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Ir Antônio Guilherme de Paiva - revistaartereal.com.br · textos sagrados, com o Antigo Testamento...

Date post: 22-Aug-2018
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IrAntônio Guilherme de Paiva Salmo 133: análise e interpretação. Loja Charitas II Oriente de São João del - Rei
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IrAntônio Guilherme de Paiva

Salmo 133:

análise e interpretação.

Loja Charitas II Oriente de São João del - Rei

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SALMO 133

Ecce quam bonum et Quam iucundum habitare fratres in unum

Sicut unguentum in capite Quod descendit in barbam barbam Aaron

Quod descendit in ora vestimenti eius Sicut ros Hermon quod descendit Iin

montem Sion quoniam illic mandavit Dominus Benedictionem et vitam usque in

saeculum

SALMO 133

“OH! QUÃO BOM E SUAVE É QUE OS IRMÃOS VIVAM EM UNIÃO.

É COMO O ÓLEO PRECIOSO SOBRE A CABEÇA. QUE DESCE SOBRE A

BARBA, A BARBA DE AARÃO E QUE DESCE À ORLA DOS SEUS

VESTIDOS.

É COMO O ORVALHO DE HERMON QUE DESCE SOBRE SIÃO; PORQUE

ALI O SENHOR ORDENOU A BÊNÇAO E A VIDA PARA SEMPRE.”

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1ª PARTE

1. Landmarks

2. A Bíblia

2.1 A divisão da Bíblia

2.2 A abertura da Bíblia – Salmo 133

3 Os Salmos: classificação

4 Personagens Bíblicos

4.1 David

4.2 Aarão

4.2.1 Tabernáculo, precursor do Templo.

4.2.2 A Arca da Aliança

4.2.3 O simbolismo da Arca

4.2.4 Vestes de Aarão

4.2.5 O óleo da unção

5 Os Montes

5.1 Hermon

5.2 Sião

2ª Parte

6. Análise interpretativa

6.1 Oh! Como bom e suave é que os irmãos vivam em união...

6.2 É como o óleo precioso sobre a cabeça...

6.3 É como o orvalho de Hermon...

Conclusão

Notas Bibliográficas

Bibliografia

Anexos

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Introdução É sob a benção do G A D U que os maçons dão inicio às reuniões, quando são sempre levados a meditar em um determinado trecho da Bíblia. É a palavra de Deus, presente nas reuniões que eleva o espírito e os coloca num patamar de paz, propício para uma profunda reflexão.

O nosso trabalho se baseia no Salmo 133 ou 132, conforme a versão da Bíblia, denominado como sendo o Salmo da Concórdia ou da Fraternidade, que é lido, no grau de Aprendiz, nas lojas subordinadas à Grande Loja de Minas Gerais. Grande parte do cerimonial maçônico tem sua origem, nos ritos da antiguidade, adaptado às exigências modernas. Dos ritos antigos, a influência mais visível é da hebraica. (Castelani, 1993, p.19).

No dizer do citado autor, a Maçonaria moderna é considerada como a herdeira dos ritos, práticas e tradições hebraicas, a começar pelo Templo de Jerusalém, que é o arquétipo das Igrejas, e indiretamente dos Templos Maçônicos. Para que pudesse analisa-lo, o trabalho foi dividido em duas partes. A primeira desenvolvida de forma descritiva procura situar dois personagens bíblicos, dentro de um contexto histórico: Aarão, citado nominalmente, e David, tido como autor do citado salmo. Da mesma forma, dois pontos geográficos também mereceram análise: os Montes Sião e Hermon. Ainda nesta parte comento a relação existente entre os Landmarks e a obrigação da abertura de um Livro da Lei, no inicio da reunião, no nosso caso a Bíblia, cujos salmos fazem parte da mesma. Na segunda parte do trabalho, interpreto de forma subjetiva e pessoal os dizeres do Salmo 133 e os ensinamentos que dele podem ser extraídos. Para a consecução do objetivo pesquisei em várias fontes: a Bíblia Católica, livros, Revista Trolha, boletins de lojas e vários sites da internet, todos eles relacionados na bibliografia. Por fim dois anexos importantes: o Salmo 133 em Aramaico e uma partitura do Salmo, sob a forma musical.

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1.0 - LANDMARKS

A palavra, cuja origem é inglesa, no seu sentido etimológico, pode ser entendida como “limites

fronteiriços” (land = terra e mark = marca, limite) que delimitam um território e que, por isso não podem ser alterados ou removidos.

A Grande Loja Maçônica de Minas Gerais define os Landmarks como “... as mais antigas leis que regem a

Maçonaria Universal, pelo que se caracteriza pela antiguidade” (1) ·. Allec Melor (1989) define os Landmarks como: “Landmarks são as regras de conduta que existem desde tempos imemoriais – seja sob a forma de lei escrita

ou não escrita -, que são co-essenciais à sociedade (maçônica), que são imutáveis, e que todo maçom é

obrigado a manter intactas, em virtude dos mais solenes e invioláveis compromissos”. (2)

Nos primórdios da nossa ordem, não existiram normas e regras escritas diferentemente dos Templários, que as tinham escritas (3). O Irmão Francisco José Lucas da A R L S Baden Powell, nº173 da G L S P, assim se exprime a respeito:

“... o pensamento filosófico ia se formando oralmente, se consolidando e sendo transmitido por herança dos

mestres aos discípulos, pois, sempre existe quem ensinasse e que ouvisse e aprendesse. Toda a tradição oral,

no entanto, se sujeita às alterações e interpretações e somente com princípios básicos é que essa filosofia de

vida pode subsistir e se manter até agora. Tais são os veneráveis Landmarks da Franco Maçonaria Regular

Universal”. (4)

No mesmo trabalho o Irmão Francisco nos diz que os Landmarks não foram escritos por nenhum legislador; não é menos verdade que, por mais que o historiador maçônico procure as suas origens, ele encontra textos relacionados à sua existência. Diz textualmente:

“... desde a era operativa, os Olds Charges mencionam os principais deles: crença em Deus, respeito à Lei

Moral, Loja, segredo, masculinidade. O Poema Regius atribui-lhes uma forma didática”. (5)

Em 1723 a Franco Maçonaria proclama nos Estatutos de Anderson que citam as General Regulations de Payne: “... Provided always that the Old Landmarks be carrefully” (contanto que os antigos Landmarks sejam escrupulosamente preservados). Podemos concluir que os Landmarks são regras de conduta que existem a longo tempo (sem podermos precisar quando), quer seja sob a forma de lei escrita ou não, e que são imutáveis e que todo maçom é obrigado a manter intactas.

O grande escritor norte americano Albert G. Mackey compilou vinte e cinco Landmarks, tidos como aceitos e que as Grandes Lojas acolheram. No presente trabalho interessa-nos o vigésimo primeiro, que diz:

“É indispensável a existência no Altar, de um Livro da Lei, o Livro que conforme a crença se supõe

conter a verdade revelada pelo G A D U. Não cuidando a maçonaria de intervir na peculiaridade da

fé religiosa de seus membros. Exige, por isso, este Landmark que, um Livro da Lei seja parte

indispensável dos utensílios de uma loja”. (6)

Podemos perguntar: Por que o Livro da Lei? Porque nele encontramos os preceitos religiosos.

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É a palavra escrita, é o “Verbo”, a representação simbólica da Sua Presença entre nós. A designação de Livro da Lei deve ser entendida como o “Livro da Lei Sagrada”, logo, ele pode mudar de acordo com a religião dos próprios obreiros, já que para ser maçom há a necessidade de se acreditar em um ente supremo, criador de todas as coisas. Definitivamente, o maçom não pode ser ateu. O Livro da Lei pode ser:

Bíblia a) Livro dos Mortos – para os egípcios. b) A Bíblia para os Católicos c) Vedas – para os hindus d) O Torah para os judeus e) O Alcorão para os Muçulmanos

Torah. O Alcorão.

2.0 – A BIBLIA (7)

Livro impresso por Gunttemberg, no século XV, e o mais vendido da história, a Bíblia reúne escritos fundamentais para as três grandes religiões monoteístas: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo.

Na verdade, a Bíblia é uma biblioteca de 73 livros escritos em momentos históricos

diferentes. Até hoje, os arqueólogos não encontraram nada que pudesse comprovar a autoria de nenhum livro bíblico. Os textos mais antigos do Velho Testamento fazem parte dos Manuscritos do Mar Morto. São cópias integrais ou parciais de todos os livros

do Antigo Testamento. A datação mostrou que os textos mais antigos eram de 200 a C., cerca de mil anos mais recentes do que, segundo a Bíblia, alguns deles foram escritos.

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Em relação ao Novo Testamento, os escritos mais antigos são os papiros com trechos do livro do apóstolo João, de 130 d.C. A discussão sobre a autoria dos textos é pesada. A Bíblia cita, por exemplo, Moisés como o escritor dos primeiros cinco livros, mas alguns estudiosos enxergam no estilo literário do Pentateuco pouco provável que o mesmo tenha saído das mãos da mesma pessoa. A primeira compilação que se tem notícia da Bíblia que aparece na estante de fiéis do mundo inteiro foi feita por estudiosos gregos. Por volta de 200 d.C., foram reunidos num só livro todos os textos sagrados, com o Antigo Testamento em hebraico e o Novo Testamento em grego. Pouco mais de 100 anos depois, o Concílio de Nicéia reconheceu e oficializou a coletânea como sendo a Bíblia Sagrada. O Pentateuco é formado pelos primeiros cinco livros, que compõem o Torah do Judaísmo (a palavra significa “lei” em hebraico). Em grego, o conjunto destes livros recebeu o nome de Pentateuco (cinco livros). São considerados os textos históricos da Bíblia, porque pretendem contar o que ocorreu desde o inicio dos tempos, inclusive a criação do homem que, segundos alguns teólogos, teria ocorrido em 5.000 a C. (7) O Velho Testamento, aceito como sagrado por judeus, cristãos e muçulmanos, é composto de 46 livros que pretendem resumir a história do povo hebreu desde o chamamento de Abraão por Deus, que teria ocorrido por volta de 1.850 a C., até a conquista da Palestina pelos exércitos de Alexandre Magno e as revoltas do povo judeu contra o domínio grego, por volta de 300 a C.

2.1 - A DIVISÃO DA BIBLIA (8)

Os diversos livros da Bíblia, como falei anteriormente, estão agrupados em dois testamentos: o Velho e o Novo. VELHO TESTAMENTO:

I - HISTÓRICOS; Pentateuco

1. Gêneses que trata da origem do homem

2. Êxodos conta a saída dos hebreus para o Egito

3. Levítico conta a saída dos hebreus para o Egito

4. Números trata da origem do povo hebreu

5. Deuteronômio conta a história do povo hebreu

Josué. Juizes. Rute. Esdras

Tobías. Judith. Éster Macabeus Reis I e II

II - DIDÁTICOS

Jô Salmos Provérbios Sabedoria Eclesiásticos

III – PROFÉTICOS

1 - Maiores: (textos mais longos)

Isaías Jeremias Baruc Ezequiel Daniel

2 – Menores (textos mais curtos)

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Oseías Joel Amós Abdias Jonas Miquéias Naum

Habacque Sofonias Argeu .

NOVO TESTAMENTO

HISTÓRICOS DIDÁTICOS. PROFÉTICOS

Os quatro evangelhos Epístolas de São Paulo Apocalípse

Atos dos Apóstolos Epístolas aos católicos

É preciso ter em mente que a formação da Bíblia foi lenta e muito complicada. É o resultado do trabalho de várias mãos, onde a tradição oral era o forte e que durou séculos. No Boletim, “O Aprendiz da Loja Duque de Caxias”, de nº99, p.16 encontramos a seguinte citação que corrobora nossa afirmativa:

“A Bíblia foi escrita num período de 1600 anos, desde 1500 a C. até o ano de 900 d C.,

quando João escreveu seu Santo Evangelho, na Ásia Menor. Foi escrito originalmente

em hebreu, aramaico e grego, em folhas de papiro e depois em pele de carneiro”. (9)

2.2 – ABERTURA DA BÍBLIA: SALMO 133

A abertura do Livro Sagrado marca o início real dos trabalhos numa loja maçônica, no grau de aprendiz, pois o ato, embora simples, é de grande importância, pois que simboliza a presença efetiva da palavra do Grande Arquiteto do Universo. Num artigo publicado pela revista Trolha, de agosto de 1997, lê-se que esta prática de se usar o Livro da Lei foi estabelecida em 1717, a partir da G. L. da Inglaterra, embora haja referência ao seu uso a partir de 1670. (10). Segundo Castelani, a leitura do Salmo foi usada pela primeira vez, perto da metade do século XVIII, por algumas Lojas do Yorkshire, na Inglaterra, quando ainda nem havia um rito plenamente organizado. Em pouco tempo, esse hábito foi abandonado e, já a partir da adoção do rito Inglês de Emulation, (que indevidamente fala se em "de York") abria-se a Bíblia em qualquer lugar, sem leitura de versículos. Todavia, esse hábito foi retomado por algumas Grandes Lojas norte-americanas, principalmente a de Nova York.

Nos EUA, no simbolismo, só se pratica o rito de York, pois o R.E.A.A. só é praticado nos Altos Graus. Da Grande Loja de Nova York, por cópia, o salmo foi introduzido no Brasil e em algumas outras Obediências da América do Sul, no R.E.A.A. Neste, na verdade, tradicionalmente se abre o Livro em João e são lidos os versículos 1 a 5 do capítulo 1.

Cavaleiros Templários

Há variedades em termos da abertura da Bíblia: o Grande Oriente Paulista, no grau de Aprendiz, adotou iniciar a reunião lendo João, 1.1 a 5 (11), o que confirma os dizeres do Ir Castelani. Tem-se noticias que o Livro de Ruth IV é

aberto em algumas Lojas dos EUA e também na Inglaterra.

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O Salmo 133 é no dizer do Ir. Valdir Fernandes (12) uma eloqüente descrição da beleza do amor fraternal, e por esta razão muito mais apropriada para ilustrar uma sociedade cuja existência depende daqueles nobres princípios.

É importante registrar que a leitura deste salmo já era adotado pelos antigos Cavaleiros Templários, nas suas iniciações, no ano de 1128, conforme nos demonstra Gomes (1999), o qual, no seu livro “A Regra Primitiva dos Cavaleiros do Templo”, às páginas 81 e 149, traduzindo os “Cânones do Ritual da Recepção na Ordem do Templo”, número 678 nos diz:

“... Et lê frere chapelain dait lê saume dire que l’on dit, Ecce quam bonum et quam incubum,

/habitare frates in unum...”.

“... E o irmão capelão deve recitar o salmo que diz. Eis, como é bom, como é bom, como é delicioso,

/viverem os irmãos em boa união.”

3.0 – Os SALMOS: classificação

Saltério

Dá-se o nome de Salmos (do hebraico = psalmus) aos cânticos religiosos e patrióticos dos israelitas. Segundo a Bíblia, com o movimento de fixação por escrito das tradições israelitas pelo profeta Ezequiel e pelos seus discípulos, e continuado após a restauração de Israel por várias gerações de escribas, foram-se formando diversas coleções dos Salmos. Algumas dessas coleções podem ser mais antigas e datarem do mesmo tempo de David ou mesmo de Isaías. (13)

Para o Ir Valdir, citado anteriormente, os Salmos eram cânticos destinados aos serviços

corais do Templo ou das Sinagogas e eram entoados sob o acompanhamento de um “saltério” (de =

psalterium), que poderia ser talvez uma harpa, citara ou lira, como se lê em Salmos 108:1-2:

“Preparado está meu coração, ó Deus: cantarei e salmodiarei com toda a minha alma.

Despertai, saltério e harpas; eu despertarei ao romper da alva.” Rei David

Os Salmos (14) fazem parte dos chamados livros didáticos do A.T. e são compostos por 150 salmos e abrangem todo o campo das emoções, desde a alegria até ao ódio, do desespero até a esperança. Podemos classificá-los em:

Laudatórios louvam a Deus, à sua grandeza, magnificência e misericórdia.

Deprecatórios onde o salmista expõe os males e queixas.

Gratulatórios agradecimento de benefícios ou preces atendidas.

Penitenciais pedem perdão de pecados pessoais ou do povo.

Históricos versam sobre a história de Israel.

Messiânicos referem-se ao futuro Messias p.ex. 2 ao 108

Fraternidade refere-se à concórdia entre os irmãos p.ex. 133

Boa parte dos Salmos é atribuída a David que recebeu a devida inspiração do alto. No dizer do nosso Ir. Wilson Veado,

“... são cânticos, mas são também prece. Portanto,quando ele é aberto na loja e lido,na

grandeza mística do silêncio dos Irmãos compenetrados em sua mensagem, é porque todos

os estão orando, entoando o seu cântico de louvor ao Grande Arquiteto do Universo

a nossa prece preparatória” (35).

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Não é que David seja o autor de todos eles. Alguns são atribuídos pelo próprio texto a Azaph, aos filhos de Core, e etc., e outros são simplesmente anônimos.

Os Salmos, após minuciosas pesquisas históricas levam a supor que as composições cubram um

período de tempo de quase mil anos, com o seu ápice na época monárquico posterior a David, antes do exílio da Babilônia (entre 800 a 600 a C). (15)

Salmo 133

4.0 – PERSONAGENS BÍBLICOS

4.1 – DAVID: (18)

A Bíblia define o rei David como o cantor dos cânticos de Israel, pela habilidade em tocar a citara, graças à qual entrou para a corte do rei Saul (16). David ou Rei David era um excelente salmista e os historiadores não sabem precisar quantos salmos podem ser-lhe atribuídos: 73 são designados com a fórmula “Le David”, que pode significar, “de David”, mas também pode significar “a respeito” de David (17).

Para se falar de Davi há necessidade de inseri-lo dentro do contexto histórico da época. As primeiras civilizações da história surgiram e se desenvolveram entre 2.800 e 400 a C.nas regiões ribeirinhas do Oriente Médio. São as civilizações da antiguidade oriental, que viviam no contexto do modo de produção asiático e que se espalharam por cinco áreas interligadas geograficamente e culturalmente: Mesopotâmia (atual Iraque), Egito, Fenícia (região do Líbano), Pérsia (Irã) e Palestina. Por volta de 1050 a.C. dois séculos após o êxodo (fuga dos judeus do Egito para Palestina), os hebreus tiveram que lutar com persistência contra cananeus e filisteus. Josué, sucessor de Moises, agrupou os vários clãs em 12 tribos pelas terras conquistadas. A resistência de cananeus e filisteus tornava indispensável a unidade política das tribos e a fidelidade religiosa em um único Deus, Jeová, (“JAVÉ”, aquele que é). Saul, o primeiro rei dos hebreus, foi sucedido por David, em 1006 a.C. que se destacou por derrotar o gigante Golias.Sob comando de David, os israelitas tomaram Jerusalém na luta contra os cananeus, transformando-a em sua capital. Outras vitórias contra filisteus, moabitas e arameus garantem a independência do reino de Israel. David reforçou a tradição judaica a partir da união das doze tribos.

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Seu reinado, altamente próspero, durou 40 anos. De sua união com Betsabé nasceu Salomão que o sucedeu. David nasceu em Belém e é tido como antepassado de Jesus. David Levou para Jerusalém (Sião) a Arca da Aliança, nomeou os chefes dos sacerdotes e fez tudo para manter o seu culto.

4.2 – AARÃO

Aarão

A genealogia de Aarão nos mostra que ele era bisneto de Levi, daí dizer-se que ele era da “casa de Levi”. Era irmão mais velho de Moisés e filho primogênito de Amrao e Jacobed. Ajudou Moisés a libertar o povo hebreu do cativeiro egípcio. Foi seu intérprete junto ao faraó do Egito e os anciãos de Israel. (19). Foi o fundador do sacerdócio hebraico e por isso passou a ser o patriarca da classe sacerdotal. Seu nome significa “iluminado”, ”elevado”, ou “sublime”. Após a libertação dos israelitas do jugo egípcio, (Ex.13,1-2) os primogênitos foram

“eleitos” para o sacerdócio do senhor, tornando-se uma instituição definitiva que vai ser ratificada com a construção do Templo. (Ex.28.1-43).

4.2.1 - Tabernáculo, precursor do Templo.

Moises recebe as Tábuas da Lei

Segundo as instruções, Moisés recebeu no Monte Sinai, a Lei, (Tábua das Leis ou Decálogo) contendo os fundamentos doutrinários que deveria acompanhar o povo hebreu durante todo o tempo que durasse o êxodo . “Assim Moisés mandou construir o Tabernáculo ou Tenda (do hebraico = suká), que seria o santuário (em hebraico = mishkan) para guarda do Torah e para os ofícios religiosos, durante a longa viagem direção à Palestina.” (Castelani, 1993.p.61).

Bíblia nos diz que o Tabernáculo foi montado

em um terreno de formato quadrilongo de cem côvados de comprimento por cinqüenta de largura, (45 por 27,5 metros). A tenda, que era a parte mais importante do conjunto era formada por quatro tendas sobrepostas. A mais interna era de linho e as demais de peles tingidas de púrpura.

A tenda maior era o Kodesh (Santo) e continha: à entrada, o Altar dos Perfumes; ao norte o Altar dos Pães Propiciais; ao sul, o candelabro de sete velas (Menorá).

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A tenda menor era o Kodesh Há Kodoshim (Santos dos Santos) e era considerado o local mais íntimo e sagrado de todo o conjunto, pois representava a habitação terrena de Deus. Na tenda só tinha ingresso sacerdote mais graduado e apenas num dia do ano, no dia da expiação (Yom Kippur) (20). Coube a Salomão, filho de David a tarefa de construir o Templo.

A Planta do Templo de Salomão. O Templo de Salomão

4.2.2 - A ARCA DA ALIANÇA

Segundo a Bíblia, Moises teria recebido no Monte Horeb, na península do Sinai, durante a viagem para a terra prometida, instruções divinas que o povo hebreu deveria cumprir (Ex: 24-12).

A Arca da Aliança. “Então disse o Senhor a Moisés, sobe a mim, ao monte e fica lá; e dar-te-ei Tábuas

de Pedra e as leis e os mandamentos que tenho”.

Para guardar as Tábuas da Lei o Senhor ordena a Moisés construir uma arca que

seria guardada no Tabernáculo. (Ex:25.10-22)

“Farão um tabernáculo e habitarei no meio deles. Farão uma arca de madeira de

acácia..e porás dentro da arca o testemunho que te dei...”

A Arca da Aliança (Tyrb Nwra-àrow beriyth) era um baú construído de madeira de acácia e media 1.25 m de comprimento, 0,75 m de altura e 0.75 m de largura (considerando que o côvado equivalia de 45 a 50 cm) (21).

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A Arca foi construída por Bezabel, (que construiu o Tabernáculo, templo desmontável que foi usado durante a travessia do deserto) (22). A Arca era de acácia, toda forrada de ouro por dentro e por fora, com uma bordadura em volta, também em ouro. A Arca tinha quatro argolas e dois varais, que não poderiam ser retirados do local e também revestido de ouro. Tanto o ouro como acácia eram considerados como incorruptíveis e por isso foi empregado na sua confecção.

A Arca era coberta com uma tampa chamada de Propiciatório e adornada com dois querubins, também feitos de ouro maciço voltados para o centro da Arca. Dentro da Arca ficavam as Tábuas da Lei, o Pote de Maná, e a vara de Aarão que florescera. (HB: 9-4)

4.2.3 – O SIMBOLISMO DA ARCA

A arca era o símbolo mais importante da fé hebraica e serviu como a única manifestação física de Deus na terra. A importância da Arca pode ser vista pela sua localização no Tabernáculo, e posteriormente no Templo

(Sanctus Sancturum) bem como as restrições em torno dela como, por exemplo, de que somente o Sumo Sacerdote (Aarão) poderia adentrar no lugar santíssimo e isto só uma vez no ano por ocasião do Dia do Perdão (Yom Kippur)

(Lev: 16.2)

Da leitura do livro do Ex: 25-22 depreende-se que ela representava o Trono de Deus no interior do

Tabernáculo, que estava ali para julgar as ações do povo Hebreu e também para transmitir os princípios e ensinamentos de sua palavra.

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Segundo a tradição, a Arca continha o Decálogo (os Dez Mandamentos ditados por Deus a Moisés), o cajado

de Aarão e um recipiente com maná. Para os israelitas, a Arca representa Deus acompanhando os judeus durante a travessia do deserto. A Arca desapareceu na tomada de Jerusalém, em 586 d.C., embora seja mencionada em lendas

posteriores.

4.2.4 – AS VESTES DE AARÃO

Os sacerdotes, pela sua posição de interlocutores da palavra de Deus,

deveriam se distinguir dos demais israelitas. Aliás, Aarão e seus irmãos já eram distinguidos, pois pertenciam à casa de

Levi, a quem fora outorgada pelo Senhor a missão de daí saírem os seus sacerdotes

(a esse respeito ver Castelani, op.cit. P.83).

As vestes sacerdotais deveriam refletir a dignidade da função. Em Ex: 28-4.,

o Senhor disse a Moisés: “Farás a teu irmão Aarão vestes sagradas em sinal de dignidade, de ornato... de sorte que ele

seja consagrado ao meu sacerdócio. Eis as vestes que deverão fazer: um peitoral, um efod, um manto,

uma túnica bordada, uma mitra, um cinto deverão usar fios de lá azul púrpura e vermelha, fios de ouro

de linho puro...farás também o peitoral .. e encheras de pedras de engate ... e serão aquelas pedras os

nomes das doze tribos de Israel.”

Na sequência dos versículos, até o número 29 temos todo o detalhamento destas vestes, não só de Aarão, mas também dos seus irmãos. Deve-se ressaltar

que estas vestes deveriam ser usadas todas as vezes que chegassem perto do altar para servirem como sacerdotes, a fim de não incorrerem em falta e de não

morrerem.

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4.2.5 - O ÓLEO DA UNÇÃO

A unção de Aarão A Bíblia sempre fala do óleo da unção usado nas cerimônias de

consagração dos sacerdotes. É o que encontramos em Ex:28.14 e 29 :

“... e os ungirás, investindo-os e consagrando-os para que me sirvam como sacerdotes.’”...tomarás o óleo da unção e o ungirás derramando sobre sua cabeça.”. (29)

o Salmo 133, ora analisado temos: “..é como o óleo precioso sobre a cabeça ,que desce à orla dos seus vestidos”.

Surge então a pergunta: que óleo era este?

Qual sua composição? A própria Bíblia nos explica inclusive com a sua quantidade, em Ex: 30,.22-33 : “O senhor disse a Moisés, escolhe os mais preciosos aromas: 500 ciclos de mirra... 250 ciclos de junco odorífero, 500 ciclos de

cássia e um hin de azeite de oliveira. Será este o óleo para a sagrada unção. Este será para mim, o óleo da unção sagrada, de

geração em geração.”

Fazendo a conversão das quantidades para as medidas atuais:

Um ciclo =12 gramas; 500 ciclos x 12 gramas = 6 quilos de mirra.

250 ciclos x 12 gramas = 3 quilos de junco odorífero.(canela)

500 ciclos x 12 gramas = 6 quilos de cássia.

Um hin = 6 litros de azeite puro (23)

5- OS MONTES (24)

5.1 – HERMON Monte Hermon

Ao norte de Israel (Palestina) existe a cordilheira antilibana (de Antilíbano, uma das suas montanhas) em contraposição a Libana no território do Líbano.

Divisa entre os três paises Nesta cordilheira se encontra o Monte Líbano, famoso por seus

cedros, nas suas encostas. Esta cadeia se desenvolve do nordeste ao

sudeste por vários quilômetros e

suas extensões e alturas são vistas a partir do mar Mediterrâneo.

Dentro desta cordilheira, fazendo divisa entre Israel, Líbano e

a Síria encontram-se o Monte Hermon com seus 2.814 metros de

altura e seu cume sempre nevado.

Segundo o site www.execulink.com/~wblank/index.htm lê-se :

“Mount Hermon, from the Hebrew word pronounced ker-mone, meaning abrupt, is the eastern extension of the Anti-Lebanon mountain range.

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Consisting of a ridge about 20 miles (32 kilometers) long with three peaks rising up to 9,200 feet (2,800 meters) above The Mediterranean Sea, it marked the northern boundary of Israel (Deuteronomy 3:8, 4:48, Joshua 11:3, 11:17, 12:1, 13:11). “(25)”.

Hermon, para os Sidonianos (povo que habitava o vale do Sidon), era Sarion e para ao Amorreus (outro

povo) era Sanir, significando “sagrado”.

Por ser considerado sagrado, existiam em suas encostas e até no seu cume pequenos templos religiosos,

cujas ruínas foram descobertas pelos arqueólogos.

Monte Hermon

Segundo Castelani, já citado anteriormente, o Monte Hermon, pelo seu fornecimento de madeira para a construção de navios, pelo seu caráter sagrado, pelo seu orvalho

que descia sobre toda a Palestina irrigando suas terras, era, sem dúvida na antiguidade, a mais famosa e importante montanha da região. Devido à altura, as

correntes de ar procedentes da sua cordilheira levam a névoa para toda a região

(inclusive Sião), condensando-se ali, sob a forma de orvalho. Por outro lado, o degelo da sua neve é a principal fonte alimentadora do rio

Jordão e, por extensão, do lago da Galiléia e de toda a região da Palestina.

5.2 - SIÃO

Vista Aérea de

Jerusalém A enciclopédia Delta Larousse define Sião, em árabe Djabal Sahyun, como uma

das colinas sobre as quais Jerusalém foi construída. Geográficamente o monte Sião é

uma elevação, de cerca de 800 metros, entre os vales de Cedron e de Tyropocon a qual segundo a Bíblia, David tomou dos Jebuseus, mais ou menos em 1.000 a.C.

Após a vitória passou a ser chamada de Cidade de David (25) porque para ali

David se mudou saindo da cidade de Hebron levando consigo a Arca da Aliança. Sião ou Jerusalém, (27) na Bíblia, é chamada por outros nomes, a saber: Sião, cidade de

Judá, cidade Santa,cidade de Deus, cidade da Justiça, cidade do Grande Rei, Aelia Capitolina (no tempo do Imperador Adriano) e El-Kuds (“a santa”) dado pelos árabes.

Posteriormente quando a Arca foi transferida para o Templo que Salomão havia construído no Monte Moriá, o

nome Sião compreendia também toda a cidade de Jerusalém (26).

Sião ou Sion passou a ser o nome simbólico de Jerusalém, da Terra Prometida, da cidade de Davi. Deriva de

Sion a palavra Sionismo.

No dicionário Michaelis encontramos: SIONISMO [Do top. Sion, denominação judaica de Jerusalém, onde há ummonte com esse nome, + (ismo)]. .m 1. Estudo das coisas referentes à Jerusalém.

2.Movimento político e religioso judaico iniciado no séc. XIX, que visava ao restabelecimento, na Palestina, de um Estado judaico, e que se tornou vitorioso em maio de 1948, quando foi proclamado o Estado de Israel.

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ANÁLISE INTERPRETATIVA

É preciso lembrar que o que se escreve sofre influência da época em que foi escrito. Como este trabalho

consiste na análise de um dos Salmos e este por sua vez, faz parte da Bíblia, é necessário ter em mente que a mesma foi escrita a mais de 2000 anos. Fazendo uso das palavras de Pio XII, o mesmo assim se expressou, ao se

referir à Bíblia:

Rei David “Nas palavras escritas dos antigos autores orientais freqüentemente não é claro, como nos escritores nossos

contemporâneos, qual é o sentido literal... é imprescindível que o interprete remonte mentalmente a esses recuados

séculos do Oriente... distinga e veja claro, que gênero literário, quiseram empregar e de fato empregaram os

escritores daquela vetusta idade. Porque os antigos orientais, para exprimir o que tinham em mente não

empregaram sempre as mesmas formas e modos de dizer que nos usamos hoje, mas sim os que corriam entre os

homens do seu tempo e da sua nação”. (29)

A forma geralmente usada na poesia dos salmos se chama “paralelismo”, que é a

repetição de uma idéia, com outras palavras na linha ou nas linhas seguintes. É a repetição de idéias de estrofe a estrofe. (30) Este paralelismo, nas suas várias formas, e a riqueza de

comparações, é que dão graça e beleza à poesia hebraica.

Será dentro desta ótica que iremos tratar da análise do Salmo 133, denominado o Salmo da

Concórdia ou da Fraternidade: .

Saltério moderno “OH! QUAO BOM E SUAVE É

QUE OS IRMAOS VIVAM EM UNIÃO

É COMO O ÓLEO PRECIOSO SOBRE A CABEÇA.

O QUAL DESCE SOBRE A BARBA, A BARBA DE AARÃO. E QUE DESCE À ORLA DOS SEUS VESTIDOS

É COMO O ORVALHO DE HERMON QUE DESCE SOBRE

SIÃO PORQUE ALI O SENHOR ORDENA

A BENÇÃO E A VIDA PARA SEMPRE.”

Atribui-se a David a autoria deste salmo no qual ele exalta a beleza do fato dos irmãos

estarem juntos, em harmonia. Deve ter sido escrito e cantado, ao som de um saltério, por ocasião da festa do Tabernáculo quando os israelitas subiam até Sião = Jerusalém para

orarem no Templo. David ao levar para a sua cidade a Arca da Aliança, ali organizou o serviço religioso.Com isso não tardou que para ali afluíssem os israelitas para adorar JAVE,

o Senhor.(31)

É importante registrar que antes da construção do Templo de Salomão, que iria abrigar a Arca da Aliança, a mesma ficava no Tabernáculo, na cidade de David, ou seja, Sião. O Tabernáculo era o Templo dos israelitas e o

centro religioso da nação hebraica.

1 – “OH! QUÃO BOM E SUAVE É QUE OS IRMÃOS VIVAM EM UNIÃO”

Esta primeira frase é o canto de David pela confraternização dos romeiros, que passam o dia reunido na

grande esplanada do Templo. Gente de toda Israel, que mal se conhece, vinda de todas as regiões, ali se congregam como irmãos e irmãs, como membros de uma grande família, de uma mesma nação, que vive sob a alegria profunda

de adorarem um só Deus, Javé = Jeová.

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Peregrinação a Meca Páscoa em Jerusalem Transportando esta imagem para os dias de hoje, não é o que vemos nas nossas romarias

nas cidades de Juazeiro do Norte, Congonhas, Belém do Pará?

A televisão nos mostra os muçulmanos

fazendo a sua peregrinação anual às cidades de Meca, Medina. Ou os católicos nos santuários de

Aparecida em São Paulo ou de Fátima em Portugal ou em Lourdes na França? Ou a Festa da Páscoa, atualmente, na

Terra Santa? .

2 – “É COMO O ÓLEO PRECIOSO SOBRE A CABEÇA...”

Unção de um sacerdote. Encontramos na Bíblia, em Lev: 8.12 alusão a esta passagem que diz: “... derramou do azeite da unção sobre a cabeça de Aarão e ungiu-o para santificá-lo”.

Este óleo era um perfume à base de mirra e oliva usado unicamente para ungir os reis e sacerdotes, pelo que se depreende da leitura de Ex.28.15. O verbo derramar, aí

conjugado no passado “derramou” significa que o mesmo “jorrou”, isto é, sem parcimônia, sem reservas o óleo sobre a cabeça e tão abundante foi que desceu pela sua barba, daí a

alusão: “e que desce sobre a barba, a barba de Aarão”

Na tradução da Bíblia vulgata, entende-se por cabeça, o ouvido, a visão, o paladar, o olfato,. Logo a “fronte”, “a cabeça”, também significa os cinco sentidos, e o óleo derramado, a purificação dos mesmos.

Diz-nos o Ir. Minoru Tamura (32) da ARLS Ferraz de Vasconcelos, Oriente de São Paulo, referindo-se a este

verso:

Vestes dos Sacerdotes

“A cena apresentada pelo salmista na unção de AARÃO, encerra uma simbologia majestosa. A cabeça é o

emblema, o centro vital da existência; a barba é o emblema da honra, pois na antiguidade, sempre expressou

honradez e probidade, principalmente no Oriente, por razões das velhas tradições; as vestes são o emblema da

honestidade e pudor e de especial significado litúrgico e ritualístico.” “O QUAL DESCE SOBRE A BARBA, A BARBA DE AARÃO E QUE DESCE À ORLA

DOS SEUS VESTIDOS”

Já o Ir. Francisco Luis Nanci, (33) analisando este salmo, dá uma interpretação bem interessante, onde ele diz que num sentido mais místico e esotérico, nosso próprio corpo

físico convive com vários outros corpos de natureza sutil, através dos quais nossa partícula

divina, nosso Deus interior, se manifesta em suas múltiplas personalidades para poder difundir em nós sua força e sua vontade.

Que nos trabalhos em Loja Maçônica, quando todos estão unidos, harmonizados e

concentrados, esse “óleo precioso” vem até nossas cabeças, e nos infunde gradativamente a Energia Divina. As vestes representam o nosso corpo físico, a nossa parte externa.

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Conclui seu raciocínio dizendo que o óleo precioso (Energia Divina), antes de encharcar nossas vestes (nosso

corpo), derrama-se sobre sua cabeça e barba (receptor das manifestações vindas da presença de Deus), até à orla dos seus vestidos (são as emanações que se distribuem por todo o nosso corpo).

3 – “É COMO O ORVALHO DE HERMON...”

Israel faz divisa pelo norte com o Líbano e a oeste com a Síria; o

Monte Hermon assinala as divisas entre estes países. Pela sua altura, de 2.814 metros, seus picos estão permanentemente cobertos de neve .

Nas regiões desérticas, a evaporação da umidade concentra-se nas montanhas e retorna durante a noite sob a forma de orvalho,

suprimindo assim a falta de chuvas e propiciando as condições para uma boa colheita e dando com isto, as condições para a fixação do homem a

região Por outro lado o degelo da neve do Monte Hermon é fonte

alimentadora do rio Jordão que abastece toda a região, irrigando o solo palestino, trazendo com o alimento (benção) para o povo, pão para comer.

O Monte Hermon, na visão de David, através do seu orvalho, é sinal de vida.

“QUE DESCE SOBRE SIAO...”.

O Monte Sião tem aproximadamente 800 metros de altitude daí, portanto a expressão “... descer sobre Sião”

querendo dizer “sobre as colinas de Sião”, porque nos salmos 87:2 e 51:18 e mais 179 vezes Jerusalém é chamada de Sião (34)

No Salmo 125:1-2 há uma bela referência a este respeito:

“Os que confiam no Senhor são como o Monte de Sião que não se abala, mas permanece para

sempre. Como estão os montes à volta de Jerusalém, assim o Senhor está em volta do seu povo

desde agora e para sempre.” (nosso grifo)

“PORQUE ALI O SENHOR ORDENOU A BENÇÃO E A VIDA PARA

SEMPRE”

David, ao conquistar a fortaleza de Sião, transportou para ali a Arca da

aliança e construiu para ela um Tabernáculo. Com isso Sião tornou-se a “cidade

do Senhor”, local da Sua morada, local do seu repouso

“... este é o meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois o desejei.” (Salmo 132;13-14)

Entrada de Davi em Sião Com a presença da Arca da Aliança, Sião tornou-se a capital religiosa dos Israelitas, um lugar santo, sagrado, conforme se depreende da leitura do Salmo 154.21

que nos diz: “... bendito seja o Senhor desde Sião que habita em Jerusalém”.

David compara o óleo descendo sobre a cabeça de Aarão com o orvalho descendo

sobre Sião. Aarão é sumo sacerdote, o chefe religioso da nação israelita, é a “cabeça”

espiritual do povo hebreu, da mesma forma que Sião é a capital espiritual de Israel. O primeiro purifica, consagra um sacerdote para o serviço do Senhor, tornando

Aarão um homem puro, justo e perfeito para as funções sacerdotais. Na segunda imagem o orvalho sobre Sião é a água que, além de purificar, torna possível a vida ao redor de Jerusalém.

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É como o óleo (água) caindo sobre Aarão (Jerusalém) porque ali em Sião, (Javé), o Senhor (representado pela a Arca

da Aliança) havia ordenado a Sua benção para sempre.

O fato dos romeiros estarem ali reunidos fazia com que a benção descesse para todos. Isto para David é algo concreto. Manifesta-se na natureza, no óleo, no orvalho, nas chuvas, nas águas do Rio Jordão que irriga a terra

e a torna fértil tornando possível a posse da Terra Prometida.

David emprega uma linguagem prática para mostrar que Sião é o centro religioso de Israel, pois ali o Senhor

havia escolhido para Sua morada.

CONCLUSÃO

O objetivo deste trabalho foi uma tentativa de analisar, dentro de um contexto histórico, as figuras de David

e de Aarão e suas importâncias dentro da formação religiosa do povo hebreu, a partir do Salmo 133. Por extensão analisei também a importância do Livro da Lei e sua divisão em Velho e Novo Testamento. Foi

feita uma abordagem da localização geográfica dos Montes Hermon e Sião e a inclusão dos mesmos no contexto

histórico ora analisado. Por extensão do próprio trabalho não pude deixar de me referir ao papel da Arca da Aliança e do Tabernáculo.

Para concluir o trabalho foi desenvolvido, junto ao Professor Abgar Antonio Campos Tirado a musicalização do Salmo e através do tenor Prof.Adilson Candido, ambos do Conservatório Estadual de Música Padre José Maria Xavier,

de São João del Rei, pudemos ouvir sua versão musicada, digna de elogios.

O Salmo 133 é conhecido como o Salmo da Fraternidade. A vivência desta belíssima exortação deve ser a base da nossa conduta, o sustentáculo da sociedade, não só maçônica, mas profana.

A palavra divina, os ensinamentos do G A D U que devemos seguir para realizar com perfeição, chega-nos como o óleo, como o orvalho chega até Sião, pois ele mesmo nos disse para “amarmos ao próximo como Eu vos

amei”. Para David a união entre os irmãos deve ser o penhor de prosperidade, de satisfação. O Salmo, que é alusivo

à concórdia, nos ensina que é bom, suave, que os irmãos vivam em união, como é deve ser agradável sentir a

sensação de o santo óleo escorrer pela fronte. Tanto o óleo, como o orvalho tem o mesmo sentido: ambos vêm do alto, do céu, do Senhor. Cair se

entende, como se não houvesse obstáculo, pois a amizade, a fraternidade deve imperar entre todos, sem reservas, barreiras ou sofismas.

“Para o Salmista, estar em paz com os irmãos é tão bom como o azeite da unção, tão bom como o fertilizante orvalho

que do Hermon vai para o Monte Sião.” (35).

A nossa fraternidade ou aquela que entendemos como tal, não deve ter o mesmo conceito do mundo

profano. Pelo próprio fato de pertencermos a uma ordem à qual juramos fidelidade, já é o bastante para torná-la diferente. Aqui o meu vizinho é meu irmão e como o orvalho que cai sem obstáculo, assim deve ser também a

amizade: sem sofismas, reservas. Pois só assim fazendo, teremos a certeza de que o Senhor fará derramar a vida e a Sua benção entre nós,

para todo o sempre.

Notas Bibliográficas 01 - Grande Loja Maçônica de M G e a Constituição de Anderson, p.1. 02 – Allec Mellor – Dicionário da Franco Maçonaria, p.159.

03 – Gomes, Pindorama.A Ordem Primitiva dos Cavaleiros Templários, p.6. 04 – www.salmos 133.Org / Biblioteca de Trabalho Maçônico. 05 – Id. 06 – G L M M G – Landmarks.... p.159 07 – Revista Superinteressante.Abril/Maio. 2002 08 – Bíblia Sagrada.P.8 09 – O Aprendiz, out.99, p.16. 10 - Revista A Trolha, ago. /97 p.30.

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11 – Revista A Trolha, mar. /97 p.31.

12 – Revista Trolha, out. /99 p.8. 13 – Bíblia Sagrada, p.52. 14 – Bíblia Sagrada, p. 521. 15 – Id. 16 - I Samuel 16.22-23 17 – www.terrasanta.hpg.ig.com.br/personagem.htm 18 – Id. 19 – Jose Castelani.A Maçonaria e a Herança Hebraica, p.82. 20 – Id.P.62 21 – Medida bíblica. Distancia entre o cotovelo e ponta do dedo médio.Côvado = cubitum. 22 – www.us-israel.org/jsauce/imagens/ark/ark.jpg 23 – http://www.pefelix.brturbo.com/psl/b_medidas_moedas.htm 24 – www.bibareh.com/glosary/m.html 25 - http://images.google.com/imgres

26 – Bíblia Sagrada 2 Samuel 5.6-9 27 – www.uol.com.br/bibliaworld 28 – id. 29 – Bíblia Sagrada, Encíclica Divino Afflante Spiritu, Pio XII, parte II, parágrafo 2o.

30 – Dicionário Aurélio – Versão eletrônica –Versão 3.0 -Século XXI 31 - Ir.Valdir, Revista Trolha, out. /99 p.8. 32 – A Ampulheta, n.31, p.6. 33 – O Prumo, n.113.p.6 34 – www.uol.com/bibliaworld/igreja/responde/bibo11.htm 35 - Veado, Wilson. Salmo 133 ,o Salmo da Fraternidade e da união entre os Irmãos . Rio de Janeiro, ed. Mandarino, 1985

BIBLIOGRAFIA

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BOLETIM INFORMATIVO, Loja Duque de Caxias n 70, Santos,n.338.ano XXXV Out.1999

BOLETIM TRIMESTRAL Loja “Ferraz de Vasconcelos”,São Paulo,n.31,ano VI, Mar./Abr.2001

CASTELANI, Jose.A Maçonaria e sua Herança Hebraica, Maringá,Trolha,1993.

GOMES, Pinharanda A Regra Primitiva dos Cavalheiros Templários,Lisboa,Hugin, 1990.

MELLOR, Alec .Dicionário da Franco Maçonaria,rio de Janeiro,ed.Martins Fontes,19....

MINAS GERAIS, Grande Loja Maçônica. Landmarks e a Constituição de Anderson Sd.

Veado, Wilson. Salmo 133 ,o Salmo da Fraternidade e da união entre os Irmãos . Rio de Janeiro, ed.Mandarino, 1985.

REVISTA Trolha. Maringá,n.130.ago.1997

REVISTA Prumo. Florianópolis,n.117.ano XXVI.nov./dez.1997

REVISTA Superinteressante. Abril, Mai. /2002

WINTER, Enia & SALLES,Paulo, Metodologia da Pesquisa Científica.São Paulo. Cedas.1997

13- Internet – Sites:

www.salmo133.org

www.terrasanta.hpj.ig.com.br

www.proveg.com/igrehja batista

www.us.israel.org

www.pefelix.bturbo.com

www.bibareh,com

www.uol.com.br

www.ultimosegundo.ig.com.br

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Anexos:

01 – O Salmo da Fraternidade (em aramaico)

02 - Partitura do Salmo 133 –

Produção do Ir Antonio de Guilherme de Paiva –

Partitura prof. Abgar Antonio Campos Tirado ex-diretor do Conservatório de Música Padre Jose Maria

Xavier de São João Del Rei –

Solista Tenor Prof. Adilson Candido

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