+ All Categories
Home > Documents > Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO...

Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO...

Date post: 20-Jun-2020
Category:
Upload: others
View: 2 times
Download: 0 times
Share this document with a friend
26
SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros SAMPAIO, L.R., SILVA, M.C.M, OLIVEIRA, T.M., and LEITE, V.R. Semiologia nutricional. In: SAMPAIO, L.R., org. Avaliação nutricional [online]. Salvador: EDUFBA, 2012, pp. 23-47. Sala de aula collection. ISBN: 978-85-232-1874-4. https://doi.org/10.7476/9788523218744.0004. All the contents of this work, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International license. Todo o conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribição 4.0. Todo el contenido de esta obra, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento 4.0. Semiologia nutricional Lílian Ramos Sampaio Maria da Conceição Monteiro da Silva Tatiane Melo de Oliveira Venusca Rocha Leite
Transcript
Page 1: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros SAMPAIO, L.R., SILVA, M.C.M, OLIVEIRA, T.M., and LEITE, V.R. Semiologia nutricional. In: SAMPAIO, L.R., org. Avaliação nutricional [online]. Salvador: EDUFBA, 2012, pp. 23-47. Sala de aula collection. ISBN: 978-85-232-1874-4. https://doi.org/10.7476/9788523218744.0004.

All the contents of this work, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International license.

Todo o conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribição 4.0.

Todo el contenido de esta obra, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento 4.0.

Semiologia nutricional

Lílian Ramos Sampaio Maria da Conceição Monteiro da Silva

Tatiane Melo de Oliveira Venusca Rocha Leite

Page 2: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

Semiologia nutricional

Lílian Ramos Sampaio

Maria da Conceição Monteiro da Silva

Tatiane Melo de Oliveira

Venusca Rocha Leite

O termo semiologia, criado a partir do grego sèmeion (sinal) e logos (estudo, ciência), designa a ciência dos sinais, isto é, a ciência que estuda a organização dos sistemas significantes.

Na área da saúde, a semiologia compreende o es-tudo dos sinais e sintomas do indivíduo, no qual os sinais representam as manifestações clínicas de uma doença observadas pelo examinador por meio da inspeção, palpação ou ausculta. Os sintomas são sensações subjetivas, sentidas pelo indivíduo e não visualizada pelo examinador. E, para avaliação dessas alterações e/ou manifestações semiológicas, no que se refere aos problemas nutricionais, o nutricionista dispõe da anamnese nutricional para a identificação dos sintomas clínicos nutricionais e do exame físico na avaliação dos sinais clínicos nutricionais.

O exame clínico nutricional consiste em avaliar as alterações orgânicas expressas nos tecidos externos

23

Avaliação nutricional.indb 23 04/09/2012 08:37:56

Page 3: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

do indivíduo, ou mesmo a evolução de patologias já existentes no organismo. Estas situações possivelmente podem associar-se à inadequação alimentar, seja por deficiência ou excesso na inges-tão. Assim, por meio da semiologia nutricional, busca-se deter-minar as condições nutricionais do paciente, identificar os sinais e sintomas de carência ou excesso de nutrientes e correlacioná-los com os hábitos alimentares. É um indicador subjetivo, uma vez que sua avaliação não resulta em um valor, e sim nas impressões individuais do avaliador e do avaliado.

É importante lembrar que para o sinal clínico ser considerado consequência de problemas nutricionais ele deve ser primordial-mente bilateral. Sendo assim, a avaliação é realizada minuciosa-mente, sendo priorizados, no momento do exame, aqueles sinais referentes aos problemas de maior prevalência nas diferentes faixas etárias e considerando as informações obtidas a partir da avaliação da anamnese e do consumo alimentar.

Apesar da facilidade de aplicação desse método, a semiologia nutricional apresenta como principais limitações o fato de que as manifestações clínicas são evidenciadas apenas nos estados mais avançados de excesso e/ou carência nutricional, e para adequada identificação é necessário treinamento para melhorar a habilidade no reconhecimento dos sinais clínicos nutricionais.

Anamnese Nutricional

A palavra anamnese vem do grego anmnesis e significa recordar. Na prática clínica, significa a rememoração dos eventos rela-cionados à saúde e à identificação dos sintomas e sinais atuais, com o intuito principal de possibilitar entender, com a maior precisão possível, a história dos motivos que traz o paciente à

24 Semiologia nutricional

Avaliação nutricional.indb 24 04/09/2012 08:37:56

Page 4: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

consulta. Dessa forma, a anamnese ou história clínica é de grande relevância para se reconhecer e entender as três dimensões do diagnóstico: o paciente, a moléstia e as circunstâncias associadas. Além disso, a anamnese é indispensável para o alcance de uma relação entre paciente e profissional adequada. A importância deste tipo de relacionamento é evidente, já que dele dependerá, em sua maior parte, o grau de confiança que o paciente irá de-positar nesse profissional, a qualidade das informações que serão transmitidas ou mesmo a colaboração que o paciente oferecerá em relação à adesão da conduta terapêutica. Na nutrição, o suces-so da conduta é, em maior parte, dependente de mudanças nos hábitos alimentares, estes que, na maioria das vezes, representam um desafio, sendo imprescindível uma relação harmônica do binômio paciente-nutricionista.

Na avaliação nutricional, a história clínica é direcionada para identificação da situação nutricional e de fatores de determinação associados. O paciente deve então ser interrogado sobre fatores que interferem direta ou indiretamente no estado nutricional: perda ou ganho ponderal recente; sinais de doenças gastrointesti-nais, como náuseas, vômitos, diarreia; uso de medicamentos que interferem na absorção e na utilização dos nutrientes; presença de fatores limitantes na ingestão adequada, como anorexia, lesões bucais, dificuldades de mastigação; presença de doenças crônicas ou intervenções cirúrgicas e etilismo e tabagismo, além de fatores psíquicos que possam interferir na ingestão alimentar.

Apesar de importante, a história clínica nutricional não deve ser usada isoladamente, uma vez que a capacidade desse método de-pende de variáveis como: condição clínica e tipo de informante (em geral, o paciente ou acompanhante) e de entrevistador (no caso, o nutricionista) – situações estas que, quando não se apre-sentam de maneira positiva, podem comprometer a eficácia da

Lílian Sampaio, Maria Silva, Tatiane Oliveira e Venusca Leite 25

Avaliação nutricional.indb 25 04/09/2012 08:37:56

Page 5: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

anamnese. Na maioria das vezes, as dificuldades existentes estão na deficiência de comunicação entre o paciente e o profissional de saúde. Sendo assim, este último deve estar preparado e saber como irá atuar nas diversas situações listadas no quadro 1.

• Deficiência na fonação ou audição

• Diferenças de linguagem

• Depressão do estado de consciência

• Distúrbios mentais

• Crianças – Falta de objetividade – Incoerência

• Deficiência de memória e observação

• Concepções errôneas sobre a moléstia

• Falta de confiança na nutrição

• Inibição e/ou distração causadas pela presença de outras pessoas

Quadro 1 - Limitações da anamnese decorrentes do pacienteFonte: Adaptado de López e Medeiros (2001).

Além da anamnese geral, na avaliação nutricional temos a anam-nese alimentar. Esta representa o ponto de partida para a avaliação da ingestão alimentar. Feita com base nos inquéritos alimentares, busca-se fazer com que o paciente relate como é o seu padrão alimentar e os fatores relacionados.

Exame Físico

A realização do exame físico, tanto geral como específico, é im-portante, pois irá complementar a história clínica, alimentar e

26 Semiologia nutricional

Avaliação nutricional.indb 26 04/09/2012 08:37:56

Page 6: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

nutricional e proporcionar elementos capazes de apoiar hipóteses sobre o diagnóstico nutricional. O exame físico geral pode avaliar uma série de dados do paciente, incluindo os antropométricos e sinais clínicos. O exame físico engloba observações dos diversos tecidos de proliferação rápida, os quais refletem precocemente problemas nutricionais, quando comparados a outros tecidos, sistemas corporais (cardiovascular, respiratório, neurológico e gastrointestinal) dos tecidos adiposo e muscular e da condição hídrica do paciente, buscando sempre investigar a presença de alterações específicas.

Inicialmente, deve-se registrar a impressão sobre o estado geral do paciente por meio da observação e relato deste. Ânimo, de-pressão, fraqueza, tipo físico, estado de consciência, discurso e movimentos corporais devem ser investigados.

O exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça até a região plantar. Inicia-se pelo cabelo, seguido dos olhos, narinas, face, boca (lábios, dentes, língua), pescoço (tireóide), tórax (abdome), membros superiores (unhas, região palmar) e inferiores (quadríceps, joelho, tornozelo, região plan-tar), pele e sistemas (cardiovascular, neurológico, respiratório e gastrointestinal), de acordo com quadro 2.

No caso do adolescente, deve-se examinar também o desenvol-vimento das mamas, pelos pubianos e genitália. A fase da pubes-cência pode ser avaliada através da observação do paciente sobre o seu próprio corpo e utilizando os estágios de Tanner.

Cada parte do corpo deve ser examinada de forma cuidadosa, para que, associada ao relato dos sintomas e de outras informações, seja possível a definição ou suspeita diagnóstica para subsidiar a solicitação dos exames laboratoriais.

Lílian Sampaio, Maria Silva, Tatiane Oliveira e Venusca Leite 27

Avaliação nutricional.indb 27 04/09/2012 08:37:56

Page 7: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

Região/ situação exa-minada

Característica(s) a ser(em) avaliada(s)

Características em condições normais

Cabelo Coloração, brilho, quantidade, espessu-ra, hidratação, ocorrência de alopecia.

Brilhantes, firmes e difíceis de arrancar, aparência normal e espessa, crescimento normal, macios ao tato e coloração adequada.

Face Estado geral, condição físico. Presença de edema ou depleção (sinal de chave – exposição do arco zigomático). Apre-sentação de: palidez, atrofia unilateral ou bitemporal. Fácies agudo: exausto, cansado, não consegue manter os olhos abertos por muito tempo; Fácies crôni-co: aparência deprimida, triste, pouco diálogo.

Bom Estado Geral, sem sinais de deple-ção ou edema.

Olhos Aspecto, cor das mucosas e membranas, sinais de excesso de nutrientes – xan-telasma, arco córneo lipídico, sinais de deficiência de nutrientes: desnutrição – olhos escavados, escuros e flacidez ao redor, hipovitaminoses – xeroftalmia, nictalopia, etc.

Brilhantes, membra-nas róseas e úmidas, sem manchas e boa adaptação visual no escuro.

Lábios Coloração da mucosa, presença de lesões decorrentes de hipovitaminoses.

Lábios macios e sem inflamações.

Língua Coloração, integridade papilar, edema, espessamento.

Língua vermelha, sem edema, com superfície normal e paladar preservado.

Gengivas Edema, porosidade e sangramento Ausência de sangra-mentos e edema.

Peças dentárias Presença de cáries, ausência de peças dentárias, uso de prótese (bem adaptada ou não), alterações em função de exces-so ou escassez de nutrientes.

Arcada dentária ín-tegra, sem ausência de peças dentárias ou uso de prótese bem adaptada – não ocasionar compro-metimento da mas-tigação.

28 Semiologia nutricional

Avaliação nutricional.indb 28 04/09/2012 08:37:56

Page 8: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

Região/ situação exa-minada

Característica(s) a ser(em) avaliada(s)

Características em condições normais

Pele Cor, pigmentação, integridade, turgor, presença de edema, brilho e temperatu-ra, manifestações decorrentes de defici-ência ou excesso de nutrientes.

Cor uniforme, lisa, aparência saudável, turgor preservados ou compatíveis com a idade (no caso de idosos).

Unhas Forma, ângulo, coloração, contorno, rigidez e presença de micoses.

Uniformes, arre-dondadas, lisas e firmes.

Abdôme Quanto à rigidez: flácido ou tenso; quanto ao volume: distendido, plano, globoso ou escavado; quanto à presença de gases: poucos gazes (normal), maciez (quando há tumor) ou timpânico.

Ausência das altera-ções referidas.

Tecido subcultâneo

Excesso de tecido adiposo, ou déficit de tecido subcutâneo – flacidez; presença de edema*.

Ausência das altera-ções referidas.

Tecido Muscular esquelético

Retração ou atrofia Ausência das altera-ções referidas.

Sistema nervoso Perdas do controle na contração ou parestesias

Ausência das altera-ções referidas.

Condição hí-drica

Desidratação ou edema* Ausência das altera-ções referidas.

Quadro 2 - Região do corpo a ser examinada e características específi-cas a serem avaliadas*O edema de causa nutricional deve ser: frio, mole, indolor, geralmente não forma cacifo e é bilateral

Fonte: Adaptado de Bevilacqua (1997); Martins (2008).

Antes de dar início à realização do exame, deve-se ter atenção aos critérios de preparação e organização:

• O profissional deve ter cuidado com a contaminação pessoal e ao paciente: deve-se ter uma higiene criteriosa, tanto das mãos do avaliador, quanto dos equipamentos que serão utilizados. Lembrando que essa higiene deve sempre

Lílian Sampaio, Maria Silva, Tatiane Oliveira e Venusca Leite 29

Avaliação nutricional.indb 29 04/09/2012 08:37:56

Page 9: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

acontecer antes do início da avaliação e entre um paciente e outro. Caso seja necessário, o profissional deve fazer uso de EPI’s (equipamentos de proteção): luvas, máscaras, jaleco, etc. Isso irá garantir uma maior segurança, tanto para o avaliador como para o paciente;

• O paciente deve ser preparado previamente para a reali-zação do exame; o avaliador deve explicar todos os proce-dimentos a serem realizados, os equipamentos utilizados, as posições necessárias e dar uma prévia do tempo de duração. Assim, o paciente melhor informado poderá co-laborar com a avaliação e evitar situações constrangedoras;

• A vestimenta deve ser adequada, tanto para o profissional como para o paciente, procurando sempre manter o corpo do avaliado o mais coberto possível, deixando descobertas somente as áreas a serem avaliadas;

• Realizar os procedimentos sempre em locais adequados: o paciente deve se sentir à vontade; é importante a privaci-dade, um ambiente silencioso, suficientemente iluminado e com temperatura confortável;

• Para avaliação do abdome, o paciente deve estar com a bexiga vazia. Os procedimentos como aferição do peso devem ser feitos, de preferência, antes das refeições. Em pacientes hospitalizados, recomenda-se que sejam feitas as aferições de peso com o paciente em jejum;

• Na aferição da tensão arterial, o paciente não deve estar agitado. A mensuração deve ser realizada quando o paciente estiver tranquilo, preferencialmente do meio para o final da consulta. Deve ser questionada ao paciente a realização de atividade física antes da consulta, bem como a ingestão de medicamentos e de alimentos energéticos e/ou estimu-

30 Semiologia nutricional

Avaliação nutricional.indb 30 04/09/2012 08:37:56

Page 10: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

lantes, uma vez que estes elevam a tensão arterial durante um período determinado de tempo, podendo influenciar na aferição da real pressão arterial desse paciente;

• Expressar sempre interesse e respeito pelo problema do paciente, por uma questão humanista e ética e pela con-tribuição que pode dar para a definição do estabelecimento do diagnóstico;

• Nunca manifestar tristeza ou formular julgamento a res-peito do relato da história do paciente. Lembre-se: você não é um juiz, além de que esse comportamento induz à omissão ou exacerbação das respostas.

Existem várias técnicas e procedimentos para a realização do exa-me físico. Dentre essas, abordaremos aqui as que são direcionadas para a avaliação nutricional:

• Inspeção: para esta técnica, o avaliador irá usar de sua vi-são, olfato e audição na avaliação do paciente. Por exemplo: verificar a presença de obesidade, caquexia, condição hí-drica, integridade da pele, cicatrização de feridas, icterícia, ascite, capacidade funcional, estado mental etc.

• Palpação: trata-se de uma avaliação táctil, onde seu uso tem como objetivo sentir pulsações e vibrações. Através desta técnica, o nutricionista pode avaliar as estruturas cor-porais como: textura, tamanho, temperatura, consistência e mobilidade. O Turgor, a elasticidade da pele, integridade da derme, tamanho de órgãos, edema periférico, mas-sas abdominais, ascite, perda de peso, entre outros, são exemplos de situações que podem ser detectadas pela técnica de palpação.

• Percussão: consiste na avaliação de “sons”, para determi-nar o contorno, formato e posição destes. Permite avaliar

Lílian Sampaio, Maria Silva, Tatiane Oliveira e Venusca Leite 31

Avaliação nutricional.indb 31 04/09/2012 08:37:56

Page 11: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

também se o órgão está sólido ou se há presença de líquido ou gases. Essa técnica não é sempre necessária no exame clínico nutricional.

• Ausculta: nesta técnica, serão avaliados os sons corpóreos que podem ser ouvidos com ou sem estetoscópio (ex.: sons do coração, dos pulmões – presença de líquidos, intestinais –, ruídos hidroaéreos e dos vasos sanguíneos).

Para algumas carências, este tipo de exame torna-se específico, como no raquitismo (vitamina D), bócio endêmico (iodo), mancha de Bitot/xerose da conjuntiva (vitamina A), bem como no excesso de tecido adiposo, em que é possível diagnosticar obesidade etc. Outros sinais e sintomas de alterações específicas encontrados no exame físico são apresentados na tabela 1.

Apesar de o exame físico ser de baixo custo, de simples execução e importante no reconhecimento da gravidade dos problemas nutricionais, ele necessita de treinamento e do olhar clínico do avaliador. Importante lembrar também a baixa sensibilidade e especificidade dos sinais e sintomas clínicos nutricionais para o diagnóstico nutricional, uma vez que outras situações que não a carência ou excesso de nutrientes podem manifestar-se da mesma forma. A identificação dos desequilíbrios nutricionais por este método é tardia, já que muitas manifestações exteriores só são perceptíveis quando as alterações internas já se encontram graves.

Avaliação muscular subjetiva – AMS

A AMS visa observar a atrofia de determinados grupamentos musculares, correlacionando-a com a atividade do músculo afetado. Esta é uma técnica facilmente aplicada por observadores treinados, pois não requer o uso de equipamentos e pode ser

32 Semiologia nutricional

Avaliação nutricional.indb 32 04/09/2012 08:37:56

Page 12: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

complementada pela história clínica. É de grande utilidade para a avaliação e o acompanhamento clínico da atenção nutricio-nal, por sua capacidade de detectar alterações morfológicas na musculatura responsável pela mastigação, deambulação e vida laborativa. Trata-se, portanto, de um exame físico orientado para quatro grupamentos musculares, envolvidos obrigatoriamente nas atividades rotineiras diárias:

1. Músculo temporal superficial e masseter, relacionados com a mastigação:

a. Atrofia leve: sem exposição do arco zigomático;

b. Atrofia moderada: exposição do arco zigomático;

c. Atrofia grave: quando é possível a visualização do contorno ósseo, envolvendo a órbita, o arco zigomático e o ramo ascendente da mandíbula, sugerindo o desenho de uma “chave”.

2. Músculo adutor do polegar, relacionado com a vida labo-rativa e déficit muscular.

a. Atrofia leve e moderada: depressão em graus variados do relevo muscular;

b. Atrofia grave: possibilidade de visualização de um con-torno ósseo do indicador e do polegar, formando uma concha.

3. Músculos interósseos da mão, relacionados com a vida laborativa e déficit muscular.

a. Tróficos: ausência de depleção;

b. Não tróficos: visualização de depleção (perda importante da musculatura).

Lílian Sampaio, Maria Silva, Tatiane Oliveira e Venusca Leite 33

Avaliação nutricional.indb 33 04/09/2012 08:37:56

Page 13: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

4. Músculos da panturrilha, relacionados com a deambulação e déficit muscular.

a. Tróficos: ausência de depleção;

b. Não tróficos: visualização de depleção (perda importante da musculatura).

Os estudos realizados com AMS sugerem complementação deste método com outras técnicas de avaliação nutricional. Sugere-se também a utilização e/ou criação de índices múltiplos, com o objetivo de aumentar a sensibilidade e a especificidade no diag-nóstico das alterações nutricionais, uma vez que, até o momento, não existe parâmetro tradicional isolado capaz de estabelecer diagnóstico nutricional fidedigno para o paciente hospitalizado.

34 Semiologia nutricional

Avaliação nutricional.indb 34 04/09/2012 08:37:56

Page 14: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

Tabe

la 1

- M

anife

staç

ões

clin

icas

nut

rici

onai

s de

aco

rdo

as d

ifere

ntes

reg

iões

cor

pora

is e

alg

uns

nutr

ient

es.

NU

TR

IEN

TE

SU

SPE

ITA

R

EG

IÃO

CO

RP

ÓR

EA

/ C

ON

DIÇ

ÃO

M

AN

IFE

STA

ÇÕ

ES/

SI

NA

IS C

LÍN

ICO

S FA

TO

RE

S D

E R

ISC

O P

AR

A

DE

FIC

IÊN

CIA

Pro

teín

a

Bai

xa r

eser

va d

e T

ecid

o M

uscu

lar/

Prot

eína

s

Cab

elos

-

Sina

l de

band

eira

(de

spig

men

taçã

o tr

ansv

ersa

) -A

rran

cáve

l com

faci

lidad

e e

sem

dor

D

eseq

uilíb

rio

na in

gest

ão e

gas

to

Ano

rexi

a B

ulim

ia

Inap

etên

cia

AID

S Sí

ndro

mes

de

abso

rção

Face

-

Dep

ress

ão d

o te

mpo

ral,

mas

sete

r,

- E

xpos

ição

do

arco

zig

omát

ico

(sin

al d

e ch

ave)

, -

Des

pigm

enta

ção

difu

sa (

prot

éica

-cal

óric

a)

- Fa

ce r

edon

da, e

dem

acia

da (

lua

chei

a)

Olh

os

Esc

urec

imen

to a

o re

dor

dos

olho

s ac

ompa

nhad

o de

de

pres

são,

fla

cide

z e

olho

s fu

ndos

(v

isua

lizaç

ão

dos

cont

orno

s ós

seos

que

env

olve

m a

órb

ita)

Pel

e

- C

icat

riza

ção

defic

ient

e de

feri

das,

úlc

eras

de

decú

bito

-

Apa

rênc

ia d

e ce

lofa

ne

-Ede

ma

corp

oral

P

esco

ço

Paró

tida

aum

enta

da

Tór

ax/ D

orso

-

Ret

raçã

o in

terc

osta

l e

subc

osta

is

(vis

ualiz

ação

da

s co

stel

as),

-

Atr

ofia

das

mus

cula

tura

s pa

rave

rteb

rais

(vi

sual

izaç

ão

das

vért

ebra

s),

- A

trof

ia

infr

a e

supr

acla

vicu

lar

(vis

ualiz

ação

da

cl

avíc

ula)

; -

Vis

ualiz

ação

da

fúrc

ula

este

rnal

Abd

ômen

-

Perd

a m

uscu

lar

da c

intu

ra p

élvi

ca,

- A

bdom

e es

cava

do c

om u

mbi

go e

m fo

rma

de c

hapé

u Fí

gado

H

epat

omeg

alia

M

embr

os

supe

rior

es

e/ou

in

feri

ores

-

Atr

ofia

do

mús

culo

adu

tor

do p

oleg

ar (

mus

cula

tura

de

pinç

amen

to),

-

Perd

a m

uscu

lar

dos

inte

róss

eos

palm

ares

, -

Atr

ofia

do

Qua

dríc

eps,

-

Atr

ofia

do

mús

culo

gas

troc

nêm

io

Si

stem

a N

ervo

so

- C

onfu

são

men

tal

- H

iper

irri

tabi

lidad

e -

Apa

tia

Exc

esso

M

úscu

los

- H

iper

trof

ia m

uscu

lar

de m

embr

os I

nfer

iore

s e/

ou

supe

rior

es (

cond

icio

nal a

o es

tímul

o pe

lo e

xerc

ício

).

Lílian Sampaio, Maria Silva, Tatiane Oliveira e Venusca Leite 35

Avaliação nutricional.indb 35 04/09/2012 08:37:57

Page 15: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

Rin

s -

Dis

funç

ão R

enal

(de

pend

endo

da

quan

tidad

e in

geri

da

e do

per

íodo

de

expo

siçã

o)

Lip

ídeo

s

Bai

xa r

eser

va d

e te

cido

adi

poso

Fa

ce

Perd

a da

bol

a go

rdur

osa

de b

icha

rt

Des

equi

líbri

o na

inge

stão

e g

asto

A

nore

xia

Bul

imia

In

apet

ênci

a A

IDS

Sínd

rom

es d

e m

á ab

sorç

ão

Abd

ômen

-

Abd

ome

esca

vado

com

um

bigo

em

form

a de

cha

péu

Exc

esso

de

teci

do a

dipo

so

Olh

os

- X

ante

lasm

a (g

ordu

ra n

a pá

lpeb

ra),

-

Arc

o có

rneo

lipí

dico

P

ele

Xan

tom

a -

Dep

ósito

de

cole

ster

ol n

a pe

le,

tend

ões

ou

osso

s (m

anch

as o

u nó

dulo

s am

arel

os)

Abd

ômen

A

bdom

e gl

obos

o;

paní

culo

ad

ipos

o em

fo

rma

de

aven

tal;

M

embr

os

supe

rior

es

e/ou

in

feri

ores

Pr

esen

ça e

xces

siva

de

teci

do a

dipo

so n

o bí

ceps

e te

ríce

ps

Vit

amin

a A

Def

iciê

ncia

Cab

elo

Cab

elos

res

seca

dos

e qu

ebra

diço

s In

gest

ão

redu

zida

de

fo

ntes

po

r te

mpo

pr

olon

gado

M

á nu

triç

ão p

roté

ico-

ener

gétic

a

abso

rção

das

gor

dura

s In

fecç

ões

para

sitá

rias

D

oenç

as d

iarr

éica

s

Sínd

rom

e do

inte

stin

o cu

rto

Doe

nça

de C

rohn

O

bstr

ução

dos

duc

tos

bilia

res

Def

iciê

ncia

de

zinc

o e

vita

min

a E

D

istú

rbio

s he

pátic

os

Insu

ficiê

ncia

pan

creá

tica

Into

lerâ

ncia

a g

lúte

n nã

o tr

atad

a N

eces

sida

des

aum

enta

das

(que

imad

uras

, in

fecç

ão)

Olh

os

- N

icta

lopi

a– c

egue

ira

notu

rna,

-

Xer

ose

conj

untiv

a (e

stág

io a

vanç

ado)

-

Man

chas

de

bi

tot

bem

de

mar

cada

s,

seca

s e

acin

zent

adas

esp

onjo

sas

(est

ágio

gra

ve),

-

Xer

ofta

lmia

ou

ce

rato

mal

ácia

(s

ecur

a da

rnea

, op

acid

ade

ou

até

necr

ose

– em

ca

sos

grav

es

e ir

reve

rsív

el),

-

Ceg

ueir

a (c

asos

mai

s gr

aves

) P

ele

Hip

erqu

erat

ose

folic

ular

R

ins

Nef

rite

(ca

sos

mai

s gr

aves

) Fe

tal

Mal

form

ação

feta

l (ca

sos

mai

s gr

aves

)

Exc

esso

Cab

elos

A

lope

cia

Cav

idad

e O

ral

Fiss

uras

na

boca

/lábi

os

Pel

e -

Hip

erca

rote

nem

ia (

colo

raçã

o am

arel

ada,

-

Acú

mul

o de

glâ

ndul

as s

udor

ípar

as n

as r

egiõ

es p

alm

ar.

- Pr

urid

o e

secu

ra

TG

I N

áuse

as e

vôm

itos

(int

oxic

ação

agu

da)

Sist

ema

Ner

voso

V

ertig

ens

Met

abol

ism

o de

out

ros

nut

rien

tes

Inte

rfer

e no

apr

ovei

tam

ento

da

vita

min

a E

, vita

min

a K

Vit

amin

a D

D

efic

iênc

ia

Tec

ido

Mus

cula

r Fr

aque

za m

uscu

lar

prox

imal

In

gest

ão i

nade

quad

a ,

com

pou

ca e

xpos

ição

so

lar

abso

rção

das

gor

dura

s

Pân

crea

s

Sist

ema

endó

crin

o:

36 Semiologia nutricional

Avaliação nutricional.indb 36 04/09/2012 08:37:57

Page 16: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

-Sec

reçã

o pr

ejud

icad

a de

in

sulin

a,

mas

no

rmal

de

gl

ucag

on (

défic

it de

vita

min

a D

ass

ocia

do á

s co

ndiç

ões

norm

ais

de C

a)

Dis

túrb

ios

rena

is,

hepá

ticos

e

inte

stin

ais

(com

o en

teri

tes

regi

onai

s –

Doe

nça

de

Cro

hn e

abso

rção

inte

stin

al)

Die

ta c

om a

lto t

eor

de f

ibra

s (e

limin

ação

da

vita

min

a D

) E

xces

so

de

Fe,

Cu

e M

g (p

reju

dica

m

a ab

sorç

ão d

a vi

tam

ina

D)

Doe

nças

qu

e af

etam

a

secr

eção

do

pa

rato

rmôn

io

(com

o o

hipe

rpar

atir

eoid

ism

o)

Med

icam

ento

s (c

oles

tipol

, co

lest

iram

ina,

an

ticon

vuls

ivan

tes,

is

onia

zida

, co

rtic

oste

róid

es e

m lo

ngo

praz

o)

Infâ

nci

a -

Min

eral

izaç

ão in

adeq

uada

de

dent

es e

den

tina

- C

onvu

lsõe

s e

téta

no

calc

êmic

o (d

efic

iênc

ia

nos

prim

eiro

s 6

mes

es d

e vi

da)

Oss

os

- D

or

- D

efor

mid

ade

esqu

elét

ica

-O

steo

mal

ácia

(no

adu

lto),

-Raq

uitis

mo

(na

cria

nça)

, -

Ost

eopo

rose

e r

isco

aum

enta

do p

ara

frat

uras

. M

etab

olis

mo

enzi

mát

ico/

Hor

mon

al

- Fo

sfat

ase

alca

lina

aum

enta

da

- H

orm

ônio

de

para

tireó

ide

aum

enta

do

Met

abol

ism

o de

out

ros

nut

rien

tes

- H

ipoc

alce

min

a -

Hip

ofos

fate

mia

Exc

esso

Rin

s,

cora

ção,

pu

lmão

e

outr

os t

ecid

os

- C

alci

ficaç

ão m

etas

tási

ca e

Les

ão e

cál

culo

ren

al,

- C

alci

ficaç

ão

do

cora

ção,

pu

lmão

e

outr

os

teci

dos

mol

es

TG

I A

nore

xia,

vôm

itos

e N

áuse

as

Sist

ema

Ner

voso

D

esor

ient

ação

M

etab

olis

mo

de o

utro

s n

utri

ente

s -

Hip

erca

lciú

ria

e hi

perc

alce

mia

Vit

amin

a E

Def

iciê

ncia

Olh

os

Oft

alm

ople

gia

(par

alis

ia d

o ne

rvo

ocul

ar)

Die

ta h

ipol

ipíd

ica

(em

esp

ecia

l co

m b

aixo

te

or d

e T

CM

) S

índr

ome

de m

á ab

sorç

ão d

as g

ordu

ras;

ndro

me

do in

test

ino

curt

o D

ieta

ric

a em

áci

dos

grax

os p

oliin

satu

rado

s;

Dis

túrb

ios

hepá

ticos

, Pa

ncre

atite

crô

nica

/ Ins

ufic

iênc

ia p

ancr

eátic

a Po

de

ser

vist

o em

pa

cien

tes

e ve

ntila

ção

mec

ânic

a co

m a

lto te

or d

e ox

igên

io

Tec

ido

Mus

cula

r es

quel

étic

o D

istr

ofia

mus

cula

r

Con

diçã

o H

emat

ológ

ica

- A

nem

ia H

emol

ítica

(cr

ianç

as p

rem

atur

as)

- A

umen

to d

a su

scep

tibili

dade

dos

eri

tróc

itos

à he

mól

ise

pero

xida

tiva

M

etab

olis

mo

de

outr

os

nut

rien

tes

Cre

atin

úria

Sist

ema

Ner

voso

-

Neu

ropa

tias

peri

féri

cas

- H

ipor

refle

xia/

arr

efle

xia

Exc

esso

Usu

alm

ente

não

é to

xica

. Pod

e ca

usar

: M

etab

olis

mo

de o

utro

s n

utri

ente

s A

ntag

onis

mo

à vi

tam

ina

K (

exac

erba

r os

efe

itos

antic

oagu

lant

es)

Tec

ido

Mus

cula

r es

quel

étic

o Fr

aque

za m

uscu

lar

e fa

diga

Vit

amin

a K

D

efic

iênc

ia

Olh

os

List

as h

emor

rági

cas

na c

onju

ntiv

a

abso

rção

das

gor

dura

s

Lílian Sampaio, Maria Silva, Tatiane Oliveira e Venusca Leite 37

Avaliação nutricional.indb 37 04/09/2012 08:37:57

Page 17: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

Pel

e -

Peté

quia

s (p

or d

epre

ssão

e a

norm

alid

ades

do

sist

ema

cone

ctiv

o)

- E

quim

oses

-

Fáci

l for

maç

ão d

e he

mat

oma

Obs

truç

ão b

iliar

Fl

ora

inte

stin

al a

ltera

da

Doe

nças

gas

trin

test

inai

s D

oenç

a H

epát

ica

Ter

apia

ant

i-co

agul

ante

s In

gest

ão e

xces

siva

de

vita

min

a A

e E

(po

r te

mpo

pro

long

ado)

Un

has

Li

stas

hem

orrá

gica

s so

b as

unh

as

Con

diçã

o H

emat

ológ

ica

- A

norm

alid

ades

na

co

agul

ação

sa

nguí

nea

(tem

po

prol

onga

do d

e co

agul

ação

) -

Hem

orra

gias

gra

ves

(em

cri

ança

s re

cém

-nas

cida

s)

Exc

esso

B

aixo

ris

co d

e to

xida

de

Alta

s do

ses

bloq

ueia

m o

s ef

eito

s de

dro

gas

antic

oagu

lant

es, c

omo

coum

arin

as, m

as n

ão a

he

pari

na

Vit

amin

a C

Def

iciê

ncia

Cav

idad

e or

al:

Gen

giva

s,

Lín

gua

Gen

giva

s es

ponj

osas

e

sang

rand

o (c

arac

terí

stic

a do

es

corb

uto)

In

gest

ão a

limen

tar

inad

equa

da

Fum

o G

ravi

dez

Lact

ação

H

iper

tireo

idis

mo

Med

icam

ento

s (e

stro

gêni

o/co

ntra

cept

ivos

or

ais,

bar

bitu

rato

s, te

trac

iclin

a, s

alic

ilato

s)

Perd

as a

umen

tada

s

Pel

e -

Peté

quia

s (p

or d

epre

ssão

e a

norm

alid

ades

do

sist

ema

cone

ctiv

o) e

equ

imos

es,

- H

emor

ragi

as

peri

flolic

ular

es,

dim

inui

ção

na

cica

triz

ação

de

feri

das,

hip

erce

rato

se e

san

gram

ento

nas

ca

vida

des

corp

orai

s –

cara

cter

ístic

o no

esc

orbu

to)

Un

has

U

nhas

com

hem

orra

gia

ao r

edor

dos

folíc

ulos

pilo

sos

Sist

ema

Ner

voso

-

Dim

inui

ção

na

prod

ução

de

ne

urot

rans

mis

sore

s ge

rand

o: f

raqu

eza

e ir

rita

bilid

ade

– ca

ract

erís

tico

no

esco

rbut

o

Exc

esso

TG

I D

iarr

éia

osm

ótic

a M

etab

olis

mo

de o

utro

s n

utri

ente

s H

iper

oxal

úria

Exa

mes

Po

de d

ar fa

lso-

nega

tivo

para

test

e de

san

gue

ocul

to

Vit

amin

a B

1 (T

iam

ina)

D

efic

iênc

ia

Olh

os

Oft

alm

ople

gia

(par

alis

ia d

o ne

rvo

ocul

ar)

Alc

oolis

mo

Aus

ênci

a na

sol

ução

nut

ritiv

a pa

rent

eral

ndro

me

de r

ealim

enta

ção

Doe

nça

hepá

tica

seve

ra

Sínd

rom

e de

abso

rção

Sist

ema

Ner

voso

-

Ber

ibér

i se

co:

alte

raçã

o bi

late

ral

das

funç

ões

do

refle

xos

sens

oria

l/mot

or

das

extr

emid

ades

in

feri

ores

(q

ueim

ação

do

s pé

s,

refle

xo

do

torn

ozel

o au

sent

e),

pant

urri

lha

mol

e/di

ficul

dade

par

a le

vant

ar-s

e da

pos

ição

ag

acha

da

- B

erib

éri

úmid

o: t

aqui

card

ia,

vaso

dila

taçã

o, s

udor

ese,

ac

idos

e lá

tica,

ed

ema,

in

sufic

iênc

ia

card

íaca

de

al

to

débi

to

- B

erib

éri

cere

bral

(E

ncef

alop

atia

de

W

erni

cke

– ko

rsak

off)

: ni

stag

mo,

vi

são

dupl

a,

atax

ia,

conf

usão

, co

nfab

ulaç

ão, a

foni

a -

em

def

iciê

ncia

agu

da

38 Semiologia nutricional

Avaliação nutricional.indb 38 04/09/2012 08:37:57

Page 18: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

Exc

esso

N

enhu

m e

feito

con

heci

do.

Pode

m o

corr

er r

eaçõ

es d

e hi

pers

ensi

bilid

ade,

pri

ncip

alm

ente

ap

ós a

dmin

istr

açõe

s pa

rent

erai

s re

petid

as

Vit

amin

a B

2

(Rib

ofla

vin

a)

Def

iciê

ncia

Olh

os

- C

onju

ntiv

ite c

om v

ascu

lari

zaçã

o da

cór

nea

e op

acid

ade

do c

rist

alin

o (o

lhos

sec

os e

irri

tado

s)

- Fo

tofo

bia

- in

flam

ação

cor

neal

Inge

stão

insu

ficie

nte

abso

rção

D

oenç

a he

pátic

a O

bstr

ução

bili

ar

Alc

oolis

mo

Hip

otir

eoid

ism

o D

iabe

tes

mel

litus

M

edic

amen

tos

(ant

idep

ress

ivo

tric

íclic

os,

feno

tiazi

nas,

imip

ram

ina,

am

itrip

tilin

a,

prob

enec

ida)

Láb

ios

- Q

ueilo

se o

u qu

eilit

e an

gula

r (l

esõe

s no

can

to d

a bo

ca),

C

avid

ade

oral

: G

engi

vas,

L

íngu

a -

Glo

ssite

(de

scam

ação

dol

oros

a da

lín

gua,

dei

xand

o-a

verm

elha

, sec

a e

atró

fica)

-

Est

omat

ite a

ngul

ar

Pel

e -

Der

mat

ite

sebo

rréi

ca/v

erm

elha

/esc

amat

iva

(pri

ncip

alm

ente

na

regi

ão n

asol

abia

l)

- A

norm

alid

ades

na

pele

ao

redo

r da

vul

va e

anu

s -

Palid

ez

Con

diçã

o H

emat

ológ

ica

Ane

mia

no

rmoc

ítica

e

norm

ocrô

mic

a (r

aro)

em

defic

iênc

ia s

ever

a

Exc

esso

Nen

hum

efe

ito tó

xico

con

heci

do

Uri

na

Cor

ala

ranj

ada

Vit

amin

a B

3 (N

iaci

na)

Def

iciê

ncia

Cav

idad

e or

al:

Gen

giva

s,

Lín

gua

- G

loss

ite

esca

rlat

e e

esto

mat

ite

(ini

cial

men

te

as

extr

emid

ades

/mar

gens

da

língu

a sã

o es

carl

ate,

sen

síve

is

- Q

ueim

ação

na

boca

seg

uida

de

edem

a de

lín

gua,

ul

cera

ções

em

baix

o da

líng

ua o

u no

s lá

bios

infe

rior

es)

Abu

so d

e ál

cool

T

umor

car

cinó

ide

mal

igno

M

á ab

sorç

ão

Doe

nça

de H

artn

up

Def

iciê

ncia

de

trip

tofa

no

Med

icam

ento

s (i

soni

azid

a em

long

o pr

azo)

Pel

e D

erm

atite

bila

tera

l si

mét

rica

nas

áre

as e

xpos

tas

ao s

ol -

as

soci

ada

à di

arré

ia e

dem

ênci

a –

Pela

gra

(ass

ocia

do à

de

ficiê

ncia

de

Tri

ptof

ano)

TG

I N

áuse

as/v

ômito

tard

ios,

sup

erfíc

ies

muc

osas

infla

mad

as,

diar

réia

Si

stem

a N

ervo

so

Prej

uízo

da

mem

ória

, con

fusã

o e

delír

io/d

emên

cia

Exc

esso

D

epen

de

da

dose

e

form

a.

O

ácid

o ni

cotín

ico

(não

a

niac

inam

ida)

ca

usa

rubo

r/va

sodi

lata

ção,

coc

eira

, irr

itaçã

o ga

stri

ntes

tinal

, arr

itmia

s, h

epat

otox

idad

e, d

imin

uiçã

o de

LD

L e

VLD

L, r

esis

tênc

ia à

insu

lina

Vit

amin

a B

5 (Á

cido

P

anto

tên

ico)

Def

iciê

ncia

M

embr

os s

uper

iore

s e/

ou

infe

rior

es

- Q

ueim

ação

nos

pés

-

Pare

stes

ias

das

mão

s/pé

s (D

efic

iênc

ia r

aram

ente

ver

ifica

da s

ozin

ha)

Des

nutr

ição

pro

long

ada

grav

e N

eces

sida

des

aum

enta

das

no

alco

olis

mo,

di

abet

es

mel

litus

, do

ença

in

flam

atór

ia

inte

stin

al

TG

I D

esco

nfor

to a

bdom

inal

Exc

esso

U

sual

men

te n

ão tó

xica

, mas

a d

iarr

éia

e có

licas

gas

trin

test

inai

s tê

m s

ido

rela

tada

s. A

form

a de

xpan

teno

l pod

e pr

olon

gar

o te

mpo

de

sang

ram

ento

Lílian Sampaio, Maria Silva, Tatiane Oliveira e Venusca Leite 39

Avaliação nutricional.indb 39 04/09/2012 08:37:58

Page 19: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

Vit

amin

a B

6 (P

irid

oxin

a)

Def

iciê

ncia

Láb

ios

- Q

ueilo

se o

u qu

eilit

e an

gula

r (l

esõe

s no

can

to d

a bo

ca),

U

rem

ia

Alc

oolis

mo

Cir

rose

H

iper

para

tireo

idis

mo

Insu

ficiê

ncia

car

díac

a co

nges

ta

Met

abol

ism

o al

tera

do d

o tr

ipto

fano

M

edic

amen

tos

(iso

niaz

ida,

et

iona

mid

a,

hidr

alzi

na e

pen

icila

min

a)

Cav

idad

e or

al:

Gen

giva

s,

Lín

gua

- G

loss

ite (

desc

amaç

ão d

olor

osa

da l

íngu

a, d

eixa

ndo-

a ve

rmel

ha, s

eca

e at

rófic

a)

- E

stom

atite

T

rato

Gas

tro

Inte

stin

al

Sínd

rom

e di

sabs

ortiv

a –

Est

omat

ite (

gera

lmen

te o

corr

e as

soci

ado

à de

ficiê

ncia

da

s de

mai

s vi

tam

inas

hi

dros

solú

veis

) C

ondi

ção

Hem

atol

ógic

a -

Ane

mia

sid

erob

lást

ica

(rar

os c

asos

),

- A

nem

ia

norm

ocíti

ca

e no

rmoc

rôm

ica

(ger

alm

ente

oc

orre

as

soci

ado

à de

ficiê

ncia

da

s de

mai

s vi

tam

inas

hi

dros

solú

veis

) Si

stem

a N

ervo

so

-Dep

ress

ão

e co

nfus

ão

men

tal

(ger

alm

ente

oc

orre

as

soci

ado

à de

ficiê

ncia

da

s de

mai

s vi

tam

inas

hi

dros

solú

veis

) -

Irri

tabi

lidad

e -

Neu

ropa

tia p

erifé

rica

P

ele

Der

mat

ite

sebo

rréi

ca

(dob

ras

naso

labi

ais,

bo

chec

has,

pe

scoç

o, p

erín

eo)

Exc

esso

O

lhos

R

elat

os d

e fo

toss

ensi

bilid

ade

Sist

ema

Ner

voso

N

euro

toxi

dade

– a

pare

cim

ento

de

neur

opat

ia s

ensi

tiva

peri

féri

ca

Vit

amin

a B

9 (Á

cido

Fól

ico)

Def

iciê

ncia

Face

Pa

lidez

In

gest

ão a

limen

tar

inad

equa

da

Alc

oolis

mo

crôn

ico

abso

rção

Pe

rdas

au

men

tada

s (d

iális

e po

r lo

ngo

perí

odo)

M

edic

amen

tos

(ant

icon

vuls

ivan

tes

e co

ntra

cept

ivos

ora

is)

Cav

idad

e or

al: G

engi

vas,

L

íngu

a Lí

ngua

inch

ada/

sens

ível

Cél

ulas

Hem

atol

ógic

as

Ane

mia

Hip

ocrô

mic

a R

egiã

o P

alm

ar e

Pla

nta

r D

esco

ram

ento

U

nh

as

Que

brad

iças

, rug

osas

ou

coilo

niqu

ias

M

embr

os

supe

rior

es

e/ou

in

feri

ores

-

Ast

enia

/fraq

ueza

-

Alg

ia e

m m

embr

os in

feri

ores

C

ondi

ção

Hem

atol

ógic

a A

nem

ia

mac

rocí

tica

meg

alob

lást

ica

(em

de

ficiê

ncia

ag

uda)

T

GI

- Si

ntom

as

gast

rite

stin

ais

sim

ilare

s à

defic

iênc

ia

de

vita

min

a B

12, p

orém

mai

s gr

aves

e a

bran

gent

es

- D

iarr

éia

Si

stem

a N

ervo

so

- R

isco

aum

enta

do p

ara

defe

itos

no t

ubo

neur

al e

m

feto

s (e

m d

efic

iênc

ia d

uran

te a

ges

taçã

o)

- Ir

rita

bilid

ade

40 Semiologia nutricional

Avaliação nutricional.indb 40 04/09/2012 08:37:58

Page 20: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

Exc

esso

N

ão é

tóxi

co, p

orém

em

alta

s do

ses

(aci

ma

de 5

mg)

pod

e m

asca

rar

a an

emia

per

nici

osa.

Vit

amin

a B

12

(Cob

alam

ina)

Def

iciê

ncia

Face

Pa

lidez

In

abili

dade

par

a lib

erar

a p

rote

ína

ligad

ora

da

vita

min

a B

12 d

os a

limen

tos

(hip

oclo

ridr

ia,

gast

rite

atr

ófic

a)

abso

rção

de

vido

à

quan

tidad

e in

adeq

uada

de

fa

tor

intr

ínse

co

(ane

mia

pe

rnic

iosa

, gas

trec

tom

ia, b

ypas

s gás

tric

o)

Res

seca

ção

ou d

oenç

a do

íleo

term

inal

D

ieta

veg

etar

iana

est

rita

por

long

o te

mpo

A

IDS

Med

icam

ento

s (a

ntic

onvu

lsiv

ante

s,

neom

icin

a, c

olch

icin

a e

omep

razo

l)

Olh

os

Perd

a de

vis

ão c

entr

al

Cav

idad

e or

al G

engi

vas,

L

íngu

a Lí

ngua

av

erm

elha

da,

inch

ada,

co

m

sens

ação

de

qu

eim

ação

Cél

ulas

Hem

atol

ógic

as

-Ane

mia

Hip

ocrô

mic

a -

Ane

mia

m

acro

cític

a m

egal

oblá

stic

a (s

emel

hant

e à

defic

iênc

ia d

e fo

lato

)

Reg

ião

Pal

mar

e P

lan

tar

Des

cora

men

to

U

nh

as

- Q

uebr

adiç

as, r

ugos

as o

u co

iloni

quia

s -

Tec

ido

vasc

ular

da

unha

mar

rom

P

ele

-Pod

e ha

ver

mud

ança

s na

pig

men

taçã

o (p

inta

s am

arel

adas

) -

Rug

as

Mem

bros

su

peri

ores

e/

ou

infe

rior

es

- A

sten

ia,

- A

lgia

em

mem

bros

infe

rior

es

- Pa

rest

esia

s em

mão

s e

pés,

-

Inst

abili

dade

da

mar

cha,

-

Dim

inui

ção

dos

refle

xos

tend

inos

os p

rofu

ndos

,

T

ecid

o M

uscu

lar

esqu

elét

ico

- Fr

aque

za m

uscu

lar,

-

Ata

xia

C

ondi

ção

Hem

atol

ógic

a A

nem

ia m

egal

oblá

stic

a (e

m d

efic

iênc

ia p

rolo

ngad

a)

Si

stem

a N

ervo

so

- D

eliriu

n,

- D

epre

ssão

, -

Perd

a de

Mem

ória

E

xces

so

Rel

ativ

amen

te n

ão tó

xica

. Rea

ção

alér

gica

é r

ara.

Vit

amin

a H

(B

ioti

na)

Def

iciê

ncia

Cab

elo

Alo

péci

a D

efic

iênc

ia r

ara

Con

sum

o ex

cess

ivo/

prol

onga

do d

e cl

ara

de

ovo

crua

A

buso

de

álco

ol

Med

icam

ento

s (f

enito

ína,

car

bam

azep

ina

pu

prim

idon

a em

long

o pr

azo)

Face

D

istr

ibui

ção

inco

mum

da

gord

ura

faci

al

Cav

idad

e or

al

Gen

giva

s,

Lín

gua

Muc

osa

oral

e li

ngua

l est

ão

prot

uber

ante

s/do

loro

sas/

aver

mel

hada

s P

ele

- D

erm

atite

esf

olia

tiva,

eru

pção

esc

amos

a/av

erm

elha

da

(fre

qüen

tem

ente

ao

redo

r do

s ol

hos,

nar

iz, b

oca

e or

ifíci

os p

erin

eais

) Si

stem

a N

ervo

so

-Dep

ress

ão

-Let

argi

a

Exc

esso

E

xces

so e

xcre

tado

faci

lmen

te n

a ur

ina

Lílian Sampaio, Maria Silva, Tatiane Oliveira e Venusca Leite 41

Avaliação nutricional.indb 41 04/09/2012 08:37:58

Page 21: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

Ferr

o

Def

iciê

ncia

Face

Pa

lidez

Pe

rdas

san

guín

eas

Flux

o m

enst

rual

inte

nso

e pr

olon

gado

H

emod

iális

e G

ravi

dez

Uso

de

eritr

opoi

etin

a se

m s

uple

men

taçã

o de

fe

rro

Inge

stão

alim

enta

r in

adeq

uada

M

á ab

sorç

ão

Med

icam

ento

s (a

spir

ina/

drog

as

anti-

infla

mat

ório

não

-est

eroi

dais

)

Muc

osas

con

jun

tiva

e b

ucal

Pa

lidez

(hi

pocr

omia

)

Cav

idad

e or

al:

Gen

giva

s,

Lín

gua

- E

stom

atite

ang

ular

, oca

sion

alm

ente

com

glo

ssite

Pel

e A

trof

ia

Cél

ulas

Hem

atol

ógic

as

Ane

mia

Hip

ocrô

mic

a m

icro

cític

a R

egiã

o P

alm

ar e

Pla

nta

r D

esco

ram

ento

U

nh

as

Que

brad

iças

, rug

osas

ou

coilo

niqu

ias

Mem

bros

su

peri

ores

e/

ou

infe

rior

es

- A

sten

ia,

- A

lgia

em

mem

bros

infe

rior

es

Tra

nst

orno

ali

men

tar

PIC

A

Exc

esso

T

GI

- O

bstip

ação

ou

diar

réia

, ná

usea

e/o

u do

r ep

igás

tric

a co

m s

uple

men

tos

orai

s

Exa

mes

A

sob

reca

rga

de f

erro

pod

e in

terf

erir

com

tes

te d

e fe

zes

para

san

gue

ocul

to

Zin

co

Def

iciê

ncia

Cab

elo

Alo

péci

a

abso

rção

A

umen

to d

as p

erda

s re

nais

Q

ueim

adur

as

Doe

nças

infla

mat

ória

s cr

ônic

as, c

omo

artr

ite

reum

atói

de, a

nem

ia fa

lcifo

rme

Med

icam

ento

s (p

enic

ilam

ina

– D

, di

urét

icos

, val

proa

to)

Olh

os

Ceg

ueir

a no

turn

a P

ele

Der

mat

ite -

ass

ocia

da à

dia

rréi

a e

dem

ênci

a –

Pela

gra

(ass

ocia

do a

o al

colis

mo)

C

avid

ade

oral

: Gen

giva

s,

Lín

gua

Alte

raçõ

es d

o pa

lada

r

TG

I D

iarr

éia

Cél

ulas

Hem

atol

ógic

as

- Pr

ejuí

zo n

a fu

nção

imun

e -

Def

iciê

ncia

na

cica

triz

ação

das

feri

das

Exa

mes

D

imin

uiçã

o da

fosf

atas

e al

calin

a

Exc

esso

Agu

da

Náu

seas

/vôm

itos,

dor

epi

gást

rica

, dia

rréi

a

Crô

nic

a D

efic

iênc

ia d

e co

bre,

red

ução

da

HD

L e

aum

ento

da

LDL,

alte

raçã

o da

fun

ção

imun

e, p

ossí

vel

inte

rfer

ênci

a co

m a

abs

orçã

o de

ferr

o

Cob

re

Def

iciê

ncia

Cab

elo

Perd

a da

pig

men

taçã

o do

cab

elo

NPT

(N

utri

ção

Pare

nter

al T

otal

) se

m c

obre

A

umen

to d

as p

erda

s M

á ab

sorç

ão

Con

sum

o ex

cess

ivo

de z

inco

ou

ferr

o

Face

Pa

lidez

Cél

ulas

Hem

atol

ógic

as

- Le

ucop

enia

-

Neu

trop

enia

-

Bai

xa c

onta

gem

de

retic

ulóc

itos

- A

nem

ia

(hip

ocrô

mic

a,

mic

rocí

tica,

no

rmoc

ítica

ou

m

acro

cític

a)

O

ssos

O

steo

poro

se

42 Semiologia nutricional

Avaliação nutricional.indb 42 04/09/2012 08:37:58

Page 22: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

Exc

esso

Apr

oxim

adam

ente

80%

do

cobr

e é

perd

ido

via

bile

. E

m r

isco

de

toxi

dade

em

con

diçõ

es

cole

stás

ticas

(ex

.: di

sfun

ção

hepá

tica

seve

ra o

u ob

stru

ção

do t

rato

bili

ar)

ou D

oenç

a de

W

ilson

TG

I

-Náu

sea

-Vôm

itos

- D

iarr

éia

- D

or e

pigá

stri

ca

Cél

ulas

Hem

atol

ógic

as

Ane

mia

hem

olíti

ca

Fíga

do

Nec

rose

hep

átic

a M

etab

olis

mo

Olig

úria

Selê

nio

Def

iciê

ncia

T

ecid

o M

uscu

lar

esqu

elét

ico

- Fr

aque

za m

uscu

lar

- M

ialg

ia (

dor

mus

cula

r)

NPT

sem

sel

ênio

M

á ab

sorç

ão

Dia

rréi

a Fí

stul

as e

ntér

icas

Exc

esso

Cab

elos

-

Mud

ança

s (p

erda

/que

brad

iços

) -

Der

mat

ite n

o co

ro c

abel

udo

Cav

idad

e or

al: G

engi

vas,

L

íngu

a H

álito

e o

dor

de a

lho

Un

has

M

udan

ças

(que

brad

iças

, lin

has

amar

elo-

esbr

anqu

içad

as

ou v

erm

elha

s, p

erda

) P

ele

Der

mat

ite

TG

I -

Náu

sea

- V

ômito

Sist

ema

Ner

voso

-

Neu

ropa

tia p

erifé

rica

-

Irri

tabi

lidad

e

Cro

mo

Def

iciê

ncia

NPT

sem

cro

mo

(em

bora

sej

a um

co

ntam

inan

te d

a N

PT, d

efic

iênc

ia

impr

ováv

el)

Aum

ento

das

per

das

urin

ária

s

Met

abol

ism

o da

gli

cose

-I

ntol

erân

cia

à gl

icos

e -

resi

stên

cia

à in

sulin

a M

etab

olis

mo

dos

lipí

deos

A

umen

to d

e LD

L e

trig

licer

ídeo

s Si

stem

a N

ervo

so

- N

euro

patia

per

iféri

ca

Exc

esso

O

ralm

ente

: ba

ixo

risc

o de

tox

idad

e co

m c

rom

o tr

ival

ente

. O

cro

mo

hexa

vale

nte

é m

ais

tóxi

co

Man

gan

ês

Def

iciê

ncia

C

abel

os

Alte

raçã

o da

pig

men

taçã

o e

reta

rdo

no c

resc

imen

to

Ext

rem

amen

te r

aro

P

ele

Der

mat

ite

Met

abol

ism

o do

s li

píde

os

Hip

ocol

este

role

mia

Exc

esso

Si

ntom

as n

euro

lógi

cos

sim

ilare

s à

doen

ça d

e Pa

rkin

son

Mol

ibdê

nio

D

efic

iênc

ia

Pouc

os r

elat

os

Ext

rem

amen

te

impr

ováv

el

devi

do

à

Lílian Sampaio, Maria Silva, Tatiane Oliveira e Venusca Leite 43

Avaliação nutricional.indb 43 04/09/2012 08:37:59

Page 23: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

Exc

esso

Exa

mes

-

Hip

erur

emia

ab

undâ

ncia

da

diet

a D

efic

iênc

ia

gené

tica

de

cofa

tor

de

mol

ibdê

nio

(rar

a)

Met

abol

ism

o de

out

ros

nut

rien

tes

- A

umen

to

da

excr

eção

do

co

bre

(pod

e ag

rava

r a

defic

iênc

ia já

exi

sten

te)

- A

umen

to d

a in

cidê

ncia

de

gota

Iodo

Def

iciê

ncia

Pes

coço

B

ócio

Tir

eoid

iano

Die

ta i

nade

quad

a em

áre

as e

ndêm

icas

ou

forn

ecim

ento

de

al

imen

tos

não

supl

emen

tado

s co

m io

do

Req

ueri

men

tos

aum

enta

dos

em a

mbi

ente

s ge

lado

s

Ext

ress

e

Con

sum

o ex

cess

ivo

de

alim

ento

s qu

e te

ndem

a c

ausa

r o

bóci

o (m

andi

oca,

rep

olho

, na

bo)

Med

icam

ento

s (a

nti-

tireó

ide)

Juve

ntu

de

Des

envo

lvim

ento

físi

co e

men

tal p

reju

dica

do

Exc

esso

Se

m r

elat

os

Fluo

r

Def

iciê

ncia

N

enhu

m c

onhe

cim

ento

, ap

esar

de

a fo

rtifi

caçã

o se

ja b

enéf

ica

na r

eduç

ão d

as c

árie

s de

ntár

ias.

Exc

esso

D

ente

s D

uran

te

o de

senv

olvi

men

to

dent

ário

ca

usa

fluor

ese

(man

chas

es

bran

quiç

adas

so

bre

a co

roa

do

esm

alte

de

ntár

io, o

que

torn

a-se

am

arel

o/m

arro

m

Oss

os

Hip

erm

iner

aliz

ação

do

esqu

elet

o (e

xces

so c

rôni

co)

Cál

cio

Def

iciê

ncia

- D

efor

mid

ade

esqu

elét

ica

-O

steo

mal

ácia

(no

adu

lto),

-Raq

uitis

mo

(na

cria

nça)

, -

Ost

eopo

rose

e r

isco

aum

enta

do p

ara

frat

uras

(m

á ab

sorç

ão d

e C

a as

soci

ada

à de

ficiê

ncia

de

vita

min

a D

)

Inge

stão

inad

equa

da

Def

iciê

ncia

de

vita

min

a D

M

ulhe

res

amen

orré

icas

(ba

ixa

cond

ição

de

extr

ógen

o –

abso

rção

dim

uníd

a e

excr

eção

au

men

tada

) M

ulhe

res

na m

enop

ausa

M

ulhe

res

gráv

idas

ou

lact

ente

s

Into

lerâ

ncia

à la

ctos

e V

eget

aria

nos

(alto

teor

de

oxal

ato

da d

ieta

Exc

esso

A to

xida

de n

a m

aior

ia d

os c

asos

se

dá e

m c

ondi

ções

de

supl

emen

taçã

o

Rin

s In

sufic

iênc

ia e

litía

se r

enal

Sín

drom

es

Hip

erca

lcem

ia

44 Semiologia nutricional

Avaliação nutricional.indb 44 04/09/2012 08:37:59

Page 24: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

Águ

a

Hip

ohid

rata

ção

Olh

os

- Pe

rda

de b

rilh

o no

s ol

hos,

-

Perd

a de

um

idad

e co

njun

tival

, In

gest

ão in

sufic

ient

e D

eseq

uilíb

rio

na e

xcre

ção

Dia

rréi

as

M

ucos

as: c

onju

nti

vas,

lab

ial

e su

blin

gual

Pe

rda

de u

mid

ade

Cav

idad

e or

al:

Gen

giva

s,

Lín

gua

- Sa

livaç

ão d

imin

uída

Con

diçã

o H

ídri

ca

Pele

des

cam

ada

com

xer

ose

ou c

om tu

rgor

ou

elas

ticid

ades

Hip

erhi

drat

ação

Con

diçã

o H

ídri

ca

- Fa

ce e

dem

acia

da (

face

de

lua

chei

a);

- E

dem

a de

gen

giva

; Asc

ite/e

dem

a de

par

ede

- E

dem

a em

tec

ido

subc

ultâ

neo

(fri

o, m

ole

e in

dolo

r,

com

cac

ifo o

u nã

o e

de fo

rma

bila

tera

l);

(Tod

os e

sses

sin

tom

as p

odem

tam

bém

est

á re

laci

onad

os

e/ou

ass

ocia

dos

ao d

eseq

uilíb

rio

osm

olar

)

Font

e: (

CO

ZZ

OLI

NO

, 200

7; D

UA

RT

E, 2

007;

KA

MIM

UR

A; S

AM

PAIO

; CU

PPA

RI,

2009

; LA

ME

U, 2

005;

PE

NT

EA

DO

, 200

3; V

AN

NU

C-

CH

I, 20

07).

Lílian Sampaio, Maria Silva, Tatiane Oliveira e Venusca Leite 45

Avaliação nutricional.indb 45 04/09/2012 08:37:59

Page 25: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

Referências

BEVILACQUA, Fernando et al. Manual do exame clínico. 11. ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica. 1997. 475 p.

COZZOLINO, S. M. F. Deficiências de minerais. Estudos Avançados. São Paulo, v. 60, p. 119-126, 2007.

DUARTE, A. C. Avaliação nutricional: aspectos clínicos e laboratoriais. São Paulo: Atheneu, 2007.

DUARTE, A. C.; CASTELLANI, F. R. Semiologia nutricional. Rio de Janeiro: Axcel Books do Brasil, 2002.

GERUDE M. Terapia Nutricional. São Paulo: Atheneu, 1995.

GIBSON RS. Nutritionnal assessment: a laboratory manual. New York: University Press, 1993. 196 p.

GUIMARÃES R. M.; CUNHA U. G. V. Sinais e sintomas em geriatria. Rio de Janeiro: Ed. Revinter, 1989, 196 p.

KAMIMURA, M. A.; SAMPAIO, L. R.; CUPPARI, L. Avaliação nutricional na prática clínica. In: CUPPARI, L. et al. Nutrição: nas doenças crônicas não-transmissíveis. Barueri, SP: Manole, 2009.

KATCH, F. J.; MCARDLE W. Nutrição, controle de peso e exercício. 3. ed. Rio de Janeiro: Médica Científica, 1990. 327 p.

LAMEU E. B. Clínica nutricional. Rio de Janeiro: Editora Revinter, 2005.

LÓPEZ, M.; MEDEIROS, JL. Semiologia Médica: as bases do diagnóstico clínico. 4. ed. Rio de Janeiro, RJ: REVINTER, 2001. 1 v.

MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S. (Ed.). Krause alimentos, nutrição e dietoterapia. 10. ed. São Paulo: Rocca, 2002. p. 1157.

MARTINS, C. Avaliação do estado nutricional e diagnóstico. Paraná: Nutroclínica, 2008. 1 v.

NEHME, M. N. et al. Contribuição da semiologia para o diagnóstico nutricional de pacientes hospitalizados. Caracas, Archivos Latinoamericanos de Nutrición, Caracas, v. 56, n. 2, p. 153-159, jun. 2006.

OLIVEIRA, D. de.; MARCHINI, J. S. Ciências nutricionais. São Paulo: Sarvier, 1998. p. 19, cap. 2.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Ministério da Saúde. Medicion del cambio del estado nutricional. Genebra, 1983.

46 Semiologia nutricional

Avaliação nutricional.indb 46 04/09/2012 08:37:59

Page 26: Lílian Ramos Sampaio Venusca Rocha Leitebooks.scielo.org/id/ddxwv/pdf/sampaio-9788523218744-04.pdfO exame deve ser realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça

ORGANIZAÇÃO PAN – AMERICANA DE SAÚDE (OPAS) / ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Conocimientos actuales sobre nutrición. Publicación Científica, Washington, n. 565, 731 p. 1997.

PENTEADO, M. V. C. Vitaminas: aspectos nutricionais, bioquímicos, clínicos e analíticos. Barueri, SP: Manole, 2003.

REZENDE, I. F. B. et al. Avaliação muscular subjetiva como parâmetro complementar de diagnóstico nutricional em pacientes no pré-operatório. Revista de Nutrição, Campinas, v. 20, n. 6, p. 613-615, dez. 2007.

SAMPAIO L. R. Avaliação nutricional no envelhecimento. Revista de Nutrição, Campinas, v. 18, n. 4, p. 507-514, out/dez. 2004.

SANTOS, J. B. Ouvir o paciente: a anamnese no diagnóstico clínico. Revista Brasília Médica, São Paulo, v. 36, n. 3, p. 90-95, 1999.

SHILS, M. E. et al. Tratado de nutrição moderna na saúde e na doença. 9. ed. São Paulo: Manole, 2002.

VANNUCCHI, H. Hipovitaminoses: fisiopatologia e tratamento. In: VANNUCCHI, H. et al. Nutrição clínica: nutrição e metabolismo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

WAITZBERG, D. L.; FERRINI, M. T. Avaliação nutricional. In: WAITZBERG, D. L. Nutrição enteral e parenteral na prática clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 1995. 642 p.

Lílian Sampaio, Maria Silva, Tatiane Oliveira e Venusca Leite 47

Avaliação nutricional.indb 47 04/09/2012 08:37:59


Recommended