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Monografiaa Federal Interessante

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    Inventrio das Principais Medidaspara Melhoria da Gesto Pblica no

    Governo Federal Brasileiro

    Braslia, 2009

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    PRESIDENTE DA REPBLICA

    Luiz Incio Lula da Silva

    MINISTRO DO PLANEJAMENTO, ORAMENTO E GESTO

    Paulo Bernardo Silva

    SECRETRIO-EXECUTIVO

    Joo Bernardo de Azevedo Bringel

    SECRETRIO DE GESTO

    Marcelo Viana Estevo de Moraes

    Caio MariniConsultor contratado para elaborao do estudo.Especialista em engenharia industrial pela Pontifcia Universidade Catlica do Riode Janeiro (PUC/RJ) e administrador pblico pela Escola Brasileira de AdministraoPblica e de Empresas da Fundao Getlio Vargas (EBAPE/FGV), Caio Marini

    j ocupou posies executivas em empresas privadas e na administraopblica. consultor junto a organismos internacionais (Banco Interamericano deDesenvolvimento, Banco Mundial e Naes Unidas) em projetos de cooperaotcnica nas reas de Reforma do Estado e modernizao da gesto pblica. NoBrasil, realiza consultorias para organizaes federais, estaduais, municipais e doterceiro setor. professor-colaborador da Fundao Dom Cabral, da FundaoGetlio Vargas e de escolas de governo no Brasil e no exterior. diretor do Instituto Publix.

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    ApresentAo

    O trabalho que segue oi realizado no mbito do projeto de cooperao

    tcnica Modernizao da Gesto Pblica, uma parceria entre a Secretaria

    de Gesto (SEGES) do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto e

    a Agncia Espanhola de Cooperao Internacional para o Desenvolvimento

    (AECID). O consultor Caio Marini oi contratado para realizar um levantamento

    das principais iniciativas do governo ederal voltadas melhoria da gesto

    pblica neste incio de sculo. Trata-se de um trabalho pioneiro e que no tem

    a pretenso de esgotar o assunto, mas de apresentar uma relao signicativade medidas de aprimoramento da gesto pblica.

    O trabalho contemplou as seguintes etapas:

    Levantamento das principais aes do governo ederal para melhoria

    da gesto pblica no perodo de 2001 a 2009, incluindo tanto aquelas

    eetivamente implementadas quanto as propostas ou em ase de

    implementao;

    Identicao sinttica dos resultados das iniciativas eetivamenteimplementadas e do estgio ou dos desdobramentos das medidas em

    implementao;

    Anlise sucinta de aspectos contextuais relevantes das iniciativas

    identicadas;

    Sistematizao de um inventrio com as inormaes obtidas.

    As medidas apresentadas oram coletadas mediante: entrevistas com atores

    de ministrios e outros rgos governamentais; anlise documental, incluindo

    publicaes relativas ao Concurso da Inovao na Gesto Pblica Federal

    (promovido pela ENAP desde 1996); pesquisas nos stios eletrnicos dos rgos

    do governo ederal; e artigos de natureza acadmica publicados sobre o tema.

    Uma vez que no oi denido a priori o que deveria ser entendido como

    medida de melhoria da gesto, o resultado do trabalho refete, em boa

    medida, a viso do consultor sobre o tema.

    Durante a etapa de coleta das inormaes, optou-se por enocar medidas que

    contriburam para a eetivao de uma determinada poltica pblica, sob uma

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    perspectiva que contempla o apereioamento da administrao segundo os

    aspectos da prossionalizao, do gerencialismo e da governana pblica.

    Diante da restrio de recursos, inclusive de tempo, o estudo oi realizado

    em 90 (noventa) dias. Optou-se por azer o levantamento em um conjunto

    representativo de ministrios, priorizando aqueles responsveis por

    reas estratgicas ou aes prioritrias de governo. Vale ressaltar que as

    caractersticas da interlocuo variaram entre rgos e, em alguns casos,

    houve diculdade para realizar as entrevistas. Dentro do possvel, os subsdios

    colhidos nas entrevistas, complementados pelas pesquisas realizadas em

    outras ontes, oram submetidos validao dos ministrios. Alguns rgos

    e itens considerados relevantes oram includos mesmo sem a realizao deentrevistas ou sem a validao nal pelos ministrios.

    Verica-se ao longo do documento assimetrias entre as medidas de melhoria

    apresentadas, algumas de carter estratgico, outras pontuais e operacionais,

    o que evidencia a desigualdade de situaes e percepes sobre a matria

    entre os rgos e entidades pesquisados.

    As iniciativas de melhoria da gesto oram organizadas em dois grupos: (i)

    aquelas de natureza sistmica que, via-de-regra, extrapolam os limites de

    atuao ministerial e provocam impactos em toda a administrao pblica e

    nas ormas de relacionamento com a sociedade; e (ii) medidas circunscritas ao

    mbito de atuao ministerial.

    Embora o documento possa merecer ajustes, a SEGES considera que o trabalho

    rene de orma indita um conjunto signicativo de iniciativas de melhoria da

    gesto pblica no mbito ederal, que merece ser divulgado, especialmente no

    contexto do encerramento do Ano Nacional da Gesto Pblica.

    Secretaria de Gesto

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    sUMrIo

    1. INTRODUO ............................................................................................. 5

    2. ELEMENTOS DE FUNDAMENTAO ............................................................ 7

    2.1. A emergncia de um novo contexto e o signicado

    das reormas do Estado e da gesto pblica .................................................. 7

    2.2. A trajetria de institucionalizao de um novo padrode gesto pblica no Brasil ............................................................................ 9

    3. RELAO DAS PRINCIPAIS MEDIDAS PARA MELHORIA

    DA GESTO PBLICA NO PERODO 2001/2009 ............................................. 15

    3.1. Medidas de natureza sistmica ............................................................. 15

    3.2. Medidas para a melhoria da gesto nos Ministrios ............................. 42

    Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome (MDS) ................. 42Ministrio da Sade (MS) ............................................................................. 49Ministrio da Educao (MEC) ...................................................................... 50Ministrio da Previdncia Social (MPS) ......................................................... 55Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE) ..................................................... 59Ministrio da Justia (MJ) ............................................................................. 68Ministrio do Desenvolvimento Agrrio (MDA) ............................................ 70Ministrio da Cultura (MinC) ........................................................................ 70Ministrio da Cincia e Tecnologia (MCT) ..................................................... 72Ministrio do Meio Ambiente (MMA) ...........................................................76Ministrio da Pesca e Aqicultura (MPA) ......................................................76Ministrio da Fazenda (MF) .......................................................................... 77Ministrio das Cidades (MCidades)...............................................................79Ministrio dos Transportes (MT) ................................................................... 79Ministrio de Minas e Energia (MME) ........................................................... 80

    Ministrio das Comunicaes (MC) .............................................................. 82Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC) ......... 83Ministrio da Deesa (MD) ............................................................................ 88Advocacia Geral da Unio (AGU) .................................................................. 88

    4. AS LIES APREENDIDAS E O DESAFIODE INSTITUCIONALIZAR O PROCESSO DE MUDANA.................................... 91

    5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................. 93

    5.1 Pginas consultadas da internet ............................................................. 93

    6. GLOSSRIO DE SIGLAS E ABREVIATURAS ..................................................95

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    Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro

    1. IntrodUo

    O apereioamento do ciclo da gesto que vai do dimensionamento de

    recursos disponveis, passando pelo planejamento, alocao de recursos e

    implementao das aes, at a anlise dos resultados e dos impactos dessas

    aes o que permite a tomada de deciso qualicada em nvel estratgico.

    Por isso, governos nacionais e sub-nacionais tm investido na denio e

    no aprimoramento de instrumentos de gesto inovadores e orientados para

    resultados, que visam ampliar a capacidade de governana do Estado para

    implementar polticas pblicas de orma coordenada e sinrgica.

    No Brasil, est em curso um novo ciclo de desenvolvimento, ruto de um processo

    de reconstruo institucional iniciado h pouco mais de uma dcada. Somos

    hoje uma economia slida e estvel, que cresce de maneira sustentvel e est

    comprometida com a incluso social, sem abrir mo da responsabilidade scal.

    Essas caractersticas, aliadas transormao das estruturas sociais brasileiras

    e consolidao do ambiente democrtico no pas, exigem um Estado cada

    vez mais gil na identicao de demandas, ecaz no desenho de solues e

    eetivo na implementao de polticas.

    A construo desse novo Estado passa pela redenio do seu papel

    perante a sociedade brasileira. As competncias requeridas para alavancar

    o crescimento sustentado no so as mesmas que oram necessrias para

    atingir a estabilidade econmica: para alm das questes monetrias e scais,

    envolvem, principalmente, aspectos participativos e republicanos. O novo

    desenho da atuao estatal impe a melhoria da gesto pblica.

    Melhorar a gesto pblica signica atuar nas questes estruturais e de

    governana, no marco legal e nos grandes processos dos governos, bem

    como na dimenso da gesto das organizaes pblicas. Signica desenvolver

    capacidades e instrumentos para subsidiar as decises de alocao de recursos,

    analisar riscos, inormar e qualicar o processo decisrio, trabalhar de orma

    pro-ativa e coordenada e incorporar metodologias, erramentas e prticas

    modernas e alinhadas s necessidades e realidades da administrao pblica.

    Signica, enm, contribuir para a construo de um modelo de atuao em

    bases integradas e cooperativas, orientado para resultados e com oco no

    cidado.

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    Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA

    Nesse sentido, durante as ltimas duas dcadas, o Estado vem passando por um

    processo de mudana gradual, que envolve: alteraes nos mecanismos de tomada

    de deciso; modicao dos critrios tradicionais de ormao da burocracia; einstituio de uma gesto com oco no cidado e orientada para resultados.

    Desde a dcada de 90, houve avanos considerveis no apereioamento da

    ormulao e da execuo de polticas no Brasil, por meio da adoo de uma

    metodologia especca de planejamento por programas (o Plano Plurianual),

    do desenvolvimento de carreiras de Estado com uma slida ormao em

    ormulao de polticas governamentais e, nalmente, da criao de instncias

    responsveis pelo acompanhamento das polticas.

    Quanto ao monitoramento e avaliao das polticas, h atualmente iniciativas

    para melhorar a coordenao dos atores e o acompanhamento de indicadores

    de desempenho e de resultado em determinados setores.

    Por ltimo, registram-se avanos nos mecanismos de transparncia das aes

    pblicas e na porosidade do Estado participao social.

    Concomitantemente a esses apereioamentos, observa-se que a Constituio

    Federal de 1988 desencadeou um movimento de descentralizao poltica e

    administrativa que abre espao expanso de organizaes pblicas no-estatais e corrobora o aumento da demanda pela responsabilizao de agentes

    pblicos e pela abertura do Estado participao e ao controle social.

    A resposta do Estado a essas demandas, bem como o incremento na eetividade

    das polticas pblicas, implica atender s necessidades de ortalecimento da

    gesto por resultados no governo ederal.

    Esta publicao tem por objetivo sistematizar as principais iniciativas para

    melhoria da gesto pblica em nvel ederal desde o ano de 2001.

    No Captulo 2, so abordados elementos conceituais e de contextualizao

    das reormas contemporneas do Estado e da gesto pblica, bem como da

    trajetria de institucionalizao de um novo padro de gesto pblica no Brasil.

    O Captulo 3 apresenta as iniciativas de melhoria da gesto pblica no governo

    ederal brasileiro abrangendo o perodo 2001/2009 agrupadas em dois blocos:

    as de natureza sistmica e as especcas de cada Ministrio.

    O Captulo 4 consolida uma viso para o uturo da gesto pblica no Brasil e

    os desaos reorientao da ao estatal rumo a uma gesto com oco nocidado e orientada para resultados.

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    2. eLeMentos de FUndAMentAo

    2.1. A mgcia um v cx igifca ama ea a g blica

    Uma poca se caracteriza muito mais pelas questes que se colocam do que

    pelas respostas a essas questes. Durante as ltimas dcadas muito se tem

    discutido sobre as caractersticas do mundo contemporneo em transio da

    sociedade industrial para a sociedade do conhecimento e sobre a emergncia

    de alguns temas centrais que conormam este debate, tais como:

    A democracia cada vez mais se consolida como valor, a partir da armaoda cidadania, da ampliao do espao da participao popular, do

    desenvolvimento da sociedade civil e da deesa dos direitos humanos,

    ainda que num contexto desigual, caracterizado por prticas nem sempre

    coerentes com esses princpios;

    A to propalada globalizao, um processo histrico complexo, que se

    reere crescente integrao da sociedade mundial, e ao uncionamento

    de atividades vitais em tempo real, que aboliu ronteiras econmicas,

    internacionalizou o capital, unicou mercados, hbitos e comportamentos,permitiu a redistribuio geogrca dos processos produtivos e aumentou

    a competio entre pases;

    A revoluo tecnolgica, principalmente nas reas de comunicao

    e inormao, que elimina as barreiras comunicao a partir da

    disponibilidade em tempo real da inormao para toda a sociedade,

    viabiliza a inovao nas mais diversas reas da existncia humana e gera

    preocupaes crescentes sobre novas ormas de excluso social.

    J no incio dos anos 80 esse novo contexto introduziu no debate sobre o

    Estado contemporneo questes relativas necessidade de incorporao de

    novos papis e de abandono de outros. Funes de execuo e de interveno

    direta na economia por meio de atividades produtivas perdem espao,

    enquanto que articulao, promoo, regulao e manuteno da estabilidade

    econmica, poltica, social e institucional surgem como novas demandas.

    No obstante, o novo cenrio traz um ingrediente adicional ao debate na

    medida em que persiste e se acentua o descompasso entre as demandas

    sociais e a capacidade do Estado em atend-las, o que destaca a exigncia

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    de uma nova governana1. As experincias recentes de reorma da gesto

    pblica enatizaram, em um primeiro momento, nos anos 80 e incio dos anos

    90, medidas de natureza gerencialista em especial medidas de ajuste scal para, com isso, recuperar a capacidade estatal de realizar investimentos e

    de denir e implementar polticas pblicas. Entretanto, essas medidas eram

    quase sempre voltadas ao enrentamento de problemas emergenciais, de

    curto prazo (ecincia operacional e equilbrio scal), sem uma clara denio

    sobre o direcionamento estratgico de longo prazo (plano de desenvolvimento

    nacional). Os processos de transormao da gesto pblica nesse perodo

    oram muito impregnados pelos princpios da denominada Nova Gesto

    Pblica, inicialmente a servio de um ideal neoliberal de enxugamento, controlee ecincia, preconizando a aplicao de tecnologia gerencial privada ao setor

    pblico. Mas logo se expandiram em mltiplas direes, buscando melhorar

    a qualidade dos servios e polticas pblicas, bem como tornar o Estado mais

    slido, democrtico e cidado2.

    A nova gerao de reormas, levadas a cabo a partir do ano 2000, incorpora

    o legado positivo da etapa anterior, o da cultura da responsabilidade scal,

    e introduz a necessidade de construir uma nova capacidade baseada no

    conceito de governana pblica. Com isso, voltam ao centro do debate antigas

    questes, revisitadas, em especial a da prossionalizao, e despontam novas

    questes undamentais, sobretudo a relevncia do papel do Estado na criao

    de valor pblico e a necessidade de reorientar a gesto para resultados de

    desenvolvimento. Acredita-se que os imensos desaos sociais em escala global,

    maniestos pela crescente desigualdade e pobreza, no podem ser vencidos

    pela simples ao isolada dos mercados, dos Estados ou do terceiro setor.

    Se antes ao Estado era dado o papel de protagonista do desenvolvimento,

    bastava modernizar a gesto pblica para alcanar resultados. Hoje, o novo

    contexto pressupe um protagonismo compartilhado, um Estado incrustadona sociedade no apenas no sentido de reproduzir suas demandas, mas

    tambm no sentido de promover aes conjuntas tanto na construo de uma

    agenda estratgica de governo quanto na implementao e monitoramento

    1 Segundo Aguilar (2007), governana o processo de direo da sociedade, mediante o qual setores,grupos, personalidades da sociedade denem seus objetivos de convivncia e sobrevivncia e as aesespeccas que sero levadas a cabo a m de realizar os objetivos de interesse social e as ormas comocoordenaro suas aes e produto. o processo social de denio do sentido de direo e da capacidadede direo de uma sociedade.

    2 Aquilo que Rami (2001) identicou como duas correntes da NGP: a neo-empresarial e a neopblica.Ver: Rami, C. Los problemas de la implementacion de la nueva gestin pblica en las administracioneslatinas: modelos de Estado y cultura institucional. Revista del CLAD n.21 Caracas

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    dessa agenda. Trata-se da transio para um novo paradigma: do governo que

    governa a sociedade para o governo que governa com a sociedade.

    2.2. A ajia iiucializa um v a g blica Bail

    2.2.1. Caractersticas distintivas

    A histria recente das reormas da gesto pblica no Brasil apresenta algumas

    caractersticas distintivas. Merecem destaque as quatro descritas a seguir.

    Um primeiro aspecto o da relevncia. Nem sempre trivial compatibilizar as

    unes de liderana poltica e gerncia executiva de governo. Tradicionalmente

    baixa a percepo, por parte dos polticos, da relevncia da gesto como

    orma de alcance dos resultados governamentais (Marini, 2008). Na maior

    parte das vezes os polticos tendem a destacar as obras de inra-estrutura,

    os projetos sociais e outros de maior apelo popular de sua administrao.

    Entretanto, importante ressaltar que a implementao dessas iniciativas

    depende undamentalmente da qualidade da gesto. Felizmente, esse quadrovem se alterando nos ltimos anos. Aumenta o nmero de polticos que

    percebem a relevncia da gesto para alcanar os objetivos expressos em seus

    programas de governo.

    Outra caracterstica marcante da trajetria recente a combinao entre

    diversidade e fragmentao. Os ltimos anos oram, sem dvida, bastante

    rteis em termos de produo de importantes iniciativas de melhoria da

    gesto pblica nos seus diversos campos: o revigoramento do planejamento e

    oramento governamental a partir das ltimas edies dos Planos Plurianuais,os programas de qualidade do gasto pblico, a reorientao da gesto para

    resultados, a transparncia e o controle social, os apereioamentos no

    ordenamento jurdico, a inormatizao de processos, os novos enoques em

    gesto de recursos humanos (concursos, carreiras, treinamento, avaliao

    de desempenho), so exemplos do grau de abrangncia das iniciativas.

    Entretanto, esses avanos no se deram de orma integrada. Ao analisar a

    dinmica do processo de ormulao da poltica de gesto no pas Martins

    (2003) destaca: trata-se de diversidade ou ragmentao? E conclui tratar-se

    de ambos. A diversidade pode ser claramente percebida a partir da pluralidade

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    Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA

    de vises, valores, aes, atores empreendedores e coalizes em dierentes

    graus de convergncia. A anlise das trajetrias e casos revela uma pliade de

    ricas experincias de polticas de gesto baseadas em elaboradas construesde problema e solues, vibrantes atuaes de dierentes empreendedores

    e construo de intrincadas coalizes, levando a uma grande variedade de

    resultados de ormulao: documentos reerenciais de governo, planos,

    planos-diretores, decretos, leis e emendas constitucionais contendo regulaes

    de polticas de gesto pblica. A anlise das trajetrias e casos possibilitou a

    identicao de elementos de convergncia e divergncia. Nesse sentido, a

    ragmentao caracteriza-se pela baixa integrao, interposio de obstculos,

    bloqueios recprocos e orientaes contrrias.Uma terceira caracterstica o compartilhamento federativo das iniciativas

    de melhoria da gesto, dierentemente de outros campos de atuao onde

    muitas vezes existe uma orte competio entre os entes ederados. O

    Conselho Nacional de Secretrios de Estado da Administrao (CONSAD),

    criado em 2000, oi determinante para esse m. Abrucio (2007) destaca que o

    Conselho tem o papel de ortalecer e incentivar mecanismos de cooperao

    e colaborao entre os nveis de governo, sem retirar autonomia das partes3.

    As reormas dos anos 30 e dos anos 60 oram marcadas pelo protagonismo

    da Unio e, por terem acontecido em perodos autoritrios (ditaduras Vargas e

    militar, respectivamente), oram impostas aos nveis sub-nacionais. Os ltimos

    anos tm se caracterizado por uma liderana compartilhada, com importantes

    iniciativas nas trs eseras de governo. O exemplo mais emblemtico oi o

    pacto estabelecido em maio de 2008 entre o Ministrio de Planejamento e o

    CONSAD pela melhoria da gesto, registrado na CARTA DE BRASLIA SOBRE

    GESTO PBLICA. O documento aponta as principais preocupaes e prope

    diretrizes para as estratgias e aes de melhoria nesse campo4.

    Por m, o quarto aspecto diz respeito ao carter incompleto das reormasda administrao pblica empreendidas. Segundo Gaetani (2007)5 esto

    pendentes de soluo problemas caracterizados como prprios dos sculos

    XIX, XX e XXI. Ou seja, as agendas de prossionalizao da gesto (reorma

    burocrtica do m do sculo XIX), gerencialista (inspiradas nos ideais da Nova

    3 Para maior aproundamento ver: Moraes (2009). Encarando os Desaos da Governana Pblica noBrasil do Sculo XXI. Congresso de 2009 da LASA (Associao de Estudos Latino-Americanos), no Rio deJaneiro

    4 Ver Gazeta Mercantil de 15/10/20075 Ver item 2.2.1.

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    Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro

    Gesto Pblica a partir das ltimas dcadas do sculo XX) e da governana

    pblica (do Estado em rede, tpicas da atualidade) oram iniciadas, mas

    seguem inconclusas. Uma das razes que certamente contribuem para adescontinuidade das estratgias de reorma que, na maior parte das vezes,

    as agendas so concebidas como contraponto s agendas anteriores (a agenda

    gerencial visa substituir o modelo burocrtico, por exemplo). O ideal seria

    encarar a reorma como um processo em que as agendas se sobrepem e se

    complementam. H situaes em que necessrio aproundar, e no substituir

    o modelo burocrtico. O mesmo se aplica s demais agendas.

    2.2.2. O direcionamento estratgico na linha do tempo (2001 a2009)

    Este Inventrio estabelece como horizonte temporal o perodo compreendido

    entre os anos 2001 e 2009. Tomando como reerncia os mandatos

    governamentais, o perodo oi divido em trs etapas. A primeira (2001 a

    2002) corresponde aos dois ltimos anos da gesto do presidente Fernando

    Henrique Cardoso; a segunda (2003 a 2006), ao primeiro mandato da gesto

    do presidente Luiz Incio Lula da Silva; e a terceira (2007 a 2009), aos trs

    primeiros anos do segundo mandato da gesto Lula. Apresenta-se, para cadaperodo, um breve relato sobre o direcionamento estratgico, levando em

    considerao as caractersticas antes mencionadas. As iniciativas propriamente

    ditas so arroladas no captulo seguinte.

    Perodo: 2001 a 2002

    As iniciativas no perodo tiveram como antecedentes a reorma de 1995,

    iniciada com a criao do Ministrio da Administrao Federal e Reorma doEstado (MARE) e a ormulao da estratgia expressa num documento ocial

    de governo denominado Plano Diretor da Reorma do Aparelho do Estado, que

    propunha aumentar a governana do Estado, limitar a ao estatal a unes

    prprias e transerir a estados e municpios aes de carter regional e local.

    Em linha com as quatro caractersticas das reormas da gesto pblica no

    Brasil mencionadas anteriormente neste texto6, em termos de relevncia o

    6 Ainda que o perodo osse tipicamente orientado pela agenda gerencial, havia iniciativas da agendade prossionalizao (retomada de concursos, em especial os do ncleo estratgico de governo) e da degovernana (instituio de Conselhos e medidas de transparncia).

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    Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA

    perodo deixou como principal legado a introduo do tema gesto pblica

    na agenda nacional, conerindo-lhe relevncia. Foram bastante expressivos a

    produo acadmica sobre o tema e os debates na mdia, no Congresso ejunto ao empresariado.

    Com relao segunda caracterstica, diversidade e ragmentao, certo

    que, no perodo expandido (desde 1995), houve expressiva diversidade de

    iniciativas7, como planejamento governamental, continuidade das medidas

    de ajuste scal, modernizao, ordenamento jurdico, inovaes gerenciais,

    governo eletrnico, recursos humanos etc. Mas igualmente certo que essas

    iniciativas se deram de orma ragmentada.

    No que diz respeito ao compartilhamento ederativo, o saldo oi bastante

    positivo. Depois de muitos anos de existncia, o Frum de Secretrios Estaduais

    de Administrao ganhou nova institucionalidade no perodo, com a criao

    do CONSAD no nal de 2000.

    E, por m, em que pesem os importantes avanos, muitas das iniciativas

    propostas pelo Plano Diretor no oram amplamente disseminadas no governo

    ederal, conrmando a caracterstica do carter incompleto.

    Perodo: 2003 a 2006

    O perodo comeou com iniciativas apontando para as trs agendas de gesto.

    Na de governana o exemplo mais signicativo oi a criao do Conselho de

    Desenvolvimento Econmico e Social (CDES) ainda em 2003. Na gerencial, com

    uma importante iniciativa da Secretaria de Gesto, de retomada da agenda

    gerencial com o Plano de Gesto para um Brasil de Todos, contemplando de

    orma integrada medidas nas reas da estratgia governamental, estrutura

    e gesto de pessoas. E, na agenda da prossionalizao, iniciativas derecomposio da orca de trabalho, de estabelecimento de percentuais

    para ocupao de unes de livre provimento por servidores de carreira,

    de intensicao dos programas de capacitao e de criao de rgos na

    estrutura do Executivo para promoo e coordenao das polticas voltadas

    s mulheres, igualdade racial, aos direitos humanos e ao desenvolvimento

    social e combate ome.

    7 A titulo de exemplo, no 1 perodo (1995/1998) a nase estava na gesto (Plano Diretor) enquantoque no segundo (1999/2002) estava no planejamento (PPA) e um, o Plano Diretor, no oi sequerapresentado ao outro, o PPA.

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    Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro

    Tambm merecem destaque a manuteno da estabilidade macroeconmica;

    o ortalecimento do carter participativo na elaborao do PPA (oram

    realizados 27 Fruns Estaduais de Participao Social com a participao de2.170 representaes de entidades, organizaes e movimentos de carter

    nacional, regional e temtico dos estados); o redirecionamento da poltica

    de recursos humanos, em especial no que diz respeito democratizao das

    relaes de trabalho, as iniciativas de governo eletrnico, principalmente na

    rea de compras; e o ortalecimento institucional orientado para a viabilizao

    das polticas pblicas de incluso social.

    Com relao s quatro caractersticas distintivas das medidas adotadas, a

    relevncia dada gesto teve um comportamento oscilante. A iniciativa doPlano de Gesto oi descontinuada a partir de 2004 (sendo retomada mais

    recentemente) e, como conseqncia, as questes de natureza operacional

    tomaram a agenda, o que representou uma perda de orientao estratgica.

    O destaque cou por conta de iniciativas diversicadas (ainda que de orma

    ragmentria) orientadas para o ortalecimento institucional das reas sociais

    e de inra-estrutura de governo, que tiveram maior investimento relativo se

    comparado com as demais reas. Segundo Silva (2006): Durante a gesto

    Lula, o investimento na organizao e recomposio da capacidade operativa

    dos rgos responsveis pelas polticas sociais e de inra-estrutura levou a a

    um aumento de 79% e de 71%, respectivamente, no tamanho desses rgos,

    contra 18% do crescimento do total da mquina pblica, o que demonstra o

    compromisso do Presidente em alavancar essas duas unes bsicas para a

    construo de uma realidade nacional mais justa.

    No que diz respeito ao compartilhamento ederativo, ressaltam-se: o incio

    ormal do Programa Nacional de Apoio Modernizao da Gesto e do

    Planejamento dos Estados Brasileiros e do Distrito Federal (PNAGE), que

    realizou detalhado diagnstico sobre a situao das administraes estaduais;e o Programa de Modernizao do Sistema de Controle Externo dos Estados

    e Municpios Brasileiros (PROMOEX), voltado ao ortalecimento institucional

    do sistema de controle externo para apoiar a implementao da Lei de

    Responsabilidade Fiscal.

    Perodo: 2007 a 2009

    O principal movimento do perodo oi o redirecionamento da agenda de gestopara apoiar as iniciativas dos programas prioritrios de governo, em especial o

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    Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA

    Programa de Acelerao do Crescimento (PAC); o Plano de Desenvolvimento da

    Educao (PDE); a Poltica Industrial, Tecnolgica e de Comrcio Exterior (PITCE);

    e o Territrios da Cidadania. O PAC o maior do programas governamentais eoi institudo para estimular os setores produtivos e, ao mesmo tempo, levar

    benecios sociais para todas as regies do pas. O Programa tem como um de

    seus pilares a desonerao de tributos para incentivar mais investimentos no

    Brasil, e conta com um Comit Gestor, coordenado pela Casa Civil, que tem o

    papel de estabelecer metas e acompanhar a implementao das aes.

    A atuao do Comit Gestor pautada pelos instrumentos tpicos da agenda

    gerencial, tais como o estabelecimento de metas com base em indicadores,

    o gerenciamento intensivo de projetos e os sistemas de monitoramento eavaliao de resultados. Esse ato por si s evidenciou a relevncia que assumiu

    a gesto como orma de viabilizar os resultados pretendidos, mas o marco

    distintivo no perodo ca por conta da instituio do Ano Nacional da Gesto

    Pblica, por Decreto Presidencial, em maro de 2009.

    No que se reere reconstruo da burocracia pblica (agenda de

    prossionalizao), oi implementado um conjunto de medidas de recomposio

    da ora de trabalho orientado para as reas prioritrias de governo, com

    substituio de terceirizados e reteno de talentos na administrao pblicaederal (novo padro remuneratrio, aumento da destinao de graticaes

    para servidores e capacitao). Tambm oram adotadas ou propostas medidas

    de apereioamento do marco jurdico (Fundao Estatal, Contratualizao,

    reviso da Lei de Licitaes, Projeto de Lei Orgnica da Administrao Pblica

    Federal, acesso a inormao, novos concursos, dentre outras).

    Quanto agenda de governana, alm do pacto pela melhoria da gesto

    pblica rmado na Carta de Braslia sobre Gesto Pblica, oram criados novos

    conselhos (19 desde 2003) e ouvidorias pblicas ederais (elas eram 40 em2003 e chegaram a 150 em 2009).

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    Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro

    3. reLAo dAs prInCIpAIs MedIdAs

    pArA MeLHorIA dA Gesto pBLICA noperodo 2001/2009

    Esta seo apresenta a relao das medidas para melhoria da gesto pblica no

    governo ederal brasileiro abrangendo o perodo 2001/2009. As inormaes

    apresentadas oram coletadas mediante: entrevistas com atores-chave de

    ministrios e rgos governamentais; anlise documental, incluindo relatrios

    de atividade e publicaes relativas ao Concurso da Inovao na Gesto Pblica

    Federal (promovido pela ENAP desde 1996); pesquisas nos stios eletrnicos dogoverno ederal; e artigos de natureza acadmica publicados sobre o tema.

    Durante a etapa de coleta das inormaes, optou-se por enocar medidas que

    contriburam para a eetivao de uma determinada poltica pblica, sob uma

    perspectiva que contempla a reorma administrativa segundo os aspectos da

    prossionalizao, do gerencialismo e da governana pblica.

    As iniciativas de melhoria da gesto oram organizadas em dois grupos de

    medidas: (i) aquelas de natureza sistmica que, via-de-regra, extrapolam os

    limites de atuao ministerial e provocam impactos em toda a administraopblica e nas ormas de relacionamento com a sociedade; e (ii) as medidas

    de carter mais pontual, quase sempre circunscritas aos mbitos de atuao

    ministerial.

    3.1. Mia auza imica

    Neste primeiro bloco as medidas identicadas esto sob a responsabilidade de

    Ministrios que exercem unes de direcionamento estratgico e coordenaoprogramtica e uncional: Casa Civil, Secretaria Geral, Ministrio do

    Planejamento, Oramento e Gesto (MP), Secretaria de Assuntos Estratgicos

    (SAE) e Controladoria-Geral da Unio (CGU).

    Em primeiro lugar, apresentam-se medidas de carter estratgico-institucional,

    voltadas construo de novas ormas de relacionamento com a sociedade ou

    denio do direcionamento estratgico no campo da gesto pblica.

    A criao do Conselho de Desenvolvimento Econmico e Social (CDES)em 2003 (Lei n 10.683), rgo majoritariamente da sociedade civil, de

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    Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA

    carter consultivo da Presidncia da Repblica, com o objetivo de colaborar

    na ormao do juzo poltico do governo e de estabelecer o dilogo

    entre as diversas representaes da sociedade civil, com a discusso depolticas pblicas e a proposio de medidas necessrias para alavancar

    o crescimento do pas. O CDES o exemplo mais signicativo de avanos

    na Agenda de Governana, contribuindo para o apereioamento da

    interlocuo entre o governo e a sociedade e a capacidade de denir,

    de orma compartilhada, os grandes rumos do pas. Dentre as principais

    contribuies de natureza sistmica, merecem destaque: as Cartas de

    Concertao, a Agenda Nacional de Desenvolvimento e os Enunciados

    Estratgicos para o Desenvolvimento. Alm disto, o CDES produziurecomendaes para enrentar a crise econmica internacional; anlises

    sobre as Reormas Tributria e Poltica; e maniestaes sobre o Fundo

    Nacional de Desenvolvimento Regional, o projeto de lei que instituiu as

    Parcerias Pblico-Privadas; a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas,

    o Fundo de Desenvolvimento da Educao Bsica (FUNDEB) e a Agenda

    Nacional do Trabalho Decente.

    Realizao das Conerncias Nacionais Setoriais. Os Conselhos Nacionais

    e as Conerncias Setoriais tiveram impulso a partir de 2003 e hoje so

    importantes arenas de participao e controle social para a ormulao

    e o acompanhamento das polticas pblicas. O dilogo e a construo

    de consensos com os variados setores da sociedade civil ortalecem a

    democracia, contribuem para o equacionamento das desigualdades

    sociais e pavimentam a construo de um novo pas. Entre 2003 e

    2009 oram realizadas 60 conerncias nacionais e internacionais, com

    a participao de aproximadamente quatro milhes de brasileiros nas

    etapas municipais, estaduais e nacionais.

    Criao de Secretarias Especiais com o objetivo de aprimorar a coordenaodas polticas pblicas:

    i. Criada em 2003, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH)

    atua na articulao e implementao de Polticas Pblicas

    voltadas para a proteo e promoo dos direitos humanos.

    A SEDH coordena a Poltica Nacional de Direitos Humanos, em

    conormidade com as diretrizes do Programa Nacional de Diretos

    Humanos (PNDH) e articula iniciativas e apoiar projetos voltados

    proteo e promoo dos direitos humanos em mbito nacional,

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    Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro

    tanto por organismos governamentais, incluindo os poderes

    Executivo, Legislativo e Judicirio, como por organizaes da

    sociedade. Compete ainda Secretaria exercer as atribuiesde rgo executor ederal do Programa Federal de Assistncia a

    Vtimas e a Testemunhas Ameaadas.

    ii. A Secretaria Especial de Polticas para as Mulheres (SPM), criada

    em 2003, estabelece polticas que contribuem para a melhoria

    da vida das brasileiras, tendo como desao a incorporao das

    especicidades das mulheres nas polticas pblicas. Compete

    SPM elaborar e implementar campanhas educativas e no

    discriminatrias de carter nacional, alm de promover aigualdade de gnero e o acompanhamento da implementao

    de legislao de ao armativa.

    iii. A Secretaria Especial de Polticas de Promoo da Igualdade

    Racial (SEPPIR) oi criada em 2003, rearmando o compromisso

    com a construo de uma poltica voltada aos interesses reais da

    populao negra e de outros segmentos tnicos discriminados.

    A misso da Secretaria estabelecer iniciativas contra as

    desigualdades raciais no pas. Seus principais objetivos so:promover a igualdade e a proteo dos direitos de indivduos

    e grupos raciais e tnicos aetados pela discriminao e demais

    ormas de intolerncia, com nase na populao negra; e

    acompanhar e coordenar polticas de dierentes ministrios

    e outros rgos do governo Brasileiro para a promoo da

    igualdade racial.

    Instituio do Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao

    (GesPblica), pelo Decreto n 5.378, de 23 de evereiro de 2005, mediantea uso do Programa da Qualidade no Servio Pblico e do Programa

    Nacional de Desburocratizao, com a nalidade de contribuir para a

    melhoria da qualidade dos servios pblicos prestados aos cidados e

    para o aumento da competitividade do pas.

    Mobilizao em prol da melhoria da gesto pblica

    iv. Construo de um Pacto para a Melhoria da Gesto Pblica

    envolvendo o Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto

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    Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA

    e o Conselho Nacional de Secretrios Estaduais de Administrao

    (CONSAD), registrado em um documento denominado Carta de

    Braslia sobre Gesto Pblica. O documento prope diretrizes quedevem orientar as estratgias e as aes de melhoria neste campo

    a partir de oito elementos estruturais: 1) Gesto de pessoas;

    2) Modelos de gesto; 3) Instrumentos do ciclo de gesto; 4)

    Mecanismos de coordenao e integrao; 5) Uso intensivo de

    tecnologia; 6) Marco legal; 7) Preveno e combate a corrupo; e 8)

    Realizao de estudos e pesquisas. A Carta representa o esoro de

    avanar no ortalecimento e na modernizao do Estado brasileiro

    e contempla as trs agendas antes mencionadas: a Agenda daReorma Burocrtica, via iniciativas de prossionalizao da

    gesto; a Agenda Gerencial, por meio de medidas de orientao

    da ao do Estado para resultados, tendo como oco o cidado

    com qualidade no gasto pblico; e a Agenda de Governana,

    na medida em que prope mecanismos de atuao em rede

    envolvendo o governo ederal e os governos estaduais.

    v. Instituio do Ano Nacional da Gesto Pblica por Decreto

    Presidencial de Maro de 2009.

    vi. Realizao do Frum Nacional de Gesto Pblica. O Ministrio

    do Planejamento, Oramento e Gesto realizou em abril de 2009

    o 1 Frum Nacional de Gesto Pblica, evento que congregou

    parceiros estratgicos do setor pblico, do setor privado e

    do terceiro setor em torno da agenda proposta pela Carta de

    Braslia. Na ocasio, diversos rgos e instituies assinaram o

    termo de adeso Carta. Aps o evento, o Frum tornou-se, em

    ambiente virtual, um espao permanente de reunio, articulao

    e escuta de atores estratgicos que apiam o movimento em prolda melhoria da gesto pblica.

    vii. Agenda Nacional de Gesto Pblica. Durante o 1 Frum Nacional

    de Gesto Pblica oi lanada a Agenda Nacional da Gesto

    Pblica, que consolida uma cesta de iniciativas inovadoras para

    melhorar a gesto, muitas delas j em ase de implementao.

    A Agenda dinmica e est em reqente discusso, com a

    participao do setor pblico, e da sociedade civil, tendo por

    base o compromisso da Carta de Braslia da Gesto Pblica.

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    Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro

    Criao do Portal da Gesto Pblica (www.gespublica.gov.br). O

    Ministrio do Planejamento vem buscando consolidar e apereioar o

    Portal para que o GesPblica seja o instrumento animador, aglutinador eomentador do movimento em prol da melhoria da gesto pblica e da

    gesto do conhecimento em gesto.

    Consolidao e expanso da Rede Nacional de Gesto Pblica (RNGP). A

    Rede um espao de colaborao para a excelncia da gesto pblica no

    Brasil, onde os participantes discutem problemas, trocam experincias e

    desenvolvem propostas para melhorar a gesto pblica.

    Ciclos de Debates Direito e Gesto Pblica. O Ministrio do Planejamento,

    Oramento e Gesto e a Associao Nacional dos Procuradores da

    Repblica deram incio a um processo de discusso dos grandes temas e

    desaos da administrao pblica no Projeto Ciclos de Debates Direito

    e Gesto Pblica. O objetivo criar um espao de interlocuo entre

    operadores de direito e operadores de gesto, com vistas ormulao de

    reerenciais de atuao comuns para a administrao pblica brasileira.

    Realizao do XIV Congresso Internacional do CLAD sobre a Reorma do

    Estado e da Administrao Pblica, em outubro de 2009, na cidade de

    Salvador.

    Redirecionamento da atuao do Programa Nacional de Gesto Pblica e

    Desburocratizao (GesPblica). A partir do segundo semestre de 2008 e com

    orte impulso em 2009, os processos do GesPblica oram redirecionados

    para a articulao, o omento e a mobilizao de redes de gesto e para

    a gesto do conhecimento em gesto pblica, observando as seguintes

    diretrizes: atuar como um agente de mobilizao em torno da melhoria da

    gesto pblica; articular e coordenar uma rede de parceiros estratgicos

    para apoiar a construo e implementao de uma agenda nacional emprol da melhoria da gesto pblica; e ser conhecido e reconhecido como

    agente estratgico na gesto do conhecimento em gesto.

    Apresentao da Agenda Nacional de Gesto Pblica, em linha com as

    diretrizes da Carta de Braslia, por iniciativa da Secretaria de Assuntos

    Estratgicos da Presidncia da Repblica em parceria com atores privados

    e pblicos no-estatais. A Agenda identica os principais problemas,

    mapeia alternativas de solues e aponta desaos para seis temas: 1)

    Burocracia prossional e meritocrtica; 2) Qualidade da poltica pblica;

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    Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA

    3) Pluralismo institucional; 4) Repactuao ederativa nas polticas

    pblicas; 5) O papel dos rgos de controle e; 6) Governana.

    Criao do Portal de Convnios (SICONV), institudo pelo Decreto n

    6.170, de 25 de julho de 2007. O SICONV desburocratiza e traz mais

    transparncia aos repasses de recursos pblicos da Unio para estados,

    municpios e Organizaes no Governamentais. A partir de setembro de

    2008, os convnios e contratos de repasse com recursos voluntrios da

    Unio passaram a ser celebrados e operacionalizados atravs do Portal

    de Convnios do Governo Federal (www.convenios.gov.br). O Portal

    uncionar como um banco dos principais programas do governo ederal

    que envolvam descentralizao de recursos, mapeando as demandas porpolticas pblicas, j que todos os atos de credenciamento, celebrao,

    alterao, liberao de recursos, acompanhamento da execuo do

    projeto e prestao de contas somente sero viabilizados pela Internet.

    Ao automatizar as transerncias voluntrias, o uso do SICONV conere

    mais transparncia aos repasses de recursos pblicos, uma vez que a

    sociedade poder acompanhar a execuo dos contratos pela Internet

    e vericar a aplicao do montante repassado a um determinado ente.

    Ampliao do uso do Prego Eletrnico para a contratao de bens eservios no governo ederal. Executado por meio do Sistema Integrado

    de Administrao de Servios Gerais, ou Comprasnet, o Prego Eletrnico

    representa uma evoluo nos procedimentos de contrataes pblicas,

    constituindo a orma mais econmica de contratao, pois unciona como

    um leilo reverso em que vence quem oerecer o melhor preo, e, ao mesmo

    tempo, a mais transparente, pois permite que a sociedade acompanhe em

    tempo real os procedimentos relativos s licitaes eletrnicas, incluindo

    os avisos de licitaes, os lances eetuados e as propostas vencedoras. Por

    meio do Prego Eletrnico o governo ederal obtm uma economia mdiaentre 15% e 20%. Tambm se congura na modalidade mais rpida de

    contratao: so cerca de 17 dias para realizar uma aquisio por meio

    do Prego Eletrnico, enquanto uma concorrncia leva at 120 dias para

    eetivar-se. Alem disso, o Prego Eletrnico a modalidade de licitao mais

    segura, porque oerece a garantia de que os ornecedores participantes

    no so revelados at o encerramento da sesso pblica realizada pela

    Internet, e democratiza o acesso das empresas, especialmente as de

    pequeno porte, s aquisies governamentais. Pela pgina eletrnica do

    Comprasnet (www.comprasnet.gov.br) possvel acessar os processos de

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    Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro

    compra em andamento, agendados e encerrados e obter os respectivos

    editais. Esto disponveis ainda dados gerenciais e normativos pertinentes

    rea de compras. O sistema permitiu a disseminao do Prego Eletrnico,que representa atualmente 80% do valor comprado.

    Decreto priorizando compras governamentais para pequenas e

    microempresas. O Decreto n 6.204, publicado em 2007, regulamentou a

    participao das micro e pequenas empresas nas compras governamentais.

    Elas passaram a ter exclusividade nas contrataes pblicas de bens,

    servios e obras de at 80 mil reais, alm de preerncia em caso de

    empate nas licitaes. A partir do Decreto, caram impedidas as licitaes

    que, na denio dos bens a serem adquiridos, utilizem especicaesque restrinjam a participao dessas empresas no processo.

    Lanamento do Programa de Acelerao do Crescimento (PAC). A

    prioridade do Programa que engloba um conjunto de polticas

    econmicas planejadas para quatro anos e que tem por objetivo

    acelerar o crescimento econmico do Brasil o investimento em inra-

    estrutura urbana, logstica e energtica, em reas como saneamento,

    habitao, transporte, energia e recursos hdricos. O PAC considerado

    um instrumento de universalizao dos benecios econmicos e sociaispara todas as regies do pas e tem por meta ajudar a proporcionar um

    ambiente avorvel a investimentos e conducente ao desenvolvimento

    sustentvel. Destaca-se no PAC o seu modelo de gesto: coordenado por

    um Comit Gestor (composto pelos ministros da Casa Civil, da Fazenda e

    do Planejamento) e executado por um Grupo Executivo (integrado pela

    Subchea de Articulao e Monitoramento da Casa Civil, pelas Secretarias

    de Oramento Federal e de Planejamento e Investimentos Estratgicos do

    Ministrio do Planejamento, alm da Secretaria do Tesouro Nacional do

    Ministrio da Fazenda), o Programa est a cargo da cpula do governo,o que propicia: (i) as condies polticas e tcnicas necessrias melhor

    implementao das aes nele arroladas; (ii) a denio de metas

    claras; e (iii) o monitoramento das aes. A gesto do PAC contempla

    o monitoramento sistemtico e contnuo das aes necessrias ao bom

    andamento das obras, incluindo a gesto das restries identicadas e a

    prestao de contas para a sociedade atravs de balanos quadrimestrais.

    O gerenciamento do PAC apoiado por um sistema inormatizado

    especco, o Sistema de Monitoramento do Programa de Acelerao do

    Crescimento (SISPAC).

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    Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA

    Implementao do Programa de Fortalecimento da Capacidade

    Institucional para Gesto em Regulao (PRO-REG), institudo pelo Decreto

    n 6.062, de 16 de maro de 2007, com a nalidade de contribuir paraa melhoria do sistema regulatrio, da coordenao entre as instituies

    que participam do processo regulatrio, dos mecanismos de prestao

    de contas, de participao e de acompanhamento pela sociedade civil

    das atividades de regulao desenvolvidas.

    Prossionalizao das Agncias Reguladoras. O perodo que compreende

    os anos de 2003 e 2009 caracteriza-se pela estruturao das Agncias

    Reguladoras e pela prossionalizao de sua ora de trabalho, sendo que

    em 2004 as Agncias passaram a contar com carreiras prprias. Houveingresso de aproximadamente 4.500 servidores nos cargos de Especialista

    em Regulao, Analista Administrativo, Tcnico em Regulao e Tcnico

    Administrativo no perodo.

    Agenda nacional de apoio melhoria da gesto de estados e municpios.

    O Ministrio do Planejamento trabalha em sintonia com a Subchea

    de Assuntos Federativos da Secretaria de Relaes Institucionais da

    Presidncia da Repblica com vistas implementao de um conjunto de

    medidas para apoiar e omentar a coordenao, a integrao e a melhoriada gesto de estados e municpios. Destacam-se:

    i. A ormulao e a implementao da Agenda Nacional de

    Apoio Gesto Municipal, que resultou na publicao do

    Catlogo das Iniciativas Federais para os Municpios e do

    Guia Bsico de Gesto Municipal, entregues aos preeitos

    eleitos, e na elaborao do Projeto de Lei que regulamenta a

    transio de governo.

    ii. O Programa Nacional de Apoio Modernizao da Gesto edo Planejamento dos Estados e do Distrito Federal (PNAGE),

    que tem por objetivo conerir maior ecincia, eetividade

    e transparncia s administraes pblicas dos estados

    e do Distrito Federal, por meio da cooperao nanceira

    e assistncia tcnica aos estados e ao Distrito Federal para

    a execuo de projetos de ortalecimento da capacidade

    institucional das administraes estaduais.

    iii. O Programa de Modernizao do Sistema de Controle Externodos Estados e Municpios Brasileiros (PROMOEX), que prov

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    Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro

    cooperao nanceira e assistncia tcnica aos Tribunais

    de Contas Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, para

    o ortalecimento do sistema de controle externo comoinstrumento da cidadania. O PROMOEX incentiva a melhoria dos

    mecanismos de controle das contas pblicas, a intensicao

    das relaes inter-governamentais e inter-institucionais e a

    transparncia da gesto dos recursos pblicos, com vistas ao

    cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal.

    iv. Compartilhamento da base de dados de servidores ederais

    e estaduais. Os Ministrios do Planejamento e da Previdncia

    Social, alm do Conselho Nacional de Secretrios Estaduais deAdministrao (CONSAD) azem parte de um projeto nanciado

    com recursos do Programa Nacional de Apoio Modernizao

    da Gesto e do Planejamento dos Estados Brasileiros e do

    Distrito Federal (PNAGE) para o cruzamento das bases de

    dados de recursos humanos da Unio e dos estados, no

    intuito de apurar eventuais irregularidades na contratao

    de servidores, como duplicao de vnculo e aposentadorias

    irregulares. O projeto prev o ortalecimento do Cadastro

    Nacional de Inormaes Sociais, a partir do desenvolvimento

    de novas uncionalidades, e a incluso das bases de dados de

    recursos humanos dos estados e municpios.

    v. Instituio de linha de crdito para nanciar projetos de

    melhoria da qualidade do gasto e do ambiente de negcios.

    Em dezembro de 2008 o Conselho Monetrio Nacional (CMN)

    aprovou linha de crdito no total de R$ 300 milhes para os

    estados. Os recursos oram descontingenciados no mbito do

    Programa de Modernizao da Administrao das Receitas eda Gesto Fiscal, Financeira e Patrimonial das Administraes

    Estaduais (PMAE), tendo com agente nanceiro o Banco Nacional

    de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES). Os recursos

    do PMAE complementam as aes do PNAGE e permitiro a

    introduo e o apereioamento de mecanismos adequados de

    gesto em rgos centrais e nalsticos dos estados.

    Criao da escola virtual da Secretaria de Oramento Federal, lanada em

    outubro de 2008, com oco na capacitao sobre Oramento Pblico paraos governos ederal, estaduais e municipais, bem como para a sociedade

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    Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA

    civil. Alm disso, no que tange a oramento, houve a introduo de novos

    conceitos e metodologias, o que resultou na realizao de projeto piloto

    de Oramento para Resultados.

    Institucionalizao do Frum de Integrao dos Sistemas Estruturantes

    da Administrao Pblica. Os sistemas so responsveis pelos processos

    de planejamento, de oramento, de administrao de pessoal, de

    patrimnio da Unio, de coordenao das empresas estatais, de estruturas

    organizacionais e de compras. O Frum tem o objetivo de apereioar

    e integrar os processos e melhorar a comunicao entre os Sistemas

    Estruturantes, conerindo ganhos de ecincia ao conjunto e aumento na

    qualidade das inormaes gerenciais que balizam a tomada de decisodo governo ederal. Os dilogos no Frum possibilitam a adoo de

    medidas de natureza jurdico-legal necessrias para ao apereioamento

    dos sistemas e introduo de inovaes gerenciais.

    Estabelecimento, por meio do Decreto n 6.944/09, de diretrizes para

    a organizao e o ortalecimento das estruturas administrativas dos

    rgos e entidades do Poder Executivo ederal. O Decreto estabelece

    tambm normas gerais para a realizao de concursos pblicos, e institui

    como sistema administrativo o Sistema de Organizao e Inovao daadministrao pblica ederal, o que permitir organizar e direcionar as

    aes voltadas modernizao administrativa e possibilitar avaliaes

    mais adequadas das necessidades quantitativas e qualitativas de ora

    de trabalho e de reviso de estruturas na administrao pblica ederal.

    Elaborao e divulgao do Manual de Orientao para Arranjo

    Institucional de rgos e Entidades do Poder Executivo ederal, que

    apresenta um conjunto de orientaes e parmetros tcnicos aplicveis

    ao processo de organizao de estruturas do Poder Executivo ederal. Elaborao do Anteprojeto de Lei de Contratualizao, por iniciativa do

    Ministrio do Planejamento, com o objetivo de apereioar o desempenho

    institucional na esera pblica ederal, regulamentando os artigos 37

    e 39 da Constituio Federal, relativos a contratos de desempenho e

    aproveitamento das economias geradas com despesas correntes. Como

    contrapartida ao cumprimento de metas, o contrato de desempenho

    poder autorizar a ampliao de autonomia gerencial, oramentria e/

    ou nanceira das unidades executivas ou entidades supervisionadas, com

    a aplicao de medidas administrativas dierenciadas das previstas no

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    Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro

    regime geral da administrao. Poder autorizar tambm a concesso de

    um Prmio de Desempenho Institucional a ttulo de incentivo pecunirio

    aos servidores em exerccio nos rgos e entidades supervisionados porcontrato, condicionado a seu pleno cumprimento.

    Simplicao do atendimento pblico prestado ao cidado, por meio da

    publicao do Decreto 6.932/09. Se para prestar um servio um rgo

    pblico precisar inormaes sobre um cidado e elas j estiverem no

    banco de dados de outro rgo do governo ederal, o poder pblico

    ter de pedir os dados diretamente ao outro rgo, por meio eletrnico.

    O Decreto tambm ratica a dispensa do reconhecimento de rma em

    documentos e institui a Carta de Servios ao Cidado, que contminormaes sobre os tipos de servios prestados pelos rgos, os

    requisitos para sua obteno e os padres de qualidade no atendimento

    ao pblico, como tempo de espera. A Carta dever ser permanente e

    amplamente divulgada ao pblico.

    Disponibilizao, pelo GesPblica, do Guia para Elaborao da Carta de

    Servios ao Cidado, contendo as diretrizes e orientaes necessrios

    elaborao e divulgao da Carta e dos mecanismos de comunicao

    com os usurios, bem como os procedimentos para receber e gerir assugestes e reclamaes.

    Alterao na Lei de Licitaes (Lei n. 8.666/93), por meio do PLC 32/2007,

    com o objetivo de conerir mais ecincia, eetividade e transparncia

    aos procedimentos de contratao pelos rgos pblicos. Dentre as

    alteraes propostas, esto: a adoo da rede mundial de computadores

    como principal meio de divulgao e processamento das licitaes; a

    utilizao do Sistema de Cadastramento Unicado de Fornecedores

    (SICAF) na ase de habilitao de licitaes promovidas por rgos eentidades sub-nacionais, quando desprovidas de registros cadastrais

    prprios; a possibilidade de convocao de consulta ou audincia pblica

    sobre proposta de especicaes para um bem ou servio, ou grupo de

    bens ou servios que se pretenda licitar ordinariamente; e a possibilidade

    de a administrao pblica, ao elaborar o edital, eleger mecanismos

    privados de resoluo de confitos, inclusive a arbitragem.

    Elaborao de Projeto de Lei que dispe sobre as regras aplicveis s

    Agncias Reguladoras no que diz respeito gesto, organizao

    e aos mecanismos de controle social. O PL 3.337/04 xa o mandato

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    Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA

    dos dirigentes em quatro anos e lhes assegura estabilidade no cargo

    durante esse prazo (atualmente, o mandato de quatro ou cinco anos,

    dependendo da agncia, e o dirigente pode ser demitido a qualquertempo); estabelece a articulao com rgos de deesa do consumidor

    para o cumprimento da legislao de deesa do consumidor; e estipula a

    obrigatoriedade de criao de ouvidorias na estrutura das Agncias.

    Elaborao do Projeto de Lei Complementar (PLP 92/2007) que cria as

    Fundaes Pblicas de Direito Privado, mais conhecidas como Fundaes

    Estatais. Trata-se de uma nova tecnologia organizacional capaz de atender

    s necessidades da ao pblica no campo social por meio da instituio

    de undao sem ns lucrativos, integrante da administrao pblicaindireta, para o desempenho de atividade estatal que no seja exclusiva

    de Estado nas reas de sade, assistncia social, cultura, desporto, cincia

    e tecnologia, meio ambiente, previdncia complementar do servidor

    pblico, comunicao social e promoo do turismo nacional. Dotado

    de autonomia gerencial, oramentria e nanceira, o modelo permite

    controle interno e externo, incluindo sistema de governana que aumenta

    a transparncia na gesto e responsabilidade pelos resultados.

    Reormulao do Sistema de Deesa da Concorrncia (PLC 6/2009).O Projeto racionaliza a estrutura atual ao unicar a autoridade de

    deesa da concorrncia. Atualmente, o Sistema Brasileiro de Deesa da

    Concorrncia composto por trs rgos governamentais: Secretaria

    de Assuntos Econmicos (SEAE/MF), Secretaria de Direito Econmico

    (SDE/MJ) e Conselho Administrativo de Direito Econmico (CADE/MJ). A

    reormulao do sistema tambm contempla a realizao de anlise prvia

    das uses e aquisies, impedindo atos de concentrao e garantindo

    a concorrncia. No mbito da regulao, viabiliza um maior volume de

    inormao concorrencial disposio das agncias reguladoras e demaisrgos envolvidos na deesa da concorrncia.

    Elaborao do Projeto de Lei no 1.992 de 2007, para instituio do

    regime de previdncia complementar para os servidores pblicos

    ederais titulares de cargo eetivo e xao do limite para a concesso de

    aposentadorias e penses pelo regime de previdncia de que trata o art.

    40 da Constituio. A proposta tambm autoriza a criao de entidade

    de previdncia complementar denominada Fundao de Previdncia

    Complementar do Servidor Pblico Federal (FUNPRESP).

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    Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro

    Elaborao da PEC 128/2003, que probe a nomeao de parentes para

    cargos, empregos ou unes de conana nos rgos da administrao

    pblica direta, indireta e undacional de qualquer dos Poderes da Unio,estados, Distrito Federal e dos municpios. A proibio vale para cnjuge,

    companheiro ou parente consangneo ou am, at o segundo grau ou

    por adoo.

    Apresentao da proposta de Lei Orgnica da Administrao Pblica.

    Uma comisso de juristas especializados em direito administrativo

    instituda pelo Ministrio do Planejamento discutiu os ormatos jurdico-

    institucionais e o marco legal dos rgos e entidades da administrao

    pblica, com o objetivo de conerir maior agilidade e fexibilidade ao estatal. O resultado uma proposta de anteprojeto de lei para o

    estabelecimento de normas gerais sobre a administrao pblica direta

    e indireta, as entidades paraestatais e as entidades de colaborao. A

    proposta, que no representa posio ocial de governo, est sendo

    amplamente divulgada e ser levada a debate com a sociedade.

    Elaborao de Projeto de Lei sobre a democratizao e o tratamento

    dos confitos nas relaes de trabalho entre os servidores pblicos e

    o Estado, no mbito da administrao pblica direta, autrquica ouundacional de qualquer dos Poderes da Unio, dos estados, do Distrito

    Federal e dos municpios. O Projeto dispe acerca: da negociao coletiva

    como instrumento de soluo de confitos nas relaes de trabalho; da

    associao sindical como direito garantido a todos os servidores pblicos;

    da regulamentao do direito de greve; e da criao do Observatrio

    Social das Relaes de Trabalho no servio pblico como uma instncia

    consultiva e moderadora nos eventuais confitos advindos das mesas

    de negociao coletiva, responsvel tambm por desenvolver estudos e

    pesquisas na rea das relaes de trabalho no servio pblico.

    Alteraes na Lei n 8.745/93, que dispe sobre a contratao temporria

    de agentes pblicos. As mudanas coneriram racionalidade gesto de

    pessoas no governo, uma vez que possibilitaram administrao pblica

    ederal: eetuar contrataes para suporte criao de novos rgos ou

    incorporao de novas atribuies s tareas daqueles j existentes; lidar

    com aumento transitrio no volume de trabalho; substituir terceirizados

    irregulares. Essas mudanas viabilizaram, por exemplo, contratao de

    agentes temporrios para o combate a queimadas e incndios forestais,

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    Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA

    para atendimento sade indgena e para atividades especializadas em

    tecnologia da inormao.

    Elaborao de proposta de Decreto de gesto do oramento, que

    regulamenta a gesto oramentria e adota a simplicao dos processos

    de execuo oramentria; a priorizao de projetos j iniciados; a

    fexibilizao da gesto; o estabelecimento de critrios de segurana de

    recursos oramentrios e a contratualizao de resultados, envolvendo

    rgos executores e centrais.

    Elaborao de proposta de Decreto de gesto do Plano Plurianual, com oco

    no aprimoramento dos processos de ormulao e avaliao de programas,

    a partir de uma denio mais clara das atribuies e responsabilidades dos

    envolvidos na gesto do PPA. A proposta tambm considera o envolvimento

    da alta direo dos rgos na gesto dos programas, a participao da

    Unidade de Monitoramento e Avaliao (UMA) na coordenao setorial da

    rede de monitoramento e avaliao e o acompanhamento dos objetivos

    setoriais e superviso da avaliao de programas.

    Em segundo lugar, um conjunto de iniciativas voltadas ao apereioamento

    de atividades sistmicas sob a responsabilidade/coordenao do Ministrio do

    Planejamento.

    Criao do Programa de Premiao por Economia com Despesas

    Correntes (PEDC), coordenado, executado e supervisionado pelo

    Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto, com a nalidade

    de promover a gesto eciente dos recursos pblicos pelos rgos e

    entidades do Poder Executivo ederal. O PEDC tem por objetivo: estimular

    e premiar a implantao de projetos e aes de racionalizao no uso

    dos recursos pblicos; mobilizar os servidores pblicos para a adeso e o

    comprometimento com o desenvolvimento de projetos e atividades que

    visem racionalizao de gastos; estimular a implantao de uma poltica

    de custos na administrao pblica ederal; e omentar a implantao de

    projetos e aes de inovao e/ou melhoria da gesto pblica.

    Prossionalizao da administrao pblica ederal

    i. Recomposio da ora de trabalho no Poder Executivo ederal

    em reas estratgicas responsveis pelos programas prioritrios

    de governo e que perderam quadros na ltima dcada, como

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    Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro

    o setor de educao. Do total de 41.818 vagas de concursos

    autorizadas em 2008, 69% oram destinadas educao, o que

    refete a diretriz governamental de ampliar a oerta de vagas nosensinos superior e tcnico. Outras reas que executam programas

    importantes e tinham dcit quantitativo e qualitativo de pessoal

    tambm oram contempladas. Destacam-se: a estruturao das

    agncias reguladoras; a ampliao dos programas sociais; o

    reoro aos rgos de controle; o ortalecimento da Polcia Federal

    e dos rgos de deesa; e a ampliao dos quadros do ciclo de

    gesto. Desde 2008 intensicaram-se os esoros para permitir

    a recomposio da ora de trabalho, que envolve: identicaodos setores que precisam incorporar novos servidores, para

    balizar as autorizaes de concursos pblicos; autorizao para

    provimento dos cargos objeto de concursos j autorizados;

    proposta de provimento para o setor de educao.

    ii. Autorizao de concursos pblicos para substituir os trabalhadores

    terceirizados em situao irregular no Poder Executivo ederal,

    com o objetivo de cumprir o Termo de Conciliao Judicial

    rmado com o Ministrio Pblico do Trabalho em 2007, para a

    substituio at o nal de 2010. Ao trmino de 2009, o total de

    vagas extintas aps as substituies promovidas representa cerca

    de 70% do total de 13.040 terceirizados em situao irregular

    inormados pelos rgos.

    iii. Criao de novas carreiras, como orma de prossionalizar a gesto

    pblica do Poder Executivo ederal. Em 2008, o governo criou cargos

    de Especialista em Inra-estrutura e de Analista de Inra-estrutura.

    Os prossionais j recrutados oram alocados, prioritariamente, em

    rgos que desempenham atividades do Programa de Aceleraodo Crescimento, o PAC. Tambm oram criadas as carreiras de

    Desenvolvimento de Polticas Sociais, com 2.400 cargos de

    Analista Tcnico de Polticas Sociais, e de Analista de Tecnologia

    da Inormao. Para ortalecer as reas-meio dos ministrios, oi

    elaborado Projeto de Lei n 3.952/08para a criao da Carreira de

    Analista Executivo, em tramitao no Congresso Nacional.

    iv. Denio de percentuais mnimos para ocupao dos cargos em

    comisso. O Ministrio do Planejamento trabalha para que as

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    Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA

    unes de livre provimento no Poder Executivo ederal sejam

    cada vez mais preenchidas com base em critrios de mrito, de

    maneira que haja reduo na quantidade de unes de livreprovimento e priorizao das unes ocupadas por servidores de

    carreira. Esse processo oi iniciado com a edio do Decreto n

    5.497, de 21 de julho de 2005, que deniu percentuais mnimos

    dos cargos em comisso do Grupo Direo e Assessoramento

    Superiores (DAS) a serem ocupados por servidores pblicos.

    Atualmente, cerca de 70% dos cargos comissionados so

    ocupados por servidores com vnculo e, mesmo nos cargos mais

    elevados, o percentual de servidores com vnculo expressivo.v. Prossionalizao dos cargos de direo. Tramita no Congresso o

    Projeto de Lei n 3.429/08, que cria as Funes Comissionadas do

    Poder Executivo (FCPE), com o objetivo de destinar parte dos cargos

    de livre provimento a servidores pblicos do quadro eetivo, com a

    denio de requisitos de mrito para sua ocupao, restringindo o

    nmero de cargos em comisso de livre provimento e induzindo a

    prossionalizao em reas essenciais do Estado. J oram criadas

    unes dessa natureza no Instituto Nacional do Seguro Social

    (INSS) e no Departamento Nacional de Produo Mineral (DNPM), e

    tramitam no Congresso Nacional o PL n 3.944/08, para o Instituto

    Nacional da Propriedade Industrial (INPI), e o PL n 5.915/09, para

    Fundo Nacional para Desenvolvimento da Educao (FNDE).

    Desenvolvimento e implantao da Poltica Nacional de Desenvolvimento

    de Pessoal (PNDP), a ser implementada pelos rgos e entidades da

    administrao pblica ederal direta, autrquica e undacional (Decreto

    n 5.707/06). A PNDP traz uma viso de desenvolvimento de competnciasinstitucionais, voltada melhoria do servio pblico e destaca a

    importncia da capacitao gerencial e da qualicao para ocupao

    de cargos comissionados. Prioriza o ortalecimento do sistema de gesto

    de pessoas e reconhece o papel das escolas de governo nesse processo.

    A PNDP tambm institui um Comit Gestor responsvel por: vericar o

    cumprimento das diretrizes da Poltica; orientar os rgos e entidades

    da administrao pblica ederal direta, autrquica e undacional na

    denio sobre a alocao de recursos para ns de capacitao de seus

    servidores; e promover a disseminao da PNDP.

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    Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro

    A Conerncia Nacional de Recursos Humanos da Administrao Pblica

    Federal, realizada em 2009, uma estratgia para identicao de novos

    desaos e refete o interesse da administrao pblica ederal de trazeratores externos ao debate sobre a poltica de recursos humanos. O evento oi

    antecedido por conerncias em todas as regies do pas, com representantes

    dos rgos pblicos ederais locais, dos sindicatos e associaes, bem

    como de organizaes da sociedade civil. A consolidao dos debates

    nessas conerncias pautou a discusso da Conerncia Nacional ao denir

    cinco eixos temticos: democratizao das relaes de trabalho; carreiras;

    gesto por competncias e avaliao de desempenho; sade, previdncia e

    benecios do servidor; e sistemas e processos em gesto de pessoas.

    Criado em 2009, o Subsistema Integrado de Ateno Sade do Servidor

    (SIASS) tem como objetivo coordenar e integrar aes e programas nas

    reas de assistncia, inspeo mdica, promoo e vigilncia sade dos

    servidores ederais. O sistema apresenta inovaes, como a aplicao de

    exames peridicos para servidores ederais e a adequao dos ambientes de

    trabalho s caractersticas e necessidades dos servidores. O SIASS organizar

    as vrias iniciativas dispersas pela administrao pblica, estimulando

    a realizao de convnios em prol da padronizao dos procedimentoslegais, do uso racional dos recursos humanos, nanceiros e materiais, da

    gesto das inormaes sobre sade e da promoo de aes de ateno

    sade do servidor. Na internet, o Portal do SIASS (www.siapenet.gov.br/

    saude) congrega e divulga as inormaes necessrias ao ortalecimento

    da Poltica de Ateno Sade do Servidor.

    Em 2003 a Enap deu incio ao processo de criao da Rede Nacional de

    Escolas de Governo, com o objetivo aumentar a eccia das instituies que

    trabalham com ormao e apereioamento prossional dos servidores

    pblicos dos trs nveis de governo por meio do compartilhamento de

    conhecimentos e experincias sobre boas prticas das Escolas de Governo.

    A Rede rene instituies ederais, estaduais e municipais dedicadas

    ormao e capacitao de servidores pblicos. Seus membros so

    escolas ederais, estaduais, municipais e outras instituies, incluindo

    universidades e Organizaes No-Governamentais (ONGs).

    Sistema MAPA. O Mapeamento da Oerta de Capacitao nas Escolas de

    Governo uma iniciativa de integrao das escolas de governo a partir de

    um sistema que produz inormaes gerenciais sobre a oerta de cursos e

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    Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA

    ornece aos gestores pblicos meios para planejar e realizar processos de

    capacitao. O Sistema MAPA o resultado de um trabalho coletivo entre

    as instituies da Rede Nacional de Escolas de Governo. O Projeto teveincio em maio de 2008, com a coleta de inormaes cadastrais bsicas

    sobre as instituies e sobre a oerta de cursos realizados. O Sistema

    MAPA incorporou todas as inormaes inseridas pelas instituies. A

    prxima ase ser a atualizao dessas inormaes.

    Criao do Portal do Sotware Pblico Brasileiro. O Portal compartilha

    solues desenvolvidas pelo governo ederal e por uma rede de parceiros

    e conta, atualmente, com 22 solues, mais de 40.000 pessoas com

    cadastro vlido e grupos de interesse para discutir tecnologia dainormao. O objetivo da rede compartilhar solues entre as instituies

    pblicas e a sociedade e reduzir os custos de produo dos softwares,

    que j atendem demandas das reas de saneamento, educao, sade,

    georreerenciamento, TV Digital e gesto de Tecnologia da Inormao.

    Fortalecimento das prticas de governana das empresas estatais, com a

    criao do Comit Interministerial de Governana, CGPAR, institudo pelo

    Decreto n 6.021, de 22 de janeiro de 2007. O Comit oi criado com a

    nalidade de tratar de matrias relacionadas governana corporativanas empresas estatais ederais e da administrao de participaes

    societrias da Unio. O comit ormado pelos ministros da Casa Civil,

    Planejamento e Fazenda.

    Elaborao do Projeto de Lei que Disciplina a atividade de lobbye a

    atuao dos grupos de presso ou de interesse e assemelhados no mbito

    dos rgos e entidades da administrao pblica ederal, e d outras

    providncias. O PL 1202/2007 visa dotar de transparncia a prtica de

    lobby, possibilitando aos grupos de presso e de interesse a atuao deorma organizada e permitindo que, com menores custos, todos os setores

    da sociedade possam azer uso de estruturas prossionais destinadas a

    deender seus interesses.

    Modernizao do Sistema de Administrao de Pessoal (SIAPE). Esto

    sendo incorporadas novas tecnologias ao sistema, que resultam

    na reduo de custos. Alm disso, possibilitam a introduo de

    uncionalidades para realizao de consultas estruturadas, de trilhas de

    auditoria, e de cruzamentos de inormaes cadastrais e nanceiras. As

    inovaes acilitaram a introduo do mdulo de penso alimentcia, que

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    Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro

    cadastra as aes judiciais e os dados completos dos pensionistas, e a

    responsabilizao dos gestores pelo registro de dados eetuados em seus

    rgos. Outra novidade a criao do Sistema de Ateno Sade doServidor.

    Implementao de sistemtica para avaliao de desempenho. A Lei

    n. 11.784/08 estabeleceu o monitoramento sistemtico e contnuo da

    atuao individual do servidor e da atuao institucional dos rgos e

    entidades. O objetivo da sistemtica , alm de promover a melhoria

    da qualidade dos servios pblicos, subsidiar a poltica de gesto de

    pessoas, principalmente quanto capacitao, desenvolvimento no cargo

    ou na carreira, remunerao e movimentao de pessoal. A sistemticacontempla a existncia de Comisses de Acompanhamento e do Comit

    Gestor da Avaliao de Desempenho.

    Implantao do Sistema de Desenvolvimento na Carreira (SIDEC). O

    Sistema oi institudo pela Lei n. 11.890/08 e objetiva o desenvolvimento

    dos servidores nos seus respectivos cargos por meio de progresses e

    promoes orientadas pelo mrito de seus integrantes e pelo desempenho

    no exerccio das suas atribuies, com requisitos de capacitao e

    existncia de vagas para a promoo.

    Criao de inovia de bra tica na rede ministerial, resultando em maior

    segurana da inormao, visto que toda a comunicao criptograada,

    e na reduo de custos com servios de transmisso de voz e dados hoje

    prestados pelas operadoras de teleonia xa. Com essa medida, o governo

    reduziu de 30 milhes para 19 milhes de reais os gastos relacionados a

    servios de voz.

    Qualicao do processo de contratao de servios de Tecnologia

    da Inormao (TI). Instruo Normativa editada em 2008 impede acontratao de mais de uma soluo ou servio de TI em um mesmo

    contrato pelos rgos e entidades ederais. A gesto de processos de

    TI, assim como as atividades de coordenao na rea de segurana de

    sistemas, no podem ser terceirizadas, tampouco pode haver vnculos de

    subordinao dos uncionrios das empresas ornecedoras com os rgos

    pblicos. Por ltimo, limita a contratao por meio da mtrica homens-

    hora que pela lgica de mercado gera contratos mais demorados e,

    conseqentemente, mais onerosos.

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    Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA

    Fortalecimento institucional da Secretaria de Patrimnio da Unio (SPU).

    A SPU passou um processo de reorientao da sua atuao por meio da

    consolidao das unidades descentralizadas na Amaznia Legal em unodo contexto dos esoros do governo para a regularizao undiria na

    regio; destinao de 60 vagas de Analista de Inra-Estrutura para a SPU;

    e autorizao para contratao temporria de 200 prossionais de nvel

    superior para reorar a capacidade operacional da SPU.

    Apresentado em 2008, o Estudo da Dimenso Territorial para o

    Planejamento tem por objetivo subsidiar a abordagem da dimenso

    territorial no planejamento nacional, procurando contribuir para

    responder a indagaes que desenharo o uturo do Brasil, como adistribuio da capacidade produtiva, a rede de oerta de servios e a

    inra-estrutura ao longo do territrio nacional nos prximos vinte anos. O

    documento, elaborado pela Secretaria de Planejamento e Investimentos

    Estratgicos (SPI) e Centro de Gesto e Estudos Estratgicos (CGEE)

    levou em conta os fuxos migratrios e os impactos territoriais das novas

    tecnologias para apresentar alternativas para uma organizao territorial

    do pas que promova o desenvolvimento sustentvel de suas diversas

    regies e a reduo das desigualdades sociais e regionais.

    A partir do Censo Agropecurio e da Contagem da Populao de 2007,

    os tradicionais questionrios em papel utilizados pelos recenseadores do

    Instituto Brasileiro de Geograa e Estatstica (IBGE) oram substitudos pelo

    computador de mo. A inovao extinguiu a trabalhosa etapa da digitao

    dos questionrios em papel; automatizou o preenchimento e a crtica dos

    questionrios, permitindo eventuais correes ainda no ato da entrevista

    e eliminando a no-resposta por esquecimento do recenseador; agilizou

    as atualizaes no Cadastro de Endereos; e possibilitou a transmisso

    dos dados coletados ainda ao longo do perodo de coleta. Todas essasmudanas viabilizaram a antecipao da anlise de inormaes, com

    ganhos de qualidade e tempo na divulgao nal dos resultados.

    A Inra-estrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE) oi instituda em

    2008 como um conjunto integrado de tecnologias, polticas, mecanismos

    e procedimentos de coordenao e monitoramento para acilitar e

    ordenar a gerao, o armazenamento, o acesso, o compartilhamento,

    a disseminao e o uso dos dados geo-espaciais de origem ederal,

    estadual, distrital e municipal. As iniciativas para a construo de um

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    Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro

    conhecimento permanente dos dierentes territrios que compem o

    espao geogrco brasileiro incluem:

    i. Execuo do Sistema de Inormaes Geogrcas do Brasil

    (SIG-Brasil), por meio da estruturao de um banco de dados

    geo-espaciais com as inormaes geradas pelas instituies do

    governo ederal;

    ii. Criao da Comisso Nacional de Cartograa para coordenar a

    execuo da Poltica Cartogrca Nacional;

    iii. Instituio do Sistema Cartogrco Nacional (SCN), em

    conormidade com os padres de interoperabilidade de Governo

    Eletrnico, bem como da Base Cartogrca Digital;

    iv. Adeso dos governos Estaduais e Municipais para alimentao e

    utilizao do banco de dados;

    v. Desenvolvimento do Portal Brasileiro de Dados Geo-espaciais

    para compartilhamento das bases cartogrcas acesso aos dados

    e servios relacionados.

    Por m, as iniciativas de apereioamento do sistema de controle interno, sob

    a responsabilidade da Controladoria-Geral da Unio (CGU).

    Estratgia Nacional de Combate Corrupo e Lavagem de Dinheiro

    (ENCLA). A ENCLA traduz-se em uma estratgia de articulao e de

    atuao conjunta entre os rgos que trabalham com a scalizao, o

    controle e a inteligncia no governo ederal, no Poder Judicirio e no

    Ministrio Pblico, como orma de otimizar a preveno e o combate

    corrupo e lavagem de dinheiro. Desde a edio de 2007, a Estratgiapassou a ser co-organizada pela Controladoria-Geral da Unio (CGU) e

    pelo Ministrio da Justia.

    Fortalecimento da Controladoria-Geral da Unio. Em janeiro de 2003, a

    ento Corregedoria-Geral da Unio oi transormada em Controladoria-

    Geral da Unio, com uma srie de mudanas estruturais que reoraram

    sua atuao. Desde ento, vem recebendo substancial aporte de pessoal

    via concursos pblicos, o que est conerindo mais dinamismo ao rgo.

    A partir da criao da Secretaria de Preveno da Corrupo e Inormaes

    Estratgicas, em 2006, a CGU passou a ter a competncia no s de

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    Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA

    detectar casos de corrupo, mas de antecipar-se a eles, desenvolvendo

    meios para prevenir a sua ocorrncia.

    Lanamento do Portal da Transparncia (www.portaldatransparencia.

    gov.br), em novembro de 2004. O Portal tem por objetivo aumentar a

    transparncia da gesto pblica e o combate corrupo no Brasil. Nele,

    o cidado pode acompanhar a execuo nanceira dos programas de

    governo, em mbito ederal, alm de obter inormaes sobre os recursos

    pblicos transeridos pelo governo ederal a estados, municpios e Distrito

    Federal para a realizao descentralizada das aes do governo. Alm do

    Portal da Transparncia, a CGU coordena a divulgao das Pginas de

    Transparncia Pblica, com objetivo de divulgar as despesas realizadaspelos rgos e entidades da administrao pblica ederal, inormando

    sobre execuo oramentria, licitaes, contrataes, convnios, dirias

    e passagens de cada um dos rgos ou entidades que possuem Pgina de

    Transparncia. Cada rgo ou entidade da administrao direta e indireta

    do Poder Executivo ederal deve possuir a sua Pgina de Transparncia

    Pblica. Atualmente, 389 rgos e entidades da administrao pblica

    ederal possuem Pginas de Transparncia.

    Criao do Carto de Pagamento do Governo Federal. O Decreto n.5.355/05 instituiu a substituio gradativa do uso dos cheques na

    administrao pblica ederal, eliminando, assim, vrias etapas e

    processos de prestao de contas em papel. Com o carto, tudo eito

    por meio eletrnico, tornando o processo mais gil, seguro, convel e

    transparente, de modo que qualquer cidado pode ter acesso aos gastos

    por meio do Portal da Transparncia. Em 2009 oi criado o Sistema de Carto

    de Pagamento (SCP), que estabelece a obrigatoriedade de detalhamento

    dos gastos realizados com o Carto de Pagamento do Governo Federal. O

    SCP dever ser utilizado por todos os rgos e entidades da administraopblica ederal direta, autrquica e undacional e obrigatrio para

    todas as modalidades de movimentao nanceira para suprimento de

    undos viabilizada pelo Car


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