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graca e esperanca

Date post: 06-Jul-2018
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    A GRAÇA

    DO ESPÍRITO SANTO

    Texto disponível para Download no site de

     Introdução ao Cristianismosegundo a obra de

     Santo Tomás de Aquino e Hugo de S !itor 

    "ttp#$$wwwterravistapt$%a&are$'()*$ "ttp#$$wwwa++io+ombr$%a&are$'()*$ 

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    A GRAÇA DO ESPÍRITO SANTO

    ', Introdução

    A experiência nos mostra que todo homem que viveu uma vida plena sempre teveum ideal em direção ao qual orientava os esforços de sua existência, isto é, um horizonte que elevia despontando ao longe e em direção ao qual ele se dirigia. Não é difícil para as pessoasentenderem isto, porque tratase de um fato muito comum para todos. Aqueles que não têmnenhum horizonte em direção ao qual caminhar são pessoas que na pr!tica aparentam parecem ter  perdido a razão de viver e "! terem morrido por antecipação. Não é isto, porém, o que ocorre omais freq#entemente. Ainda que não o consigamos expressar com palavras exatas, quase todosn$s temos no íntimo de nosso ser alguma meta que escolhemos e em direção % qual dirigimosnossa existência. &uando ocorre que esta meta é para n$s mais clara, %s vezes a chamamos deideal.

    'esus, ao nos anunciar o (vangelho, disse ter vindo ao nosso encontro para quen$s pudéssemos ter uma vida a)undante. A natureza humana, porém, é tal que 'esus não poderiater dito isso seriamente sem que, ao mesmo tempo, nos tivesse ensinado qual é o ideal mais perfeito que a vida humana pode a)raçar, aquele ideal sem o qual é impossível alcançar a vida plena e a)undante de que ele nos fala.

    *uitos, quando ouvem o (vangelho falar a este respeito, perce)em que o ideal de'esus é diferente, e freq#entemente muitíssimo diferente, dos seus pr$prios ideais. Neste caso, setemos verdadeiro interesse em nossa pr$pria felicidade, 'esus nos pede que renunciemos aos ideaisque erroneamente escolhemos e a)racemos os que ele nos mostra.

    +nfelizmente para os homens, na grande maioria dos casos, senão mesmo na quasetotalidade dos casos, as metas da vida de cada um, aquelas coisas em função das quais e para asquais todos vivem, se reduzem aos prazeres da vida sexual e %s comodidades que podem ser o)tidas através do dinheiro. Algumas raras vezes h! tam)ém alguma outra coisa mais elevada, masnão muito mais do que estas duas de que aca)amos de falar de qualquer maneira, tratase praticamente sempre de horizontes muito menores do que aquilo para o qual -eus nos quer chamar a atenção. exo e dinheiro, costumam ser os mais elevados ideais que orientam a vida daquase totalidade dos seres humanos.

    /ra, se quisermos ser verdadeiramente discípulos de 'esus, ele nos ensina que, em primeiro lugar, além de renunciarmos ao pecado, temos que renunciar tam)ém a estas )aixíssimas

    metas como sendo o horizonte de nossas vidas. (stes dois ideais têm sido os respons!veis por ter colocado a quase totalidade dos homens em uma tra"et$ria cega ao longo da qual não existenenhuma possi)ilidade de despontar a verdadeira felicidade. 0ara aqueles homens de )oa vontade,que quiserem escut!lo e quiserem confiar nele, 'esus nos ensina dois outros ideais muito maiselevados do que estes, aqueles que podem efetivamente nos conduzir % felicidade sem fim que elenos promete.

    'esus nos apresenta seus dois grandes ideais quando nos fala dos dois maioresmandamentos. (stes dois maiores mandamentos são muito mais do que apenas dois mandamentossão na realidade os dois grandes ideais da vida cristã, aqueles que devem su)stituir o do sexo e o

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    do dinheiro. ão eles o amor a -eus e o amor ao pr$ximo. No lugar de sexo e dinheiro 'esus nosensina que, se quisermos ser felizes e conquistar a verdadeira vida, temos que fazer com queaquilo a que mais alme"amos, aquilo que mais dese"amos e em função do qual tudo fazemos se"amamar a -eus e ao pr$ximo. (ste foi o assunto da segunda aula deste curso so)re as agradas(scrituras.

    -issemos, ademais, que o amor a -eus se realiza na pr!tica através do tra)alho denossa santificação, sem o qual se torna impossível amar a -eus e que o amor ao pr$ximo alcançasua verdadeira perfeição através do ensino, que é, para 'esus, a maior prova de amor que ele quer de n$s. (nsinar foi a 1ltima coisa que 'esus recomendou aos seus discípulos quando se despediudefinitivamente deles2 -Ide. e ensinai a todos os povos- , disse então 'esus. /ra, n$s costumamossempre recomendar por 1ltimo aquilo que nos é mais querido ao coração.

    Amar a -eus e ensinar, são, pois, os grandes ideais da vida cristã. Não h! modode se amar a -eus senão )uscandose a santidade, e não h! outra coisa que diga respeito ao nosso pr$ximo que 'esus nos tenha pedido tão entranhadamente quanto ensinar.

    3! pessoas, como talvez possa ter sido o "ovem rico de que fala o (vangelho deão *arcos, que procuram cumprir os mandamentos da lei de -eus, como são o honrar pai emãe, o não matar, o não rou)ar, o não cometer adultério, e outros, e que tam)ém contri)uem comalgum dinheiro para alguma o)ra de )eneficiência, mas que, mesmo assim, são movidos na maior  parte das coisas importantes que fazem pela )usca do prazer da vida sexual e das comodidadesque podem ser o)tidas através do dinheiro. Não se pode dizer que estas pessoas se"am cristãs nomais pr$prio sentido do termo. (las ainda não entenderam verdadeiramente o que 'esus ensinava.( é difícil inclusive que elas perseverem até na simples pr!tica dos mandamentos. &uando se )uscam as coisas da terra, as coisas da terra exigem mais coisas da terra assim tam)ém, quando se )uscam as coisas do céu, as coisas do céu trazem consigo mais coisas do céu. -/ mais 0á+il um+amelo passar pelo 0undo de uma agul"a- , diz 'esus, do que uma pessoa como esta entrar no

    4eino de -eus 5*arc. 67,89:./ que vamos examinar em seguida é o modo pelo qual a nossa santificação e a

    missão de ensinar podem se tornar realidade dentro do plano que -eus tem para os homens. ;m plano que (le "! havia preparado desde antes da criação do mundo. Am)as estas coisas, conformeveremos, somente são possíveis mediante a graça do (spírito anto. *as, para entender comoatravés dela a santificação e o ensino são possíveis, precisamos entender primeiro o que é a graçado (spírito anto.

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    1, 2esus promete o 3spírito Santo

      Texto de João 14, 15-25.

     

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    (stavam então residindo em 'erusalém "udeus, homens religiosos de todas asnaç@es que h! de)aixo do céu. Bogo que se deu este ruído, acudiu muita gente, e ficou pasmada, porque cada um os ouvia falar na sua pr$pria língua. (stavam, pois, todosatCnitos, e admiravamse, dizendo2 0orventura não são galileus todos estes que falam>=omo é que os ouvimos cada um de n$s na nossa língua, em que nascemos> 0artos,medos, elamitas, e os que ha)itam a *esopotDmia, a 'udéia, a =apad$cia, o 0onto e aEsia, a rígia e a 0anfília, o (gito e v!rias partes da Bí)ia, que é vizinha de =irene, eos vindos de 4oma, tanto "udeus como prosélitos, cretenses e !ra)es os ouvimos falar nas nossas línguas das maravilhas de -eus. (stavam todos atCnitos e fora de si,dizendo uns para os outros2 &ue quer isto dizer> /utros, porém, escarnecendo,diziam2 (stão cheios de mosto.

    (ntão 0edro, apresentandose com os onze, levantou a voz, e disselhes23omens "udeus, e v$s todos os que ha)itais em 'erusalém, se"avos isto conhecido, ecom ouvidos atentos ouvi as minhas palavras. (stes homens não estão em)riagados,como v$s cuidais, sendo a hora terceira do dia mas isto é o que foi predito pelo profeta 'oel2  3 a+onte+erá nos 6ltimos dias. di& Deus. que eu derramarei o meu

     3spírito sobre toda a +arne. e pro0eti&arão vossos 0il"os e vossas 0il"as. e os vossos 7ovens terão vis8es. e os vossos an+iãos son"arão son"os. e naqueles diasderramarei do meu 3spírito sobre os meus servos e sobre as min"as servas. e pro0eti&arão 9arei ver prodígios em +ima no +:u. e sinais embaixo da terra.sangue. 0ogo e vapor de 0umo 5 sol se +onverterá em trevas. e a lua em sangue.antes que ven"a o dia grande e glorioso do Sen"or 3ntão a+onte+erá que todoaquele que invo+ar o nome do Sen"or será salvo

    Far@es israelitas, ouvi estas palavras2 a 'esus Nazareno, homem acreditado por -eus entre v$s, por meio de milagres, prodígios e sinais, que -eus operou por meiodele entre v$s, como v$s mesmos sa)eis, este homem que foi entregue, segundo os

    desígnios e a presciência de -eus, v$s o matastes, crucificandoo por mãos de iníquos.*as -eus o ressuscitou, e livrou dos laços da morte, porquanto era impossível que por esta fosse retido. 0orque -avi diz dele2  3u tin"a sempre o Sen"or diante demim. porque 3le está ; min"a direita. para que eu não se7a abalado n+ia se sentaria sobre o seu trono  5almo GG,H9 6I6,66:, profeticamente falou da ressurreição de =risto, que não seria deixado na "abitaçãodos mortos. nem sua +arne seria su7eita ; +orrupção . A este 'esus ressuscitou -eus,do que todos n$s somos testemunhas. (levado ele, pois, pela destra de -eus, e tendorece)ido do 0ai o (spírito anto, que tinha prometido, ele o derramou como v$svedes e ouvis. 0orque -avi não su)iu ao céu, mas ele mesmo disse2 5 Sen"or disseao meu Sen"or# Senta=te ; min"a direita. at: que eu pon"a os teus inimigos por es+abelo de teus p:s 5almo 67J,6:. ai)a, pois, toda a casa de +srael com a maior certeza que -eus constituíu enhor e =risto a este 'esus, a quem v$s crucificastes.

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    Ao ouvir estas coisas, ficaram compungidos no seu coração, e disseram a 0edroe aos outros ap$stolos2 &ue devemos fazer, irmãos> 0edro disselhes2 azei penitência, e cada um de v$s se"a )atizado em nome de 'esus =risto para a remissãode vossos pecados e rece)ereis o dom do (spírito anto. 0orque a promessa é parav$s e para os vossos filhos, e para todos os que estão longe e para quantos o nosso-eus chamar. (, com outras muitíssimas palavras, os persuadia e exortava, dizendo2alvaivos desta geração perversa. /s que rece)eram a sua palavra foram )atizados eficaram agregadas naquele dia cerca de três mil pessoas.

    0erseveravam na doutrina dos ap$stolos, nas reuni@es comuns, na fração do pãoe nas oraç@es. ?oda a gente estava com temor eram tam)ém realizados pelosap$stolos muitos prodígios e maravilhas em 'erusalém, e em todos havia um grandemedo. ?odos os que criam estavam unidos, e tinham tudo em comum. Fendiam as suas propriedades e os seus )ens, e distri)uíam o preço por todos, segundo a necessidadeque cada um tinha. ?odos os dias freq#entavam em perfeita harmonia o templo, e, partindo o pão pelas casas, tomavam a comida com alegria e simplicidade de coração,

    louvando a -eus, e sendo )em vistos por todo o povo. / enhor aumentava cada diamais o n1mero dos que estavam no caminho da salvação

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    ?, 2esus dá aos seus dis+ípulos o poder de setornarem 0il"os de Deus

      Texto de João 1,12-13.

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    e nem mesmo ficar de pé. ?eve que ser carregado, em sua penosa viagem, por cinco empregados,mas ficou inteiramente curado depois de uma conversa com o monge erafim.

     No ano seguinte, um ano antes do falecimento do 0adre erafim, am)osmantiveram um di!logo de cu"o registro transcrevemos algumas partes. (ste di!logo nos fala do(spírito anto que foi prometido por =risto aos que crêssem em seu nome, e com a sua leitura nosvamos ocupar por algum tempo.

    Ap$s a leitura deste di!logo, examinaremos uma pequena passagem da SummaT"eologiae de anto ?om!s de Aquino, muito menor do que o texto do di!logo entre erafim e*otovilov, em que anto ?om!s nos fala do mesmo assunto.

    "o!de!sado do #i$lo%o.

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     A &e'dadei'a meta da &ida c'istã.

    A oração, o "e"um, as vigílias e outras atividades cristãs, tão )oas quanto possam parecer em si, não constituem a finalidade da vida cristã, ainda que a"udem a chegar aela. / verdadeiro o)"etivo da vida cristã consiste na aquisição do (spírito anto de-eus. &uanto % oração, ao "e"um, %s vigílias, % esmola, e qualquer outra )oa ação feitaem nome de =risto, são apenas meios para a aquisição do (spírito anto.

     A a()isião do Esp*'ito +a!to.

    M pois na aquisição desse (spírito de -eus que consiste a verdadeira finalidadeda vida cristã, enquanto a oração, as vigílias, o "e"um, a esmola e as outras aç@esvirtuosas, feitas em nome de =risto, são apenas meios para adquirilo.

    =omo a aquisição>, perguntei ao padre erafim. Não compreendo muito )em.

    A aquisição é a mesma coisa que a o)tenção. a)eis o que é adquirir dinheiro>(m relação ao (spírito anto é semelhante. 0ara as pessoas comuns, o o)"etivo davida consiste na aquisição do dinheiro, o ganho. /s no)res dese"am, além disso, o)ter honras, sinais de distinção e outras recompensas concedidas por serviços prestados ao(stado. A aquisição do (spírito anto é tam)ém um capital, mas um capital eterno,dispensador de graças muito parecido aos capitais temporais e que se o)tém pelosmesmos processos. Nosso enhor 'esus =risto, -eus homem, compara a nossa vida aum mercado e a nossa atividade na terra a um comércio. 4ecomendanos a todos n$s2-%ego+iai at: que eu volte. remindo o tempo. porque os tempos são maus-5Buc.6J,686I (fés.9,696:, quer dizer2

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    (ntão alguns dizem2 (stas passagens são incompreensíveis. 0odese admitir quehomens possam ver a -eus de maneira tão concreta> (sta incompreensão vem do fatode que so) o pretexto da instrução, da ciência, mergulhamos numa tal o)scuridade deignorDncia, que tudo achamos incompreensível, tudo de quanto os antigos tinham umanoção )astante clara para poderem falar entre eles das manifestaç@es de -eus aoshomens como de coisas conhecidas e, de forma alguma, estranhas. Assim '$, quandoos seus amigos o reprovavam por não )lasfemar contra -eus, respondia2 -3nquantoem mim "ouver um sopro de vida e o alento de Deus nas narinas. meus lábios nãodirão 0alsidades- 5'$ 8K,I:. (m outras palavras, como posso )lasfemar contra -eus,quando o (spírito anto est! em mim> e )lasfemasse contra -eus, o (spírito antome deixaria, mas sinto sua respiração em minhas narinas. A)raão e 'ac$ conversaramcom -eus. 'ac$ lutou mesmo com (le. *oisés viu -eus e todo o povo com ele,quando rece)eu as t!)uas da Bei, no inai. ;ma coluna de nuvens de fogo, a graçavisível do (spírito anto, servia de guia ao povo he)reu no deserto. /s homens viam a-eus e seu (spírito não em sonho ou êxtase, fruto de uma imaginação doentia, mas narealidade.

    -esatentos, como nos tornamos, compreendemos as palavras da (scrituracontrariamente ao que se deveria. ( tudo isso porque, em lugar de )uscar a graça, n$sa impedimos, por orgulho intelectual, de vir ha)itar em nossas almas e de nosesclarecer como são esclarecidos aqueles que de todo coração )uscam a verdade.

     A c'iaão.

    *uitos, por exemplo, interpretam as palavras da Pí)lia2 -Deus modelou o"omem +om a argila do solo. insu0lou em suas narinas um "álito de vida-   5Oen

    8,K:, como querendo dizer que até então não havia em Adão nem alma, nem espíritohumano, mas somente uma carne criada do )arro do solo. (sta interpretação não écorreta, pois o enhor -eus criou Adão do )arro do solo no estado do qual fala oap$stolo 0aulo quando afirma2 -@ue vosso espírito. vossa alma e vosso +orpo se7am guardados de modo irrepreensível para o dia da vinda de %osso Sen"or 2esusCristo- 56 ?es 9,8I:.

    ?odas estas três partes do nosso ser foram criadas do )arro do solo. Adão nãofoi criado morto, mas criatura animal atuante, semelhante %s outras criaturas quevivem na terra e são animadas por -eus. *as eis o importante. e -eus não tivesseinsuflado na face de Adão este alento de vida, isto é, a graça do (spírito anto que procede do 0ai e repousa no ilho e, por causa deste não o tivesse enviado ao mundo, por mais perfeito e superior %s outras criaturas que Adão fosse, teria permanecido privado do (spírito deificante e seria semelhante a todas as outras criaturas que possuíssem carne, alma e espírito segundo a sua espécie, mas privados, no interior, do(spírito que esta)elece parentesco com -eus. A partir do momento em que -eus lhedeu o sopro de vida, Adão tornouse, segundo *oisés2 -uma alma vivente-, quer dizer, em tudo semelhante a -eus, eternamente imortal. Adão havia sido criadoinvulner!vel. Nenhum elemento tinha poder so)re ele. A !gua não podia afog!lo, ofogo não podia queim!lo, a terra não o podia engolir e o ar não lhe podia ser nocivo.?udo lhe era su)misso, como ao proferido de -eus, como ao propriet!rio e rei das

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    criaturas. (le era a pr$pria perfeição, a coroa das o)ras de -eus e admirado como tal./ alento de vida que Adão rece)eu do =riador, o encheu de sa)edoria a tal ponto que "amais houve so)re a terra, e provavelmente "amais haver!, um homem tão repleto deconhecimento e de sa)er quanto ele. &uando -eus lhe ordenou que desse nomes atodas as criaturas, ele as denominou de acordo com as qualidades, as forças, e as propriedades de cada uma, conferidas por -eus.

    (ste dom da graça divina supranatural, que veio do alento de vida que haviarece)ido, permitia a Adão ver a -eus passeando no paraíso e compreender as suas palavras )em como a conversa dos santos an"os e a linguagem de todas as criaturas,dos p!ssaros, dos répteis que vivem so)re a terra, de tudo o que nos é dissimulado, an$s, pecadores, desde a queda, mas que antes era perfeitamente claro para Adão.

     A %'aa do Esp*'ito +a!to l).

    Ainda é preciso que vos diga, a fim de que compreendais o que é precisoentender por graça divina, como ela se manifesta nos homens que ilumina2 a graça do(spírito anto é Buz.

    ?oda a agrada (scritura fala disso. -avi, o antepassado do -eus homem, disse2-Tua palavra : lmpada para os meus p:s. e lu& para o meu +amin"o-  5almo 66G,679:. (m outros termos, a graça do (spírito anto, que a lei revela na forma dosmandamentos divinos, é minha lumin!ria e minha luz e, se não fosse essa graça do(spírito anto, -que +om tanto trabal"o me es0orço por adquirir. me interrogandosete ve&es ao dia de sua verdade-  5almo 66G, 6H:, <

    -e fato, o enhor muitas vezes mostrou, na presença de numerosastestemunhas, a ação da graça do (spírito anto so)re os homens que ele haviailuminado e ensinado através de grandiosas manifestaç@es. Bem)raivos de *oisés,depois de sua conversa com -eus so)re o *onte inai 5(xod.IH,I7I9:. /s homensnão podiam olh!lo de tal modo seu rosto )rilhava com uma luz extraordin!ria. (ramesmo o)rigado a se mostrar ao povo com a face reco)erta com um véu. Bem)raivosda transfiguração do enhor no ?a)or. -3 ali 0oi trans0igurado diante deles 5 seurosto resplande+eu +omo o Sol. e suas vestes se tornaram bran+as +omo a lu& 5sdis+ípulos ouvindo a vo&. muito assustados. +aíram +om o rosto no +"ão- . &uando*oisés e (lias apareceram revestidos da mesma luz -uma nuvem os en+obriu paraque não 0i+assem +egos- 5*at.6K,6G *arc.J,8G Buc.J,8GIK:. M assim que a graçado (spírito anto de -eus aparece numa luz inef!vel %queles a quem -eus manifesta asua ação.

     /'ese!a do Esp*'ito +a!to.

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    =omo poderei então, perguntei ao padre erafim, reconhecer em mim a presença do (spírito anto>

    M muito simples, respondeu ele. -eus disse2 -5 saber : 0á+il para ointeligente- 50rov. 6H,:. Nossa desgraça é que n$s não procuramos essa sa)edoriadivina que, não sendo deste mundo, não é presunçosa. =heia de amor por -eus e pelo pr$ximo, ela molda o homem para sua salvação. oi falando dessa sa)edoria que oenhor disse2 -Deus quer que todos os "omens se7am salvos e +"eguem ao+on"e+imento da verdade-  56 ?im.8,H:. A seus ap$stolos, que não tinham estasa)edoria, ele disse2 - insensatos e lentos de +oração para +rer tudo o que os pro0etas anun+iaramE- 5Buc.8H,898K:. ( o (vangelho diz que ele -l"es abriu aintelig>n+ia a 0im de que pudessem +ompreender as 3s+rituras-. ?endo adquiridoessa sa)edoria, os ap$stolos sa)iam sempre se o (spírito de -eus estava ou não comeles e, cheios desse (spírito, afirmavam que sua o)ra era santa e agrad!vel a -eus.0or isso em suas epístolas podiam escrever2 -

    / padre erafim respondeu2

    '! vos disse que é muito simples e vos expliquei com detalhes como os homensse encontravam no (spírito anto e como se deve compreender a sua manifestação em

    n$s... &ue vos falta ainda>(u preciso, respondi, compreendêlo verdadeiramente )em...

     A l) i!c'iada.

    (ntão o padre erafim me tomou pelos om)ros e, apertandoos fortemente,disse2

    (stamos am)os, v$s e eu, na plenitude do (spírito anto. 0or que não meolhais>

    Não posso, padre, olharvos. Protam raios de vossos olhos. / vosso rostotornouse mais luminoso do que o ol. /s olhos me doem...

    / padre erafim disse2

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    Não tenhais medo, amigo de -eus. ?am)ém vos tornastes tão luminoso quantoeu. F$s tam)ém estais agora na plenitude do (spírito anto, de outro modo nãoteríeis podido me ver.

    +nclinando a sua ca)eça para mim, disseme ao ouvido2

    Agradecei ao enhor por vos ter concedido esta graça indizível. Fistes, nemmesmo fiz o sinal da cruz, no meu coração, em pensamento somente, rezei2 Nãoé tam)ém sempre aos grandes eremitas que -eus manifesta assim a sua graça. =omomãe amorosa, essa graça se dignou consolar o vosso coração desolado, a pedido da pr$pria *ãe de -eus. *as, por que não me olhais nos olhos> /usai olharme semtemor, -eus est! conosco.

    -epois destas palavras, levantei os olhos para o rosto e um medo maior aindatomou posse de mim. +maginaivos no meio do ol, na claridade mais forte de seusraios de meio dia, o rosto de um homem que vos fala. Fedes o movimento de seusl!)ios, a expressão cam)iante de seus olhos, v$s ouvis o som de sua voz, sentis a pressão de suas mãos, mas, ao mesmo tempo, não perce)eis nem as suas mãos, nem oseu corpo, nem o vosso, nada senão uma esplendorosa luz se propagando ao redor, auma distDncia de muitos metros, iluminando a neve que reco)ria a campina e caíaso)re o grande staretz e so)re mim. 0odese representar a situação na qual meencontrava então>

    &ue sentis agora>, perguntou o staretz.

    intome extraordinariamente )em.

    =omo

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    M a delícia de que fala a (scritura. -3les 0i+am sa+iados +om a gordura de tua+asa. tu os embriagas +om um rio de delí+ias-   5almo I9,J:. (la trans)orda donosso coração, derramase em nossas veias, traznos uma sensação de delíciainexprimível... &ue sentis ainda>

    ;ma extraordin!ria alegria em todo o meu coração.

    &uando o (spírito anto desce so)re o homem com a plenitude de seus dons, aalma humana fica cheia de uma alegria indescritível. M dessa alegria que o enhor falano (vangelho quando diz2 -@uando uma mul"er está para dar ; lu&. entriste+e=se porque a sua "ora +"egouG quando. por:m. nas+e a +riança. ela 7á não se lembrados so0rimentos. pela alegria de ter vindo ao mundo um "omem Tamb:m vFs.agora. estais tristesG mas eu vos verei de novo e vosso +oração se alegrará eningu:m vos tirará a vossa alegria- 5'oão 6,8688:.

    0or grande e consoladora que ela se"a, a alegria que sentis neste momento nada

    é, em comparação com aquela da qual o enhor disse através de seu ap$stolo2 -5 queos ol"os não viram. o que os ouvidos não ouviram e o +oração do "omem não per+ebeu. isso Deus preparou para aqueles que o amam-  56 =or.8,J:. / que nos éconcedido presentemente é apenas uma antecipação dessa alegria suprema. (, sedesde agora, n$s sentimos deleite, "1)ilo e )em estar, que dizer desta outra alegria quenos est! reservada no céu, depois de ter, aqui na terra, chorado> '! haveis chorado )astante em vossa vida e vede que consolação na alegria o enhor vos d! aqui naterra. =a)e a n$s, agora, amigo de -eus, tra)alhar com todas as nossas forças parasu)irmos de gl$ria em gl$ria -at: que al+an+emos todos nFs a unidade da 0: e do pleno +on"e+imento do 9il"o de Deus. o estado do "omem per0eito. a medida daestatura da plenitude de Cristo-  5(fés.H,6I:. -5s que p8e sua esperança em 2av: 

    renovam as suas 0orças. 0ormam asas +omo as águias. +orrem e não se 0atigam.+amin"am e não se +ansam- 5+saías H7,I6:. -3les +amin"am de terraço em terraçoe Deus l"es apare+e em Sião-  5almo GI,G:. M então que a nossa alegria atual, pequena e )reve, se manifestar! em toda a sua plenitude e ninguém nos poder!arre)at!la, repletos como estaremos de indizíveis gozos celestes. &ue sentis, ainda,amigo de -eus>

    ;m calor extraordin!rio.

    =omo, um calor> Não estamos na floresta, em plena neve> A neve est! so) osnossos pés, estamos co)ertos dela e ela continua caindo... -e que calor se trata>

    ;m calor semelhante ao de um )anho de vapor.

    ( o cheiro é como no )anho>

    /h, nãoQ Nada so)re a terra se pode comparar a esse perfume. No tempo emque a minha mãe vivia, ainda gostava de dançar e quando eu ia a um )aile, ela measpergia perfumes que comprava nas melhores lo"as de Rasan e pagava muito caro. /seu odor não é compar!vel a estes aromas.

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    / padre erafim sorriu.

    (u sei, meu amigo, tanto quanto v$s, e é de prop$sito que vos interrogo. M )em verdade, nenhum perfume terreno pode ser comparado ao )om odor querespiramos neste momento, o )om odor do (spírito anto. / que pode, so)re a terra,serlhe comparado> -issestes, ainda h! pouco, que fazia calor, como no )anho. *asolhai, a neve que nos co)re, a v$s e a mim, não se derrete, assim como a que est! aosnossos pés. / calor não est! no ar, mas no nosso interior. M este calor que o (spíritoanto nos faz pedir na oração2

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     o!%e e lei%o.

    &uanto a nossos estados diferentes, de monge e leigo, não vos preocupeis. -eus procura acima de tudo um coração cheio de fé nele e em seu ilho 1nico, em resposta% qual envia do alto a graça do (spírito anto. / enhor procura um coração repletode amor por (le e pelo pr$ximo aí est! um trono so)re o qual (le gosta de sentarse eonde ele aparece na plenitude de sua gl$ria. -Beu 0il"o. dá=me o teu +oração. e oresto eu te darei por a+r:s+imo-   50rov.8I,8:. / coração do homem é capaz deconter o 4eino dos =éus. -Jus+ai. em primeiro lugar. o eino de Deus e a sua 7ustiça-, diz o enhor a seus discípulos, -e todas estas +oisas vos serãoa+res+entadas. pois Deus. vosso

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     e%itimidade dos e!s te''e!os.

    / enhor não nos proí)e o gozo dos )ens terrenos, e diz ele pr$prio que, dada anossa situação aqui na terra, deles precisamos para dar tranq#ilidade %s nossasexistências e tornar mais cCmodo e f!cil o caminho para a nossa p!tria celeste. ( oap$stolo 0edro acha que nada h! melhor no mundo do que a piedade unida aocontentamento. A anta +gre"a pede que isso se"a dado. Apesar das penas, asdesgraças, e as necessidades serem insepar!veis da nossa vida na terra, o enhor  "amais quiz que os cuidados e as misérias constituíssem toda a trama dela. (, por isso, pela )oca do ap$stolo nos manda carregar os fardos uns dos outros, a fim de o)edecer a =risto que pessoalmente nos deu o preceito de nos amarmos mutuamente.4econfortados por esse amor, a caminhada dolorosa pela via estreita que leva % nossa p!tria celeste nos ser! facilitada. Não desceu o enhor do céu não para ser servido,mas para servir e dar a sua vida pela redenção de muitos> 5*at.87,8G *arc.67,H9:.

    Atuai do mesmo modo, amigo de -eus, e, consciente da graça da qual fostesvisivelmente o)"eto, comunicaia a todo homem dese"oso da sua salvação.

     Ati&idade missio!$'ia.

    -A +ol"eita : grande-, diz o enhor, -mas pou+os os operários-  5*at.J,IKIG Buc. 67,8:. ?endo rece)ido os dons da graça, somos chamados a tra)alhar colhendo as espigas da salvação do nosso pr$ximo, para os recolhermos no celeiro,em grande n1mero, no 4eino de -eus, a fim de que produzam seus frutos, uns trinta,outros sessenta, e outros cem. (ste"amos atentos para não sermos condenados com oservo preguiçoso que enterrou o dinheiro a ele confiado, mas tratemos de imitar os

    servos fiéis que devolveram ao *estre um, em vez de dois talentos, quatro, e o outro,em vez de cinco talentos, dez. &uanto % miseric$rdia divina, não se pode duvidar dela2vede v$s mesmo como as palavras de -eus, ditas por um profeta, se realizaram por n$s. -Sou. por a+aso. Deus apenas de perto- 5'er.8I,8I:.

    K,

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    dissesse2 é mais estreito do que pensais. *as ele nos disse isso porque nos ama, porque nos quer fazer acordar e porque dese"a a nossa felicidade. &ue lição para n$sQ &ue fazemos do preciosotempo da vida que -eus nos concede para que possamos aprender a caminhar na sua luz> -%Fs pro+edemos +omo lou+os-, diz o profeta no Felho ?estamento -mas os ol"os do Sen"or +ontemplam toda a terra e inspiram 0orça aos que +on0iam n3le +om um +oração per0eito-  58=ron. 6,J:. e as pessoas procurassem a graça do (spírito anto com a mesma ganDncia, com omesmo esforço, com as mesmas preocupaç@es, com as mesmas inclinaç@es, com a mesmavigilDncia, com a mesma solicitude com que procuram sexo e )em estar, como o mundo não seriadiferente, como as pessoas não seriam diferentes, como não seriam mais felizes, como nãofloresceria na terra a vida do céuQ M precisamente isto o que significam aquelas palavras dasagradas (scrituras2 -5s que são da +arne. gostam das +oisas da +arneG os que são do espírito. gostam das +oisas do espírito- 54om. G,9:. -5 que nas+eu da +arne : +arne. o que nas+eu doespírito : espírito- 5'oão I,:. -5 espírito : o que vivi0i+a. a +arne para nada aproveita- 5'oão,H:. ( tam)ém2 -Aquele que não nas+er de novo. não pode entrar no eino de Deus-  5'oãoI,I:. M preciso refletir muito so)re estas palavras e tomar uma decisão séria. 'esus não se cansa denos advertir de que não se pode servir a dois senhores 5*at ,8H:. -5nde estiver o nossotesouro. ali tamb:m estará o nosso +oração- 5*at ,86:.

    (, A ess>n+ia do 3vangel"o

     !t'od)ão.

     No di!logo com *otovilov, primeiro padre erafim nos disse que a finalidade davida cristã é a o)tenção do (spírito anto. (m seguida, procurou mostrar a *otovilov o que é odom do (spírito anto. Na Summa T"eologiae, escrita quase seiscentos anos antes deste di!logo,anto ?om!s de Aquino nos diz que o (spírito anto é a pr$pria essência do (vangelho. A

    seguinte passagem é tirada da questão n1mero 67 da primeira parte da segunda parte da  SummaT"eologiae de anto ?om!s.

    Texto da  Summa T"eologiae de +.Tom$s de A()i!o,()estão 16 da p'imei'a pa'te da se%)!da pa'te.

    &ual é a essência da (vangelho, pergunta anto ?om!s, ou, o que é omesmo,

    -izem os fil$sofos que cada coisa parece ser o que nela h! de principal.

    /ra, o que é principalíssimo na Bei do Novo ?estamento, e que é aquiloem que consiste toda a sua força, é a graça do (spírito anto, que nos é dada pela fé em =risto.

    0ortanto, o (vangelho, ou a Nova Bei, consiste principalmente na pr$priagraça do (spírito anto, que é dada por =risto aos fiéis.

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    ecundariamente, porém, o (vangelho consiste tam)ém nos mandamentosescritos, que servem para dispor o homem para a graça do (spírito anto. (stesmandamentos são todas aquelas coisas que é preciso sa)er para que se manifestea divindade e a humanidade de Nosso enhor 'esus =risto e são tam)ém todasaquelas coisas que nos ensinam a desprezar o mundo, pois é através destascoisas que o homem se torna capaz da graça do (spírito anto. -e fato, no(vangelho de . 'oão as agradas (scrituras dizem que -o mundo não podere+eber o 3spírito Santo- quando elas dizem -o mundo-, estão se referindo %s pessoas que amam o mundo

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    aumentar de um modo que as pr$prias pessoas que amam assim a -eus sequer supunham queseria possível % natureza humana a vivência de um amor tão grande.

    inalmente, em sexto lugar, pelo efeito deste amor tão grande que é infundido naalma humana, quando este se torna de uma ordem de magnitude como o que havia na alma de .erafim, e um amor assim não pCde ter sido vivido por *otovilov naqueles )reves momentos emque durou o di!logo , este mesmo amor leva aquele conhecimento de -eus e aqueleentendimento das verdades da fé que havia na alma para um plano superior de vivência. (ste planosuperior de vivência não é a visão de -eus, que talvez além de 'esus mais ninguém o teve na terra,mas é um conhecimento de -eus da mesma natureza que aquele que nos é dado pela fé, porémsituado num plano )em mais alto. ?ratase daquela verdade que 'esus disse que seria conhecida por aqueles que seguissem os seus mandamentos, e que é a forma de conhecimento mais alta queum ser humano pode alcançar na terra se a"udado a tanto por -eus.

    -e onde que se deduz que os principais efeitos do (spírito anto na alma que sesantifica na )usca de -eus são um amor extraordinariamente elevado, muito maior do que ocomum das pessoas conce)em que possa existir, e o conhecimento da verdade. (stes dois efeitos

    não foram manifestados a *otovilov no di!logo com padre erafim porque se isso tivesseacontecido, *otovilov teria alcançado em questão de momentos aquilo que ordinariamente agraça s$ concede aos homens depois de muitos anos de perseverança na vida das virtudes, asquais são tam)ém efeitos dela. *as -eus concedeulhe vivenciar aqueles efeitos secund!rios do(spírito anto para que, tendo estes por referência, pudesse compreender quão grandes coisas-eus prepara para aqueles que o amam, %s quais todos n$s somos convidados por meio do(vangelho de 'esus.

    *uito tempo antes de 'esus, +saías havia tratado deste assunto em uma céle)re profecia de que vamos tratar a seguir.

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    '', 5s dons do 3spírito Santo

     !t'od)ão.

    eiscentos anos antes de =risto, +saías fêz uma profecia a respeito de 'esus. (sta profecia nos foi conservada no décimo primeiro capítulo de seu livro, nos versos 6 e 8.

    Texto de sa*as 11,1-2.

    -Sairá um ramo do tron+o de 2ess:. e um rebento brotará de sua rai&

     epousará sobre ele o espírito do Sen"or.

    espírito de sabedoriae entendimento.

     espírito de +onsel"o

    e 0ortale&a.

    espírito de +i>n+iae de piedade.

    e sobre ele estará o espírito

    de temor do Sen"or-

    '1, Comentário ; pro0e+ia de Isaías

     Na profecia com que se inicia o capítulo 66 de +saías, 'essé é o pai de -avi, decu"a descendência nasceu 'esus. / ramo que sairá do tron+o de 2ess:  de que fala o profeta +saías,é, portanto, Nosso enhor 'esus =risto.

    (sta profecia afirma que 'esus =risto seria repleto dos dons do (spírito anto, e,ademais, enumera sete dons do (spírito anto, aos quais chama de sa)edoria, entendimento,conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor do enhor.

    Apesar desta profecia se referir em primeiro lugar a =risto, ela se refere tam)ém an$s, porque foi o pr$prio =risto que disse, quando orava por n$s ao 0ai2 -3u dei=l"es a glFriaque tu me deste-  5'oão 6K,88:. Além disso, em conformidade com esta oração de =risto, asagradas (scrituras prometem a todos aqueles que crerem no =risto que -parti+iparão de sua plenitude- 5'oão 6,6:. 0ortanto, estes sete dons do (spírito anto são tam)ém qualidades com

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    que a graça divina adorna a alma dos fiéis, através das quais eles podem ser conduzidos com maisdocilidade pelo (spírito anto. (les correspondem a sete modos pelos quais o (spírito antocostuma conduzir aqueles que vivem da fé e do amor, e são enumerados por +saías segundo umaordem decrescente, o mais elevado deles sendo aquele que est! no início da lista, que é o dom desa)edoria.

    ?odos os homens que vivem em estado de graça possuem os sete dons do (spíritoanto, que são infundidos na alma quando nos convertemos a -eus pela fé e pelo amor. S medidaem que crescemos na virtude, todos os sete dons crescem "untos, cada um, porém, semanifestando com maior predominDncia na ordem inversa % exposta pelo profeta +saías, como seexistissem sete dias ou sete etapas no desenvolvimento da vida cristã, em cada uma destas etapasse manifestando com mais evidência este ou aquele dentre os sete dons do (spírito anto.

    Assim, no início da vida cristã primeiro se manifesta mais acentuadamente o domde temor, em)ora todos os sete este"am presentes. S medida em que progredimos na vida dagraça, passa a manifestarse com maior predominDncia o dom de piedade com isto, porém, todosos outros dons crescem paralelamente, e o dom de temor, que "! havia se manifestado no dia

    anterior, passa, quando surge o dia do dom da piedade, para um plano superior de vivência. '! nãoé mais o temor como aquele com que iniciamos a vida cristã é um temor condizente com umavida em que se manifesta mais marcadamente o dom de piedade. (m seguida, manifestase o domde ciência, elevando, com ele, os dons de temor e de piedade a um plano ainda superior devivência. ( assim sucessivamente, até chegar o dia do dom da sa)edoria, que é o mais alto detodos os dons do (spírito anto.

    0elo dom de temor, o primeiro dos dons do (spírito anto, nos é infundido umrespeito reverencial por -eus, pelas coisas sagradas e pelos homens, devido ao fato de que aexistência e a vida deles, quer eles o admitam ou não, est! relacionada com -eus. Nossaconsciência começa a tornarse mais delicada, o pecado a aflige mais do que ao comum dos

    homens que vivem afastados da graça e temos medo ou até pavor de suas conseq#ênciasespirituais. =ompreendemos, dependendo da intensidade com que o (spírito anto nos ilumina,nossa indigência espiritual e, quanto mais a compreendemos, esta compreensão nos move a uminteresse maior pelas coisas de -eus. No início da vida cristã este temor possui um car!ter que sechama de servil % medida em, que vão, porém, se manifestando os demais dons do (spírito anto,este temor inicial não desaparece, mas vai se tornando cada vez mais acentuadamente o que sechama de temor filial.

    / dom de piedade, quando passa a se manifestar com maior predominDncia, fazcom que o temor de -eus se torne mais maduro. =omo o nome o diz, nos tornamos mais piedosos, tanto para com -eus como para com os homens. As pessoas se tornam mais mansas ecompreensivas, perdoam com mais facilidade, cumprem seus deveres religiosos mais por umaconaturalidade para com eles do que o)rigados pelo medo do pecado.

    0elo dom de ciência se inicia uma compreensão mais profunda de como osmandamentos de -eus não são preceitos ar)itr!rios dados ao acaso por um -eus que até teriadireito de proceder assim se o quisesse, mas que, em vez disso, os ordenou tendo em vista comeles o nosso )em, por conhecer todas as coisas muito melhor do que n$s o podemos fazer.0erce)emos cada vez mais que os seus mandamentos não são uma simples imposição deautoridade, mas são o caminho para uma li)erdade com que o comum das pessoas não consegueatinar. Ainda que não o expressemos com palavras, passamos a nos comportar como se

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    estivéssemos perce)endo por n$s mesmos que existe uma ciência do uso das criaturas por partedo homem, e que o homem surgiu so)re a terra como se ela tivesse sido preparada propositalmente para que, quando o homem surgisse, ele usasse desta ciência para, através dascriaturas, elevarse a alguma coisa muito alta, e não para fazer delas aquilo que o seu capricho )em entendesse. A vida daqueles que vivem inteiramente alheios a este conhecimento nos parecetão intoler!vel que nos causa repugnDncia e, se antes de nos termos convertido a -eus tínhamosvivido desta maneira, isto nos causa, mais do que simples remorso, verdadeira repulsa. -Beu+oração se espanta e min"a alma se aterrori&a-, dizia anto Antão em uma de suas cartas,-pois nFs mergul"amos no pra&er +omo gente embriagada de vin"o. porque nos deixamosdistrair por nossos dese7os. deixamos reinar em nFs a vontade prFpria e re+usamos elevar nossos ol"os para o +:u bus+ando a glFria +elesteG in+apa&es de exer+ermos nossa intelig>n+iasegundo o estado da +riação original. inteiramente privados de ra&ão. nos su7eitamos ;+riatura em ve& de servir ao Criador-. M impossível alguém enxergar isto tão claramente se o(spírito anto não lhe tiver concedido o dom de ciência. e pelo dom de piedade o temor de -eusse tinha tornado mais delicado, o dom de ciência parece nos mostrar a existência de umfundamento muito claro tanto para a piedade como para o temor.

    0elo dom de fortaleza a existência de algo mais elevado preparado por -eus paraser )uscado pelos homens se nos torna tão manifesta que passamos a partir em sua procura comtanto empenho que isto se evidencia diante dos homens como uma determinação tão profunda einque)rant!vel a que aparentemente nada pode corromper. M aqui que os homens começam aaspirar com seriedade % santidade. A fortaleza imprime uma marca inconfundível tanto no temor,como na piedade e na ciência.

    A pr!tica a)undante das o)ras de miseric$rdia costuma estar associada com a vidadas pessoas que se prop@em % )usca da santidade com a determinação do dom da fortaleza. +stoocorre porque elas "! não são mais tão guiadas em suas decis@es pelo egoísmo e pelos impulsosdas paix@es com isso seu entendimento se a)re para uma percepção mais aguda dos pro)lemas

    graves que afligem o pr$ximo do que o das as pessoas que ainda estão passionalmente envolvidascom seus pro)lemas pessoais e que não têm tempo nem disposição para os perce)er. /corre, porém, que sempre o sofrimento de outros é o)"etivamente muito maior, mais grave, mais profundo do que os nossos pro)lemas pessoais, e, ademais, afeta um n1mero de pessoas muitomaior do que aqueles a quem podemos efetivamente a"udar. +sto faz com que o envolvimento como sofrimento humano, e de modo especial neste caso em que ele ocorre não por causa de algumacircunstancialidade ou algum pro)lema pessoal, mas por causa de uma clara percepção dagravidade e da extensão deste sofrimento em si mesmo, exige por natureza um aperfeiçoamentodaquela sa)edoria pr!tica que é a virtude a que denominamos de prudência. egundo diz 4icardode ão Fítor no  Jen7amin Binor , a prudência é, na ordem, a 1ltima das virtudes que seaperfeiçoa no homem antes que nele se manifestem as virtudes contemplativas. S prudência est!associada a capacidade do conselho dado com sa)edoria. / dom de conselho é, assim, o modoexterno de como se manifesta diante dos homens aquela conaturalidade para com a pr!tica damiseric$rdia daqueles que estão se aproximando de -eus.

    A santidade eminente que as agradas (scrituras nos relatam ao narrarem as vidasdos patriarcas e dos profetas do Felho ?estamento e as dos ap$stolos e m!rtires do Novo principia propriamente pelo dom de entendimento e se torna madura pelo dom de sa)edoria. / dom deentendimento produz uma tal pureza de alma daqueles que são assim conduzidos pelo (spíritoanto que eles passam a compreender com impressionante clareza o sentido mais profundo dasagradas (scrituras e das coisas divinas. -5 nome entendimento-, diz anto ?om!s de Aquino,

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    -impli+a um +on"e+imento íntimoG signi0i+a ler dentroG : aquele +on"e+imento daintelig>n+ia que penetra at: ; ess>n+ia da +oisa- . 0elo dom de entendimento compreendemos-de um modo límpido e +laro-, diz ainda anto ?om!s de Aquino, o sentido das coisas que sãoensinadas por -eus e que parecem o)scuras ou até mesmo incompreensíveis para a maioria doshomens, muitas vezes inclusive para aqueles que passaram a vida inteira estudando, mas sem )uscar verdadeiramente a -eus. *ais ainda, sua )eleza se nos manifesta com tal evidência que passamos a contempl!las ha)itualmente em nossa alma e com prazer sempre crescente. /shomens que são movidos pelo dom de entendimento são pessoas que vivem ha)itualmente da fé, ea fé neles é tão intensa que "! é como uma posse antecipada da su)stDncia das coisas que elesesperam no céu 53e). 66,6:. M a estas pessoas que 'esus se referia quando dizia2 -Jemaventurados os puros de +oração. porque verão a Deus-  5*at.9,G:. *ais ainda, aqueles que sãomovidos pelo dom de entendimento têm uma facilidade como que conatural para explicar aosoutros o significado das coisas divinas se isto ocorre com pessoas que têm familiaridade com aterminologia e o conhecimento teol$gico, surgem daí aquelas o)ras primas da ?eologia como a Summa T"eologiae de anto ?om!s de Aquino, o Tratado da Santíssima Trindade de 4icardode ão Fitor, 5s Tr>s Dias de 3ugo de ão Fitor, e muitas outras mais. A )eleza extraordin!riadestes escritos, a profunda so)renaturalidade que neles se respira, a impressão que elas produzem

    de estarmos em contato com algo celeste, é conseq#ência de terem sido escritas por alguém emque se manifestava a atuação do dom de entendimento. / dom de entendimento é, tam)ém, comisso, o modo pelo qual o (spírito anto confere aos homens uma aptidão especial para o ensinodas coisas sagradas.

    / dom de sa)edoria est! associado % mais profunda forma de conhecimento que é possível, com o auxílio da graça, ao ser humano. (le é de uma ordem mais elevada do que o domde entendimento e muitíssimo mais ainda do que as formas usuais de conhecimento existentesentre os homens. A causa deste conhecimento é tam)ém diferente nos três casos. Noconhecimento usual dos homens, a causa do conhecimento é o esforço que o homem faz emaprender. No dom de entendimento, a causa é o agir do (spírito anto so)re a inteligência do

    homem "! adiantado na vida das virtudes. No caso do dom de sa)edoria a causa é uma vivênciasupereminente do amor a -eus, amor este movido pela atuação do (spírito anto. (ste amor setorna tão intenso e tão mais acima daquele que os homens normalmente costumam experimentar que através dele -eus infunde na alma uma outra forma de conhecimento mais alta do que o que provém do dom de entendimento. 0or isso é que este dom se chama de sa)edoria segundo omodo comum de entender dos homens, sa)edoria é o mais elevado conhecimento possível. Assimtam)ém entre os dons do (spírito anto enumerase o dom de sa)edoria, por meio do qual o(spírito anto nos move ao mais elevado conhecimento possível e % mais elevada forma decontemplação que o homem pode alcançar. A causa pr$xima da contemplação produzida pelo domde sa)edoria não é uma ação direta do (spírito anto so)re a inteligência, mas o modosupereminente da vivência do amor a -eus produzida em n$s pela graça do (spírito anto que'esus prometeu aos que seguissem os seus preceitos. -Deus nun+a dá esta sabedoria semamor-, diz ão 'oão da =ruz, -pois : o prFprio amor que a in0unde. +omo a0irma o pro0eta 2eremias quando di M3nviou o Sen"or 0ogo aos meus ossos. e ensinou=meN-. / dom desa)edoria, desta maneira, leva o preceito do amor a -eus %s suas m!ximas possi)ilidades as pessoas que são conduzidas pelo dom de sa)edoria amam a -eus como 'esus ensinou quedeveríamos am!Bo, isto é, conforme vimos, -+om todo o nosso +oração. +om toda a nossaalma. +omo todo o nosso entendimento. +om todas as nossas 0orças-. M humanamenteimpossível praticar este mandamento em todo o seu real significado sem o auxílio do dom desa)edoria. / dom de sa)edoria, ademais, eleva ao seu mais alto nível todos os outros dons do(spírito anto cu"as manifestaç@es o precederam com isto, tam)ém, a vida de todas as virtudes

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    alcança o seu grau m!ximo. -Aqueles que al+ançaram o dom de sabedoria- , diz um te$logodominicano recente, -pare+em ter perdido +ompletamente o sentido do "umano e o teremsubstituído pelo sentido do divino +om que v>em e 7ulgam a todas as +oisas Teriam que 0a&er=se uma grande viol>n+ia para des+er aos pontos de vista +om que a mesquin"e& "umana 7ulgatodas as +oisas %ão +"amam desgraça ao que os "omens +ostumam +"amá=la. isto :. umaen0ermidade. uma perseguição. a morte. mas uni+amente ;quilo que o : na realidade. por s>=lo diante de Deus. isto :. ao pe+ado. ; indi0erença. ; in0idelidade ; graça divina As maiores provaç8es. so0rimentos e +ontrariedades não +onseguem perturbar um sF momento a pa& ine0ável de suas almas. +omo se eles 7á estivessem na eternidade Bas o e0eito maisimpressionante diante dos "omens do dom de sabedoria : a morte total ao prFprio eu Aquelesque são +ondu&idos pelo dom de sabedoria amam a Deus +om um amor puríssimo. apenas por sua in0inita bondade. sem mistura de interesse ou de motivos "umanos. sem. por:m renun+iar ao +:u. o que na verdade dese7am mais do que nun+a. mas apenas porque deste modo poderãoamar a Deus +om maior intensidade-. *as, ao contr!rio do dom de entendimento, que permiteao homem ensinar com mais perfeição as coisas de -eus, nem sempre é possível dar conta do quese aprende pelo dom de sa)edoria. egundo anto ?om!s de Aquino, o conhecimento que advém pelo dom de sa)edoria é algo de dei0orme através dele podemos conhecer a -eus mais

     profundamente e am!Bo até ao limite de nossas possi)ilidades, mas nem sempre é possívelexplicar o que dele se conhece desta maneira. /corre, porém, que quando se manifesta o dom desa)edoria no homem, todos os demais dons, e com eles o dom de entendimento, so)em para um plano mais elevado, de modo que, indiretamente, através do efeito que o dom de sa)edoria produzso)re o dom de entendimento, aqueles que o alcançaram podem ensinar mais plenamente do queaqueles que chegaram apenas ao dia do entendimento.

    -eduzse, ademais, desta longa explicação, uma outra importante conclusão. Nasegunda aula afirmamos que os o)"etivos da vida cristã são o amor a -eus e ao pr$ximo que amar a -eus se torna realidade através do tra)alho de nossa santificação, sem o qual não é possívelamar a -eus que o amor ao pr$ximo se torna uma realidade mais plena através do ensino, que é,

     para 'esus, a prova de amor que ele dese"a de n$s. Femos agora, porém, que nenhuma destas duascoisas é possível sem o (spírito anto, pois é através do dom de entendimento que o homem setorna verdadeiramente capaz de ensinar e é através do dom de sa)edoria que o homem se tornaverdadeiramente capaz de amar a -eus. Aos dois maiores mandamentos correspondem tam)ém osdois maiores dons. Ao mandamento do amor a -eus, que é o maior de todos os mandamentos,corresponde o dom de sa)edoria, que é o maior de todos os dons do (spírito anto. Ao segundomandamento, o do amor ao pr$ximo, corresponde o dom de entendimento, que é tam)ém osegundo dentre os dons do (spírito anto. ( assim como o dom de entendimento alcança sua plenitude quando se eleva so) a influência do dom de sa)edoria, assim tam)ém o amor ao pr$ximosomente alcança toda a sua perfeição quando toma a sua força do preceito do amor a -eus. 0araque possamos realizar am)as estas coisas o enhor nos convida insistentemente a que removamostodos os o)st!culos e posterguemos todos os nossos cuidados, para, com o melhor de nossasforças, nos colocarmos ao seu serviço. -epois ainda nos pergunta, no décimo terceiro capítulo do(vangelho de ão 'oão2

    -Compreendeis o O+onvite, que vos 0i&P Se +ompreendeis estas +oisas.

     sereis 0eli&es se as prati+ardes-

      'oão 6I,6K

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    (is o eterno convite, que a tantos comoveu tão profundamente e os levou a a)raçarem o(vangelho. ?eriamno compreendido tam)ém aqueles que lêem estas linhas> -ese"am tam)ém elesa felicidade> (is o que o =risto nos pergunta, porque nos ama e nos ama muito. ( até antes de'esus as agradas (scrituras interpelavam os homens a este respeito2

    -!inde. meus 0il"os-,

    diz o almo II,

     -e eu vos ensinarei o temor do Sen"or  @ual : o "omem que quer a vida.

      e dese7a ver dias 0eli&esP-

    (sta interpelação não foi feita em vão. Atravessou os séculos e, um certo dia, ao ler esta passagem, ão Pento entendeu o que -eus quiz dizer2

    -@ue pode "aver de mais do+e para nFs. +aríssimos-,

    disse ele,

    -do que esta vo& do Sen"or a +onvidar=nosP

    5 Sen"or pro+ura o seu operário na multidão do povo

    ao qual di& estas +oisasE 3is que pela sua piedade

     nos mostra o Sen"or  o +amin"o da vidaE-

    3o"e ão Pento est! no céu, "unto de -eus, para sempre. -ali o seu exemplo e a sua vidacontinuam a nos interpelar para que acordemos do nosso sono tão profundo. -iz tam)ém aagrada (scritura2

    -Desperta. F tu que dormesG levanta=te dentre os mortos.

     e Cristo te iluminará-

      (f. 9,6H.

    (m)ora estas express@es se apliquem a toda a humanidade, a maioria dos homens age como seelas se aplicassem apenas aos outros. 0ode existir sono maior do que este>

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    A existência das agradas (scrituras é uma prova do quanto -eus nos ama e seimporta conosco. (m sua preocupação por n$s, providenciou para que elas se esparramassem por todos os cantos da terra, por todas as suas cidades, e até mesmo para dentro de quase todos oslares, para que os seus filhos s$ não as lessem se não o quisessem. Não existe nada que possa ser tão facilmente encontrado por qualquer um em qualquer lugar e a qualquer momento. As agradas(scrituras são como uma carta através da qual -eus não se cansa de chamar seus filhos queridosos quais, vítimas de uma espécie de loucura, não entendem mais por onde andam. &ualquer umdeles que verdadeiramente se tiver dedicado a entender o que esta mensagem do alto nos quer dizer somente poder! chegar %s mesmas conclus@es a que "! havia chegado ão Pento.

    Famos continuar nossas consideraç@es e examinar mais algumas passagens dasagradas (scrituras relacionadas com o tema de que estamos tratando.

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    '4, 5 3spírito Santo +ondu& ; verdade

    Texto de João 8,31-32.

    -Se permane+erdes nas min"as palavra.sereis verdadeiramente meus dis+ípulosG

    e +on"e+ereis a verdade.e a verdade vos tornará livres-

     /e()e!o come!t$'io.

    0or tudo o que "! falamos depreendese que a verdade de que 'esus fala nesta passagem do (vangelho de ão 'oão é aquela que é o)"eto daquele conhecimento deiforme a quese refere anto ?om!s de Aquino quando comenta so)re o dom de sa)edoria.

    '), A 0iliação divina

     /e()e!a i!t'od)ão.

    ?odos aqueles que vivem em estado de graça, ainda que recém convertidos, sãofilhos de -eus. N$s nos tornamos filhos de -eus pela regeneração da graça, que é uma participação da pr$pria vida que h! em -eus. *as a vida da graça deve crescer em n$s pelo longo

    tra)alho de santificação que -eus espera que, com o seu auxílio, nos empenhemos com todas asnossas forças. 0or causa disso, são mais propriamente chamados filhos de -eus aqueles em que avida da graça alcançou a sua m!xima plenitude. (m uma passagem importante da  SummaT"eologiae que iremos ler a seguir, anto ?om!s de Aquino nos diz que estes são precisamenteaqueles que alcançaram o dom da sa)edoria, através do qual se alcança aquela verdade de que falao (vangelho de ão 'oão.

    Texto da se%)!da pa'te da +e%)!da /a'teda +)mma Teolo%iae, ()estão 45, a'ti%o 6.

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    '?, 5 dom de sabedoria. atrav:s do qual se al+ança  a verdade. : o verdadeiro +ulto devido a Deus

     /e()e!a i!t'od)ão.

    Famos a seguir ler um pequeno texto extraído do Ter+eiro Qivro das Sentençasde 0edro Bom)ardo. 0edro Bom)ardo foi um te$logo dos anos 6677. Aluno no *osteiro de ãoFitor na época em que ali lecionava 3ugo de ão Fítor, tinha sido para l! enviado através de umacarta de recomendação de . Pernardo, pedindo que 3ugo o acolhesse apenas por alguns dias.*as o "ovem não saíu mais de l! tornouse professor de teologia, lecionou na escola anexa %catedral de Notre -ame e depois veio a ser )ispo de 0aris. (screveu uma o)ra de teologia poucoconhecida ho"e em dia, mas que na época foi um dos livros mais consultados pelos que sededicavam ao estudo das coisas de -eus. (ste livro chamavase os @uatro Qivros das Sentenças,e foi profundamente estudado e comentado posteriormente por anto ?om!s de Aquino. /s Qivros das Sentenças  de 0edro Bom)ardo foram um dos elos mais importantes na longaseq#ência de estudos que, começando por volta do ano 66I7 com 5s Bist:rios da 9: Cristã de3ugo de ão Fitor, conduziu por volta do ano 68K7 %  Summa T"eologiae de anto ?om!s de

    Aquino. No Ter+eiro Qivro das Sentenças  h! uma not!vel passagem a respeito do dom dasa)edoria, em que 0edro Bom)ardo diz que a sa)edoria, através da qual se chega % verdade, é o principal culto com que -eus dese"a que o sirvamos.

    Texto do Te'cei'o i&'o das +e!te!as,de /ed'o oma'do, #isti!ão 35.

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    Feio uma mulher da amaria tirar !gua. 'esus disselhe2 -!me de )e)er. /sseus discípulos tinham ido % cidade comprar mantimentos. -isselhe, porém, a mulher amaritana2

    =omo 5é que:, sendo tu "udeu, me pedes de )e)er a mim, que sou mulher samaritana>

    0orque os "udeus não se comunicam com os samaritanos. 4espondeu 'esus, e disselhe2

    e tu conhecesses o dom de -eus, e quem é que te diz2 T-!me de )e)erU,tu certamente lhe pedirias, e ele te daria de uma água viva.

    -isselhe a mulher2

    enhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo donde tens, pois,

    essa !gua viva> Ms tu, porventura, maior do que o nosso pai 'ac$, que nosdeu este poço, do qual ele mesmo )e)eu, os seus filhos, e os seus gados>

    4espondeu 'esus, e disselhe2

    ?odo aquele que )e)e desta !gua tornar! a ter sede, mas o que )e)er da!gua que eu lhe der, nunca mais ter! sede, mas a água que eu l"e der.virá a ser nele uma 0onte de água que salte para a vida eterna .

    -isselhe a mulher2

    enhor, d!me dessa !gua, para eu não ter  mais sede, nem vir aqui tir!la.

    -isselhe 'esus2

    Fai, chama teu marido, e vem c!.

    4espondeulhe a mulher, e disse2

    Não tenho marido.

    'esus disselhe2

    -isseste )em2 TNão tenho maridoU porque tiveste cinco maridos, e o queagora tens, não é teu marido isto disseste com verdade.

    -isselhe a mulher2

    enhor, ve"o que és profeta. Nosso pais adoraram so)re este monte, e v$sdizeis que em 'erusalém é o lugar onde se deve adorar.

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    -isselhe 'esus2

    *ulher, crême que é chegada a hora, em que não adorareis o 0ai, nemneste monte, nem em 'erusalém. F$s adorais o que não conheceis, n$sadoramos o que conhecemos, porque dos "udeus é que vem a salvação.*as vem a "ora. e 7á +"egou. em que os verdadeiros adoradoresadorarão o


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