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Fotographos nº 02

Date post: 23-Feb-2016
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Revista Fotographos nº 02
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68
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Page 1: Fotographos nº 02
Page 2: Fotographos nº 02

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Kit com Objetiva Nikon 18-70mm

6,1 Megapixels

3008x2000 Pixels

I Canon Powershot 66

7,1 Megapixels

3072x2304 Pixels

Objetiva Canon 35-140mm

I Canon [OS "ebel O

Kit com Objetiva Canon 18-55mm

6 Megapixels

3072x2048 Pixels

Mesmas Caracteristicas da EOS 100

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Page 3: Fotographos nº 02

FOTOGRAFANDO

10 PAISAGENS...-

5 GaleriaFotos enviadas por nossos leitores.

34 Fotografar em cativeiro é o bicho!Dicas e técnicas para quem deseja fotografar animaissem ter de se aventurar por florestas distantes.

3 O A importância do direito autoral - Artigoo advogado (e fotógrafo) José Roberto Comodo Filho ensinacomo proteger os direitos sobre suas fotos.

Digital - O Senso rA importância dos sensores para a fotografia digital.31

pÁG.36 3 6 Vânia Toledo - PortfólioConheça o trabalho dessa talentosa e cativanteprofissional, que comemora 25 anos de fotografia.

40 Floripa - Por Dentro da LuzDicas de lugares e macetes para planejar um passeiofotográfico pela capital de Santa Cata rina, no Sul do país.

54 O Fotógrafo curioso - ArtigoTentativas e erros para o aprimoramento da técnica.

62 SLR digitaisConheça 3 modelosdisponíveis no mercado.

55

56

65

FotoblogsDiários fotográficos na internet.

Notícias do mundo fotográficoo que acontece nas empresas, cursos,lançamentos de produtos e serviços.

CartasMensagens recebidas pela redaçâo da Fotágraphos.

Page 4: Fotographos nº 02

FOTO OA CAPA:

Marcos Kim

FOTÓGRAPHOS

Viva a Fotografia!

Aqui estamos, no segundo passo da caminhada que

nos predispomos a fazer. Muito felizes, pois não

esperávamos tamanha repercussão, já no primeiro

número da revista. Recebemos centenas de mensagens

de apoio pelo lançamento da Fotógraphos, e aproveito

para reiterar meus agradecimentos a todos que, de

alguma forma, estão colaborando conosco, acreditando

e ajudando a transformar este sonho em realidade. Faço

questão de compartilhar a alegria da equipe com todos os

leitores e anunciantes. Afinal, sem vocês, a revista não tem razão de existir.

Ainda temos mUito a fazer, sabemos que o desafio está apenas começando.

Não podemos nos deixar levar pela euforia, mas devemos saber aproveitar as

oportunidades. Esse apoio que temos recebido é fundamental para orientar nosso

compromisso em produzir uma revista cada vez melhor, e a participação dos leitores

é sempre importante nesse sentido.

Por falar em oportunidade, preparamos uma matéria exclusiva para quem deseja

aproveitar ao máximo um dos mais interessantes motivos fotográficos: paisagens! São

vinte páginas recheadas de dicas e fotos para você aprimorar sua técnica no assunto.

Enquanto produzíamos essa matéria, fiquei impressionado com a quantidade e a

qualidade do material que nos foi disponibilizado. Fotos de profissionais "feras",

como Adriano Gambarini, Araquém Alcântara e Marcos Kim, e também de

amadores que levam a fotografia a sério e dão show com suas imagens. É muito

gratificante poder contar com uma colaboração tão especial assim.

Dando continuidade à seção Por Dentro da Luz, nesta edição trazemos fotos inéditas

sobre Florianópolis, a "Ilha da Magià'. Falar sobre um lugar desses e, melhor ainda,

fotografá-Io, é realmente um privilégio.

Despeço-me agradecendo a todos que enviaram fotos para a seção Galeria.

Recebemos centenas de e-mails e correspondências vindos de diversos lugares deste

enorme país, e isso torna a experiência de produzir a Fotógraphos ainda mais rica

e estimulantes para nós. Continuem participando.

Até o próximo encontro e boas fotografias!

Rodrigo Torres Costadiretor editorial

FOTÓGRAPHOS • 04

Fotographos

Expediente

Dir. Editorial: Rodrigo Torres Costa

[email protected]

Dir. Administrativo: Eduardo Aniceto Portella

edua [email protected]

REDAÇÃO

Jornalista Resp: Heitor Augusto

Colaboraram nesta edição:

Armando Vernaglia Jr. , Charles Dias,

José Roberto Comodo, Silvana de Carvalho,

Sandra Mastrogiacomo, Sérgio de Assis

PRODUÇÃO

Direção de Arte: Rodrigo Torres Costa

Criação e Produção: Daniel Kachvartanian

Projeto Gráfico: Art&Cia Propaganda e Mkt

Revisão: Renata Con50li

PUBLICIDADE

Daniel Santos

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Paulo Henrique Frias de Oliveira

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Tel.: 1011) 3815-7472 Fax: r.201

Page 5: Fotographos nº 02

IMAGENS QUE INSPIRAM

Apresentamos algumas imagens, selecionadas entre as centenas que nos foram

enviadas por amantes da fotografia espalhados por todo o país. Fotos sobre os

mais diversos assuntos e muitas, inclusive, inspiradas nas matérias publicadas na

primeira edição. Agradecemos a todos e desejamos que a participação aumente cada

vez mais, pois, para nós, é um prazer admirar tanta foto boa. Difícil é escolher!

as otos pertencem a uma série, chamada

"Retratos da Rua': que retrata as expressões das pessoas em seus

momentos de reflexão e sossego... Busca trazer um pouco de suas

expressões, enquanto envoltas em seus próprios pensamentos.

Ambas fOram tiradas em Petrópolis (RJ), por Cristiano Hammes.

Foto abaixo: câmera Canon EOS Elan 7e, objetiva Canon

USM 75-300 mm, exposição de i145s com abertura jl4.5 e

filme Fuji Reala ISO i 00 (com ampliação em preto-e-branco).

Foto ao lado: mesmo equipamento, exposição de i1500s com

abertura jl5. 6 efilme Fuji Superia ISO 400.

FOTÓGRAPHOS • 05

Page 6: Fotographos nº 02

IMAGENS QUE INSPIRAM

, ,

FOTÓGRAPHOS • 06

Page 7: Fotographos nº 02
Page 8: Fotographos nº 02

IMAGENS QUE INSPIRAM

a eCentro do Rio dejaneiro, março de

2004, o antigo e o novo - passado

epresente - será que o moderno

ultrapassou o clássico?É o que vejo

no Rio! Câmera Pentax Asahi, filme

[lford Hp5, [50400 efotometragem

da máquina - Marcus Boechat,Rio de janeiro (Rj).

••• Da lfI "Estou enviando

uma foto dejulho de 2004,tirada em Bariri, no interior

de São Paulo, num fim detarde que tinha um colorido

impressionante. "- KellyPolato, São Paulo (SP).

Câmera Rolleiflex efilme Fuji Chrome RMS

o Mostrando que

não precisamos ir longe para

produzir belas imagens, a foto

ao lado foi feita pela fotógrafa

Glaucia Villaça, de Vila Nova

(Ri), no jardim de sua casa.

Câmera Pentax KJ 000, filtro

cIose-up, rebatedor de luz e

filme Fuji Pro- Value 200.

Participe também da Galeria Fotágraphos e ganhe filmes para continuar praticando!

FOTÓGRAPHOS • 08

Page 9: Fotographos nº 02
Page 10: Fotographos nº 02

TEMA PRÁTICO

FOTOGRAFANDO

PAISAGENSSaber explorar todo o potencial que uma paisagem pode

oferecer não é tarefa fácil. São vários os aspectos envolvidos,

e aprender a lidar com eles é apenas o primeiro passo.

por Rodrigo Torres Costa

São quatro e meia. Acordo. Olhopara o lado e minha esposa ain­

da dorme. Dirijo o olhar para o

quarto em frente e me deleito com o sono

tranqüilo do meu filho, de apenas um ano

e meio. Ah, que inveja! Mas o "dever"me chama. Levanto silenciosamente e

caminho com cuidado para a sala, onde a

"tralha" - mochila com câmeras e objeti­

vas, tripé, filmes, boné - me aguarda para

mais uma jornada fotográfica. Loucura?

Talvez! Entretanto, acordar cedo para

fotografar paisagens tem suas vantagens.

E que vantagens! Quem já se aventurou

de alguma forma para obter instantes

especiais na natureza entende muito bem

sobre o que estou falando. Nesses mo­

mentos, ficamos mais próximos da ma­

ravilhosa Criação Divina, e é sobre essas

oportunidades de contato com as belezas

das paisagens naturais que falaremos a

partir de agora (deixaremos as paisagens

urbanas para outra ocasião) e também das

técnicas necessárias para aproveitá-Ias da

melhor maneira possível.

PAISAGENS

De acordo com o dicionário Houaiss,

defini-se como paisagem: "uma extensão

de território que o olhar alcança num

lance; vista, panorama". Ou ainda:

"conjunto de componentes naturais ou

não de um espaço externo que pode ser

apreendido pelo olhar".

Entender o que é paisagem é o primei­

ro passo para dominar o assunto do ponto

de vista fotográfico. Esse é um tema bas­

tante complexo, e a sua aparente facilidadecostuma trazer resultados insatisfatórios

aos fotógrafos mais descuidados.

A utilização pretendida com as fotos

também é um aspecto muito importante

a ser considerado, quando partimos para

uma sessão fotográfica de paisagens.

Adriano Gambarini, fotógrafo profis­

sional que já teve matérias e fotos suas

publicadas em revistas respeitadas sobre

o assunto (veja pág. 28), como a NationaL

Geographic, é enfático: "Para o fotógrafo

amador, a relação com a fotografia de

paisagem deve ser total e diretamente

emocional; gostou daquela cena, daquela

paisagem? Então, fotografe! Não perca

aquele momento mágico por causa de

restrições técnicas ou tecnológicas. Foto­

grafe, sempre". De acordo com ele: "Para

quem quer se profissionalizar neste mundo

da fotografia de natureza e, conseqüente­

mente, de paisagem, aí, sim, deve haver

um engajamento, uma proposta, um com­

promisso. A fotografia profissional deve

unir rigor técnico, beleza que emociona

e, principalmente, veracidade nas informa­

ções que acompanham a imagem, pois ela

teoricamente vai passar pelo olhar de mais

pessoas, formará opinião, poderá se tornar

referência. Essa é uma responsabilidade

muito grande, e o profissional tem que

levar isso em consideração."

E, por melhor que seja o equipamento

utilizado, ele nunca será suficiente para

transmitir toda a beleza e a magnitude da

cena como a enxergamos, de modo que,

se não utizarmos as técnicas adequadas,

o resultado pode ser decepcionante. Em

contrapartida, um registro bem-feito

pode ser muito compensador, pois, semsombra de dúvida, esse é um dos temas

mais fascinantes da fotografia, dadas

às infinitas possibilidades de obtermos

lindas imagens que nos são oferecidas

diariamente pela vida.

o LOCAL E OS PONTOS DE VISTA

Escolher o local é o primeiro passo

para produzir suas fotos de paisagem. De

nada adianta possuir os equipamentos

mais avançados e as técnicas mais ade­

quadas se você não tiver um bom cenário

para fotografar. Pode ser uma região

montanhosa, um vale, uma praia, o mar,

uma cachoeira, um penhasco, porém o

fundamental é que o ambiente possua

atrativos que mereçam ser registrados em

filme ou sensor digital.Mas como saber se o local escolhido

vale ou não a pena ser fotografado? Bem,

não existe uma fórmula exata para essa

questão, por isso o "olhar" do fotógrafocontinua sendo essencial. Assim, o melhor

a fazer é sempre exercitar a capacidade de

enxergar boas oportunidades e nunca ter

JI A fotografia profissional deve unir rigor técnico, beleza que emociona e, principal­

mente, veracidade nas informações que acompanham a imagem. JI (Adriano Gambarini)

FOTÓGRAPHOS • 10

Page 11: Fotographos nº 02
Page 12: Fotographos nº 02

Ao fotografar paisagens, precisamos aprender atrabalhar com o que a natureza oferece a cada instante.

TEMA PRÁTICO

medo ou preguiça de realizar novas experi­ências. Com o tempo, o olhar passa a ficarmais treinado e seletivo,e a tendência é queos resultados fiquem cada vez melhores.

Quando estiver escolhendo algumlocal para fotografar, não se deixe levarpelas primeiras impressões. Observeatentamente todo o cenário e não deixe de

reparar em detalhes isolados que podemser muito interessantes.

Procure obter diversos pontos devista, analisando quais lhe agradammais. Caminhe, mude de lugar. Andepara frente e para trás. Abaixe. Expe­rimente um ponto mais elevado (umapedra, um morro etc.) Percorra toda acena utilizando seus olhos e suas pernas(importante: essa dica ajuda a melhorarsuas fotos e também sua saúde, portanto,pratique). A sua posição em relação àcena e aos seus elementos pode mudardrasticamente o resultado final das ima­

gens, causando, por exemplo, grandeinfluência na disposição entre o que estásituado no primeiro plano e no fundo

da composição. A perspecriva também éalterada conforme a mudança de posiçãoe conforme a objetiva utilizada, comoveremos adiante. Com isso, você podeobter uma sensação de maior ou de me­nor profundidade.

Resumindo, a definição do local e doponto de vista é o primeiro passo paraconseguir resultados satisfatórios emfotografias de paisagens.

LUZES E SOMBRAS

Ao contrário de retratos de pessoasem áreas externas, onde o tema da foto

pode movimentar-se para obter um po­sicionamento mais favorável em relaçãoà luz, com fotos de paisagens precisamosaprender a trabalhar com o que a naturezaoferece a cada instante.

As condições de iluminação costu­mam ser decisivas para o sucesso ou ofracasso no resultado final. Dependendoda hora do dia e das condições do tem­po, podemos obter diferentes "climas".Isso significa que fotografar uma cena

~ Água Estas duas fotos iLustram a diferença

de fotografarmos o movimento da água com

diferentes veLocidades do obturador. A foto

menor foi feita com tempo de 11250s de

exposição, e a foto maior, abaixo, foi tirada

utilizando-se 118s. Observe que a veLocidade

pode servir para ''congeLar'' o movimento ou

então para criar um efeito de véu na água.

FOTÓGRAPHOS • 12

Page 13: Fotographos nº 02

nas primeiras horas da manhã nos dará

um resultado completamente diferente

se fotografarmos ao meio-dia, ou no fim

de tarde, e por aí vai. A direção da luz

muda com as horas, alterando a situação

de contraste e o jogo de luz e sombras na

cena. A temperatura da luz também muda

com o passar das horas.

Muitos fotográfos de paisagens pre­

ferem fotografar logo pela manhã ou no

fim de tarde, quando a temperatura daluz é menor, resultando em um tom mais

quente e agradável. Entretanto, mesmoem horários menos recomendados, como

próximo ao meio-dia, é possível fazer belos

registros fotográficos de

paisagens. Entender ascaracterísticas da luz é

fundamental para estar

atento a elas e aproveitar

ao máximo as oportuni­

dades que podem jamais

se repetir. Qualquer alte­

ração pode transformar

uma paisagem sem gran­des atrativos em uma

ótima foto, ou então

causar o efeito contrário,transformando um lindo

lugar em uma cena sem

graça para clicarmos.

Como a posição do sol determina a

textura e o clima da foto, procure observar

a cena de vários ângulos, analisando como

a luz interage com o ambiente até encon­

trar a composição e a iluminação que mais

lhe agradar. Não faça apenas fotos com o

sol posicionado às suas costas. Fotografar

em situação de contraluz, por exemplo,

pode trazer resultados muito gratificantes.

Nesse caso, é muito importante cuidar

para que a exposição seja feita corretamen­

te, uma vez que esse tipo de iluminação

FOTÓGRAPHOS • 13

.Â. O céu é um dos principais elementos

em grande parte de fotografias de paisagens.

Ele pode contribuir muito com o clima da

foto, desde que corretamente fotografado.

Como normalmente apresenta intensi-

dade de luz superior à do primeiro plano,

precisamos ter muito cuidado ao fazer a

medição de exposição para a cena. Caso

contrdrio, o céu pode ficar muito claro

(superexposto) ou o primeiro plano pode ficar

muito escuro e sem detalhes (subexposto).

Uma maneira de atenuar esseproblema é

utilizar filtros especiais, como o polarizador

e o graduado, conforme explicado adiante

nesta matéria (pdgs. 23 e 25).

Page 14: Fotographos nº 02

pode enganar os fotômetros até das maismodernas câmeras fotográficas.

Seja paciente para esperar o momentoideal, pois, muitas vezes, em questões deminutos, ou até de segundos, uma paisa­gem pode se modificar completamente,seja por um movimento de nuvens que seabre ou que entra na frente do sol, ou pelainclusão de algum elemento inesperado,como um bando de pássaros a voar pelocéu, por exemplo.

o TEMPO

O mais comum é as pessoas fotogra­farem paisagens com o sol presente, emdias quentes e secos. Entretanto, podemosobter bons resultados quando o tempo

está mais ftio e até chuvoso.

Em épocas como o outono e o inver­no, os dias são mais curros, e o ângulomais baixo do sol oferece condições espe­ciais de iluminação e de cores.

Embora os dias ensolarados sejammais convidativos às fotos, c;.ostumam

ser muito propícias as situações adversas,como, por exemplo, momentos antes oudepois de uma chuva forre e com o solainda presente, com o primeiro planobastante iluminado, destacando-se do

céu escuro e carregado ao fundo. Diascom o tempo completamente fechadoe nuvens carregadas também podem serótimos para produzirmos fotos bastantedramáticas e interessantes. Mas, nesse

FOTÓGRAPHOS • 14

caso, lembre-se de proteger adequada­mente seu equipamento, pois a água e apoeira são grandes inimigas das câmerase das objetivas.

Em condições extremas de ilumina­ção, pode ser necessário fazer a mediçãomanual, utilizando o fotômetro do seu

equipamento em modo spotou parcial naárea mais imporrante da cena, ou compen­sando adequadamente a exposição. Se emum dia com o céu cheio de nuvens car­

regadas você superexpuser o filme, petderátoda a dramaticidade do momento. Nesse

caso, o ideal é fazer a medição na área mais

iluminada, garantindo que o céu terá tonsmais escuros no resultado final.

Além de aproveitar as mudanças deluz que ocorrem durante um dia, vocêtambém pode registrar as alterações so­fridas pelas paisagens, de acordo com asestações do ano. Se fotogtafat um mes­mo local durante cada uma das estações,no fim de um ano, poderá constatarclatamente as variações ocorridas.

~ Pôr-do-sol Para jótografar o céu com o

sol ainda presente e evitar excessiva subexposição

das imagens, a melhor dica éjótometrar a área

próxima ao sol, mas sem ele aparecer no visor.

Depois, recomponha a cena (agora com o sol

incluído, mas sem olhar diretamente para ele)

e jótograft com a medição ftita anteriormente.

Para garantir, também faça jótos com variação

de exposição (bracketing).

Page 15: Fotographos nº 02

TEMA PRÁTICO

por Marcos Kim

Milhões de anos em quinze minutos

imprudente) gritar dentro da caverna.Bom, surgiu uma questão técnica

crucial: e a fotometragem? Essa câmeranão tem fotômetro. Levei um fotômetrode mão. Mas ... nada de leitura. Como atênue luz da entrada estava muito dis­

tante, não consegui medi-Ia. E como nãotrouxe a câmera 6 x 4,5 ...

Estava à beira de um abismo, com

o tripé montado, a câmera na posiçãoexata, o enquadramento bem resolvido.Tudo pronto. Resolvi chutar a exposição,baseado na fotometria do dia anterior

(que eu não sabia se estava correta, afinalainda não tinha revelado o filme). Mas

antes tentei medir uma última vez: fiqueibem à beira do abismo, estiquei o braço,fotômetro na ponta dos dedos. Aleluia!Consegui UMA medição de luz. Quinzeminutos, abertura fIl. A medição é emISO 50, apesar de usar Fuji Provia 100F,pois essa câmera exige o uso de um filtroneutro graduado central.

Quinze minutos ... Raras vezes usei

uma exposição tão longa assim. Nessemeio tempo, um pequeno grupo de tu­ristas entrou na caverna, com uma lan­terna. Achei ótimo, adicionaria um ele­

mento novo e imprevisível à imagem.Segundo estudos, as estalactites, ou

seja, as formações pontiagudas que sur­gem a partir do teto da caverna, crescemcerca de 3 mm a cada 10 anos. Imagine,3 cm a cada 100 anos! Enfim, menos deum metro a cada 3 mil anos ... Pode-se

imaginar o tempo que essa caverna levoupara ser formada? E pelo que pesquisei, aCaverna do Morro Preto é pré-cambria­na. Tem pelo menos 4,6 milhões de anos.Restos de fósseis já foram encontradosem seu interior.

Quinze minutos ... Enquanto espe­rava, conversava com o Mateo, com o

Cateto e comigo mesmo. Além de nós,só havia um morcego insone. Torci paraque o tripé não se movesse, torci paraque o Cateto agüentasse parado o maiortempo possível.

Quinze minutos ... Pareceu muitotempo. Mas depois pensei: que são 15minutos diante da eternidade dessa pa­ciente Criação de Deus?

Toda boa foto tem uma boa história.

Permitam-me contar a desta panorâmi­ca à esquerda, que eu considero uma dasmelhores que Deus me permitiu fazer.

O lugar se chama Caverna do Mor­ro Preto. Fica na cidade de Iporanga, acerca de 350 km de São Paulo. Perten­

ce ao Parque Estadual Turístico do AltoRibeira (Petar). Bem perto do local,existe uma das cavernas mais famosas

do Brasil, a Caverna do Diabo.

Fui a esse fantástico parque emdois dias seguidos, no começo de2004. No primeiro dia, fiz várias fo­tos com uma câmera 6 x 4,5. Estava,

digamos assim, sentindo o lugar, sa­cando suas possibilidades de enqua­dramento, seus melhores horários e

permitindo que o deslumbramentodiminuísse, para avaliar tecnicamen­te o que fotografar. O fotômetro dacâmera sugeriu cerca de oito minutosde exposição (abertura f8). Usei cro­mo Fuji Provia 100F. Os raios de luzforam feitos com lanternas e peque­nos flashes, pelo meu assistente Ma­teo e pelo guia Cateto. Aliás, sem elesseria impossível fazer as fotos.

No fim do primeiro dia, caiu umachuva torrencial. Costumo considerar

isso um bom sinal, sinal de que prova­velmente vem tempo limpo e claro nodia seguinte. Foi o que aconteceu.

O segundo dia estava ótimo, mes­mo dentro da caverna percebi isso.Fiquei literalmente várias horas lá den­tro, sem a menor noção do tempo pas­sando. Levei apenas a câmera pano­râmica Fuji (modelo GX617). Adoroesse formato panorâmico, que utilizafilme 120 mm e faz um belo cromo no

formato 6 x 17 cm. Faz apenas quatrofotos por filme ...

Estava muito feliz, extasiado até.

Sabia que estava prestes a realizar umabela imagem. Pedi ao Cate to para ficarparado, iluminando um local apenascom a luz da carbureteira: uma suave

chama, do tamanho de um isqueiro.Pedi ao Mateo para sentar na entradada caverna e ficar ali. Levei um inter­

comunicado r, pois é impraticável (e

• CÂMERAS: qualquer câmera pode serutilizada, desde uma simples pinhole atéuma avançada digital de 16 megapixels.

No fundo, o mais importante é estar nolugar certo, na hora certa e contando coma luz ideal. Se isso acontecer e você sou­

ber utilizar corretamente o equipamentodisponível, pronto! Pode ser uma câmeracompacta, uma SLR de filme ou digital,uma de médio formato ou até uma de

grande formato, por que não? Cadaequipamento possui suas peculiaridadese, sabendo delas, o fotógrafo pode tirar omáximo proveito de cada oportunidade.Um tipo de equipamento muito inte­ressante para fotografar paisagens, aindapouco conhecido no Brasil, é a câmerapanorâmica, capaz de registrar uma cenacom uma extensão maior do que a usual.Marcos Kim, que fotografa paisagens pro­fissionalmente, utiliza uma Fuji GS617,que produz imagens de 6 x 17 cm emfilmes de médio formato.

EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS

Estar bem pteparado é essencial paraque a missão fotográfica não se transformeem uma aventura frustrante. Isso significaque não basta estar com o equipamentonecessário, você também precisa utilizarroupas e calçados adequados, que garantamseu conforto e sua segurança durante aempreitada. Vejamosalguns itens essenciaispara quem deseja fotografar paisagens.

FOTÓGRAPHOS • 15

Page 16: Fotographos nº 02

TEMA PRÁTICO

T Filmes positivos, também conhecidos

por cromos, são recomendados principalmente

para fotógrafos com conhecimentos mais avan­

çados, pela sua reduzida latitude de exposição

e ótima definição de imagem. A foto abaixo,

de elevada saturação de cores, foi produzida

utilizando-se o filme Velvia 100E da Fuji.

• OBJETIVAS: ao fotografarmos paisa­gens, precisamos ter em mente a sensaçãode espaço e de profundidade que preten­demos transmitir. A partir daí, podemosescolher qual ou quais objetivas deverãoser utilizadas. Lentes grande-angularessão perfeitas para fotografarmos cenaspanorâmicas, cobrindo um maior ângulo

<llIII A regra dos terços consiste em dividir

a cena em três partes horizontais e três verticais,

colocando o assunto principal em um ou mais

pontos de interseção das linhas imaginárias. Na

foto ao lado, a fotógrafa destinou aproximada­

mente 1/3da área para o céu e 2/3para as mon­

tanhas, com uma composição clássica e eficiente.

de visão e incluindo uma maior área da

cena na foto. Em contrapartida, teleob­jetivas podem ser úteis para capturarmosdetalhes ou áreas restritas da paisagem quetransmitam um maior impacto. Hoje emdia, muitos fotógrafos preferem utilizarobjetivas zoom pela praticidade que elasoferecem. Há modelos que possuem dis­tâncias focais que variam de 24 e 28 mmaté 200 ou 300 mm e que, por conta daavançada tecnologia empregada em suaconstrução, oferecem boa resolução ereduzida distorção de imagem.

Enquanto objetivas grande-angularescostumam causar uma sensação maior deperspectiva e profundidade, distanciandoos elementos visíveis, teleobjetivas criamuma sensação de maior proximidadedeles, causando um certo "achatamento"

na perspectiva. Esses são aspectos muitoimportantes a serem considerados no mo­mento da composição final, já que alteramcompletamente o resultado das fotos.

Page 17: Fotographos nº 02

Situações de iluminação mais contrastadaspodem valorizar suas imagens produzidasem filmes P&B. Procure também registrarobjetos e cenas que resultem em formassimples e atraentes em suas fotos .

• FILMES: a escolha deve depender única

e exclusivamente dos resultados que se

deseja obter. Embora não existam regras,

muitos fotógrafos profissionais optam por

utilizar filmes positivos, também conhe­

cidos por cromos. De custo mais elevado,

os cromos se caracterizam pela maior de­

finição de imagem e reduzida latitude de

exposição, o que os torna menos tolerantes

a erros. Filmes negativos, além de maisbaratos, costumam oferecer maior latitude

de exposição, sendo uma ótima opção

para quem ainda se encontra em fase de

aprendizado. Além disso, as principais

marcas do mercado disponibilizam uma

grande variedade de filmes negativos que

garantem boa definição de imagem e boa

saturação de cores, qualidades importan­

tes para a fotografia de paisagens.

Para aqueles que desejam se aprimo­

rar no assunto, fotografando em preto-e

Preto-e-brancoEmbora a maioria

das pessoas utilize

filmes coloridos para

fotografar paisagens,

filmes P&B também

são excelentes para

essafinalidade.

branco, é muito importante conhecer as

caracteríticas que cada produto oferece.O Kodak Tri-X e o Ilford HP5, ambos

150400, costumam oferecer contraste

mais elevado, ao passo que o Fuji Neopan

gera tons mais suaves, por exemplo. Mas,

quando falamos de fotografia em preto­

e-branco, não podemos esquecer-nos dos

processos de revelação e de ampliação, que

têm grande influência no resultado final

FOTÓGRAPHOS • 17

e devem ser, também, considerados com

igual relevância. Para quem deseja se apro­

fundar um pouco mais nesse assunto, umaboa dica é conhecer o sistema de zonas

utilizado pelo fotógrafo Ansel Adams.

• TRIPÉ: para os que desejam levar real­

mente a sério a fotografia de paisagens, um

bom tripé é indispensável. Enquanto um

estável e prático pode ser a glória, um não

Page 18: Fotographos nº 02
Page 19: Fotographos nº 02

TEMA PRÁTICO

"As cores e os tons que a natureza produz sempre me fascinaram.

E, na fotografia em cores, encontrei a tela ideal para reproduzi-Ias."(César Monteiro)

Morro dos Três Irmãos

Este belíssimo registro fotográfico,

produzido na Chapada da Diamantina (BA)

pelo fotógrafo César Monteiro, nos mostra

como o esforço para capturar uma linda

paisagem pode valer a pena.

Page 20: Fotographos nº 02

~ Panorâmico

Esse ftrmato é muito adequado

para a fttografia de paisagens.Por causa do seu elevado custo,

é praticamente utilizado apenas

por fttógrafts profissionais.

~ Escala

Quando fttogra­

famos paisagens,

muitas vezes podeser necessário incluir

pessoas ou objetos que

nos ajudem a ter umaidéia melhor da di­

mensão e da escala da

cena e dos elementos

que a compõem. Estas

duas fttos (ã direita,

e abaixo) são bons

exemplos de como

utilizar apropriada-mente esse recurso.

muito esrável pode ser completamenteinútil, conforme as condições do solo edo vento, por exemplo. Existem modelosque, apesar de mais caros, são leves e ex­tremamente confiáveis, tornando a tarefa

de carregar o equipamento menos árdua.Dependendo da distância percorrida,isso pode representar um grande alívio,fazendo valer cada centavo investido.

Um acessório útil que pode ser utilizadocom um tripé é um disparador via caboou controle remoto, que evita contatofísico com a câmera e reduz a chance de

ela tremer durante a exposição. Uma dasgrandes vantagens de utilizar esses aces­sórios é poder usar aberturas de diafragmareduzidas, aumentando a profundidadede campo e conseguindo-se foco em umaárea maior da cena fotografada.

I

Page 21: Fotographos nº 02

• FilTROS: em algumas ocasiões, filtros

podem ser muitos úteis para tornar suas

fotos de paisagens ainda mais atraentes.

Eles proporcionam um modo simples de

alterarmos algumas variáveis, como expo­

sição e cor da imagem; e utilizá-Ios pode

ser bastante interessante e compensador.Embora atualmente existam vários filtros

apropriados, alguns são considerados

como básicos ou até essenciais para fotó­

grafos de paisagens. O polarizador e o UVsão os mais utilizados, mas existem outros

bastante úteis também, como o graduado

com densidade neutra e o laranja, que

"aquece"a cena.

Quando fotografamos com o sol posi­cio nado a um de nossos lados, rotacionan­

do o filtro polarizador, podemos clarear ouescurecer o azul do céu, causando maior

ou menor destaque deste em relação ao

primeiro plano e às nuvens, quando

elas estiverem presentes. Outro efeito

proporcionado por filtros polarizadoresé o de eliminar ou reduzir reflexos em

superfícies não metálicas, como água e

vidro, por exemplo.

TEMA PRÁTICO

 Contraluz Para jàzer fOtos nesta situação, é muito importante tomar alguns cuidados.

Nunca olhe diretamente para o sol, o que pode causar sérios danos à sua vista. Em segundo lugar,

dê atenção redobrada para a exposição da fOto, pois as condições costumam enganar osfOtômetros

das câmeras epode ser necessário utilizar o modo manual ou jàzer variações de exposição. Nas

duas fOtos acima, a presença de névoa ajudou a definir a presença dos raios de sol na imagem.

FOTÓGRAPHOS • 21

Page 22: Fotographos nº 02

TEMA PRÁTICO

Araquém Alcântara, O olhar da experiênciapor Silvana de Carvalho

Como um poeta que se alimenta do ser humano, dos sentimentos e da vida,o fotógrafo catarinense Araquém Alcântara inclui um outro componente quenão escapa ao seu olhar e é fonte constante de inspiração: a natureza brasi­leira. Aos 54 anos de idade e há 35 fotografando e viajando pelo Brasil, elenão pára e se dedica, atualmente, a seis projetos de livros. Esses trabalhosnascem de suas entusiasmadas investidas na natureza: é fácil encontrá-Io

detalhando, com brilho nos olhos, uma determinada imagem. Referência nafotografia de natureza do Brasil, ele saboreia a vida e o trabalho com um mis­to de maturidade e juventude. "Tempo, tempo, tempo, tempo. Puxa, comoesse senhor dos destinos passa rápido, né?", pergunta. Mas as sua imagensficam. Acompanhe as dicas do mestre.

Que o motiva a fotografar a natureza?A percepção dara de que o novo está na

mara, como dizia Mario de Andrade. A reve­

lação de todos os mistérios, a mais rara beleza,o mais ansiado prazer. O fotógrafo da natu­reza tem que ser poeta, viajante, humanista.Precisa da aventura para se conhecer, precisada adversidade para celebrar. Ao contemplara beleza, cresce como ser humano e quantomais rompe mato, menos sossega. Sabe queo espírito criador se move nesses ermos, nosínfimos, nas coisas simples. Fotógrafo danatureza tem o privilégio de conviver com oprimirivo, o intocado e, por isso mesmo, rema responsabilidade de lurar pela integridadedesses santuários, tem que passar adiante umavisão holística do universo. O fotógrafo danarureza rem um importante papel a cumprirna divulgação da biodiversidade brasileira, nabusca de uma identidade e de uma memória

para o país. Ao acredirar na força rransforma­dora de sua linguagem, ele alcança espaçosdesconhecidos, inóspitos e revela o oculto desteimenso continente. Através de seu olhar nos

torna íntimo de culturas e geografias,de mitos esaberes do povo. O fotógrafo amplia a visão domundo, desvela humanidades, contribui paraa construção de uma nova pátria.

Que é uma boa imagem para você?Li certa vez que o grande forógrafo é

aquele que rransforma uma cena banal emalgo absolutamente revelado r, extraordinário.Para alcançar isso, é preciso talento, suor, sorte,técnica, tecnologia ... É a busca da unidaderigorosa de formas de que nos falava o grandeBresson. O fotógrafo precisa estar sempre aten­to porque, às vezes, é contemplado com essabenção, está tudo pronto na sua frente, é só nãoperder o dique. Outras vezes, é preciso interfe­rir, provocar a unidade no caos, compor.

Qual a principal característica de um bomfotógrafo de natureza?

O verdadeiro fotógrafo da narureza remque rer um profundo amor pelo selvagem, oprimitivo. Precisa amar tudo o que é vivo e

querer transformar em beleza aquilo que o co­move. Precisa exercitar diariamente a paciênciae a contemplação. Para atingir a maturidade,isto é, o conhecimento da luz, deve, sobrerudo,

se aprimorar como ser humano, humanizar,libertar o olhar. Buscar a compreensão de quenão sabe nada, de que tudo é revelação. Paramelhor interpretar a realidade, procura liber­rar-se de fórmulas, tem que viver absoluramen­te Íntegro com a sua linguagem. A câmera temque se transformar na extensão de seus olhos ea técnica, quase um ato condicionado. Ele vê,repara, contempla, e, num átimo de segundo,todos os seus sentidos se congregam. Antes quea informação chegue ao cérebro, elejá decidiu omelhor enquadramento, a melhor abordagem,a lente que vai utilizar, o diafragma, a velocida­de. Quando uma grande foto se apresenta, ofotógrafo pressente antes do dique, como umaviso, um toque. E um frêmito percorre todo oseu ser. Resta saber se ele concreriza esse toque,se a intuição se transforma em realização. Porisso que fotografia é sentimento e percepção,é Aagrar a respiração da vida, do universo. Detanto ver e reparar, assim que pouso o olharsobre uma foto já sei se é mero registro, umxetox bem-feito ou se o fotógrafo enriqueceuaquilo que viu. Espera-se de um profissionalque ao menos faça um registro competente dedeterminado evento e nos brinde, de vez em

quando, com uma imagem extraordinária.

Qual a importância do equipamento fo­tográfico nesse tipo de fotografia?

Não pretendo valorizar demais o equipa­mento e a tecnologia, mas, na fotografia da na­tureza, é preciso ter um aparato sofisticado delentes, sobretudo, quando se trata de fotografaranimais. Ourro dia, no Rio Negro, Pantanal daNhecolândia, um aluno me chamou a arençãopara a lua que se punha atrás de umas árvoressecas. Nosso interesse até então era registrar asprimeiras luzes do amanhecer numa bela lagoada Fazenda Santa Sofia. Meu olhar se fixou em

uma árvore em especial, que parecia servir dedormitório para um bando de araras. Achei quevalia a pena tentar algo naquela direção.

FOTÓGRAPHOS • 22

Já saí com a 800 mm armada na Nikon F5

para não espantar as araras. Quando chegueiperto, alvorocei-me. Percebi que a composi­ção poderia ficar maravilhosa, utilizando umenquadramento vertical e colocando a lua naparte superior da foto e da árvore. As duas ara­ras que estavam nos galhos superiores ficaramexatamente dispostas dentro da lua. Esperei umpouco (eis a baralha, a paciência, sempre) paraque os animais acordassem e a lua ficasse maisamarela. Medi a luz na lua e fora dela, fotômetro

pontual, reenquadrei a cena e diquei o filmeinteiro. Meus alunos, ao meu lado, tentaram.

Não conseguiram porque a distância exigiauma superlente, no mínimo uma 600 mm.Importante dizer que esse caso não é regra. Épossível fazer grandes fotos sem grandes teles,mas, para isso, é preciso conhecer o hábito doanimal, esgueirar-se pelo mato ou permanecer àespreita absolutamente quieto e camuAado

Qual o segredo para captar registros quefogem do lugar-comum?

A maioria dos forógrafos não consegue sairdo meto registro, porque não tem talento ouporque a busca é superficial. É preciso casrigaros olhos diariamente, o exercício permanentedo ato de ver ajuda a criatividade. À5 vezes, épreciso retomar a um lugar várias vezes, emépocas diferentes, para conseguir um bomresulrado, com a luz cerra.

Quais as dicas para quem está começando?No começo, é preciso informação e exer­

cício consrante. A grande questão é que o as­pirante a fotógrafo da narureza precisa viajar eainda rem que comprar toupas, boras, chapéus,bolsas esranques erc. Precisa ler muito, fazerfaculdade é bom, mas não é tudo. Trabalhar

como assisrente de forógrafo rambém é bom,aprender os macetes. O mercado de rrabalho émuito fraco, por isso, para se colocar, é precisodesenvolver um ensaio consciente e exausrivo.

Esses primeiros ensaios nos ensinam a sinteti­zar, a criar um jeito próprio de dizer as coisas.Com um estilo próprio e uma remática maisespecializada, as coisas começam a acontecer.

Page 23: Fotographos nº 02

Fotografando com filtros graduados

TEMA PRÁTICO

FotografiainfravermelhaEmbora a fotografia infra­

vermelha ainda seja poucoconhecida no Brasil, com

a sua utilização, podemos

jàzer lindas fotos de paisa­

gens como estas, produzidas

por Romulo Lubachesky.

Aguarde matéria completasobre o assunto, em breve!

DQuando vamos fotogra­

far paisagens e incluir océu na cena, deparamoscom um aspecto técnicoque pode fazer com que

o resultado fique aquém do esperado.O problema costuma ser a grande

diferença de luminosidade entre océu e o primeiro plano, o que poderesultar em cenas muito escuras oucom o céu "lavado" e muito claro.

Nesses casos, podemos utilizar filtrosgraduados, que retêm a luz em umaárea específica da imagem.

Ao lado, podemos visu­a1izar a mesma cena foto­

grafada sem nenhum filtro(acima) e outra em que foiutilizado um filtro gradua­do com densidade neutra,da Cokin (à direita).

FOTÓGRAPHOS • 23

Page 24: Fotographos nº 02

TEMA PRÁTICO

.•. Cerca Podemos tirar ótimas fotos de pai­

sagens nos atendo a detalhes como folhagens,

cercas, troncos etc. Abertura 18, velocidade

1/125s, filme Velvia lOOF efiltro polarizador.

Nas fotografias em preto-e-branco,filtros coloridos, como o amarelo, o la­

ranja e o vermelho, servem para escurecer

o tom do céu. Mas lembre-se sempre de

que, se utilizados exagerada ou inadequa­

damente, eles podem até comprometer

suas fotos. Portanto, utilize-os semprecom bom senso.

• MOCHilA: além de manter seu equipa­

mento longe da água e da poeira, uma boa

mochila pode tornar sua movimentação

muito mais agradável e confortável, dei­

xando suas mãos livres para manusear a

câmera, os filtros e o tripé, por exemplo.

• OUTROS: esteja sempre bem preparado,

leve pilhas e filmes de reserva (ou cartões

de memória, se for o caso), para não correr

o risco de perder ótimas oportunidades

fotográficas por faltar algum deles .

Um bloco de anotações também pode

ser útil, para registrar informações sobre os

locais, os horários e as condições da foto.

VISUALlZAÇÃO E COMPOSiÇÃO

Visualizar uma foto significa ima­

ginar ou intuir o resultado que você

procura obter, observando a cena e ava­

liando as possibilidades que o instanteoferece. No momento de visualizarmos

mentalmente uma imagem, precisamosconsiderar todos os fatores envolvidos

no registro fotográfico: equipamento

utilizado (câmera, objetiva, formato do

filme ou sensor digital), qualidade da luz

(direção, intensidade, temperatura etc.)

e, evidentemente, a própria paisagem.

Da visualização mais elaborada, che­

gamos ao enquadramento desejado. Uma

dica básica que pode ajudar é utilizar a

regra dos terços em suas composições,

dividindo a área da imagem em três áreas

iguais e utilizando as linhas (imaginárias)

resultantes como guias para posiciona­

mento dos objetos e das cenas fotografa­

das. Mas como toda regra, essa também

foi feita para ser quebrada. Por isso, nunca

tenha medo de arriscar. Analise sempre os

resultados para ver onde está acertandoou errando na hora de fazer suas com­

posições. Experimente enquadramentoshorizontais, verticais e concentre-se em

algo que possa manter o interesse pelafoto. Preste atenção em como os elemen­

tos da paisagem interagem entre si e com

a luz. Com o tempo, esse processo vai setornando mais natural, e os resultadostendem a melhorar cada vez mais.

Mudança de luz nas paisagens: como as horas do dia influenciam suas fotos

A luz é a principal matéria-prima

da fotografia, e entender o seu "com­

portamento" é essencial para quem

deseja obter bons resultados, seja em

fotos de paisagens, de pessoas, deplantas, still etc.

Logo pela manhã, antes do solnascer, a luz é menos intensa e os tons,mais esmaecidos, deixando as fotos

com cores menos saturadas. Assim que

o sol aparece, o ângulo e a intensidadeda luz ressaltam as texturas e as formas

dos elementos presentes na cena

Nas horas próximas ao meio-dia,

o sol está alto, as sombras adquirem

seu menor compnmento e o con­traste entre as áreas de luz e sombra

é bastante acentuado.

No fim de tarde, a luz volta a ad­

quirir ângulo e intensidade que dão

destaque às formas e às texturas, e

as sombras tornam-se alongadas nadireção contrária à da manhã. Por

causa da sua temperatura mais baixa,

nesses horários, a luz produz tons

mais quentes e alaranjados.As mudanças entre as estações do

ano também têm grande influência naqualidade (direção, intensidade) da luz

e, portanto, nas fotos de paisagens.

FOTÓGRAPHOS • 24

Page 25: Fotographos nº 02

JJ o grande fotógrafo é aquele que tcansforma uma cena banal em algoabsolutamente revelador, extraordinário. Para alcançar isso, é preciso

talento, suor, sorte, técnica, tecnologia ... JJ (Araquém Alcântara)

Utilizando filtro polarizador em fotografias de paisagens

Com filtro

Sem filtromáximo do filtro polarizador é obtido

quando fotografamos a um ângulo de 45°

em relação ao objeto fotografado.

Em paisagens, o efeito é percebido

apenas quando fotografamos com o sol

posicionado em um de nossos lados.

Ou seja, se você resolver fotografar como sol à sua frente ou atrás, o filtro não

apresentará resultados. Utilizá-l o emdias nublados tam­

bém costuma gerar

efeitos pouco ou

nada perceptíveis.A foto acima, à

esquerda, foi feitautilizando-se um

filtro polarizador,e as duas fotos ao

lado mostram a

mesma cena fo­

tografada com esem o uso do filtro.

Note a diferença!

Um dos filtros mais uti­

lizados por quem cos­

tuma fotografar pai­

sagens - o polarizado r

- reduz e, em alguns casos, até elimina o

reflexo de superfícies não metálicas.

Um dos principais efeitos causados

por esse tipo de filtro é o de elevar a satu­

ração das cores e o contraste na imagem.

Para utilizar um filtro polarizador,

basta rosqueá-lo na objetiva e rotacioná­

10 até que se obtenha o efeito desejado.

É importante destacar que o efeito

FOTÓGRAPHOS • 25

Page 26: Fotographos nº 02

PRÁTICO

ATITUDE

Uma pequena coisa que faz uma gran­

de diferença! Para quem deseja realmente

produzir belas fotos de paisagem, atitude

é um ingrediente que nunca pode faltar

na receita. Algumas vezes é necessário

agüentar quilômetros de caminhada ou

ter de esperar bastante tempo para que a

situação de luz fique mais favorável para o

registro da cena. Enfim, coisas que apenas

com muita disposição e determinação

conseguimos enfrentar.

Mas o que realmente imporra é que to­

dos os esforços valem a pena quando temos

o privilégio de admirar - e melhor ainda,

fotografar - a beleza da Criação. Quem se

dedica à fotografia de paisagens sabe muito

bem sobre o que estou falando.

o que realmente importa é que todos os esforços valem a pena quando temos oprivilégio de admirar - e melhor ainda, fotografar - a beleza das paisagens.

FOTÓGRAPHOS • 26

Page 27: Fotographos nº 02

TEMA PRÁTICO

Na estrada Muitas vezes não precisamos ir muito longe para jazermos boas fotos

aisagens. Durante uma viagem pela Rodovia Anhangüera, indo de São Paulo

ampinas, notei esta bela cena em um local próximo a fundia!. Parei o carro e

'llfti. O Brasil é um país repleto de lugares com ótimas oportunidades fotográfi­

atento! Câmera Canon EOS 300, objetiva Tamron SP 24-135 mm,

'5s,18 efiltro polarizador.

Page 28: Fotographos nº 02

TEMA PRÁTICO

A paisagemnatural de

Adriano

Gambarinipor Silvana de Carvalho

A amplitude e a beleza enconrradasna natureza petmirem ao fotógrafoum rransitar absoluto e com muitas

opções. No enranto, mais do que um

clique que denote uma imagem perfeita,

a fotografia de natureza segue um rumo

diferenre para aqueles que a encaram des­

pojados de deslumbres, mas munidos de

sinceridade. "Fotografia de natureza, para

mim, vai muito além do que, por vezes,

o mercado define", começa dizendo o fo­

tógrafo paulista Adriano Gambarini, cuja

carreira teve início há 15 anos, quando ele

concebeu a idéia de que a câmera fotográ­

fica setia a parceita perfeita para o tegistro

das viagens, da natureza, dos povos, enfim,

dos temas que sempre lhe atraíram.

Generoso com o olhar que lança para

as paisagens de divetsos países do mundo

- mas com especial dedicação à natureza

brasileira -, Gambarini explica melhor

o conceito de trabalho que imprime nas

imagens que já somam um arquivo com

mais de 35 mil fotogramas. "A verdadeira

fotografia de natureza só existe mediante

um sétio e comprometido trabalho, quan­

do o fotógrafo se prepara para o clique,

quando ele avalia, pesquisa e conhece

todas as variáveis impressas no registro

daquele animal ou daquela paisagem",

explica, enfatizando a idéia com uma per­

gunra: "Por que os fotógrafos da National

Geographic levam, às vezes, um ano para

concluir uma pauta?"

..•. Textura Formações rochosas

no Parque Nacional Sete Cidades,norte do Piauí.

T Homenagem '/1 Tailândia é

conhecida como 'Land ofsmild E

não é exagero, fti um dos povos mais

receptivos e adordveis que jd conheci.

Queria homenagear o povo tailandês,

que hoje estd sofrendo com a catástrofi

natural que aconteceu recentemente. "

Ko Lanta, ilha do sul do país.

Atuanre na produção de forografias

de narureza para o mercado publicirário,

Adriano Gambarini produz agendas, livros,

calendários e house organs para empresas

privadas. Seu rrabalho como forógrafo

de natureza prima pela veracidade das

informações conridas na imagem, comodesraca Rose Morara, chefe do Cenrro

Nacional de Pesquisa para a Conservação

de Predadores Naturais (Cenap), Ibama:

''A forografia de vida selvagem não é fácil.

Acompanhar pesquisadores, muiro menos.

Cruzar rios nadando, correr horas a fio por

enrre charcos, brejos e maras. O Adriano

faz isso como ninguém. Fica evidenre seu

respeiro pelo rrabalho de pesquisa, a soli­dariedade e seus valores éricos inabaláveis.

A qualidade nas foros fica por conra de ele

ver a forografia como a arre de expressar - e

acredirar - no mundo em que vivemos".

"A verdadeira fotografia de natureza só existemediante um sério e comprometido trabalho( ...)"

FOTÓGRAPHOS • 28

Page 29: Fotographos nº 02

A resposta pode estar na comple­xidade encontrada em muitos assuntos

fotografados, sobretudo, naqueles quecontam com fatores únicos, diferenciados,

transitórios e surpreendentes. "Não dá para

pensar que fotografia de natureza é sair no

mato, encontrar uma onça e fotografá-Ia.

Há todo um preparo por parte do fotógrafo

para chegar até esse momento. Conhecertudo sobre o animal e sobre seu meio am­

biente são apenas algumas das informações

que se deve ter em mãos. É claro que o ines­

perado pode acontecer, mas só o trabalho

duro justifica os bons resultados."

A responsabilidade com que atua naárea transformou Gambarini em um dos

principais nomes da fotografia de natureza

no Brasil, com passaporte carimbado por

publicações renomadas, como cerca de

10 versões da National Geographic, como a

americana, a francesa, a grega e a tailandesa.

Seu olhar apurado também abriu

espaço para vários trabalhos com base

científica. Formado em geologia pela

Universidade de São Paulo, é espeleó­

logo e mergulhador desde 1987, tendo

participado de expedições de pesquisas,

mapeamentos e explorações de cavernassecas e submersas. Tornou-se referência

na fotografia de cavernas e publicou as

principais matérias sobre o tema nos

últimos anos. "Meu envolvimento com

a fotografia aliada à pesquisa também se

dá com organizações não-governamen­

tais. Há mais de cinco anos acompanho

pesquisadores de carnívoros e faço foto­

grafias de onça, lobo-guará e cachorro domato", acrescenta. Esse trabalho resultou

no último livro lançado por ele, que traz

a pioneira documentação de todas as

espécies de carnívoros do Brasil.O ser humano inserido na natureza

é outro caminho trilhado pelo fotógrafo.

Acompanhado pelas Nikon FI00, FM2 eF3 e diversas lentes, Gambarini tem vasto

material sobre a forma de viver de popula­

ções indígenas e povos de várias partes do

mundo. Essas imagens já se transformaram

em livros, guias, calendários e editoriais,

mas têm ainda futuro promissor. "Estou

trabalhando atualmente em três projetos

de livros e duas exposições sobre meus

ensaios intimistas, a cultura e os povos dos

14 países que conheci", conclui, avaliando

que, além da verdade por trás das imagens,

ele ainda tem como base de trabalho a pre­

ocupação constante com uma linguagem

própria, com a sua assinatura. "Quero fazer

com que as pessoas reconheçam meu olhar

em cada foto que faço. Independentementede ele ser bom ou ruim, é o meu olhar."

Alguém duvida?

FOTÓGRAPHOS • 29

~ Salar do Suriri, norte do Chile.

Um dos maiores salares do país, explorado

por companhias de extração de sal, abriga

uma população da ameaçada vicunha.

T Caatinga e suas cabras, um dos únicos

animais capazes de suportar a seca nordestina.

Page 30: Fotographos nº 02

A IMPORTÂNCIA 00 OIREITO AUTORAL

A importância do direito autoralpor José Roberto Comodo Filho

V lvemos uma era em que a preocupa­ção com a velocidade no trânsiro das

informações já ultrapassou há muiro

tempo a preocupação com as questões éti­

cas e de respeiro aos direiros dos cidadãos.

Ou seja, criou-se no inconsciente coleti­

vo da mídia a idéia de que o fim justifica

os meios e que levar a informação - ou a

imagem impactante - para a sociedade é

mais importante do que respeitar as regras

jurídicas que regulamentam os direiros

que terceiros têm sobre suas próprias ima­

gens e, pior, os direiros que os aurores das

imagens têm sobre elas.

Diariamente chegam ao meu escritó­

rio casos de fotógrafos que tiveram suascriações utilizadas indevidamente, como

também chegam casos de pessoas (mo­

delos profissionais ou cidadãos comuns)

que foram forografadas e tiveram suas

ou jornalisticamente se concordar expres­

samente com tal utilização. E surgirão

sempre muitas questões para debate, por

exemplo: Como resolver a questão dos pa­

parazzt? Qual o limite entre a liberdade de

informar e o direiro à própria imagem?

As respostas para essas questões podem

ser encontradas primeiramente na Consti­

tuição Federal e depois no Código Civil.Com relação aos direiros do auror, os

problemas são muiro mais complexos.

Isso porque se criou na sociedade algu­

mas falsas convicções que precisam ser

combatidas. Grande parte das pessoas

simplesmente não compreende que as

forografias somente podem ser utilizadas

onde, quando e da forma como o fotó­

grafo auroriza - e que copiar uma foro

sem aurorização é um crime igual a co­

piar um CD ou um livro.

da chamada "Lei dos Direiros Aurorais".

Mas para que esse combate aconteça,

é preciso que uma das classes mais desu­

nidas que já se teve notícia - a dos fotó­

grafos - passe a agir de forma coordenada

e a REAGIR a rodas as agressões contraseus direitos. E isso deve ser observado

por rodos os fotógrafos - desde o ama­

dor, passando por aquele que está come­

çando a se profissionalizar e terminando

nos mais respeitados profissionais.

Algo muiro importante a se falar é

a existência de duas "espécies" de direi­ro, bem diferentes: os direiros morais e

os direiros patrimoniais. O desconheci­

mento dessa divisão é uma das principais

causas de uso indevido da forografia.

Outro assunro para o qual gostaria de

chamar a atenção é a importância de tan­

ro os fotógrafos quanto os forografados

"A sociedade em que vivemos não consegue compreenderque o fotógrafo É UM ARTISTA. E que a fotografia deve ser

respeitada como uma OBRA DE ARTE(. .. )"

imagens utilizadas de forma desaurori­zada. E rodos demonstram verdadeiro

desespero diante da aparente impotên­

cia para brigar por seus direiros quando,

do outro lado, estão os grandes grupos

que controlam a mídia.

Mas é preciso compreender que o

Brasil possui uma das mais bem forma ta­

das legislações para defesa do direiro do

autor e dos direiros relacionados à per­

sonalidade das pessoas. Neste primeiro

artigo, vamos nos ater a explicar algumas

questões relacionadas exatamente a esses

direiros que a Lei protege.

O primeiro passo é diferenciarmos o

uso indevido da imagem daquilo que é oabuso ao direiro do auror.

Na essência, o uso indevido da ima­

gem está relacionado à pessoa forografada

(seja ela modelo ou não, seja ela artista ou

não, seja ela famosa ou não). Isso quer di­

zer, em tese, que qualquer pessoa somente

pode ter sua imagem utilizada comercial

A sociedade em que vivemos - e no

Brasil isro pode ser observado com mais

clareza - não consegue compreender que

o fotógrafo É UM ARTISTA. E que a

forografia deve ser respeitada como uma

OBRA DE ARTE, fruro do espíriro cria­

tivo do fotógrafo (e isso vale até para a

foro publicitária). Também não é com­

preendido (ou aceiro) que, para uma fo­

rografia ser protegida, ela não precisa ter

sido criada por um profissional - a Lei

protege a forografia e o seu criador, sem

se preocupar com o conteúdo da imagem

e a capacidade de quem a cria.

Na prática, equivale a dizer que se

uma criança pegar a câmera do pai,

apertar o botão e o resultado desse "cli­

que" for surpreendentemente bom, a

ponto de ser utilizado indevidamente

numa campanha publicitária, a criança

deverá receber indenização.

As ferramentas para fazer valer o di­reiro do auror encontram-se rodas dentro

FOTÓGRAPHOS • 30

saberem se posicionar de forma correta

no momenro de negociação com as em­

presas da mídia. Ou seja, é de fundamen­

tal importância o conhecimento acerca

dos CONTRATOS, que são criados

para fixar os direiros e os deveres de cada

parte. E aqui surge um novo problema,

pois ora encontramos contraros de ces­

são, ora contraros de licença, ora contra­

ros absolutamente criativos que buscam,

normalmente, prejudicar fotógrafos e fo­

rografados. Mas esse é um assunto para

um próximo encontro. Até lá!

JOSÉ ROBERTO CaMaDa FILHO é ad­

vogadoformado pela USP há 15 anos, sóciodo

escritórioCaMaDa & CaMaDa Advogados

Associadose especialistaem questõesrelacionadas

a Direito do Autor e Contratos. Também éfotó­

grafo amador há 10 anos e sócio da RlGUAR­

DARE - Scuola di Fotografia.Podeser encontra­do atravésdo e-mail [email protected]

Page 31: Fotographos nº 02

o SENSOR

POR DENTRO DO DIGITAL

o SENSOREmbora muitos fotógrafos - amadores e profissionais - estejam

migrando para o sistema digital, muitas dúvidas ainda pairam no ar.

A partir desta edição, a Fotógraphos abordará aspectos e conceitos

importantes para quem deseja adquirir e tirar o máximo proveito das

novas tecnologias que estão surgindo. Acompanhe.

colaboração Armando Vernaglia Jr.

O ue a fotografia digital chegoupara ficar ninguém duvida. E

o melhor de tudo é que o novo

sistema de captura de imagens não pára

de evoluir. Fabricantes dos quatro cantos

do mundo lançam novos produtos em

um ritmo frenético, e o que ocorre em

muitos casos é que os consumidores não

conseguem entender e acompanhar todas

essas inovações.

Para facilitar um pouco a vida de quem

está entrando no mundo digital, apresen­

taremos, a partir desta edição, uma série

de matérias que abordarão os principais

aspectos envolvidos na construção e na

utilização dos modernos equipamentos.

5ensores digitais, resolução, objetivas, qua­

lidade de imagem, formatos de arquivos,

impressão, memória de armazenamento.

Esses são apenas alguns dos assuntos que

trataremos. Para começar, falaremos sobreo sensor, considerado "a alma" ou "o cora­

ção" das câmeras digitais.

OS SENSORES

Enquanto na fotografia "convencio­

nal" o filme é o responsável pelo registro

da luz, no sistema digital essa tarefa fica

por conta do sensor. Por questões de

espaço, custo e qualidade, os fabricantesacabam desenvolvendo e adotando dife­

rentes tecnologias que atendam melhor àssuas finalidades, e atualmente existem dois

principais tipos de sensores no mercado,

que são o CCD e o CM05.O CCD (Charge Coupled Device) é

constituído por milhões de células fotos­

sensíveis, que convertem a informação óp­

tica em carga elétrica, sendo que a leitura é

feita em ordem seqüencial, célula a célula,

linha a linha. Por esse fator, para que a

imagem capturada seja completamente

"montada" no sensor, a carga elétrica

precisa percorrer toda a sua área.No caso dos sensores CM05 (Com­

plementary Metal Oxide Semicondutor),as células fazem o registro de forma inde-

pendente. Por isso, o tempo de captura da

imagem acaba sendo menor.

De um modo geral, sensores CM05

são mais baratos de produzir que sensores

CCD, e isso explica por que têm sido

amplamente utilizados na fabricação de

câmeras digitais. Outro aspecto importan­

te é que eles consomem menos energia, o

que representa uma grande vantagem.

Mas o fato é que cada tipo de senso r

possui suas características, e algumas em­

presas oferecem variantes de cada tecno­

logia, a fim de obter uma melhor relação

entre o custo e o benefício dos seus equipa­

mentos. A Fuji, por exemplo, desenvolveu

o seu 5uper CCD, utilizado na Finepix

53 Pro, câmera D5LR profissional, que

otimiza os resul tados mesmo em condiçõesde altas luzes e elevado contraste.

Conhecer os principais tipos de sen­

sores disponíveis é o primeiro passo para

entender um pouco mais sobre a sua

capacidade e utilização.

Enquanto na fotografia" convencional" o filme é o responsável pelo

registro da luz, no sistema digital essa tarefa fica por conta do sensor.

FOTÓGRAPHOS • 31

Page 32: Fotographos nº 02

o SENSO R

.•. Tecnologia A indústria tem desen­

volvido sensores digitais capazes de produ­

zir fotos com qualidade extraordindria.

Além da alta resolução, as câmeras atuais

registram imagens com ótima gradaçãotonal e baixo nível de ruído. Embora

apenas presentes nos equipamentos mais

sofisticados, daqui pouco tempo os sensores

mais avançados estarão disponíveis tam­bém nas câmeras de custo mais acessível.

QUALIDADE DE IMAGEM

A disputa que vem acontecendo pormais e mais megapixels faz parecer quequanto maior a resolução, melhor a quali­dade da imagem. Mas a questão não é tãosimples assim, e a combinação de algunsfatores - qualidade óptica das lentes, ta­manho do sensor, nível de sofisticação dosofiware, formato de arquivo utilizado etc.- determinam a qualidade resultante.

Isso significa que, quando falamos deimagem digital, precisamos considerartanto a quantidade como a qualidadedos pixels que determinado equipamentooferece. Ou seja, além da resolução má­xima de captura, devemos estar atentosa aspectos como precisão geométrica efidelidade na captura das cores, assimcomo ao nível de ruído apresentado nasdiferentes opções de ISO.

E que o leitor, ou melhor, o sensor tema ver com isso? Tudo! Pois ele é um dos

maiores responsáveis por essa qualidadedos pixels que formam a imagem.

Cada pixel é formado por um sinalelétrico gerado pela luz que atinge umaou mais foto células correspondentes aele. Quanto melhor for o sensor, melhorserá a sua qualidade tonal e a sua capa­cidade de registrar imagens com maisdetalhes. E o tamanho que ele possuitem grande poder de influência sobreesse aspecto. Vejamos como.

TAMANHO É DOCUMENTO?

Oe um modo geral, o tamanho dosensor está diretamente relacionado à qua­lidade de uma câmera digital e às imagensque ela produz.

Por questões mercadológicas (custo,posicionamento de marcas e produtos), osfabricantes atualmente utilizam variados

tamanhos de sensores em câmeras digitais,sendo que os menores normalmente sedestinam às amadoras e os maiores, às

profissionais, cuja qualidade da imagemé um item primordial.

Os tamanhos mais comuns de senso­

res disponíveis hoje em dia são: o 111.8",o 2/3", os de aproximadamente 23 x15 mm (conhecidos como APS size) e o

full frame, de 36 x 24 mm. Traduzindopara o bom português, os sensores 111.8"têm 7,2 x 5,3 mm de tamanho (largurax altura), os 2/3" têm 8,8 x 6,6 mm, os

APS size têm aproximadamente 23 x15 mm (pode variar um pouco, conformeo fabricante), e os fUll frames são assimchamados, pois têm o mesmo tamanhode um fotograma de filme 35 mm, queé o "filme comum", aquele que estamosacostumados a encontrar no mercado.

Os sensores 111.8" são encontrados

em câmeras como Nikon Coolpix 995,linha Canon Powershot G, Powershot

S50, Olympus C5050Z, entre muitasoutras. É o formato mais comum entre as

A disputa por mais e mais megapixe/s faz parecerque quanto maior a resolução, melhor a qualidade da

imagem. Mas a questão não é tão simples(. ..)

Tamanhos de sensoresA figura ao lado mostra a

diferença entre os principaistamanhos de sensores digitaisdisponíveis atualmente.

• 111.8" - Nikon Coolpix 995,Canon Powershot G3 e G5.

• 2/3 - Nikon Coolpix 8700,Sony F828, Canon PowershotPro 1, Minolta Oimage 7Hi.

• APS size- Canon EOS 3000e 100, Nikon 070.

• Fullframe-CanonEOS 10se KOOAK 14n.

FOTÓGRAPHOS • 32

câmeras digitais amadoras, por possuíremtamanho reduzido e por apresentaremmenores custos de produção.

Existem sensores ainda menores, quecostumam ser utilizados em câmeras mais

simples e também em telefones celulares.O 2/3" é encontrado em câmeras um

pouco mais caras, como Nikon Coolpix5700 e 8700, Sony F717 e F828, MinoltaOimage 7HI, Canon Powershot Prolentre outras. Esse tipo é um pouco maiscaro que o de 1/1.8".

Os sensores APS size de 23 x 15 mm

são encontrados em câmeras avançadas,destinadas a amadores avançados etambém a fotógrafos profissionais. Sãomodelos como: Canon EOS 3000, 100

Page 33: Fotographos nº 02

e 20D (sensor de 22,7 x 15,1mm), NikonD70 e DlOO (23,7 x 15,6 mm) e PentaxIst-D (23,7 x 15,6 mm - o mesmo sensorusado nas câmeras Nikon).

Por fim, temos os sensores lull Irames

(36 x 24 mm), encontrados nas câmerasCanon EOS 1Ds, EOS 1Ds MK II e

Kodak SLR/c e SLR/n, que são equipa­mentos caros e sofisticados, projetadospara atender a fotógrafos profissionais.

Como regta geral, quanto maior é osensor, maior é seu custo de produção, oque em parte explica os preços elevadosdos equipamentos profissionais.

APROVEITAMENTO DA LUZ

Quanto maior o sensor, maior será a

sua área para captar a luz, e assim regisrraras image'ns fotografadas. Ou seja, quantomaior a área, melhor será o aproveitamen­to de luz. Graças a isso, câmeras com sen­sores maiores tendem a ter muito menos

problema de noise, ou ruído.O noise, ou ruído, é uma interferência

elétrica ocorrida dentro do sensor toda vez

que a câmera é operada em sensibilidadesISO acima do mínimo do sensor, ou em

longas exposições (tempos longos de ob­turador). Por exemplo, quando o mínimodo sensor é ISO 100 e o fotógrafo o regulapara operar em ISO 400.

Além disso, o ruído aparece sempreque o sensor for exposto à luz por períodosmais longos que poucos segundos, comoocorre em fotos noturnas.

Se um sensor é projetado para traba­lhar em ISO 100, ao aumentarmos a sen­

sibilidade para ISO 200, 400 ou maiores,o sinal elétrico dentro do sensor deve ser

ampliado para permitir a maior capraçãode luz, e esse aumento do sinal elétrico

gera interferências (chamadas de ruído),que prejudicam a qualidade, as cores e adefinição das imagens. Os sensores maio­res sofrem menos com as interferências

elétricas e, assim, são mais aptos a operarem sensibilidades ISO mais altas ou a

serem usados para fotografias de longaexposição. Mas, mesmo assim, ainda hálimites que podem ser considerados maisestreitos do que os existentes na fotografiacom filme fotográfico.

Outro ponto a favor dos sensoresmaiores é que a informação fotografada émenos comprimida. Isso significa que, sevocê fotografa uma paisagem e a distribui

num sensor de apenas 8 mm de largura,provavelmente existirá perda de deralhesfinos, pois uma grande quantidade deinformação será comprimida numa áreamuito pequena. Por melhor que seja aóptica das lentes, isso é inevitável. Nossensores maiores, a informação de peque­nos detalhes é mais bem preservada.

Graças aos dois fatores citados aci­ma, as imagens geradas por câmerascom sensores maiores tendem a ser mais

limpas, com menos ruído, com melhordefinição, cor, contraste e qualidade geralda imagem. Daí tiramos nossa primeiraconclusão: fotógrafos que querem máximaqualidade em suas fotos, que pretendemfazer grandes ampliações de suas imagens,ou que precisam constantemente foto­grafar com sensibilidades ISO mais altasem locais escuros devem considerar essa

questão e procurar câmeras com sensoresmaiores, como os APS e osfull ftames.

Algumas dúvidas nascem dessa con­clusão: Então apenas câmeras com sen­sores grandes valem a pena? E todas essascompactas que estão no mercado, nãoprestam? Na verdade, não é bem assim.A escolha do equipamento depende dasua aplicação e das necessidades do fotó­grafo. Um sensor pequeno também temvantagens. Por seu tamanho reduzido, ascâmeras podem ser compactas, fáceis delevar a todo lugar e mais econômicas nogasto de pilhas/baterias, e podem, aindaassim, obter uma qualidade muito boade imagem, compatível com o uso e asnecessidades da maior parte do públicoamador da fotografia.

Ou seja, se você busca praticidade eportabilidade, câmeras compactas comsensores pequenos podem resolver seudilema. Se procura máxima qualidade,mesmo que para isso seja obrigado acarregar equipamentos maiores, maispesados e mais caros, opte por aquelescom sensores maIOres.

O importante é saber que, quando fa­lamos de sensores, tamanho é documento,

sim, e que, além da quantidade de pixels,

marca, objetivas utilizadas etc., esse deveser um importante aspecto a se considerarna aquisição de um novo equipamento. Omelhor a fazer é analisar suas reais neces­

sidades quanto à qualidade de imagem eresolução e não se esquecer nunca de que"quem vê cara não vê coração".

FoTÓGRAPHoS • 33

o SENSO R

Fator de corte nascâmeras digitais

O tamanho dos sensores digitais,além de influenciar a qualidadefinal das imagens, também causafreqüentes confusões por conta doque é conhecido como fator de cortenas Imagens.

Muitos usuários acreditam quesensores menores que os lull ftames

multiplicam a distância focal dasobjetivas, servindo como uma espé­cie de extensão para elas. É como se,num passe de mágica, uma objetiva300 mm - ao ser utilizada conjun­tamente com um sensor de fator decorte 1,5 x - se transformasse em uma

450 mm, por exemplo.Na verdade, essa confusão ocorre

porque normalmente utilizamosobjetivas que foram projetadas paraserem usadas em equipamentos con­vencionais. Quando a área do sensoré menor do que a de um fotograma de35 mm, há uma perda em uma parte(em torno) da imagem, que nos dáessa falsa impressão de ampliação. Eisso vale para todas as objetivas, inde­pendentemente da distância focal.

Assim como a distância focal

não muda, a profundidade de campotambém permanece a mesma quandoutilizamos câmeras digitais com senso­res menores. Ocorre que, por conta daárea disperdiçada, para conseguirmosincluir no visor a mesma cena quedesejamos fotografar quando não hácorte, precisamos nos afastar mais. Naprática, a profundidade de campo acabaaumentando por conta dessa alteraçãona distância entre a câmera e a cena.

Uma questão muito importante éque, mesmo que se consiga incluir acena de um mesmo modo quando háfator de corte, a alteração da distânciaentre a cena e a câmera gera alteraçãona perspectiva, o que pode mudar sig­nificativamente o resultado da foto.

Atualmente, muitos fabricantes

produzem objetivas supergrande-an­guiares com o objetivo de amenizar oefeito que ocorre por conta do fator decorte em alguns equipamentos.

Page 34: Fotographos nº 02

EM CATIVEIRO

FOTOGRAFAR EM CATIVEIRO,E O BICHO!

Algumas dicas va~osas do fotógrafo Sérgio Assis para

quem gosta de fotografar animais, mas não tem como

viajar para lugares distantes e de difícil acesso.

por Sérgio Assis. textos e fotos

Page 35: Fotographos nº 02

.Â. Bichos em cativeiro

As fotos que ilustram esta matéria

foram produzidas pelo fotógrafo

Sérgio Assis no Bosque dos jequitibds,

em Campinas (SP).

Fotografar animais

em cativeiro exige

paciência e persistência.

Para eliminar

grades e telas, osanimais devem

estar distantes e

o fotógrafo deve

chegar o mais perto possível das grades,

sempre lembrando que animais em ca­

tiveiro ficam mais agressivos que no seuhábitat natural, daí a necessidade de não

se esquecer da própria segurança. Além

disso, usar grande abertura de diafragma

e uma alta velocidade de obturador pode

ajudar no resultado das fotos. O uso de

um tripé ou um monopé é imprescindível

para que a imagem não saia tremida.

Fotografar animais em cativeiro tam­

bém exige do fotógrafo paciência e per­

sistência. Se possível, peça para um téc­

nico auxiliá-lo. Esse tipo de profissional

"fala" com os bichos e, por incrível que pa­

reça, eles entendem.

Finalmente, a postura do fotógrafo

diante de animais precisa ser diferencia­

da: ele tem que ter rapidez para apertar

o disparado r e, desse modo, captar o

momento mágico. Não se movimentar

demais e se manter tranqüilo durante a

sessão pode ajudar bastante.

Lembre-se de que, com alguns conhe­

cimentos de fotografia e bastante respeito

à natureza, podemos fazer muitas fotos

de qualidade.

Para quem gosta de fotografiade natureza, principalmente de

fotografar animais, e não dispõe

de recursos financeiros para fazer uma

viagem à Amazônia ou à África, por

exemplo, é possível fazer boas fotografiasde animais em cativeiro, dentro de um

zoológico. Um bom trabalho pode ser

urilizado na edição de uma revista ou em

outro meio de comunicação, ou ainda em

bancos de imagens.

Para fotografar em zoológico, algumas

recomendações devem ser seguidas. Em

primeiro lugar, aconselha-se fazer as fotos

em dias que o local não esteja aberto para

o público, pois, nessas ocasiões, os animaisestão mais à vontade e menos "estressados".

Em dias normais de visitação, o barulho e a

agitação dos visitantes acabam dificultan­

do a confecção de boas imagens.

A fim de obter uma autorização para

fotografar nos dias em que o zoológico es­

teja fechado, recomenda-se que o fotógrafo

prepare um projeto, simples e objetivo,

cujas finalidades e metodologia de tra­

balho estejam explicitadas. Aurorizada a

entrada, é aconselhável que o biólogo ou o

veterinário do local acompanhe o trabalho,

fornecendo informações sobre costumes

dos animais e regras de segurança.Outra dica se refere ao melhor horário

para fotografar: quando a luz está surgindo

e/ou quando está indo embora, ou seja, das6 às 9 horas e das 16 até as 18 horas (no

horário de verão, fica mais fácil fotografar

nos dois períodos).

Além da autorização do zoológico e da

utilização de um equipamento adequado

(uma teleobjetiva é bastante recomenda­

da), alguns cuidados são essenciais, como,

por exemplo, não fotografar animais que

estão muito próximos às grades e conside­

rar o enquadramento e a luz. É importanteestar atento a elementos - como telas e

paredes - que podem prejudicar a foto­

grafia, principalmente quando os animais

estão próximos a eles.

FOTÓGRAPHOS • 35

Page 36: Fotographos nº 02

VÂNIA TOLEOO

Vânia T oledo

Um olhar querevela almas.

por Silva na de Carvalho

/IA empatia é O

elemento mais

importante paraum bom retrato.A minha linha é

. -seguir a emoçao,mostrar para apessoa que estouali para fazer omelhor. /I

Com a mesma desenvoltura com quefaz rerraros de personalidades brasi­

leiras e inrernacionais, a forógrafa mi­

neira, mas "paulistana de coração", Vânia

Toledo, recorda momenros especiais que

a forografia lhe reservou.

Comunicativa e dona de uma gar­

galhada conragiante, que deixa as pessoas

completamente à vonrade, ela surge es­

parramando forografias de celebridades e

de amigos sobre a mesa em seu estúdio,

em São Paulo (SP), avisando que é uma

seleção emocional, para começar a come­

morar os 25 anos de forografia profissional

completados em 2005. As imagens em

prero-e-branco formam um verdadeiro

mosaico de histórias que ela também

fotografou com a memória.Relembrando a forma como cada

uma foi criada, ela revela uma das prin­

cipais características de um fotógrafo de

retraro: a conexão que ele deve estabele­

cer com o forografado. "A empatia é o

elemenro mais importanre para um bom

retraro. A minha linha é seguir a emoção,

T Caetano Veloso o cantor e com­

positor em um dique feito em 1984, com

ofilme Tri-X puxado para 1.600. Segundo

Vânia Toledo, o segredo para a realização

de fotos como esta vai além da exploração

de recursos técnicos. "Ofotografàdo tem

que estar muito à vontade, só assim o

retrato transmitird emoção '; ensina.

FOTÓGRAPHOS • 36

mostrar para a pessoa que esrou ali parafazer o melhor", revela.

Aurora de livros e de exposições de

sucesso e que conraram com cenas clicadas

com as câmeras profissionais Nikon (F2e F4) e Penrax (4 x 5; 6 x 7; 6 x 4,5), ela

agora se prepara para concretizar um novo

projeto de livro, desta vez, com imagens

feitas com as "maquininhas" que não saemde sua bolsa. Há 30 anos, Vânia cultiva

um hábiro considerado secrero: registra

flagranres de personalidades nas ruas,nos teatros e em vários ourros locais de

São Paulo, que ela adorou aos 13 anos de

idade. Os chamados snapshots estarão nolivro Diário de Bolsa e foram feiros, ini­

cialmenre, com uma Yashica de foco fixo,

a "inhashid', apelidada pelo ministro da

cultura, Gilberro Gil, e, depois, por uma

Penrax, a "penraquinhà', que deu lugar à

"nikonzinha" com zoom, que hoje ganhou

o espaço de sua bolsa." Gosro de fazer

forografias com o olhar esponrâneo, sem

preocupações estéticas excessivas e equipa­

menros caros. Descobri logo cedo que as

.•. A criatividade do olhar da fotógrafà

para um retrato considerado ousado hd 10 anos.

A imagem feita com a Pentax 6 x 4,5 éparte

de um ensaio que foi realizado para uma

campanha publicitdria, mas virou mesmo umcalenddrio no ano de 1995. Vtzle a dica:

"Cada fotografàdo tem uma luz, merece um

tratamento diferente. Gosto de descobrir

essa luz e acho que virei retratista por isso. "

Page 37: Fotographos nº 02
Page 38: Fotographos nº 02

VÂNIA TOLEOO

pessoas relaxam quando a câmera é poucopretensiosa", comenta, estimulando aque­les que gostam de fotografar.

Foi assim, fazendo diques espon­tâneos, que ela começou a perceber quedeveria trocar a carreira de socióloga pelade fotógrafa. "Acho que desde sempreeu fotografava com o olhar. Minha mãesempre queria ouvir as minhas descriçõesde festas e eventos, pois eu memorizava ascenas como ninguém", relembra.

Essa caraterÍstica, segundo ela, deregistrar com o olhar, é um dom e sesobrepõe ao aprendizado técnico. "Écondição básica ter um bom olho", diz aautodidata fotógrafa que tinha um hábitoeficaz para o processo de aprendizagem:o treino prático, sempre muito bemanalisado, com direito a anotações quepudessem, mais tarde, mostrar os errose os acertos em cada imagem. "Com opassar dos anos, você vai aprendendo ater sensibilidade visual, a reconhecer a

melhor luz. Ao fazer um retrato, olho paracada pessoa e só depois a ilumino, nuncadeixo a luz pronta, pois o ser humano émuito especial e não posso usar a mesmaluz. Essa consciência vem com o tempo ecom a observação, com o olhar que lançopara o outro. Acho que virei retratista porisso", confessa.

UM víCIO: GENTE

Intuição, raciocínio rápido e respei­to. Essas três palavras resumem atriburosque Vânia Toledo imprime em cada tra­

balho que realiza. "Acrescentariaainda a emoção, que é semprerenovada, mesmo com tantos

anos de trabalho, e o meu prin­cipal trunfo, que é saber dirigir ofotografado", justifica, afinal, ela éautora de retratos de importantespersonalidades, como artistas epolíticos. "Tento sempre encon­trar uma forma de estabelecer

do m P A atriz

Fernanda Montenegro, o compo­

sitor e cantor Itamar Assunção e

a cantora Elis Regina. Imagens

com a cor preferida da fotógrafa:

"Vejo o mundo em preto-e-brancoe minha conexão com ele ocorre

através do meu trabalho. "

FOTÓGRAPHOS • 38

a xoe Nesta imagem, a atriz

Cristiane Torloni está em cena na peça Sa­

lomé. O teatro é a segunda grande paixão

de Vânia Toledo. Ela promete o lançamento

de um livro com imagens que colheu dosartistas nos últimos 30 anos.

uma conexão que permita o dique.Para alguém ser bem fotografado, essapessoa tem que querer. Meu vício égente, mas quando percebo que a pes­soa está ali e não quer fazer a foto ounão está preocupada com ela, deixoo trabalho", comenta.

Vânia também não abre mão da

fotografia analógica. Só com o tempoos filmes fotográficos poderão darespaço aos pixe/s. "Só brinco com odigital, por enquanto. Acho que elenão tem a profundidade, a nitidez,as alterações de nuanças. O digitalnão alcançou aquilo que meu olhoenxerga. Penso que um retrato temque ter o mínimo de Photoshop e omáximo de atitude!", finaliza, dando

um último conselho para quem estácomeçando: ''Ao escolher o melhorretrato que se faz de uma pessoa,opte sempre pela fotografia que lhetransmita mais emoção, que fale maispróximo ao seu coração, mesmo quenão tenha a luz perfeita. Pode seruma dica não viável economicamente,

mas garanto que é o melhor caminhopessoalmente", encerra, recolhendo asimagens que estão sobre a mesa paralançar um último olhar sobre aquelasque entraram nesta edição.

Page 39: Fotographos nº 02

VÂNIA ToLEoo

Intuição, raciocínio rápido e respeito. Essas três palavras resumematributos que Vânia Toledo imprime em cada trabalho que realiza.

FoTÓGRAPHoS • 39

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Page 43: Fotographos nº 02

A "Ilha da Magia" está repleta de pontoshistóricos e naturais para fotografar.

Para quem deseja fazer um passeiofotográfico pela ilha, o ideal é

seguir um roteiro pré-estabelecido,

pois a cidade é grande e são muitas as pos­

sibilidades fotográficas que ela oferece.

Uma boa dica é começar pelo Cen­tro, onde se encontra o maior número

de pontos turísticos não naturais, como

monumentos e prédios históricos.

Embora Floripa seja uma cidade bas­

tante segura, é bom não dar chance para

o azar, porque equipamentos fotográficos

costumam chamar a atenção. Nesse caso, é

~ Palácio Cruz e SouzaConstruído no século XVI,

serviu como residência dos

governadores no tempoda colônia. Por causa da

cor externa, também ficouconhecido como Paldcio

Rosado. Atualmente abrigao Museu Histórico de

Santa Catarina.

melhor prevenir do que se lamentar.

Partindo do Centro, o leitor pode

optar por visitar o leste, o norte ou o sulda ilha. Como veremos adiante, cada um

desses lugares possui suas peculiaridades

e diferentes assuntos para serem fotogra­

fados, como praias, montanhas, vilas e

construções históricas.

Gostamos sempre de alertar para a

importância de se buscar outras refe­

rências (guias, livros etc.) sobre o local a

fotografar. Quanto mais informações vocêobtiver, melhor tende a ser o resultado.

FOTÓGRAPHOS • 43

~ Ponte Hercílio luz, manhã

Canon EOS 300, objetiva Tamron SP 24­

135 mm, filme Fuji Sensia 100, exposição

de 1/180s e abertura f8 efiltro polarizador.

..•.. Catedral MetropolitanaConcluída em 1772, foi erguida no lugar

de uma antiga capela, que jd era pequena

demais para o número de fteqüentadores.

Page 44: Fotographos nº 02
Page 45: Fotographos nº 02

Norte da ilhaÉ a região mais desenvolvida de Flo­

ripa, contando com ótima infra-estrutura. . .para recepClOnar os VIsItantes, como res-

taurantes, bares, hotéis e outros serviços.

As praias do norte, embora menos

"selvagens" que as do sul, também sãomuitos bonitas e oferecem inúmeras

oportunidades fotográficas.

Você pode, por exemplo, aproveirar

para conhecer as dunas que separam as

Praias dos Ingleses e do Santinho. Ou en­

tão visitar a Praia do Forte, que possui areia

branca e fina, e a Fortaleza de São José da

Ponta Grossa, construída pelos portugue­

ses para defender a ilha de invasores.

O acesso ao norte da ilha é feito por

vias bem pavimentadas e isso pode facilitar

.•. Embarcações nafrente da praiade Santo Antônio de Lisboa. Câmera

Canon EOS 30, objetiva EF 50 mmfi.8, exposiçãode 1/125s e aberturafi6 efilme Fuji Provia 1DOE

o passeio, principalmente se você estiver

acompanhado da família.

Para quem gosta de fotografia sub­

aquática, a Praia Brava é uma ótima

pedida, já que sua água clara favorece a

prática do mergulho.Na Praia de Jurerê, de areia fina e

pouca ondulação, encontra-se o Iate Clu­

be de Santa Catarina, um bom lugar para

quem gosta de fotografar embarcações.

Além desses que citamos, o norte

possui ainda outros pontos que devem ser

explorados. E clicados, claro!

FOTÓGRAPHOS • 45

POR DENTRO DA LUZ

Page 46: Fotographos nº 02
Page 47: Fotographos nº 02

" .. ..

Page 48: Fotographos nº 02
Page 49: Fotographos nº 02

Praia Moleo nome tem sua origem na areia do

lugar, solta e macia. Considerada um dosprincipais points da ilha, essa praia é mui­to freqüentada por surfistas e praticantesde parapente, que utilizam a encostacomo rampa de decolagem.

Para aproveitar ao máximo a po­tencialidade do local, uma boa pedidaé utilizar uma teleobjetiva. Com ela,pode-se fotografar as manobras radicais

dos surfistas, as cores e os movimentos

graciosos dos parapentes no céu e tam­bém a beleza dos seus freqüentadores(neste caso, recomendamos não ficar

"apontando" indiscriminadamente suacâmera para os corpos sarados alheios,pois isso lhe pode causar alguns efeitoscolaterais, como olho roxo!)

Junto à Praia Mole está a da Galheta,mais tranqüila e também muito bonita.

FOTÓGRAPHOS • 49

.Â. A Praia Mole é um dos principais

points da ilha. Durante o verão, a

areia fica lotada de surfistas e belas

garotas. Se você preferir fOtografar o

local com pouco movimento, o ideal échegar cedo e aproveitar as primeiras

horas da manhã, quando poucos

"corajosos"já se levantaram da cama.

..•. Primeiras horas

Estas duas fOtografias, de tons mais

quentes, fOram tiradas logo pela

manhã, quando o sol ainda nascia no

horizonte. Imagens assim nos mostram

que pode ser muito compensador

chegar mais cedo à praia para

fOtografar com a iluminação especial

que o horário costuma proporcionar.

Page 50: Fotographos nº 02

'I' I 'I I'

Page 51: Fotographos nº 02

~ lagoa do Peri A água doce

e tranqüila da lagoa pode servir

para uma boa sessãofotográfica e

também para um delicioso banho

refrescante. Abaixo, registro feito no

local pelo fotógrafo Zé Paiva.

Sul da ilhaTrata-se de um local muito tecomen­

dado para quem deseja explorar o aspecto

rústico da vida dos pescadores e a beleza

natural de praias, trilhas e lagoas.Na comunidade de Ribeirão da Ilha,

localizada a 36 quilômetros do centro da

cidade, podemos registrar a influência

causada pela colonização portuguesa na

ilha. As casas (de paredes, portas e janelascoloridas), assim como as cortinas utiliza­

das (quase todas de renda), são motivos

bastante fotogênicos.

A região também conta com belas

praias, como a do Campeche, a Armação,a Morro das Pedras e a Matadeiro.

No extremo sul da ilha, há algumas

praias que, por terem acesso mais difícil

- é preciso encarar trilhas que passam

pela mata e pelos morros -, estão ainda

preservadas da ação do homem. A Praia

Lagoinha do Leste possui um rio e é

cercada por morros. A de Naufragados,

também acessível apenas por trilhas ou

por transporte marítimo, é bastante inspi­

radora para as fotos, pois, além da beleza

natural, conta com a presença de; um farole de uma fortaleza, a de Nossa Senhora da

Conceição de Araçatuba.

Para quem for visitar o sul da ilha,uma boa dica é conferir a Praia do Pântano

do Sul, uma colônia de pescadores com

restaurantes que servem pratos típicos.

T A parte sul da ilhase caracteriza principalmente pelo seu

aspecto mais rústico epela diversidade

natural que podemos encontrar lá.

Page 52: Fotographos nº 02

IgrejasSem dúvida alguma, um assunto que

merece destaque em Flotipa são as suas

igrejas - principalmente as mais antigas -,

que representam a influência marcante da

arquitetura açoriana na ilha.Embora muitas delas tenham sido

restauradas sem a preocupação de conser­

var a aparência original intacta, as igrejasainda mantêm sua autenticidade.

São ótimos lugares para se fotografar

e registrar os lados histórico e religioso

da região. Algumas igrejas que valem servisitadas são: a de Sant'ana, a de Nossa

Senhora da Necessidade, a de Nossa Se­nhora do Rosário dos Homens Pretos e a

de São Francisco de Paula.

..Â. A influência açoriana na constru­

ção das igrejas de Floripa é muito mar­

cante. Na foto acima, a Igreja de NossaSra. das Necessidades, em Santo Antônio

de Lisboa. Abaixo, a de Nossa Sra. do

Rosário dos Homens Pretos, a segunda

mais antiga da ilha.

Page 53: Fotographos nº 02

Fortalezas

• São José da Ponta Grossa

Localizado ao norte da ilha, trata-se

de um lugar bastante inspirador para

fotografar, tanto pela vista que oferece

como pelas paredes e muros de pedras.

Em Florianópolis, podemos encon­

trar algumas fortalezas que foram cons­

truídas pelos portugueses com o objetivode defender a ilha de invasões de outros

povos, principalmente os espanhóis.

Esses fortes (todos já foram restauta­

dos) possuem grande valor dos pontos de

vista arquitetônico e histórico. O primei­ro a ser construído foi o de Santa Cruz,

que está localizado em uma pequena ilha

ao norte de Floripa. Passado um ano, os

portugueses decidiram erguer mais duasfortalezas, a de Santo Antônio e a de São

José da Ponta Grossa, esta última locali­

zada entre as Praias Daniela e Jurerê.Também foram construídos os For­

tes de Nossa Senhora da Conceição (Ilha

de Araçatuba) e o de Samana, ptóximoà Ponte Hercílio Luz.

Essas construções são ótimos locais

para se fotogtafar, pois possuem muitos

elementos intetessantes, como paredes e

muros de pedras, tortes e canhões. Além

disso, por causa de seu posicionamento

estratégico, costumam oferecer lindas

vistas do mar e das praias próximas.

Page 54: Fotographos nº 02

o FOTÓGRAFO CURIOSO

o Fotógrafo curiosopor Charles Dias

Existe um ditado do grande matemá­

tico e filósofo francês René Descar­

tes (1596 - 1650) que diz: "Penso,

logo existo" e que guarda a essência do serhumano. Atrevo-me a roubar esse ditado,

modificá-Ia um pouco e assim descrever

o ser humano fotógrafo amador com um:

"Bisbilhoto, logo fotografo melhor".

Acho interessante como as pessoas

vêem a fotografia como uma arte fechada,

hermética, como se fosse cheia de regras

que não pudessem ser quebradas, cheiade fórmulas e receitas de bolo. Mesmo

alguns fotógrafos com muito tempo deestrada acreditam nisso com toda a força

do seu coração e estão redondamente er­

rados. Muito pelo contrário, a fotografia

deve ser encarada como um playground,

um parque de diversões a ser exploradocom interesse e curiosidade.

Vamos começar do começo, com

a câmera fotográfica. É incrível comoo brasileiro não tem o costume de ler

manuais de instruções, ainda mais de

equipamentos eletrônicos, o que acon­

tece também com fotógrafos. Por mais

simples que seja o equipamento, uma

leitura atenta do manual é muito impor­

tante para que se conheça cada detalheda câmera e do seu funcionamento. As­

sim, quando for praticar, você vai poder

se concentrar melhor no ato fotográfico,

e não em achar aquele botão que permi­

te acionar tal função.

Pronto, agora que você já leu tudo so­

bre sua câmera e sabe como operá-Ia di­

reitinho, chegou a hora de conhecer os se­

gredos que não estão descritos no manual.

É incrível como há funções e possibilida­

des na maioria das câmeras fotográficas,

que não estão descritas no manual. Uma

rápida procura no www.google.com com"nome-da-câmera secrets" e você encon­

trará diversos links com coisas que você

nem imaginava que sua câmera fizesse.

Esses segredos são descobertos por

usuários que bisbilhotam a câmera, en­tram em menus, acionam botões e ten­

tam combinações de funções. Claro que

se deve fazer isso com segurança e tendo

noção do que se está fazendo. O mais no-

tório exemplo desse universo de funçõesdesconhecidas é o de uma câmera reflex

digital de marca muito famosa que teve

seu jirmware (programa interno de con­

trole) levemente modificado, o que per­

mite que a câmera passe a ter funções deum modelo muito mais caro.

Como equipamento não é tudo na fo­

tografia, devemos estender a bisbilhotice

também para o modo como se fotografa.

Lembre-se de que regras foram feitas para

primeiramente serem aprendidas, prati­

cadas e então para serem quebradas.

Existe um processo fotográfico cha­

mado crossprocessing, no qual se revela um

filme cromo como se fosse um filme nega­

tivo comum (os processos de revelação de

ambos os tipos de filme são diferentes), o

que resulta em cores alteradas e saturadas,

permitindo resultados diferenciados e, em

muitos casos, excelentes, um truque mui­

to utilizado na fotografia de moda. Esse

tipo de processo não foi criado, surgiu

quando alguém revelou o cromo de for­

ma errada, como se fosse um negativo, e

hoje é usado por fotógrafos que ousam e

querem resultados diferentes.

Com a mágica tecnológica que per­

mite que imagens digitais sejam criadas

diretamente na câmera fotográfica ou

com a digitalização de negativos, slides

e ampliações em papel, as fronteiras de

possibilidades para um fotógrafo curioso

se ampliaram enormemente. Isso é algo

muito interessante e que tem sido alvode um intenso debate. Afinal de contas,

vale manipular as imagens digitais/ di­

gitalizadas? Imagens manipuladas conti­

nuam sendo fotografia ou passam a ser

web art? Debates filosóficos fotográficos

à parte, o playground eletrônico permite

muitas possibilidades.

Aqui também podemos dividir os fo­

tógrafos amadores em três tipos básicos.

De um lado temos os que se permitem o

mínimo de intervenção possível na ima­

gem, o suficiente somente para corrigir

ligeiros desvios normais do processo de

digitalização ou captura digital da ima­

gem. Esses fotógrafos fazem somente

pequenos ajustes de nitidez e contraste.

FOTÓGRAPHOS • 54

O segundo grupo é composto por aque­

les um pouco mais ousados, que usam

alguns truques aprendidos na internet,

mas fazendo tudo com muita segurança

e algum preconceito. O último grupo é

formado por aqueles que gostam de pas­

sar algum tempo "brincando" com algu­

mas imagens em seu programa favorito,

que gostam de testar pequenos progra­

mas disponíveis na internet e que dis­

cutem com outros fotógrafos diferentes

métodos de processamento de imagens.

Quero dizer com tudo isso que o fo­

tógrafo será mais completo se ousar fazer

algo diferente com suas imagens, pro­curando resultados inusitados. O estilo

pode ser um novo ângulo ao se fotogra­

far, um tom de sépia que só você saiba

como conseguir, um desfoque leve que

deixa a imagem poética. Bisbilhotar na

fotografia é algo que traz crescimento e

faz parte da formação do fotógrafo. Pro­

cure fazer algo diferente, invente com lu­

zes, sombras, exposição e manipulações,

você só tem a ganhar com isso.

Charles Dias, 32 anos, é economista, fotdgrafo

amador há quase 10 anos e é criador e editor do

"Loucopor Fotografia" www.Joucoporfotogra­

fia.net, revistaon-line gratuita defotografia.

T EfeitoAqui temos uma foto

(à esquerda) com um visual diferente da

original (menor, à direita), mais bonita

e atraente. Este resultado foi conseguido

por acaso, enquanto eu tentava trabalhar

a granulação da foto. Comecei a brincarcom os controles

da ferramenta

até conseguir o

melhor efeito.

Page 55: Fotographos nº 02

FOTOBlOGS

DIÁRIOS FOTOGRÁFICOS NA REDE

FOTOBLOGSSucesso das câmeras digitais aumenta o número de fotoblogs na internet.

por Sandra Mastrogiacomo

-:a-

ALGUNS FOTOBLOGS PARA VISITAR

•---- ­•••• ,) ~ ~J>I.~ j--

• http://comodoJotoblog.uol.com.brFotoblog em que Como do, da escola

de fotografia Riguardare, mostra o seu

trabalho. São imagens que retratam per­

sonagens, cultura e monumentos.

• http://35mm.org/fotoblog

Fotoblogcomunitário em que o internauta

pode postar fotos por categoria: Abstrato,

Animais, Jornalismo, entre outros. Para par­

ticipar, é preciso fazer um cadastro.

• http://fotolog.net/verasayaoFotos de Santa Catarina pelas lentes da

fotógrafa Vera Sayão.

• http://lost.art.br

Mais site do que fttoblog, o Lost Art mos­

tra o trabalho de um casal de fotógrafos,

Louise Chin e Ignácio Aronovich.

• http://fotolog.terra.com.br/toninho

Fotoblog com fotos dos principais pontos

turísticos de São Paulo. Fotos feitas porum cobrador de ônibus com uma câmera

digital compacta (imagem acima).

ONDE HOSPEDAR O SEU FOTOBLOG

• http://fotoblog.uol.com.brFunciona nos mesmos moldes do Terra.

A diferença é que apenas assinantes do

Doi podem desfrutar das vantagens adi­cionais oferecidas.

• http://fotolog.terra.com.brServiço gratuito ou pago. No serviço gra­tuito, o internauta tem acesso limitado,

tendo apenas direito a uma postagem por

dia e 10 comentários por foto. O serviço

pago já permite um número maior de

postagens e comentários (06 e 100, res­

pectivamente), além de outras vantagens.

Quem já é assinante do Terra tem um

custo mensal de R$ 7,90 e para quem

assina apenas o serviço, R$ 9,90.

• http://www.flogao.com.brServiço gratuito que dá direito a postar

duas fotos por dia e também um númeroilimitado de comentários.

• http://www.fotoblogs.net

Serviço pago. O Fotoblogs.net oferece

dois planos: no Plano 100, o internauta

tem direito a postar 2 fotografias por

dia, 100 comentários por fotografia, sem

limite de espaço, smiles, formatação de

texto e sem propaganda por R$ 3,00/

mês. No Plano 200, são 6 fotografias

por dia, 200 comentários por fotografia,

também sem limite de espaço, smiles,

formatação de texto e sem propaganda,

por R$ 6,00/mês.

A onda de diários virtuais começoupor volta do ano 2000, mas foi

somente em 2002 que a comuni­

dade fotográfica começou a se interessar

por essa nova forma de se comunicar e

apresentar o seu trabalho globalmente.

Hoje, passados quase três anos e com

a facilidade de se adquirir uma câmera

digital, o número de fttoblogs praticamente

duplicou e o Brasil é recordista, já ultrapas­sando a marca de 10.000.

Fotoblog (ou fttolog) é um espaço

virtual, de fácil acesso e gerência, que

permite a postagem de fotos e com uma

interface muito simples. A comunicação

é feita inteiramente por imagens, sem o

uso de textos, quando muito, apenas uma

legenda para situar a foto.Geralmente, do lado direito da tela,

aparecem imagens em thumbnail (imagens

menores, ampliadas através de um diquedo mouse). No meio da tela, fica em des­

taque a última foto disponibilizada.

No Brasil, diversos provedores e sites

oferecem o serviço de criação e de hospe­

dagem de fotoblogs, gratuitos ou pagos. Mas

a grande maioria está hospedada gratuita­

mente, o que ocasiona os chamados bugs,

deixando o serviço lento e os fotoblogueiros

com os nervos à flor da pele.

Há fttoblogs - individuais ou comu­

nitários - de tudo o que se possa imagi­

nar. Desde páginas de profissionais que

publicam suas próprias imagens com o

propósito de divulgar seus trabalhos, como

daqueles que apenas querem partilhar fo­

tografias pessoais com parentes e amigos.

FOTÓGRAPHOS • 55

Page 56: Fotographos nº 02

MUNOO FOTOGRÁFICO

,O IC A

DO MUNDO FOTOGRÁFICO

Fique por dentro das principais novidades e

lançamentos do mercado da fotografia. Equipamentos

e acessórios, serviços, exposições e cursos.

por Sandra Mastrogiacomo

Mundo digital

Fuji comercializa câmera de 12 megapixe/s

Câmera digital 0-590zoom da Olympus

A Câmera Digital Compacta D-590zoom da Olympus tem 4 megapixels, telade cristal líquido semitransmissiva de1,8 polegadas, bateria recarregável deLi-ion (com carregador), 10 modos sele­cionáveis de fotografia (incluindo filmecom áudio), processador de imagemTruePic e impressão PictBridge.

5eu senso r produz imagens comopções de tamanhos de impressão de até11 x 14 polegadas ou 27,9 x 35,5 cm.A combinação do zoom óptico 3x como zoom digital de 4x oferece um zoomcontínuo de 12x.

No modo supermacro da câmera,é possível capturar detalhes de até3,5 polegadas (8,9 cm).

O corpo da câmera é ultracompacto,feito de policarbonato e com acabamen­to prateado.

Preço sugerido: R$ 2.399 mil.

-iii

Jl '

o

imagens de altíssima qualidade (4.256 x2.848 pixels de gravação) e capturar deta­lhes muito finos.

O 5uper CCD 5R é o principal desta­que desse novo modelo, proporcionandouma faixa dinâmica, cerca de quatro vezesmaior do que a faixa obtida na versãoanterior, que equipava a 52 Pro. Foi desen­volvido para simular as características defaixa tonal das películas fotográficas.

A 53 Pro também tem LCD de 2 pole­gadas mais um visor para visualização dasinformações de exposição e configuração,

flash inteligente com sistema de exposiçãoD-TTL, disparado r com velocidade de30s a 1/4000s e compatibilidade comobjetivas Nikkor.

O preço médio (sugerido) para oconsumidor final é de R$ 18 mil.

A câmera FinePix 53 Pro, nova digitalprofissional da Fujifilm, tem resoluçãode 12 megapixels e 5uper CCD 5R II, oque dá ótima latitude de exposição e faixatonal, passando a ter um desempenhopróximo ao da capacidade de definiçãodos filmes fotográficos.

A sua resolução permite produzir

C/ick, programa de fotografia na internetAALLTV (www.alltv.com.br)apresenta todos os domingos,

a partir das 18h, um programa sobre fotografia. A interatividadeé uma das marcas da produção. O internauta pode enviar suasfotos e fazer perguntas para os apresentadores e os convidados doprograma, num bate-papo informal sobre o prazer de fotografare os caminhos que levam a uma boa foto. A apresentação é feitapelos fotógrafos Vidal Cavalcante e Brígida Rodrigues.

FOTÓGRAPHOS • 56

Page 57: Fotographos nº 02

--- MUNDO FOTOGRÁFICO

Câmera digital com visar sensível ao toqueA BenQ lançou a DC-E40, a primeira

câmera digital com viso r sensível ao toque

que permite acessar as funcionalidades

através do LCD, abolindo botões na parte

traseira do equipamento.

A DC- E40 tem resolução de 4 mega­

pixels, LCD de 1,5 polegadas, disparado r

de 10 segundos, zoom de até 4x, gravação

de vídeo com áudio, modo de captura,

modo flash, efeitos (normal, preto-e-bran­

co, sépia) e equilíbrio de branco.

A câmera tem manuseio simples e prá­tico, conta, ainda, com o recurso de ano­

tação digital sobre a foto, em que, através

da tela LCD, se escolhe o tipo de caneta,

borracha ou cor para se fazer desenhos ou

anotações na imagem e salvá-Ia.

De formato compacto, pesa 125 gra­

mas e tem preço médio de R$ 1.399 mil.

Agfaphoto abre fábrica em Manaus

A AGFAPHOTO abrirá, ainda no10 semestre de 2005, uma nova fábrica na

zona franca de Manaus (AM).

A unidade brasileira compreenderátoda a divisão de consumo: filmes, cor­

te e embalagem de papel fotográfico,acabamento de químicos fotográficos eequipamentos de laboratório.

Filme revelado 42 anos depois

Um filme exposto deve ser revelado omais rápido possível, para não se correr otisco de perder as fotos. Essa é a otientaçãodada pela maioria dos laboratórios foto­gráficos. No entanto, um filme utilizadoem 1962 e revelado somente em 2004

provou justamente o conttário. As fotosem preto-e-branco saíram nítidas e perfei­tas. Vale a pena conferir: http://home.rmci.

netldeanw/verichrome-pan_l. html

Impressora Canon PIXMA IP3000

Pentax lança câmera digital à prova di água

Fotos digitais pela interneto Submarino está oferecendo a im­

pressão de fotos digitais pela interner.No site, o cliente pode escolher o ta­

manho da cópia, o tipo de papel, a botdae a cor. Tem, ainda, acesso a ferramentas

básicas para tetocar e editar as fotos.

Projeto utiliza a técnica pinhole

o projeto "Ver-o-Peso pelo furo daagulha" é um ensaio fotográfico sobre oMercado Ver-o-Peso em Belém do Pará.

A técnica utilizada é a do Pinhole, na

qual se utiliza uma câmera arresanal comum pequeno furo de agulha no lugar daobjetiva. A proposta do projeto é exploraras possibilidades estéticas dessa linguagemfotográfica em um trabalho de documenta­ção cultural e arquitetônica da cidade.

Mais informações no site do fotógrafoDirceu Maués, autor do projeto: http://geo­

cities.yahoo. com. br/dimaues/index. htm

o destaque da linha PIXMA é a im­

pressora iP3000, que possui velocidade de

22ppm em preto e 15ppm em cor, a reso­

lução é de 4.800 dpi, podendo imprimirfrente e verso automaticamente.

Indicada para aqueles que têm como

prioridade as impressões coloridas, a

iP3000 trabalha com quatro cartuchos

que podem ser substituídos individual­mente, conforme acabam.

Em trabalhos fotográficos, a iP3000

imprime até o tamanho 10 x 15, sembordas. Pode ser conectada dire­

tamente à câmera digital.

A Canon substituiu recentemente

toda a sua linha de impressoras jato de

tinta pelas da linha PIXMA, que possui

um número maior de bicos injetores, o

que garante imagens de maior qualidade

e rapidez na impressão.

A nova câmera digital da Pentax, a

Optio WP, tem 5 megapixels, zoom óptico

de 3x, zoom digital de 4x, LCD de 2 po­

legadas, disparado r automático, memória

interna de 10,5 MB e é à prova d'água.

Ideal para a prática de esportes aquáti­

cos ou, ainda, para usar em dias de chuva

ou locais com areia e lama, a Optio WP

pode ser imersa na água em uma profun­

didade máxima de 1,5 m. Possui função

de filmagem (colorido, preto-e-branco,

sépia), funções gravador de voz, molduras,

macro (até 1 em), filtragem de cores e

ajuste de balanço de branco.A câmera

pesa apenas

120 gramas,

tem espes­surade22mm

e será lança­da no Brasil

no segundotflmestre

do ano.

Consigo oferece espaço gratuito

de exposição para fotógrafosCom o objetivo de fomentar a foto­

grafia, a Consigo, loja de equipamentosfotográficos, oferece gratuitamente umespaço para que amadores e profissionaispossam expor o seu trabalho. A organizaçãoe divulgação da exposição ficam a cargo dofotógrafo. Os interessados devem apresentarsua proposta para Maira, no endereço:Rua Conselheiro Crispiano, 105 ­10 andar, Centro, São Paulo (SP).

• Informações: (lI) 3214-2660

FOTÓGRAPHOS • 57

Page 58: Fotographos nº 02

Câmera digital mais fina do mundo

Primeiro lançamento da Casiode 2005, a

EX-SI00 é

considera­

da a câme­

ra mais fina

do mundo,

com apenas 16,7 mm de es­

pessura, peso de 113 gramase tamanho de um cartão de

crédito (88 x 57 x 16,7 mm).

Tem resolução de 3.2 megapixels,

zoom óptico externo de 2.8x, zoom

digital de 4x, memória interna de

9,3MB, tela LCD, gravador de vÍdeoe é a única com lente de cerâmica, o

que resulta em maior qualidade óptica

e mais resistência que o cristal.

No modelo EX-P700, destaque

para a resolução de 7.2 megapixels.

Possui zoom óptico de 4x, digital de

4x, tela de cristal líquido e funçãomacro de 10 a 50 cm.

Também possui controle remoto,

função "Business Shot", que endireitaautomaticamente textos distorcidos,

7 pontos de autofoco, bateria de

longa duração (de 7 a 8 horas de

duração, recarregável) e efetua até

5 disparos em 1segundo.

Casio apresenta novos modelos digitais

Suprimentos para fotografia digital Extralife

A Casio am­

pliou as suasduas linhas de

câmeras digi­tais com três

novos modelos:

na linha QV-R,

o último modelo lançado é a QV-R61; nalinha Exilim, a EX-P700 e a EX-SI00.

A QV-R61 tem resolução de 6 mega­

pixels, LCD de 2.0", zoom óptico de 3x,

zoom digital de 4x, gravação de vídeo,

sem áudio, de até 60 segundos e corpo

compacto de alumínio.

As características operacionais também

foram aprimoradas, com o acréscimo das

funções One-Touch e Best Shot Mode,

com 23 tipos de ajustes de cenas.Nesse modelo tam- '"

bém foi incorporada

a tecnologia da linha

Exilim, que possui fun­

ções para realçar o pro­

cessamento de imagem

e o desempenho funcional da câmera,

proporCIonan­

do imagensem alta re­

soluçãoe menor

consumo

de energia.--

--

Projeto sobre etnias vira livro

o livro Povos de São

Paulo é o resulrado final

do projero homônimoque, duranre 2004, co­

, lheu informações sobre

diversas ernias presenres na capiral paulista. Apublicação rraz forografias e depoimenros dosfotógrafos: Pisco Dei Gaiso, Marlene Bérgamo,João Wainer, Juan Esteves, Mônica Zararrini,

Iatã Cannabrava, Gal Oppido, EduardoMuylaerr, Penna Prearo e Egberro Nogueira.• Ed. Terceiro Nome, 170 págs., 60 reais.

São Paulo, 1860 - 1960- A paisagem humana

o livro São Paulo, 1860

- 1960 - A Paisagem Hu­mana", do jornalista pernam­bucano Fernando Ponela,

trata do homem que vive nametrópole paulistana. Cerca de 230 forogra­fias mostram o progresso e as transformaçõesocorridas no período de cem anos da cidade deSão Paulo, com seus personagens, cosrumes,ruas e lugares pirorescos.• Ed. Albatroz, 256 págs., 140 reais.

Livro conta história do surfe

no Brasil através de fotografias

o Brasil do Surf, arravésde imagens do espone,mosrra todo o liroral bra­

sileiro com um pouco dahistória da culrura local

e as ondas que fascinammilhões de pessoas no

mundo inreiro. Editado por Albeno Woo­dward, o livro ainda conra com o trabalho dos

fotógrafos: Clemenre Courinho, Levy Paiva,Ed Viggiani, Delfim Manins, enrre ourros.• Ed. Cosmmos, 250 págs., 110 reais.

MUNOO FOTOGRÁFICO

O aparelho permite transferir dados e

fotografias digitais entre os computadorese os cartões de memória.

A Extralife também possui uma linhade cartões de memória nos modelos Com­

pact Flash e Secure Digital, nas versõesde 128 MB, 256 MB, 512 MB e 1 GB

(este pode arquivar mais de 1.000 fotos

com resolução máxima). A velocidade de

leitura é de 52x no Compact Flash e de

60x no Secure Digital.

Na parte de impressão, a empresa

oferece os papéis Soft Gloss Photo, dispo­níveis nos formatos 10 x 15 ou A4.

A Extralife, empresa de

suprimentos de infor­mática, está investindo

em produtos voltados

para a área de fotografia

digital, como leitores/cartões de memórias e

papéis para impres­

são de fotografias.O Card Reader Ex­

tralife é um dos únicos leitores e gravado­

res de cartão de memória no mercado que

têm a capacidade de trabalhar com todos

os tipos de cartões existentes no Brasil.

Brasileiros, de Araquém Alcântara,

mostra história do nosso povo

Em seu 17° livro,

Araquém Alcânrara mosrraem Brasileiros um perfil dopovo brasileiro, em suas váriasmiscigenações e ernias. Atra­vés do registro das imagens,rorna-se um documenro vivo

da história, culrura e geografia do Brasil.O livro reúne 139 forografias P&B, pro­

duzidas desde os anos 70, e rraz personagensde todas as regiões do país. Os texros são dojornalista Ronaldo Bressane.• Ed. Terrabrasil, 192 págs., 135 reais.

FOTÓGRAPHOS • 58

Page 59: Fotographos nº 02

é a luz branca pura:luz do sol, dia limpo,às 9 horas da manhã.

é nome de coisas legais:Ferrari 050, máquinas,

lugar na Nova Zelândia ...(pesquise no Google!)

com redutor de olhos vermelhos, função

webcam (com som) e sistema PictBridge.A F455 tem zoom óptico de 3.4x, o

que equivale a uma lente de 38-130 mmde uma câmera 35 mm, zoom digital de4.1x e função macro com distância mÍ­nima de 9 cm. Pode ser encontrada nas

versões prata e preto, por um preço médio(lançamento) de R$ 2.499 mil.

Já a E510 tem zoom óptico de 3.2x(equivalente a 28-91 mm de uma câmera35 mm), zoom digital de 3.9x, funçãomacro, com distância mínima de 6,7 cm

e supermacro, com mínima de 2,6 cm.Encontrada somente na cor prata, pelopreço médio de R$ 2.099 mil.

Novos modelos de 5 megapixe/s da Fuji

A Fujifilm, mulcinacional japonesa,lançou, no fim de 2004, dois modelos deequipamentos de alta definição de ima­gem e design anojado: as câmeras digitaisFinePix F455 e FinePix E510.

Ambas possuem 5.2 megapixels

(imprimem cópias fotográficas de até20 x 30 cm), LCD de 2 polegadas, flash

Iluminação baseada em luz fria

é consultoria de:Gerenciamento de Cor

Macintosh

PhotoshopFoto Digital

ckerfiee, refletor e abas dealumínio espelhado.

A fixação é feitacom uma haste girató­ria e pino de encaixe.

O produto estádisponível em trêsmodelos: Digital Li­

ght 2 x 55 (l10W), Digital Light 4 x 55(220W) e Digital Light 6 x 55 (330W).

A Mako, empresa espe­cializada em comercializar

produtos de fotografia, estácom uma nova linha de ilu­

minação contínua à base deluz fria, o Digital Light.

A luz fluorescente tem

temperatura de cor de5.500K, captura digital ou analógica. Pos­sui reator de alta freqüência (40kHz),fli--Kodak incentiva a fotografia

A Kodak

Brasileira,

para incen­tivar o há­bito de fo­

tografar nasclasses populares, lançou no fim de 2004a câmera 35 mm EC 300. Substituindo a

KB 32, ela tem os mesmos recursos e um

preço bem mais acessível: 109 reais.A EC 300 traz lentes especiaisde vidro

com camada anti-reflexo, possibilitandoa produção de fotos com maior nitidez.A distância entre o flash e a lente reduz a

incidência de olhos vermelhos.

O flash dispara em todas as fotos efunciona também em dias ensolarados, o

que elimina as sombras, por exemplo.A Câmera tem desligamento auto­

mático, visor grande e rebobinamentomotorizado do filme.

Características da EC 300

• Objetiva 30 mm • Abertura f/8.0flash e luz do dia • Foco fixo: 1,20 m aoinfinito· Velocidade do obturador: l/I OOs• Dimensões: 117 mm x 66 mm x 41 mm

(LxAxP) • Peso: 199,3 gramas.

Marcos Kim, consultorrenomado de Photoshope Fotografia Digital,

realiza palestrasem todo o Brasil eem Portugal, e faz

parte da d50

somos obsessivos por fotografia

(11) 3885.09009124.1724

FOTÓGRAPHOS • 59

Page 60: Fotographos nº 02

MUNOO FOTOGRÁFICO

Cursos e Exposições -

-.....w".::10 segundos.

Preço médio

(lançamento) :750 reais.

Com fun­

ções simples de

operar, a Mirage Yes possui 2.0 megapixels,

LCD de 1,6 polegadas, zoom digital de 4x,

memória de 8MB, expansível até 264 MB

com o uso de cartão de memória. O preçomédio é de 660 reais.

sador de imagem

em tempo real, fun­

ção filmadora comáudio, indicador de

histograma, conexão

USB 2.0, modo de seleção de cena e com­

patibilidade com sistema PictBridge. Vem

ainda com um carregador de baterias, que

podem durar até 180 disparos de flash.

A previsão da Sony é que a Cybershot

DSC-T33 chegue às lojas americanas pelo

preço médio de 450 dólares.

workshop dedicado à fotografia. Foi inten­

sa a troca de experiências em um clima de

cordialidade entre os participantes.

Apesar de serem pouco difundidos

no Brasil, os workshops (de um ou doisdias) são muito comuns nos EUA e na

Europa e, geralmente, uma boa maneira

de colocar as pessoas em contato com

possibilidades fo­

tográficas que nor­malmente elas não

teriam disponíveis,contando com a mo­

nitoria de alguém

mais experiente e

uma boa organi­

zação, garantindo

tranqüilidade.

A Sosecal, distribuidora de câmeras,

filmes, fotoquímicos e papel fotográfico,

lançou no fim de 2004 mais dois modelos

de sua linha Mirage: Steel e Yes.

O modelo Mirage Steel é um equi­

pamento leve (82 gramas) com três

opções de uso: câmera digital, webcam e

filmadora. Possui 3.1 megapixels efetivos

(chega a 6.3 megapixels através de inter­

polação), zoom digital de 4x, LCD de

1,5 polegada e disparado r automático de

Nova câmera digital ultrafina da Sony

Mirage lança novas câmeras digitais

Fotografia de moda e sensualidade

A Sony anunciou o lançamento, no

mercado norte-americano, da Cybershot

DSC-T33, a câmera digital mais fina da

empresa, com 3,8 em de espessura.

A DSC- T33 tem corpo de alumí­

nio, 5.1 megapixel de resolução, visor

LCD de 2,5 polegadas, sistema ópticocom zoom de 3x e

zoom digital de 12x.Possui macro de

1 em, sistema Quick

Operation, proces-

No fim de 2004, reuniram-se em

um sítio em Cajamar (SP) I7 fotógrafos,

4 modelos, equipe de produção e os fo­

tógrafos profissionais especializados emmoda/sensualidade Guilherme Lechat

e Clovis do Nascimento, colunistas do

"Louco por Fotografia" (www.loucopor­

fotografia.net) para um dia inteiro de

Brasileiro expõe em Londres

o fotógrafo brasileiro Luiz CláudioMarigo foi um dos vencedores do concur­so Wildlift Photographer ofthe Year2004.

A sua foto, Lobo-Guará, ganhou na cate­goria categoria From Dusk to Dawn (DoNascer ao Pôr-do-Sol) e poderá ser vistaentre as 90 fotografias selecionadas para aexposição anual da BBC e do Museu deHistória Natural, na capiral inglesa.• Informações: 44 (0)20 7942 5015

Fotoforma oferece

dois novos workshopsEm março, Isabel Amado ensinará a

editar um trabalho a partir de um conceitodiscutido e elaborado em conjunto com oautor, apresentará técnicas de confecçãoe utilização de papéis e demais materiaispara a montagem e preservação de fotogra­fias, dará dicas de catalogação e acondicio­namento para arquivo fotográfico.Data: 19 e 20 de março. Horário: sábado,

das 9 às 16h; domingo, das 10 às 17h.Vagas: 12. Preço: 320 reais (em 2 vezes)• Informações:Rua Alcindo Parreira, 50, Vila Mariana,

São Paulo. Tel.: (11) [email protected]

Agenda Ateliê da Imagem

o Ateliê da Imagem está com asinscrições abertas para os seus cursos:Iniciação à fotografia, Laboratório P&B,Estúdio, Digiral e Autoral.• Informações:Rua Urbano Santos, 15, Urca, R]Telefax: (21) 2542-7078/ 2541-3314

[email protected]

Exposição de fotografia no Conjunto

Cultural da Caixa, em São Paulo

o Conjunto Cultural da Caixa, emSão Paulo, apresenta a exposição Tenro

Ser - Devaneios. A mostra do fotógrafobaiano Paulo Lima demonstra, através de

suas fotos, o seu fascínio pelo jogo da luzou pela ausência dela, ressaltando a belezae a cultura brasileira.

A exposição permanece até o dia 13de março, no Conjunto Cultural da Caixa,Praçada Sé, 111, Centro, São Paulo, de terça

a domingo, das 9 às 21h. Entrada gratuita.• Informações: (11) 3107-0490

FOTÓGRAPHOS • 60

Page 61: Fotographos nº 02

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Page 62: Fotographos nº 02

SLRS DIGITAIS

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SLRs

DigitaisOs modelos disponíveisno mercado para quemdeseja entrar no mundodigital comprando umaSLR mais acessível.

Pentax

*ist O

AS CÂMERAS

Antes de optar por qualquer equi­

pamento, devemos ter em mente quais

os nossos objetivos e necessidades. Daí,

podemos escolher com maior chance de

acerto qual câmera, objetiva e acessórios

utilizar. Na pág. 64, montamos uma tabe-

Mesmo sendo necessário um

investimento considerável para adquirir

qualquer uma das câmeras analisadas

a seguir, existem alguns bons motivos

para se optar por um modelo SLR quan­

do se fala em fotografia digital.

Em primeiro lugar, para quem já

está acostumado a fotografar com uma

câmera SLR de filme, a transiçâo se dá

de uma forma mais tranquila, já que o

layout é bastante semelhante entre

os dois tipos.

Além disso, o sistema SLR oferece

uma grande versatilidade, permitindo atroca de lentes de acordo com as neces­

sidades e possibilidades dos praticantes.

Isso significa que você pode comprar

um conjunto básico (corpo da câmera +

1 objetiva) e depois expandi-Io, adquirin­

do novas objetivas e acessórios.

Nikon 070

Ia para auxiliá-lo na comparação entre os

recursos de cada equipamento analisado.

Para aqueles que já utilizam o sistema

SLR de filme de algum desses fabricantes

(Canon, Nikon e Pentax), a migração para

uma câmera digital da mesma marca pode

representar uma grande economia, já que

FDTÓGRAPHDS • 62

Outra vantagem é que essas câ­

meras oferecem ótima qualidade de

imagem, capazes de produzir fotos que

podem ser impressas em tamanho A3.

Isso se deve não apenas à sua resolu­

ção, mas também ao fato de que as

empresas utilizam sensores maiores

nessas câmeras do que nas compactas

digitais mais acessíveis. Isso costuma

se traduzir em melhor definição de de­

talhes, menor ruído e maior gradação

tonal, ou seja, melhores imagens em

boas ou más condições de iluminação.Embora os modelos analisados

adiante possuam recursos avançados

e totalmente automáticos que os per­

mitam ser utilizados até por fotógrafos

iniciantes, muitos amadores avançados

e até profissionais têm optado por algum

deles. Entenda por quê.

Canon

EOS

3000

em todas elas é possível utilizar as mesmas

objetivas no novo sistema.

Também vale a sugestão de, antes de

comprar qualquer equipamento, você

pedir para o vendedor uma apresentação

do produto pelo qual se interessou, pois

acreditamos que é muito importante "sen-

Page 63: Fotographos nº 02

ti-lo" nas próprias mãos e, se possível, tirar

algumas fotos como teste para ver qual o

resultado que mais lhe agrada.

Veja agora um pouco do que estas

máquinas são capazes!

RECURSOS

Os três modelos apresentados pos­suem uma enorme variedade de recursos

disponíveis, desde os mais básicos, comocontrole de branco (white balance) e

seleção de sensibilidade à luz (ISO), até

alguns mais avançados, como modo op­

ção de formato de arquivamento (JPG e

RAW em todas - apenas a Pentax *ist D

oferece também a possibilidade de gravar

as imagens no formato TIF).

Para quem gosta de fotografar sem se

preocupar com regulagens de abertura do

diafragma e de velocidade do obturador,

as três câmeras oferecem modos comple­

tamente automáticos, sendo que na 300D

e na D70 é possível selecionar um dos

tipos de cena para "orientar" a exposição,

como paisagem, retrato, esporte, macroe cena noturna.

Para aqueles que desejam um maior

controle sobre os ajustes, é possível abrir

mão da automatização e utilizar o modo

manual nessas câmeras. Essa opção pode

ser útil para lidar com as condições de

iluminação que costumam "enganar" o fo­

tômetro, para fazer fotos mais criativas ou

até mesmo para ajudar a entender e a do­

minar melhor as regulagens de exposição(velocidade do obturador e abertura do

diafragma). Aliás, essa é uma das grandes

vantagens que o sistema digital oferece:

a possibilidade de aprender a fotografar

através de experiências imediatas, com a

visualização direta dos resultados obtidos

nas mais diversas situações de iluminação

e regulagens do equipamento.

Saiba um pouco mais sobre cada um dos

modelos analisados pela Fotógraphos:

Canon EOS 3000

Esta, que foi primeira DSLR de custo

mais acessível a ser lançada no mercado,

tornou-se um grande sucesso mundial e

virou uma referência que guiou o lança­

mento de novos produtos, como o da D70

e da *istD, inclusive. A 300D possui um

sensor CMOS com resolução de 6.3 mega­

pixels efetivos, resultando numa imagem

máxima de 3152 x 2068 pixels.

O layout e a construção da câmera

evidenciam que se trata de um produto fo­cado no mercado amador. Como no Brasil

todos os equipamentos acabam custando

mais do que nos EUA - principalmente

por conta da pesada carga tributária -,

muitos profissionais têm optado por essa

câmera, em vez de adquirir modelos mais

caros e avançados, como a 20D e a 1Ds,

também produzidos pela Canon.

Trata-se de uma ótima opção para

quem deseja entrar no mundo das DSLRs,

pois, embora o seu corpo seja de plástico,

o que confere um toque amador a ela, a

EOD 300D é a que possui o melhor custoentre as três câmeras analisadas.

Para aqueles que estão acostumados

com SLRs de filme, a inicialização (tempo

que leva para estarem disponiveis as fotos

desde o momento que a ligamos), de apro­

ximadamente 3 segundos, pode ser um

pouco frustrante, mas nada que desabone

a compra. Embora utilize o mesmo sensor

da EOS 10D, mais antiga, a EOS 300D

apresenta resultados melhores, graças às

novas regulagens utilizadas na sua fabri­

cação. As imagens possuem cores fortes e

vibrantes e, ainda que em nossos testes o

vermelho tenha ficado com a saturação

um pouco elevada, ela apresentou boa

reprodução dos tons de pele.

A 300D vem com sapata para flash ex­

terno, mas não possui contato Pc. O flash

embutido é eficiente e pode ser útil nas

situações em que seja necessário utilizar

iluminação de preenchimento.

Uma qualidade que observamos nessa

câmera é que as imagens apresentam

muito pouco ruído, mesmo em ISOsmais elevados.

Nikon 070

Uma das principais caractensncas

que chamam a atenção de quem segura a

D70 é a sua construção, comparável à de

modelos mais caros disponíveis no mer­cado. Considerada a "irmã mais nova"

da D100, também da Nikon, ela produz

imagens com boa qualidade e resolução

de 6.1 megapixels efetivos.

Um dos problemas dessa câmera é que

ela possui sensibilidade mínima disponível

de ISO 200, e nessa opção ela apresenta

sinal de ruído mais elevado do que a rival,a EOS 300D.

O corpo da D70 é baseado no da

FOTÓGRAPHOS • 63

SlRS DIGITAIS

Outras opçõesde câmeras

Canon EOS 200

OIympus Evolt E·300

Page 64: Fotographos nº 02

SLRS DIGITAIS

Compare os 3 modelosConfira algumas diferenças e semelhançasexistentes entre a EOS 3000, a 070 e a *ist O.

Canon EOS 3000 Nikon 070 Pentax *ist o

R$ 4.300 milR$ 6.000 milR$ 7.300 mil

'. I

6.3 megapixels6.1 megapixels6.3 megapixels

Canon EF

Nikon FPentax K·AF

1.6x

1.5x1.5x

RAW e JPG

RAW e JPGRAW. JPG e TIF

CompactFlash I ou 11e

CompactFlash I ou 11eCompactFlash I ou 11e

Microdrive

MicrodriveMicrodrive

100·1600

200·1600200-3200

650 g

680 g550 g

142 x 99 x 72,4 mm

140 x 111 x 78 mm129 x 94,5 x 60mm

7 pontos de foco

5 pontos de foco11 pontos de foco

Evaluativa 35·zonas,

Matrix 3D,16 segmentos,

Centro·ponderada e

Centro·ponderada eCentro·ponderada e

Parcial 9%

Pontual (spotlPontual (spotl

Manual. programa,

Manual. programa,Manual. programa,

prioridade de velocidade,

prioridade de velocidade,prioridade de velocidade e

prioridade de abertura e

prioridade de abertura eprioridade de abertura

6 modos automáticos

6 modos automáticos

30s a 1/4000s + Bulb

30s a 1/8000s + Bulb30s a 1/4000s + Bulb

1/200s

1/500s1/150s

3 segundos

Menos que 0,5 segundo3 segundos

Bateria recarregável

Bateria recarregávelDuas CR·V3 de Iítio (não

Bp·511 de lítio-íon

EN·EL3 de Iítío-íonregarregáveisl ou 4 pilhas AA

Ótima qualidade

Qualidade de ímagem,Corpo compacto e leve,

de imagem e preço

rápido start·up eboa ergonomía e compativel

competítivo

qualidade da construçãocom lentes manuais

Ausêncía de ajustes

Performance do autofocoCusto elevado em relação

personalizados de

com baixo contraste, ISOàs concorrentes, foco

autofoco e de medíção,

mínímo - 200, ruído maislento em situações de

construção maís "frágil"

perceptível que na 3000movimento do objeto

FOTÓGRAPHOS • 64

F80, (mesmo fabricante) com um design

arraente e bastante agradável.Enquanto a Canon privilegiou a

simplicidade na construção da 3000, aNikon preferiu dar um apelo diferente à070, embutindo mais funções e recursosnela e tornando-a mais atraente parafotógrafos mais avançados.

A 070 possui sapata para flash ex­terno e flash embutido e, assim comoa 3000, não apresenta contato Pc. Otempo de inicialização dessa câmera me­rece destaque em relação às concorrentes:menos de 0,5 segundo!

Pentax *jst D

Esta, que é a mais compacta e levedentre as câmeras analisadas, é uma óti­

ma escolha principalmente para aquelesusuários que já possuem objetivas damarca, inclusive as manuais.

A empunhadura também é outravantagem desse modelo, além da boa(embora não excepcional) qualidadede imagem que ela apresenta, com seus6.3 megapixels de resolução.

Assim como as concorrentes, a *istO

tem sapata para flash externo e flash em­butido, mas não possui contato Pc.

O preço, que é o mais alto da compa­ração, acaba espantando muitos usuáriospotenciais, o que é uma pena, pois trata­se de um ótimo produto.

A melhor escolhaComo afirmamos no início da análise,

a escolha do equipamento deve ser feita le­vando-se em consideração principalmenteo uso que será feito dele. Cada uma dascâmeras apresentadas possui suas qua­lidades e seus defeitos, e esperamos queessa breve análise possa ajudá-Io a tomara decisão mais acertada.

Para aqueles que já possuem objetivasde alguma dessas marcas, acreditamos que,por motivos financeiros, o ideal é adquiriruma OSLR do mesmo fabricante.

Para quem está entrando agora nessemundo, as melhores opções são a EOS3000 e a 070, principalmente pelo cus­to-benefício que ambas oferecem.

Embora a câmera da Canon possuamenor preço, a 070 ainda leva vantagemsobre ela, principalmente pela qualidadede construção do corpo e pelos recursosmais avançados que apresenta.

Page 65: Fotographos nº 02

CARTASDOS LEITORES

DOS LEITORES

Recebemos centenas de mensagens nos parabenizando pelo lançamento

da Fotágraphos. Agradecemos a cada um de vocês pelo carinho.

Continuem participando, enviando suas mensagens por carta ou e-mail.

EnVie sua mensagem por e-mail: [email protected]:Av.Brlgadeiro Faria lima. 1.768. Cj. 7B, Jardim Pauhstano, CEP 01451-001, São Paulo (SP).

:=,.....Como fotografar

s..~ Pessoas

COMPREI A REVISTA POR ACASO, quan­

do soube que teria de esperar meu ônibus

na rodoviária por 55 minutos. Sou hobbysta

metido a fotógrafo nas horas vagas, e é a se­

gunda revista sobre fotografia que compro,mas essa é pra comprar sempre. Fiquei to­

talmenre deslumbrado com a qualidade e a

quanridade de fotos na revista. As matérias

estão bem explicadas, didáricas com conreú­

do perrinenre, A sensação que tive ao ler a

revisra é estar conversando com apaixonadospor fotografia, em uma exposição fotográfi­ca. Parabéns e conrinuem assim!

Henrique Cinrra, São Paulo (SP)

Edi tor: Nossa filosofia é realmente esta, a de esta­

belecer um diálogo com todos aqueles que, assim

como você e nós da Fotógraphos, são apaixonados

por fotografia. Muito obrigado. Abraços.

COMO FOTÓGRAFO PROFISSIONALe pro­

fessor de fotografia por mais de 25 anos, ficomuito sarisfeito de saber do lançamento da

nova revista. Gostaria de saber quando vamosenconrrar a revista nas bancas? Haverá as­

sinaturas? E a periodicidade, será mensal?

Aguardando ansiosamenre pela chegada damais nova amiga, desejo à Fotógraphos um

longo tempo de vida para que possamos

sempre aprender um pouco mais.

Julio NogueiraEditor:júlio, tivemos um pequeno atraso na pro­

dução da segunda edição, mas, para a próxima,

a periodicidade bimestral será cumprida. Futu­

ramente vamos oferecer serviço de assinaturas.

Estamos nos estruturando para isso e, assim que

acontecer, avisaremos na própria publicação e

no site. Obrigado pela mensagem, e que possamosevoluir com nossos leitores também.

FOI COM MUITA SATISFAÇÃO que

enconrrei na banca de jornal a vossa pu­

blicação. O mercado editorial brasileiro

carecia de uma publicação como essa,

que abrange não só restes de câmera e no­

tícias de mercado, mas algo mais comple­

xo, com arrigos bem escritos, reporragens

sólidas e um estilo editorial primoroso. A

Forógraphos estará sempre fazendo parre

do nosso acervo de leitura para alunos e

associados. Gostei da revisra por comple­

to e desde já deixo um canal aberro para

que sempre que precisar disponha de

nossas informações, de nosso acervo e de

nossa história, incorporada à fotografiabrasileira desde a década de 30.

NÃO SEI SE É EXAGERO, mas bastou uma

única publicação pra derrubar toda a semio­logia fotográfica de Barrhes. Ao conrrário

do que o auror definiu como o punctum da

fotografia, a impressão que eu tenho é que

sou sugado cada vez mais para denno das

páginas da revista. A suavidade gráfica aju­

dou, porém o que mais me impressionou foi

a linguagem que fala - com facilidade - alíngua do fotógrafo. Achei genial a passagem

típica de arrigos no meio da reporragem so­bre filmes e equipamentos digitais. "Nestecaso, uma doação à revista ou a seus editoresserá muito bem-vinda". Essa frase deu um

tempero especialíssimo à revista, mas não

acredito que sem a menção aos editores essetrecho seria impresso (risos). Não sei como

vocês conseguiram esse papel ou alcançaramessa qualidade sem o apoio de uma megaedi­

tora, mas se ajuda for o problema, adoraria

colaborar com a produção da Fotógraphos.Eduardo Bruno

Editor: A qualidade a que você se referefoi pos­

sível graças ao esfórço de pessoas que, como você e

eu, amam a fotografia. Estamos buscando apoio

das empresas do setor, para manter essapublicação

no mercado, pois trata-se de uma revista custosa(embora muito gratificante!) para produzir. De

qualquer modo, continuo aceitando doações, nem

que sejam para cobrir os custos de um especial

Caribe - Por Dentro da Luz. Prometo publicarna revista (risos). Abraços.

IMPRESSIONOU-ME A QUALIDADE da

revista. Gostei imensamenre de todos os arri­

gos, em especial o "São Paulo - Por Denrro da

Luz", com fotos divinas e dicas valiosas para

quem quer se avenrurar pe-

Agradeço também emnome do Foto Cine Clube

Bandeirante pelos cursoscitados em vossa revista.

Douglas R. NascimentoPona- Voz - FCCB

Editor: É uma enorme

satisfação e motivo de or­

gulho poder contar com

o apoio de um clube tão importante para a

fotografia nacional como o FCCB.

Fico muito agradecido, e sempre man­

teremos nossas páginas abertas para apoiar

iniciativas como a de vocês. Obrigado, feli­

citações a todos os integrantes do clube.

FOTÓGRAPHOS • 65

Ias ruas da nossa grande metrópole. Também

sou fotógrafa amadora e tenho deixado de

fotografar alguns lugares bonitos em SP por

causa de faixas, painéis de propaganda e toda

a sorre de impedimentos. Desejo à revista

muito sucesso e que ela realmenre privilegie aFOTOGRAFIA em vez da máquina fotográ­fica e suas lenres.

Lucy Belinello, professora e forógrafà amadora.

Editor: Você tem razão, Lucy. Também enfren­

tei este problema (poluição visual) para produ­

zir fotos da refirida matéria. E, para piorar,

estávamos em época de campanha eleitoral!

É realmente lamentável o descaso dos políticos

e da própria população a respeito dessa questão.Obrigado pela mensagem, e boas fotos!

EM MEIO ÀS MESMICES, vezes por ourra

rompidas de verdade, vezes muiras apenas na

aparência, conquanto que vultos surjam comuma cerra deslumbrância de carnavalescas

fantasias venezianas, numa das boas bancas

da cidade, esta manhã enconrro a novidade,

Qual gajeiro d'el Rei Dom Sebastião, no altodo mastro da Nau Catarineta, tive Ímpetos

de bradar: AlvÍssaras! Terra à vista! Nem pre­

ciso alongar-me e dizer o porquê, cerro? Pela

edição inaugural, já me firmo na esperança

de que a Fotógraphos chegue. Cresça. E per­

maneça. Assino a FHI-Leica. Noto que vocês

impavidamenre ulrrapassam a murerinha de

teorismo doutoral. Não nascem presos ao cor­

dãozinho umbilical de pingue-pongues enrreanalogicomanias e digitalomanias ... Sua revis­

ta afugenra tédios, frutos do marasmo confuso,apressado da verborréia generalizada de cerras

divulgações que, a rigor, nascem nos gabi-netes, onde seus criadores podem não

ser rrial-inrencionados, mas, de um

modo ou outro, para meu gosto e

necessidade, simplesmenre só posso

pô-Ios na galeria de SERES criadospor Cervanres, Kafka, Emilio de Me­nezes ou Ariano Suassuna ... Porranto

a Diretores, Produrores, Redatores,Colaboradores: ALvfSSARAS!

Fábio Martins, 75 anos de coração e

profissão ligados à fotografia.Editor: Fico honrado e até emocionado

com essas (e outras) cartas que recebe­

mos. Fazer algo por amor - seja uma

foto, um texto, uma revista - é uma dá-

diva, E, quando temos o privilégio de compar­

tilhar nossas paixões como os outros, ajudandoa construir algo positivo, a gratificação é ainda

maior. Muito obrigado pela sua criativa e bo­

nita mensagem, Abraços a você e a todos, nos

encontramos na próxima edição!

Page 66: Fotographos nº 02

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Page 68: Fotographos nº 02

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