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Evangelho, Evangelismo e...

Date post: 05-Jun-2018
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Evangelho, Evangelismo e Apologética William R. Downing

.

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

Traduzido do original em Inglês

A Catechism on Bible Doctrine (Version 1.7)

An Introductory study of Bible Doctrine in the Form of a Catechism with Commentary

By W. R. Downing • Copyright © 2008

O presente volume consiste somente em um excerto da obra supracitada

Publicado por P.I.R.S. PUBLICATIONS

Um Ministério da Sovereign Grace Baptist Church (www.sgbcsv.org)

Publicações Impressas nos Estados Unidos da América

ISBN 978-1-60725-963-3

Todos os direitos reservados somente ao autor. Nenhuma parte deste livro deve ser reproduzida

em qualquer forma que seja sem a permissão prévia do autor.

Tradução por Hiriate Luiz Fontouro

Revisão por Paul Cahoon, Benjamin Gardner, Albano Dalla Pria e Erci Nascimento

Edição Inicial por Calvin G. Gardner

Revisão Final por William Teixeira e Camila Rebeca Almeida

Edição Final e Capa por William Teixeira

Imagem da Capa: São Paulo perante o Areópago, por Rafael (Domínio Público)

1ª Edição: Fevereiro de 2016

As citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida Corrigida Fiel | ACF

Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Publicado em Português como fruto de uma parceria entre os websites oEstandarteDeCristo.com e

PalavraPrudente.com.br, com a graciosa permissão do amado autor W. R. Downing (Copyright ©

2008) e do amado, saudoso e agora glorificado, Calvin G. Gardner.

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Evangelho, Evangelismo e Apologética Por William R. Downing

[Excerto de Um Catecismo de Doutrina Bíblica, por William R. Downing • Parte VIII]

EVANGELISMO E O MINISTÉRIO DO EVANGELHO

Estes assuntos são geralmente tratados na esfera da Teologia Prática sob o título de

“Evangelísticos” (Gr. euaggelion, “Evangelho”). O Cristianismo Bíblico é por necessidade e

mandamento uma religião missionária. É, assim, evangelístico por sua própria natureza.

Biblicamente, o evangelismo assume duas formas básicas: a pregação pública e o teste-

munho pessoal. Pregar o Evangelho e evangelizar onde vivemos pode ser chamado de

missões nativas (nacionais); evangelismo externo é denominado missões estrangeiras.

Cada crente é chamado para ser uma testemunha fiel da verdade do Evangelho pelo lábio

e pela vida. A apologética, ou uma defesa inteligente da fé, é parte integrante do evan-

gelismo.

Pergunta 134: O que é o Evangelho?

Resposta: O Evangelho é a boa notícia da libertação do eu, do pecado e da ira Divina e da

condenação por meio da fé na Pessoa e na obra redentora do Senhor Jesus Cristo.

Romanos 1:16-17: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de

Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. 17

Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo

viverá pela fé”.

2 Coríntios 4:3-4: “Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem

está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos,

para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de

Deus”.

Gálatas 1:6-7: “Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à

graça de Cristo para outro evangelho; 7 o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam

e querem transtornar o evangelho de Cristo”.

1 Tessalonicenses 1:4-5: “Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus; 5

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porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e

no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor

de vós”.

Veja também: Mateus 4:23; 9:35; 24:14; Marcos 1:14-15; 16:15; Atos 20:24; Romanos 1:1-

4; 2:11-16; 1 Coríntios 1:17-18; 9:12-18; 1 Coríntios 15:1-4; 2 Coríntios 4:3-6; Gálatas 1:6-

9; 3:8; Efésios 1:13-14; Filipenses 1:7, 12, 16-17, 27; Colossenses 1:19-23; 1

Tessalonicenses 2:1-4; 2 Tessalonicenses 1:7-8; 2:13-14; 1 Timóteo 1:1-11; 1 Pedro 1:12,

23-25; 4:17-18.

Comentário

Da mesma forma que a palavra Inglesa “gospel” é derivada da palavra anglo-saxônica “god-

spell”, isto é, “história de Deus”, ou seja, a história a respeito de Deus, a palavra Portuguesa

“evangelho”, a partir do Latim e significa “boas novas”. O termo Grego do Novo Testamento

é euaggelion, ou “a boa notícia”. Esta realização das boas novas de salvação foi bem

colocada por William Tyndale, o Reformador e mártir Inglês, quem primeiro traduziu o Novo

Testamento do Grego para o Inglês. Na introdução desta grande obra, Tyndale escreveu

que o Evangelho significa “notícia boa, alegre, feliz, jubilosa, que faz um coração feliz, e o

faz cantar, dançar e buscar alegria!”. A palavra “evangelho” ocorre 114 vezes na Bíblia ACF,

todas no Novo Testamento. Existem vários termos para a pregação do Evangelho, um dos

quais é “euaggelizo”, a forma verbal, seguida de: “evangelizar” (pregar o Evangelho), “evan-

gelismo” (o ato de pregar o Evangelho) e “evangelista” (aquele que prega o Evangelho).

Biblicamente, o “Evangelho” é o registro da vida do Senhor Jesus Cristo, a totalidade de

Seus ensinamentos acerca da salvação, de Seus milagres credenciando Sua Pessoa e

mensagem, do significado salvífico de Sua Pessoa e obra redentora (encarnação, vida, so-

frimento, morte, ressurreição e ascensão ao Céu), e da mensagem resultante proclamada

pelos Apóstolos a respeito do perdão dos pecados e da reconciliação com Deus por meio

dEle. Toda esta verdade, reunida como a verdade salvífica compreende a mensagem do

Evangelho. A ênfase da mensagem do Evangelho no Novo Testamento está sobre a vida

e morte vicária (obediência ativa e passiva) e da ressurreição e ascensão de Cristo como

prova final de Sua Pessoa e mensagem. É a mensagem de reconciliação com Deus por

meio da fé no Senhor Jesus Cristo.

O Novo Testamento contém referências ao Evangelho com várias designações: “o evan-

gelho do Reino de Deus” (Mateus 4:23; 9:35; 24:14; Marcos 1:14), “o evangelho da graça

de Deus” (Atos 20:24), “o evangelho da glória do Deus bendito” (1 Timóteo 1:11), “o

evangelho de Deus” (Romanos 1:1; 15:16; 2 Coríntios 11:7, etc.), “o evangelho de seu Filho”

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(Romanos 1:9), “o evangelho de Cristo” (Romanos 1:16; 15:19, 29; 1 Coríntios 9:12, 2

Coríntios 2:12, etc.), “o evangelho da paz” (Romanos 10:15; Efésios 6:15), “o evangelho da

glória de Cristo” (2 Coríntios 4:4), “o evangelho da vossa salvação” (Efésios 1:13), “o

evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Tessalonicenses 1:8) e “o evangelho eterno”

(Apocalipse 14:6). Estes todos se referem ao único e mesmo Evangelho. Existe ainda “um

outro evangelho” (Gálatas 1:6), “o evangelho da circuncisão... e o evangelho da incircun-

cisão” (Gálatas 2:7).

Existe, então, mais do que um Evangelho? O “evangelho da circuncisão” e “incircuncisão”

é linguagem figurada referindo-se aos respectivos ministérios do evangelho de Pedro aos

judeus, e de Paulo aos gentios. Seus ministérios diferentes; porém com a mesma mensa-

gem. A referência a “um outro evangelho [de um tipo diferente] que não é outro [do mesmo

tipo]” é a perversão do Evangelho pelos judaizantes que haviam seduzido os Cristãos da

Galácia em uma forma de Judaísmo que substituía a graça por obras, especialmente a

circuncisão (Gálatas 1:6-9; Atos 15:1). Sempre houve “um outro evangelho”, que quer omitir

ou perverter a verdade de Deus e seduz os pecadores por uma falsa segurança, seja por

negar a graça de Deus ou misturá-la com obras.

O Evangelho, em seu completo sentido teológico, é a boa notícia de libertação do eu, do

poder reinante do pecado, e da ira e da condenação Divina pela fé na Pessoa e obra reden-

tora do Senhor Jesus Cristo. Em outras palavras, o Evangelho, quando considerado em

seu contexto bíblico e teológico completo, é inclusivo de todas as doutrinas associadas à

salvação e necessariamente estabelecido no contexto da autoconsistência moral de Deus

(a lei moral), imutabilidade e soberania Divina; o estado caído e pecaminoso da humanida-

de, a destruição iminente da condenação e do castigo eterno, a essência e a natureza da

graça Divina, e a centralidade da Pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo.

A necessidade pelo Evangelho surge de três grandes realidades: da autoconsistência moral

do Deus Triuno (o qual é absoluta e perfeitamente reto, justo e santo); da natureza caída e

depravada do homem pecador, e da imutabilidade do propósito redentor eterno.

Para o pecador ser reconciliado com Deus, ou seja, ter seus pecados perdoados, e ser

justificado (declarado justo diante de Deus) por intermédio da imputação da justiça de

Cristo, isso deve ser por meio de um princípio de graça (favor imerecido no lugar da ira

merecida). Veja a Pergunta 92. Essa graça deve ser tanto livre (sem uma causa encontrada

no pecador) quanto soberana (Deus concede a graça a quem Ele quer). Deve ser livre

graça, por causa do estado espiritual, moral e intelectual do pecador. A livre graça vem ao

pecador como um princípio de poder espiritual, vivificando, iluminando, habilitando e liber-

tando-o para fugir de forma livre e espontânea para Cristo pela fé (João 5:40; 6:37, 44;

Romanos 9:16). A livre graça salva os pecadores que não podem e não salvarão a si

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mesmos. A graça soberana salva indivíduos específicos, que são os objetos do infinito e

eterno amor de Deus (Efésios 1:3-5). Veja as Perguntas 66 e 78. A graça soberana nunca

falha, é eficaz. Veja a Pergunta 78. No contexto do Evangelho, pela Pessoa e obra do

Senhor Jesus Cristo, Deus pode consistentemente ser Justo (reto) e Justificador (aquele

que declara a retidão) de quem crê em Jesus (Romanos 3:21-26).

Nem o princípio e nem o conteúdo do Evangelho se originou na mente ou no coração de

uma humanidade caída e pecadora. Quando entregue a si mesmo, sendo inescapável e

incuravelmente religioso como o portador da imagem de Deus, o homem por natureza evo-

ca sua própria religião. O Paganismo sempre foi inerentemente religioso e muitas vezes de

forma intensa. Apenas na moderna sociedade secularizada o homem tem procurado disfar-

çar a religião, transformando-a em uma educação materialista, estatal e psicológica ou em

uma forma ambientalista. O Paganismo era politeísta e abertamente idólatra (Romanos

1:23); o secularismo moderno adora o homem, o materialismo, a educação, a ciência, o

estado e o meio ambiente. O Homo mensura (“homem é a medida [de todas as coisas]”)

como manifesto pelo moderno humanismo secular, é tão propriamente idolatria como se

curvar a esculturas de pau, pedra e metais.

Em princípio, a religião antrópica (originada pelo homem) tem sido historicamente uma

religião de justiça própria e habilidade humana, e manifesta em obras de mentalidade lega-

lista. A história revela que o princípio da graça é estranho ao homem pecador. Até mesmo

a verdadeira religião derivada da revelação Divina foi pervertida pelos judeus no sistema

religioso do Judaísmo da justiça própria e das obras (Atos 15:1; Romanos 9:32-10:3). O

mero Cristianismo tradicional, embora o ponto culminante da religião revelada (crença teísta

Cristã) sofreu o mesmo, degenerando rapidamente e sendo reduzido a um mero sistema

religioso sacerdotal exterior de ritos, rituais e cerimônias que são idólatras. O Cristianismo

moderno tende em grande parte tanto para o cerimonial ou o irracional. Não parece compre-

ender a graça de Deus em princípio ou em prática.

Deus levou milhares de anos para preparar o mundo para a plenitude e a finalidade do

Evangelho (Gálatas 4:4-5). Ele primeiro prometeu no Proto-evangelium de Gênesis 3:15;

que a semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente. O princípio de sangue para

sacrifício e expiação vicária foi estabelecido pelo próprio Deus nas peles de animais que

Ele providenciou para os nossos primeiros pais (Gênesis 3:21). Abel ofereceu as primícias

do rebanho, o primeiro cordeiro sacrificial, que culminaria no “Cordeiro de Deus que tira o

pecado do mundo” (Gênesis 4:4; João 1:29). Em Caim encontramos a primeira instância da

autodeterminação (livre-arbítrio) na religião. Ele descaradamente ofereceu a Deus o que

ele mesmo tinha produzido por seus próprios esforços (Gênesis 4:3-7; 1 João 3:11-12). O

livre-arbítrio se opõe à livre graça (João 1:12-13; 6:44; Tito 3:5).

Deus de modo soberano escolheu e Se revelou salvificamente a Abraão (Atos 7:2-3), e, em

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Abraão, à nação hebraica, a “descendência física de Abraão”, e naquela nação Sua verda-

deira “descendência de Abraão” (“Descendência” no singular), O Messias; e no Messias,

Ele escolheu uma “descendência” espiritual, todos os verdadeiros crentes. Ele prometeu a

Abraão que nele todas as famílias da terra seriam abençoadas, uma promessa do Evan-

gelho centrada no Senhor Jesus, a verdadeira “Descendência de Abraão” (Gênesis 12:1-3;

Gálatas 3:6-9).

Sob Moisés a nação foi liberta do Egito pelo sangue (o cordeiro da Páscoa) e poder (as

pragas, a divisão do Mar Vermelho e o afogamento do exército de Faraó — Êxodo 20:1-2).

O Livro de Levítico detalha o sistema Levítico de ofertas e sacrifícios ordenados por Deus.

Cada um deles antecipa, ou é um tipo da Pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo. Mais tarde,

Israel exigiu um rei, e depois de Saul, a dinastia Davídica foi estabelecida. Assim, por meio

da promessa, da aliança, do governo e do sistema religioso de Israel, Deus estabeleceu os

princípios para os ofícios sacerdotais, proféticos e reais (Senhorio) do Senhor Jesus Cristo.

Veja as Perguntas 72-75. A nação de Israel foi, então, uma incubadora para a preparação

do Evangelho. De Moisés a Malaquias, a Palavra de Deus foi dada e escrita. Israel continu-

aria sendo o repositório para a Palavra de Deus escrita até a plenitude dos tempos (Gálatas

4:4-5). Mediante a encarnação, do nascimento virginal, da vida perfeita e sem pecado, do

sofrimento e morte vicários, e da gloriosa ressurreição e ascensão do Senhor Jesus Cristo,

os fatos históricos do Evangelho foram unidos como verdade salvífica (1 Coríntios 15:1-4).

Em Pentecostes, a igreja, já formada e comissionada como a instituição ordenada por Deus

para esta economia do Evangelho, foi autorizada pelo Espírito Santo a publicar o Evangelho

até os confins da terra (Atos 1:8; 2:1ss).

Os elementos essenciais do Evangelho foram todos antecipados ou explicados nas seções

anteriores. Se fossem colocados juntos em um sumário, eles poderiam ser considerados

como uma entidade compacta, um todo unificado e interrelacionado para a nossa compre-

ensão. Estes podem ser resumidos em seis afirmações sobre Deus, o pecado, o homem,

a graça, o Senhor Jesus Cristo, e a mensagem e metodologia do Evangelho:

Primeira, a natureza e o caráter de Deus ou o elemento Divino. O Triuno, a autorre-

velado Deus da Escritura é absoluta e infinitamente perfeito e NÃO contraditório em

todos os Seus atributos Divinos. Por causa disto, Sua amorosa bondade, graça e

misericórdia não podem contradizer Sua santidade, retidão e justiça. Porque Ele é

imutável e moralmente autoconsistente, Ele não pode de forma arbitrária tolerar o

pecado. O pecado corrompeu o universo, contaminou a criação, devastou a raça

humana e distorceu a imagem de Deus no homem. A criação, assolada no tempo e

na história, deve ser restaurada. A imagem de Deus no homem deve ser redimida.

Cada atributo Divino clama por exoneração: A justiça deve ser satisfeita, a retidão

vindicada, e a santidade preservada. O amor, a graça e a misericórdia Divinos devem

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erguem-se para responder a estas demandas na autoconsistência dos atributos Divi-

nos. Para revelar totalmente o amor, a graça e a misericórdia de Deus, e redimir a

imagem dEle no homem, alguns homens devem ser redimidos. Para vindicar a justiça

Divina, alguns devem ser sentenciados a uma condenação eterna e ao Inferno por

seus pecados. A criação em si deve ser destruída e recriada, e haverá “novos céus e

uma nova terra, onde habita a justiça” (Isaías 65:12; 66:22; 2 Pedro 3:7-13). Assim, o

Evangelho encontra as suas mais profundas raízes, sua motivação final, causa e

essência: na autoconsistência moral do Triuno e autorrevelado Deus da Escritura.

Segunda, a natureza e o caráter do pecado, ou o elemento destrutivo. Veja a Pergunta

36. O pecado é um princípio regente e reinante do mal que se estabelece contra o

Altíssimo. Ele está arraigado no coração do homem e é usado por Satanás. Cada um

e todo pecado é contra Deus. O pecado corrompeu toda a criação e governa sobre

cada ser humano. Toda a criação deve ser destruída e recriada: tal é o mal, a contami-

nação envolvente e a impiedade do pecado. E o homem caído e pecador? Alguns

serão condenados pelos seus pecados; outros devem ser libertos pela livre graça de

Deus. Qualquer obra está sobre a mais enorme escala por causa da natureza horren-

da e efeitos consequentes do pecado. O salvo deve ter a sua mente, alma e corpo

totalmente transformados. Em suma, estes devem ser necessariamente transforma-

dos como os novos céus e a nova terra para que o pecado seja erradicado da criação

de Deus.

Terceira, a natureza e o caráter do homem caído, ou o elemento humano. O homem

caído desfigurou a imagem de Deus. O intelecto pressuposicional que governou a

personalidade do homem em seu estado primitivo e originalmente justo tornou-se

horrivelmente mutilado pelos efeitos noéticos do pecado: ele está epistologicamente

arruinado (Romanos 1:18-32; Efésios 4:17-19). Veja as Perguntas 4, 13 e 31. As

afeições e volição, isto é, a manifestação da vontade, tornaram-se terrivelmente cor-

ruptas. O corpo, uma vez subserviente ao intelecto, surgiu, com seus apetites e dese-

jos pecaminosos, para dominar a personalidade (Romanos 6:6, 12, 17-18). Veja a

Pergunta 95. A doença, infecção, morte física e eterna pairam sobre cada membro da

raça humana caída. Veja a Pergunta 165. Todo ser humano é pecador por imputação,

por herança e por transgressão pessoal. Veja a Pergunta 38. A transgressão de Adão

é nossa por imputação: o pecado original. Nós herdamos sua natureza depravada. A

isto, devem ser acrescentadas as inúmeras transgressões pessoais de cada indivíduo.

Veja a Pergunta 36. O homem, caído e pecador, está em um estado tão depravado

que sua condição é irreparável se for entregue a si mesmo. Ele não pode salvar os

outros; não pode libertar-se. Ele é mais um súdito disposto e obediente do reino ímpio

de Satanás. Veja a Pergunta 131. A lei de Deus clama por sua condenação absoluta.

Veja as Perguntas 39 e 40. Contudo, ele é chamado para crer no Senhor Jesus Cristo

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em fé salvífica, comprometer-se absolutamente sem reservas a Ele, arrepender-se do

próprio pecado, e descansar sobre a justiça imputada do Filho de Deus. Veja as

Perguntas 89 e 90. O perdão do pecado, a imputação da justiça e a reconciliação com

Deus são encontrados apenas em Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Veja a

Pergunta 92. O que o homem não podia fazer e não faria, Deus o fez. Veja a Pergunta

66.

Quarta, a natureza e o caráter da graça Divina, ou o elemento eficaz. O pecado é

indescritivelmente horrendo: uma injustiça, contaminação, maldade, um poder e mal

aparentemente infinitos, o qual se estabeleceu contra Deus, Sua criação e Seu

propósito. Deus deve punir o pecado. A graça Divina reina da eleição até a glorifica-

ção. Veja a Pergunta 78. Sua natureza e poder gloriosos supervisionam a redenção

dos pecadores e a retirada deles do reino das trevas para o Reino do Filho do amor

de Deus (Colossenses 1:12-13), o chamado deles das trevas para a luz; a transfor-

mação completa da personalidade deles em justiça; a santidade em verdade e do

conhecimento (Efésios 4:22-24; Colossenses 3:9-10); a obra graciosa da regenera-

ção, conversão, justificação, adoção e santificação. Veja as Perguntas 83, 86, 92, 93

e 94. Esta obra gloriosa, graciosa e soberana de Deus não terminará até que todos

os pecadores redimidos estejam diante de Deus glorificados no corpo, completamente

redimidos em todos os sentidos. Veja a Pergunta 169. A salvação da penalidade,

culpa, contaminação, poder e até mesmo da presença do pecado então estará com-

pleta.

Quinta, a importância do Senhor Jesus Cristo, ou o elemento redentor. Não existe

salvação ou reconciliação com Deus fora dEle mesmo (João 14:6; Atos 4:12; 1 Timó-

teo 2:5). A Pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo estão no centro do eterno propósito

redentor. Ele é em Si mesmo a própria personificação da graça. Toda graça é mediada

por Ele. Veja a Pergunta 78. Em Sua encarnação, obediência ativa e passiva, e

gloriosa ressurreição, Ele realizou uma redenção completa e final para todos por quem

Ele viveu, sofreu e morreu. Esta redenção gloriosa, completa e final é aplicada no tem-

po, na história e na experiência dos pecadores individuais por intermédio da obra efi-

caz do Espírito Santo, de acordo com o eterno propósito redentor. Veja a Pergunta

81.

Sexta, a mensagem e metodologia do Evangelho, ou o elemento instrumental. Deus

ordena que a mensagem da salvação seja declarada por meio da pregação. Veja as

Perguntas 135 e 138. Ela deve ser considerada como a mensagem e a sua metodolo-

gia. A mensagem da “boa nova” do Evangelho é declarada contra o pano de fundo

escuro do horror do pecado e de suas consequências. Somente os pecadores em

desesperada necessidade de libertação precisam ou querem “as boas novas”. Apenas

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aqueles a quem Deus desperta, vivífica e capacita respondem a esta mensagem de

salvação, todos os outros ou rejeitam-na completamente, ou são seduzidos por uma

falsa mensagem, ou na melhor das hipóteses, tornam-se companheiros de caminhada

por um tempo, ainda não-regenerados e contentes com uma mera religião exterior

(Mateus 13:18-22). Veja a Pergunta 108.

Esta mensagem do Evangelho deve conter várias características necessárias:

Primeira, os pecadores devem ser despertados para a necessidade deles. A natureza

e o caráter de Deus devem ser declarados. Os homens devem ser confrontados com

a própria incapacidade total de estarem diante do santo e justo Deus das Escrituras.

As exigências da lei moral devem frequentemente ser exercidas para convencer os

homens da sua própria culpa e absoluta condenação diante de Deus. A lei descreve

o pecado nos termos de Deus, não do homem. Veja a Pergunta 40.

Segunda, a salvação deve ser oferecida gratuitamente a todos sem exceção ou distin-

ção. O Senhor Jesus Cristo é a única esperança de salvação deles. Os pecadores

devem ser conduzidos a Cristo somente e pela fé somente. Veja a Pergunta 139.

Terceira, a necessidade de fé no Senhor Jesus Cristo e arrependimento do pecado

devem ser proclamados fielmente. A fé repousa na justiça imputada operada por

nosso Senhor em Sua obediência ativa e passiva. Tanto a fé quanto o arrependimento

são necessidades absolutas. O arrependimento não é simplesmente de certos peca-

dos, mas do pecado como a entidade dominante da vida. Veja a Pergunta 90. É a

partir de um coração e de uma mente crentes que o arrependimento salvífico surge.

A fé sem arrependimento é engano; arrependimento sem fé é meramente remorso.

A metodologia ordenada por Deus para espalhar o Evangelho é por meio da pregação e do

testemunho pessoal (Atos 1:8; 8:1, 4; Romanos 10:14-17; 1 Tessalonicenses 2:13). Deus

chama e dota os homens para que levem esta “boa notícia” aos outros. Este chamado e

dom da pregação são aparentemente muito fracos e precários para o homem sozinho reali-

zar, mas Deus o capacita, ordenando glorificar o poder da Sua graça.

O ponto focal do Evangelho é a justiça de Deus (Romanos 1:16-17). Essa justiça que Ele

exige em Sua autoconsistência moral é provida na obra redentora do Senhor Jesus Cristo.

Este é o cerne (parte essencial) da mensagem do Evangelho no contexto do perdão dos

pecados e da reconciliação com Deus. A fé salvífica se apodera e se apropria da própria

justiça de Cristo. Este é o coração do Evangelho: “a justificação pela fé”. Veja a Pergunta

92.

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A mensagem do Evangelho não traz consigo nenhum poder intrínseco ou inerente. A mera

pregação do Evangelho não garante por si só conversões. O poder do Evangelho é externo

a si mesmo. Seu poder é encontrado na graça salvífica de Deus (1 Coríntios 2:2-5). É o

“poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16). O Evangelho em

poder é a única esperança para este mundo amaldiçoado pelo pecado, confuso, devastado

pela guerra e alienado no qual vivemos. Ele é o único poder que pode transformar a

natureza humana no contexto da graça Divina. Veja a Pergunta 140.

Você tem sido alcançado pela salvação pela fé no Senhor Jesus Cristo como apresentada

no Evangelho como o seu direito de estar diante de Deus? Somente nEle está o perdão do

pecado, a imputação da justiça e a reconciliação com Deus!

Pergunta 135: O que é evangelismo?

Resposta: Evangelismo é declarar a mensagem do Evangelho.

1 Coríntios 2:2: “Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este

crucificado”.

Atos 8:4: “Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra”.

Veja também: Mateus 28:18-20; Marcos 16:15; Lucas 24:45-47; Atos 8:25; 13:2-5; 14:1, 4-

7; 15:7; 16:10, 17-18, 21; 17:1-3; Romanos 10:9-15; 15:18-20; 1 Coríntios 1:17-31; Efésios

6:18-20; Filipenses 1:7; 1 Tessalonicenses 1:3-5; 2:2; 1 Timóteo 1:9-11; 1 Pedro 1:25; 4:17;

Apocalipse 14:6.

Comentário

Biblicamente, evangelismo é simplesmente pregar ou proclamar a verdade do Evangelho.

Ele é inerente ao Cristianismo. Qualquer conceito de Cristianismo que não é evangelístico

é antibíblico. O evangelismo pode assumir muitas formas, tais como: o testemunho pessoal

da verdade do Evangelho na conversação, na pregação pública, na distribuição de Bíblias,

folhetos e literatura religiosa, e missões tanto nativas (nacionais) quanto estrangeiras.

Embora Deus especifique e pessoalmente chame alguns homens para o ministério evan-

gélico para servir em sua terra natal ou em um campo estrangeiro, cada crente é chamado

para ser testemunha da verdade do Evangelho, tanto de lábio quanto pela vida.

Há três assuntos de importância vital acerca do evangelismo:

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Primeiro, o testemunho do crente é o de toda a vida (Atos 1:8). A vida que ele vive e

a doutrina professada não devem ser contraditórias caso alguém deva possuir credi-

bilidade diante dos homens e experimente a bênção de Deus (2 Timóteo 2:19-21; 1

Pedro 1:15-16; 2:9-12).

Segundo, deve haver uma gratidão fervorosa nascida da grandeza e glória da graça

salvífica e da realidade da graça e do amor de Deus na própria experiência de alguém

(Atos 9:1-31; Romanos 5:5; 1 Timóteo 1:15-16). Sem tal devoção e convicção, uma

tendência natural tanto para complacência, ou seja, o desejo de agradar os outros,

quanto para indolência (indiferença) pode estabelecer-se.

Terceiro, é Deus quem salva os pecadores (João 1:12-13; 6:37, 44; 1 Timóteo 1:15).

Assim, nós precisamos de Suas bênçãos e do poder do Seu Espírito sobre o nosso

testemunho (João 15:5; Atos 1:8; 1 Coríntios 2:2-5; Efésios 2:4-10; 1 Tessalonicenses

2:13).

Enquanto as Escrituras enfatizam a proclamação da doutrina do Evangelho; o evangelismo

moderno dá ênfase à metodologia. O Novo Testamento dá a primazia à pregação pública

e testemunho pessoal; o Cristianismo moderno tende a estar embaraçado em várias meto-

dologias engrenadas para fazer o evangelismo eficaz. Por que esta mudança da mensagem

para a metodologia? As causas parecem ser triplas:

Primeira, uma mudança na teologia da graça de Deus para o livre-arbítrio do homem.

Se o pecador possui o poder de escolha contrária, então a distinção entre a livre agên-

cia moral e o livre-arbítrio torna-se obscurecida, e toda a abordagem ao evangelismo

é alterada.

Segunda, a ideia do evangelismo centrado no homem tende a rebaixar a metodologia

evangelística do espiritual até o mero nível psicológico ou emocional.

Terceira, ao invés de ver o evangelismo como uma testemunha fiel à mensagem do

Evangelho, a ênfase tende a ser sobre a obtenção de uma “decisão” do pecador. A

mensagem torna-se assim secundária à metodologia empregada. O pragmatismo

então se torna a regra para o evangelismo eficaz, e o sucesso é medido pelo número

de “decisões” religiosas em vez de fidelidade à mensagem bíblica e de conversões

bíblicas. Veja a Pergunta 88.

Nós somos evangelísticos?

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Pergunta 136: O que é Apologética?

Resposta: Apologética é uma defesa inteligente da fé.

1 Pedro 3:15: “Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre prepa-

rados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperan-

ça que há em vós”.

2 Coríntios 10:3-5: “Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne. 4 Porque

as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição

das fortalezas; 5 destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhe-

cimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo”.

Judas 3: “Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação

comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez

foi dada aos santos”.

Veja também: Filipenses 1:7, 17.

Comentário

Existem tentativas racionais e irracionais na defesa da fé de alguém. As tentativas irracio-

nais, subjetivas ou emocionais são geralmente focadas nos sentimentos religiosos, experi-

ência ou crenças pessoais. Existem momentos nos quais demonstrar a experiência de

conversão de alguém pode ser proveitosa para outros (Atos 22:1-21; 26:1-18). Declarar a

verdade objetiva da salvação, no entanto, é própria e tecnicamente evangelismo.

Uma defesa inteligente ou racional está preocupada com o conteúdo objetivo ou doutrinário

da fé. A apologética é o termo técnico para este objetivo, a defesa racional e inteligente da

fé Cristã. Este termo deriva do termo Gr. apo, “de”, e legō ou logia, “falar uma palavra”, e

assim falar de uma determinada posição a fim de defendê-la. O evangelismo e apologética

são inseparáveis. O apóstolo compreendeu isto quando ele afirmou que estava pronto para

“a defesa e confirmação do evangelho” (Filipenses 1:7, 17). O evangelista e o testemunho

pessoal são chamados para defender a fé quando as objeções são feitas à Escritura com

sua mensagem de salvação. O apologista deve também ser evangelístico. Apologética sem

evangelismo reduz isso ao mero debate intelectual ou religioso, o que é estranho à Escri-

tura. A questão não é ganhar os argumentos, mas as almas (Provérbios 11:30; Atos 26:26),

ou seja, de forma inteligente, de forma clara e convincente apresentar a verdade da salva-

ção, e, no processo, responder de forma inteligente tais objeções que podem ser levan-

tadas.

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Quais são as questões essenciais na defesa da fé?

Primeiro, todo Cristão deve ser capaz de defender não só a validade de sua expe-

riência de conversão pessoal, mas também o conteúdo doutrinário da religião Cristã

(1 Pedro 3:15; Judas 3).

Segundo, ele deve ser capaz, pela graça e pelo Espírito de Deus, de desmontar os

argumentos lógicos de seus opositores pela Palavra de Deus por meio do Espírito.

(Em 2 Coríntios 10:3-5 as palavras “destruindo os conselhos” são literalmente “des-

mantelando argumentos lógicos”).

Terceiro, a questão a ser decidir em nossa abordagem à apologética é esta: Devemos

argumentar a partir de ou até a Escritura? Em outras palavras, devemos começar de

fora da revelação Divina com vários fatos científicos, históricos, arqueológicos ou

argumentos filosóficos e persuasão psicológica a fim de credenciar as Escrituras como

uma base para defender a fé; ou devemos pressupor a autoridade Divina e a autocer-

tificada natureza da Escritura e a razão dela como nosso ponto de referência? Veja a

pergunta 10. A primeira abordagem é denominada Apologética Clássica ou Evidencia-

lista, esta última é denominada Apologética Pressuposicionalista. A primeira pode ser

resumida como “Eu entendo, e, portanto, acredito”, a segunda pode ser resumida

como “Eu acredito e entendo”. A primeira dá prioridade à compreensão, esta última

dá a prioridade à fé. Às vezes, é contestado que o Pressuposicionalismo recorre ao

raciocínio circular. Todas as questões finais recorrem a um raciocínio circular. Veja a

Pergunta 10.

As questões decisivas são as seguintes:

Primeira, qual abordagem é encontrada no ensino doutrinário das Escrituras e em seus

exemplos evangelísticos e apologéticos?

Segunda, qual metodologia é coerente com a natureza caída do homem? O Evidencialismo

falha perante a Escritura. Nenhum milagre testemunhado por Israel nacional por meio de

sua longa história trouxe a eles a verdadeira e duradoura fé. A mera repetição de milagres,

até mesmo diariamente, em grande parte, se mostrou ineficaz para conter a incredulidade

deles. Os milagres de nosso Senhor, realizados constantemente, e dados para credenciar

Sua identidade e mensagem, falharam em convencer ou converter os líderes religiosos de

Seus dias. Até mesmo Seus próprios discípulos ficaram em dúvida até a fé deles ser aviva-

da quando viram o Senhor ressuscitado (Lucas 24:1-11, 13-26; João 20:24-25). O que os

homens precisam na salvação não é mais evidência ou conhecimento, ou mesmo milagres

(Eles suprimem o que a evidência faz conhecer e ver — Romanos 1:18-20), mas a graça

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salvífica em poder Divino: uma mudança de coração e mente. A ordem Divina é “Pela fé

entendemos...”. (Hebreus 11:3). As palavras de Abraão devem também apontar que se os

homens não ouvem a Palavra de Deus (“Moisés e os profetas”), eles não serão persuadidos

pelo maior dos milagres ou evidências (Lucas 16:29-31).

A clássica passagem é o discurso do apóstolo Paulo em Atenas (Atos 17:22-34). Veja a

Pergunta 121. Este discurso foi precedido por várias semanas de pregação diária do Evan-

gelho no mercado, o que explica sua forma abreviada e por que ele não mencionou direta-

mente nosso Senhor. Este discurso foi a conclusão e o resumo deste longo ministério

evangelístico (Atos 17:16-18). Ele estava simplesmente colocando “Jesus e a ressurreição”

no contexto histórico remidor em relação a eles. Embora ele não tenha citado a Escritura,

cada declaração pressupôs a verdade e autoridade dela. Em cada ponto ele e seus ouvintes

basicamente discordaram, contudo, ele declarou a verdade da natureza, do caráter, da

soberania e da iminência de Deus; do homem sendo o portador da imagem de Deus, de

sua inabilidade pecaminosa de buscar salvificamente a Deus, da futilidade e da culpabili-

dade da idolatria, e finalmente do Dia do Juízo destinado em virtude da ressurreição do

Senhor Jesus dos mortos.

Estes e outros exemplos são claramente pressuposicionais. Na verdade, a própria Bíblia,

como claramente revelada em Gênesis 1:1, começa com uma declaração pressuposicional.

A declaração de abertura das Escrituras pressupõe a existência de Deus, a distinção

Criador-criatura, e a realidade que cada fato é um fato criado; e não procura provar nenhum

destes. As evidências podem ser importantes para ilustrar a verdade Divinamente revelada

(Atos 14:8-18), mas elas nunca podem credenciá-la. O maior não pode ser credenciado

pelo menor, ou seja, qualquer evidência que pode ser usada para credenciar a Bíblia deve

ter maior credibilidade do que a Bíblia. A apologética Cristã deve lidar com a verdade abso-

luta, e não apenas com a plausibilidade ou possibilidade de uma abordagem empírica. Deus

dá a maior autoridade para a Sua própria Palavra. O testemunho do Espírito Santo confirma

a autocertificação da Escritura. Veja a Pergunta 10.

Se os pecadores devem racional, autoritativa, sincera e amorosamente ser confrontados

com a verdade doutrinária da fé, ao invés de meros fatos científicos e históricos, existe

algum fundamento comum? Se cada fato é um fato criado (Gênesis 1:1), e todos os fatos

são interpretados pelas pressuposições de alguém, então não existe um fundamento

comum viável ou acordo entre o crente e o não-crente fora do Triuno e a autorrevelado

Deus das Escrituras e Sua Palavra. Então, que base existe para uma troca significativa

entre o crente e o não-crente, se a graça regeneradora é a necessidade primária?

Existe um ponto de contato, que é triplo:

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Primeiro, o homem é o portador da imagem de Deus, o que o torna um ser racional e

moralmente responsável. Ele possui um senso inato de Deus, do qual ele não pode

escapar (Gênesis 1:26; Atos 17:28-29; Tiago 3:9). Ele também é Divinamente pré-

condicionado a reconhecer o testemunho de Deus, tanto na criação quanto na Escri-

tura. Veja a Pergunta 10.

Segundo, a lei de Deus está indelevelmente inscrita sobre seu ser interior (Romanos

2:11-16). Estes testemunhos e realidades, ele constantemente procura suprimir ao

passo que ele vê a criação (evidência) que o rodeia. Esta evidência é suficiente para

torná-lo indesculpável (Romanos 1:18-20).

Terceiro, embora ele professe ser autônomo em seu pensamento, ainda inconsciente-

mente age sobre certas pressuposições que ele admite como corretas enquanto

suprime a verdade. Em outras palavras, ele deve assumir os fatos e leis criados por

Deus que lhe permitam ser consistente, lógico e científico. Estas três áreas fornecem

um ponto de contato para uma apologética evangelística.

Nós estamos dispostos e somos capazes de defender a fé?

Pergunta 137: Quais são as responsabilidades evangelísticas e apologéticas incumbidas

para cada crente?

Resposta: Cada crente é uma testemunha da verdade do Cristianismo por seu estilo de

vida e conversação. Este testemunho inclui a propagação e a defesa da fé.

Atos 1:8: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis

testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da

terra”.

Filipenses 1:7: “Como tenho por justo sentir isto de vós todos, porque vos retenho em meu

coração, pois todos vós fostes participantes da minha graça...”.

Veja também: Mateus 28:18-20; Marcos 16:15; Lucas 24:46-47; Atos 2:36-42; 8:4; 13:1-4;

14:8-18; 17:2-3, 16-18, 22-31; 20:26-27; 1 Timóteo 1:11-12; 2:7.

Comentário

Cada crente é chamado para ser testemunha fiel à verdade do Evangelho e também para

defender às suas reivindicações. Portanto, cada crente deve se preparar tornando-se um

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Cristão consistente e um estudante sério e piedoso das Escrituras, buscando entender

completamente a doutrina do Evangelho e aprender a responder às objeções mais comuns

levantadas contra ela.

Um Cristão consistente é aquele que ordena a sua vida de acordo com a Palavra de Deus

(Salmos 1:1-3; 19:7-13; 2 Timóteo 2:15; 1 João 2:3-5). É a partir de tal vida que alguém

pode esperar a bênção de Deus sobre o seu testemunho. Uma vida profana ou inconsis-

tente desacreditará o testemunho da pessoa diante dos homens e impedirá a bênção de

Deus. A força do testemunho de alguém é pela graça e poder do Espírito Santo (1 Coríntios

2:3-5). Tornar-se um estudante sério das Escrituras necessariamente inclui tanto uma visão

espiritual para as verdades da Escritura como também uma firme compreensão do ensino

doutrinário dela. Ser um apologista da fé significa ser capaz de responder biblicamente às

objeções levantadas contra a verdade das Escrituras em geral e do Evangelho em parti-

cular. O testemunho de alguém não deve ser apenas preparado com estudo, mas também

com oração sincera e fervorosa. Todo esforço feito no serviço Cristão deve ser santificado

pela oração para ser eficaz e receber a bênção Divina. Veja a Pergunta 98.

Nós não devemos apenas testemunhar (um verbo) pela verdade como ela é em Jesus, mas

devemos ser testemunhas (um substantivo) da verdade (Atos 1:8). Isto não implica só uma

atividade, mas em uma vida!

ORE para que o ESPÍRITO SANTO use este Catecismo para trazer muitos

ao conhecimento salvífico de JESUS CRISTO para a glória de DEUS PAI!

Sola Scriptura! Sola Gratia! Sola Fide!

Solus Christus! Soli Deo Gloria!

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10 Sermões — R. M. M’Cheyne

Adoração — A. W. Pink

Agonia de Cristo — J. Edwards

Batismo, O — John Gill

Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo

Neotestamentário e Batista — William R. Downing

Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon

Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

Doutrina da Eleição

Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos

Cessaram — Peter Masters

Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da

Eleição — A. W. Pink

Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer

Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen

Confissão de Fé Batista de 1689

Conversão — John Gill

Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel

Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon

Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins

Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne

Eleição Particular — C. H. Spurgeon

Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —

J. Owen

Evangelismo Moderno — A. W. Pink

Excelência de Cristo, A — J. Edwards

Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon

Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink

Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah

Spurgeon

Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —

Jeremiah Burroughs

Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação

dos Pecadores, A — A. W. Pink

Jesus! – C. H. Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon

Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield

Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

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Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —

John Flavel

Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston

Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

Spurgeon

Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.

Pink

Oração — Thomas Watson

Pacto da Graça, O — Mike Renihan

Paixão de Cristo, A — Thomas Adams

Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards

Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston

Plenitude do Mediador, A — John Gill

Porção do Ímpios, A — J. Edwards

Pregação Chocante — Paul Washer

Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon

Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon

Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.

M'Cheyne

Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer

Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon

Sangue, O — C. H. Spurgeon

Semper Idem — Thomas Adams

Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de

Deus) — C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.

Edwards

Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina

é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen

Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.

Owen

Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

Downing

Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan

Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

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2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.


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