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Catalogao na fonte: Centro de Informao e Documentao-CID Ambiental /MMA
B823c
Brasil. Ministrio do Meio Ambiente. Secretaria de Extrativismo e
Desenvolvimento Rural Sustentvel. Departamento de
Desenvolvimento Rural Sustentvel.
Curso de Bioconstruo
Texto elaborado por: Ceclia Prompt - Braslia: MMA, 2008.
64 p.; 21 cm.
Contm anexo
Bibliografia
I. Ttulo. II. Capacitao. III. Construo.
CDU 504
Ministrio do Meio Ambiente
Centro de Informao e Documentao Luiz Eduardo Magalhes - CID Ambiental
Esplanada dos Ministrios - Bloco B - Trreo - Braslia/DF - CEP: 70.068-900
Fone: 55 61 3317 5222 - e-mail: [email protected]
Gerente de Capacitao do P roecotur
Luiz Fernando Ferreira
Tcnicos Colaboradores do Proecotur
Bruno Ferreira Farias
Liliana Vignoli de Salvo Souza
Patrcia Azevedo
Ricardo Peng
Anny Neves
Apoio do Proecotur
Marcos Barbosa
Consutora Responsvel
Texto, I lustraes e Editorao
Ceclia Prompt
Tcnico Colaborador da SEDR
Emival Sizino dos Santos
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Apresentao 05
Introduo 07
Bioconstruo 09
Tcnicas de Bioconstruo 21
Superadobe 21
Adobe 27
Cob 29
Taipa de Mo 32
Taipa de Pilo 34
Solocimento 36
Fardos de Palha 40
Ferrocimento 43
Saneamento Ambiental 47
Notas 56
Referncias Bibliogrficas 57
Anexo 1 - Projeto Ilha Grande do Paulino - Tutia/MA 59
Anexo 2 - Fotogrfias - Curso de Biocontruo 63
SU M AR IO
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O Programa de Apoio ao Ecoturismo e Sustentabilidade Ambiental do Turismo -
PROECOTUR, da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentvel, busca aintegrao das diversas aes relacionadas ao ecoturismo e do turismo sustentvel no
mbito do MMA e do Ministrio do Turismo. O objetivo a construo de uma agenda
multilateral que favorea o adensamento das polticas pblicas nas diversas instncias
governamentais, promovendo assim uma gesto compartilhada e a unio de esforos para a
consolidao de uma Poltica Nacional para o Turismo Sustentvel.
Nesse contexto, desenvolve aes relacionadas capacitao e disseminao de
prticas sustentveis para o ecoturismo. O objetivo desta iniciativa fortalecer e
desenvolver a capacidade de agentes pblicos, privados e comunitrios no planejamento e
gesto do ecoturismo e na adoo de tecnologias para o manejo sustentvel dos recursos
naturais a serem utilizadas no desenvolvimento da atividade.
O Curso de Capacitao em Bioconstruo tem por objetivo estimular a adoo de
tecnologias de mnimo impacto ambiental nas construes de moradias ou equipamentos
tursticos comunitrios, por meio de tcnicas de arquitetura adequadas ao clima, que
valorizem a eficincia energtica, o tratamento adequado de resduos, o uso de recursos
matrias-primas locais, aproveitando os conhecimentos e saberes gerados pelas prprias
comunidades envolvidas.
Esta publicao rene material didtico adotado para os cursos a serem
implementados pelo PROECOTUR na sensibilizao e capacitao de atores comunitrios que
vivem em reas de interesse ecoturstico. A metodologia adotada envolve aulas tericas e
prticas que incluem o planejamento e a construo de uma edificao para uso residencial,ou de qualquer outro tipo de equipamento turstico comunitrio.
Em parceria com o Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria INCRA, o
Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade ICMBio e o Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis IBAMA, o Proecotur implementou uma
exitosa experincia piloto que permitiu testar e validar conceitos, tcnicas e etapas do Curso
na rea de um projeto de assentamento de reforma agrria, localizada na Ilha Grande do
Paulino, em Tutia, no Estado do Maranho. Esse curso permitiu transmitir conhecimentos e
tcnicas em bioconstruo para um grupo de 35 pessoas da comunidade, que, em regime de2mutiro, construiu uma casa com 86m para uma das famlias envolvidas no projeto de
assentamento.
O xito e a aceitao do projeto na comunidade rural da Ilha Grande do Paulino j
mobilizam esforos do Programa para replicao do curso, atendendo outras demandas em
vrias regies do pas. Dessa forma, esperamos que esta iniciativa contribua com a
implementao de polticas pblicas socioambientais integradas para a melhoria da
qualidade de vida das comunidades locais, por meio da disseminao de prticas e solues
arquitetnicas de mnimo impacto ambiental para reas rurais, em especial aquelas com
potencial turstico, com a otimizao de recursos financeiros, a economia no uso dos
recursos naturais, contribuindo com a conservao ambiental e ainda agregando valor aos
produtos tursticos destas reas.
Egon Krakhecke
Secretrio de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentvel
APRESENTAO
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Esta apostila foi criada para os cursos de bioconstruo ministrados peloProecotur. um manual que descreve uma srie de tcnicas de construo etem como objetivo contribuir para a criao de povoados mais saudveis, auto-suficientes e conectados com o ambiente natural. Este material servir de basepara o curso de bioconstruo que dar aos participantes as ferramentasnecessrias para a construo de residncias e outras edificaes queminimizem os impactos ambientais das construes e ofeream melhorias naqualidade de vida.
INTRODUO
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BIOCONSTRUCAO
Construo de ambientes sustentveis por meio do uso de materiais de
baixo impacto ambiental, adequao da arquitetura ao clima local e
tratamento de resduos.
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Por exemplo: se hoje construmos casas com a madeira de uma matacortando-a sem o cuidado de conserv-la, quando nossos filhos forem adultos, jno haver a mata e nem madeira para a construo de suas casas.
AM B IEN T E SU ST EN T AV EL : o ambiente que satisfaz as necessidades presentes de
moradia, alimentao e energia garantindo que as geraesfuturas tenham como satisfazer as mesmas necessidades.
Figura 1: Os recursos que temos em grande quantidadehoje podem no existir mais daqui a alguns anos, se no
os utilizarmos de forma sustentvel.
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bioconstruo
Devemos pensar na sustentabilidade em nvel local (cuidado com a terra,manejo sustentvel das matas, extrao consciente dos recursos) e em nvelglobal. Para colaborar para a construo de um mundo mais sustentveldevemos, por exemplo, consumir com cuidado, dando preferncia a produtos daregio, e optar pelo uso de energias renovveis.
Figuras 3 e 4: Produo local de alimentos e uso deenergia solar para a produo de eletricidade: prticassustentveis (Fotos: Permacultura Montsant, Espanha).
Entendemos por bioconstruo os sistemas construtivos que respeitam omeio ambiente:
Durante a fase de projeto e de construo do edifcio (na escolha dosmateriais e tcnicas de construo adequadas); Ao longo do uso do edifcio (eficincia energtica e tratamento adequado
dos resduos);
Figura 2: Exemplo de bioconstruo: utilizao da terra como principalmaterial. O uso da prgola sombreia a fachada, garantindo um ambientefresco nos meses de vero (Instituto Morro da Cutia, Montenegro/RS).
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A construo de um ambiente sustentvel traz autonomia scomunidades. Uma comunidade com autonomia aquela que tem a
capacidade de satisfazer as suas prprias necessidades sem depender degrupos ou pessoas de fora da comunidade. O domnio das tcnicas construtivase a valorizao das tcnicas tradicionais so mais um passo rumo a essaautonomia.Autonomia sinnimo de liberdade para uma comunidade, pois comisso ela no precisa depender de recursos externos ao ambiente onde vive.
Se cuidarmos da natureza, teremos para sempre os recursos necessriospara a nossa sobrevivncia e a das futuras geraes no local onde vivemos.
CONSIDER AR OS R ESIDUOS COM O R ECUR SOS:Entendemos por resduo tudo o que sobra de algum processo. Porexemplo: lixo de cozinha, lixo seco (plsticos, papis, latas), nossas fezes eurina, a gua que sai da pia ou do chuveiro, restos de construo, etc. Nabioconstruo, a construo de uma casa ou o planejamento de umacomunidade deve ter em conta o tratamento dos resduos, sem esquecernenhum item! Como mostra a figura 5, no sanitrio seco as fezes viram adubo,que vai nutrir uma plantinha que servir de alimento e o ciclo continua. umsistema de CICLO FECHADO, onde no h resduos.
Figura 5: O sanitrio seco trata os dejetos humanos e reaproveita este resduo.
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Uma antiga casa de pau-a-pique pode ser reutilizada! Com o barro dasparedes podemos fazer tijolos de adobe novinhos em folha. A palha do telhado
podemos usar para acelerar processos de compostagem para fazer adubo. Amadeira podemos reutilizar em uma nova construo ou para alimentar o forno alenha. As cinzas do forno a lenha podemos colocar no sanitrio seco para fazercomposto.
Figura 6: Reaproveitamentode uma antiga casa de taipa
de mo. Este processo possvel graas ao uso de
materiais naturais naconstruo. Materiaisconvencionais no se
reintegram natureza e svezes sequer podem serreciclados, gerando resduosque poluem o meio ambiente.
O LIXO QUE PRODUZIMOS PODE SER MUITO BEM APROVEITADO! O lixo de cozinha e as nossas fezes podem ser compostados e virar
adubo. O lixo seco uma questo muito sria, principalmente nas cidades queno tm sistema de reciclagem. Devemos, primeiramente, consumir o mnimopossvel de embalagens e reutilizar ao mximo todo o lixo que geramos. O papelpodemos utilizar como matria seca no sanitrio compostvel. Com as garrafasde plstico podemos fazer um monto de coisas, como brinquedos, por exemplo. s usar a criatividade e saber que no devemos jogar o lixo na natureza e nemqueim-lo! A queima do lixo libera gases que fazem mal ao meio ambiente e sade das pessoas.
Figura 8: Sanitrioseco no IPEC, em
Pirenpolis: as fezesviram adubo. Neste
foram usadas garrafasde vidro como janelaspara iluminar o interior.
Figura 7: Mveis feitos de garrafas derefrigerante. Devemos consumir o mnimo de
embalagens possvel. E, se consumirmos,reaproveit-las da melhor forma.
bioconstruo
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Podemos tratar e reutilizar a gua que sai da pia e do chuveiro pararegar a horta e o jardim.
Figura 9: A gua da pia pode ser reaproveitada para regar a horta e o jardim!
U T IL IZ AR M AT ER IAIS L OCAISSempre que for possvel devemos optar pelo uso de materiais locais, ou
seja, retirados do prprio local onde vivemos.A disponibilidade depende do tipo de regio em que vivemos e dasatividades que desenvolvemos. Alguns exemplos:
T ER R A:A terra um material
abundante, ou seja, existe emgrande quantidade e em diferenteslocais. Pode ser usado de diversas
formas, como paredes de taipa,adobe, entre muitas outras. Asconstrues de terra crua compemambientes agradveis, poiscontrolam a entrada e sada decalor e a umidade. Alm disso, tmum impacto ambiental baixssimo eproporcionam a possibilidade de
construes belssimas.
Figura 10: Oficina do Assentado (Viamo/RS)
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PEDR A:H muitos locais com o solo rico em
pedras. Podemos util iz-las paradiversos fins, como a construo deparedes, muros, fornos... Muitas vezes,em bioconstruo, utiliza-se a pedrasomente para a fundao da casa,apoiando sobre ela a parede de terra. Figura 11: Residncia bioconstruda com
paredes de pedra arredondadas (LombaGrande/RS)
Figuras 12 e 13: Fornos de cal construdos com pedra (Menorca, Espanha).
P A L H A :A palha um material de construo muito til. Podemos usar a palha de
diversos tipos de palmeiras para a construo de telhados. A palha pode serusada, tambm, para melhorar a resistncia de tijolos de adobe e paredes decob. A palha do resduo de plantaes de arroz, por exemplo, pode ser usada, emforma de fardos, para a construo de paredes.
Figuras 14 e 15: Telhado de quincha no IPEP/RS e parede de fardos de palha no IPEC/GO.
bioconstruobioconstruo
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M ADEIR A:A madeira um material tambm abundante em muitos lugares, mas deve
ser utilizado com muito cuidado. Pode ser considerado um recurso renovvel seutilizado de maneira consciente, ou seja, se houver uma explorao adequadadas matas e florestas. um material orgnico e, para ter durabilidade, a madeiradeve ser tratada, do contrrio apodrece. H maneiras naturais de tratar amadeira, que geram baixo impacto ambiental.
Figuras 16 e 17: Estrutura do telhado com madeira de eucalipto tratada com leo natural (Montenegro/RS).
Devemos ter muito cuidado tambm ao comprar madeira, pois h muitas
madeireiras ilegais que exploram as matas sem respeitar a diversidade, levandomuitas espcies extino e destruindo o habitat natural de outras plantas e deanimais. Se optarmos por utilizar madeira local, devemos ter um planejamentode manejo sustentvel do ecossistema. Do contrrio melhor trazer madeira defora, desde que sua ela venha de um sistema de explorao que respeite o meioambiente. O bambu uma madeira ecolgica, pois cresce muito rpido e temgrande resistncia.
Figura 19: Forro de bambu na Oficina do
Assentado (Viamo/RS).
Figura 18: Parede de trama de bambu no FrumSocial Mundial em Porto Alegre/RS
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V AL OR IZ AR A AR QU IT ET U R A T R ADICION AL :Desde a evoluo da industrializao no sculo XIX, as tcnicas de
construo tradicionais vm sendo abandonadas. As pessoas com poucosrecursos financeiros tm menos acesso aos produtos industrializados e seguemfazendo o uso das tcnicas antigas, como o adobe, o pau-a-pique e a taipa depilo. Estas tcnicas so associadas populao de baixa renda, o que gera opreconceito que permanece at os dias de hoje.
Figura 20: As construes tradicionais sosbias e se adaptam ao clima de cada
regio. Devemos preservar estas tcnicas eadapt-las realidade atual.
Exemplos de moradias indgenas no sul doBrasil mostram esta sabedoria: o fato de a
casa estar semi-enterrada garante proteocontra frio e calor. Fonte: ArquiteturaPopular Brasileira, Gnter Weimer.
A Capela da Reconciliao em Berlim: exemplo da arquitetura tradicional de terra adaptada aos dias
de hoje.
Hoje estamos vivendo uma poca de rompimento deste preconceito. Istose deve tanto valorizao dos materiais originais dos monumentos histricosquanto a uma preocupao crescente com o meio ambiente, j que sabido quea construo civil uma das atividades que mais consome energia e recursosnaturais do planeta. Cada vez mais, organizaes do mundo todo buscam umresgate do modo tradicional de construo, incorporando tecnologias novaspara otimizar os processos construtivos.
bioconstruo
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Em muitos lugares somente as geraes mais antigas tm oconhecimento das tcnicas tradicionais de construo. A arquitetura tradicional
sempre construiu de acordo com o clima e com o ambiente natural, garantindomoradias agradveis. Com a industrializao isto vem sendo perdido. Em algunsprogramas de habitao social, por exemplo, construdo o mesmo tipo decasas no sul e no norte do Brasil, sem o mnimo respeito cultura e snecessidades das pessoas, e sem considerar as grandes diferenas climticasque temos ao longo do pas. Devemos ter o cuidado de transmitir as tcnicastradicionais s geraes futuras, do contrrio esta sabedoria ser perdida.
Figura 22: Tijolos deadobe: tcnica tradicionalutilizada em vrios pases,valorizada hoje em centros
de pesquisa detecnologias alternativas.
Fonte: www.ecocentro.orgBioconstruindo 2005,
Ecocentro IPEC.
Figura 21: Telhado de palha na Ilha Grande doPaulino, Delta do Parnaba: tcnica valorizada
em grandes centros urbanos. Beleza econforto trmico.
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CO N S T R U IR CO M O CL IM A E A P R O V EIT A R A S EN ER G IA SN AT U R AIS
Na bioconstruo utilizamos ao mximo as energias da natureza, como osol e o vento. Ao construirmos uma casa devemos levar em conta o clima dolugar onde vivemos. Por exemplo, na regio Nordeste devemos ter uma casamuito bem ventilada e sombreada, garantindo, assim, um ambiente fresco eagradvel. Devemos tambm levar em considerao as pocas de chuva eproteger a nossa casa com telhados largos.
P R O T EG ER A CA SA DO CA L OR :
Outra opo plantar umarvore com muitas folhas(Figura 25), de modo quesombreie a casa.
Nos climas muito quentes podemosproteger a casa do calor sombreandoas fachadas mais ensolaradas:
Podemos constru i r umavaranda, conforme a Figura 23.Assim os raios de sol no
ba tem d i re tamente nasparedes.
A Figura 24 mostra como umaestrutura de madeira podeservir de suporte para plantas edar sombra.
bioconstruo
(Figura 25)
(Figura 23)
(Figura 24)
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Podemos colocar, tambm,uma proteo na rea dajanela.
EM CL IM AS CH UV OSOSdevemos construir casas com
telhados bem inclinados (Figura
28), assim a chuva desliza commais facilidade, evitando
infiltraes.
Figura 29: Extrada do livro Biocidadede LuizAlberto Golva
O beiral a parte do telhadoque fica para fora das paredesexteriores. Um beiral grande
protege a casa da insolaodireta. Uma casa com paredesde terra deve ter beiraisgrandes, assim elas ficamprotegidas da chuva.
EM CL IM AS M UIT O SECOS bom colocar vegetao ao redor
da casa. As plantas criam um
microclima de umidade, e o solocoberto de vegetais no libera tanta
poeira.
(Figura 28)
(Figura 26)
(Figura 27)
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V EN T IL A R A CA SA :
Devemos planejar as aberturas da casa de modo que todos os ambientesestejam sempre bem ventilados. A ventilao refresca os ambientes e renova oar, tornando os espaos interiores saudveis. Conhecendo os ventos da regio,podemos colocar as aberturas de modo a aproveitar esta energia da melhorforma possvel.
Aberturas no telhado expulsam o ar quente e fazem o ar circular pela casa.Exemplos deste tipo de abertura esto esquematizados nas Figuras 31 e 32.
Uma maneira eficiente colocar as aberturas para aventilao cruzada em alturasdiferentes (Figura 30). O ar quente mais leve e tende a subir, escapandopela abertura mais alta.
bioconstruo
(Figura 30)
(Figura 32)(Figura 31)
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O superadobe uma tcnica de bioconstruo que utiliza sacos com terracomprimida para fazer paredes e coberturas. A tcnica foi criada pelo arquitetoiraniano Nader Khalili.
M AT ER IAISSaco de rfia: pode ser em rolo ousacos individuais reaproveitados.
Arame farpadoTerra local
F ER R AM EN T ASTubo de 25 cm de dimetro ou balde sem fundo
PilesPiles para as lateraisMartelo de borracha
Enxada, p.
A primeira coisa que devemos pensar para construir com o superadobe,como em qualquer tcnica, em fazer uma boa fundao. Esta pode ser depedra, se temos disponvel no lugar, de concreto, ou at mesmo de terracompactada.
A fundao deve ser um pouco mais larga que a parede a ser construda.Por exemplo, se vamos usar sacos de 40 cm de largura, podemos fazer umafundao de 60 cm, deixando 10 cm para cada lado. importante tambmdeixarmos a parede de terra uns 15 cm acima do nvel do solo, assim ela no
absorver umidade, mantendo a parede seca e segura.
SUPERADOBE
Figura 33 Figura 34
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tcnicas de bioconstruo: superadobe
Se tivermos um terreno muito estvel (bastante pedregoso, por exemplo),podemos construir as fundaes diretamente com o superadobe. Neste caso,
aconselhvel misturar a terra com cimento e algum impermeabilizante, para darestabilidade e garantir a proteo contra a gua.
SOBRE AS FUNDAESUma casa ecolgica, ou qualquer outro tipo de
construo, deve ter um bom sistema de
fundao. A principal tarefa da fundao
distribuir o peso da casa para o solo. Por isso um
projeto de fundao deve levar em consideraoo tipo de construo, a altura da casa, e tambm,
muito importante, o tipo de solo que temos.
Quanto mais estvel o solo, mais rasa pode ser
a fundao. Para construir as fundaes,
primeiro cavamos uma vala no solo, at
encontrar um terreno estvel. Logo pode ser
feita uma camada de areia bem compactada. A
vala deve estar nivelada para construirmos as
fundaes, este outro fator importante para
garantir a firmeza da casa.
Depois de pronta a fundao da casa, podemos comear a construir asparedes de superadobe. A tcnica basicamente encher o saco!
Primeiramente desenrolamos um tanto de saco da bobina. O tamanho dosaco pode ser o mesmo tamanho da parede, deixando uns 50 cm de cada lado
para fazer uma dobra no inicio e no final. Encapamos o balde sem fundo com osaco, deixando uma sobra de um dos lados.
Encapamos o balde com o saco derfia deixando uma sobra que logoser dobrada para baixo da fieira.
Figura 35: fundao comcamada de brita e fiadas
preenchidas com umamistura de solo e cimento.
Figura 36: O balde sem fundo servede funil para encher o saco com a
terra.
O balde sem fundo fica todo cobertocom o saco de rfia.
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Uma pessoa pisa na sobra de saco (Figura 37) e ao mesmo tempo segurao balde. Outra enche bem o balde com terra, com a ajuda de um balde comum.
Quando o balde sem fundo estiver completamente cheio, o puxamosdevagar, fazendo, ao mesmo tempo, uma dobra para que a parte de saco queest sobrando fique pra baixo da fiada (Figura 38).
Logo a pessoa que est segurando o balde pode ficar de p, desde quecontinue segurando bem firme (Figura 39). Vai haver um tanto de saco vazioentre a altura da parede e o balde. O processo de encher o saco continua. Devese tomar cuidado para o saco ficar bem cheio, mesmo que fique bem gordinho.No pode deixar espao com ar dentro do saco!
Figura 39
Figura 37
Figura 38
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medida que a parede vai ficando mais comprida, enquanto uns seocupam de encher o saco, outros podem comear a comprimir a fieira com um
pilo de madeira (Figura 40). necessrio pilar at sentir que a fieira esteja bemdura.
E assim seguimos erguendo as paredes. A cada duas ou trs fieiras,podemos colocar duas linhas de arame farpado, principalmente nas esquinas.
A cada cinco fieiras, mais ou menos, vamos pilando as laterais da parede,procurando deix-las o mais regular possvel (Figura 41). Para terminar decompactar as laterais usamos um martelo de borracha. Quanto mais regular aparede, mais fcil ser fazer o reboco!
Pilando na parte superior (Figura 42) e na lateral da parede (Figura 43). Fotos: construo da sede do IMCA(Instituto Morro da Cutia), Montenegro/RS
tcnicas de bioconstruo: superadobe
Figura 43
Figura 40
Figura 41
Figura 42
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JAN EL A S E P OR T AS :Devemos planejar bem onde vamos fazer as aberturas da casa, como as
portas e janelas. A qualidade da ventilao e da iluminao no interior da casadepender do planejamento das aberturas.
Uma das formas de fazer ir erguendo as paredes e colocar uma verga demadeira nos locais onde estaro as partes SUPERIORES de cada janela, eseguir com a construo normalmente. Quando as paredes estiveremterminadas, marcamos com uma caneta o vo das janelas e logo fazemos osburacos com uma esptula ou com uma moto-serra (Figura 44). Cuidado com otamanho das vergas, bem como com a localizao das janelas!
Podemos tambm, em alguns casos, deixar o vo das aberturas j prontosa medida que vamos subindo as paredes. Para isto precisamos de um elementomuito forte que suporte o peso das paredes superiores e das pessoas queestaro pisoteando e compactando a parede. Podemos fazer isso com umamanilha, por exemplo. Ele ficar na parede e j servir de moldura para a janela.
Figura 44: Processo deexecuo das janelas
em uma parede desuperadobe.
Figura 45: Com uma manilhapodemos construir uma janela.
Figura 46 e 47:Construo das
aberturas na sededo IMCA, em
Montenegro/RS.
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Figuras 48 e 49: Projeto para o IMCA (Montenegro, RS):sobre as paredes de superadobe, podemos apoiar
coberturas pesadas como o telhado vivo.
T AP AR A OB R AComo as paredes de superadobe so de terra pura, temos que ter sempre muitocuidado para no deix-las expostas chuva. aconselhvel tapar as paredescom uma lona plstica sempre que no haja ningum em obra! Depois de
prontas as paredes estaro bem protegidas pelo telhado e pelo reboco!
A COB ER T U R APodemos apoiar a cobertura diretamente na parede de superadobe, sem
necessidade de fazer uma cinta. A parede muito forte quando bem feita, epodemos apoiar inclusive uma cobertura bem pesada como um telhado vivo.
Figuras 51 e 52: Formas arredondadas no IMCA (Instituto Morro da Cutia,Montenegro/RS).
Figura 50: FEarth, de Nader Khalili, criador dosuperadobe: aberturas planejadas
estruturadas pela forma doedifcio.
www.calearth.org
oto do Instituto Cal
tcnicas de bioconstruo: superadobe
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ADOBEO tijolo de adobe um material de construo muito antigo. Consiste em
um tijolo de barro e palha mesclados, que moldado e seco naturalmente. umatcnica muito amiga do meio ambiente, pois no utiliza nada de cimento e nogasta combustvel na secagem dos tijolos, por no ser queimado.
Pelo uso da palha na sua composio, garante excelente conforto trmico.As construes de adobe, quando bem feitas, podem durar muitas dcadas.
uma tcnica que est sendo cada vez mais resgatada e valorizada,apesar de que ainda h muito preconceito em relao sua utilizao.
A construo com adobe simples eartesanal:Fazemos um buraco prximo ao localda obra onde se encontre soloapropriado (Figura 54).
Figura 53: Igreja do Rosrio eSo Benedito, Cuiab: feita
em adobe em torno de 1750.Foto: Mateus Hidalgo.
M AT ER IAIS:Areia, argila e palha. Madeira e pregos
para a forma.
F ER R AM EN T AS:P, enxada, estopa, martelo e serrote.
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Figura 54
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Em alguns lugares, alm da terra e gua, utiliza-se o capim cortado, quefunciona de estabilizador, como uma armao.
Construimos as formas de madeira de 40 cm de comprimento, 20 cm delargura e 15 cm de altura. Ver Figura 57.
Depois de amassado, colocamos o barro nas formas de madeira (Figura58). A forma deve ser molhada antes de se colocar a argila para que a terra nofique grudada. Quanto mais forte for o lanamento do barro no molde, melhorsero a compactao e a resistncia da pea. A superfcie pode ser uniformizadacom a mo, com uma madeira, com uma palheta ou com um arame.
Recomenda-se deixar otijolo secar ao sol durante 10 dias,virando-o a cada 2 dias.
Figura 59: Foto: IPEC, Bioconstruindo 2002
Colocamos gua (Figura 55) e depois amassamosa terra com os ps (Figura 56) at obter uma mistura
homognea e plstica, que permita que a massa sejamoldvel. Foto: IPEC,
Bioconstruindo 2002
tcnicas de bioconstruo: adobe
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Figura 58
Figura 55 Figura 56
Figura 57
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Estantes incorporadas parede.
A Figura 65 mostra uma casinha de COBconstruda para instalar e abrigar asbaterias de painis fotovoltaicos(Permacultura Montsant, Espanha).
Figuras 63 e 64: Armrio e janela moldados em uma casa de COB (Ecovila Vallede Sensaciones, Espanha).
tcnicas de bioconstruo: cob
Figura 66 Figura 67
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Figura 68: As casas de COB costumam ser muito lindas, pois so feitas com muita criatividade. Nesteexemplo misturada a tcnica do COB com paredes de pedra. Foto: Gerry Thomasen.
Figura 69: A casa dos fundadores do Ecocentro IPEC - Pirenpolis-GO,Andr Soares e Lucia Legan, de cob. Fonte: www.ecocentro.org
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TAIPA DE MAO
Figura 71: Escola de taipa de mo na Ilha Grande do Paulino
Depois de montada a trama so abertos os locais das portas e janelas.
Tambm chamada de pau-a-pique ou taipa de sebe. Tcnica de
construo com terra trazida para o Brasil pelos portugueses. Amplamente
utilizada, principalmente em meio rural. Consiste na construo de um quadro de
galhos: os verticais so cravados no cho e os horizontais so encaixados ou
amarrados nos verticais. Este quadro preenchido por uma trama de galhos ou
de bambus (Figura 70).
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Figura 70
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A prxima etapa deve ser a construo da cobertura, para que se possa
fazer o barreamento protegido do sol e da chuva. O beiral deve ter entre 50 cm e
1m, assim as paredes ficam mais protegidas.
Logo vem a etapa do barramento (Figura 72), que consiste em preencher
os buracos da trama com argila. A terra usada deve ser arenosa para no trincar.
O barreamento feito em trs etapas para que no sobrem buracos de trincas.
Para que as paredes fiquem isoladas do solo e tenham mais durabilidade,
pode ser feita uma fundao de pedra ou de concreto, como ensina o arquiteto
Fernando Neves Bussoloti nas ilustraes abaixo (Figura 73). A fundao
executada com uma vala onde so encaixadas as paredes de pau-a-pique.
Figura 72
Figura 73
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A tcnica do pau-a-pique tem vrias vantagens (Figura 74). Por constituir
paredes leves, podem ser feitas casas de dois andares com o uso de uma boa
estrutura de madeira.
B E IR A L GR A N DEP R OT EGE A S P A R ED ES .
EST R U T U R A DEM ADEIR A BEMDIM ENSION ADA
Figura 74: Vantagens da taipa de mo.
FU NDACAO DE PEDR ASOU DE CONCR ET O
G AR AN T E OIS OLA M EN T O DO SOLO,
DANDO DUR AB IL IDADE ACO N S T R U CA O.
O F ECH A M EN T O COMPAR EDES DE PAU A
P IQU E. E U M A OT IM AT ECN ICA T A M B E M P A R A
P A R EDES IN T ER IOR ES .
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M AT ER IAIS:Terra, madeira e pregos
F ER R AM EN T AS:Pilo, martelo e serrote
Tcnica de construo com terra, muito antiga e bastante utilizada naconstruo de igrejas no perodo colonial do Brasil.
assim chamada por consistir em terra socada com um pilo dentro deuma forma de madeira que chamamos taipa.
As paredes, em geral, tm de 30 a 120 cm de espessura.Construimos um taipal e vamos pilando camadas de 10 a 15 cm at que a
terra esteja bem comprimida. Os taipais variam de 1 a 1,5 m de altura e de 2 a 4 mde comprimento. So como caixas sem fundo.
Forma de madeira(taipal)
Parede de terra jcompactada
TAIPA DE PILAO
Figura 75: A taipa de pilo utiliza umaforma de madeira como molde para
levantar as paredes.
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Figura 78: Socando com pilo dedois lados. Fonte: Manual de
Construo com Terra, GernotMinke
Existem diferentes tiposde piles (tambm chamadossoquetes) que podem ser
usados para comprimir a terra,como mostra a Figura 77.
Figura 79: Foto: Marcelo Parize Petazoni (fonte:www.panoramio.com) Casa do Bandeirante, Butant, So
Paulo. Construida no sculo XVII com paredes de taipa de pilode 50 cm de espessura.
Figura 77
Figura 76
A medida que o nvel da
terra atinge a parte alta dotaipal, desmontamos a caixa evoltamos a mont-la ao alto daparede para assim seguirsubindo.
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O solocimento um tijolo prensado feito de areia, argila e cimento.Os tijolos de solocimento no so queimados como os tijolos comuns,
portanto no consomem combustveis durante a sua fabricao, gerando menosimpacto sobre o meio ambiente. Para queimar mil dos tijolos convencionais
3necessrio 1 m de madeira, o que corresponde a seis rvores mdias! Alm domais a queima emite CO para a atmosfera, o que gera aumento do efeito estufa.2Com o solocimento poupamos tambm o custo ambiental e econmico do
transporte, j que podemos fabric-lo no canteiro de obras e usamosprincipalmente matria-prima local.
Alm do mais, no h desperdcio de material em obra, j que os tijolosquebrados podem ser modos e reaproveitados.
O acabamento do tijolo muito bonito, por isto podemos us-lo vista.
M AT ER IAIS:
Argila, cimento e gua
F ER R AM EN T AS:Prensa manual
Peneira com malha de 4,8 mmRegadorEnxada
O trao, ou seja, a proporo entre solo e cimento pode variar entre 1:10,1:12 ou 1:14. O ideal fazer algumas amostras de cada mistura e verificar emlaboratrio se tm suficiente resistncia. O processo de fabricao o mesmopara qualquer um dos traos, vamos ver um exemplo com trao 1:10:
Enchemos dez baldes com solo e espalhamos no cho, formando umacamada de 20 a 30 cm de altura. Enchemos um balde de cimento e espalhamostodo o contedo por cima da camada de solo de modo que o cimento cubra todo osolo.
SOLOCIMENTO
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Para verificar o ponto da umidade do solo podemos fazer uns testes bem simples:1.Pegamos um punhado da mistura e apertamos com fora entre os dedos e a palmada mo. Ao abrir a mo o bolo dever ter a marca deixada pelos dedos. Ver Figura 83.
2. Deixamos cair o bolo de uma altura aproximada de 1 m (mais ou menos da alturada cintura), sobre uma superfcie dura (Figura 84). O bolo dever esfarelar-se aochocar-se com a superfcie; se isto no acontecer, a mistura est muito mida.
Misturamos com uma enxada at conseguir uma cor homognea (Figura 81).
Molhamos a mistura com um regador at atingir o nvel ideal de umidade (Figura 82).
10
1
7 8 9
51 2 3 4
6
Figura 80: Mistura do trao1:10 10 baldes de soloarenoso e 1 balde de
cimento.
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Figura 81
Figura 82
Figura 83
Figura 84
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Depois de bem mesclada e
peneirada, a mistura pode ir paraa prensa e os tijolos estarofeitos.
Para a cura, os tijolos devem ser colocados na sombra (Figura 87), em um
local coberto, e empilhados at uma altura de 1,5 m (mais ou menos 23 tijolos).Aps seis horas e durante sete dias, os tijolos devem ser mantidos midos.Devemos molh-los com regador (Figura 88) no mnimo trs vezes ao dia,garantindo, assim, que no trinquem durante o processo de cura.
Figura 86: Prensa tijolot ipo modular ( Inst i tuto dePermacultura da Pampa, Bag/RS).
Peneiramos a mistura umedecida e est prontapara ser colocada na mquina para a produo dostijolos (Figura 85). importante peneirar para queno sobre nenhum torro de terra. Assim o cimentopoder ficar em contato com toda a parte de solo, oque importante pois o cimento que d a dureza aotijolo. O tempo mximo para o uso de cada mistura de uma hora, para no endurecer demais, uma vezque o cimento fica duro quando entra em contatocom a gua.
O cimento precisa entrar em contato com gua (estarhidratado) para comear a endurecer e ganhar fora. A CURA o
processo de secagem da mistura (neste caso feita de areia,cimento e gua). Uma boa CURA garante a dureza da pea. Para
uma boa CURA, devemos evitar que a gua evapore muitorapidamente, molhando as peas algumas vezes ao dia.
tcnicas de bioconstruo: solocimento
Figura 88
Figura 85
Figura 87
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TESTE DE CAMPO PARA O SOLO:
1.Pegar uma poro de solo e peneir-lo.
2.Misturar gua aos poucos at que comece a grudar na colher de pedreiro.3.Colocar o solo em uma caixa conforme a Figura 89, sem compactar. A caixa deve estar
lubrificada com algum leo.
4.Deixar a caixa abrigada do sol e da chuva durante sete dias.
5.Depois deste tempo o solo haver sofrido uma retrao. Se esta no passar de 2 cm,
somando os dois lados, o solo pode ser utilizado. Caso contrrio, adiciona-se areia para
obter o solo desejado.
A retrao da terra o quanto a
terra ENCOLHE depois de seca. Se aretrao muito grande, a pea poderachar ou se partir. Neste caso a misturano pode encolher mais de 2 cm de cada
lado da caixa.
haver retraonas laterais
mx 2cm
Figura 89
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FARDOS DE PALHA
A alvenaria com fardos de palha uma tcnica cada vez mais utilizada eque tem vrias vantagens.
As paredes so grossas e tm camadas de ar no seu interior. Isto faz comque a casa fique protegida do frio ou do calor.
um resduo abundante nas plantaes de arroz e trigo. Tcnica de rpida execuo. Baixo custo. Muito durvel: sabe-se da existncia de casas de fardos com mais de 100
anos de idade!
M AT ER IAIS:Fardos de Palha, terra (para o
reboco), sisal e arame
F ER R AM EN T AS:Torqus, tesoura ou faco e ferro
para usar como agulha.
Uma parede de fardos de palha deve ter uma boa fundao, que deixe apalha afastada da umidade do solo.
Figura 91: A fundao pode ser deconcreto. Neste caso podemos concretar
ferros para logo fincar os fardos.
Figura 90: Pode ser feita uma fundao desuperadobe com impermeabilizante. Nestecaso podemos deixar tubos entre as duas
ltimas fiadas da fundao por onde passeo arame na hora de costurar os fardos - um
cano para cada fardo.
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Outra opo fazer uma fundao dePNEUS USADOS recheados com pedras eargila. Podemos fincar bambus neste recheio,que serviro para estruturar as paredes.
Figura 92: Foto: Centro deFormao de Trabalhadores
em Viamo/RS.
A parede de fardos deve receber reboco de terra e ser bem vedada. Um
bom reboco garante a durabilidade das paredes.
Figura 96: Costurando os fardos.Fonte: Ecocentro IPEC - Institutode Permacultura e Ecovilas doCerrado - www.ecocentro.org
Os fardos vo sendo fincados uns nos outros com a ajuda de varas de ferroou bambu, como na Figura 95. Alm disso vo sendo amarrados uns aos outroscom arame.
Figura 94: Fonte: Ecocentro IPEC - Instituto de Permaculturae Ecovilas do Cerrado - www.ecocentro.org
Figura 95
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A alvenaria de fardospode ser construda emmeio est ru tura demadeira. As aberturasdevem ser bem planejadaspara garantir uma boaventilao.
Figura 99: Casa em Girona, Espanha. Fonte: Unrecorrido por casas de paja en la pennsulade Rikki
Nitzkin.
Figura 97: Foto tirada durante o curso Bioconstruindo 2002 - Institutode Permacultura e Ecovilas do Cerrado
Figura 100: Casa em Granada, Espanha. Fonte: Unrecorrido por casas de paja en la pennsulade Rikki
Nitzkin.
Figura 98: Casa das cores em Alicante, Espanha.Fonte: Un recorrido por casas de paja en la pennsula
de Rikki Nitzkin.
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tcnicas de bioconstruo: fardos de palha
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O ferrocimento uma tcnica que utiliza argamassa de cimento e areiaarmada em uma trama de vergalhes finos coberta por tela de galinheiro de fiosgalvanizados. uma boa tcnica para a construo de reservatrios de gua,pois se podem construir grandes estruturas com pouco material. Com paredesde at trs cm podemos acumular grande quantidade de gua. Ainda que utilizecimento e ferro, que no so materiais ecolgicos, leva uma quantidade bemmenor de material que as cisternas convencionais. E uma tcnica artesanal, oque garante que as comunidades tenham domnio sobre ela e autonomia paraconstruir desta forma.
M AT ER IAIS:Malha de vergalhes finos, de bitola 3,4 ou 4,4 mm, com
espaamento 10 X 10 cm.Malha de tela de galinheiro hexagonal, fio de ao n 22 e
abertura de 12,5 mm.Fio de arame recozido n 18
Cimento, areia e gua
F ER R AM EN T AS:Torqus
Chapas metlicasAlicate
EsponjasColher de pedreiro
P e enxada
FERROCIMENTO
Figura 101:da chuva nas cisternas de ferrocimento,como acontece naturalmente nesta lagoaformada nos meses chuvosos, na IlhaGrande do Paulino.
Podemos armazenar a gua
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Devemos comprar a malha j na medida das dimenses da nossacisterna, assim economizamos dinheiro e material. Mesma coisa para as telas degalinheiro: sero duas vezes a medida da altura e dimetro da cisterna (poiscolocaremos uma de cada lado).
Cortamos uma tela redonda do tamanho da base (Figura 103). Senecessrio, emendamos com o arame recozido.
Altura da cisterna
Traamos um crculo no cho e nivelamos o terreno. Pilamos a rea ecompactamos bem (Figura 104).
Colocamos a malha 10 X 10 no cho e sobre ela a tela de galinheiro.Amarramos as duas telas com o arame n 18.
Figura 103: A tela do fundo deve sercortada do tamanho da base, com
uma sobra de 20 cm para cada lado.
20cm
diametro da base
20cm
Figura 102: Foto tirada duranteo curso Bioconstruindo 2002, no
IPEC.
tcnicas de bioconstruo: ferrocimento
Figura 104
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Cortamos uma tela redonda do tamanho da base. Dobramos a paredepara emendar as telas do fundo e a das paredes. Amarramos bem firme com o
arame e a torqus. A estrutura estar armada e pode ser movida. Cobrimos abase com mistura de cimento e areia 1:4.
Logo comeamos a aplicao da argamassa da seguinte maneira: duaspessoas, uma dentro e outra fora da cisterna: uma segura a chapa de metal e aoutra vai aplicando a argamassa, que deve ser comprimida com fora contra estachapa. Devemos aplicar a argamassa de baixo para cima, em faixas horizontaisde uns 30 cm no mximo. Aps seis horas aplicamos a segunda camada, damesma forma que foi feita a primeira. Para as paredes o trao 1:2 .
Figura 107: Cobrindo a base com cimento eareia. Foto: IPEC, Bioconstruindo 2002
Figura 109: Enquanto umsegura a placa metlica, outro
aplica a massa.
Foto: IPEC, Bioconstruindo 2002
AREI
A
AREI
A
21 1
Figura 105: Foto tiradadurante o curso
Bioconstruindo 2002, noIPEC.
Figura 108: Trao 1:2:dois baldes de areia
para 1 balde decimento.
Figura 106
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A tampa da cisterna pode serfeita da mesma forma,conforme podemos ver na
imagem ao lado (Figura 112),nesta cisterna do IPEC
(Instituto de Permacultura eEcovilas do Cerrado).
Fonte: www.ecocentro.org
tcnicas de bioconstruo: ferrocimento
Podemos armazenar grandes quantidades de gua em uma cisternade ferrocimento (Figura 110). O ferrocimento pode ser usado para
outros tipos de estrutura, como boxes (Figura 111) de chuveiro ou pias.
Figura 111: Boxes de chuveiros noIPEC (Instituto de Permacultura e
Ecovilas do Cerrado)
Figura 110: Cisterna no IMCA (Instituto Morro da Cutia), Montenegro, RS.
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Conjunto de aes para melhorar a qualidade de vida das comunidades.
Abastecimento de gua potvelColeta e tratamento dos resduos (esgoto e lixo)DrenagemControle de doenas
Um saneamento ambiental bem feito garante a melhoria da vida das pessoas
e tambm o cuidado com o meio ambiente.
Aproximadamente 70% do corpo humano feito de gua.Aproximadamente 70% da superfcie do planeta Terra gua.
SANEAMENTO AMBIENTAL
AGUA
Figura 114
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Figura 113
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10LIT
ROS
Se toda a gua do planeta
coubesse em um balde comcapacidade para 10 litros...
...a quantidade de gua doce
disponvel para o consumo(1)seria equivalente a 8 gotas !
Mas, de toda essa gua, somente2,59% gua doce, sendo 97,41% degua salgada, imprpria para oconsumo humano.
Figura 115: Ainda que parea que h muita gua, na verdade pouca quantidade apropriada para oconsumo humano. O primeiro passo para garantir que nunca nos falte gua no desperdiar esterecurso.
(1) Fonte: Instituto Akatu: www.akatu.org.br
saneamento ambiental
Desta gua doce, a maioria est nas geleiras ou em lenis que esto a mais oumenos 800 m de profundidade. Somente uma parte bem pequena de gua doceest acessvel ao consumo humano.
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doce2,59%
salgada97,41%
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A gua que usamos deve ser tratada antes de voltar ao meio ambiente, docontrrio estaremos poluindo o lugar onde vivemos. Se jogamos a gua usadadiretamente no meio ambiente, seja numa lagoa ou num rio, estamos poluindo.Quando a quantidade pequena no nos damos conta, mas pouco a pouco a
natureza vai sendo prejudicada. Por isso devemos cuidar do ambiente demaneira preventiva, para evitar ter que solucionar mais tarde, problemascausados por falta de cuidado inicial. Devemos buscar solues locais paracuidar da nossa gua, e assim cuidaremos da nossa sade e da sade do meioambiente.
A gua um recurso renovvel se bem cuidado. O problema que apopulao mundial est crescendo, e em alguns lugares se utiliza a gua numritmo mais veloz do que ela se pode renovar. Cada vez mais os rios esto
poludos com dejetos domsticos, resduos industriais e agrotxicos.
Figuras 116 e 117: Lagoaformada durante a poca de
chuvas na Ilha Grande do
Paulino, Delta do Parnaba.A gua fundamental para avida e deve ser preservada.
Figura 118: exemplo dofuncionamento de umcrculo de bananeiras,forma simples e eficazde tratar a gua cinza.Fonte: Create an Oasiswith Graywater, de Art
Ludwig.
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Figura 119: Poo na Ilha Grande doPaulino, Delta do Parnaba.
A B A ST ECIM EN T O DE A GU A :Nas comunidades rurais, ou para no depender de redes de
abastecimento de gua, podemos usar gua de poos ou coletar gua da chuva.
melhor que as fontes de gua estejam perto dacasa, assim economizamos materiais (comocanos, por exemplo) e temos menos trabalho parair busc-la. O acesso deve ser fcil.As fontes de gua devem estar, tambm, longe dequalquer contaminao. As fezes humanas, porexemplo, devem ser tratadas, pois pouco a pouco aterra as absorve, at que elas atinjam aprofundidade dos poos, contaminando a gua. Setemos um sistema de tratamento do tipo fossa esumidouro (Figura 120), deve haver uma distnciamnima de 18 metros entre a FONTE DE GUA e oSUMIDOURO.
Para ter mais conforto, podemoster gua encanada na nossa casa.Podemos fazer isso construindo um
pequeno reservatrio no telhado. Paraencher o reservatrio com gua depoo, podemos usar uma bombamanual (Figura 121).
sumidouro
saneamento ambiental
fossa
Figura 121
Figura 120
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Outra maneira de coletar gua usar o telhado para juntar a gua dachuva. Podemos fazer um caminho de canos para que a gua que cai no
telhado v para um reservatrio (Figura 122). Assim, toda a gua que cai do cuno perodo de chuvas poder ser guardada para usarmos no perodo de seca.Podemos fazer grandes reservatrios sem gastar muito e usando pouquinhomaterial, com a tcnica do ferrocimento.
Tambm podemos aproveitar a gua da chuva fazendo com que ela fiqueno terreno. s vezes cai tanta gua ao mesmo tempo que a terra no tem tempode absorver. Podemos construir alguns canais de infiltrao (Figura 123).Assim, a gua tem tempo de entrar no terreno. Podemos cavar um canal antesde uma horta, por exemplo, assim a terra se manter mida por mais tempo. As
plantas agradecem.
Nas cidades, normalmente a gua das casas vai para a rede pblica deesgoto, depois para grandes estaes de tratamento, onde so colocadosprodutos qumicos para que ela se torne novamente boa para o uso domstico.Porm, muita gente, principalmente a parte pobre da populao, no tem nemrede de esgoto no seu bairro, ou seja, os dejetos humanos no so tratados.Quando o esgoto fica a cu aberto, sem tratamento, microorganismosprejudiciais sade se proliferam causando doenas.
T R AT AM EN T O DA AGU A
Figura 123
Figura 122
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Nos assentamentos rurais, ter bastante gua um privilegio que devemoster cuidado para manter. Se vamos deixando o esgoto diretamente no solo,
pouco a pouco vamos poluindo a terra, e com o tempo esta poluio pode chegaraos lenis subterrneos que alimentam nossos poos.
R ECICL AGEM DA AGUA
A caixa de gordura o primeiro passo necessrio para o tratamento dagua cinza. A gua cinza todo o resduo que sai da pia da cozinha, do chuveiroe da lavagem de roupa.
Para construir e usar uma caixa de gordura, devemos ter algunscuidados:
- Deve estar bem fechada para evitar que cheguem insetos e outrosanimais;
- Deve ter uma boa distncia entre a entrada e a sada da gua, paraevitar que a gordura saia com o resto da gua;
- O tamanho da caixa de gordura depende do numero de refeiesdirias de uma casa. Se tivermos um restaurante, temos que fazer a caixa degordura maior do que a de uma casa.
CAIX A DE GOR DUR A
Depois que sai da caixa de gordura, o resduo deve passar por um filtro(Figura 125). Este pode ser, por exemplo, um filtro de areia. Depois de filtrada, agua pode ser direcionada para a horta ou para o jardim.
saneamento ambiental
sada dagua
filtrada
filtro
entrada dagua cinza
caixa de gordura
Figura 124: Exemplo decaixa de gordura com as dimensesapropriadas para uma casa defam l i a . A comb inao dossaponceos e detergentes com asgorduras (dos alimentos e do corpo)forma uma camada leve que tende aboiar na gua, por isso o tubo desada da gua deve estar perto dofundo da caixa.
29cm
10cm
32cm
13cm
37cm
Figura 125
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De qualquer forma, mesmo se no vamos reutilizar a nossa gua, temosque devolv-la limpa ao meio ambiente. Aqui entra uma questo muitoimportante que o sistema de BANHEIRO que utilizamos. O resduo do vasosanitrio diferente da gua cinza e no pode ser tratado da mesma forma. Seutilizarmos um banheiro que necessita de gua para arrastar os dejetos, estagua ter que ser tratada. Em locais onde no h rede de esgoto, temos quetratar a gua no nosso prprio terreno ou na comunidade. Uma maneiraeficiente para tratar as guas cinzas e do vaso sanitrio com o sistema modularde separao de guas do engenheiro Luis Ercole, representado abaixo, naFigura 126.
O sanitrio seco uma excelente alternativa pelos seguintes motivos:- No utiliza gua: geralmente utilizamos a mesma gua de beber para
empurrar os resduos do sanitrio. Com o sanitrio seco isto no acontece!O sanitrio seco acumula um resduo que logo ser usado como adubo!
SANIT AR IO SECO
Podemos optar, tambm por um sistema de tratamento que no utilizagua:
Figura 126
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saneamento ambiental
Quando uma cmara estcheia, fechamos o vaso com umatampa pesada e passamos autilizar a outra. O tempo que leva
para encher uma cmara tempo suficiente para que amatria fecal da outra tenhavirado adubo. Podemos esvazi-la e colocar na horta ou no jardim.
CASINHA
CA M A R A 1CA M A R A 2
CH AM INE
Figura 127: Sanitrio seco incorporadoao edifcio em projeto para o Alojamento
do Instituto Educar, Ponto/RS.
SANIT AR IO SECO DE DU AS CAM AR AS:
Consiste em um banheiro com dois vasos, cada um correspondente a umacmara. Enquanto utilizamos uma, a outra permanece fechada.
A medida que uma cmara vai enchendo, a temperatura aumenta, ecomeam a entrar em ao organismos termoflicos (que s sobrevivem emtemperaturas altas) que decompem a matria fecal. Cada vez que usamos osanitrio devemos colocar matria seca, que evita odores, protege de insetos eacelera o processo de compostagem. Pintamos a cmara de preto para que a
temperatura fique mais alta e o processo seja mais rpido (a cor preta absorvemais calor).
Figura 128: As diferentespartes de um sanitrio seco
de duas cmaras.
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Bason:
Figura 130: Sanitrio do tipo Bason. Fonte: Manual do Arquiteto Descalo, Johan Van Lengen
Outro sistema de sanitrio seco o Bason. Neste sistema, de um ladoentram os dejetos humanos e de outro os resduos de cozinha, que juntos
formam um composto riqussimo.
O ID EA L E CON S T R U IR ES T E T IP O DE
S A N IT A R IO EM U M D ECL IV E P A R AA PR O V EIT A R O P ER F IL N A T U R A L DO
T ER R EN O.
AQUI A PESSOA SENT A.CADA VASO E UT ILIZ ADODU R A N T E U N S S E IS M ES ES .
Figura 129:Funcionamento do
sanitrio seco.
A CH AM INE PINT ADA
DE P R ET O F AZ
COM QUE OS GASES
S U B AM .
DEN T R O D A CA S IN H ADEIX A M OS U M B A LD E
COM S ER R A GEM
P A R A CO B R IR A SFEZ ES CADA VEZ
QUE USAM OS O
S AN IT A R IO
A R A M P A S ER V EP A R A QU E O
R ESIDUO R ESVALE.
DEV E T ER U M ASU PER FICIE LISA.
CADA CAM AR AT EM U M A
P OR T A PEL A
QU A L ER ET IR ADO O
R ESIDUO JA
CO M P O ST A DO
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entram dejetos
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N OT A S:
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pelo autor ou licenciante.
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Gouva, Luiz Alberto: Biocidade: Conceitos e critrios para um desenhoambiental urbano, em localidades de clima tropical de planalto. Editora Nobel.
Khalili, Nader: Ceramic Houses and Earth Architecture - How to build your own.Editora Cal Earth.
Lengen, Johan Van: Manual do Arquiteto Descalo. Editora Casa do Sonho.
Ludwing, Art: Create an Oasis with Graywater. Editora Oasis Design.
Minke, Gernot: Manual de Construccin com Tierra - La tierra como material deconstruccin y sus aplicaciones en la arquitectura atual. Editora NordanComunidad.
Rikki Nitzkin: Un recorrido por casas de balas de paja en la pennsula. Disponvelno site (em espanhol).
Weimer, Gnter: Arquitetura Popular Brasileira. Editora Livraria Martins Fontes.
www.casasdepaja.org
R EF ER EN CIAS B IB L IOGR AF ICAS
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http://www.casasdepaja.org/http://www.casasdepaja.org/http://www.casasdepaja.org/8/14/2019 Manual de Bioconstruo
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PR OJET O DE R ESIDEN CIA B IOCONST R UIDAIlha Gr ande do P aulino Delt a do P ar naiba
Arq. Cecilia Prompt
Anexo 1
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At ividades do Cur so na Ilha Gr ande do P aulino (Delt a do P ar naiba)
Anexo 2
Trabalho em regime de mutiro paraconstruo da fundao da casa.
Fundao da casa -Tcnica de Superadobe:
Pilando os sacos.
Trabalho em regime de mutiro paraconstruo da fundao da casa.
Reciclagem do barroda casa antiga.
Reciclagem do barro da casa antiga. Enchendo os sacos com o barroreciclado, para a produo
de Superadobe.
Atividade pedaggica em campo.
Fabricao dos tijolos de adobe.
Atividade pedaggica em campo. Construo das paredes externas. Construo da estrutura do telhado.
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Fotos: Alice Duarte; Ceclia Prompt; Fernando Ferreira e Silma Erthal
Atividade pedaggica em campo.
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Horta da casa. Vista lateral da casa com reboco concludo. Vista frontal da casa com reboco concludo.
Paredes internas de Adobe, ainda semreboco e pintura.
Vista interna da casa com reboco e pintura. Vista do Box para banho.
Vista posterior do sanitrio seco. Vista lateral do sanitrio seco. Vista lateral do sanitrio seco.
Casa edificada ainda sem o reboco. Instalao de portas e janelas. Colocao do reboco externo.
At ividades do Cur so
At ividades do Cur so na Ilha Gr ande do P aulino (Delt a do P ar naiba)