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Juliano Mario da SilvaHilka Vier Machado EMPREENDEDORISMO ... · é buscar a compreensão de...

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9 Belo Horizonte, v. 9, n. 4, p. 9-32, out. / dez. 2008 EMPREENDEDORISMO E POLÍTICAS PÚBLICAS EM PEQUENOS MUNICÍPIOS PARANAENSES: INTERPRETAÇÕES, PARTICIPAÇÕES E DESDOBRAMENTOS ENTREPRENEURSHIP AND PUBLIC POLICIES AT SMALL MUNICIPALITIES OF PARANÁ STATE – BRAZIL: INTERPRETATIONS, PARTICIPATIONS AND OUTCOMES. Resumo JULIANO MARIO D JULIANO MARIO D JULIANO MARIO D JULIANO MARIO D JULIANO MARIO DA SIL A SIL A SIL A SIL A SILVA HILKA VIER MACHADO HILKA VIER MACHADO HILKA VIER MACHADO HILKA VIER MACHADO HILKA VIER MACHADO Pesquisas como o Global Entrepreneurship Monitor (Relatório GEM) têm estudado o ambiente empreendedor em vários países e sinalizado, aos gestores públicos, iniciativas que promovam o empreendedorismo nesses países. Desta forma, o objetivo deste artigo é buscar a compreensão de empreendedorismo por gestores e participantes de processos empreendedores em pequenos municípios paranaenses, contribuindo para a discussão de políticas públicas em pequenos municípios brasileiros. O estudo caracteriza-se como uma abordagem interpretativa do estudo qualitativo em seis municípios do noroeste paranaense, tendo como instrumento de coleta de dados a entrevista semi-estruturada. Constatou-se, na
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9 Belo Horizonte, v. 9, n. 4, p. 9-32, out. / dez. 2008

Juliano Mario da Silva, Hilka Vier Machado

EMPREENDEDORISMO E POLÍTICASPÚBLICAS EM PEQUENOS MUNICÍPIOS

PARANAENSES: INTERPRETAÇÕES,PARTICIPAÇÕES E DESDOBRAMENTOS

ENTREPRENEURSHIP AND PUBLIC POLICIES ATSMALL MUNICIPALITIES OF PARANÁ STATE –

BRAZIL: INTERPRETATIONS, PARTICIPATIONS ANDOUTCOMES.

Resumo

JULIANO MARIO DJULIANO MARIO DJULIANO MARIO DJULIANO MARIO DJULIANO MARIO DA SILA SILA SILA SILA SILVVVVVAAAAAHILKA VIER MACHADOHILKA VIER MACHADOHILKA VIER MACHADOHILKA VIER MACHADOHILKA VIER MACHADO

Pesquisas como o Global Entrepreneurship Monitor (RelatórioGEM) têm estudado o ambiente empreendedor em vários países esinalizado, aos gestores públicos, iniciativas que promovam oempreendedorismo nesses países. Desta forma, o objetivo deste artigoé buscar a compreensão de empreendedorismo por gestores eparticipantes de processos empreendedores em pequenos municípiosparanaenses, contribuindo para a discussão de políticas públicasem pequenos municípios brasileiros. O estudo caracteriza-se comouma abordagem interpretativa do estudo qualitativo em seismunicípios do noroeste paranaense, tendo como instrumento decoleta de dados a entrevista semi-estruturada. Constatou-se, na

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pesquisa, a existência da relação entre o IDH-M e políticas públicasvoltadas ao empreendedorismo resultante da interação entre o setorpúblico e privado. No entanto, barreiras como a evasão dos jovens eo histórico da agricultura como principal atividade econômica nessesmunicípios são fatores a serem vencidos. Por fim, destaca-se que oempreendedorismo é visto, nesses municípios, como uma alternativade geração de emprego e renda e consequente melhoria da condiçãosocial do município.

PALAVRAS-CHAVEEmpreendedorismo. Políticas públicas. Pequenos municípios.Ambiente empreendedor. Atividade econômica.

Abstract

Studies such as the Global Entrepreneurship Monitor arestudying the environment in multiple countries entrepreneur andsignaling to the public administrators’ initiatives that promoteentrepreneurship in these countries. Thus, the aim of this paper is toseek the understanding of entrepreneurship by directors and actorsof cases entrepreneurs in small Brazilian state of Parana,contributing to the discussion of public policy in small municipalities.The study is characterized as an interpretative approach of thequalitative study in six counties of northwestern Paraná taking as atool for data collection semi-structured interview. It was in searchof the existence of the relationship between the index of humandevelopment and public policies focused on entrepreneurshipresulting from the interaction between the public and private sectors.However, barriers such as avoidance of young people and history ofagriculture as the main economic activity in those cities are factorsto be overcome. Finally, it is emphasized that entrepreneurship isseen in such cities as an alternative to generating jobs and incomeand the consequent improvement of the social condition of themunicipality.

KEYWORDSEntrepreneurship. Public policy. Small towns. Enterpriseenvironment. Economic activity.

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Introdução

Estudos que avaliaram ainfluência histórica e atual doempreendedorismo no desenvol-vimento econômico e social,como o de Wennekers e Thurik(1999) chegam à conclusão de queas nações, que promoveram oempreendedorismo em nívelindividual, assim como emambientes macroeconômicas, sedestacaram no cenárioeconômico mundial. No entanto,apesar da relação entre odesenvolvimento socioeconô-mico e o empreendedorismo,pouco foi estudado, no Brasil,quanto a políticas e programaspúblicos voltados a esse campo.

Ainda que, no casobrasileiro, empresários eespecialistas na área deempreendedorismo consideremas políticas públicas comoimportantes para o ambienteeconômico (GEM, 2006), há anecessidade de intensificação deprogramas, como os voltados aocrédito e ao crescimento demicro e pequenas empresas, àotimização do processo deabertura de empresas, àcapacitação para pequenosempresários e ao incentivo ainstalações para empreende-dores iniciantes, que são

também algumas das propostasque constavam no relatório GEM2005.

De acordo com Julien(2005), o papel do Estado naarticulação de um ambiente quepromova o empreendedorismopode ocorrer por incentivos outransmissão de conhecimentosao empreendedor, nos maisvariáveis locais do seu território,promovendo o crescimentoeconômico. A atuação podeocorrer na forma de alocação derecursos disponíveis, naformação de mão-de-obraespecializada, no agrupamentode empresas com interesses emcomum, ou até no incentivo àinovação em um setorestratégico. Para Julien (2005),esse papel complementar doEstado pode se resumir a cincoações: Orientar, Ligar, Apoiar,Estimular e Facilitar.

No contexto brasileiro, aConstituição de 88 estabeleceuuma série de medidas,descentralizando nos municí-pios a articulação de políticasem variados campos. Assim, odesenvolvimento local passou aser discutido na esfera municipale, assim sendo, o empreendedo-rismo assumiu relevo nasdiscussões sobre políticaspúblicas nos municípios. No

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entanto, refletir sobre formas depromover o empreendedorismoem grandes municípios édiferente do mesmo exercício empequenos municípios.

O Estado do Paranáconta, atualmente, com 399municípios, dos quais nem 10%contam com mais de 100.000habitantes. Como discutir aformulação de políticas voltadasao empreendedorismo emmunicípios pequenos?

O objetivo deste artigo éo de buscar a compreensão deempreendedorismo por gestorese participantes de processosempreendedores em pequenosmunicípios paranaenses,contribuindo para a discussãode políticas públicas empequenos municípios brasileiros.

O empreendedorismoserá compreendido, neste artigo,a partir da visão de Schumpeter(1983), associado aodesenvolvimento econômico, àinovação e ao aproveitamento deoportunidades de negócios,contrariando assim a ordemeconômica existente,transformando o processo demercado. No que se refere àpolítica pública, o conceito é ode Ruediger e Riccio (2005, p. 23),em que: “as políticas públicassão ferramentas utilizadas pelo

Estado para tomar ações com oobjetivo de garantir os direitosfundamentais (individuais ecoletivos) da sociedade”, sendoque uma política pública refletealgum tipo de ação governa-mental que tenha reflexos nasociedade, ou em partes dela.

Este artigo mostra umasíntese dos resultados de umapesquisa realizada com seispequenos municípios do Estadodo Paraná, iniciando-se pelosfundamentos teóricos queorientaram o estudo e pelométodo adotado para arealização da pesquisa.

Empreendedorismo:criação de valor e

crescimento econômico

Para Schumpeter (1983), oempreendedorismo estáassociado ao desenvolvimentoeconômico, à inovação e aoaproveitamento de oportunida-des de negócios, contrariando,assim, a ordem econômicaexistente, pois transforma oprocesso de mercado.

Baumol (1993) divide oestudo do empreendedorismo emduas tendências básicas, que seopõem mutuamente. A primeiraderiva dos trabalhos de Turgote de Say, apud Baumol (1993),

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que considera o empreendedoruma pessoa que cria edesenvolve novos negócios devários tipos. A segunda, baseadana visão de Cantillon e deSchumpeter, apud Baumol (1993),apresenta o empreendedor comoum inovador e, por essa razão,uma pessoa extraordinária, quemuda a economia em algunssentidos. Esta primeira tendência,ratificada pela abordagemaustríaca representada porKirzner (1997), difere da visão deequilíbrio de mercado doseconomistas neoclássicos, queconsidera a influência doempreendedorismo quanto adiferentes percepções deoportunidades na economia.

De acordo com Hisrich(2004), o empreendedorismo leva

à abertura de novas empresas e,aliado ao processo de inovação,promove o desenvolvimentoeconômico, pois contribui parauma melhor distribuição dariqueza na comunidade. ParaGifford (1998), isso significa aalocação de recursos empresariaiscomo esforço para descobrirnovas oportunidades de retornofinanceiro, podendo assim“aquecer” determinado setor domercado.

Bruyat e Julien (2000)sugerem um diagrama queilustra a heterogeneidade dofenômeno do campo doempreendedorismo, sendo quedois elementos, o individual e anova criação de valor, levam amudanças tanto individuaisquanto ambientais, conforme aFigura1:

FIGURA 1 - Empreendedorismo: um campo heterogêneoFonte: BRUYAT; JULIEN, 2000.

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O diagrama mostraquatro arquétipos empresariais,envolvendo o indivíduo e acriação de valor: 1) Reproduçãoempresarial: é uma situação emque o negócio envolve uma baixacriação de valor, sendousualmente pouco inovador epouco inclinado a mudançasindividuais; 2) Imitaçãoempresarial: apesar de não teruma criação significante devalor, os empreendedores fazemmais mudanças a partir do seuconhecimento, rede derelacionamentos, habilidades; 3)Valorização empresarial:envolve a criação de valor emorganizações já existentes; 4)Risco empresarial: conduz amudanças radicais no ambiente,por meio de uma inovaçãosignificante, e em alguns casos,um novo setor da economia.

Nessa perspectiva, nota-se que a criação de valor abrangeum continuum, principalmenteem termos de inovação e criaçãode valor. Entretanto, Gartner(2001) considera que a criação denovos negócios pode sercomposta por quatroperspectivas principais:características dos indivíduosque iniciam um negócio; anatureza da organização queeles criam; o ambiente onde anova firma está envolvida e o

processo pelo qual as novasfirmas são iniciadas. Assim,Gartner (2001) analisa asdiferenças entre novas firmas efirmas estabelecidas, além desugerir diferenças entre pessoasempreendedoras e suas firmas.

Além disso, Shane (2000)sugere, como elemento adicionalna compreensão doempreendedorismo, a influênciados conhecimentos adquiridospelo empreendedor. A criação devalor, por meio da exploração deoportunidades, para Shane eVenkataraman (2000), pode serobtida a partir da resposta àsquestões: Por que, quando ecomo a oportunidade para acriação de negócios sãodescobertas? Por que, quem ecomo algumas pessoas e nãooutras descobrem e exploramessas oportunidades? Por que,quando e como diferentesmodelos de ação são usados paraexplorar oportunidadesempresariais?

Assim, tem-se comopressuposto que um ambientepropício ao empreendedorismopode mudar uma realidadeeconômica. Para Wennekers eThurik (1999), há impactofavorável tanto em nívelindividual, quanto nos macrosambientes. Na pesquisa que

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realizaram, propuseram umaligação entre o empreendedorismo

e o crescimento econômico,apresentada na Figura 2.

FIGURA 2 - Ligando o Empreendedorismo ao CrescimentoeconômicoFonte: WENNEKERS; THURIK, 1999.

No esquema apresentadona Figura 2, estariam garantidasas principais condições para apromoção de um ambienteempreendedor nos níveisindividual, da firma e o nívelmacroeconômico. Isso resultariaem impactos pessoais, nasfirmas e no empreendedorismo,estimulando, consequentemente,o crescimento econômico. Assim,o papel do empreendedorismono desenvolvimento econômicoenvolve mais do que apenas oaumento de produção e rendaper capita: envolve iniciar e

constituir mudanças na estruturado negócio e da sociedade. Talmudança é acompanhada pelocrescimento e por maior produção,o que permite que mais riquezaseja dividida pelos váriosparticipantes (HISRICH, 2004, p.33).

Porém, dependendo dascondições econômicas locais,Moura et al. (2002) mencionama relevância de questões sociais,possibilitando ao empreende-dorismo superar desigualdadessociais, por meio daimplantação de programas de

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desenvolvimento locais, comosugerem Duarte e Santos (2003),por meio do empreendedorismosocial.

Políticas públicas eempreendedorismo

Para Ruediger e Riccio(2005), as políticas públicas sãoas ferramentas utilizadas peloEstado para tomar ações com oobjetivo de garantir os direitosfundamentais (individuais ecoletivos) da sociedade. Noentanto, para Sampaio (2003), aspolíticas públicas não surgem degeração espontânea, a partir dapura intenção dosrepresentantes do Estado. Elassão, sim, o resultado de umconjunto de decisões de ações dopoder público, motivado porlutas de interesses relacionadosa questões de poder,demandadas por parte do atoressociais, ou seja: “as políticaspúblicas têm sido criadas comoresposta do Estado às demandasque emergem da sociedade e doseu próprio interior, sendoexpressão do compromissopúblico de atuação numadeterminada área em longoprazo” (CUNHA; CUNHA, 2002,p. 12).

Transformações econô-micas recentes trazem maior

atenção às possíveiscontribuições das pequenasempresas ao desenvolvimentoeconômico e social e àspreocupações em reorientar edinamizar as políticaspromoção destas empresas(LASTRES; ARROIO; LEMOS,2003).

No tocante a políticaspúblicas voltadas aoempreendedorismo, observa-sea dificuldade de crescimentoeconômico, aliada a altas taxasde desemprego, na transição domilênio, intensificando a buscapor meios de fortalecer o tecidoeconômico e gerar empregos erenda, particularmente viasurgimento e fortalecimento demicro, pequenas e médiasempresas (SILVEIRA, 1994).

O estímulo a umambiente empreendedoracontece por uma interaçãoentre os agentes da economia,entre os quais aponta-se o papeldo Estado. Para Shane (2003), asmudanças nas políticasvoltadas ao empreendedorismooferecem a possibilidade paraque as pessoas realoquemrecursos para um novo uso, deforma que este se torne maisprodutivo. Freitas et al. (2004)identificam a importância doEstado por meio de políticas

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públicas, para a promoção dacapacidade empresarial paraprospecção de novos mercados,como, por exemplo, aexportação.

Em relação à tecnologia,Hisrich (2004) considera que osetor público tem grandeimportância no suporte aoambiente empreendedor, noestímulo à pesquisa. Investir nacapacitação tecnológica depequenas e médias empresas éum caminho seguro paramelhorar sua produtividade ecompetitividade, aprimorando acapacidade de identificaroportunidades no país e noexterior (CASTANHAR, 2005).

Dentre os exemplos depolíticas públicas voltadas aoempreendedorismo, sãoconhecidos os programas deacesso ao micro crédito(ANDREASSI, 2003). No que serefere à inserção de mulheres noempreendedorismo, Machado(2001) discute aspectos quejustificam a adoção de políticaspúblicas que visem a reduzirobstáculos e criaroportunidades para mulheresempreenderem, por meio deações, tais como o estímulo a:

a) adequação deestatísticas econômicas sobreempreendedoras, investigando,

dentre outros, aspectos relativosaos setores de atuação, perfilempreendedor e perfil gerencial;

b) programas de“apadrinhamento”, nos quaisempresárias mais experientesforneçam orientações paraoutras com menor experiência;

c) produção de casossobre empreendedoras desucesso, enfatizando as formasde superação de problemas,como forma de motivação eorientação;

f) participação da mulhercomo empreendedora em setoresaos quais ela tem difícil acesso,como na área agrícola eagroindustrial;

g) criação de aconselha-mento e suporte voltado àexportação em empresasdirigidas por mulheres.

Em suma, essas sãoalgumas possibilidades depolíticas públicas, visando aodesenvolvimento econômico,por meio do estímulo aoempreendedorismo. Nestapesquisa, um olhar específico foidirecionado para a formulaçãode políticas públicas voltadasao empreendedorismo empequenos municípios, cujosprocedimentos são descritos emseguida.

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Procedimentosmetodológicos

Este é um estudoexploratório, sendo a área deinvestigação relativamentenova. Consequentemente, opesquisador necessita explorarmelhor as variáveis (COOPER;SCHLINDLER, 2003). Aabordagem interpretativa foiescolhida, pois procurou-seestudar políticas públicas empequenos municípios, a partirdas referências fornecidas pelapopulação estudada e pelossignificados atribuídos por elaao fenômeno, como sugere Dias(1999).

A opção pelo estudoqualitativo, para interpretaçãodas políticas com ênfase aoempreendedorismo, emmunicípios do noroeste doParaná, deu-se pela necessidadede profundidade no objeto dapesquisa, uma vez que o estudobusca identificar agentes doprocesso, continuidade,prioridades, dentre outrosaspectos que podem emergir dossujeitos da pesquisa. Vale

ressaltar que Gartner (2002)menciona a importância deestudos qualitativos na área doEmpreendedorismo.

O campo para realizaçãodeste estudo foram seispequenos municípios donoroeste do Paraná, integrantesda Associação dos Municípiosdo Setentrião do Paranaense –AMUSEP (Associação compostapor 30 municípios no noroestedo Paraná, que tem foco notrabalho conjunto dosmunicípios para melhoria dascondições de infraestrutura,saúde e desenvolvimentoregional), escolhidos devido àvariação no Índice deDesenvolvimento HumanoMunicipal – IDH-M, maisespecificamente os trêsmunicípios que tiveram maiorvariação e os três últimos commenor variação nas duas últimasmedições (1991 e 2000).

A Tabela 1 apresenta avariação do índice deDesenvolvimento Humano nascidades que tiveram maior emenor variação, como segue:

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TABELA 1Municípios da Região da Amusep com maior e com menor variação

no IDH

Fonte: PNUD, 2003.

Para a consecução doobjetivo da pesquisa, ou seja,buscar a compreensão deempreendedorismo por gestorese participantes de processosempreendedores em pequenosmunicípios paranaenses, apesquisa foi estruturada emtorno dos seguintes eixos: Obtera compreensão do empreendedo-rismo por dirigentes e agentesmunicipais; Identificar os atoresenvolvidos em projetos eprogramas municipais voltadosao empreendedorismo e aofortalecimento de empresaspequenas; Conhecer os projetose programas existentes paraestimular a criação oufortalecimento de micro epequenas empresas; Identificar

projetos ou programas quefavoreçam a emancipação dapopulação ou de gruposespecíficos, tais como mulheres,idosos etc..

O recorte temporal foi operíodo de 1995 até 2005, poiscompreende o período dos trêsúltimos mandatos dos prefeitosbrasileiros. Segundo Santos eRibeiro (2004), apresenta o inícioda influência dos municípios,resultante da descentralizaçãodas políticas, trazida pelareforma constitucional de 1988,em relação à esfera federal, alémda intensificação do processo deabertura da economia brasileira.

O instrumento de coletade dados foi a entrevista aberta.

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Quanto à seleção dosentrevistados, pretendeu-senesta pesquisa abordar asdiferentes visões acerca doempreendedorismo nomunicípio e a relação com aspolíticas públicas. Para isso,foram entrevistados secretáriosmunicipais da indústria ecomércio e lideranças de projetosou instituições e empresáriospresidentes das associaçõescomerciais dos seus respectivosmunicípios. A definição donúmero de entrevistados levouem consideração os agentes dogoverno municipal einstituições que atuam ouatuaram no período quecompreende o corte temporaldesta pesquisa (1995 a 2005).Compõe-se então a seleção deentrevistas da seguinte forma:os últimos secretários daindústria e comércio dos seismunicípios (nove entrevistas),instituições existentes nosmunicípios voltadas a promoçãodo empreendedorismo (duasentrevistas) e empresáriospresidentes das associaçõescomerciais (cinco entrevistas).No total, as 16 entrevistastiveram a duração média de umahora e meia cada uma eresultaram em aproximadamente15 páginas de material transcrito,respectivamente.

A análise dos dados foirealizada individualmente pormunicípio, consoante critériosde análise de conteúdo (BAUER;GASKELL, 2002): primeiramente,foi feita uma leitura sistemáticae interativa de todas asentrevistas. Depois, procurou-seidentificar elementos comuns etambém os divergentes, a fim decategorizar o material ereorganizá-lo em torno dos eixosda pesquisa.

Apresentação e Análise dosdados

Os municípios estudadostêm a agricultura como principalsetor da economia. Em algunsmunicípios, há maior diversi-dade produtiva, como emAstorga, Munhoz de Mello eColorado. Em Ivatuba, Florestae Presidente Castelo Branco,predomina a monocultura dasoja e milho. Cabe ressaltar ocrescimento da cultura da cana-de-açúcar na região, que teminfluenciado todos os muni-cípios, principalmente os queapresentaram menor variação doIDH-M.

Uma das característicascomuns aos municípios refere-seao período de fundação, queaconteceu entre o fim da décadade 1940 e início da década de

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1960, resultados dos movimentosde colonização da região. Essesmunicípios tiveram em comumtambém o êxodo rural ocorridono fim dos anos 1970. Partedessa mobilidade social se deuem decorrência da crise do setorcafeeiro.

Entre os municípiosestudados, podem-se identificar

agentes trabalhando em rede nomunicípio de Munhoz de Mello,em que se notou a influência dovoluntariado. Nos demaismunicípios, o trabalho em redepôde ser pouco percebido. Osagentes mais citados envolvidoscom empreendedorismo nosmunicípios estão mencionadosno Quadro 1.

QUADRO 1Agentes promotores do empreendedorismo nos municípios

No comércio, indústria eno setor agrícola, constatou-seque em todos os municípios háuma descontinuidade deprojetos e programas. Em geral,os jovens encontramdificuldades de permanecer nosmunicípios depois de formados,pela falta de postos de trabalhoque necessitam de mão-de-obra

qualificada, o que os têm levadoaos grandes centros (Maringá,Londrina e Curitiba). Já para osjovens com pouca qualificação,o trabalho no setor canavieirotem sido uma alternativa derenda. Para as mulheres, o setorde confecções, que está presenteem todos os municípiosanalisados, tem sido a principal

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alternativa de trabalho. Noentanto, no município dePresidente Castelo Branco, osetor canavieiro, em algunscasos, tem sido a únicaalternativa de emprego paramulheres e jovens, inclusive.

Nos municípios commaior variação do IDH-M,nota-se maior participação dasmulheres no comércio e emcargos de direção, por exemplo,nas associações comerciais,bancos de fomento einstituições públicas (SINE).Nos municípios de Munhoz deMello e Colorado, foienfatizada a importância das

mulheres empreendedoras naeconomia local.

A seguir, apresentam-sesínteses dos dados pormunicípios, desde os de maiorvariação no IDH-M até os demenor variação.

Munhoz de Melo

O Município de Munhozde Melo conta com apenas 3.233habitantes (IBGE, 2007). Apesardisso, observou-se que foi omunicípio onde pode serobservada maior união entre osdiferentes agentes. A síntese dosresultados está no Quadro 2.

QUADRO 2Dados da pesquisa em Munhoz de Mello

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A atuação em rede e ovoluntariado é um traçointeressante no Município deMunhoz de Mello. ParaHastenreiter-Filho e Souza(2005), a abordagem de redes decooperação emerge como umaferramenta nas novas propostasde políticas públicas. Alémdisso, notam-se no municípioiniciativas deempreendedorismo social pormeio do voluntariado. ParaVidal, Farias e Moreira (2004),isso permite o surgimento deredes de colaboração em quepessoas excluídas possamdesenvolver atividades visandoà geração de trabalho, assimcomo a distribuição de renda econsequente melhoria dasdimensões humanas (afetivas,cognitivas e sociais).

O estímulo ao empreende-dorismo em segmentos daeconomia é notado em Munhozde Mello que, vale ressaltar, foio município que apresentoumaior variação de IDH. Oestímulo ao empreendimentovem ao encontro das condiçõesideais do macro ambiente, quelevam ao crescimento econômicopor meio da promoção doempreendedorismo, segundoJulien (2005).

Colorado

Este município, que contacom 22.424 habitantes, foi osegundo com maior variação noIDH. No Quadro 3, nota-se que onúmero de programas/projetos,bem como de ações emancipatórias,é bem menor que o de Munhoz deMello.

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QUADRO 3Resultados da pesquisa em Colorado

Entre as indicações paragestores públicos brasileirosapontados pelo GEM (2006), estáa necessidade de identificaçãodos indivíduos que estão fora domercado formal de trabalho,para que sejam dadas as devidasassessorias sobre oportunidadesde negócios e abertura e gestãoprofissional, além do suportefinanceiro para os futurosempreendedores. Lastres, Arroioe Lemos (2003) afirmam quepolíticas de incentivo aosmarginalizados têm como

vantagens a inclusão no sistemaprodutivo de categorias quemais se expandiram nos últimosanos, estimulando o sistemaprodutivo local. Apesar disso,não se encontraram políticasdesse gênero para mulheres eidosos em Colorado.

Observou-se também,em Colorado, a preocupação comas condições para seempreender. Neste caso, refere-se à preocupação da Prefeituracom a regularização do parqueindustrial.

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Presidente Castelo Branco

O terceiro município commaior variação no IDH-M conta

atualmente com 4.802habitantes e os resultados dapesquisa nesse município estãomostrados no Quadro 4.

QUADRO 4Resultados da pesquisa em Presidente Castelo Branco

Enfatiza-se também nomunicípio a influência da cultu-ra canavieira como alternativade renda dos desempregados.Entretanto, é importante ressal-tar a estratégia da parceria coma Associação Comercial de outromunicípio maior, para suportenas ações locais.

Astorga

Este é o primeiro dos trêsmunicípios que apresentarammenor variação no IDH e o maispopuloso de todos os estudados:24.508 habitantes.

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QUADRO 5Resultados da pesquisa em Astorga

Em Astorga, identifica-se um bom relacionamento entrea Prefeitura Municipal e aAssociação Comercial, favore-cendo o desenvolvimento local.Assim como nos demais municí-pios pesquisados, neste hádescontinuidade de programasvoltados ao empreendedorismo,como o programa Pedagogia

Empreendedora, que existiu nomunicípio.

Floresta

Contando com 5.562habitantes, os resultados destemunicípio de Floresta estãosintetizados no Quadro 6.

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QUADRO 6Resultados da pesquisa em Floresta

Resultados da pesquisa em Floresta

Assim como o municípiode Ivatuba, Floresta mostra-sedependente de programas eprojetos de instituições regionaispara a promoção do empreende-dorismo. De acordo comDavidsson (2005), o incentivo aoempreendedorismo por meio demudanças em políticas públicasdeve ser organizado de formasustentável. Para isso, éimportante o equilíbrio entre as

forças públicas e privadas noplanejamento dessas políticas.

Floresta ainda apresentainfluência no ambiente macropela presença da monocultura desoja e milho, que tem direciona-do os recursos do municípiopara esta atividade, exclusiva-mente, e até levado a saída derecursos do município paraoutros Estados por meio doinvestimento na agricultura. De

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acordo com a pesquisa deWennekers e Thurik (1999), essastransferências de recursosfinanceiros do município podeminfluenciar a competitividade eo crescimento econômico pelasinfluências que causam no nívelmacroeconômico.

Ivatuba

Este foi o município commenor variação no IDH etambém o menor de todos,contando com apenas 3.009habitantes.

Resultados da pesquisa em Floresta e os objetivos da pesquisa

Dentre todos os municí-pios deste estudo, verifica-se quea menor intensidade de Progra-mas e projetos, bem como deagentes, foi a de Ivatuba, queteve a menor variação no IDH.

No conjunto dos municí-pios, verificou-se que existe,naqueles com maior variação doIDH-M, a preocupação com oempreendedorismo no meio

rural. Isso se justifica pelapredominância do setor agrícolano PIB destes municípios.

Na indústria, comexceção do município de Presi-dente Castelo Branco, existiraminvestimentos no segmento deconfecções, o que tem levado aocrescimento de pequenas emédias empresas de confecçõesnas áreas: infantil, juvenil e

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adulto. No segmento de confec-ções e no comércio, é expressivaa participação das mulheres nosmunicípios de Munhoz de Melloe Colorado. Especificamente, emAstorga, existe a preocupaçãopor parte da SecretariaMunicipal de que estes empre-sários agreguem valor a suaprodução, desenvolvendomarcas próprias, enquanto queem Floresta e Ivatuba sãopredominantes empresas deconfecções que terceirizam aprodução (Facções).

Existem iniciativas deprojetos municipais para apromoção do empreendedoris-mo, geralmente em forma deparcerias com instituiçõesregionais, com universidades ecom o SEBRAE. Os principaisagentes municipais são asSecretarias de Indústria eComércio, os escritórios daEMATER, o Banco Social e asAssociações Comerciais. Apesarde municípios como Ivatuba eAstorga apresentarem poten-ciais turísticos, estes não têmprogramas para a exploraçãodesse segmento.

Entre as dificuldades dosmunicípios que tiveram baixavariação do IDH-M, está adesarticulação entre osempresários dos vários setores,bem como a dificuldade na

sensibilização deles. Enfatizou-se também a descontinuidadedos projetos de entidades comoo SEBRAE e a falta de aplicaçãodos conhecimentos adquiridosem cursos e treinamentos. Issotem levado setores, como ocomércio, a ter dificuldade decompetitividade com mercadosmaiores, como o de Maringá.

Considerações finais

Nos municípios commaior variação do IDH-M,notou-se uma melhor interaçãoentre o setor público e o setorprivado, além de uma maiordiversidade de programas eprojetos. No entanto, nomunicípio de Presidente CasteloBranco, isso não foi confirmado,ao contrário de Astorga, que seenquadraria melhor nessarealidade.

Observou-se que há umesforço coletivo para promovero desenvolvimento local pormeio do empreendedorismo, masque barreiras, como a evasão dosjovens e o histórico da agricul-tura como atividade econômica,nesses municípios, são fatores aserem vencidos. Os jovensencontram dificuldades empermanecerem nos municípiosdepois de formados, o que os temlevado para grandes centros

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Empreendedorismo e Políticas Públicas em Pequenos Municípios Paranaenses: Interpretações, Participaçõese Desdobramentos

(Maringá, Londrina e Curitiba).Quanto aos menos qualificados,o trabalho no setor canavieirotem sido uma alternativa derenda. Para as mulheres, o setorde confecções, que está presenteem todos os municípiosanalisados, tem sido umaalternativa de trabalho. Noentanto, no município dePresidente Castelo Branco, osetor canavieiro, em algunscasos, tem sido a únicaalternativa de emprego,inclusive para mulheres ejovens.

Algumas tendênciascomuns foram observadas entretodos os municípios, como aconfecção, reservada àsmulheres, e a oferta de barra-cões, por parte das Prefeituras,para instalação de empreen-dimentos.

Alguns resultados poucoesperados, e que foram encon-

trados nos pequenos municí-pios, são a atuação do BancoSocial e a presença de umaincubadora. Do mesmo modo, asinterpretações sobre empreende-dorismo, que foram obtidas,revelaram que há umacompreensão de empreendedo-rismo e de sua associação compolíticas públicas. Por fim,destaca-se que o empreendedo-rismo, conforme apresentaramas análises, é visto como umaalternativa de geração deemprego e renda, e deconsequente melhoria dacondição social do município.

Os resultados mostraramtambém que há um vasto campode estudos a ser explorado notocante a políticas públicas eempreendedorismo, em muni-cípios brasileiros, contribuindopara reflexões e busca desoluções locais.

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Jul iano Mario da Si lvaJul iano Mario da Si lvaJul iano Mario da Si lvaJul iano Mario da Si lvaJul iano Mario da Si lvaCentro Universitário de Maringá

Endereço profissional:Centro Universitário de Maringá, Departamento

de Administração, Maringá.Av. Guedner, 1610 - Jardim Aclimação

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Hilka Vier MachadoHilka Vier MachadoHilka Vier MachadoHilka Vier MachadoHilka Vier MachadoUniversidade Estadual de Maringá

Doutorado em Engenharia de Produção pelaUniversidade Federal de Santa Catarina

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