Montpellier 2007 - The origins of Taste and the future of Wine

8/6/2019 Montpellier 2007 - The origins of Taste and the future of Wine

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086 Wine Passion .2007

viagem&saboresjourney&flavours


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0872007 . Wine Passion

O Salo de gastronomia Aux Origines du Got organizadopelo Slow Food France teve a sua terceira edio em

Montpellier entre 13 e 16 de Maro. Paralelamente, decorreu oprimeiro encontro europeu de viticultores, o Vigneronsd'Europe.

TextoText | TraduoTranslation | FotografiasPhotos Andr Magalhes

MontpellierAs origens do gosto e o futuro do vinhoThe origins of taste and the future of wine

Aux Origines du Got, a food festival organized by Slow FoodFrance was held for the third time in Montpellier between March13th and 16th. The first European meeting of winegrowersVignerons d'Europe took place right next door.



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O mote dos dois eventos foi o terroir, quenas palavras de Carlo Petrini o fundadordo movimento Slow Food um conceito

complexo e quase intraduzvel, segundoele devemos agradecer aos francesespor terem inventado o conceito de terroir. O terroir resulta da explorao por umacomunidade das potencialidades de umespao fsico. A sua definio dependedirectamente da caracterizao daspessoas que vivem num determinadoterritrio, mas tambm de todos osfactores geogrficos que lhes estoassociados: pedologia, geologia,geomorfologia, hidrologia, climatologia,microclima, exposio Para um mesmoespao, com potencialidades econstrangimentos fsicos idnticos,

sociedades humanas diferentes sosusceptveis de gerar terroirs distintos.Se no salo de gastronomia se celebravaa diversidade dos terroirs do mundo sob agide dos produtos e sabores de origem,no respeito da biodiversidade e dapequena produo a uma escala humana,no frum dos viticultores discutia-se ofuturo dos vinhos europeus de terroir.Numa manh de sbado banhada pelosol provenal, afluiram ao Corum, o


centro de congressos de Montpellier,cerca de mil vinicultores oriundos de

pases como a ustria, a Eslovnia, aEspanha, a Itlia, Portugal e, claro, aFrana. O repto era o de encontrar umaresposta comum aos desafios impostospor um mercado cada vez maisglobalizado e pela definio iminente dareforma da vitcola a levar a cabo pelaComisso Europeia, que ter um impactohistrico no sector. Aps a sesso deabertura constituram-se dois grupos detrabalho que abordaram o conjunto dasquestes que suscitaram o encontro: oprimeiro que se debruou sobre a reformada OCM vitivincola e um outro queabordou temas relacionados com o terroire a sua durabilidade.Da discusso resultou a elaborao deuma proposta estratgica sobre o papelda vinicultura europeia no mercado global.O documento o fruto de uma partilha deresponsabilidades por parte dosparticipantes e foi pensado e redigido comesprito europesta, coisa que nem sempreocorre no plano poltico.O documento est disponvel paraconsulta no sitewww.vigneronsdeurope.com durante trintadias. Todos os produtores de vinho daEuropa podem enviar comentrios,observaes e propostas.

O documento nasce a partir de duaspremissas essenciais. A primeira a de

que os vinhos de terroir so o elementodiferenciador da vinicultura europeia, e de

que enquanto tal devem ser preservadose apoiados, fazendo com que as suasdiferenas sejam mais legveis ecompreensveis em vez de seremanuladas pela homologao. A segunda que os consumidores de hoje em diaquerem escolher e conhecer com toda atransparncia a origem dos produtos e assuas caractersticas.No discurso de encerramento CarloPetrini criticou os insdustriais do vinhopor se quererem apropriar do termo terroircom fins comerciais, apelou aosvinicultores a procurarem a unidade nasua diversidade, lembrou que preciso

fazer mais uso do mais esquecido dostrs valores basilares da revoluofrancesa: a fraternidade. Para Carlin, chegado o momento de praticar afraternidade como forma de superar asdiferenas de opinio () Se o mundorural tiver bem presente o conceito defraternidade poder salvar-se. E a Europater que lhe dar ouvidos, mais cedo oumais tarde.No grande jantar de encerramento queteve lugar na sede da regio demarcadade Coteaux du Languedoc em Mas deSaporta aconteceu algo de absolutamentenico e inslito: grande parte dos

vinicultores levaram garrafas dasrespectivas produes desencadeando


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provavelmente a maior prova espontneade vinhos alguma vez vista na Europa.No parque de exposies da cidade, o

salo de gastronomia recebeu um nmeroimportante de visitantes que percorreramos mais de 100 stands onde se podiamprovar e comprar produtos das maisvariadas provenincias disponibilizadosseguindo o mote de Bom, Limpo eJusto. De entre os produtos da regiodestacavam-se: os Morangos daCharneca de Nimes, a carne de Touro daCamargue, os moluscos da Lagoa deThau e a grande variedade de vinhos daregio do Languedoc-Roussillon.Nos Ateliers do Gosto faziam-se provascomentadas de queijos, azeites, mel,caf, armagnac, foie gras, morangos,

champagne, chocolates e sushis.Na Enoteca era possvel provar cerca de800 referncias de vinhos de mais desessenta denominaes francesas e devinte e um pases do mundo inteiro, dos

quais um vinho portugus Quinta doVallado 2004, que acabou logo noprimeiro dia!!! (todos os vinhos so

enviados pelos produtores que vm noseventos do Slow Food uma excelenteoportunidade para expor os seus produtosperante um pblico informado).No fim de trs dias ricos de troca de ideiase de experincias gastronmicas tive oprazer de uma boa conversa com CarloPetrini. Ficam as suas palavras deencorajamento para que o movimentoSlow Food se desenvolva em Portugal,lamentando que o nmero de aderenteslusos seja inferior a, por exemplo, o doKnia. O Knia tem tambm mais do queo dobro de fortalezas (programas quegarantem a preservao da produo de

alimentos tradicionais seguindo ospreceitos da agricultura sustentvel) doque Portugal. H vinhos como os deCarcavelos, por exemplo, que esto aprecisar de uma fortaleza.


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_____________________________________TERROIRWAS THE MOTTO THATserved for both events. According to CarloPetrini, founder of the Slow Foodmovement, terroiris a complex concept,almost untranslatable, in his words weshould thank the French for inventing theconcept of terroir. Terroir is the result of the

exploitation of a physical space by acommunity. Its definition depends directlyfrom the characterization of the people wholive in a certain territory, but also from allgeographical factors involved: pedology,geology, geomorphology, hydrology,climatology, micro climate, exposure Forone and the same space, with identicalpotentialities and physical constraints,different humane societies are susceptibleof creating unlike terroirs.While the food festival celebrated diversityin the world's terroirs under the banner ofproducts and flavors of certified origin,respecting biodiversity and small production

at a human scale, the forum of winegrowersdiscussed the future of European terroir

wines.On a Saturday morning drenched by awarm springtime sun, about a thousandwinegrowers flocked to the Corum,Montpellier's congress center. They camefrom such countries as Austria, Slovenia,Spain, Italy, Portugal and, of course France.

Their aim is to find a common answer to thechallenges posed by an evermoreglobalized market and by the imminent winereform to be carried out by the EU.

After the opening session, two workgroupsgathered around the issues that motivatedthe meeting: the wine OCM reform andthemes related to terroir and its durability.

A strategic proposal on the role ofEuropean winemakers in the global marketwas drafted. This document is the result ofthe commitment from all participants onsharing their responsibilities and was drawnwithin an europeistic spirit something rare inthe political context. The document is

available on www.vigneronsdeurope.comfor a period of thirty days. All European

winegrowers are welcome to submitcomments and proposals.

Two essential assumptions are at the originof this document: the first is that terroirwines are the differentiating element inEuropean winemaking and that they shouldbe preserved and supported as such, the

latter being that nowadays consumers wantto be able to choose and know in alltransparency, the origin of products and allits characteristics.In his closing speech Carlo Petrini criticizedwine industrialists for wanting to misusethe term terroir for their own profit, andcalled on all winemakers to seek unitywithin their diversity. He also reminded themthat in pursuing their aims they shouldmake use of the most forgotten of the threeprinciples of the French revolution: fraternity.

To Carlin the moment has come to putfraternity into practice as a means ofovercoming differences in opinion and

such (,,,) If the rural world bears in mindthe importance of fraternity, it can save


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itself. And sooner or later Europe will haveto listen to their claims.

The grand closing dinner which took place

at the headquarters of the Coteaux duLanguedoc at Mas de Saporta waswitness to something absolutely unique: asmany of the participating winemakersstarted bringing their own wines to thegathering, it resulted in, probably, the singlelargest spontaneous wine tasting ever heldin Europe.

The nearby city's Exhibitions Fair hostedthe food festival. An important number ofvisitors braved through the more than 100stands displaying products from around theworld that could be tasted or purchasedunder the motto good, clean and fair. Outof the lot of French regional products, one

could notice strawberries from Nimes, bullmeat from Camargue, shellfish from Thaulagoon, and a wide variety of wines fromthe Languedoc-Roussillon region.

At the Taste Workshops one could attendguided tastings of cheese, olive oils, honey,coffee, armagnac, foie gras, strawberries,champagne, chocolate or sushi. The

Oenotec featured around 800 wines fromover sixty French regions and sub-regionsand twenty one countries from around the

world, among them one Portuguese red Quinta do Vallado 2004, which run out thefirst day!!! (all wines are sent in by theproducers as displaying them at a SlowFood event is an excellent opportunity toreach a well informed audience).

After an enriching three days ofgastronomical experiences I had the greatpleasure of having a good chat with CarloPetrini. He encouraged the development ofthe Slow Food movement in Portugal whileregretting its currently poor expression.

There are more members in Kenya thanthere are in our country. Kenya also hastwice as many praesidia (programs that

guarantee the preservation of theproduction of traditional products in asustainable manner).Wines of the likes ofthose from Carcavelos definitely need apraesidium.


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