LEPTOSPIROSE
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Z O O N O S E S E A D M I N I S T R A Ç Ã O S A N I T Á R I A E M S A Ú D E P Ú B L I C A
1. PESQUISA DIRETA DE ESPIROQUETA
• Urina / Soro / LCR
• Visualização de espiroquetas – lâmina – microscópio de
campo escuro (objetivas: 10x e 20x)
• Resultado:
• Soro: encontrar uma ou mais espiroquetas características
por morfologia e movimentos: ESPIROQUETEMIA
• Não encontrar espiroquetas: AUSÊNCIA DE
ESPIROQUETEMIA NA AMOSTRA ANALISADA
• Urina: ESPIROQUETÚRIA / AUSÊNCIA DE
ESPIROQUETÚRIA
2. SOROLOGIA PARA LEPTOSPIROSE TRIAGEM
TESTE DA SOROAGLUTINAÇÃOMICROSCÓPICA (MAT)
SOROAGLUTINAÇÃO
• Leptospiras (antígeno) sofrem aglutinação na presença dos
anticorpos no soro
Negativo Positivo
MATERIAL
• Microplaca = 96 poços
• Luvas / jaleco
• Lâmina de vidro
• Micropipetas (mono e multicanal)
• Ponteiras
• Tubos de vidro (tampa) – diluição soro e cultura
• Descarte: hipoclorito sódio 5% ou pinho-sol 1:256
MATERIAL
• Cultura de leptospiras (sorovares)
• Bateria de culturas da OMS + isolados locais (antígenos)
• Meio de cultura líquido: EMJH
• Solução salina fisiológica (0,85%)
• Soros a testar
• Ex: bateria de cultura
• Sorogrupo: Grippotyphosa / Sorovares: grippotyphosa (8)
• Sorogrupo: Icterohaemorragie / Sorovares: copenhagi (10A);
lai (10G)
MATERIAL
• Controles Positivos e negativos
• Controle positivo: soro positivo (Acs contra leptospira) mais de
um sorovar
• Controle negativo interno (sem soro) – 20µL Ag + 20µL sol. salina
• Microscópio de campo escuro (objetivas 10x, 20x e 40x)
• Estufa 30ºC
PONTO DE CORTE POR ESPÉCIE
• Considerar reação positiva na sorologia de triagem (título)
• Humano e caninos domiciliados: 1/25
• Sinais: 2 a 3 dpi médico
• Dono do cão – visualiza início dos sinais clínicos
• Bovinos: 1/100
• Aborto – ajuda veterinário (tempo maior – produção maior de Acs)
• Janela imunológica – tempo que o sistema imune necessita para produzir
Acs em nível suficiente para ser detectado
SOROVARES - OMS
• Usar um sorovar de cada sorogrupo (no mínimo)
• Sorovares locais
• Sorovares de mesmo sorogrupo: determinantes
antigênicos comuns reação cruzada entre sorovares
• Também pode ocorrer reação cruzada entre
sorogrupos diferentes
CULTURA DE SOROVARESDE LEPTOSPIRA
• Tubo com cultura de leptospiras (meio líquido EMJH)
• Olhar contra a luz – contaminação
• Densidade (quantidade de leptospiras)
• 1 gota lâmina: MCE – contagem (verificar o nº lept. por campo, se
há auto-aglutinação)
• Repique semanal: 10% volume para outro tubo
2 a 3 dias (30°C)
• Usar como antígeno no teste: 7 a 14 dias no meio
PREPARO DA MICROPLACA
• Poços da primeira linha (A) – colocar o controle
negativo interno do teste (antígeno = cultura de
leptospira e solução salina)
• 20 µL Ag + 20 µL sol.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A Ag
1
Ag
2
Ag
3
Ag
4
B
C
D
E
F
G
H
Linha A: colocar o Ag diluído em salina (diferentes sorovares em cada poço)
20 µL sol. salina + 20 µL do AgCONTROLE NEGATIVO INTERNO (sem soro)
PREPARO DO SORO A SER TESTADO
• Diluição do soro – sempre a metade do ponto de corte da leitura
do resultado.
• Humano ou cão domiciliado: diluição do soro adicionado à
microplaca: 1: 12,5
• Bovino: 1: 50
• Quando se adiciona o Ag, volume final no poço da microplaca
dobra, e assim, a diluição também dobra (1:25 e 1:100)
DILUIÇÃO DO SORO A TESTAR
• Primeiro faz a diluição inicial 1:5
• 100 µL do soro em 400 µL de solução salina
100 µL do soro teste 400 µL salina
Soro diluído 1:5
DILUIÇÃO DO SORO A TESTAR• Em seguida, faz a segunda diluição: a partir da diluição 1:5.
• A segunda diluição é metade do valor da diluição de leitura no teste
• Ex: Leitura 1:25 Diluição do soro: 1:12,5 (Humano, cão)
Diluição 1:12,5400 µL do soro diluído 1:5 +
600µL salina
Soro diluído 1:5
DILUIÇÃO DO SORO A TESTAR
• Segunda diluição: a partir da diluição 1:5
• Leitura 1:100 Diluição do soro: 1:50 (bovino)
Diluição 1:50200 µL do soro diluído 1:5 +
1800 µL salinaSoro diluído 1:5
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A Ag
1
Ag
2
Ag
3
Ag
4
B
C
D
E
F
G
H
CONTROLE NEGATIVO INTERNO (sem soro)
Cada linha B até H: Soro a testarB = soro do bovino 1C = soro do bovino 2
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A Ag
1
Ag
2
Ag
3
Ag
4
B
C
D
E
F
G
H
CONTROLE NEGATIVO INTERNO (sem soro)
Cada linha B até H: Soro a testarB = soro do bovino 1C = soro do bovino 2
• Agitar a placa agitador de placa para homogeneizar
• Incubar em estufa a 30ºC por 1 a 3 horas
LEITURA DOS RESULTADOS APÓS INCUBAÇÃO
• Agitar a placa agitador de placas
• Estufa 30°C por 1 a duas horas
• Leitura dos resultados: microscópio de campo escuro
– visualizar se há aglutinação (Ag + Acs – soro)
LEITURA DO RESULTADO EM MICROSCÓPIO DE CAMPO ESCURO
1ª gota – controle negativo interno (sem soro) = Ag com leptospiras livres
Verificar se não há aglutinação nas leptospiras do antígeno (auto-aglutinação)Comparar o controle negativo interno com os soros a testar
1 gota (3 a 5 µL) – placaObjetiva de 10 xTempo de leitura não > 1,5 hora
Soros a testar
• Reação positiva para aglutinação: redução maior que 50% das leptospiras vivas (livres)
• Aglutinação em mais de 50% • Redução da densidade do Ag = aglutinação
Negativo Positivo
Soro (anticorpos) + antígeno (leptospiras)
RESULTADO
• Resultado: não é o título final do soro do bovino!
• Informa apenas: reação positiva ou negativa (título é fixo no teste) para um sorovar
• Teste de triagem: indica a presença de Acs no soro, mas não necessariamente a presença da doença
• Soros reagentes na triagem sorologia / titulação
3. TESTE DA SOROAGLUTINAÇÃO
MICROSCÓPICA
TITULAÇÃO
TITULAÇÃO
• Testar o soro com sorovares que apresentaram reação positiva (aglutinação) no teste de triagem
• Usar apenas os sorovares que reagiram com o soro teste na sorologia de triagem
• Diluição seriada nos soros a testar (diluições dobradas)
• Indica a titulação real do animal/pessoa
TITULAÇÃO
• Soro humano
• 1:25
• 1:50
• 1:100
• 1:200
• 1:400
• 1:800
• 1:1600
Soro bovino
1:100
1:200
1:400
1:800
1:1.600
1:3.200
1:6.400
MONTAGEM DA MICROPLACA
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A Ag 1 Ag
2
Ag
3
Ag
4
B 1:25
C 1:50
D 1:100
E 1:200
F 1:400
G 1:800
H 1:1600
CONTROLE NEGATIVO INTERNO (sem soro)
Em cada pocinho da primeira linha (por coluna) Antígeno ( 20µL de sol. Salina + : 20µL do Ag) = controle negativo interno
Cada coluna (B até H): um soro a testar para cada sorovar (Ag)Cada linha é uma diluição do soro teste (diluições seriadas)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A Ag 1 Ag
2
Ag
3
Ag
4
B 1:25
C 1:50
D 1:100
E 1:200
F 1:400
G 1:800
H 1:1600
CONTROLE NEGATIVO (sem soro)
Em cada pocinho da primeira linha (por coluna) Antígeno ( 20µL de sol. Salina + : 20µL do Ag)
1º: Cada coluna (C até H): 20µL de sol. Salina2º: Poço B: 40 µL do soro diluído 1:12,5 (sem salina)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A Ag 1 Ag
2
Ag
3
Ag
4
B 1:25
C 1:50
D 1:100
E 1:200
F 1:400
G 1:800
H 1:1600
Diluição seriada do soro teste:20 µL soro 1:12,5 (B) Poço C (1:25) Poço D (1:50) Poço E (1:100) Poço F (1:200) Poço G (1:400) Poço H (1:800) desprezar 20 µL finais
Adicionar 20 µL do Ag (cultura de sorovar de leptospira mantido em tubo de vidro com meio de cultura EMJH) em cada poço com soro dobro o volume contido no poço dobro a diluição alcança o título de leitura do soro
LEITURA DOS RESULTADOS
• Agitar a placa agitador de placas
• Estufa 30°C por 1 a duas horas
• Leitura
• Microscópio de campo escuro – visualizar se há
aglutinação (Ag + Acs – soro)
LEITURA DO RESULTADO EM MICROSCÓPIO DE CAMPO ESCURO
1ª gota – controle negativo (sem soro)
Cultura de leptospiras
Se não há aglutinaçãoComparar com os soros a testar
1 gota (3 a 5 µL) – placaObjetiva de 10 x ou 20XTempo de leitura não > 1,5 hora
Soros a testar
1:25
1:50
1:100
1:200
1:400
1:800
1:1600
RESULTADOS• Fechar diagnóstico: Clínica + Epidemiológico + Título
• Bovino: Aborto + Roedores/Aguada + título > 1:400
• Sorovar infectante: título mais alto
• 2 sorovares com mesmo título: resultado positivo para os dois títulos
(reação cruzada ou infecção pelo 2)
• Diluir mais o soro descobrir qual desses 2 sorovares é infectante
(título mais alto)
• Ou infecção por um sorovar não existente na bateria
RESULTADOS
• Diferenciar sorovar: estudos epidemiológicos ou vacinação
• Para clínica não interessa: tratamento é o mesmo
• Título vacinal: bovino até 6 meses pós vacinação
• Título 1:400
• Perguntar: quando foi a vacinação, para quais sorovares
• Sem clínica nem evidência epidemiológica = vacinal
RESULTADOS
• Título vacinal: bovino até 6 meses pós vacinação
• Título 1:400
• Tem clínica + epidemiológico
• Título alto de sorovar diferente do encontrado na
vacina doença
RESULTADOS
• Ideal é fazer diagnóstico sorológico populacional
• Amostra representativa:
• Animais que abortaram (3-4 dias após aborto – queda imunidade –
sem Acs) + outras categorias
• Títulos altos e baixos
• Vaca aborto + > 1:400 infectado (não precisa novo teste)
• 1:100 (início ou fim infecção0 7-10 dias (PI: 2-14 dias, média 7 d)
nova coleta soroconversão