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lamraprind

Date post: 12-Mar-2016
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lamparina ano 01/nº01 Novo filme do Woody Allen - Meia noite em Paris Illustrações de Sebastian Ospina Biophilia
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lamparinaano 01/nº01

Novo filme do Woody Allen - Meia noite em Paris

Illustrações de Sebastian Ospina

Biophilia

Blogs/Sites dessa ediçãohttp://www.blogdaemme.com

http://www.blckdmnds.comhttp://ffw.com.br

http://programacinemafalado.blogspot.com

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Sebastian Ospina é um designer gráfico colombiano. Suas ilustrações são inspiradas no melhor do vin-tage e são compostas por imagens, ilustrações, pinturas e arte digital. Sua arte nos transporta pra um universo único, composto por fragmentos. Arte sutil, dramática, inspiradora e de muito bom gosto.

Recorta e cola, cola, muda, gira e cola de novo. Parece até simples mas o trabalho do artista colombinano é super modernos, sofisticado e diferente, fugindo e muito da simplicidade.Ele utiliza, principalmente, imagens de mulheres e as sobrepõe, desenha e pinta sobre elas para obter esse resultado. As colagens de S. são divertidas e surreais e tem um lado todo fashion com cores, estampas e texturas interessantes.

As colagens de Sebastian Ospina

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A islandesa mais querida do mundo está de volta e, para alegria de seus fãs, chega chegando em todas as mí-dias possíveis: além do novo disco de estúdio, batizado de “Biophilia”, ela lança ainda di-versos aplicativos interativos para iPad e documentários dirigidos por gente como Michel Gondry e David Atten-borough.

Björk: o novo disco, o 1° single, os apps interativos e os documentários

Não é à toa que a própria Björk descreveu este novo trabalho como “ambicio-so”: apesar do tema viajandão-abstrato do encontro entre música e natureza, “Biophilia” explora a tecnologia de uma forma inovadora até mesmo para os pa-drões da cantora — os aplicativos de iPad que serão lançados com as 10 faixas do disco, por exemplo, permitirão que os usuários criem suas próprias versões das músicas do disco.

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O senso de interatividade e colaboração de “Biophilia” é fortalecido pelo número de convidados especiais, entre exploradores, designers e artistas, com uma influência especialmente forte de David Attenborough, naturalista britânico famoso por seus documentários sobre a vida selvagem. “Quando eu o conheci, eu mal conseguia falar. Acho que foi o momento em que me senti mais impressionada por uma ce-lebridade! Quando éramos criança, o assistíamos na Islândia, e eu sempre achei que ele era o melhor. E o que é mais incrível a respeito dele é que ele sempre dá a sensação de esperança”, Björk disse em entrevista à “Dazed and Confused” (aliás, a próxima edição da revista será editada pela cantora).

Musica

Bjork no Manchester International Festival, onde apresenta faixas do disco “Biophillia”

“Biophilia” é o primeiro album de estúdio de Björk desde “Volta”, de 2007, e tem previsão de lançamento para setembro de 2011.

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“Meia Noite em Paris”: leve,

divertido e complexo, como so

Woody Allen sabe fazer.

Saudosista, nostálgico, passadis-ta, oldfashioned, tradicionalista e assim por diante, todas essas qualificações se aplicam a Woody Allen − tanto à sua produção cin-ematográfica quanto ao seu gos-to pessoal. Todos sabem que ele prefere Nova York a Los Angeles, mas, e quanto a Paris? Qual delas teria sido a que o autor de (“Man-hattan” - 1979) elegeu para mais esta tentativa de filmar em uma metrópole, tratando-a ao mesmo

tempo como ambiente e person-agem do roteiro. Logo no início de “Meia-Noite em Paris” ele de-clara seu encantamento para com a cidade, investindo mais de cin-co minutos num documentário, quase uma reportagem sobre a ci-dade tal como é hoje em dia − uma suntuosa sequencia de imagens quase fixas, nas quais se misturam paisagens típicas de cartão postal com enquadramentos inéditos e inesperados.

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Assim que a cena começa, entretanto, por intermédio de seu alter ego da vez − Owen Wilson, no papel de Gil Pender, um roteirista de Hollywood em viagem de turismo com a noiva (Rachel McAd-ams) – Allen questiona “imagine como seria este lugar nos anos de 1920”. Ou seja, naquele tempo a cidade das luzes devia ser ainda melhor para ele, porque abrigava figuras centrais de seu panteão particular, como Scott Fitzgerald, Cole Porter e Ernst Hemingway – não por acaso todos americanos. Imitando o modo de falar e gesticular do próprio diretor, esse personagem encontra por acaso um portal que se abre para o pas-sado sempre à meia noite. E assim viaja de fato para um ponto qualquer daque-la “década de ouro”, sendo apresentado para Pablo Picasso e sua amiga, a tam-bém americana Gertrude Stein (Kathy Bates). Mostra para ela os originais do romance que está escrevendo, antes de passá-lo ao próprio Hemingway, em busca de um palpite. Como esses dois brigaram em 1927, pode-se deduzir que a cena se ambienta em algum momen-to anterior. Na casa da escritora na Rua

Fleurus, Gil fica fascinado por Adriana (Marion Cotillard) que, assim como ele, é obcecada pelo passado parisiense, no caso a “belle époque” de Toulouse Lau-trec e Dègas. A moça seria uma discípu-la de Coco Chanel e fora namorada de Modigliani e também de Picasso.

Cinem

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Ela se afasta ao saber que o rapaz está noivo, mas, ao retornar a 2010, num “bouquiniste” às mar-gens do Sena, Gil acha um livro de memórias que Adriana teria pub-licado. Ao lê-lo, ou mel-hor, ao pedir a uma guia

de turismo (Carla Bruni) para traduzi-lo, ele fica sabendo se a beldade de 1927 gostava dele ou não. Temos, portanto, o livro como objeto mági-co que serve de chave para viajar no tempo – peça fundamental nessa

saga do personagem em busca de sua verdade mais íntima, isto é, do tesouro que constitui o seu ser em estado pri-mordial. Colocando de outro modo, Woody Al-len cria um personagem para representar ele

mesmo enquanto redige um texto autobiográfico e atravessa o oceano e as décadas para submetê-lo à apreciação de seus ícones intelectuais an-tes de publicá-lo. Trata-se, portanto, de uma intrincada operação fic-cional que permite ao

narrador locomover-se no tempo e no espaço sem tirar os pés de casa. Uma idéia que só o tal-ento de Allen seria capaz de colocar num espe-táculo, aparentemente leve e humorístico como este, capaz até de atrair o grande o público. Não

é possível identificar de onde surgiu esse lampe-jo, mas vale especular a respeito de sua origem, que pode ter brotado há cerca de 40 anos.

Cin

ema

Em 1972 John Barth (foto acima) gan-hou o National Book Award for Fiction nos Estados Unidos com o livro “Quime-ra”, uma novela considerada pós-mod-erna, formada por três contos conecta-dos por uma proposta de “meta-ficção”, porque nela o próprio autor interfere na narrativa, interagindo com os seus personagens míticos e históricos. O primeiro deles tem como protagonista a lendária Sherazade. Para quem não se lembra, numa Pérsia mítica, o rei Sha-riar se descobre traído pela esposa e, para evitar uma nova traição, casa-se todas as noites com uma virgem difer-ente que manda matar no dia seguinte. Isso durante três anos, até encontrar a contadora de histórias Sherazade. Na

véspera da sua primeira (e provavel-mente última) noite com o monarca, ela pronuncia sem querer uma fórmula mágica e um gênio aparece diante dela: um sujeito careca e sem barba, de pela clara com uma rodela de vidro diante de cada olho. Trata-se do próprio Barth que, a cada tarde passa a contar-lhe uma história tirada de um livro que Sh-erazade ainda não conhecia chamado “As mil e uma noites”, para entreter o sultão e salvar-lhe a vida.

Essa provavelmente pode ter sido a fonte de inspiração para Woody Al-len que, neste filme, trabalha com uma fórmula igualmente mágica ao permitir que seu herói (um redator-operário de cinema que quer se dedi-car à alta literatura), penetre por uma fissura temporal e conviva com os ídolos de sua formação estética, em plena Paris dos anos de 1920: Fitzger-ald, Porter, Picasso, Stein, Hemingway – por ordem de entrada em cena e puxando uma longa fila de celebri-dades na qual se destacam T. S. Elliot, Salvador Dali, Man Ray e o cineasta Luis Buñuel. Para este (afinal um co-lega de profissão), o personagem/au-tor oferece a idéia para um filme: um grupo de pessoas fúteis e elegantes se acha reunido num jantar, mas, quando termina a festa, ninguém

consegue sair do local e, aos poucos, todos acabam se comportando como animais. Trata-se do enredo de “O Anjo Exterminador” que o diretor es-panhol filmaria em 1962. O livro que Gil Pender carrega enquanto escreve é simultaneamente o seu tesouro e a chave para ultrapassar a porta que o prende à vazia futilidade em que vive. Temos, então, o mesmo estratagema “meta-fictício” de John Barth, resum-ido nas “palavras mágicas” que Sher-azade pronunciara antes de romper os diques do tempo: “a chave para o tesouro é o próprio tesouro”.