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JohnWesley , o Evangelista · As pesquisas na história familiar, feitas, por ordem do primeiro...

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1 Rev.Richard Green JohnWesley , o Evangelista Copyright © 1993-2005. The Wesley Center for Applied Theology. Tradução: Izilda Bella
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Rev.RichardGreen

JohnWesley ,o

EvangelistaCopyright © 1993-2005. The Wesley Center for Applied Theology.

Tradução: Izilda Bella

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PARTE I – A PREPARAÇÃO

CAPÍTULO I

Ancestrais em Epworth – Nascimento – Lar.

O nome Wesley está inseparavelmente unido, por todo ofuturo, com aquele daquela pequena cidade de Epworth, na ilha deAxholme, North Lincolnshire. [Axholme, ou Axelholme; em Saxão,Eaxelholme]. Agora, no entanto, é necessário passar da regiãonordeste da Inglaterra, para a sudeste. As pesquisas na históriafamiliar, feitas, por ordem do primeiro Conde de Mornington, revelamo fato de que a família Wesley (Westley, Wellesley) teve sua origemsituada em Wilswe, ou Welswe, perto de Wells (Poços), Somerset. Agenealogia foi traçada muito atrás, em Guy, que era um Lorde feudal,por Athelstan, ano de 938. O tataraneto de Guy foi Walrond deWelswey, e o neto deste último, Roger de Wellesley. [Tem-sesugerido que essas variações obedecem estritamente às probabilidadesetimológicas do caso. Wilswe, ou Welswe, significa o caminho danascente (poço) -- Wils ou Wels, o genitivo contraído – e nós (we)(para weg) o nome assim modificado. Pode-se, então, inferir que acasa era sobre o caminho para a bem-conhecida fonte – talvez, umadas fontes das quais Wells tira seu nome. Na sexta geração, o nomemuda para o familiar Wellesley (well = welle, e leye = land (terra) —nossa terra, quando quer dizer meadow (campina). Assim, nós nãotemos mais o caminho da fonte/poço (way of well), mas o lugar dafonte (land of the well), e nós podemos inferir, tanto da transferênciapara o estado em que a famosa fonte estava situada, quanto daquela dodomínio familiar, agora incluindo a verdadeira localidade do poço. Oramo irlandês da família, depois de alternar os dois nomes familiares(mais estritamente sobrenomes, agora), eventualmente adotou"Wellesley", enquanto o outro, o ramo mais antigo, do qual a família

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Epworth descendia, adotou Wesley — de maneira variada, soletrada,Westley, Wesly, e Wesley. A linha familiar mais antiga dedescendentes tornou-se Wellesley-Wesley. — [Veja Proceedings ofthe Wesley Historical Society, vol. I, p. 67.]

Um dos ramos da família é traçado do Sir Richard deWellesley, do qual o Marquês de Wellesley, Governador Geral daÍndia, e seu irmão, Arthur, Duque de Wellingyon, descenderam. Oirmão mais velho do Sir Richard, Walrond de Wellesley, segundoBarão Norragh, tornou-se a origem de outros ramos. Ele substituiu afamília na propriedade, Wellesley Manor, co. Somerset. Seu filhoGerald, o terceiro Barão, por ter ofendido o rei Henrique IV, foidestituído de seu título. O filho e herdeiro de Gerald, Arthur, levou onome de Westley; mas seu filho Hugh, que era cavaleiro, retomou onome Wellesley. O neto do Sir Hugh, Walter, usou novamente o nomeWesley ou Westley. O filho de Walter, Sir Herbert Wesley, ouWestley, de Westleigh, co. Devon casou-se com Elizabeth, filha deRobert de Wellesley, de Dangan Castle, Irlanda, de maneira que emseu filho, Bartholomew, nascido em 1596, esses dois ramos de famíliaforam unidos; seu pai representando a descendência original, e suamãe, o ramo Wellesley daquela descendência. Conseqüentemente,deriva-se o ramo Epworth da família. Bartholomew casou-se com afilha de Sir Henry Colley, de Carbery Castle; e o filho deles, JohnWestley, [Muitos detalhes interessantes a respeito de Bartholomew, eseu filho, John Westley, estão coletados em The Fathers of the WesleyFamily, de William Beal. 2nd ed. Londres, 1862; Memoirs of theWesley Family, de Adam Clarke. 2nd ed. Dois volumes, Londres.Tegg; e as pesquisas subseqüentes de G. J. Stevenson, no Memorialsof the Wesley Family. Londres, Partridge, 1876.], que se casou com afilha do célebre Puritano, John White, conhecido como o Patriarca deDorchester, foi o pai de Samuel de Epworth, que foi o pai de Wesley.

A mãe de Wesley era Susanna, filha do Rev. Samuel Annesley,segundo filho de Francis Annesley, Visconde de Valentia, cujo filhomais velho, Arthur, era Conde de Anglesea. A mãe de Susanna erafilha do outro John White, um distinto Puritano, advogado, em

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Londres. Da vida anterior de Bartholomew Westley, muito pouco éconhecido. Nenhum registro familiar foi preservado, para nosinformar onde ele nasceu, ou como seus primeiros dias forampassados. Mas fomos informados que ele foi enviado, ainda jovempara uma das Universidades; que ele era diligente nos estudos, queincluíam, Física e Teologia; e que como clérigo, ele se distinguia pelasimplicidade de discurso, de maneira que não era um pregador popularpara aqueles que buscavam mais por palavras adornadas do que porverdades importantes. [Calamy]. Ele viveu por algum tempo emBridport, e, certamente pregou em Allington, um subúrbio daquelacidade [o púlpito que ele usou está ainda preservado na escolaWesleyana em Bridgport]; depois do que ele, conseguiu os benefíciosde Charmouth e Catherston, vilarejos no sudoeste de Dorset, do qualfoi expulso, até mesmo antes da passagem do Ato de Uniformidade,em 1662. Acredita-se que ele, então, tornou-se um pregador itinerante,em Bridport, Lyme, Charmouth, Netherbury, Beaminster, etc. Eletambém praticava medicina, porque foi preparado, através de seutreinamento universitário. Ele residiu, por algum tempo, emCharmouth, até que o Ato Five Mile (1665] o expulsou. Seus últimosanos foram em reclusão, provavelmente em Lyme, onde ele transferiusuas terras para seu filho, então, vigário de Winterbourne-Whitchurch.Ele morreu por volta de oitenta e cinco anos, mas o exato momento elocal de seu funeral eram, até recentemente, desconhecidos. Fomosinformados que sua morte (que foi provavelmente apressada pelamorte prematura de seu filho, John Westley) aconteceu em LymeRegis, no ano de 1670; e que ele foi enterrado lá em 15 de Fevereirodaquele ano, "em um bonito cemitério da igreja, cercado pelo mar –quase dentro da vista de 'Whitechapel Rocks', e da moradia isolada,onde ele e seus paroquianos perseguidos se encontravam, durante ostempos turbulentos que se seguiram a Restauração". [Broadley, JohnWesley and his Dorset Forbears].

O ato Five Mile, 1665, foi uma das leis penais inglesas quebuscava obrigar à conformidade com a Igreja Estabelecida daInglaterra. Ela proibia o clérigo de viver cinco milhas (8 Km) de umaparóquia, que eles haviam excomungado, exceto se eles jurassem

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nunca resistir ao rei, ou tentasse reformar o governo da Igreja ou doEstado.

John, o filho de Bartholomew Westley, nasceu, talvez, emBridport, por volta do ano de 1636. Sua primeira educação,provavelmente foi obtida na Escola de Gramática de Dorchester, maistarde, ele entrou na New Hall, Oxford, onde ele teve um considerávelprogresso em Línguas Orientais. Ele conseguiu seu grau de Mestre, e,por conta de sua seriedade, habilidade e progresso, ganhou a atençãoespecial do Vice-Chanceler, Dr. John Owen, capelão de Cromwell. Aodeixar Oxford, ele se reuniu em uma igreja "associada", e foidesignado como evangelista ou missionário, e pregou em Melcombe,Radipole, e outros lugares em Dorset. Ele nunca foi ordenado pelobispo. Em 1658, tornou-se Vigário de Winterbourne-Whitchurch,sendo aprovado pelo "examinador" de Cromwell, e apontado para obenefício, pelos curadores. Logo depois, casou-se com a sobrinha deThomas Fuller, filha de John White, que foi uma figura notável naAssembléia dos Clérigos, em Westminster. Westley deixou de lado aLiturgia, e introduziu a forma de adoração Presbiteriana, ouIndependente. Uma conversa prolongada que teve com o Bispo deBristol está registrada no Memorial Não-conformista, e lança muitoesclarecimento, com respeito à posição, caráter e pontos de vista deWestley. Sua pregação foi o meio de converter os pecadores, ondeexercesse seu ministério.

Esses foram tempos amargos para o clero não-conformista; asquestões foram maturando para o negro dia de Bartolomeu em 1662.Espiões e informantes estavam espalhados, e John Westley (ouWesley, como ele algumas vezes assinava seu nome) foi uma vítima.Artigos levianos foram esboçados contra ele, e ele foi encarcerado pormais de cinco meses. Logo no início de 1662, ele também foi preso,quando saía da igreja, e depois de um tempo, solto novamente.Aconteceu em um mês, desde 24 de Agosto, quando ele e dois milmais foram expulsos de suas igrejas e casas. Logo depois, seu filhoSamuel nasceu. No início do ano, ele foi removido para Melcombe;mas logo saiu da cidade e uma multa de 20 libras foi imposta sobre

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sua senhoria, e cinco xelins, por semana, sobre si mesmo. Como umfugitivo, sem lar, ele visitou Ilminster, Bridgewater, e Taunton, ondepregou quase todos os dias, tratado com grande delicadeza pelosPresbiterianos, Independentes, e Batistas. Por algumas semanas, elefoi o cooperador entusiasta de Joseph Alleine. Pela generosidade deum desconhecido amigo, uma casa foi providenciada para ele e suafamília em Preston, para a qual ele se mudou em 1663. Aqui, diversosde seus filhos nasceram. Ele ministrava, quando tinha oportunidade,em at Weymouth, e lugares na vizinhança, entretanto, logo depois de1664, ele foi impedido de pregar na vigência do Conventicle Act. Masele não foi totalmente silenciado; e começou a pregar em privativo,em Preston e alhures. Mais tarde, tornou-se pastor de um pequenogrupo, em Poole, com os quais continuou até sua morte, embora fossediversas vezes capturado, e quatro vezes encarcerado. Em umaocasião, ele foi obrigado a deixar sua esposa e família, e rebanho, epor um período considerável permaneceu escondido. Por fim, seussofrimentos e privações, o declínio da religião espiritual, a perda deamigos, junto com a virulência crescente dos inimigos da religião, osubjugaram, e ele morreu com trinta e três ou trinta e quatro anos, porvolta do ano de 1670.

Ato Conventicle de 1664, Charles II, foi um Estatuto Inglêsque proibia as assembléias religiosas de mais de cinco pessoas, sem opatrocínio da Igreja da Inglaterra. O objetivo desta lei, parte do projetode Edward Hyde, primeiro Conde de Clarendon, era desencorajar oNão-conformismo, e fortalecer a posição da Igreja Estabelecida.

Samuel Wesley nasceu em Winterbourne-Whirchurch, emDezembro de 1662. [a seguinte entrada é tomada do velho registroparoquial – "1661 – Samuel Wesly, o filho de John Wesly, foi batizadoem 17 de Dezembro]". Ele recebeu sua educação na Dorchester FreeSchool, onde permaneceu até os seus quinze anos de idade. Com suamãe viúva, naquela época muito pobre, ele foi enviado, através dadelicadeza de amigos Dissidentes, para uma academia em Stepney, naesperança de que entrasse para o Ministério Dissidente. Aqui elepermaneceu dois anos, quando ele diz, que foi um diletante na poesia

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e partidarismo; e, encorajado por alguns dos ministros Dissidentes,escreveu "Tolas sátiras dobram a Igreja e Estado". Ele progrediu noaprendizado clássico, e teve a vantagem de atender ao ministério deCharnock, e outros ministérios populares do dia; ele uma vez ouviu "oamigo Bunyan".

Comprometido a responder a algumas criticas severas, escritascontra os Dissidentes, ele matriculou-se em um curso de redação, queo levou a mudar seus pontos de vista, e, em conseqüência, a suavinculação à Igreja Estabelecida. Encorajado pela oferta de uma bolsade estudos de 10 libras, ele decidiu ir para Oxford. Assim sendo, elepartiu cedo uma manhã, "a pé" todo o caminho. Ele se inscreveu comoum criado do Exeter College, sustentando-se por cinco anos, obteveseu grau, e mudou-se para Londres, onde foi ordenado diácono, em 7de Agosto de 1688. Ele obteve um curato, com uma renda de 18libras, e, mais tarde, uma capelaria a bordo de um navio-de-guerra,onde começou seu poema sobre A Vida de Cristo.

Ele, então, obteve outro curato, e logo depois, casou-se, comofoi falado acima, com Susanna, filha do Dr. Annesley, uma seguidorado clérigo Não-conformista, em cuja casa, ele com outros sincerosestudantes encontraram freqüentemente boas-vindas. Em 1691, ele foidesignado para a paróquia de South Ormesby, com uma renda de 50libras e uma casa – "uma choupana simples composta de junco ebarro". Aqui ele passou perto de seis dos melhores anos de sua vida, eescreveu algumas das mais qualificadas obras, e aqui cinco de seusfilhos nasceram. Por volta do ano de 1696 ou 1697, ele se mudou comsua esposa e família para Epworth, onde o interesse especial dahistória familiar começa.

Samuel Wesley era cuidadoso na observação de suasobrigações como sacerdote paroquiano; versado, sábio, devotado a seulivro e sua pena, um estudante apaixonado pela Escrituras, em suasLínguas originais, um escritor de grandes volumes, em prosa e verso;um homem ativo, atarefado, borbulhante; com sagacidade, ehabilidade; um trabalhador vivaz e incansável, sabendo pouco do

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descanso, e nada da auto-indulgência – qualidades que foram, maistarde, altamente desenvolvidas em seu filho. Seus talentos e erudiçãologo lhe trouxeram notoriedade, e ele se ocupou com os assuntos daIgreja, e pela compulsão, deu atenção aos assuntos de trabalho, para osquais ele não era especialmente adequado; isto conduzindo, algumasvezes, a uma não pequena interrupção do conforto familiar. Eleusualmente atendeu às reuniões de Convocação, mantendo talatendimento como parte de sua obrigação. Isto ele executou com gastode dinheiro que ele mal pode gastar para as necessidades de umafamília tão grande, e a um preço do tempo, que era injurioso para suaparóquia. Mas foi um homem de integridade irrepreensível, desensibilidade moral elevada, e muito firme em seu ater-se a princípio.Seus esforços com a pobreza, e suas dificuldades, em meio aos seusrudes paroquianos, junto com muitos fatos interessantes na históriafamiliar, é contada com alguma minúcia em Life and Times of SamuelWesley, de Tyerman.

Dos ancestrais de Susana Wesley, seu biógrafo diz [A mãe dosWesleys. Pelo Rev. Rev. John Kirk. 5th ed., Londres, Jarrold, 1868]que alguns deles, como vimos, poderiam vangloriar-se do sanguearistocrata, e ocasionalmente desfrutar de importantes posições emCommonwealth; enquanto outros podiam se regozijar de uma maisimportante nobreza espiritual. Seu pai foi "Samuel, o filho de JohnAnslye", provavelmente da paróquia de Haseley, em Warwickshire,em cuja paróquia, o jovem Annesley foi batizado em Março de 1620.Ele foi sério, desde seus primeiros anos de vida; diligente leitor dasEscrituras Sagradas, e, durante seu curso colegial em Oxford, notávelpor seu temperamento e esforço. Em seu primeiro serviço eclesiástico,na paróquia de Cliffe, em Kent, seus paroquianos, mais aficionados dadesordem e bebedeira do que da sobriedade e religião, o saudavamcom "cuspe, facas, e pedras", e, muitas vezes, ameaçavam sua vida."Usem-me como vocês desejarem", disse o corajoso jovem pároco:"Eu estou decidido a continuar com vocês, até que Deus tenhaadequado vocês, através do meu ministério, para receberem melhor.Então, quando vocês estiverem assim preparados, eu os deixarei".Quando ele os deixou, foi em meio a lágrimas e gritos deles, e

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milhares de outros sinais de amor fraternal. Ele, mais tarde, tornou-seVigário de Cripplegate, onde permaneceu, até que dividiu a sorte comseu camarada Não-conformista em 1662. Nos dez anos seguintes, eleparece viver na obscuridade, "seu Não-conformismo cria muitosproblemas exteriores para ele, mas nenhuma inquietação interior".Beneficiado pela Declaração de Indulgência, em 1672, ele licenciouuma casa de pregação na Igreja Little St. Helen, Bishopsgate Street,onde reuniu uma igreja grande e notável, para a qual amorosamenteministrou por vinte e cinco anos. Ele foi abençoado com umaconstituição forte."Os dias de 'neve rigorosa', e vento congelante, oencontravam em seu estúdio no alto da casa, com as janelas abertas ea grelha vazia". Ele era equilibrado, em todas as coisas; usava denenhum estimulante, e podia suportar qualquer montante de ativoexercício e trabalho árduo, pregando duas, ou três vezes, todos os diasda semana, sem qualquer sensação de fraqueza.

Ele morreu em 16 de Dezembro de 1696, e foi enterrado naIgreja de St. Leonard, Shoreditch. No seu sermão fúnebre, foi dito que"nele a Igreja perdeu um pilar, a nação, um lutador com Deus, opobre, um benfeitor, seu povo, um fiel pastor, seus filhos, um ternopai, e o ministério, um exemplar colaborador".

Durante sua residência em Cliffe, ele se casou com a filha deJohn White, "uma distinta advogada", uma Puritana desde suajuventude, muito decidida e ativa em seus princípios religiosos e nascontrovérsias eclesiásticas daquele tempo. Ele foi membro daAssembléia dos Clérigos de Westminster. A Sra. Annesley, conformese sabe, tinha um entendimento superior, uma sincera e consistentedevoção. Ela não poupava esforços no se empenhar para promover obem-estar religioso de numerosas crianças. Susanna foi a filha maisjovem, dentre as "duas dúzias", nascidas deste honrado casal. O Sr.Kirk julga que aquelas grandes qualidades de caráter, tão admiradasem Susana Wesley, foram herdadas de sua mãe, e que a ordenação dasanta família na residência paroquial em Epworth foi uma imitaçãodaquela que preponderava na casa do ministro Não-conformista, sob ocuidado da própria mãe de Susanna Wesley.

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Se existe alguma virtude em uma linhagem que combine saber,respeitabilidade, e santidade, de ambos os lados, John Wesley podecertamente pretender uma nobreza verdadeira de descendência. Elevem de um povo que tinha uma história mental e espiritual. Éimpossível marcar esses pormenores no registro familiar, sem ficarimpressionado com a providência singular que trouxe junto, através desucessivas gerações, os muitos elementos de caráter que eramnecessários para alguém que fosse um agente preparado pela graçaDivina, em tão grande obra, como aquela para o qual Wesley foichamado. Seus ancestrais não eram ancestrais comuns; porque ele nãoera um homem comum. Ele herdou a tenacidade familiar e otemperamento devocional do Puritano. Um treinamento difícil quedesenvolveu nele grandes poderes de persistência, a disciplinaespiritual que o conduziu a tão profunda reverência pelas coisassagradas, o ensino da pobreza que deu a ele uma consciência daindependência da riqueza, e da superioridade de suas reivindicações,não eram desconhecidas por muitos de seus ancestrais. Além disto, aperseguição e sofrimento, por causa dos grandes princípios, quemuitos deles suportaram, e incrustaram tão firmemente em suasmentes, ele compartilhou. Na cultura mental que deu tanta rapidez, noadquirir conhecimento, e no poder de retê-lo; no desenvolvimento dasfaculdades poéticas e musicais, que nesta família obtiveram tão altograu de perfeição; e na facilidade de falar em público, que sucessivosindivíduos manifestaram, e que culminou nos extraordinários poderesde seu exemplo final – em todos esses, nós assinalamos característicasdistintas que formaram as especiais qualificações de Wesley em suanotável carreira.

O que se pode dizer de Susanna Wesley, ela que se encontra nomesmo nível das mais célebres mães que a história evoca? Nósaprendemos que ela, muito cedo, se devotou à leitura – primeiro, "dosbons livros", que ela reconheceu, como em meio às misericórdias desua infância, e, então, uma aventura destemida, junto às águasturbulentas das controvérsias teológicas do dia, quando ela quasenaufragou de sua fé, na rocha do Socianismo, do qual foi resgatada

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pelo "religioso ortodoxo", que, mais tarde, tornou-se seu marido. Porquais meios ela, educada entre os Dissidentes, foi conduzida a ligar-seà Igreja da Inglaterra, nós saberíamos, não tivesse o fogo que destruiua casa pastoral de Epworth, também ocasionado um manuscritocontendo "um relato de toda transação, em que", diz ela, "eu inclui oprincipal da controvérsia entre os Dissidentes e a Igreja Estabelecida,até onde isto chegou ao meu conhecimento". Sua atitude no escrever émostrada em suas excelentes cartas para seus filhos, e nos papéispreparados por ela, para uso na instrução deles. [Veja Stevenson'sMemorials of the Wesley Family; The Proceedings of the WesleyHistorical Society, vol. I.; e Clarke's Wesley Family, vol. Ii., no qualaparece seu próprio relato de seu método de treinar seus filhos egovernar sua casa, contida em uma carta para seu filho, John, datadade 24 de Julho de 1732]. Essas são dissertações sobre o Credo, os DezMandamentos, obediência à Lei de Deus, a Existência e as perfeiçõesde Deus, e uma exposição dos princípios Revelados da Religião.

Ela foi uma mulher admirável, de grande aperfeiçoamento demente, e um forte e viril entendimento; uma esposa obediente, umamãe exemplar, uma cristã fervorosa [Southey]. Sua perfeitaadministração de sua numerosa família, sua paciência constante emincomodar a miséria, sua coragem inflexível, em meio à preocupaçãoe perigo, sua profunda preocupação com o bem-estar espiritual de seusparoquianos, sua devoção capaz, mas de certa forma, errático marido,"sua regularidade, firmeza de propósito, autoridade calma, e ternaafeição" [Rigg], encontra ampla ilustração nas numerosas referênciasa ela que são encontradas nas várias memórias de Wesley, maisespecificamente na Life do Rev. John Kirk. Mas é sua maravilhosahabilidade no treinamento de seus filhos, especialmente no seurelacionar-se com o futuro de seu ilustre filho, que pretende atençãoaqui.

Os filhos naquela casa paroquial estavam sujeitos a uma suave,terna e amorosa, se inflexível, regra. A Sra. Wesley teve infatigáveisdores com sua numerosa prole.

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Devemos banir todas as noções de aspereza, precipitação, ouirritabilidade de temperamento, nesta graciosa mulher. Calma, gentil,firme, e amorosamente, ela moldou o espírito plástico de cada filho.No observar as primeiras germinações da atividade inteligente, elapreviamente usava de sua orientação gentil, sem esperar que o habitose formasse, e, então, com severidade o corrigia. A regra, se inflexível,não era imposta asperamente. Seu biógrafo diz: "Todos os seuscomandos foram agradáveis como maçãs de ouro em cestas de prata".A guia e mestra daqueles pequeninos, e jovens em desenvolvimento,era sua melhor, mais amorosa, e amada amiga – uma sábia, doce, epiedosa mulher. Eles não foram deixados ao cuidado de servosignorantes ou rabugentos, ou professores desinteressados. Ela, com aajuda de seu marido, era a professora deles, até que, sob seus olhos, omais velho fosse capaz de dar instrução ao mais jovem. Sua famíliaera governada pela lei, e ela era a legisladora, mas a lei em sua bocaera a lei da delicadeza. A instrução e treinamento de seus filhos foramconseqüência de seu próprio treinamento: sua disciplina seguiu suaprópria autodisciplina. À luz dos costumes modernos, o tempo pararecreação pode parecer ter sido curto, quando lembramos a regra pelaqual ela regulou suas próprias horas de lazer, na tenra vida, para nuncagastar mais tempo em qualquer recreação em um dia, do que ela passaem obrigações religiosas, em particular. Não se trata de umregulamento tão mal, como pode parecer a primeira vista, porque elaseparou, pelo menos, uma hora da manhã e uma à tarde, para taisobrigações. "O quarto das crianças, o pátio e terreno adjacente, noentanto, ocasionalmente se tornaram cenários de grande alegria ebrincadeira". [Kirk].

Foi nesta família, no dia 17 de um mês ensolarado de Junho, de1703, que a décima-primeira criança, e quarto filho, de dezenovecrianças de Samuel e Susanna Wesley, nasceu na residência paroquialde Epworth; e algumas horas depois de seu nascimento, de tão fraco,foi batizado por seu pai. O bebê foi chamado John Benjamim, depoisda morte de duas crianças, que respectivamente levavam esses nomes.["Eu ouvi dele (Wesley), que ele foi batizado pelo nome de JohnBenjamim; que sua mãe enterrou dois filhos, um chamado John e

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outro Benjamim, e que ela uniu seus nomes nele. Mas ele nunca usouo segundo nome"]. Crowther's Methodist Memorial, 1810, p. 5. Istoestá de acordo com a tradição familiar. O ultimo nome nunca foiusado, quer por Wesley, ou pela família. O pequeno "Jacky" teve otreinamento comum a todos os filhos daquela casa. Seu sono nainfância era medido – Três horas de manhã, e três à tarde,gradualmente diminuído, até que ele não precisasse dormir durante odia. No encerramento do seu primeiro ano, ele havia sido ensinado a"temer a vara", quer da punição ou da autoridade; e, se ele chorasse,faria isto "suavemente". Suas refeições eram estritamente reguladas,quanto ao tempo e quantidade, e ele foi ensinado, mais além, a comertais coisas, que eram colocadas diante dele, nas três refeições diárias, ea não pedir nada entre as refeições. Tão logo pôde falar, foi-lheensinado a Oração do Senhor, que ele, então, repetia diariamente,manhã e noite. Ele foi instruído a falar e agir com propriedade, enunca ser rude na palavra ou no comportamento, até mesmo, com oscriados. Quando fosse chamar um irmão ou irmã, pelo nome, eleaprendeu a colocar o nome "irmão" ou "irmã", antes do nome próprio.Em seu quinto aniversário, ele como todos os outros, exceto Kezzie,aprendeu o alfabeto, e, imediatamente começou a ler as lições, noprimeiro Capítulo em Gênesis. A comemoração deste aniversário eraum evento notável na vida de cada criança, para o qual as devidaspreparações eram feitas. "Tão logo o aniversário com suas simplesfestividades regularmente terminavam, o aprendizado começava defato. No dia anterior, o novo aluno tomava seu lugar formal na sala-de-aula, 'a casa era colocada em ordem, cada tarefa designada, e umaviso era dado de que ninguém deveria entrar na sala, das nove aomeio-dia, ou das duas às cinco da tarde. A tarefa distribuída daquelashoras era para que o novo aluno adquirisse uma mestria perfeita doalfabeto; e em todos os casos, salvo dois, o horário da tarde viu osfilhos da Sra. Wesley em completa posse dos elementos de todo oaprendizado futuro". [Kirk's The Mother of the Wesleys, p. 145.]

De manhã e à tarde, ele se reunia para cantar Salmos com oqual a escola começava e se encerrava; e, de acordo com a regra dacasa, uma de suas irmãs mais velhas, provavelmente Kezzie, que era

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apaixonadamente afeiçoada ao garoto, lia para ele o Salmo para o dia,e um capítulo na Bíblia. Muitos têm se maravilhado em como a Sra.Wesley pôde ter sucesso em inculcar todas essas lições. Ela osensinou. Não era dito às crianças o que fazer, e, então, a lição erainculcada a força. Ela mais do que qualquer uma tinha amor a cadafilho, e gentil e amavelmente conduzia cada um no caminho do dever.As crianças aprenderam a refletir com ela a importância e a razão dodever. Em tempo algum, nós ouvimos de algum deles uma palavra dequeixa, fosse contra a restrição demasiada, ou da rebeldia contra ojugo carregado na juventude. Nas mais humildes confissões deWesley, ele nunca menciona alguma semelhança à desobediência emsua infância; não, ele observou seus primeiros anos, como sendo osmelhores. Alguns padrões desta disciplina reaparecem, quandoWesley estabelece sua escola em Kingswood.

Por alguns anos, os assuntos transcorreram muito bem. "Nuncaas crianças estiveram em melhores condições", escreveu a feliz mãe,regozijando-se do sucesso de seus esforços; "nunca as criançasestiveram mais bem dispostas à piedade, ou em mais sujeição aos seuspais". Mas a pacífica correnteza desta história familiar foi destinada aser mais rudemente estremecida. A fidelidade do Reitor em censuraros pecados de seu povo, e sua atividade em promover a eleição de umcandidato impopular para o Parlamento, talvez, acrescentados à invejaignóbil da família deles, tão grandemente exaltada acima delesmesmos, excitou a ira de seus rudes paroquianos, e eles atiraram fogona casa paroquial. John, pela misericordiosa providência, escapou:"Um tição arrancado do fogo", como ele mais tarde escreveu.

A Sra. Wesley, em uma carta escrita logo depois do evento,diz: "... Quando entramos no corredor, e fomos cercados pelaschamas, o Sr. Wesley [pai] se certificou que tinha deixado as chavesdas portas encima da escada. Ele correu e as recuperou um minutoantes que a escada pegasse fogo. Quando abrimos a porta da rua, oforte vento nordeste dirigiu as chamas com tal violência, que ninguémpôde permanecer contra elas. Mas algumas das nossas criançasatravessam as janelas, e o restante, pela pequena porta no jardim. Eu

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não estava em condição de subir até as janelas, nem poderia alcançara porta do jardim. Eu tentei três vezes forçar minha passagem,através da porta da rua, mas fui freqüentemente jogada para trás,pela fúria das chamas. Nesta aflição, eu implorei ao nosso abençoadoSalvador por ajuda, e, então, prossegui com dificuldade em meio aofogo, desguarnecida como eu estava, o que não me causou mais dano,do que uma pequena queimadura em minhas mãos e face. Quando oSr. Wesley viu as outras crianças a salvo, ele ouviu uma criança noquarto chorar. Ele tentou subir as escadas, mas elas estavam emchamas, e não suportariam seu peso. Certificando-se que eraimpossível dar alguma ajuda, ele caiu de joelhos no granizo rústico, erecomendou a alma do filho a Deus".

Wesley, em um período mais tarde suplementa este relato. Elediz: "Eu acredito que foi no exato momento que eu acordei; porque eunão chorei como eles imaginaram, exceto mais tarde. Eu me lembrode todas as circunstâncias, tão distintamente, como se tivessemacontecido ontem. Ao ver que a sala tinha muita luz, eu chamei acriada para me pegar. Mas, como ninguém respondeu, eu coloqueiminha cabeça para fora das cortinas, e vi as labaredas de fogo noalto da sala. Eu corri em direção à porta, mas não pude chegar maislonge, todo o chão do outro lado estava em chamas. Eu, então, puleiem uma caixa que estava perto da janela. Alguém no pátio me viu, ese propôs a buscar uma escada. Um outro [Sr. Rhodes --{Seu neto,um capitão aposentado em Wellington, New Zealand, preservou atradição do nome}] respondeu: 'Não existe tempo, mas eu pensei emum outro expediente. Aqui, eu me fixarei contra a parede; levantareium homem leve, e o colocarei em meus ombros'".

"Eles assim fizeram, e ele me pegou na janela. Exatamentequando todo o telhado caiu; mas no interior da casa, ou teríamostodos sido esmagados imediatamente. Quando eles me trouxerampara dentro da casa onde meu pai estava, ele gritou: 'Venham, meusvizinhos, vamos nos ajoelhar, e dar glórias a Deus, Ele ter me dadomeus oito filhos; que a casa desabe, eu já sou rico o suficiente'. Nodia seguinte, quando ele estava caminhando no jardim e

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inspecionando as ruínas da casa, ele pegou parte de uma folha de suaBíblia poliglota, em que justamente estavam escritas essas palavraslegíveis: Vade; yende omnia quae habes, et attolle crucem, et sequereMe. 'Vá, vende tudo que tens; toma a tua cruz, e siga-Me'". [Works,xiii. 475-6].

Mais recentemente, uma outra relíquia do fogo foi descoberta.No ano de 1832, o então Reitor, ao tentar alterar a aparência dojardim, deixou um montículo de terra para que fosse removida.Debaixo do solo foi encontrada uma quantidade de entulho, e, nele, noque pareceu ser os pés de uma velha escadaria, um pequeno quarto deBíblica foi descoberto, encadernada em fortes papéis cartolina, ecoberta com um couro denso. Ela estava muito descolorada pela águae chamuscada pelo fogo. Foi permitido ao homem que removeu o sololevar o livro embora. Mais tarde, ele foi vendido pelo seu filho a umcavalheiro, que presenteou o Didsbury College, com ele, onde estácuidadosamente preservado com os documentos comprobatórios.

Ao fazer um relato do fogo para o Rev. Mr. Hoole, o Sr.Wesley assim escreve: "Embora o Sr. Wesley [pai] e eu e setecrianças pequenas estivéssemos todos desguarnecidos e expostos àinclemência do ar, em uma noite que estava tão severamente fria,como talvez, qualquer um pode se lembrar, e embora tenhamos diantedos olhos o melancólico panorama de nossa casa e bens consumidospelas chamas, nem soubéssemos para onde ir, nem o que fazer com ospequeninos que agora choravam, tanto com o frio, e porque a nevecortava seus pés nus, como eles tinham feito antes, quanto pelo medodo fogo, ainda assim, nossas mentes estavam afetadas, tãoprofundamente, com a bondade de Deus, em nos preservar e a vidade nossas crianças, que, por um tempo, não refletimos sobre acondição a que ficamos reduzidos, nem o fato de não termos casa,dinheiro, alimento, ou vestimenta, nos afetou muito".

Quarenta anos depois deste evento, Wesley escreve: "Nóstivemos uma confortável noite de vigília na capela. Por volta das onzehoras, veio à minha mente que este era o mesmo dia e hora em que, a

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quarenta anos atrás, eu fui arrancado das chamas. Eu parei e deu umbreve relato daquela maravilhosa providência. A voz do louvor e açãode graças, se ergueram ao alto, e grande foi nosso regozijo diante doSenhor". [Diário, 9 de Fevereiro, 1750].

A dispersão dos filhos durante a construção da nova reitoria,infelizmente os deixou em plena liberdade para conversar com oscriados, do qual antes eles tinham sido restringidos; e correr pelasredondezas e brincar com qualquer criança boa ou má. O efeito foi que"aquele comportamento civilizado que os fez admirados, quando emcasa, por todos que os viram, foi, em grande medida, perdido, e umsotaque grosseiro e muitas maneiras rudes foram aprendidas, o quenão foi reformado, sem alguma dificuldade". Assim escreveu acuidadosa mãe, mas ela se colocou resoluta na tarefa de corrigir oprejuízo.

John estava com seis anos, e, portanto, estaria menos capaz desuportar o mesmo que alguns de seus irmãos mais velhos. Ele foirecebido na casa de um clérigo vizinho, com quem ele permaneceudoze meses, durante a construção da casa paroquial, e, por estafamília, ele nutriu uma afeição muito forte. O cuidado de sua mãe foi,mas tarde, especialmente em direção a ele. Em uma solene meditação,ela escreveu: "Eu gostaria de oferecer a Ti, eu mesma e tudo que tutens me dado; e decidi – Ó, dê-me graça para fazer isto – que para oresto de minha vida, eu me devotarei a Teu serviço. E eu pretendo sermais especificamente cuidadosa com a alma desta criança que Tu tãomisericordiosamente me proporcionou, do que eu tenho sido, atéentão; de maneira que eu me esforçarei para instilar em sua mente osprincípios de Tua verdadeira religião e virtude. Senhor, dá-me graçapara fazer isto sincera e prudentemente, e abençoa minhas tentativascom bom sucesso!". [Moore, i. 116]. "Ninguém pode, sem renunciarao mundo, no sentido mais literal, observar meu método", elaescreveu, "e existem poucos, se algum, que inteiramente devotariavinte anos do vigor da vida, na esperança de salvar as almas dosfilhos, já que eles acreditam que elas podem sem salvos, sem muitoalvoroço – porque esta foi minha principal intenção, mesmo que

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manejada de maneira inábil". [Carta da Sra. Wesley — Veja --Overton, John Wesley, p. 5.]

Em adição aos ensinos da Sala de Aula, cada criança, emturnos, uma vez por semana, conversava privativamente, quando osprincípios religiosos eram mais minuciosamente instilados, e asobrigações religiosas, mas intimamente pressionada, em casa. O dia deJacky era quinta-feira, e anos mais tarde, ele escreve para sua mãe: "Sevocê puder me reservar apenas pequena parte da quinta-feira, àtarde, que eu anteriormente me concedi de uma outra maneira, eu nãoduvido que seria tão útil agora para corrigir meu coração, quanto foi,então, para formar meu juízo".

As condições da vida naquela reitoria de Lincolnshire eramaltamente favoráveis para o crescimento da bondade de caráter.Autodomínio, autodisciplina e abnegação eram diariamentepraticados. Cuidado reverencial pelas coisas sagradas, com firme fé napalavra Divina, e obediência resoluta a ela, foram habitualmenteexibidos. Nós ouvimos pouco da alta cultura na vizinhança, masdentro daqueles muros do jardim, virtudes simples floresceram, eerudição e alegria e amor, abundaram. "Haveria poucos vizinhos comos quais os Wesleys teriam associação em condições de igualdade;eles, portanto, seriam deixados muito mais aos seus própriosrecursos. Mas, como toda família – pai, mãe, e todos os irmãos eirmãs – estavam acima da média, com respeito às habilidades etalentos, não seria detrimento para a cultura intelectual de JohnWesley, enquanto ao mesmo tempo, o alicerce daquela simplicidade,inocência, e altruísmo, fosse colocado, o que foi uma de suascaracterísticas mais fortemente marcadas, durante toda a sua vida.Seus primeiros treinamentos em casa também combinaram avantagem dupla de dar a ele a cultura e refinamento de um perfeitocavalheiro, e a firmeza e poder para suportar a privação. Porque, dascircunstâncias em que não é necessário entrar, os Wesleys estavamsempre pobres, algumas vezes mesmo, no limite da destituição".[Overton]

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Em meio a essas circunstâncias favoráveis, o jovem Wesleycresceu. Quem, então, eram seus companheiros diários? Seu irmãoSamuel deixou a casa, quando John tinha apenas um ano de idade;Martha tinha três anos, e Charles, dois, quando por ocasião doincêndio. Ele usufruía, portanto, da companhia de suas irmãs maisvelhas. Mas que irmãs! Emília, com dezessete anos – intelectual,estudiosa, sábia; bonita na aparência, virtuosa, graciosa, tendo umgosto especial para poesia e música, e afeiçoada apaixonadamente aJohn. Susanna, afável, brincalhona, e um pouco romântica, com umamente naturalmente forte e vivaz, e bem refinada por uma boaeducação. Mary, de certa forma, feia de corpo, mas com um rosto queera excessivamente bonito, um justo e legível indicador para umamente e disposição quase angélica – bem informada e naturalmenterefinada, humilde, prestativa, e amável, ela foi a favorita e deleite detoda a família. [Clarke.] Hetty, tinha seis anos mais que John; Anne(Nancy) era sete anos mais velha. A última herdou todas asexcelências, social, moral e espiritual, que caracterizaram a família;era seu deleite sentar-se na sala de sua mãe, depois das aulas, paraouvi-la falar, ou suas observações sobre coisas ou livros. Ela tambémera apaixonadamente ligada a John. Este era o estado da famílianaquele tempo do incêndio, e John tinha cinco anos mais para passarnaquela casa, antes que fosse removido para a escola.

"Alguém retrata John em Epworth, como uma criança distintae serena, sempre querendo saber a razão de tudo, alguém de umgrupo de crianças notáveis, cada uma delas, com uma forteindividualidade, e um espírito altíssimo, mas todas mantidas bem ámão por sua admirável mãe; todas meticulosas, e, preferivelmente,formais, segundo a moda do tempo, em suas linguagens e hábitos".[Overton]. Existem dois incidentes de sua vida no lar, registrados.John pensou profundamente a respeito de todo assunto, e se sentiurespondível, de acordo com sua razão e consciência, em todas ascoisas que ele fez; em nenhuma delas, a paixão ou apetite naturalpareceu ter qualquer influência peculiar. "O sr. Wesley disse-me", dizDr. Adam Clarke [Memoirs of the Wesley Family], "que quando eleera criança, e lhe era pedido, a qualquer tempo, fora do horário

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comum das refeições, para pegar, por exemplo, um pedaço de pão emanteiga, fruta, etc. ele respondia, com uma fria tranqüilidade:'Obrigado, eu pensarei nisto'". Ele nem tocaria, nem faria algumacoisa, até que tivesse refletido sobre sua conveniência e adequação.Esta sujeição de sua mente para a reflexão profunda, que, para aquelesque não estavam familiarizados com ele, teria parecido hesitação,algumas vezes, deixavam a família perplexa. Em uma ocasião, seu paidisse, mal humorado, à Sra. Wesley: "Eu admito, querida, eu pensoque nosso Jack não atenderia as necessidades mais prementes danatureza, exceto se ele visse uma razão para isto". "Filho", disse seupai a ele, quando ele era jovem, "você pensa em levar alguma coisa,por meio de argumento; mas você se certificará quão pouco é feito,alguma vez, no mudo, através da razão cuidadosa". Ao recordar isto,Wesley acrescenta: "Muito pouco, de fato". Atacado por varíola,quando entre oito e nove anos de idade, ele leva a aflição compaciência e coragem. Em uma carta a seu marido, a Sra. Wesley diz:"Jack tem suportado sua enfermidade, bravamente, como um homem,e, na verdade, como um cristão, sem queixa". Com esses poucos fatosem vista, dificilmente irá surpreender que sua conduta fosse tal queseu pai o admitiu na mesa do Senhor, quando ele tinha apenas oitoanos de idade. [Diário, 27 de Maio, 1728].

Com respeito a si mesmo, nesta época, ele, alguns anos maistarde, escreveu: "Eu acredito que até por volta de dez anos, eu nãotivesse pecado, com a lavagem do Espírito Santo que me foi dado embatismo" – tais eram seus pontos de vista, naquele tempo,"estritamente educado, e cuidadosamente ensinado que apenas eupoderia ser salvo, pela obediência universal, mantendo todos osmandamentos de Deus; em cujo propósito eu fui diligentementeinstruído. Todas essas instruções, até onde elas dizem respeito àsobrigações exteriores e pecados, eu alegremente recebi, efreqüentemente considerei".

CAPÍTULO II

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Londres e Oxford: Escola e Vida Colegial

O jovem Wesley passaria agora por circunstânciascompletamente diferentes de tudo, que tinha sido familiar, até aqui.Aos seus onze anos, ele entrou na Charterhouse, Londres, com bolsabásica (juntamente com cerca de quarenta, a sessenta "garotosurbanos"), sobre a indicação do Duque de Buckingham, quefreqüentemente favorecia a família Wesley. Do isolamento de suacasa rural para o centro de uma grande cidade, e da companhia deirmãs para a companhia de centenas de jovens de várias idades,disposições, caráter, e educação, foi uma mudança muito grande, edeve ter provocado um choque para este espírito delicadamentesensível e suscetível, por mais que isto fosse abrandado com o modode vida preparatório na Reitoria. Com respeito ao caráter, ele foipreparado para ficar na presença de qualquer um deles, e,provavelmente poucos, se algum, suportaram disciplina tão severaquanto ele – uma disciplina que não era uma restrição da qual, nainquietação da juventude, ele desejasse ser livre, mas um hábito devida que tinha a aprovação de sua jovem consciência e juízo. Tudoque podemos saber dele, durante sua estada em Charterhouse, apontapara o comportamento diligente e bom. Sua prévia disciplina mental,seus hábitos enraizados de ordem, regularidade, e obediência, opreparariam bem para a rotina e restrições da vida escolar. Ela agorateria suas primeiras lições metódicas, uma vez reveladas pela rigidezcom que ele seguiu o conselho de seu pai, ao correr em volta dojardim de Charterhouse, três vezes, toda manhã – numa distância decerca de uma milha – para o benefício de sua saúde. Southey diz quedevido sua quietude, regularidade, e aplicação, ele se tornou umfavorito com o mestre, Dr. Walker; e acrescenta que Wesley parecenunca ter olhado para trás, para os dias que se foram, com melancolia;tristezas mundanas deste tipo não encontrariam lugar em alguém queestava continuamente seguindo adiante em seu objetivo.

Por mais que Wesley estivesse acostumado à privação, ele nãopoderia deixar de suportar dolorosamente: do fato dos garotos maisvelhos tirarem dos mais jovens suas porções de alimento, de maneira

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que durante grande parte de sua residência ele passou principalmentecom pão seco. Em dias vindouros, ele imputou sua vigorosa saúde,parcialmente a este fato. "Dos dez aos quatorze anos", ele diz, "eu tivepouco, a não ser pão para comer, e não grande quantidade deste. Euacredito que isto, muito longe de me prejudicar, estabeleceu osalicerces da saúde eterna".

A história seguinte, antecipatória do poder sobre multidões queWesley, no futuro, exercitou, foi relatada por seu irmão, Charles a suafilha, Srta. Sarah Wesley, que a inseriu em uma carta ao Dr. AdamClarke. "Quando John Wesley era um garotinho na CharterhouseSchool, o mestre, sentindo falta de todos os garotinhos do playground,supôs que eles, pela quietude, estivessem em alguma travessura. Aoprocurá-los, ele os encontrou reunidos na sala de aula, em volta demeu tio, que os divertia com contos instrutivos, aos quais eles ouviamatentamente, preferivelmente a seguirem seus esportes costumeiros. Omestre expressou muita aprovação, e pediu que ele repetisse estepassatempo, tão freqüentemente quanto pudesse obter ouvintes e aassim empregar bem seu tempo".

Quanto ao seu progresso em aprender, o testemunho de seuirmão Samuel, então um professor assistente na Westminster School,que manteve cuidadosa observação sobre seu irmão mais novo, éconclusiva. Ele diz em uma carta a seu pai: "Meu irmão Jack, euposso assegurar-lhe fielmente, não lhe dá motivo dedesencorajamento, em fazer de seu terceiro filho (Charles), umestudioso"; e novamente, "Jack está comigo, e um bravo garoto,aprende Hebreu tão rápido quanto ele pode".

Alguma referência deve ser feita aqui a alguns fenômenosmuito curiosos e inexplicáveis, que ocorreram na casa em Epworth,durante os meses de Dezembro de 1716, e Janeiro de 1717. Váriasvozes estranhas foram ouvidas, e sinais testemunhados, em diferentespartes da casa, para os quais nenhuma explicação razoável seapresentou – a crença geral da família sendo de que se tratou de algode origem sobrenatural. Mas John estava fora, e nosso interesse neles

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está confinado somente à influência da família sobre sua mente. Não éimprovável que ao inquirir sobre estes estranhos eventos, fez crescernele uma persuasão da realidade do fenômeno sobrenatural, crença naqual, ele declarou tão freqüentemente, mais tarde. "O próprio fato deque ele não testemunhou o fenômeno pode ter aprofundado o efeitodeles sobre ele – O tipo de efeito sobre sua mente é ilustrado pelo queele causou sobre sua irmã Emily, que se diz, com a ingênua resoluçãodos dezoito, 'inclinada à infidelidade', que no momento daquelasvozes, e devido a elas, reivindicou uma crença no mundo espiritual ---Uma série de inexplicáveis fenômenos, interessantes e inexpressíveiscomo fossem, forneceram à sua mente um suprimento de lembrançasfirmemente enraizadas no sobrenatural, que justificou ele acrescentarlivremente inúmeras instâncias análogas de atividade sobre-humana,sem investigação".

Os mais completos relatos foram, mais tarde, reunidos pelo Sr.Samuel Wesley, e subseqüentemente publicados pelo Dr. Priestley queacredita que o mais provável, é que tenha sido uma travessura doscriados, ajudados por alguns de seus vizinhos. Em resposta a isto,Southey diz: "Pode-se seguramente afirmar que muitas dascircunstâncias não podem ser explicadas por alguma tal suposição,nem por algum truque, nem por ventriloquismo, nem por algum efeitode acústica. Na presente instância, não se supõe nenhumamanifestação do poder Divino mais do que na aparição de um espíritodesencarnado. Tais coisas podem ser sobrenaturais, e, ainda assim,não serem miraculosas; elas podem não estar no curso comum danatureza, e, ainda assim, não implicar alteração de suas leis". Quatroanos mais tarde, ao ir para Epworth, Wesley inquiriu cuidadosamentesobre alguns pormenores, falando com cada uma das pessoas queestavam, então, na casa, e anotando o que cada um pudesse testificarde seu conhecimento. Este relato, ele publicou, mais tarde, semcomentário.

Depois de uma cuidadosa análise e comparação, ambos dosregistros contemporâneos e subseqüentes daquele fenômeno notável, oautor de Espiritualismo Moderno, diz: 'O caso de Wesley indica muito

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claramente que a principal razão para o aparentemente inexplicávelelemento nestas narrativas é a falta de evidência. Quando temosapenas relatos escritos, de segunda-mão, meses ou anos depois doseventos, ou relatos de pessoas rudes ou irresponsáveis, nósencontramos abundância de incidentes incríveis; quando, como aqui,temos quase relatos contemporâneos, à primeira mão, de testemunhasequilibradas, a afirmação do maravilhoso é reduzida ao mínimo. Maso padrão peculiarmente instrutivo do caso de Wesley é que nóspodemos ver como o testemunho, enquanto nas primeiras cartas elesnarram de suas próprias experiências pessoais, apenascomparativamente episódios simples e desinteressantes, eles permitemque suas imaginações adornem as experiências de outros membros desua família; e que esses mesmos ornamentos sejam incorporados, nosrelatos a primeira mão, acontecidos nove anos atrás, como itensgenuínos da experiência pessoal". E ao buscar uma explicação dosregistros, ele parece se prender a uma súplica mórbida pelanotoriedade e excitamento da parte de Hetty Wesley, e nota que "asexplicações adotadas pelos espectadores solidários repetemexatamente as crenças individuais e temperamento deles, ou astradições correntes da região naquele tempo"; e acrescenta: "Nafamília de Wesley, como na maioria dos modernas insurreições, asperturbações supostamente indicavam um espírito de caráterduvidoso".

Quanto ao estado moral de Wesley, naquele tempo, ele, maisadiante, escreveu: "Nos próximos seis ou sete anos, nós passamos naescola; onde com os impedimentos exteriores sendo removidos, euestive muito mais negligente do que antes, até mesmo, com respeito àsobrigações exteriores, e quase continuamente culpado de pecadosexteriores, que eu sei serem tais, embora não fossem escandalosos aosolhos do mundo. No entanto, eu ainda lia as Escrituras, e orava, demanhã e a noite.. E que eu agora esperava ser poupado, de maneiraa: (1) não ser tão mal como as outras pessoas; (2) ter ainda umadelicadeza pela religião; e (3) ler a Bíblia, ir à Igreja, e dizer minhasorações".

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Tyerman é ligeiro o suficiente para concluir disto, que Wesley"entrou em Chaterhouse um santo, e a deixou um pecador". Ele éjustamente repreendido pelas palavras mais prudentes de um estudantemuito cuidadoso e vitalício do inteiro ciclo da história Wesleyana eMetodista, e quem está provavelmente mais familiarizado com osdetalhes do quer algum homem vivente no presente momento -- Dr.James H. Rigg — que diz, referindo-se às palavras de Wesleyjustamente citadas:

"Tal é a sentença que Wesley, o mais inflexível dos juízos, emtal caso, declarou sobre seu próprio estado moral e religioso, quandoestava em Charterhouse — uma sentença proferida, devemos lembrar,quando todos os julgamentos para casos como este, eram muito maisseveros do que se tornaram, quando revisados, depois de muitos anosde experiência em sua vida".

"Foi em 1738, que ele então escreveu de si mesmo. É claro queWesley nunca perdeu, mesmo em Charterhouse, o respeito terno pelareligião, o temor a Deus, e as formas da retidão cristã. Que ele nãoera, naquele tempo, convertido, não pode existir dúvida; mas, quandoo Sr. Tyerman, com tal ênfase terrível, nos diz que ele chegou emCharterhouse uma criança 'santa', aos dez anos; e a deixou, 'umpecador', aos dezessete, ele usa a linguagem que pode dificilmentefalhar em transmitir uma impressão completamente exagerada,quanto ao caráter das faltas e quedas morais e espirituais dogaroto....".

Isaac Taylor diz, com referência às privações e opressões queWesley suportou na escola, que "ele aprendeu como um garoto asofrer injustamente com pronta paciência, e a conformar-se com ocruel despotismo, sem adquirir o temperamento escravo, ou odéspota.... De minha parte, eu não posso ajudar ao pensar que nãopouca graça estaria ainda operando na alma do bravo e pacientegaroto, para capacitá-lo a conduzir-se, como ele fez. Wesleycarregava um coração, não apenas vivo e esperançoso, masperdoador; não apenas flexível e vigoroso, mas paciente e generoso,

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ou ele não teria olhado para os dias passados, em Charterhouse, nãoapenas sem amargura, mas com prazer, e para usar a frase deSoythey, reteve tão grande predileção pelo lugar, que costumavacaminhar anualmente, através dos cenários de seus anos escolares...De qualquer forma, não se trata de uma fraca evidência da poderosainfluência restringente da religião, o fato de Wesley passar por talprovação, em sua residência de seis ou sete anos em Chartehouse,sem contrair alguma mancha de mau hábito".

Com uma bolsa escolar de 40 libras por ano, obtida naCharterhouse, Wesley prosseguiu para Oxford, entrando na ChristChurch, sem receber subvenção, em 23 de Julho de 1720. Ele foiprecedido por seu irmão Samuel, seu pai, avô, bisavô e o pai de suamãe.

Ele agora se encontra em circunstâncias inteiramente novas.Até aqui, ele havia tido pouca experiência do mundo. Em casa, ele nãoestaria completamente ignorante do caráter rude, inculto, grosseiro demuitos paroquianos de Epworth. Mas esses criariam apenassentimentos de desgosto e repugnância nele, assim como aslembranças de maldade da juventude, a qual ele foi introduzido emCharterhouse, por centena de jovens reunidos de tais lares que a épocaproduzia; lares em que o cultivo da virtude certamente não seria, emgeral, de alto nível. Este não foi um terreno favorável para odesenvolvimento do caráter moral elevado, em alguém disposto aconcordar com suas influências; mas, quando a consciência e juízo dojovem Wesley tinham sido totalmente instruídos e disciplinados, eleprovavelmente apenas se sentiu chocado e revoltado. Ele que nãoexecutaria os ofícios comuns da vida, sem a razão, do mesmo modo,não concordaria cegamente com os logros do mau procedimento. Equanto mais ele resistia ao mal, mais ele se fortalecia para resisti-lomais adiante.

Neste estágio de seu treinamento moral, e em uma idade muitosuscetível, ele ingressou na Universidade -- "um jovem alegre, vivaz evirtuoso, cheio de bons conhecimentos clássicos, assim como algum

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de Hebraico". Triste, de fato, é o quadro da vida universitária, noséculo dezoito, como apresentado por nossos fidedignos historiadores.Se não fosse totalmente mau, e os piores relatos não garantissem talsuposição, embora a centelha de luz no quadro escuro fosse pouca,ainda assim, a Universidade refletia o espírito de uma época que,através de sua crueldade, indiferença e frivolidade – um uma palavra,sua completa mundanidade – era tão amplamente distinta da presente,tão orgulhosa de sua verdade, sua seriedade, sua energia, e seus altos enobres objetivos. Inatividade, leviandade, embriaguez, lascívia,jogatina, eram comuns. Palavras trocadas com sua mãe,freqüentemente citadas, escritas um pouco mais tarde, no século,mostra o que esperava o calouro confiante. "Oxford" , ele diz, "é umperfeito inferno na terra. Que chance existe lá para um pobre jovem,vindo da escola, com ninguém para vigiar e cuidar dele – nenhumguia? Eu freqüentemente vi meu tutor, sendo levado, perfeitamenteintoxicado". Felizmente, Wesley não estava sem um guia. A verdade,é que não era visto, mas, não menos real. Seu coração estava muitofirmemente seguro na mão de sua mãe, para que ele fosse facilmentearrastado para baixo. Tyerman não hesitou em fazer um panoramapessimista do estado religioso de Wesley, durante seus primeiros anosem Oxford. Mas Tyerman foi melhor no coletar fatos, do que emtraçar inferências deles.

Não existe absolutamente um sussurro de alguma delinqüênciamoral em Wesley. Ele não era preguiçoso, como seu progressomostrou, ainda menos era um devasso, ou alguma coisa próxima aisto. Ele provavelmente caminhou no mais alto nível da vida emOxford, muito acima do abismo da imoralidade que caracterizoumuitos daqueles ao redor dele. Quanto à extravagância, ele não tinhameios de perder-se nisto, se ele estivesse disposto assim a fazê-lo,mesmo embora as 40 libras de sua bolsa fossem multiplicadas porquatro, como Overton sugere.

A duração da residência de Wesley em Oxford pode serseparada em dois períodos distintos, da qual a linha divisória é suaeleição para Membro do Lincoln College, e sua mudança para lá. "Da

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primeira porção do último período, nossa informação é muitoescassa, e somos levados a conjeturar a respeito. Assim, podemosestimar as influências, em meio às quais, ele seguiu seu caminho,podemos ter em mente a luz interior que nunca falhou nele, e marcaro progresso que ele fez, e a posição que alcançou. Mas pouco dacorrespondência do período tem sido preservada. Ele ainda não tinhaadotado sua prática de cuidadosamente preservar todas as cartas queele recebia. Foi em 1740, que ele 'passa dois dias em Oxford, olhandoas cartas que recebera há dezesseis ou dezoito anos'".

Um contemporâneo escreve assim dele, em 1724, quandoestava com cerca de vinte e um anos de idade: "Ele parece umcolegial muito sensível e sério, desconcertando a todos, com assutilezas da lógica, e rindo deles por serem tão facilmenteconfundidos; um jovem do mais fino gosto clássico, dos sentimentosmais generosos e valorosos". Um dos primeiros biógrafos, o amigo deseus últimos dias, Rev. Henry Moore, diz: "Seu perfeito conhecimentodos clássicos deu um polimento agradável à sua inteligência, e um arde superior elegância a todas as suas composições. Ele já começara ase entreter ocasionalmente escrevendo versos, embora a maioria desuas peças poéticas deste período fosse tanto cópias, quantotraduções do Latim. Algumas vezes neste ano, no entanto, eleescreveu uma cópia do octogésimo quinto salmos, que ele enviou aoseu pai, que disse: 'Eu gosto de seus versos, sobre o octogésimoquinto salmo, e gostaria que você não enterrasse seu talento'". Umacarta para seu irmão Samuel, neste período, freqüentemente citada,mostra uma vivacidade de estilo, na prosa e verso, enquanto uma fraserevela o traço de tristeza: "As duas coisas que eu desejava mais do quetudo no mundo era ver minha mãe e Westminster novamente; e vê-las,juntas, estava tão além de minhas expectativas, que eu quaseconsiderei isto próximo à impossibilidade. Eu tenho tãofreqüentemente me desapontado, quando estou ávido por algumprazer, que eu nunca mais dependo de algo, antes que ele venha".

No presente, ele está aparentemente sem qualquer propósitodistinto na vida, e, embora exista toda razão para acreditar que ele seja

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estritamente moral, e livre de qualquer depravação de temperamentoou desejo, ainda assim, até ai, não existe indicação algumaproeminente, de uma séria determinação a alguma grande procura;nem existem evidências de alguma espiritualidade profunda de caráter.

"Se a árvore deve ser julgada pelos seus frutos", diz CanonOverton, "os dias de Wesley em Charterhouse e Christ Church nãoteriam sido gastos em vão, porque ele carregou consigo, um montantede cultura mental, que se compararia favoravelmente com aquela dealguns dos melhores espécimes desses dias de incessantes provas. Acultura mental, no entanto, é uma coisa, o crescimento espiritual éoutra. Existe abundância de traços, da primeira, mas nenhum, daúltima, entre o deixar Epworth e seu último ano em Christ Church".

Embora suas remunerações sejam feitas tão claras quantopossíveis, ele parece ter estado em freqüentes dificuldades financeiras,para as quais ele recebia ajuda pela delicadeza de amigos, e pelossuprimentos intermitentes do suprimento escasso de casa. Ele nãoparece ter tido uma saúde vigorosa naqueles primeiros anos de suacarreira colegial. Tal saúde, quando teve, ele preservou, através datemperança; ele nos diz: "Quando eu cresci, em conseqüência de lerDr. Cheyne, eu escolhi comer escassamente e beber água. Isto foi umoutro grande meio de dar continuidade à minha saúde, até que eutivesse cerca de vinte e sete anos". Ele cita este livro, em uma carta asua mãe datada de 1º. de Novembro de 1724.

Tal era Wesley, no alto de seus vinte e um anos. Ele assim falade si mesmo: "Agora na Universidade, por cinco anos, eu ainda digominhas orações, em público e privado, e leio, junto com as Escrituras,diversos livros de religião, especialmente os comentários sobre oNovo Testamento. Ainda assim, eu não tive tudo isto, enquanto nãotive uma noção da santidade interior; mais ainda, prosseguihabitualmente, e, na maior parte, muito contente, com um ou outropecado conhecido – na verdade, com algumas interrupções epequenos esforços, especialmente antes e depois da Comunhão Santa,que eu fui obrigado a receber três vezes por ano. Eu não posso dizer

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que eu esperava ser salvo por agora, quando eu continuamentepecava contra aquela pequena luz que eu tinha; exceto por aquelesajustes transitórios, que muitos clérigos me ensinaram a chamar dearrependimento".

Mas, melhores tempos estão se aproximando, e embora muitosanos expirem antes que Wesley consiga descanso e paz na alegriacristã, ainda assim, deste tempo em diante, e com acelerado ardor, elebusca a salvação que ele tinha em vista. Uma mudança muito graciosaem sua vida e caráter começa agora. Em direção ao encerramento de1724, com seus vinte e dois anos, pensa entrar para a ordem dediácono, um passo sobre o qual ele pondera muito cuidadosamente.Algumas dúvidas que surgem em sua mente, quanto aos motivos que oinfluenciariam a tomar as Ordens Santas, ele francamente apresenta aseu pai, que em resposta, datada de 26 de Janeiro de 1725, depois deconselhos diversos, acrescenta: "Mas a principal causa e motivo,para que tudo que está em primeiro possa ser apenas secundário,deve certamente ser a glória de Deus, e o serviço de Sua Igreja, naedificação de nosso próximo. E ai daquele, com alguma visãosedutora mais desprezível, que se aventure a tão sagrada obra".Então, menciona as qualificações necessárias, e acrescenta: "Você mepergunta, qual é o melhor comentário sobre a Bíblia. Eu respondo, aprópria Bíblia. Porque as diversas paráfrases e traduções dela, emuma poliglota, comprada com a original, e com uma outra, são, naminha opinião, para um homem honesto, devoto, diligente, e humilde,infinitamente preferível a algum comentário que eu tenha visto. MasGrotius é o melhor, na maior parte, especialmente, sobre o VelhoTestamento". Mas sugere que achou muito cedo, ele aceitar asOrdenações.

Sua mãe, no entanto, teve uma visão diferente. Escrevendo nodecorrer do próximo mês, ela diz: "Quanto mais cedo, você se tornarum diácono, melhor, porque isto pode ser persuasão para umaaplicação maior no estudo da teologia prática, que, de todos osoutros estudos, eu humildemente acredito ser o melhor para oscandidatos às Ordenações". E prossegue: "A mudança de seu

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temperamento tem me ocasionado muita especulação. Eu, que souapta a ser confiante, espero que isto possa proceder das operações doEspírito Santo de Deus, que, ao tirar seu deleite pelos prazeresmundanos, pode preparar e dispor sua mente para uma aplicação,mais séria e íntima, das coisas de uma natureza mais sublime eespiritual. Se for assim, feliz de você, se você nutrir essas disposições!E agora, com sinceridade, resolve fazer da religião o trabalho de suavida, afinal, que é a única coisa, estritamente falando, necessária.Todas as coisas além são incomparavelmente pequenas para ospropósitos da vida. Eu espero que você agora faça um auto-examecuidadoso, para que possa saber, se você tem uma esperança razoávelde salvação, através de Jesus Cristo. Se você tiver, a satisfação desaber disto irá recompensar abundantemente suas dores; se não tiver,você encontrará uma ocasião mais razoável para lágrimas do quepoderia encontrar em uma tragédia".

"Este assunto merece atenção de todos, mas, especialmentedaqueles designados para o Ministério, que devem, acima de todas ascoisas, fazer de seu próprio chamado e eleição certa, a fim de que,depois de ter pregado para outros, eles mesmos não possam serlançados fora".

Nada poderia movê-lo mais igualmente para a seriedade depropósito do que tais palavras da pena de sua afetuosamente amada, esempre estimada mãe. Ele começa agora a aplicar-se com diligênciaao estuda da teologia. Seu pai logo foi notificado de que ele tinhamudado de idéia, e estava inclinado a ser Ordenado naqueleverão."Que Deus o prepare para sua grande obra! Jejue, vigie, ore;creia, ame, suporte, e seja feliz; para o que, você nunca lhe faltará asorações mais fervorosas de seu afetuoso pai".

Wesley, mais tarde, escreveu: "Quando eu tinha cerca de vintee dois anos, meu pai estimulou-me a entrar para as OrdenaçõesSantas. Ao mesmo tempo, a providência de Deus dirigindo-me para oPadrão Cristão de Kempis, eu comecei a ver que a religiãoverdadeira estava situada no coração, e que a lei de Deus se estendia

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a todos os nossos pensamentos, assim como, palavras e ações. Eufiquei, no entanto, muito aborrecido com Kempis por ser tão rigoroso,embora eu o lesse na tradução do Deão Stanhope. Ainda assim, eutive frequentemente muito conforto em lê-lo, tal como se eu fosse umcompleto estranho, até então".

As objeções de Wesley a Kempis referiram-se a dois pontosem específico, que ele assim expressa: "Eu não posso pensar que,quando Deus nos enviou ao mundo, ele tinha irreversivelmentedecretado que nós seriamos perpetuamente miseráveis nele. Se nossotomar nossa cruz implica em dar adeus a toda alegria e satisfação,como isto é reconciliável com o que Salomão afirma da religião, deque seus caminhos são prazerosos, e todas as suas veredas são paz?Outro de seus princípios pe, que toda alegria e prazer é inútil, se não,pecaminoso, e que nada é uma aflição para o bom homem, -- e que eledeve dar graças a Deus, até mesmo, por enviar a ele, miséria. Isto, emminha opinião, é contrário ao desígnio de Deus, em nos afligir;porque embora Ele castigue aqueles a quem Ele ama, ainda assim, écom o objetivo de humilhá-los". Com reserva característica, elenovamente recorre a seu pai e mãe, por ajuda em suas dificuldades. Oprimeiro responde: "Quanto a Thomaz Kempis, todo o mundo estáapto a forçar tanto de um lado, quanto de outro; mas, por tudo isto, amortificação é ainda um dever cristão indispensável. O mundo é umamulher sedutora e bonita (syren), e nós devemos ter cuidado com ela;e, se o jovem se regozijar em sua juventude, ainda assim, que elecuide de que suas alegrias sejam inocentes; e, para isto, se lembre,que por todas essas coisas, Deus o levará a juízo. Eu tenho apenasisto para acrescentar de meu amigo e velho companheiro, que,fazendo algumas poucas ressalvas, pode ser lido, com grandevantagem; mais ainda, que é quase impossível lê-lo seriamente, semadmirá-lo, e penso, em alguma medida, imitar sua heróica disposiçãode humildade, piedade e devoção. Mas eu suponho que você, antesdesta, recebeu a carta de sua mãe, que tem tempo livre paratransformar o assunto em farelo". Sim, sua mãe tinha debulhado oassunto para ele, fechando seus conselhos com: "Se você for julgar alegitimidade ou a ilegitimidade do prazer, a inocência ou malignidade

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das ações – utilize esta regra: O que quer que enfraqueça sua razão,prejudique a ternura de sua consciência. Obscureça sua consciênciade Deus, ou tire o prazer das coisas espirituais: em resumo, o quequer que aumente a força e autoridade de seu corpo, sobre sua mente;esta coisa é pecado para você, por mais inocente que ela possa ser emsi mesma".

Um outro assunto no qual ele deferiu de Kempis, e no qual eledesejou os pontos de vista de sua mãe, foi a doutrina da Predestinação,um assunto que, mais tarde, ocupou muito de seu pensamento etempo. Ele assim exprime sua compreensão: "Se fosse inevitavelmentedecretado da eternidade que tal parte determinada da humanidadefosse salva, e ninguém além dela, uma vasta maioria do mundo teriaapenas nascido para a morte, sem tanto quanto a possibilidade deevitá-la. Como é isto consistente com a Justiça ou a MisericórdiaDivina? É misericordioso ordenar uma criatura para a misériaeterna? É justo punir o homem por crimes que ele não poderia deixarde cometer? Que Deus possa ser o autor do pecado e injustiça, quedeve, eu penso, ser a conseqüência de manter esta opinião, é umacontradição para as idéias mais claras que temos da natureza eperfeições Divinas". A Sra. Wesley responde: "Eu tenho Kempiscomigo, mas não o tenho lido ultimamente. Eu não posso reunir aspáginas que você menciona; mas acreditando que você lhe façajustiça, eu positivamente afirmo que ele está extremamente no erronesta impiedosa, eu quase diria, blasfema sugestão de que Deus, porum decreto irreversível, determinou que algum homem fossemiserável, até mesmo neste mundo. Suas intenções, como Ele mesmo,são santas, justas e boas; e todos os incidentes miseráveis para oshomens aqui, ou daqui em diante, procedem deles mesmos".

Uma outra dificuldade, na qual ele buscou conselho, referiu-seàs sentenças ameaçadores do Credo Atanasiano. Ele era muitominucioso e consciencioso para permitir que alguma grande questãoescapasse, sem completa investigação.

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Outras dificuldades foram sugeridas a ele, pela leitura dasobras de Jeremy Taylor, e, como de costume, ele abriu sua mentesobre elas todos com seu melhor amigo. Taylor afirmou que: "Se Deusnos perdoou ou não, nós não sabemos, portanto, ainda estamospesarosos, para sempre, por termos pecado". Wesley observa: "Eufirmemente acredito, que nunca poderemos estar tão certos do perdãode nossos pecados, de maneira a assegurarmos que eles nunca seerguerão contra nós. Nós sabemos que eles infalivelmente farão isto,se nós cometermos apostasia; e eu não estou convencido qualevidência pode existir de nossa perseverança final, até que tenhamosterminado nosso curso. Mas eu estou persuadido de que podemossaber, se nós agora estamos em um estado de salvação, uma vez queestá expressamente prometido nas Escrituras para nossos sincerosesforços, e podemos certamente ser capazes de julgarmos de nossaprópria sinceridade". Nós podemos dizer com seu biógrafo, Moore,que "ele viu a bênção até mesmo agora, mas não a maneira de obtê-la".

Deste período, ele escreve, em uma data subseqüente: "No anode 1725, com vinte e três anos de idade, eu me deparei com as Regrase Exercícios do Viver e Morrer Santo, do Bispo Taylor. Ao lerdiversas partes deste livro, eu fiquei grandemente afetado; comaquela parte, em especial, que se refere à pureza de intenção.Imediatamente, resolvi dedicar a Deus, todos os meus pensamentos, epalavras, e ações; estando totalmente convencido de que não existemeio-termo, mas que toda parte de minha vida (não apenas algumas)deve ser um sacrifício ou a Deus, ou a mim mesmo, ou seja, em efeito,ao diabo. Pode alguma pessoa séria duvidar disto, ou encontrar ummeio-termo entre servir a Deus e servir ao diabo?". Ele acrescenta:"No ano de 1726, eu me encontrei com o Padrão Cristão de Kempis.A natureza e extensão da religião interior, a religião do coração,agora me pareceu, sob uma luz mais forte do que anteriormente. Eupercebi que entregar sempre toda minha vida a Deus (supondo queseja possível fazer isto, e não seguir adiante) não me traria proveitoalgum, exceto se eu desse meu coração, sim, todo meu coração, a Ele.Eu vi aquela 'simplicidade de intenção e pureza de afeição', um

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objetivo em tudo que falamos, ou fazemos, e um desejo governandotodos os nossos temperamentos, são, de fato, -- as asas da alma, 'semo que, ela nunca acenderá ao monte de Deus'".

Um outro livro para o qual sua atenção foi conduzida, e que setornou um grande favorito de Wesley em seus dias de Oxford, foi AVida de Deus na Alma do Homem, de Scougall. Este foi o livro queCharles Wesley colocou nas mãos de Whitefield, logo depôs daprimeira reunião deles, e do qual Whitefield diz: "Enquanto eu lianele que a religião verdadeira era a união da alma com Deus, ouCristo formado dentro de nós, um raio de luz divino instantaneamentefoi arremessado na minha alma, e daquele momento, e não, até então,eu soube que eu deveria ser uma nova criatura... Embora eu tenhajejuado, vigiado, e orado, e recebi o Sacramento, por tanto tempo,ainda assim, eu nunca soube do que se tratava a religião verdadeira,até que Deus me enviou aquele excelente tratado pelas mãos do meununca esquecido amigo".

Um incidente ocorreu por volta deste tempo, que tem uminteresse especial, como sendo a primeira instância daquele apelodireto aos indivíduos, na questão da religião pessoal, que ele, maistarde, praticou em toda a oportunidade útil, e com tais resultadosmarcantes. Ele é assim relatado por ele: "Por volta de um ano e meioatrás, eu deixei o grupo, às oito da noite, com um jovem cavalheiro aque eu estava familiarizado. Quando viramos em uma galeria daIgreja de St. Mary, na expectativa do funeral de uma jovem, da qualéramos ambos conhecidos, perguntei a ele, se ele realmente seacreditava meu amigo, e se assim fosse, por que ele não fazia a mimtodo o bem que ele podia?".

"Ele protestou; no que eu o interrompi, pedindo-lhe que mepermitisse, na oportunidade, o que ele não negaria estar em seupróprio poder, ter o prazer de fazer dele um cristão completo, para oqual, eu sabia, ele estava, pelo menos, em parte, persuadido; e que elenão poderia fazer-me uma delicadeza maior, uma vez que nós doisestávamos completamente convencidos, quando viemos seguir aquela

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jovem. Ele ficou muito sério, e manteve alguma coisa daqueladisposição, desde então. Ontem fez uma quinzena que ele morreu detuberculose. Eu o vi três dias antes de morrer; e, no domingoseguinte, prestei-lhe o último bom ofício que eu poderia prestar aqui,pregando em seu sermão fúnebre, o que fora seu desejo enquantovivo".

Até aqui, ele parece ter mantido um combate sozinho; e terlutado corajosamente só, confortado e consolado, apenas pelaspalavras providenciais de seu lar distante. Mas, nesta ocasião, elerecebeu o inestimável benefício de um amigo cristão, que, ele diz,nunca teve, até então. Quem foi este amigo, nunca foi revelado; masWesley estava tão encorajado que ele diz: "Eu comecei a alterar todaa forma de minha vida, e propus começar seriamente uma nova. Euseparei uma hora ou duas no dia para o isolamento religioso. Eucomunguei toda semana. Eu vigiei contra todo o pecado, em palavraou ação. Eu comecei a planejar e orar pela santidade interior".Acrescentado a isto, como conseqüência de um conselho dado peloBispo Taylor, um relato mais exato do que ele tinha feito antes, e damaneira como ele empregava seu tempo, e ocupava cada hora. Suaprática foi guardar na memória um pequeno livro memorando, ondeuma simples página era assinada a cada dia, e uma simples linha acada hora. Através de sinais e palavras encurtadas, ele foi capaz deregistrar como cada hora foi gasta, das quatro da manhã, quando selevantava, até as nove da noite, quando se retirava. Diversos dessesdiários estão ainda preservados.

Isto, ele continuou a fazer, onde quer que estivesse, por muitosanos. Quando ele deixou a Inglaterra, dez anos mais tarde, a variedadede cenários, através dos quais ele passou, o induziu também atranscrever, de tempos em tempos, as partes mais materiais do seuDiário, acrescentando aqui e ali, tais reflexões, como ocorreram emsua mente. Essas séries de memorando foram pretendidas apenas parasua própria vista; mas em 1739, depois de seu retorno da Geórgia,com o objetivo de justificar-se de algumas difamações sobre seucaráter, feitas por um certo Sr. Williams, ele publicou "extratos" do

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Diário, e, em intervalos de dois ou três anos, continuou a prática até ofim de seus dias. Vinte e um desses "extratos" foram publicados, eformam o que é agora conhecido como o Diário de John Wesley.

Até ai, o progresso de Wesley no conhecimento e carátercristão está definido e decidido. Canon Overton comenta: "Enquantoacreditando totalmente na realidade e importância de uma mudançaposterior, pode alguém negar que, desde este tempo, em direção aofim de sua vida, John Wesley levou a vida mais santa e devotada,objetivando apenas a glória de Deus, o bem-estar de sua própriaalma, e o benefício de seus companheiros? E se isto não é ser um bomcristão, o que é?". A questão, se ele era um cristão ou não, até oincidente da Rua Aldersgate, é um assunto a se definir. No momentoem que ele se afirmou não ser um, ele sabia, tanto quanto Overton, emelhor, o que ele queria dizer, com ser um cristão.

O tempo aproximou-se, quando se esperou que a eleição de umMembro do Lincoln College aconteceria, e seus amigos seempenharam para assegurar isto em seu interesse. Quando Dr. Morley,o Reitor da Lincoln, falou sobre o assunto, ele disse: "eu vou inquirir,quanto ao caráter do Sr. Wesley". Ele o fez, e deu a ele permissãopara se colocar como candidato, e, mais tarde, tornou-se seu amigo, naquestão, e usou de toda a influência que ele tinha em favor dele. Nãofoi possível, por causa de sua seriedade incomum, escapar de seusoponentes, que derramaram sobre ele seus gracejos e ridículo. Seu paio lembrou que era "uma bisonha virtude", não suportar que riam de simesmo; acrescentando: "Eu penso que nosso Capitão e Mestresuportou alguma coisa mais por nós, antes que Ele entrasse na glória;e, exceto que sigamos Seus passos, em vão esperaremos dividir aquelaglória com Ele". E sua mãe escreveu: "Se for uma virtude fraca, nãopoder suportar que riem a seu respeito, eu estou certo que é umavirtude forte e bem confirmada suportar o teste de uma fortebufonaria".

Não obstante a oposição que se ergueu contra ele, seu altocaráter para erudição e diligência foi recompensado pelo sucesso, e ele

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foi eleito para membro na quinta-feira, em 17 de Março de 1726. Seupai muito enfaticamente expressou sua gratificação na carta de 1º. DeAbril "Eu recebi ambas as suas, desde a sua eleição; em ambas, vocêse expressa como lhe convém". E, então, depois de se referir àdificuldade, que ele teve no prover para as despesas da eleição, eleprossegue: "Qual será meu próprio destino, antes que o verãotermine, Deus sabe; sed passi graviora – onde quer que eu esteja, meuJack é Membro do Lincoln". E sua mãe lhe diz, em sua disposiçãousual de devoção: "Eu me sinto obrigada a retornar grandes graçasao Altíssimo Deus, por lhe dar sucesso no Lincoln. Quem quer queEle se agrade que seja o instrumento, a Ele, e somente a Ele, a glóriapertence".

Isto marca uma época importante na carreira de Wesley. Ele jácomeça a buscar seriamente a salvação de sua alma, sujeitando-se àsevera disciplina, e colocando toda sua conduta, sob o mais rigorosocontrole; assim estabelecendo os alicerces daqueles hábitos de vidaque foram, mais tarde, tão visivelmente ilustrados nele. Neste resolutopropósito de promover seu crescimento na santidade, ele aproveitousua mudança da Christ Church para livrar-se de algumas associaçõesque ele sentiu serem prejudiciais. Ao rever este período de sua vida,alguns anos mais tarde, ele diz: "Mudei-me logo depois [que eleentrou nas Ordenações Santas] para um outro colégio, e decidi aquilodo qual eu estava antes convencido fosse da mais extremaimportância -- livrar-me de uma vez de todos os meus conhecimentoslevianos. Eu comecei a perceber, mais e mais, o valor do tempo. Eume apliquei mais intimamente ao estudo. Eu observei maiscuidadosamente contra os pecados presentes. Eu aconselhei outros aserem religiosos, de acordo com aquele esquema de religião, peloqual eu modelei minha própria vida. Mas deparando-me agora com aPerfeição Cristã e Chamado Sério, do Sr. Law, embora eu estivessemuito ofendido, em muitas partes de ambos, ainda assim, eles meconvenceram mais do que alguma vez a excessiva altura e largura eprofundidade da Lei de Deus. A luz fluiu, tão poderosamente emminha alma, que tudo pareceu sob um novo panorama. Eu clamei aDeus por ajuda, e decidi não mais prolongar o tempo de obedecer a

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Ele, como eu nunca tinha feito antes. E por meu continuado esforçode manter toda Sua Lei, interior e exterior, no máximo de meu poder,eu estou persuadido de que eu poderia ser aceito por ele, e estaria,mesmo então, em um estado de salvação".

Esta passagem muito significativa mostra o profundo propósitode Wesley de reformar toda sua vida e trazê-la, até onde fosse capaz,em inteira concordância com a vontade Divina. O fervor de seu apelopela ajuda Divina nisto, e o cuidado com que ele se esforça paraequilibrar sua conduta exterior, são também evidentes. Nem o fato deentrar em contato, pela primeira vez, com os escritos de William Lawdeve ser examinado, considerando a influência deles sobre suas visõesfuturas, e suas subseqüentes relações com seu autor. Num períodoanterior, ele publicou cuidadosamente resumos preparados daPerfeição Cristã, e do Sério Chamado.

Wesley recebeu cartas proveitosas e estimulantes de seu pai.Em uma delas, ele o exorta a tornar-se mestre em Crisóstomo, e nosArtigos, e na Forma de Ordenação; manter-se firme, com bravura,contra o mundo, etc., manter um bom, honesto, e devoto coração, eorar e vigiar duramente. Em outras, seu pai anuncia que lhe foidesignada uma edição da Bíblia, em Hebraico, Língua Caldaica,Septuaginta, e Vulgata, e, pede sua assistência, diz: "Eu quero quevocê, primeiro, se entregue imediatamente ao trabalho, e leiadiligentemente o texto Hebraico, na poliglota, e o confronteexatamente com a Vulgata, escrevendo tudo, até mesmo, as menoresvariações entre elas. A essas, eu gostaria que você acrescentasse otexto Samaritano. Você pode aprender o alfabeto Samaritano, em umdia. No período de doze meses, colocando-se mais próximo a ele nasmanhãs, você completará duas vezes Pentateuco; porque eu fiz istoquatro vezes o ano passado, e estou indo para a quinta. Você nãodeve perder sua recompensa, quer neste ou no outro mundo".

Em Lincoln, ele encontra uma sociedade muito maisapropriada, do que foi capaz de assegurar em Christ Church.Escrevendo ao seu irmão Samuel, ele diz: "Até onde eu tenho sempre

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observado, eu nunca conheci um colégio, comparado ao nosso, emque os membros estejam tão perfeitamente, satisfeitos uns com osoutros, e sejam tão inofensivos à outra parte da Universidade. Tudoque eu já vi dos Membros é que eles são de boa índole, bemeducados; homens maravilhosamente dispostos, tanto a preservar apaz e boa vizinhança em meio a eles, quanto a promover isto, ondequer que tenham alguma familiaridade".

Wesley aceitou que seu cabelo, castanho claro, crescesse nocomprimento suficiente para alcançar seus ombros. Sua mãe, porrazões de saúde, o aconselhou a cortar os cabelos. Em uma carta a seuirmão Samuel, ele diz: "As razões de minha mãe para eu corte oscabelos, é porque: ela imagina que isto prejudique minha saúde.Quanto a minha aparência, sem dúvida seria melhor cortá-los,permitindo-me um pouco mais de cor, e, talvez, contribua para criaruma aparência mais agradável. Mas esses, até que uma saúde má sejaacrescida a eles, eu não posso persuadir a mim mesmo, sejam motivosbastante, para perder duas ou três libras por ano. Eu sou capaz osuficiente para poupá-los". Cinco anos mais tarde, ele escreveu:"Quanto ao meu cabelo, eu estou muito mais certo, de que ocomprimento dele está mais de acordo com as Escrituras, do quecontrário a elas". Seu irmão Samuel ficou no meio do caminho, e oaconselhou a cortá-lo mais curto, e este conselho ele seguiu. Na cartaanterior, ele afirma que toda sua vida eterna confirmou, "O ócio e eunos despedimos um do outro; eu proponho estar ocupado, por quantotempo eu viva, se minha saúde me favorecer". Charles Wesley veiopara Oxford da Westminster School, e entrou na Christ Chruch, logodepois que John a deixou. Durante alguns meses depois de suachegada em Oxford, dizem que Charles foi virtuoso, em sua conduta,e muito de acordo com seu espírito e maneiras; mas a estritaautoridade sobre ele, que seu irmão Samuel exerceu, como seu tutor eguardião, estando agora afastada, ele estava longe da severidade esinceridade em seus estudos. Depois de um tempo, tornou-seestudioso, embora seu espírito não fosse devotado. Seu irmão Johnescreveu: "Ele buscou seus estudos diligentemente, e levou uma vidaregular, inofensiva; mas se eu falava com ele a respeito de religião,

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ele respondia irritado:'O que? Você pretende que eu seja um santo deimediato?'. E não mais me ouvia".

Wesley passou, do dia 26 de Abril a 21 de Setembro deste ano,em Epworth e Wroot, seu pai tinha ambos os benefícios sob suaresponsabilidade, residindo ocasionalmente em uma pequena reitoria,em Wroot. Foi um tempo feliz, durante o qual ele leu orações e pregouduas vezes todo domingo; e, por outro lado, ajudava seu pai, quandoera capaz. Ele dedicou-se aos seus estudos, neste meio tempo, edesfrutou das oportunidades freqüentes de conversar com seushonrados pais, mantendo um diário do que se passava, anotando osassuntos da conversa, e as observações práticas feitas por seussuperiores, e algumas vezes, acrescentando as suas próprias.

A aquisição de Wroot acrescentou pouco aos confortosdomésticos da família Epworth, já que os benefícios meramentecobriram as despesas de atender a ele; enquanto a região em volta erapouco melhor do que um pântano.

Os extratos seguintes de uma das cartas de Samuel Wesleypodem servir para dar uma idéia clara do estado das coisas no larEpworth. "Eu me deparei com uma série de infortúnios. Meu celeiroparoquial desapareceu, antes que eu tivesse recuperado meubenefício; minha casa, grande parte dela, queimada, há cerca de doisanos; meu linho, grande parte de minha renda, agora em minhaspróprias mãos (o principal cultivo na vizinhança era o cânhamo), euduvido propositadamente incendiado e queimado durante a noite,enquanto eu estive, da vez passada em Londres; minha renda ficoupela metade, devido ao preço do grão; e meu crédito perdido, por tertirado meu controle. Eu fui levado ao Lincoln Castle, em 23 de Junho,próximo passado. Aproximadamente três semanas atrás, minha gente,muito indelicada, pensando que ele ainda não tinham feito tudo,durante a noite, esfaquearam minhas três vacas, que eram a maiorparte da subsistência de minha pobre família numerosa. Pelo quepeço, Deus os perdoe".

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Wesley, ocasionalmente, escreveu alguns versos decaráter variado, e, enquanto em Epworth, começou uma paráfrasesobre Salmos 104:1-18 "Bendize, ó minha alma, ao Senhor! Senhor,Deus meu, tu és magnificentíssimo! (...)"; que ele, mais tarde,terminou. Isto mostra sua aptidão na composição poética, assim comofaz com as maravilhosas traduções do Alemão, Espanhol e línguaFrancesa, com as quais, num período anterior enriqueceu o Saltério daIgreja. Os conselhos de sua mãe podem ter reprimido seus exercíciosnesta direção. "Eu não gostaria que você desistisse de fazer versos;antes que fizesse da poesia sua diversão, embora nunca seu trabalho".O poeta do Metodismo ainda não tinha sido revelado.

Wesley retornou para Oxford, em 21 de Setembro de 1726, eretomou seus Estudos. Seu caráter literário estava agora estabelecidona Universidade. Ele era reconhecido por todas as facções, como umhomem de talentos e uma critica excelente nas línguas eruditas; suahabilidade na lógica era universalmente conhecida e reconhecida, esuas composições eram distinguidas por uma elegante simplicidade deestilo e justeza de pensamento que fortemente marcaram a excelênciade seu gosto clássico. A opinião elevada que foi mantida por ele, foipublicamente manifestada pela sua escolha como Professor eModerador das Classes de Grego (em 6 de Novembro), embora elefosse eleito Membro do Conselho, apenas por oito meses, ele estavacom pouco mais do que vinte e três anos de idade, e não tinha aindaobtido o grau de Mestre das Artes. Suas obrigações iniciaram emOutubro, no período deste ano.

Canon Overton oferece a seguinte explanação das obrigaçõesvinculadas a esses ofícios: -- "Ser professor de Grego não significageralmente, lecionar Grego; este é um termo técnico, e cujaexplicação ilustra a tradição da religiosidade, assim como aaprendizagem que pertencia ao Lincoln College. O objetivo eragarantir alguns tipos de instrução religiosa a todos os universitários;e para este propósito, um oficial especial era designado, com osalário modesto de 20 libras por ano, para quem se incumbisse de serum professor, toda semana, no Saguão do Colégio, a que todos os

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estudantes deveriam atender, do Testamento Grego. Quando setornava um grupo instruído, a preleção era colocada na Línguaoriginal; mas o verdadeiro objetivo era ensinar teologia, não Grego.A obrigação de um 'Moderador de Classes" era sentar-se no Saguãodo Colégio, e presidir as "Disputas", que acontecessem no LincolnCollege, todos os dias na semana, exceto aos domingos".

Durante muitos anos, ele manteve este ofício, no qual ele diz,não poderia evitar adquirir alguns graus de perícia no argumentar, e,especialmente, no detectar falácias plausíveis, o que lhe trouxevantagens em suas muitas controvérsias; e ele louvava a Deus por lhedar "esta destreza honesta".

Wesley obteve seu grau de mestre, em 14 de Fevereiro de1727. Ele entregou três preleções na ocasião – uma sobre a FilosofiaNatural, de Anima Brutorum; outra sobre Filosofia Moral, de De JulioCaesare; e uma terceira sobre Religião, de De Amore Dei. Dizem queele ganhou considerável reputação neste debate. Seu grau deu a eleuma vantagem, que ele agradavelmente saudou: ele o colocou emmaior liberdade para escolher seu próprio empreendimento, e uma vezque, como ele disse, ele conheceu suas próprias deficiências, melhor, equais delas necessitavam mais de serem supridas, ele esperougrandemente tirar proveito, através de sua liberdade.Antecipadamente, ele estabeleceu o seguinte plano de estudos, do qualele não se permitia desviar: -- as segundas e terças-feiras eramdevotadas aos historiadores e poetas clássicos Gregos e Latinos; asquartas-feiras, para lógica e ética; as quintas-feiras para Hebraico eÁrabe; as sextas-feiras, para metafísica e Filosofia Natural; ossábados, para oratória e poesia, principalmente composição; osdomingos, teologia. Nas horas intermediárias entre esses, dos estudosmais fixos, ele lia Francês, e uma grande variedade de autoresmodernos em quase todas as áreas de ciência. Ele seguiu o método deprimeiro ler um autor regularmente; e, então, em uma segunda leitura,transcrever importantes passagens, quer devido à informação que elastransmitiam, ou às suas bonitas expressões.

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Em um dos seus sermões ele anota as seguintes observaçõessobre sua conduta naquele tempo: --

"Quando agradou a Deus me dar uma resolução firme paraser, não um cristão nominal, mas um cristão real (estando, então, comvinte e dois anos de idade), meu conhecimento era tão ignorante deDeus, quanto de mim mesmo. Mas existia esta diferença: Eu sabia daminha própria ignorância; eles não sabiam da deles. Eu fracamenteesforçava-me para ajudá-los, mas em vão. Entretanto, eu mecertifiquei, através de uma triste experiência, que, até mesmo suasconversas inofensivas, assim chamadas, refreavam todas as minhasboas resoluções. Mas como me livrar em boa hora deles, era aquestão que eu tentava, repetidas vezes, revolver em minha mente. Eunão vi maneira possível, exceto se agradasse a Deus me remover paraoutro colégio. E ele assim o fez, de uma forma totalmente contrária atoda a probabilidade humana. Eu fui eleito Membro do Conselho deum colégio, onde eu não conhecia pessoa alguma. Antes, eu pressupusque abundância de pessoas viria me ver, tanto por amizade,civilidade, ou curiosidade, e que poderia ter novos e velhosconhecidos. Mas agora estabeleci meu plano. Entrando, por assimdizer, em um novo mundo, eu resolvi não travar conhecimento, pelachance, mas por escolha, e escolher tais, apenas que eu tivesse razãopara acreditar que me ajudaria em meu caminho para o céu. Emconseqüência disto, eu observei estritamente o temperamento ecomportamento de todos que me visitaram. Eu não vi motivo parapensar que a maior partes desses verdadeiramente amavam outemiam a Deus. Tal familiaridade, portanto, eu não escolhi; eu nãopoderia esperar que eles me fizessem algum bem. No entanto, quandoalgum deles vinha me ver, eu me comportava tão cortesmente quantopudesse. Mas a pergunta, 'Quando você virá me ver', retornava semresposta. Quando eles vinham algumas poucas vezes, eu ainda medeclinava de retribuir a visita, até que não os vi mais. Abençoado sejaDeus, isto tem sido minha regra invariável, por quase sessenta anos.Eu sabia que muitas censuras se seguiriam. Mas eu não me movi, umavez que eu sabia perfeitamente bem, que era meu chamado seguir,'através do mau e do bom relato'".

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Essas últimas palavras estão apropriadamente colocadas nasbordas dos três quadros esculpidos da Virtude de Wesley, depois dapintura de Williams.

Ele parece, nesta época, ter apreciado o espírito de um recluso,porque ele diz em uma de suas cartas a sua mãe (19 de Março de1727): "A conversa de uma ou duas pessoas, dos quais você me ouviufalar a respeito (e espero nunca sem gratidão), primeiro tirou meugosto pela maioria dos outros prazeres; tanto que eu os desprezo, emcomparação a este. Desde então, dei um passo adiante, paradesprezá-los, completamente. No momento, estou tão pouco desejoso,até mesmo de companhia – o mais elegante entretenimento próximoaos livros – que, exceto se as pessoas tiverem uma mudança depensamento religioso, eu fico muito mais satisfeito, sem elas".

"Eu penso que é um firme temperamento de minha alma, queeu prefira, pelo menos, por algum tempo, tal retraimento, de maneiraa isolar-me do mundo, para a condição em que agora me encontro.Não que este seja, de modo algum, desagradável a mim, mas euimagino seria mais proveitoso estar em um lugar, onde euconfirmasse ou implantasse em minha mente, quais hábitos eu prefiro,sem interrupção, antes que a flexibilidade da juventude acabe".

Uma escola em Yorkshire foi proposta a ele. Ela se situa emum pequeno vale, "assim confinado entre duas colinas, dificilmenteacessível de qualquer lado; de maneira que você pode esperar poucaspessoas de fora, e dentro, não existe alguma, afinal". Isto pareceuoferecer o que ele desejava, mas, por alguma razão inexplicável, aproposta não foi renovada. Mais tarde, será visto quãofreqüentemente, quando na agitação de sua obra pública, ele almejatais condições de paz e retraimento, do qual ele, repetidas vezes, sedesviava por conta da trombeta do chamado do dever. Como, em umaocasião, depois de pregar, em um lugar atrativo, ele exclamou:"Quanto dias eu passaria aqui, eu fosse fazer minha própria vontade?Mas não deve ser assim; eu devo fazer a vontade Dele que me enviou,

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e terminar sua obra. Assim sendo, este é o primeiro dia que eu passoaqui, e, talvez, seja o último". E novamente: "Quão prazerosamente,eu passaria algumas semanas nesta solidão deliciosa. Mas eu nãodevo descansar ainda. Por quanto tempo, Deus me dê força para otrabalho, eu devo usá-la".

O hábito de levantar-se cedo, deve ter acontecido em algumlugar, por volta desta época, e ele continuou isto, através de sua vida.No sermão sobre "Redimir o Tempo", ele faz a seguinte afirmação:"Se alguém deseja saber exatamente que quantidade de sono suaprópria constituição requer, ele pode muito facilmente fazer oexperimento que eu fiz, a cerca de sessenta anos atrás. Eu, então,acordei todas as noites, por volta da meia-noite à uma, e me mantiveacordado por algum tempo. Eu rapidamente conclui que isto surgiudo fato de eu ficar deitado por mais tempo do que a naturezarequereu. Para ficar satisfeito, eu procurei um despertador, que meacordou na manhã seguinte, às sete horas da manhã (perto de umahora mais cedo do que eu me levantei no dia anterior); ainda assim,eu fiquei acordo até a noite. Na segunda manhã, eu me levantei ásseis; mas, não obstante isto eu me mantive acordado a segunda noite.Na terceira manhã, eu me levantei às cinco horas. Todavia, fiqueiacordado a terceira noite. Na quarta manhã, eu me levantei ás quatrohoras (o que, pela graça de Deus, eu tenho feito, desde então); e nãofiquei acordado mais. E eu agora não fico acordado (durante o ano),um quarto de hora consecutivo em um mês. Pelo mesmo experimento,levantando, mais e mais cedo, cada manhã, qualquer um pode saberquanto sono ele realmente necessita".

O Reitor de Epworth e Wroot [pai de Wesley] estava agoraidoso e enfermo. Ele teve uma vida muito ativa; passou por muitosproblemas, e não conheceu poucas privações. Sua saúde estavadebilitada, e a paróquia de Wroot não estava em melhores condiçõesde saúde. Ela era uma vila distante de Epworth, por volta de cincomilhas, e cercada por pântanos, de maneira que freqüentemente,quando o nível das águas estava baixo, a jornada de um local paraoutro podia ser feito apenas por barco, e no inverno era sempre

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perigoso. Ele ganhou o nome de Wroot-fora-da-Inglaterra, devido suainacessível localidade. Pareceu agradável que John viesse paraEpworth e ajudasse seu pai em sua obra. Assim sendo, depois de fazeruma visita a seu irmão Samuel em Westminster, ele seguiu paraLincolnshire, no início de Agosto de 1727. Uma vez que Wroot foidesignada a ele, como sua esfera de trabalho, seu pai e eleocasionalmente alternavam. Não fazia muito tempo que residia lá,quando ele foi atacado com febre intermitente, uma doença comum navizinhança, considerada endêmica pelas condições da terra. Com estaenfermidade sobre ele, ele viajou a cavalo para Oxford, para favorecerDr. Morley, retornando da mesma maneira para Wroot, depois de umapermanência de alguns dias, embora, diversas vezes, muito doente naestrada. Freqüentemente no futuro, ele viajaria e trabalharia, quandonas dores da enfermidade!

A seguinte carta, escrita para Wesley, no encerramento desteano, por um Membro de seu próprio colégio, confirma a afirmação porum dos seus primeiros biógrafos, de que "o conhecimento geral, eagradável conversa do Sr. Wesley, o fez estimado por todos os seusconhecidos em Oxford. Ele foi o companheiro mais engajado einstrutivo; aberto e comunicativo com seus amigos, e civilizado eprestativo a todos": --

Lincoln College, 28 de Dezembro de 1727

Senhor,

'Ontem eu tive a satisfação de receber sua delicada eprestativa carta, por meio da qual, você me deu um exemplo singulardaquela bondade e civilidade que é essencial ao seu caráter, efortemente me confirmou os elogios que são feitos a você nesteaspecto, por todos que têm a felicidade de conhecê-lo. Isto me fazinfinitamente desejoso de sua familiaridade. E, quando eu consideroaquelas qualidades iluminadas que eu ouço diariamente mencionadasa seu louvor, eu não posso deixar de lamentar o grande infortúnio quetodos temos, na ausência de tão agradável pessoa do colégio, mas eu

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me satisfaço com os pensamentos de ver você aqui na reunião decônegos, e da felicidade que teremos em sua companhia no verão.Neste meio tempo, eu retorno a você, os mais sincerosagradecimentos por este favor, e lhe garanto que, se estiver em meupoder, alguma vez, servi-lo, ninguém estará mais pronto para fazeristo, do que --

Senhor,Seu mais prestativo e humilde servoLew Fenton

Eu não achei improvável que, no curso ordinário das coisas,Wesley permanecesse no retiro da vida paroquial, ajudando seu pai,até o fim dos dias dele, e, possivelmente, o sucedendo em Epworth.Mas, em direção ao encerramento de 1729, ele foi convocado, pelo Dr.Morley, Reitor do Lincoln College, para retornar a Oxford. Dr.Morley diz: "No encontro da sociedade, logo depois que eu deixei ocolégio, para considerar o método próprio de preservar a disciplina eo bom governo; em meio às diversas coisas concordantes, na opiniãode todos que estavam presentes, julgou-se necessário que os Membrosjuniores, que seriam escolhidos Moderadores, deveriam, em pessoa,atender às obrigações de seu ofício, se eles não convencerem algunsde seus Membros a exercerem a função por eles... Nós esperamos quepossa ser vantagem para você residir no colégio, tanto quanto ondevocê se encontra, se você tiver alunos, ou pode conseguir um curatona vizinhança de Oxon. Seu pai certamente tem outro curato, emboranão tanto de sua satisfação; ainda assim, estamos persuadidos queisto não fará com que ele impeça seu retorno para o colégio, desdeque o interesse do colégio e obrigação do estatuto requeira isto".

Tal carta não poderia deixar de receber uma resposta. Opróprio Wesley sentiu as atrações da vida Universitária, e seu pai,igualmente rígido em submeter-se e impingir obediência à autoridade,tinha tamanha consideração pelo Dr. Morley, e lembrava-se grato desuas obrigações para com ele, que acostumava a dizer: "Eu não possorecusar coisa alguma ao Dr. Morley". Wesley pensou pouco, ao

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despedir-se de seu rebanho em Wroot, e da querida casa em Epworth,quais grandes questões dependiam de sua entrada novamente nassombras do Lincoln College.

Wesley retornou para Oxford em 22 de Novembro de 1729.Oxford apresentava agora, além disso, uma nova atração para ele.Como foi dito acima, seu irmão passou por uma mudança acentuadano caráter e hábitos, aparentemente, sem o uso de alguns meiosespecíficos. Em seu segundo ano, ele começou a ser mais sério em seucomportamento geral, e a manifestar uma preocupação profunda coma salvação de sua alma. Para que ele mantivesse uma vigilância estritasobre si mesmo, ele pediu conselho a seu irmão, para manter umdiário, e anotar o estado de sua mente e os feitos do dia. Eleacrescentou: "Deus acha adequado (isto possa aumentar minhaprudência), negar sua companhia e assistência, no momento. Seráatravés Dele me fortalecer, que eu confio, manterei meu alicerce atéque nos encontremos. E eu espero que, nem antes, nem depois destetempo, eu possa reincidir, para meu estado anterior de inconsciência.Através dos meios que você utiliza, eu acredito firmemente que Deusirá estabelecer o que ele começou em mim; e não existe pessoaalguma que tão prontamente seja instrumento de Deus em minha vida,como você. É devido em grande medida á oração de algumas pessoas(da minha mãe, mais adequadamente), que eu cheguei a pensar comofaço agora; porque eu não posso dizer a mim mesmo, como ouquando, eu despertei de minha letargia, apenas, que não foi muitotempo depois que você foi embora".

Com o passar do tempo, ele se tornou, mais e mais, sincero nobuscar a religião, ao se empenhar em fazer o bem de vários tipos, e emtentar despertar a atenção para a religião nas mentes de alguns de seuscolegas estudantes. Em Maio deste ano, ele escreveu para seu irmão:"A Providência tem, no momento, colocado em meu poder, fazeralgum bem. Eu tenho algumas vidas jovens, despretensiosas, bemdispostas, próximas a mim; e estou grato a Deus que, de certa forma,tenho sido instrumento em mantê-los assim. Eles estiveram em mãosdesprezíveis e estão agora libertos. Eles não se atreviam a receber o

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Sacramento, a não ser nos momentos de costume, por medo querissem deles. Ao convencê-los do dever de comunicar freqüentemente,eu prevaleci sobre nós em receber uma vez por semana. Eusinceramente anseio, e desejo, que o abençoado Deus esteja prontopara me entregar a você. Eu estou consciente que este é meu dia degraça; e que, empregar o tempo, antes de nosso encontro e próximapartida dependerá, em grande medida, de minha condição ara aeternidade".

John passou alguns poucos dias do mês seguinte, em Oxford.Se Charles se referiu àquele tempo, ou teve alguma esperança de umintercurso mais prolongado com seu irmão, isto não aparece. Naquelabreve visita, no entanto, John viria, pela primeira vez, o início daquelaque foi tão grande obra na terra, e ouvir, concernente a alguns poucosinquisidores esforçados um apelido desdenhoso, que se tornaria osímbolo do Cristianismo fervoroso em todos os cantos do globo. Masà Charles, como instrumento, pertence a honra de iniciar esta obra;que ele, portanto, em suas próprias palavras a descreva. Ao escreverao Dr. Chandler, ele diz: "Meu primeiro ano no colégio, eu perdi emdiversões; o próximo eu me dediquei ao estudo. A diligência meconduziu a pensar seriamente; eu fui para o Sacramento semanal, epersuadi dois ou três jovens estudantes a me acompanharem, eobservarem o método de estudo prescrito pelos estatutos daUniversidade. Isto me deu o nome inofensivo de Metodista. Nosegundo semestre, meu irmão deixou seu curato em Epworth e veiopara nossa assistência. Nós, então, prosseguimos regularmente emnossos estudos, e em fazer o bem que pudéssemos aos corpos e almasdos homens".

Este é um indicativo da baixa condição de disciplina naUniversidade naquele tempo, para que uma atenção estrita aos seusestatutos pudesse trazer surpresa. O que foi escrito em Oxford, trintaanos depois, também reflete a condição das coisas naquele tempo,como Os Estudos em Oxford, de J.R. Green, e outras obras históricasclaramente testificam.

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Quão grandes controvérsias tiveram sua origem em incidenteslevianos. A vida de um jovem estudante volúvel passava por umamudança; de maneira que este jovem se tornou um dos mais docessalmistas que a Igreja Cristã conheceu. Seus números são cantadossobre a face dos continentes; neles, o Evangelho é cantado em muitasterras, e em muitos Línguas; e alimentam a vida espiritual de milhões.Cabeças coroadas, e filhos exaustos do campo igualmente cantam.Mas qual é o significado deste nome de reprovação que é fixado sobreesses três jovens? O grupo, através de objetivos comuns, se emmenosprezo apenas ou por escolha, os une. Ele dá a eles, novosinteresses comuns. Ele os distingue dos seus companheiros. Ele dálimitação às profissões formadas pela metade. Neste caso, esta erauma profissão de rompimento das companhias alegres e negligentes;uma profissão de disciplina, de devoção, de dever; uma profissão deum desejo, pelo menos, viver uma vida religiosa. Ele se tornou umemblema ao redor do qual, outros se ajuntariam. Hoje ele distinguemais de vinte e cinco milhões de pessoas!

CAPÍTULO III

Oxford: Vida Universitária

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Deste tempo, Wesley escreve: "No ano de 1729, eu começo,não apenas a ler, mas a estudar a Bíblia, como o único padrão daverdade, e o único modelo da religião pura. De onde eu vejo, em umaluz cada vez mais clara, a indispensável necessidade de ter a menteque havia em Cristo, e de caminhar como Cristo também caminhou;não apenas tendo parte, mas toda a mente que havia Nele; e decaminhar como Ele caminhou, não apenas em muitas ou na maioria,mas em todas as coisas. E esta foi a luz, em que, naquele momento, eugeralmente considerei a religião, como um seguir uniforme de Cristo,uma conformidade interior e exterior com nosso Mestre. Nem euestava temeroso de alguma coisa mais, do que submeter-me a estaregra para a minha própria experiência, ou de outros homens; em mepermitir, de maneira alguma, a menor desconformidade com nossogrande Exemplar".

Em obediência aos chamados que ele recebera do Dr. Morley,Reitor do Lincoln College, retornou para Oxford, para encarregar-sedos alunos, onze dos quais, imediatamente, ficaram sob seu cuidado.Aqui ele encontrou uma sociedade Metodista iniciante, embora queainda sem um nome definido; consistindo de Charles e doiscompanheiros, aos quais se juntou imediatamente, e através dos quais,ele rapidamente foi reconhecido como um líder espiritual. Sob suadireção, a pequena comunidade logo se transformou em uminstrumento de propaganda espiritual, e gradualmente aumentou emnúmero e influência – uma pequena semente que, mais tarde, tornou-se uma grande árvore.

Em seu, Breve História do Metodismo, publicado alguns anosmais tarde, Wesley dá o seguinte relato: - "Em Novembro de 1729,quatro jovens cavalheiros de Oxford — Sr. John Wesley, membro doLincoln College; Sr. Charles Wesley, estudante da Igreja de Cristo;Sr. Morgan, homem do povo, da Igreja de Cristo; e o Sr, Kirkham, doCollege Merton —, começaram a passar algumas tardes da semana,lendo, principalmente, o Testamento Grego. No ano seguinte, dois outrês dos alunos do Sr. John Wesley desejaram a liberdade de seencontrarem com eles; e, logo depois, um dos alunos de Charles

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Wesley. Foi em 1732, que o Sr. Ingham, do Queen’s College, e Sr.Broughton, de Exeter, foram somados ao número deles. A esses, emAbril, juntaram-se o Sr. Clayton, de Brazen-nose, com dois ou três deseus alunos. Por volta da mesma época, o Sr. James Hervey foipermitido encontrar-se com eles; e em 1735, o Sr. Whitfield". Ele diz:"Eles eram todos membros zelosos da Igreja da Inglaterra; nãoapenas tenazes, em todas as doutrinas delas; até onde eles asconheciam, mas de todas as suas disciplinas, nas menorescircunstâncias. Eles eram, igualmente, observadores zelosos de todosos Estatutos da Universidade, e isto, por causa da consciência. Maseles observaram que nem esses, nem qualquer coisa além do que elesconceberam estavam em ligação estreita com o único livro deles, aBíblia; sendo o único desejo e desígnio deles serem cristãos bíblicossinceros; tomando a Bíblia, como é interpretada pela igreja primitivae nossa própria, como a regra total e única deles".

Este foi o "Clube Santo" do qual Wesley foi, devido suasabedoria, chamado de Curador. Esses foram os "Fanáticos Bíblicos";"Traças Bíblicas", quem seus escarnecedores diziam, fartarem-se deBíblia, como as traças das roupas; e contra os quais eram dirigidos aszombarias e escárnio dos negligentes. Mas a oposição dos espíritosmundanos, pelos quais eles estavam cercados não os impediu em seusublime propósito, enquanto sua coragem e simplicidade de objetivotornaram-se mais óbvias. Eles não confinaram a atenção deles, cadahomem, em sua própria alma, ou geralmente no bem-estar da pequenacomunidade ou grupo, mas buscaram resgatar outros jovensestudantes de seus caminhos pecaminosos, e conduzi-los à vidareligiosa; eles visitaram a prisão e a fortaleza, onde eles leram asorações, nas quartas-feiras e sextas-feiras, e administraram oSacramento uma vez por mês; eles levantaram dinheiro, e procuraramlivros, ajuda médica, e outras necessidades para os pobresprisioneiros; visitaram e ajudaram as famílias pobres, e ensinaram emescolas e em casas de correção. Em todas essas Wesley assumiu ocomando. Ele mesmo fundou uma das escolas, pagou as professoras, evestiu algumas, se não todas as crianças.

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Ao pregar em Dress, muitos anos depois, ele diz que, enquantoestava em Oxford, "em um dia frio de inverno, uma jovem criada(uma daquelas que cuidavam da escola), visitou-se. Eu disse: 'Vocêparece subnutrida. E você tem alguma coisa para vestir, a não sereste linho fino?'. Ela respondeu: 'Senhor, isto é tudo que tenho'. Eucoloquei minha mão em meu bolso, mas certifiquei-me que eu nãotinha dinheiro restante, depois de ter gastado tudo que eu tinha. Istoimediatamente me veio à mente, será que teu Mestre diria, 'Bem feito,bom e fiel mordomo? Tu adornaste os muros com o dinheiro que teriaabrigado esta pobre criatura do frio! Ó, justiça! Ó, misericórdia!Esses quadros não são feitos com o sangue dessa pobre criada?'".Assim, ele insistiu com seus ouvintes, a "não ajuntarem coisaalguma; sim, pior do que isto, com o que poderia vestir um pobre, nu,e trêmulo de frio, cidadão". E em outra ocasião, quando prega sobre OCaminho Mais Excelente, ele exorta: "Em Primeiro Lugar, se vocênão tem família, depois de ter providenciado para si mesmo, dê tudoque restar". "Esta", ele diz, "foi a prática de todos os jovens deOxford, que eram chamados de Metodistas. Por exemplo: Um deles[ele mesmo] tinha trinta libras por ano. Ele viveu com vinte e oito, eabriu mão de quarenta xelins. No ano seguinte, recebeu sessentalibras, ele ainda viveu com vinte e oito, e deu trinta e duas. Noterceiro ano, ele recebeu noventa libras, e deu sessenta e duas. Noquarto, ele recebeu cento e vinte libras. Ela inda viveu, como antes,com vinte e oito libras; e deu ao pobre, noventa e duas. Este não foi ocaminho mais excelente?

Assim, nas obras de benevolência e serviço cristão, em meio àmaldade abundante, esses jovens viveram na pureza da vida,fortalecendo uns aos outros, na fé e prática santa, vivendo como luz nomundo, manifestando a palavra de vida, em meio a uma geraçãoverdadeiramente desonesta e perversa. Mas este zelo exterior não foimantido sem a maioria dos diligentes exercícios religiosos. A rigorosavigília que Wesley manteve sobre si mesmo naquele tempo, e osesforços ardorosos que ele fez para promover seu progresso espiritual,são notavelmente exibidos em O Esquema de Auto-Exame, que elenos diz, foi usado pelos primeiros Metodistas em Oxford, e que foi

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indubitavelmente sua compilação. O documento é extremamenteinteressante, não apenas como amostra da vida interior da pequenacomunidade Metodista, mas, aqui especificamente, como lançandouma luz sobre o sistema severo de autodisciplina que Wesleycostumava impor, com a mais rigorosa precisão, sobre si mesmo, e oque ele estimulava junto aos outros.

Um Esquema de Auto-exame Usado pelos PrimeirosMetodistas em Oxford

Domingo --- Amor a Deus e Simplicidade: Cujos meiossão:

Oração e Meditação

1. Eu tenho sido simples e coerente em tudo que eu digo oufalo? (1) Simples em todas as coisas, ou seja, olhado para Deus; meuDeus, meu Exemplo, meu único Desejo, meu Árbitro, Origem do bem;agido totalmente para Ele; adequando meu entendimento com a açãopresente ou hora? (2) Coerente? Ou seja, este simples propósito édistinto e ininterrupto? Com a finalidade de mantê-lo assim, eu tenhousado as marcas, como combinado com meus amigos, onde quer queeu esteja? Eu tenho feito qualquer coisa, sem uma prévia percepção deque aquilo se trata da vontade de Deus? Ou sem a percepção de queseja um exercício ou meios de virtude, para aquele dia? Eu tenho ditoalguma coisa, sem isto?

2. Eu tenho orado com fervor? Ao ir para a Igreja, e quandosaio dela? Dentro da igreja? De manhã, e tarde, em privativo?Segunda, quarta e sexta-feira, com meus amigos, ao amanhecer?Depois de me deitar? No sábado ao meio-dia? Todo o tempo que euesteja engajado em uma obra exterior pessoal? Antes de me dirigir aum local público ou oração privada, para obter ajuda? Onde quer queeu esteja, eu vou à igreja de manhã e a noite, exceto se para amisericórdia necessária? Eu gasto uma a três horas em privativo? Naoração pessoal, eu freqüentemente faço uma interrupção breve e

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observo se há fervor? Eu a tenho repetido diversas vezes, até que euatento para cada palavra? Quando no começo de cada oração ouparágrafo, eu tenho reconhecido que eu não posso orar? Euinterrompo, antes de concluir em Seu nome, e me referir ao meuSalvador agora intercedendo por mim, à mão direita de Deus, eofereço essas orações?

3. Eu uso devidamente as exclamações? Ou seja, a toda hora,eu oro por humildade, fé, esperança, amor, e em especial, virtude parao dia? Considero com quem eu estive a última hora, o que fiz, ecomo? Com respeito à lembrança, amor ao homem, humildade,abnegação, resignação, gratidão? Considero a próxima hora, nosmesmos aspectos, e ofereço tudo que faço ao meu Redentor, peço suaassistência em cada pormenor, e recomendo minha alma ao seucuidado? Tenho feito isto deliberadamente, sem pressa, seriamente,sem fazer nada mais, naquele momento, e tão ardorosamente quantoeu posso?

4. Eu oro devidamente por virtude para o dia? Ou seja, oro porela, quando saio e quando entro? Deliberada, séria, e fervorosamente?

5. Eu uso da Coleta [oração que na missa precede a epístola],às nove horas, doze, e quinze horas? E dou graças antes e depois decomer? Em voz alta, em minha própria sala? Deliberada, séria, efervorosamente?

6. Eu medito devidamente? Todo dia, exceto se pelamisericórdia necessária? (1) Desde as seis horas, etc, para as orações?(2) Das quatro às cinco horas da manhã? No que for específico para aprovidência daquele dia? Como a virtude do dia deve ser mostradajunto a ela? Como isto é frustrado? (Aqui as faltas) (3) No domingo,das seis a sete horas com Kempis? Das três às quatro, sobre aredenção, ou os atributos de Deus? Quarta e sexta-feira, do meio-dia àuma hora, sobre a Paixão? Antes de terminar um livro, no que euassinalei nele?

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Segunda-feira – Amor ao Homem

1. Eu tenho sido zeloso e ativo no fazer o bem? Ou seja: (1) Eutenho aproveitado toda oportunidade possível, para fazer o bem,prevenir, remover ou diminuir o mal? (2) Eu tenho exercido isto comtoda minha força? (3) Eu considero alguma coisa muito importante,para partilhar ou para servir ao meu próximo? (4) Eu gasto uma hora,pelo menos, todos os dias, para falar com um ou com outro? (5) Eudesisto de alguém, até que ele expressamente renuncie a mim? (6)Antes de falar com alguém, eu procuro conhecer, até onde eu posso,seu temperamento, modo de pensar, vida passada, e obstáculospeculiares, internos e externos? Eu fixo o ponto a ser alcançado?Então, os meios para isto? (7) Ao falar com ele, eu proponho osmotivos, então, as dificuldades, e pondero sobre eles, e, então, oexorto a considerar a ambos, calma e profundamente. E orarsinceramente por ajuda? (8) Ao falar com estranhos, eu explico o quea religião não é? (nem negativa, nem externa) e o que ela é? (orecuperar a imagem de Deus), procurando saber em que passo eleparou, e o que o fez parar ali? Eu o exorto e dirijo? (9) Eu procuropersuadir a todos que atendam às orações públicas, sermões esacramento; e, em geral, a obedecerem as leis da Igreja Universal, aIgreja da Inglaterra, o Estado, a Universidade, e seus respectivoscolegas? (10) Quando reprovado por algum ato de desobediência, eu oconfesso, e revido o ataque com delicadeza e ardor. (11) Eu contestoalgum ponto prático, exceto se ele tiver que ser praticado naquelemomento? (11) Na discussão: (1) Eu desejo que ele defina os termosda questão; limitá-la; o que ele admite e o que ele nega? (2) Demoroem dar a opinião? Deixo que ele explique e prove a sua? Então,insinuo ou faço objeções? (13) Depois de cada visita, eu perguntoàquele que veio comigo: "Eu disse alguma coisa errada?". (14)Quando alguém me pede conselho, eu o direciono e exorto com todomeu poder?

2. Eu me regozijo com meu próximo e por causa dele, navirtude ou prazer? Eu me aflijo com sua dor, ou porque ele está empecado?

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3. Eu recebo suas enfermidades com piedade, e não ira?

4. Eu penso ou falo indelicadamente dele ou com ele? Eurevelo algum mal de alguém, exceto se necessário para algum bemespecífico que eu tenha em vista? Eu, então, faço isto com todaternura, e de maneira consistente com esta finalidade? De algumamaneira pareço aprovar aqueles que fizeram o contrário?

5. A boa vontade é e parece ser a fonte de todas as minhasações em direção a outros?

6. Eu uso de intercessão devidamente? (1) Antes? (2) Depoisde falar com alguém? (3) Com meus amigos no domingo? (4) Commeus alunos na segunda-feira? (5) Com aqueles a quem eupessoalmente desejo, na quarta e sexta-feira? (6) Com a família com aqual estou todos os dias?

Uma carta de um dos colegas íntimos de Wesley, RobertKirkham, um dos primeiros da Band dos Metodistas de Oxford, lançauma nova luz quanto aos sentimentos de Wesley naquele tempo.Wesley tinha visitado Kirkham, em sua casa, em Stanton,Gloucestershire, e fora recebido com boas-vindas. Aqui elefamiliarizou-se com a irmã de Kirkham, Betty, e parece ter ficadoimpressionado com seu charme; nem ela pareceu indiferente aosatrativos pessoais de Wesley. Isto não escapou da observação de seuirmão. Escrevendo a Wesley, Kirkham diz :—

2 de Fevereiro de 1727

Seu caráter meritório, e fantástico; sua educação pessoalnotável; seus nobres dons de mente; sua pessoa simples e bonita, esua conversa prestativa e amável têm sido o agradável objeto denossa conversa por algumas horas prazerosas. Você freqüentementeestá nos pensamentos de Srta. B. [Srta. Betty], que eu curiosamenteobservei, quando sozinho com ela, através de sorrisos, sinais, e

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expressões com respeito a você. Isto é suficiente? Esta manhã, eu apeguei de joelhos, em uma postura humilde e devota... Há muito, euespero que você supra a ausência de meu pai. Mantenha o conselho equeime esta, quando ler atentamente. Você terá as minhas razões emminha próxima carta. Eu devo concluir, e subscrever-me, seu afetuosoamigo, e irmão, eu desejo que possa me escrever,

Robert Kirkham.

A irmã de Wesley, Marta, parece ter despertado os ternossentimentos dele, porque em uma carta próxima a esta data, ela diz:"Quando eu soube que você havia retornado de Worcestershire, ondeeu suponho viu sua Varanese [um nome fictício e fantasioso para Srta.Krkiham, usada de acordo com o costume do tempo], eu, então, cessede me surpreender com seu silêncio, porque a visão de tal mulher,'tão notável, tão amada', bem poderia fazê-lo esquecer-me. Eurealmente tenho um grande respeito por ela, assim comonecessariamente tenho por alguém que seja tão querido a você".

Uma correspondência, com a Sra. Pendarves, mostra queWesley, então, reteve sua paixão por Varanese, e que não foi sua faltaque isto não conduzisse a uma união duradoura. Porque, por mais detrês anos, Wesley manteve uma correspondência com a Srta. BettyKirkham, e falou dela, carinhosamente; mas em 1731, sua amizade foiinterrompida, se pela interferência de seu pai, ou pela preferência delapor outro, não ficou determinado. Parece provável que ela se casoucom o Sr. Wilson, e morreu no ano de 1732.

A intimidade de Wesley com a Srta. Betty Kirkham o conduziuà familiaridade com uma amiga de sua irmã, Sra. Pendarves, a filhamais velha de Bernard Granville, e sobrinha de lorde Lansdowne. Elase casou cedo, aos dezessete anos, e, com vinte e três, estava viúva.Ela era uma brilhante senhora da Corte, opulenta, talentosa, educada, ebonita; familiarizada com tudo que aquele nível social e costumepodiam dispor; ainda assim, dizem que era doce e modesta,inteligente, e inquiridora; tão feliz na vida do campo, como se nunca

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tivesse conhecido uma Corte, ou brilhado nas assembléias de Londres;como se a assembléia e a ópera fossem completamente estranhas a ela;e, acima de tudo, ela era interessada, e preocupada com respeito aosassuntos da devoção religiosa e dever. Não é de se surpreender que ojovem colegial, com a mente aberta para todo charme do refinamentoe bondade, assim como para toda graça de pessoa, estivessecompletamente deslumbrado e envolvido.

Wesley e a Sra. Pendarves corresponderam-se livremente; elesob o pseudônimo de Cyrus, e ela de Aspásia. Diversas cartas estão naVida e Correspondência da Sra. Delany, de Lady Llanover. Dr. Rigg,que teve a oportunidade de examinar toda a correspondência diz:

"Em todas as outras correspondências anteriores, assim comoposteriores, deste período de sua vida, Wesley é sempre claro, limpo,e parcimonioso nas palavras; simples, inocente e impassível. Nestacorrespondência, ao contrário, ele é formal, sentimental, e quase sepoderia dizer afetado; certamente, artificial, e, algumas vezes,excessivo, quando fala da própria lady, ou tenta fazer-lhe um elogio.Alguém poderia quase se surpreender, como a lady, que nunca secomporta de maneira inadequada, e cujo estilo é sempre natural eapropriado, fosse capaz de suportar o estilo no qual ele se endereçavaa ela".

"É apenas, quando uma questão de casuística religiosa, ou deteologia, ou de dever, ou de devoção, era tratado, que Wesley volta aser ele mesmo; então, seu estilo está singularmente em contraste como que ele é, com respeito aos pontos de personalidade ou desentimento. Suas expressões de respeito e admiração são tãoextravagantes, como se ele pertencesse a um romance espanhol; suasdiscussões são simples e frugais. É difícil entender como o mesmohomem pode ser o escritor de todas essas cartas".

Esta correspondência parece ter continuado até Agosto de1731, quando a Sra. Pendarves foi residir na Irlanda; e, embora sejaprovável que Wesley escreveu para ela, mais de uma vez, depois disto,

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ainda assim, ela não escreveu para ele, num intervalo de três anos, atéque retornou para a Inglaterra. Então, ficou muito tarde. Duranteaqueles anos, Wesley avançou grandemente, no caráter e na devoçãoséria, para os propósitos sublimes de seu chamado, e ganhou umainfluência maior e mais ampla como líder e guia espiritual. Dr. Rigg,apropriadamente observa que, "em adição ao interesse curioso destacorrespondência, ela revela um segundo plano do caráter natural quenos capacita a ver em uma luz muito mais clara o maduro, e em boaparte, transformado, Wesley dos últimos anos. Ele nos revela aextrema suscetibilidade natural de Wesley para o que quer que fossegracioso e agradável em uma mulher, especialmente, se unido aovigor mental e excelência moral ... Ele foi naturalmente umadmirador da natureza feminina, pelo menos, um admirador de taismulheres. Uma cortesia quase reverente; uma afeição calorosa, maspura; um deleite, mas estrita familiaridade, marcou, através da vida,suas relações com as agradáveis e talentosas mulheres -- foi comesses talentosas mulheres, na maioria das vezes, que ele manteveamizade e correspondência"

Mas, com a vida futura de Wesley em vista, este episódiopropicia alicerce para reflexão sobre o maravilhoso controle daprovidência, que, então, e não até então, impediu a vida destinada paraa heróica abnegação, e para o quase trabalho sem paralelo, no serviçoda Igreja e da raça humana, de contender-se com as limitações dacomum, mesmo que neste caso a distinguida carreira de um pároco, oude um membro do colégio.

Retornando a nossa história, nós nos certificamos que, noinício do ano de 1730, Wesley aceitou, por alguns meses, um curato,oito milhas de Oxford, provavelmente em Stanton Harcourt, do qualseu amigo Gambold ficou incumbido, mais tarde. Ele não ficava muitolonge de South Leigh, onde Wesley pregou seu primeiro sermão. Delá ele cavalgava nos domingos, mas que outro serviço ele fazia, não sesabe. Ele recebeu pagamento, a razão de 30 libras por ano. Este curatopropiciou a ele um novo campo de benefício, e o capacitou a manterseu cavalo, sem privar suas caridades.

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Na primavera do ano seguinte, ele começou a observar osjejuns das quartas e sextas-feiras, depois da prática da Igreja matinal,não provando alimento até as três horas da tarde. Ele nos diz que elese esforçou diligentemente contra todo o pecado; omitiu nenhumasorte de abnegação que ele pensou útil; cuidadosamente usou, tantoem público, como em privado, de todos os meios da graça em todas asoportunidades. Ele não omitiu ocasião de fazer o bem, e por esta razãoele diz que ele suportou o mal. Mas sabendo que tudo isto significavanada, exceto se fosse direcionado em direção à santidade interior, eleobjetivou continuamente a alcançar a imagem de Deus, fazendo avontade de Deus e não a sua própria.

Nesta época, ele e seu irmão começaram a prática deconversarem em Latim, quando estavam sozinhos; uma prática queeles continuaram durante a vida. Na primavera deste ano, ele fez umavisita a Epworth, permanecendo lá, por três semanas. Elescaminharam, de um lado a outro, descobrindo que vinte e quatro ouvinte e cinco milhas eram um dia de jornada, tão fácil e seguro, emtempo quente, quando em tempo frio; e que era fácil lerem enquantocaminhavam, por uma distância de dez ou doze milhas, sem sesentirem fracos ou cansados; e, em seu retorno, Wesley conta a suamãe que o movimento e o sol, juntos, em suas últimas cento ecinqüenta milhas de caminhada, tão completamente eliminaram seus"humores supérfluos", que eles continuaram em perfeita saúde,embora a época em Oxford fosse de muita enfermidade; e, comomuitos pensavam que seu irmão e ele eram muito cuidadosos, ecolocavam fardos em si mesmos, que eles não eram capazes desuportar, ele pede que, se ela os julga, supersticiosos ou fanáticos, deum lado, ou muito remissos de outro, que ela os informe tãorapidamente quanto possível. E, escrevendo ao seu pai, nesta mesmaépoca, ele diz: "Desde nosso retorno, nossa pequena companhia,acostumada a se encontrar no domingo de manhã, reduziu-se a quasenenhuma pessoa, afinal. O Sr. Morgam está doente em Holt; Sr.Boyce está com seu pai em Barton; Sr. Kirkham deve brevementedeixar Oxford; e um jovem cavalheiro que usou ser o quarto homem,

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temeroso e envergonhado, ou mesmo ambos, retornou para oscaminhos do mundo, e cuidadosamente afastou-se de nossaconcordância". Mas, embora ele narre o fato, ele não usa palavraalguma significando desencorajamento de sua parte. Na verdade, talsentimento, tão inteiramente desconhecido na vida anterior, quandohavia tanta oportunidade para isto, não parece ter encontrado lugar, atémesmo neste período inicial. "No entanto", ele acrescenta, "o pobre nafortaleza tinha o evangelho pregado para ele, e algumas de suasnecessidades supridas, e os filhos estavam sendo ainda cuidados".

Em meio às cartas interessantes, escritas por ele, para suasempre sábia conselheira, sua mãe, existe uma datada de 28 deFevereiro de 1732. Ela diz: "Eu reconheço que eu nunca entendi, quea presença real, mais do que da natureza Divina de Cristo, estejaeminentemente presente para conceder, através da operação de SeuEspírito, o benefício de Sua morte para os recebedores meritórios".Ao que ele responde: "Alguma consideração é suficiente para mefazer concordar com seu julgamento, concernente ao SantoSacramento, que é, o de que não podemos admitir que a naturezahumana de Cristo esteja presente nele, sem admitir tanto aconsubstanciação ou transubstanciação. Mas que Sua divindade estátão unida a nós, então, como nunca esteve, a não ser para osrecebedores meritórios, eu firmemente acredito, embora a maneiradesta união seja completamente um mistério para mim". Falando deseus muitos privilégios espirituais, ele pergunta: "O que devo fazerpara tornar todas essas bênçãos efetivas; para conseguir, atravésdelas, aquela mente que estava também em Cristo Jesus? A todos quedão mostras, de não serem estranhos a isto, eu proponho estaquestão, e por que não a você, antes do que qualquer outro? Eu devointerromper minha busca de todo aprendizado, a não ser pelo queimediatamente se incline à prática? Uma vez, eu desejei fazer umamostra justa nas Línguas e Filosofia; mas isto é passado. Existe umcaminho mais excelente, e, se eu não posso obter algum progressonele, sem renunciar a todos os pensamentos do outro, porque,concordo, ainda que, em pouco tempo, devamos ser todos iguais noconhecimento, se formos iguais na virtude".

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"Você diz que 'renunciou ao mundo'. E o que eu tenho feitotodo este tempo? O que tenho feito desde que nasci? Por que eu tenhomergulhado nisto mais e mais. É suficiente: 'Acorda, tu que dormes'.Não existe 'um Senhor, um Espírito, uma esperança de nossochamado?'. Uma maneira de obter aquela esperança? Então, eurenuncio ao mundo assim como você. Esta é a mesma coisa que euquero fazer – tirar minhas afeições deste mundo, e colocá-las em umcaminho melhor. Mas como? Qual o caminho mais certo, e o maiscurto? Não é ser humilde? Certamente este é um passo largo nestecaminho. Mas a questão retorna: Como eu farei isto? Reconhecer anecessidade disto não é ser humilde. Em muitas coisas vocêintercedeu por mim e prevaleceu. Que sabe, nesta também você possater sucesso!".

Essas palavras mostram com que avidez ele se esforçava nabusca da santidade; elas revelam seu espírito dócil e educável; e elesindicam o tipo de autodisciplina a que ele se submeteu – umadisciplina exercida dentro do tranqüilo recinto fechado da vidaUniversitária, que tão bem o ajudou a prepará-lo para as lutasexteriores que ainda viriam.

Em Londres, no mês de Julho deste ano, Wesley familiarizou-se com William Law, que estava, então, vivendo com Gibbons, emPutney, e começou a ler os escritores místicos. Isto, como poderemosver, ultimamente acrescentou um outro elemento à sua complexaexperiência, envolvendo novas perplexidades a serem resolvidas, enovos conflitos a serem suportados. Em 23 de Novembro de 1736, eleescreveu a Samuel Wesley: "Eu penso que a rocha na qual eu quasenaufraguei na fé foram os escritos dos místicos; sob cujo termo eucompreendo todos aqueles que desprezam os meios da graça, e nãoapenas esses". Ele também se tornou conhecido de muitos membrosda Sociedade para a Propagação do Conhecimento Cristão, comcujas reivindicações, ele mais inteiramente simpatizou. Ele foiadmitido na Sociedade em 3 de Agosto deste ano.

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Em 26 de Agosto, o Sr. Morgan morreu. Ele foi um dos trêsprimeiros a serem alcunhados de homens e Metodistas deSupererrogação. Como falsos relatos se espalharam de que sua mortefora ocasionada por excessivo jejum e outras austeridades que osWesleys o induziram a praticar, Wesley escreveu uma longa carta aopai de Morgan, dando algum relato do caráter cristão e as obras decaridade de seu filho, e dos procedimentos gerais da pequenacompanhia deles.

Isto tanto satisfez o Sr. Morgan, que ele subseqüentementecolocou seu filho mais jovem como um aluno sob o cuidado deCharles Wesley. No prefácio de seus Diários publicados, Wesleyinseriu esta carta, como "um claro relato do surgimento daquelapequena sociedade que tinha sido, de maneira tão variada,representada".

Durante o curso deste verão, Wesley fez duas viagens aEpworth. Na primeira, enquanto de pé no muro do jardim da casa deum amigo, este se espatifou debaixo dele, mas Wesley escapou ileso.Sua segunda jornada foi mais aflitiva. Como seu pai, ficando velho eenfermo, e seu irmão Samuel, preste a residir em Tiverton, não foiprovável que toda a família se reunisse novamente dentro dos murosdaquela velha residência paroquial em Epworth – a casa da dotada ehonrada família, cujo nome se tornaria familiar para as raças de línguainglesa, em todos os cantos do globo habitado; a casa para o qual ospensamentos de tantos em gerações futuras se voltaram, e para o qualos passos de tantos peregrinos desta terra e de além mares selançariam.

No primeiro dia do ano de 1733, Wesley pregou na Igreja deSt. Mary, Oxford, diante da Universidade, sobre "A Circuncisão doCoração", de Romanos 2:29. Escrevendo a um amigo, trinta anosdepois, ele diz: "O sermão contém tudo que eu agora ensino,concernente à salvação de todos os pecados, e amor a Deus com umcoração não dividido". Mas sobre um tópico, ele não ensinou tudoque ele mais tarde ensinou. Sobre a questão da fé, faltou o ensino que

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o próprio Wesley naquele tempo não tinha. Ele define a fé como "umaconcordância inabalável de tudo que Deus revelou nas Escrituras, e,em especial, àquelas importantes verdades, que Jesus Cristo veio aomundo para salvar pecadores; que Ele carregou nossos pecadossobre seu corpo no madeiro; que Ele espiou nossos pecados, e nãoapenas os nossos, mas todos os pecados de todo o mundo". Mas,quando ele, mais tarde, publicou o sermão, em 1748, no segundo deseus primeiros quatro volumes de sermões, ele acrescentou a seguintepassagem notável: ("não apenas uma concordância inabalável", etc),"mas igualmente a revelação de Cristo em nossos corações; umaevidência ou convicção divina de Seu amor, Seu livre, imerecido amora mim um pecador; uma confiança certa em Sua misericórdiaperdoadora; forjada em nós pelo Espírito Santo; uma confiança, pormeio do qual o crente verdadeiro é capaz de testemunhar: Eu sei quemeu redentor vive; que eu tenho um advogado com o Pai, e que JesusCristo, o justo, é meu Senhor a expiação por meus pecados. Eu seique Ele amou. Que Ele me reconciliou, mesmo a mim, a Deus; e eutenho redenção, através de Seu sangue, até mesmo o perdão dospecados". Presentemente será visto, quão exatamente similar essaspalavras são daquelas usadas por ele, já que ele registrou sua fé,depois do memorável encontro na Rua Aldersgate, no qual eleprimeiro alcançou a verdade de seu interesse pessoal e individual naexpiação de Cristo; aquele evento sendo a linha divisória entre: "Ele éa expiação dos pecados de todo o mundo", e "Ele é a expiação parameus pecados".

Este ano foi marcado, pelo fato de ele imprimir ("a primeiravez que me aventuro a imprimir alguma coisa") Uma Coleção deFormas de Oração, designada para o uso de seus alunos. Assimcomeçou aquele prolífico trabalho literário que continuou até o fim deseus dias, e que nenhum de seus trabalhos árduos diminuiu. O númeroe variedade de suas publicações espantaram todo estudante de suavida.

Seu pai, em um péssimo estado de saúde e aparentementedeclinando rapidamente, Wesley retirou-se para Epworth. Passando

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por sobre a ponte em Daventry, seu cavalo caiu sobre ele; mas Wesleyescapou ileso, e, tão freqüentemente mais tarde, encontrouoportunidade de dar graças a Deus, pela preservação em iminenteperigo. Seus pais estavam muito ansiosos que ele se estabelecesse emEpworth, no caso da morte de seu pai; Depois de seu retorno aOxford, ele escreveu para sua mãe: “Eu observei quando estive comvocê, que eu estava muito indiferente, quanto a ter ou não o benefíciode Epworth. Eu, na verdade, fui inteiramente incapaz de determinarum caminho ou outro; e por esta razão: eu sei, que se eu pudesseestabelecer meu alicerce aqui, e me aprovar como um fiel ministro, denosso abençoado Jesus, pela honra e desonra, através do bom e maurelato; então, não haverá lugar sob o céu como este para oaperfeiçoamento em todo o bem”. E novamente: “Eu tenho tantosalunos e tantos amigos quanto preciso; quando mais for melhor paramim, eu terei mais. Se eu não tiver mais alunos depois que estestiverem ido, eu, então, ficarei feliz do curato perto de você; se eutiver, eu tomarei isto como um sinal de que eu devo permaneceraqui”.

Em Maio, ele parte novamente para Epworth, para visitar, emManchester, seu amigo Clayton, que havia agora deixado aUniversidade. Em seu retorno para Oxford, ele viu os maus efeitos desua ausência sobre seus alunos e membros de sua pequena sociedade.Ele agora se viu cercado pelos inimigos, triunfando sobre ele,enquanto amigos desertavam dele; e viu os frutos de seu trabalho emperigo de ser destruído, antes que tivesse alcançado a maturidade. Masele permaneceu firme, como uma rocha, e consciente de sua própriaintegridade, e que ele tinha nada em vista, a não ser servir a Deus e obenefício de seu próximo, ele viu sua situação com calma, e nasimplicidade de seu coração, escreveu assim para seu pai: --

13 de Junho, 1733.

“Os efeitos de minha última viagem, eu acredito, me fará maiscauteloso de estar algum tempo longe de Oxford, para o futuro; pelomenos, até que eu não tenha alunos para cuidar, o que provavelmente

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acontecerá dentro de um ano ou dois. Um dos meus jovenscavalheiros disse-me, quando de meu retorno, que ele estava, ‘mais emais, temeroso da singularidade; um outro, que ele leu uma excelentepeça do Sr. Locke, que o tinha convencido do dano de respeitar aautoridade. Ambos concordaram que o observarem a quarta-feira,como um jejum, foi uma singularidade desnecessária; a IgrejaUniversal (ou seja, a maioria dela), tendo há muito repelido, porcostume contrário, a injunção que ela anteriormente deu concernentea isto. Uma terceira, que não pode ceder a este argumento, foiconvencido por uma perturbação de espírito, e Dr. Frewin. Nossosvinte e sete comunicantes na Igreja de St. Mary, que estiveram naquarta-feira, diminuíram em cinco; e um dia antes, o último dosalunos do Sr. Clayton que continuou conosco, me informou que elenão pretendia nos encontrar mais. ‘Meu prejudicial sucesso’, comoeles chamam a isto, parece ser o que amedrontou a cada um, daqueda da casa”.

“Ele agora redobrou sua diligência com seus alunos, para queeles recuperassem o alicerce que haviam perdido. Eles haviam sidoculpados por seus amigos e inimigos pela regularidade dele, e poralgumas práticas especiais que ele observava; Escrevendo a sua mãesobre esses assuntos, ele revela seus pensamentos e métodos. Ele diz,em 17 de Agosto de 1733: “O que causa ofensa aqui é o ser singularcom respeito ao tempo, gasto e companhia. Isto é evidente, além deexceção, do caso do Sr. Smith, um de nossos Camaradas, que tão logocomeçou a economizar seu tempo; a cortar gastos desnecessários, eevitar seus conhecidos irreligiosos, ele foi atacado, não apenas portodos aqueles conhecidos, mas muitos outros também, como se eletivesse entrado em uma conspiração para cortar a garganta de todoseles; embora até este dia, ele não tenha aconselhado uma só pessoa,exceto em uma ou duas palavras por acaso, a agir como ele fez emalgumas dessas instâncias”. E ele acrescenta:

“De fato, é verdade que ‘o demônio odeia mais a guerraofensiva’; e que quem quer que tente livrar mais do que a própriaalma de suas mãos, terá mais inimigos, e encontrará maior oposição,

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do que se ele estiver contente em ‘ter a sua própria vida como umapresa’. Que eu tente fazer isto é igualmente certo; mas eu não possodizer, se eu ‘imporei rigorosamente algumas observâncias sobreoutros’, até que eu sabia o que aquela frase signifique. O que eu façoé isto: Quando eu estou encarregado de uma pessoa, que deveprimeiro entender e praticar, e, depois ensinar a lei de Cristo, eu meesforço, pela leitura e conversação adicionadas, a mostrar a ele o queaquela lei significa; ou seja, a renunciar a todo amor desordenado domundo, e a amar e obedecer a Deus, com toda sua força. Quando eleparece seriamente sensível a isto, eu proponho a ele os meios queDeus tem ordenado a ele usa, com o objetivo desta finalidade; e umasemana, um mês, ou um ano depois, quando o estado de sua almaparece requerer isto, os diversos meios providenciais recomendadospelos homens sábios e bons. Quanto aos momentos, ordem, medida, emaneira em que esses devem ser propostos, eu dependo do EspíritoSanto me dirigir, em minha, e através da minha própria experiência ereflexão, juntamente com os conselhos de meus amigos religiosos,aqui e em outros lugares. Apenas duas regras é meu princípioobservar em todos os casos: Primeiro, começar, continuar e terminartodos os meus conselhos, em espírito de humildade; como sabendoque ‘a ira’ ou a severidade ‘do homem não opera a retidão de Deus’;e, em segundo lugar, acrescentar à humildade, longanimidade: noprosseguimento de uma regra que eu fixei há muito tempo – nuncadesistir de alguém, até que eu o tenho testado, pelo menos dez anos –Por quanto tempo Deus teve piedade de mim?”.

Wesley se prepara verdadeiramente para ser um grande líderde homens.

Tyerman observa que “O Metodismo em Oxford foiorganizado em 1729. Dois anos mais tarde, enquanto ‘Wesley e seuirmão estavam em Epworth’, ele foi reduzido para quase nada; e doisanos mais tarde ainda, quando tinha aumentado para vinte e setecomunicantes, durante uma outra visita breve para Epworth, foiquase completamente destruído, porque vinte e sete foram reduzidos acinco. Tudo isto mostra que Wesley foi a alma deste movimento, e

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que, sem ele, teria se dissolvido e se tornado extinto... Os cincopobres Metodistas remanescentes, não considerando o próprioWesley, eram sem dúvida, Charles Wesley, Benjamin Ingham, JamesHervey, John Gambold, e, provavelmente, Charles Kinchin. Todoshonrem tais nomes! Eles mantiveram o fogo ardendo, quando eleestava em perigo de extinguir-se. Wesley foi seu espírito-mestre; maseles foram fiéis e dispostos colaboradores”.

Não existe um quadro mais exato de Wesley e seus métodos, edo pequeno grupo de Metodistas, naquele tempo, do que aquelefornecido na carta de um deles, Gambold. Ele é tão preciso e exato emseus detalhes para ser omitido, não obstante, seu comprimento.Gambold escreve:

“Sr. Wesley, professor do Lincoln College, tem sido oinstrumento de tanto bem para mim, que eu nunca o esquecerei.Pudesse eu me lembrar dele, como deveria, teria quase o mesmoefeito como se ele ainda estivesse presente; para uma conversa, tãosem reservas, como era a dele, tão zelosa em envolver seus amigos emcada instância da devoção cristã, que nada restaria a ser dito, a nãoser o que nos ocorre, quando dispostos a nos lembrar deleimparcialmente”.

“Por volta da segunda quinzena de Março de 1730, eu conhecipessoalmente o Sr. Charles Wesley da Christ Church. Eu havia, então,recém chegado do interior, e estava decidido a encontrar algumaspessoas piedosas da religião para me manter em companhia delas, ouinstilar alguma coisa naqueles que eu já conhecia. Eu havia estado,durante os dois anos anteriores, em profunda melancolia, de maneiraque Deus agradou-se de me ordenar isto, desapontar e quebrantar umespírito orgulhoso, e tornar o mundo angustiante para mim; já que euestava inclinado a apreciar suas vaidades”.

“Durante este tempo, eu não tive amigo com quem eu pudesseme abrir, para algum propósito. Nenhum homem cuidava de suaalma; ou nenhum, pelo menos, entendia os caminhos dela. Eles que

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estavam na comodidade não imaginavam a tristeza em que eu meencontrava. O erudito esforçou-se para me dar noções corretas, e oamistoso para divertir-me. Mas eu tinha um peso sobre meu coração,que apenas a oração poderia em algum grau remover”.

“Eu me preparei para provar o valor e a ajuda da sociedade,ficando um pouco restabelecido. Um dia, um velho conhecido meentreteve com algumas reflexões sobre o excêntrico Sr. CharlesWesley, sua precisão e extravagâncias piedosas. Embora eu tivesseconvivido com ele durante quatro anos no mesmo colégio, aindaassim, eu fui incapaz de tomar algum conhecimento do que sepassava, de maneira que eu nada sabia de seu caráter, a não ser, aoouvir isto, que eu suspeitava ser de um bom cristão. No entanto, fuiaté sua sala, e, sem qualquer cerimônia, pedi o benefício de suaconversa. Eu tive tão larga porção dela, dali em diante, quedificilmente passei um dia, enquanto estive no colégio, a não ser queestivéssemos juntos uma vez, se não, o mais freqüentemente possível”.

“Depois de algum tempo, ele me apresentou a seu irmão,John, do Lincoln College. ‘Porque’, ele disse, ‘ele é de certa formamais velho do que eu, e pode resolver suas dúvidas, melhor’. Isto,como eu me certifiquei mais tarde, foi a coisa com a qual este estavaprofundamente consciente; porque eu nunca observara algumapessoa ter uma referência mais verdadeira por outra, do que eleconstantemente tinha pelo seu irmão. Na verdade, ele o seguiainteiramente. Pudesse eu descrever um deles, eu descreveria a ambos.Portanto, nada mais há que se dizer de Charles, a não ser que ele eraum homem feito para a amizade; que, através de seu bom humor evivacidade, revigorava o coração de seu amigo; com atentaconsideração, de maneira a entrar dentro dele, e acalmar todas assuas preocupações; e até onde ele fosse capaz, faria alguma coisa porele, grande ou pequena; e através da abertura e liberdade, habituais,não daria espaço para mal-entendidos”.

“Os Wesleys já falavam de algumas práticas religiosas, queforam, primeiro, ocasionadas pelo Sr. Morgan, da Christ Church.

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Dessa associação de amigos começa uma pequena sociedade; já quediversas outras, de tempos em tempos, terminaram; a maioria delasapenas aperfeiçoada, através dos discursos sérios e úteis; e algumaspoucas aderindo a todas as suas resoluções, e todo seu modo devida”.

“O Sr. John Wesley foi sempre o principal dirigente, porqueele era muito preparado; ele não apenas tinha mais aprendizado eexperiência do que os demais, mas fora abençoado com tal atividade,de maneira a estar sempre ganhando terreno, e tal firmeza, que elenunca perdeu um. Quais propostas ele fizesse a alguém, era certo queos envolviam, porque ele era muito sincero; nem eles poderiam, maistarde, menosprezá-las, porque ele era sempre o mesmo. O que ajudouneste vigor uniforme foi o cuidado que ele tomava ao considerar bemcada assunto, antes de envolver-se nele, tomando todas as suasdecisões, com base no temor a Deus, sem paixão, capricho, ouautoconfiança; porque, embora ele tivesse naturalmente umacompreensão clara, ainda assim, sua exata prudência dependia maisda humanidade e singeleza de coração”.

“A isto eu posso acrescentar que ele tinha, eu acredito,alguma coisa de autoridade em seu semblante; embora, como não lhefaltasse discurso, ele poderia suavizar sua maneira, e designá-lacomo a ocasião requeresse. Ainda assim, ele nunca assumiu algumacoisa para si mesmo, acima de seus companheiros. Alguns delesfalariam de suas mentes, e suas palavras eram tão estritamenteconsideradas por ele, como as suas eram por eles”.

“Era costume deles se encontrarem, a maioria das tardes,quer em seu aposento, ou no aposento de algum outro, onde, depoisde algumas orações (o principal assunto era a caridade), elestomavam sua refeição, e liam algum livro. Mas a ocupação principalera rever o que cada um havia feito naquele dia, na busca do objetivocomum deles, e consultar quais os passos que deveriam ser tomadosem seguida”.

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“O empreendimento deles incluía esses diversos pormenores:‘Conversar com os jovens estudantes; visitar as prisões; instruiralgumas famílias pobres; e cuidar de uma escola e uma paróquia dacasa de correção”.

“Eles se esforçavam com os mais jovens membros daUniversidade, para resgatá-los das más companhias, e encorajá-los auma vida zelosa e sóbria. Se eles tinham algum interesse em algunsdeles, eles os convidavam para o desjejum, e, sobre uma travessa dechá, empenhavam-se para fixar alguma boa sugestão junto a eles.Eles os ajudavam naquelas partes do aprendizado que estivessempresos; e juntamente com os melhores sentimentos, os direcionavampara as convicções deles, dando a eles regras de devoção, e quandoas recebessem, os vigiavam com grande ternura”.

“Um ou outro deles iria à fortaleza todos os dias; e outrosmais comumente ao Bocardo [originalmente o nome de uma velhafortaleza ao norte de Oxford, que era usado como uma prisão]. Quemquer que fosse para a fortaleza deveria ler na capela para os quantosprisioneiros atendessem, e falar com o homem ou homens com osquais fosse particularmente responsável. Antes de ler, perguntaria seeles tinham lido as orações ontem. (Porque alguns homens sérios, emmeios aos prisioneiros liam orações familiares com os demais). Seeles leram novamente o que leram por último, e o que eles selembravam disto. Então, examinava os assuntos; e, mais tarde,prosseguia no mesmo livro, por um quarto de hora”.

“Os livros que ele usava eram o Monitor Cristão, o Conselhodo Pároco da Região aos seus Paroquianos, e similares. Quandoterminava, resumia os diversos pormenores que tinham sidodiscutidos, reforçava os conselhos dados, e reduzia tudo, pelo menos,a duas ou três sentenças, que eles facilmente se lembrariam. Então,chamava seu homem de lado, e perguntava se ele foi a capela ontem;e outras questões, concernentes ao cuidado de servir a Deus, eaprender sua obrigação”.

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“Quando um novo prisioneiro viesse, a conversa com ele, porquatro ou cinco vezes, era especialmente pessoal e inquiridora. Se elenão carregava malignidade em direção àqueles que o processaram,ou alguns outros. O primeiro momento, depois das profissões de boa-vontade, eles apenas inquiriam de suas circunstâncias no mundo. Taisquestões importavam amizade, e comprometiam o homem a abrir seucoração. Mais tarde, eles entravam em tais inquirições, na maioria,concernente a um prisioneiro. Se ele se submeteria à disposição daProvidência: Se ele se arrependeu de sua vida passada. Por último,eles perguntavam, se ele usava constantemente de oração pessoal, ese, alguma vez, havia comungado”.

“Assim, a maioria, ou todos os prisioneiros falava em seuturno. Mas, se algum deles estivesse sob a sentença de morte, ouparecesse ter algumas pretensões de uma nova vida, eles viriam todosos dias em sua assistência; e compartilhariam do conflito e suspensedaqueles que agora seriam considerados capazes, e não capazes defirmarem-se na salvação. Com o objetivo de aliviar aqueles queestavam confinados por pequenos débitos, e eram sobrepujados porsuas aflições; e igualmente comprar livros, medicamentos, e outrascoisas necessárias, eles levantavam um pequeno fundo, para o qualmuitos de seus familiares contribuíam trimestralmente. Liam asorações na fortaleza, na maioria das vezes, nas quartas e sextasfeiras; um sermão nos domingos, e o Sacramento uma vez por mês”.

“Quando se incumbiam de alguma família pobre, eles os viam,pelo menos, uma vez por semana; algumas vezes, davam dinheiro,advertiam em seus maus hábitos; liam para eles, e examinavam seusfilhos. A escola era, eu penso, do próprio Sr. Wesley. Em todo o caso,ele pagava as professoras, vestia algumas, se não, todas as crianças.Quando eles iam até lá, eles inquiriram como cada criança secomportava; viam seus trabalhos (porque algumas podiam tricotar efiar); os ouvia lerem; ouviam suas orações e catecismo, e explicavamparte dele. Da mesma maneira, eles ensinavam as crianças na casa decorreção; e liam para as pessoas idosas, como faziam com osprisioneiros”.

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“Embora algumas práticas do Sr. Wesley e seus amigosfossem muitas – eles jejuam na quarta e sexta-feira – segundo ocostume da Igreja primitiva; a vinda deles naqueles domingos,quando não havia sacramento em seus próprios colégios, pararecebê-lo na Christ Church – ainda assim, nada era tão desagradávelquanto esses empreendimentos caritativos. Eles raramente tomavamconhecimento das acusações trazidas contra eles; mas se eles davamalguma resposta, era comumente tal ‘resposta clara e simples, comose não houvesse mais nada no caso, a não ser que eles tinham ouvidotais doutrinas de seu Salvador, e acreditado e feitoconcordantemente’”.

“Nós poderíamos ser mais felizes em outra vida, maisvirtuosos do que somos nesta? Nós somos mais virtuosos, quanto maisintensamente amamos a Deus e ao homem? É o amor, assim comotodos os hábitos, o mais aplicado, e o mais exercitado nisto? Oajudar, ou tentar ajudar o homem, por causa de Deus, não é umexercício de amor a Deus e ao homem? O alimentar o faminto, dar debeber ao sedento, vestir o nu, e visitar os doentes e prisioneiros, não éespecialmente um exercício de amor ao homem? O se empenhar eminstruir o ignorante, admoestar os pecadores, encorajar o bom,confortar o aflito, confirmar o indeciso, e reconciliar os inimigos, nãoé o exercício do amor a Deus ou ao homem? Nós podemos ser maisfelizes em outra vida, se nós não fizermos as primeiras dessas coisas,e tentarmos ser conduzidos pela última? Ou se nós não fizermos uma,nem tentarmos fazer a outra?’”.

Esta é uma minuciosa delineação dos procedimentos do ClubeSanto, escrita na grande simplicidade de um deles. Pode-se ver quãoproeminente parte Wesley toma nisto tudo. Ela é um indicativo de suaatenção aos menores detalhes, e mostra a influência de sua mentemetódica, lógica e sincera. No restante da narrativa de Gambold,porque tal ela é, Wesley é mais diretamente falado, e somos melhorescapacitados a imaginá-lo na busca de sua obra.

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Gambold prossegue:

“O que eu observaria principalmente, é a maneira na qual oSr. Wesley dirigia seus amigos. Porque ele requereu tal regularidadeem nossos estudos, de maneira a devotá-los todos a Deus, pelo que foicriticado como alguém que desencorajava o aprendizado. Muitolonge disto; a primeira coisa que ele atacava no jovem, era aqueleindolência que não se submeteria a um pensamento reservado. Nemele era contra ler muito, especialmente, a princípio, porque, então, amente deveria preencher-se com elementos e experimentar tudo queparecesse inteligente e perfeito.

“Ele recomendava a eles seriamente um método e ordem emtodas as suas ações. Depois das devoções matinais (que eram em umahora fixa, das cinco às seis da manhã; assim como à tarde), ele osaconselhava a determinarem o que eles deveriam fazer em todas aspartes do dia. Através de tal previdência, eles deveriam, no final decada hora, não ter dúvida, em como se prepararem, e se submeteremà necessidade de tal plano, para que pudessem corrigir a impotênciade uma mente que tinha sido usada para viver, pelo humor epossibilidade, e prepará-la, gradualmente, para suportar as outrasrestrições de uma vida santa”.

“A próxima coisa, era fazer com que eles mantivessem osjejuns, a visita aos pobres, e a vinda semanalmente ao Sacramento;não apenas para subjugarem o corpo, aumentarem a caridade, eobterem a graça Divina, mas (como ele expressou) acabarem com orefúgio do mundo. Ele julgou que, se eles fizessem essas coisas, oshomens baniriam seus nomes como demônios, e, pela impossibilidadede continuarem corteses com o mundo, os obrigariam a encontrartodo o refúgio deles no Cristianismo. Mas aqueles cujas resoluções,ele acreditou, não suportariam este teste, ele deixaria juntar forças,através de seus exercícios reservados”.

“Foi seu cuidado intenso, introduzi-los nos tesouros dasabedoria e esperança das Santas Escrituras; ensiná-los, não apenas

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a preservar aquele livro, mas a formarem-se, através dele, e a fugirempara ele, como grande antídoto contra as trevas deste mundo.Durante alguns anos antes, ele e seus amigos leram o NovoTestamento, juntos, à tarde. Depois de cada porção dele, e depois deouvir as conjeturas que os demais ofereciam, ele fazia suasobservações sobre a frase, objetivo, e passagens difíceis. Um ou doisescreveram: ‘Ele colocava muita ênfase no auto-exame. Ele osensinava (além do que ocorre em sua Coleção de Orações) a fazer umrelato de suas ações, de uma maneira exata, através de um diárioconstante. Neste, eles anotavam em cifras, uma vez, se não maisfreqüentemente no dia, o que principalmente os empreendimentosdeles tinham sido, nas diversas partes dele, e como eles haviamexecutado cada um. O Sr. Wesley fazia esses registros de sua vida, hámuitos anos. E alguns eu conheci, que selaram suas convicções earrependeram-se mais solenemente, e escreveram tais reflexões juntoa si mesmos, conforme as angústias de suas almas sugeriram, naquelemomento, acrescentando alguma máxima espiritual que algumasexperiências próprias tinham confirmado a eles’”.

“’Então, para manter em suas mentes um terrível sentido dapresença de Deus, com uma constante dependência da ajuda Dele, eleos aconselhava as Orações exclamatórias. Eles tinham um livro deexclamações, relativas às principais virtudes, e, guardando para usofuturo, como faziam com seus estudos, eles, em intervalos, tiravamuma pequena súplica dele. Mas, por fim, em vez daquela variedade,eles se contentavam com as seguintes aspirações (contendo atos de fé,esperança, amor e auto-resignação, no final de cada hora) –‘Considere e me ouça’, etc.”.

Embora os assim chamados “Metodistas”, fossem, pelas suaspráticas, distinguidos do restante da Universidade, não parece que elestivessem se constituído em uma Sociedade Religiosa definida! QueWesley contemplou seu feito, desta forma, parece provável de umacarta endereçada a ele pelo seu amigo Clayton, que residia agora emManchester. Clayton diz: “Eu estava na casa do Sr. Deacon, quandosua carta me chegou em mão, e nós tivemos uma conversa a respeito

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de seu projeto de se admitirem como uma sociedade, e fixar nela umasérie de regras. O doutor pareceu pensar que o melhor para você édeixar como está; porque para que finalidade isto serviria? Isto nãoseria vínculo adicional junto a vocês mesmos; e, talvez, fosse umaarmadilha para as consciências daqueles irmãos que por acasoviessem até vocês. Observando que as estações [o jejum nas quarta esextas-feiras], e a comunhão semanal, são obrigações que se situamem um patamar muito acima de uma regra de uma sociedade;aquelesque podem reservar o mandamento de Deus e a autoridade da Igreja,eu duvido, dificilmente se vincularão pelas regras de uma sociedadeprivada”.

Em 11 de Junho de 1734, Wesley novamente pregou diante daUniversidade, e por causa de seu sermão – “seu sermão Jacobita” –foi “muito mais criticado e ameaçado”. Mas ele foi sábio o suficientepara fazer com que o Vice-Chanceler o lesse e o aprovasse, antes queele o pregasse, portanto, impediria Wadham, Merton, Exeter, e aChrist Church de fazer seu pior. Isto é tudo que se sabe deste sermão.Mas existe um sermão, pregado, por volta desse tempo, por Wesley,para o uso de seus alunos, e publicado por ele, cinqüenta anos maistarde, cujos sentimentos ele diz que não teve em todo aquele tempooportunidade de alterar. O sermão é sobre O Dever da ConstanteComunhão. Ele ilustra igualmente seu entendimento sobre o assunto, eo extremo cuidado com que ele buscava guiar seus alunos.

As constantes viagens de Wesley, freqüentemente a pé, assimcomo a cavalo, e o grande e contínuo trabalho de pregação, leitura,visitação, etc., onde quer que estivesse, com estudo fatigante, e umadieta muito abstêmia, tinham agora afetado grandemente sua saúde.Sua força estava muito reduzida, e ele freqüentemente cuspia sangue.Na noite de 16 de Julho, teve uma recaída disto, em tal quantidade, amantê-lo acordado. A maneira repentina e inesperada de sua vinda,com a solenidade da ocasião noturna, fez com que a eternidadeparecesse perto. Ele clamou a Deus: “Ó, prepara-me para Tua vinda,e venha quando Tu quiseres!”. Seus amigos ficaram alarmados pelasua segurança, e sua mãe escreveu duas ou três cartas, culpando-o pela

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negligência geral com sua saúde. Ele procurou e aceitou o conselho deum médico; e, através de cuidado apropriado, e uma conduta prudentede seu exercício diário, gradualmente recuperou sua força.

No outono deste ano (21 de Setembro, Moore diz), elecomeçou a “prática de ler, a cavalo, o que ele continuou por quasequarenta anos. ‘Perto de trinta anos atrás’, ele escreveu, em Marçode 1770, ‘eu estive pensando: como é que nenhum cavalo alguma veztropeçou, enquanto eu estava lendo História, poesia, e Filosofia, oque eu comumente lia a cavalo (tendo outras ocupações em outrosmomentos). Nenhum relato pode possivelmente ser dado a não sereste: Depois de cavalgar centena de milhares de milhas, com a rédeasolta, em seu pescoço; eu observei e posso afirmar, que eudificilmente me lembrei de algum cavalo (exceto dois, que caíram coma cabeça sobre os joelhos, de qualquer modo) cair; ou tropeçarconsideravelmente.. Fantasiar, portanto, que uma rédea firme impedeo obstáculo, é uma asneira capital. Eu tenho repetido o experimento,mais freqüentemente, do que a maioria dos homens do reino podefazer. Se alguma coisa pode impedir o obstáculo, esta é uma rédeasolta. Mas, em alguns cavalos, nada pode’.

A saúde do veterano Reitor de Epworth estava agorarapidamente decaindo. Compreendendo a aproximação de seu fim, elepediu que o benefício de Epworth permanecesse na família, e escreveupara seu filho, solicitando a ele para buscar a próxima apresentação, e,por meio disto, assegurar o velho lar para sua mãe e irmãs. Seu irmãoSamuel argumentou o mesmo.Wesley escreveu uma cartaconsideravelmente grande para seu pai, dando suas razões, sob vinte eseis tópicos, em favor de sua permanência em Oxford, e contra suaremoção para Epworth.

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CAPÍTULO IV

Geórgia: Experiência Missionária

Na terça-feira, 14 de Outubro de 1735, então, com trinta e trêsanos de idade, ele pega um barco para Gravesend, com o objetivo deembarcar para a Georgia, sob a sanção da Sociedade para aPropagação do Evangelho em Partes Estrangeiras, em companhia deseu irmão Charles, Sr. Benjamin Ingham, do Queen's College, Oxford,

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e Sr. Charles Delamotte, filho de um mercador em Londres. Ele dizque a finalidade que ele tinha em vista não era escapar da penúria(Deus tem dado a eles grande quantidade de bênçãos temporais), nemganhar riquezas ou honra, mas simplesmente isto: salvar suas própriasalmas, viver totalmente para a glória de Deus. É estranho, massignificativo do estado de mente de Wesley naquele tempo, que elenão dê proeminência aqui – nem mesmo faça menção -- ao propósitode ser útil para as colônias no novo assentamento da Geórgia, ou aosÍndios por outro lado.

Eles tiveram, a bordo, como companheiros de viagem, vinte eseis Morávios, que estavam também indo para a Geórgia. Wesley,imediatamente começou a aprender a Língua Alemã, para conversarcom eles; e ao mesmo tempo David Nitschman, Bispo dos Morávios,com outros dois, começaram a aprender Inglês. Esses foram osestágios iniciais da associação de Wesley com uma comunidade queestava destinada a exercer tão grande influência em toda a sua carreirafutura. No primeiro domingo, o tempo a favor e calmo, o serviçoaconteceu no convés, quando Wesley pregou espontaneamente, e,então, administrou o Sacramento da Ceia do Senhor para seiscomunicantes.

Acreditando que negar a si mesmo, até mesmo, nas menoresinstâncias seria, pela bênção de Deus, útil a eles, Wesley e seus trêscompanheiros deixaram de fazer uso de carne e vinho, e se limitaram aalimentos vegetarianos, principalmente arroz e pãezinhos. O quadroda ocupação diária da pequena companhia é instrutivo. Ele é assimdescrito por Wesley: “Nós agora começamos a ser um poucoregulares. Nossa maneira comum de viver era esta: das quatro damanhã até as cinco, cada um de nós usava das orações pessoais. Dascinco às sete horas, líamos a Bíblia, juntos, cuidadosamentecomparando-a (para que não fôssemos conduzidos por nosso próprioentendimento), com os escritos das primeiras épocas. Às sete horastínhamos o desjejum. Às oito horas, líamos as orações públicas. Dasnove ao meio dia, eu usualmente aprendia Alemão, e o Sr. Delamotte,Grego. Meu irmão escrevia sermões, e o Sr. Ingham instruía as

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crianças. Ao meio-dia, nos encontrávamos para prestar contas um aooutro do que tínhamos feito, até então, desde nosso último encontro, eo que pretendíamos fazer antes do próximo. Por volta da uma hora,jantávamos. O tempo do jantar até as quatro horas da tarde,passamos lendo para aqueles aos quais cada um de nós estavaresponsável, ou em falar com eles pessoalmente, quando anecessidade requeria. Às quatro horas, eram as orações da tarde,quando tanto a lição era explicada (como acontecia na manhã),quanto as crianças eram catequizadas e instruídas antes dacongregação. Das cinco às seis horas, novamente usávamos daoração privativa. Das seis às sete horas, eu lia em nossa cabine, paradois ou três dos passageiros (dos quais havia por volta de oitoingleses a bordo), e cada um dos meus irmãos para alguns poucosmais em suas cabines. Às sete horas, eu me reunia com os alemães emseu serviço público; enquanto o Sr. Ingham lia entre os convés paraquantos desejassem ouvi-lo. Às oito horas, nós nos encontrávamosnovamente, para exortar e instruir um ao outro. Entre nove e dezhoras, íamos para a cama, onde nem o roncar do mar, nem omovimento da embarcação podia nos tirar do sono restaurador queDeus nos deu”.

A embarcação ficou detida em Cowes por algum tempo.Enquanto eles caminhavam no na margem, as seguintes resoluçõeseram traçadas e assinadas:

“Em nome de Deus, Amém! Nós, cujos nomes estão subscritos,completamente convencidos de que é impossível, tanto promover aobra de Deus em meio aos ateus, sem uma inteira união entre nós,quanto que tal união deva subsistir, exceto se cada um desistir de seujuízo simples para aquele da maioria, concordamos, com a ajuda deDeus: -- (1) que nenhum de nós empreenderá alguma coisa deimportância, sem primeiro propô-la para os outros três; (2) que,quando quer que nosso julgamento difira, cada um deverá desistir deseu julgamento simples ou inclinação a outros; -- (3) que, em caso deuma igualdade, depois de pedir a direção de Deus, o assunto possa

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ser decidido pela sorte”. Assinam: -- J.Wesley; Charles Wesley;Benjamin Ingham; Charles Delamotte.

Quando eles estavam na Baía de Biscay, uma tempestadesurgiu, o mar, quebrando sobre o navio de popa a popa. Wesley diz:“Por volta das onze horas, eu me deitei na grande cabine, em poucotempo, adormeci, embora muito incerto se eu deveria ficar acordado,e muito envergonhado de minha relutância em morrer”. Muitoimpressionado com a seriedade dos passageiros alemães; suahumildade em executar serviços servis para outros, sua mansidão, quenenhuma injúria parecia capaz de mover, e sua paciência, sobprovocação, uma oportunidade ele teria agora, de testar, se elesestavam libertos do medo. Ele diz: “Em meio aos Salmos, em quenosso serviço começou, o mar quebrou sobre a embarcação, partiu avela mestra, em pedaços, cobriu o navio, e afluiu entre os conveses,como se uma grande depressão já nos tivesse tragado. Um gritoterrível se ouviu em meio aos ingleses. Os alemães, calmamentecantavam. Eu perguntei a um deles mais tarde: ‘Eu dou glória aDeus, não tenho medo’. Eu perguntei: ‘Mas não existem mulheres ecrianças com medo?’. Ele respondeu serenamente: ‘Não; nossasmulheres e crianças não têm medo de morrer!’”. Este incidente oimpressionou profundamente, e teve um importante testemunho emsua mente nos dias seguintes.

Em 5 de Fevereiro de 1736, o Rio Savannah foi alcançado, eno dia seguinte, os primeiros imigrantes colocaram os pés em soloamericano, em uma pequena ilha desabitada, defronte o Tybee. Eles seajoelharam, e deram graças pela chegada sãos e salvos. No diaseguinte, Wesley buscou conselho, com respeito a sua conduta, com oSr. Spangenberg, um dos pastores (Morávio) alemães, e um dos queprimeiro o cumprimentou no cais da Geórgia, que prontamenteinquiriu: “Você tem testemunho em si mesmo? O Espírito de Deustestemunha com seu espírito, que você é um filho de Deus?”.Surpreso, ele não sabia o que responder. Wesley estava fora de seumeio aqui. Novamente ele foi pressionado: “Você conhece JesusCristo?”. Ele pausou e disse: “Eu sei que Ele é o Salvador do

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mundo?”. “Verdade, mas você sabe que Ele salvou a você?”. “Euespero que Ele tenha morrido para me salvar”. Então, Wesley diz queele apenas acrescentou: ‘Você conhece a si mesmo?’. “Eu disse,‘conheço’”. Mas ele temeu que foram “palavras em vãs”. Seuinteresse nestas pessoas se aprofundava, e ele aproveitou umaoportunidade antecipada de fazer muitas questões a Spangenberg, comrespeito à Igreja Moravia.

Dividindo seus aposentos com os alemães, ele estavacapacitado diariamente para observar todo o comportamento deles.Vagarosa, silenciosa, e inconscientemente, aquelas humildes pessoasestavam ajudando a preparar o doce discípulo para sua grande obrafutura. A simplicidade e solenidade de uma eleição e ordenação de umbispo da Igreja Alemã o fizeram esquecer, ele diz, os mil e setecentosanos neste intervalo, e imaginar-se em “uma daquelas assembléias,onde a formalidade e o estado não existiam; mas Paulo, o fabricadorde tendas, ou Pedro, o pescador, presidia; ainda assim, com ademonstração do Espírito e do poder”.

Domingo, 7 de Março, Wesley inicia seu ministério emSavannah, seu irmão e o companheiro deles, Ingham, removeram-separa Frederica, enquanto Delamotte permaneceu em Savannah. Eles,imediatamente, começaram a experimentar se a vida seria sustentadapor um só tipo de alimento, ou por uma variedade dele. Eles fizeram oexperimento com pão, e disseram que nunca se sentiram maisvigorosos e com saúde, do que enquanto provaram nada mais.

Sem encontrarem alguma porta aberta, até agora, paraprosseguirem no intento principal deles de pregar para os índios, masmantendo isto sempre em vista, eles consideraram como poderiam sermais úteis ao pequeno rebanho em Savannah, já que o ministro dacidade, Sr. Mr. Quincy removera-se para Carolina.

Ao receber cartas de Frederica, pedindo que fosse até lá, ele eDelamotte embarcaram em uma 'pettiawga,' uma espécie de barco defundo chato. A caminho, eles ancoraram perto da ilha de Skidoway.

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Wesley deitou-se para dormir, envolto, da cabeça aos pés, em umlargo capote. Entre uma e duas horas, ele acordou, debaixo d’água,depois de rolar fora do barco, mas dormindo tão profundamente, quenão percebeu onde estava, até que sua boca estivesse cheia de água.Mas ao despertar, ele deve ter se afogado. No entanto, nadou até obarco, e escapou, sem nada mais sério, do que suas roupas molhadas.

Ele encontrou seu irmão excessivamente fraco e doente.Depois de ajustar os assuntos em Frederica, o melhor que pôde, eleretornou para Savannah. Imediatamente, comunicou seu desejo deadministrar a Comunhão Santa, todos os domingos, “de acordo comas regras de nossa Igreja”. Fiel à rubrica, ele batizava por imersão,salvo onde os pais afirmavam que a criança estava fraca. Ao sersolicitado para batizar uma criança de um dos magistrados deSavannah, e com a recusa dos pais, em declarar se mesma estava fracaou se poderia ser submetida ao mergulho, ele se retirou, deixando quea criança fosse batizada por um outro.

Ele dividiu as orações públicas de “acordo com o desígniooriginal da Igreja”. O serviço matinal começava às cinco horas; o dacomunhão, com um sermão, às onze horas; o serviço da tarde, porvolta das três horas. “Os paroquianos eram visitados em ordem, decasa em casa, do meio-dia às três da tarde, quando estavam maislivres, e, então, incapazes de trabalhar, devido ao calor do dia. Osmembros mais sérios da congregação eram aconselhados a seformarem em uma espécie de pequena sociedade, e a se encontraremuma ou duas vezes por semana, com o objetivo de melhorarem,instruírem e exortarem uns aos outros; a selecionarem desses, umnúmero menor para uma união mais próxima um com o outro, o quepoderia ser estimulado, parcialmente, pela sua conversa individualcom cada um; parcialmente, por reuni-los em sua própria casa. Essesmétodos eram evidentemente emprestados de seus vizinhos Moráveis,e antecipam a classe e as reuniões das Bands do Metodismo, emperíodo subseqüente”.

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Bolzius, o pastor de Salzburger, diz: "No momento, as oraçõesacontecem diariamente em Savannah, manhã e noite, na igreja; e todaa quarta-feira, o Sr. Wesley prega um sermão ou catequiza ascrianças. Dizem que ele leva seu ofício mais seriamente ao coração,mas também tem sua parcela de aflições a respeito dele... O Sr.Wesley está nenhum pouco preocupado e desencorajado pelaobstinação de seus ouvintes, embora ele se esforce muito paraconduzir o modo de vida deles, através da exposição da palavra deDeus, que é certamente perfeita e edificante". Este era o bom pastorBolzius, a quem Wesley recusou admitir na Ceia do Senhor, porqueele não tinha sido ordenado pelo bispo.

Pastor Gronau escreve: "O Sr. Wesley está em harmonia com obem que ele tem aprendido de nossa comunidade, e desejaria realizarmais do que vê feito em Savannah. Quando ele nos ouviu dizerrecentemente da visitação casa a casa que tínhamos estabelecido, eda bênção divina e despertar que atenderam isto, tanto para ospastores, e o povo, ele ficou satisfeito, mas lamentou a falta desucesso até aqui, em meio aos seus próprios ouvintes. Ele apresentoudiversas razões, porque o povo de Savannah não se tornou maisobediente ao Evangelho de Cristo. Dessas, uma foi o ridículo e aperseguição que teriam sofrido aqueles que mostraram uma mudançade coração, mas eu tive de dizer-lhe, da experiência, que Deus temconduzido as almas em nosso lugar, pelo mesmo velho caminho,'todos que viverem santamente em Cristo, sofrerão perseguição',mesmo que não seja tão manifesta... Ele freqüentemente canta hinosalemães, e elogia o proveito que nossa Igreja tem sobre as outras, naposse de tal rica hinologia".

Wesley não tinha ainda aprendido a exercer o verdadeiro poderdo Evangelho, como poderá claramente ser visto, se o seguinte puderser considerado uma descrição acurada do seu ensino naquele tempo:

"Temos diante de nós, um número de sermões não publicados,escritos por Wesley de Oxford, durante os dez anos que se seguiram asua ordenação... Em nenhum deles, existe uma visão, qualquer que

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seja; algum vislumbre, propiciado por Cristo em algum de seusofícios. Seu nome ocorre na bênção. Que está sobre todos. Comofonte de despertar espiritual, insiste-se na comunhão freqüente; aregeneração pelo batismo é admitida como a verdadeira doutrina daIgreja; mas Cristo não está em lugar algum, quer Sua vida, Suamorte, ou Sua intercessão. O formalismo religioso e a moralidadeestrita, cerimônias e ética, são tudo em tudo".

Charles Wesley passou nove semanas em Frederica; todo otempo, sendo marcado pelo heróico trabalho árduo e persistência;através de muito sofrimento mental, tratamento indelicado, e as muitasdores corpóreas. Diariamente, de manhã à tarde, ele trabalhava parapromover o bem-estar de seu pequeno rebanho, ambos pelareprovação pessoal, e pelos quatro serviços públicos que ele mantinhadiariamente, freqüentemente em campo aberto, dando uma exposiçãoespontânea das lições diárias, nas orações da manhã e da tarde. Cadahora que pudesse ser poupada de suas obrigações secretariais eraassim utilizada. Esses deveres não se colocavam levemente sobre ele.No término da primeira semana, ele escreve: "Eu gastei todo o tempoem escrever cartas para o Sr. Oglethorpe. Eu não passaria mais seisdias, da mesma maneira, por toda a Geórgia". Mas seu trabalhotrouxe pouco sucesso. Ele era rigoroso em sua adesão à ordemeclesiástica; ele batizava as crianças pela trina imersão, e pregava comcoragem e singeleza de intenção. Ele expunha os maus hábitos daspessoas com uma mão muito inclemente; mas não lhes trazialivramento desses males. Ele ainda não tinha aprendido, para simesmo, o Evangelho da salvação, para os pecadores, e, portanto, "nãopoderia pregá-lo". Existem diversos desses seus sermões deFrederica. As doutrinas são aquelas de William Law. Os prazeresdeste mundo são todos inúteis e pecaminosos, e, portanto, devem serrenunciados; os males de nossa natureza nos tornam inadequados parao serviço de Deus, e devem ser mortificados pelo jejum, oração, e umconstante curso de universal abnegação; nós somos criaturas de Deus,e, portanto, devemos nos devotar a Ele, em corpo, alma e espírito,com o mais extremo fervor, simplicidade e pureza de intenção. Masprocuramos em vão pelas visões corretas da expiação e intercessão de

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Cristo, e pelos ofícios do Espírito Santo. Nenhuma respostasatisfatória é dada para a questão: O que eu devo fazer, para sersalvo? Aos homens é requerido correr a corrida da santidade cristã,com o peso da culpa sobre suas consciências, e com a corrupção desua natureza, não subjugada pela graça renovadora. Ele não tem ajusta concepção da justificação dos pecadores diante de Deus. Elenunca representa isto como consistente com o completo e imerecidoperdão de todos os pecados passados, obtidos, não através das obrasde retidão, mas através do simples exercício da fé, no estado penitentedo coração; e, imediatamente seguido pelo dom do Espírito Santo,produzindo paz de consciência, espírito filial, poder sobre o pecado, eesperança jubilosa da vida eterna. Ele se satisfaz com a reprovaçãodos maus hábitos e pecados das pessoas com severidade inclemente, eem mostrar o padrão da santidade prática, proclamando a vingançadivina contra todos aqueles que falham nela; mas dirigindo-os peloúnico meio, pelo qual eles poderiam obter o perdão e um novocoração.

Mas outras circunstâncias o impediram: As pessoas estavaminseguras, em constante alarme quanto aos espanhóis. Suasreprovações fiéis incitaram antagonismo, o que rapidamentedesenvolveram-se em vingança em meio àqueles de moralidadefrouxa. Conspirações eram tramadas contra ele, e até mesmo disparoseram feitos contra ele, das florestas. Mentiras ociosas eram feitas parao todo também susceptível Governador, que infelizmente dava créditoa elas, conduzindo-o a um curso de maus tratos severos e muitasindignidades: "O Sr. O. tirou minha armação da cama, e me recusou ame reservar uma dos carpinteiros, para ser consertada". Faltando-lhe,algumas vezes, o necessário para a vida, sofrendo de febre edisenteria, lhe eram negados, até mesmo, todos os meios de conforto ealívio, salvo que ele mudou sua cama usual, o chão, para o topo deuma caixa. Em conseqüência de sua crescente fraqueza, o pobresofredor chegou à beira da morte, o que pareceu quase desejar. "Meuirmão", ele diz, "trouxe-me uma resolução, que a honra e aindignação tinham formado, de morrer de fome, em vez de pedir pelonecessário... À noite, quando minha febre estava de certa forma

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diminuída, eu fui conduzido a enterrar o barqueiro, e o enviei parasua quieta sepultura". Da disposição delicada, ele passou através daagonia do sofrimento mental e físico.

Ele passou um pouco mais do que duas semanas em Frederica,quando seu coração entrou em colapso. Ao escrever para seu irmão,ele diz: "Fique até que você esteja em desgraça, em perseguição,pelos irmãos, pelos seus próprios conterrâneos; até que você sejaconsiderado o refugo de todas coisas (como você deve infalivelmenteser, se Deus for verdadeiro), e, então, veja quem irá admitir você".

Ele estava no noviciado; ele estava sendo treinado para umtrabalho mais sublime. O desapontamento que revelou o erro de seusmétodos atuais foi em parte uma preparação para uma firmeobediência, junto á fé, quando ela fosse revelada a ele. Ele não foifavorecido, como seu irmão, com a camaradagem diária dosagradáveis e felizes Morávios, que, para o momento, eram osinstrumentos escolhidos, para abrir os olhos desses nobres jovens, epara conduzi-los a uma luz e liberdade do Evangelho. Ele não"progrediu igualmente no mesmo conhecimento espiritual, de seuirmão, nem foi pressionado em busca dele, com a mesma" 'avidezconstante. Ele não teve igual autocontrole; nem, com suasuscetibilidade peculiar à depressão, agravada pela sua condição físicafraca, teve igual conforto em sua obra.

Por fim, as obrigações de seu secretariado o trouxeram paraSavannah. Ao deixar Frederica, ele diz: "Eu fiquei cheio de alegria demeu livramento desta fornalha, e nem um pouco envergonhado demim mesmo por me sentir assim". Ele permaneceu em "Savannah,nove semanas", como encarregado, enquanto seu irmão estava emFrederica.

Tendo que retornar para a Inglaterra como transportador dosdespachos do Governador para os fiduciários das colônias, eleembarcou em 11 de Agosto, pretendendo não mais retornar como umsecretário, cujo ofício ele se submeteu, mas como um missionário.Este propósito, no entanto, foi frustrado.

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Ambos, Wesley e Ingham desejavam ser missionários para osíndios, e não capelães das colônias inglesas; e Ingham arranjou trêsdias em cada semana para gastar no aprendizado da Língua indígena,com uma mestiça; e, nos outros três, para ensinar o que ele aprenderapara Wesley e Nitsehman, o bispo Morávio. Ele também procurousuprir nos turnos em lugar de Charles em Frederica.

Wesley tinha agora esperanças de que a porta fosse abertapara seguir imediatamente para os Choctawas, 'a menos polida, ouseja, a menos corrompida de toda as nações indígenas'. Mas aoinformar o General de seu objetivo, mas foi objetado, não apenas,pelo perigo de ser interceptado ou morto pelos franceses lá, masmuito mais pela inconveniência de deixar Savannah destituída de umministro. Essas objeções, ele relatou a seus amigos, à noite, com seudesejo característico de ser conduzido, preferivelmente a conduzir; eeles eram todos da opinião 'de que não deveriam ir ainda'".

Quanto a afetar suas visões eclesiásticas, pode ser mencionadoaqui que, lendo Sr. Delamotte, Bispo do Pandectae CanonumConciliorum de Beveridge, ele fora efetivamente convencido quetanto os Concílios Especiais quanto Gerais podem errar, e têm errado;e da infinita distância que existe entre as decisões dos homens maissábios e aquelas que o Espírito Santo registra na Palavra.

Já no encerramento de Novembro, Oglethorpe partiu para aInglaterra, deixando Wesley, Delamotte e Ingham na Savannah,"mas", diz Wesley, "com menos perspectiva de pregar para os índiosdo que tivemos no primeiro dia que colocamos os pés na América".Quando quer que ele mencionasse o assunto, a resposta era: "Você nãopode deixar Savannah sem um ministro". A isto, ele respondia: "Eunão sei, se estou sob alguma obrigação ao contrário. Eu nuncaprometi ficar aqui um mês. Eu abertamente declarei ambos antes; edesde a minha vinda para cá, que eu não faria, nem poderia ficarresponsável pelo Inglês, mais tempo, do que até que eu pudesse estarem meio aos índios". Se fosse dito: "Mas os fiduciários da Savannah

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não haviam apontado você para ser ministro em Savannah?", elerespondia: "Eles o fizeram; mas não foi feito, através de minhasolicitação; isto foi feito sem meu desejo ou conhecimento; portanto,eu não posso conceber que a designação me coloque sob algumaobrigação de continuar lá, mais do que até que a porta seja abertapara os pagãos; e isto eu expressamente declarei, quando consenti emaceitar essa nomeação". No entanto, a pedido insistente da maioriados sérios paroquianos, ele consentiu em permanecer, até que alguémviesse suprir seu lugar.

Gronau, um dos pastores de Saltzburger, escreve para umamigo e diz: "Aqui, com nossos índios, o panorama da conversão dospagãos, é ainda muito pobre, e alguém poderia quase se desesperarcom isto, se nós não tivéssemos as claras e simples promessas distonas Escrituras Sagradas... É evidente que os obstáculos colocados nocaminho da conversão dos pagãos, pelos cristãos devem primeiro serremovidos".

Logo no início do ano, ele e Dellamotte foram novamente paraFrederica, apenas para encontrar as coisas, como eles esperavam: friase sem entusiasmo; não havia um que retivesse seu primeiro amor.Assim, depois de dar socos no ar, neste lugar infeliz, por vinte dias,Wesley partiu finalmente de lá, em 26 de Janeiro; não, ele declarou, dealguma apreensão do perigo para si mesmo, embora sua vida fosseameaçada muitas vezes, mas do completo desespero de fazer algumbem lá.Ele descrevera a condição do lugar, como "uma cidade,dividida contra si mesma. Onde não existe amor fraternal, humildade,paciência, ou perdão de uns para com os outros; mas inveja, malícia,vingança, suspeita, ira, queixa, amargura, maledicência, sem fim!".

Uma disputa surgiu naquele tempo, entre os cavalheiros daCarolina e aqueles da Geórgia, com respeito ao direito de comérciocom os índios; e Wesley que tinha até aqui confinado sua atenção aosassuntos imediatamente relativos ao seu ministério, estava convencidode que o caso surgiria, naquela parte de seu tempo que deveria serempregado em outros assuntos. Isto foi o que ele pensou. No entanto,

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fez uma consideração a respeito dele, concluindo que a questãodeveria vir para esta breve discussão, por fim: "(1) Os Creeks,Cherokees, e Chicashaws estão dentro dos limites da Geórgia, ounão? (2) Existe um Ato do Rei no Concílio, em conseqüência de umAto do Parlamento, de alguma força dentre desses limites ou não? Oprimeiro desses, o Alvará Georgiano determina; o último, não foiquestionado por alguém, mas pelas partes interessadas na Carolina".Ele, portanto, concluiu que "nada justificaria o envio de comerciantesnão licenciados para esses índios, mas provar que o Ato não temforça, ou que aqueles índios não estão na Geórgia".

Em 4 de Março, Wesley escreveu aos fiduciários, dando umrelato das despesas anuais, de 1º. De Março de 1736, a 1º. De Marçode 1737, que, deduzindo as despesas extraordinárias, tais como reparara casa paroquial, e as viagens para Frederica, somaram para o Sr.Delamotte e ele mesmo, £44 4s 4d – uma prova da abnegaçãopraticada por esses bons homens. Ele tomou a resolução de não aceitar£50, por ano, enviadas pela Sociedade, para sua manutenção, dizendoque a camaradagem deles era suficiente. Seu irmão Samuel ocensurou, mostrando a ele que ao recusar isto, ele insultaria aquelesque viessem depois dele; e que, se ele não quisesse para si mesmo, elepoderia dar, de tal maneira que ele achou apropriado. Ele, por fim,autorizou neste assunto as solicitações da Sociedade e os conselhos deseus amigos.

As idéias de Wesley da religião, neste período, podem serreunidas dos seguintes excertos de uma carta, datada de Savannah, 28de Março, 1737, e endereçada ao Ilustríssimo Sr. William Wogan, emSpring Gardens, Londres.

"Eu, certamente, concordo com você, que a religião é amor,paz, e alegria no Espírito Santo; que, como se trata da coisa maisfeliz; então é a coisa mais alegre no mundo; que é completamenteinconsistente com a melancolia, mau humor, severidade, e, naverdade, com o que não está de acordo com a brandura, delicadeza egentileza de Jesus Cristo. Eu acredito que ela é igualmente contrária

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a toda meticulosidade, inflexibilidade, presunção, e desnecessáriasingularidade. Eu admito, também, que a prudência, assim como ozelo, é da mais extrema importância para um cristão sorver".

"Mas eu ainda não vejo um caso possível em que aconversação possa ser um exemplo dela. Nas seguintes escrituras, euconsidero que todas estas são completamente proibidas: (Mateus12:36) 'Digo-vos, pois, que de toda palavra fútil que os homensdisserem, hão de dar conta no dia do juízo'; (Efésios 5:4) 'Nemtorpezas, nem parvoíces, nem chocarrices, que não convêm; masantes, ações de graças'. (Efésios 4:29) 'Não saia da vossa bocanenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover aedificação, para que dê graça aos que a ouvem'; (Colossenses 4:6) 'Avossa palavra seja sempre com graça, temperada com sal, parasaberdes como deveis responder a cada um'".

"Mas devem rir de mim, por isto, eu sei. Assim foi com meuMestre. Eu não gosto da maneira dura, austera de conversar. Não!Que toda a alegria da fé esteja lá; que todo o júbilo da esperança;toda a amável doçura – a atraente tranqüilidade do amor. Se nósdevemos ter princípios, 'Hic mihi erunt artes': tão logo Deus devaadornar minha alma com eles, e sem quais outros do que esses, com opoder do Espírito Santo preveniente, acompanhando, e me seguindo,eu sei que eu (ou seja, a graça de Deus que está em mim) devereisalvar a mim mesmo e aqueles que me ouvem".

Sentimentos similares são expressos em outra carta, escrita,por volta do mesmo tempo: --

"Você parece compreender que eu acredito que a religião sejainconsistente com a alegria, e com o temperamento social fraterno.Muito longe disto, eu estou convencido de que a religião verdadeiranão pode existir sem a alegria; que a alegria assim constante nãopode existir sem a verdadeira religião. Eu estou igualmenteconvencido de que a religião tem nada de amargo, austero,insociável, descortês, nela; mas, ao contrário, implica a mais atraente

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doçura, a mais amável delicadeza e gentileza. Você tem tanta alegria,quanto você pode? Eu também. Você se esforça para manter vivo seugosto por todas os prazeres verdadeiramente inocentes da vida?Também eu. Você recusa nenhum prazer, a não ser o que sejaobstáculo a algum bem maior, ou que tenha inclinação a algum mal?Esta é minha própria regra. Em especial, eu sigo esta regra no comer,o que eu raramente faço, sem muito prazer. Eu sei que esta é avontade de Deus: que eu possa desfrutar de cada prazer que meconduza a ter prazer Nele; e, em tal medida, que a maioria me conduza isto. Não devemos fazer nada, mas o que, direta ou indiretamente,conduz à nossa santidade; e fazer tudo com este objetivo, e em talmedida, que possamos promovê-la mais".

Em Abril deste ano, Wesley começa a aprender Espanhol, como objetivo de conversar com um número de judeus que estavam emmeio aos seus paroquianos. Isto evidenciou o serviço subseqüente aele; houve revolta, sem benefício para outros, porque antes que eledeixasse a Geórgia, ele traduziu um hino muito bonito: "Ó, meu Deus,meu Tudo, tu és", que ele inseriu em seu primeiro hinário, impressoem Charlestown, no ano seguinte. O hino foi freqüentementereimpresso, em suas várias coleções de hinos.

Tanto Wesley quanto Delamotte fizeram seus deveres comoprofessor. O seguinte incidente refere-se a eles nesta conexão: "Algunsdos meninos na escola de Delamotte usavam meias e sapatos e outrosnão. Os primeiros ridicularizaram os últimos. Delamotte tentoucolocar um fim nesta brincadeira descortês, mas disse a Wesley queele falhara. Wesley replicou: 'Eu penso que eu posso curar isto. Sevocê tomar conta de minha escola, na semana que vem, eu tomareiconta da sua, e tentarei'. A troca foi feita, e no domingo de manhã,Wesley foi para a escola sem sapatos. As crianças pareceramsurpresas, mas sem alguma referência a zombaria passada. Wesley osmanteve em seus trabalhos. Antes que a semana terminasse, osdescalços criaram coragem; e alguns dos outros, vendo que seuministro e mestre vinha sem sapatos e meias, começaram a copiar seuexemplo, e assim, o mal foi efetivamente curado".

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A Revista dos Cavalheiros é responsável pela seguinte história:"Uma mulher pecaminosa, a qual ele havia ofendido, o atraiu paradentro da casa dela, o jogou no chão, e, com sua tesoura, cortou, deum lado de sua cabeça, todas aquelas longas mechas de cabelosavermelhados, que ele estava acostumado a manter na mais perfeitaordem. Depois disto, ele pregou na Savannah, com seus longoscabelos, cortados de um lado, a que aqueles que se sentaram do ladoque tinha sido cortaram, observaram: 'Que cabelo aparado o jovempároco tem"'. Não existe o menor sinal de verdade nisto.

Logo depois de sua chegada na colônia, Wesley tornou-sefamiliarizado com a Srta. Sophia Christina Hopkey, sobrinha do Sr.Causton, principal magistrado em Savannah, uma jovem, bonita naaparência, de maneiras atrativas, e além disto, inteligente e refinada.Ele logo começou a nutrir um interesse nela, que se desenvolvia, namesma medida da afeição, que parece ter sido recíproca, embora daparte dela, talvez, não muito ardentemente. Ela apareceu diante deWesley, como uma inquiridora religiosa, buscando a direção dele; elatambém se tornou sua aluna, pedindo que ele a assistisse em seusestudos de Francês. Ela consultou Oglethorpe, que tipo de vestuáriomais igualmente agradaria Wesley, e colocando de lado seusornamentos, aparecia sempre em um traje esmerado e de um brancosimples. Acredita-se que Oglethorpe desejou, se possível, levá-la aocasamento com vistas a manter Wesley na colônia.

Depois de Charles partir de Frederica, no final de Julho,Wesley freqüentemente visitou aquele lugar, onde ele encontrou amais violenta oposição e abuso. Ele a visitou, de tempos em tempos,até 16 de Outubro, quando recebeu um melancólico relato do estadodas coisas, por lá. O serviço público tinha sido descontinuado, e desdeentão, tudo havia se tornado pior. Ele escreveu: "Até mesmo a pobreSophy, que, por algum tempo, vivera lá, escassamente era a sombrado que era, quando eu a deixei. Eu me esforcei para convencê-ladisto, mas em vão; e para colocar isto efetivamente fora do meupoder, ela resolveu retornar para a Inglaterra imediatamente".

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Depois de diversas tentativas ineficazes, ele, por fim, prevaleceu."Nem foi muito tempo depois", ele diz, "antes que ela recuperasse ochão que havia perdido". Menosprezado em uma ocasião porOglethorpe, ele mencionou a circunstância para ela, e ela disse:"Senhor, você me encoraja em meus maiores julgamentos; nãodesencoraje a si mesmo. Nada tema; se o Sr.Oglethorpe não o ajudar,Deus o fará". Ele, então, pegou um barco para Savannh, com a Srta.Sophy, e chegou depois de uma passagem demorada e perigosa, "masnão tediosa" -- de seis dias, por centenas de milhas. Ele escreve: "Noinício de Dezembro, eu aconselhei a Srta. Sophy a cear mais cedo, enão imediatamente antes de ir para a cama. Ela assim o fez, e destapequena circunstância, que série de conseqüências inconcebíveisdependiam! Não apenas 'todo o colorido de sua vida restante', mas,talvez, toda minha felicidade também". O significado disto não estáóbvio, a menos que, neste tête-à-tête, ele fizesse uma declaração daafeição. Ela também cuidou dele, em uma enfermidade, de alguns diasde duração. Moore diz: "Aqueles que conhecem o Sr. Wesley evitarãonosso julgamento aqui. Eles bem sabem que impressão tudo istoigualmente fará. Ele, de fato, -- tinha uma natureza constante,amorosa, nobre; que acredita que os homens são honestos, se elesassim parecem. Como, então, esta aparência de forte afeição, de umamulher de sabedoria e elegância, mais do que isto, e como pareceria,da piedade também, deveria afetá-lo! Especialmente considerando(este é seu próprio relato), que ele nunca antes conversoufamiliarmente com alguma mulher, exceto com suas parentespróximas!". Muitas passagens nos diários mostram o profundointeresse que Wesley teve no bem-estar desta jovem.

Existe uma diferença de opinião aqui da parte dos doisprimeiros biógrafos de Wesley: Whitehead e Moore, ambosconhecidos pessoais de Wesley. Whitehead, que teve acesso aosdiários pessoais de Wesley, diz que, de uma leitura atenta daqueledocumento, a ele parece que Wesley pretendia se casar, e que ele nãoficou pouco aflito, quando o intercurso foi rompido. Moore, por outrolado, comenta nestas palavras: "Ele sei que ela, no final das contas,rompeu com ele, mas eu sei também que ele, em tempo algum,

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determinara se casar. Eu tenho um relato completo dele, e não sei seele alguma vez disse isto a alguma outra pessoa".

Que Wesley estava impressionado, talvez, fascinado, por estajovem, dificilmente pode admitir discussão. Mas que ele, alguma vez,propôs diretamente casamento a ela, é altamente improvável; com aspalavras de Moore em vista, seguramente pode-se afirmar que ele nãoo fez. Entretanto, que ele contemplou o casamento, como uma últimapossibilidade, pode tão pouco ser negado, sem lançar um insulto emsua honra. Ele pode ter prudentemente esperado, como qualquerhomem sensato faria. Nós sabemos de um manuscrito recentementepublicado, que ele a manteve no coração, talvez, com uma declaraçãode amor, e que ele questionara a Deus, se deveria continuar, postergar,ou descontinuar suas atenções.

Em 4 de Março, ele escreve: "Das direções que recebi deDeus, até hoje, no tocante a um assunto da maior importância, eu nãopude deixar de observar, como tenho feito, muitas milhares de vezes,o completo equivoco daqueles que afirmam, que 'Deus não respondenossas orações, exceto se o coração estiver totalmente resignado àvontade Dele'. Meu coração não está totalmente resignado a Suavontade. Entretanto, sem me atrever a depender de meu próprio juízo,eu clamei o mais sinceramente a Ele para suprir o que estava faltandoem mim. E eu sei, e estou seguro de que Ele ouviu minha voz, e meenviou Sua luz e Sua verdade". Isto provavelmente se refere a lançara sorte. Whitehead pensa que neste dia o namoro fora finalmenterompido. Ou que ele pode ter se referido ao seguinte, relatado deMoore: "O Sr. Delamotte não aprendeu (para usar uma expressãocomum do Sr. Wesley) a 'resistir abertamente à dúvida'. Ele pensouque ele viu – a aparência do mérito, não da essência. Ele, portanto,aproveitou a oportunidade de examinar com o Sr. Wesley; eperguntou a ele, se ele pretendia casar-se com a Srta. Sophy. Aomesmo tempo, demonstrou, em uma luz mais clara, a inteligência delae a simplicidade dele. Embora sarisfeito com as atenções de seu fielamigo, o Sr. Wesley não se permitiu admitir o casamento. A perguntado Sr. Delamotte, portanto, nem um pouco o deixou perplexo. Ele

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desistiu de uma resposta naquele tempo; e, percebendo o preconceitodo Sr. Delamotte, contra a senhorita, ele chamou o Bispo Nitschman.'Casamento', ele disse, 'você sabe que não é ilícito. Quer seja agoraexpediente para você, e quer esta senhorita seja uma esposaapropriada para você, deve ser considerado com maturidade'. Vendoque a perplexidade dele aumentava, ele decidiu propor suas dúvidasaos presbíteros da Igreja Morávia. Quando ele entrou na casa, ondeeles se reuniam, ele encontrou o Sr. Delamotte com eles. Ao proporseu assunto, o Bispo respondeu: 'Nós consideramos sua franqueza.Você aceitará nossa decisão?'. Ele respondeu, depois de algumahesitação: 'Aceitarei'. 'Então", disse o Bispo, 'nos aconselhamos avocê a não prosseguir mais além neste assunto'. Ele respondeu: 'Queseja feita a vontade de Deus'. Desde aquele tempo, ele se comportoucom a maior precaução em direção a ela, e evitou tudo que tendesse acontinuar a intimidade, embora ele facilmente percebesse que doresesta mudança em sua conduta causou a ele, como também causou aele próprio".

O acima ilustra a extrema falta de confiança em si mesmo, esua boa vontade, para ser conduzido pelas opiniões de outros, exibidastão freqüentemente em sua vida subseqüente. Também mostra apoderosa influência que os Morávios tinham começado a exercersobre ele. Dificilmente precisa ser acrescentado que não existe a maisleve sombra de dúvida de sua conduta perfeitamente honrada ehonesta em todo o assunto. Três dias depois, do incidente recémrelatado, ele escreve em seu diário pessoal:

"7 de Março – Quando eu caminhei com o Sr. Causton, parasua região, eu senti plenamente que Deus me dera tal isolamento, coma companhia que eu desejava, que eu teria esquecido a obra pelo qualeu havia nascido, para estabelecer meu descanso neste mundo". Noentanto, o assunto foi rapidamente terminado, porque ele escreve nodia seguinte: "A Srta. Sophy comprometeu-se com o Sr. Williamson, eno sábado, dia 12, eles se casaram em Purrysburgh; fazendo hoje umano que primeiro conversei com ela. O que Tu, Ó Deus, fazes eu nãosei dizer agora, mas saberei daqui por diante".

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Escrevendo para um dos seus paroquianos, Sr. S. Bardsley, em1786, cinqüenta anos depois do ocorrido, ele diz: "Eu me lembro,quando li essas palavras na Igreja em Savannah: 'Filho do homem,veja, eu tiro de ti o desejo de teus olhos com um golpe'. Eu fuiperfurado, como que por uma espada, e não pude proferir umapalavra mais. Mas nosso conforto é que Ele faz com que o coraçãopossa curar o coração".

Quer a paciência da senhorita se esgotara, devido aoprocedimento vagaroso de Wesley nesta questão – uma vez que nãoparece que ele estivesse com pressa de terminá-la – ou se ela declinoudo convite para casar-se com ele, devido a sua vida abstêmia e amaneira rígida de viver; é incerto; mas qualquer que fosse a causa, ficaevidente, de suas próprias palavras, que ele ficou desapontado, quandoela se casou com o Sr. Williamson. Parece que ele expressou isto maiscompletamente em uma carta a seu irmão Samuel, que diz a ele, emsua resposta: "Eu sinto muito que você esteja desapontado, com umcasamento, porque é muito improvável que você encontre outro".

Isto não foi muito tempo, no entanto, antes que ele visse queele tinha suficiente motivo para ser grato que não lhe fosse permitirescolher por ele mesmo. Ele freqüentemente teve oportunidade dedescobrir que a Sra. Williamson era de um outro caráter que aquelereligioso que ele havia suposto. Três meses depois do casamento dela,ele escreve: "Deus me mostrou, ainda mais da grandeza de meulivramento, abrindo-me para uma nova e inesperada cena dadissimulação da Srta. Sophy. Oh, que eu nunca ceda aos desejos demeu próprio coração, nem siga minha própria imaginação".

Wesley fora assim, felizmente resgatado do que poderia não tersido um casamento feliz, e ele foi também resgatado das limitações deuma vida paroquial em uma colônia pequena. Ele estava predestinadopara uma obra maior, cujo casamento naquela distante terra teriaimpedido. Ele encontrou sua esfera lá. Tivesse ele encontrado seu

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campo de trabalho lá, o grande avivamento Metodista não teriaexistido!

Como se pode supor, em tal país, ele não escapou dos perigos esofrimentos exteriores. Em uma de suas jornadas a pé, com o Sr.Delamotte e um guia, depois de caminhar, durante três ou quatrohoras, o guia lhes disse que não sabia onde eles estavam. Em umahora ou duas mais, chegaram em um pântano cipreste, que atravessavadiretamente o caminho deles. Estava muito longe para voltarem;portanto, caminharam, através dele, com a água na altura do peito.Uma milha adiante, completamente fora do caminho, e com o sol sepondo, eles pararam, pretendendo fazer um fogo, e permanecerem aliaté o amanhecer; mas se certificaram que os fósforos estavammolhados. Wesley aconselhou a seguirem adiante, mas seuscompanheiros estavam muito fracos e cansados, de maneira que sedeitaram, por volta das seis da tarde. O chão estava tão molhadoquanto as roupas deles, que com a geada constante, logo secongelaram. "No entanto", diz Wesley, "eu dormi até de manhã. Caiuum orvalho pesado à noite que nos deixou brancos como neve". Umahora depois do amanhecer, eles vieram para uma plantação, e à tarde,sem qualquer ferimento, chegaram em Savannah. Alguns dias maistarde, eles atravessaram um rio em uma pequena canoa, seus cavalosnadavam ao lado dela. Fizeram fogo na margem, e, não obstante achuva, dormiram tranqüilamente, até de manhã.

Mas provas de outra natureza esperavam por ele, Wesley eraum "Alto Clérigo", que conduziu seus princípios, com rigorosaexatidão. Além de alguns particulares já mencionados, ele requereuque os pretensos comunicantes o notificassem do mesmo, de açodocom a rubrica; recusou o Sacramento a todos que não haviam sidoconfirmados pelo bispo; rebatizou os filhos de Dissidentes, e recusou-se a enterrar alguém que não tivesse recebido o batismo episcopal.Nem sem razão, ele tem sido descrito como intolerante, ritualista. Isto,ele mesmo reconheceu alguns anos mais tarde, quando inserindo emseu Diário, uma carta que ele recebeu do Rev. John Martin Bolzius (járeferido), um ministro em Ebenezer, na Georgia, ele acrescenta: "Que

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a piedade e simplicidade verdadeiramente cristãs respirem nestaslinhas. E ainda assim, este mesmo homem, quando eu estava emSavannah, eu recusei admitir na mesa do Senhor, porque ele não erabatizado; ou seja, não era batizado por um ministro que tivesse sidoordenado pelo bispo. Pode alguém levar o zelo do Alto Clero, maisalto do que isto? E como eu tenho sido, desde então, açoitado pelaminha própria vara".

Ele continuou suas atenções pastorais com a Sra. Williamson,como uma de suas paroquianas. Isto afligiu o marido dela que, logodepois do casamento, a proibiu de atender aos serviços de Wesley, oude falar com ele novamente. Ela apareceu, no entanto, quatro mesesdepois, para o serviço Sacramental; depois do qual, Wesley teve aoportunidade de admoestá-la pela conduta que ele julgou repreensível.Um mês depois, ela aparece novamente, quando Wesley negou oSacramento a ela, já que ela nem expressou seu arrependimento pelassuas faltas, nem prometeu emendar-se. Este foi um ato de disciplina,que ele executou em outros casos. No dia seguinte, uma ordem foiexpedida para sua apreensão, para responder à queixa de WilliamWilliamson, por difamar sua esposa e recusar a ela o Sacramento daCeia do Senhor, sem uma razão, e colocando um prejuízo de £1000.

Wesley foi preso, e levado diante do Bailio [magistradoprincipal em certas cidades] e o Juiz municipal. Sua resposta aacusação foi que, o dar ou recusar a Ceia do Senhor, sendo um assuntopuramente eclesiástico, ele não reconhecia o poder deles de interrogá-lo quanto a isto. Ele foi dirigido a comparecer na próxima corte,mantida em Savannah. Ao ser solicitada uma fiança, a resposta foi: "Apalavra do Sr. Wesley é suficiente".

Dois dias depois, o Sr. Causton, que tinha mostrado, até então,um respeito amigável por Wesley, o visitou e exigiu que ele enviasse,por escrito, suas razões à Sra. Williamson, para repeli-la doSacramento, diante de toda a congregação. Isto, Wesley fez, nosseguintes termos:-

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"Sra. Sophia Williamson"

"A pedido do Sr. Causton, escrevo uma vez mais. As regraspor meio das quais eu procedi são essas: 'Todos que pretendemcompartilhar da Comunhão Santa, devem apresentar seus nomes aopároco auxiliar, pelo menos, um dia antes'. Isto, você não fez. 'E sealgum desses causou algum mal ao seu próximo, pela palavra ouação, de maneira que a congregação ficou ofendida, por meio disto, opároco deve adverti-lo, que, de maneira alguma, ele pretenda vir paraa Mesa do Senhor, até que ele tenha se declarado abertamente,verdadeiramente arrependido'. 'Se você se oferecer à Mesa do Senhor,no domingo, eu advertirei você (como fiz mais de uma vez), naquiloque você fez de errado. E quando você declarar abertamente ter-searrependido, eu administrarei a você os mistérios de Deus".

"J. Wesley"."11 de Agosto de 1737"

O Sr. Causton, depois disto exerceu sua influência contraWesley, buscando de toda maneira possível, envenenar a mente daspessoas contra ele; enquanto o restante da família espalhou o relatotolo de que Wesley agiu desta maneira para com a Sra. Williamson,puramente por vingança, porque ela não aceitou casar-se com ele.

Pode-se pensar que Wesley fora imprudente, ou que foi severona administração da disciplina; que, em vez de prosseguir para osextremos, ele poderia ter tentado persuadir a lady a se colocar demaneira correta para receber o Sacramento. Ele era sempre severo,onde havia o dever, e nunca temia as conseqüências de algum ato queo dever desfrutasse. Mas deve-se lembrar que o marido dela a haviaproibido de falar com ele, e que, em adição à reprovação dela, Wesleyhavia escrito, informando-lhe os pormenores da conduta que eleobjetara. Wesley escreveu naquela oportunidade:-

"Eu me sentei quieto em casa, e agradeci a Deus tranqüilo,tendo oferecido minha causa a Ele; e lembrando de Sua palavra:

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'Abençoado é o homem que resiste a tentação; porque quando ele étentado, ele recebe a coroa da vida; que o Senhor prometeu àquelesque O amam'. Eu, primeiro, fiquei temeroso que aqueles que fossemfracos na fé saíssem do caminho, pelo menos, até a ponto denegligenciarem a adoração pública, por atenderem o que elesigualmente estão sujeitos em suas preocupações temporais. Mas eutemi, onde não existia medo. Deus cuidou disto igualmente; de talmaneira, que no domingo, dia 14, mais estiveram presentes nasorações matinais, do que havia acontecido nestes meses anteriores".

Um grande júri foi chamado, e quarenta e quatro juradosprestaram juramento. Desses, um não entendia Inglês, um era umPapista, outro um infiel professo, três eram Batistas, dezesseis oudezessete outros, Dissidentes, e diversos outros tinham problemaspessoais com ele tinha abertamente declarado vingança.

Uma lista de queixas foi apresentada, mas alterada pelo grandejuro, para dez sessões. Alguns dias foram gastos no exame dessas; e,em Setembro, a maioria do júri concordou com as seguintes acusaçõesformais: -

1. "Que, depois de 12 de Março último, o dito Sr. John Wesleydiversas vezes forçou uma conversa privativa com Sophia ChristinaWilliamson, contrário ao desejo expresso e recomendação de seumarido; e igualmente escreveu e privativamente enviou papéis a ela,por meio dos quais, ocasionando muita intranqüilidade entre ela e seumarido".

2. "Que, em 7 de Agosto último, ele recusou o Sacramento daCeia do Senhor a Sophia Christina Williamson, sem qualquer razãoaparente, para a muita inquietação da mente dela, e para a grandedesgraça e prejuízo de seu caráter".

3. "Que ele, desde sua chegada em Savannh, nunca emitiuqualquer declaração pública da sua aderências a princípios eregulamentos da Igreja da Inglaterra".

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4. "Que, por muitos meses anteriores, ele dividiu no dia daCeia do Senhor, a ordem da oração matinal, e a litania dàs cinco ouseis horas,omitindo totalmente a mesma, entre as nove e onze horas, otempo costumeiro da oração publica matinal".

5. "Que, por volta do mês de Abril de 1736, ele recusoubatizou, de outra maneira do que por imersão, o filho de HenryParker, exceto, se o dito Henry Parker e sua esposa certificassem quea criança estava fraca e incapaz de suportar a imersão; e acrescentoua sua recusa, que, a menos que os ditos pais consentissem tê-laimersa, ela morreria pagã'.

6. "Que, não obstante, ele administrasse o Sacramento da Ceiado Senhor para William Gough, por volta do mês de Março, 1736, ele,um mês depois, recusou o Sacramento para o dito William Gough,dizendo que ele ouvira que William Gough era um Dissidente".

7. "Que, em Junho de 1736, ele se recusou a ler o Ofício doMorto, sobre o corpo de Nathaniel Polhill, apenas porque NathanielPolhill não era da mesma opinião que ela; e, devido a esta recusa, odito Nathaniel Polhil foi enterrado sem o apontado Ofíco para oEnterro do Morto".

8. "Que em Agosto, ou por volta de 10 de Agosto de 1737, ele,na presença de Thomaz Causton, presunçosamente chamou a simesmo de 'Superior Eclesiástico de Savannah', assumindo por meiodisto uma autoridade que não pertencia a ele".

9. "Que na semana de Pentecostes passada, ele recusouWilliam Aglionby de ser padrinho do filho de Henry Marley, dandonenhuma outra razão do que o fato de William Aglionby não terestado na mesa de Comunhão com ele".

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10. "Que, por volta do mês de Julho passado, ele batizou ofilho de Thomas Jones, tendo apenas um padrinho e madrinha, nãoobstante Jacob Matthews se oferecesse como padrinho".

Tais foram os veredictos da maioria do grande júri. A maioriados doze, incluindo três condestáveis, e seis Juizes de Paz, esboçou eassinou um documento, e o transmitiu "para os honoráveisFiduciários pela Geórgia", prefaciando o todo com o seguinte:

"Nós, cujos nomes estão subscritos, membros do dito grandejúri, humildemente pedimos permissão para demonstrar nossodescontentamento com as ditas denúncias. Estamos, por muitas ediversas circunstâncias, totalmente persuadidos de que toda aacusação formal contra o Sr. Wesley é um artifício do Sr. Causton,com o objetivo, antes de enegrecer o caráter do Sr. Wesley, do quelibertar a colônia da tirania religiosa, como ele ficou satisfeito emdenominar sua acusação. Mas como essas circunstâncias serão muitotediosas para perturbar Sua Reverência com elas, nós pedimosapenas para deixar as razões de nossa discordância das queixaspessoais":

1. "Que eles foram totalmente persuadidos de que asacusações contra o Sr. Wesley foram um artifício do Sr. Causton, coma intenção de enegrecer o caráter do Sr. Wesley, mais do que livrar acolônia de uma tirania religiosa, como ele alegou".

2. "Que não parece que o Sr. Wesley, quer falou em privativoou escreveu para a Sra. Williamson, desde o dia do casamento dela,exceto uma carta, que ele escreveu em 6 de Julho, a pedido de seu tio,como pastor, para exortar e reprová-la".

3. "Que, embora ele recusasse o Sacramento da Sra.Williamson, em 7 de Agosto, ele não se admitiu em alguma autoridadecontrária à lei, já que toda pessoa que pretendesse comungar, eraobrigada a apresentar seu nome para o pároco auxiliar, pelo menos,um dia antes; o que a Sra. Williamson não fez; embora o Sr. Wesley

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freqüentemente, diante da congregação lotada, declarasse que eleinsistia em uma submissão àquela rubrica, e antes repelira diversaspessoas pela não submissão a ela".

4. "Que, embora ele não tivesse emitido alguma declaraçãopública, em Savannah, de sua aderência aos princípios eregulamentos da Igreja da Inglaterra, ele freqüentemente discordava,de uma maneira mais incisiva do que pela declaração formal,explicando e defendendo três Credos dos Trinta e nove Artigos, todo olivro da Oração Comum, e as homilias; além de uma declaraçãoformal não ser 0equerida, a não ser daqueles que receberam ainstituição e indução".

5. "Que, embora ele dividiu no Dia do Senhor, a ordem daoração matinal, isto não estava contrário a alguma lei existente".

6. "Que sua recusa em batizar o filho de Henry Parker, deoutra forma do que por imersão, estava justificada pela rubrica".

7. "Que, embora ele recusasse o Sacramento a William Cough,o dito William Cough (um dos jurados que assinaram o documentoenviado aos fiduciários) publicamente declarou que a recusa não foiinjustiça com relação a ele, porque o Sr. Wesley lhe deu razões que osatisfizeram".

8. "Que, com referência à alegada recusa em ler o Serviço deFuneral de Nathaniel Polhill, eles tinham boas razões para acreditarque o Sr. Wesley estava em Frederica, ou em seu retorno de lá,quando Polhill foi enterrado; além do que, Polhill era um Anabatista,e desejou, durante sua vida, que não fosse enterrado com o ofício daIgreja da Inglaterra".

9. "Que eles estavam em dúvida quanto a acusação, comrespeito a Wesley, chamando a si mesmo de 'Superior Eclesiástico deSavannah', sem conhecer bem o significado da palavra".

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10. "Que, embora o Sr. Wesley recusasse admitir WilliamAglionby para ser padrinho do filho de Henry Marley, e JaconMatthews para padrinho do filho de Thomas Jones, ele estavasuficientemente justificado pelos cânones da Igreja, porque nemAglionby, nem Matthews tinham certificado Wesley que eles tinhamalguma vez recebido a Santa Comunhão".

No dia seguinte, Wesley fez um pedido para uma audiênciaimediata da primeira acusação, sendo a única de natureza civil. Acorte esquivou-se do pedido. Por seis vezes ele apresentourequerimento, sem proveito.

No meio desta tempestade, mantida pelas artimanhas de seusinimigos declarados, sem um xelim em seu bolso, e três mil milhas decasa, Wesley tinha sua alma em paz, e dedicou-se a sua obra;acrescentando uma visita semanalmente a um número de famíliasfrancesas, residentes em uma vila, cinco milhas distante, aos quais,todo o sábado de tarde, ele lia as orações; e o mesmo para algunsalemães, em outra vila; então, a pedido dos franceses, em Savannah,nos domingos à tarde. De maneira que, durante as semanas restantesde sua estada em Savannah, ele tinha completa ocupação para o diasanto. As primeiras orações inglesas duravam das cinco horas até ascinco e meia. As italianas, para o beneficio de alguns Vaudois,começavam às nove horas. O segundo Serviço para o inglês, incluindosermão e Comunhão, era das dez e meia até as onze e meia. O Serviçofrancês começava a uma hora. Às duas horas, ele catequizava ascrianças. Por volta das três horas, começava o Serviço inglêsvespertino; depois do que, ele tinha a felicidade, ele dizia, de juntar-secom tantos quanto sua sala mais ampla suportasse, em leitura, oraçãoe louvor. E por volta das seis horas, o serviço dos Morávioscomeçava, ao qual ele ficava feliz de estar presente, não comoprofessor, mas como discípulo. Porque, com todos os seus Altossentimentos Religiosos, ele não ficava envergonhado de se sentar aospés daqueles que, ele estava consciente, tinham um conhecimentoexperimental da religião que estava além de suas próprias realizações.Ele, então, se reuniu a eles, no início de Agosto, para uma festa do

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amor deles --- provavelmente a primeira vez que ele compareceu a talserviço. Assim, ele fala dela: "Ele começou e terminou com ação degraças e oração, e celebrado de uma maneira tão decente e solene,como um cristão da era apostólica teria permitido ser merecedor deCristo". Nos anos subseqüentes, a festa do amor tornou-se um serviçofavorito e proveitoso em meio aos Metodistas, e as festas de amorainda acontecem, embora não tão freqüentemente como antes.

Em Novembro, ele recebeu um alívio temporário em suasnecessidades prementes. Ele escreve: "Coronel Stephens chegou,através de quem eu recebi um benefício de dez libras esterlinas;depois de diversos meses, sem um xelim em casa, mas não sem paz,saúde e contentamento".

No início de Outubro, ele consultou seus amigos, se Deus nãoo chamara para retornar para a Inglaterra; vendo que a razão pela qualele a deixara, não tinha agora força, não havendo possibilidade, até omomento, de instruir os índios, nem ele se certificara ou ouvira, dealguns índios no continente americano que tivessem o menor desejode serem instruídos. E quanto à Savannah, como ele nunca secomprometera, quer verbalmente ou por carta, a permanecer um diamais do que julgasse conveniente, nem, alguma vez, encarregou-sedas pessoas, de alguma outra maneira, do que quando em suapassagem para o ateu, ele se viu completamente desembaraçado dealguma obrigação de permanecer mais tempo. Além do que, pareciauma probabilidade de fazer um serviço para a colônia na Inglaterra,mais do que na Geórgia, visto que ele poderia representar, sem medoou favor, aos fiduciários, o verdadeiro estado em que se encontrava acolônia. Depois de considerar profundamente essas coisas, seusamigos foram unânimes de que ele deveria ir, mas não ainda. Assim,ele colocou o pensamento de lado por hora, persuadido de que quandoo momento chegasse, o caminho se tornaria claro diante dele.

Dois meses depois, tornou-se evidente que não havia a maisremota perspectiva de obter justiça nas cortes, e que aqueles no poder,combinaram oprimi-lo, e poderiam procurar evidência (como já havia

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acontecido) de palavras que ele nunca falara, e feitos que ele nuncarealizara. Estando, além do mais, desapontado de pregar o evangelhoao pagão, ele novamente consultou seus amigos, que agora decidiramque ele deveria partir imediatamente. Assim sendo, ele colocou oseguinte anúncio em uma grande praça:

"Considerando que John Wesley pretende partir brevementepara a Inglaterra, pede-se que aquele que emprestaram alguns livrosdele, que os retornem tão logo seja conveniente fazê-lo". J.Wesley;

Imediatamente, ele pediu dinheiro ao magistrado principal parapagar suas despesas para a Inglaterra, objetivando partirimediatamente. O magistrado lhe disse que ele não poderia sair daprovíncia, até que fosse intimado a comparecer na corte, e responderpelas alegações colocadas contra ele. Ele respondeu que ele haviacomparecido a seis cortes sucessivamente, e abertamente pediu umjulgamento, mas que lhe foi recusado. Eles pediram que ele dessealguma garantia de que compareceria novamente. Ele perguntou quegarantia. E eles responderam uma fiança para comparecer emSavannah, quando quer que fosse requerido, sob a penalidade de £50,além do que, uma fiança em resposta à ação do Sr. Williamson de£1000 de prejuízo. "Eu, então", diz Wesley, "vi a intenção deles deprolongar o tempo e fazer nada, e disse claramente ao oficial: Senhoreu não assinarei nem uma fiança, e nem a outra".

Depois das orações vespertinas, a maré de acordo, "ele partiude Savannah, com três outras pessoas, ninguém tentando impedi-lo,não obstante uma ordem requerendo a todos os oficiais queimpedissem sua saída da província, proibindo qualquer pessoa deajudá-lo nisto". Parece provável, que os magistrados estavamrealmente felizes por se livrarem dele.

Sua própria história gráfica pode ser lida em seu Diário, doqual o seguinte é extraído: -

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Em 2 de Dezembro, tão logo as orações vespertinasterminaram, por volta das oito da noite, a maré, então, a favor, ele diz,"Eu tirei o pó dos meus pés e deixei a Geórgia, depois de ter pregadoo evangelho lá, não como eu deveria, mas como fui capaz, um ano enove meses depois". Cedo, na manhã seguinte, o pequeno grupo dequatro, alcançou Purrysburg, e tentando encontrar um guia, partiu umahora antes do nascer do sol. Depois de caminhar duas ou três horas,eles se encontraram com um velho homem que os conduziu em umatrilha perto da qual havia uma fileira de árvores "marcadas" (árvoresmarcadas, com parte da casca arrancada), e seguindo por essas, ele osassegurou que eles chegariam em Porto Royal, em cinco ou seis horas.Por volta das onze horas, eles chegaram em um largo pântano, no qualeles vagaram por três horas; até encontrarem uma outra "marca", eseguiram-na até que ela se dividiu em duas. Seguindo uma dessas,através do mato trançado, intransitável, uma milha além do que forapretendido, eles atravessaram de novo, através do mato trançado, eseguiram uma outra marca, até que esta também terminou. O pôr-do-sol estava agora a caminho; assim, fracos e cansados, eles se deitaram,sem qualquer alimento para aquele dia, exceto a terceira parte de umbolo de gengibre, que Wesley havia carregado em seu bolso. Elesdividiram em outras três partes, reservando o restante até a manhã,mas não havia água o dia todo. Um do grupo, empurrando uma varano chão, certificou-se que o fundo dele estava úmido, no que doisdeles, começaram a cavar com suas mãos, e por volta de três pés deprofundidade, encontraram água. Eles deram glórias a Deus, beberam,e estavam renovados; e, depois da adoração, deitaram um perto dooutro, e adormeceram.

Na manhã seguinte, retomaram seu caminho, mas como afloresta ficava mais e mais densa, eles retrocederam seus passos do diaanterior. No dia anterior, na parte mais densa da floresta, Wesley, nãosabendo porquê, tinha quebrado muitas árvores jovens, enquanto opequeno grupo caminhava ao longo delas. Essas agora seriam úteis noguiá-los, através da parte mais densa da floresta, e entre uma e duas,eles vieram para a casa do velho homem que eles deixaram um diaantes. À tarde, Wesley leu as orações para uma numerosa família

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francesa, um dos quais empreendeu ser o guia deles, no dia seguinte.Eles caminharam de manhã, até o pôr-do-sol, quando o guia delesconfessou que não sabia onde estavam. No entanto, eles continuaramem frente, até as sete horas, quando vieram para uma plantação; e, nodia seguinte, depois de muitas dificuldades e demoras, elesembarcaram na Ilha Port Royal.

Em 7 de Dezembro, Wesley caminhou para Beaufort, e, no diaseguinte, se juntou ao Sr. Delamotte, com quem pegou um barco paraCharlestown, que ele alcançou no dia 13, depois de uma passagemvagarosa, em razão dos ventos contrários, e do mesmo conflito comfome e frio, e com as provisões diminuindo. No dia seguinte, leu asorações, a pedido, foi uma vez mais renovado, e igualmente visitouum moribundo; e, no dia 16, partiu com o Sr. Charles Delamotte, comquem havia estado, apenas alguns dias separados, desde 14 deOutubro de 1735. No dia 18, ele foi atacado por um violentocorrimento, mas teve força para pregar, uma vez mais, para as pessoasdesatentas, e "poucos acreditaram em nosso relato". No dia 22, eledeixou a América, "embora, se agradasse a Deus, não para sempre".

Embora sofrendo muito a bordo, ele se dedicou à sua obra,começando por instruir um criado negro, nos princípios doCristianismo. Ele decidiu deixar de "viver delicadamente", e retornouà sua velha simplicidade de dieta, com o feliz efeito, de que nem oestômago, nem a cabeça se queixaram do movimento do navio.

Vitima do muito medo do perigo, embora não soubesse dequal, ele fez as seguintes reflexões: (1) "Que nenhuma dessas horasdeveriam ficar fora da minha lembrança, até que eu tenha um outrotipo de espírito – um espírito igualmente desejoso de glorificar aDeus, através da vida ou da morte". (2) "Que, quem quer estejaapreensivo, por alguma razão (com exceção da dor física), leva em simesmo sua própria convicção de que ele é, até então, um descrente.Ele está apreensivo com relação à morte? Então, ele não crê quemorrer é ganho. De algum dos eventos da vida? Então, ele não tem afirme crença de que todas as coisas operam para seu bem. E se ele

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trouxer a questão para mais perto, ele se certificará que, além dafalta geral de fé, todo desconforto pessoal é devido evidentemente àfalta de algum temperamento cristão".

Alguns poucos dias mais tarde, sentindo-se triste e muitooprimido (embora ele não desse alguma razão especial para isto), etambém extremamente sem vontade de falar intimamente com alguéma bordo, ele temeu que esta fosse a causa de sua incontável aflição,então, começou a instruir um camaroteiro. Diversas vezes, durante osdias seguintes, ele seguiu com um desejo de falar com os marinheiros,mas não pode, e quis saber se esta era uma proibição do bom Espíritoou uma tentação do diabo.

Durante a viagem, ele terminou seu resumo da Vida doMonsieur de Retry, sobre o qual, ele trabalhou durante algum tempo.Este foi o primeiro, de um grande número de resumos feitos epublicados por ele, e a que ele fará referência mais tarde. Nestaoportunidade, ele reduziu um volume de 358 páginas, em um panfleto.

CAPITULO V

Inglaterra: O Conflito Espiritual (1738)

Depois de mais arremessos e ameaças de transtorno, nodomingo, 29 de Janeiro, ele chegou, são e salvo, em Downs. Logocedo, na manhã da quarta-fera, 1º. de Janeiro, Wesley embarcou paraDeal. Lá ele ficou sabendo que, um dia antes, seu amigo Whitefieldembarcara para Savannah, sem saber nada do outro. Sim; Whitefield

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tinha começado seu poderoso e extraordinário ministério, seu coraçãoquase incendiando pela alegria evangélica, o que seu amigo estavalutando para encontrar, e em seu exuberante contentamento,despejando sua vida no serviço, tão feliz quanto maravilhoso. Eledescreve assim, seu ultimo Sabbath, antes de embarcar:

"Domingo, 29 de Janeiro – Subi a bordo, logo cedo na manhã,li as orações, preguei para o soldados, e visitei o doente; então,retornei para a margem, e me apressei com um grupo de amigospiedosos [que se reuniram de longe, para dar-lhe boa viagem], para aIgreja Shroulden [Sholden], por volta de uma milha e meia de Deal,onde eu preguei para uma congregação lotada e lacrimosa. À tarde,eu preguei na Igreja de Upper Deal, que estava completamentelotada, e muitos foram embora porque faltava espaço; algunspermaneceram nos corredores da Igreja, do lado de fora, e olharampara dentro do topo das janelas, e todos pareceram ansiosos paraouvir a Palavra. Que o Senhor possa fazê-los executores dela. Àtarde, eu fui obrigado a dividir meus ouvintes, em quatro grupos, e fuicapaz de expor para eles, das seis às dez horas. Que Deus me livre deficar cansado, ou, do sucesso". Um modelo de vida de trabalhosdesgastantes deste homem extraordinário.

Assim eram os homens, que, mais tarde, tornaram-se tãonotáveis na história da Igreja de Deus na Inglaterra, vinculada aobenevolente experimento colonizador e esforço missionário nosdistantes ancoradouros da América. Wesley desembarcou em Deal, àsquatro horas, na manhã de 1º. de Fevereiro de 1738, depois de umaausência da Inglaterra, de mais de dois anos. Ele tinha feito grandeprogresso, embora inconsciente, no conhecimento espiritual duranteaquele tempo. Seu zelo, tão longe de sofrer abatimento pelas coisasque passara, havia se inflamado em uma intensidade ainda maior. Namanhã de sua chegada, ele leu as orações e explicou uma porção dasEscrituras para uma larga companhia na estalagem. AlcançandoFaversham, ele leu as orações e expôs a segunda lição para algunspoucos, "chamados cristãos, mas mais selvagem em seu

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comportamento", ele foi obrigado a observar, "do que os maisselvagens índios", com os quais ele se encontrara.

Em Blendon, ele visitou a casa de seu amigo Delamotte,recebendo calorosas boas-vindas. No dia 3, ele alcançou Londres. Emadição aos muitos assuntos que ele tão cuidadosamente consideroudurante sua viagem, ele, como era de se esperar, atenciosamente reviuos resultados de sua residência e obra na América. Ele tinha mais doque uma vez, deplorado seu fracasso, em executar seu propósito de setornar um missionário para os índios; e ele dificilmente olharia parasuas ocupações, em meio aos ingleses, com perfeita satisfação. Masnem tudo era fracasso; e ele estava em condições de expressar suagratidão, por ele ter sido levado para aquela terra estranha, contrário atodas as suas resoluções precedentes; e que, embora o principaldesígnio de sua ida não se realizasse – a pregação do Evangelho paraas tribos nativas na América do Norte – ainda assim, ele tinha obtidomuito proveito pessoal; ele tinha sido humilhado e provado; ele tinhaaprendido a tomar cuidado com os homens; a saber seguramente, quese em todos os nossos caminhos, nós reconhecermos Deus, Ele irá,onde a razão falhar, dirigir nossos passos "pela sorte, ou por outrosmeios". Ele estava também livre do medo do mar, que ele temia, desdesua juventude. Foi-lhe dado conhecer muitos servos de Deus,especialmente aqueles da Igreja de Hermut. Através de seus estudosde Alemão, Espanhol e Italiano, seu caminho tinha se aberto para osescritos dessas Línguas. Além disto, todos na Geórgia ouviram aPalavra de Deus, que alguns entregaram, e começaram a seguir bem; ealguns poucos passos foram tomados, em direção à pregação doEvangelho para o pagão africano e americano. Muitas criançasaprenderam como deviam servir a Deus, e serem úteis ao seu próximo.Além do que, aqueles, aos quais isto mais diz respeito, tiveram agorauma oportunidade, através de seus relatos, de conhecer o verdadeiroestado da colônia ainda não desenvolvida, e assim, o firme alicerce depaz e felicidade poderia ser colocado para muitas gerações seguintes.Esses não foram frutos insignificantes de sua expedição.

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Mas resultados muitos reais foram determináveis por outros;Whitefield alcançou Savannah em 7 de Maio. Em 2 de Junho, seuamigo Delamotte partiu pela Inglaterra. "O bom povo", Whitefield diz,"lamentou a perda dele, e foi à margem do rio, dar seu último adeus;,e boa razão eles tiveram para fazer isto; porque ele tinha sidoincansável no alimentar os cordeiros de Cristo, com o leite sincero daPalavra, e muitos deles (abençoado seja Deus) se desenvolveram pormeio disto. Certamente eu devo trabalhar mais vigorosamente, umavez que eu vim depois de tais predecessores meritórios. O bem que Sr.John Wesley fez na América, sob a vontade de Deus, é inexprimível.Seu nome é muito precioso em meio às pessoas; e ele colocou talalicerce, que eu espero nem homens, nem demônios, alguma vez,serão capazes de estremecer. Oh! Que eu possa segui-lo, como ele fazcom Cristo".

Muitos dos incidentes na vida de Wesley, durante sua carreiramissionária são de interesse emocionante, mas para o biógrafo, a lutaespiritual, pela qual ele passou, com as suas forças sutis ocultas, deveser considerada de primeira importância. Foi um processo formativo,silencioso, pelo qual este grande servo de Deus foi preparado para suasuprema obra; aquela de uma evangelização ativa, através da IlhasBritânicas. Este processo deve ser cuidadosamente traçado, segostaríamos de entender Wesley e seu lugar na história da Igreja. Eletem registrado isto com alguma exatidão, como temos visto. É apenasnecessário acrescentar aqui que suas altas visões religiosas receberamum impacto muito severo, e que ele passou, para um largo grau, dodomínio dela, para aquele dos ensinamentos Morávios. O cavalheirode Oxford, que, manteve as tradições de sua infância, e que faria nada"sem uma razão", aprendeu em grandes exigências de sua vida adecidir seu curso pela sorte!

"As viagens de Wesley, para lá e para cá, e os meses de suaestada na colônia, foram conseqüentemente importantes no trazê-lodentro do círculo da influência Moravia. Foi dentro daquele círculo,que ele se encontrou com a nova e estranha idéia de um Cristianismomais elevado e excelente do que o próprio. Um ou dois dos ministros

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Morávios eram – e ele sentiu isso – muito avançados no conhecimentoe experiência, além de seu próprio padrão de capacidade. Em Oxford,ele se encontrou caminhando, sempre na frente daqueles ao redordele".

"Mas, a bordo, do navio no qual ele cruzou o Atlântico, e,mais tarde, na colônia, ele se encontrou com homens, que, semassumirem um tom de arrogância em direção a ele, falaram-lhe comoque para um aprendiz, os quais, no poder da verdade, trouxeram suaconsciência para uma defesa de questões; que, enquanto admitiu apertinência delas, não pode responder com alguma satisfação para simesmo. Assim foi que ele retornou para a Inglaterra, em um estado dedesconforto espiritual e desamparo. Ele havia se despojado daquelareligiosidade arrogante junto a qual, como seus princípios, seuegotismo asceta tinha até agora descansado. Ele tornou a reunir seusamigos em uma disposição para pedir e receber orientação,preferivelmente do que fornecê-la".

Wesley imediatamente começa a pregar nas igrejas deLondres. Mas sua experiência no primeiro Sabbath foi indicativa doque o esperava. Foi pedido que pregada na igreja de John theEvangelist. Ele assim o fez, nestas palavras: "Se algum homem estiverem Cristo, ele é uma nova criatura", e mais tarde, foi informado deque muitos das melhores paróquias ficaram tão ofendidos, que ele nãodeveria mais pregar lá. Ele agora visitava muitos de seus velhosamigos e parentes para sua grande alegria e conforto.

Wesley assinala o dia 7 de Fevereiro, terça-feira, como "umdia para ser muito lembrado", porque neste dia, ele se encontrou comPeter Böhler, na casa do Sr. Weynanz (ou Weinantz), um mercadoralemão, e Wesley entregou a ele uma carta endereçada a Zinzendorf,que ele havia trazido de John Tolsching, um Ministro Morávio, cujoconhecimento se formara na Geórgia. Böhler foi um agente escolhidode Deus, para levá-lo até a luz que eles estava, então, buscando. Comoutros dois representantes da Igreja Moravia, Böhler havia recémchegado na Inglaterra, e Wesley procurou alojamento para eles, perto

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da casa do Sr. Hutton, onde ele mesmo havia estado; e não perdeuoportunidade, ele nos diz, de conversar com eles, enquantopermaneceram em Londres. Ele esperou pelos Fiduciários georgianoscom seu relato da colônia, que ele teve razão para acreditar, não foiaceitável para muito deles, já que este diferia grandemente dos relatosque eles geralmente recebiam. Ele, então, em companhia de Böhler,partiu para Oxford, onde foram recebidos pelo único "remanescentede lá", ele diz, "dos muitos que, em seu embarque para a América,foram usados para tomar doces conselhos juntos, e regozijarem-se emtestemunharem" a reprovação de Cristo, enquanto em Oxford, eleseram freqüentemente os objetos de ridículo e motivo de riso. Um dia,percebendo que Wesley estava preocupado, com a opinião dos outros,Böhler disse, com um sorriso: "Meu irmão, isto nem mesmotraspassou as suas roupas". Eles juntos visitaram seu amigoGambold, e o encontraram "recuperado de sua ilusão mística, econvencido que Paulo era um escritor melhor do que até mesmoTauler ou Behmen". Todo este tempo, ele conversou muito comBöhler, a quem ele confessa que ele não entendia, especialmentequando ele dizia: "Mi frater, mi frater, excoquenda est ista tuaphilosophia". "Meu irmão, meu irmão, esta sua filosofia precisa sereliminada". Latim era o meio de intercurso, porque Böhler nãoentendia o Inglês. Böhler, escrevendo a Zinzendorf, diz: "Eu viajeicom dois irmãos, John e Charles Wesley, de Londres a Oxford. Omais velho, John, é um homem benévolo. Ele sabia que ele nãopropriamente acreditava no Salvador, e estava desejoso de serensinado". Ele agora retornou para Londres; e, depois de encontrarsua mãe, uma vez mais, partiu novamente para Oxford, chamado atélá, por conta de um recado de que seu irmão estava morrendo. Em seucaminho, ele falou claramente a diversos bem intencionados, quanto àreligião, e à tarde para os servos e estranho na estalagem. Ele, então,resolve, com respeito à sua própria conduta:

1. Usar de absoluta franqueza e desembaraço, com todos queeu possa conversar;

2. Trabalhar em busca da seriedade contínua; não disposto aser indulgente comigo mesmo, em alguma da menor

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leviandade de comportamento, ou no rir; não, nem por ummomento;

3. A falar nenhuma palavra que não conduza à glória deDeus; em especial, não falar de coisas mundanas. Outrospode, mais do que isto, devem, mas o que é aquilo para ti?;

4. Não ter prazer, que não conduza à glória de Deus;agradecendo a Deus todo o momento, por tudo que eurecebo, e, portanto, rejeitando todo tipo e grau disto que eusinta que não possa assim agradecer a Ele, nisto ou porcausa disto.

Ele encontrou seu irmão com Peter Böhler, "através de quem,durante um caminhar, na tarde do dia seguinte, ele foi 'convencido dadescrença, da falta daquela fé, por meio da qual apenas, somossalvos'". Böhler diz: "Eu caminhei com o mais velho dos Wesleys, eperguntei a ele com respeito ao seu estado espiritual. Ele me disseque, algumas vezes, sentiu certeza de sua salvação; mas, algumasvezes, teve muitas dúvidas; e que ele poderia apenas dizer isto: 'Se oque existe na Bíblia for verdadeiro, então, eu estou salvo'. Nisto, eufalei com ele, muito abertamente, e sinceramente pedi para que fosseaté a fonte generosa, e não frustrasse a eficácia da graça livre,através de sua descrença'. Imediatamente, ele diz, que passou por suamente deixar de pregar, porque, como ele poderia pregar a outros, senão tem a fé em si mesmo!". Apelando a Böhler, ele recebeu porresposta: "De modo algum, faça isto: pregue a fé até que a tenha, e,então, porque você a tem, você pregará sobre ela". "Assim sendo, em6 de Março, segunda-feira, eu comecei a pregar esta nova doutrina,embora minha alma retroceda na obra. A primeira pessoa a quem euofereci Salvação pela Fé apenas foi a um prisioneiro, sob sentença demorte. Seu nome era Clifford. Peter Böhler desejou, muitas vezes,falar com ele antes. Mas eu não poderia prevalecer sobre mim mesmoassim fazer; sendo ainda, como eu tenho sido há muitos anos, zelosodefensor da impossibilidade de um arrependimento nos últimosmomentos". Esta é uma das horas críticas na vida de Wesley. Querevelação suas palavras contêm; ele nunca antes pregara salvaçãosomente pela fé! Ele nunca antes acreditou que a salvação fosse assim

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obtida. Que luz existe aqui lançada junto aos seus esforços passados.Ele poderia agora dizer verdadeiramente: "A fé que eu necessito éesta".

Böhler retornou para Londres, e Wesley partiu para visitar seuamigo Clayton, em Manchester, com o Sr. Kinchim, Membro doCorpus Christi, e o Sr. Fox, recém prisioneiro na prisão da cidade.Eles determinaram, decididamente, a não perder oportunidade dedespertarem, instruírem, ou exortarem qualquer um que elesencontrassem em sua jornada; mas, negligenciando o dever deles emBirmingham, eles foram "reprovados por uma severa chuva degranizo". Durante a tarde, nas estalagens, onde permaneceram, elesmantiveram a oração familiar, com a leitura e exposição dasEscrituras, com todos que estivessem desejosos de se juntarem a eles.Ao retornar para Oxford, ele se encontrou novamente com PeterBöhler, que agora se surpreendia, mais e mais, com os relatos que eledava da santidade e felicidade, atendendo a fé viva. Ele, então,começou novamente a verificação do Testamento Grego, resolvido acontinuar, através da lei e do testemunho, e confiante de que, por meiodisto, ele seria ensinado, se esta doutrina era mesmo de Deus.

Ele pregou em Whitham sobre "a nova criatura", e foi, à tarde,para a sociedade em Oxford, onde, como de costume em todas associedades, depois de usar uma coleta [oração que precede a Epístola]ou duas, e a Oração do Senhor, ele expôs um capítulo no NovoTestamento, concluindo com três ou quatro coletas mais, e um saldo.Em Castle, depois de ler as orações e pregar, ele e seu companheiroKinchin oraram com um criminoso condenado; "primeiro nas diversasformas de oração, e, então, em tais palavras, como nos eram dadasnaquela hora". "O prisioneiro ajoelhou-se com grande opressão econfusão, tendo nenhum descanso em seus ossos, em razão de seuspecados". Depois de um tempo, ele se levantou, e decididamentedisse: "Eu estou agora, pronto para morrer. Eu sei que Cristo tiroufora os meus pecados, e não existe mais condenação em mim". Amesma alegria serena, ele mostrou, quando foi levado para aexecução; e em seus últimos momentos, ele era o mesmo, desfrutando

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da perfeita paz, na confiança de que fora "aceito no amado". Istoprendeu a atenção de Wesley. Este foi um caso, com respeito a ele; umcaso de súbita convicção do pecado, seguido pela convicção doperdão, e acompanhado, até mesmo, naquela hora solene, com a maissegura paz e alegria. Mas Wesley não poderia dizer, com o pobrecriminoso por quem ele tinha orado: "Eu sei que Jesus Cristo tiroufora todos os meus pecados". Ele estava, no entanto, aproximando-seda hora feliz! Em outra sociedade, ele diz que seu coração estava tãocheio que ele não poderia confinar a si mesmo às formas de oraçãogeralmente em uso; e resolveu no futuro orar, indiferentemente, com aforma ou sem, como parecesse adequado.

Seis dias depois, na Páscoa, de 5 de Abril, ele pregou na capelado colégio, e novamente, à tarde, em Castle, e em Carfax; e escreveu:"Eu vejo a promessa, mas muito distante; e, julgando que fossemelhor para mim, esperar por seu cumprimento em silêncio eisolamento"; ele se retirou, a pedido de seu amigo Kinchin, paraDummer, em Hampshire. Mas, em poucos dias, ele foi convocadopara Londres, onde encontrou Böhler novamente; e confessou que eletinha agora nenhuma objeção para o que ele disse quanto à natureza dafé; que, nas palavras da Homilia, era "a segurança e confiança certaque um homem tem em Deus, de que, através dos méritos de Cristo,seus pecados são perdoados, e ele reconciliado para o favor deDeus". Mas, ele não poderia compreender o que fora dito, comrespeito a obra instantânea. Pesquisando as Escrituras, no entanto, eledificilmente encontrou, para seu completo espanto, algumas instânciaslá de outras do que as conversões instantâneas. Seu único refúgioagora era: "Assim foi nas primeiras épocas do Cristianismo, mas qualé a evidência de que Deus opera da mesma maneira agora?". Mas nodia seguinte, ele foi vencido pela evidência coincidente de diversastestemunhas vivas, que testificaram que Deus tinham assim forjadonelas, dando-lhes, no mesmo momento, tal fé no sangue de seu Filho,de maneira a transportá-las da escuridão para a luz; do pecado e temor,para a santidade e felicidade.

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O interessante relato seguinte desta ocorrência é dado porBöhler: --

"Eu levei quatro dos meus irmãos ingleses para John Wesley...para que eles pudessem relatar suas experiências a ele; como oSalvador, tão prontamente e tão poderosamente tem compaixão eaceita o pecador. Eles disseram, um após o outro, o que fora forjadoneles; Wolff especialmente, em quem a mudança era completamenterecente, falou muito calorosamente, poderosamente e na confiança desua fé. John Wesley e aqueles que estavam com ele ficaram como queatingidos por um raio com essas narrações. Eu perguntei a JohnWesley no que ele, então, acreditava. Ele disse que quatro exemplosnão foram suficientes para provar a coisa. Para satisfazer suasobjeções, eu respondi, que eu traria oito mais aqui em Londres.Depois de pouco tempo, ele se levantou, e disse: 'Nós cantaremosaquele hino: Hier egt mein Sinn sich vor dir nieder" [By C. F.Richter]:

Minha alma se encontra prostrada diante de Ti;A Ti, a fonte dela, meu espírito voa;Minhas vontades eu pranteio, minhas algemas eu vejo:Ó, permita que Tua presença me liberte!

"Durante o louvor da versão Moravia", Böhler continua: "Elefreqüentemente enxugava os olhos. Imediatamente depois, ele melevou sozinho para sua própria sala, e declarou, 'que ele estava agorasatisfeito com o que eu disse sobre a fé, e que ele não faria maisperguntas a respeito dela; que ele agora estava claramenteconvencido da necessidade dela; mas como ele ajudaria a si mesmo, ecomo poderia obter tal fé? Ele era um homem que não havia pecadotão grosseiramente como as outras pessoas'. Eu respondi que já erapecado suficiente que ele não cresse no Salvador: ele não poderiadesviar-se da porta do Salvador, até que Ele o ajudasse. Eu me sentimuito pressionado a orar por ele; portanto, eu recorri ao nome doSalvador, para que tivesse compaixão deste pecador.... Mais tarde,

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ele me contou quais contradições ele havia encontrado, com respeitoao clero piedoso ao qual ele tinha pedido conselho, porque ele nãoteve, na ocasião apropriada, de dizer-lhes o que ele sabia, e o que eleainda necessitava; mas ele não estava preocupado com isto. E ele meperguntou, ainda, o que ele poderia fazer naquele momento, quer eledissesse a todas as pessoas seu presente estado ou não? Eu respondique nisto eu não daria regra alguma; e que ele deveria fazer o que oSalvador havia ensinado a ele; e não deveria colocar a fé, como elase encontra em Jesus, tão longe dele, mas crer que ela estaria cadavez mais perto; que o coração de Jesus ainda permanece aberto, eque Sua misericórdia em direção a ele é grande. Ele enxugouemocionado e asperamente as lágrimas, enquanto eu lhe falava sobreeste assunto, e [insistia] que eu deveria orar por ele. O que eu possodizer dele, é que ele é verdadeiramente um pobre pecador, e tem umcoração contrito, e sedento em busca de uma melhor retidão do queaquela que ele já possuía".

"À tarde, ele pregou de (I Cor. 1:23) 'Nós pregamos a Cristocrucificado', etc. Ele teve acima de quatro mil ouvintes, e falou sobreeste assunto, até que a congregação ficasse atônita, porque ninguémtinha ouvido tais coisas dele. Suas primeiras palavras foram: 'Eu meconsidero, do meu próprio coração, não merecedor de pregar Jesuscrucificado'".

"Aqui", Wesley diz, "terminou minha contenda. Eu possoagora apenas clamar: Senhor, ajuda-me em minha descrença". Estefoi para ele, um tempo de grande conflito espiritual. Ele estavapassando através de um portão estreito. Desde seu intercurso com osMorávios, ele havia sido gradualmente conduzido a ver que ele tinhacolocado muita confiança em sua atenção estrita aos desempenhos dareligião. Em atribuir a esses seu lugar e proporção, apropriados, nãohá necessidade de diminuir a importância deles. O perigo de Wesleyestava nos exageros deles. Um aspecto surpreendente de sua instruçãoaté aqui, tinha sido a redução de sua inteira conduta à regra; demaneira que as horas individuais do dia, e mesmo as porçõesseparadas da mesma hora, tinham sua tarefa distribuída. Em seu diário

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de bolso, mantido com a maior precisão por muitos anos, a ocupação,até mesmo dos minutos, é registrada. Toda a sua conduta, suaspalavras, seus próprios pensamentos, estavam sob controle, e eramregulados pelas leis, que ele observava estritamente, e todoafastamento que lhe trouxesse dor.

Nunca um homem foi mais resoluto neste processo deautocontrole e autodisciplina. Ele se acostumara, há muito tempo, àsfreqüentes interrogações quanto à sua fidelidade. Questões precisaseram esboçadas e fielmente propostas em tempos determinados, cujosexemplos têm sido dados. Ele foi o mais rígido "Metodista", mesmoantes deste nome, como um estigma, ter sido ligado a ele. Ele nãoesteve sem luz e conforto, mas foi gradualmente sendo conduzido aver, que ele estava muito longe da luz perfeita e do descanso doevangelho. Esta luz, no entanto, estava rompendo sobre ele. Querpossa ser dito que ele era ou não um cristão verdadeiro, é, em grandeparte, uma questão de definição. Quanto está incluído em ser umcristão? Ele tinha fé, mas ela não era a fé perfeita. Ele não tinha a féque trazia segurança. Ele era um bom homem. Ele era, em muitosaspectos, um verdadeiro santo, um padrão para os crentes; mas, poroutro lado, ele não tinha ainda alcançado. Ele estava na luz, mas nãoera o dia perfeito. Ele tinha descanso, mas ele era duvidoso, inseguro.Havia, mais além, um estágio mais feliz. "Eu quero aquela fé queninguém pode ter, sem saber que a tem. Porque, quem quer que atenha está liberto do medo, tendo paz com Deus, através de Cristo, eregozijando-se na esperança da glória de Deus. E ele está livre dadúvida, tendo o amor de Deus, espalhado em seu coração".

Como poderia ser explicado que Wesley, depois de tantos anosde busca sincera, falhasse em encontrar a salvação evangélica? Eleestava no ministério, há mais de doze anos. Ele era diligente nocumprimento de cada dever; ele se apressou e orou e deu donativos;ele atendeu com cuidado escrupuloso todos os meios da graça,incluindo o atendimento freqüente à mesa do Senhor; ele trabalhouassiduamente, mesmo no extremo de suas forças, para o bem-estar deoutros. Ainda assim, ele não havia encontrado a paz do evangelho?

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Como pode ser isto? Sua própria resposta não seria, "Israel que seguiuem busca da lei da retidão, não atingiu esta lei. Por que? Porque nãoa buscavam pela fé, mas como que pelas obras da lei". (Romanos9:31-32).

Ele agora estava persuadido de que esta fé é dom de Deus, eque Deus certamente concede a toda alma que sinceramente e demaneira perseverante a busca; e ele decidiu, pela graça de Deus,buscá-la até o fim. (1) "Pela absoluta renuncia de toda dependência,no todo, ou em parte de minhas próprias obras ou retidão, no qual eutenho realmente alicerçado minha esperança de salvação, embora eunão soubesse disto, desde minha juventude". (Quão verdadeiro! Estaconfissão é extremamente emocionante). (2) "Ao adicionar para ocontínuo uso de todos os outros meios da graça, uma oração contínuapor esta mesma coisa, a graça justificadora, e salvadora; umacompleta confiança no sangue de Cristo, espalhado por mim; umaconfiança Nele, como meu Cristo, como minha única justificação,santificação, e redenção".

É necessário dar atenção cuidadosa a esses detalhes na lutaespiritual de Wesley, porque sem prestar atenção a eles, nem ele, nemsua obra futura, pode ser entendida. Depois de um tempo, ele olhoupara trás, como seus seguidores fazem agora, para uma hora suprema ecrítica de sua vida; uma hora para a qual, anos de treinamento oprepararam; uma hora, investida com uma significância em suahistória religiosa, que seria tolice ignorar, e quase tanta tolice,depreciar. O período agora sob consideração é uma parte integral eimportante da preparação para esta hora. Falsidade havia sidoensinada, e pela eficiência, se modestos professores. Em muitosassuntos, ele não precisava de tutor, ele mesmo poderia ensinar. Mas,aqui, ele era um aprendiz. Quão freqüentemente, um filho do reinoleva o buscador adulto para seus portões!

Ele novamente hesitou ensinar, mas foi instruído a nãoesconder na terra, o talento que Deus dera a ele. Conseqüentemente,ele falou clara e completamente em Blendon, para a família do Sr.

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Delamotte, sobre a natureza e fruto da fé. O Sr. Broughton, e seuirmão estavam lá. O primeiro objetou: "Ele, que não fez e nem sofreutais coisas, nunca poderia pensar que eu não tenho fé". Em anosseguintes, Wesley acrescentou: "Ele tinha razão. Eu certamente tinhaa fé de um servo, embora não a fé de um filho". Seu irmão estavamuito irado, e disse a ele que ele não sabia que dano ele havia causadopor falar assim, e Wesley acrescenta: "E, de fato, agradou a Deus,então, acender um fogo que eu confio, nunca será extinto!".

Ele foi novamente estimulado por Böhler a não interromper agraça de Deus. Em Gerrard's Cross, ele declarou plenamente a fécomo ela está em Jesus; como fez no dia seguinte para um jovem queele alcançou na estrada, e à tarde, para seus amigos em Oxford. Emum ou dois dias, mais tarde, ele foi muito confirmado na verdade,pelas experiências de dois de seus colegas, que testemunharam queDeus pode, se Ele não faz sempre, fornecer aquela fé, por meio daqual, vem a salvação imediata, como um raio que cai do céu.

Apressando-se para Londres, por conta do relato da saúde deseu irmão, ele o encontrou melhor do que ele esperava; masfortemente avesso ao que ele chamou de "A Nova Fé".

Wesley escreve em "1º. de Maio [1738], nossa pequenasociedade teve início, o que mais tarde se encontrou em Fetter Lane".Usualmente se supôs que eles se encontraram em Neville's Court, emuma capela sombria, provavelmente erguida nos dias de Charles II.Esta foi a primeira casa Metodista em Londres, e em redor dela,muitos incidentes ligados com os primeiros agrupamentos doMetodismo. Foi neste lugar que o Lorde e Lady Huntingdonatenderam, pela primeira vez, os encontros da sociedade; e Sir JohnPhillips e Sir John Thorold foram despertados aqui, e se tornarammembros da Sociedade de Fetter Lane. A pequena sociedade nomeadapor Wesley, erroneamente foi chamada de Sociedade Moravia. Éverdade que suas regras foram esboçadas em harmonia com oconselho de Peter Böhler. Mas Wesley já tinha tido experiência naformação de sociedades. Foi a Sociedade da Igreja da Inglaterra; uma

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acrescentada a muitas sociedades religiosas, então, existentes emLondres e espalhadas em todos os lugares. Isto continuou assim, atéque um professor Morávio, Molther, espalhou suas peculiares idéias,em meio aos membros, assim conduzindo Wesley a uma separaçãodele, para a qual futura referência será feita. Whitefield, um anodepois da data acima, registra em seu Diário:

1. "Domingo – 20 de Maio: Eu fui com nosso irmão daSociedade Fetter Lane para a Igreja de St. Paul, e recebemos as faltassantas, um do outro, e oramos um pelo outro, para que pudéssemosser curados".

2. "Que todas as pessoas, assim reunidas, sejam divididas emdiversos grupos, ou pequenas companhias; nenhuma delasconsistindo de menos do que cinco, ou mais de dez pessoas".

3. "Que cada um fale tão francamente, claramente econcisamente, quanto ele puder, do real estado de seu coração, comsuas diversas tentações e livramentos, desde o último encontro".

4. "Que todas as bands tenham uma conferência, todas asquartas-feiras, às oito horas, começando e terminando com louvor eoração".

5. "Que todos que desejam ser admitidos nesta sociedadesejam questionados quanto às suas razões para desejarem isto. Vocêserá inteiramente franco, usando de nenhum tipo de reserva? Vocêtem alguma objeção quanto a alguma de nossas ordenanças?". (O quepode, então, ser lido).

6. "Que, quando algum novo membro é proposto, cada umpresente, fale claramente e livremente, qualquer objeção que tenhacontra ele".

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7. "Que aqueles contra os quais nenhuma objeção razoávelaparece façam parte, por um período de experiência, de uma ou maisbands distintas, e algumas pessoas concordem em assistir a eles".

8. "Que depois de dois meses de experimentação, se nenhumaobjeção, então, surgir, eles podem ser admitidos na sociedade".

9. "Que a cada quatro sábados, seja observado, como um diade intercessão geral".

10. "Que no sábado, sete noites seguintes, seja a festa do amorgeral, das sete às dez da noite".

11. "Que nenhum membro em específico seja admitido paraagir em alguma coisa contrário a alguma ordem da sociedade; e que,se algumas pessoas, depois de serem admoestadas, três vezes, não seadequarem a ela, eles não mais serão considerados como membros. OSacramento, como um testemunho fiel à Igreja da Inglaterra".

Três semanas depois, Charles Wesley escreveu: "Irmão Hallpropôs expulsar Shaw e Wolf. Nós consentimos que seus nomes sejamapagados de nosso livro da Sociedade, porque eles não se admitirammembros da Igreja da Inglaterra".

Este é um fato interessante que Wesley assinala da formaçãodesta sociedade, como o começo do atual Metodismo. Em sua BreveHistória do Povo Chamado Metodista, ele diz: "Em 1º. de Março de1738, segunda-feira, nossa pequena sociedade começou em Londres.Mas pode-se observar que o primeiro surgimento do Metodismo,assim chamado, foi em Novembro de 1729, quando quatro de nós seencontrou em Oxford; o segundo foi em Savannah, em Abril, de 1736,quando vinte e três pessoas se encontraram em minha casa; o últimofoi em Londres, neste dia, quando quarenta ou cinqüenta de nósconcordou em se encontrar toda quarta-feira à tarde, com o objetivode uma conversa livre, que começou e terminou com louvor e oração.Em todos os nossos passos, nós fomos grandemente assistidos pelo

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conselho e exortações de Peter Böhler, um excelente jovem,pertencente à sociedade comumente chamada de Moravia".Referência futura será feita a esta sociedade.

Em 3 de Maio, Peter Böhler teve uma longa conversa comCharles Wesley, quando John diz: "Agradou a Deus abrir seus olhos,de modo que ele também viu claramente qual era a natureza daquelafé verdadeira, viva, por meio da qual somente, através da graça,somos salvos". No dia seguinte, Böhler deixou Londres para Carolina,e Wesley escreve: "Ó, que obra Deus começou, desde que vim para aInglaterra! Tal como nunca chegará ao fim, até que o céu e terrapassem".

Pregando "salvação livre, pela fé no sangue de Cristo", emdiversas igrejas em Londres, Wesley é informado, por quase todas elasque ele não pode mais pregar lá. Ele registra que o Rev. G.Stonehouse, Vigário de Islington, foi convencido da verdade como elaestá em Jesus. Por alguns dias, ele esteve triste e muito oprimido,incapaz de ler ou meditar, cantar ou orar, ou fazer alguma coisa; masfoi de certa forma restaurado, por uma carta terna e afetuosa de seuamigo Böhler, pedindo que não demore a crer em "seu Jesus Cristo;declarando quão grande, quão inexprimível; quão inesgotável é Seuamor. Certamente, Ele está agora pronto a ajudar; e nada podeofender a Ele, a não ser nossa descrença".

Na segunda-feira, 19 de Maio, Wesley faz a seguinte entradaem seu Diário: "Meu irmão teve um segundo ataque de sua pleurisia.Alguns de nós passamos o sábado a noite em oração. No dia seguinte,Domingo de Pentecostes, depois de ouvir Dr. Heylin pregar umsermão verdadeiramente cristão (sobre: Eles todos foram preenchidoscom o Espírito Santo; 'e assim', diz ele, 'todos vocês podem ser, se nãofor por sua própria falta'), e assistindo a ele na Comunhão Santa(porque seu pároco auxiliar estava doente na igreja, eu recebi assurpreendentes notícias de que meu irmão tinha encontrado descansopara sua alma. Suas forças corpóreas também retornaram daquelemomento. Quem é tão grande Deus, como nosso Deus?".

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Sua opressão e tristeza de coração retornaram, e ele irrompenas seguintes palavras emocionadas em uma carta para um amigo: --

"Eu sinto o que você diz (embora não o suficiente); porque euestou sob a mesma condenação. Eu vejo que toda a lei de Deus ésanta, justa, e boa. Eu sei que todo pensamento, todo temperamentode minha alma deve carregar a imagem e endereço de Deus. Mascomo eu estou caído da glória de Deus! Eu sinto que eu estouvendido, sob o pecado. Eu sei que eu também mereço coisa alguma,mas a ira, sendo cheio de todas as abominações; e tendo nenhumacoisa boa em mim, para expiar por elas, ou remover a ira de Deus.Todas as minhas obras, toda a minha retidão, precisa de umaexpiação para si mesmas. Assim é que minha boca está fechada. Eutenho nada a reivindicar. Deus é santo. Eu sou impuro. Deus é umfogo ardente; eu sou um complete pecado, adequado para serdestruído".

"Ainda assim, eu ouvi uma voz (e não é a voz de Deus?)dizendo, Crê e tu serás salvo. Aquele que crê passa da morte para avida. Deus assim amou o mundo, que deu Seu Unigênito para queaquele que Nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna".

"Ó, que ninguém nos decepcione com palavras vãs, como senós já tivéssemos obtido esta fé. Pelos frutos saberemos. Nós jásentimos paz com Deus, e alegria no Espírito Santo? O Espírito Deletestemunha com nosso espírito que somos filhos de Deus? Ai de mim!Com o meu, Ele não testemunha!".

Essas estavam em meio às suas últimas palavras, antes que amemorável mudança tomasse lugar. Elas mostram mais claramente,que havia um passo definitivo que ele ainda não tomara, emboradesejasse; um estado que ele não entrara, apesar de seu extremo desejode entrar. Mas o portão está aberto para admiti-lo naquele reino de paze alegria; e seu pé estava levantado para dar o passo final e entrar. Écerto que ele, em suas próprias palavras declararia o que aconteceu

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naquela momentosa quarta-feira, 24 de Maio de 1738. Depois de reversua vida, desde os seus dez anos, ele escreve: -

"Eu penso que era por volta das cinco da manhã, quando euabri meu Testamento nessas palavras(II Pedro 14) 'Pelas quais elenos tem dado grandessíssimas e preciosas promessas, para que, porelas, fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado dacorrupção, que, pela concupiscência, há no mundo'. Assim que fecheio livro, eu o abri novamente nessas palavras: (Marcos 12:34) 'E,Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe· Não estáslonge do Reio de Deus. E já ninguém ousava perguntar-lhe maisnada"'.

"À tarde, pediram-me que fosse para a igreja de St. Paul. Ohino era'Fora do abismo, eu tenho chamado por Ti, Ó, Senhor.Senhor, ouça minha voz. Oh! Deixe teus ouvidos considerarem boa avoz da minha queixa. Se, Tu, Senhor, fores rigoroso para marcar oque é feito de errado, Ó, Senhor, quem poderá agüentar isso? Porquehá misericórdia em Tipor esta razão, Tu deves ser temido. Ó, Israel,confie no Senhor, porque com o Senhor há misericórdia, e, com Eleredenção plena. E Ele também deverá redimir Israel de todos os seuspecados'”.

"À noite, eu fui, muito de má vontade, até uma Sociedade, na ruade Aldersgate, onde alguém estava lendo Lutero - prefácio àEpístola aos Romanos. Por volta de quinze para as nove horas,enquanto ele estava descrevendo as mudanças que Deus opera nocoração, pela fé em Cristo, eu senti meu coração estranhamenteaquecido. Eu senti que eu confiei em Cristo — Cristo apenas, paraa salvação; e uma garantia me foi dada de que Ele tinha tomadomeus pecados, até mesmo os meus, e tinha me salvo da lei depecado e morte".

"Eu comecei a orar com todas as minhas forças, por aqueles quetiveram, de uma maneira mais especial, rancorosamente, me usado

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e perseguido. Então, testemunhei, abertamente, a todos, isso que euagora, pela primeira vez, sentia em meu coração. Mas não muitotempo antes do inimigo ter sugerido'Isto não pode ser fé; pois,onde está a tua alegria?'. Então, eu fui ensinado que aquela paz evitória, sobre o pecado, eram essenciais para a fé, no Capitão denossa salvaçãomas, como transporte da alegria, que usualmenteassiste o começo dela, especialmente, naqueles que têm lamentadoprofundamente, Deus, algumas vezes, as retém, de acordo com asdeliberações de Sua própria vontade".

"Depois de retornar para casa, fui esbofeteado por muitas tentações,mas eu clamei, e elas fugiram. Elas retornaram novamente enovamente. Eu, como, freqüentemente, erguia meus olhos, e Ele'me enviava ajuda do seu santo lugar'. E, nisto, eu descobri no queconsistia, principalmente, a diferença entre essa e a minha condiçãoanterior. Eu estava me esforçando. Sim, lutando com todas asminhas forças, debaixo da lei, tanto quanto debaixo da graça.Entretanto, se eu era algumas vezes, se não freqüentemente,conquistado, agora, eu sou sempre um conquistador".

Na quinta-feira, 25 de Maio, ele escreve: "No momento em quedespertei, 'Jesus, Mestre', estava em meu coração, e em minhaboca; e, eu encontrei minhas forças, mantendo meus olhos fixadosNele, e minha alma atendendo continuamente a Ele. Estando,novamente, em St. Paul, pela tarde, eu pude provar a palavra boa deDeus, no hino que começou'Minha canção será sempre sobre aamorosa-generosidade do Senhor: com minha boca, eu estareimostrando, sempre adiante, Tua verdade, de uma geração a outra'.Contudo, o inimigo injetou-me um medo: 'Se tu acreditas, por quenão há uma mudança mais significativa?'. Eu respondi (contudo,não eu): 'Que eu não sei! Mas, que tudo que sei, é que eu agoratenho paz com Deus. E não mais peco hoje, e Jesus, meu Mestre,me proibiu de me preocupar com o amanhã'”.

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"Minha alma continua em paz, mas ainda pesada, por causadas múltiplas tentações. Eu perguntei ao Sr. Toeltschig, um Morávio,o que fazer. Ele me disse que eu deveria não lutar contra elas, comoeu tinha feito antes, mas, para escapar delas, no momento, em queaparecem, e encontrar refúgio nas machucaduras de Jesus. O mesmoeu aprendi também da antífona vespertina que foi: 'Minha alvaverdadeiramente espera ainda junto a Deus; porque Dele vem minhasalvação; Ele é minha defesa; de maneira que eu não cairei.Ó,coloquem sua confiança Nele sempre; derramem seus corações dianteDele; porque Deus é nossa esperança'".

Por alguns dias, ele caminhou como uma criancinha, comtremor, e com dúvidas e medos, e tentações súbitas o atacando; nemele estava livre da oposição externa. Ele encontrou um refúgio naoração sincera; na diligente leitura das Escrituras, e na ativa obracristã. Durante este tempo, ele observou estritamente os estadosvariados da mente, através do que ele estava passando. Ele escreve em27 de Maio: "Acredito que uma razão para minha falta de alegria sejaa falta de tempo para orar, eu resolvi não realizar tarefa alguma, atéque eu fosse para a Igreja, de manhã, mas continuar derramando meucoração diante de Deus. E este dia, meu espírito foi ampliado. Demaneira que, embora eu fosse agora assaltado por muitas tentações,eu era mais do que vencedor, ganhando mais poder, por meio disto,para confiar e regozijar-me em Deus, meu Salvador".

28 de Maio: "Eu caminhei em paz, mas não em alegria. Nomesmo plano, estado silencioso, eu estava ainda à tarde, quando fuiatacado asperamente por uma larga companhia [na casa do Sr.Hutton], como um Fanático, um Sedutor, e um Anunciador de novasDoutrinas. Através da bênção de Deus, eu não fiquei irado, mas,depois de uma resposta tranqüila e breve fui embora; mesmo que nãocom tão terna preocupação, como seria devida àqueles que estivessembuscando a morte no erro da vida deles".

Os escritores críticos da vida de Wesley têm quase quetotalmente omitido o significado do evento, que ele havia justamente

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revisto; mas não escapou do sutil discernimento de Lecky, queescreve: "Dificilmente é um exagero dizer que a cena que toma lugarnaquele humilde encontro na Rua Aldersgate forma uma época naHistória Inglesa. A convicção que, então, surge junto a um dos maispoderosos e mais ativos intelectos na Inglaterra é a fonte verdadeirado Metodismo Inglês".

Charles Wesley, como seu irmão, há muito vinha buscandosinceramente por "redenção". Ele estava nesta época, seriamentedoente, e estava residindo temporariamente com o Sr. Bray, a quemele descreve como "um pobre mecânico ignorante, que sabe nada, anão ser Cristo". Bray era um feliz crente, um Morávio, com quemCharles Wesley tornou-se intimamente unido. A respeito dele,escreveu: "O Sr. Bray deve suprir o lugar de Böhler. Nós pregamosjuntos em prol da fé. Eu quase fui subjugado e derreti em lágrimas".

Parece que um espírito de inquisição sobre o assunto dareligião foi, nesta época, extensivamente estimulado em Londres,parcialmente pela recente pregação de Whitefield, parcialmente pelostrabalhos pessoais de Peter Böhler, que ultimamente deixara Londres,e, parcialmente pela pregação de John Wesley, que foi admitido emdiversos púlpitos de Londres, e seguido por imensa multidão.

Em 17 de Maio, Charles escreve:

"Hoje, eu vi, pela primeira vez, Lutero sobre os Gálatas. Nóscomeçamos, e o achamos esplendidamente cheio de fé. Eu memaravilhei que estivéssemos tão logo, e tão inteiramente afastadosdele que nos chamou para a graça de Cristo, junto a outro Evangelho.Quem acreditaria que nossa igreja tinha sido fundada sobre esteimportante artigo da justificação pela fé somente? ... Eu passeialgumas horas esta tarde, em privativo com Martinho Lutero, que foigrandemente abençoado, especialmente em sua conclusão do segundocapítulo. Eu trabalhei, esperei, e orei para sentir, 'quem me amou edeu a si mesmo por mim'".

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"Quando a natureza, quase exausta, forçou-me a ir para acama, eu abri o livro em: 'Porque Ele terminará sua obra sobre aterra, e a abreviará na retidão'. Depois desta confortável segurançade que ele viria e não tardaria, eu dormi em paz... Por volta da meia-noite, eu estava acordado, pelo retorno da minha pleurisia. Eu sentigrande dor, e dificuldade em meu coração; mas encontrei imediatoalívio em sangrar. Eu conversei com o Sr. Bray: embora eu mesmodesejasse morrer no momento seguinte, se eu pudesse acreditar nisto:mas eu estava certo de que eu não morreria, até que eu cresse. Eusinceramente desejei isto... às cindo horas da manhã, a dor edificuldade em respirar retornaram. O cirurgião foi chamado; masadormeci, antes que ele pudesse me sangrar pela segunda vez".

"Eu recebi o Sacramento, mas não Cristo. A Sra. Turner veiome ver, e me disse que eu não me levantaria da cama, até que eucresse. Eu acreditei no que ela disse, e perguntei: 'Deus, então,concedeu fé a você?'. 'Sim, Ele me concedeu'. 'Você tem paz comDeus?'. 'Sim, perfeita paz'. 'E você ama a Cristo, acima de todas ascoisas?'. 'Eu amo, acima de todas as coisas, incomparavelmente'.'Então, você está desejosa de morrer?'. 'Eu estou, e ficaria feliz demorrer, neste momento; porque eu sei que meus pecados estãoapagados; a escrita que havia contra mim foi tirada fora do caminho,e pregada na cruz. Ele me salvou com a Sua morte; Ele me lavou comSeu sangue; Ele me ocultou com Suas feridas. Eu tenho paz Nele, eme regozijo com alegria inexplicável e cheia de glória'. A respostadela era tão completa a essas e a maioria das perguntas, que eupoderia fazer, que eu não tive dúvida que ela recebeu a redenção: e aesperei para mim esmo com uma esperança mais segura. Sentindouma antecipação da alegria, por conta do relato dela, e agradecendoa Cristo como eu pude, eu busquei por Ele a noite toda, com oraçõese sinais, e desejos incessantes".

O freqüente retorno de sua pleurisia, e seu estado muitodebilitado, pareceu ter alarmado seus amigos, que começaram a ficarapreensivos de que seu fim estava próximo. Seu irmão, portanto, ealguns outros, se encontraram no sábado à tarde, e passaram a noite

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em oração. No dia seguinte era Domingo de Pentecostes. Ele diz: "Euacordei, na esperança e expectativa da vinda Dele. Às nove horas,meu irmão e alguns amigos vieram, e cantaram um hino para oEspírito Santo. Meu conforto e esperança foram, deste modo,aumentados. Por volta de meia hora, eles saíram. Eu me dirigi emoração: a essência, como segue: O, Jesus, Tu dizes: Eu irei até você.Tu dizes: Eu enviarei o Confortador até você. Tu dizes: Meu Pai e euviremos até você, e faremos nossa morada em você. Tu és Deus, quenão podes mentir. Eu confio totalmente em tua promessa verdadeira.Execute isto a Teu tempo e modo". Depois de dizer isto, ele seapaziguou e adormeceu, em quietude e paz, quando ouviu alguém quetinha entrado na sala, dizer: "Em nome de Jesus de Nazaré, levanta ecrê, e tu serás curado de todas as tuas enfermidades". As palavras ogolpearam no coração. Ele suspirou e disse dentro de si mesmo: "Ó,só Cristo falaria assim". Num instante, ao perguntar quem falara aspalavras que tanto o afetaram, ele diz: "Eu senti, naquele momento,uma estranha palpitação no coração, e disse, ainda que temeroso dedizer: 'Eu creio, eu creio!'".

Bray leu para ele as palavras: 'Abençoado é o homem cujatransgressão é perdoada, cujo pecado é oculto. Abençoado é o homemjunto a quem o Senhor não imputou iniqüidade, e em cujo espírito nãoexiste culpa'. "Eu ainda senti", ele diz, "uma violenta oposição erelutância em crer; ainda assim, o Espírito de Deus lutou com o meu,e o espírito diabólico, até que, aos poucos, ele afugentou as trevas daminha descrença. Eu me encontrei convencido; eu não sei como, nemquando; e imediatamente cai em oração". Ele, mais tarde, acrescenta:"Eu agora me encontrava em paz com Deus, e regozijado naesperança do Cristo amoroso. Meu temperamento, para o restante dodia, foi desconfiar da minha própria grandeza, mas diante dafraqueza desconhecida, eu vi que, através da fé, eu resisti; e ocontínuo suporte da fé, me protegeu de cair, embora de mim mesmo,eu esteja sempre sucumbindo no pecado. Eu fui para a cama, aindaconsciente de minha própria fraqueza (eu humildemente espero sermais e mais assim), ainda assim, confiante da proteção de Cristo".Este foi o 'Dia de Pentecostes' de Charles.

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Na quarta-feira seguinte, confinado em seu quarto, ele passouo dia de uma maneira devota e piedosa. "Às oito horas", diz ele, "euorei por amor, com algum sentimento, e segurança de sentir mais. Jáperto das dez horas, meu irmão foi trazido em triunfo, por um grupode nossos amigos, e declarou: 'Eu creio!'. Nós cantamos o hino comgrande alegria, e partimos com oração. À meia-noite, eu me entregueia Cristo, certo de que eu estava a salvo, dormindo ou acordado!".

O hino que eles cantaram naquele tempo foi, com todaprobabilidade, o que ele havia composto dois dias antes, quando elepôde, pela primeira vez, clamar: "Eu creio! Eu creio!". Ele apareceno Livro de Hinos Metodista (no original havia oito versos):-

Por onde minha alma maravilhada deveria começar?Como deverei todo o céu ansiar?

Um escravo remido da morte e pecadoUm tição arrancado do fogo eterno,

Como poderei levantar triunfos iguais,Ou cantar o louvor do meu grande Libertador?

Ó, como eu deverei dizer ao meu Senhor,Pai, o que Tu tens me mostrado?

Que eu sou um filho da ira e inferno,Eu deveria ser chamado de filho de Deus,

Deveria saber, deveria sentir meus pecados perdoados,Abençoado com esta antecipação do céu!Eu poderia desprezar o amor do meu Pai?

Ou, de maneira aviltante, temer possuir os dons Dele?Desatento da prova de Seus favores?

Eu deveria evitar a cruz sagrada?Recusar Sua retidão, conceder,

Ocultando-a, dentro de meu coração?Homens réprobos, a você eu chamo,Prostitutas, e publicanos, e ladrões,

Ele estende seus braços para abraçá-los todos;Pecadores somente a graça Dele recebe:

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Nenhuma necessidade Dele, o justo tem;Ele veio para buscar e salvar o perdido.

Venha, ó, meu irmão culpado, venha,Gemendo debaixo do fardo de seu pecado!O coração sangrando Dele lhe hospedará,

Seu lado aberto o levará para dentro;Ele chama você agora, convida-o para sua casa?

Venha, ó, meu irmão, venha!

O seguinte é tomado de um número de versos evidentementeendereçado a John, intitulado:

Congratulação a um Amigo por Crer em Cristo

Abençoado seja o nome que te libertou.O nome, que salvação certa, traz!

O Sol da Retidão sobre tiSurgiu com cura em Suas asas.

E para longe, levou a aflição e o suspiro;Jesus morreu por ti – por ti!

Ele agora vai desistir do que é Dele?Ou perder a compra de Seu sangue?

Não; porque Ele olha com pena para baixo.Ele zela por ti, para o bem:

Olha gracioso para ti, do alto,E guarda e alimenta a ti com Seu amor.Visto que foste precioso aos olhos Dele,

Quão sublime favor tu tens tido!Erguido pela fé, para a altura da glória,Teus olhos têm visto o Deus Salvador;

Teu coração tem sentido teus pecados perdoados,E testado o céu antecipado.

Ainda, possa o amor Dele ser tua fortaleza,E ainda fazer de você, Sua diligência cuidadosa,

Colocar, Confirmar, e te Estabelecer,

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Nas asas da águia teu espírito carregar;Preencher-te com céu, e sempre derramar

Suas bênçãos especiais em tua cabeça.Assim, possa Ele confortar a ti, aqui embaixo;

Assim, possa Ele toda a sua graça dar:A Ele, em parte, tu podes aqui conhecer;

Ainda assim, aqui, através da fé, submeter-se a viver;Ajuda-me a defender minha passagem,

Nem se apodere do céu, até que eu também possa.Ou, se o decreto do sábio soberano

O numerar primeiro em meio aos abençoados(O único bem que eu cobiço de ti);

Transportado para um descanso antecipado,Próximo, em tuas últimas horas, que eu possa

Instruir, e aprender de ti, a morrer.

Agora, esses três homens, John Wesley, Charles Wesley, eGeorge Whitefield são trazidos juntos para um plano de experiênciareligiosa. Cada um deles havia se submetido a severa disciplinaespiritual. Eles tinham, cada um, como tem sido mostrado,compartilhado da bem-aventurança daquele que crê; tinham alcançadoa justificação pela fé, e provado que eles não poderiam ser justificadospor nenhum outro meio. Eles eram únicos nos limites de uma afeiçãofamiliar, constrangidos como irmãos e colaboradores, e ajudadores, nagrande obra deles, e já que eles criam, designada por Deus. Eles têmum evangelho – os evangelhos para os pobres, miseráveis e pecadoreshomens e mulheres; em cujo evangelho, eles tinham fé, aquela fémaior que está baseada na experiência pessoal deles de seu poder. Eleseram únicos no reconhecimento do pecado humano, e da redençãohumana, através de Jesus Cristo; no reconhecimento da obra supremado Espírito Santo, da absoluta autoridade das Santas Escrituras, e dapregação, como o instrumento divinamente ordenado da conversãohumana. Eles eram únicos em sua submissão a uma paixão dominantede amor pelas almas dos homens, e da prontidão para usar e ser usadopor eles. Eles permaneceram juntos, como os três grandes líderes, noglorioso avivamento da religião espiritual que tomou lugar no século

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dezoito. A divergência, mais tarde, levantou-se da sepultura, masquestões subordinadas de eleição e predestinação. Mas isto conduziu aadaptação deles para falar a duas classes de pessoas, em uma IgrejaProtestante dividida, de maneira que poderia ser dito: "Ele que forjoujunto a Pedro o apostolado da circuncisão forja-me também junto aosgentios". Isto Wesley logo discerniu. Ele escreveu para seu amigo:-

"9 de Agosto de 1740"

"Eu agradeço a você, pela sua carta de 24 de Maio. O casoestá completamente claro. Existem fanáticos, ambos pelapredestinação, e contra ela. Deus envia uma mensagem para aquelesde ambos os lados. Mas ninguém a receberá, exceto de alguém de suaprópria opinião. Portanto, por um tempo, você é forçado a ser de umaopinião, e eu de outra. Mas quando o tempo Dele chegar, Deus fará oque o homem não pode – ou seja, nos fazer ambos de uma mesmaopinião. Então, a perseguição falhará, e será visto se nósconsideramos nossas vidas queridas junto a nós mesmos, de maneiraque possamos terminar nosso curso com alegria".

"Eu sou, meu mais querido irmão, sempre seu",

J.Wesley

Wesley se encontrava ainda em um estado inseguro de mente,alternadamente, exaltado e depressivo. Suas suscetibilidade a cadamudança de vento da influência exterior era quase uma fraqueza.Dificilmente é de se admirar, considerando sua fragilidade corpórea, oresultado de suas muitas austeridades, e a severa e quase contínuatensão mental que ele suportou por algum tempo.

Em 4 de Junho, ele escreveu: "Foi de fato um dia de festa.Porque, desde o tempo de meu levantar, até uma da tarde, eu estiveorando, lendo as Escrituras, cantando, ou chamando os pecados aoarrependimento. Todos esses dias, eu dificilmente me lembro de teraberto o Testamento, a não são em algumas grandes e preciosas

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promessas. E eu vi mais do que nunca que o Evangelho é, naverdade, uma grande promessa do começo ao fim".

Em 6 de Junho, ele diz: "Eu tive ainda mais conforto e paz ealegria: na qual eu temi que eu começasse a conjecturar. Porque, àtarde, eu recebi uma carta de Oxford, que me atirou em muitaperplexidade. Estava afirmado nela 'que nenhuma dúvida consistiriacom o menos grau de fé verdadeira; que, quem quer que, em qualquertempo, sinta alguma dúvida ou temor, não estava fraco na fé, mas nãotinha fé, afinal: e que ninguém teria alguma fé, até que o Espírito davida o tornasse totalmente livro da lei do pecado e da morte".

"Pedindo a Deus que me dirigisse, eu abri meu Testamento emI Cor. 3:1 etc., onde Paulo fala daqueles a quem ele denomina bebêsem Cristo, que não eram capazes de suportar um alimento mais forte,em um sentido carnal; a quem, não obstante, ele diz: vocês são aconstrução de Deus; vocês são o templo de Deus. Certamente, então,esses homens tinham algum grau de fé; embora esteja claro que a fédeles era fraca".

"Depois de passar algumas horas nas Escrituras e oração, eume senti muito confortado. Ainda assim, eu senti uma espécie desensibilidade em meu coração, de maneira que eu me encontreipreocupado porque não estava completamente curado. Ó, Deus,salva-me, e tudo que está fraco na fé, das disputas duvidosas".

Ele agora determinou cumprir um propósito que ele tinhanutrido na Geórgia, de retirar-se para Hernhut, por um tempo. Omomento pareceu propicio: – sua "mente fraca não suportaria serdividida em partes". E ele esperava conversar com aqueles que eramas testemunhas vivas do completo poder da fé, e ainda que capazes detestemunhar com o fraco, seriam um meio, pela bênção divina, deestabelecê-lo na fé e força espiritual. Despedindo-se de sua mãe, emSalisbury, ele passou por Oxford, onde pregou um sermão sobre a"Salvação pela Fé", falando com notável clareza e precisão, sobre afé, através da qual somos salvos, e sobre a Salvação, que é através da

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fé; e aproveitando a oportunidade para responder às objeções dadoutrina, especialmente, aquela de que pregar Salvação ouJustificação pela Fé apenas, é pregar contra a santidade e boas obras.O sermão foi, mais tarde, impresso, e passou por muitas edições. Elese situa, onde tal sermão deveria, no começo de sua própria coleção deobras publicadas. Ele foi a primeira publicação feita por ele, depois desua "conversão".

Em 13 de Junho, em companhia de seu amigo Ingham, elepartiu, permanecendo três meses na Alemanha, e retornando para aInglaterra na noite do sábado, 16 de Setembro.

Ele fez minuciosas observações da aparência da cidade e doshábitos e costumes do povo, anotando com cuidado o estado religiosodaqueles com os quais ele conversou, o que o levou a registrar: "E euencontrei continuamente aqui com o que eu busquei, a saber, viver asprovas do poder da fé. Pessoas que foram salvas do pecado interior,assim como exterior, através do amor de Deus espalhado em seuscorações; e de todas as dúvidas e temores, pelo testemunho interiordo Espírito Santo dado a elas".

Ele visitou o Conde Zinzendorf, em Marienborn, e conversoulargamente com ele, e, mais tarde, com os principais oficiais da Igrejaem Herrnhut, cujo lugar ele alcançou em 1º. de Agosto. Ele fornececom alguma minúcia, os relatórios feitos, pela quase metade donúmero de oficiais e membros da igreja, com respeito à história davida deles; também um relato da organização da igreja, e dos seusserviços e práticas religiosas, seu objetivo evidentemente era tornar-setotalmente familiar com o que distinguisse um povo a quem ele sesentiu tão profundamente em dívida.

Ele estava muito impressionado com o que ele viu, e declaraque ele alegremente teria passado sua vida em Herrnhut, não tivesseseu Mestre o chamado para o trabalho em outra parte de Seu vinhedo.Ele acrescenta: "Eu fui excessivamente confortado e fortalecido pelaconversa com este povo amável; e retornei para a Inglaterra mais

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completamente determinado a passar minha vida no testemunho doevangelho da graça de Deus".

Ele também observa que "eles têm uma estima peculiar pordecidir pela sorte, e assim a usam, em público ou privado, paradecidir pontos de importância, 'quando as razões trazidas de cadalado parecem ser de igual peso. E eles acreditam que este seja, então,o único caminho de totalmente colocar de lado a vontade própriadeles, de se absolverem de toda a culpa, e claramente saber qual é avontade de Deus".

Durante a ausência de Wesley da Inglaterra, seu irmão Charlesfoi excessivamente útil, especialmente em conduzir indivíduos aoSalvador, em visitar prisioneiros e outros, e em pregar.

Para seu irmão Samuel, Wesley escreveu: "Deus tem me dado,por fim, o desejo em meu coração. Eu sou com a Igreja, cujo modo devida está no céu; em quem está a mente que estava em Cristo, e quemassim caminha, como Ele caminhou. Como eles todos têm um Senhore uma fé, então, eles são todos parceiros de um Espírito, o espírito damansidão e amor, que uniforme e continuamente anima todo nossomodo de vida". Ao escrever para Charles, no mesmo dia (7 de Julho),ele diz: "O Espírito dos irmãos está acima de nossa mais altaexpectativa. Jovem e velho, eles respiram nada, além da fé e amor,todos os momentos, e em todos os lugares". E ele se regozija de queele tenha visto com seus próprios olhos, mais de centenas detestemunhas da verdade eterna: "que todo aquele que crê tem paz comDeus, e está livre do pecado, e é, em Cristo, uma nova criatura".

Logo depois, de seu retorno da Alemanha, Wesley parece teradotado uma regra de conduta que ele, mais tarde, recomendouinsistentemente aos seus pregadores, nas Doze Regras de umAjudador: "Diga a cada um, o que você acha de errado nele, amável eclaramente, e tão logo quanto possível, para que isto não enveneneseu próprio coração". Assim ele previamente escreveu para WilliamLaw, em 14 de Março de 1738, e novamente no dia 30 de Maio; a seu

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irmão Samuel, em 7 de Julho de 1738; aos Morávios, em Marienborne Herrnhut, e para Samuel novamente em 30 de Outubro de 1738.

"Ao Rev.William Law"14 de Maio de 1738

Reverendo Senhor,

"Em obediência ao que eu penso ser o chamado de Deus, eu,que tenho a sentença de morte, em minha própria alma, decidiescrever a você, de quem eu freqüentemente desejei aprender osprimeiros elementos do Evangelho de Cristo".

"Se você é nascido de Deus, você aprovará o objetivo, emborapossa ser, fracamente executado. Se não, eu me angustiarei por você,não por mim mesmo. Porque, como eu não busco o louvor de homens,nem me preocupo com o desprezo quer seu ou algum outro".

"Por dois anos (mais especialmente), eu tenho pregado,segundo o modelo de seus dois tratados práticos; e todos que ouviramtêm admitido que a lei é grande, maravilhosa, e santa. Mas eles nãotentam cumpri-la, o quanto antes; eles a consideram muito acimapara um homem; e que, ao realizarem 'as boas obras da lei, nenhumacarne poderá ser justificada".

"Para remediar isto, eu os exortei, e me encorajei a orarsinceramente para a graça de Deus, e usar todos os outros meios deobter aquela graça, que o sábio Deus designou. Mas, ainda, tanto elesquanto eu, estamos mais e mais convencidos de que esta é a lei pelaqual um homem não pode viver; a lei em nossos membros,continuamente guerreando contra ela, e nos trazendo em umaescravidão mais profunda à lei do pecado".

"Sob este jugo pesado, eu teria gemido até a morte, não tivesseum homem santo, a quem Deus ultimamente me direcionou, devido aomeu lamento, respondido imediatamente: 'Creia, e tu serás salvo.

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Creia no Senhor Jesus Cristo, com todo teu coração, e nada seráimpossível a ti. Esta fé, na verdade, assim como a salvação que elatraz, é dom livre de Deus. Mas busca e tu encontrarás. Desnuda detuas obras, e de tua própria retidão, e fuja para ele. Porque quemquer que venha até Ele, de modo algum, será lançado fora'".

"Agora, senhor, permita-me perguntar, como você responderáao nosso Senhor, em comum, que você nunca me deu este conselho?Você nunca leu os Atos dos Apóstolos, ou a resposta de Paulo àqueleque disse: 'o que devo fazer para ser salvo?'. Ou você é mais sábio doque ele? Por que eu dificilmente ouvi você dizer o nome de Cristo?Nunca, de maneira a fundamentar alguma coisa, junto 'a fé em Seusangue?'. Quem é este que está colocando um outro alicerce? Se vocêdiz que você aconselhou outras coisas, como preparatórias para isto;o que é isto, a não ser colocar um alicerce embaixo do alicerce?Cristo, então, não é o primeiro, assim como o último? Se você diz queos aconselhou porque você sabia que eu já tinha fé, verdadeiramente,você sabia nada de mim; você não discerniu meu espírito, afinal".

"Eu sei que eu não tenho fé, exceto a fé de um diabo, a fé deJudas, aquela especulativa, imaginária, sombra etérea, que vive nacabeça, não no coração. Mas o que é isto para a fé viva, justificadorano sangue de Jesus? A fé que nos limpa de todo o pecado; que nospermite livre acesso ao Pai; para 'nos regozijarmos na esperança daglória de Deus'; ter 'o amor de Deus espalhado em nossos coraçõespelo Espírito Santo', que habita em nós, e 'o próprio Espíritotestemunhando com nosso espírito, que somos filhos de Deus?".

"Eu imploro a você, senhor, pelas misericórdias de Deus, paraconsiderar profunda e imparcialmente, se a verdadeira razão de vocênunca pressionar isto em mim, não foi o fato de você nunca tê-la tidoem si mesmo? Quer aquele homem de Deus não estivesse certo, quemdeu este relato da última entrevista que ele teve com você? –'Eucomecei falando a ele da fé em Cristo: ele ficou em silêncio. Então,começou a falar de assuntos místicos. Eu falei a ele da fé em Cristonovamente: ele ficou em silêncio. Então, ele começou a falar de

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assuntos místicos novamente. Eu vi seu estado imediatamente'. E ummuito perigoso, em seus julgamentos, quem eu sei ter o Espírito deDeus".

"Uma vez mais, senhor, permita-me pedir que você considere,se sua extrema aspereza, e melancolia, e comportamento amargo,pelo menos, em muitas ocasiões, pode possivelmente ser o fruto deuma fé viva em Cristo: Se não, possa o Deus da paz e amor,preencher o que ainda está faltando em você!".

[Wesley havia estudado zelosamente A Lei da PerfeiçãoCristã, e o Sério Chamado. Ele diz: "Eu fiz objeções em quase todasas páginas; mas elas me convenceram mais do que nunca a excessivaaltura, largura, e profundidade da lei de Deus". Por doze anos, Lawtinha sido um dos seus principais mentores].

É impossível confirmar os termos desta carta a alguém dequem ele tinha recebido grandes benefícios; nem pode ser encontradasuficiente desculpa, no fato de que ela foi escrita duas semanas antesque ele obtivesse a paz do Evangelho, e, quando seu espírito estavaem um estado muito agitado; mais do que isto, embora, como eleafirme, "então, o pecado teve domínio sobre mim", não obstante elelutasse com ele continuamente. Ele parece naquele momento teresquecido o que era devido a um cavalheiro, a uma pessoa mais velha,e a um benfeitor. Isto foi requerido, através da autoridade com queLaw falou sobre essas questões?

Law respondeu, na mesma extensão, e com moderação, masnão sem uma veemente, embora delicada severidade. A isto, Wesleyfomentou uma resposta no dia seguinte, encerrando com essaspalavras: "Mas como você está atribuindo a mim, não ter esta fé? Sevocê insinua, que você discerniu meu espírito, então você estáatribuindo assim: 1. Você não me disse claramente que eu a tinha ounão. 2. Você nunca me aconselhou a buscar ou orar por ela. 3. Seuconselho para mim foi apenas apropriado para tal que já tivesse fé;conselhos que me conduziam para mais longe dela, quanto mais eu

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aderia a eles. 4. Você me recomendou livros, que não tinhaminclinação a esta fé, mas condutiva a destruir as boas obras".

"No entanto, 'que a falta seja dividida', você diz, 'entre mim eKempis'. Não; se eu entendi Kempis erroneamente, era seu dever,quem discerniu meu espírito, e viu meu erro, ter explicado a ele, terme corrigido".

"Eu peço perdão, senhor, se eu disse alguma coisainconsistente, com as obrigações que eu devo a você, e o respeito queeu devo a seu caráter".

Não é necessário seguir a correspondência mais além. Law atermina com as palavras: "Se foi minha tarefa colocar esta questão avocê, e se você tem o direito de me culpar por negligenciá-la, nãoseria mais razoável que você acusasse aqueles que têmautoritariamente responsabilizado você? A igreja, na qual você éeducado colocou esta questão para você? O bispo que o ordenou, odiácono, ou sacerdote fizeram isto por você? O bispo que o envioucomo missionário na Geórgia, requereu isto de você? Peço-lhe,senhor, esteja em paz comigo".

Mas, como Canon Overton muito habilmente observa: "não éuma tarefa agradável, nem proveitosa contrapor as disputas entredois bons cristãos. É muito mais prazeroso registrar que a condutaposterior de Wesley foi totalmente característica da nobre e generosanatureza do homem. Embora a divergência entre ele e seu últimomentor aumentasse em vez de diminuir com os anos, ainda assim, eleconstantemente se referiu a Law em seus sermões, e sempre emtermos da mais calorosa admiração e respeito".

Ao seu irmão Samuel, ele escreveu, de Marienborn, em umadas cartas encaminhadas:-

"Eu fiquei muito preocupado, quando meu irmão Charles,incidentemente mencionou uma passagem que ocorreu em Tiverton:

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'Quando me ofereci para ler', disse ele, 'um capítulo do SérioChamado, minha irmã disse: 'Para quem você está lendo isto? Nãopara essas jovens senhoritas, eu presumo; e seu irmão e eu nãoprecisamos disto''. Sim, minha irmã, eu devo dizer-lhe, no espírito doamor, e diante de Deus, que sonda o coração, você precisa disto; vocêprecisa muito disto. Eu não conheço uma alma que necessite ler, econsiderar profundamente, tanto o capítulo do Amor Universal, eaquela da Intercessão. O caráter de Sussurrus, lá, é o seu. Eu seriafalso para com Deus e você, se eu não lhe falasse assim. Ó, que istonão demore muito; mas posso você amar seu próximo, como vocêmesma, na palavra e língua, e na ação e verdade!".

E, novamente, de Londres, em 30 de Outubro de 1738:

"Que você sempre receberá delicadamente o que é assimpretendido, eu não duvido. Entretanto, eu novamente recomendo ocaráter de Sussurrus, a você e minha irmã, como (quer real oufictício), golpeando na raiz de uma falta, da qual, ela e você foram, eupenso, mais culpadas, do que outras duas pessoas que eu tenhoconhecido em minha vida. Ó, possa Deus livrar você e eu de todaamargura e maledicência, assim como, de toda falsa doutrina,heresia, e cisma!...".

"Ó, irmão, possa Deus permitir que você desista da disputaconcernente às coisas que você não conhece (se, de fato, você não asconhece), e peça a Deus para completar o que ainda está faltando emvocê. Por que você também não buscaria 'aquela paz de Deus queultrapassa todo entendimento', até que você receba? Quem oimpediria, não obstante as múltiplas tentações, de regozijar-se, 'comalegria inexprimível, em razão da glória?'. Amém! Senhor Jesus!Possa você e todos que estão perto de você (se você ainda não tem),sentir esse amor, espalhado em seu coração, pelo Espírito daqueleque habita em você; e ser selado com o Espírito Santo da promessa,que é a garantia de sua herança. Eu sou...".

"Seu irmão mais afetuoso"

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Essas foram palavras severas para aplicar ao seu irmão maisvelho, um honrado clérigo da Igreja da Inglaterra. Que Wesley julgouser seu dever escrever assim, deve ser admitido; e no que diz respeitoa ele, dever era lei absoluta. Não parece que ele escreveu, pela meramania de censurar. Ele escreveu, na delicada e sensível fidelidade deseu espírito. Ele estava disposto a escrever na mesma tendência daIgreja em Hernhut, como aprendemos do fragmento seguinte de umacarta que não foi enviada.

Ele diz: "Pode-se observar que eu vi anteriormente algumascoisas dos Morávios, que eu não poderia aprovar. Nesta viagem, eu vium pouco mais, no meio de muitas coisas excelentes; emconseqüência do que, em Setembro de 1738, logo depois de meuretorno para a Inglaterra, eu comecei a seguinte carta para a IgrejaMoravia. Mas temeroso de confiar em meu próprio julgamento, eudeterminei esperar um pouco mais, e então a deixei inacabada":

"Meus queridos irmãos"

"Eu não posso deixar de me regozijar com sua féimperturbável, por seu amor a nosso abençoado Redentor, o fato deestarem mortos para o mundo, sua mansidão, temperança, decência, eamor um ao outro. Eu grandemente aprovo, de suas Conferências eBands, seus métodos de instruir as crianças; e, em geral, seu grandecuidado com as almas entregues à responsabilidade de vocês".

"Mas, quanto a algumas outras coisas, eu permaneço emdúvida, o que eu mencionarei no amor e humildade. E espero que,com o objetivo de remover essas dúvidas, você possa, em cada umdesses tópicos, primeiro, responder claramente, se o fato é como eusuponho; e se for assim, em segundo lugar, considerar se ele estácorreto".

"O Conde é tudo em tudo, entre vocês? Vocês não glorificamem demasia a sua própria Igreja? Vocês não usam de fraude e

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dissimulação, em muitos casos? Vocês não têm um temperamento ecomportamento, fechado, obscuro, reservado?".

A severidade do tom adotado nestas cartas prende a atenção.Deve ser atribuído ao fervor de seu zelo, o que o levou, além doslimites da prudência? Ou ele escreveu na esperança de que elepudesse, por meio disto, mais efetivamente chamar a atenção para umassunto importuno?

Mas ele é mais profundamente espantoso na questão de suaexperiência religiosa pessoal. Ele declarou que ele não era um cristão,até o incidente da Rua Aldersgate. Seu irmão Samuel, escrevendo aoSr. Hutton, diz: "O que Jack quis dizer, com ele não ser um cristão,até o mês passado, eu não entendo. Ele nunca esteve em aliança comDeus? Então, como o Sr. Hutton observou, o batismo dele significounada. Ele não teria cometido apostasia com isto? Eu me atrevo adizer que não:e ainda assim, ele deveria tanto não ser batizado,quanto ser um apóstata para tornar suas palavras verdadeiras.Talvez, ele se sentisse em um estado de pecado mortal, semarrependimento, e há muito vivera em tal conduta. Isto eu não creio;no entanto, ele deve responder a si mesmo... Além disto, uma condutapecadora não é uma anulação da aliança; por esta mesma razão,porque é uma brecha dela. Se não fosse, não seria quebrada".

Mas, se Wesley está aquém de seu próprio ideal, ele está muitoacima do de seu irmão Samuel. A concepção de um cristão tal comoele deseja ser – tal como ele é – está muito adiante do que a cartadescreve como "estando na aliança do batismo". Esses dois irmãosnão eram representantes de dois ideais da vida cristã, amplamentedistintos? Eles não se situaram em lados diferentes de uma linha quehoje divide a Igreja cristã?

John responde a Samuel nos seguintes termos:

"Com respeito ao meu próprio caráter, e minha própriadoutrina igualmente, eu respondo a você muito claramente. Por

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cristão, eu quero dizer alguém que assim acredita em Cristo, demaneira que o pecado não tenha mais domínio sobre ele: nestesentido óbvio da palavra, eu não fui um cristão, até 24 de Maiopróximo passado. Porque, até então, o pecado tinha domínio sobremim, embora eu lutasse com ele, continuamente; mas certamente,então, desde aquele tempo até agora, não; -- tal é a graça livre deDeus em Cristo. Quais eram os pecados que, até então, reinaramsobre mim, e do qual, pela graça de Deus, eu estou agora livre, euestou pronto a declarar publicamente, se for para a glória de Deus".

"Se você perguntar, por quais meios eu me tornei livre(embora não perfeito, nem infalivelmente certo de minhaperseverança), eu respondo: Pela fé em Cristo; por tal tipo ou graude fé que eu não tive até aquele dia. Meu desejo desta fé eu conheciamuito antes, embora não tão claramente até domingo, dia 8 deJaneiro último".

"Alguma medida desta fé que traz a salvação, ou vitória sobreo pecado, e que implica paz e confiança em Deus, através de Cristo,eu agora desfruto pela sua livre misericórdia; embora em muito doque faço, ela está em mim, como um grão de semente de mostarda:porque a completa persuasão da fé – o selo do Espírito, o amor aDeus espalhado em meu coração, e produzindo alegria no EspíritoSanto; 'alegria que o homem não tira, alegria inexprimível e cheia deglória'; este testemunho do Espírito eu não tenho, mas pacientementeespero por ele. Eu conheço muitos que já o receberam; mais do queum ou dois, na mesma hora em que estavam orando por ele. E tendovisto e falado com uma nuvem de testemunha no exterior, assim comoem meu próprio país, e não posso duvidar, que os crentes queesperam e oram por ele encontrarão essas escrituras cumpridas em simesmos. Minha esperança é que elas sejam cumpridas em mim":

"Eu confio em Cristo; em suas misericórdias descritas em Suapalavra, e em Suas promessas, todas que eu sei são sim, e amém.Esses que não receberam ainda a alegria no Espírito Santo, o amorde Deus, e a completa persuasão da fé (alguém ou todos eles é um

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cristão perfeito?) Certamente um cristão verdadeiro pode dizer: 'Nãoque eu já tenha obtido, ou que eu já tenha me tornado perfeito?".

Mas este não é o limite da dificuldade. Em 4 de Janeiro, do anoseguinte (1739), ele escreveu: obviamente, referindo a si mesmo:"alguém que tinha a forma da santidade muitos anos, escreveu asseguintes reflexões":

"Meus amigos afirmam que eu estou louco, porque eu disseque eu não era um cristão há um ano. Eu afirmo que eu não sou umcristão agora. Na verdade, o que eu deveria ter sido eu não sei,tivesse eu sido fiel à graça, então, dada, quando, esperando nadamenos, recebi tal senso do perdão de meus pecados, como, até então,eu nunca soube. Mas que eu não sou um cristão, até hoje, eu estou tãoseguro de saber, quanto Jesus é o Cristo".

"Porque um cristão é alguém que tem os frutos do Espírito deCristo, que (para mencionar não mais) são o amor, paz e alegria.Mas esses eu não tenho. Eu não tenho amor algum a Deus. Eu nãoamo o Pai, ou o Filho. Você pergunta, como eu sei, se eu amo a Deus,ou não, eu respondo, através de uma outra questão: 'Como você sabese você me ama?'. Ora, da mesma forma que você sabe, quando vocêestá quente ou frio! Você sente neste momento, se você me ama ounão. E eu sinto neste momento, que eu não amo a Deus; e que,portanto, eu sei, porque eu sinto isto".

"E sei isto também, através da regra clara de João: 'Se algumhomem ama o mundo, o amor do Pai não está nele'. Porque eu amo omundo. Eu desejo as coisas do mundo; e tenho feito isto toda minhavida. Eu sempre coloquei alguma parte de minha felicidade, em umaou outra das coisas que são vistas; especialmente, na carne e bebida[!], e na companhia daqueles os quais eu amei. Por muitos anos, eubusquei a felicidade e ainda busco, no amar e ser amado, por um ououtro. E nisto, eu tenho, de tempos em tempos, tido mais prazer doque tenho em Deus".

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"Novamente: alegria no Espírito Santo eu não tenho. Eu tenho,de vez em quando, alguns ímpetos de alegria em Deus. Mas não éaquela alegria. Porque ela não está no meu interior. Nem ela é maiordo que eu tenho em algumas ocasiões mundanas. De forma que euposso, de maneira alguma, dizer que me 'regozijarei sempre mais';muito menos, 'regozijar-me com alegria inexprimível e cheia deglória".

"Ainda novamente: eu não tenho 'a paz de Deus'; aquela paz,peculiarmente assim chamada. A paz que eu tenho pode serconsiderada sobre princípios naturais. Eu tenho saúde, força, amigos,uma fortuna suficiente e um temperamento calmo e agradável. Quemnão teria uma espécie de paz nestas circunstâncias: Mas eu tenhonada que possa, com alguma propriedade, ser chamada de 'a paz queultrapassa todo entendimento".

"Assim sendo, eu concluo, embora eu tenha dado, e dou, todosos meus bens para alimentar o pobre, eu não sou um cristão. Emboraeu tenha suportado privação; embora eu tenha em todas as coisasnegado a mim mesmo, e tomado minha cruz, eu não sou um cristão.Minhas obras são nada; meus sofrimentos são nada; eu não tenho osfrutos do Espírito de Cristo. Embora eu tenha constantemente usadode todos os meios da graça por vinte anos, eu não sou um cristão".

Tyerman está satisfeito em dizer que "isto é extremamenteintrincado", e deixa seu leitor "formar sua própria opinião" , como fezSouthey e os primeiros biógrafos, a não ser que eles omitemcompletamente alguma referência ao assunto. Mas tudo isto deve serlido, sob a luz da carta endereçada a seu irmão Samuel, no qual eleafirma que ele não era um cristão, até 24 de Maio, porque o pecadotinha domínio sobre ele; mas que, através de "tal grau débil de fé",como ele teve naquele dia, o domínio do pecado foi quebrado, e ele,então, tornou-se um cristão – um cristão, é verdade, em "um sentidoimperfeito". Mas nesta carta de Janeiro de 1739, ele tinha em vistaoutra condição, o obter o que ele julga ser necessário com o objetivode ser um cristão. Esta é "a completa persuasão da fé"; uma condição

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que ele define como a mais extrema maturidade cristã. Esta ele nãotinha obtido. Ainda assim, ele não poderia duvidar de que ele tinha"alguma medida da fé". Ao dizer que ele "não tinha amor algum aDeus", ele não estaria se desviando, por olhar para os fortessentimentos emocionais, que são tão variáveis, sob condiçõesdiversas? Uma voz competente declara que "aquele que mantém suapalavra, nele verdadeiramente o amor de Deus tem sidoaperfeiçoado".

Wesley não deve ser culpado por se submeter ao teste maissevero possível. Mas seria um erro grave ensinar que alguém não écristo, até que ele estivesse completamente desenvolvido".

Para um outro, ele escreve: "Depois de um longo sono, parecehaver agora um grande despertar neste lugar também. O Espírito doSenhor já tem estremecido os ossos secos, e alguns deles estão de pé evivos. Mas eu ainda estou morto e gelado; tendo paz, de fato, masnenhum amor ou alegria no Espírito Santo".

Para outro: "Verdadeiramente o Espírito do Senhor temlevantado seu estandarte contra a iniqüidade, que se espalhou emnossa terra. Ó, orem vocês por nós, para que Ele envie maistrabalhadores para Sua colheita! E que ele capacite a nós que ele jáenviou, para nos aprovar fiéis ministros da Nova Aliança, pela honrae desonra, pelo mal e bom relato. Em especial, que todos os irmãos eirmãs que estão com você, orem para que Deus aqueça, com Seuamor, o coração frio, querido senhor"

"Seu muito afetuoso irmão em Cristo".

Uma vez mais: "Não pense, meu querido irmão, que eu meesqueci de você. Eu não posso me esquecer, porque eu amo você:embora eu não possa amar alguém ainda, como eu deveria, porque eunão amo nosso abençoado Senhor, como eu deveria. Meu coraçãoestá frio e insensível. Ele é, na verdade, um coração de pedra. Orepor mim, e permita que toda sua casa ore por mim, sim, e todos os

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irmãos também, de maneira que nosso Deus possa me dar um coraçãoferido, um coração amoroso, um coração em que Seu Espírito possasentir prazer em habitar... Acima de tudo, eu quero que você ore, emconsideração por seu pobre e fraco irmão".

Verdadeiramente, ele caminhou no vale da humildade!

Quanto mais cuidadosa, clara, e justificadamente, Wesley,mais tarde, escreveu e falou sobre esses assuntos, seus sermõesimpressos mostram abundantemente. Dr. Rigg, um cuidadosoestudante de Wesley e de suas obras diz: "As flutuações nas própriasvisões e experiência de Wesley, durante os primeiros meses de suaconversão, mostram que suas idéias com respeito à natureza dotestemunho do Espírito, e o caráter e extensão da regeneração,estavam, como era de se esperar, não totalmente definidas, outotalmente estabelecidas, até algum tempo depois". E acrescenta: "Aofazerem a maioria da preparação de coração antecedente de Wesley,convertidos, que, até agora, estão necessariamente em falta naexperiência das dificuldades, perplexidades, e tentações espirituais, ecujas expectativas naturais, mas injustificadas da alegria etranqüilidade estabelecidas, têm sido arduamente desapontadas, épossível diminuir as proporções e obscurecer as relações da grandemudança primordial no caráter espiritual de Wesley".

Wesley tem sido muito atacado, por seus críticos, por suacredulidade nos assuntos relativos às feitiçarias, e aparições de ação debons e maus espíritos, e outros assuntos relativos. Issac Taylor diz: "Amais proeminente enfermidade de Wesley foi sua credulidadeespantosa; desde o começo, até o fim de seu curso, esta fraqueza ogovernou. Poucas foram as instâncias em que ele exercitou a devidadiscriminação, no ouvir os contos envolvendo o que era miraculoso,ou fora da ordem da natureza. É mortificante, de fato, contemplaruma instância como esta, da mente poderosa se dobrando como umavara ao vento, diante de toda brisa do sobrenatural". A acusação nãoé negada. O próprio Wesley é explicito no assunto. Ele escreveu:"Com meus últimos respiros, eu testemunharei contra apresentar aos

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infiéis uma grande prova do mundo invisível; eu quero dizer, daquelafeitiçaria e aparições, confirmadas pelo testemunho dos tempos".

Mas existe um comportamento deste assunto nascaracterísticas mentais de Wesley que tem escapado de observação.Credulidade e incredulidade são correntes que não raramente corremlado a lado, uma prontidão para crer, acompanhada de umadificuldade em crer. O homem de fé fraca nas coisas invisíveis – dasquais apenas a fé toma conhecimento – freqüentemente agarra-se aalgum fato exterior ou visível, para sustentá-lo em sua oscilação. Emquão grande proporção é o caso hoje, tanto dentro da Igreja, quantoalém de suas fronteiras! Como muitas pessoas não podemtranqüilamente confiar nos verdadeiros alicerces da fé.Conseqüentemente, eles são incrédulos. Eles não estão relutantes, masincapazes de crer. Eles, portanto, desejam confirmação do que évisível ou tangível; de onde brota a credulidade. Agora, não obstantea forte fé de Wesley, ele não estava pouco preocupado, com osquestionamentos do descrente. Esses dois estados de mente,aparentemente conflitantes, se não, contraditórios, são óbvios nele.Porque, enquanto o encontramos, lutando pela crença no invisível eespiritual, e habitualmente vivendo, sob a influência do que elemesmo crê; ainda assim, evidências não são necessárias de que eletinha grande dificuldade em mantê-la. Em um notável sermão, sobre OCaso da Razão Considerada, enquanto mostra a inabilidade da razãode produzir a fé, ele diz: "Muitos anos atrás, eu me certifiquei daverdade disto, através de uma triste experiência. Depois decuidadosamente empilhar os mais fortes argumentos que eu pudeencontrar, tanto nos autores modernos, quando antigos, com respeitoà própria existência de um Deus (o que está proximamente ligado aisto), e a existência de um mundo invisível, eu tenho perambulado,para cima e para baixo, meditando comigo mesmo: 'O que, se todasessas coisas que eu vejo ao meu redor, esta terra e céu, esta estruturauniversal, têm existido desde a eternidade? O que, se a geração dehomens está exatamente paralela com a geração das folhas? Se aterra deixa cair seus sucessivos habitantes, assim como as árvoresdeixam cair suas folhas? O que, se aquelas palavras de um grande

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homem forem realmente verdade: 'Morte é nada; e nada existe depoisda morte?'".

"Como posso estar certo de que este não é o caso; e que eunão tenho seguido astuciosamente fábulas inventadas? E eu adotei opensamento, até que não houvesse espírito em mim, e eu estavapronto a escolher estrangulação, preferivelmente à vida".

Essas palavras, enquanto fornece um insight mais além dentrodos hábitos mentais de Wesley, mostra também com que trabalho elese empenhou, para criar, ou manter, a apreensão viva das coisasinvisíveis. Ele foi, pela natureza, um racional; e a faculdade tinha sidoalimentada pelo treino. Mas ele não poderia demonstrar a existênciade Deus, ou um mundo espiritual, ou uma imortalidade. Das coisasvistas ou demonstráveis, a fé não é evidência. Portanto, sua prontidãopara buscar por tais provas visíveis e tangíveis como ele julgou,seriam encontradas nos eventos sobrenaturais. Sob a luz destaconfissão, estamos mais bem capacitados a entender as palavras emuma carta notável de 27 de Julho de 1766, a seu irmão Charles: "Eunão tenho evidência direta (eu não digo que eu seja um filho de Deus,mas) de alguma coisa invisível ou eterna".

É observável que, desde este tempo (1738), toda referência aoseu estado religioso desapareceu de seu Diário. Mas Cânon Overtonnão está completamente certo no dizer que "doravante, durante toda asua longe vida, dificilmente uma sombra de dúvida cruzou seucaminho; nuvens e trevas eram constantemente varridas para fora desua vida, mas havia um perpétuo e desanuavido brilho interior dosol".

Wesley endereçou a seguinte carta interessante à IgrejaMorávia:

"A Igreja de Deus que se localiza em Herrnhut, John Wesley,um imerecido Presbítero da Igreja de Deus na Inglaterra, deseja todagraça e paz em nosso Senhor Jesus Cristo".

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"14 de Outubro de 1738".

"Glória seja dada a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,por Seu inexplicável dom! Por me fazer testemunha ocular de sua fé, eamor, e conversão santa em Jesus Cristo! Eu tenho testemunhadodisto, com toda clareza de discurso, em muitas partes da Alemanha, egraças seja dada a Deus, pelo muito em seu favor".

"Estamos nos empenhando aqui também, pela graça que nos édada, para sermos seus seguidores, como você é de Cristo. Quatorzeforam acrescidos a nós, desde nosso retorno, de maneira que temosagora oito grupos (Bands) de homens, consistindo de cinqüenta e seispessoas; todos que buscam por salvação apenas no sangue de Cristo.Como ainda temos apenas dois pequenos grupos de mulheres; umcom três, e outro com cinco pessoas. Mas aqui existem muitos outrosque apenas esperam até que tenhamos tempo livre para instruí-los,como eles podem mais efetivamente edificaram um ao outro, na fé eamor Dele, que deu a Si mesmo por eles".

"Embora meu irmão e eu não sejamos permitidos pregar, namaioria das Igrejas em Londres, ainda assim (graças seja dada aDeus), existem outras restantes, em que temos liberdade de falar averdade como ela está em Jesus. Igualmente, toda as noites, em noitesestabelecidas durante a semana, em dois lugares diferentes,publicamos a palavra da reconciliação para vinte ou trinta; algumasvezes, trezentas ou quatrocentas pessoas, reunidas para ouvi-la.Começamos e terminamos todos os nossos encontros, com louvor eoração; e sabemos que nosso Senhor ouve nossa oração; porque pormais de uma ou duas vezes (e isto não foi feito em uma situaçãodifícil), recebemos resposta na mesma hora".

"Nem Ele deixou a Si mesmo, sem outro testemunho de Suagraça e verdade. Dez ministros, eu sei agora em Londres, colocaramo alicerce correto: 'O sangue de Cristo que nos limpa de todos ospecados'. Além disto, eu encontrei um Anabatista, e um, se não dois,

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dos professores em meio aos Presbiterianos aqui, os quais, eu espero,amam o Senhor Jesus Cristo, na sinceridade, e ensinam o caminho deDeus na verdade".

"Ó, não pare, você que é altamente favorecido, de implorar anosso Senhor, que Ele possa estar conosco para a mesma finalidade;remover o que é desagradável em Seus olhos; apoiar aquele que éfraco em nosso meio; nos fornecer toda a mente que havia Nele, e nosensinar a caminhar, até mesmo, como Ele caminhou! E possa opróprio Deus da paz preencher o está faltando em sua fé, e edificá-lo,mais e mais, em toda humildade de mente, e em toda clareza dediscurso, e em todo zelo e vigilância; para que Ele possa apresentarvocê, a Si mesmo, como uma igreja gloriosa, sem mácula, ou ruga, oualguma dessas coisas, mas que você possa estar santo e sem culpa nodia da vinda Dele".

Ele agora escreveu palavras alegres para vários amigos, comrespeito à obra que estava sendo feita, mas algumas depreciativas,concernentes a si mesmo. Ao Sr. Ingham, em Herrnhut: "Ó, meuquerido irmão, Deus tem sido maravilhosamente gracioso comigo,desde nosso retorno a Inglaterra. Existem muitos adversários, masuma grande e efetiva porta está aberta; e continuamos, através domau e bom relato, a pregar o Evangelho de Cristo, a todas aspessoas, e, sinceramente, contender pela fé, uma vez entregue aossantos. Na verdade, Ele nos tem fornecido muitos de nossosopositores mais ferozes,que agora recebem com humildade a palavraimprimida...".

"Sr. Stonehouse, por fim, determinou conhecer nada mais anão ser Jesus, e Ele crucificado; e pregar a todos, a remissão dospecados, através da fé em Seu sangue. O Sr. Sparkes também é umprofessor da sã doutrina. O Sr. Hutchins é forte na fé e convencepoderosamente contraditores, de maneira que nenhum homem, atéagora, foi capaz de contestá-lo. Sr. Kinchin, Gainbold, e Wells nãoreceberam ainda conforto, mas estão pacientemente esperando porele. O Sr. Robson, que é agora também um ministro de Cristo, está

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cheio de fé e paz e amor. Assim está o Sr. Combes, um pequeno filhoque foi chamado para ministro em coisas santas, duas ou trêssemanas atrás. De fato, eu confio que o Senhor nos deixará ver, e istobrevemente, uma multidão de sacerdotes que crêem".

Ao Conde Zinzendorf, ele escreve: "A Palavra do Senhornovamente corre e é glorificada; e Sua obra segue em frente eprospera. Grandes multidões estão em todo canto despertas eclamam: 'O que devemos fazer para sermos salvos?'. Muitos delesvêem que existe apenas um único nome, debaixo do céu, por meio doqual, eles podem ser salvos; e mais e mais daqueles que a buscam,encontram salvação em Seu nome, e são de um só coração e uma sóalma".

"A viagem de Wesley, de volta para casa em 1735", diz um dosmais hábeis críticos da vida e obra de Wesley, "marca a conclusão deseu período de Igreja Anglicana. Ele em nada diminuiu, de suadedicação às ordenanças da Igreja, quer naquela época, ou nosúltimos dias de sua vida, e ele não alcançou logo de início aquelegrau de independência da hierarquia dela, e algumas de suas regrasque marcam seus pontos de divergência mais distantes; mas seuDiário, durante esta viagem registra aquele profundodescontentamento, que é sentido, sempre que uma natureza sinceradesperta para a imperfeição de uma religião tradicional; e sua vidaposterior, comparada com seus dois anos na Geórgia, torna evidenteque ele passou por uma nova região espiritual. Seus [primeiros]Diários são marcados por uma depressão, com a qual nunca nosencontramos novamente".

"Em 1739, Whitefield, escrevendo para as sociedades, a qualWoodward tinha ansiosamente defendido, da responsabilidade dealguma tendência de separar-se da Igreja, solicitou a eles, que nemfossem confinados pela Liturgia dela, nem submissos às suas regras.Esta não foi a linguagem de Wesley; foi a linguagem que ele teriacondenado. Mas a lealdade à Igreja não era mais a primeiracondição de membresia em alguma sociedade, com a qual ele

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estivesse em concordância. O aniversário de um cristão já eradeslocado de seu batismo para sua conversão, e nesta mudança alinha dividida de dois grandes sistemas é transposta". Essas últimassão palavras importantes, e mostram o claro discernimento do escritor.

Wesley, como vimos, retornou para Londres da Alemanha, natarde do sábado, 16 de Setembro, e no dia seguinte, ele diz: "Eucomecei a declarar, em meu próprio país, as boas novas da salvação,pregando três vezes, e, mais tarde, expondo as Escrituras Santas parauma larga companhia em Minories". "No domingo", ele diz, "eu meregozijei de me encontrar com nossa pequena sociedade que, agora,consistia de trinta e duas pessoas" (a sociedade que foi formada em1º. de Maio, e que se encontrava em Fetter Lane). "No dia seguinte, eufui até os réus condenados, em Newgate, e ofereci a eles a livresalvação. À tarde, eu fui para a sociedade em Bear Yard, e preguei oarrependimento e remissão dos pecados. Na tarde seguinte, eu falei averdade no amor, na sociedade na rua Aldersgate. Algunscontradisseram, a princípio; mas não por muito tempo, de maneiraque nada, a não ser o amor apareceu em nossa despedida".

"Na quinta-feira, dia 21, eu fui para a sociedade em GutterLane; mas eu não pude declarar as obras poderosas de Deus lá, comoeu fiz mais tarde, em Savoy, com toda simplicidade. E a Palavra nãoretornou vazia. Encontrei abundância de pessoas grandementeexasperada pela grosseira distorção das palavras que eu falei, e eufui até muitas delas em privativo, a medida que meu tempo permitia.Deus me deu muito amor em direção a todas. Algumas foramconvencidas de que estavam enganadas. E quem sabe, a não ser Deus,logo o restante retornará e deixará uma bênção atrás dele? Nosábado, eu fui capaz de falar fortes palavras em Newgate, e nasociedade do Sr. E.; e no dia seguinte na Igreja de St. Anne, e duasvezes na de St. John, em Clerkenwell; de maneira que eu temo elesnão me suportarão mais tempo". Ele teve muitas experiênciassimilares, como quando no domingo, 8 de Outubro, ele pregou naCapela de Savoy, sobre a parábola: "ou história, antes, do fariseu epublicano, eu suponho pela última vez".

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Nesta forma, ele continuou a trabalhar, pregando "o novocaminho", com muito fervor e freqüência, em tais igrejas queestivessem abertas a ele, nas visitas, e no expor nas várias sociedades,onde ele era bem-vindo. Em Novembro, ele fez uma visita a Oxford,onde ele começou mais estritamente a inquirir qual é a doutrina daIgreja da Inglaterra, concernente a muitos pontos de controvérsiasobre a Justificação pela Fé. A somatória do que ele encontrou, elepublicou no início do ano seguinte, para o uso de outros. Isto eleseguiu um pouco mais tarde, através de um segundo volume sobre omesmo assunto. Ele reviveu a leitura das orações em Bocardo – otribunal sobre o portão norte, usado como uma prisão; também emduas das casas de correção da cidade, onde ele pregou duas vezes nasemana; e em ambos os dias em Castle; e expôs na Sociedade do Sr.Fox. Ouvindo que o Sr. Whitefield havia regressado da Geórgia, ele seapressou para Londres para encontrá-lo, onde "Deus nos permitiu umavez mais tomar doces conselhos juntos". Ele pregou em Antholin, emIslington, e em St. Swithin, "pela última vez". No domingo, 5 deNovembro, ele pregou em St. Botolph, em Bishopsgate; à tarde, emIslington, e à noite, ele diz: "para tal congregação, como eu nunca viantes, na Igreja de St. Clement, em the Strand. Como foi a minhaprimeira pregação aqui, eu suponho deva ser a última". De taiscongregações lotadas, onde quer que pregasse, os atendentes comunsnas igrejas queixavam-se. Isto foi uma causa do fechamento das portascontra ele. Uma outra se deve à estranheza da mensagem que eletrazia.

Em 24 de Dezembro, ele pregou na Igreja de Great St.Bartholomew, de manhã, e em Islington, à tarde, onde ele diz: "Nóstivemos um abençoado Sacramento, todos os dias desta semana, eformos confortados de todos os lados". No domingo seguinte, 31 deDezembro, ele pregou para muitos milhares na Igreja de St. George,em Spitalfields, e para uma congregação ainda mais lotada emWhitechapel, à tarde. Assim terminou este ano memorável.

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CAPÍTULO VI

Os Alicerces do Metodismo (1738-1740)

O novo ano foi prenunciado por um serviço extraordinárioacontecido na noite de Primeiro de Ano, de 1739. Os senhores, Hall,Kinchin, Ingham, Whitefield, Hutchins, e os dois irmãos Wesleysestavam presentes na festa do amor, em Fetter Lane, com cerca desessenta outros, o número da Sociedade Fetter, naquele tempo. 'Porvolta de três da manhã', Wesley disse: "Enquanto estávamos emoração contínua, o poder de Deus veio poderosamente sobre nós, de

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tal maneira, que muitos gritaram por excessiva alegria, e muitoscaíram ao chão. Tão logo nos recuperamos um pouco daquele temor eespanto à presença de Sua Majestade, nós irrompemos a uma só voz:'Nós louvamos a Ti, ó Deus, nós reconhecemos que Tu és o Senhor'".

Whitefield, escrevendo neste dia, diz que ele recebeu oSacramento Santo, pregou duas vezes, e expôs duas vezes, econsiderou este o mais feliz Primeiro de Ano que ele havia visto; emais tarde, acrescentou que ele passou toda a noite em oração íntima,salmos, e ação de graças, com a Sociedade Fetter Lane. Nem este foi oúnico dia de varar a noite de serviço que eles tiveram, porque, em 5 dejaneiro, ele escreve novamente: "Aconteceu uma Conferência emIslington, 'concernente a muitas coisas de importância, com seteministros de Jesus Cristo, Metodistas desprezados, aos quais Deus,em sua providência reuniu. Nós continuamos em jejum e oração, atéas três horas, e, então, partimos com a completa convicção de queDeus estava preste a fazer grandes coisas em nosso meio'; enovamente, em no dia 7, domingo, pregou duas vezes, expôs para trêsSociedades, e, mais tarde, passou a noite toda em oração e ação degraças em Fetter Lane"

Assim, começa um ano de suprema importância na historia dogrande avivamento espiritual naquelas ilhas, como os incidentes aserem registrados mostrarão. Wesley continuou a mesma rotina detrabalho sincero que ele tinha buscado, desde seu retorno para aInglaterra. Ele visitou Oxford, Dummer, e Reading, e em Londres,encontrou trabalho integral em meio a muitas sociedades, onde ele foicontinuamente solicitado a expor. De todas as igrejas, não obstante,ele estava excluído, com exceção a de Basingshaw, Islington, St.Giles, and St. Katherine; de maneira que nos primeiros meses do ano,antes de sua ida a Bristol, ele não pregou mais do que meia dúzia desermões nas igrejas.

O caráter da obra de Wesley, naquele tempo, pode ser reunidodo seguinte extrato de uma carta escrita por ele a Whitefiedl:--

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26 de Fevereiro de 1739.

Meu querido irmão:

"A mão de nosso Senhor não tem sido de pouco alcance emnosso meio. Ontem eu preguei na Igreja de St. Katherine, e emIslington, onde a igreja estava quase tão quente quanto algumas dassalas da sociedade costumam ser. Os campos, depois do serviço,estavam brancos com pessoas louvando a Deus. Por volta detrezentas estiveram presentes na casa do sr. S--; de onde eu fui para acasa do sr. Bray, então, para Fetter Lane, e, às nove horas, para acasa do sr. B--; onde também nós apenas faltou espaço. Hoje, euexpus em Minories, às quatro horas; na casa da sra. W--, às seishoras, e para uma grande companhia de pecadores pobres, em GravelLane (no portão do Bispo), às oito horas. A sociedade na casa do sr.Cronch não se encontraria até as oito horas, de maneira que euexpus, antes de ir até ele, perto da Quadra de St. James; onde umajovem havia sido recentemente preenchida com o Espírito Santo, etransbordara com alegria e amor".

"Na quarta-feira, às seis horas, tivemos um nobre grupo desenhoras, não adornadas com ouro e vestuário caro, mas com umespírito humilde e tranqüilo, e boas obras. Em Savoy, na quinta-feiraà noite, tivemos usualmente duzentas ou trezentas pessoas, a maioriadelas, pelo menos, completamente acordada. A moradia do sr. A —estava mais do que preenchida, na sexta-feira, assim como a sala dosr. P--, duas vezes mais; onde eu penso, eu tenho tido comumentemais poder dado a mim, do que em qualquer outro lugar. Umasemana ou duas atrás, uma noticia me foi dada lá, até onde posso melembrar, nestas palavras: 'Suas orações são desejadas por umacriança enferma que é lunática, e está cheia de feridas, dia e noite,para que nosso Senhor o curasse, como Ele fez com aqueles, nos diasde Sua carne; e que, com isto, ele daria aos seus pais, fé eperseverança, até o tempo de sua vinda'.

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'No sábado, à noite, uma senhora de meia-idade, bem vestida,em Beech-Lane (onde eu exponho usualmente para quinhentas ouseiscentas pessoas, antes de eu ir para a sociedade da casa do sr. E--,foi acometida, como pareceu a diversos ao redor dela, com poucomenos do que as agonias da morte. Orações foram feitas, e, depois decinco dias de procura diligente, ela foi preenchida com amor ealegria, o que declarou abertamente, na manhã seguinte; de maneiraque ação de graças foram feitas a Deus, por muitos, por iniciativadela. Deve-se observar, que seus amigos a consideravam louca, poresses três anos; e, assim sendo, a expulsaram, atacaram com palavrasrudes, e sabe-se lá o que mais. Venham e louvemos ao Senhor, eglorifiquemos Seu nome, juntos'.

Durante as primeiras poucas semanas do ano, Whitefield haviapregado por volta de trinta sermões em diferentes igrejas, dentro e nosarredores de Londres. No início de Fevereiro, ele foi para Bath eBristol; mas em sua volta, encontrou todas as igrejas fechadas contraele. Em poucos dias, no entanto, ele foi beneficiado com o uso daIgreja de St. Werburgh e de St. Mary Redcliff. Mas o Chanceler deBristol interferiu, e ameaçou que se ele continuasse a pregar ou exporna diocese, sem licença, ele primeiro o suspenderia, e, então, oexpulsaria. Esta foi a gota d'água. Whtefield não era submisso à ordemda Igreja, como seu companheiro Wesley, que, em tais circunstâncias,teria hesitado desobedecer tão direta proibição. Suprimir totalmenteWhitefield, com tais medidas, era impossível; e, conseqüentemente,sendo expulso das Igrejas de Bristol, ele foi e pregou em campo abertopara duzentos mineiros de carvão, em Kingswood. Este foi o maiscorajoso passo, já tomado por algum dos Metodistas; e, talvez,ninguém mais, a não ser o impulsivo, enorme, e sincero Whitefieldteria sonhado, com tal chocante separação da regra e uso da Igreja. Opasso decisivo foi dado. Um clérigo havia se atrevido a ser tãoirregular, de maneira a pregar nos campos, e Deus havia sancionado airregularidade, fazendo disto uma oportunidade de muita bênção. Estefoi um incidente tão interessante, conduzindo a tão grandesconseqüências na missão do heróico pequeno grupo de evangelistas

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cristãos, que a minuta seguinte, relatada do Diário de Whitefield, nãoseria inserida inadequadamente. Ele diz:

Domingo, 21 de Janeiro – Eu preguei duas vezes, com grandeliberdade em meu coração e clareza em minha voz, para duascongregações apertadas, especialmente à tarde, quando, como eu fuiinformado, perto de mil pessoas permaneceram no pátio da Igreja, eduzentas mais retornaram para casa, porque não puderam entrar.Isto me levou primeiro a pensar numa pregação sem portas. Eumencionei isto para alguns amigos, que viram isto como uma idéiamaluca. No entanto, nós nos ajoelhamos e oramos para que nadapudesse ser feito estouvadamente.

Sexta-feira, 16 de Fevereiro – Tendo há muito sentido umasincera aspiração, com respeito aos pobres mineiros de carvão, queeram muito numerosos, e, ainda assim, como ovelhas sem pastor, eufui a um monte e falei para tantos quantos vieram me ouvir; acima deduzentos. [Aqui ele irrompe em um júbilo santo], "Abençoado sejaDeus, que o gelo está quebrado, e eu tenho agora tomado o campo.Alguns podem me censurar. Mas é flautear, não porque os Púlpitossão negados, mas porque os pobres mineiros de carvão estão prestesa perecer por falta de conhecimento".

Quarta-feira, 21 de Fevereiro – [Todas as portas de Igrejaestão agora fechadas contra ele, e se abertas, não são capazes deconter metade dos que vêm para ouvir; às três da tarde, ele foi paraKingswood, em meio aos mineiros de carvão. Foi um dia maravilhoso,e perto de duas mil pessoas estavam reunidas. Ele diz]: "Eu preguei eexpliquei João 3:3, por aproximadamente uma hora, e espero, para oconforto e edificação daqueles que me ouviram". [Ele prossegue]:

Sexta-feira, 23 de Fevereiro – Depois do jantar, eu me sentimuito doente, então, fui obrigado a ficar na cama; mas às três horas,eu fui, conforme o compromisso, e preguei para perto de quatro acinco mil pessoas, de um monte em Kingswood, com grandeliberdade. O sol brilhou muito, e as pessoas de pé, de tal maneira

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tremenda, ao redor do monte, no mais profundo silêncio,preencheram-me com uma santa admiração.

Domingo, 25 de Fevereiro – Quando eu me levantei demanhã, eu pensei que seria capaz de 'fazer coisa nenhuma, mas adivina força foi grandemente glorificada em minha fraqueza. Porvolta das seis da manhã, eu preguei, cantei, e exortei meus visitantesmatinais, como eu fiz no último dia do Senhor. Às oito horas, eu li asorações, e preguei para a mesma congregação aglomerada, emNewgate; de onde cavalguei para Bustleton Brislington; um vilarejo,mais ou menos duas milhas de Bristol, onde havia tal numerosacongregação, que, depois que eu li as orações na Igreja, eu acheimelhor sair e pregar no pátio. As pessoas estavam excessivamenteatentas, e, mais tarde, com a permissão do ministro, que me visitou lá,nós tivemos um Sacramento; e, eu espero, foi uma comunhão desantos, de fato. Às quatro horas, eu me apressei para Kingswood.Num cálculo razoável, havia acima de dez mil pessoas. As ruas eesquinas estavam cheias; tudo era silêncio, quando eu comecei; o solbrilhava forte, e Deus capacitou-me para pregar por uma hora, comgrande poder, e tão alto, que todos (me disseram) puderam ouvir-me.Abençoado seja Deus, o sr. Brain falou corretamente. O fogo estáaceso na cidade. Possam os portões do inferno nunca ser capazes deprevalecerem contra ele!

Em uma data anterior, ele calculou sua congregação, nãomenos do que vinte mil, e anota: "Observar tais multidões de pé aonosso redor em tal silêncio tremendo, e ouvir o eco de sua canção, émuito solene e surpreendente. Meu discurso continuou, por perto deuma hora e meia".

Na Revista Gentleman's, de 1739, ele é descrito: "O sr.Whitefield tem sido maravilhosamente laborioso e bem sucedido,especialmente em meio aos pobres prisioneiros de Newgate, Bristol, eem meio aos rudes mineiros de carvão de Kingswood. No sábado, dia18, ele pregou no Monte Hannam [Hanham], para cinco ou seis milpessoas, e à noite, removeu-se para Common, meia milha distante,

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onde três montes e planícies ao redor estavam lotados com tão grandequantidade de carruagens, homens a pé e a cavalo, que eles cobriramtrês acres, e foram calculadas vinte mil pessoas".

Durante o mês de Fevereiro, Wesley teve três entrevistasseparadas com bispos da Igreja Estabelecida. No dia 6, ele foi comWhitefield até o Bispo de Gloucester, para solicitar uma subscriçãopara a Geórgia. No dia 21, ele e seu irmão Charles visitaram Potter, oArcebispo de Canterbury, que lhes mostrou grande afeição; faloubrandamente de Whitefield, advertiu-os para que não causassem maisofensa do que necessária; para que omitissem frases contestáveis; emantivessem as doutrinas da Igreja. Eles lhe disseram que esperavamperseguição; mas seriam fiéis à Igreja, até que seus artigos e homiliasfossem revogados. De Potter, eles prosseguiram direto para Gibson,Bispo de Londres, que negou que os tivesse condenado, ou mesmo,ouvido muito a respeito deles. O Diário de Whitefield, ele disse, foimanchado com fanatismo, embora o próprio Whitefield fosse m jovemdevoto, e bem-intencionado. Ele os advertiu contra oAntinomianismo, e despediu-se deles com cordialidade.

Por volta deste tempo (Março de 1739), um certo capitãoWilliams fez uma declaração diante do Prefeito de Bristol,escandalosamente afetando a conduta de Wesley, quando na Geórgia,especialmente, em referência ao seu tratamento à sra. Williamson(Srta. Hopkey), e as circunstâncias ligadas com sua partida da colônia.Isto foi publicado, para o subseqüente e grande detrimento da recémformada sociedade.

Este grosseiro panfleto não mereceria atenção, não fosse pelofato de que foi a ocasião de Wesley dar ao mundo uma das maisinteressantes e instrutivas autobiografias, alguma vez, publicada. Noprefácio ao seu Diário, ele diz: "Eu não tenho o objetivo ou desejo deperturbar o mundo com algum dos meus pequenos romances; comonão pode deixar de ser aparente a toda mente imparcial, por eu tersido por tanto tempo, 'como alguém que não ouve'; não obstante osaltos e freqüentes chamados que eu tenho tido que responder por mim

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mesmo. Nem eu teria feito isto agora, não tivesse o panfleto docapitão William, sido publicado, tão logo ele deixou a Inglaterra, mecolocando na obrigação de fazer o que me cabe, em obediência aomandamento de Deus: 'Que não se fale mal, do bem que existe emvocê'. Com esta visão, eu, por fim, 'darei uma resposta a cada homemque me perguntar a razão da esperança que está em mim', de que, emtodas as coisas, 'eu tenho uma consciência nula de ofensa, em direçãoa Deus, e em direção aos homens!"'. Este primeiro extrato de seuDiário particular compreende o período de seu embarque para aGeórgia, e seu retorno para Londres, e foi publicado em 1739.

'O caráter real dos homens que tinham começado esteprocesso judicial, logo apareceu. Causton foi processado por desviode dinheiro público, e Williamson fugiu clandestinamente da colônia,para evitar as conseqüências de ofensas mais graves'.

Dois anos mais tarde, para checar os efeitos danosos dopanfleto, Wesley reimprimiu tanto de seu Diário, quando relacionadoa este romance. Felizmente, Wesley foi levado a continuar apublicação dos extratos de seu Diário até o fim de sua vida.

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[O caso Sophia Hopkey]

John Wesley prosseguiu, em suas próprias dificuldades, com aamizade de Sophia Hopkey. Eles haviam se encontrado durante oslongos quatro meses de ida para a Geórgia. Enquanto viajando nonavio, Wesley foi empregado pela mãe de Sophia, para ensinarFrancês a ela. Uma afeição surgiu, fora do relacionamento, dominandoWesley. Depois de aportar em Savannah, o afeto de um para com ooutro continuou. Sophia estava confiante de que as intenções deWesley eram honradas e a conduziriam ao casamento. Wesley buscouo conselho de seu amigo de confiança, Bispo Spangenberg, dosMorávios, e foi aconselhado a evitar contado com admiradores dosexo feminino. Wesley acatou o aviso, e sem qualquer explicação a

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Sophia, ele parou abruptamente de buscar por ela. Para piorar aindamais a situação, Sophia era sobrinha de Causton.

Em 12 de março de 1737, Sophia Hopkey casou-se comWilliam Williamson, um balconista na loja de seu tio. Os dois foramembora para a Carolina do Sul, e se casaram em Sprysburg, que ficavavinte milhas acima do rio, fora das admoestações de Wesley. Acolônia de Savannah era pequena em tamanho e de mente estreita. Osmexeriqueiros locais despedaçaram a reputação de John Wesley.Acreditou-se que John Wesley havia assegurado uma promessa deSophia, de nunca se casar com outro, mas que ele não a tinha pedidoem casamento. John Wesley deve ter se sentido completamentedesapontado ao perder admiradora tão ardente. Depois do casamento,ele pareceu inconsolável, já que ele sempre admitiu seu mais extremoamor por ela. As preocupações de Wesley aumentaram, em 07 deAgosto de 1737, quando ele se recusou a dar a Sophia Williamson oSacramento da Comunhão Santa na igreja.

No dia seguinte, um mandado de prisão foi emitido contraWesley por Williamson e sua esposa, Sophia. A queixa era pordifamar Sophia, recusando-se a administrar a ela o Sacramento naCeia do Senhor, em uma congregação pública, sem um motivo devido.Williamson moveu ação judicial por mil libras esterlinas, pelos danospor difamação do caráter de sua esposa. Wesley foi trazido diante domagistrado principal e o juiz municipal, mas ele não tinhaconhecimento do poder de uma corte civil sobre ele, porque esse eraum assunto de caráter eclesiástico. Ele foi requerido retornar para acorte seguinte que aconteceu em Savannah. Causton respondeu àscircunstâncias confusas com uma reação de mexerico. Ele começou adeclarar que a razão de Wesley ter repelido sua sobrinha foi vingança,porque ela havia declinado de seu pedido de casamento. A Sra. SophiaWilliamson assinou um depoimento juramentado que Wesley haviaproposto, inúmeras vezes, e que ela sempre o recusara. Caustontornou-se impaciente e requereu um ultimato com a espada. Wesleyrecusou-se a lutar com Causton, em vez disso, escreveu uma carta paraa Sra. Williamson explicando seus motivos.

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A carta que Wesley escreveu, como explicação, forneceudetalhe das razões, porque ele sentiu necessário recusar a comunhãodela; situando que os participantes da Comunhão Santa deveriamindicar seus nomes para o pároco auxiliar, pelo menos, um dia antes, eque a Sra. Williamson não tinha feito isto. Wesley também aaconselhou que, para oferecer-se à mesa do Senhor, aquele que tivessefeito alguma coisa errada, deveria abertamente declarar estarverdadeiramente arrependido. Foi nesse tempo, que Wesley pôde, comuma consciência clara, administrar a Comunhão Santa para a Sra.Williamson. Um outro ponto a ser tomado em consideração, foi que,desde seu casamento, em Março, ela não tinha atendido a igreja, e esseincidente aconteceu em Agosto. Em 22 de Agosto, o julgamento deJohn Wesley começou diante de um júri formado e assegurado porCauston. Esta não foi a primeira vez que Causton assegurou um júri,outros cidadãos queixavam-se de que ele poderia, até mesmo, ordenarum júri para requerer um certo tipo de veredicto. O júri consistiu deum francês, que não entendia Inglês; de um Papista; um Infiel; trêsBatistas e dezessete Dissidentes. O julgamento terminou com umjulgamento incorreto. Doze dos jurados recusaram-se a assinar a contade acusação; e suas razões eram que as contas eram falsas ouconflitantes com a lei. Wesley apareceu na corte diversos dias, emSetembro, mas sem qualquer proveito, já que o Sr. Williamson estavasempre convenientemente fora da cidade.

No encerramento do incidente, Wesley nunca foi capaz derecuperar suas boas relações com as pessoas boas de Savannah. Elascomeçaram a olhar para Wesley como um Católico Romano, porcausa de sua resistência para com os Dissidentes, e sua recusa emadministrar-lhes a Comunhão. Estando associado com o CatolicismoRomano era contra a permissão dos Fiduciários. Muito pouco doscolonos atendeu a igreja, regularmente, nesse tempo. Em 03 deNovembro de 1737, Wesley apareceu na corte novamente. Agora o Sr.Causton provou ser um oponente formidável, e pareceu sábio paraWesley fazer preparações para deixar a colônia. Estava claro para ele

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que havia, realmente, uma balbúrdia da oposição construída contra elenessa colônia.

Os Fiduciários enviaram William Stephens, comorepresentante, para desanuviar as afirmações, que cercaram esse casosórdido. O Sr. Stephens conferiu com ambas as partes, e concluiu quea cidade estava dividida na controvérsia. Wesley continuou a pregarsobre tais assuntos, em como regular as paixões de uns, e o perdãomútuo. O Sr. Stephens ficou impressionado com o ardor e sinceridadeda pregação de Wesley. Em 24 de Novembro, Wesley notificoupublicamente suas intenções de retornar para a Inglaterra. Isto foi doisdias antes que o Sr. Williamson publicasse um aviso que ele tinha umacausa de mil libras contra Wesley. O aviso estabelecia que qualquerum que tentasse ajudar Wesley na partida seria processado da mesmaforma.

Em 26 de Janeiro, Wesley parte de Frederica: "Depois de terdados socos no ar, nesse lugar infeliz, por vinte dias, em 26 deJaneiro, eu pedi minha licença final de Frederica. Não foi por algumaapreensão do meu próprio perigo, embora minha vida tenha sidoameaçada, muitas vezes, mas por um desespero absoluto de quererfazer o bem, que me fez lamentar a possibilidade de não vê-la mais".

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No tocante a publicação deste Diário, o seguinte extrato deuma recente parte dele pode apropriadamente encontrar lugar aqui. Elaé datada de 3 de Dezembro de 1738. O Diário foi publicado tanto noencerramento deste ano, ou (provavelmente) no início do anoseguinte. Wesley diz: "Eu recebi uma carta, sinceramente desejandoque eu publique meu relato da Geórgia; e uma outra igualmentesincera, dissuadindo-me disto, 'porque traria muita perturbação sobremim'. Eu consultei a Deus, em Sua Palavra, e recebi duas respostas; aprimeira em (Ezequiel 33:26) [De acordo com o dever, a obrigaçãode uma atalaia é advertir as pessoas, o profeta é advertido de suaobrigação]. 'Vós vos estribais sobre a vossa espada; cometeisabominações, e cada um contamina a mulher do seu próximo! E

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haveis de possuir a terra?". A outra: II Timóteo 2:3 "Tu, portanto,sofre comigo como bom soldado de Cristo Jesus".

Tyerman cede a seguinte carta interessante de Wesley a seuamigo Whitefield. Ela é datada de 16 de Março de 1739, e forneceuma compreensão da ocupação de Wesley naquele tempo:

16 de Março de 1739

Meu querido irmão,

Na terça-feira, dia 8 do corrente, nós tomamos o desjejum nacasa do sr. Score, Oxford, que está pacientemente esperando pelasalvação da parte de Deus. De lá, fomos até o sra. Campton, que temum coração de pedra, e reconhece que ela não deve estarenvergonhada. Depois de passarmos algum tempo em oração, o sr.Washington veio com o sr. Gibb, e leu diversas passagens do livro doBispo Patrick, Parábola do Peregrino, para provar que nósestávamos todos, sob ilusão, e que seriamos justificados pela fé eobras. Charles Metcalf opôs-se a ele diretamente, e declarou asimples verdade do evangelho. Quando eles se foram, nós novamenteimploramos que nosso Senhor mantivesse Sua própria causa.Encontrando-nos com o sr. Gibbs, logo depois, e ele estava quasepersuadido a buscar salvação apenas no sangue de Jesus. Entretanto,o sr. Washington e Watson, estavam indo a todas as partes econfirmando a descrença.

Às quatro horas, nós os encontramos (sem pretendermos), enos opusemos a eles novamente Das cinco às seis horas, nosestávamos confirmando os irmãos. Às seis horas, eu expus na casa dasra. Ford; como eu pretendia fazer na casa da sra Compton, às sete.Mas o sr. Washington foi até lá, antes de mim, e havia começado a lero Bispo Ball, contra o Testemunho do Espírito. Ele me disse que foiautorizado pelo ministro da paróquia a assim proceder. Eu aconselheia todos que valorizavam suas almas a irem embora; e, percebendoque este seria o mal menor dos dois; e, para que aqueles que

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permanecessem não fossem pervertidos, eu entrei diretamente emcontrovérsia, tocando tanto na causa, quanto nos frutos dajustificação.

No meio da disputa, a esposa de James Mear começou a sentirdores. Eu orei com ela um pouco, quando o sr. Washington foiembora; e, então, (tendo confortado o restante, como eu estavacapacitado), descemos até Sister Thomas. No caminho, as dores dasra. Mears aumentaram, de tal forma, que ela não pode evitar gritarna rua. Com muita dificuldade, a levamos para a casa da sra. Shrieve(onde também o sr. Washington tinha estado antes de nós). Nósfizemos nosso pedido conhecido a Deus, e Ele nos ouviu e enviou umlivramento para ela na mesma hora. Houve grande poder, em nossomeio, e seu marido também foi colocado em liberdade. Logo depois,eu senti tal desânimo golpear minha alma (e assim, a sra. Compton, ediversos outros), que eu não me lembro de ter alguma vez meencontrado assim antes.Eu acreditei que o inimigo estava perto denós. Nós imediatamente clamamos por nosso Senhor para incitar Seupoder e vir e nos ajudar. Naquele momento, a sr. Shrieve caiu em umaestranha agonia; e todo seu corpo tremia excessivamente. Nósoramos, e dentro de uma hora a tempestade cessou. Ela agoradesfruta de uma doce calma, tendo remissão dos pecados, e sabendoque seu Redentor vive.

Em meu retorno à casa do sra, Fox, eu encontrei nossoquerido irmão Kin-chin justamente vindo de Dummer. Nós nosregozijamos, e demos graças, e oramos, e tomamos doces conselhosjuntos; e o resultado disto foi que, em vez de partir de Londres (comoeu designara) na sexta-feira de manhã, eu partiria para Dummer, nãohavendo pessoa alguma para suprir aquela igreja no domingo. Nasexta-feira, portanto, eu parti, e vim, à noite para Reading, onde euencontrei um jovem, Cennick, de nome, forte na fé de nosso SenhorJesus. Ele começou uma Sociedade lá a semana anterior, mas oministro da paróquia tinha agora quase a aniquilou. Diversosmembros dela passaram a tarde conosco, e agradou a Deus fortalecê-los e confortá-los.

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Na manhã nosso irmão Cennick cavalgou comigo, quem eu mecertifiquei disposto a sofrer; sim, a morrer, por seu Senhor. Nósviemos para Dummer, à tarde. A srta. Molly [a irmã de CharlesKinchin's, que era inválida] estava muito fraca na cama, mas forte noSenhor e no poder de Sua força. Certamente, a luz dela não seriaassim oculta, sob o alqueire. Ele tinha o perdão, mas não otestemunho do Espírito (talvez, pela convicção de nosso queridoirmão Hutchings, que pareceu acreditar que eles são inseparáveis).

No domingo de manhã, nós tivemos uma larga e atentacongregação. À noite, a sala em Basingstoke estava cheia e minhaboca estava aberta. Nós esperávamos muita oposição, masencontramos nenhuma afinal.

Na segunda-feira, a sra. Cleminger, com dor e medo, nósoramos e nosso Senhor trouxe-paz. Por volta do meio-dia, passamosuma hora ou duas em conferência e oração com a srta. Molly; e,então, partimos em uma gloriosa tempestade, mas, até mesmo eu, tivecalma nela. Nós tínhamos designado a pequena Sociedade emReading para nos encontrar à tarde; mas o inimigo estava muitovigilante. Quase tão logo saímos da cidade, o ministro mandou aviso,ou foi a cada um dos membros, e, tendo discutido e ameaçado,confundiram-nos extremamente, de modo que eles todos sedispersaram amplamente. A própria irmã do sr. Cennick não seatreveu a nos ver, mas saiu de propósito para nos evitar. Eu confio,no entanto, que nosso Deus irá reuni-los novamente, e que os portõesdo inferno não prevalecerão contra eles.

Por volta da uma da tarde, na terça-feira, eu vim para Oxfordnovamente, e da casa do sr. Fox (onde tudo estava em paz), eu fuipara a casa da sra. Compton. Eu me certifiquei que o ministro daparóquia tinha estado antes de mim, a quem ela declarou francamentea coisa como ela era – 'que ela nunca teve uma fé verdadeira emCristo, até as duas horas da tarde da terça-feira precedente'. Depoisde alguns outros avisos e expressões severas, 'ele disse a ela que eledeveria repeli-la da Comunhão Santa'. Certificando-se de que ela não

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estava convencida de seu erro, até mesmo por aquele argumento, elea deixou calmamente regozijando-se em Deus, seu Salvador.

Às seis da tarde, fomos para a Sociedade do sr. Fox; por voltadas sete horas, para a casa da sra. Compton: o poder de nossoSenhor estava presente em ambas, e todos os nossos coraçõesestavam unidos em amor.

No dia seguinte, tivemos a oportunidade de confirmar amaioria, se não todas, das almas que tinham sido estremecidas. Àtarde, eu preguei no Castelo. E, mais tarde, me reuni em oração,tendo agora Charles Graves acrescentado a nós, enraizado ealicerçado na fé. Nós, então, fomos para a sala do sr. Gibb, ondeestava o sr. Washington e Watson. Aqui uma hora se passou emconferência e oração, mas sem qualquer disputa. Às quatro damanhã, eu deixei Oxford. Deus, de fato, plantou e regou. Ó, possa Elefornecer o crescimento. –

Eu sou,

J.Wesley

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[John Cennick]

Quando nos tempos de Wesley foi necessária a supervisão docrescente número de novas Sociedades, ele começou a apontar pessoaspara dividir a responsabilidade pelo trabalho em várias locações. Umdesses primeiros foi John Cennick que tinha sido convertido em 1737,sob a influência de um Metodista (John Kinchin), em Oxford. Cennicktinha mostrado habilidades de liderança, na Sociedade, em Reading.No verão de 1739, John pediu a ele que fosse para Bristol preenchersua ausência. A intenção de Wesley era que Cennick comandasse aspessoas nas orações, nos estudos bíblicos e exortações ocasionais (mas

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não que pregasse, como era reservado aos clérigos). Quando foiquestionado a ir para Bristol, e liderar as Sociedades lá, o jovem ficoumuito excitado. Cennick tinha aspirações de se tornar um professor, eele tinha ouvido de George Whitefield que havia planos de construiruma escola em Kingswood.

A maior preocupação que John e Charles Wesley tinham arespeito de Cennick era se ele poderia se refrear de ensinar a doutrinaCalvinista que se opunha aos ensinos de Wesley da redençãouniversal. "Por algum tempo ele se conteve", até Dezembro de 1740.Por aproximadamente um mês, Wesley foi chamado a estar emLondres. Retornando a Bristol, em meados de Fevereiro, ele começoua investigar as divisões e ofensas, as quais foram causando rachaduras,nas Sociedades de lá. John Cennick e Thomas Bissicks tinhamafirmado, na ausência de Wesley, que ele estava pregando uma falsadoutrina e dando assistência ao papa. Cennick, em uma carta paraWhitefield, disse que o efeito das pregações de Wesley colocava-o, aolado de Satã, fazendo guerra contra os santos.

Wesley podou a Sociedade e publicou acusação formal contrao grupo opositor. "Diversos membros do grupo da Sociedade, emKingswood, tinham feito disso uma prática comum para ridicularizaras pregações do Sr. John e Charles Wesley. Eles falaram mal deles,pelas costas, da mesma maneira que professavam amor e estima, napresença dos mesmos". Wesley, então, elucidou que eles não estavamsendo escolhidos por suas opiniões, mas por ridicularizarem a Palavrae os ministros de Deus, dizendo falsidades, calúnias, mentiras,difamando e dissimulando. Com Cennick, no palanque, ao seu lado,Wesley leu essas palavras à Sociedade: "Eu John Wesley, peloconsenso do grupo da Sociedade, em Kingswood, declaro que essaspessoas mencionadas não mais são membros, daqui por diante".

Depois de ter sido expulso da Sociedade de Kingswood, JohnCennick escreveu em seu Diário "Eu fiquei um pouco surpreso,embora eu tenha mostrado pouco disso, para as almas, apenas eles meviram chorar, quando eu fui embora". Wesley exigiu lealdade, mas sua

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afeição por Cennick, rapidamente, o impediu. "Ele implorou aCennick para lutar em orações, esperando que ele pudesse reconhecersuas falhas e ser readmitido. Cennick estava certo de que as ofensasdele, aos olhos de Wesley, eram por ele acreditar na predestinação.Wesley opôs-se dizendo que ele não tinha sido expulso por causa desuas opiniões". Em 8 de Março, Cennick e cinqüenta e um outrosmembros retiraram-se da Sociedade de Kingswood, e noventa delespermaneceram com Wesley. Embora os dois homens mantivessem aamizade, duas Sociedades rivais ergueram-se em Kingswood.

Em 22 de Março de 1739, Whitefield escreveu para Wesley,implorando a ele, da maneira mais incisiva, a vir para Bristol, semdemora. Disto, "Wesley" recuou, principalmente, sob a influência dasEscrituras, que, de acordo com seu método de consultá-las nasemergências, mostrou-se a ele. A viagem foi proposta para aSociedade em Fetter Lane. Charles opôs-se, até que, apelandoigualmente para a Palavra, ele recebeu a mensagem: "Como faladopara si mesmo, 'Filho do homem, eis que dum golpe tirarei de ti odesejo dos teus olhos; todavia não te lamentarás, nem chorarás, nemte correrão as lágrimas'" (Ezequiel 24:16). A questão foi entregue àSociedade, mas eles, incapazes de chegarem a um acordo,concordaram decidi-la pela sorte; pelo que, foi determinado que eledeveria ir. Mais tarde, diversos, pedindo que pudessem "abrir aBíblia", concernente ao resultado desta, eles o fizeram nas seguintespassagens, "que", diz Wesley, "eu deverei registrar, sem qualquerreflexão sobre elas". (II Samuel 3:1) "Ora, houve uma longa guerraentre a casa de Saul e a casa de Davi; porém Davi se fortalecia cadavez mais, enquanto a casa de Saul cada vez mais se enfraquecia". (IISamuel 4:11) "Quanto mais quando homens cruéis mataram umhomem justo em sua casa, sobre a sua cama, não requererei eu o seusangue de vossas mãos, e não vos exterminarei da terra?" (IICrônicas 28:27) "E Acaz dormiu com seus pais, e o sepultaram nacidade, até mesmo, em Jerusalém".

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Não é fácil ver que instrução poderia ganhar deste apeloaleatório à Sagrada Palavra; ou que impressão tais passagens como asacima fariam na mente dos inquiridores, outra do que uma triste esombria. Sua relevância não está em alguma maneira indicada nahistória subseqüente.

Wesley deixou Londres. Na quinta-feira, 29 de Março, expôspara uma pequena companhia, à noite, em Basingstoke, e alcançouBristol, no sábado de tarde. Whitefield escreve:

Sábado, 31 de Março – "Eu fiquei muito reanimado ao vermeu honrado amigo, sr. John Wesley, a quem eu desejei estar maisperto, e a que eu agora tive o prazer de apresentar aos meus amigos;ele nunca antes esteve em Bristol". No domingo, Whitefield pregouem campo aberto, e Wesley observou: "Dificilmente poderiareconciliar-me, a principio, com esta estranha idéia de eu pregar noscampos, tendo minha vida, até muito recentemente, tão obstinada emcada ponto, relativo à decência e ordem, que eu teria pensado que asalvação das almas seria quase um pecado, não fosse feita em umaigreja".

À tarde, no entanto, ele expôs o Sermão da Montanha, denosso Senhor, para uma pequena sociedade que encontrou uma ouduas vezes na semana, em Nicholas Street. Ele considerou estaquestão "de pregação no campo", um "precedente muito notável". Eno dia seguinte, segunda-feira, dia 2 de Abril, às quatro horas da tarde,ele "se submeteu a ser mais vil, e proclamou nas estradas, as boasnovas da salvação, para aproximadamente três mil pessoas". Seutexto nesta mais interessante ocasião foi: "O Espírito do Senhor estásobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas aospobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, erestauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos,no aceitável ano do Senhor" (Lucas 4:18).

Isto deve ser lembrado, como um passo, supremamentesignificativo, em sua carreira de evangelista, e no progresso daquele

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avivamento espiritual que foi destinado a mudar a inteira moral easpecto religioso daquelas ilhas, alterar a condição da vida da Igreja, einaugurar a era do entusiasmo religioso, da benevolência, e daatividade cristã, que encontrou sua mais sublime exemplificação navitalidade re-despertada das Igrejas desta terra, no estabelecimento eexpansão das Igrejas, no recente mundo transatlântico em formação, enaquele afloramento do zelo pelas missões estrangeiras quedistinguiram o último século.

Esta abertura de um novo caminho foi seguida por umaatividade imediata e muito difundida, na pregação do evangelho, e poralguns muitos extraordinários fenômenos na conduta de muitosdaqueles que ouviram.

À tarde, depois da pregação no campo, Wesley expôs os Atosdos Apóstolos para uma sociedade reunida em Baldwin Street; e, nodia seguinte, o Evangelho de João na Capela de Newgate, onde eletambém leu o serviço matinal da Igreja. No dia seguinte, em BaptistMills, ele "ofereceu a graça de Deus, para aproximadamente cento equinze pessoas". À tarde daquele dia, três mulheres concordaram emse encontrar, para confessarem suas faltas, umas às outras, e oraremumas pelas outras, para que fossem curadas; e quatro jovens também,para o mesmo propósito. Esses encontros eram uma imitação dosencontros na Sociedade Fetter Lane de Peter Bohler [Morávio].

É interessante notar quão intimamente esta sociedadecompletamente independente foi modelada, de acordo com as regrasde Bohler, desde o começo e encontrando-se às quartas-feiras. Este foio início de uma instituição que, mais tarde, tornou-se de um de grandevalor no relacionamento e expansão da vida espiritual em meio dosMetodistas. Ele pergunta: "Como algum homem se atreve a negar queesta seja, quanto à sua essência, um meio da graça, ordenada porDeus? Exceto se ele afirmar com Lutero, na fúria de seusolifidianismo [mantém que a fé somente, sem as obras, é suficientepás a justificação], que A Epístola de Tiago é uma epístola semvalor?".

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Nos três dias seguintes, ele expôs as Escrituras em três outrassociedades. No domingo seguinte, pregou às sete horas, paraaproximadamente mil pessoas, em Bristol, mais tarde, para cento ecinqüenta, no topo do Monte Hanham, em Kingswood, e por volta decinco mil mais à tarde, em Rose Green. Na terça-feira, pretendeu irpara Bath, onde pregou para aproximadamente mil almas, e, na manhãseguinte, para duas vezes mais o número, e para uma multidãoigualmente grande em Baptist Mills, à tarde. No sábado seguinte, dia14, ele pregou em um albergue, trezentas ou quatrocentas pessoashavia dentro, e duas vezes mais do lado de fora. No domingo demanhã, às sete horas, ele proclamou a verdade para quinhentas ouseiscentas pessoas; mais tarde, para três mil no Monte Hanham, parauma congregação lotada em Newgate, depois do jantar; entre cinco eseis horas, para cerca de cinco mil em Rose Green; e concluiu o diacom um discurso para uma das sociedades. Na terça-feira seguinte,numa pequena sociedade, o peso das pessoas fez com que o solodesabasse; mas logo todos já estavam tranqüilamente atendendo àscoisas que eram faladas; mais tarde, ele expôs em outra sociedade.

Foi nesta época, que o estranho fenômeno começou a aparecer,e que, por um tempo, caracterizou os serviços. Wesley deu o seguinterelato: "Nós, então, clamamos a Deus para confirmar sua palavra.Imediatamente alguém de pé ao lado, para nossa não pequenasurpresa, gritou com a mais extrema veemência, como se nas agoniesda morte. Mas nós continuamos em oração, até que uma nova cançãofoi colocada em sua boca, uma ação de graças a nosso Deus. Logodepois, duas outras pessoas foram acometidas com forte dor, que asconstrangeram a gemer pela inquietude de seus corações. Mas nãomuito tempo antes que elas irrompessem em louvor a Deus, seuSalvador. Um outro clamou por Deus, do ventre do inferno; e, numcurto espaço de tempo, ele já estava dominado com alegria e amor,sabendo que Deus havia curado suas apostasias. Deus nos tem dadotantas testemunhas vivas; Sua mão ainda se estende para curar, eestes sinais e maravilhas são, até mesmo agora, forjadas pelo SantoFilho Jesus".

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Exemplos adicionais ocorreram nos dias seguintes. Em umcaso, "um jovem foi subitamente acometido de um violento tremor portodo o corpo, e, em poucos minutos, com as tristezas de seu coração,ampliadas, ele caiu ao chão. Mas ele não cessou de chamar por Deus,até que Ele o levantou cheio de paz e alegria no Espírito Santo". NaPáscoa, choveu, e ele pode apenas pregar em Newgate, às oito damanhã e duas da tarde; na casa perto do Monte Hanharn, às onze, e emum próximo a Rose Green, às cinco horas; concluindo o dia nasociedade, na tarde; quando "muitos tiveram o coração contrito, emuitos, confortados". No dia seguinte, ele foi, depois de repetidosconvites, para Pensford, por volta de cinco milhas de Bristol, e pediupermissão ao ministro, para pregar na Igreja; mas, depois de esperarpor algum tempo, e sem resposta, ele pregou "em campo aberto"; e, àtarde, em um lugar conveniente, perto de Bristol, para mais de trêsmil. Novamente, na quarta-feira, em Bath, para aproximadamente milpessoas; às quatro da tarde, para os pobres mineiros de carvão, emTwo Mile Hill, em Kingswood; e, à tarde, em Baldwin Street, quando"um jovem, depois de dolorosa agonia, embora breve, tanto de corpoquanto de mente, encontrou sua alma preenchida com paz, sabendo oDeus, em quem acreditava".

No começo da semana, enquanto pregando em Newgate, ele"foi inconscientemente conduzido", ele nos disse, "sem qualquerobjetivo prévio, a declarar forte e explicitamente que Deus fará comque todos os homens sejam assim salvos; e a orar, para que, se estanão fosse a verdade de Deus, que Ele não permitisse que o cego saíssedo caminho; mas se fosse, que Ele testemunhasse Sua palavra.Imediatamente, um, após outro, caiu ao chão, de todos os lados, comoque aturdidos. Uma jovem gritava. Nós imploramos a Deus em seubenefício, e Ele transformou a opressão dela em alegria. Umasegunda, na mesma agonia, nós clamamos a Deus por ela também; eEle lhe falou paz à sua alma". "Na manhã", ele disse, "Eu fuinovamente pressionado no espírito, a declarar que Cristo deu a simesmo, como resgate por todos. E pouco antes que clamássemos porEle, para colocar Seu selo, Ele respondeu. Uma jovem foi tão ferida

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pela espada do Espírito, que você teria imaginado que ela não viveriamais. Mas imediatamente sua abundante bondade foi mostrada, e elacantou em voz alta, Sua retidão. No sábado, toda Newgate ressoavacom os gritos daqueles a quem a Palavra de Deus cortava o coração;dois dos quais, foram imediatamente preenchidos com alegria".

No domingo seguinte, ele primeiro declarou a livre graça deDeus, para cerca de quatro mil pessoas em Bristol; então, em Clifton,a pedido do ministro (Rev. John Hodges), que estava enfermo; de lá,ele retornou para uma pequena planície perto do Monte Hanham,onde, por volta de três mil pessoas estavam presente. Em Clifton, àtarde, a igreja estava completamente cheia quando das orações esermão; e o pátio da igreja no sepultamento que se seguiu. Em RoseGreen, mais tarde, foi calculado perto de sete mil reunidos; de ondeele se dirigiu para a Sociedade Gloucester Lane , depois, para aprimeira festa do amor em Baldwin Street. Ele bem exclamaria: "Ó,como Deus renovou minhas forças. Há dez anos eu me sentia fraco ecansado com a pregação duas vezes ao dia".

Se esses extraordinários trabalhos zelosos tivessemrapidamente diminuído, não teriam despertado surpresas; mas, emborao número de serviços verdadeiramente conduzidos por ele, não fosse,em geral, sempre tão numeroso (porque ele freqüentemente atendiaao Serviço matinal e noturno comum da Igreja, onde quer que elefosse, pregando em campo aberto e para as sociedades fora doshorários da Igreja), ainda assim, em outros aspectos, esses sãoapenas exemplos de seus esforços continuados com a devoçãoincansável, até o limite extremo de sua força física, mesmo no fim deseus dias.

Não é de se admirar, que muitas pessoas ficassem ofendidascom o estranho fenômeno físico que elas testemunhavam. Em meio aelas, havia um médico, que estava muito temeroso que houvessefraude ou impostura no caso. "Hoje", Wesley diz, "alguém a quem ele[o médico] conhecia há muitos anos foi a primeira, enquanto euestava pregando em Newgate, a irromper em estranhos gritos e

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lágrimas. Ele quase não acreditou em seu próprios olhos e ouvidos.Ele foi até ela, e observou todos os sintomas, até que grandes gotas desuor correram por sua face, e todo os seus ossos estremeceram. Ele,então, não soube o que pensar, estando claramente convencido de quenão se tratava de fraude, nem ainda de alguma desordem natural.Mas quando ambos sua alma e corpo foram curados, no mesmoinstante, ele reconheceu o dedo de Deus!". Este foi provavelmente Dr.Middleton, um amigo muito antigo dos Wesleys, em Bristol, cujamorte, Charles Wesley lamentou em uma elegia de vinte e um versos;leitura que sensibilizou a alma amorosa de Fletcher às lágrimas.Provavelmente foi por causa dele que o "Hino ao Médico" foi escrito.

Na terça-feira, 1º. de Maio, ele escreve: "Muitos ficaramofendidos novamente, e, de fato, muito mais do que antes. Porque, emBaldwin Street, minha voz mal podia ser ouvida, em meio aos gemidosde alguns, e gritos de outros, chamando por Ele que é poderoso parasalvar. Eu desejei que todos que fossem sinceros de coraçãosuplicassem comigo ao Príncipe louvado por nós, para que Eleproclamasse livramento aos cativos. E Ele logo mostrou que ouviunossa voz. Muitos daqueles que estiveram na escuridão viram oalvorecer de uma grande luz, e dez pessoas, eu me certifiquei, maistarde, disseram na fé: 'Meu Senhor e meu Deus'. Um Quacre, queestava ao lado, não ficou pouco descontente 'com a dissimulaçãodaquelas criaturas", e mordia os lábios e cerrava as sobrancelhas,quando ele caiu ao chão como que atingido por um raio. A agonia emque ele se encontrou foi até mesmo difícil de observar. Nósimploramos a Deus para que ele não enlouquecesse. E ele logolevantou sua cabeça, e gritou: 'Agora, eu sei que tu és um profeta doSenhor'.

Em Newgate, enquanto eles estavam em oração, um outromurmurador foi confortado, e outro que havia sido atirado naperplexidade por um opositor, também. Quando eles se levantarampara dar graças por este um, outro "cambaleou quatro ou cincopassos, e, então, tombou". Eles oraram por ele, e o deixaram"fortemente convencido do pecado, e sinceramente pedindo por

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livramento". Um outro, que era zeloso pela Igreja, e se opôs muito atodo Dissidente, sendo informado de que pessoas "eram acometidasde estranhos ataques nas sociedades", ele veio ver pessoalmente, e seesforçou para convencer seus conhecidos que "aquilo era uma ilusãodo diabo". Mas, enquanto lia o sermão sobre a Salvação pela Fé, "elemudou de cor, tombou de sua cadeira, e começou a gritarterrivelmente, e a debater-se no chão", seu peito levantando-se, aomesmo tempo, como nas agonias da morte, e grandes gotas de suor,gotejando em sua face. Wesley diz: "Todos nós nos entregamos àoração. Suas agonies cessaram, e tanto seu corpo quanto sua almaestavam livres".

Que Wesley dê sua própria impressão sobre essas ocorrênciassingulares. Ele escreve:

Durante todo este tempo, eu quase continuamente meperguntei: Como essas coisas podem ser? Para alguém que tem meescrito muito sobre este assunto, a somatória de minha resposta foicomo se segue: A questão entre nós torna-se uma questão realmente.Você nega que Deus agora opere esses efeitos; pelo menos, que Ele osopera desta maneira. Eu afirmo ambos, porque eu tenho ouvido essascoisas, e visto essas coisas. Eu vi, até onde coisas desse tipo podemser vistas, muitas pessoas mudadas, de repente, do espírito de temor,horror, desespero, para o espírito do amor, alegria, e paz; e do desejopecaminoso, até, então, reinando sobre elas, para o desejo puro defazer a vontade de Deus. Essas são questões de fato, das quais tenhosido, quase diariamente, testemunha ocular e auditiva. O que eu tenhoa dizer no tocante às visões ou sonhos é isto: Eu conheço diversaspessoas em quem esta grande mudança foi forjada em um sonho, oudurante uma forte representação em sua mente, de Cristo, quer nacruz, ou na glória. Este é o fato; que alguém o julgue, como lheagradar. E que tal mudança foi, então, forjada, aparece, não do seuderramar-se em lágrimas apenas, ou em seus ataques, ou gritos: essesnão são os frutos, como você parece supor, por meio do qual eu julgo;mas de todo o teor da vida deles, até, então, muitos caminhospecaminosos que, desde aquele momento, se tornaram santos, justo, e

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bons. Eu mostrarei a você, alguém que era um leão, até então, eagora é um cordeiro; aquele que era um bêbado, e agora estáexemplarmente sóbrio; o devasso que agora abomina a mesmavestimenta maculada pela carne. Esses são meus argumentos vivos,para os quais eu afirmo, ou seja, que Deus agora, comoanteriormente, dá remissão dos pecados, e o dom do Espírito Santo,até mesmo a nós, e nossos filhos; sim, e que sempre, de repente, atéonde eu sei, e freqüentemente em sonhos ou em visões de Deus. Senão for assim, eu serei uma falsa testemunha perante Deus. Porqueessas coisas eu testifico, e pela Sua graça, testificarei.

Dessas estranhas condições físicas ele diz: --

Talvez, devido à dureza de nossos corações, não preparadospara receber alguma coisa, exceto aquilo que vemos com nossospróprios olhos, e ouvimos com nossos ouvidos, Deus, emcomplacência com nossa fraqueza, permitiu tantos sinais exteriores,ao mesmo tempo em que ele forjou esta mudança interior,continuamente vista e ouvida em nosso meio. Mas, embora eles vissemsinais e maravilhas (porque é desta forma que devemos denominá-los), ainda assim, muitos não acreditaram. Eles não negariam osfatos, na verdade, mas não poderiam dar satisfações. Algunsdisseram: 'Esses foram efeitos puramente naturais; as pessoassugeriram isto, apenas devido ao calor e falta de ventilação dassalas'. E esses estavam certos de que 'tudo fora um logro; que elesimpediriam se pudessem. Ou, por que essas coisas eram restritas àssociedades privadas? Por que elas não aconteciam à luz do sol?'.Hoje, 21 de Maio de 1739, nosso Senhor respondeu por Ele mesmo;porque enquanto eu estava reforçando essas palavras: "Aquietai-vos,e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltadona terra". [Salmos 46:10], Ele relevou seu braço, não apenas em umasala fechada, nem em privativo, mas em campo aberto, e diante demais de duas mil testemunhas. Uma e outra, e outra se prostraram aochão; excessivamente tremendo à presença do poder de Deus. Outrassoltaram um grito alto e doloroso: 'O que devo fazer para ser salvo?'.E, em menos de uma hora, sete pessoas, completamente

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desconhecidas por mim, até aquele momento, estavam se regozijandoe cantando, com toda sua força, dando graças ao Deus de suasalvação.

À noite, ele foi interrompido, em Nicholas Street, quase tãologo começou a falar, pelos "gritos de alguém que teve seu coraçãoafligido, e implorou fortemente pelo perdão e paz. Ele prosseguiu, edeclarou o que Deus já havia feito, como prova daquela importanteverdade, a de que Ele 'não deseja que alguém pereça, mas que todosse arrependam'. Uma outra pessoa caiu perto de alguém que fora umforte defensor da doutrina contrária. Enquanto ele permaneceuatônico, com o que via, um garoto perto dele foi acometido da mesmamaneira. Um jovem, logo atrás, fixou seus olhos nele, e sucumbiu,como que morto; mas logo começou a gemer e a debater-se ao chão,de maneira que seis homens mal conseguiram segurá-lo". Este foiThomaz Maxfield, de quem nós ouviríamos falar logo mais. Wesleyacrescenta: "Eu nunca vi alguém tão dilacerado pelo diabo.Entretanto, muitos outros começaram a clamar para o Salvador detodos, para que Ele viesse e os ajudasse, de tal maneira, que todos dacasa, e, na verdade, todos da rua, por algum período de tempo,estavam em grande alvoroço. Mas nós continuamos em oração; eantes das dez, a maior parte encontrou o descanso para suas almas'".Ele foi chamado para ministrar a Ceia a alguém "em violenta agonia",e, por volta do meio-dia, para outro. "Eu penso", ele acrescenta,"vintee nove no total tiveram sua opressão transformada em alegria, nestedia".

Que as pessoas foram convencidas do pecado, pelo EspíritoDivino, através da mediação da Palavra pregada, não há do que seduvidar. Mas, quaisquer explicações que sejam dadas desses estranhosfenômenos físicos, não os considerariam como afetando, de algumaforma, a devoção daqueles que estiveram sujeitos a eles; nem, noentender de Wesley, houve neles alguma evidência de mudança decaráter, ainda que o caráter pudesse ser mudado, durante acontinuidade deles. Talvez, suas próprias palavras, escritas, em um

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período mais tarde, possam servir, no momento, como uma explicaçãosatisfatória, assim como qualquer uma que possa ser dada. Ele diz:

Eu asseguro que circunstâncias extraordinárias têm atendidoesta convicção em algumas instâncias. Eu tenho freqüentemente dadoum relato pessoal. Enquanto a Palavra de Deus era pregada, algumaspessoas tombaram como mortas; algumas, por assim dizer, em fortesconvulsões; algumas gemendo alto, embora que não com vozarticulada; e outras falaram da angústia de suas almas. Isto éfacilmente considerado tanto pelos princípios da razão quanto pelosdas Escrituras:

Primeiro, quanto aos princípios da razão. Porque quão fácil ésupor que uma forte, viva, e súbita apreensão do pecado abominável,da ira de Deus, e das dores amargas da morte eterna, possam afetar ocorpo, assim como a alma, durante as leis presentes da união vital; --possam interromper ou perturbar as circulações comuns, e colocar anatureza fora de seu curso! Sim, nós podemos questionar se, enquantoesta união subsiste, é possível para a mente ser afetada, em um grautão violento, sem um ou outro dos sintomas que se seguem.

É igualmente fácil considerar, quanto aos princípios dasEscrituras. Porque, quando temos uma visão de dentro desta luz, nósdevemos acrescentar à consideração das causas naturais, a atividadedaqueles espíritos que ainda sobressaem pela força, e, até onde têm apermissão de Deus, não falharão em atormentar aqueles que eles nãopodem destruir; em despedaçar aqueles que estão vindo para Cristo.É também notável que existe uma Escritura clara; precedente a todosintoma, que ultimamente tem surgido, de maneira que não podemosadmitir que se trate de loucura a convicção atendida por esses, semdesistir tanto da razão, quanto das Escrituras.

Ele garante, mais adiante, que "os toques de extravagância,beirando a loucura", podem, algumas vezes, atender convicçõesseveras, e que isto pode ser facilmente considerado pelas leispresentes de nossa estrutura física. Portanto, ele conclui: "não é

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estranho que alguns, enquanto sob fortes impressões de aflição outemor, da consciência da ira de Deus, possam, por um período,esquecer quase todas as outras coisas, e dificilmente serem capazesde responder a uma questão comum; que alguns possam imaginar queeles vêm estranhas visões, ou que outros possam ser atirados dentrode grandes temores. Mas todos esses efeitos desaparecem, de repente,quando quer que a pessoa convencida prove do amor perdoador deDeus".

Várias opiniões foram, então, e têm sido assim levadas emconsideração, não quanto à boa credibilidade de Wesley, em seusrelatos desses fenômenos singulares; isto nunca foi questionado – nãoquanto à realidade da ocorrência deles; nem quanto às mudançasforjadas no caráter e vidas de muitas "vítimas" dessas estranhasexperiências. Mas as opiniões têm diferido quanto à exata natureza ecausa principal. Southey [Robert – poeta -1774-1843] os ataca commuita severidade. Ele é questionado por Watson, e pelo editor de umaedição de sua própria obra. Charles Wesley foi importunado por elas,embora tenham, ocorrido, algumas vezes, sob sua própria pregação; eele, até mesmo, esforçou-se para impedi-las, dando instruções, a umserviçal que, se alguns fossem assim afetados, que eles fossemcarregados para fora, e ele relata que, naquela ocasião, os carregadoresnão foram perturbados!

Não é completamente surpresa que esses efeitos se seguiriam,até mesmo, se nós colocarmos de lado qualquer referência à atuaçãosobre-humana. Como foi mostrado acima, o próprio Wesleyreconheceu completamente as obras comuns das leis da naturezahumana, físicas e mentais. É razoável perguntar, se não existiramcausas naturais suficientes para esclarecê-las mais amplamente.Vamos lembrar que havia uma apatia religiosa geral, e, até mesmo,uma profunda e abundante pecaminosidade, em quase todas as partesda terra, e que a pregação de Wesley foi de um caráter peculiarmenteefetivo. Se ele necessitava do dramático caráter pitoresco deWhitefield, seu estilo era singularmente claro, vívido, e incisivo.Ninguém poderia interpretá-lo mal. Ele denunciou o pecado em

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termos inteiramente livres de ambigüidade. Ele apelava, compenetrante intimidade, às consciências de seus ouvintes, na largaproporção da sua inevitável responsabilidade de auto-condenação; demaneira que, sob sua pregação, homens e mulheres, eramprofundamente convencidos da pecaminosidade pessoal. Nem eleescondia as terríveis conseqüências de um mau procedimento, quepara ele, era uma certeza terrível. Se ele não descrevia um inferno detormentos, ele proclamava um. Não havia o que ocultar deste terrívelassunto, na perplexidade de uma linguagem indefinida, mas umaafirmação, sem hesitação dela, em termos bíblicos calmos, simples,uniformes. Porque nos auto-condenados não havia esperança deisenção. As punições do pecado permaneciam diante deles claramentereveladas. Eles não buscariam coisa alguma, a não ser julgamento, euma ardente indignação que devoraria os adversários. Em umaconsciência culpada, auto-condenada, o medo da vingança inevitávelproduziria medo e terror esmagador.

Mas uma outra categoria de emoções foi levada à cena. Comigual clareza, com igual confiança indubitável, e com um apelo terno,ele pregou para o aterrorizado, o amor Divino pela humanidade, e asuficiência de uma redenção divinamente providenciada para todos.Os homens poderiam não ouvir Wesley pregar, e, ainda assim,duvidariam, se Deus os amava e desejava a salvação deles; ou se elehavia aberto um caminho acessível para Si mesmo para todos. Emtons compassivos ele exclamava:

"Venham todos do mundo, vem tu, pecador. Todas as coisas estãoprontas agora em Cristo".

A mesma mensagem era lida, pelo mais vil e pelo pior detodos, aqueles que estavam nos espasmos da angústia mais terrível.Em meio a tais revulsões de sentimento, até mesmo o forte auto-controle dificilmente preservaria um equilíbrio mental. A alegreesperança sucedendo o medo esmagador; as primeiras pulsações da féque abria com algum grau de segurança para a possibilidade de umasalvação certa – tudo isto era suficiente para perturbar o equilíbrio das

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pessoas, por outro lado, calmas e auto-controladas. Não se podequestionar que algumas instâncias desses fenômenos compartilhavamcom a natureza da histeria, hipocondria, condições de prostração físicae exaltação mental, com falta de controle mental e físico, produzidospor uma severa, e freqüentemente prolongada tensão nervosa, ou porum forte excitamento emocional. A esta causa pode ser atribuída arisada incontrolável, que Wesley, mais tarde, registra, e do qual tantoele quanto seu irmão Charles, em uma ocasião anterior, pelo menos,tornaram-se vítimas sem querer. Essas condições são de um carátermais contagioso; o próprio ato de uma pessoa sendo sugestão paraoutra. Que eles eram produzidos diretamente por intervençãosobrenatural não está completamente claro. Wesley acreditou quepoderiam surgir tanto de causas divinas quanto diabólicas; comosinais de uma fonte, ou os obstáculos, designados a lançar descréditosobre toda a obra, de outra. Seu irmão Samuel se referiu a elas comototalmente do diabo. Mas certamente se pode dizer que se taisperturbações mentais e físicas não são totalmente suficientes pararesponder por esses fenômenos, elas certamente fornece condiçõesaceitáveis para sua ocorrência.

Com vistas à acomodação das sociedades em Bristol, foidecidido construir uma grande sala, suficiente para o uso delas, e paraaqueles que estivessem dispostos a atenderem quando as Escriturasfossem expostas. A primeira pedra da construção foi colocada nosábado, 12 de Maio de 1739, "com a voz de louvor e ação de graças".

A sala da Nova Sala, como Wesley a chamou até o fim de seusdias – foi, de certa forma, construída muito rapidamente e, talvez, apreço muito baixo; como resultado, por volta de 1748, ela se tornoutão precária, a quase necessitar de uma inteira reconstrução. Aoportunidade de ampliá-la, e de assegurar a bem conhecida entradapara a Broadmead, foi aproveitada grandemente. A originalextremidade da Feira de cavalos, com o "pátio" e uma das "aléias",subseqüentemente mencionados, ainda permanecem, muito poucomudados, se, afinal, embora em uma condição tristemente dilapidada.Como será visto, os arranjos monetários para atender o custo da

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reconstrução tiveram as mais frutíferas emissões no sistema financeiroda Igreja Metodista. Este foi o primeiro exemplo da construção dealgum edifício para o uso das Sociedades Metodistas; e, como era dese esperar, originou vários comentários em meio aos amigos deWesley.

A princípio, Wesley não tinha expectativa ou objetivo algumde estar pessoalmente envolvido, quer na despesa, ou na direção destaobra, tendo apontado onze feudatários em quem, ele supôs, essesencargos cairiam. Mas rapidamente descobriu seu equívoco. Ele secertificou de que era obrigado a tomar para si o pagamento dosoperários, de maneira que, antes que ele estivesse bem conscientedisto, contraiu um débito de 150 libras. Whitefield e outros de seusamigos em Londres declinaram restituir alguma ajuda que fosse,exceto se os feudatários fossem desobrigados, uma vez que, de acordocom a Escritura existente, eles teriam todo o poder de controle do usoda construção e até mesmo negar seu uso ao próprio Wesley. Com oconsentimento deles, portanto, a Escritura foi cancelada, e Wesleytomou todo o encargo da questão sobre seus próprios ombros.

Wesley combinou pregar, dentro e nos arredores de Bristol,para multidões atentas e despertas. Em Bath – "Em uma campina, deum lado de uma colina, perto da cidade", mostrada nos mapasmodernos como "Barton Fields", agora cobertas com os edifícios daGay Street, e o Circus – ele pregou para cerca de mil pessoas,"diversas criaturas finas e alegres, em meio deles"; em Rose Green ---"o primeiro púlpito em campo aberto" de Whitefield, havia pilhas derefugos das minas de carvão, que dava a ele elevação para a mais largacongregação que ele tinha tido lá: mais de dez mil almas; na King's.Weston-Hill, quatro ou cinco milhas da Bristol daqueles dias, ondedois cavalheiros, em atitude de escárnio zombou de muitas pessoasdas vilas vizinhas, Wesley proclamou a grande verdade do Dia daAscensão.

Na manhã do domingo seguinte, ele pregou para seis milpessoas; então, em Hanham, e novamente à tarde, em Rose Green para

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oito ou nove mil; e à noite, ele se encontrou na parte externa da sala danova Sociedade. No dia seguinte, ele foi sinceramente advertido paranão pregar nos arredores, à tarde, já que havia um acordo de diversaspessoas que ameaçavam com coisas terríveis. O rumor, no entanto,apenas trouxe muitos "dos melhores tipos de pessoas (chamados doSul)", e acrescentou mais do que uma congregação comum, "masninguém zombou, ou interrompeu, ou abriu sua boca". Um rumorsimilar o alcançou em uma audiência mais larga em Bath, "em meioaos quais estavam muitos dos ricos e importantes". Ele diz:

"Eu lhes disse claramente que as Escrituras os compreendiatodos, debaixo do pecado; o mais importante e o menos importante; orico e o pobre, um com o outro. Muitos deles não pareceram poucosurpresos, e foram mergulhando, em passos largos, na seriedade,quando o campeão deles apareceu – o famoso Beau Nash, o líder ejuiz da vida e costume de Bath – que se aproximando de mim,perguntou: 'Com que autoridade eu fazia essas coisas?' – Eurepliquei: 'Pela autoridade de Jesus Cristo, transmitida a mim pelo(agora) Arcebispo de Canterbury, quando ele impôs as mãos sobremim e disse: 'Tu tens autoridade para pregar o Evangelho'. Ele disse:'Isto é contrário ao Ato do Parlamento. Isto é uma Coventículo'[reunião secreta]".

"Eu respondi: 'Senhor, os Conventículos mencionados naqueleAto (como o preâmbulo mostra) são encontros sediciosos. Mas estenão é assiml. Aqui não existe sombra de sedição. Portanto, não écontrário àquele Ato. Ele replicou: 'Eu digo que é. E, além disto, suapregação aterroriza as pessoas'. 'Senhor, você alguma vez já meouviu pregar'. 'Não'. 'Como você pode julgar o que nunca ouviu?'.'Senhor, eu o faço pelo relato comum'. 'Um relato comum não ésuficiente. Permita-me, senhor, perguntar: seu nome não é Nash?'.'Meu nome é Nash'. 'Senhor, eu não me atrevo a julgá-lo pelo relatocomum. Eu penso que não seria suficiente julgar desta forma'. Aquiele pausou por um momento, e tendo revelado a si mesmo, perguntou:'Eu gostaria de saber o que essas pessoas vêm fazer aqui'. Alguémrespondeu: 'Senhor, deixo-o comigo. Deixe que uma senhora

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responda a ele. Você, Sr. Nash, cuida de seu corpo. Nós cuidamos denossas almas, e é pelo alimento de nossas almas que estamos aqui'.Ele nada disse, e foi embora".

Naquela ocasião, Wesley foi levado a pensar muito sobre ocaráter incomum de seu ministério, e a considerar as objeções queeram levantadas contra ele. Depois de muita oração, ele determinouaderir aos seguintes princípios. Quanto ao passado, ele declara queagiu do desejo de ser um cristão (porque ele não admitia ter sido umno sentido mais completo), e da convicção de que, o que quer que elejulgue condutivo para isto, ele era compelido a fazer; e quando querque ele julgue fosse a melhor resposta a esta finalidade, para lá era suaobrigação de ir. "Sob esses princípios", ele diz, "eu parti para aAmérica; eu visitei a Igreja Moravia, e sob este mesmo princípio, euestou pronto agora (Deus sendo meu Ajudador) para ir paraAbissínia, ou China, ou até onde agrade a Deus, através destaconvicção, me chamar". Quanto a se estabelecer no colégio, ele objetaque ele não tinha trabalho lá, tendo agora nenhum ofício e nenhumaluno; e quanto a aceitar a cura de almas, haveria tempo suficientepara considerar isto, quando tal situação se oferecesse a ele. Mas seperguntado como, sob princípios Católicos, ele justificaria aassembléia dos cristãos, que não eram de sua responsabilidade, cantarsalmos, e orar, e ouvir as Escrituras expostas, ele replica:

"Se por 'Princípios Católicos [Universais]', você quer dizeralgum outro do que Bíblico, eles valem nada para mim. Eu nãopermito outra regra, quer de fé ou de prática, do que as SagradasEscrituras. Mas quanto aos princípios bíblicos, eu não acho difíciljustificar o que quer que eu faça. Deus, nas Escrituras, me ordena, deacordo com meu poder, instruir o ignorante, reformar o mau,confirmar o virtuoso. Os homens me proíbem de fazer isto em outrasparóquias; ou seja, em efeito, de fazer isto, afinal, vendo que eu agoranão tenho minha própria paróquia, nem provavelmente terei. A quem,então, eu devo ouvir? A Deus ou ao homem?".

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"Se for justo obedecer ao homem, preferivelmente que a Deus,julgue você. A dispensação do Evangelho é confiada a mim, e ai demim, se eu não pregá-lo. Mas onde eu deveria pregá-lo, sobre osprincípios que você menciona? Por que não, na Europa, Ásia, África,ou América: não em alguma das partes cristãs da terra habitada?Porque todas essas estão, de certa forma, divididas em Paróquias. Seme for dito: 'Volte, então, para os pagãos [referindo-se aos índios naAmérica] de onde você veio'. Não. Eu não poderia agora, pregar, sobesses princípios, a eles. Porque todos os pagãos na Geórgiapertencem á paróquia tanta de Savana quanto de Frederica".

Ao escrever ao seu irmão Charles sobre os assuntos em Junhodeste ano, ele diz:

"O homem me manda não fazer isto na paróquia de outro; ouseja, em efeito, não fazer isto, afinal. Se for justo obedecer ao homem,preferivelmente do que a Deus, julgue você. 'Mas' (dizem eles), 'éjusto que você se submeta a toda ordenança do homem por amor aDeus'. Verdade; a toda ordenança do homem, que não seja contráriaao mandamento de Deus. Mas, se algum homem (bispo ou qualqueroutro) ordenar que eu não faça o que Deus me ordenou fazer,submeter-me a esta ordenança seria obedecer ao homem,preferivelmente do que a Deus. E para fazer isto, eu tenho tanto umchamado comum, quanto um extraordinário. Meu chamado comum éminha ordenação pelo Bispo: 'Tens autoridade para pregar a Palavrade Deus'. Meu chamado extraordinário é testemunhado pelas obrasque Deus realiza, através de meu ministério; o que prova que Eleestá comigo, como a verdade neste exercício de meu ofício. Talvez,isto fosse melhor expressado de outra maneira: Deus testemunha, deuma maneira extraordinária, que o fato de eu exercitar assim o meuchamado comum, é bem agradável aos Seus olhos". E ele encerra comas resolutas Palavras: "Deus sendo meu Ajudador, eu o obedecerei, eainda que eu sofra por isto, Sua vontade será feita".

"Permita-me agora lhe dizer meus princípios neste assunto. Euvejo o mundo todo como minha paróquia; até aqui, eu quero dizer,

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que em qualquer parte dele que eu esteja, eu julgo adequado, correto,e meu dever sagrado, declarar a todos que estejam dispostos a ouviras boas novas da salvação. Esta é a obra que eu sei Deus me chamoua fazer. E certo estou de que suas bênçãos a atendem. Grandeencorajamento eu tenho, portanto, para ser fiel, no cumprimento daobra que Ele me incumbiu. Seu servo, eu sou, e como tal, empregado,de acordo com a clara direção de Sua Palavra, a quando tiveroportunidade, para fazer o bem a todos os homens. E Sua providênciaclaramente concorda com sua palavra; o que me desobriga de todasas coisas mais, de maneira que eu poderia simplesmente atender estamesma coisa, e trabalhar fazendo o bem".

As próprias palavras de Wesley são a melhor exposição dafrase notável que ele aqui explica, que compreende seu compromissode pregar o evangelho, e pregá-lo a todos; e isto, em qualquer parte domundo, em que ele estivesse. Ele não se apoderou da prerrogativa dohomem, através disto. Ele sempre reconheceu as reivindicações doclero paroquial, e onde quer que ele fosse, ele preferia pregar na igrejaa pregar em qualquer outro lugar. Pregar ele devia; ele sentia que forachamado por Deus para isto; e ele sentia que seu chamado eraencontrar uma necessidade que não fosse satisfeita pelo cleroparoquial ou o sistema paroquial. Essas palavras adotadas logoencontrou seu eco em outra forma de expressão significante, queafirma uma convicção que parece ainda brotar nele, de que o propósitopara o qual os Metodistas foram levantados, dos quais ele era orepresentante, era para "reformar a nação, especialmente a Igreja, eespalhar a santidade bíblica por toda a terra".

Por ocasião da inauguração do memorial na Abadia deWestminster, o falecido deão Stanley chamou a atenção para aescultura que mostra Wesley pregando no pátio em Epworth, e eledisse: "Ele se posicionou na tumba de seu pai – sobre as tradiçõesveneráveis e ancestrais do país e da Igreja. Este foi o lugar, de ondeele discursou para o mundo". A frase escolhida está esculpida sob ocenário.

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Ao receber uma carta urgente para se apressar para Londres,uma vez que os irmãos em Fetter Lane estavam em grande confusão,pela falta de sua presença e conselho, ele recomendou seu rebanho emBristol à graça de Deus, em quem eles criam, fazendo uma reflexãoesperançosa: "Certamente, Deus tem uma obra a realizar neste lugar.Eu não encontrei tal amor, nem na Inglaterra. Nem tal inocência,inexperiência, um temperamento receptivo ao ensino como Ele deu aeste povo".

Chegando em Londres, na quarta-feira, dia 13 de Junho, elerecebeu a Comunhão em Islington, à tarde, visitou sua mãe, e às seishoras, exortou as mulheres em Fetter Lane, sabendo como elas haviamsido ultimamente estremecidas, não para crer em todo espírito, maspara provar os espíritos, se eles eram de Deus. Às oito horas, eleencontrou os irmãos, quando muitos dos desentendimentos e ofensasque tinham se arrastado em meio a eles, foram removidos, e acamaradagem fora novamente, em uma boa medida, renovada.

No dia seguinte, ele foi com seu amigo Whitefield paraBlackheath, onde doze ou quatorze mil pessoas estavam reunidas.Whitefield surpreendeu-o pedindo a ele para pregar, o que ele fez,"embora com a natureza recuada", sobre seu assunto favorito, "JesusCristo, a quem Deus fez junto a nós sabedoria, retidão, santificação eredenção". Em outra ocasião, ele pregou às sete da manhã, em UpperMoorfields, para seis ou sete mil pessoas, e, às cinco horas para cercade quinze mil.

Uma semana foi gasta para ajustar os incidentes dassociedades, de um lado a outro de Londres. Isto lhe trouxepreocupação e grande tristeza. Na tarde de 15 de Junho, ele foi para asociedade em Wapping, "cansado no corpo e abatido no espírito". ASociedade de Fetter Lane, mais tarde, se encontrou para sehumilharem diante de Deus. "Naquela hora", ele diz, "noscertificamos que Deus está conosco, como no princípio. Algunscaíram prostrados ao chão. Outros irromperam, como em umconsenso, em louvores e ação de graças. E muitos abertamente

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testificaram que não houve tal dia como este, desde o primeiro deJaneiro precedente". No dia seguinte, ele pregou às sete horas, emMoorfields, para seis ou sete mil pessoas, e às cinco horas emKennington Common para cerca de quinze mil, além de atender aosserviços públicos e encontros da Sociedade.

Cenários similares a esses, testemunhados em Bristol, foramrepetidos em Londres. Wesley diz: "Enquanto eu estava sinceramenteconvidando todos os pecadores a entrarem no mais santo, através donovo e vívido caminho, muitos dos que ouviram começaram a clamarpor Deus com fortes gritos e lágrimas. Alguns caíram ao chão, e lápermaneceram, sem forças; outros tremeram e estremeceramexcessivamente; alguns foram acometidos com uma espécie demovimento convulsivo, em todas as partes de seus corpos, e tãoviolentamente, que freqüentemente quatro ou cinco pessoas nãopodiam segurá-los. Eu tenho visto muitos ataques histéricos eepiléticos; mas nenhum deles era como esses, em muitos aspectos. Euimediatamente orei a Deus, para que não permitisse que esses queestavam fracos fossem ofendidos. Mas uma mulher foi ofendidagrandemente, certa de que 'eles ajudariam, se quisessem', e ninguémpôde persuadi-la do contrário; quando alcançou três ou quatrojardas, ela também tombou, em agonia tão violenta quanto osdemais". Vinte e seis daqueles que tinham sido afetados desta forma(a maioria durante as orações que foram feitas para eles, foi, nomesmo instante, preenchida com a paz e alegria), prometeram visitá-lono dia seguinte. Mas apenas dezoito deles vieram; ao conversar maisreservadamente com eles, ele teve razões para acreditar que algunsforam para suas casas, justificados. O restante pareceu pacientementeesperar por isto.

Na segunda-feira, dia 18 de Junho, ele deixou Londres, cedo, epregou em Bristol, na noite seguinte, para uma numerosacongregação. Howel Harris visitou-o mais tarde, e lhe disse que elehavia sido muito despersuadido de ouvi-lo e vê-lo, por muitos quedisseram toda sorte de mal sobre ele; mas acrescentou: "tão logo eu oouvi pregar, eu rapidamente me certifiquei de que espírito você era. E

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antes que tivesse terminado, eu estava tão dominado pela alegria eamor, que eu tive dificuldades de ir para casa".

Ele conclui que, no breve oito dias de sua ausência, as disputashaviam se arrastado dentro da pequena sociedade. No dia seguinte, elelhes mostrou, no entanto, que tipo de pessoas eles eram, pregandoduas vezes, "Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para voscirandar como trigo" (Lucas 22:31). E ele fora capacitado a registrar:"Quando nos encontramos à noite, em vez de avivarmos a disputa,todos nós nos dirigimos em oração. Nosso Senhor esteve conosco.Nossas divisões foram curadas. Desentendimentos eliminados, e todosos nossos corações estavam docemente contraídos, e unidos como noprincípio". Ao visitar alguém que, até então, prosseguira bem, até serimpedido por alguns dos chamados profetas franceses, ele respondeu:"Não; este lugar é tomado pelos alemães".

Na sexta-feira, dia 18 de Julho, Wesley diz: "Poucos de nósreunimo-nos com minha mãe no grande sacrifício de ação de graças,e, então, consultamos como proceder com respeito ao nosso pobreirmão em Fetter Lane. Lady Huntingdom também estava presente.Todos constatamos que a coisa seguia para uma crise, e, portanto,concordou-se unanimemente com o que fazer". Assim sendo, nodomingo seguinte, ele foi, à noite na festa do amor em Fetter Lane; emseu término, ele leu um documento, com o seguinte propósito:

"Por volta de nove meses atrás, alguns de vocês começaram afalar de maneira contrária à doutrina que nós temos, até então,recebido; a somatória de que vocês afirmaram é esta":

(1) Que não existe tal coisa como fé fraca; que não existejustificação pela fé, onde existe alguma dúvida ou temor,ou onde não existe, em um sentido completo, um novo elimpo coração.

(2) Que um homem não deve usar daquelas ordenanças deDeus, que nossa Igreja denomina meios da graça, antes

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que tal fé exclua toda dúvida e medo, e implique em umcoração novo e limpo.

"Vocês freqüentemente afirmaram que o buscar as Escrituras,orar, ou comungar, antes que tivessem tal fé, é buscar salvação pelasobras, e que até que essas obras sejam colocadas de lado, nenhumhomem pode receber a fé".

"Eu acredito que essas afirmações sejam diretamentecontrárias à Palavra de Deus. Eu os adverti disto, diversas vezes, eimploro que voltem para a Lei e o Testemunho. Eu tenhotestemunhado com vocês, há muito tempo, esperando que vocês setransformassem. Mas como eu encontrei vocês, mais e mais,confirmados no erro de seus caminhos, nada agora resta, a não seueu entregá-los a Deus. Vocês que são do mesmo juízo, 'sigam-me'".

Ele acrescenta: "Eu, então, sem dizer coisa alguma mais, sai,como fizeram dezoito ou dezenove da Sociedade". Lady Huntingdon eo amigo de Charles Wesley, sr. Seward, estavam na companhia.

No dia seguinte, 23 de Julho, a pequena companhia dedissidentes se encontrou na Fundição, em vez de Fetter Lane. A elesse juntaram cerca de vinte e cinco membros da própria pequenaSociedade Metodista de Wesley, "todos que pensavam e falavam amesma linguagema", juntamente com quarenta e sete ou oito dascinqüenta mulheres que havia nas sociedades [Band].

Assim a associação de Wesley com os Morávios se encerrou;as pessoas pelas quais ele tinha nutrido a mais viva afeição; às quaisele sempre reconheceu sua profunda dívida, e com os quais, se asimplicidade da vida cristã, espírito e doutrina de seus primeirosassociados tivessem permanecido intocáveis, pelos falsosensinamentos místicos, ele alegremente teria continuado emcamaradagem até o fim de seus dias.

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É certo dizer que Wesley desculpou inteiramente a IgrejaMorávia da responsabilidade de abraçar as doutrinas "ainda”. Ele diz:"Esta doutrina, desde o começo até hoje, tem sido ensinada, comosendo a doutrina da Igreja Morávia. Eu penso, portanto, que seja meudever sagrado esclarecer os Morávios desta difamação, porque eu,talvez, seja a única pessoa agora na Inglaterra que tanto pode e faráisto". Ele atribuiu o ensino a "certos homens que se infiltraram nomeio deles, por descuido, por volta de Setembro de 1739, quando elee seu irmão estavam ausentes". Não foi a Igreja Morávia quedefendeu esses pareceres, mas certos membros líderes e oficiais dela --Molther, Spangenberg, Bray, e outros.

Tyerman, como temos visto, erra plenamente, ao nomear estacomo a data da fundação da Sociedade Metodista. Ela simplesmentemarca o momento da separação de Wesley de Fetter Lane, que, então,tornou-se totalmente Morávia, e tem continuado assim até hoje. FetterLane é agora o centro da província Britânica da honorífica IgrejaMorávia, ou a Igreja dos Irmãos Unidos, cuja divulgação dasatividades cristãs, pureza de doutrina, fervor ao zelo missionário, enobre e heróico sacrifício são a admiração de todas as igrejasevangélicas.

A separação de Wesley dos Morávios marca uma época em suacarreira. Até aqui, desde sua primeira associação com eles, em suaviagem exterior à Geórgia, ele fora conduzido por eles, submetendo-se, com uma simplicidade pueril, ao controle do que ele julgou ser asabedoria mais perfeita deles nos assuntos espirituais. A quarta seçãode seu Diário de Novembro de 1739 a Setembro de 1741, que inclui orelato da separação, ele não publica até 1744. No prefácio, que édedicado à "Igreja Morávia, mais especialmente aquela parte delaagora ou ultimamente residindo na Inglaterra", ele registra que eledemorou na sua publicação, porque ele os amava, e porque ele estavatemeroso de criar um outro obstáculo àquela união que (se eleconhecia alguma coisa de seu próprio coração) ele desejava acima detodas as coisas debaixo do céu. Ele se sentiu, no entanto, por fim,compelido a falar de seus sentimentos concernentes a eles.

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Enquanto ele sentia que ele devia, em relatos graves, mantersua independência dos Morávios, ele, não obstante, cultivava umlongo desejo de renovar sua camaradagem com eles. Depois deencontrar Peter Böhler novamente algum tempo depois, subseqüente àseparação, Wesley escreveu "Eu me admiro de como eu me contenhode me reunir com eles. Eu dificilmente vejo algum deles, sem que meucoração queime dentro de mim. Eu gostaria de estar com eles; aindaassim, eu me mantenho longe". Southey, a quem o próprio AlexanderKnox — pessoalmente apresentou a Wesley – mais tarde, convencidode seu equivoco, erra em atribuir a ambição, da parte de Wesley, comoa principal razão pelo qual ele não pode mais trabalharharmoniosamente com os Morávios. Wesley escreveu muito tempodepois: "Não pode haver um erro maior do que este, o de queeu, alguma vez, cedi, ou de que eu o faça assim agora. Não houve umdia, durante esses sete anos passados, em que minha alma nãoalmejou a união"; e ele declara que "embora o corpo da IgrejaMorávia esteja equivocado, alguns deles são, em sua maior parte, detodos que eu tenho visto, os melhores cristãos no mundo".

Wesley, agora, separado dos Morávios, dali por diante,permaneceria sozinho, atirado às suas próprias iniciativas, em todos osseus futuros movimentos. Quaisquer vantagens que ele pudesse terganhado dessa associação com eles foi sacrificada; mas ele sedesprendeu dos limites que o teriam restringido, na grande obra para aqual ele foi destinado, e estava livre das controvérsias turbulentas que,por algum tempo oprimira tão pesadamente seu espírito, e o impediraem suas tarefas.

A nova era inaugurava-se com um registro alegre: "Na Igrejade St. Luke [Old Street, City Road], nossa paróquia", ele diz, "teve talsinal, que eu acredito nunca tinha sido visto antes; centenas decomungantes, alguém poderia julgar, pelos seus próprios rostos, que,de fato, teriam visto a Ele crucificado". Os frutos de seu trabalho, edaquele de seu irmão não estavam todos reunidos dentro da própriasociedade deles, nem eram encontrados em meio aos Morávios. Eles

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eram também visto nas várias sociedades religiosas, onde os irmãosainda freqüentemente expunham, e em diferentes paróquias deLondres.

Os ataques que foram feitos, com respeito aos pecados daspessoas não foram desacompanhados de dificuldade. Oposição devárias formas estava agora começando a se manifestar. Em LongLane, muitos causaram turbulência, e propuseram que uma vil mulherdesse início a ela. No momento em que ela irrompeu, Wesley disse:"Eu me virei para ela, e declarei o amor de nosso Senhor para suaalma. Nós, então, oramos para que Ele confirmasse a palavra de Suagraça. Ela teve seu coração quebrantado, e envergonhou-se. Dela, eume virei para o restante, que se dissolveu como água, e era comohomens sem força".

Ele sinceramente advertiu a todos que haviam testado da graçade Deus, "a não pensarem que eles estavam justificados, antes quetivessem uma clara segurança de que Deus havia perdoado seuspecados, trazendo com isto, a paz, e o amor a Deus, e domínio sobre opecado. E, então, a não pensarem coisa alguma sobre si mesmos, masseguirem adiante, até serem totalmente renovados na retidão esantidade verdadeira". Esses eram dois temas centrais em todos osseus ensinamentos.

Quarenta ou cinqüenta daqueles que buscavam salvaçãopediram permissão para passarem a noite, juntos, na sala da Sociedadena Fundição, em oração e dando graças. Antes das dez horas, ele osdeixou e deitou-se, mas não adormeceu. Entre duas ou três da manhã,ele estava acordado e suplicava ao descer para a parte inferior, ondegritos altos e amargos eram ouvidos, e que aumentavam, à medida queele entrava na sala e começava a orar. Mas, em pouco tempo, "Deusouviu, de Seu santo lugar". A tristeza e o lamento desapareceram, eforam substituídos por canções de louvor. Seu trabalho naquele tempoera muito grande, com suas numerosas visitas aos doentes, ou aopesaroso; sua assídua atenção às sociedades; e seus freqüentes

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serviços públicos. Mas, felizmente, as disputas estavam no fim, pelomenos, por um tempo, e a obra era apenas uma alegria.

Domingo, no Outubro seguinte, em seu retorno de casa, de seuserviço vespertino, em Kennington, uma turba estava reunida em voltada porta da Fundição, e ele nem havia descido da carruagem, quandoeles o cercaram completamente. Ele imediatamente começou a falarcom aqueles que estavam mais perto dele, da retidão e julgamentovindouro. A princípio não muitos ouviram, com o barulhoaumentando; mas gradualmente o silêncio se espalhou, mais e maisalém, até que ele teve uma quieta e atenta congregação; e, quando eleos deixou, eles todos mostraram a ele muito amor, e se despediramdele com uma bênção. Dois dias depois, muitos mais, vindo em meioàs pessoas, "como leões, em pouco tempo, tornaram-se comocordeiros; as lágrimas escorrendo por suas faces, que a princípiocontradiziam e blasfemavam em alta voz". Dois dias mais tarde, umacena similar ocorreu. Enquanto ele estava lendo um capítulo de Atos,um grande número de homens atravessou no meio da sala, e começoua falar "muitas palavras inflamadas", de maneira que sua vozdificilmente podia ser ouvida. "Mas", ele diz, "imediatamente depois,o martelo da Palavra quebrou a rocha em pedaços: todos ouviramquietamente as boas novas da salvação, e, alguns, eu confio, não ofizeram em vão".

Como era quase impossível para ele assegurar um isolamento,em Londres, ele foi para a casa de seu amigo Piers, em Bexley, ondede manhã e à tarde, ele expôs o Sermão do Monte, e teve tempo livredurante o resto do dia para ocupações de outro tipo. Ele, mais tarde,incorporou seu ensino sobre o Sermão do Monte, em treze discursos,que estão incluídos em seus recentes volumes de sermões. Eles são,talvez, os mais belos exemplos do ensino ético, que ele, alguma vez,redigiu, e são as melhores respostas à acusação de que o Metodismonão tem mensagem ética.

Ao voltar para sua casa, à tarde, no enceramento de umcansativo trabalho de Sabbath, ele novamente se encontrou com "uma

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inumerável turba", em volta da porta, que abriu sua garganta, nomomento que o viu. Pedindo aos amigos que vieram com ele queentrassem em casa, ele caminhou em direção ao povo, proclamando onome do Senhor, gracioso e misericordioso, e que eles searrependessem do mal. Eles se entreolharam. Ele continuou a falar, e,então, os exortou a se juntarem em oração. A isto, eles concordaram, eele mais tarde, seguiu sem ser perturbado para a companhia que oesperava dentro da sala.

Dois dias mais tarde, enquanto ele estava pregando, um jovementrou correndo com outros, praguejando e amaldiçoandoveementemente, e assim perturbou todos perto dele, que o colocarampara fora. Wesley, observando isto, os chamou, para que deixassem ojovem entrar. No encerramento do sermão, o intruso declarou, diantede todos, que ele era um contrabandista, então, indo para seu trabalhopecaminoso. Mas que ele agora resolveu aceitar o Senhor como seuDeus, e não mais seguir aquelas práticas execráveis.

No outro domingo, enquanto Wesley estava explicando adiferença entre ser chamado de cristão, e ser um, de fato, a loucura daspessoas foi dominada, de maneira que, em pouco tempo, elas estavamquietos e atentas, e permaneceram assim, até o fim. Uma outra vez,enquanto estava pregando, muitos se reuniram com o propósito desuplantaram sua voz; ele, então, "se dirigiu a eles, e lhes ofereceulivramento de seu terrível mestre". A Palavra que ele entregou,mergulhou profundo em seus corações e eles ficaram silenciosos.

Um dos lugares de diversão pública, e de má fama, foi oShort's Gardens, em Drury Lane; para onde ele foi, e aos publicanos epecadores reunidos, declarou que o Evangelho de Cristo é o poder deDeus, até mesmo para a salvação de tais ouvintes.

No domingo seguinte, ele diz: "Enquanto eu reforçava aquelagrande questão, com um olho para a ressurreição espiritual: 'Por queé que se julga entre vós incrível que Deus ressuscite os mortos?' [Atos26:8], muitos obstinados começaram a rugir novamente. Eu

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proclamei novamente a libertação dos cativos, e a profunda atençãodeles mostrou que a Palavra enviada a eles não retornou vazia".

Assim ele começou a duelar com a violência do rude, turbasdesenfreadas, e conheceu seu poder para encontrá-los e silenciá-los.Este poder era notável, porque ele tinha uma estatura baixa, e esta era,como vimos, repetidas vezes, heroicamente exposta em diassubseqüentes, sob circunstâncias do mais grandioso perigo.

O inverno de 1740-41, sendo usualmente severo, ele pediuroupas para aqueles que podiam se privar delas, distribuindo-as emmeio aos numerosos pobres da Sociedade.

Apressando-se para Bristol, sempre uma jornada de dois dias,para suprir o lugar de seu irmão, que tinha ido para Gales, em umaviagem de pregação, ele passou nove ou dez dias falandopessoalmente com tantos quanto pode, também visitando inúmeraspessoas doentes, muitas delas sofrendo de "febre com manchas"(provavelmente tifo, ou febre gaol [da cadeia], ou febre tifóide), quetinha sido extremamente fatal em meio às pessoas de Bristol.

Em seu retorno a Londres, depois de uma ausência de quinzedias, ele encontrou muitas pessoas sem trabalho. Para ir ao encontrodas necessidades delas, ele contratou um professor, e levando doze dasmais necessitadas para dentro da Sociedade, ele as empregou porquatro meses, para cardar e fiar algodão; assim ocupou-as em trabalhoútil, e as manteve, durante os frios meses de inverno, a um custo baixosobre o produto de seus trabalhos.

Muitos da Sociedade ficaram ofendidos uns com os outros. Eletrouxe os acusados e os acusadores, face a face, e no decurso dasemana, a maioria das ofensas desapareceu.

Os Diários mostram que Wesley tinha freqüente oportunidadede ajustar diferenças e exercer disciplina em meio aos membros desuas sociedades. Mas isto não será considerado surpreendente, nem

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será motivo para depreciar a realidade da obra do Reavivamento,quando se é lembrado em que condições degradantes de vida e moral amaioria deles tinha sido resgatada, e, em que curto período de tempo,eles estavam sujeitos a qualquer restrição e instrução religiosa; e,quando, além disto, é trazido em mente que seus ambientes diárioseram os mais desfavoráveis para o cultivo da bondade.

Muitos relatos desagradáveis, concernentes à Sociedade, emKingswood, o alcançaram. Ele, portanto, deixou Londres; e, comconsiderável dificuldade, e algum perigo, por causa do muito gelo edas estradas mal feitas e mal preservadas, ele veio novamente paraBristol, onde seu irmão confirmou os dolorosos relatos. Ele foi,imediatamente, para Kingswood, na esperança de reparar as brechasque tinham sido feitas na Sociedade. Começou expondo o Sermão doMonte de nosso Senhor, nos serviços matutinos e vespertinos,trabalhando o dia todo para curar as desconfianças e mal entendidosque se levantaram. A raiz do mal se revelou, quando, indo ao encontrode seu amigo Cennick, que estava retornando de uma curta viagem, edesejando recebê-lo como de costume, com os braços abertos, ele secertificou, para sua grande surpresa, que Cennick estava"completamente frio, de maneira que um estranho julgaria que elenunca tinha me visto antes". No dia seguinte, Cennick disse-lhe quenão concordaria mais com ele, porque Wesley não pregou a verdade;em especial, com respeito à eleição. Wesley diz significantemente:"Nós, então, entramos em uma pequena controvérsia, mas sem efeito".Ele encontrou algum conforto, no entanto, na tarde do domingoseguinte, na festa do amor em Bristol, onde setenta ou oitenta daSociedade de Kingswood estavam presentes. Eles todos retornarampara casa juntos, com a neve até os joelhos, na mais violentatempestade de neve e granizo, que ele pôde se lembrar; mas seuscorações estavam aquecidos, e eles se regozijavam e louvavam a Deuspela consolação.

Em cinco dias, no entanto, ele foi pregar no serviço matinal emKingswood, quando ele registrou: "Minha congregação foi embora,para ouvir o sr. Cennick, de maneira que, com exceção de poucos de

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Bristol, eu tive não mais do que dois ou três homens, e o mesmo tantode mulheres; o mesmo número que eu tive uma ou duas vezes antes".

Aqui nós vemos o primeiro vestígio da telha, do que se tornariauma nuvem negra que o ofuscaria por muitos anos – a primeiraindicação do que provaria ser um dos mais opressivos julgamentos;embora, na assembléia, ele conseguisse um dos seus maiores triunfos.

As últimas horas do ano encontraram os membros daSociedade com seu amor grandemente confirmado em direção uns dosoutros. E, com a casa, preenchida de uma extremidade a outra, eles"concluíram o ano, lutando com Deus, em oração, e louvando a Ele,pela maravilhosa obra que Ele já havia forjado sobre a terra".

Nós agora chegamos a um ponto na carreira de Wesley,quando seria proveitoso fazer um intervalo. Nós traçamos suainteressante história pessoal, desde seu nascimento, até seus trinta eoito anos, e, intencionalmente, com alguma clareza. Nós seguimos ocurso de sua prolongada luta espiritual, sua emancipação final dasombria incerteza, e sua entrada no completo desfrute da salvaçãoevangélica. Nós assinalamos os primeiros esforços para promover aregeneração moral e espiritual de seus conterrâneos, e vimos osprimeiros exemplos da violenta oposição à sua obra, por parte dasturbas selvagens e brutais. Testemunhamos o começo da pregação nocampo; a fundação da Sociedade; e o trabalho parcial dos pregadoresleigos – os traços especialmente peculiares de seu método. Todosesses devem ser considerados como estágios preparatórios em seuprogresso em direção da única obra suprema de sua vida – o maisgrandioso, o mais evidente, o mais frutífero de todos os serviçosapresentados por ele, para o levante espiritual do século dezoito, ouseja, seus cinqüenta anos de ininterrupta pregação itinerante,moldando um apelo contínuo à consciência da nação inglesa. O quemais Wesley pudesse ter feito, sua obra se levanta acima de tudo. Elepode ser distinguido como um organizador, como um escritor demuitos volumes, como o fundador de várias instituições benevolentes;

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mas sua principal, sua inalcançável obra foi seu prolongado apelo aopovo inglês.

Para a realização de tal obra, nenhum estratagema poderiaigualar à pregação do campo; de fato, a não ser por esta, não háprobabilidade de que a finalidade contemplada teria sido alcançada.Nenhum outro meio se aproximaria disto, na aptidão para alcançar asmassas descrentes, indiferentes. A pregação no campo o trouxe, face aface, com milhares e milhares de pessoas que nunca entraram nasigrejas. Através deste recurso, ele travou conhecimento com o brutal eo negligente, assim como, com os famintos e sedentos. Sem empenho,sem vontade, freqüentemente em oposição à vontade deles, os homensouviram a voz que os prendia, ouviram palavras inflamáveis,penetrantes, de condenação e advertência. Como que num podermágico, o telhado dos compartimentos escuros de seus corações foiexaminado, e seus pensamentos interiores revelados para eles; retratono qual eles se viram, diante de seus próprios olhos. Eles estavampresos, fascinados, pela graça da voz e maneira, mas muito mais pelaspalavras convincentes, com as quais, como que com uma espadasaindo de sua boca, o Evangelista dividiu seus corações e seuspensamentos dentro deles, em pedaços. Mas aquele que feriu curou.Eles ouviram do amor e misericórdia, Divinos. Foi uma mensagemnova para eles, e foi falada em novos tons de ternura, fervor econvicção, que os comoveu e humilhou e ganhou.

Nenhuma voz falaria ao coração da nação, como a voz de umpregador no campo. Centenas de clérigos paroquianos devotados,confinados, em seus limites paroquiais, não teriam se certificado dasnecessidades do momento. As pessoas de mente sóbria, decente,respeitável, teriam atendido às suas paróquias, mas o impuro, e ocorrupto, o devasso, e o indolente não poderiam – não obscureceriamas portas da igreja. Essas eram as classes que mais necessitavamserem alcançadas. O enfermo precisa do médico; o perdido deve sersalvo. Toda a honra para Wesley, porque essas eram as pessoas queele buscava; que em meio a essas, seus maiores troféus foram ganhos.Mas eles poderiam ser apenas ganhos pela pregação no campo. E,

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enquanto sua sagacidade prática em planejar métodos para o cuidadodos convertidos estimula nossa admiração, o primeiro lugar deve serdado para seus apelos reiterados nos campos, ou estradas, ou pátiosdas pousadas; da pedra tumular, ou muros, ou encostas, ou travessasdo mercado; em meio ao barulho da plebe, ou em um vale quieto,onde quer que uma companhia pudesse se reunir; e esses apelos nãoforam interrompidos por cinqüenta longos anos, salvo quando ele seafastava por doença ou acidente. Não existe o que se iguale a isto nahistória do Cristianismo Britânico.

Mas, no momento, ele está sob restrição, Londres e Bristolpropiciam amplo alcance para todas as atividades dos dois irmãos.Aqui também, Wesley teve suas únicas construções. As Sociedadesnelas estavam sob seu cuidado absoluto; e nelas ele estavadesenvolvendo um Metodismo modelo, mesmo quando trabalhandoem Kingswood, uma espécie de apanágio para Bristol, paraestabelecer um modelo de escola cristã. Isto pode responder pela suadetenção, naquele presente momento, a esses dois centros; e elesfizeram incríveis exigências, com respeito ao seu tempo, sua atenção,sua força. Porque ele não diminuiu seus serviços matutinos, suaexplanação para suas próprias sociedades e para a de outros, ou seussermões para multidões que se reuniam em Moorfields, e em qualqueroutro lugar em Londres, ou em espaços abertos em Bristol.

É verdade que ele fez breves excursões para Oxford, e paraalgumas poucas cidades na vizinhança de Bristol, como vimos.Também visitou algumas cidades no caminho de suas jornadas entreLondres e Bristol. E fez uma curta viagem evangelista em SouthWales. Mas além desses limites ele foi incapaz de passar.

Nós podemos vê-lo verdadeiramente estendendo sua esfera aonorte de Newcastle, e para Inverness; para o sul de Land's End; acimados Condados do Leste, Oeste, e do Interior; através de Gales e daIrlanda. E ano após ano, por cinco décadas, ele dirigiu seus passosatravés de estradas desiguais, no calor do verão, no frio do inverno,em época de plantio, e colheita, com uma mensagem – a mensagem da

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misericórdia para um povo culpado; chamando-os, como que comuma voz de trombeta; denunciando seus pecados, como um profeta dopassado; demandando o arrependimento deles; proclamando o perdãoe paz, e tudo com fidelidade imperecível e trabalho incansável. É pararegistrar essas décadas que os capítulos seguintes serão devotados.

Mas este estranho método de pregação nos campos não falhouem excitar a mais vigorosa oposição, principalmente por partedaqueles cuja posição e profissão os teriam justificado em aclamá-locomo um subsidiário valioso para a própria obra deles. Assim Wesleyresponde a esses oponentes em um de seus Apelos aos Homens deRazão e Religião:

"Mas que necessidade existe", diz alguém de um espírito maismoderado, "deste pregar nos campos e ruas? Não existem igrejassuficientes para se pregar?". Não, meu amigo, não existe; não paraque preguemos. Você se esquece que não nos é permitido pregar lá, amenos que prefiramos a elas a quaisquer outros lugares. [Isto deve serlevado em consideração]. "Bem, existem ministros suficientes, semvocês". Ministros suficientes, e igrejas suficientes! Para o que? Parareformar todos os pecadores dentro dos quatro mares? Se houvesse,eles todos estariam reformados: portanto, é evidente que não existemigrejas suficientes. E uma razão clara, porque eles não estão nem pertode estarem reformados, não obstante todas essas igrejas, é esta: -- elesnunca entraram em uma igreja; talvez, nem uma só vez, em dozemeses; talvez, nem por muitos anos consecutivos. E você irá dizer(como eu soube de alguns cristãos de bom coração): "Então, é culpadeles; que eles morram, e sejam condenados?". Eu admito que sejaculpa deles mesmos; e assim, é minha culpa e de vocês, quando nósdesviamos do caminho, como ovelhas que estão perdidas. Aindaassim, o Pastor de almas foi atrás de nós, foi ao nosso encalço nodeserto. E "tu não deverias ter compaixão de teus subordinados,como ele teve pena de ti?". Nós não deveríamos também "buscar", atéonde nos cabe, "salvar aquele que está perdido?".

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"Observem o espantoso amor de Deus para com os banidosdos homens. Sua terna condescendência à tolice deles! Eles nãodariam atenção à coisa alguma feita da maneira usual. Tudo istoestava perdido para eles. A pregação comum da Palavra de Deus,eles nem mesmo se permitiam ouvir. Assim, o diabo certificou-sedesses descuidados; porque quem os arrancaria da mão dele? Então,Deus afligiu-se, e saiu do caminho usual para salvar as almas que Elecriou. Desta forma, além do que era comumente falado em Seu nome,em todas as casas de Deus na terra, Ele ordenou uma voz paraclamar no deserto: 'Preparem o caminho do Senhor. O tempo estácumprido. O reino dos céus está à mão. Arrependam-se, e creiam noEvangelho".

"Considerem calmamente, se não foi altamente expediente quealguma coisa deste tipo existisse ... Tivesse o ministro da paróquiapregado como um anjo, de nada valeria para eles; porque eles nãoouviriam. Mas quando alguém veio e disse: 'Lá está um homempregando no topo da montanha', eles correram, como numa boiada,para ouvir o que ele dizia; e Deus falou aos seus corações. É difícilconceber alguma coisa mais que os teria alcançado. Não tivesse sidopela pregação no campo, a notabilidade da qual era a própriacircunstância que recomendava, eles teriam corrido para o erro deseus caminhos, e perecido em seu sangue".

II PARTE – A Grande Obra

CAPÍTULO VII

A Década do Trabalho Árduo Evangelista (1741-1750)A Condição Moral da Inglaterra

Antes de entrar mais completamente no registro da carreiraevangelista de Wesley, é necessário considerar brevemente o estado,moral e religioso do país, que clamava tão ruidosamente pela obra a

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que ele foi levantado a realizar. Já se falou tão freqüentemente dadegeneração da nação, que quase tende ao desgaste repeti-la. Mas temsido bem observado que a justiça a um reformador pode nunca serfeita, até que as tendências contra aquilo a que seus efeitos sãodirigidos sejam bem entendidas. Não é difícil fixar sobre condiçõesprecisas da vida nacional da época, que fez da reforma umanecessidade absoluta, se a nação não sofreria daquelas conseqüênciasque tomam a forma de julgamento, e que tão freqüentemente seguempara degenerações grosseiras da sociedade humana. Existe umconsenso comum do testemunho que, nas primeiras décadas do séculodezoito, a Inglaterra apresentava a aparência de uma degradaçãodeplorável, nas maneiras nacionais, afetando, não apenas uma, mastodas as seções da sociedade; e mostrando-se, não meramente empoucos detalhes da vida nacional, mas em muitos, os resultados de umprocesso de declínio, que tinha secretamente avançado.

Com uma voz quase uniforme, nossos melhores historiadoresdo último século representam o precedente como tendo alcançado asmais baixas condições da corrupção civilizada, e o testemunho deles éapoiado por inumeráveis registros contemporâneos. O próprio Wesleyfoi testemunha digna de crédito, e seu relato, escrito naquele tempo,na primeira parte de seu Apelo aos Homens de Razão e Religião, écorroborado completamente pelos muitos escritores contemporâneos esubseqüentes. Muitos incidentes em sua história, como já vimos, ecomo veremos mais adiante no decurso desta narrativa, lançou dentrode um forte contraste, a ignorância e a grosseira pecaminosidade daspessoas.

Não é possível, sob as limitações imperativas destas páginas,entrar minuciosamente nos detalhes da degeneração nacional; mas istoé o menos necessário, já que relatos completos serão encontrados emtodas as histórias daquele tempo. Poucos exemplos devem sersuficientes.

Os professores autorizados da religião eram muitos delesdeploravelmente deficientes, tanto com respeito aos bons princípios,

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quanto à superioridade e pureza de caráter. Dentro da igreja, a heresiaera predominante, e a convicção moral, deficiente; onde não eradeficiente, era medíocre; e, até mesmo em meio aos melhores de seusfilhos, os princípios da Reforma eram amplamente deixados de lado.Ai de mim, as fontes da influência moral não fossem puras. Um dosbispos daquele tempo diz: "Eu não posso observar isto, sem a maisprofunda inquietação, quando vejo a ruína iminente, pendendo sobrea Igreja; e, em conseqüência, sobre toda a Reforma. O estado exteriordas coisas está negro o suficiente, Deus sabe; mas o que alimentameus temores surge principalmente do estado interior, no qualinfelizmente caímos". Ele lamenta a condição semelhante do clero edos candidatos às Ordens Santas. "O caso não é muito melhor", elediz, "em muitos que, tendo entrado nas Ordens, vêm para ainstituição, e não podem deixar transparecer que leram as Escrituras,ou algum outro bom livro, desde que foram ordenados".

O menos surpreso ficará impressionado, com a declaraçãoacima, quando for lembrado, como afirma Justin McCarthy que,naqueles dias, "Os homens eram ordenados com nenhum pensamento,quanto à santidade de seu chamado; quanto ao solene serviço, a queisto obrigava; às suas terríveis obrigações e demandas inexoráveis.Eles desejavam simplesmente manter a escassez longe da porta, e teralimento e fogo e abrigo, e eles eram ordenados, como que sob outrascondições do que as que haviam tomado quando do recrutamento,com não mais sentimentos de reverência pela sotaina preta, do quepelo casaco escarlate". Com este, o testemunho do falecido bispo,claramente coincide: -- "Por toda a Inglaterra, as cidades vivas eramfreqüentemente preenchidas com a caça, tiro, jogo, bebida, cartas debaralho, praguejamento, clérigo ignorante, que não cuidava, nem dalei, nem do evangelho, e negligenciava extremamente suas paróquias.Quando eles pregavam, eles tanto pregavam para bancos vazios,quanto para ovelhas famintas que procuravam alimento, mas nãoeram alimentadas".

Um observador perspicaz, do lado da ortodoxia, notaria quehavia, naquele tempo, pouco descrente, especulando na Inglaterra,

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porque havia pequeno interesse em alguma questão teológica; e umgrande cético descreveria a nação como acomodada na maiorindiferença apática, com respeito aos assuntos religiosos, que seriamencontrados em alguma nação do mundo. Latitudinarismo [onde seusrepresentantes acreditavam que a revelação concordava plenamentecom a razão e com os princípios religiosos discerníveis através dela,dando origem à teologia inglesa] se espalhara amplamente, mas quasesilenciosamente, embora todo o corpo religioso, e ensino dogmáticotivessem quase excluídos do púlpito. A despeito de ocasionaisexplosões do fanatismo popular, o abatimento religioso caiu sobre aInglaterra, como se tivesse caído sobre o Continente.

William Law descreve a região como "um reino cristão deimoralidade pagã, junto com uma crença só de boca de uma IgrejaUniversal Santa, e Comunhão dos Santos". Canon Overton diz: "Estadescrição muito exatamente retrata o estado da Inglaterra. Ela foi umreino cristão, visto que não rejeitara o Cristianismo, como uma féhistórica; por outro lado, eu imagino que, em alguns poucos períodos,tem acreditado, em um sentido, sido mais geral, do que foi nestetempo, exatamente depois do completo colapso do Deismo". Mas elaestava cheia da imoralidade pagã. Law dificilmente esboçou umquadro tão negro, quando disse: "Não existe corrupção ou depravaçãoda natureza humana; nenhum tipo de orgulho, ira, inveja, malícia, eamor-próprio; nenhuma sorte de hipocrisia e fraude; nenhumalibertinagem da luxúria, em todo tipo de devassidão; que seja tãocomum por toda a Cristandade, quanto é nas cidades e vilas". "Comoprova disto", ele acrescenta, em uma nota, "Veja Rapin, Smollett,Horace Walpole, as exortações de Secker, os Diários de Wesley, etc.,aqui e ali. De fato, da quase unânime voz de todos os escritorescontemporâneos ecoa o lamento melancólico".

Lecky, que deu minuciosa consideração à história nacional doséculo dezoito, tem retratado com doloroso pormenor, a condição dasmaneiras da época, e seus detalhes sombrios são confirmados pormuitas testemunhas concorrentes.

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Que os primeiros anos do século testemunharam a maiorinatividade e degradação das duas Universidades, é óbvio para muitosescritores, e, como já se referiu ao assunto, não é mais necessárioconsiderá-lo. Mas é alguma surpresa que a condição moral e osconhecimentos intelectuais da massa do clero fossem tão baixos,quando o estado da vida colegial era tão deplorável?

Além disto, nos seminários Presbiterianos, o Arianismo estavavagarosamente aprofundando-se no Socianismo, e as sociedadesreligiosas, que, no século anterior, tinham prometido exercer umainfluência mais amplamente proveitosa, tinham, infelizmente,sucumbido em insignificância comparativa.

Socianismo [doutrina introduzida por Fausto Socino, umadepto do movimento teológico dos séculos 16 e 17, professandocrença em Deus e adesão às Santas Escrituras, mas negando adivindade de Cristo].

Arianismo [doutrina herética de Ário contra o dogma daSantíssima Trindade, pois atribuía ao Filho de Deus uma espécie dedivindade secundária].

Um latente ceticismo e uma indiferença difundidaprevaleceram em todos os lugares, em meio às classes educadas. Avelha religião pareceu perder a sua forte influência sobre as mentesdos homens, e freqüentemente teve nenhuma preponderância, atémesmo, sobre seus defensores. Butler, no prefácio de sua Analogia,declarou que "chegou a se ter como certo que o Cristianismo não étanto mais um objeto de questionamento, mas que ele agora,finalmente, se revelou fictício". Ele fala, por todo lado, de uma"decadência geral da religião nesta nação, que é agora observadopor cada um, e tem sido, por algum tempo, queixa de todas as pessoassérias".

A Corte, que geralmente é sempre tão influente, quanto ao bemou o mal, na conduta e maneiras das pessoas, encontrava-se, naquele

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tempo, em uma condição gravemente imoral; sua grosseira corrupção,durante o reinado dos dois Georges, é assunto de notoriedade comum.E descendo, através de diversos graus, nos quais a sociedade humananecessariamente dividiu os males fatais: o da vida imoral erapredominante.

Em meio às classes reinantes, havia um modelo degradante dehonra política; a corrupção política, na verdade, foi, talvez, aimoralidade mais evidente da sociedade inglesa. Dizem que apenasuma meia dúzia de membros do Parlamento atendia à adoraçãopública. As maneiras e gostos da pequena nobreza eramfreqüentemente vulgares e ignorantes, no nível mais baixo; a massados cavalheiros vivia pobre e miseravelmente em seus estados,excluída da comunhão com o mundo, sem uma ocupação, a não seraquela da caça; ou uma ambição, a não ser aquela de ser o mais sagazbeberrão dos membros.

Se tal era a condição da pequena nobreza, não é de se admirarque as classes mais inferiores, estimuladas pelo exemplo dos seus"superiores", e desimpedidas, quer pelos princípios religiosos, ouinstrução moral, pudessem descer tão baixo, de maneira a justificaremo período, descrito como uma das barbáries sociais.

O drama tem sempre exercido uma poderosa influência emmoldar o gosto e maneiras das pessoas. A devassidão do teatro,durante a geração que se seguiu à Restauração, pode dificilmente serpiorada. Os teatros eram fontes de grande corrupção; o teatro inglêssendo muito inferior ao francês em decoro, modéstia, e moralidade.

A grosseria prevalecente da vida e sentimento modernos erapouco mitigada pela Imprensa. Os escritos de Swift, Defoe, Fielding,Coventry, e Smollett, eram suficientes para ilustrar a grande diferençaque, neste aspecto, separou a primeira metade do século dezoito denosso próprio tempo.

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Um de nossos recentes historiadores observa: "A Igreja estavaabsolutamente fora da relação com a grande massa de pessoas. Opobre e o ignorante eram deixados tranqüilamente aos seus própriosrecursos. O clérigo não era, de fato, de modo algum, um corpo dehomens deficiente na moralidade pessoal, ou mesmo no sentimentoreligioso; mas eles tinham pouca, ou nenhuma atividade religiosa,porque eles tinham pouco ou nenhum zelo religioso. Eles executavamnegligentemente suas obrigações mecânicas, e isto, como uma regra,era tudo que eles faziam... Atterbury, Burner, Swift, toda sorte deescritores que eram, eles próprios, ministros da Igreja da Inglaterra,unem-se para testemunhar a apática condição em que a Igreja haviacaído... As coisas eram ainda piores na Igreja da Irlanda. Dificilmenteum pastor daquela Igreja poderia soletrar três palavras da Língua dopovo irlandês".

Retomando para onde iremos, em nossa pesquisa da nação,deparamo-nos com um estado de coisas mais deplorável, e ao mesmotempo, o mais prodigioso. Das mais altas classes na terra -- a Corte, oParlamento, a Igreja, as escolas, e os ricos proprietários de terra –descendo para os comerciantes e o grande populacho, todosapresentam aspectos que clamam altamente pelo advento doreformador religioso. É doloroso, até mesmo, imaginar qual teria sidoo resultado não tivesse um impedimento sido colocado neste processode decadência moral.

Exceções honrosas foram encontradas, em meio ao clero e àlaicidade na Instituição, e em meio aos Dissidentes – os mais fiéis quelamentaram o aviltamento nacional, mas não tinham poder para atacá-lo. Eles brilharam como estrelas, em uma noite escura; mas o que anação precisava era do brilho da luz de uma manhã ensolarada. Mas,quando a escuridão era a mais profunda, aquela luz surgiu. Quando acondição moral do país parecia estar perto de sua mais baixadecadência, e as pessoas mais próximas do limite extremo dadegradação, foi, então, que agradou à Divina Providência levantaragentes preparados, adequados para impedirem a tendência declinante,e inaugurar uma nova era. Ao lado do mais notável processo de

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preparação, como as páginas prévias mostrariam, estavam os servosdo Divino, prontos para seu alto chamado. Dotação individual, grandecultura, ou dons especiais, uma regeneração pessoal, uma disciplinareligiosa severa, hábitos de abnegação, introduzindo austeridade, umaintrepidez destemida, zelo invencível, e entusiasmo fervente, juntoscom o mais completo altruísmo, e uma fé mais profundamenteenraizada em sua missão, na verdade deles, e na co-operação Divina –Deus operando com eles – foram, em meio às mais altas qualidades, oque adequou esses homens devotos a ser instrumentos preparados parao cumprimento de uma grande e espiritual reforma.

Atenção é conseguida, através da maravilhosa obra deregeneração que Wesley e seus colaboradores começaram, e para tãosurpreendente extensão, executaram; mas de cuja obra, ele devesempre ser considerado o principal líder e o principal autor. E isto, nãomeramente porque sua carreira foi mais longa que a deles, nem porqueele era dotado de um grau mais elevado do que eles, com asqualificações necessárias para liderar uma grande obra; mas,principalmente, por causa de seu gigantesco e variado trabalho, suaatividade irrepreensível, e sua persistência inabalável, no uso das maisefetivas medidas. Ele não apenas foi o principal líder do movimento;ele foi a alma dele. Ao prestarmos honra a Wesley, portanto, não énecessário ocultar isto da vista de seus coadjutores, ou atirar otrabalho deles na sombra. Um instrumento frágil, na mão Divina;adequado, chamado, e usado, pelo poder Divino, sua obra foi muitogrande.

Mas outros também foram chamados e qualificados; e muitoalegremente ele lhes deu as boas-vindas; a cada um, quem retribuíssecom o menor apoio. Nunca um líder esteve, em tão grandeempreendimento, livre do ciúme de qualquer honra que seus co-operadores ganhassem. Whitefield, com seu dramático poderespiritualizado, seu trabalho autodesgastante, e seu sucesso brilhante;Charles Wesley, não apenas o autor de hinos, escolhido por todos, masum pregador mais vigoroso do que geralmente se supõe, ele tenha sido– talvez, em suas primeiras trajetórias, nem um pouco atrás, de

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qualquer um dos dois; Fletcher, mais tarde, com seu espírito seráfico,sua caneta poderosa, e seu trabalho inflamado; a gradual ampliação docírculo de clérigo simpatizante, e outros que o auxiliaram na obra; enão menos, os itinerantes "ajudadores leigos", um nobre grupo dehomens, labutando em um serviço heróico, e freqüentementepenetrando onde o quase onipresente chefe não poderia ir, semprepronto para cumprir sua ordem, uma vez que ele, com uma habilidadegeral, os preparou para o amplo campo de conflito; os pregadoresleigos que não foram colocados aparte da obra, mas que, quandocapazes, seguiram seus comércios e pregaram seus sermões, em suaprópria vizinhança, e, por este motivo, chamados de "pregadoreslocais"; líderes necessários das "classes" de crentes, em meio aosquais estavam muitas mulheres devotas, úteis e honradas; osadministradores que cuidaram de todos os assuntos financeiros; emuitos outros, cada um contribuindo de acordo com sua habilidadepara a condução da grande campanha – todos eram bem-vindos, todoseram devidamente reconhecidos e reverenciados, e, igualmenteamados, por causa de suas obras.

Mas Wesley foi o líder. Ele foi reconhecido como tal, atémesmo, em Oxford, imediatamente, do reunir-se no "clube santo", esua posição nunca foi contestada; e ele foi o principal trabalhador.Ninguém fez tanto quanto ele. Ele trabalhou mais, ele pregou mais, eleescreveu mais do que qualquer um deles. É sua obra que essas páginaspretendem ilustrar. Ele se coloca diante de nós como o grandecampeão desta campanha santa, com seus trabalhos incomparáveis,sua grande capacidade de tolerância, sua fidelidade resoluta, e comuma convicção, aprofundando e instalando-se em sua alma de que elefoi o mensageiro de Deus para um povo ignorante. À sua obra, eledevotou sua inteira força e tempo, sem se apressar, e igualmente, semdescanso. Como muitos de seus colaboradores, ele suportou privação,fadiga, calúnia, e tratamento brutal, pelas mãos das turbas violentas.Como um bravo capitão, ele esteve na mais abundante das lutas,nunca hesitando em tomar o lugar do maior perigo ou da maior labuta.Ele pregava, bem cedo de manhã, até que a sombra da noite caísse; elecontinuou em frente em sua pregação, em qualquer condição de

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tempo, e em todas as horas, tendo seus planos em seu bolso, seuslivros e papéis em seu alforje, ou sobre as prateleiras, preparadas emsua carruagem – sua "máquina" de viagem. Sua caneta estava tãopronta, quanto sua língua, surpreendendo todos que conheciam aextensão de seus escritos; suas cartas foram inumeráveis. Os originaise cópias de mais de duas mil dessas folhas efêmeras têm sidopreservadas até hoje.

Em meio às muitas qualidades que o distinguiram, no mínimoestava sua indomável firmeza de propósito. Os leitores das páginasantecedentes puderam observar quantos e quão grandes obstáculos seapresentaram em seu caminho; mas eles foram ineficazes para desviá-lo dele. É mais observável, ainda, quantas causas para odesencorajamento pareceram continuamente surgir a sua volta. Mas, éigualmente surpreendente que elas tiveram tão pouco efeito sobre ele.Ele não diminuiu suas tarefas em um grau mais leve por consideraçãoa elas. A reincidência dos convertidos, nas mesmas circunstânciasdesfavoráveis, na qual eles estiveram situados, pareceu estimulá-lo arenovar esforços para reformar aqueles acrescentados para defender afidelidade, nem a apostasia dos amigos, não mais do que o declaradoantagonismo de seus inimigos, o desviou de seu curso – não, nem poruma hora. Ele estava contente da autonomia, sustentado pela profundae inalterável convicção de que, como ele foi chamado para sua obra,pela autoridade Divina, "então, ele seria sustentado pelo apoioDivino".

Não está em nosso poder, traçar seus passos através dos longosanos, e manter o ritmo com ele, em sua rápida passagem de cidade acidade, de vila a vila, ao longo de 250.000 milhas que o cuidadosoestima seja a extensão de sua viagem por todas essas ilhotas, em umgrande chamado junto ao povo adormecido, para que acorde, e selevante, a fim de que Cristo lhes traga a luz. Assim, um relatominucioso é impossível, embora os materiais estejam, em grandeproporção, à mão. De certa forma, isto tem sido feito até aqui, com oobjetivo de dar uma idéia da multiplicidade e variedade de suasocupações, e de sua incessante devoção à grande obra que ele tinha a

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realizar. Afirmações subseqüentes devem ser mais genéricas,mencionando apenas os incidentes mais notáveis e o que quer quepossa especialmente apontar para o desenvolvimento do que Wesleyusava chamar de "a Obra de Deus"; porque, por mais interessantesque os incidentes individuais possam ser, nos fatigaria examinar orelato deles. O que foi, então, pacientemente executá-los!

Este ano, com exceção de aproximadamente um mês emOxford, três meses em Gales, e uma semana em Midlands, Wesleydividiu seu tempo em proporções quase iguais, entre Londres eBristol. Charles Wesley alternou com ele, embora ele pregasse maisem Bristol, do que em Londres.

No encerramento de 1740, nós vimos os primeiros vestígios danuvem, na apostasia parcial do valioso ajudador leigo de Wesley, emKingswood – John Cennick. O ano seguinte iniciou em meio aalternâncias de exultação jubilosa pelo poder de Deus manifesto, etristes indicações da fraqueza do homem. Reunindo todas as Bands deBristol e Kingswood, Wesley relatou o que Deus havia feito por eles,através dele, e qual retorno eles deram nos diversos meses passados,com as disputas contínuas, divisões, e ofensas, fazendo com que eleseguisse oprimido no decorrer do dia. Mas outros panoramas oalegrou. Muitos receberiam benefícios de seus trabalhos em pregar eexpor, de forma que ele escreve, na alegria de seu coração: "À tarde,nossas almas foram preenchidas com o espírito da oração e ação degraças, de maneira que dificilmente eu conseguiria explicar como, atéque eu encontrei onde isto estava escrito: 'Minha canção seja sempreda bondade amorosa do Senhor; com minha boca eu sempremostrarei Tua verdade, de uma geração a outra'".

Retornando a Londres, ele se encontrou com a Sociedade naFundação. "Aqui", ele diz, em 22 de Janeiro, "eu comecei expondoonde meu irmão desistiu, ou seja, (I João 4). Ele não pregou namanhã anterior [por exemplo, no serviço das cinco da manhã], nempretendeu fazer isto mais".

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Isto aponta para a apostasia da parte de Charles Wesley, quedemanda uma breve consideração. O próprio Charles evidentementealude para seu risco de desviar-se, e, como isto pareceria, em suaevasão, há algum tempo, no 22 de Junho do ano anterior, quando eleescreve: "Eu conclui o dia na festa de amor com os homens [emBristol]. Paz, unidade, a amor havia aqui. Nós não nos esquecemos denossos pobres irmãos desatentos que havia, até que os Moráviosvieram. Como devo eu me regozijar do meu livramento das mãos eespírito deles! Minha alma escapou da armadilha do passarinheiro. Eeu não amasse os cordeiros de Cristo [um termo Morávio], naverdade, os lobos terríveis, eu não veria a face deles mais. Eu não soumais um devedor do Evangelho a vocês. Vocês me desobrigaramcompletamente; mas se vocês rejeitam meu testemunho, outros orecebem alegremente!". Três dias antes disto, ele descreveu para aSociedade em Oxford, "A tranqüilidade dos primeiros cristãos, (Atos2:42), que perseveraram na doutrina dos apóstolos; e na comunhão,no partir do pão e nas orações'". E, em Abril daquele ano eleescreveu o hino intitulado, Os Meios da Graça, que, ele diz, ele"imprimiu como um antídoto para a tranqüilidade".

Nos primeiros três meses deste ano, havia um completo espaçovazio no Diário de Charles Wesley; mas é evidente que muito destetempo foi gasto por ele em Londres, e é provável que, enquanto por lá,ele esteve novamente sob a influência dos Morávios, e, especialmente,de seus amigos, Sr. Hutchings, Sr. Stonehouse, Vigário de Islington,Sr. Chapman, e seu cunhado, Sr. Westley Hall, que se manteveafastado da Fundição, associado aos Morávios, influenciado por eles,e pareceu inclinado a se juntar a eles.

No entanto, em 12 de Fevereiro, Wesley escreve: "Meu irmãoretornou de Oxford, e pregou sobre a maneira correta de esperar porDeus: assim, dispersando, imediatamente, os temores de alguns, e asvãs esperanças de outros, que confidentemente afirmaram que o Sr.Charles Wesley já era quietista, e não viria mais para Londres". Masnisto, Wesley parece ter sido muito sanguíneo, porque em 21 de Abril,logo depois que Charles retornou de Bristol, Wesley escreveu uma

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carta para ele de Londres, em que, depois de dirigir-se, de diversasmaneiras, ele fornece razões completas e abundantes, porquê ele "nãopoderia, de maneira alguma, juntar-se aos Morávios", e acrescenta oque pode explicar mais adiante seu sincero repúdio a eles:

"Como eu ainda não me atrevo, de maneira alguma, a mejuntar aos Morávios: (1) Porque o projeto geral deles é místico, nãobíblico, -- infinitamente além das claras doutrinas do evangelho. (2)Porque existem trevas e estagnação em todo o comportamento deles,e fraude em quase todas as suas palavras. (3) Porque eles não apenasnão praticam, mas menosprezam e depreciam extremamente, aabnegação e a cruz diária. (4) Porque eles, por princípio,conformam-se com o mundo no uso de ouro, e vestuário vistoso ecaro. (5) Porque eles estendem a liberdade cristã, neste e em muitosoutros aspectos, além do que é autorizado pelo menos, com respeitoao seu próprio povo. E, (por fim), porque eles fazem com que areligião interior reprima a exterior em geral. Por essas razões,principalmente, Deus sendo meu ajudador, eu antes prefiro ficarcompletamente só, do que me juntar a eles – Eu quero dizer, até queeu tenha segurança completa de que eles não irão espalhar mais esseserros em meio ao pequeno rebanho entregue aos meus cuidados".

"Ó, meu irmão, minha alma está aflita por você: o veneno estáem você: palavras bonitas roubaram seu coração. Eu temo que vocênão possa encontrar alguém em Bristol, em tão grande liberdadecomo Marschall! 'Nenhum homem ou mulher inglesa é como osMorávios'". [Charles Wesley estava agora em Bristol. Ele endossou acópia desta carta na Coleção Colman: 'Quando eu me curvei aosAlemães'. Ele evidentemente usou as palavras: 'Nenhum homem oumulher inglesa é como os Morávios'. Seu irmão se referiu ao perigoem seu Diário. A preocupação não estava terminada. LadyHuntingdon, em uma carta a John Wesley, em 24 de Outubro, fala deCharles, como tendo declarado guerra à Quietude Morávia, e se referea si mesma como "o instrumento nas mãos de Deus, que o livroudeles".] "Assim, o assunto vem para uma questão justa. Cinco de nósainda permaneceram juntos, poucos meses, desde então; mas dois se

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foram para o lado direito (pobre Hutchings e Cennick); e dois mais,para o lado esquerdo, (Sr. Hall e você). Senhor, se for Teu evangelhoo que eu prego, levanta e mantém tua própria causa [Adieu!]".

O que foi o Quietismo: Uma corrente mística surgida nofinal do séc XVII, promovida principalmente por Miguel Molinos, quepropicia a passividade absoluta no trabalho da própria perfeição --Wesley rompeu com os Morávios, cujas visões Quietistas tinham umefeito similar de fechar a igreja a todos aqueles que sinceramentebuscavam a fé. Quando Peter Bohler, e, então, Philip Moltherpressionaram a espiritualidade Quietista sobre a Sociedade de FetterLane, eles foram vigorosamente detidos por Wesley. Para o Quietistaa aproximação com Deus era uma espera passiva Nele, por ummovimento interior do Espírito. Não deveria haver coisa alguma destanatureza tumultuosa Metodista, de cantar e pregar, nem algum recursopara os Meios da Graça, incluindo a total abstinência da ComunhãoSanta.

Se Charles Wesley estava liberto de uma vez da armadilha nãoestá aparente; mas no domingo, 20 de Julho, ele escreve: "Nossaesperança foi muito confirmada por aquelas palavras, que eu reforceiem Kingswood: 'Não temais; estai quietos, e vede o livramento doSenhor' (Êxodo 14:13); ou, como foi mais tarde afirmado: 'Por queclamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem' (verso 15). Eudiscursei à tarde, sobre o mesmo assunto, de (Isaías 64:5) ' Tu sais aoencontro daquele que, com alegria, pratica a justiça, daqueles que selembram de ti nos teus caminhos. Eis que te iraste, porque pecamos;há muito tempo temos estado em pecados; acaso seremos salvos?'.Daqui, eu exaltei a lei das ordenanças cristãs, exortando aqueles queesperam pela salvação, a serem como vasos nas mãos do oleiro,encorajando-se a segurar firme no Senhor. Deus deu-me muitaliberdade para explanar; aquela mais ativa, vigorosa, agitada idéia, aquietude verdadeira".

O episódio completo pode ser encerrado pelo seguinte extratode uma carta endereçada pela Condessa de Huntingdon a John

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Wesley, que mostra similar ao perigo em que Charles havia caído, e adívida dele para com sua senhoria por seu livramento:

Quem foi Lady Huntingdon -- O caráter pessoal de LadyHuntingdon mereceu e ganhou o mais profundo respeito. Um escritoranglicano ressalta a coragem moral que a capacitou, quando exposta atodas as tradições de uma aristocracia, nas condições em que aaristocracia estava, nos reinados de George II e George III, ao deixarde lado todos os preconceitos da corte, e enfrentar todo o desprezo eridículo por parte deles, para participar da mesma sorte, e sem reserva,com os Metodistas desprezados, é admirável. Se ela parecia, algumasvezes, adotar algum ar imperioso, em direção aos seus protegidos, nósdevemos lembrar que uma condessa era uma condessa naqueles dias, eque ela foi, certamente encorajada, pela reverência extravaganteprestada a ela por Whitefield e outros. John Wesley, de fato, nunca sedeslumbrou pela sua grandeza, ao contrário, isso o levou a, mais deuma vez, censurar a imperiosidade "daquela mulher valorosa".

É evidente que, mesmo na corte corrupta de George II, sentiu-se que Lady Huntingdon tinha escolhido a melhor parte. Um dia nacorte, o Príncipe de Gales inquiriu onde Lady Huntingdon estava, jáque ela raramente visitava o círculo de amizades, naquele tempo. LadyCharlotte Edwin respondeu com escárnio: "Eu suponho que pregandocom seus mendigos". O príncipe balançou a cabeça e disse: "LadyCharlotte, quando eu estiver morrendo, eu penso que ficarei feliz, emagarrar a beirada do manto de Lady Huntingdon, e me erguer comela, até o céu".

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21 de Outubro de 1741.

"A sabedoria é justificada pelos seus frutos. Sua resposta àprimeira parte da minha carta quase me silenciou completamentequanto a este assunto. Mas eu acredito que o Diário de seu irmãoesclarecerá mais completamente a você o que eu quis dizer. Porque

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eu me esforcei muito, para que existissem tão poucas armadilhas nocaminho dele, quanto possível. Desde que você nos deixou, os maissimples não ficaram sem os ataques deles. Eu temo muito mais por eledo que por mim, já que o conquistador de um poderia ser nada para ooutro. Eles, através de seus representantes, me injuriaram muito, maseu não tomei conhecimento, como se eu nunca tivesse ouvido algumacoisa a respeito".

"Eu me conforto muito que você aprove uma medida, que seuirmão e eu tomamos com respeito a eles. Não menos do que eledeclarar abertamente guerra contra eles. Ele pareceu ter algumadificuldade quanto a isto, no início, mas eu dei a ele toda liberdadepara usar meu nome, como instrumento nas mãos de Deus, para queele se libertasse deles. Eu me regozijo muito com isto, esperando queeste seja um meio de operar meu livramento deles também. Eu pedi aele que incluísse seu sermão sobre a Perfeição Cristã, noendereçamento a eles. A doutrina que ele contém, eu espero viver emorrer por ela; é a coisa mais absolutamente completa que euconheço. Deus ajudou em suas fraquezas; Seu Espírito esteve comvocê na sua fidelidade. Você não pode calcular o quanto eu meregozijo, no Espírito, por isto".

"Seu irmão também dará suas razões para a completaseparação; e eu terei uma cópia da carta que ele enviará a eles, paramanter comigo. Eu tenho grande fé de que Deus não o fará cair; Elecertamente terá misericórdia dele, e não dele apenas, porque muitoscaem com ele. Eu sinto que ele me faria vacilar com sua queda; maseu fugirei deles, como que de um pólo a outro; porque eu sereicorreta em minha obediência. Suas habilidades naturais, seujulgamento e o progresso que ele alcançou, estão tão acima do que demelhor eles tenham feito, que eu imaginaria que nada, a não ser odelírio poderia tê-lo aprisionado; mas, quando refleti sobre ele, comtantos defensores da carne, em volta dele, tendo a forma de anjos deluz, que estremeci de medo por ele, eu não encontraria conforto, se eunão soubesse seguramente que Ele que é por ele é maior do queaquele que é contra ele".

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"Quando você receber o Diário dele, você se regozijará muito,quando vier na quinta-feira, 15 de Outubro...".

Tivesse Charles se afastado de sua firmeza para com averdade, e de sua fiel aliança com seu irmão, as conseqüências teriamsido irreparáveis. Felizmente, aquela calamidade foi evitada, e seuserviço no grande empreendimento evangelista foi superado apenaspor aquele do próprio Wesley; enquanto que, através de seus hinosevangélicos inigualáveis, ele supre um ministério interminável paracom a Igreja de Cristo sobre a terra.

Erupções renovadas da violência popular agora apareceram,como, por exemplo, em Deptford, "onde muitos pobres miseráveis sereuniram, vazios extremamente de bom-senso e decência comum. Elesgritavam, como que saindo de suas tumbas. Mas a palavra tinhapoder, e muitos deles ficaram completamente confusos". Antes que elepudesse pregar em Shrove, na terça-feira, "muitos homens do tipomais aviltante, tendo se misturado com as mulheres, comportaram-setão indecentemente, que ocasionaram muita confusão. Umcondestável ordenou a eles para manterem a paz. Pelo que eles oderrubaram". Poucos dias depois, enquanto pregando em Long Lane,Southwark, "o exército de forasteiros se reuniu, e uma enorme pedracaiu exatamente sobre seus ombros".

Com todas as coisas, estabelecidas de acordo com sua vontade,ele deixou Londres em 17 de Fevereiro. Ele se deparou com adolorosa condição dos assuntos em Kingswood, e vizinhança,principalmente causado pela atitude assumida por Cennick, que, comquinze ou vinte outros, veio até ele, e lhe disse que ele "pregou afidelidade do homem, mas não a fidelidade de Deus". Havia problematambém em Bristol, onde ele inquiriu, tão completamente quantopode, concernente às divisões e ofensas que, não obstante, aspreocupações sinceras que ele teve, começaram novamente aexpandir-se.

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Ele passou um mês infeliz empenhando-se para reconciliar aagora instável Sociedade em Kingswood, mas sem efeito. Cennickdeclarou: "Nós estamos dispostos a nos juntarmos a você. Mas nóstambém queremos nos encontrar, aparte de você. Por isto, nós nosencontramos para confirmamos um ao outro, naquelas verdades, daqual você fala contra". A inevitável divisão tomou lugar; cinqüenta edois simpatizantes de Cennick afastaram-se, enquanto mais denoventa foram expulsos. Wesley ocupou muito do seu tempo emvisitar muitas pessoas doentes, e em ajustar a Sociedade de Bristol,que tinha sido muito prejudicada por essas tristes disputas.

Ele, então, tendo organizado os assuntos, melhor do queesperava fazer, retornou, a pedido de seu irmão, para Londres, onde seafastou das atividades, durante quatro horas, todos os dias, exceto nosábado, para falar com alguém que pediu por isto, e uma hora, todosos dias, para examinar as "Bands", para que nenhuma pessoadesordenada, ou descuidada, ou contenciosa permanecesse em meio aeles. A doença, estando muito predominante, ele fixou um métodoregular de vistas, oito ou dez pessoas se oferecendo para a obra, "osquais", diz ele, escrevendo para seu irmão, "deve ter igualmentededicação completa; porque mais e mais adoecem todos os dias". Estaobra estendeu-se grandemente mais tarde.

Em 1º. de Maio, Wesley escreve: "À noite, eu fui para umapequena festa do amor, que Peter Boher realizou para aqueles dezque se juntavam, há três anos, naquele dia, 'para confessar nossasfaltas uns aos outros'. Sete de nós estivemos presente; um estandodoente, e dois relutantes em virem. Certamente virá o tempo, quandohaverá novamente 'união de mente, como se em nós todos houvesseapenas uma alma'

Ele foi compelido a se separar deles, não obstante ele quisessea união.

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No dia seguinte, ele teve uma conversa, de diversas horas, comPeter Böhler e Spangenberg. O assunto da conversa foi, "uma novacriatura", o relato de Spangenberg sobre o que foi assim falado: "Nomomento em que objetivamos ser justificados, uma nova criatura écolocada dentro de nós. Isto, de outra forma, é denominado, o novohomem. Mas, não obstante, a velha criatura, ou o velho homem,permanece em nós, até o dia de nossa morte. E com o velho homem,permanece o velho coração, corrupto e abominável. Porque acorrupção interior permanece na alma, por quanto tempo a almapermanece no corpo. Mas o coração que está no novo homem é limpo.E o novo homem é mais forte do que o velho; de maneira que, emboraa corrupção continuamente nos despoje, ainda assim, enquantoolhamos para Cristo, ela não prevalece ".

Mas Wesley não acredita na necessária permanência destacorrupção até a morte. Ele ensinou seu povo a sinceramente buscarpela sua inteira destruição. Isto seus amigos, as pessoas de FetterLane, chamou de sua doutrina da "perfeição sem pecado" – um termoque ele repudiou inteiramente. Ele pregou uma "Perfeição Cristã",justificando o uso do termo, não apenas das Escrituras, mas tambémda Coleta [oração que precede a epístola] no Serviço de Comunhão;"Limpa os pensamentos de nossos corações, pela inspiração do TeuEspírito Santo, para que possamos perfeitamente amar a Ti; emerecidamente glorificarmos Teu Santo Nome". Esta elevação doideal da vida cristão foi um dos grandes serviços prestados por Wesleyà Igreja.

Na semana seguinte, ele registra: "Nós concordamos em nosencontrarmos para orarmos e humilharmos nossas almas diante deDeus, para que Ele nos mostrasse Sua vontade, concernente a nossare-união com outros irmãos em Fetter Lane. E com este objetivo,todos os homens e mulheres das Bands se encontraram a uma datarde. Nem nosso Senhor desprezou nossas orações, nem deixou a Simesmo sem testemunho diante de nós. Mas ficou claro para todos, atémesmo para aqueles que eram antes os mais ardorosos com relação aisto, que o tempo não virá".

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Um dos eventos proeminentes do ano de 1739 foi a pregação epublicação do sermão da Graça, para o qual foi anexado um hino detrinta e seis estrofes, ou a Redenção Universal, por Charles Wesley.Trata-se de um discurso notável; -- um dos mais hábeis de Wesley; --um tratamento cuidadoso e vigoroso do assunto, claro na declaração econclusivo no argumento. Nenhuma resposta efetiva a ele foi escrita.Wesley parece ter sentido necessário fazer um pronunciamentoantecipado e forte sobre a questão. Ele estava consciente do fato deque doutrina falsa circulara em meio às Sociedades, causando divisão,e seduzindo alguns dos membros da firmeza deles.

Tyerman descreve o sermão como, em alguns aspectos, o maisimportante que Wesley, alguma vez, publicou. Ele diz: "Eu me refiroà divisão que Whitefield [não mais do que Wesley] pleiteou, e tambémà organização da Conexão de Lady Huntingdon, e a fundação dosMetodistas Calvinistas em Wales; e, finalmente, culminada na ferozcontrovérsia de 1770, e a publicação do inigualável, 'Restrições aoAntinomianismo', que tão efetivamente silenciou a heresia Calvinista,de maneira que sua voz dificilmente foi ouvida naquele tempo a este".Talvez, isto atribua muito para a influência deste simples sermão. Foio reconhecimento da doutrina, preferivelmente a alguma discussãoespecífica dele, que conduziu para os resultados citados. Mas osermão marca o começo da controvérsia, o decurso da qual Tyermanapontou:

Durante a primeira viagem de Whitefield para a América, nãohavia sinal de ensino Calvinista; nem mesmo durante o tempo que elepassou na Inglaterra, depois de seu retorno, até imediatamente depoisde seu segundo embarque, quando em um sermão, pregado em StokeNewington, quinze dias antes que ele embarcasse, e, depois publicadoem um volume de sermões, ele faz três referência aos "eleitos",afirmando em um deles que: "A verdade é esta: Deus, comorecompensa pelos sofrimentos de Cristo, prometeu dar aos eleitos a fée o arrependimento, com o objetivo de trazê-los para a vida eterna; eessas, e as todas as coisas mais, necessárias para a felicidade eterna

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deles, estão infalivelmente asseguradas para eles nesta promessa,como o Sr. Boston, um excelente clérigo escocês, docemente eclaramente nos mostra, em um livro intitulado, 'A Aliança da Graça'",assim revelando uma fonte de suas idéias.

Tyerman pensa que Whitefield absolveu esses sentimentos dossermões dos irmãos Erskine, com os quais ele se declarou muitosatisfeito e edificado, recomendando-os, e ao Cristo Místico, do BispoHall, e o sermão de Boehme, para todos. Tyerman está, portanto,correto em dizer que o Calvinismo de Whitefield "nasceu naInglaterra, por volta do mês de Junho de 1739, mas foi cuidado efortemente fortalecido na América em 1740".

Embora, tanto Wesley quanto Whitefield fossem ferventes eresolutos em pregarem cada um seu próprio entendimento da verdade,ainda assim, eles eram sinceramente desejosos de que a diferença emsuas opiniões não conduzisse a alguma diminuição do respeito eafeição fraternos, um pelo outro. A correspondência deles, durante asegunda estada de Whitefield na América, amplamente testifica isto.Algumas das cartas de Whitefield, enquanto afirma sua crençacrescente nas doutrinas do amor eleito, era mais ternamente patéticaem suas afirmações, com relação aos seus velhos amigos. Wesley, dasua parte, evitou cuidadosamente alguma coisa que fosse igualmenteperturbar sua feliz camaradagem. Whitefield, no entanto, auxiliado,dizem, por alguns dos ministros na América, preparou uma réplica aosermão da Graça Livre, de Wesley, e a publicou em Charlestown eBoston. Durante sua viagem para casa, ele escreveu uma carta a seuamigo Charles Wesley, datada de 1º. De Fevereiro de 1741, na qualele diz: "Meu querido irmão, por que você ofereceu o osso dacontenda? Por que você imprimiu aquele sermão contra apredestinação? Por que você, em especial, meu querido irmãoCharles, anexou seu hino, e reuniu e lançou seu recente hinário?Como você pode dizer que não contenderá comigo a respeito daeleição, e ainda assim imprime tais hinos, e seu irmão envia seussermões, contra a eleição, para o Sr. Garden e outros, na América?Você não pensa, meu querido irmão, que eu devo estar tão

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preocupado com a verdade, ou que eu penso a respeito da verdade,como você? Deus é meu Juiz, eu sempre estive, e espero que eusempre esteja, desejoso de que você possa ter preferência diante demim. Mas eu devo pregar o Evangelho de Cristo, e isto eu não possoagora fazer, sem falar da eleição". Referindo-se à resposta dele, eleacrescenta: "Se isto ocasionar uma estranheza em nós, não será minhafalta. Não existe nada em minha resposta estimulando a isto, que eusaiba. Ó, meu querido irmão, meu coração quase sangra dentro demim. Eu penso que eu estaria disposto a permanecer aqui no marpara sempre, preferivelmente a vir para a Inglaterra me opor a você".

Chegando em Londres, no mês de Março, Whitefield submeteusua resposta a Charles Wesley, que a retornou endossada com aspalavras "Ponha novamente tua espada dentro de seu lugar"; e istoconduziu à postergação de sua publicação por um tempo.

Já para o encerramento do mês, Wesley escreve: "Após ouvirmuito a respeito do comportamento indelicado do sr. Whitefield,desde seu retorno da Geórgia, fui até ele, ouvi-lo falar por si mesmo,para que eu soubesse como julgar. Eu aprovei grandemente suafranqueza de discurso. Ele me disse que eu preguei dois Evangelhosdiferentes; e, portanto, ele não apenas não se juntaria a mim e meuirmão, ou me daria a mão direita de camaradagem, mas estavaresolvido a publicamente pregar contra nós, onde quer que pregasse,afinal. Sr. Hall, que foi comigo, o lembrou da promessa que fizeraalguns poucos dias antes, de que, qualquer que fosse sua opiniãopessoal, ele nunca pregaria publicamente contra nós. Ele disse que apromessa foi apenas um efeito da fraqueza humana, e que agora elepensava de uma outra forma". Assim sendo, ele pregou contra osWesleys, quer em Moorfields ou em qualquer outro lugar. E, atémesmo quando convidado a ocupar o púlpito da Fundição, diante dealguns milhares de pessoas, e com Charles Wesley sentando-se ao seulado, "ele pregava aos graus absolutos da maneira mais peremptóriae ofensiva".

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Whitefield foi assim mostrado em um curso de ação que lhetrouxe, até mesmo, mais dor do que aos outros. Ele foi a vítima, porocasião das muitas circunstâncias desfavoráveis e conflitantes. Suasrelações hostis com os Wesleys tornaram-se uma obscura, se nãoadmitida, fonte de tristeza para ele. Seu profundo amor e respeito poreles não se harmonizavam com suas ações em direção a eles, demaneira que seu coração estava dividido. Suas responsabilidadesmonetárias na conexão com o Orfanato na Geórgia eram muitograndes. Ele fora também severamente manipulado por vários críticosde suas cartas imprudentes sobre, "Todo o Dever do Homem, doarcebispo Tillotson. Por um tempo, sua popularidade diminuiu. Dizemque dos vinte mil que se reuniam em suas pregações, o número tinhadecrescido para duzentos ou trezentos. Ele mesmo diz que, em vez dehaver milhares atendendo a ele, dificilmente um de seus filhosespirituais vinha vê-lo de manhã à noite; e que, em uma ocasião,quando pregava em Kennington Common, nem mesmo umas cempessoas estiveram presentes para ouvi-lo. As destruidoras exibições daeleição e reprovação de Wesley não igualmente acrescentariam aatratividade do professor deles. Mas, acima de tudo, simpatizantesimprudentes de suas idéias estimularam-no à ações que provavelmentenunca cometeria, tivesse sido deixado aos impulsos de sua generosanatureza. Não houve necessidade de pessoas insensatas que buscaramfomentar uma disputa, como quando, no início de Fevereiro deste ano,uma carta pessoal de Whitefield a Wesley, ilicitamente impressa, foidistribuída em grande quantidade na porta e na própria Fundição.Afortunadamente, Wesley conseguiu uma, e, depois de pregar, relatouo fato claro para a congregação, dizendo-lhes: "Eu farei exatamente omesmo que acredito o Sr. Whitefield faria, estivesse ele aquipessoalmente", e rasgou a carta em pedaços, diante de todos; cada umque a havia recebido, fazendo o mesmo; de maneira que, em doisminutos, não havia uma cópia completa em meio deles. Wesley algumtempo depois escreveu: "Em Março de 1741, o sr. Whitefield, tendoretornado para a Inglaterra, aqui estava a primeira brecha, quehomens entusiasmados persuadiram o sr. Whitefield a criar,meramente por uma diferença de opinião. Aqueles que acreditaramna redenção universal não desejaram se separar; mas aqueles que

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abraçaram a redenção restrita não quiseram ouvir de algumentendimento, determinados a não ter camaradagem com os homens'em tais erros perigosos'. De modo que agora existem duas sortes deMetodistas: aqueles para redenção restrita, e aquelas para a redençãogeral.

Esta separação deve ser vista como uma ocorrênciaespecialmente dolorosa e lamentável nos primeiros alvoreceres dagrande Avivamento. O que parece ser a abertura de um dia brilhantefoi obscurecido com nuvens. Mas, depois de um curto período detempo, ela havia passado, a velha amizade havia sido restaurada, epermitiu não mais interrupção até a morte de Whitefield.

Whitefield rapidamente recuperou sua popularidade. Elepregou muito na Inglaterra, e já no encerramento do ano, tinha umarecepção mais calorosa na Escócia; e no ano seguinte, o notávelavivamento em Cambuslang tomou lugar. Ele partiu novamente para aAmérica, em Agosto de 1744. No início de 1776, Wesley escreveu:"O Sr.Whitefield visitou-me. Ele respira coisa alguma, a não ser paz eamor. O fanatismo não se posiciona mais diante dele, mas oculta suacabeça onde quer que ele vá"; e, em confirmação da perfeitarestauração e afeição e amizade, refere-se ao fato de que Whitefield,em seu último testamento, escreveu com sua própria mão,aproximadamente seis meses antes de sua morte: "Eu deixo um'mouning-ring' [um anel usado, como um memorial na morte de umapessoa] para meus honrados e queridos amigos, e desinteressadoscolaboradores, o Rev. Srs. John e Charles Wesley, como sinal deminha indissolúvel união com eles, em coração e afeição cristã, nãoobstante nossa diferença em julgamento a respeito de alguns pontosespecíficos da doutrina". E Whitefield menciona mais adiante dodesejo sempre repetido de que Wesley pregasse seu sermão fúnebre.Este serviço melancólico, Wesley executou no ano de 1770, tanto nacapela de Tottenham Court Road, quanto no Tabernáculo, Moorfields,e deu o mais amplo testemunho das mais excelentes qualidades, o zeloprofundo, os trabalhos quase sem paralelo, da eloqüência esmagadora,o sucesso maravilhoso de seu querido amigo.

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Embora neste tempo Wesley sofresse muito de dor e fraqueza,ele não diminuiu seu trabalho. Para seu espírito, uma vez, caridoso emetódico, saída renovada para a energia agora apareceu.

Muitos da Sociedade, necessitando de alimento e vestuário, esem emprego; enquanto outros, doentes e prontos para perecerem, eele incapaz de sozinho atender às necessidades deles, ele visitou aSociedade Unida para trazer as roupas que eles podiam dispor, e darcontribuições semanalmente de um pence ou mais, que pudessemproporcionar, para aliviar o pobre. Ele, então, empregou as mulherespaupérrimas em trabalhos de tricô, pagando valor comum para otrabalho delas, e acrescentando a ele o que elas necessitavam. Alémdisso, ele designou doze inspetores, cujo dever abraçaria a visitação ealívio, todos os dias, a todo o doente, em seus diversos distritos, e aprovisão daquilo que era necessário a eles. Eles se encontravam umavez por semana, davam um relato do trabalho deles, e consultavamsobre o que mais poderia ser feito.

A pedido premente de seu irmão, ele partiu em 18 de Maiopara Bristol. Quando ele entrou na sala, no encerramento do sermãode seu irmão, alguns choravam alto, alguns batiam as mãos, algunsgritavam, e os demais louvavam, com todos verdadeiramente unidos.

Aqui ele passou uma semana, durante a qual ele encontrouabundante ocupação, examinando os novos membros da Sociedade,visitando o doente – nenhum dos quais, ele encontrou, quer temendoou lamentando da pregação, e ajustando os assuntos pecuniários daSociedade, e da escola em Kingswood. Ele, então partiu cedo deretorno para Londres. No dia seguinte, ele se regozijou com a pequenasociedade em Windsor, e à noite, pregou na Fundição. Ao encontrar osr. Piers, de Bexley, "muito estremecido pelo irmão 'quietista'", elefalou claramente com ele; a armadilha foi quebrada, e ele o deixouregozijando-se na esperança e louvor a Deus. Não era de sesurpreender que muitos dos simplórios e ignorantes abraçassem ailusão "quietista", quando, até mesmo o clérigo foi vitima dela. Ele

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exortou uma congregação lotada a não receber a graça de Deus emvão, e reforçou o mesmo na Sociedade, que agora somava por volta denovecentas pessoas.

A extensão gradual de sua obra agora começa, com ele tirandouma semana para o turismo dentro do país, na sincera persuasão deLady Huntingdon. Durante os dois dias de sua jornada exterior, emLeicestershire, ele fez um experimento, para o qual ele forafreqüentemente e sinceramente pressionado a fazer; ou seja, "falarcom ninguém, com respeito às coisas de Deus, exceto se seu coraçãoestivesse livre para isto", como resultado ele não falou com ninguém,afinal, por oitenta milhas consecutivas; de maneira que ele não tevecruz para carregar ou tomar, e comumente, em uma hora ou duas, caiarápido no sono; também obteve muito respeito mostrado a ele, comoum cavalheiro civilizado, e afável; ele acrescenta: "Ó, quão agradávelé tudo isto para a carne e sangue! Você precisa circundar mar eterra, para fazer prosélitos para isto?". Ele atravessou deNorthampton para Markfield, onde havia um grande despertamento,mas um pregador "quietista" tinha estado lá, e três quartosadormeceram tão depressa como sempre. Também para Ogbrook,onde o professor "quietista" estava instruindo as pessoas, se elascressem, a serem quietistas; não pretenderem a prática das boas obras(o que não poderia ser feito até que cressem); a deixarem de lado oque elas chamavam de os meios da graça, tal como oração, e ir àIgreja e ao Sacramento.

Seu amigo, Sr. Caspar Greaves ofereceu-lhe o uso da igreja, eWesley explicou a verdadeiro evangelho quietista, e na manhãseguinte, pregou para uma larga congregação. Ele, então, cavalgoupara Nottingham, onde uma sociedade tinha sido formada, mas ele aencontrou sem vida: a sala, que antes ficava lotada do lado de dentro ede fora, agora estava cheia pela metade; ninguém usava de algumaoração, nem se ajoelhava quando a oração era oferecida; e o hinário[um daqueles publicados pelos Wesleys, e que tinha sido enviado parauso na congregação] e a Bíblia desapareceram, "substituídos peloshinos Morávios, e os sermões do Conde!" [Conde Nicholas Ludwig

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Vin Zinzendorf – líder Morávio]. Ele expôs, mas "com um coraçãooprimido", e, novamente, na manhã seguinte; e à noite em Markfield,onde a igreja estava completamente lotada. Depois do serviço matinal,ele partiu para Melbourne, onde a casa, demasiadamente pequena paraa companhia, ele permaneceu, sob uma grande árvore e pregou; enovamente em Hemington, onde o povo teve que ficar na porta ejanelas. Tyerman acredita que foi provavelmente nesta viagem, queele se familiarizou com a Condessa de Huntingdon, que vivia navizinhança, no Castelo Donington. Neste particular, ele estava errado,sua senhoria já era conhecida dos Wesleys, há algum tempo, e eramembro da Sociedade Metodista de Fetter Lane. No dia seguinte,domingo, ele cavalgou em Nottingham, e, às oito horas, pregou nomercado para "uma imensa multidão", retornando para Markfield, àtarde, onde a igreja lotada estava tão quente que ele teve dificuldadede ler o serviço. Já que a abundante multidão não poderia entrar, elefoi até eles e pregou; e novamente à noite, na igreja.

Em seu caminho para Londres, no dia seguinte, ele "leu océlebre livro de Martinho Lutero, Comentário sobre a Epístola aosGálatas", quando se declarou inteiramente envergonhado do fato deele ter tido tamanha consideração por este livro, meramente porque eletinha sido recomendado por outros, ou tinha lido apenas algunsexcelentes extratos dele. Agora ele declara que o autor "revela coisaalguma, não esclarece uma dificuldade considerável, é superficial emmuitas passagens, confuso em quase todas; de maneira que ele estáprofundamente impregnado com o completo misticismo, e, por isto,com freqüência, perigosamente errado". Ele entende que a verdadeiraorigem do grande erro dos Morávios, como, então, ensinado, foiseguir Lutero para o melhor e para o pior. Vindo para Londres, ànoite do dia seguinte, ele pregou sobre (Gálatas 5:15) "Se vós, porém,vos mordeis e devorais uns aos outros, vede não vos consumais unsaos outros"; e, citando o comentário de Lutero, abertamente advertiu acongregação contra o tratado, e publicamente retirou qualquerrecomendação que ele ignorantemente tivesse dado dele. Algumaspartes do comentário de Lutero tido sido, no entanto, muito útil nos

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primeiros períodos, especialmente para Charles Wesley, com respeitoaos assuntos da fé e justificação.

No dia seguinte, ele cavalgou para Oxford, e se certificou quelá restavam, em meio aos pobres, apenas dois dos vinte e cinco outrinta comungantes semanais. Nenhum deles atendeu às oraçõesdiárias da Igreja, e, aquela companhia que fora, uma vez, unida estavaseparada e dispersa. Aqui, ele permaneceu uma semana, em que eleconsultou o sr. Gambold, com respeito ao assunto de seu SermãoAcadêmico. Sr. Gambold lhe disse que não era o momento, "porquetodos estão tão preconceituosos, que eles não se importam com nadado que você diz". Naquele momento, ele inquiriu "concernente aosexercícios prévios para o grau de Bacharel em Teologia". Algunsdias depois, ele encontrou novamente o sr. Gambold, quehonestamente lhe disse que ele estava envergonhado da companhiadele; e, portanto, se recusaria a ir com ele para a Sociedade.

Retornando a Londres, ele pregou em Short's Gardens, e, nodomingo seguinte, em Charles' Square, quando uma turba trouxe umboi, que eles se esforçaram, mas em vão, para dirigir em meio àspessoas; porque o animal andava em volta, de um lado para outro, e,por fim, atravessou no meio de todos e desapareceu. Em Bristol, elefoi para Abingdon, a pedido sincero de alguns que havia por lá; masregistra: "povo tão estúpido, insensível, tanto no sentido espiritualquanto natural, eu dificilmente tinha visto antes. Ainda assim, Deus écapaz de levantar filhos para Abrão, dessas pedras".

Em 25 de Julho, ele pregou diante da Universidade para umanumerosa congregação, sobre O Quase Cristão, e partiu à tarde, parapregar no dia seguinte na Fundição. Ele se emprenha, a todo hora, empregar, visitar o doente, ou os membros da Sociedade, e expor. Oúltimo não parece ter sido um exercício apressado, porque, em umcaso, quando chegou a vez do Nono Capítulo de Romanos, elecontinuou "uma hora mais do que o usual, e foi persuadido pelamaioria, se não todos, que estavam presentes, a ver se este capítulonão tinha mais a ver com a predestinarão irrestrita, do que o nono de

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Gênesis". Ele também começou a dar conferência sobre o LivroComum de Oração.

Em 3 de Setembro, ele teve uma conversa prolongada comZinzendorf, em Latim, o que ele registra em seu Diário, anexando umacarta para a Igreja Morávia, escrita pouco antes. Nesta, ele declara, dizele, da maneira mais clara que pôde, a verdadeira controvérsia, entreos Morávios e ele, uma tarefa desagradável, que ele protelou porquanto tempo pôde com a consciência limpa.

A desejo do sr. Deleznot, um clérigo francês, para quem ele jáhavia pregado, "depois de ter sido muito importunado", Wesleyoficiou na Capela de Hermitage-street, Wapping, onde ele administrouo Sacramento da Ceia do Senhor, para aproximadamente duzentosmembros, tantos quanto o lugar poderia acomodar. O mesmo númeroatendeu no domingo seguinte, e assim, no dia do Senhor, até que todaa Sociedade, por volta de mil, atendeu; aqueles que tinham oSacramento em suas próprias paróquias foram avisados de atenderemlá.

A caminho de Bristol, ele encontrou seu irmão, com o Sr.Jones, do Castelo Fonmon, que agora estava convencido da verdade,como ela está em Jesus. Em Kingswood, a casa foi preenchida, deuma extremidade a outra, e eles continuaram ministrando a Palavra deDeus, e na oração e louvor, até de manhã. Ele fez duas breves visitas aWales, pregando onde quer que fosse. Em seu encontro com HowelHarris, Humphreys, e Seward — todos agora distintamente da seitaCalvinista – eles "falaram sobre o assunto favorito deles". Wesleypediu por oração, em vez de controvérsia, e Harris desistiu de algunspontos, e esforçou-se sinceramente para assegurar a paz.

Chegando em Bristol, ele encontrou a doença reinante, e logose comprometeu a visitar os sofredores. Quando cavalgava paraKingswood, seu cavalo caiu, tentou levantar e caiu novamente sobreseu cavaleiro. Wesley foi socorrido em uma casa, onde, sempremantendo sua única ocupação diante dele, ele encontrou três pessoas

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que "seguiam bem, até que satanás os impediu". Antes que elepartisse, eles resolveram se pôr a caminho novamente. Ele alcançouKingswood, à tarde, e pregou, retornando a Bristol, pregounovamente; então, falou em um encontro da Sociedade, e, mais tarde,atendeu uma festa do amor. Ele escreve: "Eu não me lembro de coisaalguma parecida a isto, em muitos meses; um grito foi ouvido de umaextremidade da congregação a outra; não de aflição, mas de alegria eamor transbordante".

No início de Novembro, Wesley regozijou-se muito noconforto que ele encontrou tanto em público, quanto em privativo. Istofoi, no entanto, logo seguido por um severo ataque de enfermidade,que continuou por um mês.

Não sendo possível ir a igreja, no momento, comungou emcasa. Ele foi avisado a permanecer dentro de casa, por algum tempomais, mas, não entendendo que fosse necessário, ele foi para a NovaSala, em Kingswood, e em Bristol, e, mais tarde, passou uma horacom a Sociedade, e, por volta de duas horas, na festa do amor. Seucorpo, não entanto, não pôde se manter no mesmo passo que suamente, e, no dia seguinte, ele teve um outro ataque de febre; mas elanão durou muito tempo, e ele gradualmente se recuperou e retornoupara suas tarefas completamente.

Ele agora se sentiu obrigado a exercer disciplina, em mais detrinta da pequena companhia em Bristol, aos quais ele se certificounão estarem mais adornando o evangelho. Ele retornou a Londres, emtempo de pregar nas Vésperas do Natal, e encontrar a Sociedade, maistarde, "quando", ele diz, "nós mal conseguimos partir, com nossoscorações tão envolvidos em direção um ao outro".

No último dia do ano, ele foi novamente acometido de febre,mas atendeu a um funeral, como prometera fazer, e "não pode refrearde exortar a quase inumerável multidão", que se reuniu em torno dasepultura. Ele, mais tarde, pregou, e se encontrou com a Sociedade,

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quando "muitos clamaram com um grito alto e amargo". Por volta dasdez horas, ele os deixou e retirou-se para descansar.

Muitos trabalhos pessoais de Wesley já haviam sido entregues,mas é impossível registrar todos. Cada hora, literalmente, cadamomento, desde as quatro da manhã, foi usada para a devoção da suaobra. Se um intervalo ocorria entre os serviços públicos, seusencontros com as Sociedades, suas visitações ao enfermo, ele oocupava em escrever ou concluir uma leitura. Porque até mesmo seutempo gasto encima do cavalo era utilizado para leitura, como temosvisto.

Na manhã do novo ano, Wesley acordou com uma forte febre,mas consentiu em se manter na cama, com a condição de que cada umque desejasse teria liberdade para falar com ele. Cinqüenta ou sessentapessoas fizeram isto. Naquela noite, ele dormiu bem, para o espantode todos, o médico, em especial, que disse que ele nunca tinha vistotal febre em sua vida.

Dois dias depois, ele encontrou os líderes das Bands, de manhãe a tarde, e se juntou com a pequena companhia em "grande sacrifíciode ação de graças". À tarde, na festa do amor, dos homens, ele pediuque eles se aproximassem; e aqueles que a sala não pode conterficaram do lado de fora, enquanto em uma só voz, eles louvavam aDeus.

No dia 4, "acordou em perfeita saúde", e pregou manhã enoite, todos os dias, durante a semana. No sábado, enquanto pregava,"uma turba rude ergueu sua voz ao alto". Ele "foi ao encontro dela,sem demora. Alguns tiraram seus chapéus e não mais abriram suasbicas; o restante saiu devagarzinho, um após o outro".

Ele escreveu:

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"Enquanto eu explanava em Longe Lane, 'Aquele que cometepecado é do diabo'; seus servos ficaram, sem medida, enfurecidos.Eles não apenas fizeram todo o barulho possível (embora, como eupedira antes, nenhum homem se levantasse de seu lugar, ourespondesse a eles uma palavra), mas violentamente empurrammuitas pessoas, de um lado para outro, golpearam outras, ederrubaram partes da casa. Por fim, começaram a atirar grandespedras sobre ela, que, quando forçavam o caminho deles, para aondequer viessem, caiu, junto com as telhas, em meio às pessoas, demaneira que elas corriam risco de morte. Eu, então, lhes disse: 'Vocêsnão devem prosseguir assim; eu tenho ordens do magistrado, que é,neste aspecto, para nós, o ministro de Deus, para informá-lo arespeito daqueles que não cumprem as leis de Deus e do rei; e eudevo fazer isto, se vocês persistirem nisto; do contrário, eu sereicúmplice do pecado de vocês'".

"Quando eu parei de falar, eles estavam mais injuriosos doque antes. Ao que eu lhes disse: 'Que três ou quatro homens calmosvenham para frente, e tragam o conflitante com eles, para que a leipossa tomar seu curso'. Eles assim fizerem, e o trouxeram para dentroda casa, praguejando e blasfemando, de uma maneira terrível. Eupedi que cinco ou seis viessem comigo até o Juiz Copeland, para oqual eles narraram o fato claramente. O Juiz o encaminhou para asseções seguintes em Guildford".

"Eu observei que, quando o homem foi trazido para dentro dacasa, muitos de seus companheiros gritavam: 'Richard Smith, RichardSmith', que, como pareceu mais tarde, era um dos mais robustoscampeões. Mas Richard Smith não respondeu; ele caiu no poder doMaior que eles; assim como uma mulher que falava palavras nãoadequadas para serem repetidas, e atirar o que lhe chegasse à mão, aquem Deus dominou no mesmo ato. Ela entrou na casa com RichardSmith, caiu de joelhos diante de todos, e fortemente exortou a Ele quenunca volta atrás; nunca esquece da misericórdia que tem mostrado asua alma". Um bom exemplo do que Wesley chamava de "o leão quese transforma em cordeiro". Eles não tiveram mais perturbações em

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Long Lane; afastaram a perseguição e o ofensor prometeu umcomportamento melhor.

No dia seguinte, ele pregou, em Chelsea, sobre a fé que éoperada pelo amor. Ele estava muito fraco, e nos diz que, quandoentrou na sala, "quanto mais 'as bestas humanas' cresciam na loucurae raiva, mais eu me fortalecia, quer no corpo ou na alma; de maneiraque eu acredito, poucos na casa, que estava excessivamente cheia,perderam uma sentença do que foi falado. Na verdade, eles nãopodiam me ver, nem alguém, a algumas poucas jardas de distância,devido à fumaça densa, que foi ocasionada pelo fogo grego e coisasdeste tipo, continuamente atiradas na sala. Mas aqueles que puderamlouvar a Deus, no meio do fogo, não ficariam temerosos por umpouco de fumaça".

Depois da exclusão de alguns que não caminhavam de acordocom o Evangelho, ele se certificou que a Sociedade de Londres estavacomprimida em cento e onze membros.

Um assunto interessante, neste momento, clamava por nossaatenção.

Desde o momento em que Wesley começou a pregar para seuscompatriotas, depois de seu retorno da Geórgia, gradualmente surgiudiante dele uma grande idéia de espalhar a santidade bíblica, atravésda terra, o que ele verdadeiramente discerniu como o propósito daProvidência Divina, no surgimento do Metodismo. Esta idéia deuforma a todos os seus planos e organizações. Se isto não fosse obtido,a reivindicação do Metodismo não estaria cumprida; todas asatividades eram bem-vindas, apenas quando prometiam auxiliar nesteúnico propósito. O que não contribuísse para isto estaria fora damarca. O primeiro passo em direção a esta finalidade foi, é claro, opregar o evangelho, e isto, a todos. Mas, antes que ele pudesse fazer oexperimento de pregar a Palavra, e entregá-la, e estes a aceitarem, paraas contingências da fidelidade individual, ele foi treinado na escolaMorávia a guardar e cultivar a vida espiritual de um crente. Esta foi alição inspecionada por Whitefield; e, embora seja impossível

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adequadamente estimar os grandes benefícios de seu extraordináriotrabalho, ainda assim, deve-se reconhecer que ele falhou nacontinuidade e permanência visível que caracterizou a obra deWesley, desde o início.

Wesley tinha o convertido da Sociedade, e todo convertido àverdade era encorajado a entrar na proteção de seus companheiros, eera, depois de devido exame, engajado como um membro. Mas, porque entrar na Sociedade? Esta era a soma de todas as coisas?Certamente que não. Ela era um meio para a uma finalidade. Nóstemos visto que dentro da Sociedade havia poucas companhiaschamadas "Bands", sendo cada encontro da "Band", sob o cuidado deum sênior, algumas vezes, chamado de "líder", para propósitos demútuo encorajamento e ajuda. Os encontros especiais, emborafreqüentes, da Sociedade, fora das congregações, aconteciam onde asEscrituras eram expostas, as obrigações cristãs reforçadas, e ainfidelidade checada. Mas, além disto, cada membro da Sociedade eravisitado pessoalmente, e sua vida pessoal observada e cuidada pelopróprio Wesley. Ele levava em sua algibeira, escrito por ele mesmo, erenovado de tempos em tempos, o nome e endereço de cada um, atémesmo, quando a Sociedade somava diversas centenas. Quase atravésde esforços sobre-humanos, ele os visitou em suas casas, tãofreqüentemente quanto sua força e atividade espantosa o capacitava,até mesmo quando suas residências estendiam-se "de Westminster aWapping" — de uma extremidade a outra de Londres.

Esta foi a primeira condição das coisas: nós agoratestemunhamos o desenvolvimento da Sociedade, de sua organizaçãoimperfeita à completa organização, e do estabelecimento das classesde encontro Metodista.

Partindo para Londres, pelo caminho de Chippenham (que elealcançou com dificuldade; o tempo, tão inclemente e tempestuoso, queele mal conseguia manter-se em seu cavalo), ele veio para Kingswood,Bath, e Bristol. Aqui ele passou alguns dias com todos aqueles quedesejaram permanecer na Sociedade Unida, e, em 15 de Fevereiro, deu

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um passo da mais extrema importância para toda a estrutura e ahistória futura do Metodismo. O incidente, em si mesmo, foicomparativamente insignificante. Wesley assim o relata: "Euconversava com diversos da Sociedade de Bristol, com respeito aosmeios de pagar os débitos restantes da Horsefair Room, quando umtal capitão Foi, levantou-se e disse: 'Que cada membro da Sociedadedê um pêni, por semana, até que tudo esteja pago'. Um outrorespondeu: 'Mas muitos deles são pobres, e não podem dispor disto'.'Então', ele respondeu, 'deixe onze dos mais pobres comigo; e se elesnão podem dar alguma coisa, eu os visitarei semanalmente, e dareipor eles, assim como por mim mesmo'. Isto foi feito. Em pouco tempo,alguns desses informaram-me que eles encontraram tais e tais quenão viviam como eles deveriam. Isto me golpeou imediatamente. 'Estaé a questão, a própria questão que temos esperado há tanto tempo"'.Nela, ele viu de imediato um meio de aliviar o que estava se tornandouma tarefa muito grande, até mesmo para ele -- sua visitação pessoal àSociedade, em suas próprias casas. "Eu chamei todos os líderes dasclasses (assim costumávamos denominá-los, e a seus companheiros),e pedi que cada um fizesse uma averiguação pessoal, quanto aocomportamento daqueles aos quais viam semanalmente. Eles ofizeram. Muitos caminhantes desordenados foram detectados. Algunsvoltaram de seus caminhos maus. Alguns foram afastados de nós.Muitos viram isto com medo, e regozijaram-se em Deus, comreverência. Tão logo quanto possível, o mesmo método foi usado emLondres e em outros lugares".

Ele prossegue para dizer que "era da competência de um líder:-- (1) Visitar cada pessoa de sua classe, uma vez por semana, pelomenos, com o objetivo de inquirir como suas almas prosperam,aconselhar, reprovar, confortar, ou exortar, conforme a ocasiãorequeresse; receber o que eles estavam desejosos de dar para aliviaro pobre. (2) Encontrar o ministro e administradores da Sociedade,para informar o ministro de alguém que esteja doente; ou de alguémque esteja confuso e não será reprovado; pagar aos administradores,o que eles receberam de suas diversas classes na semana precedente".

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"A princípio, eles visitaram casa pessoa, em sua própria casa;mas isto não se considerou mais expediente. E, de acordo com osmuitos relatos: --

(1) Isto tomava mais tempo do que a maioria dos líderes tinhapara gastar.

(2) Muitas pessoas viviam com patrões, patroas, ou parentes,que não permitiam que elas fossem assim visitadas.

(3) Nas casas daqueles que não eram assim tão avessos, elesfreqüentemente não tinham oportunidade de falar-lhes, a não ser emcompanhia de alguém, etc. Assim sendo, levando em conta todas essasconsiderações, concordou-se que aqueles de cada classe seencontrariam todos juntos". Assim, todos os objetivos pretendidosseriam assegurados. "Depois de uma ou duas horas juntos nestetrabalho de amor, eles concluiriam com oração e ação de graças". Areunião de classe, assim, tornou-se uma característica distinta daSociedade Metodista, e tem continuado assim, até o presente dia.

Através do encontro dos membros para orar, louvar eintercurso espiritual, a classe elevou-se de uma mera organizaçãoconveniente para a supervisão de membros individuais, em um meiode camaradagem cristã e mútua ministração espiritual, na qual a idéiada comunhão bíblica é realizada da maneira mais prática eaproveitável; o objetivo sendo ajudar cada membro a salvar suaprópria alma, e auxiliá-lo a salvar as almas de seus irmãos. Esta temsido, desde então, a natureza das classes Metodistas; e para suainfluência deve ser traçada a organização compacta e efetiva da IgrejaMetodista.

Subseqüentemente, com uma visão à consideração maisadiante da Sociedade, "eu determinei", ele diz, "pelo menos, uma vez,a cada três meses, conversar com cada membro, e inquirir, assimcomo de seus lideres e amigos, se eles cresceram na graça e noconhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo – Para cada um desses

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cuja seriedade e boa conduta eu não encontrei motivo para duvidar,eu dei um testemunho, escrevendo seus nomes em um ingressopreparado para aquele propósito; todo ingresso implicando, umarecomendação tão firme da pessoa a quem ele havia sido dado, comose eu escrevesse por fim: 'eu acredito que o portador desta seja umdos que temem a Deus e operam retidão'".

Esses ingressos eram renovados trimestralmente; e assim,supriam um método tranqüilo e inofensivo de remover algum membroindigno, simplesmente retendo o ingresso. Quando as reuniões daSociedade, à parte da congregação, aconteciam, os ingressos eramrequeridos que fossem mostrados. Wesley encontrou seu precedentepara o uso desses ingressos nas cartas de recomendação, mencionadasem II Cor. 3:1 "Começamos outra vez a recomendar-nos a nósmesmos? Ou, porventura, necessitamos, como alguns, de cartas derecomendação para vós, ou de vós?".

No ano seguinte, Wesley publicou a Natureza, Objetivo eRegras Gerais das Sociedades Unidas, em Londres, Bristol,Kingswood, e Newcastle-upon-Tyne, datada de 22 de Fevereiro 1742-43, e assinada apenas por ele; todas as edições subseqüentes levaramas assinaturas de ambos os irmãos.

Depois de se referir aos pormenores acima, ele acrescentou:

(4) Existe apenas uma condição previamente requeridaàqueles que desejam admissão nestas Sociedades: o desejo de fugir daira vindoura; serem salvos de seus pecados. Porém, quando quer queisto seja realmente fixado na alma, será mostrado pelo seu fruto. É,portanto, de se esperar de todos que continuam nelas, que elespossam continuar a evidenciar seu desejo de salvação:

1º. Não causando dano, evitando o mal de todo o tipo,especialmente aquele que é mais comumente praticado tal como:tomar o nome de Deus em vão; profanar o dia do Senhor, seja comtrabalho comum, ou comércio de compra e venda; tomar, vender, ou

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comprar bebida alcoólica, exceto nos casos de extrema necessidade;lutar, discutir, brigar; irmão ir à justiça contra irmão, retribuir o malcom o mal, zombaria com zombaria; usar de muitas palavras, nacompra ou venda; comprar ou vender bens, sem taxas aduaneiras;dar ou trazer coisas da agiotagem, por exemplo, interesse ilícito;manter conversa severa ou sem proveito; particularmente falando malde magistrados ou de ministros; fazermos aos outros, o que nãogostaria que fosse feito a nós; fazermos o que sabemos não é para aglória de Deus, como: -- usar ouro ou vestimentas caras; participarde tais diversões que não podem ser usadas em nome do SenhorJesus; cantar aquelas canções, ou ler aqueles livros que não tendemao conhecimento ou amor a Deus; fraqueza, e desnecessária auto-indulgência; juntar tesouros na terra; pedir emprestado, sem aprobabilidade de devolver; ou adquirir bens, sem a probabilidade depagar por eles.

(5) Espera-se de todos que continuam nestas Sociedades, queeles continuem a evidenciar seu desejo de salvação.

2º. Sendo misericordiosos sempre que estiver em seu poder, outiverem oportunidade, fazerem todo tipo de bem possível, até ondeseja possível, a todos os homens: Aos seus corpos, com a habilidadeque Deus lhes deu -- alimentando o faminto, vestindo o nu; visitandoou ajudando os que estão enfermos ou na prisão: Às suas almas –ministrando, reprovando, ou exortando todos com os quais tem algumintercurso; pisoteando as doutrinas fanáticas do diabo, que diz que"não devemos fazer o bem, exceto se nosso coração estiver livre paraisto"; fazendo o bem, especialmente, àqueles que são nossa família nafé, ou buscando ser; dando-lhes emprego, preferivelmente do que aoutros; comprando um do outro; ajudando uns aos outros, nosnegócios, e tanto mais, porque o mundo amará o que é seu, e a elessomente; através de toda diligência e sobriedade possível, para que oEvangelho não seja envergonhado; correndo, com perseverança, acorrida que se colocada à frente deles, negando a si mesmos, etomando sua cruz diariamente; submetendo-se a suportarem areprovação de Cristo; serem como sujeira e o refugo do mundo; por

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amor ao Senhor, olhar com respeito homens dizem toda sorte de maldeles, falsamente.

(6) È de se esperar de todos que desejam continuar nestasSociedades, que eles possam continuar a evidenciar seu desejo desalvação:

3º. Atendendo a todas as ordenanças de Deus; tais como:adoração pública; ministração da palavra, quer lida ou exposta; aCeia do Senhor; oração familiar ou pessoal; buscar as Escrituras; ejejuar ou abster-se.

(7) Essas são as Regras Gerais de nossas Sociedades: todasque aprendemos de Deus, observar, até mesmo, em Sua PalavraEscrita; a única regra, e suficiente regra, ambas de nossa fé e prática.E todas essas, nós sabemos, Seu Espírito escreve em cada coraçãoverdadeiramente desperto. Se existe algum, em nosso meio, que nãoas observa, que habitualmente quebra alguma delas, que isto sejaconhecido daquele que vigia aquela alma, como quem deve prestarcontas disto. Nós advertiremos a ele, quanto aos erros de seuscaminhos: nós os suportaremos por um tempo. Mas, então, se ele nãose arrepender, ele não mais terá lugar em nosso meio. Nós livraremosnossas próprias almas. -- J. Wesley / Charles Wesley — 1º. Maio de1743.

No final do mês, ele partiu para Wales. Em Cardiff, eleencontrou o sr. Jones de Fonmon; em Wenvo, a igreja estavatotalmente preenchida. À noite, embora em fraqueza e dor, ele pregouem Fonmon; na manhã seguinte, às oito horas, em Bonvilstone, quatromilhas distante. Em Lantrissent [Llantrisant], ele sentiu-se muitorevigorado ao encontrar lá "a pequena e sincera Sociedade".

Depois de seu retorno de Wales, já no serviço de "noite devigília", em Kingswood, sua voz foi perdida, em meio aos gritos daspessoas. Centenas delas caminharam para casa juntas, regozijando-see louvando a Deus. Uma semana depois, ele cavalgou para Pensford, a

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pedido sincero de diversos moradores. Mas, assim que começou apregar, uma grande turba, escondida, como se certificou mais tarde,para aquele propósito, veio furiosamente sobre eles, trazendo umtouro, que eles haviam atraído, e agora, esforçavam-se para atravessarem meio às pessoas. Mas a besta foi mais sábia que seus condutores,e, continuamente corria, de um lado a outro, enquanto a congregação,tranqüilamente cantou louvores a Deus, e orou por volta de uma hora."Os pobres miseráveis", diz Wesley, "desapontados, por fim,prenderam o touro, agora fraco e cansando, depois de ter sidogolpeado, por cães e homens; com toda a força, parcialmentearrastado, e, parcialmente empurrado, em meio às pessoas. Quandoeles forçaram seu caminho, até a mesa onde eu estava, eles tentaramdiversas vezes, derrubá-la, empurrando o impotente animal contraela, que não se mexeu mais do que uma tora de madeira. Uma ouduas vezes, coloquei sua cabeça de lado, com minha mão, para que osangue não pingasse em minhas roupas, pretendendo seguir emfrente, tão logo o alvoroço diminuísse. Mas a mesa caiu, alguns denossos amigos me pegaram em seus braços, e me carregaram em seusombros, enquanto a turba deu largas à sua vingança, na mesa, queeles despedaçaram aos poucos. Nós ficamos um pouco afastados,onde eu terminei meu discurso, sem qualquer barulho ouinterrupção".

Retornando para Londres, ele pregou na Capela francesa emWapping. No dia seguinte, encontrou-se, com hora marcada, comdiversos "homens sinceros e sensíveis", aos quais ele mostroudificuldade, que ele encontrou, para conhecer as pessoas quedesejavam estar sob seus cuidados. Depois de muita consideração,eles concordaram que não existe caminho melhor do que enfrentar adificuldade, e vir para o certo, e completo conhecimento de cadapessoa, do que copiar o plano de Bristol, e dividir o todo em classes,sob a inspeção de pessoas capazes, em quem ele confiasse. "Esta", elediz, "foi a origem de nossas classes, pelo qual eu nunca sereisuficientemente grato a Deus; a inexplicável utilidade da instituição,cada vez, mais e mais, manifesta".

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Na sexta-feira, 9 de Abril, ele teve a primeira noite de vigíliaem Londres (encontros similares tinham acontecido previamente emKingswood); sobre a qual, ele diz: "Nós comumente escolhemos, paraeste serviço solene, a sexta-feira mais próxima da lua cheia, tantoantes, quanto depois, para que aqueles da congregação, que moramdistantes, possam ter claridade até suas casas. O serviço começa oitoe meia, e continua até depois da meia-noite. Nós freqüentementeencontramos uma bênção especial nestas ocasiões. Existe geralmenteum profundo respeito, junto a congregação, talvez, em algumamedida, devido ao silêncio da noite; especialmente, no cantar o hinocom o qual comumente concluímos:

Escutem a voz solene!O terrível grito da meia-noite!Esperando que as almas se regozijem, se regozijem,E percebam o noivo se aproximando!

Por um longo tempo, no passado, as noites de vigília foramconfinadas a um serviço anual, que acontecia nas últimas horas do anovelho, e nos primeiros momentos do novo; uma prática agora geral, namaioria das igrejas. Para esses serviços, Charles Wesley compôs umnúmero de hinos, que foram publicados em um panfleto intitulado,Hinos para a Noite de Vigília. Mas o hino popular começa assim:

Vamos, mais uma vez,Seguir nossa jornada,Até que o ano aconteça,Sem nunca parar, até que o Mestre apareça!

Hino que por um século e meio foi cantado por dez mil, naabertura de cada novo ano, não foi, então escrito. Ele foi publicadoalguns anos mais tarde, em um panfleto de Hinos para o Ano Novo.Não existe um simples passo incomum tomado por Wesley, para oqual, objeção não foi feita. Mas ele raramente agiu sem consideraçãoprévia. Quando as noites de vigília foram, primeiro, observadas emKingswood, alguns o advertiram para colocar um fim nelas. Ele diz:

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"Ao considerar a coisa totalmente, e comparando-a com a prática dosantigos cristãos, eu não vejo motivo para proibi-la. Antes, eu acreditoque ela seria de uso mais geral"; e ele juntou-se a eles no encontroseguinte. Em resposta a um clérigo, ele escreveu, posteriormente:"Você me culpa por manter 'reuniões à meia-noite'. Senhor, vocêalguma vez viu a palavra vigília, em seu Livro Comum de Oração?Você sabe o que ela significa? Se não, permita-me dizer-lhe, que elafoi costumeira com os antigos cristãos, que passavam todas as noitesem oração, e que estas noites eram denominadas vigiliae, ou vigília.Portanto, por passar uma parte de algumas noites desta maneira, emoração pública e solene, nós não temos apenas a autoridade de nossaprópria Igreja, mas da Igreja universal, nas zelosas épocas".

Ele encontrou seu velho amigo Whitefield novamente, e foipersuadido de sua sinceridade em declarar seu sincero desejo dejuntarem as mãos, com todos que amam o Senhor Jesus Cristo.

Ele estava a ponto de partir de Bristol, quando, recebeu umsincero pedido da Condessa de Huntingdon para se apressar atéLeicestershire, para ver uma lady, a Srta. Cowper, que estava emDonnington Park, em seu leito de morte, e se dirigiu para lá. Acaminho, ele foi alcançado por um sério homem que, ele diz, "estavacompletamente inquieto para saber, 'se eu abraçava a doutrina dosdecretos como ele'. Mas eu lhe disse, repetidas vezes, 'que deveríamosnos manter nas coisas práticas, a fim de que não ficássemos zangadosum com o outro'. E assim fizemos por duas milhas, até que ele mepegou desprevenido, e me arrastou para uma disputa, antes que eusoubesse onde eu estava. Ele, então, ficou cada vez mais esquentado,e me disse que 'eu era podre no coração, e supostamente um dosseguidores de John Wesley'. Ao que eu respondi a ele: 'Não; eu sou opróprio John Wesley'. Ao que, 'Improvisum aspris veluti qui sentibusanguem Pressit; ele alegremente teria fugido imediatamente. Mas,sendo o melhor montado dos dois, eu me mantive ao seu lado, eesforcei-me para mostrar a ele seu coração, até que ele entrou emuma rua de Northampton".

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Ele passou de Donnington para Birstal, onde recebeu donotório John Nelson o relato da estranha maneira, em que ele tinhasido conduzido.

Nelson, um pedreiro de Yorkshire, enquanto trabalhando emLondres, ouviu Whtefield pregar em Moorfields, e ficouprofundamente impressionado. A pregação foi agradável para ele,Nelson diz, e ele amou o homem; de maneira que, se alguém seoferecesse para perturbá-lo, ele estaria pronto a lutar por ele, mas,acrescenta: "eu não o entendia, embora eu o ouvisse vinte vezes, queeu saiba... Eu era como um pássaro errante, fora de seu ninho, atéque o sr. John Wesley veio pregar seu primeiro sermão emMoorfileds. Oh! Aquela foi uma manhã abençoada para minha alma!Tão logo ele tomou o púlpito, jogou os cabelos para trás, e virou seurosto em direção aonde eu estava, e eu pensei, seus olhos estão fixosem mim; seu semblante causou-me tal pavor, antes que eu o ouvissefalar, que meu coração bateu como um pêndulo de um relógio".Depois dessa conversa, Nelson retornou para sua casa em Birstal.Aqui muitos o pressionaram com algumas questões, concernentes à"nova fé". Ele reconheceu-se um crente, e que estava "tão certo de queseus pecados foram perdoados, como se ele pudesse ser um dos raiosdo sol". Isto causou um alarido nas redondezas, e mais e mais vieraminquirir. De improviso, ele começou a citar, explicar, e reforçar partesdas Escrituras. Isto ele fez, a princípio, em sua casa, mas, acompanhia, aumentando grandemente, ele foi compelido, ao retornarde seu trabalho diário, a ficar na sua porta e falar para o povo. Muitosaceitaram sua palavra, e uma sociedade foi estabelecida em Birstal.Aqui Wesley pregou "para diversas centenas das pessoas simples, epassou a tarde, falando separadamente com aqueles que tinhamtestado da Palavra de Deus". De Birstal, ele foi para Newcastle,lendo, pelo caminho, Memorablia, de Xenofon, e, como era suavontade, registrando seu julgamento sobre ele.

Wesley entrava agora na extensão de sua obra, para além dasesferas às quais esteve confinado até aqui. Ao ir para Birstal eNewcastle, que eram cenários de trabalhos inteiramente novos para

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ele, ele acreditou que seguia a direção da Providência Divina, cujasindicações, ele vislumbrou, e pacientemente esperou, e esteve semprepronto a responder, quando fossem conhecidas. Esses dois lugaresdistinguiram-se proeminentemente em todas as futuras operações deWesley, e em todas as narrações cronológicas subseqüentes doreavivamento. Para os estudantes da história do Metodismo, elas têmuma espécie de interesse clássico.

Ele alcançou Newcastle, na tarde da sexta-feira, 28 de Março.Depois de um breve descanso, ele caminhou na cidade, da qual eleescreve:

"Eu fiquei surpreso: tanta bebedeira, praguejamento, eblasfêmia (até mesmo das bocas das crianças), que eu não me lembrode ter visto ou ouvido antes, em tão pequeno período de tempo.Certamente este lugar é propício para aquele que 'vem, não parachamar o correto, nós, mas os pecadores ao arrependimento'. Às setehoras, do domingo, eu caminhei para Sandgate, a mais pobre ecorrupta parte da cidade; e, permanecendo no final da rua, com JohnTaylor, comecei a especular centenas de salmos. Três ou quatrovieram para ver do que se tratava, o que logo aumentou paraquatrocentos ou quinhentos. Eu suponho que havia mil e duzentos oumil e quinhentos, antes que eu terminasse a pregação, para os quaiseu apliquei aquelas solenes palavras: 'Ele foi ferido por nossastransgressões; Ele foi esmagado por nossas iniqüidades: o castigo denossa paz está sobre Ele; e por Suas machucaduras fomos curados".[Isaías 53:5].

"Observando as pessoas, quando eu terminei, de boca aberta eolhando fixamente em mim, com 'o mais profundo espanto, eu lhesdisse: 'Se vocês desejam saber quem eu sou, meu nome é John Wesley.Às cinco horas da tarde, com a ajuda de Deus, eu pretendo pregaraqui novamente".

"Às cinco horas, a notícia de que 'eu pretendia pregar,espalhou-se do topo ao chão. Eu nunca vi tão grande número de

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pessoas juntas, fosse em Moorfileds, ou em Kennington Common. Eusabia que não seria possível para a metade me ouvir, embora minhavoz estivesse forte e clara; e fiquei de maneira a tê-los todos em vista.Uma vez que eles estavam se agrupando nos lados da colina. Apalavra de Deus, que eu coloquei diante deles foi: 'Eu sararei a suaapostasia, eu os amarei livremente'. [Oséas 14:4]".

"Depois da pregação, as pobres pessoas estavam prontas a mepisotear, pelo excesso de puro amor e delicadeza. Foi algum tempoantes que eu pudesse escapar da multidão. Eu, então, voltei por umoutro caminho, do que aquele que eu vim; mas diversos chegaram emnossa estalagem, antes de nós; pelos quais fui severamenteimportunado a ficar com eles, pelo menos, alguns dias, ou, quemsabe, um dia mais. Mas eu não poderia concordar, tendo dado minhapalavra de estar em Birstal, com a permissão de Deus, na terça-feiraá noite".

De Newcastle, ele cavalgou para Boroughbridge; e de lá paraBirstal, onde uma multidão se reuniu. Ele começou a falar com eles,por volta das sete horas, e não pode concluir até nove e meia.

Ele também pregou perto de Halifax, e próximo a DewsburyMoor, duas vezes; em Mirfield; em Adwalton, em uma parte ampla darodovia; novamente em Birstal, onde "todos os ouvintes estavamprofundamente atentos", em Beeston, onde ele leu MysteriumMagnum, de Behmen, e declarou se tratar do "mais sublime bobagem,linguagem bombástica inimitável; e empolada, sem paralelo".Cavalgando para Epworth, ele concluiu Madame Guyon, MétodoResumido de Oração & Espirituais Torrentes, no qual ele se certificouque os irmãos quietistas "apenas recontaram esta pobre quietista".

Retornando para Epworth, depois de um intervalo de algunsanos, ele logo foi descoberto por duas ou três pobres mulheres; umadelas era uma velha serva de seu pai. Ele perguntou, se elasconheciam alguém em Epworth que sinceramente quisesse ser salvo."Eu sou uma, pela graça de Deus", disse uma delas, "e eu sei que sou

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salva pela fé; e muitos aqui podem dizer o mesmo". No dia seguinte,domingo, seu companheiro, John Taylor, depois do serviço,permaneceu no pátio da igreja, e avisou: "Sr. Wesley, não lhe sendopermitido pregar na igreja, pretende pregar aqui, às seis horas datarde". Na hora marcada, Wesley permaneceu na tumba de seu pai, epregou para tal congregação, que ele acreditou Epworth não tinhavisto antes. Pressionado sinceramente por muitos, não apenas deEpworth, mas de diversas vilas adjacentes, e ao certificar-se que osirmãos quietistas tinham estado aqui também, ele permaneceu poralguns dias, pregando e falando individualmente com aqueles, emtodos os lugares, que encontraram ou esperavam pela salvação; cadamanhã tomar seu lugar na tumba de seu pai. Nós soubemos que todoum vagão desses novos heréticos foi trazido por seus raivososvizinhos, diante do juiz de paz, Sr. George Stovin, de Crowle, umacidade próxima, que inquiriu o que eles tinham feito; ao que houve umprofundo silêncio. Por fim, alguém disse: "Porque, eles pretendem sermelhores do que as outras pessoas; e, além disto, eles oram de manhãà noite". "Mas eles têm feito nada além?". "Sim, senhor", disse umhomem idoso, "Vossa Excelência, me permite, eles converteramminha esposa. Até que estivesse entre eles, ela tinha tal língua! Eagora ela está tão quieta como um cordeiro". "Levem-nos de volta;levem-nos de volta", respondeu o juiz, "e que eles convertam todos asranzinzas da cidade".

Em Epworth, "os efeitos impressionantes acompanharam apregação. Uma tarde, de todos os lados, como que num único acorde,as pessoas levantaram suas vozes, e choraram; na tarde seguinte,diversos caíram ao chão como mortos", e em meio aos demais houvetal grito, a quase suplantar a voz do pregador. Mas o murmurar delestransformou-se em alegria, e seus choros em canções de louvor.

Um cavalheiro esteve presente, em um serviço que pretendianão ser de alguma religião, afinal, e não atendeu a adoração dequalquer tipo, por trinta anos. Wesley, ao observar que ele permaneciaimóvel, como uma estátua, perguntou: "Senhor, você é um pecador?".Ele respondeu, com uma voz profunda e humilhada: "Pecador o

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suficiente"; e continuou com os olhos fixos ao alto, até que sua esposae um servo, que estavam todos em lágrimas, o colocaram em suacarruagem e o levaram para casa. Visitando-o alguns anos depois,Wesley foi agradavelmente surpreendido ao encontrá-lo forte na fé,embora fraco no corpo, e capaz de testemunhar que, há muito tempo,ele se regozijava em Deus, sem tanto duvidar, quanto temer, e agoraesperava pela hora bem-vinda, quando ele partiria e estaria comCristo.

No domingo, Wesley pregou, às sete horas, em Haxey; demanhã e à tarde, em Wroot, onde a igreja oferecida a ele não podiaconter as pessoas; às seis horas, ele pregou no pátio da Igreja deEpworth, "para uma vasta multidão", quando, ele diz, "eu continueicom eles, por aproximadamente três horas; e, ainda assim, nósdificilmente soubemos como partir" – e este foi o quarto serviço nodia! Ele fez a seguinte reflexão: "Ó, que ninguém pense que seutrabalho de amor está perdido, porque o fruto não apareceuimediatamente. Por quase quarenta anos, meu pai trabalhou aqui; eleviu poucos frutos de todo seu trabalho. Eu sofri em meio a este povotambém; e minhas forças pareceram ser gastas em vão. Mas agora ofruto apareceu. Quase não existe alguém na cidade, pelo qual, tantomeu pai, quanto eu sofremos anteriormente, mas a semente, semeadahá tanto tempo, parece agora brotar, produzindo o fruto doarrependimento e remissão dos pecados".

Na manhã seguinte, ele partiu para Sheffield, ver um tal deDavid Taylor, "a quem Deus fizera um instrumento de Deus paramuitas almas". Não o encontrou, e pensou em seguir adiante, mas aspessoas o constrangeram a ficar e pregar de manhã e à tarde. Com oregresso de Taylor, Wesley soube dele; e registrou para sua orientaçãofutura, que ele (Taylor) tinha ocasionalmente exortado multidões, emvárias partes; mas, depois disto, ele não se preocupou mais, demaneira que a maior parte adormeceu novamente. Um testemunho queconfirmava a prudência daquele cuidado defensivo que Wesleytentava exercer sobre seus convertidos.

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Prosseguindo de Sheffield, ele pregou em Barley Hall,subseqüentemente, o cenário de muitos serviços consagrados, ondemuitos se derreteram e foram preenchidos com amor ao seu Salvador.Na manhã seguinte, ele pregou por volta das cinco horas, mas foicompelido a interromper no meio de seu discurso; porque, ele diz,"seus corações estavam tão preenchidos com um sentimento de amora Deus, e nossas bocas com louvor e adoração"; depois de um tempo,ele concluiu seu sermão.

Deixando Sheffield, ele continuou para Ripley, DonningtonPark, Ogbrook, Melbourne, Markfield, Coventry, e Evesham;pregando onde quer que fosse, e reunindo a pequena Sociedade, emtodo o lugar que tivesse uma; o que, no mínimo, significava quasetoda a cidade, através das quais ele previamente passara. Em cadaSociedade, ele corrigia tais erros ou males quando havia problemas.Ele prosseguiu para Stroud, pregando no mercado, ao meio-dia, onde"teria havido mais confusão; um bêbado já embriagado muito cedoestava tão insensatamente impertinente que, até mesmo seuscamaradas estavam completamente envergonhados dele". À tarde,pregou em Minchin-Hampton Common, onde havia muitos da"Sociedade do Sr. Whitefield".

No dia seguinte, domingo, 27 de Junho, ele pregou, às setehoras, em Painswick; às dez, atendeu a Igreja; à tarde, em Runwick,no encerramento do serviço, ele discursou para "uma vasta multidão",e concluiu o dia, através de um outro serviço em Minchin-HamptonCommon. No dia seguinte, ele cavalgou para Bristol, onde secertificou que a disputa tinha causado muitos danos. Quando saía deNewgate, alguém despejou tal inundação de blasfêmia e amargura,que ele "dificilmente pensou que poderia ser encontrada fora doinferno". Assim, o espírito do mal, cujo território foi atacadoverbalmente, encontrou expressão, através de seus agentes. Ele esteveocupado por quatro dias inteiros, em reconciliar as pequenasdiferenças que tinham se erguido em meio ao seu povo de Bristol.

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Cavalgou para Cardiff, onde encontrou muita paz e amor, napequena Sociedade de lá. No dia seguinte, 7 de Julho, ele retornou,pregando para uma congregação pequena e atenta, perto de Henbury,e, antes das oito horas, alcançou Bristol, onde ele teve "um encontroconfortável com muitos que sabiam em quem eles criam". "Agora,por fim", ele diz, "eu passei uma semana em paz; todas as disputascolocadas de lado". Ele retornou para Londres em 20 de Julho.

Assim, terminou o primeiro traço da viagem evangelista, noqual se observa que ele sempre espera as indicações dascircunstâncias, talvez, seja mais correto dizer, as indicações daProvidência, -- antes pregar e estabelecer as sociedades em lugaresnovos. Também se observa que as pequenas sociedades esporádicasbrotam em diferentes partes da região, devido a várias causas, sem suaintervenção direta. Pode-se notar mais ainda que ele começa a viajaracompanhado, se possível; e logo se tornou uma prática para um ououtro de seus colaboradores, se reunirem a ele em suas excursões.

Várias circunstâncias prepararam o caminho para as visitas deWesley. Em Wales, por exemplo, Howel Harris, um pregador degrande poder, de quem foi dito, "Ele rasga a todos diante dele, comoum rastelo largo", trabalhou desde 1735, e organizou trintasociedades, chamadas "Sociedades de Experiência Pessoal", antes queWhitefield ou Wesley visitasse o Principado.

Em seu retorno de Londres, Wesley encontrou sua mãe nasbordas da eternidade; mas ela não tinha dúvida ou temor, nem algumdesejo, a não ser (tão logo Deus a chamasse) partir e estar com Cristo.Três dias depois, ela faleceu. Ele assim descreve a cena, e o funeral:"Sexta-feira, 23 de Julho – Por volta das três horas da tarde, eu fuiaté minha mãe, e me certifiquei que sua mudança estava perto. Eu mesentei ao lado da cama. Ela estava em seu último conflito, incapaz defalar, mas eu acredito, completamente consciente. Sua aparênciaestava calma e serena, e seus olhos fixados no alto, enquantorecomendávamos sua alma a Deus. Das três às quatro horas, ocordão de prata desprendeu-se, e o cântaro despedaçou-se junto à

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fonte; e, então, sem qualquer esforço, ou sinal, ou gemido, a almalibertou-se. Nós permanecemos ao redor da cama, e cumprimos seuúltimo pedido, dizendo um pouco antes de perder o seu discurso:'Filhos, tão logo eu esteja livre, cantem um salmo de louvor a Deus'".No domingo seguinte, ele diz: "Uma companhia quase inumerávelreuniu-se, e, por volta das cinco da tarde, eu entreguei para a terra ocorpo de minha mãe, para dormir com seus pais. Foi uma das maissolenes reuniões que eu tinha visto, ou esperava ver, deste lado daeternidade". Assim, encerrou-se a diversificada vida terrena destamulher devota, que obtivera para si mesmo, uma posição quaseinigualável, em meio às esposas e mães da Inglaterra.

"Em 8 de Agosto, eu gritei alto em Radcliff Square: Por que vocêmorrerá, ó casa de Israel? Apenas um pobre homem estavaexcessivamente barulhento e perturbado. Mas, de imediato, Deustocou seu coração. Ele abaixou sua cabeça; as lágrimas cobriram seurosto; sua voz não mais foi ouvida. Naquela tarde, eu me senticonstrangido a separar dos crentes, alguns que não mostraram sua fé,através de suas obras. Um desses ficou profundamente insatisfeito;falou muitas palavras amargas, e saiu abruptamente. Em um dia oudois, enviou uma nota, exigindo o pagamento de cem libras, que eletinha emprestado, cerca de um ano antes, para pagar os operários daFundição. Dois dias depois, Ele voltou e disse que queria seudinheiro, e não poderia esperar mais. Eu disse que eu me esforçariapara devolvê-lo; e pedi que ele voltasse á tarde. Mas ele disse que nãopoderia esperar tanto tempo, deveria tê-lo ao meio-dia. Ondeconsegui-lo, eu não sabia", diz Wesley, e acrescenta, "Entre nove edez horas, alguém veio e me ofereceu o uso de cem libras, por ano,mas outros dois estiveram comigo antes, e fizeram a mesma oferta. Euaceitei a cédula, que um deles trouxe; e vi que Deus está sobre tudo".

A caminho de Bristol, ele leu "aquele surpreendente livro, Avida de Inácio de Loyola, certamente um dos maiores homens que,alguma vez, se engajou no apoio de uma causa tão ruim! Eu gostariade saber se algum homem poderia julgá-lo um fanático. Não, mas eleconhecia as pessoas com as quais lidava. E para demonstrar (como o

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Conde Z---), com uma completa persuasão, que ele usaria de fraudepara promover a glória de Deus ou (o que ele pensou fosse a mesmacoisa) os interesses da Igreja Dele, ele agiu, em todas as coisas,consistentemente com seus princípios".

Em Oxford, ele encontrou seu irmão e o Sr. Charles CasparGraves. Sr. Graves, anteriormente um estudante da Magdalen College,Oxford, foi convertido, sob a ministração de Charles Wesley, e setornou um dos Metodistas de Oxford, depois que Wesley partiu. Seusamigos, acreditando que ele estivesse "completamente louco", oremoveram do seu colégio. Quase coagido por eles, consentiu emendereçar um documento aos seus colegas do colégio, renunciandoaos princípios e práticas dos Metodistas, declarando sua tristeza, porter ofendido e escandalizado, ao atender aos encontros deles, eprometendo não ofender mais. Dois anos mais tarde, sob umaprofunda depressão, por conta de seu erro, ele escreveu novamente,confessando que ele agiu sob a influência de um temor pecaminoso dohomem, e em respeito ao julgamento daqueles a quem ele consideravamais sábios do que si mesmo; e agora abertamente se retratava daafirmação anterior, e declarava que ele não conhecia princípiosMetodistas (assim chamados), que fossem contrários à Palavra deDeus, nem quaisquer práticas, mas o que estava de acordo, com asEscrituras e as leis da Igreja. Ele se tornou um clérigo muito útil, e umamigo e colaborador dos Wesleys.

Depois de ter ajustado a Sociedade aqui, e em Kingswood, eleretornou para Londres, lendo no caminho, "aquele excelente tratadodo Sr. Middleton, Ensaio Sobre o Governo da Igreja", e, "uma vezmais a vida daquele bom e sábio homem (embora equivocado),Gregório Lopez".

Pressionado a visitar um pobre assassino em Newgate, eleobjetou que os carcereiros, assim como o guarda, odiassem osMetodistas, e recusaram a admiti-lo, até mesmo, a alguém quesinceramente pediu por isto, na manhã que ia morrer. De qualquerforma, ele foi, e para sua surpresa, encontrou todas as portas abertas

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para ele. Enquanto exortava, o doente malfeitor clamou a Deus, orestante dos réus ao redor, para os quais ele falou "fortes palavras,concernentes ao Amigo dos Pecadores, que eles receberam, com tãogrande sinal de assombro, como se tivessem ouvido a voz do céu".Quando veio para o corredor comum, um dos prisioneiros, fez-lheuma pergunta, que lhe deu a oportunidade de falar em meio a eles,mais e mais, ainda juntos, enquanto ele declarava que Deus nãodesejava que algum deles perecesse, mas que todos viessem para oarrependimento.

No domingo, 12 de Setembro, desejou pregar em um lugaraberto, comumente chamado de Great Gardens, estendendo-se entreWhitechapel e Coverlet-Fields, onde encontrou uma vasta multidãoreunida, e apelou para que eles se arrependessem e cressem noEvangelho. "Muitas das bestas humanas", ele escreve, "esforçaram-separa perturbar aqueles de uma mente melhor. Eles tentaram dirigirum rebanho de vacas, em meio deles; mas os animais eram maissábios que seus mestres. Eles, então, atiraram chuvas de pedras, euma atingiu-me, bem entre os olhos. Mas eu não senti dor, afinal, e,quando enxuguei o sangue, prossegui testificando com voz bem alta,que Deus deu àqueles que crêem, não um espírito de temor, mas dopoder e amor, e de uma mente sadia. E, através do espírito que agorasurgiu, por toda a congregação, eu vi claramente qual a bênção queexiste, quando nos é dado, até mesmo, no menor grau, sofrer porcausa de seu nome". Ele carregou a cicatriz na testa, até o fim da suavida.

No dia seguinte ao incidente relatado, ele partiu depois doserviço da manhã; às nove horas, pregou em Windsor, e na tardeseguinte, veio para Bristol, onde passou uma quinzena, examinando aSociedade, e falando individualmente com cada membro. Nospróximos dois meses, ele passou alternadamente em Londres e Bristol,onde ele diariamente exerceu seu trabalho evangelista e observou suassociedades.

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Na segunda-feira, 8 de Novembro, às quatro horas, ele partiude Londres, para Newcastle, e, pregando em várias cidades nocaminho, ele chegou no sábado, e de imediato encontrou umaSociedade, selvagem, olhando fixamente, e amorosa. Seu irmãotrabalhara aqui por algumas semanas, mas acabara de retornar paraLondres.

No domingo, ele pregou às cinco horas da manhã (uma coisanunca ouvida antes nestas partes), quando "a vitoriosa suavidade dagraça de Deus estava presente com Sua palavra". Às dez horas, elefoi para All Saints, onde havia tal número de comunicantes, como eledificilmente vira, a não ser em Londres ou Bristol. Às quatro horas,ele pregou na quadra do Hospital Keelmens, e encontrou a Sociedadeàs seis horas. Na segunda-feira, às cinco horas, começa expondo Atosdos Apóstolos.

Cada tarde, ele falou separadamente com os membros daSociedade. Nas terças-feiras, à tarde, ele expôs a Epístola aosRomanos, e, depois, o sermão adequado à Sociedade.

Afetado pelas diferentes maneiras, com as quais Deus seagradou de operar em diferentes lugares, ele diz: "A graça de Deusflui aqui com uma correnteza mais larga, do que, a princípio, emBristol e Kingswood; mas não mergulha tão fundo. Poucos estãototalmente convencidos do pecado, e, dificilmente alguém podetestemunhar que o Cordeiro de Deus levou seus pecados". Eleacrescenta: "Eu nunca vi uma obra de Deus, em qualquer outro lugar,tão uniforme e gradualmente conduzida. Ela continuamente se ergue,passo a passo. Nem tanto parece ter sido feito, em qualquer outrotempo, como tem sido freqüentemente feito em Bristol e Londres, mas,alguma coisa a cada momento. Acontece o mesmo com as almas. Eunão vi pessoa alguma naquele triunfo da fé, como tem sido tão comumem outros lugares. Mas os crentes seguem em frente, calmos e firmes.Que Deus faça o que parece bom a Ele". Ele começa a visitar oslugares circunvizinhos. No domingo, dia 28, depois de pregar em umasala, às cinco horas, e no hospital, às oito horas, ele caminhou por

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volta de sete milhas para Tanfield Leigh, onde uma grandecongregação estaca reunida, de todas as partes da região, mas "umacongregação tão morta, inconsciente, e impassível", como eledificilmente vira. Sua experiência aqui, como em muitos outroslugares, o levou a não dar um golpe, em algum lugar, onde ele nãopudesse seguir o vento.

Em Newcastle, ele garantiu um terreno, no qual construiu umasala para a Sociedade, e removeu-se para uma moradia adjacente. Ofrio extremo impediu a construção de começar, a não ser na segunda-feira, de Dezembro, quando a primeira pedra da nova casa foicolocada. Esta foi mais tarde conhecida como o Orfanato, usado paraoutros propósitos como uma escola para órfãos. A construção foicalculada em 700 libras, e Wesley tinha vinte e seus xelins na mão.Muitos afirmaram que ela nunca seria terminada, ou que ele nãoviveria para vê-la coberta. Mas ele era de uma outra opinião, nadaduvidando de que, como ela foi começada por causa de Deus, Eleprovidenciaria o que fosse necessário para concluí-la.

Tyermam diz: "Ela foi consagrada pelas associações muitosagradas para ser facilmente esquecida. Aqui uma das primeirasEscolas Dominicais no reino foi estabelecida, e não teve menos doque mil crianças em atendimento. Aqui uma Sociedade Bíblica existiu,antes da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira. Aqui havia omelhor coral da Inglaterra; e aqui, em meios aos cantores, estavamos filhos do Sr. Scott, mais tarde, os célebres lordes Eldon e Stowell.Aqui ficava o lugar de descanso dos primeiros itinerantes de JohnWesley; e aqui os mineiros e os barqueiros, de todas as partes dasregiões circunvizinhas, se reuniriam, e depois do serviço vespertino,jogar-se-iam nos bancos, e dormiam algumas poucas horas restantes,até que Wesley pregasse às cinco horas da manhã seguinte. Ela setornou a casa do norte de Wesley e seus colaboradores, e o centro doMetodismo do norte por muitos anos".

Enquanto pregava, à tarde, ele freqüentemente teve de parar,enquanto as pessoas oravam e davam graças a Deus.

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Em Horseley, a casa era muito pequena, de maneira que elepregou em céu aberto, embora uma furiosa tempestade começasse. "Ovento", ele diz, "nos dirigiu como uma torrente, vindo em turnos, doleste, oeste, norte e sul. A palha e o sapé voavam em redor de nossascabeças, de maneira que alguém teria imaginado que não demorariae a casa viria abaixo; mas escassamente alguém se agitou, e muitomenos saiu do caminho, até que eu me despedi deles com a paz deDeus". No dia seguinte, ele pregou em Swalwell, quando novamente ovento estava alto e extremamente cortante, mas ninguém foi embora.Depois de pregar como de costume na Square, ele pegou o cavalo paraTanfield, no que foi, mais de uma vez, quase derrubado de seu animal.Às três horas, ele pregou para uma multidão, e, mais tarde, encontroua Sociedade, em uma sala larga, que sacudia, de um lado para outro,com a violência da tempestade.

Quando se despediu, diante da mais larga companhia que eletinha visto em Newcastle, eles se dependuraram nele, de maneira queele teve dificuldade de se desembaraçar; nestas circunstâncias, "umamulher enorme", agarrou-se, e correu ao lado do cavalo paraSandgate. Ele e seu companheiro, Jonathan Reeves, alcançouDarlington aquela noite, e Boroughbridge, no ultimo dia do ano, epassou o dia primeiro em Epworth.

"Neste ano", Wesley escreve, "muitas sociedades foramformadas em Somersetshire, Wiltshire, Gloucestershire,Leicestershire, Warwickshire, e Nottinghamshire, assim como naspartes sudestes de Yorkshire. E aquelas de Londres, Bristol, eKingswood cresceram muito". E cada sociedade tornou-se um centrodo conhecimento religioso e atividade e influência cristã, e preparou ocaminho para a extensão das visitas evangelistas.

Wesley começou o ano em Epworth, onde pregou às cincohoras; e, no túmulo de seu pai, às oito; mas o curador negou-lhe oSacramento. "Peço-lhes que diga ao sr. Wesley", ele disse, "que eunão darei a ele o Sacramento, porque ele não é digno". Em Birstal,

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ele constatou que muitos se desviaram, por conta dos alemães. Elechegou em Sheffield, molhado e fraco, e, então, seguiu para osmineiros de carvão, em Wednesbury, onde seu irmão precedera a ele.Ele pregou na Town Hall, de manhã e à tarde, e em campo aberto.Muitos ficaram profundamente afetados, e, cerca de uma centenadesejou reunir-se novamente. Em dois ou três meses, eles aumentaramem torno de trezentos e quatrocentos. Passando por Evesham, ele veiopara Stratford-on-Avon, onde "a maioria dos ouvintes ficou como quepostes; mas alguns zombaram, outros blasfemaram, e poucoscreram". O restante do mês foi gasto dentro e perto de Bristol. Emretorno para Londres, seu irmão e ele visitaram o todo da Sociedade, oque os ocupou por alguns dias, das seis da manhã às seis da tarde.

Em meados de Fevereiro, ele parte para Newcastle, onde secertifica que as boas impressões feitas nas mentes das pessoas nãoforam profundas, de maneira que foi necessário colocar mais desessenta deles fora, devido às várias ofensas grosseiras. Ele foiconduzido a concluir, das instâncias infelizes, com as quais deparouem todas as partes da Inglaterra, que era um grande mal para aspessoas, estarem meio-despertas, e, então, entregues à própria sorte,para adormecerem novamente; e ele resolveu não tentar aprofundaruma impressão que não tivesse evidência de ser permanente.

Ele pregou em uma estrutura da nova casa de pregação, aindaem construção, quando uma grande multidão se reuniu, a maioriavigiou até tarde da noite.

Então, visitou Placey, uma pequena vila de mineiros de carvão,dez milhas ao norte de Newcastle, onde seus habitantes sempre foramos primeiros a liderar pela selvagem ignorância e maldade de todo otipo. Ele nos conta que ele sentiu grande compaixão por essas pobrescriaturas, do primeiro momento em que ouviu sobre elas, e muito maisporque todos os homens pareciam os mais desesperados deles. Elepartiu com um guia; um vento norte incomum jogava granizo em suasfaces, que congelavam com a queda, de maneira que eles mal podiamficar de pé quando chegaram. Ele se levantou e declarou Aquele que

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estava "ferido por nossas transgressões, e machucado por nossasiniqüidades". "Os pobres pecadores", ele diz, "rapidamente sereuniram, e deram atenção sincera às coisas que eram faladas; comofizeram novamente à tarde, a despeito do vento e neve". Ele os visitouvárias vezes, e teve oportunidade grandemente de se regozijar sobreseus trabalhos.

No retorno de Newcastle através de Knaresborough, Leeds,Birstal, e Sheffield, ele veio para Wednesbury, onde encontroucomparativa quietude. No domingo à tarde, ele atendeu o serviço naigreja, e "nunca ouviu um sermão tão ruim, e entregue com talamargura de voz e maneira". Sabendo quais efeitos danosos seriamproduzidos por ele, Wesley se esforçou para fortalecer a mente daspessoas. Enquanto pregava, um clérigo vizinho, completamentebêbado, subiu no cavalo e, depois de muitas "palavras indecorosas eamargas, se esforçou muito para passar por cima das pessoas". Tudoisto produziu seu fruto em curto tempo, como podemos ver.

Depois de uma semana de descanso e paz em Bristol,revigorado na mente e corpo, ele fez um turismo, pelos lugares deWales; e tudo correu bem, exceto em Cowbridge, onde uma turba,"liderada por um ou dos miseráveis, chamados de cavalheiros,continuaram gritando, praguejando, blasfemando, e atirando chuvasde pedras, quase em interrupção". Assim, depois de algum tempogasto em oração por eles, ele se despediu da congregação. Retorna aBristol, e, depois de um trabalho de duas semanas lá, retira-se paraLondres.

No Domingo da Trindade, ele começou os serviços em umacapela em West Street, Seven Dials, construída, uns sessenta anosantes, pelos protestantes franceses. Esta foi, durante anos depois, ocenário de muitos serviços notáveis Metodista. Era costume dosWesleys, quando em Londres, administrar a Ceia do Senhor, tododomingo. O primeiro serviço, em West Street, foi um serviçosacramental, que durou, não menos do que cinco horas, tão grande eraa afluência dos comunicantes. Wesley estava temeroso que suas forças

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não agüentassem sua outra tarefa; mas diz: "Deus está vendo isto;assim eu devo pensar, e eles que quiserem chamar isto de fanatismo,que o façam". À tarde, ele pregou em Great Gardens, para uma"congregação imensa"; então, encontrou os líderes de classes, edepois deles, as Bands. "Às dez da noite", ele diz, "eu estava menoscansado do que às seis da manhã". No domingo seguinte, o serviçodurou seis horas, assim ele dividiu os comunicantes em três grupos,para que não houvesse mais do que seiscentos de uma só vez. Eleficou satisfeito em se certificar que poucos dos mil novecentos ecinqüenta membros, para o qual a Sociedade crescera, tivessemdescuidado de sua firmeza.

Charles havia partido, em direção ao norte, e seus trabalhos esucessos mantiveram a paz com seus irmãos. Em Wednesbury, umasociedade de mais de trezentos membros havia sido formada. Aqui umpedaço de chão fora dado, onde se construiu uma casa de pregação,que ele "consagrou com um hino", e, então, caminhou, cantando commuitos dos irmãos, para Walsall. Ele foi recebido com ruidosassaudações, por parte do povo rude. Na escadaria do mercado, ele abriusua Bíblia para pregar. Ele diz: "Um exército de homens estavaposicionado contra nós. A rua estava cheia da força das bestas deEphesian (o principal homem em meio a eles), que bramiu e gritou, eatirou pedras incessantemente. Muitos me atingiram, sem me ferir. Eusupliquei a eles, no calmo amor, para se reconciliarem com Deus emCristo. Enquanto eu partira, uma torrente de rufiões se esforçavapara me tirar dos degraus. Eu me levantei, e deu a bênção, e fuiderrubado novamente. Assim, a terceira vez, quando demos graças aDeus por nossa salvação. Eu, então, das escadarias declarei que elespartissem em paz, e caminhei tranqüilamente de volta, através dosmais grosseiros revoltosos. Eles nos ultrajaram, mas não tiveramautorização para tocar em um fio de nossas cabeças". Depois deesforçar-se para confirmar a fé dos convertidos, ele partiu para o norte,para encontrar, ainda mais, tratamento violento.

Wesley não ficou surpreso com as noticias de Staffordshire;"nem eu me surpreenderia", diz ele, "se, depois dos conselhos que

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eles tão freqüentemente ouviram do púlpito, assim como da cadeiraepiscopal, o zeloso, e generoso clérigo tenha se levantado e feito osMetodistas em pedaços". Consultada a autoridade legal, ele certificou-se de que haveria um remédio fácil, se ele resolutamente processasse"aqueles rebeldes contra Deus e o rei".

Ele, então, partiu para o norte. Em Newcastle, constatou que,embora alguns tivessem saído, por volta de seiscentos continuaramfiéis, juntos pela esperança do Evangelho. Abalado, desde a suaprimeira visita a Newcastle, com as multidões que todos os domingossaracoteavam de um lado a outro de Sandhills, ele resolveu encontraruma melhor ocupação para eles, e caminhou direto para a igreja, erecitou um verso de um salmo. "Em poucos minutos", ele diz, "eutinha uma companhia suficiente; milhares e milhares seaglomeraram". Ele teve uma prova de que a mesma turba deNewcastle, no alto de sua rudeza, tinha algum humanidade restante,porque, embora eles fizessem tão grande barulho, que sua voz malconseguia ser ouvida, ainda assim, eles não atiraram coisa alguma,nem ele recebeu algum dano pessoal. Ele teve uma congregaçãosimilar em High Street, em Sunderland. Em Lower Spen, um dos seus,John Brown, através de suas rudes e fortes, embora simples palavras,deixou profundas convicções nos corações de seus vizinhos, demaneira que eles estavam preparados para a mensagem:"Aquele quecrê terá a vida eterna".

Na sua congregação favorita em Placey, ele "se reuniu com apequena companhia, que desejava arrependimento e remissão dospecados". Nestas simples palavras, seu método usual de proceder comaqueles que ficavam profundamente impressionados com suapregação, está explicada a razão, porque a região tornou-segradualmente coberta com a rede de sociedades, e nelas, o ignorante eo fraco eram reunidos como cordeiros em um curral, e eram vigiados,e provados, e treinados na verdade e santidade.

Ao retornar com John Downes, de Horsley, que, durante trintaanos, mais tarde, prestou serviço como pregador, e deixou seu nome

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indelevelmente marcado nas páginas do recente Metodismo, elevoltou para Darlington.

Ele passou alguns poucos dias na vizinhança de Birstal,pregando nas quantas pequenas cidades que ele pôde, e retornouvagarosamente para Londres, assim, terminando uma jornada de doismeses, cheio de interesse e aventura.

Uma capela em Snowsfields, no lado Surrey do rio, construídapor uma senhora Sociniana, foi oferecida a ele, e ele anunciou seudesejo de pregar lá, quando uma zelosa mulher, entusiasticamentereplicou: "O sr. Wesley pregará em Snowfields? Certamente, ele nãofará isto. Porque, não existe tal lugar, em toda a cidade. As pessoaslá, não são homens, mas demônios". Mas Snowfields tornou-se umvaloroso centro Metodista.

* Socianismo [Um movimento religioso anti-trinitariano doséc. XVI, chamado assim pelos nomes de seus fundadores. FaustusSocinus, em sua obra "De Auctoritate Scripturae Sacrae", rejeitavatoda religião puramente natural. Para ele a Bíblia era tudo, mas tinhaque ser interpretada pela luz da razão. Deus, diziam eles, éabsolutamente simples; mas a distinção de pessoas destrói estasimplicidade; daí, eles concluíram que a doutrina da Trindade éerrada].

Três semanas depois, ele partiu para Bristol. Ele "cavalgousuavemente", para Snow Hill, quando a sela escorregou, e ele caiusobre a cabeça do cavalo. Alguns garotos o ajudaram, masblasfemaram e praguejaram todo o tempo. Ele falou claramente comeles, e eles prometeram se emendar. Dois ou três homens que oajudaram a montar disseram palavrões em quase todas as palavras. Elediz: "eu me virei para um e para o outro, e falei em amor. Eles todosaceitaram isto bem, e agradeceram-me muito". O cavalo perdeu aferradura, o que deu a ele chance de falar mais reservadamente com oferreiro e seu servo. Ele diz que ele menciona essas pequenascircunstâncias para mostrar quão fácil é redimir cada fragmento de

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tempo, quando sentimos algum amor para com essas almas, por quemCristo morreu. Foi neste caminho, que o evangelista foi ao encalço desua obra, sempre pronto a aproveitar a oportunidade, para tentarredimir os homens de seu mal, quer sozinhos ou em multidões.

Ele agora pretendia estender a área de seus trabalhos paraCornwall, que seu irmão e um ou dois dos pregadores leigos já haviamvisitado, e onde, no futuro, ele teria uma colheita mais abundante.Partindo para Bristol, ele fez uma parada considerável, até quealcançasse St.Ives, que se tornou, por um tempo, o centro doMetodismo de Cornwall, e onde havia uma Sociedade, com cerca decento e vinte pessoas, que se reuniram no plano do Dr. Woodward,com os quais os Metodistas tiveram um intercurso, através do CapitãoTurner de Bristol, que, algum tempo antes, tinha colocado suaembarcação lá. Wesley passou três meses aqui, e nas outras cidades,pregando em toda a oportunidade disponível. Ele também fez umavisita à St. Mary, uma das Ilhas Scilly. Suas congregações variaram deum punhado de pessoas, a dez mil, que se reuniram em Gwennap, emsua segunda visita. A disposição das pessoas foi peculiar, algumaspareciam "satisfeitas e despreocupadas", em outras, um pouco deimpressão foi causada; o restante mostrou "enorme aprovação eabsoluta despreocupação"; em um local ele observou "uma sinceraatenção simplória ", enquanto em outro, ele encontrou "muita boa-vontade, mas nenhuma vida"; em outro, as pessoas estavam"maravilhadas, mas ele não encontrou um que tivesse uma profundaou duradoura convicção". Mas, depois de algum tempo, ele é capazde registrar que em St. Ives, "o pavor de Deus caiu sobre nós,enquanto eu falava, de maneira que eu dificilmente pude proferir umapalavra".

Por fim, uma mudança de cenário acontece, enquanto elepregava em St. Ives, uma turba da cidade, irrompeu dentro da sala, ecriou muita confusão, rugindo e golpeando aqueles que permaneceramno caminho, "como se a própria Legião os possuíssem". Ao secertificar do aumento do alvoroço, ele foi para o meio e trouxe ocabeça para a mesa, recebendo um soco de um lado da cabeça,

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enquanto fazia isto. "Depois do que", ele diz, "nós debatemos aquestão, até que ele ficou mais e mais compassivo, e, por fim,incumbiu-se de aquietar seus companheiros". Em um domingo, elepregou em quatro lugares diferentes, e não sentiu fraqueza, afinal, econclui o dia com a Sociedade em St. Ives, regozijando e orando aDeus.

Depois de seu retorno para Bristol, ele fez uma breve viagem aWales, pregando, orando, e falando, de hora em hora. Então, temendoque suas forças não fossem suficientes para pregar mais do que quatrovezes no dia, ele abreviou seu serviço matinal, com a Sociedade emCardiff, para meia hora, depois aceitando dois serviços em Castle, umna Igreja Wenvo, e um em Porthkerry. Ele empregou diversos dias noexame e limpeza da Sociedade de Bristol, que, depois de diversosterem sido colocados para fora, ainda consistia de mais de setecentaspessoas. Ele se dedicou na semana seguinte a Kingswood, e encontroupoucas coisas para reprovar.

Os líderes trouxeram agora o que tinham arrecadado nas suasdiversas classes, para o débito da construção da Nova Sala, que foiimediatamente paga. Esta foi a finalidade em vista, quando aSociedade foi dividida primeiro em classes. As contribuições foram,mais tarde, dadas ao pobre, e, subseqüentemente à obra de Deus, porvia de regra.

A caminho de Midlands, ele pregou em Painswick, Gutherston,e Evesham, e no dia seguinte, visitou o Rev. Samuel Taylor, deQuinton, Gloucestershire, um pregador poderoso e comovente; umbem sucedido evangelista itinerante; um dos diversos clérigos – comoos Revs. John Hodges, de Wenvo; Henry Piers de Bexley; CharlesManning de Hayes; Vincent Perronet de Shoreham; John Meriton daIlha de Man; Richard Thomas Bateman de St. Bartholomew's theGreat, Londres, e outros – que, sendo muito beneficiados peloministro dos Metodistas, e totalmente simpatizantes com seusobjetivos salutares, identificaram-se com eles, os recebiam em seuspúlpitos, e atendiam em suas Conferências. Passando por

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Birmingham, ele veio para Wednesbury, onde encontrou taltratamento, que parece quase inacreditável, e onde ele apareceuigualmente no fim de seus dias. Seu irmão o seguiu em dois ou trêsdias, e deu o seguinte relato descritivo:

"Eu fui muito encorajado, pela fé e paciência de nossos irmãosde Wednesbury, que me forneceram alguns pormenores da últimaperseguição. Meu irmão, eles me disseram, tinha sido detido, poraproximadamente três horas, pela turba de três cidades. Aqueles deWednesbury e Dadaston foram desarmados por algumas poucaspalavras que ele falou, e, desde aquele momento, trabalharam paraprotegê-lo de seus velhos aliados de Waltsal; até que eles foramdominados e a maioria deles caiu ao chão. Três dos irmãos e umajovem perto dele, todo o tempo, tentaram interceptar os golpes.Algumas vezes, ele era quase carregado nos ombros deles, através daviolência da multidão, que o golpeava continuamente, para que elecaísse. E, se ele tivesse caído, uma só vez, ele não teria mais selevantado. Muitas vezes, ele escapou, devido à sua baixa estatura; eseus inimigos foram derrubados por eles. Seus pés nenhuma vezescorregou; porque nas mãos deles, os anjos o dirigiram. Os rufiõesandaram, de um lado para outro, perguntando: 'Qual é o ministro?'.E o perdiam, e o encontravam, e o perdiam novamente. A mão quecegou os homens de Sodoma, e os sírios os deteve ou desviou. Algunsgritaram: 'Derrubem-no, eu vou atirá-lo no abismo'. Outros gritavam:'Dependurem-no na próxima árvore'. E outros: 'Acabe com ele! Acabecom ele!'. E alguns lhe deram a infinita honra ao clamarem, emtermos expressos: 'Crucifiquem-no!'. E a uma só voz: 'Matem-no!'.Mas eles não chegaram a um acordo quanto a que tipo de mortecolocá-lo. Em Watsal, diversos disseram: 'Tirem-no da cidade: não omatem aqui; não traga seu sangue sobre nós!'.

"A alguns que clamavam: 'Desnudem-no, rasguem suasroupas', ele suavemente respondeu, 'vocês não precisam fazer isto: eudarei minhas roupas a vocês, se necessitam delas'. Nos intervalos dotumulto, ele falava, 'os irmãos punham-me fora de perigo, com tantacompostura e correção', como ele costumava fazer nas Sociedades

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deles. O Espírito da glória descansou junto a ele. Tanto quantos elefalou, ou ele impôs suas mãos, ele transformou em amigos. Ele não sesurpreendeu (como ele mesmo me disse), que os mártires nãosentissem dor nas paixões; porque nenhum dos golpes o feriu, emboraum tenha sido tão violento, de maneira a fazer com que seu nariz eboca esguichassem sangue".

CAPÍTULO VIII

A Segunda Década do Trabalho Árduo Evangelista (1751/1760)

Esta década foi marcada pela aflição e tristeza. De fato,Wesley não estava subjugado à violência da turba, na mesmaextensão, que nos anos anteriores; mas preocupações sugiram deoutras causas; algumas delas pessoais, e outras relacionadas à obraque ele tinha nas mãos. Nos anos de 1753 e 1754, ele sofreu deseveras enfermidades. Nestas épocas sua prostração física era tãogrande, que pareceu igualmente que ele não poderia continuar maisseu trabalho; ainda assim, repetidas vezes, ele reuniu suficiente forçapara pregar, embora a febre e a dor, e a hemorragia incomodassem.

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Durante um dos seus ataques, ele enfraqueceu-se muito, quando, comoele escreve, "não sabendo como agradaria a Deus dispor de mim, eimpedir vil panegírico", ele escreveu o seguinte epitáfio, ordenandoque esta inscrição, se alguma, fosse colocada em sua tumba: Aqui jazo corpo de John Wesley. Um tição tirado do fogo. Que morreu de umaconsumpção, aos cinqüenta e um anos de idade, não deixando atrásde si, depois de seus débitos pagos, dez libras: Orando que Deus sejamisericordioso comigo, um servo inútil!

Logo no ano seguinte, ele se retira para Bristol para aproveitaros benefícios dos Hot Wells. Aqui ele começa a escrever As Notas doNovo Testamento; "uma obra", ele diz, "que eu dificilmente tentaria,alguma vez, escrever, não estivesse tão doente, e incapaz de viajar oupregar, e, ainda assim, bem capaz de ler e escrever. Eu agoraprossegui em um método regular; levantando-me, no meu horário[quarto horas da manhã], escrevendo das cinco às nove da noite.Exceto quando lendo, meia hora em cada refeição, e entre cinco e seisda tarde". A pregação foi completamente interrompida por quartomeses. Mas recupera um pouco de força, e retorna para Londres, ondepassa algumas semanas em Paddington, escrevendo, indo à cidadeapenas nos sábado de tarde, e partindo novamente no domingo demanhã. Logo cedo em Junho, ele pregou na Fundição, o que não tinhafeito, às tardes, por um longo tempo, embora sua voz e força aindaestivessem prejudicadas. Em Julho, ele sentiu-se capaz de reassumirsua obra em campo aberto, depois de um intervalo de nove meses, masnão em condições de renovar totalmente suas jornadas, até Abril doano seguinte. Depois desta, nenhuma interrupção prolongada ocorreu,e ele logo estendeu suas visitas a muito mais número de lugares doque em algum tempo anterior; e isto continuou até o fim de sua vida.

Em seus assuntos pessoais, o incidente mais considerável foiseu casamento com a Sra.Vazeille, que aconteceu em 19 de Fevereirode 1751. Nove ou dez dias antes, ele estava atravessando a Ponte deLondres, quando seu pé escorregou; seu tornozelo, batendo em umapedra, ficou seriamente ferido e uma de suas pernas, severamentedeslocada; ainda assim, ele pregou, e tentou fazê-lo novamente à

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tarde, mas a dor estava muito grande. Ele passou uma semana na casade sua futura esposa; "parcialmente, em oração, leitura, e conversa; e,parcialmente, no escrever a Gramática Hebraica, e terminar asLições para as Crianças". No domingo seguinte, ele pregou naFundição, de joelhos, e nos dias seguintes, estava casado. Ele pregounovamente, uma ou três vezes, de joelhos. Em duas semanas, estavacapaz de cavalgar, embora não de caminhar, ele partiu sozinho paraBristol, onde teve uma Conferência com seus pregadores, depois doque, retornou a Londres. Seis dias mais tarde, iniciou sua jornada emdireção ao norte. Escreve: "eu não posso entender, como um pregadorMetodista pode responder a Deus, pregar um sermão, ou viajar umdia menos, casado, do que quando solteiro. Neste aspecto,certamente, 'resta que aqueles que têm esposas ajam como se nãotivessem'". Dificilmente um dos seus amigos, naquele tempo, enenhum de seus biógrafos mais recentemente, diriam uma palavra emfavor do casamento. Edward Perronet permanece sozinho, ao dar suaaprovação. Charles Wesley e outros, que estavam muito interessadosem seu bem-estar deploraram profundamente. Até onde podemosaprender, ele conseguiu pouca ou nenhuma ajuda da Sra. Wesley,enquanto fazia de tudo para prejudicar seu conforto, submetendo-o amuitas indignidades, e finalmente o deixou. Wesley ficougrandemente desapontado com seu casamento; e o que quer que possaser dito, para desculpar a conduta da Sra. Wesley, neste terreno decircunstâncias muito peculiares, em que ela se situava, fica claro que,em vez de ser uma fonte de ajuda e felicidade para ele, ela foi aoportunidade de muita tristeza e aflição pessoal. Tyerman forneceinúmeros detalhes do assunto, e o julgou em seu estilo impulsivousual.

Uma grande preocupação surgiu do conflito de diversas desuas sociedades, pela difusão de visões errôneas, ou tolas e divisoras,como através dos Predestinacionistas, em Wednesbury. E os Místicose Antinominianos, em Birmingham, a expansão das doutrinasAntinominiana e Calvinista, na Irlanda, e outras dificuldadessimilares. Essas ele buscou contra-atacar com ensino cuidadosopessoal, onde se encontrasse com elas; escreveu panfletos para

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distribuição em sua ausência. A saída de John Bennet da série de seusajudadores, e, especialmente a influência prejudicial de JamesWheatley, um outro colaborador, na Irlanda, e sua subseqüentedeserção em Wiltshire e Norwich, com efeitos desastrosos nasociedade, causou em Wesley a mais aguda dor, e o envolveu emmuito trabalho sem proveito; enquanto causava destruição em meio aum largo número de pessoas, às quais Wheatley havia arrastado emtorno dele. Tudo isto, Wesley combateu com a mais extremahonestidade e coragem, e, finalmente, com considerável sucesso. Masisto tudo despejou nuvens ameaçadoras, durante anos, sobre a obra; ede dor e tristeza sobre wesley e seus companheiros evangelistas.Wheatley foi o primeiro colaborador em quem Wesley exerceu aextrema disciplina de expulsão.

Mas uma preocupação mais profunda surgiu de uma correntede um sentimento anti-igreja, que, naquele tempo, aconteceu comconsiderável força. Alguns dos colaboradores de Wesley, e muitos doseu povo nunca mantiveram alguma conexão vital com a Igreja daInglaterra. Wesley esforçou-se para uni-los, e para persuadir –algumas vezes, quase compeli-los a atenderem os serviços e ossacramentos em suas paróquias, sempre estabelecendo o exemplo docomparecimento, e recusando-se a conduzir os serviços, nos "horáriosda igreja". Mas o tratamento dado a eles, por alguns do clero nãoestava encorajando; em não poucas situações, ele foi positivamenterepelente. Não foi, portanto, surpresa, que eles desejassem que ossacramentos fossem administrados a eles, por homens, através dosquais eles receberam os benefícios espirituais. A moderação deWesley, no lidar com eles, contrastava com o espírito de seus irmãos,mais conciso e inflexível. A controvérsia, algumas vezes, diminuía oafeto, e se prolongava por muitos anos. Isto foi debatido, diversasvezes, nas Conferências, quando Wesley foi geralmente capaz deassegurar a unanimidade, em resolver não se separar da Igreja. CharlesWesley foi primeiro um clérigo, então, um Metodista. Wesley, emborafirme até o fim, em sua ligação com a Igreja, colocou "a obra deDeus", em primeiro lugar, perante ele. Charles disse que não seria lealseparar-se: John disse que não era expediente; mas ele disse também

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"com Igreja, ou sem Igreja, eu devo salvar almas!". Esta diversidadede pontos de vista, junto com outras circunstâncias perturbadoras,causou uma medida de separação entre os irmãos, durante esta década.Mas não durou muito tempo. O velho amor fraternal inflamounovamente, a despeito de tudo. Mas a obra itinerante e o cuidado dassociedades, através da região, geralmente, caiu quase exclusivamentesobre os ombros de Wesley, porque Charles, parcialmente dirigido porum espírito que ele não poderia compartilhar; parcialmente, pelosatrativos da feliz vida familiar, gradualmente retirou-se da itinerância,e seus trabalhos, depois de um tempo, foram principalmente restritos aLondres e Bristol.

Wesley foi também perturbado pelos controversistas, algunsdos quais ele não pôde ignorar, como ele fez com a maioria dos seuscríticos. Ele respondeu ao Bispo Lavington, em três publicaçõesseparadas, embora a produção do senhor lorde pouco merecesse umaresposta. Ele também escreveu sua "Predestinação CalmamenteConsiderada", para corrigir o crescimento do erro na Irlanda, assimcomo diversas outras partes controversas. Este foi para ele "umtrabalho pesado", tal como ele "nunca escolheria, mas que deveriaser feito". A vilania de um Imprensa obscena, que atacou oMetodismo com o veneno mais amargo, encontrou seu clímax nosescritos corruptos de Foote, cuja produção de maior alarido, TheMinor: Uma comédia foi exibida para perverter e criar simpatia comas audiência, em Haymarket, por diversos meses.

As obras mais importantes de Wesley estão em um volumeintitulado, A Doutrina do Pecado Original, em resposta ao Dr. Taylor,de Norwich, o mais completo tratado teológico que ele publicou; UmPreventivo Contra as Noções Duvidosas na Religião, para o usoespecial de seus jovens pregadores; quarenta e nove volumes daLivraria Cristã, As Notas Explanatórias do Novo Testamento, com atradução revisada do texto; Razões Contra a Separação da Igreja daInglaterra; e um Tratado sobre a Eletricidade. Essas, com muitasoutras publicações menores, incluindo um hinário, para o uso de seupovo – Hinos e Canções Espirituais - e vários panfletos de hinos,

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mostram com quanta diligência e cuidado, seu tempo, que não foigasto dirigir a obra evangelista, foi sagradamente aproveitado.

Mas, embora a década fosse caracterizada, por muitascircunstâncias problemáticas, não foi totalmente obscura. A obraprogrediu; a esfera de atividade de Wesley foi ampliada: ele fez quatrovisitas a Escócia, a primeira em 1751; ele também pregou em muitoslugares na Inglaterra, não visitados anteriormente. Seus colaboradoresaumentaram em número; sessenta e cinco itinerantes adicionais forammatriculados, de maneira que no encerramento da década, noventaestavam engajados, e muitos colaboradores "locais". Mais decinqüenta capelas, ou casas de pregação, foram ocupadas. Sinaisadicionais do avivamento espiritual apresentaram-se; Wesleyescreveu: "No início do ano de 1760, existia um grande avivamentoda obra de Deus em Yorkshire". Este foi o presságio de uma obramuito grande, através do reino. Os assuntos seculares das sociedades,especialmente aqueles ligados aos seus empreendimentos depublicação, eram confiados aos administradores, deixando Wesleymais livre para o trabalho espiritual. Diversos mais do clero -Berridge, Milner, e outros – simpatizavam com a obra Metodista; e aimitavam. Seu velho amigo Whitefield estava "todo amor e ternura".Mas uma fonte mais rica de ajuda, de bênção, e de alegria estava àmão. Wesley escreve: "No domingo, 13 de Março de 1757, encontrei-me fraco em Snowfields. Eu orei (se Ele considerasse bom), para queDeus me enviasse ajuda na capela [em West Street]; e eu a tive. Umclérigo, a quem eu nunca tinha visto antes, veio e ofereceu-me suaassistência; e tão logo eu terminei de pregar, chegou o Sr. Fletcher,recém ordenado sacerdote, e apressou-se para a capela com opropósito de assistir, já que ele supôs que eu estaria sozinho".

A vinda de Fletcher (William de la Fléchère, de Nyon, naSuíça) para a ajuda de Wesley é um evento muito interessante eimportante nesta história para se passar rapidamente por ele. Comovimos, Charles Wesley relaxou em seu trabalho itinerante, e antes dofinal da década, eles se limitaram à Londres e Bristol. Felizmente, portodos os lados, os ajudadores estavam surgindo, ou a obra não teria

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avançado, nem Wesley teria liberdade para desempenhar suas viagensevangelistas, através da região. Fletcher não entrou na corporação deitinerantes, mas tornou-se um conselheiro e amigo inestimável; e,através de suas visitas ocasionais a algumas das sociedades, levou atéeles a influência de seu caráter puro e ministério espiritual. Sua caneta,hábil e pronta, era livremente usada, e com singular poder, no rebateros oponentes de Wesley, e em defender seus ensinamentos e sua obra,enquanto seu espírito, gracioso, imponente, e seráfico, era umasagrada inspiração e conforto.

Os trabalhos itinerantes de Wesley, através da década estãoilustrados no itinerário do último ano do período, que é dado naspáginas seguintes, embora até mesmo este não supra os nomes detodos os lugares, nos quais, em sua jornada, ele parou para pregar. Asbarreiras de preconceito estavam, em algumas instâncias, começandoa ceder, embora, ainda assim, apenas poucas igrejas estivessemabertas a ele. Perto do encerramento da década ele estava, no entanto,grandemente alegre, por reunir-se com seu amigo Berridge, em algunsserviços muito notáveis na Everton Church.

As Conferências gradualmente ampliando-se eram ocasiões demuitas bênçãos, e foram marcadas pela unanimidade, amor, e ocontrole de uma supremacia resolve continuar a obra, a despeito detodas as privações – e elas eram muitas - e não se separar da Igreja.

Nos itinerários seguintes, tomados, principalmente de seusDiários, os nomes das cidades, embora ele tenha passado e não apenasparado para pregar estão em itálicos. Diversos nomes são omitidos,por falta de espaço.

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CAPÍTULO IX

A Terceira Década do Trabalho Árduo Evangelista (1761-1770)

A terceira década apresenta traços de um caráter misturado,diversos deles sendo de grande interesse. Sinais do avivamento eextensão apareceram em muitas partes do país. "No início do ano de1760", Wesley escreveu, "havia um grande aviamento da obra deDeus Yorkshire – Aqui começou aquela gloriosa obra de santificação,que ficou parada por quase vinte anos. Mas, de tempos em tempos,espalhou-se; primeiro, através de várias partes de Yorkshire; depois,em Londres; então, através da maioria das partes da Inglaterra; emseguida, Dublin, Limerick. E todas as sudestes e oestes da Irlanda. E,onde o trabalho da santificação crescesse, a obra de Deus crescia emtodas as suas ramificações. Muitos foram convencidos do pecado;muitos justificados; muitos apóstatas curados. Assim foi na Sociedadede Londres, em específico. Em Fevereiro de 1761, ela continha maisde dois mil e trezentos membros. Em 1765, acima de mil e oitocentos".Esta expansão da obra foi observável, não apenas em redor deLondres, mas na maioria dos lugares da Inglaterra e Irlanda, e umsimilar testemunho foi feito em 1764.

Wesley escreveu muito sobre "esta obra de santificação", queele define mais acuradamente como "inteira santificação", emharmonia com (I Tessalonicenses 5:23) "E o próprio Deus de paz vossantifique completamente". Este é o "amor perfeito", ou "a perfeiçãocristã", que ele ardorosamente estimulou todas as suas sociedades abuscarem. "Por perfeição, eu quero dizer, o amor humilde, gentil,paciente, a Deus e ao homem, governando todos os temperamentos,palavras, e ações; todo o coração, e toda a vida". Esta não foi umarealização maior do que aquela que ele aprendeu, há muito tempo, das

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leis dos oráculos iniciais – dos quais ele tanto emprestou a frase,quanto aprendeu quão grande foi o privilégio espiritual possível aohomem, sob o Evangelho de Jesus Cristo. Mas uma peculiaridade doensino de Wesley foi que "a perfeição é sempre forjada na alma, pelafé, pelo simples ato da fé; conseqüentemente, de imediato". Mas elediz: "Eu acredito na obra gradual, tanto precedente quanto seguinteàquele instante. Quanto ao tempo", ele acrescenta, "eu acredito queeste instante geralmente é o instante da morte, o momento antes queas almas deixem o corpo. Mas eu acredito também que possa ser dez,vinte, quarenta anos, antes da morte. Eu acredito que ela sejausualmente muitos anos depois da justificação; mas que ela pode serdentro de cinco anos, ou cinco meses depois dela". Esta estavaassociada com uma inteira devoção do coração e vida a Deus, demaneira, a "regozijar-se sempre mais, orar, sem cessar, e em todas ascoisas, dar graças". "O amar a Deus de todo o nosso coração, alma eforça, e o amar a todos os homens, como Cristo nos amou, sempreserá a somatória do que eu entrego como sendo a religião pura eimaculada". Enquanto isto, a inteira dedicação a Deus, e a felizexperiência do amor a Deus, espalhados pelo coração, estimuloumuitos dos primeiros Metodistas para a santidade de caráter; muitosdos menos cuidadosos foram carregados por uma perversão do ensino,para um fanatismo selvagem que, por muitos anos, dificultou Wesley,em seus trabalhos, e, em diversos lugares, impediu o progresso daobra. De maneira que, olhando para trás, no encerramento do ano de1762, ele não pode deixar de agradecer pelo ano de bênçãos incomuns,e ainda assim, ele teve "mais cuidado e preocupação em seis meses,do que nos diversos anos precedentes!".

Fletcher escreveu para Charles Wesley, neste tempo: "Muitosde nossos irmãos estão passando dos limites o Cristianismo moderadoem Londres. Oh! Que eu possa permanecer na brecha! Oh! Que eupossa, pelo sacrifício próprio, fechar este imenso abismo de fanatismoque abre sua boca em nosso meio! A corrupção das melhores coisas ésempre a pior das corrupções".

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Os nomes de George Bell e Thomas Maxfield permaneceminfelizmente associados a esta apostasia; e, ainda assim, foi para asmãos do último que a Sociedade de Londres esteve, em grandeextensão, comprometida. Ele deixou Wesley, em 1763, arrastandoconsigo um número que simpatizou com suas extravagâncias.

Charles Wesley e Whitefield (que estava agora na Inglaterra)estavam ambos enfermos, e o fardo sobre Wesley era imenso.Felizmente sua saúde estava totalmente restabelecida, e ele foi capazde empreender trabalhos extraordinários. Em certo momento, eleescreveu: "Três dias na semana, eu posso pregar, três vezes ao dia,sem causar dano a mim mesmo; mas eu agora excedi em muito isto,além de encontrar as classes e exortar as sociedades". Em umperíodo subseqüente, ele escreveu: "Neste e nos três dias seguintes, eupreguei em tantos lugares quanto eu pude, embora, eu estivesse, aprincípio, em dúvida se eu poderia pregar oito dias, principalmenteem lugares abertos, três ou quatro vezes por dia. Mas minhas forçasestavam como minha obra. Eu dificilmente senti qualquer fraqueza nocomeço ou no fim".

No inverno extremamente severo de 1763, Wesley distribuiu"caldo grosso de ervilha e cevada", na Fundição, e fez uma coleta detrezentas libras para enfrentar as necessidades do pobre faminto edestituído. No ano seguinte, a Fundição foi reformada e ampliada.

No ano de 1764, Wesley endereçou uma carta para cinqüentaclérigos evangélicos, com vistas a promover uma união amigável emmeio a eles. "O grande ponto em que eu agora trabalho", ele escreve,"é o bom entendimento com todos os irmãos do clero, que estãoamorosamente engajados em propagar a religião vital. Três apenasdos cinqüenta responderam. Mas na Conferência daquele ano, JohnPawson, que estava presente, diz: 'Doze daqueles cavalheirosatenderam nossa Conferência em Bristol, com o objetivo de persuadiro Sr. Wesley a remover os pregadores de cada paróquia onde existisseum ministro avivado; e o Sr., Charles Wesley honestamente nos disseque se ele fosse um ministro estabelecido em algum lugar específico,

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nós não pregaríamos lá. A quem o sr. Hampson [um dos assistentes]replicou:' Eu pregaria lá, e nunca pediria sua permissão, e teria tantodireito a fazer isto quanto você'".

Uma infeliz controvérsia impressa também surgiu nestaocasião, da publicação de onze cartas escritas por Hervey, epublicadas depois de sua morte, em resposta a algumas críticas feitaspor Wesley quanto às visões Calvinistas, expressadas em Theron eAspásia de Harvey. A parte de Wesley na contenda foi publicar, UmTratado Sobre a Justificação, extraído da obra do Sr. John Goodwin;com um prefácio em que todo o material das cartas recém publicadas,sob o nome do Rev. Sr. Hervey, é respondido. A controvérsia ficoumais amarga por conta de alguns que tomaram parte nele; e Tyermanacredita que a obra de Wesley na Escócia foi obstruída por causadisto, por vinte anos, e que foi a raiz de muito mais controvérsiaimportante, que datou do fim desta década.

Na Conferência de 1766, quando muitos assuntos importantesforam considerados, a questão foi feita: "Nós somos Dissidentes?", eem resposta a isto foi dito: "Somos desiguais – (1) por chamar ospecados ao arrependimento em todos os lugares; (2) por usar deoração espontânea. Ainda assim, não somos Dissidentes, no únicosentido que a lei reconhece: ou seja, as pessoas que acreditam queseja pecaminoso atender à Igreja. Porque nós a atendemos em todasas oportunidades. Nós não iremos; não nos atreveremos a nosseparar da Igreja, pelas razões dadas diversos anos atrás... E comonós não somos Dissidentes agora, então não faremos nadaprontamente que tenda à separação dela. Portanto, que todoassistente imediatamente ordene seu circuito que nenhum pregadorpode ser impedido de atender à igreja mais do que dois domingos nomês". Foi afirmado também que os serviços eram adorações públicas,em um sentido; mas não tais que substituíssem o serviço da Igreja.Isto pressupunha oração pública. Se, se pretendesse que os serviçosfossem usados, no lugar do serviço da Igreja, eles seriamessencialmente imperfeitos.

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Wesley faz uma completa explanação de sua posição emresposta à questão: "Que poder é este que você exercita sobre todos osMetodistas na Grã-Bretanha e Irlanda?". Ele também insistiu nacondição das sociedades, e deu muitos conselhos francos e valiososaos pregadores.

De uma carta endereçada por Charles Wesley à sua esposa, edatada de 21 de Agosto de 1766, o seguinte resumo interessante podeser feito: "A noite passada, meu irmão veio. Esta manhã, nóspassados duas horas abençoadas com G. Whitefield. Nós confiamosque o cordão de três dobras nunca mais será quebrado. Na terça-feiraseguinte, meu irmão deveria pregar na capela de Lady Huntingdonem Bath. Que esta e todas as suas capelas (para não dizer, como eudiria, dela mesma também) estão agora colocadas nas mãos de nóstrês". Isto indica uma reunião agradável, e que os irmãos eram bem-vindos, onde quer que fossem pregar na capela de sua senhoria. Tudoisto era muito gratificante; mas subseqüentes controvérsias Calvinistasconduziram ao fechamento das portas contra os Wesleys, por ocasiãoda morte de Whitefield.

Em 1769, ele fez sua última visita à América. Ele morreu dejoelhos no ano seguinte (30 de Setembro de 1770), um mártir dotrabalho excessivo, no serviço mais santo e abençoado.

Dois passos importantes foram tomados na Conferência de1769. Um é explicado na seguinte entrada: "Nós tivemos um chamadourgente de nossos irmãos de Nova York (que construíram uma casa depregação), para que fôssemos ajudá-los. Quem está disposto a ir?"."Responderam Richard Boardman e Joseph Pilmoor". Mais adiante,como um sinal de amor fraternal para com a pequena sociedade quetinha se formado em Nova York, os membros da Conferência fizeramuma coleta, entre eles, de setenta libras, para pagar as passagens dosirmãos, e auxiliar a sociedade do outro lado do oceano. Assimcomeçou uma obra de remessa do que é visto hoje nas maiores Igrejastransatlânticas.

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Um outro passo importante foi a preparação de um esquemapara a perpetuação do Metodismo, no caso da morte de Wesley.

A Conferência do último ano da década mostrou que o númerode circuitos Metodistas tinha aumentado para cinqüenta, incluindo aAmérica; os pregadores itinerantes para cento e cinqüenta; e osmembros das sociedades para vinte e nove mil. Em resposta à questão:"O que deve ser feito para reavivar a obra de Deus onde ela estádiminuída?". Depois de diversas sugestões, observou-se em seguida:"Nós dissemos em 1744, que 'nós nos curvamos em demasiado emdireção ao Calvinismo'", ao que foi perguntado: "No que?". Aresposta para a questão deu margem a uma amarga e prolongadacontrovérsia, como aparecerá subseqüentemente.

Durante esses anos, a imprensa, e seus numerosos ataques aoMetodismo, estava muito virulenta, e não raramente grosseira. Algunspoucos eram mais sérios, para os quais Wesley respondia. Ele fez umuso considerável da imprensa, para seus próprios propósitos, ealgumas de suas publicações foram produtos de muito trabalho. Entreelas, as principais eram: Um Comentário Explanatório sobre o VelhoTestamento, 3 volumes; A Visão da Sabedoria de Deus na Criação, ouUm Compêndio da Filosofia Natural, primeiro editado em doisvolumes, então, expandido para três, e, mais tarde, para cincovolumes; Um Relato Claro da Perfeição Cristã,uma obra de muitovalor, ao mostrar a maturidade de Wesley e pontos de vistacuidadosamente afirmados sobre este assunto; um volume dosConselho sobre Saúde, extraído do Dr. Tissot; também diversas partesde seu Diário, muitos hinários, e um considerável número de panfletosde vários tipos, e alguns sermões. No decorrer de toda a década,Wesley trabalhou com a mais extrema assiduidade, não relaxando emseu trabalho, um único dia, ou gastando uma simples hora de tempo.Através das dificuldades e desencorajamentos que ele teve em seucaminho; até mesmo, as nuvens que se juntaram ao redor dele,algumas vezes, não obstruíram sua visão das indicações claras da

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bênção Divina sobre seus trabalhos; e, a despeito de tudo, a grandeobra progrediu.

CAPÍTULO X

A Quarta Década do Trabalho Árduo Evangelista(1771-1780)

Ao entrarmos em outra década dos trabalhos evangelistas deJohn Wesley, novamente podemos dizer que é impossível registrar osinumeráveis incidentes interessantes que ocorreram, na contínua, masgraciosa monotonia dos sagrados trabalhos árduos que preencheramesses anos. Apenas um pouco dos mais proeminentes deles, queinterrompem seu inalterável fluxo, quando agitam a superfície de umacorrenteza, podem ser dados, tão brevemente quanto possível.

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As últimas horas da década anterior foram gastas em trabalho,oração, e ação de graças. No Natal, Wesley começa seu trabalho comum sermão na Fundição, às quatro horas da manhã; manteve o serviço,e pregou em West Street, às nove horas; encontra as crianças, às trêsda tarde; pregou novamente às cinco horas; e, então, teve um"momento confortável com a Sociedade"; – verdadeiramente, "um diacheio de trabalho". De acordo com o costume estabelecido, cada anofoi encerrado com uma celebração do solene festival, conforme odesejo da instituição deles, um dia de jejum e solene noite de vigília; eo novo ano foi consagrado por um serviço divino. A cada inicio doano, ele se vê assim renovado com adoração santa, e pronto paraentrar em outra série de trabalho árduo.

No Diário, Fevereiro de 1771, ocorre a seguinte entrada:"Porquê, eu não sei até hoje, -- [Sra. Wesley] partiu para Newcastle,propondo 'nunca retornar'. 'Non eam reliqui: Non dimisi: Nonrevocabo.'E u não a deixei: nem a mandei embora: e não irei chamá-la novamente'". É necessário entrar aqui nos detalhes da conduta daSra. Wesley. Todo seu comportamento pode apenas ser explicado, sealicerçado em ciúme opressivo. Ela parecer ter sido incapaz dediscernir a grandeza de sua oportunidade, ou responder ao seu altochamado, como colaboradora de alguém engajado em uma obrasupremamente elevada. Wesley ficou desapontado, na expectativa deque seu proveito seria aumentado pelo casamento; mas, embora asuperfície de seu conforto fosse perturbada, ele não permitiu que seustrabalhos fossem interrompidos.

No decurso deste ano, uma zelosa e devotada senhora – Srta.Bosanquet, de Leytonstone, mais tarde, Sra. Fletcher, de Madeley –escreveu para Wesley, com respeito ao seu engajamento nos serviçosde pregação. Ele respondeu na seguinte carta, que ilustra seus pontosde vista do Metodismo daquele tempo.

Londonderry, 13 de Junho, 1771

Minha Querida Irmã,

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"Eu penso que a força da causa repousa ai, -- em você ter umchamado extraordinário. De maneira que eu estou persuadido, temcada um de nossos pregadores leigos; do contrário, eu não aprovariasua pregação, afinal. Fica claro para mim, que toda a obra de Deus,denominada Metodismo, é uma dispensação extraordinária de Suaprovidência. Portanto, eu não me surpreendo, que diversas coisasocorram nela, o que não caiam nas regras ordinárias de disciplina. Aregra comum de Paulo era: 'eu não permito que uma mulher fale nacongregação'. Ainda assim, em casos extraordinários, ele fez algumaspoucas exceções; em Corinto, em especial".

"Eu sou, minha querida irmão, seu afetuoso irmão",J.Wesley.

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"Na Conferência de 1770, foi pedida atenção para certasmedidas, consideradas necessárias para o avivamento da obra deDeus. Diversos conselhos foram dados, um deles sendo: 'Cuide de suadoutrina. Nós dissemos em 1744 que 'nós nos inclinamos emdemasiado em direção ao Calvinismo. Em que?". As respostas a estaquestão deram ocasião para uma amarga e prolongada controvérsia,que se estendeu através de toda a década. Fletcher encarregou-se dadefesa de seu amigo, e um dos resultados mais importantes do conflitofoi a publicação de seu afiado e inestimável Repressões aoAntinomianismo. Através desses, e de muitos panfletos escritos emseu favor, Wesley foi poupado da necessidade de falar mais do queuma pequena fração na disputa, e estava apto, portanto, a entregar-se,sem reserva, à sua obra evangelista. Isto ele fez, em tal extensão, que,não obstante o avançado dos anos, ele visitou mais cidades, e pregouem mais lugares, durante esta década, do que nas décadas anteriores,como aparece do itinerário, no final do capítulo. Em um ano apenas,ele pregou, em não menos do que duzentos e vinte lugares diferentes,além de muitos outros que não são citados, onde esteve, em suasvisitas para as sociedades da região. Ele atravessou o país em todas as

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condições de tempo, através de sucessivos anos, salvo durante operíodo que usualmente passava em Londres, onde, embora eleviajasse menos, ele estava habitualmente interessado em outrastarefas; e tão escrupuloso no uso de seu tempo, quanto em qualquerdos anos anteriores de sua vida.

Ele não esteve indiferente aos apelos de descanso ecomodidade; ainda assim, ele nunca perdeu de vista os interessesespirituais e eternos, que estavam envolvidos em sua grande obra. Emuma de suas visitas a Newcastle, ele escreveu: "Eu descansei aqui.Um lugar adorável, e uma companhia adorável, mas eu acredito queexista outro mundo, portanto, eu devo 'me levantar e seguir emfrente'". Ele não se permitia diminuição de trabalho, se com respeito àviagem, pregação, leitura, correspondência, escrito para a Imprensa,vigiar o crescimento das sociedades, ou promover obras de filantropia.E sua força não parecia ter-se abatido; embora em 1773, ele fizesse acuriosa observação, quando atravessa de Dublin: "Esta foi a primeiranoite, em minha vida, que eu permaneci acordado, embora estivessetranqüilo de corpo e mente. Eu acredito que poucos possam dizer isto:em setenta anos, eu nunca perdi uma noite de sono". Neste ano, elepregou em Moorfields para, se supõem, a maior congregação que sereuniu por lá; mas sua voz estava suficientemente forte, parapossibilitar que aqueles que estavam mais distantes ouvissemperfeitamente bem. Em Gwennap foi averiguado, por medição, queacima de trinta e duas mil pessoas estiveram presentes; ainda assim,em uma averiguação, certificou-se que ele pôde ser ouvido, "atémesmo nos limites da congregação". "Talvez", ele diz, "a primeira vezque um homem de setenta anos foi ouvido por trinta mil de uma sóvez". Considerando seu constante recurso para a pregação em campo,prontamente se suporia que seria uma obra fácil e bem-vinda para ele;mas parece que tal não foi o caso, porque ele escreve: "Até hoje, apregação no campo é uma cruz para mim. Mas eu sei minhaincumbência, e vejo nenhuma outra maneira de pregar o evangelhopara toda a criatura".

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Neste ano, um daqueles graciosos avivamentos espirituaisocorreu, o que ocasionalmente fez brilhar a história da EscolaKingswood, e abundantemente o recompensou por seus trabalhosárduos e sacrifícios, e desapontamentos dolorosos, no interesse dela.

Geralmente, durante as Conferências, como ele falava demanhã à noite, ele pedia para um dos pregadores pregar, logo cedo, noserviço matutino; mas, em duas das Conferências, pelo menos, commuitas coisas para dizer, ele pregou durante as manhãs e tardes, e dizque não viu diferença, afinal; ele não estava mais cansado do que emseu "trabalho usual, ou seja, não mais do que se eu estivesse sentadoquieto em meu estúdio, de manhã à noite". Durante sua residência emLondres, ele freqüentemente visitou todos os membros da Sociedadeem suas casas, mesmo embora o número variasse entre dois mil equatrocentos e dois mil e quinhentos.

Poucos homens, se algum, alguma vez pregou em tantascircunstâncias peculiares. O caso seguinte, que ocorreu, por voltadeste tempo, acrescentado a muitos já relatados, pode ilustrar estefato. Ele havia prometido pregar, às seis horas da manhã, para osprisioneiros em Whiteley. "Embora o chão estivesse coberto de neve,tantas pessoas se reuniram", ele diz, "que eu fui constrangido apregar no pátio da prisão. A neve continuou a cair, e o vento norte asoprar ao nosso redor; mas eu confio que Deus aqueceu muitoscorações". Seus dias foram tão cheios de trabalho quanto deaventuras, de livramentos de perigo, e de exemplos de sua granderesistência. Muitas proezas da viagem são também registradas, comoem 9 de Maio de 1777, quando ele diz "fui para Malton; e no dia 10,depois de viajar, noventa ou cem milhas, eu voltei para Malton, e,depois de descansar por uma hora, fui para Scarborough, e preguei àtarde. Mas o fluxo que eu tivera por poucos dias aumentou demaneira que eu, a princípio, encontrei dificuldade para falar. Aindaassim, quanto mais eu falei, mais forte fiquei. Deus não é uma ajudapresente?". Ele continuou pregando, até a tarde do dia 14, quandochegou em York. Ele bem poderia dizer: "Eu de bom-gradodescansaria o dia seguinte, sentindo meu peito muito desconfortável.

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Mas chegou aviso de que eu pregaria em Tadcaster, e eu parti, àsnove da manhã. Por volta das dez, a carruagem quebrou. Euemprestei um cavalo, mas ele não era um dos mais fáceis. Depois decavalgar três milhas, eu estava tão completamente eletrificado, que ador em meu peito estava completamente curada. Eu preguei á tardeem York; na sexta-feira tomei a diligência, e, no sábado à tarde, vimpara Londres".

Em Congieton, ele foi subitamente chamado a Bristol, para umnegócio importante. Ele partiu, permaneceu em Bristol duas horas, eretornou para cumprir seus compromissos de pregação; perfazendouma distância de duzentas e oitenta milhas, em cerca de quarenta eoito horas, ainda assim, não mais cansado no final, do que no início.Isto foi extraordinário, considerando sua idade, e as condições dasestradas naquele tempo. Esses incidentes mostram o espírito resolutodo homem, e algumas de suas dificuldades. Ele ainda continuou aestender a área de suas viagens evangelistas. E, 1777, ele fez aprimeira visita a Ilha de Man; e, como usual em suas primeiras visitas,ele cuidadosamente registrou suas observações minuciosas daaparência da região.

A nação estava agora em um estado incerto, e viajar eraperigoso. Por volta desta época, os condutores da carruagem, em umadas ruas públicas uniram-se para entregar seus passageiros, uns nasmãos dos outros, de maneira que muitos foram roubados emaltratados. Wesley, sempre pronto a reconhecer a boa providência deDeus sobre ele, registra: "Eu viajei todas as rodovias, de dia e denoite, por esses quarenta anos, e nunca fui interrompido".

Por dois ou três anos, ele sofreu os efeitos de ser atirado sobrea maçaneta de sua sela, devido ao tropeço do cavalo. Isto se tornandosério, ele se submeteu a uma cirurgia, e, em poucos dias, estavaefetivamente curado. Mas ele sofreu uma interrupção mais séria emsua obra, um ano depois, durante uma das suas visitas à Irlanda. Ele seencontrava em Castle Caulfield, onde, ele diz, "durante a noite, achuva veio abundantemente, através do sapé, para dentro de meu

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quarto. Mas eu não vi inconveniência presente, e não me preocupeicom o amanhã". Uma semana mais tarde, no entanto, ele escreveu:"Eu não me senti muito bem esta manhã, mas supus que isto passarialogo. À tarde, com o tempo extremamente quente, eu me deitei nagrama, no pomar do Sr. Lark, em Cock Hill. Isto eu estavaacostumado a fazer por quarenta anos, e não me lembro disto ter mecausado algum dano; apenas eu nunca deitei sobre a minha face, emcuja postura, adormeci. Eu acordei um pouco, apenas um pouco,incomodado, e preguei com facilidade para uma multidão. Maistarde, eu estava um bocado pior". No entanto, no dia seguinte, eleprosseguiu algumas milhas, e pregou ao lado de uma mesa, e com umvento forte e afiado soprando em sua face. Ele ficou extremamentedoente, e os sintomas eram tão sérios que o medo mais ameaçadorcogitado era de que ele não se recuperaria. Seu companheiro deviagem disse que sua língua estava muito inchada, e tão negra comocarvão; que ele se agitava todo; e que, por algum tempo, seu coraçãonão batia perceptível, nem havia pulso discernível. Como as notíciasdisto se espalharam, a ansiedade de seus amigos, e a tristeza de seupovo, tornaram-se extremamente grandes, como muito rapidamentepodemos supor, e orações foram feitas a ele, de todas as partes.Tyerman, que menciona algumas circunstâncias relativas a estaenfermidade, cita diversas cartas escritas naquele tempo, das quais aseguinte, endereçada pelo seu irmão a Joseph Bradford, companheirode Wesley, é tomada:

Bristol, 29 de Junho, 1775

Querido Joseph

"Ânimo! O Senhor vive, e todos vivem para Ele. Sua últimacarta acaba de chegar, e elimina toda a esperança da recuperação demeu irmão. Se ele pudesse resistir até agora, ou seja, dez dias mais,ele poderia se recuperar, mas eu não me atrevo a me permitir esperarpor isto, até que eu ouça de você novamente. As pessoas aqui, e emLondres, e em todas as partes, estão mergulhadas na tristeza. Mas atristeza e morte logo serão tragadas na vida eterna. Você cuidará dos

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papéis de meu irmão, etc, até que você veja os testamenteiros dele;Deus recompense sua fidelidade e amor. Eu pareço dificilmenteseparado dele, a quem eu devo, em breve, alcançar. Nós fomos unidosem nossas vidas, e em nossa morte, não estaremos separados. Irmãos,orem um pouco mais por seu amoroso servo".

Charles Wesley

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Quinta-feira, à tarde.

"Sua carta do dia 20, eu recebi neste momento. Ela apenasconfirma meus temores. Meu irmão, logo depois que você escreveu,com toda probabilidade, entrou na alegria do Senhor. Ainda assim.Escreva novamente e me envie os pormenores. Eu não tenho, e nuncamais terei, forces para tal jornada. O Senhor nos prepare para umrápida remoção para nossa região celestial!".

Charles Wesley

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Mas os temores e tristezas dos seus amigos foram logodissipados. Com rapidez, sua doença começou a diminuir, e, emmenos de uma semana, ele partiu para Dublin, onde, em outra semana,ele pregou uma vez, e, em seis dias mais, deu início ao seu cursoregular de pregação, manhã e tarde. Depois de pregar em Finstock, nooutono, ele escreveu, como fez em diversos outros lugares atrativosem suas viagens: "Quantos dias eu poderia passar aqui, se eu fossefazer minha própria vontade? Mas não pode ser assim: Eu devo 'fazera vontade Dele que me enviou', e terminar Sua obra. Portanto, este éo primeiro dia que eu passo aqui; e, talvez, possa ser o último".Wesley, agora, completamente consciente de sua idade avançada, nãoestava sem razoável medo de que sua partida seria atendida por sériasconseqüências por suas sociedades, porque diversos dos pregadores

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estavam muito descontentes por não lhes ser permitido administraremo Sacramento da Ceia do Senhor, e muitas congregações estavamigualmente insatisfeitas, porque não lhes era permitido recebê-la dospregadores aos quais eles deviam tanto, e aos quais estavam muitoligados, enquanto o clero, cujas ministrações, Wesley requereu queseu povo atendesse, freqüentemente os tratava com rudeza edesmerecida reprovação. Ele, portanto, sugeriu que, no evento de suamorte, Fletcher tornasse seu sucesso, e ativamente recomendou queele consentisse. Isto Fletcher resolutamente declinou, mas, como eleestava adoentado, ele consentiu em viajar com Wesley por algunspoucos meses. Eles partiram na primavera, e retornaram, no final doano, muito melhor de saúde. Ele foi, no entanto, persuadido apermanecer em Londres, e seus velhos sintomas retornaram.

Wesley já havia endereçado a ele a seguinte carta notável:

Janeiro de 1773

Prezado senhor,

"Que espantosa obra, Deus tem forjado nestes reinos, emmenos de quarenta anos". E ele não apenas continua, mas aumenta,através da Inglaterra, Escócia, e Irlanda; mais do que isto,ultimamente se espalhou para Nova York, Pensilvânia, Virginia,Maryland, e Carolina. Mas os homens sábios do mundo dizem:'Quando o Sr. Wesley morrer, então, tudo isto vai acabar!'. E, assim,certamente será, a menos que, antes que Deus me chame daqui,alguém seja encontrado para ficar em meu lugar. (...) O corpo depregadores não está unido: nem uma parte dele se submete àsdemais; de maneira que deve existir um que governe sobre todos, ou aobra, de fato, chegará ao fim".

"Mas quem é suficiente para essas coisas? Qualificado paragovernar, tanto sobre os pregadores, quanto o povo? Ele deve ser umhomem de fé e amor, e um que tenha um olho puro para o avanço doreino de Deus. Ele deve ter um entendimento claro; um conhecimento

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de homens e coisas, especificamente da doutrina e disciplinaMetodista; uma elocução pronta; diligência e atividade, com umatolerável cota de saúde. Deve ser acrescentado a esses, generosidadepara com as pessoas, e com os Metodistas em geral. Porque, exceto seDeus virar os olhos e corações deles em sua direção, ele serácompletamente incapaz de realizar a obra. Ele deve ter igualmentealgum grau de cultura, porque existem muitos adversários, cultos,assim como iletrados, cujas bocas devem ser fechadas. Mas isto nãopode ser feito, a menos que ele seja capaz de enfrentá-los em seupróprio terreno".

"Mas Deus providenciou um tão qualificado? Quem é ele? Tués o homem! Deus lhe deu uma medida de fé amorosa; e um olho puropara a glória Dele. Ele lhe deu algum conhecimento de homens ecoisas; especialmente do antigo plano do Metodismo. Você éabençoado com alguma saúde, atividade, e diligência; junto com umgrau de cultura. E para tudo isto, ele acrescentou ultimamente, deuma forma que ninguém poderia prever, favor ambos com respeitoaos pregadores, quanto com todo o povo. Venha, em nome de Deus!Venha ajudar o Senhor contra o poderoso! Venha, enquanto estouvivo, e capaz de trabalhar!".

"Venha, enquanto sou capaz, Deus me assistindo, de edificá-lona fé, aprimorar seus dons, e introduzi-lo ao povo. Que possívelocupação você tem que seja de tão grande importância?".

"Mas você naturalmente dirá: 'Eu não estou à altura datarefa; eu nem tenho graça, nem dons, para tal empreendimento'.Você diz a verdade; é certo que você não tenha. E quem tem? Masvocê não conhece Aquele que é capaz de dá-los? Talvez, não de umasó vez, mas, antes, dia-a-dia; como cada um é, de maneira que vocêse fortaleça? 'Mas isto implica', você pode dizer, 'em milhares decruzes, tais que eu sinto que não sou capaz de suportar'. Você não écapaz de suportá-las agora; e elas ainda não vieram. Quando querque elas venham, Ele não as enviará, na devida medida, peso e

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capacidade? E elas não serão todas para seu proveito, para que vocêpossa ser um parceiro em sua santidade?".

"Sem deliberar, portanto, com a carne e sangue, venha efortaleça as mãos, conforte o coração, e compartilhe do trabalho de"

Seu afetuoso amigo e irmão,J.Wesley

----Durante esta década, a obra de Wesley parecer ter alcançado

seu auge. Sua saúde, não obstante as breves interrupções descritas,estava vigorosa; e seu trabalho, extraordinário, do qual as páginas deseu Diário abundam em detalhes interessantes. Ele sobreviveu àviolenta oposição da turba, e sua influência no reino tornou-se muitogrande, de maneira que suas visitas periódicas eram ocasiões degrande interesse, e criava não pequeno alvoroço em muitas partes daregião. As igrejas, também, foram gradualmente reconhecendo agrandeza de seu serviço no interesse da religião, por toda a terra. Nãoapenas o antagonismo decresceu significativamente, mas, até mesmo,honras lhe foram conferidas. Ele foi feito Cidadão de Perth; e aLiberdade de Arbroath foi outorgada a ele. Mas o que ele maisapreciou foi a abertura das igrejas para ele, que não foi meramente umtoque de respeito, mas um sinal de uma grande mudança no espíritodo clero, e a primeira indicação do gracioso avivamento da religiãodentro da Igreja, como um todo, que o século passado permitiutestemunhar.

[A Declaração de Arbroath (1320) foi e tem sido inigualávelem seu eloqüente apelo para a liberdade do homem. Da escuridão dasmentes medievais, ela acendeu uma tocha sobre futuras disputas queseus signatários teriam previsto ou compreendido]

Ao rever uma seção de seu Diário, então, recém publicado, oLloyd's Evening' Post de 20 de Janeiro de 1772, faz a seguinte alusãoà sua obra.

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"Neste intervalo, entre 27 de Maio de 1765, e 5 de Maio de1768 [período compreendido em seu Diário], este zeloso, everdadeiramente laborioso missionário dos Metodistas, que parececonsiderar os três reinos como sua paróquia, percorre duas vezes amaior parte da Irlanda e Escócia, de Londonderry a Cork; deAberdeen a Dumfries, visitando e confirmando as Igrejas, além defazer um progresso, principalmente, montado a cavalo (em muitoslugares, mais do que uma vez), através de grande parte de Wales, equase todas as regiões na Inglaterra, de Newcastle a Soutthampton;de Dover a Penzance".

"Esses que esperam encontrar, neste Diário, apenas asdoutrinas peculiares do Metodismo ficará favoravelmentedesapontado, já que elas estão misturadas com tais reflexõesocasionais sobre homens e maneiras; sobre literatura refinada, e, atémesmo, sobre lugares refinados, como prova de que o escritor édotado com um gosto bem cultivado, tanto pela leitura, quanto pelaobservação; e, sobretudo, com tal benevolência e delicadeza detemperamento, de tal maneira de pensar, ampliada, liberal, everdadeiramente Protestante, em direção àqueles que diferem dele,como a mostrar claramente que seu coração, pelo menos, é correto, eexatamente o habilita a esta candura e indulgência, que, para a honrade nossa religião comum, estamos satisfeitos de saber, que ele agorausualmente recebe".

Mas, embora sua obra fosse mais e mais apreciada, pelamelhor classe de pessoas; ainda assim, ele nunca antes se sujeitou aum tratamento mais grosseiro, por parte da imprensa vulgar, cujoclímax foi a publicação, em 1778, de sete panfletos ilustrados decaráter mais torpe, no qual a sátira alcança seu limite extremo deaspereza, indecência, infâmia, e falsidade. É evidente, que ele ignoroutoda essa classe de literatura, conforme ele ia se sujando ao longo daestrada.

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Para lançar uma luz lateral sobre parte de sua obra, o seguintepode ser citado: refletindo sobre o que ele ouviu um bom homemdizer, "Uma vez, a cada sete anos, eu queimo todos os meus sermões;porque é uma vergonha que eu não possa escrever um sermão melhoragora do que pude sete anos atrás", ele afirma:

"O que quer que outros possam fazer, eu realmente não posso.Eu não posso escrever um melhor sermão sobre O Bom Mordomo, doque eu fiz há sete anos; eu não posso escrever um melhor, sobre oGrande Julgamento, do que fiz há vinte; não posso escrever ummelhor sobre o Uso do Dinheiro, do que fiz perto de trinta anos atrás;não, eu não sei se eu poderia escrever um melhor sobre a Circuncisãodo Coração do que fiz há quarenta e cinco anos. Talvez, na verdade,eu possa ter lido quinhentos ou seiscentos livros mais do que li, então,e possa saber um pouco mais de História, ou Filosofia Natural, doque antes; mas eu não estou consciente de que isto tenha trazidoalguma adição essencial ao meu conhecimento da Divindade. Porquarenta anos, eu sei e preguei cada doutrina cristã, que eu pregoagora".

Em 1º. de Novembro de 1778, ele inaugurou a nova Capela emCity Road, dentro e em redor da qual, tantas memórias agradáveis sejuntaram desde aquele dia até este. Ele descreve isto comoperfeitamente asseada, mas não delicada, e diz que ela conteve bemmais pessoas do que a Fundição.

A construção da Capela de City Road foi outro passo, naconsolidação do Metodismo, e uma precaução direta, através deWesley para sua permanência futura. Não se pode negar que eledesejou que suas Sociedades estivessem ligadas à Igreja; ou que eletentou, com todo seu poder, trazê-las em aliança com ela. Mas, emquão grande extensão ele fracassou em seu esforço! Ele foi conduzidopara a alternativa de "diversificar" da ordem religiosa, ou confiar seurebanho resgatado à custódia de pastores legalmente designados. Épossível se dizer que o cuidado deles para com o rebanho permitiu queele fizesse o último? O clero estava, além de um pequeno número,

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desejoso ou capaz da supervisão espiritual deles? A história do séculoé a resposta. Todas as sociedades de Wesley seriam "Sociedades deSacristia", não tivesse o clero tão desejoso disto. Ele viu a necessidadede fazer provisão para a segurança de seu povo. Sua preservação foide uma consideração maior para ele do que a manutenção da ordemreligiosa. Portanto, ele ergueu suas construções, e as deixou emfiança, o que assegurou, até onde a previsão do homem pudesseassegurá-la, não apenas suas doutrinas, que ele acreditou eram asverdadeiras doutrinas bíblicas, fossem ensinadas a eles.

No Natal deste ano, ele pregou às quatro horas da manhã, nanova capela; no usual serviço matinal, em West Street, ele leu asorações, pregou, e administrou o Sacramento "para centenas depessoas". À tarde, pregou novamente na nova capela, "cheia em cadacanto", e, à tarde na igreja de St. Sepulchre, uma das mais largasparóquias de Londres, mas sentia-se mais forte, ele diz, depois de seuquarto sermão, do que antes de seu primeiro; ainda assim, ele estavanos seus setenta e seis anos de idade. Um registro similar é dado noano seguinte.

Em 1778, Wesley publicou o primeiro número de uma revista,o que, ele diz, desejava fazer há mais de quarenta anos. Ela foiintitulada A Revista Arminiana: Consistindo de Extratos e TratadosOriginais sobre a Rendenção Universal. O título suficientementedeclara seu caráter e propósito. Sua publicação foi ocasionada pelosataques, principalmente da Revista Evangélica. Ela proporcionou aWesley uma oportunidade de defender as doutrinas e obra doMetodismo. "Uma vez começada, eu me inclino a pensar que não teráfim, a não ser com minha vida", diz Wesley. Ela continua até opresente dia, mas em 1985 e 1904, "muda significativamente na formae caráter".

Em Agosto de 1776, ele foi apresentado ao cura de SouthPetherton, que, algum tempo antes, esteve sob profunda convicçãoreligiosa, o que se mostrou em uma marcada mudança em suasministrações no púlpito. Thomas Maxfield, um antigo pregador leigo,

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a quem é feito freqüente referência, e quem estava agora nasordenações, quando em visita a South Petherson, conheceu-o, e foi útilno conduzi-lo para a feliz aquisição da salvação evangélica. Com suaatenção voltada para os Sermões e Diários de Wesley, e nasRestrições de Fletcher, o cura copiou os métodos de Wesley, pregandoem vilarejos circunvizinhos, desta forma causando ofensa a alguns deseus paroquianos, que buscaram a sua demissão de seu curato. Eledecidiu juntar-se a Wesley, que assim descreve o encontro deles: "Eupreguei em Tauton, e, mais tarde, fui para Kingston. Aqui euencontrei um clérigo, Dr. Coke [que recentemente tinha sido eleitoDoutor de Lei Civil], recente Cavalheiro da Câmara dos Comuns doJesus College, em Oxford, que viajou vinte milhas para estepropósito. Eu conversei muito com ele, e uma união, então, começou,o que eu confio não terá fim". A vinda do Dr. Coke, naquele tempo,foi a mais providencial, porque a saúde de Fletcher começou a mostrarsinais de um sério definhamento, e Wesley logo estaria na necessidadeda ajuda de um homem vigoroso. Esta ajuda, Dr. Coke prestou. E elese tornou, se não o fundador, certamente o organizador das MissõesEstrangeiras Metodistas, para as quais ele devotou sua força e fortuna,e, finalmente, sua vida. Ele morreu no mar, em uma viagemmissionária, quando em seu caminho para a Índia.

Em Maio de 1776, uma ordem foi expedida na Casa dosLordes: "Que os comissários de Imposto de Sua Majestadeescreveram cartas circulares para todas as pessoas que eles teriamrazão para suspeitar tivessem prataria, assim como aquelas que nãopagaram regularmente a obrigação sobre a mesma", etc. Uma cópiada ordem foi enviada a Wesley, no mês de Setembro seguinte, juntocom uma carta declarando que "os comissários não duvidam que vocêtenha prataria, pela qual você tem até aqui negligenciado darentrada", etc., e pede uma "resposta imediata" . A que ele respondeude imediato:

"Senhor",

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"Eu tenho duas colheres de prata em Londres, e duas emBristol. Esta é toda a prataria que eu tenho no momento, e não devocomprar mais, enquanto tantos a minha volta necessitam de pão".

"Eu sou, senhor, seu mais humilde servo",J.Wesley

--

Já no fim desta década, ele teve um livramento muito notávelda morte, que ele descreve assim:

"Segunda-feira, 20 de Junho [1774] – Por volta das novehoras, eu parti, de Sunderland para Horsley, com o Sr. Hopper e o Sr.Smith. Eu levei a Sra. Smith e suas duas garotinhas comigo nacarruagem. Perto de duas milhas da cidade, justamente no topo dacolina, os cavalos dispararam, sem qualquer motivo aparente, evoaram colina abaixo, como uma seta que escapou do arco. Em umminuto, John caiu fora da boléia. Os cavalos, então, seguiramvelozes; algumas vezes, para a extremidade, à direita do abismo;outras, à esquerda. Uma carroça veio contra eles; que a evitaram,exatamente como se um homem os estivesse comandando da cocheira.Havia uma ponte, aos pés da colina, e eles foram diretamente sobre omeio dela; correndo, colina acima, com a mesma velocidade. Muitaspessoas nos encontraram, mas saíram fora do caminho. Já perto dotopo, havia um portão que conduzia ao quintal de um fazendeiro, eque ficava aberto. Os cavalos viraram um pouco, e transpassaram porela, sem tocarem no portão, de um lado, ou a coluna do outro".

"Eu pensei, 'entretanto, o portão, do outro lado do pátio, ficafechado, e isso irá pará-los': mas eles dispararam através dele, comose fosse teia de aranha, e galoparam em frente, pelo trigal. As duasgarotinhas gritaram: 'Vovô, nos salve!'. Eu disse a elas: 'Nada irámachucar vocês; não fiquem com medo!'; sentindo não mais medo oupreocupação (abençoado seja Deus!) do que se eu estivesse sentadoem minha sala de estudos. Os cavalos correram, até que eles vieram

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para a beirada do precipício íngreme. Justamente no momento emque o Sr. Smith, que não pode nos alcançar antes, galopou entre eles,que pararam, num instante. Se os cavalos tivessem ido, em frente,apenas um pouquinho, tanto o Sr. Smith quanto nós teríamos ido parabaixo juntos! Eu estou persuadido de que tanto os maus quanto osbons anjos tiveram uma partilha grande nessa transação: quãogrande foi ela, nós não sabemos agora, mas saberemos daqui parafrente".

O seguinte relato vem da pena de Joseph Benson, por algumtempo, diretor da Escola de Kingswood, mais tarde, do ColégioTrevecca, do qual, ele foi demitido por defender os pontos de vistaArminianos, personificados nas minutas da Conferência de 1770, equem era agora o sênior "Ajudador", em Edinburg – um dos maisilustres filhos do Metodismo. Escrevendo da Escócia, ele diz:

"Eu estive constantemente com ele [Wesley], durante umasemana. E tive a oportunidade de examinar mais de perto seu espíritoe conduta; e, eu asseguro a você, estou mais do que nuncapersuadido, que ele é tal, como ninguém. Eu não conheço suacondição; primeiro, para suas habilidades, naturais e adquiridas; e,segundo, para suas 'incomparáveis diligências na aplicação dessashabilidades para os melhores empreendimentos. Sua imaginação viva,memória firme, claro entendimento, elocução rápida, coragemvaronil, diligência infatigável, realmente me causaram espanto".

"Eu admiro, mas desejo, em vão, imitar, sua diligente melhoraa cada momento da vida; sua maravilhosa exatidão, até mesmo, naspequenas coisas; a ordem e a regularidade, por meio das quais eleexecuta e lida com tudo que tem nas mãos; aliadas à sua rápidapresteza de negócios, e calma, e agradável serenidade de alma. Eunão devo omitir de mencionar o que é muito manifesto a todos que oconhecem, sua resolução, que nenhum impacto da oposição podeabalar; sua paciência, que a duração das provas não pode exaurir;seu zelo pela glória de Deus, e o bem do homem, que nenhuma águade perseguição ou tribulação já foi capaz de extinguir. Feliz homem,

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eu desejo que tu carregues o fardo e a fúria do dia, em meios aosinsultos dos adversários. E a simples infidelidade dos amigosaparentes; mas tu poderás descansar de tuas labutas, e tuas obras,seguirão a ti!".

Escrevendo sobre seu aniversário, em 1776, ele diz: "Eu tenhosetenta e três anos, e sou muito mais capaz de pregar do que fui aosvinte e três anos"; e ele indaga, dentro dos meios naturais que Deususou para produzir tão maravilhoso efeito. Ele os encontrou nocontínuo exercício e mudança de ar; em seu viajar mais de quatro milmilhas no ano; em seu constante levantar-se às quatro horas da manhã;em sua habilidade para dormir imediatamente, quando quer que elenecessite; em nunca perder uma noite de sono na vida; e no que pareceter sido um forte medicamento – duas violentas febres e duasprofundas consumações. Ele julgou que estas foram de considerávelserviço, uma fez que fizeram sua carne voltar novamente, como acarne de uma criancinha. E acrescenta: "Por fim, a uniformidade detemperamento. Eu sinto, e me aflijo, mas, pela graça de Deus, eu medesgasto com nada. Mas, ainda assim, 'a ajuda que é dada na terra,Ele mesmo a dá'. E isto ele faz em respostas às muitas orações".

Algum tempo depois, seu amigo e fiel "Ajudador", Sr. ThomasOlivers, autor do notável hino "Louvor ao Deus de Abraão" –escreveu como segue: -- "Sr. Wesley é agora um homem idoso, e,ainda assim, tem tal variedade e multiplicidade de ocupação, comopoucos homens administrariam, até mesmo, no vigor da vida. Nãoexistem duas semanas em que ele não viaja duzentas ou trezentasmilhas; prega e exorta em público, entre vinte ou trinta vezes, e,freqüentemente mais; responde trinta ou quarenta cartas; fala comtantas pessoas em particular, com respeito às coisas de profundaimportância; e, prepara, tanto no todo, quanto na parte, alguma coisapara a impressa. Acrescento a tudo isto, que, freqüentemente, naquelebreve espaço de tempo, uma variedade de tratados sobre diferentesassuntos passa através de suas mãos, especialmente quando eleviaja".

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Nesta época, a região estava em um estado de desassossego. Anação estava imersa em crime e miséria. A guerra estava intensa, dequase todos os lados. O comércio estava paralisado, e as taxasintoleráveis. Grande alvoroço foi causado pelo Documento dasInabilidades Católicas. O espírito patriótico e Protestante de Wesley omoveu a escrever, Uma Carta para o Tipógrafo de 'Public Advertiser',ocasionado pelo último ato passado em favor do Papismo. Ele diz:"Ao receber mais e mais relatos, quanto ao crescimento do Papismo,eu acredito que seja minha obrigação escrever sobre isto, o que maistarde, foi inserido nos documentos públicos. [Ele foi mais tardepublicado como um folheto amplo]. Muitos ficaram gravementeofendidos; mas eu não posso ajudar nisto. Eu devo seguir minhaprópria consciência". Por outros, ele foi muito aplaudido. Até mesmoseu amargo antagonista, o Gospel Magazine, disse que ele tinha "sidoquase unanimemente aprovado, e foi uma produção de real mérito".

Esta década foi sinalizada mais adiante, com a publicação, em1780, do notório, e "enorme", hinário de Wesley, intitulado UmaColeção de Hinos para o Uso do Povo Chamado Metodista. Este livrofoi usado, com algumas leves variações, até o presente ano [1904]. Elefoi um hinário de Wesley; todos os hinos, a não ser dez, saíram daspenas da família Wesley. Muito cuidado e trabalho foram gastos nacoleção e revisão de seu conteúdo.

Esta, a quarta, e mais ativa década do trabalho árduoevangelista de Wesley, agora chega perto do seu fim. A obra avançoucom passos firmes, de maneira que, enquanto no começo dela haviavinte e oito mil, novecentos e sessenta e três membros nas Sociedades;cento e vinte e um pregadores na Grã-Bretanha; no encerramento,havia cento e setenta pregadores, e quarenta e três mil e oitocentos etrinta membros. Em 1769, os primeiros pregadores Boardman ePilmoor, foram para a América, onde o Metodismo já havia sidointroduzido, por alguns poucos e zelosos imigrantes. Em 1780, havia42 pregadores, e o número de membros matriculados era de oito mil,quinhentos e quatro. O total de membros nesta região e América

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alcançou, portanto, cinqüenta e dois mil, trezentos e trinta e quatro, edos pregadores, duzentos e doze.

Este é um registro da devoção espantosa e trabalho árduo daparte do grande Evangelista da Inglaterra, um registro de umafidelidade resoluta e de esforço concentrado para cumprir o que ele,durante muitos anos, considerou ser seu grande e supremo chamado.Ele diligentemente semeou a semente da qual as Igrejas, desde então,têm feito as mais frutíferas colheitas. Ele lutou fielmente para servir aseu Deus, enquanto servia sua gente; e tudo inconscientemente teceupara ele mesmo uma coroa de imperecível honra.

CAPÍTULO XI

A Quinta Década de Trabalho Árduo Evangelista(1781-179)

Nós agora entramos na quinta, a última, década da notávelcarreira evangelista de Wesley. Ela compreende o período dos seussetenta e sete aos oitenta e sete anos de sua vida. Surpreendente comoisto possa parecer, não existe diminuição provável, quer em suasviagens ou nas suas pregações, até os últimos dois anos do período.

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Muitos eventos importantes ocorreram durante esta década,que teve relação preferivelmente à consolidação do Metodismo, doque com a história pessoal de Wesley; e esses devem serresumidamente reportados.

A Conferência de 1781 foi distinguida por um serviço muitonotável, que aconteceu na paróquia de Leeds. Wesley pregou. Haviadezoito clérigos presentes; e, por ocasião do Sacramento, certa de milcento e dez comunicantes. Setenta pregadores atenderam aConferência. Wesley pediu que Fletcher, Dr. Coke, e quarto outros oencontrassem toda a tarde, para que consultassem juntos sobre algumadificuldade que ocorresse. Isto foi considerado necessário, devido aoconflito renovado de opinião sobre a questão bíblica, que continuou aser afiada até o fim dos dias de Wesley, e, de fato, durante alguns anosdepois. Uma das Sociedades, que representava muitas outras, escreveupara Wesley, dizendo que eles tinham, de acordo com seu conselho,atendido aos serviços da Igreja, mas o clérigo pregou que elesacreditavam em doutrinas erradas. A decisão da Conferência foi que,aqueles que tinham sido "instruídos na Igreja", atendessem aosserviços lá, tão freqüentemente quanto possível; mas que, se oministro começasse a pregar os decretos absolutos, ou dizer insultos,ou ridicularizar a perfeição cristã, eles deveriam sair quietamente daIgreja, ainda que a atendessem numa próxima oportunidade.

No ano seguinte, Wesley, com a assistência de Coke, instituiua "Sociedade para a Distribuição de Tratados Religiosos entre osPobres".

Uma preocupação muito séria surgiu em Birstal em 1782, comrespeito a autoridade pela qual a indicação de pregadores para a capelaseria determinada; a questão era se a decisão deveria depender daConferência ou dos Curadores. O mesmo problema surgiu também emoutros lugares – notavelmente em Dewsbury – onde as capelas nãoforam organizadas nos termos do Documento Padrão de 1763. Istoocasionou muita discussão, e ocupou o tempo e atenção de Wesley,que teriam sido mais bem empregados; e, assim, de certa forma,

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impediu a boa obra que ele tinha na mão. A dificuldade não foisuperada por diversos anos.

A depressão no estado da Escola Kingswood ocorreu em 1783,mas medidas enérgicas efetuaram a mudança, e ele foisubseqüentemente capaz de escrever:

"Sexta-feira - 1º. de Setembro de 1789 – Eu fui paraKingswood. Doce recesso! Onde tudo agora está exatamente como euquero. Mas… 'O homem não nasceu para repousar nas sombras.Vamos trabalhar agora, para que possamos descansar logo mais'".

"Sábado – 12 – Eu passei algum tempo com as crianças, todasse comportaram bem; diversas estão muito despertas, e poucas seregozijam no favor de Deus".

Um outro assunto da mais grave importância foi a preparaçãoem 1784, do que foi chamado de Um Documento de Declaração. Em1763, ele foi redigido na forma do Documento agora referido, para oestabelecimento das capelas, que, em meio a outros itens,proporcionou "que os curadores pudessem admitir tais pessoas, quedeveriam ser indicadas na Conferência anual.. e nenhuma outra, paraterem e desfrutarem da ditas premissas", etc. Mas a Conferênciaconstituiu-se de Wesley e tais outras pessoas que ele escolheuconvidar para deliberar sobre a sugestão. Ficou acertado que, napossibilidade de sua morte, era necessário, mais estritamente, definir apalavra "Conferência", determinando seus constituintes individuais, eprovendo para sua continuidade. Isto foi executado pela "Documentode Declaração e Estabelecimento da Conferência do Povo ChamadoMetodista". Este Documento foi registrado na Corte de Justiça, em 9de Março de 1784, e deu à Conferência uma definição legal que, atéaqui, estava em falta.

Wesley teve alguma dificuldade em determinar o número depregadores que constituiriam a Conferência. Ele finalmente decidiusobre cem. Alguns desses que não foram escolhidos, ofendidos com

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sua exclusão, criaram grande desconforto na Conferência seguinte. Adisputa foi tão afiada, que o Sr. Fletcher pediu às partes conflitantes,literalmente de joelhos, para suspenderam o conflito e sereconciliarem. Havia temores por parte de muitos pregadores, de queos "Cem" , sem cujo voto nenhuma transação da Conferência serialegal, tirariam vantagem da posição deles, em detrimento do restante.Wesley, em antecipação disto, escreveu uma carta, na qual ele exortouos "Cem", a não tirar vantagem da posição deles, ao assumir algumasuperioridade sobre seus irmãos. Esta carta ele consignou ao cuidadode Joseph Bradford, para ser lida na assembléia da primeiraConferência depois da morte de Wesley. A carta foi assim lida, e aConferência unanimemente decidiu "que todos os pregadores, queestão em plena conexão com eles, desfrutem cada privilégio que osmembros da Conferência desfrutam, de acordo com a carta acimaescrita". Nesta hora, aquela promessa foi honrosamente observada.Todos os pregadores, devidamente qualificados, votavam em cadaassunto, e os "cem legalizados", sempre afirmando o voto deles.

Um outro assunto de interesse mais sério, que envolveuWesley em muita controvérsia, referia-se às Sociedades Americanas.O Metodismo tinha crescido rapidamente no que era agora os EstadosUnidos da América. Stevens, o eloqüente historiador Americano doMetodismo, diz que "A revolução tinha dissolvido, não apenas asrelações civis, mas também as eclesiásticas das colônias daInglaterra. Muitos do clero inglês, de quem as Sociedades Metodistasdependiam para os Sacramentos, tinham fugido para 'a terra, ouentrado para a vida política ou militar, e a Igreja Episcopal estavageralmente incapacitada. Na Virgínia, o centro de sua força colonial,ela rapidamente declinou, moralmente assim como numericamente.Na conclusão da disputa, muitas de suas igrejas estavam em ruínas,quase a quarta parte de suas paróquias, extintas ou abandonadas; etrinta e quatro das setenta e duas restantes estavam: sem suprimentospastoral; vinte e oito apenas de seus noventa e um clérigospermaneceram, e, esses, com a adição, logo depois da guerra, de oitooutras partes da região, ministravam em trinta e seis paróquias. Sobessas circunstâncias, os Metodistas requereram de seus pregadores a

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administração dos Sacramentos. Muitos, das sociedades, estavam hámeses, alguns há anos, sem eles. A exigência não foi apenas urgente,mas logicamente correta... O que poderia Wesley fazer sob essascircunstâncias? O que, senão o exercício do direito da Ordenação,que ele tinha por anos teoricamente reivindicado, mas praticamente eprudentemente declinado? Se houve alguma imprudência da parte deWesley nesta emergência, ela foi certamente em sua longa econtinuada paciência. Quando ele autorizou, isto foi apenas depois doreconhecimento da independência das colônias americanas, e não, atéque estimulado por seus mais respeitáveis conselheiros. Fletcher deMedeley era um deles".

Wesley explica sua própria atitude na questão. Ele escreve:

"O relato do Senhor Rei, sobre a Igreja primitiva convenceu-me, há muitos anos, que os Bispos e Presbíteros são da mesma ordem,e, conseqüentemente têm o mesmo conhecimento para conferir oSacramento. Por muitos anos, eu tenho sido importunado, de temposem tempos, a exercitar este combate, ordenando parte de nossospregadores viajantes. Mas eu, até então, recusei; não apenas porcausa da paz, mas porque eu estava determinado, o menos possível,violar a ordem estabelecida da Igreja nacional a qual eu pertencia".

"Mas o caso é amplamente diferente entre a Inglaterra e aAmérica do Norte. Aqui existem Bispos, que têm a jurisdição legal; naAmérica existia ninguém, nem algum ministro paroquial, de maneiraque por algumas centenas de milhas consecutivas, não existe alguémpara batizar, ou para administrar a Ceia do Senhor. Aqui, portanto,meus escrúpulos terminam, e eu me julgo em completa liberdade, jáque não violei ordem alguma, nem invadi os direitos dos homens,para apontar e enviar trabalhadores para a colheita".

"Assim sendo, designei Dr. Coke e Sr. Francis Asbury paraserem Superintendes comuns sobre nossos irmãos na América; assimtambém Richard Whatcoat e Thomas Vasey, para atuarem comopresbíteros, batizando e administrando a Ceia do Senhor. Eu preparei

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a liturgia, ligeiramente diferente daquela da Igreja da Inglaterra (queeu penso, seja a melhor Igreja Nacional constituída no mundo), onderecomendo a todos os 'pregadores viajantes a usarem no Dia doSenhor, em todas as congregações, lendo a litania apenas nas quartase sextas-feiras, e orando espontaneamente em todos os outros dias. Eutambém aconselho os presbíteros a administrarem a Ceia do Senhor,a cada domingo do Senhor.

"Se alguém indicar uma maneira mais racional e bíblica dealimentar e guiar essas pobres ovelhas no deserto, eu ficarei satisfeitoem adotar. No momento, eu não posso ver algum método melhor doque eu usei".

Talvez seja desnecessário dizer que este procedimento não tevea aprovação de Charles Wesley.

Neste ano (1784), a "Sociedade para o Estabelecimento deMissões em meio aos Pagãos" foi fundada pelo Dr. Coke.

A questão da separação da Igreja foi debatida, repetidas vezes,na Conferência, mas Wesley, até o fim de seus dias, manteve-se e aseus pregadores, em uma tão íntima conexão com ela, quanto pôde.Até 4 de Abril de 1790, ele escreveu: "Eu aconselho a todos os nossosirmãos que foram educados na Igreja, a continuarem lá, e lá eu deixoa questão. Os Metodistas devem espalhar vida em meio a todos asdenominações; o que eles irão fazer, até que eles formem uma seitaseparada".

O registro da história pessoal de Wesley, de suas viagens eserviços públicos (continuaram em seu Diário e em suas cartas), é tãopleno e tão interessante quanto em qualquer período de sua vida, erevela sua surpreendente energia, e sua devoção não diminuída, para agrande obra de sua vida. Mas a morte, cuja mão implacável rompetodas as relações terrenas, estava ocupada em meio aos seus amigos.A seguinte entrada ocorre: "Sexta-feira, 11 de Outubro de 1781 – Euvim para Londres e fui informado de que minha esposa morreu na

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segunda-feira. Esta tarde, ela foi enterrada, embora eu não fosseinformado, até um dia ou dois depois".

O Rev. Vicent Perronet, Vigário de Shoreham, morreu em 9 deMarço de 1785. Ele foi o amigo afeiçoado aos Wesleys, por mais dequarenta anos. Ele se simpatizou muito amavelmente com todos osobjetivos, os ajudou com seus conselhos, e escreveu na defesa deles.Charles Wesley o chamava de Arcebispo do Metodismo. Elecontinuou em sua obra paroquial, mas fez de sua casa, o lar de todosos pregadores Metodistas que visitavam Shoreham, e dois de seusfilhos juntaram-se à série deles. Ele foi um pacífico, feliz, e devotadoministro cristão, vivendo em íntima comunhão com Deus. Wesleyestava fora na Irlanda, quando ele ouviu e registrou a morte de seuamigo, acrescentando: "Eu o segui duramente de perto nos anos,agora em meu octogésimo segundo ano de vida. Ó, que eu possasegui-lo também na santidade; e que meu último momento possa sercomo o dele!".

Mas um golpe mais severo atingiu o coração do evangelistaquando, dentro de pouco mais de três meses depois da morte do Sr.Perronet, seu amigo do peito, Fletcher, também faleceu. Fletcher sesitua no topo de todos os lideres do avivamento Metodista, por suaserena santidade de caráter. Mas não isto apenas o distinguiu.Santidade era o espírito que permeava todos seus poderes e todas suasobras. Sua aptidão para o grande serviço no despertar religioso, então,em progresso, é assim resumido por Wesley, de quem ninguém eramais bem qualificado para formar um correto julgamento dele: "Euposso nunca acreditar que foi a vontade de Deus que tal luz ardente ebrilhante pudesse estar escondida sob o alqueire. Não; em vez deestar confinado a um vila, ele deveria ter brilhado em cada canto danossa terra. Ele era pleno para tocar um alarme, através de toda anação, como o próprio Sr. Whitefield. Mais do que isto,abundantemente mais, vendo que ele era mais bem qualificado paraaquela importante obra. Ele era uma pessoa mais surpreendente; deigual boas maneiras, um discurso igualmente atraente; junto com umamais rica fluência de idéias, um forte entendimento, uma maior

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riqueza de erudição. Ambos nas linguagens, Filosofia, Filologia, eTeologia; e, acima de tudo (o que eu posso falar com a mais completasegurança, porque 'eu tive um conhecimento perfeito de ambos'), umaprofunda e constante comunhão com o Pai e com o Filho, JesusCristo".

Ele também testemunha o caráter de seu amigo: "Eu estiveintimamente familiarizado com ele, por trinta anos. Eu conversei comele, de manhã, ao meio-dia, à noite, sem a menor reserva, duranteuma jornada de muitas centenas de milhas. E em todo aquele tempo,eu nunca ouvi dele uma palavra imprópria, ou o vi em alguma atitudeimprópria. Para concluir. Nestes oitenta anos, eu conheci muitoshomens excelentes, santos no coração e vida. Mas um igual a ele eununca conheci, um tão uniformemente e profundamente devotado aDeus. Tão irrepreensível em todos os aspectos, eu nunca encontrei,fosse na Europa ou América. Nem espero encontrar outro tal nestelado da eternidade".

No entanto, um golpe ainda mais doloroso esperava por ele.Por alguns anos, seu irmão declinou em sua saúde. Depois que cessoude viajar, e como seu irmão pensou, provavelmente como resultadodisto, ele sofreu gradualmente mais e mais de fraqueza e gota (umaqueixa familiar), induzindo sensibilidade nervosa. Por fim, sua forçadeclinou completamente. "Por alguns meses", sua filha escreveu, "elepareceu totalmente desligado da terra. Ele falou muito pouco, nemdesejou ouvir coisa alguma lida, a não ser as Escrituras". Alguns diasantes de sua morte, ele chamou sua esposa ao lado de sua cama, eimplorou a ela que escrevesse, enquanto ele ditava, as seguinteslinhas:

Com idade e fraqueza extrema.Quem pode redimir um verme desamparado?

Jesus, Tu és minha única esperança.Força da minha enfraquecida carne e coração.

Ó, eu poderia conseguir um sorriso de Ti,E mergulhar na eternidade!

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Em 29 de Março de 1788, quando ele estava com seus oitentaanos, o fim chegou, e "foi, como ele especialmente esperou que fosse,em paz". Wesley estava fora, pregando em Shrospshire, e na época damorte de seu irmão, estava com sua congregação, cantando asemocionantes palavras do próprio Charles.

Venham, vamos nos juntar aos irmãos no céu,Os que alcançaram o prêmio,E nas asas de amor da águia,

Que os júbilos celestiais se levantem,Que todos os santos terrestres cantem.Com aqueles que para a glória foram;Porque todos os servos de nosso Rei,

Na terra e no céu, são um só.Uma só família, habitamos Nele,Uma só Igreja, acima e abaixo,

Embora agora, dividida pela correnteza,A estreita correnteza da morte:

Um exército do Deus vivo,Ao Seu comando nós nos curvamos,

Parte de seu exército atravessou a correnteza,E parte agora está atravessando

Através do mau endereçamento de uma carta, Wesley nãotomou conhecimento das tristes notícias, até um dia antes do funeral,quando ele estava em Macclesfield, e, portanto, completamenteincapaz de estar presente.

O enterro foi, de acordo com a própria orientação de Charles,no pátio de St. Marylebone, a paróquia em que ele residiu; e na tumbaestão as palavras apropriadas de sua própria pena, escrita quando damorte de um de seus amigos:

Com a pobreza do abençoado espírito,Descansa, o feliz santo, em Jesus descansa;

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Um pecador salvo, pela graça redentora,Remido na terra, para reinar no céu!

Os trabalhos do amor incansável,Por ti, esquecidos, estão coroados acima;

Coroados pela misericórdia de Teu Senhor,Com uma livre, completa e imensa recompensa!

Na história do grande avivamento, os nomes de John e CharlesWesley devem sempre estar ligados. Eles foram um só, no objetivocomum, e em sua consagração; e foram, até o fim, um só, na fortedevoção fraternal. A diferença em seus pontos de vista, sobre questõeseclesiásticas, que, por um tempo, interferiram no mesmo propósito deação, não enfraqueceu a afeição mútua.

A ajuda atribuída a Charles para o grande avivamento éincalculável. E assim como a influência espiritual do avivamento seestendia para além dos limites do Metodismo, também os doces sonsdos incomparáveis hinos de Charles Wesley, nos quais todas asgrandes verdades do avivamento estão conservadas, como numrelicário, têm até hoje, flutuado sobre cada brisa dos vastos campos doCristianismo, encorajando, exaltando, e estimulando a vida cristã,onde quer que suas cadências vibrem. E ainda assim, Wesleyconsidera os poderes de seu irmão, colocados em sua poesia como"seu menor dom".

Ele era um espírito amoroso e impulsivo, de grande ternura,capaz de elevada exaltação, mas não sem uma tendência a igualdepressão. A um coração aquecido, que lhe trouxe muitos amigos, eleacrescentou um pouco do temperamento sensível, que lhe trouxemuitos inimigos; porque ele não tinha o auto-controle de seu irmão, ouo conhecimento de homens, ou seu poder para lidar com eles.

Nenhum festival da Igreja foi era valorizado para Wesleyquanto o de Todos os Santos. Seu habitual deleite era contemplar averdadeira comunhão dos santos na terra e no céu. Ele também estavamuito acostumado a se regozijar sobre a morte, nas palavras dos

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jubilosos hinos fúnebres de seu irmão, em que a morte de um ou deoutro parecia deixar apenas pequena, se alguma, sombra em seuespírito.

No entanto, que as duas mortes, justamente referidas, foramuma prova severa para Wesley, agora tão verdadeiramente sozinho,não se pode duvidar. Ele pregou um sermão fúnebre em memória deseu amigo [Fletcher], e, mais tarde, publicou um breve, mas terno, AVida. Ele também se dedicou à coleção do material para a memória deseu irmão. Mas, antes deste ser completado, sua própria mãoesquecera sua destreza.

Os incidentes na história pessoal de Wesley, durante estadécada são muitos deles, de um caráter muito impressionante. Eleescreveu em 1783: "Eu preguei na Igreja de St. Thomaz, à tarde, e emSt. Swithin, à noite. A maré agora virou; de maneira que eu tive maisconvites para pregar nas igrejas do que eu posso aceitar". Podemosnotar quão tenazmente ele se apega aos seus métodos adotados. Elesparecem ser investidos, na sua opinião, de um caráter quase sagrado.A pregação logo cedo de manhã, que começou quando ele estava naGeórgia, onde era mais adequado ao clima, levantar-se cedo, eleintroduziu na Inglaterra em 1738, quando começou sua obra. Para ele,o serviço matinal era um prazer; mas, embora a principio seuspregadores, em seu zelo inicial, mantivessem a prática, ainda assim,isto se tornou cansativo, para eles e para as pessoas. Ao se certificarque esses serviços tinham fracassado, ele diz: "Se este for o caso,enquanto estou vivo, como será quando eu tiver ido? Desista disto, e oMetodismo também degenerará em uma mera seita, apenasdistinguida por algumas opiniões e modos de adoração". Observaçõessimilares ocorrem em toda parte de seus últimos Diários. Não existeaqui uma falta de discernimento entre o que é essencial, e o que émeramente acidental? Está não é a única particularidade em que amesma coisa aparece.

Nada nesta década é mais surpreendente do que o empenhoque ele continuamente emprega, na ocupação de sua grande obra. Ele

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pregou quase tão freqüentemente quanto em qualquer período de suavida. Sua devoção persistente é vista em seu andar nas ruas deLondres, durante cinco dias, em 1785, freqüentemente com otornozelo afundado, em neve lodosa e derretida, para pedir 200 libraspara comprar roupas para o pobre! Em Março deste ano, ele partiupara a Irlanda, pregando todo o caminho para Liverpool,freqüentemente em campo aberto, não obstante a geada e neve. Passauma semana em Dublin, e parte para as províncias. Dois meses foramocupados nesta tarefa. Seus esforços foram quase inacreditáveis. Elepregava duas ou três vezes ao dia, não apenas nas casas Metodistas,mas em igrejas, em capelas Presbiterianas, em fábricas, em gramado[para jogo de críquete], em salas de reuniões, nos palácios de justiça,em celeiros, em "pradarias inclinadas", nos pátios das igrejas, e ruas– onde tivesse uma chance.

Logo no início do próximo ano, nós o encontramosdiversificando seus discursos públicos, através de um sermão, paraquinhentas crianças, nenhuma de suas palavras tendo mais do queduas sílabas de comprimento. Ele ocupou um mês em uma visita àHolanda, com dois de seus pregadores, no entanto, não como umamera viagem de prazer. Quanto no barco para Hagne, ele se certificouque poderia escrever tão bem em um barco, quanto em seu estúdio; econtinuou a escrever, quando quer que estivesse a bordo. Um dia,passou "muito calmamente escrevendo e visitando alguns amigos", e,durante a tarde, falou para um pequeno grupo em seu alojamento. Emoutro, encontrou abundante ocupação, parcialmente em conversar, emLatim, com o clero; parcialmente, em pregar seus sermões, traduzidospor ele; mas, principalmente, em escrever – provavelmente, sobre aVida de Fletcher, o prefácio do qual é datado em Amsterdã. Em seuretorno, ele se dedicou a este tributo de estima e afeição, mesmo emmeio às suas jornadas; e, quando em Londres, dedicou a ele todo otempo que pode gastar, até Novembro, "das cinco da manhã, até asoito da noite. Essas são minhas horas de estudo", diz ele, "eu nãoposso escrever mais tempo, durante o dia, sem prejudicar meusolhos".

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Nesta época, ele afirma que sua saúde estava melhor, nestesúltimos dez anos, do que esteve por dez anos consecutivos, desde queele nasceu. Algumas de suas ocupações eram espantosas para umhomem de sua idade. O ano de 1787 começa com o serviçocostumeiro, às quatro horas da manhã, com uma congregaçãonotavelmente larga; ele pregou novamente duas vezes mais depois.Um dia, novamente, depois de pregar em West Sreet, e na nova capelaem City Road, ele pegou a carruagem e viajou para Exeter, às dez danoite seguinte. Em outra jornada, depois de pregar duas vezes emManchester, e assistir na administração da Ceia para aproximadamentemil e trezentas pessoas, ele começou à meia-noite, e, depois dedezenove horas viajando, alcançou Birmingham, às sete horas; foidiretamente para a capela, e pregou, agradecido que ele "não estivessemais cansado, do se ele tivesse descansado o dia todo". Ele partiu namanhã seguinte, antes das cinco horas, viajou perto de onze horas, epregou em Gloucester; na manhã seguinte, partiu novamente às duashoras, viajou até quatro e meia da tarde, e pregou à noite emSalisbury. Na manhã seguinte, ele estava em seu caminho paraSouthampton, onde ele pregou duas vezes, e, então, embarcou para asIlhas Channel.

Em seu aniversário, em 1788, ele escreveu: "Nesse dia ementrei em meu octogésimo quinto ano, e eu louvo a Deus, pelas milbênçãos espirituais, e pelas bênçãos corporais, também. Quão pouco,eu tenho sofrido ainda pelo 'avanço de numerosos anos!' É verdade:eu não estou tão ágil, como eu estava em tempos passados. Eu nãocorro ou caminho, tão rápido, como eu fazia; meus olhos estão umpouco decaídos; meu olho esquerdo está mais opaco e, dificilmente,me servem para ler". Ele sofria de uma leve dor no olho direito etêmpora, ocasionada por um soco alguns meses antes. Tinha algumdeclínio da memória, mas nenhum na audição, olfato, gosto, oupaladar; nem se sentia cansado, quer para viajar ou pregar; nem estavaconsciente de algum declínio em escrever sermões. Tudo isto, eleatribuiu ao poder de Deus, adequando-o para a obra a que ele foichamado; em segundo lugar, às orações de seus 'filhos', e aos meiosnaturais já falados a respeito. Ele, então, alegremente canta:

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Meus dias restantes, eu passarei para louvar a Ele;Que morreu, para redimir o mundo todo;

Sejam eles muitos ou poucos;Meus dias são devidos a Ele;

E serão todos devotados a Ele.

Mas esses trabalhos estavam caminhando em direção a umencerramento. Em 1789, no entanto, ele visitou a Irlanda, uma vezmais. Aqui ele sofreu uma crise de diabetes. Ainda assim, foiincessante em seus trabalhos, que foram ainda muito grandes, nãoobstante, a diminuição de suas forças.

Na Páscoa, ele escreve: "Tivemos uma solene reunião, de fato;muitas centenas de comunicantes, de manhã; e à tarde muito maisouvintes do que a sala poderia conter; embora ela seja agoraconsideravelmente mais larga. Mais tarde, eu encontrei a Sociedade,e expliquei a eles, mais amplamente, o objetivo original doMetodismo; a saber, não ser uma seita distinta, mas encorajar atodos, cristãos ou ateus, a adorarem a Deus, em espírito e verdade;mas da Igreja da Inglaterra, em especial, ao qual eles pertenceramdesde o início. Tendo isto em vista, eu segui invariavelmente porcinqüenta anos, nunca diversificando da doutrina da Igreja, afinal;nem da sua disciplina, não por escolha, mas por necessidade. Assim,no curso dos anos, a necessidade conduziu-me (como eu já provei):(1) a pregar em campo aberto; (2) a orar espontaneamente; (3) aformar sociedades; (4) a aceitar a assistência de pregadores leigos;e, em poucas instâncias, a usar de tais meios, como ocorreu, paraimpedir, ou remover os males, que tanto sentimos ou tememos".

Sua saúde agora o compelia, em certos momentos, a ser umouvinte, quando ele de bom grado pregaria; mas ainda assim, pregavafreqüentemente, e, algumas vezes, sob circunstâncias penosas. Um diaele partiu às cinco horas, alcançou Castlebar, entre três e quatro horas,e à noite pregou em Killchrist, para uma larga congregação, de

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maneira que ele foi obrigado a fazer isto do lado de fora, emborachovesse todo o tempo.

Em Dublin, ele visitou todas as classes, embora houvesseacima de mil membros. No seu aniversário ele escreve: "Eu agora meencontro na idade avançada: (1) Minhas vistas estão decaídas, demodo que não posso ler um pequeno impresso, a menos que sob luzforte; (2) Minhas forças estão diminuídas; e eu caminho mais devagardo que eu fazia alguns anos antes; (3) Minha memória para nomes, depessoas ou lugares, está prejudicada, até que eu parei um pouco delembrá-los". Ele encontrou os pregadores irlandeses uma vez mais naconferência, encantado de encontrar tal grupo de homens, "de tãoprofunda experiência, tão grande piedade, e tão forte entendimento",e manteve um dia de jejum e oração, principalmente em favor docrescimento da obra de Deus, e seguiu com uma noite de vigília. Suadespedida do povo irlandês foi muito emocionante. Antes que elesubisse a bordo, ele leu um hino, e a multidão, até onde a emoçãopode permitir-lhes, reuniu-se ao devoto patriarca em louvor. Caindode joelhos, ele pediu a Deus para abençoá-los, suas famílias, a Igreja,e a Irlanda. Eles apertaram a mão trêmula; muitos choraramprofusamente, e caíram em seu pescoço e o beijaram. Ele parou noconvés, levantou suas mãos em oração, e se afastou da vista de umpovo a quem ele amou afetuosamente. O mar estava calmo, e elefechou-se em sua carruagem, que estava a bordo, e leu. À tarde, umhino foi cantado no convés, e ele pregou. Repetidas vezes, seusesforços durante os meses restantes do ano foram maiores do que sepode bem se imaginar.

O ano de 1790 inicia-se com a confissão: "Eu sou agora, umhomem velho, decaído da cabeça aos pés. Meus olhos estãoofuscados; minha não direita treme muito. Minha boca está quente eseca toda manhã – No entanto, abençoado seja Deus, eu nãodescuidei do meu trabalho: eu posso pregar e escrever ainda". Eassim ele fez, até o fim do ano, como o itinerário para o ano mostrará.Mas sua obra foi a obra de alguém cuja estrutura corpórea estava emgrande debilidade, embora seu espírito se elevasse às alturas no santo

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propósito; e repetidas vezes, a despeito de seu declínio físico, seusfeitos eram realmente espantosos. Mas a falta de espaço proíbe relatosdetalhados, embora eles sejam do completo interesse. Um incidentedeve ser relatado. Em meio aos seus ainda contínuos esforçosevangelistas, ele escreveu: "Eu percorri aquele pobre esqueleto daantiga Winchelsea. Ela está belamente situada no topo de uma colinaíngreme. E foi regularmente construída na parte mais larga das ruas,atravessando uma e outra, e circundando uma quadra bem ampla; emmeio da qual havia uma grande igreja agora em ruínas. Eu fiqueidebaixo de uma grande árvore, de um lado dela, e clamei para amaioria dos habitantes da cidade: 'O reino de Deus está próximo;arrependam-se e creiam no Evangelho'. Pareceu como se todos queouviram, estivessem, naquele momento, quase persuadidos a seremcristãos".

O primeiro objetivo dessas páginas, um objetivo prontamentemantido em vista, do começo ao fim, tem sido dar a máximaproeminência possível aos trabalhos de Wesley como evangelizador,naquilo que constitui a suprema obra de sua vida; e ênfase especialtem sido colocada sobres seus serviços de campo, como o meio peloqual ele entrou diretamente em contato com a massa da populaçãoinglesa, a quem ele não poderia possivelmente ter alcançado de outramaneira; as igrejas eles não podiam e não deviam entrar. Wesleypregou seu primeiro sermão ao ar livre em Bristol, numa segunda-feira, 2 de Abril de 1739. O único em Winchelsea, referido acima, foio último. Um período de mais de cinqüenta anos ocorreu, e foi dentrodeste período que ele não cessou de fazer com que sua voz fosseouvida, em apelos claros, francos, ternos, e efetivos, à consciência econvicção da nação. Esses dois eventos marcam o começo e o fimdaquela grande obra. Uma testemunha ocular do último incidente diz:"A palavra foi atendida com poder, e as lágrimas das pessoascorreram em torrentes". A cena foi muito comovente. Este venerávelhomem, oitenta e sete anos de idade, cansado, mas não fraco, seusflocos de neve caindo sobre seus ombros, sua mão trêmula, segurandopela última vez sua pequena Bíblia-de-bolso – sua companheiraconstante – seus olhos quase fechados, sua face, virada para o alto, seu

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semblante plácido, pacífico, revelando uma mente tranqüila, e serena.Bem fariam as pessoas chorarem. Porque cinqüenta anos, sempermissão ou obstáculo, este fiel apóstolo da retidão levantou sua voz"ao mundo", clara em sua verdade, assim como no seu tom, pregandofielmente, quase incessantemente, o glorioso Evangelho do abençoadoDeus, em todas as partes do reino, provavelmente a mais pessoas doque qualquer professor daquele Evangelho, alguma vez discursouantes. Naquele dia de Outubro, debaixo daquele carvalho enorme, soba sombra da velha Igreja de Winchelsea, a obra de Wesley, feliz,santa, útil, de pregação no campo, cessou. Ele, então, seguiu seucaminho e sua obra juntos, ambos terminando em Londres. Mas umfinal abrupto de seus Diários encerra as revelações daqueleinteressante documento. A décima década está completa.

Pouco tem sido dito a respeito da obra de Wesley pelaimprensa, durante as duas últimas décadas. Embora a quantidade fossemenor do que ele havia previamente escrito, ela foi considerável,especialmente em vista de sua outra obra. Em adição ao que já foimencionado, ele emitiu mais do que cento e cinqüenta publicaçõesseparadas, incluindo diversos volumes de uma edição de suas ObrasColetadas; um Compêndio de Filosofia Natural, em cinco volumes;uma História Eclesiástica, em quatro volumes; a História daInglaterra, em quatro volumes também; e uma revisão de sua própriatradução do texto em suas Notas sobre o Novo Testamento. Em cadavolume da Revista Arminiana, também, estavam muitos artigos de suapena.

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CAPÍTULO XII

As Cenas Finais

A obra de Wesley estava próxima do fim, quando a primeiraluz do ano de 1791 brilhou sobre ele. Nós não temos registro doserviço da noite de vigília, no qual, como era de costume, asmisericórdias do ano eram reconhecidas, com louvor e ação de graças;as falhas e pecados confessados, e o novo ano antecipado com oraçãofervorosa, ou de aliança e serviços Sacramentais; com os quais, o seulíder no comando, a Sociedade buscava preparar-se para os trabalhosárduos e as responsabilidades do futuro.

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Fomos informados, por várias fontes, que Wesley estava muitofraco, embora ele escrevesse, em Janeiro, que sua saúde, por quatrodias, esteve melhor do que, por diversos meses; ainda assim, ele foicompelido a reconhecer que "o tempo está me chacoalhando pelamão, e a morte não está muito atrás". Foi por querer se manter deacordo com toda sua vida anterior, que ele diz: "Eu espero que eu nãoviva para ser inútil". Assim, no último Fevereiro, ele declara seupropósito, se Deus permitisse, de visitar, no mês de Março,Gloucester, Worcester, e Stourport, e, verdadeiramente faz arranjospara sua visita usual a Bristol, e, então, para o Norte, com suacarruagem partindo, para Bristol, antes dele, para este propósito. Umade suas últimas cartas foi escrita em 19 de Fevereiro para a Sra.Knapp, uma beata devota de Worcester, na qual ele diz:

Londres, 19 de Fevereiro de 1791

Minha querida Suky

Como o estado de minha saúde está excessivamente oscilante,e cada vez piorando, eu não posso ainda estabelecer planos paraminhas futuras jornadas. De fato, eu proponho, se Deus me permitir,partir para Bristol, em 28 do corrente; mas, quanto mais, vezes euserei capaz de ir, eu não posso determinar. Se eu estiver muito bem,eu espero estar em Worcester, por volta de 22 de Março. Encontrarvocê e os seus, com saúde, de corpo e de mente, será um grandeprazer,

Minha querida Suky,Seu, afetuosamente,J. Wesley

Mas todas essas intenções foram frustradas. Na quinta-feira,ele pregou em Lambeth; e na sexta, leu e escreveu durante o dia,pregando em Chelsea, à tarde. No domingo seguinte, ele estavaincapacitado para pregar, e muito do dia foi gasto em dormir. Nasegunda-feira, suas forças se refizeram, e, embora incentivado a não

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fazer isto, ele cumpriu um compromisso para jantar em Twickenham.Ele foi acompanhado de sua sobrinha, Srta. Sarah Wesley, e Srta.Ritchie, que preservou um registro preciso desses últimos dias. Acaminho, ele visitou Lady Mary Fitzgerald, e "conversou e orou muitodocemente". Na terça-feira, ele pregou em City Road – seu últimosermão lá. Assim, encerrou seu ministério público em meio a seupovo. Todos esses serviços foram conduzidos com grande fraqueza.Sua venerável aparência, no outono do ano seguinte é pitorescamentedescrita por Henry Crabbe Robinson, nas seguintes palavras: -- "Foi,eu acredito, em Outubro de 1790, que ouvi John Wesley na grandeabóbada da casa de reunião de Colchester. Ele ficou em um amplopúlpito, e de cada lado dele, ficava um ministro, e dois o levantaram,com as mãos sob suas axilas. Sua voz fraca era meramente audível;mas seu semblante reverente, especialmente suas longas mechasbrancas, formavam um quadro para nunca ser esquecido. Havia umavasta multidão daqueles que o amavam e de admiradores. Foi namaior parte uma pantomima; mas a pantomima saiu do coração,como eu não vi coisa alguma comparável a ela na vida eterna".

Na quarta-feira, dia 23, ele visitou um cavalheiro emLeatherhead, e pregou na sala de jantar dele, sobre: "Busque o Senhor,enquanto Ele pode ser encontrado, clame a Ele, enquanto ele está porperto". Esta foi a última das longas séries, e ele não pregoumais."Naquele dia, a trombeta da verdade, que tinha soado oevangelho eterno, muitas vezes, e mais efetivamente, do que a dequalquer outro homem por mil e seiscentos anos, soprou agonizante --Admite-se que Whitefield pregou mais eloqüentemente, com poucasexceções para grandes assembléias, e viajou mais extensivamente(embora não mais milhas) que Wesley, dentro dos mesmos limites detempo; mas Wesley sobreviveu a ele, mais de vinte anos, e seu podertem sido mais produtivo e permanente. Whitefield pregou dezoito milsermões, mais de dez por semana, durante seus trinta e dois anos devida ministerial. Wesley pregou quarenta e dois mil sermões, depoisde seu retorno da Geórgia; mais do que quinze por semana. Sua vidapública distinguiu-se na história do mundo, inquestionavelmente,proeminente nos trabalhos religiosos, acima de qualquer outro

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homem, desde a era apostólica. O dia seguinte, ele passou com seuamigo e testamenteiro, Sr. Wolff, em Balham, onde ele escreveu suacarta final. Ela foi endereçada a um grande advogado anti-escravagista, William Wilberforce; e é datada:

Londres, 24 de Fevereiro de 1791

Meu Querido Senhor,

A menos que o poder Divino levantasse você para ser comoAtanásio contra o mundo, eu não vejo como você pode seguir, atravésde seu glorioso empreendimento, em oposição a essa execrávelvilania que é o escândalo da religião da Inglaterra, e da naturezahumana. Exceto se Deus o levantasse para esta mesma coisa, vocêestaria extenuado pela oposição de homens e demônios; mas, se Deusé por você, quem será contra você? Todos eles juntos são mais fortesdo que Deus? Ó, 'não seja fraco no fazer o bem'. Siga em frente. Emnome de Deus, e no poder de Sua 'força, até que ' a escravidão'americana, 'a mais vil daquelas que alguma vez viram o sol,desapareça diante dele'.

"Lendo esta manhã um panfleto, escrito por um pobreafricano, eu fiquei pessoalmente chocado por esta circunstância, --que um homem que tenha a pele negra, sendo injustiçado ouultrajado, por um homem branco, não possa ter reparação; havendouma lei, em nossas colônias, de que a praga de um negro, contra obranco, não serve para nada. Que vilania é esta!".

"Que Aquele que tem guiado você, desde sua juventude, possacontinuar a fortalecê-lo, nesta e em todas as coisas, é a oração,querido senhor",

De seu afetuoso servo,J. Wesley

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No dia seguinte, ele foi trazido de casa para City Road. Elesubiu as escadas, e pediu que, por uma meia hora, fosse deixadosozinho; depois do que, seu amigo fiel, Joseph Bradford, o encontroutão indisposto que o enviou para seu médico, Dr. Whitehead. Elecontinuou fraco, por uma semana, e freqüentemente cantando ourepetindo fragmentos dos hinos de seu irmão, ou do Dr. Watt; oupassagens das Escrituras Santas, que ele tinha, há tanto tempo, e tãolivremente proclamado, e repetidas vezes, exclamava na alegria de suafé: "O melhor de tudo isto, é que Deus está conosco". Então, por voltadas nove horas, na manhã de 2 de Março de 1791, na presença dealguns poucos dos seus mais queridos amigos, representativos de seuamado povo, e, enquanto eles o estavam encomendando a Deus, emoração silenciosa – Joserph Bradford, um de seus colaboradoresitinerantes, dizendo: "Levantem suas cabeças, Ó, vocês, portões, econtinuem levantados, para que o herdeiro da glória possa entrar" –John Wesley, com um simples "Adeus!", em seus lábios, aos oitenta eoito anos de idade, passou da cena do seu grande trabalho árduo, comoevangelista, para a alegria de sua recompensa eterna.

O pequeno grupo levantou-se, em lágrimas, cantou um hino,ajoelhou-se novamente em oração, e, então, consternados, deixaram asolene e dolorosa cena. O trabalho empreendido estava concluído –mesmo que não reconhecido perfeitamente. A abundância de materialdisponível, enquanto o torna uma tarefa comparativamente fácil, paracompilar uma "Vida", apresenta uma dificuldade correspondente, nanecessária exclusão de tão interessante assunto.

Dois objetos se mantiveram firmes à vista, através doprogresso das páginas precedentes. O primeiro foi o dar proeminênciaà preparação – divina e humana – de um agente distinto de Deus;obviamente levantado para trazer, de uma "maneira muito notável, odespertar espiritual deste reino; possivelmente, e como muitosacreditam, salvá-lo de mergulhar em uma escuridão mais profunda,se não, para uma catástrofe terrível".

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Um segundo objeto em vista foi realçar a coragem, afidelidade, mas, mais especificamente, a continuidade de esforçoininterrupto, que caracterizou os trabalhos evangelistas de Wesley.Muitas são as minúcias, e, talvez, algumas justas – difamações feitaspela crítica capciosa e mal instruída, da dignidade e grandeza da vida eobra de Wesley. Mas uma pequena luz apenas é necessária paracapacitar um observador imparcial a ver nele um agente preparadopara o grande propósito, e uma nobre ilustração da devoção nãodesatenta a um alto chamado.

Não se sugeriu que a obra começou, através de Wesley e seusassistentes – porque eles não devem ser separados – foi completadapor eles. A própria natureza da obra demanda que atividadessucessivas devessem conduzi-la mais adiante nos anos seguintes, atémesmo, ao final dos tempos. Pode-se dizer que a obra, começada notempo de Wesley, não foi uma obra nova. Sua obra foi a doavivamento. Ele não criou coisa alguma. Ele não tinha verdadealguma nova para proclamar, mas uma velha. Neste aspecto, elediferiu de Lutero, como um reformador espiritual, não obstante Luterocondenasse a fé existente da Igreja e buscasse sua correção. Wesley,por outro lado, aderiu ao ensino de sua Igreja, quanto ele eraapresentado em seus escritos oficiais, seus rituais, e suas tradições; eele se esforçou para não desviar a atenção dela. Existia uma unidade esimplicidade marcante nos feitos de Wesley. Ele visualizava todos oshomens, sob a luz de sua própria experiência. Ele sentiu a necessidadedo evangelho; ele o buscou e encontrou. Ele tentou fazer de si mesmo,justo, pelas regras e desempenho, e fracassou. Pelo mesmo método,tentou mudar o outro, com resultados similares. Ele batizou crianças,pela trina imersão; ele administrou a Ceia do Senhor semanalmente, e"muitas coisas deste tipo", ele fez; mas elas não mudaram o coração;elas não concederam uma nova vida. Nunca o homem diria com maisveracidade: "Mas eu, dos meios, fiz meu motivo de orgulho". Aindaassim, com todas as medidas corretivas, com todos os rigores de umaautodisciplina, que ele trouxe para testemunhar sua própria vida, eleainda sentia uma grande falta, um desejo insatisfeito. A necessidadefoi suprida em seu pequeno santuário em Aldersgate. Ele foi, desde

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então, não mais um teorista. Ele provou experimentalmente a eficáciadestes meios de renovação. Ele o testou, através dos testes maisseveros possíveis a ele, seu poder, para satisfazer as mais profundasdemandas de sua própria vida. Ele sentiu o poder de uma nova vida,concedida a ele em resposta da fé.

Ele agora trabalhava, sob condições inteiramente novas.Quando ele provou a salvação evangélica, ele desistiu de fazer oshomens melhores, através das regras, e tentou o evangelho, e oconsiderou tão efetivo neles, como em si mesmo. Ele disse: "Obêbado tornou-se sóbrio, o imoral, virtuoso". As casas, assim como asvidas, eram mudadas, quando a nova vida evangélica entrava nelas.As formas exteriores agora tinham um novo propósito a servir – ouseja, cultivar, e nutrir a vida que eles não puderam conceder. Dessasposições, ele nunca se separou. Esta é a grande lição da vida deWesley.

O problema da regeneração do mundo foi primeiro forjado,dentro da esfera de sua própria experiência. Depois de sua própriamudança, quando ele foi capaz de apreciar a sua cegueira epecaminosidade anterior; e sua necessidade, ele foi capaz também decalcular as necessidades, a cegueira e a pecaminosidade dos outros.Abrir os olhos dos homens cegos, como ele mesmo; conduzi-los àsfontes, onde ele mesmo se lavou, foi a Obra para a qual sua vidadoravante foi consagrada, como essas páginas pretendem mostrar. Eleteve uma idéia distinta e clara do que cada homem necessitava. Nãofoi uma mudança de opinião, mas uma mudança de vida – uma novavida. No seu ponto de vista, todos estavam espiritualmente mortos, atéque eles receberam a salvação evangélica. A salvação, ele acreditava,era providenciada para todos; e oferecida a todos: cada um era capazde recebê-la; e era obrigação de cada um, aceitá-la. Essas eram suasverdades fundamentais. Sobre essas, ele empregou força até o fim; e omundo viu e se regozijou no seu fruto. Dessas mesmas verdades, omundo precisa hoje, e precisará sempre, a cada sucessiva geração dehomens sobre a face da terra.

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