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Fleet management, track and trace of goods
Patrícia Alexandra Santos de Oliveira (55783)
Mestrado em Engenharia e Gestão
Dezembro 2008
Índice
Introdução ..................................................................................................................................... 3
Descrição das Tecnologias ............................................................................................................. 4
Tecnologias de Identificação: .................................................................................................... 4
RFID: ...................................................................................................................................... 4
Código de barras: .................................................................................................................. 5
Sistemas de localização ............................................................................................................. 6
GPS: ....................................................................................................................................... 6
Satélite GALILEO .................................................................................................................... 7
Sistemas de Comunicação ......................................................................................................... 8
GPRS: ..................................................................................................................................... 8
GSM: ...................................................................................................................................... 9
Track and Trace ........................................................................................................................... 10
Fleet management ...................................................................................................................... 13
Exemplos ..................................................................................................................................... 19
CTT - Correios Portugal, SA .............................................................................................. 19
Grupo Luís Simões: .......................................................................................................... 21
Sonae Distribuição: .......................................................................................................... 23
Conclusão .................................................................................................................................... 26
Bibliografia .................................................................................................................................. 27
Introdução
A problemática ligada às redes de transportes tem uma importância cada vez maior.
Actualmente as empresas preocupam-se bastante com esta a logística e distribuição.
Com o avançar dos tempos e com o desenvolvimento de novas tecnologias, torna-se
evidente o uso de tecnologias e de sistemas de informação para resolver, melhor e
optimizar estes problemas ligados aos meios de transporte.
Com este trabalho pretende-se mostrar a importância de uma gestão de frota eficiente e
eficaz, em mercados cada vez mais competitivos, em que todas as actividades, etapas e
operações das empresas têm de estar bem delineadas e sob controlo apertado. Pretende-
se ainda fazer um levantamento, análise e comparação de tecnologias passíveis de
utilizar para conseguir ir ao encontro desta necessidade, que toma cada vez mais um
peso maior nas operações de logística de uma empresa. As tecnologias que se
pretendem caracterizar, vão ser escolhidas tendo em conta sistemas de track and trace,
que segundo o contexto do trabalho é o mais indicado para conseguir atingir o objectivo
proposto: o da gestão de frotas.
Descrição das Tecnologias
Tecnologias de Identificação:
RFID:
Identificação por rádio frequência, ou RFID, é o termo genérico para tecnologias que
usam ondas de rádio que automaticamente identificam pessoas ou objectos. Existem
vários métodos para se proceder à identificação, via RFID, mas a mais comum é
identificar uma pessoa ou objecto com um número de série que poderá conter mais
informação para além de uma simples identificação. Esta informação está colocada num
microprocessador que está ligado a uma antena (o chip e a antena juntos denomina-se
por identificador RFID ou tag RFID, fig. 1). A antena permite que o chip transmita a
informação identificadora ao leitor de RFID. O leitor de RFID transforma as ondas de
rádio, reflectidas pela tag (ou identificador) RFID, em informação em formato digital,
que consegue ser lida, usada e trabalhada em qualquer computador fig. 2.
Este suma o sistema de RFID é composto pelas seguintes partes: tag com um
microprocessador, antena, leitor. Tanto o microprocessador como o leitor estão ligados
a uma antena. O leitor envia ondas electromagnéticas, que são recebidas pela antena da
tag que está sintonizada e pronta para as receber. A tag RFID passiva armazena energia
que advém do campo criado pelo leitor e usa essa energia para os seus circuitos
(microprocessador). O chip modela posteriormente as ondas recebidas e reflecte-as de
volta para o leitor, que finalmente as converte para um formato digital.
Fig 2: leitor, antena e tag
Fig:1 Tag RFID
Código de barras:
Código de barras é uma representação gráfica de dados que podem ser numéricos ou
alfanuméricos dependendo do tipo de código de barras utilizado. A informação é
codificada na largura ou espaçamento de barras paralelas, impressa em tinta preta sobre
fundo branco para criar zonas com reflectividades bem
distintas, como demonstra na figura 3.
O sistema de identificação de produtos conhecido por
código de barras teve origem nos EUA, em 1973, com o
código UPC (universal product code) e, em 1977, esse
sistema foi expandido para a Europa através do EAN
(European Article Numerical Association). Fig 3: código de barras
O código EAN/UPC é um sistema internacional que auxilia na identificação inequívoca
de um item a ser vendido, movimentado e armazenado, o mais conhecido e utilizado
mundialmente é o EAN-13. Os números representados em barras identificam o país
emissor do código, a empresa proprietária do produto, o produto identificado por 4 ou 5
dígitos e por último 1 dígito verificador que auxilia na segurança da leitura e
descodificação do código de barras. Tudo isto totaliza cerca de 12 ou 13 dígitos num
código de barras EAN.
A leitura dos dados é realizada por um equipamento designado por scanner (fig.4) que
emite um raio vermelho que percorre todas as barras. Onde a barra for escura a luz é
absorvida, e, onde a barra for clara (espaços) a luz é reflectida novamente para o
scanner reconhecendo os dados que ali estão
representados. Os dados capturados nesta leitura são
compreendidos pelo computador, que por sua vez
converte-os em letras ou números perceptíveis a
humanos.
Este é um dos métodos de identificação automática mais
económico (Código de barras ∼ €0,004).
Fig 4: Scanner
Sistemas de localização
GPS:
O Sistema de Posicionamento Global, popularmente conhecido por GPS (Global
Positioning System), é um sistema de posicionamento por satélite americano, utilizado
para determinação da posição de um receptor na superfície da Terra ou em órbita.
Existem actualmente, vários sistemas de posicionamento por satélite: o GPS americano,
o GLONASS (GLObal'naya NAvigatsionnaya Sputnikovaya Sistema) russo e ainda o
GALILEO europeu, que se encontra caracterizado em pormenor no ponto
imediatamente a seguir a este.
Este sistema é constituído por três segmentos:
1. O segmento espacial;
2. O segmento terrestre;
3. O segmento do utilizador.
O primeiro segmento é baseado em 24 satélites militares americanos (3 sobressalentes),
que orbitam a Terra num período de 11 horas e 58 minutos a aproximadamente 20.000
Km de altura (Fig.5). Existem seis planos
orbitais, igualmente espaçados de 60 graus, cada
plano orbital é ocupado por 4 satélites,
permitindo, teoricamente, uma visibilidade de 4
satélites em qualquer parte do globo terrestre.
Cada satélite possui um relógio atómico com uma
resolução de 1nanosegundo, e consegue difundir
o tempo e dado sobre a sua posição. Fig.5: Satélites
No segundo segmento, também designado como o segmento de controlo, é constituído
por uma estação de controlo mestre (GPS Master Control Station), localizada na base da
Força Aérea Americana, no Colorado, e quatro outras estações de monitorização,
localizadas em torno da Terra (Havai, Nova Zelândia, Índia e no meio do Atlântico).
A partir destes satélites, o receptor determina as suas próprias coordenadas e o tempo,
da seguinte forma: sabendo a velocidade de propagação do sinal, a distância a cada
satélite é calculada pelo intervalo de tempo entre o instante local e o instante em que o
sinal foi enviado. A posição de cada satélite é calculada por descodificação da
informação emitida e por consulta numa base de dados interna. O receptor calcula a
intersecção de quatro esferas (designada também por triangulação), uma por cada
satélite.
No segmento do utilizador, existe um receptor GPS com uma unidade de processamento
capaz de descodificar em tempo real a informação enviada por cada satélite e calcular a
sua posição, dada pela latitude, pela longitude e pela altitude, coordenadas geodésicas
referentes ao sistema WGS84 (um elipsóide de referência de origem geocêntrica).
Quando se escolhe o receptor deve-se ter em conta o número de canais a utilizar, os
mapas disponíveis, a autonomia, a robustez e o tempo de duração das baterias. A
recepção de sinal é o mais importante, e o número de canais escolhido tem uma
implicação directa na qualidade deste sinal.
Satélite GALILEO
É um sistema de navegação utilizado pela Europa e pela Agencia Espacial Europeia
(ESA). É um projecto alternativo ao GPS. Este sistema é composto por dois grandes
centros de operações, um perto de Munique, Alemanha e outro em Fucino, Itália. Desde
Maio de 2007, que por recomendação do Comissário de transporte Jacques Barrot, a
união europeia tem controlo directo sobre o satélite GALILEO, a partir de 8 empresas
sector privado, denominado por Industrias de Sistemas de Navegação Europeia.
GALILEO tem como objectivo providenciar medidas mais precisas que os sistemas
GPS e GLONASS. A ajuda que advém deste sistema passa por fornecer uma
independência de sistemas de posição perante os já existentes, tanto o dos EUA (GPS)
como o da Rússia (GLONASS), dado que estes por razões de desacordos políticos ou de
guerras futuras, podem deixar de permitir o acesso livre por via de encriptação
Sistemas de Comunicação
GPRS:
O GPRS (General Packet Radio Service) é um novo serviço de valor agregado não
baseado em voz que permite o envio e recepção de informações através de uma rede de
telemóvel. Este sistema vem complementar as tecnologias actuais de CSD (Circuit
Switched Data) e SMS (Short Message Service).
O serviço GPRS tem várias características que a distinguem das outras já existentes e
referidas em cima. As vantagens deste serviço em relação às outras:
Velocidade (171,2 kbps): tem uma taxa de transferência três vezes mais rápida que as
possíveis nas redes de telecomunicações fixas e dez vezes mais que os actuais serviços
de CSD.
Disponibilidade imediata: neste tipo de serviço a ligação é feita de uma forma imediata,
quando requisitada, isto porque a informação é enviada e recebida conforme a
necessidade do utilizador. Não existe a necessidade de ligações dial-up. Esta é uma das
vantagens sobre o sistema de GSM.
Características principais da rede GPRS
Com o GPRS, a informação é dividida em pacotes relacionados entre si antes de ser
transmitida e montada novamente no destinatário.
Usar a comutação de pacotes no GPRS significa que os recursos de rádio serão
utilizados apenas quando os utilizadores estiverem a enviar ou receber dados.
Ao invés de dedicar um canal para apenas um utilizador por um determinado período de
tempo, o recurso pode ser compartilhado entre vários utilizadores.
O número actual de utilizadores suportados depende da aplicação em uso e da
quantidade de informação está é transferida. Dada a eficiência do GPRS, há menor
necessidade de investir em muitos recursos que serão somente utilizados em horários de
pico. Portanto, GPRS permite que as operadoras maximizem o uso de seus recursos de
rede de uma forma dinâmica e flexível.
GSM:
Global System for Mobile Communications, ou Sistema Global para Comunicações
Móveis (GSM: originalmente, Groupe Special Mobile) é uma tecnologia móvel e o
padrão mais popular para telemóveis do mundo. A omnipresença do sistema GSM faz
com que o roaming internacional seja muito comum através de "acordos de roaming"
entre operadoras de telefonia móvel. O GSM diferencia-se muito de seus antecessores
sendo que o sinal e os canais de voz são digitais, o que significa que o GSM é visto
como um sistema de telemóvel de segunda geração (2G).
Track and Trace
Fazer o track & trace de um veículo de uma frota, ou de uma encomenda transportada
por um veículo, significa saber onde esse veículo ou encomenda esteve no passado
(track) e onde ela está no presente (trace).
Seja num caso ou noutro, o veículo ou a encomenda em particular, vai ser seguida desde
a sua origem ao seu destino, ou seja, desde o fornecedor até ao cliente. Para que isto
aconteça, é necessário que o veículo ou encomenda seja identificado de forma unívoca,
que as suas localizações sejam registadas em diferentes pontos, a informação seja dada a
todas as partes envolventes e que o estado, quer do veículo ou encomenda, possa ser
registado.
Num sistema de track and trace são necessários os seguintes requisitos para que este
funcione:
• Tecnologia de identificação de bens:
Esta identificação pode ser feita das seguintes formas, entre outras:
1. Leitura de texto (via humana): esta é a via mais tradicional, que consiste na
observação por alguém do objecto visando a sua identificação.
2. Código de barras: Neste sistema tradicional os códigos de barras são colados
às encomendas (assinalado a verde na fig.6), numa zona acessível da
encomenda (sejam caixas pequenas, contentores, paletes, entre outros) para
que a sua leitura seja facilitada. Na figura em baixo, pretende-se ilustrar
como este sistema pode funcionar.
Fig.6: Código de barras colado na encomenda
3. RFID: Desta forma as encomendas (fig.7), ou veículos (fig.8), são
identificados por um sistema de tags como se pretende ilustrar com a figura,
respectivamente. No caso das encomendas, ilustra-se uma situação do
transporte de encomendas que já foram identificadas com tags de RFID. Em
relação, aos veículos é pretendido mostrar a identificação e localização, via
RFID, num ponto determinado anteriormente pela empresa portadora do
sistema.
Fig.7: Encomenda identificadas com RFID
Fig.8: Veículo identificado com RFID
• Registo do tempo e do local: definir onde e de que forma se deve registar os
avanços que são feitos com a encomenda ou veículo e monitorizar esse registo.
• Níveis hierarquizados: os bens que são transportados pelos veículos têm de estar
organizados por níveis, para serem mais fáceis de identificar, como por
exemplo:
1. O produto apenas (uma unidade);
2. Uma caixa pequena com várias unidades do produto;
3. Uma caixa maior com caixas mais pequenas;
4. Um contentor carregado de paletes;
5. Um veículo carregado com contentores.
• Atributos registados: para que possa existir um acompanhamento de uma
encomenda ou veículo, tem de se saber o que se está a seguir e por isso, devem
ser registados os seguintes aspectos:
1. A identidade;
2. A localização actual;
3. O tempo;
4. A quantidade;
5. A qualidade;
6. O estado da encomenda ou veículo.
• Organização da informação do sistema: é necessário saber quem são os parceiros
e saber quem é que vai operar o sistema central de informação.
• Acessibilidade à informação do sistema: tem de ficar estabelecido se a
acessibilidade vai ser ou não automatizada, e com quem devem partilhar a
informação que está a ser obtida pelo sistema.
Fleet management
Uma frota é normalmente responsável por uma percentagem significativa dos custos de
uma empresa, tendo um importante impacto no seu desempenho económico, bem como
na satisfação dos seus clientes. A gestão da frota deve por isso, ser assente em
informação real e actualizada sobre a sua actividade
Gestão de frotas consiste na gestão dos veículos de uma empresa. Uma frota inclui
veículos comerciais como carros, carrinhas e camiões. A gestão dessa frota passa por
controlar vários aspectos, como por exemplo:
• O financiamento dos veículos
• Os riscos associados ao investimento de veículos;
• A manutenção dos veículos;
• Planear afectação dos veículos e dos respectivos condutores;
• A eficiência da empresa;
• A produtividade da empresa;
• Gerir e minimizar os custos dos combustíveis
• Custos totais de transporte;
• Conformidade com a regulação do governo, entre outras
• Lidar com os possíveis problemas de saúde;
• Regular os assuntos relacionados com a segurança tanto dos condutores, como a
dos veículos, como daquilo que transportam.
Um dos principais aspectos a ter em conta, quando se fala sobre gestão de frota, é a
questão de saber qual a localização em tempo real dos veículos dessa frota, para que
esta gestão seja feita de uma forma bastante eficiente.
Para que tal aconteça, é necessário que a empresa adopte tecnologias capazes de o fazer,
que instale equipamentos nos seus veículos, e no (s) centro (s) de base de dados que a
empresa tiver, e que fornece aos condutores equipamentos que os permita localizar em
qualquer hora e local. Esta localização em tempo real, permite a garantia da satisfação
do serviço prestado, da segurança dos bens transportados (caso seja o caso), e no
cumprimento de prazos estabelecidos.
Para se conseguir atingir uma gestão de frotas eficiente, devem ser cumpridos os
seguintes pontos:
• Optimizar a resolução e expedição dos trabalhos e entregas a realizar;
• Localizar as actividades dos respectivos recursos;
• Controlo de custos de trabalho, de veículos e combustíveis;
Estes três pontos tem como objectivo, os expoentes máximos de uma empresa que está a
tentar gerir da melhor forma a sua frota:
Aumento de produtividade e Redução custos operacionais
Melhor controlo e planificação do negócio
Melhor qualidade do serviço oferecido aos clientes
Aumento da segurança
Na gestão de uma rede de transporte, existem questões típicas que se prendem com os
recursos humanos, financeiros e físicos, que todos os gestores de frota se devem
interrogar, como por exemplo:
• O que é os condutores da minha frota andaram a fazer?
• Será que os condutores estão a seguir as rotas estabelecidas anteriormente?
• Estarão os condutores a fazer as entregas a tempo?
• Quanto tempo é que os condutores passam nos clientes?
• Onde e durante quanto tempo pararam os condutores?
• Estarão os condutores a entrar em zonas não autorizadas durante o horário de
trabalho?
• Os veículos da empresa estarão a ser usados de forma abusiva?
• Quanto tempo e combustível são gastos em tráfego lento?
• Os condutores aceleram demais e onde?
• Estarão eles a gastar combustível e tempo à procura de dos trajectos para os
clientes?
• Como estimar os custos de combustível e trabalho com mais precisão?
Todas estas perguntas, ou grande parte delas deveriam ser respondidas com a ajuda de
programas de fleet management, baseados em sistemas de track and trace, (explicado na
secção anterior) com apoio em tecnologias (já explicadas também em pormenor na
secção anterior) adequadas a este tipo de problemas.
Antes de mostrar as funcionalidades deste programa, é de frisar, que qualquer
desmaterialização de processos é um benefício para a empresa, dado que os dados são
armazenados em base de dados e os processos passam a ser automatizados, o que faz
com que haja diminuição de tempos de duração de algumas actividades inerentes à
actividade da empresa.
Existem muitas vantagens das pessoas não terem de tratar de papelada e de burocracias
que podem ser evitadas se o sistema de gestão de frotas for utilizado correctamente.
Tem de haver uma formação prévia aos funcionários que vão utilizar estes programas.
Estes sistemas normalmente são friendly use, porque se tem de se perceber rapidamente
os dados que se quer saber, visto que estes podem estar a ser precisos para remodelar os
mapas, as rotas dos veículos. Porém, estes programas podem trazer alterações
significativas da forma como os processos estão organizados e daí resultar entropia
entre as pessoas e até alguma relutância destas usarem os novos sistemas.
Para a explicação do funcionamento do sistema de track and trace, ir-se-á utilizar um
exemplo em concreto, o da Frotcom, de origem Portuguesa. Este sistema não é
composto por um software, dado que tudo é feito via internet, mas existem outros
sistemas que utilizam software, ou seja, as empresas adquirem os software e instalá-los
nas suas empresas. Contudo, estes softwares fazem também o uso da internet, e/ou de
ligações móveis.
Estes programas controlar remotamente os veículos da sua frota através de um conjunto
completo de ferramentas tais como mapas, imagens de satélite, gráficos, relatórios e
alarmes. É usada para a realização de comunicações o sistema GPRS, que normalmente
já vem incluído. Para que este programa funcione, é apenas equipar cada um dos
veículos da frota, com um pequeno módulo de comunicação GPRS e um de localização
GPS fornecido e instalado, habitualmente, pela empresa que fornece o programa. A
quando da instalação, é possível seguir qualquer veículo utilizando qualquer aparelho
com ligação à internet (fig. 9). Como já foi referido, caso não fosse este o sistema a ser
utilizado, via internet, os dados seriam enviados para a central e trabalhados no software
instalado.
Fig.9: Sistema de obtenção e transmissão de dados
Este sistema pretende ajudar a localizar veículos de uma frota, como por exemplo:
• Viaturas Comerciais: para saber os percursos e paragens (horas e locais) das
viaturas, desde o início até ao final do dia de trabalho.
• Viaturas Técnicas: para saber onde está a viatura num determinado momento do
dia de trabalho, em tempo real. Essa poderá ser a viatura a responder a uma
solicitação urgente de um cliente próximo.
• Viaturas de Distribuição: para optimizar rotas de entrega, tempos de carga e
descarga, identificar eventuais atrasos na execução do percurso e informar o
cliente do momento previsto da chegada, entre outros.
• Viaturas de Transporte de Pessoal: seja para obras de construção civil ou para
outros locais de prestações de serviços, o sistema regista de forma clara as horas
de permanência das viaturas nos locais de trabalho.
• Viaturas de Transportes de Mercadorias: além da localização permanente e
do registo de todos os percursos efectuados e respectivas velocidades, o
programa funciona como um tacógrafo digital acessível pela entidade patronal
através da internet, sendo que esta poderá gerir o transporte da forma ainda mais
eficaz, podendo assim planear com o cliente o momento da chegada da viatura
ao seu destino
Estes sistemas visam dar a conhecer os dados importantes, como a localização, o aviso
de problemas em tempo real e ainda relatórios com dados requeridos, com o objectivo
de realizar uma gestão eficiente e eficaz.
De seguida pretende-se mostrar como se pode obter alguns dados quando utilizado os
sistemas de gestão de frotas. Para tal, efeito foram utilizadas imagens de uma
demonstração de um software de gestão de frotas, Chevic Solutions de origem Norte-
Americana.
Indicadores de performance
Um dos aspectos importantes para um gestor é saber os indicadores de performance da
sua empresa, seja ela de que natureza for. Este tipo de software consegue aferir acerca
de vários indicadores e métricas de performance, como por exemplo: a frequência de
acidentes, o consumo de combustível, reparação de danos, entre outros que se
encontram na figura (fig. 10).
Fig. 10
Estado de veículos
Com este programa consegue-se perceber o estado em que veículos se encontram, isto é,
os dados respectivos a serviços futuros, a inspecções necessárias, a garantias, a registos
de veículo ou até a expirações de licenças (fig. 11).
Fig. 11
Como se pretende ilustrar na figura, conseguer-se-ia rapidamente perceber quais as
tarefas a realizar em cada dia e por que condutor, se na imagem que está em baixo (fig.
12), se clicasse em cima do dia que queríamos ter informação.
Todos os dados que fossem necessários de saber para conseguir ter um controlo mais
apertado de todas as operações da empresa, desde gestão de combustíveis até ao número
e local de acidentes ocorridos até à data (fig. 13).
Fig
12
Fig.13
Acidentes:
Uma das questões problemáticas numa rede de transportes são os próprios condutores e
os acidentes que estes podem causar, e que por vezes nem sequer os registam. Com este
sistema, esses acidentes teriam que ser registados por muito pequenos que fossem, de
uma forma pormenorizada com o objectivo de perceber o porquê do acidente, as
consequências desse acidente, e calcular os custos associados. (Fig. 14 e Fig. 15)
Fig. 14
Fig. 15
Estes são alguns dados que podem ser consultados pelos utilizadores deste programa e
assim ajudar a efectuar um melhor planeamento das rotas, dos condutores e gerir os
custos associados as actividades inerentes de uma frota de veículos, de uma forma
eficiente e eficaz.
Exemplos
CTT - Correios Portugal, SA
Os CTT são um Operador de Correios moderno que tem como objectivo o
posicionamento, gestão e exploração de serviços postais no território nacional, bem
como serviços internacionais com origem ou destino no nosso país. Os Correios de
Portugal operam em três grandes redes de serviços:
• Retalho e Distribuição de Serviços – Estações e Postos de Correios
• Encaminhamento e Distribuição Postal Domiciliária;
• Logística e Distribuição – Empresas Instrumentais;
A estratégia da empresa tem-se desenvolvido em torno do mercado das mensagens com
a criação de uma importante estrutura vocacionada não só para a prestação de serviços
postais, mas também para um conjunto alargado de serviços de conveniência e
multiserviços que hoje competem com outros sectores.
Seria de extrema importância que os CTT adoptassem um sistema de gestão de frota
dado que os transportes da empresa são uma área fundamental na cadeia logística postal,
ao assegurarem a transacção da totalidade de objectos que entram diariamente no
complexo circuito. Os horários dos percursos são informações importantes junto de
todos os intervenientes no processo, que deverá circular de forma automática e
transparente, em tempo real e com redução da intervenção humana.
A Direcção de Transportes encontra-se sediada em três diferentes zonas do país –
Lisboa, Vila Nova de Gaia (Porto) e Taveiro (Coimbra) – tendo cada pólo a
responsabilidade de gerir a frota na sua zona de influência geográfica e garantir a
prestação dos respectivos serviços.
Um dos objectivos da implementação deste sistema seria uma maior rapidez na
identificação de situações anómalas, permitindo uma resposta competente e mais eficaz.
Para isso é necessária uma gestão da rede de transportes efectuada em tempo real, com
apoio permanente para o condutor durante todo o percurso, quer em texto quer em voz.
Sistema adoptado pelos CTT: PEGASUS / XTraN
A solução PEGASUS/XTraN implicou a formação de 3 centros regionais (de onde se
estabelecem os contactos diários com as viaturas em serviço em cada área de
intervenção) e um nacional (agregador de todos os dados e responsável pela
actualização das informações de base do sistema) (Fig.16).
Esquematicamente: Fig.17
Fig.16
As viaturas estão equipadas com dispositivos de comunicação de voz e dados. Por sua
vez, os condutores fora das viaturas fazem-se acompanhar de um leitor portátil (Fig.17),
no qual registam as diversas informações. Uma das razões que levaram à escolha do
sistema XTraN é a capacidade de utilização simultânea de diferentes sistemas de
comunicação, o que permite acompanhar com garantia a rápida evolução deste sector.
Este sistema revela-se assim um verdadeiro gestor do fluxo de comunicações entre os
centros e os veículos, fluxo este realizado com eficácia e segurança na medida em que
todas as mensagens são confirmadas entre as viaturas e os centros de controlo. Salienta-
se ainda a prioridade estabelecida ao nível das mensagens, permitindo o envio imediato
e prioritário das informações de alarme.
Actualmente o XTraN encontra-se instalado em 232 veículos dos CTT, dos quais 200
estão equipados com terminais PEGASUS de leitura de código de barras, para permitir
o registo dos horários de chegada e partida em cada local de paragem, dos objectos
entregues e/ou recolhidos, bem como de anomalias que decorram nas operações de
transporte.
Grupo Luís Simões:
O Grupo Luís Simões foi fundado em 1948, sendo 100% do seu capital propriedade da
família Luís Simões. A sua actividade começou com uma carroça, hoje factura mais de
100 milhões de euros por ano.
O Grupo Luís Simões conta na actualidade com 1.300 colaboradores, repartidos por 11
empresas das seguintes áreas de negócio:
• Transportes Ibéricos: Transportes Luís Simões, Luís Simões Espanha e
Transportes Reunidos;
• Logística Ibérica: Distribuição Luís Simões e Loalsa;
• Diversificação: Socar, ISM, LS Maroc;
• Negócios complementares: Reta - Locação e Gestão de Frotas e LusiSeg
A estratégia da empresa visa manter a liderança ibérica nos fluxos de transporte entre
Espanha e Portugal, que actualmente detém, para o que conta com uma rede de sete
centros de operações logísticas na Península Ibérica (Carregado, Gaia, Madrid, Málaga,
Valência, Sevilha e Bilbao), oito centros de operações de transporte e 11 plataformas
regionais.
O Grupo Luís Simões (GLS) tem em curso um projecto inovador de gestão global de
transporte do transporte de mercadorias que lhe vai permitir conhecer e gerir
integralmente e em tempo real todas as operações de transporte e logística, o que
representa um investimento global de 2,5 milhões de euros. O parceiro escolhido pelo
GLS foi a TECMIC que deste modo implementa a nova versão do XTraN no líder
nacional do transporte rodoviário de mercadorias.
Sistema desenvolvido para a Luís Simões: XTraN
Em termos de funcionalidades, existe a possibilidade de identificar a cada passo quem
está a conduzir; a viatura conduzida e o seu posicionamento; o controlo de cada um dos
documentos de transporte das mercadorias que vão dentro das viaturas; controle de
abastecimento de combustível; controle de temperatura, que permite saber em operações
de temperatura controladas se as temperaturas dentro do veículo estão dentro do
previsto e quando tal não acontece o alarme é dado à central; o tacógrafo que já é hoje o
instrumento que rege, coordena e controla a actividade do motorista e cujos dados são
exportados para esta aplicação que é depois gerida pelos nossos sistemas de gestão de
operações; a consola do motorista e o computador embarcado dos camiões, que é o "
coração" de todo o sistema".
A funcionalidade mais importante do sistema é a localização, que permite saber ao
instante se as viaturas estão em movimento, em repouso, em manutenção, em carga ou
descarga. A monitorização das rotas é outra das funções relevantes e que permite
seleccionar viatura por viatura, viagem a viagem, fazer a monitorização completa das
rotas desde a origem ao destino, que no caso Grupo Luís Simões corresponde a uma
média de 800/900 pedidos por dia. A terceira grande funcionalidade é o histórico de
eventos, os coloca a disposição um manancial precioso de informações sobre tudo o que
é relacionado com a sua actividade e operações: actividade logística, tempos de
condução, tempos de paragem, tempos de operação de carga e descarga, consumos de
combustível, velocidades médias.
Em transporte e em logística, muito mais importante do que aquilo que corre bem,
porque o que se espera é que as operações decorram normalmente, é identificar e
conhecer o que falha. A comunicação de anomalias é fundamental neste processo e, por
isso, o sistema reage sempre que há uma anomalia, a comunicação é imediata e on- line,
para se poder actuar. Por outro lado, permite fazer o track and trace das encomendas,
conhecer a sua posição exacta em tempo real e saber qual o seus status a cada momento.
Concebido em parceria com a TECMIC, este sistema, ao integrar Tecnologias de
informática, electrónica e telecomunicações, permite conhecer, em tempo útil, a
condição e a localização dos veículos e das cargas, monitorizar rotas e estabelecer a
comunicação bidireccional entre qualquer um dos veículos e os centros de controlo de
operações.
A unidade XTraN, instalada no computador embarcado dos veículos, tem uma elevada
capacidade de processamento e armazenamento da informação, sendo mesmo
considerada “o coração” do sistema. Não só melhora o aproveitamento dos recursos,
assegurando a regularidade dos horários e informando o condutor, como também
aumenta a segurança a bordo e garante uma importante redução dos custos de
exploração.
Relativamente ao software e comunicações, o sistema inclui uma base cartográfica
actual e completa e a parametrização de 70 ocorrências prováveis que poderão ocorrer
nos veículos, permitindo o planeamento das acções de manutenção preventiva.
Este sistema irá proporcionar uma vantagem competitiva ao Grupo Luís Simões, tanto
ao nível do controlo interno das operações, como na visibilidade externa do serviço
prestado aos clientes.
Sonae Distribuição:
A Sonae Distribuição é a sub-holding do Grupo Sonae na área de Retalho. A Sonae é o
maior grupo privado português, com interesses em diversas áreas de negócio: retalho
alimentar e não alimentar, desenvolvimento e gestão de centros comerciais,
telecomunicações fixas e móveis, media, internet e novas tecnologias. O Grupo opera
em 8 países, com um volume de negócios consolidado que ronda os 4.627,7 milhões de
euros.
A Sonae Distribuição é hoje uma referência no mercado de retalho, após ter iniciado
uma verdadeira revolução nos hábitos de consumo e no panorama comercial português,
com a implementação do primeiro hipermercado português, em 1985. A empresa opera
hoje um conjunto de insígnias de base alimentar - Continente (hipermercados) Modelo
(mini-hipermercados) e Modelo Bonjour (supermercados) - e vários formatos de retalho
especializado - Sport Zone (equipamento e vestuário desportivo), Worten
(electrodomésticos e electrónica de consumo), Vobis (equipamento informático),
Modalfa (vestuário), MaxMat e MaxGarden (construção, bricolage e jardim), Zippy
(vestuário de bebé e criança), Star (agências de viagens), Worten Mobile
(telecomunicações móveis), Área Saúde (parafarmácias), Book.it (livraria/papelaria) e
Loop (calçado).
Sistema concebido para a Sonae Distribuição: Frotcom
Nota: imagem retirada de uma demonstração de funcionamento do sistema Frotcom
Com o sistema Frotcom, foi possível optimizar as operações correspondentes ao
transporte, aumentar a segurança dos produtos transportados, controlar as temperaturas
dos produtos perecíveis, reduzir os custos de transporte, melhorar o cumprimento dos
horários de entrega e reduzir as quebras através da eliminação de roubos e de entregas
trocadas.
Esta tecnologia permite ao gestor de frota controlar todos os movimentos das suas
viaturas: onde se encontram, a que velocidades seguem, a que horas iniciaram a marcha,
quanto tempo estiveram paradas, etc.
O Frotcom tira partido das comunicações GPRS, altamente vantajosas do ponto de vista
económico. É assim possível ter um seguimento em tempo real dos veículos (minuto a
minuto), 24 horas por dia, com custos de comunicação muito reduzidos.
Os dados recolhidos pelo Frotcom são utilizados para gerar um conjunto de relatórios
bastante ricos, simples e compreensíveis. Os relatórios são enviados automaticamente
para os utilizadores, por e-mail, garantindo que a informação útil chega atempadamente
aos destinatários e com menor esforço de consulta.
Para um utilizador ter poder trabalhar com o sistema basta, utilizar um Web browser,
como por exemplo o Internet Explorer®, apenas tem que aceder a www.frotcom.com,
introduzir username e password e consultar a informação. Pode visualizar as viaturas
em mapa, ou pode analisar os dados sobre velocidades e sensores, através de gráficos ou
tabelas. Não é portanto necessário instalar software, tornando a solução muito mais
simples e económica de manter.
Conclusão
Estes sistemas de gestão de frotas baseados em track and trace são muito importantes
para empresas de transportes públicos de mercadorias ou passageiros e empresas de
outros sectores com frotas próprias para transporte de produtos ou pessoas.
A utilização deste tipo de programas origina bastantes benefícios, que passam pela
melhoria da qualidade de serviço oferecido aos clientes, dado que apresentam menos
falhas, menos tempos de espera, informação em tempo real. Conseguem que se
verifique uma redução de custos e aumento da produtividade, visto que há um melhor
controlo de custos, rotas, menor necessidade de comunicação por telemóvel (visto que
os processos estão automatizados e usam internet), e maior eficiência na utilização dos
recursos. Com este sistema consegue-se ter uma melhor planificação e controlo da
actividade da frota. Detecta-se ainda uma maior segurança, que passa por uma condução
mais adequada, menos roubos de viaturas, entre outros.
Mas existem alguns pontos menos positivos que tem de ser considerados como os
custos e dificuldades de mudanças e adopção de novas tecnologias. É necessário que
antes de avançar com o projecto, seja preparado um plano de comunicação interna,
adequado às mudanças que se propunham implementar. O objectivo deste plano
consiste em fazer com que todos compreendam e aceitem o projecto a implementar.
Com este tipo de projecto de gestão de frotas poder-se-ia correr o risco de se ser mal
interpretado, porque nomeadamente os motoristas, podem pensar que o novo processo
seria exclusivamente para controlá-los, pela falta de confiança neles. E a ideia não é
essa, mas sim a de facilitar a gestão de frotas, visando a melhoria desta.
No futuro os transportes têm que deixar de ser geridos em linha para passar a ser geridos
cada vez mais em rede. O grande desafio que se coloca às empresas de transporte é o de
conseguir gerir motoristas em linha e fluxos em rede, o que não é processo fácil. Com
esta ferramenta as empresas obviamente a posicionam-se na primeira linha para resolver
adequadamente este problema.
Bibliografia
(1) D. Lambert, J. Stocj, L. Ellram, Fundamentals of Logistics Management,
McGraw-Hill (1998)
(2) História do RFID http://www.rfidjournal.com/article/verticals/16/ consultado a 2
de Dezembro
(3) Sistema GPS, http://pt.wikipedia.org/wiki/GPS consultado a 2 de Dezembro
(4) Sistema GPRS, http://pt.wikipedia.org/wiki/GPRS consultado a 2 de Dezembro
(5) Sistema GSM, http://pt.wikipedia.org/wiki/GSM consultado a 2 de Dezembro
(6) Website da Frotcom http://www.frotcom.com , consultada a 3 Dezembro 2008
(7) Website da Tecmic http://www.tecmic.pt/ , consultada a 3 Dezembro de 2008
(8) Website dos CTT http://www2.ctt.pt/fewcm/wcmservlet/ctt/index.html ,
consultada a 2 de Dezembro
(9) Website da Sonae Distribuição http://www.sonaedistribuicao.com/ , consultada
a 4 de Dezembro,
(10) Website do Grupo Luís Simões http://www.luis-
simoes.pt/LsWeb/ls/lsconteudo/homepage.do2, consultada a 4 de Dezembro
(11) Acetatos de apoio às aulas da cadeira Dispositivos de Rede e Sistemas
Logísticos 2007/2008