Date post: | 07-Apr-2016 |
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HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE DUTRA RESIDÊNCIA MÉDICA
SERVIÇO DE CIRURGIA GERAL
LAURA ROSA CARVALHO DIAS - R1MARCIO JACKSON BARRETO - R2
LEMANU D. P., SRINIVASA S., SINGH P. P., JOHANNSEN S., MACCORMICK A. D., HILL A. G.
OPTIMIZING PERIOPERATIVE CARE IN BARIATRIC SURGERY PATIENTS
Department of Surgery, South Auckland Clinical School, Middlemore Hospital, University of Auckland, Otahuhu, Auckland, New Zealand
OBES SURG (2012) 22:979-990
INTRODUÇÃO
CIRURGIA BARIÁTRICA
Método baseado em evidencias para tratar obesidade grave e obesidade associada à comorbidades
Efeitos benéficos a longo prazo em detrimento do aumento da morbidade a curto prazo
A otimização dos cuidados perioperatórios podem minimizar os danos desta cirurgia
ERAS incorporam múltiplas intervenções baseadas em evidências para padronizar o atendimento perioperatório
INTRODUÇÃO
CIRURGIA BARIÁTRICA
Ainda existem poucos estudos sobre a implementação de ERAS em cirurgia bariátrica
Existe um ganho potencial na recuperação a curto e longo prazo desses pacientes
O objetivo do artigo é rever a literatura que descreve a segurança e eficácia de intervenções baseadas em evidências de cuidados perioperatórios
MÉTODOS
As intervenções foram escolhidas com base nas recomendações de diretrizes e na experiência clínica com ERAS
Os termos de busca incluíram: "cirurgia bariátrica", "cirurgia da perda de peso", "bypass gástrico", "ERAS", "recuperação melhorada", "recuperação melhorada após a cirurgia", "cirurgia fast-track", "cuidados pré-operatórios, perioperatórios, intraoperatórios e pós-peratórios ".
MÉTODOS
Banco de dados utilizados: MEDLINE, Scopus, EMBASE, Cochrane Database, Cochrane Central Register, bem como intervenções obtidas de experiências clínicas em ERAS
Foram avaliadas as intervenções perioperatórias aplicadas em cirurgia abdominal devido a escassez de dados em ERAS na cirurgia bariátrica
PRÉ-OPERATÓRIO
INFORMAÇÕES
É importante preparar o paciente para o desenvolvimento físico e mudanças de comportamento induzidos pela cirurgia
Estudos em cirurgia colorretal sugerem que pacientes bem informados no pré-operatório tem menos ansiedade, maior adesão as recomendações e melhores resultados
Visitas a ala de internação também familiariza e aumenta a
segurança e a independência do paciente
PRÉ-OPERATÓRIO
PREHABILITATION
É a preparação do paciente para o estresse da cirurgia de grande porte, aumentando sua capacidade funcional no pré operatório
Estudos foram realizados na cirurgia ortopédica, cardiotorácica e colorretal, onde os pacientes geralmente são mais velhos e frágeis que os da cirurgia bariátrica
Exercícios aeróbicos e treinamento de resistência, otimização da nutrição e cessação do uso de drogas
PRÉ-OPERATÓRIO
ATIVIDADE FÍSICA
É recomendada para melhorar a função cardiorrespiratória, o volume sistólico, a função endotelial e o consumo máximo de oxigênio
A adição de treinamento de resistência aumenta a força muscular e massa neuronal
Diminui as quedas, previne angina e melhora a qualidade
de vida
PRÉ-OPERATÓRIO
ATIVIDADE FÍSICA
Os benefícios têm sido demonstrados em cirurgia colorretal, cardiovascular e ortopédica resultando em taxas menores de complicações, mortalidade e permanência no hospital
A idade avançada e fragilidade desses pacientes pode limitar as projeções para os pacientes da cirurgia bariátrica
O período minimo de exercicios para que haja beneficio é 4
semanas
PRÉ-OPERATÓRIO
ATIVIDADE FÍSICA
Os estudos sugerem que deve have um máximo de 3 meses de exercício, para otimizar a chance de benefícios
A maioria dos programas de exercícios insiste na inclusão de aeróbica e exercícios de força
Os exercícios aeróbicos visam atingir 40-70% da FC de
reserva com sessões de 20 e 40 min/dia 1 a 3 meses antes da cirurgia
PRÉ-OPERATÓRIO
ATIVIDADE FÍSICA
Os exercícios de força envolvem o treinamento com peso
A percentagem do peso máximo suportável é definida pelo valor na série que antecede a fadiga
Carli et al. sugeriu que o peso ideal suportado por um grupo
muscular deve ser 60% de 1-RM, que equivale a 15 repetiçoes antes da fadiga
PRÉ-OPERATÓRIO
ADESÃO AOS EXERCÍCIOS
Os programas de exercícios pré-operatórios são severamente limitados pelas altas taxas de não-adesão
Deve exigir um acompanhamento regular por um médico da atenção primária ou fisioterapeuta
Devido a falta de dados os exercícios pré-operatórios não
devem ser considerados um componente essencial nas ERAS
PRÉ-OPERATÓRIO
NUTRIÇÃO
Os pacientes obesos podem ter deficiências nutricionais O que se deve a alta ingesta de alimentos calóricos em
detrimento aos outros nutrientes
Os nutrientes mais depletados são: vit D, B6 e B12, folato e minerais Mg, Fe e Zn
PRÉ-OPERATÓRIO
NUTRIÇÃO
Deficiências secundárias à cirurgia bariátrica são: os oligoelementos, tais como ferro, selênio, zinco e cobre
A gastrectomia videolaparoscópica também pode induzir hipervitaminose
Suplementação nutricional de deficiências é essencial no
intraoperatório dos pacientes bariátricos
PRÉ-OPERATÓRIO
FUMO E ÁLCOOL
Um ou mais cigarros/dia e ingesta exagerada de álcool (três bebidas álcoolicas/dia, 12 g de etanol por bebida)
Aumentam o risco de complicações pós-operatórias duas a quatro vezes após uma grande cirurgia
As diretrizes européias de cirurgia bariátrica listam abuso e
dependência de substâncias como contra-indicações
PRÉ-OPERATÓRIO
TABAGISMO
Está associado a um risco aumentado de mortalidade no pós-operatório e de morbidade em qualquer cirurgia
Inibe o sistema imunológico e está associado a um aumento em 5x do risco de complicações no pós-operatório
Moller et al. demonstrou que mesmo uma redução de 50% no hábito de fumar não diminuiu significamente os riscos de complicações no pós-operatório
PRÉ-OPERATÓRIO
TABAGISMO
Aumenta o consumo de
O2
Resulta em hipóxia tecidual crônica
Leva a aumento da produção de
hemácias
Viscosidade sanguínea
PRÉ-OPERATÓRIO
TABAGISMO
Maior incidência de doenças respiratórias crônicas
Maior risco de complicações pulmonares
Maior taxa de extubação por tosse
Apnéia laringoespasmo na indução
Maior tempo de hospitalização
Maior taxa de internação em UTI
Cessação tabágica 4 a 6 semanas antes da cirurgia diminui pela metade o risco de complicações
PRÉ-OPERATÓRIO
ÁLCOOL
Disfunção imune
os riscos de complicações pós operatórias
Hemorragia
Cardiorrespiratório
Infecção de F.O
Sepse PneumoniaChoque séptico Complições da F.O
Assim como o tabagismo preconiza-se uma abstinência alcoólica de 4 a 6 semanas no pré-operatório
PRÉ-OPERATÓRIO
PERDA DE PESO
Os pacientes bariáticos rotineiramente são aconselhados a perder peso no pré-operatório
Livhits et al. publicou que a perda de peso pré-operatória seria o único fator positivamente associado a perda no pós-operatório
No entanto este resultado só foi encontrado em 07 dos 14 estudos incluidos no trabalho
Preconiza-se a aplicação de um suplemento anorético de 2 a 4 semanas antes da cirurgia
PRÉ-OPERATÓRIO
JEJUM PRÉ-OPERATÓRIO
Existem evidências que demonstram que o jejum de 6 horas é desnecessário e até prejudicial
A literatura atual sugere que o volume residual gástrico de pacientes obesas é inferior ao das magras
O jejum de pacientes obesos não deve diferir dos não-obesos
A oferta de carboidratos no pré-operatório melhora o metabolismo da glicose e tem mostrado ser seguro em pacientes DM
PRÉ-OPERATÓRIO
AMBIENTE
Zargar-Shoshtari et al. em seu estudo evidenciou que o ambiente hospitalar influencia na recuperação pós-cirurgica
Ambientes favoráveis com boa iluminação e com interação social, reduzem a ansiedade e modificam o comportamento
A presença de enfermeiras treinadas no ERAS melhora a recuperação nas cirurgias eletivas
INTRAOPERATÓRIO
GLICOCORTICÓIDES
A administração endovenosa foi associada a menor tempo de internação e complicações
Numa análise multivariada mostrou-se que uma aplicação em bolus de esteróide em cirurgia bariátrica foi um preditor independente de melhores resultados no pós-operatório
Deve-se tomar cuidado com o efeito indutor de hiperglicemia
A dose de 8 mg de dexametasona intravenosa mostrou-se segura durante a indução. O tempo ideal seria 90 min antes
INTRAOPERATÓRIO
ANESTESIA
Pacientes obesos têm maior risco anestésico do que os não-obesos, devido a uma carga maior de comorbidades e deficiência fisiológica
Múltiplos aspectos devem ser considerados em pacientes submetidos a cirurgia bariátrica
INTRAOPERATÓRIO
POSICIONAMENTO NA MESA
O posicionamento correto na mesa cirurgica é vital para anestesia segura
Camas personalizadas para pacientes bariátricos, com cuidados especiais as áreas de pressão
Prevenindo úlceras de pressão e rabdomiólise
INTRAOPERATÓRIO
AQUECIMENTO
A hipotermia ocorre em cirurgias abertas devido a exposição de orgãos e em laparoscopias devido a insuflação de CO2 frio e seco
Nguyen et al. não encontrou diferença significativa na prevalência de hipotermia em cirurgias abertas e laparoscópicas
INTRAOPERATÓRIO
FUNÇÃO RESPIRATÓRIA
Pacientes obesos tem padrão respiratório restritivo
Mais suscetíveis a hipoxemia
Os anestésicos induzem a redução da capacidade residual funcional em 50% nos obesos que associada a menor redução do tônus do diafragma leva ao aumento de atelectasias
INTRAOPERATÓRIO
FARMACOLOGIA
O Romifentanil é frequentemente usado na indução da bariátrica, porque sua distribuição não é influenciada pela lipofilia
Os bloqueadores musculares e o propofol também são dosados de acordo com a massa magra
A associação de ondansentrona e dexametasona é efetiva em diminuir naúseas e vomitos
INTRAOPERATÓRIO
MANEJO DE VIAS ÁEREAS
Pacientes obesos tem uma incidência 13% maior de intubação difícil
Preconiza-se o uso de fibra óptica na intubação como forma segura e eficaz
INTRAOPERATÓRIO
LAPAROSCOPIA
A cirurgia aberta permite a ampla dissecção e a realização de procedimentos auxiliares
A laparoscopia está associada a menor período de internação, de complicações e de dor pós-operatória
Atualmente a maioria das cirurgia bariátricas são por laparoscopia
INTRAOPERATÓRIO
LAPAROSCOPIA
Há uma relação inversa entre a experiência do cirurgião, complicações pós-operatórias e o tempo de permanência hospitalar
O efeito do pneumoperitônio na recuperação pós-operatória foi apenas marginal
Aquecimento e umidificação do CO2 insuflado
Evidências atuais não são claras em cirurgias laparoscópicas
Metanálise recente: Savel R, Balasubramanya S, Lasheen S, et al.
Beneficial effects of humidified, warmed carbon dioxide insufflation during lapa- roscopic bariatric surgery: a randomized clinical trial. Obes Surg. 2005;15:64–9. Três artigos com alguns benefícios na recuperação pós-
operatória de bypass gástrico em “Y de Roux”
Fluidos Histórico
Literatura atual Kehlet et al.
Parâmetros hemodinâmicos Goal-directed fluid therapy
Jain et al. / Wool et al. Resultados indiferentes
Drenagem profilática Comumente utilizada Detecção precoce de fístula e facilidade do seu
manejo não-operatório Prevenção de infecção de sítio cirúrgico
Salagado et al. Aumento da inflamação peritoneal
7 dias de dreno
Pode ser desnecessária
Sonda nasogástrica
Popular em obstrução de intestino delgado
Huerta et al. Não houve diferença estatística de complicações Desnecessário
Analgesia Otimizar a analgesia é essencial
Início no intraoperatório
Conforto pessoal
Mobilização precoce
Redução da incidência de troboembolismo venoso e atelectasia
Anestésico intraperitoneal Incisões mínimas em laparoscopia
Dissecção e resseção – noscicepção visceral – dor
Bloqueio de vias aferentes viscerais
Administração antes da dissecção
Métodos de administração Aerossol: Alkhamesi et al. Cateter de infusão: Sherwinter et al.
Analgesia pós-operatória multimodal Método mais eficaz
Administrar nos portais confeccionados
Analgesia intraperitoneal
AINES
Analgesia peridural
Minimizar o uso de opiáceos
Apnéia obstrutiva e depressão respiratória grave
PÓS-OPERATÓRIO
Oxigênio suplementar no pós-operatório Obesidade como fator de risco
Aumento do risco de hipoperfusão tecidual – infecção
Greif et al. Oferta de 80% x 30% de O2
Sem níveis ainda padronizados de oferta de O2
PÓS-OPERATÓRIO
Ingesta oral Ingesta oral precoce traz benefícios em cirurgias
abdominais
Cirurgia bariátrica Poucos dados comparativos
Sugere-se dieta com líquidos claros por 1 a 2 dias após a cirurgia
Aumento gradual da consistência dos alimentos
Não há diretrizes definidas sobre o assunto
PÓS-OPERATÓRIO
Mobilização Redução IMC-dependente da função respiratória no
pós-operatório Atelectasia
Estimular deambulação precoce
Fisioterapia
Redução de eventos troboembólicos, úlceras de pressão, dor e pneumonia
PÓS-OPERATÓRIO
Tromboprofilaxia Pacientes bariátricos – maior incidência de TEV Embolia pulmonar – 50% da mortalidade
HBPM associada com profilaxia mecânica (meia pneumática)
Filtro de veia cava
Dobesh et al. 40mg enoxaparina SC + meias pneumáticas +meias de
dissuasão pneumáticas + mobilização precoce
Disponível em:https://www.google.com.br/search?num=10&hl=pt-BR&site=imghp&tbm=isch&source=hp&biw=1440&bih=714&q=filtro+de+veia+cava&oq=filtro+de+veia+cava&gs_l=img.3.
CONCLUSÕES
Condutas perioperatórias para otimização da evolução pós-cirurgia
Sem dados claros no contexto da cirurgia bariátrica
Abordagem multidisciplinar no pós-operatório de cirurgias bariátricas
Aplicabilidade do “ERAS” na cirurgia bariátrica
Necessário mais pesquisas a respeito
OBRIGADO