+ All Categories
Home > Documents > LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

Date post: 02-Jun-2018
Category:
Upload: ruzzo
View: 230 times
Download: 1 times
Share this document with a friend

of 91

Transcript
  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    1/91

    ESTADO DE ALAGOAS

    SECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA SOCIALCENTRO DE PERCIAS FORENSES

    INSTITUTO DE CRIMINALSTICA PERITO DELY FERREIRA DA SILVA

    LAUDO PERICIAL N 2859.08.08

    ESPCIE DE EXAME: Percia em Local de Incndiocom Vtimas.

    AUTORIDADE REQUISITANTE: Bel. Josias Luiz de Lima -Delegado de Polcia Civil/AL.

    REFERNCIA: Inqurito Policial n 093/2008

    74 DP 6DRP.

    DESTINO DO LAUDO: Delegacia Regional de Polcia deSo Miguel dos Campos 6DRP.

    DATA E HORA DA PERCIA: 23.09.2008, s 14 horas e 20minutos.

    LOCAL DOS EXAMES: Estao de Produo de Furado Petrobrs, localizada na zonarural do municpio de So Migueldos Campos/AL.

    EQUIPE PERICIAL: Peritos Estaduais Jos AdrianoRocha de S Filho, JooGardino dos Santos e Alberi

    Espindula, alm do AssistenteTcnico Rodolpho LimaPedroza.

    PERITOS COLABORADORES: Peritos Federais PetrnioFalcomer Jnior, LeandroAugusto de Paula Calzavara eGuilherme Oliveira Cardoso.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    2/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 2 de 91

    Sumrio

    1. HISTRICO 42. OBJETIVO PERICIAL 4

    3. DOS ESCLARECIMENTOS

    3.1.De Outros Tcnicos 5

    3.2.Das Visitas Tcnicas 5

    3.3.Do Isolamento e Custdia do Local 7

    3.4.Documentos Anexos ao Laudo 8

    3.5.Lista de Tabelas, Figuras e Esquemas grficos 10

    3.6.Glossrio 114. REFERENCIAL TERICO

    4.1.Gs Natural 16

    4.2.Condies de Ignio 17

    4.2.1. Limites de Inflamabilidade 17

    4.2.2. Temperatura de Ignio ou Inflamao 18

    4.2.3. Energia de Ignio ou Inflamao 18

    4.3.Ponto de Fuso 19

    5. LOCAL DOS EXAMES 19

    5.1.Localizao e Caractersticas Geogrficas daRegio

    19

    5.2.Estrutura de Produo e Distribuio de Petrleoe Gs Natural em Alagoas

    21

    5.3.Descrio dos Processos da Estao de Furado 22

    5.3.1. Do Processo da Estao Coletora 22

    5.3.2. Do Processo da Estao de Compressores 22

    5.4.Da rea Examinada 24

    6. DOS EXAMES NOS CADVERES6.1.Da Identificao 28

    6.2.Da Localizao 29

    6.3.Das Vestes e Buscas 33

    7. DAS CONSTATAES

    7.1.Dos Veculos 34

    7.2.Outros Elementos 34

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    3/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 3 de 91

    8. DOS TESTES REALIZADOS 62

    9. DOS EXAMES LABORATORIAIS

    9.1.Nos Condutores de Energia 68

    9.2.No Atuador e na Vlvula 3 71

    9.2.1. Sequncia de Funcionamento

    Atuador/Vlvula 3

    73

    9.3.Na Vlvula Solenide 75

    10.DAS CONSIDERAES TCNICAS 76

    11.DISCUSSO 84

    12.DINMICA DO EVENTO 88

    13.CONCLUSO 89

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 91

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    4/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 4 de 91

    1. HISTRICO

    Aos 23 (vinte e trs) dias do ms de setembro do ano de 2008 (dois mil e

    oito), nesta capital do Estado de Alagoas e no Instituto de Criminalstica - IC, em

    conformidade com a legislao e os dispositivos regulamentares vigentes, pela

    Diretora Rosana Coutinho Freire Silva, foi designada uma equipe de peritos

    chefiada, naquela ocasio, pelo Perito Criminal Ivo de Almeida Werneck, para

    proceder a exame de constatao em local de incndio com vtimas, na Estao

    de Produo de Furado Petrobrs, localizada na zona rural do municpio de So

    Miguel dos Campos/AL, com incio s 14 horas e 20 minutos, e trmino s 16

    horas e 30 minutos. O citado perito permaneceu no caso at o dia 07 de outubro

    do corrente ano, data em que foi cancelada a sua designao e substitudo pelo

    Perito Criminal Jos Adriano Rocha de S Filho IC/AL, o qual passou a integrar

    a equipe composta pelo Assistente Tcnico Rodolpho Lima Pedroza, chefe do

    setor de balstica deste instituto e especialista em mecnica; Alberi Espindula,

    Perito Criminal aposentado do IC/DF, diretor adjunto do Centro de Percias

    Forenses - CPFor, coordenador da equipe; e Joo Gardino dos Santos, Perito

    Policial de Local IC/AL; a fim de ser atendida a solicitao do Bel. Josias Luiz deLima, Delegado de Polcia Civil naquela cidade, que instaurou o respectivo

    Inqurito Policial n 023/2008 74 DP 6DRP.

    2. OBJETIVO PERICIAL

    A solicitao do delegado de polcia tinha por objetivo a realizao de

    exames periciais de constatao de incndio na Estao de Produo de Furado

    Petrobrs, localizada na zona rural do municpio de So Miguel dos Campos/AL,

    bem como identificar as causas determinantes do sinistro.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    5/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 5 de 91

    3. DOS ESCLARECIMENTOS

    3.1. De Outros Tcnicos

    Atendendo ao Ofcio n 3622/2008-GAB/SR/DPF/AL, do Departamento

    da Polcia Federal de Alagoas, que colocou a disposio Peritos daquela

    Instituio para colaborar com a equipe pericial do caso em tela, fizeram parte do

    incio das investigaes os Peritos Criminais Federais Petrnio Falcomer Jnior,

    Guilherme Oliveira Cardoso e Leandro Augusto de Paula Calzavara.

    3.2. Das Visitas Tcnicas

    Nos dias 25, 26, 27, 29 e 30 do ms de setembro e dia 02 de outubro do

    corrente ano, os tcnicos do Instituto de Criminalstica de Alagoas Ivo de Almeida

    Werneck e Rodolpho Lima Pedroza, acompanhados de Peritos Criminais

    Federais, realizaram investigaes na Estao de Produo de Furado.

    O primeiro trabalho coordenado pelo diretor adjunto do CPFor, Perito

    Alberi Espindula, integrado equipe de peritos no dia 06 de outubro, segunda-

    feira, foi uma reunio realizada no IC/AL, neste mesmo dia, quando os Peritos

    Criminais Federais Leandro Augusto de Paula Calzavara e Petrnio Falcomer

    Junior fizeram uma apresentao mostrando as etapas dos trabalhos j

    realizados e apresentaram sugestes de planejamento para aes futuras. Nesse

    encontro, o Dr. Josias Luiz de Lima, Delegado Titular de So Miguel dos Campos,

    requisitante da presente percia, informou que nos dias 07 e 09 do referido ms

    estariam sendo ouvidas, em sua Delegacia, testemunhas do caso em tela, ficando

    acertada a presena de membros da equipe pericial, visando interao dasinformaes/investigao pericial/policial.

    No dia 07 de outubro do corrente ano, o Perito Criminal Jos Adriano

    Rocha de S Filho, em sua primeira participao no caso, acompanhado do

    Assistente Tcnico Rodolpho Lima Pedroza, realizaram, juntamente com o Perito

    Criminal Federal Leandro Augusto de Paula Calzavara, novos exames e

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    6/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 6 de 91

    medies de reas na Estao de Furado da Petrobras. J no dia 09 de outubro

    do corrente ano, quinta-feira, os referidos peritos estaduais e o Perito Alberi

    Espindula fizeram nova visita ao local do sinistro, quando foi pedido a Petrobrs

    agilidade no envio da vlvula e seu respectivo atuador para oficina especializada,

    tendo ambos sido envolvidos no sinistro em tela, a fim de serem examinados na

    presena de peritos criminais, o que ficaram de providenciar o mais rpido

    possvel. Tambm, foi entregue ao Sr. Marcos Gonalves Silveira, Gerente de

    Ativo de Produo da referida estao da Petrobrs, solicitao de cpia dos

    seguintes documentos:

    Procedimento PETROBRS para a execuo da tarefa na vlvula 3 edocumentos referenciados;

    Normas de segurana a serem seguidas para a execuo deste tipode trabalho;

    Normas de documentao operacional, de segurana e patrimonial;

    Fluxograma do processo de transferncia de gs natural;

    Fluxograma global da planta da estao de tratamento de leo;

    Manual descritivo de processo (funo de cada equipamento,condies tpica de operao, etapas do processo, etc);

    Diagramas eltricos e das tubulaes da rea imediata ao acidente;

    Fichas de especificao dos equipamentos (dimenses, materiais,parmetros restritivos, etc);

    Registros de manuteno dos equipamentos envolvidos (preventiva,corretiva, reposies, etc);

    Formulrio de anlise preliminar de risco;

    Formulrios de permisso para trabalho de todas as tarefas sendorealizadas no momento do acidente.

    Nessa mesma ocasio, atendendo Petio do Delegado de Polcia

    Josias Luiz de Lima, titular da Regional So Miguel dos Campos, foi entregue ao

    referido gerente da Petrobrs a relao de todos os vestgios e objetos recolhidos

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    7/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 7 de 91

    pelos peritos criminais Ivo de Almeida Werneck e Petrnio Falcomer Jnior, que

    ficaram sob a custdia do Instituto de Criminalstica do Estado de Alagoas, quais

    sejam:

    Parte exposta de um eletroduto rgido que se encontrava enterradoprximo a vlvula 3;

    (01) Um eletroduto rgido, tendo em uma de suas extremidades umjoelho, apresentando fiao em seu interior;

    (01) Um eletroduto flexvel revestido por uma malha metlica;

    (01) Uma caixa de passagem (condulete) de fiao eltrica em y;

    Eletroduto de ligao da vlvula solenide com a caixa de passagem(condulete);

    (03) trs fragmentos metlicos fundidos;

    (01) um fragmento metlico fundido, com rosca e luva;

    (06) seis pedaos de cabo eltrico queimados;

    Tubo metlico rosqueado com luva;

    Tubo metlico rosqueado a duas caixas de passagem;

    Tampa da bobina de vlvula solenide;

    (02) duas caixas de passagem;

    Vlvula solenide, ASCO, modelo M-5, n 8321007;

    Vlvula solenide danificada;

    Caixa de comando da vlvula solenide;

    Pedao de cabo eltrico com fiao exposta nas extremidades.

    3.3. Do Isolamento e Preservao do Local

    O isolamento do local foi feito aps as aes de combate ao fogo, ficando

    preservado e isolado at as 14 horas e 15 minutos do dia 29 de setembro do

    corrente ano, quando foi liberado pelo Perito Criminal Ivo de Almeida Werneck e

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    8/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 8 de 91

    pelo Tenente Coronel do Corpo de Bombeiro Militar, Paulo Roberto Marques de

    Lima, pois consideraram que no havia necessidade de novas diligncias para

    instruo probatria, conforme cpia em anexo.

    3.4. Documentos Anexos ao Laudo

    Os peritos foram atendidos no que se refere ao pedido feito Petrobrs;

    estando anexos ao laudo os seguintes documentos:

    a) ANEXO 1:

    Laudo complementar n 2957.08.08, referente percia no

    caminho-munck e no automvel Celta, realizada no dia

    primeiro do ms de outubro do corrente ano, pelo Perito

    Policial de Local Joo Gardino dos Santos;

    b) ANEXO 2:relao de objetos coletados nos cadveres;

    c) ANEXO 3:

    Comunicado n 001/2008/IC/CPFor, referente informao

    dos vestgios coletados pelos peritos e solicitao de

    documentos;

    Ofcio n 0588/2008/GD/IC, solicitando Petrobrs os meios

    necessrios para a realizao de exames em vlvula de

    bloqueio e no seu atuador;

    Declarao de liberao do local dos exames.

    d) ANEXO 4: Relao dos documentos encaminhados pela Petrobrs

    UN-SEAL/ATP-AL 0119/2008;

    Registro Dirio de Ocorrncia, de 05/06/08;

    Ordem de Manuteno n 2004171539;

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    9/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 9 de 91

    Memorial Descritivo das Instalaes e do Processo da

    Estao de Produo de Furado So Miguel dos

    Campos/AL. 02 (duas) folhas;

    Pronturios dos equipamentos SG-122101, SG-122102, SG-

    122103, SG-122104, TO-122201, TO-122202, TO-122203.

    e) ANEXO 5:

    Procedimento Operacional PO-DUT-AL-22 Procedimento

    de abertura e fechamento de flanges;

    Procedimento Operacional PO-TUB-AL-01 Procedimento

    de fabricao e montagem de tubulao;

    Procedimento PE-2E4-00010 Sistemtica de Emisso de

    Permisso de Trabalho PT.

    f) ANEXO 6:

    Permisses de Trabalho PT, com Anlise Preliminar de

    Riscos (APR) Nvel 1, emitidas no dia 23/09/2008: n 95801,

    95760, 95762 (com Anlise Preliminar de Risco - APR nvel

    2), 95763, 61131, 61132, 61133, 61135, 61136, 61137,61138, 61139, 61140, 61141, 61142, 61143, 61144, 95757,

    95758, 95764, 95765, 95766, 95767 e 95768;

    Anlise Preliminar de Risco (APR) nvel 2, referente

    retirada de spool do gasoduto FU/RB na EPFU, datada de

    14 de agosto de 2008;

    Dados da vlvula 3 fornecidos pela Petrobrs, copiado de

    tela de computador;

    g) ANEXO 7:

    Diagrama de ligao malha 61- rea geral -

    processo/utilidades;

    h) ANEXO 8:

    Planta Cadastro da rea do gasoduto Furado-robalo;

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    10/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 10 de 91

    i) ANEXO 9:

    Isomtrico da rea do gasoduto Furado-Robalo;

    j) ANEXO 10:

    planta Baixa Geral, escala 1/500;

    k) ANEXO 11:

    fluxograma de Processo da Estao de Produo de Furado.

    3.5. Lista de Tabelas, Figuras e Esquemas Grficos

    TABELA 01: comparao da temperatura de ignio de

    vrios gases em ar e em oxignio

    18

    TABELA 02: temperatura de ignio com relao proporo do gs combustvel na misturaar/gs:

    19

    TABELA 03: elementos qumicos em ordem crescentedo ponto de fuso

    19

    FIGURA 01: localizao do municpio de So Migueldos Campos/AL.

    20

    CROQUI 01: local examinado 26

    CROQUI 02: localizao dos corpos 30

    ESQUEMA GRFICO 01: localizao dos eletrodutos econexes

    58

    ESQUEMA GRFICO 02: mostra a localizao e posiodo eletroduto em relao aobocal da vlvula 3

    65

    ESQUEMA GRFICO 03: mostra o posicionamento dospool em relao ao

    eletroduto areo

    80

    ESQUEMA GRFICO 04: mostra a localizao doseletrodutos e conexoprojetados, em relao vlvula 3

    82

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    11/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 11 de 91

    3.6. Glossrio

    1. Abastecimento interruptvel: abastecimento sujeito a interrupo a critrio dacompanhia distribuidora ou de acordo com condies estabelecidas em contrato;

    2. Anlise Preliminar de Risco Nvel 1 APR-1: tcnica de identificao deperigos baseada em lista de verificao destinada a orientar a deciso sobre anecessidade do aprofundamento, ou no, das anlises relativas ao planejamentoda liberao da instalao, do equipamento ou sistema, bem como do trabalhoque ser executado. A Anlise Preliminar de Riscos Nvel 1 encontra-se no versoformulrio de Permisso para Trabalho PT;

    3. Anlise Preliminar de Risco Nvel 2 APR-2: tcnica de identificao deperigos e avaliao de riscos elaborada por representantes das gernciasenvolvidas e da empresa contratada executante do trabalho, quando houver,utilizada no planejamento da liberao da instalao, do equipamento ou sistemae no planejamento da execuo do trabalho a ser realizado, para detalhamentodas aes de preveno e mitigao de acidentes que possam ocorrer durante asua execuo;

    4. Ar:mistura de nitrognio, oxignio, vapor de gua, dixido de carbono, argnio,nenio e pequenas quantidades de outros gases raros. Para todos os fins prticosde combusto, o ar pode ser considerando como composto, em volume, deoxignio (02)20,9%; nitrognio (N2) 79,1%; e, em peso, de oxignio(02)23.15%;nitrognio (N2) 76,85%. O peso do ar a 15,5C 1,22 kglm3, ao nveldo mar e a presso atmosfrica tem um volume de 0,37 m3;

    5. Armazenagem em rede (line pack): armazenagem de gs num sistema degasodutos pelo aumento da presso normal de operao.

    6. Atuadores eltricos: so equipamentos eletromecnicos que permitemmotorizao de vlvulas, dampers, comportas e outros equipamentos similares. O

    atuador eltrico pode ser acoplado atravs de unidades de adaptao ouredutores. A principal funo do atuador eltrico o controle do movimento dahaste da vlvula.

    7. Bloqueio da rede por balonamento: consiste em fazer um bloqueio na tubulaoonde inserido um balo que, inflado, interrompe a passagem do gs no trecho aser recuperado.

    8. Bloqueio de segurana: interrupo do fornecimento de gs pelo fechamentodas vlvulas de bloqueio.

    9. Bloqueio duplo e descarga:sistema de bloqueio de segurana formado por trsvlvulas, sendo duas vlvulas de bloqueio automtico, instaladas em srie nalinha de gs, e uma terceira vlvula de descarga automtica instalada entre elas,

    com sada livre para a atmosfera.10. Botoeira: dispositivo de liberao e bloqueio de energia para abertura ou

    fechamento de vlvulas.11. By-Pass (desvio):arranjo de tubulao com vlvula de controle que conduz gs,

    ar ou outro fludo, contornando, ao invs de atravessar, todo um trecho da umatubulao.

    12. Cabos de Ancoragem: cabos de ao destinados fixao de equipamentos,torres e outros estrutura.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    12/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 12 de 91

    13. Cabos de Suspenso: cabo de ao destinado elevao (iamento) de materiaise equipamentos.

    14. Cabos de Trao:cabos de ao destinados movimentao de pesos.15. Campo de gs: um ou mais reservatrios de hidrocarbonetos contendo gs

    natural, porm, com quantidades desprezveis de petrleo.

    16. Campo de Petrleo ou de Gs Natural: rea produtora de petrleo ou gsnatural, a partir de um reservatrio contnuo ou de mais de um reservatrio, aprofundidades variveis, abrangendo instalaes e equipamentos destinados produo.

    17. Classes de Fogo: classificao do tipo de fogo, de acordo com o tipo de materialcombustvel onde ocorre.

    18. Classe A: quando o fogo ocorre em materiais de fcil combusto com apropriedade de queimarem em sua superfcie e profundidade, e que deixamresduos, como: tecidos, madeira, papel, fibras, etc.;

    19. Classe B:quando o fogo ocorre em produtos inflamveis que queimem somenteem sua superfcie, no deixando resduos, como leo, graxas, vernizes, tintas,

    gasolina, etc.;20. Classe C: quando o fogo ocorre em equipamentos eltricos energizados como

    motores, transformadores, quadros de distribuio, fios, etc.21. Classe D: quando o fogo ocorre em elementos pirofricos como magnsio,

    zircnio, titnio.22. Combusto: a reao qumica do oxignio com materiais combustveis em cujo

    processo se apresentam luz e rpida produo de calor.23. Combustvel: lquidos combustveis so aqueles que tm um ponto de fulgor em

    ou acima 37,8C (100F), ou lquidos que queimam. Eles no pegam fogo tofacilmente quanto os lquidos inflamveis. Entretanto, lquidos combustveispodem sofrer ignio sob condies especiais, e devem ser manipulados com

    precauo. Substncias como madeira, papel, etc., so denominadas"combustveis comuns".24. City-gate ou Estao de Entrega e Recebimento de Gs Natural ou Estao

    de Transferncia de Custdia de Gs Natural: conjunto de instalaescontendo manifolds e sistema de medio, destinado a entregar o gs naturaloriundo de uma concesso, de uma unidade de processamento de gs natural, deum sistema de transporte ou de um sistema de transferncia, para aconcessionria estadual distribuidora de gs canalizado.

    25. Duto: conjunto de tubos interligados; denominado poliduto, quando transportalquidos diversos; oleoduto quando transporta petrleo e seus derivados lquidos;e gasoduto quando transporta gases;

    26. Emitente do formulri o de Planejamento do Trabalho - PT: o responsvelpela instalao, equipamento ou sistema;

    27. Fator de velocidade de chama: velocidade de queima de uma misturaestequiomrica de gs e ar expressa como uma porcentagem de velocidade dequeima da mesma mistura de hidrognio e ar;

    28. Flange:aba existente em cada extremidade duma seo de canalizao, tubo oueixo, por meio da qual se prendem umas s outras as diferentes sees queconstituem uma rede de canalizao ou um eixo longo;

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    13/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 13 de 91

    29. Flange isolante:par de flanges inserido numa tubulao, com as faces isoladaseletricamente uma da outra, com a finalidade de interromper o fluxo de correnteeltrica atravs da tubulao.

    30. Flash-over:temperatura em que o calor em uma rea ou regio alto o suficientepara inflamar simultaneamente todo o material inflamvel a sua volta. O flash-over

    caracteriza-se por inflamao dos gases presentes em um ambiente, fazendo comque eles se incendeiem de repente, causando uma exploso em forma de "bola"de fogo.

    31. Fogo: manifestao de combusto rpida com emisso de luz e calor.Para que haja fogo so necessrios trs elementos: combustvel, comburente eignio (calor).

    32. Gs: Substncias qumicas que existem no estado gasoso temperaturaambiente.

    33. Gs compr imido ou sob presso: um gs ou mistura gasosa que, em umcontainer, ter uma presso absoluta maior do que 40 psi a 21.1C (70F), 104psia 54.4C (130F), ou um lquido tendo presso de vapor acima de 40 psi a 37.8C

    (100F).34. Gs infl amvel:Um gs que, temperatura ambiente e presso normal, forma

    uma mistura explosiva com o ar a uma concentrao de 13% (em volume) oumenos, ou um gs que sob as mesmas condies forma uma variedade demisturas inflamveis com o ar maior do que 12% em volume, independente dolimite menor;

    35. Gs Natural ou Gs: todo hidrocarboneto ou mistura de hidrocarbonetos quepermanea em estado gasoso ou dissolvido no leo nas condies originais doreservatrio, e que se mantenha no estado gasoso nas condies atmosfricasnormais, extrado diretamente a partir de reservatrios petrolferos ou gaseferos,incluindo gases midos, secos, residuais e gases raros. Ao se processar o gs

    natural mido nas UPGNs se obtm: (i) o gs seco, que contem principalmentemetano (C1,) e etano (C2); (ii) o lquido de gs natural (LGN), que contempropano (C3) e butano (C4), que formam o gs liqefeito de petrleo (GLP); e (iii)a gasolina natural (C5);

    36. Gasoduto de t ransmisso:tubulao cuja finalidade transportar o gs de umafonte para um ou mais centros de distribuio, ou destinado em presses maisaltas, por ser mais extenso e por apresentar grandes distncias entre suasderivaes;

    37. Guindaste: veculo provido de uma lana metlica de dimenso variada e motorcom potncia capaz de levantar e transportar cargas pesadas;

    38. Manifold : dispositivo, constitudo de tubos e acessrios de tubulao, destinado aligar o instrumento tubulao ou ao equipamento, proporcionando facilidades deoperao e de manuteno, sem prejuzo ao processo;

    39. Manmetro:aparelho de medio da presso de lquidos e gases. Quando medea presso atmosfrica leva o nome de barmetro;

    40. Permisso para Trabalho:autorizao dada por escrito, em documento prprio,para a execuo de trabalhos de manuteno, montagem, desmontagem,construo, inspees ou reparos de equipamentos, sistemas ou instalaes aserem realizados e seus empreendimentos, com a finalidade de preservar a sadee a segurana da fora de trabalho, o meio ambiente, a comunidade, a integridadedas instalaes e dos equipamentos e a continuidade operacional;

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    14/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 14 de 91

    41. Pig instrumentado:instrumento utilizado na inspeo de gasodutos para avaliaro estado das tubulaes;

    42. Pig de limpeza: instrumento utilizado na limpeza de gasodutos que movimentado pela presso do gs ao longo de toda tubulao;

    43. Presso dos gases: o resultado das colises das molculas do gs contra as

    paredes do recipiente. Cada coliso d uma pequena fora contra a parede dorecipiente; mas, como ocorrem bilhes de colises a cada segundo, as paredesexperimentam uma fora constante, resultando em uma presso estvel do gs;

    44. Propano: hidrocarboneto saturado com trs tomos de carbono e oito dehidrognio (C3H8), gasoso, incolor e possui cheiro caracterstico. Empregadocomo combustvel domstico e como iluminante; utilizado como fonte de calorindustrial em caldeiras, fornalhas e secadores. um dos componentes do GLP, ogs de cozinha;

    45. Raquete:acessrio feito de chapa de ao recortada, colocado entre dois flangesquaisquer, com o objetivo de vedar uma linha em tubulao;

    46. Rede de dist ribuio: tubulao de distribuio, estaes de controle de

    presso, vlvulas, equipamentos operados por uma companhia de gs, para levargs desde os pontos de suprimento ou de fabricao at os medidores dosconsumidores;

    47. Regulador de presso: dispositivo colocado na linha de gs para reduzir,controlar ou manter a presso;

    48. Spool :so todos os subconjuntos de uma tubulao, formados pelo menos poruma conexo e um trecho reto;

    49. Sistema de bloqueio de segurana:sistema de vlvulas de bloqueio, associadoa um circuito de controle, que gerencia o fornecimento de gs aos queimadores,permitindo ou no o fluxo;

    50. Tanque estacionrio: vasos de formato cilndrico pressurizados, usados para

    armazenar grandes quantidades de gs liquefeito de petrleo (GLP);51. Torque: sistema de duas foras paralelas de suportes distintos, com sentidosopostos, e que atuam sobre um corpo;

    52. Tubo flexvel: usado para ligar um aparelho de queima a outro tubo rgido dealimentao de gs.

    53. Tubo rgido: tubo que durante a construo de tubulaes no pode ser dobradoou curvado.

    54. Tubo semi-rgido: tubo que durante a construo de tubulaes, pode serdobrado ou curvado, desde que a temperatura seja adequada e dentro dos limitesestabelecidos pelas respectivas normas tcnicas de sua fabricao.

    55. UPGN:Unidade de Processamento de Gs Natural, instalada com a finalidade deremover GLP, gasolina e outros lquidos de valor comercial presentes no gsnatural bruto.

    56. Vlvula de Bloqueio Intermediria: dispositivo que restringe, total ouparcialmente, o fluxo de gs e instalado ao longo da rede de distribuio.

    57. Vlvula de Bloqueio: o elemento inserido em pontos estratgicos da rede, como objetivo de propiciar o isolamento de uma parte deste sistema, para que possaser efetuada a sua manuteno ou facilitar a drenagem de impurezasacumuladas.

    58. Vlvula de Bloqueio Automtico : um dos dispositivos de proteorecomendado pela norma, que atua rapidamente caso ocorra uma anormalidade

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    15/91

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    16/91

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    17/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 17 de 91

    Inertes: 4 % em volume mximo

    O2: 0,5 % em volume mximo

    Ponto de orvalho da gua a 1 atm: -45 C mximo

    Isento de poeira, gua condensada, odores objetveis, gomas,elementos formadores de goma hidrocarbonetos condensveis,

    compostos aromticos, metanol ou outros elementos slidos ou

    lquidos.

    A sua distribuio feita atravs de uma rede de tubos de maneira

    segura, pois no necessita de estocagem de combustvel e por ser mais leve do

    que o ar, dispersa-se rapidamente na atmosfera em caso de vazamento.

    Os sistemas de transporte de gs por duto envolvem os seguintessegmentos principais:

    A rede de tubulao formada por peas cilndricas de ao

    (gasoduto), de seo circular, que so interconectadas entre si;

    Seo dos dutos projetada para atender o fluxo do gs, com

    espessura da parede resistente presso de operao e aos

    demais esforos solicitantes;

    Vlvulas de bloqueio automtico distribudas ao longo do trajeto,

    com a finalidade de facilitar a manuteno preventiva e isolar

    trechos quando ocorrer o rompimento do duto.

    4.2. Condies de Ignio

    4.2.1- Limites de Inflamabilidade

    A iniciao da chama realizada por uma fonte externa. Os limites de

    inflamabilidade de um combustvel gasoso definem a faixa de diluio mnima emxima do gs em ar para que a combusto possa ocorrer. Abaixo do limite

    mnimo a mistura no queimar sem a presena contnua de uma fonte de calor

    externa. Acima do limite mximo a mistura o gs age como diluente e a chama

    no se propaga.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    18/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 18 de 91

    4.2.2- Temperatura de Ignio ou de Inflamao

    a menor temperatura na qual o calor gerado pela combusto em

    velocidade superior ao calor dissipado para a vizinhana, dando mistura

    condies de se auto-propagar. Abaixo desta temperatura a combusto da

    mistura ar gs s ocorrer continuamente mediante o fornecimento ininterrupto de

    calor externo. A temperatura de ignio no uma propriedade fixa de um gs

    pois varia de forma significativa com parmetros como o excesso de ar, a taxa de

    diluio do gs na mistura, a concentrao de oxignio no ar de combusto, a

    composio do gs combustvel, a velocidade da mistura ar gs, presso da

    mistura, leis do escoamento dos fluidos, fontes de ignio e gradientes de

    temperatura.

    4.2.3- Energia de Ignio ou Inflamao

    a energia mnima que deve ser fornecida por uma chama, centelha

    eltrica ou fonte de calor uma mistura combustvel para que esta possa atingir a

    temperatura de ignio em algum ponto e iniciar a propagao da combusto.

    Fonte: Gas Engineers Handbook / SINDE

    TABELA 01:comparao da Temperatura de Ignio de

    Vrios Gases em Ar e em Oxignio.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    19/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 19 de 91

    4.3- Ponto de Fuso

    Designa a temperatura qual uma substncia passa do estado slido

    ao estado lquido.

    5. DO LOCAL DOS EXAMES

    5.1. Localizao e Caractersticas geogrficas da Regio

    A percia foi realizada na Estao de Produo de Furado Petrobrs,

    localizada nas coordenadas geogrficas 094548,98 de latitude sul e

    360827,56 de longitude oeste, no municpio de So Miguel dos Campos, cujo

    acesso, a partir de Macei, dava-se atravs das rodovias pavimentadas BR-316,BR-101 e por um trecho da AL-420. Esse municpio est localizado na regio

    sudeste do Estado de Alagoas, limitando-se ao norte com os municpios de Boca

    da Mata e Pilar, ao sul com Coruripe, a leste com o Oceano Atlntico, as cidades

    de Roteiro, Barra de So Miguel, Jequi da Praia e Marechal Deodoro, e a oeste

    com Campo Alegre e Teotnio Vilela; ocupando 657,59 km2 de rea, estando

    inserido na meso-regio do Leste Alagoano e na sub-bacia hidrogrfica do Rio

    Elemento Smbolo Nmero atmicoPonto de fuso

    (C)Chumbo Pb 82 327,46Alumnio Al 13 660Nquel Ni 28 1455

    Ferro Fe 26 1538

    * Gs Natural - 88,7% de Metano, 7,4% de Etano, 1,4% de Propano e 1% de Butano.Fonte: Gas Engineers Handbook / SINDE

    TABELA 03:elementos qumicos em ordem crescente do ponto de fuso

    TABELA 02: temperatura de Ignio com Relao Proporo do Gs Combustvel naMistura Ar Gs:

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    20/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 20 de 91

    So Miguel. O clima do tipo Tropical Chuvoso com vero seco. A precipitao

    mdia anual de 1.634.2mm. A vegetao predominantemente do tipo Floresta

    Subpereniflia; os solos so representados pelos Latossolos e Podzlicos nos

    topos de chapadas e topos residuais; pelos Podzlicos com Fregipan, Podzlicos

    Plnticos e Podzis nas pequenas depresses nos tabuleiros; pelos Podzlicos

    Concrecionrios em reas dissecadas e encostas e Gleissolos e Solos Aluviais

    nas reas de vrzeas.

    FIGURA 01:localizao do municpio de So Miguel dos Campos/AL.

    So Migueldos Campos

    ALAGOAS

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    21/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 21 de 91

    FOTOGRAFIA 01: mostra a cidade de So Miguel dos Campos, fotografada da porosuperior de um tanque leo da Estao de Produo de Furado.

    5.2. Estrutura de Produo e Distribu io de Petr leo e Gs Natural emAlagoas.

    A estrutura da Petrobrs para a produo de petrleo e gs natural em

    Alagoas divide-se em dois plos: Pilar e Furado. No plo de Furado, situado em

    grande parte no municpio de So Miguel dos Campos, esto localizados os

    poos terrestres de petrleo e de gs natural, sendo este separado do petrleo e

    transferido por dutos para a estao coletora e de compresso, de onde o gs

    natural transferido, tambm, por duto at a Unidade de Processamento de Gs

    Natural de Alagoas UPGN-AL, enquanto o petrleo, por sua vez, tratado na

    Estao de Furado e transportado para a Estao de Pilar, de onde segue por

    oleoduto at o porto de Macei.

    Na Estao Coletora de Furado existem cinco separadores de gs, trs

    tratadores termoqumicos, sete vasos depuradores, dois tanques de

    armazenamento de petrleo, quatro tanques de teste de produo, um tanque de

    armazenamento para gua pressurizada, trs bombas de transferncia de

    petrleo e duas bombas de injeo de gua produzida, alm de uma caixa de

    resduos. J a Estao de Compressores composta por um manifold de GNA,

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    22/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 22 de 91

    sete vasos depuradores, trs baterias de compressores, um vaso blow-down, um

    queimador e uma unidade de desidratao de gs natural (UDGN).

    5.3. Descrio dos Processos da Estao de FuradoBaseado em memorial descritivo da Petrobrs, referente ao processo de

    produo da Estao de Furado, os peritos descrevem o processo produtivo

    dessa estao:

    5.3.1. Do Processo da Estao Coletora

    Os separadores de gs recebem a produo formada por 440000 m3/dia

    de gs e 600 m3/dia de lquido. O gs efluente desses separadores depurado e

    direcionado ao header de suco dos compressores, enquanto o lquido efluente

    direcionado ao header de entrada dos tratadores termoqumicos. Aps o

    processo de separao executado pelos tratadores, o petrleo direcionado

    armazenagem em um dos tanques e a gua vai para outro tanque. O petrleo

    impulsionado pelas bombas de transferncia para o oleoduto Furado/Pilar e a

    gua succionada pelas bombas de injeo de gua. A descarga dessas bombas

    direciona a gua para os satlites de injeo, que ficam fora dos limites da

    estao.

    O gs liberado nos tratadores termoqumicos durante o processo de

    quebra de emulso enviada para o queimador de segurana. J os drenos

    presso atmosfrica so direcionados caixa API, que separa a gua do leo,

    sendo a gua direcionada para o tanque de gua pressurizada e o leo retorna

    para os tratadores termoqumicos; enquanto os drenos pressurizados seguem

    para o vaso.

    5.3.2. Do Processo da Estao de Compressores

    A Estao de Compressores tem como objetivo principal elevar a presso

    do gs associado oriundo da estao coletora, bem como, do gs no-associado

    (GNA) vindo dos campos de Furado, So Miguel e Anamb, para posteriormente

    suprir as necessidades da UPGN/Alagoas e do Gasoduto Norte Furado/Robalo

    (FU/RB), cujo destino final a UPGN de Aracaju. Essa estao de compressores

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    23/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 23 de 91

    recebe gs atravs de duas linhas com nveis distintos de presso, sendo uma

    linha de baixa presso (aproximadamente 5,0 kgf/cm2) e a outra de mdia

    presso (aproximadamente 36 kgf/cm2). O gs associado vem da estao

    coletora de Furado e o gs no-associado pode vir dos campos de So Miguel e

    Cidade de So Miguel dos Campos, atravs dos gasodutos SMC/CSMC/FU de

    alta, mdia e baixa ou do prprio campo de Furado pelo manifold de GNA da

    estao.

    O gs de baixa presso (5,0 kgf/cm2) que alimenta o header de entrada

    dos compressores de baixa oriundo da estao coletora de leo de Furado, do

    manifold de GNA e do gasoduto de baixa SMC/CSMC/FU, este gs depurado

    antes de chegar aos compressores de baixa. O gs de mdia presso (36

    kgf/cm

    2

    ), oriundo do manifold de GNA e do gasoduto de mdia SMC/CSMC/FUpassa atravs do vaso depurador e se junta descarga dos compressores de

    baixa no header de mdia, que a linha de suco dos compressores de alta. A

    descarga dos compressores de alta (82 kgf/cm2) passa atravs da unidade de

    desidratao de gs natural (UDGN) e posteriormente uma parte desta corrente

    enviada atravs do gasoduto FU/PILAR para UPGN Alagoas. J o gs de alta

    presso oriundo do manifold de GNA e do gasoduto de alta SMC/CSMC/FU

    direcionado para o vaso depurador. Na sada deste vaso, a corrente dividida em

    duas, uma para o sistema de gs lift e a outra se junta com o gs efluente daUDGN para em seguida ser enviado para o gasoduto Norte (FU/RB).

    FOTOGRAFIA 02: mostra a Estao Produtora de Furado antes do incndio em tela.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    24/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 24 de 91

    5.4. Da rea Examinada pelos Peritos

    Os peritos examinaram uma rea de aproximadamente 4200m2, contendo

    sistema de tubulao, tanques de leo e gua, vasos, motores e dois veculos,

    um caminho/munck e um automvel GM Celta.

    FOTOGRAFIA 03: mostra a Estao de Produo de Furado antes doincndio em tela, com detalhe da rea atingida posteriormente pelo fogo:na poro superior, dois manifolds; na poro inferior, gasodutoFurado/Robalo; e na poro mediana, rvores de grande porte.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    25/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 25 de 91

    FOTOGRAFIA 04: mostra a Estao de Produo de Furado, onde se visualiza a rea atingidapelo incndio.

    FOTOGRAFIA 05: mostra, com aproximao, a rea atingida pelo incndio, com assinalamentode dois manifolds de leo e do caminho-munck que se encontrava estacionado prximo aogasoduto Furado/Robalo.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    26/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 26 de 91

    manifold de leo

    manifold de gs

    caminho Celta

    corpo 1

    corpo 4 corpo 3

    corpo 2

    gasodutoFurado/Robalo

    vlvula 3vlvula 1vlvula 2

    tanques

    Rota de fuga

    R

    ota

    defuga

    Rota de fuga

    Rotadefuga

    33m

    Tubulaesem

    reasdeprocesso

    Tubulaese

    m

    reasdeprocesso

    Croqui 01: local examinado

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    27/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 27 de 91

    FOTOGRAFIA 06: mostra a rea atingida pelo incndio, com assinalamento do caminho-munck, que se encontrava prximo ao gasoduto Furado/Robalo, e do manifold de leo ondeforam encontradas trs vtimas carbonizadas.

    O local imediato dos exames periciais tratava-se do sistema formado por

    tubulaes, vlvulas e seus atuadores (ver fotografia 07), responsveis pela

    conduo de gs sob presso da Estao de Furado para a Estao de Robalo,

    localizada na cidade de Brejo Grande/SE. O gasoduto Furado/Robalo, com 10

    (dez polegadas de dimetro), antes de penetrar no solo, era interligado a uma

    tubulao lanadora de pig, dispositivo cilndrico usado na limpeza de gasoduto,

    no qual era injetado atravs de uma escotilha. Paralelamente tubulao

    lanadora de pig, existia um gasoduto situado em nvel mais baixo, que deveria

    estar interligado vlvula 3, porm o spoolque faria essa ligao encontrava-se

    tambm desconectado desta vlvula e deslocado para a direita, apoiado em uma

    barra de ao disposta na superfcie de uma base de concreto. A extremidade com

    curvatura desse spoolestava posicionada no interior de uma vala delimitada por

    tijolos unidos com argamassa, contendo duas tubulaes paralelas de ferro (LC-

    SAT.40 6 e leo Mamb 8), medindo 1,30m (um metro e trinta

    centmetros) de largura, distando 1,84m (um metro e oitenta e quatro centmetros)

    da vlvula 3.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    28/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 28 de 91

    O gasoduto Furado/Robalo tambm poderia ser abastecido atravs de

    uma tubulao vertical de 4 (quatro polegadas de dimetro), interligada na sua

    poro superior, em trecho situado antes da vlvula 1.

    FOTOGRAFIA 07: mostra os componentes do trecho de tubulaes queantecedia o ponto onde o gasoduto Furado/Robalo adentrava no solo.

    6. DOS EXAMES NOS CADVERES

    6.1. Da Identi ficao

    Foram constatados quatro corpos carbonizados, sem condies de

    serem reconhecidos no local dos exames.

    Posteriormente, no Instituto Mdico Legal da capital, foram

    identificados os referidos corpos como sendo de Miguel ngelo Pereira Moiss,

    Adeildo da Silva Santos, Adriano dos Santos e Carlos Eduardo Cabral das

    Chagas.

    Vlvula 3

    Atuador

    Vlvula 1

    Spooldesconectado

    dos pontos x e y

    X

    Y

    Escotilha para colocaode pig usado na limpezada tubulao

    Lana domunck

    Gasodutos

    Tubulao dear comprimido

    Tubulao

    lanadora

    LC-SAT.406 leo Mamb8

    GasodutoFurado/Robalo

    Vlvula 2

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    29/91

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    30/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 30 de 91

    manifold de leo

    caminho Ce

    lta

    corpo 1

    corpo 4 corpo 3

    corpo 2

    gasodutoFurado/Robalo

    v lvula 3v lvula 1v lvula 2

    33m

    3m 2m

    Bombas

    FOTOGRAFIA 09: mostra o cadver 1.

    Croqui 02: localizao dos corpos

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    31/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 31 de 91

    FOTOGRAFIA 10: mostra o manifold de leo onde foram encontrados trs corposcarbonizados.

    FOTOGRAFIA 11: mostra o cadver 2 localizado sobre a passarela central do manifold deleo do lado esquerdo.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    32/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 32 de 91

    FOTOGRAFIA 13: mostra o cadver 3 na poro posterior direita do manifold de leo do ladoesquerdo.

    FOTOGRAFIA 12: mostra,com aproximao, o cadver2. .

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    33/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 33 de 91

    FOTOGRAFIA 14: mostra o cadver 4 no interior do manifold de leo do lado esquerdo, apsa passarela posterior, no lado direito desse manifold.

    6.3. Das Vestes e Buscas

    O exame das vestes foi prejudicado pelo grau de carbonizao dos

    cadveres.

    As buscas por objetos pessoais foram procedidas com uso de uma

    peneira, tendo sido coletados e acondicionados em sacos plsticos e envelopes

    devidamente identificados, conforme consta no anexo 2, os seguintes materiais:

    Envelope n 1: vestgios do cadver n1;

    Saco plstico n2, com duas chaves encontradas junto ao

    cadver n2;

    Saco plstico n4, com pedaos de roupa e um aparelho de

    telefone celular, encontrados junto ao cadver n 4.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    34/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 34 de 91

    7. DAS CONSTATAES

    7.1. Dos Veculos

    O caminho-munck e o automvel Celta carbonizados foram

    examinados pelo Perito Policial de Local Joo Gardino dos Santos, no dia

    primeiro do ms de outubro do corrente ano, estando os resultados dessa percia

    apresentados no laudo complementar n 2957.08.08, anexo ao presente

    documento.

    7.2. Outros Elementos

    7.2.1 Sinais de queima na rea situada em frente a casa de controle de

    bombas, bem como em tanques localizados prximos a essa

    edificao;

    FOTOGRAFIA 15: mostra casa de controlede bombas e tanque de leo afetados pelofogo.

    FOTOGRAFIA 17: mostra a rea atingidapelo fogo, manifold e tanques de leo.

    FOTOGRAFIA 16: mostra, com aproximao,a casa de controle de bombas atingida pelofogo.

    FOTOGRAFIA 18: mostra sinais da ao dofogo em um dos tanques de leo.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    35/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 35 de 91

    FOTOGRAFIA 19: mostra um dos tanquesatingidos pelo fogo, que explodiu durante oincndio.

    7.2.2. Tubulaes, vlvulas e equipamentos danificados pela ao do

    fogo, situados ao lado do manifold de leo;

    FOTOGRAFIA 22: mostra tubulaes,vlvulas e equipamentos danificados pelaao do fogo.

    FOTOGRAFIA 20: mostra, por outro ngulo,o tanque atingido pelo fogo, exibido nafotografia anterior.

    FOTOGRAFIA 21: mostra a tampa metlica eeletrodutos que faziam parte do tanquemostrado na fotografia anterior, e que foram

    arremessados pela ao da exploso.

    FOTOGRAFIA 23: mostra, por outro ngulo,tubulaes, vlvulas e equipamentosdanificados pela ao do fogo, exibidas nafotografia anterior.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    36/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 36 de 91

    FOTOGRAFIA 24: mostra rea atingida pelo fogo, localizada junto poro posterior dosmanifolds de leo.

    FOTOGRAFIA 25: mostra equipamentos danificados pela ao dofogo, localizados prximos aos manifolds de leo.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    37/91

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    38/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 38 de 91

    7.2.4 Ferramentas usadas por pedreiro, localizadas na rea situada entre

    o caminho-munck e os manifolds de leo;

    FOTOGRAFIA 28: mostra a rea onde foram encontrados ferramentas depedreiro, exibidas em detalhe.

    7.2.5. Destruio, pela ao do fogo, do depsito onde eramarmazenados pigs usados na limpeza do gasoduto

    Furado/Robalo.

    FOTOGRAFIA 29: mostra o local onde eramarmazenados pigs, material usado na limpeza dogasoduto Furado/Robalo.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    39/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 39 de 91

    7.2.6 Sinais de carbonizao de prancheta sobre uma mesa de concreto

    localizada prxima ao caminho-munck;

    FOTOGRAFIA 30: mostra, comassinalamento, uma mesa de concreto narea atingida pelo fogo, onde havia vestgiosde prancheta carbonizada.

    7.2.7 Prancheta destruda pela ao do fogo, disposta sobre a base de

    concreto que dava acesso vlvula 2 e a tubulao lanadora de

    pig;

    FOTOGRAFIA 32: mostra a localizao da prancheta destruda pela ao do fogo, vistatambm em detalhe.

    Vlvula 2

    LanadorFurado/Robalo

    10

    Tubo6

    FOTOGRAFIA 31: mostra prendedormetlico de papel e o estampamento deuma prancheta destruda pela ao dofogo, na superfcie da mesa de concretoexibida na fotografia anterior.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    40/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 40 de 91

    7.2.8 Vestgios de carbonizao de prancheta, localizados a 2,40m (dois

    metros e quarenta centmetros) do local de penetrao no solo do

    gasoduto Furado/Robalo;

    FOTOGRAFIA 33: mostra o local de penetrao do gasoduto no solo, comdetalhe dos vestgios de queima de prancheta.

    7.2.9. Lana metlica do munck posicionada na rea do sistema detubulao de gs, aps o seu sistema hidrulico ter sido

    carbonizado;

    FOTOGRAFIA 34: mostra o posicionamento da lana metlica domunck na rea do sistema do gasoduto Furado/Robalo.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    41/91

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    42/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 42 de 91

    7.2.11. Caractersticas da vlvula 3 e do seu atuador:

    Vlvula 3: vlvula identificada pela Petrobrs atravs do cdigo XV-

    624009, fabricada pela empresa MNA, com corpo bipartido

    assimtrico Fire Safe, da classe de presso 600, medindo

    0,60m (sessenta centmetros) de comprimento e 6 (seis

    polegadas de dimetro interno), possuindo dois flanges nas

    extremidades com revestimento anticorrosivo eletroisolante.

    Conforme documentao fornecida pela Petrobrs (anexo

    6), a vlvula estava em servio desde o dia 04 de julho de

    2005.

    FOTOGRAFIA 37: mostra registros identificadores gravados navlvula 3.

    Atuador: atuador a pisto, modelo APR 150, fabricado pela empresa

    Vanasa, possui cilindro pneumtico de simples ao com

    retorno de mola, desenvolvido e projetado para acionamento

    de vlvulas esfera, borboleta e outros equipamentos,

    pesando 142kg. reversvel, permitindo ao ar para abrir

    ou ar para fechar, com presso de suprimento de 4 a 10

    kgf/cm2 (presso de trabalho na planta igual a 7 kgf/cm2).

    Permite a conexo de instrumentos eletro-pneumticos,

    proporcionando a abertura imediata da vlvula no caso de

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    43/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 43 de 91

    falha de energia (blow-Down) ou seu fechamento no caso de

    falha de ar e energia (Shut-Down).

    Esse atuador deve atender os seguintes requisitos para uso

    com vlvulas esfricas:

    a) compatibilidade com o movimento de rotao exigido para

    acionar a vlvula esfrica da posio totalmente fechada (normalmente

    90);

    b) acionar a vlvula para a posio de segurana (aberta ou

    fechada) apenas com a fora armazenada na mola;

    c) gerar torque suficiente para mover a vlvula posio de

    segurana, vencendo a inrcia de mudana de posio e o diferencial

    mximo de presso estipulado na especificao;

    d) devem ser suficientes para mover a vlvula posio

    normal de operao mesmo com a presso de ar reduzida at 4 kgf/cm2;

    e) devem ser construdos para suportar nveis de presso de

    ar at pelo menos 12 kgf/cm2.

    7.2.12. Sinais de queima na parte externa da vlvula 3 e no seu atuador,

    bem como nos componentes que os interligavam ao sistema;

    FOTOGRAFIA 38: mostra a vlvula 3 conectada ao gasodutoFurado/Robalo e o seu respectivo atuador, no qual estava acoplado vlvula solenide.

    Atuador

    Vlvula 3

    Vlvulasolenide

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    44/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 44 de 91

    FOTOGRAFIA 39: mostra sinais de queima no atuador da vlvula 3, na vlvula desuprimento de ar comprimido e na vlvula solenide.

    7.2.13. A vlvula 3 encontrava-se bloqueada por uma raquete, que foi

    colocada entre dois flanges. O flange externo foi conectado aps

    o incndio em tela, com a finalidade de prender a raquete.

    Aps a retirada da vlvula 3 do gasoduto, constatou-se que a

    mesma encontrava-se fechada, conforme pode ser observado o

    posicionamento da esfera em seu interior.

    FOTOGRAFIA 40: mostra oflange conectado no bocal davlvula 3, com a finalidade deprender a raquete.

    Vlvula de

    suprimento de arcomprimido

    Vlvula solenide

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    45/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 45 de 91

    FOTOGRAFIA 41: mostra, com assinalamento, a raquete usada para fechar avlvula 3.

    FOTOGRAFIA 42: mostra, aps a retiradada raquete, o interior da vlvula 3, onde seobserva a esfera na posio fechado.

    FOTOGRAFIA 43: mostra, no lado oposto, aesfera fechando a vlvula 3.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    46/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 46 de 91

    7.2.14. Dois oleodutos paralelos (LC-SAT.40 6 e leo Mamb 8)

    com sinais de queima no trecho situado em frente vlvula 3,

    bem como destruio de parte das faixas de tijolos que

    limitavam a vala ocupada pelas referidas tubulaes;

    FOTOGRAFIA 44: mostra dois oleodutos com sinais de queima, sobretudo notrecho situado em frente vlvula 3.

    FOTOGRAFIA 45: mostra, por outro ngulo e com assinalamento, os limites dafaixa de tijolo danificada pela presso do gs que vazou atravs da vlvula 3.

    Vlvula 3

    Vlvula 3

    leo Mamb 8LC-SAT.40 6

    leoMamb 8

    LC-SAT.406

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    47/91

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    48/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 48 de 91

    7.2.16. Spool de 6 (seis polegadas de dimetro) desconectado da

    vlvula 3 e da vlvula de reteno acoplada em tubulao de

    alimentao do gasoduto Furado/Robalo, em pontos indicados

    na fotografia abaixo pelas letras Y e X, respectivamente. Esse

    spool possua um trecho reto, com 4,23m (quatro metros e vinte

    e trs centmetros) de comprimento, e outro curvo, com 0,54m

    (cinqenta e quatro centmetros), ambos flangeados;

    FOTOGRAFIA 47: mostra os componentes do trecho de tubulaes queantecedia o ponto onde o gasoduto Furado/Robalo adentrava no solo.

    Vlvula 3

    Atuador

    Vlvula 1

    Spooldesconectado

    dos pontos x e y

    X

    Y

    Escotilha para pig

    Lana domunck

    Gasodutos dealimentao

    Tubulao dear comprimido

    FOTOGRAFIA 48: mostra oposicionamento da extremidadecurva do spool desacoplada davlvula 3.

    Lanadorde pig

    LC-SAT.406

    leo Mamb8

    Vlvula 2

    6

    4

    Vlvulasolenide

    Vlvula debloqueio

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    49/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 49 de 91

    7.2.17. O spool referido no subitem anterior, encontrava-se com a sua

    poro central em contato com uma barra de ao, fixada na

    superfcie de uma base de concreto de seo retangular de

    0,14m (quatorze centmetros) de espessura, por 0,27m (vinte e

    sete centmetros) de largura e 0,18m (dezoito centmetros) de

    altura;

    FOTOGRAFIA 49: mostra, com assinalamento, o spooldesconectado da vlvula V3, apoiado em uma base deconcreto.

    7.2.18. Tubulao elevada, com 4 (quatro polegadas de dimetro),interligada ao gasoduto Furado/Robalo;

    FOTOGRAFIA 50: mostra, com assinalamento, a tubulaovertical que se ligava ao gasoduto Furado/Robalo em pontosituado ao lado da vlvula 1, bem como o spool que foidesconectado da vlvula 3.

    Vlvula 1

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    50/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 50 de 91

    7.2.19 Ferramentas, parafusos, porca e conexo de eletroduto,

    dispostos no solo, frente da vlvula 3, alm de macaco

    hidrulico e alavanca localizados juntos ao gasoduto

    Furado/Robalo;

    FOTOGRAFIA 51: mostra macaco hidrulico e alavanca dispostos junto ao gasodutoFurado/Robalo, bem como, em detalhe, ferramentas, parafusos, porca e conexo situadosprximos a vlvula 3.

    7.2.20. O quadro de comando eltrico das vlvulas 1, 2 e 3 apresentava

    as botoeiras de acionamento nas seguintes posies: vlvula 1

    (aberta), vlvula 2 (fechada) e vlvula 3 (fechada);

    Vlvula 3

    FOTOGRAFIA 52: mostra, comassinalamento, o quadro decomando eltrico das vlvulas 1,2 e 3.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    51/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 51 de 91

    FOTOGRAFIA 53: mostra o posicionamento das botoeiras de acionamento dasvlvulas 1, 2 e 3, indicado com setas.

    7.2.21 A energia eltrica fornecida s vlvulas 1, 2 e 3 derivava do

    quadro referido no subitem anterior e circulava em fios

    embutidos em eletrodutos envelopados e enterrados. Observa-

    se nas fotografias 54 e 55 que o eletroduto interligado ao

    atuador da vlvula 1 aflorava do solo em ponto situado abaixo

    desse equipamento, enquanto as fotografias 56 e 57 mostram

    que a vlvula solenide do atuador da vlvula 3 encontrava-se

    distante lateralmente do segmento aparente do eletroduto

    enterrado, com o qual deveria estar interligado.

    FOTOGRAFIA 54: mostra o eletroduto queaflorava do solo e estava ligado ao atuadordavlvula 1.

    FOTOGRAFIA 55: mostra, o eletroduto queaflorava do solo e estava ligado ao atuadorda vlvula 1.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    52/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 52 de 91

    FOTOGRAFIA 56: mostra o segmento aparente do eletroduto enterrado e partes do sistemaque compunham o gasoduto.

    FOTOGRAFIA 57: mostra, com assinalamentos, a parte envelopada e enterrada dosegmento de eletroduto aparente situado prximo vlvula 3, no momento em que eraremovido do solo.

    Vlvula 3

    Atuador

    Segmento aparente deeletroduto enterrado

    Vlvulasolenoide

    Tubo condutorde ar comprimido

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    53/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 53 de 91

    7.2.22 Rompimento do segmento aparente do eletroduto enterrado, com

    0,15m (quinze centmetros) de afloramento, causado pela ao

    de fora de trao, aplicada na seo voltada para o lado

    contrrio ao da vlvula solenide;

    FOTOGRAFIA 58: mostra, em detalhe, a localizaodo rompimento do segmento aparente do eletrodutoenterrado e, com assinalamento, a localizao davlvula solenide.

    FOTOGRAFIA 59: mostra

    rompimento na superfcie doeletroduto aparente situadoprximo vlvula 3, causado porfora de trao. A seta mostra osentido de aplicao da fora.

    FOTOGRAFIA 60:mostra seosubmetida fora decompresso (seta parabaixo), situado no ladooposto ao rompimentomostrado na fotografiaanterior.

    FOTOGRAFIA 61:mostra setas indicando osentido de atuao dasforas que romperam superfcie do eletroduto.Fora de compressopara baixo e de traopara cima.

    FOTOGRAFIA 62: mostra,no outro lado do tubo,setas indicando o sentidode atuao das foras queromperam superfcie doeletroduto. Fora decompresso para baixo ede trao para cima.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    54/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 54 de 91

    7.2.23. Vlvula Solenide

    A vlvula solenide composta por duas partes bsicas: o corpo e a

    bobina. A bobina consiste de um fio enrolado ao redor de uma superfcie

    cilndrica. Quando a corrente eltrica circula atravs do fio, gera um campo

    eletromagntico, que aciona o mbolo, fechando a vlvula normalmente aberta.

    Estas vlvulas possuem uma entrada e uma sada de fluxo, sendo

    utilizadas para permitir ou bloquear a passagem de fludo com vrios tamanhos

    de conexes, orifcios e construes para aplicaes tais como: controle

    automtico de ar, gs inerte, gua, leo, vapor entre outros gases e lquidos no

    corrosivos ao lato, alumnio e ao inoxidvel.

    Quando o solenide energizado, automaticamente, o ncleo fecha o

    orifcio de passagem em uma vlvula Normalmente Aberta, como era o caso da

    vlvula conectada ao atuador da vlvula 3. Ela opera a presses desde 0 PSI at

    a sua mxima presso diferencial de operao. A fora necessria para abrir a

    vlvula proporcional ao dimetro do orifcio e a presso do fludo.

    Fluxo em Vlvula Normalmente Aberta:

    Desenergizada Energizada

    A vlvula solenide examinada, acoplada no atuador da vlvula 3,

    apresentava-se deslocada para o lado direito, enquanto a sua bobina estava

    deslocada para baixo e para a direita em relao ao seu eixo.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    55/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 55 de 91

    FOTOGRAFIA 63: componentes da vlvula solenide acoplada no atuador da vlvula 3.

    FOTOGRAFIA 64: mostra a indicao dos pontos onde existiam deformaes na vlvulasolenide e na sua bobina.

    Tubo de descargade ar comprimido

    bobina

    Tubo condutor de arcomprimido

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    56/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 56 de 91

    FOTOGRAFIA 65: mostra a vlvula solenide deslocada para o lado direito em relao aoponto de fixao no atuador da vlvula 3, bem como o deslocamento da sua bobina tambmpara a direita.

    FOTOGRAFIA 66: mostra a bobina deslocada para baixo em relao ao eixo da vlvulasolenide.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    57/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 57 de 91

    7.2.24. Fios e eletrodutos localizados prximos a lana do munck;

    7.2.25. Os seguintes materiais foram constatados na vala com

    tubulaes de leo paralelas, referidas no subitem 7.2.14: a)

    eletroduto de ferro , medindo 1,43m (um metro e quarenta e trs

    centmetros) de comprimento, com fiao carbonizada em seu

    interior, apresentando curvatura voltada para uma das

    extremidades, onde estava rosqueada uma luva, estando no

    outro extremo rosqueado um cotovelo da marca Tupy, de 90 e

    dimetro de ; b) eletroduto flexvel com 0,46m (quarenta e

    seis centmetros) de comprimento, revestido com malha de

    cobre; e c) conexo em Y-45. O eletroduto flexvel localizava-se

    entre a conexo e o eletroduto rgido, indicando que faziam parte

    de um mesmo conjunto.

    FOTOGRAFIA 67: mostra fios eeletrodutos no solo, dispostosprximos a lana do munck.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    58/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 58 de 91

    gasodutoFurado/Robalo

    vlvula 3vlvula 1vlvula 2

    4,5m1,84m eletrodutos econexo

    passarela

    oleodutos

    Esquema grfico 01:localizao dos eletrodutos e conexo

    FOTOGRAFIA 68: mostra o conjunto formado por eletrodutos e a conexoY-45.

    FOTOGRAFIA 69: mostra, com aproximao, o conjunto formado peloseletrodutos rgido e flexvel, bem como por uma conexo Y-45, localizadona vala, abaixo das tubulaes de leo.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    59/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 59 de 91

    7.2.26. Vlvula de bloqueio de ar comprimido sem alavanca de manobra;

    FOTOGRAFIA 70: mostra em detalhe a vlvula de bloqueio de arcomprimido, onde se pode observar a ausncia da alavanca demanobra, a qual tem a funo de abrir e fechar a referida vlvula.

    FOTOGRAFIA 71: mostra emdetalhe uma alavanca demanobra em uma vlvula debloqueio.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    60/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 60 de 91

    7.2.27. Caixa com ferramentas localizada prximo a tubulao onde o

    spoolfoi desacoplado;

    FOTOGRAFIA 72: mostra caixa metlica e ferramentas sobre o solo.

    7.2.28. Ferramenta, pea de tecido parcialmente queimada e vestgios

    de queima no solo, localizados sob a extremidade da tubulao

    onde o spool foi desacoplado;

    FOTOGRAFIA 73: mostra ferramenta, pea de tecido e vestgios de queimasob a extremidade da tubulao onde o spoolfoi desacoplado.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    61/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 61 de 91

    7.2.29. Rotas de Fuga

    Prximo ao gasoduto Furado/Robalo, os peritos constataram

    estradas que serviam de rotas de fuga para aqueles que estivessem nas

    imediaes da vlvula 3, conforme mostra o croqui exibido na pgina 26 e asfotografias abaixo.

    FOTOGRAFIA 74: mostra a estrada que margeava os oleodutos LC-SAT.40 6 e leo Mamb 8.

    FOTOGRAFIA 75: seta na posio horizontal, indicando a localizao da rotade fuga exibida na fotografia anterior, e seta na posio vertical, indicando osentido de duas rotas de fuga, que sero exibidas na fotografia seguinte.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    62/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 62 de 91

    FOTOGRAFIA 76: mostra setas indicando os sentidos para as rotas de fuga.

    8. DOS TESTES REALIZADOS

    8.1. Os peritos, usando o conjunto formado pela unio dos eletrodutos

    rgido e flexvel encontrados no interior da vala com oleodutos, e

    suas conexes, interligaram a vlvula solenide ao segmento

    aparente do eletroduto enterrado, situado direita da vlvula 3 (ver

    subitem 7.2.21.). Feito isso, foi determinado que a conduo de

    energia eltrica vlvula solenide era feita atravs de fios

    contidos no eletroduto que passava sob o spool.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    63/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 63 de 91

    FOTOGRAFIAS 78 e 79: mostram, com aproximao, os peritosposicionando o eletroduto na vlvula solenide, estando a outraextremidade junto ao segmento aparente de eletroduto enterrado, situado direita da vlvula 3. Salientamos que o flange prateado mostrado naextremidade do bocal da vlvula 3 foi colocado aps o incndio, com afinalidade de apertar a raquete

    FOTOGRAFIA 77: mostra osperitos posicionando o eletrodutona vlvula solenide, estando aoutra extremidade junto aosegmento aparente de eletrodutoenterrado, situado direita davlvula 3. Salientamos que oflange prateado mostrado naextremidade do bocal da vlvula 3foi colocado aps o incndio, coma finalidade de apertar a raquete,conforme descrito no subitem7.2.13.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    64/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 64 de 91

    Esquema grfico 02:mostra a localizao e posio do eletroduto emrelao ao bocal da vlvula 3.

    FOTOGRAFIA 80: mostra, por

    outro ngulo, os peritosposicionando o eletroduto navlvula solenide, estando a outraextremidade junto ao segmentoaparente de eletroduto enterrado,situado direita da vlvula 3.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    65/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 65 de 91

    FOTOGRAFIAS 81: mostra a montagem dos eletrodutos e suasconexes que interligavam a vlvula solenide ao segmentoaparente do eletroduto enterrado. Nessa demonstrao, foramusados condulete e tampa de bobina novos.

    FOTOGRAFIAS 82: mostra, em detalhe, a ligao do eletroduto vlvulasolenide. Nessa demonstrao, foram usados condulete e tampa debobina novos, alm da conexo em Y-45 constatada no local do fato.

    cotovelo de 90

    segmento verticalaparente de eletroduto

    eletroduto rgido

    eletrodutoflexvel

    conector deeletroduto

    bobina econdulete novos

    vlvulasolenide

    conexoem Y-45

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    66/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 66 de 91

    Os peritos posicionaram o cotovelo do eletroduto rgido (horizontal),

    conforme foi mostrado na fotografia 77, no segmento aparente do eletroduto

    enterrado, sendo constatado que a ruptura existente neste tubo foi causada por

    fora de trao que surgiu em decorrncia da aplicao de carga na superfcie do

    referido eletroduto rgido.

    FOTOGRAFIA 83: mostra a posiodo cotovelo em relao extremidade

    aparente do eletroduto enterrado nosolo.

    FOTOGRAFIA 84: mostra o sentidode aplicao das foras quecausaram deformaes noeletroduto enterrado, confirmandoque o cotovelo de 90 do eletrodutoque conduzia fiao at o atuadorda vlvula 3, estava conectado comaquela tubulao.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    67/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 67 de 91

    8.2. Os peritos acompanharam a realizao de testes para verificar as

    condies do quadro de comando eltrico das vlvulas 1, 2 e 3,

    tendo sido constatado que o mesmo se encontrava energizado,

    com voltagem de 24,70vcc, e operando normalmente. Tambm foi

    observado, que a vlvula 3 era normalmente aberta, enquanto as

    demais eram normalmente fechadas;

    FOTOGRAFIA 85: mostra o quadro decomando eltrico das vlvulas 1, 2 e 3.

    FOTOGRAFIA 87: mostra a leitura da

    voltagem com multmetro digital.

    FOTOGRAFIA 86: mostra o quadro decomando eltrico aberto.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    68/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 68 de 91

    FOTOGRAFIA 88: mostra, no interior do quadro eltrico, os terminais correspondentess vlvulas 1, 2 e 3.

    9. DOS EXAMES LABORATORIAIS

    9.1. Nos Condutores de Energia

    Na quarta-feira, dia 08 de outubro do corrente ano, Jos Adriano Rocha e

    Rodolpho Pedroza, tcnicos deste Instituto de Criminalstica, estiveram no Setor

    Tcnico Cientfico da Polcia Federal, onde, juntamente com o Perito Criminal

    Petrnio Falcomer examinaram as partes rompidas dos fios do cabo enterrado

    responsvel pela energizao do atuador da vlvula 3. Para tanto, fizeram uso do

    aparelho VSC 5000 - Video Spectral Comparator e de microscpio, os quais

    mostraram em detalhe deformaes na ponta dos fios, com caractersticas de

    terem sido causadas por cisalhamento, o que pde ser confirmado comparando-as com deformaes em fios feitas com alicate, pois este instrumento causa

    rompimentos de fios com fora de ao cortante.

    V3 V2

    V1

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    69/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 69 de 91

    FOTOGRAFIA 89: mostra fios do cabo enterrado, com ampliao feita peloaparelho VSC 5000, alm de detalhe das deformaes nas pontas.

    FOTOGRAFIAS 90, 91 e 92: mostra as deformaes nas extremidades dos fios exibidos nafotografia anterior, vistas atravs de microscpio.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    70/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 70 de 91

    Detalhes feitos em fios cortados com alicate:

    FOTOGRAFIAS 94 e 95: mostra as deformaes em fios, causadas pelo corte com alicate,vista atravs de microscpio.

    FOTOGRAFIA 93: mostra outrosfios do cabo enterrado, comampliao feita pelo equipamentoVSC 5000, alm de detalhe dasdeformaes nas pontas.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    71/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 71 de 91

    Os peritos tambm examinaram as extremidades dos fios que se

    encontravam embutidos no eletroduto rgido encontrado no interior da vala com

    oleodutos (ver subitem 7.2.25.), que foram rompidos durante a liberao de gs. A

    extremidade dos fios contidos naquele eletroduto no possua condies de

    confronto, pois se encontravam bastante carbonizados e quebradios.

    FOTOGRAFIAS 96 e 97: mostra as extremidades queimadas dos fios que se encontravamembutidos no eletroduto rgido arremessado pela presso do gs.

    9.2. No Atuador e na Vlvula 3

    O atuador da vlvula 3 foi examinado na oficina da Estao de Produo

    de Furado, no qual foi introduzido, de forma controlada, ar comprimido naabertura de encaixe da vlvula solenide, constatando-se que o mecanismo

    interno funcionou normalmente, produzindo um giro de 90 no eixo que se

    conectava a vlvula 3.

    FOTOGRAFIA 98: mostra o atuadorsendo examinado na oficina da

    Estao de Produo de Furado.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    72/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 72 de 91

    Nos dias 28, 29 e 30 do ms de outubro do corrente ano, os tcnicos

    Jos Adriano Rocha e Rodolpho Pedroza estiveram na oficina de manuteno de

    vlvulas da UN-SEAL (Unidade de Negcio-Sergipe/Alagoas), localizada na

    cidade de Aracaju/SE, onde acompanharam a verificao das condies de

    funcionamento da vlvula 3 e do seu atuador, na presena dos senhores Rubens

    Siquieroli Jnior, gerente das oficinas, Gilson Tadeu Coelho Sucupira, supervisor

    de manuteno de vlvulas e de Jlio Csar dos Santos, tcnico de manuteno.

    Esses equipamentos estavam acondicionados no interior de caixas de madeira,

    devidamente lacradas.

    Nessa ocasio, o atuador foi conectado vlvula 3, com o objetivo de se

    verificar o funcionamento em conjunto, introduzindo-se ar comprimido diretamenteno atuador.

    Resultados dos exames:

    1. A presso de 2 kgf/cm2de ar aplicada no pisto do atuador, era

    suficiente para movimentar em de volta (90) o eixo conectado

    vlvula 3, provocando o giro da esfera metlica existente no

    interior desta, at a posio de abertura completa da vlvula;

    2. Introduzindo-se 7 kgf/cm2de ar comprimido no atuador, observou-

    se que a abertura completa da vlvula ocorreu no tempo de 6,28s

    (seis segundos e vinte e oito centsimos de segundo), quando

    atingida a presso de 2 kgf/cm2.

    Os peritos tambm verificaram os mecanismos da vlvula e do atuador,

    constatando-se que:

    1. As porcas e parafusos que compunham o atuador e a vlvula no

    apresentavam sinais de abertura recente;2. O fogo que atingiu a poro anterior externa do atuador no

    afetou o sistema interno de atuao, estando s molas e s

    vedaes em bom estado de conservao.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    73/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 73 de 91

    9.2.1. Seqncia de Funcionamento Atuador/Vlvula 3

    a) O corte no fornecimento de energia para a vlvula solenide,

    possibilitou a entrada de ar no atuador, j que essa vlvula era

    normalmente aberta (falha abre);

    b) O ar injetado no cilindro do atuador proporcionava compresso das

    molas, movimentando a haste e articulao, produzindo de giro no

    eixo que se acoplava a vlvula 3, resultando na abertura da mesma;

    FOTOGRAFIA 99: mostra a vlvulasolenide conectada ao atuador,onde se observa as tubulaes decobre (alimentao e descarga de ar)

    e a bobina sem sua tampa protetora.

    FOTOGRAFIA 100: mostra setasindicando o sentido de atuao doar comprimido no pisto doatuador.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    74/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 74 de 91

    FOTOGRAFIA 101: mostra aarticulao distendida pelo retornodas molas a suas posies derepouso.

    c) O movimento do eixo do atuador provocou um movimento de 90

    deslocou a esfera da vlvula, possibilitando sua abertura;

    FOTOGRAFIAS 104 a 108: mostram a seqncia de abertura da vlvula 3, quando da injeo dear comprimido no atuador.

    FOTOGRAFIA 102: mostra osistema de transmisso domovimento da engrenagem doatuador para a vlvula 3.

    FOTOGRAFIA 103: mostra, nointerior da vlvula 3, a luva deacoplamento do eixo do atuador.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    75/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 75 de 91

    Concludo os exames, a vlvula e o atuador foram colocados em caixas,

    que foram lacradas, cujos lacres foram assinados por um dos peritos do caso,

    ficando sob a guarda da UN-SEAL.

    FOTOGRAFIAS 109 e 110: mostram as caixas com o atuador e a vlvula 3, devidamentelacradas aps os exames.

    9.3. Na Vlvula Solenide

    A vlvula solenide, que estava conectada ao atuador da vlvula 3, foi

    aberta pelos peritos no Instituto de Criminalstica do Estado de Alagoas, tendo

    sido constatado que todas as vedaes de borracha foram destrudas pela ao

    do calor.

    FOTOGRAFIA 111: mostra a ausncia de vedaes no interior davlvula solenide que estava acoplada no atuador da vlvula 3.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    76/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 76 de 91

    FOTOGRAFIA 112: mostra a ausncia de vedaes na vlvulasolenide, observada no lado oposto ao exibido na fotografia anterior.

    10. DAS CONSIDERAES TCNICAS

    10.1. Tendo em vista que a estrutura de tijolos que limitava a vala onde se

    encontravam os oleodutos LC-SAT.40 e leo Mamb, estava

    destruda no trecho situado em frente vlvula 3; que a faixa de solo

    situada entre o caminho-munck e a referida vlvula encontrava-seerodida; que o referido caminho foi deslocado lateralmente por

    arrastamento; e que o spooldesconectado da vlvula 3, foi deslocado

    no sentido horrio, os peritos consideram que os referidos danos e

    deslocamentos foram causados pela presso do gs liberado da

    vlvula 3, que se localizava em frente s referidas estruturas;

    10.2. Tendo em vista que os gases podem se inflamar quando difundidos

    em equipamentos eltricos sem a proteo adequada, ou em contato

    com superfcies superaquecidas, os peritos admitem que a inflamao

    do gs proveniente da vlvula 3 pode ter sido originada no caminho-

    munck que se encontrava em frente referida vlvula, quer pelo

    contato com as suas partes metlicas aquecidas, quer pela difuso no

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    77/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 77 de 91

    seu sistema eltrico, considerando, neste caso, o motor em

    funcionamento, j que o mesmo estava em posio operacional de

    auxilio no trabalho que estava sendo realizado para a retirada do

    Spool.

    Para serem garantidas as condies de segurana em locais com

    risco de incndio, consideramos que todo o sistema eltrico e

    mecnico responsvel pela movimentao do caminho-munck,

    deveria estar isolado do meio externo. Vale salientar, que mesmo

    sendo remota a possibilidade de incndio causado por aparelho de

    telefone celular, era proibido o seu uso na rea de processamento e

    distribuio de gs e leo da Estao de Furado;

    10.3. Considerando que a norma tcnica 2246 da Petrobrs, de fevereiro

    de 1992 Pr-operao, Operao e Manuteno de Gasoduto

    Terrestre, recomenda na alnea b, subitem 7.6.2.1., como forma de

    garantia de segurana na manuteno de gasodutos, que: as fontes

    de ignio devem ser eliminadas e seus efeitos contra a

    segurana amplamente divulgados ; que a norma tcnica 2353, de

    dezembro de 1990 Segurana na Inspeo, Manuteno e Reparo

    de Oleodutos e Gasodutos Terrestres, no item 7.1 Controle de

    fontes de ignio, recomenda:

    (...)7.1.4 Motores de combusto interna, motores eltricos no

    classificados, sistemas de iluminao, etc., devem estar

    dispostos a uma distncia segura do local do trabalho,

    considerando-se tambm, neste caso, a direo predominante

    do vento;

    7.1.5 A aproximao de viaturas do local do trabalho deve ser

    realizada considerando-se o disposto no subitem 7.1.4.; e que

    o caminho-munck, localizado em frente referida vlvula, da qual

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    78/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 78 de 91

    distava 4,90m (quatro metros e noventa centmetros), os peritos

    apontam que esse veculo era fonte de ignio prxima do

    gasoduto Furado/Robalo, onde se realizavam servios de

    manuteno e, considerando-se, tambm, que esse veculo se

    encontrava em rea ao alcance do jato de gs, admitem que o

    mesmo no estava a uma distncia segura do local de trabalho;

    10.4. Tendo em vista que a presso exercida pelo gs liberado da

    vlvula 3 causou eroso no solo e a projeo de materiais

    metlicos, os peritos, considerando que o atrito desses materiais e

    de pedras com outros corpos rgidos produz centelhas capazes de

    inflamar gases, admitem que a ignio do gs tambm pode ter

    ocorrido pelas centelhas produzidas pelo atrito desses materiais;

    10.5. Caso a vlvula de bloqueio de ar comprimido de alimentao do

    atuador fosse fechada no momento em que teve incio a liberao

    de gs, seria possvel a interrupo imediata do suprimento de arpara esta vlvula, o que provocaria o recuo do pisto do atuador,

    causando o fechamento da vlvula 3 e a extino da citada

    liberao de gs. O fechamento dessa vlvula feito com o

    acionamento de uma alavanca de manobra, que no estava fixada

    na referida vlvula. Tambm seria possvel fech-la a tempo de

    evitar o sinistro, caso a referida ferramenta estivesse ao alcance de

    um dos tcnicos que retiravam o spool.

    Vale evidenciar que o acionamento rpido da referida alavanca

    poderia ter impedido inclusive o surgimento do fogo, j que a

    ignio no ocorreu quando da abertura da vlvula 3 e sim quando

    em contato desse gs liberado em momento posterior com

    alguma fonte gnea.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    79/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 79 de 91

    Observao: Os peritos foram informados pelas testemunhas do

    caso, ouvidas na delegacia de So Miguel dos Campos nos dias 07

    e 09 do ms de outubro do corrente ano, que a ignio no foi

    simultnea liberao de gs, ocorrendo, em mdia, 30 segundos

    aps a sua difuso;

    10.6. A energia eltrica fornecida s vlvulas 1, 2 e 3 era derivada do

    quadro de energia referido no subitem 7.2.20. e chegava a essas

    vlvulas atravs de fiao que se encontrava no interior de

    eletrodutos envelopados e enterrados. O eletroduto interligado ao

    atuador da vlvula 1, por exemplo, aflorava do solo em ponto

    situado ao lado desse equipamento, ao contrrio do eletroduto

    direcionado para o atuador da vlvula 3, que aflorava em ponto

    afastado da vlvula solenide deste atuador. Por esse motivo,

    fazia-se necessrio o complemento por via area, a partir do ponto

    em que aflorava do solo, at a vlvula solenide;

    10.7. Tendo em vista que a ruptura no segmento aparente do eletroduto

    enterrado (ver subitem 7.2.22.) estava situado no lado oposto ao

    prolongamento do eletroduto areo interligado a vlvula solenide,

    conclui-se que esse dano foi causado por fora de trao, que

    surgiu em conseqncia de um esforo no sentido de cima

    para baixo, neste eletroduto. Considerando, tambm, que o

    conjunto formado pelos eletrodutos e conexo, constatados no

    interior da vala (ver subitens 7.2.25.), passava sob o spool, quando

    interligado ao eletroduto enterrado e a vlvula solenide; e que na

    vlvula solenide foram constatadas deformaes no sentido de

    cima para baixo e para o lado direito, os peritos ratificam que o

    referido spool, ao ser desacoplado da vlvula 3, caiu sobre o

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    80/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 80 de 91

    eletroduto rgido que servia de ligao entre a vlvula

    solenide e o eletroduto enterrado;

    eletrodutohorizontal

    vlvula 3

    spool

    vlvulasolenoide

    Esquema grfico 03:mostra o posicionamento do spoolem relao ao eletroduto areo.

    10.8. O rompimento dos fios na juno do eletroduto enterrado com oeletroduto areo direcionado para a vlvula solenide, foi produzido

    pela ao cortante da borda do segmento aparente do eletroduto

    enterrado, tendo em vista que os fios foram pressionados pelo

    cotovelo rosqueado naquele eletroduto areo, pois este no

    suportou o peso do spool desconectado da vlvula 3, produzindo

    momento no sentido anti-horrio2no ponto de ligao do cotovelo

    com o eletroduto enterrado. Esse rompimento cortou a energia

    eltrica que alimentava a vlvula solenide;

    10.9. O corte no fornecimento de energia eltrica na vlvula solenide

    possibilitou a entrada de ar comprimido no atuador, causando a

    2A localizao indicada considera o observador de frente para o manifold de leo.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    81/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 81 de 91

    compresso do pisto, que movimentou a haste e articulao,

    produzindo de giro no eixo que se acoplava a vlvula 3,

    resultando na abertura da mesma;

    10.10. Tendo em vista que os eletrodutos rgido e flexvel, alm da

    conexo Y-45, que formavam o conjunto interligado vlvula

    solenide, foram projetados para a esquerda3 da vlvula 3,

    conforme mostra o esquema grfico abaixo, os peritos confirmam a

    afirmao anterior acerca do posicionamento desse conjunto sob o

    spool antes da liberao de gs em tela, pois, caso contrrio, o

    movimento giratrio do spool, provocado pela presso do gs, no

    teria arremessado aquelas peas;

    A localizao dos referidos tubos e conexo tambm leva os

    peritos a afirmar que o eletroduto interligado a vlvula solenide foi

    desconectado do sistema inicialmente na ligao entre o cotovelo e

    o eletroduto enterrado e, posteriormente, na ligao com a bobina

    da vlvula solenide, indicando que o rompimento da fiao deu-seno trecho onde o referido cotovelo estava rosqueado;

    Esquema grfico 04: mostra a localizao doseletrodutos e conexo projetados, em relao vlvula 3.

    3A localizao indicada considera o observador de frente para o manifold de leo.

    Eletrodutos e conexoprojetados

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    82/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 82 de 91

    10.11. A disposio das tubulaes permitia que o fornecimento de gs

    para a Estao de Robalo fosse mantido, mesmo com a execuo

    de servios de manuteno na malha do gasoduto Furado/Robalo,

    como no caso da retirada do spool em apreo. A abertura da

    vlvula 1 e o fechamento das vlvulas 2 e 3, permitia a

    continuidade do fluxo de gs no gasoduto. Salientam os peritos,

    que essa opo economicamente vivel para a empresa, pois o

    fornecimento de gs no pra; sendo, tambm, um procedimento

    seguro, desde que no ambiente de trabalho no existam condies

    que ponham em risco a integridade fsica e/ou a sade das

    pessoas e a prpria segurana das instalaes e equipamentos;

    10.12. A queda do spool sobre o eletroduto, conforme foi mostrado no

    item 10.7., indica que essa tubulao no estava sustentada por

    cintas tracionadas pelo munck, nem estava apoiada em suportes

    que garantissem condies seguras para a realizao dos

    trabalhos. A adoo dessas medidas de segurana evitaria aqueda do spool;

    10.13. A vlvula 3, o seu atuador e a vlvula solenide foram parcialmente

    queimados em conseqncia da reduo da presso do gs

    liberado, cujo jato, que atuava como um lana-chamas de alto

    poder calorfico, recuou com velocidade proporcional presso do

    gs, a partir do momento em que foi fechado o seu suprimento, que

    era feito pela tubulao vertical de 4 e pela a vlvula high-low,

    localizada no municpio de So Miguel dos Campos, esta

    impedindo o retorno do gs que se encontrava pressurizado sua

    jusante;

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    83/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 83 de 91

    10.14. Considerando que no foi constatado, no local da retirada do spool

    do gasoduto FU/RB, o formulrio de Permisso para Trabalho, nem

    vestgios de que esse documento foi destrudo pela ao do fogo,

    os peritos admitem as hipteses de o referido formulrio no ter

    sido colocado no local de trabalho ou que foi retirado aps a

    liberao de gs, antes da chegada dos peritos. Vale salientar, que

    o citado formulrio fica afixado de modo visvel no local da

    realizao do trabalho, conforme est previsto na Sistemtica de

    Emisso de Permisso para Trabalho PT (ver Anexo 5);

    10.15. Considerando que a norma 1882 da Petrobrs, de abril de 1999

    Critrios para a Elaborao de Projetos de Instrumentao, no

    item 8.6.5 Atuadores, recomenda: (...)8.6.5.7 A ao do conjunto

    vlvula/atuador, deve ser conforme requerido pelo projeto, para a

    segurana da planta. Exemplos: falha abre, falha fecha ou falha

    estacionria; os peritos afirmam que o mecanismo de ao falha

    abre da vlvula solenide, no era o recomendado para

    garantir a segurana do sistema de abertura da vlvula 3,

    tendo em vis ta que durante a execuo da retirada do spool, o

    corte no fornecimento de energia determinou a abertura desta

    vlvula;

    FOTOGRAFIA 113: os peritosconstataram em outros locais ondeeram realizados servios demanuteno, o formulrio dePermisso para Trabalho (PT)afixada de modo visvel em peasde fcil acesso e preservado empasta plstica.

  • 8/10/2019 LAUDO PETROBRAS-v5.pdf

    84/91

    SEDS CPFOR/AL IC Laudo Pericial N 2859.08.08 Pgina 84 de 91

    11. DISCUSSO

    O conjunto de informaes obtidas dos vestgios materiais leva os peritos

    a inferir que na Estao de Produo de Furado ocorreu um acidente de trabalho.

    Logo, devem ser consideradas as condies de segurana no que concerne aos

    atos e/ou condies inseguras.

    Conforme Zocchio4, temos as seguintes definies e consideraes:

    -Atos inseguros e condies insegurasso os fatores que, combinados ou

    no, ocasionam os acidentes de trabalho. So as causas diretas e indiretas dos

    acidentes, pois tm relao causal com eles. Essas causas diretas no surgem por

    acaso ou aleatoriamente, so geradas por um ou mais antecedentes - as causasindiretas dos acidentes. Pelo exposto conclui-se que prevenir acidentes do trabalho, em

    sntese, corrigir condies inseguras existentes nos locais de trabalho, no permitir

    que outras sejam criadas e evitar que as pessoas pratiquem atos inseguros. As causas

    indiretas - fatores pessoais e/ou materiais - que geram as causas diretas, devem

    merecer especial ateno do ponto de vista preventivo de acidente do trabalho.

    - Ato inseguro a maneira como as pessoas se expem ao


Recommended