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CRDITO DE CAPA:1. ARCELORMITTAL BIOFLORESTAS/EDUARDO ROCHA2. ARQUIVO PLANTAR3. ARCELORMITTAL BIOFLORESTAS/KIKA ANTUNES4. KLABIN/ZIG KOCH5. ARQUIVO DURATEX6. ARQUIVO DURATEX7. FIBRIA/RICARDO TELES8. CENIBRA/PAULO SRGIO DE OLIVEIRA9. ARQUIVO INTERNATIONAL PAPER10. KLABIN/ZIG KOCH
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4 | indstria brasileira de rvores | 2014
ACREDITAMOS QUE AS RVORES PLANTADAS
SO O FUTURO DAS MATRIAS-PRIMAS
RENOVVEIS E RECICLVEIS E QUE A ATIVIDADE TER
PAPEL FUNDAMENTAL NO DESENVOLVIMENTO
SUSTENTVEL DO PLANETA.
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CARTA AO LEITOR
Prezado leitor,
Temos a satisfao de apresentar a publicao Ib 2014, da Indstria Brasileira de rvores, que traz os indicadores de desempenho do setor nacional de rvores plantadas referentes ao ano de 2013. desses plantios, exclusivamente, que se originam no Pas importantes matrias-primas e produtos que movimentam a economia nacional, tais como painis de madeira, pisos laminados, celulose, papel e biomassa, e neles se estrutura o crescimento do setor.
Esta primeira edio do relatrio marca mais uma etapa da criao da Ib, associao que desde abril de 2014 representa institucionalmente, junto aos seus pblicos de relacionamento no Brasil e no Exterior, as 70 empresas e associaes estaduais que participavam da Associao Brasileira da Indstria de Painis de Madeira (Abipa), da Associao Brasileira da Indstria de Piso Laminado de Alta Resistncia (Abiplar), da Associao Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf) e da Associao Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa). Alm dos produtos originrios das rvores plantadas, a Ib atua em prol dos produtores independentes desses plantios e dos investidores institucionais do setor.
Com sede em Braslia e escritrio em So Paulo, a misso da Ib incrementar a competitividade do setor, a partir dos 7,6 milhes de hectares de rvores plantadas para fins industriais eucalipto, pinus e demais espcies. Acreditamos que as rvores plantadas so o futuro das matrias-primas renovveis e reciclveis e que a atividade ter papel fundamental no desenvolvimento sustentvel do planeta, por seus benefcios ao meio ambiente, manuteno da biodiversidade e s comunidades.
Os projetos de investimento em andamento e previstos das empresas associadas Ib tambm se baseiam no potencial das rvores plantadas. Estimam-se investimentos de R$ 53 bilhes at 2020, voltados ao aumento dos plantios, ampliao de fbricas e construo de novas unidades.
Desde seu lanamento, a Ib atua a partir do Plano de Metas, definido e aprovado por seu Conselho Deliberativo. Entre os principais pontos, destacamos a importncia da criao de uma Poltica Nacional de Florestas Plantadas (PNFP), cujo escopo vem sendo debatido entre o governo federal e o setor. A iniciativa prev aes de estmulo e investimento em pesquisa, assistncia tcnica e extenso rural, para estimular essa atividade econmica.
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A Ib tambm tem entre suas prioridades a negociao da reduo da carga fiscal dos investimentos e a compensao de resduos tributrios nas exportaes, temas fundamentais para a competitividade das empresas, ao lado da necessidade de melhoria da infraestrutura nacional. Busca ainda combater a concorrncia desleal, especialmente em relao ao desvio de finalidade de papel imune e aos pisos laminados.
Aprofundar a discusso sobre a aquisio de terras por empresas de capital estrangeiro, valorizando a necessidade de segurana jurdica para atrair investimentos, outro ponto de destaque da agenda. Queremos, ainda, ampliar o debate, no Brasil e em fruns internacionais, sobre as negociaes de crdito de carbono florestal e o plantio de rvores geneticamente modificadas, assuntos que esto na agenda futura do setor e precisam ser avaliados em profundidade por todas as partes envolvidas.
A Ib promove a sustentabilidade das empresas do setor de rvores plantadas, que ocorre por meio do investimento em programas sociais, prticas de manejo florestal, certificao dos plantios, consumo consciente dos recursos naturais e programas de fomento de pequenos produtores rurais. Somadas, so iniciativas que geram valor social em regies brasileiras distantes dos grandes centros urbanos e reduzem a presso sobre matas nativas e recuperam solos degradados. Alm disso, diversificam atividades locais, geram emprego e renda e contribuem no desenvolvimento das comunidades nas quais os plantios e as unidades industriais esto inseridos.
A associao atuar ainda para alinhar as empresas associadas no mais elevado patamar de cincia, tecnologia e responsabilidade socioambiental, buscando solues inovadoras para o mercado brasileiro e global, diante do desafio de suprir demandas futuras de produtos madeireiros, por conta do crescimento da populao mundial. Essas solues se traduzem atualmente no desenvolvimento de produtos e processos cada vez mais avanados e inovadores, na biotecnologia e na nanotecnologia, visando aos mltiplos usos da madeira e das fibras.
A publicao Ib 2014 substitui o Anurio Estatstico Abraf, editado de 2006 a 2013, ampliando o seu contedo setorial. Traz dados industriais e introduz temas em pauta nos prximos anos. Acreditamos que a publicao ser uma importante ferramenta de trabalho para as empresas associadas e tambm para toda a cadeia de rvores plantadas e profissionais que se dedicam para tornar o setor, cada vez mais, uma referncia mundial.
Boa leitura!
Carlos A. Lira Aguiar Presidente do Conselho Deliberativo da Ib
NDICE
A INDSTRIA BRASILEIRA DE RVORES (Ib) 11 Um novo setor industrial 13 Associadas
14 Atuao internacional da Ib
CAPTULO I 21 SUMRIO EXECUTIVO
CAPTULO II 27 PANORAMA DA ECONOMIA INTERNACIONAL E BRASILEIRA
CAPTULO III 33 O SETOR BRASILEIRO DE RVORES PLANTADAS 33 Caracterizao e posio internacional 36 Plantios de rvores como opo de investimento
38 Principais desafios
41 Inovao e tecnologia: o futuro das rvores plantadas
CAPTULO IV 49 INDICADORES DO SETOR BRASILEIRO DE RVORES PLANTADAS 49 rea plantada com rvores no Brasil 52 Consumo de madeira in natura
52 Certificao florestal
54 Desempenho do setor brasileiro de rvores plantadas
54 Celulose e Papel
59 Painis e Pisos de Madeira
62 Madeira Serrada
65 Siderurgia a Carvo Vegetal
CAPTULO V 71 O VALOR DO SETOR DE RVORES PLANTADAS 71 Produto interno bruto setorial
72 Gerao de empregos
72 Gerao de renda
73 Arrecadao de tributos
73 Contribuio para a balana comercial
74 Aumento da renda de pequenos produtores florestais
75 Contribuio para o combate mudana do clima
79 Proteo de habitats naturais
79 Desenvolvimento regional
81 Programas de responsabilidade social e ambiental
83 Investimentos
83 Pesquisa e desenvolvimento
NOTAS METODOLGICAS 86 1. rea plantada com rvores no Brasil
87 2. Consumo de madeira in natura
87 3. Desempenho do setor brasileiro de rvores plantadas
88 4. Produto interno bruto setorial
88 5. Gerao de empregos
88 6. Gerao de renda
88 7. Arrecadao de tributos
88 8. Contribuio para a balana comercial
89 9. Aumento da renda de pequenos produtores florestais
89 10. Contribuio para o combate mudana do clima
89 11. Desenvolvimento regional
LISTAS 92 Tabelas
92 Figuras
94 Siglas
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UM NOVO SETOR INDUSTRIAL
Para criar um novo setor econmico-industrial, 70 empresas e associaes estaduais lanaram em abril de 2014 a Indstria Brasileira de rvores (Ib), associao que representa os segmentos de painis e pisos de madeira, celulose, papel e florestas energticas, alm de produtores independentes de rvores plantadas e investidores institucionais.
As associadas da Ib participavam da Associao Brasileira da Indstria de Painis de Madeira (Abipa), da Associao Brasileira da Indstria de Piso Laminado de Alta Resistncia (Abiplar), da Associao Brasileira dos Produtores de Florestas Plantadas (Abraf) e da Asso-ciao Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa).
A proposta de criao da Ib comeou a ser debatida por essas instituies em 2011, quando um estudo sobre o setor apontou as rvores plantadas como principal vetor de pro-duo e desenvolvimento econmico e so-cioambiental dos diversos segmentos da indstria de base florestal. O benchmarking destacou tambm outros pontos em co-mum relevantes, como o investimento em tecnologia para os mltiplos usos da base florestal e as pesquisas em biotecnologia e nanotecnologia.
O nome Indstria Brasileira de rvo-res resultado de um trabalho de cons-truo de marca e de posicionamento e refora a base do negcio que une as em-presas: os 7,6 milhes de hectares de r-vores plantadas do Pas. Ib reflete a viso do presente e do futuro do setor, pois tem origem no tupi-guarani e significa frutos. Alm dos produtos que vm da rvore plantada, engloba, em um sentido mais amplo, os as-pectos sociais, como a gerao de emprego e renda, o desenvolvimento de comunidades, a gerao de servios ambientais, a absoro de carbono, a manuteno da biodiversidade e as inovaes tecnolgicas.
Governana CorporativaTrs Conselhos Deliberativo, Consultivo e Fiscal so a base da estrutura de Gover-
nana Corporativa da associao. O Conselho Consultivo, presidido por Daniel Feffer, tem como atribuies recomendar estratgias, polticas e diretrizes de atuao da associao. O Conselho Deliberativo, presidido por Carlos Augusto Lira Aguiar, estabelece as estratgias de atuao e de gesto da entidade, reunidas no Plano de Metas, buscando harmonizar os inte-resses dos diversos segmentos de atuao das associadas. O Conselho Fiscal acompanha o oramento da entidade.
A INDSTRIA BRASILEIRA DE RVORES (Ib)
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Os nove segmentos industriais de atuao da Ib esto representados no Conselho Deliberativo por vice-presidncias, responsveis por apresentar temas e projetos especficos de sua atividade. So elas:- Vice-presidncia de Celulose- Vice-presidncia de Papel- Vice-presidncia de Papel para Embalagem- Vice-presidncia de Papel para Produtos de Higiene- Vice-presidncia de Painis de Madeira- Vice-presidncia de Florestas Energticas- Vice-presidncia de Produtores Independentes- Vice-presidncia de Associaes Estaduais- Vice-presidncia de Mdias Empresas
Comits TemticosNa estrutura de Governana, os Comits Temticos, formados por executivos das em-
presas e representantes da Ib, tm a responsabilidade de acompanhar o andamento do Plano de Metas, contribuindo para a atuao proativa da associao. Mais de 530 executivos atuam nos Comits e Grupos de Trabalho (temas especficos) da Ib, entre eles: Florestal, Biotecnologia, Certificao Florestal, Comunicao, Jurdico, Mudanas Climticas/Carbono Florestal, Poltica Nacional de Resduos Slidos, Qualidade Tcnica Painis/Pisos Laminados, Papel Imune, Tributrio e Fiscal, e Sustentabilidade.
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ASSOCIADAS
A Indstria Brasileira de rvores (Ib) rene 70 empresas e associaes estaduais do setor de rvores plantadas e seus diversos segmentos de atuao.
Empresas Produtoras
Associaes Estaduais
Empresas Colaboradoras
Adami S.A. MadeirasAhlstrom Brasil Indstria e Comrcio de Papis EspeciaisAmataAperam BioEnergiaArauco Forest Brasil S.A.ArcelorMittal BioFlorestasArjo WigginsBerneck S.A. Painis e SerradosBignardi Indstria e Comrcio de Papis e Artefatos Ltda.Brookfield (Comfloresta)BSC Bahia Specialty CelluloseCelulose Irani S.A.Celulose Nipo-Brasileira S.A. - CenibraCMPC Celulose RiograndenseCMPC MelhoramentosCopapa Cia. Paduana de PapisDuratex S.A.ECTX S.A.Eldorado Brasil Celulose S.A.Facepa Fbrica de Papel da Amaznia S.A.Fibraplac Painis de Madeira S.A.FibriaFloraplac MDF Ltda.Florestal ItaquariFlorestecaGerdau Aos Longos S.A.Guararapes Painis Ltda.Ibema Cia. Brasileira de PapelIguau Celulose, Papel S.A.
International Paper do Brasil Ltda.Kimberly-Clark Brasil Indstria e Comrcio de Produtos de Higiene Ltda.Klabin S.A.Lwarcel Celulose Ltda.MD Papis Ltda.Melhoramentos Florestal Ltda.Mili S.A.Munksj Brasil Ind. e Com. de Papis Especiais Ltda.MWV RigesaOji Papis Especiais Ltda.Papirus Indstria de Papel S.A.Pisa Indstria de Papis Ltda.PlantarPrimo Tedesco S.A.Ramires ReflortecRMS do Brasil Administrao de FlorestasSanta Maria Cia. de Papel e CeluloseSanther Fbrica de Papel Santa Therezinha S.A.Sonoco do Brasil Ltda.Stora Enso Arapoti Indstria de Papel Ltda.Sudati Painis Ltda.Suzano Papel e Celulose S.A.SWM Schweitzer-Mauduit do Brasil Indstria e Comrcio de Papis Ltda.Trombini Embalagens S.A.TTG Brasil Investimentos Florestais Ltda.VallourecVeracel Celulose S.A.
Aretins Associao dos Reflorestadores do TocantinsAssociao Baiana das Empresas de Base Florestal AbafAssociao Catarinense de Empresas Florestais ACRAssociao Gacha de Empresas Florestais AgeflorAssociao Mineira de Silvicultura AMS
Associao Paranaense de Empresas de Base Florestal ApreAssociao Paulista de Produtores de Florestas Plantadas Florestar
Associao Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas Reflore MS
Akzo Nobel Pulp and Performance Qumica Ltda.Albany International Tecidos Tcnicos Ltda.ArborGen Tecnologia Florestal
FuturaGene Brasil Tecnologia Ltda.Pyry Tecnologia Ltda. Unipar Carbocloro S.A.
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ATUAO INTERNACIONAL DA IB
A Indstria Brasileira de rvores (Ib) participa ativamente dos mais importantes fruns e conselhos mundiais de base florestal, nos quais apresenta e defende temas de interesse para o setor de rvores plantadas do Pas. A agenda internacional da associao engloba temas florestais, como certificao, boas prticas de manejo florestal, biotecnologia arbrea e inova-o; industriais, como competitividade, uso de resduos e reciclagem; e socioambientais, como apoio a pequenos produtores florestais e absoro de carbono pelas rvores plantadas.
Entre as atividades, destaca-se a participao no Steering Committee do International Council of Forest and Paper Associations (ICFPA), formado por mais de 30 associaes de importantes pases do mercado florestal mundial, como a Confederation of European Pa-per Industries (CEPI), a American Forest & Paper Association (AF&PA) e a Forest Products Association of Canada (FPAC). O ICFPA busca promover a cooperao de seus membros em reas de interesse comum, alm de defender mundialmente a indstria de produtos de base florestal, por meio de uma agenda de temas de grande relevncia e de aes conjun-tas, apresentados pelas entidades-membro. O Steering Committee coordena essa agenda e viabiliza os trabalhos estabelecidos.
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O ICFPA representa hoje cerca de 60% da produo mundial de madeira e 90% da produo de papel no mundo. Posicionamentos sobre temas como certificao florestal, bio-tecnologia, mudanas do clima, rvores plantadas e outros so debatidos e encaminhados aos fruns de interesse. Participa tambm de importantes eventos para a divulgao e reco-nhecimento das melhores prticas da indstria mundial de produtos de base florestal. A cada dois anos, o ICFPA publica o Sustainability Progress Update relatrio com indicadores de desempenho de seus associados que apresenta o crescimento e a evoluo da indstria mundial para o desenvolvimento de uma economia verde e sustentvel.
Para reforar ainda mais sua atuao internacional, a Ib assumiu a vice-presidncia do ICFPA, em junho de 2014, e se prepara para presidir o Conselho, em maio de 2015.
Atuao integrada
O ICFPA reconhecido por importantes entidades mundiais como a Organizao das Naes Unidas para a Alimentao e a Agricultura (FAO), na qual desenvolve trabalho com-plementar no Advisory Committee on Sustainable Forest-based Industries (ACSFI), conselho estatutrio da FAO. Composto por executivos do setor privado industrial de 20 pases, o ACSFI tem como objetivo principal oferecer orientao para as atividades e o programa de trabalho do Departamento Florestal da FAO, em temas relevantes para a indstria de produtos de base florestal, apoiando os esforos da indstria global rumo ao desenvolvimento sustentvel.
A Ib mantm ainda relacionamento com outras organizaes que tratam de temas de interesse do setor florestal mundial, como o Forest Solutions Group do World Business Coun-cil for Sustainable Development (FSG/WBCSD), os principais sistemas de certificao florestal - Forest Stewardship Council (FSC) e Programme for the Endorsement of Forest Certification (PEFC) - e fruns e organizaes socioambientais, como o The Forest Dialogue (TFD).
Nesses fruns, os principais temas de discusso so as boas prticas de manejo flores-tal, servios ambientais, inovao e tecnologia, sustentabilidade na cadeia produtiva do setor e engajamento com a sociedade civil nas tomadas de deciso. A Ib realiza e acompanha reunies, eventos e consultas pblicas nesses fruns, alm de integrar grupos tcnicos e ela-borar documentos para a definio de uma agenda comum e a representao dos interesses setoriais nos debates.
A Ib participa tambm de projetos especficos com pblicos de relacionamento, como organizaes no governamentais. Um bom exemplo o New Generation Plantations (NGP), iniciativa do World Wildlife Fund (WWF), em parceria com empresas florestais. Baseia-se no desenvolvimento e apresentao de estudos de caso que tm como objetivo coletar e com-partilhar conhecimentos sobre as boas prticas de plantaes florestais bem manejadas, a fim de promover efetiva gesto da paisagem e restaurao de terras degradadas, alm de incentivar o desenvolvimento rural, realizados em parceria entre empresas e ONGs. A Ib acompanha debates e visitas tcnicas do NGP, visando a promover as plantaes do Brasil como parte da nova gerao de plantaes no mundo.
A importncia da certificaoA Ib integra o FSC International e o Programa Brasileiro de Certificao Florestal (Cer-
flor), sistema endossado pelo PEFC no Brasil. Dessa forma, participa ativamente da construo da agenda de certificao florestal nacional e mundial por meio do engajamento nas principais plataformas de deciso desses sistemas.
Para a Ib, a certificao florestal ferramenta para a gesto florestal ambientalmente responsvel, social e economicamente vivel, no presente e para as geraes futuras. Temas fundamentais de discusso com os sistemas de certificao so a gesto do uso de qumicos, a biotecnologia arbrea, a discusso de escala dos plantios, o papel das plantaes certifi-
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cadas no suprimento da demanda por fibras, madeira e energia, entre outros. Alm de participar dos pro-cessos decisrios dos sistemas FSC e PEFC, a Ib atua na difuso contnua das boas prticas de manejo florestal e dos benefcios socioeconmicos alcana-dos com a certificao, para stakeholders nacionais e internacionais.
Fruns das Naes UnidasA atuao internacional da Ib inclui, tambm,
o acompanhamento das grandes negociaes inter-nacionais conduzidas pelas Naes Unidas: as mu-danas do clima e o desenvolvimento sustentvel. A entidade membro-observador da United Nations Framework Convention on Climate Change (UN-FCCC) e da United Nations Conference on Sustaina-ble Development (UNCSD), nas quais acompanha os temas de interesse e de impacto para o setor brasi-leiro de rvores plantadas. Alm disso, promove a cooperao junto a autoridades brasileiras comunicando as aes da indstria nacional, de forma a contribuir com os compromissos internacionais assumidos pelo governo.
Conselhos EmpresariaisA Ib participa de conselhos empresariais dos principais parceiros comerciais do setor
de rvores plantadas. Essas organizaes so responsveis por promover o debate de te-mas de interesse da indstria nacional e dos governos dos pases participantes. Atualmente, integra o Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), o Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos (Cebeu) e o Conselho Empresarial do BRICS bloco formado por Brasil, Rssia, ndia, China e frica do Sul.
Nesse contexto tambm atua na Brazil Industries Coalition (BIC), entidade que repre-senta diversos setores privados nacionais nos Estados Unidos. O objetivo promover a troca de informaes, identificando oportunidades de negcios.
Na rea de Defesa Comercial, a Ib membro do Comit Brasileiro de Barreiras Tcni-cas ao Comrcio (CBTC), rgo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), que monitora a criao de barreiras no tarifrias nos principais mercados. O Comit, formado pelos principais setores industriais do Pas, subsidia o governo brasileiro para as reunies do Comit de Barreiras Tcnicas ao Comrcio, da Organizao Mundial do Comrcio (OMC).
A Ib representa internacionalmente o setor de rvores plantadas e elabora posicio-namentos para as negociaes conduzidas pelo governo brasileiro com outros pases. Alm disso, a rea internacional da entidade atua junto ao governo federal na promoo das ex-portaes e na abertura de mercado aos produtos do setor de rvores plantadas brasileiro.
A associao atua ainda no Conselho Temtico de Integrao Internacional (Cointer), da Confederao Nacional da Indstria (CNI), responsvel pelo posicionamento da indstria bra-sileira em todas as negociaes de carter internacional, desde Acordos Multilaterais, como o Acordo para a Facilitao de Comrcio na OMC, at Bilaterais, como as negociaes para o Acordo de Livre Comrcio Mercosul-Unio Europeia.
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Fortalecer nosso negcio gerar valor para a sociedade As oito Associaes Estaduais da cadeia produtiva de rvores plantadas so parte fundamental e indispensvel da atuao daIb - Indstria Brasileira de rvores.
As Associaes trabalham junto a autoridades e rgos governamentais, organizaes socioambientais, universidades, escolas, consumidores e imprensa, assegurando a visibilidade e a presena representativa do setor de rvores plantadas nos Estados onde esta indstria est presente.
A indstria de rvores plantadas a indstria do futuro.
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CAPTULO I
SUMRIO EXECUTIVO
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rea PlantadaA rea plantada com rvores no Brasil
atingiu 7,60 milhes de hectares em 2013, crescimento de 2,8% na comparao com os 7,39 milhes de hectares de 2012 (Figura 1). Os plantios de rvores de eucalipto repre-sentaram 72,0% desse total e as rvores de pinus, 20,7%. Accia, teca, seringueira e pa-ric esto entre as outras espcies planta-das no Brasil.
Consumo de Madeira in Natura1 Em 2013, o consumo brasileiro de ma-
deira de rvores plantadas para uso industrial foi de 185,3 milhes de metros cbicos (m3), o que representou aumento de 1,8% em re-lao ao consumo de 2012.
SUMRIO EXECUTIVO
CONSUMO BRASILEIRO DE MADEIRA IN NATURA PARA USO INDUSTRIAL POR SEGMENTO E GNERO, 2013
TABELA 1
SEGMENTOCONSUMO DE MADEIRA IN NATURA (m)
EUCALIPTO PINUS OUTRAS TOTAL
CELULOSE E PAPEL 56.628.357 8.067.258 498.085 65.193.700
PAINIS DE MADEIRA 6.428.162 13.457.258 378.612 20.264.031
SERRADOS E OUTROS PRODUTOS SLIDOS
6.870.498 15.295.499 357.052 22.523.049
CARVO 23.533.724 - - 23.533.724
LENHA INDUSTRIAL 41.832.528 3.929.361 4.262.239 50.024.128
MADEIRA TRATADA 1.824.012 - - 1.824.012
CAVACOS DE MADEIRA E OUTROS
1.129.621 - 781.200 1.910.821
TOTAL 138.246.903 40.749.376 6.277.187 185.273.466
FONTE: PYRY (2013)
1. Madeira colhida de rvores plantadas que no sofreu nenhum processamento industrial.
REA OCUPADA COM RVORES PLANTADAS NO BRASIL
FIGURA 1
Eucalipto
Pinus
Outros
5,30
7,39
2012 2013
1,560,52 0,56
1,57
5,47
7,60
FONTE: ABRAF (2013), ADAPTADO POR PYRY
em milhes de ha
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FIGURA 2
CARVO VEGETALem milhes (t)
2012 2013
10
8
6
4
2
0
= - 2%
CELULOSEem milhes (t)
= + 8%
Consumo interno
Exportao
2012 2013
20
15
10
5
0
PRODUO DOS PRINCIPAIS PRODUTOS DO SETOR BRASILEIRO DE RVORES PLANTADAS, 2012-2013
FONTE: ABIPA (2013), AMS (2013), BRACELPA (2013), PYRY (2013), SECEX (2013), ADAPTADO POR PYRY
PAPEL
= 1%
em milhes (t)
Consumo interno
Exportao
2012 2013
15
10
5
0
10,410,3
PAINIS RECONSTITUDOS
2012 2013
= + 8%
em milhes (m3)
10
8
6
4
2
0
7,97,3
Consumo interno
Exportao
PISOS LAMINADOS
2012 2013
= + 16%
em milhes (m2)
20
15
10
5
0
Produo
14,1
12,2
SERRADOS
2012 2013
= + 2%
em milhes (m3)
15
10
5
0
9,49,2
Consumo interno
Exportao
Desempenho do Setor Brasileiro de rvores PlantadasOs grficos a seguir apresentam os indicadores de produo, consumo interno e expor-
tao dos segmentos do setor brasileiro de rvores plantadas (Figura 2).
14,015,1
Produo
6,05,9
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FIGURA 3
PRINCIPAIS INDICADORES ECONMICOS E SOCIOAMBIENTAIS DO SETOR NACIONAL DE RVORES PLANTADAS
CERTIFICAO CERFLOR/PEFCem milhes de ha
0
BA
RS
MG
SP
MS
OUTROS
4,02,0
rea No Certificadarea Certificada
1,4 milho de ha Certificados
0,1
0,1
0,1
0,3
0,5
0,3
CERTIFICAO FSCem milhes de ha
0
RS
BA
SC
MS
PR
SP
MG
OUTROS
2,01,0
rea No Certificadarea Certificada
4 milhes de haCertificados
0,3
0,5
0,4
0,4
0,6
0,8
0,6
0,4
= + 6%
PRODUTO INTERNO BRUTO SETORIAL
em R$ bilhes
70
60
50
40
30
20
10
02012 2013
56,052,9
= 14%
SALDO DA BALANA COMERCIAL
em US$ bilhes
7
6
5
4
3
2
1
02012 2013
6,4
5,6
= 3%
ESTOQUE DE CO2
em bilhes de toneladas de CO2
2.0
1.5
1.0
0.5
02012 2013
1,671,62
GERAO DE EMPREGOem milhes de
pessoas
Diretos Indiretos
Efeito-Renda
= 1%7
6
5
4
3
2
1
02012 2013
4,404,36
ARRECADAO DE TRIBUTOSem %
5
21
25
10
39R$ 8,8 BI
PIS
COFINS
IRPJ
CSLL
OUTROS
INVESTIMENTOSem %
Formao de plantio
Aquisio de terrasIndstria
Outros
Mquinas
Estradas
6316
8
73 3
R$ 3,3 BI
FONTE: CERFLOR/PEFC (2012), FSC (2013), IB/PLANTAR CARBON (2013), PYRY (2013), ADAPTADO POR PYRY
Importncia do Setor de rvores PlantadasOs plantios de rvores para fins industriais representam uma importante cadeia produ-
tiva no cenrio brasileiro, cujo maior benefcio ao Pas pode ser resumido no trip da susten-tabilidade econmico, social e ambiental.
0,3
0,2
0,3
0,3
0,3
0,3
0,9
1,0
0,5
0,5
1,3
0,9
0,2
2,5
24 | indstria brasileira de rvores | 2014
A Brookfield tem um histrico de 40 anos de investimento e operao de ativos florestais nas Amricas do Norte e do Sul. Nosso portflio florestal global de, aproximadamente 1,55 milhes de hectares e temos um histrico de gesto sustentvel destes recursos. Hoje, em conjunto com nossos parceiros, administramos, no Brasil, investimentos em mais de 350 mil hectares de florestas de pinus e eucalipto, em sete estados do Brasil atendendo demanda das indstrias moveleira, siderrgica, de construo civil, de celulose e papel, de ferro-gusa e gases industriais. Nossos investimentos em pinus esto situados nos estados do Paran e Santa Catarina, nas mais competitivas e dinmicas regies para o consumo deste tipo de madeira no Brasil, enquanto nossos investimentos em florestas de eucalipto esto distribudos nos estados da Bahia, Esprito Santo, So Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Em nossas florestas, usamos os melhores materiais genticos disponveis, atravs de mudas produzidas em viveiros certificados, e dedicamos grande esforo na capacitao de nosso pessoal na aplicao de tcnicas modernas de operao e gesto de florestas, permitindo ganhos de produtividade, qualidade de vida e elevados nveis de segurana das atividades. Mantemos 170,3 mil hectares de reas de preservao da flora e fauna originais de cada regio, com o acompanhamento permanente da evoluo do desenvolvimento da vida selvagem nessas reas.
Brookfield has a history of 40 years of investment and operation of forests in North and South America. The global forest portfolio is about 1,55 million hectares and it has a sustainable management history of these resources.
In association with our partners, we currently manage in Brazil 350,000 hectares of pine and eucalyptus forests in seven states attending the demand of furniture industries, steel, construction, pulp and paper, pig iron and industrial gases.
Brookfields investments in pine are located in the states of Parana and Santa Catarina, on the most competitive and dynamic region for the consumption of this type of wood in Brazil, while its investments in eucalyptus forests is distributed in the states of Bahia, Esprito Santo, So Paulo, Minas Gerais and Mato Grosso do Sul.
In our forests, we use the best genetic material available, through seedlings produced in certified nurseries and dedicates great effort in training staff in the modern forestry management and operational techniques, allowing productivity gains, life quality and high level of security on the activities.
Brookfield holds 170,3 thousand hectares of preservation areas of original flora and fauna, with continuous monitoring of the development evolution of wildlife in these areas.
Brookfield.Quatro dcadas de respeitoao meio ambiente.
Brookfield.Four decadesof respect to
the environment.
ANR Segmento FLorestal 21x30.indd 1 24/06/2014 19:00
indstria brasileira de rvores | 2014 | 25
CAPTULO II
PANORAMA DA ECONOMIA INTERNACIONAL E BRASILEIRA
A Brookfield tem um histrico de 40 anos de investimento e operao de ativos florestais nas Amricas do Norte e do Sul. Nosso portflio florestal global de, aproximadamente 1,55 milhes de hectares e temos um histrico de gesto sustentvel destes recursos. Hoje, em conjunto com nossos parceiros, administramos, no Brasil, investimentos em mais de 350 mil hectares de florestas de pinus e eucalipto, em sete estados do Brasil atendendo demanda das indstrias moveleira, siderrgica, de construo civil, de celulose e papel, de ferro-gusa e gases industriais. Nossos investimentos em pinus esto situados nos estados do Paran e Santa Catarina, nas mais competitivas e dinmicas regies para o consumo deste tipo de madeira no Brasil, enquanto nossos investimentos em florestas de eucalipto esto distribudos nos estados da Bahia, Esprito Santo, So Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Em nossas florestas, usamos os melhores materiais genticos disponveis, atravs de mudas produzidas em viveiros certificados, e dedicamos grande esforo na capacitao de nosso pessoal na aplicao de tcnicas modernas de operao e gesto de florestas, permitindo ganhos de produtividade, qualidade de vida e elevados nveis de segurana das atividades. Mantemos 170,3 mil hectares de reas de preservao da flora e fauna originais de cada regio, com o acompanhamento permanente da evoluo do desenvolvimento da vida selvagem nessas reas.
Brookfield has a history of 40 years of investment and operation of forests in North and South America. The global forest portfolio is about 1,55 million hectares and it has a sustainable management history of these resources.
In association with our partners, we currently manage in Brazil 350,000 hectares of pine and eucalyptus forests in seven states attending the demand of furniture industries, steel, construction, pulp and paper, pig iron and industrial gases.
Brookfields investments in pine are located in the states of Parana and Santa Catarina, on the most competitive and dynamic region for the consumption of this type of wood in Brazil, while its investments in eucalyptus forests is distributed in the states of Bahia, Esprito Santo, So Paulo, Minas Gerais and Mato Grosso do Sul.
In our forests, we use the best genetic material available, through seedlings produced in certified nurseries and dedicates great effort in training staff in the modern forestry management and operational techniques, allowing productivity gains, life quality and high level of security on the activities.
Brookfield holds 170,3 thousand hectares of preservation areas of original flora and fauna, with continuous monitoring of the development evolution of wildlife in these areas.
Brookfield.Quatro dcadas de respeitoao meio ambiente.
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the environment.
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indstria brasileira de rvores | 2014 | 27
De acordo com dados do Fundo Monetrio Internacional (FMI), as maiores economias do mundo mostraram ao longo de 2013 os resultados de seus planos econmicos iniciados aps a crise financeira de 2008/2009, que foi desencadeada a partir do sistema bancrio norte-americano e, posteriormente, provocou uma crise de confiana e liquidez nos merca-dos de crdito e financeiro de todo mundo.
A recuperao mundial ainda muito suave, um pouco mais forte nos Estados Unidos, mas com ritmo muito tnue na Europa. Alm disso, a economia de pases emergentes, como China e ndia, que foram o motor do crescimento mundial entre 2009 e 2011, tambm est em desacelerao desde 2012.
O Brasil outro exemplo de mercado emergente com desacelerao de crescimento. Em 2013, o Produto Interno Bruto (PIB) do Pas cresceu 2,3%, resultado abaixo da mdia de crescimento das economias da Amrica Latina e do Caribe (3,2%). O resultado supera a alta de 1% de 2012, mas converte-se no terceiro ano de fraco crescimento econmico em 2011, a alta foi de 2,7%.
CRESCIMENTO DO PIB EM 2013, EM %
COLOMBIA
CUBA
SLOVAKIA
FONTE: FMI (2013), ADAPTADO PELA PYRY
7,7 %
Baixo
AltoChina Indonsia Peru Hong Kong Coria do Sul Brasil EUA frica do Sul
5,8 %5,0 %
2,9 % 2,8 % 2,3 %1,9 % 1,9 %
PANORAMA DA ECONOMIA INTERNACIONAL E BRASILEIRA
PELO MUNDO
28 | indstria brasileira de rvores | 2014
A inflao de 5,9%, concentrada em alimentos e servios, restringiu o oramento das famlias e, configurou-se, um impedimento ao consumo, que, aps um aumento de 3,2% em 2012, desacelerou para 2,3% em 2013.
INFLAO (IPCA)em % a.a.
14
12
10
8
6
4
22003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
9,3
7,6
5,7
3,1
4,5
5,9
4,3
5,96,5
5,8
5,9
TAXA DE CMBIOem R$/US$
3,4
3,1
2,8
2,5
2,2
1,9
1,62003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
3,1
2,9
2,4
2,2
1,9
1,8
2,0
1,8
1,7
2,0
2,2
FIGURA 4
JUROS SELICPIB VARIAOem % a.a.
8
7
6
5
4
3
2
1
0
-1
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 20131,1
5,7
3,24,0
7,5
6,1
5,2
-0,3
2,7
1,0
2,3
em % a.a.
25,0
20,0
15,0
10,0
0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
23,3
16,2
19,1
15,3
12,0
12,4
10,0
9,811,7
8,6
8,2
EVOLUO DOS PRINCIPAIS INDICADORES DA ECONOMIA BRASILEIRA, 2003-2013
em % a.a.
TAXA DE DESEMPREGO RISCO BRASIL
em pontos14
12
10
8
6
4
2
02003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
10,710,4
9,2 9,3 8,8
7,58,0
6,55,8 5,3 5,1
1500
1250
1000
750
500
250
02003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
837
542
339235
181
301 306203 193
184
205
FONTE: IBGE (2013), BCB (2013), IPEADATA (2013), ADAPTADO PELA PYRY
indstria brasileira de rvores | 2014 | 29
A projeo anual para o ndice Nacional de Preos ao Consumidor Amplo (IPCA) ul-trapassava a meta do governo brasileiro quando o Comit de Poltica Monetria (Copom) comeou a subir os juros. De abril a novembro de 2013, a taxa Selic aumentou de 7,25% para 10% ao ano.
O consumo do governo cresceu 1,9%, enquanto as exportaes avanaram 2,5%, em um ritmo menor do que o crescimento das importaes, que registram alta de 8,4%.
O dficit da balana comercial e a reduo dos ingressos dos investimentos estrangei-ros fizeram com que o cmbio mdio do ano atingisse R$ 2,2/US$, um incremento de 10% em relao mdia de 2012.
A taxa de desemprego, consideradas as seis regies metropolitanas abrangidas pela Pesquisa Mensal do Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), situou-se em 5,1%, menor registro da srie histrica iniciada em 2003.
Em 2013, a mdia do Risco Brasil, que mede a diferena entre os juros pagos pelos ttulos norte-americanos e brasileiros, aumentou 11% em relao mdia de 2012, atingindo o patamar de 205 pontos, o que significa uma deteriorao na expectativa dos investidores internacionais em relao ao Pas.
Apesar da Comisso Econmica para a Amrica Latina e Caribe (CEPAL) projetar que a Amrica Latina experimentar em 2014 uma acelerao do crescimento econmico, a mesma instituio aponta que as expectativas de desempenho da economia brasileira para o ano sero ainda piores do que a mdia do trinio 2011-2013. Segundo a CEPAL, desde 2012, o cenrio externo vem tomando uma direo danosa ao modelo econmico vigente no Brasil a partir de 2005, muito calcado no aumento do gasto pblico e do crdito muito acima do valor do PIB.
O Banco Central Brasileiro compartilha da viso da CEPAL, quando em suas projees prev que, em 2014, o cenrio da economia nacional ser marcado por baixo crescimento econmico, presso de preos e deteriorao da confiana internacional no Pas.
30 | indstria brasileira de rvores | 2014
indstria brasileira de rvores | 2014 | 31
CAPTULO III
O SETOR BRASILEIRO DE RVORES PLANTADAS
indstria brasileira de rvores | 2014 | 33
CARACTERIZAO E POSIO INTERNACIONAL
A rea de rvores plantadas no mundo de 264 milhes de hectares e representa 7% de todas as florestas globais e 22% das florestas destinadas explorao comercial.
A maior parte da rea de plantios de rvores (61%), localiza-se na China, ndia e Es-tados Unidos. No Brasil, existem 7,6 milhes de hectares de rvores plantadas para fins industriais (Figura 5).
O Brasil, apesar de deter uma pequena parte da rea de plantios de rvores do mundo, contribui anualmente com 17% de toda a madeira colhida, em decorrncia da alta produtividade dos plantios de rvores no Pas. A China, os Estados Unidos e a ndia possuem a maior parte da rea de plantios de rvores do mundo, porm, a produtividade florestal desses pases baixa.
A cadeia produtiva do setor brasileiro de rvores plantadas caracteriza-se pela gran-de diversidade de produtos, compreendendo um conjunto de atividades e segmentos que incluem desde a produo at a transformao da madeira in natura em celulose, papel, painis de madeira, pisos laminados, madeira serrada, carvo vegetal e mveis, alm dos produtos no madeireiros e da prestao de vrios servios ambientais (Figura 6).
O SETOR BRASILEIRO DE RVORES PLANTADAS
FIGURA 5
LOCALIZAO DE PLANTIOS FLORESTAIS NO MUNDO
FONTE: FAO (2011), ADAPTADO PELA PYRY
COLOMBIA
CUBA
SLOVAKIA
CANAD
EUA
MXICO
BRASIL
URUGUAI
CHILEFRICA DO SUL
SUDO
EUROPA CENTRAL
OESTE DA RSSIA E DOS URAIS
ESCANDINVIA E PASES BLTICOS
RSSIA
JAPO
CHINA
SUDOESTE DA SIA
AUSTRLIA
NOVA ZELNDIA
NDIA
34 | indstria brasileira de rvores | 2014
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indstria brasileira de rvores | 2014 | 35
PRINCIPAIS PRODUTORES MUNDIAISDE CARVO VEGETAL, 2013
FIGURA 10
em %
OUTROS
BRASIL
NIGRIA
ETIPIA
CHINA
NDIA
CONGO
GANA
51
14
8
7
7
643
FONTE: PYRY (2013)
O Brasil o quarto maior produtor mundial de celulose e o nono maior produtor de papel (Figuras 7 e 8).
PRINCIPAIS PASES PRODUTORES DE CELULOSE, 2013
FIGURA 7
em milhes (t)
6050403020100
10,4
2,6
4,1
5,2
6,7
7,5
8,6
10,2
11,7
15,1
17,1
18,2
50,4EUA
CHINA
CANAD
BRASIL
SUCIA
FINLNDIA
JAPO
RSSIA
INDONSIA
CHILE
NDIA
ALEMANHA
DEMAIS
PRINCIPAIS PRODUTORES MUNDIAIS DE PAPEL, 2013
FIGURA 8
em milhes (t)
806040200 100 120
CHINA
EUA
JAPO
ALEMANHA
SUCIA
CORIA DO SUL
CANAD
FINLNDIA
BRASIL
INDONSIA
NDIA
ITLIA
DEMAIS 90,8
26,0
22,6
11,4
11,3
10,8
10,7
10,4
10,2
10,2
8,7
74,4
102,5
FONTE: PYRY (2013)
O Brasil o oitavo produtor mundial de painis de madeira reconstitudos, com pouco mais de 3% do volume total. Os maiores fabricantes de painis so a China e os Estados Unidos (Figura 9). Panorama similar encontrado no mercado de painis compensados, no qual a China e os Estados Unidos so os principais pases produtores e a produo brasileira representa 2% do volume produzido mundialmente.
A produo nacional de carvo vegetal responde por cerca de 14% do total produzido mun-dialmente, tendo este insumo, como destino principal, a produo de ferro-gusa, ao, ferro-ligas e silcio metlico (Figura 10). Os outros principais produtores mundiais de carvo vegetal so a Nigria e a Etipia, pases nos quais o carvo utilizado principalmente para aquecimento de residncias.
PRINCIPAIS PASES PRODUTORES DE PAINIS RECONSTITUDOS, 2013 (*)
FIGURA 9
em milhes (m3)
CHINA
EUA
ALEMANHA
RSSIA
POLNIA
CANAD
TURQUIA
BRASIL
FRANA
DEMAIS
0 604020 80
49,0
6,3
7,5
8,3
8,8
9,1
9,8
13,4
24,3
71,3
(*) Esta relao considera apenas MDF e MDP, excluindo a produo de HDF
36 | indstria brasileira de rvores | 2014
PLANTIOS DE RVORES COMO OPO DE INVESTIMENTO
A indstria de administrao de recursos financeiros tem a necessidade de garantir a maximizao do retorno do capital de seus aplicadores buscando o equilbrio entre retorno e risco. Nesse contexto, os ativos florestais tm se tornado uma alternativa cada vez mais inte-ressante para a composio de portflios de investimento com foco no longo prazo.
Uma das principais vantagens dessa classe de ativos exatamente a adequao do retorno ao risco. Como o principal componente, nesse caso, o crescimento biolgico, possvel ter um significativo grau de certeza e previsibilidade quanto ao retorno esperado. Por outro lado, os riscos associados ao negcio, tais como questes climticas e ocorrncia de incndios so, igualmente, previsveis.
Outra vantagem do investimento em ativos florestais a baixa correlao de seu retor-no com o mercado financeiro, geralmente muito voltil, uma vez que o crescimento das r-vores ocorre independentemente das condies de mercado. Alm disso, o momento exato da colheita e o destino final da madeira podem ser manejados com certa flexibilidade. Uma terceira vantagem a forte correlao entre a rentabilidade do negcio florestal e a inflao em diversos cenrios econmicos ao longo do tempo.
Os investimentos em ativos florestais tiveram incio em 1980 nos Estados Unidos por meio de Timberland Investment Management Organizations (TIMOs) e Real Estate Invest-ment Trusts (REITs). TIMOs so instituies que fazem a gesto de investimentos no setor flo-restal, os quais, originalmente, foram oriundos de propriedades pulverizadas e da alienao dos ativos florestais por parte das indstrias de produtos de base florestal, em particular, das empresas de celulose e papel.
Internacionalmente, os investimentos em ativos florestais aumentaram significativamen-te nos ltimos anos, suportados principalmente pelos baixos retornos de ttulos dos governos de pases desenvolvidos, volatilidade dos mercados e as preocupaes com a inflao. No mundo, entre 2005 e 2006, estima-se que foram aportados entre US$ 15 bilhes a US$ 30 bi-lhes nessa classe de ativos. Em 2008, o montante investido aumentou para US$ 50 bilhes. Em 2013, estima-se que o valor foi de US$ 70 bilhes a US$ 80 bilhes, dos quais mais de 70% foram investidos nos Estados Unidos.
indstria brasileira de rvores | 2014 | 37
No Brasil, os fundos de investimentos especializados em ativos florestais iniciaram sua operao h pouco mais de dez anos, atrados pelas condies ambientais de crescimento ideais, associadas disponibilidade de terras produtivas com razovel infraestrutura; pelas taxas de crescimento biolgico, maiores do que em qualquer outro lugar do mundo e que propiciam ciclos de colheita menores e, por consequncia, gerao de fluxos de caixa ante-cipados; e forte demanda e consumo interno de papel, mveis e outros produtos da base de rvores plantadas. Aps tal ciclo de crescimento, a rea de plantios de rvores pertencente a investidores institucionais totalizou, em 2013, 487 mil hectares, e o montante de recursos alocado superou R$ 6,0 bilhes.
Esse movimento trouxe, tambm, benefcios para a indstria de rvores plantadas, es-pecialmente a de celulose e papel. Com a alienao de ativos, adquiridos principalmente por meio de TIMOs que gerenciam os mesmos com alto grau de especializao e a um custo bai-xo, essas empresas tiveram significativa reduo dos riscos de mercado e, tambm, a opo de terceirizar o todo ou uma parte do fornecimento de madeira e intensificar investimentos no seu core business.
O Brasil apresenta atualmente um grande potencial para absorver parte dos crescentes e contnuos investimentos mundiais em ativos florestais e, assim, gerar retornos favorveis aos investidores, alm de ganhos para a cadeia de plantios de rvores para fins industriais como um todo.
Para acelerar esse ciclo de crescimento, o setor de rvores plantadas e outras ativida-des do agronegcio tm realizado intensas negociaes para a retirada das medidas fede-rais de restrio da aquisio de propriedades rurais por empresas de capital estrangeiro, e para que o governo brasileiro defina regras claras para os investimentos com capital produ-tivo internacional.
A eliminao dos entraves burocrticos que limitaram os investimentos de capital estran-geiro em ativos florestais, desde 2010, estimular um incremento de investimentos do setor de rvores plantadas no Pas, ao lado dos projetos nacionais do setor. Isso ter papel fundamental para atender ao crescimento da demanda por produtos de rvores plantadas, resultado do desenvolvimento de novas tecnologias, novos produtos e do crescente uso da biomassa para a gerao de energia.
KLA
BIN
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KO
CH
38 | indstria brasileira de rvores | 2014
0 10 20 30 40 50 60 70 80
18%
2003
2013
CHILE
ESTADOS UNIDOS
INDONSIA
BRASIL
FRICA DO SUL
FINLNDIA
PORTUGAL
EVOLUO DO CUSTO REAL DE PRODUO DE MADEIRA EM DLARES
FIGURA 12
ChileBenchmarking de custos de 2013
BrasilBenchmarking de custos de 2003
Variao2003/2013
20%
-22%
4%
93%
33%
15%
14%
FONTE: PYRY (2013)
2. ndice Nacional de Custos da Atividade Florestal.
PRINCIPAIS DESAFIOS
O setor brasileiro de rvores plantadas atrai empresas e investidores de todo o mun-do, em especial nesse perodo em que as taxas de rentabilidade dos negcios vm se reduzindo. As oportunidades para a indstria, porm, esbarram em desafios estruturais que, ao longo de muitas dcadas, acabam freando o desenvolvimento pleno do setor nacional de rvores plantadas.
Em 2013, a inflao do setor de rvores plantadas, medida pelo INCAF-Pyry2, foi de 8,2% a.a., enquanto a inflao nacional medi-da pelo IPCA atingiu 5,9% a.a. (Figura 11), o que significa que os custos setoriais cresceram 2,3% a mais do que a mdia do aumento de custos e preos da economia brasileira.
Entre 2003 e 2013, o custo da madeira para produo de celulose de fibra curta (eucalipto) no Brasil aumentou 93% em dlar. Em 2013, o Chile foi o pas com o menor custo de produo da madeira entregue na fbrica, cerca de 18% inferior ao do Brasil.
Um fato positivo que, apesar do avano sobre 2013, o aumento de custos de produ-o de madeira est em desacelerao. No ano anterior, os custos totais do setor subiram 13% e, em 2011, 11% (Figura 13).
INFLAO SETORIAL (INCAF) VERSUS INFLAO BRASILEIRA (IPCA)
INCAF IPCA
em %9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
8,2
5,9
Gap de inflao setorial
FIGURA 11
FONTE: PYRY (2013), IPEA (2013), ADAPTADO PELA PYRY
indstria brasileira de rvores | 2014 | 39
A perda de competitividade no se traduz somente no aumento do custo da madeira, mas tambm na reduo das margens de empresas brasileiras do setor de rvores plantadas. Por exemplo, entre 2006 e 2013, a rentabilidade mdia das empresas nacionais de celulose de mercado expressa pela relao EBITDA/Receita Lquida passou de 48% para 33%, uma reduo de 15%. No mesmo perodo, a rentabilidade mdia das empresas de celulose de mercado nos principais pases competidores do Brasil passou de 28% para 22%, uma re-duo de 6%.
No segmento de painis de madeira, a rentabilidade potencial reduziu cerca de 6% e no ramo de madeira serrada, cerca de 14%.
Nesse contexto, o principal desafio do setor brasileiro de rvores plantadas se traduz na seguinte pergunta: como assegurar condies para que ele seja competitivo e sustentvel em meio nova realidade interna e global?
Para apoiar esse processo de discusso, durante a produo dessa publicao foi rea-lizada consulta a lderes do setor de rvores plantadas com o objetivo de coletar suas impres-ses sobre as razes da perda de competitividade da atividade no Pas. Entre os temas mais abordados, destacaram-se:
Gap entre Aumento Real de Salrios e Produtividade da Mo de Obra: os salrios no Brasil mais do que dobraram na ltima dcada. A produtividade do trabalho, con-tudo, cresceu apenas 3%.
Infraestrutura Deficiente e Altos Custos de Logstica: a competitividade do setor de rvores plantadas est diretamente relacionada qualidade de infraestrutura fsica para o comrcio. Por exemplo, enquanto no Brasil gasta-se em mdia US$ 4,7 para se transportar um metro cbico de madeira por 100 quilmetros, nos Estados Unidos esse custo no ultrapassa US$ 3.
Altos Custos de Energia: excetuando-se o segmento de celulose de mercado, que praticamente autossuficiente na gerao de energia, os demais ramos do setor de rvores plantadas so grandes consumidores de energia em seu processo. Mesmo com o atual esforo do governo federal para reduzir os preos da energia no Pas, a tarifa mdia para a indstria ainda continua acima da mexicana e quase o dobro da norte-americana. O custo da energia em dlar subiu de US$ 27 para US$ 120 por megawatt-hora, em dez anos. E tende a subir mais.
INCAF VERSUS IPCA: 2000-2013
FIGURA 13
ndice - Ano base 2000 = 100
400
350
300
250
200
150
100
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
291329
356
13%
8%
IPCA INCAF
FONTE: IPEA E PYRY (2013)
40 | indstria brasileira de rvores | 2014
Insegurana Jurdica: a restrio compra de terras por empresas com capital es-trangeiro e a ausncia de uma regulamentao slida sobre o tema prejudicam signi-ficativamente a implantao de novos projetos do setor de rvores plantadas.
Licenciamento Ambiental Burocrtico: no Brasil, o prazo mdio para obteno de uma licena ambiental para a realizao de um projeto industrial de base florestal de 120 dias. A principal razo para a morosidade do processo de licenciamento do setor em grande parte resultado da classificao errnea da atividade como altamente poluidora pelas resolues CONAMA 01/86 e CONAMA 237/97. Por isso, os processos para concesso de licenas ambientais para investimentos produtivos precisam ser aperfeioados.
Tributao Complexa e Excessiva: o Brasil no s possui a maior carga tributria entre os pases emergentes, mas tambm gasta muitas horas para conseguir pag-la. Alm disso, as regras tributrias mudam constantemente: em mdia, so 46 normas publicadas diariamente pela Receita Federal. Segundo as principais lideranas do setor, mandatria a simplificao da catica estrutura tributria brasileira.
Juros Onerosos sobre Capital de Giro: o custo de emprstimos para formao de capital de giro no Brasil 4% a.a. superior ao de seus principais parceiros comerciais.
Legislao Trabalhista Excessivamente Onerosa: o aumento do custo da mo de obra no Brasil, acima dos ganhos de produtividade do recurso, a principal razo da perda de competitividade da indstria nacional. Esse fato e os altos encargos trabalhistas fazem com que o Brasil seja um pas caro para se produzir. Os encargos trabalhistas no Brasil representam em mdia 58% do salrio bruto, enquanto a mdia global de 23%.
Ausncia de uma Politica Setorial: apesar dos esforos j realizados, o Brasil ainda no possui uma politica estruturante para o setor de rvores plantadas.
Para que o setor brasileiro de rvores plantadas consiga captar as oportunidades de investimento anteriormente citadas, ser importante que as instituies privadas articulem a remoo de barreiras para o desenvolvimento da atividade, priorizando a melhoria dos pro-cessos industriais e silviculturais, bem como os investimentos em inovao tecnolgica. O resultado desse processo ser o aumento da produtividade setorial, a reduo dos custos de produo e a largada do Pas para uma nova rodada de investimentos no setor.
VER
AC
EL/C
LIO
LU
CO
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indstria brasileira de rvores | 2014 | 41
INOVAO E TECNOLOGIA: O FUTURO DAS RVORES PLANTADAS
Nos ltimos anos, intensificou-se o debate mundial sobre as questes que afetaro o futuro da humanidade, principalmente a escassez de recursos naturais, essenciais para aten-der s demandas de alimento, gua, terra e energia.
A Organizao das Naes Unidas para a Alimentao e a Agricultura (FAO) prev uma populao mundial de, aproximadamente, 9,5 bilhes de habitantes em 2050. A maior parte desse crescimento ocorrer em pases em desenvolvimento, onde, por diversas razes, as taxas de natalidade so mais altas.
Esse cenrio leva necessidade de aumentar em 70% a produo de alimentos do planeta ao longo dos prximos 40 anos; alm de aumentar as demandas de terras, fibras e energia. Considerando-se os nveis atuais de produtividade, este acrscimo significaria ocu-par adicionalmente com culturas agrcolas cerca de 2,5 bilhes de hectares de terras (17% da rea destinada para a agricultura no mundo).
EVOLUO DO NMERO DE HABITANTES NO PLANETA
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
01800 1850 1900 1950 2000 2050
1 bilho 2 bilhes
3 bilhes
4 bilhes
5 bilhes
6 bilhes
7 bilhes
9,5 bilhes
Em pouco mais de 200 anos, a
populao mundial saltou de 1 bilho para 7 bilhes de pessoas. Apenas at a metade do
sculo 21, a previso de que o planeta abrigue, alimente e
movimente 9 bilhes de habitantes.
FONTE: FAO (2013)
CRESCIMENTO POPULACIONAL
EXEMPLO DE PRODUTOS MADEIREIROS EM FASE DE CONSOLIDAO NO MERCADO MUNDIAL
Painel de Madeira Malevel
FIGURA 14
Revestimento de Eletrnicos Biomassa Industrializada
Bio leo de Madeira Bioplstico Super Fibra
FONTE: PYRY (2013)
42 | indstria brasileira de rvores | 2014
EVOLUO DA PRODUTIVIDADE DO EUCALIPTO NO ESTADO DE SO PAULO, BRASIL
FIGURA 15
m3/ha.ano
60
45
30
15
0
1970 2010
FONTE: PYRY (2013)
FONTE: ABRAF (2013), ADAPTADO PYRY
PRODUTIVIDADE DE RVORES CONFERAS E FOLHOSAS NO MUNDO
FIGURA 16
40
35
30
25
20
15
10
5
0Sucia
5,5
3,5
Finlndia
6,0
2,0
EUA
15,0
13,7
frica do Sul
18,0
22
,0
Chile
20,
018
,0
Austrlia
22
,016
,2
Indonsia
25
,018
,0
Nova Zelndia
18,8
27,
5
Brasil
38,1
31,3
Folhosas
Conferas
Ainda nesse mbito, a FAO, a partir do aumento da populao e do consumo per capita, projeta que a demanda por madeira para uso industrial e gerao de energia chegar a 5,2 bilhes de m por ano, por volta de 2050, um acrscimo de 40%.
As rvores plantadas so vistas, cada vez mais, como fonte importante de pesquisa para temas ligados ao futuro da humanidade. O uso mltiplo dos plantios de rvores nos prximos anos levar o setor a uma nova realidade, na qual a base florestal ser fundamental para atender demandas relacionadas ao crescimento populacional mundial. Um bom indi-cador nesse sentido o fato de que as rvores j so fontes de mais de cinco mil produtos do nosso dia-a-dia, como mveis, ferramentas, produtos mdicos, cosmticos, produtos de limpeza, entre outros itens, sem contar sua aplicao na produo de biocombustveis, o que torna a base plantada uma alternativa verde ao petrleo (Figura 14).
Alm das condies edafoclimticas (caractersticas de solo e clima), outro fator que propiciou o desenvolvimento do setor de rvores plantadas no Brasil foi o grande investimen-to em tecnologia por parte das empresas e instituies de pesquisa. Em poucas dcadas, a pesquisa nacional transformou o Pas no mais produtivo polo de produo florestal do planeta (Figuras 15 e 16).
m3/ha.ano
indstria brasileira de rvores | 2014 | 43
Um significativo avano que garantiu o aumento da produtividade das rvores plan-tadas e o ganho de competitividade da indstria foi a adoo do melhoramento gentico. O objetivo foi selecionar as rvores com as melhores caractersticas florestais e industriais, entre elas, vigor, forma, resistncia a doenas e pragas, qualidade da madeira e rendimento industrial, entre outras.
Mas os desafios ainda so muitos e as demandas populacionais cada vez maiores. Os plantios de rvores so uma parte crucial desse futuro, mas, para continuarem a fornecer os bens e servios do momento atual e do futuro necessrio desenvolver tecnologias cada vez mais avanadas e inovadoras para aumentar a produtividade florestal.
Analisando por uma perspectiva global, considerando a pegada ecolgica global, a de-manda atual excede em 50% a biocapacidade da Terra para produzir recursos renovveis e absorver CO2. Para eliminar essa superao ecolgica, preciso equilibrar a demanda huma-na com a capacidade regenerativa do planeta. Isso implicaria em uma mudana nos padres de consumo e de produo, para que as pessoas usem os recursos naturais a um nvel que a Terra pode sustentar, alm de compartilh-los de forma justa.
Uma abordagem para enderear esses desafios exige, alm de dilogos multisseto-riais, polticas integradas e altos investimentos em inovao e tecnologia, incluindo o manejo integrado da paisagem, a biotecnologia e o mltiplo uso das rvores plantadas.
A biotecnologia a tecnologia mais amplamente adotada nos ltimos dez anos. De acordo com dados do relatrio anual do Servio Internacional para a Aquisio de Aplicaes em Agrobiotecnologia (ISAAA), a rea plantada com lavouras geneticamente modificadas no mundo atingiu 175 milhes de hectares em 2013. No perodo de 10 anos, a rea cultivada com essas lavouras passou de 68 milhes para 175 milhes de hectares atuais, um crescimento mdio de 10% ao ano (Figura 17).
em milhes de ha
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
6881
90102
114125
134148
160170
10% a.a.
EVOLUO DA REA PLANTADA COM LAVOURAS GENETICAMENTE MODIFICADAS NO MUNDO, 2003-2013
FIGURA 17
200
150
100
50
0
FONTE: ISAAA, 2013
2013
175
Os principais cultivos que adotam essa tecnologia so a soja, o milho, o algodo e a canola. As caractersticas mais relevantes dos organismos geneticamente modificados exis-tentes no mercado so tolerncia a herbicidas e resistncia a insetos.
44 | indstria brasileira de rvores | 2014
A biotecnologia florestal tem apresentado resultados promissores e, portanto, vem se destacando no cenrio mundial. Os Estados Unidos e a China, por exemplo, j aprovaram sua utilizao em rvores de mamo e de lamo. Mundialmente, j so mais de 800 testes e estudos desenvolvidos globalmente por cientistas, institutos de pesquisa e empresas.
O Brasil tem muito a contribuir nesse debate, dado a sua reconhecida excelncia no manejo florestal e sua destacada capacidade de produo agrcola, com terras disponveis que atendem a uma significativa parcela da demanda mundial por fibras, energia e alimentos. O setor rvores plantadas busca que este debate seja realizado de maneira transparente entre seus stakeholders nacionais e internacionais. Alm disso, almeja que este debate seja baseado em evidncias cientficas e que o assunto seja includo na agenda de governos, universidades e sociedade civil visando a criar uma pauta positiva em busca do desenvolvi-mento sustentvel.
COLOMBIA
CUBA
SLOVAKIA
DISTRIBUIO DA REA DE PLANTIOS AGRCOLAS GENETICAMENTE MODIFICADOS NO MUNDO, 2013
FIGURA 18
Canad10,8 M ha
Milho, soja, canola e cana
EUA70,1 M haMilho, soja, canola, algodo, papaia, alfafa, cana e abbora
Brasil40,3 M haMilho, soja e algodo
Argentina24,4 M ha
Milho, soja e algodo
Uruguai1,5 M haSoja e milho
Bolvia1 M ha
Soja
Paraguai3,6 M ha
Sojafrica do Sul2,9 M haMilho, soja e algodo
Burkina Faso0,5 M haAlgodo
Paquisto2,8 M haMilho
ndia11 M haAlgodo
Austrlia0,6 M haAlgodo e canola
Filipinas0,8 M haMilho
China4,2 M haAlgodo, papaia, lamo, tomate e pimenta
FONTE: ISAAA, 2013
O Brasil, com 40,3 milhes de hectares plantados, ocupa o segundo lugar do ranking dos maiores produtores de lavouras geneticamente modificadas, frente da Argentina (com 24,4 milhes de ha) e atrs dos EUA (com 70 milhes de ha), conforme ilustrado na Figura 18.
indstria brasileira de rvores | 2014 | 45
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46 | indstria brasileira de rvores | 2014
ADMIRAMOS O VALORDA FLORESTA.
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Para entender a floresta como um todo, preciso entender cada uma das suas partes. A gua, o solo, as rvores, os animais, as pessoas, as comunidades. buscando cultivar este equilbrio que construmos a nossa histria.
Esse o nosso presente. E o futuro que queremos construir.
Para conhecer o Relatrio de 2013 da Fibria, baixe um leitor de QR Code e fotografe este cdigo ou acesse www.fibria.com.br/relatorio2013/pt/
www.fibria.com.br/fibriabrasil@fibria_brasil
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CAPTULO IV
INDICADORES DO SETOR BRASILEIRO DE RVORES PLANTADAS
indstria brasileira de rvores | 2014 | 49
REA PLANTADA COM RVORES NO BRASIL
A Figura 19 ilustra a distribuio dos plantios de rvores das principais empresas brasilei-ras por classe de tamanho nos Estados do Brasil.
INDICADORES DO SETOR BRASILEIRO DE RVORES PLANTADAS
DISTRIBUIO DOS PRINCIPAIS MACIOS DE RVORES PLANTADAS POR ESTADO, 2013
FIGURA 19
AMPA
TO
BA
PI
MACE
RN
PBPE
ALSE
MG
GO
MS
SP
ES
RJ
PR
SCRS
RRAP
ACRO
MT
LEGENDA (ha)
500 20.000
20.000 50.000
50.000 100.000
> 100.000
FONTE: PYRY (2013)
50 | indstria brasileira de rvores | 2014
REA OCUPADA COM RVORES DE EUCALIPTO, 2006-2013
TABELA 2
ESTADOREA OCUPADA POR RVORES DE EUCALIPTO (ha)
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
MINAS GERAIS 1.181.429 1.218.212 1.278.210 1.300.000 1.400.000 1.401.787 1.438.971 1.404.429
SO PAULO 915.841 911.908 1.001.080 1.029.670 1.044.813 1.031.677 1.041.695 1.010.444
MATO GROSSO DO SUL
119.319 207.687 265.250 290.890 378.195 475.528 587.310 699.128
BAHIA 540.172 550.127 587.610 628.440 631.464 607.440 605.464 623.971
RIO GRANDE DO SUL 184.245 222.245 277.320 271.980 273.042 280.198 284.701 316.446
ESPRITO SANTO 207.800 208.819 210.410 204.570 203.885 197.512 203.349 221.559
MARANHO 93.285 106.802 111.120 137.360 151.403 165.717 173.324 209.249
PARAN 121.908 123.070 142.430 157.920 161.422 188.153 197.835 200.473
MATO GROSSO4 113.770 114.854 132.922 147.378 150.646 175.592 184.628 187.090
PAR 115.806 126.286 136.290 139.720 148.656 151.378 159.657 159.657
GOIS5 98.765 102.032 113.177 115.286 116.439 118.636 115.567 121.375
TOCANTINS 13.901 21.655 31.920 44.310 47.542 65.502 109.000 111.131
SANTA CATARINA 70.341 74.008 77.440 100.140 102.399 104.686 106.588 107.345
AMAP 58.473 58.874 63.310 62.880 49.369 50.099 49.506 57.169
PIAU - - - - 37.025 26.493 27.730 28.053
OUTROS 27.491 31.588 27.580 28.380 4.650 9.314 18.838 15.657
TOTAL 3.862.546 4.078.168 4.456.069 4.658.924 4.900.949 5.049.714 5.304.164 5.473.176
FONTE: ABRAF (2013), ADAPTADO POR PYRY
A rea plantada com rvores no Brasil atingiu 7,60 milhes de hectares em 2013, crescimento de 2,8% na comparao com os 7,393 milhes de hectares registrados em 2012 (Figura 20). Os plantios de rvores de eucalipto representaram 72,0% desse total e as rvores de pinus, 20,7%. Accia, teca, se-ringueira e paric esto entre as outras esp-cies plantadas no Brasil.
A rea ocupada com rvores de euca-lipto totalizou 5.473.176 hectares, represen-tando crescimento de 3,2% (169.012 ha) fren-te ao indicador de 2012 (Tabela 2).
A rea ocupada com rvores de pinus em 2013 totalizou 1.570.146 hectares, valor 0,5% (7.364 ha) superior ao indicador de 2012.
FIGURA 20
REA OCUPADA COM RVORES PLANTADAS NO BRASIL
em M ha
= + 2,8%
8
7
6
5
4
3
2
1
02012 2013
Outros
Eucalipto
Pinus
1,57
5,47
7,60
0,52
1,56
5,30
0,56
7,39
FONTE: ABRAF (2013), ADAPTADO POR PYRY
3. A rea ocupada com rvores plantadas do ano de 2012 foi corrigida em decorrncia do levantamento realizado pela Federao da Agricultura e Pecuria do Estado de Mato Grosso (FAMATO) e de um aprimoramento do levantamento de rea no Estado de Gois.
4. A srie histrica de rea plantada com rvores em Mato Grosso foi corrigida em decorrncia do levantamento de rea realizado pela Federao da Agricultura e Pecuria do Estado de Mato Grosso (FAMATO).
5. A srie histrica de rea plantada com rvores em Gois foi corrigida em decorrncia de um refinamento do levantamento da rea no Estado.
indstria brasileira de rvores | 2014 | 51
FIGURA 21
COMPOSIO DA REA DE RVORES PLANTADAS POR SEGMENTO, 2013
Painis de Madeira
TIMOs
Outros
Siderurgia a Carvo Vegetal
Celulose e Papel
Produtores Florestais Independentes
em %
FONTE: ABRAF (2013), ADAPTADO POR PYRY
REA OCUPADA POR OUTRAS CULTURAS FLORESTAIS, 2010-2013
TABELA 4
CULTURAREA OCUPADA POR OUTRAS CULTURAS (ha)
2010 2011 2012 2013
SERINGUEIRA 159.500 165.648 168.848 172.448
ACCIA 127.600 146.813 148.311 146.903
TECA 65.440 67.693 67.329 88.270
PARIC 85.470 85.473 87.901 87.519
ARAUCRIA 11.190 11.179 11.343 11.360
PPULUS 4.221 4.220 4.216 4.216
OUTRAS 8.969 8.256 33.183 46.937
TOTAL 462.390 489.282 521.131 557.652
FONTE: ABRAF (2013), ADAPTADO POR PYRY
Em relao a 2006, a rea plantada com rvores de pinus acumula uma queda de 16,8% (Tabela 3).
A rea ocupada com rvores de accia, teca, seringueira, paric e outras espcies atin-giu 557.652 hectares em 2013 (Tabela 4).
A rea ocupada com rvores plantadas no Brasil composta pelos segmentos de celulose e papel (32%), produtores florestais independentes (26%), siderurgia a carvo ve-getal (15%), painis de madeira (6%), alm das reas de investidores institucionais e perten-centes a outros segmentos, principalmente ao agronegcio (Figura 21).
REA OCUPADA COM RVORES DE PINUS, 2006-2013
TABELA 3
ESTADOREA OCUPADA POR RVORES DE PINUS (ha)
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
PARAN 686.453 701.578 714.890 695.790 686.509 658.707 619.731 662.296
SANTA CATARINA 530.992 548.037 551.220 550.850 545.592 538.254 539.377 540.542
RIO GRANDE DO SUL 181.378 182.378 173.160 171.210 168.955 164.806 164.832 164.174
SO PAULO 214.491 209.621 172.480 167.660 162.005 156.726 144.802 127.693
MINAS GERAIS 146.000 143.395 145.000 140.000 136.310 75.408 52.710 46.807
GOIS 14.409 13.828 15.200 15.200 12.160 10.760 16.432 9.151
MATO GROSSO DO SUL 28.500 20.697 18.800 16.870 13.847 11.871 9.825 8.330
BAHIA 54.820 41.221 35.090 31.040 26.570 21.520 11.230 7.298
ESPRITO SANTO 4.408 4.093 3.990 3.940 3.546 2.546 2.546 2.801
TOCANTINS - 700 850 850 850 850 853 609
AMAP 20.490 9.000 1.620 810 15 445 445 445
MATO GROSSO 7 7 10 10 - - - -
MARANHO - - - - - - - -
PAR 149 101 10 - - - - -
PIAU - - - - - - - -
OUTROS 4.189 - - 490 - - - -
TOTAL 1.886.286 1.874.656 1.832.320 1.794.720 1.756.359 1.641.892 1.562.782 1.570.146
FONTE: ABRAF (2013), ADAPTADO POR PYRY
615
3226
15
6
52 | indstria brasileira de rvores | 2014
CONSUMO DE MADEIRA IN NATURA6
Em 2013, o consumo brasileiro de madeira proveniente de rvores plantadas para uso industrial foi de 185,3 milhes de metros cbicos (m3), o que representa aumento de 1,8% em relao ao consumo de 2012.
FONTE: PYRY (2013)
CONSUMO BRASILEIRO DE MADEIRA IN NATURA PARA USO INDUSTRIAL POR SEGMENTO E GNERO, 2013
TABELA 5
SEGMENTOCONSUMO DE MADEIRA IN NATURA (m)
EUCALIPTO PINUS OUTRAS TOTAL
CELULOSE E PAPEL 56.628.357 8.067.258 498.085 65.193.700
PAINIS DE MADEIRA 6.428.162 13.457.258 378.612 20.264.031
SERRADOS E OUTROS PRODUTOS SLIDOS 6.870.498 15.295.499 357.052 22.523.049
CARVO 23.533.724 - - 23.533.724
LENHA INDUSTRIAL 41.832.528 3.929.361 4.262.239 50.024.128
MADEIRA TRATADA 1.824.012 - - 1.824.012
CAVACOS DE MADEIRA E OUTROS 1.129.621 - 781.200 1.910.821
TOTAL 138.246.903 40.749.376 6.277.187 185.273.466
CERTIFICAO FLORESTAL
Em 2013, o Brasil ocupou o 5 lugar no ranking de rea certificada do sistema de certi-ficao florestal do Forest Stewardship Council (FSC), ficando atrs somente do Canad, Rs-sia, Estados Unidos e Sucia. Na modalidade de Cadeia de Custdia, o Brasil registrou 1.030 certificados e ocupou o 8 lugar no ranking geral. A China, os Estados Unidos e o Reino Unido so os pases que mais possuem Certificao de Cadeia de Custdia (CoC), o que garante a rastreabilidade da madeira durante toda a cadeia produtiva (Figura 22).
RANKING DE REA CERTIFICADA PELO FSC E CADEIA DE CUSTDIA POR PAS, 2013
FIGURA 22
0
nmero de certificados (mil)
CANAD
RSSIA
EUA
SUCIA
BRASIL
POLNIA
BIELORSSIA
CHINA
20 40 60 80
62,2
39,2
14,6
12,0
7,0
6,6
5,7
3,3
FONTE: FACTS AND FIGURES DO FSC, JANEIRO DE 2014
0
CHINA
EUA
REINO UNIDO
ALEMANHA
ITLIA
HOLANDA
JAPO
BRASIL
1 2 3 4
3,3
3,3
2,4
2,1
1,7
1,4
1,1
1,0
rea Certificada Cadeia de Custdia
6. Madeira colhida de rvores plantadas que no sofreu nenhum processamento industrial.
em milhes de ha
indstria brasileira de rvores | 2014 | 53
A rea de rvores plantadas certificada pelo sistema FSC de 4 milhes de hectares, o que representa 57% de toda rea certifica-da no Brasil. A Figura 23 apresenta a repre-sentatividade da rea certificada por Estado.
Em relao ao Programa Brasileiro de Certificao Florestal (Cerflor), que representa o Programme of Endorsement for Forest Cer-tification (PEFC), o Brasil possui 1,6 milhes de hectares certificados na modalidade de ma-nejo florestal de rvores plantadas e nativas. O Pas ocupou o 18 lugar no ranking total. Na modalidade de Cadeia de Custdia, o Brasil registrou 59 certificados e ocupou o 22 lugar no ranking total (Figura 24).
No Brasil, a rea de rvores plantadas certificada pelo sistema Cerflor/PEFC de 1,4 milhes de hectares. A Figura 25 apresenta a re-presentatividade da rea certificada por Estado.
Ressalta-se que a maioria das reas no certificadas pelo Cerflor/PEFC so certificadas pelo FSC. Alm disso, as empresas florestais podem simultaneamente ser certificadas por ambos os selos.
Em 2013, o padro de certificao SLIMF, ou Small and Low Intensity Managed Forests, foi aprovado para a certificao do manejo florestal de pequenos e mdios produtores florestais. No Brasil, a rea de rvores plantadas e de nativas certificada por este padro de 36,9 mil hecta-res e 8,0 mil hectares, respectivamente.
RANKING DE REA CERTIFICADA PELO CERFLOR/PEFC E CADEIA DE CUSTDIA POR PAS, 2013
FIGURA 24
0
nmero de certificados (mil)
CANAD
EUA
FINLNDIA
AUTRLIA
SUCIA
NORUEGA
BIELORSSIA
BRASIL
100 200
119,9
34,3
20,6
10,4
9,8
9,1
8,1
1,6
FONTE: PEFC GLOBAL STATISTICS, JANEIRO 2014
0
CHINA
EUA
REINO UNIDO
ALEMANHA
ITLIA
HOLANDA
JAPO
BRASIL
1 2 3
2,1
1,5
1,1
0,7
0,7
0,5
0,4
0,1
rea Certificada Cadeia de Custdiaem milhes de ha
REA CERTIFICADA DE RVORES PLANTADAS PELO CERFLOR/PEFC NO BRASIL
FIGURA 25
0
em milhes de ha
BA
RS
MG
SP
MS
OUTROS
1,0 2,0 3,0 4,0
FONTE: CERFLOR/PEFC (2012), ADAPTADO POR PYRY
rea no certificadarea certificada
0,5 0,1
0,5 0,1
1,3 0,1
0,9 0,3
0,2 0,5
2,5 0,3
1,4 milho de ha Certificados
REA CERTIFICADA DE RVORES PLANTADAS PELO FSC NO BRASIL
FIGURA 23
0
em milhes de ha
RS
BA
SC
MS
PR
SP
MG
OUTRAS
0,5 1,0 1,5 2,0
FONTE: FSC (2013), ADAPTADO POR PYRY
rea no certificada
rea certificada0,3 0,3
0,2 0,5
0,3 0,4
0,3 0,4
0,3 0,6
0,3 0,8
0,9 0,6
1,0 0,4
4 milhes de ha Certificados
54 | indstria brasileira de rvores | 2014
DESEMPENHO DO SETOR BRASILEIRO DE RVORES PLANTADAS
Celulose e PapelA celulose a principal matria-prima para a produo de papis. Os dois tipos de
celulose so: de fibra curta e de fibra longa. O processo de fabricao de cada tipo de papel utiliza um tipo de fibra diferente, pois as fibras curtas e longas tm caractersticas mecnicas diversas. De forma geral, os papis de imprimir e escrever, os papis tissue e alguns tipos de papelcarto so fabricados a partir de fibras curtas que proporcionam maior opacidade e maciez. Os papis para embalagem, papelo ondulado e outros tipos de papelcarto so fabricados a partir de fibras longas que propiciam maior resistncia mecnica. Alm disso, outra importante fonte de matria-prima para a indstria de papel so fibras recicladas, que so utilizadas principalmente para produo de papis para papelo ondulado e papis tis-sue. Existem tambm as chamadas pastas de alto rendimento que so utilizadas na produo de papel imprensa e revistas.
CADEIA PRODUTIVA DO SEGMENTO DE CELULOSE E PAPEL
FIGURA 26
Plantio de rvores Fbrica de celulose Produo de papel Consumo de papel
Fibra reciclada Coleta de papel
Fibra longa
Fibra curta
CEL
ULO
SE IR
AN
I / M
R
IO
GU
AS
FONTE: PYRY
indstria brasileira de rvores | 2014 | 55
EVOLUO DA PRODUO BRASILEIRA DE CELULOSE
FIGURA 27
em milhes de toneladas16
14
12
10
8
6
4
2
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Fibra longaPastas de alto rendimento
Fibra curta
FONTE: BRACELPA (2013), ADAPTADO POR PYRY
EVOLUO DA PRODUO BRASILEIRA DE PAPEL
FIGURA 28
em milhes de toneladas
12
10
8
6
4
2
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
TissueEmbalagem
Papel ImprensaPapelcartoPapel imprimir e escrever
Outros
FONTE: BRACELPA (2013), ADAPTADO POR PYRY
Em 2013, a produo brasileira de celulose cresceu 8,2% e a de papel cresceu 1,8%, em relao a 2012. No ano, foram produzidos 15,1 milhes de toneladas de celulose e 10,4 milhes de toneladas de papel. A produo da celulose de fibra curta ampliou 8,4%, a de fibra longa, 9,9%, e a produo da pasta mecnica de alto rendimento reduziu 1,1% (Figura 27).
A produo de papel tissue, papel para embalagem e outros papis aumentou, respecti-vamente, 5,4%, 3,0% e 2,5%. Por outro lado, os volumes de produo de papelcarto, papel im-prensa e papis de imprimir e escrever reduziram 2,3%, 0,5% e 2,9%, respectivamente (Figura 28).
As exportaes do segmento de celulose e papel totalizaram US$ 7,2 bilhes, o que representou um aumento de 7,5% sobre o valor de 2012. Em termos fsicos, foram exportados 9,4 milhes de toneladas de celulose e 1,9 milho de toneladas de papel.
56 | indstria brasileira de rvores | 2014
A Europa se manteve como o principal destino da celulose brasileira, com a importao de 41% do volume exportado, seguida pela sia e pela Amrica do Norte, com cerca de 39% e 20%, respectivamente (Figura 29).
FIGURA 30
PRINCIPAIS USOS DA CELULOSE BRASILEIRAEXPORTADA
Imprimir e escrever
Papis especiais
Embalagem e papelcarto
Tissue
em %
8
4727
18
FONTE: BRACELPA (2013), ADAPTADO POR PYRY
FIB
RIA
/RIC
AR
DO
TEL
ES
COLOMBIA
CUBA
SLOVAKIA
FIGURA 29
DESTINO DAS EXPORTAES BRASILEIRAS DE CELULOSE EM VOLUME
FONTE: SECEX (2013), ADAPTADO POR PYRY
Amrica do Norte20%
Europa41%
sia39%
No mercado internacional, o principal uso da celulose brasileira a produo de papis tissue (Figura 30).
J em relao ao papel, a Amrica Latina segue como o principal mercado, responsvel pelo consumo de 50% do volume exportado (Figura 31).
indstria brasileira de rvores | 2014 | 57
O consumo aparente (indicador que dimensiona a demanda domstica) de celulose aumentou 4,3% em 2013. J as vendas de papel no mercado brasileiro totalizaram 5,7 milhes de toneladas e foram 2,8% superiores ao consumo de 2012.
Apesar do modesto crescimento do consumo de papel de todos os tipos, destaca-se que as vendas de papel tissue aumentaram 5%. J o consumo de papis imprensa e de im-primir e escrever reduziu 14% e 5%, respectivamente (Figura 32).
COLOMBIA
CUBA
SLOVAKIA
FIGURA 31
DESTINO DAS EXPORTAES BRASILEIRAS DE PAPEL - EM VOLUME
FONTE: SECEX (2013), ADAPTADO POR PYRY
Amrica do Norte14%
Europa17% sia
13%
frica6%
Amrica Latina50%
Em 2013, o preo mdio listado da celulose kraft branqueada de eucalipto (BEKP) na Europa Ocidental atingiu US$ 795 por tonelada, valor 4,8% superior mdia de 2012 (US$ 758/t), conforme ilustrado na Figura 33.
FIGURA 32
VARIAO DO CONSUMO DOMSTICO POR TIPO DE PAPEL
em %
FONTE: BRACELPA (2013), ADAPTADO POR PYRY
0-15 -5-10 -15105
Embalagem 0,9
Papel imprensa-14,1
Papel imprimir e escrever -4,9
Tissue 5,3
Papelcarto 0,8
AR
QU
IVO
INTE
RN
ATIO
NA
L PA
PER
58 | indstria brasileira de rvores | 2014
AMPA
TO
BA
PI
MACE
RN
PBPE
ALSE
MG
GO
MS
SP
ES
RJ
PR
SC
RS
RRAP
ACRO
MT
FIGURA 34
LOCALIZAO DOS PRODUTORES BRASILEIROS DE CELULOSE E PAPEL
FONTE: PYRY (2013)
EVOLUO DO PREO INTERNACIONAL DAS CELULOSES DE FIBRA CURTA E DE FIBRA LONGA
FIGURA 33
US$/t
FONTE: FOEX (2013), ADAPTADO POR PYRY
1100
1000
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Fibra curta
Fibra longa
indstria brasileira de rvores | 2014 | 59
Painis e Pisos de MadeiraOs painis de madeira se dividem em dois grupos. O primeiro definido como painis
de madeira reconstituda, produzidos basicamente com fibras ou partculas de madeira. O se-gundo grupo o dos painis compensados, que so produzidos a partir de laminas de madei-ra. A Figura 35 ilustra os principais tipos de painis e seus usos.
AR
QU
IVO
DU
RAT
EX
FIGURA 35
DESCRIO DOS PAINIS DE MADEIRA RECONSTITUDA
Produtos e descrioPrincipais mercados
MDF e HDF
MDP
Chapas
Medium Density Fiberboard e Hight Density Fiberboard so constitudos por fibras de madeira com umidade menor que 20% na linha de formao, por processo seco, e densidade de 600 kg/m a 900kg/m. Esses painis so produzidos basicamente sob ao de calor e presso com adio de adesivo sinttico.
Medium Density Particleboard um painel produzido pela aglutinao e compactao de partculas de madeira posicionadas de forma diferenciada sob ao conjunta de presso e calor, com as maiores dispostas ao centro e as mais finas nas superfcies externas formando trs camadas.
As chapas duras so produzidas com fibras de madeira aglutinadas pelo processo de alta temperatura e presso. No recebem resina sinttica, pois so prensadas a quente pelo processo mido que reativa os aglutinantes naturais da prpria madeira.
Construo Civil
Mveis
Embalagens
FONTE: ABIPA (2013)
DIV
ULG
. D
UR
ATEX
DIV
ULG
. D
UR
ATEX
DIV
ULG
. D
UR
ATEX
DIV
ULG
. D
UR
ATEX
DIV
ULG
. EU
CAT
EXD
IVU
LG.
DU
RAT
EX
As empresas de painis de madeira concentram-se nos Estados das Regies Sul e Su-deste do Brasil (Figura 36). As empresas de painis reconstitudos caracterizam-se por apre-sentarem grandes volumes de produo anual, o que no ocorre com as empresas de painis compensados, que se caracterizam por serem de pequeno porte.
AMPA
TO
BA
PI
MACE
RN
PBPE
ALSE
MG
GO
MSSP
ES
RJ
PR
SC
RS
RRAP
ACRO
MT
FIGURA 36
LOCALIZAO DOS PRODUTORES DE PAINIS DE MADEIRA
FONTE: PYRY (2013)
Produ