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Inventrio das Principais Medidaspara Melhoria da Gesto Pblica no
Governo Federal Brasileiro
Braslia, 2009
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PRESIDENTE DA REPBLICA
Luiz Incio Lula da Silva
MINISTRO DO PLANEJAMENTO, ORAMENTO E GESTO
Paulo Bernardo Silva
SECRETRIO-EXECUTIVO
Joo Bernardo de Azevedo Bringel
SECRETRIO DE GESTO
Marcelo Viana Estevo de Moraes
Caio MariniConsultor contratado para elaborao do estudo.Especialista em engenharia industrial pela Pontifcia Universidade Catlica do Riode Janeiro (PUC/RJ) e administrador pblico pela Escola Brasileira de AdministraoPblica e de Empresas da Fundao Getlio Vargas (EBAPE/FGV), Caio Marini
j ocupou posies executivas em empresas privadas e na administraopblica. consultor junto a organismos internacionais (Banco Interamericano deDesenvolvimento, Banco Mundial e Naes Unidas) em projetos de cooperaotcnica nas reas de Reforma do Estado e modernizao da gesto pblica. NoBrasil, realiza consultorias para organizaes federais, estaduais, municipais e doterceiro setor. professor-colaborador da Fundao Dom Cabral, da FundaoGetlio Vargas e de escolas de governo no Brasil e no exterior. diretor do Instituto Publix.
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ApresentAo
O trabalho que segue oi realizado no mbito do projeto de cooperao
tcnica Modernizao da Gesto Pblica, uma parceria entre a Secretaria
de Gesto (SEGES) do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto e
a Agncia Espanhola de Cooperao Internacional para o Desenvolvimento
(AECID). O consultor Caio Marini oi contratado para realizar um levantamento
das principais iniciativas do governo ederal voltadas melhoria da gesto
pblica neste incio de sculo. Trata-se de um trabalho pioneiro e que no tem
a pretenso de esgotar o assunto, mas de apresentar uma relao signicativade medidas de aprimoramento da gesto pblica.
O trabalho contemplou as seguintes etapas:
Levantamento das principais aes do governo ederal para melhoria
da gesto pblica no perodo de 2001 a 2009, incluindo tanto aquelas
eetivamente implementadas quanto as propostas ou em ase de
implementao;
Identicao sinttica dos resultados das iniciativas eetivamenteimplementadas e do estgio ou dos desdobramentos das medidas em
implementao;
Anlise sucinta de aspectos contextuais relevantes das iniciativas
identicadas;
Sistematizao de um inventrio com as inormaes obtidas.
As medidas apresentadas oram coletadas mediante: entrevistas com atores
de ministrios e outros rgos governamentais; anlise documental, incluindo
publicaes relativas ao Concurso da Inovao na Gesto Pblica Federal
(promovido pela ENAP desde 1996); pesquisas nos stios eletrnicos dos rgos
do governo ederal; e artigos de natureza acadmica publicados sobre o tema.
Uma vez que no oi denido a priori o que deveria ser entendido como
medida de melhoria da gesto, o resultado do trabalho refete, em boa
medida, a viso do consultor sobre o tema.
Durante a etapa de coleta das inormaes, optou-se por enocar medidas que
contriburam para a eetivao de uma determinada poltica pblica, sob uma
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perspectiva que contempla o apereioamento da administrao segundo os
aspectos da prossionalizao, do gerencialismo e da governana pblica.
Diante da restrio de recursos, inclusive de tempo, o estudo oi realizado
em 90 (noventa) dias. Optou-se por azer o levantamento em um conjunto
representativo de ministrios, priorizando aqueles responsveis por
reas estratgicas ou aes prioritrias de governo. Vale ressaltar que as
caractersticas da interlocuo variaram entre rgos e, em alguns casos,
houve diculdade para realizar as entrevistas. Dentro do possvel, os subsdios
colhidos nas entrevistas, complementados pelas pesquisas realizadas em
outras ontes, oram submetidos validao dos ministrios. Alguns rgos
e itens considerados relevantes oram includos mesmo sem a realizao deentrevistas ou sem a validao nal pelos ministrios.
Verica-se ao longo do documento assimetrias entre as medidas de melhoria
apresentadas, algumas de carter estratgico, outras pontuais e operacionais,
o que evidencia a desigualdade de situaes e percepes sobre a matria
entre os rgos e entidades pesquisados.
As iniciativas de melhoria da gesto oram organizadas em dois grupos: (i)
aquelas de natureza sistmica que, via-de-regra, extrapolam os limites de
atuao ministerial e provocam impactos em toda a administrao pblica e
nas ormas de relacionamento com a sociedade; e (ii) medidas circunscritas ao
mbito de atuao ministerial.
Embora o documento possa merecer ajustes, a SEGES considera que o trabalho
rene de orma indita um conjunto signicativo de iniciativas de melhoria da
gesto pblica no mbito ederal, que merece ser divulgado, especialmente no
contexto do encerramento do Ano Nacional da Gesto Pblica.
Secretaria de Gesto
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sUMrIo
1. INTRODUO ............................................................................................. 5
2. ELEMENTOS DE FUNDAMENTAO ............................................................ 7
2.1. A emergncia de um novo contexto e o signicado
das reormas do Estado e da gesto pblica .................................................. 7
2.2. A trajetria de institucionalizao de um novo padrode gesto pblica no Brasil ............................................................................ 9
3. RELAO DAS PRINCIPAIS MEDIDAS PARA MELHORIA
DA GESTO PBLICA NO PERODO 2001/2009 ............................................. 15
3.1. Medidas de natureza sistmica ............................................................. 15
3.2. Medidas para a melhoria da gesto nos Ministrios ............................. 42
Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome (MDS) ................. 42Ministrio da Sade (MS) ............................................................................. 49Ministrio da Educao (MEC) ...................................................................... 50Ministrio da Previdncia Social (MPS) ......................................................... 55Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE) ..................................................... 59Ministrio da Justia (MJ) ............................................................................. 68Ministrio do Desenvolvimento Agrrio (MDA) ............................................ 70Ministrio da Cultura (MinC) ........................................................................ 70Ministrio da Cincia e Tecnologia (MCT) ..................................................... 72Ministrio do Meio Ambiente (MMA) ...........................................................76Ministrio da Pesca e Aqicultura (MPA) ......................................................76Ministrio da Fazenda (MF) .......................................................................... 77Ministrio das Cidades (MCidades)...............................................................79Ministrio dos Transportes (MT) ................................................................... 79Ministrio de Minas e Energia (MME) ........................................................... 80
Ministrio das Comunicaes (MC) .............................................................. 82Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC) ......... 83Ministrio da Deesa (MD) ............................................................................ 88Advocacia Geral da Unio (AGU) .................................................................. 88
4. AS LIES APREENDIDAS E O DESAFIODE INSTITUCIONALIZAR O PROCESSO DE MUDANA.................................... 91
5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................. 93
5.1 Pginas consultadas da internet ............................................................. 93
6. GLOSSRIO DE SIGLAS E ABREVIATURAS ..................................................95
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1. IntrodUo
O apereioamento do ciclo da gesto que vai do dimensionamento de
recursos disponveis, passando pelo planejamento, alocao de recursos e
implementao das aes, at a anlise dos resultados e dos impactos dessas
aes o que permite a tomada de deciso qualicada em nvel estratgico.
Por isso, governos nacionais e sub-nacionais tm investido na denio e
no aprimoramento de instrumentos de gesto inovadores e orientados para
resultados, que visam ampliar a capacidade de governana do Estado para
implementar polticas pblicas de orma coordenada e sinrgica.
No Brasil, est em curso um novo ciclo de desenvolvimento, ruto de um processo
de reconstruo institucional iniciado h pouco mais de uma dcada. Somos
hoje uma economia slida e estvel, que cresce de maneira sustentvel e est
comprometida com a incluso social, sem abrir mo da responsabilidade scal.
Essas caractersticas, aliadas transormao das estruturas sociais brasileiras
e consolidao do ambiente democrtico no pas, exigem um Estado cada
vez mais gil na identicao de demandas, ecaz no desenho de solues e
eetivo na implementao de polticas.
A construo desse novo Estado passa pela redenio do seu papel
perante a sociedade brasileira. As competncias requeridas para alavancar
o crescimento sustentado no so as mesmas que oram necessrias para
atingir a estabilidade econmica: para alm das questes monetrias e scais,
envolvem, principalmente, aspectos participativos e republicanos. O novo
desenho da atuao estatal impe a melhoria da gesto pblica.
Melhorar a gesto pblica signica atuar nas questes estruturais e de
governana, no marco legal e nos grandes processos dos governos, bem
como na dimenso da gesto das organizaes pblicas. Signica desenvolver
capacidades e instrumentos para subsidiar as decises de alocao de recursos,
analisar riscos, inormar e qualicar o processo decisrio, trabalhar de orma
pro-ativa e coordenada e incorporar metodologias, erramentas e prticas
modernas e alinhadas s necessidades e realidades da administrao pblica.
Signica, enm, contribuir para a construo de um modelo de atuao em
bases integradas e cooperativas, orientado para resultados e com oco no
cidado.
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Nesse sentido, durante as ltimas duas dcadas, o Estado vem passando por um
processo de mudana gradual, que envolve: alteraes nos mecanismos de tomada
de deciso; modicao dos critrios tradicionais de ormao da burocracia; einstituio de uma gesto com oco no cidado e orientada para resultados.
Desde a dcada de 90, houve avanos considerveis no apereioamento da
ormulao e da execuo de polticas no Brasil, por meio da adoo de uma
metodologia especca de planejamento por programas (o Plano Plurianual),
do desenvolvimento de carreiras de Estado com uma slida ormao em
ormulao de polticas governamentais e, nalmente, da criao de instncias
responsveis pelo acompanhamento das polticas.
Quanto ao monitoramento e avaliao das polticas, h atualmente iniciativas
para melhorar a coordenao dos atores e o acompanhamento de indicadores
de desempenho e de resultado em determinados setores.
Por ltimo, registram-se avanos nos mecanismos de transparncia das aes
pblicas e na porosidade do Estado participao social.
Concomitantemente a esses apereioamentos, observa-se que a Constituio
Federal de 1988 desencadeou um movimento de descentralizao poltica e
administrativa que abre espao expanso de organizaes pblicas no-estatais e corrobora o aumento da demanda pela responsabilizao de agentes
pblicos e pela abertura do Estado participao e ao controle social.
A resposta do Estado a essas demandas, bem como o incremento na eetividade
das polticas pblicas, implica atender s necessidades de ortalecimento da
gesto por resultados no governo ederal.
Esta publicao tem por objetivo sistematizar as principais iniciativas para
melhoria da gesto pblica em nvel ederal desde o ano de 2001.
No Captulo 2, so abordados elementos conceituais e de contextualizao
das reormas contemporneas do Estado e da gesto pblica, bem como da
trajetria de institucionalizao de um novo padro de gesto pblica no Brasil.
O Captulo 3 apresenta as iniciativas de melhoria da gesto pblica no governo
ederal brasileiro abrangendo o perodo 2001/2009 agrupadas em dois blocos:
as de natureza sistmica e as especcas de cada Ministrio.
O Captulo 4 consolida uma viso para o uturo da gesto pblica no Brasil e
os desaos reorientao da ao estatal rumo a uma gesto com oco nocidado e orientada para resultados.
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2. eLeMentos de FUndAMentAo
2.1. A mgcia um v cx igifca ama ea a g blica
Uma poca se caracteriza muito mais pelas questes que se colocam do que
pelas respostas a essas questes. Durante as ltimas dcadas muito se tem
discutido sobre as caractersticas do mundo contemporneo em transio da
sociedade industrial para a sociedade do conhecimento e sobre a emergncia
de alguns temas centrais que conormam este debate, tais como:
A democracia cada vez mais se consolida como valor, a partir da armaoda cidadania, da ampliao do espao da participao popular, do
desenvolvimento da sociedade civil e da deesa dos direitos humanos,
ainda que num contexto desigual, caracterizado por prticas nem sempre
coerentes com esses princpios;
A to propalada globalizao, um processo histrico complexo, que se
reere crescente integrao da sociedade mundial, e ao uncionamento
de atividades vitais em tempo real, que aboliu ronteiras econmicas,
internacionalizou o capital, unicou mercados, hbitos e comportamentos,permitiu a redistribuio geogrca dos processos produtivos e aumentou
a competio entre pases;
A revoluo tecnolgica, principalmente nas reas de comunicao
e inormao, que elimina as barreiras comunicao a partir da
disponibilidade em tempo real da inormao para toda a sociedade,
viabiliza a inovao nas mais diversas reas da existncia humana e gera
preocupaes crescentes sobre novas ormas de excluso social.
J no incio dos anos 80 esse novo contexto introduziu no debate sobre o
Estado contemporneo questes relativas necessidade de incorporao de
novos papis e de abandono de outros. Funes de execuo e de interveno
direta na economia por meio de atividades produtivas perdem espao,
enquanto que articulao, promoo, regulao e manuteno da estabilidade
econmica, poltica, social e institucional surgem como novas demandas.
No obstante, o novo cenrio traz um ingrediente adicional ao debate na
medida em que persiste e se acentua o descompasso entre as demandas
sociais e a capacidade do Estado em atend-las, o que destaca a exigncia
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de uma nova governana1. As experincias recentes de reorma da gesto
pblica enatizaram, em um primeiro momento, nos anos 80 e incio dos anos
90, medidas de natureza gerencialista em especial medidas de ajuste scal para, com isso, recuperar a capacidade estatal de realizar investimentos e
de denir e implementar polticas pblicas. Entretanto, essas medidas eram
quase sempre voltadas ao enrentamento de problemas emergenciais, de
curto prazo (ecincia operacional e equilbrio scal), sem uma clara denio
sobre o direcionamento estratgico de longo prazo (plano de desenvolvimento
nacional). Os processos de transormao da gesto pblica nesse perodo
oram muito impregnados pelos princpios da denominada Nova Gesto
Pblica, inicialmente a servio de um ideal neoliberal de enxugamento, controlee ecincia, preconizando a aplicao de tecnologia gerencial privada ao setor
pblico. Mas logo se expandiram em mltiplas direes, buscando melhorar
a qualidade dos servios e polticas pblicas, bem como tornar o Estado mais
slido, democrtico e cidado2.
A nova gerao de reormas, levadas a cabo a partir do ano 2000, incorpora
o legado positivo da etapa anterior, o da cultura da responsabilidade scal,
e introduz a necessidade de construir uma nova capacidade baseada no
conceito de governana pblica. Com isso, voltam ao centro do debate antigas
questes, revisitadas, em especial a da prossionalizao, e despontam novas
questes undamentais, sobretudo a relevncia do papel do Estado na criao
de valor pblico e a necessidade de reorientar a gesto para resultados de
desenvolvimento. Acredita-se que os imensos desaos sociais em escala global,
maniestos pela crescente desigualdade e pobreza, no podem ser vencidos
pela simples ao isolada dos mercados, dos Estados ou do terceiro setor.
Se antes ao Estado era dado o papel de protagonista do desenvolvimento,
bastava modernizar a gesto pblica para alcanar resultados. Hoje, o novo
contexto pressupe um protagonismo compartilhado, um Estado incrustadona sociedade no apenas no sentido de reproduzir suas demandas, mas
tambm no sentido de promover aes conjuntas tanto na construo de uma
agenda estratgica de governo quanto na implementao e monitoramento
1 Segundo Aguilar (2007), governana o processo de direo da sociedade, mediante o qual setores,grupos, personalidades da sociedade denem seus objetivos de convivncia e sobrevivncia e as aesespeccas que sero levadas a cabo a m de realizar os objetivos de interesse social e as ormas comocoordenaro suas aes e produto. o processo social de denio do sentido de direo e da capacidadede direo de uma sociedade.
2 Aquilo que Rami (2001) identicou como duas correntes da NGP: a neo-empresarial e a neopblica.Ver: Rami, C. Los problemas de la implementacion de la nueva gestin pblica en las administracioneslatinas: modelos de Estado y cultura institucional. Revista del CLAD n.21 Caracas
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dessa agenda. Trata-se da transio para um novo paradigma: do governo que
governa a sociedade para o governo que governa com a sociedade.
2.2. A ajia iiucializa um v a g blica Bail
2.2.1. Caractersticas distintivas
A histria recente das reormas da gesto pblica no Brasil apresenta algumas
caractersticas distintivas. Merecem destaque as quatro descritas a seguir.
Um primeiro aspecto o da relevncia. Nem sempre trivial compatibilizar as
unes de liderana poltica e gerncia executiva de governo. Tradicionalmente
baixa a percepo, por parte dos polticos, da relevncia da gesto como
orma de alcance dos resultados governamentais (Marini, 2008). Na maior
parte das vezes os polticos tendem a destacar as obras de inra-estrutura,
os projetos sociais e outros de maior apelo popular de sua administrao.
Entretanto, importante ressaltar que a implementao dessas iniciativas
depende undamentalmente da qualidade da gesto. Felizmente, esse quadrovem se alterando nos ltimos anos. Aumenta o nmero de polticos que
percebem a relevncia da gesto para alcanar os objetivos expressos em seus
programas de governo.
Outra caracterstica marcante da trajetria recente a combinao entre
diversidade e fragmentao. Os ltimos anos oram, sem dvida, bastante
rteis em termos de produo de importantes iniciativas de melhoria da
gesto pblica nos seus diversos campos: o revigoramento do planejamento e
oramento governamental a partir das ltimas edies dos Planos Plurianuais,os programas de qualidade do gasto pblico, a reorientao da gesto para
resultados, a transparncia e o controle social, os apereioamentos no
ordenamento jurdico, a inormatizao de processos, os novos enoques em
gesto de recursos humanos (concursos, carreiras, treinamento, avaliao
de desempenho), so exemplos do grau de abrangncia das iniciativas.
Entretanto, esses avanos no se deram de orma integrada. Ao analisar a
dinmica do processo de ormulao da poltica de gesto no pas Martins
(2003) destaca: trata-se de diversidade ou ragmentao? E conclui tratar-se
de ambos. A diversidade pode ser claramente percebida a partir da pluralidade
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de vises, valores, aes, atores empreendedores e coalizes em dierentes
graus de convergncia. A anlise das trajetrias e casos revela uma pliade de
ricas experincias de polticas de gesto baseadas em elaboradas construesde problema e solues, vibrantes atuaes de dierentes empreendedores
e construo de intrincadas coalizes, levando a uma grande variedade de
resultados de ormulao: documentos reerenciais de governo, planos,
planos-diretores, decretos, leis e emendas constitucionais contendo regulaes
de polticas de gesto pblica. A anlise das trajetrias e casos possibilitou a
identicao de elementos de convergncia e divergncia. Nesse sentido, a
ragmentao caracteriza-se pela baixa integrao, interposio de obstculos,
bloqueios recprocos e orientaes contrrias.Uma terceira caracterstica o compartilhamento federativo das iniciativas
de melhoria da gesto, dierentemente de outros campos de atuao onde
muitas vezes existe uma orte competio entre os entes ederados. O
Conselho Nacional de Secretrios de Estado da Administrao (CONSAD),
criado em 2000, oi determinante para esse m. Abrucio (2007) destaca que o
Conselho tem o papel de ortalecer e incentivar mecanismos de cooperao
e colaborao entre os nveis de governo, sem retirar autonomia das partes3.
As reormas dos anos 30 e dos anos 60 oram marcadas pelo protagonismo
da Unio e, por terem acontecido em perodos autoritrios (ditaduras Vargas e
militar, respectivamente), oram impostas aos nveis sub-nacionais. Os ltimos
anos tm se caracterizado por uma liderana compartilhada, com importantes
iniciativas nas trs eseras de governo. O exemplo mais emblemtico oi o
pacto estabelecido em maio de 2008 entre o Ministrio de Planejamento e o
CONSAD pela melhoria da gesto, registrado na CARTA DE BRASLIA SOBRE
GESTO PBLICA. O documento aponta as principais preocupaes e prope
diretrizes para as estratgias e aes de melhoria nesse campo4.
Por m, o quarto aspecto diz respeito ao carter incompleto das reormasda administrao pblica empreendidas. Segundo Gaetani (2007)5 esto
pendentes de soluo problemas caracterizados como prprios dos sculos
XIX, XX e XXI. Ou seja, as agendas de prossionalizao da gesto (reorma
burocrtica do m do sculo XIX), gerencialista (inspiradas nos ideais da Nova
3 Para maior aproundamento ver: Moraes (2009). Encarando os Desaos da Governana Pblica noBrasil do Sculo XXI. Congresso de 2009 da LASA (Associao de Estudos Latino-Americanos), no Rio deJaneiro
4 Ver Gazeta Mercantil de 15/10/20075 Ver item 2.2.1.
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Gesto Pblica a partir das ltimas dcadas do sculo XX) e da governana
pblica (do Estado em rede, tpicas da atualidade) oram iniciadas, mas
seguem inconclusas. Uma das razes que certamente contribuem para adescontinuidade das estratgias de reorma que, na maior parte das vezes,
as agendas so concebidas como contraponto s agendas anteriores (a agenda
gerencial visa substituir o modelo burocrtico, por exemplo). O ideal seria
encarar a reorma como um processo em que as agendas se sobrepem e se
complementam. H situaes em que necessrio aproundar, e no substituir
o modelo burocrtico. O mesmo se aplica s demais agendas.
2.2.2. O direcionamento estratgico na linha do tempo (2001 a2009)
Este Inventrio estabelece como horizonte temporal o perodo compreendido
entre os anos 2001 e 2009. Tomando como reerncia os mandatos
governamentais, o perodo oi divido em trs etapas. A primeira (2001 a
2002) corresponde aos dois ltimos anos da gesto do presidente Fernando
Henrique Cardoso; a segunda (2003 a 2006), ao primeiro mandato da gesto
do presidente Luiz Incio Lula da Silva; e a terceira (2007 a 2009), aos trs
primeiros anos do segundo mandato da gesto Lula. Apresenta-se, para cadaperodo, um breve relato sobre o direcionamento estratgico, levando em
considerao as caractersticas antes mencionadas. As iniciativas propriamente
ditas so arroladas no captulo seguinte.
Perodo: 2001 a 2002
As iniciativas no perodo tiveram como antecedentes a reorma de 1995,
iniciada com a criao do Ministrio da Administrao Federal e Reorma doEstado (MARE) e a ormulao da estratgia expressa num documento ocial
de governo denominado Plano Diretor da Reorma do Aparelho do Estado, que
propunha aumentar a governana do Estado, limitar a ao estatal a unes
prprias e transerir a estados e municpios aes de carter regional e local.
Em linha com as quatro caractersticas das reormas da gesto pblica no
Brasil mencionadas anteriormente neste texto6, em termos de relevncia o
6 Ainda que o perodo osse tipicamente orientado pela agenda gerencial, havia iniciativas da agendade prossionalizao (retomada de concursos, em especial os do ncleo estratgico de governo) e da degovernana (instituio de Conselhos e medidas de transparncia).
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perodo deixou como principal legado a introduo do tema gesto pblica
na agenda nacional, conerindo-lhe relevncia. Foram bastante expressivos a
produo acadmica sobre o tema e os debates na mdia, no Congresso ejunto ao empresariado.
Com relao segunda caracterstica, diversidade e ragmentao, certo
que, no perodo expandido (desde 1995), houve expressiva diversidade de
iniciativas7, como planejamento governamental, continuidade das medidas
de ajuste scal, modernizao, ordenamento jurdico, inovaes gerenciais,
governo eletrnico, recursos humanos etc. Mas igualmente certo que essas
iniciativas se deram de orma ragmentada.
No que diz respeito ao compartilhamento ederativo, o saldo oi bastante
positivo. Depois de muitos anos de existncia, o Frum de Secretrios Estaduais
de Administrao ganhou nova institucionalidade no perodo, com a criao
do CONSAD no nal de 2000.
E, por m, em que pesem os importantes avanos, muitas das iniciativas
propostas pelo Plano Diretor no oram amplamente disseminadas no governo
ederal, conrmando a caracterstica do carter incompleto.
Perodo: 2003 a 2006
O perodo comeou com iniciativas apontando para as trs agendas de gesto.
Na de governana o exemplo mais signicativo oi a criao do Conselho de
Desenvolvimento Econmico e Social (CDES) ainda em 2003. Na gerencial, com
uma importante iniciativa da Secretaria de Gesto, de retomada da agenda
gerencial com o Plano de Gesto para um Brasil de Todos, contemplando de
orma integrada medidas nas reas da estratgia governamental, estrutura
e gesto de pessoas. E, na agenda da prossionalizao, iniciativas derecomposio da orca de trabalho, de estabelecimento de percentuais
para ocupao de unes de livre provimento por servidores de carreira,
de intensicao dos programas de capacitao e de criao de rgos na
estrutura do Executivo para promoo e coordenao das polticas voltadas
s mulheres, igualdade racial, aos direitos humanos e ao desenvolvimento
social e combate ome.
7 A titulo de exemplo, no 1 perodo (1995/1998) a nase estava na gesto (Plano Diretor) enquantoque no segundo (1999/2002) estava no planejamento (PPA) e um, o Plano Diretor, no oi sequerapresentado ao outro, o PPA.
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Tambm merecem destaque a manuteno da estabilidade macroeconmica;
o ortalecimento do carter participativo na elaborao do PPA (oram
realizados 27 Fruns Estaduais de Participao Social com a participao de2.170 representaes de entidades, organizaes e movimentos de carter
nacional, regional e temtico dos estados); o redirecionamento da poltica
de recursos humanos, em especial no que diz respeito democratizao das
relaes de trabalho, as iniciativas de governo eletrnico, principalmente na
rea de compras; e o ortalecimento institucional orientado para a viabilizao
das polticas pblicas de incluso social.
Com relao s quatro caractersticas distintivas das medidas adotadas, a
relevncia dada gesto teve um comportamento oscilante. A iniciativa doPlano de Gesto oi descontinuada a partir de 2004 (sendo retomada mais
recentemente) e, como conseqncia, as questes de natureza operacional
tomaram a agenda, o que representou uma perda de orientao estratgica.
O destaque cou por conta de iniciativas diversicadas (ainda que de orma
ragmentria) orientadas para o ortalecimento institucional das reas sociais
e de inra-estrutura de governo, que tiveram maior investimento relativo se
comparado com as demais reas. Segundo Silva (2006): Durante a gesto
Lula, o investimento na organizao e recomposio da capacidade operativa
dos rgos responsveis pelas polticas sociais e de inra-estrutura levou a a
um aumento de 79% e de 71%, respectivamente, no tamanho desses rgos,
contra 18% do crescimento do total da mquina pblica, o que demonstra o
compromisso do Presidente em alavancar essas duas unes bsicas para a
construo de uma realidade nacional mais justa.
No que diz respeito ao compartilhamento ederativo, ressaltam-se: o incio
ormal do Programa Nacional de Apoio Modernizao da Gesto e do
Planejamento dos Estados Brasileiros e do Distrito Federal (PNAGE), que
realizou detalhado diagnstico sobre a situao das administraes estaduais;e o Programa de Modernizao do Sistema de Controle Externo dos Estados
e Municpios Brasileiros (PROMOEX), voltado ao ortalecimento institucional
do sistema de controle externo para apoiar a implementao da Lei de
Responsabilidade Fiscal.
Perodo: 2007 a 2009
O principal movimento do perodo oi o redirecionamento da agenda de gestopara apoiar as iniciativas dos programas prioritrios de governo, em especial o
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Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA
Programa de Acelerao do Crescimento (PAC); o Plano de Desenvolvimento da
Educao (PDE); a Poltica Industrial, Tecnolgica e de Comrcio Exterior (PITCE);
e o Territrios da Cidadania. O PAC o maior do programas governamentais eoi institudo para estimular os setores produtivos e, ao mesmo tempo, levar
benecios sociais para todas as regies do pas. O Programa tem como um de
seus pilares a desonerao de tributos para incentivar mais investimentos no
Brasil, e conta com um Comit Gestor, coordenado pela Casa Civil, que tem o
papel de estabelecer metas e acompanhar a implementao das aes.
A atuao do Comit Gestor pautada pelos instrumentos tpicos da agenda
gerencial, tais como o estabelecimento de metas com base em indicadores,
o gerenciamento intensivo de projetos e os sistemas de monitoramento eavaliao de resultados. Esse ato por si s evidenciou a relevncia que assumiu
a gesto como orma de viabilizar os resultados pretendidos, mas o marco
distintivo no perodo ca por conta da instituio do Ano Nacional da Gesto
Pblica, por Decreto Presidencial, em maro de 2009.
No que se reere reconstruo da burocracia pblica (agenda de
prossionalizao), oi implementado um conjunto de medidas de recomposio
da ora de trabalho orientado para as reas prioritrias de governo, com
substituio de terceirizados e reteno de talentos na administrao pblicaederal (novo padro remuneratrio, aumento da destinao de graticaes
para servidores e capacitao). Tambm oram adotadas ou propostas medidas
de apereioamento do marco jurdico (Fundao Estatal, Contratualizao,
reviso da Lei de Licitaes, Projeto de Lei Orgnica da Administrao Pblica
Federal, acesso a inormao, novos concursos, dentre outras).
Quanto agenda de governana, alm do pacto pela melhoria da gesto
pblica rmado na Carta de Braslia sobre Gesto Pblica, oram criados novos
conselhos (19 desde 2003) e ouvidorias pblicas ederais (elas eram 40 em2003 e chegaram a 150 em 2009).
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Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro
3. reLAo dAs prInCIpAIs MedIdAs
pArA MeLHorIA dA Gesto pBLICA noperodo 2001/2009
Esta seo apresenta a relao das medidas para melhoria da gesto pblica no
governo ederal brasileiro abrangendo o perodo 2001/2009. As inormaes
apresentadas oram coletadas mediante: entrevistas com atores-chave de
ministrios e rgos governamentais; anlise documental, incluindo relatrios
de atividade e publicaes relativas ao Concurso da Inovao na Gesto Pblica
Federal (promovido pela ENAP desde 1996); pesquisas nos stios eletrnicos dogoverno ederal; e artigos de natureza acadmica publicados sobre o tema.
Durante a etapa de coleta das inormaes, optou-se por enocar medidas que
contriburam para a eetivao de uma determinada poltica pblica, sob uma
perspectiva que contempla a reorma administrativa segundo os aspectos da
prossionalizao, do gerencialismo e da governana pblica.
As iniciativas de melhoria da gesto oram organizadas em dois grupos de
medidas: (i) aquelas de natureza sistmica que, via-de-regra, extrapolam os
limites de atuao ministerial e provocam impactos em toda a administraopblica e nas ormas de relacionamento com a sociedade; e (ii) as medidas
de carter mais pontual, quase sempre circunscritas aos mbitos de atuao
ministerial.
3.1. Mia auza imica
Neste primeiro bloco as medidas identicadas esto sob a responsabilidade de
Ministrios que exercem unes de direcionamento estratgico e coordenaoprogramtica e uncional: Casa Civil, Secretaria Geral, Ministrio do
Planejamento, Oramento e Gesto (MP), Secretaria de Assuntos Estratgicos
(SAE) e Controladoria-Geral da Unio (CGU).
Em primeiro lugar, apresentam-se medidas de carter estratgico-institucional,
voltadas construo de novas ormas de relacionamento com a sociedade ou
denio do direcionamento estratgico no campo da gesto pblica.
A criao do Conselho de Desenvolvimento Econmico e Social (CDES)em 2003 (Lei n 10.683), rgo majoritariamente da sociedade civil, de
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Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA
carter consultivo da Presidncia da Repblica, com o objetivo de colaborar
na ormao do juzo poltico do governo e de estabelecer o dilogo
entre as diversas representaes da sociedade civil, com a discusso depolticas pblicas e a proposio de medidas necessrias para alavancar
o crescimento do pas. O CDES o exemplo mais signicativo de avanos
na Agenda de Governana, contribuindo para o apereioamento da
interlocuo entre o governo e a sociedade e a capacidade de denir,
de orma compartilhada, os grandes rumos do pas. Dentre as principais
contribuies de natureza sistmica, merecem destaque: as Cartas de
Concertao, a Agenda Nacional de Desenvolvimento e os Enunciados
Estratgicos para o Desenvolvimento. Alm disto, o CDES produziurecomendaes para enrentar a crise econmica internacional; anlises
sobre as Reormas Tributria e Poltica; e maniestaes sobre o Fundo
Nacional de Desenvolvimento Regional, o projeto de lei que instituiu as
Parcerias Pblico-Privadas; a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas,
o Fundo de Desenvolvimento da Educao Bsica (FUNDEB) e a Agenda
Nacional do Trabalho Decente.
Realizao das Conerncias Nacionais Setoriais. Os Conselhos Nacionais
e as Conerncias Setoriais tiveram impulso a partir de 2003 e hoje so
importantes arenas de participao e controle social para a ormulao
e o acompanhamento das polticas pblicas. O dilogo e a construo
de consensos com os variados setores da sociedade civil ortalecem a
democracia, contribuem para o equacionamento das desigualdades
sociais e pavimentam a construo de um novo pas. Entre 2003 e
2009 oram realizadas 60 conerncias nacionais e internacionais, com
a participao de aproximadamente quatro milhes de brasileiros nas
etapas municipais, estaduais e nacionais.
Criao de Secretarias Especiais com o objetivo de aprimorar a coordenaodas polticas pblicas:
i. Criada em 2003, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH)
atua na articulao e implementao de Polticas Pblicas
voltadas para a proteo e promoo dos direitos humanos.
A SEDH coordena a Poltica Nacional de Direitos Humanos, em
conormidade com as diretrizes do Programa Nacional de Diretos
Humanos (PNDH) e articula iniciativas e apoiar projetos voltados
proteo e promoo dos direitos humanos em mbito nacional,
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Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro
tanto por organismos governamentais, incluindo os poderes
Executivo, Legislativo e Judicirio, como por organizaes da
sociedade. Compete ainda Secretaria exercer as atribuiesde rgo executor ederal do Programa Federal de Assistncia a
Vtimas e a Testemunhas Ameaadas.
ii. A Secretaria Especial de Polticas para as Mulheres (SPM), criada
em 2003, estabelece polticas que contribuem para a melhoria
da vida das brasileiras, tendo como desao a incorporao das
especicidades das mulheres nas polticas pblicas. Compete
SPM elaborar e implementar campanhas educativas e no
discriminatrias de carter nacional, alm de promover aigualdade de gnero e o acompanhamento da implementao
de legislao de ao armativa.
iii. A Secretaria Especial de Polticas de Promoo da Igualdade
Racial (SEPPIR) oi criada em 2003, rearmando o compromisso
com a construo de uma poltica voltada aos interesses reais da
populao negra e de outros segmentos tnicos discriminados.
A misso da Secretaria estabelecer iniciativas contra as
desigualdades raciais no pas. Seus principais objetivos so:promover a igualdade e a proteo dos direitos de indivduos
e grupos raciais e tnicos aetados pela discriminao e demais
ormas de intolerncia, com nase na populao negra; e
acompanhar e coordenar polticas de dierentes ministrios
e outros rgos do governo Brasileiro para a promoo da
igualdade racial.
Instituio do Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao
(GesPblica), pelo Decreto n 5.378, de 23 de evereiro de 2005, mediantea uso do Programa da Qualidade no Servio Pblico e do Programa
Nacional de Desburocratizao, com a nalidade de contribuir para a
melhoria da qualidade dos servios pblicos prestados aos cidados e
para o aumento da competitividade do pas.
Mobilizao em prol da melhoria da gesto pblica
iv. Construo de um Pacto para a Melhoria da Gesto Pblica
envolvendo o Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto
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Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA
e o Conselho Nacional de Secretrios Estaduais de Administrao
(CONSAD), registrado em um documento denominado Carta de
Braslia sobre Gesto Pblica. O documento prope diretrizes quedevem orientar as estratgias e as aes de melhoria neste campo
a partir de oito elementos estruturais: 1) Gesto de pessoas;
2) Modelos de gesto; 3) Instrumentos do ciclo de gesto; 4)
Mecanismos de coordenao e integrao; 5) Uso intensivo de
tecnologia; 6) Marco legal; 7) Preveno e combate a corrupo; e 8)
Realizao de estudos e pesquisas. A Carta representa o esoro de
avanar no ortalecimento e na modernizao do Estado brasileiro
e contempla as trs agendas antes mencionadas: a Agenda daReorma Burocrtica, via iniciativas de prossionalizao da
gesto; a Agenda Gerencial, por meio de medidas de orientao
da ao do Estado para resultados, tendo como oco o cidado
com qualidade no gasto pblico; e a Agenda de Governana,
na medida em que prope mecanismos de atuao em rede
envolvendo o governo ederal e os governos estaduais.
v. Instituio do Ano Nacional da Gesto Pblica por Decreto
Presidencial de Maro de 2009.
vi. Realizao do Frum Nacional de Gesto Pblica. O Ministrio
do Planejamento, Oramento e Gesto realizou em abril de 2009
o 1 Frum Nacional de Gesto Pblica, evento que congregou
parceiros estratgicos do setor pblico, do setor privado e
do terceiro setor em torno da agenda proposta pela Carta de
Braslia. Na ocasio, diversos rgos e instituies assinaram o
termo de adeso Carta. Aps o evento, o Frum tornou-se, em
ambiente virtual, um espao permanente de reunio, articulao
e escuta de atores estratgicos que apiam o movimento em prolda melhoria da gesto pblica.
vii. Agenda Nacional de Gesto Pblica. Durante o 1 Frum Nacional
de Gesto Pblica oi lanada a Agenda Nacional da Gesto
Pblica, que consolida uma cesta de iniciativas inovadoras para
melhorar a gesto, muitas delas j em ase de implementao.
A Agenda dinmica e est em reqente discusso, com a
participao do setor pblico, e da sociedade civil, tendo por
base o compromisso da Carta de Braslia da Gesto Pblica.
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Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro
Criao do Portal da Gesto Pblica (www.gespublica.gov.br). O
Ministrio do Planejamento vem buscando consolidar e apereioar o
Portal para que o GesPblica seja o instrumento animador, aglutinador eomentador do movimento em prol da melhoria da gesto pblica e da
gesto do conhecimento em gesto.
Consolidao e expanso da Rede Nacional de Gesto Pblica (RNGP). A
Rede um espao de colaborao para a excelncia da gesto pblica no
Brasil, onde os participantes discutem problemas, trocam experincias e
desenvolvem propostas para melhorar a gesto pblica.
Ciclos de Debates Direito e Gesto Pblica. O Ministrio do Planejamento,
Oramento e Gesto e a Associao Nacional dos Procuradores da
Repblica deram incio a um processo de discusso dos grandes temas e
desaos da administrao pblica no Projeto Ciclos de Debates Direito
e Gesto Pblica. O objetivo criar um espao de interlocuo entre
operadores de direito e operadores de gesto, com vistas ormulao de
reerenciais de atuao comuns para a administrao pblica brasileira.
Realizao do XIV Congresso Internacional do CLAD sobre a Reorma do
Estado e da Administrao Pblica, em outubro de 2009, na cidade de
Salvador.
Redirecionamento da atuao do Programa Nacional de Gesto Pblica e
Desburocratizao (GesPblica). A partir do segundo semestre de 2008 e com
orte impulso em 2009, os processos do GesPblica oram redirecionados
para a articulao, o omento e a mobilizao de redes de gesto e para
a gesto do conhecimento em gesto pblica, observando as seguintes
diretrizes: atuar como um agente de mobilizao em torno da melhoria da
gesto pblica; articular e coordenar uma rede de parceiros estratgicos
para apoiar a construo e implementao de uma agenda nacional emprol da melhoria da gesto pblica; e ser conhecido e reconhecido como
agente estratgico na gesto do conhecimento em gesto.
Apresentao da Agenda Nacional de Gesto Pblica, em linha com as
diretrizes da Carta de Braslia, por iniciativa da Secretaria de Assuntos
Estratgicos da Presidncia da Repblica em parceria com atores privados
e pblicos no-estatais. A Agenda identica os principais problemas,
mapeia alternativas de solues e aponta desaos para seis temas: 1)
Burocracia prossional e meritocrtica; 2) Qualidade da poltica pblica;
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Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA
3) Pluralismo institucional; 4) Repactuao ederativa nas polticas
pblicas; 5) O papel dos rgos de controle e; 6) Governana.
Criao do Portal de Convnios (SICONV), institudo pelo Decreto n
6.170, de 25 de julho de 2007. O SICONV desburocratiza e traz mais
transparncia aos repasses de recursos pblicos da Unio para estados,
municpios e Organizaes no Governamentais. A partir de setembro de
2008, os convnios e contratos de repasse com recursos voluntrios da
Unio passaram a ser celebrados e operacionalizados atravs do Portal
de Convnios do Governo Federal (www.convenios.gov.br). O Portal
uncionar como um banco dos principais programas do governo ederal
que envolvam descentralizao de recursos, mapeando as demandas porpolticas pblicas, j que todos os atos de credenciamento, celebrao,
alterao, liberao de recursos, acompanhamento da execuo do
projeto e prestao de contas somente sero viabilizados pela Internet.
Ao automatizar as transerncias voluntrias, o uso do SICONV conere
mais transparncia aos repasses de recursos pblicos, uma vez que a
sociedade poder acompanhar a execuo dos contratos pela Internet
e vericar a aplicao do montante repassado a um determinado ente.
Ampliao do uso do Prego Eletrnico para a contratao de bens eservios no governo ederal. Executado por meio do Sistema Integrado
de Administrao de Servios Gerais, ou Comprasnet, o Prego Eletrnico
representa uma evoluo nos procedimentos de contrataes pblicas,
constituindo a orma mais econmica de contratao, pois unciona como
um leilo reverso em que vence quem oerecer o melhor preo, e, ao mesmo
tempo, a mais transparente, pois permite que a sociedade acompanhe em
tempo real os procedimentos relativos s licitaes eletrnicas, incluindo
os avisos de licitaes, os lances eetuados e as propostas vencedoras. Por
meio do Prego Eletrnico o governo ederal obtm uma economia mdiaentre 15% e 20%. Tambm se congura na modalidade mais rpida de
contratao: so cerca de 17 dias para realizar uma aquisio por meio
do Prego Eletrnico, enquanto uma concorrncia leva at 120 dias para
eetivar-se. Alem disso, o Prego Eletrnico a modalidade de licitao mais
segura, porque oerece a garantia de que os ornecedores participantes
no so revelados at o encerramento da sesso pblica realizada pela
Internet, e democratiza o acesso das empresas, especialmente as de
pequeno porte, s aquisies governamentais. Pela pgina eletrnica do
Comprasnet (www.comprasnet.gov.br) possvel acessar os processos de
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Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro
compra em andamento, agendados e encerrados e obter os respectivos
editais. Esto disponveis ainda dados gerenciais e normativos pertinentes
rea de compras. O sistema permitiu a disseminao do Prego Eletrnico,que representa atualmente 80% do valor comprado.
Decreto priorizando compras governamentais para pequenas e
microempresas. O Decreto n 6.204, publicado em 2007, regulamentou a
participao das micro e pequenas empresas nas compras governamentais.
Elas passaram a ter exclusividade nas contrataes pblicas de bens,
servios e obras de at 80 mil reais, alm de preerncia em caso de
empate nas licitaes. A partir do Decreto, caram impedidas as licitaes
que, na denio dos bens a serem adquiridos, utilizem especicaesque restrinjam a participao dessas empresas no processo.
Lanamento do Programa de Acelerao do Crescimento (PAC). A
prioridade do Programa que engloba um conjunto de polticas
econmicas planejadas para quatro anos e que tem por objetivo
acelerar o crescimento econmico do Brasil o investimento em inra-
estrutura urbana, logstica e energtica, em reas como saneamento,
habitao, transporte, energia e recursos hdricos. O PAC considerado
um instrumento de universalizao dos benecios econmicos e sociaispara todas as regies do pas e tem por meta ajudar a proporcionar um
ambiente avorvel a investimentos e conducente ao desenvolvimento
sustentvel. Destaca-se no PAC o seu modelo de gesto: coordenado por
um Comit Gestor (composto pelos ministros da Casa Civil, da Fazenda e
do Planejamento) e executado por um Grupo Executivo (integrado pela
Subchea de Articulao e Monitoramento da Casa Civil, pelas Secretarias
de Oramento Federal e de Planejamento e Investimentos Estratgicos do
Ministrio do Planejamento, alm da Secretaria do Tesouro Nacional do
Ministrio da Fazenda), o Programa est a cargo da cpula do governo,o que propicia: (i) as condies polticas e tcnicas necessrias melhor
implementao das aes nele arroladas; (ii) a denio de metas
claras; e (iii) o monitoramento das aes. A gesto do PAC contempla
o monitoramento sistemtico e contnuo das aes necessrias ao bom
andamento das obras, incluindo a gesto das restries identicadas e a
prestao de contas para a sociedade atravs de balanos quadrimestrais.
O gerenciamento do PAC apoiado por um sistema inormatizado
especco, o Sistema de Monitoramento do Programa de Acelerao do
Crescimento (SISPAC).
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Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA
Implementao do Programa de Fortalecimento da Capacidade
Institucional para Gesto em Regulao (PRO-REG), institudo pelo Decreto
n 6.062, de 16 de maro de 2007, com a nalidade de contribuir paraa melhoria do sistema regulatrio, da coordenao entre as instituies
que participam do processo regulatrio, dos mecanismos de prestao
de contas, de participao e de acompanhamento pela sociedade civil
das atividades de regulao desenvolvidas.
Prossionalizao das Agncias Reguladoras. O perodo que compreende
os anos de 2003 e 2009 caracteriza-se pela estruturao das Agncias
Reguladoras e pela prossionalizao de sua ora de trabalho, sendo que
em 2004 as Agncias passaram a contar com carreiras prprias. Houveingresso de aproximadamente 4.500 servidores nos cargos de Especialista
em Regulao, Analista Administrativo, Tcnico em Regulao e Tcnico
Administrativo no perodo.
Agenda nacional de apoio melhoria da gesto de estados e municpios.
O Ministrio do Planejamento trabalha em sintonia com a Subchea
de Assuntos Federativos da Secretaria de Relaes Institucionais da
Presidncia da Repblica com vistas implementao de um conjunto de
medidas para apoiar e omentar a coordenao, a integrao e a melhoriada gesto de estados e municpios. Destacam-se:
i. A ormulao e a implementao da Agenda Nacional de
Apoio Gesto Municipal, que resultou na publicao do
Catlogo das Iniciativas Federais para os Municpios e do
Guia Bsico de Gesto Municipal, entregues aos preeitos
eleitos, e na elaborao do Projeto de Lei que regulamenta a
transio de governo.
ii. O Programa Nacional de Apoio Modernizao da Gesto edo Planejamento dos Estados e do Distrito Federal (PNAGE),
que tem por objetivo conerir maior ecincia, eetividade
e transparncia s administraes pblicas dos estados
e do Distrito Federal, por meio da cooperao nanceira
e assistncia tcnica aos estados e ao Distrito Federal para
a execuo de projetos de ortalecimento da capacidade
institucional das administraes estaduais.
iii. O Programa de Modernizao do Sistema de Controle Externodos Estados e Municpios Brasileiros (PROMOEX), que prov
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Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro
cooperao nanceira e assistncia tcnica aos Tribunais
de Contas Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, para
o ortalecimento do sistema de controle externo comoinstrumento da cidadania. O PROMOEX incentiva a melhoria dos
mecanismos de controle das contas pblicas, a intensicao
das relaes inter-governamentais e inter-institucionais e a
transparncia da gesto dos recursos pblicos, com vistas ao
cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal.
iv. Compartilhamento da base de dados de servidores ederais
e estaduais. Os Ministrios do Planejamento e da Previdncia
Social, alm do Conselho Nacional de Secretrios Estaduais deAdministrao (CONSAD) azem parte de um projeto nanciado
com recursos do Programa Nacional de Apoio Modernizao
da Gesto e do Planejamento dos Estados Brasileiros e do
Distrito Federal (PNAGE) para o cruzamento das bases de
dados de recursos humanos da Unio e dos estados, no
intuito de apurar eventuais irregularidades na contratao
de servidores, como duplicao de vnculo e aposentadorias
irregulares. O projeto prev o ortalecimento do Cadastro
Nacional de Inormaes Sociais, a partir do desenvolvimento
de novas uncionalidades, e a incluso das bases de dados de
recursos humanos dos estados e municpios.
v. Instituio de linha de crdito para nanciar projetos de
melhoria da qualidade do gasto e do ambiente de negcios.
Em dezembro de 2008 o Conselho Monetrio Nacional (CMN)
aprovou linha de crdito no total de R$ 300 milhes para os
estados. Os recursos oram descontingenciados no mbito do
Programa de Modernizao da Administrao das Receitas eda Gesto Fiscal, Financeira e Patrimonial das Administraes
Estaduais (PMAE), tendo com agente nanceiro o Banco Nacional
de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES). Os recursos
do PMAE complementam as aes do PNAGE e permitiro a
introduo e o apereioamento de mecanismos adequados de
gesto em rgos centrais e nalsticos dos estados.
Criao da escola virtual da Secretaria de Oramento Federal, lanada em
outubro de 2008, com oco na capacitao sobre Oramento Pblico paraos governos ederal, estaduais e municipais, bem como para a sociedade
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Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA
civil. Alm disso, no que tange a oramento, houve a introduo de novos
conceitos e metodologias, o que resultou na realizao de projeto piloto
de Oramento para Resultados.
Institucionalizao do Frum de Integrao dos Sistemas Estruturantes
da Administrao Pblica. Os sistemas so responsveis pelos processos
de planejamento, de oramento, de administrao de pessoal, de
patrimnio da Unio, de coordenao das empresas estatais, de estruturas
organizacionais e de compras. O Frum tem o objetivo de apereioar
e integrar os processos e melhorar a comunicao entre os Sistemas
Estruturantes, conerindo ganhos de ecincia ao conjunto e aumento na
qualidade das inormaes gerenciais que balizam a tomada de decisodo governo ederal. Os dilogos no Frum possibilitam a adoo de
medidas de natureza jurdico-legal necessrias para ao apereioamento
dos sistemas e introduo de inovaes gerenciais.
Estabelecimento, por meio do Decreto n 6.944/09, de diretrizes para
a organizao e o ortalecimento das estruturas administrativas dos
rgos e entidades do Poder Executivo ederal. O Decreto estabelece
tambm normas gerais para a realizao de concursos pblicos, e institui
como sistema administrativo o Sistema de Organizao e Inovao daadministrao pblica ederal, o que permitir organizar e direcionar as
aes voltadas modernizao administrativa e possibilitar avaliaes
mais adequadas das necessidades quantitativas e qualitativas de ora
de trabalho e de reviso de estruturas na administrao pblica ederal.
Elaborao e divulgao do Manual de Orientao para Arranjo
Institucional de rgos e Entidades do Poder Executivo ederal, que
apresenta um conjunto de orientaes e parmetros tcnicos aplicveis
ao processo de organizao de estruturas do Poder Executivo ederal. Elaborao do Anteprojeto de Lei de Contratualizao, por iniciativa do
Ministrio do Planejamento, com o objetivo de apereioar o desempenho
institucional na esera pblica ederal, regulamentando os artigos 37
e 39 da Constituio Federal, relativos a contratos de desempenho e
aproveitamento das economias geradas com despesas correntes. Como
contrapartida ao cumprimento de metas, o contrato de desempenho
poder autorizar a ampliao de autonomia gerencial, oramentria e/
ou nanceira das unidades executivas ou entidades supervisionadas, com
a aplicao de medidas administrativas dierenciadas das previstas no
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Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro
regime geral da administrao. Poder autorizar tambm a concesso de
um Prmio de Desempenho Institucional a ttulo de incentivo pecunirio
aos servidores em exerccio nos rgos e entidades supervisionados porcontrato, condicionado a seu pleno cumprimento.
Simplicao do atendimento pblico prestado ao cidado, por meio da
publicao do Decreto 6.932/09. Se para prestar um servio um rgo
pblico precisar inormaes sobre um cidado e elas j estiverem no
banco de dados de outro rgo do governo ederal, o poder pblico
ter de pedir os dados diretamente ao outro rgo, por meio eletrnico.
O Decreto tambm ratica a dispensa do reconhecimento de rma em
documentos e institui a Carta de Servios ao Cidado, que contminormaes sobre os tipos de servios prestados pelos rgos, os
requisitos para sua obteno e os padres de qualidade no atendimento
ao pblico, como tempo de espera. A Carta dever ser permanente e
amplamente divulgada ao pblico.
Disponibilizao, pelo GesPblica, do Guia para Elaborao da Carta de
Servios ao Cidado, contendo as diretrizes e orientaes necessrios
elaborao e divulgao da Carta e dos mecanismos de comunicao
com os usurios, bem como os procedimentos para receber e gerir assugestes e reclamaes.
Alterao na Lei de Licitaes (Lei n. 8.666/93), por meio do PLC 32/2007,
com o objetivo de conerir mais ecincia, eetividade e transparncia
aos procedimentos de contratao pelos rgos pblicos. Dentre as
alteraes propostas, esto: a adoo da rede mundial de computadores
como principal meio de divulgao e processamento das licitaes; a
utilizao do Sistema de Cadastramento Unicado de Fornecedores
(SICAF) na ase de habilitao de licitaes promovidas por rgos eentidades sub-nacionais, quando desprovidas de registros cadastrais
prprios; a possibilidade de convocao de consulta ou audincia pblica
sobre proposta de especicaes para um bem ou servio, ou grupo de
bens ou servios que se pretenda licitar ordinariamente; e a possibilidade
de a administrao pblica, ao elaborar o edital, eleger mecanismos
privados de resoluo de confitos, inclusive a arbitragem.
Elaborao de Projeto de Lei que dispe sobre as regras aplicveis s
Agncias Reguladoras no que diz respeito gesto, organizao
e aos mecanismos de controle social. O PL 3.337/04 xa o mandato
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Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA
dos dirigentes em quatro anos e lhes assegura estabilidade no cargo
durante esse prazo (atualmente, o mandato de quatro ou cinco anos,
dependendo da agncia, e o dirigente pode ser demitido a qualquertempo); estabelece a articulao com rgos de deesa do consumidor
para o cumprimento da legislao de deesa do consumidor; e estipula a
obrigatoriedade de criao de ouvidorias na estrutura das Agncias.
Elaborao do Projeto de Lei Complementar (PLP 92/2007) que cria as
Fundaes Pblicas de Direito Privado, mais conhecidas como Fundaes
Estatais. Trata-se de uma nova tecnologia organizacional capaz de atender
s necessidades da ao pblica no campo social por meio da instituio
de undao sem ns lucrativos, integrante da administrao pblicaindireta, para o desempenho de atividade estatal que no seja exclusiva
de Estado nas reas de sade, assistncia social, cultura, desporto, cincia
e tecnologia, meio ambiente, previdncia complementar do servidor
pblico, comunicao social e promoo do turismo nacional. Dotado
de autonomia gerencial, oramentria e nanceira, o modelo permite
controle interno e externo, incluindo sistema de governana que aumenta
a transparncia na gesto e responsabilidade pelos resultados.
Reormulao do Sistema de Deesa da Concorrncia (PLC 6/2009).O Projeto racionaliza a estrutura atual ao unicar a autoridade de
deesa da concorrncia. Atualmente, o Sistema Brasileiro de Deesa da
Concorrncia composto por trs rgos governamentais: Secretaria
de Assuntos Econmicos (SEAE/MF), Secretaria de Direito Econmico
(SDE/MJ) e Conselho Administrativo de Direito Econmico (CADE/MJ). A
reormulao do sistema tambm contempla a realizao de anlise prvia
das uses e aquisies, impedindo atos de concentrao e garantindo
a concorrncia. No mbito da regulao, viabiliza um maior volume de
inormao concorrencial disposio das agncias reguladoras e demaisrgos envolvidos na deesa da concorrncia.
Elaborao do Projeto de Lei no 1.992 de 2007, para instituio do
regime de previdncia complementar para os servidores pblicos
ederais titulares de cargo eetivo e xao do limite para a concesso de
aposentadorias e penses pelo regime de previdncia de que trata o art.
40 da Constituio. A proposta tambm autoriza a criao de entidade
de previdncia complementar denominada Fundao de Previdncia
Complementar do Servidor Pblico Federal (FUNPRESP).
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Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro
Elaborao da PEC 128/2003, que probe a nomeao de parentes para
cargos, empregos ou unes de conana nos rgos da administrao
pblica direta, indireta e undacional de qualquer dos Poderes da Unio,estados, Distrito Federal e dos municpios. A proibio vale para cnjuge,
companheiro ou parente consangneo ou am, at o segundo grau ou
por adoo.
Apresentao da proposta de Lei Orgnica da Administrao Pblica.
Uma comisso de juristas especializados em direito administrativo
instituda pelo Ministrio do Planejamento discutiu os ormatos jurdico-
institucionais e o marco legal dos rgos e entidades da administrao
pblica, com o objetivo de conerir maior agilidade e fexibilidade ao estatal. O resultado uma proposta de anteprojeto de lei para o
estabelecimento de normas gerais sobre a administrao pblica direta
e indireta, as entidades paraestatais e as entidades de colaborao. A
proposta, que no representa posio ocial de governo, est sendo
amplamente divulgada e ser levada a debate com a sociedade.
Elaborao de Projeto de Lei sobre a democratizao e o tratamento
dos confitos nas relaes de trabalho entre os servidores pblicos e
o Estado, no mbito da administrao pblica direta, autrquica ouundacional de qualquer dos Poderes da Unio, dos estados, do Distrito
Federal e dos municpios. O Projeto dispe acerca: da negociao coletiva
como instrumento de soluo de confitos nas relaes de trabalho; da
associao sindical como direito garantido a todos os servidores pblicos;
da regulamentao do direito de greve; e da criao do Observatrio
Social das Relaes de Trabalho no servio pblico como uma instncia
consultiva e moderadora nos eventuais confitos advindos das mesas
de negociao coletiva, responsvel tambm por desenvolver estudos e
pesquisas na rea das relaes de trabalho no servio pblico.
Alteraes na Lei n 8.745/93, que dispe sobre a contratao temporria
de agentes pblicos. As mudanas coneriram racionalidade gesto de
pessoas no governo, uma vez que possibilitaram administrao pblica
ederal: eetuar contrataes para suporte criao de novos rgos ou
incorporao de novas atribuies s tareas daqueles j existentes; lidar
com aumento transitrio no volume de trabalho; substituir terceirizados
irregulares. Essas mudanas viabilizaram, por exemplo, contratao de
agentes temporrios para o combate a queimadas e incndios forestais,
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Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA
para atendimento sade indgena e para atividades especializadas em
tecnologia da inormao.
Elaborao de proposta de Decreto de gesto do oramento, que
regulamenta a gesto oramentria e adota a simplicao dos processos
de execuo oramentria; a priorizao de projetos j iniciados; a
fexibilizao da gesto; o estabelecimento de critrios de segurana de
recursos oramentrios e a contratualizao de resultados, envolvendo
rgos executores e centrais.
Elaborao de proposta de Decreto de gesto do Plano Plurianual, com oco
no aprimoramento dos processos de ormulao e avaliao de programas,
a partir de uma denio mais clara das atribuies e responsabilidades dos
envolvidos na gesto do PPA. A proposta tambm considera o envolvimento
da alta direo dos rgos na gesto dos programas, a participao da
Unidade de Monitoramento e Avaliao (UMA) na coordenao setorial da
rede de monitoramento e avaliao e o acompanhamento dos objetivos
setoriais e superviso da avaliao de programas.
Em segundo lugar, um conjunto de iniciativas voltadas ao apereioamento
de atividades sistmicas sob a responsabilidade/coordenao do Ministrio do
Planejamento.
Criao do Programa de Premiao por Economia com Despesas
Correntes (PEDC), coordenado, executado e supervisionado pelo
Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto, com a nalidade
de promover a gesto eciente dos recursos pblicos pelos rgos e
entidades do Poder Executivo ederal. O PEDC tem por objetivo: estimular
e premiar a implantao de projetos e aes de racionalizao no uso
dos recursos pblicos; mobilizar os servidores pblicos para a adeso e o
comprometimento com o desenvolvimento de projetos e atividades que
visem racionalizao de gastos; estimular a implantao de uma poltica
de custos na administrao pblica ederal; e omentar a implantao de
projetos e aes de inovao e/ou melhoria da gesto pblica.
Prossionalizao da administrao pblica ederal
i. Recomposio da ora de trabalho no Poder Executivo ederal
em reas estratgicas responsveis pelos programas prioritrios
de governo e que perderam quadros na ltima dcada, como
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Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro
o setor de educao. Do total de 41.818 vagas de concursos
autorizadas em 2008, 69% oram destinadas educao, o que
refete a diretriz governamental de ampliar a oerta de vagas nosensinos superior e tcnico. Outras reas que executam programas
importantes e tinham dcit quantitativo e qualitativo de pessoal
tambm oram contempladas. Destacam-se: a estruturao das
agncias reguladoras; a ampliao dos programas sociais; o
reoro aos rgos de controle; o ortalecimento da Polcia Federal
e dos rgos de deesa; e a ampliao dos quadros do ciclo de
gesto. Desde 2008 intensicaram-se os esoros para permitir
a recomposio da ora de trabalho, que envolve: identicaodos setores que precisam incorporar novos servidores, para
balizar as autorizaes de concursos pblicos; autorizao para
provimento dos cargos objeto de concursos j autorizados;
proposta de provimento para o setor de educao.
ii. Autorizao de concursos pblicos para substituir os trabalhadores
terceirizados em situao irregular no Poder Executivo ederal,
com o objetivo de cumprir o Termo de Conciliao Judicial
rmado com o Ministrio Pblico do Trabalho em 2007, para a
substituio at o nal de 2010. Ao trmino de 2009, o total de
vagas extintas aps as substituies promovidas representa cerca
de 70% do total de 13.040 terceirizados em situao irregular
inormados pelos rgos.
iii. Criao de novas carreiras, como orma de prossionalizar a gesto
pblica do Poder Executivo ederal. Em 2008, o governo criou cargos
de Especialista em Inra-estrutura e de Analista de Inra-estrutura.
Os prossionais j recrutados oram alocados, prioritariamente, em
rgos que desempenham atividades do Programa de Aceleraodo Crescimento, o PAC. Tambm oram criadas as carreiras de
Desenvolvimento de Polticas Sociais, com 2.400 cargos de
Analista Tcnico de Polticas Sociais, e de Analista de Tecnologia
da Inormao. Para ortalecer as reas-meio dos ministrios, oi
elaborado Projeto de Lei n 3.952/08para a criao da Carreira de
Analista Executivo, em tramitao no Congresso Nacional.
iv. Denio de percentuais mnimos para ocupao dos cargos em
comisso. O Ministrio do Planejamento trabalha para que as
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Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA
unes de livre provimento no Poder Executivo ederal sejam
cada vez mais preenchidas com base em critrios de mrito, de
maneira que haja reduo na quantidade de unes de livreprovimento e priorizao das unes ocupadas por servidores de
carreira. Esse processo oi iniciado com a edio do Decreto n
5.497, de 21 de julho de 2005, que deniu percentuais mnimos
dos cargos em comisso do Grupo Direo e Assessoramento
Superiores (DAS) a serem ocupados por servidores pblicos.
Atualmente, cerca de 70% dos cargos comissionados so
ocupados por servidores com vnculo e, mesmo nos cargos mais
elevados, o percentual de servidores com vnculo expressivo.v. Prossionalizao dos cargos de direo. Tramita no Congresso o
Projeto de Lei n 3.429/08, que cria as Funes Comissionadas do
Poder Executivo (FCPE), com o objetivo de destinar parte dos cargos
de livre provimento a servidores pblicos do quadro eetivo, com a
denio de requisitos de mrito para sua ocupao, restringindo o
nmero de cargos em comisso de livre provimento e induzindo a
prossionalizao em reas essenciais do Estado. J oram criadas
unes dessa natureza no Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS) e no Departamento Nacional de Produo Mineral (DNPM), e
tramitam no Congresso Nacional o PL n 3.944/08, para o Instituto
Nacional da Propriedade Industrial (INPI), e o PL n 5.915/09, para
Fundo Nacional para Desenvolvimento da Educao (FNDE).
Desenvolvimento e implantao da Poltica Nacional de Desenvolvimento
de Pessoal (PNDP), a ser implementada pelos rgos e entidades da
administrao pblica ederal direta, autrquica e undacional (Decreto
n 5.707/06). A PNDP traz uma viso de desenvolvimento de competnciasinstitucionais, voltada melhoria do servio pblico e destaca a
importncia da capacitao gerencial e da qualicao para ocupao
de cargos comissionados. Prioriza o ortalecimento do sistema de gesto
de pessoas e reconhece o papel das escolas de governo nesse processo.
A PNDP tambm institui um Comit Gestor responsvel por: vericar o
cumprimento das diretrizes da Poltica; orientar os rgos e entidades
da administrao pblica ederal direta, autrquica e undacional na
denio sobre a alocao de recursos para ns de capacitao de seus
servidores; e promover a disseminao da PNDP.
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Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro
A Conerncia Nacional de Recursos Humanos da Administrao Pblica
Federal, realizada em 2009, uma estratgia para identicao de novos
desaos e refete o interesse da administrao pblica ederal de trazeratores externos ao debate sobre a poltica de recursos humanos. O evento oi
antecedido por conerncias em todas as regies do pas, com representantes
dos rgos pblicos ederais locais, dos sindicatos e associaes, bem
como de organizaes da sociedade civil. A consolidao dos debates
nessas conerncias pautou a discusso da Conerncia Nacional ao denir
cinco eixos temticos: democratizao das relaes de trabalho; carreiras;
gesto por competncias e avaliao de desempenho; sade, previdncia e
benecios do servidor; e sistemas e processos em gesto de pessoas.
Criado em 2009, o Subsistema Integrado de Ateno Sade do Servidor
(SIASS) tem como objetivo coordenar e integrar aes e programas nas
reas de assistncia, inspeo mdica, promoo e vigilncia sade dos
servidores ederais. O sistema apresenta inovaes, como a aplicao de
exames peridicos para servidores ederais e a adequao dos ambientes de
trabalho s caractersticas e necessidades dos servidores. O SIASS organizar
as vrias iniciativas dispersas pela administrao pblica, estimulando
a realizao de convnios em prol da padronizao dos procedimentoslegais, do uso racional dos recursos humanos, nanceiros e materiais, da
gesto das inormaes sobre sade e da promoo de aes de ateno
sade do servidor. Na internet, o Portal do SIASS (www.siapenet.gov.br/
saude) congrega e divulga as inormaes necessrias ao ortalecimento
da Poltica de Ateno Sade do Servidor.
Em 2003 a Enap deu incio ao processo de criao da Rede Nacional de
Escolas de Governo, com o objetivo aumentar a eccia das instituies que
trabalham com ormao e apereioamento prossional dos servidores
pblicos dos trs nveis de governo por meio do compartilhamento de
conhecimentos e experincias sobre boas prticas das Escolas de Governo.
A Rede rene instituies ederais, estaduais e municipais dedicadas
ormao e capacitao de servidores pblicos. Seus membros so
escolas ederais, estaduais, municipais e outras instituies, incluindo
universidades e Organizaes No-Governamentais (ONGs).
Sistema MAPA. O Mapeamento da Oerta de Capacitao nas Escolas de
Governo uma iniciativa de integrao das escolas de governo a partir de
um sistema que produz inormaes gerenciais sobre a oerta de cursos e
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Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA
ornece aos gestores pblicos meios para planejar e realizar processos de
capacitao. O Sistema MAPA o resultado de um trabalho coletivo entre
as instituies da Rede Nacional de Escolas de Governo. O Projeto teveincio em maio de 2008, com a coleta de inormaes cadastrais bsicas
sobre as instituies e sobre a oerta de cursos realizados. O Sistema
MAPA incorporou todas as inormaes inseridas pelas instituies. A
prxima ase ser a atualizao dessas inormaes.
Criao do Portal do Sotware Pblico Brasileiro. O Portal compartilha
solues desenvolvidas pelo governo ederal e por uma rede de parceiros
e conta, atualmente, com 22 solues, mais de 40.000 pessoas com
cadastro vlido e grupos de interesse para discutir tecnologia dainormao. O objetivo da rede compartilhar solues entre as instituies
pblicas e a sociedade e reduzir os custos de produo dos softwares,
que j atendem demandas das reas de saneamento, educao, sade,
georreerenciamento, TV Digital e gesto de Tecnologia da Inormao.
Fortalecimento das prticas de governana das empresas estatais, com a
criao do Comit Interministerial de Governana, CGPAR, institudo pelo
Decreto n 6.021, de 22 de janeiro de 2007. O Comit oi criado com a
nalidade de tratar de matrias relacionadas governana corporativanas empresas estatais ederais e da administrao de participaes
societrias da Unio. O comit ormado pelos ministros da Casa Civil,
Planejamento e Fazenda.
Elaborao do Projeto de Lei que Disciplina a atividade de lobbye a
atuao dos grupos de presso ou de interesse e assemelhados no mbito
dos rgos e entidades da administrao pblica ederal, e d outras
providncias. O PL 1202/2007 visa dotar de transparncia a prtica de
lobby, possibilitando aos grupos de presso e de interesse a atuao deorma organizada e permitindo que, com menores custos, todos os setores
da sociedade possam azer uso de estruturas prossionais destinadas a
deender seus interesses.
Modernizao do Sistema de Administrao de Pessoal (SIAPE). Esto
sendo incorporadas novas tecnologias ao sistema, que resultam
na reduo de custos. Alm disso, possibilitam a introduo de
uncionalidades para realizao de consultas estruturadas, de trilhas de
auditoria, e de cruzamentos de inormaes cadastrais e nanceiras. As
inovaes acilitaram a introduo do mdulo de penso alimentcia, que
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Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro
cadastra as aes judiciais e os dados completos dos pensionistas, e a
responsabilizao dos gestores pelo registro de dados eetuados em seus
rgos. Outra novidade a criao do Sistema de Ateno Sade doServidor.
Implementao de sistemtica para avaliao de desempenho. A Lei
n. 11.784/08 estabeleceu o monitoramento sistemtico e contnuo da
atuao individual do servidor e da atuao institucional dos rgos e
entidades. O objetivo da sistemtica , alm de promover a melhoria
da qualidade dos servios pblicos, subsidiar a poltica de gesto de
pessoas, principalmente quanto capacitao, desenvolvimento no cargo
ou na carreira, remunerao e movimentao de pessoal. A sistemticacontempla a existncia de Comisses de Acompanhamento e do Comit
Gestor da Avaliao de Desempenho.
Implantao do Sistema de Desenvolvimento na Carreira (SIDEC). O
Sistema oi institudo pela Lei n. 11.890/08 e objetiva o desenvolvimento
dos servidores nos seus respectivos cargos por meio de progresses e
promoes orientadas pelo mrito de seus integrantes e pelo desempenho
no exerccio das suas atribuies, com requisitos de capacitao e
existncia de vagas para a promoo.
Criao de inovia de bra tica na rede ministerial, resultando em maior
segurana da inormao, visto que toda a comunicao criptograada,
e na reduo de custos com servios de transmisso de voz e dados hoje
prestados pelas operadoras de teleonia xa. Com essa medida, o governo
reduziu de 30 milhes para 19 milhes de reais os gastos relacionados a
servios de voz.
Qualicao do processo de contratao de servios de Tecnologia
da Inormao (TI). Instruo Normativa editada em 2008 impede acontratao de mais de uma soluo ou servio de TI em um mesmo
contrato pelos rgos e entidades ederais. A gesto de processos de
TI, assim como as atividades de coordenao na rea de segurana de
sistemas, no podem ser terceirizadas, tampouco pode haver vnculos de
subordinao dos uncionrios das empresas ornecedoras com os rgos
pblicos. Por ltimo, limita a contratao por meio da mtrica homens-
hora que pela lgica de mercado gera contratos mais demorados e,
conseqentemente, mais onerosos.
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Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA
Fortalecimento institucional da Secretaria de Patrimnio da Unio (SPU).
A SPU passou um processo de reorientao da sua atuao por meio da
consolidao das unidades descentralizadas na Amaznia Legal em unodo contexto dos esoros do governo para a regularizao undiria na
regio; destinao de 60 vagas de Analista de Inra-Estrutura para a SPU;
e autorizao para contratao temporria de 200 prossionais de nvel
superior para reorar a capacidade operacional da SPU.
Apresentado em 2008, o Estudo da Dimenso Territorial para o
Planejamento tem por objetivo subsidiar a abordagem da dimenso
territorial no planejamento nacional, procurando contribuir para
responder a indagaes que desenharo o uturo do Brasil, como adistribuio da capacidade produtiva, a rede de oerta de servios e a
inra-estrutura ao longo do territrio nacional nos prximos vinte anos. O
documento, elaborado pela Secretaria de Planejamento e Investimentos
Estratgicos (SPI) e Centro de Gesto e Estudos Estratgicos (CGEE)
levou em conta os fuxos migratrios e os impactos territoriais das novas
tecnologias para apresentar alternativas para uma organizao territorial
do pas que promova o desenvolvimento sustentvel de suas diversas
regies e a reduo das desigualdades sociais e regionais.
A partir do Censo Agropecurio e da Contagem da Populao de 2007,
os tradicionais questionrios em papel utilizados pelos recenseadores do
Instituto Brasileiro de Geograa e Estatstica (IBGE) oram substitudos pelo
computador de mo. A inovao extinguiu a trabalhosa etapa da digitao
dos questionrios em papel; automatizou o preenchimento e a crtica dos
questionrios, permitindo eventuais correes ainda no ato da entrevista
e eliminando a no-resposta por esquecimento do recenseador; agilizou
as atualizaes no Cadastro de Endereos; e possibilitou a transmisso
dos dados coletados ainda ao longo do perodo de coleta. Todas essasmudanas viabilizaram a antecipao da anlise de inormaes, com
ganhos de qualidade e tempo na divulgao nal dos resultados.
A Inra-estrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE) oi instituda em
2008 como um conjunto integrado de tecnologias, polticas, mecanismos
e procedimentos de coordenao e monitoramento para acilitar e
ordenar a gerao, o armazenamento, o acesso, o compartilhamento,
a disseminao e o uso dos dados geo-espaciais de origem ederal,
estadual, distrital e municipal. As iniciativas para a construo de um
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Inventrio das Principais Medidas para Melhoriada Gesto Pblica no Governo Federal Brasileiro
conhecimento permanente dos dierentes territrios que compem o
espao geogrco brasileiro incluem:
i. Execuo do Sistema de Inormaes Geogrcas do Brasil
(SIG-Brasil), por meio da estruturao de um banco de dados
geo-espaciais com as inormaes geradas pelas instituies do
governo ederal;
ii. Criao da Comisso Nacional de Cartograa para coordenar a
execuo da Poltica Cartogrca Nacional;
iii. Instituio do Sistema Cartogrco Nacional (SCN), em
conormidade com os padres de interoperabilidade de Governo
Eletrnico, bem como da Base Cartogrca Digital;
iv. Adeso dos governos Estaduais e Municipais para alimentao e
utilizao do banco de dados;
v. Desenvolvimento do Portal Brasileiro de Dados Geo-espaciais
para compartilhamento das bases cartogrcas acesso aos dados
e servios relacionados.
Por m, as iniciativas de apereioamento do sistema de controle interno, sob
a responsabilidade da Controladoria-Geral da Unio (CGU).
Estratgia Nacional de Combate Corrupo e Lavagem de Dinheiro
(ENCLA). A ENCLA traduz-se em uma estratgia de articulao e de
atuao conjunta entre os rgos que trabalham com a scalizao, o
controle e a inteligncia no governo ederal, no Poder Judicirio e no
Ministrio Pblico, como orma de otimizar a preveno e o combate
corrupo e lavagem de dinheiro. Desde a edio de 2007, a Estratgiapassou a ser co-organizada pela Controladoria-Geral da Unio (CGU) e
pelo Ministrio da Justia.
Fortalecimento da Controladoria-Geral da Unio. Em janeiro de 2003, a
ento Corregedoria-Geral da Unio oi transormada em Controladoria-
Geral da Unio, com uma srie de mudanas estruturais que reoraram
sua atuao. Desde ento, vem recebendo substancial aporte de pessoal
via concursos pblicos, o que est conerindo mais dinamismo ao rgo.
A partir da criao da Secretaria de Preveno da Corrupo e Inormaes
Estratgicas, em 2006, a CGU passou a ter a competncia no s de
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Programa Nacional de Gesto Pblica e Desburocratizao - GESPBLICA
detectar casos de corrupo, mas de antecipar-se a eles, desenvolvendo
meios para prevenir a sua ocorrncia.
Lanamento do Portal da Transparncia (www.portaldatransparencia.
gov.br), em novembro de 2004. O Portal tem por objetivo aumentar a
transparncia da gesto pblica e o combate corrupo no Brasil. Nele,
o cidado pode acompanhar a execuo nanceira dos programas de
governo, em mbito ederal, alm de obter inormaes sobre os recursos
pblicos transeridos pelo governo ederal a estados, municpios e Distrito
Federal para a realizao descentralizada das aes do governo. Alm do
Portal da Transparncia, a CGU coordena a divulgao das Pginas de
Transparncia Pblica, com objetivo de divulgar as despesas realizadaspelos rgos e entidades da administrao pblica ederal, inormando
sobre execuo oramentria, licitaes, contrataes, convnios, dirias
e passagens de cada um dos rgos ou entidades que possuem Pgina de
Transparncia. Cada rgo ou entidade da administrao direta e indireta
do Poder Executivo ederal deve possuir a sua Pgina de Transparncia
Pblica. Atualmente, 389 rgos e entidades da administrao pblica
ederal possuem Pginas de Transparncia.
Criao do Carto de Pagamento do Governo Federal. O Decreto n.5.355/05 instituiu a substituio gradativa do uso dos cheques na
administrao pblica ederal, eliminando, assim, vrias etapas e
processos de prestao de contas em papel. Com o carto, tudo eito
por meio eletrnico, tornando o processo mais gil, seguro, convel e
transparente, de modo que qualquer cidado pode ter acesso aos gastos
por meio do Portal da Transparncia. Em 2009 oi criado o Sistema de Carto
de Pagamento (SCP), que estabelece a obrigatoriedade de detalhamento
dos gastos realizados com o Carto de Pagamento do Governo Federal. O
SCP dever ser utilizado por todos os rgos e entidades da administraopblica ederal direta, autrquica e undacional e obrigatrio para
todas as modalidades de movimentao nanceira para suprimento de
undos viabilizada pelo Car