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JOURNAL OF STUDIES ON CITIZENSHIP AND...

Date post: 06-Feb-2021
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JOURNAL OF STUDIES ON CITIZENSHIP AND SUSTAINABILITY ISSN: 2183-7252 Publication edited by Cive Morum (Center of Studies and Civic Intervention) Institute of Sociology, University of Porto http://civemorum.com.pt Perfil funcional e diferenças de género nos muito idosos de Coimbra, Portugal Rogério Manuel Clemente Rodrigues, Isabel Margarida Marques Monteiro Dias Mendes, Cristiana Filipa Ribeiro da Silva, Sandrina Sofia da Silva Crespo Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Coimbra, Portugal, E-mail: [email protected]. Título: Perfil funcionales y de diferencias género en los muy ancianos de Coimbra, Portugal Resumen: El objetivo era evaluar el perfil funcional en cinco áreas principales de la vida de los mayores (recursos sociales, recursos económicos, salud mental, salud física y actividades de la vida diaria), con análisis del impacto de género como un determinante de la salud. Estudio cuantitativo y descriptivo con muestra (n=1153) probabilístico y estratificado (edad, sexo y área de residencia) compuesta de individuos ≥75 años que viven en el municipio de Coimbra (N=16474). El instrument o de recolección de datos fue el Questionário de Avaliação Funcional Multidimensional para Idosos (QAFMI). La muestra del estudio mostró un rastro de feminización con la edad avanzada, y el estado civil de la viudez más frecuente en las mujeres. Los resultados destacan las mujeres con peores calificaciones en las áreas de recursos sociales, recursos económicos, salud física y salud mental. La feminización del envejecimiento implica una adaptación de las políticas públicas y la organización de servicios de salud y apoyo social. Palabras clave: Evaluación geriátrica, género, salud, tercera edad, ancianos frágiles. Title: Functional status and gender differences of the oldest old in the municipality of Coimbra, Portugal Abstract: The aim was to evaluate the functional status in five core areas of the elderly’s life (social resources, economic resources, mental health, physical health and activities of daily living), analysing the impact of gender as a determinant of health. Quantitative and descriptive study, with a probabilistic and stratified sample (age, gender and area of residence) of 1153 persons aged ≥75 years living in the municipality of Coimbra (N=16474). The instrument for data collection was the Questionário de Avaliação Funcional Multidimensional para Idosos (QAFMI). The study showed a trace of feminization as we advance in age, and marital status of widowhood prevalence in women. The results evaluated with the QAFMI model stand women with worse scores in the functional areas of social resources, economic resources, physical health and mental health. The feminization of ageing implies adequate public policies and the organization of health services and social support. Keywords: Geriatric assessment, Gender, Health, Aged, Frail Elderly. Resumo: O objetivo era avaliar o perfil funcional em cinco áreas centrais da vida do idoso (recursos sociais, recursos económicos, saúde mental, saúde física e atividades de vida diária) com análise do impacto do género como determinante de saúde. Estudo quantitativo e descritivo com uma amostra (n=1153) probabilística e estratificada por idade, género e área de residência, constituída pelos indivíduos com idade ≥75 anos, residentes no Concelho de Coimbra (N=16474). O instrumento de recolha de dados foi o Questionário de Avaliação Funcional Multidimensional para Idosos (QAFMI). A amostra do estudo evidenciou um traço de feminização com o avanço da idade, sendo o estado civil de viuvez predominante nas mulheres. Dos resultados, sobressaem as mulheres com piores classificações nas áreas funcionais de recursos sociais, recursos económicos, saúde física e saúde mental. A feminização do envelhecimento implica uma adequação das políticas públicas e da organização dos serviços de saúde e apoio social. Palavras-chave: Avaliação geriátrica, Género, Saúde, Idoso, Idoso fragilizado.
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  • JOURNAL OF STUDIES ON CITIZENSHIP AND SUSTAINABILITY

    ISSN: 2183-7252

    Publication edited by Cive Morum (Center of Studies and Civic Intervention)

    Institute of Sociology, University of Porto

    http://civemorum.com.pt

    Perfil funcional e diferenças de género nos muito idosos de Coimbra, Portugal

    Rogério Manuel Clemente Rodrigues, Isabel Margarida Marques Monteiro Dias Mendes, Cristiana Filipa Ribeiro da Silva, Sandrina Sofia da Silva Crespo

    Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Coimbra, Portugal, E-mail: [email protected].

    Título: Perfil funcionales y de diferencias género en los muy ancianos de Coimbra, Portugal

    Resumen: El objetivo era evaluar el perfil funcional en cinco áreas principales de la vida de los mayores

    (recursos sociales, recursos económicos, salud mental, salud física y actividades de la vida diaria), con análisis del impacto de género como un determinante de la salud. Estudio cuantitativo y descriptivo con muestra (n=1153) probabilístico y estratificado (edad, sexo y área de residencia) compuesta de individuos ≥75 años que viven en el municipio de Coimbra (N=16474). El instrumento de recolección de datos fue el Questionário de Avaliação Funcional Multidimensional para Idosos (QAFMI). La muestra del estudio mostró un rastro de feminización con la edad avanzada, y el estado civil de la viudez más frecuente en las mujeres. Los resultados destacan las mujeres con peores calificaciones en las áreas de recursos sociales, recursos económicos, salud física y salud mental. La feminización del envejecimiento implica una adaptación de las políticas públicas y la organización de servicios de salud y apoyo social.

    Palabras clave: Evaluación geriátrica, género, salud, tercera edad, ancianos frágiles.

    Title: Functional status and gender differences of the oldest old in the municipality of Coimbra, Portugal Abstract: The aim was to evaluate the functional status in five core areas of the elderly’s life (social

    resources, economic resources, mental health, physical health and activities of daily living), analysing the impact of gender as a determinant of health. Quantitative and descriptive study, with a probabilistic and stratified sample (age, gender and area of residence) of 1153 persons aged ≥75 years living in the municipality of Coimbra (N=16474). The instrument for data collection was the Questionário de Avaliação Funcional Multidimensional para Idosos (QAFMI). The study showed a trace of feminization as we advance in age, and marital status of widowhood prevalence in women. The results evaluated with the QAFMI model stand women with worse scores in the functional areas of social resources, economic resources, physical health and mental health. The feminization of ageing implies adequate public policies and the organization of health services and social support.

    Keywords: Geriatric assessment, Gender, Health, Aged, Frail Elderly.

    Resumo: O objetivo era avaliar o perfil funcional em cinco áreas centrais da vida do idoso (recursos

    sociais, recursos económicos, saúde mental, saúde física e atividades de vida diária) com análise do impacto do género como determinante de saúde. Estudo quantitativo e descritivo com uma amostra (n=1153) probabilística e estratificada por idade, género e área de residência, constituída pelos indivíduos com idade ≥75 anos, residentes no Concelho de Coimbra (N=16474). O instrumento de recolha de dados foi o Questionário de Avaliação Funcional Multidimensional para Idosos (QAFMI). A amostra do estudo evidenciou um traço de feminização com o avanço da idade, sendo o estado civil de viuvez predominante nas mulheres. Dos resultados, sobressaem as mulheres com piores classificações nas áreas funcionais de recursos sociais, recursos económicos, saúde física e saúde mental. A feminização do envelhecimento implica uma adequação das políticas públicas e da organização dos serviços de saúde e apoio social.

    Palavras-chave: Avaliação geriátrica, Género, Saúde, Idoso, Idoso fragilizado.

    http://civemorum.com.pt/

  • Journal of Studies in Citizenship and Sustainability, No.1, November 2015

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    Publication edited by Cive Morum Institute of Sociology, University of Porto

    1. Introdução O envelhecimento da população é um fenómeno de dimensão mundial, prevendo a

    Organização Mundial de Saúde que em 2025 existam 1,2 biliões de pessoas com mais de

    60 anos, sendo que os muito idosos (com 80 anos ou mais anos) constituem o grupo

    etário de maior crescimento (Organização Mundial de Saúde, 2001).

    A atual estrutura demográfica dos países desenvolvidos caracteriza-se por dois

    fatores que concorrem para um progressivo envelhecimento da sua população: o declínio

    da fertilidade (taxas abaixo de valores que permitem a substituição de gerações); e o

    aumento da esperança de vida, com predomínio no género feminino (com um ratio de dois

    para um) dando origem a um processo de feminização do envelhecimento (Walker, 2005;

    Preston, Himes, & Eggers, 1989).

    A Organização Mundial de Saúde, as Nações Unidas (World Health Organization,

    2007; Geriatrics, 2007; WHO, 2002; WHO, 2008; WHO (a), 2002; OMS, 2001)

    reconhecem o género como um dos determinantes com maior impacto na saúde. Quando

    nos referimos a género temos como referência da literatura científica a perspetiva de Kim

    e Nafziger (2000) que definem este conceito atendendo às influências ambientais, da

    sociedade, cultura e história nas diferenças entre o género feminino e o género masculino.

    A desigual longevidade entre homens e mulheres, nas sociedades contemporâneas,

    marca as diferenças nas áreas do perfil funcional de cada um, mas também impõe, na

    idade mais avançada, assimetrias entre homens e mulheres resultantes de diferentes

    percursos de vida.

    Iremos analisar, considerando as diferenças de género, o perfil funcional da

    população idosa (≥75 anos) de Coimbra (cidade da zona centro de Portugal), centrando-

    nos na avaliação funcional das áreas de recursos sociais, recursos económicos, saúde

    física, saúde mental e atividades de vida diária (AVD).

    2. Materiais e Métodos

    Estudo quantitativo, descritivo-correlacional que decorreu no concelho de Coimbra

    (zona centro de Portugal), tendo como população alvo os indivíduos com idade igual ou

    superior a 75 anos (a 31 de dezembro de 2011, inclusive) residentes na área geográfica

    de abrangência de seis centros de saúde do Agrupamento de Centros de Saúde Baixo

    Mondego.

    Amostra probabilística e estratificada por grupos etários (75-84 anos e ≥85 anos),

    sexo e local de residência, constituída por 1153 indivíduos, refletindo 7,0% da população

    (N=16474), sendo 422 homens e 731 mulheres.

    O estudo foi autorizado pela Comissão Nacional de Proteção de Dados (Autorização

    Nº1713/2012), e obteve o parecer positivo da Administração Regional de Saúde do Centro

    (ARS Centro) e da Comissão de Ética da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde:

    Enfermagem (UICISA:E) da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (Parecer Nº 90-

    05/2012). Foi obtido o consentimento informado dos participantes.

    A recolha de dados cumpriu o protocolo definido pela Comissão Nacional de

    Proteção de Dados, tendo decorrido no período de junho de 2012 a outubro de 2013.

    O instrumento de recolha de dados utilizado foi o Questionário de Avaliação

    Funcional Multidimensional para Idosos (QAFMI), a versão validada em português

  • Journal of Studies in Citizenship and Sustainability, No.1, November 2015

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    europeu do Older Americans Resources and Services (OARS) (Rodrigues, 1999; Ferreira,

    Rodrigues, & Nogueira, 2006; Rodrigues, 2008; Rodrigues, 2009).

    Este instrumento foi desenvolvido para avaliar a capacidade funcional do idoso em

    cinco áreas: recursos sociais, recursos económicos, saúde mental, saúde física e AVD.

    Complementarmente mede a utilização e a necessidade sentida de 23 serviços, passíveis

    de responder às incapacidades/limitações detetadas.

    Considerando as cinco áreas avaliadas pelo QAFMI/OARS, os autores (Rodrigues,

    1999; Ferreira, Rodrigues, & Nogueira, 2006; Rodrigues, 2008; Rodrigues, 2009) criaram,

    com base no já existente para a versão original (Rodrigues, 1999), um modelo informático

    que, recorrendo à base de dados em SPSS, determina as pontuações em cada área

    funcional, resultando daqui a classificação do idoso, atribuindo-lhe uma pontuação de

    incapacidade funcional. Esta pontuação é igual para todas as áreas classificando a

    funcionalidade do indivíduo em “excelente”, “boa”, “limitação pequena”, “limitação

    moderada”, “limitação grave” e “limitação total”.

    Definindo como ponto de corte para intervenção prioritária as classificações de

    “limitação grave” e “limitação total”, dicotomizando o nível de incapacidade, é possível

    definir grupos em função das suas incapacidades, ou seja, grupos funcionalmente

    equivalentes, de que resulta um conjunto de 32 perfis funcionais (desde o perfil 1, sem

    incapacidade em qualquer das cinco áreas, até ao perfil 32 com incapacidade nas cinco

    áreas funcionais) (Rodrigues, 1999; Ferreira, Rodrigues, & Nogueira, 2006; Rodrigues,

    2008; Rodrigues, 2009).

    Na apresentação dos resultados salientam-se os dados referentes às piores

    pontuações (“limitação grave” e “limitação total”) para cada área funcional, com impacto

    na análise de diferenças de género, considerando estas as classificações de

    “incapacidade”.

    A análise foi realizada com recurso ao Statistical Package for the Social Sciences

    (SPSS®) versão 22.0 do Windows, recorrendo a métodos inerentes à estatística descritiva

    e inferencial adequados ao estudo e de acordo com o nível de significância.

    3. Resultados

    A apresentação dos resultados inicia-se com a caracterização sociodemográfica da

    amostra, mas centra-se na análise de cada área funcional por género e grupo etário.

    A caracterização sociodemográfica da amostra (Tabela 1) revela que 36,6% são

    homens e 63,4% são mulheres, distribuídos por dois grupos etários.

    Tabela 1 - Caracterização da amostra nas variáveis sociodemográficas, por grupo etário e sexo, Coimbra - Portugal, 2012-13

    Variáveis sociodemográficas

    Grupo etário 75-84 anos Grupo etário ≥85 anos Total

    M (n=320)

    F (n=494)

    Total (n=814)

    M (n=102)

    F (n=237)

    Total (n=339)

    M (n=422)

    F (n=731)

    Total (n=1153)

    % % % % % % % % %

    Sexo 39,3 60,7 70,6 30,1 69,9 29,4 36,6 63,4 100,0

    Estado civil

    Solteiro 1,3 8,5 5,6 2,0 13,5 10,0 1,4 10,1 6,9

    Casado 80,9 44,8 59,0 60,7 11,4 26,3 76,1 33,9 49,4

    Viúvo 15,9 43,3 32,6 35,3 71,7 60,8 20,6 52,6 40,8

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    Divorciado/separado 1,9 3,4 2,8 2,0 3,4 2,9 1,9 3,4 2,9

    NS/NR 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

    Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100

    Habilitações literárias

    Não sabe ler nem escrever 7,5 20,8 15,6 12,7 36,7 29,5 8,8 26,0 19,7

    Sabe ler e escrever sem possuir grau de ensino

    3,1 7,5 5,8 3,0 7,6 6,2 3,1 7,5 5,9

    Ensino básico primário 53,5 50,0 51,3 45,1 36,3 38,9 51,4 45,6 47,7

    Ensino básico preparatório 8,4 6,3 7,1 11,8 2,5 5,3 9,2 5,1 6,6

    Ensino secundário 8,1 5,1 6,3 9,8 6,8 7,7 8,5 5,6 6,7

    Ensino médio 11,0 4,4 7,0 4,9 3,4 3,8 9,5 4,1 6,0

    Ensino superior 8,4 5,9 6,9 12,7 6,3 8,3 9,5 6,0 7,3

    NS/NR 0,0 0,0 0,0 0,0 0,4 0,3 0,0 0,1 0,1

    Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100

    Relativamente ao estado civil, no estado de solteiro(a) encontram-se 10,1% das

    mulheres e 1,4% dos homens. No estado de casado(a) encontram-se 76,1% dos homens

    e 33,9 % das mulheres, em que 59,0% diz respeito ao total grupo dos 75-84 anos e 26,3%

    ao total do grupo com idade ≥85 anos. No estado de viuvez, encontram-se no total da

    amostra 20,6% dos homens e 52,6% das mulheres, com maior expressão no grupo etário

    com idade ≥85 anos (60,8%).

    Quanto às habilitações literárias, no grupo etário dos 75-84 anos, 51,3% dos

    participantes possui o ensino básico primário, sendo o valor para os homens de 53,5% e

    para as mulheres de 50,0%. Observamos que 9,5% dos homens para o total da amostra

    possuem o ensino médio e igual percentagem detêm ensino superior. Quanto às

    mulheres, a situação inverte-se sendo que para o total da amostra, 26,0% não sabe ler

    nem escrever e somente 6,0% detêm o ensino superior. No grupo etário de ≥85 anos

    salientamos o facto de 36,7% das mulheres não saber ler nem escrever, quando para os

    homens esse valor é de 12,7%, resultando um valor global de 29,5%, neste grupo etário,

    de pessoas analfabetas.

    3.1. Área de recursos sociais

    No que concerne aos resultados referentes à amostra em estudo sobressaem

    diferenças de género, que se refletem no agregado familiar e coabitação. Assim,

    relativamente aos homens estes têm a maior percentagem de coabitação com o cônjuge

    (74,6% dos homens e 32,7% das mulheres). Quanto às mulheres, 30,8% vivem sozinhas

    (estado civil solteira/viúva/divorciada) e 30,5% vivem com os filhos (frequentemente em

    coabitação com os netos).

    Quanto à dimensão da auto perceção de ajuda, existem marcadas diferenças entre

    homens e mulheres (p

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    Quando se analisam os recursos sociais por grupo etário, verificam-se diferenças

    entre homens e mulheres apenas no grupo etário 75-84 anos (p

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    3.3. Área de saúde mental Para o total da amostra, verifica-se que com “limitação grave e total” são

    classificados 9,2% dos homens e 19,8% das mulheres, sendo esta diferença entre género

    significativa (p

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    A preparação de refeições apresenta uma diferente capacidade de realização

    (p

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    47,2 %

    31,3 %

    12,1%

    4,3% 0,9% 0,2%4%

    29,8 %

    32,4%

    20,2%

    10,4%

    2,1%0,0%

    5,1%

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    90

    100

    Semincapacidade

    Incapacidadeem 1 área

    Incapacidadeem 2 áreas

    Incapacidadeem 3 áreas

    Incapacidadeem 4 áreas

    Incapacidadeem 5 áreas

    Nãorespostas de

    contingência

    Homens

    Mulheres

    “não resposta de contingência” correspondem a dados obtidos através de informante que

    não permitiram a classificação na área de recursos sociais.

    Assim, na análise resumida dos perfis funcionais para o total da amostra (Gráfico 1),

    sobressaem as mulheres com pior classificação.

    Gráfico 1 - Distribuição percentual da amostra, por número de áreas com incapacidade e sexo, Coimbra – Portugal, 2012-13

    4. Discussão Na presente discussão realçam-se algumas notas considerando uma análise de

    género sobre as diferenças encontradas.

    As principais tendências quanto aos recursos sociais que caracterizam os muito

    idosos do concelho de Coimbra, atendendo ao agregado familiar e coabitação, apontam

    para que os homens coabitem com o cônjuge; as mulheres, devido ao estado civil

    predominante de viuvez, vivem sozinhas ou com os filhos. Quanto à pessoa que poderia

    prestar ajuda, o cônjuge é mais referido pelos homens, e os filhos são mais mencionados

    pelas mulheres. Na perceção de ajuda em caso de necessidade, as mulheres

    percecionam menos apoio caso estejam doentes ou incapacitadas e por menos tempo do

    que os homens.

    Desta análise é visível a concordância com o que está descrito na literatura referente

    à feminização do envelhecimento. Observa-se que há uma maior percentagem de

    mulheres viúvas e a viver com os filhos, refletindo não só a morte precoce do cônjuge

    como, também, um aumento da incapacidade funcional para habitarem sozinhas e a

    associação do papel de cuidador mais relacionado com o género feminino (WHO, 2007;

    Rodrigues, 2009; Perista & Petista, 2012; Rueda, 2009; Duarte, Lebrão, & Lima, 2005;

    Rioseco, Quezada, Ducci, & Torres, 2008; Barreto, Giatti, & Kalache, 2004; Mullings,

    McCaw-Binns, & Archer, 2013; Ramos, 2003; Araújo, et al., 2011; Wallace & Gutiérrez,

    2005; Romero Cabrera, 2008).

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    Sabe-se também que a rede social de apoio ao idoso tende a variar em número e

    composição ao longo do tempo. O agregado familiar, em particular, representa um cenário

    importante para o desenvolvimento das relações sociais e para o papel social de todos os

    envolvidos e, em especial, para os muito idosos, a sua composição tem uma forte

    associação com o estado de saúde física e mental (Melchior et al., 2003; Pizzetti et al.,

    2005; Fiori, Antonucci & Cortina, 2006; Shaw et al., 2007), uma vez que esta variável,

    entre outras, tem um fator protetor na sobrevivência do indivíduo (Bisschop et al., 2003;

    Keller et al., 2003; Litwin & Shiovitz-Ezra, 2006) e na utilização de serviços de saúde e

    sociais (Wenger, 1997; Litwin, 2004; Rodrigues, 2009).

    As redes de apoio social podem ter influência no bem-estar e qualidade de vida das

    pessoas mais velhas, nomeadamente, na gestão dos seus sentimentos de solidão e na

    atenuação dos efeitos negativos inerentes às principais transições (reforma e viuvez)

    ocorridas em fases avançadas das suas vidas (Grunfeld, Glosop, McDowell & Danbrook,

    1997; Hellström, Persson & Hallberg, 2004; Pizzetti et al., 2005 Li, 2007).

    No que se refere à área dos recursos económicos, os resultados evidenciam que a

    maioria dos homens são reformados por idade, e a maioria das mulheres são reformadas

    por invalidez. Quanto à forma como os rendimentos cobrem as suas necessidades, para o

    total da amostra, as mulheres apresentam uma autoavaliação mais negativa. Quanto à

    expetativa de rendimentos para garantir o seu futuro, maioritariamente os homens

    referiram ser “suficientes” e, inversamente, as mulheres têm a expectativa de que serão

    “insuficientes”.

    Apesar de até ao ano de 2009 os dados do Eurostat mostrarem que a taxa de risco

    do limiar de pobreza diminuiu, esta propensão alterou-se entre os anos de 2009 e 2011

    (Eurostat, 2014). Estas tendências podem ser explicadas pelas medidas tomadas devido

    à crise financeira que agravam a situação económica do segmento populacional dos

    idosos. Aumento das taxas moderadoras nos serviços de saúde, redução no rendimento

    líquido, diminuição do número de beneficiários do Complemento Solidário para Idosos,

    bem como, a diminuição no valor desta prestação, são algumas das medidas que os

    idosos portugueses enfrentam (Rede Europeia Anti-Pobreza, 2013).

    Os rendimentos limitados, conjugado com o avançar da idade e a necessidade de

    despender mais dinheiro em algumas áreas/serviços poderá levar os idosos a temer de

    alguma forma o futuro perante os escassos recursos que dispõem e a autoavaliar os

    mesmos de forma muito negativa. Atualmente, segundo diversos estudos e relatórios de

    entidades de referência, a taxa de pobreza nas mulheres idosas mantém-se no dobro

    relativamente à dos homens (Europe, 2009; United Nations, 2013; United Nations, 2012).

    A redução real dos recursos económicos do agregado familiar do idoso traz, como

    consequência, problemas relacionados com a qualidade de vida e bem-estar em idade

    avançada (Kim & Lee, 2006).

    Deste modo, a questão dos recursos económicos é sensível para a maioria dos

    idosos, não como fim mas como meio para atingir um fim (Rodrigues, 2009, pp. 64).

    No relatório da United Nations Population Fund e HelpAge International (UNFPA-

    HelpAge, 2012, p.41) a pobreza é referenciada como uma das principais ameaças ao

    bem-estar da população mais velha. Estando esta associada a baixos recursos

    económicos, baixo nível de escolaridade, deficitárias condições de saúde e desnutrição.

    Neste relatório é, ainda, enfatizada a diferença de género, de onde se sublinha que, as

    mulheres mais velhas, especialmente, as viúvas e aquelas sem filhos, são particularmente

    vulneráveis, tanto económica quanto socialmente.

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    De acordo com a Organização Mundial de Saúde (WHO, 2007), a United Nations

    Population Fund e HelpAge International (UNFPA-HelpAge, 2012), e United Nations,

    Department of Economic and Social Affairs (United Nations, 2013), as mulheres idosas

    encontram-se mais suscetíveis à pobreza pois são aquelas que têm níveis mais baixos de

    escolaridade, tendo desenvolvido, normalmente, um trabalho não remunerado ou de baixa

    remuneração. Além disso, interrompem mais o trabalho ao longo do seu ciclo de vida, por

    motivos de gravidez, para cuidar dos filhos ou outros dependentes. Todos estes aspetos

    contribuem para uma auto perceção dos seus rendimentos mais negativa.

    No que concerne à saúde física e saúde mental, os resultados do estudo vão de

    encontro ao referido na literatura, isto é, as mulheres idosas percecionam pior a sua

    saúde física e saúde mental do que os homens, com um traço mais acentuado no grupo

    etário ≥85 anos. A capacidade funcional das mulheres nestas áreas é menor que a

    verificada nos homens, experienciando estas maior morbilidade (Bojorquez-Chapela,

    Villalobos-Daniel, Manrique-Espinoza, Tellez-Rojo, & Salinas-Rodríguez, 2009; Azeredo,

    2011; Rieker & Bird, 2005).

    As principais tendências que se verificaram no âmbito das AVD sublinham-se nas

    AVDi, em que são os homens que apresentam melhor capacidade de realização sem

    ajuda.

    A capacidade para fazer as tarefas de casa é aquela que apresenta menor

    percentagem de idosos capazes de a realizar sem ajuda. Os homens apresentam maior

    capacidade nas atividades de cuidar da sua aparência e tomar banho ou duche. De todas

    as AVDf, tomar banho ou duche é a que apresenta menor percentagem de idosos com

    capacidade para a sua realização sem ajuda.

    A pontuação do modelo QAFMI/OARS revela que existem diferenças de

    classificação quando a análise se centra no grupo etário, sendo o grupo com mais de 85

    anos, pior pontuado.

    Os idosos apresentam maior pontuação de incapacidade nas AVDi do que nas AVDf.

    Referência, também, para a diferença estatística relevante encontrada entre grupos

    etários, sendo clara a diminuição da capacidade para as AVDi à medida que aumenta a

    idade. Este é um facto corroborado pela bibliografia, referindo-se que uma diminuição da

    capacidade física característica deste grupo etário se evidencia na menor capacidade

    para a realização das AVD, primeiramente AVDi, e depois as AVDf (Rieker & Bird, 2005;

    Camargos, Perpétuo, & Machado, 2005; Nikolova, Demers, Beland, & Giroux, 2011; Alves

    & Rodrigues, 2005; Rossi, Pereira, Driusso, Rebelatto, & Ricci, 2013). No que concerne

    aos resultados deste estudo, tal como no estudo de Rodrigues (Rodrigues, 2009), não se

    observaram diferenças entre género, mas apenas entre grupos etários, relacionando-se

    este facto com o declínio da saúde física e mental dos participantes traduzida, também,

    numa diminuição da sua capacidade funcional na área das AVD, resultando semelhantes

    classificações entre homens e mulheres (Alves & Rodrigues, 2005; Rossi, Pereira,

    Driusso, Rebelatto, & Ricci, 2013; Silva, 2014).

    Do ponto de vista discursivo e conceptual pode dizer-se que o género, enquanto

    determinante da saúde, intervém na vida dos homens e das mulheres de forma diferente,

    influenciando: exposição a fatores de risco; o acesso à informação; a experiência

    subjetiva da doença e o significado social da mesma; as atitudes pessoais em relação à

    manutenção da própria saúde e à dos outros elementos da família; os padrões de

    utilização dos serviços; o processo de prestação de cuidados; a efetividade e qualidade

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    da resposta às necessidades específicas dos utentes enquanto homens ou mulheres

    (Women’s Health Association of Victoria, 2001).

    Ao avaliar o impacto do género, na fase da velhice, enquanto determinante major

    das diferenças, entre homens e mulheres, no que concerne às dimensões de recursos

    sociais e económicos, abrangidas pela avaliação multidimensional de idosos, gera-se um

    potencial de informação para identificação das necessidades. Em consequência, permite

    uma resposta de cuidados sensíveis ao género, tanto no sector da saúde como no sector

    dos recursos sociais e comunitários.

    O reconhecimento sistemático das diferenças e similitudes entre homens e

    mulheres, constitui um mecanismo necessário para assegurar respostas adaptadas às

    necessidades da população, contribuindo, desta forma, para a melhoria do estatuto de

    homens e mulheres ao longo do seu ciclo vital (Prazeres et al., 2007).

    5. Conclusão

    Este artigo dedicou-se à análise das diferenças de género na funcionalidade dos

    muito idosos, tendo sido organizado em torno de cinco áreas funcionais: recursos sociais,

    recursos económicos, saúde mental, saúde física e AVD.

    Na área de recursos sociais, a principal tendência de constituição do agregado

    familiar e coabitação é caracterizada pelo predomínio das redes pequenas e familiares,

    compostas sobretudo pelo cônjuge, no caso dos homens, e pelos filhos nas mulheres.

    Esta tendência é também transversal à pessoa que poderia prestar ajuda, tendo em conta

    que os homens referem sobretudo o cônjuge, e as mulheres os filhos.

    Quanto à área dos recursos económicos, sobressaem de forma distinta, para

    homens e mulheres, a situação laboral, observando-se que os homens são,

    maioritariamente, reformados por idade e as mulheres, por invalidez. Além disso, as

    mulheres percecionam os seus rendimentos, na sua maioria, como insuficientes, quer

    quanto às suas necessidades atuais quer quanto às suas necessidades futuras.

    Relativamente às áreas de saúde mental e saúde física, estas refletem um declínio

    da capacidade funcional mais marcado, e com pior autoavaliação, no género feminino.

    Na área das AVD apesar das semelhantes classificações para ambos os géneros

    salienta-se a maior capacidade dos homens quanto às atividades que se reportam a

    utilizar transportes e administração de dinheiro. As mulheres apresentam maior

    capacidade para as atividades domésticas.

    Numa última análise dos resultados deste estudo deparamo-nos com o facto de que

    o envelhecimento envolve uma vulnerabilidade crescente nos muito idosos, em geral, e na

    mulher idosa em particular, quer em termos de saúde física, saúde mental e atividades de

    vida diária, quer em termos de proteção e apoio social. A condição de vulnerabilidade

    sentida pelas mulheres idosas é em parte resultante de fatores biológicos mas, também,

    socioeconómicos de onde se destacam a baixa escolaridade, pobreza e isolamento social.

    Estas distintas formas de envelhecimento, de homens e mulheres, implicam uma

    adequação das políticas públicas, e da organização dos serviços de saúde e de apoio

    social, baseadas na compreensão das diferenças de género no envelhecer.

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