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Justificativas Técnicas para o CORTE DO ESPORÃO … · unha (do ser humano), os chifres ou cornos...

Date post: 03-Oct-2018
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Justificativas Técnicas para o CORTE DO ESPORÃO em Galináceos Corpo técnico da ANCRIB – Dr. Lúcio Laudares e outros. Este documento tem como finalidade, explicar e justificar, de modo técnico e científico, o motivo pelo qual o CORTE DO ESPORÃO em alguns galináceos é realizado. A Associação de Criadores da Raça Índio Brasileiro, ANCRIB, espera contribuir através deste documento com o esclarecimento das dúvidas sobre esta prática tão comum em nossas criações. Para uma melhor compreensão desta situação, devemos primeiro caracterizar o que é o ESPORÃO, levando em consideração os aspectos histológicos (celular) e anatômicos, qual sua finalidade para a ave, e desta forma, justificar o seu corte, como sendo uma atividade de manejo e não de maus tratos com as aves. 1. O que é o ESPORÃO? Os autores Bacha Jr & Bacha (2003), em seu livro “Atlas Colorido de Histologia Veterinária”, relatam que: “Em galinhas, escamas, garras e bicos são derivados cutâneos queratinizados.” Por sua vez, Junqueira & Carneiro (2013), no seu livro “Histologia Básica”, definem que: As unhas são placas de células queratinizadas localizadas na superfície dorsal das falanges terminais dos dedos. É na raiz da unha que se observa a sua formação, graças a um processo de proliferação e diferenciação das células epiteliais aí colocadas, que gradualmente se queratinizam, formando uma
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Justificativas Técnicas para o CORTE DO ESPORÃO

em Galináceos

Corpo técnico da ANCRIB – Dr. Lúcio Laudares e outros.

Este documento tem como finalidade, explicar e justificar, de modo técnico e

científico, o motivo pelo qual o CORTE DO ESPORÃO em alguns galináceos é realizado.

A Associação de Criadores da Raça Índio Brasileiro, ANCRIB, espera contribuir

através deste documento com o esclarecimento das dúvidas sobre esta prática tão comum

em nossas criações.

Para uma melhor compreensão desta situação, devemos primeiro caracterizar o

que é o ESPORÃO, levando em consideração os aspectos histológicos (celular) e

anatômicos, qual sua finalidade para a ave, e desta forma, justificar o seu corte, como

sendo uma atividade de manejo e não de maus tratos com as aves.

1. O que é o ESPORÃO?

Os autores Bacha Jr & Bacha (2003), em seu livro “Atlas Colorido de Histologia

Veterinária”, relatam que:

“Em galinhas, escamas, garras e bicos são derivados

cutâneos queratinizados.”

Por sua vez, Junqueira & Carneiro (2013), no seu livro “Histologia Básica”,

definem que:

“As unhas são placas de células queratinizadas localizadas

na superfície dorsal das falanges terminais dos dedos. É na raiz

da unha que se observa a sua formação, graças a um processo

de proliferação e diferenciação das células epiteliais aí

colocadas, que gradualmente se queratinizam, formando uma

placa córnea. A unha é constituída essencialmente por escamas

córneas compactas, fortemente aderidas umas às outras.”

Desta forma, e com base nos relatos histológicos citados, podemos concluir que o

esporão, semelhante à unha do homem, é uma placa córnea, formada por tecido

queratinizado.

A conclusão acima, também pode ser observada na revisão de Silva e outros

(2008):

“O sistema tegumentar é constituído por pele e anexos,

como: pelos, glândulas sebáceas e sudoríparas, glândulas

mamárias, unhas, casco, garras, chifres e cornos; e exercem

funções importantes como: proteção, atração sexual,

termorregulação, entre outras.” (adaptado do trabalho original

pelos autores).

Considerando a parte histológica, é fato que o esporão pode ser comparado com a

unha (do ser humano), os chifres ou cornos (do bovino, caprino, ovino), cascos (equinos,

bovinos, e outros).

Dyce et all. (2010) relata que:

“As escamas no tarso e pé das aves são placas epidérmicas

queratinizadas semelhantes àquelas dos répteis. Os pés da

maioria das aves são adaptados para empoleirar ou agarrar

uma presa e tem um dos dedos voltado para trás, três voltados

para frente.”

“O esporão, que se desenvolve exteriormente no tarso

caudomedial de galos, é usado como uma arma, sendo um

núcleo ósseo dentro de um cone queratinizado. A remoção da

papila do esporão em aves inibe seu crescimento, assim como a

remoção do botão germinativo em bovinos, previne o

crescimento do chifre.”

Na figura 1, observamos do lado esquerdo, adaptada de Dyce et all. (2010), o

esporão e as placas epidérmicas queratinizadas do pé de uma ave (gallus gallus

domesticus). A foto á direita é perna de um galo (gallus gallus domesticus), doada à

ANCRIB por colaborador anônimo.

Figura 1: Esporão e placas epidérmicas queratinizadas em aves (galinhas/galos)

Em “Anatomia dos Animais Domésticos – Sisson/Grossman” tradicional livro

adotado para as disciplinas de anatomia dos cursos de Medicina Veterinária e Zootecnia,

encontramos:

Esporão

Placas

epidérmicas

queratinizadas

“O esporão destaca-se da superfície medial do metatarso

proxímo à extremidade distal. Seu eixo compõe um ângulo de

aproximadamente 45 graus, plantarmente, com o eixo do

metatarso, e é um pouco dobrado, distalmente.

Com um dia de idade uma escama redonda identifica o

futuro esporão. Ela é ligeiramente maior do que as escamas

reticuladas adjacentes do esporão. O esporão em crescimento

não é sustentado por osso até aproximadamente o sexto mês.

Com um dia de idade a camada germinativa, na ponta do

esporão, tem aproximadamente, 21 µm e o estrato córneo

aproximadamente 19 µm de espessura. Aos 21 dias de idade o

estrato germinativo alcança a espessura de aproximadamente

75 µm enquanto o estrato córneo continua a aumentar e agora

tem aproximadamente 104 µm. Com 20 dias o estrato córneo

atinge 275 µm, e 290 µm com 39 dias. Na fêmea adulta (509

dias) o estrato córneo atinge 431 µm de espessura, mas a

camada germinativa permanece com a espessura relativamente

pequena, neste caso de 97 µm. Estes dados são observações

unitárias, mas indicam a tendência, se não os valores exatos,

que seriam derivados das médias de um número maior de

mensurações.

Feixes densos de tecido conjuntivo caracterizam a derme.

Eles são fundidos em lâminas irregulares e parecem ser

calcificados, mas um verdadeiro osso está ausente.”

Ainda sobre a osteologia aviária, Sisson/Grossman, ainda

nos traz que: “a falange distal de cada dedo é uma garra, que

em vida está provida de uma cobertura córnea, externamente.”

A figura 2, adaptada de Dyce et. all (2010) é possível ver o esporão metatársico,

embora não seja citado nominalmente. Porém, sobre o esqueleto ósseo, temos ainda todo

o aparato de vasos, nervos, tecido conjuntivo, tecido epidérmico que recobre o metatarso

e esporão.

Figura 2: Esporão metatársico (galinhas/galos)

De todas as informações disponíveis até agora, considerando os aspectos

histológicos e anatômicos, o que podemos realmente dizer sobre o esporão de aves é que,

apesar de ter uma base óssea, esta só se desenvolve após o sexto mês de vida da ave

(segundo Sisson & Grossman 2002), que todas as falanges distais são providas por uma

cobertura córnea, e que o esporão deriva do sistema tegumentar das aves. É o sistema

tegumentar que dá origem à: pelos, glândulas sebáceas e sudoríparas, glândulas

mamárias, unhas, casco, garras, chifres e cornos, onde todos os autores concordam

(Sisson & Grossman, 2002; de Dyce et. all., 2010; Junqueira & Carneiro, 2013; Bacha Jr

& Bacha, 2003; Silva e outros, 2008).

Assim, uma vez determinada a origem do esporão (tecido tegumentar), é

necessário determinar, qual a sua função na ave.

2. Qual a finalidade do ESPORÃO para a ave?

Para entendermos a finalidade do esporão para as aves, devemos conhecer um

pouco do seu comportamento. Não é nosso intuito descrever de forma pormenorizada o

comportamento das aves, mas apenas, chamar a atenção para alguns de seus

comportamentos, elucidando assim, a finalidade do esporão para as mesmas.

Esporão

Metatársico

Broom & Fraser (2007) no livro “Domestic Animal Behaviour and Welfare”

descreve alguns destes comportamentos (adaptados pelos autores, para uma leitura mais

dinâmica):

“Sistema de controle motivacional: uma situação em que

a situação esperada versus a situação encontrada, resulta em

uma alteração no comportamento do animal. Por exemplo, aves

que tiveram seu prato de alimento, coberto com um acrílico

transparente (impedindo a ave de se alimentar) mostraram um

comportamento estereotipado e um aumento na agressividade.”

“A alimentação é muitas vezes frustrada pela presença de

rivais mais fortes, principalmente em situações de alojamento

em grupo. Algumas frustrações podem ser importantes na vida

do animal, mas em casos frequentes e que envolvem uma

atividade tão fundamental, a aptidão do animal pode ser

prejudicada.”

“Reações defensivas ao homem por animais de fazenda:

O homem era um predador perigoso para os ancestrais dos

nossos animais de fazenda, e as pessoas são muitas vezes

tratadas como uma fonte de perigo potencial pelos animais de

fazenda atuais. Tratadores experientes conseguem minimizar

essa situação. Porém, se uma pessoa entra no local, onde

animais estão alojados, de forma rápida e barulhenta, pode

levar a uma resposta de fuga violenta. No caso de aves, esta

situação tende a ser mais grave e é chamada de histeria.”

“Alimentação: mudanças fisiológicas sozinhas não

explicam todas as variações no comportamento alimentar. O

comportamento alimentar é fortemente influenciado pelo

reforço, tanto positivo como negativo, pela palatabilidade do

alimento e pelas associações ambientais e sociais da

alimentação”

“Competição e comportamento alimentar: competição

individual por alimento terá sucesso devido sua capacidade de

luta, ou devido as ameaças que provê alguma informação sobre

sua capacidade de luta.

Observação de lutas e outros encontros competitivos,

muitas vezes deixa claro que os indivíduos reconhecem uns aos

outros e de forma consistente submetem-se para alguns e têm

precedência sobre os outros. A ordem competitiva que possa ser

descrito não necessita de ser linear e não necessita de ser a

mesma em todas as situações ou quando avaliada utilizando

medidas diferentes, mas o comportamento dos animais no topo

e na parte inferior da ordem é frequentemente muito diferente

quando os animais são alimentados.”

“Comportamento territorial: o comportamento territorial

muda com a época em aves domésticas e silvestres. Na fase de

acasalamento, territórios bem definidos são detidos por

machos dominantes, onde eles se acasalam com as fêmeas.

Ameaças por parte dos machos dependem da distância entre

eles e a orientação do subordinado com respeito ao macho

dominante. A posição em frente ao comedouro é a postura

adotada por machos no topo da hierarquia, porém, os poleiros

podem ser mais usados pelas aves de hierarquia mais baixa. O

poleiro serve como uma espécie de refúgio e não como posição

de controle.”

“Comportamento social – associação: A formação de

bando de aves adultas depende da associação tolerante. Aves

estranhas são inicialmente atacadas e só gradualmente

integradas no bando. Os recém-chegados são relegados para

posições perto da parte inferior da ordem hierárquica e só uma

luta ativa mudará isso. No entanto, a maioria das associações,

mesmo as de lugares na alimentação, envolve um pouco de

combate ou bicadas agressivas.”

“Comportamento sexual: Combates entre reprodutores

machos podem ser meramente simulações de batalhas onde

nenhuma lesão séria ocorre; mas, por outro lado, tais disputas

poder ser muito reais, vigorosas e potencialmente perigosas

para os participantes. Entre animais domésticos seria

extremamente imprudente permitir o combate entre

reprodutores adultos machos assumindo que esta luta seria uma

encenação, evento ritual. Traumas fatais frequentemente

resultam em tais circunstâncias.”

“Gala (ou o cortejo) é uma característica importante de

acasalamento em aves. No acasalamento das aves, a “valsa”

pelo galo é o principal comportamento pré-copulatório. No

acasalamento, uma elevada frequência de gala ocorre em

relações sociais onde o macho persegue a fêmea com

frequência. Gala muitas vezes é seguida pelo agachamento da

fêmea, ‘caçada’ anteriormente por outros machos.”

“Comportamento frente a predadores e agressões sociais

– estratégias contra predadores: todos os animais selvagens

estão sujeitos ao ataque de predadores e parasitas, e há uma

substancial pressão na seleção que promova meios eficientes

para combater estes ataques. Como os gambás americanos, os

frangos podem fingir a sua morte; retaliação, em geral,

mordendo, dando cabeçada ou secreções químicas.”

Como podemos observar, as situações acima descritas, resultaram em uma

alteração comportamental da ave, colocando-a em uma situação de alarme, também

chamada de luta ou fuga como é normalmente conhecida.

“Ambiente combativo incorpora muito do comportamento

de luta ou fuga (fight–or–flight, em inglês) e aqueles

comportamentos de agressividade e passividade. Ambiente

combativo inclui todas as formas de comportamento pelo

animal associado como o conflito com outro animal. Atos

agressivos são mais evidentes quando o animal agressor

encontra uma agressão equivalente ‘no animal agredido’. Isto

é mais comum entre animais com mesmo ‘status’. (Broom &

Fraser, 2007).”

“Acco et all. (1999) citando Fowler (1986) relata que,

entre as situações de estresse que resultam na resposta descrita

como luta ou fuga, disputas hierárquicas e falta de contato

social, são algumas delas.”

Desta forma, de acordo com os autores citados, temos condições de responder, de

forma segura, a pergunta inicialmente proposta para esta seção: qual a finalidade do

ESPORÃO para as aves?

Apesar de Broom & Fraser (2207) citar a bicagem (peck ou pecking – conjugação

do verbo peck, em inglês, que significa ato de bicar da ave) como forma de defesa ou

ataque, é notório que em situações de combate (brigas ou enfrentamentos) as aves também

utilizam o esporão como arma, como assinalado por Dyce et all. (2010), onde frisamos:

“O esporão, que se desenvolve exteriormente no tarso

caudomedial de galos, é usado como uma arma.”

A sequência abaixo mostra que as aves usam não somente a bicagem (foto 1) como

arma de defesa/ataque, mas também as esporas, sendo essa última, sua arma mais

devastadora.

Foto 1: Ato de bicagem como mecanismo de ataque/defesa das aves, que sendo inerente

à sua genética, este comportamento é observado desde sua mais tenra idade.

As fotos a seguir mostram o uso do esporão pelas aves. Sendo um comportamento

natural da mesma, este pode ser observado também já desde os primórdios da vida da ave.

Foto 2 A: Início do voo para o uso efetivo das espora, buscando tirar o oponente de

combate.

Foto arquivo pessoal dos

autores (a partir de um vídeo

gravado pelo autor)

Foto 2 B: Ponto mais alto do voo para o uso efetivo das espora, buscando tirar o oponente

de combate.

Fotos 2A/2B arquivo pessoal dos autores (a partir de um vídeo gravado pelo autor)

Foto 3: Mostra, de modo inequívoco, como as esporas são armas utilizadas pelas aves,

sendo as mesmas as mais letais.

Foto retirada da internet (03/09/2016). Acesso: http://img.estadao.com.br/fotos/62/EE/A5/62EEA5708BF44EBEBB482ABAC3775ED

E.jpg

3. Por que se justifica o corte do ESPORÃO?

As alterações comportamentais, baseadas na literatura científica descrita acima,

demonstram que as aves podem tornar-se agressivas em diversas situações.

Nestas ocasiões, a ave torna-se um risco para outra ave e para seu tratador. Assim,

somente o CORTE do ESPORÃO pode garantir a segurança da ave e do plantel e de seu

tratador.

Em uma análise rápida, situações como: comportamento sexual, social, territorial

e alimentar está diretamente relacionado com a questão de dominância, ou seja, ocupação

do mais alto posto hierárquico dentro do bando. Assim, há uma chance de que, mesmo

estas aves (galos em especial), sendo mantidas em gaiolas individuais, quando se soltam,

acidentalmente, elas entram em combate, onde, frequentemente, se machucam bastante,

mas que, SEM o corte do ESPORÃO, a taxa de mortalidade nestes enfrentamentos seria

elevada.

A simples observação das imagens na foto 4, demonstra que, um combate com

uma ave com esporão é potencialmente perigoso para qualquer animal que o enfrente,

como também, é grande o risco de que o tratador venha a sofrer um grave ferimento,

enquanto maneja os animais..

Foto 4: Esporões em galos adultos.

Foto gentilmente por colaborador anônimo da ANCRIB.

Um ponto citado pela literatura refere-se às lesões causadas em fêmeas quando do

acasalamento com machos que não tiveram suas esporas cortadas.

Em sua revisão Valle (1999) relata que a taxa de mortalidade em matrizes pesadas,

por agressividade do macho é inevitável, podendo estes valores situar entre 3 e 5% por

semana, sendo este valor considerado elevado. Este problema em alguns países da

América do Sul foi reduzido adotando-se o manejo de cortar os esporões e de ambos os

dedos posteriores dos dois pés. Este procedimento reduziu consideravelmente os

ferimentos em matrizes.

ESPORÃO

Por sua vez, Gonsalves (2011) em seu trabalho de conclusão de curso (TCC) relata

o corte/cauterização dos esporões e unhas com a finalidade de evitar lesões na lateral do

corpo das fêmeas no momento da cópula.

Desta forma podemos concluir que, galos que NÃO TIVERAM seus

ESPORÕES cortados (como os exemplares nas fotos acima) certamente causarão graves

e repetidos ferimentos nas fêmeas com as quais irá copular, tendo também, a sua cópula

prejudica em função dos esporões.

As fotos abaixo mostram os movimentos do galo para efetuar a cópula, ilustrando

como um esporão desenvolvido pode causar ferimentos diversos e graves à fêmea,

podendo inclusive levar à morte.

Foto 5 A: Movimento durante a cópula do galo. Notar como a posição do esporão, se não

cortado, pode causar severos ferimentos à lateral da galinha.

Foto gentilmente cedida pelo Sr. Fábio Martins

Foto 5 B: Movimento durante a cópula do galo. Notar como a posição do esporão, se não

cortado, pode causar severos ferimentos à lateral da galinha.

Foto gentilmente cedida pelo Sr. Fábio Martins

Foto 6: Posição dos Esporões em galos adultos. Notar o risco de causar ferimentos à

fêmea, e também a possibilidade do esporão muito grande dificultar a locomoção

da ave.

Outro ponto não observado na literatura consultada, mas observado por aqueles

que convivem, em particular, com galos que não tiveram seus esporões cortados, é que,

frequentemente, com o crescimento deste, a ave começa a apresentar dificuldade de

locomoção. A foto 6 acima e a 7 (abaixo) dá uma clara noção de que o crescimento

excessivo do esporão cria uma dificuldade para a ave se movimentar.

Foto 7: Crescimento dos ESPORÕES que levam a uma dificuldade de movimentação.

Foto Foto gentilmente por

colaborador anônimo da

ANCRIB.

4. Conclusão:

À luz da literatura científica aqui relatada, e também com as questões de ordem

prática, observada no dia a dia de trabalho a campo como técnico, concluímos que o corte

do ESPORÃO, antes de ser um ato de crueldade ou de maus tratos com as aves, é sim,

uma medida necessária para:

salvaguardar a integridade de machos e fêmeas do bando (plantel);

proteger as aves da extinção;

proteger a integridade (saúde) do tratador;

garantir a capacidade de locomoção da ave;

Reduzir risco de lesões em caso de encontros acidentais entre as aves

(gaiola quebrada, portão aberto acidentalmente, etc.)

Revisão Bibliográfica:

ACCO, A.; PACHALY, J. R. & BACILA, M. Síndrome do estresse em animais – revisão.

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GETTY, R. Sisson y Grossman – Anatomia de Los Animales Domesticos. 5º ed. Tomo

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GONSALVES, C. C. Manejo e Sanidade de Matrizes de Frangos de Corte em

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Curso). Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, PR.

JUNQUEIRA, L. M. & CARNEIRO, J. Histologia Básica – Texto & Atlas. 12º ed. Rio

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VALLE, R. Mortalidade de matrizes em produção. In: 2º Simpósio Técnico sobre

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54. Acessso em 01/09/2016:

https://docsagencia.cnptia.embrapa.br/suino/anais/anais9910_valle.pdf


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