet perigosa para as
crianças.
80
3.3.1 Aspectos Positivos
A sociedade atribui, já há algum tempo, quer às TIC quer à Internet, potencialidades
extraordinárias para melhorar o ensino, comparativamente com os restantes meios e
materiais escolares ou até mesmo a outras tecnologias utilizadas normalmente nos
estabelecimentos de ensino. No que se refere às Escolas, a tecnologia tem sido
encarada como uma solução para “aumentar a eficiência, ordem e produtividade” do
sistema educativo (Kerr, cit. por Viseu, 2003, p. 38).
A Internet tem suscitado ainda maiores expectativas, essencialmente por permitir
novas formas de comunicação e de acesso à informação, cujo potencial reside em
contribuir para que os futuros cidadãos sejam mais competitivos, na medida em que com
a Internet estão em permanente contacto com fontes de informação, o que lhes permite
manterem-se constantemente actualizados relativamente ao que acontece no resto do
mundo.
As principais vantagens da utilização das TIC e da Internet recaem sobre os alunos.
É difícil escolher a principal vantagem da integração das novas tecnologias na escola.
Das possibilidades que as TIC e a Internet oferecem e que serão apresentadas neste
subcapítulo destacamos, como uma das mais importantes, a motivação e o entusiasmo
pela aprendizagem, na medida em que estas ferramentas oferecem um sem número de
informações num espaço de tempo reduzido, incentivando as crianças a pesquisar e
procurar cada vez mais informação. Trata-se de um espaço interactivo, em constante
mutação, que proporciona experiências e vivências que nenhum outro meio de
comunicação possibilita.
A motivação dos alunos resulta, em grande parte, da integração e aplicação de
conhecimentos a casos concretos da vida, uma vez que, a partir do momento em que se
sai das quatro paredes da sala de aula e entra em contacto com a sociedade ao seu
redor, estabelece-se a ligação entre a aprendizagem e a vida, entre a escola e a
realidade do dia-a-dia.
Um outro cenário frequentemente descrito consiste numa situação pedagógica na
qual, com o recurso à tecnologia, o aluno constitui o centro da acção educativa. Ele
passa a ser o responsável pelas suas aprendizagens, decidindo sobre o caminho que
deve seguir, o ritmo com que deve estudar e o grau de aprofundamento desse estudo.
81
De acordo com Sofia Viseu (2003, p. 39) “neste tipo de materiais, o utilizador tem a
possibilidade de decidir sobre o que consulta e em que ritmo, o que o torna num
elemento activo na busca de informação, pois deve também reflectir sobre essa consulta
dando significado e organização à sua pesquisa, de forma a produzir novos materiais”.
Como grande parte dos exercícios são elaborados em grupo, o recurso às TIC e à
Internet dá lugar a uma aprendizagem de colaboração e cooperação que propicia um
maior empenho na pesquisa de dados e um maior espírito de entreajuda, aumentando a
interacção e integração social.
Conforme nos refere Teresa Almeida d’Eça (1998), os estudantes passam de
receptores passivos a receptores-produtores activos de informação, opinião e
conhecimento. Eles podem não só dar voz às suas ideias, como receber feedback.
Consequentemente, contribuir para a Net acarreta a necessidade de maior rigor e
cuidado no conteúdo e na apresentação dos trabalhos. Nasce, espontaneamente, um
grande sentido de responsabilidade e um extremo empenho e orgulho em publicar algo
que esteja bem fundamentado.
Como referimos inicialmente, existem estudos que demonstram que a utilização das
TIC e da Internet pode contribuir para um aumento da motivação na aprendizagem, ou
pelo maior controlo que os alunos detêm no processo de aprendizagem, ou pelo facto de
os momentos passados frente ao computador quebrarem, em certa medida, a rotina
escolar.
The Future of children9 (www.futureofchildren.org) refere que:
Software educacional interessante e cativante e páginas de Internet sem fins
comerciais oferecem às crianças oportunidades de explorar o mundo e de criar
trabalhos artísticos ou literários originais.
Comunicar através da Internet pode permitir às crianças manter contacto com
amigos e família, e constituir comunidades online com outras que partilham os
seus interesses.
A utilização de computadores a nível doméstico por crianças está interligada
com um ligeiro aperfeiçoamento de desempenhos académicos.
9. The Future of Children é uma publicação da The Woodrow Wilson School of Public and International Affairs at Princeton University and The Brookings Institution. Tem como objectivo promover programas e políticas para a efectiva utilização da Internet pelas crianças.
82
Ao exercitarem a sua literacia dos media e "fluência tecnológica", as crianças
podem aprender a reconhecer e procurar software e páginas Web de maior
qualidade, e aprender a utilizar os computadores de forma activa para criar,
conceber e inventar.
Mas as vantagens da utilização das TIC e da Internet na sala de aula não afectam
só os alunos. Para os professores, a utilização destas tecnologias provoca igualmente
várias alterações no dia-a-dia da docência. Nóvoa (1995, p.8) refere que o uso destas
tecnologias “implica a aquisição de novas competências, mas também o reforço das
competências tradicionais”.
A abertura de horizontes provocada pela Internet facilita a comunicação entre
professores que passam a partilhar experiências, conhecimentos e projectos, fazendo
com que se inicie uma aprendizagem colaborativa e contínua.
A Internet dá-nos ainda a possibilidade de compararmos, de forma rápida e
eficiente, informações provenientes de diversas fontes. Por outro lado, facilita o trabalho
de colaboração na medida em que se trata de um meio de comunicação bidireccional e
extremamente interactivo.
Ao nível da aprendizagem, e conforme já mencionámos no início deste capítulo, a
Internet veio provocar um sem número de alterações no ensino dito tradicional. A
aprendizagem está muito mais centrada nas necessidades e interesses de cada um,
permitindo diferentes ritmos de aquisição de informação em simultâneo.
3.3.2 Aspectos Negativos
Paralelamente aos defensores da introdução das TIC e da Internet no contexto
educativo, existem ainda opiniões que se opõem a estas novas ferramentas. Existem
autores que consideram prematuro e até mesmo errado equipar as escolas com este tipo
de equipamentos. Eça (1998, p. 48) questiona-se se é legítimo, aconselhável e vantajoso
equipar escolas com estas novas tecnologias quando faltam recursos humanos e
materiais de ‘primeira necessidade’ tais como instalações condignas, livros nas
83
bibliotecas, equipamentos nas salas e nos laboratórios, ginásios, professores e pessoal
auxiliar.
Como em qualquer outra actividade, a utilização da Internet compreende
determinados riscos. O mundo cibernético, como a própria sociedade, é composto por
todo o tipo de pessoas e, quando se trata de crianças e jovens a acederem à Internet,
todo a atenção é necessária. Nestas faixas etárias, a curiosidade e a vontade em
explorar este novo mundo e as possibilidades de informação e de relacionamento por ele
proporcionados faz com que as crianças e os jovens sejam arrastados para utilizações
em nada ajustadas à sua idade e ao seu perfil psicológico e social.
A questão que se coloca não é se a tecnologia deve estar presente na vida das
crianças, mas sim como assegurar que todas as crianças tenham a possibilidade de
aceder às oportunidades que a Internet oferece sem sofrer os seus potenciais perigos. O
tempo dispendido e as actividades realizadas pelas crianças, enquanto utilizam o
computador e a Internet são factores que podem influenciar positiva ou negativamente o
seu desenvolvimento. A introdução de computadores e da Internet nas Escolas,
principalmente nas Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico levantou muita polémica.
A supervisão dos professores e dos encarregados de educação é, nestes casos, de
extrema importância. É fulcral dar a conhecer e reflectir com as crianças as vantagens e
os perigos da Internet, para que elas aprendam a actuar caso sejam colocadas perante
situações potencialmente perigosas.
Apesar de muito se falar sobre esta temática, a bibliografia é quase que inexistente.
A maior parte da informação resume-se a artigos de opinião e a sítios como Future of
kids, eukidsonline.net, entre outros. De acordo com a Professora Doutora Cristina Ponte,
coordenadora do projecto eukidsonline.net em Portugal, o projecto tem como alvo a
atenção ao que tem sido pesquisado sobre usos informais da Internet (principalmente
fora da sala de aula), seus riscos e suas potencialidades.
O principal aspecto negativo apontado à Internet prende-se com o simples facto de
a Internet ter tudo; e tudo inclui o bom e o mau. Mesmo os autores que defendem a
utilização da Internet na escola advertem para o facto de que:
“The Internet is a great resource of information, but the information is not moderated.
The Internet can also be a source of offensive and inappropriate information.
Teachers need to be aware that giving students free access to the Internet gives them
free access to some pornographic and other objectionable material (Merrill et al. cit
por Eça, 1998, p. 50)
84
Nigel Williams (2002) resume os perigos da Internet com três C’s:
Conteúdo – Todos estão familiarizados com a pornografia na rede e
frequentemente isto é citado como a principal preocupação dos pais. Existem
também temáticas com conteúdos incorrectos, o que pode resultar na atribuição
de uma nota baixa num trabalho escolar. Mas, se for informação imprecisa sobre
questões de saúde, como o aborto ou a anorexia, pode constituir uma ameaça à
vida.
Contacto – A Internet coloca-nos em potencial contacto com milhões de
pessoas em todo o mundo. A maioria destas pessoas pode compartilhar
informações e conhecimentos úteis e profícuos. Mas existem outras pessoas
que abusam do privilégio do contacto. Uma nova forma de agressão (bullying)
emergiu e as crianças podem enviar mensagens de correio electrónico
ameaçadoras ou mensagens instantâneas aos colegas, com conteúdos
agressivos. Um outro perigo ao nível do contacto na Internet tem a ver com
pedófilos que perspectivam a Internet como uma forma de iniciar contacto com
as crianças.
Comércio – A Internet é extremamente popular como um meio de marketing
para crianças na faixa etária dos 9 aos 16 anos. São a geração on-line e as
empresas podem recorrer a estas crianças para recolher informação sem terem
de passar pelos pais e educadores.
Para Tito de Morais (MiudosSegurosNa.Net10) estes três C’s, apontados como as
maiores ameaças à segurança online de crianças e jovens, necessitam de ser
actualizados de forma a incluir:
Comportamentos – irresponsáveis ou compulsivos que, aliados a uso excessivo
da tecnologia, podem resultar na redução da sociedade e do aproveitamento
escolar, podendo mesmo conduzir à dependência. A American Psychological
Association tem vindo a alertar para o facto de que é possível que crianças,
10 O projecto MiudosSegurosNa.Net guia-se pela visão de uma sociedade onde as famílias, as escolas e a comunidade em
geral trabalham em conjunto para minimizar os riscos de segurança a que as crianças e os jovens estão expostos através
da utilização das novas tecnologias de informação e comunicação, no sentido de lhes permitir maximizar os benefícios que
estas têm para oferecer, de uma forma segura, ética e responsável e no respeito pelos direitos, liberdades e garantias
consagrados nas leis e na Constituição europeia e portuguesa.
85
jovens e adultos se possam tornar psicologicamente dependentes da Internet
(IAD-Internet Addiction Disorder) e que esta perturbação se pode dar com outras
tecnologias como é o caso dos jogos vídeo.
Copyright – a violação dos direitos de autor, resultante da cópia, partilha,
adulteração ou pirataria de conteúdos protegidos pela lei, tais como programas
de computador, textos imagens, ficheiros de áudio e/ou vídeo, para fins
particulares, comerciais ou de plágio em trabalhos escolares ou outros, pode
resultar em graves problemas de natureza jurídica e até financeira.
Há igualmente quem considere que a utilização da Internet só tem servido de
prolongamento das formas tradicionais de trabalho, não produzindo qualquer tipo de
alterações significativas na organização e funcionamento dos estabelecimentos de
ensino. Esta situação é explicada pelo facto de a Internet ser normalmente incorporada
em actividades pouco exigentes e que são já normalmente praticadas, mesmo sem
recurso à Internet (Privatizer, cit. por Viseu, 2003, p. 43).
Para alguns autores, a tão esperada e anunciada revolução não chegou a
acontecer, considerando que, por falta de identificação de objectivos ou pela falta de
aproximação à inovação, muitas das novas tecnologias não chegaram a surtir os efeitos
esperados.
Papert (cit. por Viseu, 2003, p. 43) reconhece que pouco ou nada se alterou com a
introdução das TIC e da Internet, apresentando um cenário que evidencia as alterações
provocadas por estas novas ferramentas em dois sectores de actividade distintos:
“Imagine um grupo de viajantes no tempo, entre os quais um grupo de médicos
cirurgiões e um grupo de professores, que chegassem do século passado (…).
Imagine o espanto dos cirurgiões quando entrassem numa sala de operações de um
hospital moderno! (…). Quão diferente seria, no entanto, a reacção dos professores
(…) ao entrarem numa moderna sala de aula! Talvez se sentissem intrigados pela
existência de objectos mais estranhos (…), mas perceberiam perfeitamente a maior
parte do que se estava a passar”.
Para além dos perigos acima mencionados, há ainda quem defenda que o uso
excessivo e não monitorizado pode ser prejudicial, até mesmo a nível físico e psíquico,
para as crianças neste nível de ensino. The Future of Children (futureofchildren.com)
apresenta alguns dos problemas que podem advir do uso excessivo do computador por
parte das crianças:
86
A obesidade nas crianças está interligada com o tempo excessivo à frente de um
ecrã de televisão - definido por cinco ou mais horas por dia. O tempo sedentário
gasto na frente de um monitor de computador pode apresentar um risco similar.
Estudos advertem que Lesões por Esforço Repetitivo podem resultar da
utilização de computadores em locais de trabalho não concebidos para crianças,
e que a visão destas pode ser prejudicada, por olharem fixamente por
demasiado tempo para um monitor de computador.
Crianças e adolescentes que passam mais tempo online, a comunicar com
desconhecidos em domínios de multi-utilizadores e em salas de chat
experimentam maiores declínios em termos de desenvolvimento social e
aumento de sentimentos de solidão e depressão.
Jogos de computador violentos - uma actividade especialmente popular entre
rapazes – estudos relacionam estes jogos com um aumento de agressão.
Para além dos aspectos físicos e das consequências que os mesmos podem
provocar nas crianças há ainda quem acuse o computador e a Internet de originar
crianças isoladas da sociedade.
O uso excessivo do computador, como referem alguns autores, pode afectar o
desenvolvimento social das crianças. Na idade escolar, dos 6 aos 10 anos, a interacção
com a família, os amigos, a escola e os media influencia o crescimento e o
desenvolvimento da criança. O computador faz agora também parte desta combinação
substituindo, em alguns casos, elementos fundamentais como a família e os amigos.
Estudos revelam que, em crianças entre os 8 e os 16 anos, cerca de 20% tem
computador, dos quais 11% com acesso à Internet, nos seus quartos, o que revela que
um número considerável de crianças e jovens usa o computador isoladamente, sem
orientação ou controlo, o que em alguns casos veio a provocar sentimentos de solidão e
depressões (Future of Children).
87
3.3.2.1 Riscos da introdução da Internet nas Escolas
Apresentamos de seguida um apanhado dos principais riscos que alguns autores
atribuem à Internet:
Exposição a material inapropriado
Um dos riscos é que a criança fique exposta a material inapropriado de índole
sexual ou de natureza violenta, ou que a incentive a realizar actividades que são
perigosas ou ilegais.
Abuso físico
Na Internet, uma criança pode fornecer informação ou proporcionar encontros
que ponham em causa a sua segurança ou a de outros elementos da sua
família.
Legal e financeiro
Uma criança ou jovem pode facultar o número do cartão de crédito de um
familiar ou fazer algo que viole os direitos de outra pessoa.
A Internet é uma poderosa ferramenta de comunicação e a sua utilização é tão
atractiva para uma utilização positiva como para uma utilização negativa. Como se
pode então assegurar que as crianças aproveitem todos os benefícios e vantagens
que a Internet oferece sem serem atingidos pelos seus perigos?
Williams (2002) salienta a necessidade de pais e educadores terem sentido de
proporção. Adoptar uma posição alarmista e sensacionalista irá limitar a utilização dos
benefícios da Internet. Por outro lado, se os perigos forem ignorados e minimizados,
as crianças podem aceder livremente a sítios que deveriam estar interditos a estas
faixas etárias.
88
3.3.3 Medidas a tomar
Uma abordagem razoável equilibrada para protecção das crianças e
aperfeiçoamento do conteúdo digital requer que se encontre a combinação certa entre
planos de acção do governo, iniciativas proactivas da sociedade, supervisão e
envolvimento dos adultos e uma educação que promova responsabilidade pessoal em
benefício da criança.
Segundo a Comissão Europeia (http://europa.eu) a criação de um sistema de
auto-regulação eficaz constitui um elemento essencial para limitar o fluxo de
conteúdos não desejados, nocivos e ilegais. Nesse sentido, o Parlamento Europeu
adoptou, em Maio de 2005, o programa “Para uma Internet mais segura plus (Safer
Internet Plus)”, com o intuito de promover uma utilização mais segura da Internet e de
proteger o utilizador final contra conteúdos não desejados.
Os sites Future of Children e Miudossegurosna.net apresentam-nos algumas
acções que poderão ajudar neste esforço de protecção das crianças e jovens,
promovendo a segurança online e permitindo-lhes tirar o maior partido da Internet e
de outras tecnologias que potenciam o seu desenvolvimento e educação:
Efectuar mais pesquisa acerca dos efeitos da utilização do computador no
desenvolvimento físico, intelectual, social e psicológico da criança para melhor
definir orientações adequadas à idade, no que diz respeito à utilização de
computadores pelas crianças.
Estudar a eficácia dos sistemas de filtragem e outras soluções, como sendo a
supervisão atenta por parte dos adultos.
Fornecer incentivos para o desenvolvimento de conteúdos de alta qualidade que
respondam aos interesses e necessidades das crianças, sem fins comerciais e
que promovam o envolvimento positivo das crianças.
Dialogar com os seus filhos e educandos, esclarecendo-os sobre os benefícios e
sobre os riscos a que podem estar expostos online.
Envolver a comunidade. A segurança online de crianças e jovens começa em
casa, mas também implica a participação do meio envolvente. Afinal, são
inúmeros os locais a partir dos quais crianças e jovens podem aceder à Internet.
89
Fazer um esforço contínuo neste processo (dinâmico) de segurança das
crianças e jovens.
Um dos maiores problemas para a efectiva utilização da Internet na sala de aula
prende-se com a resistência dos professores à integração desta nova ferramenta. Grande
parte dos professores entrou para o ensino quando ainda não se vislumbrava a existência
de computadores nas escolas. E a falta de formação nesta área leva a um profundo
desconhecimento de como ensinar os alunos a utilizar correctamente os computadores.
Outros factores de resistência prendem-se com a falta de confiança para abandonar
práticas tradicionais de ensino a favor das novas práticas. Para Teresa Almeida d‘Eça
(1998), o receio de falhar deve-se essencialmente à falta de formação que, por sua vez,
resulta da falta de tempo dos professores dentro e fora da escola, bem como da falta de
recursos/meios das escolas para dar formação adequada.
90
4. PROGRAMAS DE APOIO À INTRODUÇÃO DA INTERNET E DAS TIC NA EDUCAÇÃO
Nos últimos anos, escola e professores têm sido confrontados com novas tarefas.
Entre elas tornar a Escola um lugar mais atraente para os alunos abrindo-lhes o caminho
para uma compreensão clara da Sociedade da Informação.
O conceito de educação deve, por isso, evoluir ultrapassando as fronteiras do
espaço e do tempo ao longo do qual o aluno faz o seu percurso de escolarização,
passando pelos diferentes níveis de ensino do sistema educativo, para dar lugar a um
processo de aprendizagem durante toda a vida, isto é, facultando a cada indivíduo a
capacidade de saber conduzir o seu destino, num mundo onde a rapidez das mudanças
se conjuga com o fenómeno da globalização (MSI, 1997, p. 43).
Ainda segundo o Livro Verde, as Tecnologias de Informação e Comunicação
oferecem potencialidades imprescindíveis à educação e formação, permitindo um
enriquecimento contínuo dos saberes, o que leva a que o sistema educativo e a formação
ao longo da vida sejam reequacionados à luz do desenvolvimento destas tecnologias.
Em Portugal, e à semelhança do que acontece um pouco por toda a Europa,
existem programas que visam instituir a Sociedade da Informação e promover a
integração das Tecnologias da Informação e Comunicação no Sistema Educativo. Foi
sempre preocupação, quer das Escolas quer do Governo, apetrechar os
Estabelecimentos de Ensino Básico e Secundário de equipamento multimédia/informático
para complementar as actividades lectivas. Num primeiro momento, que corresponde ao
período da década de 1980, estas políticas visaram “antes de mais sensibilizar os
professores e os alunos para a micro electrónica e suas derivadas” (Pouts-Lajus &
Magnier, 1999, p. 48).
O Projecto Minerva, o Programa Nónio e o Programa Internet@EB1 são alguns dos
programas promovidos pelo Governo que contaram com o apoio de Instituições de
Ensino Superior e Centros de Competência.
91
4.1 Minerva
O projecto Minerva (Meios Informáticos no Ensino: Racionalização, Valorização,
Actualização) foi a primeira iniciativa financiada pelo Ministério da Educação que teve
uma expressão nacional na introdução das novas tecnologias no ensino em Portugal.
Este projecto foi lançado em 1985 e prolongou-se até 1994, tendo como principais
objectivos o apetrechamento informático das escolas, a formação de professores e de
formadores de professores; o desenvolvimento de software educativo e a promoção da
investigação no âmbito da utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação nos
Ensinos Básico e Secundário (MSI, 1997, p. 45).
Foram criados diversos pólos espalhados pelo país, sediados em Universidades e
Escolas Superiores de Educação, pólos esses que gozaram de autonomia no
desenvolvimento das suas actividades e tiveram um papel fundamental na organização e
dinamização do Projecto. A Coordenação Nacional encontrava-se no Gabinete de
Estudos e Planeamento do Ministério da Educação. Cada um dos pólos dava apoio a um
conjunto de escolas, sendo contemplados os diversos níveis de ensino (escolas do pré-
primário, escolas do 1.º, 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico, escolas do Ensino Secundário,
escolas do Ensino Especial).
Ao longo do projecto desenvolveram-se inúmeras actividades que envolveram
largos milhares de alunos e professores. O computador passou a ser uma ferramenta de
aprendizagem, quer a nível disciplinar e interdisciplinar, na sala de aula e em clubes ou
laboratórios de informática.
O tipo de software explorado centrou-se em processadores de texto, folhas de
cálculo, bases de dados, desenho assistido por computador, edição electrónica, a par de
outro software educacional. A formação dos professores foi perspectivada em termos
técnico-pedagógicos de utilização das tecnologias de informação no processo do ensino-
aprendizagem.
Apesar dos esforços empreendidos, as políticas educativas para o uso das
tecnologias dos países ocidentais durante este período não foram bem sucedidas, em
grande medida pelo facto de constituírem uma “iniciativa autoritária por parte da
administração central, imposta sem verdadeira preparação nem concertação, e sem
atender às realidades do terreno” (Pouts-Lajus & Magnier, 1999, p. 50). Os avaliadores
92
externos do Projecto Minerva sublinham o mesmo motivo para as dificuldades
encontradas durante a realização do programa:
“Podem citar-se numerosos exemplos de ‘grandes planos’ de inovação (…)
formulados a partir dos objectivos dos decisores políticos e inseridos numa estrutura
administrativa de cima para baixo, em vez de emergirem das necessidades dos
indivíduos” (Relatório dos Avaliadores do projecto Minerva, 1994, cit. por Viseu, 2003,
p. 27).
No entanto, pela sua longevidade e implementação a nível nacional, o Projecto
Minerva foi um marco importante na sensibilização de professores e alunos.
Ainda na década de 90, as medidas governamentais tomadas com o intuito de se
introduzir a Internet nos estabelecimentos de ensino tiveram origem em algumas
dificuldades apresentadas no Livro Verde da Sociedade da Informação (1997), como é o
caso da formação de recursos humanos e o apetrechamento informático das escolas.
Deste livro surgiu um conjunto de medidas que estiveram na origem do desenvolvimento
do Programa Nónio - Século XXI e Programa Internet nas Escolas, que iremos apresentar
nos subcapítulos que se seguem.
4.2 Programa Nónio – Século XXI
Com o intuito de colmatar as lacunas existentes nas escolas, ao nível das
Tecnologias da Informação e da Comunicação, o Ministério da Educação lançou, em
Outubro de 1996, o Programa Nónio – Século XXI (Programa de Tecnologias de
Informação e Comunicação na Educação), constituído por quatro subprogramas:
Aplicação e Desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação;
Formação em TIC;
Criação e Desenvolvimento de software educativo;
Difusão de informação e cooperação internacional. (MSI, 1997, p. 46)
Este programa foi concebido como um herdeiro do programa Minerva, com o intuito
de recuperar e ampliar a experiência resultante do seu antecessor. O Programa Nónio –
século XXI apresentava os seguintes objectivos gerais:
93
Apoiar o desenvolvimento de Projectos de Escolas do Ensino Básico e do
Ensino Secundário, concebidos e desenvolvidos em parceria com Instituições
especialmente vocacionadas para o efeito, promovendo a sua viabilidade e
sustentabilidade
Promover a introdução e a generalização no sistema das Tecnologias da
Informação e Comunicação, resultantes das dinâmicas dos projectos de Escola,
de outras medidas a empreender no âmbito do programa Nónio Século XXI,
nomeadamente nos domínios da criação e difusão de software educativo da
dinamização do mercado de edição (Rego, Gomes & Andrade, s/d).
Para a concretização destes objectivos, o Ministério da Educação tomou um
conjunto de medidas como sendo a acreditação de Centros de Competência – Centros
de Competência Nónio Século XXI – com projectos em áreas pedagógico/tecnológicas
vocacionados para áreas específicas da Escola; o apoio financeiro para a criação desses
Centros de Competência; o apoio financeiro a projectos apresentados por escolas de
ensino básico e secundário e o apoio logístico e financeiro à introdução de novas
tecnologias de informação e comunicação no sistema educativo.
Os Centros de Competências acreditados funcionaram, essencialmente, como
centros impulsionadores de estudo, investigação e reflexão, bem como de apoio à
elaboração de projectos promovidos pelas escolas funcionando, em certa medida, como
parceiros no desenvolvimento de projectos. O papel destes Centros de Competências
revelou-se determinante ao nível da formação de professores e da produção de
conteúdos educativos para a Internet, nomeadamente no que se refere à integração
curricular das TIC, formação à distância e criação e desenvolvimento de ambientes
virtuais de aprendizagem (Ministério da Educação).
De acordo com o Balanço de Actividades 2003, elaborado pelo Ministério da
Educação (relativo aos anos lectivos de 1998 a 2001), a maior parte das Escolas Sede do
Programa foram Escolas do Ensino Básico (133 Escolas). Por sua vez, a Escolas
Associadas foram, na sua grande maioria Escolas do 1.º Ciclo (221 Escolas).
94
Escola Escolas Sede
Escolas Associadas
Total
Jardim-de-infância 2 62 64
Básica do 1.º Ciclo 67 221 288
Básica EB1, EB2 e EB2,3 65 10 75
Secundária 43 2 45
Profissional 5 1 6
Particular 28 7 35
Total 210 303 513
Fonte: Ministério da Educação
Figura 18- Escolas Sede e Escolas Associadas do Programa Nónio – Século XXI
Relativamente à cooperação internacional, o Programa Nónio associou-se a
diversas iniciativas europeias, tais como a Schoolnet, rede das redes de escolas
europeias, que tinha como objectivo constituir-se como um serviço de formação e
pesquisa de conteúdos para a educação, um espaço virtual de formação de professores
e de troca e divulgação de experiências de sucesso das escolas. Outra iniciativa europeia
importante em que o Programa participou foi o Netd@ys, cujo objectivo consistiu em
sensibilizar para as vantagens da utilização das redes electrónicas no ensino, através da
organização de actividades de animação on line.
4.3 Programa Internet@EB1 – Acompanhamento da utilização da Internet nas
escolas públicas do 1.º ciclo do ensino básico
Numa parceria do antigo Ministério da Ciência e da Tecnologia, da Fundação para
a Computação Científica Nacional (FCCN), das Escolas Superiores de Educação e de
algumas Universidades, foi criado, em Fevereiro de 2002, o Programa Internet@EB1 que
tinha como principal objectivo acompanhar e prestar apoio pedagógico à utilização da
Internet nas Escolas Públicas do 1.º Ciclo do Ensino Básico.
95
Conforme nos refere Sofia Viseu (2003) o Programa Internet na Escola assegurou,
numa primeira fase a instalação de um computador multimédia ligado à Internet em todas
as bibliotecas das escolas do ensino público e privado do 5.º ao 12.º anos de
escolaridade, num total de cerca de 1600 escolas e, numa segunda fase, a ligação das
escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico.
Em Portugal, a utilização das TIC no ensino vem conhecendo diversos programas
governamentais desde 1985. No entanto, nunca até aqui as escolas do 1.º Ciclo do
Ensino Básico tinham sido identificadas como o destinatário principal de uma acção desta
natureza. A importância desta iniciativa decorre do papel crescente destas tecnologias na
sociedade e na escola e da necessidade de promover junto de professores e alunos
deste ciclo de ensino a sua utilização como recurso educativo ao serviço das
aprendizagens curriculares disciplinares e transversais, incluindo as que se referem à
pesquisa e ao uso crítico da informação (Ponte, Oliveira, Silva & Reis, 2006).
O Programa traduziu-se na realização de acções de acompanhamento pedagógico
nas escolas EB1 a efectuar pelas instituições do ensino superior durante o ano lectivo de
2002/03, e teve continuação em 2003/04 e 2004/05. As acções de acompanhamento
visavam dotar estas escolas de capacidades para elaborar e publicar páginas web e
certificar a aquisição de competências básicas em Tecnologias de Informação e
Comunicação pelos alunos e professores, designadamente os alunos que em cada ano
concluíam o 4.º ano de escolaridade.
Este acompanhamento pedagógico esteve assegurado, em cada distrito, pela
Escola Superior de Educação ou Universidade nele sediada, em que monitores
trabalharam com professores e alunos no sentido de dinamizarem a utilização educativa
da Internet, de criarem e manterem actualizadas as páginas www das escolas e de
procederem à atribuição de Diplomas de Competências Básicas a professores e alunos.
Foi ainda possível desenvolver outras dimensões de trabalho, designadamente as de
maior integração curricular da Internet, de formação de professores e da criação de
dinâmicas de partilha (Heitor, Freitas, Moura & Gago).
A FCCN coordenou a execução do Programa e ofereceu às instituições envolvidas
serviços tecnológicos diversos, que permitiam o alojamento na Rede Ciência, Tecnologia
e Sociedade (RCTS) de materiais de apoio educativo e a obtenção de indicadores de
utilização pelas escolas dos recursos disponibilizados. O Programa foi financiado pelo
Fundo Social Europeu e pelo Orçamento de Estado, através do Programa Operacional
Sociedade da Informação (POSI).
96
As Instituições envolvidas foram as seguintes:
Escola Superior de Educação da Universidade do Algarve
Universidade de Aveiro
Escola Superior de Educação de Beja
Escola Superior de Educação de Bragança
Escola Superior de Educação de Castelo Branco
Escola Superior de Educação de Coimbra
Universidade de Évora
Escola Superior de Educação da Guarda
Escola Superior de Educação de Leiria
Escola Superior de Educação de Lisboa
Universidade do Minho
Escola Superior de Educação de Portalegre
Escola Superior de Educação do Porto
Escola Superior de Educação de Santarém
Escola Superior de Educação de Setúbal
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Escola Superior de Educação de Viana do Castelo
Escola Superior de Educação de Viseu
O Programa Internet@EB1 tem um carácter extremamente aberto. Através dos
protocolos estabelecidos com a FCCN, as Instituições de Ensino Superior (IES) contraem
um conjunto de responsabilidades, mas encontram também uma importante oportunidade
para desenvolver o seu próprio projecto institucional, nomeadamente na área da
integração educacional das TIC. Deste modo, tem todo o interesse procurar compreender
de que modo as diversas instituições avaliam esta oportunidade e estabelecem novos
objectivos para si próprias de modo a desenvolver e reforçar o seu próprio projecto
institucional, tirando partido deste Programa.
97
Iremos apresentar nos subcapítulos que se seguem o trabalho desenvolvido pela
Universidade de Aveiro e pela Escola Superior de Educação da Guarda. Tendo em conta
a dificuldade em se encontrar bibliografia sobre estes programas, a maior parte dos
dados apresentados diz respeito aos relatórios de avaliação de cada instituição e ao
relatório de avaliação externo.
4.3.1 O Programa Internet@EB1 no distrito de Aveiro
Figura 19 – Site do Programa Internet nas Escolas da Universidade de Aveiro
A equipa do projecto Internet@EB1 na UA integrou dois coordenadores, um
webmaster, 56 monitores e um conjunto de formadores locais (associados ao Centro de
Competência Nónio).
O Centro de Recursos Virtual do Projecto Internet@EB1 na UA tem o nome de
PAUIE e foi criado de raiz para o projecto. O Centro de Recursos Virtual disponibiliza um
grande número de documentos base do projecto Internet@EB1 (protocolo, a legislação
aplicável, o que é o diploma de competências básicas, propostas de enunciado do exame
de competências básicas, modelos de guiões, planos e registos de visitas e o inquérito
para alunos.
98
Segundo o relatório final (2006), a Universidade de Aveiro tem, no seu distrito, 577
escolas públicas do 1.º Ciclo do Ensino Básico, sendo que uma delas encerrou durante o
Programa Internet@EB1. No ano lectivo de 2004/05, 574 EB1s receberam uma visita dos
monitores do Programa e 557 receberam quatro visitas (as previstas no protocolo). No
distrito de Aveiro, o Internet@EB1 teve como destinatários abrangidos 717 professores e
7 739 alunos do 4.º ano de escolaridade.
Para a UA, o Programa Internet@EB1 foi considerado “como um desafio que,
embora tardio, se apresentava como muito interessante por ser uma intervenção no
1.ºciclo que visava a utilização e a rentabilização dos equipamentos com que as escolas
já tinham sido dotadas (Relatório de Avaliação Externo, 2006).
É de realçar a estreita relação do projecto da Internet@EB1 com três projectos da
Universidade de Aveiro (Laboratório de Courseware Didáctico, Centro de Competência
Nónio e Mestrado em Multimédia em Educação) e com a investigação científica.
O Laboratório de Courseware Didáctico permitiu o acesso, e requisição, pelos
monitores a máquinas fotográficas, vídeos e gravadores digitais, bem como algum
software e à possibilidade de imprimir em grandes formatos.
O Centro de Competência Nónio tornou-se muito importante para o
desenvolvimento do projecto Internet@EB1, por permitir uma melhor gestão dos recursos
financeiros e humanos.
Para além da relação do Internet@EB1 com o Mestrado em Multimédia em
Educação, a coordenação do projecto tentou uma optimização da relação com a
investigação científica desenvolvida no Departamento, “tendo a figura contratual dos
monitores no ano de 2002/03 sido a de bolseiros de investigação, e existindo actualmente
em desenvolvimento um conjunto de projectos de investigação, nomeadamente de
mestrado, sobre a temática do projecto”. A necessidade e utilidade de reflectir de forma
científica sobre a acção que tem sido desenvolvida é uma das razões, apontadas no
relatório de avaliação, para a importância da ligação do projecto com a investigação.
Outro dos pontos destacados no relatório é a diversidade e a heterogeneidade
existente nas escolas de 1.º ciclo, em Aveiro, o que origina uma multiplicidade de
intervenções: “O número e diversidade de escolas e de interlocutores no projecto torna
muito complexa toda a logística das visitas e intervenções, de tal forma que, em muitos
casos, por uma questão de viabilidade, se deu prioridade às questões logísticas em
99
prejuízo de outras. Refira-se, como exemplo, que escolas do mesmo agrupamento foram
atribuídas a diferentes monitores”.
Analisando a forma como decorreu o programa e as questões a considerar para o
futuro, a coordenação do Internet@EB1 na UA apresentou algumas críticas específicas:
• A importância dos Diplomas de Competências Básicas (DCB) e o facto dos
mesmos serem atribuídos por exame, e não por avaliação contínua, são
apontados como as causas do projecto estar centrado nos alunos e não nos
professores.
• O início tardio do projecto, quando o ano lectivo já se encontra no segundo
trimestre, parece impedir a concretização de algumas actividades e a integração
do projecto Internet@EB1 nos projectos das escolas.
• O seu carácter anual, pois se o projecto tivesse um carácter plurianual permitiria
às instituições rentabilizar os investimentos realizados, nomeadamente no que se
refere à formação e recrutamento de monitores.
No que diz respeito à satisfação dos objectivos específicos do programa
Internet@EB1, a Universidade de Aveiro alcançou os seguintes números:
Páginas das Escolas
N.º de Escolas que tinham página antes do programa 550
N.º de Escolas que criaram página durante o programa 116
N.º de Escolas que actualizam regularmente a página 174
N.º de Escolas com várias páginas internas acessíveis a partir da página principal
(páginas de turmas, tópicos, professores, alunos)
543
Fonte: Relatório Final de Actividades UA, 2005
Tabela 2 – Páginas das Escolas – Universidade de Aveiro
100
Obtenção do Diploma de Competências Básicas em TIC
N.º de Professores 76
N.º de Alunos do 4.º ano do 1. Ciclo 5457
N.º de Alunos de outros anos do 1.º Ciclo 227
N.º de outros DCB atribuídos 3
N.º Total de DCB atribuídos 5763
Fonte: Relatório Final de Actividades UA
Tabela 3 – Diploma de Competências Básicas em TIC – Universidade de Aveiro
O Relatório de Avaliação Final da UA (2005, p. 21) considera que, no que diz
respeito à formação dos professores foram seguidas estratégias de acompanhamento,
mais do que de formação. Ainda segundo este Relatório, desenvolveram-se estratégias
centradas “nos modos de adequação destas ferramentas às actividades que se
encontravam a ser desenvolvidas pelos próprios professores no terreno, por
demonstração e actividade acompanhada de professores e alunos, pela sugestão de
procedimentos e de auxílio na utilização dos recursos.”
4.3.2 O Programa Internet@EB1 no distrito da Guarda
Figura 20 – Site do Programa Internet nas Escolas da Escola Superior de Educação da Guarda
101
O projecto educativo em curso na Escola Superior de Educação da Guarda (ESEG)
abrangeu cursos de formação inicial, cursos/acções de formação contínua e demais
actividades paralelas nas quais a Escola assumiu as responsabilidades de entidade
formadora.
De acordo com o protocolo assinado entre a Fundação para a Computação
Científica Nacional, a ESEG comprometeu-se a dotar todas as escolas do 1º Ciclo do
Ensino Básico do distrito com capacidade para produzir e actualizar páginas na web, bem
como promover e certificar a aquisição de Competências Básicas em Tecnologias da
Informação pelos professores e alunos (utilização do sistema operativo, de aplicações
incluídas no sistema operativo, de serviços da Internet, aceder, pesquisar, copiar, guardar
e imprimir páginas Web, utilização do e-mail, comunicação on line).
A construção do centro de recursos/apoio pedagógico teve como objectivo dar
apoio à gestão documental, financeira e administrativa do projecto; disponibilizar
materiais pedagógicos, formação e aconselhamento técnico; permitir a consulta e
download de alguns programas e respectivos manuais de utilização; apoio directo aos
alunos e professores, troca de experiências, desenvolvimento de grupos de trabalho.
De acordo com relatório de avaliação elaborado pela Escola Superior de Educação
da Guarda, no ano lectivo 2004/2005, a ESEG visitou as 323 escolas do 1.º Ciclo do
Ensino Básico do Distrito da Guarda e atribuiu 1394 Diplomas de Competências Básicas
em Tecnologias da Informação a alunos do 4.º ano. Em termos de objectivos, a ESEG
alcançou os seguintes números:
Páginas das Escolas
N.º de Escolas que tinham página antes do programa 37
N.º de Escolas que criaram página durante o ano lectivo 2002-2003 289
N.º de Escolas que criaram página durante o ano lectivo 2003-2004 28
N.º de Escolas que criaram página durante o ano lectivo 2004-2005 0
N.º de Escolas que actualizam regularmente a página 42
N.º de Escolas com várias páginas internas acessíveis a partir da página principal
(páginas de turmas, tópicos, professores, alunos)
321
Fonte: Relatório Final de Actividades ESEG, 2005
Tabela 4 – Páginas das Escolas
102
Obtenção do Diploma de Competências Básicas em TIC
N.º de Professores 0
N.º de Alunos do 4.º ano do 1. Ciclo 1394
N.º de Alunos de outros anos do 1.º Ciclo 0
N.º de outros DCB atribuídos 38
N.º Total de DCB atribuídos 1432
Fonte: Relatório Final de Actividades ESEG, 2005
Tabela 5 – Diploma de Competências Básicas em TIC - ESEG
Ao longo do ano lectivo 2004-2005 realizaram-se quatro sessões de formação em
cada Escola/turma. Nas escolas com alunos do 4.º ano realizou-se uma quinta visita que
teve como objectivo a atribuição de Diplomas de Competências Básicas em Tecnologias
da Informação, aos alunos deste nível de ensino. O número de visitas por escola, com
duração de 5 horas cada, esteve condicionado ao número de turmas existente. Numa
escola com quatro turmas foram realizadas quatro sessões de formação.
Os formadores, munidos de material fornecido pela ESEG (computador portátil,
USB, máquina fotográfica digital, videoprojector e guião da planificação das visitas),
adequaram as metodologias aos conteúdos planificados e à realidade existente em cada
escola.
Quanto às dificuldades observadas ao longo do Programa Internet@EB1 no distrito
da Guarda, o Relatório de Avaliação da ESEG (2005), evidencia:
• A questão dos formadores: “…a falta de motivação demonstrada pelos
formadores, essencialmente licenciados em áreas de ensino, devido à não
contabilização das horas de formação como tempo de serviço. Dado o começo
tardio do programa e a passagem de 3 a 4 visitas por escola/turma, foi necessário
um elevado número de formadores, que por vezes se tornou difícil de gerir. Um
outro problema que se verificou foi a constante substituição de formadores que,
por motivos diversos, abandonaram o projecto ao longo do ano lectivo”.
103
• O número de formações realizadas na área das Tecnologias da Informação e
Comunicação foi baixo, comparativamente a anos anteriores, uma vez que esta
deixou de ser uma área prioritária de formação de professor.
• A insuficiência de recursos humanos na área de informática em algumas câmaras
municipais dificultou a reposição de material e o acompanhamento planeado
(manutenção, falta de apoio técnico e demais burocracias inerentes ao
relacionamento com estas instituições), o que poderá ter diminuído a eficiência da
implementação das actividades propostas.
• O elevado número de alunos por computador (em escolas de grande dimensão)
criou problemas de concentração e distracção.
• A Portugal Telecom foi a principal responsável pela maioria dos entraves ao
sucesso do projecto em determinados concelhos da Guarda. A resposta tardia
face às solicitações de escolas do 1º Ciclo e Câmaras Municipais
dificultou/impossibilitou o correcto desenrolar das sessões de formação,
impedindo os alunos de aceder aos recursos da Internet, penalizando-os na
assimilação de novos conhecimentos.
O relatório evidencia ainda que persistem alguns dos problemas detectados em
anos anteriores: a falta de cooperação por parte de alguns professores e câmaras
municipais, a ausência de software e hardware, inexistência e inadequação de material
informático.
4.3.4 – Balanço do Programa a nível nacional
Como já foi referido anteriormente, a utilização das Tecnologias da Informação e da
Comunicação no ensino tem vindo a conhecer diversos programas governamentais de
apoio ao processo do ensino-aprendizagem, desde 1985. Contudo, nunca as escolas do
1.º ciclo do ensino básico tinham sido identificadas como o destinatário principal de uma
acção desta natureza.
104
A importância do Programa Internet@EB1 decorre do papel crescente destas
tecnologias quer na sociedade, quer na escola, bem como a necessidade de promover
junto de professores e alunos a sua utilização como recurso educativo.
A avaliação externa do 3.º ano de actividade do Programa Internet@EB1 2004/05,
efectuada em 2006, coordenada pelo Professor João Pedro da Ponte, procura determinar
em que medida este Programa atingiu os objectivos propostos, nomeadamente:
1. Contribuiu para aumentar o uso das TIC nestas escolas, para fins educativos?
2. Estimulou a produção e actualização de páginas web das escolas?
3. Permitiu certificar competências básicas em Tecnologias de Informação de
professores e alunos?
4. Estimulou a criação de parcerias (virtuais) com outras escolas do país ou países
de língua portuguesa; autarquias; e outras entidades (Museus, Bibliotecas)?
Nesta avaliação externa, a equipa procurou ter em especial atenção o modo como
as instituições encaram o seu envolvimento no Programa Internet@EB1, a atribuição de
DCB e elaboração de páginas de escolas, os centros de recursos virtuais, a realização de
parcerias com outras entidades, a constituição de comunidades de prática, o trabalho de
investigação associado, as boas práticas salientes e as dificuldades notadas.
O Relatório de Avaliação Externa (2006) teve por base os relatórios das instituições
participantes no programa, bem como questionários, entrevistas e consultas a sites das
escolas. Por forma a percebermos de que modo as equipas envolvidas no Programa
encararam o seu projecto é conveniente termos em conta a forma como as mesmas
enunciam os seus objectivos. Os elementos que existem a este respeito estão
sintetizados no Quadro 1.
Distrito Descrição
Aveiro “O modelo de intervenção adoptado teve em linha de conta os objectivos máximos
apresentados pela tutela”
Beja “A continuidade do projecto inserido no Programa de ‘Acompanhamento da
utilização educativa da Internet nas escolas públicas do 1.º ciclo do Ensino Básico’
configurou-se como um elemento determinante para consolidar as actividades da
instituição no que respeita ao seu incentivo permanente no acesso à informação,
105
por parte de professores e alunos do Ensino Básico do Baixo Alentejo”
Braga “Tendo em vista assegurar o estabelecido no protocolo celebrado com a FCCN, o
Plano de Acção apresentado pela Universidade do Minho para 2005 manteve a
metodologia de intervenção desenhada e experimentada nos anteriores anos
lectivos de 2002/04, a qual se revelou adequada ao contexto em que o projecto se
enquadrava. O plano de acção continuou a procurar concretizar na maior extensão
possível os objectivos estabelecidos no referido protocolo.”
Bragança “Acreditamos que foram dados todos os passos conducentes à implementação do
Projecto conforme foi acordado”
Castelo
Branco
“O Programa Intenet@EB1 tem sido um desafio de envergadura na utilização das
TIC para fins pedagógicos na escola e na aula, quer para os professores e alunos
das EB1, quer para todos os implicados na sua execução (equipa de coordenação,
monitores/professores e professores da ESECB), no sentido de desenvolver um
acompanhamento pedagógico para o uso do computador no ensino e na aquisição
de competências básicas em TIC e o seu uso pedagógico-didáctico diário e
respectiva consolidação na aula e na aprendizagem dos alunos”
Coimbra O plano de acção para o Projecto Internet@EB1s engloba os seguintes objectivos:
“Acompanhamento da utilização educativa da Internet pelos professores e alunos
das escolas públicas do 1º ciclo do Ensino Básico do distrito de Coimbra”
Évora “Objectivos: A Universidade de Évora assegurou o acompanhamento pedagógico
no distrito de Évora através de sessões de trabalho com alunos e professores das
EB1, conferindo a cada escola capacidades para produzir páginas Web e certificar
a aquisição de Competências Básicas em TIC a professores e alunos, sobretudo
os do 40 ano de escolaridade (…)”
Faro “A intervenção junto das EB1 teve em consideração tanto o protocolo assinado
com o FCCN, que delineava já algumas acções a tomar pelos intervenientes, como
também a experiência dos dois anos anteriores do projecto”
Guarda “O desenvolvimento deste projecto privilegiou a promoção da aquisição de
competências básicas por parte dos professores. É nossa intenção, com a
continuidade deste projecto para o próximo ano lectivo, assegurar um
desenvolvimento sustentável das competências adquiridas”
Leiria “… Na sequência do trabalho desenvolvido em anos lectivos transactos, a
actuação da ESE de Leiria irá pautar-se por um reforço das actividades de
acompanhamento. Assim, este ano, para além de privilegiarmos o trabalho com os
agrupamentos de escolas e autarquias, numa tentativa de criação de práticas nas
106
escolas com outras entidades, iremos reforçar as acções de formação colectivas
para os professores das EB1”
Lisboa “A ESELx estabeleceu como principal vector da sua acção o envolvimento de
escolas, professores e alunos em projectos educativos contextualizados, tendo em
linha de conta a acção efectiva do professor na sala de aula”
Portalegre “… O Programa Internet@EB1 (…) encaixa-se naturalmente no projecto e
experiência da ESEP. Os objectivos do Programa correspondiam a objectivos
sentidos pelas diferentes equipas dos diferentes projectos onde a ESEP estava
envolvida e a possibilidade de alargar o trabalho à totalidade das Escolas Básicas
do 1º Ciclo é um desafio complementar irrecusável. Talvez por estes pressupostos
e sentimentos, foi desde o início claro para as estruturas directivas e de
coordenação do Programa Internet@EB1 na ESEP que o trabalho de formação e
monitoragem a desenvolver deveria assentar principalmente em docentes da
ESEP, cruzando competências e experiência na área das TIC com competências e
experiências diversificadas de trabalho em projectos, nomeadamente com escolas
do Ensino Básico. Deve também salientar-se que a ESEP sempre considerou que
a sua actividade para além da formação inicial, nomeadamente o desenvolvimento
de projectos com a comunidade regional, nomeadamente a educativa, deveria ser
reconhecida pela tutela e protocolarmente financiada. O desafio colocado com este
Programa tem sido nesse sentido e é reconhecidamente um sinal positivo do papel
que as ESE podem ter na afirmação do sistema educativo em geral e do ensino
básico em particular”
Porto A ESE procurou “integrar o Programa Internet@EB1 com uma estratégia de
formação ‘interna’ – cuja população-alvo incluísse docentes, alunos e ex-alunos –
bem como de ligação às EB1 e ás suas comunidades”
Santarém Faz uma forte aposta na disponibilização de “actividades e ferramentas que
possibilitem uma maior universalização e facilidade de acesso aos meios de
comunicação on-line, com vista à facilitação da comunicação inter parceiros”. A
instituição “assume-se como entidade difusora a nível regional da utilização das
TIC no ensino”
Setúbal No âmbito deste protocolo a ESE comprometia -se a organizar um conjunto de
acções junto da EB1 do Distrito de Setúbal, visando: dotar cada escola EB1 de
capacidade para produzir, actualizar e manter páginas na Web, com a participação
activa dos próprios alunos; promover e certificar a aquisição de competências
básicas em tecnologias de informação pelos alunos (…); promover a constituição
de comunidades de prática nas escolas em parceria com outras entidades”
107
Viana do
Castelo
Indica que “o Programa envolveu escolas, professores e alunos em actividades
que ultrapassam a simples aquisição de competências básicas”
Vila Real Refere os projectos antecedentes e os objectivos dos protocolos com a FCCN.
Associa o plano de acção aos objectivos dos protocolos.
Viseu A instituição tem procurado “novas estratégias de aproximação ao meio onde se
inscreve a actuação da ESEV, mais concretamente as escolas do ensino básico e
secundário do distrito de Viseu e simultaneamente criar oportunidades de
investigação nesta área concreta de intervenção”
Fonte: Relatório de Avaliação (ano lectivo de 2004/05) Programa “Acompanhamento da Utilização
Educativa da Internet nas Escolas Públicas do 1º Ciclo do Ensino Básico de Portugal Continental”
Quadro 1 - Resumo das ideias-chave do projecto das instituições
Fonte: Relatório de Avaliação (ano lectivo de 2004/05) Programa “Acompanhamento da Utilização
Educativa da Internet nas Escolas Públicas do 1º Ciclo do Ensino Básico de Portugal Continental”
Quadro 2 - Diplomas de Competências Básicas
No que diz respeito aos objectivos a alcançar com este programa, e analisando o
Quadro 2, o relatório de avaliação externa refere que em alguns distritos foram atribuídos
DCB a alunos do 3.º ano de escolaridade. Além disso, em diversos distritos (exemplo de
Coimbra e de Vila Real), os alunos do 4.º ano em 2004/05 já tinham, na sua maioria,
108
recebido o seu DCB no ano lectivo anterior, pelo que não é de estranhar o número de
alunos que recebeu este diploma no ano em análise. Em termos nacionais, verifica-se
uma taxa de cobertura elevada na obtenção de DCB por parte dos alunos (65%), um dos
grandes objectivos do Programa, e reduzida por parte dos professores (09%), que não
constituía uma prioridade.
Quadro 3 - Páginas produzidas pelas escolas
Relativamente à elaboração de páginas de escola (Quadro 3) constatou-se que os
indicadores de execução foram bastante elevados. Note-se, por exemplo, que, no caso
das ESE de Bragança e Coimbra, segundo se afirma no relatório, todas as escolas
tinham página antes do Programa e todas as escolas actualizaram regularmente as
páginas. No distrito de Vila Real, no final do primeiro ano do Programa (2002/03), tinham
página web 545 escolas (99% do total). No ano lectivo seguinte todas as escolas
passaram a ter página na Internet, ao mesmo tempo que se verificou uma redução no
número total de escolas. Além disso, no caso da ESE de Bragança todas as escolas têm
109
sítios com várias páginas acessíveis a partir da página principal (páginas de turmas,
tópicos, professores, alunos).
Quadro 4 - Número de visitas efectuadas às escolas e horas de formação
No que concerne as visitas realizadas às escolas e horas de formação o Relatório
Externo, demonstra que, de um modo geral, as visitas realizadas às escolas decorreram
dentro dos parâmetros estabelecidos pelo Programa (Quadro 4), havendo muitos distritos
onde a realização de uma 5.ª visita dos monitores às escolas teve uma expressão
significativa. Em termos quantitativos, é de salientar o esforço de formação extremamente
importante realizado pelas equipas distritais.
Em resumo, e respondendo às questões inicialmente formuladas para esta
avaliação, o Programa Internet@EB1:
1. Permitiu certificar competências básicas em TIC por parte de alunos (de forma
muito expressiva) e também de professores (de forma bastante mais reduzida);
2. Estimulou a produção e actualização de páginas web das escolas, onde é bem
visível a participação dos alunos, embora esta actividade pareça em muitos
casos pouco integrada no currículo e ter ficado aquém das suas possibilidades
110
no que respeita à promoção do desenvolvimento de competências e
capacidades nos alunos;
3. Promoveu actividades (como concursos e projectos) que envolveram um número
significativo de escolas, contribuindo para um propósito comum. Além disso, o
Programa envolveu a realização de parcerias com autarquias cuja concretização
umas vezes se revelou muito positiva e outras vezes geradora de conflitos e
problemas. No entanto, salvo algumas excepções dignas de registo, foram
reduzidas as parcerias constituídas com outras escolas do país ou de países de
língua portuguesa e com outras entidades como museus e bibliotecas;
4. Em termos gerais, parece ter contribuído de modo inequívoco para aumentar o
uso educativo das TIC nas escolas do 1.º ciclo do ensino básico, para fins
educativos, muito embora haja ainda um longo caminho a percorrer para que os
professores se sintam à vontade no domínio destas tecnologias como
instrumentos educativos e possam integrá-las correntemente na sua prática
profissional, proporcionando experiências de aprendizagem ricas, diversificadas
e curricularmente relevantes aos seus alunos.
4.3.4.1 Boas Práticas
O Programa Internet@EB1 envolveu inúmeras pessoas (desde alunos, professores,
formadores, entre outros) e o esforço desenvolvido por todos alcançou numerosos
exemplos de boas práticas que consideramos importante apresentar neste trabalho.
Estas boas práticas poderão e deverão servir de exemplo para actividades a desenvolver
futuramente, no quadro de outros programas e/ou no desenvolvimento do próprio projecto
das instituições. Para o efeito iremos apresentar os exemplos que constam do Relatório
de Avaliação Externa (2006).
Funcionamento interno.
A constituição e modo de funcionamento da equipa coordenadora local do projecto
e a sua articulação com a direcção da IES são factores decisivos para o sucesso do
Programa a nível local. O ponto de partida não foi igual para todos, na medida em que o
111
Programa foi acolhido em algumas Instituições que já tinham uma forte tradição na
realização de projectos educativos em TIC e com equipas associadas a Centros de
Competência Nónio ou outros. Há que salientar pela positiva algumas das equipas que
procuraram capitalizar a sua experiência e recursos para o desenvolvimento do
Programa. Assim, por exemplo, Aveiro, Beja, Évora e Santarém, entre outras, referem a
mobilização de recursos do Centro de Competência Nónio para o Programa.
Relativamente ao modelo de coordenação verificam-se igualmente algumas diferenças,
havendo casos em que esta assenta numa única pessoa e outros em que se procurou
dividir as responsabilidades. Por exemplo, em Évora constituíram-se cinco
coordenadores de área que deram um acompanhamento directo a um conjunto de
escolas e respectivos monitores. Na ESE de Setúbal, apostou-se num funcionamento
descentralizado, baseado na criação de Centros de Apoio e de Coordenação ao
Programa, visando “uma maior aproximação às escolas e à realidade local” e tirando
partido da “experiência resultante de intervenções anteriores na formação de
professores”.
A descentralização na coordenação do Programa pode trazer diversas vantagens
decorrentes de um melhor conhecimento do território, mas precisa de ser articulada com
a coordenação geral de forma a não perder de vista os objectivos do Programa e a tirar
partido daquilo que a IES pode oferecer em termos de formação e recursos.
Monitores
Os monitores desempenham um papel muito importante, senão mesmo o mais
importante, no desenvolvimento e no sucesso do Programa, na medida em que são eles
que estão no terreno a trabalhar com professores e alunos. Nesse sentido, verifica-se na
generalidade dos relatórios das instituições que foram estabelecidos critérios para a sua
selecção.
Desde logo, existe um conjunto de IES que optaram por recrutar professores do 1º
ciclo ou de outros ciclos, procurando criar as condições para que a intervenção não se
limitasse a questões de natureza técnica. Em alguns casos, os professores estavam em
acumulação, o que criou, por vezes, problemas de compatibilidade de horários e de
disponibilidade. Noutros casos, contrataram-se jovens licenciados que não estavam a
leccionar, o que por vezes também se revelou problemático quando estes conseguiram
colocação como professores. Em qualquer dos casos, parece inegável a vantagem de ter
112
como monitores pessoas que conhecem por dentro a realidade educativa e que são
capazes de desenvolver uma abordagem educativa das TIC.
Nas ESE de Lisboa e de Setúbal, por exemplo, foi-se mais além, tendo sido
seleccionados professores/monitores do próprio agrupamento em que iriam trabalhar,
garantido assim à partida uma maior proximidade entre monitor e professor. É de
salientar que houve instituições que tentaram manter a equipa do ano anterior, como é o
caso de Viseu, visando dar continuidade ao trabalho já realizado, enquanto que outras
mudaram de critério, por exemplo, passando da contratação de professores no activo
para professores desempregados.
A maioria das instituições criou dispositivos de formação dos monitores, variando
estes quanto à sua natureza, conteúdo e duração. No entanto, um elemento comum a
todas as formações ministradas foi a componente técnica, dados os requisitos do
Programa. Esta vertente era particularmente pertinente uma vez que em muitos casos se
teve como critério principal para a selecção do monitor ser professor, e estes teriam um
nível variado de competências informáticas.
Para além da formação técnica, muitas IES referem ter procurado dar uma
formação pedagógica aos monitores. O relatório de Aveiro, por exemplo, refere um
aspecto importante, dada a natureza do trabalho dos monitores: a formação em relações
interpessoais. Também o relatório da Universidade do Minho menciona ter havido a
preocupação de preparar os monitores para a entrada na escola: “numa perspectiva de
tratar cada escola e cada professor de acordo com as suas características, sem
imposição de modelos e de formas de fazer”.
Relativamente à duração da formação, há uma grande disparidade entre
instituições. Refira-se, por exemplo, o caso de Bragança em que se usaram mais de 84
horas de formação com os monitores, enquanto em Aveiro houve apenas um dia de
trabalho intensivo. No entanto, não é possível fazer uma avaliação da formação nesta
dimensão sem ter em conta que na maioria dos casos continuou a haver um
acompanhamento directo do trabalho dos monitores pela equipa de coordenação,
esclarecendo dúvidas e ajudando a resolver problemas, ou realizando seminários mais
formais, como aconteceu em Viseu. Em Aveiro criou-se uma dinâmica muito própria
entre a equipa dos monitores, sendo esta apresentada no relatório como uma
comunidade de prática, e que terá tido uma repercussão muito positiva nas práticas de
formação.
113
Para além da formação mais formal e do contacto presencial, muitas IES
disponibilizaram materiais on-line para apoiar o trabalho dos monitores. No caso de
Santarém, a comunicação com os monitores foi estabelecida principalmente através do
Centro de Apoio Virtual, onde eram esclarecidas as dúvidas de natureza técnica e
pedagógica e podiam trocar “impressões sobre estratégias de aprendizagem e
relacionamento com as outras entidades envolvidas no Programa” e se disponibilizavam
os documentos de gestão necessários.
Nota-se que na generalidade das instituições existiu uma atenção particular ao
acompanhamento do trabalho dos monitores, tendo sido criados instrumentos de
monitorização do processo, alguns dos quais acessíveis a partir dos Centros de Recursos
Virtuais. Algumas instituições referem ter realizado uma avaliação do trabalho dos
monitores, com base em vários elementos.
Modelo de intervenção
Tendo em conta os principais objectivos do Programa Internet@EB1, as IES
criaram modelos de intervenção diversos, evidenciando perspectivas variadas sobre a
utilização das TIC na sala de aula. Algumas instituições centraram-se nos produtos
esperados, sem dar especial atenção ao contexto da escola, enquanto que outras
tentaram fazer uma abordagem integradora das TIC. Por exemplo, no relatório da ESE de
Faro, chama-se a atenção para o respeito que o plano de trabalho/projecto educativo
deve merecer por parte das IES, afirmando-se que a sua intervenção “não poderá
desvirtuar ou acrescentar trabalho a esse plano; (…) as propostas de trabalho e as
metodologias a usar devem partir dos visados no projecto”. Também no relatório da ESE
do Porto é referida a necessidade de se integrar as TIC como ferramenta auxiliar do
projecto curricular e que os professores devem ser incentivados a utilizarem
pedagogicamente as TIC, nomeadamente, fazendo uma utilização da Internet integrada
nas actividades escolares.
Em algumas instituições procurou-se estimular a participação do professor com os
alunos no Programa a partir de projectos da escola/turma. Um caso interessante é o de
Viseu em que se refere que, na construção da página web da escola, se deveria
“escolher um ou dois projectos significativos, que sejam trabalhados transversalmente”.
Noutros casos estimulou-se a participação do professor com a turma em iniciativas da
ESE, nomeadamente, em concursos envolvendo todas as escolas do distrito, como
sucedeu em Évora.
114
As instituições tiveram que ensaiar várias estratégias para fazer face à limitação de
meios de muitas escolas e agrupamentos. Por exemplo, a UTAD usou o Netmóvel para
realizar sessões de formação com os professores. Outras instituições mobilizaram outros
recursos próprios (por exemplo, a ESE da Guarda) ou procuraram através de parcerias
usar equipamentos dos agrupamentos ou de autarquias.
Existem algumas iniciativas de divulgação do projecto que podem ser vistas como
potenciadoras do interesse e do envolvimento de mais escolas e de outros professores
em fases posteriores. Em Castelo Branco, foram dinamizados os Dias da “Escola Aberta
– à escola a Internet/TIC”, em várias sedes de agrupamentos de escolas.
O trabalho com os professores
De acordo com os objectivos do Programa, os professores deveriam constituir-se
como actores centrais em todo o processo. Para além de eles próprios desenvolverem
competências básicas em TIC, deveriam criar as condições para que também os seus
alunos as pudessem desenvolver e teriam ainda que ser capazes de produzir e/ou
actualizar a página web da escola. Como tal, as IES teriam que dar atenção especial a
este grupo, planeando a sua acção, usando um número relativamente pequeno de visitas
às escolas, perante uma enorme variedade de situações e contextos.
No intuito de construir um plano de acção que atendesse às necessidades efectivas
dos professores e à realidade de cada escola, diversas instituições começaram por fazer
um diagnóstico da situação de cada escola. Para tal usaram uma primeira visita, por
vezes denominada como “visita zero”, para conhecer os professores e a escola e só
depois estabeleceram um plano mais específico de trabalho (Aveiro, Évora). Noutros
casos, como por exemplo em Leiria, esse primeiro contacto com a realidade não foi tão
directo, centrando-se na visita às sedes de agrupamento e delegações escolares, tendo
sido a partir daí que o trabalho foi planificado.
O programa da visita não é por vezes detalhado nos relatórios, no entanto, existem
diversas instituições que referem ter construído planos de actuação para cada visita.
A ESE de Santarém, por exemplo, menciona a existência de um protocolo, e a
UTAD explicita o programa de cada visita. O relatório externo refere que, de uma forma
geral, os professores estariam dependentes das iniciativas dos monitores, embora
existindo alguma negociação. Verificam-se, contudo, algumas excepções como na ESE
de Viseu, cujo relatório menciona que “seria importante que os professores preparassem
115
as visitas dos monitores de modo a rentabilizá-las para desenvolver o projecto”,
denotando esperar por parte dos professores uma atitude mais proactiva.
De salientar ainda o incentivo ao uso da Internet, quer para pesquisa, quer para
comunicação. Em alguns casos, os professores foram estimulados a utilizar o correio
electrónico, nomeadamente, na comunicação com os monitores e com as sedes de
agrupamentos e com outros colegas.
Existem experiências que privilegiam o trabalho com o professor na sala de aula,
levando-o a trabalhar efectivamente com o computador nas visitas. No entanto, há
situações em que se verifica que tal não aconteceu. Por exemplo, o relatório de Beja
refere que, embora as estratégias de formação se tenham centrado na sala, a
heterogeneidade de “apetência dos docentes para a utilização das TIC” levou a usar
“predominantemente o método demonstrativo com estes”. Esta é uma situação que
dificilmente permitirá ao professor desenvolver confiança e competências ao nível da
utilização das TIC na sua aula.
Para além do trabalho realizado nas visitas com os professores, muitas das
instituições criaram mecanismos de formação presencial e/ou virtual que permitissem um
trabalho mais alargado com as TIC. Na generalidade visavam o desenvolvimento de
competências básicas em TIC, embora em alguns casos perspectivassem já uma
utilização educativa das TIC. A Universidade de Évora criou oficinas, sendo uma delas, a
do Projecto, dedicada ao desenvolvimento de actividades e projectos educativos com
recurso à Internet. Também a ESE de Viseu propôs diversas acções de formação para os
professores, entre as quais: Potencialidades Educativas da Internet e Software Educativo
para o 1.º ciclo.
No entanto, houve IES que acabaram por reduzir a formação do professor ao
trabalho realizado pelos monitores na sala de aula. Por exemplo, o relatório de Coimbra
refere que no 3.º ano do projecto, e tal como já tinha sucedido no ano anterior, optaram
por “não dar uma formação direccionada especificamente para professores”.
Para além da formação presencial, a maioria das IES dispunha também de
materiais que poderiam ajudar o professor a desenvolver competências em TIC e, muito
em particular, na construção de páginas web. Para além destes, em alguns casos existiu
também um helpdesk, foi o caso de Santarém.
116
Trabalho com os alunos
Relativamente a este parâmetro, o relatório externo refere que a maioria dos
relatórios das IES forneceu pouca informação sobre o modo como se processou o
trabalho com os alunos. No entanto, muitos relatórios afirmam ter privilegiado o trabalho
com os alunos em contexto de sala de aula. No relatório da ESE de Viana do Castelo,
existe uma descrição mais aprofundada das estratégias seguidas com os alunos,
designadamente: “Durante a abordagem dos temas foi sempre solicitado aos alunos que
experimentassem fazer, dando-lhes liberdade para mexerem no equipamento e
familiarizar-se um pouco com o seu funcionamento e facilidade de uso”. No relatório
desta instituição é também referida a utilização do livro “Manual só para miúdos: Ensina o
teu computador” com os alunos.
Também no relatório da ESE de Setúbal são indicadas algumas linhas orientadoras
do trabalho a desenvolver com as escolas, sugerindo que as actividades no âmbito da
página web deveriam “reflectir o trabalho realizado com os alunos”. Estas duas
instituições referiram também a exploração com os alunos da vertente de pesquisa na
Internet, assim como o uso do correio electrónico (criação de uma conta de correio
electrónico, envio de mensagens, etc.). No caso da ESE de Setúbal foi também utilizado
o Messenger para conversa em tempo real com colegas e professores de outras
instituições.
Um outro aspecto a destacar pela positiva no trabalho com os alunos é a referência,
no relatório de Castelo Branco, à identificação do número de crianças do distrito com
Necessidades Educativas Especiais e o cuidado específico dos monitores no trabalho
com elas: “têm tido uma atenção especial no acompanhamento e uso do computador”,
com estas crianças, que mostram aliás “um nível elevado de interesse pelo computador”.
Refere-se, porém, neste relatório, haver necessidade de desenvolver um programa
especial para estas crianças.
4.3.4.2 Dificuldades Sentidas
A análise dos relatórios elaborados pelas coordenações distritais, apresentado no
relatório de avaliação externo mostra que o 3.º ano do Programa Internet@EB1 foi
afectado por um conjunto amplo e diversificado de dificuldades, em todos os aspectos do
117
seu funcionamento, que acabou por afectar o grau de consecução dos objectivos
previstos. Parece existir algum consenso relativamente aos tipos de dificuldades
percepcionados pelas diferentes coordenações. Diversos relatórios enumeram
dificuldades de forma pormenorizada, sublinhando as condições precárias em que o
Programa funcionou. A inventariação e a análise das dificuldades detectadas são
imprescindíveis à sua superação em programas futuros de natureza idêntica.
Dificuldades técnicas e logística
As dificuldades mais frequentes parecem ter sido de natureza técnica e logística:
problemas de acesso à Internet, deterioração de equipamento (nomeadamente avarias
de routers provocadas por instabilidade da corrente eléctrica), roubo de equipamento,
número reduzido de computadores por escola, falta de consumíveis, etc. A transição da
ligação analógica para digital revelou-se particularmente problemática. Muitos destes
problemas foram agravados pela incapacidade de alguns parceiros em cumprirem
compromissos estabelecidos, nomeadamente na manutenção em tempo útil das infra-
estruturas necessárias à implementação do Programa (caso da Portugal Telecom e de
algumas autarquias). Frequentemente, a superação destas dificuldades acabou por ser
assegurada pelos monitores do Programa, em prejuízo do tempo de trabalho dedicado a
alunos e professores e com repercussões negativas no grau de consecução dos
objectivos previstos. Constata-se que muitas das dificuldades de natureza técnica
detectadas durante o primeiro ano do Programa continuam a verificar-se no terceiro ano.
Dificuldades de ordem institucional
Estas dificuldades, resultantes da indefinição inicial quanto à continuação do
Programa e do consequente arranque tardio do mesmo, também foram particularmente
referidas pelas coordenações regionais. De acordo com a maioria dos relatórios, a
indecisão inicial que marcou o segundo e o terceiro anos do Programa impediu uma
programação atempada da intervenção junto das escolas, comprometendo a sua
articulação com os programas de actividades das escolas e dos agrupamentos. As
actividades acabaram por ser realizadas numa fase do ano lectivo em que as escolas
estão pouco disponíveis (e revelam algumas dificuldades) para colaborarem em projectos
desta natureza. O facto do Programa Internet@EB1 não ter sido definido, desde o seu
início, como plurianual acabou por impedir a construção de um projecto de intervenção
118
que, de uma forma planeada, prolongada e articulada entre os diferentes intervenientes,
proporcionasse um acompanhamento mais eficaz dos professores e dos alunos e
garantisse um maior impacto nas concepções e nas competências dos docentes
relativamente à integração das TIC em contexto de sala de aula. Esta indefinição também
tornou particularmente difícil a realização de iniciativas de formação destinadas aos
monitores, a criação de mecanismos eficazes de auto-avaliação e o estabelecimento de
parcerias com os cursos de formação inicial de professores do 1.º Ciclo do Ensino Básico
das instituições de ensino superior tendo em vista, por exemplo, a articulação dos
estágios pedagógicos com a dinamização de actividades em contexto escolar que
pudessem contribuir para a concretização dos objectivos do Programa.
Outra dificuldade institucional particularmente relevante terá resultado da ausência
de um envolvimento formal e efectivo do Ministério da Educação e das Direcções
Regionais na realização do Programa Internet@EB1. O facto deste se ter desenvolvido
externamente ao Ministério da Educação não terá estimulado a participação e o
envolvimento das escolas e dos professores, contribuindo para algum desinvestimento
destes actores em todo o processo. Muitos professores acabaram por não participar nem
investir nas actividades, limitando-se a permitir a intervenção do monitor nas suas turmas.
Consequentemente, não desenvolveram as suas competências de integração das TIC
nas actividades da sala de aula, acabando por comprometer um dos objectivos do
Programa.
Relação com as autarquias
Alguns relatórios referem problemas de relacionamento entre as coordenações
regionais do Programa e determinadas autarquias. Por vezes, as autarquias em vez de
representarem uma solução para os problemas, parecem ter constituído uma fonte de
dificuldades, não cumprindo compromissos assumidos (nomeadamente ao nível da
manutenção do equipamento) e assumindo uma atitude de competição pelo facto de
também elas estarem acreditadas para a atribuição de DCB em TIC. Note-se, contudo,
que a maioria das autarquias teve um papel positivo, dentro das suas possibilidades, na
resolução dos problemas técnicos e logísticos, assegurando frequentemente a
deslocação dos alunos para salas de informática de centros de formação e de escolas
sede dos agrupamentos.
119
Estrutura do Programa
Um outro factor perturbador terá sido motivado pelos critérios de sucesso previstos
pelo próprio Programa: número de DCB atribuídos e de páginas web
construídas/reformuladas. Estes critérios, associados ao número reduzido de visitas para
apoio às escolas, terão dificultado o estabelecimento de um trabalho eficaz de articulação
das actividades do Programa com as actividades de sala de aula planeadas pelos
professores. Frequentemente, pressionados por restrições de tempo, os monitores
estiveram mais preocupados em atribuir DCB aos alunos e em construir ou reformular as
páginas web das escolas do que em apoiar os professores no desenvolvimento de
competências de integração das TIC em contexto de sala de aula.
A análise das diferentes dificuldades percepcionadas pelas coordenações regionais
permite afirmar que muitos dos problemas detectados poderiam ser fortemente
minorados através: da criação de mecanismos de avaliação/monitorização que
permitissem uma maior responsabilização dos diferentes actores (nomeadamente,
professores, agrupamentos, autarquias, Portugal Telecom, coordenações regionais) na
prossecução dos objectivos do Programa; e do estabelecimento de prazos de intervenção
bastante mais alargados (através da proposta de programas plurianuais) que
possibilitassem um planeamento e um acompanhamento mais eficazes, aumentando a
probabilidade de impactos mais alargados e duradouros nas competências de
professores e de alunos.
No entanto, em diversos casos percebe-se que esse projecto existe e tem um
significado importante, sendo mesmo o principal alimentador dos aspectos mais positivos
do trabalho realizado. Por exemplo, o relatório da Universidade de Évora mostra que esta
instituição encarou este Programa como uma oportunidade para promover novos
projectos nas escolas EB1 e aprofundar projectos já existentes no terreno.
4.4 CBTIC@EB1
Decorrendo da natural continuidade do Programa Internet@EB1, o Ministério da
Educação, através da Equipa de Missão CRIE promoveu o Projecto “Competências
Básicas em TIC nas EB1”. A acção desta Equipa de Missão enquadra-se na iniciativa
“Ligar Portugal” que, na sequência da Estratégia de Lisboa visa “fazer da sociedade da
120
informação e do conhecimento uma alavanca para a coesão social e a modernização
económica e tecnológica do País.” 11
O Projecto CBTIC@EB1 tem por base uma parceria entre o Ministério da Educação
e 18 Instituições do Ensino Superior com a finalidade de promover o uso da TIC e da
Internet para fins pedagógicos, nas escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico. As sessões de
trabalho nestes estabelecimentos de ensino terão como finalidade:
Desenvolver junto dos alunos e dos professores a capacidade de publicação na
Web, nomeadamente na construção de portfolios de turma e/ou na actualização
da página da escola;
Acompanhar e apoiar o trabalho de sala de aula no âmbito das TIC, como forma
de potenciar processos de ensino e aprendizagem, promovendo,
nomeadamente, a participação nas actividades de dinamização da rede;
Promover a constituição de comunidades de aprendizagem entre escolas ou
outras entidades (escolas portuguesas ou de países de língua oficial portuguesa,
escolas europeias, autarquias, associações culturais e científicas ou outras);
Promover e certificar a aquisição de competências básicas em Tecnologias de
Informação e Comunicação pelos alunos como corolário da integração das TIC
no currículo, preferencialmente os que concluem este ciclo de ensino (Ministério
da Educação).
11 Programa de Acção integrado no Plano Tecnológico do XVII Governo
121
4.4.1 Alguns números:
Entidades Parceiras: 18 Instituições de Ensino Superior: 13 Escolas Superiores de
Educação e 5 Universidades.
28 Fev. 2006 30 Abril 2006 31 Jul. 2006Escolas e Visitas
N.º de Escolas Visitadas 4046 6421 6637
Total de Visitas Efectuadas 5416 16331 30885
Recursos Humanos
N.º Monitores/Formadores Envolvidos 960
População Alvo
N.º de Alunos Envolvidos 80194 147496 184954
N.º de Professores Envolvidos 8709 14126 17481
Integração Curricular das TIC
Actividades Curriculares c/ recurso TIC 7713 23713 69552
Língua Portuguesa 2421 9062 20376
Matemática 862 2805 6709
Estudo do Meio 1330 5991 14209
Expressão Artística 1250 4689 11253
Outras áreas curriculares 1850 7387 17005
Indicadores do Projecto
Diplomas de Competências Básicas TIC 353 14966 71832
Horas de Formação 25184 81655 154425
Páginas de Escola Actualizadas 5027
Portfolios de Turma 5243
Projectos Colaborativos 1906
Centros de Recursos Virtuais 18
Fonte: Adaptado de: CRIE – ME disponível em http://www.crie.min-edu.pt em 2007-03-10
Tabela 6 - Alguns números do CBTIC@EB1
O novo programa de acompanhamento e apoio à utilização das TIC e da Internet
nas escolas do 1.º ciclo do ensino básico tem como principal objectivo contribuir para
122
mais e melhor aprendizagem por parte de alunos e professores, através da integração
curricular dos computadores e da Internet.
Tendo em conta o balanço efectuado ao extinto programa Internet@EB1 será
seguramente possível colmatar algumas das lacunas mencionadas potenciando a
utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação, desta feita com um enfoque
mais centrado nos processos, dotando professores e alunos das competências
necessárias para a efectiva utilização e aproveitamento das TIC e da Internet no contexto
ensino-aprendizagem.
123
5. ESTUDO
5.1 Metodologia da Investigação
A definição da metodologia da investigação é uma fase de indiscutível importância,
pois é ela que assegura “a fiabilidade e a qualidade dos resultados de investigação”
(Fortin, 1999, p. 102). Neste capítulo, e de acordo com o que Fortin advoga, serão
determinados os métodos a utilizar para obter as respostas às questões de investigação
ou às hipóteses formuladas. O autor acrescenta ainda que nesta fase “é necessário
escolher um desenho apropriado segundo se trata de explorar, de descrever um
fenómeno, de examinar associações e diferenças ou de verificar hipóteses” (p. 102).
Todo o trabalho de pesquisa deve ter uma base metodológica científica que permita
a organização crítica das práticas de investigação; no entanto, esta não deve ser
reduzida aos seus métodos e técnicas. A investigação consiste em alargar o campo dos
conhecimentos, na disciplina a que diz respeito, e facilitar o desenvolvimento desta
ciência.
O conhecimento adquire-se de muitas formas, mas na perspectiva de Fortin (1999,
p.17), de todos os métodos de aquisição de conhecimentos “a investigação científica é o
mais rigoroso e aceitável uma vez que assenta num processo racional (…) dotado de um
poder descritivo e explicativo dos factos e dos fenómenos”.
Segundo Hungler & Polit, a metodologia em investigação consiste na determinação
das etapas, procedimentos e estratégias utilizadas para reunião e análise de dados
(1995, p. 367). É através da metodologia que se estudam, descrevem e explicam os
métodos que se vão aplicar ao longo do trabalho, de forma a sistematizar os
procedimentos adoptados durante as várias etapas, procurando garantir a validade e a
fidelidade dos resultados. A metodologia tem como objectivo analisar as características
dos vários métodos disponíveis, observando as suas vantagens e desvantagens.
Na fase metodológica deve-se operacionalizar o estudo, isto é: precisar o tipo de
estudo, as definições operacionais das variáveis, o meio onde se desenrola o estudo e a
população deste mesmo estudo (Fortin, 2000, p. 202). Para o autor, o estilo da pesquisa
adoptado e os métodos de recolha de informação seleccionados, dependem da natureza
124
do estudo e do tipo de informação que se pretende obter. Assim, após uma consulta
estruturada e aprofundada sobre as principais características dos diversos tipos de
pesquisa, a natureza do estudo e o tipo de informação que pretendemos obter, definimos
o nosso estudo.
O processo de investigação científica exige uma sustentação sólida de todas as
opções tomadas, bem como o seguimento de uma determinada estrutura ordenada por
etapas. No cerne do processo de investigação é fulcral ter em consideração as fases de
enunciação do problema em estudo, de formulação de hipóteses, através do confronto
entre a teoria e a prática. Só assim é possível garantir a compreensão clara dos
resultados obtidos, a extensão do estudo, a sua comparação com outras investigações.
No entanto, o processo de investigação inicia-se sempre com um problema. Pode
afirmar-se que o objectivo de estudo é o porquê de se realizar uma investigação. Fortin
(2000, p. 100) refere que “o objectivo de um estudo é um enunciado declarativo que
precisa a orientação da investigação, segundo o nível de conhecimentos estabelecidos
no domínio em questão”.
De acordo com esta perspectiva definimos a nossa pergunta de partida, base de
todo o processo de investigação e de escolha dos métodos de investigação que a seguir
indicamos. Tendo começado com a problematização do uso da Internet nas Escolas do
1.º Ciclo do Ensino Básico, definimos a seguinte pergunta de partida:
Existem diferenças de utilização da Internet nas Escolas do 1.º Ciclo do Ensino
Básico do Interior e do Litoral?
Assim, o objectivo geral deste estudo consiste em identificar o impacto das TIC e da
Internet, nomeadamente dos recursos Web no 1.º Ciclo do Ensino Básico e de comparar
a sua utilização num Distrito do Litoral e num do Interior, que foi distribuído a todas as
Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico dos Distritos de Aveiro e da Guarda.
Algumas das questões de investigação colocadas foram:
Todos os computadores estão ligados à Internet?
De que forma os professores utilizam os recursos web?
Quantas vezes, por semana, os alunos acedem à Internet?
Quantas vezes, por semana, os professores acedem à Internet?
125
Quais os recursos web mais utilizados pelos professores e pelos alunos?
Os alunos estão motivados para a utilização das TIC, e em especial da Internet,
nas actividades escolares?
Os professores receberam algum apoio externo para a utilização dos recursos
web?
A escola participa no Projecto Internet nas Escolas?
Após a recepção das respostas ao questionário analisámos e interpretámos os
resultados e procedemos à redacção das conclusões e comparações entre os dois
distritos.
5.1.1 Hipóteses
Todo o estudo tem que possuir hipóteses que possam assumir uma resposta
plausível para o problema inicialmente colocado e que orientarão a investigação. A
hipótese é “um enunciado formal de relações previstas entre duas ou mais variáveis. Esta
combina com o problema e o objectivo numa explicação clara dos resultados esperados
de um estudo” (Fortin, 2000 p. 102).
Para Tuckman é geralmente possível derivar mais do que uma hipótese a partir de
qualquer formulação de um problema (2002).
O facto de termos decidido elaborar um estudo sobre a utilização das TIC e da
Internet (e dos seus recursos) em estabelecimentos de ensino do 1.º Ciclo do Ensino
Básico deveu-se, essencialmente ao fenómeno que a Internet está a causar em todo o
mundo, fazendo já parte do dia-a-dia de grande parte da sociedade.
Pretendemos analisar o impacto que este fenómeno causa no sistema educativo,
principalmente em crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 10 anos e quais
as diferenças, caso as haja, entre estabelecimentos de ensino do Litoral e do Interior.
126
5.1.1.1. Formulação e Operacionalização da Hipótese de Investigação
Como ponto de partida identificámos duas possibilidades de hipótese que
gostaríamos de ver respondidas no final do estudo:
Hipótese 1 – O Interior condiciona/limita a utilização de recursos web no 1.º Ciclo
do Ensino Básico;
Hipótese 2 – As instituições de Ensino Superior, através do Programa
Internet@EB1, possibilitam o acesso indiferenciado nas Escolas do 1.º Ciclo do Ensino
Básico.
5.1.2 Método de recolha de dados
As verdadeiras motivações para a introdução ou rejeição de Novas Tecnologias da
Informação e da Comunicação, principalmente da Internet e dos seus recursos são, sem
dúvida, difíceis de identificar e de provar, sendo este um dos principais desafios
colocados aos investigadores que se debruçam sobre esta matéria. Os educadores que
escolheram introduzir as TIC e a Internet no processo de ensino-aprendizagem podem
não conseguir explicar convenientemente ao investigador porque é que decidiram inserir
(ou não) estas ferramentas ou podem simplesmente não querer facultar essas
informações.
É por isso necessário construir-se cuidadosamente o questionário de forma a tentar
reduzir as possibilidades dos respondentes não conseguirem ou não pretenderem
colaborar com a investigação com abertura e transparência.
Ao longo deste subcapítulo pretendemos descrever a forma como o estudo foi
conduzido e justificar as diferentes opções tomadas ao longo deste processo.
Começaremos por definir a população em estudo e o método de selecção da amostra.
Seguidamente será descrito o processo de recolha de dados, com especial enfoque na
construção do instrumento que serviu de base ao estudo empírico realizado.
127
5.1.3 Definição da População
A população ou universo é, de acordo com Gil (1995), a totalidade dos indivíduos
que possuem as mesmas características definidas para um determinado estudo.
De um modo mais completo, Fortin (2000, p. 202) define população como “uma
colecção de elementos ou de sujeitos que partilham características comuns, definidas por
um conjunto de critérios, o elemento é a unidade de base da população junto da qual a
informação é recolhida e uma população particular que é submetida a um estudo, é a
chamada população-alvo”.
Neste estudo, ponderámos a hipótese de sabermos a opinião quer dos professores,
quer dos alunos do 1.º ciclo do Ensino Básico. No entanto, e constatando as faixas
etárias das crianças concluímos que seria difícil obter, através do instrumento de
investigação seleccionado (questionário), as respostas pretendidas.
Para ultrapassar essa dificuldade ponderámos uma segunda possibilidade que
passava pelo envio do inquérito a todos os professores desses estabelecimentos de
ensino. Contudo, e analisando a listagem de escolas e do número de alunos por escola
(que, em vários casos não ultrapassava a dezena, existindo apenas um professor para os
quatro anos de ensino) decidimos enviar os questionários para os agrupamentos de
Escola e solicitar a distribuição pelos(as) Directores(as) das Escolas do 1.º Ciclo do
Ensino Básico do Distrito de Aveiro e da Guarda. No estudo realizado, a população-alvo é
então representada pelos pelos(as) Directores(as) das Escolas do 1.º Ciclo do Ensino
Básico do Distrito de Aveiro e da Guarda.
De forma a conseguirmos o maior número de respostas optámos por enviar
inquéritos a todas as escolas dos dois distritos. No total foram enviados 1059
questionários (759 ao Distrito de Aveiro e 300 ao Distrito da Guarda).
5.1.4 Definição da Amostra
Quanto à amostra, esta pode ser definida como um subconjunto, uma parte
seleccionada da totalidade de observações abrangidas pela população, através da qual
se faz um juízo sobre as características da população (Fortin, p. 2000).
128
Neste estudo a amostra é constituída por 441 questionários.
Para podermos obter resultados que nos permitissem retirar conclusões e dar
resposta às hipóteses apresentadas trabalhámos no sentido de obter, no mínimo 30% de
questionários válidos. Dos 1059 questionários enviados obtivemos as seguintes
respostas:
Frequency Percent Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid Guarda 172 39,0 39,0 39,0
Aveiro 269 61,0 61,0 100,00
Tabela 7 – Número de Respostas por Distrito
5.1.5 Recolha de Dados
Conforme já referimos, a recolha de dados foi efectuada através de questionário
enviado aos agrupamentos de escolas dos distritos de Aveiro e da Guarda. Os
questionários foram enviados por correio, em número igual ao número de escolas do 1.º
Ciclo do Ensino Básico. Juntamente com os questionários foi enviado um envelope
selado para posterior reenvio das respostas.
Cerca de duas semanas após o envio dos questionários procedeu-se ao follow-up
telefónico para os agrupamentos, para confirmação da recepção e da distribuição dos
questionários para os(as) Directores(as) das Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico.
5.1.6 Objectivos, recursos e constrangimentos do estudo
No essencial, os objectivos do presente estudo passam por:
Analisar o impacto das TIC e da Internet nas Escolas do 1.º Ciclo do Ensino
Básico dos Distritos de Aveiro e Guarda;
Identificar as principais alterações que a introdução das TIC e da Internet
provocaram no processo ensino-aprendizagem;
129
Identificar e descrever os recursos Web utilizados nas Escolas do 1.º Ciclo do
Ensino Básico dos Distritos de Aveiro e Guarda;
Identificar diferenças e semelhanças na utilização dos recursos Web, como
forma de aprendizagem, nos Distritos de Aveiro e Guarda.
No que diz respeito aos constrangimentos e limitações do estudo, é necessário
referir que todos os custos inerentes à presente dissertação e, em particular a
implementação do trabalho de investigação foram suportados por recursos próprios. De
salientar ainda que todo o trabalho elaborado teve de ser executado, por motivos
profissionais, em horário pós-laboral, limitando a disponibilidade de tempo.
Estes factores foram levados em linha de conta no desenho da investigação e na
escolha do mecanismo de recolha de dados. Com outros recursos (quer financeiros quer
de tempo disponível) poder-se-iam ter equacionado outras formas de recolha de dados
como sendo visitas às escolas para observação da utilização das TIC e da Internet em
sala de aula.
Outro constrangimento neste estudo prendeu-se com o facto de recearmos que as
escolas não nos enviassem os questionários preenchidos ou demorassem muito mais
tempo do que aquele que havíamos estabelecido. De modo a contrariarmos essa
possibilidade elaborámos e enviamos os questionários logo no início dos trabalhos, não
dispondo ainda de bibliografia suficiente para colocação de questões. Este facto limitou
em certa medida as questões a colocar, bem como os resultados esperados.
5.1.7 Metodologia utilizada
Tendo em conta o problema em estudo ser de ordem prática, todo este trabalho se
enquadra no domínio da investigação descritivo-exploratório, quantitativo e transversal.
Este trabalho tem carácter descritivo-exploratório, situando-se portanto no nível I de
conhecimentos, de acordo com a hierarquia dos níveis de investigação sugerida por
Fortin (2000), pois o seu objectivo é denominar, classificar, descrever ou conceptualizar
uma situação, e existem à partida poucos conhecimentos no domínio em estudo. O
carácter exploratório do estudo, explica-se porque “o objectivo do estudo será explorar o
130
domínio em profundidade e explorar o conceito para extrair dele todas as manifestações
com vista a descrever o fenómeno” (Fortin, 2000, p.100).
Assim, pode-se afirmar que se trata de um estudo do tipo exploratório, pois “as
pesquisas deste tipo têm como principal finalidade, descrever, esclarecer sem modificar
conceitos e ideias, com vista à formulação do problema mais preciso ou hipóteses
pesquisáveis para estudos posteriores” (Gil, 1989, p. 45).
Foi ainda adoptado o método quantitativo, visto que se trata de um processo
sistemático de colheita de dados quantificáveis e observáveis (Fortin, p. 2000).
5.1.8 Formulação e Operacionalização das questões
No que diz respeito ao formato do questionário é fundamental decidir que tipo de
questões incluir. São essencialmente três os tipos de formatos de questões utilizados em
instrumentos similares:
Questões Abertas: o inquirido tem liberdade para responder pelas suas
próprias palavras às questões colocadas;
Questões Fechadas: O inquirido terá que escolher a sua resposta de entre uma
lista predefinida de alternativas;
Escalas: as alternativas são colocadas de forma a capturarem a intensidade da
resposta do inquirido.
No questionário enviado, a maior parte das questões apresentadas eram questões
fechadas; apenas uma questão foi apresentada em escala, e de entre as questões
fechadas, apenas cinco apresentavam a possibilidade de se escrever outra resposta que
não a alternativa apresentada.
131
5.1.9 Sequência e formatação do questionário
Depois de formuladas as questões, a etapa seguinte passou pela ponderação da
sua sequência e formatação. A estrutura escolhida foi a seguinte:
Apresentação do questionário
É aconselhável que exista uma introdução curta na primeira página do questionário,
que poderá ser determinante na decisão do respondente em colaborar com a
investigação. Nessa apresentação, para além de referirmos os objectivos do questionário,
pareceu-nos útil referir expressamente que o mesmo era anónimo e confidencial.
Parte 1 – Informação sobre o equipamento informático e a utilização da Internet
A primeira parte do questionário contempla todas as questões relativas ao
equipamento informático (n.º de computadores na escola e n.º de computadores com
ligação à Internet) e à utilização da Internet (objectivo de utilização da Internet e dos seus
recursos, grau de dificuldade, recursos Web mais utilizados, entre outras).
Parte 2 – Informação sobre a Escola
A segunda parte do questionário tem por objectivo recolher informação sobre a
escola (n.º de professores, n.º de alunos, n.º de auxiliares de acção educativa,
participação da escola no programa Internet nas escolas, integração da biblioteca da
escola na Rede de Bibliotecas Escolares, entre outras).
5.1.10 Avaliação, aprovação, pré-teste e revisão do questionário
Após a elaboração da primeira versão do questionário seguiu-se uma fase de
comparação com outros questionários na área da educação (comparação essa efectuada
por uma técnica do Gabinete de Qualidade da Escola Superior de Tecnologia e Gestão
da Guarda) que levou a algumas revisões em especial na sua introdução, formatação e
ordem das questões.
132
Uma versão mais aperfeiçoada foi depois submetida à Orientadora da presente
dissertação, bem como a um professor da Escola Superior de Educação da Guarda que
pertence à Equipa Coordenadora do Projecto Internet@EB1 na ESEG.
Foi então que levámos a cabo um pequeno estudo preliminar ou pré-teste através
da aplicação do questionário a docentes e encarregados de educação. Solicitámos-lhes,
de seguida que comentassem a compreensão, clareza e sequência das perguntas, a
coerência global do questionário, bem como a formatação e extensão do mesmo.
5.1.11 Implementação do questionário e recolha de dados
Com a versão final do questionário aprovada (Anexo 3) procedeu-se ao envio, por
correio, a todos os agrupamentos de escola, a solicitar a distribuição aos directores das
Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico. Juntamente com o questionário e a carta foi
enviado um envelope selado para posterior reenvio. Os questionários foram enviados na
primeira semana do mês de Março de 2006, dando-se como prazo de envio o final do
mês de Abril de 2006.
Tendo presente a preocupação de se obter uma amostra o mais abrangente e
representativa possível foi necessário realizar alguns contactos telefónicos relembrando o
envio dos questionários e a necessidade de se obter um número considerável de
respostas.
No início do mês de Maio finalizámos os contactos tendo recebido 441
questionários.
5.2. Apresentação e Discussão dos Resultados
Uma vez que a dimensão da amostra pretendida rondava os 30%, esse objectivo foi
ultrapassado, na medida em que recebemos 441 respostas válidas.
133
5.2.1 Distribuição de frequências para todas as variáveis do questionário – Distrito
da Guarda
Conforme já referimos, a primeira parte do questionário teve como objectivo
recolher informação sobre o equipamento informático e a utilização da Internet, por forma
a apurar o impacto que os recursos web têm no 1º ciclo do ensino básico.
Podemos verificar que 63,4% dos inquiridos afirmaram que tinham até 2
computadores na Escola, logo seguidos por 22,1% das Escolas que têm entre 3 e 5
computadores (tabela 28). Estamos, pois, em condições de afirmar que a maior parte das
escolas deste distrito têm apenas 2 computadores, o que parece ser um número bastante
reduzido.
Das Escolas que responderam ao questionário verifica-se que 25,6% ainda não têm
todos os computadores com ligação à Internet. No entanto, 71,5% das Escolas possuem
já Internet (tabela 29). A rede de Internet abarca quase 2/3 da população estudantil neste
distrito. Se pensarmos que é um distrito localizado no interior, pode-se considerar um
resultado bastante positivo.
No que diz respeito à utilização, por parte dos professores, de recursos verifica-se
que em 50% das Escolas, apenas 1 Professor utiliza regularmente Recursos Web (tabela
30). Para esta questão há que ter em consideração que em 54,1% das Escolas apenas
existe 1 Professor a leccionar o que permite concluir que os professores que leccionam
nestas escolas utilizam a Internet.
Relativamente ao espaço físico, a utilização da Internet é, maioritariamente
(72,7%), utilizada na Sala de Aula, provavelmente devido ao facto de ser onde existe a
ligação à Internet ou/e pela falta de espaços dedicados ao convívio, como por exemplo
salas para alunos (tabela 31).
Quando inquiridos sobre o grau de dificuldade de utilização das TIC em ambiente
educativo, verifica-se que 41,9% dos inquiridos indica Dificuldade Razoável na utilização
das TIC em ambiente educativo, “sobressaindo” alguma falta de à vontade para
manusear as novas tecnologias que têm ao seu dispor (tabela 32). Levanta-se aqui a
questão se tiveram o apoio devido aquando da colocação dos computadores e respectiva
ligação à Internet.
Relativamente à utilização dos recursos Web, verifica-se que 15,1% dos
Professores utilizam a Internet como actividade complementar, logo seguido de 8,7% que
134
utilizam a Internet como actividade integrada, nomeadamente nas disciplinas de Língua
Portuguesa, Matemática, Estudo do Meio e Expressões (tabela 33).
Esta interpretação deverá ser motivo de uma análise, uma vez que, estando nós
numa época em que se incentiva tanto ao uso de novas tecnologias, porque será que os
professores não utilizam esta aldeia global, que disponibiliza tanta informação, desde que
feita a triagem correcta pelos professores, nas suas aulas? E apenas o fazem como
actividade complementar?
Na questão “quantas vezes, por semana, os Alunos acedem à Internet?” Verificamos que 31,4% dos alunos acedem à Internet todos os dias. No entanto, existe
ainda uma percentagem considerável, 22,7%, que apenas acede à Internet 1 dia por
semana (tabela 34). Este resultado permite-nos “filtrar” a informação que já está
subjacente na questão 2, em que comparativamente, é o número de escolas que não têm
ligação à Internet, aquando da data da distribuição deste questionário.
No que diz respeito aos Professores, os dados alteram-se: 60,5% acede à Internet
todos os dias, seguidos de 19,2% de Professores que acedem 3 dias por semana (tabela
35).
Ao analisar as respostas obtidas na questão 9 (Os alunos recorrem à Internet
para…), verifica-se que 47,1% dos alunos das Escolas do 1.º Ciclo do distrito da Guarda
recorrem à Internet para pesquisar informação no Âmbito das Actividades Escolares e
para Jogar. Constata-se ainda que 22,7% dos alunos recorrem à Internet apenas para
Pesquisar Informação no Âmbito das Actividades Escolares (tabela 36).
Dos portais apresentados no questionário (tabela 37), a maioria (60,5%) indica
recorrer a todos os portais apresentados. Este fenómeno pode acontecer na medida em
que a utilização é feita em sala de aula e os professores devem indicar-lhes todos os
portais para pesquisa. Individualmente, o portal mais utilizado (15,7%) é o Google, o que
vem de encontro às estatísticas nacionais, visto ser este o portal preferido dos
portugueses.
Relativamente aos recursos Web apresentados (tabelas 38 a 48), verifica-se que o
mais utilizado, por professores e alunos é o Sítio dos Miúdos (54,1%) seguido do
Júnior.te (40,7%).
No que diz respeito à motivação dos alunos para a utilização das TIC e da Internet
nas actividades escolares, salienta-se que 51,7% dos alunos estão Bastante Motivados
para a utilização da Internet, nas actividades escolares, logo seguido de 24,4% de alunos
135
Muito Motivados (tabela 49). Resumidamente podemos constatar que os alunos do 1º
ciclo encontram-se bastante interessados em utilizar estes recursos.
Uma das questões que em muito fundamentam este estudo refere-se ao apoio
externo que os professores receberam para trabalharem e utilizarem os recursos Web
nas Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico. Analisando esta questão verifica-se que ainda
existe uma grande percentagem de Professores (55,2%) que não receberam qualquer
tipo de apoio externo/formação na utilização de Recursos Web (tabela 50). Como
tínhamos referido anteriormente na questão 5, os professores afirmaram ter alguma
dificuldade em utilizar as novas tecnologias. Verifica-se que 41,9% dos inquiridos indica
Dificuldade Razoável na utilização das TIC em ambiente educativo, “sobressaindo”
alguma falta de à vontade para manusear as novas tecnologias que têm ao seu dispor.
Levanta-se aqui novamente a questão se tiveram o apoio devido aquando da colocação
dos computadores e respectiva ligação à Internet.
A segunda parte do questionário procurou caracterizar a amostra no âmbito do
nosso estudo.
No que concerne ao número de professores a leccionar na escola é de salientar o
facto de que 54,1% das Escolas apenas dispõe de 1 Professor a leccionar. 15,7% dispõe
de 2 Professores e 12,8% de mais de 4 Professores (tabela 51).
Relativamente ao número de alunos por escola, verifica-se que, em todos os anos
lectivos do 1.º Ciclo, a maior percentagem (63,4%; 66,9%; 69,2% e 67,4%
respectivamente) aparece no escalão “Até 10 alunos” (tabelas 52 a 55). De salientar que
estes dados se referem ao ano lectivo 2005/2006.
Em relação ao número de auxiliares de Acção Educativa é de salientar que a maior
parte das Escolas não respondeu a esta questão (espera-se que não seja um indicador
de que não existam Auxiliares de Acção Educativa nessas Escolas). Dos questionários
respondidos, 27,9% das Escolas apenas tem 1 auxiliar de Acção Educativa (tabela 56).
Questionando as escolas sobre a integração das suas bibliotecas na Rede de
Bibliotecas Escolares verifica-se que a maior parte das Bibliotecas das Escolas do 1.º
Ciclo do Distrito da Guarda (71,5%) não estão integradas na Rede de Bibliotecas
Escolares (tabela 57).
Em contrapartida, 75,6% das Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico participou no
Projecto Internet nas Escolas, no ano lectivo 2005/2006. Este projecto é apoiado pela
Escola Superior de Educação da Guarda (tabela 58).
136
A Câmara Municipal não disponibiliza, à maior parte das Escolas (87,2%) horas
complementares sobre as TIC (tabela 59).
5.2.1.1 Conclusões do Distrito da Guarda
Em conclusão, podemos dizer que, após realizada a análise dos resultados dos
questionários aplicados no distrito da Guarda, a maior parte das escolas deste distrito
tem apenas 2 computadores para os alunos e professores utilizarem.
A rede de Internet abarca quase 2/3 da população estudantil neste distrito. Verifica-
se que nas Escolas o Professor utiliza regularmente Recursos Web.
A utilização da Internet é utilizada essencialmente na Sala de Aula, provavelmente
devido ao facto de ser onde existe a ligação à Internet e/ou pela falta de espaços
dedicados ao convívio, como por exemplo salas para alunos.
Verifica-se que 41,9% dos inquiridos apresentam “Dificuldades Razoáveis” na
utilização das TIC em ambiente educativo, “sobressaindo” alguma falta de à vontade para
manusear as novas tecnologias que têm ao seu dispor. Como verificámos a dada altura,
estes mesmos afirmaram que não receberam nenhum apoio externo para a utilização dos
recursos web nas escolas onde estavam colocados.
Em relação aos alunos, grande parte acede à Internet todos os dias. No entanto,
existe ainda uma percentagem considerável, que apenas acede à Internet 1 dia por
semana, o que nos parece manifestamente pouco. Estes mesmos alunos recorrem na
sua maioria à Internet para pesquisar informação no âmbito das Actividades Escolares e
para Jogar.
O portal mais utilizado é o Google, o que vem de encontro às estatísticas nacionais,
visto ser este o portal preferido dos portugueses.
Perante isto podemos concluir que os alunos do 1º Ciclo encontram-se bastante
interessados em utilizar estes recursos, logo devem ser criados mecanismos,
ferramentas de apoio aos professores de modo a estes incentivarem e desenvolverem
estas novas tecnologias junto dos seus alunos. É de realçar que, devido à “tenra” idade
dos alunos este manuseamento deve ser sempre acompanhado, numa primeira fase,
pelo professor num “contexto de sala de aula”.
137
5.2.2 Distribuição de frequências para todas as variáveis do questionário – Distrito
de Aveiro
Relativamente aos questionários recebidos do Distrito de Aveiro verifica-se que
38,7% dos inquiridos afirmaram que tinham entre 3 e 5 computadores na Escola, logo
seguidos por 33,1% das Escolas que têm até 2 computadores (tabela 60). Podemos
afirmar que o distrito de Aveiro tem à partida uma vantagem em relação ao distrito da
Guarda já que tem mais computadores por escola.
É similar a percentagem dos computadores que estão ligados à Internet e dos que
não estão (45,7% e 44,6%, respectivamente). Quase metade dos computadores
existentes têm ligação à Internet o que permitirá aos alunos e aos professores a sua
frequente utilização (tabela 61).
No que diz respeito ao n.º de professores que utilizam regularmente recursos Web,
verifica-se que em 24,9% das Escolas, 2 professores utilizam regularmente Recursos
Web, logo seguidos de 21,2% de Escolas em que mais de 4 professores utilizam
Recursos Web, o que é significativamente positivo (tabela 62).
Verifica-se que 52% dos professores utilizam a Internet na sala de aula. Os
professores também afirmaram utilizar a Internet nas salas de professores (7,8%) e ainda
os que o fazem simultaneamente com a sala de aula. 14,9% refere que utiliza a Internet
noutro local (tabela 63).
Relativamente ao grau de dificuldade de utilização das TIC verifica-se que 40,5%
dos inquiridos indica Dificuldade Razoável na utilização das TIC em ambiente educativo,
logo seguido de 34,2% que refere ter Pouca Dificuldade na utilização das TIC (tabela 64).
Questionados sobre a utilização dos recursos Web conclui-se que 20,4% dos
Professores utiliza a Internet como actividade complementar. Apenas 6,7% utiliza a
Internet como actividade integrada, nomeadamente nas disciplinas de Língua
Portuguesa, Matemática, Estudo do Meio e Expressões, o que é algo estranho visto
anteriormente afirmarem que utilizavam a Internet na sala de aula (tabela 65).
Existe ainda um grupo considerável de alunos (29,4%) que acedem à Internet
apenas 1 dia por semana, logo seguido de 19,7% que referem aceder à Internet 2 dias
138
por semana. Apenas 14,9% acede à Internet todos os dias (tabela 66). Ao contrário do
que seria de prever os alunos não acedem com tanta frequência à Internet como os
professores.
No que diz respeito aos professores, os dados alteram-se. 43,9% acedem à Internet
todos os dias, seguido de 18,6% de Professores que acedem 3 dias por semana (tabela
67). Como se pode verificar pela análise feita anteriormente os professores utilizavam
com bastante frequência a Internet. Aqui comprova-se quando estes afirmaram que
utilizavam a Internet como actividade complementar.
Relativamente à questão “os alunos recorrem à Internet para…”, 37,9% dos
alunos das Escolas do 1.º Ciclo do Distrito de Aveiro recorrem à Internet para Pesquisar
Informação no Âmbito das Actividades Escolares. 27,1% recorrem à Internet para
Pesquisar Informação no Âmbito das Actividades Escolares e para Jogar (tabela 68).
Constata-se que existe por parte dos professores o incitamento à utilização das TIC como
ferramenta de estudo e de aprendizagem.
Dos portais apresentados para pesquisa de informação para as actividades
escolares (tabela 69), a maioria (58,4%) indica recorrer a todos os portais apresentados.
Individualmente, o portal mais utilizado (17,5%) é o Google. Estes resultados são
bastante semelhantes aos do Distrito da Guarda, aquando da escolha do motor de busca.
Em relação aos recursos Web (tabelas 70 a 80), o mais utilizado, por professores
e alunos é o Sítio dos Miúdos (48,3%) seguido do Júnior.te (44,2%). São dois recursos
bastante completos e apelativos para crianças do 1.º ciclo do Ensino Básico. O Sitio dos
Miúdos foi concebido para crianças de vários grupos etários: Mini Click (até aos 8 anos),
Planeta Click (dos 8 aos 10 anos) e Super Click (para maiores de 10 anos), este recurso,
da responsabilidade da Porto Editora, apresenta uma grande diversidade de temas e
actividades. O espaço Júnior.te.pt contém informação que pode ser útil tanto nas tarefas
escolares como nas actividades lúdicas. A Rua (com informação para crianças do 1.º
Ciclo) dispõe de informação sobre Portugal, Ambiente, Concursos, Vamos Fazer, Jogos,
Música, Famosos, Desporto, Sabias que…, Mundo Animal, Notícias e Construir Histórias.
No que diz respeito à motivação dos alunos para a utilização das TIC e da Internet
nas actividades escolares é de salientar que 37,5% dos alunos estão Bastante Motivados
para a utilização da Internet, nas actividades escolares, logo seguido de 32,3% de alunos
Muito Motivados. Podemos acrescentar que apenas 2,2% dos alunos afirmaram que
estavam pouco motivados (tabela 81). Somos da opinião que deve ser aproveitada esta
“predisposição” dos alunos para a utilização das TIC no contexto “escola – sala de aulas”.
139
Verifica-se, no entanto que ainda existe uma grande percentagem de Professores
(66,9%) que não receberam qualquer tipo de apoio externo/formação na utilização de
Recursos Web (tabela 82), o que significa que tiveram que fazer por si próprios o
processo de auto aprendizagem. Esta realidade é comum em ambos os distritos.
No que diz respeito à Informação sobre a escola, é de salientar que no Distrito de
Aveiro 27,1% das Escolas possui mais de 4 professores a leccionar. 22,3% das Escolas
possuem 2 professores (tabela 83).
Tal como acontece no Distrito da Guarda, verifica-se que, em todos os anos lectivos
do 1.º Ciclo, a maior percentagem (43,9%; 44,2%; 43,1% e 42,4% respectivamente) está
situada em turmas constituídas até 10 alunos (tabelas 84 a 87), o que nos permite
verificar que o baixo número de alunos por turma não se prende com questões
relacionadas com a localização das escolas, num distrito do Interior: Guarda, ou num
distrito do Litoral: Aveiro.
Relativamente ao número de auxiliares de Acção Educativa verifica-se que 39,4%
das Escolas dispõe apenas de 1 Auxiliar de Acção Educativa (tabela 88). De referir ainda
que, tal como acontece no Distrito da Guarda, existe uma grande percentagem de
Escolas (31,2%) que não responderam a esta questão.
A maior parte das Bibliotecas das Escolas do 1.º Ciclo do Distrito de Aveiro (77,3%)
não estão integradas na Rede de Bibliotecas Escolares (tabela 89).
Verifica-se ainda que 81,4% das Escolas participa no Projecto Internet nas Escolas,
o que é muito importante já que estas estão empenhadas em implementar o projecto nas
escolas de modo a dinamizar a utilização das TIC pelos alunos do 1º Ciclo (tabela 90).
De salientar igualmente que a Câmara Municipal não disponibiliza, à maior parte
das Escolas (69,9%) horas complementares sobre as TIC (tabela 91).
5.2.2.1 Conclusões do Distrito de Aveiro
Em conclusão, podemos dizer que, após produzida a análise dos resultados dos
questionários aplicados no Distrito de Aveiro existem entre 3 e 5 computadores na
Escola, logo seguidos por 33,1% das Escolas que têm até 2 computadores. O Distrito de
Aveiro tem à partida uma vantagem em relação ao distrito da Guarda já que tem mais
140
computadores por escola.
Quase metade dos computadores existentes têm ligação à Internet o que permitirá
aos alunos e aos professores a sua frequente utilização.
Os professores utilizam a Internet na sala de aula, logo seguidos por aqueles que
também afirmaram utilizar a Internet nas salas de professores (7,8%) e ainda os que o
fazem simultaneamente com a sala de aula .
Verifica-se que 40,5% dos inquiridos indica Dificuldade Razoável na utilização das
TIC em ambiente educativo. Podemos concluir que os professores se sentem
satisfatoriamente familiarizados com as TIC.
A maioria dos professores utiliza a Internet como actividade complementar. Apenas
6,7% utiliza a Internet como actividade integrada, nomeadamente nas disciplinas de
Língua Portuguesa, Matemática, Estudo do Meio e Expressões.
De salientar que 29,4% dos alunos acedem à Internet apenas 1 dia por semana,
logo seguido de 19,7% que referem aceder à Internet 2 dias por semana. Apenas 14,9%
acede à Internet todos os dias. Ao contrário do que seria de prever os alunos não
acedem com tanta frequência à Internet como os professores.
Os professores acedem à Internet todos os dias, seguidos de 18,6% de professores
que acedem 3 dias por semana.
A maior parte dos alunos das Escolas do 1.º Ciclo do Distrito de Aveiro recorrem à
Internet para pesquisar informação no âmbito das Actividades Escolares. Constata-se
que existe por parte dos professores o incitamento à utilização das TIC como ferramenta
de estudo e de aprendizagem
No que diz respeito à pesquisa de informação para as actividades escolares, a
maioria (58,4%) indica recorrer a todos os portais apresentados. Individualmente, o portal
mais utilizado (17,5%) é o Google. Estes resultados são bastante semelhantes aos do
Distrito da Guarda, aquando da escolha do motor de busca.
O Recurso Web mais utilizado, por professores e alunos é o Sítio dos Miúdos
(48,3%) seguido do Júnior.te (44,2%).
De salientar que 37,5% dos alunos estão Bastante Motivados para a utilização da
Internet, nas actividades escolares, logo seguido de 32,3% de alunos Muito Motivados.
Deve ser aproveitada esta “predisposição” dos alunos para a utilização das TIC no
contexto “escola – sala de aulas”.
141
Verifica-se que ainda existe uma grande percentagem de professores que não
receberam qualquer tipo de apoio externo/formação na utilização de Recursos Web, o
que significa que tiveram que fazer por si próprios o processo de auto-aprendizagem.
Esta realidade é comum em ambos os distritos.
De salientar que no Distrito de Aveiro 27,1% das Escolas possui mais de 4
professores a leccionar, seguidas das escolas que têm 2 professores.
Tal como acontece no Distrito da Guarda, verifica-se que, em todos os anos lectivos
do 1.º Ciclo, a maior percentagem está situada em turmas constituídas até 10 alunos, o
que nos permite verificar que o baixo número de alunos por turma não se prende com
questões relacionadas com a localização das escolas, num distrito do Interior: Guarda, ou
num distrito do Litoral: Aveiro.
Verifica-se que 39,4% das Escolas dispõe apenas de 1 Auxiliar de Acção
Educativa. De referir ainda que, tal como acontece no Distrito da Guarda, existe uma
grande percentagem de Escolas (31,2%) que não responderam a esta questão.
A maior parte das Bibliotecas das Escolas do 1.º Ciclo do Distrito de Aveiro (77,3%)
não estão integradas na Rede de Bibliotecas Escolares. Conclui-se que a maior parte das
Escolas participa no Projecto Internet nas Escolas, dinamizando a utilização das TIC
pelos alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico.
Conclui-se anda que as Autarquias não disponibilizam, à maior parte das Escolas,
horas complementares sobre as TIC.
142
5.2.3 Proporção do nº de professores e os que utilizam os recursos web – Distrito
da Guarda
3. Quantos Professores utilizam regularmente recursos web? * 14. Nº de Professores a
leccionar
Count
14. Nº de Professores a leccionar Total
1 2 3 4 > de 4 NR
3.Quantos
Professores utilizam
regularmente
recursos web?
1 81 5 0 0 0 0 86
2 11 16 2 4 3 0 36
3 0 4 10 0 0 0 14
4 1 1 2 4 0 0 8
> de 4 0 0 0 3 19 1 23
NR 0 1 0 2 0 2 5
Total 93 27 14 13 22 3 172
Tabela 8 - Proporção do nº de professores e os que utilizam os recursos web – Distrito da Guarda
Após a análise da tabela onde se cruzou a informação de quantos docentes se
encontravam a leccionar e desses quantos utilizam Recursos Web, verificou-se que,
independentemente do número de professores da Escola, apenas 1 ou 2 utilizam a
Internet e os seus Recursos Web, o que permite concluir que não existe interesse ou
conhecimento por parte dos professores em utilizar a Internet.
143
5.2.4 Proporção do nº de professores e os que utilizam os recursos web – Distrito
de Aveiro
3. Quantos Professores utilizam regularmente recursos web? * 14. Nº de Professores a
leccionar
Count
14. Nº de Professores a leccionar Total
1 2 3 4 > de 4 NR
3. Quantos
Professores utilizam
regularmente
recursos web?
1 26 9 8 4 5 0 52
2 11 32 10 4 9 1 67
3 2 6 13 3 10 0 34
4 2 5 4 17 8 2 38
> de 4 4 5 2 10 36 0 57
NR 6 3 5 2 5 0 21
Total 51 60 42 40 73 3 269
Tabela 9 - Proporção do nº de professores e os que utilizam os recursos web – Distrito de Aveiro
Relativamente ao distrito de Aveiro, os valores, embora se apresentem mais
distribuídos mantêm a sua maior incidência em 1 e 2 Professores que utilizam os
Recursos Web, no entanto o resultado é melhor do que o observado no Distrito da
Guarda.
144
5.2.5 Relação de professores que utilizam a Internet versus Obtenção de formação
– Distrito da Guarda
3. Quantos Professores utilizam regularmente recursos web? * 13.Os professores
receberam algum apoio externo para a utilização dos recursos web
Count
Questão 13
Sim Não NR Total
1 28 48 10 86
2 14 22 0 36
3 4 8 2 14
4 2 4 2 8
> de 4 11 11 1 23
3. Quantos
Professores utilizam
regularmente
recursos web?
0 2 3 5
Total 59 95 18 172
Tabela 10 - Relação de professores que utilizam a Internet versus Obtenção de formação –
Distrito da Guarda
Após a análise da tabela acima, verifica-se que dos 76 professores que utilizam
regularmente a Internet, apenas 28 receberam formação para esse efeito. Estamos
perante uma grande percentagem de auto aprendizagem dos recursos web. Realça-se
que dos 154 professores que responderam a esta questão 95 deles não recebeu
qualquer apoio formativo neste âmbito, o que uma vez mais vem reforçar a inexistência
de apoio fornecido aos professores nesta área, “obrigando-os” a fazer auto aprendizagem
no exercício das suas funções profissionais.
145
5.2.6 Relação de professores que utilizam a Internet versus Obtenção de formação
– Distrito de Aveiro
3. Quantos Professores utilizam regularmente recursos web? * 13.Os professores
receberam algum apoio externo para a utilização dos recursos web
Count
Questão 13
Sim Não Total
1 11 36 5 52
2 14 43 10 67
3 6 24 4 34
4 9 27 2 38
> de 4 16 36 5 57
3. Quantos
Professores utilizam
regularmente
recursos web?
0 14 7 21
Total 56 180 33 269
Tabela 11 - Relação de professores que utilizam a Internet versus Obtenção de formação –
Distrito de Aveiro
Tal como acontece no Distrito da Guarda, também no Distrito de Aveiro se verifica
que os Professores que utilizam frequentemente Recursos Web não receberam formação
para o efeito, o que é de todo incompreensível nos dias de hoje. É prática corrente o
fornecimento de formação aquando o fornecimento de novos instrumentos de trabalho.
146
5.2.7 Percentagem de professores que utilizam a Internet e destes quais a utilizam
na sala de aula – Distrito da Guarda
8. Quantas vezes, por semana, os Professores acedem à Internet * 4. Onde utilizam
habitualmente a Internet
8. Quantas vezes, por semana, os Professores acedem à Internet? Total
Todos os dias 4 dias 3 dias 2 dias 1 dia Nunca
Onde utilizam
habitualmente a
Internet?
Sala de Aula
80 5 23 9 7 0 1 125
Tabela 12 - Percentagem de professores que utilizam a Internet e destes quais a utilizam na sala
de aula – Distrito da Guarda
Como se pode verificar a maioria dos professores utiliza a Internet na sala de aula
todos os dias (80), logo seguidos por aqueles que afirmaram que o faziam 3 dias por
semana (23).
Apresenta-se de seguida o gráfico com os histogramas das variáveis dependentes.
As hipóteses foram testadas com um intervalo de confiança de 95%, de onde resulta um
nível de significância de 5% (α=0,05). Este nível de significância possibilita, com uma
confiança de 95%, a existência de uma relação entre as variáveis, caso exista.
Nos testes de hipóteses a decisão baseia-se no estudo das probabilidades,
verificando-se a hipótese se a probabilidade for inferior a 0,05 e rejeitando-se se for
superior a esse valor.
147
Histograma - Alunos
76543210
60
50
40
30
20
10
0
Freq
uenc
y
Mean =3,09�Std. Dev. =1,678�
N =165
Tabela 13 - Histograma – Alunos - Guarda
Histograma - Professores
76543210
120
100
80
60
40
20
0
Freq
uenc
y
Mean =1,95�Std. Dev. =1,347�
N =170
q8a
Tabela 14 - Histograma – Professores - Guarda
148
Como era previsível a média de utilização dos alunos da Internet situa-se nos 3,09
de média (ver histograma) enquanto nos professores a média apenas se situa no 1,95.
5.2.8 Percentagem de professores que utilizam a Internet e destes quais a utilizam
na sala de aula – Distrito de Aveiro
8. Quantas vezes, por semana, os Professores acedem à Internet?
Todos os dias 4 dias 3 dias 2 dias 1 dia Nunca Total
Onde utilizam
habitualmente a
Internet?
Sala de Aula
65 11 29 13 12 3 7 140
Tabela 15 - Percentagem de professores que utilizam a Internet e destes quais a utilizam na sala
de aula – Distrito de Aveiro
Tal como no Distrito da Guarda, verifica-se que do total de 140 professores que
utilizam a Internet na sala de aula, o faz na sua maioria todos os dias (65), seguidos por
aqueles que apenas o fazem 3 dias por semana (29).
149
Histograma - Alunos
76543210
80
60
40
20
0
Freq
uenc
y
Mean =3,92�Std. Dev. =1,588�
N =249
q
Tabela 16 - Histograma – Alunos - Aveiro
Histograma – Professores
76543210
8
120
100
80
60
40
20
0
Freq
uenc
y
Mean =2,41�Std. Dev. =1,629�
N =249
Tabela 17 - Histograma – Professores - Aveiro
150
Como foi referido verifica-se que a distribuição dos resultados referentes às
variáveis dependentes encontram-se dentro da considerada distribuição normal.
5.2.9 Frequência dos Alunos que acedem à Internet versus Escolas que têm a
Biblioteca integrada na Rede de Bibliotecas Escolares – Distrito da Guarda
7. Quantas vezes, por semana, os Alunos acedem à Internet? * 17. A Biblioteca da
Escola está integrada na Rede de Bibliotecas Escolares
Count
A Biblioteca da
Escola está integrada
na Rede de
Bibliotecas Escolares
Sim Não Total
Todos os dias 6 41 47
4 dias 0 5 5
3 dias 6 22 28
2 dias 6 24 30
1 dia 10 22 32
Nunca 1 4 5
7. Quantas
vezes, por
semana, os
Alunos
acedem à
Internet?
NR 1 5 6
Total 30 123 153
Tabela 18 - Frequência dos Alunos que acedem à Internet versus Escolas que têm a Biblioteca
integrada na Rede de Bibliotecas Escolares – Distrito da Guarda
Podemos concluir que a rede de Bibliotecas Escolares não interfere no acesso dos
alunos à Internet.
151
5.2.10 Frequência dos Alunos que acedem à Internet versus Escolas que
participam no Projecto Internet nas Escolas – Distrito da Guarda
7. Quantas vezes, por semana, os Alunos acedem à Internet? * 18. A Escola participa no
Projecto Internet nas Escolas
Count
A Escola participa no
Projecto Internet nas
Escolas
1 2 Total
Todos os dias 37 16 53
4 dias 5 0 5
3 dias 25 4 29
2 dias 28 3 31
1 dia 26 7 33
Nunca 6 0 6
7. Quantas
vezes, por
semana, os
Alunos
acedem à
Internet?
NR 3 1 4
Total 130 31 161
Tabela 19 - Frequência dos Alunos que acedem à Internet versus Escolas que participam no
Projecto Internet nas Escolas – Distrito da Guarda
O facto de a Escola participar no projecto Internet nas Escolas influencia o acesso
diário dos alunos à Internet, que se torna mais frequente. Isto prova que é benéfico este
tipo de projectos dinamizados e incentivados pelo Ministério da Educação.
152
5.2.11 Frequência dos Professores que acedem à Internet versus Escolas que têm
a Biblioteca integrada na Rede de Escolas Escolares – Distrito da Guarda
8. Quantas vezes, por semana, os Professores acedem à Internet? * 17. A Biblioteca da
Escola está integrada na Rede de Bibliotecas Escolares
Count
A Biblioteca da Escola está
integrada na Rede de Bibliotecas
Escolares
Sim Não NR Total
Todos os dias 17 73 14 104
4 dias 3 6 0 9
3 dias 6 26 1 33
2 dias 2 7 3 12
1 dia 2 8 0 10
Nunca 0 2 0 2
8. Quantas
vezes, por
semana, os
Professores
acedem à
Internet?
NR 0 1 1 2
Total 30 123 19 172
Tabela 20 - Frequência dos Professores que acedem à Internet versus Escolas que têm a Biblioteca integrada na Rede de Escolas Escolares – Distrito da Guarda
Tal como aconteceu com os alunos, também no que diz respeito aos professores, o
acesso à Internet não é influenciado pela integração da Biblioteca da Escola estar
integrada na Rede de Bibliotecas Escolares.
153
5.2.12 Frequência dos Professores que acedem à Internet versus Escolas que
participam no Projecto Internet nas Escolas – Distrito da Guarda
8. Quantas vezes, por semana, os Professores acedem à Internet? * 18 A Escola
participa no Projecto Internet nas Escolas
Count
A Escola participa no Projecto
Internet nas Escolas
Sim Não NR Total
Todos os dias 80 19 5 104
4 dias 8 0 1 9
3 dias 24 8 1 33
2 dias 9 1 2 12
1 dia 6 3 1 10
Nunca 2 0 0 2
8. Quantas
vezes, por
semana, os
Professores
acedem à
Internet?
NR 1 0 1 2
Total 130 31 11 172
Tabela 21 - Frequência dos Professores que acedem à Internet versus Escolas que participam no Projecto Internet nas Escolas – Distrito da Guarda
Já o facto de a Escola participar no Projecto Internet nas Escolas influencia o
acesso à Internet, por parte dos professores; tal já era previsível tendo em conta a nossa
realidade e conhecimento do levantamento empírico que foi feito para esta dissertação
nos primeiros capítulos.
154
5.2.13 Frequência dos Alunos que acedem à Internet versus Escolas que têm a
Biblioteca integrada na Rede de Escolas Escolares – Distrito de Aveiro
7. Quantas vezes, por semana, os Alunos acedem à Internet? * 17. A Biblioteca da
Escola está integrada na Rede de Bibliotecas Escolares
Count
A Biblioteca da Escola está
integrada na Rede de Bibliotecas
Escolares
Sim Não NR Total
Todos os dias 8 30 2 40
4 dias 0 2 1 3
3 dias 8 28 4 40
2 dias 6 42 5 53
1 dia 9 62 8 79
Nunca 3 29 2 34
7. Quantas
vezes, por
semana, os
Alunos
acedem à
Internet?
NR 4 15 1 20
Total 38 208 23 269
Tabela 22 - Frequência dos Alunos que acedem à Internet versus Escolas que têm a Biblioteca integrada na Rede de Escolas Escolares – Distrito de Aveiro
Tal como tinha acontecido no Distrito da Guarda, também em Aveiro, não se
verifica uma relação entre a integração da Biblioteca na Rede de Bibliotecas Escolares e
o acesso à Internet, por parte dos alunos.
155
5.2.14 Frequência dos Alunos que acedem à Internet versus Escolas que
participam no Projecto Internet nas Escolas – Distrito de Aveiro
7. Quantas vezes, por semana, os Alunos acedem à Internet? * 18. A Escola participa no
Projecto Internet nas Escolas
Count
A Escola participa no Projecto
Internet nas Escolas
Sim Não NR Total
Todos os dias 36 4 0 40
4 dias 2 1 0 3
3 dias 32 5 3 40
2 dias 46 6 1 53
1 dia 61 14 4 79
Nunca 24 10 0 34
7. Quantas
vezes, por
semana, os
Alunos
acedem à
Internet?
NR 18 2 0 20
Total 219 42 8 269
Tabela 23 - Frequência dos Alunos que acedem à Internet versus Escolas que participam no Projecto Internet nas Escolas – Distrito de Aveiro
Já o facto de a Escola participar no Projecto Internet nas Escolas influencia o
acesso à Internet, por parte dos alunos do Distrito de Aveiro, tal como acontece com os
professores.
156
5.2.15 Frequência dos Professores que acedem à Internet versus Escolas que têm
a Biblioteca integrada na Rede de Escolas Escolares – Distrito de Aveiro
8. Quantas vezes, por semana, os Professores acedem à Internet? * 17. A Biblioteca da
Escola está integrada na Rede de Bibliotecas Escolares
Count
A Biblioteca da Escola está integrada na Rede de Bibliotecas Escolares
Sim Não NR Total
Todos os dias 21 88 9 118
4 dias 3 19 1 23
3 dias 7 35 8 50
2 dias 2 20 0 22
1 dia 0 17 2 19
Nunca 2 13 2 17
8. Quantas
vezes, por
semana, os
Professores
acedem à
Internet?
NR 3 16 1 20
Total 38 208 23 269
Tabela 24 - Frequência dos Professores que acedem à Internet versus Escolas que têm a Biblioteca integrada na Rede de Escolas Escolares – Distrito de Aveiro
Tal como aconteceu com os alunos, também em relação aos professores não se
encontra relação entre a integração da Biblioteca na Rede de Bibliotecas Escolares e o
acesso à Internet. A título de exemplo, das Escolas em que os professores acedem 2
vezes por semana à Internet, apenas 2 estão integradas na Rede de Bibliotecas
Escolares e 20 não estão.
157
5.2.16 Frequência dos Professores que acedem à Internet versus Escolas que
participam no Projecto Internet nas Escolas – Distrito de Aveiro
8. Quantas vezes, por semana, os Professores acedem à Internet? * 18. A Escola
participa no Projecto Internet nas Escolas
Count
A Escola participa no Projecto
Internet nas Escolas
Sim Não NR Total
Todos os dias 97 18 3 118
4 dias 20 3 0 23
3 dias 42 5 3 50
2 dias 17 5 0 22
1 dia 14 3 2 19
Nunca 12 5 0 17
8. Quantas
vezes, por
semana, os
Professores
acedem à
Internet?
NR 17 3 0 20
Total 219 42 8 269
Tabela 25 - Frequência dos Professores que acedem à Internet versus Escolas que participam no Projecto Internet nas Escolas – Distrito de Aveiro
Já relativamente ao facto da Escola participar no projecto Internet nas Escolas
verifica-se uma relação com o acesso à Internet, por parte dos professores, o que nos
permite concluir que o Projecto Internet nas Escolas despertou e despoletou o interesse
dos professores pela Internet e sua consequente utilização no dia a dia, nas escolas e
nas salas de aula como parte integrante da aprendizagem.
158
5.2.17 Relação entre a formação que os Professores receberam apoio externo para
a utilização de Recursos Web e a existência do projecto Internet nas Escolas - Distrito da
Guarda
13. Os Professores receberam algum apoio externo para a utilização dos recursos web *
18. A escola participa no Projecto Internet nas Escolas
Count
A escola
participa no
Projecto
Internet nas
Escolas Total
Sim Não
Os Professores
receberam algum
apoio externo para
a utilização dos
recursos web
Sim
48 8 56
Não 69 22 91
Total 117 30 147
Tabela 26 - Relação entre a formação que os Professores receberam apoio externo para a utilização de Recursos Web e a existência do projecto Internet nas Escolas - Distrito da Guarda
Verifica-se que nas Escolas que participam no Projecto Internet nas Escolas a
maioria dos professores recebeu formação externa para a utilização dos Recursos Web.
159
Symmetric Measures
Value
Asymp.
Std.
Error(a)
Approx.
T(b)
Approx.
Sig.
Interval by
Interval
Pearson's R ,119 ,077 1,445 ,151(c)
Ordinal by
Ordinal
Spearman
Correlation ,119 ,077 1,445 ,151(c)
N of Valid Cases 147
a Not assuming the null hypothesis.
b Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.
c Based on normal approximation.
160
5.2.18 Relação entre a formação que os Professores receberam apoio externo para
a utilização de Recursos Web e a existência do projecto Internet nas Escolas - Distrito de
Aveiro
13. Os Professores receberam algum apoio externo para a utilização dos recursos web *
18. A escola participa no Projecto Internet nas Escolas
Count
A escola participa no
Projecto Internet nas
Escolas Total
Sim Não
Os Professores receberam
algum apoio externo para a
utilização dos recursos web
Sim 47 5 52
Não 152 26 178
Total 199 31 230
Tabela 27 - Relação entre a formação que os Professores receberam apoio externo para a utilização de Recursos Web e a existência do projecto Internet nas Escolas - Distrito de Aveiro
Verifica-se que nas Escolas que participam no Projecto Internet nas Escolas a
maioria dos professores recebeu formação externa para a utilização dos Recursos Web.
161
Symmetric Measures
Value
Asymp.
Std.
Error(a)
Approx.
T(b)
Approx.
Sig.
Interval by
Interval
Pearson's R ,061 ,059 ,925 ,356(c)
Ordinal by
Ordinal
Spearman
Correlation ,061 ,059 ,925 ,356(c)
N of Valid Cases 230
a Not assuming the null hypothesis.
b Using the asymptotic standard error assuming the null hypothesis.
c Based on normal approximation.
5.2.19 Os alunos estão motivados para a utilização das TIC e, em especial da
Internet, nas actividades escolares – Distrito da Guarda versus distrito de Aveiro
Figura 21 – Motivação dos Alunos para a utilização das TIC e da Internet – Distrito da Guarda
162
Figura 22 – Motivação dos Alunos para a utilização das TIC e da Internet – Distrito de Aveiro
Verifica-se que, comparativamente, os dois distritos têm resultados bastante
semelhantes, o que poderá ser uma mais valia na aposta continuada das novas
tecnologias nas Escolas do 1º Ciclo. Não se denota grande diferenciação nos distritos,
pelo facto de um ser do Litoral e o outro do Interior.
5.3 Conclusões Gerais do Estudo
Após a apresentação dos resultados dos questionários efectuados às Escolas do 1º
Ciclo do Ensino Básico do Distrito da Guarda e do Distrito de Aveiro considerámos
pertinente efectuar o cruzamento de algumas variáveis e de onde retirámos algumas
conclusões.
Quando se cruzou a informação de quantos docentes se encontravam a leccionar e
desses quantos utilizam Recursos Web, verificou-se que, independentemente do número
de professores da Escola, apenas 1 ou 2 utilizam a Internet e os seus Recursos Web.
Relativamente ao Distrito de Aveiro, os valores, embora se apresentem mais
distribuídos mantêm a sua maior incidência em 1 e 2 professores que utilizam os
Recursos Web, no entanto o resultado é melhor do que o observado no distrito da
163
Guarda.
Na maior parte das escolas apenas um professor utiliza regularmente a Internet,
contra o facto de apenas 28 terem recebido formação para esse efeito. Estamos perante
uma grande percentagem de auto aprendizagem dos recursos web, o que mais uma vez
vem reforçar a falta de apoio fornecido aos professores nesta área, “obrigando-os” ser
autodidactas no exercício das suas funções.
Tal como acontece no Distrito da Guarda, também no Distrito de Aveiro se verifica
que os professores que utilizam frequentemente Recursos Web não receberam formação
para o efeito, o que é de todo incompreensível visto ser nos dias de hoje uma prática
corrente o fornecimento de novos instrumentos de trabalho.
O facto de a Escola participar no projecto Internet nas Escolas influência o acesso
diário dos alunos à Internet, que se torna mais frequente. Isto prova que é benéfica a
existência de projectos do Ministério da Educação; já o facto de a Escola participar no
Projecto Internet nas Escolas influencia o acesso à Internet, por parte dos professores, o
que nos permite concluir que o Projecto Internet nas Escolas despertou e despoletou o
interesse dos professores pela Internet e sua consequente utilização no dia-a-dia, nas
escolas e nas salas de aula como parte integrante da aprendizagem.
Tal como tinha acontecido no Distrito da Guarda, também em Aveiro, não se
verifica uma relação entre a integração da Biblioteca na Rede de Bibliotecas Escolares e
o acesso à Internet, por parte dos alunos e dos professores.
Verifica-se que nas Escolas que participam no Projecto Internet nas Escolas a
maioria dos professores recebeu formação externa para a utilização dos Recursos Web.
Será que podemos concluir que apenas os defensores do projecto Internet estão
sensibilizados para o quão importante é a formação dos professores? Serão estes os
únicos que percebem que os professores apenas podem usar convenientemente a
Internet se tiverem adquirido os conhecimentos básicos e necessários que lhes permitam
utilizar as TIC da melhor forma possível?
Em conclusão, podemos referir que, comparativamente, os dois distritos têm
resultados bastante semelhantes, o que poderá ser uma mais valia na aposta continuada
das novas tecnologias nas Escolas do 1º Ciclo. Não se denota grande diferenciação nos
distritos, pelo facto de um ser do litoral e o outro do interior.
Tendo, por base a pergunta de partida que nos levou à elaboração desta
investigação: “Existem diferenças de utilização da Internet nas Escolas do 1.º Ciclo do
164
Ensino Básico do Litoral e do Interior?” podemos concluir que, pese embora o facto de,
nas escolas do Distrito de Aveiro, existirem melhores condições técnicas e um maior
número de equipamentos o que, por si só permite que o Distrito de Aveiro apresente
melhores resultados, consideramos no entanto que as diferenças não são assim tão
significativas.
O facto de o Programa Internet@EB1 ter permitido, às Escolas do 1.º Ciclo do
Ensino Básico, um acesso e uma utilização frequente e monitorizada das Novas
Tecnologias da Informação e da Comunicação, em especial da Internet possibilitou,
principalmente às crianças ter acesso a um sem número de informações, visitar um
conjunto de recursos adaptados a este nível de ensino e comunicar em tempo real com
qualquer parte do país e do mundo.
165
6. CONCLUSÃO GERAL
É indiscutível o impacto sem fronteiras que a revolução das Tecnologias da
Informação e da Comunicação e a Internet provocaram e continuam ainda a provocar. As
alterações na vida quotidiana da sociedade são disso um bom exemplo. A expansão, e
até mesmo a vulgarização da Internet fez com que as TIC se transformassem num tema
recorrente na definição de novas políticas sociais e económicas, gerando-se novos
termos como sendo o de Globalização ou o de Sociedade da Informação e, mais
recentemente, Sociedade do Conhecimento.
Por outro lado, é igualmente reconhecida a oportunidade sem precedentes que as
TIC e a Internet oferecem como instrumentos de educação de crianças e adolescentes,
promovendo a motivação dos alunos e diminuindo, em certa medida, o insucesso escolar.
A Internet gerou a interligação e ramificação de redes, sistemas e computadores
permitindo a globalização das comunicações e da informação e reduziu o planeta à
denominada “Aldeia Global”.
A Sociedade da Informação surge então como designação para um novo modo de
desenvolvimento social e económico em que a aquisição, armazenamento,
processamento, valorização, transmissão, distribuição e disseminação da informação
desempenham um papel preponderante na actividade económica, na criação de riqueza,
na definição da qualidade de vida dos cidadãos e das suas actividades diárias.
Esta nova sociedade enfrenta também novos desafios e tem, como principais
objectivos: a promoção de uma cidadania moderna; a garantia da competitividade do
mercado das telecomunicações; a promoção da crescente utilização das TIC e da
Internet pelo tecido empresarial, pelas instituições de ensino e pela comunidade em
geral.
É aqui que as Instituições de Ensino Superior assumem o seu papel para contribuir
como entidades dinamizadoras das redes digitais, usando-as como meio de transmissão
de conhecimento científico e cultural e prestando apoio aos professores e às escolas,
facilitando-lhes o acesso a estas novas ferramentas, bem como formação para a sua
efectiva utilização.
As escolas têm um papel fundamental na luta contra a info-exclusão. É urgente
promover o acesso às novas tecnologias, por forma a diminuir o hiato entre os que têm
166
acesso à Internet e aqueles que, maioritariamente por questões económicas não têm
essa possibilidade.
Em Portugal, são ainda muitas as escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico que
dispõem de um número muito reduzido de computadores. De acordo com o estudo
efectuado, no Distrito da Guarda a maioria (63,4%) respondeu possuir apenas até dois
computadores na escola e no Distrito de Aveiro a maioria (38,7%) indicou possuir entre
três e cinco computadores.
A realidade das escolas portuguesas mostra-nos que o processo de integração das
TIC e da Internet é ainda lento e distinto de estabelecimento de ensino para
estabelecimento de ensino. Pese embora o número de vantagens que estas novas
ferramentas colocam ao dispor dos professores são ainda muitos os que se mantêm
resistentes a esta integração. E essa resistência deve-se na sua maioria à falta de
conhecimentos em trabalhar com as TIC e com a Internet e ao comodismo perante o
ensino tradicional.
O professor tem aqui um papel fulcral na preparação e facilitação das TIC no
processo do ensino-aprendizagem. Nesta nova sociedade da informação, o professor
deixa de ter como função única a transmissão de conhecimentos, passando a orientar o
aluno e a ajudá-lo nessa busca de conhecimento. E o professor dispõe já de um conjunto
diversificado de recursos Web dirigidos a crianças do 1.º ciclo do ensino básico para
complementar e enriquecer as suas actividades lectivas. Estes recursos dispõem
igualmente de secções destinadas aos pais e encarregados de educação cujo papel na
educação e no acompanhamento das crianças aquando da utilização da Internet é
fundamental.
No questionário enviado às escolas, o recurso Web indicado como sendo o mais
utilizado foi o Sitio dos Miúdos (54,1% - Guarda e 48,3% - Aveiro), logo seguido do Júnior
(40,7% - Guarda e 44,2% - Aveiro). Para além destes recursos, as escolas têm tido ao
seu dispor, graças a um conjunto de iniciativas do governo, programas de apoio e
acompanhamento da utilização das TIC e da Internet na sala de aula. Desde o Minerva
ao CBTIC@EB1, muitas têm sido as iniciativas que, em colaboração com as Instituições
de Ensino Superior, têm permitido diminuir o hiato entre os que utilizam e os que não
utilizam estas ferramentas.
Para que a utilização das TIC e da Internet se torne uma realidade em todos os
estabelecimentos de ensino e seja encarada como um ferramenta útil e facilitadora do
processo ensino-aprendizagem é fundamental que haja um trabalho conjunto entre
167
professores, alunos, encarregados de educação e governo, no sentido de se encontrarem
as soluções mais adequadas.
Consideramos que o hiato digital se encontra ainda na mentalidade de algumas
pessoas, na falta da chamada “cultura digital” e cada vez menos nos aspectos mais
técnicos. No nosso entender, as TIC e a Internet são muito mais do que meras
ferramentas de trabalho, podendo e devendo proporcionar novos ambientes de
aprendizagem e constituir-se como uma vantagem competitiva que permite, em termos
educativos, a interacção e a troca e partilha de informação que vai muito além do espaço
físico da sala de aula.
Embora muito já tenha sido feito, nomeadamente através dos programas do
governo, existe ainda um longo caminho a percorrer, quer através da colocação de mais
computadores com ligação à Internet nas Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico, quer
através de campanhas de sensibilização e formação de professores destes
estabelecimentos de ensino.
“É fundamental que a educação acompanhe os tempos, que ‘não perca o
comboio’ do futuro sob pena de um desfasamento grande e prejudicial entre a
preparação possível e a preparação desejada, entre a escola e a carreira futura, entre
a escola e a sociedade. Acompanhar os tempos e dar a melhor educação e formação
ao alcance, tirando partido dos recursos existentes, equivale a preparar os jovens
para o futuro” (Eça, 1998, p. 49).
Permitimo-nos ainda chamar a atenção para a importância que deve ser atribuída
às bibliotecas escolares, como parceiros activos na integração das TIC na Escola e na
promoção da literacia da informação. Na verdade, elas são mediadoras do acesso à
informação e, no contexto da Rede Nacional de Bibliotecas Escolares, criada em 1997
pelo Ministério da Educação, potenciadoras da aplicação dos princípios contemporâneos
do ensino-aprendizagem.
Esperemos que não seja necessário esperar até ao ano 2020 para assistirmos ao
cenário apresentado por Marta Duque, no artigo intitulado “Aprender e Ensinar: um dia no
ano 2020”:
“Lucas entra na sua sala de aula e é conduzido para um dos lugares vagos. No
monitor da sua mesa cintilam as palavras “Bem-vindo Lucas”. Ele já conhecia estas
palavras, a sua mãe já lhe havia ensinado o seu significado. O monitor estava
embutido na secretária e protegido com um vidro acrílico amovível, o que Lucas
considerou espantoso, uma vez que o seu próprio monitor plano, que possuía em sua
168
casa, não se assemelhava àquele que iria utilizar na escola. Sobre uma gaveta de
suporte encontrava-se um teclado sem fios e em cima da mesa um colorido rato
esférico de grandes dimensões, igualmente sem fios, especialmente concebido para
a utilização pela mão de uma criança. A sala possuía pequenas e confortáveis
cadeiras de cores vivas, construídas num material sintético, desenhadas
ergonomicamente para pequenos estudantes. Lucas observou junto às paredes
computadores, em tudo semelhantes àquele que possuía em sua casa, mas com
diversos dispositivos ligados, que ele não pôde identificar. Um olhar mais atento
revelou que esses acessórios eram parecidos com alguns que os seus pais utilizavam
em casa: pequenos objectos semelhantes a caixas, de diferentes formas, possuindo
ecrãs e botões de diversos tamanhos, muitos objectos parecidos com tapetes de rato,
mas excessivamente grandes para a utilização de apenas um rato. Outros
dispositivos assemelhavam-se àqueles utilizados para comandar jogos, como
joysticks de formas estranhas, possuindo botões na sua estrutura. Os teclados, aí
colocados, eram bastante diferentes daqueles que se encontravam nas mesas de
trabalho. Os monitores eram, também, diferentes, assemelhando-se a quadros
pendurados na parede. Junto do monitor grande de parede, encontrava-se uma
estante contendo muitos livros e ele sentia-se curioso a respeito de todos esses
livros. Lucas sentia-se muito entusiasmado com a sua nova sala de aula.
A professora apresentou-se ao grupo e escreveu algo na superfície do seu
monitor na secretária, que apareceu no monitor de parede, explicando que ali estava
escrito o seu nome, que leu em voz alta para a classe. Em seguida, pediu a todos que
se apresentassem e colocassem uma pergunta. Quando chegou à sua vez, Lucas
perguntou “podemos jogar na Internet aqui na escola?”. As outras crianças riram e a
professora respondeu “sim, iremos poder jogar na Web aqui na sala, mas também
iremos aprender muito com ela!”.
A primeira aula seria para conhecer o que iriam aprender neste primeiro ano na
escola. A professora perguntou à turma se alguém sabia o que é um software e todos
colocaram o braço no ar. Um deles respondeu: “é uma coisa que faz coisas
acontecerem no computador!”. “Muito bem, e aqui irá ensinar-nos a ler e escrever e
também a descobrir e construir montes de coisas!”. As tarefas para esta lição eram
apenas para treinar a utilização dos equipamentos existentes na área de trabalho.
Todos se empenharam na primeira tarefa, que consistia em identificar algumas
imagens que apareciam no monitor. A professora deu a indicação do que era
pretendido que se seleccionasse e cada aluno “clicou” nas respectivas imagens.
Algumas crianças não estavam familiarizadas com aquele tipo de rato, bastante
diferente daquele ao qual estavam habituadas. Os alunos foram encorajados pela
professora a ajudar os parceiros com mais dificuldades. Concluída esta tarefa,
169
iniciaram o treino da utilização da caneta electrónica, desenhando no monitor com a
orientação da professora. A maior parte das crianças não sabiam manipular a caneta,
mas Lucas já havia usado uma semelhante na área de trabalho do quarto da sua
irmã. Ainda assim, a professora observou que não a segurava de forma correcta. A
tarefa seguinte consistia em seleccionar cores para desenhar no monitor. A aplicação
que corria na área de trabalho permitia desenhar no ecrã como se de uma folha de
papel se tratasse e a escolha de cores era simples, bastando para tal tocar na zona
de menu do monitor com a caneta. O grupo aprendeu, ainda, a mudar de folha em
blocos de notas electrónicos e a abrir pastas contendo as actividades do dia. Junto ao
monitor encontrava-se uma pequena folha de plástico branco e Lucas,
impulsivamente, ligou-a. A folha mostrava uma espécie de filme com animais. A
professora alertou o grupo para a existência daquela folha, avisando que ainda não
era altura de a ligar.”
6.1 Reflexões sobre o Estudo
Terminado este estudo gostaria de salientar aspectos positivos, bem como outros
menos positivos, reflectindo-se nestes últimos, essencialmente as dificuldades sentidas e
que, de alguma forma, limitaram o estudo. Assim, destacamos a escassez de recursos
técnicos, uma vez que tanto em Aveiro, como na Guarda, o n.º de computadores na
escola e destes os que tinham ligação à Internet não ultrapassavam os cinco. De igual
modo, o número de professores e de auxiliares nas escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico
é igualmente reduzido o que, em certa medida dificulta e impossibilita a utilização das TIC
e da Internet.
No entanto, e indo ao encontro das perguntas que nos levaram à elaboração do
estudo consideramos que, pese embora o facto de ainda existir um longo caminho a
percorrer, quer seja no Distrito da Guarda, quer seja no Distrito de Aveiro, os resultados
não diferem assim tanto do Litoral para o Interior. É verdade que a escassez dos
equipamentos e as dificuldades sentidas pelos monitores foram maiores no Interior e, a
utilização da Internet e dos seus recursos é igualmente inferior no Interior do País. No
entanto, é de salientar que o Programa Internet@EB1 possibilitou o acesso às novas
tecnologias nos dois distritos, cumprindo desse modo os objectivos a que se havia
proposto.
170
6.2 Outras Pistas de Investigação
O carácter exploratório assumido neste estudo deixa em aberto algumas questões
e apresenta mesmo algumas limitações, que são sempre possíveis de ser apontadas. A
temática em análise evolui, como já referimos ao longo do trabalho, à velocidade da luz e
os dados recolhidos reportam-se a um determinado período de tempo o que, em certa
medida os torna já desactualizados face à realidade.
Justifica-se, por isso, a pertinência de se desenvolverem estudos de carácter
longitudinal de forma a atender à evolução da utilização das TIC e da Internet na sala de
aula.
Do mesmo modo, os dados devem ser relativizados e considerados como
indicativos de uma realidade. O cepticismo de alguns e as dificuldades encontradas por
outros relativamente a estas áreas constituem pontos de partida extremamente
interessantes para futuras investigações no sentido de averiguar evoluções e replicações
noutros contextos.
Consideramos ainda, tal como muitos outros autores, que é essencial, em
programas como o Internet@EB1 a existência de um plano tecnológico claro, quer a nível
nacional, quer a nível distrital e escolar, para que os professores sintam que não estão
sozinhos, que os esforços em torno da integração das TIC no ensino têm um propósito e
são para ser tidos em conta (Ferreira, 2006, p. 170).
A informatização das escolas, principalmente das escolas do 1.º Ciclo do Ensino
Básico é uma necessidade premente, na medida em que as crianças de hoje serão os
cidadãos activos e participativos de um futuro próximo e, a manter-se a velocidade desta
evolução tecnológica terão obrigatoriamente de a conseguir acompanhar.
Para além da introdução de mais computadores com ligação à Internet nas Escolas
do 1.º Ciclo do Ensino Básico é fundamental a formação adequada dos professores,
atendendo às necessidades e características específicas de um número considerável de
profissionais muito heterogéneo e cuja actividade é primordial para a formação dos
futuros cidadãos da Sociedade da Informação.
171
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180
8. ANEXOS
8.1 Anexo 1 - Distribuição de frequências para todas as variáveis do
questionário – Distrito da Guarda
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 2 1,2 1,2 1,2
Até 2 109 63,4 63,4 64,5
3 a 5 38 22,1 22,1 86,6
6 a 7 5 2,9 2,9 89,5
8 a 10 7 4,1 4,1 93,6
> de 10 11 6,4 6,4 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 28 - Qual o Nº de Computadores na Escola?
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid Sim 123 71,5 72,4 72,4
Não 44 25,6 25,9 98,2
Nenhum 3 1,7 1,8 100,0
Total 170 98,8 100,0
Missing NR 2 1,2
Total 172 100,0
Tabela 29 – Todos os computadores estão ligados à Internet?
181
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 5 2,9 2,9 2,9
1 86 50,0 50,0 52,9
2 36 20,9 20,9 73,8
3 14 8,1 8,1 82,0
4 8 4,7 4,7 86,6
> de 4 23 13,4 13,4 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 30 - Quantos Professores utilizam regularmente recursos web?
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 2 1,2 1,2 1,2
Na sala de aula 125 72,7 72,7 73,8
Salas aula e prof. 12 7,0 7,0 80,8
Salas aula e prof. e biblioteca 2 1,2 1,2 82,0
Salas aula e prof. e outro local 1 ,6 ,6 82,6
Na sala de aula e biblioteca 1 ,6 ,6 83,1
Sala de aula e outro local 9 5,2 5,2 88,4
Sala de professores 3 1,7 1,7 90,1
Na sala de professores e biblioteca 3 1,7 1,7 91,9
Biblioteca 3 1,7 1,7 93,6
Biblioteca e outro local 2 1,2 1,2 94,8
Outro local 9 5,2 5,2 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 31 – Normalmente, os Professores utilizam a Internet onde?
182
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid 4 2,3 2,3 2,3
Muita Dificuldade 6 3,5 3,5 5,8
Bastante Dificuldade 20 11,6 11,6 17,4
Dificuldade Razoável 72 41,9 41,9 59,3
Pouca Dificuldade 64 37,2 37,2 96,5
Nenhuma Dificuldade 6 3,5 3,5 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 32 - Qual o grau de dificuldade de utilização das TIC em ambiente educativo?
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid 7 4,1 4,1 4,1
1 26 15,1 15,1 19,2
1 2 3 4 5 3 1,7 1,7 20,9
1 2 3 4 5 6 10 5,8 5,8 26,7
1 2 3 4 5 6 7 5 2,9 2,9 29,7
1 2 3 5 1 ,6 ,6 30,2
1 2 3 5 6 1 ,6 ,6 30,8
1 2 5 6 2 1,2 1,2 32,0
1 3 1 ,6 ,6 32,6
1 3 4 1 ,6 ,6 33,1
1 3 4 5 8 4,7 4,7 37,8
1 3 4 5 6 10 5,8 5,8 43,6
1 3 4 5 6 7 4 2,3 2,3 45,9
1 3 4 5 7 1 ,6 ,6 46,5
183
1 3 4 6 2 1,2 1,2 47,7
1 3 4 7 1 ,6 ,6 48,3
1 3 5 2 1,2 1,2 49,4
1 3 5 6 6 3,5 3,5 52,9
1 3 5 7 1 ,6 ,6 53,5
1 3 6 7 1 ,6 ,6 54,1
1 5 4 2,3 2,3 56,4
1 5 6 1 ,6 ,6 57,0
1 5 6 7 1 ,6 ,6 57,6
2 1 ,6 ,6 58,1
2 3 4 5 5 2,9 2,9 61,0
2 3 4 5 6 15 8,7 8,7 69,8
2 3 4 5 6 7 1 ,6 ,6 70,3
2 3 4 5 7 1 ,6 ,6 70,9
2 3 5 3 1,7 1,7 72,7
2 3 5 6 1 ,6 ,6 73,3
2 5 1 ,6 ,6 73,8
2 5 6 1 ,6 ,6 74,4
3 1 ,6 ,6 75,0
3 4 5 5 2,9 2,9 77,9
3 4 5 6 13 7,6 7,6 85,5
3 4 5 6 7 6 3,5 3,5 89,0
3 4 5 7 1 ,6 ,6 89,5
3 4 7 1 ,6 ,6 90,1
3 5 5 2,9 2,9 93,0
3 5 6 6 3,5 3,5 96,5
3 6 2 1,2 1,2 97,7
3 7 1 ,6 ,6 98,3
184
4 5 6 7 1 ,6 ,6 98,8
5 1 ,6 ,6 99,4
5 6 1 ,6 ,6 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 33 – De que forma os Professores utilizam os recursos Web?
Legenda:
1 – Como actividade
complementar
2 – Como actividade
integrada
3 – Língua
Portuguesa
4 - Matemática
5 – Estudo do Meio 6 – Expressões 7 – Para assuntos
pessoais
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 7 4,1 4,1 4,1
Todos os dias 54 31,4 31,4 35,5
4 Dias 5 2,9 2,9 38,4
3 Dias 29 16,9 16,9 55,2
2 Dias 32 18,6 18,6 73,8
1 Dia 39 22,7 22,7 96,5
Nunca 6 3,5 3,5 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 34 – Quantas vezes, por semana, os Alunos acedem à Internet?
185
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 2 1,2 1,2 1,2
Todos os dias 104 60,5 60,5 61,6
4 dias 9 5,2 5,2 66,9
3 dias 33 19,2 19,2 86,0
2 dias 12 7,0 7,0 93,0
1 dia 10 5,8 5,8 98,8
Nunca 2 1,2 1,2 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 35 - Quantas vezes, por semana, os Professores acedem à Internet?
186
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid 5 2,9 2,9 2,9
1 39 22,7 22,7 25,6
1 2 5 2,9 2,9 28,5
1 2 3 2 1,2 1,2 29,7
1 2 3 4 6 3,5 3,5 33,1
1 2 4 13 7,6 7,6 40,7
1 3 2 1,2 1,2 41,9
1 3 4 3 1,7 1,7 43,6
1 4 81 47,1 47,1 90,7
1 4 5 2 1,2 1,2 91,9
2 4 2 1,2 1,2 93,0
3 2 1,2 1,2 94,2
4 10 5,8 5,8 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 36 – Os alunos recorrem à Internet para…?
Legenda:
1 – Pesquisar informação no âmbito
das actividades
2 – Utilizar Correio
Electrónico
3 – Comunicar on-line
(Messenger)
4 – Jogar 5 - Outro
187
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid 1 4 2,3 2,3 2,3
1 2 22 12,8 12,8 15,1
1 2 3 4 5 104 60,5 60,5 75,6
1 2 4 2 1,2 1,2 76,7
2 27 15,7 15,7 92,4
2 5 2 1,2 1,2 93,6
NR – 1 11 6,4 6,4 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 37 – Portal mais utilizado para pesquisa de informação para as actividades escolares
Legenda:
1 – Sapo 2 – Google 3 – Altavista
4 – AEIOU 5 – Yahoo NR – Não respondeu
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulativ
e Percent
Valid NR 19 11,0 11,0 11,0
Prof. 4 2,3 2,3 13,4
Prof/Alunos 93 54,1 54,1 67,4
Alunos 56 32,6 32,6 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 38 - http://www.sitiodosmiudos.pt
188
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
NR 47 27,3 27,3 27,3
Prof. 13 7,6 7,6 34,9
Prof/Alunos 70 40,7 40,7 75,6
Alunos 42 24,4 24,4 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 39 - http://www.junior.te.pt
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
NR 150 87,2 87,2 87,2
Prof. 10 5,8 5,8 93,0
Prof/Alunos 6 3,5 3,5 96,5
Alunos 6 3,5 3,5 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 40 - http://www.zonic.pt.vu
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
NR 121 70,3 70,3 70,3
Prof. 23 13,4 13,4 83,7
Prof/Alunos 26 15,1 15,1 98,8
Alunos 2 1,2 1,2 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 41 - http://www.mundodaagua.com
189
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
NR 128 74,4 74,4 74,4
Prof. 35 20,3 20,3 94,8
Prof/Alunos 8 4,7 4,7 99,4
Alunos 1 ,6 ,6 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 42 - http://nonio.eses.pt
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
NR 97 56,4 56,4 56,4
Prof. 9 5,2 5,2 61,6
Prof/Alunos 38 22,1 22,1 83,7
Alunos 28 16,3 16,3 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 43 - http://www.catraios.pt
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
NR 162 94,2 94,2 94,2
Prof. 8 4,7 4,7 98,8
Prof/Alunos 2 1,2 1,2 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 44 - http://netin.ese.ipcb.pt
190
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
NR 153 89,0 89,0 89,0
Prof. 15 8,7 8,7 97,7
Prof/Alunos 2 1,2 1,2 98,8
Alunos 2 1,2 1,2 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 45 - http://www.portalis.co.pt
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 124 72,1 72,1 72,1
Prof. 13 7,6 7,6 79,7
Prof/Alunos 20 11,6 11,6 91,3
Alunos 15 8,7 8,7 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 46 - http://www.fixe.clix.pt
191
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 120 69,8 69,8 69,8
Prof. 29 16,9 16,9 86,6
Prof/Alunos 19 11,0 11,0 97,7
Alunos 4 2,3 2,3 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 47 - http://www.cercifaf.org.pt
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
NR 135 78,5 78,5 78,5
Prof. 25 14,5 14,5 93,0
Prof/Alunos 11 6,4 6,4 99,4
Alunos 1 ,6 ,6 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 48 – Outros (não especificados)
192
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 5 2,9 2,9 2,9
Nada Motivados 1 ,6 ,6 3,5
Pouco Motivados 6 3,5 3,5 7,0
Motivados 29 16,9 16,9 23,8
Bastante Motivados 89 51,7 51,7 75,6
Muito Motivados 42 24,4 24,4 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 49 - Os alunos estão motivados para a utilização das TIC e, em especial da Internet, nas
actividades escolares?
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 18 10,5 10,5 10,5
Sim 59 34,3 34,3 44,8
Não 95 55,2 55,2 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 50 - Os professores receberam algum apoio externo para a utilização dos recursos web?
193
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 3 1,7 1,7 1,7
1 93 54,1 54,1 55,8
2 27 15,7 15,7 71,5
3 14 8,1 8,1 79,7
4 13 7,6 7,6 87,2
> de 4 22 12,8 12,8 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 51 – N.º de Professores a leccionar
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulativ
e Percent
Valid NR 31 18,0 18,0 18,0
Até 10 alunos 109 63,4 63,4 81,4
11 a 20 alunos 14 8,1 8,1 89,5
> de 20 alunos 18 10,5 10,5 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 52 - Nº de Alunos do 1º Ano
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulativ
e Percent
Valid NR 23 13,4 13,4 13,4
Até 10 alunos 115 66,9 66,9 80,2
11 a 20 alunos 14 8,1 8,1 88,4
> de 20 alunos 20 11,6 11,6 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 53 - Nº de Alunos do 2º Ano
194
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulativ
e Percent
Valid NR 22 12,8 12,8 12,8
Até 10 alunos 119 69,2 69,2 82,0
11 a 20 alunos 12 7,0 7,0 89,0
> de 20 alunos 19 11,0 11,0 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 54 – N.º de Alunos do 3.º Ano
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulativ
e Percent
Valid NR 25 14,5 14,5 14,5
Até 10 alunos 116 67,4 67,4 82,0
11 a 20 alunos 12 7,0 7,0 89,0
> de 20 alunos 19 11,0 11,0 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 55 - Nº de Alunos do 4º Ano
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 90 52,3 52,3 52,3
1 48 27,9 27,9 80,2
2 18 10,5 10,5 90,7
3 5 2,9 2,9 93,6
4 5 2,9 2,9 96,5
> de 4 6 3,5 3,5 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 56 - Nº de Auxiliares de Acção Educativa
195
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 19 11,0 11,0 11,0
Sim 30 17,4 17,4 28,5
Não 123 71,5 71,5 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 57 - A Biblioteca da Escola está integrada na Rede de Bibliotecas Escolares
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 11 6,4 6,4 6,4
Sim 130 75,6 75,6 82,0
Não 31 18,0 18,0 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 58 - A Escola participa no Projecto Internet nas Escolas?
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 10 5,8 5,8 5,8
Sim 12 7,0 7,0 12,8
Não 150 87,2 87,2 100,0
Total 172 100,0 100,0
Tabela 59 - A Câmara Municipal disponibiliza aos alunos da Escola horas complementares sobre
as TIC?
196
8.2 Anexo 2. Distribuição de frequências para todas as variáveis do
questionário – Distrito de Aveiro
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid R 9 3,3 3,3 3,3
Até 2 89 33,1 33,1 36,4
3 a 5 104 38,7 38,7 75,1
6 a 7 32 11,9 11,9 87,0
8 a 10 19 7,1 7,1 94,1
> de 10 16 5,9 5,9 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 60 - Qual o Nº de Computadores na Escola?
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 2 ,7 ,8 ,8
Sim 123 45,7 47,1 47,9
Não 120 44,6 46,0 93,9
Nenhum 16 5,9 6,1 100,0
Total 261 97,0 100,0
Missing NR - 1 8 3,0
Total 269 100,0
Tabela 61 - Todos os computadores estão ligados à Internet?
197
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 21 7,8 7,8 7,8
1 52 19,3 19,3 27,1
2 67 24,9 24,9 52,0
3 34 12,6 12,6 64,7
4 38 14,1 14,1 78,8
> de 4 57 21,2 21,2 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 62 – Quantos Professores utilizam regularmente recursos Web?
198
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 20 7,4 7,4 7,4
Na sala de aulas 140 52,0 52,0 59,5
Nas salas de aulas e professores 18 6,7 6,7 66,2
Nas 4 hipoteses 1 ,4 ,4 66,5
Nas salas de aulas, professores e
biblioteca 3 1,1 1,1 67,7
Sala de aula e biblioteca 3 1,1 1,1 68,8
Sala de aula, biblioteca e outro local 3 1,1 1,1 69,9
Biblioteca e outro local 5 1,9 1,9 71,7
Sala de prof. 21 7,8 7,8 79,6
Sala de prof. e biblioteca 1 ,4 ,4 79,9
Sala de prof., biblioteca e outro local 1 ,4 ,4 80,3
Sala de prof e outro local 3 1,1 1,1 81,4
Biblioteca 9 3,3 3,3 84,8
Biblioteca e outro local 1 ,4 ,4 85,1
Outro local 40 14,9 14,9 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 63 – Normalmente, os Professores utilizam a Internet onde?
199
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid 15 5,6 5,6 5,6
Muita Dificuldade 11 4,1 4,1 9,7
Bastante Dificuldade 27 10,0 10,0 19,7
Dificuldade Razoável 109 40,5 40,5 60,2
Pouca Dificuldade 92 34,2 34,2 94,4
Nenhuma Dificuldade 15 5,6 5,6 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 64 – Qual o grau de dificuldade de utilização das TIC em ambiente educativo?
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid 21 7,8 7,8 7,8
1 55 20,4 20,4 28,3
1 2 2 ,7 ,7 29,0
1 2 3 1 ,4 ,4 29,4
1 2 3 4 5 15 5,6 5,6 34,9
1 2 3 4 5 6 11 4,1 4,1 39,0
1 2 3 4 5 6 7 4 1,5 1,5 40,5
1 2 3 4 5 7 2 ,7 ,7 41,3
1 2 3 5 2 ,7 ,7 42,0
1 2 5 2 ,7 ,7 42,8
1 2 5 6 1 ,4 ,4 43,1
1 2 5 7 1 ,4 ,4 43,5
1 3 2 ,7 ,7 44,2
1 3 4 2 ,7 ,7 45,0
200
1 3 4 5 1 ,4 ,4 45,4
1 3 4 5 6 13 4,8 4,8 50,2
1 3 4 5 6 7 7 2,6 2,6 52,8
1 3 4 5 7 3 1,1 1,1 53,9
1 3 4 6 2 ,7 ,7 54,6
1 3 4 7 1 ,4 ,4 55,0
1 3 5 6 2,2 2,2 57,2
1 3 5 6 1 ,4 ,4 57,6
1 3 5 6 7 1 ,4 ,4 58,0
1 3 5 7 1 ,4 ,4 58,4
1 3 6 1 ,4 ,4 58,7
1 4 1 ,4 ,4 59,1
1 4 5 3 1,1 1,1 60,2
1 5 9 3,3 3,3 63,6
1 5 6 1 ,4 ,4 63,9
1 6 1 ,4 ,4 64,3
1 6 7 1 ,4 ,4 64,7
1 7 5 1,9 1,9 66,5
2 1 ,4 ,4 66,9
2 3 1 ,4 ,4 67,3
2 3 4 5 9 3,3 3,3 70,6
2 3 4 5 6 18 6,7 6,7 77,3
2 3 4 5 6 7 6 2,2 2,2 79,6
2 3 4 5 7 1 ,4 ,4 79,9
2 3 4 6 1 ,4 ,4 80,3
2 3 5 3 1,1 1,1 81,4
2 3 5 6 1 ,4 ,4 81,8
2 4 5 6 1 ,4 ,4 82,2
201
2 5 1 ,4 ,4 82,5
3 1 ,4 ,4 82,9
3 4 5 5 1,9 1,9 84,8
3 4 5 6 13 4,8 4,8 89,6
3 4 5 6 7 7 2,6 2,6 92,2
3 4 5 7 1 ,4 ,4 92,6
3 5 6 2,2 2,2 94,8
3 5 6 2 ,7 ,7 95,5
4 5 1 ,4 ,4 95,9
4 5 6 1 ,4 ,4 96,3
5 4 1,5 1,5 97,8
5 6 1 ,4 ,4 98,1
5 7 2 ,7 ,7 98,9
7 3 1,1 1,1 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 65 – De que forma os Professores utilizam os recursos Web?
Legenda:
1 – Como actividade
complementar
2 – Como actividade
integrada
3 – Línguas
Portuguesa
4 - Matemática
5 – Estudo do Meio 6 – Expressões 7 – Para assuntos
pessoais
202
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 20 7,4 7,4 7,4
Todos os dias 40 14,9 14,9 22,3
4 dias 3 1,1 1,1 23,4
3 dias 40 14,9 14,9 38,3
2 dias 53 19,7 19,7 58,0
1 dia 79 29,4 29,4 87,4
Nunca 34 12,6 12,6 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 66 - Quantas vezes, por semana, os Alunos acedem à Internet?
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 20 7,4 7,4 7,4
Todos os dias 118 43,9 43,9 51,3
4 dias 23 8,6 8,6 59,9
3 dias 50 18,6 18,6 78,4
2 dias 22 8,2 8,2 86,6
1 dia 19 7,1 7,1 93,7
Nunca 17 6,3 6,3 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 67 - Quantas vezes, por semana, os Professores acedem à Internet?
203
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid 35 13,0 13,0 13,0
1 102 37,9 37,9 50,9
1 2 13 4,8 4,8 55,8
1 2 3 2 ,7 ,7 56,5
1 2 3 4 4 1,5 1,5 58,0
1 2 3 4 5 1 ,4 ,4 58,4
1 2 4 17 6,3 6,3 64,7
1 2 4 5 2 ,7 ,7 65,4
1 2 5 1 ,4 ,4 65,8
1 3 2 ,7 ,7 66,5
1 3 4 2 ,7 ,7 67,3
1 4 73 27,1 27,1 94,4
1 4 5 3 1,1 1,1 95,5
1 5 2 ,7 ,7 96,3
2 4 2 ,7 ,7 97,0
2 4 5 1 ,4 ,4 97,4
4 5 1,9 1,9 99,3
4 5 1 ,4 ,4 99,6
5 1 ,4 ,4 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 68 – Os alunos recorrem à Internet para…?
Legenda:
1 – Pesquisar informação no âmbito
das actividades
2 – Utilizar Correio
Electrónico
3 – Comunicar on-line
(Messenger)
4 – Jogar 5 - Outro
204
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid 1 2 15 5,6 5,6 5,6
1 2 3 4 1 ,4 ,4 5,9
1 2 3 4 5 157 58,4 58,4 64,3
1 2 4 4 1,5 1,5 65,8
1 2 5 2 ,7 ,7 66,5
2 47 17,5 17,5 84,0
2 3 1 ,4 ,4 84,4
2 4 2 ,7 ,7 85,1
2 5 1 ,4 ,4 85,5
5 1 ,4 ,4 85,9
NR – 1 38 14,1 14,1 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 69 – Portal mais utilizado para pesquisa de informação para as actividades escolares
Legenda:
1 – Sapo 2 – Google 3 – Altavista
4 – AEIOU 5 – Yahoo NR – Não
respondeu
205
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
NR 78 29,0 29,0 29,0
Prof. 15 5,6 5,6 34,6
Prof/Alunos 130 48,3 48,3 82,9
Alunos 46 17,1 17,1 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 70 - http://www.sitiodosmiudos.pt
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
NR 87 32,3 32,3 32,3
Prof. 16 5,9 5,9 38,3
Prof/Alunos 119 44,2 44,2 82,5
Alunos 47 17,5 17,5 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 71 - http://www.junior.te.pt
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
NR 234 87,0 87,0 87,0
Prof. 10 3,7 3,7 90,7
Prof/Alunos 8 3,0 3,0 93,7
Alunos 17 6,3 6,3 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 72 - http://www.zonic.pt.vu
206
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
NR 200 74,3 74,3 74,3
Prof. 19 7,1 7,1 81,4
Prof/Alunos 32 11,9 11,9 93,3
Alunos 18 6,7 6,7 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 73 - http://www.mundodaagua.com
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
NR 210 78,1 78,1 78,1
Prof. 38 14,1 14,1 92,2
Prof/Alunos 16 5,9 5,9 98,1
Alunos 5 1,9 1,9 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 74 - http://nonio.eses.pt
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
NR 185 68,8 68,8 68,8
Prof. 20 7,4 7,4 76,2
Prof/Alunos 30 11,2 11,2 87,4
Alunos 34 12,6 12,6 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 75 - http://www.catraios.pt
207
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
NR 246 91,4 91,4 91,4
Prof. 12 4,5 4,5 95,9
Prof/Alunos 8 3,0 3,0 98,9
Alunos 3 1,1 1,1 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 76 - http://netin.ese.ipcb.pt
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
NR 250 92,9 92,9 92,9
Prof. 9 3,3 3,3 96,3
Prof/Alunos 4 1,5 1,5 97,8
Alunos 6 2,2 2,2 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 77 - http://www.portalis.co.pt
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
NR 219 81,4 81,4 81,4
Prof. 23 8,6 8,6 90,0
Prof/Alunos 15 5,6 5,6 95,5
Alunos 12 4,5 4,5 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 78 - http://www.fixe.clix.pt
208
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
NR 231 85,9 85,9 85,9
Prof. 18 6,7 6,7 92,6
Prof/Alunos 14 5,2 5,2 97,8
Alunos 6 2,2 2,2 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 79 - http://www.cercifaf.org.pt
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
NR 201 74,7 74,7 74,7
Prof. 28 10,4 10,4 85,1
Prof/Alunos 33 12,3 12,3 97,4
Alunos 7 2,6 2,6 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 80 - Outros (não especificados)
209
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 20 7,4 7,4 7,4
Nada Motivados 1 ,4 ,4 7,8
Pouco Motivados 6 2,2 2,2 10,0
Motivados 54 20,1 20,1 30,1
Bastante
Motivados 101 37,5 37,5 67,7
Muito Motivados 87 32,3 32,3 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 81 - Os alunos estão motivados para a utilizaçãp das TIC e, em especial da Internet, nas
actividades escolares?
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 33 12,3 12,3 12,3
Sim 56 20,8 20,8 33,1
Não 180 66,9 66,9 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 82 – Os professores receberam algum apoio externo para a utilização dos recursos web?
210
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 3 1,1 1,1 1,1
1 51 19,0 19,0 20,1
2 60 22,3 22,3 42,4
3 42 15,6 15,6 58,0
4 40 14,9 14,9 72,9
> de 4 73 27,1 27,1 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 83 – N.º de Professores a leccionar
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 12 4,5 4,5 4,5
Até 10 alunos 118 43,9 43,9 48,3
11 a 20 alunos 78 29,0 29,0 77,3
> de 20 alunos 61 22,7 22,7 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 84 – Número de Alunos do 1.º Ano
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 7 2,6 2,6 2,6
Até 10 alunos 119 44,2 44,2 46,8
11 a 20 alunos 74 27,5 27,5 74,3
> de 20 alunos 69 25,7 25,7 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 85 - Nº de Alunos do 2º Ano
211
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 7 2,6 2,6 2,6
Até 10 alunos 116 43,1 43,1 45,7
11 a 20 alunos 78 29,0 29,0 74,7
> de 20 alunos 68 25,3 25,3 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 86 – Número de Alunos do 3.º Ano
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 12 4,5 4,5 4,5
Até 10 alunos 114 42,4 42,4 46,8
11 a 20 alunos 67 24,9 24,9 71,7
> de 20 alunos 76 28,3 28,3 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 87 – Número de Alunos do 4.º Ano
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 84 31,2 31,2 31,2
1 106 39,4 39,4 70,6
2 49 18,2 18,2 88,8
3 11 4,1 4,1 92,9
4 10 3,7 3,7 96,7
> de 4 9 3,3 3,3 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 88 - Nº de Auxiliares de Acção Educativa
212
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 23 8,6 8,6 8,6
Sim 38 14,1 14,1 22,7
Não 208 77,3 77,3 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 89 – Integração da Biblioteca da Escola na Rede de Bibliotecas Escolares
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 8 3,0 3,0 3,0
Sim 219 81,4 81,4 84,4
Não 42 15,6 15,6 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 90 – Participação da Escola no Projecto Internet nas Escolas
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid NR 8 3,0 3,0 3,0
Sim 73 27,1 27,1 30,1
Não 188 69,9 69,9 100,0
Total 269 100,0 100,0
Tabela 91 – Disponibilização de horas complementares sobre as TIC pela Câmara Municipal
213
214
8.3 Anexo 3. Inquérito enviado às Escolas do 1º ciclo do ensino Básico dos
distritos da Guarda e de Aveiro