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BJPT - 015/2017
Nota de esclarecimento
Nas últimas semanas, muito tem sido falado sobre as dificuldades financeiras que o
Brazilian Journal of Physical Therapy (BJPT) vem enfrentando. No sentido de esclarecer a
situação real da Revista, os editores da mesma e o presidente da Associação Brasileira de
Pesquisa e Pós-graduação em Fisioterapia (ABRAPG-Ft) vêm a público detalhar aquilo que
aconteceu e vem acontecendo.
O BJPT é publicado pela ABRAPG-Ft e, atualmente, possui 3 Editores Chefes de
diferentes universidades brasileiras que trabalham gratuitamente para a Revista. Além dos
Editores Chefes, Editores Associados, membros do Corpo Editorial e revisores doam seu tempo
para garantir uma revista de qualidade que reflita o estágio de desenvolvimento da ciência
brasileira e do mundo nas áreas de Fisioterapia e Reabilitação. Com a colaboração de todos
estes voluntários, o BJPT atingiu em 2017 o status de nona melhor revista brasileira entre todas
as áreas e a sétima do mundo na área de Fisioterapia, tendo um fator de impacto do Journal
Citation Reports de 1,226. O BJPT é indexado em todas as principais bases de dados mundiais
como Medline, EMBASE e ISI Web of Science, entre outras. Nenhuma revista da área de
fisioterapia/ciências da reabilitação do país possui níveis de indexação como o BJPT. Cerca de
65% de todas as publicações do BJPT são oriundos de programas de pós-graduação brasileiros.
Isso significa que o BJPT é um grande motor de disseminação da pesquisa realizada por
pesquisadores brasileiros. Atualmente, a CAPES classificou o BJPT no extrato A2 do Qualis, o
que atesta a qualidade da mesma. Finalmente, o BJPT é publicado pela Elsevier, maior empresa
de publicação de periódicos científicos do mundo.
Para dar suporte às atividades editoriais da Revista, o BJPT contou, ao longo dos
últimos anos, com 3 profissionais contratados em regime CLT, os quais, além das atividades de
secretariado, supervisionam todo o processo de revisão até o aceite final do manuscrito. O custo
de contratação destes profissionais é elevado e, infelizmente, as agências de fomento brasileiras
não permitem pagamento para as atividades exercidas por eles. Desta forma, o BJPT vem
contando com o suporte financeiro do COFFITO e do CREFITO 3 para pagamento destes
profissionais.
Para obtenção do suporte do sistema COFFITO/CREFITO, os editores do BJPT fazem,
anualmente, projetos de solicitação de verba e prestação de contas do uso do dinheiro recebido.
Ao final de cada ano, nossos Conselhos analisam a solicitação de recursos e a prestação de
contas e deliberam sobre a renovação do apoio. Ao final de 2016, enviamos nossa solicitação de
renovação ao COFFITO e ao CREFITO 3. Informações passadas por estes Conselhos no início
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de 2017 indicaram que nossas solicitações haviam sido aprovadas e contaríamos com o apoio
para o resto do ano. Supreendentemente, ocorreu uma demora no repasse das verbas, sem uma
explicação definitiva sobre o motivo do atraso. Quando consultados, o CREFITO 3 informou
oficialmente que, devido à mudança na presidência do Conselho, haveria uma reanálise de toda
nossa documentação e prestação de contas para identificar algum erro procedimental da gestão
anterior. Por outro lado o COFFITO solicitou mais informações de cunho burocrático para o
pagamento do fomento.
Entretanto, no caso dos dois conselhos, as justificativas do “não repasse” não eram
conclusivas e contávamos que a aprovação da concessão de verba seria honrada. Assim,
permitimos que a Fundação da Universidade Federal de São Carlos, a qual gerencia a Revista,
antecipasse os pagamentos dos nossos profissionais, com o compromisso de que com a iminente
liberação de verba a ressarciríamos. Este fato perdurou por vários meses e um déficit com a
fundação foi acumulado.
Em setembro do presente ano, firmamos um acordo verbal com o presidente do
COFFITO, o qual, reconhecendo a situação dramática da Revista e seu importante papel para a
Fisioterapia brasileira, prometeu viabilizar ações para sanar nossos problemas financeiros. Estas
ações ainda não foram implementadas e estamos aguardando uma comunicação oficial do
COFFITO. Em outubro, recebemos documento do CREFITO 3 nos certificando que não haveria
mais repasse financeiro para o BJPT, apesar da aprovação de apoio dado pelas gestões
anteriores. Assim, os editores finalmente entenderam que, neste momento, a viabilização,
crescimento e internacionalização do BJPT não era de interesse do CREFITO 3.
Diante da situação grave enfrentada pela Revista e no sentido de impedir o crescimento
das dívidas com a Fundação, os editores decidiram demitir duas funcionárias que contribuíram
exemplarmente para o crescimento do BJPT nos últimos dez anos. Somando todas as
antecipações salariais e os custos trabalhistas relativo a demissão das duas funcionárias temos,
hoje, um passivo em torno de 250 mil reais a ser saldado com a Fundação. Com a contribuição
voluntária dos profissionais demitidos e com o empenho dos Editores e Corpo Editorial, a
revista continua mostrando sinais de força acadêmica e crescendo no cenário brasileiro e
internacional. Entretanto, a situação financeira atual pode tornar-se insustentável se não
tivermos apoio daqueles que desejam o crescimento científico da nossa profissão.
Adicionalmente, é importante ressaltar, que a editora-administrativa do BJPT, professora Dra.
Aparecida Maria Catai é fiadora dessa dívida, e a mesma poderá ser acionada judicialmente, o
que poderá causar imensos danos pessoais, financeiros e morais a uma pessoa que sempre se
dedicou ao BJPT de forma ética, responsável e voluntária.
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Desde que a ABRAPG-Ft assumiu o compromisso de, juntamente com os pesquisadores
brasileiros, administrar financeiramente a revista, nunca passamos por uma situação tão difícil.
Neste processo, os Editores reconhecem seu erro de terem confiado no cumprimento das
promessas assumidas pelo CREFITO 3 e de não terem efetivado anteriormente ações de
mitigação de danos e para buscarem aumento da captação financeira fora das agências de
fomento. A ausência de uma resposta definitiva dos conselhos, estabelecendo a falta de interesse
em contribuir para a manutenção do BJPT, e o descaso com compromissos assumidos
anteriormente nos colocaram nesta situação. Entretanto, continuaremos trabalhando e buscando
o apoio da comunidade científica para encontrar soluções de manter a Fisioterapia brasileira no
topo da ciência no Brasil e no mundo.
São Carlos, 31 de outubro de 2017.
Leonardo O. P. Costa
Paula Rezende Camargo
Sérgio Teixeira Fonseca
Editores BJPT