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Industria de Queijo Camembert

Date post: 07-Jul-2018
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  • 8/18/2019 Industria de Queijo Camembert

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    Universidade Federal de Santa CatarinaDepartamento de Engenharia Química e de AlimentosEQA 5509- Projetos na Indústria de AlimentosProfessor: José Miguel Muller

    PROJETO:

    INDÚSTRIA DE QUEIJO CAMEMBERT

    ALUNAS:

     Andréia SuzukiBruna GarciaTatiane Mora 

    Florianópolis, novembro de 2011

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    Índice 

    1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 4 

    2. CONSIDERAÇÕES SOBRE O MERCADO DE QUEIJOS .................................................... 5

    3. MATÉRIA - PRIMA ................................................................................................................. 7

    4. FLUXOGRAMA DO PROCESSO .......................................................................................... 9

    4.1. RECEPÇÃO DO LEITE PASTEURIZADO E PADRONIZADO ........................................................ 10

    4.2. PREMATURAÇÃO .............................................................................................................. 10

    4.3. ADIÇÃO DO COALHO ......................................................................................................... 12

    4.4. CORTE DA COALHADA ....................................................................................................... 12

    4.5. TRATAMENTO DA COALHADA NO TANQUE .......................................................................... 13

    4.6. ENFORMAGEM .................................................................................................................. 13

    4.7. SALGA ............................................................................................................................. 14

    4.8. SECAGEM......................................................................................................................... 154.9. PULVERIZAÇÃO DO MOFO .................................................................................................. 15

    4.10. MATURAÇÃO ....................................................................................................... 16

    4.11. EMBALAGEM ........................................................................................................ 17

    5. BALANÇO MATERIAL ........................................................................................................ 17

    6. CONTROLE DE QUALIDADE ............................................................................................. 17

    6.1. CONTAMINAÇÃO COM FUNGOS DO GÊNERO M UCOR  ........................................................... 18

    6.2. CRESCIMENTO EXCESSIVO DE G EOTRICHUM CANDIDUM ...................................................... 19

    6.3. CRESCIMENTO DE P ENICILLIUM ROQUEFORTI  ..................................................................... 20

    6.4. CASCA DESCOLANDO

     ....................................................................................................... 216.5. MASSA SECA .................................................................................................................... 22

    6.6. CRESCIMENTO INSUFICIENTE DE MOFO .............................................................................. 22

    6.7. CRESCIMENTO EXCESSIVO DE MOFO .................................................................................. 22

    6.8. FORMAÇÃO DE SABOR AMARGO ........................................................................................ 23

    6.9. SABOR AMONIACAL .......................................................................................................... 23

    7. EQUIPAMENTOS ................................................................................................................. 23

    7.1. TANQUE DE ARMAZENAMENTO .......................................................................................... 23

    7.2. TANQUE AUTOMÁTICO PARA FABRICAÇÃO DE QUEIJOS ..................................................... 24

    7.3. FÔRMAS ........................................................................................................................... 24

    7.4. TANQUE DA SALGA ........................................................................................................... 257.5. CÂMARAS DE SECAGEM.................................................................................................... 25

    7.6. CÂMARA DE MATURAÇÃO ................................................................................................. 26

    7.6.1. O Cálculo da Carga Térmica ............................................................................. 27

    7.6.2. Isolante .............................................................................................................. 28

    7.6.3. Calor do Produto ............................................................................................... 28

    7.6.4. Transmissão ...................................................................................................... 29

    7.6.5. Infiltração ........................................................................................................... 29

    7.6.6. Pessoas ............................................................................................................. 30

    7.6.7. Luzes ................................................................................................................. 30

    7.6.8. Prateleiras Móveis ............................................................................................. 30

    7.6.9. Cálculo Total ..................................................................................................... 317.7. CONDENSAÇÃO EXTERNA E INTERNA ................................................................................ 31

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    7.8. EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO................................................................................... 32

    7.8.1. Compressor ....................................................................................................... 32

    7.8.2. Condensador ..................................................................................................... 33

    7.8.3. Evaporador ....................................................................................................... 34

    7.8.4. Válvula de Expansão ......................................................................................... 34

    7.8.5. Refrigerante ....................................................................................................... 358. TRATAMENTO E APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS .................................................... 35

    8.1. EFLUENTES LÍQUIDOS ....................................................................................................... 36

    8.2. RESÍDUOS SÓLIDOS .......................................................................................................... 37

    9. LOCALIZAÇÃO, PROJETO E LEGISLAÇÃO .................................................................... 38

    9.1. LOCALIZAÇÃO .................................................................................................................. 38

    9.2. PROJETO ......................................................................................................................... 39

    9.3. DEPENDÊNCIAS DA FÁBRICA ............................................................................................. 40

    9.4. LEGISLAÇÃO .................................................................................................................... 41

    9.5. LAYOUT

     ........................................................................................................................... 4210. ANÁLISE FINANCEIRA ....................................................................................................... 43

    10.1. INVESTIMENTOS FIXOS .......................................................................................... 43

    10.2. CAPITAL DE GIRO ................................................................................................. 45

    10.3. PROJEÇÃO DAS RECEITAS MENSAIS ...................................................................... 48

    11. CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 50

    12. REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 51

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    2. Considerações Sobre o Mercado de Queijos

    Na última década, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento,

    Indústria e Comércio exterior (MDIC), o comércio internacional de produtos

    lácteos apresentou crescimento significativo, com destaque para o queijo,

    sendo o Brasil o sexto maior mercado consumidor.

    O comércio internacional de queijos é marcado por uma alta

    concentração, tanto na produção, com 9,4% dos países detendo as

    importações, quanto na exportação, onde o número de países é ainda menor

    (Rodrigues, 2009). Existem milhares de tipos de queijos disponíveis no

    mercado, quando se considera cada tipo de queijo é impossível quantificar a

    demanda, então a categoria outros que compreende essa grande variedade

    representa quase 70% desse mercado (Rodrigues, 2009).

    De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos

    (USDA) em nota divulgada em julho de 2011 (Usda, 2011), a projeção de

    exportação de queijos de grandes produtores como a União Européia em 2011

    será de 620.000 toneladas, grande parte exportada para Rússia e para os

    Estados Unidos. A Tabela 1 mostra a produção de queijos dos maiores

    produtores mundiais ao longo dos últimos anos e a projeção da produção para

    o ano de 2011.

    Tabela 1. Produção Mundial de Queijos (1000 toneladas). Fonte: USDA (Foreign Agricultural Service). 

    País 2006 2007 2008 2009 2010 2011(e)

    União Européia 6801 6760 6800 6810 6970 7050

    Estados Unidos 4320 4435 4496 4570 4734 4870

    Brasil 528 580 607 614 648 675

    Rússia 405 435 430 400 435 440

     Austrália 362 360 344 321 319 328

    *e = estimativa

    De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Queijos

    (ABIQ), cerca de 95% dos queijos produzidos no Brasil são para consumo

    popular, onde são contabilizados os queijos como o prato, mussarela,

    parmesão e minas (Furtado, 2003). Os queijos considerados especiais como o

    Brie, Camembert, Gorgonzola, Gouda, Edam, entre outros, ocupam os 5%

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    restantes da produção brasileira e segundo analistas do setor, tem o maior

    potencial de crescimento (Furtado, 2003).

     A Tabela 2 mostra o consumo de queijo de alguns dos maiores

    consumidores mundiais do produto, assim como a estimativa para o ano de

    2011.

    Tabela 2. Consumo Mundial de Queijos (1000 toneladas). Fonte: USDA (Foreign Agricultural Service). 

    País 2006 2007 2008 2009 2010 2011(e)

    União Européia 6339 6309 6393 6381 6445 6510

    Estados Unidos 4392 4505 4478 4540 4634 4796

    Brasil 529 576 605 624 660 686

    Rússia 625 675 750 690 720 767

     Austrália 225 215 215 220 225 230

    *e = estimativa

     A Tabela 3 mostra os países que mais importam queijos no mercado

    mundial e os números desse consumo, sendo a Rússia e o Japão os países de

    destaque na importação desse produto. No Brasil o mercado de queijos cresce

    cerca de 4% ao ano, devido à invasão de produtos importados oferecidos aoconsumidor (Furtado, 2003), a importação aumentou de 5000 toneladas em

    2008 para 16000 toneladas em 2010 (Usda, 2011).

    Tabela 3. Importação Mundial de Queijos (1000 toneladas). Fonte: USDA (Foreign Agricultural Service). 

    País 2006 2007 2008 2009 2010 2011(e)

    Rússia 230 250 340 310 305 335

    Japão 207 225 187 184 199 200Estados Unidos 170 161 131 131 109 118

    União Européia 99 83 83 81 78 80

    México 86 86 73 73 80 90

    Brasil 6 4 5 16 16 16

    *e = estimativa

     A Tabela 4 mostra os maiores exportadores mundiais de queijos, aqui

    ganham destaque os países da União Européia e da Oceania. O Brasil apesar

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    de ser um dos maiores produtores mundiais de queijo, possui uma produção

    deficitária em relação ao consumo interno, sendo necessária a importação do

    produto.

    Tabela 4. Exportação Mundial de Queijos (1000 toneladas). Fonte: USDA (Foreign Agricultural Service). 

    País 2006 2007 2008 2009 2010 2011(e)

    União Européia 561 534 490 510 503 620

    Nova Zelândia 299 309 247 290 265 237

     Austrália 202 212 202 162 165 170

    Estados Unidos 71 100 131 108 173 203

     Argentina 58 45 36 48 45 55

    Brasil 5 8 7 6 4 5

    *e = estimativa

    3. Matéria - prima

    Qualquer que seja o tipo de queijo a matéria-prima é uma só: o leite.

    Muitos tipos de queijos maturados superficialmente por mofos são produzidos

    no mundo, todos possuem aparente semelhança, pois compartilham da mesma

    tecnologia de fabricação, tipificada pelo Camembert, que é a variedade

    francesa mais importante.

     As variações observadas na qualidade do leite empregado na produção

    do queijo dependem da espécie do animal do qual o leite é obtido.

     A composição do leite varia de acordo com os sistemas de criação

    empregados, como raças puras ou não e outros fatores como: saúde do

    animal, época do ano e fase de lactação.

    O fabricante de queijo leva em consideração as condições fundamentais

    do leite como matéria prima:

    - a qualidade bacteriológica, que condiciona a acidez;

    - a composição química e, mais concretamente, o seu conteúdo de

    gordura.

     Alguns queijos como o Camembert e o Livarol, cuja coalhada é de

    propriedade mista, podem ser fabricados com um leite bastante povoado e

    ligeiramente ácido; no entanto, os de coalhada de caráter enzimático, como o

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    qualidade do queijo final como o rendimento, seja mínima, o leite deve ser

    armazenado em temperaturas inferiores a 5°C e durante um período de tempo

    muito curto.

    O objetivo do tratamento térmico do leite de queijaria consiste na

    destruição dos microorganismos patogênicos, e dos microorganismos e

    enzimas prejudiciais para o processo de elaboração.

    O tratamento térmico não constitui em si um sistema de padronização da

    qualidade bacteriológica do leite, e por outra parte, este tratamento destrói

    também bactérias e enzimas que favoreceriam o processo de fabricação. Por

    esta razão, alguns fabricantes de queijo preferem utilizar temperaturas

    inferiores as de pasteurização para preservar algumas das enzimas presentes

    no leite (especialmente as lipases).

    4. Fluxograma do Processo

     As etapas do processo podem ser visualizadas através da Figura 1.

    Figura 1. Fluxograma do processo de fabricação do queijo Camembert.

    Recepção do leitepasteurizado e

    padronizado

    Prematuração

    Adição do coalho

    Corte da coalhada

    Tratamento da

    coalhada no

    tanque

    Enformagem

    Salga

    SecagemPulverização do

    mofo

    Maturação

    Embalagem e

    expedição

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    4.1. Recepção do leite pasteurizado e padronizado

     A maior parte das indústrias de queijos utiliza leite filtrado,

    pasteurizado e padronizado. A pasteurização é um tratamento

    indispensável, tanto do ponto de vista tecnológico como de saúde

    pública. A padronização é estabelecida fixando-se o teor de gordura

    do leite utilizado para cada queijo. Para o Camembert é comum a

    padronização do leite para 3,3-3,4% de gordura.

     Após o recebimento, o leite deverá ser destinado para o interior

    da fábrica, via bomba sanitária ou via gravidade.

    4.2. Prematuração

     A prematuração do leite consiste na adição de uma dose de

    fermento, por volta de 1%, ao leite algum tempo antes da adição do

    coalho. No caso do Camembert a prematuração pode ser conduzida

    por até uma hora, a 28-32°C.

    O fermento lático é um ingrediente importante na fabricação de

    queijos de boa qualidade e o objetivo da prematuração é dar aos

    microrganismos do fermento uma oportunidade de adaptação ao leite

    antes do início da coagulação.

    Pode-se dizer que o fermento tem duas finalidades básicas na

    fabricação de queijos Camembert. A primeira é o desenvolvimento da

    acidez e a segunda é a formação de sabor e aroma durante a

    maturação do queijo.

    O desenvolvimento da acidez tem importância fundamental na

    fabricação devido a:

      Controle de contaminações: Bactérias do fermentotransformam a lactose em ácido lático, evitando assim que a

    lactose seja utilizada como substrato para fermentações

    indesejáveis e, ao mesmo tempo, com o abaixamento do pH,

    inibe-se o crescimento de certos microrganismos nocivos;

      Remoção da umidade da coalhada: O aumento da acidez

    neutraliza gradualmente as cargas elétricas da caseína e

    diminui a sua capacidade de reter água, facilitando-se aexpulsão do soro dos grãos;

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      Formação de corpo e textura do queijo: A formação de ácido

    lático regula o processo de desmineralização da coalhada. Na

    desmineralização o íon H+ do ácido lático faz intercâmbio com

    o cálcio coloidal (que é o cálcio que estabelece ligações entre

    as micelas de paracaseína após a coagulação),

    transformando-o em cálcio solúvel, na forma de lactato de

    cálcio, dissolvido na água livre no interior do grão de coalhada.

     A desmineralização é um processo muito importante, pois

    afeta a estrutura e a textura final do queijo. Assim, a expulsão

    da água (soro) do grão elimina ácido lático e cálcio. Por isso a

    prematuração do leite com fermento torna-se essencial,

    permitindo-se acelerar a desmineralização da coalhada;

      Melhoria na atuação do coalho: A ação coagulante tem seu pH

    ideal por volta de 4,0 e a adição de fermento ao leite melhora

    a atuação do coalho;

      Ajuste do pH adequado: o Camembert é maturado por mofos

    que necessitam de um meio ácido para seu crescimento.

    Os microrganismos utilizados nos fermentos para a fabricação do

    Camembert são Lactococcus cremoris  e Lactococcus latis. Estes

    dois microrganismos são mesófilos e produtores de ácido, portanto o

    fermento é chamado de fermento lático mesófilo acidificante.

    O Lactococcus cremoris é a principal bactéria produtora de ácido

    nas culturas láticas. Homofermentadora, produz ácido lático a partir

    da lactose crescendo na faixa de temperatura de 10 a 36°C. Sua

    capacidade máxima de produção de ácido gira por volta de 1,0% de

    ácido lático. A pasteurização do leite a destrói. É muito sensível ao

    sal, sendo completamente inibida se o meio contiver 4,0% de sal ou

    mais. No fermento lático quase sempre constitui mais de 90% da

    flora original.

    O Lactococcus latis  também é uma bactéria homofermentadora,

    produz ácido até uma concentração de 1,0% de ácido lático.

    Entretanto, é mais resistente que L. cremoris, sendo capaz decrescer em meios com até 4,0% de sal na umidade, e entre 10 e

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    40°C. Também é destruída pela pasteurização do leite. Constitui

    apenas uma pequena fração (5%) da cultura lática normal.

    4.3. Adição do coalho

     A coagulação do leite se faz a temperatura de 34°C. Esta

    temperatura permite uma boa ação enzimática do coalho e o

    crescimento da cultura lática.

    É o poder coagulante que determina a quantidade de coagulante

    a usar. Considera-se a força do coalho como a quantidade

    necessária para coagular o leite em 40 minutos a 35°C.

    É utilizado o coagulante Quimase na dosagem de 15 a 18 ml para

    cada 100 litros de leite. O Coagulante Quimase é um coagulante que

    permite melhor rendimento queijeiro com menor dosagem. É um

    coagulante microbiano derivado da preparação especial a partir do

    Rhizomucor miehei. Sua vantagem está na dosagem baixa, pois

    possui um elevado poder de coagulação que se comparado aos

    coalhos tradicionais de origem animal. O fato é devido à enzima

    específica que atua sobre as proteínas lácteas, oferecendo melhor

    coagulação e consequente rendimento. O coagulante deve ser

    previamente diluído em 2 colheres de sopa de água (não clorada em

    temperatura ambiente).

    Tempo de coagulação: variável em função do grau de acidificação

    do leite (via de regra, quanto maior o grau de acidificação, menor o

    tempo de coagulação do leite).

    4.4. Corte da coalhada A finalidade do corte é aumentar a superfície de exsudação do

    soro. Para queijos macios, como o Camembert, divide-se a coalhada

    em cubos grandes, de 2 a 3 cm de aresta. O tamanho dos cubos é

    importante, pois influencia na retenção de umidade e no corpo do

    queijo.

    O corte é feito lentamente, sendo que para sua realização são

    usadas liras, cuja distância entre os fios para os queijos macios é deaproximadamente 2,0 cm. Recomenda-se que o corte seja feito

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    inicialmente com a lira horizontal somente no sentido longitudinal; em

    seguida corta-se com a lira vertical no sentido longitudinal e depois

    no sentido transversal quantas vezes se fizerem necessárias para

    reduzir os grãos de coalhada ao tamanho desejado.

    4.5. Tratamento da coalhada no tanque

    Para o tratamento da coalhada, o mais aconselhável é a adoção

    de tratamento que permita certo grau de dessoragem no tanque,

    para que a massa adquira a consistência desejada. Neste caso,

    recomenda-se que, cerca de cinco minutos após o corte, a massa

    seja agitada suavemente por 20 ou 25 minutos, a temperatura de 28

    a 32°C, utilizando-se, preferencialmente, de pás, pois os garfos

    normalmente quebram mais os grãos. Durante esse período expulsa-

    se uma parte do soro e os grãos se tornam um pouco mais

    arredondados.

    4.6. Enformagem

    Diversos métodos de enformagem podem ser empregados na

    fabricação do Camembert. O mais comumente empregado é a

    eliminação parcial do soro (cerca de 50%), até que este fique apenas

    recobrindo a coalhada; a massa vai então para fôrmas plásticas de

    fundo perfurado; diversas viragens podem ser conduzidas nas

    primeiras horas após a enformagem. A primeira viragem ocorre 20

    minutos após a enformagem do último queijo; a segunda, 40 minutos

    após a primeira viragem; a terceira, 40 minutos após a segunda

    viragem. A dessoragem prossegue nas fôrmas e é importante que a

    temperatura do local não seja baixa, ficando em torno de 20°C, caso

    contrário, a flora diminui sua atividade e os queijos não dessoram

    bem.

    É importante que a massa não seja completamente dessorada

    para a enformagem, o que poderia provocar aglomeração dos grãos,

    com perda excessiva de umidade e prejuízo do corpo (seco e duro) etextura. Igualmente é importante que a enformagem seja feita

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    rapidamente, para evitar que os grãos fiquem demasiado firmes no

    tanque de fabricação.

    4.7. Salga

     A salga do Camembert pode ser feita em salmoura, sendo um

    processo prático que permite a obtenção de um teor uniforme de sal

    nos queijos. Uma vez preparada, a salmoura pode ser utilizada por

    um longo período, desde que regularmente seja submetida à

    correção do seu teor de sal, e eventualmente, ao tratamento de

    recuperação.

    Tradicionalmente, a salmoura fica em grandes tanques

    azulejados ou em tanques de fibra de vidro situados no interior de

    câmaras frigoríficas para a manutenção da temperatura correta. É

    importante que a temperatura do banho de salga seja a mesma todos

    os dias e que a salmoura seja regularmente agitada, já que se isso

    não ocorrer, uma camada de salmoura mais diluída se formará junto

    à casca do queijo, onde o sal é absorvido.

    Observações práticas indicam que, para cada quilograma de

    queijo a ser salgado, devem-se preparar três litros de salmoura para

    cada dia que o queijo permanecer na solução. Um queijo Camembert

    de 200 gramas pode ser salgado por 20-30 minutos em uma

    salmoura com 20% de sal a 10-12°C e principalmente com o pH

    regulado para a mesma faixa do queijo, ou seja entre 4,7 a 4,8.

    O sal exerce importante papel seletivo na maturação do queijo

    Camembert. O mofo Penicillium camemberti   resiste a elevadas

    concentrações de sal e cresce sem problemas em um queijo com 5%de sal na umidade ou atividade de água de 0,975. A salga deve ser

    conduzida assim que os queijos forem retirados das fôrmas para

    evitar a proliferação de Geotrichum candidum, um mofo

    contaminante que prefere concentrações mais baixas de sal. O

    tempo de salga deve ser ajustado de maneira a se obter um queijo

    com cerca de 2,0 a 2,5% de sal.

    O sal exerce ainda outro papel importante que é acomplementação da dessoragem no queijo, favorecendo a liberação

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    da água livre da massa. O sal penetra no queijo pela casca, onde há

    inicialmente uma maior concentração de NaCl, alterando o equilíbrio

    osmótico existente no queijo e levando a água a migrar do seu

    interior, mais diluído, para a casca, numa tentativa de restabelecer o

    equilíbrio osmótico. Assim enquanto ganha sal no banho de

    salmoura, o queijo perde água, na qual se encontra diluídos lactose,

    ácido lático, proteínas e lactatos.

    Os elementos que se perdem do queijo para a salmoura são

    transportados na água se exsudando do queijo, provocando perda de

    peso deste ao final da salga, apesar do ganho de uma pequena

    quantidade de sal.

    4.8. Secagem

    O ideal é que os queijos após a salga, sejam colocados em uma

    antecâmara (com temperatura regulada para a faixa de 9 a 10ºC),

    sobre prateleiras especiais, construídas com fios de aço inoxidável

    que permitem uma aeração mais adequada. O ideal é dar uma

    pequena inclinação às prateleiras. Os queijos são deixados nas

    prateleiras por 3 a 4 horas, ficando secos por completo. Este

    procedimento mantém constante a umidade da câmara de maturação

    que deve estar sempre controlada.

    4.9. Pulverização do mofo

    Os queijos, após a secagem, devem ser destinados para câmara

    de maturação dispostos em prateleiras especiais que permita a

    circulação total de ventilação entre ambas as faces e laterais dosmesmos.

    O método mais utilizado para a aplicação do mofo Penicillium

    camemberti   é a pulverização, em todas as faces, de uma solução

    aquosa contendo esporos do Penicillium, na dosagem de 800 ml de

    solução para cada 100 litros de leite. A câmara também deverá ser

    pulverizada diariamente, afim de, se formar um ambiente mais

    propício ao desenvolvimento do Penicillium.

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    É recomendável que, após a pulverização, os queijos sequem por

    algum tempo, podendo-se recorrer à ajuda de ventiladores, antes de

    irem para a câmara de maturação.

    4.10. Maturação

     A maturação deve ser conduzida nas prateleiras apropriadas para

    o queijo Camembert, em uma câmara fria a 12-15°C, com cerca de

    85 a 90% de umidade relativa do ar.

    O ar na câmara de maturação deve ser renovado frequentemente

    e ter boa circulação entre as prateleiras com queijos. Correntes de ar

    muito forte devem ser evitadas, para não ressecar demasiadamente

    os queijos.

     A temperatura deve ser bem controlada, pois acima de 15°C

    aumenta-se o risco de crescimento de microrganismos indesejáveis

    como o Geotrichum candidum. O mesmo cuidado deve ser atribuído

    à umidade relativa do ar, que é o fator decisivo no sucesso da

    fabricação. Se a umidade for baixa (menos de 85%) os queijos

    ressecam e o crescimento do mofo é muito prejudicado. Se a

    umidade for muito elevada (mais de 90%) favorece o crescimento de

    mofos contaminantes como os do gênero Mucor .

     Após cerca de oito dias de maturação, o mofo branco torna-se

    visível na superfície do queijo; com doze dias, surge como um feltro

    ou manto branco e é quando os queijos devem ser embalados. Em

    cerca de três semanas de maturação, o queijo já pode ser

    consumido, mas se esperadas mais duas semanas, o sabor do

    queijo se torna mais pronunciado e ele fica mais untuoso. A formação de sabor e aroma é um complexo fenômeno

    bioquímico que ocorre durante a maturação do queijo. Envolve a

    degradação da caseína (proteólise) em complexos menores que

    modificam o corpo do queijo e lhe conferem sabor típico e também a

    degradação da gordura (lipólise) com liberação de ácidos graxos

    livres e formação de outros compostos importantes na formação do

    sabor e aroma do queijo. As lipases e proteases que catalisam essas

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    reações complexas são liberadas pelos microrganismos do fermento

    lático.

    4.11. Embalagem

     Após doze dias e observado o crescimento satisfatório que

    corresponde a um manto aveludado e uniforme de mofo branco, sem

    manchas, estrias ou qualquer outro fungo de natureza estranha, o

    queijo deverá ser embalado em papel alumínio, identificado e

    finalmente armazenado em câmara de estocagem de produtos

    acabados, a temperatura de 5°C. Depois o produto segue para os

    pontos de comercialização.

    5. Balanço Material

    Para a produção de queijo Camembert são utilizados diversos

    ingredientes e o balanço dos materiais utilizados pode ser observado através

    da Tabela 5. Com os 5000 L de leite, cuja densidade média é de 1,032 g/mL,

    que serão utilizados no processo, serão produzidos cerca de 660 kg de queijo

    por dia.

    Tabela 5. Balanço de matéria-prima do queijo Camembert.

    Ingredientes Quantidade

    Leite 5000 L

    Fermento 1,5 kg

    Coalho 800 mL

    Sal 13,2 kgMofo 40 L

    6. Controle de Qualidade

    O controle de qualidade está vinculado a satisfação e a proteção do

    consumidor.

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     A seguir serão apresentadas as principais alterações que podem ocorrer

    em queijos Camembert, suas causas e formas para evitar que essas alterações

    ocorram e consequentemente comprometam a qualidade do produto.

    6.1. Contaminação com fungos do gênero Mucor  

    Essa alteração se caracteriza pelo crescimento de mofo de cor

    cinza ou escura na superfície do queijo, geralmente antes do início

    do crescimento do Penicillium. O mofo escuro cresce em tufos mais

    altos e, se amassado, confere manchas e estrias escuras à

    superfície do Camembert. Pode causar sabor amargo ao queijo, além

    de conferir aspecto desagradável.

    Mucor   é um género com cerca de 3000 espécies de bolores, 

    muito comuns em substâncias orgânicas em decomposição e

    também na água. São organismos saprófitas, falcilmente

    encontrados na natureza, o que facilita a contaminação dos locais de

    fabricação. Não possuem forte ação enzimática, mas crescem rápido

    no queijo (às vezes no primeiro ou segundo dia de maturação).

     As principais causas dessa alteração são:

      Queijo de pH mais elevado após a elaboração (acima da

    4,9), devido a baixa atividade do fermento lático. A

    fermentação insuficiente tem sido reconhecida como uma

    das principais causas do crescimento do Mucor   (que é

    sensível ao pH baixo);

      Queijos que não dessoram bem (excesso de umidade) e

    são levados úmidos para a câmara de maturação, o que

    também está relacionado indiretamente com a atividade dofermento e acidificação durante a elaboração;

      Excesso de umidade na câmara de maturação (mais de

    90%);

      Circulação de ar insuficiente na câmara;

      Temperatura de maturação muito elevada;

      Queijos com teor insuficiente de sal (o Mucor é sensível ao

    sal).

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Bolorhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Bolor

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    O controle desse tipo de contaminação é trabalhoso e requer uma

    série de medidas que podem ser tomadas em conjunto ou

    separadamente:

      O queijo deve apresentar pH 4,6-4,8. Para isso pode-se

    trocar o fermento, checar antibióticos no leite ou outro tipo

    de inibidor;

      Verificar o fermento, sua atividade, quantidade de coalho e

    processo de maturação para obter queijos bem dessorados

    e com teor correto de umidade;

      Abaixar a temperatura da câmara de maturação e sua

    umidade relativa do ar;

      Verificar o teor de sal do queijo e, se necessário, tomar

    medidas para aumentá-lo;

      Verificar as possíveis fontes de contaminação (água

    industrial, água usada na limpeza da sala de fabricação;

    tratar a salmoura com cloro);

      Promover sanitização completa de todos os equipamentos

    e utensílios utilizados (usar solução de cloro) e da câmara

    de maturação;

      Aumentar a dose de Penicillium pulverizada no queijo e, se

    possível, fazê-lo mais precocemente (uma vez mais

    crescido o Penicillium, o Mucor   não se desenvolve

    facilmente);

      Evitar correntes de ar mais quente entrando na câmara fria,

     já que isto provoca a condensação de umidade na

    superfície do queijo (que estaria mais frio do que o ar).

    6.2. Crescimento excessivo de Geot r ichum candidum  

    O Geotrichum  faz parte da flora normal da superfície do

    Camembert no início da maturação, intervindo no metabolismo do

    ácido lático e na degradação protéica e na lipólise. Seu crescimento

    é pouco visível, pois, em condições normais, logo é superado pelo

    crescimento do Penicillium.

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    Entretanto, quando presente em excesso no início da maturação,

    causa uma alteração que se caracteriza pela formação de uma

    crosta amarelada na casca do queijo, de odor estranho que se

    descola facilmente do queijo quando pressionada, mostrando o

    interior mais liquefeito. A presença exagerada do Geotrichum impede

    o crescimento posterior do Penicillium.

    Este defeito apresenta duas causas principais:

      Teor insuficiente de sal: o Geotrichum candidum  é muito

    sensível ao sal;

      Temperatura muito elevada da câmara de maturação.

    O aumento do teor de sal (2,0-2,5% no queijo) e o abaixamento

    da temperatura de maturação não prejudicam o crescimento do P.

    camemberti e são suficientes para evitar a proliferação excessiva do

    Geotrichum na superfície do queijo.

    É muito importante, entretanto, assegurar-se de que a cultura de

    P. camemberti   empregada esteja em plena atividade e crescendo

    rapidamente no queijo, em condições normais.

    6.3. Crescimento de Penic i l lium roquefor t i  

    Esta alteração caracteriza-se pelo crescimento superficial de

    Penicillium roqueforti  na superfície do queijo Camembert, formando

    manchas azul-esverdeadas na casca, normalmente de um só lado,

    mais frequente na face do queijo que ficou mais tempo em contato

    com o fundo da fôrma de dessoragem. Nesta área, existem mais

    condições de anaerobiose, o que pode prejudicar o crescimento doP. camemberti (quando inoculado no leite), mas não o do P.

    roqueforti , que é muito menos sensível a variações do pH e oxigênio

    do que o mofo branco. A fermentação alcoólica da lactose por

    leveduras, em anaerobiose, produz quantidade certa quantidade de

    álcool etílico, capaz de inibir o crescimento posterior do P.

    camemberti , mas não o do P. roqueforti .

    Os meios de combate seriam:

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      Localizar as eventuais fontes de contaminação (água, terra,

    matérias orgânicos, locais de fabricação) e proceder a uma

    adequada sanitização;

      Diminuir a contaminação de leveduras na casca do queijo

    verificando a salmoura;

      Evitar o abaixamento excessivo do pH do queijo, pois o pH

    baixo favorece o crescimento de P. roqueforti .

      Aumentar o número de viragens do queijo e introduzir uma

    viragem extra no meio do período de dessoragem nas

    fôrmas;

      Assegurar-se de que o pH do queijo após 24 horas esteja

    na faixa de 4,6 a 4,8; acima de 5,0 o crescimento do P.

    camemberti   é mais lento, mas o do P. roqueforti   não é

    prejudicado.

    6.4. Casca descolando

     Às vezes, o queijo Camembert apresenta cobertura

    aparentemente normal de mofo branco, mas com liquefação logo

    abaixo da camada de mofo, o que faz com que a cobertura de mofo

    se solte facilmente do queijo ou escorregue sobre ele e se quebre. A

    causa principal deste problema é o excesso de umidade no queijo, o

    que poderia ser causado por:

      Fermanteção lática insuficiente durante elaboração:

    a. Fermento de baixa atividade;

    b. Inibidores (bacteriófagos ou antibióticos);

    c. Insuficiente prematuração do leite com fermento.

      Dose de coalho muito reduzida;

      Temperatura de coagulação muito baixa;

      Corte da coalhada em cubos muito grandes;

      Agitação insuficiente da massa no tanque;

      Número insuficiente de viragens nas fôrmas;

      Queijo com muita umidade na casca (secagem insuficiente

    após a pulverização).

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    6.5. Massa seca

    O queijo não apresenta a untuosidade normal de um Camembert

    e sua massa é firme e friável. Esse defeito está associado com a

    falta de umidade no queijo no início da maturação, o que pode ser

    causado por:

      Temperatura de coagulação muito alta;

      Corte em grãos muito pequenos;

      Agitação prolongada da coalhada no tanque;

      Dessoragem nas fôrmas a temperatura muito alta;

      Leite excessivamente ácido;

      Teor de umidade relativa do ar muito baixo na câmara de

    maturação.

    6.6. Crescimento insuficiente de mofo

    O queijo não apresenta cobertura satisfatória de mofo. As causas

    estariam relacionadas com:

      Falta de acidificação durante a elaboração, fazendo com

    que o pH do queijo não seja suficientemente baixo;

      Crescimento excessivo de Geotrichum candidum;

      Queijo muito seco, com baixo teor de umidade;

      Penicillium camemberti   sem atividade, velho ou mal

    conservado;

      Temperatura de maturação muito baixa.

    6.7. Crescimento excessivo de mofo

    Uma cobertura muito espessa de Penicillium camemberti pode se

    tornar um defeito. O problema é devido ao excesso de sal no queijo,

    que inibe então a flora inicial de Geotrichum candidum  e permite

    crescimento mais abundante de mofo branco. É preciso ter cuidado

    no controle deste problema, pois a redução demasiada do teor de sal

    pode resultar no crescimento excessivo de G. Candidum.

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    6.8. Formação de sabor amargo

     A formação de sabor amargo, que se manifesta logo abaixo da

    casca do queijo, pode estar relacionada com:

      Leite pré-maturado com fermento, porém sem redução da

    dose do coalho;

      Excesso de cloreto de cálcio no leite;

      Falta de acidificação do leite na elaboração, resultando em

    coalhada muito mineralizada e com elevado poder tampão (pH

    alto) e alto teor de lactato de cálcio (se não foi suficientemente

    dessorada);

      Tipo de fermento mesófilo empregado (certas culturas tendem

    mais a formar compostos amargos);

      Leite superaquecido na pasteurização;

      Crescimento excessivo de mofo.

    6.9. Sabor amoniacal

    Este problema está relacionado com o tempo de maturação do

    queijo. Ao final da maturação, por ação de desaminases do

    Penicillium camemberti , a amônia começa a se acumular no queijo.

     Assim, todo queijo supermaturado tende a apresentar este sabor e

    odor.

    É recomendável que tão logo os queijos estejam com um mínimo

    de maturação (cerca de três semanas) fiquem em temperatura mais

    baixa (2-3 °C), para preservá-los por mais tempo sem o

    aparecimento de sabor amoniacal.

    7. Equipamentos

    7.1. Tanque de Armazenamento

    Para o armazenamento do leite após a recepção e antes do

    processamento será utilizado um tanque de armazenamento de aço

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    inox AISI 304 polido com capacidade de 100 a 100.000 litros (Figura

    2).

    Figura 2. Tanques de armazenamento de leite. (Fonte: www.tortugan.com.br ) 

    7.2. Tanque Automático para Fabricação de Queijos

    Para o processo de fabricação dos queijos será utilizado um

    tanque automático feito em aço inox AISI 304 mostrado pela Figura

    3. Esse equipamento possui controle de velocidade, liras com

    lâminas em inox e formato em oito, inversor de freqüência e será

    construído aberto e com plataforma de acesso.

    Figura 3. Tanque automático de fabricação de queijo. (Fonte: www.biasinox.com.br ) 

    7.3. Fôrmas

     Após as etapas de processamento, a coalhada é colocada em

    formas de plástico (Figura 4), onde permanecerão por algumas horas

    http://www.tortugan.com.br/http://www.tortugan.com.br/http://www.tortugan.com.br/http://www.biasinox.com.br/http://www.biasinox.com.br/http://www.biasinox.com.br/http://www.biasinox.com.br/http://www.tortugan.com.br/

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    para dessoragem, até a umidade adequada. As fôrmas deverão

    possuir diâmetro de 12 cm.

    Figura 4. Fôrmas de plástico para dessoragem do queijo. (Fonte: www.agroales.com.br ) 

    7.4. Tanque da Salga

     Após o período de dessoragem o queijo segue para a salga feita

    com a imersão das peças em salmoura, processo que é realizado em

    tanques de aço inox como o da Figura 5, que possui capacidade de

    300 a 600 litros.

    Figura 5. Tanque de aço inox para salga. (Fonte: www.desnatadeiras.com.br  ) 

    7.5. Câmaras de Secagem

     A câmara utilizada para secagem é um módulos frigoríficos com

    capacidade para até 3000 kg e pode ser vista através da Figura 6,

    esta câmara também poderá ser utilizada para armazenamento pós-

    maturação.

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    Figura 6. Câmara refrigerada para secagem. (Fonte: www.climacerto.com.br  ) 

    De acordo com o fabricante as especificações são:  Módulo frigorífico  –  Chapa de aço pintada (NBR 7008

    ZC) com espessura de 0,028 mm de deposição de zinco, o

    núcleo isolante é de poliestireno multicelular extrudado (14

    kg/m³) com 75 mm de espessura; 

      Portas  –  O material é o mesmo do módulo, o núcleo

    isolante é de poliuretano injetado (38 kg/m³) com 50 mm de

    espessura;   Sistema Split   –  Possui compressor hermético, moto

    ventilador aberto, base com chapa em aço # 20, gabinete

    tipo monobloco em alumínio, fluxo de ar tipo frontal; 

    7.6. Câmara de Maturação

     A câmara possuirá dimensões internas de 3,00m x 3,00m x

    2,00m, possuindo uma abertura frontal na parte direita de 0,90m delargura e 2,00m de altura. Em seu interior estarão dispostas

    prateleiras de aço inox móveis com 1,80m de altura, 0,60m de

    profundidade e 1,20 de largura. As prateleiras possuirão 14 andares

    de 10 cm cada e serão dispostas no interior da câmara como pode

    ser vista na Figura 7.

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    Figura 7. Planta baixa do interior da câmara de maturação.

     A iluminação será feita através de lâmpadas frias, com

    acendimento e desligamento automáticos, conforme a abertura e

    trancamento da porta, evitando assim utilização desnecessária dos

    mesmos. O material utilizado nas paredes serão os painéis

    autoportantes de poliuretano expandido (Figura 8) com uma

    espessura total de 0,15 m e condutividade térmica de 0,028

    kcal/m.h.°C [4], para evitar o congelamento e também grandes

    perdas pelo piso, este deverá ter uma camada isolante de 0,5m

    dispostos em camadas desencontradas.

    Figura 8. Modelo de painéis auto portantes.

    7.6.1. O Cálculo da Carga Térmica

    Para o dimensionamento do compressor, condensador eevaporador é necessária a determinação da carga térmica. 

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     Algumas propriedades termofísicas do queijo são necessárias

    para o cálculo do projeto da câmara de maturação, que podem

    ser observada na Tabela 6.

    Tabela 6. Propriedades termofísicas do queijo.(Fonte: www.isoquip.com.br).

    Temperatura início de congelamento - 8,0 ˚C 

    % água (m/m) 60 %

    Calor específico acima ponto congelamento 0,70 kcal/kg˚C 

    Calor específico abaixo ponto congelamento 0,40 kcal/kg˚C 

    Calor latente de fusão 48 kcal/kg

    7.6.2. Isolante

    ∆=

      =

      ,,

    ,  =101,92 kcal

    Onde:

     ΔT = (TExterna  – TInterna) = (25 – 12)→ ΔT = 13˚C 

    k = 0,028 kcal / mh˚C 

    L = 0,15m

     A = 4 Área Parede lateral + 2 Área Piso

     A = 24,0 + 18,0 → A = 42,0 m

    2

    7.6.3. Calor do Produto

    Q = mC1(Ti  –Tf ) → Q1 = 660 x 0,70 x (25 - 12) →

    Q = 6006 kcal/ Dia 

    m: 660 kg (durante um dia)

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    29

    Q: calor removido

    C1: calor específico acima do ponto de congelamento

    Ti: Temperatura inicial

    Tf : temperatura final de resfriamento

    7.6.4. Transmissão

    1

    U=

    1

    he+

    e

    k +

    ei

    ki+

    1

    hi →  

    1

    U=

    1

    25+

    0,0005

    45+

    0,15

    0,028+

    1

    7 →  U = 0,18

    kcal

    m2h℃ 

    Q = S x U x (Te   –Ti) → Q = 42 x 0,18 x (25 - 12) = ,   /  

    he: Coeficiente de película do ar externo

    e: Espessura do aço (0,0005m) 

    k: Condutividade térmica do aço

    ei: Espessura do isolamento

    ki: Condutividade térmica do isolante

    hi: Coeficiente de película do ar interno

    7.6.5. InfiltraçãoQ = (V/v) x n x (he –hi) → Q = (18 / 0,82) x 23 x (14,15 – 6,48)

      = ,   /  

    he: Entalpia do ar externo

    hi: Entalpia do ar interno

    V: Volume interno da câmara

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    30

    v: Volume específico do ar externo

    n: Número de trocas de ar por 24 horas

    7.6.6. Pessoas

    De acordo com uma aproximação de valores [4], o calor dissipado

    por pessoas a 12˚C será de 180  kcal/h. Sendo que na câmara

    entram e saem dois funcionários durante trinta minutos por

    batelada, mas como é uma batelada resulta um tempo 0,5 horas.

    Q = QPessoa x Número de Pessoas x Tempo

    Q = 180 kcal/h x 2 x 0,5h → ,   /  

    7.6.7. Luzes

     As luzes ficarão acesas automaticamente enquanto a porta for

    mantida aberta, totalizando 30 minutos diários.

    = ,   /  

    7.6.8. Prateleiras Móveis

    Q pm = m pm x Cp x ΔT 

    Q pm = 15 x 0,11 x [25 – 12] → Q Estante = 21,45 kcal

    = ,     

    = .   /  

    Sendo:

    m pm = Massa das prateleiras móveis = 15kg

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    31

    Cp = Calor Especifico do Aço Inoxidável = 0,11kcal/kg

     ΔT = [25 – 12] = 13˚C 

    n= numero de prateleiras

    7.6.9. Cálculo Total 

    Foi desprezado o calor da embalagem nos cálculos, pois esta

    representa uma porção muito pequena em relação ao produto.

    Q Total = Q Produto + Q Transmissão + Q Infiltração + Q Pessoas + Q Luzes + Q pm

    QTotal = 6006 + 98,28+ 3872,4 + 180,0 + 46,8 + 128,7

    = ,   /  

    7.7. Condensação Externa e Interna

     A condensação externa ocorre quando a temperatura da parede

    externa é inferior a temperatura de orvalho do ar ambiente, então o

    fluxo máximo permitido (Q/A) é calculado utilizando a fórmula abaixo,

    de onde podemos concluir que não haverá condensação externa se

    o fluxo máximo for de Kcal/Kg e a espessura do isolante for de 0,15

    m.

    Q/A = He (Ta – To) = 14,7 x (25 – 15,5) = 139,65 Kcal/Kg

    Onde:

    Ta = Temperatura Ambiente

    To = Temperatura de Orvalho

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    32

     A condensação interna ocorre quando há aumento da umidade

    por permeabilidade do isolante ao vapor d’água ou ação higroscópica

    do mesmo, neste projeto ambas as hipóteses estão descartadas,

    pois o poliuretano possui baixa permeabilidade ao vapor de água [5]

    e não possui ação higroscópica.

    7.8. Equipamentos de refrigeração

    Utilizando o gráfico do diagrama P x H (Figura 9) é possível

    calcular as características dos equipamentos de refrigeração.

    Figura 9: Gráfico do diagrama P x H.

    7.8.1. Compressor

    O compressor utiliza o vapor formado no evaporador

    comprimindo-o até a pressão de condensação, fazendo com o

    fluido frigorífico se desloque e consequentemente mantendo as

    condições no interior do evaporador. O cálculo da potêncianecessária ao compressor é dado por:

    → =

      ,

    33,6→ = 307,5

     

    Qo: Carga Térmica

    qo: (hc  – hb) → (95,7 – 62,1) → 33,6 kcal/kg

    hc: 95,7 kcal/kg

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    hb: 62,1 kcal/kg

    hd: 102,7 kcal/kg

    ha=hb 

    1J→0,239cal 

    q = hd − hc   →   q = 102,7 − 95,7   →   q = 7 kcal 

    Wc = qm → Wc = 7 x 307,5 → = ,  / 

     A partir do valor encontrado selecionamos o compressor Bock

    EX-HG6/1080-4S

    (Figura 10) com potência mínima de 5500 watts.

    Figura 10. Compressor Bock EX-HG6/1080-4S.

    7.8.2. Condensador

    É o equipamento responsável pela retirada do calor por meio da

    condensação de um fluido refrigerante. Os cálculos da potencia

    requerida são:

    Calor Sensível: hd  – hc → 102,7 – 95,7 → 7 kcal/kg

    Calor Latente: hd  – ha → 102,7 – 62,1 → 40,6 kcal/kg

    QT: 7 + 40,6 → 47,6 kcal/kg

    W = qm → W = 47,6 x 307,5 → =  / 

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    Com o valor da potencia calculado o condensador escolhido foi o

    Thermokey CS com capacidade de 10000 Kcal/h a 500000 Kcal/h

    (Figura 11).

    Figura 11. Condensador Thermokey CS.

    7.8.3. EvaporadorO evaporador retira calor do meio provocando a mudança de fase

    de um fluido refrigerante que é vaporizado, a quantidade de fluido

    utilizada depende da carga térmica do sistema. A potencia do

    evaporador é calculada por:

    Calor absorvido = hc  – hb → 95,7 – 62,1 → 33,6 kcal/kg

    W = q m → W = 33,6 x 305,7 → = ,  / 

    O evaporador escolhido foi o MIPAL HDH 485 (Figura 12)

    espaçamento de 5mm com capacidade mínima de 34194 Kcal/h.

    Figura 12. Evaporador MIPAL HDH 485.

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    7.8.4. Válvula de Expansão

    Dos controladores do ciclo de refrigeração, a válvula de expansão

    tem o papel mais importante, pois servem para manter um

    diferencial de pressão no sistema controlando a vazão do

    refrigerante. A válvula escolhida para o projeto foi a válvula

    termostática Danfoss (Figura 13).

    Figura 13. Válvula de Expansão Danfoss.

    7.8.5. Refrigerante

    O fluido refrigerante utilizado neste projeto será o 1,1,1,2

    Tetrafluoroetano (R-134a), um refrigerante utilizado em

    substituição ao R-22 por não agredir ao meio ambiente, possuir

    baixa toxidade, e não ser inflamável [6]. As propriedades do R-

    134a podem ser observadas na Tabela 7.

    Tabela 7. Propriedades do R-134a [4].

    Massa Molecular 102,03 g/mol

    Ponto Triplo - 101 °C

    Ponto de Ebulição Normal - 26 °C

    Temperatura de Congelamento - 101 °C

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    8. Tratamento e Aproveitamento de Resíduos

    Na produção de queijos, vários resíduos são gerados, sendo assim de

    grande importância para a indústria a identificação destes resíduos como

    também da carga orgânica presente no mesmo. Assim, pode-se realizar um

    planejamento para o tratamento dos efluentes ou reaproveitar determinados

    resíduos, como o soro produzido, e águas utilizadas no processo ou na

    higienização da planta, oferecendo assim uma maior economia para a

    indústria.

    Este projeto não visa a implementação de uma estação de tratamento de

    resíduos, pois os custos do mesmo se tornariam bastante elevados, tratando-

    se de uma empresa de pequena natureza. O objetivo da gestão ambiental

    deste projeto e direcionar a empresa em relação ao impacto ambiental gerado

    na produção pela mesma.

    8.1. Efluentes Líquidos

    O principal resíduo gerado na produção de queijos é o soro, que é

    produzido em grandes quantidades. O queijo produz cerca de 0,8

    litro de soro para cada litro de leite beneficiado. A eliminação do soro

    é um dos principais problemas do ponto de vista industrial e de

    saúde pública, não podendo ser lançado em rios e mares. Como o

    soro possui uma DBO 4000-4800, sua eliminação constitui uma

    perda de proteínas de grande valor biológico e um elevado custo no

    tratamento de purificação de efluentes.

    Como o soro contém nutrientes muito valiosos, tais como

    proteínas, carboidratos e minerais, ele pode constituir de matéria-

    prima para a elaboração de outros produtos de laticínios (ricota,bebida láctea, etc.), que poderão constituir em um investimento

    futuro da empresa. Pode também ser utilizado na alimentação de

    animais, como suínos por exemplo. No projeto optou-se pela

    destinação do soro como matéria-prima para a elaboração de outros

    produtos, e a outra parte para a alimentação de animais. Não é

    realizado o tratamento do soro no projeto proposto.

    Devido à necessidade de limpeza e sanitização frequentes, aindústria de laticínios consome cerca de três litros de água por litro

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    de leite beneficiado, resultando, no caso da usina proposta neste

    projeto, cerca de 15000 litros de água contendo detergentes

    sanitizantes.

    O planejamento de uma estação de tratamento de resíduos não é

    viável para a realização deste projeto. Para reduzir os impactos

    ambientais, as águas contendo produtos de limpeza da usina serão

    lançadas numa lagoa de decantação, situada a uma distância

    mínima de 200 metros do conjunto industrial, antes de alcançar o

    leito de água corrente próximo. O emprego da lagoa anaeróbica tem

    como objetivo minimizar custos, pois além da grande eficiência na

    redução da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) pela digestão

    anaeróbica do resíduo orgânico, funciona também como tanque de

    sedimentação.

     As águas utilizadas nos sistemas de refrigeração e caldeiras não

    são consideradas como efluentes industriais, pois normalmente são

    aproveitadas em sistema de recirculação.

    8.2. Resíduos Sólidos

    Os resíduos sólidos gerados pela indústria são classificados em

    materiais recicláveis e matéria orgânica. Estes resíduos então são

    direcionados para um setor de coletas seletivas, para serem

    enviados a uma posterior reciclagem, compostagem ou se

    necessário ao aterro sanitário. No setor de resíduos recicláveis

    temos papéis, embalagens ou qualquer outro resíduo gerado na

    indústria que possa ser reaproveitado.

    São enviados para compostagem as matérias-primas, que poralgum motivo foram descartadas, e produtos que apresentaram

    defeitos. A compostagem é um processo biológico em que os

    microrganismos transformam a matéria orgânica, num material

    semelhante ao solo, a que se chama composto, e que pode ser

    utilizado como adubo. Com este procedimento, além de se evitar a

    poluição e gerar renda, a matéria orgânica volta a ser usada de

    forma útil.

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     Assim o descarte em aterro sanitário somente será necessário se

    os resíduos não se enquadrarem nos destinos anteriores. Existem,

    atualmente, normas rígidas que regulam a implantação de aterros

    sanitários. Estes devem possuir um controle da quantidade e tipo de

    lixo, sistemas de proteção ao meio ambiente e monitoramento

    ambiental.

    9. Localização, Projeto e Legislação

    9.1. Localização

    Conforme o SIF (Secretaria de Inspeção Federal),  a área do

    terreno deve ser compatível com o estabelecimento, prevendo-se

    futuras expansões. É recomendado um afastamento de 10 metros

    dos limites das vias públicas ou outras divisas, salvo quando se tratar

    de estabelecimentos já construídos, que tenham condições fáceis de

    entrada e saída, bem como circulação interna de veículos.

     As áreas, com pátio e vias de acesso, devem ser pavimentadas e

    urbanizadas, evitando a formação de poeira e facilitando o

    escoamento das águas. As demais áreas deverão receber

     jardinagem completa.

    Na elaboração do projeto outros aspectos de fundamental

    importância quanto à posição da fábrica devem ser observados, a

    saber:

    • facilidade na obtenção da matéria-prima;

    • localização em ponto que se oponha aos ventos dominantes que

    sopram para a cidade;

    • terreno seco, sem acidentes, de fácil escoamento das águas

    pluviais, não passíveis de inundações;

    • afastadas de fontes poluidoras de qualquer natureza; 

    • facilidade de acesso; 

    • facilidade de fornecimento de energia elétrica e meios de

    comunicação;• facilidade no abastecimento de água potável; 

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    • facilidade no tratamento e escoamento das águas residuais; 

    • facilidade na delimitação da área. 

    Levando em consideração estes aspectos a empresa se situará

    na área industrial de Porto União – SC.

    9.2. Projeto

    Para buscar a inspeção junto ao SIF, o projeto precisa conter os

    seguintes documentos: 

    a) Requerimento do industrial pretendente, dirigido ao Sr.

    Secretário de Inspeção de Produto Animal (SIPA) em Brasília DF, no

    qual solicita aprovação prévia do Projeto;

    b) Memorial descritivo da construção;

    c) Memorial Econômico-Sanitário;

    d) Termo de compromisso;

    e) Parecer(es) da(s) Secretaria(s) de Saúde e/ou Prefeitura (Art.

    47 RIISPOA - Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de

    Produtos de Origem Animal);

    f) Licença de instalação passada pelo INAMB (Instituto de

    Preservação Ambiental - Art. 47 RIISPOA);

    g) RT do engenheiro responsável pelo projeto - CREA da região;

    h) Plantas:

    - situação - escala 1/500

    - baixa - escala 1/100

    - fachada - escala 1/50

    - cortes - escala - 1/50- detalhes de equipamentos - escala 1/10 ou 1/100;

    - hidro-sanitária - escala 1/100 ou 1/500.

     As plantas ou projetos devem conter:

    - Orientação;

    - Posição da construção em relação às vias públicas e

    alinhamento dos terrenos;

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    - Localização das partes dos prédios vizinhos, construídos sobre

    as divisas dos terrenos;

    - Perfil longitudinal e perfil transversal do terreno em posição

    média, sempre de nível (Art. 55 RIISPOA).

    9.3. Dependências da fábrica

    Na fabricação de queijo, é de extrema importância ser atentar

    com a higiene do estabelecimento.

     As dependências da fábrica devem ser amplas e ventiladas, com

    telas de arame em toda porta e janela, para evitar moscas, roedores,

    pássaros e contaminantes ambientais como fumaça, poeira, entre

    outros. O prédio precisa ser isolado e destinado exclusivamente a

    fabricação de laticínios. Além disso, deve estar situado em um lugar

    seco com disponibilidade de água para manejo das instalações. A

    construção do edifício deve ser todo feito em alvenaria em área

    distante (100 metros, no mínimo) de fontes de contaminação, como

    brejos, curais, entre outros.

     A sala de recepção da matéria-prima deve ter em anexo um

    pequeno laboratório onde serão realizadas análises rápidas sobre os

    valores higiênicos e comercial do material recebido, devendo ter, no

    mínimo, aparelhamentos para dosagem de matéria gora, acidez,

    densidade e sujidade. A sala recepção deverá contar com

    medidores, balanças e filtros para leite.

     A sala de fabricação deve ser arejada, ter piso impermeável de

    fácil higienização, resistente aos impactos e antiderrapante, não

    podendo apresentar rachaduras. Deve possuir caimento para aadequada drenagem em canaletas e ralos sifonados, impedindo o

    acúmulo de líquidos e o fluxo de odores. As paredes deverão ser

    construídas e revestidas com materiais não absorventes e laváveis,

    apresentando cores claras.

    Os ângulos entre as paredes, entre as paredes e os pisos, e entre

    as paredes e tetos ou forros, deverão ser arredondados para facilitar

    a limpeza.

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    Os tetos e os forros deverão ser construídos de modo que se

    impeça a acumulação de sujidade e se reduza ao mínimo a

    condensação de vapores e a formação de mofo, devendo ainda,

    serem de fácil limpeza.

    Os lavatórios devem ser constituídos por pias com água corrente,

    recipientes para sabão, sistema de secagem das mãos, torneiras

    acionadas por pedal e cesto para descarte de toalha de papel.

     A fábrica deverá dispor de iluminação natural e artificial

    adequadas que possibilitem a realização de todas as tarefas. Os

    pontos de luz, em qualquer área de manipulação, devem ser

    protegidos contra queda e o estilhaçamento das lâmpadas. As

    instalações elétricas podem ser embutidas ou aparentes, neste caso,

    protegidas por conduítes apoiados nas paredes ou teto, não sendo

    indicada a presença de cabos pendurados nas salas de

    manipulação.

     Além dos cuidados com o local de produção, os equipamentos e

    utensílios utilizados, o produtor deve estar atento ainda à qualidade

    das matérias-primas empregadas. Elas devem ser adquiridas de

    fornecedores idôneos, que obedeçam a legislação pertinente a seus

    produtos e, se possível, possuam selos ou certificados que atestem a

    qualidade do produto.

    9.4. Legislação

     A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) juntamente

    com o Ministério da Agricultura tanto desenvolvem os Regulamentos

    Técnicos, as Normas e as Portarias como também fazem afiscalização. Por isso é de suma importância o cumprimentos de

    cada regulamento exigido, para que não haja nenhum tipo de

    problema legal com a produção dos queijos.

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    9.5. Layout

    O layout da fábrica está apresentado na Figura 14. O terreno da

    fábrica possui 600 m2, sendo que a área construída possui 364 m2.

    Figura 14. Layout da fábrica de queijo Camembert.

    Os equipamentos correspondentes à legenda do layout são

    apresentados na Tabela 8.

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    Tabela 8. Correspondência entre a legenda do layout e os equipamentos.

    Código Equipamento

    E 1 Tanque Reservatório

    E 2 Tanque de Limpeza

    E 3 Tanque Automático de Fabricação de Queijos

    E 4 Tanque de Salga

    E 5 Câmara de Secagem

    E 6 Câmara de Maturação

    E 7 Câmara de Armazenagem

    E 8 Mesa de Inox

    E 9 Bancada e Equipamentos do LAB

    E 10 Balança

    10. Análise financeira

    Na análise financeira estão incluídos o investimento inicial, os custos

    fixos e os custos operacionais. Deste modo é possível fazer uma projeção da

    viabilidade do projeto e do período necessário para o retorno do investimento.

    10.1. Investimentos fixos

    Os investimentos fixos incluem equipamentos, veículos, telefones,

    obras e outros investimentos necessários para o dia a dia da

    empresa.

    Equip amento s e mater iais

    Os equipamentos e materiais fazem parte do investimento fixo, e

    podem ser vistos na Tabela 9. Neste item estão listados os

    equipamentos utilizados na fabricação do produto.

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    Tabela 9. Custos com equipamentos e materiais.

    Item  Quantidade  Valor unit. (R$)  Total (R$) 

    Tanque reservatório (5.000 L) 1 16.900,00 16.900,00

    Tanque de salga (1.000 L) 4 2.000,00 8.000,00

    Tanque de fabricação automático 1 85.000,00 85.000,00Fôrma de plástico 1.100 4,30 4.730,00

    Câmara de secagem 1 7.000,00 7.000,00

    Câmara de maturação 5 12.500,00 62.500,00

    Câmara de armazenamento 1 6.170,00 6.170,00

    Balança digital 2 120,00 240,00

    Tanque de lavagem 1 1.120,00 1.120,00

    Caminhão refrigerado 4 50.000,00 200.000,00

     Ar condicionado 2 1.500,00 3.000,00

    Mesa de aço inox 4 890,00 3.560,00

    Equipamentos de laboratório 1 2.235,00 2.235,00

    Total 400.455,00

    Mater iais d e escr i tór io

    Na Tabela 10 encontram-se os valores referentes aos materiais

    de escritório.

    Tabela 10. Valores para os gastos com matérias de escritório.

    Item  Quantidade  Valor unit. (R$)  Total (R$) 

    Bebedouro 1 250,00 250,00

    Computador 5 1.500,00 7.500,00

    Multifuncional 1 350,00 350,00

    Materiais diversos (caneta, régua,

    calculadora, etc)

    1 500,00 500,00

    Telefone 3 30,00 90,00

    Mesa 5 250,00 1.250,00

    Cadeira estofada 5 150,00 750,00

    Cadeira simples 5 50,00 250,00

    Total 10.940,00

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    Cons truções

    Os investimentos referentes à construção civil encontram-se na

    Tabela 11.

    Tabela 11. Gastos com construção.

    Item  Quantidade  Valor unit. (R$)  Total (R$) 

    Terreno 600 m 40,00 24.000,00

    Obras, reformas e instalações 400.000,00 400.000,00

    Total 424.000,00

    Consul tor iasGastos com consultorias são apresentados na Tabela 12.

    Tabela 12. Gastos com consultorias.

    Item  Total (R$) 

    Marketing (website, logomarca,

    divulgação, etc)7.000,00

    Registros da empresa 2.000,00

     Administrativo 2.500,00

    Jurídica 2.500,00Organizacional (treinamentos) 3.000,00

    Total 17.000,00

    10.2. Capital de giro

    Entende-se por capital de giro os gastos com descritos com

    matéria prima e despesas com salário, encargos, custo de água,

    eletricidade, telefone e outros. 

    Ingredientes

    Na Tabela 13 estão os gastos referentes à compra de

    ingredientes por mês.

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    Tabela 13. Gastos mensais com ingredientes.

    Item UnidadeValor unit.

    (R$)

    Quantidade/

    dia

    Quantidade/

    mêsTotal (R$)

    Leite Litro 0,45 5000 L 120.000 L 54.000,00

    Fermento kg 483,33 1,5 kg 36 kg 17.417,90Sal kg 0,20 13,2 kg 316,8 kg 63,36

    Coagulante Litro 18,00 0,8 L 19,2 L 345,60

    Mofo Pacote 5,75 625 pacotes15.000

    pacotes86.250,00

    Total 158.076,86

    EmbalagensNa Tabela 14 encontram-se os gastos mensais referentes à

    compra de embalagens.

    Tabela 14. Gastos mensais com embalagens.

    ItemValor unit.

    (R$)

    Quantidade/

    dia

    Quantidade/

    mêsTotal (R$)

    Embalagem de

    papel alumínio0,05 3.300 79.200 3.960,00

    Caixa de papelão

    para cada unidade0,30 3.300 79.200 23.760,00

    Caixa de transporte 0,20 33 792 158,40

    Total 27.878,40

    Despesas operacionais

    Na Tabela 15 encontram-se os gastos com despesasoperacionais.

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    Tabela 15. Gastos com despesas operacionais.

    Despesas operacionais Quantidade Valor unit. (R$) Total (R$)

    Engenheiros 2 5.000,00 10.000,00

    Colaboradores 20 830,00 16.600,00

     Alimentação 20 150,00 3.000,00Vale transporte 20 120,00 3.600,00

     Assistência médica e social 20 50,00 1.500,00

    Funcionários da limpeza 3 600,00 1.800,00

    Motorista 4 800,00 3.200,00

    Responsável técnico 2 2.200,00 4.400,00

    Contador 1 2000,00 2000,00

    Encargos sociais 11.530,00

    Pró-labore 6.700,00

    Encargos sobre pró-labore 992,60

     Água + esgoto 2.000 m 5,9935 11.987,00

    Energia + impostos 12.500 kWh 0,3968 5.150,00

    Telefone, internet e correios 2.700,00

    Comissão de vendas 500,00

    Impostos, taxas e licenças 400,00

    Combustível 6.000,00

    Viagens e representações 1.000,00

    Gratificações 700,00

    Manutenção preventiva 2.000,00

    Propaganda e publicidade 3.000,00

    Total 98.759,60

    O total do capital de giro encontra-se na Tabela 16.

    Tabela 16. Capital de Giro.

    Capital de giro 

    Ingredientes e embalagens R$ 185.955,26

    Despesas operacionais R$ 98.759,60

    Total R$ 284.714,86

    O investimento total é dado através da soma dos investimentos

    fixos e do capital de giro. O investimento total encontra-se na Tabela

    17:

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    Tabela 17. Investimento Total.

    Investimento total

    Investimentos fixos R$ 852.395,00

    Capital de giro R$ 284.714,86

    Total R$ 1.137.109,86

    10.3. Projeção das receitas mensais

    O lucro bruto mensal foi projetado tomando-se como base a

    quantidade de produto a ser comercializado, multiplicado pelo valor

    unitário de cada produto. O cálculo foi feito com base na produção

    mensal, levando em conta que a indústria opera durante 24 diasúteis. A Tabela 18 mostra os valores do lucro bruto diário da

    empresa.

    Tabela 18. Lucro bruto diário.

    Produto EmbalagemPreço

    unitário

    Quantidade

    vendidaValor

    Queijo Camembert caixa de 200 g R$ 4,70 3,300 R$ 15.510,00

    O total do lucro bruto obtido mensalmente é apresentado na

    Tabela 19.

    Tabela 19. Lucro bruto mensal.

    Total/mês  R$ 372.240,00

    Para obtenção do lucro líquido, outras despesas foram

    consideradas, entre elas as deduções (ICMS, PIS, CONFINS,

    Contribuição social, IRPJ), margem de contribuição. Estes dados se

    encontram na Tabela 20.

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    Tabela 20. Lucro líquido mensal.

    Receitas e Despesas Quantidade R$ Unitário Total

    1- Venda Bruta R$ 372.240,00

    2-Deduções das Vendas

    ICMS 79.200 R$ 0,24 R$ 19.008,00PIS 79.200 R$ 0,01 R$ 792,00

    COFINS 79.200 R$ 0,06 R$ 4.752,00

    Contribuição Social 79.200 R$ 0,02 R$ 1.584,00

    IRPJ 79.200 R$ 0,02 R$ 1.584,00

    3- Venda Líquida (1-2) R$ 344.520,00

    4- Custo Totais Vendas

    Custo de Mercadoria Vendida R$ 185.955,26

    5- Margem de Contribuição (3-4) R$ 158.564,74

    6- Custos Fixos e Operacionais R$ 98.759,60

    Lucro líquido mensal (5-6) R$ 59.805,14

    Para a estabilização da empresa, considerando todos os

    investimentos (fixos e capital de giro), a empresa levará 1 ano e 7

    meses para começar a obter lucros com os valores de investimentos

    iniciais já pagos. Esses valores estão representados na Tabela 21.

    Tabela 21. Previsão para estabilização da empresa.

    Investimentos Totais R$ 1.137.109,86

    Lucro líquido mensal R$ 59.805,14

    Período R$ 1 ano e 7 meses

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    11. Conclusão

    O consumo de queijos especiais tem aumentado bastante nos últimos

    anos, representando cerca de 5% da produção no Brasil. O camembert era

    produzido normalmente com pequenos volumes de leite de forma artesanal.

     Atualmente a procura por queijos finos e com custo mais acessível ao

    consumidor, tem aumentado, por isto optamos por uma produção maior com

    custo reduzido.

    De acordo com o exposto anteriormente, pode-se concluir que é viável a

    abertura de uma indústria de queijos finos em Santa Catarina, tanto pelo

    crescente consumo, como também, pela facilidade de obtenção da matéria-

    prima: o leite.

     A análise financeira permitiu uma visão mais ampla em relação à

    projeção da indústria, já que por meio dela foi possível contabilizar os

    investimentos iniciais necessários e o tempo em que a empresa irá se

    estabilizar economicamente. O tempo é de 1 ano e 7 meses.

    Conclui-se por meio disto que o tempo de 1 ano e 7 meses para

    estabilização da empresa, está de acordo com o esperado, já que o

    investimento inicial é bastante elevado, e custo do produto mais baixo.

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    12. Referências

    Furtado, M. M., M. C. A. V.; Fernandes, A. R.; Silva, C. A. B. Produção de QueijoMinas Curado e Meia Cura. In: C. A. B. F. Silva, A. R. (Ed.). Projetos de

    Empreendimentos Agroindustriais: Produtos de Origem Animal. Viçosa: Editora UFV,v.Volume 1, 2003. Produção de Queijo Minas Curado e Meia Cura, p.309

    Furtado, M. M.. A arte e a ciência do queijo. 2. ed. São Paulo: Globo, 1991. 297 p.

    HENSE, H.; Apostila: RESFRIAMENTO E CONGELAMENTO DE ALIMENTOS, 1999. 

    Rodrigues, R. V. G., L. R.; Siqueira, K. B.; Leite, J. L. B; Carvalho, G. R. ComércioInternacional de Lácteos. J. B. V. S. Leite, K. B.; Carvalho, G. L. Juíz de Fora - MG:EMBRAPA: 350 p. 2009.

    Scott, R. Fabricación de queso. Zaragoza: Acribia, 1991. 520 p.

    Usda. Dairy: World Markets and Trade. Foreign Agricultural Service 2011.

    Varnam, Alan H.; Sutherland, Jane P. Leche y productos lácteos: tecnología, química ymicrobiología. Zaragoza: Acribia, 1995. 487p.

    Veisseyre, Roger. Lactologia técnica: recogida, tratamiento y transformación de laleche en países templados y calientes. Zaragoza: Acribia, 1972. 643p.


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